Índice EDItOrial
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Editorial
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Atualidade
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Equilíbrio 10
Os hábitos criam-se, adquirem-se, preenchem-nos e determinam aquilo que seremos. A nossa capacidade para adotar um estilo de vida saudável irá ter reflexo
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durante toda a nossa vida. Seja nos idosos, adultos ou nas crianças. Ponto comum e determinante em todas estas etapas prende-se com a necessidade de termos uma boa rede social, uma família, um porto de
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abrigo que nos transmita equilíbrio. Nesta edição da H são abordados vários temas que têm a rede social como ponto comum essencial para atingirmos uma vida melhor. O pai que leva a filha a uma atividade desportiva, a mãe que ajuda o filho a ter uma alimentação saudável, o amigo que ajuda o idoso a manter-se ativo, o casal que se une no pós-parto ou
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Opinião O farmacêutico pode fazer mais pela sua saúde... O que Dizem os Especialistas Se os fatores de risco não forem controlados «vamos ter epidemias de doenças do coração»
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Em Foco Obesidade Infantil: Criança obesa + tratamento + família = Família feliz Um Dia Todas Serão Assim 14 Um espaço inovador 15 Calendário & Ações Farmácias 16 Farmácia Quinta da Igreja Cuidamos de Si 17 Diabetes gestacional: A diabetes que surge na gravidez 20 Peles sensíveis: Principais cuidados
Bebé e Mamã Pós-parto: Adaptação a uma nova realidade Dia a Dia Infertilidade: Uma caminhada a dois Cuide Aqui da sua Saúde Hipertensão arterial: Não ignore o tratamento! Viva Mais 40 Obesidade infantil: Os piores alimentos para as crianças 42 Yoga: “Desporto” espiritual 44 Receita saudável
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NOVIDADES
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Saúde Digital
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Atuar Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos Breves
H Júnior 25 Bem-vindos à brincadeira 26 Trocado em Miúdos 28 Dentro & Fora de Casa 29 Pinta o desenho
que luta pelo milagre de gerar uma nova vida. Todos unidos na procura deste equilíbrio fundamental, neste
Edição: Hollyfar – Marcas e Comunicação, Lda. – Rua Aquiles Machado, nº 5F 1900-077 Lisboa
coração da nossa vida. Neste coração que bate, em média, 100 mil vezes por dia, que é músculo, que é
Coordenador Editorial: Joana Bagagem (Holon) e Hollyfar •
máquina e que também é evocação e emoção, que
Cláudia Carmona, Diogo Gouveia, Inês Aires, Luzia Vieira, Maria João
Colaboram nesta edição: Ana Pinto, Ana Albernaz, Carmen Silva, Mendes • Fotografia: David Oitavem
nos leva para a frente e nos traz desafio e otimismo. É neste contexto que as Farmácias Holon prestam um
Publicação bimestral • E-mail: revistah@grupo-holon.pt •
serviço que nos acompanha, que nos ajuda e indica
assinados apenas veiculam a posição dos seus autores.
quais as melhores opções para a nossa vida. É neste
Layout: Series – Comunicação e Design, Lda. – Rua Rodrigues
Tiragem deste número: 15.000 exemplares • Os artigos
Sampaio, 31, 1º Dto. 1150-278 Lisboa; Site: www.series.com.
contexto que as Farmácias Holon nos envolvem, nos
pt • United Creative – Estrada da Luz nº 90, 10ºH 1600-160 Lisboa;
equilibram e protegem o nosso coração, a tal máquina que acima de tudo é emoção. José Pedro Freitas Pinto
Site: www.unitedcreative.com • Paginação: Helena Freitas • Diretor: José Pedro Freitas Pinto • Propriedade: Holon –
Execução Gráfica: Finepaper – Rua do Crucifixo, 86, 3º Dto.
Comunicação Global, Lda • Capital Social: 5.000,00 euros • Órgãos
1100-184 Lisboa; E-mail: info@finepaper.pt • Impressão e
Sociais: Pedro Miguel Domingues Pires e Nuno Alexandre Antunes
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15 4480-089 Vila do Conde; Site: www.lidergraf.pt • Número
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de Depósito Legal: 361265/13
Diretor 3
atualidade
“Pequena picada, grande ameaça” No Dia Mundial da Saúde, a Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou mais uma campanha que convida os líderes mundiais, mas também a sociedade civil, a focar-se num desafio de saúde com impacto global na vida e bem-estar da população. Para 2014, o tema escolhido foi “Doenças Transmitidas por Vetores”. O slogan da campanha: “Pequena Picada, Grande Ameaça”. De acordo com a Direção Geral de Saúde (DGS), vetores são, sobretudo, artrópodes que transmitem a infeção através de picada quando eles próprios são portadores de agentes patogénicos, como vírus e parasitas. Os mais comuns são os mosquitos (de várias espécies), mosca da areia (flebótomos) e carraças (ixodídeos). Apenas uma picada pode transmitir doenças tais como malária, dengue, chikungunya, febre do Nilo Ocidental, leishmaniose, doença de Lyme, febre-amarela, encefalite japonesa, entre outras. Sob o lema “medidas simples para se proteger a si e à sua família”, a OMS pretende promover o uso de repelentes e vestuário adequado que cubra a maior parte do corpo, o uso de redes protetoras nas janelas e portas, a eliminação de possíveis criadouros de mosquitos, tais como recipientes com água, ou a administração de vacina, quando adequado e disponível (febre-amarela, principalmente). A Organização Mundial da Saúde considera que as doenças transmitidas por vetores, como a malária (vulgarmente designada por paludismo), a dengue, a febre-amarela, entre outras, são de preocupação para a saúde a nível mundial, pois mais de metade da população está em risco. Apesar destas doenças ocorrerem habitualmente em áreas tropicais e subtropicais, nos últimos anos tem-se assistido à sua disseminação para outras áreas geográficas.
¼ dos jovens portugueses consome fármacos para melhorar a concentração e reduzir a ansiedade De acordo com o portal “Sapo Saúde”, um em cada quatro jovens portugueses, entre os 18 e os 29 anos, já consumiu medicamentos para melhorar a concentração e número equivalente já recorreu a fármacos para se acalmar. Estes são dados de um estudo sobre Medicamentos e Consumos de Performance na população jovem, do Instituto Superior de Ciências e do Trabalho (ISCTE), divulgado pelo jornal “Público”. Noémia Lopes, coordenadora do estudo, fala numa «farmacologização do quotidiano» e também numa indústria «do natural»: «Os jovens cada vez mais consomem o natural, um setor sem regulação e sem controlo». A investigação indica que 71,9% dos jovens portugueses já esteve medicado para melhorar o desempenho e a concentração. Segundo o mesmo estudo, as bebidas energéticas são o produto mais procurado, com 40% dos jovens inquiridos a admitirem já ter consumido, com o objetivo de se manterem acordados ou de melhorarem a concentração no trabalho ou nos estudos. Ainda de acordo com o mesmo trabalho, 23,8% reconheceu já ter necessitado de calmantes para “repor” horas de sono em atraso ou devido a stress acumulado.
Cancro e diabetes: políticas a longo prazo reduzem incidência de casos São doenças civilizacionais e assustadoramente emergentes: obesidade, diabetes e cancro. Previnem-se muito mais do que se curam e só com um plano político a médio-longo prazo se pode atuar com eficácia na redução do número 4
de casos (para metade, no caso da diabetes). O alerta foi deixado pelo Professor Manuel Sobrinho Simões, na última reunião do Ciclo de Conferências “Diabetes Século XXI: O Desafio”, no Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP). No cancro, como na diabetes, é preciso conhecer a doença para combater o seu aparecimento e os riscos inerentes. «A prevenção do cancro é praticamente idêntica à da diabetes. Passa por não fumar, não beber em excesso, não engordar, fazer exercício regular, entre outros», referiu Manuel Sobrinho Simões, diretor do IPATIMUP, lembrando que é preciso «articular as instituições que intervêm ou podem intervir na prevenção, no tratamento e no controlo da diabetes».
Portugueses são dos que fazem menos desporto na Europa Numa Europa sedentária, os portugueses estão entre os que praticam menos atividades desportivas, revela uma sondagem do Eurobarómetro publicada pelo portal “Sapo Saúde”. De uma forma geral, a maioria dos europeus (59%) afirma nunca ou raramente fazer desporto e apenas 8% dizem praticar desporto com regularidade. Os habitantes dos países do sul da Europa são genericamente os menos ativos, apesar de a Bulgária ser o país que apresenta o número mais alto de sedentarismo, com 78%, seguido de Malta (75%) e Portugal, onde 64% dos inquiridos afirmaram nunca fazer desporto. Em Portugal, verifica-se um aumento do número de pessoas que não praticam desporto, uma vez que em 2009, um outro estudo, cifrava em 55% o número de portugueses sem atividade física. Entre as razões que impedem os europeus de realizar desporto, a falta de tempo (42%) e o desinteresse (20%) são as mais apontadas.
OPINIÃO
O farmacêutico pode fazer mais pela sua saúde… Sou farmacêutico comunitário desde 2000. A minha principal atividade é o atendimento e aconselhamento diário aos utentes que se deslocam à minha farmácia. Desde que iniciei a minha atividade verificou-se alguma evolução no papel e competências atribuídas ao farmacêutico e às farmácias. A vacinação contra a gripe sazonal é um bom exemplo. Na época vacinal de 2011/2012, 49% dos utentes vacinaram-se na sua farmácia, de forma segura, simples, confortável e com a mesma qualidade do ato prestado noutras instituições. Para além da vertente de ato profissional, também na vertente económica e de sustentabilidade, o farmacêutico apoiou os doentes na opção por medicamentos genéricos com a mesma qualidade e eficácia a um custo mais económico. A implementação da prescrição por denominação comum internacional (nome genérico), adiada sucessivamente por anteriores governos e finalmente aprovada em junho de 2012 permitiu, desde então, uma poupança para o estado e utentes superior a 500 M€.
Diogo Gouveia Diretor técnico da Farmácia Piçarra (Barreiro)
Apesar de tudo, muitas têm sido as tentativas de colocar em causa a idoneidade e profissionalismo dos farmacêuticos, mas a história fala por si. Sempre que o farmacêutico foi desafiado e responsabilizado soube evoluir e responder, valorizando a saúde da população que serve. Mas sinto que os farmacêuticos e as farmácias podem fazer muito mais pela saúde das comunidades onde se inserem. Para tal, é importante que haja maior INTEGRAÇÃO, RESPONSABILIZAÇÃO e OPORTUNIDADES DE DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL. INTEGRAÇÃO A interação entre os diferentes profissionais médicos, enfermeiros, farmacêuticos e outros técnicos proporciona um acompanhamento integrado dos utentes, a racionalização dos recursos, a personalização e valorização dos cuidados prestados. É importante que o Estado reconheça o farmacêutico como elemento integrante do Serviço Nacional de Saúde, incentive a proximidade e a colaboração entre os cuidados primários, centros de saúde e seus profissionais com as farmácias e com os farmacêuticos, que promova a comunicação e a partilha de dados numa rede de informação partilhada, respeitando a proteção de dados dos doentes e o sigilo profissional. A prescrição eletrónica e a
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desmaterialização da receita prevista para este ano é uma boa oportunidade para construir um sistema de informação centrado no doente. RESPONSABILIZAÇÃO A mais-valia da intervenção do farmacêutico poderia verificar-se em diversas áreas, por exemplo: - Promoção da Adesão à Terapêutica: É frequente os doentes tomarem medicamentos sem perceber para que os tomam, qual a melhor altura, que reações adversas poderão estar associadas ao medicamento e quais justificam a interrupção da medicação ou ida ao médico; - Acompanhamento de Doentes Crónicos: Na maior parte das doenças crónicas a alteração dos estilos de vida é um fator essencial no controlo da doença. Estas alterações comportamentais implicam normalmente uma abordagem multidisciplinar e um apoio e motivação permanente do doente; - Gestão da Terapêutica: Hoje em dia são muitos os doentes poli medicados que necessitam de um apoio na gestão da terapêutica, desde a simples organização da medicação em caixas específicas para as diferentes tomas à gestão efetiva da medicação associada à deteção de problemas relacionados com medicamentos, interações, contraindicações, monitorização de parâmetros biológicos ou referenciação para o médico quando necessário. OPORTUNIDADE Não tenho dúvidas de que o farmacêutico continua disponível para evoluir e prestar um serviço cada vez mais diferenciado na farmácia. Ao estado cabe legislar o enquadramento profissional em que os serviços farmacêuticos devem ser praticados, reconhecer a sua mais-valia para o sistema de saúde e para o país, comparticipar e apoiar os doentes no acesso aos mesmos e criar verdadeiras equipas integradas de saúde, focadas no doente, trabalhando de forma sinérgica para o seu bem-estar e qualidade de vida. Aos utentes cabe exigir melhores cuidados, melhores serviços, desafiar o farmacêutico e a farmácia. Aos farmacêuticos cabe investir cada vez mais na sua formação, criar estruturas na farmácia, comunicar com outros profissionais e continuar a acreditar no seu potencial e valor. O farmacêutico pode fazer mais pela sua saúde…
O QUE DIZEM OS ESPECIALISTAS
Se os fatores de risco não forem controlados «vamos ter epidemias de doenças do coração» Um estilo de vida saudável evita a maior parte das doenças do coração. Manuel Carrageta, presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia (FPC) e do Instituto de Cardiologia Preventiva de Almada, declara ainda que há uma tendência para atribuir os sintomas das doenças do coração, como o cansaço, à idade «mas a idade não é uma doença». H - O que é que acontece ao coração ao longo da nossa vida?
H - Quais as doenças do coração mais comuns nos idosos?
Manuel Carrageta - O nosso coração bate por dia, em média, 100 mil vezes. O músculo vai-se desgastando e, em consequência, surgem alterações, nomeadamente perda de elasticidade e força. Isto significa que, na prática, quando as pessoas idosas fazem esforços maiores, o coração já não consegue fornecer a quantidade de sangue necessária aos tecidos e, assim, tem-se menos capacidade do ponto de vista físico e de resistência.
MC - Para além do desgaste do músculo, há um desgaste das válvulas do coração, sendo que a válvula aórtica vai ficando calcificada e, hoje em dia, a doença valvular mais frequente nos idosos é o aperto da válvula aórtica. Em consequência, exige um esforço maior do músculo cardíaco para bombear o sangue e, como o orifício da válvula fica mais estreito, o sangue começa a faltar nos tecidos periféricos e nos órgãos, e as pessoas passam a manifestar sintomas como o cansaço. Outra doença comum nos idosos é a insuficiência cardíaca. O coração vai perdendo força e há uma altura em que já não consegue satisfazer as necessidades do organismo. Por exemplo, a pessoa
que sofre de insuficiência cardíaca é aquela que percorre 500 metros para ir ao café e começa a notar que fica cansada, com falta de ar e com menos força nas pernas. Além disso, também só consegue dormir com a cabeça bastante alta e, muitas vezes, acorda durante a noite com falta de ar. No entanto, a doença coronária (enfarte do miocárdio e a angina de peito) também está relacionada com a idade, sendo que exige uma atenção redobrada, pois nas pessoas idosas é mais frequente o enfarte ocorrer sem dor. Ou seja, não se sente o esmagamento no peito que é vulgar os indivíduos de meia-idade sentirem. É um enfarte silencioso: o idoso fica mais cansado e pode perder os sentidos. Se esta doença não for tratada, o risco de morte aumenta.
H - E as arritmias? MC - Também há tendência para os idosos sofrerem de arritmias, sendo que, por um lado, o coração bate descontrolada e irregularmente ou, por outro, a um ritmo mais lento (a chamada bradicardia, que, muitas vezes, leva à necessidade de colocação de um pacemaker). 7
H - Há uma tendência para desvalorizar os sintomas relacionados com as doenças do coração?
tensão arterial, o colesterol e a obesidade, que é a “mãe” da diabetes. Mas se a pessoa tiver um envelhecimento ativo (envolvido com a vida, alimentação saudável, ser otimista, etc.) não terá tendência a ficar doente. E nunca é tarde para mudar! Mesmo os indivíduos muito idosos, com colesterol alto ou hipertensão, devem ser tratados para evitar o surgimento das doenças de coração. Assim como nunca é tarde demais para deixar de fumar.
MC - Digamos que há uma tendência para atribuir os sintomas destas doenças à idade, mas a idade não é uma doença. Muitas vezes as pessoas pensam que estão a ficar cansadas por causa da idade quando, na verdade, desenvolveram uma doença. E o problema é que, ao pensarem que a culpa é da idade, não consultam o médico e isto faz com que não comecem a fazer o tratamento que impede a progressão da doença.
H - Quem é que sofre mais das doenças do coração, os homens ou as mulheres? H - Como é que se podem prevenir as doenças do coração? MC - Através do envelhecimento ativo. Por exemplo, continuar a fazer exercício físico, nomeadamente a marcha (30 minutos por dia); ter uma alimentação saudável (que cumpra os princípios da dieta mediterrânica, que é rica em vegetais e fruta); ter uma boa rede social, evitando o isolamento (envolvendo-se em clubes, na paróquia, etc.); e ter um espírito otimista. Com um estilo de vida saudável é possível evitar a maior parte das doenças do coração.
H - E se o indivíduo já tiver a doença instalada, que cuidados deve ter? MC - Se já sofre de uma doença do coração, deve continuar a preocupar-se em ter uma alimentação saudável, baseada na dieta mediterrânica, como já referi, pois é aquela em que há evidência científica de que é a mais saudável; e a continuar com a atividade física, que mesmo para pessoas doentes é fundamental, pois o exercício físico faz bem ao coração. A pessoa deve ainda fazer reabilitação cardíaca, que inclui, por exemplo, um programa de atividade física eficaz e seguro, e que tem como objetivo aumentar a qualidade de vida e reduzir a mortalidade.
H - Mas também é importante controlar os fatores de risco… MC - É fundamental, nomeadamente a hipertensão arterial que, na maior parte das vezes, é silenciosa. Para saber se a pessoa é hipertensa deve ser medida a tensão arterial, sendo que os idosos sofrem, frequentemente, de hipertensão arterial sistólica - em que a tensão arterial “máxima” (sistólica) está elevada, enquanto a “mínima” (diastólica) encontra-se normal. A tensão sistólica é a mais agressiva e, por isso, é muito importante que seja corrigida. Na verdade, em qualquer idade há benefícios, em termos de saúde, em ter a tensão arterial controlada. 8
As doenças do coração podem ser evitadas «através do envelhecimento ativo». Por exemplo, continuar a fazer exercício físico, ter uma alimentação saudável, ter uma boa rede social – evitando o isolamento – e ter um espírito otimista. H - A que sinais o indivíduo e/ou o cuidador devem estar atentos porque são sinónimos de perigo? MC - O aumento do cansaço sem explicação, a confusão mental, vómitos, diarreias, tonturas, falta de ar e até quedas. São sintomas, no fundo, pouco específicos e vagos, mas que, muitas vezes, estão relacionados com as doenças de coração.
H - A idade é sinónima de problemas de coração? MC - Não! Mas ao olhar para a nossa sociedade verificamos que há a prevalência de um estilo de vida errado, ao qual é difícil de fugir, porque a pessoa vai ao restaurante e dão-lhe comida salgada; porque pratica pouco exercício físico; e é fumadora… E tudo isto vai condicionar o aparecimento de fatores de risco, como a hiper-
MC - Até à menopausa, as mulheres, de uma maneira geral, estão protegidas da doença coronária. Acabam por ter as mesmas doenças que os homens, mas dez anos mais tarde. Porém, nota-se que os acidentes vasculares cerebrais (AVC) são mais frequentes nos elementos do sexo feminino, morrendo por ano, em Portugal, mais quatro mil mulheres de AVC do que homens.
H - As doenças cardiovasculares estão a aumentar? MC - Sim, mas porque a população está a envelhecer. Tem havido uma redução dos AVC devido ao tratamento da hipertensão arterial, mas há um aumento do enfarte do miocárdio e da insuficiência cardíaca.
H - O que se pode esperar do futuro relativamente a estas doenças? MC - Se não conseguirmos controlar a hipertensão arterial, a obesidade e a diabetes… Se estas epidemias não forem controladas, vamos ter epidemias de doenças do coração.
Fibrilação auricular A fibrilação auricular é a arritmia cardíaca mantida mais comum, ocorrendo em 1-2% da população geral. «É uma situação relacionada com o envelhecimento», avança Manuel Carrageta, explicando que o problema «é que parte do sangue fica retido nas aurículas e há tendência para formar coágulos». Estes coágulos podem desprender-se e frequentemente deslocam-se até às artérias do pescoço, «o que pode provocar um AVC». De acordo com o presidente da FPC, há uma incidência «de 10% nos indivíduos com mais de 80 anos», ou seja, «por cada dez idosos, há um que sofre de fibrilação auricular».
em foco
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Obesidade infantil Criança obesa + tratamento + família = Família feliz A luta dos pais contra a obesidade do seu filho pode ter um resultado espetacular: uma família com hábitos de vida saudáveis e, em consequência, pessoas mais felizes. O truque é simples. Mais do que dizer à criança “tens de fazer”, é importante dar o exemplo e nunca desistir, mesmo quando os resultados não surgem tão rápido como se ambiciona.
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EM FOCO
Alimentação É importante demonstrar que é divertido comer alimentos saudáveis. Como? - Cozinhar em conjunto, pais e filhos, receitas saudáveis; - Levar a criança às compras e deixá-la escolher a fruta ou os legumes a colocar dentro do saco; - Promover atividades que aliem o exercício físico à alimentação, como por exemplo, criar uma horta ou passar um dia em espaços que permitam à criança ter contacto com o campo, de modo a aprender qual a origem dos alimentos (ex: quintas pedagógicas); - Ter sempre em casa alimentos saudáveis, nomeadamente frutas e vegetais, e incentivar o seu consumo; - Estabelecer rotinas de refeições, como por exemplo, três refeições e dois lanches;
“Na obesidade infantil, o grande objetivo do tratamento não é a perda de peso, mas sim a alteração de hábitos e rotinas ao nível da alimentação, mas também da atividade física e do sono”
“O meu filho é obeso. E agora?” Dê o exemplo! Dê o exemplo, optando por comer legumes em vez de batatas fritas. Dê o exemplo, preferindo um passeio de domingo ao ar livre em vez de uma maratona de televisão ou de jogos de vídeo. Dê o exemplo, privilegiando refeições em família, sem televisão, de modo a transformar a hora da alimentação num momento agradável de convívio. Porque mais do que fazer aquilo que lhes mandam, as crianças imitam comportamentos; quando lhes dá exemplos positivos, não só consegue fazer com que a criança ganhe hábitos de vida saudáveis, mas, no fundo, toda a família. E, no final das contas, estaremos perante uma família mais saudável e mais feliz.
Não desvalorizar nem aceitar Os filhos, por serem nossos, são sempre perfeitos. Daí que, perante comentários que levem a entender que a criança possa sofrer de obesidade, haja uma tendência para desvalorizar, usando frases como “ela sempre foi cheiinha” ou “ele está um bocadinho gordinho, mas é de família” ou ainda “ele até não come muito, mas é a constituição dele”. Ou seja, os pais, por um lado, tendem a desvalorizar a situação e, por outro, assumem que o facto de o filho ser “gordinho” é uma maldição inevitável contra a qual não há nada a fazer. Tanto esta desvalorização do problema como a aceitação de que é uma inevitabilidade são atitudes bastante perigosas para a saúde da criança, visto que os problemas associados à obe-
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- Não ter disponíveis em casa bolos, doces, chocolates, salgadinhos e outros alimentos ricos em açúcar e gordura e de baixo valor nutritivo; - Reduzir o consumo de bebidas açucaradas, tais como refrigerantes, sumos e néctares de fruta e leites aromatizados; - Incentivar o consumo de água; - Evitar que a criança coma entre as refeições e oferecer fruta ou vegetais caso manifeste fome nessas alturas; - Não obrigar a criança a comer alimentos saudáveis que ela se negue a comer, mas mantê-los na alimentação da família, dando o exemplo. É a melhor forma de incentivar a criança a apreciá-los.
sidade, como a tensão alta e a diabetes, podem surgir em idades muito jovens e, para além disso, o risco de a obesidade se manter até à idade adulta é muito elevado. Daí que a nutricionista Rita Parente saliente a necessidade de «os pais monitorizarem o índice de massa corporal (IMC) dos filhos, quer seja numa consulta de rotina, numa farmácia ou mesmo em casa, de forma a certificarem-se de que o peso das crianças se encontra nos parâmetros desejados». Se os miúdos já se encontram com excesso de peso ou já atingiram a obesidade, é urgente «explicar que os filhos se encontram acima do IMC normal e quais as repercussões na saúde, nomeadamente diabetes, colesterol e hipertensão infantil».
Reforço positivo
Mudança de atitude Na obesidade infantil, o grande objetivo do tratamento não é a perda de peso, mas sim a alteração de hábitos e rotinas não só ao nível da alimentação, mas também no que diz respeito à atividade física e ao sono. Pretende-se, assim, que haja uma mudança de atitude, pois só deste modo se garante que, uma vez atingido o IMC ideal, esta não vai ser uma situação temporária, mas constante ao longo da vida. Estando a criança em crescimento, pretende-se que, ao crescer em altura, mantenha o peso ou, pelo menos, este não aumente muito. Desta maneira, orientar aquilo que come é fundamental, devendo consumir um pouco menos de energia, através dos alimentos, do que aquela que gasta com o seu crescimento e metabolismo, assim como com as suas atividades diárias.
a praticar um desporto que seja do seu agrado. É importante não só para aumentar o gasto energético, como também para fomentar a socialização (que nos casos de obesidade fica, por vezes, comprometida)», alerta Rita Parente.
Para além do envolvimento dos pais, outro fator crucial para o sucesso do tratamento é o envolvimento da criança e a sua motivação, sobretudo no caso das mais crescidas, que não estão tão dependentes dos pais e têm já uma palavra a dizer. E como é que isto se consegue? «Através do reforço dos comportamentos positivos como a prática de exercício físico e uma alimentação rica em vegetais», responde Rita Parente. Mas consegue-se, sobretudo, através dos «exemplos dados pelos pais», conclui a nutricionista.
O exercício físico As crianças obesas cansam-se facilmente e, muitas vezes, parecem pouco dotadas para certos desportos. Porém, isto não deve servir de desculpa para não praticarem exercício físico, sendo que o melhor exercício é a atividade física espontânea, ou seja, brincar ativamente: correr, saltar, jogar à bola, etc. Estas atividades espontâneas são meio caminho andado para a criança aprender a gostar de uma vida ativa. No entanto, é preciso assegurar que no seu dia há oportunidades para que isto aconteça:
- Limitar o tempo passado em atividades sedentárias tais como estar no carrinho de passeio ou na cadeira do carro, ver televisão e jogar videojogos;
Contudo, cuidado! Uma vez que o crescimento favorece a adequação do peso, pode ser criada a ilusão de que o problema está resolvido, quando a obesidade é crónica, exigindo um controlo durante toda a vida. É, igualmente, fundamental ter consciência de que o tratamento da obesidade infantil é um processo lento, de modo a evitar a desmotivação e, consequentemente, a desistência perante resultados demorados. O tratamento pode durar um ou mais anos.
- Incentivar brincadeiras ativas, disponibilizando espaços seguros, brinquedos e oportunidades para brincar dentro e fora de casa;
Ajuda profissional
O sono
Esta caminhada, porém, não deve ser feita sozinha pela criança e pelos pais. Depois de constatarem que a criança sofre de obesidade, deve-se procurar ajuda de um profissional. O tratamento da obesidade infantil nunca deve ser iniciado, nem continuado, sem a devida avaliação e acompanhamento. Neste sentido, os pais devem recorrer ao médico ou a «um nutricionista qualificado, de modo a formular um plano alimentar equilibrado, variado e saboroso, fornecendo exemplos de uma alimentação que seja fácil de colocar em prática, oferecendo alternativas saudáveis aos alimentos de que as crianças mais gostam, assim como incentivá-las
Existe uma relação entre o número de horas que a criança dorme e o risco de desenvolver obesidade. Como parte do tratamento da obesidade, é importante assegurar que a criança durma de forma adequada ao seu desenvolvimento. Neste sentido, as horas de sono recomendadas para crianças dos 0 aos 5 anos são:
- Ir a pé para a escola, subir as escadas, ajudar nas tarefas de casa; - Promover momentos agradáveis de brincadeiras e atividade física em família, dentro e fora de casa, como passeios a pé ou de bicicleta, passear o cão, etc.; - Levar a criança a conhecer e, caso deseje, praticar alguma atividade física estruturada: natação, dança, ginástica, futebol, entre outras.
- Menos de 3 meses: 10,5 a 18 horas por dia; - Entre os 3 e os 12 meses: 9 a 12 horas durante a noite; 1 a 4 sestas de 30 minutos a 2 horas durante o dia; - Entre 1 e 3 anos: 10 a 12 horas durante a noite; 1 a 2 horas durante o dia; - Dos 3 aos 5 anos: 11 a 13 horas durante a noite. Pode dormir sesta ou não.
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Um espaço inovador Entrar numa Farmácia Holon significa dar início a uma experiência de compra totalmente diferenciada, inovadora e sofisticada. Pensadas
Um Dia Todas Serão Assim
ao pormenor, as Farmácias Holon foram desenhadas com o objetivo de proporcionar aos clientes uma circulação simultaneamente autónoma e orientada pela loja.
As Farmácias Holon promovem a utilização do espaço numa atitude livre, onde se consulta com acompanhamento, onde se procura com ajuda, onde se atende com dedicação
Oferecer ao cliente um serviço integrado de valor acrescentado, que se sustenta, em primeira instância, na prestação de um atendimento de excelência, tem sido sempre o objetivo primordial do projeto Farmácias Holon. Neste sentido, e com vista à obtenção deste propósito, investiu-se na construção de um modelo de farmácia diferenciador, facilmente identificável, com foco na constante melhoria do serviço prestado. Foram assim introduzidos espaços outrora inexistentes nas farmácias, reorganizado o espaço de atendimento, repensado todo o conceito de circulação e atendimento numa farmácia.
Áreas distintas, atendimentos diferenciados Nas Farmácias Holon encontramos espaços de atendimento individualizados, pequenos recantos pensados à dimensão do utente com o objetivo de o servir exclusiva e privadamente. O cliente tem, desta forma, a possibilidade de optar por se 14
sentar comodamente e receber o aconselhamento personalizado e especializado da equipa de profissionais das Farmácias Holon. Por outro lado, não são descurados os clientes com um estilo de vida mais apressado, existindo, para esses casos, o atendimento “expresso”, que possibilita maior celeridade, evitando gastos de tempo desnecessários. Sempre que se justifique, o aconselhamento poderá ainda ser realizado na privacidade do gabinete. É também nestes locais que são prestados os diferentes serviços que a farmácia disponibiliza aos seus clientes, com o objetivo de melhor servir a comunidade.
Segmentação e acompanhamento As Farmácias Holon promovem a utilização do espaço numa atitude livre, onde se consulta com acompanhamento, onde se procura com ajuda,
onde se atende com dedicação. Tudo isto no seu tempo, através de áreas definidas e identificadas mediante um sistema de segmentação estudado para melhor servir o utente. Através desta segmentação do espaço e dos próprios produtos por categorias e subcategorias, o cliente consegue facilmente encontrar o que procura. As Farmácias Holon foram arquitetadas com vista a proporcionar ao cliente a possibilidade de percorrer os vários setores da farmácia, inteirar-se das novidades, recorrendo ao balcão apenas para realizar o pagamento. A somar a estes aspetos, realça-se a disposição dos materiais, as cores predominantes e os espaços amplos que fazem transparecer a seriedade e profissionalismo do serviço prestado nestes locais privilegiados de saúde. Nas Farmácias Holon vamos ao encontro do utente, dedicamos-lhe tempo, aconselhamos.
Um Dia Todas Serão Assim
CALENDÁRIO
Maio Rastreios Avaliação do Risco Cardiovascular Caminhadas Holon Projeto Escola A escola, o sol e a alimentação
Junho Caminhadas Holon Projeto Escola A escola e o tabagismo
Um Dia Todas Serão Assim
AÇÕES FARMÁCIAS
Rastreios de podologia Desde dezembro que as Farmácias Holon têm promovido rastreios podológicos gratuitos, direcionados em particular para a patologia onicomicótica (micoses nas unhas). Estas ações já envolveram 149 utentes, tendo aproximadamente 50% dos mesmos sido encaminhados para o Serviço de Podologia.
Alimentação: verdades e mitos A Farmácia Holon Morais Soares (Lisboa) realizou, em parceria com a Junta de Freguesia de Arroios, uma sessão de esclarecimento com o objetivo de desmistificar os mitos mais recorrentes referentes ao tema “Alimentação”. A ação decorreu no dia 13 de maio e contou com a participação de uma plateia bastante interventiva, composta por 36 pessoas.
Pirilampo Mágico:
Cancro do intestino:
Farmácias Holon solidárias
rastreios gratuitos
As Farmácias Holon voltaram a associar-se à luta solidária que a FENACERCI e as suas associadas mantêm em prol da defesa dos direitos da população com deficiência intelectual e multideficiência.
Durante o mês de março, as Farmácias Holon, em parceria com a Europacolon e os Laboratórios BMAC do Grupo Base, promoveram a realização de rastreios gratuitos ao cancro colorretal, através da pesquisa de sangue oculto nas fezes.
Este apoio reflete-se, uma vez mais, na venda do famoso Pirilampo Mágico em todas as Farmácias Holon, de norte a sul do país.
Semana da saúde
Esta ação revelou-se um verdadeiro sucesso, tendo envolvido 1.085 utentes de 93 Farmácias Holon participantes. Do total de amostras analisadas, 5,8% obtiveram um resultado positivo, tendo estes utentes sido encaminhados para o médico.
De 7 a 10 de abril, a Farmácia Holon Bplanet associou-se à iniciativa do Retail Park do Barreiro, Bplanet, de promover uma semana dedicada à saúde. A ação consistiu na promoção de rastreios cardiovasculares, de nutrição, podologia, dermofarmácia. No total, foram realizados 24 rastreios.
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Um Dia Todas Serão Assim
Farmácia Quinta da Igreja Localizada na vila de Fânzeres, concelho de Gondomar (Porto), a Farmácia Quinta da Igreja abre portas em 2011, com a clara missão de marcar a diferença na comunidade em que se insere, contribuindo diariamente para o bem-estar da população envolvente. necessidades dos utentes, entre outros. Estes padrões de exigência elevados, que obrigam a uma constante atualização por parte de toda a equipa dos conhecimentos enquanto profissionais de saúde, têm, porém, o seu retorno. Este reflete-se no reconhecimento do cliente, que percebe a diferença no atendimento e a qualidade do serviço prestado. Além disso, a empatia criada entre a equipa e os clientes fazem com que estes considerem a Farmácia Quinta da Igreja como «a sua farmácia», garante a responsável. A crença no modelo Holon faz com que as ambições da Farmácia Quinta da Igreja sejam ousadas, sem, contudo, deixarem de ser realistas. «Acreditamos que vamos ter uma afirmação crescente na sociedade, sendo reconhecidos não apenas como especialistas do medicamento, mas também como agentes promotores da saúde pública», assegura a farmacêutica.
«Acreditamos que vamos ter uma afirmação crescente na sociedade, sendo reconhecidos não apenas como especialistas do medicamento, mas também como agentes promotores da saúde pública», assegura a diretora técnica da Farmácia Quinta da Igreja 16
«Antes de ser farmácia, já era Holon». É desta forma que Rosa Maria Sousa, proprietária e diretora técnica da Farmácia Quinta da Igreja, define o nível de comprometimento com o projeto Farmácias Holon e com o modelo de farmácia por este preconizado, garantindo que todo o trabalho árduo investido na melhoria do atendimento ao cliente se tem vindo a refletir na evolução positiva que a farmácia tem sofrido. E se é verdade que o desempenho de uma equipa reflete o foco e a estratégia do seu líder, a Farmácia Quinta da Igreja não é exceção. Após a adaptação inicial ao conceito Holon, a jovem e dinâmica equipa liderada por Rosa Sousa respondeu positivamente ao desafio, apesar de o nível de exigência ser consideravelmente superior nas várias áreas de atuação, nomeadamente no que diz respeito ao conhecimento dos produtos, protocolos de aconselhamento, resposta às
Para alcançar este objetivo, a equipa da farmácia tem vindo a trabalhar afincadamente no sentido de se aproximar da comunidade. Sendo certo que a intervenção farmacêutica passa, cada vez mais, por uma articulação com a sociedade que extravasa as paredes da farmácia, o foco desta equipa tem passado por promover e dinamizar projetos com valor acrescentado para o consumidor. Exemplo disso são os rastreios gratuitos de hipertensão arterial, de avaliação do risco cardiovascular, de leitura informada de rótulos nutricionais, entre muitos outros. Estas ações têm como objetivo cultivar a responsabilização e uma cultura de prevenção no que diz respeito aos cuidados de saúde. Este é um dos fatores chave que acaba por fomentar a fidelização do cliente à farmácia e contribuem para que este se torne «o seu espaço de saúde de eleição», remata a Rosa Sousa.
Diabetes gestacional A diabetes que surge na gravidez A diabetes gestacional surge em grávidas que não eram diabéticas antes da gravidez e, habitualmente, desaparece
cuidamos de si
quando o bebé nasce. No entanto, estudos mostram que quase metade destas mulheres pode vir a sofrer, no futuro, de diabetes tipo 2, caso não sejam tomadas medidas de prevenção.
A diabetes é uma doença resultante da deficiente capacidade do organismo em utilizar a nossa principal fonte de energia, a glicose, sendo a insulina a hormona transportadora da glucose da circulação sanguínea para dentro das células. A diabetes gestacional ocorre em cerca de 1 em cada 20 grávidas em consequência das hormonas produzidas neste período tornarem o organismo mais resistente aos efeitos da insulina. Estas hormonas, embora essenciais para uma gravidez e um feto saudáveis, bloqueiam parcialmente a ação da insulina. Na maior parte das mulheres, o pâncreas reage a esta situação produzindo uma quantidade suplementar de insulina, suficiente para ultrapas-
sar a resistência a esta hormona. Porém, nas mulheres com diabetes gestacional, não é produzida insulina suficiente, pelo que a glicose se acumula na circulação sanguínea, surgindo a diabetes.
- Perda de peso apesar do aumento do apetite; - Fadiga/cansaço; - Náuseas ou vómitos;
Manifestação clínica Algumas grávidas com diabetes gestacional podem apresentar os seguintes sinais/sintomas: - Sede constante; - Micções mais frequentes;
- Infeções fúngicas; - Visão turva. Mesmo que exista a presença de algum destes sinais/sintomas, o que não é habitual, isso não indica que a grávida possua diabetes gestacional. É necessária a realização de exames complementares.
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Diagnóstico Numa gravidez normal, o feto em desenvolvimento absorve alguma da glicose do sangue da mãe, o que faz com que a glicemia da grávida baixe em cerca de 20%. Para diagnosticar a diabetes gestacional na sua forma mais precoce deve-se realizar o rastreio entre as 24 e as 28 semanas de gravidez. A grávida realiza uma análise ao sangue em jejum e, de seguida, ingere 50gr de glicose em 2dl de água, repetindo a análise posteriormente. Caso este rastreio seja positivo, procede-se a uma análise mais precisa: a PTGO (Prova de Tolerância Glicose Oral). O ideal seria a realização deste teste na consulta pré-natal em todas as mulheres que apresentem fatores de risco elevados de diabetes, designadamente: - Excesso de peso (IMC ≥ 30 Kg/m2); - Diabetes em familiares de 1º grau; - Tiveram um bebé com mais de 4,1 Kg; - Idade ≥ 35 anos; - Multiparidade (4 ou mais partos); - Antecedentes de diabetes gestacional.
Tratamento As grávidas com diabetes gestacional podem conseguir o controlo dos níveis de glicose dentro dos parâmetros normais através do controlo da sua dieta e de exercício físico. É aconselhável o acompanhamento por um nutricionista de forma a estabelecer um plano dietético adaptado a cada grávida, bem como uma monitorização regular da glicemia. Caso a dieta não permita o controlo adequado da glicose, será necessária a prescrição de insulina. A medicação oral para redução dos níveis de glucose não está aprovada, dados os possíveis efeitos adversos para o feto.
Complicações Ao contrário da diabetes tipo 1, a diabetes gestacional raramente causa malformações congénitas graves. No entanto, na diabetes gestacional, são vulgares os bebés com mais de 4 kg à nascença, como consequência de uma exposição ao excesso de glicose. O parto propriamente dito pode ser mais difícil e a necessidade de um parto por cesariana torna-se frequente. Depois do parto, o pâncreas do feto, habituado a produzir uma grande quantidade de insulina por dia, demora algum tempo a ajustar-se. Se o bebé 18
produzir uma quantidade excessiva de insulina durante as primeiras horas depois do parto, podem ocorrer temporariamente níveis baixos de açúcar, pelo que é necessária a avaliação da glicose da criança. As infeções das vias urinárias são mais frequentes nas grávidas com diabetes gestacional, pois as bactérias desenvolvem-se mais facilmente quando o nível de glicemia é mais elevado.
Prevenção Sabemos que, em grande parte dos casos, a diabetes gestacional não pode ser prevenida. Porém, um controlo do peso antes da gravidez pode reduzir o seu risco. Quando instalada, as complicações da diabetes gestacional podem ser prevenidas pelo controlo rigoroso dos níveis de glicemia (dieta e exercício físico moderado) e pela vigilância de um obstetra durante a gestação. Em relação à alimentação, desaconselha-se uma dieta com um teor muito baixo em calorias, devido à necessidade de uma nutrição adequada.
Após a gravidez, a mulher pode reduzir o risco de desenvolver diabetes tipo 2 através da manutenção de uma alimentação cuidada e prática de exercício físico de forma regular. Bibliografia: Diabetes Tipo 2 – Um Guia de Apoio e Orientação – Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal, Lidel, Lisboa, 2009; Circular NormativaDiabetes e Gravidez Nº: 8 de 4/11/98, Direção Geral de Saúde.
CUIDAMOS DE SI
Peles sensíveis: principais cuidados
A primavera é tida como a época mais bonita do ano e tal deve-se, especialmente, ao desabrochar das flores. No entanto, a chegada da estação pode trazer problemas nada agradáveis para a pele, como alergias, prurido (comichão) e manchas, além de deixá-la bastante mais sensível, devido às oscilações comuns de temperatura.
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A chegada da primavera é caracterizada por fatores que podem alterar a qualidade da pele. O aumento gradual da temperatura e da humidade do ar podem provocar desidratação e o aumento da exposição solar requer cuidados redobrados. Também a exposição constante a alérgenos (pólen das flores, entre outros) é comum nesta época, o que pode provocar reações de hipersensibilidade e alergia.
quantidade de água necessária para que o corpo se mantenha naturalmente hidratado.
A pele sensível
Um dos principais problemas é o aumento de radiação solar que, com a falta de cuidados de proteção, pode resultar em manchas, rugas precoces, hipersensibilidade e, com maior gravidade, em melanoma (forma de cancro de pele mais agressiva). A população, em geral, não está familiarizada com o uso de protetor solar durante o inverno e, com o aparecimento dos primeiros raios de sol, demora a perceber que é necessário introduzir e intensificar o uso destes produtos.
A pele sensível e intolerante é hiper-reativa, por isso, reage mais do que a pele considerada normal. É uma pele que normalmente apresenta sensações de rubor e vermelhidão difusa ou localizada. A presença de vermelhidão e as sensações de desconforto parecem ter origem numa reação exacerbada a estímulos de diferentes tipos, que normalmente não deveriam causar nenhuma irritação: físicos (raios UV, calor, frio, vento, outros), químicos (cosméticos, sabões, água, poluição, outros), psicológicos (stress, emoções, outros) e hormonais (ciclo menstrual, outros).
A constante variação térmica também representa um perigo, pois desequilibra a retenção da
As peles sensíveis e intolerantes reagem, assim, a estímulos que não têm efeito em outros tipos de
pele. Esta hipersensibilidade é um resultado da redução no limite de tolerância da pele. As epidermes sensíveis e intolerantes sofrem demasiados danos na barreira de proteção. Este fenómeno leva a que a pele desidrate, para além de permitir a penetração de agentes irritantes responsáveis pela diminuição do limite de tolerância e subsequente sensibilidade exacerbada. As pessoas que normalmente já sofrem de problemas como asma e rinite alérgica costumam ter uma maior predisposição para pele sensível e alérgica; na primavera este problema agrava-se. Com este tipo de pele é necessário, neste período do ano, um cuidado redobrado. O uso de produtos para pele sensível é imprescindível, bem como o uso de um protetor de fator elevado; a sua limpeza é também essencial para limitar a presença de alérgenos do ar e poluição.
Conselhos e produtos a utilizar:
- Evite operações dermatológicas (peeling de rosto, dermabrasões, abrasões a laser, outros) e operações particularmente cirúrgicas (lifting facial, outros);
- Lave o rosto com um produto de higiene de alta tolerância, reconfortante, que não contenha perfume nem conservantes e sem adição de surfatantes;
- Permaneça vigilante. Limite a sua exposição ao sol ou frio e o consumo de líquidos quentes;
- Seque o rosto com muito cuidado;
- Tenha também cuidado com certos medicamentos, alguns tendem a sensibilizar a pele, pergunte ao seu médico ou farmacêutico;
- Uma ou duas vezes por dia, aplique suavemente um produto de alta tolerância para cuidado da pele (sem perfume, conservantes ou adição de surfatantes) para combater a reação inflamatória;
- Evite o uso de esfoliantes. A ação destes produtos é mecânica e tende a agredir a pele sensível;
- Uma a duas vezes por semana, aplique suavemente um produto de hidratação intensiva (máscara);
- Use e abuse de água termal: com as suas propriedades refrescantes, calmantes e anti-inflamatórias ajudam a acalmar a pele irritada; - Evite o uso de tónicos adstringentes;
- Evite a aplicação de produtos antienvelhecimento pois os ingredientes ativos que geralmente contêm (ácidos de frutas, vitamina A, retinol) podem causar irritação;
- Não limpe ou desmaquilhe a pele com toalhitas pois contêm conservantes que podem irritar a pele.
Passo-a-passo Pela manhã - A dica é hidratar bem a pele para suportar as ações externas sem ficar ainda mais sensível ao longo do dia. - Limpe a pele com um fluido de limpeza de alta tolerância; - Aplique um hidratante para o rosto; - Aplique um protetor solar de fórmula leve. Se a pele for mesmo intolerante, o melhor é usar um protetor mineral.
Durante o dia - Evite o contacto entre as mãos e o rosto. As mãos são a maior fonte de contaminação. Se tiver prurido (comichão) evite também o ato de coçar pois agrava a irritação da pele; - Aplique borrifos de água termal no rosto: ajudam a aliviar vermelhidões e coceiras nas peles sensíveis; - Deixe secar naturalmente; - Reaplique o seu protetor solar.
Antes de dormir - Limpe a pele com uma loção ou fluido de limpeza; - Passe um hidratante à base de água, que hidrata a pele sem a deixar oleosa; - Caso tenha algum produto de tratamento para descamações ou outros problemas, esta é a melhor altura para aplicá-lo e deixá-lo atuar durante o sono. 22
Bebé e mamÃ
Pós-parto Adaptação a uma nova realidade Depois do parto, a mãe começa a sentir um forte desejo de voltar à “normalidade”, quer física quer emocional. Mas não é tarefa fácil. O segredo para ultrapassar esta fase de forma mais tranquila: doses extra de paciência e nunca cruzar os braços. Se não conseguir sozinha, procure ajuda. As primeiras semanas depois de dar à luz não são fáceis para a mãe: o cansaço, o desconforto físico, a adaptação ao bebé, as dúvidas e inseguranças… São muitas as mudanças que se produzem de repente, quer físicas quer emocionais. E é natural que a mulher, principalmente se falarmos num primeiro filho, se sinta um pouco perdida entre a felicidade da chegada do bebé e a angústia perante as dúvidas e dificuldades que possam surgir. 31
tendência para chorar com facilidade e uma frequente sensação contraditória de perda que contrasta com a realização própria da gravidez e a alegria pelo nascimento do novo ser. Isto acontece sobretudo quando se trata do primeiro filho, mas não só. Estas manifestações não devem causar inquietação, pois o estado melancólico é um problema muito comum e o melhor que a mulher deve fazer é partilhar os seus sentimentos com o companheiro, familiares, amigos e médico.
«O pós-parto é um período de recuperação física e de adaptação ao seu novo papel de mãe», explica Paula Pereira, enfermeira especialista em Saúde Materna e Obstétrica e Conselheira Aleitamento Materno OMS/Unicef, adiantando que as principais preocupações das mulheres nesta fase estão relacionadas com «a fisiologia do puerpério, dificuldades psicossociais e dificuldades relacionadas com o cuidar do bebé (informação contraditória de família e amigos, confronto com o seu novo papel associado a algumas limitações físicas)». Neste período, «a mulher questiona-se muitas vezes sobre a sua capacidade em conseguir cumprir com as suas obrigações (amamentar, perceber o choro do bebé e dar resposta às suas necessidades de forma eficaz). É um período de insegurança e ambivalência, mas riquíssimo em aprendizagem. Os pais e o filho estão a conhecer-se e devem aproveitar todos os momentos como oportunidades», conclui a enfermeira especialista.
Melancolia ou depressão pós-parto? Estima-se que a grande maioria das novas mães passem por uma forte melancolia após o parto, conhecida como ”baby blues”. Este estado melancólico, que afeta uma grande percentagem de mulheres, e que não deve ser confundido com a denominada depressão pós-parto, caracteriza-se por bruscas alterações de humor, sensação de vulnerabilidade, 32
Este estado melancólico costuma desaparecer de forma espontânea ao fim de alguns dias ou poucas semanas, sobretudo quando se conta com o apoio eficaz da família e amigos. No entanto, caso seja demasiado intenso ou persistente, a mulher deve consultar o seu médico, pois pode estar perante um caso de depressão, que necessita ser tratada. Calcula-se que cerca de 10% das mães seja afetada por uma depressão pós-parto, sendo necessário um tratamento antidepressivo complementado com a adequada psicoterapia.
Como sobreviver aos primeiros meses? Paula Pereira acredita que é fundamental uma preparação para o parto, pois «vai munir o casal de estratégias facilitadoras para dar resposta às primeiras dificuldades». É também importante: - Aprender a observar o bebé e perceber tudo aquilo que ele quer transmitir. Para isso, é necessário aproveitar todos os momentos de contacto e estar atento aos pormenores. - Descontrair e perceber que somos capazes e que as dificuldades servem para crescermos como pessoas e como mães. Acreditar em si e ter a ajuda do pai para que juntos vivam o momento com prazer, fazendo assim com que a criança cresça tranquila e feliz.
Peça ajuda! Ninguém nasce ensinado. A mulher deve ter períodos de repouso para recuperar o excesso de solicitações exigidas pelo bebé e deve começar a recuperação pós-parto três a quatro semanas depois de parir. Esta recuperação pode ser feita com a ajuda de profissionais habilitados para o efeito e partilhada com outras mulheres, tendo assim a «oportunidade de compartilhar as suas angústias com outras pessoas nas mesmas situações e receber orientações de ajuda para ultrapassar essas dificuldades, assim como iniciar exercícios físicos adaptados à sua situação», afirma Paula Pereira. Estes exercícios de recuperação muscular têm em atenção a tonificação do períneo e soalho pélvico, assim como os músculos abdominal e peitoral. Muitas das inquietações do pós-parto decorrem das alterações ocorridas ainda durante gravidez. A enfermeira especialista em Saúde Materna e Obstétrica e Conselheira Aleitamento Materno OMS/Unicef afirma que «a gravidez acarreta uma série de mudanças para o corpo que se manifestam por desconfortos físicos e psicológicos, logo desde o início da gestação». Assim, e para que os primeiros meses em casa possam ser vividos de forma serena e confiante, é fundamental que a mulher se prepare para esta nova etapa da sua vida, aprenda estratégias para minimizar os incómodos e arranje mecanismos para lidar positivamente com os efeitos da gravidez.
Recuperar a silhueta perdida A prática de exercício físico deve fazer parte do seu dia-a-dia. Para além das caminhadas ou passeios com o bebé, é conveniente realizar ginástica pós-parto, na qual os exercícios são introduzidos gradativamente. Amamentar também contribui para recuperar a forma mais rapidamente. Além de benéfica para o bebé, a amamentação ajuda a mãe a recuperar o seu peso mais rapidamente pois exige uma perda calórica significativa que pode favorecer o emagrecimento. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a prática da amamentação exclusiva durante seis meses contribui para uma perda de peso mais rápida e saudável.
Infertilidade Uma caminhada a dois A incapacidade de conceber um bebé é um problema que atinge 10% a 15% dos casais em idade fértil em Portugal. O tema é muitas
dia a dia
Engravidar nem sempre é tão simples quanto se espera. A infertilidade pode ser definida, segundo a Organização Mundial de Saúde, como «a incapacidade de um casal para alcançar a conceção ou levar uma conceção a termo após um ano ou mais de relações sexuais regulares, sem proteção contracetiva». Se tem menos de 30 anos e está a tentar 34
vezes tabu e acaba por ser vivido de forma solitária entre o casal. Saiba que há instituições e médicos que o podem ajudar.
engravidar há mais de um, talvez esteja na hora de consultar o médico e investigar as causas do seu insucesso. «Ao fim de 12 meses de tentativas sem sucesso procurem logo ajuda médica e, se o diagnóstico for de infertilidade, procurem ajuda na Associação (Associação Portuguesa de Fertilidade), falem com pessoas que os entendam, mas não se isolem do resto do mundo. A infertilidade é uma doença e quanto mais
cedo for diagnosticada mais fácil é de tratar», aconselha Elsa Ferreira, que passou por uma situação de infertilidade. O diagnóstico pode ser considerado em várias etapas. A primeira centra-se na história clínica do homem e da mulher, que muitas vezes «é suficiente para estabelecer um diagnóstico presuntivo», explica José Luís Metello, ginecologis-
março de 2001 e um ano depois começaram a pensar ter filhos. «A gravidez não vinha e em 2004 marquei uma consulta de infertilidade numa clínica», conta Elsa Ferreira. «Após a consulta fizemos vários exames. Tirando a histerossalpingografia, que indicava alguma obstrução, não havia causa aparente para não conseguir engravidar», adianta. Deram então início a uma verdadeira odisseia. Depois de vários tratamentos, momentos de esperança e fracassos sucessivos, à terceira fertilização in vitro (FIV) foi de vez. No dia 24 de março de 2009, dia do aniversário do seu casamento, o casal recebeu a notícia que mudou as suas vidas: Elsa estava grávida… de gémeos. Entre esperança e medo, entre sorrisos e lágrimas, o casal tinha finalmente conseguido alcançar a gravidez tão desejada ao longo de sete anos. Sete anos de uma caminhada a dois: «tive sempre o apoio do meu marido e só assim se caminha, a nossa relação continuou forte e unida, mas não é fácil», conclui Elsa.
ta/obstetra do CIRMA - Centro de Infertilidade e Procriação Medicamente Assistida do Hospital Garcia de Orta. De acordo com o médico, «após esta etapa podem ser realizados alguns exames, que globalmente incluem uma análise ao sémen, algumas análises hormonais e uma ecografia pélvica. Frequentemente é ainda realizada uma histerossalpingografia, para avaliar a permeabilidade das trompas».
Prevenir e tratar São várias as situações que impedem que se inicie uma gravidez ou que ela não se desenvolva até ao final. Dependendo da causa, são várias as formas de terapia ao alcance do casal. «Além dos tratamentos médicos, recorrendo a algum tipo de medicação, podem ser necessárias cirurgias para corrigir problemas do útero, trompas e situações de endometriose. Por vezes é necessário recorrer a técnicas mais complexas, como são os casos de inseminação intrauterina ou da fertilização in vitro», explica José Luís Metello. Não há uma forma eficaz de prevenir a 100% a infertilidade, mas há alguns aspetos que devem ser considerados, nomeadamente, a idade da mulher. «O adiamento da gravidez está associado a um aumento da dificuldade em engravidar», explica José Luís Metello, acrescentando que «medidas que combatam o excesso de peso, tabaco e álcool também poderão ajudar» a diminuir a possibilidade de infertilidade. Outro
fator importante são as infeções de transmissão sexual, sendo por isso aconselhado o uso do preservativo.
“O que não nos mata, torna-nos mais fortes” A infertilidade é uma realidade que provoca mudanças significativas no relacionamento do casal. De acordo com a Associação Portuguesa de Fertilidade (APFertilidade), em Portugal estima-se que existam cerca de 400 mil casais inférteis. «Quando o apoio é mútuo conduz a uma maior partilha e intimidade, pode fortalecer os laços entre os parceiros, mas quando os tratamentos se repetem e se prolongam por muito tempo, pode também provocar sentimentos de culpa, de ressentimento e de rutura no seio do casal», esclarece Cláudia Vieira. A presidente da APFertilidade acrescenta ainda que «saber que se sofre de infertilidade constitui um choque e pode causar um sofrimento muito profundo no casal, obrigando-o a repensar alguns aspetos da vida em comum». Por todos estes motivos, é essencial que o casal não se feche sobre si mesmo. Elsa e Rogério são pais de Rita e Joana, de quatro anos. São também protagonistas de uma história cheia de peripécias com final feliz.
Os principais responsáveis As causas da infertilidade distribuem-se de forma semelhante entre os dois membros do casal. «Cerca de 30% devem-se a causas masculinas e 30% a causas femininas. Entre 15 e 30% são mistos e em 10% dos casos não se encontra causa aparente», revela José Luís Metello. Nos homens, o fator mais comum é a alteração do sémen, diminuição do número de espermatozoides, falta de mobilidade, configuração anormal ou total ausência destes. No caso das mulheres, as situações mais comuns são: falência da ovulação, obstrução das trompas, doenças do útero, endometriose e abortos de repetição.
Procure Apoio! Para ajudar os casais a enfrentar o problema da infertilidade existe a Associação Portuguesa de Fertilidade (APFertilidade). Criada em 2006, a APFertilidade surgiu como consequência de um movimento cívico protagonizado por pessoas com problemas de fertilidade e pretende apoiar e promover a assistência médica e psicológica de todos os que se debatam com idêntica situação em Portugal. Contactos: www.apfertilidade.org | 229 350 845 | 966 141 251.
A assistente técnica e o gestor casaram em 35
Hipertensão Arterial Não ignore o tratamento! De acordo com a Fundação Portuguesa de Cardiologia, em Portugal, em 2012, ocorreram cerca de 23 mil mortes devidas
cuide aqui da sua saúde
a doenças cardiovasculares, das quais 16 mil por acidente vascular cerebral (AVC) e cerca de 7 mil por enfarte agudo do miocárdio (vulgo “ataque cardíaco”).
O AVC continua a ser a principal causa de morte no nosso país, associado, entre outros, à elevada prevalência da hipertensão arterial não controlada. Segundo os dados do estudo “Prevalência da Hipertensão Arterial e do Consumo de Sal em Portugal”, publicados pela Sociedade Portuguesa de Hipertensão, em março de 2013, a prevalência desta doença em Portugal é de 42,2%, ou seja, cerca de 3,5 milhões de portugueses são hipertensos. A pressão arterial, vulgarmente designada por “tensão”, diz respeito à pressão que o sangue exerce na parede das artérias por onde circula, ficando estas sobre tensão, distendidas pela pressão do sangue. Fala-se em pressão arterial “máxima e mínima” (ou “sistólica e diastólica”) referindo-se ao valor máximo alcançado com a contração do coração (sístole), quando bombeia o sangue, e ao valor mínimo quando o coração a seguir se distende e relaxa (diástole). A pressão arterial ótima corresponde a valores de “máxima” abaixo dos 120 mmHg e de “mínima” abaixo dos 80 mmHg. A hipertensão surge quando estes valores se encontram, de forma persistente, acima dos 140 mmHg de “máxima” e de 90 mmHg de “mínima”. Quer isto dizer que não basta um único valor aumentado para diagnosticar a hipertensão arterial.
Hipertensão: não se sente, mede-se! A hipertensão arterial caracteriza-se, na maioria dos casos, por não ter sintomas associados, ou seja, a pressão pode estar alta sem se sentir nada, e por outro lado, pode-se estar nervoso, “sob tensão”, e ter a pressão arterial normal. Se não se vigiarem os valores de pressão arterial, estes podem estar elevados, progredindo silenciosamente, com consequências graves, nomeadamente com o surgimento de doenças cardiovasculares, anteriormente referidas. É, por isso, muito importante medir periodicamente a pressão arterial, em particular, e 37
“Em todas as Farmácias Holon está disponível o serviço CheckSaúde que, entre outros, lhe permite medir os seus valores de pressão arterial e receber aconselhamento especializado.”
com maior frequência, se se for hipertenso, “pré-hipertenso” (valores próximos dos limites considerados normais), ou ainda se se tiver, porventura, familiares com hipertensão ou com diabetes, sobretudo se sofrem ou sofreram precocemente de doença vascular cerebral ou de doença das artérias coronárias (angina de peito, enfarte do miocárdio ou morte súbita). Para os restantes indivíduos, é importante medir a pressão arterial pelo menos uma vez ao ano. Associada à medição dos valores, deve estar sempre o registo dos mesmos. Só assim o médico poderá avaliar o seu estado de saúde e efetuar os ajustes necessários ao tratamento. Em todas as Farmácias Holon está disponível o serviço CheckSaúde que, entre outros, lhe permite medir os seus valores de pressão arterial e receber aconselhamento especializado. Para além disso, o seu farmacêutico poderá ajudá-lo na manutenção atualizada dos registos dos valores dos seus parâmetros e ainda na comunicação com o seu médico.
Crónica, mas controlável Apesar de ser uma doença crónica, ou seja, sem cura, existem diversas formas de controlar a pressão arterial elevada. Em caso de diagnóstico de hipertensão arterial, o médico irá prescrever os medicamentos mais adequados ao seu 38
tratamento. Ao mesmo tempo, há que adotar cuidados que se enquadram num estilo de vida saudável, nomeadamente, uma alimentação equilibrada, reduzindo a ingestão de sal bem como de gorduras e açúcares, praticar exercício físico regular, evitar o consumo de tabaco e bebidas alcoólicas em excesso. Relativamente ao consumo de sal, com grande impacto nos valores de pressão arterial, em Portugal já existe legislação que estabelece normas com vista à redução do teor de sal no pão, bem como informação na rotulagem dos alimentos embalados destinados a consumo humano. Ainda assim, muito há a fazer. Estima-se que os portugueses consumam, em média, 10,7 g de sal por dia, valor muito longe do recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) de 5 g/dia (para adultos). De acordo com o mesmo estudo da Sociedade Portuguesa de Hipertensão, anteriormente referido, apesar de cerca de 75% dos hipertensos se encontrarem a tomar medicamentos, menos de metade (42,6%) tem os valores da sua pressão arterial controlados. Entre outros fatores que justificam estes dados, como a alimentação desequilibrada e o sedentarismo, há um que se destaca entre os hipertensos a tomar medicamentos: a falta de adesão ao tratamento. Este não é só um problema de cada um, mas também um problema de saúde pública. Não cumprir a prescrição médica não só tem
implicações no estado de saúde individual como também nos recursos de saúde do país, uma vez que as complicações desta doença acarretam custos sociais e económicos muito elevados.
O que motiva a não adesão ao tratamento? Há a considerar razões associadas à doença em si e ao tratamento. Em relação às primeiras, destaca-se o facto de a hipertensão ser considerada uma “assassina silenciosa”. Ou seja, uma vez que não dá sintomas ou apenas provoca sintomas pouco específicos, geralmente em casos mais graves, não sendo o tratamento considerado como “necessário” pelo doente, este acaba por não o iniciar ou por o abandonar. Noutros casos, após alcançado o controlo dos valores de pressão arterial, o doente considera que os medicamentos já não são necessários, o que não corresponde, de todo, à verdade. Em relação ao tratamento, podemos justificar a não adesão ao mesmo com razões de natureza intencional e não intencional. O esquecimento e a dificuldade em cumprir regimes terapêuticos com diversas tomas diárias são as principais justificações apontadas para a não adesão não intencional ao tratamento. Já de forma intencional, muitas vezes, os doentes deixam de tomar
“Os hábitos alimentares são muito importantes no controlo da hipertensão arterial, nomeadamente a redução do sal e a introdução de legumes, vegetais e saladas, ricos em fibra.”
Todas as complicações da hipertensão podem ser melhoradas ou mesmo evitadas com um tratamento adequado. Não se esqueça:
os medicamentos devido a efeitos indesejáveis (reações adversas) provocados pelos mesmos ou ainda por não gostarem de tomar medicamentos. É, portanto, essencial relembrar todos os dias a relevância da toma correta dos medicamentos na dose certa e no horário apropriado para assegurar o controlo da doença e, consequentemente, evitar as suas graves complicações. A hipertensão arterial não tratada cansa o nosso coração e pode levar à sua insuficiência; contribui para a esclerose das artérias (com ajuda do tabaco, do colesterol e da diabetes); pode desencadear AVC ou “ataques cardíacos” e pode conduzir à perda gradual da visão ou à insuficiência renal mas, sobretudo, à insuficiência cardíaca. O coração é um órgão poderoso, mas também vulnerável. Se tem questões sobre as suas doenças ou sobre os seus medicamentos não hesite em questionar o seu Farmacêutico! Nas Farmácias Holon irá encontrar diversos serviços para cuidar melhor de si e do seu coração.
Bibliografia - http://www.incp.pt/ (site Instituto Nacional de Cardiologia Preventiva) - http://www.sphta.org.pt/pt/default.asp (Sociedade Portuguesa de Hipertensão - “Estudo da Prevalência da Hipertensão e do Consumo de Sal em Portugal”, março 2013) - Programa Nacional de Controlo das Doenças Cardiovasculares: Diagnóstico, Tratamento e Controlo da Hipertensão Arterial, Direção Geral de Saúde.
- O tratamento medicamentoso tem de ser ontinuado porque, se o interromper, a pressão arterial volta a subir. Só o pode fazer se e quando o seu médico o aconselhar; - O tratamento deve ser vigiado pelo controlo dos valores da pressão arterial: registe sempre os valores medidos, com a respetiva data e hora, e peça aconselhamento ao seu médico ou farmacêutico; - Alguns medicamentos antihipertensores podem provocar ligeiros incómodos, que quase sempre passam com o tempo: fale sempre com o seu farmacêutico; - Os hábitos de vida são muito importantes no controlo da hipertensão arterial: redução do sal na sua alimentação, do consumo de álcool e do peso; deixar de fumar e aumentar a atividade física. É também muito importante a introdução de legumes, vegetais e saladas, ricos em fibra (que ajuda a baixar o colesterol) e em potássio (que ajuda a baixar a tensão arterial).
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Obesidade infantil Os piores alimentos para as crianças Desde a década de 80 que a prevalência da obesidade infantil no nosso país triplicou. Essa prevalência concentra-se, na sua maioria, entre crianças dos estratos socioeconómicos mais desfavorecidos. Mais de metade da população tem excesso de peso, representando uma das posições mais desfavoráveis do cenário europeu, em que cerca de 30% das crianças tem sobrepeso e pelo menos 10% sofre de obesidade.
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Os fatores que se têm verificado no desencadeamento do crescimento da obesidade nesta faixa etária são, normalmente, as mudanças de hábitos alimentares resultantes da perda de valores tradicionais da alimentação mediterrânica por parte dos pais, o que se reflete diretamente nos comportamentos alimentares das crianças. Exemplo disso é a diminuição do consumo de hortícolas, tanto no prato como na sopa; de frutos e cereais completos; o aumento de produtos cada vez mais pobres em nutrientes, ricos em calorias e que facilmente contribuem para o aumento de peso e o aumento de doenças relacionadas com a má alimentação. A falta de exercício físico também tem sido uma problemática entre a nossa população mais jovem, pois cada vez mais as crianças passam o seu tempo livre sentadas a jogar videojogos, ao computador ou a ver televisão, deixando de lado as brincadeiras ao ar livre ou mesmo o desporto fora da escola. Os alimentos que muitas vezes têm ao seu dispor, tanto nas cantinas como nos bares da escola, não são os mais indicados. Normalmente, é fora de casa que experimentam novos “produtos alimentares”, os chamados alimentos ou “pseudo-alimentos” industrializados, que são isentos de nutrientes importantes mas carregados de calorias, chamadas, por isso, de “calorias vazias”. Também em casa, tendem a utilizar-se cada vez mais produtos alimentares pouco saudáveis, por serem mais apelativos para as crianças e jovens e, ao mesmo tempo, por serem práticos e rápidos de preparar.
Desses alimentos, destacam-se os seguintes:
benefícios à criança, no entanto, a maioria desses alimentos possui quantidades elevadas de açúcar, além de corantes e conservantes.
Hambúrgueres e almôndegas industriais
Bolachas açucaradas
Estes alimentos transformados a nível industrial possuem um elevado teor de gorduras saturadas e hidrogenadas bem como aditivos. Essas gorduras aumentam o colesterol LDL (“mau colesterol”) e diminuem o HDL (“bom colesterol”).
As bolachas e similares são alimentos que as crianças, desde muito cedo, se sentem tentadas a consumir (as campanhas publicitárias são dirigidas diretamente a esta faixa etária). Apesar desse apelo visual, a ingestão regular de bolachas não é recomendável, visto que a maioria contém grande quantidade de gordura e açúcar. Devem apenas ser consumidas ocasionalmente e com muita moderação.
Salsichas Tal como os hambúrgueres, as salsichas possuem um elevado teor de gorduras prejudiciais (mesmo as salsichas de aves!). Em muitos dos casos, apresentam também uma quantidade substancial de nitritos, que são compostos carcinogénicos.
Nuggets de frango São pouco recomendáveis por serem preparados à base de carne processada, misturada com outros ingredientes como gordura e farinha. Fornecem, portanto, um teor de proteína muito inferior ao da verdadeira carne e, além disso, o seu método de confeção é a fritura (mesmo que em casa sejam confecionados no forno, são pré-fritos antes de serem embalados).
Croissants e pães-de-leite São muitas vezes oferecidos às crianças em vez do pão, porém estes produtos contêm açúcar e gordura na sua composição, por isso não devem substituí-lo. Bibliografia Plataforma contra a obesidade, Direção Geral de Saúde. Vitolo, MR; “Nutrição da gestação à Adolescência” 2003; Reichmann & Affonso Ed. Lda.
Lasanhas, pizzas e outras refeições pré-confecionadas São ricas em gorduras saturadas e hidrogenadas, sal e normalmente são extremamente calóricas, contribuindo para o aumento de peso.
Refrigerantes e sumos industrializados Os refrigerantes são geralmente ricos em açúcar e outros aditivos, sendo bebidas muito calóricas e sem qualquer benefício nutricional. Os sumos de fruta podem ser uma melhor opção, mas o seu consumo deverá ser ocasional, pois são igualmente muito calóricos. A bebida de eleição deverá ser sempre a água.
Aperitivos fritos em pacote Os aperitivos fritos têm uma elevada quantidade de gordura, além de possuírem poucas propriedades nutritivas e muito sódio, combinação que fará a criança sentir-se saciada sem necessariamente estar bem nutrida.
Maionese, ketchup e molhos com gordura e/ou açúcar A maionese é um dos molhos que possui maior quantidade de gordura, pois este é o seu ingrediente base. Não deverá fazer parte da rotina alimentar das crianças, pois elevará o risco de obesidade infantil e doenças cardiovasculares. Já o ketchup é rico em açúcar. Prefira os molhos de tomate caseiros!
Cereais de pequeno-almoço As campanhas publicitárias levam muitas vezes os pais a acreditar que os cereais que são vistos nas prateleiras dos supermercados trazem grandes 41
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Yoga “Desporto” espiritual A prática de yoga tem inúmeros benefícios, como por exemplo o aumento da flexibilidade e força dos músculos, a melhoria da capacidade imunológica e a diminuição do stress e da ansiedade. Porém, todos estes, e outros benefícios se resumem ao facto de «equilibrar e harmonizar o corpo, a mente e o espírito e desta forma aprender-se a desfrutar cada momento como se fosse o único e o último da nossa vida». A Índia é um país fascinante e cheio de magia. Conhecida como sendo a terra dos marajás, possui inúmeras e imponentes fortalezas e extravagantes e belos palácios. No entanto, é ainda conhecida pelo seu lado espiritual e religioso, sendo mesmo o berço de religiões como o budismo e o hinduísmo e de várias filosofias de vida. Foi, precisamente, neste país que há mais de seis mil anos surgiu o yoga, que tem sofrido, desde a antiguidade à modernidade, diversas transformações. Contudo, as alterações mais significativas têm ocorrido nas últimas décadas, para melhor se adaptar à cultura dos praticantes ocidentais. Atualmente, no nosso país existe já «uma grande oferta de professores com formação reconhecida e que cumprem todos os requisitos internacionais», refere Beatriz Katchi, presidente da Associação de Yoga Integral de Portugal. Ao contrário do que muita gente pensa, o yoga «não é um desporto, assim como não é uma terapia», esclarece a responsável. Há é diferentes áreas desportivas no yoga, que têm as suas próprias regras, como o yoga 42
atlético; o yoga artístico; o yoga rítmico e yoga asanas (posturas). «Existe um yoga desportivo, do mesmo modo que existe yogaterapia, muito embora os outros yogas não o sejam», sintetiza a responsável da associação referida, especificando ainda que «o yoga desportivo baseia-se no karma yoga, ou seja, o yoga da ação é um desporto espiritual».
Realização espiritual Existem muitos métodos e estilos de yoga que se adequam a diferentes tipos de pessoas, contudo todos eles têm o mesmo objetivo final: «a realização espiritual do indivíduo que o pratica», aponta Beatriz Katchi. Os benefícios de praticar yoga são inúmeros, desde estabilizar o sistema nervoso central, passando pela melhoria e aumento da capacidade respiratória, da flexibilidade e força dos músculos e da lubrificação das articulações, ligamentos e tendões. No entanto, ainda é responsável pela estimulação
da circulação sanguínea; pela melhoria da capacidade imunológica; pelo massajar de todos os órgãos internos, assim como as glândulas, evitando a doença; e pela diminuição do stress e da ansiedade. No fundo, de acordo com a presidente, todos os benefícios do yoga podem ser resumidos ao facto de «equilibrar e harmonizar o corpo, a mente e o espírito e desta forma aprender-se a desfrutar cada momento como se fosse o único e o último da nossa vida». O yoga pode ser praticado por qualquer pessoa, desde crianças a idosos, assim como «por pessoas saudáveis e doentes», não havendo limites. No entanto, uma vez que existem vários estilos, cada indivíduo deve dedicar-se ao yoga «que melhor se adeque às suas características físicas e espirituais», assim como deve procurar «um professor com sólida formação que o ajude, pois ele saberá como dirigir, aconselhar e orientar a sua prática», salienta Beatriz Katchi.
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Receita Saudável Sumo vitaminado (1 dose) Uma das maiores dificuldades descritas pelos pais em relação à alimentação dos seus filhos é conseguir incluir na sua alimentação vegetais variados. Mas quando as crianças se recusam a comer determinados alimentos, há alguns “truques” a experimentar. Um deles é mudar a forma de apresentação desses alimentos. No caso dos vegetais, podem ser apresentados na forma de sumo, o que permitirá à criança familiarizar-se com o sabor do vegetal e, ao mesmo tempo, beneficiar dos seus nutrientes, aumentando a sua dose diária de hortícolas. No entanto, o melhor “truque” de todos é dar o exemplo: as crianças tendem a imitar o comportamento dos pais, por isso experimente fazer este sumo para toda a família! 44
Ingredientes: 1 cenoura 1 maçã (pode-se substituir por outra fruta, por exemplos: morangos, manga, ananás, outros) 1 “mão-cheia” de agriões frescos Opcional: 1 ou 2 folhas de hortelã 75mL de água
Modo de preparação: Lavam-se bem todos os legumes e fruta. Descasca-se a maçã e a cenoura, cortam-se aos pedaços e colocam-se na liquidificadora, juntamente com os agriões e a hortelã. Acrescenta-se 75ml de água e reduz-se a sumo. Pode-se acrescentar mais água a gosto. Também se podem juntar cubos de gelo no copo, para ficar mais fresco. Deve beber-se de imediato, para aproveitar todas as vitaminas.
Agrião O agrião, assim como os outros vegetais de folha verde escura, é nutricionalmente muito rico em vitaminas e minerais, nomeadamente vitamina C e betacarotenos (antioxidantes), ácido fólico, ferro e cálcio. Devido à sua riqueza em antioxidantes, atua na prevenção das doenças degenerativas, como o cancro e algumas doenças cardiovasculares. O seu teor em ácido fólico, ferro e vitamina C torna-o muito importante em casos de anemia ou durante a gravidez. É também muito rico em fibra e pouco calórico (100 g de agrião têm apenas 23 kcal1). Se for consumido cru (por exemplo em sumo, saladas, pesto, etc.) é mais nutritivo; nesse caso deve ser muito bem lavado e de origem conhecida. 1
Nota: para que o sumo sirva de lanche, acrescente também 3 colheres de sopa de flocos de aveia.
Tabela da Composição dos Alimentos, Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge
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saúde digital
Dador www.dador.pt Dador é um website que se dedica à divulgação e esclarecimento de vários tópicos relacionados com a dádiva de sangue. Aqui poderá aceder à lista das brigadas de recolha de sangue por todo o país, identificadas por distritos e datas, pode consultar a reserva nacional por tipologia de sangue e averiguar quais a compatibilidades sanguíneas. Além destes aspetos, este portal dá resposta a inúmeras questões e dúvidas que frequentemente surgem relacionadas com a dávida de sangue. Está, também, disponível uma aplicação gratuita para iOS e Android que permite, entre outras coisas, saber rapidamente onde está a decorrer a recolha de sangue mais próxima do local onde se encontra. E-book “Alimentação no ciclo de vida: alimentação na pessoa idosa”
www.apn.org.pt www.spgg.com.pt A Associação Portuguesa dos Nutricionistas (APN) e a Sociedade Portuguesa de Geriatria e Gerontologia (SPGG) lançaram um e-book dedicado à alimentação na pessoa idosa. “Alimentação no ciclo de vida: alimentação na pessoa idosa” pretende sensibilizar e informar os profissionais de saúde, cuidadores, familiares e comunidade em geral sobre os cuidados a ter na alimentação deste grupo etário. Este livro digital destaca os determinantes do estado nutricional da pessoa idosa, bem como as consequências do envelhecimento no estado nutricional. É ainda possível consultar conselhos úteis e uma componente prática, com exemplos de receitas saudáveis e sua adaptação para pessoas idosas com problemas de mastigação. Encontra-se disponível para download gratuito nos sites da APN e SPGG.
Escreva-nos, 48
dê-nos a sua opinião e sugestões para o e-mail: revistah@grupo-holon.pt
Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos «Maioria dos doentes prefere morrer em casa» atuar
No nosso país, de acordo com os últimos dados disponíveis, a oferta ao nível de cuidados paliativos fica muito aquém das necessidades dos portugueses, que «preferem morrer em casa». O problema parece começar logo no facto de muitos nem sequer conhecerem os cuidados paliativos e onde recorrer para os obter. contribuir para a credibilização e garantia da qualidade das estruturas que prestam e/ou venham a prestar cuidados nesta área; apoiar os profissionais de saúde que se queiram dedicar a esta área da saúde e fortalecer a investigação específica a desenvolver».
«Falta apostar nesta área» De acordo com um estudo apresentado no VII Congresso Nacional APCP, a maioria dos doentes prefere morrer em casa. Mas será que o Serviço Nacional de Saúde oferece condições para que isto aconteça? O dirigente da associação afirma: «Muito objetivamente, não. Para que se possa proporcionar esta possibilidade, em primeiro lugar há que disponibilizar cuidados paliativos domiciliários 24h por dia, 7 dias por semana, para que em qualquer momento da trajetória estes doentes possam recorrer aos profissionais que melhor capacitados estão para lidar com as suas necessidades, que são os profissionais de cuidados paliativos». Manuel Luís Vila Capelas, presidente da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP), começa por esclarecer que a associação não presta cuidados diretamente a pessoas doentes e/ou às suas famílias. Antes tenta descobrir soluções para quem recorre à APCP à procura desses cuidados, sendo, no fundo, facilitadores das soluções. «Temos que informar a população dos nossos objetivos, que no seu essencial são: ser um polo dinamizador dos cuidados paliativos (CP) no nosso país e um parceiro privilegiado no trabalho com as autoridades responsáveis pelo desenvolvimento destes serviços; trabalhar em sinergia com organizações que visem o desenvolvimento dos CP e áreas afins, em Portugal e no estrangeiro;
prático no bem-estar e qualidade de vida dos doentes, estas equipas têm que ser constituídas por pessoal devidamente formado, assim como estarem inteiramente dedicados a esta função, em termos de tempo de serviço. Não é possível existirem respostas positivas se alocarmos profissionais 2-3 horas por semanas».
APCP Com cerca de 650 sócios – profissionais de saúde - e vários projetos em desenvolvimento, a Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos aposta no apoio à formação e investigação, patrocinando bolsas, e em cursos de formação em áreas chave dos cuidados paliativos, assim como a formação de diversos grupos de trabalho para diferentes áreas dos cuidados paliativos, «à semelhança dos nossos grupos de reflexão ética e de apoio à pediatria». A APCP tem ainda em curso uma campanha de divulgação dos cuidados paliativos e lançou durante o seu congresso a revista científica “Cuidados Paliativos”, além de ser possível consultar o site www.apcp.com.pt.
Maior custo-efetividade E para quem não conhece as vantagens dos cuidados paliativos domiciliários, Manuel Luís Vila Capelas salienta que são os cuidados «mais eficientes e efetivos, assim como são aqueles que melhor respondem às preferências e desejos dos doentes em Portugal, pois mais de 50% dos doentes deseja ser cuidado em sua casa e nela morrer. Do ponto de vista custo-efetividade são também aqueles que melhores resultados obtêm». Mas como faz questão de ressalvar o dirigente da APCP, «para que verdadeiramente possa ter efeito
Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos Serviço de Cuidados Paliativos Instituto Português de Oncologia do Porto Francisco Gentil, E.P.E. Rua Dr. António Bernardino de Almeida 4200-072 Porto E-mail: geral@apcp.com.pt Telefone: 225097300 Telemóvel: 965 648 900
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breves
Cancro do pâncreas: novo método de diagnóstico
Stress tem impacto na capacidade das mulheres engravidarem O stress sentido pelas mulheres antes da conceção está associado a um maior risco de infertilidade, sugere um estudo publicado na revista “Human Reproduction”, avançado pelo “Jornal de Notícias”. Os investigadores da Universidade do Estado de Ohio (EUA) contaram com a participação de 501 mulheres, com idades entre 18 e 40 anos, que não apresentavam problemas de fertilidade. As participantes foram acompanhadas ao longo de 12 meses, período durante o qual tentaram engravidar. Foram recolhidas amostras de saliva das mulheres para medição dos níveis de cortisol e alfa-amilase, dois biomarcadores do stress. O estudo apurou que das 401 mulheres que completaram o estudo, 347 ficaram grávidas e 54 não o conseguiram. Após a análise dos dados, os investigadores constataram que as mulheres que apresentavam os níveis mais elevados de alfa-amilase eram 29% menos propensas a engravidar, comparativamente com aquelas que tinham níveis mais baixos desta proteína. Os investigadores constataram ainda que as mulheres com os níveis mais elevados destes biomarcadores tinham um risco duas vezes maior de preencherem os critérios de infertilidade. 50
Investigadores suecos desenvolveram um método capaz de identificar os percursores visíveis do cancro do pâncreas com uma precisão de 97%, revela um estudo publicado no “Journal of National Cancer Institute”, mencionado pelo portal “Univadis”. O cancro do pâncreas é frequentemente detetado em estádios avançados, o que resulta no mau prognóstico e opções de tratamento Cigarros eletrónicos não limitadas. Estudos recentes têm demostrado que os quistos podem ser precursores do cancro; aumentam taxa de abandono estes quistos podem ser detetados através de tomografias ou ressonâncias magnéticas. do tabaco Contudo, este tipo de procedimentos A taxa de abandono do tabaco é idêntica entre imagiológicos não é capaz de definir as pessoas que fumam cigarros eletrónicos e as quais destes quistos estão em risco de que usam o tabaco normal, segundo um estudo desenvolvimento de cancro, sendo por isso divulgado pela Universidade da Califórnia, São necessária a remoção dos mesmos para Francisco (EUA), declara o “Jornal de Notícias”. averiguar a presença de marcadores tumorais. O estudo envolveu 949 fumadores, dos quais Em todo o caso, este tipo de análise não é só 13% afirmou ter deixado de fumar no confiável. período de um ano, não havendo diferenças Com este novo método, que deteta a presença significativas entre os dois estilos de fumadores. de um tipo de proteínas, as mucinas, nos quistos, Entre os participantes no estudo que disseram os investigadores foram capazes de diagnosticar corretamente 77 dos 79 dos quistos analisados. usar cigarros eletrónicos e cigarros normais, o uso dos primeiros não foi associado com Com estes resultados, os investigadores mudanças de consumo, indica o trabalho dos acreditam que o método vai permitir pesquisadores. Os responsáveis assinalaram diagnosticar o cancro do pâncreas em estádios que apenas 88 dos inquiridos usavam o cigarro precoces, altura em que o mesmo pode ser eletrónico (dispositivo que produz vapor, com ou tratado ou travado. Este tipo de abordagem sem nicotina, mas sem tabaco), nove dos quais pode também ser utilizada para minimizar o estavam a deixar, pelo que foi difícil detetar risco de cirurgias desnecessárias realizadas aos tendências. quistos não malignos. No entanto, acrescentaram os especialistas no documento, há uma evidência de que os cigarros eletrónicos não aumentam o número de pessoas Sedentarismo aumenta o risco que deixam de fumar, pelo que publicidade indicando que “os cigarros eletrónicos são um dispositivo eficaz de cessação tabágica” não de cancro da mama deve de ser permitida até que haja evidências Ter o peso ideal não é o suficiente para evitar o científicas nesse sentido. cancro da mama, segundo especialistas, refere o portal “Atlas da Saúde”. É a vida ativa, composta por exercícios físicos regulares, que faz a diferença, independente da pessoa ser magra ou estar acima do peso ideal. Uma análise, com duração de 13 anos, mostrou que a incidência da doença está claramente ligada ao sedentarismo. As mulheres que fizeram menos exercício do que o recomendado durante este período foram 40% mais propensas do que as que executaram atividades físicas com frequência.