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Airton Britto • Associação Brasileira dos Fabricantes de Aditivos
C&C: Qual o perfil do mercado produtor de aditivos no Brasil? A maior parte da produção é interna ou importada?
AB: Há quatro ou cinco grandes companhias produtoras de aditivos no Brasil. Algumas destas companhias têm produção ou mistura de componentes aqui no país, mas a maior parte dos aditivos são importados. Hoje, devido ao pequeno percentual de aditivação de combustíveis, não justifica uma produção em grande escala no país. À medida que esse percentual for aumentando, o que vai culminar com toda a aditivação em 2014, provavelmente vai se justificar uma produção maior local.
C&C: O perfil peculiar dos combustíveis no Brasil, com grande utilização de etanol e biodiesel produzido a partir de diversas matérias-primas, não exigiria o desenvolvimento de aditivos específicos?
AB: Está sendo desenvolvido um trabalho, que foi iniciado na ANP até visando a revisão da Portaria 41/99, na qual será contemplada a realização de testes de performance de aditivos com combustíveis locais e motores utilizados regularmente no país. Esse trabalho está em andamento e os fabricantes de aditivos, montadoras, distribuidoras, vários setores da sociedade que participam desse segmento de negócio estão participando.
C&C: Por que algumas montadoras/importadoras de veículos recomendam e outras mandam evitar o uso de combustível aditivado em seus veículos?
AB: Quem pode responder isso é a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). O que posso dizer é que nos Estados Unidos, por exemplo, as principais montadoras recomendam o uso de gasolina aditivada. Na Europa, todas as montadoras também recomendam. Dentro desse trabalho que está sendo feito para a aditivação total da gasolina no Brasil, a Anfavea deu parecer favorável à aditivação total da gasolina. Acredito em má interpretação das informações. As montadoras presentes no Brasil são as mesmas que apóiam a aditivação através de um documento WWFC (World Wide Fuel Charter - Carta Mundial de Combustíveis)
C&C: Qual o futuro para o setor de aditivos diante das novas tecnologias, como os veículos híbridos, por exemplo?
AB: Sempre que houver motores, partes móveis, peças em contato, combustão, em qualquer um desses casos sempre são necessários aditivos, seja para manter ou aumentar uma performance. Os fabricantes de aditivos estão sempre atentos às inovações tecnológicas, tanto de combustíveis quanto de motores, para ter disponíveis aditivos específicos. Os aditivos têm papel importantíssimo na área ambiental, reduzindo as emissões de poluentes dos veículos e o consumo de combustível.
C&C: Quais as perspectivas para o mercado de aditivos neste ano?
AB: São boas. Temos alguns indicativos de tendências que geram mercado para os aditivos: 1) as novas regulamentações que visam reduzir as emissões e melhorar a economia de combustíveis, já que o uso de aditivos permite alcançar excelentes resultados nestes quesitos; 2) a própria aditivação do etanol, que é uma questão de tempo; 3) a aditivação total da gasolina a partir de 2014; 4) a evolução dos motores, que demandam aditivos mais modernos e de melhor performance. Para se ter uma ideia, a abertura dos injetores dos motores atualmente tem diâmetro quase igual ao de um fio de cabelo. Isso torna o sistema de injeção muito sensível a qualquer depósito e, cada vez mais, os aditivos precisam atender a essa performance. n