Revista Feneis 22

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N" 22 Abril/Junhode 2004

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FENEIS em Belem promove

Seminario sobre a Educagao dos Surdos De 8 a 10 de abril, o auditorio da Faculdade IDEAL, em Belem, foi o ponto de partida de uma ampla discussao que interessa aos surdos de todo o pais. Sob o tema “ Novos Rumos na Polftica da Educagao dos Surdos”, os participantes concentraram | seus debates na questao do ingresso e permanencia de alunos surdos no ensino superior. Fizeram parte da mesa redonda, o interprete Ricardo Sander, as doutoras em Lingufstica Eulalia Fernandes e , Ronice Muller Quadros, alem de profissionais das areas de Pedagogia, Fonoaudiologia, Fisioterapia, Terapias Ocupacionais e Psicologia

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A 0 Seminario contou com participantes de diversos estados do Brasil

Participagao dos alunos surdos da Escola Asterio de Campos

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J i Equipe do Maranhao ao lado do | professor Cleber Couto i *

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Coreografia apresentada por alunos surdos do Instituto Felipe Smaldone A

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Equipe de Alagoas e a linguista Eulalia Fernandes ( ao centro)

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Equipe de Amapa com as linguistas Ronice Muller Quadros e Eulalia Fernandes, alem de Ricardo Sander

Da esquerda para direita: Herminio, Ricardo, Adoniran, Ronice, Katia , Flavio e Lidiane


editorial

FENEIS

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Diretor - Prcsidente Antonio Mario Sousa Duarte Diretor Primeiro Vice- Presidente Marcelo Silva Lemos Diretor Segundo Vice- Presidente Antonio Carlos Cardoso Diretora Administrative Flavianc Reis do Carmo Diretor Financeiro e de Planejamento Max Augusto Cardoso Hccren Diretora de Politicas Educacionais Marianne Rossi Stumpf

DIRETORIAS REGIONAIS Rio de Janeiro - RJ Diretor Regional : Walcenir Souza Lima Porto Alegre - RS Diretor Regional : Tibiriga Vianna Maineri Diretora Regional Administrate : Vania Elizabeth Chiella

Diretora Regional Financeira : Elcnita Walenciuk Ferreira Tedfilo Otoni - MG Diretor Regional : Luciano de Sousa Gomes Diretora Regional Administrativa : Sucli Ferreira da Silva Diretora Regional Financeira : Roscnilda Oliveira Santos

Recife - PE Diretor Regional: Bernardo Luis Torres Klimsa Diretora Regional Administrativa : Maria Dione Monteiro de Siqueira da Silva Diretor Regional Financeiro: Cesar Augusto da Silva Machadi

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Brasilia DF Diretor Regional : Cesar Nunes Nogucira Diretora Regional Administrativa : Meircluce Leite Pimenta Diretor Regional Financeiro : Antonio Palharcs Torres Ribeiro

Belo Horizonte - MG Diretora Regional: Rosilene Fatima Costa Rodrigues Novaes Diretora Regional Financeiro: Antonio Campos de Abrcu S5o Paulo - SP Diretor Regional: Neivaldo Augusto Zovico Diretora Regional Administrativa : Andrea Iguma Diretor Regional Financeiro: Jose Julio Alves de Qucsroz

Curitiba - PR Diretora Regional : Karin Lilian Strobcl Diretora Regional Administrativa : Iraci Elzinha Bampi Suzin Diretora Regional Financeira : Marcia Eliza de Pol Manaus - AM

Diretor Regional : Marlon Jorge Silva de Azevedo Diretor Regional Administrative: Franklin Resende Junior Diretora Regional Financeira : Waldeth Pinto Matos

Fortaleza - CE Diretor Regional : Wilier Cysne Prado e Vasconcelos Diretor Regional Administrative: Franklin Resende Junior Diretor Regional Finaceiro: Joelisson Jose Maciel Ribeiro

Florianopolis - SC Diretor Regional: Fabio Irineu da Silva Diretora Regional Administrativa : Idavania Maria de Souza Basso Diretor Regional Financeiro : Dconisio Schmitt

CONSELHO FISCAL Efetivo 1° Membro Efetivo c Prcsidentc - Jose Tadeu Raynal Rocha 2° Membro Efetivo c Sccrctario - Carlos Eduardo Coclho Sachetto 3° Membro Efetivo - Moiscs Gazale

Suplentes 1° Membro Suplentc - Luiz Dinarte Faria 2° Membro Suplente - Josclio Coelho

CONSELHO DE ADMINtSTRAQAO

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Carlos Alberto Goes Shirley Vilhalva Silvia Sabanovaitc Marcus Vinicius Calixto Betiza Pinto Botelho

EOTTORIA %

Conselho Editorial Walcenir Souza lima

Flavia Mazzo Rita de Cassia Madeira Nadia Mcllo

Walquiria Pontes Secom - Setor de ComunicagJo Rita do Cassia Madeira Editora e assessora de imprensa Nadia Mcllo (MT 19333)

Auxiliar de rcdag2o Danielle Bragazzi Editoragao

David Souza Ferreira lmpress £o

Librcgraf

Como em diversos momen tos temos enfatizado, a Federa gao Nacional de Educagao e Integragao dos Surdos (FENEIS ) tem se dedicado no ano de 2004 a investirem novas tecnicas e possibilidades que tragam cada vez mais autonomia e independence a Instituigao. E os esforgos para uma entidade forte e capaz de arcar com seus custos, produzindo meios proprios de divulgar sua responsabilidade para a sociedade , envolveram este ano diretamente a nossa Revista. Fazem parte desse processo ajustes e experi ences que ainda nao chegaram ao fim. Nossa intengao e mudar ate que possamos ter a melhor Revista pra voce, embora seja necessario adequa -la perma nentemente aos recursos que uma instituigao sem fins lucrativos pode disponibilizar. Dessa forma, em nossa ultima gestao alterando a equipe profisssional, jornalista e diagramadores, conseguimos obter uma publicagao com uma programa gao visual moderna e urn conteudo mais voltado para o nosso publico. O segundo passo foi a aquisigao de um pequeno parque grafico, que nos deu condigoes de imprimir a Revista e outros produtos editoriais produzidos pela Feneis. Essa conquista foi um grande avango em termos tecnicos e economicos, tendo em vista que a redugao de custos com a impressao nao so da Revista, mas de outros projetos, mexiam expressivamente com o nos so balango financeiro. Sabemos da importance desse salto para a caminhada da Feneis, abrindo inclusive um novo espago de trabalho para os surdos. No entanto, reconhecemos que ainda precisamos nos aper feigoar e crescer nesta area ate que voce tenha em maos e no perfodo certo a Revista que desejamos Ihe oferecer. Nesse sentido, lamentamos pelas falhas e transtornos causados durante os investimentos na qualidade da Revista da Feneis. Admitimos que o leitor pode ter se sentido prejudicado por nao ter tido acesso a Revista no tempo esperado. Reconhecemos tambem que algumas vezes a Revista da Feneis pode ter che gado fora do padrao, por problemas em nossos equipamentos . Mas contamos um pouco mais com a sua paciencia para concluirmos esse primeiro ano de mudangas em nossa publicagao e de sua implementagao com recursos proprios. Esclarecemos que estamos nos organizando para iniciar 2005 com nossos prazos restabelecidos e a continuidade de uma edigao jornalfstica diferenciada e especial, ate por ter como caracteristica fundamental o proprio surdo a frente de nosso Conselho Editorial.

Atenciosamente ,

Tiragcm 5.000 excmplares

Antonio Mario Sousa Duarte Diretor-Presidente

Revista da FENEIS - 3


Perfil: politics Educacional ganha Diretoria

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A diretora de Politicas Educacionais da Feneis Marianne Rossi Stumpf assume o novo cargo com garra e disposigao para lutar por urn ensino melhor para os surdos. Marianne, atuou por sete anos no Escritorio Regional da Feneis no Rio Grande do Sul priorizando a questao de uma educagao adequada para o individuo surdo.

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De Surdo para Surdo: aptidoes para pintura

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O artista plasticoThelmo Alexandre Steiner Flores, surdo, sempre manifestou aptidoes para a pintura. 0 reconhecimento de seu talento como pintor ocorreu muito cedo, aos doze anos, quando expos pela primeira vez uma tela no Salao Academico do Museu Nacional de Belas Artes. Ja conquistou diversos premios e ainda hoje seus quadros sao destaques em exposigoes em todo o Brasil. *

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Vencendo Barreiras: Feneis e Drei Marc

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A Feneis firmou recentemente urn importante acordo com a empresa Drei Marc , que oferece servigos de legendas e Closed Caption. Se gundo esse acordo, a Drei Marc, que atua ha mais de 13 anos no mercado, tera a consultoria da Feneis, para atender de forma mais eficaz as necessidades dos surdos. Por meio de cri'ticas e sugestoes, a Feneis ira indicar o melhor caminho para se obter uma comunicagao mais direta com esse publico.

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Informatica: acesso a cursos gratuitos A sede da Feneis no Rio de Janeiro esteve envolvida com urn projeto do Setor de Informatica que contou com o apoio da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. 0 objetivo e promover a inclusao digital dos Surdos. E a primeira vez que pessoas surdas carentes ou desempregadas tern acesso a area da informatica, enriquecendo seu conhecimento e aumentando suas chances de insergao no mercado de trabalho. 0 curso aconteceu de 15 de margo a 23 de julhode 2004.

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A Editora Arara Azul e o Ministerio da Educagao se uniram a IBM Brasil e langaram o projeto “ Classicos da Literatura em LIBRAS/ Portugues em CD-ROM”, que oferece historias infantis em Lingua de Sinais e em Portugues. 0 produto sera distribufdo gratuitamente por todo o Brasil. A distribuigao do material sera feita pelo MEC, pela Federagao Nacional de Educagao de Surdos (Feneis) e pela propria editora. »Paginal6

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Educagao: literatura infantil em Libras

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Infantil Bruno Amarante Carvalho e o destaque deste mes

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Editorial

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Entrevista

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Interpretes

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Os presidentes Antonio Mario (Feneis) e Rodrigo Malta (CBDS) tomaram posse determinados a promover uma vida de qualidade para a comunidade surda brasileira

» Paginas 15 a 18 Revista da FENEIS - 5


comunicando

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Acustica das salas de aula prejudica professores e alunos

Cinema Nacional Legendado

Segundo pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Acustica (Sobrac), os projetos recentes para construgao de salas de aula, como os Cieps, nao tern dado a devida atengao para o quesito acustica. A pesquisa revela que, em comparagao com a salas de aula tradicionais, existe uma perda consideravel de inteligibilidade, o que prejudica tanto alunos quanto professores. Para compensar essa perda, os professores aumentam o tom de voz, levando invariavelmente a rouquidao e ao estresse vocal. Por sua vez, as criangas, por nao ouvirem o que esta sendo dito, tendem a perder a concentragao, atrapalhando assim, a sua compreensao da aula. De acordo com o ffsico Gustavo Melo, doutor em engenharia mecanica do Laboratorio de Mecanica Computacional da Universidade Federal de Pernambuco, o custo com acustica preventiva, ou seja, antes da sala ser projetada, corresponde a 1 % do valor da obra, enquanto, para se fazer a corregao acustica em uma sala ja construfda chega a 15 % do custo total da obra.

O Centro Cultural Banco do Brasil inicia, a partir de maio, a exibigao de filmes nacionais legendados. O projeto visa aten-

der ao publico formado por surdos e deficientes auditivos que nao tinham a oportunidade de prestigiar as produgoes nacionais. Serao exibidos, ao todo, 7 filmes em closed captions. O primeiro filme a ser exibido sera o premiado Central do Brasil, de Walter Salles. A programagao estara disponivel no proprio Centro Cultural

Seminario no Rio Discute Associagao de Surdos de Sao Paulo comemora 50 Anos Foi realizado, no dia 12 de Junho, o evento de comemoragao do Educagao Inclusiva Entre os dias 27 e 29 de abril, foi realizado, no Rio de Janeiro, o 1 ° Seminario de Inclusao Educacional. Com o apoio do Ministerio da Educagao e Cultura, o evento abordou questoes como

praticas pedagogicas voltadas a educagao inclusiva e currfculos escolares. Tambem houve debates sobre a importancia das polf ticas publicas voltadas a inclusao e como as expectativas dos portadores de deficiencia podem contribuir para uma educagao mais justa no pais.

aniversario dos 50 anos da Associagao de Surdos de Sao Paulo. A festa, que teve sua abertura com uma palestra do presidente da enti dade, Paulo Vicente Xavier da Silva, ocorreu no Clube Atletico Ypiranga e contou com a participagao de grande parte da comunida-

de surda local.

Maringa institui o Dia do Surdo A Associagao dos surdos de Maringa, no Parana, comunica a aprovagao, pela Camara Municipal dessa cidade, do Projeto de Lei numero 631 8, do vereador Valter Viana, que institui, no dia 26 de setembro, o Dia do Surdo. Para esse dia serao programadas atividades que contribuam para a reflexao sobre a condigao social do surdo.

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i Federagao Nacional de Educagao e Integragao dos Surdos

Comunicando o Brasil atraces da Libras 6-

Revista da FENEIS


cartas do leitor *f\

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' Quero aprender Libras Boa tarde! Meu nome e Fernanda e,desde pequena, sempre quis aprender a lingua dos surdos, mas so agora me surgiu a ideia de estuda-Ia. Eu trabalhava em uma

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loja quando precisei atender uma cliente portadora de surdez. Por causa da nossa dificuldade de comunicagao, a cliente precisou voltar mais tarde com um interprete, o que me deixou bastante constrangida . Fiquei me imaginando no lugar dela e nesse momento percebi a necessidade de as em presas darem um treinamento para essas pessoas. Eu gostaria de aprender a Lingua de Sinais, mas nao sei aonde procurar um curso. Voces poderiam me ajudar ? Agradeqo desde ja. Fernanda Helena dos Reis Silva

Revista da Feneis responde Prezada Fernanda, Ficamos felizes em saber de seu interesse pela Lingua Bra sileira de Sinais ( Libras). E verdade que a maior barreira do surdo e a comunicagao. A difusao e conhecimento da Libras por parte da sociedade ajudam de forma expressiva na r. «

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20 a 28 de Novembro de 2004 20 al 28 del Noviembro del 2004

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Carlos A. Assumpgao

Revista da Feneis responde Nesta edigao a Revista da Feneis traz um artigo sobre o assunto.

A lei que disciplina a aquisigao de automoveis com isengao do IPI nao traz mengao especifica aos surdos . Diz apenas que: “ As pessoas portadoras de deficiencia fisica, visual , mental severa ou profunda, autista poderao adquirlr, diretamente ou por intermedio de seu representante legal, com isengao do IPI, o automdvel de passageiros ou veiculo de uso misto, de fabricagao nacional...". Segundo algumas em presas especializadas em veiculos para deficientes, os sur dos nao estao inclufdos . ( O globo) ERRAMOS em algumas informagoes no resumo do perfil de Ana Regina Campello, publicado na pagina 11, da Revista da Feneis de janeiro-margo de 2004. Segue abaixo o mesmo texto, com as devidas corregoes.

ANA REGINA E SOUZA CAMPELLO nasceu em Sao Luis, no Maranhao, no dia 29 de setembro de 1957. Sendo o unico caso de surdez em sua familia, adquirida por complicagoes no parto, teve contato com a Lingua Brasileira de Sinais (Libras) aos onze anos de idade. Despertou sua consciencia politica precocemente, quando presidiu o Gremio Estudantil do Instituto Nossa Senhora de Lourdes, no Rio de Janeiro, onde traba hou. Em 1980, criou, com a comunidade surda, em Recife, a Comissao de Defesa dos Direitos dos Surdos durante o I Congresso Nacional de Pessoas Deficientes. Posterior mente, foi uma das fundadoras da Feneis. Em conjunto com os demais membros da Federagao instituiu o nome Libras, aprovado para designar a Lingua de Sinais. Or ganizou o I Encontro Estadual de Surdos atrav s da Comissao de Luta pelos Direitos dos Surdos. No que tange a projetos culturais, trabalhou como produtora da Cia Surda deTeatro e secretaria do Centro de Integragao de Artes e Cultura dos Surdos. Cursou as faculdades de Pedagogia e Biblioteconomia.

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Local BetoHsizoate-MG Bras!

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Sou surdo e dirijo desde 1977, devidamente regularizado no DETRAN - RJ . Posso me incluir como beneficiario da lei que isenta os deficientes do IPI na compra de automoveis ? (O Globo)

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integragao do surdo. A Feneis oferece curso de Libras em todos os Escritdrios Regionais espathados pordiversos es tados do Brasil ( ver enderegos na pagina 29 desta Revista ). Voce pode fazer contato com o que estiver mais proximo de sua residencia e obtermais detalhes .

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Revista da FENEIS - 7


Por Nadia MeHo

Colocando o Ensino em primeiro lugar

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Diretoria de Polfticas Educacionais da Feneis defende ensino de mais qualidade para o surdo Marianne Rossi Stumpf, surda, 30 anos, e diretora de Polfticas Educacionais da Feneis. Com propostas coerentes com a historia de uma instituigao que busca romper com ideias ultrapassadas que excluem os surdos de uma educagao plena, ela assume o novo cargo tendo garra e disposigao para lutar. A Federagao em si nao e misterio para Marianne, ja que ha 7 anos atua no Escritorio Regional da Feneis em Rio Grande do Sul e sempre priorizou a questao do ensino e de uma educagao apropriada para o indivfduo surdo. Nascida surda numa famflia de ou-

vintes, Marianne foi despertada para o trabalho em prol do surdo ha alguns anos. A questao de uma Educa gao adequada para esse grupo e uma preocupagao antiga da atual Diretora, que conhece bem as dificulda des enfrentadas pelo surdo para es -

tudar. Atualmente ela faz doutorado na area de Informatica na Educagao

pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, mas viveu na pele a falta de um interprete em salas de aula e a quantidade de professores despreparados para atende- la devi do ao desconhecimento da Lingua de Sinais. Mas a mesma forga de vontade e convicgao que a fez candidatar- se ao

cargo de Polfticas Educacionais da Feneis ajudou Marianne a veneer. Foi a sua determinagao que a impulsionou ao vestibular, sendo aprovada e ingressando na Universidade Luterana do Brasil ( Ulbra), onde concluiu o cur8-

Revista da FENEIS

so de Pedagogia. Na infancia, sem pre contou com o apoio da famflia e de amigos, o que tornou mais facil a superagao dos problemas no ensino fundamental e medio, cursados na Escola Especial Concordia. Mas, ao pensar na comunidade surda como um todo e no diffcil acesso desse segmento a um ensino de qualidade e diferenciado em nosso pafs a nova diretora se entristece. Ela sonha com uma universidade para surdos e critica uma educagao inclusiva . " Os surdos precisam de uma educagao dirigida, voltada para as suas necessidades. Isso nao e possfvel quando e inserido numa turma composta por maioria ouvinte", diz . Enquanto a educagao para o surdo nao acontece da forma com que defende, ela destaca a importancia da figura do interprete em sala de aula, que muitas vezes a ajudou numa compreensao maior das materias quando cursava o nfvel superior. Luciana lembra que na ocasiao do vestibular para a Faculdade fez a mesma prova que todos os demais candidatos, com um diferencial: a realizagao do exame foi feita numa sala separada com o apoio de inter-

pretes . Entre as propostas defendidas pela Diretoria de Polfticas Educacionais estao a regulamentagao da Libras; a

formagao do interprete, do professor de Libras, do professor surdo e do professor para surdos; a utilizagao da Libras em todos os nfveis de ensino e uma construgao cada vez

mais solida da identidade surda. Es sas reivindicagoes estao expressas no documento A Educagao que Nos Surdos Queremos, elaborado por Marianne e um grupo de surdos. Fazem parte das estrategias de atuagao da nova diretora nesta gestao uma aproximagao maior com o MEC e outros orgaos governamentais ligados a area. A intengao e levar atraves de diversos meios uma conscientizagao maior a sociedade sobre a necessidade de uma educagao mais eficiente para a comunida de surda brasileira, ainda que a Iongo prazo. Em 1996, Marianne comegou a trabalhar com o Dr. Rocha em um Ma nual de Sign Writing, um sistema para a escrita de Lingua de Sinais. Desde entao venceu muitas etapas deste projeto que e seu maior sonho: possibilitar aos surdos escrever em sua propria Lingua. Para concluir o manual e o doutorado, que trata do mesmo assunto, ela estudou e trabaIhou muito em cursos experimental, ensinando o sistema a criangas e

adultos surdos, para poder aperfeigoar a construgao dos signos. Hoje, o manual esta aprovado pelo MEC e logo sera editado. Atualmente organiza com Gladis Perlim, o I Encontro Latino America no de Mulheres Surdas que vai tratar de assuntos importantes como saude, direitos humanos, sexualidade e cidadania, mas do ponto de vista feminino.

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de surdo para surdo <

Um mundo de silenci e de cores

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Desde muito jovem o artista plastico Thelmo Alexandre Steiner Flores, nascido no dia 1° de Agosto de 1950 e deficiente auditivo, ja manifestava suas aptidoes para a pintura. Ficou surdo apos complicagoes no uso de antibioticos durante um tra-

reu em 1962, o professor afirmou queThelmo era uma revelagao da pintura, apesar de ser teimoso e nao aceitar qualquer sugestao para seus trabalhos. Depois de

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quando tinha 6 meses de idade. O reconhecimento de seu

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talento como pintor ocorreu muito cedo, aos doze anos, quando expos pela primeira vez uma tela no Salao Academico do Museu Nacional de Belas Artes. A presenga inusitada de um garoto no Salao despertou a atengao de jornalistas que publicaram diversas materias e notas sobre o "pi n tor-mirim" que se destacara em meio a adultos garantindo o premio de Mengao Honrosa da comissao julgadora com o quadro denominado " Favela". O primeiro professor deThelmo foi Prospero Karam, que o orientou dos 9 aos 12 anos. Karam ficou tao impressionado com o ta lento do menino que se dispos a dar- lhe aulas particulares pelo menos uma vez na semana sem que nada fosse cobrado. Um pouco antes.de sua morte, que ocor-

que o orientou durante seis meses e contribuiu para um amadurecimento do artista, levando-o a concluir seus melhores quadros. Com Albert, Thelmo Alexandre

aprendeu a pintar em telas enormes demonstrando suas habilidades e concre-

tamento contra um tumor

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tizando a fase mais importante de sua carreira. O seu talento chegou a despertar o interesse de colecionadores do Brasil e do Exterior, alem de algumas firmas par, ticulares e governamentais. ' Atualmente Thelmo dedica todo o seu tempo a pintura. Seu tema favorito e a Mari nha, sobre o qual ele pintou uma serie de aproximadamente 70 quadros. Com suas telas ele ja participou de 83 exposigoes, conquistou 37 premios e ganhou 29 certificados e diplomas. Aos 54 anos tern seu proprio atelie localizado no bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro, onde possui uma exposigao fixa com cerca de 40 quadros. O atelie esta aberto para visitas que poderao ser marcadas atra ves do telefone (21 ) 2549-4095 (D. Neusa) ou atraves do Fax : ( 21 ) .2

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0 artista pintou varias vezes o mar

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Alexantre Thelmo nunca abandonou a pintura, atividade em que sempre se destacou

Karam ele teve aulas com a professora Heris Vitoria Guimaraes, da Escola Nacional de Belas Artes e mais tarde com o grande

2288-1717. Colaborou Thelma Flores

mestre holandes Albert Jongmans,

Revista da FENEIS - 9


entrevista

Por Nadia Mello

Educador surdo recebe premio ecologico

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O educador surdo Messias Ramos Costa, 25, recebeu o Premio Tom do Pantanal pela sua atuagao em prol da Educagao ecologica e do meio ambiente. A oportunidade de trabalhar com o projetoTom do Pantanal ( de educagao ambiental e musical ), desenvolvido numa parceira entre FURNAS Centrais Eletricas, Instituto Antonio Carlos Jobim e Fundagao Roberto Marinho surgiu em 2003 . Desde entao, Messias se dedicou a preparar tudo de forma clara e criativa para que os alunos pudessem ter prazer e se envolver profundamente com a proposta. Apos a realizagao desse projeto, ele adquiriu uma experiencia maior, crescendo no que diz respeito a questao da valorizagao da natureza .

RtvtSTA PA FIN( IS : Como voce se en volveu com a questao do meio ambiente ? Messias Ramos Costa: Quando eu era pequeno nao tinha nogao sobre a preservagao do Meio Ambiente, jogava lixo no chao e acha va que isso era normal, sem ter a preocupagao de que no futuro tra ria problemas ao meio ambiente. A professora falava sobre a natu reza e eu nao compreendia nada, pois tudo era oralizado. Quando tive a oportunidade de ter um in terprete pude compreender melhor as coisas, inclusive sobre a natureza, e gradativamente fui adqui rindo experiences bem como participant de varios programas como: Sua Escola a 2000 por Hora ( Instituto Ayrton Senna www.escola2000.org.br) e um Projeto especial na Escola Normal de Taguatinga/DF onde fiz o magiste10 -

Revista da FENEIS

rio - equipe de COPISURDOS

Pedagogico Informatizada para Surdos). FHoje tenho a preocupagao de ( Complementagao

repassar aos meus alunos essa informagao para que eles aprendam desde ja a respeitar o nosso Meio Ambiente. E tudo isso e preparado por mim. Tenho desenvolvido projetos que possam envolver nao so os alunos surdos, mas tambem os ouvintes, de forma desafiadora e prazerosa para que eles possam se tornar aliados nesta luta da preservagao do Meio Ambiente. RF: De que Institutes voce recebeu a mengao honrosa como coor denador de Educagao Ambiental e Musical ? E como concorreu ao premio? Messias: FURNAS Centrais Eletricas, Instituto Antonio Carlos Jobim e Fundagao Roberto Mari nho. OTom do Pantanal e um projeto que envolve escolas da rede publica dos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Sao Paulo,

Amazonas, Tocantins, Parana, Goias e Distrito Federal Toda essa dedicagao ja foi reconhecida por meus alunos e agora foi valorizada com um premio especial. Eu recebi Mengao Honrosa como coordenador de um projeto de educagao ambiental e mu sical que concorreu ao PremioTom do Pantanal com outros 151 traba Ihos selecionados. Adorei pesquisar os materials do ProjetoTom do Pantanal, apesar da dificuldade inicial . O projeto foi elaborado para os ouvintes, por isso foi necessario a adaptagao do material utilizado em Lingua de Sinais. Numa experiencia futura seria bom usar legendas

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ou imagem com Interpretes, o que facilitaria a compreensao. Eu iria receber a homenagem em margo passado no Rio de Janeiro, mas o evento foi adiado para 11 de maio de 2004 . A Escola Classe 01 de Brazlandia teve destaque em duas categorias. Eu fui selecionado para receber um premio especial de Mengao Honrosa pela participa gao, desenvolvimento de trabalhos e mobilizagao escolar. Em segundo lugar ( com o projeto Pantanal em versos) ficou um grupo de ou -

vintes coordenado pela professora Claudeneres. Buscamos desenvolver experiencias que mostrem que e possfvel a surdos e ouvintes aprenderem juntos. Nesse projeto, minha ideia foi oferecer aos ouvintes a oportunidade de aprenderem a se comuni car com os surdos . O projeto " Tom do Pantanal " da forma como foi desenvolvido na Escola, mostrou como pode ser a inclusao dos surdos: em salas separadas dos ouvintes, com um ensino especializado e momentos de integragao para socializagao e troca de experienci as. Realizamos oficinas de Libras, concursos sobre o "Tom do Panta nal " e confecgao de materials . Montamos um KIT, que contem livros produzidos pelos alunos, vfdeos e musicas com interpretagao em Lingua de Sinais . Temos interesse em aprender sobre o meio ambiente, mas nao ouvimos as explicagoes que sao em portugues. Se apenas assistimos, aten tos ao visual, continuamos inocentes. E preciso legenda ou interprete. Eu sonho que no futuro ainda possa acontecer isso. Caso contrario, como vamos aprender a viver

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bem no meio ambiente? RF: Como chegou ao cargo de coor denador desse trabalho? Messias: A escola foi escolhida para participar do projeto. Duas professoras, Zenilda e Claudeneres, foram requisitadas para participarem da reuniao. Depois da reuniao as professoras me convidaram para coordenar e planejar este projeto para os surdos em Lfngua Brasileira de Sinais. RF: Qual a sua formagao? Messias: Tenho formagao em

Magisterio pela Escola Normal de Taguatinga / DF - Ensino Funda mental; sou Instrutor de Libras em Contexto (MEC) e atualmente sou estudante da Faculdade Jesus Ma ria Jose, graduando em Pedagogia Licenciatura Plena. RF: Enquanto surdo, quais as mai ores dificuldades para a sua for magao? Messias: Estudei em escola regu-

lar; tive muita dificuldade para crescer e me comunicar com os

ouvintes. E tambem dificuldade para aprender o portugues. O portugues como primeira lfngua dificulta a aprendizagem dos surdos. As vezes apareciam lagrimas em meus olhos, porque no meu coragao estava a Libras. RF: Qual foi o significado desse premio ? Messias: Teve um significado muito especial, pois me esforcei, lutei, tive coragem e vontade de criar o projeto envolvendo toda a

realidade do Pantanal . Desenvolvi o projeto "Tom do Pantanal " todo em Libras e pude perceber a mi -

nha capacidade de realizar sozi nho um projeto. Senti que a prati ca nos faz crescer muito. No dia da premiagao fiquei mui to ansioso, porem emocionado, pois era o unico surdo a receber uma Mengao FHonrosa. Senti dentro da minha alma que nos surdos somos capazes de realizar coisas espetaculares da mesmo forma que um ouvinte. Ainda que tenha a sua identidade diferente.

RF: Como voce ve a Educagao dos surdos em nosso pais ? O que pen sa sobre a Educagao Inclusiva, por exemplo ? Como na sua opiniao o surdo deve ser inserido no ensino regular ? Messias : Acredito que a Inclusao dos surdos e boa e importante. No

entanto, surdos e ouvintes numa mesma sala podem ser um problema, pois os surdos requerem

metodologias diferenciada. Os surdos tern uma boa aprendizagem quando se usa a Libras, e requerem mais recursos visuais. As criangas reclamam a falta de educadores surdos. Os professores/ interpretes nem sempre conse guem explicar de forma clara para os surdos. E preciso mais pratica na Lfngua de Sinais e mais habilidade na preparagao de metodologias.

Quando o interprete convive com os surdos ele tern mais criatividade para adaptar os recursos e tornam as explicagoes mais profundas; usa melhores recursos pedagogicos, mostrando a importancia de se aprender primeiro em Lfngua de Sinais e depois em Lfngua Portuguesa .

Os interpretes deveriam trabalhar juntos com os educadores surdos, para troca de experiences e planejamento em Lfngua de Sinais. Os recursos pedagogicos devem ser selecionados nessa parceria. O meu sonho e veneer esse desafio de construir uma sociedade bilfngue, que saiba aproveitar a efici encia dos surdos. Os professores interpretes e os educadores surdos precisam trabalhar buscando o desenvolvimento de quatro pilares: aprender a ser ( como pessoa), a conviver (com cidadao), a conhecer (aprender a aprender) e a Fazer (como profissional). Isso pode ser feito atraves de desafios e ex periences vividas dentro da escola . Sou a favor de uma educagao biIfngiie, onde os surdos aprendam com seguranga, onde possam se desenvolver como seres sociais. O bilingiiismo favorece a Inclusao. Para que haja uma maior inclusao e preciso mais metodologias em Libras e mais vagas e concursos

para educadores surdos. Tambem e preciso maior respeito por parte da sociedade. Todos precisam lutar pelos direitos dos surdos, que por muito tempo foram injustigados; e preciso respeitar a nossa cultura, aceitando a nossa diferenga. E importante tambem valorizar o bilingiiismo, que pode ajudaro surdo no processo de integragao. Tenho uma grande preocupagao com os cursos de Libras. E preciso que esses cursos sejam licenciados principalmente pela FENEIS; que haja curso de formagao de instrutores, autorizados a atuarem em turmas de ouvintes que querem aprender a Libras. Os instrutores surdos precisam ter formagao pela FENEIS, considerando as experiencias e a criatividade metodologica. O ensino da Libras deve ser feito por um profissional devidamente habilitado.

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INJUSTTQADOS; E PRECISO RESPETAR A

NOSSACULTURA ACEITANDO A NOSSA DIFERENQA(...)

RF: Em quais instituigoes atua e em que fungoes? Messias: Minha atuagao na Escola Classe 01 de Brazlandia, onde trabalho, e voltada para os alunos surdos. Sou Apoio Pedagogico,

Coordenador de Informatica, Educagao Ffsica e Arte, Presidente e Webmaster do Jornal Inclusao Virtual ( www. jiv2004.org) que divulga diversas informagoes sobre a escola na Internet. Tambem sou instrutor de Libras, parceiro do Programa " Sua Escola a 2000 por Hora" e ainda coordenador de um progra ma de Ecologia - Jornal Virtual ( www. jornalvirutal 04.kit.net), que conta com 56 parcerias em todo o Brasil. Contatos pelo e-mail: professormessias @yahoo,com. br ou site do Jornal Inclusao Virtual: www. jiv2004.org

Revista da FENEIS - 11


artigo - depoimento

For Otaviano de Menezes Bastos - Pesquisador e Advogado

A Origem da Biblioteca da Feneis

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A sede provisoria da Feneis funcionava numa sala alugada na Av. Presidente Vargas, centro do Rio. Nao havia uma biblioteca na Federagao. Em reuniao da Diretoria, no dia 11 de fevereiro de 1992, fui nomeado segundo-secretario ( hoje cargo de diretoradministrativo adjunto) da Diretoria por Fernando de Miranda Valverde, na ocasiao presidente da Feneis. Depois de alguns meses de trabalho, achei que a Feneis preci sava de uma biblioteca especializada, pois era importante para os pesquisadores, educadores e interessados em assuntos sobre a

surdez. A Diretoria da Feneis na epoca aprovou a minha ideia. Dessa forma, comecei a reunir li vros, folhetos, revistas, jornais, apostilas, pastas de recortes, prospectos, cartazes, folderes, car-

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formar a pequena biblioteca na sala de aula de Libras. Dei o nome de Biblioteca da Feneis que permanece ate hoje. O registro de sua fundagao data de 3 de juIho de 1992. Com a instalagao da sede definitiva, no bairro daTijuca ( RJ), em 1993, arrumei todos os volumes

talica instalada numa pequena sala (onde depois seria o arquivo morto), e hoje no Setor de Comunica esta m gao (Secom). A ideia era que * mais tarde fosse criado o Departamento Cultural . Mesmo criada e em funcionamento a biblioteca, nunca foi fundada e inaugura da oficialmente. Durante a presidencia de Antonio Im Campos de Abreu, a partir m de 29 de maio de 1993, Maria do Carmo Sieuve Afonso, a primeira bibliotecaria surda da Feneis, entrou para fazer cataloga ao

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e arrumagao dos livros, periodi cos e outras publicagoes. Mas pouco tempo depois deixou o ser-

vigo. A biblioteca da Feneis esteve fechada ate 1994, quando a responsabilidade desse trabalho foi transferida para o Secom, fican do a disposigao dos usuarios. Na mesma gestao presidencial de Antonio Campos de Abreu, em 1996, foi contratada para prestar serviqos temporarios a biblioteca ria Andrea Mazzo, que comegou a reorganizar a biblioteca. Atual mente, apesar de ter um pequeno acervo, a biblioteca da Feneis esta em processo de reorganiza gao e aquisigao de novas publi cagoes e permanece instalada no Secom. Esperamos que a biblioteca de Feneis tenha um futuro melhor com o aumento do seu acervo para facilitar a consulta e a pesquisa dos usuarios.


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Projeto Multimidia Oferece Classicos da Literatura em LIBRAS A Editora Arara Azul e o Ministerio da Educagao em pareceria com a IBM Brasil langaram uma

de Surdos ( Feneis) e pela editora Arara Azul. Os primeiros tftulos abordados

novidade no mercado editorial. Trata-se do projeto "Classicos da Litera -

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AUCE NO PAIS DAS MARAVILHAS gues em CD - ROM ", a* , town,Com * in historias oferece que fantis em Lingua de Si nais e em Portugues e . ** sera distribufdo gratuita & mente portodoo Brasil. O langamento do projeto foi feito no Institute Nacional de Edu* y <*• cagao de Surdos ( INES) e teve o patrodnio da IBM.Brasil, por meio da Lei Rouanet. A distribuigao do pelo projeto sao: Alice no Pais da material sera feita pelo MEC, pela Maravilhas, Iracema e Pinoquio, Federagao Nacional de Educagao sendo que as duas primeiras hisri

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torias tern a duragao aproximada de duas horas, enquanto a ultima, mais curta, possui, como complemento, uma serie de jogos interativos. Outra novidade e que o projeto foi inclufdo no "IBM Reinventando a o Educagao", uma iniciativa que a empresa de1 i

senvolve em diversos pafses e que oferece um ambiente virtual, chamado Learning Village (Comunidade de Aprendizado) para a troca de experiences entre professores e alunos surdos. O ambiente virtual pode ser acessado pelo seguinteenderego: www.editora -arara-azul.com.br

libras

Veto Rosinha Matheus

Propagandas do Governo terao interpretes de LIBRAS Em sessao realizada na Assembled Legislativa do Rio de Janeiro, no dia 31 de margo, foi derrubado por unanimidade o veto da governadora Rosinha Matheus ao Projeto de Lei no. 262.2003 do Deputado Estadual Otavio Leite.

De acordo com o Projeto, todas as propagandas oficiais do governo veiculadas pela TV, devem possuir um interprete de Libras. Logo apos decretar o veto, a propria governadora reconheceu o seu equfvoco e teve a iniciativa

de pedir aos deputados que o derrubassem durante a assem bled. O pedido foi prontamente atendido sob o olhar vigilante dos membros de diversas associagoes de surdos como o Ines e a Feneis

Revista da FENEIS - 13


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interpretes

Por Maria Cristina Pires Pereira

0 que os contratantes de interpretes de Libras deveriam saber Atualmente os servigos de interpretagao de Lfngua de Sinais sao contratados, infelizmente, sem muito cuidado. Na maioria dos casos nao existe um contrato formal e essa situagao deixa o interprete totalmente desprotegido no caso dos contratantes nao honra rem com o pagamento. Devemos entender como contratantes surdos e ouvintes devem procederem para utilizar interpretes de

semana ou ate antes. A maioria

dos interpretes nao trabalha em tempo integral nesta atividade, sendo preciso um certo tempo para que se agendem e organizem seus outros compromissos

profissionais. O quo providenciar para os ILS Quando houver um surdo

palestrante ou demonstragao artfstica de surdos (teatro, poesia ) Lingua de Sinais. obrigatoriamente e preciso proNeste texto procuro sistematizar videnciar um microfone para o inum modo mais racional de terprete, que ficara sentado na plaagendamento e contratagao de teia, de frente para o surdo. Isto e um interpretes de Lingua de Sinais, fator fundamental efreqiientemente afim de evitar a atual confusao rei- esquecido. Em salas de aula ou lunante em muitos estabelecimen- gares pequenos e com poucas tos que oferecem os servigos des- pessoas esse recurso nao ha nese profissional. Nostrabalhos de cessidade ( se tiver o microfone longa duragao, palestras e aulas, melhor ), mas em plateias e audios contratantes devem estar cons- torios, de medios a grandes, e uma obrigatoriedade. cientes dos seguintes fatores: Agua. Quantas vezes os interAntecedencia pretes estao ali por minutos e hoPara ras a fio usando suas vozes procontra ! !! Importantissimo tar um interprete deve-se contata- fissionalmente e so veem os lo com, no minimo, 72 horas de palestrantes ( mesmos os surdos antecedencia. O ideal seria uma que nao estao usando as cordas 14 -

Revista da FENEIS

vocais) receberem agua ?

Pagamento Os interpretes recebem por hora/interpreta ao, o que quer di zer que a cada hora que entrar e contada como hora cheia. Por exemplo: O interprete comega seu trabalho as 14 horas pontualmente e termina as 1 6 horas e 7 minutos. Ele recebera por tres

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horas de interpretagao, das 14h as 15 h ( uma hora), das 15 h as 16h (duas horas) e entrou na terceira hora depois que passou das 16 h. Sempre que entrar na hora seguinte a recebera como hora inteira. Isto vale para horas quebra das. Ex .: Se o interprete B comega a trabalhar as 8:27 h e termina as 9:45 h ele recebera por duas horas, pois as 9: 27 h completou sua primeira hora e ja entrou na segunda hora/interpretagao. Quando e necessario mais de um interprete cada um recebera por seu trabalho separadamente. Por exemplo, quando dois interpretes atuam em um congresso que totalize dez horas, cada um

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com as despesas de um ILS. Ao interprete deve ser avisado claramente de que se trata de trabalho

recebe pelas dez horas e nao cinco horas para cada um. Fazer isso seria a mesma coisa que pagar um salario so para toda uma equipe que fica de plantao num hospital. O interprete esta a disposigao durante todo o evento (respeitadas suas pausas) para interpretar conversas e entrevistas, como e muito comum acontecer. Alem disso, mesmo quando nao esta no palco ou no microfone ha um colega apoiando o interprete que esta desempenhando estas fun-

voluntario, antes da aceitagao do trabalho. E em alguns casos se presume que o servigo sera remunerado, quando nao sera. Isso da margem a muitas confusoes e acusagoes como as de que o interprete e mercenario ou a de que o contratante nao honrou sua dfvi -

da. Fotos e Filmagens Problema muito comum em formaturas, mas que costuma acontecer tambem em palestras. Fotografos e cinegrafistas passam o tempo todo na frente do interprete ou do surdo. Mesmo com um bom interprete, uma tradugao perfeita, tudo organizado e correndo bem o evento nao pode ter a

goes. Os interpretes prestam servigo voluntario ? Sim, claro ! Os servigos de interpretagao em Lingua de Sinais surgiram assim e muitos surdos se veem diante de situagoes em que as instituigoes nao Ihes oferecem o acesso as informagoes e eles nao podem arcar sozinhos

mente interrompida. Comparan-

do seria a mesma coisa que assists a uma televisao que a cada cinco minutos sai fora do ar. Para evitar que isso se torne algo enervante e necessario que a organizagao do evento seja avisa-

da de que ha surdos e interpretes e que deve ser evitado ao maximo esta movimentagao. Claro que todos querem ter sua lembranga do evento e e inevitavel passar de vez em quando pela frente dos interpretes, mas o que se esta pedindoeque nao se abuse como vem acontecendo.

Maria Cristina Pires Pereira e Tecnica Tradutora e Interprete Interprete de Lmgua de Sinais

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Revista da FENEIS - 15


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Toma Posse a nova diretoria da Feneis Foi realizada no dia 17 de abril, a cerimonia de posse da nova di retoria da Feneis, encabegada pela presidencia de Antonio Mario Souza Duarte. Estiveram presentes membros de diversas enti -

dades e associates de surdos, alem de ex -diretores, amigos, funcionarios e membros da propria Federagao. A eleigao da nova diretoria ocorreu no dia 13 de margo. A chapa comandada pelo atual presidente teve como oponente a chapa liderada por Ana Regina Campello e venceu por 15 votos de diferenga. Tiveram direito a voto os membros de todas as entidades filiadas e o mandato e de

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Alegria e comemoragao no momento da posse

ceiro e de Planejamento Max Augusto Cardoso Hereen e a Di retora de Polfticas Educacionais Mariane Rossi Stumpf, alem dos representantes da Federagao nos 1

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agao de Surdos de Teofilo Otoni ( ASTO ) no periodo de 1994 a 2001, Diretor Social da Associa gao Alvorada, de 1976 a 1978 e Presidente doTribunal de Justiga da Federagao Carioca de SurdosMudos entre 1988 e 1 991, alem de outros cargos. Tambem foi res-

ponsavel pela coordenagao do primeiro e segundo simposios de Deficiencia Auditiva em Teofilo Otoni - MG, nos anos de 1993 e 1993 respectivamente. Foi fundador das Associagoes de Surdos de Sao Mateus - ES eTeofilo Otoni MG, ambas em 1994. Entre as suas prioridades estao o incentivo a contratagao de in-

Junto com o atual Presidente, ** que exerce o seu segundo manDiretores e parceiros da nova diretoria da Feneis dato consecutivo, tambem tomaram posse, o Diretor-PrimeiroVice demais Estados do Brasil. Presidente Marcelo Silva Lemos, Antonio Mario possui uma vaso Diretor Segundo Vice- Presiden- ta experiencia junto as entidades te Antonio Carlos Cardoso, a Di - de representagao de surdos e acu-

terpretes para atuarem em esco las publicas e cursos de capacitagao, a expansao de cursos de LIBRAS e de cursos para formagao de interpretes, a ampli agao o intercambio com outras instituigoes de apoio aos surdos, o incentivo a promogao de cursos profissionalizantes para os

retora Administrativa Flaviane

mula em seu currfculo cargos como o de Presidente da Associ -

surdos entre outros.

seus servigos. Adquirimos tambem uma nova sede para a nossa matriz localizada no Rio de Janeiro, ja que a atual dispoe de pouco espago para acomodar diversas ati vidades que a Feneis tern se envoivido nos ultimos anos. Outro acontecimento muito important© foi a habilitagao da Feneis no CONADE Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiencia. Esta representando a Feneis neste Conselho, como Titular, o Sr Antonio Campos de Abreu e como Suplente, o Sr. Rodrigo Rocha Malta Agradego aos eleitores que mais uma vez confiaram em mim para que possa dar continuidade aos meus objetivos, em prol da

comunidade surda brasileira. Sabemos que apesar da existencia da lei de ingressar no mercado de trabalho, ainda existe resistencia por parte de alguns empresarios no sentido de contratar o deficiente. Gostaria de lembrar que o deficiente e capaz de produzir, desde que tenha as condigoes necessarias para isso. Quando se trata do surdo, temos que ter em mente que a nossa unica barreira e a da comunicagao. Que remos ser pessoas uteis e provar nossa identidade, pois nao queremos piedade, mas oportunidade.

1

4 anos.

Reis do Carmo, o Diretor FinanCaros Lei tores, E com muito prazer e satisfagao que venho me apresentar novamente a voces

como Diretor-Presidente da Feneis. No dia 13 de margo, em Belo Ftorizonte fui eleito com vinte e quatro votos a nove da chapa concorrente e gostaria de agradecer o apoio que recebi de entidades e pessoas de todo o Brasil. E espero que continuemos juntos na luta pela defesa dos Direitos da Pessoa

Surda. Aproveitamos o momento para informar que a Feneis agora dispoe de uma grafica, a LIBREGRAF - Libras Editora Grafica, situada em nossa filial em Teofilo Otoni e vem oferecer a todas entidades interessadas os

16 - Revista da FENEIS

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Flavia Mazzo, Carlos Renato Flernandes Alvarez e Edmilson de Freitas.

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Presidentes das entidades filiadas (22) a FMDS com Rodrigo Malta , Antonio Mario S. Duarte e Antonio Campos de Abreu

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Telefax: (33) 35HI-0233

Rua Dr. Joao Antonio. 115 - Centro - Teofilo Otoni - MG


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no novo mandato. Nessa as-

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gaos da Confederagao Brasileira diretor financeiro; Walcenir Sou- sembled, tambem foi constatada de Desportos de Surdos (CBDS) za Lima, diretor financeiro Adjun- a necessidade de reorganizar os aconteceram no dia 14 de mar- to; Joselio Ricardo NunesCoelho, trabalhos da entidade, desenvolvendo agoes como a go, na Colonia de Ferias de promover calenda"Sylla Velloso", do SESC/ -.-WvT. IS ‘ m m m rios esportivos mais MG, bairro Venda Nova, M $ e com( ) participativos . em Belo Horizonte MG . mm " Wmm petitivos para que a Estiveram presentes presi8 I participagao brasileira dentes e delegados de 52 ; no exterior seja sempre instituigoes filiadas a bem-sucedida. Foram . CBDS, de varios estados feitos os primeiros conbrasileiros, com o objetitatos com o Ministerio vo de eleger a Diretoria e A. de Esportes para uma o Conselho Fiscal da possfvel parceria nos CBDS para o quadrienio : eventos a serem pro2004-2008. As eleigoes i L* movidos nos anos de transcorreram em clima de 2005 a 2008. Tambem muita alegria e uniao e depois de apurada a contagem pela diretor de esportes; Luiz Antonio estao inclufdos na programagao Comissao Eleitoral, composta por Lassance Medeiros, diretor de es- da CBDS cursos de Libras para Marcus Vinicius Calixto, Shirley portes adjunto. Os membros elei- estudantes e profissionais que atuVilhalava e Geni Aparecida tos para o Conselho Fiscal foram am no meio esportivo, cursos de Favero, foi declarada eleita, por Alexandre Carlos da Silva, Diego capacitagao de liderangas espor51 votos a favor e um contra, a Francisco Linhares Furtado e tivas para que os atletas tenham chapa composta por Rodrigo Ro- Carlos Eduardo Coelho Sachetto um mmimo de condigoes necescha Malta, para presidente, e An- para os cargos efetivos e. Wagner sariasparao desenvolvimentode tonio Campos de Abreu, para Cabral dos Santos, Marlene Perei - seus potenciais ffsicos, tecnicos e vice-presidente. Para os demais ra do Prado e Arthur Pires Pinhei - taticos para poderem participar cargos da diretoria, foram eleitos ro para os cargos suplentes. Os de forma eficiente e eficaz nas Gilberto de Araujo Ferreira, dire- eleitos tomaram posse no mesmo competigoes esportivas, tornando tor administrative; Flaviane Reis dia em clima festivo e promete- assim cidadaos produtivos e feli do Carmo, diretora administrati- ram muito trabalho e transparen- zes. Bt

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notfcias regionais

I Encontro de Interpretes de Santa Catarina discute o futuro da profissao O Centro de Ciencias da Educagao da Universi dade Federal de Santa Catarina realizou, nos dias 18 e 19 de junho, o I Encontro de Interpretes de Santa Catarina. Por meio de oficinas e ciclos de

palestras, o encontro teve como principal objetivo conscientizar esses prot'issionais em relagao ao mercado de trabalho. No primeiro dia do Encontro, os palestrantes Ueslei Paterno ( UFSC), Mauren Medeiros ( UDESC), Sofia dos Anjos ( CEFET, Maria Aparecida) e Tatiane Brancalione ( APAS Sao Miguel do Oeste) participaram de uma mesa redonda na qual foi discutido "O Trabalho atualmente desenvolvido pelos interpretes de Ifngua de Sinais no Estado". Em seguida, foi

ministrada uma palestra sobre "A Perspectiva dos Surdos em Relagao ao profissional interprete de Lfngua de Sinais", pelo presidenteda Feneis Fabio Sil va e pelo doutorando em Educagao Rodrigo Rosso Marques. Encerrado a programagao do dia, Maria Cristina Pereira, da Feneis/RS e Leland Machearyb, da USP, falaram sobre "Como pode vir a ser o tra balho dos interpretes de Lingua de Sinais" e Ronice Muller Quadros promoveu um debate sobre a " Formagao continuada do Interprete de Lingua de Si nais". No dia 19, foram realizadas as oficinas "Si nais em Contexto"e "Ser Interprete", pelas profissi onais Ana Regina e Gladis Perlin.

Parceria com Estado do Rio de Janeiro promove difusao da Libras atraves de cursos especiais A Secretaria de Educagao do Estado do Rio de Janeiro, em parceria com a Feneis, promoveu recentemente um curso de Libras para os professores da rede estadual de ensino. Foi o primeiro de tres modulos, que perfazem 120 h. Cada curso teve a carga horaria de 40 horas mais 8 horas de palestras com profissionais ligados a area. Os objetivos da Secretaria de Educagao foram o de promover uma reflexao sobre a historia da educagao de surdos no Brasil, definir e caracterizar a surdez, ressaltar as metodologias de ensino para alunos surdos ( oralismo, comunicagao total e bilinguismo), derrubar mitos e tabus que construi ram uma visao estereotipada da surdez, garantir ao aluno surdo o acesso e permanencia nas escolas da rede estadual de ensino, viabilizar um atendimento educacional adequado as necessidades desse segmento e propiciar conhecimento basico da

Lfngua Brasileira de Sinais (Libras). A parceria envolveu a realizagao de 37 cursos em diferentes municfpios do Rio de Janeiro, entre eles: Nova Iguagu, Sao Gongalo, Itaguaf, Belford Roxo, Nova Friburgo, Campos, Macae, Bom Jesus do 18 -

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Itabapoana, Miracema, Volta Redonda, Vassouras e Angra dos Reis. O projeto vem a ser um desdobramento de Programa Nacional de Apoio a Educagao de Surdos, desenvolvido pelo MEC e pela Feneis. A preocupagao do Estado e assegurar recursos e servigos educacionais especiais de modo a apoiar, complementar, suplementar e em alguns casos substituir os servigos educacionais comuns e, com isso, promover o desenvolvimento das potencialidades. No caso do surdo, a maior necessidade e em rela gao a Lfngua Portuguesa, ja que se comunicam por meio da Libras, uma modalidade gestual- visual. Alem do curso de Libras ministrado por um instrutor surdo capacitado na metodologia " Libras em Contexto" ( 40 horas), a parceria promoveu tambem palestras com profissionais experientes na educagao de surdos, abordando assuntos definidos pela Secretaria. Os resultados dessa iniciativa tern sido os melhores possfveis. Os professores vem manifestado o desejo de dar continuidade ao curso, o que dependera de uma nova parceria.

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internacional

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Ano Ibero-americano da pessoa com deficiencia estimula a cultura e a integracao Foi realizado nos dias 24 e 25 de margo, o evento comemorativo do ano ibero -americano da pessoa com deficiencia. O objetivo do encontro foi buscar, por meio de uma programagao cultural, a conscientizagao da sociedade com relagao a temas Iigados aos direitos e a qualidade de vida

dos portadores de deficiencia. Esse evento e resultado de uma reuniao realizada em novembro de 2003 na Bolivia, quando os 22 pafses que fazem parte da Cupula dos Chefes de Estado e Governo dos Pafses Ibero-americanos, entre eles, o Brasil, definiram que o ano de 2004 seria dedicado a causa dos deficientes. Nessa ocasiao, foi redigido um documento que defende a ideia de que a cultura contribui para o desenvolvimento humano sus tentavel como elemento de conhecimento social. Conforme declarou o Ministro Nilmario Miranda, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, "A deficiencia e uma das caracterfsticas do ser humano, nao pretendemos

anula - la ou esconde- la. Lutamos contra qualquer atitude de pre-

conceito ou discriminagao". O documento aborda ainda a questao da defesa da identidade das culturas originarias da America, afro-descendentes e de outras procedencias, que constituem a nossa sociedade. Segundo a Cupula, somente o desenvolvimento da interculturalidade pode levar ao

pleno conceito de integragao. A programagao do encontro incluiu manifestagoes artfsticas de diversas procedencias. No dia 24 foi inaugurada a exposigao do artista plastico e arquiteto Assis Aragao (DF), que apresentou esculturas e desenhos de varias fa ses de sua produgao. Depois da abertura solene, se apresentaram o mfmico Miqueias Paz (DF), o GrupoTeatro Novo ( RJ ), a pianista Mirian Esteves ( RJ) e a soprano Magda Belotti ( RJ), a Pulsar Cia de Danga ( RJ), a Cia de Danga eTeatro Rodas em Movimento ( RJ ), o Duo Orlando Brito (violoncelista) ( DF) e a professora de musica Dolores Tome (DF), o compositor

e tecladista Davi Valente (CE) e o

grupo musical Surdodum (DF). O dia 25 teve a sua programa gao dedicada as escolas e teve entrada franca para a apresentagao de todos os artistas mencionados. A diregao artfstica do evento foi feita pelo bailarino e coreografo Giovane Aguiar, que ja coordenou a montagem de exposigoes como "Exodus", de Sebastiao Salgado e "Azulejao ", de Adriana Varejao. Segundo o Ministro da Cultura, Gilberto Gil, a Funarte, por meio do programa Arte sem Barreiras, tern atuado na formulagao de polfticas publicas de incentivo a arte e processos esteticos para pessoas com ou sem deficiencia. "Este evento ira contribuir para evidenciar que a pessoa com deficiencia e um cidadao capaz, forte, integral e plural, com direitos e deveres iguais em toda a comunidade ibero-americana".

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Projeto “ A Vez da Voz� ncentiva a integracao entre as criancas Aprender com a diferenga. Esse e o objetivo do Projeto "A Vez da Voz", criado pela fonoaudiologa Claudia Cotes e pela cantora Ciga Baradel. Por meio de um CD com historias e musicas infantis chamado "O Som do Silencio", as autoras pretendem despertar nas cri angas o desejo de integragao e compreensao das diferengas. Elas acreditam que, estimulando esse contato desde cedo, as criangas crescem mais conscientizadas e, no futuro, podem construir uma realidade mais solidaria. A personagem principal do livro se chama Amanda, uma menina surda que, ao fazer um passeio com seus colegas ouvintes pelo fundo do mar, ensina a eles a importancia do silencio. "E nesse momento que criangas e adul tos percebem o quao maravilhoso pode ser o mundo das Amandas, das criangas que nao ouvem e que, nem por isso, deixam de sonhar ", conta Claudia.

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Diante de um tema tao fascinante, as autoras, juntamente com a jornalista Paloma Cotes, desdo-

braram o projeto criando ainda diversos livros de historias em Lingua de Sinais e Braile. Para complementara ideia, tambem foi criado, com a colaboragao da fonoaudiologa Priscila Amorim e da pedagoga Andrea Rosa, um livrinho de atividades que mistura letras e Lingua de Sinais. Todo o material didatico do projeto pretende ainda preencher uma lacuna deixada pelas editoras no Brasil, ja que estudos comprovam que apenas quatro delas produzem material voltado para a educagao dos surdos. Essa ca rencia de material adequado tambem acaba se refletindo no acesso dessas criangas a educagao.

Segundo informagoes do Relatorio da Situagao da Infancia Brasileira 2004, publicado pelo UNICEF, com base no Censo 2000, do IBGE, a taxa de analfa -

betismo entre meninos e meninas de 7 a 14 anos com deficiencia chega a 22,4%, enquanto entre as criangas sem deficiencia e de 11,7%. Alem dos livros e do CD, o projeto conta ainda com mais de 20 voluntaries que, entusiasmados pela ideia, se mobilizaram para desenvolver trabalhos sociais. Sao jornalistas, fotografos, fonoaudiologos, psicologos, pedagogos e demais profissionais que prestam servigos visando apenas o bem-estar dessas pessoas. Para o langamento oficial do projeto, que ocorreu no dia 15 de maio, no Shopping Parque D. Pedro, em Campinas, foram pro-

gramadas diversas atividades como apresentagao de corais de surdos e ouvintes, interpretagao de poesias, espetaculos de danga, alem da propria narragao da historia "O Som do Silencio", com a presenga de uma interprete de Libras.


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Planejando a comunicagao com criangas surdocegas Algumas estrategias que apoiam ;

a comunicagao e o aprendizado sao: A antecipagao Antecipar e saber o que vai

acontecer.

Esta antecipagao deve considerar todos os aspectos da interagao com a pessoa surdocega. E aconselhavel usar sempre um sinal especial que nos identifique como por exemplo um objeto que ao toca - lo, a pessoa saiba quern esta ali e o que vai acontecer. Durante todas as atividades se deve auxiliar a crianga com apoios tateis, auditivos e visuais, falando e mostrando um objeto usado na atividade, ou de maneira tatil. Exem plo: quando vai comer, tocando em sua boca; quando vai pega lo no colo, tocando suas costas; deixando-o sentir a agua antes de dar- lhe o banho. As rotinas E a repetigao das atividades na mesma ordem. As atividades da rotina permitem a crianga entender o mundo e aprender atraves da repetigao. Por exemplo: se durante um tempo determinado,

sempre que depois de comer trocamos a fralda, a crianga aprendera que depois desta atividade vem outra prazerosa. Se sempre se senta no mesmo lugar para comer, ele aprendera que ali e onde come, se sempre Ihe permitimos tocar na agua com sua mao antes

de dar banho, sabera o que acontecera depois.

Um ambiente estruturado e comunicativo Um meio ambiente no qual o aluno recebe informagao sensorial com significado, tambem o ajuda a compreender o mundo, a usar seus residuos sensoriais e suas habilidades ffsicas, porque conta com os seguintes auxilios: Tateis: em paredes e pisos, de maneira que passe informagao. Na parede que se encontra certa tex tura e a que usamos para traba Ihar com as maos, se e de azulejo, e o banheiro. No piso se encontra um tapete, e a sala de tra balho; se e de madeira, e o refeitorio e se e de ceramica e o patio. Os auxilios: Tateis: permitem sensagoes de seguranga para os deslocamentos do aluno, dando- lhe uma orien-

tagao espacial. Visuais: recomenda-se considerar contrastes de cores, nao ter muita ou pouca luz, nem reflexo, porque o aluno pode prejudicar o uso do resfduo visual que pos-

sui. Sonoros: algumas texturas po -

dem aumentar a sonoridade do ambiente. Fontes sonoras guiam o aluno. Espaciais: alguns moveis estati cos ajudam a orientagao espaci al e alem disso, ajudam na aqui sigao do processo de pensamento, chamado de permanencia do objeto, porque atraves de experi encias estruturadas, em um am biente ffsico estavel, consegue entender porque mesmo mudando de posigao, o objeto se mantem ali, no seu lugar. O espago estruturado, tambem

ajuda a compreender o conceito de tempo, igual aos calendarios as antecipagoes, as sequencias e o "acabou"ao final de uma atividade. "O grau de estruturagao que requer um ambiente, pode estar determinado pelas necessidades da crianga e dos objetivos de sua aprendizagem" (BestT., 1998) Criando relagoes de confianga Estabelega, ainda que tome tempo, uma relagao de confianga, um vinculo. Isto e basico para desenvolver a comunicagao, incluindo seguir o ritmo do aluno, motivalo e esperar que responda. E importante verificar se ele esta tranquilo e seguro todo o tempo.

Permitindo e Estimulando o Uso dos Resfduos Visuais e Auditivos Os contrastes visuais sao importantes e ajudam a receber informagoes. Busque lugares aonde a estimulagao visual e auditiva sejam adequadas. Recorde que a super estimulagao pode trazer influences negativas nas condutas de qualquer crianga e isto o confunde. Assegure- se de que a informa gao tatil seja utilizada na ausencia de outra estimulagao sensori al; seja cuidadosamente controlado, de maneira que a crianga nao se assuste nem se sobressal te. Continuagao do textopublicado no numero anterior. Fonte: extraido do “Manualpara Pais e Professores - Ensino a Crianga Surdocega� - Sense International (Latinoamerica)

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espaco aberto

De que modo se sente uma pessoa quando o mundo nao o reconhece como humano o seu modo de falar, de se expressar, de andar, de se locomover, de ver, de nao ver... ? Que tipo de olhar somos capazes de enviar a alguem quando notamos, em qualquer parte do seu corpo, algo que imediatamente desencadeia em no%sas mentes um processo para ressignifica- lo, para rever seu valor humano e, na sequencia, atribuir-lhe um valor de "menos humano" ? Pode ser uma protese no lugar do olho, um brago que nao existe mais, a mancha grande e ca beluda na face. O quanto revela de nos esse olhar, ao outro, que ao mesmo tempo e analftico,

julgadoreenvergonhado ? Envergonhado porque tenta apagar vestigios do obscuro ritual que se passa em nosso mtimo. Nao que esse processo de avaliar quern e mais humano ou menos humano, 22 -

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mais normal ou menos normal, seja consciente, mas o constrangimento que ele naturalmente gera, sim. O constrangimento reflete uma verdade pouco nobre e bem escondida: somos educados para acreditar que existe uma hi-

erarquia entre condigoes humanas.

Serfamos entao um composto de percentuais variados de humanidade e devemos lidar com esta informagao sem traumas ? Bebes nascidos com sindromes geneticas sao menos humanos de que outros cujos cromossomos estao em numero e tamanho "corretos" ? Alguem sem pernas e apenas 60% humano ? Idososcom doengas neurologicas degenerativas perdem a cada dia a sua humanidade a ponto de se tornarem girafas, moscas, plantas carmvoras ?

Uma pessoa cega seria menos gente se analisada sob um hipotetico " Quadra Classificatorio de Condigoes Humanas" ? Jovens

surdos, principalmente aqueles que se expressam unicamente pela Libras, a Lingua Brasileira de Sinais, tern menos valor humano que os demais, jovens ouvintes quefalam apenas o Portugues ? Embora a tendencia seja a de responder um nao categorico e ofendido a essas perguntas, nossas praticas diarias denunciam o contrario. Refiro-me a formas sutis de discriminagao que, mesmo com o proposito de valorizar pessoas com deficiencia, acabam segregando-as cada vez mais. O simples fato de considera- las especiais ja as distancia do gozo incondicional dos Direitos Humanos, gozo que antecede qualquer norma nacional ou internacional. E aflitivo constatar a naturalida de com que nos exercitamos em atribuir um sinal "positivo" ou "negativo" para diferentes condigoes e caracterfsticas humanas. Quern nasce de um ser humano e um ser humano com o mesmo


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valor. Nascemos, portanto, incluidos no conjunto Homo sapiens. Algo pode ser mais simples de ser entendido ? Diariamente, portermos uma concepgao de ser humano minimizada, tomamos decisoes inadequadas, das mais corriqueiras as mais estruturais. Mesmo o terceiro setor tern avangado pouco quando o assunto e gente. Incluindo-me como uma trabalhadora dele, pergunto: 1 -Quern de nos costuma avali ar se o tamanho das portas dos

banheiros das organizagdes que dirigimos permite a entrada de uma pessoa com cadeira de rodas ? 2 - que organizagoes do terceiro setor tern a preocupagao de garantir que seus sites sejam

construidos com acessibilidade para programas de voz utilizados por pessoas cegas ? E eu nao estou aconselhando, aqui, que cada organizagao tenha dois sites: um comum e outro so para pessoas

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cegas, pois isso tambem nao e o que pressupoe a inclusao. Adolescentes brasileiros conti nuam sendo educados para ter desfigurado o seu conceito natural de humanidade. A maioria cresce acreditando, a exemplo de seus pais e educadores, que pessoas com deficiencia sao um deslize da natureza. Foi o que o projeto "Quern cabe no seu todos ?" Constatou ao realizar Oficinas Inclusivas pelo Brasil. Comprovamos que a maioria dos jovens com os quais atuavamos nunca havia visto de perto alguem com idade similar com deficiencia. Mesmo entre adolescentes com diferentes deficiencias ffsica, mental, multipla sensorial, havia o estranhamento e a cerimonia de quern nao se reconhece como parte de uma mesma geragao. Para esses jovens sera diffcil, mais tarde, empregar espontaneamente uma pessoa com deficiencia, isto e, sem a forga das me-

didas legais. Ou, simplesmente, atende- la em um consultorio dentario sem se sentirem constrangidos por sua cegueira, seu deficit intelectual. Ou, ainda cumprirem sem achar "caras e desnecessarias" as normas de acessibi lidade arquitetonica e de comunicagao que garantem a todos os cidadaos entrarem predios publi cos e se proteger de incendios. Expandir a consciencia social dos adolescentes e jovens brasi leiros para que nela caibam todos os humanos. Essa tern sido a minha busca e a dos projetos da Escola de Gente. De que modo se sente uma pessoa quando o mundo nao a reconhece como humano o seu modo de falar, de se ex pressar, de andar, de se locomover, de ver, de nao ver...? Esse texto eum resumo do artigo “sou humano�, de Claudia Wemeck, publicado em seu livro “Voce e gente?" (WVA Editora, 2003). Claudia ejomalista, escritora e diretora da ONG Escola de Gente - Comu-

nicagaoeindusao.

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Feneis e Drei Marc se unem para ampliar limites da comunicacao Dando continui dade ao seu projeto de criar melhores condigoes de co -

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ce esse re curso ao publico, embora ja existam

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tambem destacaram o crescente interesse de empresas ligadas a rmdia que estao descobrindo no sistema Closed Caption um inves-

gumas emissoras ofere-

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Feneis, para atender de forma mais eficaz as necessidades dos surdos. Por meio de crfticas e sugestoes, a Feneis ira indicar o melhor caminho para se obter uma comunicacao mais direta com esse publico. Durante a reuniao, realizada nas dependences da propria Feneis, os representantes da Drei Marc

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macao deal-

municagao para os surdos, a Feneis firmou recentemente um importante acordo com a empresa Drei Marc, que oferece servigos de Closed Caption. Segundo esse acordo, a Drei Marc, que atua ha mais de 13 anos no mercado, tera a consultoria da

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que determinem que todos os programas exi-

bidos pela TV possuam

timento de baixo custo e de grande retorno social. Segundo dados do IBGE, cerca de 5 milhoes de pessoas sofrem de algum tipo de perda auditiva, que pode ter origem genetica ou por doengas adquiridas ao longo da vida. Para essas pessoas e imprescindfvel que haja uma forma de compensar essa restrigao na comunicacao e o sistema Closed Caption vem preencher essa la cuna. Atualmente, apenas uma pe-

l e g e n d a s.

Nesse caso sera necessario que haja patrocinadores para as le-

gendas de cada programa. Segundo representantes da empresa, isso e muito bom, pois todo os setores envolvidos sao beneficia dos. Os surdos tern acesso a comunicacao, as empresas de legenda ampliam seus trabalhos e os patrocinadores projetam suas marcas de forma positiva. O acordo entre a Feneis e a Drei Marc preve ainda acoes no cam po do marketing social.

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lsen?ao Tributaria estimula compra de carros por PPDs Surdos Inicialmente, a lei que dava a isengao tributaria para as pessoas com deficiencia era a de n째 8.989, de 24 de fevereiro de 1995 . E era clara: somente para pessoas com deficiencia ffsica, habilitadas a conduziro vefculo. Essas tambem tern direito a isengao sobre o Imposto sobre Circulagao de Mercadorias e Servigos (ICMS) ( lei n째 6.374/89) e sobre o Imposto sobre a Propriedade de Vefculos

o motivo da discriminagao e afirma que a Receita se obriga a interpretar a legislagao literalmente, ou seja, ao pe da letra. Obviamente a comunidade surda nao gostou de ser exclufda da isengao tributaria as pessoas com deficiencia. O diretor da Federa gao Nacional de Educagao e Integragao dos Surdos (Feneis) -

Automotores ( IPVA ) ( 6.606/89). As leis que vieram em seguida ampliaram a isengao para pessoas com outras deficiencias como visual, mental e autismo, e nao necessariamente condutoras, mas nao para as que possuem deficiencia auditiva. Mesmo quern tern boa vontade para continuar ex pandindo o beneffcio nao se preocupou com a comunidade surda. E o caso do deputado estadual Romeu Tuma ( PPS/SP ) que

deficientes tern direito a adquirir carros novos sem impostos e os surdos nao ? " Ele destaca que a dificuldade de comunicagao da comunidade surda apresenta - se geralmente como empecilho para que os surdos sejam considerados em suas opinioes e reivindicagoes, ficando sem informagoes e beneffcios. "Os deputados que fizeram a lei de isengao deveriam considerar tambem os surdos e nao somente os cadeirantes e cegos, pois esse tipo de atitude reforga a exclusao dos surdos", declara. Neivaldo, destaca, ainda, que, embora uma pessoa com defici encia auditiva possa ser impedi da de dirigir, inclusive sem exercer atividade remunerada ao volante, na pratica nao apresenta dificuldade, pois, segundo ele, a

apresentou recentemente um Projeto de Lei, a Assembleia Legislativa do Estado de Sao Paulo, para que o ICMS e o IPVA sejam tambem isentos a quern pos-

sui deficiencia mas nao pode di rigir. A intengao e muito boa, mas os surdos continuam exclufdos. O auditor da Receita Federal, Luiz Monteiro, nao sabeexplicar

Regional Sao Paulo, Neivaldo Zovico, questiona: " Por que os outros

falta de audigao e compensada pela visao, em geral, privilegiada. "Todos estamos sofrendo muito com esse impedimento, pois existem muitos ouvintes que dirigem com vidros fechados e musica em volume alto e nao prestam atengao no transito, o que nao acontece com os surdos", afirma. Segundo ele, deveria haver uma preocupagao maior dos orgaos publicos em garantir a acessibilidade e inclusao das pessoas surdas, inclusive na legislagao que oferece isengao tributaria as pessoas com deficiencia, entre as quais encontram-se os surdos. Uma acentuada elevagao da aquisigao de automoveis por pessoas com deficiencia esta sendo constatada apos a aprovagao da lei n째 10.754, de 31 de outubro de 2003, que estabelece isengao do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre os carros novos. Essa e uma boa notfcia se for considerada a precariedade e insuficiencia detransportes publicos disponfveis e adequados para quern possui algum tipo de restrigao ffsica ou visual. A isengao tambem d concedida as pessoas com deficiencia mental e autismo. A lei n째 10.754 amplia o beneffcio concedido na lei anterior, a Revista da FENEIS - 25


de n° 10.690, de junho do mesmo ano, que limitava a aquisigao a vefculos movidos a alcool. A lei atual nao impoe essa restrigao. Com a isengao, a pessoa com deficiencia economiza aproximadamente 15% ao comprar o carro, fator que tern estimulado o aumento na procura de.vefculos novos. Tambem o fato da lei nao exigir que pessqa com deficiencia seja necessariamente o condutor do vefculo tern gerado maior procura. Nesse caso, ela deve nomear um representante legal que dirija o carro adquirido com isengao do imposto. Em 2002, AToyota criou o "Programa Toyota de Inclusao", para facil itar o acesso de pessoas com deficiencia aos automoveis da marca com isengao de impostos, gerando vendas de aproximadamente 7 mil vefculos durante aquele ano, em todo o Brasil. Segundo a Assessoria de Comuni cagao da empresa, em 2003, o mercado de vefculos para pessoas com deficiencia encolheu 40% em relagao ao ano anterior. Isto porque, durante seis meses, tempo em que houve suspensao das leis, os numeros diminufram para 4.250 unidades comercializadas durante o ano. Como a isengao voltou a vigorar, o mercado tende a reaquecer. Para o gerente Joao F. Oliveira, representante da marca Toyota na Concessionary Caltabiano, localizada em Sao Paulo, a isengao de impostos tern gerado aumento significative e contfnuo na procura por parte de pessoas com deficiencia. Segundo ele, a concessionary nao oferece um departa mento especffico voltado para 26 - Revista da FENEIS

atendimento dessas pessoas, mas no showroom (patio de exposi gao) todos os vendedores estao habilitados para o atendimento, desde a apresentagao do vefculo ate orientagao sobre a documen tagao necessaria para requeri mento da isengao. Oliveira atribui a maior procura nao so a lei, mas a sua divulgagao, uma vez que o desconheci mento do beneffcio restringe o acesso. "Muitos nao tinham conhecimento sobre os direitos da pessoa com deficiencia, em especffico sobre a isengao dos impostos. Presenciei pessoas que compraram vefculos automaticos usa dos, que nao dao direito a isengao, talvez por desconhecer que um vefculo novo, com a isengao, pode sair mais barato", afirma, acrescentando que "hoje, em fungao das instituigoes que fazem a divulgagao, a pessoa com defici encia tern um conhecimento maior, que a leva ao concessionary,

independente do valor do carro, e se vale da isengao dos impostos ". O gerente prefere nao fazer comparagao a perfodos anteriores, mas afirma que por mes sao vendidos cerca de 15 automoveis para pessoas com deficiencia da linha Toyota . "Nos respeitamose temos um carinho especial pelas pessoas com deficiencia. O que observamos e que em epocas anteriores, eram indivfduos que ficavam escondidos dentro de casa, sem ter acesso a nenhum tipo de informagao, lazer ou produto de consumo. Hoje as coisas mudaram muito", destaca. A responsavel pelas Vendas Especiais a Pessoas com Deficiencia de vefculos de outra marca, a

GM, MarcileneCurcia, da mesma concessionary, afirma que a isengao do IPI e realmente algo positivo a quern possui limitagao ffsi ca, mental ou visual, mas o processo para alcance desse beneffcio nao e tao simples, fazendo com que muitas pessoas desistam no meio do caminho. " E tanta

burocracia, tantos papeis, tantas idas e vindas quee diffcil mesmo perseverar ate conseguir a isengao", afirma. Marcilene atribui ao servigo publico a falta de praticidade no atendimento a pessoa com deficiencia. "Ha muita ma - vontade. Na minha opiniao, a Receita Federal deveria oferecer uma pessoa ou setor especializa do no atendimento as pessoas com deficiencia. Chega a me dar pena de ver essas pessoas indo e voltando tantas vezes", lamenta. Ela vende cerca de dez carros novos da linha GM para pessoas com deficiencia por mes. OS CAMINHOS Para o auditor da Receita Federal em Sao Paulo, Luiz Monteiro, o processo para requisigao da isengao tributary, de fato, nao e tao simples, mas e necessario para assegurar que o beneffcio seja realmente direcionado para a pessoa com deficiencia. Ele lembra que as pessoas com deficiencia mental ou autistas tern direito a isengao e podem indicar ate tres pessoas como condutoras, nao necessariamente da famflia. O carro e adquirido em nome da pessoa com deficiencia, que pode, ainda, indicar um procurador para aquisigao do automovel em nome dela, mas deve ser comprovado que a pessoa com deficiencia possui recurso finan-


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ceiro, mesmo sendo menor de idade. "O fato dele ser menor nao significa que nao tenha patrimonio; nao ha restrigao quanto a idade; se e menor, alguem pode tirar o automovel em nome da crianga ou adolescente, embora o pai ou mae e que o dirija ", afirma o auditor. Monteiro destaca que, no ano passado, a Receita recebeu, na cidade de Sao Paulo, em torno de 30 solicitagoes por mes. Atual mente sao 120. Essa e a media mensal e a tendencia e aumentar ", declara. Ele acrescenta que, por desconhecimento, muitos nao procuram, mas ha redugao substancial no prego do vefculo. A isengao e, de fato, urn atrativo, mas ha uma restrigao: o vef culo deve ficar em poder da pes soa com deficiencia por, no mfnimo, tres anos, ao fim do qual pode vende-lo e solicitar novamente a isengao do imposto. Se optar pela venda do carro antes desse periodo fica obrigada a recolher o IPI. Apesar de burocratico, todo o processo leva, em media, 30 dias para ser conclufdo. Ao final desse periodo, com a documentagao em ordem, o requerente recebe da Receita a autorizagao, em tres vias, para aquisigao do carro novo. Uma via fica na Receita, junto ao processo e as demais o requerente entrega ao fornecedor do vefculo. Essa autorizagao e valida por 90 dias. "Documentagao em ordem" significa a pessoa com deficiencia uma dose extra de paciencia. A lei e clara: a isengao e concedida as pessoas portadoras de defici encia ffsica, visual, mental severa

ou profunda, ou autistas, direta mente ou por intermedio de seu representante legal. Para a concessao do beneffcio e considera-

da pessoa com deficiencia ffsica aquela que apresenta alteragao completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometi mento da fungao ffsica. E considerada, ainda, pessoa portadora de deficiencia visual aquela que apresenta acuidade visual igual ou menor que 20/200 (tabela de Snellen) no melhor olho, apos a melhor corregao, ou campo visual inferior a 20°, ou ocorrencia simultanea de ambas as situagoes. Para ter direito ao desconto tributario, a pessoa com deficiencia deve comprovar sua condigao com laudo medico emitido por orgao de Saude publica federal, municipal ou estadual, no qual deve constar claramente que a pessoa possui deficiencia. Embora essa informagao seja obvia, muitos processos foram rejeitados pela Receita porque o laudo medico apresentava apenas o nome de uma doenga, nao esclarecendo que tipo de deficiencia era decorrente da mesma. Em poder do laudo, a pessoa deve visitar o site da Receita Federal: http/Awvw.neceita.fazenda.gGv.br, no link " guia do contribuinte", para baixar e preencher as declaragoes e certidoes necessarias para dar infcio ao processo. Sao eles: Declaragao de Disponibilidade Financeira ou Patrimonial (comprova que possui verba sufi ciente para aquisigao do vefculo), Certidao de Regularidade Fiscal (comprova que esta em dia com os demais impostos) e Requeri-

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mento de Isengao do IPI. No site e possfvel tambem ter acesso a Instrugao Normativa SRF n° 375, de 23 de dezembro de 2003, na qual a Receita expoe as condigoes e criterios para a requisigao da isengao. Toda a documentagao deve ser entregue em um Centro de Atendimento ao Contribuinte (CAC), distribufdos em todo o Brasil. Para saber um proximo de seu domicflio acesse o site da Receita nos links " institui gao " e "quern e quern". Ali ha os enderegos e telefones dos postos de atendimentos regionais da Re-

ceita Federal. ftsso-a-passo para obter a isengao tributaria: - Lera instrugao normativa n° 375 que esta no site da Receita Federal* - Baixar e preencher as declaragoes e certidoes no mesmo site: - Declaragao de Disponibilidade Financeira - Certidao de Regularidade Fiscal - Requerimento de Isengao do IPI - Laudo medico que ateste claramente a deficiencia - Entregar a documentagao em um CAC - Centro de Atendimento ao Contribuinte**

- Aguardarcomunicado da Receita ate 30 dias apos a entrega

- A autorizagao expedida pela Receita deve ser entregue na concessionaria e a compra do vefculo realizada em ate 90 dias a partir da emissao da autorizagao * http://www.receita.fazenda.gov.br - link: guia do contribuinte ** mesmo site - links "instituigao" e "quern e quern "

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por Andrea Giovanelia

Feneis e Prefeitura do Rio promovem curso gratuito para surdos O Curso de Informatica especial para pessoas surdas faz parte do projeto do Setor de Informatica da Feneis com o apoio da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, cujo objetivo e promover a inclusao digital dos surdos. E a primeira vez que pessoas surdas carentes tern acesso a area da informatica, com possibilidade da insergao no mercado de trabalho e do acesso a conhecimentos que nunca tiveram . O perfodo de realizagao desse curso foi de 15 de margo ate 23 de julho. O Projeto Feneis/Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro foi executado plenamente, tendo sido uma excelente oportunidade para concluir a capacitagao de instrutores de informatica surdos e para inserir no mercado da informatica uma

parcela significativa da populagao surda do Municfpio do Rio de Janeiro e, tambem, de alguns muni -

cfpios vizinhos. O programa foi realizado dentro do prazo e foram

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o previsto . Foram 55 registradas desistencias por motivos variados: horario de emprego, dificuldade em famflia e falta de tempo, entre outros. Cerca de 50 candidatos cadastrados aguardaram vagas. Esse curso, que ofereceu nogoes basicas de informatica, foi organi zado pelo Setor de Informatica da Feneis/ RJ ( Seinfo). Foi dividido em quatro apostilas com modulos diferentes: Introdugao a informatica, Windows, Word e Excel distribufdas gratuitamente. O Setor de Informatica esta com quase 70% da metodologia pronta para o ensino de informatica para surdos. O aprofundamento de estudos nessa area, envolvendo os profissionais e instrutores surdos de informatica, sempre foi uma preocupagao do Setor.

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atendidos um total de 218 alunos surdos (ver grafico abaixo). Os alunos frequentaram os

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pelo Brasil FENEIS Matriz Rua Major Avila, 379

Tijuca - Rio de Janeiro - RJ 20511- 140 Tel: (21) 2567- 4800 Fax: (21) 2284- 7462

feneisPvento.com.br (geral) diretfnsPvento.com.br (diretoria), rhfeneisPvento.com.br (recursos humanos)

gpIibrasPvento.com.br (grupo de pesquisa de Libras e Cultura Surda Brasileira) secontPvento.com.br (setor de contabilidade)

nadiamelloPclick21.com.br ( Revista da Feneis)

Minas Gerais Rua Albita, 144 Cruzeiro - Belo Horizonte - MG 30310-160 Fax : ( 21 ) 3225 -0088 feneis @ feneis .com .br

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FENEIS - Teofilo Otoni (MG) Rua Doutor Joao Antonio n° 115 Centro - Teofilo Otoni - MG 39800-016 Telefax: (33 ) 3521 -0233 feneistot @ bol . com.br FENEIS - Rio Grande do Sul Rua Castro Alves, 442 Rio Branco - Porto Alegre- RS 90430-130 Tel : (51) 3321 -4244 Fax : (51 ) 3321 -4334 feneisrs @ terra .com .br FENEIS - Sao Paulo Rua Padre Machado n° 293 Vila Mariana - Sao Paulo - SP 04127-000 Diretoria e TDD: ( 11 ) 5549-0507 Recepgao: 5575 -5882 Fax : (11 ) 5549 -3798

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FENEIS - Pernambuco Av. Guararapes, 178 - sala 320 Santo Antonio - Recife - PE 50010-000 Telefax: ( 81 ) 3224-0502 feneispesurdos @ ig.com.br feneispesurdos @ hotmail .com FENEIS - Distrito Federal SCS Qd 01 - Ediffcio Marcia

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A pessoa ou entidade interessada em receber os materials divulgados pela Feneis devera remeter uma correspondence informando o produto desejado com a fotocopia do comprovante de deposito do Banco do Brasil , agenda 3010-4, conta corrente 30450-6, Tijuca, Rio de Janeiro, no valor total da aquisigao. Informamos que sobre cada livro solicitado devera ser acrescentada a importance de R$ 5 (cinco reais) referente as despesas de correio. Agradecemos sua participa ao na difusao da Cultura Surda.

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Bruno Amarante

Este e Bruno Amarante Carvalho. Ele tern 2 aninhos e esta no Jardim de Infancia. Seus pais, Leonardo e Luciana Carvalho, sao surdos. Por isso, rapidinho aprendeu a se comunicar na Lingua de Sinais. Nao tern problemas para se expressar, comunicando-se bem com os amigos surdos e ouvintes da famllia. Bruno gosta tanto de ir a escola que mesmo aos sabados e domingos pede aos pais para leva -lo. So

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Muito saudavel, ele adora urn doce e vive abrindo a geladeira em busca de pudim. Feliz e sempre sorridente, o que mais gosta de fazer e brincar de correr com sua prima Tals. No momento, Bruno esta animado com a ideia de receber urn irmdozinho . "Sempre beijo a barriga da mamae", conta .

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