5 gnarus6 damaris mulheres escritoras na inglaterra setecentista

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Artigo

A BUSCA PELO SABER: MULHERES ESCRITORAS NA INGLATERRA DO SÉCULO XVIII. Por Damaris Lima Resumo Este artigo tem por objetivo apresentar os ideais e as dificuldades que uma mulher escritora inglesa setecentista enfrentava, para isto foram analisadas biografias de duas mulheres consideradas importantes para o século XVIII (mas deixando claro ao leitor que estas não foram as únicas escritoras importantes da época), mostrando através de seus trabalhos escritos, suas dificuldades e dilemas acarretados por suas posições sociais. Jane Austen e Mary Wollstonecraft foram escritoras que ocupavam lugares opostos, mas que buscavam alcançar o mesmo objetivo: a publicação de suas obras e, consequentemente, a disseminação de suas ideias, o que nos leva a observar uma constante luta das mulheres representadas por elas para uma maior autonomia social. Pode-se dizer que a sociedade feminina setecentista é bem peculiar e heterogênea, visto que as mulheres estavam dividas em escalas sociais, logo isso diferia muito no que se refere ao seu papel social, aos seus costumes, afazeres e obviamente ao seu cotidiano de modo geral. Neste artigo é possível observar que, no século XVIII, apesar de o casamento ser aparentemente o melhor caminho para as mulheres, este não era o único.

Introdução

pais, a isto se resumia a educação feminina. No entanto, se ela fosse camponesa e não

É

possível afirmar que a vida da

tivesse muitos recursos, sua educação era

mulher inglesa setecentista está

somente doméstica, ou seja, para que ela

restrita ao privado, ou seja, a ela

soubesse ser uma boa dona de casa

cabia os afazeres domésticos, ela

futuramente, isso cabia principalmente à

não poderia interferir em assuntos do

plebe, pois a burguesia e a nobreza tinham

Estado e, por isso, ela não recebia uma

seus próprios empregados, e não havia

educação formal como os homens recebiam,

necessidade de executar esses serviços

ela poderia ter apenas alguns preceptores e

domésticos:

receber instruções intermitentes de seus


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Pois sua ocupação é prioritariamente doméstica; o cenário: a casa; sua vocação: encarnar a imagem de esposa e mãe, arraigada pela Igreja e pela sociedade civil. A exigência de honra – feita de aparência, fidelidade aos seus e a sua boa reputação – resume-o muito bem; portanto, uma dedicação constante a todos que vivem sob seu teto a destina a servir, ou seja, a cuidar: alimentar, criar, atender na doença, assistir na morte – essa é a ocupação das mulheres, que a ela se devotam gratuitamente; aliás, não se costuma reconhecer sua participação, tão frequente, na produção para melhor enaltecê-las ou gratificá-las em testamento. (CASTAN, 2009, p.407) Dessa maneira, fica clara a particularidade do papel feminino, no qual é formulado todo um modelo de mulher ideal para a era setecentista. A mulher sempre estava sujeita à Igreja, ao Estado, ao seu marido e, quando solteira, aos pais, ela não tinha sua individualidade e, quando tinha esta era limitada, sua importância na sociedade está ligada ao casamento e, consequentemente, a vida doméstica, onde ela era a principal gestora. Embora houvesse internatos para moças na Inglaterra do século XVIII, a educação

feminina

aristocracia responsabilidade

na

inglesa da

alta

e

baixa

era

uma

própria

família,

sobretudo da mãe, que normalmente contava com a ajuda de uma governanta na criação das filhas. Sobre esse aspecto Ariès (1981) ressalta que, com exceção de algumas meninas que eram enviadas às “pequenas escolas”, a maioria delas era educada em casa, ou na casa de uma parenta ou vizinha. Logo vemos como era

difícil para uma mulher que não se enquadrasse aos padrões sociais, ela era excluída da sociedade, e mal vista pela mesma. No entanto, mesmo com todas as regras impostas, vemos ao longo da história mulheres

destacando-se

peculiaridade

e

por

pela

lutar

pelo

sua que

acreditam, o que é muito importante mesmo

dentro

de

uma

sociedade

extremamente conservadora quando se trata do feminilismo. A Educação feminina A educação feminina, que ocorria pela prática e pelo costume, limitava-se ao ensino

de

algumas

prendas

exigidas

socialmente das mulheres como: a música, a literatura,

a

costura

e

aos

afazeres

domésticos.Além dos conselhos das mães, numerosos tratados de conduta tornaram-se populares

no

século

XVIII

e

eram

frequentemente utilizados na instrução das moças.


GNARUS|3 sociedade da época. A educação também foi

diretamente

influenciada

pelos

pensadores iluministas que defendiam a criação de um sistema de educação formal com bases sólidas fundamentadas na razão. Entretanto, esse ideal de educação não incluía as mulheres, pois “uma educação sólida era considerada desnecessária e acima

da

capacidade

feminina”

(VASCONCELOS, 1995, p. 90). No entanto, muitas mulheres inglesas através da sua escrita revelam uma autonomia intelectual incomum para a época. Havia mulheres que Na imagem respectivamente: Jane Austen e Mary Wollstonecraft.

A maioria dos tratados de conduta do século XVIII ensinavam que para se conseguir uma posição de honra e manter a boa imagem e, dessa forma, alcançar um casamento vantajoso, muitas mulheres (e até homens) não deveriam hesitar em dissimular defeitos e simular qualidades, já que “a hipocrisia era menos vergonhosa do que a má reputação” (ARIÈS, 1981, p. 252). Esses manuais disseminaram o ideal de atitude feminina que mostra uma mulher casta e pronta para agradar a todos, por isso apresentavam uma série de regras e sermões que reforçavam doutrinas morais e religiosas. Além disso, ensinavam à jovem senhorita aspectos domésticos para torná-la uma boa dona de casa e como se comportar em diferentes situações. No entanto no século XVIII, com a propagação do iluminismo os seus ideais geraram uma profunda

mudança

no

pensamento

europeu,

rompendo

com

paradigmas

existentes nos principais segmentos da

descreviam seu cotidiano em diários, o que facilitou

o

surgimento

posterior

de

importantes escritoras da literatura inglesa: “os diários de mulheres são mais numerosos na Inglaterra. As mulheres falam sobre si mesmas.” (FOISIL, 2009, p.321) Jane Austen: Entre a imaginação e a realidade. Apesar de a escrita literária não ser considerada uma profissão honrável para as mulheres

dessa

época,

algumas

se

destacaram nesse meio e conseguiram até mesmo serem sustentadas por seus ganhos editoriais. Entre essas mulheres, encontra-se Jane Austen, que, apesar de não ter alcançado sucesso em vida, possui uma obra literária de relevante valor para o romance inglês. Jane Austen nasceu no dia 16 de dezembro de 1775, no povoado de Steventon, Hampshire, no sul da Inglaterra. Seu pai, George Austen (1731-1805), um pároco anglicano, complementava a renda


GNARUS|4 anual da família sendo tutor de alunos que

Mansfield Park (1814) e Emma (1815). Em

moravam na sua casa durante os estudos. De

1817, após ter maiores complicações

acordo com Todd (2006), a família Austen

causadas por uma doença desconhecida, a

dispunha de uma vasta biblioteca com mais

autora foi levada a Winchester para ser

de quinhentos livros, onde Jane fizera as

tratada e lá faleceu no mesmo ano. Após a

principais leituras que contribuíram para o

sua

seu talento literário. Desde cedo, ela

Northanger Abbey1 e Persuasão, em 1818.

morte,

seus

irmãos

publicaram

demonstrou um interesse pela escrita, ao

Segundo Biguelini (2009), os romances de

criar textos, como paródias de algumas

Jane Austen são marcados por uma

obras literárias da época e peças teatrais,

descrição

para o entretenimento de sua família.

moralizador do ser humano, bem como de

A escritora teve seis irmãos e uma irmã,

suas

com

um

relações

fundo

crítico

interpessoais.

e

Seus

Cassandra, que era também sua melhor

personagens exemplificam os membros das

amiga e com quem trocou diversas cartas.

principais

Depois da morte do pai, George Austen, em

aristocracia

1805, Jane e Cassandra ficaram em situação

personagens refletem os costumes, os vícios

economicamente delicada e passaram a

e as contradições de uma sociedade onde os

depender da ajuda financeira dos irmãos.

convencionalismos eram supervalorizados,

Nenhuma das duas se casou. Alguns

delimitando,

estudiosos afirmam que Jane chegou a

sobretudo o feminino. Através de suas obras,

receber um pedido de casamento, que

podemos

inicialmente aceitou, mas logo no dia

característica da sociedade inglesa da época

seguinte recusou. O fato de não ter se

em que foram escritos. Possivelmente

casado, dificultou ainda mais a vida de

inspirados nas observações feitas pela

Austen, visto que um casamento era

autora de seu meio social.

classes e

sociais,

a

classe

assim,

o

identificar

como média.

a Tais

individualismo, facilmente

a

extremamente importante para uma moça,

As protagonistas (ou heroínas) de Austen

principalmente, para a que não possuía

pertencem à gentry2 e são jovens que

situação financeira favorável, pois nesse caso o matrimônio era uma forma de sustento econômico. O fato de depender financeiramente de seus irmãos foi um agravante para a publicação de seus livros, além do fato de ser uma mulher solteira, o que nos mostra certo preconceito da sociedade da época. Em vida, Austen publicou quatro de suas seis obras concluídas: Razão e Sensibilidade (1811), Orgulho e Preconceito (1813),

possuem aproximadamente vinte anos, a idade em que, normalmente, o matrimônio se concretizava na vida de uma mulher inglesa. No início dos romances, essas jovens estão solteiras e são apresentadas no convívio com os membros de sua família, com

os

amigos

frequentarem

os

e

os

vizinhos.

principais

1 A abadia de Northanger. 2 Pequena nobreza rural europeia.

Ao

encontros


GNARUS|5 sociais, essas moças deparam-se com seus pretendentes e, então, enfrentam uma série de situações que tipificam as pressões sociais presentes no cotidiano da vida feminina

no

século

XVIII.

Estudiosos

afirmam que Jane Austen tinha um estilo próprio literário não se adequando há um especificamente,

e

levando

em

consideração toda a riqueza de informações que suas obras possuem, vemos como ela é uma mulher a frente do seu tempo, que foi capaz de se sustentar sozinha mesmo com toda dificuldade que seu sexo e sua posição permitia. Em vida a autora não foi muito

Mary

Wollstonecraft,

para

muitos

conhecida e teve muitas dificuldades de

historiadores, foi a precursora do proto-

publicar seus livros, sendo que o primeiro

feminismo inglês. Em 1792, ela publica o

que conseguiu publicar foi com o nome de

livro A Vindicantion of the rights of

um de seus irmãos, pois a sociedade não

Woman3, causando grande polêmica na

aceitava que uma mulher sozinha poderia se

sociedade setecentista. Em sua vida adulta,

aventurar na escrita. No entanto após sua

Mary tinha boa posição social e situação

morte seus livros ficaram famosos por todo

econômica bem satisfatória, vemos então

o mundo e no século XX e XXI várias séries e

grande diferença com relação à escritora

filmes foram produzidos a partir de suas

Jane Austen, diferentemente Mary não tinha

obras deixando um rico legado. Jane Austen

dificuldades em publicar seus escritos, e eles

é um grande exemplo de que mesmo sem

rapidamente

um casamento, uma moça pode tentar

sociedade inglesa, muitas pessoas tinham

outras possibilidades dignas para sua

acesso às suas ideias.

chegavam

às

mãos

da

sobrevivência, sem ter que depender de outras pessoas.

As reivindicações de Wollstonecraft não são isoladas, se inserem num debate mais amplo, ecoando os ideais de educação, autonomia e racionalidade do movimento ilustrado inglês. A crítica iluminista aos privilégios e hierarquias tradicionais e a retórica universalista presente na defesa dos ideários de igualdade e liberdade provocaram reações contrastantes em relação às mulheres. (TAYLOR, 2003, p.45) 3 Uma reivindicação dos direitos da mulher.


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on the Education of Daughters5 (1787), que A autora foi criada por uma família

se conecta aos manuais de conduta

fortemente patriarcal, o que é bem

tradicionais ao sugerir e expor a submissão e

relevante já que a sociedade também segue

o

esse modelo em que as filhas eram muitas

considerados fundamentais para atrair um

vezes ignoradas e ficavam em segundo

bom partido. No entanto desafia a noção

plano, veio a provar-se decisiva nas suas

consagrada, pois inclui em sua obra traços

reivindicações posteriores relativamente aos

de divergência religiosa e a defesa da

direitos das mulheres. Assim, ela sai de casa

igualdade de homens e mulheres. Assim, a

numa longa jornada pela independência

obra

financeira. O que não agradou em nada a

submissão e rebeldia, afabilidade espiritual

seus pais.

e independência racional, dever doméstico

Mary Wolltonecraft trabalhou em várias

autocontrole

mostra

feminino,

dicotomias,

tais

fatores

como

e participação política.

ocupações apropriadas para uma jovem

Mary Wollstonecraft também foi bastante

solteira, tais como preceptora e ama até que

influenciada pelas Revoluções americana e

se tornou jornalista. No entanto ela teve

Francesa, inclusive alguns historiadores

que regressar a sua casa após a morte de sua

relatam que a própria deslocou-se para a

mãe, e por sua vez teve que cuidar do seu

França com a finalidade de sentir em

pai que estava doente e ainda assim cuidar

primeira mão o ambiente revolucionário e

das finanças de sua, pois tinha de sustentar

absorver os novos ideais que se impunham

financeiramente o pai e os irmãos e irmãs.

na altura. Em França conheceu o escritor

Lançou-se

sua

norte-americano Robert Imlay, com quem se

autossuficiência financeira, mas acabou

envolveu romanticamente, tendo nascido

fracassando, pois não conseguiu encontrar

uma filha bastarda fruto dessa união.

uma profissão que realmente lhe desse

Findando o romance a escritora atravessa

certo prazer.

uma fase de depressão. Mais tarde, já

então

em

busca

de

Após diversas tentativas enfim consegue

regressada à Inglaterra, casa como William

um emprego de crítica e tradutora que lhe

Godwin, autor de Enquiry Concernng

permitiu conhecer diversos textos de

Political Justice6 (1773), o qual já conhecia

Macaulay4,

a

há bastante tempo das reuniões informais

influenciar de forma decisiva a sua ideologia

de um círculo eclético de artistas, poetas e

e a desenvolver a autoconfiança em suas

revolucionários que se juntavam para

observações de cunho social, político e

debater questões políticas e filosóficas.

Catherine

que

viriam

estético presentes em seus escritos. Uma de suas primeiras obras impressas foi Thoughts 5 Reflexões sobre a educação de filhas. 4 Historiadora inglesa setecentista.

6 Investigação sobre a justiça política, escrito pelo jornalista inglês William Godwin.


GNARUS|7 Os escritos de Wollstonecraft tiveram grande importância para a sociedade, fugia

trabalho

não

é

muito

comentado

atualmente.

aos padrões da época e tinha caráter revolucionário, reivindicador que fazia com que as pessoas refletissem sobre os assuntos referentes à mulher na vida pública, com isso

Wollstonecraft

ficou

bastante

conhecida no final do século XVIII, inclusive Adriana Cracium nos diz que:

“Ela [Wollstonecraft] agora era uma intelectual pública, corajosamente entrando na briga política ao lado de radicais mais experientes, como Thomas Paine7 e da historiadora feminista Catharine Macaulay" (2002, p.9). Ela não era anônima como Jane Austen era.

Ela

tinha

voz

embora

muitos

discordassem de suas ideias, outros achavam inteligentes e até citavam em seus livros como o poeta William Blake que ilustrou

Publicação de uma das obras mais conhecidas de Wollstonecraft.

alguns escritos da autora. No entanto, Mary Wollstonecraft fugia tanto aos padrões sociais e tinha tantos ideais peculiares que

Considerações finais Ao longo da história, a escrita foi

segundo a perspectiva da época. A vida da

considerada

ensaísta

escândalos

predominantemente masculina, dessa forma

decorrentes da sua conduta, vista como

as mulheres eram retratadas a partir do

promíscua,

atitude

ponto de vista dos homens. Diante disso, a

revolucionária, o que suscitou numerosas

história se limitou a manter a mulher no

críticas de todos os quadrantes. O que

privado, isolada dos principais círculos

alguns

Mary

políticos e sociais.Contudo, a partir do

Wollstonecraft foi mãe de Mary Shelly,

momento em que a escrita passa também a

autora de Frankenstein (1818), o que nos

estar à disposição do universo feminino,

possibilita pensar que esta teve alguma

esse cenário começa a se reconfigurar, uma

influência de sua mãe que embora não

vez que as mulheres passam a utilizar a

escrevesse romances, ainda assim era uma

escrita para se lançarem num mundo quase

escritora

revolucionário,

exclusivamente masculino. A Inglaterra do

conhecida por muitos da sua época mas seu

final do século XVIII é onde estas escritoras

pautou-se e

não

de

por

pela

sabem

cunho

sua

é

que

7 Panfletário Revolucionário e político inglês.

uma

prática

viveram, escreveram e publicaram numa


GNARUS|8 época em que a escrita de mulheres

retratadas, na maioria das vezes, apenas

começava a ser mais aceita, o que pode ser

pela escrita masculina.

percebido pela grande quantidade de publicações de mulheres nesta época.

Damaris Lima é graduada em História pela Universidade Cândido Mendes (UCAM)

As obras destas autoras, como de muitas outras tratam do cotidiano a partir de um

Referências bibliográficas

ponto de vista exclusivo delas, que nos foi deixado através de seus textos. Desta forma, a literatura produzida por elas nos dá acesso à percepção de outro ponto de vista da História e da criação literária: o destas mulheres que se casavam ou não, mas que dependiam do dinheiro que a escrita lhes gerava como forma de sustento. Dentre estas autoras Jane Austen talvez seja a mais conhecida atualmente fora da academia. Seu vasto conjunto de obras trata de uma grande quantidade de assuntos, entre eles o amor, o casamento, a família e a amizade.

É tempo de efetuar uma revolução nos modos das mulheres, tempo de devolver-lhes sua dignidade perdida e fazê-las trabalhar, como parte da espécie humana, para reformar o mundo mediante sua própria mudança. (WOLLSTONECRAFT, 2000, p. 53). Considerando o contexto social inglês do século XVIII no que se refere às limitações impostas às mulheres, pode-se afirmar que essas duas mulheres citadas neste trabalho (não

somente

estas)

tiveram

certa

importância no que diz respeito aos paradigmas, não apenas por escrever, mas por utilizar a escrita para deixar as suas impressões sobre seu meio social, dando voz às mulheres de sua época, que eram

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