FB | Revista On Três Rios #16

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#16 Editorial

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m 1988, a atual Constituição Federal foi promulgada e representou um marco para o país. Ela completa 25 anos e, como observado nos últimos meses, a população já busca novas mudanças para a construção de uma nova sociedade. Naquele mesmo ano foi criada em Três Rios uma empresa de construção civil que promoveu mudanças no setor e também completa 25 anos. Em comum, as palavras “mudança” e “construção”. Uma das características mais incríveis do ser humano é a capacidade de transformar e, quando surge acompanhada pela força de vontade, faz o sucesso aparecer. Por trás das letras que dão nome à HWJ Engenharia estão três histórias de pessoas que acreditaram nos sonhos, não tiveram medo de arriscar e viram os resultados superarem as expectativas. Na reportagem de capa, as inspiradoras histórias dos engenheiros Hélio Gomes, Waldir dos Santos e José Roberto. Outros exemplos de mudanças inspiradoras completam a edição. Pessoas que aprendem a ler mais tarde e orgulham-se pela conquista; um atleta que se destaca no MMA prova que é possível alcançar objetivos; um projeto cultural busca construir o futuro profissional de músicos jovens e adultos; e muito mais. E a mudança começa agora! A Revista On preparou várias novidades, como você já pode ver aqui mesmo. Palmas para nossos artistas da equipe de criação, que deixaram o visual ainda mais bonito! Também nas novidades, a divisão do conteúdo de forma mais simples e clara, com pilares editoriais que facilitam a leitura. Na matéria sobre as tradicionais feiras de Três Rios, você vai encontrar o QR Code. Isso quer dizer que a Revista On não acaba por aqui, ela continua no seu celular ou smartphone, com conteúdo exclusivo e ainda mais interação! Boa leitura!

Índice GENTE 13 18 24 28 35 43 48

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Cultura Entrevista Carreira Cotidiano Educação Coleção Opinião

ECONOMIA&NEGÓCIOS

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55 Capa 61 Mercado de trabalho 68 Km livre

BEM-ESTAR

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75 Esporte 83 Saúde 104 Meio ambiente

COOL 109 113 118 120 130 132

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Música Moda Coluna social Viagem Sabores Guia

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GENTE

REVISTA ON

cultura 13 entrevista 18 carreira 24 cotidiano 28 educação 35 coleção 43 opinião 48

O fotógrafo oficial POR FREDERICO NOGUEIRA

FOTOS ARQUIVO PESSOAL

Uma das pessoas mais populares em Três Rios, o pernambucano Abdísio Bernardo da Silva já fotografou e vivenciou inúmeras situações importantes na história da cidade e da região, além de participar de momentos inesquecíveis para diversas famílias. Com isso, tornou-se um verdadeiro cidadão trirriense. Cheio de histórias para contar, o fotógrafo faz parte da cultura local.

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GENTE CULTURA

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uem vive em Três Rios e anda diariamente pelas ruas da cidade, participa de eventos, festas e até casamentos, possivelmente já o conhece. Figura marcante e profissional respeitado, Abdísio Bernardo da Silva está na cidade desde a década de 1960 e, pelas lentes de suas câmeras, já registrou momentos e situações de importância histórica para a região. Muitas imagens fotografadas perderam-se no tempo, mas continuam vivas na memória dele que, por isso, coleciona histórias curiosas e inusitadas. Uma das citações mais famosas sobre a cidade é a de Juscelino Kubitschek [“Três Rios, a esquina do Brasil”] e Abdísio estava lá para ouvir. Nascido em Arcoverde, no Estado de Pernambuco, a família era composta por 11 irmãos, quase todos com a letra A como inicial. “Somente o que devia ser Aloísio virou Luiz por um erro no registro”, ressalta. Curioso desde a infância, foi isso que o levou a conhecer a fotografia. “Com 15 anos, em 1950, fui visitar um irmão que trabalhava como motorista, no município de Paulo Afonso (BA). Estávamos perto do laboratório fotográfico da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) e o fotógrafo disse para meu irmão que precisava de um garoto para trabalhar no laboratório. Eu disse que poderia começar naquele momento se fosse preciso”, relembra.

Assim, Abdísio conheceu a fotografia e teve os primeiros contatos com equipamentos, muito diferentes e mais complexos que os atuais. Aprendeu técnicas, desenvolveu o conhecimento rapidamente e passou a fotografar grandes obras. Pouco tempo depois, o diretor técnico da Chesf o levou para trabalhar no Rio de Janeiro, onde ficou no setor de arquivo. Na idade de alistamento militar, serviu na terra natal e, em seguida, retornou ao trabalho. Na volta, foi escolhido delegado sindical no sindicato que ficava no mesmo prédio onde trabalhava. Neste período, passou a trabalhar, também, em jornais cariocas. “Fiz coberturas de incêndio, acidente de trem, briga de marido e mulher. Foi uma época muito boa”, acrescenta.

Eis que chegou o período do Golpe Militar [também chamado de Revolução pelos favoráveis ao movimento]. “Um amigo me avisou que estava tomando conta de mim, mesmo eu não sendo comunista. Ele avisou para eu não ir ao Largo do Machado em determinado dia porque haveria quebra-quebra para jogar a culpa nos comunistas. Aliás, promoviam vários atos para colocar culpa nos comunistas”, diz Abdísio. Com a informação

de que poderia ser preso por estar ligado ao sindicato, ele contou para outras pessoas na empresa. “Mas disseram que o Jânio Quadros já havia resolvido tudo, que nada aconteceria. Ninguém acreditou, mas eu acreditei e peguei um trem para Barão de Juparanã [Valença]. Fiquei lá durante seis meses criando galinhas e voltei para o Rio depois disso. Pensaram que eu estava morto ou preso”, conta. Voltou ao trabalho na Companhia, desta vez na gráfica. Mas, descobriu um esquema armado por funcionários que utilizavam os equipamentos para trabalhos de fora. Denunciou o ato ao mesmo tempo em que foi perseguido pelos “colegas” que estavam do outro lado. A demissão era dada como certa, mas, por provar o que estava acontecendo, ela não chegou naquele momento. “Voltei para o prédio da companhia e não podia entrar em nenhuma sala. Fiquei trabalhando assim, passei a vender queijo que comprava na cidade da minha esposa para as pessoas lá dentro, até que a demissão chegou por verem que era necessário cortar gastos”, relembra. Assim, começou a chegar perto de Três Rios. “Fui para Juiz de Fora, terra da família da minha esposa. Conheci um fotógrafo, o Pavão, que disse que tinha um estúdio de fotos montado em Três Rios. Montou para o irmão, mas ele não quis e, se eu quisesse, poderíamos fazer negócio. Ficava na galeria da Automeca. Gostei e mudamos para a cidade em 1965”, relata. Começou com fotos 3 x 4 instantâneas e um acontecimento o fez ganhar destaque.

MANIFESTAÇÃO Abdísio acompanhou as lutas pela construção do Colégio Walter Francklin

INAUGURAÇÃO Ele sempre esteve perto dos eventos oficiais da cidade

TÍTULO Em 2009, tornou-se Cidadão Trirriense em homenagem da Câmara de Vereadores de Três Rios

REVISTA ON

A curiosidade fez Abdísio descobrir a fotografia

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CONSTRUÇÃO O fotógrafo viu o crescimento da região, com grandes e importantes obras

INDÚSTRIAS Prédios que não existem mais no cotidiano estão vivos nas fotografias

“Quando a Josemery Vasconcelos ganhou o Miss Rio de Janeiro, fui fotografar a recepção dela na cidade. O Alberto Lavinas era prefeito na época. Um secretário dele me procurou, dizendo que o Alberto queria me conhecer. Preparei as fotos, levei, apresentei e ele gostou do trabalho. Então, o Alberto disse que eu seria o fotógrafo dele a partir de então. Comecei fotografando a Beira Rio, a construção do Saaetri e outros acontecimentos”, explica. Assim, Abdísio passou por todos os governos municipais como fotógrafo, até o último mandato de Celso Jacob, em 2008. Mas as coberturas de eventos não ficaram restritas ao território trirriense. Continuava fotografando festas, casamentos e acontecimentos em outros locais, como a inauguração da Ponte Rio-Niterói. “Em uma ocasião, estavam o governador e o presidente da época e o Alberto queria uma foto entre eles. Assim que chegou no meio dos dois, fotografei. Saiu publicado nos jornais e a oposição disse que era montagem”, lembra com bom humor a situação.

Nascido em Pernambuco, o fotógrafo mudou-se para Três Rios em 1965

CÂMARA Sessão de homenagens dos vereadores de Três Rios há algumas décadas

COMÉRCIO Os registros fotográficos revelam o passado do setor no município

Ele garante que foi o responsável pelas primeiras máquinas de fotocópias na cidade e que as primeiras fotos aéreas também foram feitas por ele. Mas também passou por situações complicadas. Em outro endereço, o estúdio fotográfico ficava ao lado de um dos mais famosos restaurantes na época. “O proprietário me disse que colocaria fogo no restaurante para pegar o seguro, já que estava falindo. Eu disse que não permitiria, que faria de tudo para não deixar acontecer. Coloquei uma Kombi na frente da loja e fiquei noites ali. Tentaram o primeiro incêndio, mas conseguimos apagar. Mas, pouco tempo depois, houve um baile de debutantes e fui contratado para fotografar. Colocaram fogo no restaurante naquela noite e atingiu minha loja. Perdi um arquivo histórico importante para a cidade”, lamenta.


GENTE CULTURA

ACIDENTE Ele recorda que o veículo na imagem era novo e a batida aconteceu no centro de Três Rios

PRAÇA SÃO SEBASTIÃO No arquivo do fotógrafo estão imagens que as novas gerações não conhecem

PROCISSÃO Evento católico na ocasião da visita da imagem da Rainha dos Ferroviários 16

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REUNIÃO Desde que chegou ao município, Abdísio esteve próximo aos eventos políticos


FESTEJOS Em festas populares, as lentes do fotógrafo também marcam presença

Abdísio passou por situações difíceis mais tarde, quando o movimento caiu, com poucas festas e casamentos para fotografar. “Desesperado, todo dia às 18h eu ligava na Rádio Globo para ouvir a oração da Ave Maria buscando uma saída. É por isso que acredito muito em Deus. Peguei um jornal e estavam buscando um fotógrafo no Rio de Janeiro. Fechei a loja aqui e fui, onde fiquei à disposição da Petrobras em navios para fotografar acidentes”, completa. Com o fim do contrato, voltou para Três Rios, onde seguiu a profissão e continuou fazendo e participando da história. Casos curiosos, são muitos... “Fui fotografar um casamento em Juiz de Fora. O noivo entrou, a noiva também e, na hora que o padre perguntou se alguém tinha alguma coisa para falar, o noivo disse que sim. E falou assim: ‘a despedida de solteiro dela foi com o padrinho que está aqui ao lado, eu acompanhei, foram para o motel fazer a despedida’, e foi uma confusão”, conta aos risos.

De tudo o que viu, vivenciou e clicou em Três Rios, ele escolhe como mais marcantes as obras de Alberto Lavinas. “Não tinha água encanada e ele trouxe. Antes, poucos lugares tinham água, as pessoas buscavam em nascentes. Ele também tirou de Três Rios a passagem de ônibus e caminhões dentro da cidade. Na inauguração do trevo do Cantagalo, o Juscelino Kubitschek veio para a inauguração, eu estava lá quando ele disse que Três Rios é a esquina do Brasil”, recorda com orgulho. No trevo, ele fez uma fotografia noturna com os faróis dos carros formando a esquina do Brasil. A foto foi levada pela Kodak para participar de exposição na Espanha e ele planeja reproduzi-la atualmente. O fotógrafo segue a carreira entre flashs e lentes, agora com a tecnologia ao lado, e acompanha casamentos e eventos. Também nos planos de Abdísio está a realização de uma exposição no fim do ano com suas fotos. “Gosto mais dessa terra que muitos que são daqui”, declara.


GENTE ENTREVISTA

“TEMOS QUE TRADUZIR O QUE AS RUAS QUEREM” POR FREDERICO NOGUEIRA

FOTOS REVISTA ON

Deputado federal e ex-prefeito de Três Rios, Celso Jacob revela os desafios da política. Sobre as recentes manifestações populares, enxerga como importantes e diz que devem ser olhadas com respeito e cuidado. Sobre a passagem pelo Executivo trirriense, relembra que antes a população não tinha esperança de mudanças.

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elso Alencar Ramos Jacob é economista, técnico em contabilidade, professor e político. Já passou pelo executivo trirriense, quando foi considerado o prefeito da educação, e está no Congresso Nacional pela segunda vez. Não queria ser político, mas a vontade de realizar algumas ações o levou a aceitar os desafios. Em Três Rios, buscou elevar a esperança da população; no Congresso, o desafio é entender as diferenças no país. 18

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01 Por que a escolha inicial pela economia?

02 E como foi a entrada na sala de aula?

Minha escolha inicial era ser médico, mas eu não posso ver sangue, então tive que desistir disso. Foi frustrante, porque eu achava bonito ser médico. Nem tentei, porque quando entendi o que era ser médico, desisti. Fui buscar a economia meio que no escuro e depois gostei muito. É minha área mesmo, gosto de números. Adaptei bem e me realizo como economista.

O primeiro dia foi assustador, eu era muito novo, não tinha domínio de sala de aula, então deu um susto. Até por ser novo, as pessoas misturam as coisas. Mas depois foi legal, me adaptei. Comecei dando aula em Levy Gasparian, no CNEC, depois no Colégio Ruy Barbosa e, depois, na faculdade. Tive que parar de dar aula por causa da política, não conseguia ter horários. Hoje só faço palestras.


03 A experiência na sala de aula ajudou na política?

06 O PDT era forte em Três Rios naquela época?

Muito. Na sala de aula você tem que dominar uma turma e na política você tem que passar uma mensagem, que tem que ser convincente, assim como na sala de aula. Eu não sou muito aberto, sou mais tímido, então a sala de aula me desinibiu. E na política você também tem que ter contato com as pessoas e ficar atento ao que fala. Tudo o que você fala vai ser usado contra você em qualquer momento da vida. Na política, você fala um negócio hoje, as coisas evoluem e daqui a um ano pode ser que você não lembre o que falou, mude de opinião e as pessoas lembrem daquela fala. Tem gente que fala ‘nunca mais vou fazer isso’, mas tem que tomar cuidado com a palavra ‘nunca’, porque às vezes você revê posições.

Muito forte no estado todo. O PDT trabalhava muito a política de massa, a massa participava, e há partidos que não trabalham isso. Eu acho que hoje está sendo cobrada pelas ruas a participação popular. Vamos ter que voltar ao passado. Vamos ter que fazer reuniões. Eu gosto de reuniões abertas, com um monte de gente, mas tem político que não gosta disso, quer ficar só na sala com ar condicionado e assessores. Me candidatei pela primeira vez a prefeito em 1992 e perdi por 211 votos. Disseram que na próxima ganharia. Mas não ganhei. Aí disseram que não seria mais político, mas ganhei para deputado federal.

04 Como foi sua entrada na política?

Eu não queria entrar. As pessoas começaram a me convidar. Quando o PDT começou em Três Rios, ele tinha pouco quadro partidário e, por eu ser contador, me chamaram para compor. Só emprestei o nome, nem queria ir lá. Depois, passei a colaborar com a contabilidade do partido. O Brizola ganhou a eleição e eu continuava sem querer nada. De tanto insistirem, acabou meu estoque de desculpas. Você vai à primeira reunião, à segunda, terceira, defende a opinião e não tem mais jeito. Era aquela política pura, de embate, de reunião aberta, onde todo mundo fala o que pensa. E isso está acabando. Era aquela política que fazia com que a pessoa se apresentasse. Na política de hoje, a cúpula manda, não tem mais aquele negócio de base. Base é bater palma e, naquela época, eu aprendi que base tinha opinião. Falava diretamente com vereador, com prefeito ou deputado de maneira muito aberta. Aí comecei a defender bandeiras e não parei mais. 05 Qual foi a primeira bandeira?

A primeira que defendi foi a de candidatura própria do nosso partido e, logo depois, em 1986, comecei a lutar por uma ideia de universidade em Três Rios. Conseguimos na Uerj sete cursos, mas não foram para frente porque faltou base política. Ali entendi que tinha que ser político para conseguir alguma coisa.

07 Por que continuou tentando? Não pensou em desistir com as derrotas?

Porque continuei tendo as ideias. A ideia de trazer faculdade para Três Rios virou uma obsessão. Não pensei em desistir porque as derrotas fazem parte do jogo político. A primeira foi muito dolorida, foi uma campanha muito bonita, teve grande participação popular. Não conhecia estrutura política, consegui essa votação por conta das minhas ideias. Sempre gostei de ir direto ao povo, falar com o povo. Assim a candidatura nasce mais forte. Depois, mais tarde, tomei um susto e virei deputado. Não queria ser deputado, queria ser prefeito. 08 A campanha para deputado foi difícil?

Foi porque eu não tinha estrutura fora de Três Rios, só tinha a cidade como base. Tive uma votação alta porque tinha lançado a Rural [UFRRJ] pouco tempo antes da eleição. Virei segundo suplente e logo depois entrei. 09 Na Câmara, você já sabia o conseguiria fazer como deputado? Qual experiência marcou naquele mandato?

Se eu falasse que sabia estaria mentindo, porque foquei o tempo todo para ser prefeito. Mas foi um grande momento na minha vida, que deu até maturidade para ser um prefeito melhor. O jogo político marcou. Você não manda sozinho, tem que negociar o tempo todo para conseguir as coisas. A experiência de conviver com revistaon.com.br

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GENTE ENTREVISTA

grandes nomes também deu um amadurecimento muito grande. Você passa a ter uma visão macro da política. 10 E em 2001 começou seu primeiro mandato como prefeito de Três Rios. Como avalia seu governo?

No primeiro ano foi difícil porque estava construindo um novo modelo para Três Rios. Quando peguei a prefeitura, em 2001, a cidade não tinha uma vocação econômica definida. Tínhamos um comércio relativamente forte e a indústria em decadência. Quando não tem emprego, tem problema. Quando não tem uma boa educação, tem problema. Fomos mudando a situação com muito trabalho. O primeiro mandato foi de ajuste, para trazer indústria, expandir o ensino superior. No segundo mandato, já colhendo os frutos do desenvolvimento, pude arrumar praças, cuidar da saúde e da educação ainda mais. 11 Enquanto as pessoas queriam emprego, cuidar da educação trouxe críticas?

Com certeza. Uma vez um cara na rádio disse que não queria educação, queria emprego. Mas para ter o emprego, eu disse que tinha que ter formação. Ninguém emprega alguém por ser bonzinho. A única arma para a pessoa carente se defender é a boa instrução. 12 E como começou a desenvolver a educação?

Eu reformei os colégios, criei novos, ampliei, queria um novo modelo de educação. As pessoas tinham que ter prazer em estar lá, com bom ensino, boa merenda. As pessoas passaram a conservar as escolas e entender que o colégio era bom. Também melhoramos o nível dos profissionais da rede pública. 13 Nesse período aconteceu a municipalização do Colégio Walter Francklin. Como foi o episódio?

Foi uma guerra. No primeiro momento, o povo não entendeu, foi para a rua.

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Mas em menos de três meses tinha mudado tudo. Primeiro, o colégio ficou com pouco mais de 100 alunos, depois todos queriam ir. Mas a decisão foi acertada, a história provou isso, até com faculdades que foram para o prédio também. 14 Como analisa Três Rios antes, durante e depois do seu governo?

Antes não tinha vocação econômica, não tinha dinheiro e o povo não estava esperançoso. [Com isso você não teve medo?] Medo a gente sempre tem, faz parte do dia a dia. A vontade de fazer é que supera o medo. Risco você sempre corre, e foi difícil mudar a situação. Depois, as pessoas começaram a sentir que podiam estudar, querer mais, mudou a cabeça da cidade. Também chegou a lei de incentivo fiscal do Estado, que atraiu novos empresários. Mas atraiu porque tínhamos boa estrutura, como em saúde e educação. 15 Depois dos oito anos no governo, o que deu certo e o que deu errado?

O que deu mais certo foi a vinda das indústrias e a educação como um todo. Mas não digo que algo não deu certo, apenas não deu tempo de fazer, como asfaltar mais ruas, por exemplo, mas faz parte. 16 Quando acabou o segundo mandato, o que pensou em fazer?

Como não tinha mais o que disputar, fiquei dois anos do lado de fora. E você sente o peso de não estar no governo. As pessoas erradamente mudam com você. Não precisa fazer isso porque política é sazonal. É um erro de avaliação, mas as pessoas fazem isso. Agora voltei como deputado e as pessoas voltam ao normal. 17 Na Câmara você continua defendendo a educação?

A educação e outras bandeiras que forem necessárias. Não sou o homem só da educação. Tenho a educação como transformadora, mas tem outras coisas que dão certo e que defendo. O governo foi da educação, mas também foi o governo da indústria.

18 Qual a diferença sentida entre o executivo e o legislativo?

O executivo é mais vibrante, você pode resolver mais rápido. No legislativo depende de 512 votos, tem que negociar, é mais lento. Lá você esta pensando no país. Uma ação certa ou errada pode beneficiar ou prejudicar o país todo e é muito difícil pensar em leis que atendam toda a população. Esse é o desafio dos deputados e senadores. As diferenças são muito grandes dentro do Brasil. 19 Como acompanhou as recentes manifestações populares?

Elas são importantes, vieram devido ao político não apostar nas mudanças. Com elas, saíram aprovando projetos pautados pelas ruas, o que é perigoso. Tem que olhar a rua com respeito, temos que traduzir o que as ruas querem. Muita gente falava da PEC 37, mas poucos sabiam o que era. Eu acredito que vai ser muito bem vinda uma minirreforma política positiva. Já plebiscito é para enrolar. 20 Por que uma grande parte da população tem descrédito com os políticos em geral?

Porque os políticos se distanciam do povo. Trabalham muito com o povo na época de eleição e depois não voltam na base, aí está o erro. A maioria faz isso. O povo também não esta interessado no político depois que ele ganha. Com essas manifestações, talvez vamos experimentar uma mudança. 21 Qual é seu futuro político?

Estou focando na reeleição como deputado federal. 22 Voltaria à prefeitura de Três Rios?

Isso é lá na frente. Não pode dizer nem que não, nem que sim. O ‘nunca’ não pode ser dito. Depende muito do que vai acontecer lá na frente.


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GENTE CARREIRA

DAS RUAS PARA OS

OCTÓGONOS POR TIAGO TAVARES

Deixar as brigas em bailes funk no passado e vencer difíceis lutas no octógono, esse é o resumo da vida de Alex de Oliveira, conhecido como Alex Cowboy. Com apenas 25 anos, o jovem está se destacando nas artes marciais e tem, entre seus principais objetivos, fazer sucesso dentro do octógono e conseguir comprar uma casa para a mãe.

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jeitão simples e a humildade mostram a essência do atleta que sonhava ser peão de Barretos. Nascido em 21 de fevereiro de 1988, pai de três filhos [Maira, Iuri e Taison], Alex Cowboy mostra afinco aos treinos e é um dos destaques da equipe TFT, dos empresários Philip Lima e Tatá Duarte e da ATS Team, onde treina com o amigo André Tadeu. Antes da iniciação nas artes marciais, Alex começou a trabalhar cedo e lutou muito na vida. Morador da Rua Direita, em Três Rios, desde a infância ajudava na criação de cavalos e bois. O amor aos animais fez, mais tarde, Alex ganhar o “sobrenome” Cowboy, já que tinha como sonho ser peão de rodeios. “Desde pequeno eu trabalhava com animais e, aos poucos, fui ganhando gosto também pelos rodeios. Tive vários amigos que montavam em rodeios na região e aprendi a gostar ainda mais. ‘Vira e mexe’ vou

aos rodeios da região e encontro os amigos das antigas. Eles me chamam para voltar, mas agora meu negócio é a luta”, informa o atleta. Com 16 anos e um objetivo maior, Alex foi atrás do sonho de ser peão e partiu rumo à cidade do maior rodeio da América Latina, Barretos, em São Paulo, em busca de um contrato. Acostumado com a tranquilidade e o trabalho rural em Três Rios, Alex encontrou dificuldade na cidade e precisou trabalhar muito. “Eu morava na casa de uma prima, no município de Lins, que fica próximo a Barretos. Trabalhava como pedreiro e ficava rodando por lá, tentando um patrocínio”, diz Alex. Sem conseguir um contrato, Alex voltou a Três Rios e o sonho foi substituído por más companhias, brigas e o mundo das drogas. “Quando voltei, a maioria dos amigos que mexiam com rodeios tinham morrido, fiquei no mundão, me envolvi com más companhias. Comecei a vender e usar drogas e estava sempre


REVISTA ON JOANICE RODRIGUES

AMIZADE O treinador e amigo André Tadeu ajudou muito Cowboy no início da carreira

ATS TEAM Os lutadores Alex Cowboy e André Mourão antes do Levy Arena Fight

envolvido em confusão. Eu não ia para brigar, mas sempre buscava confusão para me envolver em brigas, sempre indo pela cabeça dos outros”, relata Alex. Em uma das brigas, Alex viu sua vida começar a mudar, como relata a seguir. “Um dia eu estava na Praça São Sebastião, no carnaval, com minha irmã, minha esposa e outro irmão, logo depois chegaram mais quatro colegas. Por volta de 18h eu saí e, quando vi, havia mais de 50 ‘cabeças’ para bater na gente, apenas oito. Como eu não tinha nada a temer e não tinha medo de apanhar, segui em frente. Eles vieram nos seguindo e, quando chegou perto de uma agência bancária próxima à praça, vieram para bater e eu tampei na briga. Mas tinha muita gente, então, do jeito que eu batia, eu apanhava também. Tinha um cara debaixo de uma árvore me olhando. A confusão acabou e fui saber que o rapaz que me observava debaixo da árvore era o Bento, que trabalhava comigo na barragem em Anta [distrito de Sapucaia]. Ele me perguntou se eu queria treinar na ATS e fiquei enrolando, porque como trabalhava muito o dia

Em uma das brigas de rua, Alex arrumou confusão com mais de 50 pessoas

todo, ficava cansado. Mas, depois, comecei a sair mais cedo do serviço para treinar com o André”, conta Alex Cowboy, reforçando a importância de Alexandre Bento em sua transformação. Segundo o treinador André Tadeu, foi difícil disciplinar o atleta que acabara de chegar das brigas nas ruas e foi aprender técnicas e conceitos das artes marciais. “Eu conheci o Cowboy através do Alexandre Bento. Ele chegou como todos os brigões que chegam à academia e acham que sabem tudo. Então, começou a treinar com meus alunos e alguns até não queriam treinar com ele, pois era um cara muito duro. Tive que ensinar revistaon.com.br

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GENTE CARREIRA

transmitidas ao vivo no canal “Combate”, quando enfrentou o lutador Wendell Oliveira Marques, o Wendell Negão, que, na ocasião, estava pré-selecionado para o Tuff Brasil, programa que visa preparar atletas para entrarem no UFC. Segundo o treinador André Tadeu, a vitória do trirriense parecia certa, mas Wendell venceu por pontos. Na luta, o juiz entendeu que um golpe no abdome bateu na parte genital, o que tirou pontos do atleta. “Quando cheguei lá, realmente era um atleta com nome, mas me mantive tranquilo. Infelizmente eu perdi nos pontos porque bati no abdome e o juiz disse que bati na parte genital, coisa que eu não tinha feito”, conta Alex. A derrota não desanimou o atleta, que foi campeão do BFC MMA, do JF Fight Evotution 2012, Ubá Fight, Ervalia Fight, Viçosa Fight e Ponte Nova Fight. Essas são apenas algumas das vitórias, mas a maior delas foi sair do mundo das drogas, se livrar das brigas nas ruas e conseguir crescer com dignidade e como um verdadeiro campeão. Esse é o Cowboy. Ninguém segura o peão!

“Alex percebeu que a arte marcial é diferente das ruas”, André Tadeu, treinador

ficuldades. “O Alex percebeu que a arte marcial é totalmente diferente das ruas. Ele sabe da importância da disciplina da luta, então não briga mais. Ele já brigava quando não sabia nada, imagina se ele brigar com o potencial que tem hoje? Ele está ciente disso e é um cara que tem muito a crescer”, enfatiza orgulhoso o treinador. Para medir o potencial de Alex, a ATS o colocou para competir em pouco tempo. “O André perguntou se eu queria lutar e três meses depois fiz minha primeira luta de muay thai em Ubá (MG). Lutei com um rapaz de Juiz de Fora. Eu não sabia o que não podia fazer e até pisei até na cabeça dele. Tiraram meus pontos, mas parti para dentro de novo e ganhei a luta por um ponto de diferença. Foi 20 a 19”, lembra Alex. Depois da primeira luta, Alex não parou. Em 12 lutas, foram dez vitórias e duas derrotas. Os destaques foram as lutas

VITÓRIA Alex Cowboy e Eder Bambu Souza, atleta da ATS Team Ubá, no Big Fights Champions 26

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ele o ‘be-a-bá’, ou seja, tive que dar uma dura nele e, na ocasião, ele até brincou dizendo que era o primeiro baixinho de quem tinha apanhado”, relembra André. Depois de passar por dificuldades e viver em outra cidade, Alex Cowboy abraçou mais uma vez um sonho: torna-se lutador. “Nos primeiros dias, eu via o André e o Claudinho [amigo e atleta] tampando na ‘porrada’ e o Bento treinando, aí pensei ‘será que é isso mesmo que quero para minha vida?’. O André veio, conversou comigo, e falei com ele que treinaria para competir e tive total apoio. Desde então, comecei a treinar e fui desenvolvendo técnicas, que na rua eu não tinha. Na rua valia tudo”, diz Alex. Um dos pontos que fez o atleta crescer foi o apoio que recebeu do amigo André Tadeu para entender que a disciplina no esporte poderia ajudá-lo a superar as di-

DEDICAÇÃO Cowboy treina diariamente várias modalidades como jiujítsu, boxe e muay-thai


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GENTE COTIDIANO

É DIA DE FEIRA! POR TIAGO TAVARES

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Criadas há décadas, as feiras tornaram-se programas certos nos fins de semana em Três Rios. A mais tradicional acontece no bairro Vila Isabel, mas o centro da cidade também recebe os feirantes. A população aprova os produtos e passa a ter uma relação de amizade com os vendedores. Ao ar livre e com variedade de produtos, elas sobrevivem e ganham clientes de novas gerações.

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uncionando no mesmo local há mais de 60 anos, segundo a população, a feira da Vila Isabel é realizada todos os domingos, começa cedo e termina perto do horário do almoço. São mais de 50 barracas vendendo desde frutas, legumes e verduras até discos de vinil, ervas e roupas. Já às sextas e aos sábados é a vez do centro de Três Rios receber os feirantes. Essa funciona na Rua Sete de Setembro, bem ao lado do Colégio Municipal Walter Francklin. Em mais de 30 anos de existência, já passou por outros locais, como próximo ao Corpo de Bombeiros e na margem direita do rio Paraíba do Sul. 28

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Assim como os legumes e verduras, as memórias dos feirantes são frescas para relembrar situações que ajudam a contar a história das feiras. Uma dessas pessoas é a sul-paraibana Lucineia Rodrigues Braga, a dona Lúcia, 56 anos, que há mais de 30 trabalha na feira em Três Rios. “Eu comecei na Beira Rio, depois fomos para o Corpo de Bombeiros, em seguida para o outro lado do rio, próximo ao Fórum, e de lá voltamos para a Beira Rio”, relembra Lúcia enquanto pica a couve que seria ensacada e vendida. Para manter os clientes há tantos anos, Lúcia aposta na qualidade dos produtos e no atendimento familiar. “Os mercados

já vendem tudo, então temos que ter uma mercadoria boa e uma amizade com o freguês. As pessoas querem um bom atendimento, aqui trabalhamos em família. O meu filho e minha nora são ótimos para atender, os clientes gostam de comprar com eles. Meus filhos trabalharam na feira, casaram na feira, os clientes foram ao casamento deles, tiveram filho e os clientes vestiram o bebê, deram de tudo. Os fregueses não são apenas fregueses, são amigos”, explica Lúcia. Se a feira do centro é tranquila e mais silenciosa, a da Vila Isabel é daquelas típicas, com muito barulho, pessoas gritando e barracas com muita variedade.


VARIEDADE Funcionando há anos e sempre com produtos frescos, as feiras atraem milhares de pessoas todas as semanas

PREÇO O bom preço é um diferencial nas feiras e atrai clientes de toda região

AO AR LIVRE Mais tradicional, a feira da Vila tem frutas, legumes, roupas, flores e até discos

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GENTE COTIDIANO

CLIENTES Moradora do Cantagalo, a aposentada Neide Fátima Camilo vai à feira todos os domingos

TRADIÇÃO A feira da Vila Isabel ainda comercializa animais vivos

AMIGOS Em três décadas trabalhando no centro de Três Rios, Lúcia fez vários amigos

Para deixar tudo preparado, os feirantes começam a montar as barracas antes do sol nascer e às 4h30 já estão à venda as verduras, legumes e muito mais. Muito mais mesmo, como no caso de José Luis, que há seis anos vende discos de vinil em uma barraca ao lado de outra que vende ervas. “Tenho mais de mil discos, coleciono há mais de dez anos e como já enjoei de alguns, eu vendo”, explica o vendedor, fã de Amado Batista. Assim como as mercadorias, as histórias de vida também são variadas, como a do pernambucano Silvanildo José da Silva, de 32 anos. Depois de ser morador de rua e usuário de drogas, Baiano, como é conhecido, ficou internado junto com a esposa em uma clínica de recuperação e, agora, é vendedor de morangos na feira da Vila Isabel. “Era morador de rua e usuário de drogas, fiquei em um centro de recuperação internado durante dois anos e fui liberto do vício. Então comecei a trabalhar vendendo cloro e, há três anos, comecei a vender morango”, conta. As histórias de vida de muitas pessoas não seriam completas se não envolvessem as feiras, como a de João Messias de Souza, também apelidado de Baiano, mas que nasceu em Caratinga (MG). Ele trabalha há mais de 23 anos como feirante e construiu a vida em Três Rios. No início, vendia caldo de cana com pastel, hoje trabalha com legumes e verduras. Nos anos de atuação, viu várias modificações como as mudanças dos locais da feira do Centro

e o crescimento da feira da Vila Isabel. “Antes, a feira era menor e só vendiam verduras, legumes e frutas. Hoje em dia tem até camelô”, conta Baiano. Ao ser questionado sobre lembranças de histórias vistas e vividas na feira, ele diz não lembrar. “Essa feira tem tanta história que a gente nem lembra mais. As coisas aqui acontecem rápido”, completa o

O técnico de enfermagem Sebastião Neves Junior, o Tião, como é conhecido, trabalha de segunda a sábado e aproveita o domingo para fazer compras na feira. “Eu costumo comprar alface, mostarda, cheiro verde, hortelã e batata. Às vezes venho com R$ 20 e compro muitas coisas. Além disso, encontro um parente, um amigo e até amigos que não vejo há muito tempo. Fora o caldo de cana e o pastel, coisas que só tenho a oportunidade de saborear aqui, já que trabalho a semana toda”, conta Tião. Outro ponto que chama a atenção na feira é o sistema organizacional, já que não há concessão da prefeitura aos feirantes. Por isso eles organizam-se entre si e têm a própria ética de trabalho. Segundo o feirante João Messias, foram raras as vezes que presenciou brigas entre os colegas por concorrência ou espaço. “Um respeita o espaço do outro, todos se ajudam”, explica João enquanto responde o preço da abóbora. A data exata do início das feiras trirrienses ninguém sabe ao certo, mas a cada domingo, sexta-feira ou sábado, alguém descobre a existência delas e mais histórias são inseridas no meio de tantas outras.

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Assim como legumes e verduras, as memórias dos feirantes são frescas para lembrar situações vividas nas feiras

sorridente e tímido feirante que ensaca a verdura para entregar ao cliente. Além das histórias diversas dos feirantes, também existem as dos consumidores que visitam as barracas há anos. Na Vila Isabel, muitos saem de outros pontos da cidade para consumir os produtos frescos, como faz Neide Fátima Camilo, do bairro Cantagalo. “Eu gosto muito de vir à feira, a qualidade do produto é boa e tem muita diversidade. Os produtos estão sempre frescos e as pessoas me atendem bem”, ressalta Neide, que escolhe tomates enquanto é entrevistada.

A feira no seu celular A Revista On preparou uma surpresa para você! Baixe um leitor QR code no seu celular com câmera e internet, fotografe o código e assista. Saiba mais na pág. 8.


RESPEITO O atendimento familiar ĂŠ um diferencial e conquista fregueses de todas as idades

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SHUTTERSTOCK

GENTE EDUCAÇÃO

MÃOS QUE TRABALHAM E ESCREVEM POR MAYARA STOEPKE

FOTOS REVISTA ON

Ler e escrever são tarefas tão comuns para você que lê esta revista que, na maioria das vezes, nem percebe que faz parte de um grupo de pessoas com essas condições. Imagine olhar para esta página, ver imagens e não entender o que as letras querem mostrar. “Operando manibus et scribe”, assim fica o título da matéria em latim e você provavelmente não entendeu. Desta forma é o cotidiano de quem não é alfabetizado. Mas esta condição pode mudar e independe da idade. revistaon.com.br

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GENTE EDUCAÇÃO

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uando somos crianças, os pais colocam nossos estudos em primeiro lugar. Mas nem sempre é assim. Em um país com aproximadamente 197 milhões de pessoas, 20,3% são analfabetos, como mostram dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em Três Rios, esse índice é de 8% em pessoas com 15 anos ou mais, segundo os dados IBGE de 2010. A maioria dos casos é de pessoas que não tiveram oportunidade de estudar quando crianças por precisarem trabalhar ou não terem incentivo dos pais. A retomada da vida escolar acontece devido à necessidade de trabalho ou para melhoria da vida social. A rede municipal de ensino de Três Rios oferece a Educação de Jovens e Adultos (EJA) em duas escolas, o Colégio Municipal Walter Francklin e a Escola Municipal Guilhermina Guinle, segundo Andréa Stefani Montes, coordenadora pedagógica da Secretaria Municipal de Educação. Os alunos têm entre 15 e 70 anos, a maioria é formada por mulheres e podem completar o ensino fundamental em cinco fases. A alfabetização de adultos a partir de 15 anos é realizada na primeira fase do EJA e é na sala de aula que há mais de 20 anos o professor Maricesar da Silva ensina a leitura e a escrita aos jovens e adultos. “Tento levar para a sala de aula elementos do cotidiano dessas pessoas, cito exemplos de bairros para ajudar na hora de pegarem o ônibus e uso o momento de fazer compras no supermercado. Trabalho rindo, brincando e dou

atenção individual”, explica. O processo de aprendizagem é complexo. Os alunos precisam analisar o som que produzem e, ao mesmo tempo, têm que assimilar a aprendizagem da escrita. As crianças chegam para aprender com a cabeça livre de problemas, já os adultos levam para a sala de aula as aflições, aborrecimentos do dia e, em alguns casos, acabam abandonando os estudos. “Tive muita dificuldade, pensei em desistir, mas a minha vontade de ler as cartas que chegam lá em casa e o incentivo das minhas filhas me deram forças. Só não aprende quem não quer”, conta Maria José de Brito, 48 anos, aluna do EJA do C.M. Walter Francklin. Histórias de homens e mulheres se confundem na sala de aula e deixam clara a determinação de dar uma virada na vida, que antes era de vergonha e exclusão, para uma cheia de possibilidades, conhecimento e independência. “Fica evidente que o educando, seja ele jovem ou adulto, por ser cidadão trabalhador, tem o desejo de sentir-se sujeito ativo, participativo e ter a possibilidade de crescer na cultura, no social e no âmbito econômico”, observa Maria Helena Marques, diretora da Escola Estadual Municipalizada Guilhermina

Guinle, no distrito de Bemposta. A faixa etária observada vai de 15 a 55 anos, sendo a maioria mulheres, com idades entre 15 e 45 anos, que procuram o ensino para socialização. Os adultos contam que sentiam vergonha e sempre diziam que sabiam ler. “A gente sempre fala que sabe, né”, relata Hercília Correa, 60. Aluna do EJA há um ano e meio, procurou a escola porque sentia-se sozinha, gosta de conhecer pessoas e, como a maioria, não queria depender das pessoas para ler e escrever. “Estudar melhora a mente. A cabeça estava muito ruim, a memória falhava demais. Tinha que levar o filho junto para fazer as coisas, ficar perguntando. Era muito ruim”. Se antes eles tinham o objetivo de ler e acompanhar o culto na missa, hoje querem ter a autoestima elevada e sentirem-se importantes. “Para eles é um feito enorme e para nós é muito melhor. Eu fico muito orgulhoso deles”, conta emocionado o professor Maricesar. Aos 18 anos, sem saber ler e escrever, Arielson Vieira está correndo atrás do tempo que perdeu. Abandonou a escola por conta própria, não queria estudar. Sentia dificuldade e não conseguia aprender. Agora, maior de idade, quer

METODOLOGIA O professor Maricesar observa um aluno na aula

AMADURECIMENTO Arielson Vieira corre atrás do tempo sem estudos

DESAFIO Maria José revela que já teve vontade de desistir das aulas

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“Pensei em desistir, mas a minha vontade de ler as cartas que chegam lá em casa e o incentivo das minhas filhas me deram forças”, Maria José de Brito, 48 anos


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fazer diferente, se dedica a aprender e já sente muita diferença. “Antes não batia na cabeça, agora eu presto atenção”. Ele conta que várias vezes brigou com os professores por forçarem ele a ler na frente da turma. “Sou a filha mais velha e sempre tive que trabalhar”. O relato é de Maria José de Brito e bem diferente do de Arielson. O pai era muito severo e não a deixava estudar, tinha que trabalhar. “É muito bonito ler e escrever. Ás vezes você recebe um bilhete que ninguém pode ler”, diz aos risos. Além disso, Maria não sabia escrever o nome das filhas, o que sempre lhe deixou constrangida. Na igreja, nunca conseguia ler a Bíblia. Mas foi a vontade de ser independente que a motivou à leitura. “Todo dia eu leio um pouco de jornal. Ganhei um livro e já leio alguma coisa também. Hoje, se eu vejo alguém que não sabe ler e escrever, eu incentivo, falo bem da escola”, completa.

VIRADA NA VIDA Para a diretora Maria Helena, os cidadãos têm o desejo de sentirem-se ativos

DEDICAÇÃO Há 20 anos, Maricesar acompanha histórias de superação

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GENTE EDUCAÇÃO

MERCADO DE TRABALHO Ronaldo voltou às salas de aula para crescer profissionalmente

INTEGRAÇÃO Hercília Correa observa que na sala de aula também faz novos amigos

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SUCESSO Maria das Graças tem orgulho em conseguir ler as notas que chegam por correspondência

BEMPOSTA A turma do distrito de Três Rios comparece ao curso e busca mais conhecimento

Maria das Graças, 61, aprendeu a ler e escrever aos 49 anos de idade. De família pobre, morava na roça e tinha que cuidar dos irmãos. Logo, com nove anos começou a trabalhar e nunca conseguiu estudar. Foi com o apoio do marido que realizou o sonho de conseguir ler as placas na rua e as cartas que chegam em casa. Há quatro meses aluna do EJA, fez amigos e está feliz. “Em qualquer lugar que chego sempre tem um de nariz em pé, mas logo fico amiga. Nunca sofri preconceito em sala de aula. É muito bom estudar, distrair a cabeça. Hoje consigo assinar uma nota que chega na minha casa”, diz orgulhosa. 38

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“Para eles é um feito enorme e para nós é muito melhor”, professor Maricesar da Silva

A procura por emprego também fica muito difícil para quem é analfabeto. Com o mercado de trabalho competitivo, profissões e cursos novos a todo instante, muitos adultos se veem obrigados a voltar para as cadeiras das salas de aula. Ronaldo Alvinho teve que trabalhar cedo e isso tirou a oportunidade de frequentar a

escola. Hoje, aos 36 anos e pedreiro, viu a necessidade de aprender para conseguir crescer na vida profissional. “Nunca aprendi a ler e escrever, isso me atrapalha no trabalho. Uma situação que me marcou foi uma oportunidade de emprego que apareceu e não consegui devido à falta de leitura. Estou correndo atrás”.


LEITURA Segundo Ana Gabriela, é fundamental para a construção dos pensamentos

Após terminarem a última fase do EJA, os alunos são incentivados a continuarem os estudos na modalidade Jovens e Adultos do Ensino Médio nas escolas estaduais. Além disso, a Escola Municipal de Qualificação Técnica Prof. Hermelindo Alves Rosmaninho promove cursos profissionalizantes que são divulgados a estes alunos de acordo com a escolarização mínima exigida para cada curso ministrado. A Secretaria estuda a implantação do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e, também, a adesão ao Programa Brasil Alfabetizado, do MEC, no ano de 2014. Mas a leitura vai muito além de tudo isso. Ajuda na construção de pensamentos, deixa-nos informados e nos leva a uma viagem de conhecimentos. Ana Gabriela Vieira é professora de português

e literatura e a leitura sempre a ajudou. Quando criança era introspectiva e os livros contribuíram muito para que hoje tornasse uma adulta falante e sociável. Apaixonada por livros e defensora da cultura em sala de aula, defende: “Atualmente, ler é fundamental. Novidades surgem a todo instante e precisamos estar bem situados com o mundo que nos cerca. Além disso, o hábito de ler contribui com questões práticas, relacionadas à construção do conhecimento, aquisição de vocabulário mais completo”, finaliza. Com muita determinação e força de vontade, o acesso à leitura possibilita a esses jovens e adultos uma integração à sociedade, diminuindo a desigualdade, elevando a autoestima e retornando para o mercado de trabalho mais preparados e confiantes, proporcionando para os familiares uma melhor qualidade de vida.

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MÓVEIS DO SEU JEITO FOTOS DIVULGAÇÃO

Comprar móveis produzidos em grande escala tem uma desvantagem: sua casa não terá a forma dos seus sonhos. Por esse motivo e com o objetivo de transformar em realidade os desejos pessoais de cada cliente, a Vitorin oferece móveis planejados com qualidade e perfeição que fazem cada projeto ser único.

SALA DE ESTAR O mobiliário planejado com qualidade deixa o ambiente com detalhes exclusivos

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er a casa dos sonhos já é possível! A Vitorin, empresa especializada em móveis planejados, está localizada em Três Rios e está preparada para realizar os seus. Com fábrica própria, a empresa produz móveis para ambientes como cozinhas, dormitórios, closets, banheiros, áreas de serviço e home theater, além de ambientes corporativos e comerciais. Com o objetivo de desenvolver, executar e comercializar móveis diferenciados com excelência em qualidade e atendimento, a empresa busca superar as expectativas do cliente e do mercado. Profissionais capacitados, matéria-prima de qualidade, prazo de entrega, orçamento sem compromisso e preços e prazos de pagamentos facilitados fazem da Vitorin a escolha certa para fazer parte dos seus projetos.

ESCRITÓRIO EM CASA Projeto descontraído e com a personalidade do proprietário

FABRICAÇÃO PRÓPRIA A Vitorin tem equipamentos de precisão, corte, colagem e furação de qualidade para MDF nos móveis

A empresa teve início com pequenos trabalhos e muita dedicação de seu fundador, João Batista da Silva. Com o crescimento do número de clientes e projetos, ela tornou-se referência no segmento na região e foi batizada com este nome, inspirado no nome do filho de João, Vítor. Em expansão, a Vitorin Móveis Planejados conta com amplo galpão para produção das peças, com colaboradores dedicados e sofisticados processos de corte, colagem e furação automática. A Vitorin trabalha com toda a linha de vidros temperados e espelhos, também inclusos nos projetos. Os móveis são produzidos em MDF e você pode acompanhar todo o processo de criação. Por meio de um software especializado, é possível visualizar o andamento e realizar altera-

ções, sempre com o acompanhamento feito por profissionais especializados. A missão da Vitorin é satisfazer seus desejos, oferecendo móveis com a máxima qualidade e perfeição. Você é único, sua casa e seu ambiente corporativo também merecem ser!

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Rua Quintino Alves, 66 Cidade Nova – Três Rios – RJ Tel.: (24) 2251-2804 / 2251-1565 vitorinmoveis@yahoo.com.br www.vitorinmoveis.com.br facebook.com/vitorin.planejados



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GENTE COLEÇÃO

PAIXÃO EM MINIATURA POR TATILA NASCIMENTO

SUPERVISÃO FREDERICO NOGUEIRA

Carrinho é coisa de criança? É fato que muitos meninos, principalmente, quando pequenos, são apaixonados por eles desde que nascem, mas engana-se quem pensa que ter vários carrinhos em casa é um privilégio exclusivo dos pequenos. É brincadeira de gente grande também! Diversos adultos colecionam miniaturas de carros e Bruno Félix é um deles.

nhos quando era bem novinho, criava marcas, modelos. Eram desenhos muito bons para a idade dele. Ele é louco por isso. Nunca vi uma pessoa gostar tanto de carro”, relata. A partir desta iniciativa, a paixão contagiou o pai de Bruno, Fausto Benitez, que também transformou-se em um “investidor”, ajudando o filho a aumentar a coleção. A maioria dos carrinhos foram comprados por ele. Para Fausto, a iniciativa de colecionar algo

INÍCIO Bruno e a avó, Dyrce Félix, com o Porsche 911 amarelo, primeiro carrinho da coleção

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edição para presenteá-lo. “Comprei a primeira e fui comprando todas as outras. Quando chegou na edição 35 a revista parou de mandar a coleção para a cidade. Mas sempre que vejo algum carrinho, compro para ele”, revela. A aposentada, com muita emoção, ainda relembra momentos da infância do jovem colecionador. “Com seis anos, o Bruninho ficava brincando com as tampas das panelas como se fossem volantes. Também desenhava carriREVISTA ON

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paixonado por carros e todo o universo que os envolvem desde pequeno, Bruno Félix, de Paraíba do Sul, coleciona miniaturas de carros há mais de uma década. Desde os oito anos é fanático por automóveis e não passa um dia sem entrar em algum site relacionado ao assunto. “Sei bastante e aos poucos vou aprendendo mais. Já que não posso ter todos estes carros de verdade, é um símbolo que representa aquilo que eu gosto muito”, relata Bruno. A coleção conta com mais de 150 itens, sem contar os 30 Hot Wheels, frebe entre as crianças. São carrinhos das mais variadas marcas e modelos, nacionais e importados, antigos e modernos, populares e raros. O advogado relata que a precursora da coleção foi a avó materna. “Tudo começou com a minha avó Dyrce, quando eu tinha 19 anos”, diz. Dyrce Félix explica que, certa vez, entrou em uma banca de jornal e soube de uma coleção de miniaturas de carrinhos chamada “Top Cars”. Sabendo da paixão do neto, resolveu comprar a primeira

INTERNACIONAL Carrinho que ganhou do avô, João Félix, trazido de Portugal no começo dos anos 90 revistaon.com.br

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ARQUIVO PESSOAL

GENTE COLEÇÃO

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ESCALA O colecionar possui uma miniatura muito parecida com o próprio carro

significa, antes de um hobby, externar o gosto ou mesmo a paixão sentida pelo objeto, mesmo que seja uma réplica. “A coleção é fantástica, são miniaturas lindas, é grande o prazer de lidar com eles, tanto quando manuseamos para apreciá-los bem como nas manutenções de limpezas. Sou um apoiador do meu filho neste hobby. Penso que, ao apoiá-lo, estou unindo o útil ao agradável, porque eu o amo e vê-lo envolvido, desde cedo, em um hobby sadio, dá muita tranquilidade. Por isso, nas minhas viagens, todas as novidades e lançamentos de carrinhos com certeza são comprados e, cada unidade que chega é um sorriso que recebo”, diz. O sul-paraibano é tão apaixonado pelos carrinhos que chegou a fazer um cadastro para ter um controle de escalas, marcas e modelos da sua coleção. Ele conta que possui carrinhos de três escalas – tamanho correspondente de cada

“Em cada unidade que chega é um sorriso que recebo”, Fausto Benitez, pai de Bruno.

TEMPO Bruno coleciona miniaturas de carros há mais de 10 anos 44

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carrinho – que variam de 1/38 (pequenos), 1/30 (médios) e 1/23 (grandes). Entre os carrinhos que possui, esclarece que todos são muito importantes, mas destaca dois com significados especiais. O primeiro é um carrinho que ganhou do avô, João Félix. Mesmo não fazendo parte da coleção, foi um carrinho trazido de Portugal no começo dos anos 90. “É um dos mais charmosos que tenho. Atualmente está sem as rodinhas traseiras, pois brincava bastante com ele quando criança. Mas, mesmo assim, é muito especial para mim”, afirma. O segundo é o Porsche 911 Carrera amarelo, primeiro carro da coleção. “É um esportivo alemão, mesma nacionalidade do Beetle, um dos mais tradicionais fabricados até hoje”, conclui.


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Bruno confessa que, embora formado em direito, gostaria de trabalhar com carros. “É uma coisa que sempre gostei. Começamos aprendendo coisas básicas e quando ficamos mais velhos, conhecemos os detalhes e acabamos nos envolvendo mais. Uma coisa que admiro muito são os desenhos dos carros. Um carro bonito impressiona e tudo começa no desenho dele”, confessa. As prateleiras do quarto do colecionador, local onde os ficam os carrinhos, já estão ficando pequenas. A todo tempo a coleção aumenta e a intenção de Bruno é que ela aumente cada dia mais. Segundo ele, a meta para 2013 é ampliar a coleção e chegar perto de 200 carrinhos. “Caso um dia me torne um grande colecionador, gostaria de expor, seja em uma feira de automóveis ou em algum evento próprio para miniaturas de carrinhos”, finaliza.

APRENDIZADO Os primeiros carrinhos faziam parte da coleção Top Cars, que contava com folhetos explicativos

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GENTE OPINIÃO

A VIDA É PERTO É patético na hora do sexo, quando você me olha na cama como se eu fosse uma folha de alface! POR ROBERTO WAGNER

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iago vivia na pequena Alvinópolis. Seus pais eram professores, no entanto, ele preferia a vida no campo, por isso trabalhava numa fazenda na zona rural da cidade. Dirigia-se todos os dias para a fazenda de bicicleta, meio de transporte muito usado na região. Sonhava fazer engenharia e ir embora para a grande Belo Horizonte. Mas, ‘no meio do caminho havia fêmeas’ e não pedras como dizia Drummond. No trajeto para a fazenda passava todos os dias pelo armazém de Sr. Tabor, conhecido comerciante turco da região. Tabor tinha duas filhas gêmeas lindíssimas, Ayla e Kalina. Era impossível viver na cidade e não conhecer as ‘turquinhas’, como eram deliciosamente chamadas. Lindas, cabelos pretos, pernas torneadas, as gêmeas eram o desejo oculto de todos os rapazes de Alvinópolis, e por óbvio, de Tiago também. Ambas ajudavam o pai no armazém nas horas vagas de estudo. Costumavam andar de shorts atraentes como todas jovens, muito embora nenhuma jovem de Alvinópolis chegasse aos pés delas (aliás, que pés!). Tiago passava sempre em frente ao armazém para ir trabalhar e se deliciava ao vê-las na porta da mercearia. Ayla se destacava pelos nacos de nádega que sobravam no shortinho e Kalina pela fina camisa de malha que usava sem sutiã e que vivia a indicar os seios pequenos, eretos e com bicos enormes. Ao chegar ao trabalho após tamanho impacto visual, passava bons e solitários minutos no banheiro da fazenda aplacando sua fúria sexual pelas ‘turquinhas’. O passeio preferido de Tiago era ir ao armazém do Sr. Tabor quando uma das ‘turquinhas’ estava no balcão. Sutil, Tiago pedia para ver uma mercadoria na mais alta prateleira, ocasião em que elas – sempre de shortinhos – subiam na escada para pegar o produto, e de costas ‘mostravam’ a Tiago tudo aquilo que ele mais desejava. Tiago resumia tudo em seus sonhos masturbatórios solitários. Não teve coragem de abordar Ayla ou Kalina, seu desejo era quase que unicamente visual, sua timidez o impedia, e restavam noites de lençóis molhados. Ele era um covarde, e a vida não é generosa com os covardes. Aos vinte anos foi embora de Alvinópolis estudar engenharia na PUC de Belo Horizonte. Casou-se em BH com uma loura que conheceu na PUC. Após vinte anos o casamento estava aos trapos e certa feita reclamou da esposa: - “É patético na hora do sexo, quando você me olha na cama como se eu fosse uma folha de alface!”. Helena retrucou: - “Alface ou não, você nunca esteve plenamente comigo!”. 48

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Tiago se separou de Helena. Junto a seu melhor amigo, Marcos, afagava sua tristeza em boas garrafas de cerveja. Marcos sabia que a felicidade de Tiago estava em Alvinópolis, e mais, na saudade que guardava das ‘turquinhas’. Voltou a sua cidade natal após anos. O armazém do Sr. Tabor não mais existia e ele sequer conseguiu obter notícias das gêmeas, soube apenas vagamente que as gêmeas ‘turquinhas’ casaram-se e mudaram da cidade. Retornou a BH e resolveu tirar um ano sabático para reconstruir a sua vida. Marcos o apoiou: “Primeiramente, vou passar quinze dias em Istambul na Turquia, depois quando voltar pensarei o que fazer.” – “Como Turquia? Você está doido, não conhece ninguém lá?”. – “Justamente, vou a Turquia tentar rever meu passado, olhar nos olhos daquelas mulheres turcas e ver a partir delas se consigo rever minhas paixões do passado para realizar o meu futuro...”. “Meu camarada, você pirou!”. – “Pode ser, mas como disse Millôr, ‘A vida é perto!’, vou realizar tudo aquilo que sempre quis e não fiz, quem sabe eu não volte casado de Istambul com uma turquinha daquelas? Chega de covardia!” – “Boa viagem, querido amigo, de fato, a vida é perto!”. Roberto Wagner Lima Nogueira é procurador do município de Areal, mestre em Direito Tributário - UCAM-Rio, advogado tributarista e colunista do portal da Revista On. rwnogueira@uol.com.br

DE UMA! Jovens fizeram o Brasil vibrar, encurralando os colarinhos-brancos palacianos.

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POR HELDER CALDEIRA

o final do ano passado, o ministro Gilberto Carvalho vaticinou sobre 2013: garantiu que o ano seria “brabo” [sic] e concluiu com um sonoro “o bicho vai pegar”. Fiel escudeiro lulista escalado para marcar os passos institucionais de Dilma Rousseff, o chefe da Secretaria Geral da Presidência da República não exercitava dons de adivinhação. Gilberto Carvalho apenas anunciou o óbvio: a herança desastrosa e desavergonhada deixada pelo sacrossanto ex-presidente Lula da Silva teria seus impactos mais profundos a partir da segunda metade do mandato de sua sucessora. Mas havia equívocos na leitura do ministro. Naqueles dias, cerca de oito meses atrás, a intrépida trupe do PT palaciano trabalhava apenas com dados e números rasos: centralizadora e autoritária, Dilma tentaria impor suas limitadas convicções economistas ao delicado equilíbrio da realidade financeira do Brasil, combalida pelos oito anos de pajelança lulista, populismos pedestres e da institucionalização


da corrupção como item obrigatório em quaisquer ambientes políticos. Lula construiu a maior base aliada de legendas partidárias já vista em democracias ocidentais e caberia à sisuda Dilma alimentar esse monstro com o loteamento do Poder Executivo. A manutenção forçada de juros baixos daria margem de manobra em caso de surto inflacionário e qualquer crise aqui ou acolá poderia ser debelada com fartas doses de marketing e muitos anúncios de ilusões. Clássico. Foi por passear nesse pensamento apequenado que o ministro Gilberto Carvalho anunciou um ano “brabo” e, em seguida, abriu um largo sorriso diante dos flashes da mídia naquele dezembro de 2012. As gavetas do Palácio do Planalto estavam recheadas de “pesquisas de opinião” prontas a anunciar a sobeja popularidade da “presidenta” e, de quebra, sobrariam palanques nos caríssimos estádios da Copa das Confederações e durante a visita do Papa Francisco ao país para Dilma Rousseff discursar às massas como a “grande estadista faxineira” que estaria tirando o Brasil da miséria, no melhor do vocabulário de gerúndios do telemarketing. Já no início de 2013, uma ala descontente do próprio PT começou a bater pesado em Dilma. Pouco afeita ao rebuçar de carinhos políticos, a presidente não se prestava a receber os “aliados” para as famigeradas audiências que rendem apenas uma fotografia imbecil a ser exibida nos currais eleitorais brasileiros como símbolo de prestígio. “Dilma nem convida deputados e senadores pra viajar com a comitiva no avião presidencial. Assim não dá!”, reclamou um parlamentar da base aliada acostumado aos “passeios com avião cheio” ao lado do ex-proletário apaniguador de mensaleiros. Começava, então, a pressão de uma turma a bradar “Volta Lula!”. Dilma não gostou nem um pouquinho do movimento e, após uma conversa a portas fechadas com o ex-presidente em São Paulo, este protagonizou a nada salutar antecipação das Eleições 2014, anunciando que não seria candidato e que a “presidenta” era a postulante natural a mais quatro anos de mandato. E dá-lhe propaganda política do PT no rádio e na televisão comemorando uma década de governo. Apesar dos transtornos econômicos, Dilma parecia imbatível nos cenários eleitorais pesquisados. Eis que o “ano brabo” revelou-se. Milhões de brasileiros foram às ruas protestar contra a forma de fazer política no país. Numa surpreendente revolução tropical, jovens fizeram o Brasil vibrar, encurralando os colarinhos-brancos palacianos. Sem compreender o que emergia das manifestações, Dilma insistiu nas fórmulas mágicas de seus marqueteiros e tratou de anunciar medidas inúteis, inexequíveis e arbitrárias. O resultado veio rápido: foi desmoralizada por negativas do Congresso Nacional, vê aumentar o número de aliados rancorosos e despencou na avaliação popular. Outrora dada como certa, sua reeleição passou a ser vista pela maioria como pouco provável. O movimento “Volta Lula!” é cada vez mais forte nos corredores políticos de Brasília e que ninguém faça cara de espanto se ele aparecer em 2014 reeditando o papel de “Salvador da Pátria” como candidato a um terceiro mandato. Cacófato, um dos cartazes mais emblemáticos a ilustrar os protestos dizia: “Quantas pessoas são necessárias para afundar o Brasil? ‘DiUma’!”

Helder Caldeira é escritor, articulista político, palestrante, conferencista e colunista do portal Revista On. É apresentador do SBT e autor dos livros “A 1ª Presidenta”, primeira obra publicada no Brasil com a análise da trajetória da presidente Dilma Rousseff, e “Águas Turvas”. helder@heldercaldeira.com.br

COMBATE ÀS DROGAS

ESTAMOS NO CAMINHO CERTO? Ao invés de se preocupar em punir os responsáveis pelo vício, o Poder Público deve priorizar as medidas preventivas e terapêuticas de combate ao uso de substâncias psicoativas. POR EDUARDO BUZZINARI

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ão é novidade que um dos principais fatores responsáveis pelos altos índices de criminalidade nos grandes centros urbanos seja a consolidação do crime organizado, em especial, ligado ao tráfico de drogas. Nos últimos tempos, os traficantes aperfeiçoaram as técnicas de sintetização química, diversificaram seus meios de comunicação e transporte e profissionalizaram a estrutura de gerenciamento da atividade criminosa. Os chefes do narcotráfico preencheram a lacuna deixada pelo governo e passaram a ocupar a posição de provedores das comunidades carentes, transformando-as em verdadeiros redutos de paralegalidade onde a ordem pública não consegue se impor. Em contrapartida, o Estado continua insistindo em um modelo repressivo reconhecidamente falho e obsoleto como principal medida de combate à toxicomania. A falência da pena de prisão, à qual estão sujeitos os traficantes, é notória. As mazelas do sistema carcerário, no qual os presos são lançados em um ambiente de superlotação, ociosidade, debilidade sanitária, violência e promiscuidade sexual, só contribuem para deformar a personalidade humana. O resultado da equação, como não podia deixar de ser, acaba bem diferente do idealizado propósito de ressocialização do condenado. Na outra ponta da cadeia de consumo, estão os usuários, sujeitos à aplicação de medidas descarceirizadoras de eficácia duvidosa, como a prestação de serviços à comunidade e o comparecimento a programas de reabilitação. Como resolver o problema, então? Uma política séria de combate às drogas deve reconhecer, primeiramente, a impossibilidade de completa erradicação do consumo de substâncias psicoativas. Com efeito, o homem revistaon.com.br

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GENTE OPINIÃO

faz uso de entorpecentes desde os primórdios da civilização e a experiência revela que os mecanismos de repressão policial sempre foram ineficazes na tentativa de eliminar o vício. Talvez o exemplo mais contundente dessa afirmativa tenha sido a 18ª Emenda Constitucional Norte-Americana, popularmente conhecida como Emenda da Lei Seca, que tornou ilegal o comércio de bebidas alcoólicas nos Estados Unidos entre janeiro de 1920 e dezembro de 1933. Ocorre que, ao invés de suprimir o consumo do álcool, o que a Lei Seca conseguiu foi criar um panorama de oportunidades criminosas sem precedentes, resultando na proliferação de uma sofisticada rede de corrupção policial e no surgimento de uma nova categoria de gangsters como homens de negócios capazes de realizar complexas operações logísticas. Após quatorze anos de existência, o Presidente Roosevelt anunciou o fim da Lei Seca. A legalização do álcool forneceu emprego a mais de um milhão de pessoas e a arrecadação com impostos e taxas excederam a casa de um bilhão de dólares anuais em 1940, sem que tenha havido aumento perceptível nos problemas de embriaguez. O exemplo histórico da Lei Seca nos remete a uma inevitável indagação: estamos no caminho certo para o combate às drogas? A verdade é que não basta a promulgação de um mero texto legal para modificar o comportamento humano. As drogas são consumidas desde priscas eras e, historicamente, todos os esforços repressivos somente conseguiram fazer proliferar a corrupção policial e aumentar os lucros dos traficantes. Talvez seja o momento de nos despirmos de preconceitos morais e iniciarmos um amplo debate acerca da descriminalização das drogas. Isso não significa, por óbvio, que o Estado se tornará indiferente à questão, mas sim que o seu tratamento será pontuado em seu devido lugar: como um problema de saúde pública, e não de justiça criminal. Ao invés de se preocupar, assim, em punir os responsáveis pelo vício, o Poder Público deve passar a priorizar as medidas preventivas e terapêuticas de combate ao uso de substâncias psicoativas. O fracasso das medidas repressivas deve conduzir à busca de soluções alternativas. Continuar dispensando tratamento jurídico diferenciado a usuários e traficantes, como ocorre hoje em nosso sistema penal, não nos parece congruente nem mesmo sob o aspecto repressivo, já que são duas faces indissociáveis de uma mesma moeda. A descriminalização, por outro lado, desarticularia a base financeira do tráfico, o que implicaria em consequências imediatas sobre seus consectários diretos, como a corrupção policial, o contrabando de armas, a dominação de favelas e a violência urbana de um modo mais amplo. Não se pretende, enfim, oferecer uma solução simplista a um problema de tamanha complexidade, mas, como já pontuado, apenas fomentar um debate despido de preconceitos sobre uma possível alternativa aos métodos tradicionais de combate às drogas. Eduardo Buzzinari Ribeiro de Sá é juiz de Direito do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro eduardoribeiro@tjrj.jus.br

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OS PORQUÊS DO BRASIL Deveres não são cumpridos e os direitos não são respeitados.

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POR DAVID ELMÔR

nicialmente, peço vênia aos caros leitores porque, nesta edição, os privarei do comento de questões de cunho de direito penal, que tanto já estão habituados a apreciar, para discorrer de modo sintetizado sobre uma matéria que também envolve direito, no entanto, de índole social, que é o direito do cidadão, o direito de gozar de um Estado Democrático de Direito em sua plenitude, de ter acesso a todos os serviços, especialmente os públicos, e de ser servido em contrapartida daquilo que presta ao Estado em forma de pecúnia. A população foi às ruas para reivindicar seus direitos, muitas pessoas sem saber exatamente quais direitos, mas mesmo sem saber, tem ciência de que estes estão sendo violados, porque não tem acesso à saúde, à educação, à segurança, entre outros serviços públicos essenciais, que o Estado deveria prestar. A sociedade foi, e continuará indo, às ruas para gritar a liberdade. Nós queremos gozar de direitos! É nítido que na sociedade civil brasileira existe hierarquia, resquício de um período coronelista, de índole aristocrática, feudal. O abismo social existente entre as classes é a prova mais sensível, sendo certo que esta desigualdade gera “patente” entre aqueles que estão, ou deveriam estar, em nível de igualdade. Não somo iguais perante a lei? Perante a lei (norma jurídica) talvez. Jamais perante os homens. No Brasil, o político, “homem público”, não é público, vez que não quer ser público, e a população que o elegeu – se é que o elegeu, tendo em vista o sistema proporcional – não tem acesso a ele. Daí surgem infinitas questões na cabeça de cada cidadão, em forma de indagação, que ficam sem respostas, quando tais respostas parecem óbvias, e os problemas, que parecem simples de se resolver, restam sem solução. Por quê? Por que Charles de Gaulle disse outrora que o Brasil não era um país sério? Por que não temos uma prestação de serviço público eficaz em contrapartida ao pagamento de impostos tão elevados? Por que pagamos tantos impostos? Por que o servidor público não serve? Por que a estabilidade do servidor público não é medida por sua produtividade? Por que a universidade pública é ocupada por pessoas que podem pagar, e aqueles que não podem pagar não tem acesso ao ensino superior? Por que existe universidade pública? Por que a minha cidade não tem representantes no legislativo estadual e federal? Por que elegemos políticos que sequer votamos? Por que temos a impressão de que tudo está errado e que nada irá mudar?


Além da flagrante desigualdade social que assola nosso país, temos que conviver com a ausência de respostas, e soluções, para as questões e problemas que formulamos em nossas cabeças todos os dias. Atualmente, a população questiona o sistema político, eleitoral que, vale dizer, é tão incongruente e desconexo que se assemelha tão somente aquele adotado por dois países, em todo o planeta. A Constituição Brasileira de 1988 definiu que as eleições dos deputados federais, estaduais e dos vereadores efetivar-se-ão pelo critério proporcional, que, em apertada síntese, para melhor entendimento (se é que é possível entender esse sistema), é aquele que permite a formação de listas partidárias, com coligações, buscando a eleição dos candidatos de acordo com o alcance do quociente eleitoral. Assim, é possível que uma coligação que não atinja o quociente eleitoral não eleja nenhum candidato, mesmo que tenha o candidato mais votado entre todos os participantes, ou seja, os eleitores que votaram nesta lista partidária tiveram votos ineficazes. Da mesma forma, é possível que uma coligação que ultrapasse o quociente eleitoral eleja candidatos que tiveram votação insuficiente. Isso é correto? Quem está sendo beneficiado com esse sistema? O problema é que os políticos já estão engendrando manobras para protelar uma possível reforma política (Sistema Distrital), com a promoção de uma consulta popular, através de um incabível plebiscito (consulta realizada aos cidadãos sobre matéria a ser posteriormente discutida no Congresso Nacional), ou mesmo de um referendo (consulta posterior realizada aos cidadãos sobre determinado ato ou decisão governamental, seja para atribuir-lhe eficácia que ainda não foi reconhecida, seja para retirar a eficácia que lhe foi provisoriamente conferida). Acorda Brasil! David Elmôr é advogado criminalista, originário de uma das mais respeitáveis bancas de direito do Brasil (SAHIONE Advogados), sócio sênior do ELMÔR, CORRÊA & MATOS Advogados david@elmorecorreaadv.com.br

CADERNETA DE POUPANÇA

VANTAGENS E DESVANTAGENS Liquidez diária é uma das vantagens, mas pode ser encarada como desvantagem.

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POR EULER MASSI

Caderneta de Poupança é bastante popular porque permite aplicações de valores baixos, que variam de acordo com a instituição financeira. O dinheiro é acrescido de juros 30 dias após a data

da aplicação. A Poupança possui papel social e é utilizada pelos bancos para financiamento habitacional. De acordo com a determinação do governo, 65% dos depósitos na Caderneta de Poupança devem ser destinados aos empréstimos para a compra de imóveis. Com mais de 40 milhões de poupadores, a Caderneta de Poupança é o investimento mais popular do país. Posso apontar algumas desvantagens, como, por exemplo, o risco de crédito. Se o banco quebrar, o poupador só tem a garantia até o montante de R$ 250.000, garantido pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). A baixa rentabilidade é mais uma desvantagem deste investimento. Não é difícil dizer que o retorno da poupança fique abaixo da inflação, o que na prática a torne um investimento com rentabilidade «negativa». Outra desvantagem ocorre quando o investidor precisa resgatar o dinheiro antes da aplicação completar 30 dias. Se isso ocorrer, a poupança não pagará o rendimento. Agora vamos às vantagens. Liquidez diária é uma delas, ou seja, você resgata o dinheiro quando quiser, ele está sempre à disposição. Para os indisciplinados isto pode ser mais uma desvantagem. Outra coisa que anima os poupadores é a isenção do imposto de renda e ausência de taxas. O banco não cobra nada do poupador para manter a poupança. Existem ainda muitas dúvidas sobre a rentabilidade da Nova Poupança, mas é simples, vai depender da Taxa Selic, taxa básica de juros. Se a Selic atingir 8,5% ao ano (taxa que temos hoje) ou menos, a poupança renderá 70% da Selic + TR (taxa referencial, um dos indicadores da economia brasileira). Com a Selic acima de 8,5% ao ano, a rentabilidade será de TR + 0,5% ao mês. A rentabilidade da Velha Poupança é sempre equivalente a TR + 6,17% ao ano. A Poupança é um investimento aconselhado para quem tem pouco dinheiro e planeja construir uma reserva para emergências, quem busca aplicação com liquidez diária, quem possui dinheiro aplicado na Velha Poupança. Quem não quer perder para a inflação, deve procurar assessoria e conhecer novos produtos que rentabilizem melhor seu dinheiro de acordo com seu perfil de investidor. Algumas opções são bem simples como o Tesouro Direto, o Título Público chamado LFT (Letras Financeiras do Tesouro, tem menos risco e retorno mais alto que a poupança), um CDB (Certificado de Depósito Bancário) que lhe dê ao menos 100% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário) com liquidez diária ou um fundo DI com taxa de administração de até 0,5% ao ano e liquidez diária. Caso precise de mais esclarecimentos, estou à disposição no e-mail abaixo. Um abraço e até a próxima edição! Agente autônomo de investimentos, certificado pela Ancord e autorizado pela CVM. Também é palestrante da Ativa Educar, braço educacional da Ativa Corretora, onde opera no mercado de capitais e presta assessoria personalizada para clientes, pessoas físicas e jurídicas na cidade do Rio de Janeiro. Cursa gestão financeira pela Universidade Estácio de Sá. emassi@invistaativa.com.br revistaon.com.br

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Três vidas, um sonho e muitos projetos... POR FREDERICO NOGUEIRA

Na cidade dos três rios, o encontro do Paraíba do Sul, Piabanha e Paraibuna é uma obra da natureza que encanta quem vê. Na mesma cidade, o encontro de três estudantes de engenharia proporcionou inovações na construção civil que também encantam. A história da HWJ Engenharia, que completa 25 anos, teve início com sonhos e muito trabalho. Hoje, o trabalho não pode parar para que novos sonhos sejam realizados.

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pessoas capacitadas e com olhares voltados para o futuro, também funciona assim. “Somos pessoas completamente diferentes, por isso deu certo. Um prefere a parte burocrática, outro o relacionamento e eu gosto mais de canteiro de obras. Se fôssemos iguais, talvez não desse tão certo”, resume Waldir dos Santos Júnior.

chamaram para apresentar os cursos que poderíamos entrar, entre eles o de física. Nunca tive vocação para professor, mas a física me ajudou muito quando cursei engenharia”, relembra. Foi neste período que ele conheceu José Roberto de Oliveira Costa. “Por esse vestibular que fizemos, nos conhecemos. Fizemos física juntos, mas o que ganharíamos dando aulas seria igual ao que já ganhávamos em nossos empregos. Viemos de famílias humildes e queríamos crescer, mas depois de quatro anos estudando física, chegamos ao mesmo lugar. Assim, decidimos cursar engenharia em Barra do Piraí”, diz José Roberto. Os outros empregos aos quais faz referência foram, no caso dele, o motivo da mudança para Três Rios. Aos 20 anos de idade chegou ao município para trabalhar no INSS, onde trabalhou durante mais de 30 anos e aposentou-se. No caso de Waldir, o outro emprego foi na Rede Ferroviária, onde também trabalhou até a aposentadoria e já com a HWJ Engenharia criada. O responsável pela letra “H” do nome da empresa é Hélio Gomes de Moraes, que conheceu os sócios na faculdade de engenharia. Ele é contador, professor de matemática e física e, no início da vida profissional, passou pela Companhia Lanifício Alto da Boa Vis-

“Somos pessoas completamente diferentes, por isso deu certo”, Waldir dos Santos Júnior, sócio da HWJ Engenharia

ARQUIVO PESSOAL

Filho de um ferroviário e uma dona de casa, ele conta que sempre admirou a engenharia, mas, ao chegar o período de cursar o ensino superior, não pode optar pelo curso inicialmente. “Fiz física e foi por acaso. Sempre fui bom aluno em matemática, mas iria cursar administração de empresas, que teria em Três Rios pela Severino Sombra. Por algum motivo, a faculdade não veio para a cidade e nos

INÍCIO José Roberto, Hélio e Waldir se conheceram durante a faculdade de engenharia 56

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ois são trirrienses e um é nascido em Bom Jesus de Itabapoana, também no Estado do Rio de Janeiro. O destino fez questão de uni-los. A engenharia não foi a primeira formação de nenhum deles, ela chegou um pouco mais tarde. Há 25 anos compartilharam um sonho e até hoje compartilham a mesma sala. Hélio, Waldir e José Roberto deram mais que as iniciais dos nomes para a HWJ Engenharia: conseguiram colocar a empresa em destaque na região e proporcionar empreendimentos modernos que fazem parte da realização dos sonhos de cada cliente. A história de sucesso da empresa é uma consequência do sucesso pessoal dos três sócios. Enquanto algumas pessoas conformam-se facilmente com a vida e o que ela proporciona, desacreditando que seja possível realizar mudanças, eles mostram que o tempo não é barreira para realizar os objetivos e, até mesmo, começar um novo ciclo na vida. Não iniciaram o curso de engenharia civil antes dos 20 anos de idade, aposentaram-se em outros empregos e viram a HWJ Engenharia ganhar proporções que não imaginavam. Um tripé é um instrumento que proporciona estabilidade e resistência. Pelo exemplo da gestão da empresa, a união de três

CRESCIMENTO No começo, a HWJ realizava pequenas obras e o crescimento foi maior que esperado


KEMPTON VIANNA E MIKE BRITTO

KEMPTON VIANNA E MIKE BRITTO

EQUIPE Colaboradores capacitados são importantes para o crescimento e sucesso da empresa

KEMPTON VIANNA E MIKE BRITTO

NOVA GERAÇÃO Com 25 anos de empresa, os filhos dos fundadores já participam dos projetos e decisões

INVESTIMENTO Com mais tempo para a HWJ, os sócios viram o empreendimento ganhar reconhecimento

ta, em Comendador Levy Gasparian, como tecelão, aos 15 anos. “Quando fui para o exército, trabalhei no escritório, ao lado de vários oficiais, por datilografar muito bem. Um dia, o capitão perguntou qual era minha formação. Naquela época eu tinha apenas o primário. Então ele fez a mesma pergunta para um amigo meu, que atuava na limpeza, e ele disse que se preparava para o vestibular. Ou seja, estava à minha frente e, na mesma hora, o capitão inverteu nossos cargos”, relembra. Após esse episódio, aos 19 anos, Hélio retomou os estudos e, mais tarde,

chegou a ser professor no Colégio Ruy Barbosa. Dois meses depois, foi convidado para ser professor também no Colégio Walter Francklin, onde tornou-se diretor. Ao mesmo tempo, começou a trabalhar na Light, onde ficou até a aposentadoria, há 16 anos. Enquanto estava nas salas de aula e na empresa, decidiu cursar engenharia civil. Com o número de atividades que exercia na época, cursou a faculdade aos poucos e lá encontrou Waldir e José Roberto. Com o desejo de formarem uma empresa, surgiu a HWJ Engenharia, ainda de forma tímida e com muitos desafios. O nome

da empresa foi sugerido pela esposa de Waldir, Ana Nélia. “Alugamos uma sala, compramos alguns materiais de escritório, o Waldir trouxe alguns de casa, e assim começamos”, conta José Roberto. Os trabalhos iniciais eram pequenos e, na maioria, demanda de prefeituras. Como os três ainda trabalhavam em outros locais, precisavam conseguir tempo para desenvolver a empresa. “Cheguei a sair do INSS às 13h, ir para Cabo Frio tocar uma obra e voltar no mesmo dia”, relembra José. As dificuldades marcaram um período de grandes transformações no país, durante o governo do presidente Fernando Collor de Melo. revistaon.com.br

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DIFERENÇAS Eles garantem que, se as personalidades fossem iguais, o negócio poderia não ter dado certo

MINHA CASA, MINHA VIDA A grandiosidade das obras comprova a qualidade dos empreendimentos e credibilidade da sociedade

“Foi uma época muito difícil para o Brasil. Um ginásio coberto foi a nossa primeira grande obra pública, quando a empresa tinha quatro anos. Mas o dinheiro, antecipado para a realização da obra, ficou bloqueado, o que foi mais um teste para a sobrevivência da empresa”, recorda Waldir. O divisor de águas da HWJ Engenharia foi 58

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a construção do Centro Empresarial Zilda Mattos, em Três Rios. “A partir daí mudamos o foco da obra pública para outros empreendimentos. Percebemos, na época, que tínhamos que diversificar”, completa. Para José Roberto, o momento foi fundamental. “Tínhamos que escolher entre crescer ou morrer. Nós crescemos”, diz.

A empresa

A história de perseverança fez a HWJ Engenharia tornar-se referência no mercado da construção civil em Três Rios e região. No ano em que completa 25 anos, se destaca como uma marca que alia solidez e credibilidade, com traços de modernidade e sofisticação. Focada na qualidade dos empreendimentos, a construtora encontra nas novas tecnologias as modernas tendências de gestão e sustentabilidade, buscando a melhoria contínua e a satisfação dos clientes. A HWJ Engenharia já entregou mais de mil unidades, entre apartamentos, salas e lojas. A construtora tem confiabilidade consolidada no mercado, o que leva certeza ao comprador de estar adquirindo qualidade a preço justo e um investimento com valorização certa, já no recebimento da unidade. Com isso, a empresa contribui para o crescimento da cidade, gera empregos e cria facilidades para aquisição a casa própria. Toda essa filosofia já está sendo transmitida para as novas gerações: Leandro Gama de Moraes, de 39 anos, engenheiro civil [filho de Hélio], ao lado de Maria Clara Lopes dos Santos, 23, arquiteta [filha de Waldir], e Lucas Salomão Costa, 21, estudante de engenharia civil [filho de José Roberto]. Os três trabalham na empresa e seguem o exemplo dos pais. “Nós, que fundamos a HWJ Engenharia, sempre tivemos diferentes potencialidades e conhecimentos, o que favoreceu o sucesso da parceria”, observa Waldir. A nova geração chega com suas características e com o desafio de sustentar e continuar modernizando a marca. No aniversário da empresa, a HWJ Engenharia está em sua melhor fase e lança três novos empreendimentos: o Centro Empresarial Guerra Rodrigues, o Residencial Varandas do Rio e o Residencial Águas de Março, além de entregar 228 unidades do Programa Minha Casa, Minha Vida ainda neste ano e iniciar a construção de mais 400 unidades, que serão entregues em 2015. O centro empresarial será um edifício com pavimentos flexíveis, localizado no centro de Três Rios. O condomínio residencial Varandas do Rio, lo-


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ÁGUAS DE MARÇO Alto padrão estético e um projeto contemporâneo surpreendente

VARANDAS DO RIO Localizado às margens do rio Paraíba do Sul, vai garantir tranquilidade ao morador

GUERRA RODRIGUES O centro empresarial terá 20 andares com estacionamento, lojas e salas comerciais

calizado às margens do rio Paraíba do Sul prevê apartamentos de dois e três quartos, além de lofts, uma novidade na cidade. Já o Residencial Águas de Março, contará com apartamentos de um e dois quartos, além de lofts com alto padrão estético.

cultura. Será um marco na cidade”, assinala Maria Clara. A arquiteta ressalta a redução dos impactos ambientais, como o reaproveitamento de águas pluviais e a utilização de grandes vãos em vidros especiais, com tratamento térmico e acústico. O residencial Varandas do Rio vai garantir vista permanente para uma das áreas mais belas e centrais da cidade, com tranquilidade de um bairro. Localizado às margens do rio Paraíba do Sul, todos os apartamentos de dois e três quartos são de frente, com varanda gourmet e churrasqueira. O condomínio contará ainda com área de convivência e lofts em todos os andares. Entre as novidades dentro do aspecto da sustentabilidade estão a previsão de locais para descarte de óleo de cozinha e utilização de iluminação natural. “Nosso diferencial é procurar sempre trabalhar com novos processos, mais sustentáveis e atuais, a cada lançamento”, ressalta Waldir. Em relação ao projeto arquitetônico, o empreendimento apresenta design contemporâneo e arrojado, com aplicação de cores impactantes.

Já o Residencial Águas de Março tem como característica principal o alto padrão estético aliado a um projeto contemporâneo surpreendente. Apartamentos de um e dois quartos e lofts incluem cozinha americana e a possibilidade de entrega com ambientes já mobiliados. Contará com salão de festas e ótima localização, para quem quer morar no centro da cidade. A HWJ Engenharia é certificada pelo Sistema Brasileiro de Qualidade na Produtividade Habitacional (PBQP-H), o selo de qualidade da construção que busca padronizar os empreendimentos, assegurando a qualidade da obra. Além disso, o PBQP-H exige a profissionalização do mercado. Nos projetos e construções, a HWJ Engenharia cria procedimentos que proporcionam a redução do desperdício e controle de resíduos. A geração desses resíduos é preocupante na construção civil. Para Waldir dos Santos, minimizar impactos implica em construir com qualidade, empregando novas tecnologias para otimizar os processos e reduzir a utilização de matérias-primas, o que contribui também para a redução dos custos.

Inovações

O Centro Empresarial Guerra Rodrigues contará com 20 andares, vagas de garagem, lojas e salas comerciais. De acordo com a arquiteta Maria Clara Lopes dos Santos, o empreendimento está projetado para atender às mais recentes tecnologias. Ela explica que um dos diferenciais é a flexibilidade dos andares, que podem ser subdivididos em salas, variando de 50m² a 200m². Os andares possuem piso elevado e espaço no entreforro, permitindo que todas as instalações fiquem embutidas e sejam facilmente modificadas, o que gera liberdade na definição de layout pelo proprietário. “A arquitetura deve atender às novas demandas e exigências. Estamos implantando uma nova

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O LIXO QUE

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SUSTENTA POR TIAGO TAVARES

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Nada se perde, nada se cria, tudo se transforma. A máxima sobre a natureza, além de contribuir com o meio ambiente, gera emprego. Nas ruas das cidades, encontramos pessoas que sobrevivem ou completam a renda como catadores de matérias recicláveis. Bom para a sociedade, para a economia e para o ambiente. Mas pode [e precisa] ser melhor.

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que você faz com o lixo produzido em casa? Sabia que ele sustenta milhares de pessoas em todo o país? Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), cerca de 10% dos resíduos gerados nas cidades brasileiras são reciclados e o setor movimenta anualmente cerca de R$ 12 bilhões por ano. Mesmo assim, o Brasil perde em torno de R$ 8 milhões anualmente por deixar de reciclar os resíduos que são encaminhados aos aterros ou lixões. Ainda segundo o IPEA, o Brasil produz diariamente cerca de 240 mil toneladas de lixo, que são encaminhados para mais de 2.900 lixões no país, distribuídos em mais de 2.810 municípios. Apenas 18% das cidades possuem programas oficiais de coleta seletiva. Em 27,7 % delas, o lixo vai para aterros sanitários e em 22,5%, para aterros controlados. Para dar conta de tanto lixo, são investidos milhões de reais para o transporte e coleta do lixo, mas os valores ainda são pequenos em investimento, principalmente na qualificação dos catadores de materiais reciclados. Segundo estimativas do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), há cerca de um milhão de catadores no país

“Cada dia é um preço, tem dias que é mais dinheiro e outros é menos”, Marizete Celestino, catadora

MARIZETE Escolheu trabalhar por conta própria como catadora e acorda às 5h diariamente 62

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que vivem do trabalho de coleta, triagem e comercialização dos recicláveis. Conforme diagnóstico do IPEA, tomando como referência diferentes estudos, entre 40 mil e 60 mil catadores organizados participam de aproximadamente 1.175 organizações coletivas de catadores em funcionamento no Brasil. Grande parte da categoria trabalha em condições extremamente precárias, onde estão submetidos a diversos riscos de contaminação e acidentes, além de conviverem com a exploração por parte de empresários que compram os materiais a baixíssimos preços. Os catadores são responsáveis por 90% do material que chega para o processamento pela indústria de reciclagem do Brasil, porém ficam apenas com 10% do lucro, conforme informações do Compromisso Empresarial para Reciclagem (CEMPRE). Uma dessas pessoas é a catadora trirriense Marizete Celestino, 45 anos. Com baixa instrução e há três anos trabalhando como catadora, Marizete já exerceu cargos em indústrias de Três Rios, mas como não conseguia manter-se nos empregos, escolheu trabalhar por conta própria. Para isso, ela acorda às 5h e sai em busca de materiais reciclados pelo centro de Três Rios. “Eu procuro papelão, plástico e latas de alumínio. Depois levo para vender no ferro velho”. Entre uma viagem e outra com um carrinho adaptado com rodas de bicicleta, a catadora percorre mais de 10 quilômetros diariamente a pé para conseguir arrecadar pouco mais de R$ 5 por dia. “Eles pagam por quilo. Cada dia é um preço, tem dias que é mais dinheiro e outros é menos, depende do material que eu conseguir. Papelão não vale quase nada, o que vale mais é o alumínio”, conta Marizete, que afirma sobreviver com R$ 160 por mês. Para tentar amenizar os problemas, a Secretaria do Ambiente do Estado do Rio de Janeiro iniciou em dezembro de 2012 o programa Catadores e Catadoras em Redes Solidárias (CRS), que beneficiará mais de 3.000 pessoas que vivem da coleta de material reciclável em 41 municípios fluminenses, entre eles Paraíba do Sul, Petrópolis e Três Rios. No programa serão investidos cerca de R$ 10 milhões, dos quais R$ 9 milhões da

“Com o dinheiro que ganho, compro um leite, pago luz e água, faço uma compra”, Antônio José Tomás, catador

ANTÔNIO JOSÉ O catador tem 70 anos de idade e está há 12 na profissão

Secretaria Nacional de Economia Solidária, do Governo Federal, e R$ 1 milhão do Fundo Estadual de Conservação Ambiental (Fecam). A ação irá capacitar os catadores e organizar cooperativas para ampliar a coleta seletiva. Segundo o secretário de Meio Ambiente de Três Rios, Thiago Vila Verde, reuniões definirão a implantação do projeto na cidade. “O modelo adotado pelo Governo do Estado prevê a coleta realizada porta a porta com o trabalho dos catadores, o que por vezes dificulta o projeto. Mesmo assim, o município, com objetivo de se adequar ao programa estadual, tem como meta realizar reunião com os catadores em agosto para cadastrá-los e incentivá-los a formar uma associação ou cooperativa para integrar ao novo modelo bem como ao futuro Plano Municipal de Resíduos Sólidos (de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos)”, conclui o secretário. Um dos beneficiados pode ser o aposentado Antônio José Tomás, que completa 70 anos de idade em setembro e há 12 trabalha com materiais reciclados. O catador, que é visto todas as noites no centro de Três Rios, procura pelos materiais recicla-


dos entre as sacas de lixo sem qualquer tipo de proteção, como luvas, botas e avental, aumentando o risco de contaminação por doenças e cortes, já que o material não é separado. Segundo Antônio, ele começou a trabalhar com materiais reciclados depois da aposentadoria. “Trabalhei 29 anos em uma indústria e, quando aposentei, comecei a juntar reciclagem para vender”, conta Antônio. Ele voltou ao trabalho depois de perceber que o dinheiro da aposentadoria não foi suficiente para o sustento, além da ociosidade. “Não dá para ficar parado. Quando eu ficava à toa, ficava estressado. Além disso, com o dinheiro que ganho, compro um leite, pago luz e água, faço uma compra”, explica Antônio, que trabalha de 14h às 21h diariamente. Depois de encher o carrinho, Antônio ainda precisa caminhar empurrando-o até sua residência, no bairro Ponte das Garças, em um trajeto de quase 16 Km, somando a ida e a volta. Depois de jun-

tar todo o material, ele separa-os e um caminhão do ferro-velho busca os itens. Segundo o catador, ele arrecada entre R$ 500 e R$ 600. “Há meses que tiro até R$ 600, mas isso depende da quantidade de material que consigo. Fora isso, ainda tem os preços. Às vezes o valor que pagam é baixo, aí tiro bem menos que o normal”, explica Antônio José, que cita exemplos de valores. “A garrafa pet eles pagam R$ 0,50 por quilo; na lata de alumínio pagam R$ 1,40 e, dependendo do lugar, consigo vender até por R$ 1,50; o plástico mais duro eles pagam R$ 0,25 e o papelão de R$ 10 a R$12. Teve período que o papelão era vendido por R$ 0,25, mas depois da tal crise que falam, o valor caiu muito”, relata Antônio. O Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos de 2009, realizado pela Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, apontou participação das associações de catadores com apoio

Grande parte da categoria trabalha em condições extremamente precárias

da prefeitura na coleta seletiva ocorre em 30% das cidades brasileiras. A lei 11.445 estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico e permite que o poder público contrate organizações de catadores para fazerem o trabalho de coleta seletiva e, assim, as cooperativas viram um negócio e não apenas uma atividade social. Apesar da importância dos catadores, ainda há muito a ser feito por quem sobrevive às custas do lixo. Além dos poderes públicos, vale ressaltar a contribuição fundamental da população, que deve preocupar-se com a separação correta do lixo.

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TRÂNSITO EM FORMAÇÃO POR TIAGO TAVARES

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Tirar carteira de motorista é, muitas vezes, mais que uma necessidade, mas um sonho para os jovens que completam 18 anos e buscam independência. Este fato aliado às facilidades para adquirir veículos, coloca cada vez mais novos condutores nas ruas. Enquanto alguns mostram-se despreparados para assumir a direção, outros precisam mostrar habilidades quase especiais para enfrentar o trânsito diariamente.

Q

uem convive com o trânsito em Três Rios, seja na direção de automóveis e motocicletas ou como pedestre e ciclista, em algum momento já reclamou de falhas cometidas por alguns condutores. São veículos estacionados em locais proibidos, avanços de sinais, falta

de atenção às placas, desrespeito ao sentido preferencial e aquele detalhe que mais chama a atenção e incomoda grande parte da população: o não uso das setas em conversões. Os problemas causados no trânsito por condutores despreparados ficam evidentes não apenas na região, mas em muitas cidades brasileiras com

grande ou crescente fluxo de veículos. Os números de novos condutores a cada ano impressionam, afinal, quem não quer tirar a carteira? Mas, ao mesmo tempo, é necessário agir com cuidado e respeitar as normas de segurança ao conquistar o sonhado documento e não deixar de lado os aprendizados que fizeram parte da formação.

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ECONOMIA & NEGÓCIOS KM LIVRE

O valor médio para tirar as carteiras A e B juntas é de R$ 1.300 em Três Rios Até maio de 2013, foram mais de 5.786.083 pessoas habilitadas no Estado do Rio de Janeiro. A formação desses condutores não é fácil e muitos não conseguem a tão almejada Carteira de Habilitação Nacional (CNH). Antes de sair conduzindo um veículo, o aspirante a motorista passa por 45 aulas teóricas e 20 práticas. A formação fica a cargo dos Centros de Formação de Condutores, que têm objetivo de treinar os futuros motoristas. Em Três Rios, há seis centros de formação que atenderam nos últimos três anos mais de 33 mil alunos. O valor para tirar a primeira habilitação varia entre as escolas, mas o valor médio está em torno de R$ 1.300 para as categorias A e B juntas e R$ 1.100 para apenas uma. As formas de pagamento são variadas e algumas oferecem o serviço em até 12 vezes no cartão. O índice de aprovação desses condutores não é dos maiores. Até junho de 2013, das 8.552 pessoas que fizeram a prova, 5.544 foram aprovados e 3.008 foram reprovados. Segundo a proprietária de um CFC, Flávia Beatriz Macedo de Carvalho, as 45 aulas teóricas são suficientes para formar o condutor e nelas são abordados temas como legislação, meio ambiente e mecânica. “A matéria que o Detran passa é pequena e as 45 aulas são suficientes para serem abordados todos os temas. Nós procuramos acrescentar algo mais nas aulas e situações que estão na mídia, assim o aluno fica mais familiarizado com o conteúdo”, ressalta a empresária. Se as aulas teóricas são suficientes, as 20 práticas podem não ser o bastante para sair dirigindo. Durante as aulas práticas, os futuros condutores precisam sair aptos a realizarem a prova e, posteriormente, conduzirem o carro com segurança pelo trânsito. “A média de aulas estabelecida pelo Detran até é bem feita. Tem aluno que sai dirigindo bem com 20 aulas e existe aquele que pode fazer o dobro e não aprender. O que atrapalha é que as autoescolas não 70

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TEMÁTICA Para Flávia, as 45 aulas teóricas são suficientes para abordagem de todos os temas indicados

AULAS TEÓRICAS Na sala, os futuros condutores aprendem legislação, mecânica e outros temas

ESPAÇO PEQUENO Vários carros utilizam o local ao mesmo tempo para aulas práticas

FORMAÇÃO Após 20 aulas, nem todos os alunos estão prontos para a prova

têm autonomia para liberar ou não o aluno para realizarem a prova. Por exemplo, se o aluno cumpre a carga horária, nós somos obrigados a marcar o exame. Então, mesmo que ele não tenha condições, não podemos impedi-lo que faça a prova”, contesta Flávia Beatriz. Entre todas as dificuldades para formar os condutores, a maior encontrada na região diz respeito às áreas de provas. Em Três Rios, a área de treinamento para carros fica no entorno da Capela Nossa Senhora da Piedade, no bairro Cantagalo, é pequena e não comporta o número de veículos. Mais de dez autoescolas disputam o espaço. “A área está pequena e limitada, além das autoescolas de Três Rios outras da região fazem aulas e provas aqui. No Estado do Rio, o Detran determina que as aulas sejam em circuito fechado, mas o ideal seria que pudéssemos trabalhar um pouco mais no trânsito”, ressalta o instrutor Davi Gonçalves do Nascimento.

Se na área de treinamentos de carro o problema é a falta de espaço, na de motos é a falta de segurança. A área fica na BR040, em Comendador Levy Gasparian e as reclamações de alunos e instrutores é sobre a falta de segurança. “Os alunos fazem 20 aulas práticas de moto, mas como eles têm que ir até Levy, conseguem fazer apenas a metade, porque a outra é gasta para ir e voltar da área de exame. Os alunos são mal formados porque a quantidade de aulas é insuficiente para prepará-los melhor. A área não tem estrutura, não tem iluminação. Quando chove, a estrada fica com muita areia e não dá para ver as marcações. É um local perigoso, inclusive já teve instrutor que foi assaltado”, ressalta Flávia. A área de treinamento para motos também atende aos aspirantes às categorias C, D e E. Segundo o Detran, o local onde são realizados os treinamentos e provas das categorias A, C, D e E, em Comendador Levy Gasparian, realmente é mais afastado, mas há tentativas para mudá-lo. “Estamos aguardando uma autorização


ÁREA Em Três Rios, as aulas práticas acontecem ao redor da Capela Nossa Senhora da Piedade

para realizarmos a transferência”, diz, em nota, o Detran. Atualmente, Comendador Levy Gasparian e Três Rios recebem aulas práticas e provas de autoescolas das cidades de Carmo, Comendador Levy Gasparian, Miguel Pereira, Paracambi, Paraíba do Sul, Paty do Alferes, Sumidouro, Três Rios e Vassouras. Se apenas a formação de condutores não é, em alguns casos, suficiente para

melhorar o trânsito, algumas iniciativas buscam formar cidadãos mais conscientes no trânsito. O vereador de Três Rios Clécius Silva de Sousa (PTB) elaborou um projeto de lei, já sancionado, [lei 3.834] que tem como objetivo inserir na grade complementar do currículo do ensino fundamental e médio das escolas municipais a disciplina “Educação no Trânsito”. Segundo o vereador, a ideia é implementar a educação no trânsito no cotidiano dos alunos. “A criança convive com o trânsito diariamente e, se for bem educada, pode ser a verdadeira fiscal do trânsito. Quando colocamos uma criança no carro e ela souber o certo e errado, ela mesma chama a atenção quando você comete algum erro. Elas acabam sendo as agentes fiscalizadoras dos pais, do padrinho, do irmão. A ideia é instalar a educação de trânsito na rede municipal de ensino e pedir ajuda a essas crianças na fiscalização”, explica o vereador. No texto da lei, a Secretaria Municipal de Educação será responsável pela a implantação. “Como ela é uma lei

autorizativa, ou seja, autoriza o poder executivo a aplicar essa lei dentro das escolas municipais, a parte da aplicação disso vai acontecer com a secretaria. Deixei bem claro dentro da lei que o executivo poderá contratar uma empresa especializada em educação de condutores, pois se eles não tiverem tempo hábil para treinar alguém da parte de educação, poderão contratar algum profissional como um instrutor, por exemplo”, explica Clecinho. Tentativas para melhorar o trânsito e torná-lo mais harmonioso não faltam, mas ainda há muito a ser feito. “Eu canso de ver pessoas que não respeitam as sinalizações. Quando vejo que alguém está deixando de dar uma seta ou desrespeitando um pedestre, percebo que a pessoa não se coloca no lugar da outra ou teve uma formação ruim desde pequena”, critica o motorista Adriano Silva. A formação dos condutores é uma grande tarefa, transformar jovens crianças em cidadãos é ainda mais difícil, mas as tentativas de mudança na consciência no trânsito estão por todo o lado.

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BEM-ESTAR

HOMENS COM

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esporte 75 saúde 83 meio ambiente 104

ASAS POR TIAGO TAVARES

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Voar, voar, subir, subir! O sonho de Ícaro torna-se real para os que se aventuram em esportes radicais e tomam conta dos céus. Em Três Rios e Paraíba do Sul também há adeptos dos esportes que, depois de muitos treinos e capacitação, já sobrevoaram os céus das cidades.

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BEM-ESTAR ESPORTE

N

a mitologia, Ícaro construiu asas com penas de animais e cera de mel para voar e fugir do labirinto construído por ele e o pai, Dádalo, para abrigar o minotauro. Antes de voar fugindo do labirinto, o pai de Ícaro alertou-o para que voasse próximo ao sol, para que não derretesse a cera das asas. Ícaro não ouviu os conselhos do pai e tomado pelo ímpeto de voar próximo ao sol, as asas derreteram e ele caiu para a morte. É impossível não fazer à analogia aos amantes do voo livre com a história de Ícaro. Mas, diferente da história, os aventureiros dos céus de Três Rios são mais prudentes, já que escutaram os conselhos dos instrutores, se aperfeiçoaram e hoje viajam em busca de aventuras pelos céus. Um dos amantes do voo livre é o mototaxista Ronaldo Moreira Ramos, o Ronaldinho, de 49 anos e cerca de 300 voos de asa-delta em 19 anos. Outro é o empresário Marcelo Cerqueira Reis, 40, com cerca de 200 voos de parapente e muitas histórias para contar em 14 anos no esporte radical. Depois de fazer o curso em 1994, Ronaldinho sentiu na pele o prazer de voar, não largou mais e declara amor eterno ao voo livre. “Quando estou voando, me sinto um pássaro, fico totalmente em paz”, conta. Para conseguir chegar aos mais de 300 voos, ele já passou por um curso que durou cerca de seis meses, onde aprendeu técnicas de voo, montagem do equipamento e meteorologia, entre outros treinamentos que ajudam na prática do esporte.

O primeiro contato de Ronaldo com a asa delta foi em um curso que visitou em Paraíba do Sul. “Eu descobri o curso, vi algumas pessoas treinando, eles me incentivaram a fazer e fiz”, conta. Depois das primeiras aulas com um instrutor, Ronaldinho fez cursos em uma pista de avião em Andrade Pinto, distrito de Vassouras, e abraçou de vez o esporte. “O curso me deu várias noções, mesmo sendo no chão. Nós treinávamos correndo com a asa delta até sentir ela no voo, depois começamos a treinar decolagens de pontos de cinco, dez e 20 metros, até conseguirmos voar de pontos mais altos”, relembra. A inserção de Marcelo no voo livre foi um pouco diferente. Antes de começar a voar pesquisou muito sobre o assunto na internet, inclusive preço de equipamentos. “Eu comecei a ver equipamentos para comprar mesmo sem ter feito o curso. Achei um rapaz de Brasília que estava vendendo os dele e, por coincidência, ele era de Juiz de Fora e estava vindo à cidade. Quando cheguei para ver o equipamento na rampa, havia vários pilotos voando e até instrutores. Acabei não comprando o equipamento do cara, mas comecei a fazer o curso”, relembra Marcelo. Depois de oito meses de curso e muitas idas de Juiz de Fora a Santos Dumont [onde morava], Marcelo concluiu o curso e começou a voar. Não parou mais, com exceção dos dois anos que ficou parado após um acidente. “Eu fui voar no morro próximo ao Sola [em Três Rios], mas nem sempre quando

SEGURANÇA Antes de iniciar os voos, os equipamentos sempre são conferidos

MEIO DE TRANSPORTE Ronaldinho com veículo usado para chegar às pistas de voo

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INTERAÇÃO Além do prazer de voar, os pilotos sempre trocam experiências e encontram os amigos

VISUAL A cada salto, um visual e uma experiência nova para levar na lembrança

PAIXÃO Marcelo não consegue ficar uma semana sem voar


vamos voar as condições estão ideais. O vento entra de frente, entra de lado, e o certo é ele estar alinhado. Então eu decolei, o vento virou de lado, sacudiu o parapente e ele fechou. Comecei a cair e, quando chegou quase embaixo do morro, ele abriu e eu caí próximo a duas pedras. Não me machuquei porque o equipamento tinha airbag. Foi um susto. Nesse tempo que caí, passou um filminho e pensei que fosse morrer. Por isso temos que estar bem treinados para as situações adversas”, conta Marcelo. Depois do “quase acidente”, Marcelo parou de voar e vendeu os equipamentos. Mas o amor pelo esporte continuava existindo e ele comprou novos equipamentos para voltar aos céus. “Começou a vir tudo na cabeça de novo e a vontade de voar falou mais alto. Só quem já voou sabe a sensação de estar nas alturas, nos sentimos pássaros”, conta Marcelo. Depois que mudou-se para Três Rios, a paixão só aumentou e, sempre que pode, junta-se com amigos de voo, como

o piloto de asa delta Ronaldo Moreira Ramos, para voarem em várias cidades. Um dos locais preferidos dos amantes do voo livre é a cidade de Japeri, que é referência para a prática de voo no país, principalmente o Pico da Coragem, que possui 380 metros. Outras cidades que os pilotos sempre visitam são Juiz de Fora, Petrópolis e Nova Iguaçu. Apesar de tantos locais para a prática do esporte, o desejo dos pilotos é poder voar em local mais próximo. “Já voamos do morro da torre [Morro da Boa Vista] e nos morros próximo à Ilha do Sola, mas como a pista de avião na Ilha do Sola não é homologada pela Anac, não podemos pousar no local”, explica Ronaldinho. Para sanar o problema, os pilotos da região estão na tentativa de construir uma rampa de voo no Parque das Águas Minerais, em Paraíba do Sul. Segundo o assessor de marketing da prefeitura do município, Alessandro Cavalcanti, o local já foi escolhido e o prefeito Márcio de Abreu já o liberou para construção

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BEM-ESTAR ESPORTE

“Quando estou voando, me sinto um pássaro, fico totalmente em paz”, Ronaldo Moreira Ramos

CUIDADOS Depois de 19 anos voando, Ronaldinho conhece bem os céus e tem um carinho especial com a asa delta

AMIZADE Marcelo no parapente e Ronaldinho na asa delta são parceiros no céu e na terra

da rampa de voo. “Já foram liberadas as máquinas para melhorar o acesso ao local e, em breve, a rampa será construída”, informa Alessandro. Para Marcelo, a construção da rampa em Paraíba do Sul vai ajudar na difusão do esporte na região, além de atrair turistas. “Com uma rampa aqui na região, vai aumentar o número de novos pilotos, além dos pilotos de outros locais que geralmente trazem família, então também 78

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aumenta o turismo. Outro ponto positivo é que teremos uma rampa por perto, então não vamos precisar ficar nos deslocando para outras cidades”, ressalta Marcelo. Apesar da vontade que muitos têm de voar, o esporte requer investimento. O curso para pilotar asa delta custa, em média, R$ 3.500 e dura seis meses. Com o mesmo tempo e com cerca de R$ 2.500, a pessoa pode aprender o parapente. Além dos conhecimentos bási-

cos, o aluno recebe conhecimentos sobre meteorologia, aerodinâmica e regras de pilotagem. Além disso, aprende a carregar e dobrar a asa e o parapente e tem aulas teóricas sobre os equipamentos, micrometeorologia, situações de voo e de emergência, mecânica de voo e conhecimentos que dão suporte ao piloto. Todos esses conhecimentos só podem ser passados por pilotos com credenciamento junto aos clubes de voo livre. Além do curso, o piloto precisa investir nos equipamentos, que podem chegar a R$ 30 mil, no caso da asa delta, e cerca de R$ 15 mil, no parapente. Os equipamentos de segurança são primordiais, como altímetro, luvas, capacete, cinto de voo e outros, que podem deixar o esporte ainda mais caro. “A asa para iniciante está na faixa de R$ 5.000 a R$ 8.000. Tem as asas mais simples, que podem valer R$ 6.000. As mais avançadas, de competição, podem chegar até R$ 30 mil, mas elas têm mais velocidade, são mais leves e possuem mais tecnologia”, explica Ronaldinho. A prática do parapente sai um pouco mais barata, como explica Marcelo. “O parapente é um esporte diferente do futebol, que você compra uma bola e uma chuteira e sai jogando. No parapente, você precisa comprar os equipamentos como o paraquedas reserva, a selete [cadeira], capacete, além dos equipamentos para começar a voar. Um equipamento para iniciante sai em torno de R$ 5.000 a R$ 6.000, já os mais avançados podem chegar a cerca de R$ 10 mil”, diz Marcelo. Barato ou não, a paixão pelo esporte vai além e a vontade de voar se renova a cada salto. “O homem tem inteligência para criar e transformar, só não tem uma coisa, a asa. Então, quando estou nas alturas, me sinto um homem com asas, um pássaro. Quando voo, encontro paz. Só quem já voou sabe disso”, finaliza Ronaldinho.


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INOVAÇÕES

ESTÉTICAS FOTOS DIVULGAÇÃO

Em agosto, a clínica Priscila Estética comemora 17 anos de resultados comprovados e mais de 30 mil clientes. Para comemorar, todos os tratamentos estão com descontos imperdíveis.


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uidar do corpo faz parte da vida. Por questões de saúde ou estéticas, sentir-se bem eleva a autoestima e a felicidade. Com a missão de oferecer resultados estéticos através de técnicas inovadoras e o menor desconforto possível, a Priscila Estética completa 17 anos no mercado. Com sede em Três Rios, a clínica é procurada por pessoas de diversas cidades, inclusive de outros estados, em busca de resultados reais e satisfatórios. No mês de aniversário, agosto, todos os tratamentos estão com descontos imperdíveis. É um presente da Priscila Estética para você! Além disso, um novo tratamento acaba de chegar à clínica, o Lipoconfort Plus. Se você já conhece as vantagens do Lipoconfort, chegou a hora de conhecer o Plus que, em seis semanas, reduz seis centímetros de medida. “O diferencial do Plus é que ele reduz mais medidas por ter uma área de atuação maior. Enquanto o Lipoconfort tem uma área de atuação de 5cm², o Lipoconfort Plus atua com 20 cm². O primeiro é indicado para quem precisa reduzir menos de 4 cm, já quando o objetivo é reduzir mais que isso, agora temos o Plus, capaz de realizar”, esclarece Priscila Soares. Na clínica, ela conta com o apoio de profissionais treinadas e capacitadas, como esteticistas, fisioterapeutas e nutricionista, que estudam constantemente para aprimorar as técnicas. Além destes tratamentos, a clínica oferece os tratamentos New Time, Esculturê, Dream Fitness, New Face, New Age e Freecel, além de limpeza de pele e outros serviços. “Através de congressos, conhecemos os novos programas, realizamos testes e colocamos à disposição na clínica”, revela Priscila Soares sobre a forma utilizada para implantação dos tratamentos. O New Time é um tratamento indicado para redução de estrias. Através de uma micro agulha é promovida a estimulação celular que gera uma redução das estrias em até 80%, sendo 50% garantido para todos os casos. É um método exclusivo da clínica. Vale lembrar que para todos os tratamentos, a Priscila Estética

NOVA SEDE Mais amplo, com conforto e salas exclusivas para cada tratamento

EQUIPE Profissionais capacitadas e em constante treinamento

PESQUISAS Drª Priscila Soares participa de congressos em busca de novidades

emite certificado de garantia. O Freecel ataca outro vilão feminino: as celulites. Com técnicas e aparelhos exclusivos, age nas ondulações e deformidades causadas pela celulite, deixando a pele lisa e uniforme. Em cinco sessões, melhora 50% o problema. O Esculturê também é um tratamento essencial, que trata a flacidez e o excesso de pele.

O Dream Fitness é uma ginástica anaeróbica que, sem esforço e suor, você alcança a tonificação muscular tão sonhada. Com esta técnica, sua ginástica se torna um momento prazeroso e os resultados atingem fibras que não são alcançadas em ginásticas convencionais. Os tratamentos de New Face e New Age agem contra os efeitos naturais do


tempo. O primeiro é indicado para redução de manchas, rugas, linhas de expressão e tratamento de poros abertos e flacidez na face, pescoço, colo e mãos. Ele tem o objetivo de agir prevenindo ou reduzindo os sinais de envelhecimento, sinais que surgem a partir dos 30 anos. É um tratamento unissex, como todos os outros, e indicado para quem deseja manter-se sempre jovem. Já o New Age é indicado para quem já tem estes sinais instalados. É um tratamento em 3D e age na flacidez muscular, na falta de tecido conjuntivo e epiderme. Ele reúne tecnologia e ciência. Estes são apenas alguns dos tratamentos que estão disponíveis na Priscila Estética. A clínica e as profissionais estão em constante busca por novas técnicas que contribuam com resultados incríveis para você. Todos os procedimentos são métodos exclusivos desenvolvidos pela fisioterapeuta Priscila Soares e reúnem equipamentos de última geração. No primeiro semestre, a clínica ganhou novo endereço e um espaço mais amplo e confortável para atender os clientes. Situado na Beira Rio, centro de Três Rios, o novo espaço permite que cada tratamento tenha sala exclusiva para ser realizado. Para aproveitar as vantagens, agende um horário, conheça a clínica, tire suas dúvidas, faça uma avaliação e comece a mudar sua vida para melhor. “Fazemos uma anamnese detalhada dos aspectos físicos e psicológicos, além de uma análise por fotos da região que a pessoa quer tratar e, no computador, ela prevê os resultados”, diz Priscila. Não perca tempo e marque uma avaliação.

Av. Alberto Lavinas, 1261 Centro – Três Rios – RJ Tel.: (24) 2252-2663 Acesse: priscilaestetica.com.br Curta: facebook.com/esteticaderesultados

Os resultados do Lipoconfort Antes

Depois


BEM-ESTAR SAÚDE

AGULHAS

TERAPÊUTICAS POR MAYARA STOEPKE

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Utilizada para tratar vários tipos de dores e problemas no corpo, a acupuntura é um método chinês que ganha cada vez mais adeptos no Brasil. Em Três Rios, o crescimento não seria diferente. Com profissionais especializados e oferta inclusive na rede pública, o tratamento com agulhas tem sido importante aliado na melhora de pacientes que buscam a técnica.

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BEM-ESTAR SAÚDE

“Há oito meses fazendo acupuntura, não uso mais medicamento para dores e nunca mais tive crises”, Maria Aparecida, de 64 anos 84

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acupuntura é uma técnica da Medicina Tradicional Chinesa (MTC) que consiste na aplicação de agulhas em pontos do corpo chamados de “Pontos de Acupuntura” ou “Acupontos”, para obter resultados terapêuticos. Acredita-se que a técnica tenha sido criada há mais de 4.000 anos na China e trazida ao Brasil por imigrantes chineses no século XIX. Desde 1970, são feitos estudos para comprovar a eficácia da técnica e, após 25 anos de pesquisas, a Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou o documento “Acupuncture: Review and analysis of reports on controlled clinical trials” (Acupuntura: revisão e análise de relatórios de ensaios clínicos controlados), onde expõe resultados que comprovam os benefícios da técnica. Atualmente, os adeptos ao método chinês tratam gripe, enxaqueca, síndrome do pânico, lombalgias, infertilidade, queda de cabelo, gordura localizada, celulite, distúrbios uroginecológicos, dores musculares, entorse, estresse, ansiedade, problemas imunológicos e até mesmo impotência sexual. O acupunturista Victor Lima já participou de diversos seminários e congressos, no Brasil e no exterior, e explica que a técnica pode ser utilizada por todos. “Em sua base, a acupuntura é uma medicina preventiva que pretende harmonizar o sistema físico-psíquico-espiritual do ser humano, portanto, qualquer pessoa pode buscá-la como uma forma de equilíbrio”, diz. Os profissionais habilitados para a prática são fisioterapeutas, enfermeiros, psicólogos e todos os profissionais da saúde que façam especialização em acupuntura por dois anos e com 1.300 horas de estágio. O valor da sessão do tratamento com acupuntura varia entre R$ 100 e R$ 200 em grandes centros. Em Três Rios, é pos-

DR. PADILLA E VICTOR LIMA Lançamento no Brasil do livro Medicina Tradicional Oriental

sível fazer sessões por valores entre R$ 40 e R$ 60. Porém, o Ministério da Saúde aprovou a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (Portaria 971/2006), na qual está inserida a Medicina Tradicional Chinesa/Acupuntura, e agrega o tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS). Em Três Rios, a prefeitura oferece o serviço de acupuntura através do projeto “Sem Medo da Agulha”. As atividades tiveram início em outubro de 2009 com atendimentos realizados no Planeta Vida e, mais recentemente, também acontecem na Policlínica Dr. Hélvio Tinoco, no bairro Vila Isabel. A acupuntura com agulhas ainda desperta muitas dúvidas e curiosidade. “Os pontos de acupuntura, estão dispostos através de ‘canais ou meridianos’ que percorrem o corpo todo”, diz Roberta Jorge, fisioterapeuta especializada em acupuntura. Ela explica que é possível identificar o órgão que está prejudicado através da língua e, assim, tratar diretamente o ponto da lesão. Algumas mulheres sofrem de enxaqueca hormonal, como a comerciante Juliana Jefferson, que procurou a acupuntura para tratar as fortes crises que a acompanharam a vida toda. Há dois meses fazendo sessões semanalmente, ela já sente o alívio. “No começo, procurei por causa da enxaqueca, nunca consegui me livrar das dores. Só que fui descobrindo que é bom para outras coisas, como coluna e emocional. Nunca mais tive enxaqueca”, garante.

NÍLIAN COELHO Ela explica que os pacientes são orientados a realizar exercícios terapêuticos

A sessão dura 20 minutos e Juliana conta que, no instante da introdução da agulha, só sente um “choquinho” e, depois, relaxa. Já Cristiane Duarte, também comerciante, sofria com dores na coluna e estresse e, com a acupuntura, ainda trata problemas decorrentes da menopausa. “Qualquer tipo de problema uso a acupuntura. Quando não faço, me descompenso em alguma coisa. Eu procurei porque gosto desses tratamentos alternativos, prefiro eles aos remédios”, conta, enquanto faz mais uma das sessões. Segundo Nílian Coelho, acupunturista do Planeta Vida, os pacientes atendidos no local são encaminhados pelos profissionais de saúde da rede pública municipal. “Os pacientes são atendidos uma vez por semana. Durante o tratamento, além da técnica da acupuntura, os pacientes aprendem manobras de Tui Na (tradicional conjunto de técnicas manuais nos Pontos de Acupuntura e nos Meridianos Energéticos) que podem ser praticados por eles todos os dias. Além disso, são orientados a realizar os exercícios terapêuticos de Qi Gong, que são baseados em movimentos harmoniosos e acompanham o fluxo energético, mobilizando os meridianos de energia do corpo”,


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explica. Essas orientações são dadas para que os efeitos das técnicas terapêuticas empregadas sejam prolongados. Como a maior parte dos pacientes são encaminhados por médicos ou fisioterapeutas, as queixas mais frequentes estão relacionadas aos distúrbios osteomioarticulares (87%), como artrose, hérnia de disco, tendinite e lombalgia, seguido por queixas de fundo emocional, como ansiedade e depressão (6%). Maria Aparecida Caiafa, 64 anos, que sofre com artrose há mais de 30, sentia fortes dores na coluna e, para amenizar, fazia fisioterapia e tomava medicamentos, mas as crises continuavam. “Havia dias que não conseguia levantar da cama, parecia que estavam fincando uma faca nas minhas costas. Há oito meses fazendo acupuntura e com algumas sessões de fisioterapia, não uso mais medicamento para dores e nunca mais tive crise”.

DORES Sebastião ultiliza a acupuntura auricular para tratar o joelho e a coluna

CRISES Maria Aparecida diz que, com a acupuntura, vive sem remédios

EQUIPAMENTOS Agulhas, semente de mostarda, martelo de sete pontas e aplicador de agulhas

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BEM-ESTAR SAÚDE

SEM DOR Na hora, Cristiane diz sentir um leve choque

ANÁLISE DA LÍNGUA Cada região representa um órgão que a acupuntura pode tratar

Nílian explica que o tratamento feito por Maria Aparecida é a auriculoacupuntura. “Nele, através das sementes, os pacientes são orientados a estimular (pressionar) todas elas de hora em hora e retirá-las um dia antes do próximo atendimento, que geralmente acontece toda semana”. A técnica da acupuntura auricular é reconhecida mundialmente, possui muitos artigos científicos publicados e ganha espaço pela eficácia e simplicidade. O pavilhão auricular possui

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pontos e áreas reflexas que correspondem a todos os órgãos e funções do corpo e, quando estimulados, o cérebro recebe impulsos que desencadeiam fenômenos físicos. Da mesma forma atua em Sebastião Henrique, 67, que sofre com dores no joelho e na coluna. Há dois meses fazendo a acupuntura, conseguiu se livrar das dores que o incomodam há dois anos. “Alivia muito, quando eu não faço dói bastante. Nunca tinha conseguido resultados”, diz aliviado.

ENXAQUECA Com fortes crises, Juliana conseguiu aliviar as dores

Há mais de 40 anos no Brasil, a acupuntura tem crescido e é considerada importante aliada como tratamento complementar. Os especialistas ressaltam que, dependendo do caso, não é aconselhada a eliminação dos medicamentos.


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ARTE DE CURAR

PIONEIRISMO EM AREAL Tradicional em Três Rios, Arte de Curar também está no município de Areal e conquista clientes que conhecem os benefícios de medicamentos manipulados.

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redibilidade e segurança em medicamentos manipulados tem nome: Arte de Curar. Há 27 anos no mercado, é uma das mais conceituadas farmácias de manipulação do Estado e conquistou o prêmio de reconhecimento popular durante 15 anos consecutivos. Para garantir a qualidade dos produtos, todas as fórmulas passam por um rigoroso controle de qualidade de acordo com as legislações vigentes da Anvisa. Tradicional em Três Rios, a Arte de Curar também conta com uma filial em Areal, onde possui toda a qualidade e infraestrutura na prestação do serviço de manipulação de medicamentos, além de cosméticos, nutracêuticos, suplementos para atletas, produtos naturais e chás. Além de toda a variedade, os medicamentos são personalizados.“As matérias-primas dos

medicamentos manipulados são as mesmas encontradas nos medicamentos de drogarias, porém são feitos de acordo com a necessidade do paciente, já que é possível manipular a dosagem certa, a quantidade e a forma mais fácil para administração, como cápsulas, sachês, xaropes ou tabletes sublinguais, com isso gerando uma redução do custo do tratamento”, explica Tales Miranda, Farmacêutico e diretor da filial. Ainda segundo Tales, a ideia de uma filial em Areal foi para facilitar o acesso dos clientes arealenses. “O número de clientes de Areal e de municípios vizinhos era crescente na matriz, em Três Rios, e como Areal não tinha uma farmácia de manipulação,a introduçao da flial na cidade facilitou o acesso dos clientes antigos e proporciounou adquirir novos. Areal vive um momento que

merece o investimento de novas empresas. Estamos preocupados também com a qualidade da saúde dos idosos, que geralmente possuem dificuldade de deslocamento entre as cidades vizinhas. Com a farmácia mais próxima, o atendimento ficou mais fácil”, explica Tales. Usufrua dos benefícios de uma farmácia magistral visitando as unidades da Arte de Curar de Areal e Três Rios.

CONFORTO Os clientes de Areal não precisam sair da cidade para adquirir bons produtos

PIONEIRISMO Em Areal, toda a qualidade e infraestrutura necessária

PRODUTOS Na filial você encontra suplementos alimentares e produtos homeopáticos

VARIEDADE A Arte de Curar oferece cosméticos, nutracêuticos, suplementos e chás

SHOPPING A filial está localizada no centro de Areal

MANIPULAÇÃO Os medicamentos são feitos com a dose certa para cada caso

Praça Yeddo Fiuzza, 58, lojas 47/48 Shopping da Ilha – Centro – Areal/RJ 24 2257-2027 Rua Barão do Rio Branco, 186/189 Centro – Três Rios/RJ 24 2252-3672


BEM-ESTAR SAÚDE

CUIDADO ARTERIAL POR SAMYLA DUARTE

Também chamada de pressão alta, a hipertensão ocorre quando o paciente tem a pressão arterial de 14/9 ou mais. Isso acontece, principalmente, porque os vasos em que circulam o sangue se contraem. Chega a atingir 25% dos brasileiros, aumentando para 50% a partir dos 60 anos. Crianças e adolescentes hipertensos chegam a 5%. Cerca de 80% dos derrames, 40% dos infartos e 25% de insuficiências renais terminais acontecem por conta da doença. Em vista das estatísticas, fica fácil perceber que a hipertensão não é brincadeira.

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BEM-ESTAR SAÚDE

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hipertensão atinge os vasos sanguíneos e, consequentemente, o coração, os rins e o cérebro. Os vasos são envoltos por uma fina e frágil camada que é “machucada” quando o sangue circula com alta pressão. Dessa forma, os vasos ficam enrijecidos e estreitos, correndo o risco de rompimento ou de entupirem. O entupimento de um vaso no coração causa a angina e pode levar ao infarto. Nos rins, causa alterações na filtração e até a paralisação dos órgãos. Já no cérebro, ocorre o AVC, conhecido como derrame. As informações são da Sociedade Brasileira de Hipertensão. Técnica em enfermagem, Cássia Aparecida Tavares Massi, de 49 anos, descobriu que tem hipertensão aos 30 anos. A profissão permitiu que reconhecesse os sintomas mais frequentes, como dor na nuca e palpitações, e por isso procurou um médico. “Assim que soube da doença, chorei um pouco, achei que minha vida não seria mais normal. Mas, com o passar dos dias e com a pressão normalizando, fui ficando mais tranquila, vendo que as coisas que eu fazia antes são as mesmas que eu faço agora. Depois de tanto tempo, às vezes até esqueço que sou hipertensa”, relata. Cássia ficou mais tranquila ao saber que é uma doença controlável e que poderia levar uma vida normal, mesmo com pequenas cautelas. O que ela lamenta é que muitas pessoas têm receio de procurar atendimento médico e demoram a iniciar o tratamento, tornando o diagnóstico tardio mais perigoso. Ela diminuiu drasticamente o sal e toma medicamentos regularmente para controlar

a pressão. Também tem muito cuidado ao tomar outros remédios simultaneamente com os do tratamento para hipertensão, já que a prática pode causar danos à saúde. Prejudiciais são, também, alimentos termogênicos (os que aceleram o metabolismo) e os chás e grãos que prometem emagrecimento. “A principal mudança na minha vida foi aprender a reconhecer os sinais que o meu organismo transmite, assim sei se estou bem ou não, além de ter o compromisso de tomar a medicações todos os dias com a consciência de que, se falhar, pode ser muito prejudicial para mim”, conta. A hipertensão é mais comum que você pode imaginar. Acomete uma em cada quatro pessoas em fase adulta,

doença. “Antes, eu tinha uma alimentação mais desregrada, mas hoje evito consumir alguns tipos de alimentos, principalmente carnes com gorduras. Uso bem menos sal que usava. Procuro comer sempre legumes cozidos, saladas diversas e dormir bem”, conta Mônica, destacando que também conseguiu melhorar a alimentação de toda a família. Hoje em dia, ela toma dois medicamentos diariamente, evita o sal e faz caminhadas. O correto é seguir todas as recomendações pontualmente para não haver constrangimentos. A babá já passou por maus momentos no trabalho. “Um dia, estava sozinha com a menina que

A hipertensão é responsável por casos de infarto, derrames e insuficiências renais

de acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão. É uma doença dita “democrática”, afeta pessoas de qualquer idade, apesar de ser mais comum conforme a idade avança. A elevação da pressão pode ser ocasionada por estresse, e esse foi um dos motivos para confundir os sintomas da babá Mônica Matias, de 50 anos. Ela sofria com dores de cabeça e nas costas, mas pensou que poderia ser ansiedade e estresse no trabalho. Após aferir a pressão com frequência, constatou a

tomava conta e comecei a passar muito mal. Depois de passar algumas horas esperando por alguém, minha patroa chegou e relatei o que estava sentindo, então fui para o hospital e estava com a pressão muito alta, chegando a 19/10. Tomei um remédio e fui ao cardiologista. Desde esse episódio, eu tenho mais cuidado ainda, não quero passar por isso novamente”. Segundo o cardiologista Antonio José Chimelli, membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia, fazer

Recomendações Usar no máximo uma colher de chá de sal por dia, somando todas as refeições; aferir a pressão regularmente; alimentar-se com produtos assados, cozidos, grelhados e refogados, pães e massas integrais, temperos naturais como limão, ervas, alho, cebola, salsa e cebolinha, frutas, verduras e legumes, produtos lácteos desnatados ou semi. Faça exercícios, caminhadas, prefira escadas ao elevador ou escada rolante. Controle o nervosismo, siga o tratamento e consulte o médico regularmente, mantenha um peso razoável. A obesidade é inimiga da saúde. O que não pode: alimentos gordurosos, doces, bebidas com açúcar, molhos e caldos industrializados, condimentos, consumo constante de bebidas alcoólicas, esqueça o cigarro, um dos principais inimigos do coração. 92

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ATENÇÃO Antonio Chimelli diz que realizar check-up constantemente é importante

CONTROLE Cássia leva uma vida normal, mas sabe que precisa ter algumas cautelas

um “check-up” é essencial para quem tem a doença, principalmente quando surgir dor de cabeça e os sintomas mais característicos. “A hipertensão se dá em pessoas geneticamente propensas, obesas e por excesso de sódio na comida. Os sintomas são cefaleia, náuseas e vômitos, estresse e sinais de isquemia cerebral. O diagnóstico é feito com a medida de pressão acima de 140 x 90 mmHg.” Uma recomendação da Organização Mundial de Saúde também contribui com o combate à hipertensão. Segundo a OMS, as pessoas devem ingerir menos de 5g de sódio por dia, já que, quando há o excesso no nutriente no sangue, acontece alteração no equilíbrio de líquidos que ficam dentro e fora das células. Com essa indicação, há uma estimativa de que 1,5 milhão de brasileiros não precisariam de medicação para a doença e a expectativa de vida seria ampliada em quatro anos. Para uma vida mais saudável, confira algumas dicas na página anterior e cuide-se.

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SEU SORRISO MAIS

BELO E SAUDÁVEL FOTOS DIVULGAÇÃO

A Arteodonto oferece em Três Rios as mais recentes técnicas para tratamentos odontológicos. Com profissionais qualificados, equipamentos de última geração, ambiente amplo e boa localização, chegou o momento do seu sorriso ficar ainda mais bonito.

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om dez anos de experiência, a dentista Angela Magrani Gama Matos sentiu necessidade de oferecer aos pacientes uma clínica em Três Rios com conforto e segurança para os tratamentos odontológicos. “A Arteodonto tem como objetivo oferecer tratamentos odontológicos para promover saúde, beleza e bem-estar a seus pacientes através do estudo do problema específico de cada um deles e buscando solucionar o caso da melhor forma dentro das alternativas possíveis. Um sorriso bonito e saudável é muito importante para a autoestima, personalidade e comportamento das pessoas”, explica a dentista, especialista em ortodontia. Além de contar com profissionais qualificados, a Arteodonto trabalha com aporte de técnicas modernas que garantem a saúde bucal dos pacientes. “A possibilidade de associar as diferentes especialidades da odontologia fazem nosso diferencial no atendimento, melhorando muito o resultado do trabalho realizado”, completa.

A Arteodonto apresenta o Invisalign, um alinhador invisível que promete corrigir o sorriso de forma rápida e inovadora

EVOLUÇÃO Com 10 anos de experiência, a Drª Angela Magrani sempre oferece inovações na odontologia

INVISALIGN A Arteodonto realiza correções com a técnica que ganha cada vez mais adeptos


ESTRUTURA Bem localizada e com horários maleáveis, a Arteodonto oferece consultas também aos sábados

DENTES BRANCOS O clareamento a laser oferece excelentes resultados

EQUIPAMENTOS De última geração, garantem a qualidade no atendimento odontológico

QUALIFICAÇÃO A Arteodonto possui dentistas qualificados de várias especialidades

Uma das novidades oferecidas pela equipe da Arteodonto é o Invisalign, alinhador invisível. A técnica utiliza jogos de alinhadores sequenciais, feitos sob medida. Os alinhadores são praticamente invisíveis e reposicionam os dentes aos poucos para conseguir um sorriso perfeito. Além da vantagem estética, o paciente pode retirar os alinhadores para comer, escovar os dentes e passar fio dental. A troca dos alinhadores é feita a cada duas semanas e os resultados aparecem rápido. Vale ressaltar que a Arteodonto é pioneira no procedimento na cidade e possui profissionais capacitados para a realização do mesmo. Além da nova técnica, os pacien-

tes também podem optar pelo tratamento de ortodontia tradicional, com a mesma qualidade e eficiência. Visando maior rapidez no atendimento, em alguns casos, pode-se fazer o tratamento de canal em apenas uma sessão, evitando idas e vindas, como explica Angela. “Existe a possibilidade de alguns pacientes realizarem o tratamento endodôntico em sessão única, já estando apto a realizar outros procedimentos e finalizando seu tratamento mais rapidamente.” O clareamento dentário também é realizado na clínica com equipamento a laser de última geração para o oferecer excelentes resultados. Mas há, ainda, a

possibilidade de realizar o clareamento caseiro com suporte dos especialistas ou até mesmo uma combinação de ambos. A Arteodonto oferece diversas formas de pagamento, que cabem no seu bolso e permitem que a saúde bucal e a estética fiquem em dia. A clínica também aceita convênios como Amil Dental, Bradesco Dental, Dental Plan, Golden Cross, Metlife, Sempre Odonto e SulAmérica. Para seu tratamento, o horário é flexível e adequa-se à sua agenda. O atendimento é realizado de segunda a sexta-feira, de 9h às 19h, e aos sábados, de 9h às 13h.

Rua Dr. Walmir Peçanha, 20 Salas 201/202 Shopping Três Rios - Centro Três Rios/RJ Telefone: (24) 2252-1533


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BEM-ESTAR SAÚDE

DESAGRADÁVEL

AOS OLHOS A conjuntivite é uma doença infectocontagiosa, incômoda, atinge pessoas de qualquer idade e, apesar de comum no verão, também aparece no inverno. Pode se manifestar em diversas situações por conta de vírus, bactérias e até por alergias. Cada tipo de conjuntivite tem uma peculiaridade e uma forma diferente de tratamento. Confira relatos de pessoas que já passaram pelo transtorno e saiba como prevenir e tratar.

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POR SAMYLA DUARTE

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BEM-ESTAR SAÚDE

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mologia e professora universitária. Ela explica como ocorre a conjuntivite. “A conjuntiva, que é o tecido que começa a se irritar [por isso se chama conjuntivite], é transparente com vasos na superfície e, no interior que recobre a parte branca do olho, se dobra para manter contato com a parte da pálpebra por dentro”, destaca. Elba acrescenta que a conjuntiva, quando é atingida por bactérias, vírus ou alergias, toma as características descritas por Juliana. Ela teve a forma viral, que é chamada pela especialista de epidêmica e mais hemorrágica. É comum no verão, já que as pessoas se deslocam com mais facilidade, e deixa o olho mais vermelho, sem muita secreção e coceira. O vírus também pegou o empresário Antonio Marcos Lasnor Nogueira enquanto criança, aos 12 anos. Vários primos pegaram ao mesmo tempo e ele não ficou de fora. “A experiência foi muito ruim, os olhos ardiam sem parar, lacrimejavam direto e, quando acordava, era uma luta para conseguir abri-los. Fiquei sem ir à escola durante uma semana por conta do ocorrido. Sempre que alguém chegava perto e via que eu estava com conjuntivite, disfarçava e distanciava”, relata os constrangimentos. O pediatra consultado na época o aconselhou a higienizar os olhos com soro fisiológico e o pediu para evitar o compartilhamento de objetos como toalhas.

ALERGIA Dormir com maquiagem fez Juliana acordar com sintomas de conjuntivite 98

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Alguns sintomas da conjuntivite são coceira, vermelhidão, ardência, secreção e dor nos olhos

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professora Juliana Monsores Furtado Santos sofreu com conjuntivite inúmeras vezes. Ao longo da juventude, foi acometida por conjuntivites alérgicas e, na infância, já foi pega de surpresa pelo vírus. Segundo ela, o caso foi severo. “Acordava pela manhã com os olhos literalmente grudados e havia necessidade de fazer higienização com água boricada para que pudesse abri-los. Também fazia higienizações constantes devido às secreções ocasionadas pela inflamação”, diz. O oftalmologista a receitou um colírio com corticóide para o tratamento. Recentemente, a alergia à maquiagem se manifestou em forma de conjuntivite duas vezes. Nos casos, Juliana dormiu sem remover a maquiagem do rosto e, com isso, já acordou com os sintomas da doença. O médico especialista também foi consultado para que o caso fosse tratado da melhor forma. Por isso, o costume de dormir de maquiagem foi extinto. Juliana confidencia que a conjuntivite a fez passar por muitos momentos desconfortantes. Alguns sintomas como coceira, vermelhidão, ardência, secreção e dor nos olhos a fizeram desistir de compromissos. Não só pelo constrangimento e aparência dos olhos, mas por ser infectocontagiosa em alguns casos. Os sintomas acima são relatados pela oftalmologista Elba Ferrão, membro titular da Sociedade Brasileira de Oftal-

SINTOMAS Os olhos de Antonio Marcos lacrimejavam muito enquanto teve conjuntivite

Já para a estudante Manuela de Oliveira, de 16 anos, o único caso de conjuntivite foi bacteriano e ainda na infância, aos oito anos de idade. Manuela foi brincar na casa de uma amiga em Paraíba do Sul no dia em que asfaltaram a rua. “Ficamos passando a mão no asfalto, brincando e, sem perceber, levei a mão aos olhos algumas vezes. Resultado: depois de um dia inteiro brincando no asfalto novo, meus olhos começaram a lacrimejar e ficaram vermelhos”, conta. A mãe da amiga percebeu o que estava acontecendo e a levou para casa. A conjuntivite bacteriana, que acometeu Manuela, ainda segundo a oftalmologista, acontece por um agente patogênico que invade os tecidos. Com isso, a defesa natural dos olhos que fica no filme lacrimal é atingida. Ocorre uma secreção amarelada ou esverdeada, tanto na superfície como no canto interno, principalmente no início do dia. Porém, o tratamento da jovem foi caseiro, com água boricada e soro fisiológico. Como foi a primeira vez que teve conjuntivite, o correto seria procurar o médico especialista para tratar adequadamente para não ter sequelas. Em casos raros, a conjuntivite pode, sim, deixar sequelas. “A córnea, nosso tecido nobre, pode ser atingida, principalmente nas conjuntivites virais, que podem deixar sequelas nas córneas como manchas esbranquiçadas, fazendo com que a visão seja diminuída”, conta a médica. Em qualquer manifestação da doença, a recomendação é sempre de higienização. As mãos devem ser lavadas sempre e, caso não tenha como lavá-las, basta ter no bolso um frasco de álcool em gel. Qualquer objeto tocado pela pessoa infectada por conjuntivite após coçar o olho também será contaminado, como maçanetas, botão de elevador, canetas, teclados de computador e colheres de alimentos em restaurantes.


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Objetos tocados pela pessoa infectada por conjuntivite após coçar o olho também ficam contaminados Alergia ocular

TRATAMENTO Antes de usar qualquer medicação, é importante consultar um especialista

A oftalmologista Elba Ferrão alerta que a conjuntivite alérgica é mais comum no outono e no inverno, mas acontece, também, na primavera, já que algumas pessoas são alérgicas ao pólen das flores. Em muitos casos, a pessoa pode contrair uma conjuntivite bacteriana secundária, principalmente as crianças, que adquirem uma contaminação naturalmente por não terem o hábito de lavar as mãos com frequência.

O que muita gente nem imagina é que alérgicos de qualquer natureza, como os que têm bronquite, rinite e dermatite atópica também são mais propensos a terem conjuntivites alérgicas. Em alguns casos, isso é proveniente de uma doença, segundo a médica, chamada atopia, ou seja, a alergia se manifesta de formas diferentes e a conjuntivite por alergia é uma das formas. “É hereditária, não tem cura, apenas controle. Tem ligação com a parte emocional da pessoa que, quando está abalada, faz uma manifestação alérgica em algum lugar”. Dicas: quanto menos cortinas, tapetes, livros e qualquer coisa que possa acumular poeira, melhor. Deixe o sol visitar a casa e principalmente o quarto. Isso elimina o mofo, que também pode causar uma alergia ocular.

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REGENERAÇÃO CELULAR Da recuperação de tecidos a cuidados estéticos, procedimentos em fototerapia clínica garantem um tratamento mais rápido e eficaz. É a tecnologia a favor da ciência.

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reparo tecidual estimulado pela fototerapia clínica acontece com o fotoestímulo celular em locais onde a reconstrução tecidual já são considerados irrecuperáveis. O que há alguns anos parecia distante, hoje é realidade na Regenere, em Itaipava. A clínica alia tecnologia de ponta com o objetivo de auxiliar o paciente a recuperar o bem-estar e saúde. A terapia celular e o tratamento a laser são as palavras-chave para tratamento de lesões inflamatórias e bacterianas que irão promover o alívio da dor. Isso é pos-

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sível com a ajuda de procedimentos como a terapia fotodinâmica. É esse tratamento que está possibilitando a melhoria na qualidade de vida da aposentada Irene Werneck. Aos 66 anos, ela tratava há oito uma úlcera causada por varizes. Foi então que descobriu a Regenere. “Sentia muita dor na perna, além de ter que trocar o curativo até seis vezes por dia. Agora, com menos de um mês com o tratamento a laser, a secreção da lesão é bem menor e já não sinto dor”, relata. Recuperação em tempo recorde teve a paciente Luzia da Fonseca, de 65 anos.

Uma osteonecrose a levou a ter fortes dores no joelho esquerdo e especialistas já haviam descartado a recuperação. Ela chegou à Regenere usando muletas e, no dia seguinte ao início do tratamento de cavitação guiada com ultrassom em 3D, já conseguia pular. “Em seis horas o paciente consegue sentir que não está em um quadro de dor. O processo inflamatório se esvai muito mais rápido do que em tratamentos convencionais, que são longos e muitas vezes dolorosos. A vermelhidão diminui muito, o mau cheiro da úlcera e aquele estado molhado das vias exsudativas do tecido


O diferencial do tratamento está no custo-benefício desaparecem. Com isso, há um menor uso de medicamentos e a função do paciente é restabelecida de modo rápido e eficaz, o tornando mais funcional para a sociedade”, relata o Dr. Marcus Vinicius de M. Pinto, pesquisador, doutor em Clínica Médica e diretor científico da Regenere. Os equipamentos de fototerapia e imagem utilizados para esses procedimentos devem ser aprovados pela ANVISA, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária. No entanto, engana-se quem pensa que a recuperação depende apenas da tecnologia. É necessário aliar o tratamento até mesmo aos hábitos alimentares, já que alguns alimentos são reagentes fotossensíveis ao laser e outros ajudam a manter o nível de glicose controlados dos pacientes. Em Petrópolis, pessoas que sofrem de diabetes já são mais de 6.000 e até 40% delas têm algum tipo de úlcera. Por isso, a clínica busca parcerias com os municípios da região para tornar o tratamento mais acessível para a saúde pública. “Oferecemos dois profissionais do reparo tecidual, um endocrinologista metabólico e uma nutricionista química especializada em úlceras e feridas. Quando se trabalha em uma equipe transdisciplinar, o tratamento é ainda mais fácil. Após a avaliação diagnóstica. Ali mesmo, no laboratório de células tronco (para plasma rico em fibrina, plaquetas e colágeno) da clínica, é feito o cultivo de agentes celulares como: fibrina, colágeno e plasma rico em plaquetas, em um procedimento inédito no estado do Rio de Janeiro. A partir de sua análise microscópica, é possível criar uma malha de tecido que será colocada em áreas que sofreram perda de pele devido a queimaduras, por exemplo. Mais que a inovação, o diferencial do tratamento está em seu custo-benefício na resolução de quadros dolorosos ou inflamatórios, como úlceras compressivas e vasculares. “A eficácia e a rapidez desse tipo de procedimento são impressionantes. Atualmente, se faz a aplicação de células tronco ou da membrana celular, responsável pela substituição da pele.

Aliado à terapia a laser, é possível fechar a lesão em períodos curtos – em dias – ao invés de meses, como pode acontecer em alguns casos no tratamento convencional”, explica Rodrigo Lopes, enfermeiro especialista em lesões. O ineditismo dos métodos aplicados pela Regenere e sua eficácia, tem levado pessoas de todo o estado e até de Minas Gerais a buscarem a referida terapêutica. No tocante a melhoria contínua em seus atendimentos, a Regenere conta agora com um espaço mais amplo, reinaugurada no mês de julho. Buscando qualidade de vida, por meio da valorização da autoestima empregando recursos voltados também para a estética, e dessa forma a terapia a laser constitui uma metodologia capaz de remediar os problemas advindos dos processos de flacidez da pele, estrias, rugas de expressão, cicatrizes e até conAntes

tribuir para o rejuvenescimento facial. Assim, é possível reabilitar pacientes e, ao mesmo tempo, restaurar a autoestima.

Regenere Itaipava - Petrópolis/RJ Estrada União e Indústria, 9.200 Shopping Valley, sala D-8 Tel.: (24) 2222-7475 / 2222-7908 Cel.: (24) 8809-7038 Regenere Caratinga/MG Av. Benedito Valadares, 64, sala 901 Tel.: (33) 3321-6995 Cel.: (33) 8413-4394 Depois


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UM JARDIM PARA

CHAMAR DE SEU POR MAYARA STOEPKE

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Mais difícil que montar um jardim é mantê-lo sempre bonito. No inverno, é preciso ter uma atenção maior com as plantas, pois elas entram em “hibernação” e se alimentam menos. Isso acontece porque guardam suas energias para que permaneçam floridas na primavera. As regras para manutenção são básicas, mas a poda e a rega variam de acordo com as necessidades de cada planta. Com os cuidados certos e conhecimento, qualquer pessoa é capaz de ter um jardim em casa. 104 Revista On Agosto & Setembro


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nderson Xavier, que está no ramo da jardinagem há 20 anos, explica que “antes de atuar nos cuidados frequentes do jardim é essencial conhecer as características de cada planta cultivada. Como nem todas as espécies possuem as mesmas necessidades, o morador deve tomar cuidado para não exagerar na quantidade de água ou na exposição aos raios solares”. A irrigação deve ser frequente para que as plantas cresçam saudáveis e bonitas. A poda e o adubo são fatores de extrema importância. Cada planta tem seu tempo de poda, mas, geralmente, acontece sempre que apresentar um crescimento acelerado ou folhas danificadas. Muitos dos insetos que surgem nos jardins não são prejudiciais e alguns, inclusive, ajudam no desenvolvimento. No entanto, uma grande preocupação de quem cultiva plantas em casa são as pragas. “Para evitar este problema, é importante uma boa manutenção, além de usar soluções caseiras para acabar com a pre-

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BEM-ESTAR MEIO AMBIENTE

ANTES Ainda sem os cuidados de Anderson

DEPOIS No local surgiu um lindo jardim

sença dos insetos danosos, como a mistura de fumo com água. Evite inseticidas e outros produtos agressivos”, esclarece Anderson. As ervas daninhas também merecem atenção na hora de conservar o jardim. Elas roubam os nutrientes do solo e atrapalham o acesso do sol até a planta. A melhor forma de combatê-las é arrancando-as com a mão, já que com

a enxada não é possível retirar sua raiz e elas voltam a nascer. A temperatura influencia na hora de escolher a planta ideal para o ambiente que deseja decorar. Três Rios, por exemplo, é muito quente e, como consequência, elas precisam de uma estrutura para armazenar água e nutrientes sem que entrem na desidratação. “Se a pessoa não possui uma

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BEM-ESTAR MEIO AMBIENTE

área de chão para cultivar um jardim, ela tem que comprar vasos com tamanhos duas ou três vezes maiores que a base original, tendo o conhecimento de seu tamanho total”, aconselha Anderson. Plantas como Buxinho, Cróton, Fênix e Pleomele são ideias para o clima trirriense e facilmente encontradas. São plantas apropriadas para exposição ao sol. Para Anderson, a jardinagem consiste no conhecimento do terreno e espaço disponível para o crescimento das plantas. Foi assim que mudou o paisagismo da casa de um cliente e amigo. “Nossa parceria começou com um projeto de lago para peixes. Sua residência ainda estava em construção quando realizamos a primeira visita. Percebi locais apropriados para um belíssimo jardim. Já passaram quatro anos dessa amizade e, cada dia mais, buscamos

auxiliá-lo com a devida manutenção e informações necessárias sobre o cultivo adequado das plantas”, completa. Carlos Akhdar Jr. é sociólogo e foi por influência da família que passou a gostar de plantas. “Criei uma pequena horta em casa, além de plantas de outros portes, incluindo frutíferas e outras que contribuem para a não proliferação da dengue. Além de um sentimento de continuísmo e dedicação para com a planta, a satisfação de colocar a mão na terra é única para quem gosta de plantas, a sensação é imensurável”, conta. Em seu apartamento possui cerca de 25 espécies. O motorista Marcelo Machado também mora em apartamento e há 44 anos cultiva 30 plantas, entre temperos e ornamentais. Ele revela como mantém, mesmo em apartamento, as plantas sempre saudáveis. “Sempre tivemos cuidados

especiais. Trocar a terra, a água, colocar as plantas em local que pegue sol [as que gostam] e em locais protegidos [as que não gostam de sol]”, conta. Uma dica para quem mora em apartamento é ter temperos e plantas menores como violetas, minirrosas, samambaias, fícus entre outras. Para quem mora em casa, a horta, muitas vezes, é um desejo. Ter um alimento sempre fresco, livre de produtos tóxicos e mais barato é bem fácil. Uma dúvida frequente para quem tem plantas em casa ou apartamento é como plantar a muda que acabou de comprar. Marlene Massi trabalha há dois anos cuidando de plantas em uma loja especializada e dá algumas dicas para não errar na hora de transferir a muda para o vaso. “Essa é uma dica básica e serve para qualquer tipo de planta”, diz. [Confira no quadro abaixo].

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Materiais: uma muda de mini azaleia rosa, terra estercada, um vaso para plantas [de plástico ou cimento] com pratinho e pedras.

Inicia-se colocando as pedras nos buraquinhos do vaso, tampando todos. Isso serve para drenar a terra evitando o acúmulo de água que pode apodrecer as raízes da planta e matá-la.

Faça uma camada de terra estercada. Você consegue achar a terra já preparada em lojas especializadas, mas caso queira fazer em casa é bem simples, basta misturar a terra com esterco.

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Retire o saquinho da muda com cuidado. Algumas mudas veem com saquinhos biodegradáveis que não precisam ser retirados na hora do plantio.

Preencha o resto do vaso com mais terra estercada, no final não precisa socar a terra, deixe bem fofinha.

Pronto, sua muda está plantada! Não esqueça da areia no pratinho para evitar o surgimento do mosquito da dengue.

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Em apartamento ou casa, ter um jardim sempre deve estar acompanhado de um projeto, afirma Mariela Amodeo, arquiteta e urbanista. “É muito comum o cliente terminar uma casa e depois fazer os jardins. Mas, quando as coisas acontecem em paralelo, o projeto fica infinitamente mais bonito. Já vi residências belíssimas que depois de um tempo precisaram cortar determinadas árvores porque as raízes estavam infiltrando no encanamento da piscina ou na própria casa. Tudo isso pode ser evitado se, antes de começar a fazer o jardim, existir um projeto com as espécies e seu crescimento, seja de árvores ou arbustos”, explica. O projeto deve ser desenvolvido por um profissional que possui cuidados especiais pensando em cada planta e sua finalidade. Desta forma, com certeza terá um jardim sempre bonito, saudável e, principalmente, em harmonia com toda arquitetura da casa.

TEMPEROS São os mais procurados por donas de casa

SAQUINHO BIODEGRADÁVEL Não precisa retirar na hora de plantar a muda

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COOL

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música 109 moda 113 coluna social 118 viagem 120 sabores 130 guia 132

Cordas, acordes e emoções POR FREDERICO NOGUEIRA

Música é alma, sensibilidade e muita dedicação. Acordes são capazes de transmitir emoções diversas e têm o poder de comunicar de forma única. Em Três Rios, um dos projetos culturais mais bonitos dos últimos anos une pessoas de várias idades, violões, sensibilidade e apresentações incríveis à paixão pela música.

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ma orquestra formada por 60 violonistas, arranjos inéditos, apresentações distantes das músicas clássicas. Possivelmente seja uma das maiores do país. É a primeira do interior e a de maior expressão do Estado do Rio de Janeiro. Já tem respeito e reconhecimento. Esta é a Camerata de Violões de Três Rios. Sim, uma orquestra exatamente com este formato e proporções existe bem perto. “Quem senta para ver a apresentação da orquestra quer ver o resultado final, mas não sabe como chegamos até ele”, diz Felipe Carretiero, o maestro e responsável pela Camerata. Felipe é músico e professor de música. Descobriu que tinha aptidão para a arte por estar envolto em outra. “Sempre fui do teatro e, em 1999, fiz a peça ‘O Auto da compadecida’. Nela, tinha que tocar uma música e precisei aprender a tocá-la no violão. Arrumei o instrumento emprestado, aprendi e gostei muito de fazer aquilo. Depois, comecei a aprender mais e, em determinado momento, tocava com tanta precisão que passei a fazer trilhas sonoras para as peças que participava e comecei a ter trabalhos paralelos com a música”, relembra. Naturalmente, o foco, antes no teatro, inverteu e passou a ser a música. Assim, passou a dar aulas em escolas e na Faetec. A ideia da camerata surgiu por alguns motivos, entre eles o de criar mercado de trabalho para músicos. “Viver de arte é muito difícil. Aqui na cidade, você conta em uma mão quem vive de arte”, confessa. Ao ver o grande número de alunos formados em música e a falta de mercado de trabalho para eles, tentou criar uma oportunidade. “Quando você forma as pessoas, quer vê-las indo mais longe que você, conquistar objetivos maiores. Você forma essas pessoas em Três Rios e vão trabalhar onde? A lei de música nas escolas saiu e ainda não foi implantada, está engatinhando há muito tempo. O único mercado que tem na cidade é o de barzinhos e festas. Então, acabam entrando em um mercado que já está falido e ganha-se mal. Este projeto surgiu para ampliar o mercado”, explica. E a batalha foi árdua. Carretiero começou a desenvolvê-lo em 2009, tentou

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COOL MÚSICA

RECONHECIMENTO Os músicos já consquistaram respeito e posição de destaque na cultura regional

ENSAIOS Neles, os integrantes aprendem e ensinam ao mesmo tempo

apoio de prefeituras na região e até mesmo fora do estado. Conseguiu a aprovação em Três Rios em 2011. “As pessoas não visualizavam o projeto, não entendiam o que era uma orquestra de violões. Para mim, era muito natural, acontece todos os dias nas aulas. Vejo 25 pessoas juntas tocando ao mesmo tempo. Mas foi difícil mostrar que daria certo. Quando foi aprovado em Três Rios, dois meses depois já tivemos uma apresentação”, conta. Atualmente conta com 60 membros voluntários, de diversas idades e capacidades. “A filosofia do projeto não tem a ver com a formação das pessoas, mas com comprar a ideia desde o início. No grupo, há pessoas que tocam três ou quatro acordes e quem já é formado em música. Ninguém se coloca acima de ninguém. O grupo se junta para ajudar quem está começando. Querendo ou não, você aprende muito e ensina”, esclarece o maestro. Comprar a ideia, aliás, é outro ponto que faz parte do sucesso conquistado. “O que leva essas pessoas a estarem no projeto? É exatamente isso, fazer o que gosta. Conseguir essa proporção e qualidade, só se as pessoas tiverem no mesmo nível de pensamento que você, no mesmo nível de sensibilidade. Não é o que a gente toca, não é o violão que a gente tem. É conseguir fazer as pessoas buscarem o mesmo objetivo”, resume. Valnei Rodrigo, 23 anos, Gustavo Rodrigues, 17, Wladislan Filhos, 17, e Santiago César, 17, são alguns dos membros da camerata. Valnei conta que ver todos crescendo juntos no grupo é o reflexo do trabalho em conjunto. “Às vezes paramos para pensar e vemos como estamos me-

lhores. Não pensava nisso, em viver com a música presente na minha vida desta forma. A música moldou minha personalidade”, revela. Gustavo Rodrigues diz que se apaixonou pelo projeto assim que teve o primeiro contato. “Eu cheguei no ensaio, vi todos tocando, aquela sincronia é incrível. Ter a chance de participar também foi incrível. Desenvolvi minha capacidade, sempre fui curioso e hoje sou spalla [a seguir você vai entender o que é isso]”, explica. Gustavo conta que a paixão pela música surgiu da vontade de conseguir um novo método de expressão. “Ela fala as coisas de uma forma mais poética”, diz. Já Wladislan começou a tocar violão há dois anos e desenvolveu a habilidade de forma rápida. “Eu aprendia sozinho e era muito difícil, depois que procurei o Felipe para aprender mais. Na camerata também aprendo muito e ela me ajuda a perder a timidez. O contato com os amigos é aprendizado garantido. O fato de ajudar também faz aprender”, explica. O violão torna-se inseparável para os quatro. “Muitos gostam de ficar no Facebook, mas nós gostamos de violão, é um hobbie em comum que temos. A camerata proporciona a criação de um ciclo de amizade”, acrescenta Gustavo. A criação de laços também é citada por Santiago. “Tecnicamente, a camerata me fez ter outra visão musical. Eu quero que a música esteja sempre presente na minha vida, ela me faz feliz”, completa. Para expandir o projeto, o desejo é que a camerata torne-se uma empresa e os membros, hoje voluntários, passem a receber por estarem ali. “Mas


MARCOS MORTEIRA RAFAEL CERQUEIRA

MERCADO DE TRABALHO O projeto foi desenvolvido com o objetivo de permitir que os músicos vivam da arte

EVOLUÇÃO Gustavo diz que participar da camerata o fez desenvolver as habilidades

REVISTA ON

REVISTA ON

GRAVAÇÃO DO DVD Aconteceu no Teatro Celso Peçanha e alguns vídeos podem ser vistos no Youtube

SENSIBILIDADE É necessária para tornar as apresentações ainda mais belas revistaon.com.br

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COOL MÚSICA

Como funciona

“O que você escuta é a soma de tudo. Assim, preciso pegar uma música e pensar em 12 sonoridades diferentes”, Felipe Carretiero, maestro da Camerata

será uma empresa que já vai começar grande, com no mínimo 60 funcionários. Precisamos de um investimento ainda maior para isso, entendo que o poder público não pode bancar uma estrutura como essa”, diz Felipe. Além disso, o objetivo não é realizar apresentações em grandes capitais, mas levar música a quem não tem. “Pode ser uma estrutura de caminhão-palco, para chegarmos aos lugares, realizarmos a apresentação, conversar”, completa.

112 Revista On Agosto & Setembro

Para chegar ao resultado apresentado, cada música passa por um processo árduo. A “cara” da orquestra surge a partir dos arranjos feitos por Carretiero. “A orquestra tem subdivisões, tocam coisas diferentes. O que você escuta é a soma de tudo. Preciso pegar uma música e pensar em 12 sonoridades diferentes”, explica. Na apresentação, os spallas são os músicos que tocam com violões plugados e coordenam os setores, formados pelos outros músicos que, juntos, formam o coro. “Faço os arranjos, mas não consigo ouvir as 12 sonoridades juntas. Então, apresento a eles e, depois, continuamos o processo com uma criação coletiva”, completa. Entre os mais difíceis, ele revela que está o arranjo de um medley de 12 minutos de duração, apresentado na gravação do DVD, e o da música “Sapato Velho, do Roupa Nova, que ainda será apresentado. Porém, outra bate o recorde de tempo: os arranjos de “Stairway to He-

aven”, do Led Zeppelin, estão na fase de criação há um ano. O DVD citado foi gravado no Teatro Celso Peçanha com o objetivo de apresentar os músicos, as músicas, os arranjos e divulgar o trabalho. Alguns vídeos estão disponíveis no Youtube [pesquise “camerata Três Rios”] e, em todas as apresentações, Felipe Carretiero está à frente do grupo, como regente. Uma das primeiras funções como maestro, ele garante que é a de acalmar os músicos e passar tranquilidade. “Muitas vezes as pessoas não têm noção do papel do maestro, mas é muito importante. Quem monta o que está sendo tocado é o maestro, que tem na cabeça a intenção da apresentação. Cada música tem um compasso, um ritmo. Mesmo que eu diga que tem quatro tempos, cada um vai contar de uma forma. A parte mais difícil de tocar em grupo é manter a sincronia. Nos ensaios, desenvolvemos essa sincronia, mas estou ali para mantê-la”, finaliza.


COOL MODA

Fernanda Eloy fernanda.eloy@hotmail.com.br Designer de moda e proprietária da marca Fernanda Eloy e do blog de moda www.sushidechocolate.com FOTOS FARM RIO

PREPARE-SE PARA O VERÃO Preto e branco, estampas de animais e florais, peças assimétricas e muito mais! Saiba o que rolou no Fashion Rio.

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inverno ainda não acabou e já estamos preocupados com as tendências do próximo verão, por isso venho aqui dividir com você o resumo do que rolou no Fashion Rio Primavera-Verão 2013/14. Dessa forma, todas as mulheres podem ficar antenadas sobre as principais tendências da próxima estação. O duo preto e branco reinou inquestionável e absoluto em todos os desfiles, pode apostar nessa combinação! Ele despontou com peças lisas, listradas, estampadas e ganhou ainda mais força com os quadriculados. Aposente o colorblocking e a monocromia e aposte nesta tendência. As estampas de animais foram recorrentes em várias marcas. Seja em alfaiataria, peças de seda, saída de praia ou tecidos mais pesados, o print vai ser um recurso muito utilizado num verão de cores mais sóbrias. Os desenhos podem ocupar a peça inteira ou ser apenas um detalhe. E vale tudo: de leão a onça, pássaros e insetos, passando pelo fundo do mar. Mas não foi o único print que apareceu nas passarelas. As estampas florais deram o toque de romantismo à estação. Apesar desse verão não ser muito colorido, teremos flores dos mais diversos tamanhos, grandes, pequenas, bordadas e em laise. E por que não misturar as duas estampas? O mix de estampas também foi uma forte tendência e as estampas alegres são a cara do verão. Para as mais adeptas ao minimalismo, minha sugestão é optar por estampas gráficas. Listras, xadrezes, poás e ziguezagues decretam: o grafismo está em alta. E, desta vez, vale até apostar na mistura de dois ou mais, formando um mix de estampas bem ousado, porque de vez quando gostamos de sair do habitual, não é mesmo?

Para mulheres mais ousadas, uma dica: se os bordados com miçangas, canutilhos e afins andam mais fortes do que nunca nas ruas, para o verão 2014 eles ganham a companhia das pedrarias. As roupas se destacam com elementos nada discretos aplicados, garantindo o brilho que a temporada mais quente do ano pede. Uma tendência que você, leitora, não pode deixar de apostar é a assimetria nas peças. Babados, peças de um ombro só e recortes inusitados propõem uma assimetria divertida para a estação. Até o vestido mullet, que foi febre nas passarelas da temporada anterior, deu as caras na passarela. Eu apostaria em uma saia curta assimétrica. E, para finalizar, a blusa ou top curtinhos, conhecido também como cropped, que deixam a barriguinha à mostra, não são novidade, mas continuam presentes, até com umbigo de fora. Se você ainda tem receio de investir, experimente primeiro fazer um ‘nozinho’ em uma t-shirt e combine-a com shorts de cintura alta, por exemplo. Vai ficar um pedacinho de nada de fora. Eu, particularmente, gosto de deixar à mostra apenas aquela parte do estômago, sabe? Fica logo a cima do umbigo, acho mais chic e discreto. Não poderia deixar de citar a transparência, ela também continua no verão, porém bem mais inusitada e surpreendente. A pele à mostra já vem de algumas estações, mas na próxima ela estará bem mais evidente conforme apresentado nos desfiles, seja em detalhes de tecidos como a organza em meio às peças, seja em recortes vazados. Vale lembrar que nem tudo que vemos na passarela é usável e bom critério é sempre a melhor pedida. revistaon.com.br

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COOL MODA

A VEZ

DO COURO POR SAMYLA DUARTE

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gando’ aos poucos e ganhado o gosto da mulherada”, informa a profissional. Helena indica as cores clássicas, como o preto e os tons de marrom, para quem faz a primeira compra, já que a adaptação se torna mais fácil e cai bem com tudo. Mas, para ela, a cartela de cores das peças de couro está um arco-íris neste inverno. “O couro vai bem com quase tudo. A mulherada pode ficar despreocupada. Por ter uma textura diferente, fica legal e fácil de usar com as outras peças que nós temos de sobra no guarda-roupa, como o jeans, a blusa de algodão, peças estampadas ou bordadas”, diz Helena, que tem a mesma opinião para a escolha do sapato. Vestidos de couro, segundo ela, ficam ótimos com tênis, exceto os de corrida. Já com os acessórios, apesar de tornarem-se necessários, deve haver cuidado com excessos. Helena lembra que, se a jaqueta for com tachinhas, os acessórios devem ser bem discretos. Para acertar em qualquer ocasião, ela afirma que o menos pode significar mais. Em uma ocasião mais informal, de dia ou à noite, o couro é uma boa opção. Para o trabalho, uma jaqueta com jeans é ótima opção. Para um evento mais sofisticado, uma calça de alfaiataria. Já em festas como casamento ou

ARQUIVO PESSOAL

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riane Nascimento gosta de roupas de couro desde criança. “Quando saía com a minha avó, a via comprando jaquetas de couro e ficava apaixonada até que ganhei a primeira”, conta. Apesar de estar sempre na moda, a jornalista não foge muito do tradicional. Ela prefere as jaquetas e casacos, mas tem uma calça feita com o material. Os acessórios não fazem o estilo dela. Quanto ao valor, que costuma ser mais alto em casos de couro legítimo, é aconselhado guardar dinheiro para investir nas peças. “Não costumam ser baratas, mas vale a pena o esforço, a durabilidade é maior”, conta Ariane, que cita a importância dos cuidados com as peças até na hora de guardar. Com o couro também é possível inovar bastante. Segundo Ariane, calças combinam com blusas mais folgadas, como as batas. “Lenços e cachecóis combinam com as jaquetas e eu gosto de usar. Com esse frio, não há nada melhor”, confidencia. De acordo com a designer de moda Helena Bonato, é do gosto de cada pessoa usar as peças, hoje variadas. Apesar de tantas opções, “a mais famosa é a jaqueta, sem sombra de dúvida. As outras peças estão ‘che-

SHUTTERSTOCK

Roupas e acessórios de couro tomam conta do vestuário feminino com a chegada do inverno. Antigamente, era mais comum o comércio de jaquetas e botas pretas ou marrons, sem sair do básico e comum. Hoje em dia, shorts, vestidos curtos, coletes e outras inúmeras peças ganham espaço nas vitrines e no gosto de quem está sempre atento às novidades.

DESIGNER DE MODA Para Helena, deve haver cuidado na escolha dos acessórios

As lojas que comercializam roupas de couro registram aumento de 30% nas vendas deste inverno


MARCO ODDONE

“O couro vai bem com quase tudo. A mulherada pode ficar despreocupada. Por ter uma textura diferente, fica legal e fácil de usar com as outras peças”, conta a designer de moda Helena Bonato

formatura, uma peça de couro pode tornar a combinação mais estilosa, apenas deve-se ter precaução com vestimentas mais curtas, justas ou decotadas. “Se optar por mostrar as pernas, vele os braços”, ela cita um exemplo. Couro é só para mulheres? Nada disso! Segundo a designer, as jaquetas são “queridas” no armário dos homens, geralmente as pretas ou marrons. A calça já foi tendência, principalmente

DESDE A INFÂNCIA Ariane apaixonou-se por couro ao ver a avó comprando jaquetas

para roqueiros e motoqueiros, e hoje é difícil encontrar pessoas do sexo masculino usando calças de couro. Acessórios masculinos são boas opções para usar com o material, como óculos escuros e gorros. As lojas que comercializam roupas de couro registram aumento nas vendas deste inverno. De acordo com Marisa Rodrigues, gerente de uma loja especializada, as vendas aumentaram 30% em relação ao inverno do ano passado. Apesar de vender couro o ano inteiro para vários cantos do país, inclusive em atacado, as novidades prevalecem. “Registramos bastante saída de peças diferentes, como o short, que está entrando na tendência de moda, os coletes, as cores diversas como o vinho, que tem saído bastante, o amarelo e o azul bic”, conta a gerente, que destaca também as saias, calças 7/8 e os sobretudos. Com tanta variedade e oferta, dá para arriscar sem gastar além do possível e entrar na moda do inverno!

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INGLÊS DEFINITIVO

COM QUALIDADE FOTOS DIVULGAÇÃO

O CNA chega a Três Rios com uma proposta: ensinar inglês e espanhol de forma simples e prazerosa, com a qualidade de ensino que a tornou referência em todo o país.

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alar outra língua é imprescindível para garantir o futuro profissional e até o enriquecimento cultural. A cada dia são criadas mais oportunidades de emprego no Brasil e no exterior para pessoas com conhecimento de outros idiomas, como o inglês e o espanhol. É fundamental buscar um curso que ofereça ao aluno fluência verbal, auditiva e gramatical, com foco na conversação, principal quesito que as empresas buscam atualmente no mercado de trabalho. Pensando nisso, o CNA acaba de inaugurar uma unidade em Três Rios. Com mais de 40 anos de tradição no ensino de idiomas, o CNA está transformando a forma de ensinar inglês. Com um método moderno, mais intuitivo, faz com que o aprendizado seja mais rápido, já que trabalha com conversação desde a primeira aula e permite que o aluno saia no primeiro dia falando inglês. Até então, as escolas de idiomas utilizavam métodos importados, sem relação com o universo cultural dos alunos, o que dificulta o aprendizado e nem sempre leva resultados esperados. Na proposta do CNA, o aprendizado é feito de forma natural e espontânea: o aluno aprende a falar e, depois, entra em contato com a gramática. Com mais de 700 unidades espalhadas pelo país, atendendo mais de meio milhão de alunos, o CNA tornou-se referência

A região conta com duas unidades, uma em Três Rios e outra em Paraíba do Sul

INAUGURAÇÃO O CNA Três Rios conta com infraestrutura moderna que agrada os alunos

SALA DE AULA Os quadros interativos deixam as aulas mais dinâmicas


O CNA tem mais de 700 unidades no Brasil Outro espaço feito especialmente para os alunos é a “cooking class”, uma cozinha equipada com todos os utensílios para preparar pizzas, biscoitos, bolos e muito mais, que começará a funcionar em breve. O ambiente também contará com uma lousa para auxiliar no ensino do idioma enquanto se divertem com as receitas preparadas por eles. Além disso, o espaço servirá como ponto de encontro para reuniões de pais, onde poderão interagir com os professores e alunos, criando um ambiente familiar, parecido com o aconchego do próprio lar. Vale lembrar que o CNA possui outra unidade na região, em Paraíba do Sul, onde funciona há dois anos. Com os mesmos métodos e com toda qualidade, os alunos sul-paraibanos têm oportunidade de conhecerem o idioma inglês e o espanhol com livros escritos especialmente para assimilação rápida e com metodologia inovadora. Para aprender inglês ou espanhol de forma rápida, objetiva e expandir o campo estudantil, social ou profissional, procure o CNA e junte-se a milhares de alunos de todo o Brasil! A cada aula, um sucesso. A cada sucesso, uma comemoração. CNA, inglês definitivo.

PARAÍBA DO SUL Inglês e espanhol com metodologia inovadora

EQUIPE Professores e funcionários qualificados garantem a qualidade do ensino

com a credibilidade alcançada. No Rio de Janeiro, o CNA é uma das marcas mais conhecidas quando o assunto é idiomas e é líder de mercado em São Paulo. A novíssima unidade de Três Rios, inaugurada em junho, possui salas com lousas interativas, aparelhos de som e projetores para aulas audiovisuais, computadores e muito mais. Além do suporte multiplataforma, o CNA Três Rios conta com áreas de lazer para o

aluno ficar ainda mais ambientado, facilitando o aprendizado de idiomas. Um dos ambientes é o espaço “teen”, como explica o Rafael Magdalena Motta, diretor da unidade. “O espaço ‘teen’ conta com puffs, futons e videogame para que os alunos se divirtam enquanto esperam as aulas. O objetivo é deixar o ambiente diferente das outras escolas. Nós queremos receber os alunos mesmo que eles não estejam em aulas”.

CNA Três Rios Rua Barão do Rio Branco, 326 Telefone: (24) 2220-2470 CNA Paraíba do Sul Praça Marquês de São João Marcos, 61 Telefone: (24) 2263-6703 www.cna.com.br


COOL COLUNA SOCIAL

Casamento de Roberta Muniz e Euler Massi A cerimônia aconteceu perto dos jardins do castelo de Itaipava, formando um lindo cenário com a harmonia da natureza

Pedro Octavio C. Quintella 34 anos de colunismo social

Como colunista social, já participou de “O Cartaz”, “Diário de Três Rios”, “Jornal Arealense”, “Jornal de Areal”, “Tribuna Post” e “Bafafaetc”. Atualmente assina uma coluna para o “Entre-Rios Jornal” e para o portal Revista On. Comanda um programa

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asaram-se no dia 30 de junho a arquiteta Roberta Sauerbronn Muniz e o analista financeiro Euler Moraes Massi. O lugar escolhido por eles não poderia ser mais romântico: o Castelo Barão de Itaipava. Fala-se que casamento em locais assim lembra romance de filme de Hollywood, sempre envolto por uma aura de descontração e final feliz. A celebração, cheia de emoção e linda, foi conduzida pelo pastor Rodrigo Coelho, da Igreja Presbiteriana do Brasil. Os pais dos noivos, Janne e Renato Muniz, Rosilene e Paulo Roberto Stelman Massi, eram só alegria. Roberta, exuberante, usou um vestido de tule francês rebordado em renda francesa assinado pelo destacado estilista Eraldo Silva. Foram

padrinhos: Gisely e Gustavo Muniz, Cristina Bardot e Leonardo Muniz, Carolina Sauerbronn e Carlos Eduardo Braz, Talita Ramalho e Edézio Júnior, Bianca Nasser e Guilherme Padilha, Micheli e João Luiz Massi, Suzane Araújo e Bernardo, Ana Thereza Dalmázio e Rafael Salgado, Nara Salgado e Carlos Moraes, Maria Cláudia e Rover Lima. Tudo muito bonito e correto, com elogios pelo perfeito décor de Anderson Barcellos; cerimonial de Janiques; bufê de Maria Luíza Gourmet e música com Camerata Vivace e Dj Carlos, todos da Cidade Imperial. Os melhores momentos foram clicados pela equipe de fotógrafos de Ricardo Gomes, do Rio de Janeiro.

diário na 87,7 FM.

PAIS DA NOIVA O casal com Janne e Renato Muniz

NOIVOS Roberta Sauerbronn Muniz e Euler Moraes Massi 118 Revista On Agosto & Setembro

PAIS DO NOIVO Rosilene e Paulo Roberto Stelman Massi


Visita

Voo Livre

Esteve em Três Rios, na Vara do Trabalho, o presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, desembargador Carlos Alberto Araújo Drumond, para comemorar o primeiro aniversário da implantação do Processo Judicial Eletrônico na Vara do Trabalho de Três Rios. Na ocasião, falou sobre a possível implantação da 2ª Vara do Trabalho na cidade.

# O gastro Mário Miguel participa de 15 a 17 de agosto do XXIV Gastren, promovido pela Sociedade de Gastroenterologia do Rio de Janeiro, que será realizado no Colégio Brasileiro de Cirurgiões, em Botafogo, no Rio.

PUBLICITÁRIO Igor Quintella ao lado da mulher, a advogada Lívia Linhares Quintella

Festança julina

TRIBUNAL Presidente do TRT 1ª Região, Carlos Alberto Araújo Drumond, a juíza da Vara do Trabalho, Natália Chalub Prezotti, e Antônio Sampaio

Festival de Cannes 2013

O publicitário arealense Igor de Lima Quintella foi premiado no Festival Internacional de Criatividade de Cannes, na França, que foi realizado de 16 a 23 de junho. Ele, através da Agência DM9Rio, ganhou dois Leões do festival. Um Leão de Prata em Relações Públicas e um Leão de Bronze de Design. O trabalho apresentado foi sobre “Tweet Censurado”, que é um mecanismo criado para simular a censura em suas timelines do Twitter. A iniciativa visa intensificar a discussão em torno da liberdade de expressão ao redor do mundo. Foi uma criação da DM9Rio em parceria com a Anistia Internacional. Para assistir, acesse www.igorquintella. com/tweet-censurado. Residindo no Rio há 11 anos, Igor é diretor de arte, trabalhou na DM9 durante quatros ano e é professor na Escola Superior de Propaganda e Marketing-ESPM e no IBMEC.

Como acontece há nove anos, a festa que Titina e José Michel Farah promovem na Ilha de Salamaleque, com renda para a APAE-TR, foi um sucesso. E por lá estiveram prestigiando a festança julina, entre outros, Sonia e o prefeito Vinicius Farah, Luciene e José Ronald Coelho, Marlene e Josemo Corrêa de Mello, Fausta e Mário Luiz de Mello Correa, Paola e Carlo Sola, Irley e Élcio Amaral, Bianca Ricardo e Jefferson (Fuka), Dayse e Hermes Farnezi, Sônia e Erny Torres, Ana Lúcia e Roberto Jefferson, Fátima (BB) e Marcos Tavares Barbosa, Lauzinha e Júlio Cezar Rezende de Freitas, Vera e Rogério Nasser, Janne e Renato Muniz.

# Colou em Medicina, no dia 19 de julho, pela Faculdade Medicina de Juiz de Fora, Wagner de Almeida Santa Rosa Junior. A solenidade aconteceu no Cine Theatro Central. Na primeira fila para os cumprimentos os pais Georgina e Wagner Santa Rosa (leia Massa Ewavi). # Norival Rodrigues, do Santa Isabel Análises Clínicas-SIAC, participou, na Universidade de Michigan, nos EUA, do curso “Biologia molecular aplicado ao diagnóstico”. # Dicas: a pessoa que deixar cair um pouco de comida do seu prato sobre o forro da mesa, deve recolher a porção com o mais apropriado de seus talheres e colocá-la na margem do prato em que come. # A estudante de medicina Isis Mockdece foi voluntária da equipe médica por ocasião da Jornada Mundial de Juventude realizada no Rio de Janeiro. # O urologista Alcendino de Almeida Jr. participou no Rio de Janeiro, do Simpósio de Disfunção Vesical, realizado no Hospital dos Servidores. # Fica até o dia 8 de setembro a 2ª Exposição do Grupo Arte em Cerâmica de Petrópolis, que está sendo realizada na Estrada Bernardo Coutinho, em Araras. # De 14 a 17 deste mês acontece no Entrerriense mais uma edição do Centro Sul Negócios 2013, que tem a chancela do SICOMÉRCIO-TR, com o apoio da prefeitura, SEBRAE-RJ e FECOMÉRCIO-RJ, entre outros.

TRADICIONAL Na festa organizada por Titina e José Michel Farah foi um sucesso

# O número 1 do Passatempo e Lazer, Roberto Langley, está concluindo as obras de recuperação da sua quadra de tênis, para o torneio que começa neste mês e que tem como um dos organizadores, o advogado Maxwell de Sá Lima. revistaon.com.br

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COOL CHECK-IN

CAMINHANDO SOBRE AS NUVENS FOTOS ARQUIVO PESSOAL

Convidaram-me pra ver as nuvens por cima, da mesma maneira que eu estou acostumado a ver quando estou voando de avião para algum destino. No primeiro momento eu não entendi muito bem como isso seria, mas aceitei o convite e realmente o prometido aconteceu. Está confuso isso né?? Explicando a situação, fui convidado por uns amigos para uma expedição ao terceiro pico mais alto do país, o Pico da Bandeira, localizado no Parque Nacional do Caparaó, nas fronteiras do Espírito Santo com Minas Gerais, e que de maneira inexplicável me fez explorar a natureza em uma altura tão impressionante que as nuvens realmente estiveram aos meus pés.

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COOL CHECK-IN

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ão fosse a minha curiosidade em conhecer novas formas de viver a vida, eu não teria experimentado muitas coisas, inclusive as caminhadas de aventura. Com essa filosofia de sempre aceitar novos convites, eu comecei a desbravar as caminhadas na natureza com objetivos de chegada em algum pico, passando por caminhos e situações que na maioria das vezes foram tão prazerosos quanto a chegada ao destino. Esse novo universo foi apresentado por dois amigos, o Geovani Oliveira e o Jorge Costa, que por algumas vezes me descreveram histórias tão bem ilustradas das expedições que eu acabei querendo ver aquilo de perto. Após uma primeira experiência por perto, desbravando a travessia do Açu, de Petrópolis a Teresópolis, foi feito o convite para um dos maiores e mais altos picos do Brasil, o Pico da Bandeira. Já havia ouvido falar algo sobre o Pico da Bandeira, mas confesso que era algo novo para mim e eu não tinha a real noção do que iria ver pela frente. Sendo assim, partimos para o Parque Nacional

do Caparaó, situado na cidade de Alto Caparaó, município de Minas Gerais, para uma expedição de três dias rumo às alturas. Formamos um grupo de 10 pessoas. Além de nós três, tínhamos ainda o Edinho, Peterson, Uéslei, Wilian, Keila, Devanise e nosso companheiro mais experiente, Dr. Luiz. Após algumas boas horas de carro durante a madrugada, adentramos o parque pela manhã, preparamos as mochilas e iniciamos a caminhada que nos levaria aos 2.892 metros de altura do Pico. Tínhamos mochilas pesadas, pois havíamos traçado planos de dormir por duas noites no parque a fim de desbravar o Pico da Bandeira e, de quebra, alguns outros picos e cachoeiras existentes. No primeiro dia percorremos aproximadamente quatro quilômetros até o acampamento do Terreirão, onde montamos nosso acampamento. Essa primeira subida já nos deu uma ideia do que nos esperava, já era notório que estávamos em uma altitude elevada e que o frio seria nosso grande desafio. Após montar as barracas, começamos a preparar um grande jantar para repor as energias da moçada. Cada um colaborava com um tipo de alimento e aos poucos a mesa ia se formando, farta e surpreendente. Digo surpreendente porque eu não esperava comer tão

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Na compan carga que ahjuiad das mulas de am os caminh antes 122 Revista On Agosto & Setembro

bem em um acampamento, eram incontáveis os diferentes tipos de comida. Após me alimentar muito bem, fui para um dos maiores desafios da empreitada: encarar um banho gélido que estremecia até a alma. Claro que fui, não seria uma água gelada que atrapalharia meus planos de dormir limpo e tranquilo para, no dia seguinte, dar continuidade ao ataque ao Pico. Algumas horas depois, por volta das 3h30, levantamos para uma caminhada de mais quatro quilômetros que nos levaria até o objetivo. A subida era árdua e levaria duas horas de frio e escuridão até o alto da montanha. Chegamos ao cume às 5h30 com o sol querendo nascer e uma ventania que parecia cortar nossos corpos. A visão ainda era meio turva quando, de repente, o sol se abriu, iluminou a montanha e tivemos a certeza de que estávamos tão alto que aos nossos pés só havia nuvens. Aquela visão foi impressionante e inesquecível, as nuvens pareciam “efeitos especiais” de tão brancas e próximas aos olhos. Ali nos encantamos por horas, apreciando a paisagem, tirando fotos e aproveitando a paz do lugar. Ao regressar, ainda desbravamos outros dois picos bem interessantes, o Pico do Calçado e o Pico do Cristal, esses também entre os mais altos do país. Como tínhamos guias experientes no grupo, escolhemos outro caminho para o regresso ao acampamento e ainda tivemos boas e ousadas aventuras na trilha. Chegaríamos à noitinha no acampamento, teríamos ainda outro bom jantar e o sonho de dormir após aquele dia extremamente cansativo e prazeroso. No dia seguinte desmontamos o acampamento, regressamos rumo ao local onde se encontrava o carro e ainda tivemos outras grandes paisagens, incluindo uma cachoeira magnífica chamada cachoeira Bonita. Regressamos para a cidade, comemos uma deliciosa comida caseira mineira e botamos o pé na estrada rumo ao nosso lar, com a certeza de um final de semana inigualável e, ainda, com a comprovação da perfeição da natureza. Indico, fortemente, aos leitores da Revista On uma exploração desse paraíso brasileiro. Até a próxima aventura, galera!


Parque Nacional do Caparaó Região Serra do Caparaó Inauguração 24 de maio de 1961 Área do Parque 31,8 mil hectares Atrativos Picos, Cachoeiras, Grutas e Fauna / Flora Fronteiras Espírito Santo e de Minas Gerais

Principais Picos Bandeira, Calçado e Cristal

Pico mais alto Bandeira, com 2892 metros

Quando Ir A melhor época para visitar o parque é no inverno, durante os meses de junho e julho, onde a visibilidade é maior e a as chances de chuva são menores. Como Chegar Para quem deseja visitar o parque pelo lado do Espírito Santo, o município referência se chama Dores do Rio Preto e está 243 quilômetros distante de Vitória. Já para a exploração pelo lado de Minas Gerais, a referência de município é Alto Caparaó e a distância da capital Belo Horizonte é de 330 quilômetros.

Onde Comer Recomendo dois restaurantes na cidade mineira de Alto Caparaó, o Restaurante Toca da Truta, que como o nome já diz é especialista em peixes, e o Restaurante Cacau Bandeira, que entre diversos pratos tem especialidade em cafés típicos, trufas e bombons. O que fazer Explorar os picos da Bandeira, Calçado e Cristal, que estão entre os mais altos do país, curtir lindíssimas cachoeiras e piscinas naturais na região do Vale encantado e realizar acampamentos inesquecíveis junto aos amigos e a natureza. Antes de Viajar É crucial que se consulte a previsão metereológica antes da viagem, que esteja bem equipado em relação à vestimenta e acessórios pertinentes à exploração da natureza, que leve alimento suficiente para todo o tempo da expedição, pois não existem restaurantes no parque, que se prepare fisicamente anterior a expedição e, ainda muito importante, que contrate um guia para orientação da expedição. Quem Leva A empresa betrip solução em viagens. Para maiores informações sobre roteiros, datas e valores: www.betrip.com.br e tel: (24) 8829-2645.

Onde Ficar Aconselho aos mais aventureiros a exploração de acampamento dentro do parque, nas opções de camping oferecidas. Já para os menos aventureiros, a cidade de Alto Caparaó, no lado mineiro, oferece boas oportunidades de hotéis e pousadas, como a Pousada Serra Azul, com diárias de quarto de casal a partir de R$ 80.

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COOL CARTÃO POSTAL

EM MIAMI O D N U M M U EXISTE MPRAS? O C S A D M ALÉ RAPO POR DIEGO

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CONTATO@

DIEGORAPO

SO.COM

inesa, com você gosta de comida chdançar, nem se e, NY em ial fil aer animado para ões a cada sem om as megas promoç para os Estados certeza vai amar! Se estiv cê pode esticar para a boate na de passagens aéreasuma extensão do precisa sair do hotel. Vomesmo. Unidos, Miami virou conhecida opção “The Wall”, que fica lá comida japonesa, não pode Agora, se você gosta staurantes em seis lugares Brasil e uma ótima e já parte da “cultura o nd se o m uma”, com re es m de compras. Mas, o está cansado de comer fast- perder o “Z um menu muito diferente! Se ainda não americana”, você já nã m você as minhas aventuras do mundo e iami Design District, precisa conhecer! -food? Vou dividir co do hambúrguer e, quem sabe, conhece o Mda está em renovação e recheado de luO bairro ain od Kitchen de comer bem na terra minha diferente para fazer. rto dali está o “Wynwos grafitadas. Pe s. na ra ca og ba pr s re um ga alg ar o. ol desc decoração pop e parede ’s”, que é meu preferid Começo pelo “Ceconnide um hotel, como quase & Bar”, que tem assim você estiver com saudade de ro Mas, se ainda bom steak, vá O restaurante fica dentcoração é linda, especialmenr ou quiser comer um da e a comida ue rg de bú A m i. ha iam um M em as s b todo s”, a vista do lago é lin um pátio e as mesas so te à noite. Ele fica em ais informal e italiana, não ao “Houston’a. Depois de tudo isso, se ainda estiver é maravilhos tecer as bateárvores. A comida é mete de avelã. brando e quiser reabas , lá o atendiso a rv di so o um ar m ov co pr de toe deix , uma boa pedida para O rias, passe um dia no “Nikki Beach” para almoço . Uma opção mais elegante gente nova, é o “Juvia” oln mento é muito bom. Tem boas opçõessivas para gaer ec nh co e ink dr um nc mar conta com cadeiras exclu rtura de um prédio na Li restaurante fica na cobe fôlego. A comida é diferente e você aindagar ao sol. Rd. e a vista é de tirar o eio de gente linda! Outra boa rantir seu luque Miami é uma cidade sempre cheia Lembro rva nos restaue o ambiente é lindo e chink e ver gente bonita é o bar conveniente fazer rese ima aventura. é dr e tas um ris ar tu tom de ra pa a nte óx pedid W, com decoração difere por aqui à espera da pr “Living Room”, do hotelo. Dentro do hotel W também rantes. Fico es, quem sabe já não passei por lá!? e atendimento exclusivte chinês “Mr. Chow”, que tem Envie sugestõ fica o famoso restauran

C

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COOL DIÁRIO DE BORDO

Rafaelle Oliveira em Boston Boston Estado Massachusetts População 617 mil País Estados Unidos Área 232 km² Fundação 07/09/1630

Como chegar

Todos os voos saindo do Brasil têm escala em algum lugar, o nosso passou por New York. O preço médio da passagem é US$ 1.100. Antes de viajar

Visto americano para cidadãos brasileiros. Como em toda viagem internacional, é recomendado ter um seguro de saúde. Quando ir

Para quem gosta de frio, pode ir a partir de novembro; para quem prefere o calor, o melhor é julho. As estações são bem 126 Revista On Agosto & Setembro

V

iajar para Boston nunca esteve em meus planos até surgir a oportunidade de aliar um dos melhores congressos na área de odontologia com turismo e compras. Boston é uma velha conhecida por quem quer estudar. Com grandes universidades como Harvard, Cambridge e Boston University, a cidade tem o ar universitário, sendo a sede do MIT (Massachusetts Institute of Technology), o centro de tecnologia mais importante do mundo, onde estudaram oito ganhadores do Nobel. É uma cidade maravilhosa! Por todos os lados há jardins bem cuidados, a cidade é super limpa e organizada [às vezes até demais]. Não deixe seu carro parado por cinco minutinhos sem crédito, porque com certeza encontrará uma multa no para-brisa quando voltar. A vida

definidas, mas janeiro neva muito, o que pode atrapalhar o passeio. Onde ficar

Para quem quer ficar em hotel, o Marriott Copley é bem localizado, perto de tudo. Mas se é um pouco mais aventureiro, pode ficar no International Hostel, mais barato que alguns hotéis e bem acolhedor. Onde comer

Boston é rico na culinária de frutos do mar, principalmente pelas lagostas enormes que você pode comer no Anthony’s Pier 4. Outro lugar muito bom é o The Cheesecake

Factory, com comida ótima e a melhor sobremesa cheesecake do mundo! O que fazer

Faneuil Hall é um mercado a céu aberto bem tradicional de Boston, tem várias lojas e lugares para comer. A Newbury Street é o melhor lugar para fazer compras e apreciar a arquitetura de Boston, que mistura muito bem a moderna com a tradicional inglesa. Caminhar pelas ruas de Boston é muito bom, você se depara o tempo todo com obras de arte pelas ruas, por marcos da história e se surpreende a cada momento com a diversidade que essa cidade abriga.


noturna da cidade também tem suas regras: termina às 2h e os bares e baladas são proibidos de vender qualquer coisa após esse horário. A polícia esta sempre presente para preservar a ordem na cidade. Como fui em junho, época de calor por lá, o sol brilhava muito e os canteiros estavam repletos de flores, mas o vento característico da região estava sempre presente. Com esse vento, Boston tem várias competições aquáticas em seu Charle’s River, o rio que corta a cidade. Além dos esportes aquáticos, Boston tem um conhecido time de beisebol, o Red Sox, uma paixão da cidade que, em dias de jogos, fica colorida de vermelho e azul. O Common Park é um parque público, situado no coração de Boston, e um dos mais antigos e importantes parques da América. Tem um carrossel

Estátua n

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d Harvar

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COOL DIÁRIO DE BORDO

lindo, várias pistas de corrida e ciclismo, uma área de 20 hectares, o maior parque que eu já conheci. No inverno, seus lagos se transformam em pista de patinação. Em sua extensão, é comum encontrarmos jovens artistas com suas bandas ou instrumentos se apresentando. Você vê desde batucadas ritmadas em latas até violinos e flautas. A Orquestra Sinfônica de Boston é considerada uma das cinco melhores do mundo e um dos regentes é um brasileiro, Marcelo Lehninger.

Um passeio muito interessante, principalmente para as crianças, é o Museu de Ciência. São cinco pavimentos de muitas descobertas e conhecimento, onde os ‘porquês’ das coisas são desvendados através de obras interativas. Conta, ainda, com um planetário, um aquário virtual e um cinema Imax. Para quem gosta de arte, o Museu de Belas Artes abriga obras de Monet e Van Gogh permanentes. A exposição dos Samurais estava sendo exibida

Common Park

Museu da Ciência

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na ocasião. Inspirada nos guerreiros, mostra seus vestuários e máscaras. Para conhecer os principais pontos da história de Boston, você pode fazer um passeio no Duck Tours, um caminhão que passeia pelas ruas e pela água no Charle’s River, contando toda a história e curiosidades do local. Boston é uma cidade que agrada a todos com sua rica diversidade na cultura, nos esportes, na culinária ou na arquitetura. Tem muito para ser explorada!

Igreja


Local da Ind ependĂŞncia

Vista do

hotel

EstĂĄdio g

randios o

Prudential Center

Congresso

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COOL SABORES

Bacalhau às natas

B

acalhau para os povos de língua portuguesa; Stockfish para os anglo-saxônicos; Torsk para os dinamarqueses; Baccalà para os italianos; Bacalao para os espanhóis; Morue, Cabillaud para os franceses; Codfish para os ingleses. Tem origem no latim “baccalaureu”. Os Vikings são considerados os pioneiros na descoberta do “cod gadus morhua”, espécie que era farta nos mares que navegavam. Como não tinham sal, apenas secavam o peixe ao ar livre até que perdesse quase a quinta parte de seu peso e endurecesse como madeira para ser consumido aos pedaços nas longas viagens que faziam pelos oceanos. O bacalhau foi uma revolução na alimentação porque, na época, os alimentos estragavam pela precária conservação e tinham sua comercialização limitada (a geladeira surgiu no século XX). O método de salgar e secar o alimento, além de garantir a sua perfeita conservação, mantinha todos os nutrientes e apurava o paladar. Os portugueses descobriram o bacalhau no século XV. Precisavam de produtos

130 Revista On Agosto & Setembro

que não fossem perecíveis, que suportassem as longas viagens. Fizeram tentativas com vários peixes da costa portuguesa, mas foram encontrar o peixe ideal perto do Polo Norte. Foram os portugueses os primeiros a pescarem o bacalhau na Terra Nova (Canadá), descoberta em 1497. Também pescavam o bacalhau na costa da África. O bacalhau foi imediatamente incorporado aos hábitos alimentares e é até hoje uma de suas principais tradições. O hábito de comer bacalhau veio para o Brasil com os portugueses, já na época do descobrimento. Mas foi com a vinda da corte portuguesa que este hábito alimentar começou a ser difundido. Data dessa época a primeira exportação oficial de bacalhau da Noruega para o Brasil, que aconteceu em 1843. Atualmente, o bacalhau está totalmente incorporado à culinária brasileira. O consumo do peixe se concentrou nas principais festas cristãs: a Páscoa e o Natal. Todos os bons restaurantes oferecem em suas cartas o nobre pescado. O bolinho de bacalhau é preferência nacional nos bares e botequins.

INGREDIENTES

4 postas de bacalhau demolhado 6 xícaras de leite 6 cebolas cortadas em rodelas 100 ml de azeite 2 colheres (sopa) de farinha de trigo 1 kg de batata noz-moscada a gosto 2 xícaras de nata (creme de leite) 50 gramas de queijo parmesão ralado Sal a gosto Pimenta do reino branca moída a gosto


JCLICK

MODO DE PREPARO

Cozinhar as postas de bacalhau em leite. Corte a cebola em rodelas finas e refogue em azeite até estar mole e transparente. Escorra o bacalhau e desfaça-o em lascas e junte à cebola. Deixe refogar lentamente. Polvilhe com farinha, mexa e regue com leite coado, onde cozinhou antes o bacalhau. Deixe engrossar, mexendo, de vez em quando. Descasque e corte as batatas em cubos e frite em óleo não quente, de forma a deixá-las mais cozidas que fritas. Escorra as batatas e junte-as ao bacalhau. Tempere com sal, pimenta e noz-moscada. Coloque tudo num refratário untado antes de ir ao forno. Espalhe por cima as natas e polvilhe com queijo ralado. Leve ao forno até estar gratinado. Acompanha um arroz com coentro ou uma salada fresca de alface e tomate.

Bernadete Mattos Consultora graduada em gastronomia bemattos1@gmail.com Luiz Cesar Apresentador do programa Papo Gourmet, no Canal 5 luizcesarcl@uol.com.br

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COOL GUIA

Cinema

DVD

O CONCURSO

(PEDRO VASCONCELOS – 2013)

MARCELO CAMELO MORMAÇO

MARTINHO DA VILA Sambabook

O cantor e compositor da nova geração da MPB Marcelo Camelo lança o DVD “Mormaço”. Além de trazer uma sonoridade peculiar ao cantor, com show gravado ao vivo, em voz e violão, o trabalho conta com a participação especial da cantora Mallu Magalhães e do músico suíço Thomas Rohrer.

Com quase 50 anos de carreira, o sambista e compositor Martinho da Vila é homenageado no álbum Sambabook. São 23 artistas cantando músicas do mestre. Entre eles estão Paulinho da Viola, Ney Matogrosso, Leci Brandão, Diogo Nogueira e Luiz Melodia, além da bateria da Vila Isabel e a Orquestra Sinfônica.

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Fábio Porchat, Danton Melo e Sabrina Sato, essas são algumas das estrelas que compõem a comédia “O Concurso”. No longa, Caio (Danton), Rogério Carlos (Porchat), Bernardinho (Rodrigo Pandolfo) e Freitas (Anderson Di Rizzi) se conhecem no Rio de Janeiro, onde farão uma prova de concurso público para juiz federal. Eles logo percebem que só conseguirão a vaga se tiverem antecipadamente o gabarito. Para tanto, eles entram em contato com criminosos e envolvem-se em várias confusões ao longo de um fim de semana.


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Parceiros desta edição Alfa Centro Empresarial (24) 2252-3229

Arte de Curar (24) 2252-3672

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Carla Zainotti Fotógrafa (24) 2255-1737 www.carlazainotti.com.br

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Centro Médico Santa Catarina (24) 2255-0605

Chez Cox (24) 2248-8883 www.chezcox.com.br

Cirúrgica Três Rios (24) 2252-4181

CNA Três Rios (24) 2220-2470

COE (24) 2252-2620

Comseg Seguros (24) 2252-1742

Construtora Consel Engenharia (24) 2255-2797 www.consel.com.br

Cultura Três Rios (24) 2252-3626 www.cultura3rios.com.br

Don Bistrô (24) 2222-6226 www.donbistro.com.br

Elmôr, Corrêa & Matos Advogados (24) 2252-5053 www.elmorecorreaadv.com.br

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Fabiano Leal (24) 2263-2387

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Ilha de Capri

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Edição Frederico Nogueira (frederico@fiobranco.com.br) Redação Marianne Wilbert (marianne@fiobranco.com.br) Tiago Tavares (tiago.tavares@fiobranco.com.br) Comercial Três Rios: Emeline Maia emeline@fiobranco.com.br (24) 8843-7944 Luiz Fellipe Aguiar luiz.fellipe@fiobranco.com.br (24) 8852-8529

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Estagiários Maicon Pereira (maicon@fiobranco.com.br) Tatila Nascimento (tatila@fiobranco.com.br) Colaboração Bernadete Mattos (bemattos1@gmail.com) Bernardo Vergara (contato@betrip.com.br) David Elmôr (david@elmorecorreaadv.com.br) Diego Raposo (contato@diegoraposo.com) Eduardo Buzzinari (eduardoribeiro@tjrj.jus.br) Euler Massi (eulermoraes@gmail.com) Fernanda Eloy (fernanda@dafilha.com.br) Helder Caldeira (helder@heldercaldeira.com.br) Heverton da Mata (heverton@fiobranco.com.br) Luiz Cesar (luizcesarcl@uol.com.br) Mayara Stoepke (mayara@fiobranco.com.br) Nathália Pandeló (nathalia@fiobranco.com.br) Pedro Octávio (pedrooctavio@hotmail.com) Roberto Wagner (rwnogueira@uol.com.br) Samyla Duarte (samyla@fiobranco.com.br) Tamiris Santana Distribuição Gratuita e dirigida em Três Rios, Paraíba do Sul, Areal e Comendador Levy Gasparian. Também à venda nas bancas. Tiragem 3.000 Foto de capa Flávio Duarte


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