FB | Revista On Petrópolis #07

Page 1




CARREIRA

4

Novembro | Dezembro


revistaon.com.br

5


QUALIDADE DE VIDA É AQUI FOTOS DIVULGAÇÃO

O investimento ideal para a realização dos seus sonhos

U

ma das prioridades básicas nos dias atuais é a busca pela tranquilidade e segurança na escolha de bens duráveis. Sair dos grandes centros à procura de harmonia junto à natureza se tornou um hábito comum para boa parte da população. Em Três Rios, uma das cidades que mais cresce no estado do Rio de Janeiro, não é diferente. Com a chegada de indústrias e o crescimento considerável, é natural que as pessoas optem por lugares calmos para morar e foi neste contexto que surgiu a ideia do residencial Park dos Ipês, uma ótima oportunidade para realizar um investimento que vai garantir a qualidade de vida de toda sua família. O residencial proporciona três visuais aos moradores: um voltado para o vale do rio Paraibuna, com vista das corredeiras; outro direcionado para a represa do Clube Caça e Pesca e o terceiro para a BR-040. Com uma estrutura singular, o projeto terá água, energia elétrica, redes pluviais e de esgoto e ruas pavimentadas (algumas já realizadas) de acordo com o cronograma de obras. O Park dos Ipês também oferece diferentes possibilidades para que o seu sonho vire realidade. Por este motivo foram criados seis tipos de planos de pagamentos, como o “Plano super atrativo” (2ª etapa), que consiste em lotes a partir de R$ 10.500 à vista. Além disso, o residencial tem recebido e realizado negócios com pessoas e empresas para casas, prédios e comércio, fundamentais pela dimensão do empreendimento. Localizado a 3,5 quilômetros da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e a 700 metros da BR-040, o Park dos Ipês possui 1.869 lotes divididos em uma área de 97 hectares. Os futuros investidores podem conhecer o espaço através de visitas. Todos os dias há uma equipe de plantão no local, inclusive sábados, domingos e feriados das 9h às 18h. *O residencial é totalmente legalizado, aprovado pela prefeitura e registrado em cartório.

6

Novembro | Dezembro


UÇÃO CONSTR casas já s a Algum m a ser começara as íd ru st con DIVISÃO s São 1.869 lote a um em s do dividi ares área de 97 hect

VALOR r podem se Terrenos artir de p a s o d compra or mês R$ 199 p VISITA conhecer Quem quiser r uma ida ca ar m pode Ipês rk ao Pa dos

Faça-nos uma visita:

TRUTURA INFRAES as serão Todas as ru as asfaltad

Rua Y, Quadra 19 Lote 01, Park dos Ipês, Bairro Rua Direita, Três Rios – RJ Tels.: (24) 2255-4183 / 8822-2571 www.shangrilatr.com Atendimento de 09:00 as 18:00h Plantão domingos e feriados revistaon.com.br

7


#7 Direção Felipe Vasconcellos (felipe@fiobranco.com.br) Financeiro Sabrina Vasconcellos (sa@fiobranco.com.br) Juliana Brandelli (juliana@fiobranco.com.br) Edição Aline Rickly (aline@fiobranco.com.br) Redação Frederico Nogueira (frederico@fiobranco.com.br) Rafael Moraes (rafael@fiobranco.com.br) Novos negócios Petrópolis: Bárbara Caputo barbara@fiobranco.com.br (24) 8864-8524 Ingrid Rizzo ingrid@fiobranco.com.br (24) 8862-8528 Alexandre Seabra alexandre@fiobranco.com.br (24) 8852-8529 Três Rios: Ana Carolina Travassos anacarolina@fiobranco.com.br (24) 8843-7944

Editorial

É

hora de festejar! Afinal, esta é a edição que comemora um ano da Revista On Petrópolis. Preparamos um conteúdo exclusivo e inteligente com pautas diversificadas para atender a todos os gostos. Na capa, contamos a história real de quem está à frente de uma das maiores instituições do país. Há 30 anos, Maurício Vicente trabalha no Museu Imperial e ocupa, hoje, o cargo de diretor. Apaixonado por história, pela família e pelo Fluminense, apresentamos sua carreira profissional e um pouco do seu infinito particular. Nas próximas páginas, você vai saber detalhes da choperia mais tradicional da cidade e o segredo do sucesso há mais de 100 anos. Ainda em negócios, as mentes mais criativas de Petrópolis resolveram aquecer o mercado de publicidade na região. Já no clima do Natal, dicas para enfeitar a casa no fim de ano. De cara com o Papai Noel mostramos o crescimento dessa profissão lucrativa que rende até R$ 600 a diária. Falando no bom velhinho apresentamos nesta edição Eunice Rempto, a colecionadora que tem mais de 300 Papais Noéis. Dada a largada, é hora de conhecer um pouco mais as equipes de Stock car sediadas na cidade. O Outubro Rosa passou, mas na editoria saúde, os alertas para os cuidados com as mamas continuam. Também temos crianças de fases, a carreira de sucesso do jovem Leonardo Randolfo, as construções de Ricardo Zanine, dicas luxuosas para estar na moda e muito mais. Boa leitura!

Portal: Tamiris Santana tamiris.santana@fiobranco.com.br 24 8852-8527 revistaon.com.br Criação Felipe Vasconcellos (felipe@fiobranco.com.br) Robson Silva (robson@fiobranco.com.br) Estagiário Neílson Júnior (neilson@fiobranco.com.br) Colaboração David Elmôr (david@elmorecorreaadv.com.br) Eduardo Jorge (eduardojorge.com@gmail.com) Helder Caldeira (helder@heldercaldeira.com.br) Heverton da Mata (heverton@fiobranco.com.br) José Ângelo (angelo@fiobranco.com.br) Leticia Knibel (leticia.knibel@fiobranco.com.br) Roberto Wagner (rwnogueira@uol.com.br) Foto de capa Ezio Philot/Cia Fotográfica Distribuição Gratuita e dirigida em Petrópolis, Itaipava, Nogueira, Corrêas, Pedro do Rio e Posse. Também à venda nas bancas. Tiragem 5.000 Novembro | Dezembro 8

Fiobranco Editora Rua Prefeito Walter Francklin, 13/404 | Centro | Três Rios - RJ | 25.803-010 Telefone (24) 2252-8524 Email sac@revistaon.com.br Portal www.revistaon.com.br Impressão WalPrint


Índice Opinião

14

Negócio

25

Carreira

28

Mercado de trabalho

32

Comportamento

36

You fashion

38

Inspiração

44

Mix de Natal

52

Design e decoração

55

Eu sei fazer

58

Saúde

61

Papo de colecionador

64

Esporte

68

Viagem

EZIO PHILOT / CIA FOTOGRÁFICA

DIVULGAÇÃO

64

RODRIGO SANTANA

61

10

revistaon.com.br

9


OPINIÃO

Aos seus pés Não cabia no horizonte de Diego outra mulher, senão Nazira, ou quem sabe, os pés de Nazira

Roberto Wagner rwnogueira@uol.com.br

Roberto Wagner Lima Nogueira é procurador do município de Areal, mestre em Direito Tributário - UCAMRio, advogado tributarista.

10

Novembro | Dezembro

D

iego, um sujeito conquistador, pegava todas, e não se apegava em nenhuma. Com algumas até tentava namorar, mas a sua aptidão era “ficar”. Bonito, jovem, sarado, inteligente, meigo e de fácil conversa, ele era desejado por quase todas as mulheres de sua área. Tarde de sábado, saía ele de uma quadra de esportes junto com seu s colegas, vinham batendo papo, rindo às gargalhadas, comentando os gols feitos, perdidos, e os frangos de Rodrigo, goleirinho ruim que nem só ele. Tudo estava transcorrendo sem maior destaque ou lembrança especial, até que Diego viu a aproximação de Nazira. Belíssima jovem, de família conceituada em sua cidade, de estatura mediana, lindos cabelos curtos e louros, e o que até então Diego não notara: pés lindos. Nazira estava de bicicleta, short curto, pernas torneadas, usava uma havaiana slim alva e as unhas dos maravilhosos pés pintadas com o esmalte cor renda. Já se conheciam, mas não se notavam. Nazira parou deu dois beijinhos em Diego, e foi só. No entanto, a partir daquela tarde Diego nunca mais foi o mesmo. À noite, como de hábito “ficou” com diversas garotas, mas curiosamente, passou a ter o desejo de fazer algo que antes não o despertava: olhar para os pés delas. Assim foi se sucedendo, Diego buscava em todas as suas “ficantes” alguma que o fizesse lembrar daquele instante único que vivera diante dos pés de Nazira. Mas, tudo era em vão, os pés se sucediam e o vazio permanecia. Diego passou propositalmente a frequentar os

mesmos lugares onde Nazira também ia. Coincidência ou não, Nazira invariavelmente estava de sandálias, rasteiras ou altas, mas sempre com os pés expostos e com as unhas pintadas de esmalte cor renda. Não cabia no horizonte de Diego outra mulher, senão Nazira, ou quem sabe, os pés de Nazira. Um dia, Diego que era corajoso com todas as mulheres, menos com Nazira, resolveu declarar-se a ela, e mais, após tomar alguns goles em excesso, confessou abertamente a Nazira que ficara encantado desde a primeira vez com a sua beleza e em especial, pelos seus lindos pés e seu esmalte renda. Ela sorriu boquiaberta com o absurdo da esdrúxula cantada, mas gentilmente declinou de “ficar” com ele. Diego sentiu remorso de ter confessado a ela a sua afeição apaixonada por seus pés, debitou a tanto a recusa dela e se penitenciava por isso. O tempo passou ele foi para um lado e ela para o outro. Um dia, passados anos, se encontraram coincidentemente na saída de uma boate. Ela exausta, com as sandálias nas mãos e os pés com o mesmo esmalte cor renda de outrora, aceitou o convite dele para que este a acompanhasse até seu apartamento. Ficaram próximos a entrada do prédio, sentados em uma mureta, conversando até o amanhecer do dia. Na hora da despedida, Nazira sorrindo disse a Diego: − nenhum homem até hoje repetiu aquela cantada que você me deu anos atrás. Diego aproximando-se dos lindos lábios à la Angelina Jolie, disse murmurando, não antes de fitar seus pés de soslaio: − pois o tempo só o fez ficar mais lindo. E beijaram-se como nunca.


O destino de Cabral

Não é mistério para ninguém que Sérgio Cabral nutre o desejo de se tornar presidente do Brasil Helder Caldeira helder@heldercaldeira.com.br

Helder Caldeira é escritor, articulista político, palestrante, conferencista, colunista do portal Revista On e autor do livro “A 1ª Presidenta”, primeira obra publicada no Brasil com a análise da trajetória da presidente Dilma Rousseff e que está entre os livros mais vendidos do país em 2011. É apresentador do quadro “iPOLÍTICA” com comentários nos telejornais da afiliada da Rede Record em Diamantino/MT.

A

cacicagem está correndo solta nas entranhas do PMDB fluminense. Os resultados das eleições municipais revelaram muito mais que uma disputa por poder político entre o governador Sérgio Cabral, o deputado Anthony Garotinho e o senador Lindbergh Farias. Estão em jogo os planos peemedebistas nas esferas federal, estadual e municipal, aproveitando a extrema visibilidade da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016 para reconduzir o PMDB do Rio de Janeiro ao cenário do poder central, em Brasília. Não é mistério para ninguém que Sérgio Cabral nutre o desejo de se tornar presidente do Brasil. Mas, para que isso pudesse ser cogitado, foi preciso uma extraordinária dose de articulação política capaz de conter a sanha do PT pela manutenção do poder federal. Não por acaso, o governador se esforçou pessoalmente neste pleito para consagrar o maior número possível de prefeituras, especialmente aquelas com grande contingente eleitoral e capazes de aglutinar municípios limítrofes, ainda que tenha desagradado alas importantes do partido, em especial aquela liderada por Jorge Picciani, ex-deputado e ex-presidente da Alerj. Estrategicamente, enquanto sustenta a pré-candidatura do vice, Luiz Fernando Pezão, à sua sucessão, Sérgio Cabral bancou a bem-sucedida reeleição em 1º turno do prefeito Eduardo Paes na capital, com impressionantes 64% dos votos válidos (mais de 2 milhões de eleitores). Tão logo sagrada vitória no maior colégio eleitoral fluminense, Paes tratou de retribuir o apoio de Cabral anunciando aos quatro ventos que ele será o vice de Dilma Rousseff nas eleições presidenciais, em detrimento a Michel Temer, atual e insosso ocupante do posto.

A ofensiva de Cabral e Paes caiu como uma bomba no reduto de caciques do PMDB nacional, além de fazer o PT acender todas as luzes de alerta. A matemática política é bastante simples: ou PMDB e PT entram num acordo em torno da defenestração de Temer e nomeação de Cabral ou o partidão corre o sério risco de chegar rachado às eleições 2014. É indiscutível que um racha no PMDB tende a beneficiar uma candidatura tucana e até agigantar as pretensões políticas de terceira via de peso do atual governador de Pernambuco, o socialista Eduardo Campos (PSB). O PT teme e tem convicção dessa sinuca. Pior: reconhece a força de Sérgio Cabral e que o preço de seu apoio será abrir mão de uma candidatura majoritária em 2018 para que o peemedebista fluminense possa tentar realizar seu desejo de ser presidente da República. Por óbvio, muitas águas passarão pelas pontes do poder político nacional. A volubilidade da politicagem brasileira ensina que qualquer teoria pode restar mera especulação ao fim de algumas rodadas de acordos e negociatas. Basta uma promessa aqui, um ministério acolá, um sorriso bandido ou um aperto de mão constrangedor para que tudo mude no cenário e as peças sejam remanejadas ao sabor de interesses nebulosos. Ainda assim, domina esse xadrez aquele que melhor antevê as jogadas e consegue executar com maior primor e vaselina suas estratégias. A carreira política do governador Sérgio Cabral Filho é testemunho inconteste de suas habilidades como estrategista e negociador. Ao fechar o cerco contra alas do PMDB fluminense e encurralar o PT fingindo carinhos, afagos e apoios, pode estar desenhando o futuro político nacional e pavimentando seu caminho rumo à Presidência da República. Quem viver, verá!

revistaon.com.br

11


OPINIÃO

Mensalão: crimes e castigos Os delitos e os critérios para aplicação, individualização e dosimetria das penas

David Elmôr david@elmorecorreaadv.com.br

David Elmôr é advogado criminalista, originário de uma das mais respeitáveis bancas de direito do Brasil (SAHIONE Advogados), sócio sênior do ELMÔR & CORRÊA Advogados

12

Novembro | Dezembro

A

ação penal n.º 470, proposta pelo Ministério Público Federal em 12/11/2007, busca descortinar as práticas delituosas realizadas em série por diversos agentes (autores), com a finalidade de desviar capital para a compra de apoio político, durante o primeiro mandato do ex-presidente Lula. O esquema de corrupção foi denominado como “mensalão”. De fato, a notoriedade e a importância do caso gerou uma grande expectativa da população brasileira, sobretudo no que diz respeito ao desfecho do julgamento, especialmente, se os poderosos acusados serão condenados e presos, ou se tudo acabará como sempre, sob o manto da impunidade. Até o momento, com a condenação de 25 réus, dos 37 acusados e com a rigorosa fixação das primeiras penalidades aplicadas, parece que os anseios da sociedade serão atendidos pela suprema corte, que desdobrou o esquema como uma ação orquestrada, com divisões de tarefas, apresentando características típicas de uma organização criminosa, dividida em três núcleos básicos: político, operacional e financeiro. Muito embora o julgamento tenha sido dividido pela análise dos núcleos, para se evidenciar os crimes cometidos, imprescindível se fez, pela regra, apreciar a ação de cada réu, em separado, pois, só assim foi possível verificar se tal conduta produziu um resultado proibido, sendo certo que cada envolvido só deve responder pelo delito que der causa. Os crimes cometidos pelos 25 condenados foram os seguintes: corrupção ativa (reclusão de 02 a 12 anos), corrupção passiva (reclusão de 02 a 12 anos), evasão de divisas (reclusão de 02 a 06 anos), quadrilha ou bando (reclusão de 01 a 03 anos), gestão fraudulenta (reclusão de 03 a 12 anos), lavagem de dinheiro (reclusão de 03 a 10 anos) e peculato (reclusão de 02 a 12 anos). Para se determinar a penalidade total dos crimes cometidos por cada acusado (individualização da pena), é necessário que o magistrado percorra o ca-

minho da dosimetria (dosagem da pena), que se opera em três fases distintas: pena-base, pena provisória e pena definitiva. Na primeira fase, para se chegar a pena-base, devem-se analisar os oito moduladores relacionados no art. 59 do Código Penal (culpabilidade, antecedentes, personalidade, conduta social, motivos determinantes, circunstâncias do crime, consequências do crime e comportamento da vítima). Em seguida (segunda fase), passa o julgador ao exame das circunstâncias atenuantes e agravantes, incidindo sobre a pena-base, por cascata, as respectivas diminuições e aumentos, em certa quantidade, a fim de se obter a pena provisória. Na terceira e última fase do cálculo da pena, analisam-se as causas de aumento e diminuição, que não se confundem com as circunstâncias legais (agravantes e atenuantes), incidindo-as, da mesma forma, em cima da pena anterior, alcançando a pena definitiva. Na hipótese de concurso de crimes, ou seja, quando um sujeito, mediante unidade ou pluralidade de condutas, comete dois ou mais delitos, como é o caso do “mensalão”, a lei prevê critérios especiais de aplicação de pena, além daqueles supracitados. Desta forma, se os crimes se deram pela configuração de várias ações (pluralidade de condutas), adota-se o sistema do cúmulo material (concurso material), somando-se as penas. Ao passo que, quando os delitos se originaram de uma única conduta, abraça-se o sistema da exasperação, isto é, aplica-se a pena de um só dos crimes, a mais grave, sempre elevada de um sexto a metade. Finalmente, encontrada a pena definitiva, o magistrado deverá fixar o regime inicial de cumprimento (fechado, semiaberto ou aberto), sendo facultado, quando a natureza do crime e a quantidade da pena privativa de liberdade permitir a possibilidade de substituição por outra espécie de pena (ex. alternativa), ou mesmo, de suspensão de sua execução. Portanto, teremos que aguardar o desfecho do julgamento do “mensalão” para tirar nossas próprias conclusões acerca de todo o ocorrido.


Vitória sobre o mofo O projeto “Petrópolis, cidade sonhada” pretende utilizar as imagens do acervo da produtora César Nunes Produções para construir um documentário longa-metragem sobre a cidade.

Eduardo de Oliveira eduardojorge.com@gmail.com

É coordenador do curso de jornalismo da Universidade Estácio de Sá (Campus Petrópolis). Jornalista, mestre em ciência política

E

ntre 1940 e 1982, funcionou em Petrópolis uma produtora cinematográfica chamada César Nunes Produções. Seu principal produto eram os cinejornais semanais, noticiários exibidos nos cinemas, pouco antes da projeção do filme em cartaz. Esta produção jornalística acabou, portanto, há 30 anos. Mas o principal resultado do trabalho ainda existe: está materializado em um acervo com mais de 2.000 rolos de filmes – milhares de quilômetros de imagens em película, contando a história de Petrópolis ao longo de quatro décadas. Os registros começam num tempo em que Getúlio Vargas passeava a pé pelas ruas do centro histórico e vão até as imagens coloridas de uma cidade e de um povo que, ao longo deste tempo e desde então, mudaram bastante. César Nunes morreu, a produtora acabou e a família herdou o patrimônio. Desde então, tem lutado para mantê-lo. É uma luta difícil – e cara – contra a ação do tempo e da umidade. A família nunca teve qualquer tipo de “apoio oficial”, desses que governos oferecem para qualquer Ong de fachada e vida curta. Mas antes que o mofo vencesse, surgiu a ideia: Márcio Nunes, neto de César, associou-se ao produtor Alexandre Pena. O resultado é o projeto “Petrópolis, cidade sonhada”, que pretende utilizar as imagens do acervo para construir um documentário longa-metragem sobre a cidade. A luta agora é outra: a dupla busca parcerias e patrocinadores que permitam viabilizar o projeto. Além do próprio documentário, a ideia de resgatar

a memória da cidade ainda prevê uma estreia em grande estilo, uma prémière em um antigo e tradicional cinema petropolitano, que há muitos anos havia sido transformado em templo religioso – um outro “favor” pelo qual a cidade agradece. Torço pelo projeto e pelo idealismo da dupla. As imagens do acervo, que hoje vivem apenas na memória dos velhos, poderiam ser vistas por todos. Outro dia, Márcio exibiu alguns filmes para uma plateia de universitários: o antiquado e barulhento projetor de 16 mm quebrou a escuridão do salão e, como nos velhos tempos, lançou na tela grande uma sucessão de quadros iluminados, que os jovens não imaginavam existir. Automobilismo no centro histórico, carnaval na rua do Imperador, JK inaugurando o obelisco, a enchente de 1966... A reação do público também foi como nos velhos tempos: espanto, surpresa, risadas, palmas. Emoção, enfim. Só faltou a pipoca. A previsão é de que o filme comece a ser produzido em 2013 – a definição de uma data ainda depende de parcerias e investimentos. Por enquanto, os mais curiosos já podem encontrar uma amostra do acervo na internet (www.acervocesarnunes.com.br). Mas a espera também vai valer a pena. Só para testemunhar a reabertura do velho cinema, ver no telão uma cidade que mudou muito, mas cujo passado, em emocionantes imagens, não se apagou. Vai valer a pena constatar que, pelo menos desta vez, o tradicional descaso brasileiro pela memória não terá vencido.

revistaon.com.br

13


NEGÓCIO

CASA DE TRADIÇÃO POR LETICIA KNIBEL

FOTOS REVISTA ON

Cem anos de histórias e lembranças marcam este local, até hoje considerado um dos preferidos do público petropolitano

U

ma foto registrada no início do século 20 revela uma imagem parcial de um lugar que viria a se tornar íntimo dos moradores da cidade. O registro faz parte da decoração do estabelecimento centenário e mostra uma antiga e tranquila Petrópolis. Muito antes de ser transformado em choperia, funcionava um bar e mercearia pertencente à família Gehren, adquirido pelos atuais donos por volta de 1940. “Em função da tradição e da fama da casa, e, também a pedido da família, meu pai decidiu manter o nome Gehren, mas o sobrenome da nossa família é Reuther”, confessa Rodrigo Huag Reuther. Paulo Roberto Reuther, que já trabalha neste mercado há 49 anos, conta que após a 14

Novembro | Dezembro

Há mais de 70 anos a choperia pertence a família Reuther compra, ainda mantiveram o funcionamento como bar e mercearia e, ao longo dos anos, fizeram ampliações e modificações no negócio. “Com a mudança da clientela variamos também nosso foco, até o ponto de colocarmos chope à venda e o resultado foi muito satisfatório”, conta. O segredo do sucesso, segundo Paulo, está na maneira como é gerenciada. Os donos e filhos se revezam diariamente

para atender ao público e manter a qualidade do serviço. No fim das contas, surgem clientes cativos e satisfeitos. “Trabalhar bem, bom atendimento, por um bom preço e qualidade nos produtos, são fatores fundamentais para manter o negócio, inclusive a inovação do cardápio”, destaca Paulo. A publicitária Daniela Vecchi frequenta a choperia há três anos e pelo menos uma vez por semana se reúne com os amigos no local. Ela destaca que um dos fatores que mais lhe agrada é o atendimento. “Os funcionários são rápidos e muito atenciosos. Além disso, a cerveja está sempre gelada e os petiscos são uma delícia”, elogia. Outro ponto forte do local, além do chope, é a comida alemã. A casa oferece pratos típicos desta culinária e, por conta


INOVAÇÕES Os empreendedores buscam sempre reformar e levar novidades para a choperia

REFERÊNCIA A casa é conhecida pelo bom atendimento e pela qualidade dos produtos

Com o clube do uísque, o cliente pode deixar sua garrafa de bebida na casa e consumir aos poucos

CASA CENTENÁRIA Foto tirada por volta de 1910 é destaque na decoração do local

NEGÓCIO DE FAMÍLIA Rodrigo e Paulo trabalham diariamente para manter a tradição

disso, receberam o convite para participar de um quadro no programa da Ana Maria Braga. Uma curiosidade da choperia é a programação especial durante a Bauernfest, Festa do Colono Alemão, que atrai muitos turistas. Para a jornalista Daniella Vita, que frequentou o local por mais de cinco anos, “o diferencial é que disponibilizam além dos petiscos (dos quais se destacam os diversos tipos de linguiça), chope bem gelado, com o colarinho adequado e as transmissões de jogos de futebol, que atraem muitos torcedores”. O perfil do público é o mais variado. Ricardo relata que os clientes mais antigos ainda são frequentadores, alguns há mais de 30 anos. “Eles costumam dizer que vinham com os pais quando eram pequenos, na época que o bar ainda pertencia à família Gehren e até hoje são fregueses”. Paulo diz que alguns são tão assíduos que quando não aparecem os donos e funcionários sentem falta. Para Daniella, este perfil sempre foi muito diversificado, desde trabalhadores das imediações, servidores públicos, profissionais liberais, intelectuais, artistas e pessoas de maior poder aquisitivo.

O empreendimento dos Reuther conta com a ajuda de dez funcionários. Raquel de Almeida Hang está na empresa há 11 anos. “Gosto muito daqui, é um ambiente muito bom para trabalhar, não tem confusão nem briga e nós temos a oportunidade de conhecer muitas pessoas”, comenta. Ela observa que cada dia da semana o estilo dos frequentadores muda um pouco. “Na sexta-feira, por exemplo, vem uma galera mais jovem, geralmente de faculdade. Já aos sábados vêm mais famílias para almoçar”, diz. André Luís dos Santos relembra que foi fazer um teste e em seguida conseguiu ser contratado, há 13 anos. “Há dez anos o movimento cresceu muito devido às mudanças, mas os clientes antigos continuam frequentando”, explica. Os donos sempre buscam novidades, como o clube do uísque, que funciona da seguinte maneira: o cliente compra uma garrafa da bebida e a deixa guardada no ‘clube’. “Esta ideia surgiu há um ano e já temos 100 pessoas participando. A pessoa, às vezes, passa aqui na frente e lembra que tem uma garrafa reservada e resolve parar para um drink, então pega uma mesa, pede um prato típico... Isso acaba atraindo novos consumidores”, explica Paulo. Além disso, a casa tem o famoso dia de dose dupla de chope. Quando perguntado se faria outra coisa na vida, Paulo diz enfaticamente que não. “Este lugar representa tudo para mim!”, conclui. revistaon.com.br

15


CAFÉ DO SANTA FOTOS DIVULGAÇÃO

Petrópolis é conhecida por ser uma cidade fria e chuvosa e, para esses dias, nada melhor que um bom café ou um chocolate quente. No Caffè del San, no Bingen, é possível encontrar tudo isso e muito mais. O local aconchegante garante qualidade nos produtos e no atendimento durante todo o ano.

E

le funciona em um lugar um pouco inusitado: dentro do HST (Hospital Santa Teresa). Lá está localizado o charme de uma cafeteria planejada para atender de forma agradável e com produtos de categoria os clientes tanto do hospital quanto os que estão pela redondeza. A ideia surgiu a partir do diretor do HST, Vinícius Tadeu de Oliveira, e foi prontamente aceita por Lia Claudio da Cruz Sixel e seu marido Fábio Bleser Sixel. “A proposta atendeu a todas as nossas expectativas de oferecer uma gastronomia diferenciada em um ambiente que reúne conforto e requinte. O nosso objetivo inicial com a criação desse espaço era que pudesse agregar um conceito moderno e aconchegante não só para os médicos ou pacientes de convênios, mas a todos os que visitam o HST. Atualmente, o Caffè del San se tornou um ponto de encontro dos colaboradores e amigos do hospital. Eu fico muito feliz com 16

Novembro | Dezembro

O Caffè disponibiliza tortas fabricadas no Rio, lanches rápidos, salgados, sanduíches, mousse, sorvete e refeições práticas como caldos, massas e pratos light. o sucesso e o crescimento desta parceria”, afirmou Vinícius. O Caffè disponibiliza tortas fabricadas no Rio, lanches rápidos, salgados, sanduíches, mousses, sorvetes e refeições práticas como caldos, massas e pratos light. Inaugurado por Lia e Fábio em 2007, possui seis funcionárias que se revezam em turnos diferentes, já que o estabelecimento funciona das 7h às 23h. “O atendimento é personalizado. Elas conseguem dar conta e são muito elogiadas. Acabam criando um vínculo com os clientes pelo atendimento informal. O sucesso de um negócio depende muito dos funcionários”, acredita Lia.

PRODUÇÃO CASEIRA O curinga do estabelecimento são os bolos caseiros

REFEIÇÃO A cafeteria também serve alimentos lights para o almoço


AMBIENTE O local reúne pessoas do hospital e que estão pela redondeza

BOM ATENDIMENTO As funcionárias contribuem para o sucesso da cafeteria

Segundo a empresária, as equipes médicas se reúnem para o lanche da manhã, fazem reuniões e também festinhas quando alguém faz aniversário. “O cliente é a peça fundamental e é sempre visto de uma forma especial”, destaca. Mas não são apenas as pessoas que estão no hospital que consomem os produtos da cafeteria. Lia explica que quem mora perto ou estuda na faculdade em frente, também é cliente. Sem contar o público do exterior que já teve experiência com o local, como é o caso da Claudia Bjorgum, moradora da Noruega. “É um lugar de qualidade, onde o café é bem preparado. A cafeteria oferece um atendimento maravilhoso, com atendentes muito gentis e atenciosas. No cardápio, constam pratos quentes, boas

IDEALIZADORA Lia (à direita) administra a cafeteria para proporcionar o melhor atendimento aos clientes

ideias para uma Petrópolis sempre fria. É moderno e serve o melhor café que eu bebi na minha última passagem pelo Rio de Janeiro e São Paulo. O local foi um bálsamo para mim e minha família durante um longo período de intenso estresse como acompanhantes de um familiar na UTI do HST”, aponta Claudia. Leonardo Garcia Martins é neurocirurgião e frequentador da cafeteria. “Sempre procuro o local, seja para receber visitas, fazer reuniões com os amigos ou relaxar. Lá podemos tomar um café ou almoçar. É um lugar especial e com o foco no cliente”, destaca. Apreciador do Caffè del San, Marcos Costa confessa que apesar da angústia em ter um familiar internado, encontrou na cafeteria um ambiente agradável e acolhedor. “Não parecia estar no hospital e, assim, os dias ficaram mais suaves e descontraídos com a possibilidade de espairecer na companhia de um bom café expresso e dos tradicionais biscoitinhos”, afirma. No fim de ano, Lia conta que também disponibiliza tortas personalizadas que são muito procuradas pelos clientes. “Eles já ficam aguardando o modelo para encomendar”. Sempre em busca de inovações, ela afirma investir em novidades, equipamentos novos ou, eventualmente, trocar o recheio dos salgados e fazer rodízio dos

fornecedores. Tudo sempre na tentativa de agradar o público consumidor. Outro diferencial do Caffè é o delicioso chocolate cremoso acompanhado de bolo caseiro. “Procuramos sempre criar produtos únicos que identificam o lugar”, comenta. Sobre o nome, Lia revela o motivo da escolha. “Queríamos algo que tivesse a ver com o hospital e ‘Caffè del San’ em italiano significa ‘Café do Santa’”, revelou. Apesar de estar dentro do hospital, o local é aberto ao público e quem quiser experimentar uma dessas delícias seja no frio ou no calor, o Caffè del San está sempre de portas abertas.

Rua Paulino Afonso, 477 - Centro Petrópolis - RJ Tels.: (24) 2233-4600 - ramal 4895 (24) 2243-7592 (24) 8806-7001 revistaon.com.br

17


18

Novembro | Dezembro


NEGÓCIO

MENTES CRIATIVAS POR ALINE RICKLY

FOTOS DIVULGAÇÃO

Os publicitários petropolitanos se uniram e formaram o CPP (Clube de Publicidade de Petrópolis). O grupo visa investir em palestras e eventos que aqueçam o mercado na cidade, assim como colaborar com a capacitação da mão de obra local através de atividades práticas. O grande desafio da instituição é a organização do Primeiro Festival de Publicidade de Petrópolis em 2013.

F

oi de um bate papo entre amigos que surgiu a ideia de promover a integração entre os profissionais de publicidade da cidade. Os objetivos iniciais consistiam em aquecer o mercado e aproximar os estudantes da área. Desde então, as agências participantes desta primeira conversa, começaram a se encontrar e convidaram todas as empre-

sas do segmento para uma reunião, quando decidiram oficializar a criação do Clube. Posteriormente, foi realizada uma eleição para eleger a diretoria do grupo. Foram definidos sete membros, todos especializados no ramo. Felipe Bento foi eleito presidente, Raquel Barcellos nos setores administrativo e financeiro, Ricardo Chermont como diretor de eventos, David Faraco no

comercial, Aderbal Filho com o marketing, Rafael Leonardo na área da comunicação e Tobias Marcon na de criação. “Nossa pretensão é movimentar e estimular o mercado publicitário em Petrópolis. Temos projetos para preparar campanhas de conscientização para os empresários mostrando a importância de se fazer propaganda e as vantagens de revistaon.com.br

19


DIVULGAÇÃO

NEGÓCIO

“A maior expectativa para 2013 gira em torno do Primeiro Festival de Publicidade de Petrópolis” escolher profissionais capacitados. Está provado que a publicidade bem feita se paga e traz retorno”, destacou Felipe. O Clube já começou a organizar a agenda para 2013. “Estamos programando eventos técnicos mensalmente para contribuir com a especialização da mão de obra, além de encontros sociais para criar maior entrosamento entre empresas, estudantes e fornecedores”, afirma o presidente. A maior expectativa para 2013 gira em torno do Primeiro Festival de Publicidade de Petrópolis, previsto para ocorrer em maio. Na ocasião, serão promovidas palestras com grandes profissionais, concurso de criação, anuário de peças desenvolvidas na cidade e muito mais. “Vamos seguir os moldes dos grandes festivais que acontecem no mundo”, garantiu Felipe. 20

Novembro | Dezembro

Para Tobias Marcon, o CPP é a soma de forças que vem para profissionalizar a publicidade e o marketing. “A intenção é fomentar o mercado, trazendo melhorias para as agências e principalmente para os clientes que terão uma propaganda de maior qualidade na região”, explicou. O diretor de criação afirma que, além de aquecer a criatividade, irá promover uma melhoria na qualidade técnica dos trabalhos. “Seja através de cursos, palestras ou até mesmo de festivais e concursos”, acrescentou. Já Aderbal Filho explica que o Clube é uma instituição sem fins lucrativos cujo objetivo é fortalecer o segmento, ou seja, não só as agências, mas os veículos de comunicação, fornecedores, profissionais, instituições de ensino e os próprios estudantes. “Desta maneira, todo mundo ganha. As agências porque conseguem encontrar mais mão de obra especializada para os postos de trabalho, assim a opção do cliente se multiplica e, por consequência, há uma mudança na mentalidade do empresariado. Desta forma, surgem novos veículos capacitados e os velhos crescem e se profissionalizam cada vez mais”, ressalta.

ARQUIVO PESSOAL

DIRETORIA Os membros foram escolhidos através de uma eleição

DIRETOR DE EVENTOS Chermont é responsável por promover a integração dos profissionais através de encontros e festas

E como já foi citado, não podem faltar os encontros para ajudar no cumprimento das metas pretendidas pelo grupo. Ricardo Chermont, diretor de eventos e também membro da diretoria do GAP-RJ (Grupo de Atendimento e Planejamento do Rio de Janeiro), explica que através de workshops, seminários e cursos para


ARQUIVO PESSOAL

“O CPP, de uma certa maneira, vai movimentar a economia da cidade”, Ricardo Chermont

PRESIDÊNCIA Felipe acredita que a integração é a forma de possibilitar o crescimento do mercado

os profissionais os objetivos serão atendidos. Além disso, ele destaca a criação do banco de currículos, no qual os estudantes e profissionais se cadastram e todas as agências têm acesso; a divulgação de vagas em agências, a promoção de happy hour e a realização de encontros

com frequência para que as pessoas da área possam se conhecer, além do que já foi destacado pelos outros membros da diretoria. “O CPP, de uma certa maneira, vai movimentar a economia da cidade. O que vemos aqui são clientes petropolitanos buscando agências no Rio. A tendência é mudar esse quadro e atrair clientes de outros lugares. A ideia é fazer com que a publicidade de Petrópolis se torne referência na região”, argumenta. Além do banco de currículos, a intenção é cadastrar também os fornecedores, como as gráficas, por exemplo, que atendam os requisitos de qualidade do Clube. “Temos a pretensão de criar o

selo do CPP para certificar a qualidade do produto”, enfatizou Felipe. Em 2012, o grupo promoveu uma campanha para a escolha da logomarca. “Abrimos para os estudantes a possibilidade de fazerem parte do Clube”, comentou Raquel Barcellos. Eles também realizaram uma palestra no curso de comunicação social em uma faculdade petropolitana, na qual puderam compartilhar com os alunos as experiências vividas pelos publicitários na prática. Para dezembro está prevista a festa de confraternização de final de ano e o festival acontece em maio de 2013. “A interação possibilita parcerias e um crescimento do mercado como um todo”, revelou Felipe. Para entrar nesse time basta fazer parte do mercado relacionado a ele. De acordo com Felipe, a área da comunicação movimenta cerca de 15 milhões por ano em Petrópolis. Enquanto isso, as mentes mais criativas da cidade continuam bolando artifícios para desenvolver ainda mais o negócio local.

revistaon.com.br

21


22

Novembro | Dezembro


revistaon.com.br

23


24

Novembro | Dezembro


CARREIRA

JUVENTUDE TALENTOSA POR JOSÉ ÂNGELO COSTA

FOTOS ARQUIVO PESSOAL

Nascido em 14 de agosto de 1988, o petropolitano Leonardo Randolfo é um dos principais incentivadores da cultura local. Um dos motivos é a carreira dedicada à música, desde quando era cantor do Coral Canarinhos de Petrópolis. Com apenas 24 anos, é formado em música pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), faz faculdade de gestão de marketing, trabalha como professor de canto, é coordenador geral do programa “Canta Petrópolis”, regente do Coral Mirim do Colégio Bom Jesus e do Coral Dó Ré Mi na Escola São Judas Tadeu, além de ser diretor executivo da empresa THEMA Soluções Artísticas.

C

om uma vida marcada pela determinação e o sucesso, Léo, como é carinhosamente chamado pelos familiares, amigos e pessoas mais próximas, mesmo sendo tão jovem, ganhou respeito e reconhecimento da sociedade pela carreira dedicada à música. Afinal, durante a infância, atuou como integrante do Coral Canarinhos de Petrópolis. O interesse pela atividade foi algo espontâneo, entretanto, o apoio dos pais facilitou o ingresso no grupo e, consequentemente, na opção pelo trabalho. Segundo ele, quando sua mãe era jovem tinha muitos amigos “Ca-

narinhos” e sempre desejou ter um filho que também fosse. “Minha mãe nunca me obrigou a nada. Isso tudo foi um processo natural. Ela só ajudou que eu estivesse lá, mas a escolha foi minha”, frisa. Primeiramente, ingressou no Coro Mirim do Colégio Canarinhos, atual Bom Jesus, onde ficou por dois anos. Atualmente, é o maestro do grupo. Paralelo a isso, começou a fazer aulas de piano, marcando o início da carreira musical. Logo depois, foi recrutado para o curso de Aprendiz de Canarinho e, pelo fato de gostar muito de cantar, acabou agregado ao coral principal da escola.

Nesta fase, um dos momentos mais marcantes para o jovem ocorreu em uma cerimônia do clero, em 1997, na Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro, quando teve a chance de cantar para ninguém menos que a maior autoridade da Igreja Católica, na época, o papa João Paulo II. Ao completar 12 anos de idade, já ministrava aulas de música para crianças portadoras de necessidades especiais no Colégio São Judas Tadeu, no bairro Mosela. Nele, foi o responsável pela fundação do Coral Dó Ré Mi, onde exerceu a função de regente titular. O trabalho feito junto à instituição de revistaon.com.br

25


ensino ganhou repercussão na cidade e resultou na conquista de importantes premiações, moções e títulos, entre eles o de Revelação da Música na festa das Personalidades Petropolitanas em 2007. Quatro anos depois, recebeu o 1º prêmio Força Juventude, em reconhecimento à sua atuação no cenário político-cultural da cidade. De acordo com Leonardo, um dos mais audaciosos desafios de toda a sua trajetória foi a presidência do Conselho Municipal de Cultura, para o biênio 2012-2013. “Eu era o suplente do representante do segmento. Só que com a reestruturação do conselho, o titular da cadeira de canto e coral não poderia mais representar o segmento, porque tinha vínculo com o poder público. Então, naturalmente, o vice tinha que assumir a cadeira. Depois de montar um coro com 12 anos, esse foi o meu segundo maior desafio”, contou. Nestes quase 15 anos dedicados à música, viajou pelo país e para o exterior. Um dos momentos lembrados pelo professor de canto aconteceu em 2000, durante turnê em países europeus, como Portugal (para a comemoração dos 500 anos do Brasil), Itália (em celebração ao Jubileu do Ano Santo), Áustria e Alemanha. No início de 2010, visitou novamente as terras germânicas onde participou de aulas de regência com o maestro Winfried Toll (Freiburg), na Hochschule für Musik und Darstellende Kunst, em Frankfurt/Main. Também acompanhou uma semana de atividades do Windsbacher Knabenchor, Meninos Cantores da Cidade de Windsbacher, considerado um dos melhores coros de meninos cantores do mundo. Já em setembro do ano seguin-

RECONHECIMENTO O jovem trabalhou na produção do CD natalino da Bibi Ferreira 26

Novembro | Dezembro

REVISTA ON

CARREIRA

PROFESSOR Leonardo junto com os seus alunos de música da Escola São Judas Tadeu

te, retornou à Europa na excursão do Coral dos Canarinhos de Petrópolis, passando por Alemanha, Áustria e República Tcheca. Em uma de suas excursões, novamente teve a oportunidade de se apresentar para o pontífice romano, na Praça de São Pedro. Quanto às experiências adquiridas ao longo da carreira, o maestro garante que o principal de tudo é mostrar que pessoas como ele não têm tempo a perder e, portanto, deve correr atrás dos objetivos. Leonardo classifica esta ideia como algo prazeroso e não uma obsessão pelo sucesso. “Eu acho que esse é o grande segredo para os jovens, visualizarem que eles têm que fazer o que gostam. É óbvio que esta concepção deve estar atrelada a um foco e saber se vai te dar ferramentas e subsídios para ser um profissional e buscar

CELEBRIDADES No show da cantora italiana Mafalda Minnozzi em 2011

os objetivos. Não existe limite”, destaca. Na avaliação dele, é fundamental sempre buscar ou projetar uma meta de forma a ser benéfico para todo mundo. Respeito entre amigos, alunos e familiares

Mônica Chung Marques Corrêa Tesch é diretora, da Escola São Judas Tadeu e acompanhou todos os passos da vida de Randolfo na música e, por isso, acabou se tornando amiga e admiradora. Segundo ela, o professor de canto chegou muito novo ao colégio, entretanto, sempre demonstrou maturidade para a idade que possuía. Mônica revela que o maestro levou uma proposta de trabalho, como é o caso do coral Dó Ré Mi e, desta forma, obteve crescimento dentro da entidade, aumentando suas ambições profissionais. “O Léo tem um perfil diferenciado dos jovens. Não que todos sejam irresponsáveis, mas ele sempre foi maduro pela idade e busca os desafios para a vida. Então, isso é um diferencial em relação a outros da mesma idade”, expõe. A estudante Gabriele Fernandes Rodrigues, 12, é uma das alunas do maestro no colégio São Judas. Ao ser indagada sobre o professor, não hesita em dizer que é um exemplo de vida para ela. “Sigo sempre o que manda e já me ensinou muitas coisas. Sempre que eu erro alguma coisa, ele me


FATOS MARCANTES Ainda na época de Canarinhos, cantou para o papa João Paulo II no Rio

ajuda. Não deixa ficarmos para baixo”, garante. A jovem sonha um dia poder ser uma cantora e, portanto, a colaboração dada pelo mestre será fundamental na escolha. Já Carolina de Melo Cordeiro, 12, comenta que todos os ensaios são divertidos e bem descontraídos, facilitando uma interação ainda maior com as crianças.

MAIOR DESAFIO Leonardo Randolfo é o mais jovem presidente do Conselho Municipal de Cultura

“Ele ensina muitas coisas legais de música para a gente. Acho que todo mundo está se desempenhando bem”. Mais velho de três irmãos, Leonardo Randolfo nunca ficou sem o carinho e a atenção dos familiares. Que diga a enfermeira Márcia de Cácia Zarot Fausta. Mãe presente e incentivadora, fala abertamente

da maturidade precoce do filho, que desde pequeno já demonstrava interesse em brincar com a garotada mais velha. “Sempre passou muita responsabilidade. É um ‘velho’ no corpo de jovem e, às vezes, parece até o meu pai. As pessoas se surpreendem com a capacidade dele. Tem uma postura certa e definida do que quer”, concluiu.

revistaon.com.br

27


SHUTTERSTOCK

MERCADO DE TRABALHO

PROFISSÃO

PAPAI NOEL POR ALINE RICKLY

FOTOS REVISTA ON

Há muito tempo é normal ver no fim de ano o bom velhinho passeando por diversos lugares como shoppings, supermercados e ruas. O que parece apenas uma brincadeira é, na verdade, encarado como profissão e rende uma boa grana no final do expediente.

H

o Ho Ho! O bom velhinho chegou! Para quem acha que ser Papai Noel é fácil é porque não sabe das responsabilidades que esta “nova profissão” exige. Apesar de ser lucrativa e até concorrida é necessário ter algumas características para garantir a contratação. Achar um bom profissional na área também não é 28

Novembro | Dezembro

uma das tarefas mais fáceis, como explica a gerente de marketing de um shopping em Itaipava, Taiana Alves de Almeida. “Contratar Papai Noel é difícil. Estou orçando desde maio e ainda não encontrei. Tenho valores que vão de R$ 250 a R$ 600 a diária. Os requisitos básicos são baseados no jeito dele com a criança, desenvoltura e o perfil”, destaca.

Kellen Kopke é administradora de um shopping trirriense e também cita a dificuldade em encontrar um bom profissional na área. “O custo de um Papai Noel é alto. Por sete anos tivemos um que não era tímido e que entrava no personagem, mas esse ano ele não vai poder e provavelmente iremos substituí-lo por uma programação de recreação infantil”, contou.


Em Petrópolis os Papais Noéis cobram de R$ 250 a R$ 600 por dia Kellen disse que o profissional era um vendedor ambulante e que no shopping era feita a maquiagem que o fazia incorporar o personagem. A carga horária de trabalho, segundo ela, era de quatro horas por dia devido ao calor. “Ele recebia, em média, R$ 1.000 mais o lanche e o transporte pelos 20 dias trabalhados”, afirmou. Com relação à aparência física, a maioria monta o personagem com artigos artificiais, como bigode e barba. Este é o caso do aposentado Ademir Flávio dos Santos, 65 anos. Papai Noel há 18, ele é cuidadoso com sua roupa e atento aos mínimos detalhes. Sobre as responsabilidades ele diz que evita pegar crianças no colo e quando abraça deixa as mãos aparecendo para que não haja nenhum mal entendido. “Para ser Papai Noel não é necessário altura nem barriga e, sim,

DE FÉRIAS Ademir conta os dias para voltar ao trabalho

NO TRAJE Papai noel petropolitano cuida dos mínimos detalhes da fantasia

carinho, atenção, dedicação e muito amor”. Ademir começa a trabalhar em novembro e vai até a madrugada do dia 24. Além de ter o emprego garantido em um shopping tradicional de Petrópolis, ele faz bicos em casas

de família na noite de Natal. O aposentado confessa que a remuneração mudou muito nos últimos anos. “Posso dizer que houve um aumento de 50% no salário”, afirmou. Com muito bom humor e carisma ele ga-

revistaon.com.br

29


A CHEGADA DO PAPAI NOEL A criançada se diverte com a presença do bom velhinho

COMÉRCIO LUCRATIVO Empresa especializada oferece profissionais da área durante o ano todo

Ademir dos Santos afirma que houve um aumento de 50% na remuneração, nos últimos anos rante que propostas não faltam, tanto em Petrópolis quanto no Rio. O especialista em gestão de pessoas Carlos Figueiredo explica que a profissão Papai Noel surgiu após a Segunda Guerra Mundial, com exposições em lojas de brinquedos. “Atualmente, é um emprego para os aposentados e existe até escola para profissionalizar, o que incrementa o crescimento da profissão”, acredita. Quanto à remuneração, ele afirma que é alta porque a presença do bom velhinho em shoppings é sinônimo de muitas crianças atraídas pelo fascínio da figura que ele representa, o que faz aumentar o número de vendas. “Este fator contribui para a estabilização do mercado e é consequência não só do curso de formação, mas do elevado número de ido-

30

Novembro | Dezembro

DIVULGAÇÃO

DIVULGAÇÃO

MERCADO DE TRABALHO

DESCARACTERIZADO Manoel trabalha na área há mais de 15 anos

sos no Brasil”, garante. Em Três Rios, Manoel Maia, 61, representa o Papai Noel há mais de 15 anos. “Parece que é sempre a primeira vez”, diz. Ele geralmente começa a trabalhar em novembro em um supermercado da cidade. A diária paga, segundo ele, varia de R$ 200 a R$ 300. “É um dinheiro que vale a pena. Dá para pagar as contas”, co-

mentou. Sobre as obrigações, acrescenta: “Tem que cuidar bem das crianças, cumprir os horários, ser esportivo e brincar com a garotada”, afirma. Manoel conta histórias curiosas como o dia que perguntaram onde estava o trenó dele e o time que torce. “Fora as cartinhas que recebo pedindo netbooks, viagens, bonecas, videogames e bicicletas”, destacou. A publicitária Priscila Marques é sócia de uma empresa no Rio de Janeiro que oferece o serviço de Papai Noel há quatro anos. Ela descreve as características que um profissional desta área deve ter: “Organização, atenção e prazos são muito importantes. Eles, geralmente, começam a trabalhar na segunda quinzena de novembro até o dia 24 de dezembro, às 18h”, explica. Atualmente, a empresa conta com seis Papais Noéis com idade entre 45 e 65 anos. De acordo com a publicitária, os shoppings centers são os que mais contratam e as negociações começam no mês de agosto. Se você tem as características do bom velhinho e quer ganhar um dinheiro extra, não perca tempo e se entregue à profissão de Papai Noel.


revistaon.com.br

31


COMPORTAMENTO

CRIANÇAS DE FASES POR ALINE RICKLY

FOTOS REVISTA ON

Elas são pequenas, estão cada vez mais espertas, atentas, amigáveis, extrovertidas ou introvertidas e inocentes. Inúmeros são os adjetivos que as tornam iguais, mesmo com suas particularidades. A cada idade uma nova etapa e um novo desafio para os pais. No início, os brinquedos tradicionais, como bonecas e carrinhos, chamam mais atenção e, conforme elas crescem, os aparelhos digitais passam a atrair mais. Sem contar os aspectos da personalidade que evoluem com o passar do tempo.

A

lgumas características em comum podem ser percebidas em diferentes crianças com a mesma idade. E isso não é apenas uma coincidência. Elas passam, sim, por fases quando cada faixa etária possui um padrão de amadurecimento, aprendizado e assimilação. Estes fatores foram pesquisados pelo 32

Novembro | Dezembro

teórico Jean Piaget, que em seus estudos mostrou as principais etapas do desenvolvimento cognitivo das crianças de acordo com suas idades. A psicóloga Letícia Rinaldi explica os estágios da evolução segundo Piaget. “Até os dois anos, as crianças passam pelo estágio sensório-motor, quando elas não representam mentalmente os objetos,

após essa fase começa o avanço da capacidade simbólica. É característico, neste período, por exemplo, o egocentrismo. Após essa idade elas já possuem uma organização mental integrada”, informa. Márcia Filgueiras tem três filhos e percebe que a idade é um fator importante que acarreta mudanças. Ela é mãe do João Victor Filgueiras, 10 anos, Gabriel Fil-


VIDEOGAME Gabriel e João Victor se divertem com jogos de futebol e de carros

gueiras, 6, e Lucas Filgueiras, 3. Márcia confessa que eles têm muitas coisas incomuns. “O João Victor é mais dependente, tem ciúmes dos irmãos, não se dedica ao colégio e não faz nada sozinho. Tenho que estar perto para ele fazer o dever de casa e até para vestir uma roupa. Já o Gabriel sempre foi tranquilo, interessado pelos estudos e independente para

se vestir. O Lucas ainda depende por ser pequeno, mas já escolhe as roupas, o carro que quer sair e começou a querer imitar as atitudes dos irmãos”, comenta. Atualmente, João Victor e Gabriel querem jogar futebol, videogame e assistir filmes, enquanto o caçula quer brincar com os bonecos, carrinhos, guitarra e os diversos brinquedos próprios para a idade dele. O curioso é que, com apenas três anos, Lucas já se sente “grande” e está sempre atento às conversas, como no dia da entrevista em que ele mesmo contou sobre o que gosta de fazer, suas brincadeiras e filmes preferidos. Na lista constam Chaves, Scooby Doo, Homem aranha, Super-homem, Batman e claro, não poderia faltar o Ben 10, personagem preferido pela maioria dos meninos nesta idade. Bernardo Britto tem apenas cinco anos e já faz tudo sozinho. A mãe, Bianca Lago Britto, conta que a maturidade veio de acordo com o que lhe era imposto. “Agora o comportamento dele é de querer mostrar que é homem”, comenta. Também apaixonado por Ben 10, futebol e lutas, Bianca

A pedagoga Patrícia Bastos explica que no início a criança experimenta o mundo a partir dos sentidos e por isso são comuns as mordidas conta que ele está começando a entrar na fase do videogame. “Teve uma época que adorava montar quebra-cabeça. O Bernardo brinca sozinho, coloca os bonecos para conversar”, diz. Ela conta que teve que colocá-lo na escola cedo, principalmente para que aprendesse a compartilhar as coisas. “Por ser filho único, ele era muito egoísta”. Também baseada nos estudos de Piaget, a pedagoga Patrícia Bastos explica que, no início, a criança experimenta o mundo a partir dos sentidos e, por isso, são comuns inclusive, as mordidas. “Até os dois anos, elas colocam tudo na boca para conhecer o que está ao seu redor”,

revistaon.com.br

33


ARQUIVO PESSOAL

ARQUIVO PESSOAL

COMPORTAMENTO

BRINCADEIRA DE CRIANÇA Aos três anos, Lucas se considera grande, mas gosta de brincar com bonecos e carrinhos

INFORMAÇÕES Stephany está sempre atenta a sites que possam ajudá-la com o desenvolvimento de seus filhos

diz. Na fase do egocentrismo, Patrícia explica ser normal que elas estejam mais grudadas à mãe e que não queiram dividir nada. “Este é um período mais caracterizado pelo pensamento do que pela linguagem”. A partir dos sete anos, segundo a pedagoga, já é possível entender o mundo. “Agora o abstrato toma forma em todos os aspectos sociais da criança”, afirma. Sobre a diferença entre meninos e meninas ela ressalta: “em minha opinião é mais uma influência social, da família e da mídia. Na educação infantil vemos esse processo começar quando o menino não quer usar o lápis rosa porque é ‘de menina’ e, consequentemente, elas não poderem brincar com super-heróis e carrinhos porque são

brincadeiras ‘de meninos’”, enfatiza. A escola representa um papel importante para o amadurecimento das crianças, como explica Patrícia. “A instituição de ensino ajuda muito para que os pequenos se tornem independentes. Uma criança que faz a educação infantil, por exemplo, tende a se desenvolver melhor e mais rápido, porque aprende a dividir as coisas, os espaços, as pessoas. Aprende a comer sozinha, ir ao banheiro e a se limpar. É claro que com a presença do professor que estimula a independência. No entanto, esta prática na escola tem que ir para além dela, ou seja, é necessário que exista uma continuidade em casa”, alerta. Stephany Rodrigues Almeida Andrade colocou o seu primeiro filho, Manoel Almeida de Andrade, para estudar com um ano e dois meses e percebeu muitos avanços. Mãe de primeira viagem, ela teve que aprender a lidar com a promoção da independência. “O Manoel aprendeu a andar com nove meses e com um ano e dois meses já estava falando bastante. A escola foi ótima para o desenvolvimento. Depois que entrou, ficou mais esperto”, ressalta. A mãe dá todo o auxílio para que o filho consiga fazer as coisas sem a ajuda dela. “Sempre tentei estimular as atividades vendo o que posso fazer. Ele gosta de comer sozinho, tomar banho, mas é claro que tenho que supervisionar. Agora, com cinco anos, ele está na fase das letras, tudo pergunta: ‘Mãe como que escreve isso?’, até no computador ele sabe mexer e gosta”, disse. Manoel é vaidoso e a mãe

conta um fato engraçado: “com três anos ele ganhou uma bota do Ben 10 e queria usá-la em todos os lugares”, recorda. Há três meses nasceu a segunda filha da Stephany, Antonela Almeida de Andrade. “Mesmo em pouco tempo, percebo que cada semana ela muda. Ela é quietinha e começou a sorrir agora. Tento conversar porque acho que é uma forma de estimular. Quando canto, ela fica paradinha me olhando”, relata. Para se adequar às diferentes fases dos dois filhos, Stephany está sempre atenta a sites na internet que ajudam a entender as crianças. A psicóloga Isis Kronemberg Marinho considera primordial a busca por informações, visto que hoje há no mercado centenas de livros sobre o desenvolvimento da criança, sem mencionar a internet. “Também é recomendado conversar com pais mais experientes, com os avós da criança e educadores que podem ser fontes de dicas e de tranquilidade. O mais importante é observar o filho e conhecê-lo. Criar, desde cedo, um bom relacionamento, ao passo que conforme ele for crescendo será possível que os pais o compreendam e vice-versa”, destaca. Letícia Rinaldi encerra ao dizer que o importante é sempre amar os filhos sem esquecer os limites. “Eles precisam brincar, se sujar, usar sua criatividade, mas não podemos deixá-los fazer o que bem entender. A criança que percebe conseguir tudo na hora que bem entende, quando maiores, serão difíceis de se ajustarem às regras sociais e ao mundo lá fora”.

ARQUIVO PESSOAL

ANIVERSÁRIO Bianca ao lado do Bernardo na festa com o tema do filme Madagascar, que ele adora

RELAÇÃO Para a psicóloga Isis Kronemberg, criar um bom relacionamento com os filhos é a melhor forma de compreendê-los 34

Novembro | Dezembro


revistaon.com.br

35


YOU FASHION

A ERA DO LUXO POR ALINE RICKLY

FOTOS REVISTA ON

A independência conquistada pela mulher, a acessibilidade, globalização e o conforto são fatores que contribuíram para a constante busca pela sofisticação. O requinte tomou conta dos dias atuais e, principalmente, dos guarda-roupas femininos. Mas, afinal o que é o luxo?

E

SHUTTERSTOCK

m sua tese “A nova era do luxo”, o filósofo francês Gilles Lipovetsky afirma que estamos vivendo a era hipermoderna do luxo. Verdade ou não, o que sabemos é que a busca pela qualidade e pelo conforto assim como pelo glamour, é vista todos os dias em ocasiões especiais e até mesmo nos ambientes de trabalho. O acesso a determinados tecidos, joias e as facilidades de crédito, tornaram o mundo da moda elegante, alcançável. “O luxo sempre esteve presente na história e, de modo geral, serviu como artifício de diferenciação e exibição de poder. Nos dias atuais, ele significa viver confortável. É sinônimo de desfrutar a vida com qualidade”, destaca o professor de história da moda Nelson Ricardo Ferreira da Costa. Ainda sobre a definição da palavra o profissional afirma: “Já foi o raro, a arte, o ouro, as joias, mas isso ficou impraticável ou é mal visto como tentativa de exibição vazia. Talvez o requinte esteja exatamente nas pequenas possibilidades de escapar da multidão e ousar conhecer diferentes maneiras de experimentar cada momento”, acredita. Já para a estilista Roberta Calazans, o termo está aliado ao conforto e à qualidade. “É uma vaidade que hoje as mulheres podem comprar”, ressalta. Roberta explica que, antigamente, o luxo fazia parte do dia a dia e as pessoas nem sabiam. “A matéria-prima era de qualidade. Era normal, por exemplo, andar com blusas de seda”. Para estar bem

36

Novembro | Dezembro

“Talvez o requinte esteja exatamente nas pequenas possibilidades de se escapar da multidão e ousar conhecer diferentes maneiras de experimentar cada momento”, professor de história da moda Nelson da Costa

arrumada a estilista comenta que não é difícil. “Basta um vestido preto e um salto alto. É elegante e faz bem para a autoestima”, comenta. Outra sugestão é a legging com camiseta preta e belas joias. “Parece simples, mas é sofisticado”, argumenta. Porém, não é apenas o estilo, os tecidos e os acessórios que fazem um look luxuoso. Roberta dá exemplos como a consultora de moda Glória Kalil que não ostenta tanto no visual, mas está sempre bem vestida. “Sofisticação é muito de atitude. Não é só a roupa. Vem acompanhada de tradição, comportamento e cultura”, diz. Outros adjetivos caracterizam esta nova era, como explica a designer de sapatos Sabrina Sabrá, esta é a época da ousadia e do charme, quando as mulheres estão evidenciadas. “Elas são modernas, liberais, independentes e seguras”, afirma. Sabrina acredita que o esplendor está ligado ao brilho, a prata e ao dourado. “O que percebo é que o público feminino busca o diferencial e o exclusivo é um charme para quem compra”, comenta. Na hora de aliar a forma de vestir aos negócios, a jornalista Ellen Tardelli, 31


ARQUIVO PESSOAL

MERCADO DE TRABALHO Para Ellen o jeito de se vestir reflete no respeito e na credibilidade

DIFERENCIAL Sabrina conta que atualmente há uma maior procura pelo exclusivo

anos, opta pelo social. Ela explica a necessidade e associa ao fato de ter entrado cedo para o mercado de trabalho e ter sido necessário dar um ar mais sério ao visual. “O fato de ser nova pode prejudicar a questão do respeito profissional e isso há cinco anos fazia mais diferença ainda. Escolhi investir no jeito de me arrumar para conquistar o respeito e a credibilidade”, conta. Ellen tem 22 ternos femininos fora as inúmeras calças sociais. As cores, segundo ela, são as mais variadas. “Tenho preto, risca de giz, bege, azul, lilás, rosa, vermelho, verde. Escolho o tom de acordo com o dia, o clima e a ocasião”, diz. Desta forma, a jornalista garante ter

alcançado seu objetivo e afirma não conseguir imaginar ir para o trabalho de calça jeans. “Eu me sinto confortável desta maneira. As pessoas já se acostumaram a me ver assim. É uma preocupação com a imagem e a postura além de ser uma conduta para a vida toda”, enfatiza. Para o estilista trirriense Eraldo Silva, a mulher pode sim, ser elegante no dia a dia. Mas com uma ressalva: sem excessos! “Não sou a favor de exageros. Na realidade acho que uma peça escolhida com bom gosto já é luxuosa”, afirma. O estilista associa o luxo à ascensão financeira do mercado brasileiro o que leva os consumidores a buscarem esses itens. “A mídia exerce um papel fundamental na divulgação desses produtos, enquanto faz alusão à chamada nova era do luxo”, garante. Compromissos à parte, as ocasiões especiais merecem ainda mais glamour. Maria Letícia Frias Martins, 25, resolveu caprichar no visual para sua festa de formatura em medicina. “Acabei escolhendo o modelo em cima da hora, quando todos já tinham visto. A sorte que procurei em um lugar onde só havia vestidos de festas, o que tornou a escolha mais fácil. Eu queria que fosse elegante e, ao mesmo tempo, sensual, a cor eu não sabia. Por fim, consegui um look rosa lindo”, declara. Tatiane Mury é estilista de uma loja de roupas sociais na cidade, ela afirma que as mulheres estão cada vez mais informadas

HISTÓRIA DA MODA Para Nelson, luxo é desfrutar a vida com qualidade

CHIQUE E SENSUAL Dois conceitos básicos que influenciaram a escolha do vestido da Maria Leticia

sobre a moda e, com isso, buscam se arrumar mais até mesmo nas atividades diárias. “Elas chegam aqui à procura de peças diferenciadas. Nos vestidos, procuram tecidos e modelos mais exclusivos, decotes, transparências, saias com fendas e mullet (curta na frente e comprida atrás)”, comenta. Para Tatiane os tecidos que remetem a elegância são o cetim, o chiffon, a renda e a seda. “Normalmente são usados em vestidos de festa. A novidade é a procura desses artigos para roupas casuais”, diz. Para finalizar, Eraldo destaca que o acesso ao luxo segue paralelamente com os adventos da globalização. “Ela tornou esses itens mais acessíveis. Atualmente, há uma farta oferta deles. Isso não significa que esses produtos sejam caros, na verdade temos lojas de departamento e marcas populares que possuem artigos assinados por estilistas famosos”, assinala. Com todas essas dicas é possível concluir que Lipovetsky tem mesmo razão ao dizer que vivemos a era hipermoderna do luxo. revistaon.com.br

37


INSPIRAÇÃO

A HISTÓRIA

REAL POR ALINE RICKLY

FOTOS ARQUIVO PESSOAL

A vida de Maurício Vicente Ferreira Júnior nada teria a ver com a realeza se não fosse sua paixão pela história e todo um trabalho dedicado a casa de verão do imperador d. Pedro II. Atualmente, ele ocupa o cargo de diretor do Museu Imperial, onde trabalha há 30 anos.

38

Novembro | Dezembro


ÉZIO PHILOT

revistaon.com.br

39


INSPIRAÇÃO

N

ascido em 03 de maio de 1962, Maurício foi criado em uma família de classe média em Petrópolis. Filho do militar, do qual herdou o nome, Maurício Vicente Ferreira e da dona de casa Leonice Souza, despertou cedo o interesse pela leitura, incentivado pelos pais. Já na adolescência, adorava ler enciclopédias e textos clássicos da literatura portuguesa e francesa. Neste período já tinha certeza que teria a história como profissão. Aos 50 anos, é mestre em Museologia pela Universidade de Nova York, professor de duas universidades petropolitanas, sócio do IHGB (Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro) e diretor do Museu Imperial, uma das maiores instituições do país. Quando pequeno, teve uma infância comum, com brincadeiras típicas da épo-

INFÂNCIA Quando era criança gostava de brincar e se considerava um aluno mediano na escola

PETROPOLITANO DE BERÇO Maurício nasceu em Petrópolis, chegou a morar em outros lugares mas voltou para a cidade natal

PAIS Ao lado da mãe Leonice e do pai Maurício Vicente

ca, como andar de carrinho de rolimã. “Naquele tempo a relação com o ambiente era muito grande. Brincava de subir em árvores, construir coisas, gostava de jogar futebol, tomar banho de piscina e soltar pipa. Atualmente, as crianças estão mais reclusas, voltadas para a tecnologia”, conta. Na escola, considera ter sido um aluno mediano, mas sempre muito interessado por assuntos ligados a português, história, química, geografia e biologia. “Quando meu pai comprou uma enciclopédia, fiquei fascinado e a li toda”, lembra. De acordo com ele, o interesse pela história era tão grande que todos os termos ligados à área eram relidos.

Aos 12 anos, o pai foi transferido para Governador Valadares, em Minas Gerais,e, posteriormente para Brasília, levando consigo toda a família. Em 1983, voltaram para Petrópolis e ele começou a cursar história na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Na ocasião, ele descia e subia a serra diariamente de ônibus. Aos 17 anos, recorda-se de ter lido “Os miseráveis”, de Victor Hugo. “Eu sempre gostei muito de ler. Lia romances, livros de aventura e acho que o interesse pela história veio daí e, também, das conversas com meu pai sobre civilizações, que sempre tive fascinação”, revela Maurício. No mesmo período, conseguiu empre-

40

Novembro | Dezembro

FORMATURA Comemoração no Radio City Music Hall em Nova York

go no Museu Imperial como estagiário. Em 1985 foi contratado como pesquisador na instituição. “Um acervo como o do Museu desperta o interesse de qualquer profissional da área. Sempre gostei de história do Brasil, do século 19 e das grandes inovações pensadas. Era, sem dúvidas, um espaço naturalmente convidativo”, revela. Maurício explica que o acervo é muito plural, cheio de objetos, documentos manuscritos e livros. “As possibilidades de temas são infinitas, o que torna um desafio constante. É um trabalho para ser realizado por diversas gerações”, destaca. Após concluir a faculdade e ser admitido pelo Museu, decidiu fazer uma especialização em Ciências Políticas no Instituto Metodista Bennet, no Rio de Janeiro. Também fez curso de extensão universitária em Introdução ao Pensamento Político Brasileiro, na Universidade de Brasília e recebeu uma bolsa de aperfeiçoamento para participar do projeto de pesquisa “Estratificação sócio-profissional na cidade de Petrópolis (1890-1930)”, desenvolvido na UFF (Universidade Federal Fluminense). Entre 1989 e 1993 residiu nos Estados Unidos, onde cursou mestrado em museologia, na Universidade de Nova York. Desde que entrou para a direção do Museu Imperial, elaborou programas para enfatizar as três dimensões da instituição. “Pesquisa, preservação e a comunicação


REVISTA ON

Entre 1989 e 1993 residiu nos Estados Unidos, onde cursou mestrado em museologia, na Universidade de Nova York. do acervo são uma tríade que conduzem as atividades no local. No passado, a gestão era mais na área da pesquisa e, agora, incorporamos novas demandas impostas pela sociedade, transformando o Museu em um espaço de entretenimento”, ressaltou. Ele também faz projetos de incentivos para que todos os petropolitanos conheçam a instituição. “Criamos um dia que os moradores da cidade não pagam para entrar. É inconcebível um morador daqui que não o conheça”, enfatizou. Maurício conta curiosidades sobre a casa de verão do imperador d. Pedro II . “É uma relação umbilical com Petrópolis, pois a ideia da casa é anterior a da cidade”, disse. O diretor comenta que acontecem muitas coisas nos jardins da instituição. “Tem pessoas que cumprimento há 20 anos aqui, outras que vem caminhar, namorar, usar a internet. É importante que os cidadãos utilizem esse espaço, todas as formas de apropriação do acervo são bem-vindas”, afirma. O colega de profissão Eduardo Jorge, diz que Maurício é um dos profissionais mais competentes e éticos com quem teve o prazer de trabalhar. “Como docente, sempre demonstrou a grande sensibilidade do historiador e intelectual, necessárias para contextualizar os alunos entre os mais diversos temas. Além disso, é notório por sua gentileza e refinamento. Se o Museu Imperial, além da grande instituição que é, puder ser também considerado um endereço que evoca erudição, educação e cortesia, tem então um diretor à sua altura”, elogiou. Já Adalberto José Malheiro foi aluno do diretor do Museu e hoje trabalha com ele. “Conheci o professor Maurício em 2009, quando ingressei na faculdade de história e ele era, na época, coordenador geral do curso, além de lecionar outras matérias. Ele tem uma forma muito direta de dar aula. O foco sempre é mantido e o

ADMIRAÇÃO A coroa é um dos objetos preferidos do diretor

CONQUISTA Em 2011 foi eleito sócio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro

no exercício da nobre missão de professor de História nas universidades locais, e atuações em comissões e associações ligadas aos bens culturais da cidade”, disse em seu discurso ao receber o sócio. O diretor também viajou por diversos lugares do mundo como Roma, Florença, Paris, Moscou e Buenos Aires. “Gosto de visitar as cidades e conhecer as óperas”, contou. Como palestrante, esteve na Bélgica para a Conferência Annual do Comitê Museus e Casas Históricas do Conselho Internacional de Museus; em Shangai para a 25ª Conferência do Conselho Internacional de Museus; Cuba, durante o Encontro Latino-Americano e Caribenho do Patrimônio Comunitário; e Alemanha, com a apresentação de “Brazil or Brasil”, no Castelo Callenberg em Coburg. Infinito Particular

assunto não dispersa”, comenta. Em 2011, Maurício foi eleito sócio do IHGB (Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro). Na ocasião, a ex-professora Maria de Lourdes Viana Lyra preparou um discurso para recebê-lo. “Hoje o IHGB recebe em seu quadro de sócios honorários um profissional talentoso, que vem se destacando na cena cultural de sua terra natal, seja em relação ao desempenho de suas atividades no Museu Imperial, seja

Vida profissional à parte, Maurício é apaixonado pela cidade natal, tricolor de coração e adora ouvir música. “Gosto de canções clássicas, rock, jazz, blues, ópera. Considero a música uma plenitude do estado de espírito do indivíduo. Tenho vários CDs, escuto em casa, no carro, o tempo todo”, confessou. Entre os artistas preferidos estão Led Zeppelin e Pink Floyd. Sobre a cidade, ele declara que a qualidade revistaon.com.br

41


INSPIRAÇÃO

Às vezes podia ver a alma dele pelo olhar, e também sua sensibilidade e emoção através da expressão séria ao me ver brincar”, IRMÃOS Com Nice e Mauro em um festival de música brasileira na Alemanha em 2007

FILHOS Com João Maurício e Tarsila em Itamambuca, litoral de Ubatuba em 2010

COMEMORAÇÃO DOS 50 ANOS Casal no Metropolitan Opera de Nova York

de vida é essencial. “É um bom lugar para criar os filhos, é segura, com o clima agradável e próxima ao Rio”, destaca. A irmã, Maurinice Vicente Ferreira, conta que eles foram criados com muito carinho. “O Maurício gostava de jogar basquete, futebol e me recordo dele sempre com livros nas mãos, mas era na música que nos achávamos. Sempre ouvíamos ritmos diferentes e o som era alto em casa. Através dele conheci Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Janis Joplin, AC/DC e muitos outros”, destacou. Enquanto Mauro Vicente Ferreira ressaltou que o irmão mais velho é um admirável e dedicado profissional em busca de novos desafios. Pai da Tarsila Mendes Souza Ferreira, 17 anos, e do João Maurício Marques Ferreira, 9, Maurício ressalta que a família sempre o apoia nos compromissos do 42

Novembro | Dezembro

A esposa Cristina revela que ele é do tipo que faz as compras, cozinha e decora a casa. trabalho. “Tento sempre deixar um espaço de convivência com eles e procuro apostar na qualidade dos momentos que estamos juntos”, disse. João Maurício conta que o pai é bem divertido. “Ele joga futebol comigo e brinca sempre que pode. Mas, como todo pai também é durão”, afirma. Tarsila mora no Rio e diz que Maurício sempre foi um ícone para ela. “Eu tenho um ex-

filha Tarsila Ferreira

celente pai. Apesar do jeito mais sério, gosto de ouvi-lo e de aprender com suas palavras e conselhos. Pude desfrutar de momentos muito agradáveis em sua companhia durante a infância. Às vezes podia ver a alma dele pelo olhar, e também sua sensibilidade e emoção através da expressão séria ao me ver brincar”. Tarsila lembra de momentos como quando estava na casa da avó e o pai a carregava de cabeça para baixo e quando ele a ensinou a andar de bicicleta. “Foi no Parque de Itaipava. Eu estava segura por ele estar segurando atrás da bicicleta, mas de repente olhei para trás e ele estava longe, então me assustei e caí, na mesma hora ele veio sorrindo me socorrer, foi sem dúvida inesquecível”, rememora. A mulher, Cristina Maria do Amaral Marques Ferreira, com quem Maurício é casado há 18 anos, não economiza palavras ao falar do marido. “Nos conhecemos em um curso no Museu sobre educação patrimonial e nos encantamos um pelo outro. Ao longo desses anos construímos uma relação sólida e de respeito. Ele é uma pessoa independente, eu não preciso me preocupar. Temos uma relação de confiança muito grande baseada em tudo que já vivemos”, comentou. Cristina disse que ele é do tipo que faz as compras, cozinha e decora a casa. “O Maurício é fantástico”, declara Cristina. Se sempre foi incrível saber que a Cidade Imperial convive diariamente com importantes legados de um dos mais espetaculares períodos da história brasileira, com certeza Cristina está certa. Apenas pessoas fantásticas conseguem ter a sabedoria da importância do passado para o presente e preservá-lo. Esta é a história real de quem preocupa-se em manter a História Real e tantas outras.


revistaon.com.br

43


Mochilas coleção 2013 Inviaggio/Viajjando

Preço sob consulta (24) 2255-4476/ (24) 2255-1332 Três Rios

Artigos de Pet Shop O Fabuloso Mundo dos Pets

Preço sob consulta

Árvore flor de luz pequena

(24) 2222-6326 ofabulosopet@gmail.com Itaipava

Isto é Imaginarium

R$ 189,00 (24) 2255-1513 imaginarium.com.br Três Rios

Calesita fast food Zigal

R$ 389,99 (24) 2255-2779 Três Rios

Barbie Carrossel Zigal

R$ 299,99 (24) 2255-2779 Três Rios

Guirlanda Zigal

Árvore de Natal

R$ 34,90

Zigal

(24) 2255-2779 Três Rios

(imagem ilustrativa)

A partir de R$ 9,99 (24) 2255-2779 Três Rios

44

Novembro | Dezembro


Via Marte Biba Calçados

Democrata

10x de R$ 14,99

Biba Calçados

(24) 2255-2848 Três Rios

10x de R$ 18,99 (24) 2255-2848 Três Rios

Tênis Nike Biba Calçados

10x de R$ 24,99 (24) 2255-2848 Três Rios

Lu Rezende Biba Calçados

10x de R$ 13,49 (24) 2255-2848 Três Rios

Conection Biba Calçados

10x de R$ 6,74 (24) 2255-2848 Três Rios

Lance Livre Biba Kids

10x de R$ 22,40 (24) 2255-2890 Três Rios

Milon Biba Kids

10x de R$ 11,98 (24) 2255-2890 Três Rios

Zig zig zag Biba Kids

10x de R$ 9,98 (24) 2255-2890 Três Rios

revistaon.com.br

45


Esteira de praia PP dobrável

Cadeira Balance 9023 MOR Construmil Casa & Decoração

3655 MOR Construmil Casa & Decoração

R$ 742,50

R$ 13,46

(24) 2251-6462 Três Rios

(24) 2251-6462 Três Rios

Pastilha de vidro importada verde 29x29

Kit 8 peças Campeche com avental

Construmil Casa & Decoração

R$ 8,90 (placa) (24) 2251-6462 Três Rios

3349 MOR Construmil Casa & Decoração

R$ 61,57 (24) 2251-6462 Três Rios

Pisos laminados Eucafloor linha “prime” (instalação inclusa)

Poltrona Move Balance 9116 MOR Construmil Casa & Decoração

Construmil Casa & Decoração

R$ 468,10

R$ 46,90 m²

(24) 2251-6462 Três Rios

(24) 2251-6462 Três Rios

Revestimento linha HD (impressão digital) 32x57 CEDASA/ MAJOPAR/ VISTA BELLA/ LORENZZA

Construmil Casa & Decoração

R$ 15,90 m²

Porcelanato 60x60 extra polido Marfil Construmil Casa & Decoração

R$ 38,90 m² (24) 2251-6462 Três Rios 46

Novembro | Dezembro

(24) 2251-6462 Três Rios


Bermuda microfibra General Cook

R$ 160,00 (24) 2252-3840 generalcook.com.br Três Rios

Carteiras General Cook

A partir de R$ 60,00 (24) 2252-3840 generalcook.com.br Três Rios

Camisa social General Cook

Calça feminina

R$ 180,00

General Cook

(24) 2252-3840 generalcook.com.br Três Rios

R$ 180,00 (24) 2252-3840 generalcook.com.br Três Rios

Chinelo

Malhas

General Cook

R$ 39,00

General Cook

R$ 87,00

(24) 2252-3840 generalcook.com.br Três Rios

(24) 2252-3840 generalcook.com.br Três Rios

Sungas General Cook

A partir de R$ 80,00

Camisa polo

(24) 2252-3840 generalcook.com.br Três Rios

General Cook

R$ 120,00 (24) 2252-3840 generalcook.com.br Três Rios

revistaon.com.br

47


Bolsa Garfield Sapataria Três Rios

10x de R$ 17,99 (24) 2252-2358 Três Rios

Bolsa + bolsa de mão Viviton Sapataria Três Rios

10x de R$ 16,98 (24) 2252-2358 Três Rios

Bolsa + carteira Fiorucci Sapataria Três Rios

Bolsa Gash

10x de R$ 19,99

Sapataria Três Rios

(24) 2252-2358 Três Rios

10x de R$ 11,99 (24) 2252-2358 Três Rios

Sandália Anabela Dakota

Sandália Dakota

Sapataria Três Rios

Sapataria Três Rios

10x de R$ 14,49

10x de R$ 12,49

(24) 2252-2358 Três Rios

(24) 2252-2358 Três Rios

Sandália Zaxy Sapataria Três Rios

10x de R$ 6,49 (24) 2252-2358 Três Rios

Sandália Ramarim Sapataria Três Rios

10x de R$ 14,99 (24) 2252-2358 Três Rios

48

Novembro | Dezembro


Sandália Gaby Ribeiro Sapataria Três Rios

Rasteiras Anne Moraes

10x de R$ 9,99

Sapataria Três Rios

(24) 2252-2358 Três Rios

A partir de 10x R$ 4,99 (24) 2252-2358 Três Rios

Sapato Jota Pe Sapataria Três Rios

10x de R$ 18,49 (24) 2252-2358 Três Rios

Tênis Adidas Mali Sapataria Três Rios

10x de R$ 27,99 (24) 2252-2358 Três Rios

Tênis Nike Flex Experience

Tênis Nike Dual Fusion

Sapataria Três Rios

Sapataria Três Rios

10x de R$ 19,99

10x de R$ 24,99

(24) 2252-2358 Três Rios

(24) 2252-2358 Três Rios

Tênis Adidas Helbender Sapataria Três Rios

10x de R$ 29,99 (24) 2252-2358 Três Rios

Tênis Coca-cola Sapataria Três Rios

A partir de R$ 12,99 (24) 2252-2358 Três Rios

revistaon.com.br

49


Azeites Armazém Gourmet

A partir de R$ 12,90 (24) 2255-4429 Três Rios

Bebidas quentes Armazém Gourmet

Todas as marcas com 10% de desconto (24) 2255-4429 Três Rios

Cesta de Natal Armazém Gourmet

Geleias

Preço sob consulta

Armazém Gourmet

(24) 2255-4429 Três Rios

A partir de R$ 4,20 (24) 2255-4429 Três Rios

Panetones Armazém Gourmet

A partir de R$ 1,80 (24) 2255-4429 Três Rios

Vinhos Armazém Gourmet

Todos os rótulos com 10% de desconto (24) 2255-4429 Três Rios

Frios Armazém Gourmet

Salmão, camarão, bacalhau e carpaccio Armazém Gourmet

A partir de R$ 9,90 (24) 2255-4429 Três Rios

50

Novembro | Dezembro

Preço sob consulta (24) 2255-4429 Três Rios


Necessaire Tubeka P Atelier Cristina Ferraro

2x de R$ 30,00 (24) 9911-1331 vcrisferraro@gmail.com Petrópolis

Blusa e saia Orgânica Orgânica

3x de R$ 90,33 (24) 2232-0062 www.modaorganica.com.br Itaipava

Saia paetê Caramello

3x de R$ 54,34 (24) 2247-5573 modacaramello@live.com.br Petrópolis

Vestido paetê sobreposição Caramello

3x de R$ 89,67 (24) 2247-5573 modacaramello@live.com.br Petrópolis

Brinco de prata várias cores Silvia Estima

5x de R$ 36,00 (24) 2255 - 1319 silviaestima.com.br Três Rios

Anel prata/zircônia duplo acabamento ouro Silvia Estima

4x de R$ 37,00 (24) 2255 - 1319 silviaestima.com.br Três Rios

Pulseira em aço linha rosso Silvia Estima

5x de R$ 31,00 (24) 2255 - 1319 silviaestima.com.br Três Rios

Relógio Lince Silvia Estima

5x de R$31,00 (24) 2255 - 1319 silviaestima.com.br Três Rios revistaon.com.br

51


DESIGN E DECORAÇÃO

NO CLIMA DO

FIM DE ANO POR ALINE RICKLY

FOTOS ARQUIVO PESSOAL

As festas natalinas e de Réveillon se aproximam e, junto com elas, o espírito do fim de ano toma conta das ruas e das casas. São piscas-piscas de led, Papais Noéis, árvores de Natal e bonecos de neve que compõem a magia de um momento especial para a maioria das famílias. Nesta matéria, decoradoras e apaixonadas por este momento dão dicas criativas de decoração.

N

os últimos dois meses do ano, o ar que se respira nas ruas é voltado para as festas de fim de ano. Por todos os lados, Papais Noéis, sinos, botas, árvores de Natal, taças customizadas, anjos, presépios, enfim, uma variedade de objetos garante essa sensação natalina e de virada do ano. Mas como é um período em que os gastos vão às alturas, há quem prefira economizar e usar a criatividade para produzir seus próprios enfeites. Nesta busca, encontramos especialistas que dão dicas de como caprichar na decoração sem gastar muito. Maria Alice Salles Machado tem uma iniciativa inusitada. Há anos decidiu que montaria sua árvore de Natal no estilo que ela denomina como “colcha de retalhos”. Assim, organiza um chá. Isso mesmo! Convida os amigos e cada um leva um objeto. “A árvore faz parte do meu passado e cada pessoa que viaja traz um artigo para eu colocar, já que existe a tradição de que ela sempre deve ter um objeto novo. Tenho peças há mais de 33 anos. No final 52

Novembro | Dezembro

Maria Alice Machado organiza um chá quando cada amigo leva um objeto para acrescentar a sua árvore de Natal das contas, ela fica linda e eu emocionada”, confessa. Mas não é só a árvore que ela enfeita, mas toda a casa. “Esse trabalho às vezes leva um dia inteiro ou até um fim de semana. Mas é uma festa, um verdadeiro acontecimento. Ilumino a parte externa e a cada ano inventamos algo novo”, relata. A decoradora Rita Mendes afirma que é comum as pessoas desejarem uma casa bonita e arrumada nesta época. Segundo ela, esse ano a tendência são cores azuis e neon, como laranja e rosa. Outra novidade citada por ela é a meia árvore de Natal, que fica em cima de um aparador e dispensa uma quantidade gran-

de de enfeites, já que só possui a parte da frente. “Uma dica para a árvore ficar charmosa é misturar as bolas azuis com os laços prateados”, comenta. Além disso, ela alerta para as toalhas de mesa natalinas fáceis de serem encontradas. Para dar um toque a mais, Rita sugere usar o glitter em volta das figuras que se destacam. “Existem várias maneiras de usar a imaginação com galhos, fitas, flores e bolas. Você transforma uma árvore simples em uma muito mais bonita”. Ainda de acordo com a decoradora, outros objetos importantes para o período são as guirlandas, objetos simples e práticas de serem feitos. “Basta ter um aro e enrolar um festão nele. Para fechar é só usar um laço que pode ser feito com um tecido que tiver em casa”. Ela também indica almofadas em tons de xadrez com as cores vermelho e verde. “Fim de ano lembra brilho, cores vibrantes. A tendência atual está versátil, alegre e descontraída. Você pode criar ou usar o que já tem dando asas à imaginação”, destaca. A artesã Claudia Martins concorda


INDISPENSÁVEL No Natal da Maria Alice também não pode faltar o presépio

REVISTA ON

COLCHA DE RETALHOS A cada ano Maria Alice recebe mais enfeites para a sua árvore de Natal

TENDÊNCIA A meia árvore é uma opção para economizar enfeites

Para a decoradora Rita Mendes, a novidade este ano é a meia árvore de Natal com Rita, principalmente na facilidade para produzir as guirlandas. Claudia é gestora de um programa social de reciclagem de tecido e utiliza os retalhos para compor objetos. Ela ensina a fazer uma guirlanda de corações a partir dos tecidos. “É preciso recortar cinco ou seis corações de dez centímetros de altura, colocar algodão dentro de cada um deles, costurar e, no final, ligar um a um através de laços”, explica. Claudia também dá dicas para montar uma pequena árvore para enfeitar mesas e cabeceiras. “Através de um cone de linha usado e pequenos retalhos recortados em forma de quadrados é possível montar uma árvore bem criativa. Para isso, é só dobrar os quadrados em forma de triângulos e ir colando um a um com cola quente no cone, o resultado é surpreendente”, assinala.

A trirriense Maria Helena de Assis gosta de muitas luzes, enfeites e se declara apaixonada por Papais Noéis. “O Natal representa o nascimento de Jesus, então arrumo as coisas como se fosse uma festa para ele”, diz. Depois do dia 20 de novembro, ela começa a arrumar a casa com anjos, bolas de isopor encapadas com retalhos Natalinos e os demais enfeites citados acima. “Todo ano, compro um Papai Noel diferente, tenho mania de revistas de Natal. Decoro até o banheiro e o lugar onde o cachorro fica para ele passar uma noite alegre. A árvore é toda vermelha, na porta tem uma guirlanda e um casal de Papai Noel”, conta a aposentada. A época indicada para começar a decoração é, conforme explica a arquiteta Andréa Parreira, no próprio mês de dezembro. “Existem muitas maneiras de criar um clima de fim de ano como colocar vasos com plantas específicas da ocasião como o bico de papagaio; usar essências de Natal e, nas mesas, enfeites especiais para a data”, diz. O mais importante, porém, segundo Andréa, é criar uma atmosfera de aconchego na qual a família queira se reunir.

revistaon.com.br

53


54

Novembro | Dezembro


EU SEI FAZER

DESTRUIR PARA CONSTRUIR POR LETICIA KNIBEL

FOTOS ARQUIVO PESSOAL

Ricardo Zanine é conhecido mundialmente pela habilidade e facilidade em criar e montar maquetes e miniaturas. O que começou como apenas uma brincadeira de criança virou sua profissão.

Q

uando pequeno, um dos passatempos do estudante de arquitetura era pegar caixas de sapato ou madeira e cortá-las para fazer garagens, prédios e até mesmo cenários. Com o passar dos anos, passou a fazer maquetes para ele mesmo e, depois, para os amigos. Apesar do dom e da vocação para esta área, Ricardo cursou direito e administração (sem concluir ambos os cursos), formou-se em técnico de segurança do trabalho e é protético. “Só agora surgiu a oportunidade de cursar a faculdade de arquitetura, po-

rém sempre trabalhei neste campo”. Outra brincadeira que virou ocupação foi a construção de miniaturas. Fã e colecionador de carros desde criança, achava interessante ver como seus carrinhos ficavam amassados. Não é exatamente o que, em geral, os pais esperam quando dão um brinquedo para os filhos, mas a partir disto, destruir carrinhos passou a ser, além de um hobby, uma forma de ganhar dinheiro. A irmã Fernanda Zanine conta que, quando pequeno, Ricardo era conhecido na família como o “destruidor”, não havia um brinquedo sequer que não sofresse as con-

sequências das suas mãos “construtivas” na tentativa de transformá-lo em outra coisa qualquer. “Ele sempre adorou carrinhos e meu pai trazia vários do exterior, pois na época não havia no Brasil os de metal como existem hoje”. Ricardo não se intimidava, já aos oito anos pegava martelo, alicates e o que achasse que fosse útil para “reformar” os pequenos veículos ou simular uma batida realista enquanto brincava. “Chegou até a colocar fogo em um, escondido na varanda do apartamento onde morávamos”, revela Fernanda. O autodidata passou a divulgar em

revistaon.com.br

55


EU SEI FAZER

“Nunca gastei R$ 1 em propaganda e de repente já estava aparecendo na TV para falar do meu trabalho”, Ricardo Zanine

2003 o trabalho para construtoras e clientes particulares. “Foi um sucesso inesperado. Nunca gastei R$ 1 em propaganda e, de repente, já estava aparecendo na TV para falar do meu trabalho”. O diferencial está em todos os projetos desenvolvidos, devido ao cuidado com os detalhes e a perfeição em todas as etapas. Porém, o grande destaque fica por conta das miniaturas. O que a princípio era visto como algo “bizarro” se tornou um grande negócio. O sucesso foi tão grande que o empreendedor recebeu encomendas de vários lugares, inclusive Japão e Estados Unidos. Teve o trabalho divulgado em diversas mídias, desde os jornais até a TV, aparecendo em programas como o do Jô Soares. A mulher, Cíntia Zanine, conta que quando se conheceram, em 1993, ele já tinha o hobby de colecionar carrinhos. “Nesta época, ele possuía uma grande

QUASE REAL Ricardo explica que em alguns projetos consegue fazer partes dos objetos com movimentos 56

Novembro | Dezembro

coleção de carros e algumas maquetes de acidentes, mas ainda não comercializava seus trabalhos. Periodicamente fazia alguns projetos para amigos e admiradores”. Nas horas vagas, Cíntia diz que adora trabalhar com o marido. “Sempre que tenho tempo disponível, ajudo na conclusão de algum projeto. O que sinto é que, quando amamos o que fazemos, não existe empecilho para sua realização. Agora com a faculdade de arquitetura, estou conhecendo um novo Ricardo, mais feliz, realizado e relembrando o que estava adormecido”. O sucesso do trabalho se deve à propaganda “boca a boca”, que rende até hoje novos desafios. As maquetes de acidentes ‘famosos’, como o do ator James Dean e o do piloto Ayrton Senna, despertaram novas oportunidades para desenvolver cada vez mais esta forma de arte. “O curioso é que alguns dos clientes passaram a pedir miniaturas de acidentes nos quais estiveram envolvidos, como o rapaz que bateu o carro em um poste pouco antes de chegar em casa”, conta. Além dos fregueses particulares, Zanine faz miniaturas para seguradoras de automóveis. Cíntia revela que, no início, achava um pouco estranho esse trabalho, porque enxergava o acidente como uma coisa ruim, mas depois começou a observar e admirar o

DIFERENCIAL Zanine também faz a manutenção e consertos necessários em suas obras

trabalho do marido. “Percebi a sua arte que é perfeita e encantadora”, elogia. Outro trabalho de destaque é a “Little City”, um projeto encomendado pelo proprietário de um shopping em Fortaleza para construir uma maquete de uma cidade em 300 metros quadrados. “A ‘pequena cidade’ é completa e demorou nove meses para ficar pronta”, afirma. Possui 1.400 metros de trilhos, 500 vagões, 50 locomotivas, 10 mil carros, 9.000 bonecos, mina de carvão e até aeroporto. Cada peça foi desenvolvida exclusivamente por Ricardo, que destaca não gostar de copiar nada, apenas usa imagens como referências, caso o cliente peça algo bem específico. “Acho seu trabalho extremamente criativo, o uso de materiais alternativos, aproveitando ‘lixo’, é um diferencial. A sua preocupação com detalhes chega a ser irritante para a maioria das pessoas”, conta Fernanda. Ela revela ter ajudado o irmão na confecção de uma maquete que fez como doação a uma instituição e ter ficado encantada com o preciosismo dos detalhes. “Eu, claro, só fiz o trabalho bruto”, conclui. Todo o trabalho produzido pelo profissional é personalizado. Tanto as miniaturas quanto as maquetes são feitas de acordo com o pedido do cliente. “O carro novo, geralmente de colecionador, se transforma ao longo do processo de ‘desconstrução’ do veículo em vidros quebrados, portas amassadas, tudo feito detalhadamente para tornar a imagem o mais real possível”, explica. Cíntia conta que, para o marido, não há dificuldades, tudo que projeta é executado sem proble-


O QUARTO DOS SONHOS As maquetes são feitas de acordo com o pedido do cliente

INÉDITO Todo o trabalho do profissional é feito com exclusividade

PRIMEIRAS MAQUETES Os primeiros trabalhos pagos eram para estudantes de engenharia e arquitetura

ma. “Ele é um artista nato, um exemplo como pessoa, amigo e profissional. Eu o admiro muito e os seus projetos são fantásticos, pois não cria nenhum obstáculo para fazê-los. Às vezes fico preocupada com os prazos de entrega, porque ele fica dias sem mexer no trabalho, então cobro e ele sempre diz que está fazendo; agora eu entendo isto, é que antes o Ricardo monta todo o

projeto na cabeça para depois executá-lo”. Zanine conta que já fez mais de 200 maquetes e leva entre 30 e 45 dias para entregar um projeto, como por exemplo, uma maquete de um condomínio. O valor varia de acordo com o pedido do cliente. O empreendedor ainda ressalta que prefere fazer maquetes físicas às virtuais, pois desta forma pode mostrar melhor o traba-

lho. “Quanto ao material, gosto de trabalhar com MDF por ser mais rígido. Tudo parte do projeto enviado pela construtora. Em seguida faço as correções e passo para a escala, para só depois cortar. Após esse passo, começo a montar”, explica. Ele também faz o interior dos ambientes, a manutenção e a limpeza. Tanto diferencial só faz com que a sua arte seja cada vez mais reconhecida.

revistaon.com.br

57


SAÚDE

CUIDE BEM DA SUA MAMA POR ALINE RICKLY

FOTOS REVISTA ON

O câncer de mama é o segundo mais comum no mundo e o mais frequente entre as mulheres. A estimativa é que a doença seja responsável por mais de 400 mil mortes por ano. Em 2012, o Ministério da Saúde custeou mais de 100 mil procedimentos para quimioterapia no estágio inicial ou localmente avançado. Essas informações são do site brasil.gov.br.

58

Novembro | Dezembro

di algumas pessoas por isso”, comenta. Na ocasião, ela sentiu o nódulo através do autoexame e foi até um médico. “A biópsia apontou como maligno e logo iniciei o tratamento. Fiz quimioterapia antes da operação e tive que retirar a mama e fazer radioterapia depois”, relata. Após esse episódio ela conta que ficou bem, mas sempre fazendo exames. Recentemente a ex-cabeleireira sentiu novamente um nódulo. De primeira o tumor se apresentou como benigno, um ano depois o câncer já tinha se manifestado e foi necessário retirar também a mama direita. “A diferença entre

“Uma em cada nove mulheres já teve ou vai ter câncer na mama” – Carla Ismael, oncologista.

RENNE RAIBOLT

S

egundo o Inca(Instituto Nacional de Câncer), o câncer de mama corresponde a 22% dos novos casos da doença a cada ano. O Instituto esclarece que se diagnosticado e tratado oportunamente, o prognóstico é relativamente bom. Porém, o Inca destaca que as altas taxas de mortalidade são devido ao diagnóstico em estágios avançados. Em Petrópolis, os números são alarmantes. O câncer de mama representa a maior quantidade de atendimentos feitos pelo CTO (Centro de Terapia Oncológica), incluindo atendimento ao SUS (Sistema Único de Saúde), particulares e por planos. Em 2011 foram registrados 241 casos, sendo 240 mulheres e um homem. A oncologista Carla Ismael explica que o tumor na mama é o mais comum no Brasil e no mundo, e que atinge, na maioria das vezes, o público feminino. “Uma em cada nove mulheres já teve ou vai ter câncer na mama”. Carla ressalta, todavia que a doença é curável quando diagnosticada precocemente. Rosimeri de Oliveira Paes, 52, ou Méri como é conhecida em Três Rios, conta que teve um tumor na mama esquerda pela primeira vez há 12 anos. “Tenho um histórico de câncer na família. Minha mãe, irmãs, tias e primas também tiveram. Per-

ONCOLOGISTA Para Carla, o diagnósico precoce é a melhor forma de combater o câncer de mama

um caso e o outro foi que no segundo eu senti dor e o tratamento foi mais extenso e agressivo”, comentou. A secretária administrativa Renata de Carvalho, 32, detectou o nódulo pela primeira vez em um passeio à praia. Quando descobriu, ela confessa: “A primeira coisa que veio na minha mente foi a palavra morte”, disse. Renata foi submetida a quimioterapia, quando o cabelo caiu e ela teve muito mal-estar. “Não podia sentir cheiro de nada, nos primeiros dias após o tratamento. Depois era como se eu nem estivesse doente”, relata. Com o resultado de 100% na quimioterapia, Renata foi para o procedimento cirúrgico e tirou um quadrante da mama e esvaziou a axila. Da experiência, a secretária diz que a conclusão é que as pessoas com casos de câncer na família devem se submeter ao exame antes dos 40 anos. “Eu tenho uma filha de 14 anos e não vou permitir que ela só


APOIO Rosimeri tem ajuda da família e, principalmente, do marido

faça a mamografia aos 40. Vou pedir que nosso ginecologista nos ajuda nesta prevenção”, comenta. Ela também chama a atenção para que as pessoas não tenham medo dos resultados. “Eu sei que não é uma doença fácil, mas se diagnosticada a tempo, o resultado é a cura”, disse. A mastologista Marilda Plácido indica que ao descobrir uma modificação na mama ou se a mamografia apresentar alguma alteração, a mulher deve procurar

ARQUIVO PESSOAL

um ginecologista que irá encaminhá-la ao especialista, se for necessário. Entre os principais fatores de risco importantes no caso do câncer de mama, Marilda assinala as mulheres com histórico familiar de pelo menos um parente de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com diagnóstico abaixo de 50 anos ou com casos de câncer de mama bilateral ou de ovário, em qualquer faixa etária. Segundo a especialista tanto a Sociedade Brasileira de Mastologia quanto o Inca recomendam a mamografia anual de rotina a partir dos 35 anos. Carla atenta para o fato de que a faixa etária está diminuindo ao longo dos anos. E que no homem é mais raro. “Geralmente o tumor não dói, só quando é inflamatório, que é o menos registrado. A mamografia é fundamental e as mulheres não precisam ter medo”, ressalta. Marilda enfatiza que o câncer de mama começa naquele local, mas com tendência a se disseminar para outros órgãos, e quando isso ocorre, diminui a possibilidade de cura, por isso é importante o diagnóstico precoce. “Tumores menores que um

DETERMINAÇÃO A filha Pâmela ajuda a cuidar da mãe e está sempre ao lado

centímetro têm possibilidade de cura de 95%. O grande problema no Brasil é que a maior parte dos casos é descoberta em estágio avançado e isso ocorre, muitas vezes, porque a mulher tem medo de sentir dor na mamografia ou que comprove algum problema seja uma alteração ou o próprio câncer de mama”, finaliza. Com todas essas dicas, não deixe o tempo passar, cuide bem do seu corpo, do seu bem-estar e da sua mama.

revistaon.com.br

59


IDEIAS COMUNS SE PERDEM NO TEMPO. GRANDES IDEIAS GANHAM FORÇA COM ELE. c r i a ç õ e s

www.promolterproducoes.com.br • contato@promolterproducoes.com.br • (24) 2245-2255 Rua Marechal Deodoro, 79 • Grupo 605/606 • Petrópolis • RJ 60

Novembro | Dezembro


PAPO DE COLECIONADOR

NOÉIS EM FAMÍLIA POR JOSÉ ÂNGELO COSTA

FOTOS ARQUIVO PESSOAL

Ele é considerado um dos principais símbolos do Natal, especialmente entre as crianças, por acreditarem que é o bom velhinho o responsável por distribuir presentes na data que celebra o nascimento de Jesus Cristo. A concepção deste personagem de roupa vermelha e com um saco nas costas surgiu na metade do século 19, nos Estados Unidos, com São Nicolau.

O

encanto pela figura emblemática e lendária do bom velhinho inspirou Eunice Arlette Demarco Rempto, 84, a organizar uma extensa coleção de bonecos. O curioso é que, por muitos anos, a idealizadora desta iniciativa diz ter realmente acreditado na existência do homem com roupa e gorro vermelho mesmo na fase adulta da vida. Ela revela que, quando morava em Minas Gerais. escutava o sino da igreja chamando pelos fiéis, mas, no fundo, pensava ser o anúncio da chegada do Papai Noel. Foi através desta admiração, o significado real do Natal e o prazer de ter a família, formada por cinco netos e seis bisnetos, reunida na noite do dia 24 de dezembro que nasceu a ideia. Portanto, a crença religiosa colaborou diretamente para a concretização da iniciativa. “A gente sempre gosta de festejar, porque como nós somos batistas, lembramos do nascimento de Jesus, que é nosso salvador”, realça.

A primeira peça foi adquirida pela colecionadora há aproximadamente 20 anos, como forma de presentear uma de suas netas pequenas. No começo, Eunice e a filha Jarlete Rempto de Moraes, faziam

Eunice Rempto diz que tudo começou quando resolveu comprar um boneco de Papai Noel para a neta pequena, há aproximadamente 20 anos.

viagens para cidades como Rio de Janeiro e São Paulo antes das festas de fim de ano com o intuito de comprar novos itens e, como os passeios se tornaram rotina de todos os anos, a compilação foi aumen-

tando. Atualmente, possui cerca de 300 Papais Noéis. “O primeiro foi para dar de presente e eu quis um para mim também”. A montagem é feita com meses de antecedência devido à infinidade de apetrechos que devem ser colocados na sala da casa, localizada na rua Quissamã. Tudo deve ser realizado cuidadosamente e com muita atenção para não danificar nenhuma réplica. Todas as peças permanecem preservadas em caixas e protegidas com plástico visando a melhor conservação e, sendo assim, devem ficar guardadas em um antigo quarto de hóspedes. Eunice Rempto nunca pensou em preparar a coleção para ser aberta a visitação, contudo, isto se tornou algo inevitável, principalmente quando se fala das crianças que vivem na vizinhança. Muitas aguardam ansiosamente para ver de perto os bonecos e, algumas, costumam até conversar com os enfeites. Com base em relatos feitos por ela e pela filha Jarlete, revistaon.com.br

61


PAPO DE COLECIONADOR

A filha Jarlete é a responsável por organizar a coleção e para isso, a montagem de todo o material é feita passo a passo e pode levar até um mês para ficar pronta. também fica por conta dos tamanhos. Há desde as miniaturas feitas em resina e gesso até o confeccionado de acordo com a estatura normal de uma pessoa e que entra na casa pela chaminé. Com a presença de tantos bons velhinhos no lar, Eunice Rempto dá garantias, apesar de não falar em números, de continuar a comprar outros, contanto que não sejam iguais aos seus.

ENCANTO Toda a sala da casa de Eunice recebe enfeites de Natal juntamente com os bonecos

Colaboração

Uma das características do acervo é o poder de mexer com a imaginação do público, especialmente quanto à diversidade de funções que podem ser executadas por esses brinquedos como, por exemplo, uma orquestra inteira onde cada boneco toca um instrumento diferente. Outros dançam, pulam corda, sobem ou descem a escada, tiram fotos e quase todos ainda tocam alguma canção natalina tradicional. A distinção REVISTA ON

em determinada ocasião, um menino de oito anos disse que o enorme Papai Noel que é colocado no telhado iria ficar doente devido a chuva. Outro disse “foi embora, foi embora o Papai Noel”. Apesar de a presença marcante ser da garotada, todas as pessoas que já tiveram a oportunidade de visitar o local gostaram e se encantaram com a riqueza de detalhes típicos do Natal.

COLECIONADORA Eunice brinca com o Papai Noel que toca sanfona 62

Novembro | Dezembro

TAMANHO REAL Um dos bonecos que mais chama a atenção é este sentando na cadeira

A coleção de bonecos foi idealizada por Eunice, mas sempre contou com o apoio da filha Jarlete. Nas viagens realizadas pela mãe, ela sempre a acompanha para que, juntas, possam escolher uma nova peça, afinal, é a responsável por arrumar todo o material na casa. O processo é afanoso e pode levar dias ou até meses para ser finalizado, enquanto que a desmontagem só é feita quase na época do Carnaval e não no Dia de Reis, como manda a tradição. Desta forma, a família inteira tenta oferecer algum tipo de auxílio para que o serviço termine mais rápido. “Para eu começar a montar, tenho que chegar aqui (na sala) com todas as caixas. Meu marido me ajuda a carregar, porque são muitos itens e a mesa fica lotada. Tiramos os Papais Noéis e colocamos as pilhas. Depois que está tudo fora das embalagens é que inicio a arrumação. Levo dias”, elucida. Na opinião de Jarlete, o que mais importa não é simplesmente o hobby, mas a satisfação da mãe em ver a coleção pronta. Diz ainda que a colecionadora levanta de manhã, fica olhando para os bonecos, conversa com eles e os reverencia. Segundo a artesã, inicialmente, tudo foi elaborado unicamente pensando nos netos e bisnetos que se reúnem com o restante dos parentes para a celebração do dia de Natal, fazendo


ORQUESTRA Cada um dos bonecos toca um determinado instrumento musical

do lugar, palco de uma grande diversão. Entretanto, os petropolitanos souberam dos Papais Noéis através de uma reportagem na TV que na época atraiu várias pessoas dispostas a conhecer a casa. Quem já viu

REPERCUSSÃO Com a montagem da coleção, a sala se torna palco para um espetáculo natalino

BRAÇO-DIREITO Jarlete Rempto é filha e organizadora da coleção durante o Natal

Íntimo da família, o comerciante Hipólito do Amaral França Couto, não tem palavras para descrever o que pensa sobre a coleção de bonecos criada pela amiga Eunice. Contudo, assegura que passou a apreciar esta iniciativa com mais frequência depois que se tornou avô. “Sou suspeito para falar, pois temos muito carinho um pelo outro. Os meus netos ficam babando porque realmente é algo formidável. Elas fazem tudo com muito agrado”. Ele diz ser difícil imaginar que qualquer pessoa que tenha a oportunidade de visitar a coleção não se fascine com a grande quantidade de bons velhinhos espalhados por todos os cantos. Um dos netos, inclusive, é tão apaixonado que quando vai à residência dos Rempto não quer sair do lugar em hipótese nenhuma. “Só tirando a força”, brinca. Por isso, o comerciante afiança que ninguém vai se arrepender caso veja bem de pertinho a coleção. “É de ficar babando, espetacular”, concluiu. revistaon.com.br

63


ESPORTE

VELOCIDADE TOTAL POR JOSÉ ÂNGELO COSTA

FOTOS REVISTA ON

O automobilismo é uma das modalidades esportivas mais apreciadas pelos brasileiros e devido a sua intensa popularidade, pode até ser uma das mais lucrativas, economicamente. Entretanto, uma categoria acabou desbancando as demais e atualmente é o centro das atenções. Petrópolis, por sinal, é sede de tradicionais equipes hoje geridas por ex-pilotos que, no passado, brilharam nas pistas de corridas pelo país.

A

Stock Car surgiu no dia 22 de abril de 1979, data que, segundo a história deste esporte, marca a primeira prova do Campeonato Brasileiro, realizada no Autódromo de Tarumã, no estado do Rio Grande do Sul. Sua criação foi considerada como a melhor resposta a um antigo anseio de uma comunidade apaixonada por carros de corrida. Algo que unisse, para os padrões da época, desempenho e sofisticação. Petrópolis acabou se tornando berço desta modalidade e um dos precursores é o ex-piloto, atual bicampeão da Brasil GT3 Championship e presidente da 64

Novembro | Dezembro

Para Andreas Mattheis, o carro ideal é o ajustado, alinhado e preparado para o piloto A. Mattheis Motorsports, Andreas Mattheis. Nascido em 24 de maio de 1954, no Rio de Janeiro, mudou-se para a cidade da Região Serrana com apenas 20 anos e, a partir de então, iniciou a sua carreira. Graças à iniciativa de outras pessoas e do

próprio Andreas, o município tem participação constante e tradição no torneio, através das equipes Red Bull e Shell Racing, ambas lideradas por ele. De acordo com o empresário, os petropolitanos de destacam cada vez mais durante as competições. Prova disso, é que no ano de 2012 aconteceram oito corridas e todas foram vencidas por grupos da região. A Red Bull, por exemplo, ganhou quatro delas e a Shell Racing, as outras duas, resultando, ao todo, seis vitórias para o grupo Mattheis. As duas restantes partiram do time comandado por Allam Khodair e Mauro Vogel. Segundo Andreas, a


Stock Car realiza 12 corridas em cada uma das temporadas, enquanto a GT3 promove dez, resultando em 22. “Elas acontecem entre março e dezembro. Então, se você considerar nove meses com quatro finais de semana são 36. Nós temos corrida praticamente todo o fim de semana, mas eu não faço todas as categorias, então, divido com o meu sócio”. A montagem e o conserto dos carros de corrida são feitos na A. Mattheis Motorsports. Fundada há 20 anos, inaugurou, em 2009, um novo e amplo galpão localizado em Nogueira, com 1.500 metros quadrados. Tanto a manutenção dos veículos, quanto dos equipamentos da empresa, ocorrem, seguindo as normas de qualidade, por um grupo de mais de 40 profissionais treinados e constantemente reciclados. Com relação aos automóveis, o empresário conta que para as competições da Stock Car, são todos brasileiros e existe um fornecedor do chassi e das peças, desde os componentes de suspensão, caixa de câmbio, transmissão até carroceria. “A gente compra esse kit e monta os carros. Depois, para cada etapa ou entre elas, é feita uma revisão muito minuciosa em cima do equipamento para que, posteriormente, o carro esteja confiável”, elucida. Quanto ao carro ideal para uma corrida, Andreas Mattheis garante que todos são iguais e só diferem em itens como a carroceria, que pode ter a aparência de uma viatura da GM (General Motors),

GARANTIA Os detalhes da montagem fazem diferença na pista

SEGURANÇA A manutenção dos veículos ocorre seguindo as normas de qualidade

SEDE Oficina da A. Mattheis em Nogueira possui 1.500 metros quadrados revistaon.com.br

65


ESPORTE

Jorge Freitas garante que a Stock Car é muito competitiva e, portanto, não pode haver falhas.

ANDREAS MATTHEIS Ex-piloto e atual diretor das equipes Red Bull e Shell Racing na Stock Car

LOCOMOÇÃO Este é o caminhão que viaja junto com as equipes da Stock Car

atualmente, entretanto, não há brasileiros disputando as primeiras posições desta competição e, este fator, é prejudicial, porque acaba diminuindo o foco do torcedor para este tipo de categoria desportiva, inclusive a Stock Car. Ele acredita, portanto, que deveria ser mais divulgado pela mídia e a televisão poderia abrir um espaço ainda maior para as transmissões de corridas. O estado de abandono ou até a extinção de alguns autódromos, como o do Rio de Janeiro, por exemplo, também são fatores que influenciam negativamente. “Infelizmente, estamos vendo um certo descaso com o automobilismo”, lamenta. Apesar de ter nascido no Rio de Janeiro, Jorge Freitas é outro ícone de Petrópolis na Stock Car. Morando há 19 anos na

cidade, fundou a sua própria equipe, JF Racing, entre o final de 1993 e início de 1994. Antes disso, foi um dos principais corredores a competir nesta categoria do automobilismo e dá garantias de que, atualmente, está é a modalidade com os maiores e melhores grupos de pilotos do Brasil. Para ele, o trabalho deve ser visto como o de mecânica de avião, pois a competitividade é muito grande. “Não pode haver falhas”, reforça. Análise do carro Stock Car

DIVULGAÇÃO

DIVULGAÇÃO

chamada Sonic, ou um da Peugeot denominado Peugeot 408, contudo, as carcaças são equivalentes em termos aerodinâmicos. Neste caso, revela o empresário, o que realmente importa é fazer uma adequada montagem dos veículos, boa manutenção entre as etapas e conseguir ajustar para a preferência do piloto dentro do pouco treino existente, pois normalmente são três sessões de apenas 40 minutos. “Dentro desses três treinos você tem que conseguir deixar o carro apto para o melhor desempenho. Então, basicamente é isso que faz a diferença”. O automobilismo é o segundo esporte preferido no Brasil. Só perde para o futebol. O país lançou na Fórmula 1, por exemplo, pilotos como Ayrton Senna, Nélson Piquet e Emerson Fittipaldi, que pelo fato de sempre estarem na frente e obterem importantes conquistas, proporcionaram o crescimento e a aceitação da modalidade. Na avaliação do empresário,

TEMPORADA Geralmente, as corridas ocorrem entre março e dezembro 66

Novembro | Dezembro

POTÊNCIA O carro usado na categoria possui motor V-8 de 450 cavalos

O mecânico da equipe A. Mattheis, Anderson Senra de Barros, explica que, basicamente, o veículo destinado ao campeonato de Stock Car é formado por motor V-8 de 450 cavalos e apresenta uma suspensão totalmente desenvolvida para a corrida. Além disso, trabalha com uma plataforma muito mais baixa e, desta forma, consegue mais atrito do pneu com o solo, alcançando alta velocidade durante a realização de curvas. Outra característica deste tipo de automóvel é que ele apresenta todos os aparatos aerodinâmicos no pára-choque dianteiro e uma asa traseira. “Tem uma dinâmica diferente do carro de rua para poder dar um equilíbrio no chão e acompanhar essa potência do motor, para ser um conjunto realmente. Não adianta simplesmente você enfiar um motor de 450 ou 500 cavalos em um carro e não conseguir fazer curva ou frear. É preciso potência e dirigibilidade para o piloto estar seguro ali dentro”, finalizou.


revistaon.com.br

67


VIAGEM DIÁRIO DE BORDO

Puerto M

adero

a Monumento d io Praça de Ma

co Centro Históri Argentina Capital Buenos Aires Área 2.780.400 km² População 41.281.631 hab. Moeda Peso argentino (ARS) Fuso horário GMT -3

Quando ir

Fomos em julho (alta temporada), mas no verão também é uma viagem interessante. Como chegar

Dois aeroportos. Ezeiza, o maior, a 50 minutos de táxi do centro, e Aeroparque, o aeroporto central, a 15 minutinhos de táxi do centro ou de Palermo. Onde ficar

Hostel Suites Florida, Calle Florida Onde comer

Siga la Vaca (Puerto Madero), Buller´s (Recoleta) e Na Feira de San Telmo, as famosas empanadas, vendidas por ambulantes mesmo. O que fazer

A Feira de San Telmo é imperdível, pois reúne artesanato, cultura e música informal. Dica

Quem vai a Buenos Aires não pode deixar de fazer duas coisas: show de tango e provar um sorvete de doce de leite

68

Novembro | Dezembro

Aline na CAPITAL DE EVITA

M

i Buenos Aires querida! Finalmente depois de meses planejando uma viagem relativamente barata, com roteiro que oferecesse diversão e cultura, fui conferir o que tanto falam da capital de Evita, do tango e da parrilla. Contando com a companhia do amigo mais apaixonado por viagens que tenho, confesso que deixamos de lado a visita ao túmulo da diva argentina e partimos direto aos encantos gastronômicos e culturais que essa cidade nos ofereceu. Nossa intenção era explorar a cultura local com todos os seus pontos turísticos, sua história e, também, aproveitar essa oportunidade de estar num lugar diferente para conhecer novas pessoas e ter animadas noites na terra dos hermanos. Escolhemos a hospedagem em um hostel na Calle Florida, e que, graças ao ambiente de espírito jovem, e com grande rotatividade de hóspedes do mundo todo, nos permitiu cumprir com o objetivo de socialização e, ainda, contamos com uma hospedagem barata, atendimento eficiente e muito bem localizada. Além disso, para quem tem algum preconceito com as condições de um albergue, pelos menos este nos proporcionou o mesmo conforto de um bom hotel. Fizemos por nossa conta, sem city tour, todo o roteiro pelo centro histórico. Os pontos turísticos são próximos e quem tem disposição e tempo, consegue aproveitar para descobrir lugares que não estavam previstos. No meu caso, que respiro livros, encontrei muitas livrarias e um sebo fantástico que jamais acharia se estivesse com tempo e roteiro programados por guias. O roteiro básico é Obelisco, Casa Rosada, Teatro Colón, Café Tortoni, Calle Florida. E digo que o Café Tortoni não deve nunca ficar de fora, nem que seja só uma paradinha para o café. O lugar tem uma arquitetura linda e exala história e cultura por todo canto. As Parillas e os churrascos dignos de um grande banquete ficaram por conta de Puerto Madero. E por lá mesmo, ainda dá para aproveitar uma noitada animadíssima em uma boate. Entre os pubs, um especial conquistou minha admiração: o The Kilkenny. Ele tem um estilo irlandês que, além de oferecer música ao vivo, também comercializa uma cerveja artesanal maravilhosa.


Depois desta experiência, eu afirmo que quem vai a Buenos Aires não pode deixar de fazer duas coisas: show de tango e provar um sorvete de doce de leite. O show de tango era uma dúvida para mim. Eu acreditava que iria encontrar um espetáculo comum e chato. Mas, tive uma bela surpresa com o La Ventana, Tango Show. O espetáculo traça a história do ritmo, desde seu nascimento até o tango moderno e nos brinda também com um show folclórico e parte da Ópera Evita. Tudo isso, reunido a uma carta de vinhos muita boa. Parece que Buenos Aires faz parte daquele elenco de cidades especiais que ficam mais bacanas depois que você não precisa mais fazer a rota das atrações turísticas.

o Palerm e d s e Bosqu

Feira de

San Tel m

o

El Caminito

revistaon.com.br

69



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.