PSICOLOGIA (M贸dulo 2) Prof. Me. Henrique Larenas Faria
SUMÁRIO 1 A psicologia das emoções ................................................................................................. 3 Expressões faciais ......................................................................................................... 7 2. Resoluções de conflitos ................................................................................................... 9
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Todo o material desta disciplina foi produzido pela Fatej e é protegido pela Lei 9.610/98,
MÓDULO 2
1 A psicologia das emoções Vimos no módulo passado que a psicologia é uma ciência que detém várias vertentes compostas com diferentes formas de se pensar sobre a mesma temática. Estudamos também, as duas maiores vertentes e por consequência as primeiras a serem elaboradas na história da psicologia. A psique humana é composta por comportamento e emoções. A psicologia nada mais é, do que o estudo desta psique. Portanto, é a ciência que estuda o comportamento e as emoções humanas. O comportamento é determinado por diversos fatores. E algumas das teorias que explicam o comportamento, já estudamos no módulo passado. Quando falamos de emoções, existem várias vertentes de pensadores diferentes. Porém podemos sempre ter como base, que todas as emoções possuem características físicas em nosso corpo. A emoção pode ter categorias baseadas na duração: algumas emoções ocorrem em segundos (ex. surpresa) e outras duram anos (ex.: amor). Todas as emoções são derivadas de nosso cérebro. E possuem efeito corporal. Como um exemplo, é só pensar na paixão: Quando estamos apaixonados suamos, gaguejamos, e em alguns casos, até nos curamos de resfriados e gripes. Tudo isso porque, a emoção atinge determinadas áreas de nosso cérebro que liberam hormônios para todo o corpo. É muito importante saber que a emoção pode vir junto com um comportamento. Como por exemplo, quando estamos muito tristes, choramos, ou quando estamos felizes, sorrimos. Mas também pode-se obter uma emoção e não agir com o comportamento esperado. Ou seja, a emoção e o comportamento não estão obrigatoriamente interligados. sendo proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial sem a autorização prévia desta Instituição de Ensino.
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Por exemplo: É possível alguém ficar triste, e não demonstrar e deixar para emanar a sua tristeza em um momento mais afastada para que não seja percebida por outras pessoas. O fato desta pessoa não demonstrar que está triste, não tira a sua emoção de tristeza. O psicólogo Paul Ekman (1934) considerado uma das 100 personalidades mais notáveis no século XX, foi pioneiro no seu estudo sobre as emoções humanas e as expressões faciais. Mostrando em seu trabalho os detalhes de cada emoção sobre as expressões faciais humanas. O autor explica que existem emoções primárias e emoções complexas. E neste modelo, as emoções complexas constroem-se sobre as condições culturais e através de combinações das emoções básicas. Fazendo uma analogia, podemos dizer que é como se fosse as cores primárias que podem ser combinadas (ex. Azul e amarelo formam cor verde), as emoções primárias podem ser combinadas gerando emoções mais complexas. Como, por exemplo, raiva e desgosto podem ser combinadas em desprezo. Existem
ao
todo,
sete
expressões
universais
de
emoção.
São
elas:
nojo, raiva, medo, tristeza, alegria, surpresa e desgosto. A análise da teoria, não baseou-se apenas em verificar as emoções, mas também as expressões faciais que essas emoções causavam. Segue uma relação de alguns detalhes de expressões para cada emoção básica.
MEDO Olhos: Tornam-se maiores e mais redondos. As pálpebras superiores são elevadas, como na expressão de surpresa, mas as sobrancelhas aproximam-se e podem-se mesmo até tocar. 4
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Boca: Os Lábios são alongados horizontalmente. Podem estar abertos ou fechados. Corpo: Temperatura do corpo diminui enquanto a frequência cardíaca aumenta. Atitude: Uma pessoa que sente medo tende a fugir ou pelo menos parar o que está a fazer.
ALEGRIA Olhos: As Pálpebras ficam apertadas e aparecem rugas nos cantos dos olhos, também conhecidas como pés de galinha. As sobrancelhas são desenhadas para baixo. Boca: Reconhecemos alegria no sorriso. A boca pode ser aberta ou fechada. As bochechas elevam-se.
SURPRESA Olhos: Ficam bem abertos e tornam-se arredondados. As pálpebras e as sobrancelhas elevam-se. Boca: Fica aberta, às vezes “escancarada”. A expressão de surpresa é muitas vezes muito rápida. Pode ser uma micro expressão ou uma expressão normal.
NOJO Nariz: Aparecem rugas no e em redor do nariz. Boca: Eleva-se o lábio superior e o lábio inferior pode ficar fora de eixo. Os dentes podem ficar visíveis, mas nem sempre.
RAIVA
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Olhos: Os olhos mostram um olhar intenso, com ou sem branco sob os olhos. As pálpebras superiores e inferiores são apertadas. As Sobrancelhas baixam e podem ligar-se. Boca: Os Maxilares e lábios são pressionados ao mesmo tempo. O lábio inferior pode ficar um pouco maior por estar a ser pressionado. A boca fica estreita. Corpo: A temperatura corporal e frequência cardíaca vão aumentando.
TRISTEZA Olhos: Parecem vazios. Também é possível observar uma contração das pupilas. Pálpebras baixam. As Sobrancelhas descem para os cantos interiores. Podem ainda ligar-se no caso de uma tristeza extremamente forte. Boca: Os cantos dos lábios ficam virados para baixo. O lábio inferior pode contrair ou ficar algo trêmulo. Corpo: A temperatura do corpo sobe. A frequência cardíaca é mais rápida do que na expressão de nojo.
DESGOSTO Boca: Metade do lábio superior é elevado e reforçado. Para fazer este meio-sorriso de desgosto, usamos o músculo risório. Partilhamos muitas características fisiológicas com os primatas, mas este pequeno e simples músculo não é uma delas. Localiza-se na bochecha, junto aos lábios. Cabeça: É frequentemente inclinada ligeiramente para trás. Desgosto é muitas vezes acompanhado por um sentimento de superioridade.
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E como expansão de sua teoria, Ekman mostrou as emoções mais complexas sendo: diversão, desprezo,excitação, culpa, orgulho, alívio, satisfação, prazer e vergonha. Tais expressões faciais duram por volta de um quinto de segundo.
Expressões faciais Expressões faciais e emoções: Toda vez que sentimos uma emoção, manifestamos ela através de uma expressão fácil. Mesmo a pessoa que se contém, acaba por manifestar um nível micro de expressão (mesmo quando mentimos) e tal expressão chega a durar 1/5 de segundo.
Auto - avaliadores: O nosso cérebro tem auto - avaliadores que em algumas situações disparam emoções primárias. Porém alguns monges acreditam que com anos de meditação e prática, é possível controlar tais emoções e manifestações emotivas.
Sorriso verdadeiro e impacto no cérebro: Segundo os estudos de Ekman, forçar um sorriso ativa os mesmos músculos faciais que um sorriso sincero, e isso provoca no cérebro a mesma reação do que um espontâneo, lançando no seu corpo, os mesmo hormônios que são lançados quando você está feliz. Foi provado que tal reação no cérebro é real não somente para a alegria, mas também para todas as outras emoções. Edgar Allan Poe, quando teve acesso a este estudo, sugeriu o desafio de então para adivinhar o que alguém esta pensando, reproduzir as expressões faciais da pessoa, e esperar para ver a sensação que lhe traz, e por consequência quais são os pensamentos que lhe surgem.
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Período refratário É o período imediatamente seguinte da emoção. Pensamos por exemplo, em uma pessoa que acabou de sentir raiva, não adianta chamar a atenção dela neste período. Só depois do período refratário, e sobre reflexão, é que se percebe que reagiu de forma inapropriada e se arrepende do seu comportamento. Este período existe para todas as emoções. Cada uma delas, tem o seu tempo específico de período refratário. O da raiva pode ser maior em umas pessoas com personalidade mais explosiva, enquanto a vergonha pode ser maior para outras que sejam mais tímidas.
Gatilhos emocionais São emoções apreendidas por experiências próprias e que nos preparam em situações que não seriam necessárias serem sentidas. Talvez fique mais fácil entender com um exemplo. Pensamos no momento em que você, motorista com prática, acaba por ser o carona em uma vez. E por mais que conheça a pessoa que está dirigindo, é muito normal você usar um pedal imaginário para pisar no freio quando acontece algo, antecipando um momento de sentir medo ou surpresa. Ou até mesmo ficar feliz por que amanhã é sexta feira e você voltará para casa para dormir. Você antecipa seu momento de felicidade, antes mesmo que possa senti-lo naturalmente. Estes sentimentos são gatilhos emocionais por estarem presentes simplesmente por situações que você já está acostumado, e não porque você foi bombardeado por hormônios vindos do cérebro. Caso tenha interesse em saber mais, as obras originais em inglês são: EKMAN, Paul, HAGER, Joseph. Emotion in the human face paperback. Los Altos: Malor Books, 2013
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EKMAN, Paul; FRIESEN, Wallace. Unmasking the face: A guide to recognizing emotions from facil expressions paperback. Los Altos: Malor Books, 2003.
2. Resoluções de conflitos Nas últimas três décadas, centenas de milhares de pessoas em todo o mundo têm recebido treinamento para atuar como mediadoras nas áreas de comunidade, divórcio, família, negócios, organizações e ambiente de trabalho, assim como para atuar na resolução de conflitos através de métodos tais como a negociação cooperativa, a facilitação de grupos, o diálogo público, a justiça restaurativa, a mediação entre vítimas e agressores, a ouvidoria pública, a legislação cooperativa, a tomada de decisões por consenso, a resolução criativa de problemas, a eliminação da discriminação e a conscientização sobre preconceitos e parcialidade, o desenho de sistemas para a resolução de conflitos, e dúzias de práticas relacionadas. De todas as práticas, muitas delas se utilizam da psicologia e do conhecimento das emoções humanas. É necessário saber que a psicologia e a resolução de conflitos são duas áreas distintas de conhecimento, porém podem se dialogar para um mesmo fim. Portanto, é imperioso que procuremos, diligente e estrategicamente, a melhor maneira de traduzir a nossa profunda compreensão dos fundamentos emocionais dos conflitos e dos processos de resolução em técnicas de mediação práticas e que transformemos esses conhecimentos as duas áreas em melhores métodos para se resolver qualquer conflito de equipe. Hoje os conflitos têm se tornado cada vez mais complexos e de com proporções maiores, visto que deixa de ser apenas conflitos pessoais, para se transformarem em guerras por conflitos religiosos, ideológicos, e até mesmo por preconceito racial. A psicologia até agora nos mostrou que existem muitas formas de se pensar no homem, e que cada indivíduo é composto por comportamento e emoções aprendidas de sendo proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial sem a autorização prévia desta Instituição de Ensino.
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acordo com sua cultura. E os conflitos surgem quando há interesse em um indivíduo prevalecer a sua verdade sobre a verdade do outro. Porém para a psicologia, existe a possibilidade de haver desacordo entre as pessoas sem que haja conflito. Os conflitos só podem ser encarados e resolvidos mas geralmente precisam de treino e conhecimento no que se diz respeito a Inteligência emocional. Que nada mais é do que é capacidade de aceitar as emoções dos outros, sem deixar que estas emoções influenciem negativamente as suas. Também é necessário saber respeitar que as diferenças existem, e que devem continuar existindo para que haja progresso na humanidade. O conflito é uma tensão que envolve pessoas ou até mesmo grupo de pessoas com ideias diferentes, ou incompatíveis. Seria uma relação de antagonismo de ordem ideológica, religiosa, econômica, cultural ou até mesmo política. Hoje o Brasil, vive um momento de conflito político forte, com partidos contrários e ideias opostas sobre o modo de governar, e o próprio povo acaba por se dividir e fragmentar em diversas opiniões. E tais posturas são tranquilas em momentos de debates, porém vivenciamos muitos momentos em que estas opiniões se chocam nas ruas de diversas cidades, e acabam por tornar uma manifestação de opinião em guerra civil, tudo por falta de controle e de resolução de conflito. De certo modo, o conflito também possui um lado positivo, em termos de que as ideias lançadas nesses debates (realizados de formas saudáveis) costumam ajustar um plano ou um novo projeto de organização para o grupo em questão. Este conflito então, se administrado de forma correta, e aproveitado, pode ser extremamente rico para dar frutos. Desde que haja um intermediador exercendo a função para que este conflito não saia do controle. Uma boa forma de se operar de modo positivo uma situação de conflito, é ouvir as partes e devolver a questão com a frase “O que podemos fazer com isso agora?”. Assim você traz as partes a pensarem juntas em uma solução, e através da negociação e sempre levando 10
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em consideração em que todos os lados possam ceder de forma equivalente, (sem que haja um vencedor sobre o outro) há uma justiça sobre a decisão final. Para falarmos de negociação e resolução de conflitos, a psicologia também deve se aparar no conceito de justiça, em que deve ser imparcial, e não favorecer um lado sobre o outro. Vamos buscar na história e nos contos de Rei Salomão, o conceito de justiça e resolução de conflito “Ficou na história, imutável através dos séculos, a questão de duas mulheres que disputavam um recém-nascido, já que o filho de uma delas havia morrido durante a noite. - É meu! – uma gritava. – Mentira! – desmentia a outra. – É meu! O rei então ouviu as diferentes versões contadas por ambas, refletiu um momento e logo ordenou aos seus guardas: “Tragam-me minha espada. Vamos cortar ao meio a criança e cada uma fica com a metade”. - Muito bem! Nem eu, nem ela! – Regozijou-se uma das mulheres, ao passo que a outra, ajoelhada, implorava: “Não! Dê-lhe o menino mas não o mate”. - Esta é a mãe – decidiu o rei, entregando-lhe a criança. – Mulher, toma teu filho.” Resolução de conflitos exige mais do que ouvir as metades e decidir. Mas sim, em uma estratégia para que as partes concordem com a decisão final, sem que haja mais intempéries no caminho. Lidar com conflitos é saber usar a resiliência. Ser resiliente é ter a capacidade de dar a volta por cima. Superar obstáculos e se adequar a sua decepção. Em primeiro lugar, para aprender a lidar com conflitos dos outros, você também precisa ter aprendido a lidar com suas próprias decepções. A cada vez que tudo der errado, em vez de se lamentar. Pergunte: “O que eu vou fazer com isso agora?”. E neste momento, você estará dando a volta por cima. Quando se faz necessário resolver um conflito, a engenharia da resiliência surge como principal aliado durante a crise. Saber motivar e fazer as partes do conflito sendo proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial sem a autorização prévia desta Instituição de Ensino.
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resolverem o problema e dar a volta por cima, sem que haja remorsos, desestímulo ou ressentimentos. Para saber mais sobre a resolução de conflitos, sugiro a leitura de: ANGST, Rosana. Psicologia e resiliência: Uma revisão de literatura in Psicol. Argum., Curitiba, v. 27, n. 58, p. 253-260, jul./set. 2009.
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