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#30 Editorial
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ma curiosidade dos bastidores: cada editorial da Revista On é, normalmente, o último texto escrito para ser publicado na edição. É o momento em que a revista está pronta, finalizada, com todas as páginas nos devidos lugares. Na edição #30, um sentimento diferente. A Revista On comemora cinco anos e, na capa, apresenta um profissional que marcou seu nome na história da comunicação. Quem não lembra com saudades da Campanha do Agasalho? E as notas de falecimento? Ou, ainda, publicidade de lojas da região nos carros de som? Dono de uma das vozes mais conhecidas pela população, Humberto Bello acaba de comemorar 91 anos de idade e é homenageado nesta edição especial. Conhecer a história por trás da voz marcante é fundamental para qualquer pessoa que faz parte da região. E, sim, a Revista On comemora cinco anos! Parece que foi ontem a chegada da primeira edição, mas já estamos na 30ª. Para nós, é emocionante olhar para as páginas passadas e ver quantas vidas, ações, projetos e informações conseguimos compartilhar e, ao mesmo tempo, deixar tudo isso registrado para sempre. Contamos histórias, fazemos parte da história e queremos ser capazes de contribuir com novas histórias. Nesta edição, separamos algumas páginas para a nossa própria história. Confira, você faz parte dela! A entrevista também está imperdível. O prefeito de Três Rios, Vinicius Farah, responde sobre diversos temas. Para ler, reler, refletir e debater, essa é nossa proposta. A edição especial de aniversário ainda mostra a expectativa para a chegada do trem de turismo na região, as novas normas para contratação de empregados domésticos, e a história do Grupo de Amadores Teatrais Viriato Corrêa, ícone da qualidade artística que marcou diversas gerações. Uma edição produzida para ser o seu presente de Natal, para ser o nosso presente, para te acompanhar no réveillon, para começar 2016 ao seu lado... Uma edição para marcar a chegada dos próximos cinco anos, afinal, já estamos prontos e cheios de fôlego para eles! Boa leitura!
Índice GENTE 13 18 22 28 38 42 46 54
Cultura Educação Especial Entrevista Arte Cotidiano Capa Opinião
ECONOMIA&NEGÓCIOS 61 64 65 71
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Empreendedorismo RH Região Finanças
BEM-ESTAR
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75 Esporte 78 Movimento 81 Saúde
COOL 89 93 96 99 102 104 112
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Tecnologia Meio ambiente Música Ciência Guia Viagem Sabores
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GENTE
cultura 13 educação 18 especial 22 entrevista 28 arte 38 cotidiano 42 capa 46 opinião 54
A FORÇA DOS AMADORES POR TATILA NASCIMENTO
FOTOS ARQUIVO PESSOAL
O Grupo de Amadores Teatrais Viriato Corrêa é o mais antigo grupo do tipo ainda em atividade no Brasil. Uma história que começou há mais de 75 anos e que já rendeu muitos frutos. O palco do Teatro Celso Peçanha, a “casa” do grupo, serve não apenas para apresentar ao público os espetáculos, mas a essência do amor pela arte de cada um que faz parte do grupo.
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uem começa a narrar essa história é Luiz Augusto da Rocha DiasDias, o Gute. Envolto a tantas lembranças, conta que a história do grupo começou antes mesmo da emancipação de Três Rios. Na época, grupos de outros lugares costumavam chegar ao então distrito de Paraíba do Sul para se apresentarem nas salas de cinema. O avô de Gute gostava de teatro e, por volta de 1915, se reuniu com alguns amigos e fundou um grupo chamado “Grupo Teatral Dias Braga”, que levava seu sobrenome. Já em 28 de junho de 1937 outro grupo foi fundado, mas ainda não era chamado de Gatvc. Gute conta que algumas pessoas se reuniram e montaram uma peça com o objetivo de reunir o maior número possível de moradores do distrito. Escolheram o espetáculo “Zuzu”, do autor Viriato Corrêa. Ali começava a surgir o grupo e, quando chegou a hora de colocar um nome, o autor daquela peça foi escolhido como homenageado. Durante muitos anos, o grupo se apresentou no cinema local, mas, com a evolução das salas, isso deixou de acontecer porque o espaço que servia como palco já não existia. Foi quando Isaltino Silveira [que foi presidente do Gatvc por 25 anos] se reuniu com um grupo de pessoas e, sentado na escada da Prefeitura, disse: “Vamos construir um teatro”. A ideia foi considerada quase impossível, mas quando as coisas precisam acontecer, elas acontecem... “Havia um espaço que era parte do quintal do Grupo Escolar Condessa do Rio Novo. Esse espaço foi cedido para a construção. Com isso, foi feita uma campanha muito interessante com a criação de ‘sócios-beneméritos’. Ou seja, um grupo de pessoas que contribuíram mensalmente com a construção do prédio. Eu e minha esposa, inclusive, fazíamos parte desse grupo”, relembra. O dinheiro arrecadado acabou quando faltava muito pouco para a obra terminar, então foi criada a campanha de “beneméritos mirins”. Com essa arrecadação e a ajuda do governador Celso Peçanha, a sede do grupo ficou pronta. “Ficou decidido que quem desse a maior contribuição na obra teria seu nome no prédio. Uma coisa muito interessante é que o local é 14
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ELENCO Nova geração de atores do Grupo de Amadores Teatrais Viriato Corrêa
“Uma coisa muito interessante é que o local é propriedade particular, não tem vínculo com governo nenhum”, Gute
propriedade particular, não tem vínculo com governo nenhum. O Gatvc sempre teve uma qualidade que o mantêm até hoje e isso facilita a existência do grupo. Você pode perceber pelo nome que é um grupo de amadores desde a fundação. Ninguém ganha pelo grupo como um profissional artístico. Nós exercemos a profissão artística gratuitamente, ou seja, em benefício dele próprio”. As diretoras de cena Maria Elisa Amorim e Denise Maia são algumas das pessoas que mantêm o grupo em atividade. Foram convidadas para dar aulas de teatro após o sucesso de uma peça escolar que desenvolveram em 2002. “O teatro estava todo em escombros, não tinha palco, estava tudo quebrado. Cipriano disse que nós íamos reinaugurá-lo com uma peça. Então, refizemos o espetáculo ‘Pluft’, que já havíamos apresentado pelo colégio que eu trabalhava, mas, desta vez, foi montado com o elenco do próprio grupo”, lembra Denise.
GABRIEL FAZA É responsável pela nova comunicação do grupo com o público
As duas foram responsáveis por um momento marcante na história mais recente do grupo. Acostumadas aos trabalhos com teatro infantil, sentiram necessidade de fazer uma incursão no teatro adulto a partir de 2011, já que o elenco estava crescendo. “Queríamos fazer uma experiência. Decidimos encenar a peça ‘Zuzu’, que foi a primeira encenada pelo grupo. Tentamos fazer o mais parecido possível da que foi apresentada em 1937. Depois não paramos mais, já apresentamos cerca de 50
“Quem faz teatro amador faz por amor e com a alma, não faz pelo dinheiro” Antônio Carlos Cipriano
Denise completa o pensamento: “Mas não vejo ninguém mais profissional que eles. Decoram texto, marcação, têm responsabilidade, cuidado com o material de cena. Não precisamos de contrarregras pois eles cuidam de tudo, sem contar que administram a vida pessoal também”. Os irmãos Nicolly e Pietro Valle participam do grupo há oito anos. Assim como a avó e o pai, ex-integrantes, revelam ser apaixonados pelo teatro. Para Nicolly, foi amor à primeira vista. “Nós somos muito unidos aqui. Como minha avó e meu pai já tinham feito teatro, eles quiseram nos trazer para esse mundo. Eu me adaptei muito rápido. Comecei com oito anos, estou com 15 e pretendo continuar trabalhando com teatro”. Já Pietro revela uma timidez, diferente da irmã. “Nós começaríamos juntos, mas eu tinha muita vergonha e ela começou primeiro. Depois, comecei a participar dos ensaios e fui gostando”. Rodrigo Portella é, hoje, um nome de destaque no teatro nacional, mas o começo de tudo foi pelo Gatvc. Ele entrou para o grupo em 1993 e cita como momento marcante um espetáculo que dirigiu e deu destaque ao Gatvc em diversas partes do país. “Ganhamos todos os festivais naquela época. Foi muito positivo porque percebi que REVISTA ON
peças”. Os resultados de cada apresentação são motivos de orgulho para as diretoras. “Neste ano, mais de 2.000 pessoas vieram assistir ‘A Turma do Chaves’”, destaca. Para Maria Elisa, o amor pelo teatro e pelas pessoas que fazem parte dele é responsável pela continuidade dos trabalhos. “Somos como uma família, é uma coisa que não tem mais como separar. Ela sempre se renova, mas todos são inesquecíveis. O grupo representou uma grande mudança na minha vida e, sinceramente, se eu não puder fazer mais teatro, vou ficar muito aborrecida”. Antônio Carlos Cipriano, que há 12 anos é presidente do grupo, acredita que o segredo do sucesso é o fato do teatro ter sido sempre pensado grande. “Somos donos desse prédio. Nele, temos o restaurante, a academia de dança, os cursos de teatro, coisas que vão prover para que o grupo não tenha que depender exclusivamente da receita dos espetáculos”. Cipriano considera que o funcionamento do teatro por tanto tempo tem relação com o fato de nenhum membro do grupo ter projeções financeiras dentro dele. “Hoje, é a única casa no Brasil amadora com essa quantidade de anos. Todos temos nossas profissões fora daqui e doamos nosso amor e trabalho em prol dessa obra. Quem faz teatro amador faz por amor e com a alma, não faz pelo dinheiro”. Maria Elisa comenta que algumas pessoas entendem a palavra “amador” de forma errada. “Ser amador é, no caso de você não ser profissional, mas fazer por amor. Tem gente que coloca amador como algo que denigre, como se fosse uma coisa menor”.
GERAÇÕES O Gatvc reúne atores e diretores de diversas idades no teatro revistaon.com.br
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RODRIGO PORTELLA Antes de ser profissional na arte, passou pelo Gatvc
CIPRIANO Está há 12 anos na presidência do grupo
era aquilo que precisava fazer na minha vida, foi um momento muito decisivo”. Segundo ele, o teatro amador é um espaço de aprendizado, de experimentação, diversão, descontração e pode funcionar como um trampolim para uma carreira profissional. “Para mim funcionou dessa maneira. Por ter uma estrutura, espaço e equipamentos, pude experimentar muita coisa, fiz do teatro o quintal da minha casa por muitos anos. Quando me lancei para o mercado profissional, já fui muito bem preparado, com uma força muito grande que adquiri com as experiências no grupo”. O diretor artístico Paulo César Guedes ressalta o aumento na oferta de espetáculos realizados em 2015. “Durante alguns anos, somente a Maria Elisa estava dirigindo pelo teatro. Então, pensei em como retomar com os elencos e em convidar algumas pessoas novas que víamos um comprometimento grande com o teatro.
Mas pensei, também, em quem seriam as pessoas que esses diretores trabalhariam”. Foi assistindo ao encerramento de um projeto que encontrou os novos artistas. “Convoquei uma reunião em janeiro e fiz a proposta, todos aceitaram. Conseguimos sete elencos. Todos estrearam brilhantemente, fazendo com que a casa tivesse a movimentação teatral como a de alguns anos atrás”. O palco, para Paulo, é um lugar mágico. “É uma forma de crescimento e aprendizagem, ficamos mais críticos. O grupo é uma forma de realizar meu sonho e fazer real o sonho de muitos adolescentes”, diz. Filho de Paulo César, Gabriel Faza é peça importante no atual momento do grupo. No teatro desde a infância, ele atua na reestruturação da comunicação do grupo com o público. “Assim que aprendi a ler, meu pai fez questão de me colocar no curso de teatro. Jamais esquecerei a alegria dele
VOAR É COM OS PÁSSAROS Paulo Guedes (direita) em cena na volta ao palco do Celso Peçanha 16
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GUTE Mostra alguns dos prêmios já recebidos pelos amadores
“O grupo é uma forma de realizar meu sonho e fazer real o sonho de muitos adolescentes”, Paulo César Guedes
em me tomar o texto, que naquela época devia totalizar umas três ou quatro falas, no máximo. Fazer parte do grupo foi algo fantástico. Comecei atuando e, depois, com a falta de tempo para os ensaios, troquei o palco pela cabine de iluminação. Agora, por estar longe da cidade, troquei a cabine pelo computador, de onde cuido de toda a comunicação do grupo. Ou seja, o Gatvc está na minha vida há 15 anos”. Gabriel destaca um momento especial vivido no Teatro Celso Peçanha, quando assistiu, de dentro da cabine ao retorno do pai ao palco. “Cresci ouvindo as pessoas falarem sobre as atuações dele, mas minha memória não lembrava do que assisti quando criança. Vê-lo no palco, com a vitalidade, qualidade e energia de um garoto foi emocionante”. Cheio de vigor e com força para mostrar ao público que o teatro está vivo e ativo, o Grupo de Amadores Teatrais Viriato Corrêa está no Facebook e já envia a programação aos interessados por Whatsapp. “Conseguimos falar e ouvir o público de forma mais rápida e, felizmente, as ações começam a impactar de forma positiva no aumento. Queremos estar onde o público está, precisamos chegar até ele para que ele venha até nós”, finaliza Gabriel.
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No princípio era a palavra, que se encarnou e ganhou poder “Lutar com palavras é a luta mais vã, entanto lutamos mal rompe a manhã” (Carlos Drummond de Andrade)
Daniela Samira da Cruz Barros danielasamira@globo.com Linguista; pós-doutora em Sociolinguística e Dialetologia; pesquisadora e professora adjunta de Língua Portuguesa do Instituto Três Rios da UFRRJ.
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m tempos de discussão sobre segregação de classes, raças e gêneros, estamos acompanhando uma enxurrada de postagens e comentários nas redes sociais revelando as mais diversas barbáries sociais sofridas por mulheres, homossexuais e negros, por exemplo. Felizmente, muitos já têm consciência de que essa segregação absurda atinge todo tipo de gente, não importando sexo, cor ou qualquer outra característica pessoal. A maioria dos relatos nas redes sociais descreve episódios reais de violência dos mais variados tipos. Contudo, é de extrema importância percebermos que muitas dessas “atitudes” não são ações, mas atitudes verbais, ações através da fala, do uso da linguagem, da construção do discurso. Isso mesmo, podemos agir através do que falamos (ou escrevemos) e muitas situações de discriminação baseiam-se exclusivamente em violência verbal. As palavras têm poder, todo mundo sabe, e a frase já virou até uma espécie de ditado popular do otimismo, evitando o peso do discurso negativo ou pessimista, que poderá “não atrair coisas boas”: se as palavras têm poder, diga coisas positivas e sua vida será melhor. No entanto, é preciso ir além da questão energética e vibracional, não basta pensar e falar positivamente para que essa onda de energia boa reverbere ao seu redor e te envolva num campo energético adequado à evolução do indivíduo. É muito mais que isso, é preciso construir com consciência o discurso que retrate sua realidade. É preciso evitar o “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”. Não basta encher seu dia de palavras positivas se a configuração do seu discurso deixa clara alguma incoerência.
Muitos discursos segregadores são camuflados por palavras bonitas e otimistas. Muitos racistas, machistas e homofóbicos mantêm um discurso difuso e mascarado com palavras “adequadas” para impressionar quem não está muito atento. A escolha do vocabulário, das construções gramaticais e de determinadas características semânticas podem dizer muito mais sobre uma pessoa do que muita gente imagina. As palavras têm muito poder, sim. É através das palavras que construímos o sentido de tudo: as coisas, a vida e os seres, cuja existência se inicia num processo de designação, ou seja, atribuição de nome às “coisas”. É através da construção do discurso que mostramos ao mundo e aos outros quem somos. Às vezes, com discursos ingênuos e mal construídos, outras vezes com discursos muito bem estruturados a ponto de não deixar os implícitos serem absorvidos com facilidade por uma plateia desatenta, causando, propositadamente, ambiguidades e mal-entendidos. A verdade é que, sem a linguagem, somos um animal qualquer, é através da linguagem que construímos nossa interação social, é através das palavras que construímos o mundo e através delas nosso pensamento se expressa e é compartilhado. Utilizar bem as palavras e estruturas vai muito além de saber gramática ou ser “bom” em português. Usar, adequadamente, a linguagem, é portar-se de forma consciente e precisa sobre o mundo. As coisas. As pessoas. Liberdade de expressão é um direito, mas expressar-se com respeito e coerência é um dever de todo cidadão. E isso nada tem a ver com correção gramatical, é correção moral.
PUBLIEDITORIAL
EDUCAÇÃOPARA A VIDA FOTOS DIVULGAÇÃO
Bridge Over Cam apresenta ações desenvolvidas ao longo do ano que educam dentro e fora das salas de aula, com valores capazes de promover transformações de sonhos em realidade.
O
papel do educador e de uma instituição de ensino está muito além de ser apenas uma transmissão de informações acadêmicas ao aluno. A responsabilidade social envolvida no processo educacional engloba valores que vão muito além de um contexto acadêmico. O maior objetivo do Bridge Over Cam, ao longo desses 27 anos, tem sido mostrar aos alunos não só o idioma, mas levar para a vida real o conteúdo vivido em sala, contextuali-
zando o idioma em seus cotidianos. Além de toda preocupação com o conteúdo didático do material em meio à era digital, a escola de idiomas se adequou a mais alta tecnologia que é oferecida em sala. A junção feita entre um riquíssimo material e a interação digital só proporcionou a certeza de que, a cada dia mais, é possível envolver o aluno para que ele cresça e aprenda melhor. E é esse o principal objetivo do curso Bridge: possibilitar a comunica-
ção fluente e de qualidade em idiomas estrangeiros. A responsabilidade com o ensino por excelência proporciona, através dos resultados obtidos pelos alunos, tanto em suas vidas pessoais quanto profissionais, a certeza de que o empenho e seriedade deram e darão bons frutos. O grande motivo de orgulho não são os anos de trabalho, mas todas as histórias e sonhos que a equipe Bridge colabora para serem construídos durante esse tempo.
PUBLIEDITORIAL
HALLOWEEN
Para não quebrar a tradição, no dia 30 de outubro, o Bridge realizou mais uma festa de Halloween. Aproximadamente 450 pessoas lotaram a boate Zoox Club em uma atmosfera de muita alegria e diversão. A data é comemorada há mais de 20 anos pelo curso tendo, a cada ano, um maior número de participantes. INTERCÂMBIO NA INGLATERRA
Em uma viagem dos sonhos, o professor e diretor Carlos Serpa leva alunos para fazer intercâmbio na Inglaterra. Além de um passeio cultural em países como Itália e França, eles fazem um curso na cidade de Bournemouth, Inglaterra, aperfeiçoando ainda mais o conhecimento da língua. VIAGEM AOS EUA
Pela primeira vez, no recesso escolar de 2016, o Bridge leva os seus alunos para vivenciarem o maior sonho de todo adolescente: a Disney! Serão duas semanas de muita prática da língua inglesa e, claro, diversão garantida em Nova Iorque e Orlando. CHILDREN’S DAY
No dia 04 de outubro, alunos e funcionários do Bridge tiveram uma tarde de domingo bem diferente. Com jogos, brincadeiras, e banho de piscina, o Children’s Day (dia das crianças) foi celebrado com muita diversão, proporcionando interação e alegria às crianças. BRIDGE MOVIE
Nas sessões de filmes, os alunos praticam o inglês ou espanhol e ainda se divertem. É só escolher o filme... AULAS INTERATIVAS
Todas as salas estão equipadas com o que há de mais moderno no mercado tecnológico. As aulas são 100% interativas para todos os níveis e fazem com que o envolvimento do aluno seja ainda maior. A WEEKEND AWAY
Quem foi que disse que é preciso sair do Brasil para se viver uma verdadeira experiência com o Inglês? No “A Weekend Away” os alunos têm a oportunidade de passar um fim de semana ouvindo e falando inglês o tempo todo! Com atividades baseadas em um mesmo tema, vivencia-se um momento de aprendizado do Inglês fora de sala de aula, de maneira despojada. Em um ambiente relaxado, os alunos do Bridge desenvolvem o idioma de uma forma natural: conversando, caminhando, assistindo filmes e participando das várias atividades propostas. AULAS COM CONVERSAÇÃO
Além do Bridge oferecer aulas de 1 hora e 30 minutos duas vezes por semana, os alunos também participam de mais um encontro de conversação, às sextas-feiras, objetivando o desenvolvimento da parte oral. Totalizando assim, 4 horas de muita prática por semana, e sem adicionais em mensalidades. LISTENING PRACTICE
O Bridge acredita que quanto mais contato o aluno tenha com a língua que ele estiver estudando, melhor. Pensando assim, nossas atividades auditivas são preparadas para os alunos fazerem semanamente no laboratório do curso. 20
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Congratulations! !Felicitaciones! !
Alunos aprovados nos últimos Exames Internacionais da Universidade de Cambridge (Inglaterra), em dezembro de 2014 e junho de 2015. CLIVE BARROW Director of Beet Language Centre Bournemouth, England
O Bridge Over Cam é um dos mais antigos e confiáveis parceiros da escola BEET na Inglaterra. Há mais de 20 anos trabalhando juntos, nós conhecemos o Professor Carlos Serpa muito bem e é sempre um prazer recebê-lo com os seus alunos na nossa cidade e na nossa escola. Os alunos do Bridge são bastante animados, cheios de vida e são um ganho para a escola. Eles sempre curtem a atmosfera internacional e a parte cultural, e alguns alunos até chegam a dizer que o clima, em janeiro na Inglaterra, é uma boa opção. Eles normalmente tem resultados muito expressivos em seus testes de nivelamento e são inseridos nos níveis de UpperIntermediate (B2) ou Advanced(C1). Somando aos seus excelentes desempenhos acadêmicos, eles e o Carlos, participam de nossos programas sociais com muito entusiasmo. Algumas das apresentações brasileiras nas aulas com música, Sing-Songs, ficaram na história.
“Profissionalismo, competência, responsabilidade e dedicação foram o que me fizeram escolher o Bridge. Um outro diferencial são as certificações internacionais. No mercado de trabalho tão concorrido, quando temos um certificado internacional em nosso currículo estamos com pelo menos 90% de chance em uma vaga de emprego” Rosângela Alves “Gostaria de agradecer a equipe do Bridge por um preparo, sem precedentes, para lidar com a vida em solo britânico, tanto os livros, que provém extensivo suporte e informação da cultura local, quanto das nuances da língua até seus mínimos detalhes. Claro, todo o material de alta qualidade, de pouca utilidade seria sem o intenso foco nas provas internacionais de Cambridge, as quais servem como entrada para toda e qualquer instituição. A vocês, queridos amigos e mentores, o meu muito obrigado” Erick Leitão
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O Carlos é um excelente guia: seu apoio e a sua constante presença são definitivamente apropriados para os adolescentes, atingindo assim um equilíbrio perfeito entre atenção e a liberdade para que os alunos se divirtam e se expressem. Ao mesmo tempo que orienta os alunos aqui na BEET, o Carlos assiste as aulas no curso para professores, ITTC, e sua participação é extremamente importante, usando o seu conhecimento e experiência em benefício de todo o grupo. É sempre um prazer receber o Carlos e todos do Bridge Over Cam aqui – os outros alunos, os funcionários, os professores e a diretoria sempre percebem um ambiente brilhante e positivo que eles criam. Esperamos vê-los em breve novamente! Clive Barrow - Diretor da Beet Language Centre - Bournemouth, Inglaterra
O Bridge
oferece cursos
de Inglês e Espanhol com
certificação internacional
O curso de Inglês pode ser iniciado a partir de 4 anos de idade e o de Espanhol a partir de 11
Ana Carolina de Oliveira Dias Loçasso Luz Ana Luiza de Carvalho Oliveira Ariel Henrique Rodrigues de Carvalho Ayla da Silva Gomes Germana Rosa Motta Isabella Rossini Lopes Silva Jennifer Estoller da Silva Júlia Leite da Cruz Júlia Rodrigues Lage Lara Peyroton Leal Laura Reis Esteves Leon José de Olveira Soares Leonardo Carvalho Kaizer Lívia Rinaldi Souza Lorena Maria Ferreira de Matos Manuela Cerqueira Lavinas Thales dos Santos Soares Thiago Reis Costa Mattos Vanessa Yukie Tsuyama Tanaka
PET Fernando Henrique Carvalho de Almeida Cardoso Fernando Melim Hottum Gulherme Chimelli Luz Leandro Araújo Hoeltz Lucas Barbosa Cardoso dos Santos Maria Eduarda Vieira Valentim Monique Beatriz da Silva Lassarot Paulo Vitor Amaral Campos Pedro Matioli Franklin Rebeca Barbosa da Costa Carvalho Vinícius Vasconcelos de Araújo
FCE Ana Paula Barros Guaraciaba Caio Chicarino Barbosa de Lima Ellen Da Silva Costa Giselle Fonseca Sales Maia Guilherme Xavier Corrêa Silva Luiza Quintella do Nascimento Batista Mariana Costa de Souza
anos de idade MATRÍCULAS ABERTAS
Três Rios Paraíba do Sul (24) 2252-3998 (24) 2263-6716 www.bridgeovercam.com.br revistaon.com.br
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Revista
CINCO ANOS O tempo passou rápido, mas é isso mesmo: a Revista On comemora cinco anos de existência. Ao invés de apagar as velinhas, separamos algumas páginas para dividir com você um pouco da nossa história...
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ano era 2011. Dilma Rousseff iniciava seu primeiro mandato como presidente do Brasil, um incêndio destruiu barracões de escolas de samba cariocas, a Apple lançou o iPad 2 e Osama bin Laden foi morto. Naquele ano, que parece ter sido ontem mesmo, a Revista On começou a circular na região. Ela chegou com um objetivo muito claro e bastante ousado, como está no editorial da primeira edição: “queremos que seja sua fonte de entretenimento, análise, reflexão e, acima de tudo, experiência de leitura”. Cinco anos depois, ela chega à 30ª edição com o mesmo objetivo. Isso só foi possível porque você aceitou a Revista On. Uma revista ou qualquer outro veículo de comunicação só tem sentido quando atinge o público, quando há diálogo, quando os temas apresentados repercutem de alguma forma. A repercussão pode ser um leve sorriso ao ler um trocadilho escondido no texto, uma vontade de contar para alguém o que leu ou, até mesmo, debater com amigos uma reportagem apresentada. A Revista On continua com o mesmo objetivo, mas a evolução faz parte dessa história. Quer fazer uma experiência?
Pegue a primeira edição e compare com a que está em suas mãos. Muitas coisas mudaram... Mas a vontade de apresentar a região para quem está nela ou quem deseja conhecer ainda mais é a mesma. Acreditamos no poder e no valor da informação que está próxima.
O objetivo sempre foi servir como fonte de análise e experiência de leitura “O que sempre fizemos, ao longo dos últimos cinco anos, foi colocar em evidência tudo aquilo que está tão perto de nós, sejam pessoas, lugares ou ações. Não temos pessoas conhecidas nacionalmente em nossas capas, mas temos pessoas que encontramos diariamente nas ruas e, de alguma forma, possuem relevância para a região. Isso é só um exemplo do que acreditamos dar ainda mais valor à Revista On”, ressalta Felipe Vasconcellos, diretor do Grupo Fiobranco, responsável pela publicação.
A primeira capa apresentou uma retrospectiva dos fatos mais importantes ocorridos na região e noticiados pelo portal Três Rios Online [atual revistaon.com. br], veículo que deu origem à publicação impressa. Desde então, a Revista On já teve, na capa, histórias de pessoas que são referências em variadas áreas para a sociedade local. É a oportunidade de dividir histórias de vidas com os leitores. Deise Lima foi uma delas. A professora e empresária está na capa da edição #19, publicada em fevereiro de 2014, e conta que as semanas seguintes à publicação da revista transformaram o próprio cotidiano. “Foi interessante porque as pessoas começaram a admirar minha história que, até então, não conheciam. Como essa minha história tem muito de transformar um sonho em realidade, as pessoas chegavam até mim para falar que também tinham sonhos a serem realizados e que ficaram mais motivadas para isso”, lembra. Ela era parada até mesmo durante as compras no supermercado! “É uma coisa que sai muito da nossa realidade. Nós não somos famosos, mas a revista traz essa fama e faz isso ser muito interessante. As pessoas realmente se interessam pelas his-
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GENTE ESPECIAL
tórias. Sempre fico esperando as edições da revista para ver quem está na capa e conhecer a vida daquela pessoa, então pude ver que isso não acontece só comigo”. O conteúdo produzido também chama a atenção do leitor pela forma como é apresentado. “O leitor deve sentir prazer ao pegar a revista, folhear e se interessar pelos temas apresentados. Os textos são leves, buscamos conversar com quem está do outro lado”, destaca Frederico Nogueira, editor da revista. Além das reportagens produzidas pela equipe de jornalismo, a revista tem colunistas que colocam em pauta temas em que são especialistas. Roberto Wagner é advogado tributarista, professor universitário e faz parte do time desde a primeira edição. “Para quem gosta de escrever, ter a revista como instrumento de divulgação é um privilégio”, destaca. Roberto passeia por crônicas e análises da legislação nos textos. “Escrevo sobre o que me provoca, me incomoda, me emociona, me chateia, ou seja, respondo na escrita o impacto que recebo do fato de existir. Existir é uma grande surpresa e mistério”, reflete. Nas crônicas, normalmente escreve sobre os absurdos presentes nos relacionamentos humanos. “Quando escrevo crônicas sobre a vida cotidiana, geralmente a repercussão é bem maior do que os textos mais técnicos e sociais. E eu me divirto muito, porém, o escritor corre sempre o risco da incompreensão, máxime, quando fazemos uso da ironia”. Ele sabe bem o tamanho da repercussão dos textos: “Nas ’crônicas” da vida amorosa’, até os porteiros do prédio me cercam para indagar: ‘o
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senhor estava falando de quem?’ e eu sempre respondo brincando com ‘de quem você quiser’, comenta com bom humor. Para manter o foco no conteúdo local, todos os colunistas têm algum vínculo com a região. Helder Caldeira é um filho de Paraíba do Sul que, atualmente, mora em outro estado e se destaca por todo o país como escritor. Ele discorda
Buscamos e apresentamos histórias que merecem ser reconhecidas e divulgadas de quem pensa ser mais difícil escrever para veículos de circulação nacional. “Considero enorme a responsabilidade de escrever exatamente para os leitores do ‘quintal de casa’. Esses leitores conhecem com maior profundidade o colunista, têm domínio de sua história de vida. A expressiva maioria dos leitores da minha coluna na On sabe que eu nasci e cresci em Paraíba do Sul, sabem que fui um aluno razoavelmente bom do Colégio Sul Paraibano, sabem que eu fazia natação no Clube Social, sabem que empenhei todos os esforços políticos e sociais durante os trabalhos realizados na Prefeitura de Paraíba do Sul e na Fundação Cultural. Ao acessar aquilo que escrevo, conseguem ter uma perspectiva que vai além da simples compreensão textual. Esses leitores são mais íntimos
e, consequentemente, inspiram questões bem mais pessoais, mais subjetivas, e com retorno infinitamente mais rápido”. Nas colunas publicadas, Helder já debateu com o leitor sobre política brasileira, relações institucionais, política internacional, economia e as tragédias e sucessos da atualidade. “Para além daquilo que eu queira escrever, a principal pergunta que me faço a cada edição é: sobre qual assunto eles querem ler? Foi assim que a coluna deixou de ser simplesmente coluna e tornou-se uma arena de debates que salta à publicação física e ganha outros espaços de comunicação, especialmente as redes sociais”. Atualmente Helder mora em Mato Grosso e garante que, enquanto escreve para a Revista On, sente-se mais perto de casa. “Quando estou diante do computador, escrevendo as colunas, olho pela minha janela e, no meu ‘quintal’, consigo ver e sentir Paraíba do Sul, Três Rios, Levy Gasparian, Areal e todas essas maravilhas tão nossas”. Os primeiros cinco anos passaram rápido demais, quase nem percebemos... Diariamente buscamos novas histórias que merecem ser conhecidas, reconhecidas e divulgadas. Diariamente nossa equipe encontra formas de mostrar a região em textos e imagens para quem quer conhecer o que está ao redor. Estivemos On diariamente para produzir cada uma das edições e já estamos prontos para mais 30... ou mais 60... ou 90! Como o mundo não para, a Revista On também não se acomoda. Queremos que a nossa inquietude se torne inquietude de cada leitor.
QUEM FAZ ESSA HISTÓRIA ACONTECER
REVISTA ON EM NÚMEROS
Ana Paula Bissoli Bernadete Mattos Bernardo Vergara Daniela Samira Delton P. Bastos Jr. Diego Patrick Ed Silva Emeline Maia Felipe Vasconcellos Frederico Nogueira Helder Caldeira Heverton da Matta Ingrid Rizzo
+ de 85 mil
Isadora Medeiros Josy Pinheiro Juliana Fajardo Leandro Saucer Luiz Cesar Márcio Simões Mayara Stoepke Neílson Júnior Rafael Cerqueira Rafael Luna Roberto Wagner Sabrina Vasconcellos Tatila Nascimento
QUEM FAZ PARTE DA NOSSA HISTÓRIA Alfredo Canedo Aline Leme Aline Rickly Ana Carolina Travassos Ana Paula Caneda Angélica Garcia Bárbara Caputo Cauã Centini Chef Barão Christiano Toledo Daniel Maia David Elmôr Diego Paiva Diego Raposo Euler Massi Felipe Barroso Felipe Curdi Fernanda Eloy Fernanda Tavares Heberti de Souza João Miguel Jonas Souza José Ângelo Costa
Juliana Brandelli Leonardo Muniz Leticia Knibel Luana Moura Luiz Fellipe Aguiar Maicon Pereira Marianne Wilbert Matthaus Mello Nathália Pandeló Oneir Guedes Pamela Corrêa Paula Araújo Pedro Octávio Priscila Okada Rafael Moraes Richard Play Robson Silva Rogério Cerqueira Samyla Duarte Saulo Azevedo Tamiris Santana Tiago Tavares Vagner Lima
revistas em circulação
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“O PAÍS VIVE UM MOMENTO ECONÔMICO DIFÍCIL E TRÊS RIOS NÃO É UMA ILHA FORA DO BRASIL” POR FREDERICO NOGUEIRA FOTOS REVISTA ON
Vinicius Farah ainda tem um ano como prefeito de Três Rios. Em sete anos, entre elogios e críticas, ganhou fama nacional e tornou-se nome forte na política. Sem fugir das perguntas, ele fala sobre a atuação como gestor de um município, a escolha pelo PMDB, os desafios mediante a economia em queda, as manifestações dos servidores públicos municipais em 2015 e os planos para o futuro.
A
ntes de tudo, um aviso importante: a entrevista é longa, mas fundamental para quem quer conhecer as ideias e opiniões do atual prefeito de Três Rios sobre temas que partem da política e chegam ao desejo de estudar medicina e gastronomia. Do passado ao presente, do futebol à falta de tempo, dos sonhos aos desafios diários e frustrações. Um bate-papo que aconteceu em uma noite de sexta-feira, logo depois da brecha que conseguiu para um almoçar um sanduíche.
Ser prefeito por sete anos é cansativo?
Não. A prova é que hoje comecei o dia às 6h40, almocei 18h30 e não tenho hora para sair, já com outro sanduíche na gaveta. É feito com amor, com carinho, sou movido por isso. É isso que me mantém aqui. Na intensidade que trabalho e com a disposição que tenho, é feito com amor. Não encontro outra justificativa. É algo que sonhei muito e acabei de crer que tenho a verdadeira definição de que estou aqui para servir as pessoas, servir a minha cidade. Isso é mágico, é nobre, é isso que me mantém vivo e com disposição. Não teve dúvidas ao tentar o segundo mandato?
Não tive a menor dúvida e estou terminando o segundo com a empolgação do primeiro mês do primeiro mandato. Se pudesse, teria um terceiro?
Se achasse não ter concluído as principais ações para transformar essa cidade, se entendesse que precisava de mais tempo, eu me predispunha a continuar. Mas tenho quase certeza que, ao final de 2016, vamos ter completado o ciclo, entregando para a sociedade trirriense uma nova cidade e, no mínimo, uma cidade muito melhor que quando peguei. Esse é meu papel. Tomara que os próximos peguem a cidade e entreguem melhor que a que vão encontrar. A atuação como prefeito é como você achou que seria ou houve surpresa?
Não me surpreendeu, mas me apaixonei mais pela missão. Lógico que eu imaginava que seria um desafio diário de entrega, de problemas, de alegrias, mas confesso que tive uma surpresa positiva, me apaixonei mais por esse desafio. As surpresas 28
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diárias, os novos projetos, as ambições para fazer as coisas acontecerem, tudo me contaminou de forma diferente, acabei me apaixonando por essa confusão. Acho que é essa busca incessante de querer mais. Inaugurar uma Nestlé e, no dia seguinte, querer trazer outra maior. Inaugurar um viaduto e, de cima o trio elétrico, prometer um novo terminal rodoviário. Acho que fui contaminado por essa paixão de querer fazer uma cidade melhor para todos.
Paraná, do Mato Grosso e de fora do país, é, no mínimo, um sinal que nos estamos no caminho certo. Sinal que está tudo resolvido? Em hipótese alguma, temos muito ainda que melhorar, mas é uma sinalização clara que estamos no caminho certo. As viagens acontecem com frequência. O que você fala nas palestras?
Aumentou minha paixão, mas aumentou muito mais a minha responsabilidade. Acho que quem ganhou com isso foi a cidade de Três Rios e a sociedade, a população. No momento que aumenta a minha responsabilidade, tenho uma visão clara que tenho que produzir sempre mais porque as pessoas vão esperar mais de mim. Acho que ter recebido por duas vezes o título de “Prefeito empreendedor” aumentou minha responsabilidade e isso acabou como sinônimo de mais conquistas na vida das pessoas. Se as pessoas me enxergam com essa visão, elas esperam mais de mim. Se elas esperam mais de mim, não posso fazer pouco.
Tenho viajado muito, não só pelo Sebrae, mas, também, pela Frente Nacional dos Prefeitos, que sou o vice-presidente de desenvolvimento, e como convidado por organizadores de eventos. Eu conto, tanto na Itália como no sertão de Pernambuco, uma única história: os projetos e ações que implementamos nos últimos anos em Três Rios que resultaram na transformação socioeconômica da população. O prazer dessa palestra é porque não construí fórmulas mirabolantes para apresentá-la. Faço uma narrativa do que eu vivi, do que fizemos e do que isso representou na vida das pessoas. É isso que é gostoso e por isso vou com o maior prazer do mundo. Chego lá e conto a verdade, os números, o que avançou, o que melhorou, o que pode avançar mais, o que estamos fazendo nesse momento de dificuldade econômica que o país vive.
O deixou mais confiante como gestor?
Também aprende com os prefeitos?
Quem mede os resultados que acontecem no dia a dia da cidade somos nós, a sociedade, e eu, como cidadão. Moro aqui, amo minha cidade, tenho negócios na minha cidade, então não preciso de nenhuma fórmula mirabolante para enxergar a melhoria na vida das pessoas. Mas, quando somos reconhecidos nacional e internacionalmente, a gente passa a entender que temos que produzir mais e ser melhor dia após dia. Hoje me considero um cara melhor em razão do aumento da minha responsabilidade, da forma como sou visto como gestor e da forma que Três Rios é vista. A cidade virou uma referência. Acabei de chegar de Turim onde fiz a palestra no Fórum Mundial de Desenvolvimento Econômico para 4.000 pessoas de 87 países. Estou indo para Barcelona, onde vou fazer uma palestra na abertura da maior feira de cidades do mundo, convidado pelos organizadores. Então, acho que estou no caminho certo. Se o modelo da minha gestão é convidado para falar para prefeitos do sertão de Pernambuco, do
Aprendo muito, por isso me empolga. Saio de uma palestra onde falo para representantes de países e, depois, falo, no Brasil, para prefeitos do agreste, com realidades completamente diferentes. Recebemos delegações quase todos os meses de todos os cantos do país. São prefeitos e secretários de todo o país que ficam aqui por dois dias para conhecer o que fizemos. É sempre muito proveitosa essa troca. Por mais que nos deparemos com uma realidade distinta, como a dificuldade econômica no agreste de Pernambuco, sempre temos coisas a aprender. Acho que tenho me tornado melhor porque aproveito a palestra que é para contar o que fizemos e acabo trazendo na bagagem muito aprendizado. Me permito ouvir as experiências deles e já cheguei aqui e implementei coisas que vi em cidades onde fui para ensinar.
Receber o título de Prefeito Empreendedor aumentou isso?
Como quais ações?
Como criar mais mecanismos de incentivo ao microempreendedor e ao emprerevistaon.com.br
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endedor individual. Já temos uma política reconhecida nacionalmente, temos a Casa do Empreendedor, mas, quando caímos em realidades econômicas muito mais difíceis que a do Sudeste, como o Nordeste, vemos que eles avançaram muito mais em oferecer para esses pequenos produtores, principalmente, mais oportunidades dentro do poder púbico. Em todos os cantos que vou, principalmente quando existe essa desigualdade econômica e social, trago muito mais aprendizado do leque maior de possibilidades para os empreendedores individuais se tornarem uma realidade na cidade.
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Mesmo sabendo que estamos fazendo muito, ainda estamos aquém do desejo e do direito do cidadão”
A experiência como empresário ajuda a gerir a cidade? Ainda tem tempo para cuidar dos negócios?
Eu tento encontrar tempo, tenho que encontrar. Não me distanciei, procuro tocar meus negócios nas brechas, mas sou favorecido porque tenho sócios competentes que entendem minha entrega à Prefeitura. Eles entendem com uma visão muito prática, sabem que é melhor eu estar aqui fazendo Três Rios crescer porque, quando a cidade cresce, os negócios também tendem a crescer. Então, entendem que ajudo os negócios mesmo estando distante. Isso me dá muita tranquilidade para me dedicar quase 100% à Prefeitura. Se tiver que fazer uma escala, diria que dedico 95% do meu tempo à Prefeitura e 5% aos meus negócios. Não posso deixar totalmente porque não existe profissão político. Não sou prefeito, eu estou prefeito. Sou empresário há 26 anos e, no dia 31 de dezembro de 2016, quando sair daqui, independente das oportunidades que a política oferecer, no dia seguinte estou tocando meus negócios como empresário. Entendo que estou aqui para produzir resultados até meu prazo de validade, que é o prazo do mandato. Vou enxergar meus negócios de forma diferente pela visão que tive no setor público. Eles me deram uma visão muito pragmática e imediatista, o que é um pouco diferente do que vemos na política pública, com burocracias. Mas trouxe um pouco dessa minha visão empreendedora para a Prefeitura, com certeza, do contrário as coisas não teriam acontecido tão rápido nesse curto espaço de tempo. Qual a maior dificuldade em gerir um município?
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Lidar com o desejo da sociedade de, com todo direito, querer sempre mais, melhor e imediatamente. É um desafio diário e é uma cobrança positiva do ser humano. O ser humano quer e necessita sempre mais. Quando transformamos uma cidade como a nossa, é natural que as cobranças aumentem. Aquela pessoa que durante 50 anos conviveu com nada acontecendo ao seu redor, ao ver um monte de coisas acontecendo em todos os cantos, é natural que também queira para ele. Por que está acontecendo lá no bairro tal e não veio para mim? Por que tem no centro da cidade e não tem para mim? Essa cobrança é sempre maior. A gente traz empresas e somos cobrados que precisamos qualificar a mão de obra local. Se juntarmos as parcerias com a Firjan e com o CVT, qualificamos mais de 15 mil pessoas por ano. E as pessoas ainda cobram porque não param de abrir novos postos de trabalho. São cobranças que não acabam. Esse é o maior desafio: fazer e, mesmo sabendo que estamos fazendo muito, ainda estamos aquém do desejo e do direito do cidadão. Se ele nos deu a oportunidade de estarmos aqui é porque acredita que podemos mais e, então, exerce esse papel de cobrança. Consegue andar na rua sem ser parado?
Não consigo, mas ando pouco pelas ruas em razão da minha entrega nessa engrenagem. Se andasse o dia inteiro na rua, seria um prefeito vagabundo, que não gostava de trabalhar. Prefeito que trabalha tem que produzir transformações na vida das pessoas. Não faço política de oba-oba, faço política de resultado. Para eu produzir resultados tenho que trabalhar como hoje, como faço quase todos os dias. Cheguei às 6h40 e vou sair, talvez, 1h, não dá para ficar andando na rua. Mas, quando ando, sou sempre abordado pelas pessoas. Gosto disso. Sou abordado com respeito, com carinho. Apesar de sete anos como prefeito, continuo com os mesmos hábitos que tinha quando não era. Não tenho motorista, ando sozinho, dirijo meu carro, paro nos lugares que sempre parei e isso é um sinônimo de que as pessoas gostam de mim, que não preciso estar protegido por ninguém para lidar com elas. Seria muito mais parado e assediado se estivesse na rua mais tempo, mas, se fizesse isso, não
teria feito 10% do que construí. Para ter produzido tudo isso, foi muita ausência da rua, ausência de sono, ausência de almoço, janta e café da manhã. Então você não consegue aproveitar a cidade que está construindo...
De jeito nenhum, infelizmente. Vou aproveitar muito mais quando sair do governo. Saio pela cidade à noite para olhar, ver se tem problemas e, no dia seguinte, cobrar da minha equipe. Sou meio coruja da noite olhando problemas. Não tem quase ninguém para me parar, mas exerço o papel de fiscal. O cidadão paga os tributos e quer ver resultado, então, aproveito minha falta de sono e, quando dá para ir à rua, já tarde, dou uma olhada. Aprendi isso com o prefeito Alberto Lavinas. Ele era um professor nisso. Depois do trabalho, ele rodava a cidade inteira não só prospectando a cidade que queria, mas enxergando os problemas. Tenho no Alberto uma grande escola política. Empreendedor, dinâmico, pragmático. Sou muito grato aos ensinamentos. Respeito todos os prefeitos que passaram, cada um tem sua característica, mas tenho o discernimento de afirmar que tenho muito do que aprendi e convivi com o Alberto. Conhece a cidade inteira?
Afirmo, conheço Três Rios de ponta a ponta. E mais, conheço não só as soluções que encontramos como conheço os problemas que ainda persistem. É isso que queremos eliminar. Sabe ouvir elogios e críticas?
Sempre faço isso, sou uma pessoa democrática, que respeita o ser humano. A maior demonstração de respeito, ainda mais vindo de um homem público, é saber ouvir o que o outro tem a dizer para elogiar e cobrar. Lógico que qualquer cidadão prefere ouvir elogios. Recebo com alegria, aumenta minha responsabilidade, mas respeito, de forma muito natural, as cobranças. Esse é o meu papel, sou empregado da população, ela tem que cobrar de mim, ela que me paga, eu trabalho para ela. Sei mudar de opinião quando sou convencido, sei ouvir as pessoas. Quantas vezes já cheguei com um projeto pronto em mente, que levei um ano formatando, e que foi convencido
em duas ou três horas pela minha equipe ou pela sociedade me mostrando o que não tinha enxergado, não sou o dono da razão. A cidade está com várias obras paradas por falta de repasses. Como lida com essa cobrança?
Eu tenho respondido com um caminhão de obras acontecendo com recursos próprios da Prefeitura. A minha resposta é sair apenas da verbal e produzir outras ações. Estamos no ano da pior economia desse país e já fiz mais de 30 inaugurações nos últimos seis meses. Existem outras obras que são convênios, seja com o Governo Federal ou com o Estadual, não importa, e há atrasos. A Prefeitura não tem como obrigar nenhuma empresa a fazer uma obra se o dinheiro daquele convênio não está chegando. Como trato esse momento desconfortável: produzindo outras obras que garanto que não vão parar porque só dependem da Prefeitura. Nas que pararam, sempre falo a verdade, explico que são convênios, o país vive um momento econômico difícil, não dá para as pessoas acharem que Três Rios é uma ilha fora do Brasil. Existe uma crise e nós estamos enfrentando com altruísmo, com conquistas, com obras. Tem prefeitos que não fizeram nenhuma inauguração em 2015. A sociedade trirriense tem o direito de cobrar, mas tem que fazer o exercício de ver que aqui ainda está muito melhor que em outros locais. O que me tranquiliza é a certeza que todas as obras começadas serão terminadas até o final do meu mandato. Se era para ficar pronta em um ano e demorou três porque o dinheiro do convênio não chegou, isso é um problema inerente a minha vontade. Se eu tivesse o dinheiro do convênio, faria no prazo do contrato. Ainda sobre dificuldades financeiras, há municípios que fecharam UPAs ou estão perto de fechar. Como a de Três Rios está ativa?
Não só a Upa como todos os projetos das áreas de saúde, educação e social continuam com o mesmo padrão e quantitativo de atendimento e equipe. Tive que construir alternativas. O dinheiro diminuiu, existe uma crise econômica e não consigo produzir dinheiro novo. Pelo contrário, a cada mês tenho menos dinheiro entrando na conta da Prefeitura. Tenho dois caminhos: um é revistaon.com.br
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Primeiro sou Sérgio Cabral, depois sou PMDB. No dia que ele sair, também saio”
esse da pergunta, com a maioria dos prefeitos cancelando ou diminuindo programas e projetos. O outro é encontrar uma alternativa, e foi o que escolhi. Diminuí horas extras, meu salário, o do vice e dos cargos de confiança, diminuí função gratificada, pagamento de diárias, reduzi todos os contratos. Com essa economia que não muda em nada o dia a dia do cidadão, garanti, sem tirar um centavo ou um profissional, não só a UPA como todos os programas. O mais fácil seria chegar nesse momento de dificuldade e fazer contas para cortar. O Planeta Criança atende 600 crianças, poderia reduzir pra 300 e economizar muito. A UPA é 24 horas, podia colocar para funcionar 12 horas. Minha despesa cairia, mas a qualidade do serviço cairia na mesma proporção. Esse é o maior desafio que tenho conseguido vencer. Não fiz mágica, fiz cortes onde era possível. Fui um dos primeiros prefeitos do país a reduzir o próprio salário. Mas cancelei a exposição e festivais. Não são importantes? São, claro, mas tinha que colocar na balança. Seria melhor fazer uma exposição que acabaria depois de cinco dias ou não diminuir o número de atendimentos na UPA? Em 2015 aconteceram manifestações dos servidores públicos municipais que poderiam ter resultado em uma greve. Como isso chega para o administrador?
Ela chegou de uma forma muito pequena. A Prefeitura tem quase 4.000 funcionários e tivemos um foco que não chegou a 100 pessoas. Quando foi para a votação em assembleia, a maioria foi a favor da proposta do governo, isso mostra o respeito que o funcionário público tem com o governo. Não posso querer 4.000 pessoas concordando com tudo o que fazemos, estamos em uma democracia, todos têm o direito de aceitar ou não. O que me deixou feliz foi ter sido um universo muito pequeno e entendo o motivo disso. Fui o prefeito que, na história de Três Rios, a cada ano do mandato dei a correção salarial dos funcionários, fiz quatro concursos públicos, antecipei o salário para dentro do mês trabalhado, nunca atrasei um dia o pagamento. Dei o plano de cargos e salários do Saeetri, do magistério e, agora, ano que vem, será a vez do funcionalismo em geral. Apesar de cobrarem e terem esse direito, entendo que foi uma minoria, não houve tumulto ou 32
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baderna. Se eles não entenderem tudo isso como avanço, tem alguma coisa errada. Mudando de assunto, por que a escolha pelo PMDB?
Fui pelo Sérgio Cabral quando ainda era deputado estadual. Tenho uma relação profunda de amizade e parceria política com ele. Fui eleito vereador em 1988 pelo PDT. Depois, saí para ser candidato a prefeito, em 2000, pelo PT do B. Não pensava em sair do partido até que o Sérgio Cabral me convidou para entrar no PMDB. Afirmo que, no dia que o Cabral sair do PMDB, eu saio no mesmo dia. Primeiro sou Sérgio Cabral, depois sou PMDB. Por que essa relação forte?
Primeiro porque entendo que ele é a maior escola que um político possa ter, o maior gestor que já vi, um cara com uma visão dificilmente encontrada em qualquer lugar deste ou de outro país. É um cara pragmático, com visão moderna, ágil, rápida. Primeiro sou admirador do gestor e, ao longo dessa admiração, construímos uma relação de amizade, respeito e gratidão. Eu devo, e Três Rios deve muito, ao Cabral e ao Pezão pelo que fizeram aqui ao longo dos últimos anos. Aprendi que o sentimento mais importante que o ser humano deve ter e exercitar todos os dias é a gratidão. Conseguimos fazer muitas coisas aqui, mas um caminhão de outras coisas só foram possíveis porque tive 100% apoio do Cabral e do Pezão. Por isso que qualquer alteração que o Cabral e o Pezão façam eu vou seguir. Respeito esses homens públicos e sou grato, esses caras me ajudaram como nunca a fazer a vida do cidadão melhorar. Não posso, no momento que eles precisarem de mim, virar as costas. O meu compromisso é com Três Rios e tenho certeza que uma mudança de partido vinda de um Cabral, um Pezão ou um Picciani não traz perspectivas de retrocesso, pelo contrário, só trariam horizontes de melhorias. Acredito neles, sou fiel politicamente a eles, aprendi e aprendo todos os dias. Governar a cidade enquanto o PMDB está no governo do Estado proporcionou facilidades? Seria diferente se não fosse o seu partido?
Total facilidade. Não por ser o PMDB,
mas pela forma como o Cabral enxerga a política. Ele quebrou aquela máxima de, caso o prefeito seja do partido aliado, recebe os recursos e, se for de outro partido, não ajuda. O Cabral acabou com isso. Tanto que o Pezão foi o candidato dele e teve apoio de 84 prefeitos do Estado. Então, seria um absurdo eu falar que minha vida não foi facilitada. Não pelo PMDB, mas pela maneira dele gerir a vida pública. Ele ajudou todos. Não vou dizer que fui o mais ajudado, mas, talvez, tenha sido o mais competente em aproveitar melhor as oportunidades e, por isso, os números de Três Rios se destacam. No Congresso, as decisões são tomadas em blocos. Na vida do prefeito, como acontecem as decisões? As ideias partem sempre de quem governa?
Nem sempre, mas é natural que a maior responsabilidade de pensar, sonhar e criar é minha. Eu fui eleito, eu que empenhei minha palavra e meu nome para a sociedade. Mas isso não é uma regra, tenho grandes projetos que não foram ideias minhas, mas dos meus colaboradores, de pessoas comuns que me abordam nas ruas ou que copiei de outras cidades. Não quero ser o dono de Três Rios, não quero ser o melhor de todos. Quero ser o cara que consegue fazer as transformações na vida das pessoas. O que me convence é o que é melhor para o cidadão. Importante falar, também, nesse momento positivo da cidade, sobre a boa relação com a Câmara de Vereadores. Três Rios perdeu muito, sofreu por quase 40 anos, com a Câmara querendo cassar prefeito, querendo prejudicar porque não era do partido ou porque um vereador queria o lugar do prefeito. Quem pagou o preço dessas brigas foi a sociedade, que viu uma cidade estagnada. Nós construímos um ambiente completamente diferente, os poderes são independentes e se respeitam. É muito melhor estarmos juntos para sermos mais fortes do que dividir. Essa união madura, responsável e séria, que respeita as independências, tem sido fundamental. Você foi escolhido para receber, esse ano, a maior comenda da Câmara com o governo em andamento. Isso não coloca a independência dos poderes em dúvida perante a sociedade?
Não, acho que é reconhecimento, cora-
gem de reconhecer aquilo que o país inteiro reconhece. O que a Câmara quis fazer comigo, dando a maior comenda ainda no exercício do mandato, foi externar o sentimento da maioria da população que, hoje, tem a autoestima lá em cima e sente orgulho em ver seu prefeito sendo uma pessoa requisitada no mundo inteiro. Acho que a Câmara produziu reconhecimento por ser um fato histórico nosso município estar entre as 50 melhores cidades pela revista Istoé. Sabe aquela história de homenagear quem já morreu? O que adianta alguém receber comenda depois que já morreu? Acho que a Câmara quis isso, achou que seria bacana, no exercício do mandato, falar que reconhece tudo o que está acontecendo. Então, sinceramente, acredito que é isso. Até porque a Câmara não é burra, se enxergasse que isso desse uma conotação piegas e populista, não faria, poderia esperar mais um ano. Mas acharam que o momento é esse. Será que, daqui a um ano, uma comenda teria o mesmo peso de agora, no calor dessa alegria? No calor da chegada de uma faculdade de medicina? Foi assim que entendi. Com tantos escândalos na política, como continuar nela?
Fazendo da forma que faço. Respeito o caminho que cada homem escolhe na sua vida, seja na empresarial, profissional ou política. Cada um é dono do seu nariz e escolhe o caminho que vai trilhar. Tem um monte de bandidos e picaretas em qualquer segmento da sociedade, inclusive na política. Como continuar na política com um meio tão podre, com tantos escândalos? Resumiria, mais uma vez, dizendo: fazer como faço, fazer direito, com ética, com princípios, com respeito, com transparência, sempre movido pelo desejo de transformar a vida das pessoas. Posso dizer que tenho orgulho de ser político. Tem gente que tem vergonha, mas eu tenho orgulho de dizer o que faço no país inteiro. Acredita que a política ainda possa ser feita apenas por pessoas com boas intenções?
Tenho certeza que pode. E a política é o único caminho para essa transformação. É das mãos dos políticos que saem todas as decisões que mudam o rumo e o curso da vida das pessoas. Não existe, em um país derevistaon.com.br
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Anota aí, ainda vou ser médico, nem que seja com 80 anos, e tenho um projeto de cursar gastronomia”
mocrático como o nosso, qualquer mudança para melhor ou para pior que aconteça sem a participação do político. Qualquer perspectiva de melhora ou de piora passa por nós, homens públicos. Para mudar cada vez mais, o eleitor precisa acompanhar a política para não se deixar levar por aquelas pessoas que vendem uma imagem diferente do que são.
popular, com uma piscina pública, para a população de baixa renda. Prometi e estou em busca disso. Ainda tenho 13 meses para fazer. Enquanto tiver um dia, vou acreditar que é possível.
A população se permite corromper nesse processo...
Acho que, quem não me conhece, ao se deparar comigo, acaba conhecendo um Vinicius que não enxergava, igual a ela, ser humano comum, com hábitos simples, com virtudes enormes, sendo que a principal delas é ter grandes amigos ao redor. Ao mesmo tempo que existe esse Vinicius com hábitos simples, existe o Vinicius gestor determinado que não mede as consequências para fazer as coisas acontecerem. As pessoas, talvez, me enxerguem como o cara que briga e não sabem que, por dentro, tem o Vinicius ser humano. Fico feliz quando descobrem isso. Sem querer, acabamos virando produtos e as pessoas nos julgam assim, não olham a essência. Mas sou assim, tenho os mesmos hábitos de antes e os mesmos amigos. O maior troféu e orgulho é que vou sair da vida pública com os mesmos amigos que entrei e com novos, enquanto a política é uma fábrica de perder amigos.
Não trataria como ‘se corromper’ porque, hoje, por mais humilde que alguém seja, ela aprendeu muito, mas, infelizmente, busca menos informação do que deveria. É através do voto que a pessoa pode transformar a vida dela e da família. Então, a saída é o eleitor, toda vez que tiver um processo político, conhecer melhor quem são e quais serão os escolhidos para mudar a vida. Falta o acompanhamento da sociedade para, ao escolher, escolher melhor. Você só escolhe melhor um produto quando o conhece. Na política é a mesma coisa. Passa por decepções como gestor?
Passo por frustações. Natural que, depois de quase oito anos, alguns dos meus sonhos não consiga traduzir em realidade, então, vou sair com alguma tristeza por não ter feito o que queria. Não para preencher meu ego e minha vaidade, mas porque sei que cada sonho que não vou realizar é uma ou milhares de vidas que estou deixando de melhorar. Então, é uma frustração de ser humano, queria que todos os sonhos pudessem virar realidade. O que você quis muito e conseguiu e o que já sabe que não vai conseguir?
Quis muito dar dignidade ao cidadão trirriense. Quis muito dar autoestima, fazer o cidadão ter orgulho de ser trirriense e feliz. Para querer isso, tinha que conseguir trazer empregos, gerar renda, qualificação profissional e uma cidade completamente transformada. Fiz isso, Três Rios é outra. Uma frustração só vou poder dizer no dia 31 de dezembro de 2016, quando olhar pra trás e ver o que não consegui fazer. Até lá, continuo com pensamento firme que vou conseguir fazer tudo o que quero. E qual é o mais desafiador?
O mais desafiador é entregar o clube 34
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Você é uma pessoa pública, mas o que as pessoas não sabem sobre você e se surpreendem quando descobrem?
Ainda tem tempo para o futebol?
Não, mas faz falta. Faz falta o convívio com as pessoas que gosto, o convívio que é a minha essência. Sou do esporte, militei na periferia minha vida inteira lidando com grupos, com todos os tipos de pessoas, minha essência é essa. Natural que sinta falta desse aconchego da amizade. O futebol é apenas um pretexto para estar junto com as pessoas. O que faz quando não está na Prefeitura ou pensando nela?
Quase impossível responder isso. O que faço é rezar e pedir pelas pessoas que amo e que, infelizmente, pela minha dedicação integral, estou ausente. Tento compensar a ausência física com boas orações e pedidos bons para elas, mas confesso que penso no meu trabalho 24 horas por dia. Ainda assim consigo organizar o tempo. O pouco tempo que tenho com a família é intenso. É como a qualidade do sono, tem gente que dorme 12 horas e se sente cansado e tem os que
dormem três ou quatro horas e ficam bem. É exatamente o que acontece em relação a minha família. Tenho pouco tempo, mas aproveito com qualidade. Essa entrega também priva de outras coisas que queria fazer?
Eu queria e vou conseguir, anota aí. Vou ser médico, um sonho meu de ser humano, nem que seja com 80 anos. E tenho um projeto de fazer universidade de gastronomia e, quem sabe, ter um espaço para produzir as coisas que aprendi. São duas coisas que hoje são inviabilizadas. Não sei prever o futuro, posso planejar, mas isso não significa que vai acontecer. São coisas que já me perseguem há anos e, trabalhando como trabalho, nem miojo consigo fazer [risos]. São novos projetos de vida, gosto de desafios. É aquilo que colocamos como marca do governo: o difícil eu faço agora, o impossível me dê cinco minutos para eu me preparar. E quer ser médico para ter consultório?
Quero ser médico para transformar as pessoas, como aquelas médicos sem fronteiras. Não quero ser médico para ter consultório e cobrar consultas, até porque, se tudo correr bem, vou ser médico com 70 anos, então minha vida já vai estar pronta. Quero ser médico para preencher um desejo de ser humano. Hoje faço o bem como prefeito e, quem sabe, vou ter a possibilidade de fazer o bem como profissional de medicina. Quais os planos para 2017?
Planejo o que as pessoas planejam para mim. Faço parte de um grupo político, do qual já disse, com o Cabral como maior liderança. É natural que esse grupo tenha um desenho para o meu futuro. Ao apresentarem esse futuro, vou analisar e, se for algo que venha ao encontro do que quero, vou pular para dentro. Não tenho medo de desafios, não tenho medo de trabalho, então, primeiro quero estar prefeito. Por isso recusei ser candidato a deputado estadual e ser secretário do Pezão no início do governo dele. Enquanto estiver aqui, só uma coisa me move: o compromisso de retribuir a confiança que a população sempre teve em mim. Já está psicologicamente pronto para deixar a Prefeitura?
Totalmente. Saio leve e feliz porque vou
olhar para trás e ver o sentimento do dever cumprido. Depois de sete anos, afirmo que quem fica em uma prefeitura ou outro governo por quatro ou oito anos e sai dizendo que não estava preparado é porque é um tremendo incompetente. Ao sair daqui, vou sair leve como uma pluma, com sentimento de dever cumprido. E, o mais importante, apesar de saber que vão faltar muitas coisas, vou deixar uma cidade muito melhor do que a que peguei. Entrego uma Três Rios diferente e espero que os que venham depois de mim façam a mesma coisa. Tem uma dica para o próximo prefeito?
Não acertamos em tudo, óbvio, mas tentamos tudo. A dica é que aproveite todas as experiências que deram certo, independente de ser criação do Vinicius ou de qualquer outro, que saiba não misturar as questões partidárias e políticas. E entendo que construímos um grupo muito competente de colaboradores e, da mesma forma que aproveitei alguns, poucos, de outros governos, acho que entrego uma mão de obra muito melhor do que a que peguei, com mais pessoas que podem ser aproveitadas. Outra dica é que, para fazer direito, tem que querer de verdade. Então, o recado que deixo para qualquer outro que venha a ser prefeito é que vire prefeito de verdade, que queira de verdade continuar mudando a vida das pessoas e melhorando essa cidade. Quando você tem essa disposição, quando deixa questão partidária e política de lado, quando pensa no bem da sociedade, o resultado aparece e todo mundo sai ganhando. Deu tempo de construir discípulos?
Acho que nós construímos discípulos a todo instante com atitudes. Produzi muitas atitudes positivas que servem como exemplos. Tenho certeza que quem entendeu dessa maneira e se espelhou nas minhas ações, vai, assim como eu, sair melhor que quando entrou. Acho natural uma liderança formar exército que compra seu sonho, seus pensamentos, sua transpiração e suas reações. Isso não deixa de ser a construção de discípulos, as pessoas se miram. Acho que deixei muito mais discípulos do bem do que do mau em tudo o que produzi nos últimos anos. revistaon.com.br
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O DESCOBRIDOR DOS
SETE MARES POR MAYARA STOEPKE FOTOS ARQUIVO PESSOAL
Aos oito anos, Lucas Palharez assistiu pela primeira vez o sucesso Titanic, do diretor James Cameron. Naquele momento tornou-se um apaixonado pelo mar e por navios. Aos 17 anos, com criatividade e determinação, apresenta os resultados dos trabalhos manuais que desenvolveu de forma autodidata.
A
relação de Lucas Palharez com os navios começou há nove anos por meio de filmes sobre o Titanic e outras embarcações. A inspiração surgiu e a temática naval passou a fazer parte da rotina. Proa, linhas, curvas dos navios e transatlânticos foram transformados em desenhos. Aos 10 anos, quando encontrou o casco de um pequeno navio em Areal, cidade onde mora, teve o primeiro contato real com a nova paixão. Sem perder tempo, reformou aquele material. “Fiz uma cabine com cabo de picolé e fui ajustando tudo, o que levou um bom tempo. Comecei a pesquisar em livros escolares. Quando via imagens de navios, eu recortava e guardava”, lembra. Maria Aparecida, mãe do adolescente, sempre acreditou no dom do filho. “Ele pegava meus saquinhos de chá, tirava a cordinha e colocava em seus navios. Nunca gostou de carrinho, por exemplo, suas brincadeiras envolviam sempre navios. Com o passar do tempo, percebi que aquilo era importante para ele, então passei a incentivar 38
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Comecei a pesquisar em livros escolares quando via imagens de navios, eu os recortava e guardava”, lembra Lucas
e acompanhar quando necessário”, ressalta. Apesar de jovem, o trabalho de Lucas é comparado ao de “gente grande”. A partir da primeira experiência, passou a se aprofundar e especializar ainda mais. Construiu seu próprio Titanic, com dois metros, e nunca mais parou. Lucas pesquisa sozinho e conta não feito cursos de desenho ou algum relacionado à construção de navios. As pesquisas baseiam-se em vídeos na internet e livros. “Depois desse primeiro barco, fiz um transatlântico não muito desenvolvido. No começo, trabalhava só com isopor, depois eu conheci o papel car-
tão, veio o EVA, papel paraná e, hoje, utilizo materiais reciclados”, explica. Materiais como sacos plásticos, palitos de fósforo e fita isolante são suas matérias-primas e instrumentos de trabalho. Para iniciar uma construção, ao decidir o navio que será construído, ele passa por fases de pesquisas, compra de materiais e corte dos moldes. “Não utilizo plantas, vou seguindo as informações que encontro na internet e faço tudo ‘de olho’”. Aos 11 anos, desenvolveu interesse pela marinha de guerra, foi quando surgiu o sonho de ingressar na Marinha. “Passei a desenvolver navios de séculos passados, mas atualmente só faço navios modernos”. Em 2012, a coleção “Para Montar”, disponibilizada em bancas de jornal, fez Lucas ir além. O jovem começou a comprar as peças, mas, como o preço subia a cada nova edição, ele resolveu parar de comprar e construiu sozinho o próprio navio. “Me considero um aprendiz, em cada navio que faço eu aprendo algo novo”.
GENTE ARTE
TRABALHO MINUCIOSO Todas as construções de Lucas são ricas em detalhes
Desde que começou a desenvolver o dom, já construiu cerca de 20 navios que estão em sua casa, além dos que já vendeu. O hobby tornou-se uma possibilidade de renda. Com a divulgação do trabalho nas redes sociais, Lucas conquistou algumas encomendas e seu nome começou a navegar pelo Brasil. “Tenho encomenda do Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Desenvolvo a estrutura do barco e vou enviando a foto para que o cliente vá acompanhando. Quando pronto, envio pelos Correios”. Ele tem cinco trabalhos em desenvolvimento e o valor dos navios varia entre R$ 450 e R$ 550. Lucas tem contato com modelistas navais da Argentina e outras partes do mundo e comenta que a arte ganha cada vez mais espaço até mesmo na decoração. Colecionadores e pessoas ligadas ao mundo naval apreciam as peças. “Os navios dão o ‘ar da graça’”, brinca. Apesar desse crescimento, na região ainda é difícil encontrar profissionais que desenvolvam esse trabalho. “As pessoas de outras cidades são as que me procuram profissionalmente. Meus conterrâneos me procuram mais para apreciarem, não como algo profissional, até mesmo por não ser uma arte popular”, enfatiza. O artista evidencia que não é fácil se especializar por conta da falta de recursos na região, a solução é ter dedicação total. “Ainda estudo, então o trabalho precisa ser nas horas ‘extras’, faço muita coisa de madrugada e concilio com meus estudos e vida social, o que geralmente não é fácil”, conta. O dom do jovem já o levou até novos mares. Um dos seus navios está na Base Naval do Rio de Janeiro, uma oportunida-
STAR PRINCESS Os navios podem ser colocados na água
de que surgiu a partir da internet. “No Facebook, conheci um oficial que trabalha na Marinha, e, por coincidência, o mesmo navio que ele trabalha era um que eu tinha feito, a Fragata Bosisio. Ele se interessou pelo trabalho e veio aqui buscar. Quando o navio em que trabalhava deu baixa, me convidou para ir até a cerimônia e tive a honra de conhecer o comandante e outras pessoas de patente. Foi um momento muito especial na minha vida”. A mãe o acompanhou e se orgulha em falar sobre o momento. “A minha felicidade é enorme em ver o Lucas conquistando seu espaço. A minha única preocupação era que tudo isso pudesse atrapalhar seus estudos, mas ele concilia muito bem”, conta. Com o reconhecimento e sucesso das obras de arte, o jovem ainda quer desenvolver novos modelos e entrar para a Marinha, mas informa que é uma paixão ainda no início. “A paixão pela vida naval me ajudou a estruturar toda minha vida, tudo isso faz parte de mim, é meu suporte. Não me imagino sem meus navios”. revistaon.com.br
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apresenta
TRATAMENTO DE
DEFORMIDADES
DENTO FACIAIS FOTOS DIVULGAÇÃO
A partir desta edição, o cirurgião dentista Dr. Alexandre Junqueira Marques e os especialistas da Clínica RIT Odontologia Avançada passam a apresentar temas de interesse comum ao leitor. Para começar, o assunto é o tratamento de deformidades dento faciais.
A
cirurgia ortognática é assim denominada por constituir-se de técnicas de reposicionamento dos ossos faciais com o objetivo de corrigir a posição dos maxilares e, por conseguinte, estabelecer o equilíbrio entre a face e o crânio. Os principais ossos da face envolvidos nesse tratamento são a maxila e mandíbula. A cirurgia ortognática é um tratamento que não se resume apenas ao ato cirúrgico e, sim, a um trabalho prévio de preparação de 18 a 24 meses, onde estará incluído o tratamento ortodôntico, fonoaudiológico e psicológico. Realizada a cirurgia, segue o tratamento ortodôntico por um período entre oito e 12 meses. O resultado atingido com a oclusão dentária no pós-operatório se deve, em grande parte, à ortodontia, que é fundamental e inseparável para alcançar o sucesso. Como as técnicas são bem conhecidas e divulgadas, hoje o interesse está centrado nos detalhes de diagnóstico e plano de tratamento. Os estudos destacam que as principais razões para o paciente procurar a cirurgia ortognática são, além do motivo
Entre os motivos para a cirurgia ortognática estão a estética e os distúrbios funcionais, como a má oclusão e as desordens têmporo-mandibulares
estético, tanto facial como dentário, os distúrbios funcionais, entre eles estão a má oclusão, as desordens têmporo-mandibulares, a dor crônica ou intermitente, a limitação de movimentos mandibulares e o ruído na articulação. A relação maxilo-mandibular corrigida pela cirurgia ortognática favorecerá a função mastigatória, a fonética, a respiração e a estética facial. Portanto, muitas implicações estão envolvidas neste tratamento cirúrgico, pois as mudanças faciais repercutem na vida pessoal e social do indivíduo e, por vezes, o componente psicológico do paciente deverá ser pre-
parado para receber um procedimento cirúrgico de tal magnitude. Os sentimentos dos pacientes também são determinados pela sua face e a deformidade dentofacial pode prejudicar suas relações sociais. Após a cirurgia ortognática, observa-se uma plena disposição do paciente para novas relações, pois os resultados funcional e estético são observados rapidamente e o indivíduo sente-se seguro para vislumbrar novos horizontes. O incentivo da família pode ser um fator positivo para o paciente, sendo um valioso recurso complementar terapêutico. Outra recente indicação da cirurgia ortognática é feita pelos médicos especialistas que tratam a Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono. O avanço do esqueleto facial descomprime as vias aéreas que passam atrás da cavidade bucal, liberando a passagem do ar. Isso diminui ciclos de apneia e ronco, melhorando a qualidade de vida dos pacientes e familiares. Diante da complexidade de tal tratamento multidisciplinar, cabem algumas recomendações legais para o exercício profissional e da determinação legal para o cirurgião-dentista realizar a ci-
ILUSTRAÇÃO REPRESENTANDO AS TÉCNICAS DE REPOSICIONAMENTO ÓSSEO
SOFTWARE DE PLANEJAMENTO DAS CIRURGIAS ÓSSEAS DA FACE
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA EVIDENCIA O ESTRANGULAMENTO DAS VIAS AÉREAS PELO MAU POSICIONAMENTO DOS OSSOS DA FACE E, COM ISSO, O AR NA FARINGE PASSA COM DIFICULDADE
DR. ALEXADRE JUNQUEIRA E DR. SÉRGIO JANOTTI COM PACIENTES QUE JÁ PASSARAM PELO TRATAMENTO
rurgia ortognática, descrita na seção I da Resolução 22/2001 do Conselho Federal de Odontologia. Diz respeito à Especialidade da Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial, que tem como objetivo o diagnóstico e tratamento cirúrgico e coadjuvante das doenças: traumatismos, lesões e anomalias congênitas e adquiridas do aparelho mastigatório e anexos e estruturas crânio faciais associadas. Dentre as áreas de competência para atuação do especialista estão os implantes, enxertos, transplantes e reimplantes dentários, biópsias, cirurgias ortognáticas, cirurgias com finalidade protética e ortodôntica e o diagnóstico e tratamento de cistos, afecções radiculares e perirradiculares. É vedada ao cirurgião dentista a prática de cirurgia estética, ressalvadas as estético-funcionais do aparelho mastigatório. Portanto, as deformidades dentofaciais podem e devem ser tratadas por cirurgiões-dentistas com a especialidade reconhecida pelo Conselho Federal de Odontologia. A clínica RIT Odontologia Avançada se firmou, nos últimos dez anos, como o principal centro especializado no tratamento dessas deformidades na região e conta com profissionais pós-graduados nas mais variadas áreas da odontologia reabilitadora. *Informações adaptadas do artigo “Cirurgia ortognática: orientações legais aos ortodontistas e cirurgiões bucofaciais” de Marina de Oliveira Ribas, Luís Francisco Gomes Reis, Beatriz Helena Sottile França, Antonio Adilson Soares de Lima R Dental Press Ortodon Ortop Facial 75 Maringá, v. 10, n. 6, p. 75-83, nov./dez. 2005
Dr. Alexandre Junqueira
Graduado em Odontologia - UFRJ Cirurgião Bucomaxilofacial - USP Mestre em Clínica Odontológica - UFRJ Oficial de Saúde do Corpo de Bombeiros
RIT Odontologia Avançada Rua Prefeito Walter Francklin, 13 Ed. José Vaz, sala 111 Centro - Três Rios - RJ (24) 2252-4619
GENTE COTIDIANO
FAZER O
BEM! POR MAYARA STOEPKE
FOTOS ARQUIVO PESSOAL
Doar tempo, carinho, atenção, conhecimento, brinquedos, alimentos... Gestos que demonstram afeto e preocupação com o próximo são recebidos com muita felicidade por aqueles que não dispõem disso no dia a dia. Se há um momento do ano em que esse sentimento aflora é o final dele.
O
que você tem feito em prol dos que precisam? Se só reclama da vida, é hora de descobrir que ajudar faz bem. Ah, não apenas para quem recebe a ajuda, mas para quem colabora, mesmo que um pouquinho, para o mundo ser um lugar melhor. Enquanto tantos esperam, o momento em que aquela esperança torna-se real é mágico. No final do ano é ainda mais natural encontrar demonstrações de afeto. Não é difícil achar por exemplo, pessoas preparando kits para doação. Marco Lazarini, assessor de investimento, carrega da mãe o ato de participar de ações solidárias durante todo o ano. Próximo ao Natal, organiza, há 17 anos, uma grande entrega de presentes para crianças do bairro Habitat, em Três Rios. Ele conta com padrinhos que ajudam a distribuir roupas, brinquedos, produtos de higiene, livros, doces e o que mais for possível para cerca de 300 crianças. A campanha começou de forma bem natural. “Certo dia, estava em um posto de gasolina para abastecer e veio um casal me pedindo dinheiro. Resolvi, então, levar uma cesta básica na casa deles, na Barrinha, e vi que tinham uma filha pequena. Acabei me envolvendo com a família e, quando 42
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“Me envolvi com o caso de uma família e, quando vi, já estava ajudando muitas pessoas naquele bairro”, Marco Lazarini
vi, estava ajudando muitas pessoas da região”. O tempo passou e aquela menina do passado já é mãe de um garotinho que está na lista de quem vai receber doações. Marco garante que o retorno pessoal é incalculável, tanto para ele como para os padrinhos e parceiros do projeto, que não são poucos. A sensação de ajudar o próximo ele diz que é indescritível. A terapeuta Rosangela Rolo participa da mesma campanha há 12 anos. Para ela, quem recebe a maior recompensa com a atitude é quem doa. “É uma troca que não tem explicação, um sentimento que não dá para estimar. Já teve história de uma moça que não tinha nem luz em casa. Eram cinco filhos no mesmo lugar. Compramos lâmpadas para a casa e a felicidade foi geral, as crianças gritavam que Papai Noel deu a luz”, completa.
DOAÇÕES Fraldas arrecadadas durante inscrições para a corrida solidária
Doar, levar alegria, tirar a dor e compartilhar momentos únicos é o que faz a profissional que lida diariamente com diversos tipos de histórias se dedicar durante todo o ano às ações solidárias. “No Natal, especificamente, as pessoas se sensibilizam muito mais, fica mais fácil conseguir padrinhos para abraçar a causa”, explica. O professor de educação física Fernando Marchi realiza, em 2015, pela
“É uma troca que não tem explicação, um sentimento que não dá para estimar”, Rosangela Rolo
ENTREGA O material no destino final, o asilo em Paraíba do Sul
segunda vez, a Corrida Solidária. Ele buscou unir o esporte, sua grande paixão, com a solidariedade. E deu certo! Com o intuito de ajudar o Asilo do Lar Vicentino de Paraíba do Sul, recebeu 264 inscrições de participantes que doaram pacotes de fraldas geriátricas
e valor em dinheiro para confecção de camisas, medalhas e troféus para o evento. “Fiquei sabendo através de amigos que o asilo estava passando por um momento difícil e, entre tantas coisas, estavam precisando de fraldas. Tive a ideia de fazer uma corrida para
arrecadar esse material. No ano passado foram 360 pacotes e esse ano já ultrapassamos o número”, afirma. Fernando conta com apoiadores, como seus alunos, que fazem a campanha acontecer e ser um sucesso. “É muito bom quando você faz algo em prol dos mais necessitados. Tenho comigo o sentimento de que existe uma troca muito bacana de sentimentos e energias positivas entre quem está doando e quem está recebendo. Espero dar continuidade nessa campanha por muitos e muitos anos e, quem sabe, ter apoio de mais voluntários”. Estes são apenas três exemplos de quem descobriu os benefícios de ajudar. Para saber o que é, basta fazer o mesmo...
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GENTE CAPA
A VOZ DE
TRÊS RIOS POR FREDERICO NOGUEIRA
FOTOS ARQUIVO PESSOAL
Inconfundível, marcante e inesquecível. Quem viveu em Três Rios [e alguns municípios vizinhos] nas últimas décadas se acostumou a ouvir uma voz nos carros de som que foi capaz de reunir as três características. Dos anúncios de promoções do comércio às campanhas filantrópicas, passando pelas clássicas notas fúnebres, a voz de Humberto Bello pode ser considerada uma das mais conhecidas da região. Conhecer a história do dono da famosa voz é conhecer, em paralelo, a história da cidade que ele ajudou a construir.
D
a varanda de casa, Humberto Bello consegue ver grande parte do centro de Três Rios. Aquele cenário ao fundo durante a longa conversa revela a cidade que ele escolheu para viver, formar a família, trabalhar e contribuir de forma especial com o crescimento. Aos 91 anos, que foram comemorados no dia 4 de novembro, a voz que marcou gerações já não é idêntica àquela do passado, mas ainda é inconfundível. Ouvir aquela voz faz qualquer pessoa que a conheceu resgatar alguma lembrança. Hoje, o dono da voz assiste, daquela mesma varanda, a cidade aos seus pés e afirma ser um homem realizado com as conquistas, tanto para a própria família como para a cidade. “O que você puder fazer em beneficio da terra que vive, faça. Isso vai dar retorno em algum momento”, declara. 46
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“Minha mãe dizia que aqui estava nosso futuro”, Humberto Bello sobre Três Rios
Nascido em Paraíba do Sul, é filho de um casal de italianos. “Já fui até a Itália para conhecer as cidades em que os dois nasceram”, informa com orgulho. O pai era funileiro, fazia alambiques, e a mãe cuidava da casa e dos filhos. Eram sete e Humberto é o sexto do casal. “Ela era uma mulher fantástica, de inteligência raríssima e com muita garra. Uma italiana brava e extraordinária”, comenta. Quando ele ainda estava perto de completar dez anos, perdeu o pai. “Convivi pouquíssimo tempo com ele. Quando morreu, minha
mãe ficou desamparada, nem havia INPS para ajudar. A luta foi grande. Nós precisamos parar de estudar para ajudar, eu parei no terceiro ano primário”, lembra. Foi em 1939 que a família mudou-se para Três Rios definitivamente. “Minha mãe dizia que aqui estava nosso futuro, ela tinha uma visão extraordinária”. Naquela época, ele lembra que o novo município era movido pelo depósito da Central do Brasil que gerava empregos para a população. Ainda criança, Humberto começou a trabalhar como pipoqueiro ao lado de um irmão, enquanto os outros seguiram a profissão ensinada pelo pai. “Também aprendi a profissão de alfaiate. Então, trabalhava na alfaiataria até cinco da tarde, ia para casa, tomava banho, colocava outra roupa e pegava o carrinho de pipoca. Fiquei com ele nas portas do Cine Glória e do Cine Rex, mas também
FLĂ VIO DUARTE
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GENTE CAPA
ITÁLIA Humberto já visitou, com a esposa, a terra natal dos pais
“As notas de falecimento e convites de missas começaram comigo”, Bello
levava para festas. Posso dizer que minha mãe acertou em cheio quando disse que teríamos prosperidade com a mudança”. Mais tarde, uma nova profissão. Abriu um escritório para corretagem de imóveis com dois amigos. Com a experiência em vendas, logo migrou para a venda de publicidades na Rádio Três Rios. “Consegui um bom faturamento para a rádio, tinha até muitos clientes de Juiz de Fora”, lembra. Dali para o trabalho que o tornaria ainda mais conhecido foi um pulo! “De vez em quando eu fazia locuções e apresentava comícios políticos. Isso começou assim que entrei para a rádio”. Com a Bello Publicidades, que inaugurou logo depois, gravou milhares de campanhas. “As notas de falecimento e convites de missas começaram comigo. A propaganda volante em si começou comigo. Vi isso e acreditei que ali teria sucesso. Era algo diferente. Eu já era corretor, tinha muitos clientes, conhecia bastante gente. Tive três carros de propaganda volante. Aproveito para dizer que devo muito a duas pessoas que já faleceram: Delci Rodrigues da Silva e Ivani Rodrigues da Silva, que fundaram o Supermercado 79”. 48
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CORRIDAS DE BICICLETA Organizou por 17 anos e conseguia prêmios no comércio de Três Rios
Bello gravou muitos comerciais para o antigo supermercado. Seu filho Marcos Augusto, o Caco, recorda um deles. “Uma das minhas irmãs, a Tita [Eliete], de vez em quando participava das gravações e teve uma que ficou inesquecível. O pai falava ‘minha filha, olha a carne para o almoço!’ e ela respondia com ‘não se preocupe, papai, já comprei no Supermercado 79’. Aquela propaganda ficou emblemática e até hoje pegamos no pé dela com isso”. Caco Bello trabalhou com o pai e revela um detalhe que poucos conhecem sobre a locução de Humberto: “Ele não falava português quando criança, só aprendeu italiano na convivência em casa. Então, quando fazia propaganda como aquelas dos jogos entre América e Entrerriense, falava ‘volta a cidade a vibrarrrr’, com o ‘R’ puxado ao final. Isso veio da infância, do sotaque italiano”. Quem também trabalhou com Humberto Bello foi o dono de outra voz bastante conhecida na região, Tovar de Paula. Foram cerca de 30 anos de trabalho em conjunto. “Trabalhava na rádio e o Bello, depois de muitas tentativas, conseguiu comprar meu passe. Começamos a trabalhar juntos em 1973, comecei no serviço de som que tinha na praça de Paraíba do Sul. Sem dúvidas nossas vozes são bastante conhecidas. Aprendemos muito juntos, aprendi muito com ele. O Bello é uma pessoa que tem uma experiência de vida muito grande”, diz . Caco lembra que participou, ao lado do pai, de festas em toda a região. “A
LOCUÇÃO Começou a trabalhar com a voz quando entrou para a equipe de uma rádio
PROPAGANDA VOLANTE A voz de Bello pelas ruas faz parte da história da cidade
PARCERIA Ao lado de Tovar de Paula, com quem dividiu os microfones durante quase 30 anos consecutivos
última exposição que fizemos em Três Rios teve o Chacrinha e o Sidney Magal como atrações. Também recordo que, certa vez, a esposa do José Sarney, Marly Sarney, esteve em Três Rios para inaugurar algumas creches e nós estávamos lá. Por meio da publicidade, meu pai manteve a família e ajudou escolas, igrejas e obras sociais”, enumera. Bello também emprestou a voz para os mais marcantes carnavais trirrienses e acompanhou bem de perto a rivalidade existente entre as escolas de samba. “Já cortaram o cabo do microfone quando eu anunciei a escola se-
FESTAS A Bello Publicidades atuou em shows, carnavais e exposições
PERSONALIDADES Sentado à mesa com o padre Conrado, figura emblemática em Três Rios
guinte e, em outra ocasião, quando houve erro na contagem das notas, jogaram nossos alto falantes no rio”, lembra. Aposentado, guarda na memória um passado cheio de histórias para contar. Para citar algumas: ele sabe que Amaral Peixoto, quando governador do Estado, prometeu tirar a linha férrea do centro de Três Rios há décadas; participou ativamente para impedir um movimento que tentava tirar o depósito da Central da cidade; e ficou inconformado quando a população não ajudou a eleger Walter Franklin como deputado. Três Rios é Bello
Bello fez a Campanha do Agasalho por quase 50 anos. Saía à noite, durante uma semana, com uma Kombi por toda a cidade em busca da solidariedade da população. Lebra, como se fosse ontem, do texto que dizia: “Esta é a campanha do agasalho, tudo aquilo que não estiver fazendo falta em sua casa será útil aos pobres de nossa terra”, diz, entonando como no passado. “A Kombi ficava lotada, os vicentinos separavam as doações e distribuíam para os pobres. Parei com a campanha porque uma presidente do Asilo São Vicente de Paulo disse que não precisava mais, que o asilo precisava era de dinheiro. Infelizmente acabou, a campanha ajudava muitas pessoas”, lamenta. Outra realização marcante de Bello em Três Rios foram as corridas de bicicleta que aconteciam durante as comemorações do Dia do Trabalhador. “Fiz
Bello emprestou a voz para os mais marcantes carnavais trirrienses e os clássicos jogos entre América e Entrerriense durante 17 anos. Distribuía prêmios que conseguia com os comerciantes. Aliás, o comércio de Três Rios é maravilhoso, sempre faço um apelo aos trirrienses que comprem no comércio local. Naquelas corridas, todos os participantes eram premiados. Parei com elas quando começaram a ficar muito cheias e um amigo me atentou que, se houvesse algum acidente, eu seria responsabilizado”. Por falar em comércio, ele participou ativamente da criação da Câmara de Dirigentes Lojistas de Três Rios. “Ajudei muito o Georgino Salustiano da Silva, Três Rios deve muito a ele. Foi um homem que lutou pela cidade e fez com que o CDL projetasse o município em todos os cantos do país. Aliás, uma coisa interessante é que muitas pessoas responsáveis pelo engrandecimento da cidade não nasceram aqui, mas escolheram Três Rios como lar”, analisa. O atual presidente da CDL Três Rios, Ricardo Rocha, é amigo de Humberto, convive com a família Bello desde a infância e fala com prazer sobre o ilustre membro da CDL. “O Humberto Bello sempre foi uma pessoa que ama Três Rios. revistaon.com.br
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GENTE CAPA
NOVA GERAÇÃO Com a neta Carolina e o primeiro bisneto, Guilherme
“Ele escreveu seu nome no livro dos grandes nomes da nossa cidade”, Ricardo Rocha, presidente da CDL Três Rios
Foi o grande baluarte na divulgação das promoções e grandes eventos através de sua famosa empresa Bello Publicidades. Dedicou sua vida a ajudar o próximo. Recentemente tivemos a grata satisfação de homenageá-lo na festa dos 50 anos da CDL por ele ter sido um dos fundadores de nossa entidade. Ele escreveu seu nome no livro dos grandes nomes da nossa cidade”. Homenagem é o que não falta na vida de Bello. Já recebeu a maior comenda do município, a Barão Ribeiro de Sá, e, por isso, é comum encontrar alguém o chamando de comendador. Além dela, tem dezenas de outras. “Sou benemérito da Federação Carioca de Futebol, fui e sou sócio dos clubes da cidade, sou um dos fundadores do Triângulo Futebol Clube, já fiz parte e recebi homenagens da Maçonaria e sou a única pessoa viva que foi homenageada com o nome de uma praça”. A praça em questão está no Asilo São Vicente de Paulo e o nome foi colocado em reconhecimento aos anos de colaboração. “Isso aconteceu quando Abílio José de Moraes era o presidente, ele era incansável. A Revista Veja chegou a colocar o asilo, naquela época, 50
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LEMBRANÇAS Humberto e Augusta com os primeiros netos do casal
entre os melhores do Brasil”, recorda. Quem também conhece de perto a história do comendador Bello é o atual presidente da Câmara de Vereadores de Três Rios, Joacir Barbaglio. “Cresci testemunhando a grande amizade entre meu pai, José Moacir, e o nosso querido Bello. Meu pai, entre várias atividades laborais, trabalhava com comunicação e daí veio uma grande amizade. Meu pai já se foi, mas o comendador está sempre com nossa família, é uma figura que amamos e respeitamos. Sempre faz sobrar tempo em sua vida para emprestar o talento e suor à caridade, ajudando instituições de nossa cidade. Ele é uma referência em nossa comunidade”, destaca. Humberto não consegue escolher uma realização mais marcante entre todas que ajudaram à comunidade, mas sente-se feliz por tudo o que já fez na vida. “Sou um homem realizado. Tudo o que fiz de bom para a comunidade voltou para mim. Consegui educar meus filhos, só isso já me dá muita satisfação. Sou um homem que empurrava carrinho de pipoca e olha o que conquistei, vejo o quanto consegui contribuir”.
CIDADÃO TRIRRIENSE Ao receber o título na Câmara de Vereadores de Três Rios
PRAÇA Humberto Bello foi homenageado no Asilo São Vicente de Paulo
Os Bello’s
A educação dos filhos sempre foi uma prioridade. “Sempre soube que isso seria importante para cada um deles. Instrução é tudo, o que transforma o mundo é a educação. Eu não pude estudar muito, mas dei aos meus filhos
FUTEBOL Apaixonado pelo esporte, já deu nome a um campeonato na cidade
VIAGENS Registro do passeio romântico em Veneza com a esposa
MAÇONARIA Discurso após receber homenagem recentemente
REVISTA ON
COPA DO MUNDO Na França, não esqueceu de divulgar a cidade que ama
VISTA PRIVILEGIADA Da varanda de casa, acompanha as transformações de Três Rios
tudo aquilo que eles quiseram”, diz, logo completando com uma lição que a vida ensinou: “Você tem que fazer alguma coisa para progredir. Do contrário, você para no tempo e o tempo é como o vento, ele passa e você não vê”. Humberto teve sete filhos, frutos do casamento de 60 anos com a Augusta, a quem ele exalta sempre que pode. “Minha mulher é fantástica, é muito inteligente. Se consegui encaminhar meus filhos, quero render minha homenagem a ela. Uma mulher fabulosa e mãe exemplar. Se você não tiver uma esposa que colabore e ajude, não consegue nada. O sucesso de um homem depende da mulher”, declara. O filho Caco lembra as dificuldades da infância, mas não mede palavras para declarar a admiração pelo pai. “Lembro que, certa vez, na aula de inglês, tínhamos que falar sobre nosso quarto, mas eu não tinha um quarto, passamos por dificuldades. Mas, vendo todo o passado, digo que se fosse eu à frente da família não teria conseguido educar todos os filhos como ele conseguiu. Eu queria ter a iniciativa que meu pai sempre teve. Quando houve um movimento que queria o fim da propaganda volante, ele logo começou a vender seguros, paralelamente, prevendo possíveis dificuldades financeiras”. Além de Caco, Humberto e Augusta têm Paulo, Eliane, Eliete [Tita], Humberto, Júlio Cesar [Juca] e Marco Antônio [Guem]. A família está espalhada pelo Brasil e pelo mundo, o que torna difícil fazer uma reunião de todos os
“Sempre faz sobrar tempo em sua vida para emprestar o talento e suor à caridade”, Joacir Barbaglio, vereador
filhos, netos e um bisneto, o mais novo Bello. “O que há de mais marcante no meu pai é o caráter. Isso ele passou para todos nós. Dizia que a única coisa que um homem carrega para sempre é o caráter, o nome, a honestidade. E nós cumprimos à risca”, destaca Juca, que atualmente mora perto do pai. Humberto Bello já viajou por vários países. Já acompanhou a Seleção Brasileira em todas as Copas do Mundo, seja pela televisão, rádio ou nos estádios. Foi considerado o “relações públicas” de Três Rios. Tentou ser vereador no município, mas conseguiu poucos votos. Acredita que a juventude de hoje precisa aprender com a juventude do passado a contribuir com a sociedade. Aos 91 anos, Humberto Bello tem muito a ensinar e deixar grandes lições para as novas gerações. Na varanda daquela casa, com a voz inconfundível, marcante e inesquecível, ele deixa um recado quase como frase tirada de livro motivacional, mas que aprendeu com a vida: “Eu atingi meus objetivos. Se você não tiver objetivos a serem alcançados, morra, é mais fácil. Tenho orgulho de tudo o que fiz, de realizar o que planejei”. revistaon.com.br
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GENTE OPINIÃO
O tributo, a corrupção e as prefeituras POR ROBERTO WAGNER
Quem está no poder, primeiro objetiva se manter e, após, muito após, pensa em servir o público.
O
tributo é uma constante em nossas vidas e, ao longo dos tempos, sempre foi o elemento mais relevante para o exercício do poder¹. A história demonstra que o tributo sempre serviu e serve para sustentar o poder e seus detentores, não havendo tributo sem poder, nem poder sem tributo. No passado o tributo era pago “in natura” ao governante, ou seja, mediante o que a terra dos súditos produzia, cereais, gados, madeira etc., bem como na submissão à convocação de homens para fazer a guerra de conquista ou defender os detentores do poder, quando então sacrificavam suas próprias vidas, mesmo sem conhecer e aquiescer com o verdadeiro objetivo dos governantes. A modernidade e o Estado Constitucional trouxeram à tona o tributo “em espécie” ou em dinheiro. Como diz Ricardo Lobo Torres, “o tributo é o preço da liberdade”. Pagamos o tributo e ficamos livres de guerrear pelo Estado, de policiar as ruas ou prestar saúde aos concidadãos, é dever do Estado - arrecadador do tributo - assim fazê-lo. É fato que a história registra que em todas as épocas os detentores do poder consideram-se superiores e mais bem-dotados para desfrutar a vida do que os comuns mortais, ademais, a ética, a moral, os valores permanentemente perseguidos pelos filósofos e pensadores não são os desideratos maiores dos que buscam o poder, porque só o poder lhes interessa - Ives Gandra da Silva Martins². Portanto, nada mais atual que: “Todos os crimes são belos se o trono for o preço que se tenha que pagar” nos versos de Rotrou (poeta francês). É só olhar ao nosso redor. Eduardo Cunha se mantém na presidência da Câmara dos Deputados contra todas as evidências, contra a acusação do Ministério Público Federal, enfim, contra tudo e contra todos (leia-se: povo). É uma vida às expensas do dinheiro público, que no mundo moderno é fruto de uma única fonte: o seu, o nosso bolso! Somos uma sociedade pueril e esperançosa nas benesses estatais (leia-se aqui, também: prefeituras), ilusão incutida 54
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em nós pelos patrícios portugueses. Tudo aqui passa pelo Estado, justamente, a residência oficial dos políticos, onde como já dito, preside a ideia pacifica de que “o serviço público não é a meta de quem detém o poder, mas sim a sua manutenção”. Quem está no poder, primeiro objetiva se manter e, após, muito após, pensa em servir o público. Por óbvio, quanto mais Estado, mais desvios e apropriação do dinheiro público (leia-se: tributo) pelos detentores do poder e seus companheiros. Note, caro leitor, que em 5 de outubro de 1988, quando nossa Constituição entrou em vigor, havia pouco mais de 3.900 municípios no Brasil. Hoje, são mais de 5.500. Foram criados com a necessidade de o mesmo povo, que sustentava as estruturas burocráticas dos anteriores (3.900), sustentar mais 1.600 novas estruturas, com mais 1.600 Poderes Executivos e Legislativos e, à evidência, com necessidade de uma carga tributária maior sobre a mesma população - essa é a constatação de Ives Gandra da Silva Martins. No pedagógico livro “O combate à corrupção nas prefeituras do Brasil” (São Paulo: Ateliê Editorial, 2003), os autores Antonino Marmo Trevisan e outros apontam as fraudes corriqueiras nas prefeituras pelo Brasil com o dinheiro dos tributos, identificando alguns tipos: 1. Empresas constituídas às vésperas do início de um novo mandato; 2. Licitações dirigidas. 3. Fraudes em licitações. 4. Fornecedores “profissionais” de notas “frias”. 5. Indícios de fraude no uso de notas fiscais de fornecimento. 6. Promoções de festas públicas (exposições, aniversários, carnaval etc.) para acobertar desvios de recursos. 7. Consumo de combustível, merenda escolar, cabos elétricos, tubulações etc. 8. Prestadores de serviços terceirizados. 9. Comprometimento de vereadores com o esquema de corrupção etc. Enfim, os caminhos por onde escorrem os escassos recursos dos tributos foram bem delineados neste relevante livro, basta puxar o fio. Ouso aqui apontar mais um problema que gera corrupção. Pois bem, muito embora Constituição Federal diga em seu art. 37, V, que “as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira...”, o que se vê na prática é a nomeação de ocupantes destes cargos SEM QUALQUER VÍNCULO EFETIVO com a administração são, na maioria dos casos, apaniguados dos detentores do poder, cujo objetivo é a própria perpetuação no poder nas mãos (grande) deles. Na área jurídica, pasme caro leitor, nomeiam-se “advogados” para “funcionar” provisoriamente nas licitações públicas em detrimento da existência de procurador municipal de carreira (concursado), o que por evidente é no mínimo temerário, já que o “advogado” nomeado possui vínculo precário com a prefeitura, e robusto e serviente ao detentor do poder. ¹ Cf. por todos, “Uma Teoria do Tributo”. Ives Gandra da Silva Martins. São Paulo: Quartier Latin, 2005, p. 51. ² Op. cit. p. 48 Roberto Wagner Lima Nogueira é procurador de Areal/RJ, mestre em Direito Tributário - UCAM-Rio e advogado tributarista. rwnogueira@uol.com.br
O preço dos imbecis POR HELDER CALDEIRA
O
Venezuela segue abraçada às bizarrices autoritárias de Maduro e o Brasil na UTI dos descalabros
exercício do poder, seja ele qual for, não é para amadores, não é para desqualificados, não é para irresponsáveis. Toda vez que um imbecil chega ao poder, quem paga o alto custo de sua estada ao píncaro são os cidadãos, é a civilização. Por absurdo que possa parecer, o início do século 21 foi marcado pela ascensão de alguns diletos imbecis nas principais democracias ocidentais. Talvez uma tentativa errática do eleitorado em criar um contraponto político-econômico-ideológico aos estadistas que permearam o conturbado final do século 20. Foi assim nos Estados Unidos; foi assim em quase toda Europa; e foi assim em praticamente toda América do Sul, com destaque especial para a Venezuela, para a Argentina e, óbvio, para o nosso Brasil. Os imbecis no topo! Quando uma excrescência do sistema eleitoral norte-americano conseguiu eleger para a Casa Branca, no final do ano 2000, o irresponsável republicano George W. Bush - ele ganhou ao conquistar mais colégios eleitorais, ainda que seu concorrente Al Gore tenha alcançado vantagem superior a meio milhão de votos individuais -, o precioso foco na globalização das relações internacionais foi substituído pelo monocórdio comércio de petróleo - e pelos petrodólares, claro! -, que assumiu o eixo de sustentação política e econômica do Ocidente e provocou uma das maiores catástrofes da História da Humanidade: o fermento ao terrorismo e à corrupção. Foi exatamente a política internacional equivocada de Bush a responsável pelo acirramento das sempre complicadas relações entre os povos do Oriente Médio e o fortalecimento de ideologias autoritárias e corruptas na América do Sul. Grosso modo, para os neurônios doentios de Bush, desestabilizar o ambiente institucional - seja com guerras, seja patrocinando conflitos internos ou apoiando o banditismo governamental dos principais produtores mundiais de petróleo, basicamente elevaria o preço do produto ao redor do planeta. É importantíssimo destacar: no âmbito privado, a família Bush fez - e ainda faz! - fortuna produzindo e comercializando petróleo. O resultado imediato de tal imbecilidade foi o atentado terrorista de 2001 nos Estados Unidos, a sucessão de guerras no Oriente Médio e as democracias ocidentais amedrontadas. Quando o valor do petróleo alcançou a estratosfera, imbecis institucionais como Hugo Chávez, Néstor Kirchner e Luiz Inácio da Silva - vulgo “Lula” -
ganharam força, respectivamente, na Venezuela, na Argentina e no Brasil, jorrando petrodólares pela culatra e custeando seus governos autoritários e corruptos sob plácido disfarce populista. O mergulho profundo na fossa da barbárie também resultou na ascensão da segunda geração de néscios: o beócio Nicolás Maduro, a plastificada viúva Cristina Kirchner e a iníqua Dilma Rousseff. Paralela e consequentemente, o descalabro dos principais governos da região colaborou para a explosão do narcotráfico e do contrabando em vizinhos como a Bolívia, o Equador e o Paraguai. Em resumo, a América do Sul só não implodiu - ainda! - por alguma clareza democrática resistente na Colômbia e no Chile. O ano de 2015 encerra seus dias como a primeira grande parcela da fatura que a civilização ocidental pagará por permitir a ascensão de imbecis ao poder. Nos Estados Unidos, o pop Barack Obama revelou-se ineficaz no comando de uma possível reorganização global. A União Europeia ainda está em frangalhos e agora é o principal destino do êxodo norte-africano e alvo dos radicais terroristas islâmicos - com destaque para a força do (quase) califado Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIS, na sigla em inglês) -, como no último grande e tétrico ataque a Paris e, fundamentalmente, à liberdade multicultural francesa. Em termos de Mercosul, a derrota do kirchnerismo na Argentina talvez seja um primeiro passo rumo à estabilização, mas a Venezuela segue abraçada às bizarrices autoritárias de Maduro e o Brasil na UTI dos descalabros, muito próximo à falência absoluta. Não por acaso, o Ministério Público Federal estima em R$ 19 bilhões o rombo da roubalheira apenas na Petrobras. Quando os imbecis alcançaram o poder no início do século XXI, quase ninguém teve a coragem - e, sobretudo, a dignidade - de fazer a pergunta correta: quanto isso iria custar aos povos, à Humanidade? A resposta veio após pouco mais de uma década: está custando caro, muito caro! E ainda vamos passar longos anos pagando as parcelas pela desgraça que patrocinamos. Entregar a um imbecil o poder de comandar uma nação é o maior atentado terrorista que os eleitores podem cometer contra a democracia. Helder Caldeira é escritor, articulista político, palestrante, conferencista e colunista do portal Revista On. É autor dos livros “A 1ª Presidenta” e “Águas Turvas”. helder@heldercaldeira.com.br
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GENTE OPINIÃO
Medidas judiciais de proteção ao empregador POR DELTON PEDROSO BASTOS JR
O Direito do Trabalho tem, entre as medidas protetivas mais importantes, a demissão por justa causa e a consignação em pagamento
A
crise financeira enfrentada em âmbito nacional vem agravando as condições financeiras das empresas e, consequentemente, o desemprego vem tomando proporções assustadoras, fazendo com que a mão de obra qualificada torne-se o principal meio de manutenção do emprego. Ocorre que nos anos de “milagre do crescimento”, todos os empregadores viam-se na enorme dificuldade de garimpar, na escassa oferta de emprego então existente, trabalhadores que, além da qualidade técnica, tivessem ainda comprometimento com os valores e a missão da empresa. Atualmente o mercado de trabalho já não mais funciona desta maneira e é possível localizar essas joias no mercado. Contudo, resta a indagação: o que fazer com aqueles colaboradores que não condizem com a realidade da empresa? Com aqueles que simplesmente insistem em desrespeitar as regras? Aqueles que insistentemente faltam não só ao serviço como também com seus afazeres? Exatamente para esses tipos de situações o Direito do Trabalho criou as medidas protetivas ao empregador, cujas formas mais importantes, a meu sentir, são a demissão por justa causa e a consignação em pagamento. A primeira é a garantia do empregador em demitir seu funcionário que descumpre o contrato de trabalho celebrado entre as partes, não havendo ao empregado direito de recebimento de verbas que faria jus em caso de demissão normal, sem justa causa, como multa de 40% do FGTS, Seguro De56
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semprego e Aviso Prévio. Neste caso específico é necessária muita atenção do empregador já que há uma série de exigências para se configurar a justa causa, exigências estas que, se não cumpridas, podem acarretar em sua reversão e, consequentemente, à ordem judicial para modificação do tipo de demissão, pagamento de todas as verbas devidas e danos morais. Assim, muito importante é que, antes de demitir desta forma, seja feita consulta ao contador ou ao advogado. A segunda espécie, a consignação em pagamento, encontra espaço nas situações em que o empregado se recusa a assinar sua rescisão ou, ainda, deixa de comparecer à data designada para homologação de sua rescisão. Neste caso, o empregador interpõe a ação depositando em juízo os valores da rescisão, imediatamente se isentando do pagamento das multas decorrentes do não pagamento de tais verbas. O empregado é intimado para comparecer em juízo e justificar o motivo de se recusar a receber e, em contrapartida, o empregador fica isento do pagamento de atualização e juros. O conhecimento de tais remédios jurídicos é uma comprovação de que a legislação trabalhista não foi criada com o único intuito de proteger os empregados, como muitos pensam, mas para regular as relações de emprego entre as partes. Delton Pedroso Bastos Junior é advogado, sócio-fundador da Bastos Juris Advocacia e membro da Associação Brasileira dos Advogados Tributaristas. deltonbastos@bastosjuris.com.br
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PUBLIEDITORIAL
OPOSIÇÃO
OU INDEPENDÊNCIA? FOTO DIVULGAÇÃO
Depois de três anos no Poder Legislativo trirriense, o vereador Nilcélio Sá passou a ser considerado, pelos posicionamentos que adota, um legislador de oposição. No entanto, ele ressalta que não se trata de oposição, mas uma postura a favor da sociedade. Nessa primeira experiência na política, Nilcélio destaca a importância das ações como legislador e fiscalizador do município.
A
história de Nilcélio Sá com a política começou cedo, ainda na infância. Gostava da ideia de ter a chance de mudar vidas. No entanto, a própria vida seguiu outros rumos, formou-se em direito e construiu carreira como policial rodoviário federal. “Ainda assim, sempre pensei na política como algo transformador da vida das pessoas, a ideia ficou me perseguindo”. Resolveu, então, assumir a antiga paixão e fazer a primeira tentativa de entrar para a vida pública. Tentou ser vereador em 2008 e recebeu quase 500 votos pelo PTC. A surpresa com o resultado fez com que ele resolvesse tentar novamente, dessa vez, de forma mais organizada. Em 2012, pelo PP, foi eleito com 1.527 votos de trirrienses que apostaram nas ideias por ele apresentadas. Nilcélio confessa que começou o mandato cheio de ideias que, aos poucos, foram freadas. “Fui com muitos objetivos, cheguei ansioso, achando que poderia transformar tudo. Mas foi necessário observar muito, entender como tudo funciona. Eu
“Entendi que as mudanças poderiam acontecer a partir das minhas provocações, com uma fiscalização mais efetiva” achava que o mais difícil seria ganhar a eleição, mas vi que o mais difícil seria começar a trabalhar efetivamente”, destaca. Ele conta que começou a se destacar como vereador quando viu que a proposta do Executivo de transformações dos bairros da cidade não era cumprida. “Entendi que as mudanças poderiam acontecer a partir das minhas provocações e através de uma fiscalização mais efetiva e foi isso que fiz. O jurista Hely Lopes Meirelles já dizia que a administração pública é perfeita, o que dificulta é o aparato humano. Então, comecei a entender os processos e a trabalhar no que podia”.
Nos primeiros meses como legislador, Nilcélio fez uma proposta por maior transparência no uso dos veículos do legislativo. Apesar de ter sido rejeitada, a proposta ganhou repercussão positiva entre os moradores. “Quando propus adesivar os carros oficiais da Câmara, achei que seria um projeto aprovado rapidamente e sem muitos questionamentos. A população poderia ajudar a fiscalizar o uso dos carros, daria mais transparência. Mas, para a minha surpresa, a ideia foi vista da pior maneira possível e foi rejeitada pela maioria da Câmara. Confesso que, nos primeiros dois anos na política, fiquei muito decepcionado, mas já aprendi que é preciso ter paciência e continuar lutando para conquistar as mudanças necessárias em prol da sociedade”. Aposta na qualidade
Apesar da atuação efetiva, o nome de Nilcélio Sá não está entre os vereadores que mais tiveram projetos aprovados nesta legislatura: “É fácil apresentar projetos
que não contribuirão com transformações eficazes na vida das pessoas, prefiro elaborar projetos com qualidade, mesmo que em menor quantidade. O desafio, depois disso, é fazer com que essas transformações tenham validade”. Seu primeiro projeto sancionado foi um que somente agora começa a mostrar sinais de ser colocado em prática. Trata-se de contar com a participação ativa da comunidade no combate à dengue, com uma cultura de mobilização social permanente. “Vendo a epidemia que tivemos, cheguei à conclusão de que as melhores pessoas para conscientizar a comunidade e multiplicar a importância da prevenção são os líderes que já existem e são respeitados. Pode ser um educador, um líder religioso ou comunitário, por exemplo. O objetivo é que pessoas assim sejam capazes de transmitir as informações e ajudar a transformar essa realidade”. Depois do primeiro projeto, vieram outros, como o da obrigatoriedade de exibir em grandes eventos vídeos educativos sobre uso de drogas e o da inserção da Festa de São João Batista no calendário oficial do município. “Acabei de apresentar um projeto com foco no meio ambiente e na conscientização sobre o tema. O objetivo é que as escolas construídas no município a partir da publicação da lei tenham um sistema de reaproveitamento de água da chuva para hortas e uso em limpeza. Também estou desenvolvendo outro projeto, sobre descarte de eletrônicos”. Fiscalização
O vereador considera que seu destaque na Câmara seja pela fiscalização que desenvolve. “Por exemplo, visito com frequência as Unidades de Saúde da Família, vejo os medicamentos, prazos de validade, a forma como as pessoas são tratadas e as condições de trabalho dos funcionários. Faço muitos requerimentos com o objetivo de solucionar problemas. Quando é algo muito grave e não vejo uma solução por parte do Executivo, recorro ao Ministério Público. Quando vi falta de medicamentos nas Unidades de Saúde da Família, depois vários pedidos sem resposta do executivo, fui ao MP e, uma semana depois, o abastecimento foi normalizado. Faço reclamações com fundamento.”, pondera.
Ao analisar as contas da Câmara, encontrou pagamentos para um jornal que, após pesquisar, viu que não era distribuído nas bancas “Tentei instaurar uma CPI, mas não consegui. Por fim, depois de tantos questionamentos, o contrato acabou. Agora, todos ficam mais atentos à questão das compras, da transparência, porque sabem que há alguém observando”, revela. Ele ressalta que, embora seja considerado oposição, é sempre favorável ao que é bom para a população. “Sempre voto a favor quando é algo realmente bom. Ganhei esse título de oposição por não aceitar tudo de qualquer jeito, por entender que certos projetos não são bons para a população. Por exemplo, votei contra a aprovação das contas de 2013 do prefeito, quando houve um gasto de R$ 23 milhões acima do valor arrecadado e contra a criação de sete cargos com salários de R$ 9 mil para a Casa
“Ganhei esse título de oposição por não aceitar tudo de qualquer jeito” do Empreendedor. Já na questão da vinda da GE Celma, por exemplo, votei favorável em tudo o que foi necessário para que isso fosse concretizado. Quando tenho dúvidas, busco esclarecer e, se não consigo a tempo, prefiro me abster”. Foi assim que, em 2014, foi um dos quatro parlamentares que votaram contra o aumento do número de vereadores no município. “Acreditava que seria necessário consultar a população antes da votação na Câmara, mas, infelizmente, não foi o que aconteceu”, diz. Também foi contrário ao leilão do galpão do bairro Vila Isabel, que pertencia à Prefeitura. “Ali poderia ser construído um centro administrativo. Hoje, há gastos enormes com alugueis para secretarias municipais, por exemplo, e outros imóveis, como o da Casa do Empreendedor que é pago R$ 21 mil por mês”. Nilcélio Sá questionou o Executivo pelo pagamento do aluguel do imóvel que abriga a Unidade de Saúde da Família do Centro, que durante 39 meses esteve fe-
chado, causando um prejuízo de mais de R$ 230 mil aos cofres públicos. Outro caso semelhante foi o que ele chama de “USF fantasma do Portão Vermelho”, onde dois imóveis foram alugados para a mesma finalidade. Um dos mais recentes questionamentos diz respeito ao projeto sobre Parceiras Público-Privadas (PPPs), que o vereador conseguiu tirar de pauta. “O projeto não trazia uma justificativa, não era claro o suficiente para que eu tivesse convicção de que sua aprovação não traria no futuro prejuízos à população”, acrescenta. Atento e presente nas redes sociais, viu seu discurso sobre a Lei da Incorporação, em 2013, ganhar apoio. “Em três dias foi resolvido o que se arrastava há anos. Essa situação permitia que secretários municipais fizessem concurso para cargos de níveis fundamental e médio com salários entre R$ 700 e R$ 1.000 e, depois de empossados, ganhassem R$ 9 mil de incorporação para o resto de suas vidas, causando prejuízo de milhões de reais ao erário municipal”, completa o vereador. Apesar de ter sido contra a incorporação, o vereador não deixou de lutar pela valorização dos servidores públicos municipais, apoia a luta da categoria por um plano de cargos e salários e fez duras críticas ao executivo pelo reajuste salarial que foi menor do que a inflação do período. Com um ano inteiro à frente para continuar os trabalhos desenvolvidos, Nilcélio garante que quer pontuar questões e mostrar para pessoas que, juntas, elas conseguem ter força para realizar transformações importantes. “Recentemente, quando analisamos o Plano Municipal de Educação, apresentei cinco emendas e todas foram rejeitadas pela maioria. Eram emendas importantíssimas, como as que falavam sobre criação de pré-vestibular social, projetos de formação continuada para professores e profissionais da educação em geral, sobretudo para lidar com pessoas com necessidades especiais. Eu sabia que essas ideias acrescentariam, mas não foram aceitas. Isso desanima um pouco, mas não me faz desistir”. Ainda que seu nome não seja colocado em evidência, Nilcélio sente prazer ao acompanhar os resultados positivos, mesmo que pontuais, do seu trabalho e deixa um recado: “Eu sou funcionário do povo e por ele vou trabalhar até o final do meu mandato”, finaliza.
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ECONOMIA&NEGÓCIOS empreendedorismo 61 rh 64 região 65 finanças 71
TRABALHO EM
FAMÍLIA POR TATILA NASCIMENTO
FOTOS REVISTAON
Imagine chegar ao trabalho e encontrar sua mãe ou seu pai, irmãos, marido/esposa, filhos... enfim, toda a família reunida. Essa é a realidade de alguns negócios administrados em família, onde cada membro tem uma função específica e, juntos, encontram respostas para os desafios diários do empreendedorismo.
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ECONOMIA & NEGÓCIOS EMPREENDEDORISMO
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ARQUIVO PESSOAL
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larissa Maria Cardão Alves é gerente logística de uma distribuidora de materiais de construção, com sede em Comendador Levy Gasparian, fundada pelo bisavô, José de Almeida Cardão, há 95 anos. Inicialmente era um armazém de secos e molhados e, mais tarde, com a ajuda do filho Antonio Cândido Cardão, expandiu a empresa e direcionou seu foco segmento mantido até hoje. A diretoria da empresa é composta por membros da família e, para Clarissa, entre as vantagens disso está a agilidade na tomada de decisões, a confiança mútua e a certeza que todos trabalham em prol do mesmo objetivo. Ela acredita que uma boa governança familiar, com regras e princípios definidos, é capaz de minimizar os possíveis problemas, mas que não há como evitar as conversas sobre trabalho em casa. “Alguns dos temas não são necessariamente problemas, muitas vezes são conquistas, superação de desafios, resultados positivos que merecem ser compartilhados e comemorados no ambiente familiar também”, afirma. Para Clarissa, o trabalho em família é um diferencial da empresa. “Acredito que um dos grandes segredos para o sucesso dentro de uma empresa familiar é o respeito e a confiança que devem existir entre os membros. No nosso caso, enfatizamos a nossa visão de longo prazo e sentimento de amor pelo negócio. Isso faz a diferença”, diz. Outra família que trabalha unida é a família Souza, proprietária de um buffet em Paraíba do Sul. Maria Souza foi a mentora do empreendimento. “Meu pai sempre falava que eu seria uma mulher de negócios, mas eu sempre dizia que não. Certa vez, disse que, se isso acontecesse, colocaria com o sobrenome dele e assim foi feito”. Deixou a carreira de funcionária pública construída ao longo de 28 anos para se dedicar ao empreendimento familiar. “No início, fazia montagem de eventos com coisas que eu alugava. Depois de um tempo, decidi começar a montar com minhas coisas. Na época, fiz uma dívida de R$ 10 mil, mas, depois da primeira festa, fomos trabalhando cada
CARDÃO A família comanda um empreendimento há 95 anos
“Um dos grandes segredos para o sucesso dentro de uma empresa familiar é o respeito e a confiança entre os membros” Clarissa Cardão
vez mais”. A ideia de trabalhar em família surgiu no início. “A minha prioridade é que todos estejam bem, empregados e mostrando seus potenciais. Para mim, como mãe, é emocionante quando vejo todos uniformizados”. Carla Souza, uma das filhas de Maria, é o braço direito da mãe no buffet e, assim como Clarissa Cardão, destaca que a confiança entre os membros da família é a principal vantagem do trabalho em conjunto. “Temos que passar para o cliente estabilidade e confiança, então o respeito e o compromisso que há entre nós são essenciais”. Ela ainda revela que a mãe fica 24 horas ligada ao trabalho. “Há vezes em que ela está jantando, o telefone toca e ela atende. Minha mãe e eu ficamos à frente do negócio, mas ainda temos meu pai, meus irmãos, minha cunhada e meu marido”. Maria conta que o filho caçula, de 11 anos, já disse que, quando crescer, vai cursar gastronomia. “Família unida, jamais será vencida”, conclui. Em Três Rios, a família Pinheiro administra um restaurante há 12 anos. O empreendimento começou com a matriarca, Elaine Pinheiro, que sempre
gostou de cozinhar. “O restaurante foi criado com o objetivo de trazer o que nós comíamos em casa, algo bem familiar”, explica Mariane, uma das filhas. “No início éramos eu e a esposa de um sobrinho. Mas, depois de um tempo, ela saiu e minha filha começou a me ajudar. Porém, começou a fazer faculdade e teve que sair também. Foi a partir disso que a Mariane começou a trabalhar aqui. Atualmente somos nós duas que administramos, porém os outros familiares sempre dão apoio”, diz Elaine. Mariane é formada em administração e conta que sempre foi incentivada pelo pai a ter um negócio próprio. “Meu pai sempre falou: ‘Não queira ser empregado de ninguém’. Então, como minha mãe já tinha o restaurante e meu pai uma empresa de consultoria, já quis pegar uma área que pudesse atuar nos dois lados. Naturalmente fiz a faculdade de administração para ficar no ambiente familiar”. Ela ainda conta que evitam levar trabalho para casa. “Acho que o trabalho é desenvolvido durante um tempo certo. Depois disso, quero pensar em outras coisas para, no outro dia, começar tudo de novo”. Mas essa não é a primeira vez que a família trabalha unida. Elaine já teve lojas antes do restaurante e as filhas sempre ajudaram. “Muitas empresas familiares se distanciam até pelo lado profissional. Então, em primeiro lugar vem a família e, em segundo, a empresa. É necessário saber separar as duas coisas e, no final, vamos ter que estar bem para o negócio continuar”, diz Mariane, que logo com-
FOTO RITA VALLE
“Para mim, como mãe, é emocionante quando vejo todos uniformizados” Maria Souza
FAMÍLIA SOUZA Todos participam ativamente do buffet
RESTAURANTE Elaine e Mariane buscam cursos de aperfeiçoamento juntas
pleta com uma comparação: “se o patrão discute com um funcionário, ele pede demissão e vai embora. Mas, quando trabalhamos em família, não tem jeito disso acontecer porque vão ter que se encarar depois de um tempo. Acho que o nosso
segredo é a boa convivência entre mãe e filha. Quando é uma família estruturada como a nossa, que todos se valorizam, as diferenças se tornam menores”. A família acredita estar no momento mais marcante do restaurante, já que
estão ajustando os conceitos do negócio aos conceitos que o mercado pede. E todos se emocionam com os resultados conquistados. “Ver minha mãe em um banco de escola, indo estudar coisas da área, é uma coisa marcante. As ações feitas em conjunto vão gerar um bom resultado. Eu e minha mãe fizemos um curso juntas, foi uma experiência muito legal”, finaliza Mariane. Para Eduilson Barbosa, gestor de uma das indústrias que recebem os serviços do restaurante, a união familiar é notável na relação entre cliente e fornecedor. “É uma participação de todos no trabalho, tudo que você precisa eles estão sempre disponíveis, independente de ser algo de trabalho ou pessoal”, finaliza.
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ECONOMIA & NEGÓCIOS RH
“Desculpability”:
barreira da alta performance nas empresas Devemos tomar cuidado ao esquivar ou fingir que o problema não existe ou que não é nosso
Josy Pinheiro josy@progenth.com.br Psicóloga organizacional com MBA em gestão estratégica de pessoas e gestão empresarial pela FGV. Sóciadiretora da Pro-Genth Talentos Humanos, coach e consultora estratégica de diversas empresas dos setores de serviços, atacado, varejo e indústria.
Dicas para montar uma equipe de ‘accountability’ 01 Engajar para que todos pensem como dono; 02 Estimular a ambição e coragem para empreender; 03 Incentivar para sonhar grande; 04 Estar atento às oportunidades; 05 Agir (e não apenas ficar sonhando); 06 Usar uma comunicação transparente; 07 Estar aberto para dar e receber feedbacks; 08 Ter interesse genuíno - relação ganha-ganha; 09 Gerar resultados - mas aceitar erros e consequências; 10 E o mais importante: acabar com a ‘desculpability’. 64
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o início de novembro, tive a oportunidade de participar de um importante evento da área de gestão: HSM ExpoManagement. Na oportunidade, marquei presença em inúmeras palestras de grande valor e uma, em especial, chamou a atenção. Foi realizada pelo psicólogo e coach João Cordeiro, conhecido como um “accountability evangelist”, uma espécie de missionário da ‘responSabilidade’. Sim, com “S” maiúsculo, pois, desta forma, temos a sabedoria como o centro de tudo. É o indivíduo trazer para si a responsabilidade. Muito interessante a abordagem apresentada pelo palestrante, fazendo-nos refletir sobre o quanto assumimos verdadeiramente ou não a responsabilidade que nos compete em todas as dimensões da vida. Sempre nos deparamos com frases do tipo “Desculpe, mas eu só trabalho aqui”. Essa atitude é uma das mais comuns no mundo corporativo, chamado pelo consultor de desculpability como uma espécie de arte para encontrar desculpas, justificativas. Outras afirmações usuais: “Sempre fizemos assim”, “Isso não é problema meu”, “Ninguém me avisou”, “Já mandei o e-mail”, “Ah, não me comunicaram”, “Não recebi resposta” etc. Cordeiro alerta que “é ilusão achar que o problema do outro não é nosso. A segurança pública do Rio é um problema nacional e não só carioca. Imaginem se a segurança do Rio resolver esse problema? Possivelmente não deixará de ter bandidos, eles apenas sairão de lá para outro estado”. Ele ressalta que “encontrar desculpa é um fato histórico”. No livro mais antigo do mundo, a Bíblia, logo no primeiro capítulo, Adão agiu assim ao dizer: “quem deu a maçã foi a mulher
que tu me deste como companheira”. Ou seja, “ele se esquivou da responsabilidade, jogando a culpa para o outro”. Nascemos com um chip pronto para acionar esse mecanismo de defesa a qualquer instante. Devemos tomar cuidado ao esquivar ou fingir que o problema não existe ou que não é nosso. Comportamentos de apontar culpados e se fazer de vítima devem ser eliminados para que os resultados e entendimentos sejam sólidos e efetivos. A única maneira de acabar com o ‘desculpability’ é implantar a ‘accoutability’ (prestação de conta / o indivíduo puxar para si mesmo a responsabilidade). Trata-se de um hábito desenvolvido que diferencia as pessoas na forma de pensar e agir com segurança, domínio da situação como dono do negócio. Ele deu exemplo: “o profissional deve ir para uma reunião com soluções e ideias ao invés de ir ‘armado’, com justificativas para as ações não executadas ou apontamento de culpados”. Cordeiro definiu ‘accountability’ como virtude, algo que precisa ser adquirido. Seu oposto é a ‘desculpability’, que se resume em mecanismos de defesa. “Nascemos com a ‘desculpability, projetamos nos outros as nossas responsabilidades.” Antes do encerramento de sua bela exposição de pensamento, Cordeiro enfatizou para melhor entendimento do tema: “Um time com alto nível de ‘accountability’ não combina com melindres e, sim, com transparência, colaboração genuína, confiança e respeito”. As pessoas têm que assumir com humildade quando não sabem algo e que precisam de ajuda, informação e treinamento. E então, como está o seu nível de responsabilidade, de seus pares e equipe: no accountability (engajadas) ou desculpability (arrumando desculpas)?
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TRILHOS POR MAYARA STOEPKE FOTOS ARQUIVO PESOAL
A ferrovia que deu movimento aos municípios da região no passado está perto de voltar à ativa. Desta vez, como atração turística. A composição Expresso Trem da Terra promete criar novos rumos para o turismo da região, atraindo a atenção de moradores e visitantes.
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ECONOMIA & NEGÓCIOS REGIÃO
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s trilhos da Estrada de Ferro D. Pedro II fazem parte da história da região. Nas estações aconteciam grandes eventos e elas eram consideradas verdadeiros pontos de encontro, com chegadas e partidas o dia inteiro. O cenário era bem diferente do atual. Na época, os trens eram responsáveis pelo grande movimento de pessoas e produtos, fazendo parte importante e fundamental da economia dos municípios. Os bens não operacionais da antiga Rede Ferroviária Federal, como carros de passageiros, vagões e estações ferroviárias, têm sido destinados pelo DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) para projetos socioculturais. A malha ferroviária que foi responsável pelo transporte de bauxita e corta vários municípios da região está inoperante desde 31 de julho de 2015. São nesses trilhos que o projeto Trem Azul, nascido em Três Rios, junto com a Ong Amigos do Trem, busca o retorno das máquinas, agora para turismo, com a composição “Expresso Trem da Terra”, projeto idealizado por Paulo Henrique do Nascimento, presidente da OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) Movimento Nacional Amigos do Trem. Fabio Rocha, idealizador do Trem Azul em Três Rios, é um apaixonado
LITORINA Fabio mostra a comparação do tamanho do trem com o carro 66
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por trens e desenvolveu o projeto com a finalidade de retomar o funcionamento das rotas na região. Ele explica que Miguel Pereira (MG), por exemplo, já estava recebendo investimento no turismo ferroviário pela Ong Amigos do Trem. Ele acredita que o trem em Três Rios possa ser um “carro-chefe” de outras atrações, como passeio no encontro dos três rios, descida nas corredeiras e a Casa de Pedra. “Outras pessoas já tiveram essa ideia aqui na
Inicialmente o trecho seria apenas de 15 km, até Chiador, mas foi estendido até Cataguases cidade, mas, nos últimos tempos, comecei a acompanhar a desativação da FCA e vi a possibildiade de aplicar o projeto. Com isso, no início deste ano eu desenvolvi o Trem Azul, que já está em pleno vapor. Já temos os vagões, agora estamos buscando o transporte para Três Rios”, explica. Através de doações e patrocínios, a Ong vem conquistando o próprio espaço e a revitalização dos vagões.
O projeto viabilizava, no início, levar a viagem até Chiador (MG), pois já existe um projeto de restauração da estação ferroviária em ordem judicial. Oito cidades pertencem ao trecho, mas apenas dois municípios pertencem ao Estado do Rio de Janeiro (Três Rios e Sapucaia). “Inicialmente o trecho seria apenas de 15 km, até Chiador, mas, quando entrei em contato com o Paulo Henrique, ele me disse que o trecho até Cataguases seria desativado, então o passeio se tornou de 187 km”, conta, ressaltando que será o único passeio turístico ferroviário interestadual e o maior do país. A OSCIP tem como um de seus fundamentos o equilíbrio técnico operacional com o Ministério dos Transportes, DNIT e ANTT, seguindo rigorosamente diversos regulamentos e a legislação em vigor. Fabio ressalta que a conquista do primeiro trem turístico interestadual do país só foi possível com a união de empresários, representantes políticos, voluntários e autoridades de diversos setores dos dois estados. Com a viabilização, o Trem Azul foi integrado ao projeto mineiro “Expresso Trem da Terra - nos trilhos do desenvolvimento regional”, que fará o trecho Cataguases - Três Rios e promete fortalecer o turismo e a economia regional. O trajeto percorrerá Sapucaia e Três
“O projeto trará a oportunidade para essa região com a geração de empregos” Fabio Rocha
AMIGOS DO TREM Fabio Rocha e Paulo Henrique Nascimento
Rios, no Centro Sul Fluminense, e Cataguases, Recreio, Leopoldina, Chiador, Além Paraíba e Volta Grande, em Minas Gerais. “Em Minas, a maioria das cidades que nasceram ao redor da ferrovia tiveram suas economias paralisadas com a desativação dos trilhos. O projeto trará a oportunidade para essa região com a geração de empregos”, afirma.
A estimativa de empregos diretos e indiretos relacionados à operação do “Expresso Trem da Terra” passa de 500 oportunidades e englobam a rede hoteleira, alimentação, guias turísticos, comércio local, transporte, artesanato, agricultura familiar, economia solidária, entre outros. Pela grandiosidade, o projeto está cadastrado no Ministério dos Transportes e classificado como trecho de interesse turístico. Sem utilidade, equipamentos da década de 1971 da Companhia Santa Matilde foram cedidos pelo DNIT. Fabio explica que as máquinas estão em processo de recuperação em parceria com
a iniciativa privada. Com capacidade para 240 pessoas por viagem, a composição terá duas locomotivas, quatro vagões e dois carros-restaurantes. Com parcerias, o luxuoso vagão com motor próprio chamado Litorina, fabricado no Estados Unidos há 57 anos, já foi reformado e entrará em operação ainda em 2015 em Miguel Pereira. Fabio ainda destaca a reforma do famoso Trem de Prata, que ligou São Paulo ao Rio de Janeiro por 40 anos e parou em 1998. O objetivo é que as viagens aconteçam, inicialmente, aos finais de semana e feriados nacionais. O passeio levará em torno de cinco horas. “Já está tudo protocolado no Ministério dos Transportes, nossa única dependência é o rebitolamento dos vagões que estão em Juiz de Fora. Nosso objetivo é que os trens estejam em funcionamento no primeiro semestre de 2016. Algumas cidades já estão fazendo reformas nas estações, ou seja, está tudo muito bem encaminhado”, finaliza.
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PUBLIEDITORIAL
ODONTOLOGIA
LEVADA A SÉRIO FOTOS DIVULGAÇÃO
Clínica de odontologia integrada está em constante processo de aperfeiçoamento para oferecer atendimento de excelência
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ano de 2010 foi decisivo na carreira do dentista Thiago Fernandes. Recém-formado no curso de especialização em ortodontia, o profissional buscou novos ares para implementar o aprendizado no ramo do diagnóstico e tratamento de dentes mal posicionados e maxilares. Em sua procura por um local próximo de Juiz de Fora, sua terra natal, encontrou Três Rios, a cidade que, segundo ele, necessitava de profissionais especializados. A OdontoUnic foi seu projeto na cidade. Inaugurada há cinco anos, a clínica está em constante progresso com o objetivo de proporcionar o melhor atendimento e custo-benefício aos seus pacientes. Pautada em entregar um tratamento com base em conhecimentos científicos, acessibilidade e franqueza,
a equipe tem como meta a satisfação e realização dos que a procuram. Entre os profissionais da clínica estão quatro especialistas, um clínico-geral e duas ACDs. As instalações da OdontoUnic estão em constante aprimoramento para oferecer conforto e ambiente agradável aos pacientes. “Queremos que a pessoa encare nosso espaço como uma extensão da sua casa”, diz Thiago, que complementa: “Recebemos com alegria e bom humor porque ver um sorriso de um paciente que antes não podia sorrir por medo ou vergonha é a nossa maior gratificação”. Com funcionamento de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, a OdontoUnic está preparada para receber sua visita! Agende pelo telefone e perceba como a odontologia pode existir aliando qualidade, preço e ambiente em um só local.
Equipe de profissionais Dr. Thiago Fernandes Especialista em Ortodontia e diretor da OdontoUnic (aparelhos)
Dr. Yuri Schultz Clínico-geral Dr. João Cavalcante Especialista em Implantodontia (implantes)
Dr.ª Gisele Ribeiro Especialista em Endodontia (tratamento de canal)
Dr.ª Priscila Paiva Especialista em Dentística/Estética
(clareamento e facetas de porcelana)
Dr. Thiago Fernandes
Dr. Yuri Schultz
Dr. João Cavalcante
Dr.ª Gisele Ribeiro
“Ver um sorriso de um paciente que antes não podia sorrir por medo ou vergonha é a nossa maior gratificação”, Dr. Thiago Fernandes
Dr.ª Priscila Paiva
(24) 2251-3118 facebook.com/clinicaodontounic clinicaodontounic@gmail.com OdontoUnic - Odontologia Integrada Rua Pref. Walter Francklin, 163 Sala 4 - Centro - Três Rios - RJ
apresenta
ESPAÇOGOURMET FOTOS DIVULGAÇÃO
Mesmo com pouco espaço é possível criar um ambiente prático e confortável
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conceito de espaço gourmet vem acompanhar a nova tendência que transformou o ato de cozinhar em lazer. É natural receber seus convidados e fazer a comida ao mesmo tempo, portanto esse ambiente deve propiciar uma atmosfera agradável e acolhedora para uma conversa, reunião e diversão. Alguns empreendimentos residenciais mais recentes já oferecem como diferencial um ambiente reservado para o espaço gourmet, podendo ser de uso coletivo ou privado, integrados com a área externa do imóvel - próximo à área de piscinas e salão de festa - ou fazendo parte do imóvel, quando, geralmente, ocupam um espaço na varanda e se integram com a sala. E mesmo com pouco espaço já é possível planejar um ambiente que ofereça praticidade e conforto para realizar as tarefas diárias. Porém alguns pontos devem ser analisados para um espaço com qualidade se desenvolva.
COZINHA GOURMET, BARRA DA TIJUCA -RJ
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Os móveis não podem atrapalhar na circulação. Para isso, coloque-os de uma maneira que facilite a preparação dos pratos e o acesso da família à cozinha. Divida a cozinha em partes, setorize pela funcionalidade e organize os eletrodomésticos. Você pode fazer uso de ilhas, bancadas e móveis de apoio. Torne o espaço o mais aberto e fluido possível, ter uma paisagem de fundo e iluminação natural irá contribuir para valorizar o ambiente.
O ambiente deve propiciar uma atmosfera agradável e acolhedora para uma conversa, reunião e diversão Para conhecer mais os projetos da Tektos 21 3177-1710 24 98136-1800 tektos.com.br facebook.com/tektosprojetoseobras
Pense em uma decoração descontraída e acolhedora, pois você e seus convidados irão passar longas horas de descontração. Não podemos deixar de pensar em eletrônicos, uma TV e um som ambiente são muito bem-vindos.
ESPAÇO GOURMET, ITAIPAVA - RJ
ESPAÇO GASTROMANIA CADEG – RJ
ESPAÇO GOURMET, ITAIPAVA - RJ
ECONOMIA & NEGÓCIOS FINANÇAS
DIREITOS
DOMÉSTICOS POR DIEGO PATRICK
SUPERVISÃO FREDERICO NOGUEIRA
FOTOS SHUTTERSTOCK
As novas regras para a contratação de empregados domésticos já estão valendo! É importante conhecer as mudanças que transformam as contratações e ampliam o reconhecimento da classe.
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e você é trabalhador doméstico ou deseja contratar um, deve ficar atento às leis que entraram em vigor em outubro deste ano. Com elas, os profissionais garantiram seus direitos iguais aos demais trabalhadores brasileiros. Entre as principais mudanças está o direito às horas extras, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), a multa em caso de demissão sem justa causa, o adicional por trabalho noturno e o seguro-desemprego. Mas, você conhece os tipos de trabalhadores que podem ser considerados domésticos? Para que se enquadrem, é necessário que obedeçam a cinco critérios de trabalho: habitualidade, subordinação, onerosidade, pessoalidade e ser pessoa natural. Estão na definição as babás, cuidadores de idosos, motoristas particulares, cozinheiros, jardineiros, passadeiras, cuidadores de piscinas e vigias. Um dos novos direitos dos empregados domésticos é a isenção do trabalho em dias de domingo e feriados. Assim, caso o patrão necessite deles nesse período, é preciso que o mesmo pague a mais. A advogada Rosangela Ribas está há dez anos com a mesma funcionária em casa e considera a questão dos feriados ruim. “Elas não têm a obrigação de irem trabalhar nos feriados municipais, estaduais e federais, o que acaba atrapalhando os patrões, que estão em casa nesses dias e podem precisar de alguém”, diz. Entretanto, a obrigatoriedade da assinatura do ponto de horário foi um dos itens dos quais Rosangela mais gostou. “É espetacular, mas minha empregada não está gostando muito porque, como está há muito tempo conosco, possui certa liberdade com a família. Antes chegava muito tarde e saía muito cedo, agora a nova lei nos ajuda a impor mais a disciplina dentro do que, para elas, é o ambiente de trabalho”. Por estar há tanto tempo, a empregada da advogada não sofreu com a nova regulamentação da lei. “Sempre paguei salário e INSS integrais, nunca fiz descontos, como transporte e alimentação, porque não achei necessário”. Porém, ela explica que a próxima que for contratada precisará 72
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estar dentro dos padrões exigidos. “A minha empregada vai se aposentar por idade, então, precisarei de outra pessoa que, com toda a certeza, será ajustada à lei, pois tem que ser bom para os dois lados”, destaca. O seguro-desemprego também é um novo benefício garantido aos domésticos, além da exigência do recolhimento de 8% do Fundo de Garantia do
O seguro-desemprego também é um novo benefício garantido aos domésticos Tempo de Serviço (FGTS) por parte do empregador. Agora, se o trabalhador for demitido sem justa causa, poderá sacar o dinheiro na Caixa Econômica Federal, restando ao patrão a multa rescisória de 3,2%. Mas, caso o funcionário peça a demissão, a retirada só será permitida em ocasiões específicas previstas na lei. Também é obrigação do empregador recolher 0,8% para seguro contra acidentes de trabalho.
Para ser contratado, o trabalhador doméstico deve ter, no mínimo, 18 anos. O patrão deverá pagar as horas extras e o adicional noturno em dinheiro, podendo ser até duas por dia caso tenham cumprido oito horas de segunda a sexta-feira e, no sábado, quatro. O adicional noturno corresponde ao período de trabalho entre 22h e 5h. Em caso de viagens com a família do empregador, o funcionário deverá receber 25% a mais em sua remuneração. Fica a critério do patrão reduzir o horário de almoço dos empregados, desde que sejam liberados do trabalho antes do habitual. Também há o direito às férias de até 30 dias por ano, que podem ser tiradas em até dois períodos de, no mínimo, 14 dias cada. Vale ressaltar que benefícios como alimentação e plano de saúde ficam a critério do empregador, sendo que o auxílio-transporte poderá ser pago em dinheiro ou vale, ambos mediante recibo. Apesar da quantidade de empregados domésticos ser abundante no Brasil, muitos ainda exercem suas funções sem um registro na carteira de trabalho. Segundo dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio), realizada em 2011 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de cada dez trabalhadores domésti-
MUDANÇAS
Como Era
Como Fica
FGTS
Opcional
8%
INSS
12%
8%
Multa por demissão sem justa causa
Não Existia
3,2%
Seguro contra acidentes
Não Existia
0,8%
Apesar da grande quantidade de empregados domésticos no Brasil, muitos ainda exercem suas funções sem um registro na carteira de trabalho cos, apenas três eram formais. A taxa de informalidade desses profissionais chega a 69%, sendo mais alta entre as mulheres, que são cerca de 93,6% desse mercado. Elas chegam a ser 70,7% informais e, eles, 53%. Para alguns, contratar uma diarista pode parecer uma alternativa fácil para dispensar as formalidades, mas é preciso ter cuidado. Segundo o contador Marcos Gonçalves, a contratada não deve ultrapassar 25 horas semanais, caso contrário pode representar vínculo empregatício.
“Se uma pessoa trabalha três vezes por semana, são 24 horas, ou seja, um salário parcial, mas, caso ultrapasse esse limite, será integral, visto que ela sai de horista para mensalista”, explica. De acordo com a nova lei, a empregada doméstica deve totalizar 44 horas semanais e 220 mensais. Para Marcos, uma das razões para contratar trabalhadores domésticos são as crianças. “Um casal sem filhos não precisa de empregada porque a preocupação é menor”. Ele acredita que mais creches com horário integral deveriam existir para suprir essa necessidade. “A falta dessas instituições faz com que os pais acabem optando por uma funcionária em casa”. O contador diz que, com a nova lei, o número de agências responsáveis pelo serviço doméstico pode aumentar. “Acredito que mais empresas especializadas em trabalho doméstico aparecerão com serviços terceirizados, porque a diferença entre o custo de uma doméstica e uma agência é bem razoável, o patrão tem uma economia de, pelo menos, 20% nos gastos”, finaliza.
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BEM-ESTAR esporte 75 movimento 78 saúde 81
A MELHOR IDADE DE VERDADE POR TATILA NASCIMENTO
FOTOS REVISTA ON
Quem ainda acha que lugar de idoso é em casa, na cadeira de balanço ou contando histórias para os netos, está muito enganado. A ideia de que a terceira idade chega para ser um momento de descanso ficou no passado. Com rotinas agitadas e tarefas diferentes dessa tradição, a melhor idade é realmente para ser vivida e aproveitada da melhor forma possível. revistaon.com.br
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BEM-ESTAR ESPORTE
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Qual a primeira imagem formada na sua cabeça quando pensa em alguém que trabalha como DJ e anima festas? Talvez seja a hora de abrir espaço para uma nova. Gabriel Jorge, mais conhecido como DJ Chacal, se define como uma pessoa de bem com a vida, brincalhona e que ama o que faz. Aos 75 anos, trabalha como DJ. Durante o dia costuma arrumar o som, testar, checar caixas, iluminação e baixar músicas. Está sempre em busca de aperfeiçoamentos. “Não consigo ficar parado nem costumo tirar hora para descansar. Algumas vezes tiro um rápido cochilo durante a tarde, mas isso só acontece quando chego em casa por volta das 4h ou 5h”. Policial militar reformado, lembra que frequentava muitos bailes e sempre gostou de música. Diante disso, resolveu
PROJETO IDOSOS EM AÇÃO Grupo se reúne para praticar atividades físicas
“Tenho que ficar ‘esticadinha’ ou terei que usar bengala”, Nanet Lima
começar a fazer seu próprio baile e afirma que vai continuar até quando Deus permitir e a saúde ajudar. “É importante principalmente para a mente. As pessoas costumam dizer que não aparento ter 75 anos. Qual o meu segredo? Minha mente não sabe a idade que tenho”, brinca. Se eles têm problemas com tecnologias? “Adoro Facebook. Gosto de curtir, comentar, fazer novas amizades. Celular também, fico direto no WhatsApp ou jogando, gosto muito dos joguinhos. Meu neto sempre baixa alguma coisa e ficamos disputando, integração do idoso com a criança é bom demais”, comenta Cileida. Ela acredita que ficar parado é ruim para a saúde do corpo e da alma. “Idoso pode tudo e tem que fazer muitas coisas. Precisamos nos movimentar, passear, conversar, rir, ir ao cinema. Essa coisa de que idoso tem que ficar em casa era do passado, hoje em dia não existe mais”. Para Chacal, esse conceito de idoso é preconceituoso. “Temos que aprender a ver o melhor que existe em nós. Hoje em dia esse tabu da idade já foi quebrado
BENEFÍCIOS A qualidade de vida dos idosos que se movimentam é melhor
ARQUIVO PESSOAL
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s idosos que você conhece hoje são bem diferentes daqueles que costumávamos ver [ou ouvir sobre] no passado. Os que podem mostram que a idade não é motivo para deixarem de aproveitar muito bem a vida. Nanet Lima, de 89 anos, é um exemplo de vitalidade e disposição, com alegria e bom humor como algumas das suas principais características. Ela conta que sempre praticou exercícios físicos e afirma que estar em atividade só faz bem para a vida. Segundo Adriano Sipriano, seu personal trainer, Nanet já experimentou várias modalidades, como natação, hidroginástica e musculação, sempre com grande dedicação e excelentes resultados. “Com muita disciplina nos treinos, Nanet é de causar inveja até mesmo nos mais jovens pela força e foco. Com o treinamento personalizado, já teve grande melhora no tônus muscular, equilíbrio e coordenação, qualidades que são fundamentais para a idade que tem”, afirma Adriano. Sem perder a concentração na sequência de exercícios e muito animada, Nanet diz que não se cansa e quer cada vez mais se movimentar. “Já estou com uma idade avançada, não quero ficar toda torta. Me sinto muito bem, fico no meio dos jovens. “Tenho que ficar ‘esticadinha’ ou terei que usar bengala, Deus me livre”, brinca. Cileida Queiroz, 67 anos, afirma que também tem muitos benefícios por manter-se ativa. Durante a semana, faz aulas de pilates e de pintura. Além disso, encontra as amigas da “turma do vôlei” nas noites de terças-feiras e, uma vez por mês, se reúne com antigas amigas de trabalho. Ah, ainda gosta de caminhar, ler, bordar e jogar buraco online. “Quando estamos em atividade não dá tempo de pensar besteiras. É viver e não ter a vergonha de ser feliz, como dizia Gonzaguinha”. A professora aposentada afirma que adora passear e está acostumada a viajar com amigas e a irmã. “Esse ano, em maio, fomos até Buenos Aires. Foi uma viagem muito boa, conhecer outro país, suas histórias e o povo nos dá um conhecimento sem fim. Mas uma viagem que não me sai da memória foi a primeira que fiz de navio. Foram sete dias de felicidade, fomos a Salvador, Maceió e Ilhéus”, destaca.
DJ CHACAL Aos 75 anos, o policial militar reformado anima festas
GRUPO Ítalo e Fábio com os participantes do projeto em Paraíba do Sul
por muitos. Tenho 75 anos e não penso em parar tão cedo. Monto todo o meu som, carrego peso, faço minhas caixas de som, minha idade não me impede de nada disso. Minha esposa tem 50 anos, acorda todos os dias às 5h para caminhar e, depois, cuida do meu netinho de um ano. Vejo que existem pessoas da mesma idade que nós e não conseguem sequer andar sozinhas”. O fisioterapeuta Fábio Silveira coordena o projeto “Idoso em Ação” em
Paraíba do Sul, criado há 12 anos, que funciona com ações desempenhadas para o benefício de um estilo de vida ativo na manutenção da capacidade funcional e da autonomia física durante o processo de envelhecimento. De acordo com Ítalo Stefani, educador físico que também participa do projeto, o envelhecimento chega acompanhado de inúmeras transformações no corpo e a diminuição do desempenho físico com a perda de força
muscular. Na terceira idade, o organismo já não é como antes, o corpo não é mais tão flexível e os movimentos não são tão ágeis. Ele ainda explica que as articulações perdem mobilidade e elasticidade e as funções cardiovasculares e circulatórias diminuem. “Um idoso ativo melhora sua expectativa de vida, o controle das doenças infectocontagiosas, crônico-degenerativas, aumento da autoestima e autoconfiança, alivia possíveis depressões e tem mais autonomia funcional para o seu dia a dia. O principal benefício é deixar de ser um idoso ocioso e tornar-se uma pessoa ativa”, destaca. Fábio conta que também percebe uma melhora significativa na qualidade de vida dos participantes. “Quando o idoso é assíduo, diminui o índice de quedas e, posteriormente, de fraturas. Também fortalece os músculos das pernas e costas, melhora os reflexos, a sinergia motora das reações posturais, a velocidade de andar e diminui o risco de doença cardiovascular”, finaliza.
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BEM-ESTAR MOVIMENTO
Viver em equilíbrio SHUTTERSTOCK
Somos capazes de fazer escolhas saudáveis e abdicar de hábitos que nos acompanham ao longo de anos
Juliana Fajardo jufajardo@hotmail.com Formada em educação física, pós-graduada em ginástica e coordenadora do Comitê Olímpico Brasileiro. Foi campeã estadual, brasileira e sul-americana como treinadora de ginástica artística.
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studos estimam que a longevidade e o aparecimento de determinadas doenças se devem, em cerca de 75% dos casos, à integração entre hábitos e meio ambiente e, em apenas 25%, à genética. Olhando para esses dados, ficamos certos de que a saúde está em nossas mãos e isso nos faz refletir sobre nossas escolhas. Um estilo de vida saudável é pautado em boas escolhas. Conhecer a si mesmo é o primeiro passo para escolhas corretas. Estreitar os laços entre corpo, mente e alma nos torna capazes de lidar melhor com as emoções e com um dos pontos mais importantes para a mudança de hábito: a disciplina. Fazer escolhas saudáveis e abdicar de hábitos que nos acompanham ao longo de anos parece difícil, mas somos capazes, vale a pena tentar. Considere essa ideia e identifique pequenas mudanças que farão grande diferença no seu dia a dia, comece aos poucos e lembre-se de que o objetivo é cada vez mais acertar nas escolhas. Para iniciarmos, cinco pontos essenciais:
Sono reparador
Considerado remédio natural, é durante o sono que nosso corpo executa tarefas importantes que vão desde a produção hormonal até a reparação de células. Quando dormimos mal, há um desequilíbrio. 78
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Exercícios físicos
Mexa-se, abandone o sedentarismo, fomos criados para viver em movimento. Alimentação
Coma comida de verdade. Elimine os alimentos industrializados e deixe suas refeições bem coloridas. Gestão do estresse
Apesar de o estresse ser considerado o mal do século, sabemos que não conseguiremos fugir de situações estressantes. O que nos tornará pessoas melhores é aprender a lidar, é mensurar o real nível de importância que cada situação demanda e tratar cada situação da forma correta. Água
O corpo humano é constituído, em média, entre 60% a 70% de água, ou seja, ela é, definitivamente, o nutriente mais abundante em nosso corpo, então, mantenha-se hidratado. O caminho é conseguir o equilíbrio. Uma vez que criamos hábitos saudáveis, somos capazes de mantê-los por toda a vida. Comece já a reescrever seu estilo de vida. “Cuide do seu corpo, pois você mora nele”.
apresenta
TERAPIA COGNITIVO-
COMPORTAMENTAL
É possível educar o paciente como seu próprio terapeuta em busca de mudanças de pensamento, humor e comportamento
A
terapia cognitivo-comportamental é uma abordagem psicológica que surgiu nos Estados Unidos, no início dos anos 60, com o psiquiatra Aaron Beck. A TCC está baseada no modelo cognitivo, o qual parte da hipótese de que as emoções, os comportamentos e a fisiologia de uma pessoa são influenciados pelas percepções que ela tem do evento. A isso se dá o nome de “Tríade Cognitiva”, composta por três fatores interligados que se influenciam mutuamente: Pensamento
Na TCC existe uma aliança entre paciente e terapeuta, onde o psicólogo participa de forma ativa, como uma equipe, visando educar o paciente a ser seu próprio terapeuta, através de diversas técnicas, em busca de mudanças de pensamento, humor e comportamento, enfatizando a prevenção de recaídas. Este tipo de terapia tem sido muito procurado nos dias de hoje devido à forma objetiva e estruturada que a caracteriza. Atualmente, as pessoas necessitam de um tratamento breve, que tenha como foco o problema, e encontre as possíveis soluções rapidamente.
lúdicos, com brincadeiras, jogos e desenhos que auxiliam na expressão dos sentimentos e anseios da criança/adolescente. Quando necessário, o terapeuta também entra em contato com a escola e/ou outros profissionais que acompanham a criança para um melhor resultado.
Terapia Individual
Sentimento
Comportamento
A terapia cognitivo-comportamental é estruturada, de curta duração, voltada para o presente, direcionada para a solução de problemas atuais e a modificação de pensamentos e comportamentos disfuncionais (inadequados e/ou inúteis). O tratamento também está baseado em uma conceituação, ou compreensão, de cada paciente (suas crenças específicas e padrões de comportamento). O terapeuta procura produzir de várias formas uma mudança cognitiva - modificação no pensamento e no sistema de crenças do paciente - para produzir uma mudança emocional e comportamental duradoura.
A psicoterapia individual busca auxiliar o paciente a superar suas dificuldades e sofrimentos. Possui uma estrutura em que é traçado um plano de tratamento, onde o paciente relata seus objetivos e metas a serem alcançadas. São utilizadas técnicas durante as sessões e até mesmo para serem reproduzidas em casa, visando o alívio dos sintomas e propiciando uma vida mais funcional, saudável e com maior qualidade. Terapia Infantil
A terapia de crianças/adolescentes, da mesma forma que a de adultos, visa a identificação e tratamento de problemas que estão relacionados a conflitos emocionais e comportamentais. A criança pode ser encaminhada por um médico, pela escola ou por uma demanda dos próprios pais. O terapeuta utiliza técnicas e procedimentos
Lívia M. Pimenta Psicóloga - CRP: 05/31582 Manuela F. Caldas Psicóloga - CRP: 05/38378 (24) 2252-4228 www.clinicamente.net.br
atendimento@clinicamente.net.br Rua Presidente Vargas, 595 sala 402 - Centro - Três Rios - RJ
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PUBLIEDITORIAL
CHEGA DE RONCOS! FOTO DIVULGAÇÃO
Aparelho em silicone exclusivo e personalizado proporciona conforto e bem-estar para quem convive com problema de ronco e apneia do sono
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ronco é o distúrbio do sono mais comum entre os brasileiros. Suas causas podem ser as mais variadas, como obstrução nasal, amídala muito grande, rinites, desvio de septo, tumores e hipertrofia dos cornetos e pólipos nasais. Esse distúrbio pode incomodar cônjuges, parceiros, filhos, entre outros. O roncador não tem um sono reparador, permanecendo boa parte do tempo em um estágio mais leve, com os músculos da garganta mais tensos para manter a via respiratória aberta. As consequências são noites mal dormidas, sonolência diurna, cansaço, irritabilidade, engasgos durante a noite, alterações da memória e do raciocínio, disfunção erétil e apneia. Roncar não é normal e é sinal de apneia do sono (falta de ar por mais de 10 segundos), fragmentando o sono e alterando os níveis de oxigênio no sangue.
Solucione os problemas de ronco e apneia pelo método de tratamento inovador com o Dr. Marco Paviato Isso gera consequências graves, como hipertensão, problemas cardiovasculares, diminuição da libido (impotência sexual).
O ronco é um distúrbio de saúde e do sono de natureza crônica que atinge, em média, 30% da população e pode ser tratado com um aparelho oral de eficácia comprovada. O aparelho equaliza a velocidade do ar que entra nas vias aéreas impedindo que ocorra a apneia, estimulando, também, a musculatura da língua, da garganta e do céu da boca. Dessa forma, o ronco é controlado e o indivíduo não desenvolve as consequências. O dentista é o especialista mais indicado para solucionar o problema, proporcionando um tratamento adequado e personalizado.
Ortodontia e Implantes Dentários
Dr. Marco Paviato CRO - 33190 24 2255-2196 Trav. Augusto Almeida, 44 - Galeria Central - Salas 201/202 - Três Rios - RJ
BEM-ESTAR SAÚDE
ATENÇÃO AO CORAÇÃO POR MAYARA STOEPKE
FOTOS REVISTA ON
O coração merece atenção em todas as idades. Diferente do que alguns possam imaginar, o infarto também acomete pessoas jovens. Conheça os fatores de risco e principais sintomas, afinal, identificar rapidamente pode salvar uma vida.
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BEM-ESTAR SAÚDE
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infarto agudo do miocárdio é consequência da obstrução de uma artéria coronária por um coágulo de sangue sobre a placa de gordura formada na parede, o que impossibilita que uma quantidade de sangue suficiente chegue até aquela área do músculo cardíaco. No entanto, embora seja mais comum acometer pessoas com idades mais avançadas, o infarto também pode acontecer em jovens corações. A médica cardiologista e ecocardiografista Roberta Vasconcellos explica que os principais fatores de risco são o tabagismo, as drogas, a diabetes, a hiperlipidemia, a obesidade e o histórico familiar. “O tabagismo é o fator mais fortemente associado com doença arterial coronariana e, consequentemente, ao infarto no adulto jovem”, ressalta. Segundo estudos, o risco é cerca de três vezes maior em fumantes com idades de 35 a 44 anos em comparação com os não-fumantes. A exposição repetida ao cigarro ocasiona disfunção e lesão dos vasos sanguíneos, incluindo os do coração. “A cocaína ou o crack podem causar espasmos, ou seja, a redução do tamanho dos vasos sanguíneos, e, com isso, levar ao infarto mesmo sem doença cardíaca prévia. A obesidade e, principalmente, o aumento da gordura abdominal já são fatores de ris-
co isolados para o infarto. Isso significa que mesmo quando o paciente não possui outro fator de risco ele pode sofrer um infarto só por ser obeso”. O histórico familiar é um fator conhecido por estar presente em muitos dos pacientes que passaram pelo infarto, mas não é uma regra. Segundo estimativa do Ministério da Saúde, anu-
mal estar estomacal e, caso sobreviva, só detectará o infarto como cicatriz em exames futuros. “O principal sintoma do infarto é a dor torácica, que é tipicamente um aperto com duração maior que 20 minutos, que não se altera com a posição, podendo ir para o braço esquerdo ou mandíbula. Mas, também, pode ocorrer de forma atípica como uma dor na região do estômago e sudorese, sendo essa forma mais presente no paciente diabético”, destaca Roberta. Por isso, não é aconselhado ignorar sintomas aparentemente irrelevantes, como o desconforto no peito, a ansiedade intensa, perda total ou parcial da consciência, desmaio, fadiga, astenia, falta de ar, cansaço inexplicável, tosse sem outra causa ou pressão arterial elevada. “O jovem que já foi exposto ao problema terá que tomar remédios e se consultar periodicamente com seu cardiologista para que o evento não volte a acontecer com o passar dos anos”, indica. De acordo com a especialista, as mulheres jovens que apresentam doença arterial coronária compreendem um grupo especialmente interessante porque, teoricamente, o estrogênio, hormônio feminino, seria um fator de proteção e, portanto, os mecanismos ainda não são completamente compreendidos. “Casos esporádicos sugerem que a diabetes em mulheres pode ter
Em casos atípicos, o infarto pode chegar sem avisar, sem os sintomas mais frequentes almente mais de 300 mil pessoas têm uma parada cardíaca e cerca de 80 mil delas não consegue sobreviver. Estilo de vida menos saudável, vícios e falta de atenção aos possíveis sinais e sintomas são algumas das razões que fizeram com o que a quantidade de óbitos por infarto em jovens de 20 a 39 anos aumentasse no Brasil de 79.668 para 84.121 entre 2010 e 2012. Em casos atípicos, o infarto pode chegar sem avisar, sem os sintomas mais frequentes. Quando isso ocorre, a pessoa pode acreditar que está com um
MORTES POR INFARTO EM TRÊS RIOS EM 2014
MULHERES
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Fonte: Sistema de Informação de Mortalidade 82
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ROBERTA VASCONCELLOS A cardiologista alerta que o principal sintoma do infarto é a dor torácica
um papel mais potente do que nos homens”. Tabaco em combinação com contraceptivos orais representa um aumento de 13 vezes da mortalidade pela doença coronária, afirma. “O infarto em mulheres apresenta-se muitas vezes com sintomas atípicos, o que dificulta o diagnóstico e, com isso,
ocorre um atraso no tratamento e uma maior gravidade do quadro”. De acordo com Andri de Pádua, coordenador de enfermagem da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Três Rios, a unidade presta serviço especial nos casos de infarto. “A pessoas que chegam com sintomas de infarto têm atendimento prioritário e, se for preciso, transferimos o paciente para Vassouras, onde temos hospital conveniado para esses casos que necessitam um procedimento mais complexo”. O diretor da unidade, Romero Bandeira, ainda destaca que há ações para diminuir a mortalidade por doenças cardíacas. “A implantação do protocolo de transferência para Vassouras agiliza o processo caso o paciente precise de um cateterismo, por exemplo, e também temos a agilidade do Samu. Se a pessoa liga e descreve o sintoma de dor torácica, os profissionais pegam a pessoa em casa e encaminham para a UPA rapidamente”, finaliza.
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É MENINO
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BEM-ESTAR SAÚDE
OU MENINA? POR DIEGO PATRICK
SUPERVISÃO FREDERICO NOGUEIRA
Quando um casal descobre a notícia da gravidez, rapidamente surge a curiosidade sobre o sexo do bebê. Com a sexagem fetal, a resposta para essa dúvida pode ser obtida com rapidez, o que permite a antecipação dos preparativos para a chegada da criança.
É
cada vez mais raro encontrar casais que aguardam a descoberta do sexo do filho no dia do parto. Para os mais ansiosos, segurar a curiosidade não é tarefa fácil, então, a solução mais conhecida é a tradicional ultrassonografia. Entretanto, outra alternativa vem se popularizando e animando mães e pais aflitos e curiosos: a sexagem fetal. O procedimento, que é um exame rápido e seguro, elimina a necessidade de esperar pelo ultrassom para essa finalidade. O exame por imagem, que é importante para o acompanhamento da gestação, servirá para confirmar o que a sexagem fetal pode mostrar após oito semanas de gravidez. Uma vantagem é a 84
Revista On Dezembro & Janeiro
“Os pais acabam procurando um resultado mais certo e rápido”, Norival Rodrigues
programação antecipada para a chegada do novo membro da família. Com isso, dar início aos preparativos e escolha do nome, o enxoval e até decoração do quarto de bebê são antecipados. Para entender como tudo funciona, é preciso partir do princípio de que homens e mulheres apresentam geneticamente 46 cromossomos, sendo que um par deles é
de cromossomos sexuais, o que diferencia os sexos. Enquanto elas têm dois cromossomos X, eles têm um X e um Y. Portanto, a determinação depende da presença ou ausência do cromossomo Y no DNA. Foi descoberto que, durante a gestação, fragmentos genéticos do feto passam para o sangue materno por meio da placenta. Assim, através da técnica PCR (Reação em Cadeia de Polimerase), é possível identificar o sexo do bebê com grandes chances de acerto, esse é o exame de sexagem fetal. Se forem gêmeos idênticos, univitelinos, o resultado é válido para todos os fetos. Já em gêmeos fraternos, bivitelinos, a identificação do gene masculino significa que ao menos um é
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PROCEDIMENTO O exame feito no laboratório consegue identificar o sexo do bebê de forma antecipada
menino. Se o resultado der ausência de Y, pode-se dizer que ambas são meninas. Segundo Norival Rodrigues, farmacêutico bioquímico, o teste vem tendo cada vez mais procura nas clínicas especiali-
zadas. “Nem sempre os pais conseguem obter a informação que desejam pela ultrassonografia, porque é uma fecundação muito recente, então acabam procurando um resultado mais certo e rápido”. Para
ele, o procedimento é ideal para quem deseja desvendar o mistério antes da hora. “Selecionamos as células do feto no sangue da gestante e revelamos cinco dias úteis após a colheita da amostra”, explica. Quem não conseguiu controlar a ansiedade foi a fisioterapeuta Carla Maria Cunha dos Santos Barros, de 34 anos. Ela fez o exame em dezembro de 2014 porque uma tia, que estava em viagem, queria comprar os presentes. “Ela estava em Nova York e compraria as coisas para o Natal, então tive que fazer”, revela. Com apenas oito semanas e meia de gravidez, descobriu que estava à espera do pequeno Bernardo, hoje com cinco meses. “Foi muito bom saber e poder providenciar as coisas dele mais cedo, até comecei a frequentar feiras para gestantes, fiquei muito empolgada”. Além de não ser invasivo, o teste não exige preparação especial antecipada, já pode ser feito em muitos hospitais e laboratórios de todo o país, inclusive na região. O valor passa, normalmente, de R$ 300, mas, para o alívio dos pais curiosos, vale muito a pena!
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BEM-ESTAR SAÚDE
A DOR DOS CÁLCULOS POR TATILA NASCIMENTO FOTOS REVISTA ON
Só quem já teve cálculos renais sabe a dor que eles provocam. A boa notícia é que a região já conta com tratamentos que usam equipamentos modernos e eliminam o problema de forma minimamente invasiva.
A
s causas da formação de um cálculo renal são múltiplas, é o que explica o urologista Ivson Ribas. Ele ressalta que o importante é buscar auxílio médico assim que os sintomas surgem. “Existem aqueles cálculos que são formados por distúrbios metabólicos. Existe um grupo muito grande de pacientes com cálculo por infecção, como alguns tipos de infecção urinária. No entanto, a principal causa é o distúrbio metabólico de origem genética, na maioria das vezes. Quando encontramos em um paciente, detectamos em várias pessoas da mesma família, mas não é necessariamente uma regra. O paciente que ficou acamado durante um período muito longo também pode desenvolver o cálculo, assim como uma pessoa que passa por período de diarreia com muito vômito, mas são situações excepcionais”, explica. O urologista Tiago Elmôr ressalta que, na maioria das vezes, o principal sintoma é a cólica renal, uma dor lombar intensa e de início agudo, que pode surgir acompanhada por vômitos, ardência ou dificuldade para urinar e sangue na urina. Ele explica que esse quadro agudo é decorrente da movimentação do cálculo renal em direção à bexiga na tentativa de ser eliminado. No entanto, há um grande número de pacientes que podem ter as “pedras” nos rins durante meses ou anos e não apresentarem sintomas, mantendo o diagnóstico oculto. 86
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“Passamos a ter várias formas de tratamento ao longo dos anos, mas todas as modalidades anteriores continuam atuais” Ivson Ribas
Tiago Elmôr informa que a ingestão de grande quantidade de água diariamente é o melhor para evitar o problema. “Muito se fala sobre dieta e uso de produtos naturais, mas, de todos os estudos nessa área, somente ficou comprovado que o paciente deve reduzir a ingestão de sal e proteínas, como carne vermelha, leite e derivados e, por outro lado, deve aumentar o consumo de sucos de frutas cítricas, como limão, laranja e abacaxi, visando aumentar o citrato da urina. Tais medidas reduzem a aglomeração de cristais urinários com intuito de controlar pedras já existentes ou evitar o surgimento de novas pedras”. Daniel Alves já passou pelo problema, que chegou com uma forte dor nas costas. “Senti uma dor meio esquisita, um pequeno incômodo que foi aumentando ao longo do dia. No final da tarde já estava tão insuportável que precisei procurar ajuda médica por não saber do que se tratava. As dores ficaram tão fortes que eu quase não consegui andar”, lembra. No hospital o diagnóstico certeiro chegou rapidamente. “O exame
DANIEL ALVES As dores que sentiu foram tão fortes que quase não conseguiu andar
mostrou uma pedrinha do tamanho de um grão de arroz. Tomei medicação na veia para passar aquela dor”. A indicação médica, na ocasião, foi justamente para ingestão de bastante líquido e, assim, o cálculo seria expelido naturalmente. Uma semana depois, nova crise. “Voltei ao hospital e me medicaram. O médico chegou a mandar um encaminhamento para o procedimento cirúrgico, mas não precisou. Cerca de uma semana depois eu consegui expelir”. A situação deixou um ensinamento valioso: “Nunca mais deixei de consumir, no mínimo, dois litros de água por dia. Bebo até sem vontade para evitar que ocorra novamente”. Já Breno Rastelli precisou de uma intervenção cirúrgica. As dores, ele conta, eram muito fortes, principalmente quando o cálculo estava entre o rim e a bexiga. “Operei em 2002 e 2011. Fiquei nove anos sem nenhuma crise. Na minha primeira cirurgia utilizei o método da litotripsia, com a ‘explosão’ dos cálculos através do laser.
Já na segunda foi por laparoscopia, quando eles foram removidos”. Breno também foi orientado a ingerir mais água. “Além disso, me recomendou incluir mais limão e laranja na alimentação, pois eu formava cálculo por baixa de citrato”. Avanços
A forma de tratamento dos cálculos renais passou por aprimoramentos consideráveis ao decorrer dos anos. Antes, a única forma possível era por meio da cirurgia aberta. Ivson comenta que, no início da década de 1980, surgiu a litotripsia extracorpórea, um equipamento que destruía, por ondas eletrohidráulicas, os cálculos. “Na época, falavam que havia acabado a cirurgia de cálculos, que todos os casos seriam resolvidos dessa forma. Mas o tempo mostrou que não é assim. As máquinas evoluíram muito e temos um padrão de indicação para cada caso muito bem definido. Passamos a ter várias formas de tratamento ao longo dos anos e o mundo caminha para o tratamento dos
UROLOGISTAS Os médicos Cléris Matiolli, Ivson Ribas e Tiago Elmôr utilizam diversas técnicas para eliminação dos cálculos
cálculos pela sua via natural. No entanto, todas as modalidades anteriores continuam atuais. Na medicina a tecnologia não substitui, ela acrescenta”. A região já avançou bastante nos meios de tratamento dos cálculos renais. “Posso afirmar que eu, o Tiago Elmôr e o Cleris Matiolli, todos urologistas, temos capacidade para resolver qualquer tipo de cálculo. Contamos com máquina de litotripsia extracorpórea, com cirurgia percutânea, uretroscopia, nefroscopia flexível e cirurgia convencional aberta. Temos as
fontes de energia, temos máquina a laser e temos o sistema de vídeo, você opera com microcâmera. Então, realizamos cirurgias minimamente invasivas para a cura do cálculo”, informa Ivson Ribas. Tiago Elmôr completa: “Os equipamentos das equipes cirúrgicas aliados aos do Hospital de Clínicas Nossa Senhora Da Conceição oferecem tranquilidade para resolvermos os casos que chegam até nós, muitas vezes em caráter de urgência nos consultórios ou no pronto-socorro do hospital”, finaliza.
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COOL
tecnologia 89 meio ambiente 93 música 96 ciência 99 guia 102 viagem 104 sabores 112
GAMERS 3.0 POR ANA PAULA BISSOLI
FOTOS REVISTA ON
Os videogames vão além de um simples brinquedo para crianças. Eles e a tecnologia cresceram junto com a nova geração de adultos. Uma diversão da infância que não tem hora para chegar ao fim e formou milhares de especialistas em games ao longo do tempo.
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COOL TECNOLOGIA
E
les amam videogames. Conhecem todas as marcas, colecionam jogos, guardam consoles como verdadeiras relíquias, disputam entre si e analisam lançamentos com os olhos críticos de um especialista. Ah, e têm, em média, 30 anos de idade. Os anos 80 formaram um grupo de adultos apaixonados por games que carregam a nostalgia de acompanhar o crescimento da indústria no país. Tudo começou com o lançamento do Atari 2600 no Brasil, em 1983. “A gente achava que era uma coisa de outro mundo”, relembra Flávio Martins, profissional de TI, de 38 anos. Na época, com apenas seis anos, o primeiro contato com o jogo aconteceu quando um vizinho o chamou para ver um “rádio” que o pai havia comprado. “Só que aquilo não era um rádio. Era um Atari, mas a gente não sabia. Falamos que era rádio porque tinha fita”, explica. Assim como Flávio, Carlos Augusto e Michel Maia, ambos com 32 anos, também foram apresentados ao mundo dos games pelo Atari, considerado precursor no mercado de jogos no Brasil, e também ficaram fascinados. “Era tudo bem quadrado, mas, para uma criança, era maravilhoso”, lembra Carlos Augusto. Antes disso, o acesso às máquinas era muito difícil pelos altos preços. Na realidade, até mesmo depois do lançamento do Atari era preciso, na maioria das vezes, vender o console antigo para conseguir comprar o mais recente. Isso mudou em 1994 com a estabilização da economia brasileira. No ano seguinte, com o lançamento da primeira versão do PlayStation, já não era mais quase obrigatório se desfazer da antiga máquina para adquirir uma nova. Com a popularização dos videogames ficou mais fácil encontrar outros apaixonados pelo hobby e locadoras de jogos começaram a surgir na cidade. Em Três Rios, a primeira a reunir os jovens gamers sedentos por novidades foi a Sansei, também conhecida como “loja da Marli”, na Rua XV de Novembro. O local se tornou um verdadeiro reduto nerd na cidade e hoje ocupa um lugar especial na memória dos antigos frequentadores. “Era uma febre na época”, relembra Michel. “Todo moleque alugava fita lá”, completa Flávio. Inclusive, foi onde os dois se conheceram. 90
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Carlos e Michel já eram amigos de infância. Logo, a dupla de apaixonados por games acabou virando um trio com a inclusão de Flávio. Desde então, eles construíram uma amizade que se estende até hoje. Os jogos, importante ressaltar, continuam como principais assuntos dos encontros. “O videogame tem essa coisa social, você acaba conhecendo outras pessoas. Hoje separou um pouco por causa da internet, cada um joga na sua casa, mas, antigamente, tinha isso de reunir a molecada” afirma Flávio. Os amigos acreditam que o ritual da prática daquele hobby, motivado em grande parte pelas dificuldades da época, foi o responsável por criar o sentimento de nostalgia, além de diferenciar a geração deles da atual. “Acho que a infância mudou muito”,
FLÁVIO MARTINS A coleção e a paixão começaram com o Atari
CARLOS Lembra que era mais difícil ter acesso aos jogos no passado
justifica Carlos se referindo às facilidades que a modernidade criou no hábito de consumo das crianças.
MICHEL E CARLOS Amigos de infância, acreditam que os games ajudam a socializar
Se, antigamente, ele e os amigos esperavam meses para um jogo lançado nos Estados Unidos ou Japão chegar ao Brasil, hoje em dia é possível fazer o download do arquivo no conforto de casa em poucos minutos. Se era preciso vender o console antigo para comprar um novo, atualmente é fácil achar versões mais baratas ou dividir o pagamento em parcelas sem ter que se desfazer de nada. “Acabou sendo uma coisa normal. Antigamente, ter um videogame era uma coisa difícil”, continua Carlos. “Tinha um glamour a nossa espera, hoje é tudo muito instantâneo”, completa. Os avanços tecnológicos também foram responsáveis por uma verdadeira revolução na maneira de jogar. “Praticamente todos estão conectados, não estamos sozinhos”, conta Michel. É comum ele e os amigos participarem do mesmo jogo, cada um na própria casa e planejando jogadas por áudio ou vídeo pela internet. “Temos a interatividade e imersão total”, afirma. A evolução dos consoles é constante e os games são cada vez mais parecidos com a realidade. “Jogo é como filme, cinema, um filme interativo. Milhões e milhões de dólares gastos”, explica Flávio. Para ter ideia, o jogo mais caro da história, o GTA V, custou 266 milhões de dólares. Já o mais recente lançamento da indústria e forte concorrente no prêmio VGX, o Oscar dos videogames, o jogo The Witcher 3, custou cerca de 81 milhões de dólares. Com o impressionante crescimento na qualidade, natural que agradem mais os jogadores, certo? Nem sempre. Os jogadores mais exigentes, como o grupo de
SANSEI Era considerado o reduto dos apaixonados por videogames
“Era tudo bem quadrado, mas, para uma criança, era maravilhoso”, Carlos sobre os primeiros games
amigos, estão atentos aos mínimos detalhes. “Hoje em dia as empresas ganham muito mais dinheiro com os jogadores casuais. Jogadores como nós, os hardcores, são chatos”, declara Flávio que cita, entre as análises feitas, gráficos, som, montagem, design e captura de movimento. O conhecimento técnico adquirido nos anos de experiência embasa a avaliação dos jogadores, mas também é alvo de críticas. “No Brasil, as pessoas rotulam muito o jogador de videogame”, afirma Flávio, se referindo ao estereótipo de ‘gamers’ mais velhos como imaturos ou viciados. De acordo com o grupo, diferente do que possa parecer, a maioria dos jogadores é formada por adultos, o que ocorre, em grande parte, pela classificação etária dos jogos. Carlos conta que já conviveu com piadas no ambiente de trabalho porque colegas não entendiam como um homem de 30 anos jogava o mesmo videogame que o filho. Ele não se abalou e foi categórico: “Gosto e não é pouco. Gosto muito”, defendeu. Diante de tantas mudanças nos videogames e nos jogadores ao longo do tempo, surge mais um: o orgulho de assumir e afirmar o espírito gamer. revistaon.com.br
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COOL MEIO AMBIENTE
CRIAÇÃO
CONSCIENTE POR MAYARA STOEPKE
FOTOS REVISTA ON
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Criar pássaros em casa já faz parte da cultura de muitos brasileiros. No entanto, a criação amadora passou a ser controlada e existem normas a serem seguidas para que a criação aconteça de forma correta e legal. Em Areal e Três Rios, criadores se reúnem de forma consciente e destacam a importância da preservação das espécies.
D
urante longos anos a criação de pássaros silvestres foi feita de forma desordenada. Para organizar o cenário, o Ibama publicou portarias que regulamentam alguns procedimentos e, com isso, evitar a captura de aves na natureza, definir data-limite para a participação em torneios de aves e quais espécies podem ser criadas com fins amadores. Somente em 2001 a atividade de criação
amadora de pássaros passou a ser controlada diretamente pelo órgão. O texto da instrução normativa do Ibama publicado em 2010 é o seguinte: “A partir de agora, o manejo de passeriformes da fauna silvestre brasileira será coordenado pelo Ibama, para todas as etapas relativas às atividades de criação, reprodução, manutenção, treinamento, exposição, transporte, transferências, aquisição, guarda, depósito, utilização e realização
de torneios. A medida também vai permitir que o Ibama requisite passeriformes dos criadouros para usar em programas de reintrodução dessas espécies na natureza”. A regulamentação atendeu a resolução do Conama, de 2007, que estabeleceu os critérios a serem considerados na definição das espécies da fauna silvestre de passeriformes que podem ser criadas e comercializadas. Em 2012, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) criou a Gerência de revistaon.com.br
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COOL MEIO AMBIENTE
EVENTOS Torneios de canto e fibra acontecem com frequência em Areal
Fauna (Gefau), para a fiscalização, monitoramento e proteção da fauna fluminense. O Estado tem, atualmente, a competência de gerir os criadouros que, anteriormente, eram de competência federal. Criada em 2008, a Associação dos Criadores de Pássaros de Areal destaca que os associados devem ter a consciência da responsabilidade de preservação da fauna e devem, a todo custo, inibir a aquisição de pássaros sem anilhas [sistema mais seguro e utilizado no mundo para identificar pássaros tanto criados em cativeiro como livres na natureza, o número que contém nelas é fornecido pelo Ibama]. “O nosso objetivo sempre foi conscientizar os passarinheiros a se cadastrarem junto ao Ibama e adquirirem pássaros legalizados, não mais tirar da natureza para que, com o tempo, não entrem em extinção. O objetivo é, ainda, promover torneios com encontro dos passarinheiros e seus pássaros”, explica Kleber Fernandes, presidente da associação. O grupo, que começou com apenas cinco passarinheiros, já conta com mais de 300. Para ser associado é necessário ter o registro no Ibama. O grupo promove torneios de canto e fibra, que acontecem, geralmente, nas manhãs de domingos. “Canto é o tempo que o pássaro canta em 15 minutos e fibra é a quantidade de cantos que ele canta no mesmo período”, explica o presidente. Os torneios tornaram-se sucesso e são frequentados por passarinheiros de muitos municípios, inclusive de outros 94
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RONALDO ROCHA O investimento no local é grande e o intuito é abrir para visitação
“O desmatamento está provocando extinção das espécies, a criação consciente contribui para a preservação”, Ronaldo Rocha
estados, por serem legalizados, sérios, acolhedores e com clima favorável. Kleber explica, ainda, que a manutenção dos animais não é cara, mas é importante investir em sementes, rações, medicamentos, legumes, frutas e verduras. “O passarinheiro tem sua criação com amor, como animal de estimação mesmo”, ressalta. A criação de espécies da fauna exótica está devidamente regulamentada e autorizada por outra instrução normativa. Aves como o papagaio do congo, cacatuas, ring necks, ecletus, roselas e lóris são alguns exemplos de animais exuberantes, inteligentes e que possuem um alto valor de venda no mercado. Com a norma, todas as aves exóticas criadas em cativeiro devem ser identificadas por anilhas. Em Três Rios, quatro apaixonados por pássaros resolveram investir em aves exóticas e tornaram-se sócios. Tudo começou como hobby, mas o negócio cresceu e o Color Birds, localizado no bairro Monte Castelo, possui cerca de 160 aves exóticas anilhadas e legalizadas. “Posso
dizer que 99% das nossas aves são importadas, chegam da Austrália, África, Oriente Médio, entre outros. São psitacídeos, ou seja, da família dos papagaios”, explica Ronaldo Rocha, proprietário e encantado por aves desde a infância. A finalidade do criadouro é se tornar comercial, mas o empresário explica que a legalização não é fácil. “Antes era feita pelo Ibama, agora passou a ser feita pelo Inea, tudo paralisou um pouco. Estamos protocolados no Ibama desde 2011”, conta. A estrutura conta com veterinários e alimentação adequada, o que não é barato. “Quando estivermos com tudo legalizado vamos abrir para visitação e investir ainda mais em educação ambiental, proporcio-
AVES EXÓTICAS Uma espécie africana fala mais de 300 palavras
PRECONCEITO Algumas pessoas ainda enxergam a criação como sinônimo de maus tratos
CUIDADOS No entanto, os criadores seguem normas rígidas para manterem os animais
nando para crianças, por exemplo, conhecimento de espécies raras”, destaca. Poucas pessoas conhecem o local, que é rico em beleza e informação. A sensação realmente é de estar em outro lugar. Para proporcionar novidades, os empresários participam de feiras, congressos
e palestras. “Temos muita amizade com os criadores do Brasil inteiro, são muitos intercâmbios entre nós, trocamos muitas ideias. Vamos colhendo informações para trazer o melhor possível”, explica. O local possui, inclusive, maternidade para procriar as espécies. As gaiolas são elevadas
para proporcionarem limpeza, ou seja, a estrutura permite que as aves vivam bem. Por serem criadas em cativeiro, há quem acredite que sempre há maus tratos e prejuízos para as aves. Ronaldo mostra o contrário. “Algumas pessoas não entendem que a ave veio de uma evolução. Na natureza, a ave pode viajar quilômetros para se alimentar e muitas morrem de fome porque não encontram alimentos. O desmatamento está provocando extinção das espécies, a criação consciente contribui para a preservação. Nós, criadores conscientes e legalizados, temos toda preocupação com as espécies e trabalhamos para que não entrem em extinção. As pessoas precisam distinguir os criadores de verdade”, ressalta. Segundo Ronaldo, o Brasil ainda está muito atrasado em relação aos países da Europa quanto à preservação de espécies nativas. “Isso acontece pela falta de informação, tecnologia, incentivo e custo alto. Aqui tudo é muito caro. Apesar de estarmos evoluindo, ainda estamos atrasados”, finaliza.
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COOL MÚSICA
Como escolher um
instrumento musical Você quer comprar um, mas qual é o mais fácil? E o mais acessível? Márcio Simões de Assis marciosassis@gmail.com Graduado em administração de empresas com habilitação em marketing pela UVA (Universidade Veiga de Almeida) e MBA em gestão empresarial pela FGV (Fundação Getúlio Vargas).
Q
uem não gosta de música? Quase todos apreciam uma bela página musical, sempre tem um ritmo ou uma melodia que nos dá prazer de escutar. Às vezes nos dá vontade de aprender a tocar um instrumento musical e logo vem um questionamento: Com qual teria mais afinidade? Existem três classes de instrumento musical: o melódico, o harmônico e o rítmico. O melódico se refere à melodia, é executada uma nota de cada vez. São os instrumentos de sopro. O harmônico se refere à harmonia, quando várias notas musicais são tocadas simultaneamente. São os instrumentos de cordas e teclas. Violão é mais complexo, mais cobiçado por quem quer aprender a tocar algum instrumento e proporciona ao músico tocar com facilidade outros instrumentos de corda. Por fim, o rítmico se refere ao ritmo, executado por instrumentos de
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percussão, como pandeiro, meia lua, bateria etc... É a classe com maior número de variação de instrumentos. O mais acessível é o de percussão. Para os harmônicos, há violões para iniciantes e estudantes com valores de baixo custo. Há melódicos para os dois extremos de condição financeira. Mas, no fundo, o consumidor é que determina a escolha do seu instrumento de acordo com sua vontade e gosto. Aproveite as férias e comece a tocar. Procure um bom professor de música que domine bem o instrumento que você quer aprender. Uma aula por semana pode ser suficiente para o desenvolvimento dos exercícios durante a semana, pois a prática atrelada ao dom e à disciplina vai te levar a ser um bom músico. Como diz Caetano Veloso: “Como é bom poder tocar um instrumento”.
COOL ACONTECEU
WIZARD
ENCERRA 2015 EM GRANDE
ESTILO FOTOS DIVULGAÇÃO
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os dias 23 de novembro, 2 e 3 de dezembro, a Wizard Três Rios promoveu as festas de final de ano das turmas infantis. A festa é realizada desde a inauguração da nova escola e os alunos apresentam pequenas histórias e musicais em inglês. A festa dos alunos entre sete e dez anos aconteceu no Teatro Celso Peçanha, enquanto as outras duas, com alunos entre dois anos e meio e seis anos, aconteceram na escola. “É uma forma de mostrar aos familiares tudo aquilo que as crianças estão aprendendo e agradecer pela parceria que temos com eles. Sabem que os filhos fazem provas, apresentamos boletins durante todo o ano, mas, quando as crianças apresentam
“Os pais conseguem ver a evolução dos filhos durante as apresentações”, Deise Lima, diretora da Wizard Três Rios
trabalhos fora das salas de aula, é diferente. Tudo é falado em inglês nas apresentações”, comenta a diretora da escola, Deise Lima. As três apresentações reuniram mais de 500 pessoas, entre alunos e familiares. Para o próximo ano, os alunos e pais já podem contar com a festa de encerramento que já se tornou tradicional na escola de idiomas. As matrículas para 2016 já estão abertas!
WIZARD
Escola de idiomas promoveu apresentações dos alunos para familiares e convidados.
Tel: (24) 2252-0887 |98120-0000 wizard.com.br/tresrios Rua Duque de Caxias , 408 Centro - Três Rios - RJ revistaon.com.br
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COOL ACONTECEU
MALHARIA MERCOSUL COMEMORA 15 ANOS FOTOS DIVULGAÇÃO
Colaboradores e clientes celebraram a data com festa na loja
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o dia 26 de novembro, a Malharia Mercosul reuniu colaboradores e clientes para celebrar os 15 anos da loja. Localizada no centro de Três Rios, a malharia está cheia de motivos para comemorar. A história da empresa começou com Ananias Manoel dos Santos e continua com seu filho, Rafael Aleixo dos Santos, que fez questão de dividir o momento com quem faz parte do sucesso da marca. “A existência da empresa depende de cada um deles e, neste momento, não poderíamos fazer uma festa sem esses convidados especiais”, destaca Rafael. Malhas, aviamentos e tecidos já fazem parte do leque de produtos oferecidos. “Nos últimos dois anos, principalmente, investimos bastante em novidades e variedades. Já estamos prontos para os próximos 15 anos”, finaliza Rafael.
“Os convidados da festa são pessoas fundamentais para o sucesso da empresa”, Rafael Aleixo dos Santos
24 2251-5414 facebook.com/malhariamercosultresrios Avenida Condessa do Rio Novo, 1.275
UM UNIVERSO DE
PAIXÕES
ARQUIVO PESSOAL
POR DIEGO PATRICK SUPERVISÃO FREDERICO NOGUEIRA FOTOS REVISTA ON
Quem nunca se viu observando o céu e imaginando o que há acima das nossas cabeças? Novas descobertas e avanços científicos têm nos permitido compreender um pouco mais o universo. Mas, enquanto mal olhamos para o céu, muitos se aprofundam e transformam essa paixão em trabalho.
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COOL CIÊNCIA
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oi em 20 de julho de 1969 que um dos nossos sonhos mais antigos virou realidade: colocar os pés na Lua. Há 46 anos, a missão Apollo 11, tripulada por seis astronautas, partiu da Terra quatro dias antes do feito que mudaria a história da humanidade para sempre e, por consequência, despertaria em muitos o desejo de desbravar o universo para conhecer o que há além do mundo que vemos. Leandro Guedes transformou sua maior paixão em trabalho. Decidido a cursar astronomia, ele entrou para a faculdade, se formou e atualmente trabalha na Fundação Planetário da Cidade do Rio de Janeiro, no bairro da Gávea. “Semprei gostei do céu, então resolvi estudá-lo. Foi um pouco difícil no começo, porque muita gente diz que é uma área pouco promissora no Brasil, mas não me permiti abalar e continuei”. Ele é o 151º profissional de astronomia a entrar para o time do planetário e garante que a experiência vale a pena. “É muito legal trabalhar por aqui, temos um espaço bacana para fazer nossas pesquisas e estamos em contato direto com as pessoas,
OBSERVAÇÃO Leandro gosta de ver a empolgação das crianças 100 Revista On Dezembro & Janeiro
que sempre vêm com muitas perguntas”. Segundo o astrônomo, o público escolar é o mais presente no local. “Recebemos alunos e professores todas as semanas, da educação infantil ao ensino médio e nos fins de semana o público é mais diversificado”, conta. No planetário, os visitantes podem observar o céu pelos telescópios todas as quartas-feiras. Leandro não se arrisca a dizer qual é o seu astro preferido, mas dá uma dica de observação: Saturno. “Todos deveriam observá-lo pelo menos uma vez na vida, porque é um planeta lindo e magnífico. Quando vemos uma coisa assim, não pensamos muito, sentimos”. Para ele, é emocionante ver como as crianças ficam empolgadas. “Gosto de vê-las com os olhinhos no aparelho procurando por
“Acreditar que a única vida inteligente no cosmos é a nossa é uma concepção extremamente arrogante”, Leandro Guedes, astrônomo
alguma coisa no céu e, quando encontram, soltam uma exclamação e sorriem”. Quem teve a infância marcada por Saturno é Alexandre Fernandes. O astrônomo amador observou o planeta por acaso quando era criança. “Quando comprei meu primeiro telescópio refrator, cheguei em casa pronto para apontar para o céu e ver alguma estrela, mas estava nublado e assim permaneceu por três noites. Na quarta, abriu um pequeno espaço entre as nuvens, logo corri e focalizei numa única estrelinha visível. Foi quando percebi que ela tinha anéis e, caramba, era Saturno! Dentre bilhões de estrelas da nossa galáxia, apontei justamente para ela, foi como acertar na loteria”, revela. Depois de muito tempo, Alexandre abriu um espaço em Petrópolis para reunir pessoas interessadas no tema. O projeto, que começou com um grupo no Facebook, contou com apoio de amigos. “Abrimos o Naap (Núcleo de Astronomia Amadora Petropolitana), onde ofe-
LEANDRO GUEDES O astrônomo transformou a maior paixão em trabalho
recemos palestras e observações abertas ao público”. Fernandes é dono de dois telescópios: um de 114mm que comprou e outro de 180mm que construiu. Em Três Rios, o Espaço da Ciência chegou a ser uma opção para os amantes de astronomia da região. O local, que é aberto ao público, apresentava projeções em um pequeno planetário, que, no final de 2014, foi fechado. Fabiano Oliveira é um professor de física apaixonado por astronomia e ex-funcionário do espaço. Ele conta que chegou a improvisar uma projeção digital para o planetário devido ao alto custo de uma projeção cilíndrica. “Usei um espelho convexo, um projetor comum e um computador para fazer o efeito e ficou muito legal, todo mundo gostou”, conta. Um audacioso projeto para levar humanos a Marte vem atraindo a atenção de muitos estudiosos e curiosos. Trata-se do Mars One, cujo objetivo é instalar uma colônia no Planeta Vermelho utilizando tecnologias existentes, mas sem possibilidade de retorno. A missão enviará sua primeira tripulação de quatro pessoas em 2025 e, a cada dois anos, novos moradores chegarão, formando gradativamente uma população na superfície marciana. Para Alexandre, o projeto vai dar certo. “Acho que a tecnologia aeroespacial está muito evoluída. É um pouco arriscado, mas ousado”, diz. Recentemente, a Nasa (National Aero-
FABIANO OLIVEIRA O professor de física já trabalhou no planetário trirriense
nautics and Space Administration) revelou ter descoberto um planeta potencialmente habitável no qual pode exister água líquida. Chamado provisoriamente de Kepler 186f, ele orbita a estrela anã Kepler
186 e está localizado na constelação do Cisne, a cerca de 500 anos-luz da Terra. Isso significa que, mesmo se viajássemos na velocidade da luz, demoraríamos 500 anos para chegar lá. Bem longe, não é?
Entretando, trata-se do mais parecido com o nosso já encontrado! Questionado sobre a existência de vida em exoplanetas, mundos que orbitam estrelas que não sejam o Sol, como o Kepler 186f, Leandro Guedes acredita na possibilidade. “As chances são altas, até a década de 90 não tínhamos certeza de que era comum uma estrela ter planetas, agora sabemos que é em todo o espaço. No processo de formação de estrelas, sempre sobra material para dar origem a planetas, cometas e asteroides, ou seja, vários sistemas extrassolares onde a possibilidade de vida é infinita”, explica. Afinal, existe motivo para acreditar que só existe vida na Terra? Para o astrônomo, não. “Gosto de relacionar essa coisa da crença na vida fora da Terra com a nossa posição no universo. Achávamos que o nosso planeta era o centro de tudo, mas descobrimos que giramos em torno do Sol, que é só uma estrela de uma galáxia. Acreditar que a única vida inteligente no cosmos é a nossa é uma concepção extremamente arrogante”, finaliza.
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COOL GUIA
Cinema
Música ADELE - 25 O novo álbum de Adele, revelação mundial, bateu a marca de um milhão de cópias vendidas no Reino Unido em apenas dez dias. Traz ao público 11 faixas inéditas, incluindo “Hello”, que já está nas paradas de todo o mundo. (R$ 24,90)
X WEMBLEY EDITION O cantor britânico Ed Sheeran conseguiu lotar três noites no estádio Wembley. O CD tem todas as músicas que tornaram X (Multiply) o álbum mais vendido no mundo em 2014 e mais cinco músicas inéditas. (R$ 59,90 com DVD)
ACÚSTICO E AO VIVO 2/3 A banda Rosa de Saron apresenta um conceito lúdico, uma verdadeira viagem pelo mundo dos sonhos e da fantasia. Destaques para “Se” e “Cartas Ao Remetente”. O álbum tem participação do padre Fábio de Mello. (R$ 19,90)
DOIS AMIGOS, UM SÉCULO DE MÚSICA Dois dos maiores nomes da música popular do século 20, Gilberto Gil e Caetano Veloso, acompanhados por seus violões, estiveram juntos no palco. No registro, Gil e Caetano celebram os 50 anos de suas carreiras. (R$ 29,90)
NO CORAÇÃO DO MAR (Ron Howard - 2015)
APP SPOTIFY
CAMERA +
Milhares de músicas disponíveis em uma plataforma de streaming. O serviço tem versão gratuita, mas a assinatura garante músicas sem intervalos. Além das plataformas comuns, tem suporte para Chromecast, Playstation3, PlayStation4 e Smart TVs.
CARTEIRADA DO BEM As leis que garantem os direitos do cidadão fluminense estão na palma da mão. Com o aplicativo, é mais fácil ter o direito reconhecido, mostrar e comprovar que as leis valem para todos. Disponível gratuitamente na App Store, Google Play e Windows Store.
Não importa se você é um fotógrafo experiente ou alguém que mal tocou em uma câmera. O aplicativo coloca recursos profissionais de captura e edição de imagens na palma da sua mão. Está disponível para a plataforma iOS. Há opções de recortes, bordas, efeitos e zoom.
GARAGE BAND Disponível para iOS, é o app mais popular para criar músicas no iPad, iPhone e iPod touch. Com ele é possível tocar, mixar, gravar e, depois, compartilhar com as pessoas do mundo inteiro. Ele tem diversos loops de alta qualidade e instrumentos realistas.
No inverno de 1820, o navio baleeiro Essex era liderado pelo nada experiente capitão George Pollard (Benjamin Walker), que tem Owen Chase (Chris Hemsworth) como seu primeiro oficial. Owen sonha em ser capitão e tem o objetivo de superar a meta traçada por seu empregador. Eles navegam por meses em busca de baleias, mas quando encontram se deparam com uma grande ameaça, uma gigantesca baleia branca que irá lutar por sua sobrevivência e acabará atacando o navio e sua tripulação. O desastre marítimo que ocorreu na vida real inspiraria Melville a escrever Moby-Dick. Entretanto, o livro contou apenas metade da história. “No Coração do Mar” revela as terríveis consequências do encontro, à medida que a tripulação sobrevivente do barco é levada aos seus limites e forçada a fazer o impensável para permanecer viva.
Livros GUERRA CIVIL O governo americano exige que todos os super-heróis revelem suas identidades. Para o Homem de Ferro é um passo necessário. Para o Capitão América é uma intolerável agressão à liberdade. Assim começa a Guerra Civil. (Novo Século, R$ 39,90)
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A GAROTA NO TREM Rachel viaja de trem todas as manhãs. Certo dia, testemunha uma cena chocante. Ao descobrir que a pessoa que observava está desaparecida, conta à polícia o que viu e acaba participando do desenrolar dos acontecimentos. (Record, R$ 35)
HISTÓRIA DO FUTURO
Míriam Leitão mapeia o território do que está por vir com base em entrevistas, análises de dados e depoimentos. Ela aponta tendências que não devem ser ignoradas em áreas como educação, economia, e política. (Intrinseca, R$ 34,90)
DILMÊS Celso Arnaldo Araújo analisa a língua falada por Dilma Rousseff a partir dos discursos transcritos na íntegra pelo Portal do Planalto e documenta os espetáculos protagonizados pela dramática inaptidão da oratória da presidente. (Record, R$ 28)
Game
DVD
STAR WARS - BATTLEFRONT (PS4)
CAPITAL INICIAL Acústico NYC - Ao vivo
ELBA RAMALHO Em Cordas, Gonzaga e Afins
O mais novo projeto acústico da banda foi gravado ao vivo em Nova Iorque. Inclui releituras de grandes sucessos e três faixas inéditas. Além da voz marcante de Dinho Ouro Preto, a show tem participação de Seu Jorge e Lenine. O destaque fica com “Tempo perdido”, homenagem à banda Legião Urbana. (R$ 29,90)
No concerto, Elba Ramalho reafirma seu talento como uma das maiores cantoras do país e uma das mais importantes representantes da música tradicional nordestina. O show foi gravado em Recife e tem a participação dos grupos SaGrama e Encore, além do músico paulistano Marcelo Jeneci. (R$ 29,90)
Sinta o impacto ameaçador de um AT-AT marchando na tundra congelada de Hoth. Mergulhe nas batalhas épicas de Star Wars™. Lute pela Aliança Rebelde ou pelo Império em uma variedade de modos multijogador para até 40 jogadores ou em desafios inspirados pelos filmes, disponíveis para um jogador, tela dividida ou em partidas cooperativas online. Star Wars Battlefront soma a esta ação épica uma escala intergaláctica, com recriações de alguns dos mais icônicos planetas, armas, personagens e veículos do universo Star Wars. Os efeitos sonoros originais dão aos fãs a experiência interativa autêntica que eles estavam esperando.
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COOL CHECK-IN
POR BERNARDO VERGARA
BARCELONA
FOTOS ARQUIVO PESSOAL
Localização Região da Catalunha/Espanha Área 91,4 km² Idioma Espanhol e Catalão População 1,6 milhões de habitantes Clima Temperado mediterrânico Moeda Euro
Uma cidade para ser vivida A cidade que pulsa energia e vibra positividade é a mesma que encanta por sua arquitetura, culinária e que convida para seus dias de verão interminável. Barcelona é isso, um exagero de prazer e sensações. Diferente das outras cidades? Sim! Diferente porque consegue reunir características, atributos e formas de viver de todas as outras. Barcelona é uma cidade de possibilidades infinitas!
TARDES INCRÍVEIS DIVIDIDAS
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NAMORANDO NA FONTE MÁGICA DE MONTJUIC
A
energia de uma cidade define toda a forma de como ela será enxergada pelo viajante. Nunca gostei de tirar impressões precipitadas, mas, ao chegar a Barcelona pela primeira vez, tive a sensação de que algo por ali rolava de maneira diferente. Pessoas caminhando na sua rotina com cara de vida. Isso mesmo, cara de quem está vivendo. Vivendo uma cidade intensa, rica culturalmente, de possibilidades diversas, clima prazeroso e, acima de tudo, energia singular. Barcelona retrata um mix perfeito de cidades admiradas ao redor do mundo. Isso é possível pela infinita combinação que a cidade propicia ao seu povo e ao turista que a explora. Vou tentar explicar no mapa o que é a cidade de Barcelona: clima semelhante ao do México, museus culturais de padrão italiano, noite comparada a de Manhattan, arquitetura tão incrível e grandiosa como a da capital francesa, liberdade de expressão do quilate londrino, culinária saborosa comparada à cozinha portuguesa e, por fim, vibrante e colorida como o nosso Rio de Janeiro. Pode acreditar, Barcelona é isso e “mucho más”!!
“Barcelona retrata um mix perfeito de cidades admiradas ao redor do mundo” Ao definir a cidade pela primeira vez, a comparei com a cidade maravilhosa. Lembro que me referi aos meus pais como um Rio de Janeiro em pleno funcionamento. Não tive como não atrelar a forma viva e alegre como ambos os povos vivem e também como não notar a falta de estrutura e organização que assola uma de nossas principais capitais. Não consigo imaginar uma cidade com vida mais afetiva, vibrante, cultural e prazerosa do que Barcelona. Ao entrar na sua rotina, tive a impressão de que fazia parte dela. Acho que essa é a sensação que todo turista sente ao viver a cidade. São necessários alguns poucos dias na rotina para a sensação energética do lugar tomar o viajante. Recentemente consegui retornar e, ainda em grande estilo, na companhia revistaon.com.br
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COOL CHECK-IN
“Os momentos ‘mochileiro solitário’ tornaram-se momentos de mãos dadas”
FAZENDO A FESTA AO LADO DE COMPANHIAS ESPECIAIS
HOSPITAL DE SANT PAUL 106 Revista On Dezembro & Janeiro
da minha amada Amanda. Tinha como missão apresentar o continente europeu para ela e, mais do que isso, viver aquela cidade que eu tanto falava sobre e não cansava de ilustrar. Confesso que até tive medo dela não se surpreender tanto, tamanhos eram os elogios e nível de encantamento que eu a condicionei. Vínhamos de uma estada em Amsterdam, onde ela já começava a entender e gostar do ambiente europeu. Literalmente, começava a entender, porque entendimento mesmo de uma cidade completa ela teve em Barcelona. Como não lembrar da sutil frase “isso aqui é uma cidade para se viver”. Sim, Barcelona está muito acima de uma cidade turística interessante, se trata de uma cidade para levar a vida e fazer parte dela de maneira ativa e completa. Durante essa viagem, consegui achar Barcelona ainda mais exuberante do que o habitual. Fora todos aqueles atributos de costume, era a primeira vez que eu explorava a cidade munido de um sentimento apaixonado. Ah, sem esquecer que ainda tínhamos a companhia de outra pessoa de extrema importância. Durante alguns dias, a Ludhi nos fez companhia e engrandeceu ainda mais a viagem. Os museus que antes tinham passagens superficiais passaram a ter explorações minuciosas, os restaurantes de padrão Junk Food deram lugar a jantares prazerosos a dois e os momentos “mochileiro solitário” tornaram-se momentos de mãos dadas. Acho que, de semelhante mesmo, só as andanças intermináveis pelas ruas e praças da cidade. Que digam Amanda e Ludhi, que chegavam ao hotel com as pernas doloridas de tanta exploração. Que delícia foi viver Barcelona ao lado dela, que delícia foi ver que Barcelona se mantém dinâmica e incrível, que delícia constatar que cidades vivas nunca perdem sua energia. Recomendo a todos os leitores da Revista On uma visita ao local que todas as cidades querem ser. A cidade onde viver é pura energia e inspiração. Hasta luego Barcelona...
QUANDO IR Entre os meses de junho e setembro, quando o continente europeu está vivendo sua melhor época, a temporada de verão. COMO CHEGAR Voando pela companhia iberia (iberia.com) do Rio de Janeiro a Barcelona, com escala na cidade de Madri, na Espanha, a partir de R$ 2.800. ONDE FICAR Sugiro a região turística de Las Ramblas, mais precisamente nas redondezas da praça da Catalunha. Minha sugestão de acomodação é pelo Catalonia Ramblas (hotelcataloniaramblas.com), situado na Rua Carrer de Pelai, número 28, que tem diárias de quarto duplo na faixa de R$ 460. ONDE COMER O badalado restaurante Boca Grande (passatge de la con-
cepció 12), especialista em culinária mediterrânea e com um ambiente de três andares divididos entre bares, lounges e terraço. Recomendo também o restaurante bar Cerveceria Catalana (carrer de Mallorca, 236), de culinária típica espanhola e especialista em tapas. Além das tapas espanholas, não deixe de comer a deliciosa paella de frutos do mar.
a Colina de Montjuic, que é considerada a maior área de lazer de Barcelona e conta com museus, galerias de arte, parques de diversão e até boates; o Estádio Camp Nou, que é a casa do melhor time de futebol do planeta atualmente; e, por fim, as obras de Antony Gaudi, Casa Batlló, La Pedrera, Basílica de la Sagrada Família e o incrível e grandioso Park Guell.
O QUE FAZER Visitar a Praça da Catalunha, com sua importância histórica e política para cidade; a Avenida das Ramblas, que é cercada por bares, artistas, mercados culturais, prédios históricos e traduz com perfeição a vida de Barcelona; a Praia de Barceloneta, que é muito bem frequentada e tem uma orla belíssima; o cult bairro El Born, que, além de charmosíssimo, ainda abriga o incrível Museu Picasso;
ANTES DE VIAJAR Turistas brasileiros não necessitam de visto de visitante para estada de até 90 dias. A única exigência é pela posse do passaporte brasileiro, com vigência mínima de seis meses após o último dia de estada no país. QUEM LEVA A empresa betrip solução em viagens. Para mais informações sobre roteiros, datas e valores: (24) 22202494 e (24) 98829-2645.
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COOL DIÁRIO DE BORDO
REINO UNIDO PAÍSES INGLATERRA, ESCÓCIA E IRLANDA EXTENSÃO 244.100 KM² POPULAÇÃO 64.000.000 HAB LOCALIZAÇÃO COSTA NOROESTE DA EUROPA CONTINENTAL, MAR DO NORTE
QUANDO IR Em qualquer época, mas de abril a outubro é melhor. Julho e agosto são mais quentes COMO IR Voando pela Britsh Airways, Rio-Londres sem escala O QUE FAZER Aproveitar paisagens, palácios, castelos, parques, museus, pubs e fazer compras DICAS O Reino Unido usa a Libra. As libras escocesa e irlandesa devem ser usadas nos próprios países, porém não tivemos dificuldades com a moeda. Leve bagagem enxuta e roteiro na mão.
DURHAM - NORTE DA INGLATERRA
Amigos em êxtase no
Reino Unido
V
iajar é um dos maiores prazeres dados ao homem. Começa pela escolha do local e do roteiro. Todo bom roteiro deve ultrapassar as expectativas e esse, sem dúvida, foi um deles. Lindo, histórico, alegre, diversificado e deixou-nos tempo livre para passeios pessoais e realizações de sonhos. Viajar é realizar sonhos. Quem escreve aqui é Terezinha Castro. Mais uma vez, 11 amigos se encontram para visitar o “velho mundo”, desta vez minha irmã foi conosco. Pegamos a alta do dólar e do euro, o que não embotou nossa alegria por estamos juntos. Vivemos novas experiências e voltamos enriquecidos culturalmente. Londres nos recebeu com simpatia, céu azul e temperatura agradável. A cidade surgiu aos nossos olhos com todo
esplendor, majestade e imponência. Com as chaminés da Mary Poppins comecei a ganhar o dia, reconheci algumas cenas, revivi alguns momentos. Foi muito bom! Saindo para Westminder, a tarde estava agradável. Junto de nós a Abadia de Westminster, o prédio do Parlamento, o rio Tâmisa e The London Eye. Alguns foram ver Londres do alto da roda gigante, outros preferiram ficar no chão. O Palácio de Buckingham, seus jardins e a troca de guarda são imperdíveis. Fomos para Greenwich de barco e vimos os pontos turísticos mais conehcidos desfilando diante de nós. Conhecemos o Museu Marítimo, Royal Naval College, The Queen’s House e o Observatório Real de Greenwich, que é de visitação obrigatória. Nesse lugar é possível ter um pé em cada “hemisrevistaon.com.br
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COOL DIÁRIO DE BORDO
PARLAMENTO INGLÊS
fério” sobre a linha imaginária do Meridiano de Greenwich. Visitamos a Torre de Londres, o Castelo da Torre e o fatídico portão “St Thoma’s Tower”. Há muito para ver em Londres. No norte da Inglaterra paramos em Cambridge, cidade universitária que está entre as melhores do mundo. Linda, autêntica, com prédios medievais e grandes espaços abertos. É de tirar o fôlego, impressionante. Passamos por York e nos deparamos com Durham, também cidade universitária que nos apaixonou. A torre da igreja alta e elegante nas suas linhas retas iluminada pelos raios de fim de tarde teima em se manter viva na memória. Encantadora Duhram, terra natal da poetisa romântica Elisabeth Barrett Browning, cuja melhor tradução de seus sonetos se deve ao nosso também poeta Manuel Bandeira. E a praça? Maravilhosa! Também visitamos a pequenina cidade de Alnwick e seu castelo que foi um dos cenários usados nos filmes do simpático bruxinho Harry Potter. O castelo está aberto à visitação. Chegamos à Escócia. Edimburgo é espetacular. Pena que chovia. Cidade declarada patrimônio da humanidade pela
PALÁCIO DE BUCKINGHAM 110 Revista On Dezembro & Janeiro
TOWER BRIDGE
Unesco, vale o título! Sua “Milha Real” liga o castelo que fica no alto ao palácio de Holyroodhouse, que é o palácio de férias da rainha. Há muitas coisas para se fazer em Edimburgo: a catedral de St. Giles, Princess Street Garden, Mary King’s Close e Old Town Edinburg, um passeio pelos subterrâneos da cidade que mostram como era a vida das pessoas na época. Visitamos o Lago Ness, o grande lago escocês de águas profundas, escuras e vento constante. Nosso imaginário é rico no que se refere ao monstro do Lago Ness. E isso depois de visitar uma destilaria de uísque com direito a degustação. Estávamos prontos, o monstro se mostraria para nós? Descemos nas ruínas do castelo Urquahart e fomos qual detetives buscar pistas, agora não do monstro, mas da família que deu abrigo a outra e foi trucidada. A Escócia é cheia dessas histórias. Chegou a hora de tomarmos o barco e adentrar as águas frias do Mar do Norte em busca de uma ilha, a Irlanda, com seus duentes, suas lendas, sua força, seu povo que foi oprimido, que superou a grande forme e que se divide em dois. Desembarcamos no ponto do Larne, Irlanda do Norte, região pertencente ao Reino Unido e que mantém litígio religioso entre católicos e protestantes. Em Belfast, há um portão que se fecha impedindo que um entre na área do outro. Os muros também os separam e são cobertos por murais grafitados que nos lembram os de Berlim. O estaleiro que construiu o Titanic fica em Belfast. A cidade possui um lindo centro histórico em arquitetura vitoriana e nele está um monumento onde consta o nome de todos os passageiros desse navio. Partimos para Dublin e nos apaixonamos. Todo o grupo se encantou pela cidade moderna, ativa, que guarda a sua história, preserva seus monumentos, porém escolheu outro caminho. É um país, República da Irlanda. Amamos cada instante de nossa estadia. Povo com história difícil e muita resistência. Nos anos de 1800, houve uma doença agrícola que atingiu os alimentos, principalmente a batata e o milho, e houve grande fome. Famílias inteiras pereceram. Nessa época, morreram um milhão de pessoas e outro milhão migrou. São muito patriotas. O castelo de Dublin é fantástico, inteiramente restaurado. Conhecemos Trinity College - a universidade mais antiga da Irlanda-, a Biblioteca Nacional e Leinster House, que é a sede do Par-
PASSEIO DE BARCO NO LAGO NESS
lamento Irlandês. Um bairro com casas georgianas, inteiramente preservadas nos chama atenção para as cores bastante distintas de suas portas. Conta-se que era para que os donos da casa ao chegarem bêbados não errassem a entrada. Extremamente charmoso. São filhos dessa terra: Oscar Wilde, James Joice, Yeats, entre outros. Vale lembrar da bela cidade Killarney, pequena e simpática. Muito mais da Irlanda se descortinou diante de nós: cidades portuárias, universitárias, pequenas cidades, museus como Clonmarcnoise e seu conjunto de ruínas monásticas celtas. Voltamos à Inglaterra. Visitamos a terra natal de Shakespeare, Stradford Upon Avon. Linda, bucólica, banhada pelo rio Avon e
possui um píer onde se pode pegar barcos para passear pelo rio e ver a cidade com sua arquitetura Tudor. Cidade colorida pelos inúmeros jardins e músicos nas ruas. A casa de Shakespeare está aberta a visitação. Gostamos muito. Em Oxford, tivemos a oportunidade de visitar o Christ Church College and Cathedral. Aproveitamos para visitar a catedral. Deslumbrante! No momento havia o ensaio de um coral. Eram somente vozes masculinas, tinha crianças, adolescentes, jovens e adultos. Idades tão diferentes e a qualidade vocal magnífica. A catedral possui excelente acústica e as vozes tão diversas cantavam em uníssono. Encontro com a arte na casa de Deus. Isto é viajar!
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COOL SABORES
MÁRCIA FARIA
Uma doce escolha Bolo Piñata INGREDIENTES
4 ovos 2 xícaras (chá) de farinha de trigo 1 1/2 xícara (chá) de açúcar 1 colher (sopa) de fermento em pó 1 xícara (chá) de água quente 2 receitas de brigadeiro (para o recheio) 2 receitas de beijinho (para o recheio) 2 receitas de brigadeiro branco (para cobrir o bolo) 500g de granulado colorido
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oz de menina, jeito de menina, determinação de mulher feita. Assim é Giulia Amaral Ribeiro, Giu Ribeiro, como prefere ser chamada. Giu é filha da terra, nasceu aqui em Três Rios, cresceu em São Paulo, mas voltou! Voltou para desafiar, voltou para mostrar que ir atrás do sonho é coisa de gente grande e coisa de menina também! Sua intenção era ser engenheira de produção. Estudou bastante e passou no vestibular da UERJ. A vida é mesmo cheia de surpresas, concorda? A necessidade em conseguir mais algum dinheiro para cursar a faculdade fez com que Giu Ribeiro começasse a preparar cones trufados. Essa ideia surgiu quando teve contato com uma confeiteira de Lins (SP) que vendia cones trufados deliciosos. A primeira empreitada com os cones foi um sucesso! Vendia cones diariamente na faculdade e recebia mais pedidos a cada dia. Não bastasse isso, começaram a surgir pedidos de bolos. Giu Ribeiro acabou ficando sem saber se estudava para as provas ou se aceitava as encomendas de cones e bolos. Eis que surgiu a decisão e a verdadei112 Revista On Dezembro & Janeiro
ra vocação: ser confeiteira. No vasto e delicioso mundo da confeitaria, Giu Ribeiro se destaca preparando com grande empenho e dedicação seus cones trufados de vários sabores, seu famoso bolo Piñata e sabe-se lá o que mais está por vir! Ela acabou de lançar sua Foodbike e certamente nós a encontraremos pelas ruas de Três Rios proporcionando momentos mais doces em nossas vidas com sua variedade de cones trufados e bolo gelado. Nesta edição, a convidamos para ensinar a receita do bolo Piñata. É basicamente um bolo recheado com confeitos doces. Não é muito comum, mas vem ficando cada vez mais popular no Brasil. A piñata [ou pichorra] é uma tradição mexicana, trata-se de um pote de barro cheio de doces que as crianças quebram em festas, lembra muito aquela bexiga grande que é comum no nosso país. Você vai fazer, provar e aprovar! Aproveitamos para parabenizar a Giu pela coragem, escolha e determinação. Ficamos muito felizes em saborear momentos tão doces e delicados. Ah, e a Giu Ribeiro está no Facebook com muitas delícias, vale a pena conferir.
MODO DE PREPARO
Bata as gemas com a água bem quente até fazer espuma. Junte o açúcar e bata mais um pouco. Sem parar de bater, junte a farinha peneirada aos poucos e bata por 20 minutos. Junte o fermento e as claras (batidas em neve). Mexa delicadamente. Coloque para assar em forno de 200ºC pré-aquecido. Não esqueça de untar e enfarinhar a forma. Asse nessa temperatura por 10 minutos e, depois, passe para 180ºC. Deixe esfriar e desenforme. Para o Piñata você vai precisar de dois bolos, já que o resultado final tem quatro camadas e precisa ficar alto. Faça receitas de beijinho e brigadeiro, reserve guloseimas, paçoca, chocolates e balas para compor o recheio do bolo. Corte o primeiro bolo ao meio e repita o processo com o segundo. Recheie as camadas do bolo, deixando a camada de cima separada. Alterne os recheios. Depois de recheado, corte um círculo no centro usando um cortador ou copo. Retire o bolo desse buraco e coloque as guloseimas. Cubra com a última camada de bolo. Passe o brigadeiro branco em toda a superfície, cobrindo-o completamente. Finalize com granulado colorido.
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Bernadete Mattos Consultora graduada em gastronomia bemattos1@gmail.com CORES O bolo piĂąata faz a festa dos convidados em aniversĂĄrios
Luiz Cesar Apresentador do programa Papo Gourmet, no Canal 5 luizcesarcl@uol.com.br
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Bridge Over Cam (24) 2252-3998 Carlos Alberto Poggianela (24) 2255-3041 Centro Médico Santa Catarina (24) 2255-0605 Clinicamente (24) 2252-4228 Cultura Inglesa (24) 2252-3626 Escola de Dança Maria Emilia (24) 2252-2477 Espaço Saúde e Bem Estar (24) 2252-6635 Êxtase Turismo (24) 2255-1249 Habib’s Três Rios (24) 2251-3052 deliveryhabibs.com.br
Hélio Dutra (24) 2251-6500 José Eustáquio (24) 2252-3805 Laboratório Tinoco (24) 2255-2973 labtinoco.com.br
Lagoon (24) 2255-1358 Lemarc (24) 2252-6922 Marcela Daibert (24) 2252-0813 Multimagem fotografia e filmagem com arte (24) 2255-4003 multimagemfotoevideo.com.br
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Sudeste Uniformes (24) 2251-5414 Tecsolid (24) 2252-6888 tecsolid.com.br
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