63 Poemas

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Catalogação na Publicação (CIP)

Ficha catalográfica feita pelo autor G491s Gimenez, Fernando Antonio Prado, 1957 63 poemas / Fernando Antonio Prado Gimenez. – Curitiba: Fernando Antonio Prado Gimenez, 2020. 75p. ISBN: 978-65-00-02293-3  1. Poesia. 2. Literatura. 3. Literatura brasileira. 4. Poesia brasileira 1. Título CDD: 869.1 CDU: 82-1/47


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Sumário UNGÜENTO .............................................................................................. 4 NUDEZ ....................................................................................................... 5 TANKA I ...................................................................................................... 6 ESTRANHAMENTO................................................................................. 7 HAIKAI I ..................................................................................................... 8 LADOS ........................................................................................................ 9 FLUINDO ................................................................................................. 10 FEELINGS ............................................................................................... 11 REPRESENTAÇÕES ............................................................................. 12 HAIKAI II .................................................................................................. 13 UM MINUTO ........................................................................................... 14 URGÊNCIA .............................................................................................. 15 HAIKAI III................................................................................................. 16 BLUE ......................................................................................................... 17 PERMUTAÇÕES .................................................................................... 18 ESSA MENINA ....................................................................................... 19 TRANSFERIDOR, RÉGUA E COMPASSO ..................................... 20 DÚVIDA .................................................................................................... 21 DA INFÂNCIA ......................................................................................... 22 INFANTIL ................................................................................................. 23 SORRISOS ............................................................................................... 24 INFÂNCIA................................................................................................. 25


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ME DIGA VOCÊ ..................................................................................... 26 DESÂNIMO.............................................................................................. 27 PRAIA ........................................................................................................ 28 NONSENSE ............................................................................................. 29 NA VIDA ................................................................................................... 30 MEMÓRIA ................................................................................................ 31 IDENTIDADE .......................................................................................... 32 SEM NEXO .............................................................................................. 33 DITO DE MARUJO ............................................................................... 34 AO LÉU..................................................................................................... 35 FASES DA LUA ...................................................................................... 36 DIÁRIO DE BORDO ............................................................................. 37 ESCAMBO EMOCIONAL (QUASE SURREAL) .............................. 39 HELENA E EU ........................................................................................ 40 TANKA II .................................................................................................. 41 COTIDIANO ............................................................................................. 42 POESIA PROSAICA ............................................................................... 43 EXERCIMENTO ..................................................................................... 44 MAIS UM TRAGO .................................................................................. 46 BORBOLETA .......................................................................................... 48 OUTONICES ........................................................................................... 49 PASSEIO PÚBLICO............................................................................... 50 AUTORETRATO ..................................................................................... 51 DESATINAÇÃO ...................................................................................... 52 63 Poemas


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SURFE ABSTRATO ............................................................................... 53 HAIKAI IV ................................................................................................ 54 POR QUE? ............................................................................................... 55 DETERMINISMO E VOLUNTARISMO ............................................ 56 AOS 57 ..................................................................................................... 57 HAIKAI V .................................................................................................. 58 HAIKAI VI (EM SI E MI)....................................................................... 59 MÚLTIPLO EU ........................................................................................ 60 LONDRINA CHUVOSA OU PRECE D’UM ATEU ......................... 61 SEM TÍTULO ........................................................................................... 63 DESEJOS ................................................................................................ 64 CIO............................................................................................................. 65 SABOR ...................................................................................................... 66 SEM TÍTULO ........................................................................................... 67 PASSEIO SENSUAL.............................................................................. 68 DESEJO ................................................................................................... 69 HAIKAI VII ............................................................................................... 70

Fernando Antonio Prado Gimenez


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UNGÜENTO Cão atento Das folhas som do vento Sob a árvore durmo ao relento Pentimento D'alma unguento.

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NUDEZ Me dispo de tudo. Das palavras, mudo. Dos sons, surdo. Da luz, cego. Dos aromas, insensĂ­vel. Dos toques, afastado. De mim mesmo, estranho.

Fernando Antonio Prado Gimenez


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TANKA I Mar em vazante Cabelo esvoaรงante Gaivota voa rasante N'รกgua peixe brilhante Sol escaldante.

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ESTRANHAMENTO Estranho o sorriso amarelo Estranho a cara de pau Estranho o gesto armado Estranho o abraço de urso Estranho a dor da criança Estranho a desfaçatez Estranho essa placidez Estranho essa falta de ação Estranho essa desatenção Estranho essa morbidez Estranho essa falta de tato Estranho essa vida de fato Estranho até o estranhamento Que me parece um sangramento Dessa vida que não é salva Por nenhum sacramento.

Fernando Antonio Prado Gimenez


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HAIKAI I Aves e sol na manhĂŁ, Bem que vi, bem que ouvi Ecoo o bem-te-vi.

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LADOS Um lado obscuro Do qual não me curo Mas não me sinto impuro Um lado opaco Do qual não escapo Mas não me sinto fraco Um lado translúcido Do qual não me furto Mas ainda sigo lúcido Um lado sombrio Do qual não sorrio Mas mantenho o brio Um lado assombrado Do qual não brado Mas sigo pelo alambrado Um lado tangente Que me dá dor pungente Quando vejo essa gente. Fernando Antonio Prado Gimenez

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FLUINDO (Completando um tema inacabado) Me imagino fluído Escorrendo pela vida Contornando muros Esvaindo por ralos Acumulando em vasilhas Empoçando nas calçadas Represado pelas dúvidas Rompendo as barreiras Incontido como uma queda d'água Mergulhando no infinito Vaporizando o acaso Revolvendo o destino Umedecendo seus lábios Afogando as impossibilidades Me imagino fluído Já fui rio, agora sorrio.

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FEELINGS Weather is getting cold A story is being told And I'm still feeling bold. The moon is shining blue Life's storming through And I'm still found of you. Wind is becoming gale Your face is turning pale And I'm still drinking ale. The morning is so fine You are looking divine And I'm still your valentine.

Fernando Antonio Prado Gimenez


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REPRESENTAÇÕES a i b u Sempre s E depois d e s c i a De vez em quando, z

e

u

a

iu z g e v g

a

a

No meio do caminho, di s p

a

r

a

v

a.....

Para logo, em seguida, d

e

s

a

c e l e rar.

Até que encontrava o . final

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HAIKAI II Barco balanรงa Mar frio de inverno Gaivota danรงa.

Fernando Antonio Prado Gimenez


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UM MINUTO A vida ĂŠ um minuto De repente fico puto Me bate um luto Fico sem um puto Mas no meu canto luto Procuro um fruto O balde chuto

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URGÊNCIA De sorrir De você De escrever De não partir De não viver De não correr Talvez de tudo Quem sabe do quê Urgência de urgir

Fernando Antonio Prado Gimenez


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HAIKAI III (Inspirado em Leminski) Confia Todo que vigia Nostalgia

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BLUE Feeling so blue Winter nights winding cool Life makes me a fool.

Fernando Antonio Prado Gimenez


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PERMUTAÇÕES Curvas no corpo Imagens na mente Desejos na boca. Curvas na mente Imagens na boca Desejos no corpo. Curvas na boca Imagens no corpo Desejos na mente.

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ESSA MENINA Na piscina Ela me fascina Na esquina Ela me ensina Na rotina Ela me escrutina Na matina Ela me desatina Repentina Me sabatina A vida clandestina Toda a jogatina O caso com a Tina Eu? Sorrio de como se obstina Abraรงo a cintura fina Quando se atina Se entrega libertina. Fernando Antonio Prado Gimenez

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TRANSFERIDOR, RÉGUA E COMPASSO Com transferidor, caminho traço Com régua, meço meu passo Muito além do raio do compasso No ritmo que eu mesmo faço Sem medo de erro ou fracasso.

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Dร VIDA Ponto a ponto, Serรก que costuro Ou escrevo um conto?

Fernando Antonio Prado Gimenez


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DA INFÂNCIA Da varanda da casa da vó Deitado com as costas nuas, Lembro do frio piso de vermelhão. Nas tardes de muito pó Nas noites de brancas luas Voou minha imaginação.

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INFANTIL No domingo Chove Pingo a pingo

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SORRISOS Como uma brisa, sutil Daquela criança, infantil Do palhaço, de repente sumiu Me dê um sorriso É só o que preciso Para recuperar o siso Que não seja irônico Um pouco cômico Para espantar o pânico Que seja singelo Para um mundo mais belo Eu lhe apelo Assim, quem sabe O palhaço nos abre O sorriso que lhe cabe E a dor se acabe.

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INFÂNCIA Nuvens se arrastam pelo céu Cinza como papel Surge uma estrela Como se fosse um troféu Crianças brincam de passa-anel Alguém oferece pão-de-mel Fazem o maior tropel Teve também pastel.

Fernando Antonio Prado Gimenez


ME DIGA VOCÊ Se da consciência nada se esconde, Como se quebra desencanto? Como se desata desconfiança? Como se desfaz desilusão? Como se esquece decepção? Não me venha com religião Tampouco esse papo de perdão Na vida chego à conclusão De que alguns do mal são Estão além da recuperação. Assim, guardo na memória Que constrói a minha estória Diversos espantos Misturados com encantos E outros entretantos. Mas, se você tiver magia Me diga esta alquimia Para que não espere o dia Que a consciência esvazia.

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DESÂNIMO Tem dias que ele me bate Mas, não pense que me abate Sigo em frente, respiro fundo Me aprumo pro mundo Em que já vivi desencanto profundo Na mente, da vida faço revista Me inspiro no poeta, na artista Da esperança reencontro a pista Sigo em frente, que atrás vem gente.

Fernando Antonio Prado Gimenez


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PRAIA Na areia da praia Vi uma arraia Uma moรงa de saia Outra de tomara que c a i a

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NONSENSE Meio sem jeito Um pouco contrafeito Foi atrás do seu direito Pareceu teimosia Enfrentou até aleivosia Não deu vez pra apatia Fez de um tudo Até de peito desnudo Enfrentou topetudo Enfim se rendeu Sentindo que perdeu Muito mais que um camafeu Nessa vida esquisita Estamos só de visita Não há quem resista Começou sem saber como Pra acabar só faltava um gomo Que comeu o gnomo. Fernando Antonio Prado Gimenez

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NA VIDA Vou levando a vida Com graça vivida Embora haja quem duvida Fazendo o que posso Às vezes quase tenho um troço Alguém até reza um pai nosso Mas pra mim reza não faça Tampouco tolero trapaça Meu caminho o desejo traça Conservo meu sorriso Não pense que perdi o siso Faço o que quero e preciso Nas pedras tropeçando A vida vou levando Afinal, me chamo Fernando.

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MEMร RIA De repente Do passado sobrou Sรณ o que quis a mente Infeliz mente

Fernando Antonio Prado Gimenez


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IDENTIDADE Outro vejo Noutro me vejo Trovejo, relampejo, ventanejo Enfim, sem pejo Outro me vejo

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SEM NEXO Para uns, sรณ sexo Para outros, basta amplexo Neste tempo tรฃo complexo Mais um verso desconexo

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DITO DE MARUJO Conheci um tal AraĂşjo Que se dizia marujo Corcunda, parecia um caramujo Ao seu lado, um cĂŁo sabujo Me dizia o dito cujo: De mulher feia e mar revolto, fujo.

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AO LÉU Sem destino certo Busco algo incerto Não sei se está perto Ora, não me aperto Ao léu, para a vida desperto.

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FASES DA LUA Na lua cheia, Sem nem tirar meu sangue Você me exangue. Na lua minguante, Você não resiste Ao meu desejo rompante. Na lua crescente, Nos entregamos Ao amor entorpecente.

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DIĂ RIO DE BORDO Cogito Digito Quase vomito Reflito Aflito Surge algum escrito Rumino Ilumino Continuo menino Penso Senso Na viagem, tenso Tento Atento Versos invento Aborrecimento Engarrafamento Na estrada, lamento Fernando Antonio Prado Gimenez

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Escureceu Para espanto meu Meu pé adormeceu Livro já li Vou logo ali Fazer xixi. Fui...

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ESCAMBO EMOCIONAL (QUASE SURREAL) Troco uma estranheza Por um pouco de leveza Troco uma melancolia Por uma melancia Troco um ora veja Por um saco de cereja Troco um estremecimento Por qualquer sentimento Troco tanto tédio Pelo seu assédio Troco um estupor Por qualquer isopor Troco esse meu rubor Pelo seu doce sabor Troco minha loucura Por salame meia cura Nesse escambo imaginário Só não aceito sofrimento Em troca desse encantamento.

Fernando Antonio Prado Gimenez


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HELENA E EU De Helena Kolody em 1989: Invento uma lua cheia. Clareia a noite em mim. Eu em 2015: Procuro uma lua plena, Invento de uma tal Helena. Clareou a noite nela, Me ajudarรก se precisar dela.

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TANKA II Corri o mundo. De repente, parado, Olhei pela janela. Já sem fôlego, Parou também o mundo.

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COTIDIANO Sede imensa. Na geladeira, jarra. Na cama, espreguiรงa. _ Amor, estรก na cozinha?

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POESIA PROSAICA Vendo um bule Para no jóquei clube Apostar uma pule. Vendo um coador Para na loteria Tentar ser ganhador. As xícaras? Não vendo! Pode ser que no café turco A sorte acabe vendo. (Depois de ver João Cabral em Recife-Sevilha de Bebeto Abrantes)

Fernando Antonio Prado Gimenez


EXERCIMENTO Sem sentimento Nรฃo hรก alento Sรณ esquecimento. Falta talento, Sobra tanto vento, Eita! Que arrependimento. Esmorecimento, Amor no cimento Aborrecimento. Momento, Comento, Corrimento, Sofrimento, Adiamento, Espantamento. Vida em tempo lento Segue rumo de catavento, Sem pressa, apenas pressentimento.

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Excitamento, Esclarecimento, Estabelecimento, Embelezamento, Em andamento. Seu descobrimento Trouxe iluminamento, E algum sombreamento. Estranhamento, Enlouquecimento, Despertamento Enfim, nesse caminhamento Surge acabrunhamento De quem que do poetamento NĂŁo sabe o fazimento.

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MAIS UM TRAGO Um dia vi um anjo. Como disso pouco manjo, Pode ser que fosse arcanjo. Sem asa, tocava um banjo. Me disse: O mundo precisa de arranjo. Não me pareceu um anjo torto, Não me mandou ser gauche na vida. Me serviu vinho do Porto, Perguntou como ir ao horto. Fiquei absorto: Será que estou morto? Veja só que disparate, Disse o anjo em cheque mate: Criança que é engraxate, Cachorro que muito late, No fraco alguém bate, Talvez até mate! Violência por toda parte, Viver é um embate! Qual será o arremate Desta vida que nos abate? Dessa vida tão biscate? 63 Poemas

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Na boca um travo amargo, O anjo se pĂ´s ao largo, E eu pedi mais um trago.

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BORBOLETA No aeroporto Passa borboleta Em vôo solitário Leva, consigo, meu imaginário: Será que em seu destino Torre de controle Evita desatino? No aeroporto Fico absorto!

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OUTONICES Tempo sombrio Me desfolho Mas nĂŁo perco o brio Tempo soturno Me desfolho Com vento noturno Tempo apressado Me desfolho Estou cansado Tempo de outono Me desfolho Antes do sono Vai outono vai, Deixa o inverno chegar, Pra depois primaverar.

Fernando Antonio Prado Gimenez


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PASSEIO PÚBLICO Vamos amor? Mariposa matinal Vende sexo banal. Agora não, flor! Responde velho Galanteador. Já é outono! Folhas amarelas Nas passarelas. No banco frio, À sombra da figueira, Da cena rio. Sorrio, sou rio. Aquele que passa Por quem também passa.

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AUTORETRATO Não trovejo, Tampouco relampejo Apenas vejo. Não chuvisco Nem faço rabisco Pra não correr risco. Sei que medito Às vezes, tenho dito Me prefiro escrito.

Fernando Antonio Prado Gimenez


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DESATINAÇÃO Desatinação, minha intenção. Desafinação, destinação, Desatenção, desativação, Do corretor, tanta sugestão! Desafinado, (pré)destinado, Desatentado, em teimosação, obstinado Desativei, do corretor, impertinação. Enfim, escrita sem intervenção!

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SURFE ABSTRATO Alguns no mar surfam, Outros sรณ no concreto. Nas ondas do pensamento, Abstrato surfo eu.

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HAIKAI IV Pensamento voa, Mente de vaga em vaga Divaga à toa.

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PORQUÊS Leio porque está escrito Ouço porque é sonoro Tateio porque é concreto Vejo porque é reflexo Penso porque é preciso Escrevo porque há palavras Mas, vivo por que mesmo?

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DETERMINISMO E VOLUNTARISMO Quis tanto ser outros que imaginaram. Mas, sรณ posso eu ser. Me quiseram ser tรฃo diversos outros. Mas, insisto eu ser.

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AOS 57 Serenidade: escolha ou destino nessa idade?

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HAIKAI V Entardecendo, no tear do destino vivo tecendo.

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HAIKAI VI (EM SI E MI) Ensimesmado pensava em si, em mi(m), enmimesmado.

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MÚLTIPLO EU De muitas partes, tentei me fazer uno. Não tive artes! Para uns, sou um. Para outros, outro sou. Pra você, mais um? (Inspirado no Ferreira Gullar)

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LONDRINA CHUVOSA OU PRECE D’UM ATEU Premonitória, nuvem escura surge nesta história. Sempre buscando, ao longo desta vida, algo impreciso. Tal como rio, nesta cidade natal nada é igual. Em suas margens, muito à distância, vejo miragens. Foi no passado, vir a ser no presente algo pensado? Fado, destino? Escolha de caminho? Sorte ou tino? Fernando Antonio Prado Gimenez

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Crio passado, imagino um futuro, presente me passo. Houvera deus confortável seria na hora d'adeus? Mas tal figura, sinto muito, não passa de criatura! Minha resposta, se interessar possa, será exposta. Faço o que posso, pode não ser muito, mas remorso não há. O que significa a nuvem que na prima estrofe fica? Nuvem escura de imagem se torna em água pura! 63 Poemas

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SEM TÍTULO Poesia é silaba é métrica. Sempre verso talvez rima. Inverso proseio sem rima poeto. (Inspirado em Affonso Romano de Sant'Anna)

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DESEJOS Quero um dia preguiçoso, com um tempo ocioso. Quero um momento precioso, com um nada fazer manhoso. Quero um instante carinhoso, com um beijo fogoso. Quero um agora amoroso, com um cafunÊ gostoso. Quero um lance libidinoso, sem nada doloroso. Pro tempo passar vagaroso, muito lentoso. Ah! Estou tão desejoso!

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CIO Toda sua pele Meu desejo eriça Todo seu cheiro Minha alma enfeitiça Toda você É minha cobiça Todo seu corpo Meu cio atiça Saciado, me entrego À doce preguiça.

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SABOR Seu sexo sabe a melado Me lambuzo por todo lado Seu sexo sabe a hortelã Me inspiro toda manhã Seu sexo sabe a anis Me lembro de sonhos juvenis Seu sexo sabe a chocolate Me escondo do cão que late Seu sexo sabe a manga Me enrosco em sua canga Seu sexo sabe a uva Me derreto em sua vulva Seu sexo sabe a jambo Me acordo todo mulambo Seu sexo sabe ao que quero Me entrego sem lero-lero Seu sexo sabe a loucura Me salvo, é minha cura. 63 Poemas

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SEM TÍTULO Em meu cio, De você Me vicio. Em minha ânsia, Por você Minha ganância. Em meu logo, Em você Me afogo.

Fernando Antonio Prado Gimenez


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PASSEIO SENSUAL Busco meio De em teu seio Dar um passeio. Me incendeio Sem nenhum receio De ti não apeio. Sem rodeio Teu corpo é veio Que sacia meu anseio.

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DESEJO A esmo, em ti mesmo, me arrasto como lesmo. Brilhante, em ti bacante, meu rastro marcante. Pegajoso, em ti meu gozo, enfim pouso.

Fernando Antonio Prado Gimenez


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HAIKAI VII Falo ereto, mas você não me ouve. Sofro concreto!

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Fernando Antonio Prado Gimenez ĂŠ londrinense, professor universitĂĄrio e escritor. Publica seus escritos em dois blogs: https://umhaikaiaodia.blogspot.com/ https://brevestextos.blogspot.com/

Fernando Antonio Prado Gimenez




63 Poemas

ISBN 978-65-00-02293-3 


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