FB | Revista On Três Rios #10

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#10 Direção e Produção Geral Felipe Vasconcellos felipe@fiobranco.com.br Produção Sabrina Vasconcellos Heverton da Mata Edição Rafael Moraes rafael@fiobranco.com.br Redação Aline Rickly Frederico Nogueira Comercial Ana Carolina anacarolina@fiobranco.com.br (24) 8843-7944 Criação Felipe Vasconcellos Robson Silva Estagiário Neílson Júnior Colaboração Bernadete Mattos Bernardo Vergara Diego Raposo Fernanda Eboli Luiz Cezar Priscila Okada Distribuição Três Rios, Paraíba do Sul, Areal e Com. Levy Gasparian Produção Gráfica WalPrint Tiragem 3.000 Foto de capa JClick

Fiobranco Editora Rua Prefeito Walter Francklin, 13/404 Centro | Três Rios - RJ 25.803-010 Telefone (24) 2252-8524 Email sac@revistaon.com.br 6

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Editorial

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ai a pé ou vai de trem? A recente inauguração de um viaduto em Três Rios voltou às atenções da população para a malha ferroviária que corta a cidade. Enquanto as opiniões apontavam para a necessidade ou não da obra, nos dedicamos aos trilhos de importância histórica para a região. Hoje, inexistente na cidade, a estação marcou a vida de gerações passadas e ainda está na lembrança dos mais antigos. Paraíba do Sul ainda guarda fortes marcas desta época, visíveis em sua arquitetura urbana. Além de transportar os cidadãos, a ferrovia ofereceu emprego a milhares de moradores das cidades vizinhas e gerou renda. Há pouco tempo, aliás, surgiu a notícia do pagamento de créditos trabalhistas a ex-funcionários da Cia Industrial Santa Matilde, empresa que atuou no ramo e manteve a cidade de Três Rios como uma das mais importantes do setor. Mas o tempo passou, a situação mudou e a ferrovia ficou. Para muitos, é apenas um item de composição da paisagem urbana. Utilizada anteriormente como forma de transporte de pessoas, passou a servir, basicamente, para transporte de cargas, principalmente minério. Há pouco mais de uma década, o setor voltou a ganhar força na cidade, com novas empresas do ramo que conseguiram, mais uma vez, levar o nome do município e das cidades vizinhas para terras distantes, através de trabalhos relacionados ao ramo. Com o período adormecido, uma questão nos chamou atenção: como criar novos profissionais para a área? Embora seja parte do cotidiano destas cidades e ainda cause certa admiração em crianças que brincam de contar vagões, o profissionalismo é alcançado através de dedicação e estudos. Para isso, fomos atrás da primeira ferrovia-escola da América Latina, instalada em Paraíba do Sul. A ideia é tão interessante e de utilidade pública, que seu criador, Manoel Mendes, merece ter sua carreira contada e tornar-se inspiração da edição #10. As máquinas estão ligadas e os trilhos apontam para novas e promissoras direções. Siga pelas próximas páginas, aproveite a paisagem e, em cada estação, pare e leia o conteúdo inteligente que nossa equipe preparou para esta viagem.


Índice 10 Opinião 20 Online 29 Cultura 38 Negócio 42 Empreendedorismo 51 Mercado de trabalho 55 Carreira 62 Comportamento 68 Mix 70 Moda 72 You fashion 80 Inspiração 86 Eu sei fazer 91 Saúde 110 Cotidiano 121 Papo de colecionador

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124 Km livre 127 Esporte 132 Aconteceu 134 Viagem 144 Espaço festas 150 Sabores 154 Guia

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OPINIÃO

Desejos

Na vida, meu filho, tem que se acostumar a respeitar as coisas dos outros e jamais se apropriar daquilo que não nos pertence de direito.

Roberto Wagner rwnogueira@uol.com.br

Roberto Wagner Lima Nogueira é procurador do município de Areal, mestre em Direito Tributário - UCAM-Rio, professor de Direito Tributário da UCP – Petrópolis – e colunista do Três Rios Online.

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consagrado fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado (“O Globo”, Segundo Caderno, 03/06/2012), radicado em Paris, passou longos períodos registrando em fotos a miséria, as doenças e os fracassos da humanidade no projeto denominado “Êxodos”, premiado em todo mundo. Esgotado ao final de sua tarefa, por ter testemunhado e registrado “tanta violência e desespero” pelo mundo, passou por um período complicado. Saiu do buraco existencial ou foi “salvo” pelo projeto “Gênesis” onde se propôs fotografar as áreas do globo não afetadas pela civilização. E virou novamente um otimista ao encontrar quase metade do planeta em estado genuíno, descontaminado. Angelino era um atuante promotor de justiça, membro do Ministério Público Estadual. Na caçada e na denúncia dos criminosos sempre foi implacável. Corria em suas veias o sangue da justiça e da defesa da sociedade contra as mazelas do crime, organizado ou não. Nesta função granjeou reconhecimento e prestígio na sociedade local. Até que um dia, passou por uma breve doença que o fez repensar a vida. Quando recuperado tomou uma decisão inesperada. Pediu demissão do cargo público, filiou-se a um partido político e se candidatou a prefeito de sua cidade, queria dar mais de si à sociedade que tanto o admirava. Angelino era jovem, bonito e muito simpático. Rapidamente entendeu como funcionava a política. Elegeu-se, foi aclamado pela população. Chegando ao poder, agiu conforme o poder, só que com um detalhe – era convicto em sua vocação. Em sua equipe só um era credenciado a receber os “agrados” do poder, nada entrava ou saía dos cofres públicos sem o “agrado” do chefe. No entanto, Angelino, homem inteligente e perspicaz, jamais se aproximava dos esquemas, tinha quem o fizesse por ele. A cidade prosperava e a vida de Angelino também. Com poucos anos de mandato já era proprietário de vários imóveis na cidade, coisa

que anos de Ministério Público não o permitiu. Era casado com uma linda mulher, todavia, assim como o bíblico profeta Davi era insaciável. Adorava mulheres jovens e, quando as queria, havia outro credenciado na equipe de seu governo que se encarregava de levar as selecionadas para um encontro amoroso com ele. Iam em carros separados e, acabado o enlace amoroso, o subordinado de Angelino levava a eleita de volta para seus domínios. Bonito e poderoso, não tinha dificuldade na escolha e aceitação de suas “presas”. Pelo contrário, havia mais oferta do que procura. Em casa, Angelino era rigoroso na educação de seus dois filhos. Certa feita, a esposa comentou com ele que o filho mais novo estava reiteradamente trazendo para casa pertences de outros amiguinhos e, algumas vezes, até objetos de alto valor. Angelino, de portas trancadas, teve uma conversa séria com o menino e o explicou, detalhadamente, o respeito que ele devia ter pela coisa alheia. – Na vida, meu filho, tem que se acostumar a respeitar as coisas dos outros e jamais se apropriar daquilo que não nos pertence de direito – pontuou Angelino. Ele era assim, um típico homem público, convicto. Ademais um homem de fé, devoto de Santa Rita de Cássia. Possuía em seu gabinete na prefeitura um enorme quadro de Chico Xavier que se destacava a qualquer olhar menos atento. Invariavelmente ia à missa de domingo com sua esposa e comungava a eucaristia. Ia também a quase todos cultos evangélicos da cidade e, quando lá estava, convivia bem com a inexistência da oração Ave-Maria e a não aceitação da intercessão dos Santos. Ah! Também adorava festas. Em sua cidade geralmente estava em festas junto ao povo e, no exterior, em companhia dos empreiteiros, que eram seus melhores amigos. Enfim, dois homens, Sebastião Salgado e Angelino, dois desejos. Como diz Jesus: “se alguém ouve as minhas palavras e não as guarda, eu não o condenarei, porque não vim para condenar o mundo, mas para salvá-lo” (Jo, 12,47).


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OPINIÃO

A DEGRADAÇÃO AMBIENTAL DE UMA TERRA ENTRE RIOS A degradação ambiental é um problema histórico em Três Rios. As antigas culturas cafeeiras, seguidas por uma ocupação insensata e desordenada, devastaram a vegetação de tal forma que apenas 1% do território municipal possui mata nativa preservada.

Oneir Vitor Guedes oneirvitor@hotmail.com

Oneir Vitor Guedes formou-se em direito pela Universidade Federal de Juiz de Fora e atua como advogado e consultor jurídico nas áreas cível e criminal, além de ser colunista do Três Rios Online.

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Constituição Federal assevera, em seu artigo 225, que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, impondo-se ao poder público e à coletividade, o dever de defendê-lo e preservá-lo para a presente e a futura geração. Em junho de 2012, a realização da Conferência Rio +20 fez com que a temática da sustentabilidade ecoasse por todos os cantos do país e, o direito consagrado naquela norma constitucional, passou a ser o tema central em qualquer roda de conversa, fomentando discussões e gerando reflexões em pessoas de todas as idades e classes sociais. Na sociedade trirriense não foi diferente, e muitos revelaram sua indignação quanto ao tratamento dado ao meio ambiente no município, usando principalmente as redes sociais como uma tribuna para suas manifestações. A degradação ambiental é um problema histórico desta terra entre rios. As antigas culturas cafeeiras, seguidas por uma ocupação insensata e desordenada, devastaram a vegetação da região de tal forma que apenas 1% do território municipal possui mata nativa preservada (dados apresentados pelo Ibama, em estudo divulgado pelo Tribunal de Contas do Estado - Perfil Socioeconômico de Três Rios). Da mesma forma, nossa cidade nunca tratou de maneira devida os mananciais e nascentes de água e, tampouco, realizou o necessário tratamento do esgoto. Causa perplexidade o fato de que há ao redor do mundo, incontáveis lugares que agonizam por não possuir um rio sequer e, Três Rios, que possui três, se mostra tão displicente com seus recursos hídricos a ponto de jogar sobre eles 17.500 litros de esgoto por minuto, sem falar dos resíduos domésticos e industriais não contabilizados. Tal situação execrável resulta também em uma conta para o município, que paga a ANA (Agência Nacional de Água) um elevado valor periódico como penalidade por seu descompro-

misso com esta relevante questão ambiental. A destinação dada aos resíduos sólidos sempre se mostrou um acinte ao meio ambiente e à saúde pública. Ainda hoje há uma significativa parcela da população que parece não ver nenhum problema em jogar lixo na rua ou abandonar entulhos em alguma área pouco movimentada de um bairro qualquer. Pouco se fala em coleta seletiva. A verdade é que, ao longo do tempo, nos habituamos a conviver com improvisados lixões a céu aberto, verdadeiros produtores dos mais variados agentes tóxicos que causaram indeléveis contaminações ao solo e aos lençóis freáticos do município (há a perspectiva de construir aqui um atrasado aterro sanitário, o qual receberá também os detritos oriundos em outras cidades, incluindo 250 toneladas de lixo produzido por dia em Petrópolis). Poderíamos ainda discorrer sobre outros problemas ambientais, mas a deficiência de Três Rios em matéria de sustentabilidade pode ser melhor evidenciada quando analisamos os repasses do ICMS Verde. Essa ferramenta tributária determina que cada município receba um repasse maior ou menor de acordo com seu compromisso com determinadas questões ecológicas. Segundo um relatório feito em janeiro de 2011, dos 92 municípios do estado do Rio de Janeiro, apenas seis não haviam recebido nenhum repasse de ICMS Verde e Três Rios estava entre eles. Existe um provérbio indígena segundo o qual apenas quando a última árvore for derrubada, o último peixe for morto e o último rio for poluído é que o homem perceberá que não pode comer dinheiro. Nossa cidade tem mostrado promissores avanços no campo econômico, mas é preciso que todos os setores da sociedade se conscientizem que o respeito à natureza é mais que importante, é crucial. Como disse o poeta francês Victor Hugo, “é triste pensar que a natureza fala e que o gênero humano não a ouve”.


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OPINIÃO

CHAPÉU DOS EX-POBRES Aposentados e pensionistas são relegados à miséria esmolar. Metade dos estados brasileiros se recusa a cumprir o piso salarial para o magistério. E essas são apenas algumas das feridas abertas do Brasil, país que agora é chamado de ex-pobre.

Helder Caldeira helder@heldercaldeira.com.br

Helder Caldeira é escritor, articulista político, palestrante, conferencista, colunista do Três Rios Online e autor do livro “A 1ª Presidenta”, primeira obra publicada no Brasil com a análise da trajetória da presidente Dilma Rousseff e que já está entre os livros mais vendidos do país em 2011. É apresentador do quadro “iPOLÍTICA” com comentários nos telejornais da afiliada da Rede Record em Diamantino/MT.

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uantas vezes você já ouviu alguém reclamar da precariedade dos hospitais e postos de saúde? Quantas vezes você assistiu matérias na televisão exibindo as mazelas da educação no país, com escolas sem merenda, sem transporte, sem material e, muitas vezes, até sem paredes e cadeiras para os alunos? Ruas, avenidas, estradas e rodovias seguem cada vez mais em péssimo estado de conservação. Aposentados e pensionistas são relegados à miséria esmolar. Metade dos estados brasileiros se recusa a cumprir o piso salarial para o magistério. E essas são apenas algumas das feridas abertas do Brasil, país que agora é chamado de ex-pobre. Questionado, qual é a resposta ordinária do governo para essas questões urgentes? Falta de dinheiro para investimentos. Mas será que isso é verdade? Ao que tudo indica, trata-se de retumbante ficção. Quem permite essa triste constatação são as últimas ações internacionais da presidente Dilma Rousseff e sua equipe, que perderam a vergonha de esfregar na cara do povo brasileiro as mentiras contadas diuturnamente. Feliz e contente, em junho dona Dilma foi passear na cidade mexicana de Los Cabos, onde não teve medo de fazer alta cortesia com chapéu alheio. Lá estava reunido o G20, grupo das vinte maiores economias do planeta. Durante o evento, a presidente capitaneou um encontro dos BRICS, composto pelos emergentes Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A decisão foi um verdadeiro deboche: os cinco ex-pobres vão criar um fundo anticrise de US$ 4,5 trilhões (quase R$ 10 trilhões) para socorrer quem estiver precisando. No mesmo dia, o ministro da Fazenda, Guido Mantega (PT/SP), anunciou que o Brasil irá emprestar US$ 70 bilhões (cerca de R$ 140 bilhões)

ao Fundo Monetário Internacional (FMI). É fato que alguns supostos notáveis em economia mundial e relações internacionais dirão que esses empréstimos contados aos trilhões fazem bem para a imagem do Brasil no exterior. Mas, convenhamos, isso é um absurdo. Faz-nos lembrar daquela cidadã que deixa de estudar, de pagar as contas e até de comer para poder desfilar no baile em vestidos de grife; ou daquele cidadão que deixa os filhos passando fome e está devendo até as cuecas, mas passeia nas ruas em carrão lustrado. O chapéu dos ex-pobres é uma excrescência. Afronta qualquer mínima inteligência. Mas com a cara de pau própria dessa turma, no dia seguinte a ministra do Planejamento Miriam Belchior (PT/ SP), anunciou a falta de recursos para viabilizar o reajuste salarial dos professores e servidores das universidades federais que pipocam em greves no país. Na mesma linha, o ministro da Previdência Social Garibaldi Alves Filho (PMDB/RN), alardeou que está faltando dinheiro para cobrir os rombos do INSS e que, em alguns anos, as aposentadorias e pensões estarão em xeque. Os ministros da Saúde e da Educação garantem que não há grana para melhorar e ampliar os serviços de suas pastas. A falácia corre solta em toda Esplanada dos Ministérios. Enquanto isso, dona Dilma Rousseff faz pose de rica e poderosa no cenário internacional, capaz de sacar mais de R$ 3 trilhões dos cofres públicos para emprestar aos países em crise. Se há uma lógica nessa matemática vagabunda e perversa, podemos resumi-la numa única frase: o povo brasileiro, que paga uma das maiores cargas tributárias do planeta, faz o papel de idiota e ainda bate palmas para maluco sambar. Pobre Brasil. Ou melhor: ex-pobre Brasil.


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OPINIÃO

CASO YOKI: UMA METODOLOGIA DE RETROCESSÃO DO DIREITO PENAL O julgamento, a condenação e aplicação da pena segundo a vingança privada

David Elmôr david@elmorecorreaadv.com.br

David Elmôr é Advogado Criminalista, originário de uma das mais respeitáveis bancas de direito do Brasil (SAHIONE Advogados), Sócio Sênior do ELMÔR & CORRÊA Advogados

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ecentemente, a sociedade brasileira ficou atemorizada com a brutalidade do assassinato do diretor executivo de exportações da Yoki, Marcos Matsunaga, morto e esquartejado por sua mulher, Elize, no dia 19 de maio. Matsunaga, formado em administração pela Fundação Getúlio Vargas, uma das melhores faculdades do país, conheceu Elize no ano de 2004, através de um site na internet, no qual garotas de programa oferecem seus serviços por elevados preços. Em 2006, ainda na condição de amante, Elize começou a cursar a faculdade de direito. Depois de alguns anos de relacionamento intenso, o empresário abandonou a primeira mulher e a filha pequena para viver o novo amor. Em 2009 eles se casaram. Ele (Marcos), um profissional respeitado, nascido em uma família nobre de São Paulo, com educação rígida; ela (Elize), uma menina sem pai, de família pobre do interior do Paraná, sem êxito como técnica em enfermagem, virou prostituta. Segundo o relato de pessoas próximas ao casal Matsunaga, eles “viviam como em um conto de fadas”, sendo Marcos um verdadeiro cavalheiro, um homem “à moda antiga”. Os tempos de felicidade duraram até o dia 17 de maio, a ocasião em que Elize descobriu, por meio de um detetive particular, que o marido mantinha um relacionamento extraconjugal. Ela estava no Paraná visitando a mãe. Dois dias depois (19 de maio) retornou para São Paulo, onde o casal residia em um apartamento de 500 m2, em uma área nobre da cidade. Por volta das 19h, após colocar a filha recém-nascida para dormir no segundo pavimento da cobertura duplex, Elize dispensou a babá e iniciou uma discussão veemente com o marido, questionando-o sobre seu relacionamento amoroso fora do casamento, ocasião em que Marcos a insultou. Naquele momento, ela sacou uma pistola 380 de uma gaveta da sala e disparou a uma distância de 1,5 m contra a cabeça de Marcos Matsunaga, matando o executivo. Na manhã do dia seguinte (20 de maio), depois de constatar o enrijecimento do corpo e a

consequente redução da vazão de sangue, o que reduz o seu derramamento, Elize iniciou o processo de esquartejamento, utilizando uma faca com lâmina de 30 cm. Ao que tudo indica, ela empregou seus conhecimentos de enfermagem, pois sabia exatamente onde os cortes deveriam ser feitos, de modo a facilitar seu trabalho, vale dizer, realizado em quatro horas apenas. A prática funesta levada a efeito por Elize Matsunaga caminhou em sentido contrário às lições que lhe foram ministradas durante a faculdade de direito, pois sua conduta cruel, própria de um tribunal inquisitivo, julga, condena e penaliza a morte de um ser humano que sequer teve a possibilidade de se defender, revelando uma metodologia punitiva de cunho repressivo, aplicada tão somente nos primórdios da civilização, a vingança penal. Esta foi marcada pelo poder e pela religião que, na evolução do direito penal, durante os tempos se dividiu em vingança privada, vingança divina e vingança pública, até chegarmos ao conceito atual do Estado como ente imparcial regulador das relações humanas (jurídicas) e solucionador dos conflitos surgidos na sociedade. O conceito atual nasceu inicialmente na Roma Antiga, sendo aperfeiçoado por grandes pensadores como Montesquieu (O Espírito das Leis, de 1748), Jean-Jacques Rousseau (O Contrato Social, de 1762) e Cesare Beccaria (Dos Delitos e Das Penas, de 1764). Elize Matsunaga, paranaense de 30 anos, passará um longo tempo na prisão, pois será submetida à ação penal sujeita ao procedimento do tribunal do júri, quando o Ministério Público provavelmente irá lhe imputar a prática delituosa prevista no art. 121, §2.º (homicídio qualificado – pena de reclusão de 12 a 30 anos) combinado com o art. 211 (destruição, subtração ou ocultação de cadáver – pena de reclusão de 01 a 03 anos), na forma do art. 69 (concurso material – cumulação de penas), todos do código penal, e, além disso, não terá direito a qualquer tipo de herança. A solução de conflitos cabe ao Poder Judiciário. É impossível se fazer justiça com as próprias mãos! Fontes utilizadas: “O Globo”, “Folha de S.Paulo” e “Revista Veja”

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ONLINE

PERFIL

POPULAR POR FREDERICO NOGUEIRA

FOTOS REVISTA ON

Eles não aparecem diariamente na tela da televisão e seus rostos não estampam capas de revistas ou manchetes de jornais nas bancas do país. Mesmo assim, são cheios de contatos em suas redes sociais. Seus comentários geram discussões e chamam atenção de outros internautas. Para você curtir, comentar e compartilhar, encontramos alguns dos perfis mais populares da região.

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oi por volta de 1995 que Yuri Padilha Sánchez teve seu primeiro contato com a internet e o novo mundo virtual em Três Rios. Hoje, empresário e lutador, com oi por volta de 1995ele queestá Yuri Pa31 anos edilha recorda os momentos difíceis Sánchez teve seu primeiro passados contato no iníciocom desta nova era.e o“Fico a internet novo até arrepiado. De raiva”, “A conemundo virtual brinca. em Três Rios. xão eraempresário discada e sempre tinhaele alguém em Hoje, e lutador, está com casaanos para efalar ‘sai daosinternet Yuri,difíceis quero 31 recorda momentos telefonar’.noAgora facilidade enorme, passados inícioa desta novaéera. “Fico a velocidade incrível, os preços e até arrepiado.éDe raiva”,fora brinca. “A coneplanos ajudam. E foi anunciada a 4G. xão eraque discada e sempre tinha alguém em Vou amar! Já acordo meuquero cecasa para falar ‘sai daconectando internet Yuri, lular e durmo comaele do lado”,é afirma. telefonar’. Agora facilidade enorme, seu perfil no Facebook,fora ele os tempreços pouco e aEmvelocidade é incrível, mais de 5.200 amigos. planos que ajudam. E foi anunciada a 4G. jornalista trirriense Felipe Pereira VouO amar! Já acordo conectando meu ceCurdi, 28, também tem lembranças da lular e durmo com ele do lado”, afirma. primeira vez que utilizou a rede. “Eu tiEm seu perfil no Facebook, ele tem pouco nha 14 anos. Foi quando meu pai resolveu mais de 5.200 amigos. comprar nosso primeiro computador, Ele é oenfático ao afirmar que nãonahá época considerado um objeto luxo e como viver sem a rede. “Uso de para qualcom preços muito altos”. Na busca pelas quer coisa que seja. Procurar um lugar, novidades, começoudea utilizar o comuniver a programação um teatro ou cinecador instantâneo ICQ. “O que mais me ma, notícias do Vascão, Facebook, e-mail, fascinava naquela época era poder conMSN, Skype, Orkut. Comecei usando o versare com todos meus amigos, indeICQ sou um dososúltimos sobreviventes pendentemente de suas localizações, em 20

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tempo real. Quem não se lembra do nostálgico ‘oh, ow’?”, questiona sobre o som clássico do comunicador.. Hoje, o jornalista tem pouco mais de 2.400 amigos na rede criada por ainda Mark Zudo antigo Flog Brasil. O meu existe ckerberg. Eleeainda contasnunca no Twite tem anos anos tem de fotos, tiraria ter, Orkut, LinkedIn, Tumblr do ar”. O único que oInstagram, lutador não curte é e oFlickr. “Eu“Chega as utilizo como ferramentas Twitter. de vícios, já são muitas decoisas trabalho também,todos para oosmeu entreparae,conectar dias”. tenimento”. Já com YuriAna Sánchez é enfático De acordo Luiza Mano, psicóaologa afirmar que não como viver sem a do Núcleo dehá Pesquisa da Psicologia rede. “Uso para qualquer que seja. em Informática (NPPI) dacoisa PUC-SP, a poProcurar umna lugar, a programação de pularidade vidaver virtual é, muitas vezes, um teatrodaouvida cinema, notícias do Vascão, reflexo real. “Por exemplo, se você Facebook, e-mail, MSN, Skype, Orkut. conhece uma pessoa em uma festa, quanComecei o ICQ sou um dos do chegarusando em casa vai eprocurá-la nasúltiredes mos sobreviventes Flogconstruídas Brasil. sociais”. Para ela,doasantigo relações Ooumeu ainda existe e temeletrônicos anos e anospodem de mantidas nos meios fotos, nunca tiraria do ar”. O único que o ser tão verdadeiras como as que existem lutador não curte é o Twitter. “Chega de fora deles. “Se você investe sentimento e vícios, já sãocom muitas coisas passa para conectar se importa a pessoa, a ser inditodos os dias”. ferente se ela está do seu lado ou distante”. De Luiza acordoainda com explica Ana Luiza psi-que Ana queMano, o tempo cóloga do NPPI (Núcleo de Pesquisa da uma pessoa fica conectada não é o prejudiPsicologia em Informática) da PUC-SP, cial, mas as consequências que pode gerar a napopularidade na vidapode virtual muitas vida real. “Você ficaré,conectado vezes, reflexo da vida real. Para ela, reuma ou 12 horas direto e não teasafetar. lações construídas ou mantidas nos meios Mas, se passa a atrapalhar seu trabalho, eletrônicos podem ser tão verdadeiras

YURI PADILHA SÁNCHEZ | 31 ANOS 5.200 amigos no Facebook Também possui: MSN, Orkut, Skype, Flog

ANA KAYE | 54 ANOS 4.800 amigos no Facebook Também possui MSN


ANDRÉ LUIS DE ANDRADE MATHIAS ROZA | 23 ANOS 3.200 amigos no Facebook

sua família, sua escola, deve ficar atento”. Para Viviani Corrêa Teixeira, mestre e doutoranda em sociologia política pela Universidade Federal de Santa Catarina, é essencial entendermos que, no espaço | 28 anosdo das redes sociais FELIPE virtuais,CURDI os reflexos 2.400paralelas amigos noconvivem Facebook mundo real e as vidas Também possui: Twitter, juntos e a internet Orkut, deve ser vista como um LinkedIn, Instagram, bem público da humanidade. “Deve servir Tumblr e Flickr como depositório de saberes, divulgação e compartilhamento de informações e como existem fora colaborativo. deles. “Se você umacomo formaasdequeconhecimento investe importa com a Através das sentimento redes sociaiseésepossível denunpassa a ser indiferente ela está ciarpessoa, governos corruptos, casos deseexplodo de seupopulações lado ou distante”. Ana Luiza ainda ração oprimidas; divulgar explica que o tempo que uma pessoa fica conectada não é o prejudicial, mas as consequências que pode gerar na vida real. “Você pode ficar conectado uma ou 12 horas direto e não te afetar. Mas, se passa a atrapalhar seu trabalho, sua família, sua escola, deve ficar atento”. Para Viviani Corrêa Teixeira, mestre e doutoranda em sociologia política pela Universidade Federal de Santa Catarina, é essencial entendermos que, no espaço das redes sociais virtuais, os reflexos do mundo real e as vidas paralelas convivem juntos e a internet deve ser vista como um bem público da humanidade. “Deve servir como depositório de saberes, divulgação e compartilhamento de informações e como uma forma de conhecimento colaborativo. Através das redes sociais é possível denunciar governos corruptos, casos de exploração de populações oprimidas; divulgar tecnologias alternativas e de baixo custo, descobertas científicas na área de saúde e muitas outras peculiaridades”. Yuri diz que é brincalhão no dia a dia e esta característica foi passada para a vida virtual. “Tenho o costume de postar uma piada por dia. A galera curte e comenta as coisas que posto porque sabe que, no fundo, é sempre alguma brinca-

deira. Masalternativas tenho os momentos sérios e as tecnologias e de baixo custo, postagens bombásticas, que sempre descobertas científicas na área de saúdedão e o queoutras falar”.peculiaridades. De sua lista de muitas Issoamigos, porqueele a garante conhecer maior parte. grande rede, ainda é auma mídia não“Cerca contro-de 80% eu conheço tiveEstado convívio lada [salvo em algunsmesmo, países]jápelo e no passado, apesar de não ver mais”. Já empresas privadas de comunicação”. Felipe Curdi diz que, por ser jornalista A pedagoga e jornalista Ana Kaye, mo- e trabalhar em diversos lugares e eventos, radora de Petrópolis, garante: “Amo meus os contatos cotidianos sempre chegam amigos do Facebook e deixo minha pági-às sociais. na redes bem linda para eles”. Aos 54 anos, ela Celenilde tem pouco maisMarinho de 4.800 Fagundes amigos naSouza, rede 39, não se julga popular, embora tenha social e afirma que é impossível conhecer ultrapassado a marca dos 2.100 amigos. todos, mas sabe origem de cada um. “Sou “A razão de ternotantos ter morado em a mesma pessoa mundoé real e no virtudiversas cidades para estudar”. Para a al. Quando estou feliz, todos sabem, quandofisioterapeuta e microempresária, seuSuas bom estou triste, compartilho com todos”. humor atrai novos amigos. No caso dela, postagens e o número de contatos já rena fama saiu docuriosas mundo virtual. “Já passei deram histórias e emocionantes. nas ruas de Três Rios e me pararam para “Recebi uma mensagem que dizia ‘você saber se eu era a Celenilde do Facebook, me incomoda, sua alegria me incomoda e que adoravam meusFiquei posts”.muiao dizendo mesmo tempo me contagia’. Mais jovens e moradores Comento emocionada. Tenho uma amigadeque é esdador Levy Gasparian, o músico Linyque pancada por seu companheiro e tento ajudá-la.Fernandes Outra estáVieira grávidae eaosestudante pais não Gabriela sabem. dos Santos também são populares na rede Converso todos os dias e dou conselhos”. social. Ambos com 18 anos, ele está com André Luis de Andrade Mathias Roza, 1.700 amigos e ela chegando aos 2.800 no Facebook. Linyque teve o primeiro contato com as redes sociais através do Orkut. “Precisei ser convidado por um primo para fazer parte”, recorda do antigo método. Gabriela não chegou a usar o ICQ e, assim como Linyque, começou através do Orkut. “Vejo [a internet] como uma ferramenta que foi evoluindo e se adaptando conforme nossa realidade. Virtualmente, as amizades podem ser muito mais abrangentes, não te limita a ser amiga só de quem é da sua região, pelo contrário”. Curtir, seguir, compartilhar. Os verbos passam a ter novos sentidos enquanto a rede cresce e ganha mais adeptos. “É um espaço ‘aberto’ a discussões. Algumas redes sociais lembram arenas públicas. Através destes espaços, é possível captar as várias tendências de opinião pela possibilidade de interação entre os usuários”, afirma Viviani Corrêa Teixeira. Tantos amigos e contatos virtuais, facilidades e confortos na palma das mãos, significa que o ser humano está em processo de robotização? Ana Luiza garante que não. “A relação através de meios eletrônicos não substitui, nem substituirá a interpessoal. Ela complementa, traz coisas novas, é um ‘algo a mais’”.

também de Petrópolis, é estudante de direito e está com 23 anos. Já passou dos 3.200 amigos no Facebook. “Sempre tem aquela pessoa que te conhece de vista e adiciona. Mas este número é alto porque conheço muitas pessoas. Sempre que vou a um lugar, encontro um conhecido. Já aconteceu de ir, por exemplo, para Porto Seguro e encontrar um amigo de Petrópolis”. Curtir, seguir, compartilhar. Os verbos passam a ter novos sentidos enquanto a rede cresce e ganha mais adeptos. “É um espaço ‘aberto’ a discussões. Algumas redes sociais lembram arenas públicas. Através destes espaços, é possível captar as várias tendências de opinião pela possibilidade de interação entre os usuários”, afirma Viviani Corrêa Teixeira. Tantos amigos e contatos virtuais, facilidades e confortos na palma das mãos, significa que o ser humano está em processo de robotização? Ana Luiza garante que não. “A relação através de meios eletrônicos não substitui, nem substituirá a interpessoal. Ela complementa, traz coisas novas, é um ‘algo a mais”.

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PUBLIEDITORIAL

A NATUREZA EM RITMO DE FESTA O cantinho ideal para relaxar depois de uma semana agitada ou realizar sua festa. Esta é a pedida certa para todas as idades FOTOS DIVULGAÇÃO

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az, silêncio, tranquilidade e uma boa vibração. Itens que boa parte das pessoas procura para renovar as energias. Na hora de escolher um local que reúna todas essas opções, tenha bom preço e não fique muito longe da cidade, surge a escolha perfeita. O Hotel Fazenda Vó Nina, em Afonso Arinos, engloba tudo isso e disponibiliza inúmeras atrações para os seus hóspedes. Desde 2004, o hotel proporciona aos clientes, um momento único junto à natureza. A estrutura é composta por 23 suítes, todas com frigobar e TV,

além de restaurante, quatro piscinas, área de jogos, deck mirante, praça do fogo (para os dias mais frios), vestiário com chuveiros, campo de futebol, sala de TV, lago para pesca e uma bela ilha com 78 mil metros de extensão, sem contar as diversas atividades oferecidas como charrete e animais como pôneis, mini vacas, carneiros e cabras, que são ótimos como distração para adultos e crianças. A prainha, formada pela margem do rio Paraibuna torna o local, que ainda tem um lindo lago, ímpar. O local é ideal para quem quer fugir

da agitação dos grandes centros, do barulho e da vida corrida. A vantagem é a proximidade com cidades como Três Rios, Petrópolis, Juiz de Fora e Levy Gasparian. A estrada que leva ao hotel é asfaltada e de fácil acesso. Para a gerente geral Catharina Sartori, o objetivo é que os hóspedes saiam do hotel mais leves e com energias renovadas. “Eles vem para cá em busca de descanso e aproveitam a área de jogos, as trilhas, pesca, entre outras opções que proporcionam o lazer junto à calmaria”, revela. A hospedagem por casal custa R$ 215


PRAINHA Nos arredores é possível encontrar lugares para curtir a natureza e descansar

O local também é ideal para quem quer fugir da agitação dos grandes centros com pensão completa, o que inclui café, almoço e lanche da tarde. Para quem não quer se hospedar, mas apenas curtir um dia de descanso há a opção “day use”. Por R$ 50, o cliente tem a oportunidade de aproveitar um dia, das 8h às

LOCAÇÃO O hotel fazenda pode ser alugado para festas e casamentos

17h, com direito a café da manhã e almoço. O farto café conta com leite, chá, geleias, pães de sal, três tipos de bolo, canjica, frutas, queijo, presunto, pão de queijo, pastel de queijo minas, pastinhas, biscoitos e banana caramelada. Já o almoço é self service com comida mineira. Quem conhece os serviços se mantém fiel e volta sempre, como é o caso da Andréa Álvares Bispo, 40. Da capital fluminense, ela conta que conheceu o hotel fazenda por acaso em um dia que estava com o marido e a filha em direção a Minas Gerais. No caminho, pediu in-

formação sobre local para se hospedar, recebeu duas indicações e optou pelo Vó Nina. “Para começar, o atendimento é excelente. Já fomos umas cinco vezes e só não vamos mais por falta de tempo. Levei diversos amigos que também se apaixonaram. É um lugar muito bonito. Nós caminhamos, jogamos sinuca, batemos papo. Mesmo dormindo tarde dá para descansar e relaxar. É um ambiente muito tranquilo, família. Eu, particularmente, me sinto em casa”, confessa. Priscila Soares da Cunha conheceu o hotel através da indicação de amigos.

DISTRAÇÃO Nos dias quentes a piscina é a melhor opção


PUBLIEDITORIAL

BATE PAPO Para conversar ou ler um livro é possível curtir o deck

Ponte de Paraibuna Divisa MG/RJ

Pedágio

Belo Horizonte - 285 Km

Cidades

BR - 040

Juiz de Fora - 45 Km

Simão Pereira Paraibuna Afonso Arinos Km 7

RJ - 151

Valença 60 Km

Hotel Fazenda Vó Nina

Mont Serrat

Levy Gasparian - Km 8 BR - 040

Latitude S 22 17 52.2 - Longitude W 22 17 52.2

DIVERSÃO O hotel fazenda conta com sala de jogos para distração dos hóspedes

Três Rios - Km 22

Rio de Janeiro - 135 Km

ATENDIMENTO O serviço prestado pelos funcionários é de excelente qualidade

O que a levou a se interessar pelo local foi a natureza e a comida caseira. “O atendimento é maravilhoso, fiquei muito à vontade, pude desfrutar da tranquilidade do lugar, me senti em casa. Foram quatro dias de muito descanso”, destaca. Apesar do clima calmo, o espaço também pode ser adaptado para festas de casamento ou aniversários. “Nós alugamos para diversos eventos, como confraternizações de empresas, encontros de família, aniversários de 15 anos, entre outros. É um lugar amplo com muito espaço e muito bonito. Temos um salão grande, onde cabem, em média, 300 pessoas”, garante Catharina. Em setembro, já está prevista uma famosa festa de música eletrônica na agenda. Segundo o empresário Jonas Ribeiro, 34, a escolha do local foi devido a inúmeras qualidades. “Baseamos-nos na localização, pois é perto dos lugares que consideramos importantes. Além disso, é um espaço maravilhoso que dispõe de natureza e tem todas as características estruturais para atender um evento como este, para mais de 5.000 pessoas”, explica. Seja para uma festa ou simplesmente um fim de semana bem relaxante, o Hotel Fazenda Vó Nina é o ambiente ideal para curtir uma boa sombra e água fresca. Hotel Fazenda Vó Nina Estrada RJ 151, km 07 Afonso Arinos – Levy Gasparian/RJ Tel.: (24) 2254-1638 hotelfazendavonina@gmail.com www.hotelvonina.com.br


CULTURA

ABENÇOADOS

PELA CONDESSA POR FREDERICO NOGUEIRA

FOTOS REVISTA ON

Grande parte da população de Três Rios tem contato diariamente com o título da Condessa do Rio Novo. Afinal, assim é chamada a principal avenida do centro do município, além de dar nome a alguns estabelecimentos comerciais e a um colégio. Após 130 anos de seu falecimento, ela continua presente no cotidiano da cidade. Mas, você sabe quem foi esta mulher?

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ntes de contar sua história e importância para Três Rios, cabe entender e conhecer os títulos de nobreza. Quem explica é Maurício Vicente Ferreira Júnior, historiador e diretor do Museu Imperial. “Eles eram identificados como mercês honoríficas e, portanto, eram concessões conferidas pelo imperador a alguém que se destacasse por uma razão em especial, como a defesa do país, a ajuda aos necessitados, serviços prestados à sociedade, etc. Assim, a concessão de um título nobiliárquico era o reconhecimento de um ato considerado grandioso”. Sobre a ordem hierárquica dos títulos, ele explica que, em escala ascendente, fica da seguinte forma: barão, visconde, conde, marquês e duque. Anotado isto, chega a hora de conhecer a Condessa do Rio Novo. Mariana Claudina Pereira de Carvalho nasceu

Ela deu alforria aos escravos e condições para sobrevivência fora da fazenda antes da lei Áurea entre junho de 1816 e junho de 1817 e é filha do casal Antonio Barroso Pereira e Claudina Venância de Jesus, os Barões de Entre Rios, e irmã do Visconde de Entre Rios, que tem o mesmo nome do pai. Segundo o livro “Aprendendo nossa terra”, da professora e pesquisadora Ezilma Teixeira, o Barão recebeu este título por serviços prestados. “Ele recebeu do governo português a sesmaria onde fundou cinco fazendas, entre elas a Fazenda Cantagalo, que deu origem à nossa cidade”, diz o texto. Sua esposa,

a Baronesa, foi quem mandou construir a Capela Nossa Senhora da Piedade. “Conta a história, que ela dava abrigo aos escravos maltratados por fazendeiros vizinhos”, continua o livro didático. Mariana cresceu e viveu até o casamento com o primo, José Antonio Barroso de Carvalho, nestas terras. “O presente de núpcias que o pai da noiva ofereceu ao casal foi a Fazenda Boa União, fundada a partir do desmembramento de parte das imensas propriedades que possuía”, conta a pesquisadora Cinara Jorge em seu livro “Pioneiros dos três rios – A Condessa do Rio Novo e sua gente”. Lançado no início do mês de junho, o livro, que contou com o apoio de Regina Cascão, teóloga, também pesquisadora e presidente do Colégio Brasileiro de Genealogia, tem o objetivo de apresentar, com detalhes, o material encontrado durante os sete anos de pesquisas. “Sentia que derevistaon.com.br

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CULTURA

PRESENÇA NO COTIDIANO Um cruzamento no centro da cidade ainda permite o encontro do casal. Assim como, em outra esquina, o pai da Condessa encontra seu genro

conteúdo da urna realmente pertencesse à Condessa. “Que cada um interprete à sua maneira”, finaliza a autora. Quando se completavam cinco anos do falecimento, houve o segundo sepultamento, na Capela Nossa Senhora da Piedade. Lá, em sua parte interna, também estão os restos mortais de seus pais e outros familiares, exceto de seu esposo, o Visconde do Rio Novo, embora fosse sua vontade, que está sepultado no bairro do Catumbi, no Rio de Janeiro, como informa Cinara. Capela Nossa Senhora da Piedade

via um trabalho deste para minha terra e é importante que as pessoas passem a valorizar uma mulher que, no século 19, tão rica e influente, tendo recebido o imperador em sua residência, teve o desprendimento de entregar a melhor fazenda para os escravos”, conta Cinara, sobre a decisão pela alforria dos escravos, dando a cada um deles um lote de terra e fundando uma colônia agrícola. O secretário de Cultura e Turismo do município, Marcos Pinho, concorda que ela foi visionária ao mostrar este desejo antes da lei Áurea e de forma ainda mais marcante. “Naquela época, quando era dada esta liberdade, era como se um funcionário fosse mandado embora hoje sem direito a nada e, com isso, os escravos se viam obrigados a voltar para aquele regime. Mas com a Condessa foi diferente”, completa. O feito de Mariana Claudina, ao tornar-se condessa, é considerado raro. De acordo com Maurício Ferreira, há uma explicação para a raridade. “Ela recebeu o referido título quando viúva. Ou seja, os dois primeiros títulos foram recebidos em função do status de esposa de José Antonio Barroso de Carvalho, barão por decreto de 9 de julho de 1856 e visconde com grandeza por decreto de 27 de março de 1867, mas o terceiro, o de condessa (decreto de 16 de outubro de 1880), foi dela exclusivamente”. Uma curiosidade sobre os títulos de Mariana está no livro de Ezilma Teixeira, onde a autora conta que já estava sendo preparado, no Paço Imperial (usado como casa de despachos dos imperadores), um decreto para elevar a titulação da Con30

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dessa para Marquesa quando ela faleceu. Durante as pesquisas, Cinara Jorge conseguiu a vinda do atestado de óbito de Londres, onde a Condessa faleceu. Ela destrinchou o testamento e, nessa análise, observou que nem todos os desejos foram cumpridos. “No documento confirma-se o dia 5 de junho de 1882 para o falecimento, mas estranhamente foi registrado o nome de solteira, Mariana Barroso Pereira. Nele temos consignados a idade de 66 anos; a informação de viúva do Conde (sic) do Rio Novo, Condessa do Rio Novo; a causa da morte: tumor ovariano há 5 anos, ovariotomia, exaustão”, entre outras informações. Além disso, a pesquisadora encontrou outro fato curioso. Comentavam, na época, sobre a maneira como ela ficou enterrada na Inglaterra. A urna chegou ao Brasil após três anos de seu falecimento e, quando abriram o túmulo, só havia um esqueleto, sem cabelos e sem dentes, havendo, por isso, a desconfiança de que o

CAPELA Localizada no bairro Cantagalo, é o local onde estão os restos mortais da nobre família

Tombada pelo Inepac (Instituto Estadual do Patrimônio Cultural), a capela foi construída em 1864 e sua administração ficou a cargo da Casa de Caridade de Paraíba do Sul, como desejo da Condessa, que determinou à entidade a fundação de asilos ou espaços para crianças desamparadas. Agora, um novo projeto pretende dar o devido reconhecimento de sua importância para a cultura da região. Marcos Pinho diz que sempre sonhou vê-la aberta para visitação, mas, até chegar ao cargo que ocupa atualmente, não entendia as dificuldades da concretização. “Embora a história seja

A área da Capela Nossa Senhora da Piedade será transformada no Paço da Condessa

HOMENAGEM O busto da Condessa dá boas vindas aos visitantes da capela


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PIONEIROS DOS TRÊS RIOS As pesquisadoras Cinara Jorge e Regina Cascão com a obra recém lançada

pública, a capela é um patrimônio privado. Como gestor, entendi a dificuldade de captação de dinheiro público para recuperar um bem privado”. Para viabilizar, entrou em contato com a Casa de Caridade. “Eles têm obras assistenciais para manter e, com isso, passando por dificuldades, não conseguiam manter, também, a capela”, ressalta. Por isso, foi iniciada a negociação de uma parceria com o poder públi-

co trirriense. A assinatura do termo foi feita no dia 6 de julho, com as presenças do secretário, do prefeito de Três Rios, do provedor da Irmandade Nossa Senhora da Piedade, José Luiz Fernandes Ribeiro, membros da diretoria, o líder comunitário Jorge Nunes e o padre Leszek, pároco da Matriz de São Sebastião. A partir deste momento, o município passa a ter obrigações de manutenção. Marcos chegou a se emocionar ao tocar no assunto. “Temos muito a agradecer à Casa de Caridade, porque não houve nenhuma resistência, muito pelo contrário. Houve uma disponibilidade imensa deles, porque sabem que podemos captar recursos para manter a capela da forma que merece. Isso me deixou muito feliz. Quando cheguei à secretaria, ninguém tocava no assunto, como se a Casa não quisesse ajudar, mas fui recebido muito bem”. Com a assinatura, ele garante que haverá reforma emergencial, com pintura, colocação de câmeras de segurança, limpeza, iluminação e abertura para visita-

ção. Em 2013, a área será transformada no Paço Cultural da Condessa, um projeto que permitirá à população e aos turistas conhecerem de perto a história desta mulher. Estão previstos um museu, área de estacionamento, o centro administrativo paroquial, um espaço para eventos culturais e uma área de gastronomia, com restaurantes e venda de souvenirs. “Esperamos, ainda, fazer um espetáculo de som e luz permanente, com a história da Condessa ou da cidade, transformando, de fato, em um ponto turístico”, finaliza. A história e a importância da Condessa são ainda maiores que estas páginas. Por isso, ficam as sugestões dos livros apresentados no texto. Coincidência ou não, já reparou que a nobreza trirriense continua unida? A avenida Condessa do Rio Novo tem um trecho paralelo à rua Barão de Entre Rios e um dos elos é a praça Visconde do Rio Novo. Se Jorge Ben conhecesse essa história, diria que, além de bonita por natureza, a cidade é abençoada por Deus e, também, pela Condessa. Mas que beleza!

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CULTURA

RESPEITÁVEL TEATRO! POR FREDERICO NOGUEIRA

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Ao xará Federico García Lorca, poeta e dramaturgo espanhol, é atribuída a frase “o teatro é a poesia que sai do livro e se faz humana”. Sabemos o que é teatro, o que é poesia e o que é um livro. Mas quem são os humanos que estão em palcos e coxias trirrienses mantendo iluminada uma das formas artísticas mais primitivas da civilização?

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ntes que a televisão chegasse, o Grupo de Amadores Teatrais Viriato Corrêa (GATVC) já estava em Três Rios. Antônio Carlos Cipriano, atual presidente do grupo, atenta para um fato. “Nós que nascemos com o teatro já na cidade, algumas vezes não temos noção do significado disso. Muitas cidades de médio e grande porte não têm um como o nosso”. O Teatro Celso Peçanha é de propriedade do GATVC e tombado como Patrimônio Histórico do município. A produção local já teve altos e baixos em diferentes épocas. Agora, o momento é de crescimento. Cipriano é professor de história. Quando junta o que ensina em salas de aula ao GATVC, encontra um porquê para o sucesso das produções trirrienses no passado. “Quando o prédio do teatro foi inaugurado, o Rio de Janeiro ainda estava em alta, era a capital do país pouco tempo antes. A iniciativa de ter um local deste nível no interior e próximo à então capital, foi interessante. Era uma ideia brilhante e uma possibilidade também brilhante. Os arquivos do grupo mostram que, quando havia uma peça em cartaz, no rodapé da programação já havia o anúncio do próximo espetáculo”. Rodrigo Portella é graduado em di34

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reção teatral pela UNIRIO. Começou a relação com a arte ainda na escola e, pouco tempo depois, ingressou em cursos no Celso Peçanha, quando teve aulas com amadores, como Jussara Lima, no início da década de 1990. Ele conta que, neste período, o palco também era disputado. “A pauta do teatro era dividida em quinzenas. Cada diretor pegava uma e produzia um espetáculo. Eram nomes como Amauri Rodrigues, Paulo Guedes, Manoel Alves, Cipriano, a Terezinha e o Gute, além de alguns convidados de fora. Havia muito mais investimentos e as pessoas tinham mais tempo para captar recursos”. Ele elogia a estrutura que a

GATVC Cipriano relembra que, no passado, a pauta do teatro estava sempre cheia

cidade tem para a produção da arte. “Depois da reforma, melhorou muito. Já andei por todos os cantos e posso dizer que é um dos melhores do interior do Rio de Janeiro, em equipamentos, espaço e manutenção”, diz Rodrigo. Também integrante da diretoria do grupo de amadores, Maria Elisa Amorim sempre gostou da arte e frequentava o Celso Peçanha. “Já o vi muito cheio. Lembro da ‘Ópera do Malandro’ e ‘A Força do Perdão’, que lotaram durante semanas”. Ela começou a produzir através de uma peça na escola do filho, no fim da década de 90. “Homenageamos Maria Clara Machado com um elenco de 50 pessoas. Se cada um vendesse 10 ingressos, a lotação do teatro estava garantida. Após nos desligarmos da escola, formamos o G.R.I.T.E. (Grupo Realmente Insistente de Teatro Experimental)”, conta. Ela divide a direção do grupo com Denise Maia e, mesmo com as dificuldades, fazem, no mínimo, três eventos por ano. “Hoje é muito difícil fazer teatro. Pessoas que podem patrocinar preferem investir em outros eventos. No nosso grupo, nós fazemos figurinos e cenários, o que torna mais viável. Ainda não descobri a mágica para trazer o público. Fizemos, no ano passado, a peça ‘Zuzu’. Divulgamos de


todas as formas possíveis e, em nenhuma das quatro apresentações, enchemos os 324 lugares da casa. Se falar que tem o primo da avó da tia de alguém que trabalha na televisão, o teatro enche”. Cipriano também vê a dificuldade de levar um número maior de pessoas ao teatro que, diferente de outras manifestações artísticas, como cinema e música, não vai ao encontro de quem quer assistir. “Costumo dizer que o teatro é elitizado em qualquer canto do país. As pessoas não estão prontas para ir, temos que formar um público. A televisão é o veículo que chega mais facilmente à massa. Então, a pessoa já tem uma variedade de produções em casa para assistir. Ela precisa de uma boa razão para sair e ir ao teatro”. Novos projetos estão sendo criados e

G.R.I.T.E. O grupo dirigido por Denise Maia e Maria Elisa faz, no mínimo, três apresentações por ano

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INTERCÂMBIO Rodrigo Portella ressalta a importância de conhecer outras companhias teatrais

o público volta a responder. “Quando comecei, as pessoas iam ao teatro para ver os amigos, mas isso está mudando. Claro que esse ainda é um dos motivos, mas vejo que, como aconteceu no Multifestival de Teatro Off Rio, no ano passado, a população começa a buscar boas histórias, boas produções, até com atores que eles não conhecem”, diz Rodrigo. Hoje, ele é coordenador do Ponto de Cultura Teatro Aberto, que conta com 80 alunos. Como a maior parte destes são jovens, não viveram o grande momento teatral na cidade. Então, por que mostram interesse pela arte? “Penso que venha, em parte, da influência da televisão. E acho, também, que a projeção da vida na ficção atrai as pessoas. O teatro permite romper limites sociais estabelecidos”. O Multifestival acontece pela segunda vez este ano. Marcos Pinho, secretário de Cultura do município, diz que o evento funciona como vitrine. “Com o festival, queremos permitir que qualquer pessoa tenha acesso ao teatro e às produções culturais. Uma pessoa vê um espetáculo e, se gostar, passará a pagar por outros”, comenta. Para melhorar a qualidade das produções locais, Rodrigo cita algumas ações a serem feitas. “Investir no intercâmbio de companhias e em cursos é necessário. O resultado aparecerá, mas leva algum tempo”. Maria Elisa ressalta a impor-

NOVA GERAÇÃO Luan Vieira não viveu o auge do teatro em Três Rios, mas pretende ver a produção novamente em alta

tância da arte para uma sociedade. “A população precisa conhecer a cultura dela. Temos pessoas que atuam muito bem aqui. Temos crianças maravilhosas fazendo peças e não ficam a dever nada para os que estão na televisão”. Cipriano une as manifestações artísticas do município, citando teatro, música, dança, cinema e chega a uma conclusão. “Três Rios é um celeiro de produções culturais”. Para Elisa, “a magia do teatro está no contato direto com o público. Quando as cortinas são abertas, tudo pode acontecer. Cada arte tem o seu valor, mas cinema e televisão não permitem isso”. Da nova geração de atores, Luan Vieira, de 20 anos, faz parte do Teatro Aberto. “Como calouro no mundo teatral, sinto falta de mais espetáculos de boa qualidade na cidade em que eu esteja sentado para assistir. Digo isso porque acho que a maior oferta, hoje, vem dos alunos dos cursos disponíveis”, argumenta. Ele conta que vê,atualmente, uma fase de crescimento, impulsionado, inclusive, pelo Multifestival. “Ouço os veteranos contando histórias sobre o teatro de Três Rios, a força que tinha. Escuto com atenção, calado por não ter participado. Agora eu sinto que estou fazendo parte dessa nova onda na cidade. Acho que a maré ainda está mansa e a onda está pequena, mas entendo que é só o começo. A ressaca está por vir”, finaliza. Aos respeitáveis artistas de ontem, de hoje e aos que ainda surgirão, aos humanos que, com sensibilidade e sabedoria, se fazem poetas em personagens com o poder de emocionar, mérde! revistaon.com.br

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NEGÓCIO

COMÉRCIO MOLECULAR POR ALINE RICKLY

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Criar, cuidar, manter e vender: este é o lema dos criadores de plantão. Em Areal, 22 alqueires de terras abrigam 20 cavalos árabes e mais de 50 gados brahman. Após a extinção da criação dos equinos eles passaram a ser utilizados para cavalgadas. Já o gado é comercializado tanto com criadores locais quanto do norte e o centro-oeste do país.

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dois quilômetros da rodovia, seguindo em uma estrada de chão, encontra-se um paraíso, repleto de verde, flores e árvores colorindo o espaço e, o mais curioso, a criação de gados e cavalos. Um ambiente em que a flora e a fauna se encontram em harmonia. Este sonho surgiu há 32 anos, quando a família Monteiro de Carvalho optou por adquirir a Fazenda Kilombo. O objetivo princi38

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pal era ter um lugar onde pudessem ter contato com os animais e curtir a natureza. Quando chegaram era apenas uma pequena granja, não existiam árvores e nenhuma benfeitoria. Começaram então a criação de cavalos árabes, atualmente extinta. Ainda há por lá 20 equinos que servem para que os visitantes com experiência possam cavalgar. A reprodução de gado brahman começou partindo de um interesse no mercado.

Eva Monteiro de Carvalho é a responsável pela fazenda nos últimos anos. A bióloga conta que tudo foi construído aos poucos. “Na Kilombo, tudo foi pensado e planejado com carinho e atenção. Nos primeiros anos da década de 90 foi construída a clínica de reabilitação e reprodução equina que posteriormente se transformou no frigorífico pescador de San Pietro. A propriedade é um ambiente muito eclético e considero que o im-


FAZENDA A criação de cavalos árabes foi extinta

“Doze funcionários cuidam dos animais e da fazenda” portante é não parar nunca. Sempre nos reinventamos e, foi pensando assim que surgiu a oportunidade da seleção genética do gado brahman. Eu e meu pai adoramos tudo que envolve inovação, pioneirismo e tecnologia, assim nos atraímos pela rusticidade do gado e o potencial de carne desta raça. Começamos com a seleção por marcadores moleculares”, diz. A seleção assistida por marcadores moleculares, citada por Eva, tem como objetivo, eleger animais de genótipo superior, através da relação existente entre os marcadores com os genes de efeito favorável em características de interesse econômico. Ela acredita que este seja um projeto muito pontual e inovador. “Estamos com essa técnica há quatro anos. O gado brahman é industrial, foi constituído a partir da mistura de 14 raças. É muito forte e fornece carne de qualidade. Vendemos muito para o centro-oeste, agora mesmo estamos mandando 15 tourinhos para lá. A vantagem da nossa criação é que eles se adaptam bem em outros luga-

res, pois são gados de campo”, informa. Na propriedade existem 28 cavalos, entre árabes, pôneis, de salto, mestiços e 50 gados brahman. Sérgio Delgado administra a fazenda há 11 anos e diz que os cavalos árabes antigamente traziam muita visibilidade, hoje, nem tanto, portanto encerraram a reprodução. No total, 12 funcionários cuidam diariamente dos animais e de todo o espaço. “Aqui temos a sede, sete lagos, uma pequena mata nativa e dois pavilhões de cocheiras. Já chegamos a ter 200 gados e cerca de 100 cavalos. Já abrigamos centro de treinamento, mas agora produzimos feno para venda e qualquer pessoa pode visitar a Kilombo. Nos lagos há tilápias, lontras e vemos muitas capivaras por aqui”, afirma.

Veterinário da fazenda há 15 anos, Paulo Celso Pires da Silva, lembra que a Kilombo já teve um dos melhores cavalos árabes do país, vindo dos Estados Unidos. “A criação sempre foi pequena, mas de alta qualidade. Os animais sempre foram alimentados com capins americanos desenvolvidos para equinos e também com alfafa fresca, além da ração concentrada. Esta raça árabe vive em torno de 25 anos e são agraciados pela alta resistência, podendo ser utilizados para corridas de longa distância além de esbanjarem uma beleza extraordinária”, avalia Paulo. Quanto às necessidades que englobam uma criação de animais, o veterinário destaca alguns itens. “A alimentação é o principal e mais importante. Na propriedade, tanto os cavalos quanto o gado são alimentados com capins acima de 15% de proteínas. Outros pontos são o manejo, a sanidade e por último o potencial genético”, destaca. A respeito do brahman, Paulo explica que no Brasil esta criação é recente e que dá certo. “Há uma grande procura desta raça porque eles são resistentes e a carne é de ótima qualidade. Na Kilombo há a técnica de melhoramento genético, que proporciona uma carne macia”, explica. Segundo o veterinário, quando o animal é novo, é coletado o DNA e feito um exame para encontrar os genes que identificam a carne boa. Esta carne é a que tem a gordu-

EQUINOS Os cavalos árabes são indicados para corridas de longa distância pois possuem alta resistência

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NEGÓCIO

ra entranhada entre as fibras musculares e isso confere a maciez e qualidade que se busca em uma carne de mesa. Paulo acrescenta que o gado brahman tem como características primordiais o fato de serem bonitos, fortes e bons produtores. O administrador relata que o gado é vacinado contra a aftosa duas vezes ao ano. Contra a raiva (no gado a partir de dois meses de idade) e contra o carbúnculo - doença causada pela bactéria Bacillus anthracis -, três vezes no mesmo período. Além dessas, são aplicadas defesas contra brucelose, leptospirose, IBR – Rinotraqueíte Infecciosa Bovina, BVD – Diarréia Viral Bovina - e o vermífugo a cada dois meses alterando o princípio ativo. Já os cavalos recebem a vacina contra a Influenza e também são vermifugados a cada 60 dias. Sérgio ressalta que 80% do gado come braquiária. No inverno, recebem complementação de silagem de sorgo (planta originária do continente africano), napier (capim nativo que serve como complemento a outros alimentos, como ração) e sal proteinado para compensar a perda de nutrientes do capim durante a seca. Os 20% restantes – que são as vacas prenhas ou em lactação (amamentando) – recebem suplemento na proporção de 15% de alimento concentrado e 85% de volumoso por dia. “Um único gado consome 50 kg de alimento por dia”, destaca. Os cavalos árabes comem capim de alto valor nutritivo que variam entre 12% a 20% de proteína bruta, dependendo da adubação e da época do ano. Também

ALIMENTAÇÃO Os filhotes bebem leite materno até os dois meses e depois começam a se alimentar de capim e sal mineral 40

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QUANTIDADE A Kilombo está investindo nos marcadores moleculares que garantem a maciez da carne

recebem a suplementação de manutenção na quantidade de 1% do peso vivo por dia como explica o administrador. Outra administradora da fazenda, Daniele Pinho, 25, além de resolver assuntos relacionados ao local, acompanha os serviços de vacinação, marcação e pesagem dos animais. “Tenho que anotar para fazer as planilhas depois”, comenta. A jovem acha o trabalho bem interessante, pois acaba aprendendo um pouco mais sobre os animais. “O brahman é muito bom de lidar, é manso. Quando nasce o filhote, acompanhamos de perto, mas sempre mantendo cautela por causa da vaca. Temos que observar principalmente se o bezerro ou a novilha vão dar a primeira mamada que é muito importante, quando isso não acontece, com cuidado movemos a vaca e o filhote para o curral numa tentativa de ajudá-lo a mamar”, conta. Em relação aos cavalos ela diz que eles requerem mais cuidado, pois alguns são mais bravos. A comercialização do gado brahman é lucrativa, como explica Sérgio. “Nós vendemos as reprodutoras e os tourinhos. O tourinho pode valer de R$ 5.000 a R$ 6.000 enquanto uma reprodutora varia de R$5.000 a R$10 mil”, comenta. O peso ideal dos tourinhos a partir de dois anos de idade é de 500 a 600 kg. “Os compradores do tourinho são geralmente produtores locais e da região norte e centro-oeste. As fêmeas são adquiridas por sócios criadores da ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu)”, acrescenta Sérgio.

VISÃO GERAL Uma parte da fazenda possui mata nativa

Os cavalos árabes são montados pelos funcionários da fazenda e por amigos com experiência. “Apesar de dócil, esta raça é muito explosiva quando montada”, explica Sérgio. Tanto Eva quanto seus irmãos aproveitam a Kilombo nos finais de semana. “É lá na fazenda que nos encontramos. Juntamos a família, os sobrinhos para aproveitar o espaço e conviver uns com os outros. Quando eu chego lá, tenho a sensação de estar chegando ao melhor lugar do mundo. É uma alegria enorme. Tenho um carinho e um amor muito grande, pois acompanhei o crescimento da fazenda até se tornar o que é. Quando chego, a primeira coisa que faço é ir até a piscina, um dos pontos mais altos, e olhar a fazenda por inteira. Assim consigo ter uma visão geral de como estão os piquetes e os pastos. É um local em que tudo me encanta. O ambiente em si é acolhedor, todo mundo se sente bem”, exalta Eva.


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EMPREENDEDORISMO

DOCE

EMPREENDIMENTO POR ALINE RICKLY

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Quem nunca pegou um resfriado e tomou mel para melhorar? Com propriedades terapêuticas, pode ser encontrado em qualquer lugar como mercado, padaria e em lojas específicas. O que poucos sabem é a respeito do processo de fabricação e os cuidados exigidos durante a produção.

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e acordo com o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o Estado do Rio de Janeiro produziu em 2010, 351 toneladas de mel. Para entender como funciona a fabricação deste produto, é preciso ir a fundo e saber como acontece a criação das abelhas. No Brasil, a mistura de raças dos artrópodes resultou na espécie denominada “africanizada”. Elas vivem em colmeias, que reúnem de 100 a 150 mil insetos. Dentre eles, uma rainha, até 200 zangões e o restante de operárias. Quem opta pela apicultura fixa, produz em torno de 16 quilos de mel por caixa ao ano e os que preferem a migratória - quando mudam os enxames de local - conseguem cerca de 40 quilos ou mais por colmeia no mesmo período. O apicultor e zootecnista Miguel Fernando de Almeida, 54, se dedica à atividade há mais de 30 anos. Atualmente, ele tem caixas na Posse (5º distrito de Petrópolis) e em Três Rios. No total são 100 colmeias que resultam mais de 6 milhões de abelhas. Miguel tem se aperfeiçoado nos últimos anos na prática da atividade orgânica e migratória. “Nada de querosene, gasolina ou produtos tóxicos. A apicultura orgânica exige, no mínimo, três quilômetros de distância de um centro urbano, cinco quilômetros de um lixão e não é permitido o uso de óleo queimado, antibióticos, telhas de amianto, entre outros”, alerta.

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Os alveários ou colmeias ficam em caixas que permitem as abelhas voarem para capturarem o néctar das flores e voltarem para depositar o material – também construídos por elas a partir de cera e pólen. Nos favos, o néctar perde grande parte da sua água e se transforma em mel. Os tipos, com cores e sabores diferentes, são dados, segundo o biólogo Alexandre Coletto da Silva, de acordo com a flora onde as abelhas coletam o néctar. “Os insetos procuram as flores para obter fontes de açúcares, proteínas e vitaminas e, por isso, colhem o pólen e o néctar”, destaca Alexandre. O presidente da Faerj (Federação das Associações de Apicultores do Estado do Rio de Janeiro), Nelson Victor de Oliveira Filho, explica como acontece a fabricação de alimentos dentro das caixas. “Quando os favos ficam cheios e maduros são retirados e levados para centrifugar, quando é coletado o material. Após este processo, o produto é guardado em tambores de aço inox entre três e quatro dias e depois seguem para os recipientes”, conta. Relindes Fonseca, 57, é guia de turismo, mas se dedica à apicultura por hobbie. “Há 22 anos estava no País de Gales, Reino Unido, quando surgiu a possibilidade de fazer o curso e eu me interessei. Quando voltei para o Brasil busquei me especializar na atividade aqui no país, que requer cuidados diferentes, devido ao clima”. Relindes


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EMPREENDEDORISMO

recorda que em seu sítio no Brejal, em Petrópolis, já chegou a ter 40 colmeias, mas atualmente só possui quatro. “Aqui fazemos quatro colheitas por ano, uma a cada estação. Por caixa, retiramos cerca de 20 quilos que servem para o consumo da casa. Aqui tudo é de mel, pão, geleia, entre outros. O excedente vendo para os meus amigos”, explica. Sobre o processo de produção que acontece em sua propriedade, ela revela o passo a passo. “Quando o mel está pronto, retiro os quadros e os coloco na centrífuga, que extrai o produto. Depois ele passa por uma peneira e cai em um recipiente grande. A partir de então, coloco uma proteção na superfície e deixo decantar por dois dias. Posteriormente, ele é armazenado em recipientes de vidro ou plástico transparente”, diz. Roseli Garcia de Melo é vendedora de uma loja em Três Rios e garante comercializar muito o produto. “Tem gente que faz uso diário, consome no café da manhã e tem as pessoas que só procuram por causa dos resfriados”, comenta. Atualmente, os apicultores da região se deparam com a constante perda de suas criações. Miguel explica que boa parte dos insetos morrem por conta das pragas, formigas, ácaros e outros fatores que muitas vezes não são identificados. “Tenho registrado uma perda de 30% a 40% das colmeias por ano. Tem 28 tipos de viroses no mundo e aqui no Brasil temos algumas que não conhecemos”, relata. O apicultor começou a fazer um monitoramento das suas caixas para controlar o índice de perda.

APICULTURA ORGÂNICA Serragem usada no fumigador é uma medida orgânica 44

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CUIDADOS Para o manejo é indispensável que o apicultor se proteja com macacão, luvas e bota

PRODUÇÃO As abelhas produzem os favos onde armazenam o mel

O tipo de mel, cor e sabores variam de acordo com a flora onde as abelhas colhem o néctar De acordo com Nelson, o Censo 2006 avaliou 22 apicultores em Petrópolis e registrou 86% de perda. Dezoito apiários em Três Rios tiveram 89% de perda. Mas, ainda assim, acredita que tanto em Petrópolis quanto em Três Rios existe potencial para crescer e melhorar a quantidade de mel e própolis coletado. Além disso, o presidente acha que um bom treinamento de manejo, incentivo para compras de caixas, cera e colmeias novas para substituir os equipamentos inadequados podem reduzir em 50% esses números e, ainda, aumentar a produção em mais de 20% no estado, o que significaria um adicional de mel em torno de 90 mil quilos. “A apicultura está organizada na busca de capacitação, extensão e financiamento, pois só dessa forma será possível afastar o fantasma das abelhas que já colocou a ONU – Organização das Nações Unidas - e outros órgãos em alerta”, explica. Miguel acrescenta que, ultimamente, a apicultura é mais usada como uma atividade secundária ou terciária. “Eu não vivo dessa cultura, sobrevivo”, diz. O apicultor vende os produtos em Petrópolis, Areal e no Rio de Janeiro. “Tenho um custo em torno de R$ 3 por quilo do

FABRICAÇÃO Uma caixa de abelha produz cerca de 40 quilos de mel por ano

mel, que é vendido a R$ 12 no varejo e já embalado. Quem compra um balde com 30 quilos paga em média R$ 8 ”, afirma. Para lidar com este tipo de criação são necessários alguns cuidados específicos referentes ao manejo. Macacão, luvas, bota e um fumigador são indispensáveis. O fumigador faz com que as abelhas fiquem com medo de um incêndio e encham o papo de mel, com isso elas ficam mansas, pois não querem arriscar a perda do produto. Já as roupas protegem o apicultor de um possível ataque. Os artrópodes produzem também pólen (a parte proteica da alimentação da abelha, rico em minerais e vitaminas), propólis (usado para soldar os favos na colmeia e considerado um antibiótico natural) e a geléia real (usada para alimentar a rainha, além de ser um alimento concentrado, eficaz para o crescimento, a longevidade e a reprodução humana). Segundo o otorrinolaringologista


Rafael Padilha, o mel e o própolis têm, comprovadamente, propriedades anti-inflamatórias, anestésicas e antissépticas, o que leva a sua utilização em larga escala pela população. Mas Rafael chama a atenção para a automedicação. “Os pacientes devem estar atentos para o fato de que, no caso da persistência dos sintomas, um médico deverá sempre ser consultado, pois o uso deste alimento não substitui o uso de medicações específicas como anti-inflamatórios não hormonais e antibióticos. É importante frisar, também, que o uso de qualquer produto não regulamentado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), pode acarretar problemas como alergia”, ressalta. Meliponicultura

A meliponicultura consiste na criação racional de abelhas sem ferrão. Alexandre esclarece que tem sido registrado um aumento promissor desta atividade no país nos últimos anos. “Esse crescimento, em parte, é atribuído aos

PRODUTO Além do mel, é produzido pólen, rico em vitaminas

QUANTIDADE Uma caixa pode ter até 150 mil abelhas

esforços dos centros de pesquisa universitários e também pela facilidade de lidar com essas espécies”, informa. Entre as desvantagens, Alexandre lembra que a produção de mel na apicultura é maior, por um motivo simples: a população é mais numerosa. “Um enxame forte de abelha sem ferrão possui entre 2.000 e 4.000 indivíduos (dependendo da espécie) e um enxame da abelha africanizada pode ficar entre 100 mil e 150 mil”, compara.

Porém, no que diz respeito à criação e aos cuidados, a meliponicultura apresenta vantagens. “Na apicultura é necessário o uso de equipamentos especiais e na meliponicultura tudo isso é dispensável”, defende. Segundo o meliponicultor Pedro Paulo Peixoto, o gosto do mel das abelhas sem ferrão é bastante diferente. “É um produto mais ácido, mais fino e mais gostoso e por isso o preço é oito vezes mais caro, além de ser raro”.

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UM BRINDE À

DEMOCRACIA! As eleições de 2012 para vereadores e prefeitos estão se aproximando. O sistema eleitoral brasileiro é considerado um dos melhores do mundo, mas vale destacar regras que são de suma importância para os candidatos.

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esta longa jornada eleitoral, os candidatos, aspirantes a cargos públicos, devem estar atentos. A presença de um advogado especializado neste momento é fundamental para conhecer as leis que envolvem a política em tempos de eleição. O descumprimento dessas condutas podem implicar em punições, multas e até prisões. Para o advogado Roberto Lúcio Silveira Filho, da Fonseca Andrade & Silveira, o direito eleitoral é o que disciplina a democracia e preserva a vontade popular expressa neste processo. Seguindo as normas, 18 de julho é o último dia para os partidos políticos registrarem os comitês financeiros junto a Justiça Eleitoral, encarregado do registro dos candidatos, observado o prazo de cinco dias após sua constituição. Também é o último dia para qualquer cidadão noticiar a inelegibilidade que recaia em candidato que tenha formulado pedido de registro individual, na hipótese de os partidos políticos ou coligações não o terem requerido. Já no dia 29 de julho vence o prazo para que os títulos de eleitores que requereram ins46

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O descumprimento das leis por parte dos candidatos pode implicar em punições tais como multas e prisões crição ou transferência estejam prontos. No primeiro dia de agosto acaba o prazo para os partidos políticos impugnarem, em petição fundamentada, os nomes das pessoas indicadas para comporem as juntas eleitorais, observado o prazo de três dias, contados da publicação do edital. No dia cinco, todos os pedidos originários de registro, inclusive os impugnados, deverão estar julgados e publicados as respectivas decisões. Em seis de agosto os partidos políticos, coligações e os candidatos devem divulgar, pela internet, um relatório discriminando os recursos (em dinheiro ou estimáveis em dinheiro) que tenham recebido para financiamento da campanha eleitoral e os gastos que realizarem. A partir do dia oito, os partidos políticos têm prioridade nas postagens

de propaganda de seus candidatos registrados. Também acaba o prazo para o eleitor que estiver fora do seu domicílio requerer a segunda via do título em qualquer Cartório Eleitoral esclarecendo se vai recebê-la na sua Zona Eleitoral ou naquela em que a requereu. No dia 21 começam as propagandas eleitorais no rádio e na televisão. De cinco dias antes das eleições até 48 horas depois do encerramento, nenhum eleitor poderá ser preso ou detido, salvo em flagrante delito ou em virtude de sentença criminal condenatória por crime inafiançável ou, ainda, por desrespeito a salvo conduto.

fas.advogados@bol.com.br facebook.com/FASadvogados (32) 3215-2000 | (32) 8886-0058 Av. Rio Branco, 2.828/705 Ed. Executive Plaza – Centro Juiz de Fora/MG CEP: 36.016-31


PUBLIEDITORIAL

O VALOR

HISTÓRICO

DA IDENTIDADE O tombamento de imóveis é uma iniciativa relevante para a sociedade em geral. Quem vai adquirir uma propriedade histórica precisa saber algumas informações e cadastrá-la com a ajuda de um advogado especializado.

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as palavras de Santo Agostinho, “reside nos vastos palácios da memória (...) inúmeros tesouros trazidos pela percepção”. Traduzindo a frase para o contexto, o fato de perceber os valores históricos e preservá-los é dever de cada cidadão. Na opinião do advogado Roberto Lúcio Silveira, da Albuquerque Lima & Silveira Imóveis, os bens, históricos ou não, são testemunhos significativos da ação humana e suportes da memória coletiva da sociedade. A partir daí, podemos ter uma noção da importância de se preservar os imóveis antigos considerados históricos. É fundamental conhecer as leis que envolvem a proteção destes locais, principalmente se você pretende adquirir um. “Um edifício ou monumento, desde a sua concepção e durante seu tempo de existência, carrega e acumula valores, emoções, lembranças e sentimentos de um indivíduo ou grupo social”, ressalta o advogado. De acordo com a Constituição Federal, em seu art. 216, “constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação,

“O tombamento não significa de forma alguma que o imóvel tenha sido desapropriado” à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: as formas de expressão, os modos de criar, fazer e viver; as criações científicas, artísticas e tecnológicas, as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e político”. Tendo em vista este artigo, salienta-se que os imóveis só podem ser tombados via registro e declaração. Roberto ainda esclarece que o tombamento não significa, de forma alguma, que o imóvel tenha sido desapropriado, pois o registro do bem continua a pertencer ao proprietário. “Cabe ao dono manter a responsabilidade de conservação. Porém, a partir do ato de proteção, o imóvel não poderá

ser demolido e qualquer obra de manutenção, restauração e reforma, bem como a alteração de uso ou atividade, deve ser previamente submetida à análise e aprovação do órgão de tutela”, ressalta. Em Três Rios, algumas construções são tombadas e a instrução é que os imóveis construídos antes de 1950 sejam preservados. “O ato de tombamento de um bem pelo poder público municipal é da competência do prefeito, mas todo cidadão tem direito a requerer o estudo da preservação de um bem”, esclarece. Você que tem casas, fazendas históricas ou imóveis plausíveis de tombamento, procure a Albuquerque Lima & Silveira Imóveis e cadastre seu imóvel!

RODRIGO DE ALBUQUERQUE LIMA (Cnai – 05245/Creci – 047021) (21) 7841-6053 lima_albuquerque@ig.com.br ROBERTO SILVEIRA (OAB/RJ 137.782) (32)8886-0058 robertosilveira.advogado@yahoo.com.br revistaon.com.br

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ShuTTeRSTOCk

MERCADO DE TRABALHO

BELOS MOTIVOS PARA CONTRATAR Por PRISCIlA OkAdA

fotos ReVISTA ON

VocĂŞ acredita que a beleza abre portas no mercado de trabalho? Segundo profissionais de recursos humanos, homens e mulheres considerados bonitos tendem a melhores oportunidades de emprego.

Ass.:

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MERCADO DE TRABALHO

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mercado de trabalho está competitivo e as vagas de emprego exigem cada vez mais dos candidatos. Bons cargos e salários compensatórios são os objetivos dessas pessoas. Mais quais são os principais requisitos para uma contratação? De acordo com o administrador de uma empresa de recursos humanos em Três Rios, Diego de Abreu Lessa, os principais atrativos em uma entrevista de emprego ainda são a formação do candidato e a experiência adquirida durante a carreira profissional. Mas, para isso, não basta apenas ter um currículo invejável e técnicas avançadas. A boa aparência conta, e muito, na decisão final do empregador. “A questão da beleza impera sim, não é mentira. As pessoas vem de uma cultura um pouco desleixada em Três Rios, motivada por empresas familiares, que não se importam muito com o visual do funcionário”, avalia ele que é responsável pela empresa especializada em terceirização de mão de obra. Ainda de acordo com ele, aos poucos esse cenário vem se transformando.

Beleza A vendedora Ingrid Mello e a gerente Patricia Carvalho concordam que ter boa aparência abre portas

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de acordo com empresas de Rh, a beleza é fator determinante em quase 60% das contratações. “Agora temos uma exigência maior com a chegada de grandes empresas. Hoje, representamos vários segmentos e o quesito beleza é, sim, uma exigência em 60% na contratação”, revela. Segundo Lessa, a empresa tenta obter meios de orientar os candidatos quanto à vaga. “Existem pessoas que estão desempregadas e chegam pedindo uma oportunidade de chinelo de dedo e bermuda, mesmo que não contratemos, orientamos para que o fato não seja recorrente, mas, infelizmente, em Três Rios, temos dificuldades em selecionar porque as pessoas chegam com uma cultura mais simples”, aponta. Para a gestora de RH Josy Pinheiro, “a primeira impressão é um bom ponto

Vitrine A vendedora Raquel Nunes diz que as clientes se inspiram em seu estilo

de partida em uma entrevista e beleza ajuda, sim, no processo seletivo. Por outro lado, a ideia não é defender que apenas os ‘belos’ têm espaço no mercado de trabalho, pois uma pessoa que preserva sua aparência e se considera bonita mostra autoestima elevada, maior segurança e autoconfiança, três pontos que fazem a diferença em um candidato. Daí a relação bem-sucedida entre beleza e garantia de emprego”, argumenta. Pinheiro ressalta que apenas a beleza não supera as necessidades de conhecimento e competência exigidas pelas empresas para o preenchimento do perfil da vaga. “Um bom candidato é aquele que se apresenta com uma boa aparência, saudável, não se atrasa na entrevista, conhece a história da empresa que o está entrevistando, descreve suas qualidades com desenvoltura e argumenta com clareza em quais aspectos pode agregar valor à empresa”, finaliza. Dois livros publicados no exterior no ano passado capturam na exata medida os privilégios que cercam esse grupo restrito: Beauty pays: why attractive people are more successful (A beleza rende, por que as pessoas atraentes têm mais sucesso), do economista americano Daniel Hamer-


A beleza também implica em preconceitos mesh, e Honey money: the power of erotic capital (Dinheiro doce, o poder do capital erótico), da socióloga inglesa Catherine Hakim. Amparadas em dezenas de pesquisas e cuidadosamente embaladas para causar impacto, as duas obras sustentam, com abordagens diferentes, a mesma tese: tanto na vida pessoal quanto na vida profissional, as pessoas bonitas obtêm vantagens econômicas quantificáveis. Sempre se soube que os seres humanos excepcionalmente bonitos gozavam de alguns privilégios em relação aos demais. Agora, o senso comum tornou-se mensurável. A grande novidade que emerge dos livros de Hakim é a constatação de que o favorecimento à beleza nos dias atuais não ocorre apenas em atividades nas quais ela oferece um diferencial evidente, como ocorria no passado. As jovens pobres e bonitas trabalhavam nas lojas chiques de Londres por volta de 1600 para encontrar amantes ou maridos abastados, ao mesmo tempo em que sua aparência atraía bons clientes para as lojas. Era bom negócio para todos.

Funcionária de um supermercado trirriense, Bianca Bonfim Coelho, 23, já ouviu algumas amigas que moram em outras cidades se queixarem de não conseguirem emprego pela aparência física. “Felizmente, no cargo que ocupo há cinco anos, a exigência de beleza não é imposta. Mas sei que em várias áreas esse quesito já é cotado em uma contratação”, conta. Gerente de uma loja de roupas, Patrícia Carvalho, 21, acredita que a beleza abre portas. “Se eu falar que não, vou mentir. Trabalho numa loja bonita e, se tenho uma aparência compatível, o cliente se identifica. É como se eu fosse a vitrine do que é vendido, mas só isso também não conta, é o conjunto”, argumenta. A vendedora Ingrid Mello, 26, concorda com essa afirmação, mas faz uma ponderação. “Se a vendedora é bonita, também causa ciúmes, alguns casais deixam de entrar na loja por esse motivo”, revela. A vendedora autônoma Raquel Nunes, 35, atribui sua boa aceitação na casa das pessoas à sua boa aparência. “Como trabalho por conta própria, sou referência do que vendo, as pessoas gostam do que visto e querem comprar”, compartilha. Em contrapartida, a beleza nem sempre é sinal de que a pessoa será respeitada em seu ambiente de trabalho, como é o caso da vendedora Mariana Silva, 24. “Quando trabalhei como auxiliar administrativa, cheguei a ouvir comentários em tom de brincadeira do tipo: ‘bonita assim nem precisa ser competente’. Depois de um tempo provei o contrário, mas acredito que existe muito preconceito”. Lei

Profissional A gestora Josy Pinheiro revela que a primeira impressão conta muito em uma entrevista

O advogado trabalhista Carlos Malta explica que não existe uma lei específica que puna o preconceito em um processo de admissão. Para Malta, existe, sim, uma tendência para a contratação de pessoas com uma boa aparência e um comportamento melhor. Ainda de acordo com ele, em cargos públicos, a beleza não influencia em nada, pois o que conta são fatores como a bagagem cultural e a idade. Na empresa privada, geralmente, há indicação, quando surge a questão da estética. “Caso a pessoa se sinta constrangida ou desprestigiada

lei O advogado Carlos Malta comenta sobre preconceitos

no momento em que participar de uma entrevista, tendo condições de provar o fato, ela pode dar entrada com um processo de danos morais”, ressalta. Na disputa...

Dentro ou fora do padrão estético valorizado pela sociedade atual, a gestora de RH Josy Pinheiro passa algumas dicas para driblar as “desvantagens” na hora de conquistar a vaga de emprego. Desenvolva sua auto percepção para identificar seus pontos fortes e os pontos a serem melhorados. Procure uma orientação externa e avalie suas ações, comportamentos, atitudes, formas de comunicação e disponibilidade mental para adaptação às mudanças. Aja com bom senso e procure entender a cultura e as características da empresa contratante para, assim, definir a adequação de seu vestuário, maquiagem e adereços. Capriche na aparência: Camisa com tom neutro e suave, calça jeans escura ou social preta/azul marinho, maquiagem leve, poucas joias e bijuterias, bolsa ou pasta discreta, empatia na face, brilho no olhar e sorriso nos lábios. revistaon.com.br

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CARREIRA

UTILIDADE PÚBLICA POR PRISCILA OKADA

FOTOS REVISTA ON

Os veículos dirigidos por eles são diferentes no tamanho, mas a missão é a mesma: levar os passageiros aos seus respectivos destinos. O que seria do trabalhador brasileiro sem o motorista do “gigante transportador” do dia a dia e sem o condutor do táxi que se faz indispensável nos momentos difíceis. Conheça a rotina desses profissionais de uma maneira diferente. revistaon.com.br

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CARREIRA

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rande parte da população usa o ônibus e o táxi como meio de transporte todos os dias em nossa cidade. Por ser uma condução frequente, muitas vezes os trabalhadores não percebem as curiosidades que possam rodear a vida e a trajetória desses profissionais que são indispensáveis para locomoção. Para os admiradores de carros, essa profissão parece ser uma diversão. No entanto, dirigir bons veículos, ficar na sombra o dia todo, andar com o ar condicionado ou ventilador ligado, trabalhar a céu aberto, sem barulho de máquinas, sem sujeira nas roupas não é tão bom o quanto se pode imagina. Pelo menos é o que diz o motorista de táxi Nelson Kaiser, na profissão há 34 anos. “Gosto de dirigir, conheço vários lugares, mas sobrevivo exclusivamente das corridas que realizo, trabalho 13 horas por dia, de domingo a domingo”, revela. O motorista de ônibus intermunicipal Jardel Cesar Pires, 39, aponta que uma das diferenças existentes entre as duas profissões está exatamente na carga horária. “Tenho horário fixo, trabalho sete horas por dia e tenho uma folga durante a semana”, conta. Já os riscos são pontos em comum entre as profissões. Os condutores estão sempre sujeitos a variadas temeridades, como a que vivenciou Kaiser em 1980, quando, ao transportar um passageiro para Juiz de Fora, foi surpreendido por uma situação inusitada. “O homem pediu a viagem para assassinar uma pessoa. Eu acabei sendo envolvido no caso e, até que o crime fosse esclarecido, fiquei preso por três meses em Juiz de Fora”, recorda. Há pouco tempo, os bailes funks realizados semanalmente na cidade provocavam uma série de confusões entre os profissionais. “Muitas brigas acabavam sobrando para nós”, conta o motorista de táxi Sebastião Magela, que hoje se recusa a transportar passageiros após festividades do gênero. Para ele, que trabalha durante o dia e a noite, o segundo turno é o mais complicado. “Durante o dia, a maioria das pessoas que transporto são mães de família, que levam compras de mercado para casa. 56

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Os motoristas de táxi chegam a trabalhar mais de 13 horas por dia Quando a noite chega, a atividade fica mais vulnerável”, afirma. Em fevereiro deste ano, um homem violentou uma menina de 12 anos no banco traseiro de um ônibus circular no Rio de Janeiro. O caso repercutiu na mídia e mostrou os riscos que uma pessoa pode enfrentar em um veículo coletivo. “São muitos passageiros e um deles pode estar bêbado, armado. Nas grandes cidades é comum haver delitos, mas felizmente, comigo, aqui em Três Rios e em todas as viagens que fiz fora da cidade não aconteceu nada que pudesse oferecer risco à minha vida e aos passageiros”, revela Jardel. O motorista de ônibus circular José Francisco Gomes Filho, 72, trabalhou 30 anos transportando passageiros em Três Rios e concorda que atos de violência são raros. “Eu trabalhei todos esses anos e nunca sofri um assalto, mas sei que existiram alguns na época.

QUEDA NO MOVIMENTO Nelson Kaiser a atribui ao aumento da frota e à clandestinidade de carros e motos

RENDA EXTRA Mesmo depois de se aposentar na profissão, Manoel Gomes complementa a renda como motorista de táxi

Hoje isso é raro. As pessoas estão mais instruídas, a cidade cresceu, a educação melhorou e a segurança está reforçada”. Carreira

Para ser um motorista de táxi, o interessado deve tirar uma concessão na prefeitura que dá uma permissão para trabalhar em um dos pontos na cidade. Em média, existe um táxi para cada 1.000 habitantes. A carga horária chega a 12 horas por dia. “Estamos conversando aqui e não tem nenhum passageiro, mas em uma única corrida posso ganhar o dia inteiro. Conhecemos muitas pessoas, muitos lugares, somos quase psicólogos para os passageiros”, revela Kaiser, que consegue tirar, em média, R$ 2.000 por mês. Ainda de acordo com ele, quando começou na profissão, as corridas eram mais frequentes. Ele atribui a queda no movimento ao aumento da frota de veículos e à clandestinidade de carros e motos. O motorista de ônibus não trabalha como autônomo e a carga horária, em média, é de 8 horas com usual sistema de escala, que pode variar de uma semana para outra. “Eu trabalhava durante o dia em uma semana e à noite na semana seguinte”, conta José Francisco. O salário na cidade pode chegar a R$ 1.300 mais benefícios como hora extra, auxílio-transporte e vale-refeição. O taxista Manoel Antônio Gomes tem um dia da semana, pelo menos, para se dedicar à esposa que, segundo ele, sempre reclamou de sua ausência.


Os finais de semana são os piores dias nos transportes segundo os motoristas

CURIOSIDADE Sebastião Magela quase apanhou e viu cenas constragedoras de seus passageiros

ÔNIBUS Jardel Cesar Pires adora viajar e conhecer novos lugares através de sua profissão

“Adoro o que faço, mas como já estou aposentado e trabalho por comissão neste ponto, reservo-me ao direito de descansar um pouco”, conta. Entre os casos mais inusitados ocorridos entre os profissionais, o taxista Sebastião Magela conta uma situação ao transportar a esposa de um amigo.

“Ela sempre me dava preferência. Certo dia, a moça me confidenciou que o marido, meu amigo, sentia ciúmes e não gostava quando eu oferecia carona. Até aí tudo bem. Pouco tempo depois, recebi um telefonema de um motel, contratando meus serviços para buscar um casal de passageiros. Quando entra-

ram no carro, o pior aconteceu: era exatamente essa mulher do meu amigo com o amante, que, curiosamente, também era meu amigo. Ele, assim que teve uma oportunidade, veio até mim para pedir sigilo sobre a situação”, se recorda. O motorista de ônibus José Francisco revelou que os motoristas sofrem nos finais de semana, quando as pessoas se descontrolam e bebem demais. “Uma vez transportei um casal que exagerou na dose e começaram a brigar. Tive que parar o carro e chamar a atenção deles, que desceram no ponto seguinte”. Como em toda profissão, os motoristas passam por momentos bons e ruins. Mas é difícil imaginar o cotidiano sem esses indispensáveis profissionais.

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CARREIRA

DA SAPATILHA AOS PÉS NO CHÃO POR ALINE RICKLY

FOTOS ARQUIVO PESSOAL

Ela é tímida e, ao mesmo tempo, extrovertida, calma, tranquila, responsável e determinada. Quando pequena, o sonho era ser bailarina. Até a adolescência esse ideal moveu os seus passos, mas o destino reservou uma surpresa e a levou para a ginástica artística. Foi assim que ela se encontrou na vida pessoal e profissional.

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A Jú não era muito de conversa e a colocamos no balé para perder a timidez. Com o tempo ela foi se apaixonando pela dança. Aos 13 anos fez cursos em Joinville. Foi sozinha, não tivemos medo de deixar porque ela sempre foi responsável”, disse a mãe, Carla Maria Lutz Fajardo. Os elogios sobre a filha caracterizam o início de uma das profissionais mais admiradas da cidade. Juliana Lutz Fajardo tinha apenas quatro anos quando foi fazer balé com a professora Andréia Vasconcellos. “Quando começou, era bem pequena, quietinha demais. Depois perdeu a vergonha e começou a me ajudar nas organizações dos eventos. Era impressionante como ela tinha o dom de captar o que eu pensava”, contou Andréia. Sobre o estilo de dançar, a professora comenta que Juliana sempre pegou bem as coreografias de todos os ritmos, mas que tinha uma afinidade maior com a street dance (dança de rua). Desde então, projetava a vida profissional como bailarina, mas o destino a levou para outro caminho. “Eu queria fazer faculdade de dança, mas quando estava no magistério encontrei um professor que me deu a ideia de fazer educação física. Ele me convenceu quando disse que a formação me proporcionaria um leque maior de oportunidades e que eu não precisava largar a dança”, contou Juliana. Esta decisão fez uma reviravolta na vida da jovem. Ela trabalhava de manhã em Três Rios e estudava à noite em

Petrópolis. “Logo quando comecei a faculdade iniciei o estágio com a terceira idade e na academia. Já estava satisfeita com o trabalho e podia paralelamente continuar com a carreira profissional de bailarina”, disse. Porém, foi em 2005 que Juliana começou a estagiar voluntariamente no projeto de ginástica artística recém-chegado na cidade. Na época, ela não podia assumir porque ainda não era formada, mas, um ano depois, a professora responsável saiu e ela se mostrou a mais indicada para ocupar o cargo. “Assumi e dei continuida-

FAMÍLIA Quando está em casa, toda a atenção é voltada para o marido e os dois filhos

TREINAMENTO Além de coordenadora, Juliana treina a equipe principal da ginástica

“Juliana chega às 7h30 na Ong para treinar suas alunas”

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SAPATILHAS Juliana parou com o balé, paixão da infância, devido aos compromissos com a ginástica

de até me formar na faculdade. Quando concluí o curso passei a ser coordenadora do projeto”, comentou. Com o tempo, a organização começou a conquistar seu espaço não só na cidade, mas no estado e no país. “Quando as alunas da ginástica artística começaram a se destacar nos campeonatos, ganhamos um espaço no Planeta Vida que facilitou o trabalho”. Atualmente, Juliana coordena mais de 1.200 crianças em três polos diferentes da cidade. “No início atendíamos apenas 80”, lembra. O dia a dia da jovem é corrido. Às 7h30 ela chega na Ong Qualivida para acompanhar suas alunas. As atletas passam cerca de seis horas por dia em treinamento contínuo. Mas as atividades não param por aí, pois ela ainda tem que coordenar os 14 funcionários dos três polos. “Às 11h30 busco meus dois filhos na escola e vou almoçar. Às 14h30 retorno e fico até às 19h30”, diz. Além de coordenadora, Juliana também é treinadora da equipe principal. “São 14 meninas, de nove a 13 anos. Destas, pretendemos levar pelo menos seis para as Olimpíadas em 2016”, conta. A coordenadora técnica da Ong, Heine Milani de Araújo, elogia o trabalho de Juliana e acredita que ela é um dos motivos principais para o projeto ter tomado a proporção que tem hoje. “Eu sou a coordenadora dela, mas às vezes ela tem muito mais para nos ensinar do que nós para ela. A Jú tem experiência de vida, de trabalho e compromisso que é exemplar. Ela é séria e busca resultados, mas também busca o afeto com as crianças”, comentou. Clara Mockdece Neves, 22, trabalha com a Juliana no projeto e cita algumas das características marcantes. “Ela é calma, tem muita paciência para explicar, é responsável e está sempre querendo ajudar, tanto em assuntos revistaon.com.br

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CARREIRA

FACULDADE A professora de ginástica artística cursou educação física

profissionais quanto pessoais”, destaca. Amanda Silva Santos Ramos, 16, passou de aluna a monitora das ginastas e concorda. “A Jú era muito exigente e isso ajudou no meu rendimento ao longo dos anos. Ela é prestativa, dá conselhos, ajuda para a vida e não só para a ginástica”, declara. Para a coordenadora geral do projeto “Esporte para todos”, promovido pela Ong Qualivida, e da seleção Brasileira de Ginástica Artística feminina, Georgette Vidor, a Juliana é uma pessoa determinada. “Quando nos conhecemos, ela era muito ligada à dança ainda. Não tinha noção de nada, aos poucos foi dominando, desenvolvendo e gostando. Ela é muito séria, profissional, está sempre motivada, é uma lutadora”, ressalta. Georgette acredita que se não fosse pela gestão da Juliana, o projeto em Três Rios poderia não ter chegado ao que é hoje. “Ela se dedica, é comprometida. Não sei como ela consegue administrar tanta coisa ao mesmo tempo”, diz. Sobre o andamento do projeto, a treinadora enfatiza o fato de que ele é expressivo. “Com a Juliana temos segurança, ficamos tranquilos e con60

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CONQUISTAS No pódio, Juliana Fajardo mostra que a ginástica artística se tornou sua paixão

“Os planos para o futuro se concentram, principalmente, em levar as ginastas para disputar as Olimpíadas em 2016” quistamos resultados competitivos. Ela é única. É o tipo de profissional que eu gosto porque não mistura a vida pessoal. Considero isso um diferencial e acho excepcional. Sem contar que tudo que ela coloca a mão dá certo porque ela faz com amor”, afirma a treinadora. Em casa, Juliana tenta voltar toda a sua atenção para os dois filhos, Arthur, 2, Bernardo, 5, e o marido Tiago Vasconcelos. “Eu tento sempre almoçar com a família. A gente sabe que é difícil, mas não é impossível. Tento fazer com que o ambiente de casa seja só deles. Eles torcem muito quando eu viajo. Ano passado fiz um intercâmbio e passei 11 dias fora, nos EUA. Eles dão muita força. Trabalho feriado, sábado e

domingo, não tem descanso e preciso de um suporte legal da família. Mas até que eu consigo dividir bem”, garante. Tiago enaltece a mulher tanto como profissional quanto como pessoa. “Ela é muito dedicada ao trabalho, não para enquanto não resolve o problema e ainda é uma excelente mãe e esposa. A Jú cuida com muito zelo dos filhos e é responsável pela organização de mercado e tudo relacionado a casa”. Como qualidades principais, ele destaca a seriedade e sinceridade sem deixar de admirar a vontade dela em fazer sempre o melhor. Depois de entrar para o projeto, Juliana especializou-se através do curso de pós-graduação em ginástica artística. A jovem acredita que essa área requer um conhecimento muito grande e que os sete anos dedicados à modalidade ainda não são suficientes. “Eu trabalho o tempo inteiro com ex-atletas que dedicaram a vida toda para isso”, comenta. É por este motivo que ela mostra nas competições o seu maior diferencial. “O que me fortaleceu muito nessa área foi a dança, pois a ginástica artística, hoje em dia, visa muito a qualidade coreográfica. Todas as coreografias sou eu que monto”, diz. Os planos para o futuro se concentram, principalmente, em levar as ginastas para disputar as Olimpíadas em 2016. “Meu objetivo sempre foi trabalhar com dança. Quando apareceu essa oportunidade, abracei com unhas e dentes. Não fazia ideia de onde ia chegar. Abri mão de tudo na minha vida sem saber se o projeto ia dar certo ou não”, declara. “Tudo que a Juliana pega para fazer, ela se dedica ao extremo. Ela faz com amor, é encantada pela profissão. Eu vejo a satisfação nos olhos dela e sei que foi na ginástica artística que ela se encontrou”, encerra a mãe. Atualmente, Juliana deixou de lado as sapatilhas e partiu para conquistar títulos com suas atletas. De pés no chão, já conseguiu medalhas de ouro em disputas nacionais em diversas categorias, mas como ela mesma diz: “sou uma pessoa audaciosa, gosto muito de crescer, mas confesso que nunca me imaginei entre as melhores do Brasil”.


PUBLIEDITORIAL

O PROJETO VERÃO

COMEÇA AGORA FOTOS DIVULGAÇÃO

Ele chegou no dia 21 de junho e vai até setembro. Com o inverno, a vontade é de ficar o dia inteiro dentro de casa, envolto em edredons, assistindo filmes, navegando na internet e comendo sem parar. Então, quando chegar dezembro, a vontade será ter um corpo espetacular para aproveitar praias e piscinas. A melhor escolha é sair do período de quase hibernação e cuidar da saúde do corpo desde já.

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inverno requer mais do metabolismo, o corpo queima mais calorias para manter-se aquecido e, quem também pratica atividades físicas nesta época, tem benefícios. É o que explica Tiago Vasconcelos, formado em educação física. “No inverno, costumamos ingerir alimentos mais calóricos e a tendência é ficar mais sedentário. Quando o verão se aproxima, as pessoas lembram da academia, mas o melhor é aproveitar o clima atual para começar e praticar o ano inteiro. Conseguimos o resultado em um tempo mais curto, mas quanto maior o período para trabalhar, melhores são os resultados”. Tiago e Marcel de Souza, também educador físico, são os responsáveis pelo Espaço Fitness, no centro de Três Rios. Com foco no serviço de personal training, eles garantem que após três meses de atividades, os resultados já começam a ser observados e, portanto, com seis meses, são ainda melhores. O ambiente tem equipamentos comuns a academias, mas em nada lembra as salas cheias e, algumas vezes, com certa falta de atenção aos alunos. Os profissionais, que são, também, pós-graduados na área, oferecem avaliação e atendimento personalizado. “Trabalhamos, cada um, com até quatro alunos por hora, não mais que esse número. Em uma academia convencional a pessoa precisa revezar os aparelhos, esperar, aqui não”, conta Tiago.

Outra vantagem está no custo benefício. Com mais pessoas no seu horário, o valor da mensalidade cai consideravelmente. Aliás, a possibilidade da escolha do melhor horário, adequado ao seu tempo livre, é outro ponto positivo. Entre as atividades desenvolvidas estão o boxe, jump, musculação, esteira, bicicleta e o treinamento funcional, uma técnica que usa o peso do corpo para fazer exercícios e trabalha o equilíbrio. Marcel faz questão de ressaltar que cada pessoa busca atividades físicas por um objetivo diferente das demais e, com isso, recebe o atendimento necessário para tal fim. “O diferencial é que o Espaço Fitness busca aliar qualidade de vida aos objetivos do aluno. Se a pessoa quer perder peso, vamos fazer perder, mas com qualidade de vida. Se quer ganhar massa, também”. Sobre o tempo de dedicação necessário, Tiago diz que “embora o indicado seja três vezes por semana, tem quem venha apenas uma e quem venha cinco. Fazemos séries para cada um”. Vale lembrar que as atividades físicas são partes do processo da conquista dos resultados, como explica Marcel. “As outras dependem do aluno, o que ele faz fora. A alimentação é muito importante. Por isso indicamos o trabalho de um nutricionista”. Se quer chegar no verão admirando a imagem do espelho, siga essas dicas, deixe o chocolate quente para outra hora, saia das cobertas e procure já o Espaço Fitness. Marcel de Souza (24) 8822-4620 Tiago Vasconcelos (24) 8801-8237 Rua Presidente Vargas, 606 Centro – Três Rios – RJ

TEMPO Em três meses de treinamentos, o corpo começa a apresentar diferenças

TREINAMENTO FUNCIONAL Trabalha equilíbrio, força, flexibilidade e resistência

EXCLUSIVIDADE O trabalho é desenvolvido de acordo com o objetivo de cada aluno

PERSONAL Cada profissional trabalha com, no máximo, quatro alunos por hora


COMPORTAMENTO

UMA NOVA CULTURA POR ALINE RICKLY

FOTOS REVISTA ON

Os estresses rotineiros, a falta de tempo, planejamento e até mesmo paciência com as pessoas, acarretam em sentimentos que não fazem bem ao ser humano. Para solucionar estes problemas e promover uma melhor qualidade de vida, surgiu uma ciência que conduz o homem ao conhecimento de si mesmo em busca de paz, sabedoria e felicidade.

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undada em 1930 pelo pensador e humanista Carlos Bernardo González Pecotche, a logosofia é um estudo que visa apresentar a concepção original do homem e da vida humana para todas as idades. Uma nova cultura e uma forma diferente de encarar o dia a dia. As mudanças começam dentro do próprio indivíduo que, ao buscar uma forma de se tornar uma pessoa melhor, começa a estudar para entender o que acontece a sua volta e, assim, aprende a agir sempre da melhor forma possível. A ciência ensina que o conhecimento de si mesmo leva à maior consciência sobre o modo como agimos e nos comportamos orientados pelos pensamentos e preconceitos. Em Três Rios a sociedade logosófica existe há 20 anos e ganha cada vez mais adeptos. O método de estudo é considerado excepcional, pois leva a humanidade a caminhar para o que o autor denominou de “civilização do espírito”, onde os poderes espirituais regem a vida social. Entre os grandes objetivos estão a evolução consciente do homem, o conhecimento de si mesmo, a integração do espírito, o conhecimento das leis universais e do mundo mental, a edificação de uma nova vida e de um destino melhor, o desenvolvimento e domínio profundo das funções de estudar, aprender, ensinar, pensar e realizar. Segundo Pecotche, a logosofia pode ser explicada de mil maneiras diferentes e entendida de outras mil também. Ele acredita que ela deve ser ensaiada e confirmada pelo indivíduo, de acordo com seu método, de modo que o mesmo exercite os ensinamentos teóricos na prática.

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“Para o filósofo Nilton José dos Anjos de Oliveira, a filosofia e a logosofia possuem em comum a relação com o saber” Na busca pelo autoconhecimento e em uma forma melhor de pensar e agir, Rosângela Gomes, 55, encontrou a logosofia. “Eu sempre achei que era rebelde. Não gosto de causas, de regras. Com esse estudo aprendi a olhar os conceitos de outra forma”, diz. Rose, como é chamada, confessa que a praticidade da ciência mudou muitas coisas em sua vida. Ela destaca o conhecimento do próprio mundo mental, do sistema sensível e a formação da individualidade. “Comecei a enxergar e conhecer as faculdades do meu mundo mental e os pensamentos. Agreguei ao meu entendimento, alguns conhecimentos sobre o pensar e o raciocínio que, dentre outros, antes eu desconhecia”, comenta. Rose conta que em sua juventude, nutria um rancor com os familiares e só com o estudo logosófico começou a agir de maneira diferente. “Comecei a elevar meus sentimentos, pois percebia que a ideia que formava sobre aquelas pessoas se pautavam em suas deficiências. Eu agia de forma a fechar os olhos para as virtudes alheias e me posicionava como intolerante as suas formas de pensar”. A comerciante afirma que agora aprendeu a conviver com as diferenças e a cultivar os sentimentos superiores de forma


REUNIÕES Palestras levam ensinamentos aos participantes mais jovens

a sedimentá-los no coração. Para Rose, a proposta do estudo é a realização de um processo de evolução consciente. “Cada ensinamento requer tempo de dedicação, observação, registros e conclusões que nunca são definitivas, já que a evolução não tem limite. Na logosofia, aprendemos que o erro tem origem na mente. E também que o arrependimento é um sentimento tardio”. A funcionária pública Jaquelane Almeida, 41, aderiu a este novo conceito aos 20 anos. Para ela, é uma possibilidade de melhorar a rotina. “Você se observa e aprende a desenvolver atitudes”, diz. Para a funcionária pública, a ciência é muito prática. “Quando fazemos as reuniões, levamos bastante da nossa vivência. A logosofia ensina o ser humano a ter o domínio dos pensamentos. Ela trata muito a vontade de ser melhor que

muitos seres possuem, mas que, às vezes, não sabem como buscar”, comenta. Jaquelane explica que nesta ciência todos são estudantes. “Não temos graduados, professores, mestres. O estudo é um passo importante que ensina, sobretudo, a focar a própria vida”, garante. Para o filósofo Nilton José dos Anjos de Oliveira, a filosofia e a logosofia possuem em comum a relação com o saber. “Ambas sugerem a relevância do conhecimento e tem em comum o aprofundamento da vida através desse saber”. Segundo Nilton, a logosofia prevê, desde o início, aonde se quer chegar. “Ela oferece a segurança no caminho. Pecotche argumenta que ela é uma ciência nova e não se confunde com a filosofia”, diz. O profissional acrescenta que ela propõe uma mudança de vida a partir do que se aprende e explica que a busca de uma ciência como esta é, em tese, pelo equilíbrio. “O que se pode é supor que esta nova cultura situa-se entre a filosofia e a religião”, destaca. Joá Luíza Borges também estuda logosofia. “Aqui descobrimos que temos uma mente e desenvolvemos os pensamentos na faculdade dos estudos mentais”, esclarece. Os jovens também se interessam como é o caso da estudante Alice Kopke, 17. “A primeira vez, vim com uma amiga e naquele dia o ensinamento do palestrante mudou muitas coisas no meu modo de ver a vida. Por isso gostei e voltei”, revela. A compreensão fica melhor definida nas palavras de Pecotche, quando afirma: “a logosofia não trata de criar um novo tipo de homem, mas ensina ao ente humano, isto sim, a arte de criar-se a si mesmo”.

ARQUIVO PESSOAL

ESTUDO Durante os encontros, os estudantes aproveitam para se aprofundar nos conhecimentos da logosofia

FILÓSOFO Nilton explica que a busca por equilíbrio leva à logosofia

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SHUTTERSTOCK

COMPORTAMENTO

QUASE IRMÃOS POR ALINE RICKLY

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Eles vivem juntos, dividem o mesmo espaço em casa, às vezes até no trabalho. Nos finais de semana saem para tomar um chopp ou para curtir uma balada. Parecem irmãos, mas essa relação é entre pais e filhos.

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á alguns anos existia uma ligação vertical entre pais e filhos, mas, atualmente, essa concepção mudou e toma cada vez mais rumos horizontais. Admiração, respeito, carinho, amor e companheirismo regem este relacionamento. Eles trabalham juntos, saem para se divertir e curtir a noite. São, acima de tudo, grandes amigos. A oficina do Carlos Augusto Pinto da Fonseca, 80, ou do Guto, como é mais conhecido, foi fundada em 1971 com o apoio dos filhos que, na época, eram adolescentes, mas já se interessavam por carros. “Quando eram pequenos e faziam arte, eu levava para a oficina para lavar peças. Por fim, acabaram gostando”, disse. Guto se aposentou e passou o negócio para os filhos Marcelo Pinto da Fonseca, 54, e Luiz Gustavo Pinto da Fonseca, 53. “A nossa convivência sempre foi ótima. O Guto é muito tranquilo. Nós crescemos dentro da oficina, então nunca tivemos interesse em fazer outra coisa, o que gostamos é de mecâni-

ca”, diz Marcelo. Sobre os benefícios em trabalhar em família ele cita o fato de já conhecer o jeito de pensar e agir. Curiosamente, os netos do Guto também despertaram o interesse pelo negócio do avô e lá estão pais, filhos e netos no mesmo ambiente. Diogo Fon-

Pais e filhos se alternam em empresas familiares, o que os aproximam ainda mais

seca, 25, é o filho mais velho do Marcelo. Desde pequeno ia com o pai para a empresa e, com 12 anos, começou a trabalhar. Ele acredita que esta situação tem pontos negativos porque acaba misturando um puxão de orelha que leva na oficina com a relação em casa, mas que

os pontos positivos se sobressaem. “Meu pai é meio durão, mas a gente se entende. Ultimamente ele anda mais tranquilo”, pondera. Sobre os benefícios Diogo confessa: “trabalhar com o pai tem algumas regalias, o salário é bom. Já pensei em fazer outras coisas, comecei a faculdade de engenharia e tranquei, porque gosto de carros e de estar aqui”, garante. Durante a entrevista, um fato que chamou a atenção foi na hora da tomada de uma decisão, Diogo contrariou a opinião do pai e resolveu a situação, o que mostra que agora são os netos que tomaram as rédeas do empreendimento. Marcelo diz que o fato deles serem mais novos ajuda, porque eles têm mais ideias. “Eu também já estou meio aposentado”, brincou. Alexandre Salomão vive uma situação parecida. A diferença é que a empresa que conduz é especializada em alumínios e vidros. Hoje ele é o diretor do negócio fundado pelo avô, Abílio Salomão, em 1940. Posteriormente, o pai, Nacif Salomão, assumiu e agora é a vez dos filhos. Alexandre, junto com revistaon.com.br

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o irmão Gustavo Salomão, 32, controla toda a empresa. A mãe, Maria de Lourdes Salomão também ajuda e o pai apoia sempre. “O Nacif está sempre na retaguarda. Quando precisa, ele dá opinião e auxilia na liderança da empresa”, diz Maria de Lourdes. Alexandre começou a trabalhar com o pai aos 17 anos e conta que, na época, Nacif exigia responsabilidade. Tinha hora para chegar, mas confessa que havia alguns benefícios. “Tem vantagens, mas meu pai também não era muito aberto. Aprendi tudo com ele e temos uma afinidade muito boa”, diz. A mãe acrescenta: “Ele é amigo, dá conselho, está presente em todos os momentos. É um paizão”. A psicóloga Célia Regina Carvalho Machado da Costa acredita que o fato de pais e filhos trabalharem juntos tem os prós e contras. Na opinião dela, se o pai tiver um caráter autoritário pode ofuscar a carreira do filho. “É uma relação de cima para baixo. O pai não quer crítica. Neste caso não é saudável”, destaca. Porém, concorda que, atualmente, há relações mais igualitárias e trabalhar junto é um caminho conveniente para não ter que abrir o próprio negócio. A também psicóloga Isis Kronemberg Marinho, destaca que não depende do lugar, mas do diálogo que possuem um com o

PAI, FILHO E NETOS Os dois filhos de Marcelo se interessam pela oficina desde pequenos 66

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COMPORTAMENTO

RESPEITO Thaís passou a enxergar o pai de maneira diferente com o passar do tempo

outro. “Se a conversa for fácil, será em casa, no trabalho ou em uma festa. Mas se não for, os problemas aparecerão independente da atividade”. Para Isis, o trabalho em família pode tanto beneficiar quanto prejudicar o elo. “O pai pode querer usar da autoridade para ser chefe ou o filho pode não levar tão a sério suas obrigações. Por outro lado, podem se tornar uma boa equipe em que cada um conhece as habilidades e os pontos fracos do outro. A ligação no trabalho nada mais será do que um espelho já existente entre os dois”, enfatiza. Mas não é só no trabalho que pais e filhos se encontram. Afinal, todos tem

um momento de distração. Este é o caso da fotógrafa Ana Clara Silveira. Ela ajuda o pai nos negócios desde os 18 anos e também sai para barzinhos, isso quando não se encontram em boates. “Nosso relacionamento é muito tranquilo, ele foi meu primeiro patrão. Trabalhei três anos em outros lugares e agora voltei para assumir a agência de turismo dele. Claro que rolam os momentos de estresse, mas, no geral, nos entendemos bem”, relata. Para Ana Clara, a proximidade no ambiente de trabalho facilita a exposição dos problemas que, consequentemente, se resolvem mais rápido. “Você não fica sem jeito de falar a verdade, nem tenta contornar os problemas. A intimidade de pai e filha faz com que eu tenha liberdade de falar sem medos. Isso talvez seja uma desvantagem em algumas horas. Seja um pedido para fazer algo totalmente fora da sua função, ou do seu horário”, sinaliza. Compromissos à parte, Ana Clara e José Nilton Silveira aproveitam as horas vagas para a distração. Seja em um churrasco ou num barzinho, juntos aproveitam para tomar um chopp. Os amigos dela acham engraçado essa relação que ultrapassa os muros de casa. “A maioria se diverte e acabam colegas do meu pai. Alguns acham estranho, mas logo percebem que não tem nada demais”. A fotógrafa acredita que momentos de descontração aproximam ainda mais os dois. Alguns pais utilizam esta proximidade para gerar uma confiança maior com o filho e poder, desta forma, aconselhar e ajudar mais nas questões da vida, além de fortalecer a amizade. Carlos Humberto Lima diz que é em um momento de lazer que a conversa flui melhor. “A relação com os meus filhos é de coleguismo. Levo eles nas festas, conheço o convívio deles. Na hora que tenho que chamar a atenção, eles respeitam porque sabem que tem a hora da brincadeira e o momento de falar sério”, afirma. A filha Jaqueline Gumury conta que eles estão sempre juntos à noite e nos finais de semana. “Meu pai é parceiro de festa e dos meus amigos”, diz. Na opinião da psicóloga Isis, esta é uma chance de conhecerem melhor os interesses um do outro. “O filho pode achar muito


PRÓS E CONTRAS Célia acredita que trabalhar com o pai nem sempre é a melhor opção

interessante ir a uma exposição de carros antigos, enquanto o pai pode gostar da ideia de ir a uma boate. Se cada um souber respeitar o espaço do outro, estas ocasiões só têm a acrescentar.” Respeito e admiração são elementos que o tempo traz. Os pais da Thaís Mello Borges se separaram quando ela tinha um ano. Até os quatro, a jovem se recorda de ver o pai apenas nos finais de semana. “Ele sempre trabalhou muito. Não conhe-

“Alguns pais utilizam esta proximidade para gerar uma confiança maior com o filho e poder, desta forma, aconselhar e ajudar mais nas questões da vida, além de fortalecer a amizade” ço ninguém com a caixa de e-mail mais cheia de trabalho e com a cabeça lotada de tarefas. Dizer que eu gosto disso é mentira, mas reconheço que é pelo meu futuro e da minha irmã”, defende. Ela conta que o relacionamento com o pai melhorou ao longo dos anos e, foi a partir do próprio amadurecimento que passou a enxergá-lo de outras maneiras. “Antes eu o via com distanciamento e hoje com muito mais proximidade. Acho que o principal é o respeito mútuo referente à personalidade e pontos de vista. “Meu pai é sinônimo de segurança e certeza. Encontro nele tudo

que preciso. Está sempre presente nas ocasiões importantes”, acrescenta. Isis ressalta um fator importante relacionado à infância. “Não podemos deixar de fora o fato de que o vínculo no trabalho ou em festas será decorrente de toda a história que a família já viveu junta. O modo de interagir, desde cedo, é a base para a construção da convivência durante a vida”. Isis também destaca a importância da diferença de gerações e do convívio, pois o pai já viveu muito mais experiências do que o filho, por exemplo. “O pai pode se tornar um bom ouvinte e conselheiro, já que também conhece a história do filho. Esta pode ser uma relação acolhedora e compreensiva. Ele fica por dentro das novidades, sendo convidado a estar em contato com tudo que a geração mais nova traz”, afirma. Para finalizar, Isis remete à volta dos mais velhos no mundo dos mais novos. “Quando os filhos são crianças, o pai brinca de novo, quando são adolescentes, são impelidos a lembrar da sua própria adolescência, paixões. É como uma fonte da juventude que permite constante renovação”.

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MODA

Fernanda Eboli fernanda@dafilha.com.br Design de moda, proprietária do e-commerce www.dafilha.com.br e do blog de moda ww.sushidechocolate.blogspot.com FOTOS SHUTTERSTOCK

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VESTIDA DE NOIVA

esde pequena toda menina tem o sonho de casar com vestido de noiva e toda a tradição que envolve a cerimônia. Esta instituição esteve em desuso, quando era careta, e, também, pela possibilidade do divórcio. Atualmente, o casamento foi resgatado com toda sua pompa e circunstância e muitos jovens optam por realizar esse sonho como manda a tradição. Devido a grande demanda, os preparativos desse dia tão especial devem começar com pelo menos um ano de antecedência. A escolha do que usar no grande dia é o mote e a razão da perda de muitas horas de sono. A noiva é a personagem principal e o noivo mero coadjuvante, já que os olhares do dia estarão direcionados para ela, fonte de atenção e glamour. O romantismo está em alta e não é de hoje. As rendas entraram para ficar e sem previsão para partir, material clássico que denota todo o romantismo, podendo também ser usado de forma ousada e moderna. Vestidos fluidos e marcados na cintura, feitos com tramas e bordados delicados, contrastam com o visual exigido a uma noiva. Não existe uma regra de o vestido ser totalmente branco. Atualmente, a cartela de cores pode ser descortinada utilizando-se de uma infinidade de cores, desde pérola, areia, bege, off-white, salmão ou rosa. A moda noiva se libertou do puritanismo que a cercava, proporcionando liberdade e tradição sem perder a elegância. Fotógrafos de moda e especialistas, afirmam que a 70

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cor ideal é o off-white, porque o branco reflete luzes, flashes e os detalhes passam despercebidos. Mangas longas e modelagem justa valorizam a silhueta feminina, pode-se inclusive abusar de decote nas costas. Já, se for casamento religioso, a opção é cobrir o decote com renda ou tule bordado, mantendo uma leve transparência, esta é a tendência para 2013.

Para o arranjo de cabeça, as noivas podem optar por fitas ou tiaras, sejam de cetim com brilho e flor ou de pedraria. O voilette (véu gaiola) é um véu bem curtinho que pode cobrir todo o rosto ou apenas uma parte, com qualquer posição e inclinação e é outra opção que chegou para ficar. Pode ser bordado em tule, com pérolas, cristais ou plumas e tem conquistado muitas noivas que já

Os adornos dão o toque final, as faixas na cintura vêm em tons pastéis para as românticas e em tons vibrantes para as sedutoras, novidade que está ‘super’ na moda. Casaquinhos de tecido, seguindo o corte de alfaiataria ou peles nas estações mais frias, lembrando o vestido da Princesa Kate, que está muito em alta nesta estação.

aderiram a este estilo de véu, um ‘must’ na Europa, que invadiu os EUA e chegou com tudo ao Brasil. Vale lembrar que a noiva deve sempre seguir o seu próprio estilo, não deve tentar inovar em data tão simbólica. O importante é que o look descreva exatamente sua essência!


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YOU FASHION

COM QUE ROUPA

QUE EU VOU? POR ALINE RICKLY

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“Eu já corri de vento em popa. Mas agora com que roupa? Com que roupa que eu vou. Pro samba que você me convidou? Com que roupa que eu vou. Pro samba que você me convidou?” Noel Rosa, em sua canção, faz alusão a uma frase popular e que as mulheres, particularmente, adoram. Afinal, quem nunca se perguntou com que roupa ir para o trabalho, para a escola, faculdade ou a uma festa? E no frio, essa decisão fica ainda mais difícil. Estar arrumada e não congelar parece uma missão impossível na teoria, mas, na prática, acontece o inverso, pois o que vemos diariamente nas ruas é um verdadeiro desfile de moda.

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ma blusa fina por baixo, outra mais grossa por cima, um casaco, meia calça, jeans, cachecol, botas, luvas e, ainda, uma boina só para garantir. Ufa! Quanta roupa! No inverno, o importante é não sentir frio, mas, também, estar sempre atenta às mil maneiras de compor um look sem perder a sofisticação. Afinal, há um consenso de que, é no inverno, que as pessoas andam mais bem vestidas. Para esbanjar requinte no modelito, as mulheres não poupam esforços, abusam dos acessórios e das peças que caem melhor nesta estação. Segundo a designer de moda Natalia Vanzillota, todo mundo fica mais chique neste período. Ela dá algumas dicas de peças fundamentais como a tradicional calça legging. “É uma tendência que está em alta, mais uma vez, por suprir a necessidade de uma boca mais reta. Temos o costume de usar casa72

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cos volumosos e, por isso, o ideal são as calças com as bocas finas. Mas é preciso estar atenta e optar por uma blusa comprida para não ficar vulgar”, aconselha. A designer indica as roupas que não podem faltar no guarda-roupa durante o inverno. “Jaquetas de couro, lenços, botas de cano alto, pashiminas e echarpes ajudam a driblar o frio”, garante. Para quem se acha gorda quando se enche de roupa, ela apresenta a solução. “A segunda pele de manga comprida é uma boa opção, pois não faz volume e, por cima, vale o complemento com blusão e jaqueta”, recomenda. A petropolitana Daniela Vecchi, 23, se considera básica, mas nesse período do ano, investe nos lenços coloridos para realçar o look. “Sempre opto por um sobretudo ou um casaco mais quente. Por baixo, uso um cashmere liso e um lenço para dar um realce. Gosto de jeans, de botas de cano alto e, claro, o salto tam-

“Segundo a designer de moda Natalia Vanzillota, todo mundo fica mais chique neste período” bém é sempre grande porque dá uma sofisticação a mais”, afirma. A jovem confessa que difícil mesmo é escolher uma roupa para um evento social com exigência de traje fino. Aí, segundo ela, o jeito é inovar. “É complicado uma ocasião que exige roupas finas no inverno, mas eu colocaria um vestido de renda de mangas compridas com comprimento até o joelho. Por cima, um sobretudo de cor para dar uma aquecida no visual. E, para fechar, um sapato estonteante”, ressalta. Nestas ocasiões, Natalia recomenda os


vestidos de festa de manga comprida ou as calças de alfaiataria, cetim ou veludo com uma blusa de tecido nobre. “Pode até usar vestido tomara que caia ou de alcinha, desde que tenha uma echarpe ou um bolero de renda. Em situações como estas, vale destacar a importância do preto que é sempre elegante”, lembra. Alessandra Caiaffa dos Santos, 35, mora em Areal e trabalha em Três Rios. Para se vestir ela segue o padrão que a deixa mais confortável, mas concorda que esse clima é ideal para se arrumar melhor. A vendedora é fã de camisas de alfaiataria, com casaquinho de tricô, um blazer de tweedy, max cardigã e um belo sapato. Ela também é adepta ao xadrez, botas de cano alto e das jaquetas de couro. A estilista Julia Maria Cogliatti destaca que o inverno está bem colorido. “O frio está brilhante, rendado e com modelos para todos os gostos. Peças repaginadas e novíssimas que chegam e esquentam os olhos, o coração e o estilo”. De acordo com Julia, o ponto alto são as roupas com um ar esportivo, como os casacos com referência militar. “Eles podem ser longos ou curtos, assim como estampados”. Ela ressalta também o xadrez. “Ele é tradicional e peça curinga neste período”, conta. Outra tendência que já está presente nas vitrines e nas ruas são as jaquetas

BÁSICA A petropolitana Daniela gosta de investir em lenços e cachecóis para aquecer o visual

PERFECT Os casaquinhos curtos e coloridos dão um up na combinação

chamadas “perfecto”. “Elas não saíram de moda, pelo contrário, ganharam novos materiais como o couro metalizado e camurça”, diz. A estilista ressalta, ainda, as calças parecidas com pijamas, como a saruel ou a boyfriend, que também estão com tudo. Nesta estação tão glamorosa, as roupas são peças-chaves para as mulheres. “O importante é deixar a criatividade funcionar, acompanhar as tendências e seguir o bom gosto”, garante Julia. E agora, já sabe com que roupa você vai neste inverno?

CONFORTO Alessandra é adepta ao xadrez e botas de cano alto revistaon.com.br

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UM SONHO DE DECORAÇÃO FOTOS DIVULGAÇÃO

Um ambiente bonito, charmoso e agradável chama a atenção e faz as pessoas desejarem estar ali. Seja em casa ou no escritório, os objetos decorativos são essenciais para despertar a sensação de bem-estar e conforto.

A

s cores, os diferentes formatos e os produtos inusitados compõem a harmonia de um espaço e têm a missão de deixá-lo mais atraente aos olhos. Na Belíssima Fashion Home, é possível encontrar todos estes elementos com o diferencial de requinte, sofisticação e bom gosto. A empresária Rita Mendes traz, desde 2011, para a cidade todas as tendências da moda casa, cama, mesa, banho, venezianos, cadeiras, tapetes, presentes, artigos e utilitários que dão um toque especial no lar. “Eu pretendo resgatar tudo aquilo que hoje as pessoas deixaram de lado devido a correria do dia a dia”, diz a empresária. Na Belíssima são expostas mesas de jantar prontas com a toalha, as louças e os objetos que ajudam a atrair o interesse do cliente. Além disso, jogos americanos, guardanapos de linho e porta guardanapos deixam a mesa arrumada e elegante. “As pessoas buscam, atualmente,

“Na linha de utilitários, a loja apresenta objetos interessantes e criativos como os de acrílico”

EMPRESÁRIA Rita Mendes vende sonhos aos seus clientes

um ambiente aconchegante e arrumado. Eu costumo dizer que vendo sonhos para que isto aconteça”, comenta Rita. Na linha de utilitários, a loja apresenta objetos interessantes e criativos como os de acrílico. “Estes produtos são úteis, práticos e servem também para colorir e alegrar o espaço”, afirma. Já as porcelanas podem ser encontradas de vários modelos e tamanhos. “Elas aguentam altas temperaturas e já vão para a mesa arrumadas, o que facilita a vida da dona de casa”, explica. Outros produtos vendidos na loja são as roupas de cama, de excelente qualidade, com estampas modernas, bordadas, 400 fios e de fios egípcios. São lençóis, fronhas, edredons personalizados que atendem a diferentes gostos. A Belíssima conta, ainda, com produtos especializados na linha teen, direcionados para jovens entre 13 e 26 anos, o que não restringe a outras idades. “Eu procurei para a minha loja, produtos que não encontrava na região como roupa de cama


“Na Belíssima você também encontra móveis clássicos, modernos, arrojados e clean em sintonia com as tendências das melhores revistas de decoração do país”

ATENDIMENTO A Belíssima conta com profissionais de qualidade

PEQUENOS DETALHES A atenção a cada objeto compõe um belo resultado no final

DIFERENCIAL Os artigos de decoração fazem a diferença em um lar

para os quartos de meninos”, destaca. Na Belíssima você também encontra móveis clássicos, modernos, arrojados e clean em sintonia com as tendências das melhores revistas de decoração do país. Os espelhos venezianos também fazem parte deste mundo. “Eles são muito elegantes. Proporcionam desta-

que e beleza a um ambiente”, enfatiza. As almofadas estão disponíveis em diversas cores para salas de TV, de estar e quartos. Os tapetes de diferentes tipos compõem esse lugar. “Eu acompanho as tendências da moda, o que é um diferencial em relação à concorrência”, comenta. Para Rita, é importante ter algo que

está na moda, mas que faça bem aos olhos. Uma dica da decoradora é misturar cores e saber colocar uma peça no local exato. “Às vezes algo que te agrada não combina com a sua casa”, assinala. A empresária Marluce dos Anjos da Motta Moraes, 70, considera os objetos de decoração de extrema importância. “Eu adoro louças, lençóis, tapetes, almofadas. Enfeitar a casa faz com que ela fique apresentável para receber visitas, satisfaz o ego e te faz sentir bem naquele espaço”, afirma. Raquel Tavares da Rocha, 34, concorda com Marluce e também investe em objetos de decoração. “A nossa casa tem que ser um lugar onde nos sentimos bem e, para isso, nada melhor que um espaço bonito e aconchegante”, acredita. De acordo com Rita, a loja também faz listas de casamento atendendo aos mínimos detalhes. A empresária, junto com sua equipe, prioriza o cliente e oferece um atendimento diferenciado ao fornecer dicas de decoração. “Aqui na Belíssima temos produtos para todo o tipo de público”, encerra. Para comprar este sonho de decoração e se sentir ainda mais à vontade no seu espaço, faça uma visita a Belíssima e confira os belos artigos, perfeitos para sua casa. Lá você consegue realizar seu sonho por um preço muito mais acessível do que você pode imaginar. Belíssima Fashion Home Rua Barão do Rio Branco, 378 Centro - Três Rios/RJ Telefone 24 2255-4709


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INSPIRAÇÃO

OS TRILHOS PERCORRIDOS POR

MANOEL MENDES POR RAFAEL MORAES

FOTOS ARQUIVO PESSOAL

De fora do Brasil, trouxe a maneira de trabalhar; de Três Rios, levou a determinação de quem já sabia o que queria ser na vida. Filho de ferroviário, quando criança, o engenheiro Manoel Mendes não imaginava ter desenhado em sua genética, os trilhos que o conduziriam aos projetos futuros. Dono de um conhecimento invejável sobre a área, ele, que está à frente de uma escola para profissionais deste ramo, está prestes a inaugurar a primeira ferrovia-escola da América Latina.


JCLICK


INSPIRAÇÃO

F

oi em 1957 que nasceu Manoel Mendes, filho da dona de casa Maria Ferreira Mendes e do ferroviário Sabino Antônio Mendes, ambos já falecidos. Quarto filho de uma família de seis, sempre foi obcecado por aprender e, desde jovem, pretendia desvendar os mistérios da eletricidade. Casado há 23 anos e pai de um único filho, Pedro Mendes, o trirriense Manoel é referência em transporte ferroviário e, agora, se dedica a um projeto para disseminar conteúdo da área para profissionais e jovens que queiram se preparar para o promissor Brasil sobre trilhos. Para o engenheiro elétrico, a infância foi muito proveitosa. “Divertia-me muito, sempre brincando de forma saudável na roça, no sítio do meu pai e dos meus parentes. Gostava de saber o porquê das coisas”, revela ele que viveu parte da infância no bairro Cantagalo, em Três Rios. Ainda da juventude, lembra o início precoce no trabalho. “Um dos meus primeiros empregos foi em Itaipava, em uma fábrica de telas”, recorda. Apesar do apego pela labuta, Mendes nunca abandonou sua maior paixão, que era aprender. “Sempre gostei muito de estudar. Fui fanático por aprender. Tinha uma revista que falava sobre ciência de maneira geral e gostava de ler muito sobre eletricidade, inovações tecnológicas, novas descobertas do mundo. Foi a partir daí que comecei a gostar da parte técnica da engenharia”, revela. Uma frustração na infância foi a impossibilidade de estudar na extinta Escola Profissional Jorge Franco, mantida pela Rede Ferroviária Federal S.A. para manter profissionais para rede. O jovem havia passado na prova de seleção, mas, por ter idade inferior à permitida, foi eliminado. “Meu sonho era entrar nessa escola. Acho que foi essa instituição que me estimulou para a ferrovia. Você estudava de manhã, almoçava lá e se especializava à tarde. Tinha curso de mecânico, eletricista, caldeireiro”, cita os cursos. Diante dessa dificuldade, Manoel entrou no ginásio comum (atual ensino fundamental). “Meu irmão mais velho estudou lá [na escola da rede] e foi um excelente profissional”, qualifica o irmão mais velho, já falecido. 82

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PAI E FILHO A relação entre os dois é de amizade

HÁ 23 ANOS Eles moraram na mesma rua a vida toda, mas foi preciso a ação do destino para uní-los

Educação

eram centavos por causa da desvalorização das moedas”, recorda. Com três especializações, em engenharia industrial, sistema de potência e uma em engenharia ferroviária, além de pós-graduação na FGV (Fundação Getúlio Vargas) em gestão de empresas e mestrado no IME (Instituto Militar de Engenharia) sobre engenharia de transportes, contém um vasto conhecimento sobre o campo em que atua.

“Naquela época era muito difícil fazer um curso superior, mas lutei para isso”, garante. Ainda no ensino médio, fez uma prova e conseguiu bolsa em um cursinho particular. Foi nesta época que conheceu Cosme Massi. “Ele se tornou um grande amigo. Era um dos melhores alunos”, elogia o sócio que optou pela física na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Passado o vestibular, Mendes formou-se engenheiro elétrico em 1982 na UCP (Universidade Católica de Petrópolis). “Era uma faculdade particular. Tinha um incentivo do governo, quando a família tinha renda baixa”, revela sobre a forma encontrada para bancar o curso. Foi então que o pai, Sabino Antônio Mendes, decidiu: “você vai estudar”, disse repetindo as palavras do genitor. “Meus pais me apoiavam em tudo que eu fazia”. Apesar de ter conseguido ultrapassar as barreiras do vestibular, a burocracia para conseguir o crédito do governo e a complexidade das matérias, a necessidade de custear o primeiro período assustou, mas Sabino honrou a promessa e “nos primeiros seis meses meu pai pagou toda a despesa até o benefício sair. Depois de formado eu paguei todas as mensalidades, lembro que as últimas

Família

Aos 54 anos, Manoel Mendes conduz o Cepefer (Centro de Estudos e Pesquisas Ferroviárias e Rodoviárias) e assume o papel de chefe de família e pai de um jovem que, aos 11 anos, assim como ele, sabe o que quer ser no futuro. “Meu pai diz que tudo que ele faz é para mim. Pretendo estudar engenharia e trabalhar junto com ele”, projeta Pedro Mendes. Casado há 23 anos com a empresária Rita de Cássia Gomes Mendes, Manoel constituiu uma família unida nos ideais. “Sempre moramos perto um do outro e nos conhecemos a vida inteira. Tivemos vidas diferentes, mas sempre nos encontrávamos. Em 1987 nossos olhares deixaram de ser de amizade e passaram a ser de amor”, revela Rita o início do relacionamento. Ao comentar sobre o marido, a em-


presária expôs uma naturalidade característica de uma relação cordial. “É muito fácil! Além do amor, tenho uma enorme admiração, cumplicidade e respeito. Uma das coisas que mais admiro é sua inteligência. Meu marido é um homem brilhante”, declarou. Seu brilhantismo é notório ao se apresentar ora como um super-herói, outrora como um disciplinador rígido ao pensar no futuro do filho. Entretanto, a relação entre Manoel e Pedro é de amizade. “Ele gosta que eu tire notas boas, mais também me ajuda muito. É meu grande amigo”. Ao falar sobre o filho, Manoel mudou a expressão sisuda de diretor do Cepefer e lembrou a luta de Pedro após o nascimento. “Ele nasceu antes da hora, com sete meses. Eu morava em Juiz de Fora nessa época e é um milagre estar vivo. Foi Deus e ele que lutou para estar aqui. Não tinha o pulmão formado ainda. Foi aí que eu aprendi a ser pai e proteger uma criança indefesa”, recorda e diz usar esse episódio quando há uma adversidade se aproximando. “Quando estou desanimado na vida, olho para ele”.

Êxodo trirriense

PARÂMETROS Manoel planeja a vida pensando em Pedro e Rita

Carreira profissional

Com a família formada e a imagem profissional constituída, fica fácil voltar ao passado para contar como foi a formação do engenheiro elétrico que adaptou todo aprendizado universitário para a ferrovia. Foi no quarto ano de faculdade que surgiu o primeiro estágio. “Eu não imaginava entrar para ferrovia. Fui estagiar na Cia Santa Matilde, empresa que produzia composições férreas. Comecei na área de controle de qualidade na produção de trens elétricos. Esse período durou um ano e, segundo ele, boa parte do tempo se dedicou à tradução de manuais, em inglês, para criar procedimentos de testes dos veículos férreos. “Meu quarto tinha vários desenhos sobre aquilo, pois precisava aprender”, o que demonstra sua dedicação, qualidade apontada pelos amigos e família. Quando concluiu o curso universitário foi contratado como engenheiro eletricista. Além da extinta Santa Matilde, Manoel Mendes foi colaborador em várias em-

Foram 20 anos fora de Três Rios. A falta de oportunidades para realizar os sonhos levou Manoel Mendes a respirar outros ares e ter contato com outras culturas. “Depois que saí daqui, em contato com outras tradições, novas pessoas, percebi que qualquer um pode se realizar. Percebi a globalização e que qualquer cidade está em contato com o mundo”, conclui. No período em que trabalhei em Belo Horizonte, a empresa em que era colaborador mudou administrativamente. Quando as atividades da empresa foram reduzidas na capital mineira devido à conclusão da obra do metrô, Manoel mudou o trajeto para São Paulo. “Recebi um convite para trabalhar em outra multinacional e o gerente de lá disse que ia montar uma empresa e me chamou para ser o diretor. Fiz o plano de negócios e ele disse que montaria uma unidade fabril em Três Rios, foi então que abandonei o sonho de morar fora do Brasil [só havia ficado alguns intervalos] e assumi esse desafio”, relembra. O fim desta parceria deu início do maior, inovador e atual projeto de Mendes. Cepefer

SUPORTE Além de parâmetros, a esposa e o filho, representam tudo na vida do engenheiro Manoel Mendes

presas multinacionais e teve experiências fora do país, como na Bélgica, França, Espanha, Alemanha e Canadá. Quando deixou a empresa trirriense, às 19h do dia 14 de janeiro de 1987, partiu para outro desafio em outra instituição. “Saí de uma reunião às 19h, arrumei minha mala, peguei um ônibus e fui trabalhar em uma multinacional em Belo Horizonte no dia 15 de janeiro às 08h”, registra, ele que poucas vezes curtiu férias na vida. “Isso nunca foi sacrifício para mim. Meu trabalho é um grande prazer”, confessa ao dizer que, mesmo nos momentos de lazer, gosta de ler novidades sobre seu ofício. “No momento que você está fazendo o que planejou, executando seu sonho, você está tirando férias”, filosofa.

O Centro de Estudos e Pesquisas Ferroviárias e Rodoviárias surgiu para suprir uma necessidade do mercado ferroviário. “Ao longo da minha vida profissional, percebi o que ainda acontece hoje: uma grande dificuldade de formar fornecedores capacitados. Se eu vou fazer um grande projeto, preciso de empresas preparadas. Outra dificuldade é ter mão de obra capacitada”, aponta os motivos que contribuíram para a criação do Centro. Esse problema é, de fato, o maior desafio. Quem compartilha essa afirmação é o presidente da Abifer (Associação Brasileira da Indústria Ferroviária) Vicente Abate. “Temos uma necessidade muito grande de melhorar a mão de obra técnica e superior. O Cepefer tem cumprido esse papel. Os cursos têm sido feitos em nível de extensão e pós para indústria, trens de carga e de passageiros. O Centro tem atuado nesse nicho, aprimorando esses profissionais”, exrevistaon.com.br

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DIVULGAÇÃO

INSPIRAÇÃO

SÓCIA Lilian Ramos é responsável pelo marketing do Cepefer

AMIGOS Manoel com Cosme que pertence à família Cepefer e o filho Pedro

ABIFER O presidente Vicente Abate e Manoel Mendes registraram a amizade na inauguração da unidade de Paraíba do Sul

plica. Acompanhando a situação acadêmica, Abate também avalia o baixo investimento brasileiro na infraestrutura ferroviária que, hoje, “não chega a um 1% do PIB enquanto a maioria dos países dos Brincs (países membros fundadores Brasil ,Rússia, Índia e China, além da África do Sul, que juntos formam um grupo político de cooperação) o montante varia entre 5% e 10%”, defende ele que aposta no Cepefer. “Esperamos que seja um embrião de um futuro centro tecnológico ferroviário no país”. O mestre em metrologia, qualidade e inovação Felipe Kovags Pinto é um dos professores do Centro. Para ele, “é um projeto pioneiro no Brasil, que envolve diversos produtos e serviços. E, com toda certeza, irá contribuir muito para o desenvolvimento da região em que a instituição está inserida”. Da mesma opinião compartilha Otávio Henrique Ilha Campos, presidente de uma empresa especializada em projetos de interiores ferroviários que conhece Manoel desde 1981. “Eu chefiava o setor de montagem mecânica dos trens na Santa Matilde e ele [Mendes] o de montagem elétrica”. Do contato profissional acredita ser oportuno o conhecimento oferecido pelo Cepefer. O engenheiro mecânico Henrique Dornelas Abelha Futuro, especialista em transportes, disse ter ficado impressionado “com a proposta do Centro de estudos e pesquisas avançadas na área

de transportes, especialmente na ferroviária”. Ainda de acordo com ele, o Centro vem preencher uma lacuna na formação de profissionais para o setor. “Devido à crise do mercado ferroviário no Brasil, os centros de ensino em formar profissionais também não estavam interessados em uma área que não haveria mercado”, complementa. O Cepefer foi fundado em 2005 com uma proposta inovadora. Para realizar esse projeto, Manoel Mendes que é o

a relevância do Cepefer é deduzida por seus propósitos e objetivos: a formação, o aperfeiçoamento de profissionais, o desenvolvimento de projetos e as pesquisas na área ferroviária. “É uma grande satisfação e alegria, uma demonstração de respeito e admiração por uma área tão importante para o Brasil. O país precisa se desenvolver. Contribuir de alguma forma para isso é uma grande honra”, conta. Em 2005, Manoel já tinha escrito o plano de negócios e, com o conhecimento na área ferroviária, sondou as empresas para descobrir suas principais dificuldades. O resultado foi mais do que confirmado: faltava mão de obra. “O objetivo do Cepefer com essas empresas casou como uma luva”, brinca Mendes. Ainda em 2005, conseguiu um contrato grande com a FCA (Ferrovia Centro Atlântica) para promover um curso em Belo Horizonte. Logo em seguida, surgiu a MRS em Juiz de Fora, que precisava de pós-graduação em engenharia ferroviária. Em um próximo passo, Manoel procurou o IME (Instituto Militar de Engenharia). A instituição militar tinha o conhecimento acadêmico, mas não da tecnologia e professores específicos da área ferroviária. Assim, foi criado sistema AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem), software que fica acoplado ao site do Cepefer, cuja funcionalidade serve de apoio aos alunos. Desta forma, a jovem empresa busca

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“Não gosto só de ficar no sonho, mas transformálo em realidade”, Manoel Mendes

diretor-executivo precisava de um sócio, foi quando se lembrou do grande amigo Cosme que havia migrado para área educacional. “Chamei-o para conversar, mostrei o projeto. Disse que precisávamos unir meu conhecimento técnico com experiência educacional dele e, assim, surgiu a sociedade. Foi desta forma que começamos a trabalhar para desenvolver a primeira faculdade ferroviária do Brasil”, conta Mendes. Para Cosme Damião Bastos Massi,


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EQUIPE Os colaboradores do Cepefer dão o suporte para a empresa que tem a responsabilidade de ajudar profissionais ferroviários

UNIDADE A instituição fica no centro de Paraíba do Sul

PARAÍBA DO SUL Manoel foi o responsável por instalar a instituição na cidade das águas

solucionar antigos problemas e trabalhar distribuindo conhecimento dentro das empresas contratantes. Todo o programa foi criado por Cosme. Além da unidade em Paraíba do Sul, a empresa tem sede em Três Rios e outra estrutura em Curitiba (Paraná), onde a especialista em marketing, recursos humanos e tecnologias educacionais Lilian Ramos, outra sócia do projeto, é a responsável. O convite para se juntar ao Cosme e Manoel surgiu quando ela ainda era gerente em uma grande instituição de informática de São Paulo que dava apoio no site da instituição e no AVA. “Um dia entrei em contato com essa empresa sobre formas de melhorar o site e a divulgação, mostrar que nossa atividade é praticamente única no país.

Marquei uma reunião com ela, não a conhecia. Na primeira meia hora ela ficou ouvindo. Depois ela não me deixou falar mais”, conta Manoel sobre a empolgação da então futura parceira. “Ele era meu cliente em tecnologia educacional. Aos poucos fomos estreitando nosso relacionamento profissional e eu fui entendendo melhor seu projeto”, conta ela. O Cepefer aposta no diferencial de poder ajudar os alunos a resolverem problemas encontrados nas empresas em que são colaboradores, ou seja, além de se aprimorarem, os estudantes trocam experiências com os professores, que, ao final do curso, os ajudam a formatar uma solução para a dificuldade inicial. Além de graduação, pós e cursos técnicos na área ferroviária, o Centro de Estudos e

Pesquisas Ferroviárias e Rodoviárias oferece consultoria e projetos especiais, auditoria, turismo ferroviário, além de manter um projeto de recursos humanos para identificar profissionais e oportunidades. A incubadora estimula a criação e desenvolvimento das micro e pequenas empresas nascentes e em operação. A ferrovia-escola será a afirmação da qualidade do ensino do Centro ao proporcionar, ao aluno, a experiência prática do conteúdo na sala de aula. O trecho compreendido em Paraíba do Sul possui 14 km de extensão e funcionará como a primeira ferrovia-escola do país. O engenheiro Marcelo Sucena define essa possibilidade como fantástica. “É uma grande oportunidade que o Brasil está proporcionando. Com os grandes eventos que estão acontecendo, além da necessidade de aperfeiçoamento da logística nacional e reequilíbrio da matriz de transportes, haverá necessidade de formação específica da área ferroviária”, acredita. O engenheiro mecânico Octavio Camerini trabalha para uma multinacional e, através dela, fez um curso no Cepefer. Como aluno e profissional da área, afirma: “As ferrovias não têm tempo a perder. O profissional tem que entrar jogando. As oportunidades em ganho de eficiência e eficácia nas ferrovias requerem conhecimento e inovação”, crê ele que trabalhou 15 anos no setor automotivo e migrou há três para o ferroviário. Além de todos os aspectos profissionais, a ferrovia-escola foi o maior argumento para instalar uma unidade em Paraíba do Sul e não em Hortolândia, São Paulo, próximo destino da instituição. “Conseguimos a concessão por 20 anos para criar a graduação em transporte ferroviário de carga e passageiro que está em aprovação no MEC (Ministério da Educação)”, conta Manoel Mendes. Anualmente, mais de 2.500 alunos já se formaram no Cepefer e mais de 400 passam pela instituição a cada ano. Mesmo que distante, eles, também apaixonados pelo ideal Brasil sobre trilhos, absorvem um pouquinho do conhecimento do trirriense Manoel Mendes, responsável pela instituição que promete inovar com tecnologia e formação responsável. revistaon.com.br

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EU SEI FAZER

PARA VER E OUVIR POR FREDERICO NOGUEIRA

FOTOS ARQUIVO PESSOAL

“Suponho, Ana Luiza, se a guarda cochila eu posso penetrar no castelo”. Suponho, também, querida Ana Luiza, que uma pessoa consiga transportar emoções e sentimentos através de instrumentos musicais para os ouvidos do público. Suponho, ainda, Luiza, que histórias possam ser transformadas em imagens e tocar olhares atentos à grande tela. Vamos, então, deixar de suposições, esquecer Ana Luiza e, entre acordes, solos de sax, câmeras, cortes e planos, conhecer um trirriense que se destaca na música e no cinema.

E

sta Ana Luiza do início do texto saiu da música de Tom Jobim e é uma das preferidas de Rodolfo Novaes. No silêncio de sua casa em Paraíba do Sul, quebrado apenas pelos filhos [Luca, de 6 anos, e Pedro, 2], o músico e cineasta contou sua relação com o som e a imagem. A primeira surgiu ainda na infância. A segunda, um pouco mais tarde. Hoje, aos 46 anos, ele vê suas produções sendo premiadas e se prepara para novos lançamentos e cada vez mais desafios. Um dos responsáveis pela carreira musical de Rodolfo é o irmão, Alexandre. “Você costuma ter o irmão mais velho como espelho. Ele sempre levava instrumentos para nossa casa e, por isso, a arte sempre permeou minha vida. Desde cedo senti que conseguiria fazer músicas”. Ainda pequeno, foi levado pela mãe para aulas de flauta doce, o que pode ser considerado seu primeiro instrumento. A certeza da paixão pela música aconteceu aos 14 anos e contou, tam86

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Ao ouvir um disco do Victor Assis Brasil, Rodolfo teve a certeza de que seria músico bém, com participação do irmão. “Ele pediu que eu fosse até uma loja, em Três Rios mesmo, pegar um disco do Victor Assis Brasil. Nessa época, já tocava um pouco de violão. Quando levei o disco, ouvi junto e fiquei doido com o som do saxofone. Falei com ele que precisava tocar aquele instrumento. Depois disso, meu irmão arrumou uma flauta transversa para mim, que tem digitação parecida com a do sax”, relembra. Após terminar o ginásio em escolas trirrienses, começar a estudar o instrumento e a fazer seus primeiros solos, seguiu para um curso técnico em Juiz de Fora. Neste período, estagiou na Santa Matilde e, por fim, passou para o curso de

engenharia na UCP (Universidade Católica de Petrópolis). “Foi uma pressão social. Você chega em uma idade e ‘tem que entrar’ para um curso superior”, afirma. Restando um ano e meio para o fim do curso, já tocando saxofone, Rodolfo tomou a decisão de sair do país. “Queria ir para os EUA e ser músico lá. Juntei dinheiro e vendi o que tinha. Para quem gosta de sax, jazz e bossa nova, Nova York é um sonho. Eu queria ir para Boston, estudar ainda mais”. Porém, ao não conseguir o visto para o país e já com a ideia fixa de sair do Brasil, foi para a Inglaterra, onde já tinha amigos, também de Três Rios. “Não falava quase nada de inglês, mas me mandei. Fiquei na casa destes amigos, tentei trabalho por um mês, mas não consegui. O dinheiro já estava no final e vi que precisava comprar logo o saxofone [o outro ele vendeu no Brasil]. Depois desse período, fui para Portugal”, conta. Lá, também ficou na casa de amigos trirrienses, trabalhou na lanchonete deles e retornou


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EU SEI FAZER

CINEMA A direção e o roteiro estão entre suas partes preferidas na produção cinematográfica

O curta “Just in Time” foi premiado em Los Angeles e participou de uma sessão em Cannes

CANNES Seu projeto final do mestrado foi selecionado para uma mostra de filmes curtos

para Três Rios pouco tempo depois. Na volta, trabalhou com o pai em sua seguradora e entrou para um big band (banda) de Petrópolis. Foi neste período que conheceu aquele que considera seu maior parceiro musical, Alberto Chimelli. “Quando comecei, o Alberto já era um renomado pianista no Rio. Uma vez, eu estava lá e encontrei com um primo dele, meu amigo, na rua, que me disse que levaria para conhecê-lo. Ele não estava, mas esperamos por sua chegada. Assim, foi nosso primeiro contato. Surgiu, então, uma oportunidade de fazer um show no Sesc e convidei o Alberto para tocar comigo. Ele aceitou na hora e começou a me levar para onde ia. Hoje é um irmão”. Alberto também recorda o primeiro contato e revela o que faz a parceria dar certo. “Nossa maneira de pensar é 88

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muito parecida”. O músico faz, ainda, uma análise da arte do amigo. “O Rodolfo tem uma personalidade muito forte nas composições. Ele tem um estilo muito especial, particular. Tem o cuidado de lembrar que há pessoas nos escutando. Seu gosto é muito apurado, toca de forma muito elegante”. A graduação em história aconteceu em 2000. Por sempre gostar de ler, optou por este curso. No ano seguinte, já casado, foi com a esposa, Milena, para Londres. Lá trabalhou como músico profissional e aproveitou o período para mais uma graduação, desta vez em história da arte. Após quatro anos fora do país, Rodolfo retorna e, durante uma oficina de literatura com o escritor Antônio Torres, uma nova e importante amizade surgiu. “Falei com ele que não era escritor, mas músico. O Torres disse que seria ótimo. Fiz, então, um projeto que unia música e literatura. Ele contaria a história da vida dele enquanto eu, no sax, o Alberto, ao piano, e Sérgio Barrozo, no contrabaixo, tocaríamos as músicas. Deu certo, foi um sucesso”, recorda.

A cena em que o Rodolfo músico conhece o Rodolfo cineasta aconteceu neste período em Paraíba do Sul. “Fazendo esse show, um dia estava conversando com o Torres e nasceu a ideia de fazer um documentário sobre ele. Aquilo foi um marco. O Rodolfo músico sempre vai existir, mas passei a me dedicar muito ao cinema. Fiz cursos, li muito e, no Rio, fui fazer um curso de direção com o Walter Lima Junior, que sempre foi um grande ídolo”. Walter se tornou uma referência desta proporção após uma situação marcante na adolescência de Rodolfo. “Quando ainda estava em Juiz de Fora, com 16 anos, vi um cartaz do filme ‘Inocência’, dele. Tinha a Fernanda Torres, novinha ainda, na imagem, então entrei para assistir. Mas o filme me arrebatou, acabou comigo. O sítio que aparece nas imagens fez lembrar minha infância, no sítio do meu avô. Depois disso, sabia que um dia faria um filme”. E fez. Não apenas um, mas vários. O projeto do filme sobre Antônio Torres foi feito e enviado para captar recursos pela Lei Rouanet, mas não entrou dinheiro. No mesmo período, Rodolfo começou a produzir um filme sobre o gaitista brasileiro Maurício Eihorn, outro ídolo. “Logo que comecei a filmar, minha esposa teve outra oportunidade de ir para Londres. Fomos e, estando lá, tive a chance de filmar com o Toots Thielemans, considerado o maior gaitista do mundo, na Bélgica, para este documentário do Maurício”. Como a permanência no país seria longa, Rodolfo se candidatou para um mestrado de cinema e passou. “Nisso, me meti em mais de 40 projetos. Fui câme-

AMIGO E MENTOR Rodolfo com Walter Lima Junior, diretor do filme que marcou sua adolescência


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PARCEIROS Em apresentação com Alberto Chimelli, ao piano, sendo observados pelo escritor Antônio Torres

ra, eletricista, fotógrafo, dirigi uns cinco curtas. Foram muitas experiências e meu projeto final foi o curta ‘Just in Time’”. De volta ao Brasil com a família, seu curta já foi para diversos festivais de cinema no mundo. Ganhou prêmio em Los Angeles, no DIY Film Festival, pela direção. Depois disso, foi exibido em uma sessão de curtas em Cannes, onde Rodolfo esteve no meio deste ano. “Agora, começo a mandar o documentário sobre o Maurício para os festivais. Não é uma narrativa cronológica, são recortes da vida dele. Minha ideia era que o filme fosse bem musical. Quero que o filme divirta e comunique através da musica e da figura do Maurício”. Antes de chegar ao produto final, Rodolfo quis que Walter assistisse. “Ele é uma escola. Não é só um amigo, é um mentor, é um craque, me influenciou muito”. Diretor de filmes como “A ostra e o vento” e “Os desafinados”, Walter vê o título de “mentor” com carinho. “Acho

que ele fala isso porque há uma afinidade muito grande entre nós. Nossos gostos são parecidos”. Hoje, Rodolfo é professor substituto de Walter, que explica o porquê da escolha. “Além de ter talento, ele acabou de chegar de fora, onde estudou muito. Não tenho bola de cristal, mas vejo um futuro brilhante para ele”, diz. Com o projeto inicial de enviar o novo trabalho para diversos festivais, Rodolfo teve a preocupação de produzir o filme para todos os públicos. “É sobre um músico e fala bastante sobre músicas, mas não pode ficar restrito a um grupo de pessoas, de músicos. Você assiste e se deixa levar. Ele é um documentário, mas é uma ficção no sentido de entretenimento”. E quem assistiu, aprovou. Com a palavra, Walter Lima Junior. “O filme é um trabalho muito bonito. Filmou na intimidade, muitas vezes só com ele e a câmera, sem equipe. Quem tiver a oportunidade de assistir, vai gostar”, diz. No cinema, ele curte fazer roteiros e dirigir. Na música, compõe ao piano. “Eu filmo através da música; eu olho através dela”, garante. No cinema, além do amigo Walter, é fã de John Ford. Na música, além do amigo Alberto, admira Charlie Parker, Lee Konitz, Idriss Boudrioua, Victor Assis Brasil entre tantos outros, como Tom Jobim. Com diversos projetos na cabeça, ele finaliza explicando que a paixão pelas artes é a motivadora das próximas cenas. “Ou você tem paixão para fazer ou não. O sucesso do seu trabalho tem que nascer em você. Se não tiver paixão, não consigo filmar, não consigo compor”.

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MÚSICA As composições são feitas ao piano e, depois, passadas para o saxofone

FAMÍLIA Com os filhos Pedro e Luca na casa em Paraíba do Sul

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SAÚDE

PREVENÇÃO

SINTOMÁTICA POR ALINE RICKLY

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O inverno é um período propício para despertar doenças respiratórias. Os problemas alérgicos, virais e bacterianos vão de um simples resfriado a complicações como asma ou pneumonia. Alguns cuidados preventivos podem amenizar os sintomas e aliviar o mal-estar.

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esta época do ano, é comum que as crises de espirros aumentem, assim como o incômodo da coriza ou nariz entupido. Estes são os primeiros sinais característicos das principais doenças respiratórias que se acentuam no inverno. Resfriado, gripe, rinite, sinusite, bronquite, otite, asma e pneumonia são as mais frequentes. Para evitar ou diminuir os sintomas, a medida preventiva é a mais indicada. Segundo estudo publicado pela agência de notícias da USP (Universidade de São Paulo), o clima tem relação direta com a saúde. A pesquisa avaliou a região de Maringá, no Paraná, entre 2000 e 2007. De acordo com a geógrafa Isabel dos Anjos, no inverno, as temperaturas não são constantes e essa oscilação aumenta a intensidade do choque térmico. “A diminuição da umidade relativa do ar, que nesse período pode ser inferior a 40 %, causa o ressecamento das mucosas das vias aéreas respiratórias. E esse processo facilita o ataque por vírus e bactérias presentes no ar”, diz Isabel. Ainda de acordo com o estudo, a relação entre o clima e a saúde é mais forte no inverno, que registra cerca do dobro de casos de internações em comparação ao verão. Adriana da Fonseca Teixeira tem 44 anos e sofre com alergias desde que nasceu. Rinite e sinusite sempre foram problemas na vida da funcionária pública. Como não bastasse, os dois filhos também herdaram as alergias. “Nos dias mais frios piora muito. Dá dor de cabeça, os olhos coçam e eu espirro muito. Lidar com cheiros fortes como perfume, desinfetante e mofo, provocam as reações. Para aliviar, faço nebulização. Nesse tempo, em que durante o dia faz calor e a noite faz frio, fico muito ruim”, confessa. Adriana já recorreu a tratamentos com vacinas e outros com remédios. “Tomei vacina durante seis meses e acho que melhorou muito”, lembra. O alergologista Luiz Antônio Grillo cita o fato de que estar em ambientes fechados neste período é o principal motivo que leva a contrair as doenças das vias aéreas. “No inverno, as pessoas ficam em lugares sem ventilação, assim como em contato com poeira e ácaros,

ASSESSORIA

SAÚDE

INVERNO Neida tem sinusite crônica e rinite, doenças que se agravam no inverno

O alergologista Luiz Antônio Grillo explica que estar em ambientes fechados neste período é o principal motivo de se contrair doenças das vias aéreas além de usarem roupas que estão guardadas há muito tempo”, declara. Outro ponto curioso citado pelo alergologista está rela relacionado à hereditariedade. “É uma questão importante nos processos alérgicos. Quando os pais tem alergia a probabilidade do filho ter varia de 50% a 75%”, informa. O tratamento preventivo é, segundo Grillo, fundamental. Ele explica que, atualmente, existem medicamentos antialérgicos de última geração, que não geram sonolência. Além de todos esses cuidados, o paciente pode optar pela imunoterapia, tratamento a base de vacinas antialérgicas. “Esta é a única maneira de transformar uma doença respiratória, já que ela trata a causa e não os sintomas. São necessários, no mínimo, três anos de tratamento com a indicação correta do médico. O resultado: o pa-

FÁBIO LORENZETTI Para o otorrinolaringologista a imunidade é fundamental para combater os problemas respiratórios

ciente passa até 20 anos sem desenvolver reações. É o método mais indicado e menos prejudicial”, garante. A servidora pública Andreia de Melo Cardozo, 40, também sofre com doenças respiratórias. Ela conta que os sintomas aumentam no inverno. “Meu nariz fica congestionado, o que acarreta em falta de ar. Os espirros, a coriza e a coceira no nariz também me incomodam muito”, revela. Andreia aderiu a imunoterapia há dois anos e toma vacina de 15 em 15 dias. “Melhorei bastante, estava com a taxa de imunidade muito baixa. Ainda preciso controlar o uso abusivo de perfume porque desencadeia espirros constantes. Foi necessário, também, evitar lugares empoeirados, manter distância de pelos de animais domésticos, cuidados com tapetes, entre outros”, declara. Segundo o secretário geral da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial Fábio Tadeu Moura Lorenzetti, na hora de pensar em prevenção, é importante separar as doenças alérgicas das infecciosas. “No primeiro caso, a melhor forma de cuidar é através da higiene ambiental, ou seja, estar atento ao local em que vive. É indispensável evitar o que acumula poeira como tapetes, cortinas, bichos de pelúcia, animais dentro de casa, mofo, entre outros”, aponta. Em relação às


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infecciosas, o especialista adverte: “É normal, nesta estação, que as pessoas se aglomerem em lugares fechados e, é nesse ambiente, que acontece uma troca de bactérias e vírus, o que acarreta na proliferação da doença”, afirma. Neida Cristina de Mello, 43, tem rinite alérgica e sinusite crônica. “O tempo seco e frio potencializa o aparecimento dos sintomas. Sinto dores nos seios da face, na testa e até nos olhos. Às vezes chega a doer o dente. Tudo isso acompanhado de muita coriza e tosse”. Como forma de tratamento ela já operou o desvio de septo (quando septo nasal, estrutura formada por ossos está torta para um dos lados dificultando a respiração), uma das causas da sinusite que ainda assim persiste devido a fatores ambientais. “Quando tenho crises leves, uso só um analgésico, mas quando está muito forte, não tenho escolha e tenho que procurar um médico. Eventualmente faço uso de corticoides, antibióticos e antialérgicos. Além disso, fui orientada a beber muita água e lavar o nariz com soro fisiológico”, conta.

ALERGOLOGISTA Evitar lugares fechados é uma das medidas preventivas no caso de doenças respiratórias

De acordo com Fábio, para todos os casos há medidas que podem contribuir para a precaução. Para as reações alérgicas, o paciente deve colocar cobertor, travesseiro e colchão, expostos ao sol ao menos uma vez por semana durante três horas. “Também é indicado evitar cobertores de lã e produtos com cheiros fortes, lavar a roupa de cama sempre em temperaturas altas e verificar se os

filtros do ar-condicionado estão sendo trocados com frequência”, destaca. Já para as infecciosas, ele diz que a melhor forma de prevenir é evitando aglomerações. “É importante lavar sempre as mãos, ter os cuidados básicos de higiene e usar lenço de papel”, alerta. Na opinião do otorrinolaringologista, o fato de estar propenso a adquirir uma bactéria ou vírus tem a ver, também, com a imunidade do próprio indivíduo. “É importante se alimentar e dormir bem. Para as crianças e os idosos, o mais indicado é a vacinação”, recomenda. O médico ainda explica que a própria resistência de um organismo cura um resfriado ou uma gripe. “Nesta situação, o tratamento é sintomático, o próprio corpo desenvolve os anticorpos que irão combater a enfermidade”, esclarece. Estar atento a essas precauções e prevenções contribuem para um bem-estar maior até mesmo no inverno. Porém, no caso de dúvidas e antes de tomar qualquer remédio, não se esqueça de consultar um médico.

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ANÁLISE CLÍNICA EFICIENTE FOTOS DIVULGAÇÃO

Desde 1980 no mercado, a Clipar Life oferece aos seus pacientes agilidade, conforto, segurança e comodidade em exames laboratoriais

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realização de exames clínicos não está entre as atividades preferidas no dia a dia dos indivíduos. Para amenizar essa situação, a Clipar Life, em Petrópolis e Três Rios, proporciona um atendimento personalizado para todas as faixas etárias. Com equipamentos modernos, automatizados, semi-automatizados e de última geração, o laboratório consegue atender os pacientes de forma diferenciada. Há mais de 30 anos em Petrópolis e com a qualidade da rapidez na entrega dos resultados, a Clipar Life preserva a necessidade de manter a equipe qualificada, além de melhorar os processos que garantem segurança aos pacientes, médicos, familiares e operadoras de convênios. Em 2011, foi a vez de abrir a filial em Três Rios. A dica, segundo 94

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A rapidez dos resultados é essencial e pode ajudar a minimizar os impactos de uma enfermidade a empresária Danielle Sousa, foi de médicos da cidade. “Viemos atender a carência em análise clínica na região e não com a ideia de ser mais um laboratório, mas sim de apresentar um diferencial em atendimento”, afirma. Recentemente, o laboratório criou a Clipar Life kids. “A área infantil é muito delicada no processo de coleta do material porque não envolve só a criança, mas também a mãe, o pai, quem está acompa-

nhando. É uma situação de estresse. Tem que criar uma condição para esse momento tenso, a fim de não impactar a criança, evitando um futuro trauma”, ressalta. A medida foi criada para atender uma demanda que já existia. “O exame laboratorial para criança é fundamental. Várias situações já vêm desde a infância, como obesidade e diabetes. Ninguém tem o hábito de fazer um check-up em criança porque acha que não é necessário e é doloroso. A coleta em si não dói, o que dá o medo, até mais do que sentir, é ver. Temos todo um trabalho para quebrar esse momento”. Segundo Danielle, os profissionais usam o escalpe (conector que está ligado na seringa em formato de uma borboleta) e o venoscópio (recurso tecnológico posicionado no braço para visualizar todos os acessos da pessoa),


CRIANÇAS As salas infantis são personalizadas com bichos de pelúcia

COLETA A rapidez na entrega dos resultados facilita o tratamento do paciente

que facilita na hora de fazer o exame. Além disso, as salas são personalizadas e adaptadas para o público infantil com bichos de pelúcia e diversas cores. O fato de trabalhar com equipamentos modernos auxilia o laboratório em várias etapas. Uma delas é o processo de automação que permite a rapidez na entrega. “Depois do processamento, o resultado vai direto para o sistema onde o laudo será gerado. Após esta etapa, o responsável técnico faz a liberação. A vantagem é não ter a digitação, o que confere mais qualidade e agilidade na entrega”, comenta Danielle. A velocidade dos resultados é essencial e pode ajudar a minimizar os impactos de uma enfermidade. “O laudo

rápido proporciona o início do tratamento. O médico aguarda o resultado para concluir a situação clínica do paciente e passar a conduta a ser seguida”, destaca a empresária. Até o fim deste ano a meta é inovar. A Clipar Life vai abrir mais uma filial em Três Rios e disponibilizará o atendimento ocupacional voltado para empresas.

AMBIENTE A Clipar Life oferece atendimento diferenciado em análise clínica

APARELHO Equipamentos modernos fortalecem a ideia de laudo seguro

A Clipar Life está há mais de 30 anos em Petrópolis e abriu, em 2011, a filial em Três Rios.

EFICIÊNCIA Através da inovação, o laboratório consegue atingir a qualidade e excelência de seus serviços

“Este é um método que vai criar mais comodidade. Vamos proporcionar a coleta dentro da própria empresa ou mediante o agendamento no laboratório”, garante. A empresa ainda poderá pegar online os laudos de todos os funcionários. “Este mecanismo facilita o gerenciamento de exames periódicos”, diz. Entre as avaliações oferecidas pelo laboratório estão de biologia molecular, bioquímica, drogas terapêuticas, endocrinologia, hematologia, imunologia, líquido seminal, parasitologia, teste do pezinho, toxicologia, urianálise, microbiologia e citologia. Atualmente, a clínica também atende em unidade hospitalar em Petrópolis. De acordo com Danielle, o perfil da Clipar Life é, entre outros, o de emergência. O laboratório tem como missão proporcionar, aos clientes, excelência nos serviços prestados, garantindo segurança, credibilidade, agilidade e eficiência, sem abrir mão da ética e da responsabilidade com o ser humano.

Clipar Life - Três Rios Rua Prefeito Joaquim José Ferreira, 318 – Centro Tel.: (24) 2251-5833 revistaon.com.br

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SAÚDE

SÍNDROME DE ALEGRIA POR FREDERICO NOGUEIRA

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Discutir no trânsito, brigar com a família, não ter paciência com os colegas de trabalho, fechar a cara para o mundo devido a pequenos problemas em torno do próprio umbigo e não se permitir à felicidade cotidiana. Talvez você tenha algum tipo de deficiência. Eles não! Mesmo com poucos minutos de conversa e convivência, é notável a alegria que carregam através do olhar meigo, encantador e especial.

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SAÚDE

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m 1866, o médico inglês John Langdon Down notou semelhanças físicas entre algumas crianças com atraso mental. Ele considerou esse grupo, chamado pelo próprio de “mongóis”, como sendo formado por seres inferiores. No entanto, foi em 1958 que o geneticista Jérôme Lejeune identificou um cromossomo excedente e percebeu que este se ligava ao par 21, surgindo, então, o termo Trissomia do 21. Como forma de homenagear John, Jérôme nomeou a anomalia de Síndrome de Down. Embora ainda haja quem a veja como uma doença, esta palavra é utilizada de forma errada. Ela ocorre por um acidente genético, como foi observado por Jérome. Uma célula normal da espécie humana é formada por 46 cromossomos, divididos em 23 pares. A pessoa com esta síndrome possui um cromossomo extra ligado ao par 21. Melhor que oferecer explicações científicas sobre o assunto, é conhecer parte da história de algumas crianças e jovens portadores da síndrome, os pais e profissionais que têm contato diariamente com eles. Embora nem todos passem por instituições de apoio, foi na Apae de Três Rios que encontramos nossos personagens. Há 11 anos na Escola Rosa Azul, que funciona na Apae (Associação de Pais e

SURPRESA Essa foi a palavra usada por Cristina para descrever o momento que descobriu que Marcos Antônio era portador da Síndrome de Down 98

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Amigos de Excepcionais), a pedagoga e psicopedagoga Sandra Cristina Inocêncio Costa Medeiros conta que o acompanhamento médico deve acontecer “assim que for diagnosticada a presença da Síndrome de Down. Aqui temos o projeto da estimulação precoce, com avaliação psicomotora e fonoaudiológica”. A fonoaudióloga Camile do Rosário Pereira ressalta a importância desta avaliação para o futuro do portador da síndrome. “A fono trabalha comunicação,

“Não existe ‘coitadinho’, precisamos tirar esse rótulo que ainda há” pedagoga Sandra Medeiros

deglutição, sucção e respiração. Não são todas as crianças que têm limitações nessas funções, mas grande parte delas sim. Com o tempo, observando as respostas, na adolescência encaminhamos para o projeto ‘Juventude especial’, onde ampliamos o trabalho de socialização. O apoio familiar é importante”. Com a experiência adquirida,

Sandra já consegue observar mudanças no comportamento das famílias com relação aos parentes afetados. “Antigamente as famílias dos atendidos eram agraciadas com cestas básicas, hoje não fazemos mais isso. Claro que, quando podemos, ajudamos, mas não é mais praxe. Precisamos mostrar que a grande responsabilidade com essas crianças e adolescentes é delas, nós estamos aqui para apoiar”. Outro ponto fundamental é mostrar que eles podem ser independentes. A psicóloga e coordenadora da saúde na instituição Neidicéia Soares da Costa Silva explica algumas características particulares do grupo. “O bebê com Down é muito molinho. Precisa fortalecer essa musculatura desde o início. Quando começam a andar, a natureza também ajuda. Outra característica da maioria deles é gostar de festas. São muito animados, se destacam pela expressão corporal, dançando, cantando. Gostam de contar que têm namorados e namoradas, e isso é verdade, eles podem namorar”, enfatizou ao minimizar o mito de “seres inferiores” que ainda resta de John Langdon. Como qualquer pessoa que se difere de outras em preferências e talentos, eles também são assim. “Sou a favor da inclusão dessas crianças em outras escolas, ditas regulares. Já incluímos di-

LEILA E IGOR Ela chegou a pensar que Deus a estava castigando


“Como dizem, quando não temos casos na família, não damos tanta importância”, Odete, mãe do Dário

versas. Mas não posso dizer que todos podem. Alguns conseguem, outros não gostam, nem se identificam com esse tipo de estudo, com leitura e escrita, mas se dão muito bem em outras áreas, como na pintura, na dança e no teatro. Todos são capazes, mas cada um tem seu próprio tempo, cada um tem as próprias preferências. A idade intelectual deles é uma e a cronológica é outra e é isso que grande parte das pessoas não entende, não têm paciência”, complementou a diretora Sandra. Ela ainda revelou o desejo e a visão da instituição. “Eles têm direitos como nós. Queremos que tenham condições de ir e vir como qualquer cidadão. Não existe ‘coitadinho’, precisa-

mos eliminar esse rótulo que ainda há e trabalhar a independência deles”. Leila da Silva é mãe de Igor, 8 anos. Quando o filho nasceu, ela não tinha informações sobre o assunto. “A primeira coisa que pensei foi que Deus tinha me castigado. Com o tempo, aprendi a lidar, sei que o tempo dele é diferente”. Moradora de Levy Gasparian, o levou para um colégio. “Senti que tinha diferença, as pessoas não se dedicavam tanto a ele como era necessário. Há dois anos o trouxe para a Apae, onde há uma identificação”. A mãe conta que o filho já conquistou parte da independência citada por Sandra. “Quando dá sono, ele vai para o quarto, toma banho sozinho. Vejo que, com o passar do tempo, fica menos dependente dos outros. Só é muito medroso ainda, mas é metido a bater nos outros. Precisa ver! Ele briga com o irmão de 12 anos”. Igor contou que adora assistir “Chaves”, tomar suco, dançar e cantar. Quem também gosta do seriado mexicano é Dário Reis Ferreira Alves, de 28

DESENVOLVIMENTO Para Camile, é importante que o acompanhamento médico comece logo após o nascimento da criança

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SAÚDE

anos. Quem revela é a mãe, Odete Luzia. Quando o filho nasceu, ela também não tinha informação sobre a síndrome. “Tinha ouvido falar, mas, como dizem, quando a gente não tem próximo, não damos tanta importância. Foi em casa que observei os traços diferentes no Dário, já que o pediatra não falou nada quando ele nasceu. Foi com quatro meses que o levei ao especialista. Ele era muito molinho, o pescoço não ficava parado. Esse começo foi com uma médica particular, mas, depois de um tempo, fiquei sem condições de continuar pagando, então paramos o tratamento”. Hoje, o filho ainda fala pouco, mas ela recorda, emocionada, um momento especial na evolução de Dário, que aconteceu aos 7 anos. “Foi quando ele começou a andar. Estávamos em casa, em família, na sala. Ele foi escorregando no sofá e andou até a cozinha. Quando cheguei, no dia seguinte, ao centro de reabilitação, ele entrou sozinho. A médica chorou”, rememora. Os tempos mais difíceis, segundo ela, passaram. “Depois que operou nariz e garganta, não teve grandes problemas. Hoje, preciso controlar o peso dele. Deixo fazer algumas atividades sozinho, como tomar banho, por exemplo, para não ficar mal acostumado, mas preciso acompanhar às vezes”. Odete quer colocar o filho em aulas de violão na igreja onde participa ati-

ODETE E DÁRIO Quando o filho deu os primeiros passos, a emoção tomou conta da família

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vamente. “Ele comunga, faz a entrada das missas, adora violão”. Surpresa. Essa foi a palavra usada por Cristina de Almeida Nastácio Laurindo ao explicar como foi a reação quando soube que o filho, Marcos Antônio, nasceu com Síndrome de Down. “Sabia que seria diferente o crescimento. Demorei cinco meses para começar o acompanhamento médico. Foi crescendo, era agitado, batia, agora está mais calmo. Ele apenas ainda não fala”. Cristina diz que nunca sentiu preconceito com ela ou com seu filho devido à síndrome. Já Odete sabe exatamente o que fazer, caso isso aconteça. “Não ocorre porque já sabem que vão levar muita bolsada”, brinca. Ser ignorante não é normal

Embora a sociedade esteja em constante evolução, ainda há um seleto e deficiente grupo que não tolera ou respeita outras pessoas. A advogada Leiluce Oliveira Guedes de Souza explica o que deve ser feito em caso de preconceito, situação vexatória, discriminatória ou humilhante, sofrida por um portador de Síndrome de Down. “A pessoa, ou seu representante legal, pode procurar um advogado ou defensor público para pleitear, na esfera cível, o pagamento

Um projeto de lei pretende tornar crime atos de discriminação ou preconceito contra portadores de Síndrome de Down de indenização em função dos danos morais sofridos. Quanto ao crime cometido nesta hipótese, a legislação brasileira ainda não garante proteção específica a portadores de Síndrome de Down, visto que a lei federal 7.716, editada em 1989, prevê a existência de crime apenas para atos de discriminação ou preconceito relacionados à raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”. Porém, como ela completa, um novo projeto pode afetar de forma mais incisiva quem cometa esse delito. “Existem projetos de lei no Congresso Nacional que pretendem tornar crime todo ato de discriminação ou preconceito contra pessoas portadoras de Síndrome de Down. Caso haja aprovalção, é possível que seja punido, com prisão e multa, aquele que praticar, induzir ou incitar a discriminação em razão de deficiência física ou mental”, finaliza.

INDEPENDÊNCIA Igor consegue realizar várias atividades sozinho


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A BELEZA COMO PRESENTE FOTOS DIVULGAÇÃO

No aniversário do Renascer Centro de Beleza, o presente é a possibilidade de ficar em dia com a aparência em um único espaço, no centro de Três Rios.

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á oito anos, a esteticista Sônia Maria Marques Loth Delfini, a podóloga Adriana Lancini Oliveira e a cabeleireira Nadilane Fontana abriram as portas de um Centro de Beleza que se transformaria em um ambiente completo para quem busca o bem-estar e, até mesmo, saúde. O Renascer precisou ampliar o espaço físico e contratar novos profissionais para atender a demanda dos clientes, cada vez mais satisfeitos com os resultados. No início, os serviços eram: limpeza de pele, depilação, manicure e pedicure. Após um ano, passaram a oferecer tratamento capilar e, posteriormente, podologia e massagem. Hoje, a equipe conta com 13 profissionais capacitados para atender, da melhor forma, os clientes. Segundo as profissionais, o público masculino busca, principalmente, os tratamentos oferecidos pela podologia e a depilação. Entre as mulheres, a estética é a campeã, com depilação, limpeza de pele, sobrancelha e maquiagem. Há 23 anos no ramo, Sônia tem uma teoria para o sucesso do Renascer. “Quando você cuida da beleza, cuida

SAÚDE O cuidado com os pés é o objetivo da podologia, que é oferecida no Renascer

ESTÉTICA Além de fazer sobrancelhas, o centro de beleza oferece limpeza de pele e depilação

CABELEIREIRAS Os tratamentos e cuidados com os fios transformam o visual e elevam a autoestima

da saúde. Se você está bem com você, o corpo responde. Se a pessoa arruma o cabelo, faz limpeza de pele e pinta as unhas, por exemplo, o emocional sempre melhora. Aqui reunimos todos estes tratamentos em um mesmo espaço”. Adriana completa com um exemplo. “Há lugares que as pessoas podem fazer o tratamento de podologia e há outros onde podem cuidar da beleza dos pés. Aqui oferecemos os dois serviços”. Com esta possibilidade, não há como deixar de pensar na figura da noiva, que pode ser uma das maiores beneficiadas com o Centro de Beleza (e, ainda, ganhar um desconto especial!). “Sempre

temos noivas que passam o dia aqui, se arrumam e vão direto para a igreja”, conta Sônia. Em dia de casamento ou não, o importante é manter o charme e a beleza em dia, elevar a autoestima e ser feliz ao olhar para o espelho. Com tantos benefícios, a dica é agendar com antecedência. A equipe do Renascer Centro de Beleza atende no horário marcado, para que os clientes não fiquem esperando. O espaço funciona de terça a sábado, das 8h às 18h. Para consultar as agendas das profissionais, marcar hora e data para sua vida ficar ainda mais bela, vá até o Renascer Centro de Beleza ou telefone.

QUALIDADE Os melhores produtos do mercado são usados nos clientes

Rua Prefeito Walter Francklin, 13 Sala 105 - Centro – Três Rios Telefone: (24) 2255-2835


SAÚDE

FIOS

DOMADOS POR PRISCILA OKADA

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Escova de chocolate, morango, marroquina... Esses são alguns nomes de tratamentos capilares que surgiram nos últimos anos como novidades em salões de beleza no Brasil. Mas será que vale tudo pelas madeixas mais lisas?

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SAÚDE

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DEPOIS

Salões inovam com novas formas de escovas de cabelo que não utiliza formol de chocolate, morango e marroquina ainda são usadas, porém os efeitos duram pouco. De acordo com a profissional, após a proibição do produto químico, o salão investiu em tecnologia para alisar os fios. “Trabalhamos com a nova técnica de micro selagem que utiliza um aparelho a laser, capaz de alisar, tirar os fios rebeldes, chamados de frizz, e hidratar o cabelo.” Apesar de caro, ela confidencia que o processo garante, por mais tempo, o efeito escorrido e proporciona uma aparência natural.

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ue toda mulher não resiste a um salão de beleza todo mundo sabe, mas, nos últimos anos, os tratamentos de escovas de cabelos lançados no mercado com a promessa de deixar os fios cada vez mais alongados e o aumento do poder de compra, ajudaram a impulsionar a indústria de cosméticos a não pararem de investir em novas técnicas. A praticidade dos looks controlados, aliada à durabilidade, é a explicação mais comum entre as mulheres e confirmada pela empresária Simone Moraes, 37, que há muito tempo mantém os fios lisos. “Trabalho mais de dez horas por dia, não tenho tempo de cuidar do cabelo em casa”, brinca. “Antes de surgirem essas escovas com duração prolongada, eu fazia a escova normal, que consistia apenas em puxar as mechas. Ela não durava muito tempo. Muitas vezes eu até deixava de fazer por falta de tempo. Mas, agora, faço uma vez a cada dois meses”, revela. De acordo com ela, gasta menos tempo, porém deixou o cabelo enfraquecido pela química utilizada nos procedimentos. “Essa semana, cortei meu cabelo bem curto, pois estava arrebentado e com um aspecto ruim”, avalia e complementa ao dizer que vai dar um tempo com produtos químicos e procurar novas formas para não agredir os fios. A cabeleireira Tayna Azevedo, conta que, no salão onde trabalha, métodos como escovas progressivas sem formol,

ESCOVA PROGRESSIVA Cliente passa pelo primeiro processo de aplicação da química

Em outro salão de beleza, a medida encontrada para proporcionar o melhor cuidado aos clientes, foi a retirada das escovas progressivas de chocolate, morango e marroquina. De acordo com a proprietária, Taiane de Araújo Coelho, esses métodos são semelhantes e contém, além de substâncias que hidratam, formol. A química, quando ingerida, inalada ou em contato com a pele, por via intravenosa, intraperitoneal ou subcutânea, é altamente tóxica e pode causar doenças respiratórias como bronquite. De acordo com Taiane, as clientes se incomodavam com o cheiro. Os profissionais também eram afetados, já que inalavam por muitas horas o produto. “Resolvemos, então, partir para outros métodos como a plástica dos fios à base de queratina, colágeno, aminoácidos e


Na lavagem dos fios, o shampoo sem sal é o mais indicado

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glicerol. A escova comum é utilizada para finalizar o tratamento”, explica. No salão, também é realizada a prática definitiva, que consiste na união de produtos químicos leves e modernos somados ao uso da chapinha de porcelana. Eles distribuem por igual a queratina, proteína capilar que está na base dos fios. O efeito é permanente e os retoques são indicados a cada quatro ou seis meses. Vendedora de calçados em Três Rios, Giovana Carvalho de Oliveira, 29, experimentou vários métodos. “No começo até ficava bonito, mas, depois, meu cabelo ficou danificado, quebradiço. Esses novos procedimentos sem o uso do formol são práticos, não precisam de secagem para obter o efeito do

liso perfeito, posso molhar e sair na rua. A química usada antes deixava minha raiz espetada e contribuía com a queda de cabelo”, compartilha. Apesar de informar que o formol usado no procedimento é diretamente trazido de laboratório e na quantidade permitida, o terceiro salão visitado ainda trabalha com todos os tipos de escovas. Ronaldo Elisiario, cabelereiro há 12 anos, diz que antes de qualquer procedimento, é importante que o profissional faça o teste para saber se o cliente está apto a receber o processo. Ele revela que a fiscalização nos salões não busca somente o uso indevido do formol, mas os excessos também ocorridos com o uso da queratina e produtos manipula-

LISOS PERFEITOS Clientes buscam formas de acabar com os cachos do cabelo

TECNOLOGIA Laser para micro selagem dos fios deixa o cabelo liso por mais tempo sem o uso do formol

dos em casa. Em seu estabelecimento, o método da escova de carbocisteína é a opção para as pessoas que não fazem o uso do formol. “Sem o produto químico, ela alisa o cabelo e não prejudica a saúde dos fios. É uma substância à base de aminoácidos e vegetais”, esclarece. A dermatologista Cláudia Mansur alerta sobre esses problemas e aconselha que os clientes descubram a procedência do salão, se os produtos utilizados têm a permissão de órgãos reguladores. Ainda de acordo com ela, é válido procurar outras pessoas que já tenham passado pelo mesmo método. “O cabelo, normalmente, é a arma de sedução da mulher e, em muitos casos, a queda é acometida. Isso pode ser evitado antes, se for pesquisado e orientado por profissionais da saúde”, finaliza. Dicas para prolongar sua escova

Para manter o efeito da escova, brilho e a maciez dos fios, a melhor maneira é caprichar nas hidratações. São necessárias aplicações em casa e no salão. Isso porque os cuidados profissionais são mais profundos, enquanto os procedimentos domésticos, são perfeitos para manutenção. No salão, são utilizadas técnicas manuais, que aceleram o aquecimento do produto. Isso faz com que o efeito nos fios seja mais eficaz. Também são usados vaporizadores para aumentar a ação do produto. É recomendado usar produtos de proteção solar, principalmente se o cabelo for alisado. Na lavagem dos cabelos, é indicado shampoo que não contenha sal em sua composição. Com tantas novidades no mercado, ficar bonita e com os cabelos saudáveis está cada vez mais fácil, mas é importante lembrar que a qualidade é um fator chave para os melhores resultados. Por isso, o segredo é se orientar antes de qualquer procedimento. revistaon.com.br

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COTIDIANO

DEGRAUS PASSADOS POR FREDERICO NOGUEIRA

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Há pouco tempo Três Rios subiu mais um degrau do avanço tecnológico. E, desta vez, foi de escada rolante. O assunto agitou as redes sociais, onde comentários diziam que parte da população ainda não estava preparada para a novidade e que o shopping onde ela está se transformou em um parque de diversões com o novo “brinquedo”. Porém, a cidade já teve outros equipamentos inéditos e que, hoje, fazem parte do cotidiano.

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escada rolante foi inventada no final do século 19. Isso aconteceu após anos de estudos e aperfeiçoamentos por diversas cabeças e mãos. No Brasil, elas passaram a ser produzidas no final dos anos 1940. No início da década seguinte, a mesma empresa assinou um contrato com a prefeitura de São Paulo para fornecer o equipamento a uma galeria. Porém, a primeira em funcionamento no país estava no Rio de Janeiro, antes deste contrato. Mesmo nas duas grandes cidades, a chegada delas foi um espan110 Julho | Agosto

to para a população e se transformou em programa para os finais de semana. Alguma semelhança com a descrição da chegada da mesma em Três Rios? Novidades sempre causam surpresa e alvoroço em quaisquer lugares e épocas. Mesmo após um mês em atividade em Três Rios, a novidade ainda causava transtornos. Um dos socorristas que presta serviços no local, Wiliam [que não quis ter os sobrenomes divulgados], explica que os casos acontecem com visitantes e clientes de todas as idades. “Tem muita gente que chega e quer subir do lado que serve para descer. Outros colocam o pé no meio de dois degraus e, quando estes começam a subir, dão uma desequilibrada. Tem crianças que querem brincar e, com isso, atrapalham o fluxo. Estamos aqui para ajudar”. Ele conta, ainda, que há quem prefira subir pela escada normal. “Mas há casos interessantes. Veio um rapaz que faz uso de

cadeira de rodas e disse que conseguia subir, pois está acostumado a fazer isso no Rio de Janeiro. E deu certo”. Antes que o progresso chegasse por degraus, a subida para pavimentos superiores teve outro mecanismo inédito no município: o elevador. Foram inúmeras conversas com porteiros e síndicos até chegar ao primeiro equipamento do tipo na cidade. O primeiro comercial, com acesso ao público, foi o do Edifício Saint-Ettiene, localizado na praça da Autonomia. A notícia de sua inauguração está na edição 213 do jornal “O Cartaz”, de 1975. O mesmo jornal anunciava, dois anos antes, a fase final de suas obras, com o título “Cidade começa a crescer na vertical”. Neste período, outro prédio era construído em Três Rios, como explica a professora e historiadora Ezilma Teixeira. “O Vale do Paraíba é da mesma época, mas demorou dez anos para ser entregue”. A pesquisadora Cinara Jorge se recorda da inauguração por ter familiares como primeiros moradores. “Ele ficou pronto em 1973 e cada proprietário terminaria os respectivos apartamentos”. Ela revela, ainda, a existência de um elevador anterior aos dois citados. “O prédio do antigo moinho é de 1952 e também contava com sistema de elevador para os trabalhadores”.


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COTIDIANO

A chegada do elevador deixou trirrienses tão curiosos como na vinda da primeira escada rolante Um dos nomes presentes na comissão de construção do Saint-Ettiene é do contador Pedro Paulo Moreira Caldas. Ele lembra a reação dos visitantes ao se depararem com a novidade. “Houve um frisson devido à inauguração. Aquele foi um acontecimento inusitado”. Pedro Paulo ainda recorda as piadas sobre o surgimento do Vale do Paraíba, até então o maior da cidade. “Como ele tem dez andares e sempre houve gozações entre trirrienses e sul-paraibanos, diziam que faria sombra em Paraíba do Sul”. Entre subidas e descidas, que tal uma pausa para o lazer? Vamos ao cinema?

CRESCIMENTO VERTICAL Notícia em jornal mostra o momento em que o SaintEttiene tinha suas obras reiniciadas 112 Julho | Agosto

MAIS RECENTE A escada rolante ainda tem chamado a atenção e causado pequenas confusões na população

Em cartaz, “La Boheme”, com Martha Eggerth e Jan Kiepura. Não conhece? Este foi o filme apresentado na inauguração do Cine Theatro Glória, o primeiro do município, em 30 de outubro de 1938. As informações são de Ezilma, que conta detalhes do espaço. “A sala de projeção, com dois pavimentos, oferecia poltronas de braços em madeira não estofada, com preços diferenciados de acordo com o andar”. Sua decadência aconteceu após a chegada de outro cinema. “Inaugurado em 1952, o novo espaço oferecia mais conforto e apuro técnico”, diz Ezilma. O último filme apresentado no Glória foi “Kill”, no dia 1º de janeiro de 1974. Hoje, ao caminhar no calçadão da rua Walter Francklin,

INAUGURAÇÃO Em 1975 o primeiro prédio comercial com elevador foi inaugurado no município

ELEVADOR COMERCIAL Instalado no Saint-Ettiene, o equipamento já passou por modernização em seu interior, mas ainda mantém características primárias

“La Boheme” foi o primeiro filme exibido em uma sala de projeção de Três Rios ainda é possível ver parte de sua fachada superior, onde funcionam dois comércios. Gostou do filme? Conte aos amigos! Mas fale com eles através do telefone. Na era digital, é difícil imaginar a expectativa que houve pela chegada dos primeiros telefones à região. Cinara Jorge, em suas pesquisas, chegou à data. “Em fevereiro de 1915 aguardava-se, com ansiedade, a instalação do serviço de telefones ligando Entre-Rios a Niterói e Rio de Janeiro, mas isto só aconteceu em 30 de agosto de 1920, quando instalaram um aparelho de telefone. No mês seguinte, a Companhia instalou um Centro Telefônico e contratou Adalgiza Villela e Maria de Lourdes de Toledo Ribas para serem as primeiras telefonistas”. Enquanto jovens, adultos e até mesmo crianças caminham nas ruas conectados ao mundo através de modernos celulares, smartphones e ipads, uma sala no conhecido “Beco do Peru”, no centro da cidade, ainda guarda histórias curiosas [e atuais] do uso da telefonia. Lá está, desde 1983, um posto telefônico. Durante anos, Maria Conceição da Costa, já falecida, foi a responsável por conectar os trirrienses a outras cidades. Seu filho, Fernando de Paula, conta como acontecia o processo


TELEFONIA O antigo posto telefônico ainda recebe clientes que têm dificuldades em realizar ligações

TELEFONE PÚBLICO A inauguração de um “orelhão” na rua Bernardo Bello durante o governo de Samir Nasser também foi motivo de festa

PRIMEIRO CINEMA Apenas parte da fachada do Cine Theatro Glória permanece visível e não dá noção de seu significado em décadas passadas

telefônico na época. “A ligação era feita pelo número 101 para Petrópolis, que retornava alguns minutos depois. A média era de 25 a 40 ligações por dia”. Hoje, o espaço está modificado e comercializa itens variados, como doces e lembranças, mas três cabines telefônicas ainda são mantidasjá que ainda há procura pelo serviço. “Por semana, uma média de 15 pessoas utilizam.

Normalmente, são as com mais idade e que não sabem manusear celulares ou têm dificuldade em realizar chamadas com DDD”, revela Fernando. Ir ao cinema, telefonar, conhecer altos edifícios. A tecnologia que facilita o cotidiano e está presente nos momentos de lazer e trabalho não surgiram com o estalar dos dedos. São máquinas normais, mas já deixaram a

população curiosa e assustada. Sonhos ou não, o que parecia impossível vira realidade com os avanços da tecnologia e da sociedade. Prontos para mais degraus e curiosidades? O primeiro cinema 3D também está próximo, cancelas em passagens de trens e um viaduto acabam de chegar. Quem sabe o futuro traga aeroporto, ônibus articulado, parque aquático...

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COTIDIANO

NESTA LONGA

ESTRADA DA VIDA... POR FREDERICO NOGUEIRA

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Chegar ao bairro Moura Brasil e procurar por Walter Leonel de Oliveira é perda de tempo. Pergunte por Nenêgo que será mais simples. “Na estrada, sou Walter, mas aqui sou o Nenêgo”, brinca. Em 2008, recebeu um certificado do Detran-RJ (Departamento de Trânsito do Estado do Rio de Janeiro) por completar 60 anos sem cometer infrações. Para saber como é possível, nada melhor que conhecer o simpático homem bom de papo que está com 83 anos.

C

om oito anos, ele era candeeiro de boi. Depois, até os 17 anos foi oleiro. “Eu trabalhava em uma olaria, poucos conhecem essa profissão”. Mais tarde foi servir ao Exército em Niterói. “Queria ser motorista profissional, mas não tinha condições para arcar com as despesas da carteira. Tive um amigo que foi pro Exército e voltou com uma. Ele me aconselhou a ir, e fui”, relembra. A carteira que possui é categoria D que, na época, abrangia todos os veículos. Quando retornou, o trabalho na olaria ainda o aguardava. Lá, começou a trabalhar como motorista. Ele se orgulha de ter apenas três empregadores durante sua vida profissional. Em dois deles, dirigindo carreta e, no último, como motorista de ônibus. “A carreta é maior, mas, sabendo dirigir, a segurança dela é maior que a do ônibus. Ele tem conforto, mas não tanta segurança. O freio da carreta é melhor. A mecânica está tão evoluída que conseguimos descer uma serra em terceira marcha”, explica.

Gostar do que faz é o segredo para exercer bem qualquer atividade Falando em evolução, Walter conta as diferenças no trânsito e nas condições das rodovias. “Conheci o Brasil através da profissão. Já fui até Belém, Fortaleza e até na divisa do Brasil com o Paraguai. Chegava a ficar 20 dias ou um mês fora de casa. Hoje você dá ‘até logo’ para ir a Belo Horizonte, enquanto antigamente ficávamos dias fazendo essa viagem. A condição das pistas mudou muito. Naquele tempo, se um pneu furasse, colocava capim dentro para ir até a próxima cidade, não havia borracheiros no caminho. Os veículos mudaram. Com um dedo você já consegue fazer uma curva”. Enquanto as pistas evoluíram, muitas pessoas regrediram, como pensa Walter. “O colega não te socorre mais. Antigarevistaon.com.br

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COTIDIANO

Para Walter, enquanto a condição das pistas evoluiu, os seres humanos regrediram mente, você podia estar com a placa do Rio Grande do Sul e eu com a do Rio de Janeiro, que havia colaboração. O colega trazia até nossa cidade. Mas, hoje, nem as transportadoras deixam você dar carona”. Ele revela, também, que a mudança do ser humano gerou um trauma. “Não uso mais o carro à noite para fazer viagens porque já vi muitas coisas ruins acontecendo. Você podia parar na estrada para dormir, mesmo de portas aberta. Se fizer isso agora, pode acabar morto, roubado. O ser humano fez o trânsito mudar muito. Às vezes o cara está dormindo ao seu lado para te roubar”, conta. Em certo momento da entrevista, o motorista fala sobre uma cachorrinha que carregava enquanto foi motorista de DICAS DE SUCESSO Para o motorista profissional, o segredo é gostar do que faz e ter vontade de ser bom

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ônibus. Sabe que cachorrinha é essa? Ele explica. “É a mochila, nós apelidamos assim. Em qualquer lugar que o motorista vá, a mala vai junto, com roupas, creme dental, escova e outras coisas”. Mas ele nunca teve medo de dirigir por caminhos que nunca havia passado? “Estrada você não tem que conhecer, tem que ter cuidado. E foi a minha vontade de ser um bom motorista que me deu esse certificado”, diz. A correspondência chegou em sua casa e ele não imaginava o que poderia ser. Ao abrir, a surpresa da homenagem. “O cara que viaja o Brasil inteiro e não comete infrações, precisa mesmo ser agraciado”, conta orgulhoso. “Quando fui fazer o curso de reciclagem em uma autoescola, o instrutor perguntou aos alunos há quanto tempo tinham a habilitação. Alguns disseram que há cinco anos, outros oito. Eu disse que tinha 60 e uma homenagem por nunca ter cometido infrações. Alguns deles riram e aquilo me feriu. No outro dia levei o certificado. Pedi a palavra ao instrutor e pedi que ele lesse o documento em voz alta. Depois disso, todos bateram palmas”. Para Adelino da Silva Lourenço, instrutor, diretor geral e de ensino de uma autoescola, o exemplo deve ser seguido e pode ser conquistado. “A autoescola, assim como qualquer faculdade ou curso, prepara o candidato. Porém, quando a pessoa recebe a carteira de habilitação, não usa o que aprendeu. O instrutor explica tudo o que pode acontecer quando ele tiver a carteira. É só fazer o que foi ensinado, ter paciência, mas, hoje, o trânsito está muito violento. Quando um jovem é ultrapassado, logo quer mostrar que pode mais. As pessoas estão muito intolerantes”. Adelino passa uma receita quase infalível para conseguir o feito de Walter. “O remédio é o bom senso”, finaliza. Walter resume o segredo da conquista. “Você precisa gostar do que faz e ter a vontade de ser bom naquilo”. Sobre o consumo de drogas nas estradas, ele afirma ser comum, inclusive ainda hoje, quando motoristas pretendem ficar acordados no volante. “Perdi muitos colegas porque usavam drogas para não dormirem

CERTIFICADOS Walter mostra os documentos que recebeu como resultado de 60 anos sem cometer infrações no trânsito

e chegarem mais rápido ao destino. Eu nunca fiz isso. Se ficasse cansado, parava e descansava”. Em contato com a assessoria do Detran-RJ, a informação foi a de que certificados como este foram enviados para um grande número de motoristas no Estado do Rio de Janeiro. As homenagens não ficaram restritas apenas a quem tem 60 anos sem infrações, mas, também, por 40 ou 50 anos. No momento, o projeto está parado e não há previsão para emissão de novos certificados. Família são outros 60...

Outro número que impressiona na vida de Walter Leonel é o tempo de casamento. São 60 anos ao lado de Iolanda Dutra de Oliveira. A esposa diz que a preocupação enquanto o marido estava na estrada sempre existia. “Se quebrasse o caminhão em Recife, um colega trazia a carta avisando que a viagem demoraria mais. Não tinha telefone”. Se Walter tem a receita para dirigir bem pelas estradas, Iolanda passa o modo de preparo de um casamento duradouro. “Ele fala que me atura, mas é a mulher que atura o homem. Se duas pessoas discutirem e os dois falarem, sai briga. Tem que ser com calma. Com os filhos, sempre foi assim também. Nunca discutimos na frente deles. Sempre conversamos depois, longe”. Walter completa a lição. “Você tem que arranjar uma pessoa que goste e confie. Um precisa respeitar o outro. Se


A paixão pela direção foi passada aos filhos estiver ruim, vamos dividir o prato para comer. Se está bom, ótimo para todos. Brigas não levam a nada”, finaliza. Entre idas e vindas pelas estradas brasileiras, Walter fez a família com Iolanda crescer. Vamos aos nomes: Walter, Wilma, Walmir, Wanderlei, Wagner, Wanete, Walcir e Waldomiro. Um dos filhos nasceu enquanto o pai estava longe de casa. Outro teve o pai como parteiro. “Não tinha ninguém para fazer, então eu fiz”, diz. Dois deles faleceram antes de completarem um ano. Hoje, três estão vivos. O mais velho, Walter Filho, faleceu em meados de 2011. “Foi muito rápido. Assim, vamos perdendo a alegria”, conta o casal emocionado. Todos herdaram o gosto pela direção. O filho caçula, Waldomiro Leonel de Oliveira, 45, explica de onde vem a

CASAMENTO Além de deixar exemplos no trânsito, com a esposa ensina o segredo de um casamento feliz

NO SANGUE A profissão de Walter virou paixão dos filhos, como Waldomiro

paixão por carretas e estradas. “Vem do sangue. Tentei outra profissão, mas vi que não era meu caminho. Meus irmãos já eram motoristas e segui a profissão também”, conta. Sobre o futuro, Walter, que embora não esteja na editoria “inspiração” seja um exemplo a ser seguido, continua a so-

nhar. “Agora sou empregado da Dilma. Já fui do Fernando Henrique, do Lula, e agora estou com ela. E como diz a música, estou deixando a vida me levar...”, brinca. Nesta longa estrada da vida, Walter Leonel de Oliveira não foi correndo, mas, com a esperança de ser campeão, alcançou um dos primeiros lugares.

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PAPO DE COLECIONADOR

TORCEDOR OFICIAL POR RAFAEL MORAES

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Ele é semelhante a outro qualquer. Gosta de provocar os adversários, acompanha as notícias do time de coração mesmo quando ele não vai jogar. Também sofre com as derrotas e esbanja alegria quando ganha. A não ser pelo detalhe de colecionar camisas de diversas equipes de futebol, o contador Jorge Henrique de Miranda Bastos, 42, seria como qualquer torcedor vascaíno.

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orge até se controla, mas ainda tem um pedacinho de um vascaíno “doente”. A coleção que tem, confessa ele, além de ser uma forma de admirar o futebol, é usada para “implicar” com os adversários de seu time de coração. Ele, que é mais conhecido como Chacrinha, apelido herdado do irmão que mudou para o Rio,

mora com a mãe Regina Lúcia Lima de Miranda Bastos, 75, que vive espantada com cada nova peça que chega em casa. “Comecei a colecionar há mais ou menos cinco anos”, revela ao confessar: “eu tinha uma paixão, quase loucura pelo meu time. Assim, colecionando passei a ter um interesse maior pela história de outros clubes e seleções do

mundo inteiro. Comecei a pensar com mais razão do que paixão”, garante. O acervo, atualmente, possui 71 exemplares, que variam não só pelos times que representam, mas também pelas nacionalidades. Os uniformes são adquiridos pela internet ou doados por amigos. Por mês já chegou a comprar três novos modelos. Segundo ele, nunca houve problemas revistaon.com.br

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PAPO DE COLECIONADOR

SELEÇÃO A camisa do Brasil se destaca dentre as demais

TORCEDOR As camisas do Vasco são em maior número

com o comércio online e, paradoxalmente, já teve lucro. “Teve uma vez que recebi duas ao invés de uma”, conta. Sobre o início desta coleção, Jorge diz não ter sido fácil, pois, “as camisas são muito caras e passei a adotar o seguinte procedimento: pesquisar os preços na internet e comprar camisas mais antigas, sempre após um ano que saíram de linha”, revela. A primogênita, lógico, é uma cruzmaltina de 1998, quando o time

foi campeão da Libertadores. “Logo após a perda do mundial, me decepcionei e parei. Recomecei com a doação de uma camisa de um amigo meu que veio da Bahia e me deu uma oficial do Vitória”, conta. O amigo é o advogado Genelson Gomes de Souza Junior, torcedor do Fluminense. Ele foi responsável pelo estímulo que o contador precisava para não parar mais. “Morei alguns anos em Salvador e, inicialmente, emprestei para o Jorge

ESPAÇO Assim como o guardaroupa, a cama também ficou pequena 122 Julho | Agosto

PREFERIDA Personalizada, a camisa da seleção de Camarões é especial

Atualmente o acervo possui 71 exemplares uma camisa do Vitória. Ele achou bonita, o que acabou por despertar o interesse em camisas de times”, lembra. No entanto, a história da camisa não finda no início da coleção. “Eu ganhei de um amigo que trabalhava no clube, ela é diferente das vendidas nas lojas porque era usada pelos jogadores e possui um material mais leve. De início havia emprestado para ele brincar com alguns amigos dele, mas gostou tanto e me enrolou para devolver. Acabei o presenteando quando fui informado sobre seu interesse em colecionar”, disse o advogado ao entregar o amigo. Sem perder a oportunidade de provocar, demonstrou uma suave ironia adversária. “Só de curiosidade, o Vitória é conhecido como «Vicetória», o que é uma coincidência, já que o Jorge é vascaíno”, brincou ao mostrar que, apesar da amizade, a rivalidade carioca é presente entre os dois. “Trabalhamos juntos e nos intervalos do café sempre comentamos sobre futebol. Como ele é vascaíno temos sim uma rivalidade sadia”, garante. Concorrência, aliás, também usada para provocar os adversários na rua. “Ele


Concentração

Para adquirir novas camisas Jorge usa a internet como ferramenta de escolha explica o tricolor Genelson. Arbitragem

ORGULHO Jorge Henrique posa de cabide humano com parte da coleção

sempre aproveita as camisas para brincar com os outros torcedores, ainda mais com os flamenguistas que, há anos, vem perdendo para times de pouca expressão na Copa Libertadores da América. Nestes casos ele não perde a oportunidade de comprar uma camisa do time rival”,

Para julgar se o uniforme entra ou não na coleção, Jorge faz uma pesquisa pelos preços. “Doações de amigos têm me ajudado muito. Tenho do Botafogo e do Fluminense, mas do Flamengo ainda não consegui”, disse à espera de uma doação contrariada. O espaço reservado para os uniformes fica em um guarda-roupa, mas com as constantes aquisições, ele chegou à conclusão: “em meu armário já não tem nem vaga mais”. Entretanto, parafraseando a máxima popular, casa de colecionador é que nem coração de mãe, sempre cabe mais um. “Sempre damos um jeitinho”, garante.

Para manter o acervo pronto para entrar em campo, ele explica a tática seguida. “Tento mantê-las em local sem umidade”. Outra estratégia é adotada: são lavadas periodicamente. São duas as razões, primeiramente para manter os uniformes conservados e para conquistar, segundo Jorge Henrique, novas doações. “Eu gosto de usá-las e mostrá-las a outras pessoas”. Dentre o acervo, uma é preferida. “Gosto muito da camisa da seleção de Camarões”, carinho conquistado por ser personalizada com o apelido Chacrinha. Sobre ser um colecionador, disparou: “defino como um vício maravilhoso”. Para o contador, a noção de coleção só foi possível de ser notada quando o armário não fechava mais. “Era uma ‘chiadeira’ danada lá em casa”, lembra o descontentamento da mãe sobre o volume do acervo. Indagado sobre uma meta, ele assegura que não tem interesse em colocar limites em algo que considera legal e que lhe faz bem. “O céu é o limite sempre”, acredita.

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KM LIVRE

SEGURANÇA

CALIBRADA POR RAFAEL MORAES

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SHUTTERSTOCK

Ele é a única parte do veículo que toca as estradas, ruas e avenidas. Suas condições estão diretamente ligadas à segurança dos passageiros. Informações grafadas nos pneus não são levadas a sério pela maioria dos motoristas. Essa leviandade, além de colocar em risco a vida dos ocupantes do veículo, diminui a vida útil deste item importante.

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irigir em uma pista escorregadia ou andar em uma estrada irregular são desafios do cotidiano de milhares de brasileiros. Os cuidados com os pneus são fundamentais nessas situações. Para isso, manter o carro alinhado e balanceado, além de outros zelos, contribui para o aumento da vida útil dos pneus. Por trás deste equipamento de borracha, ainda existe uma tecnologia a favor da segurança, medidas indicadas no próprio equipamento que devem ser seguidas além de uma superficial avaliação visual, quando se verifica se o pneu está careca, para viajar ou passar pela avaliação anual de licenciamento. 124 Julho | Agosto

Os pneus mais novos devem ser instalados atrás, independente do modelo do veículo “Tive problema por andar com pneu vazio”, conta o empresário Marcus Medeiros ao revelar o prejuízo que teve com o carro. “Gastou muito mais rápido, quando coloquei calibragem baixa por causa dos buracos”, revela ele que aprendeu com o erro e agora ensina: “tem que andar com a pressão que o fabricante manda”. Segundo o engenheiro mecânico e

perito com especialidade em veículos automotores Hélio da Fonseca Cardoso, o número de acidentes relacionados a problemas com pneus é grande. “Não só pelo desgaste acentuado, irregular, choques laterais, mas também pelo fim da vida útil que é de cinco anos [após isso a borracha começa um processo de deterioração, mesmo sem ser usado]”, revela. Atualmente, o pesquisador tem se preocupado com os remoldados. “Neste processo de reforma não se conhece claramente o estado, o tipo e o tempo de vida útil da carcaça sobre a qual se remoldou o pneu”, alerta. Ao comprar um remold, como também é chamado, o motorista está investindo em um equipa-


FERNANDO NADAIS Segundo o empresário, é possível conseguir uma economia de 100% com o rodízio de pneus

INFORMAÇÕES Fernando aponta, no pneu que comercializa, as informações do fabricante

mento que “já foi totalmente utilizado. Sua capacidade de flexão nos flancos (lateral) já não é a mesma e sua suspensão irá trabalhar dobrada e sofrer muito”, explica Fernando Nadais da Silva Junior, proprietário de uma revendedora de pneus, no ramo há nove anos. Desta forma, o ideal é comprar equipamentos novos. Segundo Fernando, o correto é trocar os pares e não apenas um. Quando há algum problema em apenas uma das rodas, o indicado é adquirir um novo item na mesma medida, marca e modelo do estepe [caso ele não tenha sido usado] e instalar de forma pareada.

“Desta forma, o que estava rodando, assume o lugar de estepe. Ao usar pneus com rodagem diferente, haverá um desgaste díspar”, explica Nadais. E quando vou trocar um par? O que fazer? Coloco na frente ou atrás? Essa, certamente, também é a dúvida de muitos motoristas. Fernando também orienta que os melhores, ou mais novos, devem ser instalados na traseira, independente do modelo do veículo. “Parece estranho, mas a explicação é simples: se ocorrer um problema em uma das rodas dianteiras, o motorista poderá tentar controlar o carro através do volante, mesmo que fazendo muita força, entretanto, se algo acontecer em uma das rodas traseiras será impossível controlar o deslocamento”. Longevidade

OFERTA Cada produto tem características diferentes que devem ser seguidas

Para conseguir essa façanha, que além de ajudar o meio ambiente faz bem aos bolsos, medidas simples devem ser tomadas. A calibração semanal utilizando a pressão indicada para cada pneu, lembrando que os dianteiros e os traseiros, normalmente, recebem pressões diferentes, é um dos recursos para ajudar no aumento da vida útil das rodas. “Deve-se utilizar sempre a pressão recomendada pelo fabricante do veículo”, adverte o especialista Hélio da Fonseca Cardoso que também é o autor do livro ‘Veículos Automotores: identificação, inspeção, vistoria, avaliação, perícia e recall’, lançado em 13 de março de 2012 na sede do IBAPE-SP (Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo). revistaon.com.br

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KM LIVRE

ALINHAMENTO Ele ajuda a prolongar a vida útil dos pneus

ECONOMIA O zelo com os pneus ajuda a poupar o dinheiro do motorista

Outra forma de economizar é o rodízio, seguindo, sempre, os critérios definidos pelo fabricante. Marcus Medeiros usa essa “técnica” sempre e está mais do que convencido do bom resultado. “O carro com tração dianteira, a força maior é na frente. Então, quando você roda entre 10 e 15 mil km, o que acontece? Quando tira os pneus de trás que não fazem força, es-

tes têm mais borracha. Desta forma, os quatro acabam juntos”, explica. Normalmente, um pneu roda cerca de 20 mil km, quando há um descaso dos proprietários, segundo Hélio da Fonseca Cardoso. Com esses cuidados, garante ele, pode haver um aumento de 50% na preservação desse equipamento. Fernando foi mais otimista ao dizer que é possível aumentar

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em mais de 100% a vida útil, quando há o rodízio com frequência. Pela explicação técnica, Fonseca afirma que, desta forma, “é possível equalizar o desgaste das bandas de rodagem dos pneus”. O tempo de realização do rodízio é recomendado por cada fabricante, porém, “o mais usual é que seja realizado a cada 10 mil km”, complementa. Outro ponto a favor da economia é o alinhamento preventivo que, além do balanceamento, segundo Fernando Nadais, deve ser realizado a cada 7.000 km. Nadais ainda lembra que, o mesmo veículo com o mesmo jogo de pneus e marca pode ter uma diferença gigantesca de quilometragem, se levar em conta o trajeto realizado por cada automóvel e o jeito de dirigir de cada proprietário. “A pessoa que anda nos limites de quilometragem das rodovias e tem por hábito a direção defensiva, consegue um ganho quilométrico em relação à pessoa que anda acima dos limites e tem por hábito uma direção agressiva”, explica.


CONTROLE DE VOO POR FREDERICO NOGUEIRA

ESPORTE

FOTOS REVISTA ON

Voar, voar, subir, subir,... Quem disse que o homem se contentaria em simplesmente caminhar sobre a terra? Dotado de inteligência, desenvolveu técnicas para desbravar a água e o ar. Com a ajuda da tecnologia e muita engenharia, consegue chegar nestes lugares através de controles remotos, sem tirar os pés do chão. São lanchas, barcos, foguetes, carros, aviões e helicópteros em escala reduzida. Em Três Rios, o aeromodelismo tem um seleto grupo de praticantes.

U

m esporte, um hobby, uma paixão, uma reunião de amigos, um brinquedo de “gente grande”. O aeromodelismo surgiu, segundo a Cobra (Confederação Brasileira de Aeromodelismo), no início de 1871, quando Alphonse Penaud construiu o primeiro modelo, o Planaphore, e fez a demonstração de voo nos jardins de Tuileries, na França, para a Sociedade Francesa de Navegação Aérea. Ainda segundo a entidade, o aeroplano voou 60 metros de distância, a 20 metros de altura, durante 13 segundos. De acordo com a confederação, não há dados históricos precisos sobre o início da atividade no Brasil, mas, em 1936, uma loja já vendia materiais de aeromodelismo. Segundo a entidade, aconteceu em 1942 o primeiro campeonato paulista da modalidade, no Campo de Marte. Vista como uma prática de custos altos, foi em 1970, quando houve a introdução dos transistores, chips e circuitos impressos nos transmissores de rádio, que o número de praticantes de rádio-controle começou a crescer em todo o mundo. Em Três Rios, um dos percussores foi Narciso da Costa Matos, conhecido

como Ipojucan. “Desde garotinho tinha uma tendência para o aeromodelismo. Fazia aviões de elástico, usava pneus de bicicleta, fazia as hélices e eles voavam. Meu avô ficava impressionado”. Mas foi na década de 1950, quando trabalhava em Petrópolis, que passou por uma loja e viu um aeromodelo na vitrine. Ele não

No início, os aeromodelos eram ligados aos controles por cabos com 18 metros teve dúvidas em entrar para perguntar quem havia confeccionado. “Disseram que o homem morava em Corrêas, deram o endereço e fui até lá. A oficina não era grande, mas havia muitos equipamentos”. Ipojucan logo quis construir um, inclusive fazer o desenho, mas o já experiente no ramo cedeu a planta pronta de um modelo e disse para ele tentar fazer. “Depois de alguns meses, ficou pronto. Do meu jeito, mas pronto. Tirei um retra-

to e levei para ele ver. Ficou encantado”, afirma. Depois desse início, diversos aeromodelos passaram por suas mãos e sua dedicação. Na ocasião era necessária muita criatividade, afinal, os tempos eram outros, os equipamentos mais caros e rudimentares. “Eles eram ligados por cabos, a maior distância que podiam alcançar era 18 metros”, recorda. Assim como nos grandes aviões, os “pilotos” dos aeromodelos também estão sujeitos a acidentes durante os voos, como aconteceu com Ipojucan há cerca de quatro anos. “No segundo domingo que decolei com um avião que havia acabado de montar, passei com ele em frente ao sol. Isso me cegou no momento porque esqueci os óculos escuros. Achei que ia fazer a manobra para o lado de dentro, mas ele já estava virado. Então, quando contornei ainda mais, ele entrou em parafuso e caiu, espatifou”. Da nova geração, está o comerciante Sérgio Henrique Nunes Mockdece. Seu interesse por aviões também surgiu na infância e gerou uma história curiosa. “Meu avô tinha uma carpintaria e, certa vez, sumiu um pé de cadeira e ele ficou procurando. Eu que peguei. Transformei

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AMIGOS Parte do grupo que se reúne na Ilha di Capri com seus aeromodelos

NO AR Diversos modelos são encontrados quando o grupo se reúne

em uma fuselagem de avião. Desde essa época me considero aeromodelista”, conta Serginho, como é chamado. Quando o comerciante começou a praticar de forma mais séria, com equipamentos mais profissionais, apenas Ipojucan e alguns amigos praticavam na cidade. “Depois de um tempo que a turma começou a crescer. Hoje pratico regularmente porque gosto de outras atividades também, como fazer trilhas de jipe”. Do seleto grupo de aeromodelistas trirrienses, ele é um dos poucos a ter participado de uma competição. “O prazer do aeromodelismo é conviver com a turma, passear, se divertir. Quando fala em campeonato, vira obrigação. Tem que voar, treinar, ter material de nível bom”, confessa. A convivência citada por Serginho ficou nítida em um dia de reunião do grupo na Ilha di Capri, no bairro do Triângulo, para praticarem o aeromodelismo. Alguns levam esposas, outros levam os filhos e todos colocam o papo em dia. O 128 Julho | Agosto

ambiente se transforma em uma oficina a céu aberto e todos se ajudam. Entre eles está o técnico em máquinas de escritório Alexandre Nazário de Oliveira Batista. Quando um dos aviões apresentou problema e estava com dificuldade para decolar, ele foi chamado. “O Alexandre é nosso ‘MacGyver’, ele é muito habilidoso”, conta Serginho. Praticante do aeromodelismo há sete anos, ele é mais um do grupo que se considera amante da prática desde a infância. “Montava uns kits que eram vendidos, de aviões sem motor, só para arremesso”, conta. Com o incentivo da esposa, foi até Juiz de Fora comprar seu primeiro avião com motor. “Fui até para me filiar a um clube, mas o vendedor me disse que aqui havia alguns praticantes. Como eu nunca tinha visto, não sabia. Então procurei e comecei a aprender com o Serginho”. Segundo Alexandre, é quase impossível aprender a voar sozinho, por isso a importância de um instrutor. E, para começar, ele já dá as dicas. “Hoje em dia não é caro, já foi muito. Hoje, com R$ 900, você compra tudo. Não adianta olhar um avião Tucano, que todo aeromodelista gosta, e querer ele para aprender. Para isso existe o Treinador, que tem um voo mais lento, mais fácil de aterrissar, pousar, voar”, explica. Serginho, considerado o “professor oficial”, completa sobre os valores que mudaram bastante nos últimos anos. “Quando comecei, era muito caro, a moeda era desvalorizada em relação ao dólar. Para ter uma noção, o primeiro rádio, comprei por 550 dólares, já com oito anos de uso, quando o salário mínimo

era 70 dólares. Por isso, aprendemos a improvisar. Trem de pouso era de arame, tanque de combustível era com vidro de desodorante”. Ele afirma que, hoje, os materiais são muito superiores aos da época que começou. “Para ensinar, existe o cabo treiner, que liga no controle do iniciante e no seu e, caso seja necessário, assumir o comando”, explica. Para ele, o aeromodelismo é uma “brincadeira de gente grande” e, para iniciar, o grupo está à disposição para ajudar. “O que normalmente acontece é a pessoa ir na loja e comprar o que acha ser melhor para ela. Recomendamos que nos procure, vamos indicar o que deve ser comprado e combinar um dia para começar a ensinar”. Entre as formas de apresentação estão a acrobática e a de voo em escala. Serginho é fã da primeira. “Dá uma adrenalina, acaba viciando”, afirma. Já Alexandre, que começa a descobrir um novo desafio, o espaçomodelismo (com miniaturas de foguetes), prefere o voo em escala, onde

AEROMODELISMO Semelhantes aos aviões reais, os brinquedos de gente grande chamam atenção


ESPORTE

A CÉU ABERTO Além de colocarem os aviões no ar, os praticantes transformam o ambiente em uma oficina

PIONEIRO Ipojucan foi um dos primeiros a colocar pequenos aviões nos céus de Três Rios

o modelo faz decolagem, voo e pouso de formas semelhantes a um real. Quem também prefere os voos mais calmos é o ortodontista Rodrigo Martins Lopes. Um dos mais novos do grupo, ele conheceu a prática ainda na infância, quando o pai o levava para assistir apresentações de praticantes como Ipojucan e Serginho. “Mas não era uma coisa acessível, era muito caro. Fiquei apaixonado, sempre quis ter”. Há dois anos, foi até a Ilha di

Capri para ver se o grupo ainda existia. Com sucesso na busca, comprou um avião treinador e hoje, sempre que pode, está lá com seu modelo mais avançado. Rodrigo aproveita para fazer algumas explicações técnicas. “Há modelos elétricos e à combustão. Neste segundo, o tanque tem capacidade para cerca de 200 ml e voa, em média, 20 minutos com o combustível, sem precisar reabastecer. Para começar, é indicado o avião treinador por

ter asa alta, que dá mais sustentação”. Atualmente, a distância entre o rádio e o receptor no avião pode chegar a dois quilômetros. “Mas voamos até onde conseguimos enxergar, que é bem menos que essa distância máxima”, conta Rodrigo. Embora os aviões alcancem grandes velocidades, para ele, o aeromodelismo é sutil. “Se olhar para a mão no rádio, um toque leve já faz o avião virar. A grande dificuldade dos iniciantes é conseguir pegar a delicadeza do controle”. Entre comandos, ailerons, profundores, aviões e helicópteros (sim, ainda há os helicópteros!), uma coisa ele garante: “quanto mais pessoas praticando, melhor. Se for sozinho, vai voar, voar, voar, fazer três voos e cansar. O legal é ver vários, conversar com os amigos”. Ele ainda acrescenta que um novo espaço para a prática é importante e necessário no município. Em dias que computadores e televisões deixam as pessoas sedentárias e cada vez mais isoladas do contato humano, fica a dica de uma modalidade muito prazerosa e de bastante aprendizado.

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ACONTECEU

HOSPITAL DE TRAUMATOLOGIA E ORTOPEDIA COMEMORA DOIS ANOS FOTOS DIVULGAÇÃO

Mais de 5.500 cirurgias realizadas, 57,6 mil consultas e 180 mil exames. Estes são números expressivos que definem as atividades exercidas desde que o HTODL (Hospital de Traumatologia e Ortopedia Dona Lindu) foi inaugurado. Em 2012, a unidade está rumo a acreditação que confere o grau de excelência.

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naugurado em 24 de junho de 2010 em Paraíba do Sul, o HTODL já se tornou referência em traumatologia e ortopedia, além de ser destaque na saúde pública do estado. Inicialmente foi projetado para ser uma unidade geral com capacidade para atender a população da região Centro-Sul Fluminense. Porém, ultrapassou barreiras e atende também outras localidades. Com a gestão compartilhada entre o governo do Estado do Rio de Janeiro e a ACSC (Associação Congregação de Santa Catarina), a unidade comemorou dois anos de existência. Cerca de 300 cirurgias, 2.700 atendimentos ambulatoriais e 14 mil exames são realizados mensalmente. O hospital conta com mais de 260 funcionários, in132 Julho | Agosto

cluindo 80 médicos. Sérgio Marques é o gerente administrativo e lembra que a meta inicial era de realizar 200 cirurgias por mês mas, em pouco tempo, atingiram a marca de 300, superando todas as expectativas. A escolha de Paraíba do Sul para receber o HTO, segundo o gerente, beneficiou quem precisava ir para outra cidade. “Atualmente, a maior demanda é de Paraíba do Sul, Três Rios e Levy Gasparian, mas também atendemos pessoas de outras regiões”, conta. Para o diretor-executivo Artur Hummel, esta comemoração acontece em um momento muito importante para a equipe, que é o da busca pela acreditação hospitalar. “É chegado o momento de confirmar a qualidade do trabalho realizado diariamente com dedicação,

fundamentado nos valores da ACSC”, diz. Sobre o comprometimento dos profissionais, o diretor assinala que é essencial para atingir a certificação. “Estamos empenhados em exercer nossas funções com competência e isso faz toda a diferença”, destaca. Artur ainda acrescenta que a unidade não tem apenas uma infraestrutura adequada e equipamentos de alta tecnologia, embora sejam essenciais. “Nosso diferencial está no corpo funcional, na dedicação de cada funcionário ao receber os pacientes. Nosso trabalho visa a humanização da assistência e, por este motivo, acolhemos nossos pacientes com empatia, nos colocando no lugar do outro”, ressalta. São esses fatores que resultam na satisfação dos pacientes, como mostrou


NÚMEROS EXPRESSIVOS Em dois anos o HTO já realizou 5.500 cirurgias

REVISTA ON

uma pesquisa realizada pela própria unidade. “Noventa e sete por cento se declararam muito satisfeitos com o atendimento. Partimos sempre do objetivo de proporcionar melhor qualidade de vida ao paciente”, diz Artur. O hospital realiza cirurgias tanto de ortopedia quanto de traumas, de média e alta complexidade. Os pacientes precisam passar por médicos do SUS (Sistema Único de Saúde) e, depois, são encaminhados para o HTO. Uma conquista no início de 2012 foi a residência médica em ortopedia, aprovada pelo MEC (Ministério da Educação) e pela SBOT (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia). Segundo o gestor técnico da secretaria estadual de Saúde Isnar Castro, o Dona Lindu assume uma demanda muito importante, principalmente para o interior. “A localização facilita o acesso dos pacientes ao SUS, que antes só era disponível na capital. Em dois anos de funcionamento, somos destaque na saúde pública e nos posicionamos em primeiro lugar na realização de cirurgias de trauma e no segundo em ortopedia. A equipe desempenha suas funções com qualidade e segurança, o que será validado com o certificado de acreditação hospitalar”, enfatiza. Para aumentar a confiabilidade do paciente, a unidade investe na qualidade dos procedimentos da assistência, buscando essa certificação pela ONA (Organização Nacional de Acreditação). Este método de avaliação é aplicado exclusivamente em instituições de saúde, com o objetivo de verificar a realização de procedimentos com base na seguran-

GERENTE ADMINISTRATIVO Para Sérgio, uma das vantagens é a localização do hospital

VISITA LULA O ex-presidente se mostrou agradecido pela homenagem à mãe

ça do paciente. Esta acreditação gera assistência de qualidade, diminui riscos e promove benefícios para os pacientes, equipe e para a instituição. Em todas as salas cirúrgicas existem quadros com uma lista de procedimentos aplicados antes da indução anestésica, incisão cirúrgica e antes do paciente ser retirado da sala cirúrgica. Tudo isso contribui para que a equipe acompanhe a conduta adequada para cada etapa do processo. Além disso, o HTODL registrou, de janeiro de 2011 a maio de 2012, um índice de 2,09% de infecção hospitalar. O índice permitido, de acordo com a revista acadêmica Journal of Hospital Infection, é de até 5%, demonstrando que a unidade está em ótima posição. Todos os pacientes são contatados por telefone um mês após o procedimento para que respondam algumas questões sobre a possibilidade de infecção. Caso seja identificada, é agendada uma consulta com o infectologista. Preocupados também com os colabo-

radores, o hospital desenvolve a capacitação através de cursos e treinamentos. Desde a inauguração, foram ministrados mais de 550 treinamentos para desenvolvimento das equipes. O nome Dona Lindu é para homenagear a mãe do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Eurídice Ferreira de Mello. Em uma visita em 2011, Lula se mostrou agradecido. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, também visitou o local. “Conhecer o Hospital de Traumatologia e Ortopedia de Paraíba do Sul, que carrega o nome de uma brasileira lutadora, me trouxe uma enorme satisfação. Foi emocionante percorrer corredores, alas, enfermarias,...”, mencionou, na ocasião, Padilha. Entre os planos para os próximos anos está a expansão da estrutura, com mais duas salas cirúrgicas que irão contribuir com o aumento da capacidade de realização de cirurgias. “Estes itens irão determinar maior resolutividade no cenário de trauma e ortopedia, de média e alta complexidade, no estado”, comenta Hummel. Outro fator que agrega qualidade ao serviço é o protocolo de cirurgia segura, que objetiva tornar as intervenções cirúrgicas mais seguras para os pacientes, precavendo erros em procedimentos, assim como a ocorrência de complicações pós-operatório. Com apenas dois anos de história, o HTODL tem muito para comemorar. Neste curto espaço de tempo, já contribuiu com a melhora de inúmeras pessoas, levando qualidade de vida aos pacientes com um verdadeiro e significativo grau de excelência.

ATENDIMENTO Um dos diferenciais da unidade é o tratamento com os pacientes

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VIAGEM CHECK-IN

FESTIVAL

DE PUBLICIDADE

DE

CANNES

POR BERNARDO VERGARA

FOTOS ARQUIVO PESSOAL

Criatividade é a palavra-chave. O Festival Internacional de Publicidade de Cannes é a reunião dos mais criativos do mundo, discutindo tendências, vivencias, experiências e, acima de tudo, disputando premiações e reconhecimento do mundo publicitário. A linda região da Riviera Francesa é o cenário para esse glamouroso evento que, nesse ano, chega a sua quinquagésima nona edição.

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edição de julho/agosto do Check-in continua explorando o continente europeu. Desta vez, degustaremos um grande e renomado evento mundial, realizado todos os anos na cidade de Cannes, Riviera Francesa. O Festival de Publicidade de Cannes é como se fosse o Oscar da publicidade. O evento foi criado em 1953 pela SAWA (Screen Advertising World Agencies) e , desde o início, realizado no mesmo lugar, se tornou o mais importante prêmio da publicidade mundial. Todos os anos, em meados de junho, a cidade de Cannes e a Riviera Francesa, que tradicionalmente já são 134 Julho | Agosto

glamourosas, se tornam ainda mais badaladas e requisitadas durante a semana do evento que recebe publicitários, produtores, artistas, celebridades e, acima de tudo, apreciadores da criatividade de várias partes do mundo. Tradicionalmente, o festival contou apenas com a categoria filmes até meados de 90, quando começaram a surgir novas categorias, que hoje chegam a mais de dez. Os prêmios são intitulados leões e respeitam a tradição ouro, prata e bronze para premiações que são julgadas por publicitários de diferentes nacionalidades. A publicidade brasileira é uma das mais premiadas desse festival, junto às escolas de Estados

Unidos, Inglaterra, Alemanha, França e Espanha. Este ano, a quinquagésima nona edição do festival, que aconteceu entre 17 e 23 de junho, teve, mais uma vez, a publicidade brasileira como uma das principais premiadas do evento. Na temporada de verão de 2011 eu estava fazendo um mochilão de 30 dias pela Europa e um dos trechos que percorri foi exatamente a Riviera Francesa. Na verdade, contei com alguma sorte de estar presente na cidade de Cannes exatamente na semana do evento. Confesso que quando fechei as datas não tinha esse evento como foco, tanto que escolhi a cidade de Nice como base referência para


SHUTTERSTOCK

PALテ,IO DOS FESTIVAIS, ONDE OCORRE O EVENTO revistaon.com.br

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GOOGLE IMAGES

VIAGEM CHECK-IN

Cannes Região Provence - Alpes -

Côte d’Azur Área 19,62 km² População 70,8 mil Densidade Demográfica

3.739,7 habitantes por Km² Temperatura Média Anual 16ºC

Quando ir

Junho, quando acontece o festival. ENTRADA DO FESTIVAL

Como chegar

Voo Rio X Nice. Com escalas em Paris, a passagem fica em torno de R$ 2.400 (ida e volta). De Nice a Cannes vá de trem por €$ 12,20 (ida e volta) com duração de 30 minutos de viagem. Onde ficar

Hotel Cannes Palace, localizado a 150 metros das praias, fica próximo do palácio dos festivais. Diárias em quarto duplo na faixa de R$ 211 reais. Onde comer PALÁCIO DOS FESTIVAIS

PRAIA DE CANNES

aquela região. Logo nos primeiros dias de viagem, quando estava no Principado de Mônaco desfrutando da beleza do cassino Monte Carlo, conheci uma inglesinha muito interessante, boa de papo além de linda que estava na região para desfrutar do festival. Ela foi quem me convenceu a aproveitar a ida a Cannes para conhecer o evento. Não tive como não ir! A partir dali, programei meus próximos dias para conhecer todos os lugares desejados e deixei Cannes como última cidade a ser visitada, o que me permitiria estar lá para a premiação e, de quebra, encontrá-la novamente. Naqueles dias tive a oportunidade de mochilar pelo Principado de Mônaco, Nice e San Rafael antes de finalizar a viagem

em Cannes. Quando cheguei a Cannes, fiquei impressionado com a grandeza e brilho do evento. Era algo cinematográfico. A cidade estava cheia de celebridades e o número de limousines nas ruas era surreal. O clima quente de verão dava mais glamour ao evento. Por uma tarde, pude sentir o ar daquele grande evento da publicidade que, por muitas vezes, me peguei lendo sobre, durante meus quatro anos de faculdade. Quanto à inglesinha, ainda tive o prazer de compartilhar um lanche com ela em um fim de tarde maravilhoso. Recomendo a todos os leitores amantes da mochila e/ou amantes da publicidade, que conheçam aquela lindíssima região e, de quebra, o Festival de Publicidade. See you soon!

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Dentre bons restaurantes cito o Le Bistrot Gourmand (10 rue du Dr P. Gazagnaire) com especialidade em comida mediterrânea e o Coquillages Brun (2, rue Louis Blanc) para os que apreciam peixes e frutos do mar. O que fazer

Conhecer o Haute Ville que possui uma vista fenomenal, subindo o Mont Chevalier até o Suquet. Lá você terá uma vista de cima da cidade e das ilhas Lerins. Outra sugestão é ir até o Palais dês Festivals e conhecer o espaço que abriga os festivais de Cannes e tem quatro cassinos no interior. Antes de viajar

Turistas brasileiros não necessitam de visto para ficar na Europa por até 90 dias. Além do passaporte, com vigência de mínima de seis meses, é obrigatório um seguro saúde internacional com cobertura mínima de €$ 30 mil.


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VIAGEM CARTテグ POSTAL

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ENHOF AS TULIPAS DE KEUK POR DIEGO RAPO

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planejou ou está em e você está planejando, ão de “cadê todas as Amsterdã com a sensaç da?”, Keukenhof é o tulipas famosas da Holan lugar para encontrá-las. s da e faça uma visita. Todo Separe um dia na sua agen de 7 milhões de bulbos rca os anos são plantados censiderado o maior da Europa, co , ue rq pa O de tulipas. e está aberto ao público na fica entre Amsterdã e Lisse maio). primavera (entre março e em 1949 com o objetivo de A ideia do jardim nasceu onde floricultores de todo res ter uma exposição de floriam mostrar seus híbridos de de po pa ro Eu o país e da r a venda. tulipas, ajudando a valorizai se perguntar, uma dezena Você, com certeza, va

SO

CONTATO@DIEG

ORAPOSO.COM

dizer o reais. Parece loucura ntir, sã res flo as se s, ze ve de todo no parque sem se que você vai passar o dia quina fotográfica e, depois, gastar toda a bateria da már a nenhum de seus amigos a não vai conseguir explicaexiste lá. quantidade de flores que s: o bilhete custa em torno Vamos às questões prática13 serão de 21 de março a 20 de 15 euros, as datas para egar de carro, ônibus e trem ch l ve 20 de maio. É possí e www.keukenhof.nl). (outras informações no sit r ui esperando para conta Por enquanto, fico por aq tenha alguma curiosidade so minhas novas aventuras. Cavie um e-mail, quem sabe já en me sobre algum lugar, não passei por lá!

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VIAGEM DIÁRIO DE BORDO

Índia Capital Nova Déli Área 3.287.782 km² População 1,21 bilhão Moeda Rúpia indiana Fuso horário GMT +5:30

Quando ir

É importante verificar o clima antes de viajar. Estive lá em meados de setembro do ano passado, por ser baixa temporada. Neste período, os hotéis ficam com preços acessíveis. É importante não viajar em épocas de chuva.

Rodrigo Argon

E OS ENCANTOS DA ÍNDIA

Como chegar

Através da empresa Brithish Airlines. No país, a Exotic Journey ajuda a planejar a viagem (www.exoticindiajourney.com) Onde ficar

O Bissau Palace foi uma ótima escolha (www.bissaupalace.com) Onde comer

O melhor restaurante que encontrei é chamado Indiana O que fazer

Visitar o Palácio Hawa Mahal, os bazares e os templos da cidade, como o Hanuman Dica

É importante ter um seguro de saúde, passaporte válido e visto para o país. Também deve estar em dia com a vacina contra febre amarela e ter um guia que fale inglês.

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m outubro de 2011, estive em Jaipur, uma cidade incrível no norte da Índia. Foi a realização de um sonho que não achei que seria concretizado. Saí do Rio de Janeiro (aeroporto internacional Antônio Carlos Jobim) e fiz conexão em Londres, com destino a Nova Déli. Fui auxiliado por um líder que trabalha com roteiros exóticos pelo país. Ele demonstrou excelente capacidade de integrar as sete pessoas do grupo. Percorreríamos grandes extensões de desertos e oito grandes cidades num período de 21 dias. Falo da Jaipur, pois foi a cidade pela qual mais me interessei em passar meu tempo, pois tive o prazer de conhecer a belíssima estrutura de um hotel chamado Bissau Palace. Este possui mestres em joalheria, culinária, piscina externa, eventos no jardim e área de internet, além de Wi-Fi nas acomodações Standard, DeLuxe e Royal. Ainda possui um restaurante de excelente qualidade e ótimos preços. Os serviços de culinária oferecidos são os de comida indiana, continental além de outras especiarias que somente são encontradas no deserto do Rajastan. Esse hotel foi, por muitas vezes, visitado por reis e rainhas do mundo inteiro. Sua história é magnífica. Nesta cidade, não deixe de conhecer o Palácio Hawa Mahal, conhecido como Palácio dos Ventos. Ele foi criado na cor rosa, com pedras de areia, e possui


953 janelas que deixam os ventos entrarem e transforma um ambiente de calor interno na sensação de estar ao ar livre. Existem muitos bazares com sedas, tapetes, temperos e perfumes. Em sua estadia, é fácil chegar à cidade de Agra, onde se localiza o símbolo maior do amor no mundo, o maravilhoso Palácio Taj Mahal. As cores, os cheiros e, mais que isso, a felicidade desse povo me persuadiu e encantou. Cada pessoa que vai à Índia começa a entender um pouco mais de si mesmo. O oriente é muito diferente em valores e as reações podem ser diversas, dependendo de quanto cada um esteja envolvido no processo de adaptação ao meio. A religião é muito interessante. Os indianos têm uma rica história e devem ser tratados com sabedoria. O país é um excelente destino para quem quer engrandecer a alma. Os olhares das pessoas que lá encontrei mostravam conhecimento das próprias verdades e acho que este é um caminho para a felicidade que tanto buscamos. Essa foi a maneira como desfrutei a viagem, e não o meu grupo como um todo. Caso tenha a oportunidade de fazer este passeio, seja aventureiro e divirta-se!

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ESPAÇO FESTAS

Júlia & Márcio Data 12/05/2012 Cerimônia Igreja de Santo Antônio Recepção Clube Social de Paraíba do Sul

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FOTOS JCLICK


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úlia Lessa Rodrigues, 26, e Márcio Ribeiro Silvestre, 28, se conheceram há 12 anos. Ela se recorda da data exata do primeiro encontro. “Foi no dia 1º de julho de 2000, quando ele foi com o irmão à festa de 15 anos de uma amiga da nossa escola. Uma semana depois nos reencontramos na Exposição de Paraíba do Sul. Foi lá que tudo começou”. Após períodos de idas e vindas, foi a partir de dezembro daquele ano que o relacionamento ficou sério, na festa de debutante de Júlia. “Acho que festas de 15 anos foram bons momentos para nós”, brinca a bacharel em Direito. O pedido de casamento foi simples e inesperado. “Márcio tinha o hábito de vir almoçar em casa. Em uma dessas vezes, em um dia de semana como outro qualquer, apareceu com um papel nas mãos. Quando perguntei o que era, ele disse que iríamos casar. Eu perguntei: ‘como assim?’. E ele me disse ‘desculpe, deixa eu reformular. Você aceita casar comigo?’”, lembra Júlia. Pedido aceito, o dia comum se transformou em um dia muito especial. O papel nas mãos de Márcio era um formulário de cartório, com tudo o que precisavam para dar início ao processo. Rumo ao altar, o casal contou com a ajuda do Flávio Barbosa como cerimonialista. “Havia tantas coisas para resolver que nem sei se teríamos conseguido sem ele”, afirma. Com os profissionais indicados por Flávio e os já conhecidos pelo casal, chegaram aos “anjos que transformaram o sonho em realidade”, palavras de Júlia. Em apenas um encontro, tiveram a certeza de que Adriane

Guerra Gourmet estaria na festa, com bufê, bolo e doces. “Ela fez tudo o que prometeu e mais algumas surpresas. Virou nossa mãezona”, garante a noiva. Para registrar o dia em vídeo, a EDM Digital Vídeo foi escolhida. Para as fotos, não tiveram dúvidas em relação ao Jclick. “Rodrigo Vieira, o Juca, é nosso amigo. Ele seria nosso padrinho, mas não podia deixar de ter as fotos feitas por ele que, por sinal, ficaram lindas”. Para as fotos, não tiveram dúvidas em relação ao Jclick. “Rodrigo Vieira, o Juca, é nosso amigo. Ele seria nosso padrinho, mas não podia deixar de ter as fotos feitas por ele que, por sinal, ficaram lindas”. A cerimônia religiosa aconteceu na Igreja de Santo Antônio, localizada no bairro onde Márcio cresceu, além de ter participado do grupo de jovens e, por diversas vezes, das missas, como músico. O vestido da noiva, assim como as roupas do noivo e dos pais, saíram da coleção da Lurdinha Noivas. A maquiagem e o cabelo da noiva ficaram a cargo da Allure e a decoração do local, assim como o buquê, foram obras do Américo. A cerimônia foi celebrada pelo padre Waldir, por quem o casal tem grande carinho. No local, emoção foi o que não faltou para os dois. Márcio garante que a esposa sempre o surpreende e o leva a fazer coisas que nem ele acredita. “Na igreja, estava eu lá, na frente de todo aquele povo, com o pensamento que deve passar na cabeça de qualquer noivo: ‘será que ela vem?’ E ela foi”, conta ele, logo completando sobre a chegada da amada. “Não só foi como fez questão de me dizer o ‘sim’. Quando a

Júlia pôs os pés na igreja disse assim: ‘Oi gente, cheguei! Márcio, cheguei! Vim porque eu te amo e porque eu sei que é para sempre!’”. Até então, Márcio tentava controlar o nervosismo e a emoção, mas afirma que após essas palavras, não houve como segurar as lágrimas. Partindo para a recepção, realizada no Clube Social de Paraíba do Sul, mais música para animar os 250 convidados. A noite contou, ainda, com o delicioso toque do open bar Jpetrusbar; o som, dj, iluminação decorativa, pista de dança, telão e treliça da GDF Áudio Line e a mágica decoração de Luciano Reis. Para o casal, o conjunto desses “anjos sem asas” fizeram deste, o casamento do ano. Durante a diversão, emoção também não faltou. Um momento marcante para o noivo foi quando dançou um trecho da música “The time of my life”, trilha do filme “Dirty Dancing”. “Danço muito! Só não fico exibindo porque minha esposa é ciumenta”, brinca. Enquanto isso, Júlia não sabe explicar o que sentiu ao vê-lo tocando e cantando. “De repente, ele estava em cima do palco, com o violão, cantando os seguintes versos: ‘Pra falar do amor de verdade, vou começar pela melhor metade. Te mostrar tudo de bom que tenho. E se for preciso eu desenho, que eu amo você! Que eu quero você...’. Não tenho palavras para falar o quanto me emocionei”. Para os primeiros momentos de casados, o destino foi Penedo (RJ), escolhido pelo clima aconchegante e beleza natural. “É um lugar perfeito para um casal se refugiar da correria cotidiana e ter bons momentos a sós”, garante a noiva.

IGREJA DE SANTO ANTÔNIO Emoção não faltou na cerimônia religiosa celebrada pelo padre Waldir

LUCIANO REIS O ambiente escolhido para a festa foi transformado pela decoração

ADRIANE GUERRA GOURMET Doces, bolo e bufê foram deliciosamente preparados para o casal e seus convidados revistaon.com.br

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Na hora do sim, cada detalhe faz a diferenรงa

Filmagem EDM Digital Videos (24) 2255.1121 Aluguel de roupas Lurdinha noivas (24) 2263.2426 lurdinha@gmail.com


Som e iluminação GDF Áudio Line (24) 9226.1942 | 2263.5328

Bufê, bolo e doces Adriane Guerra Gourmet (24) 8832.1433

Decoração e mobiliário Luciano Reis Decorador (24) 8841.3129

Cerimonial Flávio Barbosa Eventos (24) 8831.1518 | (24) 9263.6780

Fotos: Jclick Paraíba do Sul: (24) 2263.5587 Três Rios: (24) 2252.2306

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Open Bar JPetrusbar (21) 3638.4808 | 9642.2825 (21) 7820.9840

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O REQUINTE ITALIANO

EM SUAS NOITES Massas e saborosos vinhos para os paladares mais exigentes FOTOS DIVULGAÇÃO

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ara colocar o papo em dia, com a família, amigos ou marcar um jantar com a pessoa amada, eis o lugar ideal: Espaço Gourmet Rodo Lanches. Em funcionamento há pouco mais de um mês, o ambiente oferece massas e vinhos a quem busca gastronomia de qualidade em Três Rios. “Quando falamos em vinho, logo o associamos a massas. Assim surgiu nosso desejo de criar este espaço específico”, conta o empresário Marco Aurélio Vaz, que se coloca entre os apreciadores da bebida. Entre as massas no cardápio preparado sob a orientação de um chef especializado, estão pratos como tagliatelle, fettuccine, spaghetti, penne, capeletti e ravióli. No variado menu de molhos, há o pesto, o de tomate fresco com rúcula e camarão, funghi secchi com cubos de mignon, quatro queijos e outros que o farão retornar diversas vezes para degustar cada um. Sua noite fica completa com a entrada de torradas com caponata de berinjela, manteiga, patê e azeitonas pretas. Para a sobremesa, o cannelloni de banana caramelizada é uma deliciosa sugestão, mas há, também, o recheado com queijo mi-

SOBREMESA Cannelloni recheado com creme de baunilha 148 Julho | Agosto

JANTAR Com a família ou amigos, a noite fica especial

nas e calda de goiabada cascão, além do recheado com creme de baunilha, calda de chocolate quente e castanhas. Para acompanhamento, há vinhos com vários tipos de uvas e diversas nacionalidades. Os profissionais são treinados e estão em constante aprimoramento para orientar os clientes na melhor combinação entre a bebida e as massas. Com a crescente procura, você pode fazer sua reserva através do telefone (24) 2255-7223. O Espaço Gourmet Rodo Lanches fica no Posto Ipirangão e funciona às quintas e sextas-feiras entre 19 e 0h e, aos sábados, entre 19h e 2h.

MOLHOS Tagliatelle com espinafre ao molho de funghi com cubos de mignon

VINHOS Diversos rótulos para agradar seu paladar

O cannelloni de banana caramelizada é uma deliciosa sugestão para a sobremesa Combina com vinho, combina com massas, combina com você. Então, não perca tempo e combine com os amigos uma visita. E com a família também. Ah! Para aquele encontro a dois, não há opção melhor!

Rodovia BR-040 – Km 17 Três Rios – RJ (24) 2255-7223


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SABORES

Bruschetta A Bruschetta surgiu na antiguidade, entre os trabalhadores rurais italianos, que inventaram a fórmula para aproveitar as sobras dos pães do dia anterior. O pão “velho” era untado com azeite, já que este não era assado todos os dias e nem podia ser comprado facilmente na padaria da esquina. A receita deu tão certo que passou a ser apreciada em todo o território, sob diversas formas.

INGREDIENTES

4 fatias de pão italiano 4 dentes de alho inteiros 4 tomates grandes 8 colheres de azeite ½ maço de manjericão Orégano, sal e pimenta do reino

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nome Bruschetta é originário do centro da Itália (Lazio e Abruzzo) e vem da palavra “bruscato” que quer dizer tostado ou torrado, independente de ser no forno ou na grelha. A clássica Bruschetta é feita com uma fatia de pão italiano rústico, de farinha escura e grossa, de casca dura, tostada na grelha, esfregada com alho, untada com abundante azeite e polvilhada com sal e eventualmente com pimenta do reino. Na Toscana, o pão local, feito sem sal é guarnecido com “fagioli al fiasco”, ou seja, feijão branco cozido com ervas e alho ou então, com “cavolo nero” (tipo de couve escura que se usa bastante em Firenze), picada bem fininha e aferventada em água e sal. Como os pães italianos são diversificados, variando de região, a Bruschetta possui sabor e aparência com características distintamente regionais. Na Puglia e na Campânia, por exemplo, é feita com um pão crocante, chamado “frisella” ou “frisedda”. Na Calábria,

MODO DE PREPARO

Coloque fatias de pão italiano para grelhar de ambos os lados. Esfregue um dente de alho em um lado de cada fatia de pão e reserve. Junte em uma vasilha os tomates picados, oito colheres de azeite, o manjericão, sal, pimenta do reino, espalhe sobre as fatias de pão e salpique orégano por cima.

Sicília e Basilicata, é feita com um pão comprido de semolina e sementes de gergelim, guarnecido com tomates, azeite e orégano. Para garantir uma boa Bruschetta, somente com um bom pão e um azeite de oliva de boa qualidade. A pimenta do reino moída na hora, também dá um sabor especial. Sugere-se tostar o pão na grelha a torrá-lo no forno. Assim ele fica macio por dentro e com uma casca crocante. Se usar queijo e quiser derretê-lo, coloque as Bruschettas em forno com fogo alto por alguns minutos, isto impedirá que o pão endureça. Pode-se até organizar uma festa, somente com esse prato, utilizando quatro a cinco tipos diferentes, com sabores e cores distintas, acompanhadas, é claro, de um bom vinho. Esperamos que apreciem nossas sugestões para este inverno. Bom apetite!

Luiz Cesar Apresentador do programa Papo Gourmet, no Canal 5 luizcesarcl@uol.com.br 150 Julho | Agosto

JCLICK

Bernadete Mattos Consultora graduada em gastronomia bemattos1@gmail.com


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UM NOVO CONCEITO EM PADARIA A perfeita união entre empório e bistrô no Armazém Gourmet FOTOS DIVULGAÇÃO

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om experiência no ramo, Manoel Alves inovou no crescente mercado trirriense. “Coloquei em prática todas as ideias que já tive, em um único espaço, com bons produtos, preços justos e um serviço de atendimento de qualidade”, diz, convidando a população para conhecer o diferencial que faltava na cidade. O resultado é o Armazém Gourmet, que apresenta um novo conceito em padaria. Se até hoje você acorda, vai à padaria, compra seus pães e frios e volta para casa, dando um singelo “até amanhã” para os atendentes, é hora de rever sua rotina. No Armazém Gourmet, que une itens de um empório com o aconchego de um

O novo espaço une bons produtos, preços justos e atendimento de qualidade bistrô, o cliente tem a possibilidade de tomar o café da manhã no próprio local, seja em família ou com amigos. Durante o dia, o ambiente é propício para fazer e fechar negócios fora de escritórios, praticamente ao ar livre e degustando os melhores produtos. Para o final da tarde e durante a noite, você ainda pode retornar para um

happy hour com os colegas de trabalho ou uma reunião de família com a brisa proporcionada pela proximidade com o rio Paraíba o Sul. O empório oferece uma enorme variedade de vinhos nacionais e importados. Entre as cervejas, você pode encontrar, além das marcas que está acostumado, rótulos como Weltenburger Kloster, Birra Moretti e Dos Equis. Nas gôndolas, há croissants que podem ser degustados ali mesmo, no Armazém Gourmet, como os de queijo, de mortadela, além dos irresistíveis folheados com recheios de creme com canela, goiabada e banana, por exemplo. Para acompanhar, o bistrô conta com a


Nos meses de inverno, o Armazém Gourmet promove noites de caldos

CENTRO DA CIDADE O Armazém Gourmet apresenta um novo conceito de padaria

BISTRÔ A comodidade e o conforto de lanchar em um ambiente agradável

VARIEDADES Biscoitos disponíveis em porções no tamanho da sua vontade

máquina de café da Nestlé, que oferece cappuccino (com toque de café ou com sabor delicioso do chocolate Alpino), achocolatado, café com leite, vanila, mokaccino e o expresso. Toda a linha de queijos da Cruzília e a de geleias da QueensBerry também fazem parte da cartela de produtos de qualidade do Armazém Gourmet, que oferece, ainda, bolos e biscoitos dos mais diferentes sabores, que agradam aos gostos de toda a sua família. Para os meses de frio, a novidade é a programação de caldos as quartas e quintas-feiras, preparada especialmente para as noites de inverno. Mandioquinha com camarão, frango, carne seca, abóbora no pão italiano e caldo de feijão são alguns dos sabores. Tudo fica ainda melhor quando você descobre que ele está localizado no centro de Três Rios, na avenida Alberto Lavinas. No caminho para o trabalho ou para casa, a sugestão e fazer um pit stop por lá. Bem, não apenas um...vários! Afinal, funcionando diariamente, fica difícil resistir aos bons momentos proporcionados pela padaria, pelo empório, pelo bistrô... Visite e encontre as delícias de cada dia no Armazém Gourmet. Horário de funcionamento Segunda a quinta: 6h às 21h Sextas e Sábados: 6h às 22h Domingos e Feriados: 6h30 às 21h

DELÍCIAS DOCES Sonhos, bolos e folhados nas opções oferecidas pela padaria

VINHOS Variadas marcas que completam o sabor do seu almoço ou jantar

Faça uma visita Av. Alberto Lavinas, 1.561, lojas 6, 7 e 8 Centro – Três Rios – RJ Tel.: (24) 2255-2944


GUIA

Música

Cinema

JACK 47 Composta por integrantes de diferentes formações musicais, a banda Jack 47 surgiu com influência do swing do reggae, buscando sempre um som diferenciado e inovador. Seu repertório ultrapassa as fronteiras do ritmo jamaicano, com músicas autorais, como “A vida não espera” e “Acredite se quiser”, além da recriação das obras de ícones atemporais da música, como Tim Maia, Jorge Ben Jor, O Rappa, Charlie Brown Jr, Natiruts, Bob Marley,

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Damian Marley e SOJA. Sob as vibrações mais positivas do reggae, os trirrienses Fernando Pessôa (voz e violão), Guilherme Farah (gaita), Júlio Oliveira (baixo) e Artur Carvalho (bateria) agitam a galera por onde passam. A banda tem planos para a gravação de um CD autoral e prepara o site com as músicas para download. Para conhecer mais www.facebook.com/Jack47tr

Os Penetras

(Andrucha Waddington – 2012)

Com estreia prevista para este segundo semestre de 2012, o filme “Os Penetras” conta com Marcelo Adnet e Eduardo Sterblitch, duas revelações do humor, como protagonistas. Dirigido por Andrucha Waddington, o longa mostra as aventuras passadas por Marco e Beto, personagens de Marcelo e Edu, respectivamente. Os dois se conhecem às vésperas de um réveillon no Rio de Janeiro e são completamente opostos. Um é festeiro e animado, enquanto o outro é tímido e inseguro. Na busca do amor de Beto, os dois passam por diversas aventuras. Entre situações engraçadas, alguns planos funcionam e muitos outros servem para arrancar risadas dos espectadores. O elenco tem as participações especiais de Andréa Beltrão, Mariana Ximenes, Luis Gustavo e Susana Vieira.


revistaon.com.br

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