FB | Revista On Petrópolis #04

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#4

Editorial

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que une o Líbano e a Serra Fluminense? Se há uma resposta para esta pergunta, certamente ela está na capa da Revista On #4. Com a proximidade do inverno e os ventos mais gelados já soprando, as próximas páginas te fazem companhia e aquecem seu conhecimento. Mona Magamez conta suas origens, a chegada à Cidade Imperial e a carreira de sucesso como empresária. Ela está na editoria inspiração. Se mudanças são necessárias para evoluir como ser humano, o que dizer de alguém que atravessou o oceano e fincou suas bases em Petrópolis? Também do outro lado do mundo, a arte de fazer origamis ganha espaço na região. Apresentamos uma descendente de japoneses que tem o dom de dobrar papéis e transformá-los em diversas formas. Difícil acreditar, também, que, hoje em dia, é possível levar um chef de restaurante para sua casa. Esses são os profissionais em domicílio. Duvida? Eles estão nas próximas páginas. Por falar em comida, já provou o escargot? Há uma produção destes moluscos para a culinária no Brejal. Ah! A editoria sabores apresenta uma deliciosa receita para que você coloque em prática e experimente. Nesta edição, apresentamos, ainda, o Barão, chef de cozinha que ganha cada vez mais espaço e aplausos por mostrar seu talento entre panelas e fogões. Alguns colecionam miniaturas de carros enquanto outros desenvolvem soluções sustentáveis para os automóveis, mas todos estão a seguir. Ainda tem espaço para o esporte e as festas. Sinta-se convidado a atravessar as próximas páginas, mergulhar no conteúdo inteligente e chegar a diversos lugares. Tudo isso sem precisar sair de onde está. Boa leitura!

Direção e Produção Geral Felipe Vasconcellos felipe@fiobranco.com.br Produção Sabrina Vasconcellos Heverton da Mata Edição Rafael Moraes rafael@fiobranco.com.br Redação Aline Rickly Frederico Nogueira Comercial Bárbara Caputo barbara@fiobranco.com.br (24) 8864-8524 Criação Felipe Vasconcellos Robson Silva Colaboração Bernadete Mattos José Ângelo Costa Kitty D’Angelo Letícia Knibel Luiz Cezar Estagiário Neílson Júnior Distribuição Petrópolis, Itaipava, Nogueira, Corrêas, Pedro do Rio e Posse Produção Gráfica WalPrint Tiragem 5.000 Foto de capa Ezio Philot/Cia Fotográfica

Fiobranco Editora Rua Prefeito Walter Francklin, 13/404 Centro | Três Rios - RJ 25.803-010

Ops! Erramos

Telefone (24) 2252-8524

Na segunda edição da Revista On (p. 57), a foto publicada está sem crédito, quando pertence ao fotógrafo Michael Lennertz.

Email contato@revistaon.com.br

No Guia, (p. 66), o nome correto da banda é Sob Efeito.

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Índice

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Online

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Opinião

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Meio Ambiente

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Negócio

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Empreendedorismo

26

Carreira

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Inspiração

37

Eu sei fazer

40

Papo de Colecionador

44

Esporte

46

Diário de bordo

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Espaço Festas

56

Sabores

58

Guia


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OPINIÃO

Fé e má-fé

Fé sem mistério é má-fé, é ludibriação do povo crente e carente

Roberto Wagner rwnogueira@uol.com.br

Roberto Wagner Lima Nogueira é procurador do município de Areal, mestre em Direito Tributário - UCAM-Rio, professor de Direito Tributário da UCP – Petrópolis – e colunista do Três Rios Online.

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apóstolo Paulo tem uma famosa definição que diz: “a fé é a substância de coisas esperadas”, ou seja, ela é o que dá realidade àquilo que não existe ainda, mas que acreditamos e confiamos, que colocamos em jogo o nosso crédito e a nossa palavra. O futuro existe na medida em que a nossa fé consegue dar substância, isto é, realidade às nossas esperanças. A má-fé é a subversão de tudo isto. A má-fé elimina o mistério de nossas vidas e nos oferece “certezas” para tudo, um jogo de toma-lá-dá-cá, um negócio bilateral entre nós e Deus. Dou-te cem, ganho duzentos. No cenário da má-fé as novas “igrejas” de resultados (o que vale é o rendimento material) invadem nossos bairros. Certa feita, pediram ao dramaturgo e escritor Nelson Rodrigues que ele se manifestasse sobre a chamada “educação sexual”. Disse ele: “vou ser o mais taxativo possível: − sou contra. E, para evitar qualquer dúvida, ou sofisma, direi com maior ênfase: − ‘absolutamente contra’. Não sei se me entendem. A educação sexual devia ser dada por um veterinário a bezerros, cabritos, bodes, preás, vira-latas e gatos vadios. No ser humano, sexo é amor. Portanto, os meninos, as meninas deviam ser preparadas, educados para o amor. Se meu leitor progressista ainda não está satisfeito, direi algo mais. O homem é triste porque um dia separou o sexo do amor. Nada mais vil do que o desejo sem amor. A partir do momento da separação, começou um processo de aviltamento que ainda não chegou ao fim. E assim, o homem tornou-se um impotente do sentimento e, portanto, o anti-homem, a antipessoa”. (“O reacionário”, Rio de Janeiro: Agir. 2008, p.163). Pois muito bem. No campo da fé, nos dias atuais, separaram a fé do mistério. Assim como o sexo

deve ser inseparável do amor, a fé também é inseparável do mistério. Não é possível uma fé verdadeira que subsista sem o mistério. Fé sem mistério é má-fé, é ludibriação do povo crente e carente. Como diz Dom Henrique Soares da Costa, bispo auxiliar de Aracaju, “caminhamos pela fé e não pela visão”. Diante de tamanho mistério, como, então, aceitar as “curas” vendidas pelas “igrejas” que surgem aos borbotões? Sem falar no desejo insano por curas e milagres a qualquer preço (R$), em nítida exploração da crença do povo, pura má-fé. Como diz ainda Dom Henrique: “O nome de Deus é santo e misterioso! Isto significa que não poderemos nunca compreender Deus totalmente. Ele é o nosso outro, o misterioso, o infinito, o santo! Respeite profundamente a Deus e tudo quanto tenha relação com Ele! Ele não é seu compadre, não é o cara legal! Ele é Deus! Você é somente pó que o vento leva! Ele está no céu, você está na terra!” Com essa ardilosa separação cotidiana entre fé e mistério, o que vemos é um “mercado religioso”, onde a fé é pautada única e exclusivamente pelo dinheiro. O mistério sucumbiu ao dinheiro, já não estamos mais no campo da fé e sim da má-fé. Quando separamos a fé do mistério que a envolve, já não vivemos mais para Deus, mas para nós mesmos. “Viver para si mesmo é o novo nome da morte”, diz frei Raniero Cantalamessa, (“Nós Pregamos Cristo Crucificado”. São Paulo: Loyola, 1996, p. 13). Há uma passagem de Santo Agostinho, em “De civitate Dei” (Cidade de Deus), que bem revela essa dualidade entre fé e má-fé, vejamos “Os bons se servem do mundo para gozar de Deus, os maus ao contrário querem servir-se de Deus para gozar o mundo”.


Metendo a colher

Destrinchando as inovações no combate à violência contra a mulher

A mulher precisa de mais espaço no mundo: aumente a área de serviço dela”, “mulher não vale nada, até pobre tem”, “mulher pequena é o ideal: dos males o menor”. Frases como essas, comuns em para-choques de caminhão, podem até parecer engraçadas, mas carregam consigo os traços de uma amarga cultura machista e desrespeitosa com a qual convivemos há séculos na sociedade brasileira. Esse ingrato perfil nacional se refletiu também na forma desidiosa com que sempre foram tratados os casos de violência contra a mulher no país (há pouco tempo, algumas autoridades policiais relutavam em aceitar a queixa em casos de “briga de casal”, e mesmo quando a vítima conseguia que o agressor fosse processado, ele acabava sendo condenado apenas ao pagamento de cestas básicas). Porém, no ano de 2006, com a edição da lei nº 11.340 (conhecida como “Lei Maria da Penha”) muita coisa mudou. Dentre às inovações, destaca-se o fato de que as penas para esse tipo agressão tornaram-se mais severas, sua prisão em flagrante tornou-se possível e foram previstas uma série de medidas de urgência para proteger a vítima, caso o agressor responda solto ao processo. Contudo, apesar dos avanços, a eficiência dessa lei ficou comprometida. Quando entrou em vigor, a Lei Maria da Penha manteve no ordenamento brasileiro a ideia consagrada no adágio popular de que “em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher”. Isto porque, mesmo com as novas regras, não se permitia que parentes e amigos da mulher denunciassem as agressões, sendo imprescindível para aplicação da lei que a própria vítima se dirigisse a delegacia para apresentar queixa contra o agressor. Isso prejudicava a aplicação da norma, pois muitas mulheres temiam a postura dos companheiros, caso fossem denunciados. Porém, em fevereiro de 2012, a questão foi apreciada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), que sensatamente decidiu que qualquer pessoa pode “meter a colher” na briga do casal. Desde então, a denúncia de qualquer pessoa é suficiente para que o crime seja apurado, não sendo mais necessário que a própria vítima denuncie. Logo, o agressor não pode

mais utilizar o elemento “medo” como artifício para sua impunidade. Neste mesmo julgamento, os ilustres ministros do STF resolveram outro ponto importante: apesar de proibir que a queixa fosse retirada na delegacia, a Lei Maria da Penha permitia que a vítima desistisse de processo criminal na primeira oportunidade que estivesse diante do juiz. Isso criava o chamado ciclo da violência doméstica, pois os agressores se comportavam bem até que a mulher desistisse da ação penal, retornando com as agressões logo em seguida. Por isso, os ministros decidiram que a mulher não pode mais abdicar do processo criminal, ou seja, todo processo instaurado com base na Lei Maria da Penha terá que seguir seu curso até o final, quando o juiz decidirá se o acusado é culpado ou inocente do crime que lhe é atribuído. Segundo dados da Fundação Perseu Abramo, uma mulher é agredida a cada 24 segundos no país. O cidadão petropolitano não pode omitir-se diante deste quadro tão aterrador e deve denunciar, sempre que tomar conhecimento destas agressões, pelo telefone 180 . Muitos não sabem, mas em março de 2012, a chefe de Polícia Civil do Rio de Janeiro, Martha Rocha, esteve no município para inaugurar o Núcleo de Atendimento à Mulher, uma sala na principal delegacia da cidade (105ª DP) que dispõe de uma equipe de policiais femininas treinadas para atender, exclusivamente, os casos de violência contra mulher. Convém lembrar também que a cidade conta com o auxílio do CRAM (Centro de Referência em Atendimento a Mulher), local onde as vítimas podem encontrar apoio psicológico, jurídico e de assistente social. Assim, observa-se que as leis evoluíram, o município também, agora cabe ao cidadão fazer a sua parte e meter a colher.

Oneir Vitor Guedes oneirvitor@hotmail.com

Oneir Vitor Guedes formou-se em direito pela Universidade Federal de Juiz de Fora e, atualmente, atua como advogado e consultor jurídico nas áreas cível e criminal, além de ser colunista do Três Rios Online.

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A “Central de Atendimento à Mulher - Ligue 180” é um serviço ofertado pela Secretaria Nacional de Política para as Mulheres com o objetivo de receber denúncias ou relatos de violência, reclamações sobre os serviços da rede e de orientar as mulheres sobre seus direitos e sobre a legislação vigente, encaminhando-as para os serviços quando necessário.

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OPINIÃO

Bingo!

Eles estão livres ao redor do planeta, mas são proibidos apenas no Brasil e no Iraque. Legalizá-los é o caminho mais limpo

Helder Caldeira helder@heldercaldeira.com.br

Helder Caldeira é escritor, articulista político, palestrante, conferencista, colunista do Três Rios Online e autor do livro “A 1ª Presidenta”, primeira obra publicada no Brasil com a análise da trajetória da presidente Dilma Rousseff, que está entre os livros mais vendidos no país em 2011. É apresentador do quadro “iPOLÍTICA” com comentários no telejornal da Rede Record.

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debate sobre a legalização dos bingos e cassinos no Brasil é realmente um campo minado. Quantas mentiras são vendidas à população com o único objetivo de demonizar os jogos? Todos os dias, os políticos, a imprensa, as igrejas e até emissoras de TV ditas respeitáveis, cumprem o ritual sistemático de propalar invencionices que garantam a manutenção da proibição, assinada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva há quase dez anos. Que tal lançarmos um facho de luz sobre esse assunto pelo prisma das verdades que não são ditas? Por que Lula proibiu o funcionamento dos bingos e cassinos? Por que ele é uma alma caridosa, divinamente preocupado com a bandidagem lavando dinheiro e com as mazelas dos jogadores viciados? É óbvio que não! O presidente da República só assinou aquela medida provisória para alimentar a indústria política da corrupção. Tanto ele, quanto sua legenda partidária e toda safra de partidos da base aliada, tinham a convicção de que os bingos continuariam funcionando na clandestinidade; os cassinos seguem soltos disfarçados em fachadas antigas; os caça-níqueis continuam em cada bar das esquinas; o jogo do bicho é quase um patrimônio cultural brasileiro. Mas o que eles ganhariam com essa proibição e a clandestinidade posterior? A resposta é simples, apesar de tétrica. Para que os empresários do setor possam continuar com suas atividades às escondidas, com as autoridades fazendo vista-grossa, eles são obrigados a pagar milhões de reais, mensalmente, em propinas. É esse dinheiro que engorda o “caixa-dois” dos partidos políticos. Pior: essa grana “por fora”, vai parar no bolso de prefeitos, governadores, deputados, senadores, ministros, desembargadores, juízes, delegados e policiais corruptos. Trata-se de uma engenharia com amplo arco de atuação e astronômicas quantias movimentadas, graças ao submundo propositalmente instituído pelo governo lulista e manti-

do na gestão da presidente Dilma Rousseff. Nem precisamos ir muito longe para encontrar exemplos dessa sacanagem. Anos após a proibição dos jogos, os petropolitanos lotavam, diuturnamente, um bingão clandestino na rua do Imperador, ogiva comercial do centro histórico. A casa funcionava em um prédio grande bem perto do Palácio Grão-Pará e do monumento em homenagem a dom Pedro II. Um dia, o dono do estabelecimento ilegal cansou de pagar propinas – cada vez maiores! – para as autoridades. Qual foi o resultado dessa “rebeldia”? Na semana seguinte, uma operação da Polícia Federal, divulgada à exaustão pela imprensa, fechou o bingo e prendeu uma turma. Logo depois, o lugar virou templo religioso e, hoje, está praticamente abandonado, sediando um bazar de quinquilharias. Esse caso de Petrópolis se repete sistematicamente em todas as cidades brasileiras de médio e grande porte. Para manter seus negócios clandestinos, os empresários são generosos com a politicagem bandida. Não por acaso, estamos acompanhando nas páginas policiais as escandalosas relações do contraventor Carlinhos Cachoeira com autoridades de todo gênero e em todas as instâncias de governo. Também não foi por acaso que, um ano após a proibição de Lula, o principal assessor do ex-ministro José Dirceu é flagrado achacando o próprio Cachoeira, magnata do setor de jogos. Mas dizer essas coisas não interessa a ninguém. Até porque, tanto os políticos, quanto as autoridades e até a imprensa, se alimentam do dinheiro que verte farto dos jogos ilegais. O carnaval está aí, para provar que é possível tal distorção: a maior festa do mundo tem como patronos os grandes bicheiros do país. E todos seguem sambando, das autoridades ao povão. Talvez, essa seja a explicação mais adequada e verdadeira para justificar o fato dos bingos e cassinos estarem livres ao redor do planeta, sendo proibidos apenas no Brasil e no Iraque. Legalizá-los é o caminho mais limpo.


O advogado de fato e o advogado de direito (parte 2) Singelas diretrizes para o preparo acadêmico, para o aperfeiçoamento e visibilidade profissional

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o intento de traçar um planejamento de carreira jurídica no âmbito da advocacia, na última edição (março/abril 2012) nós elencamos quatro orientações denominadas “bases para capacitação profissional”, que estamparam singelas diretrizes para o aperfeiçoamento do advogado (advogado de fato), encerrando, assim, a primeira etapa do referido plano. Agora, emergiremos as quatro considerações derradeiras, que tratarão das “bases para visibilidade profissional”. Há aproximadamente 30 anos, o profissional liberal se sobressaía no mercado de trabalho pelo simples fato de ser um bom profissional. Atualmente, com a grande concorrência existente, não basta ser um bom advogado, é necessário também que seja empreendedor, que venda sua imagem. Conhecem a história da mulher de César (imperador romano)? Não basta que seja honesta, também tem que parecer honesta. É mais ou menos por aí. Conforme foi ressaltado na última edição, vale salientar que o advogado de fato não se sedimenta da noite para o dia, isto, tendo em vista que, para tanto, é necessário percorrer uma longa jornada, tortuosa, no entanto, extremamente gratificante àqueles que a ela se entregam. Assim, para se tornar um advogado de qualidade, o aperfeiçoamento profissional é um valor que deve ser permanentemente exercitado (vide “bases para capacitação profissional”, na edição anterior), além disso, cabe seguir os passos adiante traçados para alcançar visibilidade no mercado de trabalho, vejamos: Associe-se: sentindo-se capacitado, associe-se. A união de forças deve visar o atendimento

das necessidades dos clientes e a expansão das atividades, através de um ato de sinergia. É importante realizar a integração de competências com o objetivo de alcançar maiores e melhores resultados pela cooperação entre pessoas. Esta aliança deve ser estratégica, dentro de um panorama capitalista, portanto, seja amigo de seu sócio, mas não seja sócio do seu amigo; Estratégia: inove. Além de prestar serviços diferentes dos concorrentes, é imprescindível desenvolver uma estratégia consistente, tanto para a empresa (escritório), quanto pessoal. Defina seu público-alvo e trabalhe baseado em projetos detalhados (plano de ação). Potencialize seu tempo. Filosofia: é preciso construir uma cultura organizacional no escritório para que todos trabalhem em sinergia, compartilhando a mesma filosofia, inclusive no atendimento aos clientes. Transparência: é a alma de todos os negócios. O maior interessado no deslinde de qualquer caso é o cliente, por isso ele deve estar ciente de todos os procedimentos. Explique como funciona o procedimento, alerte sobre os riscos da demanda, diga sobre as probabilidades baseando-se na jurisprudência, mas, em se tratando de processo judicial, nunca fale em tempo e êxito, pois não é o advogado quem julga. Jamais crie dificuldades para vender facilidades. Execute atividades altamente seletivas para reforçar sua credibilidade e prestígio. Nesta ponderação, com estas oito dicas elementares, nós encerramos o singelo planejamento de carreira jurídica proposto. Todavia, por fim, cabe destacar uma valiosa dica: o mau advogado promete resultados seguros como tática de venda dos seus serviços. Reflita!

David Elmôr david@elmorecorreaadv.com.br

David Elmôr é advogado criminalista, originário de uma das mais respeitáveis bancas de direito do Brasil (SAHIONE Advogados), Sócio Sênior do ELMÔR & CORRÊA Advogados

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OPINIÃO

Em defesa do Big Brother Brasil Aceitar a democracia pode ser difícil porque ela propõe um convívio harmônico entre pessoas que eventualmente discordam

Eduardo de Oliveira eduardojorge.com@gmail.com

É coordenador do curso de jornalismo da Universidade Estácio de Sá (Campus Petrópolis). Jornalista, mestre em ciência política

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á uns meses estava no ar o programa Big Brother Brasil, na “TV Globo”. Mesmo para quem não assistiu sequer um “episódio”, parecia impossível ignorar sua existência. O BBB era diariamente comentado nas rádios, nos jornais, na internet, nas rodas de conversa. E, é claro, na própria televisão. O curioso é que quase sempre estes comentários eram bem depreciativos. As frases que se tornaram lugares-comuns – e iam desde o pernóstico “a fórmula está desgastada” até o confessional “não aguento mais esse programa”. Aliás, quando o tal Big Brother está no ar, o mais difícil é encontrar alguém que realmente goste dele. É como se milhões dos telespectadores estimados pelo Ibope, simplesmente desaparecessem. Assim, para quem não assistiu sequer um “capítulo”, tudo o que se soube do tal BBB foram os comentários, sendo a esmagadora maioria, críticas duras. Que, na maioria das vezes, tinham todo o sentido. O que impressionou mesmo foram os “críticos” que, em mesas-redondas, talk shows, entrevistas, etc, reivindicavam o imediato cancelamento do programa. Na internet (já não se sabe se como gozação ou a sério) havia até mesmo uma coleta de “assinaturas”, para enviar à emissora uma reivindicação urgente: que o programa simplesmente fosse tirado do ar. Porque era “imoral”. Porque era “de baixa qualidade”. Porque “influenciava as crianças”. E outros argumentos de igual teor. Sendo mero leitor ou ouvinte, não tive como debater com esses eméritos defensores da qualidade televisiva. Mas, se pudesse, iria sugerir duas coisas. A primeira seria usar um artefato muito útil, chamado “controle remoto”, onde é possível mudar de canal e assistir outro programa que não seja o Big Brother e cujo maior poder está em uma teclinha muito útil, que serve para desligar a TV – permitindo trocar um programa ruim por um bom livro, por exemplo. A segunda sugestão seria usar a tal teclinha para procurar no dicionário (ou o “Google”, que seja) o significado da palavra democracia. Dentre outros aspectos, prevê o direito de liberdade de expressão, salvaguardados, obviamente, crimes como calúnia, injúria ou difamação. Ou seja: desde que não se atente contra o direito alheio, é o direito do cidadão de exprimir-se livremente. Até

para falar bobagem. E, o que é mais incrível, até mesmo para exibir medíocres programas de TV. Se um programa de TV está no ar é porque há telespectadores em número tão grande, a ponto de angariar uma bela receita com publicidade para a emissora. No dia em que estes telespectadores deixam de assisti-lo, ele se torna inviável economicamente e sai do ar. Ora, até mesmo neste processo, que envolve conceitos elementares da comunicação de massa, observa-se um princípio igualmente caro à democracia: a vontade da maioria prevalece. Quem não quer assistir um programa de TV só precisa trocar de emissora. Ou desligar o aparelho. É simples assim. Liberdade de expressão, como se sabe, não é uma ideia nova. Começou na Grécia clássica. E foi sintetizada pelo velho Voltaire, no século 18, naquela frase imortal: “Posso não concordar em absoluto com sua opinião, mas morrerei defendendo o seu direito de expressá-la”. Mas, embora tenha mais de dois milênios, é uma ideia que muita gente boa por aí ainda não aceita. Aceitar a democracia pode ser difícil porque ela propõe um convívio harmônico entre pessoas que eventualmente discordam. Para muita gente é difícil ser contrariado no terreno das ideias. As reações são sempre espúrias: defender o imediato cancelamento de um programa; a supressão de uma matéria jornalística; ou a mudez do antagonista; ou até mesmo seu desaparecimento, mas, é bom lembrar: tentar calar o adversário, pela força e sem argumentos legitimados pela maioria, também não é uma ideia nova. Está na história: nunca e em nenhum lugar, esse tipo de limitação aos meios de comunicação surgiu como algo ameaçador ou negativo. Ao contrário, sempre foi imposto para “assegurar os valores da família”, “a formação da juventude”, “preservar a moral” e, ironicamente, até mesmo para “preservar a liberdade”. Ao querer que um programa seja extinto para “melhorar a programação da TV”, o que se pretende não é uma “televisão melhor”. É, pela suposta força de uma minoria, um passo atrás nas conquistas democráticas. E é de se duvidar que seus defensores se animem a, enfim, usar o controle remoto e desligar a TV para procurar no dicionário (ah, no “Google”, ok...), o significado da palavra censura.


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MEIO AMBIENTE

TECNOLOGIA PARA

REDUZIR A POLUIÇÃO POR JOSÉ ÂNGELO COSTA

FOTOS REVISTA ON

SHUTTERSTOCK

Preocupado com as causas ecológicas e ambientais, o eletrotécnico e desenhista de cartografia petropolitano Alexandre Barillo Taboada decidiu desenvolver um projeto, já testado em seu veículo particular. O objetivo é evitar a emissão de gases poluentes na atmosfera.

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á pelo menos 12 anos, Alexandre decidiu realizar pesquisas sobre energias alternativas como forma não só de restringir o envio de gases poluentes na atmosfera, mas de preservar o meio ambiente. Logo em seguida, começou a desenvolver vários protótipos em seu próprio veículo de passeio que é abastecido por GNV (Gás Natural Veicular). As experiências resultaram na elaboração de um gerador que obtém, da água, por eletrólise [processo que separa os elementos químicos de um composto através da eletricidade] o hidrogênio, ou seja, a intenção dele foi empregar este elemento químico como combustível híbrido nos automóveis. Na avaliação do eletrotécnico, o sistema promove uma substancial economia de até 40%, reduzindo, de forma satisfatória, a poluição pelo CO2 e objetiva, assim, a implantação de sua ideia na frota de veículos de empresas e instituições. O equipamento, instalado na mala do automóvel, é formado por um cilindro que funciona ao mesmo tempo como um filtro para o depósito do componente eletrolítico. Nele, o H2 é produzido e, logo em seguida, liberado por uma válvula. No processo seguinte, é levado até o motor, onde trabalha de forma híbrida com o combustível original. “Resultado disso: 90% do dióxido de carbono, aqui na descarga, vai sair como água. Na hora que acontece a queima do hidrogênio, ele sai na descarga e esfria, voltando a ser H2O. É o material mais abundante no universo e totalmente reaproveitável”, explica. Ao ligar o carro, Alexandre demonstra como a tecnologia age de forma eficaz, pois o cano não expele nenhum odor, fumaça e ainda proporciona benefícios para o próprio carro. “O mais surpreendente é o motor por dentro. Ele tem 190 mil quilômetros rodados e nunca foi aberto. Não há carbonização. Além disso, o óleo está amarelo. Quando se tem uma queima perfeita do combustível não estraga”.

EXPECTATIVA O que mais interessa para Alexandre Barillo é o apoio de uma empresa privada

O eletrotécnico Alexandre Barillo Taboada afirma que os seus projetos têm o objetivo de preservar o meio ambiente

Apesar do procedimento ser considerado uma novidade em Petrópolis, muitos carros da Europa usam o sistema de hidrogênio como aditivo híbrido. Portanto, a experiência trata-se apenas de um aperfeiçoamento. “É uma tecnologia que muita gente está se adequando. Eu abri meu projeto, entrei na internet e o liberei. Sendo que, se o cara tenta fazer em casa, não vai dar certo, porque os motores são diferentes. As células são programadas e tem que ter um dimensionador perfeito”, esclarece. Ele afirma que não há necessidade de fazer a medição de gases durante a vistoria anual no Detran. Desde o surgimento da ideia, ocorreram vários testes na tentativa de obter o padrão desejado para reduzir a poluição no meio ambiente. “Há aproximadamente dez anos venho planejando até atingir um eficiente. Fiz vários modelos e a maioria não deu certo. Então cheguei à conclusão, através

O GERADOR Instalado na mala do carro, o equipamento oferece resultados benéficos para o meio ambiente

de cálculos, que você tem múltiplos fatores até encontrar um denominador”, revela. Com todos os avanços, entretanto, ainda não há previsão de comercializar o produto pela dificuldade de interesse do setor privado. “O que interessa para mim no momento, é encontrar uma empresa que queira investir nisso. Até mesmo uma empresa de ônibus. Alguém que pudesse financiar, ajudar na pesquisa a fim de promover economia. Já ofereci a diversas companhias, mas se desinteressaram por não acreditarem. Apresentei o carro, mostrei, mas mesmo assim não adiantou”, lamenta. assineon.com.br

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MEIO AMBIENTE

VELAS DE IGNIÇÃO Já rodaram 15 milhões de quilômetros e continuam em bom estado de conservação

RESULTADOS Uma das vantagens do novo sistema é que o óleo do carro não fica carbonizado

Energias renováveis

futuramente terei netos e pretendo deixar um mundo melhor para eles”, observa.

Além do método de combustível híbrido, Alexandre Barillo Taboada possui outros projetos de energias renováveis. Um deles é a implantação de biodigestores em escolas, hospitais e demais órgãos que façam uso de gás GLP(Gás Liquefeito de Petróleo), para obter o metano. Após a filtragem adequada, suprirá a demanda em fogões, geradores elétricos, estufas e incineradores de lixo hospitalar. Outra concepção é o gerador eólico. Ele é destinado à iluminação com reduzida voltagem, economizando consideráveis valores outrora pagos às concessionárias fornecedoras de luz. O equipamento ocupa pequeno espaço e ainda apresenta baixo ruído e menos impacto visual. Em estudos realizados, foi desenvolvido um sistema de aquecimento solar, poupando, desta forma, 60% no consumo de energia elétrica para aquisição de água quente no chuveiro. “A minha preocupação é trabalhar pela natureza. Não quero ver só meu lado, pois tenho filhos e

PEDRO LUIZ PEREZ Na avaliação do mecânico, o sistema de combustível híbrido é o futuro dos carros 16

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Especialistas

Com experiência em mecânica de automóveis e proprietário de uma oficina no bairro Mosela, Pedro Luiz Perez avalia de forma positiva o sistema híbrido, mesmo não sendo novidade para ele. Porém, a tecnologia ainda está fora dos padrões econômicos de muitas pessoas. “Isso é muito bom. Na Europa tem e nos Estados Unidos também. Aqui mesmo [no Brasil] possuímos carros assim. O problema é que é caro, mas este é o futuro”. Para o profissional, os veículos com este tipo de sistema superariam os chamados elétricos e a gás, no entanto, sua implantação dependeria de uma série de fatores além do valor elevado. “De repente, se ele entrar em contato com uma grande montadora pode ser que consiga apoio no projeto, apesar de que algumas já produzem carros assim. Não vou enganar. Só que este processo ainda está em estudo, mas a ideia é excelente”. Professor e coordenador da escola de engenharia mecânica e mecatrônica da UCP (Universidade Católica de Petrópolis), Jorge Fontanella acredita ser interessante a iniciativa desenvolvida por Alexandre Barillo, mas precisaria conhecê-la a fundo para fazer uma melhor avaliação. “Acho extremamente interessante qualquer coisa que venha a somar. Mesmo não sendo algo inédito, é feito para o bem do ambiente. Devemos apoiar esse tipo de iniciativa e há outras pessoas que também buscam isso. Às vezes falta incentivo e orientação. Esses são fatores [econômi-

MOTOR Segundo o eletrotécnico, não há borras de carvão provenientes da queima deficiente

Na visão do professor e engenheiro mecânico Jorge Fontanella, a tecnologia desenvolvida por Alexandre é muito interessante e viável cos] que mais emperram um projeto. Eu apoio, só não conheço o sistema. Precisava entender um pouquinho mais”, explica. Quando indagado sobre as possíveis vantagens econômicas oferecidas pelo combustível híbrido, o engenheiro mecânico destaca que antes devem ser feitas análises precisas em laboratório para, enfim, obter os resultados almejados. “É difícil falar sobre números. Precisava avaliar o sistema e fazer alguns exames. Até mesmo testes de bancada. Realizar toda a experiência e, depois, com os resultados na mão, poderíamos falar sobre esses benefícios”, esclarece Fontanella. O professor universitário de engenharia mecânica Aldo Falconi é especialista em motores de combustão. Segundo ele, experiências deste tipo são mais comuns em [motores] estacionários, mas quanto aos carros de passeio, seria necessário estudar para chegar a uma conclusão. “Sinceramente, teria que analisar o kit que ele fez. Agora, possível é. Isso já foi feito em caminhonete e, então, você tem a carroceria para colocar o gerador de hidrogênio. Mas é uma tecnologia mais cara. Eu conheço, mas são equipamentos grandes e ele deve ter conseguido fazer isso com um pequeno”, finalizou.


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NEGÓCIO

IGUARIA

MILENAR POR LETICIA KNIBEL

FOTOS REVISTA ON

Presente na culinária dos mais renomados restaurantes, o escargot é considerado, por seus apreciadores, uma comida exótica. Achados arqueológicos indicam que este molusco já servia de alimento para o homem desde a pré-história.

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ão é de hoje que o homem demonstra curiosidade em experimentar novos alimentos. O escargot ou caracol, como é mais conhecido, surgiu muito antes do ser humano. Suas conchas foram encontradas empilhadas junto a utensílios culinários em diversos sítios arqueológicos. Os romanos acreditavam que o consumo de caracóis era medicinal e curava diversos males. Os catalães também acreditavam que, ao comer esse molusco, a digestão de outros alimentos “pesados” era facilitada. Ao longo dos anos, ele deixou de ter um caráter apenas medicinal, para compor as mesas mais tradicionais ao redor do mundo, conquistando milhares de apreciadores. É em um local envolto pela natureza e água cristalina, no Passo da Invernada, na Posse, que está localizada uma empresa de helicicultura, nome atribuído à criação controlada de moluscos. Além de distribuir regionalmente seus produtos, o empreendimento recebe turistas e curiosos a fim de conhecerem e apreciar essa iguaria. Além disso, amplia o acesso e derruba preconceitos. Iniciada em 1996 por Alfredo Chaves para rentabilizar uma propriedade rural, a criação do molusco produz uma tonelada por ano. “Abri o jornal e escolhi uma das opções dentre as oferecidas para cursos de pequenas criações – trutas, cogumelos, coelhos, rãs e escargots. Fundamentei no tamanho da propriedade, topografia e clima,” explica o proprietário. A empresa que começou como um pequeno agronegócio, atualmente fornece

INDEPENDÊNCIA A partir do momento em que nascem, os caracóis já conseguem sobreviver sozinhos

HABITAT NATURAL O molusco se desenvolve livremente neste parque, sem interferência direta do homem

“Os romanos acreditavam que o consumo de caracóis era medicinal e curava diversos males” o produto a restaurantes, pousadas, delicatessens e consumidores diretos. Ao iniciar a criação, Alfredo adquiriu 30 matrizes (animais adultos em fase de reprodução) por semana, durante alguns meses, até alcançar a quantidade de 450 moluscos que, na época, equivalia a uma produção em módulo básico. A forma de produção utilizada por Chaves é feita em uma área, ou parque externo, no qual é colocado uma contenção impedindo a fuga dos moluscos. O cultivo também pode ser feito em cativeiro, onde os animais são colocados em diferentes tipos de “caixas” ou bacias. “De uma produção artesanal de alguns quilos por mês, com os escargots em cativeiro, passamos para uma produção industrial, em parque aberto, onde o molusco raramente é manipulado diretamente, a não ser na hora da colheita. A produção em parque permite a racionalização da produção e melhora a qualidade. Dificilmente, por exemplo, se

ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL A vegetação específica cria um ambiente saudável e ajuda no crescimento do escargot

vê uma concha mal-formada,” explica. Por pertencer ao grupo dos hermafroditas (possuem ambos os sexos) incompletos, para que a reprodução dos escargots seja feita, é preciso realizar uma fertilização cruzada com dois moluscos para o ato, que produz os ovos. A gestação dura, em média, de 30 a 60 dias e cada matriz pode pôr até 120 ovos. O tempo para a eclosão pode chegar a um mês. Alfredo explica que, após o “nascimento”, os animais vão direto para o parque no qual passarão pela fase de crescimento até a idade adulta. No local de criação, estão plantadas assineon.com.br

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NEGÓCIO

LOCAL DO PREPARO A cozinha é toda equipada para realizar o abate de maneira legal, sem causar sofrimento ao molusco

“A forma de preparo do escargot começa com o cozimento do molusco em água fervente” forrageiras, espécie de vegetação utilizada para alimentar animais, preferência dos escargots. Elas contribuem com a nutrição natural. Essas espécies fornecem uma parte da proteína e do cálcio da dieta, além de garantir sombra. A própria empresa também produz uma ração para balancear e melhorar a alimentação dos animais. Nesse microambiente, o molusco se desenvolve perfeitamente com saúde, formando boas conchas. A colheita é feita entre três a cinco meses após eclosão dos ovos. Apesar de existirem milhares de espécies de caracóis, apenas algumas são utilizadas comercialmente e somente três recebem a designação controlée de “escargot”: o Bourgogne (Gros Blanc) ou Helix pomatia linné (grande branco), o Petit Gris ou Helix aspersa Müller (conhecido como caracol de jardim) e o Gros Gris ou Helix Aspersa Máxima Taylor (cinza grande – o gigante da Argélia). “As espécies mais consumidas na Europa e no Brasil são o escargot Bourgogne (da Borgonha), o Gros Gris que se assemelha ao 20

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anterior e o Petit Gris, que é uma versão menor do anterior. Os dois últimos podem ser cultivados enquanto o da Borgonha é colhido na natureza. A empresa produz o Helix aspersa máxima,” explica Alfredo. O proprietário sempre se preocupou em manter a excelência na produção dos moluscos, procurando atingir um padrão cada vez mais alto na criação. Pensando nisso, criou e registrou um abatedouro em sua empresa dentro da regulamentação exigida pelo Estado do Rio de Janeiro. O abate dos animais é feita de maneira segura e sem sofrimento para os moluscos. A empresa é autorizada e fiscalizada pelas secretarias de Agricultura e de Saúde. “Antes de ir para o abate, eles passam por um processo de hibernação profunda, em temperatura controlada. Assim a carne fica mais limpa, tornando o processo de abate sem sofrimento para o animal”, explica. A forma de preparo desse molusco para o consumo, começa com o cozimento do em água fervente. A seguir, o animal é retirado da concha, limpo e cozido em caldo de legumes ou “bouillon” (nome francês dado a forma de preparo de caldo ou sopa de legumes com carne), para depois ser

BANHO PROLONGADO Os escargots, antes de hibernarem, ficam durante algum tempo em tanques para serem lavados

ABRIGO O molusco passa a maior parte do dia em locais úmidos, escondidos do Sol


recolocado na concha, já limpa, e desinfetada para evitar contaminações. Então é recoberto com manteiga preparada com alho e salsa, sal e pimenta. Esta é apenas uma das muitas maneiras de se preparar o prato a ser servido para o cliente. “A maneira mais comum de se comer o escargot é a descrita acima, à bourguignonne, na concha, recoberto de manteiga bourguignonne (recebe este nome por ser uma receita tradicional da cozinha francesa e ter origem na região de Borgonha, França). Acompanha pão e vinho branco seco, na entrada. Esta mesma receita, sem as conchas, serve como um molho para massas. Existe uma grande diversidade de receitas para o preparo, a maioria desconhecida, pois o público não esconde sua preferência pela tradicional,” conta Alfredo. Para o chef Barão, dono de um restaurante em Itaipava, o importante é sempre criar novos pratos. Além do tradicional, busca inovar na cozinha, preparando novas maneiras de servir a iguaria, como a salada que ainda tem folhas orgânicas, alho, tomilho e manjericão, criada neste verão. O

“Sabendo produzir pratos de qualidade com carnes exóticas, aqueles que provam por curiosidade, acabam se tornando apreciadores”, explica Barão

chef também prepara mini crepes de escargot para entrada. “Sabendo produzir pratos de qualidade com carnes exóticas, aqueles que provam por curiosidade, acabam se tornando apreciadores,” explica Barão. A empresa de Alfredo comercializa o produto de maneira bem diversificada para atender todos os clientes. O perfil do comprador também é fator de destaque na hora da escolha. O proprietário acrescenta que o consumidor geralmente tem o elemento de viagem e requinte gastronômico, certamente sem preconceitos quanto às iguarias. “O escargort é comercializado pronto para consumo, por dúzia, con-

gelado cru em embalagens com 20 dúzias e apenas cozido para que o cliente experimente seus dotes culinários, criando seu próprio molho, por exemplo”, explica Chaves. O valor pode chegar a R$ 40. Renilson Santos, gerente e administrador da delicatessen mais antiga de Itaipava, conta que há 10 anos compra o escargot (congelado) produzido pela empresa de Chaves. “O perfil dos clientes que procuram esse produto é bem específico. Em geral, são pessoas cultas, viajadas, que já conhecem e provaram esse tipo de carne e sempre voltam para comprar mais”, destaca. O gerente conta que já provou e gostou bastante. “As pessoas costumam ter preconceito na hora de experimentar comidas exóticas”, explica Renilson. A primeira impressão talvez não seja muito boa, pois o escargot pode ter um aspecto um tanto quanto peculiar para quem nunca provou esse prato. Deixando os preconceitos de lado, você pode se surpreender ao provar uma das diversas receitas usadas para preparar essa carne exótica.

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SHUTTERSTOCK

EMPREENDEDORISMO

GOURMET

EM DOMICÍLIO POR JOSÉ ÂNGELO COSTA

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Um novo serviço gastronômico surge em Petrópolis com a proposta de levar até a casa dos clientes, pratos ou especiarias que geralmente são consumidos em restaurantes finos e de renome na cidade.

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I

PALADAR Com a aprovação da maioria dos clientes, o cardápio oferecido pelos gourmets mantém a mesma qualidade dos restaurantes de luxo

Quando alguém decide promover um evento onde o prato principal é a pizza, por exemplo, o chef oferece um vasto cardápio com opções de molhos e temperos, para que o contratante possa escolher, na hora, o que pretende servir aos convidados. No menu, encontra-se especialidades italianas, entre as quais Parmeggiano (azeite extra virgem e parmesão), Calabrese (molho pelati, mozarela, calabresa, cebola roxa e pimenta rosa), Peperonata (molho pelati, mozarela, alho, cebola roxa, pimentão amarelo e vermelho), Funghi (molho pelati, mozarela, shiitake e nirá), Cioccolato (ganache de chocolate), dentre outras. Todo esse material é fornecido pelo próprio pizzaiolo. “Caso o cliente opte por um sabor que não conste no cardápio, basta providenciar os itens e preparamos exclusivamente para atendê-lo”, assegura. Para Pernambuco, o fato de a maioria das pessoas terem forno a lenha em casa e gostarem de cozinhar para amigos e parentes, ajuda, de forma efetiva, em seu trabalho, pois a proposta é oferecer o máximo de conforto e tranquilidade. “Ele [o

MÃOS NA MASSA Todo o material é preparado e conservado na empresa de Pizzi para estar fresco, quando chegar na casa do cliente

MICHAEL LENNERTZ

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Para Pedro Pernambuco, o objetivo do serviço é oferecer conforto ao cliente

MICHAEL LENNERTZ

magine ter, em casa, o mesmo conforto e regalias oferecidas em renomados restaurantes de Petrópolis? Isto é o que profissionais da gastronomia oferecem. Geralmente, são pessoas formadas e capacitadas para exercer este tipo de serviço, além de serem conhecedores das técnicas utilizadas no preparo dos pratos. O foco central de quem atua neste trabalho são festas, reuniões particulares ou corporativas, aniversários, formaturas e celebrações. O pizzaiolo Pedro Pernambuco é visto como um dos precursores dessa atividade no município, principalmente no distrito de Itaipava, onde há concentração de veranistas.

CULTURA GASTRONÔMICA O cozinheiro Vitor Pizzi só trabalha com pratos da culinária italiana e mostra uma de suas especialidades

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PAULO OLIVA Este profissional oferece o serviço de sommelier e coquetelaria em domicílio

ços como churrasqueiro. De acordo com ele, o objetivo desta iniciativa é proporcionar comodidade buscando a excelência na seleção dos itens utilizados no alimento, preparo criterioso do corte de carnes nobres, além da forma de apre24

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também é aplicado no ramo de vinhos e drinques, que, de acordo com o sommelier e técnico em coquetelaria Paulo Oliva, está crescendo em Petrópolis. Comumente é feito em parceria com o trabalho desempenhado pelos gourmets. De acordo com ele, basicamente são montados open bares, onde os bartenders confeccionam as bebidas que serão degustadas pelos convidados durante o evento na residência do contratante. Comodidade

EM AÇÃO Com técnicas específicas, o chef faz todo o preparo para colocar a pizza no forno a lenha

sentação de como o produto chegará à mesa do consumidor. “O foco é atender grupos de até 20 pessoas. Para reuniões maiores, oferecemos uma linha de trabalho também diferenciada, porém dentro de um molde que melhor se adapte ao número de participantes”. Com média de até 5h de duração, a atividade proporciona facilidade ao contratante através do fornecimento de insumos, carnes e acompanhamentos indispensáveis ao evento. Para isso, são apresentados dois menus distintos que visam atender gostos diferentes. Além disso, podem ser montados de maneira personalizada e exclusiva conforme a preferência da pessoa. O chef de cozinha Vitor Pizzi, garante dar prioridade às receitas artesanais típicas da Itália. Segundo ele, não há quem resista a um espaguete, uma lasanha ou um ravióli. A ideia é expor uma farta lista de toppins, massas e molhos para incentivar a clientela dispor de seu próprio prato. “Hoje, a pessoa pode escolher entre 20 ingredientes, todos eles com material exclusivo”. Fora a isso, Pizzi assegura que, caso do indivíduo não tenha o espaço adequando para determinado evento, o próprio chef se encarrega de conseguir um local reservado. Na visão dele, este é outro diferencial que proporciona flexibilidade a quem pensa em organizar festas ou reuniões especiais. Esse procedimento

Sempre que pode, a empresária Cristina Scher faz encontros e confraternizações com os amigos. Por isso, não é

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cliente] só tem que se preocupar em receber bem a visita. O resto é com a gente”, frisa. Cabe, então, ao cliente encarregar-se de informar ao profissional o número de convidados que comparecerão ao evento. Em cima disso, é calculada a mão de obra e o material (massas, molhos e demais ingredientes). Logo em seguida, é repassado o orçamento de todo o pacote. Somente assim, o indivíduo poderá saber quanto gastará realmente para ter um luxo como este. O pizzaiolo informa que o custo pode chegar à R$ 240. O mesmo procedimento é seguido por outros petropolitanos que atendem em domicílio. Este é o caso de Ricardo Gelli. Desde 2009, decidiu prestar servi-

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EMPREENDEDORISMO

PIZZAIOLO GOURMET Pedro Pernambuco desenvolve o seu trabalho para oferecer conforto aos clientes

raro optar pelo serviço de gourmet em domicílio, pois além de economizar no bolso, torna o ambiente mais íntimo e agradável. “Vale mais a pena do que ir a um restaurante”. Para a administradora, esse modelo de trabalho é válido, porque os profissionais atendem a necessidade


e, quando não está disponível, prefiro não fazer nada”, revela. A gerente financeira Carla Teixeira de Almeida reside em Itaipava e já contratou o serviço de gourmet em dois momentos. O primeiro foi um encontro entre os colegas de emprego e o segundo, uma reunião de família. Nas duas ocasiões, houve aprovação por ela e pelos convidados. “Optamos não só pela economia, mas por ser mais agradável receber as pessoas em casa. Todos elogiaram demais, tanto o trabalho como a massa da pizza. Nossa admiração é a preocupação quanto aos detalhes”, comenta. SEBRAE Pela inovação, Alexandre define esses profissionais como empreendedores

dos clientes. “Ele tem um cardápio muito bom e traz os ingredientes. Às vezes digo o que quero e ele compra. Eu gosto

Empreendedorismo

De acordo com o consultor financeiro do Sebrae Petrópolis, Alexandre Moraes de Oliveira, o que define um empreendedor são as suas características, ou seja, busca de oportunidades, informações, exigência de qualidade e comprometi-

Na avaliação do consultor financeiro Alexandre Moraes, o gourmet em domicílio é um diferencial no mercado mento. Seria, portanto, uma série de comportamentos que esta pessoa apresenta. “A ideia é que todo o bom empreendedor possua um pouquinho de cada uma dessas qualidades”. Segundo o especialista, quando alguém consegue inovar através do empreendedorismo, arranjar uma forma diferente de fazer o trabalho, pode se destacar no cenário econômico. Na visão do consultor, quando o profissional consegue fugir do tradicional e oferecer o produto de um estilo diferenciado, pode se destacar no mercado. “Vejo isso de uma maneira muito positiva”, finalizou.

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CARREIRA

BARÃOPOR NASCIMENTO POR LETICIA KNIBEL

FOTOS REVISTA ON

Quando alguém diz que os sonhos podem se tornar reais, pode parecer clichê, mas para Alessandro, esta frase foi um grande incentivo na luta para alcançar seus objetivos.

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arão, assim é conhecido Alessandro Vieira, um dos grandes chefs de cozinha do Rio de Janeiro. O apelido (que veio primeiro que o nome) foi dado no dia do nascimento, pois na época que a mãe estava grávida, não sabia que esperava um casal de gêmeos. No dia do parto veio a grande surpresa, o barão e a baronesa. Como ninguém esperava por duas crianças, não sabiam que nome dar. “Minha mãe estava em dúvida e após uma semana de nascido, ainda não tinha nome e meu pai resolveu que enquanto isso eu seria chamado de barão e minha irmã, de barone26

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“Por vir de uma família humilde, não tinha condições de estudar fora do Brasil” sa”, conta Alessandro. O apelido ficou. Nascido em Três Rios e criado em Areal, Vieira veio de uma família de caminhoneiros e, desde cedo, já sabia que esta não era a profissão que gostaria de seguir. Apesar do orgulho e respeito que tem pelo ofício do pai, dos tios e dos ir-

mãos, Alessandro, já garoto, admirava a mãe e a avó cozinhando e tinha vontade de ajudá-las “Um dia ajudei minha mãe a preparar uma ceia e percebi que eu gostava da cozinha”, conta Barão. A princípio, o pai não gostou nada dessa história, pois, para ele, Alessandro deveria ter outra profissão, de preferência seguindo a “tradição” da família. Não foi por não tentar que desistiu de vez de ser caminhoneiro. Vieira já havia decidido o que queria fazer: uma faculdade de gastronomia. Na época, não se falava nesta profissão no país, apenas no exterior. “Por vir de uma família humilde, não ti-


nha condições de estudar fora do Brasil. Então estabeleci uma meta: não tenho condições de fazer cursos, nem faculdade, meu estudo vai ser trabalhar em grandes hotéis, com grandes chefs de cozinha. É o meu sonho. Vou ser remunerado para aprender”, destaca a estratégia que usou. O jovem tinha os “pés no chão” e foi atrás do seu sonho e, assim, conseguiu uma vaga como lavador de pratos em um famoso restaurante em Itaipava. “No primeiro dia, lavei tantos pratos que fiquei com as mãos inchadas e pensei no final da noite: essa não é minha profissão. No mesmo dia falei com os donos que não havia gostado e me perguntaram o que eu havia achado interessante dentro da cozinha e respondi: ‘as sobremesas’. Eles disseram ‘perfeito, amanhã você começa a trabalhar junto com a pessoa responsável por essa parte’”, relembra o chef. Era a oportunidade que precisava para começar o aprendizado. Após alguns meses, ele já havia dominado a técnica para preparar as sobremesas e, consequentemente, tempos depois foi convidado para trabalhar no Rio de Janeiro, pelos donos do restaurante no qual já trabalhava em Itaipava. Em seguida, foi convidado para trabalhar em um grande hotel. O

NOVOS SABORES O chef petropolitano está sempre inovando e se reinventando na cozinha

SONHO REALIZADO Após muita luta, Barão finalmente conseguiu montar o restaurante do jeito que sempre quis

ADEGA Os vinhos são especialmente escolhidos para acompanhar os pratos de carnes exóticas

sonho do futuro chef estava se realizando aos poucos, mas foi preciso também muito sacrifício para chegar aonde queria. O aprendizado continuou e, com apenas 19 anos, teve a oportunidade de trabalhar com chefs franceses em um evento realizado no hotel onde trabalhava. “Ali eu aprendi muito, foi fascinante. Tudo que eu queria estava se concretizando. Foi muito importante, pois a prática é algo que às vezes não se aprende em faculda-

de e essa era minha chance de aprender”, destaca Barão. Outras oportunidades profissionais surgiram no decorrer do tempo até que, anos depois, Claude Troisgros (chef de cozinha francês, internacionalmente conhecido) conheceu o trabalho desenvolvido por Alessandro e o contratou para fazer parte de sua equipe. “Tive a chance de trabalhar com Claude em vários festivais, em consultoria, conhecendo outros trabalhos e culturas, temperos, ingredientes. Aprendi muito”, conta Vieira. Depois de todos esses anos no Rio, o chef petropolitano resolveu voltar para casa. Durante esse tempo trabalhou em vários lugares, não como chef, mas sem esquecer o maior sonho: ter o próprio restaurante. O objetivo de Vieira não estava muito longe de se concretizar. Após algum tempo, decidiu abrir um restaurante na cidade na qual foi criado, Areal. “Se tem um sonho e acredita nele, corre atrás que você o realiza sim, basta querer.” Como não possuía verba para tal empreendimento, com a ajuda de amigos, pôde abrir o restaurante. As mesas, talheres, pratos, tudo foi emprestado. Seis meses depois, o chef já possuía toda a estrutura que precisava. O sucesso foi grande e colocou a cidade de Areal em destaque no circuito gastronômico, levando, inclusive, pessoas famosas a frequentar o local. “Na época, participei de um dos maiores programas de um conhecido crítico de gastronomia de Nova Iorque, ao vivo, de Areal”, relembra Barão. Anos depois, surgiu a oportunidade de levar seu restaurante para Itaipava, polo assineon.com.br

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ARQUIVO PESSOAL

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CARREIRA

APRENDIZADO Alessandro cresceu profissionalmente na época em que trabalhou no Rio de Janeiro HOTEL ESCOLA Barão teve a oportunidade de aprender com chefs franceses

Barão já foi convidado para participar do programa da Ana Maria Braga que precisávamos para testar as receitas. Durante três noites aprendi a preparar as massas, molhos, combinações e decoração. No final, recebi um diploma e fizemos uma comemoração. O chef prima sempre pela organização, apresentação dos pratos e limpeza”, conta a administradora Claudia Medeiros Raposo, que participou de algumas das aulas do chef. HENRIQUE MAGRO

gastronômico. “Eu queria transformar a minha casa em Areal em uma escola, com curso de gastronomia direcionado à comunidade”. O projeto já existia, mas com o apoio da prefeitura local. As aulas eram gratuitas e contaram com a presença de diversos chefs, das mais variadas cozinhas, que abraçaram a ideia de Alessandro. Devido à catástrofe em janeiro de 2011, o projeto não pôde continuar, pois o chef perdeu muitos objetos na enchente e, como havia acabado de inaugurar o restaurante em Itaipava, não tinha condições de continuar com as aulas em Areal. “Fiz um curso de massas com o Barão em Areal. Ele é ótimo professor, tem didática e oferecia todo o material

BARÃO GASTRONOMIA O ambiente aconchegante e a cozinha à vista dos clientes, são destaques na composição do restaurante 28

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Estabelecido no distrito petropolitano, Barão estava realizando seu sonho. Com a casa funcionando há apenas cinco meses, ganhou o prêmio do jornal “O Globo” – Água na Boca – que elegeu o restaurante como o melhor da Região Serrana em 2010. Pouco depois, foi convidado para participar do programa da Ana Maria Braga. Aos poucos, o trabalho do chef passou a ser cada vez mais reconhecido. “O que destaca o trabalho do Alessandro é o amor e o prazer pela cozinha, não é apenas um ofício para ele, e sim, uma paixão. A vontade de aprender e a dedicação também são pontos marcantes no trabalho dele”, conta Rogério Elmor, um dos grandes incentivadores da carreira do Barão. O trabalho voltado para a cozinha internacional tem destaque para o preparo de carnes exóticas além das convencionais. O preparo dos pratos em frente aos clientes é um diferencial, pois a cozinha é aberta, ou seja, as pessoas podem vê-lo durante o preparo. “Graças a Deus meu trabalho foi reconhecido, com meu esforço, dedicação e apoio dos amigos consegui realizar meu sonho. Hoje estou com meu restaurante em Itaipava, mas futuramente pretendo abrir mais um em uma cidade grande, há essa proposta, porém jamais deixarei minha região, o lugar onde nasci e fui criado” destaca Barão.


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Simpatia, carisma e vontade de empreender. Estas são apenas algumas das características que amigos, familiares e funcionários classificam a empresária libanesa radicada em Petrópolis Mona Hanna Magamez, de 61 anos. Dona de uma força interior quase que inexplicável, ela não gosta de ficar parada e cuida de seus dois negócios mais preciosos: uma casa de festas e a loja especializada na venda de peças decorativas e itens para casa. Considerada exemplo de mulher e de vida, uma de suas preocupações fundamentais é o bem-estar do marido e dos dois filhos.

POR JOSÉ ÂNGELO COSTA

A LIBANESA MAIS BRASILEIRA DE PETRÓPOLIS

Magamez

Mona Hanna


EZIO PHILOT - CIA FOTOGRテ:ICA


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ascida em 11 de janeiro de 1951 na cidade de Deir-El-Kamar, no Líbano, chegou ao Brasil em 1969 e daqui não saiu mais. Constituiu família e raízes empreendedoras. Hoje, são 41 anos de convivência com o povo, a cultura e os costumes de nosso país. Por isso, considera-se mais brasileira do que estrangeira, apesar de ainda carregar um pouquinho do sotaque de sua terra natal, lugar onde se casou com o sírio Edgard Magamez. O primeiro filho, Clóvis, nasceu em 1970 e o segundo, André, três anos depois. Na época, só sabia falar o francês e, é claro, o árabe, língua oficial de seu país natal. Quando chegou ao Brasil, trouxe um dicionário e aprendeu a língua portuguesa praticamente sozinha. “Ninguém sabe. Às vezes eu erro ou esqueço um pouco, mas ninguém suspeita que sou libanesa”, reforça. Menina de classe média, estudou em colégio de freiras lá no Líbano. A mãe trabalhava na instrumentação cirúrgica, ou seja, auxiliava o médico durante as operações em pacientes nos hospitais. Já o pai, era dono de uma frota de táxis. Considerada pelas pessoas mais próximas como mulher de fibra e com espírito

MATRIMÔNIO Mona e Edgard Magamez após dizerem o sim

INFÂNCIA Foto da primeira comunhão de Mona com apenas 8 anos ainda no Líbano

empreendedor, é responsável por gerir, atualmente, uma loja localizada à Rua 16 de Março, em pleno Centro Histórico de Petrópolis, que reúne ampla variedade de itens para casa, entre objetos de decoração, eletrodomésticos e utensílios para copa, cozinha, lavanderia e bar. Outra empresa é uma tradicional casa de festas que fica no início do bairro Mosela. Antes de detalhar sua trajetória no comércio, lembrou um pouco dos tempos de Líbano , quando terminou os estudos e o pai não a teria deixado ir para a cidade de Beirute. Ele insistiu, então, que a jovem fizesse o curso de línguas. Preocupada com a situação, a freira que era diretora do colégio onde Mona estudava durante a infância, disse-lhe que não poderia ficar em casa, parada, e a convidou para ser professora, mesmo sem ter a formação acadêmica. “Eu fiquei um ano. Depois o meu [futuro] marido foi lá e a Irmã me apresentou a ele. Em um mês, conheci, noivei, casei e vim para o

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Mona diz gostar muito de trabalhar não necessariamente pelo dinheiro, mas porque foi criada desta forma

Brasil em novembro”, lembra. A primeira experiência empresarial ocorreu quando o esposo e o irmão dele se tornaram sócios em um empreendimento. Após desfazer a sociedade, o casal abriu uma loja de roupas situada na Rua do Imperador, que, em pouco tempo, se tornaria uma das mais visitadas e conceituadas no ramo da moda. Aos 42 anos, durante o auge de sua empresa, Mona Magamez se afastou do trabalho por problemas de saúde e desde então, precisou ficar em casa, repousando. Enquanto isso, o marido, imaginando que não aguentaria conduzir sozinho o negócio, reduziu o estabelecimento transferindo-o para outro lugar. A empresária diz que naquele período nunca poderia pensar na hipótese de ficar sem fazer nada e, por isso, resolveu abrir uma confecção, mas que não durou muito tempo. Após este investimento, pensou em criar algo diferenciado no comércio petropolitano. Assim como ela definiu, um espaço onde qualquer pessoa conseguisse encontrar utensílios de qualidade, suprindo a carência existente, até então, no mercado local. Simplificando suas palavras, o novo empreendimento surgiu com a proposta de oferecer presentes de excelência para ocasiões especiais como casamentos sofisticados. Foi a partir desta linha de pensamento, direcionada à loja, que surgiu a casa de festas, logo em seguida. Um imóvel que, na avaliação da empresária, poderia proporcionar o máximo de conforto durante a realização de grandes eventos como batizados, casórios, aniversários, bailes, festas de formatura, dentre outros.

NOVO EMPREENDIMENTO Mona na companhia do marido, nora e filho durante a inauguração da casa de festas


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Em reconhecimento aos serviços prestados para a sociedade, Mona recebeu importantes prêmios em 2011. Um deles foi o “Mulheres de Ouro”, promovido pelo Padre Jac., pároco da Catedral São Pedro de Alcântara. Também ganhou moção congratulatória e o título de “Cidadania Petropolitana”, organizado pela Câmara Municipal de Vereadores, além de ter sido indicada ao “Prêmio de Qualidade” pelo trabalho prestado pela casa de festas. Carinho dos colaboradores

Dedicação e preocupação com os funcionários são traços marcantes em Mona Magamez. Pelo menos é o que garante a assistente administrativa de sua loja, Marluce Velasco. Natural de Barra do Piraí, morou e trabalhou no Rio. Há pelo menos um ano, veio para Petrópolis à procura de um emprego e foi justamente a atual empregadora quem lhe abriu as portas. “Aprendi muito com ela. Comecei como vendedora e, depois, me deu a oportunidade de vir para o escritório e está me aturando um pouco [risos]”, brinca. Para a colaboradora, a comerciante é vista como um exemplo de vida, pois em muitos momentos, quando sua estima está baixa, pensa o quanto Mona esforça-se para estar todos os dias na loja atendendo a amigos e clientes. “Eu observo que ela

EQUIPE Mona junto com as colaboradoras de sua loja

é muito família. Acho que tem essa garra porque pensa nos filhos, no marido e em nós [colaboradores]. Sempre fala que quer nos ver crescendo. Então, isso passa uma energia boa”, assegura. Da mesma forma pensa Camila de Souza. Segundo a gerente da loja, a empresária prioriza, entre outras coisas, organização e bom atendimento aos clientes, assim como os mínimos detalhes em todas as mercadorias que recebe. “Valoriza aquele embrulho bem feito e prioriza muito a embalagem. É uma pessoa muito boa e tudo o que você precisa, está ali para te ajudar”. Nas palavras de Camila, a atenção é tanta que, quando alguém chega chateada, pensativa ou desanimada, logo Mona chama para conversar. Caso uma colaboradora esteja em dificuldades, sejam elas quais for, Mona tenta auxiliar e incentivar. “É uma pessoa que percebe, escuta e vê tudo”, salienta. Importantes amizades

CARINHO DE MÃE Com o filho André durante um cruzeiro marítimo

Com tantos anos de vivência em Petrópolis e no Brasil, Magamez obteve influência e cultivou diversas amizades. Todas com admiração e cordialidade. Um exemplo disso é observado na re-

Para Marluce Velasco, além da preocupação com a família, a empresária incentiva e acredita no crescimento de todas as suas colaboradoras lação entre ela o decorador de eventos Amaury Jaime Delina, responsável por fazer o casamento do primeiro filho da comerciante. Desde então, e através de encontros sociais, os laços entre ambos foram estreitados até que, com a criação da loja e também da casa de festas, o vínculo ficou ainda mais próximo. “Devo conhecer Mona há 25 anos”, calcula. O especialista em decoração considera a amiga uma mulher de dinamismo incrível e com muita força de vontade. Maria Helena Guerra é uma amiga recente e a forma como se conheceram é curiosa. O primeiro contato entre as duas ocorreu quando Helena passou com sua cadelinha pela Rua 16 de Março. Um diálogo informal resultou na afinidade assineon.com.br

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de uma pela outra. “Eu posso resumir a Mona em uma palavra: generosidade. Parece que fica 24 horas pronta para ajudar ao próximo”. A professora universitária de língua portuguesa Maria Eli Queiroz é conhecida há mais tempo. Segundo ela, no começo, o relacionamento era mais voltado para o comercial, durante visitas ao antigo negócio de roupas da empresária. Com o passar dos anos, as duas passaram a conversar frequentemente até que Mona Magamez a chamou para tomar um café. E assim, dia após dia, ficaram cada vez mais próximas. “Você só encontraria explicação no mundo psicológico, vamos dizer assim, ou no campo espiritual”, acredita. Ela garante que , hoje, uma não deixa de se comunicar com a outra. Família

Mona Magamez sempre priorizou o bem-estar dos filhos, netos e, também, do marido Edgard, homem de temperamento calmo e atencioso. Com sotaque um pouco mais carregado que o da esposa, deixou a Síria ainda novo rumo à cidade de São Paulo onde abriu uma confecção.

FAMÍLIA Na foto, da esquerda para direita, Edgard ao lado da sogra, Mona e os dois filhos durante almoço familiar 34

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PREMIAÇÕES A empresária foi uma das Mulheres de Ouro do ano passado

Veio para Petrópolis a convite do irmão e tornaram-se sócios. Ele era sobrinho da freira mencionada no início da matéria e por intermédio dela é que conheceu a mulher com quem vive há mais de 40 anos. Além dos filhos, viu de perto as dificuldades da companheira ao longo desses anos, mas sempre acreditou na força interna que

ela possui. “A princípio, não tem nada de extraordinário. É uma vida de família. Sou muito caseiro, então eu gosto das coisas certinhas e, graças a Deus, temos um prestígio”. De acordo com Edgard, a comerciante teve um problema neurológico não explicado pelos médicos que a impossibilita de caminhar normalmente. Para andar com mais segurança, necessita da ajuda de alguém. “No começo, pensamos que fosse esclerose múltipla, mas não ficou confirmado. Um ou outro chutava que era isso, porém, não era. Mas sofri muito. Não foi fácil”, revela ao garantir que, atualmente, se encontra bem melhor. Ele ressalta que seria pior se a mulher ficasse em casa, sem qualquer tipo de atividade, por isso incentivou a investir no empreendimento da Rua 16 de Março, como forma de manter a mente ocupada além de fazer o que mais gosta. “Ficar em casa também não adianta. O tempo da pessoa não passa”. Para ele, Mona Hanna Magamez pode ser definida, entre outras qualidades, como uma pessoa batalhadora, de bom gosto e que sempre dá atenção não apenas a família, mas aos amigos e colaboradores. “Por isso, optamos pelo negócio. Ela se sente bem nesse ramo e conseguiu se adaptar. Isso aqui é igual à casa dela praticamente”, finalizou.


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EU SEI FAZER

A BELEZA DE UMA

TRADIÇÃO POR LETICIA KNIBEL

FOTOS REVISTA ON

Como simples folhas de papel podem ser transformadas em figuras, brinquedos e até mesmo objetos de decoração? A resposta é ainda mais simplista: através do origami, tradicional arte japonesa de dobradura que permite a criação das mais variadas imagens em peças de papel.

A

técnica de dobradura é extremamente antiga. Não existe uma data precisa, mas historiadores acreditam que remonta à época da invenção do papel. Com a introdução deste material no Japão, logo surgiram as primeiras dobraduras, que ficaram conhecidas como origamis. Como o papel para criação das peças era escasso, apenas os nobres tinham acesso e, consequentemente, apenas os adultos podiam manuseá-lo, então criavam e moldavam para os filhos como brinquedos. Com o tempo e a evolução dos meios de produção do material, essa técnica deixou de ser apenas uma “brincadeira” para os adultos (e nobres) e acabou popularizada pela sociedade japonesa. Com o passar dos anos, foi inserido como disciplina nas escolas. Quando se fala em dobradura, logo as pessoas associam ao Tsuru (também conhecido como Grou), pássaro símbolo do Japão, que representa saúde, felicidade e sorte. Isto se deve à lenda relacionada à ave. Dizem que o Tsuru vive 1.000 anos e tem o poder de realizar desejos. Quem dobrar 1.000 origamis representando o pássaro, terá direito a um pedido. Quem revela esta história é a artesã Kathia Yukie Yamamoto, 46 anos. “Meu primeiro contato com a dobradura foi através do meu avô, ele me ensinou a fazer o Tsuru,” revela.

Kathia conta que, desde pequena, gosta de artesanato e sempre se dedicou a diversas formas de arte, mas, principalmente, ao origami. Apesar de parecer fácil, em um primeiro momento, a técnica requer muita paciência e dedicação, pois oferece diferentes maneiras de moldar as peças, ou seja, o processo consiste em vários níveis. É um estudo sem fim. A artesã explica que o mesmo origami pode ser dobrado de formas diferentes. Ela usou como como

LEGADO A dedicação à cultura e a tradição do origami trazem, principalmente, satisfação pessoal para a artesã

exemplo o Tsuru, que pode ser modelado com o bico diferente, com as asas em movimento, carregando uma rosa no dorso, entre outras maneiras. Para Monyke Kide Yamamoto Gushiken, 12, o origami lembra papel, paciência, concentração e, é claro, sua mãe, Kathia! “Sempre achei legal ver a minha mãe fazer dobradura. Se eu fizer, com certeza não vou gostar, porque tem que ter muita paciência e, definitivamente, não tenho”, conta a estudante. Monyke revela também que, para realizar festas e trabalhos escolares, conta com a artesã. “Ela sempre nos ajuda. Sempre pedimos sugestões quando temos que fazer projetos ou participar de feira de conhecimentos. No ano passado, o tema do meu grupo na escola, durante um evento, foi chocolate e ela fez uma torta de chocolate toda em papel”, lembra Kide. “Antigamente, a base para a criação da dobradura era um pedaço de papel quadrado. Com o desenvolvimento da técnica, pôde-se criar diversas peças a partir de um retângulo, círculo, dando forma a caixas, flores, animais...é mágico! Aquele pedaço de papel transformado, apenas com as mãos, sem uso de tesoura e cola, é fantástico”, conta a artesã, empolgada com seu trabalho. Kathia desenvolve desde o famoso Tsuru a enfeites para festas, quadros, brinquedos, flores, porta lápis, marcadores assineon.com.br

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EU SEI FAZER

TSURU A ave símbolo do Japão ganha forma através das mãos habilidosas da artesã

DECORAÇÃO Pequenos guardanapos se transformam em pétalas de rosas e enfeites de mesa

de livros em forma de gueixa, móbiles dos mais variados tipos e tamanhos, tudo que se possa imaginar, apenas dobrando. Yukie explica também que as peças podem ser feitas com qualquer tipo de papel: de presente, importado, seda e, inclusive, o reciclado. Porém, a preferência é por materiais que tenham os dois lados ilustrados, o que, segundo a artesã, facilita na hora de dobrar a peça e a torna mais bonita. O tempo de execução de cada trabalho depende do artefato em si e do grau de dificuldade (no caso, varia de acordo com o tamanho e número de dobras). “Se fizer um Kusudama (que significa “bola de remédio”) de trinta peças, de nível fácil, creio que devo levar duas horas, já um móbile de flores, cerca de quarenta minutos, uma lanterna

japonesa, cinco minutos,” explica Kathia. O valor calculado varia de acordo com o tipo de papel e grau de dificuldade. Quanto mais trabalhoso, mais cara é a peça. Se o material for importado, também terá um valor maior. O preço dos origamis podem variar entre R$ 1 e R$ 25. Para adquirir uma peça, é necessário encomendar ou visitar algumas das exposições realizadas pela artesã ao longo do ano. Vale à pena, não só para comprar, mas também para entender melhor o trabalho desenvolvido por Kathia e a ligação que mantém com a tradição e cultura japonesas.

MÓBILE KUSUDAMA Os japoneses tinham o costume de guardar ervas no interior deste origami 38

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Difundindo uma cultura

Yukie faz parte de um grupo que tem como objetivo desenvolver a técnica do origami. “O grupo, chamado ‘Dobraduras de Serra’, existe desde 2007 oficialmente. Atualmente, é formado por oito mulheres”, explica a artesã. Em cada reunião, cada membro leva uma novidade relacionada ao origami, algum desafio, ou uma peça que tenham dificuldade em dobrar. Cada dia, novas formas e técnicas de dobradura surgem e fazem com que o grupo busque sempre inovar. Para Sheila Miyuki Yamamoto Justen, integrante do grupo, esta arte, além de ser educativa, é aplicada como uma terapia no exercício da paciência. “Com um pedaço de papel pode-se fazer várias coisas e o resultado é um belo artesanato. É a junção de dedicação, disciplina

e paciência que precisamos para viver melhor. O origami nos proporciona tudo isso”, ressalta a artesã. Justen ainda conta que Kathia vem realizando um trabalho muito criativo e intenso na arte de dobrar papéis. “Ela se dedica totalmente a esse projeto, sempre procurando se aperfeiçoar. Pelo amplo relacionamento que a Kathia tem com várias instituições, sempre procura inserir o grupo de dobradura em exposições e eventos”, conta Sheila. Em 2008, foram realizadas comemorações em homenagem ao Centenário da Imigração Japonesa, e, na mesma época, foi lançado um livro contando a história dos primeiros imigrantes que chegaram ao Estado do Rio de Janeiro. “Durante as comemorações, descobri que a família do meu avô foi uma das três primeiras a chegar aqui em Petrópolis e decidi prestar uma homenagem fazendo uma pequena exposição com origamis”, conta a artesã. Para realizar o evento, Kathia decidiu buscar apoio junto à prefeitura de Petrópolis, pedindo que cedesse um espaço. Yukie não só conseguiu a ajuda do governo (e também de outros japoneses da cidade), como teve seu projeto inicial ampliado. A homenagem ao avô ganhou grandes proporções e tornou possível a criação do primeiro festival para celebrar o Centenário da Imigração Japonesa em Petrópolis. O evento recebeu o nome de Nippon Matsuri. O sucesso foi tão grande que agora é realizado anualmente e tem o objetivo de celebrar e divulgar a cultura japonesa. O Bunka Sai (nome dado ao festival a partir de 2009) levou ao petropolitano a oportunidade de conhecer melhor a tradição deste povo. “Participei de vários encontros da cultura japonesa. Para mim, a arte de dobrar papéis é muito mais que um artesanato bonito. Quando comecei a fazer os origamis, percebi que faz bem à alma. Você se sente feliz com o resultado do trabalho e durante o processo, o papel exercita a paciência. Eu recomendo”, revela a estudante de jornalismo Gisele Oliveira. O evento já faz parte do calendário de festividades da cidade. No mês de agosto, as pessoas que ainda não conhecem, terão a chance de entrar em contato com o universo japonês através de filmes, artesanatos, música, artes marciais, culinária e oficinas.


Kanguru Comunicação. Uma Nova marca, um novo salto. Muito mais do que uma simples marca, criamos algo que reflete nossa empresa. Algo sofisticado e moderno. E é assim que uma marca deve ser, um reflexo de todos os valores da empresa. Este é nosso modo de trabalho, é assim que criamos. Kanguru comunicação. Um salto para o sucesso

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PAPO DE COLECIONADOR

MINIATURAS PRECIOSAS POR JOSÉ ÂNGELO COSTA

FOTOS REVISTA ON

Ao longo das edições da Revista On Petrópolis, o leitor acompanhou a trajetória de pessoas que se aventuraram em colecionar uma infinidade de automóveis clássicos ou motocicletas. Agora você vai conhecer um dentista que preferiu investir em réplicas de veículos antigos.

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Q

ual foi o homem que, quando criança, nunca sonhou ou teve a oportunidade de brincar de carrinho? Dificilmente, encontraríamos alguém pensando o contrário. Ao crescer, entretanto, este simples momento de lazer infantil pode se transformar em algo mais concreto, porém não menos prazeroso, como reunir miniaturas de automóveis antigos. Isto é o que o dentista Gilberto Rodrigues Nassif vem fazendo há alguns anos. Com a alegação de sempre ter sido admirador de veículos clássicos, visitou em 1988 um salão de carros onde também havia uma pessoa vendendo réplicas de marcas inglesas. Desde então, começou a se interessar pela arte de colecionar. No início, adquiriu material que vinha do Paraguai, pois na época o mercado disponibilizava poucos itens de metal. “Havia muitos kits para montar. Agora há uma infinidade de fábricas que fazem miniaturas pelo mundo todo”. Presidente do Clube de Automóveis Antigos de Petrópolis e com 25 anos de atuação no ramo, afirma já ter tido mais de 3.000 miniaturas, porém sem muita qualidade. No transcorrer dos anos, passou a selecionar peças com mais categoria, resultando, atualmente, assim como ele mesmo define, na escala 24, que é bem detalhada e exige maior espaço físico para abrigar toda a coletânea. O hobby chamou a atenção de outros apreciadores de carros em Petrópolis. Fora da cidade, lhe proporcionou a realização de encontros entre colecionadores. “Organizamos um anual em Itaipava e sempre revemos os amigos, além de trocarmos ou vendermos réplicas”, conta. As preciosidades do dentista estão expostas e protegidas dentro de vitrines que dividem espaço com os móveis

Nos dias atuais, as peças fabricadas para a montagem das miniaturas são, na maioria, de metal

DUAS RODAS Além dos carrinhos, há diversas marcas de mini-motocicletas

em sua casa, no Centro de Petrópolis. Em geral, as miniaturas são adquiridas em trocas, compras pela internet ou leilões, além das pessoas que normalmente as oferecem. Devido à experiência no negócio, o colecionador avalia as condições das peças para depois obtê-las. Na maioria das vezes as repassam para outros amigos. De acordo com Nassif, o mercado gira desta forma e, na atualidade, são

fabricados mais de 100 mil modelos em todo o planeta. “Hoje os itens são de excelente qualidade, tudo em metal, praticamente”, conta. O acervo montado pelo dentista possui em torno de 400 réplicas de carros antigos. Segundo ele, deve haver limite e o colecionador precisa se especializar, além de ter uma ideologia fixa sobre aquilo que realmente quer ou planeja construir. Caso contrário, pode se perder. assineon.com.br

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PAPO DE COLECIONADOR

GILBERTO NASSIF Ele sempre foi apaixonado por carros antigos e após visitar uma feira, decidiu colecionar miniaturas

Os mini automóveis são representações de marcas estrangeiras que se assemelham aos modelos reais, abrem e fecham portas, malas, capô e destacam-se tanto pela perfeição quanto pelo formato dos bancos, carrocerias, pneus, rodas, cores e motores. Dificilmente há como não ficar impressionado com as particularidades de cada um deles. Gilberto tratou de reunir uma infinidade de motocicletas produzidas conforme os padrões originais, além de caminhões e até trailers móveis. A conservação deste material não é algo tão simples pois, para isso, é necessário deixar a vitrine sempre fechada. Na hipótese dos veículos estarem sujos, o ideal é ter, à disposição, um cotonete com cera para fazer a limpeza. “Na medida em que vai limpando, vê os detalhes em todos eles”, frisa. Família e companheiros de hobby

Para manter uma coleção de miniaturas de automóveis ou de qualquer outro objeto, o incentivo e a compreensão dos familiares são fundamentais. Ainda mais quando o acervo fica na própria residência do colecionador. No caso de Gilberto, desde o dia em que decidiu investir na coleção, recebeu apoio de sua primeira mulher, além dos filhos. Um deles é Marconi 42

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ORIGEM A maioria dos carrinhos da coleção é de marca estrangeira

Marcone Nassif lembra o tempo em que o pai chegava em casa e emprestava uma das miniaturas para ele brincar Amaral Nassif, que praticamente cresceu junto com a atividade do pai. Ainda quando criança, diz ter gostado de brincar de carrinho e ao olhar a estante da casa dele repleta de pequenos automóveis sabia em qual poderia ou não mexer. Até mesmo pelo fato de algumas réplicas serem as preferidas do colecionador. Como qualquer menino, ficava entusiasmado ao ter, nas mãos, um automóvel de brinquedo, mas a euforia poderia causar algum tipo de dano no material. “Às vezes ele chegava do trabalho e pegava aquele [carrinho] favorito e nos dava, só que supervisionando. Só olhávamos”, lembra. Desde cedo, acompanhou o dentista em viagens até locais como São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo para participar de feiras ou encontros de veículos antigos. Hoje, com 25 anos, revela ter sua própria coletânea, no entanto, não alme-

TRAILER Ele foi projetado conforme o de tamanho real e possui quarto e cozinha

ja seguir efetivamente os mesmos passos que seu pai. “Tenho uma coleção pequena na minha casa. São 100 peças. Isso é desde garoto mesmo. É algo que eu não me desfaço, está guardado e vai ficar para outras gerações”. Na avaliação de Marconi, o ato de se dedicar a um hobby desta natureza é entendido como uma forma de aliviar o estresse do dia a dia ou a carga de compromissos adquirida durante a semana, assim como ocorre com Gilberto. “Isso dá uma relaxada. É um momento de interação entre a família toda”, crê. Nascido no Rio de Janeiro, e morador atualmente da Região Serrana do Estado,


ACERVO Gilberto Nassif mantém as miniaturas na sala de sua própria casa no Centro de Petrópolis

João Nepomuceno Costa Neto é um dos melhores amigos de Gilberto. Eles se conheceram durante uma exposição de carros antigos promovida pelo dentista há alguns anos e, desde então, sempre discutem sobre o assunto. “Participei de todos os encontros dele, mas depois que fiquei doente, não pude mais sair de Teresópolis”, confessa. De acordo com o aposentado, as características principais do colega são zelo e dedicação, ou seja, ele insiste em construir algo sério e organizado. “Isso eu acho que vem da profissão dele. Por ser dentista, gosta de tudo certinho”, destaca. A exemplo do amigo, João possui uma coleção, entretanto não tem se dedicado a ela atualmente. Quando pode, recebe o companheiro petropolitano em casa para um bate-papo informal e trocar ideias sobre carros. Nepomuceno aproveita a entrevista para assegurar que esse tipo de passatempo é comum entre as pessoas mais antigas como ele e Gilberto. “É uma atividade que a garotada não curte porque esta geração tem outros olhos”, concluiu.

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ESPORTE

FÁBRICA DE

CAMPEÕES POR JOSÉ ÂNGELO COSTA

FOTOS REVISTA ON

Desde 1983, a Associação Atlética Pé de Vento se destaca por levar seus atletas constantemente ao pódio. Tanto no Brasil quanto no exterior, conquistar medalhas é o forte da equipe.

A

tletas petropolitanos da Pé de Vento correm, literalmente, atrás de um único objetivo: ganhar títulos. Em 2011, o fundista Giovani dos Santos disputou os jogos Pan-Americanos do México e obteve bom desempenho. Mesmo com uma lesão na panturrilha, conseguiu conquistar a medalha de bronze. Além dele, mais dois integrantes representaram a agremiação e terminaram a disputa entre os dez melhores na classificação geral. Um deles é Antônio Ribeiro Barbosa Filho, que alcançou a décima posição. Ele afirma não ter treinado para a prova e parou de correr em determinado momento. Os outros colegas da equipe, entretanto, demonstraram ritmo, o que implicou na conquista dos primeiros lugares. “Temos tudo para formar bons competidores no futuro. Acho que estamos nos preparando para isso e almejamos títulos e excelentes resultados”, diz Antônio. A vitória em diversos eventos esportivos nacionais e internacionais, não esconde a atual realidade do grupo. Hoje, é apontado como um dos maiores do país e até da América Latina na categoria. Este status só não é maior porque não há como segurar os esportistas de renome ou modernizar suas instalações sem investimentos. Pelo menos é nisso que acredita Antônio Ribeiro. “Nós não temos patrocínio para manter os atletas e, por isso, muitos saem para outros locais 44

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“Sem patrocínio, fica difícil manter um atleta”, fundista Antônio Ribeiro Filho

que pagam, como foi o caso do Franck Caldeira. Isso faz com que eles procurem melhores condições de vida. Acredito que deveria ter alguém que apoiasse”. Outro detalhe exposto pelo atleta é a questão dos itens utilizados em treinos e provas. “A publicidade é essencial porque necessitamos de material. Temos que correr bem para poder vencer, mas muitas das vezes não acontece isso”.

O MESTRE O médico e treinador Henrique Vianna fundou a Pé de Vento em 1983 com a ideia de formar corredores de renome no cenário nacional e internacional

Há 11 anos junto a Associação Atlética Pé de Vento, José Gutenberg Ferreira é um dos mais antigos da equipe. Ao longo deste período, foram muitas vitórias, dentre elas o campeonato dos dez quilômetros - Corrida da Paz, as dez mil milhas de Washington USA (2007), a Maratona Porto Alegre (2005), a oitava Maratona de Curitiba, além do terceiro lugar na Maratona Internacional de Miami. Para José, uma das principais dificuldades sempre foi treinar em áreas de intenso movimento em Petrópolis, como a rua Barão do Rio Branco. “Hoje, não temos recursos para nos prepararmos. Viemos aqui para Itaipava porque lá, na Barão, não tinha como. Muitos carros e, então, aconteciam muitos acidentes com os atletas”, explica. O parque de exposições, localizado no centro do distrito, foi selecionado pelo fato de ser uma área mais tranquila, o que favorece a realização de um trabalho mais concentrado. Os problemas não estão centrados apenas nesta questão, mas no fato de os atletas terem que gastar dinheiro do próprio bolso com a condução e, muitas vezes, até na hospedagem. “É difícil você ter que pagar passagem e hotel”, frisa. De forma semelhante, pensa Johannes Max Boamorte Araújo, considerado um dos mais jovens no elenco. Com apenas quatro meses de experiência na Pé de Vento, o corredor acredita que a carência de incentivos financeiros pode ser um fator crucial para


Triunfos e diversidades lado a lado

JOSÉ GUTEMBERG, JOHANNES BOAMORTE E ANTONIO RIBEIRO Segundo os atletas, muitas vezes são obrigados a gastar dinheiro do próprio bolso com passagens e hospedagem

o baixo rendimento, mesmo que haja planejamento e organização. “Tem muitos (atletas) que recebem propostas de outras agremiações que pagam melhores salários. Mas, às vezes, acabam com a carreira em um local que não tem coordenação”.

As adversidades expostas pelos atletas em momento algum impediram o sucesso da equipe. Em junho deste ano completam 29 anos. O responsável por esse empreendimento é o treinador e médico Henrique Vianna. Doutor em medicina ortomolecular, ele decidiu criar uma associação esportiva com o objetivo de formar maratonistas profissionais. “Começamos com uma corrida dos médicos que, naquela época, reuniu amigos, universitários, professores de educação física e médicos”, descreve. Com a chegada de Luiz Antônio dos Santos e Ronaldo da Costa, o técnico afirma que o grupo alcançou outro patamar. “Eles dois se tornaram os únicos atletas a ganhar medalhas em campeonatos mundiais de olimpíadas. Aí, você tem uma dimensão exata do que é a Pé de Vento”, expõe seu apreço pela instituição. No currículo, destacam-se vitórias como a medalha de ouro nos jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro (2007), o bi-campeonato da Corrida de São

De acordo com o técnico da Pé de Vento Henrique Vianna, a manutenção do grupo é custeada pelas corridas de rua Silvestre e da Maratona de Chicago, Meia Maratona de Fukuoka, além de oito medalhas em sul-americanos e três em mundiais. “Em 2009, no ranking da Confederação Brasileira de Atletismo, dos sete melhores fundistas em nível nacional, todos eram do nosso grupo. Então, a Pé de Vento faz esse trabalho de renovação. É uma fábrica de campeões”, ressalta. Henrique Vianna, entretanto, também não esconde o lado negativo da história. “Apesar de toda essa potencialidade, temos o nosso ponto fraco que é justamente a ausência de patrocínio. O que mantém a nossa equipe são as corridas de rua com premiação”, finaliza.

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VIAGEM DIÁRIO DE BORDO

França Capital Paris Área 543.965 km² População 65,3 milhões Moeda Euro Fuso Horário GMT+1

Quando ir

No inverno para quem gosta de frio, mas a vantagem do verão é que demora a escurecer e as lojas ficam abertas até mais tarde. Como chegar

Companhia aérea TAM. Onde ficar

Rue Lecourbe, 15 - Hotel All Seasons - Rede Accor www.allseasonshotels.com Onde comer

Paul - www.paul.fr e Brioche Dorée - www.briochedoree.com O que fazer

Visitar os museus, os pontos turísticos famosos. Além deles, tem o show do Moulin Rouge e o Palais Versailles. Também é interessante dar uma volta na Champs Élysée Dica

Levar um bom par de tênis, pois Paris se conhece andando!

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Cristiane Manzini em Paris!

D

esde pequena, tinha o sonho de conhecer a Europa. Curiosamente, Paris não era um dos meus roteiros principais. Entretanto, recebi, como presente, uma viagem para lá. A companhia não podia ser melhor e a condição em que aconteceria era a promessa de que, esta, seria uma viagem inesquecível... E foi! Saímos do Rio no dia 26 de dezembro rumo a Frankfurt. Somente de lá seguiríamos para Paris. A viagem foi longa, bastante agitada e, por isso mesmo, cansativa. Voamos em torno de 12 horas direto e depois mais 1 hora até o destino final. Chegamos lá já no dia seguinte e a noite não podia ser mais perfeita. Uma chuvinha fina e um frio que doía os ossos nos traziam a certeza de que estávamos muito longe de casa. Para nos hospedar, escolhemos um hotel da rede Accor pelo simples fato de sabermos o que encontraríamos por lá. O AllSeasons (Rue Lecourbe, 15) fica instalado em um edifício antigo, bem ao estilo da cidade e foi adaptado para se transformar em um hotel. Sua localização é muito boa, pois há dois mercadinhos bem próximos e está a um quarteirão da estação Boucicaut do metrô. O hotel oferece café da manhã incluso na diária e pequenos agrados, como uma garrafa de água mineral no quarto, além de chá e café a vontade no saguão. Alguns quartos ainda têm banheira. Eu tive essa sorte! O meio de transporte mais usado por lá é o metrô, afinal táxis são caros e a rede metroviária é bastante eficiente. Paris conta com 14 linhas, o que dá ao turista a sensação de nunca estar perdido, já que há sempre uma estação por perto. Há, inclusive, integração do metrô com trens e ônibus. Comer em Paris é caro. Além disso, eles não têm o hábito de almoçar como nós. O forte da cidade são os sanduíches. Há diversos deles por toda parte. Duas


o

nf u i r T do Arco

grandes redes de lojas são facilmente encontradas, como a Paul e a Brioche Dorée. Ambas servem sanduíches, pratos rápidos e alguns doces. Tudo é lindo e gostoso. Paris é uma cidade encantadora. A atmosfera é mágica, sobretudo no inverno, época em que eu estive lá. Há muitos lugares para conhecer, além dos famosos Arco do Triunfo, Torre Eiffel e Catedral de Notre Dame. Aliás, Paris oferece uma variedade de museus que impressiona. Além do Louvre, o mais popular deles, eu visitei o L´Orangerie, que abriga as Ninfeias de Monet, o d´Orsay com suas obras clássicas, o Museu Rodin, cuja obra mais famosa – O Pensador – pode ser vista do lado de fora, no jardim, e o Centre Pompidou, onde encontramos um vasto acervo de obras modernas e contemporâneas. Não é necessário tirar visto, apenas o passaporte. Indo a Paris, sugiro um bom tênis de corrida, muita disposição e um olhar encantado e contemplativo de criança que está descobrindo o mundo. A cidade merece!

Igreja de Sacre Coeu r

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A festa rolou no TR Folia 2012 18 mil pessoas estiveram no Estádio do Entrerriense nos dois dias do evento

N

os dias 4 e 5 de maio, 18 mil pessoas

Ivete sacudiu o público com toda a sua energia e

lotaram

o

seu carisma em quase duas horas de apresentação.

Futebol

Clube,

Estádio

Entrerriense e

Outro episódio que marcou a noite foi a participação

vivenciaram momentos de muita alegria

da personagem Chayene, interpretada por Claudia

e descontração na terceira edição do TR Folia,

Abreu na novela global “Cheias de Charme”. A atriz

uma das mais importantes micaretas da região. As

incorporou a estrela do forró e, junto com Ivete,

maiores expectativas giraram em torno da baiana

cantou e dançou no palco na gravação de uma

Ivete Sangalo, que abriu a festa. “Estou muito feliz

cena do folhetim. Os atores Bruno Mazzeo e Luiz

por estar aqui. Também sempre quis me apresentar

Henrique Nogueira, que dão vida, respectivamente,

desde o primeiro TR Folia”, disse ela ao saber que

aos personagens Tom Bastos e Laércio Migon,

os fãs queriam tê-la como atração logo na primeira

também estiveram no evento.

edição do evento, em 2010.

em

do

Três

Rios,


No segundo dia, foi a vez do funkeiro Naldo e da

Levi mostrou que sabe mesmo dominar o palco.

banda Jammil e Uma Noites botar a galera para

Após os shows, a festa continuou rolando até

dançar. Com suas perfomance e músicas dançantes,

altas horas sob o comando dos DJs. No camarote

Naldo não deixou ninguém parado e cantou seus

Premium, a animação ficou por conta de Vinícius

principais hits. Depois de se apresentar no TR Folia

Magalhães e Michel Souza. No camarote W!One, o

em 2010, o Jammil retornou ao evento, agora com

público dançou ao som de Sandro Valente, Lara Luz

a nova formação, que conta com o vocalista Levi

e Rafael Nazareth. Já no lounge da pista, Lucas Gaia

Lima. Juntamente com o veterano Mano Góes, um

e Blade agitaram todas.

dos fundadores do grupo, Fotos: Richard Play / Wanderson Monteiro


ESPAÇO FESTAS

Josy & Fábio Data 05/05/2012 Cerimônia Sagrado Coração de Jesus Recepção Quinta do Bosque

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FOTOS GIOVANI GARCIA


Foi um dia muito esperado e planejado, queríamos que desse tudo certo, por isso, em determinados momentos, antes do casamento, ficamos muito cansados, mas valeu a pena. Nos divertimos bastante, curtimos tudo! A cerimônia, a festa, foi tudo perfeito. Acreditamos que essa foi a melhor forma de iniciarmos uma vida juntos. Foi um marco e esperamos que daqui para frente seja como naquela noite, muito feliz, com as pessoas que amamos em volta desejando nossa felicidade”, afirmou a noiva Josy Damaceno. O pedido de casamento aconteceu há dois anos, na festa de noivado. “O Fábio fez um discurso para os convidados de como havia sido a trajetória dos dez anos de namoro e finalizou com o pedido. Foi muito divertido e romântico”, conta Josy. Um ano após o noivado, o casal começou a organizar os preparativos para o grande dia. “Tudo se intensificou mesmo nos últimos dois meses, mas aproveitamos o fato da minha irmã ter

“A noite estava linda, a lua maravilhosa no céu, tudo perfeito! A felicidade tomou conta de mim, foi tudo realmente extraordinário” Josy Damaceno

EWIGLICH Fábio pediu Josy em casamento na festa de noivado em 2010

casado um ano antes e procuramos os profissionais que foram bons no casamento dela. Buscamos pessoas responsáveis que nos ofereceram tranquilidade no dia da cerimônia”, diz Josy. A noiva se arrumou na Pousada Spa Orquídea da Serra, que é próxima à igreja. Josy optou por um vestido branco da Vida de Noiva, da coleção portuguesa nupcial. O modelo foi em tafetá de seda drapeado no corpo e trançado nas costas com aplicação de flores, mantilha em tule e renda francesa bordado em cristais. A noiva disse que não ficou ansiosa, chegou na hora marcada e esperou no carro até a hora de entrar segurando o buquê de lírios brancos, astromélias e pimenta. Já Fábio da Silva Alves chegou cedo, recebeu os convidados e ficou aguardando a noiva. Ele confessou ter ficado um pouco nervoso quando tocou a música para entrar na igreja. O noivo vestiu um smoking preto completo da Vida de Noiva. As damas de honra estavam com vestidos brancos com fitas verdes do Atelier Ponto da Elegância e os pajens com ternos pretos da Vida de Noiva. A decoração da Igreja Sagrado Co-

QUINTA DO BOSQUE A recepção foi para 170 pessoas

LILIANA RODRIGUES A mesa de doces foi enfeitada com flores

ração de Jesus, feita por Amaury Jaime de Lima, foi baseada em tons de branco e verde e ficou perfeita, na concepção de Josy. “Tanto a decoração, quanto a iluminação, estavam lindas”, contou. A recepção foi na Quinta do Bosque. As cores escolhidas foram rosa, lilás e branco. Josy destaca o fato de não ter tido problemas durante a festa e dá o crédito aos profissionais. “Percebemos como é bom escolher pessoas competentes. O resultado foi da forma que sempre sonhamos e planejamos”, ressalta. A Sandra’s bufett foi a responsável por todo o buffet. O bolo foi feito porTânia Sabaia e os doces por Liliana Rodrigues. Já os noivinhos do topo do bolo foram confeccionados por Bianca Pires. Oswaldo Martins Lounges & Cia ficou encarregado pelo mobiliário. O agito da recepção foi com o DJ Filipe Fogel. A fotografia ficou por conta do Giovani Garcia e a filmagem foi garantida por Bruno Borzino. Todo o evento contou com o apoio do Cerimonial-M Eventos. Para o noivo, foi tudo muito intenso. “Não conseguia pensar em nada, procurei só me divertir e aproveitar cada momento”, enfatiza Fábio. Para Josy, a felicidade de tudo ter acontecido como o planejado, contribuiu para o sentimento de plenitude. “A noite estava linda, a lua maravilhosa no céu, tudo perfeito! A felicidade tomou conta de mim, foi tudo realmente extraordinário”, diz. Após o casamento, o casal escolheu, através da agência Hemisfério Turismo, passar a lua de mel em Gramado, no Rio Grande do Sul.

BIA GELLI A noiva exibe seu buquê de lírios brancos, astromélias e pimenta assineon.com.br

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SABORES

Escargot Bourguignon Carne magra de baixo teor calórico e fácil digestão. Possui um sabor típico. A receita mais famosa desse molusco foi criada por Caréme para a nobreza francesa.

INGREDIENTES

220g de manteiga 3 colheres de salsa picada 2 dentes de alho amassados 1 cebola picada, sal e pimenta a gosto. Casca de limão ralada. 40 escargots 40 conchas

PREPARO

Pré-aqueça o forno. Misture a manteiga, salsa, alho, cebola, sal e pimenta. Por último, raspas de casca de limão. Coloque um escargot em cada concha e cubra com o molho de manteiga. Forno por 10 minutos. Sirva com pão e a manteiga de alho. Serve quatro pessoas. Acompanha bem um vinho tinto encorpado.

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ercado de mistérios, desinformação e preconceitos, o escargot atravessa a história juntamente com os homens. Entretanto, sua carne é uma das iguarias mais apreciadas da cozinha francesa. Seu consumo se espalhou por todo o mundo e é sinônimo de requinte. Foi Antonin Caréme, grande chefe francês, o verdadeiro precursor do uso dos caracóis, na fina gastronomia francesa. É uma carne magra, de baixo teor calórico e fácil digestão. Possui um sabor típico, que alguns consideram melhor do que o das ostras. A receita mais famosa desse molusco foi criada por Caréme para a nobreza francesa: “Escargot Bourguignon”, assados na própria concha, com molho de manteiga, alho e ervas. No Brasil, o escargot ainda é pouco consumido, sobretudo por ser muito caro, por não termos tradição de consumo desse molusco e, também, pelo fato de serem recentes nas indústrias de conservas. Em geral, os moluscos comercializados por aqui são importados. Normalmente, vêm em latas, apenas com a carne e são colocados dentro do próprio caracol para o preparo e servir. Contudo, a produção brasileira, embora ainda pequena, já apresenta uma carne de qualidade, que você encontra em bons fornecedores, em geral, congelados. No entanto, também é possível adquiri-lo fresco e vivo. Comê-lo é uma questão de vencer preconceitos e de ter informações corretas sobre as propriedades alimentícias de sua carne e as formas de prepará-la. Existem muitas receitas que utilizam o escargot como ingrediente como omeletes e quiches, por exemplo, mas a mais tradicional forma de degustar essa deliciosa iguaria é

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com manteiga aromatizada. Prepare um molho à base de alho, salsa, manteiga, noz-moscada e ervas aromáticas como herbes de provence, estragão, tomilho, segurelha e outras. Coloque um pouco do molho dentro da concha antes de inserir a carne do escargot e, depois, cubra com mais molho de manteiga. Em seguida, arrume-os com a abertura da concha para cima em um prato refratário especial, com pequenas cavidades próprias para acomodar o caracol. Se o caracol vazio não for encontrado, pode-se acomodar a carne do escargot e o molho em cogumelos grandes, com o talo cortado, virados com a parte côncava para cima. Ponha no forno bem quente e depois de sete minutos leve diretamente para a mesa. Para comê-lo, há talheres especiais:

uma pequena pinça na mão esquerda segura o caracol enquanto a carne é retirada, com um garfo de dois dentes curvos, de dentro da casca. Em seguida, mergulhe-o na manteiga derretida e coma. A quantidade mínima por pessoa é de meia dúzia. O pão branco (a tradição francesa manda limpar o molho do prato com o pão) e o vinho tinto são apropriados para acompanhar um molho tão ativo e aromático.

Luiz Cesar Turismólogo estudioso da culinária brasileira luizcesarcl@uol.com.br

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Bernadete Mattos Consultora graduada em gastronomia bemattos1@gmail.com

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GUIA

Música

Cinema

TARUÍRA Formado como um trio, o Taruíra é um dos mais conceituados expoentes do chorinho no país e hoje é composto por Breno Morais (flauta e sax soprano), Carlos Watkins (sax tenor), Guto Menezes (cavaquinho e viola caipira), José Roberto Leão (violão de sete cordas), Leandro Tartaruga (pandeiro) e Yuri Garrido (bateria e percussão). O primeiro CD foi lançado em 2007, com 14 canções já consagradas como “O Bolero”, “Assanhado” e “Pato Preto”, de compositores como Pixinguinha, Tom Jobim, Hermeto Paschoal, Guerra Peixe, Maurice Ravel, Garoto, entre outros. As rodas de choro na Praça Frei Aniceto Kroker, no bairro Mosela, começaram como um despretensioso encontro de músicos e rapidamente se transformaram em um evento que atraía centenas de pessoas semanalmente. Por mais de dois anos, o Taruíra se apresentou no coreto da praça, se tornando uma atração fixa e gratuita para toda a família. O grupo, que lançou em 2011 o DVD “Taruíra nas nuvens”, completa 10 anos e prepara um disco de canções autorais. Para ouvir e ver: http://www.taruira.com.br e www.youtube.com/taruiravideos

DVD

FERNANDO & SOROCABA – ACÚSTICO NA ÓPERA DE ARAME Gravado em um dos cartões postais de Curitiba, o show é uma superprodução. Conta com a participação de Luan Santana, Inimigos da HP e Thaeme & Thiago. (R$ 24,90)

SEGUNDO ATO O Teatro Mágico mostra um lado mais maduro e crítico. Fernando Anitelli e demais artistas já anunciavam, neste álbum, o que estaria por vir com o atual “A Sociedade do Espetáculo”. (R$ 20)

2 COELHOS (Afonso Poyart – 2011) Edgar (Fernando Alves Pinto) encontra-se na mesma situação que a maioria dos brasileiros: espremido entre a criminalidade, que age impunemente, e a maioria do poder público, que só age com o auxilio da corrupção. Cansado de ser vítima desta situação, ele resolve fazer justiça com as próprias mãos e elabora um plano que colocará os criminosos em rota de colisão com políticos gananciosos. Enquanto o plano de Edgar é executado, descobrimos pouco a pouco suas reais intenções e sua história, marcada por um terrível acidente e um amor que ele jamais esqueceu. O filme é um enigmático suspense de ação onde cada minuto vale mais que todo o passado. Une efeitos, animação, tiros, explosões e romance numa trama intrigante nunca vista no cinema nacional. No elenco estão, ainda, Caco Ciocler, Alessandra Negrini, Róbson Nunes e Thaíde

Livros CHAPLIN – UMA BIOGRAFIA DEFINITIVA Definitiva e atraente, a biografia escrita por Davis Robinson é a única que teve acesso irrestrito aos arquivos de Charlie Chaplin, o maior ícone da história do cinema. (Novo Século, R$ 63)

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DOCE GABITO A história de Gabriela García Marques, menina que perde os pais, passa a morar com o avô na favela Santa Marta e conhece um misterioso senhor bigodudo, que torna-se seu mentor e melhor amigo. (Record, R$ 44,90)

O MISTÉRIO DO CHOCOLATE Uma confeitaria, um assassinato e alguns cookies de chocolate. Um suspense culinário, primeiro livro da série Hannah Swensen Mysterie, da autora Joanna Fluke. (Lua de Papel, R$ 22,90)

PÁSSAROS NA BOCA São homens e mulheres, jovens e crianças diante de um mundo hostil em que, de um instante para outro, sem qualquer ruptura ou explicação, o que parecia normal deixa de ser e de maneira irreversível. (Benvirá, R$ 29,90)


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