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Revista On Agosto & Setembro
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Revista On Agosto & Setembro
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coordenação Bárbara Caputo barbara@fiobranco.com.br (24) 8864-8524 Edição Frederico Nogueira (frederico@fiobranco.com.br) Redação Marianne Wilbert (marianne@fiobranco.com.br) Tiago Tavares (tiago.tavares@fiobranco.com.br) comercial Petrópolis: Ingrid Rizzo ingrid@fiobranco.com.br (24) 8862-8528 Três Rios: Emeline Maia emeline@fiobranco.com.br (24) 8843-7944 Luiz Fellipe Aguiar luiz.fellipe@fiobranco.com.br (24) 8852-8529
Índice GENTE
criação Felipe Vasconcellos (felipe@fiobranco.com.br) Jonas Souza (jonas@fiobranco.com.br) Estagiários Tatila Nascimento (tatila@fiobranco.com.br) Maicon Pereira (maicon@fiobranco.com.br)
MODA
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Foto de capa Beto gatti Distribuição gratuita e dirigida em Petrópolis, Itaipava, Araras, Nogueira, Corrêas, Pedro do Rio e Posse. Também à venda nas bancas. Tiragem 5.000
BEM-ESTAR
SHUTTERSTOCK
colaboração Barão (contato@baraogastronomia.com.br) Eduardo Jorge (eduardojorge.com@gmail.com) Fernanda Eloy (fernanda.eloy@hotmail.com.br) Helder Caldeira (helder@heldercaldeira.com.br) Heverton da Matta (heverton@fiobranco.com.br) Leticia Knibel (leticia.knibel@fiobranco.com.br) Nathália Pandeló (nathalia@fiobranco.com.br) Philippe guédon (phiguedon@gmail.com) Roberto Wagner (rwnogueira@uol.com.br)
um visual diferente e nas seguintes verá ainda mais. São as inovações as responsáveis pelo desenvolvimento na vida de cada pessoa. Ou na de várias, como mostramos em algumas das matérias que você vai ler quando virar as páginas. Imagine uma biblioteca que vai até os leitores e, com isso, desenvolve aqueles cidadãos? O projeto existe e já faz parte da vida de centenas de petropolitanos. Quem também não teve medo de arriscar foi Cláudia Martins, fundadora do Recicla Tecido, projeto que transforma a moda e pessoas. Enquanto assistimos às mudanças, os humoristas também assistem, analisam o cotidiano de forma bem humorada e, agora, apresentam seus espetáculos com frequência na Cidade Imperial. Turismo, gastronomia, moda, bem-estar... Vire a página e conheça o novo estilo de levar até você informações regionalizadas. As mudanças estão apenas começando, mas com a mesma qualidade que você já conhece. Boa leitura!
REVISTA ON
Financeiro Sabrina Vasconcellos (sa@fiobranco.com.br) Juliana Brandelli (juliana@fiobranco.com.br)
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o dicionário, líder é aquele indivíduo que chefia, comanda ou orienta qualquer tipo de ação. Políticos lideram municípios, estados e países; capitães lideram equipes de futebol rumo aos títulos; pais e mães lideram famílias. Enquanto isso, os executivos são aqueles que precisam ter a liderança para tomar decisões que influenciam a trajetória de empresas e de todos os que a elas estão relacionados. O petropolitano Jeferson Salvaya é um exemplo de líder de sucesso e se destaca como um dos diretores do Grupo Lagos de Itaipava, empresa que ganha cada vez mais destaque na região e faz parte da vida de muitos petropolitanos, sejam aqueles que moram em seus empreendimentos ou os que visitam o Castelo de Itaipava. A trajetória de crescimento de Jeferson é inspiradora para quem não tem medo de arriscar e mudar de vida. Falando em mudanças, você vai reparar que a Revista On também está em constante evolução. Já nesta página, você conhece
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TURISMO & GASTRONOMIA
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Fiobranco Editora Rua Prefeito Walter Francklin, 13/404 | Centro | Três Rios - RJ | 25.803-010 Telefone (24) 2252-8524 E-mail sac@revistaon.com.br Portal www.revistaon.com.br Impressão WalPrint
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FELIPE CARVALHO
Direção Felipe Vasconcellos (felipe@fiobranco.com.br)
editorial
BETO gATTI
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HWJ ENGENHARIA laNÇa TrÊS NOVOS empreeNdimeNTOS Construtora entrega, também, 228 unidades habitacionais do Programa minha Casa, minha Vida
GUERRA RODRIGUES O centro empresarial terá 20 andares
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o ano em que completa 25 anos, a HWJ Engenharia prepara o lançamento de três empreendimentos que vão movimentar o mercado da construção civil em Três Rios (RJ) e região. A construtora, com mais de mil unidades entregues, se destaca pela solidez e credibilidade, priorizando projetos que aliam inovação, modernidade e sofisticação, sempre preocupada com a sustentabilidade. O Centro Empresarial Guerra Rodrigues, na área comercial de Três Rios, terá 20 andares, vagas de garagem, lojas e salas comerciais. Segundo a arquiteta Maria Clara Lopes dos Santos, o empreendimento, considerado “automatizável”, está projetado para atender às mais recentes tecnologias. Um dos diferenciais é a flexibilidade dos pavimentos, que podem ser subdivididos em salas, variando de 50 m² a 200 m². O piso elevado e espaço no entreforro permitem que todas as instalações fiquem embutidas e sejam facilmente modificadas, o que gera liberdade na definição de layout. A arquiteta ressalta outros diferenciais, como o reaproveita8
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VARANDAS DO RIO Localizado às margens do rio Paraíba do Sul
mento de águas pluviais e a utilização de grandes vãos em vidros especiais, com tratamento térmico e acústico. O segundo empreendimento, o Residencial Varandas do Rio, conta com vista permanente para uma das áreas mais belas e centrais da cidade, às margens do rio Paraíba do Sul. Todos os apartamentos de dois e três quartos são de frente, com varanda gourmet e churrasqueira. O condomínio terá área de convivência e lofts nos andares. A preocupação ambiental está presente com locais para descarte de óleo de cozinha e utilização de iluminação natural. “Nosso diferencial é trabalhar com novos processos, mais sustentáveis e atuais, a cada lançamento”, ressalta Waldir dos Santos Júnior, um dos diretores. Com relação ao projeto arquitetônico, apresenta design contemporâneo e arrojado, com aplicação de cores impactantes. Já o Residencial Águas de Março une alto padrão estético e projeto contemporâneo surpreendente. Apartamentos de um e dois quartos e lofts incluem cozinha americana e a possibilidade de entrega com ambientes já mobiliados. Contará, também,
ÁGUAS DE MARÇO Alto padrão estético e ótima localização
com salão de festas e ótima localização para quem quer morar no centro da cidade. Ainda nas comemorações dos 25 anos, a construtora entrega, neste ano, 228 unidades habitacionais do Programa Minha Casa, Minha Vida e inicia a construção de mais 400, que serão entregues em 2015, também atendendo ao programa do Governo Federal. O cliente da HWJ Engenharia tem a garantia do recebimento das chaves do seu imóvel no prazo estabelecido. Certificada pelo Sistema Brasileiro de Qualidade na Produtividade Habitacional (PBQP-H), o selo de qualidade da construção, a construtora tem confiabilidade consolidada no mercado, o que leva certeza ao comprador de estar adquirindo qualidade a preço justo e um investimento com valorização certa.
Rua Duque de Caxias, 517, salas 301/302 Centro - Três Rios/RJ Tel.: (24) 2252-3818
GENTE
cultura 9 educação 16 inspiração 18 opinião 26
Humor na Serra POR mARIANNE WILBERT
O humor está cada vez mais presente nas programações teatrais e em grandes emissoras de TV. Em Petrópolis, também está em alta. Já conquistou espaço em um restaurante em Itaipava e ganhou até um festival que recebe sua segunda edição em setembro.
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GENTE CULTURA
Em Petrópolis, o stand-up está cada vez mais presente nas programações dos teatros e ganhou até um espaço fixo na programação de um bar em Itaipava. Em maio, foi realizado o Festival Rei do Riso, criado pela Xdaquestão Produções para ser o primeiro de muitos festivais que têm como principal objetivo oferecer espetáculos, nem sempre de stand-up, inéditos na cidade. “Acreditamos na comédia como entretenimento, suporte para formação de plateia adulta e como uma das principais formas de ‘desopilar’ o dia
“É importante para a cidade trazer programas novos, num lugar bacana e a um preço acessível”, Camila Cruz, publicitária
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a dia corrido. A ideia surgiu, também, da necessidade de alterar o padrão do petropolitano de ir ao teatro apenas nos finais de semana, deixando um espaço como o Theatro d. Pedro parado na maior parte do tempo”, explica Maurício Araújo, produtor cultural da Xdaquestão. Já o bar e restaurante Nucrepe, em Itaipava, apresenta o Comédia Nupalco, idealizado pelo comediante Pedro Pan, e que acontece em todo primeiro domingo do mês. “A ideia do show surgiu a partir da vontade dos responsáveis pelo Nucrepe em ter uma noite de humor na casa e da minha de ter um show fixo onde pudesse levar amigos e convidados DAIANA LORANg
MÁGICA Gabriel Louchard tem um espetáculo de humor e mágica 10
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do mundo da comédia. Eles entraram em contato comigo em meados de 2012 e já em novembro estreava o Comédia Nupalco”, conta Pedro. Depois trazer os humoristas Fernando Ceylão, Nizo Neto, Gabriel Louchard e Ragi Abib, que se apresentaram no Rei do Riso e cuja primeira edição aconteceu em maio, Maurício percebe que o stand-up é uma vertente do teatro que cresce em Petrópolis, no Brasil e no mundo. “Acredito que esse crescimento vem do fato de as pessoas se identificarem com as peculiaridades da vida alheia e porque na maioria das vezes o riso é conquistado com mais facilidade. Além disso, as produções locais e nacionais viram nessa modalidade um custo reduzido em relação a transporte, cenografia e todas as questões envolvidas, o que também é muito vantajoso”, comenta. O stand-up não é só bem recebido pelo público petropolitano como acaba sendo um mercado em potencial na cidade. Pedro comenta que, mesmo quando as apresentações não estão lotadas, a plateia é sempre muito animada e os shows são sempre incríveis. “O público petropolitano em geral se mostra bastante receptivo a esses tipos de projeto. O feedback que recebemos durante e ao final dos shows é sempre positivo. É um mercado ávido por novas opções culturais e de entretenimento e não acredito que tenha oferta para atender à demanda existente. O Comédia Nupalco é minha pequena contribuição”, acrescenta. A publicitária Camila Cruz foi até Itaipava duas vezes para conferir o projeto e adorou. “É importante para a cidade, que nunca tem nada de diferente para fazer, trazer programas novos, num lugar bacana e a um preço acessível”, diz.
RIZO Nizo Neto apresentou o espetáculo Rizo em Petrópolis
DAIANA LORANg
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lguns chavões dizem que “rir é o melhor remédio” ou que “a vida é uma comédia”. Já o romancista Horace Walpole foi além, ao mencionar que “o mundo é uma comédia para aqueles que pensam e uma tragédia para aqueles que sentem”. Aqueles que pensam, acabam por ressaltar aspectos do cotidiano que muitas vezes nos passam batidos, lançando um olhar aguçado, cômico e até crítico sobre eles. Piadas como “O que é um pontinho vermelho no castelo?” ou “O que o tomate foi fazer no banco?” [para matar a curiosidade, as respostas: uma pimenta do reino e tirar um extrato, respectivamente] vem sendo substituídas por observações críticas como “Brasília é cidade de primeiro mundo, é tipo Las Vegas. Foi erguida no meio do deserto para quem quer ganhar dinheiro fácil”, como disse Danilo Gentili em seu show, ou ainda “Minha namorada me perguntou uma palavra que a definisse e eu respondi: esteira, abdominal, bicicleta...”, como brincou Fábio Rabin. Estes foram apenas alguns exemplos de piadas rápidas que mostram a forma usada por humoristas para olharem o mundo e caracterizam o chamado stand-up comedy. Este é o “humor de cara limpa”, pois o comediante se apresenta sem cenário, figurino ou qualquer recurso teatral. No Brasil, teve José Vasconcellos como pioneiro, além de nomes de peso como Chico Anysio e Jô Soares que abriram as portas para uma nova geração de comediantes, como Fábio Porchat, Rafinha Bastos, Oscar Filho, Bruno Motta, Diogo Portugal, entre muitos outros que começaram a disseminar o “one man show” através de pequenas apresentações em bares e teatros.
COISA DE GORDO Ragi Abib encerrou a primeira edição do Rei do Riso
gIULIA BURATTA
gIULIA BURATTA
DAIANA LORANg
REI DO RISO Fernando Ceylão se apresentou no Rei do Riso
COMÉDIA NUPALCO A primeira apresentação contou com Paulo Vinnicius, Júnior Chicó e Léo Ramos
NUCREPE Pedro Pan é o idealizador do Comédia Nupalco
Embora o gênero seja bem recebido pelo público, há alguns casos onde a piada pode não agradar, pois o humor, por ser crítico, acaba atingindo alguém de alguma forma. Devido ao seu humor mais sarcástico, Pedro relata que já foi criticado, mas por outros comediantes. “Eu gosto de falar de assuntos difíceis. Certa vez, ao testar uma piada sobre religião, fui criticado por outros comediantes presentes no local, mas a reação da plateia foi boa. Achei uma experiência interessante, pois mostra que existe um certo pudor em todos os segmentos da sociedade, até mesmo na classe dos comediantes”. Segundo Paulo Vinnicius, comediante que já se apresentou duas vezes no Comédia Nupalco, há uma grande diferença entre ser ofendido e sentir-se ofendido. “Vivemos em um país reple-
to de pessoas que, muitas vezes, apesar de possuírem estudo e fazerem parte de uma classe privilegiada da população, são ignorantes quanto à moral e à ética nos âmbitos profissional e pessoal. Obviamente, nem tudo o que falamos é o que pensamos, são apenas piadas. Mas como são escritas por nós e ditas sem a proteção de uma personagem, o público tem sensação de que somos nós, ‘a pessoa’, e não ‘o artista’ que está contando algo”. Paulo chegou, inclusive, a ser ameaçado e xingado por um comentário feito em uma rede social sobre uma tragédia. “Ameaçar agredir alguém porque ela fez uma piada não é uma forma muito cívica de se afirmar melhor que o outro”, conclui. O Comédia Nupalco, desde a estreia, já contou com nomes como Ulisses Mattos, Anderson Gago, Leandro
Teixeira, Fabio Vasconcelos, Léo Ramos, Júnior Chicó, Lucas Moreira, Raul Franco, Richard Rebelo, André Teixeira, Rafael Studart, Paulo Carvalho, Rey Biannchi, Larissa Câmara, Hugo Verissimo, Lucas Moreira, o grupo Comérdia e Paulo Vinnicius. A segunda edição do Festival Rei do Riso acontece no mês de setembro durante quatro semanas, às quartas-feiras, com apresentações às 20h. Desta vez, passam pelo palco do Theatro D. Pedro: Raphael Ghanem com o espetáculo “Não se enghanem”; Giovanna Fraga e Sil Esteves mais convidados com o “Batom Comedy”; Leonardo Reis, ou Gigante Léo, como é mais conhecido, com o show “BIG (Baixinhos, Inteligente e Gostos)”; e, para finalizar, o Rei do Riso recebe a peça “Depois do final feliz”, com André Mattos e Roberta Repetto.
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cOlÉGIO ADVENTISTA IPAE
74 aNOS de cOmprOmiSSO cOm a edUcaÇÃO de QUalidade FOTOS DIVULgAÇÃO
Investimentos em infraestrutura, tecnologia e melhorias pedagógicas. Essas são as ferramentas que contribuem para manter o Instituto Petropolitano Adventista de Ensino como referência em ensino.
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ão é de hoje que as escolas já reconhecem: a educação não fica restrita ao conhecimento acadêmico. É pensando em promover o aprendizado social, moral e ético dos alunos que o Colégio Adventista IPAE comemora seu aniversário de 74 anos em Petrópolis indo além da formação intelectual. Para se consolidar como referência tanto na educação infantil quanto no Ensino Médio, o colégio investiu em infraestrutura. Salas de aula equipadas com ferramentas multimídia, restaurante, piscinas, sauna, academia, salão de jogos, ginásio e quadras poliesportivas e segurança 24h - tudo isso em meio a uma ampla área de contato com a natureza garantem aos alunos uma experiência de aprendizado completa e duradoura. Quem comprova é Antonio Vieira de Melo Neto. Formado em engenharia elétrica e gerente da divisão de Engenharia de Transmissão na Eletrobrás, ele matriculou a filha no mesmo colégio onde estudou. “A contribuição do Colégio IPAE em minha formação foi muito além do aspecto intelectual. Tive motivação e oportunidade para o desenvolvimento de diversas habilidades, como as musicais, falar em público e trabalhar em equipe. O amadu-
PARA O VESTIBULAR A ferramenta dudow auxilia no ingresso à universidade
CONTATO COM A NATUREZA Os alunos contam com ampla área verde
recimento emocional e o enfrentamento da timidez que me foram proporcionados com certeza fizeram muita diferença no meu preparo pessoal e profissional. Posso afirmar que realmente tive um desenvolvimento completo: físico, intelectual, emocional e, acima de tudo, espiritual”, avalia.
Com o objetivo de transmitir aos alunos princípios éticos e morais, a proposta pedagógica do colégio está fundamentada em valores cristãos. Um deles é o respeito a todas as religiões e crenças e, por isso, cerca de 50% de seus estudantes não são membros da Igreja Adventista. A diversidade de interesses também pode ser vista nas aulas de música – que ocupam lugar de destaque na grade do IPAE. Com uma orquestra sinfônica jovem, banda, coral de sinos, coral de libras, coral jovem e um conservatório musical que oferece mais de 15 cursos, o colégio já marcou a vida de muitos alunos que hoje são profissionais da música. Um exemplo é o maestro Silmar Correia, que foi estudante do ensino médio durante três anos no Colégio IPAE. “Muitos foram os momentos que marcaram esse período. Apesar de ter interesse por música desde criança, foi o meu tempo no colégio que solidificou o desejo de ser um músico. As oportunidades nas apresentações, ensaios dos corais, recitais e aulas do conservatório despertaram em mim o gosto pela composição”, conta. Para ampliar o acesso ao ensino de qualidade, a escola investe em projetos sociais. Quem passa pelas salas de aula recebe todas as ferramentas para, ao fim do revistaon.com.br
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As aulas de música ocupam lugar de destaque na grade do IPAE Ensino Médio, obter bons resultados nos mais concorridos vestibulares. Pensando nisso, o novo diretor geral da instituição, professor Jefferson Andrade, recém-chegado da diretoria de ensino da Universidade Adventista de São Paulo, pensa em novos objetivos e propostas pedagógicas. “Em 2013 ampliamos a equipe administrativa e contamos agora com uma diretora acadêmica. Contratamos os serviços da empresa de consultoria WilVest, que utiliza uma ferramenta chamada dudow, com infraestrutura voltada para os vestibulares e principalmente para o Enem. O dudow agiliza o processo de elaboração e correção de provas e listas de exercícios, além de economizar tempo na preparação das aulas. Para os alunos, é uma plataforma online de estudo que permite o acompanhamento do seu progresso em busca de notas altas e da tão sonhada vaga na universidade”, informa o diretor. Ao longo dos anos, o constante investimento em ferramentas de ensino e no aprimoramento de seus professores vem mostrando resultados: pela escola, passaram alunos que tornaram-se grandes líderes de empresas, organizações e instituições. Foi a preocupação com valores culturais, sociais e espirituais que contribuiu para que o IPAE não formasse apenas profissionais de destaque, mas também adultos sensíveis, pessoas informadas e cidadãos conscientes.
Colégio IPAE Km 68 - BR-040 Araras – Petrópolis – RJ 24 2225-7250 ipae.org.br Facebook.com/colegioadventistaipae 14
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MULTIMÍDIA As salas de aula são equipadas com os últimos recursos pedagógicos
ESPAÇO AMPLO Alunos contam com espaços de esporte e lazer
CURRÍCULO MUSICAL As aulas estimulam alunos a desenvolverem habilidades
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GENTE EDUCAÇÃO
lITERATURA mÓVel POR LETICIA KNIBEL
FOTOS REVISTA ON
Com uma ideia simples, o Projeto Livro no Ponto ajuda a transformar vidas e conscientizar sobre a importância da leitura para muitos petropolitanos.
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ndando por uma rua no Rio de Janeiro, Renato Cesquini, produtor cultural, viu uma cena que o marcou para sempre: uma mulher muito pobre com duas crianças deitadas juntas na rua, uma das meninas lendo um gibi. “Eu tinha um projeto cultural de incentivo à leitura guardado na gaveta e, a partir da cena que presenciei, decidi que era hora de colocar o plano em prática”, conta Cesquini. O conceito é bem simples: uma estante de madeira móvel que imita um livro. Em suas prateleiras encontra-se todo tipo de literatura, de livros clássicos a gibis. “A ideia era disponibilizar essa biblioteca para toda a população, em qualquer lugar, como um ponto de ônibus, um terminal, em frente a um hospital, um posto de gasolina, ou seja, tornar a leitura acessível a todos, de maneira democrática e sem dificuldade”, revela Renato. Por isso, a estrutura do projeto é móvel, o que facilita o acesso à população. Além disso, existe a questão da disponibilidade, pois o livro é caro e nem todos têm condições financeiras para comprá-lo, o que leva a outro ponto importante do projeto. Todos os livros são novos! “Fazemos questão de oferecer aos leitores livros novos e, sempre que possível, disponibilizamos lançamentos para todas as idades”. A presidente do Projeto Araras Cultural, Ana Paula Sá Campello, conta que conheceu o Livro no Ponto em 2011, através de seus idealizadores, Renato Ceschini e Nadja Calaza. “Eles 16
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INCENTIVO À LEITURA Leticia destaca que as crianças estão sempre em busca de novidades na biblioteca
foram assistir a uma palestra que realizamos e vieram conversar comigo sobre a ideia de trazer o projeto para Araras. Achei importante trazer esse projeto para cá, pois em Araras não tem uma biblioteca pública e o hábito da leitura é essencial para a educação e cultura”. A parceria com a Multi Criações Culturais (empresa responsável pelo projeto) surgiu a partir daí. “Havia um Livro no Ponto em Itaipava (no posto de gasolina em frente ao mercado) que contava com patrocínio para manter uma funcionária atendendo ao público. Esse patrocínio acabou e eles entraram em contato comigo para saber se teríamos o interesse em trazer esse mesmo mó-
dulo para nossa sede aqui em Araras e aceitamos na hora!”, revela Paula. Para Teresinha Almeida, gerente do Projeto Araras, o Livro no Ponto proporciona uma integração maior do projeto com a comunidade e faz com que estudantes, que são a maioria dos leitores, tenham acesso a autores novos, colaborando para a circulação de novas ideias sobre os mais diversos assuntos. “Pois nesta biblioteca temos edições e temáticas que normalmente não são discutidas em sala de aula”, destaca. Além disso, este projeto é uma opção de entretenimento e cultura. “Ter acesso a livros traz mais informação para os moradores, que passam a ter novos pontos de vista após cada leitura”, ressalta Campello. Leticia Oliveira, responsável pelo atendimento da biblioteca, explica que para pegar um livro emprestado é bem simples e qualquer pessoa pode fazer. Basta realizar o cadastro com dados básicos na unidade (que fica na sede do Projeto Araras) e escolher o exemplar. “A pessoa pode ficar com o livro durante 15 dias e, se precisar, pode renovar o prazo ou trocar por outro”. Atualmente a biblioteca de Araras conta mais de 800 livros e possui 120 pessoas cadastradas. “Em média, são 50 livros emprestados por mês”. Teresinha explica que, para divulgar a biblioteca, eles foram a algumas escolas do bairro, nas salas de aulas, e também distribuíram cartazes. “Mas o boca a boca é o que tem funcionado melhor. Quem faz o cadastro acaba sempre trazendo pelo menos mais um leitor”, revela.
“Esta é a única biblioteca pública do bairro, aberta a toda a comunidade, ressalta Teresinha.”
FORMATO A biblioteca é uma estante de madeira que imita um livro
Lina Carneiro conta que descobriu o Livro no Ponto há três meses e foi uma grata surpresa. “Estava passando de carro, vi a placa da biblioteca e decidi parar para
conhecer. Logo fiz meu cadastro e peguei um livro ótimo, do Umberto Eco”. Mesmo sendo veranista, Lina aproveita sempre que está em Araras para pegar algum exemplar emprestado e destaca que a ideia do projeto é surpreendente, pois há poucas bibliotecas na cidade e o fato de ter uma em um ponto central, de fácil acesso, sem burocracia, é algo maravilhoso. “Esta é a única biblioteca pública do bairro, aberta a toda a comunidade. Acredito que o maior benefício seja a possibilidade de adquirir novos conhecimentos e também é uma forma de lazer, pois a leitura deve ser algo prazeroso, não apenas uma obrigação escolar”, destaca Teresinha. Para ela, é gratificante ver novos leitores se formando e que, com certeza, incentivarão a formação de
novos leitores na sua própria casa, pois a leitura abre inúmeras possibilidades ao estimular a criatividade. “O Livro no Ponto é uma opção de entretenimento e cultura. Ter acesso aos livros traz mais informação para os moradores, que passam a ter novos pontos de vista após cada leitura”, conclui Ana Paula. Vale destacar que, em 2011, o Livro no Ponto foi um dos vencedores do Prêmio Rio Sociocultural, que tem o objetivo de identificar, premiar e dar visibilidade às ações inovadoras, criando potencial para que projetos exemplares se multipliquem. De 320 projetos inscritos, o Livro no Ponto ficou entre os dez finalistas e foi escolhido pelo júri como um dos cinco melhores, sem ordem de classificação.
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O TRIATlETA
dOS NeGÓciOS
POR FREDERICO NOgUEIRA
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FOTOS BETO gATTI
A determinação e a força de vontade fazem o petropolitano Jeferson Salvaya ser reconhecido atualmente como um dos executivos mais respeitados do estado, hoje com contribuição direta ao sucesso do grupo Lagos de Itaipava. A mesma fórmula também o tornou um esportista vencedor. revistaon.com.br
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er entrevistado para falar sobre a carreira e os negócios ainda era um desafio para Jeferson Salvaya. Porém, como em diversos momentos da vida, este tornou-se mais um superado pelo executivo. E em grande estilo! Sócio-diretor do Grupo Lagos de Itaipava há dois anos, ele aceitou o convite não apenas para uma reportagem, mas para ser capa da edição pela interessante trajetória que possui e pelo fato de ser reconhecidamente um líder de sucesso. Hoje, é um dos responsáveis pelo crescimento da Lagos de Itaipava, empresa onde está há oito anos.
A Lagos de Itaipava surgiu em 1982 em um setor bastante diferente: a indústria têxtil
Atualmente no ramo da construção civil, a Lagos de Itaipava surgiu em 1982 em um setor bastante diferente: a indústria têxtil. O início foi com uma grife que conquistou o público e, em 1989, a empresa passou a realizar todas as fases da produção, como confecção, vendas e, inclusive, telemarketing. Já no ano de 1997 aconteceu a grande virada. Sem receios, vislumbrando oportunidades no crescimento imobiliário em Itaipava, a Lagos passou a investir na construção civil. O objetivo era construir residências inovadoras e vendê-las para que as pessoas tivessem oportunidade de residirem em ambientes de alto nível. O primeiro empreendimento foi o Lagos de Itaipava – Apartamentos de Campo. Já o primeiro prédio foi o Residencial do Bosque, lançado em 1999 com 50% construído. O conceito foi aprovado pela população, que ganhou a chance de unir a vida no campo com a praticidade da cidade. Moradias com aconchego e charme são marcas de todos os projetos da Lagos de Itaipava.
DUPLA JORNADA Os lados esportista e executivo têm diversos pontos em comum na vida de Jeferson
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DILMA ROUSSEFF A convite da presidente, Jeferson esteve na Tribuna Presidencial durante a abertura oficial do novo Maracanã
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NALDO O cantor gravou seu último clip no Castelo de Itaipava, de propriedade do Grupo Lagos de Itaipava
SABRINA SATO Bem relacionado, o executivo participa de eventos nacionais com celebridades e líderes de diversos segmentos, muitos deles são grande amigos
Assim como a Lagos, Jeferson também não teve medo quando precisou mudar o rumo da carreira. Do contrário, hoje não seria uma das pessoas à frente das decisões da empresa. Nascido em Petrópolis, filho de um administrador de empresas e uma dona de casa, a primeira experiência que teve com alguma forma de trabalho foi na infância, quando gostava de acompanhar o avô e um tio, que trabalhavam com obras, nas construções. “Saía da escola e pedia para minha mãe arrumar uma marmita para eu levar. Lá, ajudava os dois cavando fundação, tirando terra”, recorda. O tempo passou e o local dos contatos com trabalho também. Nas visitas que fazia à empresa
Jeferson Salvaya iniciou como gerente administrativo e tornou-se sócio da Lagos
que o pai administrava, surgiu a vocação para as ciências exatas. Assim, fez curso técnico em contabilidade e graduou-se em administração de empresas com ênfase em administração hospitalar. A especialização tem um motivo. Aos 18 anos, foi contratado pelo Hospital Santa Teresa como office boy. “Era meu primeiro emprego, precisava de experiência e aceitei”, diz. Por mais de uma década ficou no hospital e chegou ao cargo de gerente. “Eu sempre tive sorte, pois as oportunidades apareceram nos momentos mais difíceis e consegui transformá-las em realizações. Deixei de ser office boy e passei a ser auxiliar contábil. Logo depois, o hospital perdeu o contador, ficou oito meses com contabilidade atrasada, chamaram outro, não deu jeito e me chamaram. Aceitei. Se me derem um objetivo, eu sigo até concluir”, conta. Como contador, tornou-se o melhor das unidades de todo o país. Com o desempenho, tornou-se gerente. “Encarei como uma promoção. Mas, quando assumi o cargo, sabia que a cada quatro anos revistaon.com.br
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aconteciam mudanças muito grandes nos cargos. Fiquei durante duas gestões, mas na terceira mudança eu saí”, relembra. Desempregado, viu um anúncio de vaga de emprego em um jornal e enviou currículo. Não sabia qual empresa buscava um novo colaborador. Foi chamado 20 dias depois para uma entrevista na Lagos de Itaipava. “Logo no início me surpreendi com a visão de liderança da Lagos, pois o cargo era para gerente de suprimentos, mas acharam que eu tinha um perfil diferenciado e pensaram em outra área. Fui trabalhar como gerente administrativo, depois acumulei outras gerências, cheguei ao cargo de direção e fui convidado a ser sócio da empresa”, resume Jeferson sobre a trajetória de sucesso dentro da Lagos de Itaipava, uma empresa familiar onde, então, atua como executivo para profissionalizar a gestão e gerar novas oportunidades de crescimento.
Em 17 anos de empresa, a Lagos de Itaipava já tem 22 empreendimentos
Arriscar e acertar. Assim é o resumo da Lagos de Itaipava e da vida de Jeferson Salvaya, um líder nato. “Vivi 13 anos em uma situação diferente da que estava entrando. Confesso que, por isso, não me sentia preparado. Mas não tem nada que eu ache impossível de aprender. Para mim, liderança é atitude. Com atitude, ação e vontade de fazer, não há limites para aprender. Fui atrás da oportunidade e tive excelentes professores dentro da Lagos que me conduziram muito bem”, afirma. Jeferson recorda-se de uma situação no dia da entrevista de emprego. “Perguntaram que frase eu diria para me contratarem, se isso fosse um fator decisivo. Falei ‘você não irá se arrepender de me dar a oportunidade de mostrar meu potencial e o que você espera que eu te retorne, retornarei em dobro’”, lembra. 22
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E os resultados aconteceram. “A Lagos tinha mão de obra própria. Lutei para terceirizarmos a construtora, pois precisávamos compreender que tínhamos que focar em nossa melhor atuação e não tentarmos ser bons em tudo. Então, após pesquisas e estudos, reduzimos gastos desnecessários e constatamos que somos ótimos incorporadores. Quando falei pela primeira vez sobre a terceirização, achei que fossem me matar. Nas ruas, pensavam que a empresa estava quebrando, mas felizmente estávamos bem longe disso. Tivemos que vencer a situação e mostrar os resultados através do sucesso de nossas ações”, conta sobre uma das decisões tomadas que fez a empresa crescer ainda mais. Jeferson ressalta, ainda, que o modelo próprio de vendas e a expansão para lugares fora de Itaipava contribuíram com o sucesso, atual e futuro. Em 17 anos de empresa, a Lagos de Itaipava já tem 22 empreendimentos. São mais de 500 unidades entregues e mais de 600 em construção. Atualmente, seis obras estão em andamento simultaneamente. Com a visão aguçada, está ampliando a atuação também em outras cidades, a fim de gerar novas oportunidades de expansão. Além dos empreendimentos imobiliários, a Lagos tornou-se proprietária do Castelo de Itaipava, um dos pontos mais conhecidos da região. “Foi uma grata surpresa. Na época que olhamos o Castelo, estávamos olhando o terreno, a área de estacionamento. Perguntaram se não queríamos investir também no Castelo. Conversamos, compramos metade da terra e depois o terreno todo”, lembra o executivo. Com isso, houve uma grande reforma no espaço e, hoje, festas badaladas e diversos tipos de eventos são realizados no ambiente. Recentemente, serviu de cenário para a novela “Guerra dos Sexos”, da TV Globo, e como palco do clipe da música “Mexá” do cantor Naldo. “É o único castelo de pedras da América Latina deste tamanho. É encantador e raro. Vamos ter a segunda edição do réveillon este ano, já temos agenda aberta para 2014 e eventos marcados para 2015”, informa. Uma novidade que será colocada em prática em breve é a possibilidade de que pessoas passem noites no Castelo ou façam jantares de negócios no ambiente.
CONSTRUÇÃO Na infância, ajudava o avô nas obras; hoje, dirige uma incorporadora
Sobre a decisão de investir no ramo do entretenimento, Jeferson explica aquilo que já é característica dele e da empresa. “O que conhecemos deste mercado? Nada. Mas tomamos a decisão de pegar. Mesmo contra todas as lógicas, nosso lema é ação, atitude. Muitas pessoas perdem muito tempo pensando naquilo que nem foi concebido. Nós não perdemos esse tempo, investimos. Preferimos agir. A oportunidade surge e temos que pegar. Se não der certo, temos que aprender a reconhecer que deu errado”, diz Salvaya de forma que pode ser considerada uma aula de empreendedorismo e liderança. Nas horas vagas, o executivo abre espaço para o esportista Jeferson, que também mostra muita dedicação e força de vontade para cumprir os objetivos. “Sempre fui do esporte. Quase fui jogador profissional de vôlei. Não sou aquele cara que vai para a academia sem objetivos, preciso deles. Então, comecei a correr e decidi participar de uma meia
maratona. Minha esposa perguntou se eu estava maluco, mas eu sempre gostei de desafios. Participei e completei a prova”. Com a dedicação ao esporte, uma admiração antiga o fez querer participar de outra modalidade e há pouco mais de um ano dedica-se ao triathlon. Aos 37 anos, Jeferson Salvaya é um líder de sucesso. “Isso foi desenvolvido com tudo o que passei, mas sempre fui muito lutador. Se tiver que fazer algo em dez segundos, não paro enquanto não cumprir. Sempre tive determinação e persistência”. Para o amigo Pierre Thomé de Souza, consultor e mentor de networking e marketing, ele é um exemplo perfeito de líder. “É da geração anterior à Y, mas tem muitas características desta geração. Ele tem uma visão revolucionária nos ideais, que traz confiança, humildade e foco”, resume Pierre.
Jeferson Salvaya define-se como uma pessoa simples, que acredita muito na força do trabalho
Casado e pai de um filho, Jeferson diz que não consegue acompanhar de perto o crescimento do filho pela rotina do trabalho e busca dedicar-se ainda mais à família. Ele considera-se “um cara simples, que acredita muito na força do trabalho, gosta de ação, não de ficar só com lamentações e lamúrias, uma pessoa persistente e que acredita muito no que faz”. Para ele, a Lagos é o futuro. “É o que enxergo daqui a vários anos. Crescer, expandir, levá-la para outro patamar. Fazer saltos gradativos. Levar para outros municípios, outros estados. Hoje vejo que tenho uma missão bem grande, que é explorar o mercado desconhecido em outras localidades”, conclui. Do menino que ia às construções com o avô ao executivo de uma incorporadora de sucesso. O que muda é o tamanho das responsabilidades, mas a força para vencer e construir uma vida de sucesso ainda são as mesmas. revistaon.com.br
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O melHOr
NeGÓciO em VOlKSWAGEN Se ainda está em dúvida de quando e onde adquirir um novo veículo ou acabar de vez com as dores de cabeça causadas por problemas com eles, conheça a Eurokraft. Com produtos e serviços de excelência no segmento automotivo, ela é o lugar perfeito para realizar os sonhos.
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m 1885, o engenheiro Karl Benz produziu o primeiro veículo motorizado com propósito comercial, que era um carro com três rodas movido a gasolina. Com o passar dos anos, os carros foram aprimorados e, no Brasil, foi durante o governo de Juscelino Kubitschek que as multinacionais automotivas começaram a montar automóveis. O alemão Schultz-Wenk convenceu Heinz Nordhoff, o diretor-superintendente da Volkswagen, a abrir uma filial no Brasil e, assim, no ano de 1953 foi fundada a Volkswagen do Brasil Ltda em um armazém alugado na Rua do Manifesto,
PETRÓPOLIS A Eurokraft está presente na cidade há oito anos, mas caminha junto à Volks desde 1990 24
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no bairro do Ipiranga, em São Paulo, de onde saíram os primeiros fuscas. Seis anos mais tarde, a Volks inaugurou a fábrica em São Bernardo do Campo, por onde o então presidente Kubitschek circulou em um fusca conversível. Em Petrópolis, a empresa está presente há 50 anos, sendo há oito sob o comando da Eurokraft. O grupo iniciou a caminhada junto à Volkswagen do Brasil no ano de 1990, quando adquiriu a concessão da marca em Nova Friburgo, onde até hoje é representado pela Frivel - Friburgo Veículos S.A. Após 15 anos, iniciou o trabalho na cidade imperial, fundada por Francisco Sebastião Noel.
OFICINA A concessionária também presta o serviço de pós-venda com excelência
QUALIFICAÇÃO A Eurokraft possui alto índice de capacitação e treinamento dos colaboradores
NOVOS E SEMINOVOS O cliente tem uma enorme variedade de veículos à disposição para escolher
A Eurokraft é uma das concessionárias VW com índices de capacitação e treinamento mais elevados do país e oferece um amplo portfólio de produtos Volkswagen em oferta aos clientes, atendendo à necessidade e ao gosto de todos, além do compromisso com o pós-venda, que garante a satisfação total do consumidor. “O segredo é manter-se presente constantemente na vida dos clientes e não só no momento da venda. Temos que ser consultores de negócios e gerar segurança através do relacionamento e do pós-venda realizado de forma transparente e eficaz”, explica Péter Campanati, gerente comercial da empresa. Segundo Péter, o cliente petropolitano é muito exigente, com grande senso de oportunidade, e espera produtos inovadores com tecnologia de ponta e pós-venda de qualidade. Além da venda de veículos novos e seminovos, entre os serviços oferecidos estão os seguros, consórcios, peças, acessórios e serviços de manutenção para veículos Volkswagen. Os produtos em destaque são o Novo Fusca, Passat, Novo Jetta, Tiguan e Amarok. Porém, o modelo mais vendido ainda é o Gol, líder absoluto em vendas no mercado brasileiro há quase três décadas.
Com a oferta de mais de uma dezena de cores no catálogo, os tons prateados ainda são os preferidos dos clientes. “A Volks é uma marca sólida que faz parte da história de cada família brasileira. Isso, associado à inovação e a um investimento, é muito forte e traz crédito para seus produtos e serviços”, comenta Péter sobre as vantagens da VW. A Eurokraft é uma empresa com certificação ISO 9000, que estabelece um modelo de gestão da qualidade, além reunir prêmios como o Alta-Performance em melhor evolução de performance entre os concessionários VW, no ano de 2011; o prêmio Craques em Serviços VW, também no ano de 2011. A Eurokraft foi enquadrada nas normas ambientais e preocupa-se com a sustentabilidade. Faça uma visita e veja de perto todas as vantagens!
Petrópolis 24 2244-2222 Rua Coronel Veiga, 1276 eurokraft.com.br revistaon.com.br
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GENTE OPINIÃO
a VIDA É perTO É patético na hora do sexo, quando você me olha na cama como se eu fosse uma folha de alface! POR ROBERTO WAgNER
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iago vivia na pequena Alvinópolis. Seus pais eram professores, no entanto, ele preferia a vida no campo, por isso trabalhava numa fazenda na zona rural da cidade. Dirigia-se todos os dias para a fazenda de bicicleta, meio de transporte muito usado na região. Sonhava fazer engenharia e ir embora para a grande Belo Horizonte. Mas, ‘no meio do caminho havia fêmeas’ e não pedras como dizia Drummond. No trajeto para a fazenda passava todos os dias pelo armazém de Sr. Tabor, conhecido comerciante turco da região. Tabor tinha duas filhas gêmeas lindíssimas, Ayla e Kalina. Era impossível viver na cidade e não conhecer as ‘turquinhas’, como eram deliciosamente chamadas. Lindas, cabelos pretos, pernas torneadas, as gêmeas eram o desejo oculto de todos os rapazes de Alvinópolis, e por óbvio, de Tiago também. Ambas ajudavam o pai no armazém nas horas vagas de estudo. Costumavam andar de shorts atraentes como todas jovens, muito embora nenhuma jovem de Alvinópolis chegasse aos pés delas (aliás, que pés!). Tiago passava sempre em frente ao armazém para ir trabalhar e se deliciava ao vê-las na porta da mercearia. Ayla se destacava pelos nacos de nádega que sobravam no shortinho e Kalina pela fina camisa de malha que usava sem sutiã e que vivia a indicar os seios pequenos, eretos e com bicos enormes. Ao chegar ao trabalho após tamanho impacto visual, passava bons e solitários minutos no banheiro da fazenda aplacando sua fúria sexual pelas ‘turquinhas’. O passeio preferido de Tiago era ir ao armazém do Sr. Tabor quando uma das ‘turquinhas’ estava no balcão. Sutil, Tiago pedia para ver uma mercadoria na mais alta prateleira, ocasião em que elas – sempre de shortinhos – subiam na escada para pegar o produto, e de costas ‘mostravam’ a Tiago tudo aquilo que ele mais desejava. Tiago resumia tudo em seus sonhos masturbatórios solitários. Não teve coragem de abordar Ayla ou Kalina, seu desejo era quase que unicamente visual, sua timidez o impedia, e restavam noites de lençóis molhados. Ele era um covarde, e a vida não é generosa com os covardes. Aos vinte anos foi embora de Alvinópolis estudar engenharia na PUC de Belo Horizonte. Casou-se em BH com uma loura que conheceu na PUC. Após vinte anos o casamento estava aos trapos e certa feita reclamou da esposa: - “É patético na hora do sexo, quando você me olha na cama como se eu fosse uma folha de alface!”. Helena retrucou: - “Alface ou não, você nunca esteve plenamente comigo!”. 26
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Tiago se separou de Helena. Junto a seu melhor amigo, Marcos, afagava sua tristeza em boas garrafas de cerveja. Marcos sabia que a felicidade de Tiago estava em Alvinópolis, e mais, na saudade que guardava das ‘turquinhas’. Voltou a sua cidade natal após anos. O armazém do Sr. Tabor não mais existia e ele sequer conseguiu obter notícias das gêmeas, soube apenas vagamente que as gêmeas ‘turquinhas’ casaram-se e mudaram da cidade. Retornou a BH e resolveu tirar um ano sabático para reconstruir a sua vida. Marcos o apoiou: “Primeiramente, vou passar quinze dias em Istambul na Turquia, depois quando voltar pensarei o que fazer.” – “Como Turquia? Você está doido, não conhece ninguém lá?”. – “Justamente, vou a Turquia tentar rever meu passado, olhar nos olhos daquelas mulheres turcas e ver a partir delas se consigo rever minhas paixões do passado para realizar o meu futuro...”. “Meu camarada, você pirou!”. – “Pode ser, mas como disse Millôr, ‘A vida é perto!’, vou realizar tudo aquilo que sempre quis e não fiz, quem sabe eu não volte casado de Istambul com uma turquinha daquelas? Chega de covardia!” – “Boa viagem, querido amigo, de fato, a vida é perto!”.
Roberto Wagner Lima Nogueira é procurador do município de Areal, mestre em Direito Tributário - UCAM-Rio, advogado tributarista e colunista do portal da Revista On. rwnogueira@uol.com.br
cABEDAl DE IlUSÕES Não é difícil compreender o que motivou o levante de milhões de jovens
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POR HELDER CALDEIRA
ma tromba d’água atingiu a região serrana? A turma do colarinho branco vem e anuncia alguns milhões inexequíveis a título de ajuda. A presidente faz cara de tristeza, o governador lamenta, o prefeito se ausenta e todos os urubus políticos tentam lucrar uma nesga na carniça da tragédia. Saldo: mortos e desabrigados contados aos milhares e nenhuma medida efetiva tomada. Só lengalenga. As drogas, em especial o crack, se tornaram uma endemia? Nenhum problema! A presidente, emocionada, anuncia a criação de um grupo especial para debater e criar políticas públicas na área, o governador ordena a caça de traficantes para exibições ao vivo na maior emissora de televisão do país, os prefeitos pedem mais recursos para seus municípios e políticos e artistas (e artistas políticos!) antecipam campanhas levantando bandeiras. Saldo: numa noite, você olha pela janela e vê três jovens cheirando crack; na noite seguinte se-
rão seis; na próxima semana o grupo somará vinte; em um mês sua rua integrará as estatísticas das novas “cracolândias”. A saúde pública é uma porcaria? Que nada! “O povo reclama demais!”, critica um deputado estadual, bem servido pelo plano de saúde privado bancado pela Alerj. Com voz potente, a presidente anuncia a liberação de bilhões para construção de hospitais e clínicas de especialidades, o governador lança o modismo de Unidades de Pronto Atendimento iníquas, os prefeitos embarcam na onda e começam a inaugurar caixotes, com quatro paredes e uma tampa, disfarçados de postos de saúde e nada realmente adequado e útil consegue sair do papel. Saldo: milhares de brasileiros morrendo diariamente nas filas do SUS, um país de proporções continentais que não oferece infraestrutura adequada aos profissionais da saúde e um governo débil que acha que a solução está na importação arbitrária de dez mil médicos estrangeiros. Enquanto isso, o ministro da Saúde só pensa na candidatura a prefeito de São Paulo e o secretário estadual adorna a cabeça com guardanapos e dança funk num restaurante chique de Paris. O transporte público é um lixo? A presidente trata de anunciar um “pacotão” de desonerações para o setor, o governador coloca o Detro para caçar vans piratas que servem de palco para assaltos e estupros de turistas, os prefeitos reúnem os empresários que dominam a área há quase um século e abrem novas licitações com taxas de sucesso “por dentro” e “por fora” e alguns políticos espertinhos colocam suas bicicletas na rua para abocanhar o eleitorado politicamente correto. Saldo: ônibus, barcas e metrôs ruins, perigosos e lotados e uma das maiores cumbucas de corrupção da administração pública. Só por sacanagem e deboche, o herdeiro de um dos maiores clãs que exploram os transportes públicos lança cédulas de Real à trupe de manifestantes que ousavam protestar contra o casamento milionário de um familiar. Como o somatório de problemas vividos pelos cidadãos brasileiros cresce na mesma proporção geométrica dos impostos pagos a título de uma das maiores cargas tributárias do planeta, não é difícil compreender o que motivou o levante de milhões de jovens contra todo e qualquer político, partido ou liderança representativa. Nesse bojo, até o vandalismo deixa de ser apenas uma expressão de violência pura e inexplicável e acaba encontrando uma ótica possível pelo viés da exaustão do diálogo institucional. O que se vê com bastante clareza é um povo enfastiado com o cabedal de ilusões que emerge dos palácios e da absoluta ineficiência do Estado. Como “vaso ruim não quebra”, a politicagem tenta tocar o barco fingindo não compreender ao certo o que dizem as ruas. O Brasil está vivendo um momento de franca transição política e os ilusionistas são alvos preferenciais. No entanto, tudo ainda irá piorar muito até que comece a melhorar. Helder Caldeira é escritor, articulista político, palestrante, conferencista e colunista do portal Revista On. É apresentador do SBT e autor dos livros “A 1ª Presidenta”, primeira obra publicada no Brasil com a análise da trajetória da presidente Dilma Rousseff, e “Águas Turvas”. helder@heldercaldeira.com.br
O DESPERTAR De fato aconteceu um “despertar”, mas vai significar bem pouco se, na hora do voto, estes eleitores só mudarem “as moscas”.
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POR EDUARDO JORgE
s protestos populares, que movimentaram as ruas do Brasil desde junho, talvez ainda não tenham terminado de todo. Porém, passada a euforia inicial, deixaram em aberto uma questão fundamental: e daí? Houve resultados significativos. Que eventualmente podem ser consequências diretas das manifestações, como a suspensão da cobrança dos benditos R$ 0,20 nas passagens de ônibus e a rejeição da PEC 37. Mas, além dos resultados pontuais, e sintetizando de maneira muito generalista (pois não é possível avaliar de outra maneira algo que foi protagonizado por milhares de pessoas), parece ter ficado no ar o grito das últimas manifestações, torcendo para que isso fosse “só o começo”. Bacana. Mas começo de quê, exatamente? Aparentemente, ninguém tem a resposta. A única constatação evidente, segundo o consenso da mídia (e de palpiteiros, como eu), é que as manifestações representaram um “despertar” de muitos brasileiros. Mais particularmente dos jovens, que foram os grandes protagonistas. Mas mesmo a interpretação deste “fato” é ambígua, segundo os mais variados palpites e avaliações pretensamente sérias. As mais céticas e pessimistas definiram os protestos a um carnaval fora de época. As mais deslumbradas e bovinas equipararam as manifestações à derrubada Bastilha. Provavelmente, não foram uma coisa nem outra. Tudo indica que a ausência de uma reivindicação objetiva e clara, como no caso das passagens, acabou gerando a incompreensão. “Mas não é pelos R$ 0,20”, insistiram os manifestantes: os protestos foram por “mais educação”, “mais saúde”, “mais transparência na coisa pública” etc – uma pauta difusa que todos entenderam, mas que ninguém sabe explicar direito. Nesta tentativa de entendimento, obviamente não é possível considerar os objetivos de quem foi para a rua motivado apenas pelo oba-oba (porque é inútil) e nem as metas de manifestantes, digamos, “profissionais” e criminosos. Considerando, portanto, apenas quem estava motivado pela indignação, ficou difícil explicar exatamente o que queriam (e querem) os jovens realmente bem-intencionados. Fica mais fácil entender o que não querem. Talvez, como na anedota do Capistrano de Abreu, eles desejem apenas aquela “constituição” de dois artigos, preconizando: “Artigo 1 - todo brasileiro deve ter vergonha na cara. Artigo 2: revogam-se as disposições em contrário”. revistaon.com.br
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GENTE OPINIÃO
Também é possível considerar que estes jovens estivessem apenas embalados pelo calor do momento. E que agora, tendo lavado o rosto e voltado sua atenção para temas que antes consideravam importantíssimas (como, sei lá, a próxima edição do Big Brother Brasil), estejam com a sensação do dever cumprido. Porque acreditam ter feito algo relevante. Algo que inseriu em suas biografias um elemento digno e edificante, um brilho que seu pouco tempo de vida e realizações ainda não podem conceder. De toda maneira, terá sido, sim, algo admirável para aqueles cuja motivação foi realmente um idealismo “despretensioso” ou um honesto desabafo – ou ambos. Pode ser. Mas, passada a euforia inicial, virá inevitavelmente o teste decisivo, aquele em que os manifestantes, especialmente os mais jovens, poderão enfim colocar em prática toda sua virtude cívica: as eleições. Muitos destes jovens (talvez até a maioria) não foram responsáveis, por exemplo, pela reeleição de um governo que protagonizou o maior caso de corrupção (conhecido) na história do país. Ou do governador que transporta babás em helicópteros do governo. Ou do senador que usa aviões oficiais para ir em casamentos. E tantos outros. Bater bumbo na rua, pintar a cara, cantar o hino nacional, fechar as ruas... vamos considerar que isso tudo seja, sim, muito legal. Que de fato é um “despertar” etc. Mas vai significar bem pouco se, como diz o adágio popular, na hora do voto estes eleitores só mudarem “as moscas”. Se assim for, não terá havido “despertar” algum – e seguiremos todos dormindo. Pouco importa que os manifestantes não tenham deixado claro o que querem. Desde que, na hora do voto, novamente deixem bem claro o que não querem. É jornalista, mestre em ciência política e coordenador do curso de jornalismo da Universidade Estácio de Sá (Campus Petrópolis). eduardojorge.com@gmail.com
O DIVÓRcIO A impressão que resta é a de estarmos perdidos em noite escura
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POR PHILIPPE gUÉDON
povo expressou a sua absoluta falta de sintonia com os atos e palavras das autoridades, através de manifestações recentes que ocorreram em numerosas cidades. Estas mesmas autoridades, usando dos mesmos surrados e condenáveis processos que acabavam de ser reprovados em prosa e verso, palavras de ordem e cartazes, nos avisos que careceriam ser ouvidos, afirmaram ter entendido os recados da “voz rouca” das ruas, mas mantiveram firme o rumo equivocado a ver o que dará. Não será coisa boa. Desde as passeatas, o país assiste a um festival de propostas im28
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provisadas que jorram das cartolas oficiais sem qualquer vislumbre de lógica: não mais do que de repente, apresenta-se a necessidade, até aqui insuspeitada, de um plebiscito urgentíssimo sobre questões eleitorais complexas. Em verdade, mais parece um espetáculo de fogos de artifício, pois nada de essencial faz parte do pensamento presidencial; enquanto a questão partidária, tão mal equacionada no Brasil, não for posta na mesa, ficaremos debatendo efeitos colaterais. Ao fim e ao cabo, a impressão que resta é a de estarmos perdidos em noite escura sem faróis nem mesmo lamparina, e a única saída encontrada foi a caríssima máquina de Parlamentos, Justiça, Ministérios técnicos da área, assessores disso, daquilo e de coisa alguma, partidos e o que mais seja, concordarem apenas num ponto que assim pode ser resumido: o sistema eleitoral tem que ser alterado já, visto que nem desconfiamos como melhor passar adiante a batata quente. Se fosse de graça, já era caro, mas pagam-se fortunas, a conhecida e transparente e a que transita por aí de mãos em mão, para chegar-se a tão melancólica conclusão. Como se não bastasse, também estala a milagrosa ideia que o problema crônico da Saúde no Brasil irá resolver-se com a autoritária imposição aos médicos recém-formados e que iriam disputar residências nas suas especialidades, a doarem dois anos de suas vidas ao nosso lamentável Poder Público. Todas as outras questões desaparecem como por um passe de mágica: o SUS deixa de minguar por falta de recursos, os remédios que faltam aparecem, os postos de Saúde em ruínas são recuperados, enfermeiros, farmacêuticos e dentistas surgem do nada. A regulamentação, quanto será pago aos pobres coitados, para onde serão mandados e sob que critérios, fica tudo para depois. A seguir, o mesmo será feito com a Educação e com a paquidérmica e lerda Justiça. E, assim, sucessivamente, requisitando engenheiros, aviadores, motoristas, urbanistas, sanitaristas, arquitetos, administradores, professores, advogados... Vamos acabar com os problemas instaurando o caos. Para cada passeata, dez soluções extraídas dessa caixa de Pandora chapa branca. Aguenta, Brasil! Enquanto isso, o conjunto dos regimes próprios de previdência dos municípios, dos estados e da União caminha para um estouro que será ouvido na capital do Butão, e ninguém fala a respeito. E, como ninguém é de ferro e gerar ideias como as que cito acima esgota o mais brilhante dos administradores, os nossos mandatários promovem festival de irregularidades, voando para cima e para baixo em aviões da FAB ou helicópteros para ir a casamentos, jogos de futebol ou casas de praia. Os nossos juízes (até os que são apenas conselheiros, mas querem ser chamados de juízes) não aceitam ficar atrás e promovem uma imoral “autoconcessão” de bolsas-alimentação retroativas. Como se precisassem e, precisando, fosse possível comer milhares de refeições atrasadas. Escárnio puro. Quanto pior o cenário, mais se requer autocontrole. É hora da sociedade ver, julgar e agir. Dos Poderes Públicos, a julgarmos pelas amostras, é de se temer que não saia nenhuma ideia minimamente racional.
Francês, formado em administração de empresas e naturalizado brasileiro desde 1964. Foi o fundador do PHS (Partido Humanista da Solidariedade), já ocupou diversos cargos no governo e luta pelos direitos da cidade e da população petropolitana. phiguedon@gmail.com
BEM-ESTAR Esporte 29 Saúde 34
Filosofia radical POR LETICIA KNIBEL
FOTOS URBAINS mOVEmENT
Eles vêem a cidade de uma maneira diferente. Sobem, escalam, pulam. Em cada esquina há um novo obstáculo a ser superado. muros, prédios e escadarias não impedem que pratiquem a atividade. Essa é a vida dos praticantes do Le Parkour!
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BEM-ESTAR ESPORTE
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Parkour é uma técnica que deriva de uma ginástica natural criada por um militar francês na década de 1950, cujo princípio básico era treinar o próprio corpo como uma “ferramenta” para a prática de atividades diárias, através de movimentos naturais, como andar, correr, nadar. “Com base nessa ginástica, David Belle, em 1980, trouxe essa técnica para um meio mais aventureiro, com mais desafio. Com essa fundamentação, ele criou um objetivo, que era ‘sair de um ponto A e chegar ao ponto B’ da maneira mais rápida possível, superando qualquer obstáculo que encontre pelo caminho”, explica João Pedro Coelho dos Santos, professor de educação física e “Traceur” (nome dado a quem pratica esta atividade). Na verdade, o Le Parkour, que significa “o percurso”, é considerado uma filosofia que ensina que o praticante deve se conhecer, saber seus limites. Se em algum momento houver dúvida sobre como executar algum movimento ou hesitação, a regra é clara: não o faça! Tal procedimento é para evitar possíveis lesões ou traumatismos sérios. Para praticar essa atividade é preciso autoconhecimento, entender os limites do corpo e ter consciência ao fazer as escolhas dos movimentos a serem executados. “Além disso, aprende-se a treinar a respiração, a concentração. Com isso, aos poucos você vai desenvolvendo e aprimorando a técnica”, destaca João Pedro. Renan Piva e Bruno Theobald Alves contam que se interessaram pelo Parkour por ser uma atividade totalmente diferente, além de útil e saudável. Através de vídeos na internet, Renan começou a aprender os movimentos e pouco depois passou a fazer parte do Urbains Movement [grupo criado com o objetivo de reunir praticantes de diversas modalidades como Free Running, Ginástica Olímpica, Circo, Yoga, entre outros]. “Quando comecei, treinava com o pessoal do colégio e pouco depois fui chamado para fazer parte do Urbains”, conta Bruno. Quem está de fora pode considerar o esporte perigoso e radical, porém é uma prática segura que, como qualquer atividade, oferece riscos. Por isso, todos os movimentos são executados e treinados com consciência, focando principalmente 30
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“O Le Parkour, que significa “o percurso”, é considerado uma filosofia que ensina que o praticante deve se conhecer, saber seus limites” na técnica e na segurança. Outro fator que destaca o Parkour é que não existe competição. Por se basear na superação de limites (após um longo tempo de treinamento), a ideia é cada um buscar seus próprios objetivos dentro da filosofia. Segundo a Associação Brasileira de Parkour (ABPK), o número de praticantes é relativo, pois não há um censo atualizado. “Acreditamos que chega mais ou menos a mil praticantes no Brasil inteiro, mas é difícil afirmar com precisão”. A ABPK é uma associação sem fins lucrativos criada com o ideal de disseminar a prática correta do Parkour, tentando auxiliar novos praticantes a ter acesso ao Parkour e os mais experientes a se unirem trocando experiências para evoluir cada vez mais a cena da atividade no país. João revela que as pessoas confundem muito esta atividade com o Free Running. “A diferença básica está no fato de não haver acrobacia no Parkour. Isto faz parte dessa vertente mais nova, que inclui competição e movimentos mais complexos. Alguns grupos agregam as duas modalidades. Esse não é o foco do Urbains, mas às vezes misturamos alguns movimentos de diferentes esportes para testar nossos limites e expandir nossas técnicas”. Estes são apenas alguns dos fatores que contribuíram para tornar estas práticas conhecidas, consequentemente ganhando espaço nas mídias, principalmente em videoclipes e filmes (quem não lembra a cena incrível de abertura do 007 – Cassino Royale?). “Para os iniciantes, a primeira manobra ensinada é cair! Este é um dos principais pontos da atividade, como o ‘rolamento’. O praticante tem que estar preparado para qualquer tipo de queda, pois o pé pode agarrar em algum lugar, então é preciso saber como cair sem se machucar. Isso tudo faz parte do treino”, explica Renan. É preciso entender como poupar o corpo também para evitar lesões, por isso é tão importante conhecer cada manobra e evitar os riscos. “O próximo passo é aprender os saltos de precisão e depois os vaults
(saltos/pulos para ultrapassar obstáculos), começando pelos mais simples. Depois, de acordo com a evolução de cada um, aumenta-se a dificuldade das manobras”, conta João Pedro. Alguns pesquisadores indicam o Parkour como uma atividade completa, pois oferece a parte aeróbica, condicionamento, resistência, força, flexibilidade, técnicas de respiração, além de ser uma filosofia. “O único ponto negativo é que se for aprendida de maneira errada, a pessoa pode comprometer as articulações”, explica João. É importante dominar a técnica completamente e usar o bom senso, ter segurança na hora de executar um movimento. E vale destacar que é uma prática que não exige um professor ou instrutor. Cada um pode aprender sozinho, no próprio ritmo, mas é importante ter contato com alguém que já domine a técnica para passar algumas dicas. Para Bruno, a filosofia dessa atividade aplica-se também no dia a dia. “Ensinou a me dedicar em qualquer coisa na minha vida. Estabelecer metas e cumpri-las. Superar obstáculos com motivação”. Além
ATIVIDADE COMPLETA O Parkour oferece condicionamento, resistência, força e flexibilidade
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URBAINS MOVEMENT Os jovensfazem contatos com praticantes de todo o país
UNIÃO O grupo costuma se reunir para praticar os movimentos
NA CIDADE O Urbains Movement tem o objetivo de unir práticas que envolvam mente e corpo
das barreiras encontradas (e ultrapassadas), às vezes os traceurs encontram outras dificuldades, mais complexas que escalar e pular muros. “O Parkour ainda é uma atividade um pouco marginalizada, pela forma que é praticado. Existe um preconceito, uma ideia de que estamos depredando ou fazendo algo ilegal na cidade, nos pontos onde fazemos os movimentos, o que pode até nos trazer problemas. Felizmente, aos poucos, essa mentalidade está
mudando, principalmente pela divulgação do nosso grupo”, destaca Renan. Quando questionados sobre como escolhem o local para praticar, revelam que o principal foco é ter um obstáculo para exercitar o Parkour, tanto no meio urbano quanto no rural. “Com o tempo, é algo automático, passamos por um lugar e já observamos quais movimentos podemos fazer ali”, revela Renan. Bruno destaca que não é algo que requer equipamento
específico. Apenas um bom tênis e roupas confortáveis já são suficientes, principalmente os que ajudem a evitar machucados. Uma curiosidade é que o grupo Urbains Movement atualmente representa o Parkour Brasil, que é de São Paulo e foi a primeira equipe de Parkour do país. Esses contatos são importantes para a troca de informações sobre eventos, novidades sobre a atividade, além da divulgação dos associados.
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em deFeSa dO SORRISO e dO BEM-ESTAR Profissionais especializados e tecnologias empregadas nos tratamentos dão o tom dos atendimentos da Quality Odontologia
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odontologia passa novamente por um turbilhão de avanços materiais e tecnológicos. Com consumidores cada vez mais exigentes e métodos que permitem resultados rápidos até para os tratamentos mais complexos, o cenário é de otimismo. Pessoas que adotavam a
VANTAGENS Conforto e segurança aguardam os amigos e clientes da Quality Odontologia 32
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cautela na hora da marcação de consultas com o dentista ou se esforçaram por anos para não assumir a necessidade de visitar o consultório odontológico, agora se sentem mais corajosas na missão de enfrentar os problemas da boca. Micro lâminas de cerâmica, resinas avançadas que permitem a reconstrução
de cor de contorno dos dentes com mais fidelidade, implantes, enxertos ósseos, microplacas de titânio, braquetes autoligados, terapias a laser, anestesia controlada e scanner bucal surgem como integrantes de uma extensa lista de ferramentas que podem ser usadas pelos dentistas nos tratamentos atuais.
DR. RODRIGO SUTTER Os profissionais investem periodicamente em cursos
Na Quality Odontologia, instalada no Shopping Pedro II, no centro de Petrópolis, por exemplo, os pacientes têm a tecnologia como aliada no tratamento. Com um serviço chamado Diagnóstico Digital, os dentistas conseguem detectar a real gravidade do caso do paciente e traçar a melhor estratégia para a realização do procedimento. Isso se dá durante um debate onde são apresentadas as fotografias, intra e extra-orais aos especialistas Quality, na busca de um tratamento com alto grau de sucesso no menor tempo possível.
“Todos os procedimentos têm respaldo científico comprovados”, explica Dr. Fernando Benini, especialista em Ortodontia e Dor Oro Facial.
A filosofia “Em Defesa do Sorriso e do Bem-Estar” adotada pelos profissionais Quality provocou mudanças no padrão de atendimento odontológico da cidade. Técnicas de implantes e reabilitação oral diferenciadas, tratamento de canais e gengivas, ortodontia com aparelhos autoligados que diminuem o tempo de tratamento e o número de extrações estão entre as práticas defendidas pela Quality. “Aqui praticamos uma odontologia baseada em evidências. Todos os procedimentos têm respaldo cientifico comprovados. É um tipo de odontologia minimamente invasiva, onde busca-se a resolução mais biológica possível para cada caso”, explica Dr. Fernando Benini, especialista em Ortodontia e Dor Oro Facial. Assim, os conhecimentos de diversas áreas são unidos para um atendimento único, completo e eficaz. “Unir especialidades em prol dos pacientes não é novidade alguma, mas debater todas as possibilidades em conjunto a fim de oferecer retorno rápido, com grandes chances de sucesso é diferenciado. Os profissionais da Quality investem periodicamente em cursos e especializações, por isso, o que há de mais novo nos tratamentos odontológicos são oferecidos aqui”, afirma o especialista em Implantes, Dr. Rodrigo Renato Sutter. O principal ponto neste novo conceito de odontologia é tratar saúde e não apenas tratar doença. A Odontologia Antiga extraia os dentes com problemas; a Odontologia Tradicional arruma os dentes com problemas e a Odontologia Moderna evita que os dentes tenham algum problema.
Dra. Aline Cruz Cirurgiã -dentista e Especialista em Ortodontia
Dr. Denis Guidini Especialista em Prótese Dentária; Implantodontia com atuação em Odontologia Estética
Dr. Fernando Benini Especialista em Ortodontia (Credenciado ao Damon System) e Dor Oro Facial. Pós-graduações na Universidade de michigan e Kentucky (EUA)
Dr. Rodrigo Renato Sutter Especialista em Implantodontia; Dentística, Odontologia Estética com atuação em reabilitação oral e cirurgia oral menor.
Dra. Tatiana Brunelli Especialista em Implantodontia; Radiologia e Imaginologia com atuação em reabilitação oral e odontologia estética.
Shopping Pedro II – sala 912/913 Rua do Imperador, 288 – Centro – Petrópolis/RJ Tel: (24) 2231-4690 | 2243-6440 revistaon.com.br
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BEM-ESTAR SAÚDE
DISlEXIA POR LETICIA KNIBEL
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Um distúrbio nada fácil de ser diagnosticado e muitas vezes confundido com problemas comportamentais, psicológicos e emocionais; a dislexia causa defasagem no aprendizado e a detecção precoce é importante.
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ênios que se destacaram em diversos campos como arte, ciência e política sofriam de um transtorno chamado dislexia, entre eles Albert Einstein, Leonardo da Vinci e Winston Churchill. Assim como eles, diariamente outras mentes lutam para superar os obstáculos impostos por este distúrbio. “A dislexia nada mais é que uma desordem do aprendizado. Caracterizamos desta forma quando há uma criança que apresenta uma inteligência normal, ou seja, uma plena capacidade para aprender, porém fracassa na aquisição de um determinado aspecto do estudo”, explica Heber de Souza Maia Filho, neuropediatra. O especialista revela que, mesmo que uma criança possua uma inteligência normal, seja adequadamente ensinada, não tenha nenhuma deficiência visual ou auditiva e esteja motivada, pode vir a fracassar no aprendizado do cálculo matemático (chamado de discalculia), da escrita, que pode haver trocas ortográficas (denominada disortografia) e letra pouco legível (disgrafia). “E quando essa falha se apresenta na parte da leitura, denomina-se dislexia”. Ou seja, é um transtorno do desenvolvimento da leitura. Não há amadurecimento do sis-
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tema nervoso central que garanta essa capacidade adequada de fixar a letras, o som das mesmas, a formação das palavras. “É um problema que será detectado durante o processo de alfabetização”. Em certos casos, apenas na vida adulta algumas pessoas descobrem que têm este problema. A consequência é a dificuldade no aprendizado. O disléxico não consegue
a uma diminuição no desempenho escolar, tornando-o ansioso, com a estima baixa”, explica o neuropediatra. Para a fonoaudióloga Natalia Bulhões, as coisas não são como parecem. A escola e os professores,
Para o tratamento ser completo, é necessário, em alguns casos, o acompanhamento com diferentes profissionais acompanhar o mesmo desenvolvimento que as outras crianças apresentam dentro da sala de aula, ele não consegue alcançar as etapas da alfabetização nos momentos necessários. “O que o leva a ter uma dificuldade cada vez maior no que exige leitura, ou seja, tudo; o que o leva, também,
DIAGNÓSTICO Heber explica que não é simples, pois outros fatores afetam a capacidade aprender a ler e escrever
O disléxico não consegue acompanhar o mesmo desenvolvimento que as outras crianças apresentam dentro da sala de aula em alguns casos, por falta de conhecimento e pela dificuldade de diagnóstico, acreditam que determinados alunos têm dislexia. “O que acontece, na verdade, é que a criança pode ter déficit de atenção ou algum outro problema, muitas vezes confundido com este distúrbio”. Mas, então, como diagnosticar uma pessoa com dislexia? Heber explica que não é simples. Uma série de outros fatores afeta a capacidade da criança em aprender a ler e escrever. Deve-se considerar quatro aspectos: socioculturais, emocionais, pedagógicos e biológicos, como o ambiente familiar e escolar afetam a criança, se há falta de estímulo em ambos, se há problemas como hiperatividade, déficit de atenção, entre outros. “Ou seja, o diagnóstico é clínico e de exclusão, o profissional pre-
APOIO FAMILIAR O incentivo dos pais faz toda diferença durante o tratamento da dislexia
cisa avaliar todos os fatores anteriormente citados, afastar qualquer hipótese relacionada aos mesmos e se, por fim, não houver uma justificativa que se enquadre dentro de outros distúrbios, o médico fecha o diagnóstico de dislexia”. Marcelita Soares Ramos percebeu que o filho, Jonathan Ramos Lopes, tinha um problema de aprendizado devido ao número de vezes que ele repetia de série, além da dificuldade em acompanhar a turma na escola. Com o apoio das educadoras, ela procurou ajuda e descobriu que Jonathan tem dislexia. “Os primeiros sinais apareceram na escrita. Ele tinha problema para lembrar o que havia acabado de escrever”, revela Marcelita. Após o diagnóstico, o tratamento começou com a fonoaudióloga e, após dois anos, a melhora foi muito grande. Porém, antes dessa mudança, Jonathan sofreu bastante na escola, principalmente por se sentir excluído, o que o levava, na maioria das vezes, a desistir de estudar e se dedicar às atividades escolares. “Com o tratamento adequado, hoje em dia o desempenho dele é outro. Ele já se interessa e se esforça para aprender. Não tem mais aquilo de dizer sempre ‘não consigo, mãe’. Ele sabe que pode, apesar das dificuldades”, conclui. A psicóloga Adriana Rezende Costa explica que o papel deste profissional é
TRATAMENTO O fonoaudiológo é fundamental para o desenvolvimento da escrita e da leitura
agir diretamente no impacto emocional causado pela dificuldade de ler. “O objetivo é tratar as consequências emocionais que podem surgir a partir da dislexia”. A criança pode passar a ser estigmatizada devido ao problema. Se ela não souber lidar com determinados aspectos do transtorno, ela pode se tornar uma pessoa ansiosa, por exemplo. “Isso pode levar a diversos transtornos psicológicos, mas não exatamente por causa da dislexia em si, mas pela dificuldade ou por uma pré-disposição do indivíduo vir a desenvolver problemas emocionais”, explica Adriana. Vale ressaltar que para o tratamento ser completo, é necessário, em alguns casos, o acompanhamento com diferentes profissionais, principalmente com o neuropediatra (ou neurologista), o psicólogo e o fonoaudiólogo.
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MODA
sustentabilidade 37 tendência 41 estilo 42
Tecidos e vidas em reciclagem POR NATHÁLIA PANDELÓ
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Projeto social reutiliza 100% do material de confecções que iria para o aterro sanitário e transforma em produtos de artesanato. As alunas saem capacitadas para o mercado de trabalho, o meio ambiente agradece e a moda ganha novas roupagens.
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MODA SUSTENTABILIDADE
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erar emprego e renda e, ao mesmo tempo, promover a educação ambiental com aulas de costura. Há pouco mais de dois anos, parecia utopia. Hoje, o projeto Recicla Tecido é uma realidade que já recebeu mais de 120 alunas e, apenas em seu primeiro ano, evitou que mais de uma tonelada de resíduo têxtil fosse parar no aterro sanitário de Petrópolis. Os restos de tecido saem de empresas como a Werner e a Ikinha, com longa tradição na cidade e que já abraçaram a causa. Os parceiros doam boa parte da matéria prima que vai se transformar em colchas de retalhos, carteiras, enfeites para cabelo, aventais, colares, tapetes e, no fim, em almofadas, resultando em reciclagem de 100% dos resíduos. No entanto, a adesão das marcas com fabricação própria na cidade é relativamente pequena, e o restante do material, como fio e linha brancos e acrilon, são adquiridos com a venda de peças feitas pela própria fundadora do projeto, Cláudia Martins.
A ideia do projeto surgiu após a chuva que atingiu a Região Serrana no início de 2011 A ideia surgiu após a chuva que atingiu a Região Serrana no início de 2011. Foi na triagem de roupas doadas, trabalhando como voluntária, que Cláudia percebeu a carência de cobertores e travesseiros para os desabrigados. A educadora decidiu, então, ensinar àquelas mulheres a produzirem as próprias colchas. Desde então, não parou mais. “Estava em um lugar onde todo mundo precisava de cobertas. Cada uma das participantes fazia as colchas para sua família, mas elas queriam mais. Na medida em que vai aprendendo e desenvolvendo a técnica, a criatividade brota e as alunas queriam suprir outras necessidades em suas casas. No início, ouvi que a ideia não iria para frente, mas acabou sendo ainda maior do que eu imaginava”, avalia.
Atualmente, são 35 alunas das cinco turmas que deixam cheia a sede, nas proximidades do polo de moda da Rua Teresa. As aulas acontecem duas vezes por semana, mas o trabalho continua em casa. A cada encontro, as peças em andamento são corrigidas e aperfeiçoadas para serem vendidas pelas próprias alunas, caso desejem, complementando assim sua renda. É o caso de Marilena Gomes Dias. Desempregada, ela venceu a dificuldade de mobilidade nas mãos, consequência de uma eclampsia no parto, com ajuda das aulas no projeto. O desafio de segurar uma agulha nas primeiras aulas deu lugar, apenas duas semanas depois, à dedicação na produção das mais variadas peças. “Aprendi a fazer desde pano de prato e trilho de mesa a guirlanda de Natal e coelhinhos de Páscoa, usando material reciclável, como garrafas PET, potes de sorvete e caixas de leite. A cada aula, aprendemos algo novo e podemos desenvolver nossas ideias. Assim, estou conseguindo ganhar meu próprio dinheiro e pretendo continuar”, contou.
RENDA Marilena Dias investe em produzir as próprias peças para vender
A produção das turmas do Recicla Tecido ganhou vitrine pela primeira vez na última edição da Bauernfest, a festa do colono alemão que aconteceu em julho. Toda a receita foi revertida para as alunas, mas o benefício socioeconômico é apenas uma das vertentes do projeto. O reaproveitamento do material tira do lixo cerca de 15% de cada tonelada de tecido utilizado pelas confecções e fábricas, evitando o contato de sua tinta com os lençóis freáticos e preservando os recursos hídricos. A notícia é boa também para a indústria têxtil. Destinando corretamente seu excedente de produção, as empresas não sofrerão as sanções já previstas na legislação para descarte dos resíduos sólidos (Lei Federal nº 12.305, de agosto de 2010). Com a ajuda de projetos como o Recicla
Tecido, o mercado ganha ainda um novo contingente de pessoas capacitadas para operar o maquinário das confecções. “As alunas começam a buscar oportunidades depois que passam pelo projeto. Elas podem se transformar em boas profissionais, pequenas empreendedoras ou até cooperativas. Dessa forma, reciclamos também pessoas, num ciclo de logística reversa que tem o poder de transformar o meio ambiente e no qual todos saem ganhando. Esse pensamento é fundamental para o desenvolvimento de qualquer município têxtil”, reflete Cláudia. Desde o mês de abril, a Prefeitura de Petrópolis se tornou parceira da iniciativa. Além de encaminhar mulheres em busca de uma nova forma de renda por meio da Secretaria de Trabalho, Assistência Social e Cidadania (Setrac), o
MÃOS À OBRA Alessandra, Keren, Maria Cristina e Marilete são alunas do Recicla Tecido
NOVOS PRODUTOS Rosane Carvalho finaliza um avental na máquina de costura
MODA SUSTENTABILIDADE
governo municipal arca também com as despesas para a manutenção de sua sede. Segundo a Prefeitura, o apoio ao projeto vem da comprovação de sua eficiência na questão socioambiental, além de resgatar e inserir no mercado de trabalho pessoas em situação de vulnerabilidade social. A ideia pode ser levada a outros municípios do estado, entre eles Rio das Flores, e chegou à Rio+20, a conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável. Isso porque os três “R’s” [reduzir, reutilizar e reciclar] são o fundamento da missão do projeto, levando a uma mudança social, educacional e ecológica. Mais que os benefícios para o meio ambiente, o processo transforma resíduos em novos produtos – e pessoas em profissionais capacitados. Vale ressaltar que o projeto Recicla Tecido continua aceitando doações de retalhos, tecidos, linha e demais materiais de confecções e indústrias do ramo do vestuário.
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BAUERNFEST Cláudia Martins (esq) ajudou a vender os produtos na festa alemã
MODA TENDÊNCIA
Fernanda Eloy fernanda.eloy@hotmail.com.br Designer de moda e proprietária da marca Fernanda Eloy e do blog de moda www.sushidechocolate.com FOTOS FARm RIO
PREPARE-SE para O VerÃO Preto e branco, estampas de animais e florais, peças assimétricas e muito mais! Saiba o que rolou no Fashion Rio.
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inverno ainda não acabou e já estamos preocupados com as tendências do próximo verão, por isso venho aqui dividir com você o resumo do que rolou no Fashion Rio Primavera-Verão 2013/14. Dessa forma, todas as mulheres podem ficar antenadas sobre as principais tendências da próxima estação. O duo preto e branco reinou inquestionável e absoluto em todos os desfiles, pode apostar nessa combinação! Ele despontou com peças lisas, listradas, estampadas e ganhou ainda mais força com os quadriculados. Aposente o colorblocking e a monocromia e aposte nesta tendência. As estampas de animais foram recorrentes em várias marcas. Seja em alfaiataria, peças de seda, saída de praia ou tecidos mais pesados, o print vai ser um recurso muito utilizado num verão de cores mais sóbrias. Os desenhos podem ocupar a peça inteira ou ser apenas um detalhe. E vale tudo: de leão a onça, pássaros e insetos, passando pelo fundo do mar. Mas não foi o único print que apareceu nas passarelas. As estampas florais deram o toque de romantismo à estação. Apesar desse verão não ser muito colorido, teremos flores dos mais diversos tamanhos, grandes, pequenas, bordadas e em laise. E por que não misturar as duas estampas? O mix de estampas também foi uma forte tendência e as estampas alegres são a cara do verão. Para as mais adeptas ao minimalismo, minha sugestão é optar por estampas gráficas. Listras, xadrezes, poás e ziguezagues decretam: o grafismo está em alta. E, desta vez, vale até apostar na mistura de dois ou mais, formando um mix de estampas bem ousado, porque de vez quando gostamos de sair do habitual, não é mesmo?
Para mulheres mais ousadas, uma dica: se os bordados com miçangas, canutilhos e afins andam mais fortes do que nunca nas ruas, para o verão 2014 eles ganham a companhia das pedrarias. As roupas se destacam com elementos nada discretos aplicados, garantindo o brilho que a temporada mais quente do ano pede. Uma tendência que você, leitora, não pode deixar de apostar é a assimetria nas peças. Babados, peças de um ombro só e recortes inusitados propõem uma assimetria divertida para a estação. Até o vestido mullet, que foi febre nas passarelas da temporada anterior, deu as caras na passarela. Eu apostaria em uma saia curta assimétrica. E, para finalizar, a blusa ou top curtinhos, conhecido também como cropped, que deixam a barriguinha à mostra, não são novidade, mas continuam presentes, até com umbigo de fora. Se você ainda tem receio de investir, experimente primeiro fazer um ‘nozinho’ em uma t-shirt e combine-a com shorts de cintura alta, por exemplo. Vai ficar um pedacinho de nada de fora. Eu, particularmente, gosto de deixar à mostra apenas aquela parte do estômago, sabe? Fica logo a cima do umbigo, acho mais chic e discreto. Não poderia deixar de citar a transparência, ela também continua no verão, porém bem mais inusitada e surpreendente. A pele à mostra já vem de algumas estações, mas na próxima ela estará bem mais evidente conforme apresentado nos desfiles, seja em detalhes de tecidos como a organza em meio às peças, seja em recortes vazados. Vale lembrar que nem tudo que vemos na passarela é usável e bom critério é sempre a melhor pedida. revistaon.com.br
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MODA ESTILO
A VEZ dO cOUrO POR SAmYLA DUARTE
Roupas e acessórios de couro tomam conta do vestuário feminino com a chegada do inverno. Antigamente, era mais comum o comércio de jaquetas e botas pretas ou marrons, sem sair do básico e comum. Hoje em dia, shorts, vestidos curtos, coletes e outras inúmeras peças ganham espaço nas vitrines e no gosto de quem está sempre atento às novidades.
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lherada pode ficar despreocupada. Por ter uma textura diferente, fica legal e fácil de usar com as outras peças que nós temos de sobra no guarda-roupa, como o jeans, a blusa de algodão, peças estampadas ou bordadas”, diz Helena, que tem a mesma opinião para a escolha do sapato. Vestidos de couro, segundo ela, ficam ótimos com tênis, exceto os de corrida. Já com os acessórios, apesar de tornarem-se necessários, deve haver cuidado com excessos. Helena lembra que, se a jaqueta for com tachinhas, os acessórios devem ser bem discretos. Para acertar em qualquer ocasião, ela afirma que o menos pode significar mais. Em uma ocasião mais mARCO ODDONE
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riane Nascimento gosta de roupas de couro desde criança. “Quando saía com a minha avó, a via comprando jaquetas de couro e ficava apaixonada até que ganhei a primeira”, conta. Apesar de estar sempre na moda, a jornalista não foge muito do tradicional. Ela prefere as jaquetas e casacos, mas tem uma calça feita com o material. Os acessórios não fazem o estilo dela. Quanto ao valor, que costuma ser mais alto em casos de couro legítimo, é aconselhado guardar dinheiro para investir nas peças. “Não costumam ser baratas, mas vale a pena o esforço, a durabilidade é maior”, conta Ariane, que cita a importância dos cuidados com as peças até na hora de guardar. Com o couro também é possível inovar bastante. Segundo Ariane, calças combinam com blusas mais folgadas, como as batas. “Lenços e cachecóis combinam com as jaquetas e eu gosto de usar. Com esse frio, não há nada melhor”, confidencia. De acordo com a designer de moda Helena Bonato, é do gosto de cada pessoa usar as peças, hoje variadas. Apesar de tantas opções, “a mais famosa é a jaqueta, sem sombra de dúvida. As outras peças estão ‘chegando’ aos poucos e ganhado o gosto da mulherada”, informa a profissional. Helena indica as cores clássicas, como o preto e os tons de marrom, para quem faz a primeira compra, já que a adaptação se torna mais fácil e cai bem com tudo. Mas, para ela, a cartela de cores das peças de couro está um arco-íris neste inverno. “O couro vai bem com quase tudo. A mu-
DESDE A INFÂNCIA Ariane apaixonou-se por couro ao ver a avó comprando jaquetas
informal, de dia ou à noite, o couro é uma boa opção. Para o trabalho, uma jaqueta com jeans é ótima opção. Para um evento mais sofisticado, uma calça de alfaiataria. Já em festas como casamento ou formatura, uma peça de couro pode tornar a combinação mais estilosa, apenas deve-se ter precaução com vestimentas mais curtas, justas ou decotadas. “Se optar por mostrar as pernas, vele os braços”, ela cita um exemplo. Couro é só para mulheres? Nada disso! Segundo a designer, as jaquetas são “queridas” no armário dos homens, geralmente as pretas ou marrons. A calça já foi tendência, principalmente para roqueiros e motoqueiros, e hoje é difícil encontrar pessoas do sexo masculino usando calças de couro. Acessórios masculinos são boas opções para usar com o material, como óculos escuros e gorros. As lojas que comercializam roupas de couro registram aumento nas vendas deste inverno. De acordo com Marisa Rodrigues, gerente de uma loja especializada, as vendas aumentaram 30% em relação ao inverno do ano passado. Apesar de vender couro o ano inteiro para vários cantos do país, inclusive em atacado, as novidades prevalecem. “Registramos bastante saída de peças diferentes, como o short, que está entrando na tendência de moda, os coletes, as cores diversas como o vinho, que tem saído bastante, o amarelo e o azul bic”, conta a gerente, que destaca também as saias, calças 7/8 e os sobretudos. Com tanta variedade e oferta, dá para arriscar sem gastar além do possível e entrar na moda do inverno!
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A MODA QUe Vem de cUriTiBa Coloridos e únicos, o Atelier Cristina Ferraro oferece produtos exclusivos da marca Canalli
DECORAÇÃO A Canalli deixa fluir emoções e fantasias através dos produtos
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cessórios são peças iconográficas que expressam uma identidade pessoal e têm a capacidade de mudar completamente a aparência de uma roupa ou até mesmo de um ambiente. E foi ao observar materiais diversos como fios finos e mais espessos, tecidos de padronagens diferentes, missangas, cores e texturas, que a designer Ivone Canalli decidiu tornar tudo isso em algo comercialmente viável, reunindo uma costureira, uma bordadeira e uma crocheteira, até formar um time que, com o desenvolver do trabalho, foi descobrindo habilidades desconhecidas e cujo atrevimento possibilitou a criação de peças únicas. Através de seus produtos, a Canalli visa ativar o íntimo, deixando fluir as emoções e fantasias. “Queremos agradar aos olhos e a alma, tornando o cotidiano belo, pois a arte é uma oração, assim 44
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CORES Feitos com materiais diversos, os itens conquistam as petropolitanas
ALEGRES As peças coloridas valorizam qualquer ambiente
como usufruí-la também o é. Houve tempos de glória e tempos menos propícios, porém foram os desafios que nos fizeram crescer, surgindo novas propostas, que só nos acrescentaram”, lembra Canalli. Atraída pela criatividade e a originalidade dos produtos, Cristina Ferraro se tornou representante da marca Canalli em Petrópolis, há quatro anos. “Ao mesmo tempo em que as peças são delicadas, também apresentam certa ousadia que atrai o olhar das consumidoras mais exigentes. Por esta razão, resolvi abrir o meu showroom a fim de proporcionar às mulheres petropolitanas a oportunidade de compartilhar de tanto bom gosto e sofisticação”, comenta Cristina. As peças são coloridas e alegres, valorizando qualquer ambiente ou vestimenta, por mais simples que sejam. No Atelier, encontram-se produtos variados e, por mais que procure, nenhum é igual
ao outro. Há objetos de decoração como abajures, tapetes, almofadas, porta-retratos, cabideiros, puffs, espelhos, painéis, arranjos florais, porta-joias, baús, luminárias, além de artigos de uso pessoal, como bolsas, porta-celulares, carteiras, pashminas, malas, cintos, nécessaires, clutch, chaveiros, agendas, xales e bijuterias. Para quem já é cliente e para aqueles que ainda não conhecem a marca Canalli, fica o convite para uma visita.
Rua do Imperador, nº 970 - Sala 808 Ed. Profissional - Centro - Petrópolis (24) 9911.9192 - 9911.1331 Segunda a Sexta - de 15h às 19h
TURISMO & GASTRONOMIA REVISTA ON
atrativo 45 evento 50 sabores 52 viagem 56
Um recanto movimentado POR NATHÁLIA PANDELÓ
FOTOS REVISTA ON
Produtos orgânicos com variedade e preços acessíveis e, de quebra, um delicioso pastel para repor as energias. O horto, em Itaipava, é garantia de um passeio divertido para familiares e amigos, além de ser fonte de renda para produtores rurais.
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TURISMO & GASTRONOMIA ATRATIVO
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el, doces, compotas, pães, peixes, cogumelos, mudas de plantas, hortifrutigranjeiros e artesanato, tudo isso em um só lugar. O Hortomercado Municipal Jornalista José Carneiro Dias, em Itaipava, reúne uma gama de produtos locais, garante a renda de 76 famílias e, prestes a completar 24 anos de existência, se firma como uma referência de lazer no terceiro distrito. O “horto”, como é chamado por seus frequentadores, foi criado em 17 de agosto de 1989 com o objetivo de facilitar o acesso da população a verduras, legumes e frutas, além de proporcionar aos produtores um local para vender diretamente para o consumidor. A estrutura reúne em 36 lojas dispostas em uma área de mais de mil metros quadrados o melhor da produção rural de Petrópolis. De acordo com a Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Produção, são 228 os moradores dos distritos que trabalham ali, atendendo cerca de 10 mil pessoas que passam pelo hortomercado aos finais de semana e movimentam, em média, R$ 520 mil por mês. É de lá que sai parte da renda da família Katsumoto. Na propriedade da família no Brejal são cultivadas as mudas comercializadas no box 29 do horto, em uma operação que envolve cinco funcionários fixos. Ali, são vendidos mais de 60 tipos de plantas prontas ou semiprontas, de flores e ervas a hortaliças em geral, como repolho e ervilha, até os belos bonsais. “Além de vender para outros produtores rurais, participamos de feiras de orgânicos na região, mas, sem dúvida, ter esse espaço no hortomercado é importante para manter os negócios. Por isso, estamos aqui desde que abriu”, conta a proprietária, Angela Katsumoto.
No entanto, o local não é sinônimo apenas de compras e está longe de atrair somente donas de casa na feira da semana. O Bar do Horto já se tornou ponto de encontro de amigos e familiares que passam por ali. O pastel é o item mais popular do cardápio do estabelecimento, que funciona há 22 anos no mesmo espaço. Para acompanhar, um mix de pimentas, azeite e sal e a tradicional cerveja. Seja na hora do almoço ou durante a tarde, a procura é grande e não para de crescer. O funcionamento aos finais de semana e a proximidade de shoppings, lojas e do Parque Municipal fazem do hortomercado um dos principais locais de lazer no centro de Itaipava. “Além do pastel, os clientes também pedem croquetes e bolinho de bacalhau. Os produtos orgânicos vendidos aqui estão cada vez mais procurados e, com isso, o horto está sempre cheio”, analisa o proprietário do bar, Daniel Ribeiro. Completa o passeio o painel artístico feito pelo caricaturista Lanfranco Vaselli, o Lan. Residente do distrito de Pedro do Rio, o artista presenteou o local com o seu já conhecido traço, traduzido nas curvas sinuosas de uma mulata. “Sou cliente do horto desde que foi fundado, por isso quis homenagear aquele espaço com uma ilustração que refletisse o que ele representa, com frutas que são comercializadas ali, por exemplo. Mas é claro que não poderia faltar uma bela mulher, que tem também tudo a ver com o meu trabalho”, conta. E não é só na parede que Lan marca presença. Até hoje ele mantém o hábito de visitar o hortomercado aos finais de semana e é cliente fiel de seus produtores preferidos. “Compro frios, massas e queijos importados no box do Fernando, e verduras e ovos caipira no box da Valéria. Para encerrar, sempre como um pastel de queijo, acompanhado de uma Bohemia gelada”, revela o artista.
“Sou cliente do horto desde que foi fundado, por isso quis homenagear o espaço com uma ilustração que refletisse o que ele representa”, Lan, cartunista 46
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SÍTIO KATSUMOTO Empresa familiar mantém o box desde a inauguração do horto
VARIEDADE Hortifrutigranjeiros fresquinhos são o forte do horto
PAINEL DO LAN Frutas e muitas cores dão o tom do caricaturista
PONTO DE ENCONTRO O Bar do Horto é sinônimo de lazer e diversão
TRADIÇÃO Hortomercado Municipal é hoje referência de compras e lazer
Quem também se impressionou com o local foi o carioca Daniel Rodrigues. Em sua primeira visita ao horto durante um final de semana em Petrópolis, ele abriu mão de comprar em um dos grandes mercados da região para dar preferência aos pães e doces caseiros. E pretende repetir a visita. “O que mais me impressionou foram a cores. Ao entrar naquele lugar, tão perto de uma estrada movimentada, parece que você entrou numa espécie de recanto, onde pode achar várias coisas bonitas e gostosas. Gostei da variedade de plantas e flores e achei os preços realmente acessíveis. Quero voltar mais vezes, com minha namorada e família”, disse o visitante. O Hortomercado Municipal, que fica na Estrada União e Indústria, nº 9.726, e funciona às sextas-feiras e feriados prolongados, das 9h às 18h; aos sábados, das 8h às 18h; e aos domingos, das 8h às 12h, faz parte da cultura, do turismo, da gastronomia... Faz parte de Petrópolis e da vida dos petropolitanos.
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TURISMO & GASTRONOMIA EVENTO
VINHO NO
cHarme da Serra POR NATHÁLIA PANDELÓ
FOTOS FELIPE CARVALHO
Evento Serra Wine Week chega à quinta edição ainda maior e gera expectativas nos setores de gastronomia e hotelaria.
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mês de setembro faz parte da baixa temporada turística em Petrópolis. O período de férias escolares já terminou e o inverno chega ao fim com saldo previsto de 210 mil visitantes, segundo estimativa da Fundação de Cultura e Turismo. Esse foi o momento escolhido por um coletivo de restaurantes para dar novo fôlego ao consumo da bebida que é sinônimo do charme na Serra: o vinho. Em seu quinto ano, o Serra Wine Week se firma como um dos mais promissores eventos gastronômicos da região e prova que de frios, os negócios não têm nada: a iniciativa movimenta cerca de R$ 500 mil apenas em vendas de rótulos. O pontapé inicial veio em 2009, com o empresário Rogério Elmor, proprietário do Bomtempo Resort, com o objetivo de ajudar a prolongar a alta temporada na rede hoteleira e nos polos gastronômicos de Petrópolis. Este ano, mais de 20 restaurantes se inscreveram para participar dos dez dias dedicados ao vinho. O destaque da quinta edição é para a história dessa bebida milenar, cujos registros iniciais remontam até o Egito e logo se expandiu para civilizações como a grega e a romana. Por isso, a carta de vinhos selecionados pela curadoria do Serra Wine Week conta com rótulos da Itália, França, Portugal e
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Espanha, com preços variando entre R$ 40 e R$ 110. Os importados chegam à mesa para o consumidor com desconto de cerca de 40%, uma façanha que só é possível com a compra de grandes quantidades pelos restaurantes participantes. É a oportunidade para os amantes da bebida conhecerem novos rótulos. Para completar, harmonizando com um cardápio especial desenvolvido para o evento.
Evento tem duração de dez dias e conta com mais de 20 restaurantes participantes
É o caso do Restaurante Imperatriz Leopoldina, do Hotel Solar do Império. O sommelier Paulo Prado e o chef Nao Hara desenvolveram um menu com combinações que vão auxiliar o cliente na escolha do prato e do vinho. Esse é o terceiro ano que o Solar do Império participa do evento, mas o hotel passou a investir, há cerca de um ano e meio, em uma adega mais variada [em preços e uvas], mas sempre com qualidade. O resultado: clientes e hóspedes mais dispos-
tos a acrescentar a bebida às refeições. “Ainda há espaço para aumentar o consumo do vinho na nossa carta, que vem evoluindo. Mas percebemos claramente que sua participação no resultado total do restaurante cresceu no último ano. Isso requer um investimento, mas apostamos porque sentimos que aumenta a receita como um todo”, conta a proprietária, Jane Assis. Oferecendo hospedagem e gastronomia, o Solar do Império detectou o interesse de turistas e petropolitanos até mesmo dois meses antes do evento. A antecipação deixou o setor otimista para a quinta edição. “No ano passado não tínhamos reservas feitas para setembro só por conta do Serra Wine Week, mas nesse ano temos e há um grande potencial de crescimento”, avalia Jane. Seis hotéis pesquisados pelo Petrópolis Convention & Visitors Bureau apontavam uma expectativa de até 75% dos leitos ocupados durante o período, entre os dias 12 e 22 de setembro, quando acontece o evento. A tendência é confirmada por Nathália Zoner, organizadora do evento. As solicitações antecipadas vêm, inclusive, para o Wine Tour, uma modalidade de passeio que já faz parte do Serra Wine Week e continua nesta edição. O roteiro de degustação vai levar os participantes em uma van por um circuito de restaurantes do Centro Histórico e distritos em que a única preocupação é apreciar o melhor da gastronomia na Serra: pratos e aperitivos desenvolvidos especialmente para o passeio, acompanhados de bons vinhos, claro. E a comodidade do tour enólogo com direito a motorista vai além da responsabilidade e do conforto.
CRESCIMENTO Jane Assis observa que o consumo de vinho aumentou no restaurante
“As pessoas que vêm participar do Wine Tour querem aproveitar Petrópolis por inteiro e, por isso, se hospedam aqui. Elas buscam a sofisticação da cidade, que é ainda maior durante o Serra Wine Week. Já o petropolitano aproveita para conhecer alguns de nossos melhores restaurantes e apreciar os vinhos, tradicionais por aqui, a preços mais acessíveis. Todos saem ganhando”, conta a organizadora. Até mesmo projetos sociais lucram com a iniciativa. Este ano, a cada rolha aberta, o evento vai doar R$ 1 para o Projeto Água. A quantia será revertida em recursos para o transporte de crianças carentes à fazenda da ONG, onde são realizadas atividades educativas voltadas para a preservação dos recursos hídricos. Sinal de que os dez dias de Serra Wine Week ainda podem colher resultados econômicos e turísticos, mas também de responsabilidade social e ambiental. Saúde!
RÓTULOS Os restaurantes participantes preparam a cartela para oferecer variedade aos visitantes revistaon.com.br
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TURISMO & GASTRONOMIA SABORES
Tomates assados e recheados à moda Enes
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ntenso, ácido, doce e sumarento; graças ao perfil do seu sabor, o tomate tem posição de destaque nas cozinhas de todo o mundo. O tomate é oriundo das terras altas da costa ocidental da América do Sul, onde era cultivado pelos astecas e pelos maias. Crescia espontaneamente no Equador, no norte do Chile, no Peru e nas Ilhas Galápagos. Pensa-se que terá ali chegado nos estômagos de tartarugas. O primeiro relato escrito do tomate, feito por Andrea Matthiola em 1544, refere-se como mala áurea ou maçã dourada. O sabor fantástico do tomate é apreciado na gastronomia de todo o mundo. Há mais de 5000 variedades de tomates, de todas as formas e tamanhos. De um modo em geral. classifica-se o tomate segundo sua forma e tamanho. Ao tomate arredondado de tamanho fa-
miliar, chama-se redondo. Ao tomate redondo pequeno, chama-se de tomate cereja, e ao que é ligeiramente maior, chama-se de tomate cocktail. O fruto minúsculo chama-se de tomate groselha. O tomate com nervuras pode, por vez, atingir o tamanho de uma abóbora pequena e ter aspecto de um globo achatado. O tomate Ablongo utiliza-se, tradicionalmente na Itália, para conserva e apresenta uma forma alongada. Os tomates podem ser amarelos, cor de laranja, verdes, brancos, quase pretos ou castanhos e ter várias tonalidades de púrpura acastanhada. Os frutos podem ter uma só cor diferente ou multicoloridos. O tomate pode ser importante na dieta. É uma fonte valiosa de vitaminas A e C, assim como de vários minerais, incluindo cálcio, ferro, magnésio e, em particular, o potássio.
INGREDIENTES
4 tomates inteiros, limpos e sem polpa 150g de carne moída 4 colheres de sopa de molho de tomate 1 dente de alho 1 colher de chá de cebola picada 1 colher de sopa de salsa e cebolinha picada 3 colheres de sopa de azeite 4 folhas de manjericão picada Sal e pimenta do reino a gosto MODO DE PREPARO
Refogue a cebola e o alho com o azeite até dourar. Acrescente a carne moída e cozinhe. Acrescente o molho de tomate, a salsa e a cebolinha picadas, o sal e a pimenta. Cozinhe por cinco minutos em fogo baixo. Por fim, coloque as folhas de manjericão e deixe esfriar. Recheie os tomates com a carne moída e leve ao forno em 180 graus por 20 minutos. Rendimento: 2 pessoas MOLHO DE AZEITE COM MANJERICÃO INGREDIENTES
150 ml de azeite 50g de parmesão ralado 1 dente de alho pequeno 30g de castanha de caju Sal e pimenta a gosto 1 xícara de chá de folhas de manjericão fresco
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HENRIQUE mAgRO
MODO DE PREPARO
Coloque no liquidificador o azeite, o parmesão, o alho, o sal e a pimenta. Processe por um minuto. Por fim, acrescente o manjericão, a castanha de caju e processar por 20 segundos. Retire o molho do liquidificador e reserve. Disponha os tomates recheados e assados em um prato e sirva com o molho de azeite com manjericão.
Barão Chef do restaurante Barão gastronomia & Eventos, indicado e recomendado pelo guia Quatro Rodas 2012 e 2013. www.baraogastronomia.com.br Facebook.com/baraogastronomiaeventos contato@baraogastronomia.com.br
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Guia gastronômico
as delícias da cidade imperial
O buffet Chez Cox é referência em gastronomia na cidade há mais de dez anos. A equipe capacitada, a qualidade dos serviços e o sabor dos itens que servem são os grandes diferenciais da empresa. Suas festas são verdadeiras experiências gastronômicas e a exigência quanto à qualidade tornou-se marca registrada do buffet. Tel.: (24) 2248-8883 / (24) 2280-4336 / (24) 9226-4909 Site: www.chezcox.com.br
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GUIA gASTRONômICO
O Buffet Maria Luiza trabalha com diversos tipos de eventos, com cardápios sempre atualizados e flexíveis, com o atendimento que você merece. Oferece serviço personalizado, atende desde pequenas festas a eventos de grande porte. Almoços, jantares, brunch, cafés da manhã, coquetéis com mini porção volante e estacionada, coquetéis com estação finger food, fazem parte das opções oferecidas. Todos os tipos de serviços podem ser feitos em eventos corporativos, festas infantis e 15 anos, casamentos, bodas e formaturas.
EDUARDO BRITO
Rua Luiz Blezer, 220. Bingen (ao lado do Restaurante Lukas) - Petrópolis Tel.: (24) 2243-9853 / (24) 2246-4436 / (24) 9964-0117
A melhor pizza de Itaipava não é feita somente pelos melhores ingredientes. É preciso também conforto, bom atendimento e um ambiente agradável para apreciá-la. O lugar onde você encontra tudo isso é na Interlúdio Pizzaria. São mais de 40 sabores, entre pizzas salgadas e doces, aperitivos, além de vinhos para acompanhar. Venha conferir! Estrada União e Indústria, 9.430. Itaipava - Petrópolis Tel.: (24) 2222-0253 / (24) 2222-0053
Um restaurante onde você se sente em casa, reúne amigos e família para compartilhar boas histórias, e claro, pode apreciar a melhor comida caseira de Itaipava em um ambiente agradável e aconchegante. Isso porque o Interlúdio Restaurante oferece há 17 anos, o melhor sabor da região, com qualidade, carinho e respeito. Estrada Itaipava - Teresópolis, 2.165. Itaipava - Petrópolis Tel.: (24) 2222-2592 revistaon.com.br
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TURISMO & GASTRONOMIA VIAGEM
cama, Chile
Deserto do Ata
Machu Pic chu visto
a 4050m
América do Sul Extensão 17 milhões Km² Número de países 12 População 370 milhões de hab Maior território Brasil Menor território Suriname
Quando ir
No verão (dez, jan, fev) o Salar de Uyuni fica com uma camada de água por conta das chuvas e o céu é refletido em toda sua extensão. No inverno o branco prevalece. Vale a pena ir duas vezes. Como chegar
Você pode ir de La Paz (Bolívia) para Uyuni e de lá pegar o tour ou ir de San Pedro do Atacama (Chile) e fazer o tour inverso. Onde ficar
No tour está inclusa a hospedagem no hotel feito de sal e em alojamento. O que fazer
Aproveitar as paisagens deslumbrantes do lugar. Dicas para a viagem
Levar saco de dormir, casaco e calça para frio, camisa e calça térmica, caso viaje no inverno.
Salar de Uyuni
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Breno Madeira pela américa do Sul
s
empre gostei de aventuras e, com o tempo, aprendi a valorizar coisas simples na vida, como sentar para apreciar a natureza e, de quebra, assistir a um pôr-do-sol de cima da montanha. Por isso, em agosto do ano passado tive o privilégio de fazer um mochilão pela América do Sul. Selecionei a dedo os lugares que queria conhecer e fiz o roteiro pensando em todos os detalhes de gastos e locomoção. Comecei a viagem por Lima, no Peru, uma cidade grande, banhada pelo Oceano Pacífico, que tem poucos dias do ano com sol e todo o resto com dias nublados e acinzentados. Saindo de Lima, conhecemos Cuzco e a cidade inca de Machu Picchu. É difícil explicar a riqueza que existe no lugar e toda sua energia. Com certeza é para entrar na sua lista de lugares para conhecer antes de morrer. Saindo de Cuzco, passamos para a Bolívia pela cidade de Copacabana, onde é possível conhecer o famoso lago Titicaca, considerado o lago navegável mais alto do mundo (3025 m) e fazer uma caminhada cortando a Isla del Sol de norte a sul. Passamos, então, por La Paz, a capital do país e a cidade onde ocorre a maioria das manifestações. Uma cidade um pouco caótica, onde a pobreza se destaca. De lá, partimos para o destino mais esperado desde a saída do Brasil, o deserto de sal, conhecido como Salar de Uyuni pelos bolivianos, um imenso deserto branco com 12 mil quilômetros quadrados de sal. A dica é pegar um ônibus em La Paz partindo para Uyuni pela madrugada. Uyuni é um pequeno povoado (bem frio no inverno) que fica próximo ao deserto. Prepare-se para começar a aventura já durante a madrugada dentro do ônibus: vidros congelados, estrada de terra e muita expectativa. Chegando ao povoado, fomos a uma das agências de turismo e fechamos um tour de 4x4 de três dias (aproximadamente R$ 200 por tudo, incluindo comida, hospedagem e transporte) que passava por todo o deserto de sal, “lagunas”, águas termais e gêiseres. Assim que entramos no deserto de sal pudemos entender a grandiosidade do lugar e logo paramos para tirar fotos. O almoço
é servido no meio do deserto pelo próprio guia e motorista do carro. Passamos o dia andando pela imensidão branca e quase na hora do pôr-do-sol chegamos ao lugar que passamos a primeira noite: um hotel todo feito de sal, inclusive o chão. Do hotel pude assistir ao nascer da lua cheia no horizonte do deserto branco. Inexplicável! O segundo dia do tour passava pela famosa árvore de pedra e pelas lagoas (lagunas) que mudavam de cor a todo momento. As lagunas têm colorações por causa da grande quantidade de sais minerais que existe em suas águas. Chegamos ao alojamento da segunda noite, um lugar ainda mais rústico que o primeiro e que durante a madrugada fazia muito frio: 20 graus negativos. No terceiro e último dia do tour passamos pelos gêiseres (vapores a 400 ºC que saem da terra e estão a uma altitude de 5.000 metros) e entramos nas águas termais (piscinas naturais com águas vulcânicas), mesmo com todo o frio do lado de fora. No meio do dia chegamos aos pés do vulcão Licancabur, que tem 5.960 me-
tros e está exatamente na divisa da Bolívia com o Chile. Subiríamos o vulcão, mas acabamos desistindo por não estarmos com a saúde 100% e a subida demandava muito esforço, principalmente pelo ar rarefeito lá em cima. Fomos para a fronteira do Chile para seguir viagem em direção a San Pedro de Atacama, uma pequena cidade localizada no meio do famoso deserto de Atacama. Foram dois dias incríveis no pequeno vilarejo. Alugamos uma bicicleta e uma prancha de sandboard para descer as dunas do Valle de la Muerte (excelente dica). Depois de todos esses lugares incríveis, fomos para a capital do país, Santiago. Finalizamos a viagem da melhor maneira possível: andando de snowboard nos dois últimos dias. O snowboard é sem dúvida o melhor esporte que já pratiquei. Quem nunca fez, vale muito a pena passar uns dias na neve para praticar. Essa por enquanto foi a viagem mais aventureira e rústica que já fiz e de uma coisa tenho certeza: quero voltar e levar o máximo de pessoas para sentirem todas as coisas boas que senti.
Valle NeSvanowboard do, Chile
Hotel de Sal
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N
FESTAS ACONTECEU
SUNRISE NO CASTELO Uma festa inesquecível em um ambiente incrível! FOTOS ALVARO VILELA
o dia 8 de junho, o Castelo de Itaipava recebeu a melhor “party day” do Brasil. Foram 12 horas de muita curtição na Sunrise Tour, que aconteceu em um cenário magnífico. Entre as atrações, passaram pela fes-
ta Pete tha Zouk, Felix da Housecat, Marcelo CIC, Johnny Glovez, Karmon Live, Renato Ratier, Leo Janeiro e o VJ Rafael Martinho. A balada reuniu muita gente bonita de diversas cidades da região que aproveitaram ao máximo a festa.
O Castelo de Itaipava já foi cenário de filmes e novelas e tem sido utilizado com frequência para realização de grandes eventos. Construído em 1920, sua arquitetura transborda charme e transforma os momentos ali vividos em inesquecíveis. Com a Sunrise não foi diferente!
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YURI Yuri Garrido começou no Taruíra tocando nas primeiras rodas na Mosela
BRENO Breno Morais é o único fundador remanescente no grupo
LEANDRO Leandro Mattos toca pandeiro no grupo
ZÉ ROBERTO José Roberto Leão toca violão no Taruíra
FESTAS MÚSICA
CARLINHOS Carlos Watkins tirava Pixinguinha de ouvido
GUTO Guto Menezes ingressou no Taruíra após um ano e meio de atividade do grupo
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SIGNIFICADO SIGNIFICADO Taruíra é lagartixa no Espírito Santo Taruíra é lagartixa no Espírito Santo e em algumas regiões do estado de Minas e em algumas regiões do estado de Minas
2009, tocando pandeiro e violão, respectirespecti2009, tocando pandeiro e violão, vamente, fazendo fazendo parte parte da da formação formação atual atual vamente, de sexteto que conta, ainda, com com Breno Breno de sexteto que conta, ainda, (flauta), Guto (cavaco/viola caipira), caipira), Yuri Yuri (flauta), Guto (cavaco/viola (bateria) ee Carlos Carlos (sax (sax tenor). tenor). (bateria) Mesmo sendo um grupo de de choro, choro, oo Mesmo sendo um grupo Taruíra passeia passeia pelos pelos mais mais variados variados estiestiTaruíra los, apresentando repertório diversificado diversificado los, apresentando repertório que conta conta com com releituras releituras de de músicas músicas popupopuque lares como “Ticket to ride”, dos dos Beatles, Beatles, ee lares como “Ticket to ride”, “Bolero”, de de Ravel, Ravel, que que receberam receberam rourouoo “Bolero”, pagens abrasileiradas, além de canções auaupagens abrasileiradas, além de canções torais. “Carlinhos “Carlinhos éé da da escola escola do do jazz jazz ee da da torais. bossa. Yuri Yuri veio veio do do rock, rock, do do pop, pop, do do jazz. jazz. bossa. Já Breno foi do canto coral, da MPB. MPB. Zé Zé Já Breno foi do canto coral, da Roberto, Leandro Leandro ee eu eu viemos viemos do do samba, samba, Roberto, da bossa e também da MPB. Todos amam amam da bossa e também da MPB. Todos ouvir música. música. Sem Sem restrições! restrições! Essas Essas ininouvir formações juntas fazem com que aa gente gente formações juntas fazem com que dê uma uma cara cara nova nova ao ao trabalho. trabalho. ‘Ticket ‘Ticket to to dê ride’, por por exemplo, exemplo, éé um um arranjo arranjo em em baião baião ride’, que fizemos, citando a obra do do mestre mestre Luiz Luiz que fizemos, citando a obra Gonzaga”, conta conta Guto, Guto, ee Breno Breno completa: completa: Gonzaga”, “Fazemos uma uma música música onde onde aa inventiva inventiva éé “Fazemos sempre respeitada. Nosso som som éé contemcontemsempre respeitada. Nosso porâneo, porém porém muito muito bem bem equilibrado”. equilibrado”. porâneo,
“Não há há profi profissão ssão honesta honesta “Não que seja seja fácil!”, fácil!”, Breno Breno Morais que Morais 16
As músicas músicas autorais, autorais, por por sua sua vez, vez, sursurAs gem da troca entre os componentes, onde onde gem da troca entre os componentes, cada músico músico apresenta apresenta um um tema tema no no enencada saio, que que vai vai ser ser analisado analisado pelos pelos outros outros saio, componentes para verem se tem tem aa cara cara do do componentes para verem se grupo. Caso Caso afirmativo, afirmativo, inicia-se inicia-se oo proprogrupo. cesso de de arranjo. arranjo. “Às “Às vezes, vezes, mandamos mandamos cesso um tema tema inacabado inacabado para para outro outro por por e-mail e-mail um desta troca já surgiram ‘Peralta’, ‘Baião ‘Baião ee desta troca já surgiram ‘Peralta’, da Serra’ Serra’ ee ‘ParaRaio’”, ‘ParaRaio’”, lembra lembra Guto. Guto. da Viver de música em Petrópolis Viver de música em Petrópolis
Nomes de de destaque destaque mundial mundial como como oo Nomes violonista Raphael Rabello ee oo maestro maestro violonista Raphael Rabello César Guerra-Peixe Guerra-Peixe são são alguns alguns exemplos exemplos César que demonstram a riqueza do cenário cenário que demonstram a riqueza do musical petropolitano. petropolitano. Porém, Porém, viver viver de de musical música na na cidade cidade não não éé fácil. fácil. Para Para BreBremúsica no, viver viver de de arte arte éé difícil difícil em em qualquer qualquer luluno, gar. “Não há profissão honesta que seja seja gar. “Não há profissão honesta que fácil! Somos de um novo tempo tempo em em que, que, fácil! Somos de um novo além de de executar executar bem bem seu seu instrumento, instrumento, além músico precisa produzir e empresariar empresariar oo músico precisa produzir e seu trabalho. trabalho. O O mercado mercado éé bem bem grande, grande, seu porém muito fechado”, comenta. comenta. porém muito fechado”, José Roberto Roberto ainda ainda complementa complementa didiJosé zendo que é necessário buscar outras alteralterzendo que é necessário buscar outras nativas dentro dentro da da profissão. profissão. “Nos “Nos dias dias de de nativas hoje, está está muito muito difícil difícil depender depender exclusivaexclusivahoje, mente de tocar na noite. Acabamos tendo tendo mente de tocar na noite. Acabamos que buscar buscar outras outras opções opções como, como, por por exemexemque
“Fazemos uma música “Fazemos uma música onde aa inventiva inventiva éé sempre sempre onde respeitada. Nosso som som éé respeitada. Nosso contemporâneo, porém porém contemporâneo, muito bem bem equilibrado”, equilibrado”, muito
Breno Morais Breno Morais
plo, trabalhar com produção, elaboração elaboração plo, trabalhar com produção, de arranjos, arranjos, aulas, aulas, alguns alguns colegas colegas estão estão de trabalhando com com luthieria, luthieria, na na confecção confecção ee trabalhando conserto de instrumentos musicais, ee por por aí aí conserto de instrumentos musicais, vai”. Além Além disso, disso, são são poucos poucos espaços espaços para para vai”. muitos músicos, “e ainda há aa desvalorizadesvalorizamuitos músicos, “e ainda há ção de de quem quem toca toca por por uma uma negociação negociação mal mal ção sucedida”, completa Leandro. sucedida”, completa Leandro. Com aa preocupação preocupação de de levar levar música música Com todos, sem sem distinção, distinção, oo Taruíra Taruíra paspasaa todos, sou a ensaiar em lugares abertos, até até sou a ensaiar em lugares abertos, mesmo para para ter ter uma uma resposta resposta do do públipúblimesmo co. Foi Foi assim assim que que surgiu surgiu aa iniciativa iniciativa de de co. tocar nas praças. “Fomos ‘expulsos’ de de tocar nas praças. “Fomos ‘expulsos’ vários lugares lugares na na cidade cidade antes antes de de chechevários garmos ao bairro Mosela, por sugestão garmos ao bairro Mosela, por sugestão do Carlinhos, Carlinhos, onde onde fomos fomos muito muito bem bem reredo cebidos. O projeto começou de de maneira maneira cebidos. O projeto começou independente ee foi foi atraindo, atraindo, aos aos poucos, poucos, independente os apoiadores”, apoiadores”, recorda recorda Guto. Guto. os Após um um ano ano de de Roda Roda de de Choro, Choro, oo grugruApós po conseguiu apoio com a prefeitura, resolresolpo conseguiu apoio com a prefeitura, vendo os os problemas problemas iniciais iniciais de de infraestruinfraestruvendo tura, porém, porém, com com as as mudanças mudanças das das gestões, gestões, tura, perderam oo apoio apoio ee voltaram voltaram aa trabalhar trabalhar de de perderam maneira independente. Agora, negociam negociam maneira independente. Agora, para retomar retomar oo projeto projeto em em outro outro formato. formato. para De eventos eventos particulares particulares aa apresentações apresentações De populares, além além das das Rodas Rodas de de Choro, Choro, oo TaTapopulares, ruíra já já tocou tocou em em festivais festivais ee carnavais, carnavais, não não ruíra só em Petrópolis, como também em em outras outras só em Petrópolis, como também cidades. O O grupo grupo recorda recorda alguns alguns shows shows cidades. marcantes. “Para “Para mim, mim, aa nossa nossa melhor melhor marcantes. apresentação foi foi em em Ibitipoca, Ibitipoca, no no lançalançaapresentação mento do do DVD DVD ‘Droba ‘Droba pra pra lá’, lá’, do do amigo amigo mento diretor Felipe Felipe Scaldini”, Scaldini”, recorda-se recorda-se Breno. Breno. diretor Segundo Yuri e Leandro, os os carnavais carnavais Segundo Yuri e Leandro, no shopping shopping Vilarejo Vilarejo foram foram especiais. especiais. no “Muita gente gente bonita, bonita, fantasiada, fantasiada, se se diverdiver“Muita tindo com muita música”, comenta comenta LeanLeantindo com muita música”, dro. Já Já para para José José Roberto, Roberto, foi foi oo lançamento lançamento dro. do DVD do grupo. “O show que fizemos fizemos do DVD do grupo. “O show que na escadaria do Palácio Rio Rio Negro, Negro, em em na escadaria do Palácio maio de de 2011, 2011, foi foi marcante”, marcante”, lembra. lembra. maio
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“Todos amam ouvir música. Sem restrições! Essas informações todas juntas fazem com que a gente dê uma cara nova ao trabalho”, Guto Menezes Em Petrópolis, um dos principais grupos do gênero surgiu em 2002, quando os músicos Breno Morais e Igor Nicolai sentiram a necessidade de tocar choro. Assim, começaram os encontros informais até que decidiram tornar o trabalho mais profissional, surgindo, então, o Trio Taruíra que, além do violão e da flauta, contava com Bernardo Dupan no pandeiro. O nome do grupo surgiu a partir de uma brincadeira de uma amiga capixaba de Igor. “Essa amiga disse que ele [Igor] era muito branco, tão branco como uma taruíra. Pronto! O trio tinha um nome. Taruíra é lagartixa no Espírito Santo e em algumas regiões do estado de Minas”, explica Guto Menezes. O trio passou para quarteto quando o
músico Carlos Watkins foi convidado a se juntar ao grupo com o propósito de apresentar os choros, maxixes de Pixinguinha e Benedito Lacerda em projeto realizado pelo SESC, chamado “Choro na quinta”. Após um ano e meio de trabalho, Guto Menezes se juntou ao grupo e, quando foram estudar na Escola Portátil de Música, conheceram Márcia Villar, que passou a ser pandeirista e gravou o primeiro CD com eles, em 2007. Além do álbum, o grupo lançou um DVD sob a direção geral de Felipe Hutter. Em 2008, Yuri Garrido passou a fazer parte do grupo oficialmente. “Mas comecei mesmo nas primeiras rodas na Mosela, em 2007”, lembra. Já Leandro Mattos e José Roberto ingressam no Taruíra em
ESPAÇO TARUÍRA O Espaço Taruíra fica no sítio “Toca do Caititu”, em Secretário
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FESTAS MÚSICA
AS ALEGRIAS DE
VIVER DO CHORO POR MARIANNE WILBERT
FOTOS MARIANA ROCHA
De Ravel aos Beatles; de crianças a adultos. O grupo Taruíra leva suas rodas de choro às praças de Petrópolis de forma independente a todos os públicos por amor à música.
“
O brasileiro quando é do choro / É entusiasmado quando cai no samba, / Não fica abafado e é um desacato / Quando chega no salão. / Não há quem possa resistir / Quando o chorinho brasileiro faz sentir, / Ainda mais de cavaquinho, / Com um pandeiro e um violão / Na marcação...”. O choro 14
de Waldir Azevedo, com letra de Pereira Costa, que ficou conhecido na voz de Ademilde Fonseca, é um dos clássicos do gênero, que pode ser considerado como a primeira música urbana tipicamente brasileira. Segundo informações do site “ChoroMusic”, o chorinho começou a aparecer
no Rio de Janeiro no início do século XIX, com a chegada da família real portuguesa ao Brasil, que fugia da invasão de Napoleão e trazia 15 mil europeus. Como consequência, o Rio de Janeiro passou por transformações urbanas e culturais com a chegada de músicos, instrumentos e ritmos europeus.
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FESTAS MÚSICA MARIANA ROCHA / DIVULGAÇÃO
VALORIZAÇÃO O Estúdio S preserva o trabalho dos músicos que lá se apresentam
SEGUNDA JAZZ O evento virou tradição entre os petropolitanos
Nicolau a fim de ensaiar por lá. Segundo revela, na ocasião, alguns músicos chegaram a oferecer dinheiro para usarem o ambiente, mas discordou da proposta alegando não acreditar neste tipo de negócio. Desde então, o ambiente se tornou conhecido e assediado cada vez mais. Foi assim que ele resolveu apostar no projeto. No início, o Estúdio S possuía simplesmente uma sala para os ensaios e dela surgiu toda a estrutura atual. Hoje, são quatro e ainda há mais uma destinada às gravações. “A gente fez isso aqui priorizando o músico”, garante. Cerca de 60 bandas usam o espaço para ensaiar e neste meio se encontram os mais variados grupos, entre evangélicos, pagodeiros e roqueiros que trabalham de forma harmoniosa. Com relação aos eventos oficiais, ou seja, abertos ao público, ocorrem todas às segundas e sextas-feiras de cada semana. No primeiro dia, o destaque fica por conta da Segunda Jazz, que é garantia de casa cheia. Este movimento vem sendo responsável pela popularização do gênero em Petrópolis e nasceu por intermédio da iniciativa do Serra Velha Quarteto, cuja sonoridade evoca os princípios do jazz fusion. O outro é a Sexta Rock/ 12
FELIPE HUTTER
Um imóvel estava abandonado e foi transformado no Estúdio S de Música Blues, onde acontece um rodízio na apresentação de grupos típicos deste estilo musical. “Esse pessoal do jazz foi uma alavanca. Eles abriram o espaço para a apresentação. Depois eu comecei a fazer na sexta-feira com a minha banda com o blues e o rock dos anos 70. Já é um evento que também funciona direto. Também há os eventos que as pessoas alugam o espaço para fazer show particular”, explica. Quanto aos frequentadores, o proprietário afirma que praticamente todos os dias pessoas visitam o estúdio, porém, a presença maior se concentra durante os fins de semana, sem descartar as atrações oficiais. As características dos clientes são bem diversificadas, inicialmente pela faixa etária de 18 a 80 anos, mas a principal diferença é com relação aos públicos de sexta e segunda-feira. O primeiro caso limita-se meramente aos apreciadores ou fa-
náticos por rock, enquanto o jazz não é direcionado, pois além dos adeptos ao estilo, existe uma gama de curiosos. Na avaliação de Nicolau, estes talvez sejam os mais interessantes de todos, pois se trata daquele indivíduo desconhecedor do ritmo musical e, ao acompanhá-lo pela primeira vez, passa a gostar do ambiente e do tipo de melodia. Marcelo Werneck é baterista do grupo O Bando da Esquina, que toca no Estúdio S desde a criação do local. Segundo ele, no início, as apresentações aconteciam para um público mínimo e a casa passava por dificuldades estruturais. Aos poucos, foi crescendo com o apoio, especialmente, de outros conjuntos. Para o músico, o surgimento do espaço representa uma chance para os músicos poderem mostrar seus trabalhos. “O Estúdio S é nosso parceiro e vamos fazer de tudo para ganhar (reconhecimento). Ele e nós”, concluiu.
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magine um espaço onde o público possa desfrutar de todo o conforto e acompanhar de perto música de qualidade, sobretudo quando mencionamos ritmos como o jazz o rock and roll. Em Petrópolis, este lugar existe. É uma casa que foi transformada em palco para a apresentação de shows com importantes e talentosos compositores. Há quatro anos em atividades, o Estúdio S de Música é o principal neste ramo em toda a cidade, por onde já passaram milhares de pessoas, algumas até de outros municípios. O idealizador desta iniciativa é o petropolitano Nicolau Teixeira Abdu, que além de dono do local é músico. Tudo começou quando o imóvel, que na época estava abandonado, tinha somente um estúdio particular e era utilizado exclusivamente para os ensaios da banda dele. Na parte de baixo, havia uma loja de materiais de construção. Em pouco tempo, decidiu fechar o estabelecimento comercial e, desde o momento em que outros grupos souberam da existência do recinto, passaram a contatar
FESTAS MÚSICA
Nicolau diz que o grupo de jazz foi o pontapé inicial para que o Estúdio S de Música se tornasse aberto ao público PAULA SILVA / DIVULGAÇÃO
O BANDO DA ESQUINA Um dos destaques da Sexta RockBlues
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O LUGAR
DO ROCK E DO JAZZ POR JOSÉ JOSÉ ÂNGELO ÂNGELO COSTA COSTA POR
Relaxar e curtir uma boa música após um dia estressante e agitado no trabalho e em plena segunda-feira e também às sextas. Esta tem sido a rotina de vários petropolitanos que dispõem de um lugar onde o rock e o jazz são os principais aperitivos.
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xista César Lago e pelo baterista Beto Werther. Outro destaque da programação é o cubano Pepe Cisneros. Pianista, compositor e arranjador, por inúmeras vezes já foi convidado para atuar em shows e gravações como George Benson, Omara Portuondo e Milton Nascimento. No evento que não para de crescer, um dos mestres da guitarra jazz mais reconhecidos e respeitados do mundo não poderia ficar fora da programação, por isso Larry Coryell, o embaixador mundial do jazz fusion, já está confirmado! Entre os destaques nacionais está Igor Prado, apontado pelas críticas norte-americana e europeia como um dos maiores nomes da nova geração do blues e é o desenvolvedor da técnica de tocar com as cordas invertidas no instrumento. Também na programação, a diva brasileira Taryn Szpilman, que também tem recebido constantes elogios de renomados críticos musicais, músicos e formadores de opinião pelo canto cheio de alma. Garanta sua presença! Participe, encante-se e entre no clima do jazz e do blues! Não perca a oportunidade de curtir grandes nomes nacionais e internacionais dos gêneros com satisfação e prazer com o charme da Cidade Imperial. A dica é programar-se desde já e garantir os ingressos nos pontos de venda.
Na abertura do festival, Peter Fessler faz o primeiro show. Com sua arte e técnica contemporânea de cantar, também tem grande expressão e excelência como guitarrista. Ainda no primeiro dia, Rodica Weitzman, que tem se destacado por sua originalidade como intérprete e compositora, se apresenta com a banda Blues Groovers. Sua voz limpa com textura um pouco grave e rouca vai impressionar o público.
IGOR PRADO BLUES BAND O guitarrista aprofundou-se no blues tradicional e no West Coast Swing
LARRY CORYELL Um dos mestres da guitarra jazz mais respeitados do mundo
O palco principal do evento será no Parque Municipal de Itaipava, que receberá infraestrutura inédita para o Jazz & Blues Festival com conforto para os visitantes
Nos dias seguintes do festival, o nível das atrações mantém-se alto. O guitarrista e vocalista Vasti Jackson apresentará seu talento de mais de 35 anos de carreira com repertório que passeia pelo blues, soul, funk e até o jazz. No Petrópolis Jazz e Blues ele estará acompanhado pelo bai-
Programação 10/10 Palácio de Cristal – 20h30 Peter Fessier Acoustic (Alemanha) Rodica Weitzman & Blues Groovers 11/10 Parque Municipal – 20h30 Monte Alegre Hot Jazz Band Pepe Cisneros (Cuba) Vasti Jackson (EUA) Igor Prado Band 12/10 Parque Municipal – 20h30 Monte Alegre Hot Jazz Band Peter Fessler Group (Alemanha) Taryn Szpilman Larry Coryell Band (EUA) Sax Gordon (EUA)
Pontos de vendas Ewiglich Joias Rua 16 de Março, 106 Centro Histórico - Petrópolis Tel.: (24) 2237-5522 Duetto’s Café - Galeria Gelli Rua do Imperador, 856, loja 11 Centro - Petrópolis Tel.: (24) 2235-6762 Delicatessen Sítio Solidão Rua Roberto da Silveira, 253 Centro - Petrópolis Tel.: (24) 2237-2033 Art’ Café Shopping Estação Itaipava Lj Q.04 Estrada União e Indústria, 11.000 Itaipava - Petrópolis Tel.: (24) 2222-1772 Cine Itaipava Shopping Estação Itaipava Lj 102C Estrada União e Indústria, 11.000 Itaipava - Petrópolis Tel.: (24) 2222-3424 Online Vendas através do site ingressorapido.com.br
Para outras informações acesse: www.petropolisjazzeblues.com.br revistaon.com.br
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e um é pouco e dois é bom, três é ainda melhor! É neste clima que acontece, em outubro, a terceira edição do Petrópolis Jazz e Blues Festival, a maior produção do gênero da região. Após o sucesso dos últimos anos, o palco principal será, desta vez, no Parque Municipal de Itaipava. A organização promete um evento ainda maior que os anteriores. Serão três dias de festival, dois palcos e dez apresentação de grandes nomes nacionais e internacionais. Visitantes, turistas e amantes dos gêneros prometem fazer de Petrópolis, nestes dias, o mundo do jazz e do blues. A abertura não poderia ser em lugar mais especial: o Palácio de Cristal. O Parque de Exposições vai receber infraestrutura inédita, que garantirá conforto, segurança e um ambiente aconchegante para curtir os momentos especiais com amigos e família. A área de shows contará com cadeiras em todos os setores, banheiros, ar condicionado, cobertura, pisos, exposições, área gastronômica e muito mais. O histórico do evento mostra o crescimento e o que o público pode esperar para a próxima edição. Em 2011, foram 700 pessoas por dia no Palácio de Cristal. No ano passado, foram 6.000 pessoas durante os cinco dias de evento. Já passaram pelo Petrópolis Jazz e Blues nomes como Cricket Taylor, Alma Thomas, Mark Lambert e Jefferson Gonçalves. Para a edição que acontece entre 10 e 12 de outubro, já estão confirmadas apresentações internacionais de Larry Coryell (EUA), Vasti Jackson (EUA) e Pepe Cisneros (Cuba), além de grandes nomes nacionais como Igor Prado e Taryn Szpilman. No último dia do evento, além dos shows, Emílio Cantini ministrará um workshop sobre método Gesture Improvising, uma técnica que privilegia o uso da gesticulação no instrumento como meio de conseguir maior liberdade criativa a ser aplicada na improvisação. Emílio é músico, já acompanhou grandes artistas, regeu, gravou e ministrou workshops em todo o país e no exterior. O método é baseado em um dos maiores gênios e mestres de jazz, Joe Diorio. 8
PEPE CISNEROS O show do pianista , compositor e arranjador mistura ritmos afro-cubanos com latin jazz
VASTI JACKSON O músico capta todo o olhar do público no momento em que sobe no palco
PETER FESSLER Já dividiu palco com estrelas como Al Jerreau e Toots Thielemans
TARYN SZPILMAN Há mais de uma década se dedica ao jazz e blues, soul e rock clássico
MONTE ALEGRE HOT JAZZ BAND Os integrantes participam ativamente da cena musical contemporânea carioca
Revista On Agosto & Setembro
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FOTOS DIVULGAÇÃO
Na terceira edição e considerado o evento do gênero que mais cresce no Estado do Rio de Janeiro, o Petrópolis Jazz e Blues Festival já faz parte do calendário oficial de eventos da cidade e prepara-se para reunir grandes nomes no Parque Municipal de Itaipava.
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Novo programa de TV
O músico e ator petropolitano Marco Aureh está à frente do mais novo programa de entrevistas, apresentações e informações culturais diversas [foto 6, com Roberto Perrota]. “A despeito de uma quantidade razoável de programas de entrevista local, percebeu-se uma carência no que diz respeito a um conteúdo artístico com foco direcionado especificamente ao setor cultural, Camarim é um programa diferenciado, de entretenimento e formador de opinião”,
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diz. Com apresentação semanal na TV Rede Petrópolis canal 10 todas as terças-feiras, às 23h30, com reprise aos sábados e para o mundo via internet pelo site da emissora [www.tvredepetropolis.com.br], você poderá conferir e participar. A toda equipe do programa, parabéns e sucesso!
Janeiro, representada por Julia Lattouf de Almeida e FAPE Quibelle / Paola Burger e Victor / Carolina Nehrer e Lietus [foto 7].
Concurso Brasileiro de Saltos
Aconteceu em Indaiatuba (SP) e a medalha de medalha de bronze ficou com a Federação Equestre do Estado do Rio de
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Kitty D’Angelo kittydangelo@yahoo.com.br ARQUIVO PESSOAL
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Promoter por opção, se envolve em gastronomia pelo prazer em sentir os aromas dos pratos produzidos, principalmente, na Serra.
campanha da solidariedade do Festival de Inverno de Petrópolis, promovido pela Dell’Arte, que aconteceu entre os dias 5 e 21 de julho de 2013, foi um sucesso e teve como objetivo ajudar 21 entidades filantrópicas da cidade, com alimentos não perecíveis. Foram 50 eventos em 17 dias de entretenimento entre música, shows, balés, ópera e teatro e ocuparam diversos locais da cidade como Palácio de Cristal, Museu Imperial, Theatro D. Pedro, Palácio Rio Negro... entre outros. Célia D’Azevedo, madrinha do festival e responsável pela campanha, explica que as entidades escolhidas para receber as doações são as que já realizam um trabalho filantrópico responsável na cidade. Podemos citar algumas dessas entidades: Lar São João de Deus, GCE, Instituto Yolanda Duarte, Lar da Criança Nossa Senhora das Graças, Lar de Santa Catarina, Pastoral da Aids, GAAPE... Parabéns a todos que, de uma forma ou de outra, ajudaram para que esse trabalho tão importante desse certo! Zizi Possi veio apoiar a campanha do Festival de Inverno de Petrópolis, promovido pela Dell’arte. Na foto 1, a cantora está com Célia D’Azevedo. Miguel De Laquila (violão), Marcelo Sader (tenor) e Saulo Vignoli (violoncelo) também estiveram no Festival [foto 2] e deram aquele apoio para a campanha. Na última imagem [foto 3], Célia no Palácio de Cristal recebendo os donativos! Colaboração em massa!
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Hospedagem
Petrópolis ganhou mais um hostel [foto 4], um tipo de acomodação para quem busca bons preços. A hospedagem é compartilhada, quartos e cozinha. Localizado na Rua Alberto Torres, 148, o “Hostel 148” é o quinto nesse segmento na cidade e oferece diárias a partir de R$ 55 para quartos coletivos durante a semana. A proprietária, Camila Thees, diz que a principal meta é atender não só os jovens e famílias que queiram fazer um turismo mais em conta. No Hostel 148, você conta com seis quartos coletivos e uma suíte. Na diária está incluso o café da manhã e o local conta com internet wi-fi. Parabéns Camila. Sucesso!
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Sucesso Total
Heloísa Périssé esteve em Petrópolis para a pré-estreia da peça “E foram quase felizes para sempre”, um monólogo escrito e protagonizado por ela e que agitou o Theatro D.Pedro. A produção ficou a cargo do Petrópolis em Cena e o sucesso foi tanto que o público pede o retorno da peça e ainda este ano. Tomara! Na foto 5, a atriz com o visagista Marcio Valle/ Valle Hair. 4
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#7 Direção Felipe Vasconcellos (felipe@fiobranco.com.br) Financeiro Sabrina Vasconcellos (sa@fiobranco.com.br) Juliana Brandelli (juliana@fiobranco.com.br) Coordenação Bárbara Caputo barbara@fiobranco.com.br (24) 8864-8524 Edição Frederico Nogueira (frederico@fiobranco.com.br)
Editorial
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úsica, muita música! É assim que está recheada esta edição a On Festas, preparada especialmente para você. Na matéria de capa, apresentamos as novidades da terceira edição do Petrópolis Jazz & Blues Festival, que acontece em outubro e transforma a Cidade Imperial na capital dos gêneros durante três dias. A estrutura desta edição está incrível, como você vai conferir na matéria especial. O Parque Municipal de Itaipava receberá uma estrutura inédita para oferecer conforto aos visitantes, amantes da boa música. Grandes nomes nacionais e internacionais já estão confirmados e sua presença é fundamental! Ainda nesta edição, apresentamos o Estúdio S de Música, um lugar incrível que tornou-se a casa oficial de cantores e bandas da região, além e reunir um público ávido por novidades. O que acha de curtir música instrumental? O Taruíra tem o que você precisa! Conheça a trajetória da banda, sua formação e próximas novidades. Quer mais música? Ok, vamos contar o que aconteceu na Sunrise, uma megafesta que aconteceu no Castelo de Itaipava e reuniu muita gente bonita. Para finalizar, Kitty D’Angelo conta na coluna Persone os acontecimentos mais importantes da sociedade petropolitana nos últimos meses. Ligue o som e curta a leitura!
Redação Marianne Wilbert (marianne@fiobranco.com.br) Tiago Tavares (tiago.tavares@fiobranco.com.br) Comercial Petrópolis: Ingrid Rizzo ingrid@fiobranco.com.br (24) 8862-8528
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Três Rios: Emeline Maia emeline@fiobranco.com.br (24) 8843-7944
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Luiz Fellipe Aguiar luiz.fellipe@fiobranco.com.br (24) 8843-8528 Criação Felipe Vasconcellos (felipe@fiobranco.com.br) Jonas Souza (jonas@fiobranco.com.br) Estagiários Maicon Pereira (maicon@fiobranco.com.br) Tatila Nascimento (tatila@fiobranco.com.br) Colaboração Heverton da Mata (heverton@fiobranco.com.br) José Ângelo Costa (angelo@fiobranco.com.br) Kitty D’Angelo (kittydangelo@yahoo.com.br)
CAPA 06
PERSONE 04 MARIANA ROCHA
Foto de capa Nova Studio (www.novastudio.com.br) Distribuição Gratuita e dirigida em Petrópolis, Itaipava, Araras, Nogueira, Corrêas, Pedro do Rio e Posse. Também à venda nas bancas.
ALVARO VILELA
Tiragem 5.000
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