15 gnarus5 marilia musica e historia2

Page 1

G N A R U S | 131

Artigo

MÚSICA: LINGUAGEM, CONTEXTO E RECEPÇÃO. Por Marília Luana Pinheiro de Paiva

Resumo: Evidenciando a importância da relação da recepção e da música (se atendo as suas letras), e os aspectos sociais, políticos e amorosos que cada letra trás. Escabecemos neste artigo um paralelo entre música e receptor, tendo a música como uma fonte de interpretação e de discussão através da sua linguagem, utilizando a metodologia de análise de discurso que permite compreender, que cada discurso através de uma linguagem, possui uma ideologia e esta atrelada a uma história, perpassa elementos do nosso cotidiano e de nossas experiências subjetivas, pois a música através da linguagem constitui uma identificação com o receptor, ou seja, o ouvinte. Palavras chaves: Música, subjetividade, recepção.

A

música, mas também para pensar a música.”

relação existente entre texto, linguagem, história e música permite a compreensão destes como objetos de pesquisa para se

discutir aspectos políticos, sociais, culturais, identitários, sociológicos, entre outros. As implicações históricas da música no Brasil são apontadas por Marcos Napolitano (2002, p.5) nos seguintes termos:

“[...] a música tem sido ao menos em boa parte do século XX, a tradutora dos nossos dilemas nacionais e veículo de nossas utopias sociais, para completar, ela conseguiu ao menos nos últimos quarenta anos, atingir um grau de reconhecimento cultural que encontra poucos paralelos no mundo ocidental. Portanto, arrisco dizer que o Brasil, sem dúvida uma das grandes usinas sonoras do planeta, é um lugar privilegiado não apenas para ouvir

A música possibilita uma reflexão histórica à medida que traz elementos que as constituem e permitem essa ação; são carregadas de signos e simbologias, que através da linguagem expressam ideias e comportamentos (modos de sentir, pensar e agir) de uma sociedade através da música; nas

letras

transmitem-se

ideologias,

aspectos sociais, políticos e culturais de uma determinada época.

“[...] Como parte constitutiva de uma trama repleta de contradições e tensões em que os sujeitos sociais, com suas relações e práticas coletivas e individuais e por meio de sons, vão (re)construir partes da realidade social e cultural.” (MORAES, 1997, p 212) A música está inserida em um tempo histórico e social; as letras e a própria


G N A R U S | 132 sonoridade

das

expressam

focando necessariamente os versos das

sentimentos e emoções que atingem o

canções nas letras, está inserida em um

receptor e o identifica. A música atinge o

tempo histórico, social, e assim expressam de

individual

da

uma forma ou de outra reproduz o seu

identificação que afeta o modo de produção

contexto cultural em que a canção foi

da subjetividade. Assim, as letras das canções

produzida e reproduzida.

e

o

canções

coletivo,

através

em relação com o indivíduo proporcionam um reconhecimento com a linguagem, emoções e ideologias que estão presentes muitas vezes de forma implícita ou explicita na canção. As canções estão presentes no nosso cotidiano: uma canção que toca no rádio nos afeta de maneira por vezes inconsciente, somando-se ao modo como construímos e expressamos nossas emoções, pensamentos e atitudes. Comunicar é atingir o indivíduo em si, é um processo que se firma através da linguagem, a qual perpassa todas as camadas, invadindo todos os meios sociais. A linguagem em si,

“O sentido no contexto de cada leitura é valorizado perante os outros objetos do mundo com os quais o leitor [ou auditor] tem uma relação. O sentido fixa-se no plano do imaginário de cada um. Mas encontra, em virtude do caráter forçosamente coletivo de sua formação, outros imaginários existentes, aquele que divide com os outros membros de seu grupo ou de sua sociedade.” (JOUVE 2002 Apud THBRIEN, p. 22). Partindo da perspectiva de que o sujeito individual faz parte de toda uma sociedade de relações sociais que deve se levar em conta o contexto social e a linguagem produzida, pois traz traços de um subjetivo e de um meio social em que está situado o indivíduo; pois o indivíduo não está sozinho,


G N A R U S | 133 ele faz parte de uma rede de elementos que

sobretudo – sobre sua afetividade. As

o formam e que moldam sua percepção e sua

emoções estão de fato na base do princípio

fala, ou seja, os seus modos de sentir, pensar

de identificação, motor essencial da leitura

e agir. A psicologia social nos trás uma visão

de ficção. É porque elas provocam em nós

sobre esse panorama analisado

admiração, piedade, riso ou simpatia.

“A psicologia social mostra que o importante é o diálogo entre eu e o outro, a relação entre psiquismo individual e ambiente social; põe em evidência a ação que exercem sobre a formação das personalidades os quadros de atividade mental propostos pelo grupo a todos os indivíduos que o compõem; faz entrever menos confusamente como, em certos casos, são respostas individuais que, por seu lado, modificam o meio cultura.” (DUBY, 1999, p. 23). Ao se identificar com uma música o sujeito se caracteriza como parte dela, ou seja, muitas vezes refletindo sobre a letra o seu pessoal se tornando parte dela como subjetivamente

incorporado

a

um

reconhecimento de emoções atreladas nas letras que perpassam a letra enquanto gramática e se torna uma veículo que se aproxima do receptor, relacionando-se emoções sentimentos e afinidades com a letra e a sua representação, logo, com a canção em si, passa a ser uma representação de um fragmento individual. A música sendo composta por letras, antes estando incluída em um grupo linguístico, nos faz analisar o que esta letra transmite e representa no meio cultural que ela esta vinculada.

(JOUVE,2002, p. 19) A linguagem é o principal instrumento de comunicação

e

representação,

assim

transmite uma mensagem através da língua para um emissor, ou seja o receptor. Essa relação de comunicação, esta vinculada com a sua produção e sua exterioridade. Como Moscovici (2003 p. 35) “Nós pensamos através de uma linguagem; nós organizamos nossos pensamentos, de acordo com um sistema que esta condicionado, tanto por nossas representações, como por nossa cultura”. A música não é a-historica, ela está inserida nesse conjunto de cultura e crenças que articula-se com o individuo e sociedade e que cria representações e vincula ideologias. Assim como também trás a possibilidade de interpretações e pode ter sentidos diferentes dependendo da posição social, histórica, cultural, a partir de crenças, valores, experiências sociais, emocionais que cada indivíduo ocupa, o que vai determinar a relação que este individuo tem com a música é a posição emocional e cultural que ele ocupa. Não esquecendo que a música é uma produção cultural e as emoções produtos

O charme da leitura provém em grande parte das emoções que ela suscita. Se a recepção do texto recorre às capacidades reflexivas do leitor, influi igualmente - talvez,

sociais, que intensificam e estruturam as relações de indivíduos-sociedade, são elas as emoções que provocam mudanças e geram reflexões sobre as próprias relações em si.


G N A R U S | 134 Estas emoções estão presentes no nosso dia a

laços afetivos entre pessoas que eles

dia e são refletidas e reproduzidas nas

reconhecem; e os modos de expressão

canções. Ou seja as canções são reflexos do

emocional que eles pressupõem, encorajam,

vivido em sociedade, tanto em questão

toleram e deploram. (ROSENWEIN, 2011, p.

social, como política, econômica e relação

23).

amorosa individual que ao ser explicita na música gera uma identificação e assim uma aproximação do com o receptor, pois este último se “encontra” nas letras e na mensagem que a música trás, não apenas no aspecto amoroso, mas essa relação pode acontecer em outras esferas, como política, social, histórica. A maneira que o indivíduo se aproxima e se reconhece, ele cria uma ligação com essa música, estabelecendo uma identidade, compactuando com seus signos e

suas

representações,

gerando

uma

interlocução.

Compreendendo

que

determinadas

canções trazem letras que fazem uma crítica, assim como alusão a valores, deplorações, denuncias, insatisfações presente no país de origem, como descontentamento político, decepção com condições básicas de saúde, políticas púbicas, insegurança, violência, corrupção,

representando um desagrado

econômico, social, amoroso entre relações sujeito sociedade, e suas relações pessoais, dentre tantos outros aspectos que permeiam a nossa sociedade, e que em muitas vezes é corrompido

ou

até

mesmo

Assim surgem sujeitos que as reconhecem

desestruturalizado. As canções refletem o eu

e se identificam o que Rosenwein conceitua

poético e a sociedade. Um exemplo dessa

como “comunidades emocionais, que são

reinvindicação enquanto letra e música é

sujeitos que estabelecem ligações com estas

possível encontrar na canção.

canções”. Comunidades

emocionais

fundamentalmente comunidades sindicatos, conventos,

o

mesmo

sociais-famílias, instituições fábricas,

são que bairros,

acadêmicas,

pelotões,

cortes

“Que País É Esse”? Da banda Legião Urbana. Nas favelas, no Senado Sujeira pra todo lado Ninguém respeita a Constituição Mas todos acreditam no futuro da nação

principescas. Mas o pesquisador que se

Que país é esse?

debruça sobre elas procura, acima de tudo,

Que país é esse?

desvendar os sistemas de sentimento,

Que país é esse?

estabelecer o que essas comunidades (e os indivíduos em seu interior) definem e julgam

No Amazonas, no Araguaia iá, iá,

como valoroso ou prejudicial para si (pois é

Na baixada fluminense

sobre isso que as pessoas expressam

Mato grosso, Minas Gerais e no

emoções); as emoções que eles valorizam,

Nordeste tudo em paz

desvalorizam ou ignoram; a natureza dos

Na morte eu descanso


G N A R U S | 135

Mas o sangue anda solto Manchando os papéis, documentos fiéis Ao descanso do patrão Que país é esse? Que país é esse? Que país é esse? Que país é esse? Terceiro mundo, se for Piada no exterior Mas o Brasil vai ficar rico Vamos faturar um milhão Quando vendermos todas as almas

coloca “Quando vendermos todas as almas

dos nossos índios num leilão”. Estabelece uma forte crítica com a história e com o passando no qual a História é negada ou seja a cultura existente no Brasil é ignorada pelos colonizadores, considerando um país sem História e índios como “tabulas rasas” contraponto com o atual momento histórico que o país esta vivendo, sendo questionado o próprio futuro do país diante de tantas ações mal elaboradas, e más condutas na política do Brasil. Tomando como base a letra como um

Dos nossos índios num leilão

texto, traz considerações relevantes diante

Que país é esse?

das representações sociais daquele período

Que país é esse?

seguido pela própria vontade da mudança.

Que país é esse?

Sendo o receptor aquele que ouve e alguns

Que país é esse?1

refletem sobre ela, esta canção que está incumbida de ideologias, valores que

A letra da canção está inserida em um contexto histórico de uma época um período marcado por grandes reivindicações do próprio grupo de rock nacional que se formava, com grandes bagagens de criticas feitas também pela música popular brasileira MPB, que abarcava grandes críticas perante o regime ditatorial. A canção é escrita em 1978 e lançada em 1987¹ relatando grande insatisfação popular com o Brasil, com a corrupção, com a alienação que o governa repressor estabelecia na população assim como o próprio poder que constituía frente à

desperta uma analise sobre o contexto e que afetam o ouvinte acabando por transformálo. Segundo Zhumthor (2007, p 52) “Comunicar (não importa o quê: com mais forte razão um texto literário) não consiste somente em fazer passar uma informação; é tentar mudar aquele a quem se dirige; receber

uma

comunicação

é

necessariamente sofrer uma transformação”. Compreendendo a relação existente entre a história e a música, a canção faz refletir sobre elementos presentes no país e suas dimensões.

ditatura, o descaso com o nosso país,

A metodologia de analise de discurso

negando a sua própria história quando Russo

permite analisar as letras e o discurso, assim

¹RUSSO, Renato. “Que País É Esse”? Vagalume, 2014.Disponível em: <http://www.vagalume.com.br/legiao-

urbana/que-pais-e-esse.html>. Acesso em: 30 abr. 2014

1


G N A R U S | 136 como a ideologia que permeia o discurso nas

caracteriza, uma posição social, histórica, é

músicas, como aponta CAREGNATO, MUTTI

através da linguagem que se caracteriza uma

(2006, p. 680)

ligação com a realidade. Assim como a

A AD trabalha com o sentido e não com conteúdo do texto, um sentido que não é traduzido, mas produzido; pode-se afirmar que o corpus da AD é constituído pela seguinte formulação: ideologia +história + linguagem. A ideologia é entendida como o posicionamento do sujeito quando se filia a um discurso, sendo o processo de constituição do imaginário que está no inconsciente, ou seja, o sistema de ideias que constitui a representação; a história representa o contexto sócio histórico e a linguagem é a materialidade do texto gerando “pistas” do sentido que o sujeito pretende dar. O sentido é a prática da análise do discurso, pois leva-se em consideração que a linguagem não é transparente e está é passível de análise e de interpretação, a linguagem é o meio que o homem se comunica, transforma sua realidade e a traduz. E na linguagem que emerge a ideologia de cada sujeito atrelado ao espaço e historicidade que ele permeia na sociedade, podendo representar a sua posição e as suas concepções sendo elas implícitas ou implícitas no discurso. Segundo Foucault (1999, p. 10.)

(...) o discurso – como a psicanálise nos mostrou – não é simplesmente aquilo que manifesta (ou oculta) o desejo; é também aquilo que é o objeto do desejo; visto que – isto a história não cessa de nos ensinar – o discurso não é simplesmente aquilo que traduz as lutas ou os sistemas de dominação, mas aquilo porque, pelo que se luta, o poder do qual nos queremos apoderar. A ideologia está presente em cada discurso, pois faz parte da linguagem e a

interpretação de cada discurso de cada letra, de cada texto, é como um bosque, um jardim de caminhos que se ramificam e se difundem, porque ate mesmo quando o caminho não está definido o leito [ ouvinte] pode delinear seu próprio caminho, indo tanto para a esquerda como para a direita, levando ao estremo como o leviano, assim optando por um caminho, o ouvinte como o leitor é compelido a optar o tempo todo. (ECO, 2002, p. 12) Assim como cada receptor pode conferir significados diferentes a um mesmo discurso e a uma mesma música, dependendo da sua posição

social,

experiências

sociais

e

emocionais, porém há concepções atreladas a esses significados pois como Jouve. (JOUVE, 2002, p.25, grifo nosso) ressalta:

Na medida em que, cortada de seu contexto, a obra é raramente lida como seu autor queria, não é lógico desistir de ressaltar qualquer intenção primeira e ver apenas no texto o que se quer ver? Se não se pode reduzir a obra a uma única interpretação, existem, entretanto critérios de validação. O texto permite, com certeza, várias leituras, mas não autoriza qualquer leitura. A organização dada pelo autor do texto permite variações de leitura, mas ainda assim constituiu uma programação que deve ser respeitada pelo autor. (JOUVE, 2002, p.25, grifo nosso). Existe uma certa liberdade para cada leitor, ouvinte, ler, ouvir e interpretar uma canção, porém a direção é pré determinada pelo autor, ou compositor, o que o ouvinte faz é


G N A R U S | 137 interpreta-la conforme as suas aptidões e

Contudo a recepção, e a interpretação de

identidade, que está ligada a diversos outros

cada canção além de ser subjetiva ela

fatores culturais, que vão dar sentido

também depende de demais fatores, que vão

diferente para cada verso, para cada canção.

direcionar e complexar cada canção. Tanto

Assim Iser (1999) fomenta a respeito dessa proximidade do leitor [ouvinte] receptor e o universo paralelo da leitura e o universo, a realidade do leitor a medida em que ambos se encontram, o texto, no caso a música torna-se correlato da consciência de seu receptor, o que encaminha um rumo da leitura. Assim a relação entre o ouvinte e a letra, o receptor retira a sua consciência do mundo e insere no universo da canção. Não se esquecendo de que cada música também está atrelada ao seu tempo e espaço, pois ela é filha do seu tempo, assim como fruto de ações do tempo histórico, pois cada música esta vinculada com um período

coletivo como individuais, o abstrato e o real se ligam na medida em que provoca uma identificação com o eu-poético, deste modo o conhecimento empírico do mundo se difunde com a linguagem, na qual cria-se um elo de ligação, pois os dois universos se encontram e dessa maneira muitas vezes o receptor torna a letra da música como representação de si mesmo, ou de sua posição atual, seja ela política, social ou emocional. A música exprime emoções e capta-as,

penetrando

sentimentos

e

nos

despertando

íntimos uma

identificação e uma aceitação subjetiva, estabelecendo uma ligação receptor e autor.

da história, seguido de interpretações de indivíduos presente nessa história, seguido de uma conjuntura sociopolíticas desse tempo. Assim Ross (2011, p .12) argumenta:

Então por que se arraigou a ideia de que há algo de peculiarmente inexprimível na música? A explicação pode não estar na música, mas em nós mesmos. A partir de meados do século XIX, as plateias se acostumaram a adotar a música como uma espécie de religião secular ou política espiritual, investindo-a com mensagens tão urgentes quanto vagas. As sinfonias de Beethoven prometem liberdade política e pessoal; as óperas de Wagner inflamam a imaginação de poetas e demagogos; os balés de Stravinsky liberam energias primais; os Beatles incitam uma revolta contra antigos costumes sociais. Em qualquer momento da história, existem alguns compositores e músicos criativos que parecem deter os segredos da época.

Marília Luana Pinheiro de Paiva é graduada em História e Mestranda em Ciências Sociais Aplicadas pela Universidade Estadual de Ponta Grossa. marilia-lua1@hotmail.com.

REFERÊNCIAS CAREGNATO, Rita C. A; MUTTI, Regina. Pesquisa qualitativa: análise de discurso versus análise de conteúdo. Florianópolis: Texto Contexto Enfermagem, p. 679-684, out/dez, 2006. DUBY, George. Histoire des Mentalites. Terra mar. Portugal, 1999. ECO, Umberto. Seis passos no bosque da ficção. São Paulo: Companhia das letras, 2002. FOUCAULT, Michel. A Ordem do Discurso. 5ª ed. 1999. ISER, Wolfgang. O ato da leitura: uma teoria do efeito estético. São Paulo: Editora 34, 1999. JOUVE, Vicent. A leitura. São Paulo: Editora UNESP, 2002.


G N A R U S | 138 MORAES, José Geraldo Vinci de. Metrópole em sinfonia – história, cultura e música popular em São nos anos 30. Tese apresentada como exigência parcial para a obtenção do grau de Doutor em História. São Paulo: Universidade de São Paulo, 1997. MOSCOVICI, S. Representações sociais, investigações em psicologia social. Petropólis: Editora Vozes, 2003

NAPOLITANO, Marcos. História e música história cultural da música popular. Belo Horizonte: Autêntica, 2002 ROSENWEIN, H. Barbara. História das Emoções, problemas e métodos. São Paulo: Letra e Voz, 2011 ROSS, Alex. Escuta só: do clássico ao pop. São Paulo: Companhia das Letras, 2011. ZHUMTHOR, Paul. Performance, recepção, leitura. São Paulo: Cosac Naify, 2007


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.