CADERNO DE RESUMOS SER GRANDE É TER VOCÊ Porto Alegre - Rio Grande do Sul 24 a 26 de abril de 2017
1
aanai na is.feneis.o rg.br/co na li s.fe ne i s.org.br /conali
CONFERÊNCIA NACIONAL DE LIBRAS
Federação Nacional de Educação Integração dos Surdos
Universidade de Caxias do Sul
Diretoria
Reitoria
Francisco Eduardo Coelho da Rocha
Evaldo Antonio Kuiava
Diretor Presidente
Reitor
Carlos Roberto Martins
Odacir Deonisio Graciolli
Diretor Segundo-Vice-Presidente
Vice-Reitor
Eduardo Gheller Morschbacher
Gelson Leonardo Rech
Diretor Administrativo
Chefe de Gabinete
João Carlos Carreira Alves
Roberto Vitorio Boniatti
Diretor Finaceiro
Coordenador da Assessoria de Planejamento e Orçamento
Andre Ribeiro Reichert Diretor de Política Educacional Marcelo Lorensi Bertoluci
Pró-Reitoria Acadêmica
Coordenador de Marketing e Comunicação
Marcelo Rossato
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Pró-Reitor Diretoria Regional
Marcelo Faoro de Abreu
Carlos Roberto Martins
Coordenador de Extensão
Diretor Regional do Rio Grande do Sul
Flávia Fernanda Costa
Luciano Canesso Dynewickz
Coordenadora Pedagógica
Diretor Regional do Paraná
Roberto Itacyr Mandelli
Neivaldo Augusto Zovico
Coordenador de Programação Acadêmica
Diretor Regional de São Paulo Igor Valerio Rodrigues
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
Diretor Regional de Minas Gerais
Nilda Stecanela
João Renato Dias Rodrigues
Pró-Reitora
Diretor Regional de Distrito Federal
Guilherme Holsbach Costa
Vanessa Lima Vidal Machado
Coordenador de Pesquisa
Diretora Regional do Ceará
Juliana Raquel de Souza Luchesi Coordenadora de Pós-Graduação Lato Sensu
Diretoria Administrativa Maria Cristina Vianna Laguna
Pró-Reitoria de Inovação e Desenvolvimento Tecnológico
Diretora Adminsitrativo do Rio Grande do Sul
Odacir Deonisio Graciolli
Tatiana Adler dos Santos
Pró-Reitor
Diretora Regional de São Paulo
Romeu Luiz Bertuol
Marcos Antônio Souza Júnior
Coordenador de Projetos
Diretor Administrativo de Minas Gerais
Celso Ferrarini
Maria de Fátima Félix
Coordenador de Serviços
Diretora Regional de Distrito Federal Francisco Elvys de Lacerda
Diretoria Administrativa e Financeira
Diretor Administrativo do Ceará
Cesar Augusto Bernardi Diretor
Diretoria Financeira Augusto Schallenberger
Programa de Língua Brasileira de Sinais
Diretor Financeiro do Rio Grande do Sul
Flávia Medeiros Álvaro Machado
Eduardo Sabanovaite
Coordenadora
Diretor Financeiro de São Paulo
Lisandra Casa Nova Casa Nova
Ademar Alves de Oliveira Junior
Supervisora
Diretor Financeiro de Minas Gerais Rogério Feitosa Oliveira da Silva Diretor Financeiro de Distrito Federal Antonio Felipe Holanda Queiroz Diretor Financeiro do Ceará
2
Comissão Organizadora Comissão Executiva
Tradução e Interpretação de Língua de Sinais
Francisco Eduardo Coelho da Rocha
Abymael da Silva Pereira
Presidente da Feneis
Diego Maurício Barbosa
Marcelo Lorensi Bertoluci
Eduardo Felipe Felten
Coordenador Geral do Conali2017
Fernando de Carvalho Parente Junior
Flávia Medeiros Álvaro Machado
Maitê Maus da Silva
Assessora de Planejamento e Consultora de Tradução e Interpretação
Maria Cristina Viana Laguna
Jorge Adalberto Martins
Mariana Farias Lima
Coordenador Financeiro
Sandro Rodrigues da Fonseca Sônia Marta de Oliveira
Organizador
Tiago Coimbra Nogueira
Marcelo Lorensi Bertoluci Guia-Intérprete Mestre de Cerimônia
Ananda Loiola Simões Elias
Bruno Ramos
Clarissa Luna Borges Fonseca Guerretta
Larissa Bianca Basei
Ivonne Azevedo Makhoul
Luana Marquezi
Janaína Kosztrzepa Paulo Sérgio Praxedes do Monte Araújo
Amyee Lucy Silva
Weslei da Silva Rocha
Celio Alves Castro Crislaine Barbosa Santos
Tradução de Libras da Campanha do Conali2017
Fabiano Lorensi Bertoluci
Bruna Rosseli Wilke Matoso
Ivonne Azevedo Makhoul
Karine Ines Ferreira Cardoso
Mayke Jesus de Oliveira
Keli Teixeira da Silva João Gabriel Ferreira Duarte
Comissão Organizadora
Natália Schleder Rigo
Augusto Schallenberger
Nicoly Danielski
Carla Leme Carlos Roberto Martins Keli Teixeira da Silva Jeferson Gonçalves Juliana da Silva Reichert Mara Rubia de Souza Reck Tatiana Iara Nascimento Monitoria Aline Veeck Godinho Amanda Coelho Alfaia Ana Luiza Paganelli Caldas Ana Paula Rodrigues Bastos Camila Silva de Souza Emanuelle Cristina Dall Asta Helenne Sanderson Karoline Kist Lisandra Casa Nova Casa Nova Marcos Vinicius de Oliveira Silva Marisol Cristina dos Santos Pedro Luiz Serafim Sobrinho Rayan Soares dos Santos Vanessa Herter Victoria Hidalgo Pedroni
3
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Marina Teles de Oliveira Coordenação de Multiplicadores
Comissão Científica
Ficha Técnica
Coordenação
Realização
Profa. Me. Flávia Medeiros Álvaro Machado
Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos
Universidade de Caxias do Sul - UCS
Correalização
Prof. Me. Marcos Luchi
Feneis Rio Grande do Sul
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC
Patrocinador Master
Profa. Dra. Marianne Rossi Stumpf
Viavel Brasil
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC
Patrocinador
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Mertoluza Comunicação Corpo Editoral
Start Promocional
Prof. Dra. Adriana da Silva Thoma
Patrocinador Promocional
Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS
Prof. Me. Anderson Almeida da Silva
Hand Talk
Universidade Federal do Piauí - UFPI
Universidade Feevale
Profa. Me. Andréia Mendiola Marcon
Vinícola Salton
Instituto Federal do Rio Grande do Sul - IFRS Campus Sertão
Parceria Institucional
Prof. Me. Carlos Roberto Martins
Federação Brasileira das Associações dos Profissionais Tradutores e
Centro Universitário La Salle - Unilasalle
Intérpretes de Língua de Sinais
Profa. Me. Carolina Comerlato Sperb
Universidade de Caxias do Sul
Instituto Federal do Rio Grande do Sul - IFRS
TV INES
Profa. Me. Cristiane Lima Terra Fernandes
Apoio
Fundação Universidade Regional de Blumenau - FURB
Associação Gaúcha de Intérpretes de Língua de Sinais
Prof. Me. Daniel Junqueira Carvalho
Volée Viagens e Turismo
Universidade Federal do Espirito Santo - UFES
Fornecedor
Prof. Me. Joaquim Cesar Cunha dos Santos
Gráfica Editora São José
Universidade Federal do Espirito Santo - UFES
Grupo Sun
Profa. Me. Keli Maria de Souza Costa Silva
Fênix Balas Personalizada
Universidade Federal de Uberlândia - UFU
Lotús Eventos
Profa. Me. Marisa Dias Lima
RC Sonorização e Audiovisual
Universidade Federal de Uberlândia - UFU
Sigma Grandes Impressões
Profa. Me. Natália Schleder Rigo
Star Promocional
Universidade Estadual de Santa Catarina - UDESC
Única Personalizados
Prof. Me. Rodrigo Custódio da Silva
Vinóciola Salton
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC
Volée Viagens e Turismo
Profa. Me. Rosemeri Bernieri de Souza Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC Profa. Me. Vânia de Aquino Albres Santiago Instituto Singularidades - ISingularidades Profa. Dra. Veridiane Pinto Ribeiro
Projeto Gráfico e Organização do Caderno de Resumos
Instituto Federal de Santa Catarina - IFSC Capa Bibliotecário
Marcelo Lorensi Bertoluci
Jorge Moisés Kroll do Prado
Diagramação
CRB 14/1404
Marcelo Lorensi Bertoluci Revisão Geral Flávia Medeiros Álvaro Machado Marcos Luchi Marianne Rossi Stumpf Revisão Final Flávia Medeiros Álvaro Machado Marcelo Lorensi Bertoluci Colaborador Fabiano Lorensi Bertoluci Certificação Coordenadoria de Extensão da UCS / libras@ucs.br
4
Ficha Catalográfica
F332
Caderno de resumos: Ser grande é ter você / Federação Nacional de Educa
ção Integração dos Surdos. – Porto Alegre: FENEIS, 2017.
88 p. : il.CDD
Anais da Conferência Nacional de Libras 2017, Porto Alegre, 24 a 26 de
abril de 2017.
1. Libras. 2. Língua de Sinais. 3. Conferência Nacional de Libras – Anais. I. Federação Nacional de Educação Integração dos Surdos. II. Universidade Caxias do Sul. III. Título. CDD 419 22. ed.
Conali2017 Todos os direitos reservados pela Comissão Científica do Conali2017. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida, seja por meios mecânicos, eletrônicos, seja via cópia xerográfica, sem a autorização prévia da Editora.
5
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Catalogação na Fonte/Bibliotecário Responsável: Jorge Moisés Kroll do Prado CRB 14/1404
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Caderno Resumos de
SER GRANDE É TER VOCÊ
Porto Alegre - Rio Grande do Sul 24 a 26 de abril de 2017
6
Orientação Apresentação Palavra da Feneis Prólogo Prefácio Programação Caderno de Resumos Resumos Trajetória Escolar de Sujeitos Surdos na Cidade de Criciúma de Região Descolonialidade Entre a Ideologia e Autonomia: Uma Proposta Bilíngue de Educação A Estratégia das Atividades de Prática Como Componente Curricular do Curso Letras Libras a Distância da UFSC A Política de Instalação da Libras na UNIR O Ensino do Texto tipo Narrativo Para Surdos no CAS-Natal A Educação dos Surdos: Análise das Práticas Educacionais em Escolas Públicas da Cidade de Goiânia Acesso e Permanencia dos Surdos na Universidade: Algumas Reflexões Análise da Variação Linguística do Curso de Letras Libras à Distância da Universidade Federal de Santa Catarina Educação de Surdos no Ensino Médio: Sociologia e Currículo A Inclusão do Surdo no Turismo Libras e Língua Portuguesa: A Relevância dos Aspectos Semânticoculturais na Tradução/Interpretação A Inclusão da Disciplina Libras no Ensino Superior O Tradutor e Intérprete de Língua de Sinais e o Psiquismo Contemporâneo O Ensino de Libras na ASDEV - Associação Santo-Antoniense de Deficientes Visuais: Um Relato de Experiência Educação e a Escola para Surdos Comunicação Sinalizada Resumos História da Colônia de Férias dos Surdos em Capão da Canoa: Registro e Memória da Comunidade Sinalizante Terminologia da Língua de Sinais Brasileira: Uma Inovação do Aplicativo GR Code para o Léxico Bilíngue Variantes Linguísticas em Libras e a Multiplicidade Visual Gestual Metaplasmos na Libras O Ensino da Libras dentro do IES sobre a Formação dos Docentes Surdos e Ouvintes Teatro de Bonecos em Libras: Uma Análise Linguística do Emprego da Língua de Sinais na Manipulação de Bonecos Rede Libras: Inserção, Validação e Divulgação e Sinais de Forma Colaborativa Não Basta Ser Surdo para Ser Professor: Os Modos de Ser Professor Surdo no Espaço da Inclusão Apresentação de Pôster Resumos Projeto Bilingue: Não Há Barreiras que a Libras não possa Transpor O Processo de Escolarização de Estudantes Surdos na Cidade de Passo Fundo/RS As Práticas que Constituem o Ser Professor Surdo no Espaço da Inclusão Proposta para Análise de Estrutura Silábica na LSB
7
9 10 11 12 13 14 16 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 46 47 48 49 50
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Sumário
A Importância da Formação Docente na Educação dos Surdos: História, Legislações e Práticas Pedagógicas A Inclusão das Crianças Surdas na Educação Infantil: Refletindo sobre a Realidade das Escolas Públicas Variação de Identidade Surda: Letras Libras/UFSC Fenômenos de Variação Linguística em Libras no Contexto das Universidades e Institutos Federais: Um Estudo de Caso Língua Brasileira de Sinais e Língua Paraguaia de Sinais: Prestígio Linguístico em Contexto de Fronteira Educação de Surdos na Rede de Ensino de Araquari e Região: Do Mapeamento à Reflexão sobre o Processo de Inclusão Comunidade Surda da Fronteira - Pertencimento Variação Linguística da Língua de Sinais Brasileira Projeto Tales: Tecnologia Assistiva de Leitura para Surdos Corpus Paralelo Bilíngue Português do Brasil - Língua de Sinais Brasileira “Isso dá uma Aula?” - Os Gêneros Textuais como Unidade de Ensino de Língua Portuguesa para Surdos Literatura Surda: Contribuições no Cenário Contemporâneo para Alunos Surdos, Os Sujeitos da Experiência Visual Apresentação de Pôster
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Resumos Compartilhando Histórias, Experiências e Memórias de Sujeitos Surdos Avaliação do Nível de Proficiência do Português Escrito de Surdos Usuários da Libras A Influência da Língua de Sinais Francesa (LSF) nas Línguas de Sinais de Brasileira: Estudo Preliminar Cultura Surda e Família Ouvinte: Reflexões sobre a Prática Deficiente Auditivo, Deficiente Auditivo Implantado e Surdo: Uma Questão de Identidade Metáforas em Libras: Um Estudo de seu uso por Pessoas Libras: é realmente o Segundo Idioma do País? Educação de Surdos: Formação de Professores nos Cursos de Pedagogia e de Pedagogia Bilíngue Produções Cinematográficas em Formato Acessível: O Que Encontramos? Atividades Interacionistas para Trabalhar o uso das Expressões não Manuais no Componente Curricular Libras Acessibilidade Histórica e Cultural na Educação de Surdos: A Libras como Estratégia Didática O Processo de Aquisição da Linguagem pela Criança Surda na Comunidade Surda de Passo Fundo/RS Processo Alofônicos na Língua Brasileira de Sinais Glossário Terminológico da Psicologia em Língua Brasileira de Sinais - Libras Narrativas de Surdos em Língua Brasileira de Sinais: Uma Análise Linguística sobre o uso de Transferências Trabalhos Científicos: Apresentação, Regimento da Comissão Científica Conali2017 Regimento Ficha Técnica da Editora
8
51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 86
Orientação LOCALIZAR TRABALHOS OU AUTORES NESTE CADERNO DE RESUMOS VIRTUAL Pressione, simultaneamente, as teclas Ctrl+F. Em seguida, digite o título ou parte do título do traballho, ou ainda, o nome ou parte do nome do autor que você deseja localizar
VISUALIZAR O CADERNO EM TELA CHEIA Pressione, simultaneamente, as teclas Ctrl+L
MOVIMENTAR AS PÁGINAS Use as teclas de navegação ou o botão de rolagem do mouse
AJUSTAR O ZOOM DE VISUALIZAÇÃO Pressione, simultaneamente, as teclas Ctrl+Y
Os textos foram submetidos à Comissão Editorial e foram analisados atendendo à Periodicidade da publicação. Coube a Comissão Científica decidir o aceite do trabalho apresentado, conforme às exigências editoriais. O Caderno de Resumos detém todos os direitos autorais sobre a edição dos trabalhos aceitos. É de inteira responsabilidade dos autores a correção ortográfica dos trabalhos, conceitos, ideias e opiniões emitadas pelos autores.
9
anai s.fe ne i s.org.br /conali
AJUSTAR O ZOOM DE VISUALIZAÇÃO Pressione, simultaneamente, as teclas Ctrl+Y
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Apresentação A Conferência Nacional de Libras – Conali2017 é uma ação social que será realizada pela Feneis - Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos, no período de 24 a 26 de abril de 2017, em Porto Alegre/RS. O Conali2017 pretende abriu momentos de reflexões e debates com a comunidade surda e profissional da área de Libras de todo o Brasil. Conali2017 teve como objetivo principal o fortalecimento das discussões de políticas públicas para a área de Libras, estabelecendo metas e deliberações num processo transversal e federativo, bem como a celebração de toda a comunidade Surda e profissionais que atuam na área de Libras com a oficialização da legislação Federal de nº. 10.436/2002, que reconhece a Libras - Língua Brasileira de Sinais, como meio legal de comunicação, expressão e outros recursos linguísticos a ela associados. A Libras é entendida como uma forma de comunicação e expressão, de natureza visomotora, com estrutura gramatical própria, a qual se constitui de um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos das comunidades surdas do Brasil. A “Lei de Libras” completará 15 anos de oficialização no dia 24 de abril de 2017 e por essa conquista, associamos para essa mesma data a comemoração dos 30º aniversário de fundação da Feneis. A entidade é filantrópica, sem fins lucrativos, com a finalidade de defesa das políticas linguísticas, educação, cultura, saúde e assistência social, em favor da comunidade surda brasileira, bem como da defesa de seus direitos. Conali2017 celebra essas conquistas, é o que nos motiva a apresentar a todos os nossos trabalhos, pois percebemos o quanto avançamos e o quanto consolidamos ações de políticas públicas no cenário Brasileiro, em prol da comunidade surda e dos profissionais da área de Libras. Os nossos esforços e trabalho ao longo desses 30 anos vem permitindo gerar muitas possibilidades para a área de Libras, e com isso, festejamos com a certeza de que estamos no caminho de um futuro melhor para todos. Conali2017 convida você e sua comunidade para juntos refletirmos sobre os objetivos propostos no âmbito das ações das políticas públicas para a área de Libras e entre outros fomentos de defesa aos direitos humanos e da promoção da igualdade. Conali2017 encontra-se destinado para comunidade surda, deficientes auditivos, professores, instrutores, pesquisadores, tradutores e intérpretes de Libras/Português e áreas afins. Conali2017 teve por finalidades de ampliar o compromisso das administrações regionais da Feneis e da sociedade brasileira com as políticas públicas na área de Libras, defesa dos direitos humanos e promoção da igualdade. Fortalecer as discussões científicas, estabelecendo metas e deliberações, num processo transversal e federativo. Fomentar a participação social na construção, implementação e monitoramento das políticas públicas para a área de Libras na educação, saúde, acessibilidade, direitos humanos e entre outros. Reavaliar a acessibilidade comunicacional em Libras no cenário brasileiro, reafirmando os direitos à liberdade de expressão e comunicação, e propor ações para o fortalecimento das políticas públicas na área de Libras no âmbito regional, promovendo uma articulação em nível Nacional, entre a Feneis e os poderes públicos.
Comissão Organizadora Comissão Científica Conali2017
10
Palavra da Feneis A Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos - Feneis é uma entidade filantrópica, sem fins lucrativos, que tem por finalidade a defesa de políticas linguísticas, educação, cultura, saúde e assistência social, em favor da comunidade surda brasileira, bem como a defesa de seus direitos. É filiada à Federação Mundial dos Surdos, conta com uma rede de seis Administrações Regionais, e, face à importância, suas atividades foram reconhecidas como de utilidade pública federal, estadual e municipal. Como entidade filantrópica, de cunho civil e sem fins lucrativos, tem por objetivo a defesa e a luta dos direitos da comunidade surda brasileira. Uma de suas principais bandeiras é reconhecimento da cultura surda, através da propagação da Língua de Sinais, especialmente através de sua inserção no mercado de trabalho.
O nosso propósito, enquanto Feneis é avançar na busca da excelência, com ímpeto e profissionalismo para empreender e realizar, com a humildade para aprender, mesmo em adversidades, adequando as ações e estratégias, visando o sucesso na jornada de cada pessoa, interagindo com essa grande rede da Comunidade Surda, numa constante conexão e movimento. Com isso, a Conferência Nacional de Libras: Ser Grande é Ter Você!, foi pensada e organizada voluntariamente pela a Comissão Científica, sendo ela nomeada pela presidência da Feneis com a finalidade de contribuir e colaborar com os trabalhos científicos do Conali2017. A comissão conta também com a participação de 17 pareceristas que foram convidados pela Coordenação do Comitê Científico. Os pareceristas receberam e selecionaram os resumos expandidos que fora encaminhandos para o Conali2017, sendo eles aprovados, para que hoje apresentássemos as comunicações e os pôsteres organizados pela Comissão Científica do Conali2017. Agradecer a comissão organizadora, a comissão científica, aos comunicadores, aos participantes, e aos apoiadores do evento é o que nos motiva, enquanto Feneis a continuar acreditando em nossos trabalhos, em prol da comunidade surda. A Feneis foi “ontem”, é “hoje”, e será “sempre”. SER FENEIS É TER VOCÊ conosco. Francisco Eduardo Coelho da Rocha Presidente da Feneis
11
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Evidenciando a nossa visão em ser a referência de instituição que promove a defesa de políticas em educação, cultura, saúde, assistência social, prestação de serviços para a comunidade surda; consolidando e ampliando a fomentação da Língua Brasileira de Sinais – Libras. Garantindo os valores ao “Ser Surdo” como nosso maior patrimônio.
Prólogo
anai s.fe ne i s.org.br /conali
A Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos – Feneis, está de volta para lembrar que pleteiamos em “Pioneirismo, Luta, Conquista, Diversidade, Transformação, Persistência, Harmonia, Língua, Cultura e Comunidade Surda”. Percebemos nessas palavras que nos acompanham diariamente, em nossas ações, desenvolvidas e realizadas pela Feneis, nos últimos 30 anos. É com este sentimento que saúdo as pessoas que participaram da primeira Conferência Nacional de Libras - Conali2017 e em especial à todos da comissão organizadora e científica. Reafirmo o meu compromisso, para que eventos como esse, venha contribuir para melhorias na Educação dos Surdos, Acessibilidade Comunicacional, Legislações com pautas voltadas às Políticas Públicas, e entre outras que subsidiam as nossas ações na Feneis. Vivemos um momento especial de nossa história no Brasil. Nesse mês de abril comemoramos com vigor a Lei Federal de nº 10.436 de 24 de abril de 2002, o qual completa “15 anos” de legislação que reconhece como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais – Libras, alcançando um novo patamar de acessibilidade em nossa nação Brasileira. Nesse sentido, temos condições, e uma necessidade de darmos continuidade para novas realizações de acesso comunicacional à comunidade surda. Um desafio que só será vencido se a Feneis, a comunidade surda, as associações dos surdos no Brasil se unirem, de fato, nesta luta, somando as forças, em coragem e convicção. Nenhuma área social poderá compreender melhor do que a comunidade surda. Nenhuma ferramenta é mais decisiva do que as garantias dos direitos humano. Nenhum espaço pode realizar melhor o presente, sem projetar com mais esperança o futuro de melhorias para a comunidade surda. É neste caminho que temos que seguir avançando à passos largos para a pessoa surda. É hora dos surdos, dos tradutores e intérpretes de língua de sinais, dos surdocegos e da sociedade se unirem para em conjunto trabalhar em garantias para a área de Libras. Na função de Coordenador Geral que me foi confiada pela presidência da Feneis, pensando na juventude que disponho, e com responsabilidade, darei com dedicação e meu respeito em fazer o melhor para todos que se unirem. Os nossos esforços e trabalho ao longo desses 30 anos vem permitindo gerar muitas possibilidades para a área de Libras, e com isso, festejaremos com a certeza de que estamos no caminho de um futuro melhor para todos – “SER GRANDE É TER VOCÊ”! Marcelo Lorensi Bertoluci Coordenador Geral Conali2017
12
Prefácio A Conferência Nacional de Libras – Conali2017 é um acontecimento ímpar na história das ações da Feneis, realizadas pelas políticas públicas, em prol da comunidade surda no âmbito do Desenvolvimento Educacional e Social, bem como na promoção da Tecnologia e Acessibilidade Comunicacional no Brasil.
Conali2017 vem com o propósito de reunir a sociedade civil, as entidades, os estudantes, os profissionais da educação da área de libras, a comunidade surda, os pesquisadores, os professores, os TILS - tradutores e intérpretes de Libras/Português e outras áreas afins, o qual evidencia deliberações na ordem das políticas públicas pela Feneis. Conali2017 reune-se em torno dos eixos temáticos, estipulados pelas comissões deliberativas da Feneis, com o propósito de debater melhorias de qualidade para as ações de políticas públicas. Durante a realização da Conferência, a Feneis Nacional e seus escritórios regionais assumiram o compromisso institucional de apoiar a comunidade surda em todos os seus segmentos públicos, bem como os movimentos municipais associativos, dando vistas para a ampliação de parcerias entre os sistemas de ensino público e privado, dos órgãos educacionais, do Congresso Nacional e da sociedade civil brasileira. Nesse ínterim, a Feneis estabelece novos compromissos, se incluindo em todos os níveis de debates, para a criação de normativas e deliberações no envolto das políticas públicas, a qual visa a mobilização nacional pela qualidade e valorização da Libras, bem como da participação efetiva da pessoa surda na educação e sociedade. Conali2017 foi construído para estabelecer um espaço democrático na construção de novas pesquisas e diretrizes de consolidações das políticas públicas em nível nacional, em prol de novas ações para a comunidade surda, numa nova perspectiva de inclusão social, igualdade e diversidade. Flávia Medeiros Álvaro Machado Professora e Pesquisadora na Universidade de Caxias do Sul - UCS Marcos Luchi Professor e Pesquisador na Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC Marianne Rossi Stumpf Professora e Pesquisadora na Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC
13
anai s.fe ne i s.org.br /conali
As ações do Conali2017 elenca iniciativas que precederam as políticas públicas e busca estar em consonância com o ensino, pesquisa e extensão de entidades e instituições por todo o Brasil. Com o objetivo de elaborar documentos que serve de base para as discussões das garantias do acesso à educação, informação e educação dos surdos, e dos profissionais da área de Libras.
Programação A programação conta-se com palestras e mesas redondas que discutem os temas essenciais para a consolidação da área de Libras, seja ela em relação ao ambiente institucional, ao desenvolvimento educacional e social, a tecnologia e a acessibilidade comunicacional. 24 DE ABRIL DE 2017 // SEGUNDA-FEIRA 8h 9h 10h 10h45
anai s.fe ne i s.org.br /conali
11h30 12h15 13h30
14h15
15h30 16h15 16h45
17h30 18h 18h30
Credenciamento Café de Boas-Vindas Solenidade de Abertura Mesa Redonda: Feneis - Uma história feita de muitas Palestrantes: Ana Regina e Souza Campello, Karin Lilian Strobel e Francisco Eduardo Coelho da Rocha Mediador: Eduardo Gheller Morscbacher Palestra: Libras - Presente, Passado e Futuro Palestrante: Ronice Muller de Quadros Intervalo Mesa Redonda: Tradutor e Intérprete de Libras/Português: Uma profissão em Construção Palestrantes: Ricardo Ernani Sander e Silvana Aguiar dos Santos Mediadora: Flávia Medeiros Álvaro Machado Mesa Redonda: Direitos Línguisticos e Educação Bilíngue para Surdos Palestrantes: Alexandre Jurando Melendes e Ricardo Quiotaca Nakasato Mediadora: Carolina Ferreira Pêgo Painel com os Palestrantes Coffee Break / Apresentação Pôsters Mesa Redonda: Movimento Contemporâneo da Comunidade Surda Palestrantes: Ana Regina e Souza Campello e Karin Lilian Strobel Mediador: Carlos Roberto Martins Palestra: Acessibilidade no Ensino Superior - Desafios e Possibilidades Palestrantes: Jozilda Berenice Candido Fogaço e Luciane Shutz Kruche Painel com os Palestrantes Apresentação Cultural
25 DE ABRIL DE 2017 // TERÇA-FEIRA 8h 8h30
9h15
Credenciamento Mesa Redonda: Letras Libras - Ensino Superior e Docência Palestrantes: Flaviane Reis e Marianne Rossi Stumpf Mediadora: Clarissa Luna Borges Fonseca Guerretta Mesa Redonda: Libras - Política Linguística Palestrantes: Andre Ribeiro Reichert e Carolina Ferreira Pêgo Mediadora: Patrícia Luiza Ferreira Rezende
14
10h45 12h 13h30 15h30 16h 16h45
17h30
18h15
Mesa Redonda: Os Surdos e o Implante Coclear Palestrantes: Bianca Ribeiro Pontin e Patrícia Luiza Ferreira Rezende Mediador: Eduardo Gheller Morscbacher Painel com os Palestrantes Intervalo Comunicação Coffee Break / Apresentação Pôsters Palestra: Surdocegos e a Libras Tátil Palestrante: Rosani Suzin Santos Mesa Redonda: Literatura Surda Palestrantes: Cláudio Henrique Nunes Mourão e Rimar Ramalho Segala Mediadora: Lodenir Becker Karnop Mesa Redonda: Performance Cultural e Arte Palestrantes: Fernanda Araújo Machado e Leonardo Barbosa Castilho Mediador: Cláudio Henrique Nunes Mourão Painel com os Palestrantes
26 DE ABRIL DE 2017 // QUARTA-FEIRA 8h 8h30 9h15 10h 10h45 12h 13h30 14h30 15h
16h
Credenciamento Palestra: TV INES - Acessibilidade à Informação e Comunicação Palestrante: Clarissa Luna Borges Fonseca Guerretta Palestra: Legado Cultural - Lei Brasileira de Inclusão (LBI) e Direitos Humanos Palestrante: Paulo Roberto Amaral Vieira Palestra: Novas Tecnologias para Mais Acessibilidade em Libras Palestrante: Ronaldo Tenório Painel com os Palestrantes Intervalo Apresentação Pôsters Crisálida: Curta-metragem Painelista: Intérprete de Libras Virtual Palestrantes: Hand Talk / VLibras / Rybená Mediador: Eduardo Gheller Morscbacher Encerramento do Conali2017 Coffee Break
15
anai s.fe ne i s.org.br /conali
10h
Caderno de Resumos DIA 24 DE ABRIL DE 2017 | 16h15min | APRESENTAÇÃO DE PÔSTER
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Conforme programação definida do Conali2017 segue a lista das apresentações dos resumos na modalidade de pôster:
Alini Mariot
Trajetória Escolar de Sujeitos Surdos na Cidade de Criciúma de Região
Amauri Moret da Silva Gabriel Tenório dos Santos
Descolonialidade entre a Ideologia e Autonomia: Uma Proposta Bilíngue de Educação
Bruna da Silva Branco Rubens Baretta
A Estratégia das Atividades de Prática como Componente Curricular do Curso Letras Libras à Distância da Universidade Federal de Santa Catarina
Julia Rodrigues Cardoso Júlio César Barreto Rocha
A Política de Instalação da Libras na UNIR
Ricardo Wagner da Purificação Oliveira
O Ensino do Texto tiopo Narrativo para Surdos no CAS-Natal
Edna Misseno Pires
A Educação dos Surdos:a Análises das Práticas Educacionais em Escolas Públicas da Cidade de Goiânia
Vinicius Hidalgo Pedroni
Acesso e Permanencia ds Surdos na Universidade: Algumas Reflexões
Crislaine Barbosa Santos
Análise de Variação Linguística do Curso de Letras Libras à Distância da Universidade Federal de Santa Catarina
Jean Michel Carrett Farias Denise Dalpiaz Antunes
Educação de Surdo no Ensino Médio: Sociologia e Currículo
William Dias Cardoso
Inclusão do Surdo no Turismo
Geralda Iris de Oliveira Ariana Boaventura Pereira
Libras e Língua Portuguesa: A Relevância dos Aspectos Semânticoculturais na Tradução/Interpretação
16
A Inclusão da Disciplina Libras no Ensino Superior
Suzymara Trintinaglia Flávia Medeiros Á. Machado
O Tradutor e Intérprete de Língua de Sinais e o Psiquismo Contemporâneo
Veruska Rafaela Dos Santos de Lima
O Ensino de Libras na ASDEV - Associação Santo-Antoniense de Deficientes Visuais: Um Relato de Experiência
Alini Mariot
Educação e a Escola para Surdos
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Marisa Dias Lima Márcia Dias Lima
17
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Resumos
18
Trajetória Escolar de Sujeitos Surdos na Cidade de Criciúma de Região
A presente pesquisa se concentrou em fazer uma análise sobre o ensino da língua de sinais em Criciúma e região, percebendo as transformações na metodologia de ensino, a partir das memórias e vivências de surdos, ao longo do tempo. A presente pesquisa buscou valorizar e registrar a memória de sujeitos surdos, analisar os métodos pelos os quais foram ensinados e como estes métodos influenciaram e influenciam até os dias de hoje. Importante ressaltar que a história da educação de surdos não é custosa de ser analisada e compreendida, ela se transforma incessantemente apesar de diversos impactos relevantes, no entanto, sobrevivemos tempos históricos definidos por transformações, crises e inquietações, mas também a origem de oportunidades. O exercício da cidadania acontece através do envolvimento racional e influente de todos os cidadãos. Sendo preciso que seja capaz de visualizar os diferentes âmbitos sociais de modo crítico, reconhecendo as diferenças históricas e culturais constituídas ao longo do processo histórico. A respeito da trajetória histórica dos sujeitos surdos, concluímos que os mesmos passaram por diversas fases, no início os mesmos estavam em um contaste desenvolvimento e eram verdadeiramente respeitados por sua cultura, após o Congresso de Milão os mesmos passaram a transitar pela medicina, se tornando deficientes e a serem ensinados pelo método da oralidade que até os dias de hoje assombram a vida de muitos surdos, inclusive confirmamos com nossos entrevistados os efeitos que o congresso causou em seu desenvolvimento escolar. A perspectiva clínico-patológica, sempre presente na sociedade e na vida dos entrevistados, desenvolvendo varias formas e técnicas de oralização para os surdos, encontramos muitos profissionais e pessoas nas quais convivem com nossos entrevistados que ainda reforçam estes métodos. Quando se tem noção do quadro histórico que envolve os sujeitos surdos, o sentimento de revolta é muito comum, embora improdutivo. Este conhecimento serve para que se amplie, ao máximo, nosso pensamento crítico de modo a contribuir para que se realize um trabalho da forma mais correta. Ainda existe uma insistência cruel em caracterizar os surdos como portadores de deficiência e por este motivo perpetuar a visão dos mesmos como seres inferiores e passíveis de correção. Isto nos permite refletir se a sociedade é capaz de se moldar às mais esdrúxulas e injustas exigências do capital estrangeiro, das elites, das grandes corporações, entre outros, mas não é capaz de fazer as pequenas adaptações necessárias para que os sujeitos surdos tenham uma qualidade de vida melhor e seus direitos assegurados e respeitados também no que concerne a sua educação. Nesta perspectiva, as escolas devem ser reestruturadas para que os professores tenham condições de se capacitarem para atender todos os alunos de modo igualitário. Estando abertos a compreender as diferenças escritas, pois uma grande maioria de ouvintes não irá aprender língua de sinais. Palavras-chave: Surdo – Memória – Ensino - Métodos.
19
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Alini Mariot Universidade Federal do Rio Grande
Descolonialidade Entre a Ideologia e Autonomia: Uma Proposta Bilíngue de Educação
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Amauri Moret da Silva Gabriel Tenório dos Santos Universidade Federal de Rondônia A presente investigação busca analisar o nascimento das escolas bilíngues para Surdos pautando-se nos estudos pós-coloniais, visto que o método bilíngue de educação para surdos fortalece a LIBRAS1 e descentraliza as amarras criadas pela Língua Portuguesa. A centralidade da proposta bilíngue, não está somente para afirmar o uso da LIBRAS como primeira língua, mas também, como posicionamento de contestação contra uma colonialidade criada no instante em que se impõe um padrão e invade as particularidades culturais. O estudo se apoia na análise conceitual de colonizador e colonizado, uma vez que sua gênese intenciona a construção de uma identidade social, através de uma constante projeção de discursos ideológicos do outro, ou seja, “sujeito, europeu, branco, letrado, heteroxessual e falante de uma língua oral”, portanto, nesta ótica legitimam a hegemonia da maioria linguística, como modelo de homem perfeito. O surdo, nos olhares eurocêntricos dos falantes da língua oral, que são denominados de (ouvintes), é receptor passivo das representações que moldam o pensamento para a necessidade de se naturalizar, tornar-se como os outros, possuir os atributos que confirmam a imagem de perfeição, isto é, de um indivíduo com os padrões “normais” vistos pela sociedade. Por vias metodológicas a presente pesquisa procurou demonstrar de que maneira houve a emancipação do sujeito colonizado, no que se refere a submissão de uma língua oral em direção a reconstrução da sua identidade como sujeito que se constitui como ser no mundo, para além de uma limitação sensorial. Atravessadamente a LIBRAS é uma base linguística que demarca a compreensão do surdo sobre a realidade, uma vez que a língua não se constitui como mera variação de expressões de um mesmo significado, mas, sobretudo, são figuras, signos, que representam os modos particulares de vivenciar as experiências em uma dinâmica cultural, produzindo diferentes interpretações. Servimo-nos de pesquisa de cunho bibliográfico, apoiando-se em Memmi (2007), Bonnici (2012), Ladd (2013), Glat (2007), Fernandes (2015), Sá (2010), Slomski (2012), Skliar (2005), Valle (2000) e Sacks (1990). Após as análises, chegamos à conclusão de que as escolas bilíngues desenvolvem o ensino a partir de uma língua visual, de uma cultura visual e ao mesmo tempo contribui para a formação identitária do sujeito, provocando a consolidação da sua autonomia, sua capacidade de agir, pensar e afetar os outros. Um ambiente totalmente bilíngue liberta os sinalizantes do domínio da língua oral e potencializa as concepções de língua, cultura e identidade. Dessa forma, a proposta bilíngue de educação, além de legitimar a construção sistemática de um arcabouço linguístico para os surdos, possibilita corroborar o pensamento sobre alteridade, uma vez que possibilita o reconhecimento e a valorização dos encontros corporais com a diferença para potencializar as particularidades de cada sujeito e não as negar, tendo em vista a diversidade de pensamentos e múltiplas percepções da mesma realidade. Palavras-chave: Escolas Bilíngues – Língua - Descolonialidade.
20
A Estratégia das Atividades de Prática Como Componente Curricular do Curso Letras Libras a Distância da Universidade Federal de Santa Catarina
O trabalho deste é considerar os estudantes discentes, do curso de Licenciatura em Letras – Libras a distância da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), no polo de Santa Rosa, no curso oferecido em cumprimento ao Decreto nº 5.626 de 2005 que regulamenta a Lei nº 10.436/02, que reconhece a Língua Brasileira de Sinais como meio de comunicação e expressão. O objetivo é pesquisar pelas experiências e as estratégicas utilizadas nas atividades de prática, como componente curricular ao processo vivenciado pelos licenciados, em uma atividade específica realizada na Língua Brasileira de Sinais (Libras), que ressalta-se a realização da Prática como Componente Curricular (PCC) de acordo resolução CNE/CP2 com artigo.1º, vivenciadas ao longo do curso, obrigatória a cada ano pela referida atividade. Tem como conhecimento e análises do metodológico comum, de critérios comuns de avaliação, num processo de aperfeiçoamento contínuo e de crescimento qualitativo, levada em consideração a autonomia dos futuros professores em relação ao seu processo de aprendizagem e à qualificação desses profissionais. A avaliação não deve ser vista como um instrumento meramente classificatório ou como um instrumento de poder; mas como instrumento de verificação do processo de aprendizagem, capaz de (re)direcionar tanto a prática do professor como ao aluno em função dos objetivos previstos. Os dados analisados revelam que, apesar dos inúmeros estudos que vêm sendo desenvolvidos e divulgados sobre avaliação da aprendizagem, continua a viger entre os licenciados, uma concepção classificatória porque profundamente vinculada à problemática da aprovação ou retenção – bem como uma perspectiva de mensuração enquanto finalidade maior dos processos e práticas avaliativas. Ao final, evidencia-se a necessidade de uma formação adequada dos docentes usuários de Libras tanto no que se refere ao ato de ensinar Libras, como ao ato de avaliar as atividades Libras. Por fim, na metodologia são trabalhados conteúdos sobre a análise qualitativa na área de letras/Libras e estudos surdos. Palavras-chave: Letras Libras - Componente Curricular - Formação de Professores.
21
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Bruna da Silva Branco Rubens Baretta Universidade Federal de Santa Catarina
A Política de Instalação da Libras na UNIR
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Júlia Rodrigues Cardoso Júlio César Barreto Rocha Universidade Federal de Rondônia Este texto expõe alguns processos de avanços da política de instalação da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) na Universidade Federal de Rondônia (UNIR). Durante um período de cinco anos, de 2012 a 2016, foram movimentados diversos procedimentos, com o propósito de buscar a redignificação das pessoas surdas, no que concerne à sua aproximação ao Ensino Superior Público em Rondônia. Recordamos que, primeiramente, foi elaborado um projeto assim que a primeira “Tradutora Intérprete de Língua Brasileira de Sinais” (TILS) ingressou por concurso público no meio administrativo-acadêmico, na qualidade de servidora pública federal. Esse Projeto possuía o objetivo de aproximar a Comunidade Surda de Porto Velho aos espaços da Universidade. Essa primeira TILS, Nágila da Silva Araújo Bandeira, foi a idealizadora do Projeto, que procurava garantir maior acessibilidade para o Surdo, na sua inserção em atividades e aproximação à UNIR. No decorrer deste período em que foi realizado e reeditado o projeto, ocorreram algumas abordagens necessárias aos anseios da Comunidade Surda, sempre com a sua participação direta, por pessoas surdas ou por suas associações representativas, no Estado. Os momentos culturais foram a tônica de cada edição anual do Projeto, cujas trocas de experiências, no convívio entre Surdos, professores Surdos, Ouvintes e Intérpretes, mediante os temas apresentados, levaram à conscientização da Comunidade Surda, para quem somente se poderia progredir qualitativamente com o acesso pleno do povo surdo aos cursos da Universidade. O salto mais importante do período enfocado foi dado com a implantação do Curso de Letras LIBRAS, cuja prioridade é ter Surdos sobretudo no Corpo Docente da Universidade, promovendo o contato do Surdo com o meio acadêmico duplamente: como discente, mas também como docente, além de ampliar o corpo técnico com formação em tradução/interpretação. Cada ano teria uma proposta diferenciada em termos de apresentação de uma temática condizente com o progresso da implantação, de resto uma imposição de Lei federal. Se antes destes eventos, inexistia a rotina de frequentar as salas da Universidade, nem mesmo era costumeiro o comparecimento a eventos, com o passar do tempo, criou-se uma cultura na que os Surdos se apropriaram da sua causa e passaram a saber impor-se na busca de empoderar-se, como Comunidade, do âmbito dos seus direitos. Esperam-se novos desafios, no desdobramento da política de instalação da LIBRAS na UNIR, sobretudo com uma feliz “invasão” dos cursos acadêmicos pelo povo surdo, como não vista ainda no restante do País, provocando, por exemplo, a necessidade de contratação urgente de mais pessoal de TILS para suprir a demanda pela formação superior como desdobramento natural desta política. Palavras-Chave: Surdos - Educação Bilíngue – Cultura – Acessibilidade - Política universitária.
22
O Ensino do Texto tipo Narrativo Para Surdos no CAS-Natal
O ensino da Língua Portuguesa para surdos é um grande desafio para professores, sejam das instituições regulares de ensino ou dos centros de atendimento. Vários são os obstáculos que dificultam o conhecimento do Português escrito por parte dos surdos. Um desses obstáculos é o ensino excessivo de vocábulos sem significado, partindo da ideia de que os alunos surdos precisam acumular o máximo de palavras e isso garantirá a compreensão de textos da Língua Portuguesa. Em oposição a esse pensamento, tem-se que, uma vez que o Português é a L2 dos surdos, a mesma deve ser ensinada a partir das técnicas de ensino de L2, ou seja, uma aula de Português instrumental, sendo a aula em Libras e esta, apresenta o novo idioma aos alunos. Para auxiliar nesse processo foi escolhida a metodologia da mediação dialética, que possibilita ao professor compreender as ações de planejar, desenvolver e analisar o processo de ensino. Esta metodologia trabalha sob o formato de fortalecer a parceria entre professor e aluno, visto que o mesmo respeita os saberes de professores e de alunos. Em seguida, o texto narrativo foi apresentado aos alunos e após a discussão em sala sobre a necessidade de contar histórias, tão presente na história da humanidade e reforçado pelos estudos de Karnoop, pediu-se aos alunos que produzissem sua própria história. Ao final, foram produzidos 7 (sete) textos narrativos escritos em Português. A partir da análise dos mesmos, pode-se concluir que os alunos conseguem desenvolver bem a Língua Portuguesa quando esta possui uma função para eles e não apenas sendo um agrupamento de letras ou palavras sem significado real. Palavras-chave: Ensino de surdos - Narrativas surdas - Português (L2).
23
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Ricardo Oliveira CAS-Natal
A Educação dos Surdos: Análise das Práticas Educacionais em Escolas Públicas da Cidade de Goiânia
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Edna Misseno Pires Universidade Federal de Goiás Trata-se de um projeto de pesquisa em andamento desenvolvido junto a UFG (Universidade Federal de Goiás) e justifica-se pelo fato de que a inclusão de alunos com deficiências tem promovido muitas reflexões, sobretudo referentes às práticas para atender estes alunos dentro de escolas inclusivas. No que se refere à educação dos surdos a abordagem bilíngue que utiliza a língua de sinais como primeira língua e a língua oral na modalidade escrita como segunda língua ainda têm sido alvos de estudos. Surge a seguinte problemática: Quais as práticas para a educação dos surdos tem sido utilizadas em escolas públicas da cidade de Goiânia e quais as tendências do bilinguismo para o Estado de Goiás? Este trabalho visa investigar as práticas educacionais para a inclusão do aluno surdos presentes em escolas públicas Estaduais da cidade de Goiânia – Go e analisar as tendências do bilinguismo para o Estado de Goiás. Investigar os avanços do bilinguismo na educação de surdos nas práticas educacionais presentes em escolas públicas de Educação Básica no Estado de Goiás. Compreender a importância do bilinguismo para a inclusão educacional de pessoas surdas; - Analisar as leis e as políticas públicas para a inclusão das pessoas surdas. Tratase de uma pesquisa qualitativa e) e quantitativa pois será catalogados dados quanto ao número de alunos surdos matriculados nas escolas investigadas os dados serão exposto para conhecer as práticas do bilinguismo no Estado de Goiás, para tanto contará com uma pesquisa também de cunho bibliográfico baseado em autores como: Sassaki (1997), Quadros (2004) Brito (1998) Sá (1999) e análise de documentos, leis e políticas públicas referentes a inclusão. A pesquisa campo foi realizada em 3 instituições educacionais da rede estadual de ensino por meio de observações das práticas para a explanação dos dados. As duas professoras observadas são bilíngues As professoras trabalham com materiais concretos, colagem, montagem, imagens, vídeos interpretados em Libras, utiliza também jogos interativos, oficinas de bonecos de pano, músicas sinalizadas, construção de maquetes e reciclagem de vidros. No Brasil a proposta bilíngue para a educação de surdos carece sistematização. A formação de professores para a educação de surdos necessita ser repensada; A presença de intérpretes de Libras não significa bilinguismo para surdos. No Estado de Goiás a tendência da educação de surdos no é a formação de escolas bilíngues. Palavras-chave: Escolas Públicas – Goiânia – Educação – Surdos.
24
Acesso e Permanencia dos Surdos na Universidade: Algumas Reflexões
A intenção deste artigo é trazer algumas reflexões a respeito das dificuldades que os surdos enfrentam quando buscam participar ativamente, como acadêmicos nas instituições de ensino superior ao longo de sua carreira. Pretende comentar algumas características que envolvem o acesso e à permanência desses alunos nas universidades; abordar algumas considerações sobre a ação do intérprete de Língua de sinais nos centros universitários ou nas faculdades brasileiras, além de apresentar a dificuldade que os surdos enfrentam com a leitura e escrita do português durante as aulas. No que diz respeito ao acesso dos surdos às universidades, a tentativa aqui é identificar e suscitar pontos divergentes ou não, que remete a uma única realidade estatística, qual seja, o número insignificante de surdos cursando o ensino superior. Na maioria dos vestibulares que os surdos realizam a mediação entre as línguas é feito por meio de um profissional intérprete de língua de sinais. Raros são os vestibulares que oferecem a prova em língua de sinais. Portanto, o desempenho do vestibulando surdo dependerá e muito da mediação desse profissional intérprete. A permanecia do surdo como aluno em uma instituição de ensino superior pressupõe a superação de uma série de obstáculos, que eles, os surdos, constantemente enfrentam e que necessitam ser transpostos para que se evite o êxodo ou o insucesso destes. Essas dificuldades, não são exatamente as mesmas enfrentadas durante o processo de seleção, mas, se assemelham naquilo que poderíamos chamar de causa comum, ou seja, a falta do reconhecimento, por parte da sociedade ouvinte majoritária, de que a comunidade ou cultura surda minoritária tem valores riquíssimos a oferecer para o desenvolvimento não só da convivência entre os diferentes, mas principalmente da própria racionalidade humana. Quanto a função do TILS – Tradutor Interprete de Língua de Sinais no espaço educacional a discussão parece encaminhar-se para uma confusão de papeis a serem desempenhados por este profissional. É preciso deixar claro que o intérprete irá atuar nas relações comunicativas entre professor/aluno/alunos e nos processos de ensino/ aprendizagem por ser aquele que domina as duas línguas necessárias. Contudo, TILS não pode, em hipótese alguma, ser considerado como professor. No quesito obstáculos para o domínio dos conteúdos e o desenvolvimento do raciocínio entre os surdos que frequentam as instituições de ensino superior destacamos a dificuldade que esses alunos enfrentam para compreender e reescrever textos, em português, utilizado por docentes no decorrer das aulas. Palavras-chave: Surdos - Ensino superior - Educação
25
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Vinicius Hidalgo Pedroni Universidade Estadual de Maringá
Análise da Variação Linguística do Curso de Letras Libras à Distância da Universidade Federal de Santa Catarina
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Crislaine Barbosa Santos Universidade Federal de Santa Catarina A Língua Brasileira de Sinais (Libras) é a segunda língua reconhecida e aprovada por lei nº 10.436, de 2002, do Brasil, e é a língua utilizada pela comunidade surda no Brasil. É uma língua com estrutura gramatical própria, constitui um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, de comunidades de pessoas surdas do Brasil. Assim como outras línguas, na Libras também tem formas alternativas de dizer a mesma coisa, a variação linguística. Podem ocorrer por região, por idade, por grupos e/ou comunidades diferentes. No Brasil tem poucas pesquisas sobre a variação linguística, porém os poucos estudos já apresentam resultados que contribuem para melhor entender o funcionamento da Libras, importante verificar se há mudança linguística, como o processo de variações existentes. Porém uma estudante estuda no curso Letras-Libras em Educação à Distância (EaD) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), mora em outra cidade que chama Betim que fica no estado de Minas Gerais e estuda no polo Joinville-SC, na sala de aula tem uns cinquenta (50) alunos, alguns alunos moram do mesmo estado de Santa Catarina, e outros moram outros estados como Paraná, São Paulo, e etc. Observando que tem muitos sinais diferentes, mas aprendendo e entendendo que é variação linguística e ainda mais que tem videoconferência, os professores falando, ou seja, explicando a aula em Libras e tem muito sinais que vê e não é mesmo sinal que aprendeu. Percebe-se que pode ser influenciando os sinais onde aprende e mudando os sinais do próprio, não é todos que acaba ser influência dos sinais diferentes, ou então, sabemos que é a variação linguística, mesmo que conseguem comunicar por sinais diferentes sabendo que é próprio da região diferente. Palavras-chave: Variação linguística - Libras -EaD.
26
Educação de Surdos no Ensino Médio: Sociologia e Currículo
No Brasil, pensar na Educação Básica para pessoas surdas é transitar na fronteira de tensionamentos políticos entre a lógica inclusivista e a lógica bilíngue, nas diferentes esferas do poder público. Ambas surgem a partir do fracasso da educação especial para surdos, no qual o educando surdo era visto pela perspectiva da deficiência, cujo processo de escolarização impunha uma ideologia hegemônica e medicalizadora, uma ouvintização dos corpos surdos. À grosso modo, a lógica inclusivista não se apresenta como solução para a raiz do fracasso da educação de surdos, mas como reprodutora do discurso da deficiência aqui travestida de diversidade. A lógica bilíngue, por sua vez, supera o termo “especial” da educação para surdos e, parte da perspectiva da diferença da cultura surda cujo maior elemento é a língua de sinais. A Sociologia, disciplina ainda obrigatória no Ensino Médio, aqui é relatada com um arcabouço teórico de poder e força para dar sustentação didáticopedagógica aos conceitos de cultura surda, identidade surda e movimento surdo para as classes bilíngues de surdos. Importante salientar que não há aqui a pretensão de apontar que a disciplina de Sociologia é a salvaguarda para a Educação dos Surdos, mas, sim, de apresentar o potencial que ela tem no currículo para a construção da cidadania desses educandos. Lembrando, que a cidadania é uma das principais finalidades do Ensino Médio, segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (9394/96). Ainda, a disciplina de Sociologia tem sua a importância, não só na teoria, mas na prática, para a construção da educação de surdos, proporcionando aos educandos o questionamento da realidade a qual pertencem. Quanto ao currículo, da mesma Sociologia, identificam-se muitas vezes, nas práticas pedagógicas modos invisíveis a incluir ou excluir o sujeito, em consonância com uma educação subordinadora ou transformadora. Outrossim, a prática pedagógica do ensino da Sociologia aponta para muitas questões, as quais também são norteadoras desse texto: quais os desafios para a formação do surdo secundarista pela disciplina de Sociologia em tempos de classes de surdos e escola bilíngue no Brasil? Quais temáticas de identidade, cultura e movimento surdo podem contribuir, no espaço da disciplina de Sociologia, para a formação do surdo secundarista no Brasil? Quais as referências bibliográficas do mundo surdo que podem contribuir para os conceitos estruturadores da Sociologia do Ensino Médio no espaço de educação bilíngue para surdos no Brasil? O que os professores de Sociologia estão ensinando nas classes de surdos do Ensino Médio e quais resultados? Enfim, esse artigo, é resultado de reflexões advindas durante e após a experiência pessoal no Estágio de Docência da licenciatura em Ciências Sociais, na disciplina de Sociologia no 3º ano do Ensino Médio da Classe Especial de Surdos do Instituto Estadual de Educação Assis Brasil, uma escola regular no município de Pelotas/RS. Palavras-Chave: Educação de Surdos no Ensino Médio – Sociologia - Currículo.
27
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Jean Michel Carrett Farias Denise Dalpiaz Antunes Universidade Federal de Pelotas
A Inclusão do Surdo no Turismo
anai s.fe ne i s.org.br /conali
William Dias Cardoso Universidade Federal de Piaui A inclusão é um tema bastante discutido atualmente, por isso vê-se a necessidade de uma interação plena entre surdos e ouvintes. O termo surdez e Libras têm ganhado cada vez mais espaço no Brasil devido as lutas e reivindicações constantes da comunidade surda pela efetivação de seus direitos. Os benefícios que a atividade turística proporciona aos surdos são diversos, tanto no âmbito cultural como intelectual, proporciona contato com novas informações, pessoas e lugares, desta forma as visitas precisam ter acessibilidade através de recursos visuais, guias turísticos e intérpretes de libras. A pergunta norteadora deste trabalho foi: Como pensar o Turismo de forma que contemple a satisfação do surdo? 1) Objetivos Proporcionar a inclusão social do surdo nas atividades de turismo, lazer e cultura. Fomentar políticas públicas que proporcione ao surdo acessibilidade a viagens e conhecimentos através da Libras. 2) Metodologia A pesquisa desenvolveu-se em três etapas, a primeira foi pautada no planejamento das visitas turísticas que aconteceram com alunos surdos de instituições públicas da cidade de Teresina-Piauí. A segunda etapa consistia na realização do “city-tour” com os estudantes surdos, acompanhados de professores, turismólogos, guias turísticos e intérpretes de Libras nos atrativos turísticos da capital como: museus, parques ambientais e zoológico. Na última etapa aconteceu a aplicação de questionários e análise dos dados, que eram as avaliações de satisfação dos surdos em relação aos atrativos visitados. 3) Resultados e conclusões As atividades turísticas devem respeitar a igualdade entre os homens e mulheres, devem tender a promover os direitos humanos e especialmente os direitos particulares de grupos, especificamente crianças, idosos, deficientes, minorias étnicas e os povos autóctones, no Art. 2º, do Código Mundial de Ética do Turismo (Boiteux apud CAMPUS, 2003, p. 113). Pode-se perceber a carência de profissionais aptos para receberem turistas surdos. Assim conclui-se que é totalmente favorável a inserção dos surdos na atividade turística desde que bem planejada e adaptada para prestar um serviço de qualidade, com recursos visuais e profissionais que possuam domínio da língua brasileira de sinais, apesar das leis que regulamentam o direito ao lazer e turismo muitos órgãos públicos e empresas privadas ainda não estão adequados e acessíveis. Palavras-Chave: Inclusão – Turismo – Surdo.
28
Libras e Língua Portuguesa: A Relevância dos Aspectos Semânticoculturais na Tradução/Interpretação
O objetivo deste trabalho é realizar uma breve descrição de enunciados linguísticos que demonstram a importância do estudo da relação entre língua e cultura, fato também observado nos estudos da semântica, bem como suas implicações na tradução/interpretação de língua portuguesa para LIBRAS. Os estudos na área de tradução vem demonstrando que não só a linguagem é relevante, mas também o sujeito e a cultura em questão. Ao analisarmos o processo de tradução de línguas de modalidades diferentes, como é o caso da LIBRAS e da língua portuguesa, em que a primeira é espaço visual e a segunda é oral-auditiva, sabemos que o assunto ainda requer muitas pesquisas. Contudo, os estudos já realizados apontam que o conhecimento profundo das culturas dos falantes envolvidos no processo são determinantes para se alcançar o entendimento das mensagens pretendidas. Nos estudos de semântica, as linhas de pesquisa existentes conferem a esta ciência uma verificada diversidade, já que se fala em “semânticas”, ou seja, as diversas teorias ou vertentes de teorias sobre o estudo do significado linguístico. Uma delas é a semântica cultural que neste trabalho contribui para a compreensão da estreita relação entre língua e cultura. Durante a pesquisa realizada, os enunciados linguísticos foram apresentados pelas intérpretes utilizando vários procedimentos de tradução conhecidos e observou-se que o procedimento que mais atingiu o entendimento dos surdos foi aquele em que a intérprete demonstrou ter, através do conhecimento da realidade extralinguística do surdo, maior conhecimento e vivência da cultura surda. Palavras-chave: Tradutor/intérprete - Cultura surda –LIBRAS.
29
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Geralda Iris de Oliveira Ariana Boaventura Pereira Universidade Federal de Rondônia
A Inclusão da Disciplina Libras no Ensino Superior
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Marisa Dias Lima Márcia Dias Lima Universidade Federal de Uberlândia Em 2002 a Libras – Língua Brasileira de Sinais foi reconhecida como língua e meio de comunicação da comunidade surda através da vigorado na Lei 10.436/2002, sendo regulamentado posterior pelo decreto federal 5.626/2005 onde a comunidade surda adquiriu vários direitos garantidos, seja ele na educação quando na sociedade, no entanto, esse processo foi importantíssimo para a transformação da sociedade em geral e principalmente para as instituições de ensino superior, pois com isso foi imposto que inserisse a Libras como umas das disciplinas obrigatória nas grades curriculares de todos os cursos de Magistério, cursos de Normal Superior e Cursos de Licenciatura, e optativa em cursos de Bacharelado que possibilitou maior formação de professores para atuar com os surdos e posterior possibilitando os a se ingressar no meio acadêmico. Diante da concepção da contribuição que o mesmo enriquece para a formação de professores, este estudo tem o interesse de pesquisar como está sendo feito esse processo de inclusão de Libras na instituição de ensino superior, sendo que a instituição da Universidade Federal de Uberlândia escolhida para a realização de analises de estudos destaca se que a universidade oferta a disciplina de Libras nas grades curriculares de diversos cursos de graduação desde o ano de 2008. A metodologia utilizada para a realização desse estudo através de uma pesquisa de campo a ser realizado em dois momentos, através de analise e discussão sendo selecionados três cursos de ensino superior: Pedagogia, Letras e LPDL – Letras: Língua Portuguesa com domínio de Libras. No primeiro momento será aplicado um questionário para aos discentes dos cursos selecionados, e no segundo momento será feita entrevista com os mesmos discentes dos respectivos cursos. Por fim, espera se com esse estudo em entendermos como tem sido feito esse processo de inclusão na universidade, através dos pareceres dos voluntários dessa pesquisa, na expectativa de que nos conduza a uma percepção mais crítica sobre a instituição em relação a inclusão da disciplina Libras no ensino superior. Palavras-Chave: Libras - Ensino Superior - Formação Acadêmica.
30
O Tradutor e Intérprete de Língua de Sinais e o Psiquismo Contemporâneo
Este trabalho é sobre a comunicação entre duas línguas, duas culturas, a qual pressupõe os processos psíquicos, acontecendo simultaneamente durante este encontro. O desafio está em pesquisar se estes processos psíquicos poderão interferir no domínio emocional nas atuações dos TILS. De acordo com Albres (2015, p.70) “o TILS no processo de interpretação, dialoga com o discurso do locutor, confabula com suas próprias experiências, com as diferentes vozes que o constitui e constrói um novo discurso direcionado ao interlocutor”. Reconhecer a relevância desta interface entre o universo psíquico do TILS e o contato com outro “surdo” que possui seu próprio mundo de emoções, é um convite a identificar os “Traços Psicológicos” (FREUD, 1974) que sustentem seu equilíbrio, sua construção profissional, sob a perspectiva da cultura contemporânea, que contempla o domínio emocional. O TILS é um agente da relação comunicacional e de uma ação da contemporaneidade, principalmente no cenário educacional. Evidenciando aos processos de reelaborações e ressignificação dos discursos. De acordo com Lacan (1960) fundamenta a importância fundamental ao aspecto do estruturalismo da linguagem em relação ao sujeito externo e o outro. Nesse sentido, faz-se referência às relações estabelecidas entre as estruturas linguística e social, estas, que são percebidas como sistemas de comunicação recíproca em que “[o] ser humano está inserido em um universo de linguagem”. (LACAN,1960 apud ZIMERMAN,1999, p.55). O autor ressalta a importância das relações das estruturas linguísticas e dos discursos originários das figuras paternas e maternas, sob a existência da manifestação do conteúdo do inconsciente: “(...) quando há um sujeito falante, não há como reduzir a um outro, simplesmente, a questão de suas relações como alguém que fala, mas há sempre um terceiro, o grande Outro, que é constitutivo da posição do sujeito enquanto alguém que fala” (LACAN, 1998, p.186). Nesse contexto teórico, Freud (1974) também contribuiu para a conexão da Linguística e a Psicanálise: “[a] expressão ‘fala’ deve ser entendida não apenas como significando a expressão do pensamento por palavras, mas incluindo a linguagem dos gestos e todos os outros métodos, como por exemplo a escrita, através dos quais a atividade mental pode ser expressa” (FREUD, 1974, p. 211). A leitura e a interpretação desses conteúdos inconscientes da relação do outro externo, com o outro é constante, dinâmico, e por consequentemente, o processo de concepção psíquica, ressignificação desses conteúdos, e o ser humano, busca alternativas e soluções para lidar com os fatores externos de “modo de satisfação” (LACAN, 1960). O objetivo é identificar nos dados coletados dos aspectos de interferência, relativos as impressões psíquicas do TILS frente às situações que envolve ao ato interpretativo. A coleta de dados para o corpus desta pesquisa se encontra em processo de construção, no entanto, pressupõe-se que a abordagem metodológica e teórica de base, correspondem hipoteticamente nas contribuições psíquicas durante a atuação do TILS. O propósito da pesquisa visa a refletir sobre os discursos nos contextos educacionais que existem em relação à mediação comunicacional do Tradutor e Intérprete Educacional. Palavras-chave: TILS – Pisiquismo – Contemporaneidade.
31
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Suzymara Trintinaglia Flávia Medeiros Álvaro Machado Universidade de Caxias do Sul
O Ensino de Libras na ASDEV - Associação Santo-Antoniense de Deficientes Visuais: Um Relato de Experiência
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Veruska Rafaela dos Santos de Lima Associação Santo-Antoniense de Deficientes Visuais As políticas de inclusão possibilitaram aos surdos conquistas de direitos importantes. No entanto, há ainda muitas barreiras para a inclusão efetiva desses sujeitos que continuamente enfrentam o preconceito e, principalmente, a falta de conhecimento da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), por parte dos ouvintes. Dessa forma, faz-se necessária a ampliação da oferta de cursos de LIBRAS, para que mais ouvintes possam obter o conhecimento dessa língua e diminuir, assim, as limitações comunicativas existentes entre o mundo dos ouvintes (pessoas que ouvem e usam uma língua oral) e os surdos (pessoas que se comunicam pela língua de sinais). Portanto, o minicurso de LIBRAS - Básico 1, com duração de 80 horas, oferecido na Associação Santo-Antoniense de Deficientes Visuais (ASDEV), além de possibilitar o conhecimento de LIBRAS, habilitou o participante a iniciar e manter um diálogo satisfatório. A estrutura curricular forneceu base para: identificar as características fundamentais da Libras; compreender que a Libras, como toda língua, tem suas próprias regras; vivenciar situações comunicativas na Língua de Sinais; compreender o que envolve a Cultura Surda; conhecer as políticas públicas e legislações vigentes; proporcionar aos alunos ouvintes, convivência com surdos e outros portadores de deficiências que freqüentam a instituição. A partir das vivencias e experiências no cotidiano do curso, foi possibilitado ao aluno a conscientização da função da Libras para a acessibilidade e inclusão do surdo na sociedade. Palavras-chave: LIBRAS – Inclusão - Acessibilidade.
32
Educação e a Escola para Surdos
A presente pesquisa trata-se de uma pesquisa bibliográfica que especifica o surgimento da primeira escola para surdos e os diferentes métodos de ensino que os surdos passaram ao decorrer dos anos. Além de perceber as transformações na metodologia de ensino que os surdos passaram no decorrer deste processo, de modo a ser feito uma reflexão sobre estes aspectos. Quando se tem noção do quadro histórico que envolve os sujeitos surdos, passamos a conhecer uma nova realidade, um novo universo, este conhecimento serve para que se amplie ao máximo nosso pensamento crítico, de modo a contribuir para que se realize um trabalho da forma mais correta na educação de surdos. Tento por intuito fazer uma discussão sobre a trajetória dos sujeitos surdos, porém mais voltada para a área educacional, diferentes pontos como a primeira escola para surdos, o Congresso de Milão, A comunicação Total, a questão da legislação. Buscando entender a forma de como se deu o início desta educação para surdos no Brasil, abordamos também um breve relato desta história no Estado de Santa Catarina e na cidade de Criciúma, sendo que nosso foco de pesquisa está em entender como se deu o inicio deste processo. Concluindo com a presente pesquisa que os sujeitos surdos passaram por diversas fases, no início os mesmos estavam em um contaste desenvolvimento e eram verdadeiramente respeitados por sua cultura, após o Congresso de Milão os mesmos passaram a transitar pelo âmbito da medicina, sendo tratados desta forma como deficientes e a serem ensinados pelo método da oralidade que até os dias de hoje assombram a vida de muitos surdos. Quando se tem noção do quadro histórico que envolve os sujeitos surdos, o sentimento de revolta é muito comum, embora improdutivo. Este conhecimento serve para que se amplie, ao máximo, nosso pensamento crítico de modo a contribuir para que se realize um trabalho da forma mais eficaz. Desta forma percebemos o quanto esta pesquisa foi relevante para um maior conhecimento e valorização da historia do sujeito surdo, a educação de surdos como podemos perceber na pesquisa é algo bem recente, mas é preciso que a mesma seja revista pelos seus métodos de ensino que perpetuam até os dias de hoje, muitas vezes sem resultados eficazes. Palavras-chave: Surdo – Libras – Educação.
33
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Alini Mariot Universidade Federal do Rio Grande
Comunicação Sinalizada DIA 25 DE ABRIL DE 2017 | 13h30min às 15h30min | COMUNICAÇÃO SINALIZADA
anai s.fe ne i s.org.br /conali
As comunicações sinalizadas foram apresentadas durante a programação definida pelo Conali2017, num período de 2 horas, divididas em 8 comunicações de 15 minutos para cada apresentação. Segue a lista dos autores dos resumos submetidos para a modalidade de comunicação sinalizada: Gisele Maciel Monteiro Rangel
História da Colônia de Férias dos Surdos em Capão da Canoa: Registro e Memória da Comunidade Sinalizante
Francilene M. de Almeida Josy Vitoria de S. Macêdo Daniela Prometi
Terminologia da Língua de Sinais Brasileira: Uma Inovação do Aplicativo QRCode para o Léxico Bilíngue
Carla Henrique Ventura Juliana da Silva Bezerra
Variantes Linguísticas em Libras e a Multiplicidade Visual Gestual
Luiz Eduardo Fiori Núbia Lopes Soared
Metaplasmos na Libras
Larissa Silva Rebouças
O Ensino da Libras dentro do IES Sobre a Formação dos Docentes Surdos e Ouvintes
Natália Schleder Rigo
Teatro de Bonecos em Libras: Uma Análise Linguística do Emprego da Língua de Sinais na Manipulação de Bonecos
José Mario de Martino Ivani Rodrigues Silva
Rede Libras: Inserção, Validação e Divulgação e Sinais de Forma Colaborativa
Daniel Junqueira Carvalho Eliane Telles de Bruim Vieira
Não Basta Ser Surdo para Ser Professor: Os Modos de Ser Professor Surdo no Espaço da Inclusão
Mediadoras: Profa. Dra. Marianne Rossi Stumpf - UFSC Profa. Me. Flávia Medeiros Álvaro Machado - UCS
34
35 anai s.fe ne i s.org.br /conali
Resumos
História da Colônia de Férias dos Surdos em Capão da Canoa: Registro e Memória da Comunidade Sinalizante
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Gisele Maciel Monteiro Rangel Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Alvorada O presente trabalho parte do interesse de pesquisar e registrar sobre a história da Colônia de Férias dos Surdos em Capão da Canoa/RS. Neste ano, em janeiro de 2017, a Colônia de Férias dos Surdos comemorou seu Jubileu de Ouro, 50 anos de parte da história da comunidade surda. Localizada no estado do Rio Grande do Sul, a Colônia é espaço de encontro, comunicação, interação e compartilhamento de experiências surdas sinalizadas de diferentes lugares do nosso e de outros países. Nas postagens nas redes sociais, nos diálogos entre os surdos no decorrer do período que envolveu a organização e desenvolvimento da festa, termos como: Comunidade Surda, Orgulho Surdo, Cultura Surda, Deaf Gain, Heroísmo Surdos, entre outros, foram recorrentes nas sinalizações e postagens. Contudo, em diferentes diálogos, e no desenvolvimento da pesquisa de doutorado Heróis/Heroínas Surdos/as Brasileiros/as: busca de significados na comunidade surda gaúcha (RANGEL, 2016), verifiquei a necessidade de produção e divulgação de informações históricas sobre a construção da Colônia de Férias dos Surdos e valorização de trabalho desempenhado por Levy Wengrover. Desta forma, destaco como objetivos deste trabalho: a) registrar a história da Colônia de Férias dos Surdos reconhecendo o trabalho empenhado por Levy Wengrover na construção do espaço; b) analisar como os conceitos observados nas publicações nas redes sociais, em relação ao evento de 50 anos da Colônia de Férias dos Surdos, bem como, nos dados da pesquisa sobre o heroísmo surdo desenvolvida no ano de 2016. Para o desenvolvimento da pesquisa, no sentido de alcançar os objetivos elaborados, dialogarei como os seguintes termos e conceitos: Cultura Surda (LADD, 2011; 2013; PADDEN, 1998); Deaf Gain (MARTINS, 2013); História e Heroísmo Surdo (RANGEL, 2004; 2016); Identidade Surda (PERLIN, 1998; 2003). A partir de análises iniciais, e do desenvolvimento da pesquisa sobre o Heroísmo Surdo, as experiências vividas na comunidade sinalizante, que constitui a Colônia de Férias dos Surdos, passam a produzir verdades na construção de surdos sinalizantes. As verdades produzidas circulam nas sinalizações quando os participantes se referem a Colônia como lugar onde não se sentem limitados, considerando sua residência (LADD, 2013) e a língua de sinais, enrizada naquele espaço devido seu uso, se sustenta como elo de ligação entre os frequentadores da Colônia de Férias dos Surdos. Palavras-chave: História dos surdos - Heroísmo Surdo - Comunidade Sinalizante.
36
Terminologia da Língua de Sinais Brasileira: Uma Inovação do Aplicativo GR Code para o Léxico Bilíngue
O presente trabalho tem como objetivo apresentar uma inovação do aplicativo QR CODE para o léxico bilíngue (Língua de Sinais Brasileira – Libras e Português), tendo por base dos estudos da terminologia da língua de sinais. O objeto de estudo é o uso de aplicativo de QR CODE para a Libras para a compreensão dos conceitos e dos significados. O QR CODE, possuem código de barras bidimensional com imagem de baixa resolução, que pode ser interpretado rapidamente e pode ser organizada ou visualizada através por webcam, celular e tablet. Pensamos neste aplicativo, para que os Surdos possam consultar o termo do português ou o sinal-termo que não conhece, assim como, para a diversidade linguística da Libras por meio da interação social e comunicativa com a comunidade surda, a fim de permitir a acessibilidade dos Surdos às informações. Faulstich (2014) explica que a expressão sinal ou sinais não faz parte dos termos científicos ou técnicos no significado do contexto das linguagens de especialidade. A expressão sinal serve para os significados usados no vocabulário comum da Libras e a expressão sinal-termo é a que corresponde às necessidades de uso especializado. Em uma terminologia par linguístico, a organização e a forma de registro são diferenciadas de uma obra constituída de línguas orais, a Língua Portuguesa é de modalidade oral-auditiva e na Libras é de modalidade visual-espacial. É importante o uso de aplicativo de QR CODE dentro da terminologia bilíngue da língua de sinais, para que os Surdos podem abrir o vídeo e visualizar o sinal-termo ou o conceito em Libras em qualquer lugar. Esse estudo surgiu a partir da necessidade de se estabelecer os elementos necessários e básicos que a terminologia bilíngue da língua de sinais deve apresentar. Será apresentado como usar o aplicativo QR CODE, explicando a importância de uso dentro das diferentes obras terminológicas para a Língua de Sinais Brasileira - Libras, vem reconhecendo a nossa pesquisa no Laboratório de Linguística de Língua de Sinais- LabLibras da Universidade de Brasília. Palavras-chaves: Terminologia da Língua de Sinais Brasileira - Aplicativo QR Code - Léxico Bilíngue.
37
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Francilene Machado de Almeida Universidade de Brasília Josy Vitoria de Sousa Macêdo Universidade Federal de Amapá Daniela Prometi Universidade de Brasília
Variantes Linguísticas em Libras e a Multiplicidade Visual Gestual
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Carla Henrique Ventura Juliana da Silva Bezerra Universidade Cruzeiro do Sul A presente pesquisa objetivou analisar as variantes linguísticas existentes na Língua de Sinais Brasileira expressas nas sinalizações de discursos produzidos por Surdos. Nossa análise buscou responder à seguinte inquietação inicial: a presença de variantes linguísticas em LIBRAS pode comprometer a compreensão de enunciados discursivos? Para responder essa questão, em relação aos objetivos específicos foram elencados: (a) registrar as variantes linguísticas utilizadas por Surdos durante sua sinalização, (b) analisar a ocorrência de variantes diatópicas, diastráticas, diafásicas e diacrônicas em enunciados interpretativos realizados por Surdos adultos e (c) analisar se a ocorrência de uma ou mais variantes linguísticas interferem nas questões semânticas e estilísticas dos enunciados interpretativos em Língua Brasileira de Sinais. Metodologicamente a pesquisa é de natureza aplicada com abordagem qualitativa. Selecionamos o curta-metragem “Coco Null”, como provocador comunicativo, que foi sinalizado em Língua de Sinais Brasileira por três Surdos adultos, atualmente matriculados em um Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos da Prefeitura Municipal de São Paulo. Em relação aos procedimentos de pesquisa, no primeiro momento foi apresentado o curta-metragem “Coco Null”, que possui canal comunicativo não verbal, para os três indivíduos participantes, de forma coletiva. Em seguida, os participantes, individualmente, realizaram a sinalização do curta-metragem de forma dynamic equivalence. Toda a produção foi gravada em vídeo para posterior transcrição e categorização dos dados. Esta pesquisa teoricamente considera a perspectiva dos Estudos Surdos, campo do saber que se inscreve como uma das ramificações dos Estudos Culturais que, por sua vez, preconiza discussões referentes às diferentes culturas, práticas discursivas e de linguagem (SILVA, 1997; SKLIAR, 1998; QUADROS, 2004; PERLIN, 2009). Os resultados demonstraram que, embora os três participantes sejam originários de lugares geograficamente distintos do país, as variantes diatópicas ou regionais não apresentam maior recorrência ao ponto de comprometer a compreensão dos discursos. Na presente pesquisa, as variantes diastráticas ou sociais foram as variantes de maior ocorrência e estavam ligadas ao uso de forma criativa e produtiva dos diferentes recursos de comunicação e expressão da Língua de Sinais Brasileira. Palavras-chave: LIBRAS - Variantes linguísticas - Surdos.
38
Metaplasmos na Libras
A presente proposta está amparada por estudos de Mussalin (2012), Labov (1966), Farraco (1996) e ainda, autores da linguística das línguas de sinais, a saber: Lidel & Jhonson (1984), Stokoe (1978), Quadros & Karnopp (2004) e Diniz (2011). Os processos metaplásticos, tais como a epêntese ou a aférese, entre outros, verificados nas línguas orais, realizam-se devido à necessidade de se obter um maior conforto na fala, vastamente observável na linguística diacrônica. Um exemplo clássico é a interjeição “Nossa!”, que nem sempre foi tão curta: antes era pronunciada “Nossa Senhora!”, assim como o “Vixi!” que é a forma atualizada de um processo metaplástico que se iniciou com “Virgem Maria!”, acompanhando a mentalidade cristã vigente na época. Considerando o status linguístico da Libras que se dá a partir da Lei 10.436/2002 e do Decreto 5.626/2005, por um lado, faremos um estudo a respeito de metaplasmos ocorridos na Libras, vez que parece haver consenso em meio aos linguistas de que seja constitutivo das línguas naturais sofrer o fenômeno da variação diacrônica. Sendo assim, tomamos como referência Iconographia dos Signaes dos Surdos-Mudos (de 1873) do estudante surdo do Instituto Nacional de Educação de Surdos - INES, um dicionário claramente copiado do dicionário francês (com mesmo nome), elaborado pelo professor e poeta surdo Pierre Pélissier do Instituto de Jovens Surdos-Mudos de Paris (Campello, 2008). Propõe-se ainda, um paralelo com mais dois dicionários para realçar as mudanças plásticas nos sinais, que são: o dicionário Linguagem das Mãos do padre americano Eugênio Oates, ouvinte, (apud Diniz, 2011), bem como o dicionário Diet trilíngue, de Fernando César Cappovilla, de 2001. O fato de iniciarmos a nossa investigação pelo dicionário Iconographia dos Signaes dos Surdos-Mudos não significa que não consideramos o léxico nativo, o vernáculo antes desse registro no Brasil, mas queremos destacar a grande influência que esse impresso teve na Libras, visto que o INES, que já era referência no Brasil na educação de surdos desde sua fundação em 1856, o utilizou como instrumento pedagógico, influenciando drasticamente a Libras por meio da LSF – Língua de Sinais Francesa. Some-se a isso o fato de o professor fundador do Instituto ser francês e usuário da LSF. O hibridismo linguístico merece destaque visto que os Metaplasmos também podem ocorrer na adaptação pelo contato com línguas diferentes. Nesse caso, devemos considerar a língua de sinais nativa antes de 1873, embora para esse período os estudos linguísticos das línguas de sinais eram exíguos, e com isso, não havia hábitos de impressão e, consequentemente, registros de sinais, o que dificulta uma investigação mais sofisticada. Assim, o nosso corpus consistirá nos três dicionários. Palavras-Chave: Metaplasmos – Libras - Diacronia.
39
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Luiz Eduardo Fiori Núbia Lopes Soares Universidade Federal de Rondônia
O Ensino da Libras dentro do IES sobre a Formação dos Docentes Surdos e Ouvintes
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Larissa Silva Rebouças Universidade Federal de Sergipe A regulamentação da disciplina de LIBRAS a partir de decreto 5.626/2005, as Instituições de Ensino Superior (IES) têm optados pela contratação de docentes ouvintes. Nisto, os docentes surdos não têm sido priorizados, demonstrando que muitos professores ouvintes passaram a ensinar a LIBRAS. Isto acontece porque muitas pessoas surdas não ultrapassaram o nível superior de escolaridade. Entretanto, o decreto estipula a prioridade das pessoas surdas, mesmo aquelas que têm escolaridade de nível médio, mas que têm formação comprovada como instrutores de LIBRAS. O objetivo deste resumo é conhecer o ensino de LIBRAS nas IES ministrado por docentes ouvintes e surdos, além de levantar a oferta da disciplina LIBRAS em cursos do IES no Brasil. A coleta de dados se deu através de entrevista semi-estruturada. Os dados foram analisados qualitativamente dos docentes entrevistados, a maioria dos professores eram ouvintes, e poucos foram os docentes surdos encontrados. O decreto citado, as IES começaram a oferecer esta disciplina, mas passaram a contratar professores ouvintes por não conhecer o perfil profissional de muitos surdos habilitados a ensinar LIBRAS com formação de instrutores ou mesmo de professores graduados e pósgraduados. De fato, as IES não têm contratado docentes surdos, justificando que os surdos não possuem formação acadêmica compatível, além da questão da dificuldade comunicativa e dos custos que decorreriam da contratação de intérpretes. No Brasil começou nova a lei 10.436/2002 reconheceu Língua Brasileira de Sinais. Onde tem igualdades dos surdos, pois têm os métodos diversidades entre os tipos de oralização, comunicação total, bimodalismo x bilinguismo, entre as diferenças de deficiente auditivo e surdo dentro na comunidade e cultura surda. Essa lei, no entanto, não explicou como cursos de pós-graduação para a qualificação de docentes surdos de língua de sinais poderia ocorrer. Depois que o Decreto 5.626/2005, que irá colocar estes docentes devem participar de um curso de graduação na área de línguas - concentração em Língua Brasileira de Sinais. Depois disso, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) criou o primeiro curso de graduação, oferecendo um grau de “Letras-Libras (licenciatura)”. Então, este curso visa à capacitação dos primeiros professores de Língua Brasileira de Sinais, de modo que não seria o aumento do ensino da língua e que a preparação de profissionais qualificados para que eles pudessem treinar outros profissionais. Ao expandir a política de inclusão e educação de surdos, tornou-se crucial tanto o recrutamento de professores de Libras e da contratação de tradutores e intérpretes de Libras. Além deste curso, em 2006, o exame de proficiência (PROLIBRAS) em Língua Brasileira de Sinais começou, o exame é destinado a certificar os professores de Libras e tradutores e intérpretes. É necessário que as instituições governamentais devem investir na contratação desses profissionais, para que docentes estarão presentes em vários espaços públicos e privados. Desta forma, a acessibilidade da pessoa surda é garantida e a barreira da comunicação é cortada. Acreditamos que a principal forma de igualdade dos surdos é a conquista de sua autonomia e desenvolvimento de seu potencial também promoverá igualdade e desenvolvimento intelectual e os individuais dos surdos. Palavras-chave: Disciplina – IES - Legislação - LIBRAS.
40
Teatro de Bonecos em Libras: Uma Análise Linguística do Emprego da Língua de Sinais na Manipulação de Bonecos
Esse trabalho é um recorte da pesquisa de doutorado da autora e apresenta uma análise linguística da Língua Brasileira de Sinais (Libras) na manipulação de bonecos teatrais. O objetivo do estudo é verificar como a Libras se apresenta, em seus níveis linguísticos (fonológico, morfológico, sintático) na manipulação de diferentes técnicas do teatro de animação. Para isso, foram analisadas dramatizações envolvendo o uso de bonecos sinalizantes. As manipulações são realizadas por sinalizantes fluentes (de 15 a 50 anos) e envolvem diferentes linguagens do teatro de bonecos, tais como: manipulação direta; luvas; varas; fios; etc. Essas dramatizações fazem parte das atividades propostas nos encontros do GTALS (Grupo de Teatro de Animação em Língua de Sinais) que acontece uma vez por semana no Centro de Comunicação e Expressão (CCE) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). As referências que fundamentam teoricamente esse trabalho inscrevem-se na área dos Estudos Linguísticos das Línguas de Sinais em um diálogo com os Estudos Teatrais, em especial, com os estudos de Teatro de Animação. Os primeiros resultados encontrados demonstram que a manipulação de bonecos em língua de sinais é, tanto linguisticamente, como tecnicamente possível. Apesar de algumas limitações encontradas – a nível fonológico e morfológico implicadas por questões técnicas de animação – entende-se que o emprego da Libras no teatro de bonecos pode acontecer de inúmeras formas. Esse trabalho vem contribuir não apenas com os novos estudos linguísticos sobre a língua de sinais, mas também com áreas em que a língua se aplica em sua forma intensificada e artística, como a Literatura Surda/Sinalizada e o Teatro Surdo/Sinalizado. Palavras-chave: Análise linguística - Língua de sinais - Teatro de bonecos.
41
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Natália Schleder Rigo Universidade Federal de Santa Catarina
Rede Libras: Inserção, Validação e Divulgação e Sinais de Forma Colaborativa
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Ivani Rodrigues Silva Universidade Estadual de Campinas José Mario de Martino Faculdade de Engenharia Elétrica e Computação Quando se discute a dicionarização do Português do Brasil, deve-se levar em conta dois grandes processos que merecem atenção: Um deles se relaciona à ação evangelizadora dos jesuítas, que ocorreu a partir da língua escolhida por eles como sendo a língua do Brasil: o Tupi. Outro ponto a ser ressaltado, diz respeito à produção de gramáticas e dicionários monolíngues em Portugal, que forneceram a tecnologia necessária para a descrição de línguas. Isso posto, entende-se que o processo de gramatização e dicionarização do Português do Brasil teve início, durante os movimentos nacionalistas do século XIX. Essa questão merece destaque, pois o que a princípio eram listas de palavras, segundo Nunes (1997), deu lugar a dicionários que se consolidaram no século XX. Na atualidade, por força do decreto 5626/2005, a LIBRAS se tornou língua co-oficial em todo o território nacional. Por força de lei, essa língua entra para o espaço escolar e cada vez mais são necessários vocabulários de termos acadêmicos, das diversas disciplinas escolares. A demanda por informações lexicais para fazer a interpretação dos textos desses materiais didáticos na escola se tornou patente e um grande número de pessoas, desde intérpretes, surdos e pesquisadores reúnem esforços no intuito de melhor conhecer essa língua. Libras, embora oficializada, conta com poucos dicionários, o Novo Deit-Libras - Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngue da Língua de Sinais Brasileira, de 2001 e a edição revista e aumentada de 2013, por exemplo, conta com 9.828 sinais de Libras. Apenas para citar um exemplo, em Língua Portuguesa, o Dicionário Houaiss traz cerca de 228.500 verbetes. Em suma, apesar de o Brasil ter hoje uma considerável população de sujeitos surdos - de acordo com dados do Censo realizado pelo IBGE em 2010, no Brasil contém 9.722 milhões de indivíduos que declaram possuir deficiência auditiva (cerca de 5% da população brasileira) há ainda uma grande lacuna em relação aos glossários/dicionários e outros materiais que possam efetivamente dar maior condição de ensino/aprendizagem para alunos surdos em todos os níveis. Esse fator é fundamental para constituir o processo identitário dos surdos em torno dessa língua que, para eles, é a língua nacional. Diante desse cenário, este artigo propõe a discussão da construção Rede Libras motivada pela escassez do léxico terminológico em Libras nos vários campos de conhecimento e pelo fato de que essa situação atinge o estudante surdo, tornando seu acesso e permanência nas esferas acadêmicas (ensino básico, fundamental e superior) extremamente dificultado. O objetivo principal dessa rede é promover o fortalecimento da Libras como segunda língua oficial do Brasil por meio da articulação e integração de esforços em escala nacional. Como elemento estruturante da operação e atuação da Rede Libras é proposta a implementação de portal Internet que estabeleça um fórum participativo de discussão e troca de conhecimento. Entres outras funcionalidades, o Portal da Rede Libras deverá facilitar a consulta, inserção, divulgação, avaliação e validação de sinais da Libras de forma colaborativa, derrubando barreiras existentes para a criação de conteúdo em Libras e para o desenvolvimento de tecnologias assistivas associadas. Palavras-chave: Rede Libras – Dicionários – Acessibilidade.
42
Não Basta Ser Surdo para Ser Professor: Os Modos de Ser Professor Surdo no Espaço da Inclusão
Este texto tem base no recorte de uma dissertação de mestrado cuja tese central é a defesa de que não basta ser surdo para ser professor, ou seja, tem como principal objetivo problematizar a Identidade Surda como ÚNICA condição para atuar como professor surdo no espaço da inclusão. Assim, cria-se a possibilidade de pensar outros modos que subjetivam e conduzem sujeitos surdos que se assumem como professores. A análise dos dados se dá pelas ferramentas teórico-metodológicas governamento e subjetivação. Por meio do procedimento metodológico da entrevista narrativa, três formas de subjetividade na prática docente do sujeito surdo ficam evidentes: Subjetividade Resistente, Subjetividade Salvacionista e Subjetividade Docente. Por fim, a partir da inspiração das teorizações foucaultianas, em diálogo com Jan Masschelein e Maarten Simons, é possível pensar outros modos de o sujeito surdo poder exercer a sua docência para fora da identidade, criando a possibilidade de pensar de outra forma a escola, a educação e a docência. Palavras-chave: Professor surdo; Subjetividades; Inclusão.
43
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Daniel Junqueira Carvalho Eliane Telles de Bruim Vieira Universidade Federal de Espirito Santo
Apresentação de Pôster DIA 25 DE ABRIL DE 2017 | 15h30min | APRESENTAÇÃO DE PÔSTER
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Conforme programação definida do Conali2017 segue a lista das apresentações dos resumos na modalidade de pôster
Alini Mariot
Projeto Bilingue: Não Há Barreiras que a Libras não possa Transpor
Cristine Fátima Pereira Luna Tatiana de Souza
O Processo de Escolarização de Estudantes Surdos na Cidade de Passo Fundo/RS
Daniel Junqueira Carvalho Eliane Telles de Bruim Vieira
As Práticas que Constituem o Ser Professor Surdo no Espaço da Inclusão
Eduardo Felipe Felten Abymael Pereira
Proposta para Análise de Estrutura Silábica na LSB
Emiliana Alves Drumond
A Importância da Formação Docente na Educação dos Surdos: História, Legislações e Práticas Pedagógicas
Fabiane Lima Cigognini
A Inclusão das Crianças Surdas na Educação Infantil: Refletindo Sobre a Realidade das Escolas Públicas
Francinei Rocha Costa Daltro Roque C. da Silva
Variação de Identidade Surda: Letras Libras/UFSC
Francinei Rocha Costa
Fenômenos de Variação Linguística em Libras no Contexto das Universidades e Institutos Federais: Um Estudo de Caso
Karla Alexandra Benites FlorLíngua Brasileira de Sinais e Língua Paraguaia de Sinais: enciano Prestígio Linguístico em Contexto de Fronteira Mariana Dézinho Lúcia Loreto Lacerda Deonisio Schmitt
Educação de Surdos na Rede de Ensino de Araquari e Região: do Mapeamento à Reflexão sobre o Processo de Inclusão
Mariana Pereira C. Figueira Cristiano Pereira Vaz
Comunidade Surda da Fronteira - Pertencimento
44
Variação Linguística da Língua de Sinais Brasileira
José Mario de Martino Paula Dornhofer Paro Costa
Projeto Tales: Tecnologia Assistiva de Leitura para Surdos
José Mario de Martino Paula Dornhofer Paro Costa
Corpus Paralelo Bilíngue Português do Brasil – Língua de Sinais Brasileira
Laura Amaral Kümmel Frydrych
“Isso Dá uma Aula?” - Os Gêneros Textuais como Unidade de Ensino de Língua Portuguesa para Surdos
Carilissa Dall’Alba
Literatura Surda: Contribuições no Cenário Contemporâneo para Alunos Surdos, os Sujeitos da Experiência Visual
45
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Vanessa Herter Gaspar G. Scangarelli
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Resumos
46
Projeto Bilingue: Não Há Barreiras que a Libras não possa Transpor
O presente projeto teve seu inicio com uma aluna surda, em uma escola de Rede Estadual no Município de Nova Veneza-SC. Percebendo o quanto uma aluna surda era afastada de seus colegas e não dominava de forma fluente a língua de sinais, necessidade básica para que pudesse compreender de forma eficiente o que lhe estava sendo proposto em sala de aula. No decorrer de sua trajetória escolar foram propostas novas estratégias e metodologias de ensino para a que a aluna pudesse se integrar em sala de aula com colegas e professores. As novas formas fez com que a mesma se desenvolvesse mais em sua língua de sinais e tivesse uma aproximação maior, perante todo o grupo escolar. Sabemos que é um grande desafio transformar a escola comum existente, mas esta é a escola para todos e de todos. Com a Formação de um grupo de meninas da sala as mesmas ouvintes começaram fazer horários diferenciados onde todas tivessem disponibilidade e ensaiavam musicas com coreografias em Libras, para que a surda tivesse um momento onde sua língua e sua cultura fosse passada de forma dinâmica as suas colegas de sala. A escola adotou esta estratégia ampliando o mesmo passando então a se chamar Projeto Bilingue “Não há barreiras que a Libras não possa transpor”. Formou-se um grupo profissional de dança “Movimento com Libras”, onde realizam diversas apresentações pelo Estado de Santa Catarina, mostrando a cultura surda. O surdo percebe o mundo de forma diferenciada dos ouvintes, através de uma experiência visual, sendo assim, a escola deve ser um ambiente que desenvolva políticas linguísticas e culturais, que permitam a identificação das crianças surdas com outros surdos, sempre exercendo o seu direito de adquirir sua língua natural, na qual é transmitida de geração para geração, com valores. Percebemos a importância que o projeto trouxe a vida escolar e também pessoal da aluna. Sendo fundamental a presença de um intérprete para mediar a comunicação. Mas não é possível incluir o surdo em uma sala de aula regular apenas com a presença do intérprete. Para que este processo de inclusão se consolide, deve-se criar um ambiente favorável, no qual, o mesmo possa desenvolver suas potencialidades. Precisamos de fato incluir e não integrar. Com o desenvolvimento deste projeto, se deu o surgimento de dois grupos de teatros, um grupo tinha a finalidade de passar as barreiras imposta pelo meio social, de forma que o publico refletisse suas atitudes e outro grupo de animar o publico mostrando o quanto pode ser divertido fazer parte da Comunidade Surda. Além do grupo de dança Movimento com Libras, onde o mesmo realizava coreografias e expressões corporais mostrando a tradução de musicas no estilo Rock. Com o decorrer do projeto gravamos um curta metragem o mesmo todo acessível em Libras. Palavras-chave: Libras - Inclusão – Inovação.
47
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Alini Mariot Universidade Federal do Rio Grande
O Processo de Escolarização de Estudantes Surdos na Cidade de Passo Fundo/RS
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Tatiane de Souza Cristine Fatima Pereira Lunai Associação de Pais e Amigos dos Surdos de Passo Fundo/RS Este artigo tem por objetivo analisar o processo de escolarização das crianças Surdas que vem sendo estudado por um grupo que há mais de uma década convive, trabalha e interage socialmente na Comunidade Surda de Passo Fundo, através da Associação de Pais e Amigos dos Surdos- APAS, Associação de Surdos de Passo Fundo – ASPF e Associação de Tradutores/interpretes de Língua de Sinais de Passo Fundo – Atils, entidades sociais locais, como Conselho Municipal das Pessoas com Deficiência – COMPEDE, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS e Secretária Municipal de Educação – SME coordenadorias, aportando também informações de outras comunidades da rede estadual e nacional. O Núcleo de Estudos sobre a Educação dos Surdos – NEES constitui-se com o propósito de observar na educação dos Surdos os critérios a serem pensados pelos docentes e pela direção da escola que estão baseados no domínio da Libras, no planejamento, na metodologia, na didática, na participação da família e no conhecimento cultural e linguístico do surdo. Neste artigo, será apresentada uma contextualização histórica sobre a educação de surdos para entender os primórdios dessa cultura que teve uma perda educacional bastante significativa por conta de um olhar social que os via como pessoas incapazes. Na seqüência do trabalho enfatizamos o papel da Libras na vida da criança surda, bem como a importância do olhar da escola no desenvolvimento social e referencial que a criança surda começa a realizar através desta língua. A escola é um dos principais locais para o desenvolvimento intelectual da criança, e precisa proporcionar situações para permitir o seu desenvolvimento pleno. Para tanto, será analisado diário de classes, planejamentos, organização didática e domínio da Libras dos docentes que atuam na educação de surdos de 1o ao 5o ano do ensino fundamental em uma escola da rede estadual de educação na mesma cidade. A análise demonstra que o processo de escolarização pela criança surda por meio dos critérios citados acima atua decisivamente na estrutura do pensamento, e é ferramenta básica para a construção de conhecimentos. A linguagem, em seu sentido amplo, é considerada por Vygotsky como um instrumento de operação do pensamento, pois ela atuaria para modificar o desenvolvimento e a estrutura das funções cognitivas. Palavras-chave: Escolarização – Libras - Surdo.
48
As Práticas que Constituem o Ser Professor Surdo no Espaço da Inclusão
Este trabalho apresenta parte dos resultados de duas pesquisas desenvolvidas durante o mestrado do PPGE/UFES, já concluídas. Ambas discutem a emergência de uma norma surda, entendida como possibilidade de constituir um único modo de Ser do sujeito. Neste trabalho propomos discutir as práticas que constituem a forma ou modo de Ser Professor Surdo no espaço da inclusão, e assim problematizar a emergência do Ser Professor Surdo. Pretendemos esclarecer que a Norma Surda focada na identidade possibilitou ao sujeito surdo atuar como professor surdo no ensino de Libras. Este fato foi extremamente importante para conquistas de oportunidades, para o direito a inserção no mercado de trabalho, para priorizar os sujeitos surdos no ensino Libras. A atual política da inclusão vem ocorrendo de forma intensiva para incluir todas as pessoas nas escolas, principalmente as pessoas com deficiência, garantindo uma Educação para Todos. No caso dos alunos surdos matriculados na escola regular, a educação especial oferece como suporte o atendimento educacional especializado (AEE) e a contratação de profissionais especializados, entre os quais está o professor surdo, contratado para lecionar aulas de Libras para o discente surdo. Mesmo sendo direito dos alunos surdos, essa garantia criada pelo Estado, no momento da inclusão para introduzir os Professores Surdos nas escolas parece estar improvisada. A emergência da inclusão como prática de governamento, conceito cunhado por Michel Foucault, será discutida por nós neste texto. Recorreremos a Lopes e Morgenstern (2014) e Rech (2010) numa tentativa de analisar o procedimento pelo qual a inclusão emerge a partir de política do Estado que pretende governar a população de modo que facilite as condutas de si e do outro, para que seja útil a forma de governar a todos e a cada um. A Norma Surda possibilita que a inclusão como prática de governamento, seja uma estratégia de governar todos e cada um, e assim possibilita a todos os surdos serem governados, sejam alunos ou professores. Considerada a difusão da inclusão, o Estado gerencia uma nova forma de garantir aos surdos espaços para atuarem como professores surdos nas instituições de ensino. Os surdos se tornam sujeitos condutores de suas próprias condutas, capazes de atuar como professores surdos no ensino de Libras. Deve-se ressaltar, porém, que esta atividade tem se desenvolvido de forma não sistemática, isto é, de forma improvisada nos espaços da inclusão. Palavras-Chave: Professor Surdo - Inclusão - Governamento.
49
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Daniel Junqueira Carvalho Eliane Telles de Bruim Vieira Universidade Federal de Espiríto Santo
Proposta para Análise de Estrutura Silábica na LSB
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Eduardo Felipe Felten Universidade de Brasília Abymael da Silva Pereira Universidade Federal do Amapá Resumo: Esta pesquisa se fundamenta nos estudos de descrição fonético-fonológicas da Língua de Sinais Brasileira empreendidos por de Xavier (2006; 2014) e na nova proposta da sílaba na LSB, estudo empreendido por Aguiar (2013). Propomos, a partir dos estudos produzidos por esses autores, uma ficha de análise silábica na LSB com o objetivo de auxiliar pesquisadores, professores e alunos surdos e não-surdos que se dedicam nos estudos linguísticos da Língua de Sinais. Com o objetivo de propor uma ferramenta que favoreça análise prática em sala de aula e estudos laboratoriais, a ficha foi pensada, planejada e criada por Felten (2017) para a formação em Estudos Linguísticos da Língua de Sinais executada em janeiro de 2017 na Universidade Federal do Amapá-UNIFAP. Ao longo da formação, os professores e Tradutores e Intérpretes de Libras e Português-TILSP que compõem o Colegiado do curso de Letras Libras Português como Segunda Língua contribuíram para o aperfeiçoamento da ficha e para que chegássemos ao modelo elaborado, proposta final desta pesquisa. Para que compreendêssemos e criássemos a ficha de análise de estrutura silábica na LSB, utilizamos teorias de sílaba em Línguas Orais e fonologia das Línguas de Sinais. A respeito da importância dos estudos fonética-fonológicos da LSB, Selkirk (1982 apud AGUIAR, 2013, p. 18) afirma que (i) a maioria das restrições fonotáticas só podem ser explicadas com referência à sílaba, (ii) através da sílaba se pode explicar uma gama de regras da fonologia segmental e que (iii) o tratamento de fenômenos suprassegmentais como acento e tom, exige que eles sejam agrupados em segmentos do tamanho da sílaba. De acordo com as teorias das sílabas das línguas orais propostas por Goldsmith (1990), Selkirk (1982), Bisol (1999) e Collischonn (1996), há estrutura hierarquizada composta por Ataque e Rima, sendo que esta última se divide em Núcleo e Coda. Aguiar (2013) identifica quais parâmetros ou segmentos fonético-fonológicos da LSB correspondem a cada elemento da estrutura hierarquizada das sílabas nas línguas orais. A partir da estrutura hierarquizada da sílaba, surgiu a nossa proposta de ficha de análise silábica para a LSB, com base na fonologia métrica. Palavras-chave: Fonologia - Análise Silábica - Língua de Sinais Brasileira.
50
A Importância da Formação Docente na Educação dos Surdos: História, Legislações e Práticas Pedagógicas
O presente trabalho, visa contribuir para a reflexão sobre a formação teórica e prática, na preparação profissional para a atuação como Docente da Língua Brasileira de Sinais. A Libras é uma língua rica por possuir características próprias, é gesto-viso-espacial, e permite efetiva comunicação e expressão pelos usuários da mesma. É de extrema importância que as pessoas surdas tenham acesso a Libras, como língua materna, pois a aquisição de conhecimento, atribuição de significados e construção de saberes, se dão, nesse contexto, a partir da experiência visual. A educação é primordial ao ser humano e é um direito legítimo de todas as pessoas, sem distinção alguma. A formação docente é extremamente importante na formação dos alunos surdos. É preciso observar metodologias de ensino e práticas pedagógicas pertinentes, buscando construir um modelo educacional que valorize o diálogo e a troca de experiências, para uma efetiva construção de conhecimento. Aspectos do desenvolvimento histórico da educação, sobretudo da educação dos surdos, são tópicos apresentados nesse trabalho, remetendo à luta da comunidade surda, pela garantia de direitos. Palavras-chave: Formação docente - Educação de surdos - Direitos.
51
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Emiliana Alves Drumond Universidade do Estado de Minas Gerais
A Inclusão das Crianças Surdas na Educação Infantil: Refletindo sobre a Realidade das Escolas Públicas
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Fabiane Lima Cigognini Instituto Federal do Rio Grande do Sul Reforçando a ideia que a falta de oportunidade de aquisição da Linguagem causa um atraso no desenvolvimento global do aluno surdo, se comparado aos ouvintes, podemos considerar que há urgência de criar um ambiente linguístico apropriado a sua natureza visual. Assim justifica-se a importância de ter um espaço físico com materiais pedagógico adaptados a sua especificidade e necessidades pedagógicas, para que as crianças e adolescentes surdos possam entrar em contato com a LIBRAS. É necessário desenvolver um processo educativo pensado para os alunos surdos, proporcionando acessibilidade linguística e estímulos às diferentes formas de aprendizagem, por meio de ações pedagógicas planejadas e adequadas, e também um espaço pedagógico de qualidade, que considere suas potencialidades e compreenda este aluno como sujeito cultural. O fracasso escolar das crianças surdas também pode estar relacionado à falta de informação às famílias destas crianças, que demoram a perceber a necessidade da Língua de Sinais na vida de seus filhos e às escolas que não recebem formação adequada para contribuir com o processo de aprendizagem. O que percebemos é muita desigualdade de oportunidades, não só das crianças surdas, mas de todas as pessoas com deficiência, que tem seu acesso restrito no ambiente familiar, na escola, nos locais públicos, entre outros. Um ambiente acessível e de múltiplos estímulos linguístico contribui significativamente para a construção da identidade e os torna cidadãos do mundo. A linguagem não exerce somente a função de comunicação, mas ela da á possibilidade das crianças construírem seu pensamento. Segundo o autor Vygotsky “o processo pelo qual a crianças adquire a linguagem é do exterior para o interior, do meio social para o indivíduo”. Por isso o meio social da criança, e aqui nos referimos ás crianças surdas, é importante que esteja rico de oportunidades e cabe aos professores compreender as especificidades da cultura surda, respeito linguístico, adequação de currículo, tempo e espaço, metodologias e que estes tenham fluência em Língua de Sinais no ensino da L1(LIBRAS) e L2 (Língua Portuguesa), para garantir o acesso à educação, a comunicação e á informação. Negar o fato de que o indivíduo tem direito a sua língua materna impondo-lhe uma segunda língua, desconsiderando a impossibilidade do sujeito para tal, é negar-lhe o acesso a uma educação de qualidade e de conviver com seus pares (surdos). Diante do exposto, é importante analisar a interação entre duas línguas distintas oriundas de diferentes culturas em um mesmo espaço, no caso a sala de aula, pois se trata de uma ação complexa na tarefa de integrá-las a partir em um movimento dialógico e de respeito mútuo, onde a ação de ensino e aprendizagem dos sujeitos (surdo e ouvinte) se fazem presentes. Palavras-chave: Educação Bilíngue - Surdos – Inclusão.
52
Variação de Identidade Surda: Letras Libras/UFSC
O presente trabalho teve como objetivo captar variação de identidade surda antes e após o ingresso de acadêmicos no curso de Letras/Libras, da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. O curso de Letras Libras foi implantado a partir de 2006 por meio de ações diretas do Ministério da Educação em decorrência do Decreto nº 5.626/2005. O mesmo decreto regulamenta a Lei nº 10.436/2002 reconhecendo Libras (Língua Brasileira de Sinais) enquanto língua oficial da comunidade surda brasileira. Há muitas coisas em comum em relação à surdez e ao uso da Libras, destacando principalmente as identidades surdas. Elas são bastante complexas e diversificadas. Para melhor investigação acerca de identidades surdas, foram recolhidos pares surdos para entrevistas em língua de sinais. Cogitava-se como hipótese mudanças de identidades antes e após o ingresso dos acadêmicos na referida universidade, em razão do curso de Letras Libras ser uma das comunidades surdas que colabora a melhor formação de identidades surdas, no sentido de compartilhar a Língua, valores culturais e hábitos, socializando aprendizagens e adquirindo fluência. Com os resultados obtidos, pode-se observar a importância de os surdos estarem em contato com seus pares linguísticos, de forma que todos conseguiram se encontrar enquanto sujeito, se satisfazer e adquirir uma ou mais identidades surdas no encontro com outros surdos e no ingresso ao curso de Letras Libras. Palavras-chave: Letras Libras - Língua Brasileira de Sinais - Identidade Surda - Variação linguística.
53
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Francinei Rocha Costa Daltro Roque Carvalho da Silva Junior Universidade Federal de Santa Catarina
Fenômenos de Variação Linguística em Libras no Contexto das Universidades e Institutos Federais: Um Estudo de Caso
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Francinei Rocha Costa Universidade Federal de Santa Catarina Este trabalho apresenta os resultados de um estudo de variação sociolinguística em lexicais da Língua Brasileira de Sinais. O objetivo foi analisar fenômenos de variações linguísticas como ponto principal três conceitos utilizados pelos professores no contexto das Universidades e Institutos Federais. O trabalho busca refletir sobre as variações conservadoras, que fazem parte do repertório linguístico da comunidade surda há mais tempo e as contemporâneas ou inovadoras, as quais mostram uma variação grande apresentada no estudo linguístico da Língua de Sinais. Também traz as contribuições de WLH, sobre as mudanças as quais não afetam o caráter sistêmico da Língua, ou seja, ela continua estruturada enquanto as mudanças vão ocorrendo, e Quadros; Karnopp, sobre estudos linguísticos voltados a Língua Brasileira de Sinais. Para tanto, apresentase uma metodologia de coleta de dados através de entrevistas com 20 professores Surdos de Universidades Federais e Institutos Federais, estabelecendo assim um corpus de prática, que possibilitou investigar os sinais usados nestes espaços, bem como as semelhanças e diferenças na produção do sinal e se os mesmos estão registrados em dicionários de Língua de Sinais. Com base na realidade de diferentes estados, da capital e interior foram selecionados 3 itens lexicais (ensino, pesquisa, extensão) e seus respectivos significados no meio acadêmico. As perguntas e respostas foram disponibilizadas e gravadas em vídeo em Língua Brasileira de Sinais A pesquisa apresenta os seguintes resultados: nos lexicos escolhidos para análise (ensino, pesquisa, extensão), a) todos os entrevistados souberam responder sobre o significado dos conceitos sendo que as respostas convergem, ou seja, todos compreendem e trabalham com esses três pilares, os quais orientam o “fazer” em suas Universidades ou Institutos, b) os lexicos (ensino e pesquisa) mostraram igualdade ou semelhanças na produção do sinal, c) O lexico (extensão) mostrou uma enorme variação linguística na produção do Sinal. Os lexicos em sinais (ensino, pesquisa) foram encontrados registros nos dicionário de Capovilla;Raphael, Livro ilustrado Língua Brasileira de Sinais Honora;Frizanco, e outros, porém o lexico (extensão) não foi encontrado em registros científicos, podemos concluir então que este é um dos fatores da grande Variação linguística evidenciada no estudo. Percebese também que um dos fatores é a recente participação dos Surdos como docentes no contexto de Universidades e Institutos Federais, e que portanto, antes de serem professores poucos tiveram contato com esses três pilares. Durante a realização do estudo a maioria dos entrevistados demonstrou um certo desconforto ao se referir do sinal “extensão”, muitos complementaram a produção do sinal, explicando que tinham criado o sinal, e este era utilizado na região ou na instituição de ensino, mas que o mesmo ainda não tinha registro ou estava sendo utilizado provisóriamente. Palavras-chave: Língua Brasileira de Sinais – Sociolinguística - Variação.
54
Língua Brasileira de Sinais e Língua Paraguaia de Sinais: Prestígio Linguístico em Contexto de Fronteira
Objetiva-se com este trabalho apresentar o uso cotidiano de duas Línguas de Sinais (Língua Brasileira de Sinais-LIBRAS e Língua Paraguaia de Sinais- LPSY-) e de três Línguas Orais (Língua Portuguesa, Espanhola e Guarani), vivenciadas pelos surdos em um contexto de fronteira entre Ponta Porã-Brasil/Pedro Juan Caballero-Paraguai. Para tal, foi realizada pesquisa qualitativa, que utilizou como instrumento uma entrevista semiestruturada com 5 perguntas, aplicadas a 10 surdos que vivem neste contexto. Os resultados encontrados apontam para uma condição linguística e cultural completamente híbrida e para o uso mais frequente de três idiomas: A Língua Brasileira de Sinais, a Língua Portuguesa e o Espanhol estas duas últimas são utilizadas por meio da oralidade ou por meio da escrita, a Língua Paraguaia de Sinais e o Guarani, são usados restritamente, apenas em poucas situações e momentos. Percebe-se que o pouco uso dessas últimas duas línguas ocorre pela falta de falantes/sinalizantes nestes idiomas, como também por certo receio de utilizar estas línguas que para o grupo pesquisado são línguas de menor prestígio. Palavras-chave: Línguas – Fronteira - Surdos.
55
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Karla Alexandra Benites Florenciano Mariana Dézinho Universidade Federal da Grande Dourados
Educação de Surdos na Rede de Ensino de Araquari e Região: Do Mapeamento à Reflexão sobre o Processo de Inclusão
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Deonisio Schmitt Universidade Federal de Santa Catarina Lúcia Loreto Lacerda Instituto Federal Catarinense Este trabalho apresenta dados preliminares do projeto de Extensão intitulado “Educação de surdos na rede de ensino de Araquari e região: do mapeamento à qualificação da prática docente”, desenvolvido no Instituto Federal Catarinense, câmpus Araquari. O ensino da LIBRAS, como primeira língua, está regulamentado pelo Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Desde sua publicação, pesquisas e discussões têm sido realizadas no sentido de repensar as práticas de inclusão do aluno surdo. Nesse cenário de estudo, algumas problemáticas são apontadas, entre elas está a falta de formação para professores que atuam com o aluno surdo e, a escassez de profissionais capacitados para o ensino e interpretação da LIBRAS. Diante dessas questões, referido projeto dedicou-se a mapear a situação escolar de estudantes surdos da rede de ensino de Araquari e região. A partir dos dados apontados na primeira etapa da pesquisa, foi estruturada uma proposta de qualificação profissional dos professores que atuam com estudantes surdos na rede de ensino. Os caminhos metodológicos da pesquisa buscam fundamentos na abordagem descritiva- participante e estão divididos em três etapas: a primeira etapa envolveu o mapeamento, junto às escolas, da situação educacional dos alunos surdos e da formação dos profissionais que atuam com esses alunos. Na segunda etapa houve a sistematização de uma proposta de intervenção nas escolas a partir de cursos e oficinas. A última etapa, ainda em fase de conclusão, consiste na avaliação, junto a gestores e professores, dos impactos do projeto no processo educacional do aluno surdo. A primeira fase do projeto, já concluída, aponta algumas reflexões acerca do ensino da Língua Brasileira de Sinais no contexto da inclusão escolar. A ausência do professor de Língua Brasileira de Sinais e a falta de formação específica dos intérpretes, sinalizada nos dados encaminhados pelas secretarias de educação, indicou a urgência de uma reflexão sobre os processos de aquisição da língua materna do estudante surdo e os desdobramentos que dela decorrem. Além disso, esses dados suscitaram um alerta no que diz respeito a formação e qualificação profissional destes profissionais. No sentido de atender esta demanda, o Instituto Federal Catarinense- campus Araquari, em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina e o apoio das prefeituras de Araquari e região, proporcionou a oferta de cursos de qualificação profissional na área da Língua Brasileira de Sinais e Educação de Surdos. Ao todo foram ofertados dois cursos e um seminário O movimento de ir ao encontro da comunidade escolar e (re)conhecer a realidade dos estudantes surdos, viabilizou uma pesquisa e extensão coerentes com a necessidade da comunidade externa. Palavras–chave: Educação de surdos – Inclusão - Formação Docente.
56
Comunidade Surda da Fronteira - Pertencimento
Trazemos para o Conali 2017, os resultados parciais de pesquisas desenvolvidas junto à Universidade Federal do Pampa - UNIPAMPA, Campus Santana do Livramento, com uma comunidade surda na fronteira entre o Brasil e o Uruguai; pesquisamos esta temática vinculada aos programas de Pós-graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e a Universidade Federal de Santa Maria. Pensamos a escrita deste trabalho no Campo dos Estudos Culturais em Educação e Estudos Surdos; trazemos a experiência dos surdos na fronteira ao se produzirem entre duas línguas de sinais, a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e a Lengua de Señas Uruguaya (LSU). Pela análise de materiais produzidos por esta comunidade surda no Projeto de Extensão “Produção de Artefatos da Cultura Surda na Fronteira” sob nossa coordenação nos anos de 2014, 2015 e 2016, pensamos que é possível dar configuração e constituição a esta comunidade surda em seu movimento singular, num fazer-se compartilhado, pois através das produções de artefatos culturais singulares esta comunidade surda vem se produzindo como uma Comunidade Surda da Fronteira. Pensamos, assim, em uma comunidade que compartilha modos de ser surdo e se produz através da experiência do encontro de surdos fronteiriços, localizados territorialmente na fronteira entre o Brasil e o Uruguai, nas cidades-gêmeas de Santana do Livramento e Rivera. Trazemos como materialidade que nos possibilita fazer ver como os surdos se produzem neste encontro, alguns artefatos culturais produzidos por esta comunidade surda durante o desenvolvimento do projeto de extensão, junto à UNIPAMPA, e com a análise destes materiais, dizer sobre os modos como os surdos enunciam suas identidades culturais nesta fronteira. Dizemos que estes materiais produzem um discurso sobre uma comunidade que não consegue se dizer brasileira ou uruguaia, mas de uma comunidade produzida no compartilhar, num contexto de negociação de pertencimento cultural, produzindo modos de vida e vontades de “ser surdo” na fronteira que enuncia uma terceira coisa, uma nova constituição da ordem do acontecimento, produzida no compartilhar e longe do entendimento de consenso, uma vontade de ser surdo em uma Comunidade Surda da Fronteira, produzida neste interstício da fronteira como a diferença. Palavras-chave: Comunidade Surda - Identidades – Fronteira.
57
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Mariana Pereira Castro Figueira Universidade Federal do Pampa Cristiano Pereira Vaz Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Variação Linguística da Língua de Sinais Brasileira
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Gaspar Gonçalves Scangarelli Universidade Luterana do Brasil Vanessa Herter Universidade Federal de Santa Catarina Existe no mundo todo línguas de sinais diferentes. Em Países, estados e cidades, as língua de sinais possuem suas diferenças regionais. No Brasil na cidade de Uruguaiana, fronteira com Argentina os surdos aprendem a língua de sinais Argentina, Uruguai, Paraguai e comum a cada país. As Variações linguísticas na língua de sinais podem acontecer com sinais caseiros, surdos convivem na região interiorana com poucas pessoas ou pais são desinformados sobre a cultura surda e escolaridade. Os surdos acabam não convivendo com surdos e criam sinais caseiros porque não tem contato nas associações e não tem contato com acadêmicos surdos formado em mestrado e ou doutorado que buscam novos sinais e conhecimento os povos surdos no interior ou exterior utilizam a tecnologia, pois cada palavra que não tem sinais organizados de forma natural conforme o convívio assim como os outros que gostam de alguns sinais e difundem estes sinais apenas em um único espaço ou cidade, dificilmente porque não tem contato com outros surdos nas regiões ou podem ser realizados empréstimos linguísticos da Libras de outros países. Por exemplo, uso de sinal FRIO, cidades de Porto Alegre e Uruguaiana (RS) possuem variação linguística de como a linguagem se organiza, estruturalmente. Por exemplo, os números em Libras podem ser de um único sinal no Rio Grande do Sul e realizado de forma diferente em outros estados do Brasil. O sinal destes possuem variações de estado para estado. Os surdos são como grupos ou tribos semelhantes aos índios, cada grupo manifesta o sinal conforme o costume, às vezes espalhando para outros grupos ou comunidades realizando também empréstimos linguísticos da Língua Portuguesa através da soletração. Principalmente na cidade de Porto alegre existem sinais diferentes que provem do interior do estado ou até de outros países vizinhos, pois não tínhamos contato de surdos paulistas ou cariocas por conta da distância. O ex-presidente na primeira associação tinha muito contato de surdos argentinos, uruguaios e os mais onde faziam amizade com surdos estrangeiros através de encontros ou eventos anuais, argentinos e uruguaios gostavam de frequentar veraneio e Colônia de Férias de Surdos na cidade de Capão da Canoa (RS). Hoje a tecnologia favorece esta difusão respeitando todos os sinais regionais, aprendendo facilmente o contexto através das mídias sociais como facebook, whastapp, sinalário e variedades de sinais regionais, respeitando a comunidade surda e suas variações linguísticas. O vocabulário específico se origina através do convívio com outros surdos aprendendo o contexto e buscando o conhecimento nestas variações linguísticas melhorando o desempenho através do uso da LIBRAS. A Língua Brasileira de Sinais é língua utilizada na comunidade surda do Brasil, Lei nº 10.436, de 2002, é a forma de comunicação e expressão, o sistema linguístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituindo o sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos de comunidades de pessoas surdas do Brasil. No Brasil, como não se trata da língua dos colonizadores, poucos foram os registros sobre evolução da língua de sinais, os registros que se têm hoje estão disponíveis no Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES) e também no contato com a fronteira ampliando os sinais. Palavras-chave: Variações Linguísticas – Libras – Fronteira.
58
Projeto Tales: Tecnologia Assistiva de Leitura para Surdos
Alguns dos principais obstáculos enfrentados por surdos em seu processo educacional são o reduzido número de professores bilíngues Português-Libras, a falta de intérpretes nas salas de aula e a escassez de materiais didáticos apropriados para o aluno surdo. Tais obstáculos se tornam ainda mais importantes conforme o surdo avança nos anos escolares. Dificuldades enfrentadas na alfabetização em uma segunda língua, o português, reduzem significativamente o acesso dos surdos ao conhecimento em disciplinas como biologia, química e física, impactando diretamente nas suas oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional. O projeto TALES (Tecnologia Assistiva de Leitura para Surdos) tem como objetivo colocar a tecnologia de avatares a serviço de surdos, intérpretes e professores bilíngues nos processos de ensino e aprendizagem de crianças e jovens surdos. A ferramenta computacional desenvolvida no contexto do projeto TALES permite que o usuário selecione frases ou parágrafos de um livro digital e visualize a tradução do texto em Libras, sinalizada por uma personagem virtual, ou avatar, de aspecto humano e realista. Se comparado a outros avatares sinalizadores em Libras, o principal diferencial da abordagem proposta pelo TALES é a preocupação com o desenvolvimento de um algoritmo de tradução que respeite a gramática e os aspectos sócio-linguísticos e culturais de Libras. Para alcançar este objetivo, o projeto conta com uma equipe multidisciplinar de surdos, intérpretes, educadores, linguistas, engenheiros e cientistas da computação. Além disso, o projeto busca constantemente o contato com membros da comunidade surda de diferentes regiões brasileiras. O projeto envolve a colaboração da Universidade de Campinas (Unicamp), por intermédio do Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação “Prof. Dr. Gabriel O. S. Porto” da Faculdade de Ciências Médicas (CEPRE/FCM), a Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC) e o Instituto de Estudos da Linguagem (IEL); a Universidade Federal de Alagoas (UFAL); a Universidade Federal do Espírito Santos (UFES); e o Centro de Tecnologia da Informação “Renato Archer” (CTI). Os resultados do projeto TALES até o momento incluem o desenvolvimento de um sistema piloto de tradução de um livro didático de 3° ano do Ensino Fundamental I, da disciplina de ciências, e a criação de um corpus linguístico em Libras utilizando a tecnologia de captura de movimento. Ao propor a tradução de um livro de ciências, o projeto esbarrou na dificuldade de encontrar sinais documentados em Libras para termos frequentemente empregados no ensino desta disciplina, tais como “aerodinâmica” e “anatomia”. Por este motivo, o projeto TALES também desenvolveu uma metodologia de pesquisa de glossários de termos científicos e, por meio da intensa interação com a comunidade surda, vem catalisando a criação e documentação de novos sinais. Os próximos desafios do projeto TALES incluem a modelagem realista de sinais não-manuais expressos pela face e a avaliação da inteligibilidade do avatar. Palavras-chave: Tradução/Português/Libras - Material Didático – Surdos - Avatar Sinalizador.
59
anai s.fe ne i s.org.br /conali
José Mario De Martino Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação Paula Dornhofer Paro Costa Universidade Estadual de Campinas
Corpus Paralelo Bilíngue Português do Brasil Língua de Sinais Brasileira
anai s.fe ne i s.org.br /conali
José Mario De Martino Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação Paula Dornhofer Paro Costa Universidade Estadual de Campinas Um corpus paralelo bilíngue é um conjunto de enunciados em uma língua devidamente traduzido para uma outra. Para a utilidade do corpus paralelo é fundamental que este esteja alinhado, ou seja, que estejam indicadas as respectivas correspondências de palavras e/ou frases entre as duas versões dos enunciados. Este emparelhamento das produções é necessário uma vez que no processo de tradução as palavras e frases podem ser divididas, mescladas, suprimidas, inseridas ou reordenadas. No contexto das línguas orais/escritas, corpora paralelos têm sido utilizados para comparar características linguísticas de diferentes línguas, viabilizando estudos contrastivos sistemáticos e quantitativos. Corpora paralelos também se prestam a apoiar tradutores a encontrar equivalentes entre a língua origem e a alvo. Da análise de corpora paralelo é possível extrair, por exemplo, informações sobre a frequência de ocorrência de palavras, sobre usos específicos de itens lexicais, assim como sobre padrões colocacionais e sintáticos. Em particular, considerando as línguas escritas, atualmente assistimos a uma crescente utilização de corpora paralelos para o desenvolvimento de sistemas de tradução automática. Adicionalmente, corpora paralelos também podem ser utilizados no contexto do ensino de segunda língua (L2) para enriquecer o conhecimento sobre as línguas, exemplificando produções típicas ou mesmo padrões de uso específico, potencialmente problemáticos. Neste contexto, o ensino de português do Brasil (PB) ou de Libras como L2 potencialmente pode se beneficiarem da existência de corpora paralelos envolvendo as duas línguas. Muito tem sido feito para a construção de corpora paralelo envolvendo línguas orais/escritas, entretanto, pouco tem sido investido na construção de corpora paralelos envolvendo línguas de sinais e línguas escritas e na investigação dos usos e benefícios desta abordagem. Este artigo descreve nossa abordagem para construir um corpus paralelo PB-Libras. A abordagem explora a tradução de livros escolares originalmente produzido em português escrito e o registro da tradução para Libras em vídeo e em dados de captura de movimento. Os dados de captura de movimento descrevem as trajetórias no espaço tridimensional de juntas do corpo do sinalizador durante a sinalização, constituindo uma maneira precisa e detalhada de se descrever a sinalização. O texto original, os vídeos da sinalização e dados de captura de movimento são devidamente alinhados por meio de anotação linguística efetuada com auxílio da ferramenta ELAN (EUDICO Linguistic Annotator). A metodologia adotada para a construção do corpus paralelo PB-Libras é composta de cinco etapas principais: 1) seleção do material didático a ser traduzido, 2) tradução do conteúdo do livro por surdos e intérpretes, 3) gravação em vídeo e captura de movimento dos aspectos manuais e não manuais da sinalização do conteúdo do livro didático; 4) anotação do conteúdo dos enunciados utilizando a ferramenta ELAN, 5) consolidação do corpus paralelo PB-Libras em banco de dados. O artigo detalha cada uma destas etapas, discute os desafios encontrados, as soluções adotadas, e apresenta o estágio atual dos desenvolvimentos. Palavras-chave: Corpus Paralelo - Língua de Sinais Brasileira - Português do Brasil.
60
“Isso dá uma Aula?” - Os Gêneros Textuais como Unidade de Ensino de Língua Portuguesa para Surdos
Reconhecendo a singularidade linguística do aluno surdo, este trabalho visa apresentar uma possível abordagem para o ensino de português como segunda língua para surdos com base na noção de gêneros textuais, a partir da criação e utilização de sequências didáticas. Tomando por base teórica Quadros e Schmiedt (2006) e Lodi (2009; 2014) em suas reflexões sobre o ensino de português para surdos; adotando a perspectiva sobre gêneros e sobre sequências didáticas conforme propostas por Schneuwly e Dolz (2004); bem como se pautando pela abordagem sobre o ensino e aprendizagem de línguas constante nos Referenciais Curriculares do Rio Grande do Sul (2009), objetiva-se com esta proposta que, através do uso de sequências didáticas, os alunos surdos adquiram autonomia para ler, escrever e resolver problemas, praticando a leitura e a escrita de/em diversos gêneros textuais, sinalizados e/ou escritos. Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa, “o domínio da língua tem estreita relação com a possibilidade de plena participação social, pois é por meio dela que o homem se comunica e tem acesso à informação, expressa e defende pontos de vista, partilha ou constrói visões de mundo, produz conhecimento” (PCNs, 2001, p. 23). Além disso, é sabido que “[...] os propósitos da educação linguística dizem respeito, acima de tudo, ao autoconhecimento das identidades socioculturais próprias e, em segundo lugar, dos outros” (MACEDO, 2009, p. 131). De que maneira os gêneros textuais podem ser entendidos e mobilizados como unidades de ensino em aulas de língua portuguesa para surdos, nos mais variados contextos, é o que proponho trazer à reflexão com este trabalho, ressaltando a importância da relação do aluno surdo com sua segunda língua, a língua portuguesa, e a relevância desta para com a primeira língua, a Libras, em seu processo de letramento. Palavras-chave: Gênero textual - Sequência didática - Português para surdos
61
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Laura Amaral Kümmel Frydrych Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Literatura Surda: Contribuições no Cenário Contemporâneo para Alunos Surdos, Os Sujeitos da Experiência Visual
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Carilissa Dall’Alba Universidade Federal de Santa Maria
O presente trabalho descreve as contribuições da Literatura Surda articulada à educação de surdos na contemporaneidade. A circulação de Literatura Surda na educação de surdos colabora com a constituição de identidades surdas. Para a realização deste artigo foi necessário fazer pesquisas bibliográficas dos autores da área de educação de surdos com atravessamentos do campo de Literatura Surda e clássica. A pesquisa foi desenvolvida com base no material existente, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Além da pesquisa bibliográfica, também houve pesquisas descritivas e explicativas. Para trabalhar com a Literatura Surda é fundamental entender a Cultura Surda e suas adaptações e é necessário utilizar tecnologias e recursos visuais. A Cultura Surda é um dos instrumentos importantes da área de educação de surdos. A construção de identidades surdas está presente nos estudos literários com foco de Cultura Surda. No final do artigo é explicada a importância de trabalhar com a tecnologia. Palavras-chave: Educação de surdos - Literatura surda - Cultura surda – Tecnologia.
62
Apresentação de Pôster DIA 26 DE ABRIL DE 2017 | 13h30min | APRESENTAÇÃO DE PÔSTER Conforme programação definida do Conali2017 segue a lista das apresentações dos resumos na modalidade de pôster:
Alini Mariot
Compartilhando Histórias, Experiências e Memórias de Sujeitos Surdos
Samir Rosa dos Santos Avaliação do Nível de Proficiência do Português Escrito de Matheus Trindade Velasques Surdos Usuários da Libras
Desirée De Vit Begrow Thiala Santana dos S. Rôla
Iniciativas de Letramento em Língua de Sinais num Mundo Escrito em Língua Portuguesa
Desirée De Vit Begrow Camila Lima de Sousa Jéssica Antônia da S. Moura
Cultura Surda e Família Ouvinte: Reflexões sobre a Prática
Desirée De Vit Begrow Iasmin Urpia Borba Vanessa de Almeida Moura
Deficiente Auditivo, Deficiente Auditivo Implantado e Surdo: Uma Questão de Identidade
Michelle Andrea Murta
Metáforas em Libras: Um Estudo de Seu uso por Pessoas Surdas
Michelle Andrea Murta Raiana Dias
Libras: É Realmente o Segundo Idioma do País?
Simone Peixoto Gonçalves Rosely Lucas de Oliveira
Educação de Surdos: Formação de Professores nos Cursos de Pedagogia e de Pedagogia Bilíngue
Tiago Coimbra Nogueira
Produções Cinematográficas em Formato Acessível: O que Encontramos?
63
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Janice Gonçalves T. Marques A Influência da Língua de Sinais Francesa (LSF) nas Línguas de Antonielle Cantarelli Martins Sinais de Brasileira: Estudo Preliminar
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Francisca Josseany da Silva Campos Gomes Wiliene de Melo Souza
Atividades Interacionistas para Trabalhar O uso das Expressões não Manuais no Componente Curricular Libras
Maria do Carmo Callado de Oliveira Gláucio Castro Júnior
Acessibilidade Histórica e Cultural na Educação de Surdos: A Libras como Estratégia Didática
Andréia Mendiola Marcon
O Processo de Aquisição da Linguagem pela Criança Surda na Comunidade Surda de Passo Fundo
Abymael da Silva Pereira
Processo Alfônicos na Língua Brasileira de Sinais
Francielle Cantarelli Martins Marianne Rossi Stumpf
Glossário Terminológico da Psicologia em Língua Brasileira de Sinais - Libras
Bruno Ramos Natália Schleder Rigo
Narrativas de Surdos em Língua Brasileira de Sinais: Uma Análise Linguística sobre o Uso de Transferências
64
65 anai s.fe ne i s.org.br /conali
Resumos
Compartilhando Histórias, Experiências e Memórias de Sujeitos Surdos
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Alini Mariot Universidade Federal do Rio Grande A presente pesquisa se concentrou em fazer uma análise sobre o ensino da língua de sinais em Criciúma-Santa Catarina, percebendo as transformações na metodologia de ensino, a partir das memórias e vivências de surdos, ao longo do tempo. Através deste estudo foi possível observar que cada método possui sua relevância, pois os entrevistando se utilizam destes métodos até os dias de hoje. Os surdos precisam ter seus valores e cultura realmente conhecidos e vivenciados por outras pessoas de modo a promover sua inclusão, e exercício de sua cidadania junto aos ouvintes. Em Criciúma-Santa Catarina, onde foi desenvolvida esta pesquisa, se encontra uma maior parte de pessoas ouvintes, que desconhece os verdadeiros significados da comunidade surda, onde muitas vezes se encontram às margens das questões sociais, culturais, e educacionais, não sendo vistos pela sociedade por suas potencialidades, mas por suas limitações impostas por sua condição. Por se tratar de um campo vasto para a pesquisa, delimitamos os sujeitos que responderam a entrevista, sendo dois sujeitos surdos escolhidos para representação neste artigo, os mesmos já formados em nível superior. Utilizamos também da metodologia oral de pesquisa que é constituído na realização de entrevistas por meio de gravação com indivíduos que possam testemunhar sobre acontecimentos. As entrevistas com dois participantes foram realizadas em vídeos com a língua de sinais – Libras e depois traduzidos para a língua portuguesa. A escolha dos sujeitos se deu devido uma maior proximidade da autora com estes sujeitos e também devido ao grande exemplo que cada um destes deixou e ainda deixam na Comunidade Surda de Criciúma-Santa Catarina. Após realizar uma análise sobre questões concernentes aos modelos de ensino destinados aos surdos e tomar conhecimento das experiências através de suas memórias a respeito de todas estas questões, concluímos que os entrevistados passaram por diversas fases e até os dias de hoje são assombrados pelo oralismo. Refleti neste trabalho no momento em que estava entrevistando os surdos que o surdo que for somente sinalizado precisará sempre de um intérprete para participar do mundo ouvinte. Nem todos os indivíduos surdos têm condições financeiras de pagar um intérprete, se fazendo necessário pensarmos em novas estratégias. Mostramos através das memórias dos entrevistados o quanto superaram barreiras para alcançarem seus objetivos e conquistaram seu lugar na sociedade. Palavras-chave: Surdo - Memória - Ensino.
66
Avaliação do Nível de Proficiência do Português Escrito de Surdos Usuários da Libras
O presente trabalho apresenta uma proposta de projeto de pesquisa que tem como objetivo avaliar o nível de conhecimento linguístico de Língua Portuguesa na modalidade escrita de surdos usuários da LIBRAS tendo como base para a análise o Quadro Comum Europeu de Referência para Línguas (CEFR). A fim de ilustrar o funcionamento de nossa pesquisa, apresentamos um estudo piloto desenvolvido na Universidade Federal de Pelotas com 12 surdos estudantes de diferentes níveis escolares. A escolha do CEFR se deu em virtude de ser um parâmetro internacionalmente reconhecido e que facilmente ajusta-se à necessidade desta pesquisa em avaliar o nível de proficiência por meio da competência de uso da língua em situações comunicativas. Conforme o Decreto Federal Nº 5.626 de 22 de dezembro de 2005, que regulamenta a Lei Nº 10.436/2002, é dever do Estado providenciar uma educação bilíngue às comunidades surdas do Brasil, sendo a LIBRAS como primeira língua (L1), e a Língua Portuguesa como segunda língua (L2), na modalidade escrita. Quadros (2003) entende que o surdo não necessita dominar as quatro habilidades a fim de ser considerado bilíngue (ler, escrever, falar, ouvir), mas, sim, que ao dominar a leitura e a escrita, juntamente com a LIBRAS, ele torna-se um sujeito bilíngue (GROSJEAN, 1994). Portanto, da mesma forma que um ouvinte falante de um idioma para ser considerado proficiente em outro idioma necessita compreender as estruturas gramaticais, dominar vocabulários de diferentes áreas do conhecimento, reconhecer expressões idiomáticas, expressar-se com segurança e exatidão, etc. O aluno surdo precisa demonstrar este mesmo domínio, guardadas as proporções de seu uso específico da língua. A análise piloto do presente estudo pode ser útil para desenhar futuras propostas de encaminhamentos para intervenção pedagógica pós-diagnóstico das dificuldades de uso da forma escrita desses alunos e, até mesmo, na delimitação de políticas linguísticas para o aluno surdo no âmbito do ensino superior e na aproximação do ensino de Português como L2 para surdos do padrão de ensino internacional de línguas. A pesquisa foi realizada com 12 surdos estudantes da rede pública de Pelotas e de um projeto de extensão oferecido pela Universidade Federal de Pelotas - UFPel. Primeiramente, foi feita a apresentação de um filme de animação e debate, conforme a visão e filosofia de educação bilíngue na qual toda produção escrita deve ser precedida por uma em LIBRAS, segundo Quadros (2003) e Fernandes (2008). Em um segundo momento, foram apresentadas frases com diferentes níveis de dificuldade em Português escrito sobre o tema assistido e foi solicitado aos alunos que contassem em Libras o que haviam entendido. Após a aplicação dos instrumentos de avaliação, constatou-se que mesmo entre os alunos de mesmas séries escolares existem grandes diferenças em relação ao domínio do Português escrito. Deve-se isso ao fato de alguns possuírem um bom resto auditivo, ou terem suporte dos pais em casa para aquisição da Língua Portuguesa. Palavras-chave: Surdos – Português/Segunda Língua - Bilinguismo.
67
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Samir Rosa dos Santos Universidade Federal de Pelotas Matheus Trindade Velasques Instituto Federal Catarinense
A Influência da Língua de Sinais Francesa (LSF) nas Línguas de Sinais de Brasileira: Estudo Preliminar
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Janice Gonçalves Temoteo Marques Universidade Estadual de Campinas Antonielle Cantarelli Martins Universidade de São Paulo A Língua de Sinais Francesa (LSF) foi a primeira língua a ser estudada no mundo como datam os registros de Charles-Michel de l’Épée (1776). A influência da LSF na Língua de Sinais Brasileira (Libras) é historicamente apontada com a vinda do surdo francês E. Huet ao Brasil para fundar a primeira escola para surdos (1857), o atual Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines), influenciando a língua de sinais local (CAPOVILLA, 2001). É perceptível essa influência ao se comparar o alfabeto manual da LSF com a Libras. O presente estudo consiste em análise de MetaLexicoGrafia Contrastiva e apresenta um levantamento preliminar acerca de sinais de três diferentes dicionários online da LSF e um manual de sinal da Libras. Os sinais foram comparados e contrastados entre si, de modo a revelar os sinais que se diferenciam e os que se assemelham. A análise tem objetivo fundamentalmente heurístico, para apontar possíveis regularidades e diferenças nas suas entradas lexicais. Para isso, comparamos 500 sinais do manual “Comunicando com as mãos” de John Peterson e Ensminger, um dos primeiros manual de sinais de registro da Libras (PETERSON, 1987), com três dicionários online de LSF (i.e, LSF DICO; LSF Pisourd Dictionnaire; SÉMATOS). A análise foi feita por meio de inspeção visual dos sinais em vídeo e dos sinais impressos no manual. Da análise, conclui-se que: 1) há sinais que permanecem iguais; 2) Há sinais que possuem semelhanças, apresentando mudança mínima em algum parâmetro; 3) Há sinais que são completamente diferentes. Todas as porcentagens e lista dos sinais de acordo com os itens apresentados são apresentados na tabela em anexo. Não é objetivo desse trabalho discutir as razões das variações existentes a LSF e a Libras, nem as razões pelas quais as formas sinalizadas permaneceram nos sinais de uso comum entre os surdos brasileiros nos dias atuais. Palavras-chave: Langue des Signes Française (LSF) - Língua de Sinais Brasileira (LIBRAS) - MetaLexicoGrafia Contrastiva.
68
Cultura Surda e Família Ouvinte: Reflexões sobre a Prática
A família é o núcleo primário, no qual seus participantes desenvolvem relações sociais, compartilham da cultura e valores de seus pares, resultando em um ambiente que propicia significado ao modo particular de desenvolvimento de cada criança (GUARINELLO, LACERDA, 2007). Contudo, observa-se que a família ouvinte com um filho surdo nem sempre consegue ocupar este espaço atuando muitas vezes como “reabilitadora” ou descomprometendo-se no processo de desenvolvimento do filho, principalmente pelo fato de grande parte dos familiares desconhecerem as possibilidades comunicativas para o surdo. Diante disso, este trabalho visa dialogar acerca das construções de cultura e identidade permeadas no seio familiar, a partir de reuniões em um Projeto de Extensão intitulado PAIS – Projeto de Acolhimento, Informação e Suporte à familiares de crianças surdas, realizado com os pais de crianças atendidas no serviço de Fonoaudiologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Foram desenvolvidas atividades como palestras sobre temas levantados entre os próprios participantes enfatizando organização familiar a partir do nascimento do filho surdo, recursos tecnológicos auditivos e educação/escolarização da criança surda, exibição de filmes para sensibilizar os familiares às temáticas e também rodas de conversa, a fim de propiciar às mães ambiente para manifestação livre sobre suas angústias e temores com relação aos filhos surdos, configurando-se como um espaço de escuta diferenciada que contribui para mobilizá-los e empoderá-los sobre o desenvolvimento da criança além de favorecer a troca de experiências entre as mesmas. Também foram desenvolvidas Oficinas de Libras, ministradas por intérpretes (voluntários no serviço) buscando aproximar os familiares da língua e cultura dos filhos surdos. A partir destas ações foi observado que mesmo que as mães reconheçam a importância da Libras para a comunicação com os filhos, há certo desconhecimento das questões culturais e identitárias do povo surdo. Isso é evidenciado pela dificuldade de compreensão sobre a preferência da criança surda pelo uso da língua de conforto e não a língua imposta pela maioria ouvinte, também pelas resistências no seio familiar para aprender a LS, entendendo a necessidade de uso da língua apenas em questões básicas do dia a dia, corroborando para o não envolvimento de todos os membros da família com a criança surda pelo entendimento de que é papel da mãe cuidar do filho deficiente. Outro aspecto que é evidenciado neste sentido é quanto à necessidade de uso do aparelho auditivo na crença equivocada de que este pode “curar” o filho que não ouve e assim torná-lo ouvinte. Estes fatores mostram-se relevantes no sentido de que negam a cultura surda, submetendo à cultura majoritária. Desta forma, mesmo que as famílias pertençam a uma cultura ouvinte da qual os filhos não podem partilhar, as atividades desenvolvidas promovem uma aproximação maior de forma que facilitem a compreensão de que os filhos em sua diferença linguística constituem-se culturalmente a partir de sua experiência visual o que não o afasta de conviver com a cultura ouvinte desde que tenham respeitadas suas especificidades linguísticas, sociais, políticas e culturais. Palavras-chave: Cultura – Identidade - Surdez.
69
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Desirée De Vit Begrow Camila Lima de Sousa Jéssica Antônia da S Moura Universidade Federal da Bahia
Deficiente Auditivo, Deficiente Auditivo Implantado e Surdo: Uma Questão de Identidade
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Desirée De Vit Begrow Iasmin Urpia Borba Vanessa de Almeida Moura e Santos Universidade Federal da Bahia Identidade é algo particular, dinâmico, em construção e em constante transformação. A identidade cultural, em especial, estabelece-se a partir do pertencimento a uma cultura (PERLIN, 2001) e das vivências do indivíduo (STROBEL, 2008). Historicamente a pessoa com perda auditiva é vista pelo prisma da deficiência, considerada desviante da normalidade idealizada pela sociedade, considerada como sujeito a ser “corrigido”. Consequentemente, esse indivíduo e sua família defrontam-se com resistências quanto à aceitação da deficiência, com estigmatização e patologização, que emergem questões como a impossibilidade de falar, falta de inteligência, incapacidade, entre outras, visto que a surdez suscita medo em relação ao desconhecido, uma vez que a maior parte da sociedade desconhece a língua utilizada pelos surdos, sua cultura e sua identidade. Destaca-se as consequências da opressão ouvintista sofrida pelos surdos, principalmente, quanto à identidade, que pode ser mascarada na tentativa de agradar ao colonizador. Contudo, além das imposições sociais do que é, ou não, aceitável percebe-se que existe uma diferença entre ser considerado “Surdo” e “surdo”, pois assumir-se em uma dessas formas significa assumir uma identidade, que se constrói a partir do próprio sujeito, do seu modo de ver o mundo e dos demais que o cercam. A motivação deste trabalho partiu das vivências no atendimento fonoaudiológico bilíngue prestado em clínica-escola da cidade de Salvador/BA, às crianças surdas e suas famílias, onde se observam dificuldades inerentes a esse processo de aceitação do diagnóstico, assim como a aceitação do sujeito Surdo e de sua identidade, sem enxergá-lo pelo olhar da deficiência. Por isso, o estudo objetiva discutir identidade cultural fundamentando através de revisão literária sendo possível compreender que ser Surdo, com “S” maiúsculo, reflete a negação da ótica da incapacidade e de deficiente, ou seja, negação do olhar patologizante, aceitação da diferença, compartilhando uma língua, ideias, costumes, crenças e hábitos do povo surdo. Esse olhar patologizante pode afetar diretamente a constituição subjetiva do sujeito, influenciando sua identidade, que acaba por assumir formas multifacetadas diante das fragmentações a que estão sujeitas, em virtude da presença do poder da comunidade ouvinte que sempre lhe impõe regras. As crianças implantadas, por exemplo, podem não estabelecer uma relação identitária com os ouvintes, já que o implante coclear não lhe confere o status de ouvinte, e nem se identificar com a cultura surda devido à privação do contato com a comunidade. De modo semelhante, a maioria das pessoas que se consideram como deficientes auditivos e usuários de aparelho auditivo são privados do contato com a comunidade surda e quando decidem por fazer, muitos já se encontram na fase adulta. Ambas situações retratadas podem levar a prejuízos na formação da identidade em virtude das dificuldades enfrentadas pela família no momento do diagnóstico e depois deste. Por isso, no caso de crianças com deficiência auditiva, assim como as que são candidatas ao implante coclear, o acolhimento e orientação aos pais que procuram o serviço fonoaudiológico, desde os procedimentos de diagnóstico, são relevantes para minimizar prováveis angústias e assim esclarecer dúvidas, orientando-os quanto aos possíveis caminhos a serem seguidos. Palavras-chave: Deficiência auditiva – Identidade - Implante Coclear - Surdez.
70
Metáforas em Libras: Um Estudo de seu uso por Pessoas
Os estudos linguísticos em língua de sinais sobre metáforas ainda são incipientes, existindo, ainda, muitos equívocos acerca do conceito em questão. Esta dissertação busca, assim, contribuir com os poucos estudos da área da linguística cognitiva que tratam, especificamente, de metáforas nas línguas de sinais, com foco na Língua de Sinais Brasileira (Libras). Além disso, este estudo tem como objetivo identificar as metáforas presentes nos discursos dos surdos falantes da Libras e ele levanta a hipótese de que há uma metáfora mais frequente do que as demais, devido, principalmente, à iconicidade, presente na Libras. A pesquisa trabalha com dados coletados em domínio público (no caso o YouTube), dados estes que foram de grande utilidade para se chegar à conclusão de que as metáforas fazem parte, vivamente, do cotidiano dos surdos, e de que algumas delas são mais frequentes do que outras. Espera-se que esta pesquisa sirva como base para futuros estudos, abrangendo as línguas de sinais, a linguística cognitiva e as metáforas presentes, especialmente, na Libras. Palavras-chave: Língua Brasileira de Sinais (Libras) - Metáfora - Iconicidade.
71
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Michelle Andréa Murta Universidade Federal de Minas Gerais
Libras: é Realmente o Segundo Idioma do País?
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Michelle Andréa Murta Universidade Federal de Minas Gerais Raiana Dias Secretaria Municipal de Educação de Montes Claros Há muito se tem discutido nos diversos espaços sobre a oficialização da Libras como segunda língua de nosso país. Assunto este muito pertinente, principalmente no âmbito educacional uma vez que esta é o meio utilizado pelos sujeitos surdos na obtenção de conhecimentos e também comunicação. A Lei 10.436/02 reconhece a Libras como língua e com o Decreto 5.626, de 22 de dezembro de 2005, a Libras tornou-se componente curricular obrigatório, nos cursos de graduação de formação de professores e de fonoaudiólogos, e opcional para outros cursos de nível superior. Estes avanços incentivam o lançamento, em alguns casos de material didático de apoio aos cursos. Diante disso, após analisar os discursos tanto de indivíduos surdos quanto de ouvintes, surgem os questionamentos: Podemos afirmar que a Libras é a segunda língua oficial de nosso país? Se assim for, por que não possuímos bibliografias bilíngues? E o seu uso em espaços públicos? Se a Libras é de fato o segundo idioma oficial do país, por que se a necessidade de intérpretes ainda é uma constante em espaços de escolares? Por que após 15 anos de oficialização da língua, poucos são os falantes desta? Desejamos com este trabalho levar os leitores à reflexão, e quem sabe repensar nossa legislação e ensino. Palavras Chave: Libras – Segunda Língua – Oficialização.
72
Educação de Surdos: Formação de Professores nos Cursos de Pedagogia e de Pedagogia Bilíngue
Este presente trabalho tem como objetivo discutir de que forma são feitas a formação de pedagogos em dois cursos superiores, lavando em consideração a preparação acadêmica que eles recebem para a escolarização dos alunos surdos. Existe uma política formal do MEC que dá ênfase à educação inclusiva considerando que intérpretes de Língua Brasileira de Sinais (Libras) bastam para os alunos surdos e que estes devem ser escolarizados em classes regulares. Pesquisadores (QUADROS, 2000, 2006; BOTELHO, 2005) e o movimento social dos surdos defendem as escolas bilíngues usando o argumento de que para a aquisição plena da língua de sinais as crianças precisam de inputs linguísticos durante todo o momento e que precisam de escolas onde essa seja a língua de instrução. Como é a formação dos pedagogos que vão atuar na educação de surdos? Estão preparados para atuar em qual modelo escolar e sob qual perspectiva? Assim, nossa proposta é discutir qual a formação que os pedagogos recebem nas universidades e como isso afeta a educação de surdos – que por lei deve ser bilíngue. A partir de uma primeira análise de currículos dos cursos de Pedagogia da Pontifícia Universidade Católica de Minas e de Pedagogia Bilíngue do Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), pretende-se olhar para: a forma com que o português é ensinado como segunda língua em ambos os modelos; de que forma os artefatos culturais surdos (STROBEL,2008) são transmitidos e como se constituem a noção de diferença surda em ambos. O presente trabalho apresentará a classificação das disciplinas nas categorias acima e discutirá a repercussão disso na formação de professores, na escolarização de crianças surdas, e na adequação à perspectiva bilíngue, seja do MEC, seja dos pesquisadores ou do movimento surdo. Palavras-chave: Currículo - Pedagogia - Língua de sinais.
73
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Simone Peixoto Gonçalves Rosely Lucas de Oliveira Universidade Federal de São João Del Rei
Produções Cinematográficas em Formato Acessível: O Que Encontramos?
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Tiago Coimbra Nogueira Universidade Federal do Rio Grande do Sul Uma proposta de investigação sugere, a descoberta de novos territórios – neste caso o das traduções de obras cinematográficas para a Libras, campo novo e em expansão. Nos últimos anos, houve um crescimento de trabalhos de tradução para a Língua Brasileira de Sinais- Libras, incentivada principalmente pelas políticas de acessibilidade adotas para inclusão de pessoas Surdas, destacamos recentemente a lei 13.146 (LBI) que garante produções em formato acessível. Diante disso, faremos uma apresentação de que modo essa legislação pode ser implantada, analisando traduções realizadas para a Libras de produções cinematográficas. Essas traduções, além de cumprir uma necessidade legal, tem o interesse de ampliar o acesso à cultura para os usuários da Libras. Assim, a proposta é: investigar as diferentes traduções que foram realizadas de obras cinematográficas, e os espaços em que essas traduções estão circulando. Com o objetivo de identificar, quais foram as estratégias utilizadas na produção dessas traduções, visto que os tradutores tiveram que lidar com um texto multimodal (Albres, 2015, 2016) e como essa característica, influenciou na tradução proposta. Assim, pretendemos pontuar aspectos relacionados a complexidade discursiva, os elementos multimodais, além dos aspectos técnicos necessários na transferência de significados de um código linguísticos oral-auditivo para um espaço-visual. Para tanto, a proposta está filiada ao campo dos Estudos da Tradução, mais especificamente da Tradução Intersemiótica. Para isso, utilizamos inicialmente traduções publicadas pela produtora “Filmes que voam”. Desse modo, espera-se dar visibilidade a essas traduções e seus tradutores, pensando em uma norma surda de tradução, conforme Stone (2009) e contribuir com a divulgação e análise das produções cinematográficas traduzidas para a comunidade surda brasileira, bem como aprofundar o conhecimento sobre como essas traduções podem ser realizadas. Palavras-chave: Produções cinematográficas - Filmes acessíveis - Legislação sobre Libras.
74
Atividades Interacionistas para Trabalhar o uso das Expressões não Manuais no Componente Curricular Libras
O ensino de Língua Brasileira de Sinais-Libras no ensino superior é uma das diretrizes do Decreto 5.626/05 que oficializou a Lei de Libras 10.436/02. Hoje Libras é um componente curricular obrigatório nos cursos de formação de professor, nas diversas licenciaturas e no curso de fonoaudiologia. O planejamento desse componente é um desafio para os professores de Libras, pois além de se tratar de uma segunda língua para os estudantes (em sua maioria ouvintes) que utilizam uma língua oral (a língua portuguesa) apresenta outra modalidade linguística a visualespacial. As línguas de modalidade visual-espacial diferem das línguas orais em sua estrutura linguística e na emissão e percepção. As línguas orais são emitidas pelo canal vocal e percebidas pela audição. Muitos pensam que a língua de sinais são expressa por meio das mãos e percebida pela visão, porém, além disso, é imprescindível o uso de expressões faciais e corporais. (Quadros, 1999, Karnopp 1999). Segundo pesquisa de mestrado de Sylvia Lia Grespan Neves (2011), os estudantes ouvintes aprendendo a língua de sinais sentem dificuldade de usar as expressões não manuais. Os estudantes ouvintes precisam ser estimulados a utilizar os sinais juntamente com as expressões não manuais. Por meio dessa pesquisa pretendemos apresentar o planejamento de estratégias para trabalhar o uso das expressões não manuais no ensino de Libras como segunda língua considerando a perspectiva das estratégias do ensino de Língua estrangeira, em que o professor deve ter em mente a importância de uma abordagem de ensino que possibilite ao estudante o desenvolvimento das habilidades linguísticas coerentes na língua alvo. Segundo Schoroer (2004) uma das abordagens para o ensino de uma segunda língua ou língua estrangeira é a abordagem comunicacional. Essa abordagem defende o uso da língua por meio da interação em que a participação do aluno é estimulada entre os seus pares e o professor utilizando a língua alvo. Segundo, Vygotsky (1998) em sua concepção sobre o desenvolvimento humano as interações dialéticas entre o individuo e o meio social são fortemente contribuidoras da aquisição de conhecimento. Descreveremos atividades interacionistas para trabalhar as expressões não manuais no componente curricular Libras que são desenvolvidas nas aulas de Libras dos cursos de Licenciatura em física e matemática do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco no campus Pesqueira. Com o intuito de levar o aprendiz a utilizar o conhecimento de forma contextualizado dos aspectos gramaticais da Libras. Palavras-chave: Atividades interacionistas - Expressões não-manuais – Componentes curriculares – Libras.
75
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Francisca Josseany da Silva Campos Gomes Wiliene de Melo Souza Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco
Acessibilidade Histórica e Cultural na Educação de Surdos: A Libras como Estratégia Didática
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Maria do Carmo Callado de Oliveira Gláucio Castro Júnior Universidade de Brasília A comunidade Surda está cada vez mais empenhada em discutir o que é o ideal para o ensino bilíngue, há várias teorias que são usadas e discutidas e com as mais recentes observações de Surdos usuários de Língua de Sinais, é claro a falha em alguns sistemas educacionais, devido a falta de visibilidade e ou uso de recursos didáticos e linguísticos e como busca de solução para estes problemas urgentes, se vê que além de aplicar o método bilíngue, o mais ideal para o ensino. O projeto do Inventário Nacional de sinais-termos do campo do patrimônio histórico e cultural em Libras é uma atitude interdisciplinar e busca viabilizar esses percalços, ao citar um exemplo de um aluno Surdo com a L1 sendo Língua de Sinais, se encontra em uma aula cujo o assunto é os Patrimônios Histórico Cultural de Florianópolis, a professora pensa em um momento criativo, demonstrando vídeos para melhor entendimento, claramente a maioria destes informativos não possuem legendas, dificultando ainda mais o processo educativo, e o projeto supre a acessibilidade histórica e cultural ao fornecer vídeos em sua língua materna, fazendo-o aprender de fato o conteúdo e tornando-o parte importante no ensino-aprendizagem. Há vários cenários possíveis que este projeto viabiliza na vida de um estudante Surdo, além de conteúdo didáticos, também busca de seu empoderamento de sua L1, que é o assunto mais pautado nos últimos anos entre a comunidade acadêmica e a civil. Além dos resultados esperados através dos usuários de Libras, também se espera que os ouvintes de libras L2 possam ampliar seu vocabulário, por meio de diferentes estratégias didáticas que utilizam a Libras com propriedade para que os professores bilíngues tenham uma efetiva metodologia de trabalho e, assim, se possa ter apropriação deste Inventário Nacional de sinais-termo para melhorar a qualidade de suas aulas. Palavras-chave: Acessibilidade - Histórica-cultural - Libras – Didática.
76
O Processo de Aquisição da Linguagem pela Criança Surda na Comunidade Surda de Passo Fundo/RS
Este artigo tem por objetivo analisar o processo de aquisição da linguagem pela criança surda por meios metodológicos, na qual atribuam experiências reais na construção de significados para compreender as coisas que fazem parte do seu mundo. Neste artigo, será apresentada uma breve contextualização sobre a história da educação de surdos para conhecer as raízes precursoras dessa cultura que por muito tempo sofreu perdas no processo educacional por parte da sociedade que oprimia o surdo por pensar que ele era um ser incapaz de construir sua própria autonomia. Na seqüência do trabalho enfatizamos o papel da família e a importância que essa tem para o desenvolvimento das primeiras relações que a criança surda começa a realizar. Por outro lado, o papel da escola é fundamental na construção dos conhecimentos que irão constituir a criança durante a fase escolar e para vida. Para tanto, o programa de estimulação em Libras para crianças de 0 a 5 anos da Associação de Pais e Amigos dos Surdos – APAS, cidade de Passo Fundo/RS tem alcançado certos objetivos como fazer com que a criança surda adquira a Libras e crie referencias de mundo através desta língua e a partir dela desenvolva sua comunicação. A análise demonstra que o processo de aquisição da linguagem pela criança surda por meio da sua língua materna a Libras é desenvolvido através de estratégias visuais, na qual permite a criança surda estabelecer relações entre o significante e o significado, assim ela terá possibilidade de criar novos signos que permitirão á ela dar sentido aos objetos que á rodeiam protagonizando suas próprias ideias. Para fundamentar este trabalho, parte-se da perspectiva dos estudos linguísticos veiculados no Curso de Linguística Geral. Palavras-chave: Aquisição - Signo linguístico - Surdo.
77
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Andréia Mendiola Marcon Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus Sertão
Processo Alofônicos na Língua Brasileira De Sinais
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Abymael da Silva Pereira Ana Cristina Trindade Hage Jayanne Pontes Antunes Universidade Federal do Amapá Muitos são os fenômenos dentro da Fonologia, entre eles o objeto dessa pesquisa, os Alofones na Língua de Brasileira de Sinais (LIBRAS). Este trabalho tem por objetivo analisar os processos alofônicos com referência nos estudos fonológicos aplicado a Língua de Brasileira de Sinais (LIBRAS), tendo como método investigativo a pesquisa bibliográfica realizada através de autores da Linguística e da Língua de Sinais, como Fiorin (2004), Saussure (1995), Ferreira-Brito (1990) Quadros e Karnopp (2004), Callou e Leite (1990), Xavier (2014) entre outros que corroboram com o proposto. Para tanto, foram feitas análises de materiais didáticos e lexicográficos, e alguns registros de usuários nativos e/ou fluentes na LIBRAS afim de analisar seus os processos linguísticos da alofonia. Nas línguas de sinais, a fonologia tem por objetivo determinar as unidades mínimas utilizadas para formar os sinais e também estabelecer os padrões que podem ser usados para a combinação de morfemas. De acordo com Ferreira-Brito (1990), a Fonologia da LIBRAS é estruturalmente organizada a partir de alguns parâmetros que estruturam sua formação nos diferentes níveis linguísticos, a saber: Configuração de Mãos (CM), o Movimento (M), Ponto de Articulação (PA), Orientação da Palma (OP) e Marcação Não-Manual (MNM). E que nesta pesquisa fará referências apenas aos quatros primeiros parâmetros. Entende-se por Alofonia quando ocorre à mudança ou a perda de um fonema, e mesmo com isso o significado continua o mesmo. Entretanto, com base nos estudos realizados não foi possível encontrar um conceito proponente e nem tão pouco uma categorização acerca disso na LIBRAS, porém análise feita sobre os materiais e com a prática de pesquisadores percebe-se na recorrência que a Alofonia pode estar inserida em dois grupos, embora haja sinais que ainda pode encaixar-se em uma terceira categorização, que se faz uso de elementos Não-linguísticos no espaço do sinalizante. Com isso, propõe-se que os processos alofônicos existente na LIBRAS, agrupam-se em três categorias, a saber: Alteração de Fonema: Quando na produção do sinal, há mudança em um dos seguimentos fonológicos (CM, PA, M ou OP). Supressão de Fonema: Quando na produção do sinal, há a extinção de um dos seguimentos fonológicos. Como mencionado, a Alofonia pode-se ainda categorizar-se em um terceiro grupo, que seria o Uso de Seguimentos Não-Linguísticos: Quando na produção do sinal, usa-se parte do corpo do locutor ou do interlocutor que não corresponde aos seguimentos fonológicos na LIBRAS, e ainda o uso de objetos para substituir um desses seguimentos e efetivar o sinal. Com a pesquisa ainda levantar-se-á questões sobre alofones livres de contextos e presos ao contexto, porém neste campo de pesquisa ainda é muito incipiente, provocando em nós verdadeiros incentivos como estudantes e pesquisadores a aprofundar-se nesta temática, não somente para linguística, mas para todo cenário da educação e difusão da Língua de Sinais no Brasil. Palavra-Chave: Processos Alofônicos. Língua de Sinais Brasileira (LIBRAS). Alofonia.
78
Glossário Terminológico da Psicologia em Língua Brasileira de Sinais - Libras
Nesse trabalho apresento resultados parciais da pesquisa de doutorado em andamento sobre terminologia da área de Psicologia em Libras, na qual estudo as suas terminologias específicas, bem como elas são sinalizadas. Esta pesquisa se justifica pela falta de terminologias científicas em Libras, o que interfere na negociação de sentidos e dos conceitos por docentes, acadêmicos e intérpretes de Libras. Sinais-termos na área da Psicologia são utilizados no Brasil e esta pesquisa se dedica a coletar e registrar os sinais-termos da área técnico científica da Psicologia. O objetivo geral desta pesquisa é documentar os sinais-termos em Libras da área da Psicologia, sinais-termos usados pelos psicólogos surdos, para aumentar a representatividade termo dos sinais de uso comum entre psicólogos na próxima edição do Glossário de Libras. Dentre os objetivos específicos, destacam-se: Analisar pesquisas sobre glossários e terminologias e histórico dos registros lexicográficos e terminológicos impressos e digitais de Libras; recolher e registrar termos já existentes ou inexistentes em Libras; analisar o processo de validação dos sinais-termos; descrever condições paramétricas dos sinais-termos aceitos; organizar e registrar os sinais-termos aceitos nas fichas terminológicas e disponibilizar um banco de sinais terminológicos que possa vir a auxiliar os acadêmicos, tradutores/intérpretes e docentes de Libras. O estudo em curso tem como base a metodologia para elaboração dicionários e glossários de Faulstich (1995). A pesquisa segue a abordagem da Terminologia e, como procedimento: a) reconhecimento e identificação do público-alvo; b) coleta e organização dos dados; c) ficha terminológica; d) organização do glossário; e e) teste de fiabilidade ou teste de validade. Como parte do método, primeira etapa, abrimos os critérios, buscamos três informantes que são psicólogos surdos que têm experiências como terapeutas, atendem pacientes surdos, cada um morando em estados diferentes e tempo de formação (entre 5 a 30 anos de formação). Durante a segunda etapa, selecionamos 100 termos em português que são muitos utilizados em aulas, palestras, situações do cotidiano da área de psicologia. Os informantes, então, enviaram vídeos contendo os sinais dos termos que enviamos e que eles conheciam. Durante a terceira etapa, coletamos 181 sinais-termos através de informantes e registramos nas fichas lexicográficas. Durante a quarta etapas, após a coleta dos dados e dos registros das fichas, abriram critérios para juízes que validam os sinais-termos recebidos pelos informantes: Um juiz que é tradutor-interprete de Libras, tem experiência como tradutor na área de psicologia e outro juiz que é docente universitário de Libras e leciona Libras para o curso de psicologia. Criamos formulário e questionários para validar com dois juízes, eles analisam e validam os sinais-termos através formulários, isso é um processo de validação pelos juízes que convivem na comunidade surda e ainda têm experiências da área especialidade. Durante a última etapa, foi iniciado o processo de gravação em Libras com a equipe da Universidade Federal de Santa Catarina. Finalizada a gravação e edição, o material será postado no sistema Glossário em Libras. Nós concluímos que é importante ter juízes específicos e envolvidos com a área de especialidade e que também convivam com a comunidade surda, já que, neste momento, o Brasil não tem um grupo possa avaliar os novos sinaistermos, ou seja, avaliar a criação de neologismo. Este registro apoiará a divulgação dos sinais, bem como contribuirá para o acesso e facilidade da comunicação das pessoas que precisam utilizar a Libras no contato com os profissionais da área. No mesmo sentido, facilitará a comunicação dos profissionais que precisam se comunicar com os surdos. Palavras-chave: Glossário Terminológico - Psicologia – Libras
79
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Francielle Cantarelli Martins Marianne Rossi Stumpf Universidade Federal de Santa Catarina
Narrativas de Surdos em Língua Brasileira de Sinais: Uma Análise Linguística sobre o uso de Transferências
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Bruno Ramos Natália Schleder Rigo Universidade Federal de Santa Catarina
O presente trabalho apresenta uma análise linguística sobre o uso de transferências em narrativas produzidas por surdos em Língua Brasileira de Sinais (Libras). Trata-se de uma parte da pesquisa de mestrado realizada pelo autor que objetiva identificar e discutir sobre o emprego dos três tipos de transferências propostos por Cuxac (2000) e Cuxac & Sallandre (2002) em narrativas, a saber: Transferência de Tamanho e Forma (TF), Transferência de Situação (TS) e Transferência de Pessoa (TP). Buscando analisar as ocorrências desse tipo de representação, bem como demonstrar como elas se comportam e relacionam entre si, foram selecionadas duas histórias produzidas por narradores surdos nativos. As histórias foram analisadas usando o programa ELAN para um maior detalhamento e, posteriormente, uma quantificação comparativa das transferências identificadas em número de ocorrência e tempo de duração foi realizada. As bases que sustentaram teoricamente esse trabalho compreenderam obras dos Estudos Linguísticos das Línguas de Sinais, Estudos Surdos e, em especial, os estudos de Cuxac (2000) e Cuxac & Sallandre (2002). Os resultados apontaram o emprego dos três tipos de transferência nas duas narrativas produzidas em Libras de forma variável. Alguns tipos de transferências foram observados mais em uma narrativa e menos em outra e vice-versa. Também foi observado que o número de ocorrências das transferências não está diretamente relacionado ao tempo de duração das mesmas nas histórias. Além desses resultados, foram identificadas também ocorrências de representações de sons imaginados que, nas narrativas, eram apresentadas pelos narradores por meio de seus aspectos vibracionais. A partir dessas ocorrências de representações de sons imaginados e aspectos vibracionais, sugeriuse nesse estudo um quarto tipo de transferência possível em narrativas produzidas em Libras por sinalizantes surdos. Palavras-chave: Narrativas – Libras - Transferência.
80
Apresentação
Regimento da Comissão Científica
Conali2017
81
anai s.fe ne i s.org.br /conali
Trabalhos Científicos
Regimento A Comissão Científica do Conali2017 teve por função assessorar a Coordenação das atividades do Conali2017 em relação às questões relacionadas ao desenvolvimento científico dos trabalhos encaminhados e selecionados para os eixos temáticos do evento. Com isso, para orientar as ações das apresentações o REGIMENTO DA COMISSÃO CIENTÍFICA definido com os seguintes itens: (1) Datas Importantes; (2) Regras para Submissão de Trabalhos; (3) Eixos Temáticos dos Trabalhos Submetidos; (4) Normas para Apresentação dos Pôsteres Aceitos. (1) DATAS IMPORTANTES: 18/12/2016 a 11/02/2017 Submissão dos trabalhos; 01/03/2017 Divulgação dos selecionados;
anai s.fe ne i s.org.br /conali
10/03/2017 Envio do resumo expandido para a comunicação e/ou pôster (*); 18/03/2017 Confirmação para a “Carta de Aceite”. (*) os pôsteres deverão ser enviados a arte do banner, conforme orientações no item 4. (2) REGRAS PARA SUBMISSÃO DE TRABALHOS: A submissão dos resumos (trabalhos) organizado com a seguinte forma: 1ª parte - envio dos resumos para a Comissão Científica; 2ª parte - após os trabalhos serem avaliados e aprovados, o autor deverá enviar os resumos expandidos para a publicação nos anais do Conali2017, sejam para as comunicações, como também para os trabalhos selecionados para apresentação em pôster. Todos os resumos expandidos forma submetidos até o dia 10/02/2017 no formato PDF, através do local de acesso para envio no site do Conali2017. As modalidades de apresentação forma em comunicações em língua de Sinais ou em pôster, conforme os eixos temáticos do Conali2017. As orientações para o envio do Resumo à Comissão Científica. Formatação do Resumo (conforme Normas da ABNT): Texto digitado em Word for Windows, incluindo título e 3 palavras-chave; Papel tamanho A4; Margem superior 3,0 cm e inferior 2,0 cm; Margem esquerda 3,0 cm e direita 2,0 cm; Fonte: Arial ou Times New Roman, tamanho 12, espaçamento simples; Alinhamento justificado; Título em maiúscula, negrito, com alinhamento centralizado; Nome do(s) autor(es) no máximo dois, nome da instituição, com o alinhamento à direita; O resumo deverá conter no máximo 500 palavras ao total. Os autores que obtiverem a aprovação de seus resumos para Comunicação em Libras, teve a elaboração do trabalho completo para publicação, enviando através de sua área de acesso no site, da aba <Acompanha Inscrição> até dia 10 de março de 2017, seguindo as normas abaixo. Formatação do Resumo Expandido (conforme Normas ABNT): Texto digitado em Word for Windows, com extensão entre 20.000 a 30.000 caracteres com espaços; Papel tamanho A4; Margem superior 3,0 cm e inferior 2,0 cm; Margem esquerda 3,0 cm e direita 2,0 cm; Fonte: Times New
82
Roman, tamanho 12; Espaçamento entre linhas: 1,5cm; Alinhamento justificado; Título em maiúscula, negrito, com alinhamento centralizado; Nome do(s) autor(es), seguido da instituição, abaixo do título com alinhamento à direita; Citações e referências conforme as normas da ABNT; Resumo expandido deverá onter entre 10 e 15 páginas.
(2.2) EIXOS TEMÁTICOS: Os resumos foram submetidos aos TRABALHOS conforme proposta dos eixos temáticos: Cultura e Identidade da Comunidade Surda; Ensino de segunda língua para surdos; Ensino de Libras (planejamento, currículo, pedagogia); Escrita de língua de sinais; Estudos linguísticos da língua de sinais (fonologia, morfologia, sintaxe, semântica e pragmática, discurso); Norma Surda e línguas de sinais; Lexicografia e terminologia de língua de sinais; Variação Linguística de língua de sinais; Legislação de Libras; Política linguística; Acessibilidade (TILS). (2.3) PÔSTERES ACEITOS - NORMAS PARA APRESENTAÇÃO: A confecção do banner para o pôster foi organizado da seguinte forma, respeitando as normas: (1) TAMANHO - as dimensões do pôster (*) não devem ultrapassar o limite de 1m de largura por 90cm de comprimento; (2) LETRA - a letra que dever ser impressa no pôster deve seguir conforme o modelo disponível no site do Conali2017; (3) MODELO: A Conali2017i disponibilizar o modelo de pôster. Pode baixar o modelo no arquivo aberto com Adobe Ilustrador e Versão PDF. (*) Pôsteres que não seguir as orientações excederão o painel de afixação e não terá como realizar a fixação para realizar sua apresentação. O pôster foi definido com as seguintes informações: Título do resumo; Autor(es); Introdução; Objetivos do trabalho; Resumo da metodologia; Principais resultados e conclusões. Cada autor enviou para o seguinte e-mail: conali.pesquisa@feneis.org.br a arte do pôster na versão digital para a Comissão organizasse a publicação na página do evento. O autor teve 15 minutos antes do horário da programação da apresentação dos pôster fixando no painel disponível para cada autor.
83
anai s.fe ne i s.org.br /conali
(2.1) SUBMISSÃO DO RESUMO: Informativo dos trabalhos enviados: O Conali2017 publica os resumos submetidos, no site da Feneis, após a conclusão dos trabalhos da comissão científca. Os resumos forma avaliados e analisados pelos pareceristas da Comissão Científica (corpo editorial). Todo o conteúdo é de total responsabilidade pelas informações, citações e revisão do português dos AUTOR(ES) do resumo encaminhado, conforme agenda. Os Resumos sem a identificação do autor, da instituição, do programa, eixo temático, da unidade da federação e agência de fomento (se houver), foram desclassificados. O resumo foi anexo com o nome do autor(es) e o título do resumo, no formato de PDF, no seguinte e-mail: conali.pesquisa@feneis.org.br
(3) PROCESSO DE SELEÇÃO: O resumo que for a selecionado para apresentar como comunicação ou pôster conforme definição da programação do Conali2017 foi orientado com as seguintes instruções:
anai s.fe ne i s.org.br /conali
(3.1) CONFIRMAÇÃO DE PARTICIPAÇÃO: Após os resultados da seleção, o participante confirmou o(s) autor(es) enviaando até o dia 26 de março o resumo expandido das “comunicações” selecionadas e a arte desenvolvida (*) dos banners para a apresentação dos “pôsteres” no Conali2017. Somente após o dia 03 de abril a Comissão Científica disponibilizou a “Carta de Aceite” ao(s) autor(es) que foram selecionados para apresentação no formato de “comunicação” ou “pôster” conforme organização do Conali2017. (*) rever as orientações no edital para chamada de Trabalhos Científicos. (3.2) ORIENTAÇÕES PARA IMPRESSÃO DE BANNER (PÔSTER): A Comissão Organizadora informou que por questões operacionais, o Conali2017 assumiu a responsabilidade de imprimir o banner de cada pôster que fora selecionado. Para isso, o(s) autor(es) deverá(ão) enviou a arte gráfica desenvolvida para a impressão do banner. A confirmação foi realizada após o pagamento do boleto bancário para cada pôster o qual foi emitido pelo sistema do Conali2017. O pagamento teve a finalidade de custear as despesas que envolve a impreesão do Banner em Lona Brilho (tamanho 1.20x0.80m / 4x0 cores), bastão e a corda para dispor no tripê durante a apresentação. As recomendações foram para que ficassem atento(s) a data de vencido do boleto bancário, a fim de garantir a impressão e sua apresentação nas atividades programadas para o Conali2017. Após a conclusão da apresentação do pôster no Conali2017, o(s) autor(res) deverá(ão)* retirar o banner do tripe (*) e guardar aos seus pertences em particular. (*) o tripê pertence ao sistema Conali2017. ATENÇÃO: O arquivo foi ser encaminhado por PDF e Word até o dia 26 de março de 2017 (domingo) pelo site sistema Conali2017, o que foi liberado dia 20 de março de 2017 (segunda-feira às 10h) e encerrado no dia 26 de março de 2017 às 23h59min. Veja a orientação com exemplo para salvar o arquivo e encaminhar a comissão: COMUNICAÇÃO - <colocar o título> - <NOME DO AUTOR> e POSTER - <colocar o título> - <NOME DO AUTOR>
84
(4) OBSERVE(M) AS NOVAS DATAS DAS PRÓXIMAS ETAPAS. 06/03/2017 Divulgação dos resultados pelo e-mail encaminhado do participante Divulgação dos resumos selecionados no site do Conali2017 (primeira chamada) Divulgação dos resumos selecionados no site do Conali2017 (segunda 09/03/2017 chamada) Envio do resumo expandido para a comunicação e o a arte gráfica desen26/03/2017 volvida para o pôster 07/03/2017
27/03/2017 Prazo para o Pagamento da Taxa de impressão (confecção) do Banner
Os resumos submetidos à Comissão Científica foram recebidos sem identificação do(s) nome(s) do(s) autor(es) e posteriormente encaminhados aos membros do corpo editorial para a apreciação e avaliação de cada resumo. No entanto, não tivemos quaisquer informações dos dados pessoais e nem tampouco da relação do(s) autor(es) com o título do resumo submetido. Os trabalhos aprovados foram enviados somente com a numeração recebida para a coordenação do evento. Em caso de dúvidas sobre as questões técnicas (sistema de inscrição), financeiras e operacionais recomendamos que entre em contato com a organização do evento. Coordenação Comissão Científica Conali2017 conali.pesquisa@feneis.org.br Coordenador Geral Conali2017 conali@feneis.org.br
85
anai s.fe ne i s.org.br /conali
03/04/2017 Envio da Carta de Aceite
anai s.fe ne i s.org.br /conali
SER GRANDE É TER VOCÊ!
86
anai s.fe ne i s.org.br /conali
SISTEMA FENEIS Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos Administração Regional do Rio Grande do Sul Rua Travessa Engenheiro Acilino Carvalho, 21 - 8º Andar Centro Histórico - 90010-200 - Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Brasil anais.feneis.org.br/conali - editora@feneis.org.br - www.feneis.org.br Editora Feneis Ltda
87
88
anai s.fe ne i s.org.br /conali