Livreto Newronio: Van Gogh

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O Blog Newrônio é o portal de criatividade da ESPM. As novidades são postadas diariamente e categorizadas de acordo com as áreas criativas, desta forma, o visitante pode ler informações sobre todas as áreas, ou procurar posts dentro de uma categoria especí ca, ltrando sua busca.

Todos os assuntos abordados no blog são resultados de pesquisas realizadas na internet. Existe, acima de tudo, uma preocupação com que os temas sejam coerentes com a proposta do Newronio e, sempre que possível, enriquecidos com conhecimentos técnicos. Ao mesmo tempo, o Newronio tem uma linguagem leve e próxima ao leitor, já que esta é a principal característica do meio utilizado.

Em um momento em que as pessoas são bombardeadas de informações e sentem-se incapazes de estarem atentos a tudo que acontece, o Newronio torna-se ferramenta essencial. E isto ocorre não só pelo fato do blog identi car tendências, mas, também, por sintetizar em um só lugar todas as novidades, fazendo com que o nosso leitor seja o primeiro a saber das últimas.

http://newronio.espm.br/

SU MÁ RIO

Artigo 1

“Tentando descobrir a Moça com Brinco de Pérola” Pag.: 6 e 7

Artigo 2

“Van Gogh terá exposição digital e imersiva em Paris” Pag.: 8 e 9

Artigo 3

“Conheça o acervo digitwal com mais de mil pinturas de Van Gogh” Pag.: 10 e 11

Artigo 4

“Van Gogh: A matemática por trás de “A Noite Estrelada” Pag.: 12 a 15

Artigo 5

Como seria seu pet aos olhos de Van Gogh” Pag.: 16 e 17

Artigo 6

“A genialidade de Van Gogh em The Night Cafe” Pag.: 18 a 19

Artigo 7

Passeando pelas Obras de Van Gogh Pag.: 20

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Tentando descobrir a Moça com Brinco de Pérola

Na história da humanidade grandes obras de arte foram criadas, com a Monalisa de Leonardo Da Vinci ou A Noite Estrelada de Vicent Van Gogh. Cada uma delas tem um elemento em comum: o mistério.

Elas têm elementos intrigantes, e fazem com que você como observador que tentando, em vão, achar respostas dentro do próprio segredo da composição artística. A Moça com Brinco de Pérola de Johannes Vermeer se encaixa perfeita nesses critérios.

Pouco se conhece sobre Vermeer. Verdadeiramente, sabemos que ele nasceu nos Países Baixos em 1632, casou-se, teve 15 lhos, e morreu sem nunca ter saído de seu país de origem em 1675, o resto é só fofoca histórica. Johannes, como muitos artistas, nunca recebeu reconhecimento em vida pelo seu talento. Imagino que ele nunca pensou o quanto sua obra impactaria as gerações futuras.

Automaticamente quando você está olhando a pintura seu foco vai para os olhos da moça. Ela está triste? Emocionada? Ou somente te observando com curiosidade? As poucas pinceladas que fazem o brilho do olhar dela causam uma mistura de sentimentos indescritíveis para quem a observa. Se for

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Print do video do canal TED Ed que explica como Vermeer cria tridimensionalidade em suas obras.

Ou acabou de te notar? A boca entreaberta é porque ela vai começar uma conversa ou vai abrir um sorriso? É sério, poderíamos car um dia inteiro interrogando a pintura, mas a Moça com Brinco de Pérola sempre estará estática e nunca nos responderá.

Mas não é ao acaso que a pintura é assim. Vermeer cria com um conjunto de jogos de luzes e brincadeiras de perspectiva que fazem com que o público só foque mais em certos elementos do que outros. Em A Leiteira, outra obra do artista, o nosso enfoque não é nos pães, na janela, nos potes ou até mesmo na mulher, e sim no pequeno o de leite saindo da jarra. Não é diferente a Moça com Brinco de Pérola. O fundo preto impede o público se perca no cenário, o azul vibrante do turbante leva nossos olhos diretamente para o rosto pálido, sua expressão foi pintada em um dos quadrantes centrais da pintura e o brinco (que nem é uma pérola de verdade, e sim provavelmente um pedaço de vidro pintado) também, fazendo com que outros elementos como o vestido ou o resto do acessório no cabelo sejam praticamente ignorados.

Não é só a técnica que nos captura, há algo em cada uma dessas obras que são consideradas icônicas que nos cativa de modo incomparável. Não há resposta completa, mas suponho que seja a paixão que cada um desses mestres de arte tenha sobre o o cio que acaba vazando em suas pinturas, algo que jamais poderá ser copiado. Tire sua própria conclusão. A Moça com Brinco de Pérola é um re exo da positividade e mudanças sócio-econômicas de seu tempo, mas consegue ultrapassar barreiras históricas e comover qualquer um que olha na direção da pintura.

A Moça com Brinco de Pérola está no Museu Mauritshuis em Haia, nos Países Baixos, mas pode ser admirada online por várias plataformas como o Google Arts & Culture. E claro, você pode sempre pode curtir todas as paródias e releituras da obra espalhadas pela web e pelo mundo.

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Releitura da Olha Moça do Brinco de Pérola de Vermeer e da Monalisa de DaVinci feita pelo per l do instagram.

Van Gogh terá exposição digital e imersiva em Paris

O pintor nasceu na Holanda em 1853 e morreu aos 37 anos, na França. Seu legado consiste de pinturas. Mais de duas mil.

Não há quem não ouviu falar de Vincent Van Gogh: um dos nomes mais ilustres na história da arte. Além das de autoria própria, hoje existem muitas obras baseadas em Vincent, como a animação stopmotion “Loving Vincent”, lançada em 2017 e o lme mais recente “No Portal da Eternidade” – pelo qual o ator Willem Dafoe está concorrendo Oscar de melhor ator por interpretar Van Gogh.

A in uência do pintor e a admiração a ele parecem resistir o tempo, se tornando cada vez mais conhecido. Baseando-se nisso, o Atelier de Lumières, centro de artes em Paris, irá inaugurar uma exposição dia 22 de fevereiro das obras de Van Gogh. Porém, de um jeito especial: será digital e imersiva, com telas de 10 metros de altura, espalhando-se por todo o espaço… paredes, chão e teto.

O Atelier é administrado por uma empresa chamada Culturespaces, e eles desenvolveram uma tecnologia chamada AMIEX® (Art & Music Immersive Experience).

Começando pelo autorretrato de Van Gogh, o visitante também percorre as cidades em que ele passou (Saint-Rémy de Provence e Paris) e também passa por suas principais obras, como “Noite estrelada” e “Girassóis”.

Muitos aspectos da vida de Van Gogh são discutidos atualmente. Ninguém sabe explicar totalmente sua morte, suas atitudes e o porquê ele cortou uma de suas orelhas.

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Conheça o acervo digital com mais de mil pinturas de Van Gogh

Durante o fechamento de museus e galerias por conta da pandemia do COVID-19, o mundo da arte se adaptou ao cenário virtual, promovendo exposições e mostras sem a necessidade de ninguém sair de casa.

Uma adição recente a esse catálogo é um acervo fundado por três museus europeus (Van Gogh Museum, Kröller-Müller Museum e RKD–Netherlands Institute for Art History) completamente dedicado à obra do artista holandês Vincent van Gogh.

Intitulado Van Gogh Worldwide, a plataforma apresenta mais de mil obras do artista, que vão desde rascunhos não- nalizados até suas grandes pinturas pós-impressionistas, todas seguidas de cartas de referência para cada peça.

De acordo com os criadores do acervo, ainda falta metade de toda a obra conhecida do pintor, e, no futuro, eles esperam incluir obras presentes em museus internacionais na coleção.

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“Penso que não há nada mais artístico que amar verdadeiramente as pessoas”
- Vincent Van Gogh

Van Gogh: A matemática por trás de “A Noite Estrelada”

Uma vez Heisenberg (físico autor do princípio da incerteza) disse que quando encontrasse com Deus faria a ele duas perguntas: ‘Por que a relatividade?’ e ‘Por que a turbulência?’, acreditando que ele teria uma resposta apenas para a primeira pergunta, uma vez que a turbulência é algo muito complexo de ser entendido.

O quadro “A Noite Estrelada” de Van Gogh, de certa maneira, contém uma representação deste fenômeno.

Mas se você acha que a matemática e as artes nunca convergiram… Lembra do homem vitruviano? Que na verdade é um estudo, ok. Mas é arte.

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A genialidade de Van Gogh vai muito além das artes…

“Em 1889, Vincent van Gogh (30 de março de 1853 a 29 de julho de 1890) pintou sua obra-prima icônica “A Noite Estrelada”, uma das mais reconhecidas e reproduzidas imagens na história da arte.

No auge de sua luta ao longo da vida com a doença mental, ele criou a lendária pintura enquanto permanecia no manicômio em que voluntariamente se internara após mutilar a própria orelha. Mas, mais do que uma obra de arte, a pintura de Van Gogh revela pistas surpreendentes para entender alguns dos trabalhos mais misteriosos da ciência.

Esta curta animação fascinante de TED-Ed escrita por Natalya St. Clair, autora do livro “A Arte do Cálculo Mental”, explora como “A Noite Estrelada” lança luz sobre o conceito de uxo turbulento na dinâmica de uidos, uma das ideias mais complexas para explicar matematicamente e um dos mais difíceis conceitos de entender pela mente humana. Do porque a percepção do cérebro de luz e movimento nos faz observar os trabalhos impressionistas tremerem, como a teoria de um matemático

russo explica a mancha vermelha brilhante de Júpiter, até o que o Telescópio Espacial Hubble tem a ver com os episódios psicóticos de Van Gogh.

O vídeo une arte, ciência e saúde mental através da interação surpreendente entre turbulência física e psíquica. Van Gogh e outros impressionistas representaram a luz de uma maneira diferente de seus antecessores, dando a sensação de captar o seu movimento, por exemplo, pelos re exos do Sol na água, ou na luz das estrelas que cintila e se atenua através das ondas leitosas do céu azul da noite.

O efeito é provocado pela luminância, a intensidade da luz nas cores sobre a tela. A parte mais primitiva do nosso córtex visual, que vê o contraste da luz e movimento, mas não as cores, mistura duas áreas com cores diferentes se tiverem a mesma luminância. Mas a subdivisão primata do nosso cérebro vê as cores contrastantes sem mistura. Com estas duas interpretações acontecendo simultaneamente, a luz em muitas obras impressionistas parecem pulsar, cintilar e radiar de forma estranha. É por isso que esta e outras obras impressionistas usavam pinceladas fortes e rápidas para captar algo espantosamente real sobre a forma como a luz se move.

Sessenta anos depois, o matemático russo Andrey Kolmogorov aprofundou a nossa compreensão matemática da turbulência quando propôs que a energia, num uido turbulento, a um comprimento R, varia na proporção de R elevado à potência de 5/3. Medições experimentais mostraram que Kolmogorov chegou bem perto do comportamento real do uxo turbulento, embora a descrição completa da

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Os pesquisadores digitalizaram as pinturas e mediram como a luminosidade varia entre quaisquer dois pixels. A partir das curvas medidas para as separações de pixels, concluíram que as pinturas do período de agitação psicótica de Van Gogh comportam-se espantosamente de modo semelhante à turbulência de uidos.

O autorretrato com um cachimbo de uma época mais calma de sua vida, não mostra sinais desta correspondência. O mesmo acontece com obras de outras artistas que, à primeira

turbulência continue a ser um dos problemas insolúveis da física. Um uxo turbulento é semelhantemente se houver uma cascata de energia. Isto é, os grandes turbilhões transferem a sua energia para os turbilhões menores, que fazem o mesmo, em outras escalas. Como exemplo, temos a grande mancha vermelha de Júpiter, as formações de nuvens e as partículas de poeira interestelar.

vista, pareciam igualmente turbulentas, como “O Grito”, de Edvard Munch. Embora seja fácil dizer que o gênio turbulento de Van Gogh lhe permitiu representar a turbulência, também é muito difícil exprimir com rigor a extrema beleza do fato de que, num período de intenso sofrimento, Van Gogh fosse de certo modo capaz de perceber e representar um dos conceitos extraordinariamente mais difíceis que a natureza apresentou à humanidade, e unir, na sua inigualável imaginação, os mistérios mais profundos do movimento, do uido e da luz.”

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Como seria seu pet aos olhos de Van Gogh

Que a obra Starry Night, do Van Gogh, é incrível todo mundo sabe. Mas essa popularização não foi o bastante para uma artista italiana, que resolveu fazer uma mistura interessante.

A releitura, proposta pela artista Aja Trier, consistiu em delegar o protagonismo da obra para cachorrinhos. O que antes era representado pela natureza morta, agora é apresentado por símbolos de fofura.

Em seu Instagram a artista vai além e usa a obra do artista como cenário para suas demais pinturas. Em uma dessas, ela majestosamente combina os traços de Van Gogh com guras do Super Mario.

E se você curtiu e quer muito ver o seu dog em um fundo artístico, a artista está recebendo encomendas via Instagram.

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A peça se tornou um símbolo da cultura pop contemporânea, sendo estampada em camisetas e canecas.

A genialidade de Van Gogh em The Night Cafe

Até mesmo Van Gogh não se orgulha de todos os seus trabalhos. Em uma carta escrita para o seu irmão, Theo Van Gogh, ele diz “é a obra mais feia que eu já z”, se referindo a The Night Cafe. Essa, por sua vez, representa o interior de um triste e angustiante ambiente. Através de elementos como sombras, cadeiras bagunçadas, pessoas tristes e a tortuosa perspectiva, o artista traz propositalmente o desconforto e a estranheza para a cena.

Em outra carta ao seu irmão, o artista a rma que tenta expressar diferentes paixões humanas através do vermelho e do verde. Cores complementares conhecidas como difíceis de misturar, por conta do alto contraste entre elas.

No entanto, no processo de criação da obra The Night Cafe, Van Gogh descobriu que essa incomum combinação de cores seria um ótimo componente para afetar o expectador. Ele faz, então, o caminho inverso da sua pesquisa trazendo propositalmente a sensação de desconforto para a obra. Mais uma vez o artista holandês provou sua genialidade, mostrando que até a sua obra “mais feia” tem um conceito elaborado por trás.

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A busca incessante para harmonizar a cor vermelha com a cor verde levou
Vincent Van Gogh a sua genial obra “feia”.
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Passeando pelas obras de Van Gogh

Os cenários carregados de traços fortes, toda a expressão que emana das cores e texturas das obras de Van Gogh logo mais poderão ser experimentados de uma forma única e inovadora.

O designer e animador Mackenzie Cauley está desenvolvendo para a VR Jam 2015, evento de tecnologia patrocinado por Oculus Rift e Samsung, uma simulação do famoso quadro The Night Café para a tecnologia de realidade virtual.

O resultado nal tem tudo para ser uma experiência muito interessante de interação da linguagem da pintura com a interatividade e o 3D, abrindo um precedente bem interessante na área.

A experiência lembra bastante o game Okami, lançado em 2006 em que o jogador controla Amateratsu, um deus-cão que é capaz de alterar a realidade com seu pincel, por paisagens digitais semelhantes a pinturas japonesas em aquarela.

Enquanto games de tiro em primeira pessoa e ação buscam cada vez mais realismo em seus grá cos, sé bem interessante ver projetos experimentais e games independentes seguindo a direção oposta, incontestavelmente transformando a linguagem digital em arte.

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Quem não gostaria de se perder em alguma pintura surreal do holandês.
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Diagramação:

Fernanda Kuntz

Disciplina: Fundamentos Grá cos

Profa. Mara Martha 11/04/2022

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