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Opini達o
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Editorial Inspiração, segundo o dicionário, é o ato de inspirar-se ou de ser inspirado. Significa qualquer estímulo ao pensamento ou à atividade criadora. Quantas vezes já não usamos a frase “hoje eu não estou inspirado” como justificativa para a não realização de alguma tarefa. O fato é que sempre buscamos uma fonte que nos desperte criatividade. Estamos sempre atrás de algo ou de alguém inspirador, que nos aflore um desejo ou nos sirva como ponto de partida. Seria fácil dizer que um homem com 17 supermercados e fábricas dos mais variados segmentos, como alimentação, material de construção, distribuidora de pneus e uma construtora não precisa trabalhar muito, pois já conquistou todos os seus anseios. Engano pensar assim quando se trata de Josemo Corrêa de Mello, o empresário responsável pela geração de 6.000 empregos diretos e dono de uma história de vida realmente inspiradora. Nesta edição, vamos mostrar o exemplo de coragem e perseverança deste homem nascido e criado na zona rural e que se dedica inteiramente aos seus negócios e clientes. Inspirada no desenvolvimento, a Revista On traz uma matéria sobre o aquecimento imobiliário da cidade; a construção de um túnel no trecho Rio/Petrópolis, que será o maior do país; e uma reportagem sobre o sistema de monitoramento da segurança trirriense. Também vamos contar a história de amor de um casal de franceses que apostou em Três Rios para estabilizar sua empresa e formar sua família, bem como o trabalho de um artesão que transforma filtros de café usados em objetos de arte e decoração. Inspire-se! Paula Araújo Editora Chefe
Errata Na matéria “Encontro de motoqueiros conquista público
recorde”, publicada na última edição, o nome correto do evento é Encontro Nacional de Motociclistas, e não Moto Route. O encontro aconteceu entre 30 de abril e 2 de maio de 2010 e é organizado pelo Raposa do Asfalto do Moto Clube.
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Direção e Produção Geral Felipe Vasconcellos felipe@revistaon.com.br Produção Diego Paiva diego@revistaon.com.br Edição Geral e Redação Paula Araújo paula@revistaon.com.br Jornalismo Paula Araújo Felipe Curdi Rafael Moraes Criação Felipe Vasconcellos Robson Silva Felipe Barroso Tecnologia Vagner Lima Comercial Diego Paiva comercial@revistaon.com.br (24) 8843-7944 Fotos Richard Play Rogério Cerqueira Alfredo Canedo Daniel Maia Capa Fiobranco Design (fiobranco.com)
Produção Gráfica Wal Print Se for o caso, reclame. Nosso objetivo é a excelência. (24) 2252-8524 | reclame@revistaon.com.br
Índice
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Opinião
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Time´s
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Economia
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Empreendedorismo
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Negócio
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Você faz parte da maioria? A conduta criminosa dos flanelinhas Cinco minutos e salário dos deputados sobe 61,83% Você como nunca se viu! Estamos em obras: setor imobiliário aquece em 2010 Consumo: poder de compra rompe a fronteira entre cidades Empresários participam de treinamento internacional Made in France: franceses investem em negócio em Três Rios
Turismo Rafting: atração turística sofre com a construção de Pequena Central Hidrelétrica Infraestrutura
O maior túnel do Brasil ligará o Rio a Petrópolis
Capa
Josemo Corrêa
Ele saiu da zona rural de Petrópolis para se tornar um dos maiores empresários da região Inspire-se em uma história de sucesso!
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Cotidiano
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Eu sei fazer
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Por que o plano viário de Três Rios não entrou em vigor? Artesão transforma filtro de papel em arte
Segurança
Saiba como funciona a central de monitoramento em Três Rios
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Esporte
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Aconteceu
71
Times da região não conseguem sair da Série C Três Rios participa do Rio Fashion Business Calamidade: os detalhes da tragédia em Areal Vencedora da promoção do Três Rios Online vai à Argentina Lançamento do Centro Sul Negócios 2011 Guia Viagem | Gastronomia | Livros revistaon.com.br
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OPINIÃO
POR ROBERTO WAGNER LIMA NOGUEIRA
O povo em geral tende à maioria, os adolescentes buscam se afirmar em grupos que ostentam a maioria, porque a maioria detém o poder
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sta pergunta é muito importante nos dias atuais, numa sociedade marcadamente em luta por uma democracia efetiva. Você torce pelo Flamengo? É eleitor do Lula e, por conseguinte, elegeu a presidente Dilma? Em caso de resposta afirmativa, você faz parte da maioria. Há algum mal nisto, não, desde que tenhamos consciência do que é ser maioria em uma sociedade. O povo em geral tende à maioria, os adolescentes buscam se afirmar em grupos que ostentam a maioria, porque a maioria detém o poder. Ainda que apenas um seja poderoso, é em torno deste único poderoso que a maioria vai orbitar. Na escola atual, já há até nome em inglês para expressar a opressão da maioria, o denominado bullyng (atos agressivos, intencionais e repetitivos, que ocorrem sem motivação evidente, em desigualdade de poder, caracterizam o bullying escolar). A maioria tende a oprimir a minoria. Há casos de pessoas que se transformam ao se relacionar com os detentores do poder, seus amigos só o são até que, tendo que optar entre a amizade deles e o poder, optam descaradamente pelo poder da maioria. Onde está o poder, está a maioria. Um governante para bem governar necessita da maioria, e para tanto, não precisa de muito esforço, porque a maio-
ria está sempre em busca do poder, é a lei (animal) da sobrevivência. Todavia, numa sociedade onde a maioria tende a mandar tanto, é importantíssimo frisar o caráter decisivo do DISSENSO. Onde houver uma democracia de verdade há que haver a possibilidade do DISSENSO, a chance de dissentir da maioria. No Congresso Nacional, por exemplo, quando a minoria se sente opri-
mida, ela paralisa os trabalhos (lembram-se dos panelaços!), ainda que com um número bem inferior de deputado e senadores, e paralisa na força moral que é a obrigatoriedade do reconhecimento da possibilidade de dissenso. Onde o dissenso está fechado, está vetado, está proibido, não há democracia, daí porque mesmo em família é importante que cultivemos a possibilidade do dissenso, ainda que
com parâmetros, é claro. Neste sentido, indaga-se: há democracia na Venezuela? Não, porque lá não é permitido dissentir do governo do ditador Hugo Chávez. A maioria nunca foi boa conselheira, haja vista o episódio bíblico em que Nosso Senhor Jesus Cristo, no domingo de ramos, entra aclamado pela maioria em Jerusalém, e justamente, uma semana após, na sexta-feira santa, esta mesma maioria que antes o aclamava, agora gritava: CRUCIFICA-O! CRUCIFICA-O! Enfim, a maioria é volúvel e perigosa. Quem não se lembra da crítica feita pelo filme Forrest Gump! No campo jurídico, o direito está atento aos perigos perpetrados por uma maioria detentora do poder. Tanto que a nossa Constituição Federal previu a criação do Supremo Tribunal Federal – STF -, que é chamado no meio jurídico de Tribunal Constitucional CONTRAMAJORITÁRIO, quer dizer, um tribunal, corte máxima do país, que tem como missão conter os abusos da maioria contra as minorias, fazendo valer, assim, os direitos fundamentais de todos, ainda que não estejam no poder. Ser maioria pode ser bom, porém, exige muita responsabilidade... Pensemos nisto!
“A maioria está sempre em busca de poder, é a lei (animal) da sobrevivência” Roberto Wagner Lima Nogueira é procurador do município de Areal, mestre em Direito Tributário - UCAM-Rio -, professor de Direito Tributário da UCP – Petrópolis – e colunista do Três Rios Online. 8
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A CONDUTA CRIMINOSA DOS FLANELINHAS
POR ONEIR VITOR GUEDES
É preciso barrar, desde já, a conivência dos motoristas trirrienses com esta famigerada conduta
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á dois anos, o juiz Daniel Ribeiro Lagos foi pioneiro ao condenar um flanelinha a quatro anos de prisão pela prática do crime de extorsão. Em sua sentença o magistrado aproveitou para chamar atenção do poder público para essa perturbadora situação cotidiana, afirmando que “está passada a hora das autoridades assumirem uma postura desprovida de hipocrisia em relação à atuação nefasta dos chamados ‘flanelinhas’, que, a pretexto de trabalho, exigem dos motoristas pagamento por serviços de vigilância para estacionar em via pública, arvorando-se ‘donos’ do espaço público, quando se sabe que o que se cobra não é vigilância, mas pagamento para não ter o bem danificado”. Este problema inicialmente estava restrito às grandes metrópoles, mas agora começa a ser encarado também nas cidades interioranas. Em Três Rios, os flanelinhas já podem ser facilmente encontrados nos arredores da praça São Sebastião, na tradicional feira dominical do bairro Vila Isabel ou nas proximidades de qualquer grande evento que ocorra no município. É preciso barrar, desde já, a conivência dos motoristas trirrienses com esta famigerada conduta para que a situação não atinja na cidade o caótico panorama verificado em outras partes do país. É bem verdade que o simples fato de alguém pedir dinheiro não constitui crime, pois já faz algum tempo que nosso ordenamento jurídico aboliu a contra-
venção de mendicância. Porém, no caso dos flanelinhas, há uma lei federal (Lei n° 6.242/75) que expressamente exige uma autorização especial para a prática de “guardador de veículos”. Dessa forma, caso alguém peça dinheiro em troca de “dar uma olhadinha no seu carro” sem possuir a devida permissão das autoridades competentes, esta pessoa estará praticando a contravenção penal de exercício irregular de profissão ou atividade (artigo 41 do Decreto-lei 3.688/41), o que já é suficiente para requerer a repressão policial contra o infrator. Caso o flanelinha não faça apenas um pedido ao condutor, mas verdadeira cobrança ameaçadora, presente estará o crime de extorsão (artigo 158 do Código Penal). Para tanto não é imprescindível que o flanelinha anuncie de forma clara que o não pagamento estará sujeito a retaliações, bastarão as costumeiras observações por eles proferidas, tais como: “não me responsabilizo se alguma coisa acontecer”. Continuando o esclarecimento quanto aos possíveis crimes, se apenas o flanelinha exigir pagamento antecipado pela utilização da vaga e com isso impedir que um motorista venha a estacionar sem efetuar a pagamento, tal ato configurará o crime de constrangimento ilegal (artigo 146 do Código Penal). Por outro lado, se o guardador clandestino tentar enganar o motorista para que este lhe pague voluntariamente (usando falsos crachás ou bilhetes, por exemplo)
estará caracterizado o crime de estelionato (artigo 171 do Código Penal) ou de usurpação de função pública (artigo 328 do Código Penal). Vale ressaltar que basta uma breve análise nos jornais de grande circulação para perceber que existem ainda inúmeros outros delitos comumente praticados de forma secundária pelos flanelinhas, tais como os crimes de dano, furto, lesão corporal, supressão de documento público (quando rasgam multas), corrupção ativa e até mesmo envolvimento com milícias e tráfico de drogas. Com base nestes esclarecimentos expedidos, deve o motorista verificar em qual dos crimes supracitados se enquadra a ação do flanelinha que o aborda e assim acionar devidamente a força policial para efetuar o flagrante. Vale ressaltar que se o flanelinha não possuir outra ocupação lícita, poderá sua conduta ser enquadrada também como contravenção de vadiagem (Decreto-lei 3.688/41), o que automaticamente impede a concessão de liberdade provisória mediante fiança. É de se imaginar que não faltarão manifestações contrárias a repressão penal propagada neste breve artigo, reações típicas daqueles que buscam justificar na questão social todo tipo de delinquência urbana. Para estes fica aqui uma incômoda pergunta, cuja resposta negativa costuma implicar em nefastas consequências: “Pode vigiar o carro aí, patrão? Hein?”
Oneir Vitor Guedes formou-se em direito pela Universidade Federal de Juiz de Fora e, atualmente, atua como advogado e consultor jurídico nas áreas cível e criminal, além de ser colunista do Três Rios Online. revistaon.com.br
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OPINIÃO
Cinco minutos e o salário dos deputados sobe 61,83% No dia 15 de dezembro de 2010, último dia de votação efetiva na Câmara, o plenário aprovou projeto de aumento de 61,83% nos salários dos próprios parlamentares. O reajuste causa um efeito dominó, uma vez que, segundo a Constituição, os deputados estaduais podem receber até 75% do salário dos deputados federais e o salário dos vereadores pode variar de 20% a 75% dos vencimentos dos deputados estaduais, de acordo com o tamanho do município. Veja a opinião de políticos trirrienses sobre o assunto.
Celso Jacob
José Barros
Dr. Jones
Waldeth Brasiel
Os deputados representam o país, eles têm o poder de mudar o Brasil, portanto, não acho errado que esses políticos ganhem bem. No entanto, a forma como ocorreu essa decisão é que está errada. Da maneira como aconteceu, parece que foi tudo feito às escondidas. Existem emendas, PECs e projetos de lei, como a reforma tributária e a reforma política há anos se “arrastando” na Câmara e o aumento do salário foi aprovado em horas. O que causa revolta é a desproporção do salário dos deputados em relação ao dos outros trabalhadores. Seria menos escandaloso se fossem aprovadas melhores condições de trabalho, uma vez que os deputados estaduais têm melhor estrutura de trabalho que os federais. Esse aumento foge à realidade brasileira, se comparado ao aumento do salário mínimo, por exemplo. Essa questão implica, ainda, na diminuição dos investimentos aplicados nos municípios, uma vez que o salário dos vereadores também será reajustado e quem faz esse pagamento é o município.
Temos diante de nós a prova de que a grande maioria dos políticos atuais tem como prioridade o interesse pessoal. Além de um salário já substancial, os parlamentares já vinham recebendo auxílio passagem aérea, que varia de R$ 8.000 a R$ 14 mil por mês; uma cota postal telefônica de R$ 4.265; auxílio moradia de R$ 3.000; verba de gabinete de R$ 50 mil e verba indenizatória de R$ 15 mil; além de automóveis e cota mensal de gasolina. Após reunião de líderes (fórmula para evitar que o assunto fosse votado em plenário), ficou decidido que, a partir de agora, o salário dos parlamentares aumentará de R$ 12,8 mil para R$ 24,6 mil. Trata-se de um escárnio, uma bofetada que nossos parlamentares aplicam em todos nós. Brasília, mais uma vez, demonstra seu status de ilha da fantasia, onde aqueles homens dão as costas para os próprios eleitores, os quais deveriam representar com mais dignidade. Enquanto isso, o salário mínimo, que é votado em plenário, fica mesmo em R$ 540. E olhe lá. Sempre será bom lembrar que em Três Rios ocorreu coisa parecida em relação ao salário do prefeito, secretários e vereadores. Aos dedicados funcionários, os minguados 4%.
Pela Constituição, nossos políticos recebem um subsídio, não um salário, pelo tempo que servem à nação. O homem público presta serviços à sociedade e deve ser compensado por isso. Mas, em um país como o nosso, em que não há um crescimento uniforme, onde a economia cresce, mas o social, não, esse aumento não é justo. Isto é, o subsídio pago aos políticos deveria ser proporcional ao trabalho que estes realizam. No Brasil, quem faz a economia se desenvolver é a iniciativa privada. Se os políticos dependessem da saúde e educação públicas, com certeza fariam mais pela população. Temos tudo para ser um grande país, mas as pessoas precisam aprender a votar, falta liderança política. O custo benefício do que o homem público produz e do que ele recebe em termos de remuneração não é compatível. O mau desempenho dos nossos representantes é hoje a causa do déficit social do Brasil e eles estão sendo bem pagos por isso.
Eu considero uma medida descabida e vexatória, principalmente por causa da vinculação imposta por nossa Constituição, que automaticamente apodera dos cofres públicos e da população valores inestimáveis que serviriam para patrocinar projetos sociais de grande relevância. Aqui em nossa região, por exemplo, o aumento para os vereadores será na casa de 20% para a próxima legislatura. Esse projeto amplia o abismo entre o parlamento e a sociedade. É advocacia em causa própria. O percentual de 62% para os parlamentares e mais de 130% para presidente e ministros, diante da realidade brasileira, é evidentemente demasia. Basta que se lembre da dificuldade encontrada nos dias atuais para se aprovar o teto do salário mínimo do trabalhador que, não chega nem próximo de um valor aproximado para satisfazer as necessidades de sua família. Será que estamos no caminho certo? A sociedade não aguenta mais favorecimentos escusos, obras de fachada, assistencialismo em troca de votos e políticos que assumem a autoria de obras, projetos e melhorias que nem sequer idealizaram, ou, por outro lado, foram propostas em troca de favores e favorecimentos ilícitos. Acorda, Brasil!
Celso Jacob é ex-prefeito de Três Rios, economista e professor.
José Barros é presidente do PSOL de Três Rios. 10
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Dr. Jones Cezar Guimarães é cardiologista, já foi candidato a vereador, vice-prefeito e a deputado federal por duas vezes.
Waldeth Brasiel já foi deputada estadual por dois mandatos.
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pessoa com quem atividade e uma nunca se viu! a um , ar lug um colha como Monte seu look, esestar e participe do Time´s: você de ria sta go cê vo
As amigas Isadora Abdu e Izadora Andrade resolveram aproveitar a balada do DC 10 CLUB para colocar os papos em dia e curtir bastante com os looks preparados pelo Time´s! É isso ai meninas, aproveitem!
Participe: acesse revistaon.com.br/times você pode estar aqui contando sua história com o look que você sugeriu e a nossa estilista escolheu. 12
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ECONOMIA
ESTAMOS EM OBRAS SÃO 15 PRÉDIOS, 89 CASAS POPULARES, 1.500 APARTAMENTOS E MAIS DE R$ 100 MILHÕES EM INVESTIMENTOS PARA TRÊS RIOS
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uem viu Três Rios há dez anos e vê hoje nota a diferença. A cidade virou um canteiro de obras. Casas tradicionais cederam espaço a tijolos, vigas, máquinas e trabalhadores, reflexo da expansão industrial pela qual o município tem passado. Somente em 2010, foram abertas 270 novas empresas nos ramos de prestação de serviço, comércio e indústria. Os números são apontados pela secretaria municipal de Indústria e Comércio, baseados em dados da Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro (Jucerja). Segundo a Junta, entre outubro e novembro do ano passado, houve um aumento de 66,7% em relação à abertura de novos negócios. Outro fator determinante para o aquecimento imobiliário no município são os cursos superiores oferecidos na cidade, principalmente pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), que colabora com a vinda de estudantes de diversos estados e localidades do país. Entre faculdades públicas e privadas, com ensino presencial ou não, há mais de 30 cursos. Sejam atraídas pela oportunidade de trabalho ou de estudo, as pessoas estão procurando por moradia em Três Rios e o setor está ciente da demanda. Tanto, que a construção civil cresceu 33,8%, em 2010. Na microrregião, que abrange Areal, Comendador Levy Gasparian, Paraíba do Sul, Sapucaia e Três Rios, o setor teve um desenvolvimento de 19%. Os dados são do Sindicato Patronal da Indústria da Construção Civil na região (Sindicon). Para o engenheiro e dono de uma construtora, Ricardo Chartuni Bandeira, ainda é cedo para falar em “boom” imobiliá-
rio. “Estamos passando por um período de aquecimento, que antecede o crescimento. O volume da construção hoje é o mesmo de dez anos atrás. Creio que daqui a dois anos teremos essa perspectiva de aumento eminente”, afirmou. Somados, os empreendimentos em andamento de três das maiores construtoras trirrienses totalizam cerca de 15 prédios, 89 casas populares e 1.500 apartamentos de alto luxo. De acordo com números passados pelas empresas, juntas, elas podem injetar mais de R$ 100 milhões na construção. “A cidade está crescendo e com isso aumenta a procura por moradia. Acredito que há, sim, um crescimento do ramo em Três Rios, pois ele acompanha o desenvolvimento econômico”, disse Rodrigo Mello, gerente administrativo de uma empreiteira.
Falta qualificação A maior dificuldade das empresas que atuam na construção civil é a mão de obra qualificada. De acordo com as construtoras ouvidas pela Revista On, os profissionais mais em falta são motorista de retroescavadeira e, principalmente, carpinteiro. Para o presidente do Sindicon, Waldir dos Santos Júnior, não há interesse dos funcionários em se capacitar. “Já fizemos parcerias entre diversas entidades e empresas, oferecendo cursos para os trabalhadores, mas não conseguimos fechar turma. As pessoas trabalham muito e, ao fim do expediente, têm outras prioridades”, afirma. Segundo o supervisor administrativo
de uma das empreiteiras entrevistadas, Luiz Gustavo Guerra, as construtoras querem investir no trabalhador. “O nível da qualidade do profissional da construção civil ainda é baixo. Com esse atual crescimento, é necessária essa qualificação. Nós buscamos capacitar nossos funcionários, mas ainda falta entusiasmo da parte deles”, conta. Alaison Maxi Mariano, 28, teve sorte. Mesmo sem qualificação, conseguiu emprego em uma obra da cidade. “Não tenho nenhum curso, mas, mesmo assim, não foi difícil arrumar trabalho”, disse.
Emprego De acordo com o Sistema Nacional de Emprego (SINE) / Agência Estadual de Trabalho e Renda de Três Rios, sobram vagas na construção civil, porém, as mesmas não são preenchidas por uma série de fatores. A coordenadora da agência, Ana Carolina Caetano Pereira, explica que os candidatos nem sempre aceitam a carga horária, as condições de trabalho e a remuneração. “Para um pedreiro, por exemplo, fazer os chamados “bicos” pode lhe render um salário maior no final do mês. Entretanto, ele não tem direito aos benefícios dados pelas empresas”. O pedreiro Arilson de Souza Oliveira, 39, trabalha há dois anos em uma mesma obra e diz não ter reclamações sobre o mercado. “A praça só está melhorando. Trabalho com isso há 15 anos e não tenho dificuldade em arrumar serviço”, relata. Em 2009, a construção civil em Três Rios fechou o ano com saldo negativo. Houve mais desligamentos que admissões, 1.267 contra 902, tendo como balanço revistaon.com.br
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ECONOMIA
“Construção civil cresceu
final o número de -365. Já no ano passado, o setor teve saldo positivo de 271. Foram contabilizados 1.557 admissões e 1.286 desligamentos. Os números são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – Caged -, do Ministério do Trabalho e Emprego. Segundo o presidente do Sindicato da Construção Civil trirriense, José Maria Rabelo, atualmente, o setor conta com 400 trabalhadores em toda a microrregião, sendo que 70% deles atuam em Três Rios. Para Ana Carolina, as empresas devem exigir menos capacitação do funcionário. “Muitas pessoas que procuram emprego na agência não tem qualificação, mas precisam de trabalho. Uma das alternativas é o contratante diminuir as exigências do currículo; outra é a empreiteira investir na profissionalização do funcionário”, afirmou a coordenadora do SINE.
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A cidade no futuro A verticalização é uma realidade dos grandes centros e já pode ser sentida em Três Rios. A maioria das construtoras ainda não trabalha com imóveis sustentáveis e aponta a liberação de pavimentos como uma das soluções para diminuir a elevação da temperatura e a redução da velocidade dos ventos, causadas por prédios altos. O Código de Obras da Prefeitura de Três Rios não aprova a construção de empreendimentos com mais de dez andares. Diferentemente do que ocorre na vizinha Petrópolis, por exemplo, onde predominam as casas. “A verticalização é inevitável. Petrópolis é uma cidade imperial, não há muitos terrenos e muitos imóveis são tombados”, explica Luiz Gustavo Guerra. Para Ricardo Bandeira, Três Rios tem potencial para se firmar como uma grande
cidade. “Com o aquecimento da construção, a cidade precisa estar preparada estruturalmente. Acredito que o crescimento está diretamente ligado à elaboração de um anel viário que venha desafogar o trânsito, pois já temos a instalação de novas indústrias, Gás Natural Veicular (GNV) e asfaltamento das estradas”, afirmou. Numa projeção para os próximos dez anos, Rodrigo Mello é otimista. “Acho que haverá muito mais construções, pois a tendência é que a população dobre. Acho que vamos crescer muito e fortalecer ainda mais o comércio”, finaliza o gerente administrativo.
33,8% no ano passado�
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ECONOMIA
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Opções de lojas e instalação de grandes redes colaboram para aumento do consumo
consum
O
perfil do consumidor brasileiro e do consumo no país vem passando por transições. Uma pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconônomicos – Dieese -, realizada ao longo de 40 décadas, aponta que a elevação da chamada sociedade de consumo diversificou o padrão de compra. Houve uma redução na aquisição de itens básicos, como alimentação, e um gasto maior com habitação e eletrodomésticos. Em Três Rios, o comércio tem sido a base de sustentação
POR PAULA ARAÚJO
da economia nos últimos 20 anos, principalmente depois da paralisação da indústria Santa Matilde, na década de 1980, responsável pela geração de cerca de 2.000 empregos. O desenvolvimento do setor atrai moradores de diversos municípios vizinhos. Hoje, os trirrienses encontram uma gama de variedades no comércio, mudando os hábitos de consumo e colaborando para a permanência do consumidor na cidade, que antes buscava os itens de compra nas redondezas, como Petrópolis e Juiz de Fora.
“Comércio tem sustentado a economia trirriense nos últimos 20 anos” Basta fazer um passeio pelas ruas de qualquer grande cidade e daquelas em franco desenvolvimento para notar a diversidade de lojas, aberturas de shoppings e centros comerciais. Sim, o consumo nunca esteve tão em alta. Três Rios se consolidou como polo do comércio regional, atraindo consumidores de Paraíba do Sul, Sapucaia, Areal, Paty do Alferes, Levy Gasparian, Santana do Deserto, Matias Barbosa e Mar de Espanha, o equivalente a aproximadamente 400 mil pessoas. Tal atrativo vem da instalação de grandes redes e da expansão industrial no município. “As grandes redes de lojas acabam atraindo a população e fazendo um mix de produtos. Além disso, 20
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a chegada de novas indústrias e empresas está fortalecendo a atividade comercial e contribuindo para a atualização e modernização do setor”, explica Julio Cezar Rezende de Freitas, presidente do Sicomércio Três Rios. De acordo com dados da Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro – Jucerja -, em 2009, foram abertas em Três Rios 472 empresas, sendo a maior parte delas voltada para a prestação de serviços, comércio e indústria, respectivamente. Em 2010, foram criados 270 novos negócios, seguindo a mesma linha. Apostando nesses números, o empresário Marcelo Henrique Avelar, que há 20 anos trabalha com confecção em Pe-
trópolis, abriu duas lojas em Três Rios. Conforme o gerente dos estabelecimentos, Júlio César Batista Júnior, a ideia é transformar o município na base dos negócios. “Fomos atraídos pela demanda e pela expectativa de emprego. Muitos dos nossos clientes saíam daqui e de cidades da região para comprar conosco em Petrópolis, na rua Teresa. Queremos expandir para a região Sul Fluminense e trazer a confecção para cá”, conta. As lojas gerenciadas por Júlio César trabalham com atacado e varejo, mantendo a mesma oferta de produtos e preços encontrados em Petrópolis. Com isso, os sacoleiros Lúcia Elena Dias Silveira e seu esposo, Sebastião Romão, de Miguel
Vestuário é um dos recordistas de venda
“Cerca de 400 mil pessoas compram em Três Rios”
Pereira, passaram a economizar tempo e dinheiro, deixando de comprar na Cidade Imperial para adquirir seus produtos em Três Rios. “Aqui fica bem mais acessível para nós, mais barato e menos cansativo e encontramos tudo o que precisamos”, conta Lúcia Elena que vende roupas de porta em porta há quatro anos. Casos como o de Júlio, Lúcia e Sebastião, colaboram para a circulação de capital na cidade. O Sicomércio revela que, atualmente, a economia trirriense está dividida entre comércio e indústria. Para o presidente do Sicomércio Petrópolis, Marcelo Fiorini, a permuta de compradores é uma prática saudável para o desenvolvimento do setor. “Esse intercâmbio entre as cidades vizinhas é muito importante para a economia da região. A concorrência é o que impulsiona o setor a investir cada vez mais em novidades para atender melhor aos clientes”, afirma.
A moda da serra O setor de vestuário é um dos maiores responsáveis pelas vendas do comércio em Petrópolis. Somente na rua Teresa, os atacadistas movimentam 34% da comercialização. O polo de moda da cidade
atrai pessoas da Baixada Fluminense, Região dos Lagos, Minas Gerais e de todo país. A circulação é reflexo da indústria têxtil petropolitana. No entanto, o Sicomércio local revelou que as vendas de Natal nos polos de moda do Bingen, do Centro Histórico e da tradicional rua Teresa, apresentaram prejuízos de 40%. O motivo seria uma obra de recuperação da pista de subida da BR-040, que teria causado transtornos no trânsito bem às vésperas da festa, data em que o faturamento é maior. A concessionária que administra a rodovia informou que obra precisou ser executada em caráter emergencial e que as condições climáticas dilataram o cronograma de conclusão do serviço. Mesmo depois da tragédia que assolou a Região Serrana do Rio, o comércio está otimista e aposta nas liquidações. “Esse período é a oportunidade que temos para acabar com o estoque do ano anterior e receber uma nova coleção”, disse o empresário Jorge Machado. O consumidor agradece. “Quando o período do Natal passa, fico mais tranquila para visitar loja por loja, sem pressa, sem confusão. Além disso, os preços ficam bastante sugestivos”, comentou a aposentada Sueli Paiva.
Natal feliz O balanço das vendas de final de ano em Três Rios não foi divulgado até o fechamento desta edição, mas informações extraoficiais mostram um crescimento de revistaon.com.br
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ECONOMIA
15% em relação a 2009. Em Juiz de Fora, o aumento foi na ordem dos 16%, semelhante à média de crescimento nacional de 15,5%, apontada pelo Indicador Serasa Experian. Apesar da alta nas compras de televisores, foi o vestuário a área que mais vendeu na cidade mineira. Uma pesquisa do Sindicato do Comércio – Sindicomércio – revelou que 40% dos entrevistados tinham a intenção de comprar ou presentear com roupas. Ainda de acordo com a entidade, 70% dos consumidores deixaram para fazer as compras de Natal na última semana, o que levou cerca de 100 mil pessoas às ruas, incluindo moradores de Três Rios, Volta Redonda e região.
“70% dos consumidores deixaram para fazer as compras de Natal na última semana”
“O comércio juizforano atende ao seu entorno por ser uma cidade polo de uma região com mais de 73 cidades. Juiz de Fora possui uma das maiores redes de serviços da região e acaba se tornando, também, uma das principais opções de compra. No entanto, não vejo as duas cidades [Três Rios e Juiz de Fora] como concorrentes”, disse o presidente do Sindicomércio, Emerson Beloti.
“Vendas de Natal em Juiz de Fora cresceram 16%”
Comércio é um dos maiores empregadores trirrienses Acompanhando o crescimento econômico da esfera, o comércio de Três Rios é hoje um dos que mais emprega na cidade. Números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – Caged -, do Ministério do Trabalho e Emprego, mostram que o setor é um dos maiores responsáveis pela geração de empregos no município, por outro lado, o número de demissões também é grande. A área compete com outros dois fortes geradores de trabalho, a indústria de transformação e a parte de serviços.
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EMPREENDEDORISMO
RUMO AO SUCESSO Empresários participam de treinamento internacional para melhorar relações
nos negócios
Representantes de diversos segmentos empresariais de Três Rios e região participam do treinamento da Dale Carnegie Training, que há 50 anos oferece soluções corporativas e já atua em todo mundo há quase um século. Trazido pelo empresário Tiago Tepedino, o curso trata das relações humanas e é recomendado a qualquer pessoa, empresário ou não, que queira aumentar sua capacidade de motivação e de influência. “Certas habilidades são essenciais para o sucesso nos negócios e na vida. Fiz o curso no Rio de Janeiro e, entendendo o potencial da região, resolvi iniciar esse movimento aqui”, afirmou Tepedino. A turma é composta por 22 alunos que detêm liderança nos empreendimentos e vontade de ser melhores profissionais e
colaboradores. Os cursistas atuam nas áreas de informática, alimentos, confecções e vendas, material de construção, calçados, construção, publicidade e marketing, comunicação, agronegócio, consultoria, marcenaria, ótica e relojoaria, industrial, além de advogados, autônomos e gestores de banco privado. Para Otávio Cotta, diretor de planejamento, compras e produção de uma fabricante de peças para interiores de trens, o treinamento é importante para aprender e praticar técnicas de relacionamento interpessoal. “O sucesso de uma empresa está vinculado às pessoas que trabalham nela, por isso, é necessário adotar medidas de direcionamento dos colaboradores”, disse. O professor do curso, Celso Moutinho, explica que as aulas podem ser conside-
radas uma forma de autoconhecimento e que o maior desafio de um líder, hoje, é formar novas lideranças. “A maioria dos empresários acredita que o mercado é responsável pela formação de líderes, quando, na verdade, as pessoas precisam estar prontas para preparar seus sucessores e potencializar talentos”, explanou. Patrícia Nasser, que trabalha com pavimentação asfáltica há dez anos, acredita que o treinamento vai colaborar para o seu trabalho. “Acho que vai ser mais fácil me relacionar com as pessoas e vai me ajudar a melhorar meu planejamento.” O curso dura três meses, com encontros semanais, e tem como método dinâmicas que estimulam práticas de substituição de velhos hábitos, visando ao equilíbrio humano. revistaon.com.br
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NEGÓCIO
Made in France Um amor que se transformou em plano de vida. Essa é a história de Jean-Robert e Léna, um casal de franceses apaixonados pelo Brasil, que escolheu Três Rios para abrir um negócio e onde pretende estruturar sua família. Nesta matéria, saiba como os dois chegaram à cidade e o que os motivou a permanecer no país. POR FELIPE CURDI
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orar no exterior é o sonho de quase todo brasileiro. Em busca de melhores condições de vida, muitos resolvem tentar a sorte se aventurando em diversos países, principalmente nos Estados Unidos e na Europa. Na bagagem, os “brazucas” - como são chamados - levam diversos sonhos, como estudar, trabalhar, aprender uma nova língua, conhecer novas pessoas e vivenciar uma cultura diferente. Porém, a desvalorização do dólar e o crescimento do país nos últimos anos estão proporcionando um efeito contrário: o Brasil recebe um número cada vez
Jean e Léna apostaram em Três Rios 26
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maior de imigrantes, que mudam para cá em busca de novas oportunidades. Esse efeito já traz reflexo para Três Rios, como na história dos franceses Léna Duran, 24, e Jean-Robert Monier, 32, que adotaram a cidade, dando continuidade a uma loja de biquínis e onde sonham criar seus filhos. Léna e Jean-Robert se conheceram em 2009, na França. Na época, ele trabalhava na portaria de um pub, onde Léna costumava frequentar após o trabalho. Quando se conheceram, Jean- Robert já conhecia o Brasil. “A primeira vez que estive aqui foi há nove anos, a passeio. Gostei tanto que sempre que eu podia, voltava para cá. No Rio de Janeiro fiz muitos amigos e contatos”, afirmou. Na época, o então lutador de vale tudo foi convidado a fazer parte de uma equipe, em que treinou e participou de campeonatos em 2005. Depois de uma temporada na França, período em que começaram a namorar, Jean resolveu tentar a vida no Brasil e convenceu a namorada, que nunca havia visitado o país anteriormente. Sobre os motivos que a levaram a aceitar o convite, Léna respondeu. “Primeiramente o amor. Eu acreditei nele, por-
que todos os noticiários de economia falavam sobre o Brasil, que o país estava crescendo no mundo. E quando você é jovem, como eu, você quer construir a sua vida em um lugar assim”, enfatizou. Para Jean, um dos motivos pelo qual escolheu nosso país foi o clima. “Na França temos um inverno muito frio, muito rigoroso. Em paralelo a isso, corresponde também com o espírito dos europeus, que está um pouco mais frio, mais fechado e não tem o calor humano que tem aqui. Eu escolhi o Brasil porque gostei muito das pessoas, que são muito comunicativas e simpáticas e a beleza da natureza aqui não tem comparação”. De acordo com o empresário, os brasileiros possuem uma visão equivocada de que a Europa é sinônimo de riqueza. “A França é um país no qual você ganha mais dinheiro, mas tudo é bem mais caro. E o problema é que, para fazer qualquer investimento em negócios, nós precisamos de muito mais dinheiro que no Brasil, por exemplo. Essa é uma das razões que nos fizeram estar aqui.” Léna lembra a crise econômica nos Estados Unidos e na Europa, em 2008 e 2009. “Os Estados Unidos e a Europa estão em queda. O sistema econômico não funciona mais e por isso nós temos que fazer uma escolha para investir nossos
esforços e dinheiro em um país que vai crescer. Por isso, tenho a certeza de que o Brasil foi uma boa escolha. Aqui podemos ter sucesso mais facilmente”. Ela completa dizendo que o pensamento das pessoas na Europa e nos Estados Unidos é bem diferente. “As pessoas não querem mais trabalhar e isso é muito louco, porque na Europa essas pessoas têm muita ajuda do governo, especialmente na França, e esse é um dos motivos pelos quais os países estão em queda. Aqui é diferente. As pessoas querem crescer na vida e se desenvolver”, ressaltou. Para o casal, é quase impossível fazer negócios na Europa, uma vez que os impostos e taxas para aberturas de empresas são muito maiores. Além disso, segundo os franceses, todas as possibilidades de negócios já estão feitas, diferentemente do Brasil, onde ainda existem áreas a ser exploradas. “Para pessoas com pouco dinheiro para investir, como foi o nosso caso, é impossível conseguir alguma coisa em nosso país”, explicou Léna. Ainda segundo ela, a única vantagem da França é o Social Security, que no Brasil corresponde à Previdência Social. “Um instituto do governo francês indeniza acidentes de trabalho e paga seguro de desemprego e pensões a idosos, mães solteiras e vítimas de atentados terroristas, fornecendo
um valor mínimo para sobreviver, o que assegura uma qualidade de vida melhor do que em países em desenvolvimento, como o Brasil”. Jean interrompe e completa: “Na França só consegue alguma coisa quem ganha na loteria ou tem os pais ricos”. Essa ajuda, que muitos países da Europa proporcionam para sua população, tem o objetivo do bem-estar social. A criação de benefícios para os idosos, os desempregados e os pobres, para garantir salários, empregos e melhores condições de trabalho criam a ilusão do sonho europeu, já que, com essa ajuda, o número de pessoas em situação de miséria é bem menor que o encontrado em países como o nosso. Existe a parcela da população que é muito rica, mas, em contrapartida, não existe uma parcela da população muito pobre. Por esse motivo, muitos querem tentar a vida em outros países. Apesar das constantes ações do país para conter a violência, esse é um dos assuntos de maior destaque na imprensa internacional. Vivendo pela primeira vez no Brasil, Léna comentou sobre o tema. “Na França, os noticiários e as informações mostram esses dois extremos. O primeiro, o de um país bonito, com muitas praias, mulheres e homens bonitos; mas, do outro lado, a violência. Quando eu fa-
lei com minha família que eu queria me mudar para o Brasil, eles ficaram muito preocupados, porque nos noticiários só se fala sobre violência no Rio. Depois, quando eu cheguei aqui eu percebi que os pontos positivos eram verdadeiros, talvez muito mais do que eu pensava antes, porque o povo brasileiro é muito amável. Amizade era uma coisa inacreditável para mim, impossível na Europa. Com relação à violência, nunca presenciei ou fui alvo de nenhum ato desse tipo”, disse Léna. Incentivada por uma convidativa legislação fiscal, Três Rios tornou-se um dos principais polos de atração de empresas do Estado do Rio de Janeiro. De acordo com a Junta Comercial do Estado (Jucerja), entre 2009 e 2010, foram abertas 742 novas empresas na cidade, com destaque para 84 novas indústrias e mais de 6.000 novos empregos diretos e indiretos. Esse é um movimento que tem atraído pessoas de todo Brasil e do mundo. Jean-Robert Monier e Léna Duran conheceram Três Rios por meio de um amigo francês, que é casado com uma brasileira, cuja família é do município. O amigo de Jean abriu uma fábrica de biquínis em Três Rios e o convidou para conhecer a cidade. “A convite desse casal de amigos, eu visitei a cidade e adorei o ambiente e as pessoas. Além disso, eu revistaon.com.br
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NEGÓCIO
percebi o movimento do comércio, que tem muitas lojas e muitas pessoas circulando todos os dias. Todos esses motivos me fizeram perceber que eu estava no lugar certo e comecei o projeto de abrir meu próprio negócio”, explicou o empresário, que decidiu abrir a loja para revender as peças produzidas na fábrica de seu amigo. A Rio de Sol é especializada exclusivamente em moda praia (biquínis e acessórios) e fica no Shopping Américo Silva. Ao ser questionado pelo motivo que o fez optar por Três Rios e não por uma cidade onde há praia, Jean explicou que a concorrência em cidades como o Rio de Janeiro é grande. “O Rio, em virtude das belas praias, já possui muitas lojas desse tipo. Outro motivo é que Três Rios não tinha uma loja do gênero, e, como a cidade está em desenvolvimento, resolvemos abrir nosso negócio aqui”. Empolgado, Jean afirmou que as vendas do Natal superaram as expectativas e o verão contribuiu com o aumento da procura em janeiro e fevereiro. Enquanto muitos trirrienses saem da cidade todos os anos em busca de melhores oportunidades, o casal adotou o município. Aqui, eles pretendem se casar, ter filhos e continuar administrando seu ne28
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gócio. “Eu me sinto segura aqui, estamos longe da violência. Eu confio em Três Rios. Nós sabemos que é uma cidade que está crescendo e vai se tornar uma grande cidade em uma ou duas décadas. Eu tenho certeza de que posso investir meus esforços aqui”, afirmou Léna, compartilhando seu sonho com o namorado. “Eu quero conseguir meu sucesso profissional aqui, ter minha família, casar, ter filhos e ser feliz em Três Rios”, finalizou Jean-Robert.
“O ambiente e as pessoas me levaram a crer que estava no lugar certo”, Jean-Robert
O casal em sua loja de biquínis
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TURISMO
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ventura, adrenalina e emoção, junto à fauna e à flora que completam um cenário de inesquecíveis paisagens naturais, estão presentes a apenas oito quilômetros do Centro de Três Rios. O nome da cidade vem justamente do encontro dos três importantes rios que cortam o território: Paraíba do Sul, Piabanha e Paraibuna. A região é o único lugar da América Latina a ter um delta triplo. Durante muitos anos, Três Rios aproveitou o Rio Paraibuna para a prática do rafting, esporte de aventura que consiste basicamente em uma emocionante descida pelas corredeiras dentro de botes infláveis. 30
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Pelo pioneirismo na modalidade, a cidade ganhou o título de “Capital Nacional do Rafting” por muitos anos, o que proporcionou a vinda de pessoas de diversas regiões do Brasil e do mundo, contribuindo para o turismo e a economia local. Porém, esse cenário mudou a partir de maio de 2006, com o início da construção da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Santa Fé, localizada no Rio Paraibuna, entre os municípios de Comendador Levy Gasparian (RJ) e Santana do Deserto (MG). Quase cinco anos após o início do projeto, os empresários do rafting sofrem com o impacto gerado pela implantação da PCH Santa Fé.
O rafting em Três Rios teve seu cenário transformado após a construção da Pequena Central Hidrelétrica de Santa Fé. Praticantes do esporte, empresários do ramo e a empresa responsável pelas obras expõem à Revista On como está a situação deste que é considerado um dos maiores atrativos turísticos da cidade. POR FELIPE CURDI
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TURISMO Turismo
Na época da construção da PCH foram gerados 504 empregos diretos
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construção de diversas PCHs pelo Brasil é uma das soluções encontradas pelo governo para tentar atender à crescente demanda por energia elétrica. A Brasil PCH - empresa que tem como sócias a Petrobras Distribuidora S.A. (49%), Eletroriver (21,56%), BSB Energética (14,7%), Araguaia Centrais Elétricas (12,74%) e Jobelpa (2%) – é responsável pelo controle de 13 usinas, entre elas, a PCH Santa Fé, construída ao longo de 18 meses, com investimento da ordem de R$ 141,3 milhões e que possui capacidade instalada de 30 MW. Santa Fé gera anualmente uma energia de aproximadamente 228,6 GWh, o que é suficiente para atender a um consumo residencial de 300 mil pessoas. Todo o volume de energia foi comercializado junto à Eletrobras, no âmbito do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia (Proinfa), patrocinado pelo governo federal. O Proinfa foi instituído com o objetivo de aumentar
a participação da energia elétrica produzida por empreendimentos concebidos com base em fontes eólica, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas no Sistema Elétrico Interligado Nacional (SIN). Os estudos iniciais desenvolvidos pelo poder público previam a implantação de 440 GWh por ano de geração no trecho do Rio Paraibuna, com a inundação de 1.200 hectares de terras (área seis vezes maior que os 230 hectares da PCH Santa Fé atualmente), o que eliminaria totalmente as corredeiras onde se pratica o rafting e causaria um impacto sócio-ambiental maior. Com o objetivo de evitar o fim do esporte e reduzir o choque que seria gerado, um novo inventário foi desenvolvido pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia (COPPE/UFRJ). No estudo, uma outra regra operativa foi considerada, viabilizando a prática do rafting. O poder público aceitou reduzir a energia elétrica prevista para garantir o uso dos diversos recursos
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Divisão societária da Brasil PCH
12,74% 14,70%
49,00% 21,56%
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Petróleo Brasileiro S.A. PETROBRAS Eletroriver S.A. BSB Energética S.A.
Araguaia Centrais Elétricas S.A. Jobelpa.S.A.
hídricos no Rio Paraibuna e preservar as corredeiras. Durante a elaboração do projeto, várias ações foram desenvolvidas com o objetivo de diagnosticar impactos e propor ações para diminuí-los. Para isso, foram realizados estudos e levantamentos de campo e todas as informações foram consolidadas em um conjunto de documentos chamado de Estudo de Impacto e Relatório Ambiental (RIMA). Após a realização de audiências públicas, o Ibama aprovou os estudos e todos os programas, assim como a regra operativa, foram colocados na Licença Ambiental. No processo de licenciamento da obra, ficou firmado no RIMA que a atividade de geração de energia elétrica, caracterizada como de utilidade pública, deveria ser reduzida ou mesmo interromper a atividade da PCH Santa Fé aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h, e nas noites de lua cheia, das 22h às 2h, permitindo que a vazão do leito do rio possibilitasse a atividade de rafting. Após todos os estudos e a conclusão com relação às normas operativas, as obras de implantação da PCH Santa Fé tiveram início. De acordo com a controladora da central hidrelétrica, 504 empregos diretos e 2.500 indiretos foram gerados na época. Ainda segundo a diretoria da empresa, a chegada do investimento na região trouxe melhorias como “o aumento da oferta de empregos, qualificação da mão de obra, aumento da participação do município no rateio do ICMS do estado,
ampliação da disponibilidade e segurança no fornecimento de energia, melhorando a infraestrutura local e propiciando um ambiente mais favorável à chegada de novos investidores e indústrias”. Mesmo com as melhorias citadas pela empresa, o grande problema é que a construção do empreendimento contribuiu para o marketing negativo do rafting no Paraibuna, uma vez que muitos turistas acreditam que o esporte acabou. Além disso, a Lei 9.648/98, que regula o setor, determina que PCHs com capacidade de geração de até 30 MW são isentas do pa-
listando vários projetos realizados, entre eles “desenvolvimento de material publicitário e impressão do mesmo visando à prática do rafting; elaboração e implantação de outdoor na BR-040 visando à divulgação; criação de sítio na rede mundial de computadores para a divulgação do esporte; apoio na melhoria dos pontos de embarque, com constituição de infraestrutura própria para cada empresa credenciada; divulgação da prática de rafting com a compra e distribuição de ingressos para cidadãos locais, estudantes e empresas; melhorias diversas dentro do ambien-
“As PCHs são necessárias, mas elas interferiram na expansão do rafting”, José Roberto Padilha, secretário de Esportes de Três Rios
gamento de compensação financeira, ou seja, não precisam pagar nada aos municípios onde estão localizadas e o ICMS é pago no local de consumo da energia, e não onde é gerada. Caso houvesse esse pagamento, investimentos para impulsionar a prática o rafting poderiam ser realizados, assim como outros projetos ambientais. Empresários do rafting x Brasil PCH Questionada sobre as ações tomadas pela empresa para minimizar os impactos negativos ao rafting, a Brasil PCH enviou um documento à nossa reportagem
te do rafting, incluindo trilhas laterais, retificação de trecho de rio, etc”. A Brasil PCH ressalta que os incentivos e programas direcionados às atividades do rafting somam a importância de aproximadamente R$ 1,5 milhões. Os empresários do rafting discordam. Atualmente, três empresas exploram a atividade no Rio Paraibuna: World River Rafting & Expedições / Rancho Brasil, Aventur Pontal, e Rafter e Cia. Segundo os empresários, após a construção da PCH Santa Fé, a procura pelo esporte na região diminuiu bastante. Adriano Teixeira do Rosário, 35, proprietário da World River, iniciou seus revistaon.com.br
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TURISMO
trabalhos em 1993, com apenas um bote. Após alguns anos, com o sucesso da prática e aumento da demanda, ele investiu em novos equipamentos e passou a ser procurado por grandes empresas, chegando, inclusive, a receber a Marinha dos Estados Unidos, Inglaterra e França, além de gravar diversas matérias jornalísticas e programas esportivos. Grandes hotéis e agências de turismo do Rio de Janeiro também procuravam a empresa quando ele recebeu a notícia de que começariam os trabalhos para a construção de uma PCH no Paraibuna. “Nós, empresários, recebemos a notícia sobre a PCH e participamos das audiências públicas. Para mim foi um choque muito grande, porque eu tinha uma perspectiva de crescimento”, afirmou. Ainda segundo Adriano, no começo dos trabalhos, a Brasil PCH se mostrou muito próxima dos empresários. “No início, a empresa nos manteve informados o tempo todo. O projeto teve investimento de milhões de reais para preservar a prática do rafting. Porém, logo tivemos vários transtornos no período de implantação e obras de Santa Fé, como a interdição das atividades. O mercado desaqueceu e eles [Brasil PCH] não se preocuparam em fazer uma campanha publicitária em momento algum para mudar esse quadro”, completou.
Para compensar parte do prejuízo causado pela diminuição da procura, a Brasil PCH, de acordo com os empresários, prometeu, na época, o uso múltiplo do reservatório, fato que eles ressaltam não ter sido cumprido. “O uso do reservatório foi um assunto explorado nas audiências públicas, o que nunca aconteceu. Eles cercaram o reservatório impedindo o seu uso. Nós, mais uma vez, saímos perdendo, porque essa seria uma forma de compensar nossas empresas, podendo explorar outra atividade comercial no local”, afirmou um dos empresários que não quis se identificar. Em resposta, a Brasil PCH afirmou que Santa Fé não pode ceder ou impedir o uso do reservatório, uma vez que o mesmo está em Área de Preservação Permanente, sendo a utilização desta regulada pelo Ibama. Outro ponto enfatizado por Adriano foi a limitação da prática do esporte apenas aos finais de semana. “Nós perdemos o direito de exploração comercial durante a semana, que é o grande foco para o recebimento do turista estrangeiro. Além disso, nós só conseguimos operacionalizar do final de novembro até o início de março. Antigamente, o rafting acontecia o ano inteiro e agora isso não acontece, porque, no período da estiagem, a água diminui bruscamente e o rio serve somen-
te para a geração de energia”, explicou ele, ressaltando que o acordo para manter o nível do rio não está sendo cumprido, deixando sua empresa parada no restante do ano. A World River chegou a ter 24 funcionários registrados antes de Santa Fé, recebia 300 turistas por semana e tinha um faturamento médio de R$ 120 mil mensais. Atualmente, a empresa recebe 120 turistas por mês, conta com apenas quatro funcionários e o faturamento é de R$ 6 mil mensais. Os empresários do rafting são unânimes sobre os motivos que levaram ao desaquecimento do esporte. Eles acreditam que a construção de Santa Fé repercutiu negativamente na mídia, uma vez que foi amplamente disseminada a informação de que a atividade acabaria. E com a diminuição drástica do faturamento, os investimentos em marketing ficaram bastante limitados. Eles contestam também as melhorias que a Brasil PCH afirma ter feito. O website www.raftingparaibuna.com. br, prometido pela controladora de Santa Fé para divulgar o esporte, não estava no ar durante todo o período de apuração da matéria e, após consulta à pagina www. registro.br, do órgão responsável pelo registro de domínios para internet no Brasil, constatamos que o endereço não pertence
“Fiquei empolgado com as paisagens naturais”, Luis Guilherme Barroso Rodrigues, estudante
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à nenhuma organização e está disponível para qualquer pessoa que queira registrá-lo. Sobre a divulgação do esporte pela Brasil PCH, durante visita aos locais de prática do rafting, não havia material de publicidade. Com relação à compra e distribuição de ingressos para cidadãos locais, estudantes e empresas, com o objetivo de divulgar o esporte (Programa de Recreação e Lazer), os empresários afirmaram que a Brasil PCH pagava uma quantia equivalente a 20 ingressos semanais, enviando os turistas para a atividade. O contrato durou dois anos e não foi renovado. Para o secretário de Esportes de Três Rios, José Roberto Padilha, o surgimento de novos centros de rafting foi uma das causas da diminuição pelo interesse na região. “Já tivemos Campeonato Brasileiro de Rafting no Paraibuna, mas por conta das confederações, das federações que enxergaram em Três Rios um ótimo local para sua prática. Com o tempo, foram surgindo novos centros de rafting e eles
deixaram de investir em nossa cidade”. Padilha, no entanto, concorda que Santa Fé também prejudicou o esporte. “As PCHs são necessárias, afinal a energia elétrica brasileira tem seu potencial retirado na força dos nossos rios, mas que elas interferiram na expansão do rafting, no seu desenvolvimento, isto é inegável, e era esperado”, completou. Descida agrada turistas Nossa equipe acompanhou uma descida de rafting no mês de janeiro. Chegamos ao restaurante Rancho Brasil no dia 9, às 9h, e encontramos duas famílias do Rio de Janeiro, que vieram praticar do esporte. O engenheiro Márcio de Oliveira Rodrigues, 46, que já havia praticado rafting anteriormente, trouxe a família para experimentar a descida nas corredeiras. “Descobri a atividade em Três Rios por meio de um amigo da empresa na qual trabalho. Depois disso, eu acessei o site da empresa e marquei a descida, afirmou. O engenheiro ficou satisfeito com o passeio.
“Eu gostei muito. Essa é segunda vez que pratico e com certeza vou indicar a amigos e familiares o rafting em Três Rios”. O universitário João Paulo Rodrigues Lago, 19, ficou impressionado com a beleza do trajeto. “Eu, que estou acostumado com cidade grande e não tenho muito contato com rios e natureza, fiquei empolgado com a quantidade de paisagens naturais durante as três horas de descida”. Já o estudante Luis Guilherme Barroso Rodrigues, 12, afirmou que a emoção foi o ponto alto do passeio. “As corredeiras são muito rápidas e indico para as pessoas que gostam de aventura”. De acordo com o secretário de Turismo de Três Rios, Marcos Pinho, a administração do município está focada em inserir a cidade no cenário do desenvolvimento através dos pontos turísticos. “O apoio aos profissionais que, por meio desse esporte, venham a levar o nome de Três Rios a importantes competições nacionais e internacionais e que ainda impulsionem a atividade como fonte geradora de renda será sempre irrestrita”, enfatizou.
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INFRAESTRUTURA
Obra vai reduzir em cinco quilômetros o percurso entre Rio de Janeiro e Petrópolis
O maior túnel do Brasil
Projeto de duplicação da estrada que liga o Rio a Petrópolis conta com a construção de um túnel de cinco quilômetros de extensão, que será o maior do país. Obras divergem opiniões e causam preocupação a alguns moradores
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stá previsto para março o início de um futuro empreendimento que visa duplicar, na BR-040, na Serra de Petrópolis, a pista de descida no sentido Rio, reduzindo em cinco quilômetros a viagem entre a Cidade Imperial e a capital fluminense. Segundo a Concer, concessionária que administra a via e responsável pela execução do projeto, a nova pista terá um traçado moderno, sendo menos sinuosa que a atual e com acostamentos em toda a sua extensão. A aposta é em uma pista estratégica no que diz respeito à infraestrutura, principalmente da Região Sudeste, com a proximidade da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016. De acordo com a Concer, o novo trecho vai beneficiar os cerca de dois milhões de 36
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motoristas que passam mensalmente pelo local, levando modernidade e segurança, comportando a crescente demanda de tráfego. Além da redução do percurso, a concessionária estima que aproximadamente 8.000 toneladas de gás carbônico deixem de ser lançadas por ano na atmosfera. As obras incluem, ainda, a separação do tráfego local do tráfego de longa distância por meio de vias laterais e novos acessos, bem como a ligação dos bairros Bingen e Quitandinha, em Petrópolis. Com o trajeto mais curto, motoristas que se deslocam do Rio até Comendador Levy Gasparian, ou Três Rios, por exemplo, perceberão a diferença. Uma das grandes novidades do projeto, no entanto, é um conjunto de pontes, viadutos e um túnel de cinco quilômetros, que será o maior do país, reduzindo o impacto da obra sobre a área verde da região.
A nova pista terá seu trecho inicial a partir do km 102 da atual pista de descida, terminando no km 82, já em Petrópolis, logo após o futuro túnel. Os investimentos aplicados giram em torno de R$ 670 milhões, já previstos no contrato de concessão, de acordo com a Concer. A concessionária informou a geração de cerca de 1.600 postos de trabalho diretos e indiretos durante as obras. O projeto deverá ficar pronto em 2013, a tempo do Mundial de futebol, e depende apenas de licença de instalação para de fato ser iniciado. Para a Concer, a rodovia funciona como um termômetro do ritmo da economia, portanto, a empresa afirma que a adequação e a modernização da pista virão ao encontro do atual volume de tráfego, sobretudo de caminhões e carretas. A concessionária aponta que a estrada tem quase 100 anos e que estudos mostram
Figura mostra como vai ficar a nova pista
que o trecho de subida da serra já não comporta essa demanda crescente.
Projeto engloba turismo ecológico Com a nova subida, o atual percurso, cercado de Mata Atlântica, ganha vocação para ser transfor-
mado em uma estrada-parque. Segundo decreto nº. 40.979, do governo do Estado do Rio de Janeiro, datado em 15 de outubro de 2007, entende-se por estrada-parque “a via automotiva que, inserida no todo ou em parte em unidade de conservação da natureza, possua características que compatibilizem sua utilização com a preservação dos ecossistemas locais, a valorização da paisagem e dos valores
culturais e, ainda, que fomentem a educação ambiental, o turismo consciente, o lazer e o desenvolvimento socioeconômico da região onde está inserida”. Segundo a Concer, a criação desse polo turístico está sendo projetada para acontecer concomitantemente à implementação da nova subida da serra.
Os investimentos incluem:
• Reformulação das faixas de rolamento, forçando a redução da velocidade e cedendo prioridade aos pedestres e ciclistas; • Incentivo ao estacionamento e utilização de modais coletivos; • Fiscalização eletrônica de velocidade; • Realização de paradas para contemplação; • Criação de novos atrativos e produtos turísticos; • Guaritas de acesso ao Parque da Serra da Estrela; • Jardins-Coleções com espécies da Mata Atlântica; • Turismo de aventura e ecoturismo; • Interpretação da flora e fauna e arvorismo: diversão – conhecimento e adrenalina; • Um ponto de encontro: bistrô, lojas, borboletário, orquidário e exposição de plantas. revistaon.com.br
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INFRAESTRUTURA
Simulação virtual do pedágio em Caxias
O diretor de turismo da Fundação de Cultura e Turismo de Petrópolis, Aníbal Duarte, apoia a criação da estrada-parque. “Isso será de grande importância para o turismo de Petrópolis, pois além de evitar a favelização da área após a saída da concessionária, o que é danoso para qualquer destino turístico, ainda permitirá o aproveitamento de área ambientalmente preservada para o ecoturismo”, concluiu.
Tarifa não sofrerá reajuste Em entrevista ao O Globo, em 8 de novembro de 2010, o presidente da Concer, Pedro Jonsson, afirmou que a tarifa do pedágio não passará por reajuste. A assessoria de imprensa da empresa informou que estão sendo realizados estudos para que o impacto na tarifa seja equilibrado, de modo a não ter ônus para o usuário. Atualmente, a tarifa cobrada nas praças de pedágio da Concer (Xerém – Duque de Caxias, Pedro do Rio – Petrópolis e Simão Pereira) é a mesma em ambos os sentidos e varia de acordo com as características do veículo. Os valores custam entre R$ 3,80 (para motocicletas, por exemplo) e R$ 46,20 (como caminhões 38
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com reboque). Automóveis, caminhonetes e furgões pagam R$ 7,70.
Opiniões divididas Alguns especialistas em tráfego aprovam a duplicação da via na medida em que o fluxo de veículos, relacionado ao desenvolvimento econômico, precisa de infraestrutura adequada para acompanhar o ritmo do crescimento, colaborando com a fluidez do trânsito. Quem passa pela rodovia frequentemente aponta algumas críticas. É o caso do designer e estudante de engenharia civil Elomir Gumiero de Moares, que, aos fins de semana, se desloca para o Rio de Janeiro. “A duplicação da estrada é um desejo antigo e vai facilitar o percurso entre as duas cidades, não só pela redução do trajeto, como também na economia de combustível e na redução do impacto ambiental. Entretanto, acredito que o comércio do Quitandinha será prejudicado e o trânsito no Bingen se tornará um caos”, diz. A maior preocupação de quem vive no Bingen, por exemplo, é com o término da tranquilidade característica do local, que teve um choque com nova rodoviária.
Falta de sinais de trânsito, faixa de pedestres e redutores de velocidade são as maiores reclamações dos moradores e comerciantes. Com o aumento do fluxo de automóveis, a apreensão é ainda maior. Para o supervisor administrativo José Manoel Gomes Soares, a maior vantagem da nova pista é a segurança. “Com menos curvas e mais sinalização, fica menos preocupante viajar para o Rio, principalmente quando se tem crianças no carro. Acredito que as reclamações terão uma solução e a obra irá beneficiar a todos”, afirma.
“Moradores do Bingen se preocupam com a tranquilidade local” O vereador Thiago Damaceno, líder do Partido Verde na Câmara Municipal de Petrópolis, acredita que a duplicação e a ligação entre o Bingen e o Quitandinha são importantes, mas podem ser feitas de outra maneira. Para ele, a população precisa ser ouvida.
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TR F
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Folia
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CAPA
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1.
H
á quem já tenha dito que sem ele Três Rios seria uma “cidade fantasma”. Quarenta e dois anos após a inauguração da Cereais Bramil, o empresário Josemo Corrêa de Mello, diretor-presidente do Grupo Mil, é responsável pela geração de mais de 6.000 empregos diretos. Com 17 lojas, além de fábricas de diversos segmentos, para Josemo, seus clientes são seu maior patrimônio. “Os considero muitíssimo”, conta. Sua história é uma verdadeira inspiração. Por isso, o empresário abre esta seção da Revista On, contando sua trajetória, desde a humilde infância na zona rural de Petrópolis, até o sucesso de seus empreendimentos nos dias de hoje.
.000 POR PAULA ARAÚJO
Josemo Corrêa de Mello
o empresário nota
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CAPA
A visão de novos mercados o fez ousar ao inaugurar sua primeira loja com a palavra no plural.
Primeira loja do Bramil em Três Rios
Década de 1940
1949
Nasce Josemo Corrêa, em uma garagem de carroça
Acorda às 4h da manhã para tocar boi no engenho
Sofre um acidente que marcou sua vida para sempre
ram a Josemo. Ainda menino, aos 8 anos, já acordava antes do dia amanhecer, às 4h, para ajudar o primo a tocar gado no engenho e fazer açúcar preto. Josemo nunca perdeu a fé e sempre acreditou que, com trabalho, poderia realizar seus sonhos e vencer na vida. Dos pais, o barbeiro Baltazar e a dedicada dona de casa Amélia, famosa por fazer uma deliciosa cocada, ele lembra o apoio que sempre recebeu. “Papai achava que seria melhor se nós continuássemos em Santo Antônio, em Anta, distrito de Sapucaia, onde tínhamos uma birosca. Ele me dizia: ‘Josemo, vamos ficar por aqui, é mais tranquilo, não tem fiscal’. E eu
respondia: ‘Tá bem, papai, não tem fiscal, mas também não tem cliente!’. Ainda bem que eu não o obedeci.” Aos 12 anos de idade, Josemo sofreu um grave acidente que deixaria marcas em sua vida para sempre. Enquanto andava a cavalo, uma mula o derrubou e ele foi de encontro a uma rocha. “Fiquei muito machucado”, diz. Imprensado na pedra, seu quadril e sua perna foram esmagados. Sem recursos, o empresário tratava dos ferimentos em casa, com remédios caseiros, até que seu pai conseguiu interna-lo em um hospital público no Rio de Janeiro, onde passou um ano e oito meses quase sem receber visitas. “Foram momentos
N
ascido em Cuiabá, distrito de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, Josemo Corrêa de Mello teve uma infância humilde. As lembranças da época são poucas. Entre as mais marcantes, está o prazer pelo trabalho, que sempre o acompanhou. “Infelizmente, não tenho muitas lembranças da minha infância. Eu nasci em uma garagem de carroça, em um dia chuvoso, numa casa muito simples. Minha diversão sempre foi o trabalho. Desde criança gostava de comprar e vender, ficava feliz quando fazia bons negócios e ganhava um dinheirinho”, revela. Disposição e perseverança nunca falta44
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1953
Josemo ao lado dos pais, Amélia e Baltazar, na inauguração do Bramil Três Rios, em 1973
1954
1962
1969
Um ano e oito meses depois, se recupera do acidente e sai do hospital
Monta um armazém em Três Rios
Inaugura a Cereais Bramil Ltda. em Três Rios
muito difíceis que me deixaram com algumas sequelas. Até hoje tenho dificuldades para caminhar”, conta. Mas Josemo nunca desistiu. “Sempre fui determinado e tinha certeza de que a vida me reservava grandes missões. Para vencer, precisamos aprender a superar situações adversas como essa.” Restabelecido do acidente e já com 21 anos, sem ter abandonado o espírito empreendedor, em 1º de abril de 1962, montou, ao lado do cunhado, um armazém em Três Rios. Em 13 de maio de 1969, dia de Nossa Senhora de Fátima, inaugurou a Cereais Bramil Ltda., empresa de comércio atacadista do gênero alimentício,
localizada na rua Barão de Entre-Rios, em Três Rios. Dois anos depois, em 1971, veio a primeira filial dos Supermercados Bramil, em Areal. Em 1973, a Cerealista Brasil foi transferida para a praça da Autonomia, quando, naquele mesmo ano, foi inaugurado o Bramil no município trirriense. Hoje, o diretor-presidente do Grupo Mil possui 17 lojas instaladas em Três Rios, Paraíba do Sul, Areal, Petrópolis, Itaipava, Posse, Nova Friburgo, Vassouras, Miguel Pereira, Valença, Barra Mansa e Matias Barbosa. Somente em Três Rios, onde Josemo se estabeleceu com sua família, há três lojas da rede, sendo
duas no Centro e uma no bairro de Vila Isabel. Em 2006, o jornalista Pedro Bial esteve na cidade trirriense com a Caravana do Jornal Nacional. Na passagem, Bial afirmou que, sem Josemo Corrêa, o município seria uma “cidade fantasma”. No entanto, o empresário discorda da afirmação. “Claro que não! A cidade possui empresários, homens públicos e profissionais de grande valor. O comércio é forte e o povo muito trabalhador. É verdade que passamos por algumas dificuldades, principalmente após o fechamento da Santa Matilde [companhia industrial fabricante de automóveis, vagões e trarevistaon.com.br
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CAPA Xxxxxxxxxxxxx
O empresário com os filhos Caio (à esq.) e Josemo Júnior (à dir.) e a esposa, Marlene
1971
1973
Anos 2000
Abertura da primeira filial dos Supermercados Bramil em Areal
Cerealista Brasil é transferida para a praça da Autonomia
Grupo Mil possui 17 lojas e fábricas em diversos segmentos
tores, responsável pela geração de cerca de 2.000 empregos em Três Rios, paralisada na década de 1980]. Hoje, vivemos outra realidade, resultado, justamente, do trabalho de todos. Tenho muito orgulho e gratidão pela cidade de Três Rios, procuro retribuir fazendo a maioria de nossos investimentos aqui”, expõe. Atualmente, o Grupo Mil emprega cerca de 6.000 trabalhadores diretos, sendo um dos maiores empregadores da região. Além dos supermercados, o Grupo administra fábricas na área alimentícia, como massas, sorvete, café, refrigerante e água mineral; além de indústrias de argamassa, pedreira, construtora, transportadora e dis-
tribuidora de pneus. Por esse motivo, no ano passado, Josemo recebeu da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro – Alerj – a Medalha Tiradentes, homenagem concedida àqueles que tenham prestado serviços relevantes à causa pública do Estado. Parece que o céu é o limite para Josemo Corrêa, que se sente realizado “por poder construir oportunidades e atender a milhares de clientes, os quais merecem toda a gratidão, carinho e respeito”. Para ele, que admite não ter tempo para sonhar, o segredo do sucesso nada mais é que muito trabalho e dedicação. “Agradeço a Deus todos os dias por tudo que rece-
bi. Não tenho muito tempo para sonhar, trabalho muito. O sonho sem o trabalho é impossível de se tornar realidade, a não ser com um prêmio da loteria. Essa sorte eu nunca tive, até porque não jogo. Não existe segredo para o sucesso, existe trabalho”, revela o empresário que sempre trabalhou por volta de 16 horas por dia. Casado com Marlene de Souza Corrêa, o empresário é pai de dois filhos, Josemo Corrêa de Mello Júnior e Caio Corrêa de Mello. Com relação ao processo de sucessão da empresa, Josemo respondeu: “Meu filho mais velho já está ao meu lado. Tento ensiná-lo um pouco do muito que aprendi durante todos esses anos. Os
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1 Com a esposa, na entrega da Medalha Tiradentes 2 Com os irmãos Jurandir, Mário Luiz e seus funcionários 3 Inauguração do Centro de Distribuição, em Três Rios, com os irmãos, o prefeito da cidade trirriense, Vinicius Farah, e o então presidente da Câmara Municipal, Carlos Alberto Barbosa 4 Josemo posa ao lado do ministro da Agricultura, Wagner Rossi, do presidente da Bolsa de Gêneros Alimentícios do Rio de Janeiro, José de Souza, e da vice-presidente da entidade, Eloar Oliveira
2006
2010
2011
Concede entrevista ao jornalista Pedro Bial para a Caravana do Jornal Nacional
Recebe a medalha Tiradentes na Assembleia Legislativa do Rio
Grupo Mil gera mais de 6.000 empregos diretos na região
dois são ótimos meninos e terão sempre o meu apoio. Eles terão a oportunidade de trabalhar começando muito melhor do que eu comecei. A empresa exige dedicação e compromisso. Tenho também meus irmãos e sobrinhos. A empresa precisa da união de todos.” Religioso, Josemo diz que o que mais preza em sua vida é a família, o trabalho e o amor a Deus. “Sem Ele não somos nada.” Questionado sobre a avaliação de seu patrimônio, o empresário demonstra humildade. “Meu maior patrimônio são os nossos clientes e funcionários, os quais considero muito, muito, muito.”
A força é algo marcante na personalidade de Josemo. Quando perguntado sobre a maior dificuldade que teve na vida, ele faz uso de perseverança e simplicidade para elaborar a resposta. “A vida não é fácil para ninguém, o importante é ter humildade, para aprender sempre, inclusive com as próprias dificuldades; acreditar que é possível vencer, com honestidade e trabalho. Sou uma pessoa simples, poderia viver bem com o resultado de uma padaria, mas a responsabilidade com mais de 6.000 funcionários, os inúmeros compromissos assumidos e o prazer em trabalhar não permitem que eu fique só nisso”, afirma. Num país onde os jovens devem cada
vez mais cedo se aperfeiçoar e tomar decisões importantes para toda uma vida, além de assimilar informações em quantidade e tempo recordes, a nossa inspiração aconselha: “É preciso valorizar a vida, respeitar a si mesmo e ao próximo. Acreditar sempre que é possível conquistar os seus sonhos, enfrentar as dificuldades sem medo, crer em Deus e em si próprio. A maior força está dentro de nós mesmos. Nós somos os únicos responsáveis pelo nosso amanhã. A vida passa rápido, não dá para ficar lamentando, precisamos construir nossas próprias oportunidades. Nunca podemos perder a humildade. Sozinhos não somos ninguém. Que Deus ilumine a todos!”, finalizou Josemo. revistaon.com.br
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COTIDIANO
Sinal
vermelho
Entenda por que o plano viário de Três Rios ainda não entrou em vigor
M
udança de ruas, novas vagas rotativas, novas normas para o tráfego de Três Rios, tudo para melhorar e evitar um futuro trânsito “caótico”. Isso é o que se espera e foi prometido pelo poder público. A colocação de placas de sinalização e de novos semáforos faz parte do novo plano viário do município. Eles começaram a ser instalados em fevereiro de 2010, mas ainda continuam com as luzes apagadas. 48
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Cruzamento entre a avenida Nelson Viana e a rua da Maçonaria é um dos pontos críticos da cidade
A frota da cidade vem crescendo acentuadamente. Só para se ter uma ideia, entre janeiro e novembro de 2010, houve um aumento de 10,4% do número de veículos, de acordo com o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). “É muito carro para pouca cidade e não há planejamento”, explica o sociólogo Sérgio Correa, morador do Centro. “Quase não saio de casa de carro por causa do trânsito”, confirmou.
Para planejar e organizar o trânsito trirriense, a empresa M2A Consultoria e Engenharia Ltda foi vencedora do processo licitatório e realizou estudo do impacto viário, avaliação e sugestão de melhorias físicas e operacionais em vias urbanas da cidade. Segundo publicação do Boletim Informativo Oficial (BIO), só para a avaliação foram investidos cerca de R$ 53 mil.
A demora
Educação
Depois de seis meses de estudos do trânsito da cidade, foi constatado que havia a necessidade de alterar o sentido de algumas das principais ruas e melhorar a sinalização horizontal e vertical. Passado pouco mais de um ano, as ruas continuam do mesmo jeito e os sinais apagados. Há quem acredite que a demora é necessária. “Acho que esta demora é normal, pois há muito não se tem um planejamento e é preciso de tempo para fazer o serviço direito”, acredita Rubens Vaz, 57, taxista desde 1975. Contrariando a opinião de Vaz, Francisco Assis, 50, foi mais cético. “Acho uma falta de competência da prefeitura. Da forma que está, o trânsito está mais perigoso”, diz. O prefeito Vinicius Farah justificou o atraso como uma forma de aprimorar os impactos que a mudança vai causar no cotidiano dos cidadãos trirrienses. “A alteração do tráfego vai mexer com o dia a dia de muitas pessoas, por isso, estamos elaborando a melhor maneira de executá-la. Além disso, as obras de recuperação das vias públicas também descumpriram o prazo previsto, por causa de atrasos na liberação dos recursos e das chuvas que atingiram a cidade em 2010”, explicou. Farah afirmou à nossa reportagem que o projeto entrará em vigor no dia 8 de abril, uma sexta-feira. O motivo da escolha da data, segundo o prefeito, é para dar tempo de realizar a desmontagem da estrutura do carnaval, que leva aproximadamente 20 dias. Para quem circula a pé pela cidade, os semáforos ligados fazem muita falta. Anderson de Paula, 34, acredita que o crescimento do trânsito está atrelado ao crescimento da cidade, contudo, “é um desperdício, está no lugar e está parado”, reclamou. O secretário Paulo Cabral lamentou a ideia de que a sinalização não esteja ativa, mas afirmou que todo sistema de sinais está funcionando e aguarda a implantação do projeto viário para acender as luzes.
Além da mudança no tráfego, campanhas de conscientização são promovidas no sentido de educar e orientar pedestres, motoristas e comerciantes sobre as alterações. “Aqui no Centro ninguém ‘dá a vez’. O sinal seria uma forma de organizar melhor”, apontou Anderson sobre a falta de educação de alguns motoristas. Com relação às multas de trânsito, o secretário de Ordem Pública, Alexandre Mansur, explicou que a Guarda Municipal não pode multar motoristas; para isso, contará com a ajuda dos policiais militares. Entretanto, a secretaria tem a capacidade de orientar os agentes, como foi feito “na semana do trânsito e nos colégios”, assegurou Mansur.
Investimento pesado Várias empresas foram contratadas pela prefeitura para prestar serviços de pavimentação, sinalização e manutenção de parques, jardins, áreas verdes, locação de veículos e equipamentos. Para sinalização, foram contratadas duas empresas: a Trigonal Engenharia Ltda e DPP – Dinâmica Placas e Publicidade Ltda, que, juntas, receberam R$102.419 para instalar equipamentos de sinalização, controlador eletrônico, postes e os blocos semafóricos. De acordo com o Paulo Cabral, a prefeitura gastou com o plano viário um total de R$ 385 mil. O dinheiro foi aplicado na elaboração do estudo (R$ 53 mil), na instalação dos semáforos (R$ 85 mil), colocação de placas de sinalização e de indicação de logradouros (R$ 160 mil), na compra de máquina especial para pintura de faixas (R$ 75 mil) e na aquisição de blocos de concreto que irão delimitar as ciclofaixas nas ruas (R$ 12 mil). “Acredito que a população terá dificuldades para se adaptar a essas mudanças, mas uma cidade precisa crescer com ordem e segurança”, finalizou Farah.
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EU SEI FAZER
Do lixo à
arte
“Comecei a trabalhar cedo, mas espero terminar tarde”
O
artesão trirriense Jorge Luiz Machado Ferreira transforma filtros de café usados e outros materiais recicláveis em objetos de decoração. Dono de grande criatividade, ele faz da arte seu hobbie, criando luminárias, bolsas, vasos, baús, relógios e até uma bicicleta de quatro rodas.
Jorge Luiz começou a trabalhar muito cedo, aos 13 anos de idade. Aos 40, já estava aposentado pela extinta Rede Ferroviária Federal. Com 57 anos, há três trabalhando com artesanato, ele aproveita filtros de papel usados para coar café para criar seus objetos. “Sempre gostei de artesanato e um dia vi essa técnica com filtro de papel na TV e me interessei”, conta o artesão que teve dificuldades no início. “No começo eu não conseguia acertar, até que vi o trabalho em uma loja em Guapimirim (RJ) e a mulher que o fazia me ensinou. Tentei diversas vezes em casa até conseguir”. Aliás, é em sua casa, no bairro de Vila Isabel, em Três Rios, que funciona seu ateliê. Criar parece ser o verbo preferido de Jorge. Técnico em mecânica, ele chegou a montar uma bicicleta de quatro rodas. “Levei três meses para fazê-la”, revela ao mostrar com orgulho a foto da engenhoca.
Bicicleta criada por Jorge
Jorge faz de tudo com os filtros reutilizados, mas seus trabalhos mais expres50
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Jorge usa a criatividade sem limites para criar suas peças
sivos são os abajures. A base é feita de sobras de MDF que ele ganha de uma marcenaria. Para reaproveitar os coadores de papel há toda uma técnica. Primeiro é preciso esperar o filtro secar ainda com o pó de café dentro. Depois, o papel é escovado, selado com cola e aplicado à superfície desejada. O método é aplicado nos mais variados materiais, dando vida a objetos decorativos, como bolsas, vasos, relógios, pequenos baús, caixas e onde mais a imaginação permitir. Mas Jorge não para nos filtros, ele também faz luminárias com jogo americano chinês e tubos de PVC. “Para modelar o tubo, uso secador de cabelo e algumas ferramentas. Também faço a modelagem com a própria mão, já me queimei várias vezes”, diz. Dependendo da peça, o artesão leva de 12 horas a um dia inteiro para finalizá-la. O custo de um abajur, por exemplo, é de R$ 15 e pode ser vendido a até R$ 55. Para fazer um relógio, são gastos cerca de R$ 10, podendo ser vendido por R$ 25. Casado com a também artesã Vânia,
pai de dois filhos, um de 27 e outro de 33 anos, e avô de seis netos, Jorge não vive do artesanato. “Até trabalho com algumas encomendas, mas vivo da minha aposentadoria. Faço isso por puro prazer”, afirma. O trabalho de Jorge esteve exposto na feira de negócios realizada anualmente em Três Rios, em 2010, mas ele não se limita ao município trirriense. “Uma vez levei várias peças a Rio das Ostras (RJ) e vendi tudo muito rápido”, conta. Lojas de outras cidades, como Juiz de Fora (MG), também já se interessaram pelos objetos de Jorge. Perguntado sobre a valorização do artesanato em Três Rios, ele é categórico. “As pessoas demonstram interesse, gostam do trabalho, mas nem sempre compram. Acho que falta incentivo, um lugar para podermos expor nossas peças, divulgá-las. Fora daqui eu vendo muito mais.” Mesmo tendo começado a trabalhar muito jovem, Jorge não desanima. “Comecei cedo, mas espero terminar tarde”, finaliza.
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SEGURANÇA
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RRIA, VOCÊ EST
Três Rios inaugura Central de Monitoramento 24h com 45 câmeras instaladas em pontos estratégicos da cidade, definidos após estudo geográfico. 1 - Trevo Izaltino Silveira 2 - Rua Iglesias Lopes 3 - Terminal Rodoviário Arsonval Macedo 4 - Rua Barão de Entre Rios x Rua Barbosa de Andrade 5 Avenida Prefeito Alberto Silva Lavinas 6 - Avenida Prefeito Alberto Silva Lavinas 7 - Avenida Condessa do Rio Novo 8 - Rua Barão do Rio Branco 9 - Rua Prof. Joaquim J. Ferreira x Rua Gomes Porto 10 - Rua Gomes Porto x Rua Barão do Rio Branco 11 - Praça São Sebastião 12 - Rua Prefeito Walter Francklin 13 - Rua Walmir Peçanha x Rua Duque de Caxias 14 - Rua Duque de Caxias x Rua XIV de Dezembro 15 - Rua da Maçonaria x Praça Salim Chimelli 16 - Rua Benjamin Constant x Rua Nelson Viana 17 - Estrada União Indústria x Avenida Castro Alves 18 - Rua José Vaz 19 - Rua Joaquim P. Portela x Rua Professor Moreira 20 - Rua Joaquim P. Portela x Rua Elza Maria de Miranda 21 - Estrada do Cariri x Avenida Petrobrás 22 - Rua Direita x Vila Cariri 23 52
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TÁ SENDO FILMADO
Saiba como funciona o sistema de vigilância, controlado pela Guarda Municipal, Polícia Militar e Polícia Civil. - Posto Ipirangão 24 - Rua Zoelo Sola x Rua Santo Antônio 25 - Rua Zoelo Sola x Rua Feliciano Lima 26 - Rua Zoelo Sola 27 - Rua João Correia da Silva 28 - Rua Ruy Barbosa x Rua Iglesias Lopes 29 - Rua Barão do Rio Branco x Rua Rita Cerqueira 30 - Rua Walmir Peçanha x Rua 7 de Setembro 31 - Praça da Autonomia 32 - Rua Padre Conrado / Beira Rio 33 - Praça Manoel Pinheiro - Vila Isabel 34 - Trevo da Santa Matilde x Distrito Industrial 35 - Rua Zoelo Sola 36 - Planeta Cidadão (solicitação de um ponto fixo no local) 37 - Terminal Rodoviário Arsonval Macedo 38 - Estrada União Indústria x Entrada do Bairro Monte Castelo 39 - Bairro Ponto Azul x Rodovia BR 135 - KM 118 40 - Rua Bernardo Belo x Mariano Procópio 41 - Central de Monitoramento - Ponto Fixo 42 - Duas câmeras internas na viatura de ronda escolar 43 - Duas câmeras internas na viatura de supervisão revistaon.com.br
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SEGURANÇA
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problema da violência, comum a todas as cidades em desenvolvimento, começa a ser enfrentado de forma direta em Três Rios. Um grande plano de combate e prevenção foi implantado no início de 2011, em uma iniciativa do poder público com o apoio das polícias Militar e Civil: o Projeto de Vigilância Eletrônica. A ação, que segundo autoridades municipais tem como principal objetivo proporcionar maior tranquilidade e segurança para a população, conta com uma Central de Monitoramento 24 horas por dia, localizada na praça São Sebastião, no Centro. Foram instalados 45 pontos de captação de imagens por câmeras de vigilância, sendo 40 deles por diversos locais da cidade, um fixo na própria Central, dois na viatura de ronda escolar e dois na viatura de supervisão. A segurança do município foi questionada pela população após o assassinato da estudante Jéssica Philipp Giusti, 21, cujo corpo, com marcas de agressões, foi encontrado pela polícia no dia 18 de outubro de 2010, no bairro Purys. Jéssica, natural de Piracicaba (SP), era estudante do curso de direito da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Na época do crime, imagens das câmeras de segurança de residências e estabelecimentos comerciais do trajeto por onde a universitária passou foram analisadas, mas nenhuma delas captou imagens que pudessem ajudar na elucidação do caso, que permanece sob investigação. O assassinato gerou uma comoção nacional: parentes e amigos da estudante procuraram diversos veículos de imprensa para colocar em pauta as ações do município no que tange à segurança. De acordo com o secretário de Ordem Pública de Três Rios, Alexandre Mansur, o Projeto de Vigilância Eletrônica foi uma prioridade desde os primeiros meses do atual governo e não foi colocado em prática somente depois do assassinato da universitária. “As primeiras etapas do processo aconteceram no início de 2009. Pela grandiosidade do projeto e pela demanda dos pontos de monitoramento, o estudo demorou bastante tempo. Quando aconteceu o caso Jéssica, o projeto já estava em sua fase conclusiva”, afirmou 54
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Mansur, explicando que é necessário um planejamento envolvendo um estudo geográfico da cidade. “Recebemos uma equipe de engenheiros de telecomunicações para analisar os pontos de transmissão, uma vez que todas as câmeras possuem sistemas de transmissão sem fio, motivo pelo qual tudo foi elaborado com bastante antecedência”, completou. As câmeras foram divididas em pontos estratégicos. Todas as entradas da cidade foram cobertas, além das principais áreas de comércio, áreas bancárias e locais onde o monitoramento é essencial para evitar delitos. De acordo com o supervisor da Emive - empresa de Belo Horizonte vencedora do processo de licitação -, Walder Braga Júnior, responsável por coordenar os profissionais envolvidos na implantação do projeto, a equipe, inicialmente, encontrou dificuldades na instalação dos equipamentos. “No início, encontramos dificuldades, como interferência, em função da geografia da própria cidade, mas solucionamos os problemas ao reposicionar algumas antenas e atingimos os resultados esperados”, afirmou Braga Júnior. O supervisor enfatiza, ainda, que o envio das imagens é garantido. “Nós usamos uma frequência que não sofre interferência nem de celular, wireless, redes domésticas, rádio da polícia e até mesmo
do clima. Todos os recursos necessários para evitar falhas foram incluídos e instalados no sistema”, completou.
Projeto conta com parceria entre a Guarda Municipal e as polícias Civil e Militar Outro ponto importante destacado pela equipe da secretaria de Ordem Pública é a integração da Guarda Municipal com as polícias Civil e Militar, inseridas no projeto com o objetivo de proporcionar rapidez ao atendimento. Os agentes das três forças estão presentes dentro da Central de Monitoramento, o que aumenta a eficácia do projeto. Quando um operador da Polícia Militar ou da Polícia Civil estiver verificando a possível ocorrência de um crime, ele mesmo aciona sua viatura, executando ações para evitar que ele aconteça. Os agentes da Guarda Municipal e das polícias vão trabalhar na Central simultaneamente. O espaço possui três mesas de operação e cada agente/operador pode acessar todas as câmeras por meio de um teclado a qualquer momento. Serão três turnos de oito horas, evitando que os operadores fiquem desgastados e para que eles tenham uma produtividade aceitável. São três operadores por plantão: um da Guarda Municipal, um da Polícia Civil
Walder Braga Júnior, supervisor da Emive, empresa responsável pela instalação dos equipamentos
e um da Polícia Militar. Na Central, eles têm contato via rádio e telefone com todas as suas viaturas. Dessa forma, não há o retardo e a dificuldade de comunicação.
Tecnologia: câmeras contam com zoom, movimento de 360º e sistema de no-break Para realizar o monitoramento de áreas públicas, como ruas, praças, avenidas e estradas, são necessários equipamentos com tecnologia que permita maiores ações nos locais de supervisão, como aproximar o zoom para visualizar com detalhes as ações suspeitas, acompanhar o percurso de determinadas pessoas, verificar maiores detalhes para identificação de suspeitos e flagrar ações de roubo, vandalismo e outros crimes. Nesse sentido, foram instaladas em Três Rios as câmeras Speed Dome TS- 3011 e TS- 3021.
Esses modelos de câmeras são recomendados para locais mais críticos, com altura e localização em pontos estratégicos, controladas por um operador que tem acesso a todas as imagens na Central de Monitoramento, como acontece no município. Além disso, as câmeras possuem um mecanismo de lente zoom de grande capacidade, movimentação em 360º horizontal e 90º vertical integrados, com um sistema de comunicação para longas distâncias. Tudo funciona dentro de um domo, que é uma cúpula de material acrílico fumê, que dificulta e, dependendo da altura, impossibilita a verificação para qual direção a câmera está posicionada. Vale ressaltar que, em caso de falta de energia elétrica, as câmeras passam a operar com um sistema de no-break, instalado junto com o sistema de transmissão. Para o monitoramento noturno, elas
mudam o sistema de captação de imagens para infravermelho, garantindo dessa maneira a segurança 24 horas por dia. Além disso, cada câmera é independente. Caso haja algum problema em uma delas, as outras continuam funcionando. Todas as imagens são gravadas e ficam à disposição das autoridades por tempo indeterminado. Além de gerar um arquivo de gravação na própria Central de Monitoramento, nos três servidores disponíveis, o sistema faz um backup automático em tempo real, num outro servidor localizado em local não revelado por medidas de segurança. Os valores da implantação do projeto não foram divulgados pela secretaria de Ordem Pública, mas, de acordo com um levantamento feito pela Revista On, o custo de cada câmera é de quase R$ 6 mil, totalizando R$ 270 mil.
“Imagens são gravadas e ficam à disposição das autoridades”
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SEGURANÇA
Privacidade: somente os operadores terão acesso às imagens das câmeras Antes da inauguração oficial, nossa equipe teve acesso à Central de Monitoramento. De acordo com informações do secretário de Ordem Pública, a escolha do local foi exclusivamente estratégica. “O objetivo de escolher a praça São Sebastião foi prorcionar maior viabilidade de transmissão e recepção dos sinais, melhor posicionamento para garantir a segurança e acessibilidade dos operadores”, afirmou Mansur. Sobre o acesso às imagens, dispostas em seis televisores de LCD, o secretário foi enfático. “As imagens não serão disponibilizadas na internet ou em qualquer outro meio”. Para garantir maior privacidade, a Central conta com vidros fumê que impedem os pedestres de verem as imagens durante a operação.
gulo, por exemplo, pelo que vi só tem uma câmera e em frente à praça, mas há lugares que devem ser mais vigiados, e não só a rua principal”, enfatizou. Veja o depoimento do estudante de direito da UFRRJ Guilherme Rocha Botelho sobre as câmeras de segurança do município. Guilherme é da mesma turma de Jéssica Philipp Giusti e foi um grande crítico da segurança da cidade quando a jovem foi assassinada.
Projeto divide opiniões O Projeto de Vigilância Eletrônica divide a opinião de moradores. A administradora de empresas Vivian Vieira da Silva, afirma que o projeto é essencial. “Acho uma grande iniciativa do poder público da nossa cidade. A preocupação em relação à segurança da população é de extrema importância e eu espero que esse projeto seja constante e não se perca em meio a tantos outros. E torço também para a conscientização da própria população em conservar os aparelhos e não depredar um recurso que é voltado para o nosso próprio bem”. Ao contrário de Vivian, o economista Orni Vieira Torres acredita que existem outras prioridades para o município. “É uma atitude boa, porém estamos com outras prioridades, como a necessidade de aumento da capacitação da rede de esgoto, pois desde o governo de César Louro isto não é revisto. Com o aumento populacional e de construções de Três Rios, a rede de esgoto poderá não aguentar e a cidade entrará num caos total”, afirmou. Para o técnico em informática Carlos Nicolau Arbex, a divisão dos pontos de monitoramento foi desigual. “Eu acho que nos bairros deveriam ser instalados mais pontos de câmeras. Aqui no Triân56
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Guilherme Rocha Botelho, estudante
Moro em Três Rios há dois anos e, durante esse tempo, percebo o crescente índice de criminalidade na cidade. Certamente, existem os que são contra a instalação das câmeras por uma suposta violação de intimidade ou privacidade. Não compartilho desse pensamento. A cidade viveu em outubro de 2010 o chocante crime contra a vida da estudante Jéssica Philipp Giusti, que, até o momento, está em aberto, sem nenhuma pista concreta, face à inexistência de testemunhas ou qualquer prova. Imaginem só se, àquela época, as câmeras de segurança da cidade estivessem em operação. Crimes como esse e tantos outros de pequeno potencial lesivo são efetivamente evitados com a instalação dos equipamentos. Eu me sinto mais seguro em andar numa cidade monitorada e saber que uma ação preventiva ou coercitiva levará muito menos tempo. Na ocasião do assassinato de Jéssica, fui grande crítico da falta de segurança e, até que enfim, vejo uma atitude do poder
público municipal buscando deixar nossa cidade (digo nossa porque adotei Três Rios como minha cidade de coração, além do mais é onde pago meu IPTU) mais segura. É importante que Três Rios ofereça condições e qualidade de vida aos que vêm de fora, sejam eles estudantes - eis que a presença da universidade federal vem sendo cada vez mais sentida na cidade -, seja movimentando o comércio local, aquecendo o mercado imobiliário, prestando atividades de extensão ou para os que buscarão emprego formal na cidade, haja vista a fase de industrialização crescente da região. O projeto é inovador na cidade, entretanto precisa ser levado a sério, com uma Central de Monitoramento com pessoas capacitadas. Tenho medo de que daqui a dois ou mais anos, o investimento não seja levado à frente. Não se sabe quem assumirá a administração pública municipal e se terá a mesma política de segurança. O fato é que a experiência nos mostra que câmeras de monitoramento consolidam uma maior segurança aos cidadãos. Invasão de privacidade, violação da intimidade, esse argumento para mim não faz sentido. Acredito que nos dias atuais qualquer pessoa abre mão de parte destes direitos para se sentir mais seguro. Exemplo do sucesso destes dispositivos é o programa Olho Vivo, no Centro da cidade de Belo Horizonte, que hoje conta com 72 câmeras e diminuiu, por exemplo, em 72,56% os crimes de furto. É importante ressaltar, ainda, que não só a segurança será melhorada com o investimento, mas todo o contexto envolvido na questão. A prefeitura pode utilizar das câmeras para fazer um planejamento do trânsito na cidade, observando os locais de maior volume de veículos e em quais horários, podendo inclusive, no caso de acidentes, acionar o socorro com mais rapidez. De fato, é um ganho muito importante para o município, que retoma, com esta iniciativa, o desenvolvimento controlado e planejado.”
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Futebolsemarte.. ESPORTE
Os times profissionais de Três Rios e Paraíba do Sul têm tido dificuldade para conseguir sair da Série C do Estadual nos últimos anos. Por isso, tentamos desenhar essa situação. Três Rios Futebol Clube, Paraíba do Sul Futebol Clube e América Futebol Clube de Três Rios, times que já estiveram bem colocados no campeonato, mas agora lutam para se manter “vivos” na memória e no presente dos torcedores. POR RAFAEL MORAES COLABORAÇÃO JULIANO MAIA
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ão basta ter jogadores profissionais, bom campo, base de treinamento e comissão técnica. Profissionalizar esses fatores isolados seria como manter uma orquestra sem maestro. Mas também não existe fórmula para chegar à final de uma competição, afinal, cada disputa é impar. Entretanto, com investimento e todos os fatores mencionados anteriormente, seria bem mais fácil tocar a sinfonia da vitória. “Sem a ajuda do poder público é impossível subir de divisão”, contou Cassius Salema, supervisor do Paraíba do Sul F.C. Bem mais otimista que os outros times, 2005 O Paraíba do Sul F.C. disputou a Série C, perdeu para o Tigres do Brasil na segunda fase e não chegou às semi-finais. 58
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o Paraíba está se estruturando para retornar ao campeonato no próximo ano. Pelo menos é o que afirmou Salema. “Estamos terminando as obras de construção do campo de society e reformulando a estrutura física para 2012”, completou. O Três Rios, que disputou o Estadual em 2010, era a grande promessa da cidade. Depois de alcançar o oitavo lugar, em 2009, e o quarto, no ano passado, seria esperada uma grande mobilização esportiva em torno do projeto, que levaria a equipe à segunda divisão de profissionais da Federação de Futebol do Rio de Janeiro – FERJ -, mas a dura realidade levou o time a desistir da competição em 2011. “Setores essenciais da nossa sociedade, órgãos
2006 O P.S.F.C. jogou cinco vezes, empatou duas e perdeu três, também não chegou à segunda fase. Na seletiva para a Série B, a equipe não se classificou nos critérios de desempate.
e empresas que decidem apoio e patrocínio estão em mãos conservadoras e não deram o apoio necessário para a continuidade do Três Rios F.C.”, lamentou o secretário municipal de Esportes, José Roberto Padilha. Agora, a cidade trirriense será representada pelo Améria F.C., que iniciou o ano fazendo campanha para arrecadar dinheiro, visto que o apoio da prefeitura é pouco. “Não podemos desviar dinheiro da educação e da saúde, por exemplo, ou de outros esportes para apoiar um time. A prefeitura não tem time”, contou Vinicius Farah, prefeito de Três Rios. Mas, afinal, por que os times regionais conquistam más colocações na competição estadual? Para o prefeito
2007 O Paraíba começou bem o campeonato. Ficou em primeiro no Grupo C, sem perder nenhuma partida. Passou para segunda fase no mesmo estilo. Na terceira, ficou em segundo lugar do Grupo V e na semi-final foi desclassificado pelo Sendas.
2008 O time sulparaibano foi desclassificado no jogo de volta contra o Quissamã ao perder por 2 a 0.
“Empresas que decidem patrocínio não deram o apoio ao Três Rios F.C.”
“Faltam empresários para promoverem os atletas”, Iuri de Oliveira, jogador
trirriense este fato se deve aos profissionais. “Antes, os times da cidade não tinham ajuda e, ainda assim, tivemos equipes na primeira divisão”, recorda. Para Padilha, o que faltou ao Três Rios, sobrou ao América, que teve mais competência e buscou atrair patrocínios para completar sua receita. “Agora, na medida em que a prefeitura aumentar sua arrecadação, será natural que as subvenções cresçam e ajudem ainda mais os clubes e demais entidades apoiados por ela”, salientou o secretário. As opiniões são divergentes, mas todos os jogadores apontam para o mesmo fator: investimento. Com 22 anos de atuação como profissional, Denílson Álvaro, disse que sem dinheiro não é possível 2009 O Paraíba do Sul ficou no Grupo A, o mesmo do Três Rios, que voltou à competição naquele ano. No entanto, a performance do time trirriense não foi a esperada para a reestreia no campeonato. Paraíba do Sul chegou a enfrentar o Três Rios e o jogo ficou empatado.
conseguir um futebol profissional. “A falta de clubes disputando o futebol profissional prejudica os jovens que não têm como mostrar seu talento e, com o passar dos anos, tomam outro rumo na vida”, afirma ele sobre a ausência de clubes profissionais na cidade. Para Iuri de Oliveira, que joga há cinco anos, além da dificuldade de patrocínio, “faltam empresários para promover os atletas”. Ricardo Vasconcelos joga há 29 anos. Ele também diz que a falta de investimento é um problema e justifica essa necessidade. “O futebol profissional, hoje, é muito caro e a ausência dos clubes tradicionais da cidade como Entrerriense e América foi prejudicial para os jogado-
res que não tinham onde mostrar seu talento”, finalizou. Nossa equipe tentou, mas, infelizmente, não conseguiu contato com o presidente do América de Três Rios até o fechamento desta matéria. Mesmo assim, é possível verificar que o que falta mesmo é o dinheiro. No entanto, parece que a melhor saída será seguir a receita do secretário Padilha. “O América F.C. será o nosso representante na Série C do Estadual. Por isso, vamos apoiar o América, pelo excelente treinador e pela qualidade dos atletas herdados do Três Rios F.C. e do Paraíba do Sul”, explanou.
2010 O P.S.F.C. saiu da competição, Três Rios fez uma boa campanha e se colocou entre os seis melhores do campeonato, com 26 pontos.
2011 A torcida, não só de Três Rios, mas da região, se voltará para o América, que vai, sozinho, representar a população trirriense.
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ACONTECEU
L uz n a p
“Evento
a s sa r ela
Marcas trirrienses participaram do Rio Fashion Business, um dos maiores eventos de moda e geração de negócios do país Entre os dias 10 e 13 de janeiro, a Marina do Glória, na capital fluminense, se transformou em uma grande passarela. O Rio Fashion Business, evento de moda que promove a geração de negócios do setor, reuniu estilos, conceitos, tendências e marcas, entre elas três trirrienses (Bethânia Lima, Femme Sensualle e Zanatta
arrecadou cerca de R$ 690 milhões em negócios”
Bolsas), e Flower Creation, de Miguel Pereira. As marcas representaram o Núcleo Criativo do Senac de Três Rios. Bethânia Lima apresentou uma coleção voltada para o público feminino, bem como a utilização de malhas ecológicas. A Femme Sensualle mostrou sua linha de lingerie e a nova linha homewear.
Representantes de Três Rios levaram a moda da cidade às passarelas cariocas
Já a Zanatta trouxe peças que misturaram materiais, cores e texturas diversas. E, por fim, a Flower Creation levou ao público camisaria com bordados e estampas exclusivas. O evento rendeu cerca de R$ 690 milhões em negócios, um aumento de 25% em relação à edição de janeiro de 2010. O público de 60 mil visitantes cresceu 20%, se comparado à edição de maio do ano passado. A trirriense Fernanda Zanatta, representante da Zanatta Bolsa, aprovou o Fashion Business. “A minha marca está 60
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há dez anos no mercado. Com um trabalho de muito desenvolvimento, consegui mostrar para minha cidade a possibilidade de inovar em moda e obter reconhecimento. Acompanhar as tendências é uma das minhas preferências, assim, consigo identificar o estilo de cada cliente”, contou. A próxima edição do Fashion Business acontece de 22 a 25 de maio, também na Marina da Glória, trazendo a coleção outono/inverno.
Evento mostrou a coleção primavera/verão 2011
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ACONTECEU
CALAMIDADE Enxurrada destruiu o município de Areal, derrubando diversas casas e deixando milhares de pessoas desabrigadas e desalojadas. Uma tragédia nunca vista antes
“Lama e entulhos tomaram conta do que restou das casas e ruas”
D
estruição. Essa é a palavra que define o que aconteceu no dia 12 de janeiro em Areal. A pequena cidade não escapou das chuvas que atingiram a Região Serrana do Rio de Janeiro, no mesmo período, e foi tomada por uma enxurrada que devastou o município. Amazonas, Afonsina, Alberto Torres e o Centro foram os locais mais afetados. Ao todo, 2.500 pessoas foram atingidas e 1.490 ficaram desalojadas ou desabrigadas. A prefeitura e o governo do estado decretaram situação de calamidade pública. 62
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Quando a água baixou, o que se viu foi um cenário devastador. Lama e entulhos tomaram conta do que restou das casas e ruas. Moradores improvisavam da maneira que podiam para tentar recuperar alguns pertences e retomar suas rotinas. Dezenas de casas desabaram e outras dezenas foram condenadas pela Defesa Civil. “Tenho 75 anos, sou nascida e criada em Areal e nunca vi uma cena tão terrível. Gosto muito da minha casa, mas não quero mais morar aqui”, contou na época
a professora aposentada Anna D’Alva de Lourenço Mesquita, que teve a casa tomada pela água. A família de Paulo Gilberto Zimbrão Ribeiro possui oito estabelecimentos comerciais na cidade. Em apenas um, teve um prejuízo de cerca de R$ 600 mil. A enchente encobriu o armarinho na rua Afonsina. “Não sei o que vou fazer para recomeçar. Meus pais vivem aqui há 68 anos e isso nunca havia acontecido”, disse o empresário. Para o subsecretário de Defesa Civil
de Três Rios, coronel Vital, o grande volume pluviométrico e a instabilidade do solo ocasionaram as inundações. “Nunca foram registradas chuvas com essa proporção no Rio. Choveu nas cabeceiras de todos os córregos, com isso, a montante de toda aquela região acumulou água e ganhou velocidade. Existe um carregamento de massa que desprende esse material que caiu nos rios. Esse volume de água concentrou numa velocidade muito alta, acarretando as inundações. É parecido com o procedimento da abertura de uma grande piscina numa área montanhosa. Esse escorregamento de massa acabou alagando a cidade em poucas horas, destruindo tudo”, explicou. Com as chuvas que devastaram Teresópolis, Nova Friburgo e Itaipava, em Petrópolis, o volume de massa mencionado pelo coronel, acabou chegando a Areal. Outras cidades vizinhas como Sapucaia e, principalmente, São José do Vale do Rio Preto, também foram severamente castigadas. Os governos da microrregião Centro Sul se uniram na arrecadação de donativos e também no envio de equipes e maquinários para a recuperação do município.
Na rua Amazonas, móveis destruídos foram deixados na calçada
Rio Piabanha não suportou o volume de água e transbordou
Água barrenta escorria pela tubulação
Moradores tentavam limpar as ruas revistaon.com.br
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hermanos Na casa dos
POR PAULA ARAÚJO
Marina Rodrigues, a ganhadora da promoção de estreia do portal Três Rios Online, que passou um fim de semana em Buenos Aires com tudo pago, conta como foi sua primeira viagem internacional e a impressão que teve dos nossos hermanos argentinos.
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ssim que foi ao ar, em abril de 2010, o portal Três Rios Online lançou o concurso cultural “Comemore na Casa dos Hermanos”, que oferecia uma viagem a Buenos Aires, capital da Argentina, com direito a um acompanhante e mais R$ 300 para serem gastos livremente. Os participantes precisaram escolher o nome do mascote do portal para concorrer à viagem. A vencedora, anunciada
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durante o Centro Sul Negócios, em julho passado, foi Marina Rodrigues, de Juiz de Fora (MG). Depois de batizar o mascote de Joe, nome escolhido pelos internautas com 48% dos votos, Marina foi desfrutar do prêmio na capital do tango com sua mãe, Regina. “Buenos Aires é uma cidade muito bonita. O que me chamou mais atenção foram os pontos turísticos. A viagem foi muito legal e eu tive a oportunidade de
conhecer diversos lugares”, contou a ganhadora. Marina adorou o bairro La Boca, local onde nasceu o famoso ritmo do país e que abriga cafés, museus e onde foi instalado, originalmente, o primeiro porto de Buenos Aires. Entre city tours de compras e pontos turísticos, a juizforana se impressionou com o respeito do povo local. “As pessoas só atravessam a rua quando o sinal está fechado. Lá, todos respeitam e eu percebi
que as regras são cumpridas com um rigor maior que no Brasil”, disse. Mesmo não falando espanhol, o idioma não foi uma dificuldade para Marina. “A língua estrangeira não foi um problema, quando eu precisava me comunicar era só falar devagar que eles entendiam e vice-versa”, contou.
Para a vencedora, o passeio ficará para sempre em sua memória. “Eu gostei bastante da viagem e, ainda por cima, foi um presente pelo meu aniversário! Agradeço a toda equipe do Três Rios Online”, comemorou.
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E ARG A PROMOÇÃO
Marina e a passagem no dia da premiação, simbolizando a vitória
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Para participar da promoção “Comemore na casa dos hermanos”, os internautas precisavam se cadastrar no portal Três Rios Online e sugerir um nome para o mascote do site. Em apenas dois meses, foram realizados 5.536 cadastros. Desse total, três nomes foram escolhidos como finalistas: Joe, On Boy e Ton. O nome sugerido por Marina, Joe, recebeu 6.455 votos. O segundo colocado, On Boy, sugestão de Ludmila Souza, teve 42,2% da votação. Já Ton, opção de Guilherme Lopes, ficou com 9,8% dos votos. Marina esteve pessoalmente em Três Rios, durante o Centro Sul Negócios, para acompanhar o anúncio do vencedor. “Fiquei muito emocionada, pois foi a primeira vez que ganhei uma promoção”, revelou ela. “A Argentina é um país maravilhoso e o povo é muito simples. Eu gostei bastante”, completou.
INA
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Negócio fechado Solenidade marca lançamento do Centro Sul Negócios 2011
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utoridades municipais e empresários de diversos segmentos se reuniram no auditório da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Três Rios, no dia 18 de fevereiro, para o “Café da Manhã Empresarial”, evento que oficializou o lançamento da 11ª edição do Centro Sul Negócios. Para este ano, algumas novidades foram divulgadas pela organização da feira. “Vamos melhorar a qualidade da área cultural e da praça de alimentação, dando mais ênfase a esse espaço. Mas, por enquanto, não podemos adiantar muita coisa. Será uma surpresa”, disse o presidente do Sicomércio Três Rios, Julio Cezar Rezende de Freitas. As rodadas de negócios, que retornaram na edição de 2009, também passarão por mudanças. “Empresas que nunca haviam participado da rodada estarão inseridas este ano, como as do setor de fabricação de plástico e prestação de serviços”, completou Freitas. O mistério com relação ao local da feira foi revelado e, assim como nos últimos anos, o Centro Sul vai acontecer no campo do Entrerriense Futebol Clube, entre os dias 13 e 16 de julho, com um dia a menos de realização. De acordo com a organização, a redução do período se deu em comum acordo com os expositores. A área de utilização será a mesma do ano passado, 5.500 m². A expectativa é de que o número de visitantes chegue a 55 mil pessoas, superando o público de 2010, em que a feira recebeu 43 mil visitadores. A quantidade de estandes também deve aumentar em 10%, chegando a 330 repartições. Os espaços de exposição foram ofertados durante a solenidade de lançamento que contou, ainda, com a palestra “Moda: estilo e qualidade”, ministrada pelo consultor Felipe Rocha. 68
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O presidente do Sicomércio, Julio Freitas, o prefeito de Três Rios, Vinicius Farah, e seu vice, José Ricardo
“Vamos melhorar a qualidade da área cultural e da praça de alimentação”, Julio Freitas, presidente do Sicomércio Três Rios
Julio Freitas apresentou as novidades da feira para 2011
Números da feira Desde a primeira edição do Centro Sul Negócios, realizada em 2001, a feira cresceu em número de expositores, área, público e negócios. No primeiro ano, o evento recebeu 5.000 visitantes. Na última edição, o público foi de 43 mil pessoas, um aumento de 860%. A quantidade de expositores evoluiu de 50 para 300 entre a primeira e a última feira, multiplicando os estandes em seis vezes. A área de utilização também acompanhou o aumento, passando de 1.000 m², em 2001, para 5.500 m² no ano passado. O volume de negócios também registrou crescimento. Na primeira edição, as negociações contabilizaram um total de R$ 700 mil. No ano passado, o volume atingiu R$ 12 milhões, 1.714% a mais que em 2001.
Empresários e autoridades compareceram à solenidade de lançamento do 11º Centro Sul Negócios
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GUIA VIAGEM
SEMANA SANTA EM CABO FRIO
Aproveite o feriado da Semana Santa no principal polo turístico da Região dos Lagos e conheça as praias de águas cristalinas e dunas exuberantes de Cabo Frio, incluindo um passeio a Arraial do Cabo. VALOR R$850* (ou 5x sem juros de R$170) DATA 20 a 24 de abril ONDE ENCONTRAR Real Passagens Endereço: rua Dr. Walmir Peçanha, 64, loja 07, Centro, Três Rios / RJ Telefone: (24) 2252-1360
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NATAL E FERNANDO DE NORONHA
SERRA GAÚCHA Conheça as principais cidades do Rio Grande Sul em passeios completos e com guias especializados. Visitas aos principais pontos turísticos de Gramado, Canela, Nova Petrópolis, Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Carlos Barbosa e Porto Alegre. VALOR a partir de R$1.718* (10 x R$171,80) DATAS DE SAÍDA 05/03/2011, 06/03/2011, 12/03/2011e 13/03/2011 ONDE ENCONTRAR CVC Petrópolis Endereço: rua Doutor Nelson de Sá Earp, 96, Centro, Petrópolis/RJ (Shopping Bauhaus) Telefone: (24) 2247-9844
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GUIA GASTRONOMIA
Sabores que temperam nossa vida Das novidades dos chefs trirrienses, selecionamos opções modestas e sofisticadas em locais improváveis. São quatro pratos para saborear e curtir os temperos em março e abril. A vocês leitores, bom apetite!
JEITINHO BRASILEIRO Galeto na brasa: com farofa brasileira, molho vinagrete, fritas, arroz, um galeto e duas linguiças de pernil Serve 2 pessoas Valor: R$37 Tempo de preparo: 30 min Onde encontrar: Braseiro Telefone: (24) 2255-3876 Endereço: rua Presidente Vargas, 215, Centro, Três Rios/RJ. Formas de pagamento: dinheiro e cartão de crédito SOFISTICAÇÃO À MESA Medalhão com arroz à piamontese: quatro medalhões de 200g ao molho madeira, arroz à piamontese e fritas Serve 2 pessoas Valor: R$55 Tempo de preparo: 25 min Onde encontrar: Meet Steak & Pizza Endereço: praça São Sebastião, 3, Centro, Três Rios/RJ. Formas de pagamento: dinheiro e cartão de crédito COMBINADO DE COMIDA JAPONESA 42 PEÇAS Sashimi (6 peças de salmão, 6 peças de atum, 6 peças de peixe branco e 6 ice) Sushi (4 peças de salmão, 4 peças de atum e 2 peças de kani) Makimono (4 philadelphia e 4 variados) Serve de 4 a 5 pessoas Valor: R$58,90 Tempo de preparo: de 20 a 40 min Onde encontrar: Le Cook Restaurante e Sushi Bar Telefone: (24) 2252-2005 Endereço: rua Barão do Rio Branco, 303, loja 9, Centro, Três Rios/RJ (Shopping Américo Silva) Formas de pagamento: dinheiro e cartão de crédito
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GUIA LIVROS
INDICAÇÃO: CIA. DO LIVRO
Bilionários por Acaso
Bilionários por acaso é uma narrativa sobre dois estudantes – o brasileiro Eduardo Saverin, estudante de economia, e o norte-americano Mark Zuckerberg, gênio da informática –, desajustados de Harvard que tentavam aumentar suas chances com o sexo oposto e terminaram criando o Facebook. Ben Mezrich mostra a trajetória da criação da rede social que se tornou uma das mais poderosas empresas do mundo e que revolucionou a maneira como milhões de pessoas se relacionam. Criado para unir as pessoas, a história do Facebook é de brigas e processos.
José Alencar - Amor à Vida
Na biografia de José Alencar, Eliane Cantanhêde conta a história do menino pobre que estudou até a primeira série do antigo ginasial, saiu de casa aos 14 anos, abriu sua primeira loja aos 18, cresceu e buscou construir um império. Exerceu ainda militância empresarial e evoluiu para a política partidária. Apaixonou-se pelos palanques. Sonhou um dia ser presidente da República e revolucionar o Brasil. Sua luta contra o câncer, descoberto há 13 anos, é um exemplo para todos os brasileiros.
1822
Nesta sequencia do grande sucesso de 1808 – sobre a fuga da família real para o Brasil –, Laurentino Gomes conta a história da independência do Brasil e as transformação que o país sofreu depois do dia 7 de setembro de 1822. Como em 1808, o autor trata seu principal personagem, D. Pedro, ora como herói, ora como anti-herói. Laurentino Gomes consegue mais uma vez mostrar que existem outras histórias por trás daquelas que conhecemos.
Autor: Ben Mezrich Editora: Intrínseca Valor: R$ 29,90
Autor: Eliane Cantanhêde Editora: Primeira Pessoa Valor: R$ 39,90
Autor: Laurentino Gomes Editora: Nova Fronteira Valor: R$ 44,90
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