MERCADO
PIX: novo meio de pagamento pode afetar o seu negócio? Disponível desde o dia 16 de novembro, o PIX ainda gera muitas dúvidas, tanto para os consumidores quanto para as empresas. No caso dos postos de combustíveis, o receio da insegurança é o principal problema POR ROSEMEIRE GUIDONI
O PIX está sendo considerado uma grande inovação nos sistemas de pagamento no Brasil, especialmente porque foi instituído pelo Banco Central, que é o órgão regulador e fiscalizador do setor financeiro. Até então, a atuação do BC se restringia à regulação de bancos, fintechs e instituições financeiras. Com o PIX, ele passa a ser um agente do setor. Em princípio, o novo meio de pagamento pode trazer benefícios tanto para quem está pagando pelo produto ou serviço quanto para quem está vendendo, pois as transações são instantâneas e autorizadas pelo próprio Banco Central, que também armazenará os dados. Além disso, para transações entre pessoas físicas, não haverá taxas – o que é uma vantagem em relação a outras modalidades de pagamento e de transferência de valores, como TED e DOC. Já no caso de pessoas jurídicas, poderá haver cobrança pelas transa24 • Combustíveis & Conveniência
ções, embora até o fechamento desta edição o Banco Central não houvesse estabelecido o valor máximo da tarifa – lembrando que cada instituição financeira poderá definir se cobrará ou não alguma taxa. Isso dependerá do pacote de serviços do cliente e também da própria concorrência do setor. Na primeira semana de operação do PIX, já havia cerca de 750 instituições financeiras participantes. “Isso significa que, se a taxa cobrada pelo meu banco for muito alta, posso abrir uma conta em outra instituição que não cobre nenhuma tarifa”, observou Carlos Eduardo Guimarães Júnior, presidente do Minaspetro. Segundo a coordenadora de produtos da LBC Sistemas, Amanda Gomes, que participou de uma live sobre o tema no dia de estreia do PIX, a convite do Minaspetro, ainda não há definição se, para pessoas jurídicas, a cobrança será fixa ou um percentual da transação. “O mais provável é que não exista cobrança ou que ela seja fixa, mas certamente será menor do que as
atuais tarifas para TED e DOC”, afirmou. Em sua avaliação, para os postos de combustíveis (e demais empresas de varejo), o novo meio de pagamento é bastante vantajoso, pois além de o pagamento entrar em poucos segundos na conta, não há cobrança das altas taxas das empresas de cartões (crédito ou débito). “Além disso, há outras vantagens, como a redução de dinheiro (papel) no caixa, o que reduz riscos de assaltos, menor necessidade de idas ao banco ou contratação de carro-forte, entre outras”, destacou.
Maior simplicidade “O BC lançou no mercado a possibilidade que o sistema financeiro merece”, disse Victor Corazza Modena, professor de Economia e Finanças da IBE Conveniada da Fundação Getulio Vargas (FGV). Segundo ele, já era “mais do que necessário” o país ter um meio mais simples e eficiente de pagamento. “Estamos entre as dez maiores economias do mundo. Essa eficiência e facilidade era o que pre-