Revista Fecomércio-BA Edição 28

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Revista do Sistema Fecomércio-BA

Shoppings retomam com segurança e tecnologia p.18

Impactos da Covid nos pequenos negócios p.14

60 anos de história da Morais de Castro p.28

EDIÇÃO 28

SETEMBRO 2020


ANÚNCIO


mensagem do presidente

O segundo semestre do ano trouxe ventos melhores para o comércio baiano. Com a tão esperada reabertura autorizada pelos poderes municipais e estadual, estamos todos nos reerguendo, buscando soluções para manter ou readequar os negócios. Como já é característica da nossa atividade, continuamos lutando para mantê-las, assim como os empregos dos que estão conosco. Sem descuidar da luta pela vida e pela saúde. Internamente, a diretoria da Fecomércio-BA também teve de se adaptar e desde o início da pandemia faz suas reuniões mensais de forma virtual pela primeira vez na história da casa. Foi a forma encontrada de manter as atividades, protegendo quem está no grupo de risco. Nesta edição da nossa revista, destacamos a retomada das atividades dos shopping centers, grandes representantes da atividade comercial no estado. Os desafios e inovações trazidas por

eles merecem a nossa atenção já que a tônica do momento é reinventar-se. Em entrevista, orientações relevantes para o empresariado sobre a segurança da informação. Com tantas atividades dependendo de internet e nuvens, manter o negócio seguro é mais urgente do que nunca. Em Passos Certos, que prazer parabenizar a Morais de Castro, do nosso querido conselheiro Eduardo Morais de Castro. Comerciante da área química, completar 60 anos de atividades merece comemoração! Confiram ainda as novidades de Senac e Sesc que têm criado soluções e serviços adaptados à nova realidade.

Carlos de Souza Andrade Presidente do Sistema Fecomércio-BA

Ratifico que continuamos atentos às determinações da OMS, Ministério da Saúde, Secretarias de Saúde dos estados e municípios. A saúde das pessoas deve vir em primeiro lugar, pois a vida é o nosso bem maior. E vale sempre ressaltar o que estamos repetindo desde o início: o controle da Covid-19 também é uma responsabilidade de cada cidadão. Afinal, como prega a nossa campanha: #EssaLutaÉDeTodosNós

Continuem contando conosco!


Foto: Peu Accioly / Divulgação Shopping da Bahia

sumário

Shoppings apostam em tecnologia e medidas de segurança para reabertura

04

Entrevista p.06

Passos Certos p.28

Marcos Calmon

60 anos de história Morais de Castro

Senac p.10

Sesc p.30

Luz, câmera e gastronomia baiana

Luz, câmera... e live!

Especial p.14

Legislativo p.31

Impactos da Covid nos pequenos negócios

Renegociação de contratos de aluguel diante da pandemia

Revista do Sistema Fecomércio-BA Setembro 2020


expediente

Produção Editorial e Diagramação Comunicativa Agência de Comunicação

CAPA p.18 Shoppings baianos apostam em protocolos de segurança e tecnologia

Estagiários Julya Ferreira Muriel Coelho

DIRETORIA Presidente da Fecomércio-BA

SINDICATOS FILIADOS

Carlos de Souza Andrade

Vice-Presidentes nominados

Acesse nossas redes

1º Kelsor Gonçalves Fernandes, 2º Herivaldo Bittencourt Nery, 3º João Luiz dos Santos Jesus

Vice-Presidentes inominados

@fecomercio-ba @fecombahia

Benedito Vieira dos Santos, Francisco de Assis Ferreira, Geraldo Cordeiro de Jesus, Juranildes Melo de Matos Araújo, Luis Fernando Coelho Brandão, Marcos Antônio Lamego Mendonça

Diretores-Secretários 1º Arthur Guimarães Sampaio, 2º Antônio Augusto de Oliveira Lopes e Costa, 3º Fabiano Leal Santiago Oliveira

Diretores-Tesoureiros 1º Roberto Brasileiro Lima, 2º Ruy Argeu do Amaral Andrade, 3º Antônio Chaves Rodrigues

Diretores

CURTAS p.09 INSIGHTS p. 08 por Wilson Andrade Comércio exterior deve ser a principal alavanca na recuperação da economia brasileira

Afonso Ramos da Rocha, Alberto Vianna Braga Neto, Allisson Alves Ferreira, Américo Soares Sales de Campos, Antônio Pithon Barreto Neto, Avani Perez Duran, Antonio Mário Almeida Reis, Cíntia Freitas Lima Modesto, Edvaldo Lima de Oliveira, Erivelto Ribeiro Melo, José Carlos Moraes Lima, Luiz Gonzaga do Amaral Andrade, Marcelo Ferraz Nascimento, Maria da Conceição Gomes Cardoso Valente, Nilton Raimundo Ávila Filho, Paulo Henrique Barreto de Andrade, Paulo Schetini Motta, Rosemma Burlacchini Maluf, Sérgio da Silva Sampaio

SESC BAHIA Presidente do Conselho Carlos de Souza Andrade

Diretor Regional José Carlos Boulhosa Baqueiro

SENAC BAHIA Presidente do Conselho Carlos de Souza Andrade

p. 16

Diretora Regional

por Marcelo Gentil Norberto Odebrecht: um homem à frente do seu tempo

Marina Almeida

p. 25

Jamerson Barreiro

por Dr. Gilson Bastos Um novo normal também para o comércio

Coordenadora de Comunicação

REALIZAÇÃO FECOMÉRCIO-BA Superintendente

Délia Coutinho

CONTATOS E SUGESTÕES:

Assistente de Comunicação

71 3273-9848 / 71 99619-0954 comunicacao@fecomercioba.com.br www.fecomercioba.com.br

Brenda Ferreira

p. 32 por Dr. Marconi Sousa A (im)possibilidade de Acidente de Trabalho por Coronavírus

Sindicato do Comércio Atacadista de Gêneros Alimentícios da Cidade do Salvador (Sindal), Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios da Cidade do Salvador (Sindalimentos), Sindicato do Comércio Atacadista de Materiais de Construção da Cidade do Salvador (Sindamac), Sindicato do Comércio Atacadista de Drogas e Medicamentos da Cidade do Salvador (Sincamed), Sindicato do Comércio Patronal de Camaçari e Região (Sicomércio Camaçari), Sindicato do Comércio Atacadista de Salvador (Sindacs), Sindicato do Comércio Atacadista de Tecidos, Vestuário e Armarinhos da Cidade do Salvador (Sindtav), Sindicato dos Salões de Barbeiros, Cabeleireiros, Institutos de Beleza e Similares da Cidade do Salvador (Sindbeleza), Sindicato do Comércio Armazenador do Estado da Bahia (Sindarmazenador), Sindicato dos Lojistas do Comércio da Cidade do Salvador (Sindilojas), Sindicato dos Representantes Comerciais do Estado da Bahia (Sirceb), Sindicato dos Vendedores Ambulantes e dos Feirantes da Cidade do Salvador (Sindfeira), Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos no Estado da Bahia (Sincodiv), Sindicato do Comércio Varejista e dos Feirantes de Jequié (Sicomércio), Sindicato do Comércio Varejista de Irecê e Região (Sincom), Sindicato do Comércio Varejista de Material Elétrico e Aparelhos de Eletrodoméstico da Cidade do Salvador (Sindeletro), Sindicato do Comércio Varejista de Santo Antônio de Jesus (Sincomsaj), Sindicato Patronal do Comércio Varejista de Ribeira do Pombal e Região (Sincomvrpr), Sindicato Patronal do Comércio Varejista de Jacobina e Região (Sindpat), Sindicato do Comércio de Feira de Santana (Sicomfs), Sindicato do Comércio Varejista de Alagoinhas e Região (Sicomercio Alagoinhas), Sindicato do Comércio Varejista de Porto Seguro, Santa Cruz de Cabrália e Belmonte (Sindescobrimento), Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis da Cidade do Salvador (Secovi-BA), Sindicato do Comércio de Vitória da Conquista (Sicomerciovc), Sindicato do Comércio Varejista de Ilhéus (Sicomercio Ilheús), Sindicato Patronal do Comércio de Paulo Afonso e Região (Sinpa), Sindicato do Comércio Varejista de Santo Amaro (Sindcom), Sindicato do Comércio Varejista dos Feirantes e dos Vendedores Ambulantes de Ilhéus (Sicovfamil), Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado da Bahia (Sincofarba), Sindicato das Distribuidoras de Combustíveis do Estado da Bahia (Sindicom-BA). Sindicato do Comércio Varejista de Teixeira de Freitas (Sincomércio Teixeira de Freitas), Sindicato do Comércio Varejista de Juazeiro (Sindilojas Juazeiro), Sindicato do Comércio Varejista de Eunápolis (Sindicomércio Eunápolis), Sindicato do Comércio Varejista do Município de Itabuna (Sindicom Itabuna), Sindicato do Comércio Varejista de Senhor do Bonfim e Região, Sindicato do Comércio Varejista e dos Feirantes de Jequié (Sicomércio).

Assistente Marketing Abel Marcelino

Avenida Tancredo Neves, nº 1.109, Ed. Casa do Comércio, 9º andar, Pituba. CEP: 41820-021 Salvador - Bahia - Brasil

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entrevista

Ambiente digital seguro por Thais Figueiredo

Os dados e informações de uma empresa precisam estar protegidos contra vazamentos e ataques cibernéticos. Essa já era uma demanda que ficou ainda mais evidente com a pandemia que obrigou muitos negócios a funcionarem remotamente. Esse é um investimento que muitos adiam, mas que protege dos riscos e vulnerabilidades em empresas de todos os portes e segmentos, garantindo mais produtividade para os colaboradores e para o negócio.

Marcos Calmon

Formação em Tecnologia de Processamento de Dados, com mais de 24 anos na área de TIC – Tecnologia da Informação e Comunicação, dos quais mais de 17 anos como especialista em Segurança da Informação.

Pensando nisso, a Fecomércio-BA ouviu a Safe Orange empresa que conta com solução própria e atende empresas de todo o país. Marcos Calmon, CEO da Safe Orange conversou com a gente sobre os cuidados e pontos importantes que devem ser considerados pelos empresários quando falamos de segurança da informação.


entrevista

Sistema Fecomércio-BA: Qual a importância de uma empresa investir em segurança da informação? Marcos Calmon - As empresas sempre investiram em segurança patrimonial (alarmes, vigilância) e segurança financeira (seguros), mas negligenciam a segurança da informação. Mas já há muito tempo, informação é patrimônio. Imagine a empresa ficar sem as suas informações e dados, como fará para atender os clientes, vender, faturar, etc? Já que todas as informações estão em meio digital, hoje somos completamente dependentes de tecnologia no dia a dia das empresas. Não conseguimos fazer mais nada sem a internet. Todos os sistemas e tecnologias têm vulnerabilidades e essas vulnerabilidades podem ser exploradas através de vírus, por exemplo, resultando em caos e paralização das atividades e consequentemente prejuízos financeiros e de imagem. O custo da prevenção é infinitamente menor que o custo da recuperação, caso se consiga recuperar as informações. Agora ainda temos o advento da LGPD – Lei Geral de Proteção de Dados, em que temos a obrigação de proteger e tratar os dados dos clientes e colaboradores. SF: Quais os principais desafios em TI para as empresas a partir da pandemia? MC - Com as pessoas trabalhando de forma remota, as fragilidades aumentaram bastante, pois sabemos que existe o uso de computadores pessoais, a maioria sem nenhuma proteção e, muitas vezes, sendo compartilhado até com os filhos e familiares. A quantidade de invasões e fraudes eletrônicas aumentaram em 333% desde abril até julho deste ano.

O principal desafio para as empresas é fazer com que as pessoas consigam trabalhar de casa, em home office, de forma segura. Para isso tem de prover acessos aos sistemas, bancos, cartão de ponto eletrônico, navegação em sites e até mesmo telefonia de forma remota, via VPN – Virtual Private Network (Rede Privada Virtual), que é a forma mais segura de navegação e acesso aos sistemas passando pelas políticas de proteção da empresa (firewall, controle de acesso WEB, etc), mesmo o funcionário estando remoto. SF: E os desafios enfrentados pelas equipes de segurança empresarial na proteção de dados e informações de trabalho na pandemia? MC - Os profissionais de segurança devem redobrar os cuidados, adotando boas práticas e ferramentas (soluções de segurança) para ampliar o perímetro de segurança até a residência dos colaboradores – antes essa situação era mais controlada dentro dos domínios físicos da empresa. O advento do home office tornou toda empresa, por menor que seja, altamente vulnerável e cada empregado tornou-se uma filial e que precisa de proteção. SF: Como está o mercado de segurança da informação na pandemia? Houve aumento de demanda? IEP - Nem todas as empresas estavam preparadas para colocar todo o time em home office, não havia acesso via VPN para todos os empregados e muitas empresas nunca consideraram aplicar políticas de segurança para acessos remotos. Com a pandemia, elas se viram obrigadas a adotar recursos de segurança praticamente da noite para o dia e isto abriu muitas oportunidades para fornecedores de soluções de segurança que pudessem atender essas demandas de forma ágil e descomplicada.

SF: Como fica a LGPG com a pandemia? Quais os prazos e próximos passos no Brasil? MC - Até a presente data, a lei determina a aplicação de sanções a partir de Agosto de 2021 e estará valendo a partir de 15/08/2020. Porém existe uma medida provisória no congresso que poderá prorrogar a data de início da lei a partir de 03/05/2021, de qualquer formar, trata-se de muito pouco tempo para as empresas se adequarem. SF: Quais os erros mais comuns dos empresários ao adiar ou economizar demais no investimento em segurança de TI? MC - O primeiro é o pensamento equivocado de que “comigo isto nunca vai acontecer”. Ao se negligenciar o cuidado com segurança, gasta-se muito mais em recuperação de dados, recuperação de imagem, indenizações, prejuízos operacionais, etc. Outro erro comum é delegar segurança da informação para empresas não especializadas, os famosos “faz-se-de-tudo-em-TI” ou o tão comumente famoso “eu tenho um sobrinho que faz”. Deve-se levar em conta que a segurança é, muitas vezes, antagônica à disponibilidade de acesso sem critérios, por isto um time de especialistas em segurança irá sempre se preocupar e agir onde o time de infraestrutura de rede não dedica a atenção devida. Por fim, não é indicado investir em produtos sem suporte local ou de empresas sem representação para quem se possa ligar e ter um atendimento especializado quando necessário.

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insight

Comércio exterior deve ser a principal alavanca na recuperação da economia brasileira

O

Brasil tem recursos naturais, terras dispo-

a América do Sul. Já as exportações para a Ásia

Vamos exportar mais para ter saldo e podermos

níveis, clima bom e variado, produtores e

cresceram 9% no mesmo período, sendo que

fazer o necessário. O setor de comércio exterior

empresários capacitados, mas não nos desen-

para a China teve aumento de 15%. Devemos

brasileiro quer – e precisa – de maior facilitação,

volveremos sozinhos. Sem as trocas comer-

lembrar que o continente é responsável por 53%

agilidade, simplificação, redução de tarifas, de-

ciais, tecnologias, insumos, financiamentos e

do total das vendas da Bahia e que a Ásia não é

soneração de custos e impostos, menos buro-

investidores estrangeiros continuaremos onde

apenas China. É também Índia, Indonésia...

cracia, mais reformas no Congresso e infraestrutura para termos maior competitividade dos

estamos. As vendas da Bahia tiveram uma queda de 9%

nossos produtos. Precisamos de menos política

O Brasil e a Bahia são fechados, com taxa de

e redução de 31% nas importações. Ou seja, na

e mais negócios!

internacionalização de 20%, sendo que países

balança comercial o panorama não foi tão nega-

desenvolvidos estão acima de 50%. Somos a 8ª

tivo e o setor florestal mais uma vez contribuiu

É preciso ainda relevar aspectos políticos, cul-

economia do mundo, mas no ranking de comér-

para isso. O segmento é exportador líquido, pois

turais e até religiosos dos nossos parceiros co-

cio internacional ocupamos a 28ª posição. Há 15

praticamente não importa – diferentemente de

merciais, como o Irã, a Índia, a Rússia, a China, os

anos Brasil e China respondiam por 1%, cada, do

outros setores que precisam importar também

países árabes, judeus etc., pois precisamos ven-

montante do comércio mundial. Hoje, o Brasil

-, e nos últimos anos vem se consolidando sem-

der mais e atrair investidores e financiamentos.

continua com seu 1% e a China com 15%.

pre nos primeiros lugares no ranking estadual O “novo novo” não vai ser tão diferente assim.

das exportações.

A globalização diminuiu, mas voltará a crescer.

Além disso, nossas vendas estão concentradas em poucas empresas, destinos e produtos. É

Neste cenário, vamos dar atenção aos países

E já podemos perceber dois efeitos fortes com

preciso diversificar e verticalizar as cadeias pro-

que estão crescendo e que vão continuar pre-

esta pandemia: o crescimento do mundo digital

dutivas para agregar valor aos nossos produtos.

cisando de produtos da Bahia, do Brasil. Não dá

e tecnológico e o desenvolvimento da pauta do

Para esta verticalização são necessários inves-

pra entender o ataque que a China sofre. Por

mundo verde (meio ambiente e clima). Ou seja,

timentos em máquinas, insumos e tecnologias;

que jogamos pedra nesta nova“Geni”?

as oportunidades estão aí, vão ser retomadas e o Brasil precisa estar atento a todos este mo-

mas nossa poupança pública e privada não são suficientes. Por isso precisamos buscar estes

Na retomada de crescimento, alguns países

vimento para não continuar parado, fechado e

recursos com investidores e financiadores es-

vão optar por abrir suas economias e devemos

aquém da posição que poderia já estar ocupan-

trangeiros.

segui-los. Quanto aos demais (aqueles que não

do.

abrirem), precisamos ter preço e qualidade para De acordo com uma pesquisa da CNI sobre o

vencer o protecionismo. Além disso, na discus-

impacto da crise da covid-19 em relação às ex-

são em torno de manufaturados x produtos

portações, comparando o período de janeiro

básicos, devemos lembrar que eles são comple-

a junho de 2019 e 2020, 57% das empresas fo-

mentares e ambos usam avançada tecnologia.

ram afetadas; 32% não sofreram impacto e 8%

Carne é pecuária; minério é terra; calçado é cou-

tiveram crescimento nas suas vendas. Entre

ro; indústria têxtil é algodão...

os setores que cresceram, podemos citar o de base florestal, principalmente porque houve aumento na demanda por produtos essenciais e o segmento é fabricante de papéis para fins sanitários, e de celulose e papel que estão presentes em embalagens (alimentos, remédios e produtos de limpeza) e material hospitalar (máscaras cirúrgicas, vestimentas, colchões etc.). Neste mesmo período, as exportações brasileiras caíram 6% e as importações tiveram queda de 5%. Nossas vendas para os EUA tiveram redução de 32%; para a Europa 11% e de 25% para

Wilson Andrade Empresário e economista com vasta experiência nas áreas de fusões e aquisições empresariais, relações internacionais e comércio exterior, indústria e agronegócio, Wilson Andrade tem presidido várias entidades setoriais no Brasil e exterior.


curtas

Campanha orienta os colaboradores O Sistema Fecomércio-BA desenvolveu uma

mais leve e lúdica. A campanha inclui vídeos

campanha de comunicação para os colabora-

exclusivos que são enviados quinzenalmente

dores frente a pandemia para reforçar os cui-

aos colaboradores. O Sistema ainda contra-

dados e orientações para um retorno ao tra-

tou a infectologista Dra. Adielma Nizarala

balho seguro. Foram criados dois mascotes,

como consultora para auxiliar nessa retoma-

“Sis e Tema” que trazem o conteúdo de forma

da de atividades presenciais.

Sis e Tema foram criados pelo designer da Fecomércio-BA, Abel Marcelino

Esportivo Sesc Aquidabã e de Feira de Santana agradecem a colaboração e compreensão e reforçam a importância do cumprimento dos protocolos de segurança adotados para esta fase de reabertura, além do respeito as regras estipuladas para as boas práticas de convívio. O serviço de refeições nos Restaurantes do Sesc em Salvador está com nova padronização para atender ao decreto municipal diante do quadro de pandemia, e o Restaurante Tancredo Neves, que atende exclusivamente colaboradores de lojas e do condomínio do Salvador Shopping, retomou o serviço de buffet cujas porções são servidas por

Sesc Bahia retoma atividades gradualmente

um funcionário do Sesc. O atendimento foi reduzido a 50% da ocupa-

Após os decretos municipais que liberaram o atendimento de alguns

R$ 6. Além dos dois tipos de quentinhas, haverá a opção de salada em

serviços em Salvador e outros municípios durante a pandemia, o Sesc

pote com proteína (400g) ao preço de R$ 4.

ção das mesas, com 2 metros uma da outra e cadeiras a cada 1 metro. O Restaurante Sesc em Feira de Santana oferece a "quentinha básica", R$ 9,50 (500gr) e R$ 7 (350g); e a "quentinha econômica" (500g),

Bahia se prepara para retomar, gradualmente, as atividades. A Rede Sesc de Hospedagem na Bahia, o Centro de Lazer e Hospedagem (em Piatã, Salvador), o Grande Hotel Sesc Itaparica e o Complexo

Prefeitura atende ao pleito da Fecomércio-BA e amplia horário de funcionamento das lojas de rua acima de 200m² Por meio de decreto publicado no dia 12/08,

lavanderias; lojas de materiais elétricos e óti-

tro dos shoppings centers, e a inclusão das

a Prefeitura de Salvador estendeu o horário

cas com mais de 200 metros quadrados de

empresas administradoras de condomínio

de funcionamento das lojas de rua com mais

área.

no rol dos serviços considerados essenciais. “Acreditamos que, com o andamento positi-

de 200 metros quadrados. Desde então, esses estabelecimentos podem funcionar de

Além da extensão do funcionamento para as

vo da fase 2 da retomada econômica na ca-

segunda a sábado das 10h às 16h. A medida

lojas de rua, a Fecomércio-BA também plei-

pital, a Prefeitura também dará sinal verde a

atende também a segmentos específicos:

teou à Prefeitura de Salvador a ampliação

esses pleitos que não foram contemplados

concessionárias e revendas de veículos; co-

do horário de funcionamento de serviços

neste decreto”, declara o presidente da Fe-

mércio e serviço de arquitetura & decoração;

essenciais, como farmácias, localizados den-

comércio-BA, Carlos de Souza Andrade.

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Senac

Luz, câmera e gastronomia baiana por Alice Santiago

E

sse ano, assim como em outras esferas da vida de cada um de nós, o tradicional Seminário de Gastronomia Baiana precisou se adaptar. O palco do Teatro Sesc Senac Pelourinho deu lugar a um estúdio. A plateia, antes abraçada em calor humano, foi transferida para uma arena digital. Assim nasceu uma nova concepção de seminário, online e sem fronteiras – disposto a levar a cultura baiana para todas as casas ao redor do globo. A permanência de tradições de grandes eventos educativos é resultado do trabalho realizado pelo Senac, nesse momento em que as pessoas precisam se qualificar com segurança. É certo que o seminário, durante seus anos 14 anos de realização, sempre buscou enaltecer o território baiano, as tradições, a religião e sobretudo a gastronomia afetiva. Em 2020, com o tema “A cozinha patrimonial da Bahia: territórios e identidades” foi possível trazer para a roda personalidades que dia a dia ajudam a perpetuar crenças e costumes – como as presenças em vídeo de Nitinauã, da Aldeia Pataxó – Reserva da Jaqueira, em Porto Seguro –, e também da Iyá Kekeré Ângela Ferreira do Gatois, membro do conselho religioso no corpo da associação de São Jorge Ebé Oxossi. Para Marina Almeida, diretora do Senac, realizar o seminário foi um desafio que gerou novas oportunidade de conhecimento. “Esse ano o seminário foi inovador, as pessoas puderam ter uma imersão virtual sem perder o ritmo do Senac. Nossos esforços estão voltados para que o público continue tendo acesso a conteúdos educacionais de qualidade através de nossos eventos”, disse a gestora.

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Com as cores e sabores dos temperos e especiarias, mesmo que online, o espectador teve noção dos aromas que passeavam pelo estúdio. O chef Emanuel Moreira, prestigiando a aridez e a doçura do sertão, preparou uma carne de bode manteada com mel de abelha nativa. Já a chef Jaqueline Bispo foi aos mares resgatar uma iguaria baiana, o Xangó – peixe dessalgado servido com vinagrete de biribirí. Além disso, as pessoas que assistiam ao seminário também acompanharam um show de harmonização de bebidas, apresentada pelo instrutor Nelson Rodrigues, com batida de gengibre e licor de tamarindo. “Foram manhãs memoráveis, trabalhos construtores que conseguiram mostrar a importância e a pujança da gastronomia da Bahia” comentou Raul Lody, antropólogo e curador do Museu da Gastronomia Baiana (MGBA). O idealizador do evento também já deu uma prévia do que podemos esperar para o próximo ano. “Em 2021 realizaremos a décima quinta

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edição do seminário com o tema ‘Frutas da Terra e de além mar nas bebidas e comidas da Bahia’”, revelou. Outras personalidades e movimentos passaram pelas telas, como é o caso do Slow Food Brasil, representado por Revecca Tapie e Marcelo Terça-Nada, além da presença da marisqueira e presidente da Repescar, Iranildes Santana.

O Seminário de Gastronomia Baiana sempre que acaba deixa um gosto de quero mais, mas para quem quer saber como foram esses dias de evento é só acessar o canal do Youtube do Senac. Comida boa é eternizada em conhecimento.


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câmaras

Câmara da Mulher Empresária

CME expande atuação para interior baiano Durante o período de distanciamento social, a CME tem fortalecido sua atuação no interior. Além de Salvador, as regionais de Camaçari, Lauro de Freitas e Jacobina estão unidas no fortalecimento de negócios comandados por mulheres. Em parceria com o Projeto Delas, do Sebrae Bahia, representantes das quatro cidades estão participando de uma agenda de eventos online. Em julho, o primeiro encontro apresentou o propósito da CME Estadual e municipal. Em seguida, foi a vez de uma

aula sobre educação financeira para acesso ao crédito e as dificuldades das empresárias para consegui-lo. Já em agosto, foram abordadas as estratégias de acesso a mercados e o desenvolvimento de competências digitais. Novas rodadas estão agendadas para setembro, outubro e novembro com temas relacionados a comunicação estratégica e emocional, retomada às atividades, como se planejar para 2021, entre outros.

Câmara de Assuntos Tributários

Retomada do comércio é discutida pela CAT Reuniões on-line têm sido a solução encontrada pela CAT para ajudar os empresários do comércio de bens, serviços e turismo durante a pandemia. Na primeira terça-feira de cada mês estão sendo promovidos encontros virtuais em que assuntos como a reforma tributária e a própria retomada do comércio – de acordo com aspectos fiscais

e tributários – são abordados para dar mais condições aos empresários neste momento. Outra alternativa criada pela Câmara foi a realização de uma série de lives, chamada de “Pílulas Tributárias”, que teve o objetivo de divulgar informações sobre as mudanças na legislação tribu-

tária, a necessidade de ajustes, entre outras informações. Também já está em desenvolvimento uma grade de apresentações e discussões sobre os projetos de reforma tributária que tramitam no Congresso Nacional, divulgada em breve. Qualquer dúvida pode ser sanada através do e-mail cat@fecomercioba.com.br

Câmara do Jovem Empresário

Evento de aceleração de startups baianas acontece online As inscrições estão abertas para o Programa de Aceleração de startups. Uma iniciativa do Sebrae Bahia com apoio da Fecomércio através da CJE, que pretende ajudar 45 negócios de todo o estado nos ramos de serviços, comércio e agronegócios.

12

Serão ofertados 12 módulos semanais e on-line para turbinar as empresas. “Negócios e propósito”, “Modelagem de negócios”, “Marketing Digital”, “Gestão Financeira” e “Vendas” serão alguns dos temas contemplados nas turmas.

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As inscrições são gratuitas e já estão abertas através do endereço https://emkt.ba.sebrae. com.br/acelerastartup


câmaras

Câmara Empresarial do Comércio Argentina-Bahia

A Cecab realiza assembleia geral A CECAB realizou uma assembleia geral para prestação de contas aos seus associados das ações realizadas nos últimos meses. O evento, que aconteceu virtualmente, contou com a participação do recém-empossado Embaixador da Argentina no Brasil, Daniel Scoli.

A oportunidade também funcionou como networking e apresentação dos candidatos da diretoria que comandará a Câmara nos próximos três anos (2021-2023). São eles: Vital Sarmento, 1º vice-presidente, Luiz Zelada, 2º vice-presidente, os diretores

Rômulo Machado (Fecomércio-BA) e Patrícia Orrico (Fieb) e os conselheiros fiscais Juranildes Araújo (Fecomércio-BA), Angelo Calmon de Sá (Fieb), Daniel Ferri, Paulo Cintra Santos, Mauro Noriega e Hector Buttaro, além da presidente, Alessandra Nascimento.

Câmara da Mulher Empresária

Programa de incentivo ao empreendedorismo feminino completa dois anos O Programa Mulher Anjo Empreendedora (MAE), realizado em parceria pela Câmara da Mulher Empresária, Universidade Salvador (Unifacs) e o Sebrae, completou dois anos em agosto. Desde 2018, o programa vem fazendo um trabalho minucioso com 15 líderes comunitárias com o objetivo de fomentar o empreendedorismo feminino dentro das comunidades em que elas atuam de acordo com as potencialidades locais.

liente”. Também é um dos representantes do Nordeste no Prêmio “Boas Práticas na Academia”. De acordo com Rosemma Maluf, coordenadora estadual do CEME, o MAE é uma “grande rede de colaboração, apoio e mentoria. Isso é sororidade”, afirma.

Este período também tem servido como um importante laboratório, já que o objetivo é que o programa se torne uma política pública contínua de fomento ao empreendedorismo feminino e comunitário proporcionando a autonomia financeira das mulheres.

Durante o processo, foram realizados ciclos de capacitação, mentorias para o desenvolvimento de habilidades e a construção do negócio com as empresárias associadas à CME. A última etapa, que estava prevista para março e precisou ser adiada por causa da pandemia, será a rodada de negócios em que elas poderão conquistar o investimento necessário para colocar seu projeto em atividade. O Programa MAE conta com o apoio do Sebrae e do Senac, além de ter sido escolhido como uma das iniciativas da Prefeitura para o Plano “Salvador Resi-

Registros de encontros do Programa MAE.

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especial

Impactos da Covid nos pequenos negócios Pesquisa investiga os impactos do novo coronavírus no mercado baiano e as tendências de consumo pós-pandemia por Luíza Ribeiro

P

ara entender melhor os impactos da pandemia na economia baiana e também traçar projeções para o futuro dos negócios, a Rede Bahia, em parceria com a Fecomércio e outras entidades do setor terciário, elaborou uma grande pesquisa voltada para empresários e gestores de empresas. O estudo aborda desde questões ligadas à inovação, mudanças no comportamento do cliente até como esses negócios estão se preparando para o pós-pandemia para, a partir destes dados traçar tendências de consumo que podem ajudá-los no processo de retomada. Essas informações foram coletadas através de um questionário com 50 per-

guntas, disponibilizado na plataforma da Rede Bahia, na qual quase dois mil pequenos empresários responderam sobre como estão enfrentando a pandemia. Segundo o diretor de Programação da Rede Bahia, Carlyle Ávila, responsável pela pesquisa, mapear comportamentos e visões do cenário econômico, por exemplo, são muito importantes para a tomada de decisões.

“A pesquisa é importante, pois traz uma visão de como o pequeno empresário está enfrentando a pandemia e

ajuda a refletir que saídas buscar para os negócios da Bahia”, esclarece Ávila. Ainda segundo ele, é importante que, cada vez mais, se busquem informações e dados do que efetivamente acontece na sociedade. A aplicação do questionário, a análise e o resultado da pesquisa aconteceram entre maio e junho. Todos os empresários que participaram receberam um e-book com os resultados.

Dados da pesquisa Dos quase 2 mil entrevistados,

57% foram mulheres 14

Isso mostra que as mulheres estão empreendendo mais e sendo donas dos seus negócios.

49% tinham entre 35 a 49 anos

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65% eram de Salvador

26% do interior e 9% RMS


especial

Categoria das empresas: 2% INDÚSTRIA

49% COMÉRCIO

96% das empresas

1% SUPERMERCADO 47% SERVIÇO

têm até 9 funcionários.

1% TURISMO

Atividade econômica: 33% alimentício

19% serviços

11% vestuário

8% beleza

6% saúde

4% bebidas

3% comunicação

2% móveis

1% eletro domésticos

13% outros

Os impactos

31% positivos 61% redução de faturamento 61% negativos

23% redução de jornada

novos meios venda/ 26% de distribuição

Situação das empresas

78% das empresas adotaram novas medidas

de funcionamento ou foram para o online

Destaque O destaque da pesquisa é a preocupação dos pequenos empresários em olhar para o cliente. Ela mostra também que 68% dos consumidores baianos mudaram seus comportamentos, reduzindo o consumo, buscando mais promoções, comprando online e sendo mais seletivo nas escolhas.

15% estão fechadas

“Chama a atenção também a solidariedade do consumidor baiano que vê a necessidade de consumir produtos em pequenos negócios localizados perto de suas casas, fomentando o comércio local”, explica Carlyle.

7% abertas normalmente

para pagar funcionários e para tocar o negócio. Outra coisa que se destaca é que, mesmo com toda dificuldade, 59% do empresário baiano está otimista e com esperança de que tudo vai melhorar.

A pesquisa mostrou ainda a necessidade de crédito para os empresários,

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insight

Norberto Odebrecht: um homem à frente do seu tempo

N

orberto Odebrecht nasceu em outubro de 1920. Sempre foi um homem discreto, avesso às homenagens, que preferia o trabalho às celebrações. Entretanto, o centenário de seu nascimento é um bom motivo para refletirmos sobre o legado que deixou. O êxito nos negócios e a trajetória do Grupo Odebrecht, que teve origem na pequena construtora que fundou na Bahia aos 24 anos, são motivos suficientes para que seja visto como um líder empresarial ousado, competente, trabalhador, visionário e sensível. São atributos incontestáveis, sem os quais não teria feito o que fez. Porém, acima deles está o que o distinguiu de forma absoluta: ser um educador humanista à frente do seu tempo, que acreditava nas pessoas e que, com elas, queria compartilhar sonhos, desejos, riquezas, projetos e crenças. Dentre os sonhos, o que predominava sobre todos os demais era a construção de uma organização empresarial que funcionasse como uma sociedade de confiança: sem controles e sem hierarquias. A hierarquia, ele dizia, está no cliente, não na diretoria da empresa. Os controles seriam dispensáveis para pessoas que assumem responsabilidades, cumprem seus deveres e alcançam seus resultados por adesão a princípios, valores e crenças, não por obediência, coerção ou medo impostos por normas e regras.

Norberto Odebrecht

Baseado nessas convicções, ele concebeu uma estrutura horizontal para sua companhia – ideia que acaba de chegar às agendas dos especialistas que começam a pensar na (re)organização do mundo pós-pandemia. Precisamos mudar – deixando de ser verticais para horizontalizar as relações na família, na empresa, na sociedade é o que psicanalistas e sociólogos estão a propor 70 anos depois de Norberto conceituar essa forma de organização e praticá-la integralmente. O mundo não funciona em pirâmides, costumava dizer:“Essa forma contraria as leis da natureza.” Humanista e não raras vezes utópico, entendia que a responsabilidade primordial do empresário é transformar o mundo, respeitando a natureza, tendo o ser humano como o centro de todas as coisas, repartindo com a comunidade parte dos resultados que a atividade empresarial gera – visão que se configura em iniciativas concretas de ação social que liderou, mais de 50 anos atrás. Em 1965, criou a Fundação Odebrecht, uma instituição pioneira no Brasil e que tem uma tecnologia social com potencial de escalabilidade em comunidades com baixos índices sociais Brasil afora. Sensível às artes, sempre apoiou a cultura, na Bahia e onde o Grupo Odebrecht esteve e está, desde 1959, com o primeiro patrocínio cultural.

Na década de 1970 ele definiu: pessoas não são recursos. Recurso é o que se usa e se consome. Pessoas são pessoas, não são utensílios. No jargão da administração de“recursos humanos” no Brasil essa mudança de conceito só foi adotada no século XXI. Quando a palavra sustentabilidade ainda não fazia parte de nosso vocabulário, ele apontava em seus escritos mais remotos: “O rumo de nossa empresa será Sobreviver, primeiro; depois Crescer, para, enfim, se Perpetuar, o que pressupõe ser sustentável ambiental, social e economicamente.” Uma equação simples, mas só possível de ser concebida por alguém capaz de ver antes, ver longe e se antecipar às mudanças que o futuro sempre nos reserva - como ele sempre fez. Como dizia Norberto Odebrecht: “Até aqui o passado, vamos ao futuro.”

Marcelo Gentil Responsável por Comunicação e RI da Odebrecht S/A para o Nordeste


curtas

Senac integra o Centro de Recuperação ao Turismo, inaugurado pela Prefeitura de Salvador Com as presenças do presidente da Feco-

O prefeito ACM Neto destacou também a im-

mércio-BA, Carlos Andrade, da coordena-

portância desse projeto para a nova realidade

dora da Câmara Empresarial do Turismo,

do segmento. “Em conjunto com as outras ini-

Avani Duran, e da superintendente de Edu-

ciativas desse plano para recuperar o turismo,

cação Profissional em exercício do Senac,

vamos buscar reforçar Salvador no imaginário

Glória Feitosa, o prefeito ACM Neto inaugurou

das pessoas, como já fizemos em algumas

o Centro de Recuperação do Turismo (CRT), no

campanhas promocionais que lançamos usan-

Hub Salvador, que fica no Comércio. O local vai

do principalmente a internet e as redes sociais,

funcionar de segunda a sexta, das 9h às 16h, ofe-

a exemplo da #visitedepois, que aconteceu

recendo ao trade turístico, consultoria técnica e

logo no começo da crise sanitária", lembrou

financeira para viabilizar parcerias com o Senac,

ACM Neto.

Sebrae e bancos públicos e privados.

Presidente Carlos Andrade compareceu à Inauguração do CRT

Senac apoia setores do comércio O Senac promoveu eventos virtuais para

e atualização das equipes de todos os Depar-

nas orientações técnicas para aplicar os

lançar soluções voltadas para bares e restau-

tamentos Regionais do Senac da região Nor-

protocolos sanitários. Por meio da Mentoria

rantes, comércio varejista e salões de beleza,

deste e do Espírito Santo. Os docentes des-

Atendimento Seguro, esses estabelecimen-

barbearia e serviços de beleza em geral, visan-

sas áreas nesses estados foram preparados

tos poderão organizar seus procedimentos

do apoiá-los na retomada das suas atividades,

para prestar auxílio às empresas do setor. O

para implantar um ambiente seguro aos seus

de acordo com os novos protocolos exigidos

material será utilizado durante o processo de

colaboradores e clientes. Visando fortalecer o

pelo contexto da COVID-19. O projeto contou

atendimento remoto às empresas, por meio

elo com o meio empresarial, o Atendimento

com a consultoria do Professor Marcelo Boe-

da mentoria Atendimento Seguro. Ficará tam-

Corporativo Remoto do Senac Bahia investe

ger, reconhecido nacionalmente na área de

bém disponível no canal Youtube do Senac

na disseminação de informações (e-books e

hospitalidade e gestão hospitalar.

Bahia para todas as lojas brasileiras.

lives) e no desenvolvimento de soluções gra-

O Senac lançou vídeos e mentorias gratuitas

O Senac Bahia fará seu atendimento corpo-

tabelecimentos comerciais em meio à atual

para essas áreas do comércio. A iniciativa

rativo remoto aos estabelecimentos comer-

crise mundial.

contou com um investimento na capacitação

ciais do Estado que estiverem interessados

tuitas sob medida, prestando auxílio aos es-

Rede Mulher Solidária entrega cestas básicas doadas pelo governo alemão A Secretaria de Políticas para as Mulheres da

As cestas básicas estão sendo distribuídas

Bahia (SPM-BA) promoveu a entrega de 1.700

entre associações que atendem mulheres em

cestas básicas doadas pelo Instituto Goethe

vulnerabilidade social. O comitê gestor da Rede

por meio da Rede UNIDAS – Rede de Mulheres

Mulher elaborou um cadastro para preenchi-

entre América Latina, Caribe e Alemanha, em

mento da organização social civil a ser bene-

apoio à campanha da Rede Mulher Solidária.

ficiada, com informações detalhadas sobre o

Coordenada pela SPM-BA, a Rede é formada

perfil do público atendido e projetos desenvol-

pela Câmara da Mulher Empresária da Feco-

vidos pelas entidades. “O documento vai nos

mércio-BA, Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA),

proporcionar um banco de dados de mulheres

Defensoria Pública (DP-BA), Ministério Pùblico

chefas de família monoparentais, em situação

(MP-BA), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz-Ba)

de vulnerabilidade, que poderá embasar futu-

e Federação das Indústrias da Bahia (FIEB).

ras ações com esse público.”, disse a secretária da SPM-BA, Julieta Palmeira.


capa

Retomada: Shoppings baianos apostam em protocolos de segurança e tecnologia por Vivianne Ramos

A correria típica dos corredores dos shoppings de Salvador deu lugar às incertezas durante os meses que os estabelecimentos precisaram ficar fechados sob os decretos municipais de segurança e saúde. O susto inicial, no entanto, se transformou em inovação. Seguindo todos os protocolos exigidos pelos órgãos de saúde e preocupados com o bem-estar dos seus clientes e colaboradores, os centros comerciais encontraram formas de manter o funcionamento – e a saúde financeira – dos seus lojistas e serviços. O Grupo JCPM, responsável pela administração do Salvador Shopping e Salvador Norte Shopping, implantou uma plataforma on-line que funciona como uma loja virtual. Nela, é possível comprar produtos e alimentos de diferentes lojas em um mesmo ambiente. Prático e eficaz, a ideia será ampliada. “Alguns lojistas precisaram apenas

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Crédito: César Vilas Boas / Fecomércio BA

capa

Presidente da Fecomércio-BA visita o Salvador Shopping no dia da reabertura.

Já o Shopping Paralela fez parceria com uma empresa de logística que garante a entrega das compras do cliente no mesmo dia com frete grátis. Através do site do empreendimento, é possível escolher um produto entre as mais de 70 marcas e realizar o pedido. Outra novidade que tem sido mantida é o serviço de drive thru. Muito difundida entre os restaurantes e lanchonetes de rua, mesmo com a reabertura gradual do comércio, segue sendo aplicada com sucesso para a venda de produtos de diferentes segmentos, como no Shopping Piedade, Itaigara e Paseo. Em alguns espaços, a venda pode ser feita através dos canais próprios dos shoppings ou diretamente com os lojistas através do agendamento de entrega. No Bela Vista, o drive também é uma ação de solidariedade para arrecadar doações que são entregues a instituições beneficentes.

No Barra, que teve sua capacidade reduzida em 50%, tanto os serviços de delivery e take away também seguem em funcionamento. “O drive thru veio para ficar. Estamos convencidos de que esse é um serviço que traz praticidade para os clientes e vamos mantê-lo por tempo indeterminado”, conta o superintendente Naildo Macedo. O Shopping da Bahia, que durante o período de fechamento registrava cerca de 700 carros/dia no serviço de drive, também apostou no entretenimento. Além das vendas online, o empreendimento lançou o Cine Drive-In, que funciona no estacionamento do shopping com exibição de filmes e shows.

Tecnologia A inovação também chegou nos próprios protocolos adotados pelos estabelecimentos. Apesar das regras gerais – como uso obrigatório de máscara e dispensers de álcool em gel, por exemplo – cada um teve a possibilidade de aplicar diferentes técnicas para garantir o funcionamento dos seus serviços. O Shopping Barra, utiliza câmeras termográficas que permitem o monitoramento da temperatura em apenas um segundo. Outras mudanças também se aplicam ao estacionamento: quase todos adotaram sensores em seus

Crédito: Divulgação / Salvador Shopping

ajustar a operação para manter as vendas ativas e estar em contato com os seus clientes, pois já atuavam com e-commerce, por exemplo. Já para outros, a venda online era uma grande novidade e oportunidade para se reinventar, fator que gerou muitas dúvidas no primeiro momento”, explica Fernando Rocha, Diretor Regional BA/SE do Grupo.

Drive é aposta dos shoppings mesmo após retomada.

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capa

totens de entrada, dispensando o contato com os botões de emissão de tickets. O pagamento também pode ser feito através do site ou aplicativo dispensando o contato com funcionários ou dispositivos externos.

Crédito: Divulgação / Shopping Bela Vista

Já o Shopping Bela Vista importou uma tecnologia alemã para garantir a higienização dos corrimãos. O dispositivo emite raios ultravioletas sendo capaz de eliminar bactérias e vírus, incluindo o da Covid-19.

Shopping importou tecnologia para desinfecção do corrimão

Crédito: Divulgação/ Shopping Barra

Tecnologia

Distanciamento social nos elevadores é obrigatório

Os esforços, no entanto, têm dado resultado. De acordo com o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), que funciona como um indicador mensal entre as empresas de varejo, mostrou o aumento considerável deste dado nos últimos meses. Em agosto, a confiança cresceu 11,5%, sendo um marco histórico medido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). É o segundo mês consecutivo que o índice apresenta alta, principalmente nos subíndices relativos às expectativas a curto prazo, intenção de investimentos e satisfação dos comerciantes.

O Parque Shopping Bahia, localizado em Lauro de Freitas inaugurado em março – teve as suas atividades suspensas na mesma semana devido à pandemia. Agora, de portas abertas, segue com rigorosos protocolos para atender a população. “Estamos atentos a toda atualização que é feita nas orientações repassadas pelos órgãos de saúde. Incorporamos essas medidas em nosso espaço, de modo a zelar pela saúde e segurança dos funcionários, lojistas e clientes. São cuidados essenciais que estamos adotando para tornar o shopping um ambiente ainda mais seguro e confortável para todos”, destacou o superintendente do Parque Shopping Bahia, Thiago Cunha.

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Crédito: Peu Accioly / Divulgação Shopping da Bahia

Os colaboradores do Salvador e do Salvador Norte contam com o monitoramento diário do seu estado de saúde através de um aplicativo que controla possíveis sintomas da doença. Um outro aplicativo adotado por alguns shoppings controla o quantitativo de pessoas dentro dos shoppings garantindo que a lotação e o distanciamento social sejam respeitados.

Câmeras permitem identificação da temperatura dos clientes


capa

Alimentação Em novo decreto, a Prefeitura de Salvador e o Governo do Estado autorizaram também a reabertura de bares e restaurantes – respeitando as devidas medidas de segurança, incluindo as praças de alimentação dos restaurantes.

Medição de temperatura

Distanciamento entre mesas Protocolos de higienização precisaram ser instalados

Durante o fechamento, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) criou uma rede de apoio para a retomada, com consultoria de planejamento, financiamento e crédito, informações para atuação com delivery e take away, questões trabalhistas, entre outros. O Senac também lançou um programa dirigido à retomada desse segmento.


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conecta

Conecta Camapanha #EssaLutaÉdeTodosNós A Fecomércio-BA criou campanha reforçando a importância da participação de todos no combate ao coronavírus. Uma campanha da Fecomércio-BA e sindicatos empresariais do comércio. #EssaLutaÉdeTodosNós

Para entender como enfrentar os principais desafios das transformações em uma empresa familiar, o presidente da Fecomércio-BA, Carlos Andrade participou de uma live com o presidente do Instituto Empresariar, Cícero Rocha, no Instagram do @instituto_ empresariar.

A FecomércioBA enviou carta à Prefeitura de Salvador pedindo a ampliação das medidas tributárias e fiscais para melhor atender as urgentes demandas dos empresários do comércio diante da crise que se alastra há cinco meses. #fecomercioba #quemrepresentadefende #salvador #prefeituradesalvador #medidasfiscais

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A segunda edição do Diálogos Empresariais trouxe o tema "Os Desafios e oportunidades para as MPEs no Estado da Bahia", no canal do Youtube do @SebraeBahia. As análises foram feitas levando em consideração o cenário atual, as tendências e perspectivas econômicas para o Brasil e o mundo (2020/21). Esses eventos são uma realização do Sebrae/BA, da Fecomercio, da Fieb, da Faeb, da FCDL e da Faceb, e estão convidados todos os dirigentes e lideranças do movimento empresarial baiano e colaboradores destas instituições, além dos empresários em geral, com interesse em conhecer mais sobre os desafios, as dificuldades e oportunidades que o momento presente e o futuro nos apresentam.


insight

Um novo normal também para o comércio Q necessidade de um novo normal, uando se diz que haverá a

quer dizer que todas as atividades humanas deverão se preparar para novas condições de convivência social mais segura. Mitigando assim, riscos de contágios interpessoais e assegurando que possamos retornar às nossas atividades do dia a dia. Mas, a partir de agora, com todos os cuidados necessários para assegurar a interação entre pessoas, com maior atenção à higiene pessoal e coletiva. Com todas as suas particularidades operacionais, o comércio deve utilizar uma metodologia para manter a segurança biológica, reduzindo o risco de contaminação dos produtos e mercadorias durante todo o processo de aquisição até a exposição ao consumidor. Lembrando que, durante este processo, existirão pessoas envolvidas e expostas aos riscos ambientais de cada atividade. Todas as essas fases devem ser bem avaliadas, assim como deve ser elaborado um suporte para garantir a mitigação dos riscos de contaminação com um rígido processo de controle de contaminação do produto até o processo final, com a venda ao consumidor.

Aqui vou considerar genericamente as atividades do comércio de vendas, lojas de varejo, onde há uma grande exposição junto ao consumidor, mas com certeza se aplica a grande parte de outras atividades, como escritórios administrativos. Considerando as principais atividades de uma loja, como atendente, balconista e estoquista, vemos que, em todos, há uma interrelação de trabalho, onde há um ambiente fechado e contato muito próximo com colegas de trabalho e com o cliente externo. Comumente não há ninguém da área de saúde nas redes de lojas varejistas, sendo assim, pode ser utilizado um membro da CIPA ou combatente de incêndio, pois são pessoas com treinamento de emergência, com mais afinidade nas questões de saúde, podendo realizar o controle na entrada dos colaboradores que estejam chegando ao trabalho.

É fundamental que seja elaborado um questionário contendo algumas perguntas voltadas apenas paras os sinais e sintomas provocados pela COVID-19, não sendo invasivo e respeitando o direito ao sigilo médico individual. É importante reforçar a todos os membros da empresa que, neste momento de pandemia faz-se necessário que todos, inclusive as empresas, promovam controle interno mitigando a infecção pelo vírus tanto para os colaboradores quanto para os clientes. Zelando assim para o bem comum e mantendo a segurança biológica do local de trabalho.

Dr. Gilson Bastos CRM 52 61218-2 Diretor Médico Medi Consultoria

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curtas

Auxílio Emergencial ajuda a frear queda nas vendas na Bahia De acordo com informações obtidas no Portal da Transparência, do Governo Federal, 5 milhões de pessoas, na Bahia, tiveram acesso ao auxílio emergencial de R$ 600 ao longo dos meses de abril a junho. O total repassado aos beneficiários nesse período foi de R$ 3,6 bilhões de reais. Esses recursos foram essenciais para reduzir o prejuízo no comércio da Bahia. A Fecomércio-BA, através de um modelo estatístico, estima que, sem o auxílio, o varejo apresentaria queda de 40% no segundo

trimestre do ano. E com o benefício destinado a 36% da população baiana, o resultado é de uma retração projetada de 27%. “O cenário ainda é muito delicado, mas, relativamente, o comércio poderia estar numa situação mais deteriorada se nada fosse feito em termos de preservação social e econômica”, salienta o consultor econômico, Guilherme Dietze. “São pequenas compras que ajudam, principalmente, o mercado de bairro e o micro e pequeno empresário que tanto está sofrendo nesta pandemia”, finaliza.

profissionais de saúde, idosos e pessoas em situação de vulnerabilidade social de oito cidades brasileiras, entre elas Salvador. Na capital baiana, são mais de 2 mil doações semanais a 13 instituições sociais, 1.116 marmitas distribuídas todas as terças e quintas-feiras. "Estas marmitas vêm ajudando as instituições neste momento de pandemia na complementação das refeições para os seus beneficiários, com segurança e qualidade nutricional. Possibilita até uma economia financeira, pois reduz o uso de água, luz e gás na preparação de alimentos", comenta a nutricionista e gerente do Mesa Brasil Salvador, Maria Conceição Cerqueira Moreira.

Mesa Brasil Sesc e Uber Eats distribuem mais de 2 mil marmitas por semana em Salvador

A catadora Rosilene Oliveira de Souza, 53 anos, cooperada da Cooperativa de Coleta Seletiva Processamento de Plástico e Proteção Ambiental (CAMAPET) em Salvador, diz que está muito feliz com o apoio do Mesa Brasil Sesc e da Uber Eats/Sapore. ''Que bom, pois tenho a garantia de dois almoços na semana, uma economia e uma comida excelente e sadia. Que venham muitos e muito mais para fazer a nossa alegria, mediante a tantas dificuldades em virtude da pandemia. Pelo menos o almoço é garantido'', diz a catadora.

Um dos programas do Sesc que tem se destacado durante o período de isolamento social, é o Mesa Brasil Sesc, responsável por levar alimentos

Além das 230 mil marmitas distribuídas entre essas oito capitais, com o

doados às instituições sociais que atendem pessoas em situação de

apoio do Mesa Brasil Sesc, o Uber Eats também vai doar 15 mil entregas,

vulnerabilidade social. Recentemente, o programa ganhou o reforço de

via Uber, para ajudar na logística e transporte dos profissionais envolvi-

uma parceria com o Uber Eats e Sapore, que fornece marmitas para

dos na distribuição das doações.

Senac abre vagas para cursos de forma remota O Senac segue compartilhando conhecimento através de seus canais digitais. A novidade é a nova oferta de cursos na modalidade remota nos segmentos com mais oportunidades de mercado no atual cenário. Todos os títulos receberam descontos de até 60% para tornar acessível a capacitação de quem está reestruturando a vida profissional e financeira. Os valores dos cursos variam de R$50 a R$ 160 reais.

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Entre as opções mais promissoras no momento estão os cursos de Operador de Caixa, Enfermagem em Home Care, Boas Práticas na Manipulação de Alimentos, Logística e Distribuição e Marketing em Mídia Social. Os novos cursos já estão disponíveis para matrículas através do site www.ba.senac.br/cursos. Demais informações sobre valores, descontos e conteúdo programático dos cursos também estão disponíveis no portal.


sindicatos

Após destaque em combate ao coronavírus, Sincomsaj lança campanha para retomada do comércio por Vivianne Ramos

O novo normal. Essa é uma das expressões mais utilizadas para explicar o momento que todo o mundo vem passando desde o início da pandemia do coronavírus. Lançada em julho, a “Novo Normal SAJ” é uma parceria do Sindicato do Comércio Varejista de Santo Antonio de Jesus com a CDL e a ACASAJ daquele município e tem o objetivo de conscientizar a população sobre as medidas adotadas nesta fase de reabertura para que a cidade continue no combate ao coronavírus. Campanhas de sensibilização, incentivo às boas práticas de higiene, entrevistas em diferentes veículos de comunicação, carros de som e ações em redes sociais são alguns dos formatos encontrados para disseminar a informação aos moradores e comerciantes. Mais que informar, o sindicato quer apoiar os negócios e contribuir com a sustentabilidade das empresas neste formato. “O coronavírus mudou muito o nosso estilo de vida. A lição que estamos vivenciando é que, independentemente do momento – seja uma pandemia ou apenas uma fase ruim no empreendimento –, ações ousadas são essenciais”, avalia Herivaldo Nery, presidente do

DOAÇÃO DE

7.850 máscaras;

Sincomsaj. Nestes cinco meses, diversas ações foram realizadas. Em março, as campanhas de conscientização começaram com a divulgação de vídeos sobre a importância do uso de máscaras que foram veiculados em diversas plataformas. Outras ações, como as campanhas “E aí, cadê a máscara?” e “Doe uma máscara” foram implantadas nas redes sociais das entidades e empresas para incentivar a boa prática. Nas ruas, foi possível ver a atuação do sindicato através da distribuição de máscaras, utilização de avisos sonoros, distribuição de cartazes e protocolos de funcionamento para empresas. Também foram realizadas diversas entrevistas para orientação das empresas sobre o tema e uma intensa campanha de combate às fake news disseminadas através de aplicativos de mensagens. Junto ao Sesc e Senac e o programa Mesa Brasil, foram distribuídas cestas básicas para as famílias que precisaram de

23 outdoors 140 INFORMATIVOS horas ESPALHADOS PELA CIDADE;

DE CARRO DE SOM;

suporte durante este período. Um balcão de atendimento e orientação ao auxílio emergencial foi montado na Praça Padre Matheus, além da visita constante de equipes nos locais para verificação do cumprimento dos decretos municipais.

Novo horizonte A principal ferramenta utilizada durante todo este período, com certeza, foi o diálogo. Além das diversas divulgações feitas na imprensa e nas ruas, as entidades se mantiveram próximas aos colaboradores, gestores e empresários para o levantamento sigiloso de dados e estatísticas que contribuíram com o planejamento e realização das ações. Lives semanais com temáticas voltadas ao período pós-pandemia foram realizadas nas redes sociais do sindicato. E, neste momento, estão em andamento as campanhas online “Povo consciente. Comércio forte” e a “Somos todos responsáveis”. “Quando criamos união, mudamos todo o processo”, conclui Nery.

1.300 cartazes INFORMATIVOS;

1.300 protocolos DE FUNCIONAMENTO PARA EMPRESAS.


passos certos

60 anos de história Thais Figueiredo

A Morais de Castro atua desde 1960 distribuindo, revendendo e importando produtos químicos nas diferentes regiões do Brasil. Ao oferecer diversos serviços de solução em química para os seus clientes e parceiros, tornouse uma das maiores empresas do segmento do Norte e Nordeste do país, atendendo a quase todos os segmentos industriais. E sempre reiterando o seu compromisso com a sociedade e o meio ambiente, pois acredita que, assim, alcança a satisfação dos clientes. Eduardo Morais de Castro começou a trabalhar na empresa dos pais aos 15 anos, já registrado. Foi seu primeiro emprego e é quem comanda a empresa até hoje. Com formação em Administração e pós em Logística, Eduardo já foi condecorado pela Fecomércio-BA como Comerciante do Ano recebendo a Medalha Visconde de Cairu, em 2010.

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Eduardo Morais de Castro

Sistema Fecomércio-BA - Como tudo começou? Eduardo Morais de Castro - Fundada em 1960, a Morais de Castro surgiu como resultado de um sonho do meu pai e da minha mãe – meu pai já tinha experiência como funcionário em empresas de produtos químicos. Éramos uma importadora de produtos químicos e tivemos muito sucesso desde então. Nosso primeiro escritório ficava na Avenida Estados Unidos e nossos depósitos ficavam em trapiches que existiam na cidade. Em 1980, transferimos a sede para o Porto Seco Pirajá – construímos um galpão em um terreno. Começamos com 3 mil m² e hoje temos quase 15.000 m² de área, com cerca de 5 mil m² de área construída – entre galpões, tanques e câmara frigorífica. A nossa reputação é nosso maior patrimônio, pois somos reconhecidos como uma empresa ética e de qualidade.

SF - Como a Morais de Castro cresceu? EMC - Adicionamos ao negócio o segmento de distribuidores autorizados de fabricantes nacionais para a Bahia e a região Nordeste. Neste período, o boom da indústria química e petroquímica nacional alavancou os negócios, pois o governo restringia a importação de produtos químicos por questões cambiais e foi preciso buscar fornecedores que tivessem um braço com a indústria nacional. Hoje, somos praticamente a única empresa baiana de distribuição de químicos e nossos concorrentes são os gigantes pelo mundo.

Sempre tivemos a característica de investir o que ganhávamos, ao invés de distribuir o lucro para os sócios e isso fez com que conseguíssemos crescer. Somado a isso, nosso programa de qualidade é muito forte desde sempre e isso


Fotos: Divulgação

passos certos

Sede da Morais de Castro em Porto Seco Pirajá.

permitiu que nos diferenciássemos no mercado, pois com as certificações nossos procedimentos são atualizados periodicamente. Nós somos comerciantes: compramos e vendemos. Além da Morais de Castro que é a empresa mãe, temos ainda uma transportadora, uma empresa de representações e outra de patrimonial. Hoje, contamos com uma filial em Jaboatão dos Guararapes-PE que nos aproxima dos demais estados do Nordeste e temos aproximadamente 70 funcionários diretos. Em 2019, alcançamos R$114 milhões em faturamento. SF - Do que a empresa se orgulha? EMC - Além do que eu já citei, temos o Selo da Diversidade da Prefeitura Municipal de Salvador, pois acreditamos que é preciso haver esta integração e respeito a todos; nossa estrutura permite

que o atendimento ao cliente aconteça 24h todos os dias da semana. Na sede em Salvador, contamos com uma sala limpa que é um espaço estéril para envasamento de produtos para alimentação e cosméticos, além de dois laboratórios – um diferencial importante. E também gosto de contar que recuperamos a área de servidão pública que fica atrás do nosso terreno no Porto Seco. Hoje é uma área arborizada onde tem até uma lagoa com peixes! SF - Onde a Morais de Castro pretende chegar? EMC - Temos crescido solidamente, degrau a degrau há sessenta anos. Sempre com qualidade que é um valor importante pra gente, faz parte do nosso DNA. A partir daí, queremos nos preparar para atender o Brasil inteiro – já atendemos uma parte, mas queremos cobrir o território nacional.

SF - Qual o impacto da pandemia nos negócios? EMC - Por incrível que pareça, o impacto foi positivo. O segmento de cosméticos que é uma parte importante da nossa demanda diminuiu bastante, mas o de produtos domissanitários e detergentes aqueceu e acabou superando as perdas que tivemos. Está claro que o mundo será diferente, incluindo as práticas institucionais e comerciais. Fica o aprendizado de que é preciso ter a capacidade de adaptar-se a uma nova realidade – e esta sempre foi uma característica da Morais de Castro: adaptação.

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Sesc

Luz, câmera... e live!

Entre abril e julho foram realizadas quase 90 lives nos canais do Sesc Bahia, formato que veio para somar a presença da entidade nas redes sociais por Ascom Sesc

C

FFoi através das transmissões feitas pela plataforma YouTube que a programação “Sesc nas Festas Juninas” deste ano pôde acontecer, levando ao público as atrações musicais no Tríduo de Santo Antônio com Jó Miranda, Zé de Tonha e Trio Anarriê; no São João com a banda Estakazero; e no São Pedro com Arraiá de Jorge, cujas lives somaram mais de 36 mil visualizações. Recentemente, alguns projetos dos Programas Lazer e Assistência incluíram esse recurso em suas programações, a exemplo de Agosto Dourado, Deu Bobeira, Virou Brincadeira!, Tempo de Brincar e Idoso na Rede com a Semana dos Avós, que trouxeram especialistas para bate-papos informativos mediados por profissionais do Sesc Bahia. Porém, a tecnologia não é a única responsável pelo sucesso das transmissões “ao vivo” do Sesc Bahia. Boa parte desse êxito deve-se aos recursos humanos da entidade que, de uma hora para outra, ti-

30

Fotos: Sesc Bahia

om o isolamento social, redes sociais como o Instagram viram, de repente, o uso do recurso de transmissões “ao vivo” crescer 70% logo nas primeiras semanas da pandemia. Do Papa ao rei Roberto Carlos, muitos viram nessa ferramenta das plataformas digitais a oportunidade de continuar com as suas atividades. Assim como várias instituições, o Sesc Bahia também apostou na live para continuar presente junto aos seus clientes enquanto as atividades presenciais permaneciam suspensas. O que começou com um projeto de atividade física no final de abril, ganhou uma proporção maior entre os meses de junho e julho com projetos diversos dos programas da entidade, pensados para as plataformas digitais. veram que se adaptar a uma nova ferramenta de trabalho e se engajaram nesse processo. Assim como todas as marcas que se propõem a estar no ambiente digital, o Sesc Bahia tem aí mais um formato a ser explorado daqui para frente. Muitas novidades estão por vir e, para não perder nada, basta ficar de olho na programação no site e nas redes sociais da instituição. O Sesc Virtualidades entra“ao vivo” nas tardes de terça-feira, promovendo bate-papos com personalidades do meio cultural e artístico baiano. Pelo Instagram do Sesc Bahia, já passaram nomes como Vânia Abreu, o dramaturgo Edvard Passos, o capoeirista Mestre Duda e a cineasta Fabíola Aquino. Já o Sesc Sonoridades, em uma edição mensal, estreou as “lives" com o show “Contando Raul Seixas – Músicas e Histórias do Maluco Beleza”, apresentado pelo cantor e compositor Marcos Clement.

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Se você ainda não é um seguidor do perfil Sesc Bahia nas redes sociais ou não está inscrito(a) no canal Sesc Bahia do Youtube, não perca tempo!

Garanta entretenimento de qualidade em casa. #culturaemcasa #tododiaédiadesesc


legislativo

Renegociação de contratos de aluguel diante da pandemia por Luíza Ribeiro

D

evido a pandemia, muitos empresários e empreendedores se viram obrigados a fechar as portas, perdendo sua principal fonte de renda. Mas também muitas empresas conseguiram se adaptar investindo no online, delivery e drive-thru na tentativa de minimizar os aspectos negativos da crise, apesar de não suprir totalmente as vendas anteriores à pandemia. Com a mudança na renda de muitos baianos, as dúvidas sobre contratos de locação e os pagamentos de taxas com os estabelecimentos fechados surgem. Com isso, é importante lembrar que o contrato de aluguel é um instrumento particular, firmado entre duas partes, onde um oferece o bem para uso de outrem, em troca de uma remuneração e que, independentemente da pandemia, os contratos de locação devem ser cumpridos na íntegra, inclusive porque os imóveis continuam sob posse e uso exclusivo dos seus locatários.

Para Kelsor Fernandes, vice presidente da Fecomércio-BA e presidente do Secovi-BA, a manutenção dos ajustes contratuais, deve ser feita na condição de abatimento temporário, com ressarcimento futuro do valor concedido por motivo da pandemia, auxiliando a capacidade de pagamento dos locatários. “Deve-se restituir a perda financeira gerada para o locador, num futuro próximo, quando da restituição das atividades comerciais. Isso faz com que a negociação seja boa para os dois lados da relação contratual”, afirma.

Novo horizonte Para imóveis residenciais que estão sendo plenamente aproveitados, a utilização do bom senso é importante e a negociação deve ser feita apenas em casos nos quais os locatários efetivamente tenham sofrido perdas financeiras por conta da pandemia.

Inadimplências Caso ocorra a inadimplência nas taxas condominiais/residenciais, o condomínio deve avaliar a possibilidade de reduzir cobranças de juros e/ou a suspensão temporária de taxas extras.

“A melhor maneira de reduzir a inadimplência do cenário atual é trabalhar com a conscientização da população, mostrando a importância de se manter as taxas em dia, pela manutenção da saúde financeira do condomínio” afirma Kelsor. Diante de todo esse cenário, Kelsor Fernandes reafirma que o Secovi estará sempre pronto para auxiliar os condomínios com estratégias que visem solucionar os problemas causados pela pandemia da COVID 19. “Disponibilizaremos também nossa

assessoria jurídica para auxiliar os síndicos e/ou administradores naquilo que porventura necessitem”, defende.

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insight

A (im)possibilidade de Acidente de Trabalho por Coronavírus

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om a flexibilização para a reabertura do comércio, aumenta a preocupação com a possibilidade de responsabilização civil do empregador na ocorrência de óbito ou sequela do trabalhador. Não é para menos! Já são mais de 115 mil vítimas fatais e 3,5 milhões de contaminados pelo novo coronavírus. Ainda na vigência da Medida Provisória nº 927/2020, o Supremo Tribunal Federal decidiu, por maioria de votos, que “as regras dos artigos 29 e 31 fogem da finalidade da MP de compatibilizar os valores sociais do trabalho, ‘perpetuando o vínculo trabalhista, com a livre iniciativa, mantendo, mesmo que abalada, a saúde financeira de milhares de empresas’”. À luz do art. 29 da MP, instituiu-se a regra no sentido de que a Covid-19 não seria considerada doença ocupacional, situação que, excepcionalmente, seria afastada se viesse a ser comprovado, pelo trabalhador, o nexo causal, ou seja, que a doença fora contraída no ambiente laboral. O chamado onus probandi era, portanto, do “empregado”, e não do“empregador". Ocorre que o STF declarou, em sede de liminar (sem análise do mérito), a inconstitucionalidade do art. 29 da MP 927, antes mesmo de acabar seu prazo de vigência. Assim, a questão que se apresenta é a seguinte: lesão permanente ou temporária - que afeta a capacidade - ou o óbito do trabalhador, decorrente da Covid-19, configura acidente de trabalho? A análise desses efeitos apresenta relevância ímpar, a fim de que possa se aferir, por exemplo, se o empregado acidentado teria direito a) ao auxílio doença acidentário, b) ao recolhimento do FGTS, e c) à estabilidade provisória no emprego, após a eventual alta médica e futuro retorno ao posto de trabalho.

Ressalta-se, todavia, a difícil comprovação do momento exato em que ocorreu a infecção pela Covid-19. Um profissional poderá ser contaminado através de seus familiares, por exemplo, independentemente de estar laborando em seu domicílio (home office) ou na empresa. O fato é que, no nosso sentir, a contaminação, por si só, não pode ser considerada como doença ocupacional. Isso porque é o caso concreto que apontará para a existência – ou não – de acidente de trabalho! Ora, em verdade, o que muda é que o ônus de provar a inexistência de acidente de trabalho passa a ser do “empregador”, não sendo mais imputada ao“empregado” tal incumbência. Impende observar que a legislação que disciplinava a matéria, antes da edição da MP nº 927, continua vigente. A temática sob apreço encontra albergue nos arts. 19 a 21 da Lei nº 8.213/91, conhecida como Lei de Benefícios da Previdência Social. Estabelecem os aludidos dispositivos que “Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa”, que doença do trabalho é aquela“adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente”, bem como, equiparam-se ao Acidente do trabalho“o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em conseqüência de (...) doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade”. Em vista disso, como regra geral, as chamadas “doenças endêmicas” já estavam excluídas do conceito de doença do trabalho, visto que a Lei somente admite a exceção se vier a ser

Noutro giro, vindo a ser eventualmente comprovado o nexo causal, é possível a responsabilização do empregador em caso de morte ou dano permanente do empregado.

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comprovada que a contaminação decorreu de exposição ou contato direto determinado pela natureza do labor! Além disso, compete especificamente à perícia médica do INSS a decisão de determinar – ou não – a existência de natureza acidentária da incapacidade para fins de concessão do benefício, após análise do chamado nexo causal. Deve-se destacar que o Ministério da Economia, através da Secretaria de Previdência e Trabalho, editou norma (Portaria Conjunta n.º 20/2020) estabelecendo medidas a serem adotadas nos ambientes de trabalho, a fim de prevenir, controlar e mitigar os riscos de transmissão da Covid-19. Caberá ao empresário adotar, previamente, todas as precauções necessárias no sentido de que os seus colaboradores cumpram inteiramente as normas de segurança e medicina do trabalho, sem prejuízo de instrui-los, por meio de comunicados e treinamentos, a respeito das precauções que devem adotar para evitar a infecção, principalmente o fornecimento de EPI, além da obediência ao distanciamento social. Portanto, entendemos que a Covid-19 não é, por si só, uma doença ocupacional, e a adoção dessas medidas, por certo, mitigaria os riscos de eventual enquadramento da contaminação como doença ocupacional. Repita-se, porém, que é do empregador (e não ao empregado) o ônus de provar que a doença não foi contraída no ambiente de trabalho, razão pela qual as providências e protocolos acima mencionados devem ser rigorosamente respeitados.

Dr. Marconi Sousa Advogado, Assessor Especial da Presidência do Sesc BA e Gerente Jurídico da Fecomércio BA.


empreendedorismo

Evento virtual conecta startups baianas a grandes investidores por Vivianne Ramos

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onectar pessoas, ideias e soluções. Este foi o principal objetivo do Deu Match Varejo, evento realizado no mês de julho, que reuniu dez startups baianas do setor varejista a diversos negócios tradicionais do estado. A ação fez parte da Semana Sebrae de Capacitação Empresarial, que neste ano aconteceu em diferentes plataformas online. Em tempos de pandemia, os desafios do mercado varejista se multiplicaram. Além das dificuldades do dia a dia para garantir a saúde financeira da empresa, manter colaboradores e atender a demanda, diversos negócios tiveram que se reinventar e encontrar soluções para se manter no mercado nos últimos seis meses. E é aí que as startups entram: com um olhar voltado à tecnologia e inovação, apresentam soluções que podem ser aplicadas por empresas de diferentes

tamanhos a um custo menor que os formatos tradicionais. Durante o evento, realizado no dia 22 de julho, cada representante teve direito a três minutos de pitch – termo usado para a realização de apresentações curtas que têm o objetivo de despertar o interesse do investidor. Em seguida, eram abertas as perguntas em que os empreendedores podiam se aproximar das soluções mais adequadas aos seus negócios. Carlos de Souza Andrade, presidente da Fecomércio-BA, abriu o evento falando sobre a importância da realização dessa Semana para o crescimento da economia do estado e lembrou do caráter inovador do projeto, fruto da necessidade do mercado e o vislumbre do Sebrae em se adequar às novas tendências de mercado, no ramo das startups. “O uso de aproximadamente 70% dessa tecnologia será do setor terciário e

o Sebrae com o MEI, ME e EPP por exemplo, vai possibilitar com que se tenham as ferramentas na mão para que a inovação tecnológica comande o mercado”, comenta. Para Pedro Dornas, coordenador da Câmara do Jovem Empresário (CJE) da Fecomércio-BA, a realização de iniciativas como essa são um reflexo do movimento que o mercado já estava passando. “O mundo já estava mudando antes da pandemia, mas agora tivemos que acelerar os processos. Neste momento, foi preciso abandonar a “gambiarra digital”, explica. A CJE esteve diretamente envolvida na elaboração do Deu Match Varejo por ser um projeto que foca no empreendedorismo baiano. A abertura do evento ficou a cargo de Fred Alecrim, especialista em Varejo.

Deu Match A Giross, aplicativo baiano de logística, foi um dos destaques do evento. Em uma fase de grande procura por vendas on-line e a necessidade do delivery, o serviço de logística para o varejo oferecido por Filipe Martins cresceu. Após o evento, novos contratos foram fechados com empresas de Salvador, Feira de Santana e Itabuna. “Nesse momento as empresas fazem de tudo para se transformar. A tecnologia e as startups ajudam na inovação e na automação. Me tornei um negócio fundamental”, explica Martins.

Filipe

Martins

Emerson Barreto

Já pensou registrar o produto, emitir nota fiscal e receber o pagamento em uma única máquina? Com a POS Controle, é possível. O sistema comandado por Emerson facilita a vida das empresas de varejo sem a necessidade do investimento em computadores, impressoras ou novos equipamentos. Após o evento, o serviço será fornecido para uma empresa que possui diversas filiais em Salvador, além de outra empresa no interior do estado. “O evento é bem inovador e tem um grande potencial comercial. Bom para as startups que podem ofertar seus produtos e serviços e bom para o mercado que passa a ter acesso de forma rápida às novas tecnologias”, comemora Barreto.

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curtas

Sesc Cultura ConVIDA!

Feiras livres de Salvador recuperam 35% da movimentação econômica com a reabertura na capital, diz Sindfeira Com a recente reabertura do comércio da capital baiana, nas fases 1 e 2, os comerciantes responsáveis por movimentar as principais feiras livres começam a recuperar lentamente o movimento e a se adaptar ao “novo normal” instaurado pela pandemia. De acordo com Nilton Ávila, presidente do Sindfeira - Sindicato dos Vendedores Ambulantes e dos Feirantes da Cidade de Salvador, desde o começo da reabertura das atividades econômicas na capital, já se observou uma recuperação gradual. “Trinta e cinco por cento da movimentação econômica desse setor aumentou com a reabertura do varejo”, salientou.

Em continuidade ao seu trabalho de fomento cultural, o Sesc estreou no início de agosto a plataforma Sesc Cultura ConVIDA!, lançada para manter ativa a produção artística mesmo com as medidas de isolamento social impostas pela pandemia do novo coronavírus. De casa, artistas de todas as regiões do país se apresentarão virtualmente, numa programação variada de artes cênicas, educativas, visuais, audiovisuais, em formatos como podcasts, oficinas, apresentações musicais, entre outras. Ao todo 470 projetos foram contemplados para fazer parte da programação. O Sesc Cultura ConVIDA! traz apresentações “ao vivo” e gravadas, de segunda a sábado, em diferentes horários. Dos 910 inscritos da Bahia, 35 propostas do estado foram selecionadas. Artistas, pesquisadores, produtores, educadores, cineastas, entre outros, fazem parte da grade de atrações do projeto representando a capital e cidades como Prado, Barreiras, Juazeiro, Feira de Santana, São Félix, Barra da Estiva, Camaçari, Vitória da Conquista, Ribeirão do Largo e Lauro de Freitas. A programação completa do projeto está disponível no site www.sesc.com.br/convida e no canal www.youtube.com/sescbrasil.

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Por ser um serviço considerado essencial, as feiras distribuídas na cidade têm seguido o protocolo de segurança, disponibilizado pela Prefeitura, com o intuito de minimizar os impactos causados pela Covid-19 na cidade. Boas práticas de higiene como a utilização de álcool em gel, uso de máscaras e distanciamento social, tanto pelo feirante quanto pelo cliente, são algumas das medidas aplicadas. Uma campanha de conscientização também foi criada para os feirantes e clientes que frequentam esses estabelecimentos.


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