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Resenha

UM CONVITE A LEITURA DE “A social-democracia como fenômeno histórico”. Por Elisangela Gisele do Carmo e Egberto Gustavo do Carmo

PRZEWORSKI, A. A social-democracia como fenômeno histórico.

Resumo: A presente resenha objetiva a reflexão da natureza do movimento socialista e de que forma tal conjuntura política incidiu no desenvolvimento de outros movimentos, e posteriormente, no âmbito social dos Estados.

E

sta resenha trata-se de uma reflexão do

dos Estados. Aborda toda a conjuntura da análise de

artigo que foi traduzido e publicado em

mudanças do cenário europeu no fim do século XIX,

português, com base no livro de Adam

e que trouxeram perspectivas para a consolidação

Przeworski,

publicado

em

1985,

intitulado,

do poder dos partidos socialistas, que almejavam

Capitalism and social democracy. O autor Adam

conquistar o poder proletário, e por meio deste,

Przeworski é professor da Universidade de Chicago,

representar as massas e seus direitos.

nos Estados Unidos, cientista político e estuda a democracia e suas facetas representativas com o poder do Estado, a social democracia, a representatividade das eleições e do individualismo metodológico.

A social democracia constituiu-se da aliança de democratas radicais com a antiga classe operária socialista utópica, e lutou pelo reconhecimento dos trabalhadores como indivíduos que deveriam ter um lugar na sociedade. Para alcançar este objetivo

A obra em questão remete a reflexões

de dominação da classe atuante foram realizadas

sistemáticas acerca do desenvolvimento dos

transformações em nível político e econômico em

movimentos socialistas, correlacionando-os com os

diversos países. Porém, essas ações visavam os

movimentos capitalistas e a nova conjuntura social

direitos populares contra a verdadeira crise do Gnarus Revista de História - VOLUME IX - Nº 9 - SETEMBRO - 2018


G N A R U S | 218 sistema socialista e o proletariado, constituindo

ações

uma questão relevante, já que a burguesia deveria

impactar os partidos socialistas e seus líderes, como

abrir mão de seus direitos, em prol do bem-estar

Karl Marx, que liderou o movimento da social

dos cidadãos comuns.

democracia no final do século XIX. Nestes

Essa transição foi hipoteticamente difícil, até chegar ao momento democrático, e os socialistas tinham como crítica fundamental os inúmeros fatores de desigualdade, que abrangiam o cenário dos trabalhadores (demográficos, culturais e históricos), e afirmavam que nestes cenários havia a subestimação

do

proletariado

e

militares,

visando

pressupostos Marxistas, a teoria do trabalho seria a fonte da riqueza e da “mais-valia” do ser humano, sendo importante a determinação de categorias trabalhistas para cada cargo, em prol da luta contra a exploração. Os ideais Marxistas acreditavam que se não

classe

houvesse esta categorização, os trabalhadores não

dominante da burguesia. A consequente crença de

alcançariam a riqueza almejada, porque seriam

que uma gradual transição fosse necessária para

explorados pelos capitalistas no processo de

uma perfeita e futura democracia, devido às

produção industrial. Dentro deste contexto, os

reformas

suas

Marxistas viam a importância de um salário justo

consequências para as relações trabalhistas, seria

para as classes econômicas menos favorecidas, a

econômicas

e

pela

parlamentaristas

políticas

e

uma das explicações

fim de que esta fonte

vistas pelos socialistas

de riqueza que tanto

como uma estrutura

buscavam

que

igualitária

permeava

seria e

a

negativamente a vida

distribuição

da

e a conjuntura social

mesma

um

dos Estados e seus

equilíbrio de poder na

trabalhadores.

sociedade.

É

compreensível,

portanto,

entender

teria

Alguns economistas burgueses

como

que a previsão da

Adam Smith e David

ruptura dos direitos

Ricardo, já pregavam

centralizados

da

que o trabalho justo é

burguesia

foi

a fonte de riqueza do

concentrada

na

cidadão.

antigo

Posteriormente, este

sistema real socialista

pressuposto

quebra e

a

do

tentativa

consolidação ação

do

democracia,

de

constituiria um dos

desta

pilares do Manifesto

anel

da

Comunista escrito por

com

Karl Marx, porém em

Gnarus Revista de História - VOLUME IX - Nº 9 - SETEMBRO - 2018


G N A R U S | 219 uma direção completamente diferente. É claro que,

abstrata criadora de valor e riqueza material, que

para Marx, o trabalho também seria uma fonte de

existe na forma de valores e só poderia ser realizada

riqueza, mas apenas no capitalismo, e é

no comunismo.

precisamente aí que começa a crítica.

Para os sociais-democratas, o processo de

Este capitalismo, conforme analisado por Marx, é

produção era simplesmente um processo de

como um fenômeno historicamente específico, no

trabalho e a injustiça da sociedade se pautava na

qual o trabalho é parte de um processo metabólico

distribuição da riqueza no mundo. O trabalho de

entre o homem e a natureza, sendo que a mesma

Marx é uma crítica à essa forma de trabalho

dispõe dos recursos que o homem terá para

capitalista, que deve ser superado de maneira

produzir algo. O trabalho cria valores, e é a única

revolucionária, e não deve ser reconhecido como

fonte de riqueza, sendo então considerado, um

um parceiro da burguesia, nem ser um escape para

fenômeno historicamente específico que não

a libertação da sociedade civil.

coincide com a definição geral de trabalho argumentado pela burguesia. Esta que julgava o trabalho como ambientado pelo processo de produção, naturalizando-o como um processo escravocrata.

Marx pregava em seus ideais que não se tratava apenas de distribuir equitativamente a riqueza, medida em termos de valor, e sim, tornar igualitários os direitos civis e econômicos das classes

populares.

A

forma

historicamente

Desta forma, a credulidade de que o trabalho é a

específica de trabalho e riqueza no capitalismo foi

única fonte de riqueza, contradiz com o inebriante

atribuída indiretamente pelos conceitos da social-

capitalismo. Devido à melhoria contínua das forças

democracia e dos marxistas. Marx criticou esta

produtivas impostas pela competição capitalista,

visão incompleta do capitalismo no Volume III do

cada vez menos tempo de trabalho seria necessário

Capital:

para produzir a riqueza potencial na forma factual

poderia ser reduzido a um mínimo razoável e, ainda

“A visão que considera apenas as relações distribucionais como históricas, mas não as relações de produção, é, de um lado, apenas a visão do começo, mas ainda autoconsciente crítica da economia burguesa. Por outro lado, no entanto, baseia-se em uma confusão e identificação do processo de produção social com o processo de trabalho simples que uma pessoa anormalmente isolada teria que realizar sem qualquer assistência social. Na medida em que o processo de trabalho é apenas um mero processo entre homem e natureza, seus elementos simples permanecem comuns a todas as formas de desenvolvimento social. Mas, toda forma histórica particular deste processo continua a desenvolver os fundamentos materiais e formas sociais do mesmo.” (MARX; ENGELS, 1967, p.186).

assim, a sociedade como um todo seria mais rica.

A social-democracia sob condições monárquicas,

Deve, portanto, distinguir-se entre a riqueza nas

ainda era um partido revolucionário a qual, a partir

sociedades capitalistas, que aparece como uma

de 1918, a maior parte da demanda co-

imensa coleção de bens e cuja fonte é a obra

determinada

almejada. Ao mesmo tempo, o tempo de trabalho continua sendo a única fonte de riqueza, restringindo-a a uma forma capitalista. A partir das crises de superprodução, emerge o fato de que a riqueza capitalista requer a miséria e o desemprego em massa dos trabalhadores. Em uma sociedade comunista, por outro lado, não seria mais trabalho, mas ciência e forças produtivas, que seriam a fonte da riqueza. O horário de trabalho

pela

classe

trabalhadora

foi

Gnarus Revista de História - VOLUME IX - Nº 9 - SETEMBRO - 2018


G N A R U S | 220 realizada. O impulso social patriótico da social-

democracia, porque acreditavam que ainda

democracia, que exibia uma faceta, não era uma

estavam sob o ponto de vista da sociedade

traição à ideia de democracia social, mas era a

burguesa. No

expressão indiscriminada do programa socialista de

apresentada pelas sociedades, na qual o homem

Estado.

desejava o Estado de bem-estar social, os

Depois do nacional-socialismo, comumemente denominado de nazismo, a social-democracia assume um papel de liderança na reconstrução da razão de capital, entretanto, o movimento dos trabalhadores

e

a

cidadania

não

foram

reconstruídos. A social-democracia finalmente percebeu a ideia de socialismo, como sendo, a regra do valor, voluntariamente assumida pelos

O sucesso da social-democracia, depois de 1945, baseava-se acima de tudo em tempos de milagre defendendo

o

aumento

dos

pagamentos de suborno à funcionários, a fim de minimizar

em

doses

comportamento

homeopáticas

remanescente

rebelde

o da

população. Na prática, esses pagamentos de esmolas estavam ligados ao sucesso da economia. Historicamente, após a década de 1970, o milagre econômico se estabeleceu, dando o seu ápice em meados dos anos de 1980, em camadas eleitorais que eram tradicionalmente social-democratas. A esquerda não compreendeu todos os ideais destes partidos trabalhistas. Mas, ao contrário dos esquerdistas,

os

trabalhadores

sabiam,

por

experiência própria, que se quisesse alcançar este Estado de bem-estar, e ser apenas trabalhadores e não um proletariado revolucionário, suas ações estariam diretamente ligadas ao destino do capital doméstico. Os

devido

à

tendência

movimentos esquerdistas se fortaleceram, devido à necessidade cada vez mais de trabalhadores frente à produtividade impulsionada pelas tecnologias. Porém, o aumento de produtividade apresentava um viés negativo, porque cada vez menos trabalho era necessário para produzir, com a substituição da mão de obra humana por máquinas, assim, a queda do número de trabalhadores se tornaria um problema para o Estado de bem-estar social, já que

governados.

econômico,

entanto,

partidos

os contribuidores seriam menos e os destinatários mais. Os movimentos de esquerda iniciam ações contra esta nova realidade industrial, criticando o modelo de trabalho capitalista como sendo fruto do proletariado do século XIX. Desta forma, o avanço de outrora dos ideais socialistas que se baseavam na obtenção dos direitos das classes menos favorecidas, por meio de direitos igualitários, foi substituído pelos ideais partidários dos movimentos de esquerda, por meio da conquista do sufrágio (voto) como meio de chegar até o poder, e utilizar a democracia burguesa para representar as classes populares. O comunismo toma as ideais do socialismo, defendo que o ceticismo sobre essa inevitável transição ocorrida pelo poder do voto, ocorreria de uma forma ou de outra, e era uma maneira dos mesmos afirmarem o poder da democracia como um caminho para reformas políticas e partidárias. A fim de compreender, o poder do voto para o socialismo e seu idealismo em tomar parte dos poderes

da

esquerda,

no

início

se

representativos, pode-se identificar os termos

defrontavam, impotentes à naturalização descrita pelas relações de produção do ideal da socialGnarus Revista de História - VOLUME IX - Nº 9 - SETEMBRO - 2018


G N A R U S | 221 "transição" e "consolidação" que eram utilizados de

para a classe trabalhadora da Inglaterra, onde o

formas diferentes.

proletariado

A transição seria a real a ruptura com o sistema antigo no decorrer do tempo até as primeiras eleições livres, onde consolidariam a democracia com ideais socialistas pelos Partidos, até então representantes desta corrente, e seus direitos acima do proletariado burguês. Conforme afirma Przeworski (1988): “A participação no processo democrático é necessária se os trabalhadores quiserem estar aptos a conduzir outras formas de luta, inclusive a confrontação direta com os capitalistas. Os socialistas enfrentaram um estado hostil em que forças de repressão permanentemente organizadas estavam nas mãos de proprietários de terra ou da burguesia.” (PRZEWORSKI, 1988, p.4.)

As eleições seriam o elemento chave para a dissolução do poder absoluto da burguesia, mas ao

forma

a

grande

maioria

da

população(...)". Assim sendo, inegavelmente, o sufrágio se tornou um direito indissociável do cidadão e a sua permanência foi uma forma de sobrevivência para consolidação de um regime novo e a deflagração de vez de outras formas e sistemas autoritários, que poderiam negligenciar os direitos dos cidadãos. A força motriz da classe operária seguida pela força dos ideais socialistas logo trariam à tona a consolidação do trabalho versus a submissão proletária. A palavra democracia social apareceu como uma prática democrática dentro do socialismo para delimitar os direitos plenos da classe operária. Sob o mecanismo do socialismo aparece um novo

mesmo tempo os socialistas tinham apreensão que

modo

esta poderia manipular este meio democrático de

aprofundamento na origem liberal democrática.

eleger os representantes, colocando quem lhes

Graças a conquistas políticas nas organizações

fosse conveniente. Przeworski (1988) cita que a

trabalhistas europeias, houve o interesse comum de

pequena burguesia no intuito de ganhar votos de

uma coalizão em grupos democráticos que fez da

outras pessoas, que não os trabalhadores, formaram

questão social um item inseparável da política, e

alianças e coalizões em um governo baseado no

possíveis soluções para as causas dos trabalhadores

interesse dos trabalhadores.

que

Desta forma, a luta pelo socialismo foi com maior ênfase em países onde o sistema foi semi-

de

produção,

seriam

com

possíveis

um

com

crescente

um

Estado

democrático pautado em ideais socialistas. De acordo com as teorias de Marx, as grandes

autoritário caracterizados pela anarquia, a fraca

revoluções

institucionalização e a personalização da sociedade

indispensáveis às economias modernas e suas

civil, onde o direito ao voto trouxe mudanças

relações sociais de produção. Deve-se, portanto,

econômicas e sociais. Nestas circunstâncias, a

ter em mente que a sobrevivência democrática não

promessa das eleições para conquistar direitos

depende única e exclusivamente de uma instância,

igualitários seria uma alavanca essencial na

por exemplo, de sistemas partidários.

transição e consolidação da democracia.

socialistas

e

capitalistas

eram

Em tempos atuais a social-democracia, detém

A consolidação do sufrágio universal, como afirma

uma posição especial na história do cenário de

Marx, citado por Przeworski (1988, p. 44): "o

Partidos políticos, nos quais mantêm os valores

sufrágio universal é equivalente ao poder político

básicos e convicções fundamentais inalteradas Gnarus Revista de História - VOLUME IX - Nº 9 - SETEMBRO - 2018


G N A R U S | 222 desde os ideais Marxistas. Porque, ao longo de

competição capitalista, outras a deslegitimavam,

cerca de 150 anos de história social-democrata, os

pois a constituição da propriedade da sociedade

valores de liberdade, justiça e solidariedade, ainda

burguesa invalidava o princípio da seleção natural

estão presentes em Partidos de esquerda.

no interesse dos donos do capital.

Certamente, os valores de um movimento social podem ser ditados por razões axiomáticas. Mas a imagem do homem é moldada em maior medida por contextos sociais e históricos nos quais a ação política ocorre. Portanto, é mais apropriado, no contexto social-democrata, não falar de "a" imagem válida do homem, mas de imagens do homem

reagindo

à

contextos

históricos

modificados. Seu significado atual só pode ser adequadamente capturado se houver clareza sobre seu desenvolvimento histórico.

A decisão social-democrata pela democracia, no período entre as duas grandes guerras mundiais, criou a distância decisiva para as imagens elitistas do fascismo e do comunismo, que destruíram os direitos fundamentais. Além disso, muitos partidos de esquerda foram originados pela corrente de darwinismo social de esquerda, dando origem à discursos globais sobre eugenia e higiene racial, sendo um ponto negativo deste processo. Mesmo com estes propósitos perniciosos infiltrados nos partidos de esquerdas, os mesmos não vingaram

A imagem social-democrata do homem antes de

após a Segunda Guerra Mundial, em vez disso,

1933 não pode ser entendida sem suas raízes na

surgiram demandas pelo sufrágio universal e uma

história natural evolucionária. De fato, a teoria da

política social e educacional.

origem de Charles Darwin encontrou grande

No final dos anos de 1990, surge a figura do homo

interesse entre os trabalhadores social-democratas

economicus do neoliberalismo, com tal hegemonia

e intelectuais partidários. Mas, ao mesmo tempo, era igualmente claro que o homem não é apenas parte da natureza no sentido de seu organismo fisiológico, mas que sua vida real ocorre em uma esfera historicamente e socialmente impregnada de cultura.

legislação tributária associada e as reformas do mercado de trabalho mostram claramente a influência da imagem neoliberal da humanidade. As tendências são reconhecíveis e claramente se afastam do acordo parcial dos modernizadores

Não foi por acaso que os locais de nascimento essenciais

que a política econômica do lado da oferta, a

da

social-democracia

foram

social-democratas, como o homo economicus, e

as

enfatizam sua incompatibilidade com o conceito

associações de educação dos trabalhadores.

historicamente desenvolvido de homem e o

Tampouco, surpreende, que essa duplicação não-

horizonte de valor associado a ele (LEGGETT, 2014;

dualista tenha estabelecido a linha divisória

COHEN,

decisiva que separou a esmagadora maioria da

comportamento conforme o mercado e um estado

social-democracia do liberalismo do darwinismo de

desregulamentado sem consideração aos interesses

direita, por um lado, e do darwinismo socialista de

da sociedade como um todo, e se opõe à social-

esquerda, por outro. Ambas as correntes usavam a

democrata de que a liberdade e a igualdade

fórmula da "luta pela existência" em uma direção

constituem uma unidade compatível com um

diferente: algumas a legitimavam o princípio da

conceito de justiça social.

2014).

Tal

conceito

prevalece

o

Gnarus Revista de História - VOLUME IX - Nº 9 - SETEMBRO - 2018


G N A R U S | 223 Conflitos emergem no horizonte de valor associado à imagem do homem e que podem ser vistas não apenas entre os campos políticos, e sim na discussão interna dos partidos. Em suma, as visões

sociais-democratas

da

humanidade

enfrentam um novo desafio, no que concerne aos 150 anos de história das teorias de Marx e da social democracia.

Referências PRZEWORSKI, A. A social-democracia como fenômeno histórico. Lua Nova, v.1, n.15, 1988. LEGGETT, W. The politics of behaviour change: Nudge, neoliberalism and the state. Policy & Politics, v. 42, n. 1, p. 3-19, 2014. COHEN, D. Homo Economicus: The (lost) prophet of modern times. John Wiley & Sons, 2014. MARX, K.; ENGELS, F. Capital: The process of capitalist production as a whole. Vol. III. Nova York: International Publishers, 1967.

Elisangela Gisele do Carmo é Mestre em Ciências da Motricidade e Doutoranda em Desenvolvimento Humano e Tecnologias. Universidade Estadual Paulista (UNESP), Campus Rio Claro/SP. Egberto Gustavo do Carmo é Mestre em Neurociências e Doutor em Neurociências. Médico Coordenador da Santa Casa de Misericórdia de Rio Claro-SP. Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).

Adam Przeworski

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