Revista On #26

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Revista On Abril & Maio


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#26 Editorial

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ilma, Jaqueline, Rita, Rosangela, Eliane, Ana Lucia, Michele, Marlene, Marília, Lucília, Erlange e Márcia são algumas das mulheres responsáveis por esta edição. Elas não escreveram as reportagens, não pensaram em artes e layouts, não entraram em contato com anunciantes nem conhecem de perto os processos e etapas que fazem parte da produção de uma revista. Porém, sem elas a equipe On não seria como é e, consequentemente, esta edição não chegaria assim até você. Maio é o mês dedicado às mães e a Revista On #26 chega na hora certa para celebrar a data. O que a maternidade transforma na vida de uma mulher? No caso da Elizangela, capa da edição, abrir mão de parte da carreira foi uma das transformações. Acostumada a acompanhar de perto as emoções de mulheres durante a gestação, a ginecologista e obstetra deixou de lado a obstetrícia para acompanhar o crescimento dos filhos. A história da médica mostra, na prática, o que é ser mãe. Quando nasce uma criança, também nasce uma mãe, cheia de preocupações e amor para dar. Em 2015, algumas celebram o segundo domingo de maio pela primeira vez com um filho no colo. Em uma matéria especial, algumas delas comentam os novos desafios e prazeres ao lado das crianças. Ainda nesta edição, saiba como está a situação dos clubes trirrienses, que lutam para sobreviver; leia uma entrevista sobre funcionalismo público; conheça os impostos municipais; e muito mais! Saúde, esporte, música, moda, turismo, pessoas! Vire a página e aproveite o conteúdo. Boa leitura!

Índice GENTE 09 12 16 20 28 36 40 48

Personagem 5 perguntas Religião Cotidiano Entrevista Educação Capa Opinião

ECONOMIA&NEGÓCIOS 53 56 59 64 69

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Empreendedorismo RH Cidade Comércio Política

BEM-ESTAR

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73 Saúde 86 Movimento 96 Esporte

COOL 95 106 110 112 116 124

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Música Tecnologia Moda Festas Viagem Sabores

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GENTE

personagem 09 5 Perguntas 12 religião 16 cotidiano 20 entrevista 28 educação 36 capa 40 opinião 48

Miss simpatia POR ANGÉLICA GARCIA

FOTOS REVISTA ON

Ela esbanja alegria e dá show de bom humor pelas ruas de Três Rios. Cruzar com ela durante o dia é certeza de admiração instantânea pela vontade de viver explícita. “Amadinha” é mais que um apelido carinhoso, é o que define sua relação com centenas de pessoas.

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GENTE PERSSONAGEM

FLUMINENSE Pelo time de coração, a aposentada vai com frequência aos estádios

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arismática, alegre, tricolor e cheia de vontade de viver. Assim pode ser definida a aposentada Terezinha, de 80 anos. Todos os dias ela acorda às 6h, com muita disposição, e vai para a rua fazer o que mais gosta: ter contato com as pessoas. Dormir? Ela acha uma perda de tempo. “Eu não gosto de dormir. Gosto de dançar, do meu Fluminense, de ter contato com o ser humano. Quando eu morrer, já vou ter muito tempo para descansar”, diz sorrindo. Figura conhecida nas ruas de Três Rios, a “Amadinha”, como é chamada, é do tipo de pessoa que a vida sempre se encarrega de apresentar às outras para ensinar que a felicidade está nas coisas mais simples. “Eu não diferencio ninguém. Trato todos com o mesmo respeito, alegria e amor, porque sei que Deus ama todos nós. Eu trato todos iguais para que todos me tratem bem. Sou uma pessoa feliz, não sou uma pessoa de posses, mas sou querida, bem tratada. Tenho amigos que 10

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“Tenho amigos que se preocupam comigo e que me querem bem. Quer riqueza maior?” Terezinha se preocupam comigo e que me querem bem. Quer riqueza maior?”, argumenta. Aposentada da Prefeitura do Rio de Janeiro, Terezinha resolveu mudar-se para Três Rios há pouco mais de 10 anos, após o filho ser assaltado na porta de casa, no Méier, Zona Norte da capital. Apaixonou-se pela cidade e não quer retornar, embora seja chamada com insistência para voltar para perto da família. “Não gosto das pessoas me regulando. Aqui, faço o que quero, na hora que quero e vivo bem. Às vezes, quando vou ver uma partida de futebol, aproveito e vejo meu filho e minha neta. Tenho uma sobrinha que sempre me chama atenção e diz que não tenho comportamento de uma pessoa idosa”. E basta um pequeno bate-papo para

perceber que a mente e o corpo desta jovem senhora realmente não estão em sintonia. Embora tenha a cabeça coberta por belos fios brancos, a mente é de uma menina com disposição e vontade de viver. “Sou muito levada, não posso negar. Mas passo pelas minhas lutas como todo mundo, só que optei por ser feliz. Em nenhum momento eu blasfemo contra Deus. Ele está sempre em primeiro lugar na minha vida e acho que é por isso que sou assim”, explica a aposentada. Ela convive com sérias crises de asma, bronquite e, agora, problemas no coração, mas isso não é motivo de reclamação. Aliás, nada é. “Do que vai adiantar reclamar? Poderia reclamar por não ter ninguém comigo, por


Nada é motivo de reclamações para “Amadinha”, que sabe aproveitar a vida

FELICIDADE A alegria que transmite é contagiante

POSE Passeios pelas ruas rendem encontros e boas risadas

não ter companheiro. Mas para que? Velho só dá trabalho. Homem velho só reclama. Como não posso ter um novinho, velho não quero. Sou feliz do jeito que estou”, brinca. Fanática por futebol, Terezinha explica o motivo de tanta paixão: “Meu pai era tricolor e, para que meus três irmãos e eu não brigássemos por causa de time, ele não nos deu escolha. Exigiu que todos nós torcêssemos pelo Fluminense e crescemos assim. Meus três irmãos já faleceram, mas nós nunca brigamos por causa disso. Sempre fui a mais fanática. Na minha casa, tudo é do Fluminense. Minha bandeira é toda autografada. Já quiseram comprar, mas recusei. Me sinto tão feliz, tão viva quando vou aos estádios assistir aos jogos! E gosto de ir sozinha. Grito, xingo, pulo, vibro, canto e depois volto para casa feliz, aliviada”. Durante o dia, Terezinha trabalha em uma financeira. “Levo as coisas nos Correios e pago contas. Faço isso e aproveito para ter contato com o ser humano, que é surpreendente. Quando termino o expediente, retorno para casa, tomo um banho e volto para a rua para ver o movimento. Passeio pela rua, shopping e fico vendo o movimento no Bob’s. Depois, volto para casa e vejo meus filmes e televisão, faço palavra cruzada e espero o dia recomeçar para ser feliz outra vez. Sempre lidei com pessoas, eu trabalhava em uma escola municipal no Rio e amava esta troca de experiência com as pessoas. O ser humano é difícil, mas é fantástico”. Quando questionada se algo a deixa triste, a resposta é rápida: “Fico chateada quando vejo pessoas jogadas nas calçadas, doentes ou embriagadas. Me sinto tão pequena, tão incapaz. A vida tem tanta coisa boa, positiva, bonita e as pessoas podiam querer reagir, querer viver”, diz. E pensa em parar? “Parar de trabalhar? Eu morro!”. revistaon.com.br

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GENTE 5 PERGUNTAS

Rodrigo

PORTELLA

Diretor de teatro e dramaturgo que lançou o terceiro espetáculo da Cia. Cortejo, “Alice mandou um beijo”, emTrês Rios no mês de março. POR FREDERICO NOGUEIRA

FOTO REVISTA ON

01 Quais foram as inspirações para o texto do espetáculo?

Escrevi em fevereiro do ano passado, durante o carnaval. Eu tinha escrito um conto que falava sobre a minha infância em Três Rios, que foi vivida na casa da minha avó. Foi a partir dali que a cidade se construiu na minha cabeça. Os personagens do conto têm a ver com figuras que povoavam a minha imaginação naquela época. Aquilo era o meu mundo. A peça surgiu a partir deste conto, o universo dos personagens principalmente. 02 Qual é a história apresentada em “Alice mandou um beijo”?

Tudo acontece no dia do aniversário do Robério, personagem do Luan Vieira. Ele é um menino autista, filho da Jandira [Bruna Portella]. Na casa também moram Oneida [Vivian Sobrino], que é irmã de Jandira, e Osvaldo [Tairone Vale], viúvo de Alice, a terceira irmã que dá nome ao espetáculo. Um mês após a morte de Alice, Osvaldo é intimado a deixar a casa, mas ele tem uma relação forte com o Robério e surge uma relação afetiva com Jandira neste período. Começamos a montar em 15 de janeiro e a pré-estreia aconteceu em março, para experimentar e ver a reação do público. 03 Experimentar com o público de Três Rios dá certo, já que não há oferta de espetáculos com frequência?

Acho que público é público, gente é gente. Uma preocupação que temos na companhia é tentar pensar em trabalhos universais. O que queremos é tocar as 12

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pessoas da forma mais simples possível. Todo mundo tem família, se apaixona e faz aniversário. Fazemos peças para pessoas comuns, não para a crítica, pensamos em atingir pessoas. 04 Enxerga uma evolução da Cia. Cortejo no terceiro espetáculo?

Uma peça não segue os mesmos modelos da anterior. Hoje, temos três trabalhos e cada um é diferente do outro. Não sei se evoluímos porque é difícil colocar valor, julgar, mas tenho a impressão que em alguns pontos houve amadurecimento. Como dramaturgo, não tenho dúvidas que tive um crescimento muito grande. Esse texto já chegou para ser montado com um acabamento melhor, mais arrojado. 05 As peças da Cia. Cortejo têm muita subjetividade. Com esta também acontece?

Essa deixa mais janelas abertas para que as pessoas possam interpretar. Nem para mim tudo tem uma explicação racional, mas intuitiva. Eu até invento uma justificativa para poder acreditar, mas não é a verdade, é instável. Alice é a representação da mulher maravilhosa, ideal, perfeita, mulher com bom gosto que todo mundo adora e quase vira santa depois que morre. O nome tem a ver com “Alice do país das maravilhas” e essa coisa de “mandou um beijo” surgiu com uma música da Yoko Ono, mas agora já não sei se tem relação, tudo se transforma. Tudo ainda está instável, sendo construído. A arte é assim, nunca acaba de ser feita, não é como fazer uma caixa.

Como dramaturgo, não tenho dúvidas que tive um crescimento muito grande. Esse texto já chegou para ser montado com um acabamento melhor”


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REVISTA ON

GENTE RELIGIÃO

Missionário da caridade POR MAYARA STOEPKE

FOTOS ARQUIVO PESSOAL

Esta e as próximas páginas contam a história de Luiz Augusto Salgado, um religioso muito conhecido em Três Rios. Porém, com esse nome ele não seria identificado instantaneamente. Ele é o Irmão Geraldo, admirado no município e com uma trajetória de vida dedicada à Congregação do Verbo Divino e à caridade.

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“Teologia eu nunca fiz, não me interessa”, irmão Geraldo

I

rmão Geraldo, como é conhecido o mineiro Luiz Augusto Salgado, nasceu em 1928, época que o catolicismo predominava com força no Brasil. Com uma voz serena, pausada e conhecimentos históricos que fascinam, o religioso conta um pouco da sua história de quase 80 anos na vida religiosa. Natural de Barbacena, Minas Gerais, seu pai era alfaiate, enquanto a mãe era dona de casa. Com mais quatro irmãos, viveu uma infância simples e cercada pela doutrina católica. A vocação surgiu muito cedo. Após um período, ainda na infância, vivido no município de Paiva, retornou a Barbacena aos 10 anos e apresentou-se à Congregação do Verbo Divino. “A minha casa era em frente à igreja e um padre, sempre fazia palestras no fim da Primeira Comunhão para falar das missões do Verbo Divino. Foi quando fiquei encantado e entusiasmado”, explica. A Congregação Missionária reúne pessoas que possuem o desejo de viver e servir a doutrina católica e baseia-se em anunciar a palavra de Deus aos povos, à criação de novas comunidades e a promoção do crescimento e da união entre si e com toda a Igreja. Como missionário, pode se desenvolver em várias profissões na comunidade onde vive, assim como pode ser transferido para missões em todo o mundo. No Instituto Missionário São Miguel, o Luiz Augusto

VOCAÇÃO Surgiu na infância, aos 10 anos se apresentou à Congregação

permaneceu estudando até seus 18 anos, quando fez os votos como missionário e tornou-se o Irmão Geraldo. Na época, os missionários recebiam nomes diferentes dos originais quando faziam seus votos. O Luiz Augusto Salgado recebeu o nome Geraldo pois morava em frente à Capela de São Geraldo, em Barbacena. São Geraldo também era irmão, mais uma evidência que o fez tornar-se Irmão Geraldo. Ele explica que ser membro de uma congregação missionária como “irmão” não tem nada a ver com ser padre. “São coisas completamente distintas. Cada membro de uma congregação missionária tem uma função com um propósito comum, a da Congregação do Verbo Divino é propagar a palavra de Deus e a educação. Os missionários podem ser padres, assim como existem outras funções dentro das comunidades. Existem pessoas que trabalham em gráficas, que são mecânicos, mas sempre em prol da congregação”, explica. Os irmãos são pessoas com perfis diferentes entre si, mas que possuem qualidades para viver em comunidades e trabalhar sem se apegar ao retorno financeiro. Irmão Geraldo explica, ainda, que, após fazer seus votos perpétuos, o missionário deve apresentar ao superior três países onde gostaria de trabalhar e pode ou não ser enviado para esses locais em missões. “Propagar a Palavra de Deus por meio da educação é o carisma dessa congregação. Existem outras, com outros carismas, mas o nosso é esse”, completa. Após fazer os votos de castidade, despojamento de bens materiais, pobreza, obediência e tornar-se um religioso por profissão, ele foi transferido para São Paulo, onde permaneceu por 33 anos. Lá, estudou, formou-se em filosofia na Universidade de São Paulo (USP) e trabalhou como alfaiate, fazendo batinas, como enfermeiro e teve várias funções dentro da congregação. Após esse período, foi transferido para revistaon.com.br

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GENTE RELIGIÃO

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PREPARAÇÃO Durante quase oito anos preparou-se para se tornar um missionário

Juiz de Fora (MG), onde trabalhou na Gráfica do Verbo Divino, além de terminar as faculdades de história e psicologia. “Fiquei dois anos e fui transferido para Borda do Campo, próximo a Barbacena, para dirigir um seminário, e permaneci por nove anos”. Ele nunca quis estudar teologia. “Nunca quis porque não me interessa. Não me entusiasma porque o nosso Jesus Cristo diz: ‘Eu sou a verdade e a vida’, então, você vai discutir sobre o que Jesus é. Isso que me fascina e a filosofia faz. Eu só preciso saber o essencial”, diz. Após o longo trabalho em São Paulo e Minas Gerais, Irmão Geraldo chegou a

ORAÇÃO Uma de suas atividades é orar por aqueles que precisam 18

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Ele explica que propagar a palavra de Deus por meio da educação é o carisma da congregação Três Rios há 25 anos. Na cidade, o padre Rocha, outro nome conhecido, adoeceu e não havia um sucessor. “Fui convidado para morar na paróquia do Triângulo e fazer todas as funções até que o bispo tivesse um padre para substituir o padre Rocha, e assim aconteceu”, conta. Depois, foi transferido para a paróquia de São Sebastião, onde está atualmente e trabalha com recomendação e caridade. “Vou ao cemitério quase todos os dias. Qualquer dia eu vou e fico”, brinca. Em suas poucas horas vagas, o irmão restaura peças religiosas. “Não posso dizer que é um hobby, porque fazemos isso quando não temos nada para fazer e eu não tenho esse tempo. Faço algumas restaurações, mas não é a minha função, não existe um compromisso com isso. Faço porque gosto e para ajudar as pessoas que querem ter as imagens dos santos restauradas”, conta. Com tantos afazeres, o irmão define que ser religioso por profissão é algo muito bom. “Você está livre de tudo, a congregação cuida da parte material e nós somente trabalhamos. Temos paz de espírito”, finaliza.


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Amor

de mães

POR ANGÉLICA GARCIA

FOTOS REVISTA ON

Cinco mães, cinco histórias e um amor enorme. Conheça mulheres que estão no processo de descoberta dos prazeres e desafios da maternidade e, em 2015, celebram o segundo domingo de maio de forma muito especial.


A

emoção de pegar o filho pela primeira vez não pode ser descrita em palavras. Ela supera qualquer expectativa e faz esquecer qualquer desconforto sentindo durante os nove meses de gestação. Quando nasce uma criança, também nasce uma protetora, uma guerreira, uma incentivadora... nasce uma mãe! Em 2015, o Dia das Mães é comemorado em 10 de maio e será uma data especial para algumas mulheres, que não apenas homenagearão suas respectivas mães, como sempre fazem, mas serão homenageadas pela primeira vez. As novas mamães dedicam aos filhos o renascimento diário, a revisão de antigos conceitos e a busca constante por melhorias. Nos últimos meses, elas descobriram alegrias, desafios e preocupações com a maternidade. Rogéria Dias tem muitos motivos para comemorar. Além de um filho lindo, a jovem de 22 anos tem a certeza de que Felipe Brum é um guerreiro. Rogéria não conseguiu amamentar o filho porque ele engas-

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“Tenho o Felipe nos meus braços e ele está com saúde e se desenvolvendo bem. Quer alegria maior para uma mãe?”, Rogéria Dias gava com o leite. Após o tratamento inicial para refluxo, foi descoberto que Felipe tinha outro problema: fístula traqueoesofágica, ou seja, o canal por onde é feita a comunicação entre a traqueia e o esôfago tinha uma ruptura maior que o normal. Durante o período, outras descobertas no caminho: Felipe estava com pneumonia grave e possui apenas um rim. Aos 13 dias de vida aconteceu a primeira internação e, aos dois meses, Felipe passou por uma cirurgia corretiva, em Juiz de Fora e, atualmente, faz fisioterapia e acompanhamento especializado. Nestes cinco meses após a cirurgia, Rogéria e o esposo Ander-

ROGÉRIA E FELIPE A mãe acompanhou de perto os difíceis primeiros meses da vida do filho


GENTE COTIDIANO

ANGÉLICA E THÉO Percebeu a mudança na rotina após a chegada do bebê

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son viram o filho renascer: ganhou peso, esperteza e consegue mamar sem engasgar. “Posso falar que o Felipe veio para mudar minha vida. Ele é meu tudo, minha razão. Tudo que faço é para ele. Quando estávamos passando pelo período turbulento, eu sentia uma dor horrível. Não era uma simples dor, era uma dor dentro de mim. É muito triste, mas ele é um guerreiro e nos surpreendeu. Até os médicos se surpreenderam com a recuperação. Ele é promessa de Deus para minha vida”, resume a assistente administrativa. Hoje mais aliviada, Rogéria consegue traduzir a maternidade: “É muita alegria. Eu olho para ele e percebo o quanto Deus foi bondoso comigo, porque ele é lindo, bonzinho, veio para me transformar, para mudar as nossas vidas. Meu Dia das Mães será especial. Primeiro porque tenho o Felipe nos meus braços e, segundo, porque ele está com saúde e se desenvolvendo bem. Quer alegria maior para uma

SARAH E DAVI LUCCAS Voltar ao trabalho e deixar o pequeno em casa era uma preocupação

mãe?”, questiona. A autônoma Angélica Andrade também vai curtir a data com uma emoção diferente. Casada há um ano com o cantor Rodrigo Vianna, ela tem três motivos para comemorar. “Os filhos do Rodrigo, Davidson e Arthur, mo-


“Só temos noção deste amor quando estamos com o filho nos braços”, Angélica Andrade ram conosco e sempre me respeitaram. Faço por eles o que uma mãe faria. Mas este ano será diferente para mim com o nosso Théo, que chegou há dois meses para completar a família”, resume. Acostumada ao cotidiano de mãe depois da chegada dos filhos do primeiro casamento de Rodrigo, Angélica tenta se acostumar com outra rotina. “Quando os meninos vieram, eles já eram maiores, não dependiam muito de mim. Já o Théo depende totalmente. Ele ainda está na rotina de amamentação a cada três horas, chora e ainda temos que desvendar o motivo, trocar fraldas... enfim, totalmente diferente do que eu estava acostumada com os meninos mais velhos”, diz ela, que conta com a ajuda da mãe, Marlene, e do esposo na nova fase. “O Rodrigo tem sido uma mãe, ele é muito paciente”, brinca. Adepta às festas, carnaval e muito agito, Angélica descobriu um motivo de renúncia. “Tive a certeza que ele está me modificando neste carnaval. Eu torço pela Escola de Samba Bambas do Ritmo e optei por não desfilar no desfile das campeãs porque o Théo não estava bem. Eu, que sempre falei

LÍVIA LUIZ E DAVI LUCCA Aprende dia após dia os desafios que a maternindade traz

que ‘choro não mata’, que ‘deixa chorar’, estou rendida a este serzinho que chegou para mudar minha vida. Só temos noção deste amor quando estamos com o filho nos braços. Não tem como explicar, só sentindo”, diz. Também apaixonada está a mamãe Lívia Luiz dos Santos Mendonça, de 25 anos, com a chegada do Davi Lucca. A gestação foi encarada com normalidade, embora não tenha sido planejada. “Fiquei com medo de não conseguir amamentar, porque foi cesárea e o leite demorou um pouco para sair, além do medo que toda mãe tem de não saber entender o recém-nascido, mas, depois que ele nasceu, o medo foi substituído pelo amor. É um amor sem igual, não tem comparação, meu filho é minha vida. Só Deus para nos permitir viver isso”, diz Lívia. Ela havia acabado de passar por um susto com o filho. “Durante a madrugada, logo após mamar, ele teve refluxo e saiu leite pelo nariz e pela boca. Não soubemos como lidar, ficamos desesperados. Só nos acalmamos quando o pediatra nos explicou como proceder e o medicou. Foi desesperador”, comenta. A gravidez também pegou de surpresa a jovem Sarah Marques, que, aos 20 anos, abre mão das saídas com os amigos para curtir o filho, Davi Luccas, de quatro meses. “Muita coisa mudou na minha vida. Antes, eu saía muito. Ainda saio, mas minha prioridade é meu filho. É engraçado como as coisas mudam quando temos um filho, olhar para ele e ver aquele sorriso não tem preço. Não tem nada no mundo que supere este amor. Meu filho é a minha vida”, resume, quase em coro com as outras mamães. Uma insegurança para ela é a volta ao trabalho. “Já deveria ter voltado, mas conversei e vou ficar um tempo maior em casa com ele, porque não pegou mamadeira nem bico”. revistaon.com.br

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GENTE COTIDIANO

Longa gestação

E o que falar sobre o amor das mães adotivas? Será que a chegada de uma criança muda tanto a rotina de um casal com a adoção? A manicure Cátia Dias diz que sim, e para melhor. “Todos os dias têm sido de felicidade aqui em casa depois da chegada da Maria Júlia”, enfatiza. A psicóloga de família e adoção Lídia Weber diz que “adotar é acreditar que a história é mais forte que a hereditariedade, que o amor é mais forte que o destino”. E tem sido isso que Cátia e o esposo, Roberto, vivenciam. Imagina aquelas histórias de adoção que você ouve e pensa: esta menina não tinha outro destino, era para ser deles. Então, esta é exatamente assim. Após anos tentando engravidar, Cátia recebeu a notícia de que não poderia conceber uma criança no seu ventre. Segundo a médica que a acompanhava, em Petrópolis, talvez com inseminação artificial, mas sem certeza de sucesso. Com o alto custo do procedimento e a incerteza, Cátia e o esposo escolheram outra opção: foram ao Fórum de Três Rios e se candidataram à adoção de uma criança. Na ficha, apenas uma exigência: que tivesse menos que cinco anos. Foram mais de três anos de espera. “Quando me inscrevi, era a sétima na fila de adoção e nada mudava. Costumo falar que o processo de adoção é a pior gravidez, nunca sabemos quando a criança virá. É um processo muito demorado e sofrido. Temos tantas crianças precisando de um lar e tantos pais querendo adotar”, analisa. Cátia lembra que, como o processo não andava, começou a buscar uma criança longe desta fila de adoção. “No açougue, começava a conversar e perguntava se a pessoa sabia de alguém que não tinha condições, que queria dar uma criança. Estava ficando desesperada para ser mãe, prestes a completar 40 anos e com este sonho cada vez mais longe de mim”. Foi neste desespero que ela participou de um programa de rádio local, que abordava o tema adoção, e fez o 24

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“No primeiro dia, não dormimos. Ficamos a admirando”, Cátia Dias

CÁTIA E MARIA JÚLIA A mãe esperou a filha por mais de três anos em uma fila de adoção

pedido no ar. “Depois que pedi, fiquei com medo de atrapalhar meu processo, mas já tinha feito. Era minha última cartada. Dois meses depois, recebi uma ligação da âncora do programa e ela marcou uma reunião. Eu já tinha esquecido o pedido, porque não surtiu efeito e, como sou manicure, pensei que ela fosse querer abordar este tema ou algo do tipo. Mas, ela simplesmente me fala: ‘Você ainda quer ser mãe? Eu tenho uma boa notícia para você e acho posso te ajudar’. Foi inacreditável. Peguei o contato da mãe biológica e tentei ligar. Foram dois dias de tentativas e eu com medo dela doar a criança para outra pessoa. Depois recebi a notícia que a criança ainda iria nascer e que era uma menina, como meu esposo sempre sonhou”, resume. Foram quase 20 dias de espera até o nascimento, tempo necessário para montar o quarto do bebê - durante sua espera para ser mãe, Cátia já tinha montado um quarto, mas para uma criança maior. “Contei para meus amigos e família e, graças a Deus, ganhamos tudo. Pensei que fosse conseguir uma criança maior. Todos sabiam do meu desejo de ser mãe, do quanto isso

era e é importante para mim. Acredito que foi a mãe de Deus que colocou Maria Júlia no nosso caminho. Para ter uma ideia, a mãe biológica ligou para a rádio me procurando porque a avó dela ouviu meu pedido no programa e a convenceu de que ela teria que doar para mim, sendo que ela já tinha conversado com outra pessoa”. No dia da cirurgia, a mãe da criança foi internada para o pato e Cátia também se internou. “Ficamos em quartos separados porque ela nunca quis me conhecer. O procedimento foi feito e Maria Júlia veio direto para o nosso quarto. No primeiro dia, não dormimos. Ficamos só olhando ela dormir, admirando. Foi uma sensação indescritível”, diz emocionada. Ela nunca teve medo da desistência da mãe biológica. No dia que teria alta do hospital, a mãe biológica pediu para chamar a mãe adotiva no quarto. “Fiquei nervosa e surpresa porque ela nunca quis me ver, mas fui. Cheguei ao quarto e ela me disse: ‘Só te chamei aqui para falar uma coisa: Nunca deixe, em momento algum, ninguém dizer que esta menina não é sua. Ela sempre foi. Eu só carreguei para você, mas desde o meu ventre ela sempre foi sua’”, conta com lágrimas nos olhos. Difícil agora é dizer quem está mais bobo com a chegada de pequena criança. “Este será meu primeiro Dia das Mães como mãe. Será um misto de alegria e tristeza, porque também será o primeiro sem minha mãe, que faleceu pouco depois da chegada da minha filha. Mas, acredito que será mais de alegria, porque sempre desejei ser mãe. Eu vou lembrar da minha com saudade, mas com a certeza de que ela está bem. E vou curtir minha filha, que é o presente de Deus para minha vida, para minha família”, finaliza Cátia, que já está pensando na festa de um ano da Maria Júlia, a menina que transformou sua vida.


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PUBLIEDITORIAL

1974

1984

História

de belos passos FOTOS DIVULGAÇÃO

A Escola de Dança Maria Emília, que completa 45 anos em 2015, tem uma história que vai muito além da tradição em formar bailarinos.

E

m uma família humilde de Juiz de Fora (MG), no ano de 1934, nasceu Therezinha Maria Nunes Mockdece, a menina que sonhava ser bailarina e, ainda muito pequena, começou a dar os primeiros passos. Sem ter acesso às aulas de balé, Therezinha impressionava todos por onde passava. O excepcional desempenho motivou sua tia, Maria Emília, a custear o aprendizado técnico em uma escola de dança. Anos mais tarde, formada em farmácia e casada com o comerciante Getúlio

Mockdece, Therezinha mudou-se para Três Rios com boas expectativas. Contando com o apoio do marido, quis aprimorar ainda mais o seu trabalho e abrir a própria escola de dança. “Queria formar bailarinas, abrindo para a comunidade a possibilidade de conhecer a dança como parte de um movimento cultural”, diz. Para ter as primeiras alunas, Therezinha fez um bilhete para suas 20 melhores amigas, convidando as filhas de cada uma a participarem de aulas de balé clássico, o primeiro curso ofe-

recido. Foi com essas meninas que a Escola de Dança Maria Emília abriu as portas pela primeira vez, em 6 de abril de 1970, em um pequeno espaço no canto de um salão de festas. O nome foi escolhido como forma de homenagear a tia que contribuiu com a realização do antigo sonho. No ano de 1974, a escola conquistou a primeira colocação em uma competição do programa “Cidade Contra Cidade”, da TV Tupi (foto acima). Therezinha era a única professora. Os primeiros colaboradores


TURMAS A escola tem mais de 200 alunos, desde crianças até adultos, que participam de aulas e apresentações

THEREZINHA MOCKDECE A menina que sonhava ser bailarina tornou-se um dos principais nomes da dança na região

“Antes de ser diretora, ela era uma artista”, Marianne Mockdece sobre a mãe

chegaram anos depois, após a visita da inglesa Gill Antony, em 1977, responsável por implantar o método da Royal Academy of Dance, com cursos e provas de avaliação. Na foto de 1984 (página anterior), um registro da professora em uma das aulas. Marianne Mockdece, filha de Therezinha e professora da escola há 32 anos, afirma que a mãe sempre se preocupou com as questões sociais. “Ela tinha uma grande preocupação com a comunidade carente. Na época, toda a renda recebida nos espetáculos era revertida para instituições de caridade”. Atualmente, a escola tem o projeto “Três Rios Dançantes”, que oferece bolsas para crianças e jovens de baixa renda. “Queremos motivar a arte em geral, proporcionando, por meio dessas concessões, o estímulo à população”, revela Marianne. A professora, que começou a dar aulas aos 13 anos, é encantada com a história da mãe. “Fui buscar informações dela e passei a admirá-la ainda mais quando soube de sua trajetória como bailarina, porque criou as coisas do zero e não tinha contato com pessoas das grandes cidades. Isso é incrível, porque, aos 10 anos, já se apresentava semanalmente sem a ajuda de professores”. Para Marianne, Therezinha é motivo de muito orgulho e dona de histórias inspiradoras. “Seu talento era nato. Entender isso hoje é muito difícil, porque, para nós, é bem fácil entrar na internet e descobrir muitas coisas. A genialidade dela e sua importân-

cia não estão só em ter aberto a escola, antes de ser diretora, ela era uma artista”. Therezinha tem seis filhos: Sérgio, Luís Guilherme, Antônio, Myriam, Mariclara e Marianne, sendo as três mulheres responsáveis pela continuidade do trabalho da mãe. Myriam abriu a própria escola em Juiz de Fora, enquanto Mariclara e Marianne dirigem a Escola de Dança Maria Emília, onde também são professoras. “Quando a minha mãe abriu a escola, sentiu que deveria trazer qualidade e conhecimento. Hoje, continuando com o trabalho dela, buscamos sempre um diferencial”. A Escola de Dança Maria Emília, que conta com mais de 200 alunos, já ganhou muitos títulos importantes. O prêmio de Melhor Coreógrafo, conquistado em 1998, no maior festival de dança do mundo, em Joinville (SC). Além dos festivais dos quais participou em todo o país, a escola recebeu um convite para apresentações na Alemanha, em 2010. Para Marianne, a inovação é fundamental. “Agora, queremos unir a arte cênica à dança. Por isso, ofereceremos, a partir de abril, aulas de teatro para futuros musicais”, conta. Therezinha Maria Nunes Mockdece, hoje com 81 anos de idade, lembra da jornada com carinho e gratidão. “Sempre admirei o balé clássico, porém, na minha época, era muito difícil alcançar esse tipo de dança, esse tipo de estudo. Queria traba-

lhar com dança, ensinar às crianças, ter um grupo e progredir com o meu trabalho, mas era uma coisa muito distante naquele tempo. Hoje, graças a Deus e à Maria Emília, posso ver esse sonho realizado”. Com o trabalho desenvolvido, Therezinha Mockdece tornou-se benemérita do Teatro Celso Peçanha, também em Três Rios, por ter dirigido mais de 25 espetáculos teatrais infantis, além de ter trabalhado em diversas outras produções. Sobre os 45 anos da escola, Therezinha resume com carinho: “Semeamos bons frutos durante todo esse tempo. Com isso, acreditamos que estaremos contribuindo para com a cidade que aprendemos a amar por meio da dança”, finaliza.

24 2252-2477 Rua Marechal Deodoro de Fonseca, 326 Centro - Três Rios - RJ


GENTE ENTREVISTA

“Nunca ouvi dizer que um administrador tenha feito um sacrifício em prol do funcionário público” POR FREDERICO NOGUEIRA FOTOS REVISTA ON

Presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Três Rios, William Veríssimo analisa os desafios da classe no município e em todo o país, além de elencar as conquistas e explicar o plano de cargos e salários a ser colocado em prática.

W

illiam Robert Veríssimo Silva começou a vida profissional como empresário, migrou para o magistério e, em seguida, formou-se engenheiro. Entrou em uma sala de aula como professor pela primeira vez em 1991, na Escola Municipal Santa Luzia, no bairro Vila Isabel, após um concurso que marcaria definitivamente sua entrada no serviço público. Aposentado, ele é, atualmente, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Três Rios. O que era ser professor em uma escola municipal no início da década de 1990?

Não era muito diferente de hoje. Sabemos que as condições de trabalho apresentam, constantemente, dificuldades no poder público. Hoje está um pouco melhor do que era em 1991, pela impressão que tenho. Já estou afastado de sala de aula há 13 anos, praticamente o tempo que estou aposentado, mas vejo que há, atualmente, algumas facilidades, não muitas, porque ser professor em escola pública é sacrifício constante. Não vejo chance de mudança a curto prazo, apenas a longo prazo. É sacrifício mesmo. E como aconteceu sua entrada no movimento sindical?

Entrei por uma questão administrativa. Nosso sindicato passava por um momento de instabilidade administrativa, houve uma intervenção judicial, fui convidado. Como eu tinha um grande acesso ao setor da Educação na época, o Josafá Batista Reis, que foi presidente pós-intervenção, me chamou, disse que precisava reestruturar o sindicato e pediu que eu ajudasse a montar uma chapa, com participantes da Educação. Sentei com ele e indiquei vários nomes para incluir na chapa, mas em momento algum coloquei meu nome, não tinha intenção, só queria ajudar. Esse foi o primeiro momento, antes da intervenção. A chapa dele foi rejeitada, até hoje não sei o motivo, e não entrou para votação. Um ano depois aconteceu a inter28

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venção. Assumiu uma junta governativa por seis meses, da qual o Josafá fazia parte. Ele me procurou de novo para indicar alguns nomes. Apresentei e ele disse que, como da outra vez eu não havia entrado, agora precisava de mim. Então, colocou meu nome na chapa. Nessa época concorreram duas chapas e ele ganhou a eleição. O sindicato estava um caos, muito abalado financeiramente. Ele disse que precisaria de mim para ajudar. Falei que ajudaria, mas não disponibilizaria muito tempo. Quando entrei, senti que o problema era tão grande que não tive condição de deixar o Josafá sozinho. Isso foi em agosto de 2004. Vi que precisávamos realmente do apoio dos servidores, dos associados. Esse apoio estava muito baixo?

perdido mais de 200 devido aos problemas que aconteceram. Em uma reunião, vimos que havia muita dificuldade para reestruturar, mas a primeira coisa a fazer era aumentar o número de associados. Começamos a fazer uma campanha de resgatar a credibilidade do sindicato, primeiro junto ao associado, aos que já estavam, para conquistar novos. Em três meses, conseguimos trazer mais uns 100 associados. Dentro daquela nova receita, traçamos um novo plano. Passamos a utilizar 70% da receita para pagar dívidas e 30% para fazer a manutenção do sindicato. O plano era resgatar a credibilidade junto aos parceiros, o comércio da cidade. Quando você volta a cumprir seus compromissos, passa a ser visto com outros olhos, ter mais credibilidade. Sem essas intervenções, o sindicato poderia ter acabado?

Sim, o sindicato estava totalmente desacreditado, abandonado por completo. Você só via problemas. A mídia começou a bater e todos os dias tinha um problema diferente. Era o prato preferido das rádios. O Josafá novamente me pediu ajuda para conseguir apoio, buscar associados, na Educação, onde eu tinha bom acesso e estava o maior contingente de servidores. Depois de 30 dias, vimos que o trabalho precisava ser intensificado. Eram cobranças, cobranças e cobranças. Vimos que nossa receita não resolveria os problemas, então precisávamos intensificar. Eu disse que não queria me envolver com o passado do sindicato, mas olhar para frente. Dividimos desta forma, o Josafá administrava o passado enquanto eu fiquei responsável pelo presente e futuro. Vou ser sincero, não tínhamos grandes esperanças de recuperar o sindicato. Nossa preocupação principal era um contrato com a Unimed, que oferecia preços menores aos associados, era uma necessidade. O objetivo era não perder o contrato. O Josafá me deu autonomia para tomar decisões na ausência dele e aquilo me deu tranquilidade. Parti para fazer contatos, todos sabiam sobre o momento crítico.

Acabaria. Entramos em agosto de 2004, se fosse em janeiro de 2005 as portas já estariam fechadas. Não digo que fomos nós os responsáveis, qualquer outro grupo que entrasse teria a chance de reestruturar. Mas, do jeito que estava, não havia condição de continuar e fomos tendo sucesso naquilo que estávamos implantando. Conseguimos fazer uma parceria com a Clínica Walter Francklin, que foi outra conquista importante. A cidade, todo mundo sabe, teve um momento que foi um caos em termo de saúde. Hoje, melhorou bastante, mas, naquela época, em 2005 e 2006, estava um caos. Se precisasse de um atendimento médico, você não sabia para onde ir. E não estou falando só de saúde pública, mas particular também. Então, conseguimos fazer um convênio com a Clínica Walter Francklin, no qual o associado contribuía com um valor mensal e, nós, sindicato, administraríamos para que ele tivesse direito à consulta mensal e exames básicos, tudo isso com valor pequeno. Foi uma conquista que deu certo e funciona até hoje. Devemos ter uns 120 titulares e são mais de 400 beneficiados, somando com os dependentes.

Quantos servidores estavam associados?

Houve algum momento específico que o número de associados cresceu?

Naquela época, cerca de 650, tínhamos

Hoje temos 1.400 associados.


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Muitos chegaram agora porque foi reeditado um decreto antigo de associação automática. Na época conturbada do sindicato, deixou-se até de trabalhar isso, não se preocupava com o associado. Qualquer sociedade associativa vive da contribuição do seu associado. A única receita que temos é do associado, não prestamos serviços. Outra coisa importante, é que não existe comissão aqui dentro. Toda comissão que existe, em qualquer transação, tem que ser convertida obrigatoriamente para favorecer o associado. Todos nós, os sete titulares do conselho diretor, temos vidas financeiras estáveis, não precisamos da entidade para sobreviver. Não somos ricos nem ganhamos bem, mas aprendemos a sobreviver com o que ganhamos. Ou seja, doamos mais para a entidade do que ela doa para nós. A única coisa que ela doa para nós é status, e não precisamos de status. Mas nossa passagem por aqui soma muito na experiência de vida. Temos um status definido dentro da federação dos servidores municipais, junto à central sindical que pertencemos, junto à confederação. Procurei todos esses grupos para serem nossos parceiros de reestruturação. Cheguei a ser candidato a presidente da federação em 2012, mas não houve a eleição porque aconteceu uma intervenção branca durante o registro das chapas por problemas administrativos. Quando tornou-se presidente do sindicato em Três Rios?

No final do primeiro mandato, 2007, quando houve eleição, o Josafá disse que não tinha mais condição de disputar eleição e que eu deveria participar. Ele estava decidido a se afastar. Sentamos em grupo e abrimos o processo eleitoral para ver quem se apresentava. Ninguém daquele grupo que estava queria permanecer no sindicato, entendíamos que, colocando no caminho da recuperação, já tínhamos cumprido o que tínhamos proposto. Um grupo vinha se preparando para montar uma chapa, mas percebe30

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mos que não seria o ideal para manter aquele trabalho. Fui pressionado para lançar uma chapa e, depois disso, o outro grupo resolveu não participar. Então, aceitei com o objetivo de tocar o barco até conseguir finalizar aquele trabalho. Afirmo que, no ano passado, acabamos de reestruturar nosso sindicato, dez anos depois. Hoje, o sindicato está totalmente estruturado, dependente apenas dos associados, de mais ninguém. Tem credibilidade do comércio e acredito que tenha grande credibilidade junto aos associados, o que é muito difícil dentro do serviço público. Sabemos que não conseguimos tudo, negociação dentro do poder público é muito difícil. Por quê?

Não temos uma legislação que nos ampare. Servidor público estatutário, legalmente, não tem amparo. Não pode recorrer à Justiça do Trabalho, toda ação que tiver que mover contra o poder público tem que ser na segunda vara... E sabemos que, no Brasil, existe um acúmulo enorme de processos truncados Se tratando de serviço público, tudo é mais demorado, então o nosso fica sempre mais difícil. Outra coisa: perante o servidor público, a figura do prefeito tem um poder enorme. Vamos ser claros, o que nos interessa é o financeiro, com o pagamento em dia e a manutenção dos benefícios. Muitas vezes, o benefício vem para completar uma distorção negativa do piso salarial, isso vem acontecendo muito em nossa região. Tudo o que for ligado à folha de pagamento tem que ter a assinatura do prefeito, ele é o ordenador de despesas, ele sabe que tem que cumprir uma lei de responsabilidade fiscal. E, muitas vezes, essa lei serve para nos truncar como funcionários. Os valores, para nós, às vezes são muito diferentes dos valores dados pela administração. Os nossos interesses são os nossos benefícios, mas, às vezes, o interesse da administração não é o benefício do servidor. O servidor público é sempre visto pela administração como um entrave.


Mas são necessários e fundamentais...

Exatamente. Então, quando se ouve falar que vai ter uma contenção de despesas, o primeiro pensamento é retirar alguma coisa do servidor, como se tirar algum benefício do servidor fosse resolver um problema da administração. Mas não resolve. Muitas vezes, as contratações em excesso são as causas principais da subida da folha de pagamento. Ninguém extrapola, ninguém mesmo, me refiro principalmente ao Estado do Rio de Janeiro. O problema é sempre o mesmo nos municípios. O principal culpado da folha de pagamento é sempre o funcionário público. Eu, às vezes, como brincadeira, digo o seguinte: se quiser resolver os problemas financeiros do município, manda todos os funcionários embora. Se esse for o problema, logo depois não vai ter problema nenhum. A cidade vira um maná. Todo mundo elogia, fala que funcionário público é muito bom, mas, na hora de parar e analisar a situação real, ninguém, ninguém mesmo, faz um sacrifício. Em dez anos dentro do sindicato e sete anos lidando direto com a federação, nunca ouvi dizer que um administrador tenha feito um sacrifício em prol do funcionário público. Faz sacrifício para tudo, para festa, para promoção... Mas, para o funcionário, nunca ouvi dizer. Ele é sempre o sacrificado. E isso é ruim, o funcionário público já carregar uma fama de malandro, vagabundo, mas afirmo que isso não é verdade. Se fosse, nenhum serviço aconteceria. Claro que, como em todos os setores, há aqueles que são péssimos funcionários, mas é uma minoria. E acabam fazendo a fama da classe.

Fazem, porque, quando você vai julgar, você julga pelo pior. Ninguém julga pelo melhor, nem o administrador. Para pensar no salário do funcionário, ele pensa na pior situação. Acho que teríamos um serviço muito melhor se tivéssemos uma valorização diferenciada, eles poderiam até cobrar mais. O cara ficaria um pouco mais

preocupado em dar o melhor dele, muitas vezes isso também acontece. Há muito desânimo, afinal, um funcionário trabalha o mês inteiro para receber R$ 788 e assiste na televisão escândalos com desfalques com uma quantidade de zeros que nem sabemos contar. Bate um desespero, entra no setor público e sabe que, de quatro em quatro anos, troca o mandante, o encarregado, o secretário. Ele acostumou a fazer o trabalho de um jeito e o novo quer de uma forma totalmente diferente. Muitas vezes, entram nestes cargos pessoas que nunca trabalharam na vida, o primeiro trabalho é ser chefe no setor público. Estamos cansados de ver isso, inclusive aqui em Três Rios. O resultado não vai ser bom. E sabe quem é o ruim? O funcionário público que está há anos naquela função. Tem uns chefes que não têm a humildade de chegar perto do funcionário antigo e pedir uma sugestão. Chega, fala que tem que mudar e, se o funcionário questiona alguma coisa, passa a se perseguido. Se bobear, corta horas extras, corta gratificação... Os cargos de chefias não poderiam ser ocupados por servidores concursados, uma forma de promoção?

O certo seria isso. Mas não acontece porque há muitos interesses e compromissos políticos. Toda afirmativa que eu fizer aqui, garanto que não é problema só de Três Rios, mas do Brasil inteiro. O cara chega, nunca trabalhou na vida, nunca mesmo, nunca fez nada de útil na vida profissional, e vai ser um encarregado. Ele se sente o rei, não aceita opinião. Os que menos trabalharam na vida são os que mais querem aparecer, mostrar serviço. Agora, neste meio, também estão pessoas espetaculares, que contribuem com os funcionários, com o município, com a administração. Muitos são bons. Agora, os ruins superam, aparecem muito mais que os bons e atrapalha a cidade. Em tudo o que você pensar, dez bons perdem para dois ruins. O “destrabalho” dos ruins vai aparecer, afinal, elogiar os bons ninguém quer.


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Hoje, qual é o maior desafio do sindicato em Três Rios?

É dar uma melhorada no salário do servidor público, no piso salarial. Hoje, você vai à Secretaria de Educação e tem um plano de cargos e salários, apoiado pela lei 11.738, que determina o piso nacional do magistério. Três Rios implantou em 2011. O professor passou a ter um salário digno. No Saaetri [Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Três Rios], depois de muito brigar, nós conseguimos, junto ao diretor, Arsonval Macedo, que foi um grande parceiro, implantar o plano de cargos e salários. O funcionário tem um salário digno. Não é bom, poderia ser melhor, mas é digno. Ficou, agora, aquele que já deveria ter sido implantado, o plano de cargos e salários da administração direta. O objetivo de implantar e aprovar é para que todos os funcionários de Três Rios tenham um salário digno. O cara ter prazer em sair de casa para trabalhar, mesmo sabendo que não será um salário exorbitante, mas digno. O sindicato precisa brigar? Esse ajuste não pode partir da administração?

Existe a iniciativa da administração. Se o administrador não quiser, não acontece. Essa parceria, afirmo que estamos tendo. Tivemos com a administração na época de implantar os planos do magistério e do Saaetri, mas, agora, é o momento mais difícil, o maior contingente está ali, será o maior impacto na folha de pagamento, por isso se torna difícil. Algumas vezes, o funcionário não entende muito a demora do plano de cargos e salários. Quando você fala nisso, você está falando da vida profissional do funcionário público. O atual plano está muito defasado, tem algumas coisas que poderiam ser cumpridas e não são, mas não adianta consertar uma coisa e não consertar outra. Ele é de 1980. Com este novo, que está em fase de estudo, a chance de ter alguma modificação será em 30 ou 40 anos, então tem que ser feito com muito cuidado. O trabalho que estamos fazendo é vagaroso por isso, tem que ver detalhe por detalhe. E sempre falta alguma coisa. 32

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O que acontece com os salários atuais dos servidores em Três Rios? Estão abaixo do piso ou não?

Não estão abaixo do piso. O funcionário público tem um piso salarial, que é livre para os estados e municípios, cada um pode ter um piso diferente. As pessoas confundem piso salarial com remuneração. Piso salarial é o valor definido para cada categoria, remuneração é o conjunto de recebimentos fixos que você tem. Aí você fala que não pode ter um piso salarial menor que o salário mínimo, mas pode. Você não pode ter uma remuneração menor que o salário mínimo. Essa confusão existe. É proibido por lei indexar o piso salarial ao salário mínimo. Aí vem a negociação em separado. O poder público tem a obrigação de dar a inflação para o servidor público, assim começa uma distância. Hoje, o piso salarial de Três Rios é 34% menor que o salário mínimo. É essa diferença que nós estamos brigando para alcançar dentro do plano de cargos e salários. Reconhecemos que essa diferença é grande. Já pensou aumentar a folha de pagamento em 34%? O impacto vai ser menor que isso, mas é alto. Os salários podem atrapalhar a entrada de novos profissionais no serviço público? No último concurso aberto em Três Rios, o Cremerj, por exemplo, alertou aos médicos que não fizessem a prova.

Não acredito que aconteceu isso. O que acontece com a classe médica é que ela é unida e tem uma representatividade muito forte. Eles se dão o direito de escolher onde vão trabalhar. No Brasil há uma defasagem na quantidade de profissionais, não é formada a quantidade que deveria, isso já causa um impacto. Um médico, hoje, se falar que não vai trabalhar em Três Rios, sabe que tem outro município para trabalhar. Então, se dá ao luxo de poder colocar a posição dele. Isso não acontece com outros profissionais. Por exemplo, se um motorista falar que não vai fazer, aparecem dez que farão. Isso não acontece com o médico. Cada médico que sai, é um problema que


surge. Acho que Três Rios, enquanto tiver esse piso salarial que tem hoje, não deveria fazer concurso. Estou falando de piso salarial, não de quanto se paga, porque os médicos têm um salário razoável, principalmente os de urgência e emergência, e ainda têm a chance de trabalhar em outros lugares, o horário permite. Não acontece com outras atividades. Vê o plano de cargos e salários como a próxima grande conquista do sindicato para o funcionalismo?

Afirmo que é a única coisa que falta para dizer que a nossa administração conseguiu tudo aquilo que se propôs a fazer. Conseguimos estruturar o sindicato, conseguimos dar um pouco de dignidade para nossa entidade e para o funcionário, conseguimos, também, em parceria com a administração, implantar os planos de cargos e salários do magistério e do Saaetri. Reformamos nossa sede e teremos um auditório em 60 dias. Para acabar de completar nossa administração, só falta isso. Acho que vamos conseguir, só estou muito preocupado por esse momento que o país atravessa, com contenção de despesas, porque os governos gastaram um pouquinho demais, todos, o federal, os estaduais e municipais. E afirmo que não foi com a folha de pagamento. A receita caiu, não subiu como esperavam. Quando a administração precisa de dinheiro, logo diminui a folha de pagamento. É o que menos tem, mas o primeiro a mexer, como deixar de dar uma hora extra para um funcionário. Mas, por exemplo, como os motoristas da Saúde não vão receber hora extra? Tem alguns que começam a buscar pacientes às 2h para chegarem a tempo no Rio de Janeiro, sem pegar congestionamentos. Como ele não vai receber por isso? Assim como os guardas municipais, que estão em todos os eventos. No início de março, um grupo de servidores foi até a Câmara Municipal após uma possível mudança no estatuto. O funcionário público sabe a força que tem?

Sabe, mas existe uma coisa maior que a força do funcionário, o medo. É o medo da perseguição, que não deveria ter, mas tem. Muitas vezes, a administração nem sabe da perseguição, porque ela acontece, normalmente, feita por encarregados incompetentes que querem mostrar serviço, é um daqueles que nunca trabalhou na vida. Além disso, tem aquela turma que só quer chegar perto do prefeito e dar boas notícias. A função principal do sindicato, hoje em dia, é dar as péssimas notícias para o prefeito, infelizmente é assim que funciona. As boas notícias são dadas por aqueles que precisam de DAS, de emprego. Esses se fazem nas costas do funcionário. Já cansei de ouvir pessoas com cargos assim falando mal de funcionários púbicos, mas que conheço e sei que são bons. Assim, chegamos à conclusão que o ruim não é o funcionário, mas esse chefe. E isso não chega à administração, por isso somos obrigados a dar as péssimas notícias. Qual foi a última péssima notícia que o sindicato deu ao prefeito?

Que o nosso salário é uma porcaria. Aconteceu no ano passado, infelizmente. O prefeito ficou chateado porque colocaram umas faixas na rua dizendo qual era o piso salarial. Ele ficou magoado e nós dissemos que era verdade, que o piso salarial é horrível. Aí eu pergunto: quantos secretários têm peito de chegar perto do prefeito e dizer que o piso salarial não é bom? Nenhum tem coragem de falar isso com ele, quem tem que ter essa coragem somos nós, por isso somos representantes dos servidores. Podemos falar isso com ele, assim como também reconhecemos que o piso salarial do magistério é relativamente bom. Também temos coragem de chegar perto dele e falar que o Saaetri tem um piso digno, tem um salário digno. Temos coragem de fazer isso, isenção. Agora, quando o piso é ruim, temos a obrigação de dizer. Quando começa a mexer demais naquilo que equilibra o salário do funcionário, também temos que chegar e falar.


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Com tantos desafios, ainda é válido construir uma carreira como servidor público?

Acho que vai muito pela ilusão. Você vê aquelas propagandas na televisão dizendo “seja funcionário público”. Todo mundo está ali falando de funcionários públicos, mas daqueles que têm salários dignos, ninguém fala do funcionário do cemitério, da guarda municipal, do motorista. Essas propagandas que existem são para procuradores federais, muito diferente. O cara se empolga. Mas esses outros cargos são cheios de desilusão, primeiro porque os melhores cargos da administração pública, principalmente das municipais, não são para concurso. A estabilidade também é muito chamativa, mas o custo dessa estabilidade é muito grande. Hoje, com o conhecimento sobre serviço público, você faria um concurso?

Não faria. Quando disse, no início, que nós, do sindicato, temos um salário digno, é porque não tenho salário só da prefeitura, também sou aposentado como engenheiro. Se fosse só com a aposentadoria de servidor público, teria que cortar muitas coisas na minha vida. Então, pelo salário, não faria um novo concurso. Qual considera o ponto mais positivo na carreira?

Acho que são as parcerias que você consegue, principalmente na Educação. Eu consegui, hoje, dentro do serviço público, criar um ciclo de amizade muito grande, parceiros. Temos bons amigos e ótimos colegas. Não diria que tive uma decepção com algum parceiro, não posso dizer. As amizades e parcerias foram as coisas mais importantes que consegui. E não reclamo da vida. Consegui formar todos os meus filhos, que hoje são independentes e, financeiramente, ganham mais ou igual a mim. Algum deles é servidor público?

Não. Quando vim para o sindicato, 34

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eu não mexia com computador e não podíamos pagar ninguém para fazer isso. Meu filho mais novo estava com 14 ou 15 anos, então o trouxe para fazer toda a digitação com custo zero. Teve uma época que ele disse que faria um concurso da Prefeitura. Falei que se ele fizesse isso, nunca mais o ajudava. Não queria que ele passasse pelo que eu já conhecia, sem perspectiva. Hoje, você entra ganhando um salário e sabe que em dez anos estará com o mesmo salário. É isso que o plano de cargos e salários vai corrigir. Essa é nossa prioridade. Além disso, queremos corrigir uma situação que existem na aposentadoria dos servidores públicos, estamos com problemas, principalmente no magistério. Quando o município vinculou ao regime geral da previdência, ele não viu o pacote por inteiro, só tirou o problema que ele tinha. Estamos tentando corrigir umas distorções que existem, são nossas duas prioridades. Como está, hoje, a situação do plano de cargos e salários?

O município contratou o Ibam (Instituto Brasileiro de Administração Municipal) para fazer. Está pronto, recebemos a última parte que faltava. Fizemos várias inserções dentro da minuta do Ibam. Fizemos isso com um grupo de funcionários. O Ibam avaliou a constitucionalidade dele e enviou. Ainda não olhamos, vamos começar a reavaliar o que veio e, de repente, fazer mais alguma solicitação para, depois, levar ao conhecimento do funcionalismo chegar ao procedimento de votação. O último momento é para readequar. Quando o município for implantar o plano de cargos e salários, vai ter que readequar todas as secretarias. Será uma reforma administrativa grande, que é uma parte trabalhosa. O funcionário fica na expectativa, mas não adianta jogar de qualquer jeito, não pensando no futuro. Procuramos fazer com respeito ao funcionário. Nossa intenção é ouvir, não queremos, como sindicato, ter a responsabilidade exclusiva.


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GENTE EDUCAÇÃO

O português

são dois?

É bom ter cuidado na hora de condenar alguma forma linguística inovadora sugerida nos meios populares: ela já pode ser, hoje, a língua certa de amanhã. (Marcos Bagno) Daniela Samira da Cruz Barros danielasamira@globo.com Linguista; pós-doutora em Sociolinguística e Dialetologia; pesquisadora e professora adjunta de Língua Portuguesa do Instituto Três Rios da UFRRJ.

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I

nfelizmente, a maior parte da população brasileira não tem consciência das mudanças ocorridas no ensino de Língua Portuguesa no Brasil e nem do avanço dos estudos linguísticos atuais, o que contribui para a manutenção de senso comum equivocado que repete conceitos inadequados como o de que “somente algumas pessoas, aquelas consideradas cultas, dominam a língua”, ou como o de que “fulano fala errado”. A verdade é que todo falante nativo sabe a língua a que é exposto desde seu nascimento, ou seja, todo falante sabe sua língua, ainda que não tenha frequentado regularmente a escola ou sequer tenha entrado em uma sala de aula. Mais ainda, todo falante é sábio. Quando percebemos, as crianças estão falando, sem que seja preciso parar para ensiná-las! Crianças formam frases e aplicam algumas regras gramaticais sem que ninguém as tenha ensinado porque nascemos pré-dispostos ao aprendizado de línguas. E aprendemos! Acredite! Se você está lendo esse texto agora, você sabe português. E sabe muito mais do que imagina. Por mais que uma pessoa não seja um leitor eficiente, consegue lidar com a língua em seu cotidiano sem precisar ficar se corrigindo o tempo todo. No entanto, é preciso ressaltar aqui que as línguas têm modalidades de uso e que saber falar uma língua não significa saber escrever essa língua. Por isso é que vamos à escola estudar uma língua que já sabemos, afinal, quase todos chegamos na escola já tendo aprendido a falar, mas ainda sabendo pouco ou nada sobre língua escrita. O português são dois, já dizia Drummond, referindo-se à di-

cotomia fala/escrita. Vamos para a escola aprender variedades diferentes da língua que falamos, vamos aprender ortografia padrão, vamos aprender língua escrita, vamos aprender a nos comportar linguisticamente de diferentes maneiras, adequando nossos discursos (orais e escritos) às mais diversas situações que precisamos enfrentar em nosso cotidiano. E vamos aprender a respeitar as variações linguísticas, tanto as sociais, quanto as regionais ou etárias, por exemplo. Não existe variedade mais “correta”, não existe classe social que fale “melhor” ou “mais certo” que a outra. Não deve existir preconceito linguístico, todo tipo de variação deve ser respeitado dentro do seu contexto. Se a comunicação é eficiente, o falante sabe a língua. Essa é a maior defesa da Linguística. Então, não importa se nós “cheguemu” na escola ou não, importa que apesar da falta da marca de plural (-s no final) e da conjugação equivocada devido à regularização do paradigma, em “cheguemu” é possível entender que o falante se refere a si mesmo e a pelo menos mais uma pessoa, portanto, o verbo está na 1ª pessoa do plural. Ou seja, objetivo alcançado com sucesso, marca correta de pessoa e número, caracterização adequada para marcação do tempo verbal do presente ou do pretérito, de acordo com o contexto. Completamente possível compreender a mensagem adequadamente. Mas antes que alguém critique, isso não é apologia ao erro, é apenas mais um texto de renúncia ao preconceito linguístico de qualquer natureza, afinal, o português são vários!



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Tudo POR FREDERICO NOGUEIRA FOTOS ARQUIVO PESSOAL

FLÁVIO DUARTE

Ela acompanhou milhares de nascimentos, viu a felicidade estampada nos rostos das pacientes e sentiu grandes emoções nos partos que fez. Até que decidiu ser mãe. Ela interrompeu parte da carreira, viu que seria possível ser ainda mais feliz e emociona-se a cada conquista dos filhos. Ela é Elizangela, médica, esposa, mãe, filha... Ela é mulher, o que, de acordo com a canção, “é um risco tentar resumir”. Portanto, vale a pena conhecer a história completa...

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GENTE CAPA

Eu acompanho meus filhos em tudo. Não perco uma reunião na escola, faço todos os deveres e trabalhos com eles, passamos todas as manhãs possíveis juntos, administro esse lado mãe dentro de casa muito bem. Na hora que preciso chamar a atenção, também faço, coloco de castigo. Sou mãezona, mas sou educadora”. Assim é Elizangela de Oliveira Ponte Fagundes em relação aos filhos Cainan e Rauan, que chegaram para transformar sua vida nos últimos anos. Nascida em Três Rios, teve a infância dividida entre Paraíba do Sul, Areal e Rio de Janeiro. As boas lembranças estão relacionadas aos momentos vividos em Inconfidência, distrito de Paraíba do Sul, onde moravam os avós. “O mais engraçado é que, após terminar os estudos, fui trabalhar no posto de saúde lá. As pessoas iam ao posto por curiosidade, queriam ver como eu estava, lembravam de mim daquela época”, comenta. A mãe, Vera Lúcia, garante que Elizangela parece com ela na forma de lidar com as pessoas e lembra da infância da filha. “Era uma menina muito alegre, gostava muito de brincar com as bonecas dela. Sempre foi muito estudiosa e só nos dá orgulho. Quando deixou o trabalho pelos filhos, achei uma ótima decisão, um filho é tudo na vida de uma mãe”, diz. A escolha pela medicina não tem explicação, mas surgiu na hora certa. “Meu pai sempre conversou comigo sobre isso, dizia que a mulher precisa ser independente, ter uma profissão. Como não tinha ninguém na família formado em medicina, não sei o que me levou a escolher o curso”. Não passou no primeiro vestibu42

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Elizangela decidiu escolheu a ginecologia e a obstetrícia no terceiro ano da faculdade de medicina lar e resolveu cursar fisioterapia. “Meus pais falaram que eu não podia desistir, para tentar novamente, mas eu não aceitava não ter passado. Com os pontos que tinha conseguido, pude entrar para a fisioterapia, queria algo na área de saúde. Cursei um ano, mas vi que realmente não era o que queria. Fiz outro vestibular e entrei para a medicina”, lembra. Ela recorda, com carinho, do cuidado de uma pessoa muito especial. “Eu sou a neta mais velha, a vovó Tereza,

nunca deixou de orar por mim e me acompanhar, mesmo à distância. Sempre mandava cartas com mensagens positivas”, acrescenta. Foi no terceiro ano da faculdade que escolheu o caminho a seguir: ginecologia e obstetrícia. Em 2015, Elizangela completa 20 anos de profissão e percebe o que mudou com o tempo. “Maturidade. A maturidade realmente faz a diferença. Quando comecei a trabalhar, estava muito perdida, até por não ter alguém para me

MEDICINA Elizangela recebeu o diploma em 1995 e garante que foi a realização de um sonho

PARTOS Assim como as mães, a médica também viveu momentos de grandes emoções


A profissão

Como ginecologista, Elizangela comenta que as mães estão mais preocupadas nos últimos anos e, por isso, levam as filhas ao consultório. “Principalmente com as informações sobre o HPV [que está ligado ao câncer de colo do útero], a gravidez e doenças sexualmente transmissíveis. Por mais que conversem em casa, elas trazem porque querem um profissional explicando. Hoje, as meninas já chegam com muitas informações do ‘Dr. Google’, porém, muitas delas são

confusas, trocadas. Então, meu papel é orientar, esclarecer, tirar dúvidas naquele primeiro momento”. A médica explica que não há idade certa para uma adolescente começar o acompanhamento ginecológico. “Quando pretende iniciar a vida sexual, é importante trazer para receber algumas orientações. Muitas mães gostam de trazer quando acontece a primeira menstruação, mas não há idade certa”, afirma. O primeiro parto feito como obstetra, sem supervisores, foi na residência médica, em Vassouras. Somando os realizados durante os estágios e nos anos seguintes, ela garante que foram mais de 1.000. “Me arrependo por não ter anotado cada nome”, confessa. Se, para cada mãe, o parto é um momento de emoção, para a médica não é diferente. “A obstetrícia é sempre uma expectativa, sempre uma caixinha de surpresas. No momento que você tira o bebê, dá aquela sensação de alívio, de vitória, missão cumprida. Um parto pode ter várias complicações, então a tensão é grande. Até por isso, recusei fazer partos de pessoas da família, há instantes em que precisamos agir com a razão, e isso seria mais difícil nesses casos”, acredita. Quando a obstetra se preparava para engravidar, também se preparava para deixar de lado os partos das pacientes. “Quando engravidei, já não tinha muitas pacientes no pré-natal, fui informando com antecedência. Dois meses antes do meu filho nascer, fiz o último parto. Depois disso, só auxiliei alguns colegas. Deixei a obstetrícia de lado”.

FLÁVIO DUARTE

direcionar, não tinha médicos na família. Então, pegava todos os plantões que apareciam, todos os empregos”, comenta. Embora tenha cursado a faculdade no Rio de Janeiro e feito a residência médica em Vassouras, ela nunca quis atuar profissionalmente na capital. “Sempre preferi o interior. A família já morava em Areal na época, meus pais até sugeriram abrir um consultório perto de casa, mas queria mesmo atuar em Três Rios, acreditava que o campo seria maior”. Na cidade, ela atuou em clínicas e hospital, mas o objetivo era ter um consultório, o que aconteceu em 1999, enquanto dividia o tempo com as outras atividades. Mas não foi fácil. “Sempre gostei de consultório, gosto muito de clinicar, manter contato com a paciente, mas o início foi difícil. Quantas vezes fiquei um dia inteiro sem pacientes ou só com uma ou duas consultas? Quantas vezes tive vontade de desistir? Mas não desisti e, hoje, faltam, horários algumas vezes para atender mais pessoas”, afirma.

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GENTE CAPA

Os amores

“Quando começou a pensar em parar com a obstetrícia, conversamos muito. Fiquei com receio, achava que perderia muitos pacientes”, Carlos Henrique, marido

Hora de mudar

A decisão de interromper a profissão foi tomada com o objetivo de ter e oferecer à família melhor qualidade de vida. “Casei em 2002 e o primeiro filho nasceu em 2006. Sempre gostei muito da obstetrícia, mas precisava ter uma vida mais tranquila, ter tempo para o marido e para os filhos”, comenta. Carlos Henrique Fagundes Campos, o marido, lembra como era a rotina de Elizangela enquanto atuava como obstetra. “Eu via que ela não tinha tranquilidade. Para ter uma ideia, ela não desligava o telefone e passava todos os números possíveis para as pacientes. Ela sempre tinha paciente em trabalho de parto, então não tinha horários. Quando começou a pensar em parar com a obstetrícia, nós conversamos muito. No início, fiquei com receio, pensava que, assim, perderia muitos pacientes. Mas ela foi em frente, acreditou que daria certo.

Depois que parou, ficou muito mais tranquila. Hoje, com os filhos, se ainda atuasse como obstetra, estaria louca, com certeza”, brinca. Elizangela pensou que, caso tivesse arrependimento por interromper a carreira, poderia retornar. “Mas, no fim, o que vimos, é que não tirou minhas pacientes da ginecologia. Tenho um número grande de mulheres que ganham o bebê com um colega obstetra e, depois, retornam. Já tive casos de pacientes que voltam ao meu consultório para retirar os pontos após a cesariana”. O arrependimento não veio, mas a obstetrícia ainda é uma porta aberta. “Eu gosto demais, adoro colocar vidas no mundo, mas a tranquilidade que tive foi muito grande. Penso em voltar a atuar, vejo os meninos crescendo, dependendo menos de mim. Mas ainda é cedo. Um com oito anos e o outro com cinco ainda precisam de mim”.

CAINAN Grávida do primeiro filho, ela conta que as pacientes ficavam curiosas

RAUAN Ter dois filhos sempre foi um desejo compartilhado pelo casal

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Ela garante que escolheu o homem certo para ser o pai dos filhos que sempre sonhou: “Não poderia ter escolhido marido melhor. Não decido nada na minha vida sem antes perguntá-lo”. Carlos Henrique também acredita nisso. “Aprendi a viver com ela e não sei ficar sem, é o amor da minha vida”. Ter dois filhos sempre foi um desejo do casal. Primeiro chegou o Cainan e, depois, o Rauan. Os nomes escolhidos pela mãe carregam histórias interessantes. “Cainan é o nome do filho de uma amiga enfermeira. Ouvi uma vez e guardei, disse que teria um filho menino para colocar esse nome. Depois que ele nasceu, ainda bebê, uma paciente me encontrou e perguntou ‘como está o Rauan?’. Ela confundiu o nome, mas gostei e gravei. Quando chegou o segundo filho, não tive dúvidas de qual nome colocar”, explica. Quando uma ginecologista engravida, Elizangela diz que acaba sendo uma paciente rebelde. “Tanto que meu obstetra, Adonias Barros, um grande amigo que me acolheu na cidade quando cheguei, dizia isso. Eu solicitava meus próprios exames, media a circunferência da barriga, mas fui às consultas”, fala com bom humor. Já para as pacientes, encontrar a profissional grávida era motivo de novos assuntos. “Eu me cobrava muito, afinal, cobrava das minhas pacientes. E elas


FLÁVIO DUARTE

FAMÍLIA Ficar mais perto de Cainan, Carlos Henrique e Rauan sempre foi o objetivo de Elizangela ao desacelerar na carreira

grávida. “A mulher fica mais carente, passei a entender isso ainda melhor depois que fiquei grávida. Sempre tive muito carinho e cuidado com cada uma, mas senti de verdade que é necessário agir assim”, acrescenta. Dois filhos, duas personalidades, o mesmo amor. “O Cainan tem oito anos, sempre foi uma criança muito tranquila, de personalidade forte. Muito paciente, carinhoso, estudioso e educado. O Rauan está com cinco anos, é uma criança mais agitada, porém super carinhoso e com FLÁVIO DUARTE

perguntavam como seria o parto, quem faria e, o mais curioso, elas achavam que eu deveria fazer parto normal. Mas eu explicava que, antes de ser médica, sou mulher, com medos, entre eles o do parto normal. Sei que há muitos benefícios para a mãe e para o bebê, mas eu não queria, era uma escolha da Elizangela pessoa, não da Elizangela médica”, lembra. A paciência e atenção sempre doadas às mulheres no consultório foram potencializadas após saber exatamente o que sente uma

“Aprendi a ser mais paciente. Ser mãe é se doar para os filhos, colocá-los em primeiro lugar”, Elizangela Ponte personalidade forte, como o irmão. Com ele, tudo tem que ser combinado com antecedência”, comenta a mãe. Elizangela garante que consegue ser a mãe que sempre imaginou e que tudo é conversado em casa. “Nunca batemos nos meninos, mas temos regras e castigos. Quando o pai faz alguma coisa que eu não concordo, só falo com ele depois, longe das crianças, assim como ao contrário. Não abrimos mão de viajar com eles, passar o tempo juntos, dar atenção. Porém, também consigo viajar só com meu marido e deixar os filhos, sem culpa”, afirma. Carlos Henrique também vê a esposa como uma mãe organizada e cuidadosa, algumas vezes além do que seria necessário. “Ela liga para casa para perguntar se eles almoçaram, se tomaram banho e o que comeram, que são coisas normais do dia a dia”, acrescenta. O casal concorda que só o tempo e as práticas do dia a dia são capazes de mostrar as melhores formas de educar as crianças. “Vamos aprendendo a lidar com a situação. Hoje, vejo que cobrei muito do mais velho, assim como o pai. No segundo filho, abrimos mão de algumas coisas, com menos cobranças”, diz Elizangela. Com a maternidade, ela também percebeu uma transformação. “Aprendi a ser mais paciente. Ser mãe muda muitas coisas. É se doar para os filhos, colocar eles em primeiro lugar, dividir sua vida com eles. Tive que aprender a dividir meu tempo”, analisa. Em casa, a família se reúne todas as noites para uma oração. Nas horas livres, a casa dos avós é o programa preferido. Já o consultório da mãe é ponto de parada estratégica das crianças. “Eles passam aqui para pegar dinheiro e ir ao Bob’s”, conta a mãe. Pronta para o terceiro filho e desenvolver ainda mais como mãe? “O terceiro não virá, só se Deus quiser. Não pretendo, até gostaria. Adorei estar grávida. Mas com o mundo do jeito que está, com a vida corrida, temos que fazer tudo certo, pensar no futuro das crianças”, finaliza. revistaon.com.br

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GENTE OPINIÃO

O MINISTÉRIO PÚBLICO TAMBÉM FICA DOENTE POR ROBERTO WAGNER

Trata-se de um grito de alerta para que na hora do remédio, o médico não trate o doente errado

Q

uem é do meio jurídico conhece as piadas que envolvem nossos relacionamentos: juízes, promotores e advogados. Uma piada de juiz bem clichê é essa: “Sabe qual o problema com os juízes? Alguns pensam que são Deus... Os outros têm certeza!”. Entre promotor e advogado tem essa: “Em uma audiência tumultuada, a promotora vira-se para o advogado e fala: - Doutor, o senhor é tão irritante que, se fosse sua mulher, colocaria veneno no seu café! O advogado, não menos irritado, responde: - Ora, excelência, se eu fosse seu marido, tomaria com prazer tal café!”. Piadas à parte, o meu texto será sério e reflexivo. Deixemos os juízes fora dessa, entendo que um grande olhar de preocupação da sociedade de hoje deve se voltar ao Ministério Público, órgão de natureza constitucional cujo poder emana do art. 127 da Constituição Federal, a saber: “Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis”. Um órgão dessa natureza deve pautar o seu agir com todo equilíbrio e prudência necessária, já que acusar é uma missão extremamente perigosa, porque destruidora de vidas e reputações. Evidente, que quando nós (advogados) lemos a grande manchete do “O Globo” de domingo 22/03/2015 (“No Rio, 70% dos prefeitos são alvos de investigação”), não caímos no rótulo fácil da maioria - tudo é ladrão mesmo - quem milita nos fóruns da vida sabe muito bem dos excessos perpetrados pelo Ministério Público Brasil afora. Há erros no executivo, há, mas também os há, e muito, no Ministério Público. O Ministério Público também fica doente, que bom, pelo menos isto revela que os seus eminentes membros também são humanos, portanto, passíveis de erros e paixões. O grande risco do adoecimento do Ministério Público se revela nos sintomas da doença: denúncia generalizada, tipificações excessivas, mesmo contra pacíficas decisões do STJ, ou seja, um desejo de punir todos, generalizar, colocar todos no mesmo saco. Justiça não é vingança. A “cegueira” da imagem da Dama da Justiça não é a “cegueira” do “não vejo nada”, mas 48

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uma atitude de impessoalidade diante da aplicação da lei: nem favoritismo, nem perseguições, isto é a maximização do princípio da justiça enquanto igualdade. Como órgão “essencial à função jurisdicional do Estado”, carece ao Ministério Público dos dias atuais uma boa dose de razoabilidade, vez que em grande parte das denúncias que perpetra, máxime no campo da improbidade administrativa, há excessos absurdos, onde os “erros” são rotina cujos resultados são catastróficos para as vítimas: nome sujo, indisponibilidade de bens e direitos, muitas das vezes com liminar sem oitiva da parte ré. Não é de hoje. Já em 2008, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes - que é ex-membro do Ministério Público Federal, portanto falava de cátedra - critica a atuação do MP, máxime nas chamadas investigações sigilosas conduzidas pelo MP, para ele, Gilmar Mendes, qualquer investigação secreta é incompatível com o estado de direito. Nas palavras do próprio Ministro Gilmar Mendes: “Na verdade (as investigações do MP) acabam não tendo forma nem figura de juízo. Quando tenho um inquérito policial, a pessoa sabe que é investigada, é intimada, tem direito inclusive à vista dos elementos que lá estão”, explicou Mendes. “Agora, quando se diz que há uma investigação que corre no MP, quem sabe como se faz essa investigação, quais são as medidas, na verdade parece uma investigação secreta”, ponderou o ministro, durante entrevista coletiva no encerramento do Seminário Segurança Pública e Democracia nos 20 anos da Constituição de 1988, na Câmara. Gilmar Mendes destacou não ser contra a possibilidade de investigação do Ministério Público, mas defendeu que “ela ocorra à luz do dia”. Ele acrescentou que a permissão para que o MP conduza investigações secretas estão em leis orgânicas e em “leis extravagantes”. (Disponível em: http://migre.me/pbhFK - Acesso em 23/03/2015). E dizem que o novo Código de Processo Civil restringirá ainda mais, a possibilidade de interposição de recursos, a condenação triunfará, faltará cruz para todo mundo! Não estou aqui em nome dos “70% de prefeitos que estão sendo investigados”, mas tenho medo, muito medo das maiorias que são formadas a partir da opinião de poucos, sobretudo, quando os poucos podem, institucionalmente, acusar. Assinalo também que não só o Ministério Público investiga, também a Polícia Federal e a Civil o fazem. Não é à toa que o presidente da OAB Federal, em 23/03/2015, no site da Revista Conjur, foi incisivo contra outra iniciativa infeliz do Ministério Público no que concerne ao uso da ‘prova ilícita’. Ponderou, com o equilíbrio que falta ao MP: “A ‘prova’ ilícita não pode ser admitida no Brasil por violar uma cláusula pétrea constitucional”, afirmou o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, ao se posicionar de forma contrária à proposta do Ministério Público Federal que busca a permissão para utilizar “provas” ilícitas no processo penal, em “pacote anticorrupção” apresentado na sexta-feira anterior, que será enviado ao Congresso Nacional. O MPF sugere mudar o Código de Processo Penal para que mesmo “provas” ilícitas possam ser usadas nos processos, quando “os benefícios decorrentes do aproveitamento forem


maiores do que o potencial efeito preventivo”. (Disponível em: http://migre.me/pbhGS - Acesso em 24/03/2015). Enfim, o que venho afirmar, do púlpito de minha experiência como advogado público, é que os fatos demonstram a sobejar que o Ministério Público também fica doente, trata-se de um grito de alerta para que na hora do remédio, o médico não trate o doente errado. Roberto Wagner Lima Nogueira é procurador de Areal/RJ, mestre em Direito Tributário - UCAM-Rio e advogado tributarista. rwnogueira@uol.com.br

BACIA DAS ALMAS POR HELDER CALDEIRA

Cogita-se a possibilidade de instalar uma “bassin des âmes” à entrada do Palácio do Planalto

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urante o período medieval, irmandades francesas angariavam doações para financiar missas destinadas à salvação das almas. Em 1539, o padre católico Jean Tabaux criou a primeira “Bassin des Âmes du Purgatoire” (Bacia das Almas do Purgatório) na igreja da pequena cidade alpina de Valence-sur-Rhône - bem próxima ao local do trágico acidente aéreo com o Airbus da GermanWings, no dia 24 de março de 2015 -, arrecadando uma verdadeira fortuna em doações para realizar celebrações litúrgicas que pudessem expiar os pecados das pobres almas que foram parar um andar abaixo do Paraíso. Poucos anos depois, o sucesso das bacias arrecadadoras já tinha alcançado boa parte da Europa Ocidental e rapidamente chegou ao Brasil, legitimadas nas Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia. A lógica do “sistema” era bastante interessante: cada oferta depositada nas bacias era creditada como “mérito” em favor do

doador, que além de ajudar a salvar almas, também diminuía suas possibilidades de purgar pós-morte. Não demorou para a “bacia das almas” tornar-se uma expressão popular, especialmente destinada ao ato de vender algo ao custo extremamente baixo, numa situação dramática, desesperadora, crítica. Neste exato momento, depois de protagonizar os maiores escândalos de corrupção da era republicana brasileira, cogita-se a possibilidade de instalar uma “bassin des âmes” à entrada do Palácio do Planalto. A situação é extremamente dramática. A absoluta ineficiência administrativa do PT e as dimensões da roubalheira infestada em todos os cantos de seu (des)governo conseguiram esvaziar os cofres públicos. Para expiar os pecados dos políticos, o povo brasileiro foi convocado a “doar” mais, num duvidoso ajuste fiscal que versa quase exclusivamente sobre aumentar impostos e tarifas, mas não obriga, por exemplo, a redução de gastos nos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Ao contrário. Suas Excelências ganham cada vez mais regalias. O Brasil convulsionou. O discurso político suplanta a legislação em vigor. Cria sofismas. Não por acaso, os 12 anos dos petistas no Palácio do Planalto consagraram o vilipêndio aos pronunciamentos oficiais à Nação em cadeia de rádio e televisão. Diante de um escândalo, os mandatários da República invadem os domicílios dos cidadãos brasileiros anunciando supostas medidas e pactos nacionais, sempre iníquos, obra de ilusionistas marqueteiros e fermentadores da dicotomia burra do “nós contra nós”, dos “ricos contra os pobres”, da “elite coxinha contra os (supostos) trabalhadores” e, no limite do barbante esticado, da polarização ideológica entre PSDB e PT. Escaldado pelas sucessivas mentiras, o Brasil aprendeu a bater panelas toda vez que um ente palaciano fala. Ninguém aguenta mais tantas mentiras. Desavergonhadas falácias. Como o discurso político é tacanho e não se sustenta, as mentiras, que durante uma década ganharam lastro no imaginário popular numa época inconsequente de crédito fácil e consumismo em alta, agora atingem todos, indiscriminadamente. Com as devidas escusas, abro parênteses para um exemplo pessoal. Na última ida ao supermercado, gastei exatos R$ 312. No entanto, graças ao que determina a Lei da Transparência Fiscal - Lei nº 12.741/2012, cuja origem (quem diria?!) foi uma proposição do senador Renan Calheiros em 2007 -, o cupom do caixa informa que os impostos incidentes sobre a compra somaram R$ 109. Noutras palavras, o governo garfou praticamente 35% do valor. É assim, desde as pequenas coisas, que estamos susten-

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GENTE OPINIÃO

tando os corruptos deste país. E os impostos seguem aumentando, porque a roubalheira não para. Fecho parênteses, indignado. O que temos hoje no Brasil é uma espécie de monarquia às avessas. Lula está com cara de rei bêbado deposto; o Partido dos Trabalhadores roda feito peru tonto, bobos da corte que são ao repetir discursos esdrúxulos; e Dilma Rousseff, absolutamente encurralada e encastelada, assume a face da rainha vermelha sem poderes, entregando a tarefa de governar a aquele que é o verdadeiro primeiro-ministro do Brasil desde a redemocratização: o PMDB. Ao som da marcha fúnebre a entoar o fim de uma era, os petistas estão “vendendo” o Brasil aos peemedebistas. Na bacia das almas... do purgatório, óbvio! Helder Caldeira é escritor, articulista político, palestrante, conferencista e colunista do portal Revista On. É autor dos livros “A 1ª Presidenta” e “Águas Turvas”. helder@heldercaldeira.com.br

REVISIONAL DE ALUGUEL E AÇÃO RESERVATÓRIA POR DELTON PEDROSO BASTOS JR

Conheça os meios judiciais existentes para continuidade de uma empresa durante a reestruturação financeira

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a edição passada, falei sobre o empenho que o empresário deve ter no sentido de não permitir o óbito de sua empresa em decorrência do alto endividamento. O momento atual é oportuno para a discussão e, seguindo esta linha de raciocínio, resolvi esclarecer de maneira mais específica as formas judiciais para a discussão 50

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de débitos decorrentes de endividamento, cobrança indevida e impossibilidade de revisão administrativa dos contratos. Assim, a partir desta edição, apresentarei duas divisões que considero como as principais para a análise através do Judiciário de eventuais débitos e altos custos da empresa, sendo a primeira a discussão acerca de valores de aluguel e a segunda a revisão de contratos bancários. Dando andamento ao assunto aluguel, temos, em princípio, para o empresário que não possui meios de ter seu imóvel próprio e depende de contrato de locação, duas ações fundamentais: a Revisional de Aluguel e a Ação Renovatória. A primeira ação, a Revisional, está disposta nos artigos 68 a 70 da Lei do Inquilinato e é utilizada nos casos em que, havendo modificação das condições do contrato, inclusive nos casos de mudança no próprio mercado de imóveis, poderá a parte que se sentir lesada, seja o locador ou o locatário, lançar mão deste artifício para que possa ter seu aluguel aumentado ou reduzido, analisando as peculiaridades de seu caso. No cenário atual, tivemos um “boom” imobiliário que culminou com a cobrança de aluguéis extremamente excessivos e que, hoje, encontram-se incompatíveis com o mercado e, principalmente, com a condição financeira do empresário. Já a segunda ação, a Renovatória, é indicada em contratos de longo período, onde o locatário pode se valer da mesma para a proteção de seu direito, com a renovação de seu contrato, por igual período ao anterior, sem que esteja sujeito à cobrança de “luvas”, ou, ainda, ao aumento exacerbado do aluguel. O que geralmente demonstra a experiência é que o proprietário do imóvel, verificando que o negócio montado em seu imóvel está atraindo grande clientela ao empresário, vislumbra a majoração do aluguel para sua renovação, desobedecendo os reajustes anuais e pretendendo lucrar (quase que como um sócio) sobre o negócio montado. A ação também pertence à Lei do Inquilinato e está disposta nos artigos 71 a 75. Em ambos os casos, seja na Revisional ou na Renovatória, a grande crítica vai aqui com relação à desigualdade das partes, já que o proprietário do imóvel, o locador, caso o negócio do inquilino, o locatário, esteja bem, sempre pretende a majoração do aluguel, até mesmo acima dos índices governamentais, mas, caso o negócio vá mal, não concorda, na maioria das vezes, com a redução do valor do aluguel, deixando o empresário que depende do imóvel para a continuidade de sua empresa, já que há ali o ponto comercial e toda a logística já formulada, refém dos interesses do proprietário. Para ambos os casos, torna-se necessária contratação de advogado para a interposição das demandas, submetendo ao Poder Judiciário a análise dos valores a serem pagos a título de aluguel, o que é feito através de perícia judicial e, assim, a renovação ou a revisão do contrato. Para a interposição de ambas as ações, é necessário o preenchimento de requisitos essenciais, entre eles o tempo mínimo de contrato e prazo mínimo anterior ao vencimento do contrato de locação. Lembre-se de sempre consultar um advogado acerca de seus direitos! Delton Pedroso Bastos Junior é advogado, sócio-fundador da Bastos Juris Advocacia e membro da Associação Brasileira dos Advogados Tributaristas. deltonbastos@bastosjuris.com.br


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ECONOMIA&NEGÓCIOS empreendedorismo 53 rh 56 cidade 59 comércio 64 política 69

Aluguel de

inovações POR MAYARA STOEPKE

FOTOS REVISTA ON

Quem nunca alugou filmes em uma videolocadora para aproveitar o fim de semana que atire o primeiro DVD. Antes visto como inovador e essencial para proporcionar momentos de lazer, o mercado de aluguel de filmes viu a queda na procura pelos serviços e empresários precisaram descobrir novas formas para manter o negócio.

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ECONOMIA & NEGÓCIOS EMPREENDEDORISMO

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om o fácil acesso aos canais de filmes na TV fechada, ao Youtube, ao Netflix e às sofisticadas salas de cinema, além da existência da pirataria, as videolocadoras, que faziam muito sucesso em um passado ainda próximo, perdem espaço na vida dos consumidores da sétima arte e precisam encontrar meios de sobreviver no mercado. Embora no interior, as lojas em Três Rios também sentem o efeito. Empresários enfrentam desafios com a modernização e a migração dos clientes para outras opções. Será que elas terão um fim? Eles apostam que não, mas ressaltam a necessidade de criar meios para atrair e fidelizar clientes conquistados. Jânio Quadros é proprietário de videolocadoras há 18 anos e chegou a ter quatro lojas em Três Rios e Comendador Levy Gasparian. O empresário, que também é arquiteto, afirma que, atualmente, não seria possível

JÂNIO QUADROS Precisou oferecer outros serviços para garantir o funcionameto das locadoras

“Posso dizer que a locadora se paga, mas, sem os outros serviços, não seria possível continuar”, Jânio Quadros

ter o negócio se não oferecesse outros serviços, como xerox, plotagem e o escritório de arquitetura. “As vendas só não caíram mais porque muitas pessoas que tinham locadoras fecharam, então, quem conseguiu ficar aberto se manteve”, analisa. Investir em lançamentos, promoções e outros serviços foi o que garantiu a queda de apenas 20% no faturamento. “Essa queda aconteceu, também, pela nossa localização, saímos de um ponto melhor, mais movimentado”. No centro de Três Rios, já foi possível encontrar cerca de dez locadoras de filmes, porém, o número foi reduzido para quatro. “A nossa compra de filmes chega a ser 30% do faturamento, posso dizer que a locadora se paga, mas, sem os outros serviços, não seria possível continuar”, 54

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afirma Jânio. Ele acredita que as locadoras não acabarão de vez, mas o número delas ainda pode diminuir. “Tenho clientes fiéis, que alugam toda semana há anos. Essas pessoas não deixaram de alugar, mas é preciso renovar, conquistar novos clientes, por isso as promoções e novos serviços”. A facilidade no acesso aos filmes por outros meios também prejudicou Fernando Malafaia, proprietário de uma videolocadora no Shopping Olga Sola. No ramo há 30 anos, viu o ápice do negócio entre 1989 e 2005, mas, em seguida, a procura começou a cair consideravelmente. “Na área de entretenimento, não havia tantas opções como temos hoje, a internet não tinha tanta força, Três Rios não tinha nenhuma sala de cinema e a pirataria existia, mas

não era significativa”, explica. Ele estima que, atualmente, aluga menos de 15% do que alugava há alguns anos. “É preciso buscar inovar sempre. Nós oferecemos a possibilidade do pagamento de contas, o que faz girar um número maior de pessoas na loja e faturamento. Também tenho produtos de conveniência e lan house. Sem isso, certamente fecharia. Não é possível remar contra a tecnologia, nem as produtoras conseguem, então temos que buscar inovar”, ressalta. Fernando garante que inovar e surpreender os clientes é fundamental para continuar no mercado. “Hoje, as locadoras até alugam filmes”, brinca com a questão de ter que buscar outras estratégias. A entrada de novas tecnologias, como Blu-ray e 3D, também influenciaram neste cenário. “Essa modernização deu uma alavancada nas locações. Passamos por modernizações o tempo inteiro e isso não é barato”, explica Fernando. Na época da entrada do DVDs no mercado, sua locadora possuía cerca de 14 mil títulos em VHS e a mudança


FERNANDO MALAFAIA Estima que aluga menos de 15% do que alugava há alguns anos

transformou o mercado. “Vendemos os títulos em VHS por preços simbólicos, apenas para não ficarmos com aquele material”, lembra. Ter visualizado essa mudança com antecedência foi o que também garantiu que o empresário passasse pelo período sem sofrer maiores danos. “Acho que as locadoras se mantêm neste formato, aderindo serviços, não acredito que acabem por completo”, finaliza. Conversar com os clientes, entender seus desejos e interesses e atender da melhor forma possível são dicas válidas para todos os empreendimentos, mas cabem com perfeição para a sobrevida destes negócios, obtendo os melhores resultados possíveis que podem gerar. Um ponto ainda favorável é que, embora a internet já seja acessada por grande parte da população, a falta de boas conexões ainda não proporciona ao usuário o acesso total aos serviços de vídeo online, um espaço a ser preenchido pelas videolocadoras.

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ECONOMIA & NEGÓCIOS RH

Gestão da raridade Cada empresa tem ou deve criar um modelo a ser estabelecido para o desenvolvimento da gestão de suas raridades

A Josy Pinheiro josy@progenth.com.br Psicóloga organizacional com MBA em gestão estratégica de pessoas e gestão empresarial pela FGV. Sóciadiretora da Pro-Genth Talentos Humanos, coach e consultora estratégica de diversas empresas dos setores de serviços, atacado, varejo e indústria.

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gestão da raridade ou de talentos refere-se ao processo de identificar internamente os potenciais valores humanos que podem contribuir à aceleração de resultados de uma determinada empresa. Um dos maiores desafios da moderna gestão estratégica de pessoas está em desenvolver políticas de atração e retenção de pessoas. Há de se treinar, educar, capacitar, desenvolver e promover os funcionários da organização, mantendo-os estimulados e motivados a defender não apenas seus interesses pessoais, mas a realização dos projetos e a cobertura das metas das empresas que os contratam. Os líderes que se dedicam ao desenvolvimento de talentos internos (a raridade existente em cada membro da equipe) têm maior possibilidade de garantir profissionais de alto desempenho. O ideal é que o colaborador tenha a percepção que a empresa investe em seu futuro e acredita em seu potencial para ocupação de cargos com responsabilidades gerenciais e de liderança. Os talentos que se destacam em programas internos de carreira são valiosos, pois, além do destaque de suas habilidades, criam as competências essenciais ao crescimento e desenvolvimento da empresa e entendem a sua razão de ser, principalmente quando conhecem, internalizam e vivem os princípios, os valores, a filosofia, a missão e a visão corporativa. Tenho um dado alarmante no contexto empresarial que necessita ser analisado, com cuidado. Estudos realizados pela Consultoria Etalent, com 10 mil participantes, revela que 78% dos profissionais estão insatisfeitos com as atividades que realizam em suas empresas. Nelson Mandela deixou-nos uma citação interessante para reflexão e que diretamente pode nos ajudar a entender esse alarmante percentual: “Na vida real não lidamos com deuses,

mas com humanos tão comuns quanto nós mesmos. São homens e mulheres cheios de contradições, que são estáveis e inconstantes, fortes e fracos, famosos e infames”. Alguns empresários e gestores de RH, nos dias atuais, utilizam a lamentável expressão “escassez de mão de obra”. Isso mostra-nos que muitas empresas ainda não decidiram adotar critérios ou métodos psicoprofissionais adequados a melhor escolha, definição e avaliação interna dos potenciais funcionários pertencentes ao seu quadro atual (raridades individuais). Pensam na força de trabalho e não na inteligência aplicada. A questão com pessoas e a valorização da área de RH é algo muito sério. Jack Welck, ex-presidente da GE e considerado um dos maiores gestores de todos os tempos, ressaltou: “O RH não deve estar na agenda do presidente da empresa. O RH é a agenda do presidente. O resultado da empresa é sempre a soma dos resultados de desempenho das pessoas. O negócio é gente”. A gestão de talentos é considerada a estratégia corporativa mais importante por executivos de todo o mundo. Todas as empresas estão se movendo ou devem se mobilizar com o objetivo de fazer valer pensamentos como o de Jim Collins: “as pessoas não são seu ativo mais importante. As pessoas certas sim”. Todo esse movimento irá garantir empresas mais eficazes, sólidas e atentas ao futuro sustentável. Vital às organizações modernas: inovação, valorização das ideias, união de esforços, conhecimentos múltiplos, diversificação de raridades, qualidade dos relacionamentos, pensamentos sustentáveis e velocidade de respostas. A constante retroalimentação de seus valores e utilização faz o indivíduo acreditar em seu próprio potencial humano. A identificação de características diferenciadas pelas lideranças é o que faz toda a diferença.


PUBLIEDITORIAL

O mundo de

portas abertas FOTO SHUTTERSTOCK

Ser fluente na língua inglesa abre as portas no mercado de trabalho e proporciona um conhecimento amplo em qualquer parte do mundo

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esquisas divulgadas todos os anos por órgãos e instituições ligados ao mercado de trabalho apontam que falar inglês é um fator responsável por aumentar o salário consideravelmente e proporcionar maiores e melhores chances de emprego. “Ser fluente é importante porque passa a ser uma ferramenta a mais para a pessoa entrar instrumentalizada no mercado de trabalho. Pode parecer clichê, mas é um reflexo da globalização, este movimento que rompe distâncias e nos deixa conectados ao mundo em tempo real. Logo, é necessário usar uma língua em comum para a comunicação e compreensão entre os povos”, explica Adriana Nasser, professora de inglês e diretora da Cultura Inglesa de Três Rios. O idioma em questão é o inglês, utilizado em todas as áreas possíveis para a transmissão de conhecimento e negociações. Por isso, o domínio do idioma já é encarado como obrigatório para quem quer pertencer ao mundo. “A procura do curso com o objetivo de aprender inglês de forma rápida e eficiente visando a possibilidade de se tornar cidadão do mundo, capaz de se comunicar em qualquer lugar que esteja, cada vez cresce mais. Essa busca vem crescendo na mesma proporção e rapidez que a tecnologia avança e as conexões se tornam mais rápidas”, analisa Adriana.

Como nunca é tarde para aprender e conquistar novas oportunidades, a Cultura Inglesa oferece duas modalidades de cursos para adultos. A primeira, o Cultura Express, tem duração de três anos e faz com que o aluno conclua o curso com total fluência na língua inglesa, podendo se candidatar às provas internacionais, como da Universidade de Cambridge ou TOEFL, muito procurado por candidatos ao projeto Ciência Sem Fronteiras. Já o “Say It!”, que é ideal para adultos iniciantes, tem aulas dinâmicas e foco na conversação. O curso tem o objetivo de tirar o aluno do nível zero do inglês e fazer com que ele consiga compreender e ser compreendido nas funções básicas do dia a dia, como compras, informações, ligações telefônicas e outras. É um curso compacto, com 18 meses de duração e aulas 60 minutos duas vezes por semana ou 120 minutos em um dia. Ao término, o aluno realmente está comunicando e sendo capaz de participar de uma entrevista de emprego que exija esse conhecimento básico. Caso queira melhorar o nível de fluência, pode continuar os estudos e migrar para o Cultura Express. Além da procura do segundo idioma com o objetivo de melhores oportunidades no mercado de trabalho, também é

frequente o interesse pelo curso em casos de viagens internacionais. “Temos alunos que não querem ficar totalmente dependentes dos guias de turismo ou de outras pessoas para coisas simples do dia a dia fora do país. Além deles, há os que querem se especializar em mestrados e doutorados no exterior, casos em que o idioma é obrigatório. Dependendo da carga horária trabalhada por semana, em alguns meses o aluno já está apto a se comunicar”, explica Adriana. Ela ressalta que a total fluência e compreensão depende da maturidade dentro da língua inglesa, que só é adquirida com o tempo e a vivência. Os horários são flexíveis, com aulas disponíveis nos três turnos e aos sábados. As aulas podem ser em turma ou individuais, em um curso totalmente personalizado. Comece a enxergar novos horizontes e torne-se um cidadão do mundo.

24 2252-3626 cultura3rios.com.br Rua Dr. Walmir Peçanha, 27 Centro – Três Rios – RJ


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ECONOMIA & NEGÓCIOS CIDADE

Clubes de luta e superação POR ANGÉLICA GARCIA

FOTOS REVISTA ON

O cenário é semelhante na maioria dos clubes trirrienses: uma batalha constante pela sobrevivência. Se, no passado, suas dependências estavam sempre cheias e movimentadas, os últimos anos não foram fáceis para as diretorias, que buscam formas de conquistar e manter sócios para oferecer novos atrativos.

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epois dos tempos áureos, quando as atividades sociais eram centralizadas em suas dependências, os clubes de Três Rios passaram por maus momentos, com poucos eventos e a luta constante, que se estende até hoje, para manterem suas histórias e importância. Alguns somam dívidas consideráveis e uma folha de arrecadação que, muitas das vezes, não é suficiente para suprir os gastos mensais. Uma pergunta frequente que não sai da cabeça dos diretores dos clubes é: O que fazer? O presidente do Independência Clube Jorge Aneilton, o Jorge “Anú”, está há três mandatos na gerência, mas desanimado com a atual situação. “O cenário é ruim, mas já foi pior. Hoje, contamos com cinco funcionários, mas o espaço físico é muito grande e, para manter, precisamos aumentar nossa renda”, resume. Para ajudar a custear os gastos, a diretoria realiza almoços, aluga para eventos

sociais, realiza baile funk aos sábados e pagode aos domingos. “A realização dos bailes tem nos ajudado. Conseguimos realizar a obra num dos salões, colocamos pisos, aumentamos a escada que dá acesso ao segundo andar e montamos um bar na piscina, onde também realizamos pagode aos domingos. Para ter uma ideia, gastamos R$ 3 mil por mensais só com materiais de limpeza. Mas também temos os funcionários para pagar, além de uma dívida antiga com o INSS e outras pendências que surgem no decorrer do mês. O clube sempre funciona no vermelho”, resume. Quando Jorge faz referência à fase pior, diz respeito ao ano de 2013. Diversos clubes da cidade foram interditados pelo Corpo de Bombeiros por não cumprirem algumas exigências, fato que também aconteceu em todo o país após a morte de mais de 200 jovens em Santa Maria (RS). Na época, 15 funcionários foram demitidos e o clube ficou fechado

por dois meses. Foram gastos R$ 120 mil nas obras exigidas, dinheiro que o clube não dispunha. “O que nos ajudou foi o funk. Conseguimos o alvará, reabrimos o clube e continuamos nossa luta. Mas, veja bem, também precisamos de ajuda das autoridades. Solicitamos a poda de algumas árvores e capina, porque quem passa pela Beira Rio não vê o clube, mas, até hoje, ninguém veio. Se nós fizermos isso, seremos multados. Precisamos que os eventos sejam levados para dentro dos clubes para movimentar e gerar renda. Estamos chegando ao período em que a piscina fica vazia. E aí? Como os clubes vão sobreviver?”, questiona Jorge Anú. O Entrerriense Futebol Clube levou mais tempo até conseguir cumprir as exigências para abertura total dos espaços e, mesmo assim, a diretoria, encabeçada por Edil Magalhães, luta para reerguer o clube, sinônimo de orgulho para a cidade pelas inúmeras conquistas no futebol. Por conrevistaon.com.br

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ECONOMIA & NEGÓCIOS CIDADE

“Precisamos que os eventos sejam levados para dentro dos clubes para movimentar e gerar renda”, Jorge “Anú”

OBRAS O Indepedência Clube precisou fazer ampla reforma para reabrir as portas ao público

ta da reorganização financeira do clube, a diretoria prefere não divulgar os números oficiais de sócios ativos e não ativos, nem o valor da dívida que tem a liquidar. Aluguel do salão, do campo de futebol e a piscina, uma das mais movimentadas da cidade, são algumas das atuais fontes de renda. No América Futebol Clube, que também tem forte tradição junto à população, a situação é complicada. Com uma emocionante história no futebol estadual, o clube amarga uma realidade de esquecimento e luta para sobreviver e, quem sabe, voltar a disputar os campeonatos. Há seis meses como presidente, Pablício da Costa Silva quer retomar as ati-

TRADIÇÃO O Entrerriense passa por uma reorganização financeira atualmente 60

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vidades que movimentavam o espaço no passado. “O América é o clube com maior espaço físico da cidade, com maior área verde e, por isso, demanda um esforço humano grande. Infelizmente temos só dois funcionários, o que torna inviável mantê-lo. Porém, com a renda que temos, é o que podemos fazer”, explica. Atualmente, são arrecadados cerca de R$ 3 mil mensais, incluindo aluguel dos campos e realização de evento com feijoada. Um valor pequeno, se comparado às dívidas que ultrapassam os R$ 100 mil. “Infelizmente, todos os clubes sofrem com a condição econômica que estamos vivenciando no país. O América ainda enfrenta

outro grande problema, que é a dívida com o futebol. Nosso carro-chefe é o esporte, mas, em contrapartida, temos dificuldade em conseguir patrocínio. Para manter uma equipe, precisamos de, aproximadamente, R$ 60 mil por mês. Esse dinheiro vai sair de onde?”, resume, alegando que o interesse do patrocinador é ser visto e, com partidas realizadas com portões fechados, há dificuldade nas negociações. O cenário no Clube Atlético Entre-Rios (Caer) não é muito diferente dos outros. Com 79 anos de existência, ele tenta superar as dificuldades econômicas e atrair os sócios. Depois de mais de um ano fechado após interdição, o clube oferece serviços terceirizados de pilates, ginástica, musculação, natação e futebol, além de alugar o salão para eventos sociais e corporativos. “A verdade é que todos os clubes sofrem, mas não podemos desanimar. Estamos realizando a troca dos pisos e vamos entregar, no dia 9 de maio, um novo salão aos sócios. Faremos uma reinauguração com um grande baile. Esta é mais uma tentativa de atrair o sócio e, também, o público em geral, que faz a locação do nosso salão para aniversários, casamentos, entre outras festividades. Precisamos que os sócios retornem, precisamos da contribuição de todos para manter o nosso patrimônio”, diz José Roberto Padilha, presidente do clube. Durante os 18 meses que esteve fechado, todas as parcelas pendentes foram pagas pontualmente, garante o presidente. “Temos que erguer uma estátua em homenagem ao Jorge Luiz Gomes de Pinho, antigo presidente, que, mesmo com o clube fechado, honrou com todas as contas que tinha. Para isso, realizou ação entre amigos, sorteou um apartamento, fez empréstimo para arcar com a dívida, mas não deixou de pagar as contas. Ele merece todo o respeito pelo cuidado que teve e tem com o Caer, merece nosso reconhecimento e elogio”, declara José Roberto, já pensando na festa de 80 anos do clube.


Mais distante do centro da cidade e prestes a completar 60 anos, o Clube Campestre conta com os aluguéis para eventos sociais, almoços e bailes para pagar a dívida da instituição. De acordo com o gerente Carlos Eduardo Eugênio da Silva, o maior desafio é atrair os associados. “São mais de 3.000 associados e nem 10% deles estão ativos. Este é o grande desafio”, comenta. Com nova diretoria, que tem Nemias Francisco de Souza como presidente, o clube quer quitar as dívidas. Piscina, salão para jogos, campos de futebol, espaço infantil, restaurante e bar fazem parte do que é oferecido aos sócios. “Além dos associados ativos que desfrutam da tranquilidade, conforto e atrativos do clube, temos eventos que estão agradando bastante: o almoço sem balança, aos domingos, e um baile mensal. Com atrações variadas, temos conseguido agradar a terceira idade e aqueles que ainda não chegaram lá. O associado do clube tem várias opções para se divertir com tranquilidade, conforto e segurança”, anuncia. Diferente dos demais, a Asso-

NOVOS TEMPOS A diretoria do Caer prepara novidades em busca de novos e antigos sócios

ciação Atlética do Banco do Brasil (AABB), que tem apenas 200 sócios, não possui dívida. “O nosso número de sócios é bem pequeno, porque são

funcionários, ex-funcionários e correntistas. Como arrecadamos pouco, sempre trabalhamos para manter as contas dentro desta arrecadação”, ex-

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CLUBE CAMPESTRE O número de sócios ativos não chega a 10% do total de associados

plica o presidente José Osvaldo Coutinho Soares, no cargo há 12 anos. A arrecadação está na faixa do R$ 4 mil, com mensalidade dos associados, aluguéis para eventos sociais e algumas parcerias. “A AABB é uma rede com 1.100 unidades espalhadas por todo o país. Em muitas das unidades há pousadas e hotéis, o associado

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AABB Com pequeno número de associados, consegue manter as contas em dia

pode se acomodar em nossas unidades durante suas viagens. Ele tem várias opções para desfrutar porque, quando é associado em Três Rios, já ganha o direito de usufruir em todas as outras”, explica. Todos os diretores de clubes concordam que a superação só será possível com o apoio dos sócios e, para isso, não têm me-

didos esforços para atraí-los e movimentar a renda. A maioria deles oferece planos com descontos para regularização de sócios inativos, uma oportunidade para quem quer novos lugares para passar o tempo com amigos e família. Além disso, estão com as secretarias abertas para novos sócios a fim de dar novo gás aos locais.


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Em defesa

das classes POR FREDERICO NOGUEIRA

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Dois sindicatos, dois objetivos e o mesmo setor. Enquanto um luta pelos direitos dos empregados, o outro luta pelos direitos dos patrões. A convivência harmoniosa proporciona benefícios para as duas partes e, em comum, eles têm a mesma necessidade: conquistar mais associados.

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o entrar em uma loja, seja para comprar roupa ou brinquedo, você pode não perceber, mas lida com duas classes com históricos de direitos conquistados ao longo dos anos, são os funcionários e os empresários do comércio. Como o ditado diz que “uma andorinha só não faz verão”, a força das classes está em seus sindicatos, agremiações fundadas com o objetivo de defender interesses comuns aos grupos que representam. Para defender os direitos dos empregados, foi fundado o Sindicato dos Empregados do Comércio de Três Rios, Paraíba do Sul, Comendador Levy Gasparian e 64

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Areal no ano de 1984. “Dois anos antes, criamos a associação profissional, que foi transformada em sindicato. Nosso primeiro presidente foi o Irineu Cheohen, que ficou na presidência por cerca de 20 anos e, hoje, é vice-presidente”, explica Carlos Malta, atual presidente e comerciário há mais de 40 anos. A fundação do sindicato, segundo Carlos Malta, foi fundamental para conquistas do trabalhador. “Hoje, nosso piso salarial é R$ 913, acima do salário mínimo. É difícil negociar com o sindicato patronal, mas conseguimos, temos um bom relacionamento. Podemos discutir e brigar pelos interesses, mas sempre

com conversas. O objetivo é proteger o trabalhador para que ele possa atuar sem problemas. Uma ex-juíza da Vara do Trabalho aqui de Três Rios dizia que não existe trabalhador bonzinho nem patrão bonzinho, todos têm que cumprir suas partes para um bom relacionamento”. Ele elege como a maior mobilização da classe uma que aconteceu há mais de 15 anos. “Chegamos a fazer, no governo do Raleigh Ramalho [ex-prefeito de Três Rios], um movimento para não trabalhar aos domingos. Conseguimos aprovação na Câmara de Vereadores. Mais tarde, isso foi modificado por uma lei federal. Hoje, as empresas podem funcionar nos


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feriados, mas precisam fazer uma carta com os nomes dos colaboradores, as assinaturas, o dia que vai trabalhar e o dia que cada um vai folgar, além de pagar horas extras, vale alimentação e vale transporte no mesmo dia”, comenta. Carlos diz que o número de funcionários do comércio na área de atuação do sindicato está entre 7.000 e 8.000, porém, o número de associados está próximo de 1.000. “Já tivemos cerca de 1.300 associados, mas é um número variável, o comércio tem muita rotatividade. Nossa intenção é chegar aos 2.000 ou 3.000 associados para ter recursos suficientes para manter uma área de lazer”, planeja. Com os recursos que o Sindicato dos Comerciários dispõe atualmente, é possível oferecer atendimentos médicos e odontológicos com descontos consideráveis para os associados e dependentes, exames laboratoriais, assistência jurídica e viagens para colônias de férias com preços modestos. “Hoje, nossa maior necessidade é ter mais associados. Feliz-

CARLOS MALTA Com mais associados, quer manter uma área de lazer para os empregados no comércio

mente, conseguimos adquirir salas próprias, mas temos um projeto que ainda não saiu do papel por falta de condições,

que é a construção e manutenção de uma área de lazer. Precisamos dos comerciários para dar sequência a esse plano. A

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ECONOMIA & NEGÓCIOS COMÉRCIO

JULIO CEZAR Está animado com o cartão “Sou + Comércio”, novo produto do sindicato

maioria conhece as vantagens, porque recebem uma carta após a convenção coletiva com a possibilidade de se oporem

à associação. Como é para não pagar, a maioria faz isso. É um valor pequeno, mas entendemos quando a pessoa não

quer pagar”, enfatiza Carlos Malta. Embora coloque o piso da categoria como a conquista mais importante, ele ressalta que outras também fazem a diferença na vida do trabalhador. Uma delas garante estabilidade ao funcionário que está próximo da aposentadoria, que passa a não poder ser demitido durante este período. Outra conquista garante ao trabalhador universitário o direito de sair uma hora mais cedo do local de trabalho e, se tiver prova aos sábados, comunicar ao patrão com 48 horas de antecedência e não perder o dia de serviço. “Importante dizer que, quando um funcionário faz uma reclamação da empresa em que trabalha, nós tentamos ajudar, entramos em contato, mas nunca falamos que fez a denúncia, afinal, nosso objetivo é proteger o comerciário”, explica. Já no Sindicato do Comércio Varejista, o objetivo é proteger os interesses da classe patronal. Em Três Rios, foi fundado logo após o sindicato laboral e também abrange os municípios vizinhos.


“Há dois anos, tínhamos 330 associados, hoje passamos de 500”, Júlio Cezar Rezende O objetivo foi dar voz aos empresários associados perante a sociedade. “Em Três Rios, tínhamos a CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas), mas não havia uma entidade que representasse oficialmente o comércio de varejo. Então, um grupo de comerciantes enxergou a necessidade de criação da associação para ser transformada em sindicato exatamente porque o Sindicato dos Comerciários conseguiu a carta sindical e começou a atuar. Não tínhamos representatividade para negociar com eles algumas situações, então, precisamos criar o sindicato para começar a conversar”, lembra Júlio Cezar Rezende de Freitas, presidente do Sicomércio Três Rios. Ele explica que a função do sindicato é dar assistência à classe, promovendo acordos e campanhas em prol do desenvolvimento do comércio e dos associados. “Além de exercer atividades obrigatórias, como apoio jurídico, entendemos que era necessário aumentar a prestação de serviços, criar convênios e produtos. Hoje, por exemplo, temos uma delegacia da Junta Comercial no Sicomércio, com os mesmos serviços prestados na capital. O objetivo é facilitar a vida do empresário”. Plano de saúde empresarial, medicina e segurança do trabalho, plano odontológico, certificação digital e treinamentos são alguns dos produtos e serviços que passaram a ser oferecidos ao longo dos anos aos associados. Assim como no sindicato laboral, o patronal busca ampliar o número de sócios para oferecer mais serviços. “Há dois anos, tínhamos 330 associados, hoje passamos de 500. Temos uma equipe de vendas, que entra em contato com as empresas para mostrar as vantagens de associar e vamos continuar divulgando e mostrando os serviços à disposição. É uma questão de entendimento, os empresários precisam conhecer as vantagens”, enfatiza. Entre as conquistas importantes, Júlio destaca a realização do evento Centro Sul Negócios. “Éramos parceiros do

Sebrae e, a partir de 2009, passamos a ser os realizadores, contando com parcerias importantes”. O horário livre do comércio também é citado como destaque. “Até algum tempo atrás, os empresários precisavam ir até a Prefeitura para solicitar um horário de funcionamento diferenciado e essa permissão só acontecia se o Sindicato dos Comerciários concordasse. Vimos que aquilo era inconstitucional, tentamos negociar, entramos na Justiça e conseguimos mudar o cenário. Hoje, basta a empresa comunicar à Prefeitura e funcionar, a legislação permite”, informa. A relação entre os sindicatos, ele também afirma que é boa. “Somos muito próximos. Lógico que eles defendem os interesses deles enquanto nós defendemos os nossos, mas sempre conseguimos o equilíbrio. Entendo que este entrosamento traz mais benefícios para a cidade que duas entidades que não se entendem”, analisa Júlio Cezar. Enquanto inicia o mais novo projeto do Sicomércio, ele já planeja o próximo. “Acabamos de lançar o cartão ‘Sou + Comércio’, uma ferramenta para o lojista criar fidelidade com os clientes e conquistar novos. Os funcionários das empresas associadas recebem o cartão e ganham descontos nas lojas que fazem parte do programa. A cada compra, ganham novos descontos. É uma ação para desenvolver o comércio e oferecer vantagens para quem comprar na cidade”, explica. Sobre o futuro plano, de uma cooperativa de crédito, as barreiras ainda são grandes, mas acredita que atingirá o objetivo. “Já avançamos, recuamos e estamos novamente avançando as negociações para a criação de uma cooperativa de crédito. Ela trabalha com oferta de crédito com valores muito mais baixos que o mercado e, como o governo fala, hoje, em juros com altos percentuais, uma cooperativa vai facilitar a vida dos empresários”, anuncia.


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Os pingos nos

nossos is POR FREDERICO NOGUEIRA

A população brasileira convive com uma enorme relação de siglas que começam com a vogal “i”: IPI, IR, IOF, ITR, ICMS, IPVA... São os impostos, valores arrecadados pelos governos com o objetivo de custear gastos públicos e investir em obras e serviços. Enquanto estes citados são de competência dos governos federal e estaduais, há uma relação de tributos pagos diretamente aos cofres municipais. Você sabe quais são e para onde vão? revistaon.com.br

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dicionário Aurélio define assim: “prestação monetária compulsória devida ao poder público; imposto”. Já a população brasileira, de um modo em geral, descreve os tributos como investimentos sem muitos retornos, o que deve, em grande parte, ao sistema tributário com um número exagerado deles e as notícias diárias sobre problemas que deveriam ser evitados justamente com as arrecadações. O Brasil tem uma das cargas tributárias mais altas do mundo. São valores pagos por pessoas físicas e jurídicas, que incidem sobre suas rendas e seus patrimônios, aos governos federal, estadual e municipal. Enquanto o IR (Imposto de Renda) e o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) são de competência da União, o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e o IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores) competem aos estados. Além destes, há inúmeros outros tributos, entre eles o que competem à municipalidade. “Nos municípios, temos, basicamente, o IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana), o ISS (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza) e o ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Inter Vivos), que são os impostos, além das taxas. Quando juntamos impostos e taxas, temos os tributos municipais”, explica Anderson Assumpção, secretário da Fazenda de Três Rios. O fato gerador do IPTU é a propriedade, o domínio útil ou a posse de um bem imóvel localizado na zona urbana de um município. O do ISS é a prestação de serviços 70

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IPTU, ISS e ITBI são impostos arrecadados diretamente pelos municípios [enumerados em uma lista] por empresas ou profissionais autônomos, com ou sem estabelecimento fixo. Já o ITBI tem como fato gerador a transmissão inter vivos de bens imóveis por natureza ou acessão física e de direitos reais sobre imóveis. “O ITBI é muito confundido com o ITD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação), que é de competência do estado e incide quando há o falecimento, a herança”, esclarece o secretário. Ele explica, ainda, que impostos não variam entre municípios, ao contrário das taxas. “Como alguns prestam serviços à população que outros não prestam, as taxas específicas podem ser instituídas. Elas são inerentes à contraprestação de algum serviço. Quando um contribuinte quer construir um imóvel, por exemplo, ele pede uma licença ao município para iniciar a obra. Então, pela análise do projeto, das plantas e licenciamento, ele paga a taxa”. Para chegar ao valor final cobrado, cada tributo leva em consideração uma série de variáveis. No caso do IPTU, que atinge diretamente cada morador, informações como localização do imóvel, tipo de acabamento, área construída e padrão construtivo são algumas das características responsáveis pelo valor de mercado e, em cima dele, é calculado o imposto a ser cobrado. O objetivo máximo [e, por vezes, utópico] dos tributos arrecadados é fazer a

máquina pública funcionar perfeitamente, com prestação de serviços de qualidade à população. “Os recursos provenientes da arrecadação de tributos são chamados de recursos próprios do tesouro. Na maioria dos municípios, eles são aplicados na segurança, saúde, educação e, principalmente, nos serviços básicos, como coleta de lixo e iluminação pública”, explica Anderson. Porém, embora tenha tributos próprios, um município não sobrevive apenas com eles. São necessários os repasses dos governos federal e estadual de parte dos tributos recolhidos por eles. “No município de Três Rios, a maior arrecadação é o ICMS, que é repassado pelo estado aos municípios. Em segundo lugar, está ISS, recolhido diretamente pelo município”, afirma o secretário. Ainda de acordo com ele, este é um cenário que ocorre na maior parte das regiões sudeste e sul, mas não é uma regra. “Há aqueles com outras características que vivem de outros impostos. Como Três Rios teve um desenvolvimento de indústrias e empresas nos últimos anos, o ICMS é a maior arrecadação”. No atual cenário da economia nacional, Anderson explica que os tributos recolhidos pelo município estão em crescimento linear, enquanto os repasses já apresentam crescimento menor que


SECRETÁRIO Anderson Assumpção é titular da Secretaria de Fazenda de Três Rios

em anos anteriores. “Até 2013, o ICMS veio crescendo bastante. Já de 2013 para 2014, verificamos um crescimento menor, reflexo da circulação de mercadorias em todo o estado. Quando você tem uma crise de âmbito nacional, ela reflete em tudo, os municípios dependem dos repasses das esferas superiores. O ICMS cresceu pouco pela crise do petróleo, a principal atividade para o recolhimento do imposto no estado. Uma economia interna forte e diversificada faz com que você consiga perder em alguma atividade e ganhar em outra”, analisa. Embora obrigatórios, é alto o índice de inadimplência dos contribuintes. No caso do IPTU, Anderson explica como é feita a cobrança. “São três etapas. Primeiro, a cobrança administrativa, tentamos renegociar a dívida com o contribuinte. Se não funcionar, fazemos o protesto da dívida. Na terceira fase, que é a última, chega à execução fiscal, executada pelo Tribunal de Justiça, que pode chegar, em alguns casos, à penhora do imóvel”, finaliza.

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BEM - ESTAR saúde 73 movimento 86 esporte 90

Santas dietas POR TATILA NASCIMENTO

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A guerra com a balança parece não ter fim na vida de muitas pessoas. A cada segunda-feira, uma nova promessa de início de tentativa para perder peso. No caminho das buscas por meios de eliminar os quilos, surgem as dietas milagrosas, que prometem resultados satisfatórios em pouco tempo. Mas, elas realmente proporcionam benefícios?

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CAROLINA MONTES A nutricionista ressalta a importância do acompanhamento profissional 74

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e acordo com a nutricionista Carolina Montes, não há dietas milagrosas, mas reeducação alimentar. “Temos que pensar nas consequências imediatas ou futuras dessas dietas que se intitulam ‘milagrosas’. No momento, podem mostrar o resultado que as pessoas tanto querem, mas, futuramente, podem causar algum mal. Temos várias dietas que não estão de acordo com as necessidades diárias de nutrientes dos indivíduos”, explica. Segundo Carolina, a alimentação inadequada e o sedentarismo podem influenciar no ganho de peso, assim como algumas doenças e medicações. Ela relata que há excesso em consumo de alimentos gordurosos, uso de temperos industrializados, refrigerantes e açúcares, o que acaba por contribuir com mudanças no organismo. Valéria Costinhas está no grupo de pessoas que já tentaram emagrecer com dietas. “Já fiz dieta da lua, sopa, dos carboidratos e muitas outras que não lembro o nome”, cita. Aos 36 anos, chegou a pesar 82 kg, mas, em virtude da saúde e por uma questão de estética, decidiu emagrecer. “Depois de ten-

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BEM-ESTAR SAÚDE

ANTES Valéria tentou várias dietas antes de buscar apoio profissional

DEPOIS Com o processo, ela perdeu 22kg e passou a ter novos hábitos

tar muitas coisas, decidi buscar ajuda médica. O processo foi tranquilo, nada foi radical e restritivo demais. Fizemos muitas trocas inteligentes e quantidade reduzida. Perdi 22 quilos”, comenta. Ela contou com a ajuda de uma endocrinologista para a reeducação alimentar e não frequentou academia. “Hoje, uso açúcar light, sal light, introduzi o limão diariamente na dieta e eliminei o refrigerante. Claro que, às vezes, saio da rotina, mas volto logo [risos]. Meus resultados apareceram muito rápido, por isso nunca pensei em desistir. Levei cinco meses para conseguir chegar ao peso que desejava. Comecei a reeducação alimentar em novembro de 2013 e estou conseguindo manter. Faço consultas periódicas a cada três meses e exames para checar as taxas”. A nutricionista explica que é impor-

tante o acompanhamento de um profissional, que estuda todo o processo metabólico e fisiológico de acordo com os tipos de alimentos e sua interação, além de investigar as necessidades nutricionais, aspectos alimentares e os impactos causados no indivíduo. “É indicado consumir diariamente verduras, legumes e frutas, tendo uma refeição equilibrada e saudável, com porções de cereais, leguminosas, proteínas, verduras e legumes. Uma dica é, também, não misturar carboidratos na mesma refeição, como macarrão com arroz, batata, aipim, inhame, pães, massas em geral”, diz. Tamires Brandão, 26, conta que sempre praticou atividades físicas, mas confessa que não conquistava melhores resultados em consequência da alimentação ruim. “Eu tinha consciência disso, mas meus lemas eram ‘eu malho para comer’ e ‘como para malhar’ e, com isso, o peso não diminuía. Algumas roupas não entravam mais, eu estava vestindo 42 e ficava apertado, isso estava me incomodando bastante. Muitas vezes dormia com a consciência pesada e com dores no estômago, a quantidade de alimentos ruins que eu consumia era muito alta”. Ela chegou a cortar carboidratos

A nutricionista Carolina Montes afirma que não existem dietas milagrosas, mas reeducação alimentar


“Meus lemas eram ‘eu malho para comer’ e ‘como para malhar’”, relembra Tamires Brandão por completo da alimentação, contudo, sem orientação médica, o que a deixava fraca, mal humorada, irritada, sem disposição e sem os resultados que buscava. Há cinco meses em uma dieta rígida, Tamires saiu de 70 kg para 54 kg, tudo com o apoio de uma profissional e reeducação alimentar. “Depois dos dois meses iniciais, fui a uma nutricionista e ela incrementou a dieta, permitindo consumir a mesma quantidade anteriormente passada pelo endocrinologista, mas com uma variedade maior de alimentos. Nesse segundo processo, em que ainda estou, mudei meus hábitos alimentares, passei a me interessar pelos alimentos

e o efeito que eles causam no corpo e vesti de vez a camisa da alimentação saudável e regrada”, explica. De acordo com o personal trainer Adriano Sipriano, o exercício gera maiores gastos calóricos, ativando o metabolismo que, mesmo com o corpo em repouso, queimará mais calorias, o que favorece a eliminação de gordura. “Geralmente, com dois meses de exercícios já é possível notar alguma diferença, mas vai depender muito do tipo de exercício e variar de pessoa para pessoa. Para ter um resultado satisfatório, é necessário realizar os exercícios entre três e cinco vezes por semana ou 30 minutos diários”.

TAMIRES BRANDÃO A jovem perdeu mais de 10 kg em cinco meses

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BEM-ESTAR SAÚDE

ADRIANO SIPRIANO O personal trainer garante que o exercício gera um gasto calórico maior

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Adriano afirma que é importante ter o acompanhamento de um profissional da área. “O personal trainer é capaz de ensinar, corrigir, traçar metas e objetivos. Como é um acompanhamento mais direto com o aluno, diminui as chances de erros e otimiza os resultados. Outro fator importante é a motivação. Um aluno motivado é resultado garantido. Os exercícios, mesmo sendo básicos, podem ser prejudiciais se feitos de maneira errada”. Com o acompanhamento de uma personal trainer, que refaz seus treinos mensalmente, Tamires frequenta academia pelo menos quatro vezes por semana e, quando não vai, faz atividades ao ar livre, como andar de bicicleta. “Nos dias que não pratico atividade nenhuma, não me sinto bem. Mudei completamente a alimentação, com o acompanhamento nutricional estou aprendendo a analisar os alimentos antes de comê-los, aprendi a ver se realmente valem vão trazer algum benefício. É óbvio que escorregar, às vezes, faz parte, não somos de ferro.


Estou no peso que gostaria, mas não estou no corpo que desejo, agora estou em busca de enrijecimento que, em minha opinião, é o mais difícil”, acredita. A mudança foi tão satisfatória que Tamires resolveu criar uma página em uma rede social para incentivar mais pessoas. “Perguntavam em qual médico eu fui, qual academia estava, onde tinha achado determinado alimento. Decidi montar a página para incentivar ainda mais. Com ela, posso chegar a um número maior de pessoas e tem sido muito gratificante saber que alguém, de alguma forma, tira

forças em mim para seguir com a dieta ou para se exercitar”. Para finalizar, a nutricionista deixa algumas orientações básicas: “Deve-se comer de três em três horas, fazer de cinco a seis refeições por dia, não comer frituras, consumir verduras, legumes e frutas diariamente, não usar temperos industrializados, não consumir refrigerantes, beber de seis a oito copos de água por dia e, acima de tudo, procurar um nutricionista, pois uma dieta nunca é coletiva e, sim, individual, atendendo às necessidades de cada um”.

Ingredientes

Modo de fazer

2 xícaras de arroz integral 1 caixa de creme de leite ligth 3 colheres (sopa) de milho verde 500g de acém moído 2 xícaras de vagem picadinha 1 tomate picado em cubos Pimenta do reino e orégano a gosto

Cozinhe o arroz normalmente. Ao ficar pronto, reserve. Cozinhe a carne moída normalmente, usando a pimenta do reino e o orégano. Acrescente a vagem, o tomate e o milho. Aos poucos, acrescente o creme de leite. Deixe pegar gosto e engrossar. Depois de prontos, despeje o arroz e a carne em um pirex e misture. Sirva quente. ARQUIVO PESSOAL

Dica da Tamires Brandão - Arroz Fit

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Assistência farmacêutica POR FREDERICO NOGUEIRA FOTOS REVISTA ON

Acessíveis à população, eles ganharam destaque e mais funções nos últimos anos. Com as dificuldades encontradas no sistema de saúde do país, muitas vezes são o contato mais fácil. Conhecedores das consequências dos medicamentos no organismo, saiba como os farmacêuticos podem contribuir com a sua vida!

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profissão é tradicional na área de saúde e cresce a cada ano, assim como o contato dos profissionais com os clientes de farmácias. “Antigamente, fazíamos mais serviços burocráticos e administrativos, como armazenamento de medicamentos e controle de qualidade. Continuamos fazendo isso, mas passamos a fazer mais. Deixamos de ter uma visão só para o remédio, passamos a lidar mais com o cliente, a interação está maior. Passamos a conhecer o cliente, afinal, não adianta conhecer o medicamento e não saber se o paciente está usando e quais são os efeitos”, analisa Virgínia Renata de Araújo Cunha, farmacêutica em Três Rios há seis anos. Ela define o papel do profissional nas farmácias comerciais: “Tem que ser um profissional de saúde integrado às realidades sanitárias e sociais do Brasil, contribuindo na atenção primária, fazendo com que toda a sociedade tenha acesso de forma universal, segura e racional dos medicamentos, por entender a importância dos mesmos para garantir seu bem-estar”.

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BEM-ESTAR SAÚDE

Virgínia acredita que o profissional farmacêutico seja o primeiro contato da grande parte da população com um profissional de saúde pelos problemas enfrentados no setor. “As pessoas têm dificuldade em marcar consultas, por exemplo, então recorrem a nós. Chegam falando que estão com dor de cabeça, então passo informações e falo que é importante ir ao médico. Mesmo com as dificuldades, acaba buscando. Se eu der um remédio, posso mascarar um problema muito maior”. A automedicação é um problema grave, que pode gerar complicações nos pacientes. Por isso, todos os comerciais de medicamentos que você vê na televisão exibem, ao final, uma mensagem que orienta a procura por um médico ou farmacêutico. “Com a atenção farmacêutica, conseguimos barrar a automedicação. Com a presença do farmacêutico, conseguimos orientar com relação aos medicamentos que podem ser comprados sem receita”, enfatiza.

VIRGÍNIA CUNHA Explica que a automedicação pode causar problemas nos paciêntes

De acordo com Virgínia, os clientes já buscam o profissional quando chegam ao estabelecimento. “Sabem que é um direito deles. Tem cliente que só quer ser

atendido por mim, falar comigo, acabam ficando fieis à farmácia. Passamos a ser a figura mais próxima da área de saúde que eles têm contato”, garante.

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BEM-ESTAR SAÚDE

“Passamos a ser a figura mais próxima da área de saúde que eles têm contato”, Virgínia Cunha

PATRÍCIA E GLÁUCIO Proprietários de uma farmácia, acreditam que o farmacêutico deve ser o gestor do negócio

A opinião é compartilhada com Gláucio Ferreira Santa Rosa, farmacêutico e empresário do setor. “Hoje, podemos receitar medicamentos que não são tar-

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jados, vermelhos, com venda sob prescrição médica, como xaropes, vitaminas, analgésicos, cremes dermatológicos. Podemos orientar, indicar, gosto de usar a

palavra receitar. O farmacêutico sempre está de jaleco e muitos clientes já chegam perguntando por ele, querem informação mais técnica. Muitos médicos não explicam direito, então, o farmacêutico entra muito nessa parte de informação, complementando o que já foi passado. Sem informações, o paciente pode abandonar o tratamento”, acredita. Aferição de pressão arterial, medição de glicemia, nebulização e aplicação de injetáveis são alguns serviços oferecidos nas farmácias comerciais que Gláucio elenca como conquistas do profissional farmacêutico. “A população deve ver a farmácia como um ponto de saúde, com a oferta destes serviços. A maioria deles


ELLEN ZIMMERMANN Na Farmácia Popular, a população tem acesso a alguns medicamentos com valores mais baixos

é oferecida gratuitamente. Isso é bom porque, pelo lado empresarial, ainda fideliza o cliente”, analisa. Gláucio acrescenta que é possível desenvolver programas amplos para uma atenção farmacêutica mais abrangente, com cadastros de pacientes e acompanhamento de cada caso, inclusive com visitas em residências. “Isso é uma coisa bem nova, precisa de estrutura para começar”, pondera. Para ele, os farmacêuticos devem lutar para serem donos dos estabelecimentos comerciais. “Acho que é uma grande luta. As grandes redes, por exemplo, só pensam no comercial, não pensam no cliente. Quem for para a área de farmácia comercial, precisa pensar em ser dono da farmácia, não em ser empregado. Você não vê uma clínica que não seja de um médico ou um escritório de engenharia que não seja de um engenheiro. Então, na farmácia também deveria ser assim, com um gestor que entenda sobre o assunto”. Para a coordenadora da Farmácia Popular em Três Rios, Ellen Zimmermann Fattori Figueredo, um próximo grande passo pode ser dado pelo profissional. “O farmacêutico tem amplo estudo do componente do medicamento, da forma como ele atua no organismo, a distribuição, absorção, essa parte química. Dominamos muito mais que outro profissional. Porém, durante a faculdade, não

aprendemos a identificar os sintomas na pessoa, profundamente. Por isso, a prescrição é uma ação do médico. Acredito que o profissional farmacêutico deva evoluir para isso, mas as universidades precisam se adequar melhor. Não vamos estar, todos, preparados para isso com o assinar de uma lei, precisamos de uma preparação maior”. Ellen explica que, como a Farmácia Popular foi criada pelo governo, o comércio de medicamentos é feito dentro das especificações corretas da Anvisa e Vigilância Sanitária. “Nenhum medicamento sai sem receita, por exemplo. Quando um paciente relata algum problema, sempre encaminhamos para a Fiocruz, que retorna com uma resposta. A Farmácia Popular é um programa de assistência farmacêutica e foi criado com o intuito de oferecer alguns medicamentos à população com valores mais baixos. Não atendemos apenas receitas do SUS, mas, também, particulares. Muitas vezes, um paciente tem receita particular porque a empresa onde trabalha tem convênio com plano de saúde, mas ele não teria como pagar pelo medicamento e não poderia pegar no SUS, logo, interromperia o tratamento”, esclarece. Fiscalizar, orientar, conferir receitas e... prestar auxílio à população. Agora você já sabe como um farmacêutico pode te ajudar. revistaon.com.br

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PUBLIEDITORIAL

Aprender

a crescer FOTO DIVULGAÇÃO

Crianças com problemas na escola ou dificuldades específicas de aprendizagem? A psicopedagogia pode ajudar! Adultos com necessidade de desenvolver habilidades e competências? A programação neurolinguística pode ser o início de uma nova fase! Conheça os métodos capazes de contribuir com o seu desenvolvimento.

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ncrencas na escola ou dificuldade em aprender algumas matérias podem parecer situações normais na infância, porém, não devem ser encaradas desta forma. As dificuldades em relacionamentos e aprendizagem podem interferir diretamente na formação de uma criança. A psicopedagogia surge como forma de identificar tais dificuldades, suas origens e desenvolver ações, de diversas formas, para contribuir com o desenvolvimento do ser humano. A psicopedagoga Edivania Gonçalves explica que os métodos podem contribuir em diversos casos. “Desde a dislexia até aquela dificuldade que surge com uma de-

Dificuldades de aprendizagem podem interferir diretamente na formação de uma criança

sorganização na vida da criança. O primeiro passo é fazer um diagnóstico para entender o que impede que a criança atinja um objetivo”, explica. Notas ruins na escola, reclamações de indisciplina e atraso no aprendizado são alguns sinais importantes para disparar o alarme pela busca de auxílio profissional. “Muitos pais dizem que o filho é hipera-

tivo porque não para quieto ou que tem transtorno de déficit de atenção por não assimilar o que é ensinado, mas pode não ser exatamente isso. Só um diagnóstico é capaz de avaliar a real situação de cada criança. Os problemas que surgem na escola são a ponta de um iceberg, o psicopedagogo busca o que está embaixo, as causas daquelas atitudes”, comenta.


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EDIVANIA GONÇALVES É especialista em psicopedagogia e programação neurolinguística

Uma sessão no consultório da psicopedagoga significa, para a criança ou o adolescente, um tempo para compartilhar inquietudes, enquanto a profissional entende o caso e utiliza técnicas para contribuir com o desenvolvimento necessário. “Temos as regras do bom relacionamento e a criança se sente livre para falar, assim como o adolescente entende que não é obrigado a falar o que não quer. Sempre que preciso informar alguma situação aos pais, comunico a eles primeiro”, enfatiza. Dramatizações, leituras, jogos, desenhos e diálogos são alguns recursos utilizados para desenvolver a estimulação das funções cognitivas desativadas no paciente, além das questões sociais e afetivas. “Para os resultados, é fundamental ter apoio da família e da escola. No caso do apoio familiar, é importante dizer que vai muito além dos presentes, da roupa lavada ou do dinheiro para o lanche. Os pais ou responsáveis precisam conversar com os filhos, conhecer de verdade, saber seus gostos”, ressalta Edivania. A especialista dá a primeira dica: não julgue as atitudes, mas entenda os motivos delas. “Quando olho para uma criança que chega aos dez anos e não sabe ler ou escrever, por exemplo, fico imaginando como será o futuro dela. Gosto de pensar que trabalho hoje para ver homens e mulheres de verdade mais tarde, pessoas felizes e realizadas”.

Adultos em fase de descoberta

A realização pessoal na fase adulta é, muitas vezes, encarada como de difícil alcance. Assim, Edivania explica os conceitos da programação neurolinguística, método muito procurado em seu consultório que contribui com o desenvolvimento humano. “A PNL, como é conhecida, faz uma pessoa desenvolver uma habilidade, uma capacidade. Os exemplos de casos que são atendidos por ela são diversos, como a perda de peso. Imagine uma pessoa que já fez várias dietas e sempre volta a engordar. Ela precisa, na verdade, mudar a mentalidade”, comenta. O sistema surgiu na Califórnia (EUA), na década de 1970, e rapidamente ganhou fama em todo o mundo, atendendo pessoas que buscam aperfeiçoar capacidades variadas, como gestão de pessoas, vendas, educação, treinamento, comunicação e, inclusive, a vida pessoal. “Vencer medos, controlar emoções negativas, diminuir o estresse, aprender de forma mais rápida, ter autoconfiança... Tudo passa pela PNL”, explica. Pequenos passos podem transformar situações vistas como complexas e impossíveis. “A programação neurolinguística cria ou resgata recursos que já existem nas pessoas. Pense nas áreas da sua vida que deseja melhorar,

como um relacionamento, um trauma a ser superado, a vida financeira, entre outros. A PNL educa para o melhor uso possível do cérebro e é um modelo eficiente em processos de mudanças breves e objetivas”, esclarece. Tanto na psicopedagogia como na programação neurolinguística, Edivania Gonçalves oferece uma sessão experimental, para avaliação do caso e início do processo que pode transformar sua vida para melhor!

A programação neurolinguística cria ou resgata recursos que já existem nas pessoas

Edivania Gonçalves 24 98801-9676 | 99284-7407 Rua Prefeito Walter Francklin, 13 / 309 Edifício José Vaz - Centro - Três Rios - RJ


BEM-ESTAR MOVIMENTO

5 fases para romper o sedentarismo Para que a atividade física se torne um hábito, precisamos passar por todas, respeitando os limites impostos pelo corpo e pela mente

Juliana Fajardo jufajardo@hotmail.com Formada em educação física, pós-graduada em ginástica e coordenadora do Comitê Olímpico Brasileiro. Foi campeã estadual, brasileira e sul-americana como treinadora de ginástica artística.

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s cuidados que dedicamos ao nosso corpo determinam o quão saudável ele se tornará. Dentro desses cuidados, podemos destacar a prática de exercícios regulares, que traz muitos benefícios para a saúde e deve ser vista como parte importante do nosso cotidiano. Com a rotina corrida, imaginar uma mudança no estilo de vida parece algo impossível. Somos o que desejamos ser, é simples. Mas, precisamos vencer cinco fases até conseguir romper o sedentarismo. Para que a atividade física se torne um hábito, precisamos passar por todas, respeitando os limites impostos pelo corpo e pela mente. Ninguém se torna um atleta do dia para noite, esse é um processo a ser conquistado. Então, vamos às fases a serem vencidas. Na primeira, não pensamos diretamente na mudança, mas nos deparamos com algo ou alguém que anuncia a necessidade dela - um texto, um amigo ou até um médico -, ligando o sinal de alerta. Nesse momento, somos estimulados a repensar nossa rotina, nossas necessidades e uma possível readaptação. Assim, partimos sem muita motivação para a segunda fase, quando começamos a planejar. A atividade física ainda não é um desejo pessoal, é apenas uma obrigação, algo que ponderamos por incentivo

externo e, quando realizamos, temos apenas a sensação de dever cumprido. Na terceira fase, escolhemos o que iremos fazer e é muito importante que essa decisão leve em consideração o nosso histórico de atividades físicas. O nosso corpo carrega a memória de tudo o que já praticamos e, assim, um recomeço pode parecer mais fácil, estimulando a continuidade dessa atividade, o que torna o processo mais prazeroso. Muitos param na terceira fase e isso acontece, na maior parte das vezes, por escolhas erradas ou por excesso. O início de uma nova rotina de exercícios deve estar atrelado ao prazer, inicialmente, ou por seus resultados ou somente pelo ato desafiador de estar conseguindo realizar algo que parecia tão impossível. Depois que encontramos o programa adequado, chegamos à quarta fase e já estamos muito próximos à transformação do corpo e à construção de uma nova rotina. Consciência e disciplina são fundamentais para manter essa transformação pelo resto da vida. Agora já praticamos com constância uma atividade física. Na quinta e última fase, os exercícios se tornam hábito, já estão interiorizados e seus benefícios já podem ser sentidos. Podemos anunciar um novo estilo de vida. Em que fase você está?


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BEM-ESTAR ESPORTE

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POR MAYARA STOEPKE

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Ele acabou de completar 18 anos e já conquistou o terceiro lugar no Campeonato Brasileiro de Triathlon na categoria 18-19 anos e a oportunidade de representar o Brasil no mundial, em Chicago, Estados Unidos. Edson Barros, de Areal, já está pronto para as próximas conquistas com sua determinação, foco e muito treino em uma carreira no esporte que começou quase sem querer. 90

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INÍCIO Após participar do Três Rios Night Run 2013, o jovem não parou de buscar novos desafios

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esde o ano 2000, quando passou a ser conhecido mundialmente nos Jogos Olímpicos de Sidney (Austrália), o triathlon chama a atenção entre os esportes que demandam muito treino e preparação. São três modalidades seguidas, sem interrupção. Iniciar a carreira e, em pouco tempo, representar o Brasil em uma competição mundial da atividade nunca foi algo esperado por Edson Barros, de 18 anos, mas foi exatamente o que aconteceu. O jovem morador de Areal sempre gostou de esportes, mas não imaginava que poderia ter conquistas capazes de transformar a vida de uma hora para outra. Há pouco mais de um ano foi dada a largada para o triathlon e, desde então, se identificou com a modalidade e seguiu correndo, pedalando e nadando em frente. O início foi com corridas, em outubro de 2013, uma forma que encontrou para praticar atividade física. Logo em seguida, participou do evento Três Rios Night Run, quando teve uma surpresa: conquistou o terceiro lugar. Entusiasmado com a primeira prova, não parou. Em janeiro de 2014 conheceu o triahlon e, com vídeos da internet, começou a estudar o esporte e a possibilidade de começar a treinar. A primeira bicicleta foi presente do padrinho, que enxergou o talento e quis investir. Com o treinador, Mauro Pereira, da Bio2 Assessoria Esportiva, tudo ficou mais sério. “Comecei a fazer calendários e ter realmente uma rotina de treinos. Dessa forma, vieram as provas. Conforme fui

CIRCUITO RIO ANTIGO Foco, determinação e várias conquistas estão na recente carreira de Edson

conquistando bons resultados, a motivação fez com que eu buscasse sempre campeonatos de corrida”, explica. Aos poucos, passou a acrescentar a natação em suas competições e, em outubro de 2014, participou pela primeira vez de uma prova de triathlon, no Rio de Janeiro. “No ano passado, trabalhei muito a base do triathlon para, agora, em 2015 me aperfeiçoar mais”, comenta. O treinador, Mauro Pereira, ressalta que, apesar de Edson ser novo no esporte, já se destaca em competições. “Iniciamos

O jovem morador de Areal sempre gostou de esportes, mas não imaginava que eles transformariam sua vida os treinamentos apenas com foco nas corridas de rua, conseguindo grandes resultados como corredor. Migrou para o triathlon e, desde então, passou a ser seu foco principal. Sua rotina inclui treinos específicos indoor e outdoor de natação, ciclismo, corrida, musculação e funcionais”, detalha. O jovem também conquistou importantes parceiros e patrocinadores, que ajudam nas viagens para competições. “O que mais pesa não é a inscrição, mas os gastos com passagens e hotéis”, esclarece Edson, ainda em busca de novos apoios. “Ainda necessito de um aparato para me auxiliar a ter ainda mais quarevistaon.com.br

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REVISTA ON

BEM-ESTAR ESPORTE

CONQUISTAS Em 15 meses, participou de 24 competições e esteve em 18 pódios

lidade no meu trabalho. Não é somente treino, é preciso estrutura”. Como muitos jovens brasileiros que passam por dificuldades no começo da carreira esportiva, principalmente em cidades pequenas, Edson ressalta, ainda, a importância do apoio do poder público. “Quero poder levar o nome da minha cidade para fora, isso também é uma das coisas que me motiva no esporte”, diz. 92

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Conciliar a rotina dos treinos, de terça-feira a domingo, não é uma tarefa fácil, ainda mais com a aprovação no curso superior de educação física. “Agora irá ficar mais apertado ainda, mas, com organização e disciplina, é possível fazer todas as tarefas com qualidade”, afirma. A vida social também não fica de lado, Edson adora se divertir com os amigos, mas garante que não é fã de baladas. “Não deixo de fazer determina-

“Com a assessoria esportiva, comecei a fazer calendários e ter realmente uma rotina de treinos”, Edson Barros das coisas com os meus amigos por causa dos treinos, mas, é claro que não abuso, não saio em plena quarta-feira”, brinca. Seu maior ídolo é Guga, ex-jogador de tênis, esporte que praticou durante três anos. “Ser atleta profissional é um sonho, espero que aconteça. Se conseguir, por meio dos meus estudos na universidade e minha vida no triathlon, transmitir conhecimento e poder mudar histórias de algumas pessoas, será incrível”, sonha. Ele enxerga que muitos jovens possuem talento para o esporte, mas não têm estrutura e oportunidade. “O esporte é tudo para mim, respiro endorfina. De uma forma em geral, a atividade física é fundamental. Se pudesse deixar uma mensagem sobre tudo isso para outros jovens, seria para que não desistam. Quando acreditamos em um sonho, nada é impossível”, finaliza. O apoio familiar é, também, um ponto fundamental. “Meu tio Edu e a minha madrinha, Zilma, são pessoas que me apoiam e acreditam no meu potencial”. A mãe acompanha toda a rotina e fica orgulhosa ao ver o filho participando de campeonatos e se superando. “É muito bom ver realizando o seu sonho. Eu fico aflita”, diz Márcia Cristina. Um dia após completar 18 anos, Edson arrumou as malas e partiu para João Pessoa (PB) para participar do Campeonato Brasileiro de Triathlon. A conquista do terceiro lugar na prova o colocou no Mundial de Triathlon, em Chicago, nos Estados Unidos, onde irá representar o Brasil na categoria 18-19 anos. “Atualmente, estamos focando bastante nos treinos de pedal e natação, pois são os esportes que ele tem menos experiência, já que corrida ele competia. Com a vontade e a dedicação que possui, com a evolução no treinamento e com o apoio necessário, logo estará competindo entre os melhores atletas do Brasil. O foco agora é se preparar ao máximo para o Pan Americano, em julho, e o Mundial de Triathlon, em setembro”, informa o treinador.



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COOL

A REPÚBLICA

música 95 tecnologia 106 moda 110 festas 112 viagem 116 sabores 124

A Nova Era do pagode POR TATILA NASCIMENTO

SUPERVISÃO FREDERICO NOGUEIRA

Mais de duas décadas de história, com muitas músicas, lutas e conquistas. De degrau em degrau, eles constroem a carreira e ganham espaço no cenário musical. O grupo de pagode “Nova Era” foi formado há 22 anos e está cheio de fôlego para apresentar novidades e conquistas mais fãs.

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COOL MÚSICA

“Se parássemos hoje, tenho certeza que todos do grupo parariam como vitoriosos”, afirma Robson Auad

músicas do grupo Sorriso Maroto (“Ainda Gosto de Você” e “Agora”) e uma música do grupo Exaltasamba (“Eu choro”). Já em 2005, ainda com a antiga formação, o grupo fez uma turnê de um ano na Europa. “Fomos convidados por um amigo com o intuito de fazer um trabalho diferente. Lá, as pessoas não curtem muito o pagode como estamos acostumados no Brasil, preferem um ritmo mais quente, com o samba e o axé. As pessoas curtem ver o brasileiro dançar e, por isso, fizemos um trabalho mais diferenciado”, explica o vocalista. Em 2014, o grupo gravou o primeiro álbum com 14 faixas inéditas, que foi produzido por Bira Haway, um dos maiores produtores de pagode da atualidade. “Há um ano, a música ‘Enquanto a dor’, que é de autoria do nosso violonista Gustavo Cunha e que intitula o álbum, está tocando em várias rádios.

Os radialistas nos falam que conseguimos eternizá-la, até hoje as pessoas ligam pedindo. Quando estamos no show e olhamos para o público, vemos pessoas cantando e chorando emocionadas”. A formação atual do grupo é: Robson Auad (voz), Marquinho Nova Era (surdo), Gustavo Cunha (violão), Juninho Hiote (bateria), Marquinhos Du´Ban (cavaco) e Jeferson Mercês “Fuka” (voz e tantan). Robson afirma que o grupo já passou por muitas dificuldades. “No mundo da música, é o que se mais passa. Esse mundo, para nós, querendo ou não é muito ingrato. Até mesmo porque somos do interior, então, a nossa dificuldade sempre vai ser maior do que para as pessoas que estão no Rio de Janeiro ou em São Paulo. A grande visibilidade é na capital. Para sairmos daqui, temos uma dificuldade muito grande e, muitas vezes, quando conseguimos ir, querem pagar valores que A REPÚBLICA

Tudo começou como uma brincadeira”, diz o vocalista do grupo Nova Era, Robson Auad. Ele lembra que, no início, tocavam em festas de amigos e familiares. “Começamos na casa do Marquinho, sempre tocando quando tinha alguma festa. Nós fazíamos aquela brincadeira de tocar pagode para quem estivesse ali naquele momento. Com isso, as pessoas foram gostando e começaram a nos incentivar, até que surgiu a ideia de montar um grupo para tocar na noite”. Marquinho é Marco César Elisário Santos, ou apenas Marquinho Nova Era, que integra o grupo desde o início, quando buscavam inspiração nos grupos Só pra Contrariar, Raça Negra e Grupo Raça. “Tocávamos porque gostávamos e, depois de um tempo, começaram a surgir convites de outros grupos, nós acabávamos estando sempre no meio. Hoje, faz mais de 20 anos que, entre idas e vindas, estamos nessa luta”, conta. Em 2002, um momento marcante: o grupo gravou um CD com quatro faixas inéditas, produzido por Leandro Sapucahy. No mesmo ano, os rapazes participaram do CD “Pagode na Laje”, pela gravadora BMG. Nele, regravaram duas

FORMAÇÃO Robson Auad, Juninho Hiote, Jeferson, Gustavo Cunha, Marquinho e Du’Ban 96

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ARQUIVO PESSOAL

ARQUIVO PESSOAL

XANDE DE PILARES Os músicos já dividiram o palco com o artista

SHOWS O grupo faz apresentações com frequência na região

não suprem nem a condução”, enfatiza. No caminho, também encontraram pessoas que tentaram desanimar o grupo, mas eles superaram. “Por mais difícil que as coisas sejam, olha quantas coisas

já conseguimos com nossas próprias pernas. O grupo gravou um CD com um dos maiores produtores do mundo do samba, já gravamos com Leandro Sapucahy, que é um grande produtor, e também grava-

mos pela gravadora BMG. Conseguimos isso sem investimento nenhum, somente com nosso talento e nosso esforço. Se parássemos aqui, tenho certeza que todo mundo do grupo pararia se achando vito-

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A REPÚBLICA

COOL MÚSICA

rioso”, diz Robson. Marquinho conta que, quando decidiram investir em um projeto maior, há cerca de três anos, percebeu que a quantidade de dinheiro que precisariam era alta, chegando a pensar que não fossem conseguir, pois não faziam shows o suficiente para pagar o que era necessário. “Mas, mesmo assim, nos unimos e fortalecemos a ideia de gravar o CD, que, inicialmente, seria com três músicas, mas acabou tendo 14. Eu me vejo como um vencedor nessa história. Muitas pessoas ajudaram e incentivaram durante esse processo. Já participamos de muitas aberturas de shows em Três Rios, criamos uma história, lutamos por isso. Não adianta colocar um grupo para tocar e ele não fazer por onde e não agradar o público, então, mostramos que temos talento. Uma das nossas vitórias foi tocar no último réveillon, assim como no carnaval. Quem diria que um grupo da cidade estaria fazendo a virada do ano?!”. 98

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“Eu me vejo como um vencedor nessa história”, Tocar no réveillon de Três Rios, aliás, era um antigo sonho. “Quantas vezes já fomos para a Beira Rio e ficamos embaixo de um trio elétrico vendo grupos, tão bons quanto ou inferiores a nós, tocando e nós ali olhando? Com o tempo, percebemos que aquilo que sempre buscamos estava começando a acontecer. Também tivemos a oportunidade de tocar na exposição da cidade, nos apresentamos no palco principal abrindo o show do grupo Sambô, o que foi mais uma realização. Se eu parar para pensar na história do grupo, não consigo nem mensurar. Já fizemos tantas coisas e queremos buscar mais. Temos muitos projetos para 2015 que, se Deus quiser, vamos conseguir realizar. E, assim, vamos tentando fazer da melhor maneira possível o trabalho”, diz emocionado.

Marquinho Nova Era

Para Robson, o grupo vive o melhor momento da carreira. “Posso dizer que, o que estamos vivendo com a música ‘Enquanto a dor’, é uma coisa que nunca vivemos, mas que sempre sonhamos. Graças a Deus, chegamos ao nosso momento. É prazeroso demais colher frutos de um trabalho que se dedica há anos. Tocar para três, quatro mil pessoas, colocar o público para cantar e ele corresponder é maravilhoso”. Entre os planos para 2015, o grupo ainda destaca a realização de uma grande festa de lançamento oficial do CD. “Temos três músicas tocando nas rádios e, em breve, vamos entrar com mais uma. Queremos fazer o lançamento oficial do nosso CD, com um grande evento em Três Rios”, finaliza.


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PUBLIEDITORIAL

Eles já falam inglês! FOTO DIVULGAÇÃO

O método é desenvolvido exclusivamente para eles e os resultados são incríveis, a curto e longo prazo. Começar a aprender o segundo idioma ainda na infância já faz parte da rotina de muitas crianças. Ao pensar na educação do filho, a inclusão de um curso de inglês passa a ser fundamental.

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omo idioma universal, o inglês tornou-se parte do cotidiano de jovens e adultos. Na rotina dos pequenos, o cenário não seria diferente. O idioma está presente de diversas formas, seja em músicas que ouvem, desenhos e programas que assistem na televisão ou nos jogos eletrônicos. Mães e pais têm receio em matricular os filhos em cursos de inglês muito cedo por temerem que o novo idioma atrapalhe o desenvolvimento da língua portuguesa. Porém, segundo Deise Lima, diretora da Wizard Três Rios, a criança pode aprender a nova língua. “Foi comprovado cientificamente que o aluno pode aprender vários idiomas ao mesmo tempo, isso não o prejudica no aprendizado do nativo. Na hora certa, o cérebro faz a diferenciação e ele passa a escolher a língua que fala em cada ocasião”, explica. Para ela, o método utilizado é fundamental para o bom aproveitamento do curso. “Até os dois ou três anos, a criança aprende um idioma, como o português, por exemplo, pelo método natural de aprendizado. O aluno de inglês da Wizard aprende da mesma forma, por

A infância é a melhor época para conhecer e aprender uma nova língua imitação, erros e acertos”, revela. A infância é a melhor época para conhecer e aprender uma nova língua. Crianças possuem mais facilidade de compreensão, o que ajuda no desenvolvimento em sala de aula, com os professores e colegas, e, também, em casa, com pais e irmãos. Nesse período, sem cobranças, elas demonstram interesse em experimentar tudo o que é novo e, consequentemente, aumentam as suas capacidades cognitivas, o que colabora, também, com o aprendizado de outras disciplinas. Como uma criança não pode decidir o futuro, cabe aos pais entenderem esta necessidade. A escolha do curso de idiomas tem tanta importância quanto o curso de educação infantil nas instituições de ensino básico, ambos contribuem com o desenvolvimento dela na

vida acadêmica e profissional. A decisão de matricular um filho no curso pode mostrá-lo uma realidade diferente, preparando-o, de forma saudável, para os desafios que surgirão no futuro, tanto nos negócios quanto no lazer. Na Wizard, aos dois anos e meio, a criança começa a aprender o segundo idioma, com metodologia apropriada e material didático preparado especialmente para a idade, com muita interatividade, conversação e imagens, base essencial que ela precisa para o aprendizado que prioriza o desenvolvimento pessoal rumo ao sucesso.

24 2252-0887 | 98120-0000 Rua Duque de Caxias, 408 Centro - Três Rios


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COOL MÚSICA

ECOS DOS TRIBUTOS Os impostos corroem, comem e furtam os nossos talentos musicais Márcio Simões marciosassis@gmail.com Graduado em administração com habilitação em marketing, cursou até o oitavo período de Letras na ULBRA para tentar melhorar o português.

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música brasileira é reconhecida em outros países. Embala os corações pelo mundo, mas, aqui dentro, as músicas eletrônicas e funks são as que embalam as festas. Será que estamos sem talentos musicais na MPB? Que nada! Tem muitos músicos se apresentando e divulgando a nossa boa música. Agora, como adquirir um instrumento musical no Brasil que custa o dobro do preço de outros mercados? Um custo alto com relação ao que o americano e o europeu pagam, por exemplo. Uma covardia que nós, brasileiros, tenhamos que pagar o dobro por um instrumento musical que vai proporcionar crescimento moral, intelectual e cultural. Um exemplo: encomendei um violoncelo 4/4 dominante para um cliente. Este produto é importado, pois as indústrias de instrumentos musicais sucumbiram no nosso país devido à política de desindustrialização em vigor. Muitos vão dizer “e a Giannini e a Di Giorgio que são brasileiras?”. Boa parte de suas

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produções vêm da China. O custo deste produto chega pela metade aqui no Brasil. 100% é o percentual de impostos de importação. Após isto, ao faturarmos, ainda temos um monstro criado para sustentar ainda mais o governo, que ninguém percebe que paga em todos os produtos. ST, uma sopa de letras. Podiam ser, no Brasil, Ipod, Ipad, Iphone, mas nós temos IPTU, IPVA, IPI, ICM... e coloca I! São 75 impostos, coitados de nós. Quem pediu para nascer em um país rico? A ST, o nome feio, é Substituição Tributária - ICMS, que, neste produto é 32% do valor de venda para as lojas, como você pode observar na imagem. Este imposto simplesmente começou a ser cobrado no segmento musical em 2011 e, desde então, vem arrebentando a indústria e o comércio do Brasil, em todos os segmentos, pois já foi para todos os produtos comercializados em nosso país. Tem mais ainda para acrescer neste violoncelo o seu custo Brasil. Continuaremos esta matemática terrorista na próxima edição porque já me estressei.



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PUBLIEDITORIAL

O verdadeiro

sabor da pizza Pizza Doc apresenta novos conceitos em atendimento e degustação, oferecendo uma viagem de sabores, que vão de São Paulo à Itália.


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Os sabores foram preparados por um dos dez melhores pizzaiolos do país

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om o intuito de inovar no ramo de pizzaria em Três Rios, Alex e Marcela souberam escolher cada detalhe para a criação de uma boa massa redonda. Vindo de Petrópolis, ele engenheiro e ela farmacêutica, o casal acreditou no potencial trirriense e investiu em um diferente conceito de pizzarias em shoppings, com produtos de alta qualidade para uma apreciável degustação. Proporcionar ampla qualidade sem cobrar mais caro por isso sempre foi prioridade para ambos, que buscaram inspirações no país e no mundo. Mesclar o sucesso das pizzarias de São Paulo com a tradição italiana foi essencial para a composição dos sabores, que refletem o bom gosto e a qualidade dessas regiões, e desenvolver novas receitas, com o toque de originalidade necessário e responsável pelo sucesso da Pizza Doc. Excelência no atendimento e ambiente descontraído transformaram a Pizza Doc em um espaço ideal para reunir amigos e familiares. “Trabalhamos com um novo conceito de atendimento em shoppings, e não com o tradicional, em que você chega ao balcão, escolhe a pizza, paga e pega a senha. Priorizamos atender os clientes na mesa”, enfatiza. Pizzas doces e salgadas, em quatro tamanhos, e uma exclusividade: a borda de requeijão Catupiry ou muçarela, com calabresa, presunto ou frango. O cardápio foi desenvolvido para atender variados gostos e, entre os sabores, estão alguns elaborados pelo casal e o chef Antonio Lo Presti, um dos mais famosos do país, como Dois Queijos Doc, Frango Doc, Calabresa Doc, Pepperoni Doc e uma novidade, a Dom Antonino, feita com camarão. “Temos um chef que está entre os 10 melhores do país. É ele quem faz toda a nossa parte de cozinha e treina a equipe”, revela. Uma pizza rotulada como D.O.C, di origine controllata, que significa denominação de origem controlada, em por-

tuguês, é a garantia de sua alta qualidade. E, por ser fácil de ser memorizada, foi escolhida como nome da pizzaria. A Pizza Doc vende qualidade ao cliente, colocando os melhores produtos nas pizzas. O molho, de baixa acidez, é feito com tomates italianos e a muçarela é maturada. São alguns ingredientes importados, como a farinha, da Itália, que ajudam a formar um bom produto. “Todos os ingredientes são de primeira linha. Respeitamos todo o tempo de fermentação da massa para torná-la mais leve, mais digestiva”, explica. Para aproveitar os sabores, não é necessário sair de casa, já que a Pizza Doc entrega em domicílio. “Queremos atingir o raio de até 5 km, pois nos preocupamos com a qualidade. Pizza se come quente, assim que sai do forno”, comenta ele que, em breve, transformará o sucesso da marca em franquia. “A Pizza Doc traz a inovação para o ramo de pizzas na cidade e queremos expandir um modelo que deu certo”, finaliza.

Delivery 2252-4225 facebook.com/pizzadoc Horário de Funcionamento Domingo a quinta-feira - 17h às 23h Sexta e sabádo - 17h às 00h Rua Barão do Rio Branco, 303 Shopping Américo Silva - 2º piso Centro - Três Rios - RJ


COOL TECNOLOGIA

#selfie

POR DIEGO PATRICK

SUPERVISÃO FREDERICO NOGUEIRA

FOTOS ARQUIVO PESSOAL

Dos momentos felizes aos tristes; do barzinho com os amigos aos funerais de pessoas públicas. O fenômeno selfie parece não ter limites e tornou-se prática constante em todas as situações. Nunca foi tão fácil ter “uma câmera na mão e uma ideia na cabeça” como agora e compartilhar a vida por fotografias, o que ainda pode ser encarado como uma nova forma de fazer história.

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ocê já deve ter ouvido alguém falar em “selfie”, o termo que surgiu a partir de “self-portrait” e significa autorretrato. Geralmente registradas por um smartphone e logo publicadas em redes sociais, são feitas no jardim de casa, na praia, na faculdade, no shopping ou até mesmo antes de sair para a balada. Na academia, por exemplo, a prática é bastante comum, com jovens em frente ao es106 Revista On Abril & Maio

pelho para fotografar o corpo e exibir os resultados dos treinos. Durante a cerimônia do Oscar 2014, a apresentadora estadunidense Ellen DeGeneres registrou o momento ao lado de importantes estrelas do cinema e teve a imagem compartilhada por milhares de internautas. Algo bastante inusitado, não? Mas a prática não se restringe aos momentos comemorativos. No Brasil, uma mulher presente no velório do candidato à presidência

Eduardo Campos causou indignação ao fazer uma selfie perto do caixão do ex-governador pernambucano e dividiu opiniões na rede. Por que esse fenômeno ganha cada vez mais adeptos ao redor do mundo e surge nas mais distintas situações? Para a psicóloga Manuela Caldas, muitas pessoas se satisfazem dessa forma. “Existem indivíduos que têm a necessidade de mostrar que estão em algum lugar, desde que a paisagem


REVISTA ON

não ganhe mais importância. Esse ato, caso seja constante, pode diminuir o senso, o que o torna nocivo aos seus praticantes”, afirma. Muitos também querem ficar bem na foto e, para isso, buscam sempre o melhor ângulo. O objetivo, na maioria dos casos, é chamar a atenção de outros usuários para conseguir comentários e curtidas nas redes sociais. Tal conduta é considerada sinal de carência por alguns profissionais, que garantem favorecer o exibicionismo e contribuir para o desenvolvimento do narcisismo. “O narcisismo se transforma em patologia, ou seja, passa do estado normal para o doentio, quando entra em conflito com as ideias culturais e éticas, e isso pode ser prejudicial ao indivíduo”, explica a psicóloga. Um estudo publicado pela Universidade de Ohio, nos EUA, comprovou que homens que tiram muitas selfies podem ser narcisistas. De acordo com Manuela,

MANUELA CALDAS A profissional alerta que as fotos devem ser feitas moderadamente

BEATRIZ BOGOSSIAN A estudante faz selfies em eventos públicos para divulgar seu interesse por política

isso revela o crescente egocentrismo nos praticantes de autorretrato. “O narcisismo, quando se une à superficialidade, ao distanciamento e a outros aspectos das relações virtuais, contribui na formação de pessoas cada vez mais individualistas e egoístas”, salienta. Em média, 1 milhão de selfies são tiradas diariamente em todo o mundo e o termo foi eleito como a palavra do ano de 2013 pelo Oxford English Dic-

tionary, com milhões de menções nas redes sociais, o que faz da prática uma verdadeira mania. Beatriz Bogossian, de 17 anos, é um exemplo de jovem que não abandona o celular e é apaixonada por selfies. A estudante de pré-vestibular usa as fotos, inclusive, com um objetivo diferente da maioria. “Além de compartilhar com os meus amigos os momentos especiais da minha vida,

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COOL TECNOLOGIA

PAISAGENS Tirar fotos na praia é uma das atividades preferidas de Alexandre

eu uso as selfies como início de campanha do meu nome político, mostrando interesse e marcando presença em eventos públicos, já que esse meio

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de comunicação atual é a maior ferramenta de mobilização social”. Para ela, é importante retratar a vida de forma verdadeira nas redes sociais.

“Eu tento mostrar a minha vida real através da internet. Meu perfil no Instagram, por exemplo, mostra o que eu consigo registrar dela”, garante. Já para a estudante de publicidade Júlia Máris, de 19 anos, as selfies são indispensáveis no cotidiano com os amigos e família. “Adoro tirar fotos e usá-las para relembrar os dias importantes que vivi. Uma festa de aniversário, uma despedida, uma formatura, uma viagem... Acho que as selfies deixam esses acontecimentos mais íntimos”. Júlia comenta que, na internet, só vale expressar a felicidade, pois nem todos são amigos de verdade. “Na vida real ficamos tristes, choramos, brigamos, e não passamos isso para uma foto. Não levamos em conta que muitos ali, de fato, não estão presentes em nossa vida. Ninguém tira uma foto mal porque não quer mostrar a fraqueza. No mundo virtual somos todos felizes”, brinca. De acordo com Manuela, os vínculos


FAMÍLIA Amanda gosta de selfies com o marido, Marlon, e a filha, Maria Clara

JÚLIA MÁRIS A estudante costuma se fotografar antes de sair de casa

virtuais são muito incertos. “Ao participar das redes sociais, acreditamos ter muitos amigos por perto, sermos populares, estarmos ligados a todos os acontecimentos e participando efetivamente de tudo. Isso é uma verdade, mas também uma ilusão, porque essas conexões são superficiais e instáveis. Os contatos se formam e se desfazem com imensa rapidez; os vínculos estabelecidos são voláteis e atrelados a interesses momentâneos”, revela. A fisioterapeuta Amanda Lavinas, 27, conta que se distrai ao fazer as selfies ao lado da filha e do marido. “Gosto de compartilhar os momentos felizes. Minha filha adora se ver na própria foto, ela dá vários sorrisos lindos e altas gargalhadas, eu me divirto muito com isso”, diz. O estudante de geologia Alexandre

Nobre, de 18 anos, faz autorretratos há muito tempo. “Acho que as selfies nos ajudam quando estamos sozinhos ou não queremos incomodar alguém, e eu ainda posso fazê-las do meu jeito”. Ele conta que busca inspirar outras pessoas a se aventurarem. “Gosto de registrar as paisagens e a interação do ser humano com elas. Desde pequeno sou fã da natureza, então a vejo como inspiração para mim e outras pessoas”. Para o universitário, um bom aparelho favorece as fotografias. “Sempre utilizo a minha GoPro por ter um ângulo bacana e deixar a foto com um aspecto diferente”, revela. A popularização da fotografia também afeta os profissionais da área. A fotógrafa Carla Zainotti analisa a situação. “Fico encantada com a maneira como expomos a nossa rotina, o nosso trabalho, divulgando em tempo real o que estamos vivendo. Usando celulares e smartphones, com uma tecnologia assustadora, com imagens de alta resolução e, com isso, o número de pessoas que se dizem fotógrafas aumenta cada vez mais”, relata. Para a profissional, no entanto, é preciso ter bom senso na hora de registrar os momentos especiais. “Acho que algumas pessoas usam as selfies para se exporem demais nas redes sociais. Ela permite que você mostre os seus sentimentos sem artifícios, sem uso de filtros que distorcem os fatos. Por isso, temos que tomar cuidado com as consequências. Vivemos em uma sociedade em que você vale a partir do momento em que se torna visível”, finaliza. revistaon.com.br

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COOL MODA

Marsala, a cor de 2015 FOTO DIVULGAÇÃO PANTONE

Tom mistura marrom e vermelho. Segundo a Pantone, ele promete tingir a moda e a beleza

Fernanda Eloy fernanda.eloy@hotmail.com.br Designer de moda e proprietária da marca Fernanda Eloy e do blog de moda www.sushidechocolate.com

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té o ano passado, Marsala era o nome de uma cidade na Sicília e de um vinho produzido na região. A partir de 2015, ganhou outra finalidade: identificar a cor que, segundo a Pantone, é o tom do ano. Desde os anos 90, a Pantone seleciona a “cor do ano”. Em 2014, falamos do verde esmeralda, lembra? Já para 2015, a aposta é a marsala, um vinho puxado para o marrom, que possui um tom mais sóbrio e fechado, bem diferente dos outros anos, em que a proposta era ter cores mais vivas e alegres. Particularmente, adoro essa cor. Já vinha usando no batom e no esmalte desde estações passadas. É um vinho chique, clássico, sensual e agrega charme a qualquer look, saindo do óbvio pretinho básico. Vale apostar em looks monocromáticos, você pode se vestir com look todo da cor ou misturá-lo com o preto, marrom ou tons mais claros, como branco. Nos dias quen-

tes, podemos usar a cor em looks pontuais. Para quem não é tão fã da cor, mas, ainda assim, quer aderir à tendência, a sugestão é apostar nos acessórios para dar destaque. Bolsas, sapatos e uma terceira peça, como jaqueta, criam um bom contraste no visual. Na maquiagem, você não pode carregar no olho e na boca ao mesmo tempo. Se quiser fazer um bocão, deixe os olhos mais suaves e vice-versa. A cor não vai ficar restrita à moda, ela promete invadir os mais variados segmentos também do design e da decoração. Por ser uma cor mais fechada, a marsala pode deixar o ambiente pesado e escuro, logo, a dica é usar a cor como um elemento de destaque ou combinar com suas “cores irmãs”, que vão do azul vibrante aos tons de dourado. Opções de peças em marsala não devem faltar nas prateleiras das lojas. Aposte em toda essa família de tons de vinho, essa moda vai pegar!


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COOL FESTAS

O dia de

Gabriella POR DIEGO PATRICK SUPERVISテグ FREDERICO NOGUEIRA FOTOS FIOBRANCO FILMES

Muitas meninas aguardam ansiosamente a chegada dos 15 anos. No caso de Gabriella Dias isso nテ」o foi diferente. Para a jovem, a data marcou a chegada de uma nova fase, com novos desafios e, ainda, muitos sonhos a serem realizados.

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ascida no dia 22 de março de 2000, Gabriella Grossi de Lima Dias é uma menina cheia de sonhos e repleta de habilidades. Leitora assídua, fã de séries de TV e apaixonada por ciências exatas, Gabi não pensava em outra coisa nos últimos meses a não ser a festa de 15 anos. “Eu não queria festa, mas decidi fazer em novembro, quando fui ao aniversário de uma amiga e gostei do que vi”. Para a estudante do 1º ano do ensino médio, a comemoração devia ser divertida e não seguir alguns padrões clássicos. “Eu nunca quis algo tradicional, com valsa, pares românticos e troca de sapatos, pois gosto de inovar”, revela. Gabriella tem uma agenda cheia de atividades e se prepara para cursar engenharia mecânica, pois adora números e cálculos. Como boa leitora, ela também gosta de escrever. “Tenho um blog em que escrevo textos e muitas pessoas leem”. Para ela, as redes sociais também

PREPARAÇÃO A debutante teve cuidado com cada detalhe antes do grande dia

são importantes para o contato com amigos e familiares. “Eu não gosto de dizer o que estou fazendo ou onde estou, porque é muito chato esse negócio de status. Gosto muito de postar e compartilhar ví-

deos de assuntos pelos quais sou apaixonada, como robôs, tecnologia e animais. Não sou de publicar fotos pessoais, mas quando faço, elas têm que ser ao lado dos meus amigos”, comenta.


EXPECTATIVA Gabriella aproveitou cada momento que foi planejado para a festa ser inesquecível

Ao contar para a mãe sobre a vontade de comemorar em grande estilo o 15º aniversário, Gabi se surpreendeu. “Ela achou que estava muito tarde e eu achei que não teria festa”, brinca. Para a mãe, Denise Grossi de Lima, tudo precisa ser planejado com antecedência. “Até certo tempo ela não queria, logo, foi uma grande surpresa para mim. Por isso, achei que não daria tempo e não pude garantir a ela até conseguir acertar com o Casarão, que também cuidou do buffef e decoração”. Porém, o espaço de festas em Três Rios escolhido pela empresária não disponibilizava a data desejada. “Entrei em contato com a Tatiana Malta, responsável pelo local, e a mesma me informou que não havia vaga para o dia 21, que era a véspera do aniversário da Gabriella”. A solução, portanto, foi buscar o período mais próximo. “O dia 28 estava livre e, por ser uma semana depois, decidi fazer”, diz. A jovem esperava uma festa temática que transmitisse sua personalidade. “Eu queria algo que tivesse relação com livros, pois gosto muito de ler e assistir seriados”. Para a escolha do tema, Gabi buscou dicas na internet. “Pesquisei muito e comecei a pensar em tudo, na decoração, nos enfeites... Mas acabei desistindo por achar que não daria certo”. A decisão chegou muito depois de começar a estudar

“Eu nunca quis algo tradicional, com valsa, pares românticos e troca de sapatos, pois gosto de inovar”, Gabriella Dias os assuntos. “Escolhi o tema ‘Keep Calm’ com diversas frases porque era bem animado e atual”, explica. A festa, que teve os seus mais belos momentos registrados em vídeo pela equipe da Fiobranco Filmes e em fotos pelas lentes de Fernanda Nunes, apresentou uma atração diferente para os convidados: os passos ensaiados pela estudante, que faz jazz há oito anos e não podia deixar esse detalhe ficar fora da comemoração. “Eu e minhas amigas tínhamos os passos da música ‘Na Batida’, da Anitta, e resolvemos apresentá-los no meu aniversário para abrir a pista. Ficou muito legal!”. O DJ Bad Boy divertiu os convidados, mas a tradição musical acabou fazendo parte da festa. “Resolvi dançar a valsa com o meu avô e tios, era uma coisa muito especial”, conta. Para Denise, as festas de 15 anos estão caindo novamente no gosto das adolescentes. “Por muito tempo, as meninas optaram por viagens, afinal,


COOL FESTAS

VALSA Gabriella fez a tradicional dança com o avô

EMOÇÃO A aniverssariante do lado da mãe, Denise

ALEGRIA Amigos e famíliares curtiram bons momentos com Gabriella

tínhamos poucas oportunidades de viajar, mas, hoje, temos mais facilidade”. Ela conta que precisou da ajuda de uma profissional para organizar o aniversário da filha. “Mesmo não sendo uma festa tão formal, o auxílio da cerimonialista Patrícia Bastos foi essencial, porque, como eu trabalho, fica mais complicado”. Um vestido alugado não era o desejo de Gabi, que sonhava com um confeccionado especialmente para a

data. “Em hipótese alguma eu queria um vestido alugado. Então, fomos correndo para fazê-lo”. Ela conta que o tecido em tom verde-água foi transformado em uma obra de arte pelo estilista Eraldo Silva. “É aquele famoso ‘três em um’, podendo ser longo ou curto. Neste caso, usei o tom verde água com fundo e renda prateados e tule branco por cima”. Maquiada por Fabiana Silva, da Estética Ester, a aniversariante não

dispensou a tradicional tiara, que fez questão de usar durante a comemoração. “Comprei uma tiara e tinha que ter brilho, sapato cheio de purpurina e cabelo com pontinhos de luz, porque gosto de chamar a atenção”, afirma. Para ela, era importante representar a transição que ocorre em sua vida. “Eu quis fazer a passagem de criança para moça, saindo do vestido comprido para o mais ousado. Foi tudo maravilhoso!”, finaliza.


COOL CHECK-IN

BANGKOK

POR BERNARDO VERGARA

FOTOS ARQUIVO PESSOAL

País Tailândia Área 1568 km² População 9,1 milhões de habitantes Clima Tropical seco e úmido Moeda Bath Tailândes Idiomas Tailandês e Inglês Religião predominante Budismo

A CAPITAL MULTIFACETÁRIA E INTENSA DO SUDESTE ASIÁTICO Uma das cidades mais dinâmicas, efervescentes e intensas que já estive. Assim posso definir a capital tailandesa, principal porta de entrada do sudeste asiático e uma das cidades mais visitadas do mundo nos últimos anos que tem faces completamente contrastantes.

EXPLORANDO O MERCADO FLUTUANTE LOCAL

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E

la vem se tornando cada vez mais falada e explorada por viajantes de todo o mundo e se tornou um dos destinos mais visitados nos últimos anos. Sim, tão visitada quanto cidades como Paris e Londres. Acredite se quiser, mas a soma de fatores atrativos aos turistas vem destacando a capital tailandesa como um destino multifacetário e que gera curiosidade aos mais diferentes povos. Essa soma tão atrativa é composta por riqueza cultural, religiosa, alimentícia e espiritual. Some a isso tudo um custo de exploração bem em conta, considerando o baixo valor da moeda local frente às moedas mais fortes, como o dólar ou o euro. Como não ter curiosidade pela religião budista, pelos milhares de templos espalhados pela cidade, pela saborosíssima culinária local, pelos artesanatos peculiares e bem trabalhados, pela agitada rotina da cidade e, ainda, pela curiosa e distinta cultura local? Ah, não poderia deixar de me lembrar da inesquecível massagem tailandesa, que quase todas as noites me relaxava após um dia de caminhadas intermináveis. Tente imaginar uma cidade com duas faces completamente distintas. Uma parte mais antiga, recheada por palácios e templos do século 18, e outra parte moderna, com áreas comerciais estruturadas e um punhado de arranha-céus grandiosos. Esse é o contraste que representa bem Bangkok. Não preciso nem dizer que a parte mais antiga da cidade foi a que mais

“Sedento por contato com locais e aos hábitos da terra, me encontrei completamente na parte antiga e histórica da cidade” me encantou, né?! Sedento por contato com locais, acesso aos hábitos da terra e vivência de rotina do lugar, me encontrei completamente na parte antiga e histórica da cidade. Em companhia do meu fiel companheiro de viagens Rodrigo Zaquieu, cortávamos a cidade de ponta a ponta, com um pequeno mapa na mão e caminhadas que, por muitas vezes, eram sem rumo e direção. Isso sem contar os dias que nos arriscávamos dentro de tuk-tuks[01] e acabávamos não chegando a lugar nenhum, após ser enrolados pelos habilidosos e malandros condutores. Já nos primeiros dias de viagem notamos que o número de atrações da cidade eram tão grandes que, em toda esquina que virávamos, éramos surpreendidos com algo grandioso e diferente para nossos parâmetros de convívio. Considerando que ali estávamos tendo o primeiro contato com uma cidade do sudeste da Ásia, é fácil compreender quão boquiabertos ficávamos dia após dia. Não consigo ter noção exata de quantos templos adentramos, um mais lindo e revistaon.com.br

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COOL CHECK-IN

energeticamente mais forte do que o outro, mas lembro bem que um deles me chamou bastante atenção pelo que guardava em se interior. Era o templo de Wat Pho, que tinha em seu interior um gigantesco buda deitado de aproximadamente 43 metros, além de abrigar uma das escolas de massagem tailandesa pioneiras no país. E o que falar de nossas caras ao ter acesso ao palácio Grand Palace[02] e ver de perto a antiga residência do rei tailandês, entre outros importantes templos do país que se localizam no mesmo espaço. Da experiência de navegar de barco pelos mercados flutuantes ou, ainda, de andar no lombo de um elefante. Como não lembrar daquela confusão de pessoas de todas as partes do mundo travando diálogos em línguas distintas, daquele trânsito caótico e barulhento recheado de tuk-tuks, dos vendedores de comida e artesanato tentando vender tudo o que possuíam e, ainda, da agitada e alegre rotina da área da Khao San Road, onde estávamos hospedados. Não

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“Ah, não poderia deixar de lembrar da inesquecível massagem tailandesa, que quase todas as noites me relaxava após um dia de caminhadas intermináveis” há como não lembrar e não ter vontade de voltar àquele lugar. O dinamismo, a intensidade e a vivacidade de Bangkok chamaram muito a atenção e fizeram entender o fato da cidade estar tão em evidência. Afinal, não há viajante que não aprecie uma viagem com tantos ganhos e tanta intensidade de

vivência, digo isso por mim, mochileiro de ofício e amante das partes intensas da vida. Com a mesma intensidade que Bangkok me recebeu, sugiro aos leitores da Revista On uma passagem de corpo e alma por essa capital incrível e vibrante do sudeste asiático. Até um próximo encontro em um novo destino!

QUANDO IR Entre os meses de novembro e fevereiro, quando o clima é mais fresco, seco e com baixa umidade.

de rua que têm verdadeiros banquetes de comida local/asiática. Não deixe de provar o típico prato Pad Thay, um macarrão de arroz coberto por um molho exótico e saboroso.

COMO CHEGAR Voando pela companhia Airfrance (airfrance.com) do Rio de Janeiro a Bangkok, com uma escala na cidade de Paris, na França, a partir de R$ 4.300. ONDE FICAR Sugiro se hospedar na região da Rua Khaosan Road, que está próxima de algumas das principais atrações da capital. Concentra boa estrutura de alimentação e entretenimento, além de ser o ponto de partida para uma grande parte de passeios/excursões pela cidade. Minha sugestão de acomodação é o hotel Dang Derm (khaosanby.com), situado na Rua Khaosan Road, número 1, com diárias na faixa de R$ 200. ONDE COMER Sugiro o restaurante e bar Amorosa (36-38 Soi Pratu Nok Young, quarto piso do Hotel Arun, Bangkok), que está na margem oposta ao magnífico templo Wat Arun e, nos finais de tarde, proporciona aos visitantes a visão do templo todo iluminado, além de um pôr do sol magnífico. O restaurante serve cozinha internacional variada e tem em seus drinks uma das atrações da casa. Sugiro, ainda, as feiras e mercados

O QUE FAZER Conhecer os diversos e exuberantes templos que a cidade abriga, entre eles destaco Wat Phra Kaew e Wat-Pho. Visitar o palácio Grand Palace, antiga residência oficial do rei da Tailândia. Dar uma volta pela cidade nos típicos e barulhentos Tuk Tuks. Explorar as regiões de China Town e Kao San Road a fim de se aproximar da cultura local. Fazer uma massagem tailandesa e, por fim, passar um dia inteiro no grandioso mercado de rua Chatuchak, um dos maiores mercados de toda a Tailândia. ANTES DE VIAJAR Turistas brasileiros não necessitam de visto tailandês para estadas de até 90 dias como turista. Exige-se passaporte brasileiro com vigência mínima de seis meses e certificado internacional de vacina contra a febre amarela. QUEM LEVA A empresa betrip solução em viagens. Para mais informações sobre roteiros, datas e valores, entre em contato pelos telefones (24) 2220-2494 e (24) 98829-2645.

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COOL DIÁRIO DE BORDO

EUA CAPITAL WASHINGTON ÁREA 9.857.306 KM² POPULAÇÃO 314,6 MILHÕES

ONDE FICAR

Hotel Rosen Inn at Pointe (Orlando Flórida), local de fácil acesso a todos os pontos da cidade. Está na principal rua de Orlando, apenas 20 minutos de carro da Disney. Uma informação a ser levada em conta: tem wi fi grátis! ONDE COMER

Essa parte foi “osso”! Só existe fast food, disso não há dúvidas. Porém, encontramos um restaurante que te busca em casa e tem comidas brasileiras (churrasco, arroz e feijão, farofa, etc.) chamado Camila’s. Foi nossa salvação! DICAS

Visite todas as atrações da Disney, como o Castelo da Cinderella (Magic Kingdown) e a Bola de Golfe (Epcot). Assista as atrações que acontecem nos finais dos dias, elas são mágicas. Para os amantes do rock, a visita ao “Hard Rock” é obrigatória. Ainda tem a roda gigante que está sendo inaugurada, a maior lanchonete de Burger King do mundo, a casa de cabeça para baixo... Para os adultos, os parques da Universal são os lugares ideais, as montanhas-russas da ilha da aventura são inesquecíveis e vale a pena conferir os ótimos preços das outlets como Premiun Outlet Vinewood e Florida Mall, lugares que fazem você gastar uns dólares.

CINDERELLA CASTLE MAGIC KINGDOWN

Ruan Silva na Disney

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o dia 06 de dezembro de 2014 consegui realizar um sonho de criança. Fui premiado pela minha empresa, JR Contabilidade, com uma viagem para a Disney, em Orlando, com todas as despesas pagas e com direito a um acompanhante. Foi uma alegria imensurável ser ganhador da promoção “JR te leva para Disney”, pois o processo não é bem um sorteio, mas o reconhecimento, mérito. O concurso consiste em, primeiramente, ser um bom profissional, ou seja, fazer uso de crachá de identificação, usar o uniforme adequadamente, não chegar atrasado, ter bom relarevistaon.com.br

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COOL DIÁRIO DE BORDO

DISNEY HOLLYWOOD STUDIOS

cionamento com clientes e funcionários, participar de treinamento, etc.. Caso possua a pontuação necessária, o candidato participa de uma votação entre todos os colaboradores e eu fui agraciado por meus colegas. A partir daquele momento, começaram os preparativos para a viagem, a organização das malas e a retirada dos documentos. Com esse processo, foram dois meses. No dia 23 de fevereiro, o dia tão esperado chegou. E, nesse dia, aconteceu o fato

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EPCOT MINNIE

que mais me marcou: o meu diretor, Fabiano Castro, foi o meu motorista, com direito a “cap” e tudo! No dia 24, enfim, eu e meu irmão chegamos aos Estados Unidos da América. Logo de cara foi impressionante conhecer a cultura de outro país, a diversidade de carros, a educação dos habitantes, a limpeza das ruas... Tudo é muito impressionante! O que falar dos parques? Aquilo sim que é adrenalina! Coisa de doido! Sei que não terei algo parecido com aquilo.


UNIVERSAL STUDIOS ILHA DA AVENTURA

Outra coisa que pude notar é a organização por conta dos funcionários do complexo Disney. Tudo funciona, tudo é mágico. Creio que foi por isso que os diretores da minha empresa criaram essa promoção e, com certeza, levei esse conhecimento para o meu trabalho: Ser reconhecido pela excelência nos serviços prestados. Então, ficam as dicas para quando você for até Orlando: Para quem quer adrenalina, os lugares ideais são os parques da Universal e o “Hollywood Studios (Disney)”; para quem quer voltar a ser criança, minha dica é o “Magic Kingdown (Disney)”. Foram dez dias inesquecíveis, agreguei bastante conhecimento e realizei um desejo de criança que sabia que meus pais não poderiam proporcionar. Na volta, teve surpresa: meus pais nos esperavam no aeroporto e, mais uma vez, tive como motorista o meu outro chefe, Vitor Leal. Tenho certeza que não é em toda empresa que vemos isso! É por isso que tenho orgulho em dizer que sou um colaborador da JR Contabilidade. revistaon.com.br

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COOL SABORES

Salada do Moinho

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Sítio do Moinho está situado em um vale em Itaipava. Cercado por morros e matas, está a 750 metros de altitude, tem sete hectares de área plana, com horta orgânica e várias estufas. A horta alimenta grande número dos clientes do sítio e começou pequena, em 1989, com os proprietários, Dick e Angela Thompson, que tinham o sonho de alimentar a família com produtos saudáveis, isentos de pesticidas. Começaram a entregar cestas com as hortaliças aos amigos e, em pouco tempo, os produtos começaram a fazer sucesso. A marca entrou nos supermercados em 1997 para atender ainda mais pessoas. Em 2005, voltou a entregar diretamente aos clientes, em residências, lojas e restaurantes. A horta, alicerce dos trabalhos, abriu espaço para a panificadora Molino d’Oro, a primeira certificada pelo IBD no país. A farinha orgânica, importada

ÁREA O Sítio do Moinho possui sete hectares de área plana 124 Revista On Abril & Maio

da Itália, abria uma nova oportunidade para o Sítio do Moinho. Muita coisa mudou desde o início, com um galpão rústico e cestas de taquara. Hoje o sítio tem câmaras frias, veículos refrigerados, fibra ótica, entre outros. Atualmente é formado por um núcleo de 60 pessoas, do produtor na horta à equipe de venda, nutricionistas, panificadora, passando por responsabilidades como gerência, administração, empacotamento, cozinha e refeitório, limpeza, semeio, manutenção, motoristas e entregadores. Todas estas etapas são partes de um projeto cuja etapa é produzir, promover e comercializar produtos orgânicos, objetivando sempre um padrão de excelência. O objetivo, no mercado, é o mesmo que o casal tinha para a família: oferecer um alimento orgânico, saudável e saboroso, com controle rigoroso de origem e rastreabilidade.

SALADA Utiliza diversos tipos de alfaces na montagem

Salada INGREDIENTES

Mini alfaces Salanova® de todos os tipos Mini rúculas Tomatinhos cerejas Flores capuchinhas para enfeitar (são comestíveis) MODO DE PREPARO

Faça um arranjo em uma saladeira, misturando as cores das alfaces. Coloque tufos de mini rúculas, os tomatinhos e enfeite com as flores capuchinhas. Sirva com os molhos sugeridos gelados.


JCLICK

MOLHOS

Molho de iogurte com hortelã Passe no ralador meio dente de alho e folhas de hortelã (um molho). Junte o resultado a 2 colheres (sopa) de iogurte natural. Bata levemente no mini processador. Junte com 3 xícaras de iogurte natural e 5 colheres (sopa) de maionese. Passe no coador.

Molho vinagrete de mostarda Bata no liquidificador: 1 xícara de azeite, meia xícara de vinagre de maçã, uma colher (sobremesa) de mel e 1 colher (sopa) de mostarda amarela.

Bernadete Mattos Consultora graduada em gastronomia bemattos1@gmail.com PRODUTOS O Sítio oferece itens saudáveis, saborosos e alto controle de qualidade

Luiz Cesar Apresentador do programa Papo Gourmet, no Canal 5 luizcesarcl@uol.com.br

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Parceiros desta edição A Imperatriz (24) 2255-1111 Academia Dragão Branco (24) 2251-0354 Andrêsa Campos (24) 2220-2393 API Systems (24) 2255-3481

Marcela Daibert (24) 2252-0813 Mix Premium (24) 2255-1761 Multimagem fotografia e filmagem com arte (24) 2255-4003

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Colaboração Angélica Garcia filha da Lucília (angelica.garcia@fiobranco.com.br) Heverton da Mata filho da Márcia (heverton@fiobranco.com.br) Mayara Stoepke filha da Marília (mayara@fiobranco.com.br) Tatila Nascimento filha da Marlene (tatila@fiobranco.com.br) Colunistas Bernadete Mattos (bemattos1@gmail.com) Bernardo Vergara (contato@betrip.com.br) Daniela Samira (danielasamira@globo.com) Delton Bastos Jr. (deltonbastos@bastosjuris.com.br) Fernanda Eloy (fernanda@dafilha.com.br) Helder Caldeira (helder@heldercaldeira.com.br) Josy Pinheiro (josy@progenth.com.br) Juliana Fajardo (jufajardo@hotmail.com) Luiz Cesar (luizcesarcl@uol.com.br) Márcio Simões (marciosassis@gmail.com ) Roberto Wagner (rwnogueira@uol.com.br) Distribuição Três Rios, Paraíba do Sul, Areal e Comendador Levy Gasparian. Também à venda nas bancas. Fiobranco Editora Rua Prefeito Joaquim José Ferreira, 14. Cobertura 01 | Centro | Três Rios - RJ | 25.804-020 Telefone (24) 2252-8524 E-mail sac@revistaon.com.br Portal revistaon.com.br Assine loja.fiobranco.com.br



128 Revista On Abril & Maio


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