FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE MINAS GERAIS – FIEMG SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI DEPARTAMENTO REGIONAL DE MINAS GERAIS – DR/MG
FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE MINAS GERAIS – FIEMG
Olavo Machado Júnior PRESIDENTE DO SISTEMA FIEMG COORDENAÇÃO GERAL Cláudio Marcassa DIRETOR REGIONAL DO SENAI DR-MG Luiz Eduardo Notini Greco GERENTE DE COORDENAÇÃO OPERACIONAL Edmar Fernando de Alcântara GERENTE DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL Ricardo Aloysio e Silva GERENTE DE INOVAÇÃO E TECNOLOGIA ORGANIZAÇÃO Ligia Fátima Xavier ELABORAÇÃO Elaine Chaves de Almeida - Supervisora Técnica - SENAI ACR Juliana de Souza Rossi - Pedagoga - SENAI Cegoteg Ligia Fátima Xavier - GEP Luciene Maria de Lana Marzano - GEP Natália Trindade de Souza - Instrutora de Formação Profissional – SENAI Cetel REVISÃO Luciene Maria de Lana Marzano – Gerente do Núcleo Pedagógico – NUPED/GEP PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Thaís Souza do Amaral - NEAD/GEP
ÍNDICE 1. POR QUE O SENAI EXISTE?
6
2. EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
8
2.1 Documentos Normativos 3. PRINCÍPIOS EDUCACIONAIS
10 11
3.1 Concepção de Educação
11
3.2 Ensino para adultos – Andragogia
11
3.3 Metodologia SENAI de Educação Profissional
12
3.4 Fundamentos e Princípios da a prática docente
14
3.5 Aplicação da metodologia pelo docente.
14
3.6 Situações de Aprendizagem
14
3.7 Mediação da Aprendizagem
15
4. PAPÉIS E FUNÇÕES NA ESCOLA
18
4.1 Papel do Instrutor
20
4.2 Competências do Instrutor
22
4.3 Outras atribuições
22
4.4 Perfil adequado do instrutor
23
5. PLANEJAMENTO DO ENSINO
25
5.1 Objetivo e Importância do Planejamento
25
5.2 Documentos que subsidiam e o planejamento e a prática pedagógica
25
5.3 Diagnóstico da Realidade
26
5.4 Definição do tema e preparação do ambiente
26
5.5 Planejando as práticas profissionais
27
5.6 Estratégias de ensino
27
5.7 Situação-Problema
28
5.8 Aula Expositiva
31
5.9 Estudo Dirigido
32
5.10 Projeto
33
5.11 Pesquisa Aplicada
35
5.12 Estudo de Caso
36
5.13 Trabalho em Grupo
38
5.14 Painel Integrado
39
5.15 Grupo de Verbalização e Grupo de Observação – GV-GO
39
5.16 Estratégias que propiciam a produção de grande quantidade de ideias em prazo curto 39 5.17 Educação a Distância
40
5.18 Material Didático
40
5.19 Recursos Audiovisuais
41
5.20 Organização dos ambientes
45
5.21 Sala de aula
45
5.22 Oficinas e Laboratórios
45
6. QUEM É O SEU ALUNO?
47
7. MINISTRANDO AULAS
47
7.1 Aprendizagem Significativa
48
7.2 Postura do instrutor em sala de aula
49
7.3 Relação instrutor-aluno
51
8. PROCESSO DE AVALIAÇÃO
53
8.1 Avaliação da aprendizagem
53
8.2 A importância da avaliação para o instrutor
54
8.3 A importância da avaliação para o aluno
55
8.4 Instrumentos de avaliação
55
9. AVALIANDO A AULA
63
9.1 Como avaliar a aula
63
9.2 Sistema de Avaliação da Educação Profissional (SAEP e Provão)
65
9.3 Tratamento dos resultados da Avaliação
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9.4 Dificuldades de aprendizagem
67
9.5 Recuperação paralela e final
68
9.5.1 Recuperação paralela: pensando na sala de aula
68
9.5.2 Recuperação Final: Pensando na sala de aula
68
10. ESCRITURAÇÃO ESCOLAR
68
10.1 Diário de classe
68
11. CONSIDERAÇÕES FINAIS
71
12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
73
PALAVRA AOS INSTRUTORES Caro Instrutor, Seja bem-vindo! Este é o “Manual do Instrutor do SENAI DR/MG” – um documento elaborado para nortear suas ações e reflexões acerca do desenvolvimento de suas atividades. A proposta é que você tenha este documento como um orientador para o seu trabalho. Este Referencial foi elaborado por uma equipe constituída por consultores da Gerência de Educação Profissional: pedagogas das escolas, supervisores técnicos e, principalmente, instrutores. Ao construir esse documento, propusemos um diálogo de fácil leitura e interação, na qual as informações deverão subsidiá-lo em suas atividades no cotidiano da escola e da sala de aula. Oferecemos um conjunto estruturado de informações capazes de orientar o processo de planejar, desenvolver e avaliar o ensino e a aprendizagem, dentre outros temas importantes para o desenvolvimento do seu trabalho. Esse documento não é isolado, nem determinante dos demais acontecimentos na escola. Tenha-o como um orientador; aproveite-o; busque informações além do que está proposto; interaja com sua equipe. Você verá que as informações aqui contidas fazem parte do seu dia a dia, sem a pretensão de esgotar todos os assuntos. A proposta é dar uma contribuição para a melhoria contínua da qualidade dos serviços educacionais. Caminhe por este documento refletindo continuamente sobre a sua prática e suas ações pedagógicas. Edmar Fernando de Alcântara Gerente de Educação Profissional
Manual do Instrutor do SENAI | DR/MG | 5
O SENAI E SUA CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO 1. POR QUE O SENAI EXISTE? Em novembro de 1937, o então Presidente da República Getúlio Vargas outorga a Nova Constituição, que preconizava no seu artigo 129, o seguinte texto: “É dever das indústrias e dos sindicatos econômicos criar, na esfera de sua especialidade, escolas de aprendizes destinadas aos filhos de seus operários ou de seus associados.1” Naquela época, vários fatos aconteciam no Brasil, caracterizando um período de instalações das indústrias de base ou de produção que viriam a desencadear os seguintes fatos: • O crescimento e a diversificação da indústria; • A necessidade de mão de obra qualificada, pois os cursos existentes não na época atendiam nem em quantidade, nem em qualidade à demanda da indústria. Os acontecimentos influenciaram decisivamente na criação do Senai, instituído pelo Decreto-Lei nº 4.048, em 22 de janeiro de 1942, com o objetivo de suprir a demanda da indústria por recursos humanos qualificados. O momento coincide com o fim da oligarquia cafeeira e o início da expansão da produção industrial no país. A Aprendizagem para menores foi a primeira modalidade formativa do Senai, criada pelo Decreto-Lei 5452 de 1º de maio de 1943. A segunda modalidade desenvolvida para as empresas foram os cursos de Qualificação Básica. As demandas apresentadas pelos setores de metalurgia, metal-mecânica e eletroeletrônica começavam a ser supridas. Os anos 50 foram cruciais para o Senai e sua relação com a educação profissional. Mesmo a administração sendo descentralizada em Departamentos Regionais, a instituição manteve a unicidade de objetivos institucionais. E já na década de 60 o Senai consolida sua imagem. Com a crise econômica do final dos anos 80 e a globalização, surgem novas formas de organização do trabalho, com impactos significativos nos perfis profissionais dos trabalhadores. O mercado se torna mais exigente: a formação profissional mais ampla, passando de posto de trabalho para ocupação profissional; o foco das competências profissionais se volta também para a dimensão humana e a gestão, dentre outros. No final da década de 90, o Senai adota novo modelo educacional, pautado pelos pilares da educação, privilegiando o “saber fazer”, o “saber ser”, o “saber aprender” e o “saber conviver”2. No cenário tecnológico, as mudanças foram rápidas. A preparação de profissionais com base educacional mais sólida, com flexibilidade e criatividade se tornou urgente. O contexto inovador e desafiador, em termos educacionais, foi reconhecido com a aprovação da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96. Acompanhando as inovações tecnológicas e educacionais, na virada do século XX, o Senai implantou diversas ações estruturantes na instituição:
1 Trecho retirado da Constituição dos Estados Unidos do Brasil de 10 de novembro de 1937. 2 Plano Diretor do SESI/SENAI inspirado em Jacques Delors – Um tesouro a descobrir.
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• Planejamento estratégico; • Prospecção de mercado para levantamento de demandas dos setores industriais; • Expansão dos tipos de serviços prestados para as empresas; • Utilização dos recursos tecnológicos diversos e das tecnologias de informação; • Educação profissional com base em competência; • Certificação profissional baseada no desenvolvimento de competências profissionais; • Diversificação da oferta formativa; • Incremento das alternativas de educação a distância; • Realização Da Olimpíada Do Conhecimento e • Oferta de cursos superiores de tecnologia. O Senai DR/MG adota um sistema de ensino-aprendizagem que privilegia a aproximação com o mundo do trabalho, o desenvolvimento do potencial empreendedor e gerencial e a capacidade de promover metodologias de trabalho orientadas para os novos paradigmas de produção, com atuação marcante nas seguintes áreas profissionais:
Alimentos e bebidas
Metal-mecânica
Automação
Metrologia
Automotiva
Minerais não metálicos
Celulose e Papel
Mineração
Construção
Petróleo e Gás
Couro e Calçados
Polímeros
Eletroeletrônica
Química
Energia
Refrigeração e climatização
Gemologia
Segurança do Trabalho
Gestão
Tecnologia da Informação
Gráfica e editorial
Telecomunicações
Logística
Têxtil e vestuário
Madeira e mobiliário
Transportes
Meio ambiente
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2. EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA Agora que você já conheceu a história do Senai, está na hora de entender um pouco mais sobre a educação profissional, que é a principal área de atuação da instituição. Educação profissional e tecnológica é a modalidade educativa que se integra a diferentes níveis e modalidades de educação e a dimensões do trabalho, da ciência e da tecnologia. Abrange os cursos de formação inicial e continuada; de educação profissional técnica de nível médio; de educação profissional tecnológica de graduação e de pós-graduação. (LDBEN, art. 39). De acordo com a publicação do Senai - Departamento Nacional (SENAI-DN), “Classificação das Ações Senai”3, as modalidades de Educação Profissional e os respectivos programas estão organizados da seguinte maneira:
TIPOS DE CURSOS OU PROGRAMAS MODALIDADES
EDUCAÇÃO PARA O TRABALHO
Iniciação Profissional
FORMAÇÃO INICIAL
EDUCAÇÃO TÉCNICA DE NÍVEL MÉDIO
EDUCAÇÃO SUPERIOR
FORMAÇÃO CONTINUADA
X
Aprendizagem Profissional Básica
X
Qualificação Profissional Básica
X
Aprendizagem Industrial Técnica
X
Qualificação Profissional Técnica
X
Habilitação Técnica
X
Qualificação Profissional Tecnológica
X
Graduação Tecnológica
X
Graduação Bacharelado
X
Extensão
X
Pós-graduação “lato sensu” Especialização
X
Pós-graduação “strictu sensu” Mestrado
X
Aperfeiçoamento Profissional
X
Especialização Profissional
X Figura 1 - Modalidades e Programas Fonte: Classificação das Ações Senai 2009 p. 19.
3 SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL. Departamento Nacional. Classificação das ações do SENAI/SENAI.DN. – 2. ed. – Brasília, 2009.
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No Senai DR/MG, a oferta de Educação Profissional compreende: Iniciação Profissional I - Educação para o Trabalho
É a ação de educação para o trabalho destinada a jovens e adultos, independentemente da escolaridade, que visa despertar o interesse pelo trabalho e preparar o aluno para o desempenho de funções básicas e de baixa complexidade de uma ou mais profissões. Aprendizagem Industrial Programa desenvolvido por meio da oferta de cursos destinados a adolescentes e jovens na faixa etária de 16 a 24 anos, que, durante a permanência no curso, podem ser encaminhados para contrato de aprendiz, conforme demanda das indústrias.
II – Formação Inicial
Qualificação Profissional Básica Cursos que se destinam às pessoas que ainda não têm competências da área profissional desejada ou que tenham a necessidade de se requalificar. Em virtude das mudanças tecnológicas e organizacionais, que alteraram significativamente o perfil profissional no qual atuava, este curso é uma oportunidade para as pessoas obterem uma nova qualificação. Aperfeiçoamento Profissional
III – Formação Continuada
Cursos que visam ampliação ou complementação ou atualização de competências de um determinado perfil profissional. Destinam-se às pessoas que dominam competências da área profissional na qual o conteúdo de formação do curso se insere, mas precisam se reciclar ou atualizar. Educação Profissional Técnica de Nível Médio
IV – Educação Técnica de Nível Médio
Cursos que se destinam aos alunos matriculados ou egressos do ensino médio, com o objetivo de proporcionar habilitação, qualificação, aperfeiçoamento e especialização em domínios de competências de nível técnico. Graduação Tecnológica
V – Educação Superior
VI – Certificação Profissional de Pessoas
Os cursos superiores destinados aos egressos do Ensino Médio e Técnico. Compreendem a formação de tecnólogos, bacharéis e licenciados. Trata-se do processo de reconhecimento formal das competências de um profissional, independentemente da forma como tenham sido adquiridas – em ambiente escolar ou com a prática profissional. O objetivo é avaliar, reconhecer e certificar a qualificação para o exercício profissional em determinado campo de atividades.
Saiba mais: Leia a publicação do Senai - Departamento Nacional: Classificação das Ações Senai 2009, disponível em www.senaibr.com.br
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2.1 DOCUMENTOS NORMATIVOS Para embasar o desenvolvimento da Educação Profissional dentro das escolas profissionalizantes do Senai DR/MG são utilizados vários documentos normativos. Documentos normativos são aqueles de caráter legal e institucional que referenciam a operacionalização da educação nacional, bem como da Educação Profissional. Tais documentos são de suma importância para as ações de educação desenvolvidas na escola. São eles: a) Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN - é a Lei Federal mais importante da educação nacional, porque nela se estabelece toda a estrutura do sistema de ensino, bem como as ações educacionais. Portanto, tudo o que fazemos na escola está diretamente relacionado com essa lei. O Plano Diretor, o Regimento e a Proposta Pedagógica estão todos em consonância com essa legislação. A partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - 9394/ 96, outras legislações pertinentes, como decretos, portarias e resoluções, exprimem como a LDB deve ser aplicada. Para conhecer as legislações pertinentes à educação profissional, procure a pedagoga de sua escola para obter orientação. b) Plano Diretor: é o documento institucional do Sesi e do Senai. O Plano Diretor define os princípios pedagógicos que deverão embasar os processos educacionais desenvolvidos nas escolas. Esse documento é uma referência para os programas de desenvolvimento e projetos das escolas. c) Diretrizes Senai DR/MG: é o documento que determina normas essenciais para a gestão da escola, nos serviços de educação profissional e nos serviços técnicos e tecnológicos. É um documento que deve ser consultado cotidianamente, pois orienta o dia a dia da escola. É necessário que você conheça as diretrizes do Senai para saber o que a escola deve seguir para se organizar. d) Regimento escolar: é o documento que normaliza e organiza a escola à luz das legislações educacionais. Define os princípios pedagógicos da instituição e o funcionamento das escolas na oferta de serviços educacionais. O regimento escolar é muito importante para você, pois orienta todas as ações de execução dos cursos oferecidos pela escola. É o documento que instrui na elaboração da proposta pedagógica da escola. Em relação ao desenvolvimento de cursos, tudo o que a escola realiza deve estar em consonância com o próprio regimento. Por sua vez, o regimento escolar está pautado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – 9394/96 que é a lei maior da educação. e) Proposta Pedagógica: é elaborada pela Gerência de Educação Profissional e pela escola, com a participação da comunidade escolar. É o documento que operacionaliza o que está disposto no regimento escolar, especificando as finalidades da escola, a estrutura organizacional, as relações de trabalho, a relação aluno-instrutor, os processos de decisão, o tempo escolar, a organização dos alunos, a organização curricular, os processos de aproveitamento de estudos, classificação, reclassificação, a linha metodológica da ação pedagógica, as estratégias de trabalho, de avaliação e de recuperação, as atividades culturais, o lazer, as atividades de convívio social, dentre outros. A proposta pedagógica e o regimento escolar devem ser obrigatoriamente lidos e conhecidos por todos os instrutores. Os dois documentos definem como a escola deve funcionar. O conteúdo da proposta deve necessariamente passar por revisões anuais e contar principalmente com a participação dos instrutores em sua construção e revisão. A atividade de revisão é coordenada pela pedagoga da escola. f) Manual de Escrituração escolar: É o documento que determina as normas e os procedimentos a serem observados pela escola. O manual contém o registro sistemático dos fatos relativos à prestação de serviços educacionais. O documento mantém toda a documentação escolar organizada e atualizada. As informações contidas no manual de escrituração escolar devem ser fidedignas aos fatos registrados. Você deve conhecer o Manual de Escrituração escolar, instrutor, pois ele contém todas as informações e regras para o uso do diário de classe, o aproveitamento de estudos, a reclassificação, dentre outras informações que podem ajudá-lo a compreender como se organiza a escrituração da escola. Para conhecer o manual, procure a secretária de sua escola. 10 | Manual do Instrutor do SENAI | DR/MG
3. PRINCÍPIOS EDUCACIONAIS Os princípios educacionais são os pressupostos pedagógicos que norteiam as ações do Senai DR/MG. Como instrutor, você deve desenvolver sua prática docente relacionada com o que acredita ser essencial para a aprendizagem de seus alunos e para aperfeiçoar sua prática. Para tanto, é necessário compreender os princípios que norteiam a educação no Senai DR/MG.
3.1 CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO O Senai DR/MG acredita em uma educação orientada por quatro pilares. Segundo a Unesco, a educação deve contemplar as dimensões do novo século para formar o cidadão: Aprender a Conhecer, Aprender a Fazer, Aprender a Conviver e Aprender a Ser. Todas as concepções filosóficas que norteiam o trabalho escolar estão de acordo com o Plano Diretor do Sesi/Senai. A educação é percebida como instância de desenvolvimento da cidadania, por excelência, e como base para a construção sócio-histórica de cada indivíduo. É com essa premissa que o Plano Diretor do Sesi/Senai concebe a educação, pautando-a pelos fundamentos relativos às finalidades da educação nacional e à função social da escola. Falar sobre desenvolvimento do cidadão implica relações pedagógicas centradas no trabalho cooperativo, no respeito mútuo e na autonomia da troca de experiências. A mediação do instrutor é fundamental e deve assumir a forma de intervenção, de questionamento e de orientações aos alunos, buscando atingir os objetivos da educação. A prática educacional deve se basear nas relações pedagógicas na sala de aula, no planejamento de ensino, nas estratégias didáticas e na avaliação do processo de ensino e aprendizagem. Nesse sentido, exige-se do instrutor uma preparação com base educacional mais sólida, com flexibilidade e criatividade.
3.2 ENSINO PARA ADULTOS – ANDRAGOGIA A maioria do público atendido pelo Senai DR/MG é adulta. Diante deste cenário, é de extrema importância abordar o termo Andragogia. É a união de duas palavras de origem grega: andros (homem) e gogia (condução, auxílio, ensino). Portanto, significa ensino para adultos – um conceito de educação que busca promover a aprendizagem por meio da valorização da experiência. O conceito existe para lembrar a você, instrutor, que durante as atividades de ensino, é importante estar atento ao público de sua aula. A linguagem dirigida ao jovem deve ser diferente da utilizada com o adulto. Cada um necessita de atenção e principalmente da valorização da vivência. A aprendizagem deve ser estimulada para tornar os conhecimentos contextualizados. Diante disso, alguns aspectos são importantes para o planejamento e a condução das aulas:
O desejo de aprender
Adultos estão dispostos a aprender, desde que compreendam a utilidade do que aprendem para ligar essa aprendizagem aos problemas reais da sua vida pessoal e profissional.
A experiência e a aprendizagem
Os adultos possuem uma experiência que deve ser observada e considerada. Em numerosas situações de formação, são os próprios adultos com a sua experiência que constituem o recurso mais rico para as próprias aprendizagens.
Orientação para a aprendizagem
A aprendizagem para os adultos deve ser orientada para a resolução de problemas e tarefas que confrontem com o seu dia a dia (o que desaconselha uma lógica centrada nos conteúdos).
A Motivação
Os adultos ficam mais motivados a aprender, quando a aprendizagem se relaciona com valores próprios, como autoestima, satisfação, qualidade de vida, etc.
Manual do Instrutor do SENAI | DR/MG | 11
3.3 METODOLOGIA SENAI DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL As séries metódicas no Senai surgiram na década de 50 como uma estratégia de aprendizagem pioneira no país. As séries eram realizadas na oficina de aprendizagem. O ensino era ministrado passo a passo, seguindo uma ordem de execução. Buscava-se manter a relação entre teoria e prática. Essa metodologia foi inspirada na racionalização e no modelo de produção taylorista/fordista. Durante muito tempo foi uma estratégia didática muito utilizada e valorizada, pois utilizava apostilas fartamente ilustradas com diagramas minuciosos de tarefas reduzidas a operações elementares, em grau crescente de dificuldade. Tudo o que era aprendido em uma etapa, era incorporado à etapa seguinte. O fato de trabalhar em linha de produção, com procedimentos determinados pelas tarefas e operações pré-elaboradas por alguém mais experiente, não significa que não se possam sugerir melhorias4. Como experiência não se transfere, somente realizando-a é que se alcança a competência de poder usufruir dela. Portanto, a série metódica teve e tem seu valor. Contudo, as mudanças no mundo do trabalho deixaram de focar apenas a execução de tarefas para exigir novas competências do profissional. O objetivo era chegar à melhor forma de aprendizado. Nesse sentido, o Senai se mantinha sintonizado com as mudanças no contexto do trabalho e em consonância com a Legislação Educacional vigente. Uma nova organização curricular com foco no modelo baseado em competências foi regulamentada. A partir daí, o Senai Nacional firmou parceria com os diversos Departamentos Regionais para implantar ações para a construção das competências requisitadas pelo meio produtivo. A atuação profissional do Senai buscava ficar sintonizada com as exigências da contemporaneidade. Foi esse posicionamento adotado pelo Senai que assegurou uma educação profissional vinculada às demandas do mundo produtivo e dos cidadãos. No final da década de 90 foi concebido o Projeto Estratégico Nacional “Formação Profissional com Base em Competências”. O objetivo do projeto era estruturar metodologias para subsidiar as atividades de formação e avaliação da educação profissional, culminando na certificação profissional. A Metodologia foi elaborada por Profissionais da Educação com representatividade de todas as regiões do Brasil, produto da integração de múltiplos saberes, empenhos e realidades, que objetiva uma prática em formação profissional significativa e qualitativa em resposta aos inúmeros desafios impostos ao mundo do trabalho na atualidade. Desde a concepção do perfil e do currículo profissional a ser formado até as estratégias educacionais utilizadas para desenvolver competências, a metodologia foi criada para nortear as ações pedagógicas da instituição. Na prática, o desenvolvimento dessa metodologia evidencia duas grandes etapas: a primeira constituída pela elaboração dos perfis profissionais que são construídos pelos comitês técnicos setoriais5. Os desenhos curriculares nacionais também estão na primeira etapa. Eles reforçam a necessidade dos subsídios para a estruturação dos cursos, conforme demanda do meio produtivo. A segunda etapa é a da implantação dos desenhos curriculares nacionais. O Senai DN e o Senai DR/ MG vêm promovendo ações para disseminar a metodologia SENAI de Educação Profissional e metodologias que favoreçam o processo de aprendizagem, como a mediação. A partir de dezembro de 2010, as ações de divulgação da metodologia começaram a apresentar resultados. O Senai DN iniciou a divulgação dos Desenhos Curriculares Nacionais finalizados para subsidiar o planejamento e a execução de cursos no âmbito dos Departamentos Regionais. 4 Coleção Inova – Elaboração de projetos inovadores na educação profissional, pág. 93 5 Fórum consultivo criado para a discussão de assuntos referentes à educação e ao trabalho nos diferentes setores industriais. Agrega profissionais de diversos segmentos internos e externos ao SENAI.
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O Senai DR/MG desde 2013 vem implantando os Itinerários Formativos Nacionais em seus planos de cursos e assegurando que o profissional formado para a indústria mineira possua perfil competitivo em âmbito nacional e internacional. Para a implantação dos currículos voltados para o desenvolvimento de competências profissionais é imprescindível realizar um trabalho sistemático. Os instrutores precisam ter boa preparação, atualizar recursos didáticos, reorganizar os tempos e espaços escolares, e a infraestrutura precisa estar adequada. É preciso promover a melhoria da eficiência operacional, sem comprometer os aspectos de aprendizagem dos alunos, dentre outros aspectos relevantes. É importante ressaltar que formar com foco em competências significa uma mudar paradigma, pois implica sair de uma visão conteudista de desenvolvimento dos cursos para uma visão baseada em competências profissionais. Isso requer um novo modo de pensar sobre a forma de execução das aulas e dos cursos. Pensar sob o ponto de vista das competências inclui considerar a adoção de estratégias de aprendizagem que sejam significativas para o aluno. Direcionar o foco para as competências implica mudanças nas estratégias de ensinar, que podem ser traduzidas pelas situações de aprendizagem.
CONTEXTUALIZANDO Série Metódica
Metodologia Senai com Base em Competências
Metodologia inspirada na racionalização
Metodologia inspirada na aprendizagem significativa
O instrutor adota basicamente aulas expositivas. Depois que são esgotados O instrutor planeja as situações de aprendizagem para desenvolver o compotodos ou quase todos os conteúdos teó- nente curricular sob sua responsabilidade. Ele visa atingir as competências ricos, são desenvolvidas atividades práti- definidas para aquela unidade curricular ou aquele curso. cas nas oficinas. Na situação de aprendizagem proposta pelo instrutor, o aluno deve, individual ou coletivamente, vencer um desafio. O aluno precisa pesquisar, estudar, ouvir e entrevistar especialistas, elaborar relatórios, participar de aulas expositivas e dialogadas e construir dispositivos, dentre outras medidas. As aulas teóricas e práticas são ordena- A tônica é utilizar meios, métodos e formas diferenciadas em torno de uma das pelo nível de complexidade e carac- questão central. A proposta trabalha com questões contextualizadas com o terizadas pela repetição de tarefas. mundo do trabalho, apresentadas em forma de um desafio ou de um problema. O aluno é envolvido na busca pela solução do problema e passa a atuar de forma ativa no próprio processo de aprendizado. Há um envolvimento consciente do aluno na condição de protagonista, contando com a mediação do instrutor nesse processo de aprendizagem.
Saiba mais: Conheça a publicação referente à Metodologia SENAI de Educação Profissional, disponível na Intranet.
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3.4 FUNDAMENTOS E PRINCÍPIOS DA A PRÁTICA DOCENTE Tanto os docentes quanto a equipe escolar devem apoiar suas ações educativas nos fundamentos e princípios para o pleno desenvolvimento dos processos de ensino e aprendizagem, tendo em vista a efetividade e a qualidade da educação profissional oferecida pela instituição Os pressupostos que devem nortear o planejamento e o desenvolvimento da Prática Docente estão referenciados sobretudo nos fundamentos teóricos de Vygotsky, Piaget, Ausubel, Perrenoud e Feuerstein, visto que as contribuições desses autores favorecem a organização dos processos de ensino e aprendizagem de maneira a possibilitar não apenas a construção de novos conhecimentos, mas também o desenvolvimento de CAPACIDADES.
3.5 APLICAÇÃO DA METODOLOGIA PELO DOCENTE. O objetivo da Metodologia, ou seja, o resultado esperado na Educação Profissional, é que as capacidades previstas em cada uma das Unidades Curriculares possam ser desenvolvidas pelos alunos por meio de Situações de Aprendizagem desafiadoras devidamente planejadas pelo docente, que não pode se limitar ao mero repasse de conteúdos. Para que isso ocorra, o docente deve ter conhecimento do Plano de Curso, Plano de Ensino, Roteiro de Práticas e das Situações de Aprendizagem previstas para cada oferta formativa, bem como a origem e importância das informações que o compõem. O Perfil Profissional é o ponto de partida para todo o trabalho de educação profissional, pois das competências profissionais nele descritas inferem-se as capacidades que devem ser desenvolvidas e avaliadas ao longo do processo de formação. O Perfil Profissional também é o ponto de chegada, ao término do curso, pois se espera que os alunos, ao atuarem nos diversos contextos sociolaborais, possam demonstrar os desempenhos efetivos neles descritos. A Prática Docente, por sua vez, é o ponto-chave do processo e deverá ocorrer com a participação e orientação da equipe pedagógica da Unidade. Nunca é demais lembrar que o processo de ensino e de aprendizagem pressupõem sempre um trabalho de planejamento em conjunto.
3.6 SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM O Senai DN passou a utilizar os planos de cursos estruturados baseados em competências profissionais em âmbito nacional. Por sua vez, o Senai DR/MG trabalhou com o planejamento e a implementação de situações de aprendizagem, definindo essa ação como o fio condutor para realização dos cursos, em Minas Gerais, e como estratégia para o desenvolvimento de capacidades e competências profissionais. A situação de aprendizagem é “a atividade desafiadora que, planejada pedagogicamente, considera a intersecção do difícil com o possível para o aluno em um determinado momento”. A finalidade de promover a situação de aprendizagem é proporcionar ao aluno a possibilidade de trabalhar com um desafio relacionado com o seu contexto de trabalho. O cenário criado retrata uma situação que exija do aluno a mobilização de conhecimentos e a demonstração de atitudes requeridas pela natureza da profissão objeto de estudo. Na metodologia baseada no desenvolvimento de competências, o foco da atuação do instrutor muda. Ele para de trabalhar na perspectiva conteudista, em que predominam as aulas expositivas de acordo 14 | Manual do Instrutor do SENAI | DR/MG
com uma sequência disposta em apostilas, e passa a planejar situações de aprendizagem, nas quais o aluno ou o grupo elabora a solução para as situações levantadas em sala de aula. Nesse processo, o foco sai do conteúdo e vai para a competência a ser desenvolvida. O objetivo das ações educacionais deixa de depender que o instrutor ministre todo o conteúdo definido para um currículo. Ministrar Desenho Técnico previsto no conteúdo de um curso voltado para Manutenção Mecânica, por exemplo, não significa que o aluno vai aprender. No exemplo, o objetivo é o aluno adquirir a capacidade de interpretar desenhos técnicos, de acordo com as normas e nas diversas formas como esse desenho possa ser apresentado. O compromisso é com a aprendizagem do aluno e, mais do que isto, com aprendizagem desse aluno de forma contextualizada com o mundo do trabalho, pois, ele se encontra num processo de profissionalização. Uma das formas de promover a aprendizagem do aluno para propiciar o desenvolvimento de capacidades e competências é a estruturando situações de aprendizagem. Com as situações de aprendizagem, o instrutor planeja estratégias e ambientes educacionais favoráveis ao desenvolvimento das competências profissionais selecionadas no planejamento. Ao planejar, o instrutor deve levar em consideração a necessidade de utilizar estratégias diversificadas para promover a aprendizagem. Podem ser desenvolvidas atividades individuais e em grupo, pesquisas, aulas expositivas, construções coletivas, debates, dentre outras. Todos os esforços são canalizados para proporcionar ao aluno a mobilização de conhecimentos num ambiente motivador, desafiador e contextualizado com o mundo do trabalho. Para viabilizar esta proposta educacional de implantação de currículos mediante a estruturação de situação de aprendizagem, deve-se resguardar que o instrutor possua tempo para planejamento de suas aulas e que o pedagogo forneça o suporte e a capacitação necessária. Assim o instrutor poderá delinear as situações de aprendizagem com propriedade. As Situações de Aprendizagem, no âmbito da Metodologia SENAI de Educação Profissional, consistem em um conjunto de ações planejadas pedagogicamente que favorecem aprendizagens desafiadoras, por meio da utilização de: ESTRATÉGIAS DE ATIVIDADES DESAFIADORAS
DIFERENTES ESTRATÉGIAS DE ENSINO
Situação Problema
Exposição Dialogada
Estudo de caso
Atividade prática
Projeto
Trabalho em grupo
Pesquisa Aplicada
Visita técnica Demonstração, entre outros
3.7 MEDIAÇÃO DA APRENDIZAGEM A mediação é um tipo especial de interação de alguém que ensina (o mediador) com alguém que aprende (o mediado). Essa interação deve ser caracterizada por uma interposição intencional e planejada do mediador, que age entre as fontes externas de estímulo e o aprendiz (MEIER, 2007)6.
Partindo-se do conceito de Meier, é possível entender a mediação da aprendizagem como uma possibilidade metodológica capaz de apoiar uma aprendizagem significativa. A metodologia pressupõe a participação de três elementos principais do processo educativo: o instrutor, o aluno e a situação criada pela interação deles. 6 MEIER, Marcos; GARCIA, Sandra. Mediação da aprendizagem: contribuição de Feuerstein e de Vygostky. Curitiba, 2007.
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Mediação da Aprendizagem é um processo dialógico que se baseia em situações de aprendizagem e utiliza a pergunta como ferramenta fundamental. As perguntas devem ajudar a decodificar informações, definir os problemas a serem resolvidos, analisar, fazer inferências, comparar, levantar hipóteses, classificar, definir regras e princípios e transferir aprendizagens, estabelecendo relação entre a situação atual e as vivenciadas pelos alunos. Para desenvolver competências nos alunos é preciso apresentar uma situação desafiadora que venha a permitir que o aluno lide com o novo. Para ser mediador é necessário que o instrutor tenha flexibilidade e disponibilidade para lidar com mediação. Além deste pressuposto, a mediação exige mudança de postura e de atitude. Estas características devem estar diretamente relacionadas com o modo de ser do mediador. Ser mediador da aprendizagem vai além das interações realizadas em sala de aula. Segundo Feurstein, há critérios de mediação universais que devem estar presentes na interação instrutor-aluno. Dentre eles, destacam-se: Intencionalidade e reciprocidade: significa ter intenção de mediar; ter a consciência pessoal da intenção de mediar, usando um canal de comunicação adequado para transferir sua intenção. A mediação deve propiciar um processo de aceitação por parte do aluno, alimentando sua disposição para aprender. O canal de comunicação deve ser adequado para promover essa troca. O mediador deve estar aberto às respostas do mediado e demonstrar satisfação com a evolução do aprendiz. Por sua vez, o mediado deve demonstrar reciprocidade, cooperando e se esforçando para aceitar o processo de aprendizagem e se envolver com ele. Transcendência: Ocorre quando o mediador usa perguntas para criar condições que permitam ao mediado concretizar o aprendizado, usando-o nas situações do dia a dia e do trabalho. A evolução se evidencia, quando o mediado passa a relacionar a aprendizagem atual com sua formação histórica e com situações futuras. Mediação do significado: consiste em despertar no aluno o interesse pela tarefa em si e pelo que isso significa no contexto. Perguntas como “Por quê?”, “Você pode explicar a sua resposta?” e “Você pode explicar um pouco mais sobre isso?” levam o aluno a identificar pontos de melhoria e elaborar respostas precisas e completas. A intenção é estimular o mediado a verbalizar seu raciocínio e usar a lógica para apresentar o conteúdo das respostas. Também é necessário que o aluno se aproprie da finalidade das atividades propostas e de sua aplicabilidade7. Assim, podemos dizer que o instrutor é mediador, quando:8 Tem um papel de parceiro na aprendizagem; É uma testemunha privilegiada do embate entre o mediado e o ambiente; É um observador do comportamento do mediado, avaliando-o e favorecendo seu progresso e sua melhoria no pensar; Instaura uma relação de ajuda em vez de sancionamento ou de coerção; Tem uma tarefa essencial de organizar o contexto, imaginando e propondo situações-problema adequadas; Consegue colocar-se no lugar do outro, percebendo sua lógica e suas intenções8.
Você acabou de conhecer os princípios de educação neste capítulo. Estas são as crenças e as reflexões que embasam a nossa prática e o nosso “fazer”. Só conseguimos planejar, desenvolver e avaliar 7 SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL. Departamento Nacional. Metodologias Senai para formação profissional com base em competências: norteador da prática pedagógica . SENAI DN. 3. ed. Brasília, 2009. 8 Souza, Ana Maria Martins de. et all. A mediação como princípio educacional: bases teóricas das abordagens de Reuven Feuerstein. São Paulo: SENAC São Paulo, 2004. cit. p. 4.
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a ação educativa, caso saibamos definir em que acreditamos. Como instrutor, você deve ter percebido que o Senai DR/MG tem suas ações educacionais fortemente embasadas por princípios indicadores do fazer pedagógico: Contextualizado, flexível, humano, cidadão e de valorização dos alunos. E é com base nesses princípios que vamos dar, a seguir, contribuições para suas ações educativas.
Saiba mais: Conheça a publicação referente à Metodologia Senai de Educação Profissional que está disponível na intranet
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PAPEL DO INSTRUTOR NO SENAI DR/MG 4. PAPÉIS E FUNÇÕES NA ESCOLA Você deve ter percebido que o ambiente escolar é um local onde se trocam experiências. Todos que decidem trabalhar nesse ambiente participam e vivem, em maior ou menor medida, uma parte da sua vida. Por isso, é imprescindível que você e as pessoas que o cercam se sintam parte desse ambiente. Como toda organização, o Senai DR/MG possui uma estrutura própria, em que os profissionais ocupam posições definidas, às quais estão associadas determinadas atribuições. É importante perceber que, independentemente das funções ou da hierarquia, todos são extremamente importantes para o desenvolvimento da instituição. Neste contexto, você, instrutor, percebe o próprio trabalho como um dos mais valorosos. Como mediador, você promove uma relação entre o aluno e o conhecimento e viabiliza a aprendizagem. É você quem prepara o aluno para o mundo do trabalho e para a vida. Para você conhecer melhor a organização funcional do Senai DR/MG, veja quem é quem na escola:
QUEM
PRINCIPAIS ATIVIDADES
DIRETOR
É o Líder e o gestor da escola. Atua nos processos estratégicos, administrando, planejando, coordenando, organizando, orientando, avaliando e acompanhando a execução de projetos e atividades desenvolvidas na escola.
SUPERVISOR TÉCNICO
É o chefe imediato dos instrutores. O supervisor é o seu apoio na área técnica. Ele atua nos processos relativos às atividades técnico-operacionais, como o acompanhamento do planejamento das aulas teóricas e práticas, de acordo com os planos de curso; elaboração de horários de aula, atuando com o (a) pedagogo (a); acompanhamento de instrutores (registro de ponto; atividades internas e externas; orientações técnicas do conteúdo ministrado; aprovação e avaliação da solicitação de compra de material, insumos e equipamentos em geral; elaboração e acompanhamento do cronograma de desenvolvimento dos cursos (relação entre quadro curricular, horário, utilização de espaço físico e recursos humanos); gestão do horário escolar (substituições e alterações no horário, etc.), acompanhamento da prática profissional dos aprendizes (visitas técnicas para fins de contato com a prática); avaliação de documentos, como provas, exercícios, dentre outros; elaboração e acompanhamento da execução do plano de manutenção de máquinas e equipamentos da escola. Enfim, o supervisor é o responsável imediato pela equipe técnica nos assuntos relacionados com o funcionamento da escola, ou seja, é o elo entre a equipe técnica e o gerente da unidade.
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PEDAGOGO (A)
É com quem você pode contar para lhe orientar acerca dos processos relativos às atividades didático-pedagógicas. Entre elas estão as orientações sobre a proposta pedagógica da escola, o Regimento, a legislação educacional, dentre outros documentos, e o acompanhamento de alunos (controle de evasão, desempenho, frequência, autorização de saída antecipada, manual do aluno, entre outros), conselho de classe, recursos pedagógicos, como o aproveitamento de estudos, a classificação, a reclassificação e as intervenções pedagógicas, acompanhamento de instrutores (reuniões, capacitação, atendimento individualizado e em grupo, acompanhamento de aulas, estratégias de ensino, metodologias de ensino, etc.), elaboração e acompanhamento do cronograma de desenvolvimento dos cursos (relação entre quadro curricular, horário, utilização de espaço físico e recursos humanos), gestão do horário escolar (trocas, substituições, alterações no horário, etc.), elaboração e cumprimento da sistemática de acompanhamento de estagio, elaboração e cumprimento da sistemática de acompanhamento da prática profissional dos aprendizes, controle e realização do processo de autorização e reconhecimento de cursos e, em parceria com a secretaria escolar, o controle e a realização do processo de autorizações para lecionar, dentre outras tarefas.
SUPERVISOR ADMINISTRATIVO
É o responsável pelo planejamento, pela organização, orientação e coordenação das atividades de natureza administrativa, técnica e financeira da escola.
SECRETÁRIO ESCOLAR
O secretário escolar é o responsável pelos registros escolares, pela escrituração e pelo que é registrado nos diários escolares. Esse profissional tem interface direta com a pedagogia e a supervisão técnica. No seu dia a dia, instrutor, você realiza interfaces com a secretaria constantemente, pois ela atua o tempo todo com você. Lembremos aqui que você deve estar sempre atento às solicitações desse setor, pois ele demanda prazos e informações que alimentam o Sistema de Controle da Produção – Scop do Senai DN, que será explicado mais adiante.
BIBLIOTECÁRIO
É o profissional graduado em Biblioteconomia, com registro profissional ativo no CRB-6ª Região. É o responsável pela gestão e organização dos serviços informacionais e pela execução das atividades técnicas pertinentes à área de biblioteconomia, principalmente em Processamento técnico: classificação, catalogação e indexação de documentos; Recuperação da informação: levantamentos e pesquisas bibliográficas e identificação de fontes de pesquisa; Disseminação Seletiva da Informação: elaboração de boletins eletrônicos, murais informativos, listas de novas aquisições, etc.; Orientação dos usuários na realização de pesquisas no acervo e na Internet; Orientação e treinamento do auxiliar de biblioteca; Implantação do software Pergamum para automação dos serviços; registro de acervos, cadastro de usuários, empréstimos domiciliares, renovação de empréstimos, reserva de obras, entre outros, via web; Normalização técnica dos documentos institucionais e dos recursos didáticos utilizados e elaborados pela escola; Política de Desenvolvimento da Coleção: análise, seleção, descarte e aquisição de acervos bibliográficos e de multimídia; Promoção de eventos e de atividades de incentivo à leitura e ao uso da biblioteca. Observação: toda biblioteca deve funcionar sob a supervisão técnica de um profissional de Biblioteconomia. Entretanto, nem todas as escolas possuem o especialista em seu quadro de funcionários. Então, para que todas as bibliotecas do Senai estejam atuando conforme as exigências do Conselho Regional de Biblioteconomia e a Legislação vigente, foi instituído o modelo de gestão supervisionada de bibliotecas do Senai/MG.
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AUXILIAR DE BIBLIOTECA
Não é um cargo, é uma função que pode ser desenvolvida por profissional com formação de nível médio, preferencialmente no cargo de Auxiliar Administrativo. Dentre as principais atribuições do Auxiliar de Biblioteca, destacam-se o atendimento aos usuários; a orientação e a informação aos usuários acerca dos procedimentos e regras de utilização dos serviços e ambientes disponibilizados na Biblioteca; o cadastramento dos usuários; a orientação dos usuários na realização de pesquisas e localização das obras nas estantes; a orientação dos usuários no acesso à Internet para fins educacionais; a preparação do material para armazenamento e empréstimos: os empréstimos e as baixas de devolução de material; a organização e a manutenção dos acervos nas estantes; a cobrança de multas por atraso na devolução de obras; o zelo pela manutenção da limpeza e da organização dos ambientes. A principal função da biblioteca é apoiar o processo ensino-aprendizagem. No desenvolvimento de suas atividades, a biblioteca deve estar sempre orientada para a integração com as áreas educacionais e se constituir como um ambiente de aprendizagem. Neste sentido, o instrutor deve buscar incentivar os alunos a utilizar os recursos disponibilizados pela biblioteca, buscando inserir na prática pedagógica a realização de pesquisas, trabalhos, leituras complementares e o incentivo ao hábito da leitura técnica e geral.
QUEM É O INSTRUTOR? Você é um dos profissionais mais importantes. Suas funções estão diretamente ligadas ao processo de ensino e aprendizagem. A principal atividade do instrutor é a promoção do estudo e aprendizagem dos alunos na forma de aulas práticas e teóricas. É o responsável também pelo planejamento, desenvolvimento e avaliação da aprendizagem dos alunos, inclusive por assegurar o uso adequado das instalações, do material, de máquinas e equipamentos utilizados para fins didáticos e tecnológicos. O instrutor deve cuidar do controle de insumos e material utilizado nas aulas práticas, realizando levantamentos para aquisição. Um fator preponderante que se espera do instrutor é a busca contínua pelo autodesenvolvimento. A capacitação técnico-pedagógica do instrutor deve ser constantemente aprimorada, por meio da participação e do acompanhamento de treinamentos e reuniões relacionados com a sua área de formação e de atuação. Depois de conhecer quem são e o que fazem os colaboradores do Senai, você percebe que a escola requer uma grande estrutura. Além disso, o ambiente acadêmico atual exige novas posturas e novas responsabilidades de todos os que nela intervêm e contribuem para a melhoria do ensino. O papel do instrutor, como principal impulsionador e dinamizador do processo de ensino e de aprendizagem, é e sempre será determinante para o sucesso do aluno e da escola. E quando se trata de ensino profissional, a formação é para o mundo do trabalho e para a vida.
4.1 PAPEL DO INSTRUTOR Importância Durante muitos anos, na chamada concepção tradicional, o papel do instrutor de uma forma geral era visto como o foco da relação ensinar-aprender. O profissional se posicionava à frente da sala e denotava todo o poder da palavra. Discursava sobre seus temas sem se preocupar fundamentalmente com a aprendizagem. Nessa linha, o aluno se tornava o responsável direto pelo autodesenvolvimento. 20 | Manual do Instrutor do SENAI | DR/MG
Cada um devia tentar absorver tudo o que fosse dito pelo instrutor, porque o ensino era entendido como a ação de transmitir informações e conhecimentos (Senai, 2008, p.10). A importância do instrutor nessa época era clara. Naquele cenário, ficava clara a ideia de que o aluno só aprende, caso haja um instrutor para repassar conhecimentos a ele. E hoje? A visão tradicional foi deixada para trás e deu lugar a concepções compatíveis com as novas exigências do mundo do trabalho e com o novo estilo de vida que assumimos. O trabalhador moderno precisa, além do domínio teórico e prático de sua área, desenvolver competências pessoais, como capacidade de trabalhar em equipe, habilidade para tomar decisões, proatividade, liderança, dentre tantos outros atributos. Logo, o perfil de quem forma este trabalhador teve de se adaptar aos novos tempos. O instrutor continua sendo, portanto, essencial no processo de ensino e de aprendizagem. Mas ele deve atuar como mediador ou facilitador da relação do aluno com as informações e modelos que o aluno tende a encontrar pelo caminho da formação profissional. O instrutor de hoje deve estar preparado para se deslocar da frente da sala de aula. Ele deve ser dotado de autonomia intelectual e visão crítica da sociedade. O instrutor precisa saber se posicionar como um gestor de situações de aprendizagem com capacidade de mediá-las, estabelecendo um diálogo crítico com o mundo e inteirar-se com o contexto cultural e social dos alunos (Senai, 2010, p. 9). Com base nas contribuições de Vygotsky, Piaget, Ausubel,Perrenoud e Feurstein o SENAI elegeu os seguintes princípios norteadores da prática docente: • Mediação da aprendizagem. • Desenvolvimento de capacidades. • Interdisciplinaridade. • Contextualização. • Ênfase no aprender a aprender. • Proximidade entre o mundo do trabalho e as práticas sociais. • Integração entre teoria e prática. • Incentivo ao pensamento criativo e à inovação. • Aprendizagem significativa. • Avaliação da aprendizagem com função diagnóstica, formativa e somativa. No quadro-resumo a seguir, estão as diferenças entre a prática tradicional do docente e a prática preconizada pelo SENAI. 1. PAPEL DO DOCENTE EM PRÁTICAS TRADICIONAIS
2. PAPEL ESPERADO DO DOCENTE DO SENAI
Repassador de conhecimentos.
Mediador de processos de aprendizagem.
Repetidor de práticas profissionais.
Líder de grupos, gerador de atitudes transformadoras, vinculando conhecimento à sua aplicação.
Foco no ensinar.
Desloca o foco do ensinar para o aprender com ênfase em desenvolver a capacidade de “aprender a aprender.”
Aulas nas quais o docente é o ator principal.
Aulas com situações de aprendizagem desafiadoras com foco no sujeito que aprende.
Preocupação com repasse dos conteúdos previstos.
Preocupação com as capacidades em desenvolvimento e previstas no Perfil profissional, organizadas no Plano de Curso e nas situações de ensino e de aprendizagem.
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Pouco incentivo à autonomia, à iniciativa, ao pensamento criativo e à inovação.
Incentivo intencional e planejado à autonomia, à iniciativa, ao pensamento criativo e à inovação.
Visão centrada na sua “Disciplina Curricular”.
Visão de conjunto, interdisciplinar, visão do todo.
Planejamento normalmente individual.
Planejamento sistemático em conjunto com os demais docentes do Curso.
Método de avaliação com foco na avaliação somativa.
Avaliações com função diagnóstica, formativa e somativa, com previsão de estratégias de recuperação paralela.
4.2 COMPETÊNCIAS DO INSTRUTOR Em 2016, o Senai DN realizou a revisão do “Perfil profissional do docente de educação profissional e tecnológica do Senai”. O documento traçou as competências esperadas do docente da instituição. Conforme esse referencial, a Competência Geral requerida do instrutor é: Planejar, desenvolver e avaliar os processos de ensino e de aprendizagem, conforme diretrizes, regimento escolar e metodologias estabelecidas pelos Departamentos Regional e Nacional do Senai, considerando a modalidade e a proposta pedagógica da escola, seguindo normas de qualidade, saúde, segurança e meio ambiente (Senai, 2010, p.15).
1. Planejar, desenvolver e avaliar processos de ensino e aprendizagem, conforme princípios éticos, normas, diretrizes, metodologias e procedimentos do SENAI, nas modalidades de ofertas de educação profissional e tecnológica demandadas pelo mundo do trabalho, fortalecendo a cultura da inovação e interagindo com os distintos agentes sociais presentes no contexto educacional. Você percebe que suas atividades no dia a dia, dentro e fora da sala de aula, são os desdobramentos práticos dessa competência? Suas ações estão pautadas basicamente pelos três verbos apresentados nesse documento: planejar, desenvolver e avaliar. Portanto, esta competência geral pode ser desdobrada em outros elementos de competência, que traduzem para o seu dia a dia um modelo de suas ações. A seguir, confira quais são: • Colaborar na estruturação da Proposta Pedagógica, seguindo diretrizes e metodologias da instituição; • Colaborar na estruturação de cursos; PLANEJAR
• Conhecer os planos de curso, planos de ensino, roteiros de prática e situações de aprendizagem com a devida antecedência; • Elaborar planos de aula com a devida antecedência. • Preparar as atividades pedagógicas;
DESENVOLVER • Implementar os processos de ensino e de aprendizagem; • Realizar atividades complementares à função docente • Monitorar o processo de ensino; AVALIAR
• Monitorar o processo de aprendizagem; • Realizar uma análise crítica dos resultados do ensino da aprendizagem e dos processos de avaliação.
4.3 OUTRAS ATRIBUIÇÕES9 As atividades listadas a seguir indicam o que se espera que o instrutor do Senai DR/MG seja capaz de realizar. 9 Baseado na Descrição e na Especificação de Cargos do Instrutor de Formação Profissional - Sistema Fiemg, 2011 e CBO 2332-10.
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• Colaborar no processo de seleção de candidatos aos cursos e às atividades ofertados; • Participar do planejamento e da implementação de projetos técnicos e pedagógicos no âmbito do Sistema FIEMG; • Cumprir com o programa do curso, bem como com as práticas profissionais e as situações de aprendizagem previstas no Plano de Ensino. • Manter atualizados e corretos os registros escolares das atividades de sua responsabilidade, principalmente os do diário de classe; • Requisitar e adquirir, quando necessário, os suprimentos imediatos de sua atividade, controlando e prestando contas das despesas, quando for o caso; • Elaborar material didático e colaborar na reestruturação de recursos instrucionais, como Livros Didáticos e outros materiais relacionados com sua especialidade; • Responsabilizar-se pela organização e conservação dos ambientes de prática (laboratórios e oficinas); • Manter-se atualizado a respeito dos aspectos técnicos e tecnológicos de sua área de atuação, participando de atividades de reciclagem, aperfeiçoamento e especialização; • Divulgar cursos e atividades, representando o Sistema FIEMG no contato com o público local.
4.4 PERFIL ADEQUADO DO INSTRUTOR Em pequenas atitudes e condutas do dia a dia profissional, podemos demonstrar que estamos compromissados com os valores e atribuições que nos são confiadas pelo Senai. As empresas têm procurado cada vez mais o profissional com postura técnica adequada à área de atuação, mas que também responda eticamente pelo o que faz. Competências sociais, de gestão e pessoais são expressões muito utilizadas para expressar as qualidades pessoais e éticas que as organizações esperam encontrar nesses profissionais. O processo de ensinar e de aprender por si só perpassa questões éticas e pessoais. Afinal, o instrutor estabelece uma relação direta com as pessoas. Será que em algum momento você imaginou seu aluno como uma máquina ou talvez um computador? Cuidado! Sua profissão exige de você uma postura diferenciada. Você lida com seres humanos que estão em um processo de transformação e formação. Além disso, o comportamento do instrutor deve refletir o seu compromisso com a instituição, com colegas de trabalho, alunos, profissão. Assim, são necessárias atitudes, como: • Conhecer os documentos oficiais que norteiam seu trabalho, como Regimento Escolar do SENAI, Proposta Pedagógica, Itinerários Formativos Nacionais, Plano de Curso, Plano de Ensino, Roteiros de Prática Profissional, Situações de Aprendizagem e diretrizes Senai; • Preparar planos de aula, exercícios e atividades didáticas antecipadamente; • Ser pontual na sala de aula e nas ações didáticas (servir de exemplo); • Cumprir rigorosamente o horário de aula do início e ao final; • Desligar o celular antes de entrar na sala e exigir o mesmo dos alunos (salvo em exceções combinadas); • Manter-se na companhia dos alunos na sala de aula e nas oficinas (ou em qualquer atividade de que a turma participar); Manual do Instrutor do SENAI | DR/MG | 23
• Fazer a chamada, apontando qualquer saída permanente do aluno da sala, bem como fazer os registros requeridos no diário/classis; • Apagar o quadro, fechar as janelas, desligar as luzes, o ar-condicionado e os ventiladores, ao sair da sala; • Utilizar os Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s), bem como exigir dos alunos a sua devida utilização, levando em consideração os ambientes educacionais (oficinas, laboratórios, etc) e as práticas profissionais previstas; Vestir-se adequadamente para o ambiente de trabalho10, observando, quando necessário, a necessidade do uso de itens de segurança, como calçados fechados, guarda-pó, óculos de proteção, ou demais equipamentos requeridos pela sua atividade profissional; • Garantir que todos os equipamentos de segurança previstos nas atividades práticas estejam disponibilizados para todos os envolvidos antes do inicio das atividades. • Conscientizar os alunos sobre a importância da limpeza e da conservação de salas, laboratórios, oficinas e outros ambientes que fazem parte da escola; • Contribuir de forma efetiva para o sucesso das atividades técnico-pedagógicas da escola; • Comprometer-se com os resultados das ações pedagógicas e do desempenho do aluno; • Informar com antecedência à equipe técnico-pedagógica sobre a necessidade de faltar ou programar ausência. Preparar atividades que possam ser aplicadas no horário em que não for possível o comparecimento em sala de aula; • Respeitar e demonstrar respeito pelas diferenças socioculturais; • Resolver situações de conflito, analisando as variáveis envolvidas e suas possíveis causas, buscando o consenso na solução dos impasses ocorridos; • Ser capaz de trabalhar em equipe e articular atividades interdisciplinares; • Demonstrar liderança, flexibilidade, criatividade, perseverança, tolerância e paciência; • Expressar-se de forma oral e escrita com clareza e objetividade, principalmente para os alunos; • Criar relação de confiabilidade com alunos e colegas de profissão, comportando-se perante seus superiores, pares, equipe e alunos, de acordo com os preceitos da moral e da ética; • Comunicar e interagir com a família dos alunos e com a comunidade; • Autoavaliar-se, avaliar criticamente suas aulas e os instrumentos de monitoramento da aprendizagem utilizados, comprometendo-se com a melhoria contínua; • Ter o compromisso de zelar pela imagem, reputação e pelos bons resultados da instituição; • Preocupar-se com sua saúde vocal – item primordial para o dia a dia do instrutor, procurando sempre hidratar-se, ter alimentação adequada e tom de voz compatível. Você acaba de conhecer as expectativas que o Senai DR/MG tem em relação à conduta dos instrutores, a postura e o preparo que são capazes de demonstrar. Observou também que as ações do instrutor devem estar voltadas para o ato de PLANEJAR, DESENVOLVER E AVALIAR O PROCESSO DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM. Até o aspecto comportamental foi mencionado nos preceitos a serem seguidos pelo instrutor. Agora você vai conhecer como esses processos se desdobram e o que você deve fazer para se tornar capaz de realizar o que está descrito na sua competência como instrutor.
10 Caso especial para as instrutoras que devem evitar saias curtas, shorts, decotes, transparências, etc.
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PLANEJAMENTO DO PROCESSO DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM 5. PLANEJAMENTO DO ENSINO Se pararmos para analisar, durante todo o momento estamos planejando nossas ações, sejam elas voltadas para nossa vida pessoal, sejam para a vida profissional. O ato de planejar faz parte da história do ser humano, pois o desejo de transformar sonhos em realidade é uma preocupação marcante de toda pessoa. Para você, Instrutor de Formação Profissional, o ato de planejar é tão importante quanto a ação de desenvolver a aula.
5.1 OBJETIVO E IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO O planejamento é uma ferramenta para garantir o alcance dos objetivos. O planejamento ajuda a eliminar soluções impensadas.
Planejar é pensar e registrar de forma explícita um conteúdo desenvolvido e as estratégias a serem utilizadas para que o processo de ensino aprendizagem ocorra de forma satisfatória em sala de aula. O planejamento somente será eficaz, caso esteja alinhado com o Plano de curso e o Plano de Ensino do curso para o qual você está planejando. O Planejamento deve ser feito com assessoria do Pedagogo da sua escola, com o apoio do Supervisor Técnico e com a participação de demais docentes envolvidos no desenvolvimento da Unidade Curricular ou de outras Unidades Curriculares do Módulo ou do Curso.
5.2 DOCUMENTOS QUE SUBSIDIAM E O PLANEJAMENTO E A PRÁTICA PEDAGÓGICA Os documentos a seguir são de extrema importância para nortear seu planejamento. É a partir deles que você inicia todo o seu planejamento. Portanto, conhecê-los profundamente e estabelecer um contato estreito com eles garante uma consonância com os objetivos do curso e do componente curricular que você pretende ensinar. Desenho Curricular Nacional: consiste na concepção da oferta formativa que deve propiciar o desenvolvimento das capacidades referentes às competências de um Perfil Profissional estabelecido pelo comitê técnico setorial. Esse processo realiza a transposição das informações do mundo do trabalho para o mundo da educação, traduzindo pedagogicamente as competências de um Perfil Profissional. Plano de curso: é o documento-referência de um curso. O plano de curso indica como o curso irá se desenvolver e o que será necessário para isso. É o documento fundamental para a configuração do plano de ensino e do plano de aula. Cada modalidade oferecida pelo Senai DR/MG deve ter um plano de curso próprio. A estrutura do plano de curso muda de acordo com as exigências de cada modalidade. O documento que indica a estrutura de organização de cada plano de curso é o manual de escrituração escolar. Planos de ensino: O plano de ensino é o planejamento geral da unidade curricular. É um documento muito importante, pois ele contém a organização dos conhecimentos e práticas profissionais previstas para o desenvolvimento de cada unidade curricular. Nos planos de ensino atuais é muito comum a estruturação estar disposta, conforme exemplo a seguir: Manual do Instrutor do SENAI | DR/MG | 25
PLANO DE ENSINO Curso:
Carga horária total:
Unidade curricular:
Ch da unidade curricular:
Quantidade aulas:
Objetivo Geral:
Tipo de aula
Aulas
Conhecimentos Capacidades Técnicas
Estratégias de Equipamentos, Ensino Instrumentos, Insumos e Recursos necessários.
Tipo de Avaliação
Roteiros de Prática: é o planejamento das atividades práticas. É um documento muito importante, pois ele contém toda a organização das práticas profissionais obrigatórias previstas para cada unidade curricular. Situações de Aprendizagem: é o conjunto de ações planejadas pedagogicamente que favorecem aprendizagens desafiadoras, por meio da utilização de situação-problema, estudo de caso, projeto e pesquisa aplicada. Lista de verificação: é o instrumento utilizado para apontamento sistematizado de observações do instrutor obtidos por meio de avaliação e atividades vivenciais realizadas pelos alunos.
5.3 DIAGNÓSTICO DA REALIDADE Para que você possa planejar suas aulas, a fim de atender as necessidades dos seus alunos, a primeira atitude a ser tomada é “conhecer o plano de curso, plano de ensino, roteiros de prática e as situações de aprendizagem padronizadas ”. O médico, antes de dizer com certeza o que seu paciente tem, examina-o, fazendo um “diagnóstico” do problema. Com a prática o tratamento deve ser parecido: o instrutor deve fazer uma sondagem sobre a realidade em que se encontram os seus alunos, qual é o nível de aprendizagem em que estão e quais as dificuldades existentes. A partir da análise da realidade, o instrutor tem condições de elaborar seu planejamento fundamentado em fatos significativos dentro do contexto da turma.
5.4 DEFINIÇÃO DO TEMA E PREPARAÇÃO DO AMBIENTE Feito um diagnóstico da realidade, você pode iniciar o seu trabalho observando sempre o contexto daunidade curricular. Planejar de acordo com as atividades previstas é uma preocupação em não fragmentar os conhecimentos, tornando-os mais significativos.
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Nesta fase, será preciso você ter claro: • O objetivo geral da unidade curricular. • O que espera que o aluno aprenda (objetivos). • Como conduzirá a aula (metodologia e estratégias de ensino). • Os recursos necessários para desenvolver a aula (quadro, revistas, peças, etc.). • A organização dos ambientes educacionais. • O tempo de que dispõe para o desenvolvimento de cada conhecimento/aula.
5.5 PLANEJANDO AS PRÁTICAS PROFISSIONAIS Como foi visto, todas as ações de ensino devem ser organizadas e planejadas. Isto inclui as aulas práticas. Antes de fazer qualquer atividade em laboratório ou oficina, é importante que você esteja a par das atividades previstas nos planos de ensino e nos roteiros de praticas, bem como dosrecursos disponíveis. Desenvolva um roteiro, definindo, no mínimo, os objetivos, os recursos utilizados, os EPIs e/ou EPCs necessários, se for o caso, e os procedimentos para a realização das tarefas. Antes de iniciar a atividade e sempre que for possível, faça uma demonstração da execução da tarefa, apontando as situações críticas do desenvolvimento e os critérios de segurança. Sempre contextualize a aula prática com a aula teórica. O aluno precisa entender a relação entre ambas. Ao final de cada prática, o aluno deve ser capaz de elaborar conclusões, comparando a teoria com os resultados obtidos. Quando a atividade prática tiver fins avaliativos é imprescindível a utilização do formulário Lista de Verificação. Lembre-se de que, após as atividades práticas, o laboratório e a oficina devem estar limpos e organizados.
5.6 ESTRATÉGIAS DE ENSINO São os diferentes meios que você tem para utilizar no dia a dia, visando alcançar os objetivos da aula. As estratégias são importantes para construir alternativas didáticas e refletir como se dá o processo de aprendizagem em sala de aula, transformando-a em um ambiente permanente de mediação.
Mediação da aprendizagem é uma possibilidade metodológica capaz de apoiar uma aprendizagem significativa. A mediação pressupõe a participação de três elementos principais do processo educativo: o instrutor, o aluno e a situação criada pela interação promovida.
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A mediação é um dos princípios norteadores da Prática Docente, uma ferramenta de trabalho do docente na condução de suas aulas. O SENAI adota os critérios de mediação de Feuerstein, que considera uma intervenção docente como sendo mediadora quando atende a critérios universais e não universais. Este é um dos resumos dos critérios universais que devem estar presentes em toda mediação. CRITÉRIOS UNIVERSAIS DE MEDIAÇÃO DE APRENDIZAGEM (SEGUNDO FEUERSTEIN)
EXEMPLOS DE PERGUNTAS-CHAVE PARA A MEDIAÇÃO: Qual é o objetivo desta atividade? Quais são as alternativas para solucionar o problema apresentado?
Mediar a intencionalidade e reciprocidade
Vocês têm clareza do que queremos com esta atividade? Estão de acordo? Quais as capacidades que serão desenvolvidas com esta situação de aprendizagem? Por que esta atividade é importante para o exercício profissional?
Mediar o significado
Onde mais utilizaremos estas informações? Qual é o significado desta aprendizagem? Como vocês poderão utilizar o que aprenderam na vida profissional?
Mediar a transcendência
Em que outra situação podemos utilizar o princípio de funcionamento desta máquina? Na empresa em que vocês trabalham ou vão trabalhar, as capa¬cidades sociais que estão sendo levadas em consideração nesta situação de aprendizagem são importantes? Por quê?
5.7 SITUAÇÃO-PROBLEMA “Problema é uma situação que um indivíduo ou um grupo quer ou precisa resolver e para a qual não dispõe de um caminho rápido e direto que o leve à solução”11. Uma situação somente pode ser identificada como um problema, caso ela seja reconhecida como tal e não haja procedimentos automáticos que permitam soluções mais ou menos imediatas. Toda atividade que indique uma solução imediata pode ser considerada exercício, não uma situação-problema. A seguir apresentamos um quadro com os “passos” que Pozo12, considera para a proposição de um problema. O quadro resume doze critérios que podem ser considerados para reduzir a probabilidade de que os problemas propostos pelo instrutor sejam vistos pelos alunos somente como exercícios. Esses critérios devem ser contemplados para formular o problema, para serem utilizados durante sua resolução por parte dos alunos e para realizar a avaliação do problema.
11 Norteador da Prática Pedagógica: pág. 76 12 POZO, Juan Ignácio. A solução de problemas: aprender a resolver; resolver para aprender. Porto Alegre: ARTMED, 1998.
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“ I. Na proposição do problema:
1. Propor tarefas abertas que admitam vários caminhos possíveis de resolução, inclusive, várias soluções possíveis, evitando as tarefas fechadas. 2. Modificar o formato ou a definição dos problemas, evitando que o aluno identifique uma forma de apresentação com um tipo de problema. 3. Diversificar os contextos nos quais se proponha uma aplicação da mesma estratégia, fazendo com que o aluno trabalhe os mesmos tipos de problemas em diferentes momentos do currículo e diante de conteúdos conceituais diferentes. 4. Extrapolar o âmbito acadêmico ao propor tarefas, envolvendo cenários cotidianos e significativos para o aluno e procurando fazer com que o aluno estabeleça conexões entre ambos as situações. 5. Adequar a definição do problema às perguntas e à informação proporcionada aos objetivos da tarefa. Em momentos distintos, usar formatos mais ou menos abertos, em função desses mesmos objetivos. 6. Usar os problemas com fins diversos, durante o desenvolvimento ou a sequência didática de um tema, evitando que as tarefas práticas apareçam como ilustração, demonstração ou exemplificação de alguns conteúdos previamente apresentados ao aluno.
II. Durante a solução do problema 7. Habituar o aluno a adotar as próprias decisões sobre o processo de resolução e refletir sobre esse processo, dando a ele uma autonomia crescente no processo de tomada de decisões. 8. Fomentar a cooperação entre os alunos na realização das tarefas, mas incentivar a discussão e os pontos de vista diversos, que os obriguem a explorar a amplitude do problema para comparar as soluções ou os caminhos de resolução alternativos. 9. Proporcionar aos alunos a informação de que precisarem durante o processo de resolução, realizando um trabalho de apoio, dirigido mais a fazer perguntas ou a fomentar nos alunos o hábito de perguntar-se do que a dar resposta às perguntas dos alunos. III. Na avaliação do problema 10. Avaliar mais os processos de resolução seguidos pelo aluno do que a correção final da resposta obtida. Ou seja, avaliar mais do que corrigir. 11. Valorizar especialmente o grau em que esse processo de resolução envolva um planejamento, uma reflexão durante a realização da tarefa e uma autoavaliação pelo aluno do processo seguido. 12. Valorizar a reflexão e a profundidade das soluções alcançadas pelos alunos em vez da rapidez com que são obtidas.”
Uma situação-problema é parte de uma situação de aprendizagem. Para você, instrutor, ter ideia de como uma situação-problema é planejada, apresentamos a seguir um exemplo de situação de aprendizagem contemplando uma situação-problema:
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EXEMPLO DE PLANO DA SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM – SITUAÇÃO PROBLEMA PLANO DE SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM CURSO: TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO UNIDADE CURRICULAR: SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO ESTRATÉGIA DE APRENDIZAGEM DESAFIADORA X
Situação Problema
Estudo de Caso
Projeto
Pesquisa Aplicada
Carga Horária Prevista: DESCRIÇÃO DA ESTRATÉGIA DE APRENDIZAGEM DESAFIADORA Contextualização: A empresa ROSALPE, fabricante de peças automotivas, contratou você como técnico de segurança do trabalho. Essa contratação se fez necessária devido ao aumento dos índices de acidentes ocorridos na linha de produção de eixos. O técnico em segurança anterior não conseguiu estabelecer ações educativas e preventivas que contribuíssem para a redução de acidentes. Desafio: Como técnico em segurança contratado pela Rosalpe, você deverá estabelecer ações efetivas para eliminação e ou redução dos acidentes da linha de produção de eixos da empressa, garantindo a saúde e segurança dos seus trabalhadores. Resultados/Entregas Esperados: A partir dos recursos, instrumentos, especificações técnicas e legislação pertinente, você deverá elaborar e apresentar um relatório, contendo: • • • •
Levantamento de riscos da linha de produção de eixos, Ações precentivas a serem implementadas; Ações educativas a seren desenvolvidas; e Propostas de melhorias.
CAPACIDADES TÉCNICAS
CONHECIMENTOS
Deverão ser listadas a(s) capacidade(s) descritas no plano de curso e que estejam sendo trabalhadas na situação de aprendizagem
Deverão ser listados os conhecimentos vinculados a capacidade que está sendo trabalhada
Ex.: Documentação de Saúde e Segurança Ex.: Avaliar as condições do Trabalho e Higiene gerais de segurança, meio ambiente e saúde nos setores Ocupacional. da empresa.
ESTRATÉGIAS DE ENSINO E INTERVENÇÕES MEDIADORAS
RECURSOS E AMBIENTES PEDAGÓGICOS
Exposição dialogada
Livro didático Nacional
Atividade prática de identificação dos equipamentos de segurança e dispositivos de combate à incêndio.
Normas regulamentadoras Quadro Flip-Chart Instrumentos de Medição.
RESUMINDO... ESTRATÉGIA DE APRENDIZAGEM DESAFIADORA
O QUE É
O QUE SE ESPERA DO ALUNO
Situação-problema
É uma situação real ou hipotética, teórica ou prática de uma atividade profissional.É assim considerada se for reconhecida como um problema pelos alunos e se não houver soluções já pensadas anteriormente.
Espera-se a mobilização de conhecimentos, habilidades e atitudes na busca de soluções para o problema proposto.Deve motivar o aluno a buscar soluções inusitadas e novos conhecimentos, por meio de uma postura ativa e com motivação necessária para encontrar suas próprias respostas.
30 | Manual do Instrutor do SENAI | DR/MG
5.8 AULA EXPOSITIVA Esta técnica tem ampla aplicação no ensino de todas as disciplinas e em todos os níveis. Consiste na exposição oral do instrutor para transmitir determinado tema aos alunos. Quando usada corretamente, a técnica estimula a participação do aluno, por meio de um diálogo com o instrutor, impedindo que a aula transcorra como um monólogo, um autêntico discurso ou um espetáculo de oratória. A técnica da exposição é usada para a apresentação de um conteúdo novo, para motivar os alunos no estudo de uma temática e para fornecer a visão global de um tema. A exposição serve para esclarecer, integrar conceitos e, ainda, para desenvolver sínteses no final do processo. Considera-se uma boa exposição a que, além de apresentar o tema com clareza, consegue prender a atenção e o interesse dos alunos, estimulando-os a participar do raciocínio. Neste sentido, a exposição numa linha dialogada exige que o instrutor tome, como ponto de partida, a experiência dos alunos. Utilizando questões instigantes, comentários, exemplos e complementações vindas de vivências, ele os convide a participar dos trabalhos. Um dos caminhos desencadeadores do processo dialógico entre instrutor e aluno é a problematização. Problematizar é questionar fenômenos, fatos, ideias, situações na busca por caminhos, soluções e uma melhor compreensão desses elementos. É um exercício que elimina a passividade, a simples memorização e leva à reelaboração e à produção de conhecimentos. A relação de diálogo favorece a troca e a socialização de conhecimentos, podendo o instrutor, nesse caso, sentir os vínculos de aprendizagem e as necessidades da relação que se estabelece entre os alunos e o conteúdo proposto. Para exposição, o instrutor deve utilizar recursos variados (transparências, slides, esquemas, fluxogramas) para ressaltar os pontos mais importantes da temática e expressar a sua linha de raciocínio. É fundamental que o instrutor delimite e explicite aos alunos os objetivos e os aspectos que privilegiou, ao organizar a sua exposição. O instrutor deve considerar, ao preparar a aula expositiva: • A quem se destina a aula, quais as razões estão estimulando a exposição, que conhecimentos os alunos possuem sobre o assunto e o que espera que os alunos aprendam; • Condições materiais para o desenvolvimento da aula, duração, recursos didáticos, ambiente físico, etc... De posse desses dados, o instrutor seleciona os conteúdos, as questões e as informações que pretende transmitir e/ou discutir, organiza a sequência lógica, prepara o sumário das informações, criando ou identificando recursos didáticos e exemplos. A exposição deve conter: • INTRODUÇÃO: Apresentação e delimitação do assunto e dos objetivos pretendidos. É nessa fase que se estabelece o clima adequado entre instrutor e alunos diante do conteúdo. Para isso, é recomendável utilizar estratégias que favoreçam o debate e “aqueçam” o ambiente para despertar o interesse pelo tema, formular questões, relembrar conhecimentos, etc. • DESENVOVIMENTO: É a exposição propriamente dita. Um material é significativo quando estabelece relações com conceitos, princípios e informações apreendidas e que tornam possível a emergência de novos significados, estruturando-se possíveis novas sínteses provisórias. É fundamental que o instrutor chame a atenção para os aspectos mais importantes, que solicite a reflexão sobre aspectos teóricos e práticos que estejam inter-relacionados com a temática e, ainda, que estimule a relação com questões polêmicas e contraditórias para induzir o debate e a discussão. Manual do Instrutor do SENAI | DR/MG | 31
• CONCLUSÃO: Ao final da exposição é recomendável uma pequena síntese do exposto. O objetivo é promover a retenção dos aspectos privilegiados, estruturando a conclusão com a formulação de críticas, quando for o caso, e de sugestão de novas questões a serem trabalhadas futuramente ou mesmo a necessidade de novos estudos e de pesquisas no campo.
5.9 ESTUDO DIRIGIDO Como o próprio nome indica, é a técnica utilizada pelo instrutor para orientar o aluno em seu ato de estudar. Pressupõe a diretividade do instrutor, que exerce um papel insubstituível, baseando-se, entretanto, na atividade do aluno. Pode ser desenvolvida em sala de aula ou mesmo programada como atividade extraclasse. O instrutor oferece um roteiro de estudo previamente elaborado, geralmente relacionado com o estudo de um texto ou de um livro, objetivando a exploração do material escrito de maneira efetiva: lendo, compreendendo, interpretando, elaborando, analisando, comparando, aplicando, avaliando e buscando o desenvolvimento do pensamento reflexivo e da análise crítica. Pode ser utilizado nas seguintes situações: • introdução para o trabalho de pesquisa; • estudo metódico de assuntos tratados em classe ou novos temas; • fixação de aprendizagem; • orientações de estudo, tarefas, exercícios ou consultas bibliográficas. Um roteiro de estudos abrange a indicação das fontes de leitura, as instruções claras para o estudo, a determinação das tarefas e a orientação para a seleção de material complementar. A seleção do material deve ser adequada ao grupo ao qual ele se destina. O material deve ser apresentado de forma significativa, atualizada e de interesse. Na elaboração do roteiro, é recomendável que o instrutor organize momentos individualizados e momentos socializadores e que esteja à disposição dos alunos para atendê-los individualmente ou em grupo. As atividades do primeiro momento giram em torno da leitura global do material escrito e das atividades de apreensão do texto, como: • Sublinhar as ideias mais importantes ou extrair a temática principal ou central do texto; • Destacar as partes que compõem o texto dando-lhes títulos; • Registrar notas e observações; • Procurar no dicionário o significado das palavras; • Formular conceitos, estruturar características e outros elementos necessários à sua compreensão; • Ilustrar graficamente aspectos importantes do tema estudado. Estas atividades visam capacitar os alunos na identificação e na compreensão das ideias principais do texto e no estabelecimento de relações entre elas. Implica a capacidade de tirar conclusões, distinguir consequências e de ir além dos limites colocados pelo autor. Neste sentido, devem favorecer: • A identificação de desacordos entre autores e suas ideias; • Examinar situações teóricas e a prática do aluno; • Sugerir perguntas com base no que está escrito no texto; 32 | Manual do Instrutor do SENAI | DR/MG
• Sugerir outras interpretações do texto; • Estimular ideias que venham a complementar o assunto; • Comparar situações reais e vivências. No momento socializado, procura-se estimular a interação dos alunos por meio de atividades que promovam o aprofundamento das discussões, a retomada da tese central contida no texto, de forma questionadora, a globalização dos aspectos levantados individualmente e a constituição da perspectiva do que seria uma produção coletiva do conhecimento. As atividades individualizadas e socializadas se complementam, alternam-se e permitem ao aluno situar-se coletiva e criticamente, extrapolando o texto para a realidade vivida. O fato de a técnica se organizar pela orientação direta do instrutor não significa que este deva assumir um papel autoritário, impedindo que possíveis alterações no seu direcionamento possam ser efetuadas. A atenção permanente do instrutor diante do processo de ensino exige a flexibilidade de suas orientações que devem ser adequadas às condições específicas do grupo com que trabalha.
5.10 PROJETO O projeto é a explicitação de um conjunto de ações planejadas, executadas e controladas com objetivos claramente definidos, dentro de um período limitado de tempo, com início e fim estabelecidos. O projeto deve integrar teoria e prática e devem favorecer novas experiências aos alunos ou a reflexãosobre uma determinadas problemática. O projeto deve ser trabalhado de forma a integrar o conhecimento, proporcionando interdisciplinaridade dos conhecimentos abordados nas unidades curriculares e nos módulos/semestres do curso. Todo e qualquer projeto precisa de uma planejamento inicial que considere a definição clara de seus objetivos, a análise dos recursos necessários, a facilidade para se conseguir taos recursos, o tempo para a realização das atividades planejadas, os riscos envolvidos, bem como a forma de monitorar as etapas das propostas. EXEMPLO DE PLANO DA SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM – SITUAÇÃO PROJETO PLANO DE SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM CURSO: ELETRICIDADE INDUSTRIAL UNIDADE CURRICULAR: ESTRATÉGIA DE APRENDIZAGEM DESAFIADORA Situação Problema
Estudo de Caso
X
Projeto
Pesquisa Aplicada
Carga Horária Prevista: DESCRIÇÃO DA ESTRATÉGIA DE APRENDIZAGEM DESAFIADORA Você é um profissional do mercado de trabalho e recebeu uma demanda para projetar e instalar um sistema elétrico de um jardim com uma garagem de uma residência e seu cliente solicitou que utilizasse equipamentos com novas tecnologias e que o projeto apresentasse facilidades de acionamentos e economizasse energia elétrica. O projeto constará de: – 2 tomadas de corrente 2P+T padrão Brasileiro T1 e T2; – 3 lâmpadas ou pontos de iluminação L1, L2 e L3;
Manual do Instrutor do SENAI | DR/MG | 33
– quadro de distribuição (com disjuntores geral e um para cada circuito); – relé programável (sugestão que possa ser programado via teclado); – dimmer; – relé fotoelétrico; – 2 m de eletroduto de PVC, tendo uma peça com curva de 900 e outra peça com duas curvas diferentes de 90º não sendo comercializadas; – 1,5 m de eletroduto metálico; tendo uma peça com curva de 900 não sendo comercializada; – 0,5 m de eletroduto metálico flexível; – 1,5 m de canaleta de PVC tendo uma junção em ângulo diferente de 1800; – 1,0 m cabo PP; – 1 interruptor simples S1; – 2 interruptores paralelos S2 e S3; – 2 pulsadores S4 e S5. A instalação deverá ser projetada com equipamentos de proteção, conforme a norma brasileira NBR-5410, tendo componente(s) em posições bem distribuídas no espaço e observando a conformidade com a citada norma, exceto equipamentos com caráter decorativo. O módulo será montado na parede esquerda do box. O tempo para executar a instalação com o fornecimento dos materiais necessários e comissionamento deixando-a em funcionamento será de 4,5h. Funcionamento: O quadro de distribuição comanda e protege todos os circuitos da seguinte forma: – disjuntor geral; – disjuntor para comandar L1, L2 e L3; – disjuntor para comandar T1 + proteção diferencial residual; – disjuntor para comandar T2; – dispositivo de proteção contra surto. A iluminação deverá ter os seguintes funcionamentos: – as lâmpadas L1 e L2 deverão ser comandadas pela fotocélula, sendo que com um pulso de S1 elas deverão desligar ou ligar conforme sua atuação (dia luz apagada, noite luz ligada); e – com S1 acionado, a lâmpada L3 será ligada todos os dias no período de 08h00min às 12h00min e 14h00min às 18h00min durante a semana. Já com S1 sem estar acionada, a mesma lâmpada L3 funcionará através de S2 e S3 normalmente. A lâmpada L3 terá dimerização em todos os momentos. As tomadas deverão ser comandadas por circuitos independentes e a programação será da seguinte forma: – a tomada T1 deverá funcionar das 08h00min às 18h00min de segunda a sexta-feira e funcionar entre as 08h00min e 11h30min aos sábados. Para que ela funcione por um minuto nos horários restritos da programação, será necessário pressionar S4 e ela poderá parar de funcionar sem que acabe o tempo; e – a tomada T2 irá funcionar em qualquer momento, necessitando apenas pressionar S5 para funcionar durante 30 segundos, podendo ser renovado o tempo após o próximo pulso. ...... Fonte: Metodologia SENAI de Educação Profissional , agosto de 2013
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RESUMINDO... ESTRATÉGIA DE APRENDIZAGEM DESAFIADORA
O QUE É
O QUE SE ESPERA DO ALUNO
Projeto
Caracteriza-se por um conjunto de ações planejadas, executadas e controladas com objetivos claramente definidos, com fim e início estabelecidos. Deve integrar teoria e prática e pode levar à construção de algo tangível, como um protótipo de um produto ou a melhoria de um processo.
Espera-se que os alunos tenham novas experiências ou reflexão sobre determinada problemática.O docente pode solicitar relatórios, maquete, descrição de experiência laboratorial ou um esquema mental.
5.11 PESQUISA APLICADA Durante o processo educacional, normalmente a pesquisa é solicitada pelo instrutor com objetivo de oportunizar ao aluno o conhecimento e o aprofundamento das diferentes contribuições científicas disponíveis sobre determinado tema. Para tanto, o aluno deve recorrer à leitura, à análise e à interpretação de materiais diversos, como livros, textos, periódicos, artigos, documentos, mapas, entre outros, disponíveis em ambientes físicos e virtuais. Nesse sentido, a pesquisa em fontes diversas é uma estratégia de aprendizagem extremamente importante para a formação do aluno, pois amplia o seu domínio conceitual ao favorecer o acesso e o confronto entre as informações coletadas a respeito de um assunto específico. Nessa perspectiva, a pesquisa para coleta e análise de dados e informações pode ser transversal às três Estratégias de Aprendizagem Desafiadoras citadas anteriormente, pois pode favorecer o conhecimento necessário para fundamentar as soluções para os desafios propostos. A Pesquisa Aplicada objetiva gerar conhecimentos para aplicações práticas voltadas à solução de problemas específicos. Pode favorecer o desenvolvimento industrial ao originar patentes ou aprimorar produtos, processos e serviços que promovam inovação e, consequentemente, a competitividade da indústria. A utilização da Pesquisa Aplicada como Estratégia de Aprendizagem Desafiadora contribui para o desenvolvimento de capacidades diversas, pois, sob a orientação do docente, o aluno: • aprende a delimitar o seu campo de investigação; • levanta hipóteses; • estabelece relações; • busca informações em diferentes fontes; • organiza e analisa dados coletados; • seleciona o método de análise; • desenvolve raciocínios mais complexos; • faz sínteses; e • avalia informações.
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EXEMPLO DE PLANO DA SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM – PESQUISA APLICADA PLANO DE SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM CURSO: TÉCNICO EM ELETROELETRÔNICA UNIDADE CURRICULAR: ESTRATÉGIA DE APRENDIZAGEM DESAFIADORA Situação Problema
Estudo de Caso
X
Projeto
Pesquisa Aplicada
Carga Horária Prevista: DESCRIÇÃO DA ESTRATÉGIA DE APRENDIZAGEM DESAFIADORA Produto Inovador: Carro de compras eletrônico – Autokon Objetivo: Desenvolver um sistema de compras eletrônico acoplado ao carrinho de supermercado que forneça ao cliente informações sobre os produtos adquiridos. O Autokon é um carro de compras “inteligente”, equipado com um leitor de código de barras, manual e um display alfanumérico num pequeno teclado. Ao posicionar o código de barras de um produto diante do leitor ótico, a tela do display exibirá informações como preço e validade. Pressionando um botão do teclado, o cliente adiciona o produto à sua lista de compras que fica armazenada no sistema do carrinho. Concluída a compra, todos os produtos e seus respectivos valores aparecem listados no display. Antes de chegar ao caixa, o cliente tem a opção de excluir da lista o produto que ultrapassar seu orçamento previsto. Fonte: Metodologia SENAI de Educação Profissional , agosto de 2013
RESUMINDO... ESTRATÉGIA DE APRENDIZAGEM DESAFIADORA
Pesquisa aplicada
O QUE É
O QUE SE ESPERA DO ALUNO
Objetiva gerar conhecimentos para aplicações práticas voltadas a soluções de problemas específicos.
Espera-se que os alunos, com orientação do docente, delimitem seu campo de investigação, levantem hipóteses, estabeleçam relações, busquem informações em diferentes fontes, organizem e analisem dados coletados, selecionem o método de análise, desenvolvam raciocínios mais complexos, façam sínteses e avaliem informações.
5.12 ESTUDO DE CASO O Estudo de Caso é uma Estratégia de Aprendizagem Desafiadora que se caracteriza pela apresentação de um fato ou um conjunto de fatos, reais ou fictícios, que compõem uma situação problemática, com a sua respectiva solução. Tal atividade propicia ao aluno a análise do contexto apresentado, da problemática evidenciada e da solução dada. O instrutor deve apresentar o Caso a ser estudado e solicitar aos alunos que façam uma análise crítica e proponham diferentes soluções para a problemática apresentada, com base em argumentos técnicos, tendo em vista a viabilidade e as consequências da solução proposta.
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EXEMPLO DE PLANO DA SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM – ESTUDO DE CASO PLANO DE SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM CURSO: TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO UNIDADE CURRICULAR: SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO ESTRATÉGIA DE APRENDIZAGEM DESAFIADORA Situação Problema
X
Estudo de Caso
Projeto
Pesquisa Aplicada
Carga Horária Prevista: DESCRIÇÃO DA ESTRATÉGIA DE APRENDIZAGEM DESAFIADORA A Nat Chemistry é uma empresa que atua no mercado há mais de 10 anos, fabricando e distribuindo produtos químicos, reagentes e matérias-primas que são utilizados em diversos segmentos industriais. No contexto de trabalho dessa indústria, são manipulados distintos produtos e reagentes químicos, cujos níveis de toxicidade variam do menor ao maior grau, bem como os mais diversos tipos de instrumentos e equipamentos, cujo manuseio exige cuidado e treinamento. Os riscos de acidentes são iminentes e a sua ocorrência pode causar graves consequências, muitas delas irreversíveis. Num processo que exigia a utilização de ácido muriático (ácido clorídrico), um Assistente Técnico da Nat Chemistry deixou cair sobre si quase todo conteúdo de um recipiente com capacidade para 500 ml, provocando queimaduras de primeiro e segundo graus em seu corpo. Considerando o ocorrido, imediatamente a equipe de Saúde e Segurança da empresa entrou em ação, adotando as medidas cabíveis na prestação dos primeiros socorros e no encaminhamento do empregado acidentado para o hospital de referência no atendimento a esse tipo de ocorrência. Após ficar internado por um período de 40 dias e ser submetido a algumas intervenções cirúrgicas, o assistente técnico da Nat Chemistry recebeu alta e passa bem. Entretanto, a sua falta de atenção e o provável comportamento inadequado no laboratório quase lhe custou a própria vida. De acordo com o diagnóstico médico, o empregado terá que passar por mais duas cirurgias para reconstituir as áreas lesionadas e ainda não tem condições de retornar ao trabalho. Analisando o fato ocorrido e suas consequências, em grupo composto por no mínimo 3 e no máximo 5 participantes, respondam ao que se pede a seguir: • Que procedimentos de segurança, que devem ser padrão em um laboratório de química, o assistente técnico não deve ter observado? • Quais são as condições de segurança que devem ser oferecidas aos usuários de laboratórios de química? • Tendo como referência o caso em estudo e as questões apresentadas, elabore um Manual de Segurança a ser seguido por usuários de laboratório de química. Critérios para execução/avaliação do trabalho: O manual a ser elaborado deve: • basear-se nas normas e procedimentos de segurança pertinentes; • ter, no mínimo, 6 e, no máximo, 10 laudas; • ser digitado, impresso e encadernado e apresentado também em formato digital; • conter textos orientadores e, quando pertinente, gravuras, fotos ou desenhos que possam auxiliar na compreensão do texto; • ser apresentado em classe pela equipe de elaboração, no prazo estabelecido. Observação: O melhor manual, escolhido por votação da maioria dos alunos, com base nos critérios definidos, será reproduzido e distribuído nas empresas químicas da cidade ou do entorno da escola. Fonte: Metodologia SENAI de Educação Profissional , agosto de 2013
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RESUMINDO... ESTRATÉGIA DE APRENDIZAGEM DESAFIADORA
O QUE É
O QUE SE ESPERA DO ALUNO
Estudo de caso
Caracteriza-se pela apresentação de um fato ou conjunto de fatos, reais ou fictícios, que compõe uma situação problemática com sua respectiva solução. Normalmente é utilizada para fins didáticos.
Espera-se que os alunos, após analisarem o contexto, a problemática e a solução proposta, proponham diferentes soluções, com base em argumentos técnicos, tendo em vista a viabilidade e as consequências da solução previamente indicada.
5.13 TRABALHO EM GRUPO A sala de aula é, na verdade, um local coletivo de trabalho, entretanto a tônica do trabalho individualizado é predominante na prática do instrutor. Inúmeras razões são colocadas pelos instrutores para isso. A persistência da relação tradicional perante os conteúdos de ensino, a concepção de aprendizagem e disciplina introjetados por essa perspectiva e as dificuldades dos instrutores no desenvolvimento de trabalhos em grupo são algumas dessas razões. Conheça algumas técnicas e suas variações de trabalho em grupo: Díade ou cochicho: os participantes, dois a dois, discutem a questão e apenas um apresenta a conclusão. É importante que os participantes conheçam previamente os objetivos da discussão e se preparem para ser concisos e breves em suas intervenções. As perguntas podem ser feitas e respondidas oralmente ou por escrito, conforme o previsto. Seminários: os alunos devem aprofundar a discussão de um tema ou de um problema, chegando a conclusões coletivas. Após a leitura e o entendimento em grupo, os alunos debatem o assunto em círculo, sempre mediados pelo instrutor. Grupo de conclusão: O instrutor apresenta uma dada situação para os grupos que terão um tempo delimitado para discutir e concluir. Terminado o tempo, abre-se a discussão para todos e um relator apresenta as conclusões em plenária e por escrito. Estas conclusões podem ser registradas no quadro, favorecendo a síntese do trabalho. Grupos Diversificados: Nessa estratégia, o tema designado a cada grupo pode ser o mesmo, mas a forma de encarar seu estudo é variada. O instrutor seleciona, por exemplo, um texto a ser estudado e organiza os grupos: • Grupo de RECONHECIMENTO – os alunos destacam os pontos-chave ou as ideias principais, verificam a estrutura e/ou organização do texto; • Grupo de RELACIONAMENTO – o grupo estuda o texto, mas vai se preocupar em estabelecer relações entre o que é apresentado pelo autor e as experiências prévias, teóricas ou práticas, dos participantes. Há nessa atividade um retorno ao já aprendido e uma revalorização das experiências e vivências dos alunos; • Grupo de ENRIQUECIMENTO – o grupo tomará o texto como ponto de partida para novas buscas enraizadas nas proposições do autor. Impõe uma atividade reflexiva e criativa; • Grupo de JULGAMENTO e SÍNTESE – o grupo estuda o texto e, com o conhecimento prévio das atividades dos demais grupos, vai se preparar para o fechamento da atividade numa perspectiva avaliadora da atuação dos demais grupos. 38 | Manual do Instrutor do SENAI | DR/MG
5.14 PAINEL INTEGRADO O instrutor organiza grupos com a mesma quantidade de componentes para um trabalho que se realizará em dois momentos: • No primeiro momento, os participantes de cada grupo terão tempo para preparar-se sobre um determinado tema, com indicação bibliográfica e material necessário disponível ou orientado pelo instrutor. Os temas ou problemas são diferentes para cada grupo; • No segundo momento, formam-se novos grupos, desta vez compostos por um componente de cada grupo do primeiro momento. Nestes novos grupos, cada representante expõe o tema ou a situação-problema debatido em seu grupo e as conclusões a que chegaram. Novas sínteses são organizadas neste segundo momento, com modificações e complementações das conclusões anteriores; • Os participantes retornam ao seu grupo inicial ou abre-se um grupo grande para avaliação do trabalho. Observação: Esta técnica favorece a integração dos alunos em sala de aula e promove a quebra de grupos fechados ou “cliques”. O processo pelo qual a discussão transcorre permite que todos participem do estudo e das conclusões. Neste sentido, é interessante que se discuta sobre o significado de um trabalho desta natureza diante da metodologia de produção coletiva do conhecimento.
5.15 GRUPO DE VERBALIZAÇÃO E GRUPO DE OBSERVAÇÃO – GV-GO Consiste em dividir os alunos em dois grupos, atribuindo ao primeiro, chamado de verbalização, a função de discutir um tema e ao segundo, chamado de observação, a análise crítica do desempenho do grupo e da dinâmica de organização do trabalho. Esta apreciação acontece logo após a apresentação do primeiro grupo. A situação se inverte, em seguida, com a troca de posições dos grupos. A distribuição dos participantes pode ser feita por sorteio e recomenda-se uma organização física circular concêntrica. O instrutor pode sugerir dois temas diferentes para ser discutidos ou mesmo a abordagem do mesmo tema de formas diferentes. Esta técnica favorece a realização de dois objetivos: a análise de um tema e o treinamento dos participantes no processo de avaliação de desempenho de grupos.
5.16 ESTRATÉGIAS QUE PROPICIAM A PRODUÇÃO DE GRANDE QUANTIDADE DE IDEIAS EM PRAZO CURTO Tempestade Cerebral – Consiste numa apresentação livre das ideias que surgem diante de um estímulo qualquer sugerido pelo instrutor – um texto, um caso-problema, um filme, etc. O instrutor deve registrar, escrevendo palavras ou frases curtas, o que os alunos conhecem sobre o tema. Após o registro, é apresentado o tema, aprofundando-o e fazendo correlação, quando for possível, com as informações apresentadas pelos alunos; Discussão Circular – É uma variante da tempestade cerebral. A mesma pergunta é proposta para todo o grupo, e cada participante, um a um, deve emitir a sua resposta, que poderá ser ou não registrada no quadro. O nome circular vem do fato de que a melhor disposição física dos participantes seria em círculo. O objetivo da técnica é permitir que todos, inclusive os tímidos, se manifestem;
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5.17 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Uma estratégia de ensino muito importante, que pode ser utilizada, é educação a distância. O Senai DR/MG possui um Núcleo de Educação a Distância voltado para atualização pessoal e profissional de trabalhadores da indústria mineira, empresários e colaboradores. Dentre os objetivos do NEAD, destacam-se o desenvolvimento de conteúdos de EAD (textos, sites, vídeos, locuções, animações, simulações) para variadas mídias. Esta é uma possibilidade de o instrutor firmar parceria com a equipe pedagógica da escola, planejar ações e recorrer ao NEAD, avaliando os recursos e cursos existentes. É também uma oportunidade de desenvolver novas propostas de recursos digitais e cursos a distância. A educação a distância é uma estratégia inovadora e muito praticada atualmente. Requer planejamento e acompanhamento por parte do instrutor e do pedagogo. Para desenvolver ações nesse formato é necessária uma ampla discussão com a equipe pedagógica da escola. A equipe pedagógica avalia as possibilidades e os requisitos legais envolvidos, quando se tratar de curso técnico.
5.18 MATERIAL DIDÁTICO Faz parte das atribuições do instrutor avaliar, selecionar, reformular e/ou elaborar recursos didáticos para sua escola. Os docentes deverão utilizar o Livro Didático Nacional – LDN, como o material didático impresso padrão para todos os cursos ofertados nas escolas, à medida que os títulos forem disponibilizados pelo Bibliotecário responsável pela biblioteca de sua escola. Porém, os cursos que ainda não possuem LDN, o material didático elaborado pelo instrutor, deverá estar de acordo com os documentos Gestão de Material Didático do SENAI MG e Diretrizes Estratégicas SENAI DR/MG, ambos disponíveis na intranet. Para a produção de novo material ou para a reformulação de textos didáticos deve-se utilizar a capa padrão definida pelo DR/MG e o arquivo eletrônico com o template do miolo da apostila, também, disponíveis na Intranet. Segundo as Diretrizes Estratégicas do SENAI-MG 2016, antes de sua reprodução, distribuição e utilização, o material didático elaborado pelo instrutor deverá passar pela etapa de Normalização Técnica, visando garantir a conformidade da apresentação do conteúdo com os padrões das normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT – e a identificação dos dados relacionados com os direitos de propriedade das fontes consultadas para a construção do texto. Esta atividade é de competência do Bibliotecário responsável pela biblioteca da escola.
Lembre-se: Pirataria é Crime! Ao produzir material didático, fique atento às normas técnicas e aos direitos de propriedade.
É proibido o uso de quaisquer materiais didáticos em sala de aula ou em laboratórios/oficinas que não estejam conforme a normalização técnica. No seu planejamento, você deve adotar como referenciais para a elaboração ou a adoção de recursos didáticos os itinerários formativos, o desenho curricular, os perfis profissionais, o projeto pedagógico, os planos de cursos e de aulas e a carga horária, observando a pertinência, a atualização e a adequação dos conteúdos aos conceitos ministrados na sala de 40 | Manual do Instrutor do SENAI | DR/MG
aula e nas atividades práticas. Especial atenção deve ser dada à aquisição de nova bibliografia para enriquecimento dos cursos e ampliação dos estudos para os alunos. O instrutor deve informar à supervisão técnica a lista de bibliografias para aquisição, conforme a política de desenvolvimento de acervo, disponível na intranet. Além disso, o instrutor deve motivar seus alunos para o uso constante da biblioteca. Tenha a biblioteca da escola como uma importante fonte de apoio e enriquecimento para suas aulas. Algumas fontes de consulta para a elaboração ou adoção de material didático do SENAI: DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA PARA CONSULTA DA ESCOLA BRASIL. Congresso Nacional. Lei n. 9610 de 19 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre os direitos autorais. [S. l: s. n, 199?]. NORMALIZAÇÃO de documentos institucionais. 3.ed. rev ampl. Brasília: CNI; SESI; SENAI; IEL, 2009. 3 v. SENAI. DN. Referenciais para a produção de materiais didáticos impressos: um roteiro de viagem. Brasília, 2010.66p. SENAI. MG. Template dos elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais: capa, contracapa SENAI, capa específica para o programa PRONATEC, falsa folha de rosto e miolo da apostila. Belo Horizonte: GEP, 2013. Banco de Recursos Didáticos (BRD) do SENAI DN: www.senai.br/recursosdidaticos. Para cadastro de usuários, procurar a biblioteca da sua escola. Catálogo de bibliotecas do SENAI-MG: www.fiemg.com.br/bibliotecasenaiweb Para cadastro de usuários, procurar a biblioteca da sua escola.
Distribuição e controle de Livros Didáticos Nacionais O material didático da Aprendizagem Industrial (Livro Didático Nacional/Apostilas) deve ser entregue ao aluno gratuitamente. É de responsabilidade da Biblioteca a gestão do processo de distribuição e armazenamento dos recursos didáticos destinados a todos os alunos, estabelecendo os procedimentos necessários para registro e controle dos livros didáticos utilizados nas disciplinas ministradas por cada instrutor.
5.19 RECURSOS AUDIOVISUAIS Toda atividade didática pressupõe comunicação oral e escrita e planejamento. Para que sua aula se torne mais atrativa, objetiva e eficaz, você pode contar com o uso específico de recursos audiovisuais como material de apoio. Esses recursos facilitam a exposição, a demonstração e a conclusão de cada tema apresentado na aula, trazendo o aluno para uma participação mais efetiva e favorecendo o processo ensino-aprendizagem. Antes de optar por utilizar recursos audiovisuais, certifique-se da disponibilidade e da funcionalidade. Além disso, você deve conhecer o recurso que irá utilizar e o material a ser apresentado. A seguir apresentamos os recursos mais usuais na atualidade com cuidados e dicas para utilização nas aulas.
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RECURSOS
CUIDADOS & DICAS DE UTILIZAÇÃO
• divida o quadro e planeje o que será escrito. Se possível, anote num dos cantos o conteúdo a ser ministrado no dia. Assim, ao final da aula, a turma percebe que o planejamento foi cumprido ou, se não foi, o que faltou para concluir; • escreva de modo legível e não sature o quadro de informações; Quadro branco • cuidado com erros ortográficos e gramaticais; É o recurso mais usual em sala de aula. Permite a transmis- • ilustre as ideias com desenhos e/ou diagramas simples e em tamanho grande; são escrita do conteúdo, a correção de textos e estímulos e a participação do aluno no desenvolvimento de um saber ou • utilize o quadro da esquerda para a direita e de cima para baixo; de um raciocínio. • não fale voltado para o quadro. Volte-se para os alunos; • mantenha-se ao lado do quadro para não prejudicar a visibilidade dos alunos; • fale e, em seguida, escreva brevemente, para manter o contato visual com os alunos; • certifique-se de que a caneta seja apropriada. Pincéis atômicos não podem ser utilizados em quadro branco.
Flip-chart A sua utilização é semelhante à do quadro de giz ou branco. É um bloco de papel do tamanho de uma folha de cartolina afixado em um cavalete. Esse recurso não permite a mesma facilidade de correção e deve-se evitar borrões e rabiscos. As informações ficam registradas durante toda a aula.
Vídeos São recursos que enriquecem a aula, pois ajudam os alunos a entender o conteúdo. Para a utilização desse recurso é importante que, antecipadamente, você assista aos vídeos para assegurar que eles atendem aos objetivos da sua aula. Use-os como instrumentos didáticos e não como um acontecimento especial ou distração.
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• utilize-o para pequenos grupos, devido ao pouco espaço útil; • utilize também para registro, em caso de apresentações de grupo; • use pincel atômico; • se desejar, prepare-o com antecedência; • use-o para uma sequência de tópicos. Não sature a folha de informações; • cuidado com erros ortográficos e gramaticais. • certifique-se de que os equipamentos de DVD estejam disponíveis e em perfeito funcionamento; • assista ao vídeo antecipadamente; • evite filmes muitos longos; • faça uma preparação introdutória e uma discussão posterior avaliando a experiência vivenciada pelos alunos; • faça um link entre o que foi visto e o conteúdo trabalhado, de forma a tornar o recurso mais significativo para os alunos.
• certifique-se de que os equipamentos de projeção (computador, projetor multimídia ou datashow, TVs LCD / LED) estejam disponíveis e em perfeito funcionamento; • certifique-se de que a versão do software do computador que fará a projeção seja compatível com a que foi utilizada na elaboração do arquivo; • padronize as fontes. Evite a utilização de um número excessivo de cores e formatos; • utilize um fundo adequado à luminosidade do local da apresentação; • use e abuse dos estímulos (figuras, gráficos, diagraApresentação multimídia mas, etc...) com criatividade, mas sempre cite a fonte de referência; Esse recurso é amplamente utilizado, pois facilita a inser• procure usar o slide na mesma posição; ção de figuras, gráficos, vídeos, músicas, entre outros es• o slide deve ser usado apenas como referência para o tímulos, para a apresentação de um conteúdo. que está sendo trabalhado. Não escreva nem leia textos em slides. Prefira o uso de tópicos que possam nortear a apresentação. • utilize o recurso de animação moderadamente; • utilize esse recurso como suporte para o desenvolvimento de sua aula e não como a única fonte de material; • utilize o template padrão do SENAI para as apresentações, disponível na intranet: documentos corporativos – comunicação e marketing / comunicação interna / arquivos de comunicação interna / arquivos de comunicação / SENAI / apresentação modelo cinza ou vermelho.
Além das já citadas para o recurso de apresentação multimídia, a lousa permite: Lousa interativa ou Lousa Digital • Acesso à internet em momentos de dúvida e busca de É um dos recursos mais tecnológicos disponíveis no mercacomplementação para perguntas do aluno; do. Possui funções audiovisuais que possibilitam aulas mais • Realização de simulações e jogos para atrair a atenção interativas, além de permitir que as anotações do conteúdo do aluno; sejam armazenadas e enviadas para os alunos. • Articulação entre vídeos e/ou animações, durante a apresentação.
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Acervo bibliográfico Um dos métodos mais eficazes para complementação de um tema ou conteúdo é fazer uso do acervo da Biblioteca, como fonte de consulta e pesquisa. Assim como a aprendizagem, a pesquisa precisa ser significativa e planejada. Se o acervo precisa ser complementado com novas obras (bibliografia), peça a atualização à supervisão técnica e justifique sua solicitação. Para tanto, utilize o documento Política de Desenvolvimento do Acervo, disponível na intranet: SENAI/ educação profissional /Biblioteca / política de desenvolvimento do acervo.
• conheça os títulos disponíveis, antes de iniciar os trabalhos; • faça uma proposta clara ao grupo; • gere curiosidade nos alunos sobre os assuntos abordados e incentive-os a realizar pesquisas; • mobilize o grupo para a investigação; • recorra a literaturas antigas e faça comparações com a atualidade.
Internet A internet é uma rica fonte de informações, base para discussões e para construção de conhecimentos. A rede é uma • oriente os alunos a analisarem as informações obtidas ferramenta que facilita a pesquisa e permite trabalhar a conas pesquisas. Muito assunto postado em sites pode não municação dos alunos, por meio de fóruns, chats, correio ser confiável; eletrônico, listas de discussão, blogs, dentre outros. • oriente os alunos a utilizar aspas, quando fizerem buscas Se você deseja trabalhar um tema como forma de pesquisa, por frase: ex.: “usinagem a CNC”. Dessa forma, a busca é interessante que você pesquise antes a lista de sites que não acontece por palavras isoladamente; tratam do assunto para direcionar o trabalho ou solicitar aos alunos uma pesquisa prévia em revistas, jornais, livros, para • ensine o aluno a inserir na pesquisa as fontes de consulta e solicite que ele adote esse procedimento como que tenham fontes confiáveis para pesquisar. prática, de acordo com as normas da ABNT. Se a pesquisa for realizada fora do laboratório, pode ser solicitada ao aluno uma pesquisa mais aberta, indicando apenas o tema trabalhado.
• baixe o aplicativo antes de divulgar para os alunos; Realidade Aumentada
• verifique quais as páginas estão disponibilizadas com esse recurso; O aplicativo SENAI RA – Realidade Aumentada, utilizado de maneira autônoma pelos alunos, permite que os Livros • o SENAI RA pode ser aberto pelo SENAI APP, disponível Didáticos Nacionais desenvolvidos no âmbito do Programa gratuitamente na internet: https://play.google.com/store/ Senai de Padronização possam ser ampliados com novos apps/details?id=com.senai.ra&rdid=com.senai.ra objetos de aprendizagem e com recursos multimídias adi• Livros Didáticos Nacionais disponíveis com o aplicativo cionais. Isso é possível com a utilização da tecnologia de RA dos cursos técnicos de: Realidade Aumentada, que permite a sobreposição de obje* Automação Industrial; tos multimídias com o ambiente físico, por meio do uso da câmera de um smartphone ou tablet, para o reconhecimento * Segurança do Trabalho; de imagens/marcadores impressos nos LDN’s e que funcio* Redes de Computadores; nam como “gatilhos” para acesso ao conteúdo multimídia. * Eletroeletrônica.
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5.20 ORGANIZAÇÃO DOS AMBIENTES É responsabilidade do instrutor organizar seu ambiente de ensino, principalmente os laboratórios e oficinas. A guarda, limpeza e conferência diária de equipamentos, instrumentos, máquinas e de qualquer material utilizado deve ser realizada pelo instrutor que usa o ambiente. É uma questão de postura ética que o profissional deixe o ambiente organizado para que o próximo a utilizá-lo encontre-o em condições normais de uso. Estratégias para organização e conservação dos recursos devem ser propostas e adotadas pelas escolas, com a participação direta dos instrutores, atendendo às suas realidades específicas, como criação de agendamentos de utilização, listas de conferência de material, relatórios de anomalias, registros de manutenção, entre outras.
5.21 SALA DE AULA É o espaço que você mais utiliza na escola. É o local do encontro com os alunos. É um ambiente de aprendizagem estruturado para promover a aquisição e o desenvolvimento de conhecimentos e capacidades. Deve ser planejado, organizado e equipado com os recursos necessários para que o aluno possa aprender. Nesse ambiente, o instrutor possui dupla função: 1- Planejar e organizar a sala de aula de acordo com o objetivo das aulas propostas. O planejamento desse espaço envolve ações que antecedem a execução das aulas. Atividades que exijam a exibição de imagens, filmes e slides, por exemplo, dependem da disponibilização de recursos e da verificação do funcionamento deles. Faça-o antecipadamente; 2- Administrar o ambiente de forma a assegurar o melhor aproveitamento. No decorrer das aulas, o instrutor pode e deve realizar intervenções para propiciar ao aluno o máximo aproveitamento do ambiente disponibilizado para a aprendizagem. Utilize a sala de aula de formas variadas, opte por disposições diferenciadas de carteiras e cadeiras, utilize círculos, forma de U, ou outra forma que julgar interessante, fuja das carteiras enfileiradas. Outras disposições podem propiciar melhor interação e integração com os alunos. Recomendamos que sua prática contemple atividades diferenciadas que ultrapassem os limites de sala de aula. Devendo considerar a utilização de outros espaços, como empresas (visitas técnicas), feiras, exposições, entre outros, como complemento ao processo de ensino. Essas variações enriquecem as aulas e dão mais significado ao conhecimento que está sendo desenvolvido. Abaixo algumas orientações quanto à utilização desse espaço: • Estimule os alunos a manterem a limpeza da sala e a organização das carteiras, sempre no final de cada aula; • Apague as luzes, feche as janelas, desligue ventiladores e/ou ar condicionado ao final de cada aula; • Comunique ao responsável sempre que o ambiente precisar de reparos.
5.22 OFICINAS E LABORATÓRIOS Dentro do contexto de profissionalização de pessoas, é imprescindível utilizar oficinas e laboratórios com recursos mínimos para realizar as práticas profissionais padronizadas, bem como praticar o que foi ensinado em sala de aula. Oficinas e laboratórios são ambientes de aprendizagem de extrema Manual do Instrutor do SENAI | DR/MG | 45
importância e necessitam de cuidados de conservação com os equipamentos, máquinas, instrumentos, dentre outros. O uso de oficinas e de laboratórios também deve ser planejado. A seguir estão descritas suas responsabilidades enquanto usuário principal destes ambientes, bem como de sua conservação e organização. Fazem parte desses ambientes, as oficinas, os laboratórios e as salas de aula: • Zelar pela organização dos ambientes de prática; • Preparar equipamentos e material necessário para a realização das tarefas práticas com a antecedência apropriada; • Controlar o uso de equipamentos, orientar e observar os princípios básicos de segurança para os alunos; • Zelar pelo material sob sua guarda, resguardando-o de extravios e avarias; • Garantir o uso de equipamentos de segurança individual e coletivo para alunos e instrutor; • Garantir a segurança, a higiene e a proteção ambiental nas situações de ensino-aprendizagem; • Realizar a manutenção preventiva e corretiva de máquinas, ferramentas, instrumentos e equipamentos de sua escola e demais escolas do sistema; • Desenvolver e adotar estratégias de manutenção e conservação dos ambientes, equipamentos e instrumentos. As diretrizes do Senai MG preveem que as escolas devam manter máquinas, equipamentos, mobiliário, infraestrutura física e instalações em boas condições de uso e de conservação. Para isso, cada escola deve desenvolver e documentar o planejamento de manutenção de todos os equipamentos, máquinas, instrumentos e infraestrutura física. O Supervisor Técnico da sua escola coordena as ações do plano de manutenção das escolas para acompanhar as atividades e evidenciar as condições de uso dos equipamentos, propor soluções e implantar a gestão da manutenção das escolas. O instrutor é responsável pelos bens patrimoniais registrados nos setores de sua atuação, como salas de aulas, laboratórios e oficinas. Ele deve colaborar com o processo de inventário desses bens. Veja, um resumo, a visão geral do planejamento da prática docente
Contextualização para a prática docente. Informações iniciais.
Perguntas-chave: 1. Compreendo a proposta pedagógica do SENAI? 2. Conheço o Regimento Escolar do SENAI? 3. Conheço o Manual do Aluno? 4. Pesquisei o Perfil da(s) turma(s) que trabalharei? 5. Identifico todas as informações relevantes no Plano de Curso?
Plano de Situações de Aprendizagem
Compreendo o Plano de Ensino da Unidade Curricular? Reconheço todas as práticas profissionais previstas no Roteiro de Práticas? Identifico todas as situaçoões de aprendizagem?
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DESENVOLVENDO O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM 6. QUEM É O SEU ALUNO? Antes de iniciar as atividades na sala de aula, você precisa conhecer quem é seu aluno, de onde ele vem, quais são as expectativas dele. Essas informações são fundamentais para você traçar suas estratégias de ensino. O aluno que vem para o Senai espera satisfazer sua expectativa de aprender uma profissão. Para isso ele espera também encontrar instrutores capacitados, comprometidos e disponíveis para ensinar. Supõem encontrar aulas dinâmicas e contextualizadas, que lhes proporcionem fácil entendimento e aprendizagem. No entanto, devemos enfatizar que os alunos e os comportamentos em sala de aula são vários. Há alunos que cobram, questionam, participam, mas há outros que se dispersam e se desinteressam, faltam, brincam durante a aula, entre outros. Na posição de instrutor, você deve estar atento a tudo o que envolve o aluno, pois ele é a razão da existência de sua aula. Ao planejar, leve em consideração quem é o aluno, sem deixar de considerar a experiência de vida, as expectativas desse aluno, se ele trabalha, se está desempregado, se procura um primeiro emprego, se vem de escola pública ou particular, se tem dificuldades, a faixa etária, expectativas, entre outros fatores. Considere que essas informações devem nortear o seu planejamento. O quadro socioeconômico dos alunos se torna subsídios importantes, pois lhe permite escolher as melhores estratégias de ensino, além de orientar suas ações e posturas durante o desenvolvimento da aula.
7. MINISTRANDO AULAS Agora que você conhece o plano de curso, plano de ensino, Livro Didático e e definiu os objetivos e conheceu as estratégias de ensino que podem ser utilizadas na sala de aula, é hora de colocar em prática o seu planejamento. Nesse momento você precisará: Apresentar o tema, contextualizá-lo e conceituá-lo, baseando-se em referenciais sólidos; Apresentar o objetivo da aula; Verificar com a turma os conhecimentos que possuem sobre o tema; Explicar de acordo com uma sequência lógica; Criar perguntas que estimulem o pensamento do aluno referente ao tema; Criar oportunidade de reflexão sobre o tema; Estimular produções escritas sobre o tema; Estimular a participação dos alunos durante a aula; Verificar, ao final da aula, se o objetivo proposto foi alcançado.
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7.1 APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA “A aprendizagem significativa é um processo pelo qual uma nova informação se relaciona, de maneira substantiva (não literal) e não arbitrária, a um aspecto relevante da estrutura de conhecimento do indivíduo”. (MOREIRA, 1999)
Com base na assertiva acima, pode-se afirmar que os novos conhecimentos adquiridos pelos alunos devem se relacionar com o conhecimento prévio que o aluno possui, traduzindo assim a aprendizagem significativa. Para a aprendizagem ser significativa, ela deve se ater aos seguintes aspectos: • Considerar as diferenças individuais do aluno; • Refletir contextos reais; • Privilegiar o fazer e por que se faz; • Estimular a criatividade e a autonomia do aluno.
Princípios da aprendizagem significativa:
Interdisciplinaridade
Desenvolvimento de capacidades
Avaliar a aprendizagem
Aprendizagem Significativa
Aprender a aprender
Ter a Afetividade como valor
Contextualização
Aproximar a formação ao mundo real, ao trabalho e às práticas sociais.
Integrar teoria e prática
Dentre os princípios acima, destaca-se: Interdisciplinaridade Trabalhar a interdisciplinaridade é uma possibilidade de relacionar conteúdos das diferentes áreas, respeitando as peculiaridades de cada uma. A interdisciplinaridade rompe com os limites das disciplinas, visando garantir a construção de um conhecimento globalizante. Nesse sentido, Fazenda afirma que: A interdisciplinaridade é um termo utilizado para caracterizar a colaboração existente entre disciplinas diversas ou entre setores heterogêneos de uma mesma ciência (...) caracteriza-se por uma intensa reciprocidade nas trocas, visando um enriquecimento mútuo. (FAZENDA, 1996, p.41).
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Agora Reflita: Você percebeu o quanto é importante levar em consideração a aprendizagem significativa? Viu que, se forem observados os seus princípios, sua aula pode ter para o aluno um significado mais profundo e contextualizado?
Na perspectiva da interdisciplinaridade, o fenômeno em estudo tem caráter global, rompendo-se com a visão fragmentada e estagnada. Esse aspecto implica diretamente a prática pedagógica que poderá se enriquecer com o desenvolvimento de projetos integradores, de pesquisas, de resolução de situações-problema e de desafios. Portanto, na condição de instrutor, você deve realizar trocas entre seus conhecimentos, métodos, experiências e visões de mundo, objetivando sempre o enriquecimento mútuo. É importante que trabalhe com a interdisciplinaridade e tome conhecimento de seu significado. Contextualização É mais um princípio orientador das práticas pedagógicas que encoraja a aprendizagem significativa e, por isto, a torna mais duradoura. Contextualizar implica conferir significado a fatos, fenômenos, conhecimentos e práticas, a partir das percepções, conhecimentos, experiências, enfim, das representações sociais trazidas pelos alunos. A contextualização é um dos pontos fortes a ser observado para que o aluno se veja em situação de trabalho. Assim, o instrutor deve contextualizar a situação de aprendizagem com a área de atuação do futuro profissional, criando um cenário que envolva demandas indicadas no perfil profissional, seja no campo das competências profissionais, seja no campo do contexto de trabalho da qualificação seja, ainda, fazendo uso de sua experiência na área. Ao desenvolver sua aula, não abra mão de refletir e colocar em prática os princípios da aprendizagem significativa. Com certeza o resultado será mais visível, e você se sentirá mais motivado, ao perceber o quanto você conseguiu minimizar as dificuldades de aprendizagem do seu aluno e a tornar sua aula atrativa e cheia de significados para ele.
7.2 POSTURA DO INSTRUTOR EM SALA DE AULA “O professor não apenas transmite uma informação ou faz perguntas, mas também ouve os alunos. Deve dar-lhes atenção e cuidar para que aprendam a expressar-se, a expor opiniões e dar respostas. O trabalho docente nunca é unidirecional. As respostas e as opiniões dos alunos mostram como eles estão reagindo à atuação do professor, às dificuldades que encontram na assimilação dos conhecimentos. Servem também para diagnosticar as causas que dão origem a essas dificuldades. (Libâneo 1994, p.250)
Você já sabe que em sala de aula ou em qualquer ambiente de aprendizagem, além de servir de exemplo, sua postura deve contribuir para o desenvolvimento de uma aula que demonstre organização, planejamento e incentive a participação dos alunos. Relembrando o descrito no item 4.4 – Perfil adequado do instrutor, descreveremos as atitudes/ posturas que o instrutor deve demonstrar em sala de aula: Manual do Instrutor do SENAI | DR/MG | 49
Antes da aula • Prepare as aulas, exercícios e as atividades didáticas antecipadamente; • Estude o Livro Didático cuidadosamente, considerando o nível e as necessidades da turma com a qual vai trabalhar; • Informe-se a respeito dos recursos didáticos disponíveis na escola, de como utilizá-los para enriquecer suas aulas e se há necessidade de fazer reserva; • Encaminhe o seu planejamento e as sugestões à Equipe Técnico-Pedagógica, com antecedência.
Durante a Aula • Seja pontual. Dê o exemplo. A pontualidade é fundamental para o sucesso de qualquer atividade e também para você poder cobrar a mesma postura do aluno; • Cumpra rigorosamente o horário de aula no início e no final. Planeje as atividades para durar o tempo da aula, condizente com o que está previsto no Plano de Ensino. Tenha sempre uma “carta na manga” (um conteúdo complementar) para o caso de a atividade durar menos tempo que o previsto; • Não dispense os alunos antes do horário de intervalo e de término das aulas previstos pela escola, a não ser em caso de extrema necessidade e autorizado pela supervisão; • Desligue o celular antes de entrar na sala e exija o mesmo dos alunos (salvoquando se tratar de atividades específicas propostas pela equipe da escola); • Nunca deixe os alunos sozinhos durante as aulas, na sala, no laboratório ou na oficina; • Faça o controle diário da frequência, comunicando à equipe da escola, os casos preocupantes de infrequência; • Respeite e demonstre respeito pelas diferenças socioculturais dos alunos; • Evite brincadeiras, piadas ou frases que possam ser mal-interpretadas e gerar uma situação desagradável na turma; • Procure conquistar o aluno, diminuindo suas resistências e despertando o seu interesse e atenção; • Procure resolver situações de conflito, analisando as variáveis envolvidas e suas possíveis causas, buscando o consenso na resolução dos impasses que eventualmente ocorram; • Esclareça para o aluno o objetivo da unidade de estudo e da aula que vai acontecer para que ele saiba aonde você quer chegar; • Apresente aos alunos os critérios de avaliação que serão utilizados na aula; • Faça uma breve revisão do que foi trabalhado na aula anterior para relembrar conceitos e melhorar a compreensão da aula que se segue; • Ao movimentar-se pela sala, circule entre os alunos; • Lembre-se de que o material apresentado deve ajustar-se ao conteúdo das aulas, permitindo ação inteligente do aluno e mantendo-se como recurso-fonte da aula; • Ministre sua aula com clareza. O assunto principal deve ser apresentado de modo claro, sugestivo e interessante; • Trabalhe em equipe e articule para promover atividades interdisciplinares; • Incentive a participação do aluno durante o desenvolvimento da aula; • Dinamize a aula. Use técnicas de ensino variadas e, na dúvida, busque ajuda do (a) Pedagogo (a) da escola; • Expresse-se por meio de gestos adequados, linguagem correta e clara, bom timbre de voz; • Formule perguntas que enfatizem ideias principais, estimulem e desencadeiem o pensamento e integrem o aluno à atividade em desenvolvimento; • Reveja os resultados da aprendizagem a fim de melhorar o desempenho do aluno;
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• Seja ético. Evite provocar discussão sobre assuntos complexos ou polêmicos, que não envolvam diretamente o conteúdo do módulo ministrado; • Ao final de cada dia, avalie com o aluno a aula dada, o seu desempenho e valide o entendimento do conteúdo; • Após corrigir as avaliações, faça o levantamento das questões em que os alunos apresentaram baixo desempenho. Reveja o conteúdo dessas questões; • Valorize e estimule as atividades em grupos; • Evite a disposição tradicional das carteiras na sala; • Não utilize notebook, com atividades que não se relacionem com o motivo da aula; • Quando se tratar de exercícios com correção no quadro, incentive os alunos a resolverem os exercícios no quadro, principalmente os mais tímidos; • Evite chamar a atenção do aluno na turma; chame-o para uma conversa particular após a aula; • Procure relacionar o conteúdo com fatos ou situações cotidianas para facilitar a compreensão; • Induza o aluno à tentativa, motivando o esforço de cada um. “Não dar as conclusões antes de deixá-lo tentar”; • Ao fazer um atendimento na carteira do aluno, sente-se ao lado dele ou tente se posicionar da mesma altura; • Desafie os alunos a resolverem situações-problemas; • Mude a estratégia, ao notar que o conteúdo não está “chamativo”; • Faça perguntas aos alunos dispersos e que apresentem maior dificuldade. Torne-os mais participativos, desinibidos e interessados; • Elogie os alunos por sua participação, interesse e pelo cumprimento de atividades; • Mostre aos alunos a aplicabilidade prática dos conteúdos ministrados em sala; • Sente ao lado do aluno que estiver com dificuldades e inibido; • Crie um clima favorável à expressão de opiniões, de forma democrática – “todo comentário pertinente é bem-vindo”; • Oriente os alunos a fechar janelas, desligar luzes, ventiladores e/ou ar-condicionado, ao sair da sala; • Apague o quadro e desligue as luzes ao sair; • Conscientize os alunos sobre a importância da limpeza e da conservação de salas, laboratórios, oficinas e outros ambientes que fazem parte da escola.
Após a Aula • Informe à (ao) pedagoga(o) os alunos com faltas sequenciais para facilitar o controle da evasão e retorno rápido de informações sobre frequência dos alunos. • Reflita sobre o trabalho desenvolvido: o que foi positivo? O que deve ser revisto? • Leia e releia as avaliações dos módulos feitas pelos alunos, analisando todos os itens. • Avalie, autoavalie, reflita, replaneje, mude o que for necessário!
7.3 RELAÇÃO INSTRUTOR-ALUNO “Para pôr em prática o diálogo, o educador não pode colocar-se na posição ingênua de quem se pretende detentor de todo o saber; deve, antes, colocar-se na posição humilde de quem sabe que não sabe tudo, reconhecendo que o analfabeto não é um homem “perdido”, fora da realidade, mas alguém que tem toda a experiência de vida e por isso também é portador de um saber.” (GADOTTI, 1999, p.2)
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A relação instrutor-aluno pressupõe uma relação dialógica como condição determinante para o efetivo processo de ensino e de aprendizagem. Na posição de instrutor, você deve se preocupar com o seu conhecimento, buscando sempre a absorção de novos conteúdos e com o processo de construção da cidadania do aluno. É necessário que você se veja como um facilitador da aprendizagem, aberto a novas experiências. É muito importante estabelecer uma relação de empatia e de confiança com os alunos. Procure compreender os sentimentos e os problemas dos alunos para tentar levá-los ao desenvolvimento de boas relações com o conhecimento. A relação instrutor-aluno precisa se basear: • Na ética; • No diálogo; • Na transparência. A boa relação entre o instrutor e aluno deve ser permeada pelo objetivo de construir o conhecimento em conjunto. O instrutor deve fazer o aluno se sentir importante e com sentimento de pertencimento, ao perceber que faz parte desse processo de aprendizagem. Em sala de aula, posturas e atitudes norteiam toda uma relação primordial durante o desenvolvimento de um ou mais componentes curriculares. Nesse processo, instrutor e alunos precisam agir baseados no respeito mútuo. Para que essa relação se concretize, o instrutor deve observar os seguintes pontos:
Respeite a individualidade dos alunos: cada aluno é um ser único e individual, que possui um histórico de vida. Quando chega à sala de aula, deve ser visto e tratado por você com cordialidade, paciência e respeito. Não espere que todos ajam e aprendam da mesma forma, pois cada um tem uma forma de ver e entender; Cabe a você, instrutor, saber se colocar como autoridade para o aluno, sem criar o distanciamento. É preciso assumir uma postura profissional, sem ser rígido e sem se posicionar como ‘dono do saber’, estabelecendo os limites necessários para manter uma boa relação; Você deve passar confiança para ao aluno. O aluno precisa sentir segurança em suas palavras e ações. Assim ele se sentirá à vontade para recorrer a você sempre que houver dúvidas e dificuldades; Procure ouvir os alunos e respeitar seus pontos de vista, mesmo que você não concorde.
Portanto, é necessário considerar que o aluno se torna o alvo do processo de ensino e aprendizagem para o instrutor. Quando é comprometido com o aluno e com uma educação de qualidade, o instrutor cumpre seu papel de orientador e facilitador do processo de ensino e de aprendizagem, ultrapassando, desse modo, a mera condição de ensinar.
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AVALIANDO O PROCESSO DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM 8. PROCESSO DE AVALIAÇÃO 8.1 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM A Avaliação é um julgamento de valor sobre manifestações relevantes da realidade, tendo em vista uma tomada de decisão (Luckesi, 1978). A avaliação faz a mediação entre o processo de ensino e de aprendizagem. Embora distintos, esses processos se comunicam, dialogam entre si e indicam as exigências de crescimento para instrutor e aluno. Dessa forma, a avaliação cumpre o seu duplo papel de regular a aprendizagem e identificar resultados, servindo como um dos parâmetros para a reorganização da ação educativa. Assim, podemos sintetizar os seus objetivos da seguinte forma: • Constatar a situação inicial de aprendizagem do educando a fim de obter subsídios que possibilitem tomar medidas para melhorar a qualidade do ensino; • Subsidiar a escolha do meio pelo qual os alunos possam aprender o que é necessário para o autodesenvolvimento; • Acolher o aluno e perceber, segundo a visão dele, o que pode ele precisa para encaminhar o autocrescimento; • Observar o nível de aprendizagem alcançado pelos alunos, buscando aprimorar o aproveitamento do aluno por meio do incremento na qualidade a partir da reavaliação das decisões pedagógicas; • Possibilitar ao aluno o desenvolvimento da capacidade de autocrítica, oferecendo exercícios para que ele se autoavalie na participação nos processos de ensino e aprendizagem. A passagem dos alunos de um nível de ensino a outro é legitimada pela avaliação certificativa, que expressa o índice de aproveitamento do aluno. Ao avaliar seus alunos, pense antes no seguinte: • Cada aluno é diferente na sua história de vida, no seu ritmo e nas suas aspirações. Portanto, o aprendizado ocorre da forma e em ritmo diferentes. Por isso, essas peculiaridades devem ser consideradas e o momento de cada um deve ser respeitado; • É preciso estar sensível e atento para observar as dificuldades e os progressos de cada aluno. Quando pensamos em avaliação da aprendizagem, temos que considerar a importância das suas diferentes funções: • a função diagnóstica da avaliação deve ser realizada no início do processo educativo, pois permite determinar a presença ou a ausência de conhecimentos prévios, identificar interesses, possibilidades e outros problemas específicos, tendo em vista a adequação e o planejamento do ensino. • a função formativa da avaliação fornece informações ao aluno e ao instrutor, durante o desenvolvimento do processo de ensino e de aprendizagem. Permite localizar os pontos a serem melhorados e indica deficiências em relação a procedimentos de ensino e de avaliação adotados. A avaliação formativa permite decisões de redirecionamento do ensino e da aprendizagem para garantir a sua qualidade ao longo de um processo formativo. Assim como ocorre na avaliação diagnóstica, Manual do Instrutor do SENAI | DR/MG | 53
a avaliação formativa tem uma perspectiva orientadora que, neste caso, permite aos alunos e ao instrutor ter uma visão mais ampla e real das suas atuações. • a função somativa ou cumulativa da avaliação permite julgar o mérito ou o valor da aprendizagem. A função cumulativa ocorre ao final de uma etapa do processo de ensino e aprendizagem. A função somativa assume um caráter de função administrativa, porque permite decidir sobre a promoção ou a retenção do aluno, considerando o nível escolar em que ele se encontra. Ao final da etapa de um processo, as informações obtidas com a avaliação podem se constituir num diagnóstico para a etapa subsequente do ensino. Assim é necessário que o instrutor realize a avaliação, pensando nas três funções que ele possui e nas informações importantes que elas fornecem. A avaliação diagnóstica e a formativa ocorrem em diferentes momentos do processo educativo, e a avaliação somativa, no final de um processo. Portanto, a avaliação cumpre funções que não se excluem e nem se esgotam em si mesmas. Excluir uma delas é empobrecer o processo avaliativo, ou seja, empobrecer a possibilidade de realizar um trabalho avaliativo mais complexo e amplo. Pensando na prática... Após conhecer o conceito de avaliação e as funções da avaliação, você perguntaria: “– mas e daí? Como é que eu coloco em prática esses conceitos?” Na verdade, não existem receitas prontas em educação. Mas podemos orientar algumas práticas: • Sempre que iniciar uma unidade curricular, coloque para o aluno como será o desenvolvimento dos conteúdos e explicite como será feita a avaliação; • Procure saber tudo o que o aluno sabe sobre o assunto que você vai ensinar, aproveite a informação que você conseguir para subsidiar seu planejamento e aproximar o conteúdo da realidade do aluno; • Utilize os instrumentos de avaliação já definidos nos planos de ensino para colher dados sobre a aprendizagem dos alunos e mensure os erros e acertos. Este procedimento permite uma reflexão e uma ação acerca do que não foi aprendido pelos alunos; • Valorize o erro como possibilidade de progresso no ensino. A partir do erro, é possível planejar ações para alcançar o acerto; • Utilize a recuperação paralela para, de fato, possibilitar que o aluno tenha acesso aos conhecimentos ainda não alcançados. Lembre-se: você não consegue recuperar o aluno, caso venha a simplesmente aplicar uma avaliação substitutiva com o nome de ‘recuperação paralela’ no aluno.
8.2 A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO PARA O INSTRUTOR O processo avaliativo só tem sentido se o instrutor realiza uma análise reflexiva no resultado da avaliação. Assim ele consegue analisar a eficácia do instrumento utilizado, verificar se os objetivos propostos foram atingidos e perceber as dificuldades encontradas pelo aluno. As informações que o instrutor vai obtendo no decorrer do processo de ensino-aprendizagem o auxiliam a adequar seu planejamento, sua metodologia e a utilizar novos instrumentos de avaliação. Baseado na análise dessas informações e na postura do aluno diante do processo de aprendizagem, é possível para o instrutor formular hipóteses e intervenções sobre a aprendizagem de seu aluno. A questão essencial não consiste em saber se o aluno deve ou não receber esta ou aquela nota, mas desafiá-lo a elaborar a solução de um problema proposto, de acordo com o assunto abordado por ele. O erro deve ser dimensionado, e todas as situações devem ser convertidas em instrumento de melhoria e de crescimento.
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8.3 A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO PARA O ALUNO
Agora Reflita: Quando o instrutor avalia a aprendizagem de seu aluno, o que ele faz com o resultado obtido?
É muito importante para o aluno conhecer o resultado da avaliação de sua aprendizagem. No entanto, na maioria das situações, o aluno só toma conhecimento do seu desempenho, quando tem acesso às notas obtidas em exercícios, trabalhos e provas. As situações de avaliações vivenciadas devem extrapolar o alcance da prova e da nota que remete à única função de medir, constatar e excluir. Fazer o aluno vivenciar seu processo de aprendizagem e avaliá-lo é uma fórmula que está ligada diretamente à análise que aluno faz a partir do “erro” que ele comete. O erro mostra para o aluno as lacunas de sua aprendizagem, direcionando seu caminhar. O aluno tem a necessidade de conhecer suas possibilidades para poder situar-se em relação ao que está sendo proposto e buscar novos caminhos para construir novas estruturas. Nesse sentido, a avaliação se transforma, para o aluno, num instrumento de diagnóstico da situação em que ele se encontra. A partir do diagnóstico, definem-se os encaminhamentos adequados para sua aprendizagem.
8.4 INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO Instrumentos de Avaliação são os recursos ou estratégias que você utiliza para avaliar o processo de aprendizagem dos alunos. Muitas vezes pensamos que, para legitimar o processo de avaliação, precisamos submeter os alunos a provas e atividades escritas. Assim deixamos de lado outras estratégias que evidenciam a aprendizagem do conteúdo. Chegou o momento de inovar e repensar sua prática pedagógica em relação ao processo de avaliação da aprendizagem de seus alunos. Utilizando diversas estratégias de ensino, você pode compreender melhor o que seu aluno apreendeu e quais as maiores dificuldades ele encontrou. A partir daí você pode pensar novas formas para ensinar o conteúdo que não foi compreendido pelo aluno. É preciso ficar claro que o processo de ensino do instrutor deve favorecer a aprendizagem dos alunos. Por sua vez, o processo de avaliação deve ser sempre diagnóstico e investigativo, apontando para o instrutor o conteúdo não aprendido, enquanto que, na visão do aluno, a avaliação apresenta o conhecimento construído ou em construção. Conheça alguns instrumentos e estratégias de avaliação que o auxiliarão nesse processo.
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Prova Escrita (múltipla escolha) CARACTERÍSTICAS O que é
Série de perguntas diretas, para respostas curtas, com apenas uma solução possível.
Função
Avaliar o quanto o aluno apreendeu sobre dados singulares e específicos do conteúdo.
Vantagens
É familiar aos alunos, simples de preparar e responder e pode abranger grande parte do exposto em sala de aula, pode ser utilizado um grande numero de questões, é versátil e objetiva e é rápida para corrigir.
Atenção
Pode ser respondida por acaso ou de memória. A análise do resultado desse instrumento de avaliação não permite constatar se o aluno adquiriu o conhecimento.
E na prática? Para elaborar uma prova Escrita (dissertativa ou de múltipla escolha), você deve se ater ao seguinte:
• Monte uma matriz de especificação em que você possa visualizar os conhecimentos a serem avaliados, o nível de complexidade das questões e o número de questões da prova. A estrutura dessa matriz pode compreender questões de teoria, processos e de aplicação. • Tenha atenção aos detalhes e conheça o assunto a ser abordado. As questões devem ser gramaticalmente corretas e ter apenas uma opção correta de resposta. • Defina o valor de cada questão e verifique as respostas corretas. Cada item de múltipla escolha deve ter: • O enunciado, que é a pergunta ou uma informação incompleta, devidamente contextualizada à realidade de atuação profissional que se pretende avaliar; • As opções de resposta possíveis ao enunciado, que são: * o gabarito: que é a resposta correta; * os elementos de distração ou distratores: respostas plausíveis, porém incorretas. • Se necessário, utilize um estímulo, como gráficos, ilustrações, mapas, croquis, tabelas, dentre outros; • Sugere-se que, ao elaborar questões de múltipla escolha, sejam dadas, no mínimo, quatro opções de resposta.
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Prova Escrita (Dissertativa) CARACTERÍSTICAS O que é
Uma série de perguntas que exigem capacidade de estabelecer relações, resumir, analisar e julgar. É um tipo de avaliação muito comum que exige do aluno a demonstração do seu conhecimento de forma escrita, seja por meio de textos ou de cálculos.
Função
Verificar a capacidade de analisar o problema central, abstrair fatos, formular ideias e redigi-las.
Vantagens
O aluno tem liberdade para expor os pensamentos, mostrando habilidades de organização, interpretação e expressão.
Atenção
Não mede o domínio do conhecimento; cobre uma amostra pequena do conteúdo e não permite amostragem.
E na prática? Para elaborar uma prova dissertativa, você deve se ater ao seguinte:
• Faça uma contextualização do tema que será avaliado, utilizando uma linguagem clara; • Identifique qual a capacidade técnica, organizativa e metodologógica que será avaliada; • Tenha atenção com a ortografia e veja se as questões estão gramaticalmente corretas. • Elabore poucas questões e dê tempo suficiente para que os alunos possam pensar e sistematizar seus pensamentos; • Defina o valor de cada questão e atribua pesos para a clareza das ideias, a capacidade de argumentação e conclusão e a apresentação da prova. • Evite perguntas subjetivas, pois podem expressar opiniões, e opiniões não são alvos de avaliação. A seguir estão listados alguns tipos de itens que podem ser utilizados na elaboração de questões dissertativas:
Item de correspondência ou associação13 O item de correspondência geralmente apresenta duas colunas para ser relacionadas. Uma coluna apresenta as questões, e a outra, as respostas. Os cuidados para a elaboração dos itens de associação devem ser: • Dar ao aluno uma orientação clara de como ele deverá fazer a correspondência; • Zelar para que a lista de questões tenha conteúdo homogêneo, assim como o da lista de respostas; • Usar mais respostas do que questões; • Colocar as colunas de questões e respostas lado a lado, de modo a economizar tempo para o aluno; • Impedir a colocação de mais de uma resposta correta para cada questão.
13 DEPRESBITERIS, 2001
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Item de falso-verdadeiro / certo-errado Consiste em apresentar afirmativas que o aluno marca como falsas ou verdadeiras. Alguns cuidados na formulação desse tipo de avaliação: • Formular as afirmativas de modo que elas estejam completamente corretas ou incorretas, evitando que o aluno fique em dúvida; • Evitar o uso de palavras capciosas, como “nenhuma”, “todo”, “nunca”, “às vezes”, “geralmente”; • Evitar o uso de palavras ou expressões negativas.
Item de completar Trata-se de um item em que o aluno é solicitado a escrever em lacunas, completando a frase apresentada. Os principais cuidados para elaborar um item de completar são: • Solicitar como preenchimento aquilo que é relevante; • Formular o item de modo que o aluno não tenha dúvidas sobre o que lhe é solicitado; • Colocar a lacuna, sempre que possível, no final da frase a ser completada. Isso evita que o aluno tenha que voltar ao início da frase para escrever o que é solicitado; • Colocar no máximo duas lacunas para serem completadas. Um item com muitas lacunas é mais um quebra-cabeças do que um item de teste; • Evitar dicas para o aluno, como colocar a primeira letra da palavra ou dividir a lacuna em traços; • Traçar as lacunas de modo que todas tenham o mesmo tamanho, evitando adivinhação.
Item de resposta curta É um item em que o aluno deve escrever uma resposta a uma questão ou a uma ordem formulada, como Quais os tipos de materiais ferrosos? Os cuidados para a elaboração deste tipo de item devem ser: • Formular as questões de modo que os alunos saibam o que está sendo pedido; • No caso de o aluno ter que citar nomes, especificar quantos nomes devem ser citados; • Formular o item de modo que possibilite apenas uma resposta certa.
Itens dissertativos O item dissertativo é aquele que solicita do aluno uma resposta elaborada. É uma resposta na qual o aluno deve recorrer a raciocínios mais complexos, como estabelecer relações, analisar vantagens e desvantagens, justificar a escolha e avaliar as melhores alternativas para os problemas dados. Os cuidados para a elaboração dos itens dissertativos são: • Elaborar o item de modo que o aluno não tenha dúvidas do que foi solicitado; • Adequar o tema a ser escrito ao nível do aluno; • Estruturar o item para que o aluno saiba exatamente a linha do raciocínio desejado; • Evitar expressões vagas, como: “o que você pensa?”, “escreva tudo o que sabe sobre...” e “qual a sua opinião?”. • Elaborar, paralelamente ao item, a resposta desejada, para que se perceba o que realmente se deseja do aluno.
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Outros tipos de itens Existem outros tipos de itens que podem ser criados pelo instrutor, como cruzadas, jogos de perguntas e respostas, etc. Seminário CARACTERÍSTICAS O que é
Exposição oral para um público, utilizando a fala e material de apoio adequado ao assunto.
Função
Possibilitar a transmissão verbal das informações pesquisadas de forma eficaz.
Vantagens
Contribui para a aprendizagem do ouvinte e do expositor, exige pesquisa, planejamento e organização das informações. Desenvolve a oralidade em público.
Atenção
Conheça as características pessoais de cada aluno para evitar comparações na apresentação de um aluno tímido e de outro mais expansivo.
E na prática? Para realizar um seminário, você deve se ater ao seguinte:
• Planeje e divulgue previamente o (s) tema (s) a ser (em) discutido (s); • Estimule a participação dos alunos para que você consiga realizar a avaliação desse processo; • Estimule os alunos a fazer perguntas e emitir opiniões; • Avalie participação, compreensão e aprofundamento dos alunos em relação ao tema do seminário. • Registre os resultados observados; • Solicite relatórios individuais ou em grupos; • Dê retorno para os alunos sobre a participação de cada um e o envolvimento no trabalho. Atividades em Grupo CARACTERÍSTICAS O que é
Atividades de natureza diversa (escrita, oral, gráfica, corporal, etc.) realizadas coletivamente.
Função
Desenvolver o espírito colaborativo e a socialização.
Vantagens
Possibilita o trabalho organizado em turmas e a abrangência de diversos conteúdos em caso de escassez de tempo.
Atenção
Esse procedimento não tira do instrutor a responsabilidade de buscar informações para orientar as equipes, nem de subsidiar os momentos individuais de aprendizagem.
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E na prática? Para desenvolver atividades em grupo, você deve se ater ao seguinte:
• Separe os alunos em grupos, utilize técnicas diversificadas para o agrupamento dos alunos; • Direcione a discussão dos grupos; • Estipule o tempo para análise, discussão e apresentação da atividade, quando aplicável; • Exponha para a turma como será a avaliação das etapas e os critérios que você utilizará; • Dê retorno, quando se tratar de apresentações, apontando o que foi positivo na apresentação e os pontos que podem ser melhorados. Relatório Individual CARACTERÍSTICAS O que é
Texto produzido pelo aluno, após a realização de atividades práticas, visitas técnicas ou projetos.
Função
Desenvolver o espírito colaborativo e a socialização.
Vantagens
É possível avaliar o real nível de apreensão de conteúdos, depois de atividades coletivas ou individuais.
Atenção
Evite julgar a opinião do aluno.
E na prática? Para orientar a realização de um relatorio, você deve se ater ao seguinte:
• Defina o tema e oriente a turma sobre a estrutura apropriada: introdução, desenvolvimento, conclusão e outros itens que julgar necessários, dependendo dos objetivos e da extensão do trabalho; • Oriente sobre a formatação do relatório de acordo com normas técnicas para a elaboração; • Elabore os critérios de avaliação para o relatório; • Informe aos alunos os critérios de avaliação antes da elaboração. Observação CARACTERÍSTICAS O que é
Análise do desempenho do aluno em fatos do cotidiano escolar ou em situações planejadas. A observação pode se dar em sala, oficinas, laboratórios ou visitas técnicas, entre outros.
Função
Acompanhar o desenvolvimento do aluno e obter informações sobre as áreas afetivas, cognitivas e psicomotoras.
Vantagens
Perceber como o aluno constrói o conhecimento, seguindo de perto todos os passos desse processo.
Atenção
Procure conhecer o grupo que vai observar e faça anotações no momento em que ocorre o fato. Evite generalizações e julgamentos subjetivos.
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E na prática? Para a observação, você deve se ater ao seguinte:
• Elabore uma ficha organizada (habilidades, competências que serão observadas). Isso vai auxiliar na percepção global da turma e na interpretação dos dados; • Registre individualmente, de acordo com os critérios definidos, as informações observadas. Portfólio CARACTERÍSTICAS O que é
É um instrumento que permite a compilação de todos os trabalhos realizados pelos estudantes, durante um curso ou disciplina.
Função
Oferece a oportunidade de traçar referenciais da classe como um todo, a partir das análises individuais, com foco na evolução dos educandos ao longo do processo de ensino e aprendizagem.
Vantagens
Auxilia o educando a desenvolver capacidade de avaliar o próprio trabalho, refletindo sobre ele, melhorando-o. Como suas produções ficam organizadas, por exemplo, em uma pasta, o portfólio permite ao aluno acompanhar todo o seu desenvolvimento.
Atenção
O portfólio inclui as provas e as autoavaliações dos alunos.
E na prática? Para a orientação e a realização do portfólio, você deve se ater ao seguinte:
• Elabore a estrutura do portfólio, ou seja, como ele será construído, que atividades e/ou trabalhos deverá conter; • Elabore as listas de exercícios, roteiros para pesquisas, trabalhos e/ou relatórios e entregue aos alunos para realização com a devida antecedência; • Explique para os alunos como será estruturado um portfólio e, se possível, entregue por escrito; • Apresente os critérios de avaliação e marque a data de entrega para correção e avaliação; • Defina a data de entrega do portfólio e divulgue com antecedência para os alunos; • Se necessário, programe exposições dos portfólios da turma, para encorajamento dos alunos e incentivo.
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Projetos CARACTERÍSTICAS
O que é
É a explicitação de um conjunto de ações a realizar – um plano (esboço ou design). O projeto se caracteriza pela flexibilidade e pelo desenvolvimento dentro de um período limitado, com início e fim estabelecidos, objetivos claramente definidos, gerando, ao final, um produto. É também um instrumento útil para avaliar a aprendizagem dos alunos, uma vez que permite verificar as capacidades de aprendizagem
Função
Avaliar se o aluno é capaz de representar objetivos a alcançar, caracterizar propriedades daquilo que será trabalhado, antecipar resultados intermediários e finais, escolher estratégias mais adequadas para a resolução de um problema, executar ações para alcançar processos e resultados específicos, avaliar condições para a resolução do problema, seguir critérios preestabelecidos.
Vantagens
Permite ao instrutor fazer avaliação de modo individual ou em equipe das capacidades descritas acima e verificar a presença de algumas atitudes, como respeito, solidariedade, capacidade de ouvir e de tomar decisões em conjunto. Permite ao aluno encontrar soluções para situações problemáticas e responder a questões ou avançar para compreendê-las melhor, propiciando condições para o desenvolvimento de competências.
Atenção
Faça discussões sobre o tema “Gerenciamento de Projetos”, mesmo que em nível básico.
E na prática? Para a orientação e a realização de projetos, você deve se ater ao seguinte:
• Defina com os alunos os temas dos projetos a serem realizados ou os objetos técnicos que serão elaborados. Participe da divisão das equipes; • Defina e informe para os alunos a estrutura do projeto, o que deve conter; • Defina prazos de entrega; • Defina os critérios de avaliação e marque a data de entrega e/ou de apresentação; • Seja mediador entre os ideais e as práticas, conscientizando os alunos na posição de profissionais, que devem ter clareza sobre os projetos e ideais; • Estimule a participação dos alunos envolvidos nas ações, desde sua concepção; • Torne a aprendizagem significativa para o aluno, promova projetos que vão ao encontro da realidade do aluno e do contexto de trabalho; • Elabore uma ficha organizada (habilidades, competências que serão observadas, etc.). Isso vai auxiliar na percepção individual e na participação do aluno na equipe. Entrevista CARACTERÍSTICAS O que é
Técnica que propicia a coleta de dados de natureza quantitativa e qualitativa. Pode ser individual ou em grupo.
Função
Avaliar se o aluno é capaz de representar oralmente os objetivos a alcançar, expressar-se com clareza e ter postura adequada durante uma entrevista.
Vantagens
Permite a capacitação imediata e contínua da informação desejada. Permite também o aprofundamento de alguns aspectos que foram coletados de maneira superficial.
Atenção
Crie um roteiro de perguntas para serem utilizadas durante a avaliação.
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E na prática? Para a realização da entrevista, você deve se ater ao seguinte:
• Elabore um roteiro de perguntas analíticas e descritivas, evitando respostas do tipo ‘sim’ e ‘não’. O roteiro pode ter uma estrutura básica de questões que será enriquecida, à medida que se deseja aprofundar determinados aspectos; • Explicite para o aluno os objetivos desse tipo de avaliação; • Estimule o aluno, para que ele se sinta a vontade; • Não seja subjetivo; • Não faça perguntas subjetivas; • Seja claro ao perguntar. Antes de perguntar, é preciso saber o que se deseja medir e em qual profundidade.
9. AVALIANDO A AULA 9.1 COMO AVALIAR A AULA “Seja como for, é preciso ter claro que a avaliação não pode ser concebida como um fim em si. Na verdade, ela funciona como engrenagem no processo didático-pedagógico e, de maneira mais global, para selecionar e orientar as ações educativas, principalmente aquelas realizadas nos espaços educativos, especialmente os formais.” (COPPETE, 2009, p.86)
A partir da aprendizagem do aluno: Você acabou de conhecer alguns dos instrumentos de avaliação e deve ter percebido que existem outras ferramentas de coleta de dados, além da prova escrita ou prática, que é de longe a mais praticada. Pois bem: como é impossível durante o processo de ensino e de aprendizagem aplicar provas aula a aula, as outras estratégias tais qual a observação devem ser utilizadas, principalmente nas etapas de recuperação. A observação dos alunos durante a aula, desde que bem-direcionada, provê o instrutor de dados que lhe permitirão tomar as decisões mais acertadas, quando da condução das próximas aulas. • Se os objetivos da aula foram bem definidos na etapa do planejamento, o instrutor terá condições de saber o que observar, orientando-se sempre na direção de perceber quais os alunos alcançaram estes objetivos, quais não conseguiram e por quê. • Observar sem anotar o que foi observado, também não produz bons resultados. O importante é que você mantenha um registro do que ocorreu durante a aula, principalmente se ocorreram momentos críticos, como um aluno que desiste da atividade por não conseguir executá-la. Uma forma mais prática e mais rápida de executar a observação é dispor de uma tabela que relacione os nomes dos seus alunos e os critérios que deverão ser observados (objetivos da aula, habilidades que deverão ser desenvolvidas, postura e disciplina do aluno, etc.) para que você anote o que viu. • O registro fica guardado. A partir daí, você terá uma trajetória do perfil dos seus alunos e será capaz de avaliar o quanto eles evoluíram ou não. Essa tabela poderá ser produzida na etapa de planejamento, logo após você escrever o plano de aula. É a partir do plano de aula que seus objetivos (o Manual do Instrutor do SENAI | DR/MG | 63
que avaliar?) estarão determinados. • Se você parar por aqui – que é o que acontece por diversas vezes no dia a dia escolar – você completou então somente uma verificação da aprendizagem e não uma avaliação. Segundo Luckesi (2000), para que chamemos de avaliação, é essencial tomar uma decisão. É preciso tratar os resultados da avaliação a partir dos dados coletados. Faça perguntas como “qual objetivo não foi alcançado completamente ou parcialmente?”, “quais alunos não conseguiram alcançar os objetivos traçados para a aprendizagem e por quê?”, “o que é possível ser feito para que os alunos sejam capazes de atingir o nível de aprendizagem esperado?”. Enfim, dada sua realidade, o importante é que você se posicione diante dos resultados encontrados. O que não é permitido é não fazer nada, principalmente diante de resultados negativos.
Que tal avaliar em que momento o quadro e o pincel (ou giz) não serão necessários e diversificar? Lembre-se das várias estratégias de ensino e recursos didáticos que temos para ser utilizados!
A partir da percepção do aluno com relação a sua aula: “A avaliação só se completa com a possibilidade de indicar caminhos mais adequados e mais satisfatórios para uma ação que está em curso. O ato de avaliar implica a busca do melhor e mais satisfatório estado daquilo que está sendo avaliado.” (LUCKESI, 2000)
Faz parte da competência do instrutor, como foi visto, autoavaliar-se, avaliar criticamente suas aulas e os instrumentos de monitoramento da aprendizagem utilizados, comprometendo-se sempre com a melhoria contínua. O primeiro passo para avaliar os métodos e estratégias utilizadas para o ensino e a avaliação é abrir um canal de comunicação com os próprios alunos. Em primeiro lugar, os alunos são a razão do processo de ensino e de aprendizagem. Não existira escola sem aluno. Portanto, a melhor forma de saber como o processo de ensino está sendo percebido por quem aprende é ouvindo. Quem é a maior autoridade para dizer conclusivamente se está confuso ou não com a explicação de um instrutor? Quem está na melhor posição para avaliar a aceitação de uma dinâmica na sala de aula? Quem pode atestar com mais propriedade se as relações dos instrutores com os alunos são baseadas em respeito, apoio e confiança? Alguns métodos simples de avaliação podem ajudar o instrutor a perceber qual tem sido a visão dos alunos sobre a aula. O primeiro e menos elaborado é uma simples conversa com a turma. Oralmente os alunos expõem suas críticas, sugestões e elogios. Neste caso, é necessário existir um clima de respeito e confiança entre o instrutor e a turma. Essa conversa não deve ser um momento para brigas ou “lavagem de roupa suja”. O instrutor deve estar aberto para ouvir, ponderar e validar as críticas e sugestões que ouvir. Tudo deve ser anotado para registrar a avaliação e para que você não se esqueça das observações que foram feitas. Se a turma não se sentir à vontade para expor oralmente sua avaliação, o instrutor pode lançar mão do segundo método: avaliação por escrito. Uma ferramenta simples e que apresenta bons resultados é conhecida como “positivodelta”. O instrutor deve preparar o formulário com antecedência, dividindo uma folha em duas partes e identificando estas partes com “+” e “Δ” (respectivamente positivo e delta). Se achar necessário, pode reservar um local para observações veja o exemplo na figura ao lado. 64 | Manual do Instrutor do SENAI | DR/MG
+
Obs:
Δ
Nessa ferramenta, o positivo significa apontar tudo o que está bom e que deve ser mantido; o delta significa oportunidades de melhoria. O aluno deve fazer um exercício de trocar simples reclamações por sugestões; em vez de escrever “Não gosto da forma como o instrutor explica”, basta apontar uma sugestão do tipo “O instrutor poderia procurar obter mais as opiniões dos alunos, durante a explicação”. A reclamação não aponta necessariamente caminhos de melhoria. O delta apresenta uma alternativa com a crítica. Para o efetivo funcionamento da ferramenta, o instrutor deve explicar a diferença entre reclamações e críticas com sugestões de pontos de melhoria, expondo os aspectos que ele espera ver avaliados. Deve ficar claro para o aluno que a avaliação é sobre a aula. Situações relacionadas com os serviços ou a infraestrutura não devem ser apontadas no delta. Logo, expressões do tipo “o lanche fornecido poderia ser mais gostoso” não cabem. Não é necessário que o aluno se identifique no formulário. Esta condição deixa o aluno mais à vontade para expor suas opiniões. Ao receber os formulários de volta, não tire conclusões do tipo “ninguém reclamou da minha aula. Portanto, todos estão satisfeitos”. Caso você chegue a essa conclusão, pode estar faltando um caminho de relacionamento mais aberto para que os alunos possam ser ouvidos, sem que se sintam pressionados. Talvez eles não escreveram nada por “medo de se expor”. E mais uma vez: a avaliação só se completa, se culminar em ações de melhoria. Ouvir os alunos, receber as sugestões e não fazer nada também está totalmente fora de cogitação. Considere as colocações, melhore seus processos e, para concluir, dê retorno aos alunos sobre o que você fez com as informações. Eles vão perceber que você leva as sugestões a sério e estarão mais receptivos para colaborar nas próximas avaliações. Para as sugestões que porventura não puderam ser atendidas, argumente e mostre o porquê de não haver a resposta. Não deixe para realizar a avaliação somente no final das aulas. Assim, não haverá tempo para mudar e melhorar. Escolha um momento mais estratégico. Realize a avaliação próximo da metade do cumprimento da carga horária do curso e repita a avaliação no final. Será possível medir o quanto você e suas aulas evoluíram. Você pode usar a criatividade e desenvolver ferramentas de coleta de dados adaptadas à realidade de suas aulas. A sua ferramenta pode ser utilizada, caso as que foram sugeridas neste manual não atendam suas expectativas. Só não se esqueça de uma coisa: os alunos sabem mais do que você imagina!
9.2 SISTEMA DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL (SAEP E PROVÃO) O SAEP e Provão são duas avaliações complementares que compõem o Sistema de Avaliação da Educação Profissional e Tecnológica. O principal objetivo dessas avaliações é verificar a eficácia e a efetividade dos serviços educacionais, avaliando a qualidade dos cursos e os benefícios para os participantes dos programas, setor industrial e sociedade. São baseadas em matrizes de referências, onde o desempenho dos alunos é uma das dimensões avaliadas que se transforma em indicador. O principal foco é promover melhorias nos processos educacionais, no ensino, na aprendizagem e na gestão escolar. Atualmente, o SAEP é aplicado para os alunos concluintes dos cursos técnicos, bem como o PROVÂO aplicado para os alunos concluintes dos cursos de Aprendizagem Industrial. A importância do SAEP e do PROVÃO: • Produzir diagnóstico do perfil de saída do aluno; • Construir indicadores da qualidade da formação profissional do SENAI; Manual do Instrutor do SENAI | DR/MG | 65
• Contribuir para mudanças no processo de ensino e aprendizagem e de gestão; • Melhorar a prática docente; • Contribuir para maior visibilidade das ações educacionais; • Promover a cultura da avaliação e criar uma rede de boas práticas; • Avaliar a adequação dos programas frente às expectativas e exigências da indústria; • Promover a transparência da instituição perante à indústria e a sociedade. É imprescindível que o instrutor conheça as matrizes do SAEP e do POVÃO, a fim de identificar as principais capacidades e conhecimentos que serão avaliados, subsidiando o planejamento das suas atividades e o grau de profundidade e complexidade dos conhecimentos repassados.
9.3 TRATAMENTO DOS RESULTADOS DA AVALIAÇÃO Esta é a última fase da avaliação. É neste momento que, principalmente diante de resultados negativos, você deve assumir uma postura de reflexão. O que levou o meu aluno a não atingir o resultado esperado? Se forem colhidos dados relevantes aos objetivos de aprendizagem, sejam quantitativos ou qualitativos, eles devem apontar sugestões de melhorias. Além disso, segundo Depresbiteris (2001): A tarefa de análise implica, num primeiro momento, organização de todos os resultados, dividindo-os por categorias, relacionando-os entre si, identificando neles padrões e tendências e buscando relações e inferências num nível abstrato mais elevado. (DEPRESBITERIS, 2001, p.68)
As estratégias de análise devem ser apropriadas ao tipo de dado coletado. Se os dados são quantitativos você poderá trabalhar com a análise estatística. Para o caso de uma prova, por exemplo, se o objetivo de cada questão é perceber se o aluno aprendeu determinada parte do conteúdo, um número de erros muito grande na questão 2 pode indicar que o conteúdo não tenha sido completamente aprendido. Estratégias de análise, como cálculo de médias de erros ou de acertos, medianas e desvio-padrão, podem ser utilizadas.
Saiba mais: Para saber como calcular dados estatísticos, como medianas, desvio-padrão e médias, acesse www.mat.ufmg.br/~espec/meb/files/descritiva_esp_08.ppt
Para uma análise qualitativa, deve-se buscar agrupar os dados observados, estabelecendo-se relações entre eles. O resultado de uma análise qualitativa poderá ser, por exemplo, a produção de um parecer técnico a partir dos dados que foram registrados nas tabelas de observação (COPPETE, 2009, p.100). Trata-se de um texto ou de apontamentos descritivos que devem servir para o instrutor como a publicação da avaliação feita a partir dos objetivos do período. Acaba por ser um resumo das observações feitas aula a aula. Auxilia ainda por dar pistas e mostrar o caminho que deve ser seguido no próximo período (o que observar mais sobre o (a) aluno (a), quais as dificuldades desse (a) aluno (a) e de que encaminhamentos ele necessita).
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São sugestões das observações qualitativas e dos apontamentos que podem compor o parecer (COPPETE, 2009, p.100): 1. Perfil do aluno (postura): relação e interação no grupo; envolvimento e interesse pelas propostas; disponibilidade e comprometimento com o trabalho; 2. Aprendizagem: facilidades e dificuldades; internalização de conceitos, regras e conteúdos; utilização dos conceitos trabalhados; qualidade das relações estabelecidas; processo de mudança e mudanças significativas; 3. Conteúdos e projetos trabalhados (significativos); 4. Desafios e necessidades para o próximo período do processo a ser trabalhado. O próximo passo para o tratamento dos dados encontrados e analisados das avaliações internas e externas é a elaboração de um plano de ação para as próximas aulas. Diversas questões devem ser consideradas, como repassar o conteúdo, usar abordagens diferenciadas, utilizando outras estratégias de ensino, dedicar mais tempo para aprofundar em determinado tema ou utilizar outros recursos, devem ser consideradas, respeitando a realidade dos dados levantados. Por último, divulgar os resultados encontrados para os demais interessados é de extrema importância. Os próprios alunos, a equipe de instrutores que lecionam para a mesma turma e até para a equipe técnico-pedagógica da escola podem tomar conhecimento e analisar os resultados.
9.4 DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM Aprender não é fácil: exige do aluno disposição para enfrentar o desconhecido e encarar dificuldades, contradições, dilemas e desafios sobre o que se está aprendendo. Esses desafios são superados, assim que seu processo de aprendizagem e seu conhecimento sobre o assunto se ampliam. Quando isso não ocorre, podem surgir as dificuldades de aprendizagem. Para ajudar os alunos em caso de dificuldade, é preciso utilizar algumas estratégias que favoreçam a aprendizagem dos alunos: Atendimento Individual: chame o aluno e peça que ele explique como está o entendimento e como ele está resolvendo determinado problema. Pela fala do aluno é possível, muitas vezes, perceber seu nível de compreensão sobre o assunto e onde está a lacuna entre a dificuldade e a aprendizagem. Atividade de monitoria ou em dupla: estimule atividades de monitoria ou em dupla. Muitas vezes um aluno com facilidade de aprendizagem consegue auxiliar seu colega nesse processo de construção do aprender. Avalie sua estratégia de ensino: Sabemos que cada um de nós tem uma forma de aprender. Isso depende de como organizamos mentalmente as informações. Algumas pessoas são mais visuais, sentem a necessidade de algo escrito, um esquema ou algo que ilustre o conteúdo; outras aprendem mais fazendo, são sensoriais. Para elas, a aprendizagem torna-se mais prazerosa e facilitada, se for alinhada com o fazer. Diante de diversas formas de aprender, é preciso que a forma de ensinar também seja diversificada.
Agora Reflita: Você consegue perceber como é importante o seu papel no processo de aprendizagem do aluno? E como o seu planejamento poderá ser revisado de acordo com o perfil de cada turma?
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Então repense e utilize diversas estratégias de ensino. Se mesmo utilizando essas estratégias você não conseguiu um retorno satisfatório, busque auxílio com a (o) pedagoga (o) da sua escola.
9.5 RECUPERAÇÃO PARALELA E FINAL 9.5.1 RECUPERAÇÃO PARALELA: PENSANDO NA SALA DE AULA Recuperação paralela é o processo no qual o instrutor, durante a realização das atividades de avaliação, percebe que o aluno não teve um rendimento esperado para aquela etapa de aprendizagem. Nesse caso, é indicado que aconteça a recuperação paralela, como forma de levar o aluno ao alcance dos resultados ainda não obtidos. Existem variadas formas de executar a recuperação paralela. No entanto, apenas aplicar uma “prova” sem que as dúvidas e/ou o conteúdo tenham sido revistos com os alunos não produz nenhum efeito. É preciso, instrutor, que você veja esse recurso como algo importante para alcançar os objetivos e se planejar para a aplicação da recuperação. Lembre-se de que não é perda de tempo ter que voltar e rever conteúdos. Pelo contrário. Essa revisão é a oportunidade que você tem de levar seu aluno a atingir o objetivo, estimulando-o para seguir adiante. 9.5.2 RECUPERAÇÃO FINAL: PENSANDO NA SALA DE AULA A recuperação final acontece no final da disciplina ou do módulo ou período letivo, quando o aluno, mesmo após a recuperação paralela, não conseguiu atingir a meta qualitativa e quantitativa estabelecida na proposta pedagógica. Geralmente a recuperação final é dada sob forma de prova e/ou trabalhos finais. Sugere-se que antes de aplicar a avaliação de recuperação final, seja possível a realização de revisões com os alunos para facilitar o alcance de objetivos. Importante lembrar que o monitoramento da aprendizagem dos alunos inicia-se com o semestre ou período letivo. O acompanhamento deve ser realizado para diminuir drasticamente o número de alunos em recuperação final. Não se trata de avançar alunos que não conseguiram atingir os objetivos, mas de realizar uma avaliação formativa que permita as correções, enquanto o processo de ensino e de aprendizagem se desenvolve.
10. ESCRITURAÇÃO ESCOLAR 10.1 DIÁRIO DE CLASSE O Diário de Classe é um documento imprescindível para a escrituração escolar, cuja finalidade é registrar todas as ações cumpridas pela turma em cada unidade curricular subsidiando o acompanhamento do aluno pela supervisão Técnico-Pedagógica. O Diário de Classe é um documento legal comprobatório do cumprimento da proposta curricular e, portanto, não poderá ser retirado da escola SENAI sob nenhum pretexto. A não observância desta orientação é passível de advertência.
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No diário devem ser registrados: • A frequência diária dos alunos por unidade curricular ministrada; • As competências / atividades / conteúdos formativos desenvolvidos; • Os resultados das avaliações, inclusive da recuperação; • As informações pertinentes aos registros efetivados.
O Diário de Classe está dividido em três partes: • Diário de Classe de Frequência • Diário de Classe das Competências / Atividades / Conteúdos Formativos • Diário de Classe de Desempenho Diário de Frequência Corresponde ao lançamento dos dados de frequência diária de cada aluno matriculado. Procedimentos: • O Secretário Escolar deverá imprimir e entregar ao docente o Diário de Frequência em branco, antes do início de cada Unidade Curricular prevista na matriz Curricular, por curso, para os devidos lançamentos de frequência. • Os docentes deverão obrigatoriamente efetuar os devidos lançamentos de frequência após a realização da aula, no portal educacional, bem como os demais lançamentos de acordo com o prazo estipulado pela Supervisão Técnico-Pedagógica, não podendo ultrapassar o terceiro dia útil do mês subsequente. • O preenchimento manual do Diário de Frequência em branco (em papel) será opcional para os docentes e servirá como espelho dos lançamentos. Os docentes terão essa ação como opção, caso queiram preencher primeiramente em papel e lançar posteriormente as informações no portal educacional do Sistema de Gestão Escolar. Os docentes terão como opção o preenchimento do papel como ação de segurança, caso estejam impossibilitados de lançar automaticamente os dados no portal, seja por uma “queda” de energia e/ou do Sistema de Gestão Escolar, seja para casos onde não houver sistema informatizado disponível para lançamento imediato em atendimentos remotos. • O Pedagogo deverá fazer o acompanhamento dos lançamentos da frequência com base nos dados lançados no Sistema de Gestão Escolar, a fim de validar o total de aulas previstas com o total de aulas realizadas, o acompanhamento da frequência dos alunos, os lançamentos realizados pelos instrutores / docentes e o desenvolvimento do Plano de Curso. • Sugere-se que o diário de frequência, depois de validado, seja impresso mensalmente, tendo as assinaturas dos responsáveis colhidas, e devidamente arquivado para posteriormente compor o diário completo da unidade curricular (frequência, planos de aula e desempenho). • Ao final da Unidade Curricular/módulo/período letivo, após a liberação da Supervisão TécnicoPedagógica, o diário de classe de frequência deverá obrigatoriamente ser impresso, ter as assinaturas dos responsáveis colhidas e ser devidamente arquivado.
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Diário de Classe das Competências / Atividades / Conteúdos Formativos Correspondem ao lançamento das competências / atividades / conteúdos formativos ministrados pelo docente durante o desenvolvimento de suas aulas. Procedimentos • O docente deverá obrigatoriamente realizar o preenchimento e o lançamento das competências / atividades / conteúdos formativos no portal educacional, de acordo com o prazo estabelecido pela Supervisão Técnico-Pedagógica, para todas as aulas. • Sugere-se que o diário de conteúdos formativos, após validado, seja impresso mensalmente, tendo as assinaturas dos responsáveis colhidas e devidamente arquivado para posteriormente compor o diário completo da unidade curricular (frequência, planos de aula e desempenho). • Ao final da Unidade Curricular /módulo / período letivo, após a liberação da Supervisão Técnico Pedagógica, o diário de classe de conteúdos formativos deverá obrigatoriamente ser impresso, ter as assinaturas dos responsáveis colhidas e ser devidamente arquivado. • A Supervisão Técnico Pedagógica deverá fazer o acompanhamento das competências / atividades / conteúdos formativos, valendo-se dos dados lançados no Sistema de Gestão Escolar, a fim de validar os lançamentos conforme o Plano de Curso.
Diário de Classe de Desempenho Corresponde ao lançamento dos dados de desempenho referentes ao processo de avaliação da aprendizagem atribuídos ao aluno. Procedimentos • O docente deverá obrigatoriamente realizar o preenchimento e o lançamento das avaliações e dos resultados, inclusive de recuperação, dos alunos no portal educacional, de acordo com o prazo estabelecido pela Supervisão Técnico Pedagógica e de acordo com as regras definidas pelo Sistema de Gestão Escolar para cadastro e lançamento das avaliações. • O Pedagogo deverá fazer o acompanhamento dos lançamentos das avaliações e resultados a partir dos dados lançados no Sistema de Gestão Escolar, a fim de acompanhar o desempenho dos alunos, bem como subsidiar as decisões do Conselho de Classe. • Ao término do módulo / período letivo, a Supervisão Técnico Pedagógica, mediante análise dos Diários de Classe, deverá autorizar o Secretário Escolar a realizar a apuração de resultados. • Ao final do módulo/período letivo, após a liberação da Supervisão Técnico Pedagógica, e apuração completa de resultados, o diário de classe de Desempenho deverá obrigatoriamente ser impresso, ter as assinaturas dos responsáveis colhidas, e ser devidamente arquivado, juntamente com os diários de classe de frequência, e conteúdos formativos, no prazo máximo de 30 dias. Serão considerados campos inutilizados nos diários de classe, impressos via Sistema de Gestão Escolar, todos os campos em branco, não sendo permitido qualquer lançamento manual ou complementação do formulário após sua impressão e devidas assinaturas. O prazo máximo para a conclusão do processo de apuração de resultados para turmas concluintes deverá ser de 30 (trinta) dias contados a partir do término do curso/ período letivo/módulo, com vistas a garantir a apropriação estatística fidedigna e emissão de Certificados e Diplomas, conforme prazo estabelecido pelo Manual de Escrituração Escolar do SENAI. 70 | Manual do Instrutor do SENAI | DR/MG
O prazo máximo para a conclusão do processo de apuração de resultados para turmas em andamento, e que re¬alizarão rematrícula, deverá ser de 10 (dez) dias contados a partir do término do período letivo/módulo, com vistas a garantir a apropriação estatística fidedigna e emissão de Certificados e Diplomas conforme prazo. Cabe ao instrutor preencher corretamente o diário de classe e manter os lançamentos atualizados em consonância com a data estabelecida pela equipe técnico-pedagógica. Como se trata de um documento de extrema importância, o diário de classe não pode conter rasura após sua impressão e assinatura. O CLASSIS é o sistema oficial de escrituração escolar e faz interface com outros sistemas oficiais de estatística da produção, do Departamento Regional e Departamento Nacional do SENAI. Portanto a escola deverá garantir a eficiência nos lançamentos dos dados relativos à escrituração escolar. O preenchimento do diário deve estar sempre em dia, como o próprio nome já diz: é para ser DIÁRIO. Alguns cuidados que o instrutor deve ter com o diário de classe:
• Faça a chamada diariamente. Não deixe para o dia seguinte. Caso contrário, perde-se a veracidade do dado de frequência dos alunos; • Não rasure. Trata-se de documento da vida escolar do aluno; • Não leve o diário para casa, pois é documento de uso restrito na escola. A retirada do diário da escola é considerada uma falta grave e, portanto, é passível de advertência; • Somente a secretaria escolar pode retirar e acrescentar dados de alunos nos diários de classe, via sistema de gestão escolar - CLASSIS Qualquer alteração por parte do instrutor e da equipe pedagógica é vedada; • Cuidado para não lançar dados que não correspondam efetivamente à aquela turma ou aluno (notas e frequências); • O diário deve ser fechado dentro dos prazos determinados; • Deve estar sempre em dia, pois é a partir do diário de classe que é feita a estatística e envio de informações a empresas, como por exemplo, o Informativo de frequência do aprendiz;
Você acabou de ver a importância do diário de classe. Trata-se do documento que comprova a trajetória do aluno na escola. Quando ele estiver sob sua responsabilidade, mantenha-o observando tudo o que foi descrito acima.
11. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com a elaboração deste documento, esperamos ter contribuído para o desenvolvimento do pensamento reflexivo sobre sua prática e para a melhoria da qualidade do seu trabalho. Procuramos reproduzir de forma mais fidedigna possível as ocorrências, as questões e a rotina de uma sala de aula. Mas temos a consciência de que as atividades que envolvem a docência têm uma dimensão mais abrangente e uma dinâmica bem mais intensa, que praticamente impossibilita que sejam transformados em registros para este manual. Reafirmamos que este manual deve servir como um orientador, um referencial que pode auxiliar muito a sua rotina, mas não substitui as interações essenciais que devem ser mantidas com a equipe técnico-pedagógica da escola, nem consegue reproduzir as contribuições trazidas por todos os instrutores em prol da melhoria constante do processo de ensino e aprendizagem nas escolas do Senai. Manual do Instrutor do SENAI | DR/MG | 71
“Porque se chamava moço Também se chamava estrada Viagem de ventania Nem se lembra se olhou pra trás Ao primeiro passo, asso, asso Asso, asso, asso, asso, asso, asso Porque se chamavam homens Também se chamavam sonhos E sonhos não envelhecem Em meio a tantos gases lacrimogênios Ficam calmos, calmos Calmos, calmos, calmos E lá se vai mais um dia E basta contar compasso E basta contar consigo Que a chama não tem pavio De tudo se faz canção E o coração na curva De um rio, rio, rio, rio, rio E lá se vai... E lá se vai... E o rio de asfalto e gente Entorna pelas ladeiras Entope o meio-fio Esquina mais de um milhão Quero ver então a gente, gente Gente, gente, gente, gente, gente” Clube da Esquina ll Milton Nascimento Composição: Lô Borges / Márcio Borges / Milton Nascimento Equipe de Elaboração
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12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COPPETE, Maria Conceição; BECHE, Rose Clér Estivalete. Avaliação educacional: livro didático. 4. ed. rev. Palhoça : UnisulVirtual, 2009. 40 p. COSTA, André; FLORES, Angelita Marçal; ROESLER, Jucimara. Meios educacionais. 3. ed. rev. Palhoça: UnisulVirtual, 2009. 70 p. DEPRESBITERIS, Léa. Avaliação educacional. 3. ed. Brasília, Senai DN, 2001. 118 p. (Série Senai Formação de Formadores). GRISI, R. Didática Mínima. 3. ed. São Paulo: Nacional, 1971. GADOTTI, M. Convite à leitura de Paulo Freire. São Paulo: Scipione, 1999. HAYDT, R. C. C. Curso de didática 2 Geral. São Paulo: Editora Ática, 1997. HOFFMANN, Jussara. Avaliação: mito e desafio: uma perspectiva construtivista. 23. ed. Porto Alegre: Mediação, 1998. LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez Editora, 1994. LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da Aprendizagem escolar: estudos e proposição. São Paulo: Cortez, 1995. ______ O que é mesmo o ato de avaliar a aprendizagem? Pátio, Porto Alegre, n. 12, p. 6-11, fev./ abr. 2000. MEIER, Marcos; GARCIA, Sandra. Mediação da Aprendizagem: contribuição de Feuerstein e de Vygostky. Curitiba, 2007. MOREIRA, Adelson F. Ambientes de Aprendizagem no Ensino de Ciência e Tecnologia. Belo Horizonte: CEFET-MG, 2007. Notas de aula. MOREIRA, Marco Antônio (1999). Aprendizagem significativa. Brasília: Editora Universidade de Brasília. POZO, Juan Ignácio. Aprendizes e Mestres: A nova cultura da aprendizagem. Tradução: Ernani Rosa. Porto Alegre. Artemed Editora, 2001. ROESLER, Jucimara. Meios educacionais. Unisul Virtual, 2006. SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL - SENAI. Departamento Nacional. Classificação das ações do Senai / Senai.DN. 2. ed. – Brasília, 2009. SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL - SENAI. Departamento Nacional. Metodologias Senai para formação profissional com base em competências: norteador da prática pedagógica. Senai DN. 3. ed. Brasília, 2009. SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL - SENAI. Departamento Regional de MG. Didática. 1. ed. Belo Horizonte: 2008. SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL. Diretrizes 2011 Senai DR MG. Belo Horizonte: 2011. 83p. SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL - SENAI. Departamento Nacional. Perfil profissional do docente de educação profissional e tecnológica do Senai. Brasília: 2010. PAROLIN, Sonia Regina Hierro (org.); MORAES, Deusdedit Carvalho de; OLIVEIRA, Heloisa Cortiani de; ZANON, Simone Luzia Maluf; NARDELLI, Thaise. Elaboração de projetos inovadores na educação profissional. 2aedição (revisada e ampliada). Curitiba: Sesi/Senai/PR, 2008. Manual do Instrutor do SENAI | DR/MG | 73
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