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Índice
Capa
25 novas lojas Negócios
Rumo ao crescimento, Shopping Américo Silva inicia sua expansão com boas expectativas de geração de emprego e renda
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Opinião
Roberto Wagner: Escrever e guardar Oneir Vitor Guedes: Uma lição aprendida com Chapolin Colorado Helder Caldeira: Tragédia reveladora
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Economia
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Time´s
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Turismo
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Comportamento
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Mercado de trabalho
36
Carreira
40
Eu sei fazer
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Cotidiano
Ouro branco fluminense: produtores de leite da região comemoram boa fase do setor Você como nunca se viu! Bemposta: as belezas e as opções de lazer do distrito trirriense Homossexualidade: os desafios dos gays em busca de igualdade e a luta contra o preconceito Do you speak English? Os relatos de quem conquistou bons empregos com a fluência no inglês Você escolheria sua profissão por vocação ou necessidade? A trirriense Aline Silvestre revela suas aventuras durante os meses em que passou em alto mar A situação dos idosos que vivem em Instituições de Longa Permanência Confronto no trânsito: quem é o culpado pela (falta de) educação nas vias? Profissionais do sexo: vejas os depoimentos de quem optou por viver da prostituição
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½ Palavra
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Meio Ambiente
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Mix
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Desenvolvimento
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Saúde
Notas curiosas que circularam na mídia sobre assuntos diversos ONG de Três Rios incentiva a recuperação da fauna e flora locais Tudo o que você procura no lugar certo Vila Isabel: o bairro mais populoso de Três Rios mostra por que é o futuro da cidade Aids: histórias e exemplos de perseverança de quem convive com o vírus mortal Uma vida dedicada à saúde: conheça o médico e a clínica que revolucionaram a medicina trirriense Cirurgia plástica: procedimento tem se tornado cada vez mais popular e já é relacionado ao bem-estar
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Inspiração
A relação de afeto entre o compositor Hermínio Bello de Carvalho e a cidade de Três Rios
o tempo que não passa para 102 Tic-tac: o trirriense que coleciona relógios Papo de colecionador
Instituições trirrienses estão a um salto de 106 Esporte receber delegações olímpicas em 2016 Ciclismo: a cultura do esporte em Três Rios e os atletas promissores da modalidade
114 TR Folia reuniu mais de 23 mil pessoas Aconteceu
III Desafio das Torres trouxe adrenalina e velocidade para Três Rios 29º Baile do Cafona movimentou Três Rios e região Lima conta como foi 126 Aroldo sua experiência na Argentina Diário de bordo
128 Gastronomia Livros Guia
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Editorial Crescer, desenvolver, progredir. Todos estes verbos refletem precisamente o momento pelo qual a população de Três Rios e região vem passando. Quem aqui vive, os ouve em todo momento, e em cada esquina paira um sentimento de esperança e até mesmo de ansiedade no coração de cada um que quer fazer parte, estar inserido nesse cenário. Esta edição da Revista On trata exatamente desses aspectos, seja pela expansão de um empreendimento, que até então sobrevivia apenas do nosso imaginário, seja pela evolução de um bairro que demonstra diariamente seu futuro promissor, ou pela continuidade de um serviço inovador na área da saúde e, por que não, pelo despertar de um setor economicamente adormecido. Ao percorrer as páginas seguintes, você poderá compreender melhor do que estamos falando. E em meio a toda essa ideia futurista, nos deparamos com a nostalgia de um compositor, poeta, produtor e agitador cultural ao recordar os tempos em que as águas dos rios Paraíba do Sul, Piabanha e Paraibuna passaram por debaixo de sua ponte. Também poderemos nos sentir mais próximos da tranquilidade interiorana e daquele “cheirinho de roça” ao passear por Bemposta, além de conhecer um homem e seus objetos que, quase literalmente, ficaram parados no tempo. Paula Araújo Editota-chefe
Direção e Produção Geral Felipe Vasconcellos felipe@revistaon.com.br Produção Diego Paiva Sabrina Vasconcellos Heverton da Mata Edição Geral e Redação Paula Araújo paula@revistaon.com.br Jornalismo Paula Araújo Felipe Curdi Rafael Moraes Estágio Priscila Okada Criação Felipe Vasconcellos Robson Silva Tecnologia Vagner Lima
Trabalhe conosco rh@revistaon.com.br Sugestão de pauta contato@revistaon.com.br Distribuição Três Rios, Paraíba do Sul, Com. Levy Gasparian, Sapucaia, Areal e Itaipava Se for o caso, reclame. Nosso objetivo é a excelência. (24) 2252-8524 | reclame@revistaon.com.br
Comercial Diego Paiva comercial@revistaon.com.br (24) 8843-7944 Fotos Richard Play Rogério Cerqueira Christiano Toledo Capa Fiobranco Design
Produção Gráfica Wal Print Tiragem 3.000 ERRATA Na edição #3, matéria “A hora da estrela”, nos referimos à cidade de Londres como um país de maneira equivocada. Por isso, pedimos desculpas. revistaon.com.br
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OPINIÃO
Escrever e guardar
Eu sou um caso típico de involução progressiva. Escrevo desde os 10 anos de idade, só que eu escrevia e guardava
POR ROBERTO WAGNER LIMA NOGUEIRA
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erta feita, eu estava alinhando umas ideias para escrever um texto que tocava questões complexas de nossa sociedade. Conversei com Nasta (minha esposa) a respeito e ela também entendeu que o texto era polêmico e de pronto me sugeriu: “escreve e guarda”. Fiquei atônito com a logicidade daquele raciocínio: “escreve e guarda”. Jamais passaria pela minha cabeça escrever um texto para guardar, porém, acabara de ouvir algo que me fez refletir. Os homens são assim, querem transformar o mundo e nesta empreitada estão ingenuamente convencidos de que são os indicados. Já as mulheres querem cuidar do mundo. Só quem sabe cuidar pode “escrever e guardar”. Para mim, até aquele decisivo momento, escrever e guardar seria a impotência total. Os homens e o fantasma da impotência. Por isso, um homem, regra geral, tem dificuldade para criar um filho sozinho, porque não sabe “escrever e guardar”, não tem cuidado nos pormenores, age no atacado. Falta a sensibilidade feminina dos detalhes, escrevemos muito e dizemos pouco, noutro dizer, fazemos muito e percebemos pouco.
Lembre que os discípulos de Nosso Senhor Jesus Cristo se mostravam corajosos, intrépidos diante do Mestre, no entanto, na “hora H”, no Monte das Oliveiras, todos saíram batidos, até Pedro (a rocha) negou Jesus. E quem ficou ao lado de Nosso Senhor o tempo todo e ao pé da cruz? Maria, sua mãe e suas amigas, apenas João, adolescente,
“O advogado é um sujeito que quer convencer o mundo do que ele não está convencido”
acompanhou as mulheres. Maria não era de escrever, mas sempre soube guardar. Quem guarda no coração sabe agir na hora certa. Dou-lhe um exemplo. No início de janeiro, a enchente de Areal nos impactou. Ficamos chocados com a tragédia arealense. Eu fui escrever a respeito. Sarah, minha filha, agiu. A cada palavra escrita por mim, um gesto concreto de Sarah: um pedido de alimentos, roupas e quando vi, a portaria de meu prédio era um posto de coleta de ajuda aos desabrigados. O tempo que perdi escrevendo, Sarah ganhou socorrendo os atingidos. Sarah ouve, guarda
em seu coração e reage. Eu escrevo. Tenho muito a aprender. Jesus não escreveu, fez. Certamente porque ele sabia que o importante é o que se vive e como se vive, e não o que se escreve. Tenho escrito muito e guardado pouco. Nasta tem razão mais uma vez. Talvez o ponto seja a própria formação do advogado. Pensamos que temos o que dizer a outra pessoa, vivemos essa ilusão que só tende a piorar com o tempo, porque passamos do dizer ao convencer. Escrevemos muito e guardamos pouco. O advogado é um sujeito que quer convencer o mundo do que ele não está convencido. Diogo Mainardi alerta: “É muito mais difícil não escrever do que escrever. Qualquer um pode escrever um livro. Qualquer um pode publicá-lo. Duro mesmo é ficar deitado no sofá, sem escrever nada. Requer uma aceitação filosófica da própria transitoriedade. Requer o desprendimento de um sufi” (Veja, 13/08/2003, “A van da literatura”, p. 111). Eu sou um caso típico de involução progressiva. Escrevo desde os 10 anos de idade, só que eu escrevia e guardava. Com o passar dos anos e o agravamento dos sintomas, diminuiu a minha humildade, que já era pouca, e cresceu a soberba a ponto de escrever e publicar dois livros jurídicos, repletos de mistérios e impombações. Infelizmente, na ocasião, Nasta ainda não havia me ensinado a preciosa lição: escrever e guardar.
Roberto Wagner Lima Nogueira é procurador do município de Areal, mestre em Direito Tributário - UCAM-Rio -, professor de Direito Tributário da UCP – Petrópolis – e colunista do Três Rios Online. 10
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OPINIÃO
Uma lição aprendida com Chapolin Colorado Ainda que sem superpoderes, você também pode ser um herói por Oneir Vitor Guedes
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egundo o dicionário Aurélio, herói é o “homem extraordinário por seus feitos guerreiros, seu valor, sua magnanimidade”. Ao crescemos submetidos à cultura de massa norte americana, acabamos aprendendo, por meio do cinema e dos gibis, a admirar o “super-herói’’, alguém que normalmelnte veste uma malha apertada e tem capacidades sobrenaturais como voar, se tornar invisível, ver através de paredes ou soltar teias pelas mãos. Contudo, se atentarmos para a definição do bom e velho Aurélio, percebemos que passamos nossa infância sendo enganados, afinal os verdadeiros heróis são pessoas comuns, pessoas de valor que estão entre nós e devem ser assim consideradas, não pelo tamanho de sua força, mas pelo seu caráter e grandeza de alma. Em Três Rios, nunca vimos homens a prova de balas ou que disparassem raios pelas mãos, mas por aqui já passaram várias pessoas que, por suas atitudes e caráter, podem facilmente figurar em qualquer panteão de grandes heróis: o saudoso prefeito Joaquim Ferreira, por exemplo, ficou marcado em nossa história por sua integridade e retidão. Como não lembrarmos também do Sr. Djalma Tepedino, que aqui sempre levou uma vida com notável benevolência, ou do radialista Humberto Fiorelli, cujas mensagens muito edificaram a nossa gente. Entre muitos nomes, podemos citar ainda o “Seu Antônio da Farmácia”, que auxiliou na cura de várias gerações trirrienses e muitas vezes ajudou pessoas doentes que não tinham condições de pagar por seus serviços.
Ao concluirmos que o heroísmo aparece no valor do indivíduo e não em seus poderes sobrenaturais, lembramos do personagem citado no título deste artigo. Chapolin Colorado era magrelo, desajeitado e, na maioria das vezes, contava apenas com seu bom coração e sua astúcia para superar seus desafios. A virtude do “vermelhinho” não estava na ausência de medo (até porque ele era bem medroso), mas sim na superação de seus temores. Ao contrário dos personagens americanos, este herói latino nos mostrou que para ser um herói é preciso apenas um bom coração e coragem para andar pelo caminho certo quando todo mundo parece optar pelo caminho contrário. Essa é a essência do heroísmo real: não temer nadar contra a maré, sendo inteiramente honesto em uma sociedade sempre flexível em questões éticas ou morais, praticando o verdadeiro altruísmo quando todos estão com os olhos voltados para seus próprios umbigos. É possível que você também se torne um herói fazendo isso, porque são poucos os que fazem. Você não precisará de feitos extraordinários para se tornar um herói, apenas deve agir corretamente nos seus pequenos gestos e atitudes. Seu heroísmo provavelmente permanecerá anônimo e você não será convidado para compor uma espécie de “Liga da Justiça”, mas isso não importa, pois a recompensa do herói não está no reconhecimento pelas outras pessoas, mas sim na sensação de estar em paz consigo mesmo e na certeza de ter feito a coisa certa. Mesmo que não seja seu hábito, mesmo que você não goste, peço você que
experimente, ainda que pareça muito difícil. Por um dia apenas, faça o bem pelo bem de todos, relegando-se a uma posição secundária e colocando o bem-estar dos outros em primeiro lugar. Mesmo que você não consiga, pelo menos tente. Se você tentar, já terá sido um herói
“Você não precisará de feitos extraordinários para se tornar um herói, apenas deve agir corretamente nos seus pequenos gestos e atitudes”
naquele dia pela simples atitude de ter tentado. Talvez você discorde deste artigo e ainda prefira encarar os super poderosos do “Tio Sam” como seus verdadeiros heróis. Respeito sua opinião, mas finalizo aqui com uma afirmação irrefutável: o maior de todos os heróis viveu há dois mil anos como uma pessoa comum. Sua grandeza não deve ser medida por poderes especiais, mas sim pela pureza de seu coração e pela honradez de suas atitudes. Ele fez algo que o Super-Homem ou Batman jamais fariam: nenhum dos heróis que eu vi, em filmes e em gibis, morria no lugar de um vilão – um vilão como eu.
Oneir Vitor Guedes formou-se em direito pela Universidade Federal de Juiz de Fora e, atualmente, atua como advogado e consultor jurídico nas áreas cível e criminal, além de ser colunista do Três Rios Online. revistaon.com.br
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OPINIÃO
Tragédia reveladora Não fosse a catástrofe com o helicóptero, jamais saberíamos que o governador Sérgio Cabral e seus familiares iriam passar um saboroso final de semana em um resort luxuoso por HELDER CALDEIRA
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ragédia. Um helicóptero cai no litoral baiano e mata todos os passageiros, incluindo duas crianças. Uma das vítimas era a namorada do filho do governador do Rio de Janeiro. Não há como ficar insensível à tal notícia. Mas esse acontecimento funesto seria apenas mais um, não fossem todos os agravantes e revelações que vieram nos dias seguintes ao fato e que ainda estão sendo cuidadosamente explorados pela mídia, muito em respeito à memória dos que morreram e seus familiares. Mas a tragédia de Porto Seguro é, sobretudo, reveladora. Não fosse a catástrofe com o helicóptero, jamais saberíamos que o governador Sérgio Cabral e seus familiares iriam passar um saboroso final de semana, num início de pálido inverno, em um resort luxuoso de Trancoso, o ultrapassado paraíso baiano de ricos e famosos. Não fosse a tragédia, jamais teríamos conhecimento que havia uma perigosa miscelânea entre o público e o privado nesse “findi” familiar. Além do próprio dono do resort, um dos integrantes da “comitiva junina” era o dono da Delta Construções, uma das maiores empreiteiras do país e uma das que possui mais contratos de obras públicas com o Governo do Estado do Rio de Janeiro. Esse seria mais um tranquilo e secreto final de semana, não fosse o desfecho dramático. Mas vamos nos ater aos fatos revelados. Em matéria do jornal “O Globo” do último dia 21 de junho, os repórteres Carla Rocha e Ruben Berta revelaram
que a Delta Construções recebeu da secretaria estadual de Obras um total de R$ 128 milhões apenas no período entre janeiro e novembro de 2010. Deste montante, quase R$ 75 milhões são referentes a contratos chamados de “emergenciais”, ou seja, aqueles que justificam a dispensa dos processos licitatórios. Uma dessas “pseudoemergências” foi a reforma do prédio-sede do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), no Centro da capital fluminense.
“O caso brasileiro é um longo e tenebroso “Inverno de Juvenal”, onde até tragédias revelam relações suspeitas, onde a honestidade continua morrendo de frio”
E, pasmem, não é só isso! Agora em 2011, nesse primeiro semestre, a Delta já recebeu empenhos do governo fluminense no valor total de R$ 241 milhões, dos quais, 25% sem licitação. A excelente matéria-denúncia de “O Globo” revela ainda que, no saldo acumulado durante o governo Cabral, a Delta tem contratos públicos que somam R$ 1 bilhão. Isso
sem falar que essa empresa participa de consórcios responsáveis por obras monumentais, dentre as quais se destaca a reforma do Maracanã para a Copa do Mundo de 2014. E isso só na era Cabral... porque se regressarmos aos governos de Anthony e Rosinha Garotinho, esse bolo é ainda maior! Já diz o ditado que “à mulher de César não basta ser honesta, tem que parecer honesta”. Eis um bom exemplo de relação suspeita. Me parece extremamente repreensível – e suspeito, para dizer o mínimo – que um governador aceite passar um final de semana na agradável companhia de um empreiteiro que já tem R$ 1 bilhão em obras durante sua gestão. Não fosse a tragédia reveladora no litoral da Bahia, ninguém jamais saberia dessa relação nebulosa. O poeta Juvenal, lá na Roma Antiga do primeiro século da era cristã, afirmou em uma de suas sátiras: “A honestidade é elogiada por todos, mas morre de frio”. Dois mil anos se passaram e parece não haver cobertor suficiente para aquecer o honesto, o honrado, o probo... principalmente no Brasil, um país que atesta o jeitinho, chancela as mamatas e continua elegendo picaretas mascarados. E não estamos falando do inverno, estação do ano que acaba de chegar. O caso brasileiro é um longo e tenebroso “Inverno de Juvenal”, onde até tragédias revelam relações suspeitas, onde a honestidade continua morrendo de frio.
Helder Caldeira é escritor, articulista político, palestrante, conferencista, colunista do Três Rios Online e autor do livro “A 1ª Presidenta”, primeira obra publicada no Brasil sobre a trajetória política de Dilma Rousseff. 12
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economia
Ouro branco fluminense
A retomada da bacia leiteira
Por Priscila Okada
Com o anúncio da instalação da terceira fábrica da Nestlé no Estado, pecuaristas da Região Sul Fluminense comemoram a retomada do setor após anos de estagnação econômica
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esde a divulgação da chegada da fábrica da Nestlé em Três Rios, no dia 16 de março deste ano, o mercado lácteo já vem demonstrando uma rápida aceleração em capacitações, visando atender à nova fase do leite na região. Com a autorização do governo do estado, a secretaria de Agricultura elaborou uma legislação premiando o esforço da produção, reduzindo a zero a carga tributária das indústrias, mantendo o incentivo ao produtor no pagamento mensal e permitindo que toda a cadeia se beneficiasse sob a forma da transferência de créditos de ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços) até a ponta do consumo, incluindo os supermercados. Isso fez com que a chamada Nota Rio, nota fiscal emitida por indústria do Estado, despertasse o interesse das redes supermercadistas de comercializar o produto, pois representa menor custo, permitindo às marcas fluminenses serem oferecidas a preços inferiores aos das vindas de outras unidades federativas. A medida atraiu indústrias de todos os portes a se instalarem no território. Após ter deixado o Rio há alguns anos, alegando falta de competitividade, a Nestlé, empresa suíça líder mundial em produtos alimentícios e bebidas, atuante no Brasil há 90 anos, pretende investir em Três Rios, inicialmente, R$ 163 milhões no projeto que se destina à produção de leite e de outras bebidas lácteas. O fator geográfico, com vias de acesso aos principais centros consumidores do país e a redução dos impostos foram determinantes para que a empresa escolhesse o município. A produção da nova fábrica abastecerá o próprio Rio de Janeiro, além 16
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de parte de Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo. Na cidade trirriense, desde 2009, em parceria com a secretaria de Saúde e a Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural), já existia um processo de coleta de dados dos pecuaristas locais, para desenvolver projetos de melhoria da produtividade e da qualidade, além de assegurar a sustentabilidade da atividade leiteira. Por meio desses cadastros, é possível saber o endereço fixo do produtor, os produtos cultivados por ele e o que está sendo vendido em suas propriedades. Segundo o secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Thiago Vila Verde, historicamente todas as antigas cooperativas da região foram acabando, entretanto, há um esforço por parte dos municípios que está culminando
“A Nestlé pretende investir em Três Rios, inicialmente, R$ 163 milhões no projeto que se destina à produção de leite e de outras bebidas lácteas” na revitalização de todas elas. Ainda de acordo com o secretário, Três Rios está investindo na recuperação de todas as estradas vicinais, num total de 156 quilômetros, o que permite um melhor escoamento da produção. “Estamos vacinando anualmente todo o rebanho contra a febre aftosa e iniciamos este ano a vacinação
contra a brucelose, doença que pode contagiar as pessoas. Notoriamente tem aumentado o número de produtores que nos procuram a cada dia para obter informações de como se tornar um possível fornecedor da empresa [Nestlé]. Atendendo a essa demanda, temos feito uma ponte entre esses produtores e a DPA Manufacturing, uma divisão da Nestlé responsável pela compra de leite”, explica Vila Verde. Além disso, o secretário adiantou que em breve a prefeitura realizará em parceria com a multinacional um concurso de gado leiteiro, o que trará mais incentivos aos atuais e potenciais produtores. Em Paraíba do Sul, pecuaristas também estão na corrida para se tornar um dos principais fornecedores da indústria. Com a instalação da empresa, o município tem a oportunidade de se firmar como um forte produtor de leite do Estado. O vereador e presidente do DEM em Paraíba do Sul, Márcio de Abreu Oliveira, solicitou ao secretário estadual de Agricultura e Pecuária, Christino Áureo, que invista na cidade, dando maior suporte e apoio aos pecuaristas, seja com incentivos e facilitação de crédito, seja com melhorias nas estradas, com a finalidade de fornecer estrutura para que os produtores possam ter condições de aproveitar essa oportunidade.
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A nova fábrica de bebidas informou que adotará modernas tecnologias de produção, equipamentos de última geração para o envasamento de produtos, conceitos inovadores de coleta, manuseio e processamento de matéria-prima, aliados aos conceitos de sustentabilidade, que visam otimizar e racionalizar o uso de energia e de água. A Nestlé contará também com um sistema de rastreamento da produção desde a coleta na fazenda até o recebimento na fábrica, assegurando a qualidade do produto final. Além disso, a empresa obtém uma parceria com afiliada DPA (Dairy Partners Americas – joint venture formada com a cooperativa neozelandesa Fonterra) que, juntas, lideram a captação de leite no Brasil. Em 2010, atingiram a marca de 2,2 bilhões de litros. Toda a rede de fornecedores, que conta hoje com mais de 48 mil produtores diretos e indiretos, está localizada nas bacias leiteiras de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Sul, Bahia e Pernambuco. Com a expansão da empresa no Estado, esse número pode crescer consideravelmente nos próximos anos. O mercado lácteo no Rio de Janeiro movimenta cerca de US$ 2,4 bilhões por
CARLISSON COSTA DE SOUZA Supervisor técnico do Senar-Rio e produtor rural
ano e emprega aproximadamente 100 mil pessoas, entre 23 mil produtores e os demais envolvidos na produção rural e nas cadeias de industrialização e distribuição. Atualmente, o Rio possui 60 cooperativas
e indústrias de leite e derivados de pequeno, médio e grande portes. No final do ano serão 100. Segundo Christino Áureo, a produção de leite, que em 2007 era de 470 milhões de litros por ano, já passou para 600 milhões de litros anuais. O objetivo é alcançar a meta de 1 bilhão de litros até 2015. A nova fábrica da Nestlé vai produzir de 350 a 400 mil litros de leite por dia. A multinacional vai fabricar, a partir dos próximos meses, leite UHT das marcas Ninho e Molico. Em próximas etapas, serão instaladas linhas de produção para Sollys, marca de produtos à base de soja, e Nestlé Fast, bebidas prontas com as marcas Alpino, Nescau e Neston, acumulando capacidade total instalada de 124 mil toneladas de produto/ano. O Rio ocupa a liderança em vendas da empresa no Brasil, ultrapassando São Paulo. A secretaria de Agricultura fornece não só incentivo às indústrias, como também aos produtores de leite. A fábrica é a confirmação das ações do programa Rio Leite, que reduziu a carga tributária para a produção interna e os benefícios previstos na legislação estadual de ICMS concedidos às plantas industriais. “Antes decadente, o setor hoje está em franca produção com a instalação das principais indústrias desse segmento em território fluminense”, destacou Áureo. Conforme o secretário, nos setores de transporte, processamento e distribuição de leite e derivados, para cada R$ 1 gerado há aumento de R$ 5 no PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil. A cada R$ 1 milhão em produtos lácteos comercializados, são gerados aproximadamente 200 empregos. Além do financiamento da produção leiteira, o governo do estado desenvolve um programa de melhoramento genético do rebanho, o Rio Genética. O projeto, que busca o aumento da produção por meio da melhoria genética do gado, financiou, em 2010, a aquisição de 5.200 matrizes, com recursos do Tesouro Estadual, num investimento de R$ 15 milhões e benefícios para 500 produtores. Este ano, o plano é financiar 10.000 animais e mais de 5.000 embriões para que a fabricação leiteira continue produzindo a taxas altas que permitam ao Rio de Janeiro alcançar a meta estabelecida.
CRESCIMENTO Mercado lácteo regional vem demonstrando rápida aceleração
Uma parceria entre a secretaria de Agricultura e a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) para a produção de embriões “in vitro”, visando atender ao programa, já começa a apresentar resultados. A expectativa é produzir no laboratório do campo experimental da empresa, localizado na Fazenda Santa Mônica, em Valença, de 200 a 400 prenhezes por ano.
“Minha expectativa em relação à chegada de uma empresa como a Nestlé é que ela estimule a lei da oferta e da procura”, Edgar de Carvalho Veiga, produtor
O crescimento da indústria de laticínios está incentivando pecuaristas a criarem mais animais. Em dois anos, o governo estadual investiu R$ 153 milhões, gerou 3.000 novos empregos e, até 2014, a expectativa é abrir mais 20 mil postos de trabalho. Os profissionais que exploram o setor revistaon.com.br
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economia
e aqueles que trabalham com gado de cor- ao mesmo tempo, servir como exemplo, coleta e no transporte. Segundo o superte festejam as mudanças implementadas. ao demonstrar a viabilidade técnica, eco- visor técnico do Senar-Rio e produtor ruÉ o caso do sulparaibano Edgar de Carva- nômica, social e ambiental da produção ral de Paraíba do Sul, Carlisson Costa de lho Veiga, 49, que está esperançoso pelo de leite de uma propriedade. Selecionada Souza, 40, a Nestlé será boa para todos licrescimento leiteiro. Participante de to- a unidade pelo técnico e aprovada pela gados à pecuária na região, por exigir dos dos os cursos de expansão rural da região, equipe do projeto, o proprietário deverá pecuaristas a qualidade de seus produtos. Veiga, que é filho e neto de produtores ru- responder a um questionário que identi- “Acredito que com trabalho sério de amrais, conta que começou seu rebanho com ficará, além de seu sistema de produção, bas as partes a região só tem a ganhar”, 15 animais e hoje já contabiliza 50 cabe- aspectos relacionados à situação sócioe- destacou. ças, produzindo uma média de 160 litros conômica educacional da família, bem de leite por dia. “Apesar das dificuldades, como questões referentes ao ambiente. O História do leite no Brasil minha expectativa em relação à chegada projeto, iniciado no final de 2003, conta de uma empresa como a Nestlé é que ela hoje com 50 técnicos em treinamento e A origem do leite de consumo no Braestimule a lei da oferta e da procura, ge- 200 propriedades acolhidas. Em nossa rerando, assim, um preço justo tanto para o gião, entre as cidades de Paraíba do Sul, sil está ligada à exploração do gado traprodutor quanto para o comprador”, diz. Vassouras, Valença, Rio das Flores, Bar- zido durante o período de colonização. Indagado sobre o custo ideal para a venda ra do Pirai e Miguel Pereira, 60 unidade já O rebanho foi utilizado primeiramente como força de trabalho nos engenhos de do leite, ele revela que o bom preço seria são atendidas. cana de açúcar e posteriorem torno de R$ 1. mente na pecuária de corte, Depois de 19 anos sem desenvolvendo-se em localiProdução de leite (mil litros) concurso público, o quadro Municípios 2.002 2.008 Variação dades como Goiás e o Sul do técnico da Emater-Rio foi Valença 24.321 26.752 10,00% país. Até meados do século renovado: 166 agentes têm a Itaperuna 22.812 30.900 35,46% XIX, o consumo de leite missão de aproximar os proCampos dos Goytacazes 20.143 21.850 8,47% teve caráter secundário, com dutores rurais da secretaria Barra Mansa 18.730 24.519 30,91% poucas vacas sendo mantide Agricultura e, até o final Cantagalo 15.308 16.909 10,46% das para essa atividade. A do ano, será a vez da PesaResende 14.642 19.500 33,18% pequena disponibilidade do Bom Jesus do Itabapoana 14.000 16.503 17,88% gro (Empresa de Pesquisa produto impediu que o conBarra do Piraí 13.322 12.682 -4,80% Agropecuária do Estado do Vassouras 12.561 14.729 17,26% sumo se tornasse um hábito Rio de Janeiro), que há 20 Cachoeiras de Macacu 12.500 7.801 -37,59% naquela época. anos não restaurava seu quaRio Claro 11.759 10.975 -6,67% Por volta de 1870, o dro, contratar 30 técnicos. São Francisco de Itabapoana 11.024 10.152 -7,91% Vale do Paraíba, região em O Senar-Rio (Serviço Cambuci 10.297 10.040 -2,50% que até então concentrava a Nacional de Aprendizagem Itaocara 10.259 11.500 12,10% maior produção cafeeira e os Rural do Rio de Janeiro) Santo Antônio de Pádua 10.259 13.850 35,00% setores mais ricos do país, São Fidélis 10.054 16.269 61,82% em parceria com a Faerj passou pelo esgotamento do Natividade 9.000 9.896 9,96% (Federação da Agricultura, Rio das Flores 8.811 9.001 2,16% solo, redução da produtiviPecuária e Pesca do Estado Santa Maria Madalena 8.682 8.740 0,67% dade e consequentemente do Rio de Janeiro), SebraeCarmo 8.435 8.579 1,71% das margens de lucro. A pro-RJ, Embrapa e Emater-Rio, Outros municípios 180.484 174.445 -3,35% dução do café seguiu para o desenvolve um projeto chaTotal RJ 447.403 475.592 6,30% Oeste paulista. Surge então mado Balde Cheio, que tem Fonte: IBGE - Pesquisa Pecuária Municipal. no Vale do Paraíba a oporcomo objetivo promover o tunidade para a produção desenvolvimento da pecuáleiteira. ria leiteira na região de atuA partir daí, diversos desenvolvimenação via transferência de tecnologia para O Senar-Rio também desenvolve um tos tecnológicos foram aplicados até caos técnicos (veterinários, agrônomos, programa chamado Monitoria de Qualiracterizar o mercado atual. Novos tratazootecnistas e técnicos agrícolas), quer dade do Leite, que prevê o treinamento de mentos térmicos, embalagens, sistemas de sejam de entidades públicas ou privadas. mão-de-obra de trabalhadores e produtotransporte entre outros, permitiram que o O sistema funciona aplicando uma meto- res rurais atendendo às normas de higiene leite, antes consumido sem nenhum tipo dologia em que uma propriedade leiteira e qualidade previstas pela Instrução Norde tratamento, pudesse chegar ao consude cunho familiar é utilizada como sala de mativa 51, do Ministério da Agricultura, aula prática, com as finalidades de reciclar que institui regras para aumentar a qua- midor com condições de consumo e armao conhecimento de todos os envolvidos lidade do leite produzido no país. Ainda zenamento, maior durabilidade, diferentes (pesquisadores, técnicos e produtores) e, capacita os demais agentes que atuam na teores de gordura, quantidades de vitaminas, sabores, nutrientes, etc. 18
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oa com quem dade e uma pess a se viu! ivi at a um , ar lug colha um como nunc Monte seu look, esestar e participe do Time´s: você de ria sta você go
Participe: acesse revistaon.com.br/times você pode estar aqui contando sua história com o look que você sugeriu e a nossa estilista escolheu. 20
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PUBLIEDITORIAL Foto divulgação
Levy Gasparian vive novo tempo e renova visual com ciclovia Outubro de 2011. Este é o prazo previsto para a inauguração da Via Alternativa de Segurança, a ciclovia, uma das maiores obras já realizadas no município de Comendador Levy Gasparian. O serviço acontece numa parceria da prefeitura com o governo do estado, por meio da secretaria de Obras e do DER (Departamento de Estradas de Rodagem).
UMA IMPORTANTE PARCERIA O serviço acontece numa parceria da prefeitura com o governo do estado, por meio da secretaria de Obras e do DER.
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cidade, transformando-se no nosso cartão postal”, afirmou o prefeito Cláudio Mannarino, que, diariamente, acompanha o desenvolvimento dos trabalhos. Conforme o projeto, a calçada será construída à direita, no sentido Reta/Gulf, com a ciclovia seguindo do lado oposto. Outra novidade é a instalação de pórticos na entrada de cada bairro, facilitando o acesso e embelezando o local.
Foto divulgação
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“Essa obra vai modificar completamente a cidade, transformando-se no nosso cartão postal”
O PROJETO Com aproximadamente sete quilômetros de extensão, o projeto foi estimado em mais de R$ 6 milhões
Cláudio Mannarino, prefeito de Levy Gasparian
A construção acontece paralela ao novo tempo vivido por Levy Gasparian. O município tem recebido investimentos em diversos setores. Há obras realizadas sob a responsabilidade única do Executivo, inclusive no que diz respeito a recursos, e outras são desenvolvidas em parceria com os governos estadual e federal. A economia está crescendo por meio da instalação de empresas, como a Mega Colchões, do grupo Bom Pastor, companhias do Grupo Mil, além da DPA Alimentos (Krokero).
Foto divulgação
Foto divulgação
om aproximadamente sete quilômetros de extensão, de Fernandes Pinheiro até a BR-040, no Gulf, a obra tem custo de R$ 6.100.000,00 e marca um novo momento na história do município, já que mudará completamente o visual da cidade, cortando todo o trecho urbano. Passando pelo Centro e por bairros ao longo da antiga Estrada União e Indústria, o projeto da Via Alternativa de Segurança é considerado por especialistas como um dos mais modernos e completos do país, englobando mudanças paisagísticas e criando espaços exclusivos para o trânsito de pedestres e ciclistas, sem comprometer o fluxo normal de veículos. Além de dezenas de paradas de ônibus construídas em aço escovado e com detalhes arquitetônicos arrojados, o projeto prevê a introdução de pelo menos 300 postes ao longo de seu percurso, melhorando a sensação de segurança pública. Também está previsto a retirada dos quebra-molas existentes ao longo da via, que serão substituídos por redutores de velocidade. “Esse projeto é um dos mais bonitos do país e certamente vai mudar por completo o município”, afirmou o presidente do DER-RJ, Henrique Ribeiro. “Hoje, temos de reconhecer que o visual do município não é bonito, principalmente o trecho da União e Indústria. Essa obra vai modificar completamente a
AS OBRAS Obras da ciclovia têm prazo de finalização em outubro deste ano revistaon.com.br
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PUBLIEDITORIAL
É possível preparar uma super festa de aniversário em 30 minutos?
Na Adoletá Casa de Festas é! Arquivo pessoal
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A criançada se diverte com as mais de 15 opções de entretenimentos oferecidas.
Force; PlayStation 2, com tapete de dança; Nintendo Wii; Mega Brinquedão com pista de obstáculos; mini campo de futebol com grama sintética; camarim fashion; piscina de bolas; cama elástica; play tombo; air game; pista de dança; Arquivo pessoal
algados, doces, bebidas, convite, decoração, tema, garçons, música, brinquedos para a criançada... Tudo isso vem à tona quando se planeja uma festa. Organizar cada um desses itens é tarefa árdua, demorada e às vezes estressante, certo? Errado. Desde dezembro de 2010, Três Rios e região contam com um espaço diferenciado e com conceito inovador em festas infantis, teens, familiares e corporativas. Na Adoletá Casa de Festas a comemoração dos sonhos fica pronta na hora e de forma personalizada. “Prestamos a orientação necessária de acordo com o interesse do cliente. Ele só precisa explicar o que realmente procura e nós cuidamos de todos os detalhes e etapas”, comenta Moacir Júnior, um dos sócios da empresa. Assim que fecha o negócio, o cliente leva no pacote, dentre outros serviços, convites impressos e virtuais, decoração temática, ornamentação com bolas, som ambiente, bolo, doces, buffets infantil (hora do lanchinho) e adulto, com refrigerantes, sucos, água mineral e, no mínimo, 15 variedades de salgados servidos à vontade. As comemorações têm quatro horas de duração e as crianças são monitoradas por profissionais capacitados. “Em algumas festas, muitos pais deixam os filhos aqui e voltam para buscá-los no final”, explica Moacir. A criançada também conta com um espaço totalmente plano com mais de 350 m² e capacidade para até 160 pessoas sentadas, além de 15 opções de entretenimento, entre brinquedos como o PlayStation 3 com simulador de carro em TV LCD 42” e volante Driving
A novidade La Bamba estará disponível para festas a partir de setembro.
dinossauro interativo e uma exclusiva área baby; bem como diversas atividades recreativas e de animação. “Os adultos deixaram de ser meros espectadores para interagir durante as festas, seja nos brinquedos, seja durante a animação”, completa Moacir.
A partir de setembro, dois novos brinquedos chegarão à Adoletá: o La Bamba, que cria em adultos e crianças a sensação de um “liquidificador gigante”, e o Kinect, o mais moderno game do mundo em uma TV LCD 42’’. A psicóloga e consultora de RH Angélica Saldanha Santos aprovou o atendimento e a organização e recomenda os serviços da casa. “Eu consegui aproveitar o aniversário de 4 anos do meu filho sem o estresse que antecede a festa. O ambiente é todo voltado para um momento inesquecível. Pude ser uma convidada”, revelou. A estrutura da Adoletá Casa de Festas engloba, ainda, toaletes para adultos, cadeirantes e crianças, além de um fraldário. Os adultos também podem comemorar realizando festas do estilo Ploc ou Bubbaloo, bem como celebrações corporativas e aniversários dos avós. “Não fazemos festinha, e sim uma incrível festa de aniversário. Os comentários ao final de cada celebração por parte dos contratantes e dos convidados são sempre de surpresas e expectativas superadas”, conclui Moacir. Além do pacote de preço único que inclui todos os itens já mencionados, o cliente pode negociar opcionais à parte. O pagamento é facilitado com cheques pré-datados, notas promissórias ou em até 15 vezes no cartão. A simulação do pagamento via cartão pode ser conferida no site da Adoléta: www.adoletacasadefestas.com.br. Na página, ainda é possível encontrar outras informações. A agenda para 2012 já está disponível.
A Adoletá Casa de Festas fica na rua Mariano Procópio, 180, Centro, Três Rios. O atendimento é feito de segunda a sexta, das 9h às 17h e aos sábados, das 9h até 13h. Telefone (24) 2255-1204. revistaon.com.br
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TURISMO
TURISMO
Por Paula Araújo
Coisas de Bemposta Clima acolhedor, receptividade e contato com a natureza. Certos aspectos só o interior tem...
A “Paisagens remetem à tranquilidade e ao aconchego”
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té mesmo aqueles que se consideram completamente urbanos se rendem à atmosfera interiorana. A apenas 26 quilômetros de Três Rios fica Bemposta, único distrito do município. Um lugar com 4.858 habitantes, gente simples, uma praça, uma igreja e paisagens que remetem à tranquilidade, ao aconchego e que está longe do corre-corre e da rotina árdua de trabalho dos grandes centros. Uma opção para quem fugir do estresse diário e relaxar. Logo na rua principal, é possível se deparar com objetos que nos levam a viajar pelo tempo em um antiquário. O local é administrado pela terceira geração da família Salzano. Depois do avô e do pai, agora é Fabiano Salzano quem cuida dos incontá-
veis relógios, vasos, imagens, lustres e móveis. “Alguns objetos têm 200 anos”, conta Fabiano, que preferiu não revelar os valores das peças, mas especula-se que algumas delas possam chegar a cerca de R$ 9 mil. Dos itens que compõem a loja de antiguidades, um chama a atenção: um relógio que gira ao contrário. “É um relógio de barbeiro, você vê a hora certa através do reflexo do espelho”, explica Salzano. Segundo ele, as vendas já foram melhores. “O acesso aqui não está bom e muitas pessoas não fazem o caminho do antiquário para chegar a Bemposta”, comenta. Para quem gosta do som dos pássaros e da calmaria de um lago, o lugar ideal para se visitar é o pesqueiro. Com área de 2.800 m², o local chega a receber cerca de 1.000
“Na pousada, as peculiaridades da roça estão no fogão à lenha e nos chalés de alvenaria e tijolos” pessoas durante o verão, a maioria delas famílias da vizinha Petrópolis. O pesque e pague é a atração mais cobiçada. São 16 espécies de peixes disponíveis nos lagos, alguns deles pesam até 23 kg. Os visitantes só pagam o que consomem e os peixes podem ser preparados como refeição. De acordo com um dos responsáveis pelo lugar Carlos Eduardo Monteiro Gonçalves, o prato mais famoso é o filé de tilápia. O quilo do peixe varia entre R$ 14 e R$ 25. Há também cinco cavalos entre as raças mangalarga e árabe. A hora do passeio custa R$ 30 e é acompanhado por um instrutor. Para a garotada, o pesqueiro oferece piscina e mesas de totó e sinuca. Se a ideia é ficar por uma noite ou mesmo por uns dias, a opção é uma pousada. Depois de passar um período como hóspede, o casal Ricardo Tapias e Célia Carvalho tornou-se proprietário do estabelecimento. A casa, que existe há 19 anos, mudou de nome com a nova administração e oferece um clima propício ao lazer e ao descanso. As particularidades da roça estão no ambiente rústico, com quadra de tênis, duas piscinas, sauna a vapor, campo de futebol e vôlei, caminhadas a cavalo, fogão à lenha e dez chalés em alvenaria e tijolos. “Prezamos pela essência familiar, até porque moramos no local. Costumamos dizer que não fazemos hóspedes, e sim amigos”, declarou Tapias, que vive na região há sete anos. A pousada recebe, em média, 25 pessoas por fim de semana. Os chalés duplos acomodam até cinco pessoas. Para os casais, há espaços especiais. Já a família pode optar pelos chalés que abrigam até dez pessoas. Os preços variam entre R$ 175 e R$ 280.
Um lugar, uma história Dentro do território do atual município de Três Rios, José Antônio Barbosa, apelidado de capitão Tira Morros, fundava uma fazenda com engenhos, monjolos, senzalas e escravaria, começando a criação e a lavoura de cana, nomeando o lugar como Bemposta, em homenagem às terras de seu pai, em Portugal. Tira Morros, em sua mocidade, visitara o país lusitano e passara tempos no campo da Bemposta. O local onde fundou sua fazenda era parecido topograficamente com aquele, tanto pela salubridade dos ares, quanto pelas alegres vistas que então ali se gozavam. Os principais desbravadores das terras virgens da Bemposta foram os Barbosa, os Barroso Pereira e os Werneck. Aos poucos, as matas foram cedendo terreno a grandes cafezais e, no prazo de poucos anos, graças ao braço escravo, estava formada a opulência agrícola da zona. Em 1855, o local foi elevado à freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Bemposta, desmembrada de São José do Rio Preto, anexada ao município de Paraíba do Sul e obteve duas escolas públicas de instrução primária, criadas em 1855 e em 1869. No decorrer dos fatos, o progresso se acentuou primeiro em Bemposta e em Afonso Arinos. Em 23 de junho de 1861, era inaugurada a estrada União Indústria, a primeira pavimentada do Brasil. A solenidade contou com a presença de D. Pedro II e de membros da família imperial. Em 31 de dezembro de 1943, em obediência ao decreto estadual 1.056, Entre-Rios passou a se chamar Três Rios, sendo Bemposta uns de seus distritos.
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por paula araújo
Respeito é bom e eles gostam Está na Constituição Federal: “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações”, sendo inviolável a intimidade e a vida privada. Ainda assim, para o grupo denominado LGBT, discriminação e preconceito ainda são palavras que imperam em seu cotidiano.
que alegam morar com cônjuge do mesmo sexo. O número equivale a 0,03% do total de brasileiros, ou três homossexuais para cada grupo de 10.000 pessoas. O Sudesarquivo pessoal
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asta passar os olhos pelos noticiários diários para ver que as manchetes não nos deixam mentir. Reações e atitudes de intolerância desencadeiam cada vez mais crimes contra minorias. Os alvos são os mesmos, nordestinos, indígenas, grupos que compartilham gostos e estilos e homossexuais. Estes últimos, aliás, englobam uma categoria há muito alvo de críticas, piadas e preconceitos.
“O homossexual sempre existiu e sempre existirá” Leonardo Reinaldo Vieira, auxiliar de serviços gerais e cabeleireiro
Segundo resultados preliminares do Censo 2010, divulgados em abril pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o país tem hoje 60.002 pessoas 28
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Depois de concorrer, Leonardo passou a apresentar o Miss Gay em Três Rios
te foi a região com proporcionalmente o maior índice, 0,04%. O Estado do Rio de Janeiro foi o que registrou a maior incidência de casais homoafetivos, com 0,063%. “O homossexual sempre existiu e sempre existirá.” A frase é do auxiliar de serviços gerais e cabeleireiro Leonardo Reinaldo Vieira, 34, que, desde criança, já notava ter um comportamento avesso ao dos outros garotos. “Vi que meus interesses por meninas não existiam e que meus olhares não eram normais, ou que pelo menos não deveriam ser. Minhas atitudes eram diferentes, meu modo de agir e de pensar era sempre contrário. Até que aos 10, 11 anos me vi encantado por um amigo da escola”, revela. Aos 16 anos, Leonardo iniciou seu processo de transformação, começou a tomar hormônios femininos e a se vestir como mulher. Em 2001, participou do Miss Gay em Três Rios e ficou com a terceira colocação. Depois de adotar o nome Dessirrê, o cabeleireiro resolveu homenagear uma amiga e trocou o nome artístico para Jacqueline Rios. “Sempre achei Jacqueline
COMPORTAMENTO
um nome forte e Rios foi por causa da minha cidade”, explica. No ano seguinte, participou novamente do concurso, abocanhando o primeiro lugar. Dali para frente várias portas se abriram. Ele venceu um concurso de novos talentos em Petrópolis, foi rainha gay do carnaval trirriense e passou a receber convites para shows. Suas performances já passaram por Volta Redonda, Paraíba do Sul, Juiz de Fora, Simão Pereira, dentre outros lugares. “Por onde Jacqueline passa é um tremendo sucesso”, garante sem largar a modéstia. Após concorrer, Leonardo passou a apresentar o Miss Gay. “A primeira vez foi um pouco tensa, mas eu adoro! É uma forma de mostrar que eu e os outros
timos de forma direta. Algumas pessoas olham de maneira diferente para nós, mas nada agressivo”, declara Rafael, que já foi vítima de discriminação em um shopping de São Paulo. Ele estava observando a vitrine de um estabelecimento, quando a funcionária fez um comentário pejorativo. “Eu não estava pensando em comprar nada, estava apenas olhando, mas quando ouvi o que a vendedora falou, fiz questão de entrar na loja e pedi para que ela se retirasse do local enquanto eu estivesse sendo atendido. Quis mostrar que os gays também pagam os salários daqueles funcionários e que uma pessoa que lida com o público não pode ter uma atitude dessas”, desabafou. No dia 5 de maio, o Supremo Tribunal Federal reconheceu por unanimidade a união estável entre pessoas do mesmo
“Muitos gays vivem infelizes, casam com mulheres para provar algo para sociedade” Marco Aurélio Tavares, cabeleireiro
sexo. Apesar de estarem juntos há algum tempo, o casal ainda não pretende oficializar a relação. “Ainda não colocamos essa ideia em prática, mas acho um passo importante para tornar legal a nossa cida-
“Algumas pessoas olham de maneira diferente para nós, mas nada agressivo”
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homossexuais somos dignos de respeito e de viver na mesma sociedade.” Os cabeleireiros Marco Aurélio Tavares Mota, 33, e Rafael Pessoa de Souza, 26, mantêm um relacionamento homoafetivo há cinco anos. Eles se conheceram em uma boate em São Paulo, cidade natal de Rafael. Marco Aurélio foi participar de um congresso e à noite, como era seu aniversário, visitou a casa noturna, onde o companheiro comemorava o nascimento do sobrinho. “Foi uma espécie de amor à primeira vista, mas não imaginávamos que a relação pudesse ser duradoura”, conta Souza, que depois de dois meses e meio já havia se mudado para Três Rios. Donos de um salão de beleza, os dois afirmam que, por serem conhecidos na cidade, as pessoas os respeitam e o preconceito é mais ameno. Ainda assim, o casal atrai certos olhares. “O preconceito existe, mas não o sen-
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Depois de Dessirrê, Leonardo adotou o nome Jacqueline Rios para seu personagem
dania”, opina Marco Aurélio. Muitos mitos ainda rondam a vida dos homossexuais, principalmente quando o assunto é Aids ou outras doenças sexualmente transmissíveis. Sobre a questão, Leonardo Reinaldo é enfático. “O nome diz tudo, são doenças sexualmente e não homossexualmente transmissíveis. Infelizmente, existe, sim, a promiscuidade e já fomos considerados disseminadores da doença, mas se pega Aids por fazer sexo sem prevenção e isso pode acontecer tanto com um homo quanto com um heterossexual”, disse. O medo pela escolha que fizeram também está presente na vida dos personagens desta matéria. “Hoje me sinto mais livre do que quando morava em São Paulo, mas tenho, sim, medo de ser agredido
Rio sem homofobia Em maio, uma campanha começou a ganhar espaço nos meios de comunicação do Rio de Janeiro. Trata-se do programa “Rio sem Homofobia”, coordenado pela Superintendência de Diretos Individuais Coletivos e Difusos da secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos. A ideia é reforçar a mensagem contra a homofobia, mostrando lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais que formam o grupo conhecido pela sigla LGBT - como cidadãos comuns em situações cotidianas positivas e afirmativas. O projeto engloba a criação do Disque Cidadania LGBT (pelo número 0800 023 4567), que visa prestar in30
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e quando vamos para fora, procuramos ser mais discretos”, revelou Rafael. Para Leonardo, muitas pessoas enxergam o homossexual como uma ameaça. “Não tenho medo de ser gay, mas sim da covardia.” Marco Aurélio vê a questão de outra maneira. “Acho que o homofóbico é na verdade gay e resolve tomar essas atitudes violentas, pois nós o amedrontamos.” Em uma entrevista à revista “Tpm” do mês de abril, a neurocientista e diretora do Laboratório de Neuroanatomia Comparada da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Suzana Herculano-Houzel, apontou que a preferência sexual depende da constituição do cérebro. Ela mencionou que “a parte do cérebro que responde às informações sensoriais sobre o sexo da pessoa está perto de você” e que “a reação é igual no cérebro de uma mulher hétero e no de um homem homossexual e vice-versa”. Questionados sobre a afirmação, nossos entrevistados concordaram que o homossexualismo é um fator biológico. “Homossexual já nasce assim. Ninguém escolhe ser o mais difícil”, disse Rafael, referindo-se às situações de discriminação. Já para Marco Aurélio, a declaração da especialista vai mais além. “Grande parte dos gays tem histórias de conflito interno. Muitos vivem infelizes, casam com mulheres para provar algo para a sociedade.” Na mesma entrevista, Suzana formações sobre serviços e ações voltadas a essa parcela. O atendimento funciona por 24 horas e o telefone vale em território estadual. Além disso, vítimas de violência, familiares e amigos terão atendimento social e jurídico por meio dos Centros de Referência de Promoção da Cidadania. O Rio sem Homofobia também conta com o Conselho de Direitos da População de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais do Rio, criado pelo decreto estadual 41.789, de 2 de abril de 2009. O objetivo é desenvolver ações integradas e políticas públicas para superar a discriminação e a desigualdade, prestando orientação sexual à igualdade de gênero. O Conselho é composto por 40 integrantes, sendo 60% da sociedade civil e 40% do poder público com
explica o ponto de vista do cabeleireiro, declarando ser esta a causa de sofrimento de uma boa parte da população. “Ir contra a própria natureza é um conflito que exige um esforço enorme do cérebro para suprimir a ação que seria natural.” Já Leonardo brinca: “Homossexual não se descobre, ele estreia”. Arquivo pessoal
Arquivo pessoal
COMPORTAMENTO
Aos 17 anos, Leonardo já tomava hormônios e se travestia
mandato de dois anos. Organizações LGBT, registradas, sediadas e em funcionamento no Estado contam com 18 representantes. Também são reservadas três vagas para representantes de organizações de direitos humanos, que contemplem em seu programa e/ ou missão a defesa dos direitos civis e da promoção da cidadania de homens e mulheres. “Acredito que quando se tem menos preconceito, se tem mais coragem de viver. Ainda não somos cidadãos completos. Não queremos vantagens, e, sim, nos sentir protegidos”, comentou Rafael. “A homossexualidade deve ser encarada como algo natural e livre, afinal, temos o direito de estar e permanecer em qualquer lugar”, acrescenta Leonardo.
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Do you speak English?
Por Felipe Curdi
Essa é a pergunta que você provavelmente vai ouvir com frequência nos próximos anos. Por esse motivo, adquirir fluência no inglês é a meta de um número cada vez maior de profissionais. Nesta matéria você vai conhecer a história de Edson da Silva, que conseguiu uma oportunidade em virtude de sua proficiência no idioma, bem como a importância da língua no mercado de trabalho e em quais áreas ela é fundamental.
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urante muitos anos, ter apenas o segundo grau completo era sinônimo de um bom emprego. Poucas pessoas conseguiam sequer concluir o ensino fundamental e cursar uma faculdade era privilégio de poucos. Com o passar do tempo e a chegada de diversas instituições de ensi-
las de línguas. Os objetivos são sempre os mesmos: crescimento, desenvolvimento na carreira e, acima de tudo, melhores salários. De acordo com a proprietária de um curso de idiomas Adriana Queiroz de Azevedo Nasser, 42, o domínio do inglês como segunda língua deixou de ser um
enfatiza que as empresas buscam uma linguagem eficiente de comunicação “Pode parecer repetitivo, mas é realidade: a globalização nos permite ter contato com pessoas do mundo inteiro e, claro, negócios são feitos com o mundo inteiro. Temos que estar preparados para isso”, completa. A gestora de pessoas Nara Regina afir-
“ É considerado ponto básico o candidato ter estudado inglês até pelo menos o nível intermediário ” Adriana Queiroz de Azevedo Nasser, proprietária de uma escola de idiomas
no superior a Três Rios, esse quadro mudou. Atualmente, em um ambiente muito mais competitivo, outros investimentos se tornaram fundamentais para o sucesso profissional. Nesse sentido, a conquista da fluência em um segundo idioma passou a atrair cada vez mais pessoas para as esco32
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diferencial e tornou-se um pré-requisito para a inserção no mercado de trabalho. “É considerado ponto básico o candidato ter estudado inglês até pelo menos o nível intermediário e isso ser colocado em currículo com comprovação”, diz a empresária. Adriana, que também é professora,
ma que não é difícil encontrar o perfil. “Sempre há profissionais com curso em outro idioma, mas não há fluência na língua. Não são todas as empresas, mas há clientes que exigem a fluência na conversação e na escrita”, pondera. Além disso, empresários de diversos ramos em Três
MERCADO DE TRABALHO
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Rios perceberam a importância da adequação de seus negócios a um público composto por pessoas de diferentes nacionalidades, uma vez que os diretores dessas multinacionais são, em sua maioria, americanos. Em setores como logística (importação e exportação), contabilidade, marketing, tecnologia da informação, administração de empresas, turismo e hotelaria é fundamental possuir pelo menos o inglês. Em outras profissões, a língua é essencial durante o período de graduação. Esse é o caso da estudante de nutrição Giulia Dalcin, 21. “Diversos artigos e livros relevantes à profissão estão no idioma e muitos deles não possuem traduções. Além disso, há necessidade de o profissional participar de congressos internacionais, como aperfeiçoamento na área. Se ele não tiver o inglês como segunda língua, poderá ter maior dificuldade de compreensão”, ressalta Giulia, que estuda a língua há oito anos. “O incentivo partiu da minha família, por saber a importância que o estudo representaria para o meu futuro.”
No navio Disney Dream passageiros e tripulantes de diversas nacionalidades se comunicam por meio do inglês
Com a chegada de grandes empresas a Três Rios, a procura por escolas de idiomas aumentou
Um navio, 1.250 tripulantes e 58 panhia aérea. Porém, esse ainda não era seu objetivo. Ele queria conhecer o munnacionalidades do, ter contato com diferentes culturas e O monitor de entretenimento Edson da Silva, 33, é um exemplo de força de vontade. Desde adolescente, ele sonhava em trabalhar em uma empresa na qual pudesse se comunicar com pessoas de outros países em diferentes idiomas. Empenhado em realizar seu sonho, da Silva começou a estudar inglês sozinho com apenas 10 anos. “Eu aprendi a língua em um processo autodidata, que incluiu livros gramaticais, vídeos e música. Tive muita dedicação e horas de estudo”, orgulha-se. A estratégia deu certo. Seu primeiro emprego foi em uma agência bancária, onde ele auxiliava em áreas que dependiam da língua. Após um período no banco, Edson trabalhou como operador de telemarketing bilíngue, primeiro em uma empresa telefônica e depois em uma com-
aprender novos idiomas. Antes de seguir em busca de sua meta, fez ainda diversos cursos de teatro, outra paixão que o ajudou na carreira. Em 2000, após a seleção de uma agência de intercâmbios, o monitor conseguiu o emprego que seria a ponte para a realização de seu sonho. A empresa, que buscava profissionais dinâmicos e bilíngues, o contratou para o setor de vendas de carteiras de estudante internacionais. Como resultado ele bateu todas as metas de vendas. “Os diretores da agência gostavam muito do meu trabalho. Durante uma visita de executivos da Disney, fui apresentado a eles e contratado para trabalhar no navio Disney Magic. Viajei por diversos países da Europa, como Alemanha, França, Portugal e Itália”, conta. Ávido por desafios, da Silva aproveita-
“Eu aprendi a língua em um processo autodidata, que incluiu livros gramaticais, vídeos e música”, Edson da Silva, monitor de entretenimento
Com a fluência no inglês, Edson conseguiu um dos empregos mais cobiçados por jovens de todo o mundo revistaon.com.br
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MERCADO DE TRABALHO
ARQUIVO PESSOAL
va as viagens para aprender outras línguas. fada Sininho. Atualmente, além do inglês, o profissional fala fluentemente espanhol e italiano e Brasileiros têm um tem conhecimentos em francês e alemão. O destaque do brasileiro lhe rendeu outra dos piores índices de oportunidade em novembro de 2010. Ele proficiência em inglês Líder mundial no ensino de inglês, a escola de idiomas EF (English First) divulgou em março de 2011 o EPI (English Proficiency Index), em português, Índe Almeida com as alunas Giulia Dalcin e Daiane Pinhodos durante dice de Proficiência em In- Letícia aula preparatória para exames internacionais da Universidade de Cambridge glês. É a primeira pesquisa a fornecer aos países um crescimento econômico atual”. parâmetro de comparação com o qual é A palavra chave é: exposição. Essa é a possível medir a competência média do opinião da professora Letícia de Almeida inglês da população em geral. Os resulta- Neto, 24, quando perguntada sobre como dos foram obtidos por meio da avaliação o aluno pode adquirir a fluência. “Quanto do desempenho de 2 milhões de pessoas mais exposto à língua o aluno se enconde 44 países diferentes, em quatro testes tra, melhor e mais rápido falará o inglês. on-line, elaborados pela agência. “Os exa- Daí a importância de contato com nativos, mes abordavam questões de gramática, conversa com colegas de sala, jogos oncompreensão auditiva, leitura e vocabulá- -line, séries de TV e música”, aconselha. Como monitor de entretenimento, Edson atua no Oceaneer Club, uma área para crianças e adolescentes rio”, explica o vice-presidente da EF para Ela completa que o inglês deve fazer parte o dia a dia do estudante. “Nesse sentido, foi convidado para trabalhar como monitor a Europa e Américas, Julio de Angeli. Os brasileiros receberam nota média o papel do professor é, acima de qualquer de entretenimento da embarcação Disney coisa, incentivar a autonomia do aluno, Dream, que viaja pela costa dos Estados de 47,27 no índice EPI. Com esse resul- mostrando a ele de que maneira pode dar Unidos e possui uma tripulação composta tado, o Brasil ficou com a 31ª posição por 1.250 pessoas de 58 nacionalidades. no ranking dos países que não têm o in- continuidade ao aprendizado fora de sala Seu expediente é no Oceaneer Club, uma glês como língua oficial. Angeli destaca de aula, ou seja, promover a exposição”, área para crianças que reúne ilhas temáti- que, para seguir com o progresso, “o país conclui Letícia. Mas, afinal, quando a fluência aconcas e um submarino amarelo para o perso- precisa aprimorar a habilidade em inglês tece? Adriana Nasser afirma que é o monagem Nemo, a fábrica de energia movida fazendo com que sua mão de obra deixe mento em que o aluno se acostuma com a risos de “Monstros S.A.” e uma floresta de ser considerada barata, evoluindo para com árvores brilhantes por onde passeia a uma mão de obra capaz de seguir com o a nova língua e começa a reproduzir os sons e a fala com a mesma naturalidade que ouve. “Nesse ponto, podemos dizer que a pessoa alcançou o nível de fluência necessária para reagir à língua sem erros e se fazer compreender.” Você se lembra do Edson? Ele também deixa sua dica direto do Disney Dream. “As pessoas não podem ter bloqueio em aprender o inglês. A dica é começar em casa, ao ver filmes, ouvir músicas, sempre tentando entender a língua. A imersão é importante e as pessoas não podem ter medo de ser corrigidas. Quando alguém nos corrige é um aprendizado. É sempre importante estarmos abertos a aprender Adriana Nasser afirma que a fluência é o momento em que o aluno se acostuma com a nova língua e começa a reproduzir os sons e a fala com a mesma naturalidade que ouve com os demais.” 34
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Indíce de Proeficiência em Inglês da EF Pr Posição
País
Pontuação do EF EPI
Nível
Posição
País
Pontuação do EF EPI
Nível
Pr
1
Noruega
69.09
Pr
23
Itália
49.05
Pr
2
Holanda
67.93
Pr
24
Espanha
49.01
Pr
3
Dinamarca
66.58
Pr
25
Taiwan
48.93
Pr
4
Suécia
66.26
Pr
26
Arábia Saudita
48.05
Pr
5
Finlândia
61.25
Pr
27
Guatemala
47.80
Pr
6
Áustria
58.58
Pr
28
El Salvador
47.65
Pr
7
Bélgica
57.23
Pr
29
China
47.62
Pr
8
Alemanha
56.64
Pr
30
Índia
47.35
Pr
9
Malásia
55.54
Pr
31
Brasil
47.27
Pr
10
Polônia
54.62
Pr
32
Rússia
45.79
Pr
11
Suíça
54.60
Pr
33
Rep. Dominicana
44.91
Pr
12
Hong Kong
54.44
Pr
34
Indonésia
44.78
Pr
13
Coreia do Sul
54.19
Pr
35
Peru
44.71
Pr
14
Japão
54.17
Pr
36
Chile
44.63
Pr
15
Portugal
53.62
Pr
37
Equador
44.54
Pr
16
Argentina
53.49
Pr
38
Venezuela
44.43
Pr
Pr
39
Vietnã
44.32
Pr
Panamá
43.62
Pr
17
França
53.16
18
México
51.48
Pr
40
19
República Tcheca
51.31
Pr
41
Colômbia
42.77
Pr
20
Hungria
50.80
Pr
42
Tailândia
39.41
Pr
21
Eslováquia
50.64
Pr
43
Turquia
37.66
Pr
22
Costa Rica
49.15
Pr
44
Cazaquistão
31.74
Pr
Pr Pr Pr
www.ef.com.br/epi/
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CARREIRA
Vocação ou necessidade? Por Priscila Okada
N
o Brasil, anualmente, estima-se que quase dois milhões de estudantes tentam uma carreira profissional. As possibilidades são muitas. Em todo o país são mais de 1.600 instituições de ensino superior, entre particulares e públicas. A grande variedade de cursos acaba por gerar no aluno mais indecisão, porque o leque de possibilidades aumenta consideravelmente. Escolher uma profissão não é somente decidir o que fazer, mas, principalmente, decidir quem ser. Cerca de 20% dos universitários brasileiros desistem nos primeiros anos da faculdade e isso se deve, em grande parte, pelo fato de não se identificarem com a opção que fizeram ou pela falta de informação sobre os cursos, carreira, etc. A cidade de Três Rios vem se tornando referência na Região Sul Fluminense pelo avanço na educação nos últimos anos, proporcionando a centenas de alunos o alcanço da formação de nível superior. Segundo a secretaria municipal de Educação, existe atualmente na cidade sete instituições de ensino, sendo três públicas (Universidade Federal Rural do Rio de Ja36
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neiro, Instituto Superior de Educação de estudantes que consegue uma oportunidaTrês Rios e Centro de Educação Superior de de estágio é efetivada ao final do curso. à Distância do Estado do Rio de Janeiro) e quatro privadas (Associação Portuguesa de Telemática Educativa, Universidade Da padaria à assessoria Carioca, Universidade Castelo Branco e O ex-padeiro Vinícius Passos de OliUniversidade Luterana Brasileira). O polo veira Reis, 27, mudou completamente o de ensino superior trirriense pode contar, rumo de sua vida quando resolveu ouvir hoje, com 34 cursos em diferentes áreas. os conselhos de sua mãe, Vilma Nogueira Apesar do progresso educacional, que dos Passos, 53. Desde criança, ele sempre tem como principal objetivo atender às deficiências de profissionais capacitados no mercado de trabalho, muitas pessoas ainda saem do município para se qualificar em outras graduações ainda não oferecidas aqui. Quando termina o curso, a maioria acaba não voltando, deixando uma lacuna em determinados setores. É o caso da engenharia. Segundo o CIEE (Centro de Integração Empresa Escola) muitas empresas procuram por esses profissionais e não encontram. A esperança é que, com a quantidade de novas empresas De padeiro, Vinícius Reis tornou-se assessor de imprensa chegando à cidade, os engenheiros retor- de um hospital de Três Rios nem às origens. O estágio é um forte aliado para atrair essa mão de obra deficitá- sonhou em ser jornalista, mas como Três ria e orientar os alunos que pretendem se Rios ainda não tinha faculdade e Vinícius formar em certas áreas. Grande parte dos sem condições financeiras para arcar com
Arquivo Pessoal
Dentre os dilemas vivenciados por uma grande parcela dos jovens no Brasil, encontra-se, em primeiro lugar, o momento da escolha da profissão. E a dúvida geralmente é a mesma: a opção deve ser feita pela vocação ou pensando na carreira que tem mais espaço no mercado de trabalho?
gastos fora, o sonho de seguir a carreira ficava cada vez mais distante. Aos 17 anos, conseguiu seu primeiro emprego numa padaria, onde aprendeu os ofícios da função. A árdua rotina de acordar todos os dias às 5h e ainda ter que estudar à noite o deixava muito cansado. Em 2006, Vinícius concluiu o ensino médio e pela primeira vez estava gostando da folga que passou a ter no período noturno. Foi quando Vilma soube que o curso de jornalismo estaria chegando à cidade e o pressionou a fazer a inscrição para o vestibular. Naquele momento, o então padeiro já tinha uma profissão e não pensava mais em trilhar outros rumos, mudar de atividade e deixar para trás tudo o que havia conquistado. Tudo passou pela cabeça de Vinícius, desde os longos quatro anos de faculdade que teria de enfrentar até o fato de a cidade não ter um mercado de trabalho na área. A insistência de sua mãe foi tanta que ele resolveu arriscar e se inscreveu no processo seletivo. Porém, um imprevisto uma semana antes da prova quase pôs fim ao sonho de criança. Vinícius sofreu uma lesão no pé direito e teve que mobilizá-lo. “Para mim foi a confirmação de que eu não devia fazer jornalismo. Como eu subiria três andares de escada com o pé engessado? Desisti de fazer”, lembra. Mas quando comunicou a desistência à sua mãe, ela lhe deu uma bronca e arrumou um par de muletas emprestado para que ele pudesse ir até a faculdade. “Passei no vestibular e comecei o curso. Mas foram quatro anos muito difíceis, de muita privação, pois a faculdade era particular, eu não podia atrasar mensalidade e não tinha quem me ajudasse financeiramente. Éramos eu e Deus”, disse. Com muitos percalços no caminho, Vinícius contou com a ajuda de amigos e seguiu vencendo. Até que no quinto período da faculdade surgiu uma oportunidade de estágio na assessoria de um hospital em Três Rios. “No começo não me interessei, pois já estava trabalhando e achava que não seria possível me ausentar da padaria todos os dias de 8h as 12h, que era o tempo do estágio. Eis que surgiu a figura que, de certa forma, me colocou na cabeça que eu deveria tentar, meu amigo Rodolfo. Ele me incentivou a me candidatar à vaga e eu
“Quero vencer dentro da profissão que eu escolhi para no futuro poder olhar para trás e dizer, ‘valeu a pena’” Vinícius Reis, assessor de imprensa.
decidi participar da seleção”, relata. Assim começou uma nova fase na vida do estudante, se dividir entre a padaria, o estágio e a faculdade. Para ele era um dia a dia cansativo, mas estava disposto a não desistir. “A partir de janeiro de 2010 minha rotina mudou, não fazia mais pão como antes, minha vida era o estágio, que se tornou trabalho, e o último período da faculdade, que consegui concluir em julho de 2010. Fico muito feliz por ter conseguido realizar parte dos meus sonhos. Sei que ainda tenho uma longa estrada pela frente, mas com certeza buscarei todos os objetivos e metas que forem traçadas e quero vencer dentro da profissão que eu escolhi para no futuro poder olhar para trás e dizer, ‘valeu a pena’”, finaliza.
As integrantes do Viver Escolhas Profissionais Noemi Lopes, Marilce Souza e Rosane Assunção Santos revistaon.com.br
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CARREIRA
Necessidade de inserção no mercado de trabalho A necessidade de se inserir no mercado de trabalho vem fazendo com que alguns jovens optem por alternativas que lhe darão um retorno financeiro mais rápido e imediato. Na maioria dos casos, eles acabam se identificando e se adaptando com a área, tornando-se excelentes especialistas. Mas quando o contrário acontece, profissionais insatisfeitos acabam preenchendo as vagas. Na área da saúde, por exemplo, muitos médicos cometem erros, laboratórios entregam laudos incorretos e pessoas inocentes pagam por falhas que já começam desde o início da escolha desses trabalhadores. A conscientização vocacional é o primeiro passo na evolução de nossa educação para que casos como os citados acima não aconteçam com tanta frequência. Recentes estudos apontam que a maioria dos estudantes no Brasil ainda opta por cursos com maior aceitação no mercado do que aqueles tidos como tendência do futuro. Por isso, é importante fazer um autoconhecimento antes de qualquer escolha.
que se deixa de enumerar características e valorizá-las ao acaso para correlacioná-las à execução de tarefas que sejam favorecidas por determinadas qualidades pessoais. A melhor opção é a que consegue levar em consideração a satisfação pessoal, o sucesso financeiro e as situações do mercado de trabalho, fazendo o orientando se perguntar sobre o que pretende para a construção de sua própria história. Por isso, pensar na escolha profissional significa esboçar um projeto de vida. Segundo a psicóloga Noemi Lopes, são as influências, identificações, missões recebidas pela família de origem, mais as experiências vividas e o momento atual que determinam a escolha do jovem. O projeto “Viver Escolhas Profissionais”, idealizado e iniciado em 2007, vem buscando ajudar diversos alunos que procuram por orientação vocacional, utilizando um novo método que conta com diversos profissionais, proporcionando a união da orientação na carreira juntamente com técnicas de alívio de tensão, de integração cerebral, de estudo e informação nutricional. O objetivo é promover uma atitude
mais consciente e madura, minimizando o estresse resultante dessa decisão. Noemi reforça que o entendimento da família na preferência do filho pode contribuir para um maior acolhimento, propiciando mais segurança e motivação para enfrentar os futuros desafios. É o caso da estudante Erica Bertoldo Fayer, 17, que encontrou no projeto a solução de suas dúvidas. Ela, que ficou sabendo da iniciativa no colégio, se interessou em participar. Segundo Ivete Fayer, mãe da adolescente, a filha se surpreendeu com as possíveis tendências apontadas no laudo de sua direção vocacional. Ivete afirmou não ter tentado influenciar a opção de Erica em nenhum momento. “Nunca influenciei minha filha, mas, como mãe, sempre orientei. De todas as alternativas sugeridas, ela optou por arquitetura. No início me espantei com a escolha, mas logo a apoiei e a matriculei num curso de desenho”, conta. Para a jovem, a decisão veio pelo fato de sempre ter gostado de decoração. “Isso me ajudou a escolher o curso”, revela. Agora, mãe e filha esperam ansiosamente a chegada do vestibular no final do ano.
Orientação profissional Algumas escolas de Três Rios estão adotando a orientação vocacional aos alunos. O processo, contrariando as ideias que norteiam o senso comum a respeito de seus objetivos e meios, não fornece respostas prontas àqueles que se submetem ao procedimento. A meta é fornecer condições para que a própria pessoa decida qual caminho seguir, calcado no conhecimento aprofundado acerca das profissões, nas percepções sobre si mesmos e no significado da escolha para a construção de sua identidade. Comumente, são adolescentes os que se submetem a essa metodologia. A formação da identidade pessoal é considerada a tarefa mais importante dessa etapa evolutiva, o passo crucial da transformação do jovem em um adulto produtivo e maduro. A escolha da carreira pode ser definida como uma transposição de um autoconceito forjado desde a infância para questões vocacionais, processo em 38
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Fonte: IBGE
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EU SEI FAZER
PROFISSテグ AVENTURA
A empreitada da educadora fテュsica que deixou as academias por nove meses para conhecer o mundo a bordo de um navio Por Paula Araテコjo
Ao fundo, a bela paisagem da ilha grega Rodes
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“Pensei em desistir, mas depois as dificuldades foram mudando e eu me acostumei” 4.500 passageiros. “Se expressar em outra língua é quase como fazer um curso de teatro ou terapia [risos]”, brinca. A saudade de casa, da família e dos amigos é outro fator a ser superado. A educadora física explica que teve várias crises de choro durante o período em que permaneceu embarcada. “Viver a bordo é se acostumar com pessoas fazendo parte da sua vida e depois indo embora com a possibilidade de nunca mais vê-las.” Longe de tudo e de todos, ela confessa o que a fez prosseguir. “Cada vez que eu conhecia um lugar, tinha a certeza de que deveria continuar e quando tive realmente a oportunidade de desembarcar porque quebrei um dos
cruzeiro é “pedir para sofrer”, mas, ainda assim, afirmou ter tido um “namorico” a bordo. “É impossível ficar sozinha [risos]. Não estava aberta a relacionamentos, e como tenho facilidade em ter amizade com homens, aqueles que me cantavam acabavam virando amigos, protetores, irmãos de ombro para chorar e rir”, comentou Aline sobre o assédio dos tripulantes, completando que é preciso ter jogo de cintura para lidar com situações constrangedoras. Estar em alto mar também significa lutar contra as forças da natureza. Para a professora, um dos episódios marcantes da viagem foi quando a embarcação enfrentou um tufão com ventos de 180 quilômetros por hora. “O navio ficou inclinado por 20 minutos e foi decretada força nove, um tipo de alerta de emergência. A cozinha pegou fogo, os passageiros caíam e se machucavam. A piscina esvaziou. Tudo foi derrubado. Garrafas e Arquivo Pessoal
A
line Silvestre é trirriense, tem 32 anos, é formada em educação física e mudou-se para o Rio de Janeiro em 2003. Ávida por desafios e por novas experiências profissionais e pessoais, em 2009 ela literalmente embarcou em uma aventura: passou noves meses em alto mar atuando como sport instructor. Seu trabalho consistia em promover torneios esportivos entre os passageiros, ministrar aulas de ginástica, além de participar das atividades de entretenimento com a equipe de animação, com jogos e danças típicas europeias. Nesse tempo, Aline passou por diversos países como Egito, Turquia, Tunísia, Israel, Itália, Grécia, Espanha, entre outros. De cada local visitado, a professora guarda uma lembrança. “Fiquei surpresa com as pirâmides do Egito. Elas não ficam no meio do deserto como nos livros e nos filmes. Amei Santorini, na Grécia, uma ilha no meio nada. Para chegar até lá é preciso subir um teleférico ou andar em cima de um burro”, conta. Aline também percorreu caminhos religiosos durante a empreitada e boiou nas águas salgadas do Mar Morto. “Senti uma energia muito forte quando andei pela Via Crucis, o caminho que Jesus Cristo fez carregando a cruz nas costas. Lá existe um grande comércio de roupas e especiarias. Também adorei conhecer o Mar Morto. Por ser tão salgado, não é possível ficar com os pés no chão, somente boiando, e não se pode nadar, porque o sal pode queimar os olhos e causar cegueira”, revela. Mas o serviço em alto mar não é só passear em um navio conhecendo lugares histó
ricos e belas paisagens. O trabalho, conforme Aline, é rigoroso e requer disposição. Ela conta que em um dos dias chegou a trabalhar por 15 horas seguidas. “Pensei em desistir, mas depois as dificuldades foram mudando e eu me acostumei”, disse. A diversidade de idiomas também pode ser um empecilho para quem não está totalmente preparado. Nos primeiros quatro meses, dos 1.500 tripulantes, apenas cinco eram brasileiros, sem contar os
ossinhos da mão fazendo um torneio de vôlei - eu não quis ir embora. Pedi para continuar até o final do meu contrato. Era uma questão de honra cumpri-lo com sucesso.” Segundo ela, apaixonar-se durante o
Energizando suas pedras no mármore onde ficou o corpo de Jesus Cristo
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arquivo pessoal
EU SEI FAZER
Na ilha de Rodes, na Grécia. A foto foi tirada antes de Aline encarar um tufão em alto mar
perfumes viraram cacos de vidro. Mesmo não podendo, pois somos treinados para isso, tive pânico. Mas o comandante conseguiu controlar e fomos salvos”, descreveu. “Achei que não voltaria para contar essa história.” Outra situação inusitada foi quando a profissional ficou responsável por um grupo de turistas em Belém, Israel. O guia que os estava acompanhando foi expulso pelos soldados por ser mulçumano e não poderia ter entrado no país. Foi aí que Aline assumiu o posto e excursionou com o grupo. Ao final do passeio, ela não fazia ideia de onde estava o ônibus. Conclusão: horas andando pelas ruas da cidade em meio a soldados armados. “Depois deu tudo certo, me senti vitoriosa! Só não me
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pergunte pelo guia, pois não sei dele até hoje”, relembra. Como toda boa aventura merece uma cena cinematográfica, com Aline não foi
“É incrível como aprendemos a liberar nossos sentimentos quando vivemos algo assim” diferente. A embarcação em que ela estava serviu como cenário para a gravação de um filme. “Eram filmes pequenos, mas que paravam o navio. Em um deles havia dois cães a
bordo e os animais tinham uma cabine só para eles”, conta. Apesar de se considerar uma “cigana em pessoa”, Aline Silvestre admite ser dependente do contato familiar, por isso, o apoio de seus pais foi fundamental para que ela aceitasse o emprego. “A princípio, meu pai achou que eu não conseguiria, pois nunca havia passado tanto tempo longe. Mas, por fim, todos me apoiaram. É incrível como aprendemos a liberar nossos sentimentos quando vivemos algo assim, dizia que os amava a todo o momento e eu não tenho esse costume”, expressa ela.
arquivo pessoal
Depois de nove meses, a lição que a professora de educação física tira da experiência é única. “A grande dificuldade é aprender a controlar os próprios limites. É um lugar onde a inveja existe de fato e um está sempre competindo para ser melhor que o outro. Acho que todos que tiverem uma oportunidade como essa devem fazer isso pelo menos uma vez na vida. Vai ser o maior conhecimento pessoal e intercultural que se pode ter e, quando menos se espera, estamos usando esse conhecimento aqui fora. O Rio me ensinou que não posso parar, então preciso estar atualizada o tempo todo”, aconselha. No momento em que Aline estava respondendo à nossa entrevista, ela recebeu um e-mail pedindo confirmação de embarque para uma nova expedição, um “percurso básico”, segundo ela, passando por lugares como Amsterdã (Holanda), Estônia, Helsínquia (Finlândia), São Petesburgo (Rússia) e Copenhague (Dinamarca). A resposta da aventureira? Não. “Foi muito difícil tomar a decisão de não
Aprendendo a música local da Tunísia
embarcar. Descobri que agora preciso ser mais concreta nas minhas conquistas para ter um futuro mais seguro. Foi por tomar essa decisão que percebi que estou com os pés ainda mais fincados no Rio”, esclarece
ela, dizendo que por um momento se sentiu adulta. Mas não pense que Aline vai ficar parada. “Comecei a fazer administração. Talvez um concurso público me leve para conhecer outro lugar”, finaliza.
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revista on
COTIDIANO
Da janela com grade, Jamil Nadur observa a cidade, agora, fora de seu alcance
Idosos em Longa Permanência Por Rafael Moraes
Eles são mais de 83 mil. Dispensados pelas famílias, moram nas, ainda não bem definidas, Instituições de Longa Permanência para Idosos. As mudanças axiais das famílias brasileiras reacendem as discussões e preocupações sobre essas entidades, as quais assumem o papel familiar para quem está na terceira idade e não tem como morar com parentes.
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para cá no dia 17 de outubro de 2006, às 16h”, conta ela, que não vê a filha há quase quatro anos. A primogênita, Meri Natália, casou-se e mudou para São Paulo. revista on
“
Meu coração, não sei por que, bate feliz quando te vê e os meus olhos ficam sorrindo...”. A música “Carinhoso”, de Pixinguinha e Braguinha, sucesso em 1937, é a preferida de Genir dos Santos, 80, residente do Asilo São Vicente de Paulo, em Três Rios. No meio da entrevista, pausa para ela, que faz parte de um grupo de pessoas que vivem em casas de repouso estudadas pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), cantar em um tom saudoso a canção predileta. A pesquisa sobre as ILPIs (Instituições de Longa Permanência para Idosos) foi divulgada no dia 24 de maio deste ano e faz parte de um panorama das organizações para idosos no Brasil. Genir mora no asilo deste de 2006. Com boa memória, gravou até a hora em que mudou-se para a instituição. “Vim
Genir dos Santos, 80, mora no asilo desde 2006
Sozinha, foi levada por uma prima ao asilo. Esse é um dos inúmeros casos Brasil afora. “Teve uma filha que deixou a mãe aqui e demorou cinco anos para voltar. Quando chegou, fazia um mês que a mãe havia morrido. Eu disse a ela: ‘a única coisa que eu posso fazer é lhe dar uma cópia da certidão de óbito’. Ela caiu em lágrimas. Agora vai amargar esse remorso”, conta a presidente do asilo São Vicente de Paulo, Eliane Alves Esteves. Em Itaipava, distrito de Petrópolis, fica o Lar São João de Deus. O diretor, Frei Roni Ribeiro, explicou que a maioria dos idosos chega lá por meio da família. “Mas temos casos variados, desde a procura pelo próprio idoso, até encaminhamento do Ministério Público e do Conselho do Idoso”, explica ao garantir que grande parte recebe visita regular de parentes.
revista on
Cláudio Robério, a presidente do São Vicente Eliane Alves e os também voluntários Geraldina Maria e Jair Antônio
A legislação brasileira estabelece que a família seja a principal responsável pelo cuidado do idoso. Contudo, a pesquisa do Ipea aponta vários fatores concomitantes que levam essas pessoas a passar o resto da vida em ILPIs. Com a independência da mulher, que vem se instruindo e inserindo no mercado de trabalho, houve uma mudança de valores e o que antes ficava a seu cargo no ambiente familiar, foi terceirizado. Para esses parentes mais independentes, com laços não tão ajustados como antes, a transferência de responsabilidade tem um custo benefício mais atraente para a família. Assim, instituições e voluntários fazem de tudo para transformar os asilos em lares. A fisioterapeuta chefe do Lar São João de Deus, Silvia Teixeira, foi contratada pela instituição em 2007. Para ela, o trabalho não se resume em exercer a atividade profissional, mas levar o que mais se pode dar sem a necessidade de reposição: o amor. “A fisioterapia trabalha com o toque e muitas vezes esse idoso não está acostumado a ser tocado. Nesse momento, temos que conquistar a sua confiança e, nesse processo de conquista, o hóspede relata as suas histórias, com as
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“Teve uma filha que deixou a mãe aqui e demorou cinco anos para voltar. Quando chegou, fazia um mês que a mãe havia morrido”
quais aprendemos e nos emocionamos.” Aos 69 anos, Geraldina Maria é pensionista, mas ainda trabalha, só que agora, como voluntária no São Vicente de Paulo. “Eu aprendi muito, porque eu só vinha aqui uma vez ou outra, mas quando eu passei a vir com frequência e ficar o dia todo, percebi que eles dependem muito de alguém e são muitos solitários.” Ela também está em uma estatística: a dos voluntários, que amparam e ajudam a carregar as instituições filantrópicas e públicas pelo Brasil. De acordo com o comunicado do Ipea, em 40 anos, a fecundidade das mulheres brasileiras reduziu-se a quase um terço, atingindo o nível de reposição, ou seja, a fecundidade e a mortalidade alcançam valores quase iguais a longo prazo. Nessas últimas décadas, a taxa de fecundidade passou de aproximadamente seis filhos por mulher para 1,8. O documento mostra projeções populacionais recentes que apontam para um crescimento populacional de 0,7% ao ano para a década 20102020 e negativa entre 2030-2040. Além desses dados, a revelação do aumento na expectativa de vida das pessoas mais velhas vai contribuir para que instituições brasileiras públicas ou privadas invistam mais para a demanda iminente.
Para a coordenadora de População e Cidadania da Diretoria de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, Ana Amélia Camarano, “dado o esperado aumento da demanda por cuidados pelo envelhecimento da população muito idosa e a redução da capacidade da família de cuidar dos seus membros dependentes, as instituições de longa permanência vão ter que assumir um papel importante no cuidado com os idosos frágeis”. De acordo com o Instituto, existem no Brasil 3.548 instituições. Nelas, moram 83.870 idosos, ou seja, 0,5% da população na terceira idade. As entidades estão localizadas em 28,8% dos municípios brasileiros. No entanto, nas instituições pesquisadas, foram identificados 109.447 leitos, dos quais 91,6% estão ocupados. O asilo trirriense visitado pela nossa reportagem possui 40 leitos, dos quais 37 estão habitados. Lá, vivem 21 homens e 16 mulheres. Três Rios tem duas instituições para idosos mantidas por entidades religiosas. Uma pela Sociedade São Vicente de Paulo e outra pelo Instituto Metodista. As duas casas refletem a realidade brasileira no levantamento, apesar de as novas instituições identificadas serem de grande maioria privadas com fins lucrativos. Esse crescimento começou a ficar mais expressivo nos anos 1980. Entre 2000 e 2009, 57,8% das novas entidades tinham essa natureza jurídica. Apenas 6,6% das instituições brasileiras são públicas ou mistas. Isto se converte em 218 organizações, número bem menor que o total das vicentinas, aproximadamente 700.
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Arquivo Lar São João de Deus
COTIDIANO
Os idosos do Lar São João de Deus, em Itaipava, têm aulas de TaiChi Chuan
Nas entidades filantrópicas, as dificuldades são inúmeras. Para Frei Roni, do asilo de Itaipava, o maior arrocho do Lar São João de Deus é manter uma assistência de qualidade com a mensalidade que recebe dos hóspedes, uma vez que muitos não pagam o valor que é gasto para mantê-los. “A maioria das pessoas que
“Em média, cada instituição gasta R$ 717,91 por residente ” atendemos é de classe baixa, outras ainda não têm família e a casa arca com todas as despesas. Por isso, temos que realizar muitas campanhas de arrecadação de fundos para completar e ajudar a pagar todas as contas no final do mês”, revela. Como políticas públicas alternativas para ajudar a sociedade nessa nova realidade, Camarano ressalta a necessidade de o cuidado com idosos frágeis passar do domínio exclusivo da esfera familiar e ser dividido com o Estado e o mercado privado. No entanto, ela defende que não se deve retirar da família toda a responsabilidade de zelo com o idoso, mas dividi-la com as outras esferas sociais. Outra medida, também sugeria pela coordenadora do Ipea, seria o Estado 46
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Maria Tereza, residente do Lar São João de Deus, mostra o talento com as tintas
ajudar a família a cuidar do idoso dependente, o que pode ser feito por meio de benefícios monetários, grupos de apoio, licenças/descanso, inclusão dos cuidadores no sistema de seguridade social, entre outras. A despesa dessas instituições são elevadas e a verba dos idosos nem sempre as cobrem, já que maior parcela dos recursos destina-se ao pagamento dos funcionários. Tal rubrica responde por 52,5% do total dos gastos das ILPIs brasileiras. A instituição trirriense gasta, por mês, R$ 40 mil, destes, R$ 25 mil são para a folha de pagamento. Analisando os dados da pesquisa nacional, os medicamentos são responsáveis por uma parcela relativamente baixa, cerca de 5%. Isso é explicado, em parte, pelo fato de muitas vezes os gastos ficarem a cargo dos familiares ou advirem de doações em espécie. Os outros 18,8% referem-se a despesas com aluguel, pequenos consertos, combustível, manutenção da casa e/ou aquisição de material de escritório. Em média, cada instituição gasta R$ 717,91 por residente. A pesquisa também revela que o gasto mínimo per capita é de R$ 92,62, observado em uma instituição em Alagoas, e o máximo é de R$ 9.230,77, declarado por uma casa em São Paulo.
A vida nas ILPIs
Deixando de lado os números, voluntários se apegam às pessoas que vivem
nesses lares. Foi durante a entrevista com a presidente do São Vicente de Paulo que as lágrimas dela demonstraram a peculiaridade do carinho estendido a cada morador. “Eles são muito carentes. Eles sentem muito ciúme de mim. Querem atenção. Se eu for visitar um, tenho que ir pelo menos em todos do mesmo andar”, explica Eliane, quando lembrou-se de Maria de Lurdes Soares, 66, idosa que morreu em julho de 2010. “Essa marcou muito. Ela era muito amiga nossa. Quando chegou ao asilo, ela tinha sido agredida”, desabafa. Apesar do carinho demonstrado em Três Rios, é preciso salientar o outro lado. A vida fora da família entristece e pode diminuir o tempo dos velhinhos. Jamil Nadur, 76, está no São Vicente há cinco anos. Solteiro, diz nunca ter tido sorte com namoradas. Foi o sobrinho que o trouxe para a instituição. Ele, que trabalhava arrastando couro em matadouros da cidade, revela em um tom triste a saudade da família. “Eu não tenho mãe nem pai, perdi um irmão, fiquei sozinho no mundo.” A professora da UFF (Universidade Federal Fluminense) Dra. Vilma Duarte Camara, especialista em neurologia e geriatria, explica que a institucionalização não é a melhor opção para qualquer idade, principalmente para o idoso. “Se não for boa e a família deixá-lo abandonado, é evidente que o tempo de vida do paciente vai diminuir por solidão”, assegura.
Ela também orienta pessoas que têm familiares em asilos. “É preciso verificar o cuidado com o idoso, observar as condições de higiene pessoal, se está ocorrendo desidratação, se ele tem sinais de maus tratos e de violência.” Apesar dos alertas da Dra. Vilma parecerem distantes, o asilo São Vicente de Paulo já foi investigado, quando a ex-presidente, Joana Dark Lopes, foi acusada de desvio de dinheiro. De acordo com Eliane, atual responsável, quando assumiu a instituição, a dívida passava de R$ 80 mil. Hoje, a entidade, que tem entre os 31 funcionários médicos e fisioterapeutas, ainda deve, mas mantém uma qualidade de vida para os hóspedes, os quais têm uma rotina cronometrada de alimentação, higienização e atividades. Às 7h45 eles acordam e tomam café, depois vão para o banho e sol. Às 11h, comem uma fruta; 11h30, almoçam. “Alguns dormem depois do almoço. À tarde, algumas cuidadoras fazem uma atividade recreativa com eles”, explica Eliane. Às 17h, jan-
tam; às 20h, lancham, uns vão dormir e outros ficam assistindo TV, atitudes que se repetem todos os dias. Apesar da ajuda do governo e de parceiros, essas instituições ainda são carentes, não só de dinheiro, mas de voluntários prontos a oferecer um pouco de atenção. História é o que não falta. “Temos carência de pessoas para ficar com eles. Temos alguns cursinhos de artesanatos, pinturas, mas alguns não fazem”, diz a presidente vicentina. Otimista com a situação, Frei Roni acredita que “aos poucos a sociedade vai se conscientizando da importância de olharmos com mais carinho para nossos idosos. O Brasil entrou no processo de envelhecimento muito rápido e a sociedade e o governo demoraram muito para perceber isso”. Dentro dessa percepção, a pesquisa do Ipea, mais do que mostrar o funcionamento, serviu para alertar sobre a necessidade de investimento para que, no futuro, tenhamos um local seguro antes de chegar “a hora”.
O carinho entre Genir e a presidente do Asilo São Vicente de Paulo, Eliane, demostra o trabalho amoroso na instituição
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Divulgação PMTR
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Motoristas X Pedestres
Por Paula Araújo
De quem é a responsabilidade pela (falta de) educação no trânsito?
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esde o dia 2 de maio, os cidadãos de Três Rios vêm se adaptando às alterações estabelecidas pelo novo plano viário do município. As mudanças dizem respeito ao tráfego, cujas mãos foram invertidas ou mantidas em sentido único em certas ruas, ao horário de carga e descarga dos fornecedores e aos locais de estacionamento. Além de se acostumar com o novo projeto, a população tem outro desafio: aprender a respeitar a sinalização, fato que independe da implantação de um sistema e que, quando descumprido, é responsável por diversas imprudências que acarretam acidentes. A falta de educação no trânsito é uma questão antiga e não está restrita a pequenas localidades. Há cinco anos atuando como taxista, o ferroviário aposentado Sebastião Carlos de Almeida, 61, acredita que não há tolerância por parte das pessoas e dos condutores. “Muitas vezes, o carro para no meio da rua para deixar alguém e quem está atrás não tem paciência e começa a buzinar. Ciclistas e mo48
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tociclistas também não param quando um automóvel dá passagem e acabam ocasionado um acidente”, conta ele que possui CNH (Carteira Nacional de Habilitação) há 35 anos e disse nunca ter se envolvido em uma situação grave. Segundo o Detran-RJ (Departamento de Trânsito do Rio de Janeiro), a frota de Três Rios correspondia, em dezembro de 2010, a um total de 24.572 veículos. Destes, 13.900 eram automóveis e 5.607 motocicletas. Só nos primeiros cinco meses de 2011, o número atingiu a marca de 25.174, sendo 14.224 automóveis e 5.738 motos. Se comparado com o mesmo período do ano passado, existem 1.491 veículos a mais circulando pela cidade, o equivalente a uma média de 0,32 automóveis por pessoa, baseado na relação do Censo 2010, que apontou um contingente populacional de 77.432 moradores. Se considerarmos os carros e as motos das cidades circunvizinhas que transitam pelo município, o número é ainda maior. Especula-se que a média seja de mais de um automóvel por pessoa.
A secretaria de Ordem Pública, por meio dos guardas municipais, tem o papel de fiscalizar o comportamento no trânsito. “O guarda nada mais é que um agente facilitador, que orienta a todos quanto à sinalização. Quando um pedestre avança o sinal, por exemplo, a fluidez do trânsito fica comprometida. Por isso, o guarda trabalha no respeito aos sinais”, explica o secretário Alexandre Mansur. Acostumar-se com faixas, luzes vermelhas, amarelas e verdes, além de placas, deveria ser simples, mas na prática não sempre é assim. O guarda municipal Robson Rodrigues Lúcio trabalha há dois
“Quando um pedestre avança o sinal, por exemplo, a fluidez do trânsito fica comprometida” Alexandre Mansur, secretário de Ordem Pública de Três Rios
anos como agente de trânsito. Para ele, a pressa dos motoristas é a causadora de infrações e transtornos nas vias. “Eu não diria que se trata de falta de educação, mas de atenção. As pessoas estacionam em locais proibidos, param em cima da faixa de pedestres e se justificam dizendo estar preocupadas com o tempo. Com isso, o cuidado se perde no caminho”, afirma. De janeiro a maio deste ano, o Detran-RJ contabilizou 935.690 infrações em todo o Estado. As recordistas são velocidade superior em até 20% da permitida, desobediência do sinal vermelho ou da parada obrigatória, seguidas da não efetuação de registro do veículo e velocidade superior em mais de 20% e em até 50% da permitida. Somente no mês de maio, a primeira imprudência citada teve 91.021 registros.
Bicicletas: problema ou alternativa de transporte? Grandes vilãs de quem anda pelas ruas, as bicicletas são alvo de constantes discussões. Apesar de estar em vigor há dois anos, a lei 3.229, do vereador Edson Soares, ainda não é aplicada com rigor em Três Rios. Ela exige que os ciclistas, a partir do aro 16, circulem pelo lado direito da via, próximo ao meio fio; sigam o fluxo do trânsito; sinalizem com as mãos as eventuais manobras; respeitem o pedestre não trafegando nas calçadas; e transportem passageiros com equipamentos de segurança. Também é previsto pela lei que os infratores sejam punidos, recebendo advertências escritas e, em casos mais sérios, ocorre a apreensão do veículo. Soares afirma que ainda não foi possível a aplicação da medida em decorrência das mudanças de trânsito que a cidade enfrenta. “O que mais vejo nas ruas são motoristas parando em cima de faixa de pedestres, pessoas desrespeitando o sinal e bicicletas na contramão. Acredito que o novo sistema viário vá melhorar essa situação”, opina a professora aposentada Heliel de Oliveira, 54. Entretanto, Alexandre Mansur garante que a Guarda Municipal vem fiscalizando os ciclistas. “Esse é um projeto que demanda tempo, por isso, estamos, num
primeiro momento, orientando os ciclistas quanto às mudanças do sistema viário para então multá-los em casos de descumprimento da norma”, disse. Dentro do novo plano de circulação, existe a demarcação de ciclofaixas – espaços compartilhados entre condutores de bicicletas e pedestres – além das obras de recuperação da avenida Alberto Lavinas, que contemplam uma ciclovia em toda a sua extensão. As ciclofaixas, marcadas nas ruas Presidente Vargas, Duque de Caxias, Prefeito Joaquim José Ferreira e na praça São Sebastião já estão em funcionamento. O objetivo, segundo o secretário de Transporte de Infraestrutura Urbana, Paulo Cabral, é incentivar o uso da bicicleta como transporte alternativo. “Nossa ideia é resgatar a dignidade do pedestre e do ciclista e fazer com que as pessoas usem as bicicletas não só para ter uma melhor qualidade de vida, mas também para ir ao trabalho, por exemplo”, afirmou. Há três anos, a secretaria de Transportes do Estado do Rio de Janeiro promove as “magrelas” como meio de locomoção. Por meio de um convênio firmado com o BID (Banco Interamericano do Desenvolvimento), um amplo estudo deverá ser levantado para oferecer aos municípios condições estruturais capazes de garantir mobilidade segura para os que trafegam a pé ou sobre duas rodas. Segundo a secretaria estadual, o Brasil é quinto maior consumidor de bicicletas do mundo. Só no Rio de Janeiro, esse tipo de veículo cresceu cinco vezes nos últimos 15 anos e é responsável, diariamente, por cerca de 650 mil deslocamentos feitos na capital fluminense. “A tendência é que as pessoas utilizem outras maneiras de se deslocar com o funcionamento do plano viário”, completou Mansur.
Educação vem de berço “Uma vez, estive em Ipatinga [MG] e vi crianças de uma escola ajudando idosos a atravessar a rua. Acho que um projeto parecido seria muito bom para a cidade”, contou a professora Heliel. O que ela e muitos ainda não sabem é que existe
“Nossa ideia é fazer com que as pessoas usem as bicicletas não só para ter uma melhor qualidade de vida, mas também para ir ao trabalho” Paulo Cabral, secretário municipal de Transporte
um programa de educação sobre o trânsito nas escolas trirrienses. Intitulado “Educação, trânsito e cidadania: diálogos para a valorização”, a iniciativa foi implantada em 2010. De forma lúdica, alunos da educação infantil ao ensino médio aprendem como se comportar corretamente no trânsito. “O projeto tem por foco a educação para o trânsito em perspectiva cidadã, sendo sua relevância justificada pela necessidade de valorização da vida em todas as etapas da educação básica, bem como incentivar posturas pedagógicas que possam incluir a percepção da realidade, a adaptação, a assimilação e a incorporação de novos hábitos e atitudes. Além disso, enfatizamos a co-responsabilidade governo e sociedade em busca da segurança e bem-estar”, explica o policial rodoviário federal Nilcélio Carvalho de Sá, ministrante do programa. Ele estima que no ano passado tenha percorrido mais de 30 instituições de ensino municipais e estaduais de Três Rios e Levy Gasparian. A ideia teve seu auge com um concurso que premiou os alunos que desenvolveram os melhores trabalhos sobre o tema nas categorias desenho, história em quadrinhos, poesia, cartaz e documentário em vídeo. “Também é papel da educação dar continuidade e preparação para o mundo. Foi um trabalho muito rico”, afirmou a coordenadora pedagógica da secretaria municipal de Educação trirriense Andréa Stefani Montes. O “Educação, trânsito e cidadania: diálogos para a valorização” será aplicado novamente este ano. Espera-se realizá-lo em setembro, quando acontece a Semana Nacional do Trânsito. Outro projeto está em andamento na educação de Três Rios. Trata-se do “Paz revistaon.com.br
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se temos hoje no Brasil um morto para cada 690 veículos é necessário que todos nós mudemos de comportamento”, rematou.
Uma década para um trânsito seguro No dia 11 de maio, foi dado início a uma campanha global que visa reduzir em 50% o número de mortes causadas por acidentes no trânsito até 2020. Trata-se da “Década de Ações para a Segurança no Trânsito”, uma iniciativa que pretende O policial rodoviário federal Nilcélio Sá (em pé) e o secretário de Educação de Três Rios, Marcus Barros (agachado), durante premiação do concurso atuar simultaneamente em sobre trânsito nas escolas públicas todo o mundo para alcançar tal meta, juntamente com os no trânsito”, uma iniciativa que visa tragovernos e com a sociedade civil. balhar a questão da violência nas vias e No Brasil, o deputado federal Hugo tem como foco a alteração do tráfego Leal (PSC-RJ) é quem irá coordenar as na cidade. O objetivo é que professores ações do Congresso Nacional em parcedas redes municipal, estadual e particuria com a ONU (Organização das Nações lar façam dos futuros motoristas pessoas Unidas). Leal acredita que uma das maque possam contribuir com uma melhor neiras de se chegar ao objetivo esperado comunicação entre condutores, ciclistas e pedestres. O trabalho será realizado du- é intensificar a educação de motoristas rante uma semana nas escolas e culminará e pedestres. “Não tenho a menor dúvida com uma ação participativa entre os estu- disso. A campanha prevê ações específicas para cada tipo de comportamento no dantes e a comunidade. O policial rodoviário acredita que edu- trânsito, seja do condutor, do transeunte car é a base para evitar desastres e mor- ou até mesmo do motociclista”, disse ele tes no trânsito. Ele aponta que o Brasil à Revista On. O parlamentar aponta, ainda, que o goregistra - em acidentes no trânsito a cada verno federal possui, anualmente, cerca dois anos - o mesmo número de vítimas que os Estados Unidos contabilizaram em quase 12 anos na Guerra do Vietnã. Para ele, essa é uma questão de saúde pública que pode ser evitada e minimizada com cuidados simples. Sá acredita que todos os atores sociais são responsáveis pelas irresponsabilidades cometidas no trânsito. “As causas de acidentes estão estreitamente ligadas a fatores determinantes de imprudências, tais como impunidade, legislação deficiente, fiscalização corrupta e sem caráter educativo, baixo nível cultural e social, baixa valorização da vida, ausência de espírito comunitário e exacerbação do caráter individualista, além do uso do veículo como demonstração de O deputado Hugo Leal acredita em ações efetivas e poder e virilidade. Devemos mostrar que pontuais para diminuir os acidentes no trânsito 50
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de R$ 500 milhões para evitar acidentes, porém, nos últimos três anos, não tem tido aplicações focadas na educação do trânsito. “Não adianta gastar milhões sem ter resultado, sem reduzir o número de mortes. É preciso ter um programa, uma proposta e, depois de certo tempo, analisar se ela teve resultado. Não precisamos somente aplicar o recurso, mas avaliar a qualidade do gasto, do investimento, e é isso que nós vamos fiscalizar”, afirmou o autor da Lei Seca. Para o deputado, os cidadãos precisam ser reeducados diariamente, bem como reavaliar a interpretação que fazem das vias de tráfego. “O trânsito é um espaço de convivência comunitária, por isso, regras devem ser obedecidas. A Lei Seca estabeleceu o princípio de que não se pode fazer uso de bebida alcoólica e querer dirigir. O que tem que imperar é o espírito coletivo”, disse. Leal não crê que uma mudança no Código de Trânsito resolveria a questão, mas, sim, na efetivação da punição por parte dos órgãos executivos e em medidas preventivas. “Se souber trabalhar a prevenção, as circunstâncias de risco no trânsito podem ser evitadas. No momento em que isso for aplicado e a população reconhecer, a consciência começa a mudar. O que não pode continuar acontecendo é essa sensação de impunidade”, opina. Durante 20 dias, lançamos no portal Três Rios Online (tronline.com.br) a seguinte pergunta: Quem é o maior responsável pela falta de educação no trânsito? Veja qual foi o resultado da enquete feita com os internautas:
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CÓDIGO5198 As
Profissionais do Sexo Por Rafael Moraes
Lais, Emily, Marcela, Fernanda Amazonense, Julia, Gabriela Paniquet. Os pseudônimos escondem as verdadeiras faces das mulheres que usam o corpo para ganhar dinheiro. Dependendo do local de trabalho, chegam a receber até R$ 1.000 por programa.
A
s profissionais do sexo, como são denominadas pelo Ministério do Trabalho, têm família; algumas, marido, namorado, filhos e são responsáveis pelo sustento da casa. Nessa profissão, enfrentam o preconceito. A maioria se esconde atrás de nomes falsos, evita falar do lar e do trabalho que faz à margem da sociedade. Não há dados concretos do número de profissionais do sexo em Três Rios e em cidades vizinhas. Na ZBM (Zona do Baixo Meretrício), localizada na rua do Contorno, Centro, a estrada de asfalto mal conservado atrás da rodoviária Arsonval Macedo leva à uma periferia mal vista pela população. Lá, quatro casas abrigam as mulheres. A única em funcionamento durante o dia hospedava oito delas, quando a Revista On esteve no local. A proprietária do estabelecimento, aqui denominada pela letra T - forma de preservar sua identidade –, disse que não podia informar se havia prostituição no lugar. Ela assegurou apenas alugar quartos. “Elas pagam por mês os aluguéis. São mulheres de fora”, explica. O prédio de três andares aparente-
mente impõe uma faixada de bar. Dentro, paredes azulejadas, luzes apagadas e uma máquina de música compõem o ambiente. Foi nesse habitat de desconfiança que surgiu a possibilidade de conversar com Simone de Souza Leandro, 42. Ela não quis ser fotografada, mas não se importou em revelar o nome. Há 13 anos na rua do Contorno, fez questão de mostrar sua própria responsabilidade. “Pago R$ 120 de aluguel, sem contar água e luz. Entrei nessa vida porque eu quis, mas isso não quer dizer que seja mais fácil”, diz em uma das buscas por uma nova garrafa de cerveja em comemoração ao aniversário da amiga. “Sou mineira de Governador Valadares. Aqui é bem distante da minha terra”, conta ela ao ser indagada sobre o motivo de ter escolhido Três Rios para se prostituir. Simone tem duas filhas gêmeas de 15 anos. Elas não sabem qual é o trabalho da mãe. A cada três meses a visita mata saudade da provedora. “Para a minha família eu trabalho como empregada doméstica. Já fui balconista, caixa. Em minha casa todo mundo trabalha, só eu sou safada [risos].” Errôneo é supor que essas mulheres revistaon.com.br
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não possuem relacionamentos sem dinheiro. A primeira garota de programa entrevistada em Três Rios falou abertamente que tem namorado e garantiu que ele não se importa. “Hoje em dia isso é normal”, acredita. Menos “apaixonada”, AR, como pediu para ser chamada a loira de 45 anos e mãe de dois filhos, disse nunca ter se envolvido com algum cliente. Com 27 anos de prostituição, hoje, ela escolhe a clientela, alguns, fixos há seis anos. Ela explica que os frequentes pagam de R$ 80 até R$ 100, lucro maior, já que o preço normal varia entre R$ 40 e R$ 50. Para essa mulher, a idade também é um pré-requisito na hora do programa. “Velho não amola, só quer carinho e dá dinheiro”, revela ela, que chega a ganhar R$ 1.200 por mês. “Para sair daqui e ir
“A maioria das garotas tem nojo dos caras que as procuram” Amaury Mendes Júnior ,secretário geral da Sociedade Brasileira de Sexualidade
com um homem que eu não goste não compensa”, completa. “Estou nessa vida há muito tempo. A maioria dos clientes fala que o casamento não está bom. Cada um conta sua história. Tem hora que eu falo: ‘Não conte historinha porque já estou cheia’ [risos].” Na capital do país, garotas jovens, de corpos esbeltos, vivem à disposição de empresários. Laís Almeida (nome fictício), 26, está disponível no catálogo virtual de um dos sites de garotas de programas no Distrito Federal. Uma realidade adversa à trirriense, mas parecida na intimidade das personagens. Ela mora na região Sudoeste de Brasília e afirma ter começado a se prostituir há um ano e meio. Ao pedir para que definisse sua profissão ela diz: “Não é bem sexo”, defende, explicando que trabalha como acompanhante. “Sou namorada, esposa, amiga por 24 horas.” O preço para ficar um dia ao seu lado varia entre R$ 800 e R$ 1.000. Parece muito, mas a concorrência é grande. Só nesse site, mais de 80 garotas de diferentes Estados, cores, cabelos, tamanho de busto, coxa e bum54
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bum disputam a atenção do internauta. O vasto cardápio atrai muitos clientes. São mais de mil visitas diárias. Questionada sobre os motivos que a levaram à prostituição, a garota de programa confessou ter passado por um problema financeiro. “Um ‘amigo’ me orientou e me colocou no lugar ‘certo’”, conta ela, que é mãe e não mora na capital brasileira. Para preservar sua identidade, não disse a unidade federativa onde é fixada a família nem a profissão em que é formada. No entanto, aponta que, em Brasília, a maioria das garotas tem nível superior. Em um tom carente, a profissional do sexo diz ter encontrado homens educados e compreensivos. Com relação à aparência dos clientes, ela revela o segredo. “Isso você esquece e pensa no dinheiro. Além disso, para pagar esses valores, o homem tem que ter algo de bom, o que compensa a ausência de beleza. Com certeza vai saber tratar uma mulher.” Sobre dinheiro, Laís não quis revelar os detalhes, contudo, explicou que a renda é variável, pois é, segundo ela, “um tipo de trabalho que depende de sua coragem
e disposição”. Sobre o relacionamento amoroso, ela também garante nunca ter se envolvido com ninguém na sua profissão. Para ela, é impossível porque existe um grande preconceito. Consciente dessas perdas, revela: “A escolha é de cada um. E elas acabam fazendo com que você ‘abra mão’ de outras coisas”. Em relação ao serviço, ela é taxativa. “Não tenho vergonha, depende da necessidade de cada um. Eu não assumiria nunca, por causa da criação que eu tive. Pelos meus familiares. Acho que tudo é trabalho.” O preconceito é um dos fatores que a leva esconder o que faz. “Vivemos em um país onde assumir isso não é possível”, lamenta.
CBO - Classificação Brasileira Ocupações De volta à realidade trirriense, as profissionais entrevistadas não sabiam, mas, desde 2002, o Ministério do Trabalho e Emprego criou um código de ocupações para as profissionais do sexo. Segundo o
Ministério, é uma forma de colher informações para ampliar políticas públicas a esse grupo da sociedade. O gerente regional do Trabalho e Emprego de Petrópolis Wilton Silva Costa é quem responde por Três Rios. Ele conta que não há profissionais do sexo registradas nos municípios em que sua gerência abrange, no entanto, frisa a autonomia dessas mulheres nesse trabalho e adverte: “Se houver subordinação jurídica própria da relação de emprego, incorrerá o empregador em crime de rufianismo”. A profissional do sexo AR não sabia sobre o código de ocupação e retrucou encabulada ao tomar conhecimento. “Tem? Não sabia.” Ela, que diz ter entrado nessa vida por um problema pessoal, não paga INSS e também prefere deixar o seu futuro em mãos divinas. “Só Deus sabe do futuro.” No entanto, Costa explica as garantias que essas mulheres podem adquirir com o Código 5198. Dentre as vantagens está a possibilidade de contribuir com a previdência na condição de segurados facultativos, permitindo a aposentadoria e todos os benefícios previdenciários decorrentes de eventuais incapacidades.
çam exames periodicamente”, disse. O psicólogo especializado em sexologia Augusto Mendes também atende às profissionais do sexo. De suas consultas, consegue descrever os motivos para essas mulheres entrarem na obscuridade da prostituição. De acordo com ele, questões financeiras, envolvimento com drogas, revolta e rebeldia para agredir os pais alternam entre os principais motivos com o puro prazer e o gosto exacerbado por sexo. Contudo, Mendes Júnior revela que a “maioria tem nojo dos homens que as procuram. A causa maior pela tomada desse caminho é a ignorância, a miséria e a fome”, defende sobre as possíveis alternativas para prostituição. Para ele, viver desse trabalho significa a perda dos referenciais da sociedade, estrada em mão única, sem retorno para a volta. “Dentro desse meio você encontra todo um es-
quema que realimenta essa permanência.” Essa opinião é dividia com Augusto Mendes, quando salienta a facilidade do dinheiro. “Elas se sentem presas, não é comum ganhar dinheiro fácil como as garotas de programa.” Mudando o foco para os clientes, o psicólogo expõe duas possibilidades para essa demanda por sexo, principalmente fora do casamento, que, para ele, pode estar ligada a fantasias sexuais ou relacionada a um casamento ruim. “As duas possibilidades são perfeitamente possíveis e, de fato, ocorrem, mas funciona também como uma alternativa para a monogamia imposta como norma em nossa sociedade, apesar de a natureza humana não ser monogâmica. Cabe salientar que essa necessidade é também das mulheres, mas estas geralmente buscam outro parceiro e só raramente usam garotos de programa.”
A sexualidade da prostituição
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O secretário geral da Sociedade Brasileira de Sexualidade, Amaury Mendes Júnior, diz atender a várias prostitutas em seu consultório ginecológico, mas garante que a maioria não se queixa da prostituição. A visita tem outro objetivo. “Essas casas de massagem exigem que elas fa-
“Em Brasília, a maioria das garotas tem nível superior”
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PUBLIEDITORIAL
A favor do conhecimento
Projeto “Ver para aprender” amplia visão de estudantes trirrienses
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prender, crescer e se tornar de um recurso da Fundação Rotária, nos um profissional de sucesso candidatamos ao SDS (Subsídio Distrital não é tarefa fácil no atual e Simplificado) e ganhamos, além de contar competitivo mercado de tra- com a ajuda de um grande parceiro local, balho. E quando a visão não ajuda, essa a Ótica Tepedinos, permitindo ampliar empreitada se torna ainda mais difícil de o tamanho do projeto. Em novembro de 2010, o Rotary Club de Três Rios realiser realizada. De acordo com a Organização Mundial zou um evento na cidade, o Rotary in Fest, de Saúde, cerca de 6% das crianças com com o compromisso de reverter parte do até 10 anos têm algum tipo de deficiência visual. Dados do IBGE (2010) apontam que há em Três Rios 9.712 alunos matriculados no Ensino Fundamental da rede pública, dos quais, possivelmente, 60% estão na faixa etária estabelecida pelo projeto. No Brasil, por questões econômicas e sociais, grande parte dessas crianças não utiliza qualquer tipo de lente de correção, motivo de dificuldade do aprendizado e, não raras vezes, de repetência escolar. Na primeira fase do projeto, 89 óculos foram entregues Assim, o Rotary Club de Três Rios, dentro do seu principal objetivo, que é servir, se resultado financeiro em projeto social. propôs a mitigar o problema existente e Assim, viabilizamos o ‘Ver Para Aprencriou o projeto “Ver para aprender”, cujo der’”, explica o presidente do clube, Marobjetivo é corrigir, através da utilização de co Aurélio Soares. A etapa atual consiste em visitar 13 esóculos, problemas de visão em alunos da colas, avaliar 3.257 alunos, com previsão rede pública de ensino. “Esse projeto, já vinha sendo realiza- de 170 lentes de correção, um investimendo desde 1996, mas de forma acanhada. to de R$ 15 mil, incluídos gastos com loDesta vez, em função da disponibilização comoção e divulgação, excluídos os traba-
lhos voluntários por parte dos rotarianos e do médico oftalmologista, Dr. Márcio Eduardo Queiroz de Paula, sócio honorário do Rotary Club de Três Rios e grande parceiro do projeto. No evento que aconteceu no dia 27 de junho, no Caer (Clube Atlético Entre-Rios), com a presença do Prefeito Municipal, Vinicius Farah, dos secretários municipais de Educação e Saúde, e da direção das diversas escolas beneficiadas, além de várias pessoas da sociedade trirriense, foram entregues 89 óculos da primeira fase do projeto. “Sucesso total, assim podemos qualificar o projeto. O propósito estabelecido foi totalmente cumprido. Digo até mais, já que houve uma promessa da prefeitura em agregar essa ideia e estender o projeto para todas as escolas públicas de Três Rios”, analisa Soares. A primeira fase foi cumprida, mas integrantes dessa instituição continuam visitando as escolas ainda não atendidas. Essa iniciativa, desenvolvida de forma sistemática pelo Rotary teve espaço de tempo pequeno comparado ao que esses jovens terão que enxergar nitidamente pela frente. revistaon.com.br
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1/2 PALAVRA Assuntos curiosos despertam a nossa atenção a todo momento, seja na ciência, na saúde, no cotidiano ou na política. Confira alguns temas que rodaram o mundo e merecem o nosso destaque.
O segredo do salto da pulga Cientistas da Universidade de Cambridge, na Grã-Bretanha, resolveram o mistério de como as pulgas saltam tão longe e tão rápido. Estudos anteriores já haviam revelado que a energia necessária para catapultar uma pulga a uma distância 200 vezes maior do que o comprimento do seu corpo tinha sua origem em uma estrutura elástica, semelhante a uma mola, presente no organismo do inseto. Fonte: www.vocesabia.net
Bebês também precisam de amigos Pesquisas recentes mostram que o bebê é capaz de construir laços de amizade desde muito cedo. E que o convívio com outras crianças enche a vida dele de novas percepções de si mesmo e do mundo ao redor. “Os pequenos interagem o tempo todo e, mesmo sem brincar juntos, imitam o comportamento dos colegas. Se um levanta e abaixa, o outro faz igual”, conta a professora Luana de Macedo Chiarelli, que trabalhou com crianças de 1 a 4 anos. Fonte: www.mdemulher.abril.com.br
Como terminar o namoro em 64 passos Você que não aguenta mais a sua namorada, percebe que nada é como antes, não suporta as amigas dela e os pais dela só incomodam? Seus problemas acabaram! Chegou o novo e prático guia de “Como terminar com sua namorada em 64 passos simples”. O vídeo guia foi postado no Youtube e recebeu 73 mil acessos. Confira: www.youtube.com/ watch?v=_Zo8yJ518ZQ
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MEIO AMBIENTE
Três Rios, 3 Vidas Por Felipe Curdi
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m rastro de morte e destruição. Esse foi o resultado de um dos maiores acidentes ambientais ocorridos no interior do Estado do Rio de Janeiro. Em novembro de 2008, 1.500 litros de um pesticida chamado endosulfan vazaram de uma indústria de produtos químicos em Resende, causando a contaminação do Rio Pirapetinga, afluente do Paraíba do Sul. Na época, houve mortandade de peixes e animais, além de problemas no abastecimento de água em várias cidades, inclusive Três Rios. O desastre, porém, mobilizou pescadores e profissionais de diversos setores da sociedade trirriense, que se uniram pelo amor ao rio, formando a Associação 3 Vidas. A entidade sem fins lucrativos tem como principal objetivo promover ações em prol do meio ambiente, principalmente com atividades voltadas à proteção e despoluição do Rio Paraíba do Sul e ecossistemas relacionados. “Há tempos, nós, integrantes da Associação 3 Vidas, estávamos 60
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arquivo pessoal
Arquivo 3 Vidas
Ajudar a preservar o meio ambiente é algo que qualquer pessoa pode fazer. Atitudes simples como separar o lixo, economizar água, não jogar detritos nos rios e nas ruas podem fazer a diferença na manutenção dos recursos naturais. Mas para quem possui tempo e força de vontade, existe uma forma ainda mais efetiva de cuidar da natureza: o voluntariado. Nesta matéria da Revista On, você vai conhecer pessoas comuns que dedicam parte de seus dias a causas ambientais e lutam por esse ideal.
No espaço Dr. César Ribeiro Ferreira, crianças e adolescentes aprendem a preservar o meio ambiente
trabalhando com propostas ambientalistas, mas individualmente. O acidente com o endosulfan nos fez perceber que o nosso amor pelo meio ambiente era muito forte e que só unindo forças poderíamos alcançar nosso objetivo: o de fazer com que as pessoas de nossa região olhassem esse rio com
a importância e a atenção que ele merecia”, explica uma das idealizadoras do projeto, a professora de biologia Jaqueline Ank, 44. Ainda de acordo com a bióloga, a catástrofe fez com que os pescadores, que sobreviviam unicamente da atividade, buscassem soluções e mudanças de comportamento da
posição de fotos, que percorreu pontos e empresas da cidade e informou sobre o acidente ocorrido no Paraíba do Sul, focando também a importância econômica e ecológica do rio. A associação também promoveu uma palestra com a pesquisadora da Universidade Federal do Rio de Janeiro Érica Pelegrini, com o tema ecologia de peixes, na qual a especialista esclareceu dúvidas sobre o repovoamento desses animais e a ação do endosulfan; realizou a limpeza do rio com o auxílio de inúmeros voluntários, coletando apenas na área central de Três Rios 60 sacos de 200 litros de resíduos sólidos; resgatou a fauna aquática nos alagados marginais do Paraíba do Sul; e liberou mais de 3.000 alevinos nas águas do rio, em parceria com uma indústria alimentícia local. Em 2009, com o apoio de um empresário da cidade, a Associação 3 Vidas iniciou o projeto piloto de recuperação da mata ciliar Dr. César Ribeiro Ferreira, localizado no terreno ao lado da Ordem dos Advogados do Brasil de Três Rios. No primeiro momento, 200 mudas de espécies nativas foram plantadas e, atualmente, a área conta com mais de 300 mudas em pleno crescimento, devidamente identificadas, sinaliArquivo 3 Vidas
população para a preservação do Paraíba. Para Ademar José Machado Filho, 55, um dos fundadores da associação, a Terra mostra a cada dia os reflexos dos atos impensados dos seres humanos. “É preciso refletir. Esse planeta será a casa de nossos netos e bisnetos. O que queremos deixar para eles? A nossa resposta está dentro de nossas ações”, enfatiza Filho, alertando também sobre o desenvolvimento da cidade. “Temos plena consciência do progresso que nosso município tem vivido ao longo dos últimos anos e pretendemos, com nossas propostas, mostrar que crescimento e meio ambiente podem e devem caminhar juntos.” Em pouco tempo, a Associação 3 Vidas ganhou adeptos dos mesmos ideais: o grupo Guardiões da Natureza, de Três Rios, e a ONG Apreserve, de Paraíba do Sul. “Não podemos esperar pela ação dos outros, temos que atuar e trazer para junto de nós aqueles que também têm sonhos em comum. Os que não conseguem compreender nossos trabalhos, só poderão perceber realmente a importância deles quando, ao final, colherem junto conosco os resultados”, argumenta a professora Tânia Righi, 53, coordenadora dos Guardiões da Natureza. O projeto envolve alunos das escolas da cidade, que aprendem a importância da conservação, além de unir a teoria e prática. O mutirão, composto por crianças e adolescentes, recolhe o lixo ao longo da avenida Alberto Lavinas e alerta a população.
Ações Desde a fundação da 3 Vidas, diversos eventos foram organizados pela equipe de voluntários. O primeiro deles foi uma ex-
A Associação 3 Vidas promoveu o repovoamento do Rio Paraíba do Sul com a liberação de 3.000 peixes nas águas revistaon.com.br
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MEIO AMBIENTE
volvido um trabalho in loco com a população ribeirinha, promovendo a conscientização de importância do destino do lixo doméstico. “A urbanização nas margens dos rios tem sido crescente e promove uma modificação ecológica negativa em virtude do despejo de esgoto doméstico. É importante o trabalho de esclarecimento, uma vez que a natureza leva um tempo longo para se recuperar das ações insensatas promovidas pelo homem”, aponta Ademar Filho.
Apoio da população é fundamental “Sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só; mas sonho que se sonha junto é realidade.” São com essas palavras, presentes em uma das composições de Raul Seixas, que Jaqueline Ank fala da importância da participação da população. “Somos idealistas, acreditamos e lutamos Arquivo 3 Vidas
zadas e acompanhadas pelos voluntários. “No lugar são desenvolvidos trabalhos de educação ambiental com crianças da localidade e de escolas públicas e particulares do município. Elas são o melhor elo de conscientização dos adultos e serão os futuros comandantes desse planeta” acrescenta Jaqueline. Segundo ela, a participação ativa e o grande interesse das crianças nas atividades, consolidam ainda mais o objetivo. “O sucesso do Dia do Voluntário Verde 2011 é um dos resultados que demonstram essa mudança de comportamento”, comenta a bióloga. A Associação 3 Vidas já tem definidas suas próximas metas. Entre elas, estão a ampliação do projeto piloto Dr. César Ribeiro Ferreira, o aumento do número de voluntários nas atividades, a ênfase na educação ambiental com crianças e adultos de Três Rios, a ativação da coleta de pilhas e de óleo de cozinha em parceria com das redes de ensino pública e privada e, por fim, o desenvolvimento do projeto Ação Pró-Ambiente, em que será desen-
Guardiões da Natureza e 3 Vidas recolhem o lixo jogado às margens do Rio Paraíba do Sul 62
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pela concretização desses ideais, mas não de forma isolada. É isso que temos vivido ao longo desses dois anos e meio do trabalho socioambiental voluntário”, enfatiza. José de Alencar Soares, 46, supervisor de obras e voluntário da associação, orgulha-se do projeto. “A participação e o apoio de amigos, crianças, moradores ribeirinhos e as parcerias de inúmeras empresas locais mostram que esse não é um sonho solitário, mas um trabalho comum que coloca Três Rios em destaque na área de projetos ambientais espontâneos.” Perguntados sobre o que é preciso ser feito para que as pessoas mudem seus hábitos, os integrantes da 3 Vidas são unânimes: vontade. Para eles, o estresse é, hoje, uma realidade vivenciada por grande parte da sociedade e as cobranças e os compromissos impedem que as pessoas percebam a relevância do meio ambiente. “Os fenômenos naturais divulgados na mídia e algumas vezes em nossa própria região nos alertam para uma mudança de comportamento emergencial. Mesmo assim, depois de alguns dias, aquela reflexão sobre a catástrofe é esquecida e a rotina retoma seu espaço e as mudanças de comportamento são novamente adiadas”, menciona Tânia Righi. Jaqueline Ank compartilha a mesma opinião e diz que as pessoas não devem adiar a transformação de atitude. “Percebo que, na maioria das vezes, as pessoas querem desenvolver em um trabalho ambiental voluntário, mas não sabem como. Aproveito a oportunidade de divulgação nesta reportagem para dar a elas um caminho viável e concreto de iniciarem-se na área e vivenciar momentos de prazer, união, respeito e descobertas maravilhosas junto à natureza”, finaliza.
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PUBLIEDITORIAL
Dança: ritmo da vida
Que jovem ou adolescente nunca se deslumbrou vendo uma bailarina fazendo piruetas e esbanjando classe em seus singelos movimentos? Foi assim que diversas vidas foram traçadas pelos passos da dança, como aconteceu com a ex-dançarina Therezinha Mockdece, que, ao iniciar sua escolha profissional, esboçou seu próprio destino e o de tantas outras pessoas.
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studando dança fora da cidade, Therezinha se qualificou com Maria do Carmo Carriço, fundadora da primeira escola de balé de Juiz de Fora, e com a professora russa Catharina Chernikowa, na cidade mineira. Acreditando em seu talento, criou meios de atrair os primeiros alunos. “Enviei 20 bilhetinhos para as minhas melhores amigas, convidando suas filhas para serem minhas alunas”, lembra. Os anos se passaram e, hoje, aos, 41 anos de atividade completados, a Escola de Dança Maria Emília virou celeiro de bailarinos para o Brasil e para o mundo. É o caso do ex-aluno Wagner Lúcio Moreira, bailarino e pesquisador, que hoje vive e apresenta espetáculos na Alemanha. A Academia Real de Balé Clássico de 64
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“A Escola de Dança Maria Emília virou celeiro de bailarinos para o Brasil e para o mundo” Londres cumpre um papel importante no segmento, pois emite a escolas de dança certificado internacional por meio de exames anuais. Ela é responsável pelas principais montagens de balés da Europa, como “A Bela Adormecida”, “Lago dos Cisnes” e “Cinderela”. A escola trirriense, credenciada à academia, se
orgulha em ser a única na cidade a oferecer a seus alunos a oportunidade de se qualificarem profissionalmente. Segundo Marianne Mockdece, professora e uma das diretoras da Maria Emília, pelo menos dez alunos passam pela avaliação todos os anos. Ao todo, a Royal já credenciou 143 países, entre eles o Brasil. Em 2011, após quatro anos, o exame será aplicado novamente na instituição. A Royal já aprovou 156 alunos de Três Rios, sendo dez deles consagrados com qualificação máxima. Entre as certificadas, estão as professoras Mariane Mockdece e Mariclara Mockdece, filhas de dona Therezinha. As irmãs seguem os passos da mãe, dando continuidade à história da escola e dividindo as orien-
tações e experiências de sua progenitora. A Escola de Dança Maria Emília conquistou quatro prêmios em quatro apresentações no Festival de Dança de Joinville, o maior do mundo em número de participantes. Das premiações acumuladas, destacam-se ainda as dos festivais de Salvador , Tápias e Uberlândia. Sua tradição vem ganhando ares inovadores com a reformulação do quadro de professores e de novos projetos, atraindo o retorno de ex-alunos. Mariane conta que, hoje, a escola funciona como uma “casa mãe”, aberta a todos que queiram compartilhar novas formas de fazer dança e experiências, indicando bons profissionais ao mercado de trabalho e acolhendo os que gostam da prática. Em função dessa filosofia, recentemente a escola criou eventos que proporcionam o fomento do conhecimento da dança e criam espaços para o diálogo entre as companhias. Dentro desse projeto, a Maria Emília criou os “Sábados de Dança”, que reúnem em seu espaço academias locais e de fora, para compar-
tilharem seus trabalhos. Ex-alunos como Lívia Seixas, do grupo Nova Dança 4, de São Paulo, Sheila Areas, que compõe o grupo Doutores da Alegria, e Wagner Lúcio Moreira já participaram ministrando cursos, oficinas e coreografando. Em 2009, realizaram a primeira Jam-Session (sessão de improviso com músicos, bailarinos e atores) de Três Rios. A prática, utilizada em grandes academias do mundo, estimula a criatividade e novas composições. Além disso, em feriados, a escola recebe ex-alunos para um aulão aberto ao público. Segundo Mariane, a ideia começou pequena, mas cresceu após a iniciativa de um dos professores em divulgá-la em uma rede social na internet. Somada a oferta de cursos de balé clássico, jazz, dança de rua, acrobacia aérea, dança de rua infantil, dança contemporânea, sapateado, dança do ventre, baby class, danças circulares, ioga e dança de salão, a Maria Emília está embasada em outros quatro segmentos, dentre eles, projetos sociais que inserem crianças carentes no meio da dança.
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DESENVOLVIMENTO
O futuro é aqui Por Paula Araújo
Bairro mais populoso de Três Rios, a Vila Isabel oferece praticamente os mesmos serviços do Centro da cidade e tem sido foco de investimentos e procura por moradia não só pelos trirrienses, mas também pelos que escolhem o município para recomeçar a vida.
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abrir e/ou expandir seus empreendimentos. Percebendo a chance, em maio de 2007, uma rede de supermercados implantou uma filial na localidade. De acordo com o gerente de marketing do grupo, a inauguração atendeu a um pedido dos próprios moradores. Para ele, foi notável o índice de desenvolvimento do bairro. “É natural, pois existe um aumento significativo do fluxo de pessoas, gerando novas oportunidades”, declarou Josimar Salles, afirmando ainda que “a Vila é uma cidade
dentro de outra, que cresceu muito e vai continuar evoluindo”. Segundo números da prefeitura, a Vila Isabel concentra, hoje, cerca de 35 mil moradores. O poder público garante que, para manter um crescimento ordenado e sustentável, tem posto em prática projetos voltados para a infraestrutura básica e reestruturação. Um deles é o cronograma de pavimentação, que engloba 22 ruas do local, o equivalente a 43.799,50 m². Os serviços foram iniciados em maio e os recursos destinados são de R$ 903.622,65.
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aúde, transporte, segurança, educação, infraestrutura urbana, tranquilidade e uma boa vizinhança são fatores levados em conta na hora de adquirir um imóvel e mudar para um novo lugar. Alvo da instalação de unidades empresariais e de ensino superior, Três Rios está se desenvolvendo em diversos segmentos, mas não é só apenas o Centro da cidade que vive esse crescimento. Bem perto dali, micro, pequenos e grandes empresários têm aproveitado o momento e apostado na Vila Isabel para
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O recapeamento das ruas, de acordo com A procura por residência tem atraído o presidente da Associação de Moradores os olhares de outros segmentos. É o caso da Jaqueira – um sub-bairro da Vila -, Ja- do clínico geral e periodontista Agnalqueson Martins Lima, é uma das poucas do Marques. Com 37 anos de profissão, reclamações da população. “O bairro é ele, que mora em Paraíba do Sul, recenmuito bem atendido em termos de infra- temente abriu uma clínica odontológica estrutura de base, mas o asfalto ainda está no bairro. “Em virtude do crescimento da ruim, espero que melhore com esse proje- cidade, fizemos um estudo e vimos que to”, declara Lima, que reside na localida- valia a pena montar o negócio, pois, com de há 29 anos. o aumento da massa salarial, uma nova A moradia é um fator que vem trans- parcela poderá ter acesso ao atendimenformado a paisagem da comunidade nos to dentário particular”, comentou ele que, últimos anos. De acordo com a previsão futuramente, irá empregar outros oito prode uma construtora instalada na Vila, cer- fissionais. Para o filho do dentista, o adca de R$ 18 milhões serão aplicados em vogado e diretor administrativo do empreobras este ano. Os prédios de habitação endimento Gustavo D’Addazio Marques, popular já somam sete condomínios en- o aspecto socioeconômico local mudou, tregues e construídos, num total de 660 potencializando o mercado. “A Vila é um unidades. Este ano, estão em andamento ponto a ser explorado e a receptividade do dois empreendimentos mistos (comercial povo daqui é muito boa.” e residencial) e quatro residenciais em Ainda na área da saúde, há planos fase de iniciapara reforma da ção. Até 2015, Policlínica Dr. serão 4.329 noHélvio Tinovas moradias, co – SASE. A proporcionando unidade contará um crescimento com uma central populacional de de exames, que, 16 mil habitanconforme infortes. Há também mou a prefeitua ideia de consra, vai permitir truir um centro ao paciente fazer empresarial. seus exames e Uma pesquisa O dentista Agnaldo Marques e seu filho Gustavo D’Addazio receber apoio e feita no ano pas- apostaram na Vila para abrir uma clínica diagnóstico em sado pela imobium mesmo loliária revelou o perfil dos interessados nas cal; centro de fisioterapia com piscina térhabitações. O estudo mostrou que 17% mica; atendimento informatizado; educados que querem adquirir um imóvel pos- ção profissional continuada; acolhimento suem renda acima de R$ 4.000. São médi- e classificação de risco, visando priorizar cos, dentistas, empresários, dentre outras o atendimento; farmácia; e assistência de profissionais de maior remuneração. “As equipes do Núcleo de Apoio à Saúde da empresas que estão se instalando aqui Família e do Programa de Saúde da Facontribuem para o aumento da demanda. mília. Acredito que a Vila Isabel já pode ser conQuem também está apostando no posiderada uma extensão do Centro de Três tencial da Vila Isabel é o policial militar Rios e vai servir como elo industrial. As Nilciano de Oliveira, um dos sócios de pessoas se orgulham de morar no bairro”, uma academia. Além de musculação, são opina o diretor comercial da empresa Rei- oferecidas aulas de luta e modalidades de naldo Rocha. Ele, que atua no ramo há 18 ginástica. O local emprega cerca de dez anos, assegurou nunca ter tido a necessi- funcionários entre atendentes e professodade de cadastrar clientes para a aquisição res. Mais adiante, o quadro deve mudar. de um apartamento. “Essa uma realidade Oliveira está ampliando seu negócio e vai que a cidade está vivendo. Os investimen- montar um espaço para a prática de lutas, tos aqui são seguros”, rematou. aulas de dança e atendimento fisioterápirevistaon.com.br
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DESENVOLVIMENTO
Projeto de reforma da Policlínica Dr. Hélvio Tinoco
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ria de Fátima Silva de Souza, 42. nitoramento por câmeras. Não muito longe, fica a tradicional “Convidaria qualquer pessoa para mofeira da localidade. Dezenas de barracas rar na Vila. Aqui a convivência é boa, escom os mais diversos produtos, como tamos próximos ao Centro, à UPA [Unifrutas, verduras, legumes, roupas, entre dade de Pronto de Atendimento] e temos outros tomam o entorno da praça Expe- boas escolas e até mesmo uma faculdadicionário Tenente José Barros, onde fica de”, argumenta o presidente da Associauma quadra de esportes coberta, utilizada ção de Moradores da Jaqueira, referindopela comunidade. Paulo Alexandro Sou- -se a uma instituição de ensino superior za de Oliveira, 30, é feirante há 17 anos. que funciona nas dependências de uma Aos 7 anos de idade já acompanhava o pai escola municipal inaugurada em dezemnos negócios. Ele comercializa comidas e bro de 2009. “Como em qualquer lugar, bebidas e disse que a feira não atrai ape- o bairro ainda precisa de melhorias, mas nas a população trirriense, mas pessoas de tem tudo para crescer e virar uma expanoutras cidades. “Tenho clientes do Rio, são do Centro”, conclui. de Petrópolis, e de Juiz de Fora”, afirma. Para ele, a Vila oferece toda a estrutura de que necessita. “Praticamente não preciso ir ao Centro. Aqui tem de tudo, só falta um cinema”, conta. Apesar de ser considerado um bairro tranquilo, a ausência de um grupamento policial é uma das reivindicações de quem vive ali. Segundo o poder público, está sendo negociada com a Polícia Militar a implantação de um destacamento, que irá atuar junto ao sistema de mo- Quadra de esportes coberta é utilizada pela comunidade
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co e nutricional. O projeto já está em andamento. “Acredito que o futuro de Três Rios esteja aqui. Hoje, a Vila tem o maior colégio eleitoral da cidade e muitos trabalhadores de fora e universitários estão vindo morar aqui”, conta ele que acredita ter havido um fortalecimento do comércio e dos serviços locais como um todo. Entretenimento e diversão também não faltam. Bares e festas promovidas na quadra da escola de samba Mocidade Independente de Vila Isabel movimentam a vida noturna. Dono de um dos bares mais populares do bairro, José Ricardo Bernardo da Silva, de 45 anos, há 27 toca o estabelecimento, que começou com o pai. Famílias, jovens e adultos são frequentadores do lugar, aberto há 53 anos. “O desenvolvimento de Três Rios aqueceu o comércio de um modo geral e os negócios aqui na Vila também melhoraram”, comentou. Ponto de encontro dos moradores, a praça Arsonval Macedo é o referencial do bairro. Aos fins de semana, crianças e jovens vão até lá para brincar, bater papo e ter momentos de lazer. No segundo semestre deste ano, a prefeitura pretende iniciar a revitalização do espaço. “Essa praça é coração da Vila e merece uma atenção das autoridades. Acredito que aqui seja um dos melhores lugares da cidade para se viver. Não tenho planos de me mudar”, declarou a dona de casa Ma-
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No caminho do
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desenvolvimento
Muito tem se falado sobre o momento de aceleração econômica e progresso vivido em Três Rios. Além de novas empresas, universidades e do desenvolvimento do comércio e do setor de serviços, outra expansão se inicia na cidade: a do Shopping Américo Silva.
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CAPA NEGÓCIOS
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naugurado em dezembro de 2009, o Shopping Américo Silva, em Três Rios, tem buscado acompanhar o crescimento do município com opções que propiciem ao consumidor encontrar aquilo que procura na própria cidade, contribuindo para a circulação de capital e geração de emprego. Em maio deste ano, o shopping iniciou sua expansão com as obras do segundo pavimento. Serão 25 novas lojas divididas em setores como vestuário, acessórios e alimentação, além de mall com ar condicionado. Os estabelecimentos serão ancorados pela loja de departamentos Leader e pela rede cinemas Cine Show. Com 6.000 m², o novo piso terá um mix de atividade profissional e balanceada, abrindo espaço para operações franqueadas. A estimativa é de que 250 postos de trabalho sejam formados. “A cidade está crescendo muito e o shopping já faz parte da vida das pessoas. Nossa ideia é agregar mais elementos que possam ser usufruídos pelos clientes e fazer com que estes não precisem sair daqui para fazer suas compras”, afirmou o empreendedor do shopping, Américo Silva Neto. Atualmente, Três Rios abrange um público consumidor de cerca de 300 mil pessoas, considerando os municípios vizinhos de Comendador Levy Gasparian, Areal, Sapucaia, Paraíba do Sul, Chiador, Santana do Deserto, Mar de Espanha, en76
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“Nossa ideia é agregar mais elementos que possam ser usufruídos pelos clientes” Américo Silva Neto, empreendedor do shopping
tre outros. Como a cidade tornou-se polo em termos de consumo, Américo viu a necessidade de expandir seu negócio. “Em parceria com o Shopping Olga Sola, serão 140 lojas em operação, tanto na área externa dos dois empreendimentos como no interior deles, mas é preciso oferecer condições de conforto, mais opções de compras e serviços. Por isso, estamos desbravando esse mercado”, explicou. Para atender às expectativas, a expansão promete apresentar um conceito inovador, a começar pela sua estrutura. Toda a nova área será construída com base no sistema steel frame e dry wall, utilizado em hotéis, cinemas, arenas, fábricas, escolas e clínicas, por exemplo. São procedimentos de edificação a seco, mais modernos, rápidos, leves, resistentes e que causam menos impacto. “A forma de construir está mudando e, hoje, o tempo rege os investimentos. Com isso, estaremos participando desse processo de inovação, que se transformará em bene-
fício direto para a população”, comentou Fabiana Bessa, diretora da Jasserand, uma das empresas responsáveis pelos trabalhos. Para Giovani Becker Weber, do departamento técnico comercial da Artcons, outra organização envolvida, o serviço em Três Rios traz boas perspectivas. “Sabemos que a cidade está crescendo muito. Inclusive, temos planos para montar uma fábrica na região”, comentou. Vale ressaltar a participação de Lívia Mello de Almeida como uma das integrantes da equipe de planejamento e decoração. A jovem trirriense foi vencedora da categoria feminina do Prêmio Rio Sul, no ano passado, que contou com mais de 120 inscritos e é considerada uma das promessas da moda brasileira. Um espaço de 1.912 m² e uma estimativa de 60 contratações. Esse é o panorama que será oferecido pela Leader na expansão do Américo Silva. A rede chega à cidade após a instalação de unidades em Teresópolis, Nova Friburgo, Resende e Volta Redonda. O presidente da Leader, Robson Gouvêa, está confiante no potencial trirriense e disse que a loja consolida sua presença em locais cuja economia se desenvolve de maneira consciente. “Entendemos que o município inicia um processo de ampliação econômica acelerada e se situa em um eixo logístico importante, entre as rodovias RJ-393 e BR-040. Esse crescimento refletirá nas cidades de seu entorno, desde Areal até Levy Gaspa-
1º piso Planta ilustra parceria Américo Silva e Olga Sola
Depois de quatro salas de cinema em Volta Redonda, duas em Barra Mansa e três em Resende, Nova Friburgo e em Teresópolis, o Cine Show desembarca em Três Rios com mais duas salas, sendo uma delas com projetores 3D. A segunda sala possui sistema de projeção 2D, garantindo a exibição de filmes de forma simultânea com as capitais do país. A novidade agradou os amantes da sétima arte.
“A cidade estava precisando de um cinema de qualidade. Agora, não precisamos mais esperar muito para ver as estreias e nem sair daqui para assistir aos filmes que queremos”, disse o estudante Caio Vieira, 18. O diretor do grupo, Ricardo Monnerat Celles, aposta na inauguração, tanto que há um espaço para uma terceira sala, tão logo a demanda exija. “O município está DIVULGAÇÃO
rian”, argumentou. Gouvêa especula que dentro de três ou quatro anos o estabelecimento deverá ter seu retorno completo. O secretário de Indústria e Comércio de Três Rios, Julio Cezar Rezende de Freitas, ressaltou que o presidente da loja de departamentos sempre solicitou informações sobre os acontecimentos da cidade. “Agora chegou a hora de abrir mais uma unidade do grupo”, afirmou Freitas.
“Entendemos que o município inicia um processo de ampliação econômica acelerada e se situa em um eixo logístico importante” Robson Gouvêa, Presidente da Leader
Empreendimento será o primeiro em Três Rios a ter escada rolante revistaon.com.br
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DIVULGAÇÃO
CAPA NEGÓCIOS
Novo piso tem como foco a abertura de franquias
em uma área de grande interesse do Cine Show e vem apresentando perspectivas de crescimento. Além disso, o Shopping Américo Silva está bem localizado e tem boas opções de compra”, declarou. Ainda segundo Celles, serão criados dez empregos na parte operacional do cinema e mais um na administração. As salas, de 190 lugares cada, devem entrar em funcionamento em março de 2012. Para orientar os interessados em locar espaços para lojas ou obter uma franquia na nova área, durante todo o mês de julho, a Multi Mall estará prestando serviços de assessoria no Américo Silva. A equipe oferecerá aos candidatos orienta-
ções quanto aos fundamentos de gestão do ramo escolhido, à instalação de redes de lojas que já operam no mercado, bem como informações operacionais, comerciais e locatícias, tendo como base o mix desenvolvido para complementar e fortalecer as atividades do shopping. Segundo a Multi Mall, o sucesso de uma franquia depende de dois fatores: acerto na escolha do negócio e postura de quem vai administrá-lo. De acordo com um dos sócios-diretores da empresa Antônio Cândido Lamosa, além do capital necessário para investir no negócio, é preciso que o futuro franqueado tenha, no mínimo, afinidade com o setor de atua-
ção e espírito de trabalho em equipe, uma vez que o empreendimento faz parte de um conjunto de unidades que atuam em função de uma mesma marca e imagem. “É preciso estar preparado financeira e mentalmente para suportar o tempo natural de maturação inerente a qualquer negócio”, aconselha Lamosa. Ele completa: “O franqueado deve estar consciente dos riscos e precisa saber que o franqueador é um grande parceiro, e não um incondicional protetor”. O acesso à nova área também é uma das novidades. Pela primeira vez, Três Rios terá um empreendimento com escada
2º piso Planta ilustra a expansão do shopping
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DIVULGAÇÃO
Nova área é construída com sistemas steel frame e dry wall
rolante. A conceituada Atlas Schindler foi a empresa escolhida para instalar o equipamento, que incorpora o último conceito em tecnologia e as principais características exigidas pelo mercado, aliando versatilidade e design. Para dar mais conforto e acessibilidade, o espaço contará também com elevador da ThyssenKrupp, empresa com sede na Alemanha e uma das líderes mundiais no segmento. A expansão pode ser entendida como reflexo da atual estrutura oferecida pelo shopping e de suas lojas. Exemplo disso é a franquia da Arezzo Três Rios. Com apenas sete meses de sua inauguração, conquistou o terceiro lugar no Estado em
uma campanha motivacional de inverno, realizada em toda a rede, em percentual de bolsas vendidas sobre sapatos e na porcentagem de superação das metas de vendas. O segundo lugar ficou com o Grande Rio e o primeiro, com Macaé. “Considerando as cidades com porte e população maiores que a nossa, ficar em terceiro lugar nessa campanha é um honra que nos motiva ainda mais a continuar fazendo o melhor trabalho. Acreditamos no potencial do shopping e temos certeza de que a expansão com novas lojas aumentará o movimento e poderemos conquistar melhores posições”, afirma a gerente Ana Cláudia Guimarães Ribeiro.
O Shopping Américo Silva estará presente na feira Centro Sul Negócios, promovida entre os dias 13 e 16 de julho, no Estádio do Entrerriense Futebol Clube, em Três Rios. Além de conferir todas as inovações, os visitantes poderão tirar dúvidas e ter assessoria para abertura de franquias e lojas no novo pavimento. “Esse investimento está acontecendo na hora certa. A cidade vem passando por um momento de forte crescimento econômico, com investimentos privados, novas indústrias, novas lojas e o aumento do número de empresas prestadoras de serviços. O comércio e a população só têm a ganhar”, encerra Julio Freitas.
Algumas marcas já presentes no 1º piso
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SAÚDE
Por trás do HIV POR RAFAEL MOROAES
Foram as lágrimas da mulher de 49 anos, portadora do vírus da Aids, que deram sentido a esta matéria. A história dela se confunde com as de mais de 5.000 pessoas do sexo feminino infectadas em 2010. Os dados foram fornecidos pelo programa DST/Aids, do governo federal. Classe social, opção sexual, nível de escolaridade e profissão não determinam quem são ou vão ser portadores do HIV. Ele não escolhe as vítimas, mas elas o escolhem, quando estão circulando e se servindo como lar para este hospedeiro implacável.
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s primeiros casos foram registrados nos Estados Unidos, no Haiti e na África Central entre 1977 e 1978. A nova síndrome foi descoberta e definida como Aids em 1982. Dois anos antes, o primeiro caso brasileiro foi identificado em São Paulo e também classificado no segundo ano da década de 1980. A partir daí, iniciou-se o processo de disseminação da doença que vitima milhões de pessoas mundo afora. O Brasil, de acordo com o Boletim Epidemiológico - Aids e DST de 2010, possui 592.914 casos identificados no período de 1980 até junho de 2010. Ainda de acordo com o documento, o número de óbitos de jovens entre 1998 e 2009 chegou a 7.443, dos quais 58% eram do sexo masculino e 42% do sexo feminino. Nos últimos dez anos, o país tem registrado uma média de 589 mortes anuais entre os jovens. De acordo com a coordenadoria do programa DST/Aids de Paraíba do Sul, a cidade tem 101 pessoas infectadas. Destas, 41 são mulheres e 60 são homens. A faixa etária em que foram registrados os maiores números de portadores do vírus foi entre 32 e 42 anos. O coordenador do programa sulparaibano, Pedro Schmitz, conta que o tratamento oferecido no município tem acompanhamento médico, psicológico, realização de exames, distribuição de medicamentos, além de
fornecer leite em pó (para crianças filhas de mães soropositivas), cestas básicas e preservativos. A auxiliar de enfermagem SASV*, 49, já era mãe quando conheceu o homem com quem manteve um relacionamento, em 2007. Com o fim do caso e a morte do rapaz em janeiro de 2011, o diagnóstico positivo foi recebido como uma punhalada pelas costas. Alguns meses antes, a mulher branca, de estatura mediana e cabelos loiros e curtos procurou um médico para tratar um problema de saúde. De acordo com ela, os exames não batiam com os diagnósticos. Foi nessa ocasião que a suspeita de câncer a levou ao Rio de Janeiro para um novo exame. Antes mesmo do resultado, uma febre e a queda da imunidade culminou na confirmação. SASV era portadora do vírus. “Eu morei com ele somente um ano. Depois que nos separamos não tive mais nenhum homem”, justifica. Indagada sobre uma possível vingança, as lágrimas reforçaram o gesto positivo com a cabeça. “Já pedi até a Deus para perdoá-lo. É muito difícil para mim, pois amo meu trabalho. Estou de licença. Entrei de atestado no dia 13 de janeiro deste ano e vou fazer perícia no dia 16 de junho”, lamenta ela no dia em que foi entrevistada. A dona de casa MA*, 45, também adquiriu o vírus do companheiro, mas a revistaon.com.br
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dobraram entre 1997 e 2007. Esses dados foram reafirmados no Boletim Epidemiológico de 2009, quando foi registrado um aumento de 497 para 1.263 novos casos. Dos 13.655 notificados em pessoas acima dos 60 anos desde o início da epidemia, em 1980, 8.959 (65%) são em homens e 4.696 (35%), em mulheres. Pessoas diferentes, com ambições diferentes e uma doença em comum. Não é possível traçar um perfil dos portadores. É o que explica Pedro Schmitz, que é psicólogo e também trabalha na coordenadoria do programa DST/Aids de Três Rios. Para ele, é o comportamento que aponta os possíveis portadores. “O perfil são as pessoas que fazem sexo desprotegidas. Então, qualquer um que não usa camisinha está correndo risco de pegar o HIV e doenças sexualmente transmissíveis. Uma característica baseada em classe social, nível
O tratamento
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diferença é que ele não sabia. Ela descobriu que era soropositiva há dez anos. O choque foi grande. A notícia da doença se deu junto com uma tuberculose. O fato de ter passado o vírus para a filha de 15 anos durante a gravidez, abusou da força de vontade dela, que chegou a pesar 32 kg. “Na época, não pediam o exame de HIV para grávidas e, infelizmente, eu acabei passando o vírus para ela. Quando descobri, tive que ser internada às pressas em Juiz de Fora”, relata. O dermatologista Arquimedes Tavares cuida dos portadores do vírus em Três Rios há dez anos. Ele afirma que alguns sintomas devem ser levados em consideração. Dentre eles estão: emagrecimento, feridas no corpo, diarreia, entre outros. MA ainda vive com o marido, que não aceita a realidade, não faz o tratamento e não toma remédio. Provavelmente ele é um soropositivo, fase em que o vírus está no organismo, mas não se manifesta. Ela contou que o parceiro chegou a fazer o teste pelo SUS (Sistema Único de Saúde). O resultado foi positivo, mas ao não aceitar o diagnóstico, procurou uma clínica particular, que reforçou a suspeita. “Ele nunca fez exame de carga viral, não aceita a doença de maneira nenhuma. Lá em casa, somos eu, ela [a filha soropositiva] e o pai. Tenho uma filha de 17 anos que não é filha dele e não tem nada”, explica a dona de casa. A filha infectada no parto faz tratamento em Petrópolis, polo preparado para atender a jovens portadores do HIV. A menina, além das fases de adolescente, vai ter uma responsabilidade a mais, apesar de a mãe contribuir com seus conselhos. “Agora, entrando na adolescência, vai começar a namorar. Com ela vai reagir? Vai ter que falar. Eu já disse a ela que é importante ser franca e sincera, que, se a pessoa gostar realmente, vai aceitá-la do jeito que é”, defende MA, cuja mãe também é portadora. “Depois de certa idade, ela teve um caso com um rapaz 26 anos mais novo e ele morreu por causa da doença, foi quando ela descobriu. Aos 72 anos ela faz o tratamento.” De acordo com o site www.aids.gov.br, apesar de a faixa entre 25 e 49 anos constituir o grupo mais atingido pela síndrome, os casos entre pessoas acima dos 60 anos
Pedro Schmitz é coordenador do programa DST-Aids em Paraíba do Sul e psicólogo em Três Rios
de escolaridade, gênero, cor? Nada disso. Tudo já foi deixado para trás. Comportamento e conduta sexual? Não tem a ver”, revela ele ao abordar os tipos de pessoas atendidas. “Atendemos a rico, a pobre, a branco, a negro, a homossexual, a profissional do sexo, a casais homo e heterossexuais. Temos mulheres que tiveram um único parceiro na vida e que também tiveram HIV. O grupo é bem heterogêneo”, explica. Contudo, Shmitz elucida um perfil de comportamento psicológico, geralmente identificado por uma baixa estima. “A pessoa que não se gosta, não se valoriza, vai querer usar camisinha para quê? O que ela vai perder se adquirir um HIV ou uma sífilis. Às vezes, a vida dela está tão ruim que o HIV não significa nada. Então, com esse perfil depressivo, essas pessoas não se preocupam em se cuidar”, conclui.
Ainda não há cura para a Aids, mas o tratamento está avançado e oferece aos portadores assíduos em consultas e exames qualidade de vida, tornando-os indistinguíveis às demais pessoas. Depois do choque do diagnóstico, o uso do coquetel ameniza e reanima os pacientes. SASV começou o tratamento há quatro meses e, apesar de um problema estomacal causado pela medicação e findada as lágrimas do início da entrevista, ela demonstra ânimo renovado. “Depois que eu descobri, foi bom para mim. Melhorei bastante, pois tinha emagrecido muito e agora estou melhor. Mas a gente fica diferente. Vivo somente com o meu filho e ele me dá forças. Outro dia, ele me disse assim: ‘Mãe, tenha força, coragem. Seria pior se fosse um câncer’. Já fiz até carteirinha para entrar pela porta da frente no ônibus”, testemunha. “Passei a dar mais valor à vida, passei a pensar mais em mim. Antes eu valorizava mais os outros”, acredita MA. Depois de mais de uma década com o vírus, uma dificuldade familiar a afastou do tratamento, reiniciado há quase três meses. “Tive uma baixa estima e cheguei a parar de tomar o remédio por mais de um mês. Nunca tinha feito isso. E olha que eu sempre fui uma paciente exemplar [risos]”, conta ela ao agregar o crescimento da filha como uma das causas dessa desistência. “Ela está crescendo também. Tudo foi afetando minha cabeça, mas eu já me acostumei, já tenho o vírus mesmo. Um dia vai chegar a minha hora, só não é agora, mas vai chegar. Estou voltando ao normal, estou melhorando”, diz com um leve sorriso. O psicológico influencia muito no tratamento, assim como no diagnóstico. O fato de se descobrir com um vírus sem cura abala a vida e muda a rotina dos pacientes. “Eu já tratei de uma pessoa que estava em quadro muito depressivo e, quando recebeu o diagnóstico, parece que deu uma ‘sacudida’ nela e a fez tomar o movimento oposto. Depois de alguns meses, quando já estava resgatando sua saúde, esteve comigo e disse: ‘O HIV mudou a minha vida para melhor’”, conta Shmitz, dentre outros casos. Apesar disso,
ele afirma que, na maioria das situações, é mais fácil sucumbir diante da síndrome do que superar como MA e SASV. Para combater o HIV é necessário utilizar pelo menos três antirretrovirais combinados. O tratamento é complexo, necessita de acompanhamento médico para avaliar as adaptações do organismo, seus efeitos colaterais e as possíveis dificuldades em seguir corretamente as recomendações dos especialistas.
O teste de Aids Saber do contágio pelo HIV precocemente aumenta a expectativa de vida do soropositivo. Quem busca tratamento especializado no tempo certo e segue as recomendações dos profissionais da saúde, ganha em qualidade de vida. Além disso, as mães soropositivas têm 99% de chance de ter filhos sem o vírus quando seguem o tratamento recomendado durante o pré-natal, parto e pós-parto. Por isso, a pessoa que passar por uma situação de risco - ter feito sexo desprotegido ou compartilhado seringas - deve fazer o exame! O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito a partir da coleta de sangue. No Brasil, como consta no site aids.gov.br, existem os exames laboratoriais e os testes rápidos, que detectam os anticorpos contra o vírus em até 30 minutos. Para isso, basta colher uma gota de sangue da ponta do dedo. Esses testes são realizados pelo SUS gratuitamente, nas unidades da rede pública e nos CTA (Centros de Testagem e Aconselhamento). Os exames podem ser feitos de forma anônima. Nesses centros, além da coleta e execução, há um processo de aconselhamento antes e depois do teste, para facilitar a correta interpretação do resultado pelo paciente.
Prevenção Apesar de ser um axioma, as consequências demonstradas em campanhas para prevenção da Aids parecem não surtir tanto efeito. Ainda que a camisinha seja vista como o método mais eficaz no combate à síndrome, além de alguns tipos de hepatites e a sífilis, por
exemplo, só em 2010, 13.520 pessoas se infectaram. Os poderes públicos federal, estadual e municipal trabalham em conjunto para instruir e minimizar esse quadro. A coordenadora do programa DST/Aids de Três Rios, Danielle Nazário, explica a ação empenhada na cidade como forma de reduzir esses números. “Trabalhamos com a prevenção primária ao realizar palestras para conscientização da população em escolas municipais, escolas técnicas e empresas”, afirma. Em Paraíba do Sul, o secretário de Saúde, Emilson Geral de Oliveira, assegurou que a prefeitura mantém o NASF (Núcleo de Apoio à Saúde da Família), promovendo palestras em instituições de ensino e visando conscientizar a população. Quem convive com o intruso depõe a favor do preservativo. “Acho que muitas pessoas não acreditam ou não querem acreditar. Falam: ‘Ah! Comigo não vai acontecer’, mas acontece, porque eu era uma pessoa muito ‘doida’, vivia no Rio, nas baladas, nos morros, nas favelas. Lá eu cheirei, fumei e não tinha nada. Cheguei a fazer prostituição e não peguei o HIV, vim adquirir aqui em Três Rios, uma cidade pacata e com um homem tranquilo, quietinho”, testemunha MA que, hoje, tem um papel fundamental na orientação das filhas. “Tenho orientado bastante a minha outra filha [que não é portadora do vírus] também. Ela está com 17 anos. Sempre digo: ‘Você pensa que é fácil carregar um vírus no corpo, uma doença para o resto da vida, que você não sabe se vai ter cura? Ter que levantar todo dia de manhã e tomar o mesmo medicamento como se fosse uma comida? Todo dia a mesma rotina: de manhã tomar remédio, à noite tomar remédio’”, desabafa. Mesmo com toda evolução no tratamento, é, sem dúvida, melhor prevenir do que, nesse caso, remediar pelo resto da vida e se tornar mais um paciente homem, mulher, idoso, adolescente, preto, branco, rico, pobre, transexual, travesti, homossexual, heterossexual ou bissexual por trás do HIV. *Os nomes foram abreviados para preservar a identidade dos personagens
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Da esq. para dir. Dr. João Fidélis, Dr. Manoel Vasconcellos e Dr. Altino Moreira
Uma história de dedicação à saúde POR PAULA ARAÚJO
Quem poderia imaginar que três médicos transformariam uma casa antiga em uma das instituições de saúde mais conceituadas de Três Rios? Pois foi a junção do espírito de dedicação e a vocação em cuidar de vidas que fez com que Manoel Vasconcellos, João Fidélis e Altino Moreira montassem a Casa de Saúde Santa Isabel, na década de 1960. Desde então, a clínica vem escrevendo a trajetória da medicina na região, especialmente no que diz respeito aos serviços de imagem. 84
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SAÚDE
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ascido em 26 de abril de mais ativo e assumiu a direção da casa. 1931, Manoel Antônio VasPouco tempo depois, por volta de concellos é o primeiro mé1966/1967, toda a região foi atraída para dico por formação nato em a clínica com a aquisição do segundo e solo trirriense. A família, formada por comais completo equipamento para a realimerciantes, mantinha açougues e fazenzação de exames de raios-x. “Médicos de das nas redondezas. “Ele foi o filho que outras cidades indicavam a Santa Isabel saiu para estudar”, conta o primogênito aos seus pacientes”, revelou Retto, que e também médico, Manoel Antônio Vasacredita ter sido o cunhado o responsáconcellos Filho. Os então denominados vel pela revolução da radiologia em Três primário e ginásio foram cursados no exRios. “Foi ele quem deu o ponto de partinto Colégio Entre-Rios; já o científico, tida”, completou. O aparelho em questão na Academia, na cidade mineira de Juiz está em funcionamento até hoje. de Fora. Os passos seguidos por Manoel Para a ex-funcionária da Casa de SaúFilho foram os mesmos do patriarca. A de e atual proprietária do laboratório formação superior do pai veio da UniverSanta Isabel, Maria Inês Rocha Costa, a sidade Federal Fluminense, em Niterói; maior dificuldade foi manter o padrão de a do filho, da Faculdade de Medicina de qualidade do atendimento e dos serviços Teresópolis. prestados. “Muitos médicos renomados Ainda estudante, Vasconcellos vinha passaram por aqui. É uma satisfação muiManoel Antônio Vasconcellos formando em medicina para a cidade natal aos fins de semana e to grande ter convivido com essas pessoas participava da entrega das carnes comer- Manoel pai assistia a um curso de espe- importantes, que deram a vida pela cidacializadas pela família. A conciliação en- cialização em radiologia, ministrado por de”, manifestou a bioquímica, que trabatre a universidade e a labuta era sustenta- Emílio Amorim, na rua Senador Dantas. lha na unidade desde 1975. da pelos três irmãos mais velhos, que já Foi aí que Cláudio Antônio tomou inteNo final de 1970, a casa havia se amresse pela área e se tornou, como era cha- pliado e contava com três andares. Mestrabalhavam. Depois de trabalhar com João Fidélis mado na época, operador de raios-x. mo com a visibilidade que conquistaram, e Altino Moreira no Hosos fundadores perceberam pital de Clínicas Nossa que não era mais viável Senhora da Conceição, os financeiramente manter o três se empenharam para “Sem dúvida, meu pai foi meu grande incentivador” negócio, uma vez que os abrir aquela que viria a se Manoel Vasconcellos Filho pagamentos pelo antigo tornar referência em cuidaINPS (atual Sistema Único dos médicos na região: a Casa de Saúde de Saúde) eram constantemente atrasados Em seguida, ainda nos anos 1960, a en- e os atendimentos particulares eram baiSanta Isabel. tidade comprou seu primeiro aparelho de xos. Aos poucos, a sociedade foi se disO local escolhido para a abertura da raios-x, um equipamento portátil, trazido solvendo e Manoel Vasconcellos assumiu unidade foi um imóvel de aspecto antigo, da capital do Estado por Jorge Vascon- o setor de imagem. Surgiu então Santa com uma varanda extensa, localizado na rua Oswaldo Cruz, no Centro da Isabel Serviços de Radiologia, em cidade. No primeiro andar, foram abril de 1982. Nessa época, Manoel improvisadas algumas salas e os Filho concluiu a faculdade e passou atendimentos se iniciaram. “Eles a administrar quase que totalmenfaziam de tudo, até cirurgia. Virate a instituição. “Sem dúvida, meu vam noites trabalhando”, relata o pai foi meu grande incentivador. cunhado de Vasconcellos e técnico Sua conduta influenciou, inclusive, em radiologia aposentado Cláudio cinco dos sete netos, que também Antônio Retto. seguem a carreira”, afirmou. Aos poucos, os negócios foAmigo da família, um dos priram tomando proporção e a Casa meiros contatos do presidente da de Saúde adquiriu a primeira amUnimed Três Rios, Fábio Nasser Manoel Filho dá continuidade aos serviços de imagem da Santa Isabel bulância particular do município, Monnerat, com Manoel Vasconuma Kombi 1962, adaptada. Retto cellos foi quando por volta dos 6 era quem dirigia o veículo, inclusive aos cellos, irmão do Dr. Manoel. Apesar de anos de idade precisou passar uma interfinais de semana, quando conduzia o ma- o aparelho realizar exames mais básicos, venção cirúrgica, cuja anestesia foi aplirido da irmã até o Rio de Janeiro, onde a novidade fez com a clínica desse uma cada pelo médico. Os laços se apertaram guinada. Nessa época, João Fidélis era o revistaon.com.br
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ainda mais depois de 1981, quando Monas animadas viagens de carnaval em famínerat retornou à cidade, já graduado em lia, as histórias sobre pescaria e o abraço medicina. Os dois trabalharam juntos e bem apertado que confirmava o carinho Fábio tinha uma clínica no prédio onde imenso.” funciona a Santa Isabel. “Nossa interaOutro neto que segue os passos é Rafação era muito grande. Ele era uma pessoa el Vasconcellos, estudante da Faculdade ímpar, um ícone da área em Três Rios”, de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz disse. de Fora. Com graduação prevista para A clínica de Fábio, voltada para o setor 2016, ele pensa em se especializar em Claudio Retto, cunhado de Manoel Vasconcellos de traumato-ortopedia, possibilitava uma cardiologia e revela à Revista On a lição parceria com a Santa Isabel. Em 1995, ele, que continua trabalhando na clínica e mais preciosa deixada pelo avô. “Ele me quando a Unimed credenciou os exames afirma que o padrão de qualidade “está no ensinou que um médico deve ter um amde radiologia e, posteriormente outras DNA Vasconcellos”. plo conhecimento da profissão, atender avaliações, a cumplicidade e o compaUma das netas do patriarca, a cardio- aos pacientes da forma mais humana posnheirismo permaneceram. “A relação logista Roberta Vasconcellos Ribeiro, sível e ter orgulho do que faz.” entre as unidades são muito boas. Temos graduada em 2010 pela Escola de MediciJá Edu Vasconcelos pretende dar conperspectivas de ganho tinuidade à radiologia, e confiança pelo grau tradição da família, de profissionalismo da considerada a maior Santa Isabel, tanto que de Três Rios. Ele, que tendemos a estreitar “Temos perspectivas de ganho e confiança pelo grau de também estuda em Juiz essa parceria com no- profissionalismo da Santa Isabel, tanto que tendemos a de Fora, na Unipac, e, vos serviços”, asseguassim como o primo estreitar essa parceria com novos serviços” rou Monnerat. Rafael irá se formar Aos 13 anos de ida- Fábio Monnerat, presidente da Unimed Três Rios em 2016, falou do bom de, o cardiologista Johumor do Dr. Manoel. nes Cezar Guimarães “Era um exemplo de conheceu Manoel Vasconcellos, quando na da Fundação Souza Marques, no Rio, como aproveitar a vida”, afirmou. fez uma consulta com ele. As famílias conta que o interesse pela profissão veio já eram amigas e, partir daí, surgiu uma ainda criança. “Desde pequena entendi a A Santa Isabel hoje relação que duraria por longos anos. Depois de formado, o Foram os novos ares traziprimeiro consultório de Jones dos pelo primogênito que manfoi na Santa Isabel, em 1970. tiveram o ritmo da clínica. Ma“Passamos a ter uma convinoel Filho é responsável pela vência diária e amistosa. Tanto implantação dos exames de que o Manoel batizou uma das ultrassonagrafia e mamografia. minhas filhas”, conta. Depois Hoje, além desses dois serviços de atuarem juntos profissioe da radiologia geral, a clínica nalmente, da posição de paoferece ecocardiografia, deciente, Jones assumiu o papel sintometria óssea e, em julho, de médico de Vasconcellos. O cardiologista lamenta não ter Dra. Tatiana, Edu, Dra. Renata, Rafael e Dra. Roberta, netos de Manoel Vasconcellos contará com tomografia computadorizada. O novo aparelho, estado perto quando o amigo do tipo multi-slice, utiliza alta faleceu. “É até irônico, pois o via diaria- magia que envolve curar e dar qualidade mente e ele morreu longe de mim.”. Na de vida às pessoas”, disse. Do avô, ela tecnologia e é considerado o mais recente missa de sétimo dia de Manoel, Jones foi guarda os papos e os momentos marcan- avanço no segmento. “Ao longo dos anos, convidado pela família a discursar sobre tes. “As lembranças são muitas, mas entre procuramos acompanhar o crescimento de o companheiro. “Foi emocionante. Fiquei as mais especiais estão as dos fins de tar- Três Rios e, dessa vez, não foi diferente”, muito honrado com o convite”, lembra de com horas de conversa sobre anatomia, explica Filho, que durante seis anos diri-
“Essa união só acrescenta no nosso profissional. Criamos um elo de cumplicidade e amizade” Dra. Renata Vasconcellos, sobre sua atuação ao lado do pai e da irmã 86
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giu o hospital da Polícia Militar do Rio de de doenças que não poderiam ser detec- dores, discutindo casos, sempre alegre”, Janeiro, em Niterói, um dos períodos mais tadas por procedimentos tradicionais será revelou. Companheiro de trabalho, o gilongos à frente da entidade. facilitado. O sistema vai assegurar, ainda, necologista e ultrassonografista Geraldo Atualmente, são realizados de três a os dados dos pacientes e permitir o acesso Mautoni também recorda a personalida4.000 atendimentos mensais na unidade, a exames anteriores por meio do armaze- de do falecido médico. “Era uma pessoa que emprega 35 funcionários e 11 médi- namento eletrônico. Na opinião do radio- alto-astral, muito brincalhona e, acima de cos. “Temos orgulho em ver a clínica vi- logista Rodrigo Pedro Emrich, colabora- tudo, muito profissional.” sando ao desenvolvimento, isso faz com dor da unidade hospitalar sulparaibana, a Há um ano na instituição, o radiologisque o funcionário fique mais ta Leandro Lemos não convimotivado”, disse Marco Monveu com Manoel pai, mas ounerat, um dos administradores viu sobre seu pioneirismo. “O da Santa Isabel. Manter esse pafilho e as netas têm conseguido drão é o maior desafio encarado manter o padrão e e os demais pelos profissionais na opinião profissionais também fazem de Juscelino Martins, também sua parte para dar seguimento administrador da clínica. “Não àquilo que Manoel Vasconse faz medicina sem tecnolocellos implantou”, conta ele. Já 1 2 gia”, disse. o geriatra e ultrassonagrafista Além da Santa Isabel SerHélcio Serpa de Figueiredo, as viços de Radiologia, em Três características pessoais de MaRios, o empreendimento connoel pai, como o bom humor ta com as filiais Santa Isabel/ e o otimismo, são refletidas Scam Diagnóstico por Imagem, no ambiente de trabalho. “Ele que terceiriza o atendimento passava para nós seus relatos na área para o HTO (Hospital de vida e era um exemplo de Estadual de Traumatologia e profissional. Muito dedicado”, 4 3 Ortopedia Dona Lindu), em Pacomenta. raíba do Sul; Santa Isabel Uro De acordo com o radiolo(que será inaugurada em breve, gista Hélio Bilheri, que em sob a supervisão de Ivson Risetembro completa 20 anos bas), Santa Isabel Tomografia na Santa Isabel, o Dr. Manoel (que tão logo também terá sua era “um figurão”. “Ele tinha inauguração); e a Santa Isabel um aperto de mão muito forParaíba do Sul. te, era um perigo [risos].” Ao Em um ano de atividade ser perguntado sobre sua re5 6 no HTO, a Santa Isabel/Scam, ação ao saber do falecimento em parceria com a Associação do patriarca dos Vasconcellos, Congregação de Santa Catarina Bilheri não conteve a emoção. (que administra o hospital), rea“Ele era único. Estava sempre lizou 15.858 exames de raios-x, preocupado com os pacientes 4.509 tomografias computadoe, mesmo sem atuar na área, rizadas, 4.069 ultrassonagraeu fazia questão de mostrar a fias, contribuiu com 2.336 ciele um caso interessante, pois 7 8 rurgias, 17.099 atendimentos de nunca perdeu a vibração pela ambulatório e 69.087 exames 1 Dr. Geraldo Mautoni 2 Dr. César Matos 3 Dr. Fábio Monnerat 4 Dr. Hélcio Serpa radiologia. É um vazio que ambulatoriais. Atualmente, en- 5 Dr. Jones Guimarães 6 Dr. Ivson Ribas 7 Dr. Leandro Lemos 8 Dr. Hélio Bilheri ninguém vai preencher”, discontra-se em fase de instalação correu. o PACS – Pictures Arquiving and Com- parceria entre ambos é muito benéfica. “A A linhagem de médicos radiologistas munication System (em português, Siste- clínica está crescendo, os serviços estão prossegue com Tatiana e Renata Vasconma de Comunicação e Arquivamento de evoluindo e a qualidade se mantém alta”, cellos, as filhas mais velhas de Manoel Imagens) -, que oferece ao paciente maior expressou. Filho. Juntos, os três formam uma verdaagilidade e segurança nos procedimentos Para um dos médicos da casa, o radio- deira equipe. “Essa união só acrescenta realizados, bem como acesso rápido e se- logista especializado em ultrassonagrafia no nosso profissional. Criamos um elo de guro com maiores recursos no tratamento César Macedo de Matos, o Dr. Manoel faz cumplicidade e amizade. Nos respeitamos de imagem digital. Assim, o diagnóstico muita falta. “Lembro-me dele nos corre- e aprendemos com a experiência de cada revistaon.com.br
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Artur Hummel, diretor executivo do HTO Dona Lindu, com seus colaboradores
Cecília Fiorese, Marco Aurelio, Dr. Antonino Neto, Sergio Marques, Daniele Duarte, Dr. Marcos Correia, Dr. Isnar Moreira de Castro, Artur Hummel e Dr. Manoel Vasconcellos Filho
Infelizmente, ele não pôde vivenciar ao meu lado nenhuma de minhas conquistas profissionais. Mas tenho certeza que em todos os momentos ele está presente, me iluminando”, conta.
Manoel é alguém que merece ser reverenciado, tem uma obra construída na cidade e que está se ampliando com a família”, manifestou. No ano em que completaria 80 anos de
Homenagem “Nenhuma palavra vai traduzir o que foi a minha história com o Manoel. Sinto um vazio enorme no meu coração”
Responsável pelo parto dos cinco filhos e de grande parte da geração de seu primogênito, o Dr. Manoel Vasconcellos recebeu, em 2009, uma homenagem do governo municipal com a inauguração de uma clínica que leva o seu nome. A unidade, que faz parte da saúde pública trirriense, é destinada ao atendimento de mulheres e crianças. Uma das pessoas que o médico ajudou a nascer foi o urologista Ivson Ribas de Oliveira, que, hoje, trabalha na clínica Santa Isabel. A situação era de risco e se deu em um quadro em que era preciso a realização de uma cesárea, mas, mesmo assim, Ivson nasceu de parto normal. “Se não fosse a habilidade, o conhecimento e a formação dele, talvez eu não estivesse aqui. O Dr.
Vera Vasconcellos, viúva do Dr. Manoel
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um. Meu pai é o nosso exemplo maior”, afirma Renata, formada em julho de 2009 pela Universidade Estácio de Sá. Tatiana completa: “A parceria familiar é incrível e dá super certo. Meu pai compartilha diariamente sua experiência com a gente e nós, por sermos de uma nova geração, chegamos com conhecimentos e ideias novas. Conseguimos ótimos resultados, somando sempre,” conta ela, que estudou na Unesa, no Rio, e concluiu o curso em 2008. O desejo pela medicina veio de berço. Ambas revelaram não ter sido pressionadas para seguir a carreira e disseram que, apesar de a família ter um negócio consolidado no ramo, a propensão para o segmento escolhido foi fundamental. “Meu avô dizia que antes de sermos médicos somos seres humanos. Não encontrei apenas uma área de interesse, mas minha vocação”, declarou Renata. Como mais velha, Tatiana carregou a responsabilidade de ser a primeira neta a se formar médica. “Meu avô sempre falava para mim: ‘Eu aposto em você’.
A família na inauguração do Centro Médico Dr. Manoel Vasconcellos 88
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vida, o filho fala sobre o legado deixado pelo pai, a amizade e os exemplos de atitudes. “Sinto-me orgulhoso. Meu pai me ensinou conceitos sólidos, como saber viver e a dar importância ao trabalho. Ele era parceiro de todos os momentos. Sinto falta dele no dia a dia, de sair para pescar, viajar, enfim, dos momentos de lazer”, desabafa Manoel Filho. Manoel Antônio Vasconcellos faleceu há quase cinco anos, vítima de infarto. Além do filho médico, ele era pai de Isabel, Márcia, Andréa e Marco, mas também deixou saudades na companheira que viveu ao seu lado durante 50 anos. “Nenhuma palavra vai traduzir o que foi a minha história com o Manoel. Sinto um vazio enorme no meu coração. Não há como preenchê-lo. Agradeço a Deus até hoje por ter me proporcionado aos anos que vivemos juntos”, finaliza a viúva Vera Vasconcellos.
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O bisturi do bem-estar Por Rafael Moraes
Imagine nascer com tudo em cima, sem nenhum defeito no corpo. Esse é o sonho de quase todas as mulheres brasileiras. Algumas acreditam no jargão feminista de que vale tudo para ter formas perfeitas. E por falar em valer, esse sonho, antes inalcançável, já não está tão distante do público feminino. Uma pesquisa do Datafolha encomendada pela SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica) revela números intrigantes até para os homens, antes preconceituosos com as intervenções cirúrgicas.
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urvas simétricas, bumbum durinho, seios fartos. Estes são os principais resultados dos procedimentos cirúrgicos mais buscados por elas. Depois de duas gestações, a técnica em enfermagem Vanessa Gatto, 30, recorreu à plástica. Em 2009, colocou silicone nos seios, sua primeira mudança. “Eu já havia amamentado por duas vezes e o resultado final não era nada satisfatório e me incomodava muito”, conta ela ao afirmar que a decisão foi tomada em conjunto com o guarda municipal Marcelo Martins Felício, seu marido, com quem mantém um relacionamento há seis anos. No início foi difícil aceitar, mas de acordo com Felício, o resultado foi aprovado. “Quando ela me falou da cirurgia eu disse: ‘Para quê? Não precisa! Você está inventando o que fazer’. Mas depois que ela fez eu tive que dar o braço a torcer, ficou lindo!”, confessa. A primeira operação que Vanessa fez é a mais procurada no Brasil. Em quatro anos, o número de cirurgias estéticas de mama (aumento e redução) ultrapassou o de lipoaspirações, diz a pesquisa Datafolha. Ao fazer parte dessa estatística,
Vanessa consegue relembrar a insatisfação anterior. Depois da segunda gravidez, ela revelou que os seios ficaram flácidos e diminuíram. “Para mim era o fim, eu era completamente complexada e isso estava interferindo na minha intimidade. Enfim, era um caos”, conta ela, que é rainha de bateria da escola de samba trirriense Bom das Bocas. De um total de 629 mil procedimentos de médio e grande portes feitos em 2008, 151 mil foram de mama e outros 91 mil de lipoaspiração. O estudo também mostrou que as cirurgias de aumento dos seios são 74% mais frequentes do que as de redução, 96 mil contra 55 mil. A estudante Isadora Campos reforça esses dados. Com 21 anos, passou por um procedimento cirúrgico em abril de 2010 ao colocar uma prótese de silicone nos seios, que, para ela, eram “um pouco desproporcionais”. “Não me sentia confortável com nada que vestia, sempre achava que faltava algo a mais [risos]”, revelou. Não dá para definir o perfil das pessoas que buscam a plástica para se sentir melhor. No entanto, a vaidade é o sinal apontado por essa parcela. Para o espe-
cialista e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Dr. Guilherme Padilha do Carmo, diversos fatores contribuíram para expansão do procedimento nos últimos anos no país. Dentre eles, a solução para problemas que antigamente eram irreparáveis, o refinamento das técnicas e consequentes resultados mais naturais, redução dos riscos, melhora do nível de informação sobre a especialidade e a grande divulgação na mídia.
Preço Querer todo mundo quer, mas, afinal, quanto custa uma cirurgia plástica? Vanessa Gatto aproveitou as facilidades e não parou na primeira. “A barriga não me incomodava, mas como meu trabalho junto ao carnaval exige que eu esteja sempre em forma, optei pela cirurgia. Meu médico até dizia que não era necessário, mas minha vaidade falou mais alto [risos]”, conta. A técnica em enfermagem disse que no lugar onde operou a plástica pode ser financiada em até 36 parcelas. Não há um preço fixo, visto a particularidade de cada cliente. Isadora não quis revelar o revistaon.com.br
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sempre obtive ótimas recomendações a seu respeito”, garante. Sobre o resultado: “Fiquei muito satisfeita”.
A plástica nos homens shutterstock
valor investido. Apesar de as pacientes não exporem o custo, Padilha aponta que em sua unidade a operação, em média, varia entre R$ 3.000 e R$ 7.000. Com a facilidade do financiamento, a demanda superou o esperado. “Esses fatores refletiram em nossa clínica. Foi um aumento de 100%. No Brasil, dados de nossa sociedade informam que esse aumento foi de 30% na procura pelo serviço”, completa o médico trirriense. Passada a desfiguração do bolso, as pacientes se queixaram das dores pós- operatórias, mas, segundo elas, nada que não dê para aguentar. Entre as duas cirurgias, Vanessa contou que a lipoaspiração foi um pouco incômoda, porém, suportável. Um pós-operatório mais cuidadoso, mais lento, incluindo drenagem linfática com profissional de fisioterapia para ajudar na dissolução dos edemas. Para Isadora, os cinco primeiros dias foram um pouco dolorosos, mas nada que não pudesse suportar, “até mesmo pelo fato de ser um corpo estranho e nosso organismo ter de se adaptar a ele, mas foi um pequeno esforço que valeu a pena”. Outro ponto abordado são os cuidados pré e pós a operação. Padilha enfatiza a necessidade de o paciente conhecer todas as etapas do tratamento para constituir um caminho de conforto e tranquilidade. “A principal dica é seguir as orientações de seu médico para um bom resultado. As medidas sugeridas pelo clínico podem prevenir possíveis complicações e propiciar um resultado mais satisfatório”, esclarece, afirmando que a colaboração plena do paciente ao seguir as orientações tem grande importância no resultado final. As pacientes deram a receita para vencer o medo diante das tragédias divulgadas pela mídia. “Os riscos existem em qualquer tipo de cirurgia. O bom é ter pensamento positivo e também é importante procurar um cirurgião apto para o procedimento, pesquisar sobre ele, perguntar a outras pessoas se gostaram do trabalho”, acredita Vanessa Gatto. Para Isadora, a segurança nunca deve ser negligenciada e o ideal é procurar bons profissionais. “No meu caso, me consultei com um cirurgião plástico da minha confiança, pois
Cresceu de 5% para 30% o número de homens que procura cirurgiões plásticos
O preconceito ainda é grande, mas o Datafolha desvelou a discriminação; cresce a procura do serviço por eles. A pesquisa tabulou os dados de forma a diferenciar a cirurgia estética, relacionada com a reestruturação ou moldagem do contorno corporal, para melhorar a aparência, e a reparadora, indicada para consertar anormalidades ocasionadas por doenças congênitas, trauma, queimaduras, infecção, tumores e outras doenças. Em busca de um corpo perfeito, 55 mil homens recorreram a cirurgiões plásticos, no entanto, foi a reparadora a de maior demanda, 71 mil pacientes. Apesar disso, o cirurgião Guilherme Padilha confirmou não ter crescido a procura do procedimento por pessoas do sexo masculino em seu consultório. Ele liga isso a prováveis heranças culturais ainda muito fortes na região. O especialista assegura que, nos últimos cinco anos, “cresceu de 5% para 30% o número de homens que procuram cirurgiões plásticos” e acredita que “o mundo competitivo exige do homem moderno mais cuidados com a saúde, com a aparência e com a autoestima, o que as operações têm ajudado nesses pontos”. Ao ver e garantir o bom resultado na esposa, Marcelo Felício garante que, se
fosse necessário, também faria plástica. “Só faria a cirurgia no caso de reparação de alguma anomalia. Do jeito que está não acho necessário”, finaliza.
O protocolo Para minimizar problemas em consultórios e maximizar o sucesso em procedimentos cirúrgicos, o CFM (Conselho Federal de Medicina), em Brasília, divulgou o Protocolo Informativo e Compartilhado em Cirurgia Plástica com o objetivo de contribuir para que a relação seja ainda mais transparente e segura tanto para os profissionais, quanto para os que buscam atendimento. Além de estabelecer critérios e exigências para a prática profissional, o Protocolo Informativo estabelece mecanismos capazes de desestimular aqueles que realizam procedimentos desse tipo sem condições éticas, técnicas e sanitárias. O documento divulgado pelo CFM é simples na sua forma, mas criterioso em sua extensão ao incluir várias etapas. O protocolo prevê que, juntos, médico e paciente preenchem o formulário que inclui dados relativos à identificação, patologia e indicação, exames pré-operatórios e consulta pré-anestésica (com base em orientações da Sociedade Brasileira de Anestesiologia). Ele também aborda aspectos da qualificação do profissional, do local de atendimento e dos equipamentos específicos. Abrange ainda o próprio ato cirúrgico (preparo do paciente, instalação do ato anestésico, início e fim da cirurgia e remoção) e o pós-operatório. O formulário deverá ser preenchido e assinado em duas vias, sendo uma entregue ao paciente ou responsável e outra fica na posse do médico. De acordo com o CFM, em 2010, a especialidade foi responsável por 62 denúncias de um total de 963. Entre 2001 e 2010, a soma de processos chegou a 444. No mesmo período, a entidade julgou 453 casos. Ao todo, nove profissionais tiverem seus diplomas cassados. Ainda de acordo com o CFM, a maioria das denúncias não está ligada a erros médicos, que podem ser enquadrados como casos de negligência, imperícia ou imprudência, mas à insatisfação do paciente e à publicidade indevida.
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Acervo Reinaldo Barbosa
hERMÍNIO BELLO DE CARVALHO “Eu trabalho com a palavra, eu trabalho com a música, eu trabalho com o pensamento, eu trabalho com estranhezas e conexões”
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HBC Foi Três Rios que passou em sua vida POR PAULA ARAÚJO
O compositor, poeta, produtor musical e agitador cultural Hermínio Bello de Carvalho é responsável por uma infindável lista de contribuições ao cenário musical brasileiro. Além de inspirar os amantes da MPB, ele também foi inspirado por acontecimentos que marcaram a sua vida durante suas passagens pelo município trirriense.
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Celso Peçanha que Hermínio conheceu aquele que um dia se tornaria seu maior amigo. Luís Sérgio Bilheri fazia teatro amador e estava pregando o cenário quando ele e Hermínio se encontraram. “Sem querer, naquele instante, minha vida co98
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Acervo Reinaldo Barbosa
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lizabeth Cardoso, Pixinguinha, Nara Leão, Paulinho da Viola, Elton Medeiros, João Nogueira, Dalva de Oliveira, Elza Soares, Caetano Veloso e Isaura Garcia. Esses são alguns nomes com os quais Hermínio Bello de Carvalho partilhou trabalhos. Foi ele também quem lançou o nome da então empregada doméstica Clementina de Jesus ao Brasil no musical “Rosa de Ouro”, espetáculo antológico que rodou algumas das principais capitais do país e, posteriormente, foi transformado em disco. Carioca, nasceu em 28 de março de 1935. Na segunda metade da década de 1960, o compositor chegou a Três Rios para a apresentação do musical “Mudando de Conversa”, com Clementina de Jesus, Nora Ney e Ciro Monteiro. Doente, este último não esteve no Teatro Celso Peçanha. “Saímos da Glória [bairro onde morava] para pegar um ônibus chacoalhento que ia pela velha Estrada União Indústria a caminho de Três Rios”, conta Hermínio, que tentava decorar os nomes dos rios que dão nome ao município. “Paraibuna, Piabanha e Paraíba do Sul. Eu ficava repetindo bem baixinho para não passar vergonha diante daquele verdadeiro elenco a que seria apresentado pelo Reinaldo”, completa. O homem em questão é Reinaldo Barbosa, que atualmente vive nos Estados Unidos, mas que, nos anos 1960 era grande frequentador de peças e musicais. Logo que chegou ao teatro, o poeta recorda a pizzaria que havia no térreo. “O cheiro da mussarela e da linguicinha calabresa ainda me vem ao palato.” Foi no
Ciro Monteiro e Bello de Carvalho (em pé) com Clementina de Jesus e Nora Ney em um espetáculo no Rio
meçava a reescrever o seu enredo. Hoje, tenho em mim, grudado e permanente, o sentimento daquela cidadezinha que tinha
O clima acolhedor do interior, que, segundo o agitador cultural, é onde “as árvores genealógicas se entrecruzam e os hábitos familiares são os mesmos que lemos nos livros antigos”, também o marcou. Certa vez, depois de assistir a um concerto da cantora americana Sarah Vaughan “Hoje, tenho em mim, grudado no Teatro Municipal, no Rio de Janeiro, e permanente, o sentimento Hermínio sofreu um grave acidente no daquela cidadezinha que tinha elevador. O médico que o atendeu erroneamente enfaixou a perna ferida, caucoreto, uma banda de música sando uma infecção. Dona Icléia, esposa do advogado José de Barros Franco, foi quase centenária” quem cuidou do membro machucado. “A médica sem diploma, mas com experiêncoreto, uma banda de música quase cen- cia douta da gente interiorana, foi, diariatenária e, sobretudo, pessoas que foram e mente, colocando unguentos e limpando a são importantes para mim”, expõe o pro- ferida”, recorda. O cuidado era revezado dutor. com “mãe Helinha”. “Esse momento eu As lembranças da cidade também in- jamais poderia esquecer, porque, rebelcluem a passagem da folia de reis que de, eu era avesso a tratamentos. Tive três Bello de Carvalho viu na rua Nelson Via- pneumonias e só Helinha conseguia curar minhas gripes com seus emplastros milagrosos e seus chás com folhas de alho e mel”, relata. A retribuição veio mais tarde, quando aquela que considerava como uma “mãezona” adoeceu. “Que não me neguem esse mérito”, diz. A essa altura, Luís Sérgio Bina, onde moravam os pais de Luís Sérgio, lheri já era seu ombro direito nos projeRodolfo e Helinha Bilheri Nogueira, que tos. O amigo, que ascendia à carreira de se tornaram sua segunda família e ficaram professor em uma faculdade carioca, lhe para sempre agregados em seu álbum de surpreendeu ao ser pego escrevendo letras retratos. “Aquela folia me lembrava a de de músicas às escondidas. A qualidade Angra dos Reis e o meu avô Gregório, do trabalho logo foi notada por Paulinho violeiro famoso naquelas bandas”, conta. da Viola e Elton Medeiros. Nessa mes-
ma época, Bello de Carvalho presidiu o júri do primeiro Festival de MPB de Três Rios, do qual Luís Sérgio participara. A saída para que Hermínio se isentasse de uma possível desconfiança foi abrir mão de seu voto. Luís Sérgio levou para casa os prêmios de primeiro e terceiro lugares. Suas músicas foram defendidas por Clara Nunes, que conheceu dividindo as tarefas com o Hermínio. Pedido pela nossa equipe para definir o poeta em três palavras, Bilheri disse que nesse número não seria possível, mas, sim, em algumas. “Honestidade, caráter, doação, competência, dedicação, sensibilidade, generosidade, paciência, bondade, desinteresse, desapego a coisas materiais... Ainda assim acho que não são suficientes”, afirmou o parceiro, que mantém a mesma relação de companheirismo e amizade há 44 anos, mesmo não trabalhando mais juntos. De repente, a cidade estava tomada por nomes como Clara Nunes, Clementina de Jesus, Paulinho da Viola, Beth Carvalho, a radialista Mirian Muniz, o artista gráfico Walter Wendhausen e a cronista Eneida. “Eram os três rios [Paraíba do Sul, Piabanha e Paraibuna] desaguando na arena do festival. A cidade era um redemoinho cultural”, descreve Bello de Carvalho.
Juntamente com Luís Sérgio, Hermínio começou a estruturar o projeto “Seis e Meia”, a convite do crítico, jornalista, pesquisador da MBP e um dos fundadores da Banda de Ipanema, Albino Pinheiro. “Ai de mim se ele [Luís Sérgio], extremamente organizado e responsável, não estivesse por lá”, frisa o compositor. Era uma produção por semana: João Bosco, Clementina de Jesus, tia Amélia do Jaboatão, Marisa Gata Mansa, Ivan Lins, Nana Caymmi, Elizabeth Cardoso, entre outros. Mal sabiam que dali nasceria um dos projetos culturais mais expressivos do país, o “Projeto Pixinguinha”. A parceria foi inaugurada com o choro “Fala Baixinho”, letrada por Bello de Carvalho, atendendo a um pedido do próprio Pixinguinha. A canção foi defendida por Ademilde Fonseca no Festival Internacional da Canção, em 1967. Mas os trabalhos não pararam por aí, diversas outras composições surgiram, como as marchas “Harmonia das Flores” - feita especialmente para a cantora Aracy Cortes, no musical “Rosa de Ouro” - e “Três Dias de Festa”; os sambas “Isso é que é Viver”; “Isso não se Faz”; “De Mal pra Pior” - gravado por Nara Leão e Paulinho da Viola -; “Protesto, Meu Amor”; e “Vou Vivendo”. De Pixinguinha, o agitador cultural realizou produções significativas, dentre as quais podemos destacar: “Gente da Antiga” – Pixinguinha, Clementina de Jesus Acervo Pessoal
Arquivo Pessoal
Com o mestre Cartola
O Projeto Pixinguinha
O produtor em meio a Carmem Miranda e Ângela Maria revistaon.com.br
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e João da Bahiana -; “Som Pixinguinha”; “Pixinguinha e Vivaldi”; “Uma Rosa para Pixinguinha”; e “Agô Pixinguinha”, todos representando o resgate e preservação da memória do mestre. “A grande novidade do projeto era a sua circularidade pelo Brasil inteiro, e não só levando os valores do Rio de Janeiro”, disse Hermínio. Com tantas parcerias seria difícil eleger a mais marcante, mas o compositor tem sua preferência. “Dos antigos, o que mais me marcou foi o Pixinguinha”, declara.
Hermínio, arte e novas mídias
O compositor no musical ‘Rosas de Ouro’
“Eu não acredito num papel isolado dentro da cultura, eu acho que todo o acervo de coisas que eu guardei está disponibilizado na internet porque eu acredito no repasse da informação”, afirmou durante a entrevista mencionada.
Indagado pela Revista On sobre quem apontaria como revelação da música nacional, Hermínio enfatuou ao dizer que não ouve rádio e nem se guia pelos noticiários, que a cada dia “inventam um modismo”.
De volta a Três Rios “Adoraria ver as folias de
reis transitando pelas ruas, as escolas de samba que proliferaram, o Teatro Celso Peçanha apinhado de gente” ARQUIVO PESSOAL
Certa vez, em uma entrevista gravada no dia 1º de julho de 2010, em sua residência na capital fluminense, o poeta se apresentou da seguinte maneira: “Meu nome é Hermínio Bello de Carvalho, eu trabalho com a palavra, eu trabalho com a música, eu trabalho com o pensamento, eu trabalho com estranhezas e conexões”. Ao completar 60 anos de música, em 2008, foi lançado um site, o www.acervohbc.com.br, com seus arquivos digitalizados. A página, organizada por Alexandre Pavan, Luiz Ribeiro, Luiz Boal, Tatiana Maciel, Jacira Berlinck e Marcela Banduk, colocou no ar relíquias até então desconhecidas, tais como gravações caseiras com João Bosco e Pixinguinha, interpretações inéditas e shows que nunca foram gravados em disco. Os áudios não podem ser baixados, mas é possível conferir mais de mil fotos, registros iconográficos e coletâneas de entrevistas.
Mais um momento entre Cartola e Hermínio 100
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Em 1968, o amigo Reinaldo Barbosa ocupou a cadeira número 3 da Academia Trirriense de Letras e Artes e Bello de Carvalho foi nomeado patrono da mesma. “Conheci o Hermínio em 1964 durante a apresentação do show “Rosa de Ouro”. Faz 40 anos que estou fora do país e a última vez que o vi foi em 2009. Nossa amizade dura até hoje”, relata Barbosa. Visando conhecer novos talentos musicais de Três Rios, Petrópolis e Itaipava, bem como estimular a literatura por meio de concursos de monografias, Hermínio chegou a elaborar um projeto denominado “Três Corações”. Mesmo sendo uma ideia, segundo ele, “inteligente e barata”, circulando em um raio de no máximo 200 quilômetros, a iniciativa não foi adiante. “Não lembro muito bem o porquê”, confessou. Da cidade que o abrigou por tantas temporadas, fica o desejo de reviver histórias e recordações. “Adoraria ver as folias de reis transitando pelas ruas, as escolas de samba que proliferaram, o Teatro
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1987 Chico Buarque e Hermínio, comissão de frente da Mangueira, enredo “No reino das palavras, Carlos Drummond de Andrade”
Celso Peçanha apinhado de gente, com grupos amadores locais e também convidados de fora. Sei que vou passar com tristeza pelo demolido Cine Rex e vou ter saudades da pizzaria no térreo do teatro e ao perguntar se o bar Zebrinha ainda permanece por lá. Que belas caipirinhas, seu moço!”, manifesta. A receptividade do interior ficará para sempre nas memórias do personagem desta Inspiração. “Essa coisa de cidade
interiorana sempre me fascinou. Num bar, numa igreja, num teatro, numa praça, sempre existe um abraço solto no ar, uma exclamação tipo “que bom te encontrar”, sem nenhum ranço de insinceridade nessa confissão”. E completa: “Queria estar mais perto de Três Rios hoje. Ao atravessar a Ponte das Garças (que deveria ser precedida de um pórtico de entrada), ainda sinto a emoção da primeira chegada, há mais de 40 anos”, finalizou.
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De acordo com Justiniano, só existem três relógios como este no Brasil
Tic-tac Por Rafael Moraes
O tempo que não passa A não ser pela idade dos moradores, o tempo não passou naquela casa. Desde os móveis, perfeitamente conservados, as centenas de relógios antigos destoam com a TV de LCD na sala. Diante da sofisticação eletrônica da atualidade, os singelos objetos chamam a atenção por representar um tempo que se foi, quando a beleza e a riqueza dos detalhes agregavam maior valor às peças. revistaon.com.br
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PAPO DE COLECIONADOR
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sui números – dá época em que Silva Netto estava produzindo uma relação - e raras vezes um breve histórico de onde e como foram comprados. Dentre os numerados, foi possível encontrar o exemplar 285, mas é efêmero diante do que os olhos podem ver. Tudo começou quando o homem de 89 anos havia casado. Diante da morte do sogro, a mãe de sua esposa foi morar com o jovem casal, levando o antigo relógio de madeira. “Meus móveis eram novos. Achei que aquele relógio, que estava cheio de cupim, poderia passar para os móveis. Então, desmanchei a caixa e ficou apenas a máquina, que coloquei em um receptáculo, chamado por mim de revista on
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Passa, tempo, tic-tac, tic-tac, passa, hora, chega logo, tic-tac, tic-tac, e vai-te embora, passa, tempo, bem depressa, não atrasa, não demora, que já estou muito cansado...”. A composição de Vinícius de Moraes pode ser interpretada como uma retratação da vida agitada e agendada pelo tic-tac do relógio. Ele, que foi praticamente substituído pelo celular e pelo computador, ainda reina na casa do funcionário público Eny e Justiniano. O casal convive com o tempo nas paredes da sala aposentado Justiniano de de ir à sua casa. O acervo é grande, da Silva Netto. Com os ponteiros parados, os objetos tanto que o colecionador não sabe a quando “juntador”, como se autodenomina tidade de peças que tem. “Eu tentei fazer Justiniano, servem para enfeitar as pare- um inventário, mas não consegui termides e deslumbrar quem tem a oportunida- nar”, conta. Algum dos exemplares pos-
A riqueza dos detalhes encanta quem olha para esta peça
O luxo dos relógios franceses engrandece a coleção
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sar por louças. Agora já passei dessa fase e também não acho nada de interessante para comprar”, completa. “Hoje ela não reclama mais, já ficou domesticada [risos]”, retruca ele ao contar que a esposa duvidava se conseguiria dominar essas máquinas. “Logo depois, fazendo medição em fazenda, arranjei outro relógio e ela de novo me questionou. A partir daí comecei a comprar”, explica. A maioria de seus objetos é da Bahia, onde morou determinado tempo por causa do trabalho de agrimensor. Todos os relógios foram comprados. Uma coleção tão amada que o dono, para preservar as relíquias, vê a hora em um relógio de pulso movido à pilha. Da coleção, que Justiniano acredita ser fruto de uma mania, os objetos se distinguem pelo tipo de madeira, máquina e cor. Detalhes tão pequenos que mostram uma época guardada na memória desse eterno “juntador” do tempo.
caixa de relógio, apesar de não ser, por estar mal feita. Minha mulher falou que aquilo estava muito feio e eu disse: ‘Eu vou fazer uma caixa nova.’ Ela duvidou”, relembra. Hoje, 15 caixas de relógio foram fabricadas por suas mãos, sem falar na réplica de um modelo visto na Capela Dourada, em Recife (PE). As caixas são feitas de madeiras nobres. A primeira produzida por Silva Netto foi de pau-brasil. “Plantei uma árvore em 1940, em um terreno que tinha na Vila Isabel. A árvore já estava grande e alguém tentou cortá-la com um facão. Eu coloquei uma cerca de arame farpado para protegê-la, mas uma ventania derrubou árvores próximas e a jogou no chão. Eu pedi aos bombeiros para cortá-la e, como eu tinha uma Kombi, trouxe alguns pedaços. Essa foi a origem da madeira da primeira caixa”, conta. “Ele já contou a história de como começou, não é?”, indaga Eny Barbosa Neves, 85, mulher do colecionador. “A única coisa que eu falei foi: ‘Ih, você vai começar a juntar velharia.’ Bastou para começar mesmo”, confessa ela ao responder sobre o início da coleção. “Acabei aprendendo a gostar. Como frequentávamos lojas de antiguidades, comecei a me interes-
Relógios pelo mundo
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Assim como o trirriense, o norte americano Jack Schoff é apaixonado por relógios de parede. Ele possui 1.509 peças em sua coleção. Schoff entrou para o Guinness, o livro dos recordes. O título foi adquirido em fevereiro de 2010.
O antigo relógio de babeiro fica de frente para o espelho
Relógio movido pela pressão atmosférica e temperatura revistaon.com.br
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Três Rios a um salto das Olimpíadas Por Rafael Moraes
Dos 5.565 municípios brasileiros, 152, espalhados por 22 Estados das cinco regiões do Brasil, foram préselecionados para receber delegações esportivas para os Jogos Olímpicos de 2016. Três Rios está nessa lista. Apesar da pré-seleção, as cidades podem ser visitadas por integrantes do Comitê Olímpico Brasileiro, que vão analisar as estruturas dos locais inscritos. Esse processo começou no dia 17 de fevereiro.
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possibilidade de Três Rios receber atletas olímpicos animou o poder público, diretores e presidentes de clubes. O Caer (Clube Atlético Entre-Rios), o América e o Entrerriense Futebol Clube estão listados no processo para cadastramento e seleção de locais de treinamento pré-jogos para as Olimpíadas. Segundo o secretário municipal de Esportes, José Roberto Lopes Padilha, o amor ao esporte e a ufania em praticá-lo são merecimentos para que Três Rios receba delegações. Como resultado, “ganharemos em visibilidade, troca de informações esportivas e culturais e eles treinarão em uma cidade que sabe acolher seus visitantes”, completa. De acordo com o presidente do Caer, Jorge Pinho, a possível seleção do clube vai ajudar a “mostrar todo o seu potencial para o desenvolvimento, não só das atividades sociais, mas também esportivas, principalmente pela infraestrutura que o local dispõe”. Confiante na história do América, o presidente José Farah imputa à pré-seleção da entidade como “um prêmio pela tradição que o clube tem no Brasil”, relembrando a permanência do time na primeira divisão do Campeonato Estadual em 1990 e 1991. Presidente do Entrerriense, Elson da Silva Tavares, foi mais abran-
gente ao dizer que a possível participação do grêmio trará um resultado positivo “tanto para o clube, quanto para Três Rios, pois a mídia, não só a nacional, mas a internacional, estará acompanhando”, apontou. Apesar de ser compensador, a cidade precisa de uma preparação que envolve o poder público e os empresários. Os responsáveis pelas instituições se dizem cientes dos investimentos. No entanto, o primeiro passo foi a candidatura como sede de treinamento.
“Espero chegar lá [jogos 2016] e ser uma das melhores ginastas da competição” Beatriz Silveira, 12 anos
“Comparecemos à reunião na Suderj (Superintendência de Desportos do Estado do Rio de Janeiro), preenchemos os formulários e nos cadastramos nas modalidades que temos reais condições de acolher, em razão das instalações disponíveis, como o futebol de campo (estádios do América F.C. e do Entrerriense F.C.), natação e saltos ornamentais (Caer)”, exemplifica o secretário. Ainda de acordo com Padilha, a fazenda São Lourenço, localizada próximo ao bairro Monte Castelo, também está concorrendo com polo de aclimatação de hipismo. O Planeta Vida e o Ginásio Poliesportivo, que está em fase de construção, também serão avaliados. Para concorrer, os municípios de-
vem atender a alguns quesitos. Entre eles, explica Padilha, praças de esportes compatíveis com a modalidade, rede hoteleira que atenda às necessidades das delegações e o envolvimento da cidade. “A ideia do COB [Comitê Olímpico Brasileiro] é realizar uma grande exposição no ano que vem em Londres [que sediará a próxima Olimpíada]. Lá, as delegações participantes conhecerão as instalações disponíveis aqui no Brasil e os contatos começarão a ser feitos”, acrescenta. A exposição a qual o secretário se refere é a lista de locais de treinamento pré-jogos, cuja publicação está programada para julho de 2012, durante a realização dos jogos olímpicos da Inglaterra. O guia será lançado e distribuído aos Comitês Olímpicos Nacionais e aos Comitês Paraolímpicos Nacionais em evento ainda a ser definido e confirmado. Depois do resultado seletivo, um seminário orientou os responsáveis por potenciais locais de treinamento quanto às próximas fases do processo. A presença de representante da instalação pré-selecionada é pré-requisito para participação nas fases subsequentes do sistema. O seminário foi ministrado pelo presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, com a presença do secretário executivo do Ministério do Esporte Waldemar Silva e da secretária de Esportes do Rio de Janeiro, Márcia Lins. Do Estado do Rio de Janeiro, 33 municípios se inscreveram para receber as delegações. Três Rios foi representada pelo secretário José Roberto Padilha e pelo coordenador de Esportes Cássio Bastos. Dentro do cronograma estabelecido, todos os municípios candidatos à cidade anfitriã deverão entregar a documentação final, com fotos e plantas das praças de esportes, até o dia 29 de julho. O resultado final da avaliação do COB, com as cidades selecionadas e aprovadas, será divulgado dia 16 de janeiro de 2012. Da esq. para dir. Lara Santos, Milleny Esteves, a professora Juliana Fajardo e Beatriz Silveira
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ESPORTE
“Será muito gratificante ter um aluno competindo nas Olimpíadas. Vai ser uma emoção muito grande”, professor Leandro Costa
No dia 29 de junho, a convite do prefeito municipal, Waldemar Silva Souza esteve em Três Rios e conheceu o Planeta Vida. “É um privilégio trazermos o esporte para se associar ao desenvolvimento, crescimento e prosperidade desta cidade. Fiquei surpreso como o que estou vendo. Não esperava um projeto desta magnitude”, disse Souza na ocasião.
Trirrienses em 2016 A América do Sul tem 180 milhões de jovens com menos de 18 anos. Destes, 65 milhões, ou 36,11%, são brasileiros. Beatriz Silveira, 12, Octávio Augusto, 11, Milleny Esteves, 11, e Lara Santos, 11, são atletas trirrienses e fazem parte desse grupo. Ávidos por esporte, treinam ginástica artística pela ONG Qualivida, “idealizadora e fundadora do projeto”, explica Juliana Fajardo, 27, professora dos ginastas promissores. A organização foi fundada em 19 de dezembro de 2002 pela educadora física Georgette Vidor Mello. A iniciativa oferece o acesso gratuito à prática da modalidade, atendendo a crianças e a adolescentes da rede pública de ensino, na faixa etária entre 4 e 17 anos. Vidor, um dos nomes de maior representação da ginástica no país, é a supervisora geral do programa, que atinge oito municípios, com 18 polos no Rio de Janeiro. “Não sabia que iríamos chegar tão longe. Quando eu idealizei o projeto, pensei 108
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em levar um pouquinho da ginástica para o interior do Estado, onde as crianças não tinham acesso a esse esporte, só que começamos a encontrar pessoas especiais, como foi o caso de Três Rios. Esse grupo de profissionais que nós capacitamos faz a diferença”, revela Georgette sobre a equipe e os jovens atletas trirrienses. Juliana explica que a Qualivida busca parceiros para montar sua estrutura. “A prefeitura investe no local e ajuda no pagamento dos professores e de outros funcionários. Em contrapartida, a organização oferece a capacitação dos treinadores e os equipamentos. O Estado custeia as viagens e os uniformes”, conta. Em Três Rios, o bom desempenho de Beatriz Silveira em campeonatos estaduais e nacionais motivou a instalação da ONG na cidade. A jovem foi campeã estadual e vice-campeã nacional em 2009. Hoje, almeja participar dos jogos de 2016. “Espero chegar lá e ser uma das melhores ginastas da competição”, revela a menina com preparo de gente grande. Sobre o peso da responsabilidade de representar o município e o país, a resposta está na ponta da língua. “Faço o meu melhor e vejo o resultado.” Milleny Esteves veio de Magé, a 59,6 km da capital fluminense. Atualmente, mora em Três Rios por causa dos treinos. Ela é uma revelação para participar da competição daqui a cinco anos. A menina vive na casa de professores, mas a falta da família acompanha a jovem, que treina duas vezes por dia, seis vezes por semana.
“A gente sente saudades, mas vale a pena”, disse se consolando. Octávio Augusto, único homem do grupo, também é uma promessa para as Olimpíadas. Ele treina há cinco anos e migrou do futebol para a ginástica. “Eu fazia futebol quando minha avó me colocou na ginástica. Eu até conseguia conciliar os dois, mas, depois de um tempo, minha avó disse para eu escolher e decidi ficar na ginástica”, explicou. Com relação à discriminação, por ser um esporte de maioria feminina, o ginasta foi enfático. “Não sofri preconceito nenhum. Pelo contrário, recebi muito apoio”, conta ele que é irmão de outros alunos do projeto. Para o professor Leonardo Costa, treinador de Octávio, tanto para os jovens quanto para a cidade será importante essa oportunidade de participar da competição. “Será muito gratificante ter um aluno competindo nas Olimpíadas. Vai ser uma emoção muito grande”, sonha. Lara Santos é a mais tímida dos entrevistados. No entanto, o que se retraiu para responder às perguntas, foi superado pelos prêmios conquistados, como o segundo lugar individual geral do Campeonato Estadual de 2010 na categoria Infantil nível sete intermediário, e o terceiro lugar individual geral, categoria Pré-infantil nível seis, também no Estadual em 2009. Sem ter noção do seu potencial, revelou seus medos. “Tenho medo da trave, de altura, de cair e não conseguir fazer as apresentações”, contou.
PUBLIEDITORIAL
Inauguração do Hiper Bramil em Barra do Piraí leva mais de 3.000 pessoas à loja Divulgação
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População de Barra do Piraí prestigiou a inauguração do hipermercado
pamentos empoeirados e com teia de aranha. Ali, funcionou a Fábrica de Fitas Suíça do Brasil, que durante muitos anos contribuiu para o progresso local, empregando centenas de trabalhadores. “A tristeza deu lugar à alegria com a inauguração do supermercado. Uma nova empresa, gerando novos empregos e novamente contribuindo no desenvolvimento da cidade. Como forma de Divulgação
ia 14 de junho foi um dia especial na história do Grupo Mil com a inauguração, em Barra do Piraí, da 18ª loja da rede de Supermercados Bramil. Estiveram presentes o diretor-presidente do Grupo, Josemo Corrêa de Mello; o diretor comercial Jurandir de Mello Corrêa; o diretor executivo Mário Luiz de Mello Corrêa, o prefeito de Barra do Piraí, José Luiz Anchite; o vice-prefeito, Maércio de Almeida; secretários e coordenadores da prefeitura; o presidente do grupo MBP, Ronald de Carvalho; representantes da Associação Comercial e Empresarial, do Sindicato do Comércio Varejista e da Associação Rural Sul Fluminense. Em seu discurso, Josemo Corrêa de Mello agradeceu o empenho do prefeito, bem como de toda sua equipe de governo, pelo apoio desde o primeiro momento em que esteve na cidade para dar os primeiros passos na concretização do empreendimento. Agradeceu em especial o carinho da população de Barra do Piraí, afirmando que este será retribuído com muita dedicação e trabalho. Para o prefeito José Luiz Anchite, o momento é de comemoração e alegria. “Termos uma empresa do porte do Bramil em nossa cidade é orgulho! É hora de a população acreditar e prestigiar. São mais de 300 famílias beneficiadas com novos postos de emprego. A cidade só tem a ganhar. Outras fábricas e empresas estão vindo e, como prefeito, digo que Barra do Piraí está vivendo um momento único”, frisou Anchite, que entregou de presente a Josemo uma cesta de produtos de café feitos na cidade. O gerente de marketing do Grupo Mil Josimar Salles lembrou que, quando esteve no município ao lado do diretor-presidente para conhecer o lugar onde se instalou o Hiper Bramil, ficou entristecido por presenciar a imagem de uma fábrica fechada, com máquinas e equi-
Empreendimento gera cerca de 300 empregos diretos
homenagear a belíssima história dessa fábrica, foi mantida a placa que registra sua inauguração, no ano de 1912”, afirmou Salles.
O novo empreendimento O Hipermercado Bramil de Barra do Piraí gera cerca de 300 empregos diretos. A loja foi projetada e construída pela Construtora Mil, com a coordenação do arquiteto André Saggioro. O espaço pos-
sui aproximadamente 2.300 m² de área de venda, estacionamento com 1.200 vagas rotativas por dia, 28 checkouts bem distribuídos, oferecendo conforto e comodidade aos clientes. O superintendente comercial Belmar Vasconcellos destacou alguns pontos fortes da empresa, como amplos corredores, grande variedade de produtos, uma moderna padaria com lanchonete, setor de frios com equipamentos de refrigeração de alta tecnologia, açougue com carnes frescas e embaladas, peixaria, amplo setor de hortifrutigranjeiros, entre outras novidades, como a venda de flores para decoração. O gerente da nova filial, Anselmo Honório, trabalha no Grupo há 29 anos e destacou a qualidade de sua equipe. “Esse é mais um desafio que vamos superar com muito trabalho, dedicação e, acima de tudo união. Nossa equipe é excelente!”, disse. Antônio Eucalyptus, cliente do hipermercado, parabenizou a diretoria pelo respeito demonstrado ao meio ambiente, retirando, cuidando e replantando as árvores existentes no local. “Com gestos como estes é que medimos a grandeza da empresa”, afirmou. A também cliente Maria das Graças se surpreendeu, pois não imaginava presenciar uma loja tão completa. “Vou fazer minhas compras sempre aqui. Tem de tudo e o preço é muito bom!” revistaon.com.br
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Arquivo pessoal
O petropolitano Henrique Avancini tenta acunular pontos para uma vaga nas OlĂmpiadas de Londres, no ano que vem
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Vou de bike
por paula araújo
Dizem que certos afazeres são iguais a andar de bicicleta, a gente nunca esquece. Muitas pessoas vão além dessa filosofia e usam esse veículo como instrumento de trabalho e de vida.
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ESPORTE
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lho de acompanhamento dos atletas, vamos com eles para a estrada. Ficamos em cima”, diz. Nos últimos anos, a bicicleta e o ciclismo têm ganhado maior visibilidade, principalmente quanto o assunto são os meios de transporte alternativos. Ainda assim, levar a prática a sério não é fácil e nem barato. Aliado ao gosto pela prática, o presidente da Fecierj (Federação de Ciclismo do Estado do Rio de Janeiro), Claudio Santos, acrescenta que para se dar bem no esporte é preciso equipamento de segurança, uma boa bicicleta, treinamento, ótima alimentação, repouso e muita dedicação. O presidente do clube de Três Rios estima que, para manter a bike, são gastos em torno de R$ 600 a R$ 700 mensais. Já o presidente da Fecierj aponta que uma bicicleta “top de linha” pode custar aproximadamente R$ 1.500 e o valor dos equipamentos varia entre R$ 300 e R$ 2.000. Por isso, muitos atletas buscam patrocinadores. Para Avancini, essa é e sempre será a maior dificuldade de um esportista, não só no Brasil, mas em todo o mundo. “O atleta tem que mostrar ao seu patrocinador que ele pode trazer benefícios para a sua marca. O patrocínio não deve ser visto como ajuda, e sim como uma parceria lucrativa para ambos”, opina. Santos, apesar de achar que a situação melhorou, acredita que o problema está na conquista do pódio e no fato de somente os atletas de elite serem assediados pela mídia. “Os motivos são vários, entre eles, a pequena (ou mínima) visibilidade da mídia espontânea, que foca somente no futebol. Além disso, os patrocinadores apóiam os atletas profissionais e dão poucas chances às demais categorias”, completou. Mesmo sem ter uma verba mensal para realizar eventos, o CCMTR desenvolve projetos com o intuito de promover o esArquivo pessoal
H
á oito anos, nascia na cidade zer parte de uma equipe de MTB profistrirriense a equipe do CCMTR sional, com bases na Ucrânia e na Itália, e – Clube de Ciclismo do Muni- tenta pontos no Ranking das Nações, para cípio de Três Rios. Dois anos uma vaga nos jogos olímpicos de 2012, depois, o grupo, que atualmente conta em Londres. Segundo o petropolitano, os com 12 atletas entre ciclistas de Campos treinos - de duas a sete horas por dia, de (RJ), Petrópolis (RJ) e Juiz de Fora (MG), sete a 14 vezes por semana - “vão bem, passou a correr em competições. O clube obrigado” e ele está otimista quanto ao seu abriga desde a categoria Infantil até a de desempenho. “No momento, estamos conElite e engloba esportistas de 13 a 39 anos. quistando a vaga olímpica e, no próximo “O critério para praticar é gostar do espor- ano, acontecerá a seletiva interna para ver te”, explica o presidente do CCMTR, Demétrius de Andrade Nascimento. Sua história com a modalidade é traçada por altos e baixos. Ele, que largou o futebol para pedalar, perdeu o pai durante um de seus passeios nas “magrelas”. “Ele caiu e teve um infarto. Prestei os primeiros socorros, mas ele não resistiu. Foi um trauma”, conta Nascimento, que, hoje, tem o ciclismo como hobbie. Filiado à entidade trirriense, o petropolitano Henrique Avancini, 22, é uma das promessas do esporte no país. Praticante do mountain bike, o jovem da categoria Sub-23 Elite, acumula diversos títulos importantes, entre eles, o bicampeonato pan-americano e o nono lugar no campeonato mundial da Nova Zelândia, a melhor posição de um brasileiro em competições do gênero. Avancini começou na Praticante do mountain bike, Henrique Avancini é uma das apostas do ciclismo brasileiro bicicleta ainda criança e aos nove anos de idade já ganhava provas re- qual atleta vai representar o Brasil. Estou gionais. No entanto, o atleta não imagina- confiante”, afirma. va seguir carreira no ciclismo. “Conforme Outra aposta do CCMTR é Samuel fui crescendo, me envolvia cada dia mais Nogueira de Assis, 17. O adolescente, mocom o esporte e os sonhos e as ambições rador de Paraíba do Sul, corre pelo Speed aumentaram. Os resultados foram conse- Circuito e Estrada. No currículo, Assis quência de uma dedicação maior”, conta carimba o tricampeonato da Copa Niteele à Revista On. rói de Ciclismo, nos anos de 2007, 2008 e Líder do ranking da Confederação Bra- 2009, e a liderança invicta do ranking essileira de Ciclismo em 2003, 2004, 2005, tadual em 2010. Para Demétrius, Samuel 2008 e 2009 e oito vezes campeão brasi- pode ser um dos nomes das Olimpíadas de leiro, há dois anos, Avancini passou a fa- 2016, no Brasil. “Fazemos todo o traba-
Tour do Rio De 27 a 31 de julho, a capital fluminense e o interior do Estado serão palco do Tour do Rio, considerada a maior competição internacional de ciclismo de estrada de alta performance da América Latina. A prova tem cerca de 800 quilômetros e é voltada para ciclistas profissionais. O percurso conta com paisagens montanhosas, praias e reservas naturais e passará por
Angra dos Reis, Volta empenhados em repetir o suRedonda, Três Rios, cesso em 2011 com o afeto Friburgo, Região dos de sempre.” Lagos e Rio de Janeiro. Henrique Avancini havia No ano passado, programado sua participaTrês Rios recebeu da ção, mas estará em Londres organização do evennos dias da prova, competinto o troféu da cidade do o pré-olímpico. que melhor acolheu o Para abraçar a disputa, Tour. Como em 2010, no dia 17 de julho haverá a o município será sede terceira etapa da Copa Três da chegada e da largaRios de Ciclismo, na avenida dos atletas, nos dias da Condessa do Rio Novo. 28 e 29 de julho. Ao Trata-se de uma prova clástodo, 18 equipes nacio- O presidente da Fecierj, Claudio sica de circuito de estrada, nais e internacionais Santos, acredita que a mídia com projeção interestadual. participam da disputa e espontânea não valoriza o ciclismo Ciclistas de todas as categoestima-se que um grupo rias participam e acumulam com cerca de 450 pessoas desembarquem pontos para o Ranking Estadual Estrada na cidade. Para o secretário municipal de 2011, encerrado em dezembro com a disEsporte e Lazer, José Roberto Padilha, tribuição de troféus e brindes aos cinco as expectativas são boas. “Fizemos uma melhores classificados, além da isenção bela recepção no ano passado e estamos dos campeões na filiação para 2012. Arquivo pessoal
porte e incentivar o uso das “magrelas”. Em parceria com outros municípios, a organização mantém uma escolinha para crianças e faz os chamados bike night (ou passeios noturnos). Em 2010, mais de 60 pessoas aderiram ao passeio. “Precisamos criar essa cultura na cidade. Vamos atuar para que as ciclofaixas e ciclovias de fato funcionem. Mas acredito que nos últimos três, quatro anos, a notoriedade do ciclismo cresceu muito”, comenta Nascimento.
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TR Folia leva mais de 23 mil pessoas ao Estádio do Entrerriense Três Rios e região curtiram no mês de maio a micareta que teve público recorde
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rês Rios entrou para o circuito dos carnavais fora de época do interior do Estado do Rio de Janeiro com a segunda edição do TR Folia, realizada nos dias 13 e 14 de maio, no Estádio do Entrerriense. A programação contou com a dupla Maria Cecília e Rodolfo e a cantora Claudia Leitte, que, de acordo com a W!One Produções, organizadora do evento, reuniu um total de 23.350 foliões, espalhados pela pista do abadá, pelo camarote W!One/ Band Folia e pelo camarote empresa, uma das novidades de 2011. Perguntado sobre a presença do sertanejo em uma micareta, o cantor Rodolfo foi enfático: “Esse ritmo conquistou o Brasil. Espero que seja a primeira vez de muitas em Três Rios”. Com um repertório que incluiu antigos e novos sucessos, o casal animou a galera com hits como “Você de Volta”, “A Fila Andou” e “Tchau, Tchau”.
“Espero que seja a primeira vez de muitas em Três Rios” Rodolfo, da dupla Maria Cecília e Rodolfo
Vencedora de uma promoção que a levou ao camarim de Maria Cecília e Rodolfo, a auxiliar administrativo Annik Rodrigues Alves Costa, 42, realizou um sonho. “Sou fã desde que eles se lançaram na música e estouraram nas rádios. Foi um prazer conhecê-los”, comemorou ela, que veio de Paraíba do Sul. O primeiro dia ainda teve a apresentação da banda Água de Fogo. “É o nosso quinto ano em Três Rios e sempre somos recebidos com carinho. A cidade faz parte de nos116
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sa história”, afirmou o vocalista Lekinho. A noite continuou com os DJs Mary Olivetti e Felippe Senne, no camarote W!One/Band Folia, e com o DJ Marley na pista do abadá. Já o segundo e último dia do TR Folia começou com a dupla de Juiz de Fora Alan e Alisson, que esquentou o público ao som do sertanejo universitário. Logo em seguida, foi a vez de Claudia Leitte contagiar a plateia. Ela tocou por duas horas e vinte minutos e foi sua última performance no Estado antes de subir ao palco do Rock in Rio. Capa da terceira edição da Revista On, Claudinha comentou sobre a publicação. “A capa está linda, vou ler com muito carinho. Muito obrigada a todos pela oportunidade de divulgar meu trabalho.” Durante a entrevista, ela se emocionou ao saber que o estádio estava lotado. “Não tenho palavras que possam expressar o tamanho do meu sentimento de carinho e amor pelos meus fãs”, completou. O estudante Renan Andrade Guimarães, 23, veio de Barra do Piraí para a apresentação de Claudia Leitte. “Ela está cada vez mais linda. Esse foi o melhor show da minha vida. Amo a humildade e o amor que ela passa para nós”. Admirador da cantora há sete anos, Renan fez uma tatuagem em homenagem a ela com os seguintes dizeres: “Estamos juntos, ainda que estejamos distantes. Claudia Leitte”. Em 2010, após o Prêmio Multishow, no qual concorreu como melhor cantora, ela divulgou um bilhete em agradecimento ao carinho e empenho dos fãs, que passaram meses votando. “Ela postou uma foto do bilhetinho que tinha essa frase. Foi um momento marcante e por isso eu decidi fazer a tatuagem”, explicou o estudante. Quem também marcou presenrevistaon.com.br revistaon.com.br| |
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ça e curtiu o axé de Claudia Leitte foi o modelo Rodrigo Gomes Simoni, o Rodrigão do Big Brother Brasil 11. “Fui recebido com muito carinho pela população da cidade. Foi muito bom estar aqui em Três Rios, o show foi sensacional”, disse ele. A festa teve ainda a apresentação dos DJs Memê e Felippe Senne no camarote W!One/Band Folia e dos DJs Blade e Lucas Gaia na pista do abadá.
“Foi muito bom estar em Três Rios” Rodrigão do BBB 11
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Para o proprietário da W!One Produções, Leonardo Jacob, o TR Folia superou todas as expectativas. “Vendo todo o desenvolvimento da cidade, a W!One investiu em um formato de micareta, com uma grande estrutura, onde o folião pôde se divertir, se emocionar e ter a lembrança de uma festa bonita, cheia de energia positiva e alegria. Quem esteve no evento viveu tudo isso”, finalizou o empresário.
“Muito obrigada a todos da Revista On pela oportunidade de divulgar meu trabalho” Claudia Leitte
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III Desafio das Torres
Velocidade e adrenalina em Três Rios Revista On
Por Rafael Moraes
A equipe do Enduro 3Rios fez contato com profissionais de outras competições, para moldar o grau de dificuldade da prova
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ronco dos motores na manhã de sábado, 11 de junho, anunciava o início do III Desafio das Torres em Três Rios. Os pilotos, de sete unidades federativas diferentes, percorreram 270 quilômetros nos dois dias de prova. A disputa em terras trirrienses teve início em 2008, com uma avaliação piloto. Em 2009, passou a se chamar Desafio das Torres. No ano seguinte, 2010, ganhou os padrões do Campeonato Brasileiro com dois dias de disputa. Em 2011, todo trajeto foi demarcado por GPS, fornecendo precisão nos detalhes e nos resultados do evento. Dos 63 pilotos, 44% eram do Estado do Rio. Em cima das motos, foram 11 horas de trilhas em ambos os dias. Os organizadores do Desafio, preocupados com os padrões das provas, fizeram contato com profissionais de outras competições, para moldar o grau de dificuldade enfrentado pelos participantes. O resultado foi agradável para a equipe do Enduro 3Rios, comissão responsável pelo evento. “Tudo foi como o esperado. Foi uma resposta positiva para colocar a cidade no cenário do esporte a motor do Brasil”, revela Sérgio Barbosa Neves, membro do Enduro.
Primeiro dia
O campeão Master
O primeiro dia de prova começou tranquilo e foi assim até Alberto Torres, distrito de Areal. “Até o neutro principal (ponto de apoio onde os pilotos param para abastecer e comer), a prova estava tranquila. Depois de Alberto Torres, as médias ficaram difíceis para ser cumpridas. A disputa ficou muito rápida, errei e perdi dez minutos. Isso comprometeu minha prova!”, disse José Augusto, de Volta Redonda, piloto da categoria Over 40. O dia foi puxado para os competidores. Vários não largaram no domingo, 12 de junho; José Augusto foi um deles.
O capixaba Sandro Hoffmann segue com o objetivo de conquistar o sétimo título brasileiro no Enduro de Regularidade. Ele venceu o III Desafio das Torres, válido pelas nona e décima etapas do Brasileiro, e pelas segunda e terceira fases do Estadual do Rio de Janeiro. Com a vitória, Hoffmann se mantém na liderança da classificação da categoria Master. O catarinense Guilherme Cascaes, vice-líder da competição, foi o segundo, logo à frente do mineiro Dario Júlio Lopes. O percurso foi planejado de forma a dificultar o trajeto para os pilotos e oferecer um espetáculo à parte ao público expectador. Mesmo com as barreiras do terreno, Neves acredita que a vitória de Sandro dependeu apenas de sua qualidade técnica. “Ele anda bem em qualquer tipo de terreno, tem uma pilotagem eficaz e muita técnica. Mas as trilhas de Três Rios, Paraíba do Sul e Areal proporcionaram a ele demonstrar sua qualidade como piloto de enduro completo que é”, declarou. “Consegui fazer uma boa prova, evitando erros nas partes mais complicadas, como nos trechos de pedra. Fiquei em segundo lugar no primeiro dia e, no segundo, precisei me concentrar bastante para a virada e a vitória na etapa. Felizmente venci e sigo na liderança”, afirmou Hoffmann.
Segundo dia Diferentemente do primeiro, o segundo dia começou com médias justas e muita trilha logo no início. A subida íngreme, cheia de pedras e com mato alto caracterizou o Desafio. “Eu estava tão cansado, que, em uma das referências, passei direto e não entrei na trilha que a planilha mandava, dei duas voltas sem necessidade”, disse Eduardo Corona, de Mogi das Cruzes (SP). Mesmo considerada uma prova dura, os participantes elogiaram as trilhas e a organização.
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O Baile que movimentou a região
Por Priscila Okada
Em sua 29ª edição, Baile do Cafona se firma como uma das festas mais tradicionais de Três Rios
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evento que se tornou tradição na cidade há 29 anos atraiu um público de aproximadamente 4.000 pessoas de Três Rios e cidades vizinhas. Acessórios exagerados e cheios de brilhos, perucas e roupas coloridas - com destaque para o xadrez - marcaram o Baile do Cafona 2011, que aconteceu no dia 25 de junho no Caer (Clube Atlético Entre Rios).
“Quero manter a tradição do baile, mas vou acrescentar mais coisas, para torná-lo cada vez mais interessante e animado” Vera Nasser, organizadora do evento
Quem optou por não entrar na festa, pôde acompanhar as brincadeiras e performances de Xaxu das arquibancadas montadas do lado de fora. O evento teve o comando da dupla sertaneja Santana e Maldonado, além de DJs, que tocaram os mais variados ritmos nos três ambientes do baile. Adiantando a 30ª edição, no próximo ano, a organizadora Vera Nasser garante que muitas novidades estão por vir. “Quero manter a tradição do baile, mas vou acrescentar mais coisas, para torná-lo cada vez mais interessante e animado”, disse.
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História do Cafona O primeiro Baile do Cafona, em 1982, nasceu do sonho de um grupo de jovens, que teve a vontade de promover um evento diferente, no qual as pessoas pudessem se divertir sem nenhum compromisso com estilos, levando alegria e descontração. O conceito desde o início foi proporcionar diversão de uma maneira extravagante e ousada. E assim foi feito. A partir de 1991, uma vez ao ano, as pessoas encontraram uma oportunidade de ser aquilo que durante todo o ano não podiam. Em 1998, foi criada a primeira “Semana do Cafona”, realizada na praça São Sebastião. O objetivo era, entre outros, levar entretenimento gratuito, contribuir com instituições filantrópicas e promover turisticamente a cidade. Já no ano 2000, surgiu o primeiro “Cafoninha”, um evento para o público infantil, nos moldes do Baile do Cafona, com diversas atrações.
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Aroldo Lima Saí do Rio de Janeiro em voo com escala em Buenos Aires e conexão para Bariloche, cidade da Argentina, localizada na província de Rio Negro, fronteira com o Chile.
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iquei hospedado no Hotel Aldebaran, às margens do lago São Pedro, cuja extensão ultrapassa 50 quilômetros e tangencia com a fronteira do Chile, na localidade de Vila Angustura. A cidade pequena fica no sopé de uma enorme montanha, cujo pico estava coberto de neve. Em alguns trechos do Lago São Pedro, a largura ultrapassa 1.000 metros. Suas águas são riquíssimas em várias espécies de trutas, muito procuradas por turistas americanos em busca de pesca, quando liberada. A grande diferença em relação ao Brasil está exatamente no clima. Embora não estivesse em pleno inverno, a temperatura máxima registrada nos cinco dias que lá estive foi de 3°C durante o dia, chegando a -5°C à noite. O lugar é de uma beleza indescritível. Bariloche é cercada de montanhas rochosas, naturalmente de formação vulcânica, sendo que a parte mais baixa é coberta por
maravilhosas florestas de araucárias e ciprestes. Vale observar que são raríssimas as espécies vegetais de folhas grandes. A maioria tem o formato cilíndrico. Se me perguntarem se gostei da comida, direi que não, pois a base da alimentação do povo argentino é a carne bovina. O “orro de bife e o chouriço” - não é o que conhecemos - se trata do contra filé cortado de maneira diferente do brasileiro. Esse prato é o mais pedido. Outro ponto observado foi o espanhol falado no interior. É bem mais difícil de entender. É uma “metralhadora”. No entanto, o povo interiorano é mais amável, mais solícito e muito simpático. Quem deseja conhecer Bariloche, aconselho ir na alta temporada, quando toda paisagem está coberta de neve; o mês ideal é agosto. Devido à desvalorização do peso argentino, para nós, brasileiros, o custo de um passeio àquela região é pequeno.
Faça como Aroldo Lima e conte suas viagens pelo mundo afora. Para participar envie um e-mail com seu diário de bordo para: diariodebordo@revistaon.com.br. Ah! Não se esqueça de mandar as fotos com as legendas, assim poderá compartilhar sua experiência conosco. 126
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GUIA GASTRONOMIA
Os melhores sabores se encontram nos melhores lugares. Deixe-se levar pela Revista On e descubra os prazeres da boa culinária.
TORTA DE MORANGO
Pode ser para comemorar o aniversário do amigo, de namoro ou casamento. Quando pensar em tortas, a Deliket tem as melhores pedidas. Desta vez, sugerimos uma torta de morango, preparada com frutas frescas para você se deliciar em um momento especial. Preço é a partir de R$ 32. O endereço é fácil: rua Nelson Viana, 536 – Centro - Três Rios. Telefone: (24) 2255-4472.
ESPAGUETE À BOLONHESA
Espaguete, carne moída, tomate, cenoura e bastante tempero. Babou? Aproveite a oportunidade do Meet e venha experimentar esse prato por R$ 14 e guiar seu paladar com essa maravilha de origem italiana. O Meet fica na praça São Sebastião no Centro de Três Rios. O telefone é (24) 2252-3058.
FILÉ COM PALMITO E AZEITONA
A Trattoria Firenze continua inovando. Além do espaço sofisticado e aconchegante, destinado aos amantes da gastronomia italiana, o restaurante traz uma nova opção no cardápio. Por R$ 37,50, você vai saborear 440 gramas de filé, acompanhado por palmito e azeitonas fritas. Quer experimentar? Então conheça a Trattoria Firenze, na rua 7 de Setembro, 241 – Centro de Três Rios. O telefone é (24) 2252-3262. A Revista On não se responsabiliza por alterações de preço e/ou quantidade fornecidas pelos estabelecimentos.
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GUIA LIVROS
Aproveite as nossas dicas de leitura. Você tem dois meses até a próxima Revista On.
Tropa de Elite 2
“Tropa de Elite 2” mostra, por meio de uma narrativa fluída e reveladora, os bastidores das verdadeiras máfias brasileiras: as milícias. São histórias verídicas e fictícias, cabendo ao leitor aplicar os adjetivos a cada episódio e personagem.
A Esculhambação Geral da República
Com o estilo inconfundível e inimitável tão conhecido por seus leitores e ouvintes, Zé Simão mostra o lado mais engraçado do cotidiano do povo brasileiro neste novo livro. Reunindo mais de 500 piadas e análises bem-humoradas dos mais diversos assuntos da atualidade, como celebridades, política e futebol. Com um humor afiado, registra o lado engraçado do cotidiano e traz ao leitor um pouco do que são seus quadros no TV UOL, na Band News FM e na Folha de S.Paulo, onde faz enorme sucesso.
Vida
Em “Vida”, Keith Richards conta, de maneira crua e feroz, sua história vivenciada de forma intensa no meio do fogo cruzado, desde a primeira infância, quando cresceu num bairro pobre ouvindo obsessivamente os discos de Chuck Berry e Muddy Waters, até o modo como levou a guitarra ao limite absoluto e uniu forças a Mick Jagger para formar os Rolling Stones.
A Vida Sexual da Mulher Feia
Claudia Tajes dá início à saga de Ju, para quem a feiura é uma realidade palpável e incontrolável. Mas que, felizmente, não impede de fazer com que ela viva as mais hilariantes aventuras amorosas, relatadas com requintes de detalhes. Cada homem que passa por sua vida provoca uma revolução: o ciumento Otelo, o lindo David, o escoteiro anônimo.Todos, a seu modo, amam essa mulher.
Crônicas para Ler na Escola
Com uma visão lúcida e irônica, o escritor compartilha vivências pessoais e reflexões sobre temas diversos, transitando entre a ficção e a realidade com esenvoltura. Educado entre quatro irmãs, desenvolveu aguçada aptidão para falar do universo feminino. A condição de escritor é também tema recorrente em suas crônicas. Ao “ficcionar” suas memórias, elabora enredos em que autor e personagens convivem no mesmo tempo e espaço.
Autores: Luis Eduardo Soares, André Batista, Rodrigo Pimentel e Cláudio Ferraz Editora: Nova Fronteira Valor: R$31,90
Autor: José Simão Editora: Agir Valor: R$23,90
Autor: Keith Richards Editora: Globo Valor: R$49,90
Autor: Claudia Tajes Editora: L&pm Valor: R$14
Autor: Marcelo Rubens Paiva Editora: Objetiva Valor: R$32,90
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