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#12 Direção Felipe Vasconcellos (felipe@fiobranco.com.br) Financeiro Sabrina Vasconcellos (sa@fiobranco.com.br) Juliana Brandelli (juliana@fiobranco.com.br) Edição Rafael Moraes (rafael@fiobranco.com.br) Redação Aline Rickly (aline@fiobranco.com.br) Frederico Nogueira (frederico@fiobranco.com.br) Novos negócios Três Rios: Ana Carolina Travassos anacarolina@fiobranco.com.br (24) 8843-7944 Petrópolis: Alexandre Seabra alexandre@fiobranco.com.br (24) 9224-7154 Bárbara Caputo barbara@fiobranco.com.br (24) 8864-8524 Ingrid Rizzo ingrid@fiobranco.com.br (24) 8862-8528 Portal: Tamiris Santana tamiris.santana@fiobranco.com.br (24) 8852-8527 revistaon.com.br
Editorial
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á muito tempo vínhamos pensando em colocar uma mulher na capa. A busca foi minuciosa e árdua, comum em toda escolha dos personagens das edições passadas. Silvia Estima lembra qualidade e, um nome forte como este, com certeza vem, como se diz na máxima popular, “fechar o ano com chave de ouro”. Além desta empresária de sucesso, ainda temos a história de um patrimônio público que foi inaugurado pelo imperador d. Pedro II, a força e a energia de um vendedor que corre atrás de seu sonho e conquista medalhas para sua coleção. Outros exemplos de lutas são trirrienses que ganharam a batalha contra o peso. Outros lutadores são os jovens que optaram pelos esportes dos tatames e têm conquistado pódios pelo país afora. Ainda no esporte, há jovens praticando tênis na cidade. O mais interessante é saber que este número só tem crescido e é oferecido gratuitamente. Também vamos contar a carreira do trirriense Guilherme Marques, jogador em um time de Portugal. A Revista está instigante e seriam necessárias muitas páginas para mostrar todas as matérias e como foi a elaboração delas. Nesta edição, revelamos muitas histórias com nossa maneira peculiar de contar. Também vamos dar uma ajuda para você escolher os presentes. O Mix de Natal tem tudo que precisa para deixar amigos e parentes felizes neste fim de ano. Boa leitura!
Criação Felipe Vasconcellos (felipe@fiobranco.com.br) Robson Silva (robson@fiobranco.com.br) Estagiário Neílson Júnior (neilson@fiobranco.com.br) Colaboração Barão (contato@baraogastronomia.com.br) Bernadete Mattos (bemattos1@gmail.com) Bernardo Vergara (contato@betrip.com.br) Diego Raposo (contato@diegoraposo.com) Euler Massi (eulermoraes@gmail.com) Fernanda Eloy (fernanda@dafilha.com.br) Helder Caldeira (helder@heldercaldeira.com.br) Heverton da Mata (heverton@fiobranco.com.br) Leonardo Muniz (leonardo.sauer@hotmail.com) Leticia Knibel (leticia.knibel@fiobranco.com.br) Luiz Cesar (luizcesarcl@uol.com.br) Priscila Okada (priscila_okada@hotmail.com) Roberto Wagner (rwnogueira@uol.com.br) Foto de capa JClick (www.jclick.com.br) Distribuição Gratuita e dirigida em Três Rios, Paraíba do Sul, Areal e Comendador Levy Gasparian. Também à venda nas bancas. Tiragem 3.000
Fiobranco Editora Rua Prefeito Walter Francklin, 13/404 | Centro | Três Rios - RJ | 25.803-010 Telefone (24) 2252-8524 E-mail sac@revistaon.com.br Portal www.revistaon.com.br Impressão WalPrint
Índice 08 Opinião 17 Cultura 31 Meio ambiente
ARQUIVO PESSOAL
35 Negócio 43 Mercado de trabalho 46 Carreira 53 Educação 57 Comportamento 66 Moda 68 You fashion 71 Design e decoração 78 Inspiração 84 Mix de Natal 93 Eu sei fazer
128 Papo de colecionador 132 Esporte 146 Gastronomia 148 Fotos On 154 Viagem 165 Sabores 170 Guia
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OPINIÃO
Aos seus pés Não cabia no horizonte de Diego outra mulher, senão Nazira, ou quem sabe, os pés de Nazira
Roberto Wagner rwnogueira@uol.com.br
Roberto Wagner Lima Nogueira é procurador do município de Areal, mestre em Direito Tributário - UCAMRio, advogado tributarista .
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iego, um sujeito conquistador, pegava todas, e não se apegava em nenhuma. Com algumas até tentava namorar, mas a sua aptidão era “ficar”. Bonito, jovem, sarado, inteligente, meigo e de fácil conversa, ele era desejado por quase todas as mulheres de sua área. Tarde de sábado, saía ele de uma quadra de esportes junto com seus colegas, vinham batendo papo, rindo às gargalhadas, comentando os gols feitos, perdidos, e os frangos de Rodrigo, goleirinho ruim que nem só ele. Tudo estava transcorrendo sem maior destaque ou lembrança especial, até que Diego viu a aproximação de Nazira. Belíssima jovem, de família conceituada em sua cidade, de estatura mediana, lindos cabelos curtos e louros, e o que até então Diego não notara: pés lindos. Nazira estava de bicicleta, short curto, pernas torneadas, usava uma havaiana slim alva e as unhas dos maravilhosos pés pintadas com o esmalte cor renda. Já se conheciam, mas não se notavam. Nazira parou deu dois beijinhos em Diego, e foi só. No entanto, a partir daquela tarde Diego nunca mais foi o mesmo. À noite, como de hábito “ficou” com diversas garotas, mas curiosamente, passou a ter o desejo de fazer algo que antes não o despertava: olhar para os pés delas. Assim foi se sucedendo, Diego buscava em todas as suas “ficantes” alguma que o fizesse lembrar daquele instante único que vivera diante dos pés de Nazira. Mas, tudo era em vão, os pés se sucediam e o vazio permanecia.
Diego passou propositalmente a frequentar os mesmos lugares onde Nazira também ia. Coincidência ou não, Nazira invariavelmente estava de sandálias, rasteiras ou altas, mas sempre com os pés expostos e com as unhas pintadas de esmalte cor renda. Não cabia no horizonte de Diego outra mulher, senão Nazira, ou quem sabe, os pés de Nazira. Um dia, Diego que era corajoso com todas as mulheres, menos com Nazira, resolveu declarar-se a ela, e mais, após tomar alguns goles em excesso, confessou abertamente a Nazira que ficara encantado desde a primeira vez com a sua beleza e em especial, pelos seus lindos pés e seu esmalte renda. Ela sorriu boquiaberta com o absurdo da esdrúxula cantada, mas gentilmente declinou de “ficar” com ele. Diego sentiu remorso de ter confessado a ela a sua afeição apaixonada por seus pés, debitou a tanto a recusa dela e se penitenciava por isso. O tempo passou ele foi para um lado e ela para o outro. Um dia, passados anos, se encontraram coincidentemente na saída de uma boate. Ela exausta, com as sandálias nas mãos e os pés com o mesmo esmalte cor renda de outrora, aceitou o convite dele para que este a acompanhasse até seu apartamento. Ficaram próximos a entrada do prédio, sentados em uma mureta, conversando até o amanhecer do dia. Na hora da despedida, Nazira sorrindo disse a Diego: − nenhum homem até hoje repetiu aquela cantada que você me deu anos atrás. Diego aproximando-se dos lindos lábios à la Angelina Jolie, disse murmurando, não antes de fitar seus pés de soslaio: − pois o tempo só o fez ficar mais lindo. E beijaram-se como nunca.
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OPINIÃO
Um novo Sassá Mutema
Ao invés de utilizar o máximo poder do voto democrático, os eleitores ainda vão às urnas à caça de salvadores da pátria
Helder Caldeira helder@heldercaldeira.com.br
Helder Caldeira é escritor, articulista político, palestrante, conferencista, colunista do portal Revista On e autor do livro “A 1ª Presidenta”, primeira obra publicada no Brasil com a análise da trajetória da presidente Dilma Rousseff e que está entre os livros mais vendidos do país em 2011. É apresentador do quadro “iPOLÍTICA” com comentários nos telejornais da afiliada da Rede Record em Diamantino/MT.
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o fim de um ano político conturbado, o julgamento do Mensalão pelo STF (Supremo Tribunal Federal) ganhou contornos equivocados de encerramento de um ciclo de bandidagem e corrupção nas instituições brasileiras. Ledo engano. Sem qualquer laivo de pessimismo, o que vimos foi, tão somente, o Poder Judiciário fazer cumprir os ditames legais, levando ao xilindró algumas peças espúrias do cenário. Mas ainda há centenas (talvez milhares) de figuras que insistem tratar o Estado como penico e que estão longe de ser alcançados pelo braço forte da Justiça. Ainda que bom termômetro, a decisão do STF trouxe à tona uma das características culturais mais cruéis do perfil do grande eleitorado brasileiro e que constitui o cerne de nosso degredo político: a eterna busca salvacionista. Ao invés de utilizar o máximo poder do voto democrático para privilegiar conteúdos programáticos e projetos de governo, os eleitores ainda vão às urnas exortando uma folclórica alegoria da consciência, à caça de salvadores da pátria que lhes atendam nos interesses imediatos e umbilicais. O nascedouro de um novo Sassá Mutema é legado desse histórico julgamento na Suprema Corte. Ao utilizar a Constituição Brasileira de forma correta e dura e atender à demanda da opinião pública pela condenação maciça dos réus do maior escândalo de corrupção de nossa história republicana, o ministro-relator Joaquim Barbosa alcançou os píncaros da popularidade e subitamente as redes sociais (principal meio de comunicação da atualidade) trataram de lançar campanhas em prol de sua candidatura à Presidência da República em 2014. Seria insano e
risível, se não fosse absolutamente tétrico. O trágico não é um juízo de valor quanto às competências ou qualquer outro prisma da vida pública do nobre ministro Joaquim Barbosa, mas uma crítica ferrenha ao comportamento tergiverso da massa eleitoral do país. Quando, em pleno século 21, os tambores virtuais ressoam conclamando pela candidatura do ministro em comunidades, grupos de discussão e páginas específicas na internet, o que se revela é a mais profunda ignorância dos cidadãos quanto ao que seja o exercício de chefia do Poder Executivo nacional. Isso sem falar no descrédito das instituições e no sobejo cansaço na polarização entre PT e PSDB no poder central, vigente nas últimas duas décadas. Infelizmente, as urnas de outubro revelaram que ficha limpa, tribunais de conta, controladorias, condenações penais, responsabilidade fiscal e, sobretudo, ética pública são palavras que escapam ao vocabulário político e à compreensão da maioria dos brasileiros. Ao contrário do que dizem nossos supostos especialistas, pelos quatro cantos do território nacional assistimos a ascensão de figuras nebulosas a governos municipais, cuja principal bandeira era o famigerado assistencialismo pedestre e incensado, herança recente e emblemática do lulopetismo. Foge a qualquer admiração que alguns iludidos possam crer que Joaquim Barbosa seria o novo Sassá Mutema brasileiro, disposto a sacudir a toga, tal qual a capa do Batman, e partir numa jornada de salvação da pátria. Com maestria, Barbosa assume o posto de presidente do STF e lá deve permanecer, salvaguardando nossa Constituição e sua aplicabilidade. Qualquer disposição em contrário é galhardia e sandice de noveleiros.
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OPINIÃO
Mensalão: crimes e castigos Os delitos e os critérios para aplicação, individualização e dosimetria das penas
David Elmôr david@elmorecorreaadv.com.br
David Elmôr é advogado criminalista, originário de uma das mais respeitáveis bancas de direito do Brasil (SAHIONE Advogados), sócio sênior do ELMÔR & CORRÊA Advogados
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ação penal n.º 470, proposta pelo Ministério Público Federal em 12/11/2007, busca descortinar as práticas delituosas realizadas em série por diversos agentes (autores), com a finalidade de desviar capital para a compra de apoio político, durante o primeiro mandato do ex-presidente Lula. O esquema de corrupção foi denominado como “mensalão”. De fato, a notoriedade e a importância do caso gerou uma grande expectativa da população brasileira, sobretudo no que diz respeito ao desfecho do julgamento, especialmente, se os poderosos acusados serão condenados e presos, ou se tudo acabará como sempre, sob o manto da impunidade. Até o momento, com a condenação de 25 réus, dos 37 acusados e com a rigorosa fixação das primeiras penalidades aplicadas, parece que os anseios da sociedade serão atendidos pela suprema corte, que desdobrou o esquema como uma ação orquestrada, com divisões de tarefas, apresentando características típicas de uma organização criminosa, dividida em três núcleos básicos: político, operacional e financeiro. Muito embora o julgamento tenha sido dividido pela análise dos núcleos, para se evidenciar os crimes cometidos, imprescindível se fez, pela regra, apreciar a ação de cada réu, em separado, pois, só assim foi possível verificar se tal conduta produziu um resultado proibido, sendo certo que cada envolvido só deve responder pelo delito que der causa. Os crimes cometidos pelos 25 condenados foram os seguintes: corrupção ativa (reclusão de 02 a 12 anos), corrupção passiva (reclusão de 02 a 12 anos), evasão de divisas (reclusão de 02 a 06 anos), quadrilha ou bando (reclusão de 01 a 03 anos), gestão fraudulenta (reclusão de 03 a 12 anos), lavagem de dinheiro (reclusão de 03 a 10 anos) e peculato (reclusão de 02 a 12 anos). Para se determinar a penalidade total dos crimes cometidos por cada acusado (individualização da pena), é necessário que o magistrado percorra
o caminho da dosimetria (dosagem da pena), que se opera em três fases distintas: pena-base, pena provisória e pena definitiva. Na primeira fase, para se chegar a pena-base, devem-se analisar os oito moduladores relacionados no art. 59 do Código Penal (culpabilidade, antecedentes, personalidade, conduta social, motivos determinantes, circunstâncias do crime, consequências do crime e comportamento da vítima). Em seguida (segunda fase), passa o julgador ao exame das circunstâncias atenuantes e agravantes, incidindo sobre a pena-base, por cascata, as respectivas diminuições e aumentos, em certa quantidade, a fim de se obter a pena provisória. Na terceira e última fase do cálculo da pena, analisam-se as causas de aumento e diminuição, que não se confundem com as circunstâncias legais (agravantes e atenuantes), incidindo-as, da mesma forma, em cima da pena anterior, alcançando a pena definitiva. Na hipótese de concurso de crimes, ou seja, quando um sujeito, mediante unidade ou pluralidade de condutas, comete dois ou mais delitos, como é o caso do “mensalão”, a lei prevê critérios especiais de aplicação de pena, além daqueles supracitados. Desta forma, se os crimes se deram pela configuração de várias ações (pluralidade de condutas), adota-se o sistema do cúmulo material (concurso material), somando-se as penas. Ao passo que, quando os delitos se originaram de uma única conduta, abraça-se o sistema da exasperação, isto é, aplica-se a pena de um só dos crimes, a mais grave, sempre elevada de um sexto a metade. Finalmente, encontrada a pena definitiva, o magistrado deverá fixar o regime inicial de cumprimento (fechado, semiaberto ou aberto), sendo facultado, quando a natureza do crime e a quantidade da pena privativa de liberdade permitir a possibilidade de substituição por outra espécie de pena (ex. alternativa), ou mesmo, de suspensão de sua execução. Portanto, teremos que aguardar o desfecho do julgamento do “mensalão” para tirar nossas próprias conclusões acerca de todo o ocorrido.
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CULTURA
O PASSADO É CONCRETO POR FREDERICO NOGUEIRA
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Embora seja quase lei geral transformar a cidade e ocupá-la com altos edifícios, algumas construções antigas resistem ao tempo e estão presentes na paisagem trirriense. Enquanto alguns querem crescer e perder a história, outros ainda mostram preocupação com ela e convivem harmoniosamente com as construções mais antigas.
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CULTURA
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uem não quer uma casa nova que ofereça mais conforto? Na busca por um lar, a maior parte das pessoas busca ambientes que ofereçam estas qualidades. Porém, se todos pensarem desta forma, para que as residências disponíveis sejam sempre novas, há duas opções. A primeira é construir em todos os espaços disponíveis do planeta, exterminando vegetações ou criando novas Dubai’s. Porém, ainda assim, em algum momento tais espaços serão esgotados. A segunda é destruir as construções mais antigas para dar lugar às novas moradias, principalmente com a criação de edifícios. Isto é o que acontece atualmente na maioria das cidades. Entretanto, a história contada por muros, paredes e decorações acaba perdida junto aos escombros, apesar de ainda existir quem salve as antigas construções e encontre conforto nelas. A casa onde a professora Sandra Vargas mora com o marido, o empresário Luís Cláudio de Carvalho Guimarães, foi construída há 80 anos pela família dele. Ela está na rua da Maçonaria, no centro de Três Rios e tem o ano de 1934 gravado no topo da fachada verde e branca. Em meio a construções modernas e, por que não dizer, padronizadas, residências como esta guardam o charme dos deta-
CASA DE CULTURA O prédio foi tombado pelo Patrimônio Municipal em 1997 18
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lhes criados em décadas passadas. Para o casal, é importante ter atenção em todos os detalhes para uma boa conservação e, se chegar ao ponto em que tudo precise de reforma, dificilmente terá recuperação. “Fizemos reformas e manutenção. O chão era de tábua corrida e, com o tempo, apodreceu. Optamos pelo piso, por ser mais barato e prático. Rebaixamos o teto, porque essas casas antigas são muito altas, mas o forro anterior está todo por cima, não mexemos”, garante Sandra. As portas e as janelas são originais, de tipos que não são encontrados no mercado atual. Embora a residência preserve a história, as mudanças da sociedade refletiram nela, como explica a moradora. “O muro da varanda foi aumentado e colocamos grades. Não podemos ter uma casa aberta para a rua, é perigoso”.
O Iphan é sempre a favor da preservação, em razão da importância que os bens representam para a história, arte, etnografia, paisagem e para a sociedade
CHARME Construções antigas sempre chamam a atenção nas ruas de Três Rios
A professora e historiadora Ezilma Teixeira defende a ideia da preservação de imóveis como este. “É, até mesmo, uma medida muito civilizada esta de deixar as marcas do passado para as próximas gerações”. Ela estava no Conselho Municipal de Cultura de Três Rios quando o Inepac (Instituto Estadual do Patrimônio Cultural) tombou dois bens do município, o coreto da Praça da Autonomia e a Capela Nossa Senhora da Piedade. O tombamento é uma forma de fazer com que os bens fiquem protegidos, sem o risco de demolições e perda da história neles contida. Podem ser feitos, também, pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), quando o bem tem relevância nacional, ou pelas prefeituras, quando a relevância é municipal. Na cidade, não há bens tombados de importância nacional, mas Chico Cereto, assessor de imprensa do Iphan/RJ, explica como é o processo. “O trâmite de um tombamento no Iphan pode durar até dois anos em análises e aprovações. Qualquer cidadão pode pedir o tombamento de um bem cultural e o pleito será analisado”. Com relação a bens particulares, o único tombado em Três Rios é o casarão da esquina das ruas da Maçonaria e Nelson Viana, porém, este, foi através de um decreto municipal de 1997, como conta Ezilma. “Neste grupo, também conseguimos o tombamento da Ponte das Garças e das construções que estão no que chamamos de ‘corredor cultural’, formado pelo prédio dos Correios, o antigo Fórum, o Teatro Celso Peça-
nha, o obelisco e a prefeitura, na praça São Sebastião”. A sede da Fazenda das Garças também foi tombada, porém, pouco tempo depois, um problema surgiu. “Ela foi vendida e o novo proprietário começou a destruir todo o imóvel, demoliu toda a sede. Era um valor tão grande que tinha lá, que um antiquário de São Paulo fez quatro viagens para levar todo o material antes da demolição. Muitos objetos devem estar no exterior pelo valor histórico e artístico, entre portas, janelas, louças, vasos, pias”. Assim como a fazenda, outras construções são demolidas para dar espaço ao progresso. A mudança é visível no centro da cidade, como em uma das esquinas da praça da Autonomia, onde uma antiga residência foi demolida há mais de um ano e seus escombros permanecem lá. Então, seria preciso parar o progresso? Ezilma deixa sua opinião. “Se esse desenvolvimento vertical neurótico insistir, esse binômio asfalto e concreto, vamos passar o mesmo que São Paulo sente hoje em épocas de chuva. Não sou contra
CONTRASTRES Os fios que surgiram com o progresso convivem com a histórica fachada
a chegada do progresso, não defendo uma nostalgia que não contemple o presente. Sou a favor de uma conciliação entre o passado e as coisas novas”. Como a professora recorda, há casos que surpreendem. No final da dé-
cada de 1990, por exemplo, um banco comprou um imóvel antigo no centro da cidade e iria demolir para fazer uma obra em seus padrões. “Mas convencemos os arquitetos, que eram japoneses, a preservarem o local. O interior foi modificado, mas a parte externa está do mesmo jeito, com os traços característicos da época que foi construído”. Para Chico Cereto, só se ama o que se conhece e só se preserva o que se ama. “O importante é que a sociedade conheça, para que passe a amar e a preservar tudo aquilo que tenha a ver com a sua memória cultural. Cada caso é um caso e a validade de se preservar tem muito com o sentimento da coletividade. O Iphan é sempre a favor da preservação, em razão da importância que os bens representam para a nossa história, arte, etnografia, paisagem e para a sociedade”, finaliza. Fica, então, a sugestão: quando caminhar pelas ruas, vale reparar os detalhes das construções mais antigas. Elas ainda existem e não são poucas. Charmes do passado no concreto urbano.
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ACERVO DO MUSEU IMPERIAL / IBRAM / MINC
CULTURA
DAS GARÇAS E DA HISTÓRIA POR FREDERICO NOGUEIRA
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Em uma das entradas de Três Rios, ela dá as boas-vindas aos visitantes e a sensação de “enfim chegamos” aos moradores no retorno para suas casas. Já nomeou um bairro e teve a presença do imperador d. Pedro II em sua inauguração. Protegida por tombamento municipal e importante monumento histórico e cultural, a Ponte das Garças é um dos cartões postais da cidade.
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história começa no Brasil Império com d. Pedro II no posto de imperador. O comendador Mariano Procópio recebeu a autorização para construir e explorar, por 50 anos, uma rodovia que se tornaria a Estrada União e Indústria, ligando Petrópolis a Juiz de Fora. O nome recebido é o mesmo da companhia fundada pelo comendador. A estrada foi construída seguindo, basicamente, o Caminho Novo e permitiria a passagem de
carruagens a 20 Km/h por ser macadamizada, ou seja, revestida com massa de pedra britada, areia e saibro. Porém, no meio do caminho havia um rio. Na verdade, toda a estrada acompanha o curso do Paraíba do Sul. Portanto, em alguns trechos, foi necessário construir pontes para dar sequência à rodovia. Assim como já havia ocorrido em Alberto Torres, foi construída aquela que seria, mais tarde, a Ponte das Garças, permitindo acesso à Estação de Entre-Rios.
ENTRADA DA CIDADE Em uma delas, a ponte é responsável por receber os visitantes revistaon.com.br
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ACERVO EZILMA TEIXEIRA
CULTURA
DUAS ÉPOCAS Com o crescimento da região, foi necessário construir a nova ponte
ACERVO EZILMA TEIXEIRA
IMPERADOR D. Pedro II participou da inaguração da ponte
Criada para servir à rodovia, ela também foi utilizada pela ferrovia
DÉCADA DE 1950 A ponte ainda contava com trilhos para passagem de trens
A ponte foi projetada por José Koeller
Em todo o percurso, havia “estações de muda” para a troca de animais que puxavam as diligências. Atualmente, Mont Serrat abriga grande parte desta história. A União e Indústria, com o passar dos anos, foi modificada em alguns trechos com a construção de novas rodovias e teve, em outros, o tráfego reduzido. Com a ponte que permitiu uma das passagens oficiais do imperador por Três Rios não foi diferente, mas ela continua com sua representatividade para a história local. “Para a secretaria Municipal de Cul26
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ADAPTAÇÃO Atualmente, apenas pedestres e ciclistas podem passar pela ponte
tura, todos os monumentos que influenciaram a história do município são importantes. Assim como a Capela Nossa Senhora da Piedade, a Ponte das Garças é um dos pontos turísticos da nossa cidade devido a sua arquitetura imponente”, garante o órgão em nota que existem planos para uma significativa revitalização do local através do projeto de sinalização turística de Três Rios. Projetada pelo engenheiro José Koeller, os números de sua construção impressionam, como conta a professora e historiadora Ezilma Teixeira. “Na ponte, foram empregados 300 toneladas de ferro, 12 mil tijolos e 78 metros de cubos de madeira para o assoalho. Operários estrangeiros e brasileiros participaram da obra que custou muito mais do que a légua mais cara da estrada”.
A ponte foi inaugurada oficialmente em 1861 e Ezilma, em seu livro “Era uma vez”, reproduz o texto do “Jornal do Comércio”, daquele ano, com a descrição do momento. “Partindo de Petrópolis, ao chegar à Ponte do Paraíba, Suas Majestades e Altezas apearam-se, demorando-se um quarto de hora em examinar essa grande obra (...) A família imperial atravessou a ponte a pé e do outro lado do rio tomou a sua diligência, seguindo viagem as 10 e ½ horas. Um quarto de hora depois de atravessarem a ponte, chegaram à Estação de Entre-Rios”. Todo o trajeto da União e Indústria foi registrado e fotografado pelo alemão Revert Henrique Klumb no livro “Doze horas em diligência: Guia do viajante de Petrópolis a Juiz de Fora”, considerado o primeiro guia de viagem feito no país. É dele a foto mais antiga da construção histórica. E pensar que, segundo histórias passadas de geração em geração, esta ponte poderia não existir. “Dizem que a estrada quebraria em Alberto Torres, passando pela área de algumas fazendas, e sairia em Paraíba do Sul. Porém, estes fazendeiros não permitiram com receio da chegada de bandoleiros (bandidos, saqueadores) com o crescimento da movimentação”, conta Ezilma. Criada para servir à rodovia, ela teve, inclusive, cobradores de pedágio. Alguns anos após sua inauguração ganhou os trilhos da Estrada de Ferro Leopoldina e foi utilizada, até meados do século passado, alternando as passagens de trens com carruagens e diligências. “A rodovia abriu as portas para o progresso. A ferrovia foi muito importante, claro, é inegável, mas a rodovia iniciou a movimentação em nossa área”, explica a professora. De acordo com a historiadora, a população foi responsável por dar à ponte
PROBLEMAS Há pichações e invasão da vegetação na estrutura
ESTRUTURA Operários de diversas nacionalidades trabalharam na montagem da ponte
e ao bairro o nome que têm. “Originalmente ela era a Ponte do Paraíba, mas o povo passou a chamá-la de Ponte das Garças. Assim, a fazenda construída naquela localidade recebeu o nome de Fazenda das Garças e, em seguida, toda a região foi nomeada da forma que conhecemos hoje”. Tudo porque, naquele
local, havia grande concentração de garças, obviamente. “Havia um matadouro, no Cantagalo, que jogava as vísceras dos animas no rio e lá, por ter uma curva, havia concentração destes restos. As aves ficavam por lá esperando para se alimentarem”. Rosângela Eugênio Nogueira mora
no bairro há aproximadamente 50 anos e lembra-se de algumas fases do crescimento do local. “Quando nos mudamos para cá, eu tinha sete anos. Algumas dessas casas que existem hoje aqui perto, já existiam naquela época. O trem ainda passava pela ponte e o movimento de pessoas era muito pequeno”. Ela sonha com a volta da ferrovia como alternativa para o transporte de pessoas e faz um pedido. “A ponte precisa de cuidados, já faz tempo que não há pintura ou reforma”. Muito antes de um viaduto que cruza a linha férrea ser celebrado como a “obra mais importante da história do município”, houve uma ponte inaugurada com a presença do imperador que permitiu o início de parte da história deste mesmo município. Em dezembro, são lembradas as datas de nascimento (2) e morte (5) de d. Pedro II, assim como é celebrada a emancipação de Três Rios (14). A ponte não é apenas das garças, mas, também, do império, da história, da cultura e de cada um que por ela passa.
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DE FLORES E FRUTOS POR FREDERICO NOGUEIRA
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Há poucos meses, a Revista On publicou em seu perfil oficial em uma rede social a fotografia de uma árvore localizada na Beira Rio, no centro de Três Rios. A imagem recebeu diversas curtidas e compartilhamentos, além de comentários exaltando sua beleza. Além de encherem de poesia o cotidiano, a presença de árvores na área urbana oferece benefícios que vão além da sombra para o seu carro.
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uantas árvores há em sua rua? Por acaso elas já quebraram calçadas ou estão próximas à rede elétrica? Calma, não há motivos para se irritar com o meio ambiente. As árvores podem oferecer mais benefícios para a sociedade do que você imagina e elas podem, sim, conviver em harmonia com os centros urbanos. Imprescindíveis para a manutenção da vida no planeta por realizarem a fotossíntese, as espécies vegetais proporcionam benefícios à humanidade relacionados aos serviços ecossistêmicos. Atendendo a uma solicitação da Revista On, os engenheiros ambientais e professores da UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) Fábio Souto de Almeida, Marcelo Cid de Amorim e Sady Júnior Martins da Costa Menezes reuniram-se para debater o tema e apontar soluções para a convivência harmoniosa do homem com o meio ambiente. Eles comentam que a manutenção das áreas verdes urbanas sempre foi justificada pelo seu potencial em propiciar qualidade ambiental à população. “Diversos autores citam vários benefícios que as áreas verdes podem trazer ao
BELEZA As árvores completam a paisagem urbana com suas flores
homem nas cidades, como controle da poluição do ar e acústica, aumento do conforto ambiental, melhoria do microclima, estabilização de superfícies por meio da fixação do solo pelas raízes das plantas, abrigo e alimentação à fauna, equilíbrio do índice de umidade no ar, proteção das nascentes e dos mananciais, organização e composição de espaços no
desenvolvimento das atividades humanas, valorização visual e ornamental do ambiente, recreação e diversificação da paisagem construída”. Com todos os benefícios apresentados, fica fácil entender que a vegetação tem efeitos diretos sobre a saúde mental e física da população. Vale lembrar que o termo “áreas verdes” se aplica a diversos tipos de espaços urbanos que têm em comum o fato de serem abertos, acessíveis e proporcionam interação das atividades humanas com o meio ambiente, como parques e praças. Porém, na relação entre a população e as árvores existem problemas notáveis, como os já citados danos às calçadas e à rede de transmissão de energia elétrica e de telefonia. “Recentemente, realizamos uma pesquisa sobre a arborização urbana em Três Rios e constatamos que algumas espécies causavam menos danos do que outras [dados ainda não publicados]. Por exemplo, Nerium oleander (espirradeira) é uma planta paisagística e que não apresentou conflito com a rede aérea. Porém, se o objetivo for obter sombra e amenizar o calor, a espécie não parece adequada. Já a Cassia fistula (chuva-de-ouro) possui copa que possibilita amenizar as altas temperaturas, possui beleza, prinrevistaon.com.br
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cipalmente quando em floração e esteve entre as espécies que apresentaram menor porcentagem de indivíduos em conflito com a rede aérea ou causando danos às calçadas. Bauhinia aff. purpurea (pata-de-vaca) também pode ser uma boa opção para uso na arborização”, exemplificam os professores. Segundo o secretário municipal de Meio Ambiente e Agricultura de Três Rios, Thiago Vila Verde, alguns conflitos com as árvores existem pela plantação, no passado, de forma errada. “Hoje predominam amendoeiras, Cassia siamea e mungubas. Elas crescem demais e, estas, por exemplo, precisam ser podadas quatro vezes por ano. São de grande porte e destroem as calçadas, além de atingirem os fios. As alternativas que estamos inserindo na paisagem são os oitis, ipês amarelos e sibipirunas”. Para resolver o problema e contribuir com o crescimento sustentável do município, o órgão já realiza a troca de espécies, mas com calma. “Não podemos substituir todas ao mesmo tempo, mas há um plano de arborização que já está acontecendo. Temos a maior parte dos equipamentos necessários para realizar o melhor trabalho possível. Nosso objetivo é trocar todas as espécies que foram plantadas em locais impróprios”, comenta Thiago. Ele acrescenta uma mudança importante na forma de plantação comparada há alguns anos. “Antes, eram plantadas mudas com 80 cm de altura, que custavam, em média, R$ 10. Cada uma precisava de grades de proteção, que custavam em torno de R$ 80, o que encarecia bastante o processo. Hoje, adquirimos árvores com 3m, sem necessidade de grades, que custam aproximadamente R$ 45 aos cofres públicos e não darão problemas no futuro”. A UFRRJ–ITR (Instituto Três Rios) está desenvolvendo uma pesquisa para calcular o nível de arborização urbana como indicador da qualidade ambiental para a cidade de Três Rios, tornando esta uma ferramenta para análise e
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RENOVAÇÃO As árvores plantadas na praça São Sebastião começam a ganhar volume
ÁREAS VERDES No centro de Três Rios, o horto é aberto ao público e permite o contato com o meio ambiente
tomada de decisão para os municípios que se interessarem em executar a metodologia em desenvolvimento. “Com a pesquisa, espera-se uma acentuada melhoria na qualidade de vida dos cidadãos trirrienses para os futuros projetos que poderão ser norteados por este trabalho, orientando as autoridades públicas e demais segmentos da sociedade quanto à qualidade socioambiental por meio deste indicador, fundamentando seus trabalhos e projetos”, explica Marcelo Cid de Amorim.
Se você é atento à paisagem urbana, já reparou que algumas árvores grandes foram substituídas por outras não tão bonitas como as anteriores e, talvez, tenha reclamado naquele instante. “Mas não cortamos sem pensar, não é por prazer. Quando chegamos a este ponto, houve um estudo para chegar à decisão. Como foi no caso da reforma da praça São Sebastião. Substituímos a maior parte delas por outras que já foram plantadas com seis metros de altura. Porém, como foram retiradas de um lugar e colocadas em outro, sofreram uma agressão natural e ficaram, inclusive, feias por algum tempo. Agora elas começam a ganhar mais volume e já têm flores. É necessário ter paciência”, explica o secretário. Com a chegada de indústrias, há a necessidade de compensação ambiental. “Impacto ambiental zero é utopia. Mesmo com todos os cuidados, sempre há. Então, todas as indústrias que chegam ao município e degradam uma área, precisam compensar de alguma forma”, diz. E a compensação não fica restrita às grandes empresas. “Quando um cidadão nos procura e quer aumentar a casa, mas diz que o único espaço no quintal tem uma árvore, não podemos cercear esse direito dele. Pode ser que tenha mais um filho a caminho e a obra será necessária. Então, permitimos o corte, desde que o solicitante doe outras árvores para compensação ambiental”. Um dado especial para quem reclama do calor no município: “A experiência aponta que se houvessem mais árvores plantadas em vias públicas nas calçadas do município, a população poderia sofrer menos com o calor excessivo devido ao microclima propiciado por elas”, revela a pesquisa dos professores. Ou seja, além das flores que deixam a cidade mais bonita em determinadas épocas do ano, as árvores dão mais frutos que se pode imaginar. Como seres vivos que são, basta entendê-las para a boa convivência.
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NEGÓCIO
Euler Massi emassi@invistaativa.com.br
Agente autônomo de investimentos, certificado pela Ancord e autorizado pela CVM. Também é palestrante da Ativa Educar, braço educacional da Ativa Corretora, onde opera no mercado de capitais e presta assessoria personalizada para clientes, pessoas física e jurídica na cidade do Rio de Janeiro. Cursa gestão financeira pela Universidade Estácio de Sá.
Além da poupança Atualmente, muitas pessoas estão se perguntando o que fazer com a poupança agora que a taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia - a taxa básica de juros do governo) está cotada a 7,25% ao ano.
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indústria de investimentos criou maneiras mais inteligentes de investir, como por exemplo, o FII (Fundo de Investimento Imobiliário), modalidade de investimento comparada à compra de um imóvel que paga aluguel mensal. Estes recebimentos mensais são pagos sob a forma de dividendos que, de acordo com a lei 6.404 de 1976 [lei das S/A], estão livres de imposto de renda. É possível ser dono de parte de um Shopping Center, por exemplo, por muito menos do que se possa imaginar! O FII é dividido por cotas e, desta forma, é possível comprar apenas uma cota, o que já lhe garante o recebimento mensal de dividendos. A grande maioria dos FII´s são lançados a um valor médio de R$ 100 por cota, e pagam em torno de 0,70% por cada, retorno livre de imposto de renda. O investidor tem que recolher imposto apenas sobre a valorização das cotas, que neste caso, só pagará quando vendê-las realizando o lucro do investimento. Os FII´s não são um investimento de renda fixa e, apesar do pagamento de dividendos mensais, são negociados em bolsa de valores, na Bovespa (Bolsa de São Paulo), e, com isso, podem oscilar como as ações. Para quem procura melhorar a rentabilidade da poupança que está em torno de 5,03% ao ano, ou 0,41% ao mês, e otimizar os ganhos
longe da bolsa, o mercado criou a modalidade de investimento de renda fixa chamada LCI (Letras de Crédito Imobiliário). Este investimento tem rentabilidade indexada ao CDI (Certificado de Depósito Interfinanceiro), que está em torno de 7,04% ao ano. Existe uma gama enorme de possibilidades de investimentos em renda fixa, multimercado e renda variável, entretanto, o importante é entender o conceito de investimentos de curto, médio e longo prazo e alinhá-los aos seus objetivos, pois na hora de investir é possível escolher o período de carência das aplicações e isto é muito importante para evitar surpresas desagradáveis no futuro. Outra forma muito comum são os Fundos de Investimentos, mas atenção! Existem vários no mercado e a escolha deve ser criteriosa. A dica é verificar o histórico. Tente conhecer o perfil do gestor ou delegue esta tarefa a um profissional, mas não invista sem entender onde está apostando, quanto custará este investimento e quando poderá resgatá-lo. Lembre-se: um bom portfólio de investimento deve ser sugerido e acompanhado por um especialista. Na hora de investir, consulte as melhores taxas e certifique-se do retorno projetado para que fique tudo bem alinhado com suas expectativas. Bons investimentos e até a próxima edição!
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UM NOVO TEMPO
QUE COMEÇOU FOTOS DIVULGAÇÃO
Após ser totalmente destruída em um incêndio, Zigal reinaugura e já está pronta para o Natal
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o fim de ano, em meio às comemorações, chega o momento de relembrar os últimos meses, agradecer pelas alegrias e olhar para as dificuldades superadas. É exatamente neste clima que a loja Zigal, em Três Rios, foi reinaugurada no dia 8 de novembro. Há mais de uma década na cidade, o estabelecimento estampou as manchetes dos jornais e sites de notícias da região quando, no dia 17 de abril, um incêndio causado por curto circuito destruiu todo o estoque da loja, além de danificar a estrutura do local.
Seis meses após incêndio, loja reabre com enorme variedade de produtos Após a liberação da loja, uma das sócias da empresa, Gláucia Salvado, conta que, junto com o marido Noé Alves e o pai dela, Enio Salvado , passou uma semana retirando o material queimado que havia se transformado em entulho. “E fomos nós, da família, que fizemos este
ESPAÇO A nova loja oferece conforto e praticidade na hora de escolher os produtos
PRESENTES Ideais para garantir a surpresa, caixas e sacolas decoradas estão nas prateleiras
VARIEDADE Todos os itens para decorar sua casa neste Natal
serviço, com alguns amigos. Não poderia deixar nossos colaboradores passarem por isso. Eles ficaram muito abalados naquela época e não queríamos que corressem qualquer risco”, comenta. E, se antes do acidente a loja já se destacava na avenida Condessa do Rio Novo, por seu amplo espaço, a variedade de produtos e a cor chamativa no letreiro, com a reforma ganhou ainda mais visibilidade. Em nada lembra a primeira fase da Zigal, ainda em meados da década de 1990, quando Gláucia, as irmãs, o pai e o esposo abriram a primeira loja, neste mesmo local. “Naquela época, vendíamos botões, itens para costura e, depois, um pouco de chapeado. Mais tarde, começamos com produtos de R$ 1,99, que foi febre na região. E assim, aos poucos, fomos aumentando a variedade de itens”, conta a empresária. Mais ampla e, agora, com segundo piso, a nova Zigal faz jus ao seu slogan,
ENFEITES Para todos os gostos e com variedade de preços
que garante ser a loja mais completa da cidade. Basta uma visita para confirmar a informação. São artigos para festas, papelaria, presentes e decoração juntos no mesmo lugar. Com produtos para atender a todos os públicos, com várias marcas e preços diferenciados, a Zigal tem profissionais capacitados a auxiliar os clientes na escolha dos produtos certos. Um diferencial da loja é que, a cada período do ano, há uma “explosão” de produtos segmentados. Por exemplo, na volta às aulas, em breve, inúmeros itens com bons preços se destacarão nas vitrines, convidando os consumidores para as compras. Assim, acontece a cada data comemorativa, sendo a melhor e primeira opção na hora de sair em busca de presentes. Com o fim do ano e a loja inaugurada neste período de festas, as prateleiras e vitrines já ganham as cores do Natal e inúmeros itens decorativos que agradam todos os gostos e vão deixar suas come-
morações ainda mais bonitas. Além do material de decoração, na visita à Zigal você já compra presentes para todas as idades. Brinquedos como bonecas, bonecos Max Steel, jogos de tabuleiro e muitos outros prometem agradar as crianças. No caminho de casa para o trabalho ou simplesmente durante um passeio pelo comércio, não perca a oportunidade de conhecer a nova estrutura. No centro da cidade, a loja mais completa aguarda você neste novo tempo que começou.
Av. Condessa do Rio Novo, 1681 Centro – Três Rios – RJ 24 2252-2484
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MULHERES EMPREENDEDORAS FOTOS DIVULGAÇÃO
O público feminino ganha cada vez mais espaço à frente dos negócios. Em Três Rios, um grupo de visionárias se reúne para trocar experiências e consolidar a posição da mulher na economia da cidade.
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m março deste ano aconteceu a primeira reunião da Aime (Associação Internacional de Mulheres Empreendedoras) em Três Rios. A iniciativa surgiu a partir de uma visita da atual presidente, Renata Campanati, aos Estados Unidos. Na ocasião, ela teve a oportunidade de conhecer um grupo norte americano, chamado Wecai (Women in E-commerce ou mulheres no comércio) que tem como finalidade reunir empresárias que possam se auxiliar em as-
suntos relacionados aos negócios. “Nos Estados Unidos o Wecai se formou em um momento delicado e difícil, pois se destinava a unir forças após a crise do ‘11 de setembro’. Atualmente, após uma década de existência, muitos objetivos foram definidos e parcerias formadas. Vemos verdadeiras histórias de sucesso que nasceram daquela iniciativa”, contou Renata. A Aime reúne comerciantes, arquitetas, artistas plásticas, contadoras, psicólogas, engenheiras, corretoras e
jornalistas que unem forças para estimular umas as outras. “Nós trocamos informações e propomos soluções. Pretendemos consolidar a posição da mulher na economia de Três Rios com o objetivo de aproveitar o momento positivo da cidade, reconhecida em âmbito nacional”, destacou a presidente. Para colocar a ideia em prática, surgiram os encontros regulares que acontecem sempre no estabelecimento de uma das associadas. “A cada reunião ampliamos nossa rede de contatos, abrimos
ASSOCIAÇÃO A Aime conta com 20 associadas
“Atualmente, o grupo conta com 20 associadas e duas convidadas especiais” temas para debates, discussão de problemas comuns, promoção e diminuição de custos operacionais, o que reflete no aumento da lucratividade”, assinala. A diretoria é composta, além da Renata, proprietária do quiosque Tri Esportiva, pela anfitriã Mariela Amodeo, as tesoureiras Laudicéa Moura e Cláudia Martins, a administradora Marcella Salustiano Salgado, a conselheira Maria Helena Chimelly e a responsável pelo marketing Mara Cater. A contadora e empresária Cláudia Martins, da CM e Barbosa Contabilidade e da Papelito Papelaria, garante que a parceria é muito interessante para todas. “Aqui reunimos mulheres ativas, produtivas, comprometidas e com vontade de dividir”, complementa. Mara, do Cater Hotel, Condessa Hotel e da Clínica Nova Estética acredita que, com comprometimento e seriedade conseguem divulgar o trabalho através desta rede de relacionamentos. Já Laudicéa Moura, da Ótica Pastor, revela que, em cada encontro surgem novas
ideias e propostas para fortalecer a própria estrutura da associação. Marcella, da Center Copy e Império da Construção, diz que o diferencial é fazer com que as empresárias diminuam os erros que poderiam enfrentar no dia a dia. Atualmente, o grupo conta com 20 associadas e duas convidadas especiais: Maria do Rosário Silva Santos e Rosana Santos Calambichis. Sonize Bretas Guimarães é uma das associadas. Proprietária da loja Comercial Trirriense,
SOCIAL Elas entregaram bonecas feitas por mulheres com Alzheimer a uma instituição trirriense
que existe há 46 anos, ela afirma que através da Aime fica por dentro das novidades do mercado, além de se manter focada no dia a dia do negócio. Romanda Porto de Souza comanda a loja de roupas My place. Ela está apenas há um ano no comércio e considera que o grupo também é uma forma de ter contato com pessoas experientes. Segundo Campanati, a Aime evoluiu no Brasil por unir vários setores de negócios das mulheres empreendedoras. “Esta medida fez com que alcançássemos o êxi-
“Em 2013, o objetivo da associação é criar o site para divulgar as conquistas, conclusões de cursos e entrega de prêmios de reconhecimento”
to de nossos propósitos”, enfatiza. Há pouco mais de dois anos, a empresária Maria Inês Pessoa resolveu abrir o bistrô Santo Graal. Ela possui mais de 500 rótulos de vinhos e já aderiu ao grupo de mulheres empreendedoras. “Esta é uma união em busca de novos rumos. Um novo conceito para que possamos adquirir conhecimentos e visibilidade”, ressalta. Os benefícios para quem participa da associação são inúmeros, como explica a artista plástica Ana Maria Baião Batista. “Aqui falamos de negócios e cada uma fala do seu trabalho. É uma iniciativa interessante, onde podemos divulgar nossos serviços”, diz ela que foi a responsável pela criação da sigla Aime. O grupo reúne mulheres de diversos setores da área comercial, inclusive do setor de perfumaria e cosméticos, como é o caso de Janne Sauerbronn Muniz, pro-
EMPREENDEDORAS Elas se destacam no comércio trirriense
OBJETIVOS A finalidade da Aime é consolidar a posição da mulher na cidade
prietária da franquia O Boticário em Três Rios. “Nós trocamos, umas com as outras, experiências sobre gestão de negócios. É possível aplicar o que aprendemos na associação na própria empresa”, afirma. A arquiteta e anfitriã Mariela Amodeo está prestes a inaugurar a Casa Solo, empresa que reúne arquitetos, designers e artistas plásticos de várias regiões, conceituados no mercado. Para ela, o grupo influencia, pois traz visibilidade maior das pessoas da cidade e da região. Neste universo de mulheres visionárias, não poderia faltar quem registre todos os momentos, como faz a fotógrafa Carla Zainotti. Ela acredita nas reuniões como
uma maneira de melhorar no ramo através de ideias sobre negócios. Na Aime, elas conseguem dividir o conhecimento e, segundo Valeria Rodrigues, da Montelar Utilidades, Cobal da Rua XV e Sprintur Locação Vans, é uma parceria benéfica. “Desde a primeira reunião achei que era um grupo que tinha muito para acrescentar”. Regina Coeli, da Dauntless, destaca a divulgação das empresas. A jornalista Gabriele Gama, do Bar e Sorveteria do Filinho, acrescenta, como ponto positivo, a ligação com pessoas de outros ramos de atividades. Também participam como associadas Patrícia Nasser, da Soma Engenharia, Tereza Raybolt, da empresa Raybolt e da Estética e Laser - Aplicação e aluguel de máquina de laser e a corretora Letícia Schmitz. Em 2013, o objetivo da associação é, conforme explica Renata, criar o site para divulgar as conquistas, conclusões de cursos e entrega de prêmios de reconhecimento. “Estaremos sempre estimulando todas as associadas a lutarem por seus ideais e a promoverem suas empresas neste espaço. Assim como sanar dúvidas e obter vantagens no mundo eletrônico, com possibilidades e oportunidades ilimitadas. Todas temos a absoluta convicção de estarmos no caminho certo de uma luta incansável em prol do que sempre sonhamos. Servimos a presente iniciativa como coroamento de uma geração que sabe a que veio e o que verdadeiramente deseja”, encerra a presidente.
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MERCADO DE TRABALHO
PROFISSÃO
PAPAI NOEL POR ALINE RICKLY
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Há muito tempo é normal ver no fim de ano o bom velhinho passeando por diversos lugares como shoppings, supermercados e ruas. O que parece apenas uma brincadeira é, na verdade, encarado como profissão e rende uma boa grana no final do expediente.
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MERCADO DE TRABALHO
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NO TRAJE Papai noel petropolitano cuida dos mínimos detalhes da fantasia
DE FÉRIAS Ademir conta os dias para voltar ao trabalho
los 20 dias trabalhados”, afirmou. Com relação à aparência física, a maioria monta o personagem com artigos artificiais, como bigode e barba. Este é o caso do aposentado Ademir Flávio dos Santos, 65 anos. Papai Noel há 18, ele é cuidadoso com sua roupa e atento aos mínimos detalhes. Sobre as responsabilidades, diz que evita pegar crianças no colo e, quando abraça, deixa as mãos aparecendo para que não haja nenhum mal entendido. “Para ser Papai Noel não é necessário altura nem barriga e sim carinho, atenção, dedicação e muito amor”. Ademir come-
Ademir dos Santos afirma que houve um aumento de 50% na remuneração, nos últimos anos
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o Ho Ho! O bom velhinho chegou! Para quem acha que ser Papai Noel é fácil é porque não sabe das responsabilidades que esta “nova profissão” exige. Apesar de ser lucrativa e, até concorrida, é necessário ter algumas características para garantir a contratação. Achar um bom profissional na área também não é uma das tarefas mais fáceis, como explica a gerente de marketing de um shopping em Itaipava, Taiana Alves de Almeida. “Estou orçando desde maio e ainda não encontrei. Tenho valores que variam de R$ 250 a R$ 600 por dia. Os requisitos são baseados no jeito dele com a criança, desenvoltura e o perfil”, destaca. Kellen Kopke é administradora de um shopping trirriense e também cita a dificuldade em encontrar um bom profissional na área. “O custo de um Papai Noel é alto. Por sete anos tivemos um que não era tímido e que entrava no personagem, mas esse ano ele não vai poder e, provavelmente, iremos substituí-lo por uma programação de recreação infantil”, conta. Kellen disse que o profissional era um vendedor ambulante e que, no shopping, era feita a maquiagem que o fazia incorporar o personagem. A carga horária de trabalho, segundo ela, era de quatro horas por dia devido ao calor. “Ele recebia, em média, R$ 1.000 mais o lanche e o transporte pe-
A CHEGADA DO PAPAI NOEL A criançada se diverte com a presença do bom velhinho 44
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ça a trabalhar em novembro e vai até a madrugada do dia 24. Além de ter o emprego garantido em um shopping tradicional de Petrópolis, faz bicos em casas de família na noite de Natal. O aposentado confessa que a remuneração mudou muito nos últimos anos. “Posso dizer que houve um aumento de 50% no salário”, garante. Com muito bom humor e carisma, garante que propostas não faltam, tanto em Petrópolis quanto no Rio. O especialista em gestão de pessoas Carlos Figueiredo explica que a profissão Papai Noel surgiu após a Segunda Guerra Mundial, com exposições em lojas de brinquedos. “Atualmente, é um emprego para os aposentados e existe até escola para profissionalizar, o que incrementa o crescimento da profissão”, acredita. Quanto à remuneração, ele afirma que é alta porque a presença do bom velhinho em shoppings é sinônimo de muitas crianças atraídas pelo fascínio da figura que representa, o que faz aumentar o número de vendas. “Este fator
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COMÉRCIO LUCRATIVO Empresa especializada oferece profissionais durante o ano todo
DESCARACTERIZADO Manoel trabalha na área há mais de 15 anos
contribui para a estabilização do mercado e é consequência não só do curso de formação, mas do elevado número de idosos no Brasil”, garante. Em Três Rios, Manoel Maia, 61, representa o Papai Noel há mais de 15
anos. “Parece que é sempre a primeira vez”, diz. Ele também começa a trabalhar em novembro em um supermercado da cidade. A diária paga, segundo ele, varia de R$ 200 a R$ 300. “É um dinheiro que vale a pena. Dá para pa-
gar as contas”, calcula. Sobre as obrigações, acrescenta: “Tem que cuidar bem das crianças, cumprir os horários, ser esportivo e brincar com a garotada”, afirma. Manoel conta histórias curiosas como o dia que perguntaram onde estava o trenó dele e o time que torce. “Fora as cartinhas que recebo pedindo netbooks, viagens, bonecas, videogames e bicicletas”, destaca. A publicitária Priscila Marques é sócia de uma empresa no Rio de Janeiro que oferece o serviço de Papai Noel há quatro anos. Ela descreve as características que um profissional desta área deve ter: “Organização, atenção e prazos são muito importantes”, explica. Atualmente, a empresa conta com seis Papais Noéis com idade entre 45 e 65 anos. De acordo com a publicitária, os shoppings centers são os que mais contratam e as negociações começam no mês de agosto. Se você tem as características do bom velhinho e quer ganhar um dinheiro extra, não perca tempo e se entregue à profissão de Papai Noel.
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CARREIRA
FUTEBOL PARA EUROPEU VER POR FREDERICO NOGUEIRA
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Imagine um menino criado no bairro Purys, em Três Rios, sempre apaixonado por futebol e que, ainda jovem, alcança o sonho de jogar profissionalmente fora do país. O que é sonho para milhares de garotos, Guilherme Costa Marques transformou em realidade. Dentro das quatro linhas, seu talento é visível e facilmente observado pela multidão após o apito do árbitro. Nas linhas a seguir, sua história, seus desafios e planos são apresentados só para você.
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rotetor. Este é o significado do nome que recebeu ao nascer, em 21 de maio de 1991. A voz é levemente grave e muito particular. Caçula da família, irmão de Felipe e Gustavo, carrega a paixão pelo mundo da bola desde o berço e seu início não foi muito diferente do que vemos nas ruas, principalmente dos bairros. “Sempre fui fanático, assistia na televisão e, desde que me entendo por gente, sou apaixonado por futebol”, enfatiza Guilherme. Quem confirma são os pais, o motorista Luiz Carlos Adriano Marques e a gerente administrativa Márcia Costa Marques. “Sempre foi muito ativo, desde cedo adora uma bola. Herdou o talento do avô, que jogou no Santa Cruz Futebol Clube, de Chiador, e era canhoto, assim como ele”, revela. O começo foi nas ruas e quadras do bairro Purys, onde cresceu. “Moramos lá e havia uma escolinha. Quando acabou, ele foi treinar futsal com o Cide Clei. No colégio não era aquele aluno nota dez, mas nunca repetiu o ano. A escolinha pedia o boletim e se as notas fossem ruins, não jogava”, lembra a mãe. O antigo treinador é lembrado com carinho pelo atleta. “O Cide sempre me incentivou muito. Comecei com seis anos na escolinha dele, no Social Olímpico Ferroviário”. O jogador também marcou a carreira de Cide Clei Pacífico de Jesus. “Ele fez parte da escolinha conhecida como
Maria Fumaça. Disputamos diversos torneios e ele foi crescendo. Depois de um tempo, começou a jogar futebol de campo e não parou com o de salão. Uma coisa que não esqueço é quando fomos disputar o torneio brasileiro de futsal e ele não poderia ir por problema de saúde. Lembro de dizer que, se naquele dia ele não iria, dias melhores viriam para sua vida. Parece que já estava escrito”. Ainda à frente de uma escolinha, Cide Clei tem Guilherme como exemplo para a nova geração. “Ele me trata como segundo pai. É um espelho para os garotos de Três Rios que estão começando a jogar. Respeito, vontade, horário para treinar, determinação, disciplina, tudo o que um jogador precisa, ele tem”. Para o jovem talento, futebol é dom. “Mas você aperfeiçoa com a sua vontade, seu querer, seu trabalho. Você chega empolgado na escolinha, com expectativas positivas e, com o tempo, aprende muitas coisas, como formas de passe, marcação, união do grupo”. Com essa vontade, ele chegou ao Paraíba do Sul Futebol Clube, onde se profissionalizou aos 16 anos e recebeu seu primeiro salá-
FUTEBOL EUROPEU Um sonho realizado que uniu esperança, alegria e lágrimas
GARRA Em campo, a força do jogador é exaltada pela torcida
Guilherme começou a jogar futebol nas quadras e ruas do bairro Purys
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“Futebol é dom, mas você aperfeiçoa com a sua vontade, seu querer, seu trabalho”, Guilherme Costa Marques
rio, que dividiu com a mãe. “Foi uma escola, um aprendizado excelente e abriu as portas para mostrar meu talento”. Pelo clube, jogou a terceira divisão de profissionais e dois campeonatos sub20. E foi mostrando o seu talento que despertou a atenção de empresários interessados em levá-lo para testes em Portugal. “Acho que, por ser o mais novo do grupo e jogar profissionalmente, me destaquei”, diz ao tentar buscar uma explicação para o acontecimento que daria novos rumos à sua carreira. “Primeiro ele falou com o pai, porque sabia que eu seria contra”, lembra Márcia sobre o dia que o filho contou o interesse dos empresários e acrescenta,
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CASAMENTO O jovem casal foi formado, primeiramente, através da internet
PRESENTE Guilherme fica feliz em poder proporcionar viagens internacionais para a mãe
ainda, que a decisão foi difícil pela idade do filho [apenas 17 anos] e a distância. “Depois de saber que ele iria com pessoas conhecidas, eu concordei. Não poderia frustrar esse sonho dele”, conta a mãe. Guilherme também lembra a conversa. “Eles disseram que, se era aquilo que eu queria, não atrasariam meu sonho e a porta de casa estaria sempre aberta”.
A chegada em Portugal aconteceu em setembro de 2009. Guilherme fez experiência de duas semanas no Sport e foi para o Braga, onde está ainda hoje, embora já tenha sido emprestado ao Gil Vicente por uma temporada. “Sonhava jogar na Europa. Deus coloca as coisas na nossa vida, capacita e nos faz conseguir alcançá-las”, afirma. A adaptação teve facilidades,
união bem pensada”, conta. Ivy revela que não sabia a profissão do então pretendente no início das conversas. “Muita saudade existiu durante o namoro e o noivado, mas agora estamos juntos. Como esposa, tenho medo de acontecer alguma lesão grave e ele ficar parado, mas ele é forte, não vai acontecer”. Amigos ele faz aos montes, principalmente dentro dos campos. Uélisson Henrique Reis Stuart é um deles e explica quem é Guilherme Marques. “É um moleque gente boa demais, determinado. O que conquistou foi fruto do trabalho dele. Como jogador é ousado. Põe na ca-
FAMÍLIA Com os irmãos Gustavo e Felipe, orgulhos dos pais
Jogando em um dos principais clubes de Portugal, Guilherme não deixa de reencontrar os amigos nas férias beça que vai fazer e faz. Ele nasceu para isso”. Para Tainan Dias, que o conhece desde os tempos do futsal, Guilherme dispensa comentários. “O Guiga é um irmão para nós, mesmo longe fisicamente, ele liga perguntando como estamos, como está a família, como vai o futebol. JCLICK
como a língua semelhante, mas as dificuldades também existiram. “Já chorei de saudade, é normal sentir falta dos pais, dos amigos. Mas era aquilo que eu queria. Meu sonho era tão forte que nada disso me fazia desistir. Fiquei um ano apenas treinando, sem jogar por ser menor. Para jogar, meu pai precisaria ficar lá. Ele foi, ficou por três meses, mas não conseguiram me regularizar”, recorda. Seus primeiros jogos no Braga foram pela categoria de juniores. A subida para o profissional aconteceu ao sofrer uma lesão no joelho e, por ordens dos dirigentes, o tratamento já aconteceria nesta categoria. O primeiro jogo na equipe profissional foi contra o União de Leiria. “É espetacular ver o estádio cheio”, garante. Seu primeiro gol também está na memória. “Foi contra o Vitória de Setúbal. Entrei no segundo tempo, roubei uma bola na lateral, fui para cima do adversário, tirei, chutei e saiu o gol. Minha mãe e a Ivy estavam no estádio”. Ivy Vasconcelos é a esposa de Guilherme desde o final de 2011. Sim, precoce também no matrimônio. Embora trirriense, as conversas começaram na internet, com ele em Portugal. “Ela sempre foi muito simpática, queria uma pessoa assim ao meu lado”, derrete-se o jogador. Meses depois, nas férias de Guilherme, se encontraram e o relacionamento começou. “Após algum tempo, ficamos noivos e, depois de um ano, casamos. Foi uma
TORCEDOR Espelho para Guilherme, o pai é torcedor e já acompanhou o filho em Portugal
Como jogador é mais fácil descrevê-lo: ele é o cara e ponto. Sempre treinou forte, deu o seu máximo , não faltava treino, sempre procurou se aperfeiçoar , seja tecnicamente ou fisicamente”. Enquanto Guilherme faz o caminho inverso dos colonizadores, uma legião de fãs já prevê seu futuro, como Tainan, que resume o pensamento dos amigos. “A maior alegria é saber que um amigo nosso chegou ao patamar que está hoje. É um exemplo para qualquer pessoa que tem um sonho. O que mais marca é quando ele volta e diz ‘minha maior alegria é chegar em casa e saber que vou ver meus amigos”. Cide Clei faz coro. “Ele está na metade do caminho, se tiver a cabeça no lugar e a humildade, atingirá esse objetivo. Conseguiu chegar por persistência, vontade e dedicação ao que faz”. Na família, os pais não têm dúvidas: “O Guilherme, assim como os irmãos, nos dá o maior presente. Ver o filho realizando sonhos e sendo feliz não tem preço. A felicidade dele já basta”, finalizam. Flamenguista de coração, admirador de Zico, gosta de cinema, pagode e jogar vídeo game... “Jogos de futebol, nem assim ele abandona a bola. Nas férias, também passaria o tempo inteiro nas peladas com os amigos”, revela Ivy. Guilherme, protetor e protegido, é aquele que não tem medo do futuro. “Não o imagino, mas entrego nas mãos de Deus. Estou trabalhando para mostrar o que sei e alçar voos mais altos. Estou muito satisfeito com o que estou vivendo, mas não vou me acomodar”. revistaon.com.br
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À ESPERA DE UM EDITAL POR FREDERICO NOGUEIRA
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No primeiro semestre de 2012, a Caixa Econômica Federal registrou mais de um milhão de candidatos inscritos em seu concurso para formação de cadastro de reserva para o cargo de técnico bancário, com exigência de nível médio. A procura por concursos aumenta a cada ano no país. Bons salários e estabilidade estão nos maiores motivos da busca. Mas, com tanta concorrência, como conseguir uma vaga?
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uem nunca parou em uma banca de jornal e se deparou com exemplares chamativos da “Folha Dirigida” noticiando vagas em concursos e editais abertos, que atire a primeira caneta esferográfica preta ou azul. Institutos, bancos, estatais, prefeituras, tribunais, entre outros são as metas de quem passa horas analisando provas antigas e sonhando com o futuro. Priscila Novo de Sousa tem 32 anos e pretende prestar concurso para o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) por gostar de direito do trabalho e pela boa remuneração. A dedicação aos estudos, segundo ela, poderia ser maior, mas outras atividades a impedem que seja assim. “Estudo entre uma e duas horas por dia, mas gostaria de me dedicar em tempo integral, pelo menos dez horas, mas o trabalho e a faculdade me consomem boa parte do tempo”. Este não será o primeiro concurso de Priscila. Ela já participou de vários e, classificada, conquistou as vagas disponíveis, como no IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Faetec e Prefeitura Municipal de Três Rios. Enquanto cursa direito, encara a universidade como um tempo valioso para as tentativas de conseguir a sonhada vaga. “Nos primeiros que me inscrevi, foi devido à remuneração. Depois vi que poderia subir degrau por degrau e comecei a fazer pensando na estabilidade, para ter calma e estudar em longo prazo, que é o que faço agora, pois considero minha faculdade como um período ideal para tentar o concurso”. Bacharel em direito, Fabrício Rezende é servidor concursado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e trabalha há oito anos com turmas preparatórias para concursos públicos. Ele garante que um erro dos interessados em concursos é buscar os estudos apenas quando o edital é publicado. “Sempre há procura por aulas, mas ela torna-se mais alta nesses períodos. Porém, a preparação requer algum tempo”. Com o edital recentemente publicado do TRT-RJ, é com uma turma voltada para este concurso que Fabrício trabalha atualmente. Os que pas54
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EXPERIENTE Priscila quer subir com calma os degraus para atingir seu objetivo
Estabilidade e boa remuneração são os principais motivos de interesse por concursos sarem receberão remuneração mensal superior aos R$ 4.000. “Certamente os alunos procuram, em grande parte, o binômio estabilidade-remuneração. Na esfera pública, o servidor tem garantia de permanência no serviço. Ademais, em geral, sua remuneração é melhor àquelas pagas pela iniciativa privada”. Com a experiência adquirida, Priscila já sabe onde precisa evoluir. “Tenho dificuldade nas questões de língua portuguesa, por incrível que pareça. O que deveríamos saber mais é o que mais tem derrubado candidatos. Sempre que posso, faço aulas com uma professora sobre esta matéria, especificamente”. Porém, estudar e passar em concursos não estão ligados apenas a este “saber” humano. É necessário conseguir driblar o nervosismo. “Hoje não costumo deixar a tensão tomar conta. Com o tempo diminui. Já sei que se não for dessa vez será na próxima e, como tenho a pretensão de fazer provas de peso no
PROFESSOR Para Fabrício Rezende, a dedicação aos estudos é fundamental
futuro, sei que o nervosismo pode atrapalhar muito”, revela Priscila. E, se você ainda não fez provas para concursos, mas tem interesse, acostume-se: na maioria dos casos a primeira prova não é a última. “O candidato deve ter em mente que a aprovação em concurso
PROJETO DE VIDA Para não perder tempo, Sonilda estuda até quando vai ao mercado
“As chances de aprovação começam a surgir após dois ou três anos de muitos estudos”,
publicou um artigo jurídico e aprendeu que está no tempo certo de preparação. “No primeiro ano de estudos você se localiza na matéria; no segundo, você começa a assimilar e, no terceiro ano, começamos a aprender a matéria”, conta. Para Fabrício, a aprovação em um concurso requer dedicação, bons professores, bom material bibliográfico e a realização de muito exercícios. “O candidato deve saber, ainda, conciliar os estudos com momentos de lazer, os quais são fundamentais para a continuidade da preparação”. Estudos, estudos e lazer? Então ele ainda cabe no pacote? Segundo Priscila, sim. “Faço caminhadas para não perder a saúde. As festas que vou são, normalmente, de amigos e familiares, raramente perco noites inteiras de sono por causa de lazer. Baladas consomem muita energia, que é necessária para a dedicação aos estudos”. Pilhas de livros em casa já fazem parte da vida de Sonilda. “Eu vou ao mercado ouvindo aulas. Amigos passam por mim na rua e eu não vejo. Você se fecha muito em busca deste projeto de vida”, comenta. Mas ela garante que todas as lutas, que incluem derrotas no caminho, serão recompensadas e a desistência não deve fazer parte desta batalha. Como um lema da caminhada em busca do sonho, ela tem uma frase que deixa como motivação a todos os que também conhecem a dificuldade passada por quem espera ver seu nome na lista de classificados. “O sacrifício é temporário, mas desistir é para sempre”.
professor Fabrício Rezende
público requer tempo e dedicação. As chances de aprovação começam a surgir após dois ou três anos de muitos estudos. Um candidato aprovado no primeiro concurso é muito incomum. E a maioria desiste quando não consegue. Nós, professores, temos outro papel muito importante, que é o de motivar após alguns ‘fracassos’. Mas a maior motivação surge quando os alunos veem um colega aprovado e notam que a realização do sonho é possível”, conta Fabrício que deixa, ainda, uma dica. “Como os editais de concursos são publicados dois ou três meses antes das provas, o candidato deve estudar antecipadamente, utilizando editais passados”. O sonho e a dedicação já fazem parte do cotidiano da agente de negócios Sonilda Araújo há alguns anos. Pós-graduanda em direito privado em Petrópolis, ela já entrou no curso superior com o objetivo de prestar concurso, “nunca pensei em exercer a advocacia. Mas você faz a faculdade e não aprende tudo, depois é necessário estudar ainda mais. Você tem que ter consciência de ser um projeto para o futuro. Principalmente os grandes concursos, para juiz e promotor, por exemplo” Com foco na defensoria pública, Sonilda começou a preparação específica para este concurso em 2010 e sabe que o caminho para o sucesso é longo e árduo. “A cada dia evoluo mais, descubro onde tenho dificuldade e busco solucionar. Este ano fiz a prova da defensoria, vi minhas falhas e percebi que ainda tenho muito para aprender. Você não precisa gostar de tudo, mas é necessário saber as matérias”. Durante os estudos, ela já revistaon.com.br
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POR ALINE RICKLY
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Elas estão em diversas partes do corpo e existem desde a pré-história. Pequenas, médias, grandes e muitas vezes cheias de cores. As tatuagens fazem sucesso e representam gostos e características individuais.
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or muito tempo elas foram vistas como símbolo de rebeldia e marginalidade. Atualmente, o preconceito diminuiu e elas são mais aceitas pela sociedade. Na maioria das vezes, as tatuagens representam alguma marca da personalidade que a pessoa deseja expor. Há quem tatue corações, estrelinhas, dragões, escorpiões, símbolos, nome do pai, da mãe, do namorado, marido, esposa, filho... A busca pela exclusividade aumentou ainda mais o número de desenhos feitos sob encomenda. Apesar do glamour em volta dos traços, é preciso estar atento para os cuidados antes de optar por “decorar” o corpo. O tatuador Estácio Hagge explica que a procura por tatuagens exclusivas tem aumentado e, por isso, ele faz os desenhos de acordo com a demanda. “Minha mãe desenhava muito e acabei aprendendo com ela. A primeira máquina de tatuar foi ela quem me deu”, diz. Ele conta que até hoje existe preconceito, mas que agora está mais “tranquilo”. Outro detalhe importante é a respeito do “pós-tatuagem”. O profissional indica algumas medidas que devem ser tomadas para garantir que o desenho esteja sempre bonito. “Após o término da tatuagem é necessário ficar 15 dias sem tomar sol, não retirar a casca e evitar comer alimentos
CUIDADOS O tatuador chama a atenção para limpeza dos estúdios 58
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TATUADOR Estácio sempre gostou de desenhar e curte a arte até na cabeça
que não são saudáveis, pois eles prejudicam a cicatrização”, orienta. Uma prova de que a discriminação diminuiu são os estúdios lotados, assim como as agendas dos tatuadores da região. Alessandro Soares Bilheri, mais conhecido como Sandrinho, garante que a procura é grande e que a maioria dos clientes tem entre 18 e 28 anos. “Em menor de idade não faço tatuagem nem se estiver acompanhado dos pais, pois é proibido”, ressalta. Segundo o tatuador, as mulheres costumam procurar desenhos mais delicados enquanto os homens escolhem os mais brutos. “É uma questão de vaidade. Uma forma de expor a personalidade”, acredita. A atendente de telemarketing Débora Nunes Salgado, 21 anos, fez três estrelinhas aos 15 anos, na época seguindo a moda e as amigas. Aos 18, se interessou por outros desenhos e, atualmente, possui 13 tatuagens divididas em lugares como as costas, tornozelo, pulso e pé. Muito? Ela ainda pretende fazer mais. “Agora vou partir para a minha última ‘tatoo’, mas ainda não decidi qual será o desenho”. A atendente considera que o preconceito que as pessoas tinham antes, diminuiu. “Acho que esse tabu está sendo quebrado, não é igual antigamente, agora tem mais aceitação”, acredita. Débora conta, também, que nunca enfrentou problemas para conseguir emprego por ser tatuada. Já a vendedora Suelen da Silva, 24, tem cinco tatuagens. A primeira foi feita
CORPO TATUADO Débora fez a primeira tatoo aos 15 anos
De acordo com Anna Cherubina Scofano, em profissões mais criativas, as tatuagens possuem uma representação menor no processo seletivo
aos 16 anos, também porque estava na moda. Depois, ela conta, foi fazendo uma atrás da outra. “Tenho uma Pucca na perna, estrela no pulso, cereja no pé, borboletas com as iniciais das minhas amigas no quadril e um laço no ombro”, enumera. Suelen tem vontade de fazer mais e deixa escapar que tatuagem vicia. “Quero fazer um coração pequeno no antebraço. Quando chego no estúdio surgem várias ideias”, afirma. Para a consultora em gestão estratégica de pessoas e personal executive coach da Fundação Getúlio Vargas Anna Cherubina Scofano, os tatuados, no processo seletivo de emprego, ainda são discriminados. “Conforme pesquisas realizadas nos EUA, elas representam aspectos da personalidade, como rebeldia, em sua maioria. Esses aspectos não são apenas visuais, mas como traço da individualidade, são levados em consideração na
SEGURANÇA É indispensável que as ferramentas sejam descartáveis
CONSULTORA Anna explica que em um processo seletivo o perfil do candidato é levado em conta
ção como um todo na hora da seleção. “Os mecanismos para recrutar devem estar voltados para o perfil do candidato que vai ocupar determinado cargo, principalmente agora, quando deve-se contratar com o foco na empresa e não na função”, explica. Carlos também considera que ainda há restrições às pessoas tatuadas. “Em instituições financeiras isso é muito visado. Às vezes, nem é a empresa em si, mas o seu público alvo. Já as tatuagens escondidas não apresentam tantos empecilhos. O que posso garantir é que as grandes e visíveis, geralmente, trazem problemas na hora da contratação”, expõe.
Precauções e prevenção
PREFERÊNCIA Homens geralmente escolhem pernas e braços para tatuar
PIGMENTAÇÃO Tatuadores preferem as tintas importadas por possuírem melhor qualidade
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hora de uma entrevista”. De acordo com a consultora, as empresas multinacionais tendem a ser mais conservadoras, assim como as empresas mais formais são mais resistentes a trabalhadores com tatuagens. “Mesmo considerando todos esses argumentos, dependendo do ramo de atividade, a figura pesa menos na hora da seleção. A tendência hoje no Brasil é de um mercado mais flexível em relação ao assunto”, destaca. Segundo Anna, para as profissões mais criativas, como em agências de publicidade, arte e turismo, as tatuagens possuem uma representação menor no processo seletivo. “As empresas nem sempre revelam, de forma objetiva ao candidato, que este é um impeditivo forte, dado que, explicitar a discriminação não é politicamente correto, e pode ser passível de questionamentos de outra natureza”. Anna ressalta, ainda, que não é só a tatuagem que é levada em conta em um processo seletivo, mas o perfil visual do candidato, como a maneira de se vestir, de se comportar, falar e de expressar sua competência. “O preconceito existe e não podemos esquecer que muitas empresas têm na aparência de seus empregados uma forma de demonstrar seus valores, ou pelo menos, passar a imagem que desejam”, comenta. O especialista em gestão de pessoas Carlos Alberto Figueiredo, da Universidade Católica de Petrópolis, concorda com Anna, principalmente no sentido de que o perfil é levado em considera-
O diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia, Marcos Antônio Cyrillo, alerta para os perigos que podem ser gerados em estúdios de tatuagens, como as transmissões de hepatite tipo B e C e até do HIV. “É indispensável que o equipamento e a bancada estejam bem limpos, esterilizados, que o profissional use luvas e materiais descartáveis. Também é fundamental verificar se os produtos são limpos com detergente e álcool que diminuem as bactérias no local. Tanto os vírus da hepatite quanto do HIV podem ficar dias no ambiente”, esclarece. Estácio Hagge cita três mandamentos que as pessoas devem ter ao procurar um estúdio. “O primeiro é escolher bem o desenho, o segundo é encontrar um bom profissional e o terceiro é verificar se o material é descartável”, enfatiza. Ele ainda acrescenta a importância do local ser limpo e sobre a qualidade das tintas utilizadas. De acordo com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o ato de tatuar o corpo se tornou mais seguro, pois os produtos utilizados no processo de pigmentação artificial precisam obter registro da agência. Conforme dados da instituição, as normas são válidas para as tintas nacionais e importadas, bem como para os aparelhos, agulhas e acessórios usados nos procedimentos. revistaon.com.br
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MAIS QUE PARENTE POR RAFAEL MORAES
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les já foram tratados como meros guardiões e ajudantes nas atividades humanas. Depois, de auxiliares passaram para o status de brinquedos infantis, mas com a evolução afetiva do homem, muitos assumem, atualmente, papel fundamental nas famílias brasileiras. Esta é a realidade da Pipoca, Verusca e Freud, personagens principais desta matéria. A fisioterapeuta Pâmela Porto ganhou uma cadelinha de uma ex-professora há cinco anos, como um presente de aniversário. Desde então, a relação entre as duas se tornou profunda. Verusca, uma Schnauzer de nove anos, chegou à casa da cabeleireira Luciana Tôrres Duarte Dias por indicação médica. “Uma especialista recomendou para nosso filho e, com certeza, ele ficou muito feliz”, conta a mãe de Ophir Valente Duarte Neto, hoje com 14 anos. A pedagoga Juliana Carretieiro ga60
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Eles vestem roupas, dormem na cama, alguns usam sapatos e são considerados filhos, irmãos, primos entre outros diversos níveis parentescos. Alguns andam de quatro, outros tem asas e, ao invés de falarem, latem, mugem, piam ou até miam. Pode parecer estranho, mas para as pessoas que nutrem um amor intenso pelos seus pets, os bichinhos de estimação têm um valor inestimável.
“As pessoas tendem a atribuir aos animais sentimentos e comportamentos humanos, transformando-os em membro da família”, doutor em ciências humanas, Carlos Eugênio Soares de Lemos
nhou o Freud de uma amiga, quando a gata dela estava prenha. “Fiquei sabendo e pedi um macho”, conta. O que esses três bichos tem em comum é o carinho recebido pelos seus donos. Esse amor, assim como qualquer outro sentimento, em excesso pode ser prejudicial para os seres humanos e
MÃE E FILHA Pâmela ganhou Pipoca de presente e nutre um amor maternal por ela
FAMÍLIA O felino é membro da família de Juliana Carretieiro
Para a veterinária e terapeuta comportamental Rúbia Burnier, animais que têm o status de filhos, pagam um preço alto para os animais. A questão é que eles ocupam o espaço deixado pela falta de companhia que, segundo o doutor em ciências humanas Carlos Eugênio Soares de Lemos, está associado à diminuição do tamanho das famílias, à expansão do processo civilizador e ao aumento do número de pessoas vivendo sozinhas. “Nestes termos, no primeiro caso, em uma atitude antropomórfica, as pessoas tendem a atribuir aos animais sentimentos e comportamentos humanos, transformando-os em membro da família. Assim, elas suprem a necessidade de carinho, atenção e companhia”, explica. É o que acontece com a fisioterapeuta Pâmela, que chega a dedicar parte do dia para conversar e até cantar para Pipoca, nome dado a pinscher. “Isso a acalma e ela acaba dormindo durante as canções”, conta.
Para a médica veterinária e terapeuta comportamental Rúbia Burnier, animais que têm o status de filhos pagam um preço alto. “Entre os problemas mais comuns destaco agressividade em relação a crianças e idosos, ansiedade de separação (comum em animais que são muito apegados a uma pessoa específica da casa), transtornos compulsivos, automutilações, latidos em excesso, obesidade, marcação territorial por urina ou fezes e déficit cognitivo (dificuldade para aprender e desenvolver estratégias)”, aponta. Um desses transtornos sofre Verusca, quando Luciana precisa viajar, pois “é um sofrimento para ela, ainda mais que não temos um hotel na cidade”, concorda a cabeleireira. Durante a foto da cadelinha Pipoca, foi possível perceber a agitação da pinscher que não parava de latir. Para a veterinária Carmen Tinoco, essa conduta pode ser uma reação à criação. “Este fato só se torna prejudicial quando o animal é humanizado e começamos a tratá-lo como um bebê ou uma criança. Nestes casos, o pet pode apresentar vários distúrbios comportamentais relacionados a dominância e agressividade”, esclarece. Manias e vontades eles também têm de sobra. Freud, por exemplo, não gosrevistaon.com.br
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ta que as pessoas ao seu redor falem alto e, segundo Juliana, não é fã de futebol. “Ele adora dormir em um lugar específico do sofá e detesta transmissão de jogos pela TV. Acho que ele sente o clima tenso”, revela aos risos. Mas as manias são diversas e Verusca é bem diferente, já que adora se esfregar na cama de sua dona. Fruto do amor incondicional pelos animais, os exageros cometidos pelos homens podem trazer consequências. Outro ponto a avaliar é a consciência de que as demonstrações de carinho, na verdade, são atitudes prejudiciais aos companheiros. Pâmela é uma que tem essa dificuldade e não sabe ao certo se comete excessos ou não. “Compro várias roupinhas, acessórios e sapatinhos. Dizem que isso, sim, é um exagero”, conta indecisa. Já Luciana e Juliana garantem que não fazem nada além do normal. “Trato com muito carinho, cuido de sua saúde, me preocupo com seu bem estar, sem exageros. Acho que se você se compromete a ter um animal de estimação, deve saber que, junto com a adoção vem uma rotina de cuidados. Graças a Deus hoje as pessoas começaram a mudar o tratamento com relação aos animais. Estão mais atentas aos maus tratos e mais atenciosas”, afirma e alerta a pedagoga. Entretanto, nem sempre os proprietários dos animais agem desta forma. “Tem muita gente que exagera, infelizmente. Podemos amar nosso animal de estimação. Sim! Ele é um membro da família, mas é preciso impor certos limites. Há animais que não ficam em casa sozinhos, só se alimentam com o proprietário, só andam no colo, comem uma infinidade de guloseimas que acabam se intoxicando”, alerta a veterinária Cíntia Stelman. Alfa
Sabe quando o seu animal de estimação está se achando o dono do pedaço? A causa desse problema não é autoestima que se elevou, mas o resultado de um mal comportamento seu enquanto cuidador. “O animal foi condicionado a não respeitar regras e limites, e o resultado da criação permissiva é o excesso de ciú62
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RÚBIA BURNIER Para a veterinária, animais que são tratados como crianças tem déficit cognitivo
me e possessividade em relação a locais, objetos e pessoas, agressividade quando contrariado, marcação territorial, dificuldade de adaptação e para ficar só”, pontua a veterinária Rúbia. Problema maior é quando o pet é amado por uns e detestado por outros moradores da mesma casa. Se você tem esse problema, fique calmo e, antes que opte pela mudança de residência, o presidente da Abratef (Associação Brasileira de Terapia Familiar), Marcos Naime Pontes, ofereceu saídas mais democráticas e amistosas para humanos e animais. “Muitas vezes, a discussão que cai sobre o bicho tem raízes dentro da relação humana e de necessidades encobertas que se descompensam com a chegada ou o crescimento do animal que acaba sendo o verdadeiro ‘bode expiatório’. A solução de eliminar o problema nem sempre dá conta dos problemas de fato, mas muitas vezes apenas adia a necessária conversa”, alerta. Ainda neste caso, Marcos esclarece que o melhor é criar espaços individuais e grupais em uma família, o que nem sempre é possível. Entretanto, para findar os problemas, ele sugere: “é preciso regras claras entre as pessoas e entendimentos adequados. Quando a possibilidade de negociar está prejudicada, normalmente o sofrimento animal fica parecido com o dos humanos”, conclui.
VERUSCA A Schnauzer de nove anos, chegou à casa da cabeleireira Luciana Tôrres Duarte Dias por indicação médica
CASAMENTO Freud não ficou de fora do casamento de Juliana Carretieiro
Desta forma, ficou claro que não basta dar amor, mas saber a dose certa. Entretanto, o importante mesmo é amar os seres que estão sempre prontos para devolver carinho. “Desejamos que ela viva muitos anos conosco”, diz Luciana sobre Verusca. Indagadas sobre a possibilidade de viver sem seus pets, a resposta de Juliana e Pâmela foram idênticas: “Não gosto nem de pensar nisso”. “Seria muito triste chegar em casa e não ter o carinho dela para me receber”, complementou a fisioterapeuta. Apesar das ponderações dos especialistas, pessoas como essas aplicam em casa a máxima de Santo Agostinho: “A medida do amor é amar sem medida”.
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EXCLUSIVIDADE EM NOVO ESPAÇO FOTOS DIVULGAÇÃO
Mellt inaugura loja no Olga Sola e lança coleção inédita da marca
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Mellt está mais perto de você! Com a abertura da loja no “coração” da cidade, visa facilitar o acesso das clientes aos produtos. Sob a direção da empresária Maíra Mendonça, a proposta continua sendo a de levar exclusividade, qualidade, bom atendimento e roupas modernas à clientela. A loja, especializada em roupas femininas, reúne bom gosto e sofisticação em cada peça. Para comemorar, na inauguração a empresária decorou o espaço com cupcakes, salgadinhos e recebeu as clientes para um coquetel em um ambiente descontraído. Para Maíra, as peças exclusivas são essenciais para uma cidade pequena. A ideia, segundo ela, é inovar a cada coleção. “O estilo de vida da mulher contemporânea é o foco da Mellt. Queremos lançar a moda com requinte e glamour. Nossa pesquisa minuciosa, estilo próprio e arrojado, atende o público de uma maneira especial e com autenticidade”, garante. A loja, que já existe há dois anos, mudou de endereço em busca de uma nova fase. “Além de inaugurarmos no Olga Sola, também estamos estreando a coleção da própria marca”, conta Maíra. A professora Sandra Araújo gostou da nova localização e dos produtos. “Tem muita coisa chique aqui. Agora ficou em um local mais central, onde tem movimento. A coleção está moderna, colorida e linda”, afirmou. Já a consultora de franquias 64
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EQUIPE Ao lado das funcionárias, Maíra comemora a nova fase
Luciana Castro achou a decoração perfeita. “O que está sendo servido na inauguração e as roupas estão ótimas. Tenho certeza que vai ser um sucesso”, comentou. A empresária Fernanda Gama também não economizou elogios. “A Mellt é tudo de bom, os produtos são maravilhosos. A estrutura aqui está boa e sofisticada. A Maíra conseguiu unir o moderno com o rústico em um só espaço”, afirmou. No local é possível encontrar roupas de todos os estilos e tamanhos que variam do pequeno ao grande. A coleção diversificada mistura os tons de neon com as cores básicas do dia a dia, em vestidos, calças, saias, shorts e blusas. Para quem procura uma roupa tradicional ou um look para sair à noite, a Mellt é o lugar ideal.
DECORAÇÃO A loja foi arrumada com tons vibrantes
MODERNIDADE Os estilos chique ou despojado podem ser encontrados na loja
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MODA
Fernanda Eloy fernanda@dafilha.com.br Designer de moda, proprietária do e-commerce www.dafilha.com.br e do blog de moda ww.sushidechocolate.blogspot.com FOTOS DIVULGAÇÃO MARIA FILÓ
FUJA DO BRANCO NESTE FIM DE ANO
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im de ano chegando e, junto com ele, as festas. Por isso, vamos dar dicas de looks para usar na noite de Réveillon. A maioria das pessoas prefere apostar no branco por simbolizar a paz e ser uma cor clássica, entretanto, outras opções também podem ser usadas para trazer boa sorte e ainda combinar com a ocasião. A tradição e a combinação das cores também contam. Não importa a religião ou estilo de vida, todo mundo tem algum motivo para comemorar no Réveillon. A roupa ideal para usar depende muito do tipo de comemoração, podendo ser um ambiente formal, como uma grande festa, ou ambiente informal, como na praia. Sendo assim, na praia é melhor optar por looks como a renda que está super em alta e deixa a produção sofisticada e com leveza, e eleger rasteirinhas, que dão mais conforto e permite um ar despojado. Se for um ambiente formal, podemos indicar vestidos longos ou longuetes de seda ou vestidos curtos com aplicação de pedras, canutilhos que são a tendência desse verão. Uma boa ideia para quem está na dúvida em qual cor escolher, são os vestidos estampados, que estão presentes em todas as coleções e carregam com eles um apanhado de cores. Para aquelas que não são adeptas às estampas e preferem roupas mais discretas, podem abusar dos acessórios coloridos. Aproveitar a moda dos maxicolares, brincos. Usá-los no visual dá uma sofisticação única à roupa. 66
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O Réveillon é muito democrático, basta ter criatividade. Vale, também, transformar uma roupa que você já tem e fazer uma combinação bacana de cores. A virada de ano brasileira, por ser na época do verão, pede sempre um toque das cores quentes. Desta forma, nessa época as mulheres gostam de usar pelo menos uma peça colorida e, para completar o visual, muita gente aposta nas roupas íntimas. Sendo assim, a moda número um é escolher primeiro o conforto e aproveitar as festas.
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YOU FASHION
A ERA DO LUXO POR ALINE RICKLY
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A independência conquistada pela mulher, a acessibilidade, a globalização e o conforto são fatores que contribuíram para a constante busca delas pela sofisticação. O requinte tomou conta dos dias atuais e, principalmente, dos guarda-roupas femininos. Mas, afinal o que é o luxo?
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m sua tese “A nova era do luxo”, o filósofo francês Gilles Lipovetsky afirma que estamos vivendo o período hipermoderno do luxo. Verdade ou não, o que sabemos é que a busca pela qualidade e pelo conforto, assim como pelo glamour, é vista todos os dias em ocasiões especiais e até mesmo nos ambientes de trabalho. O acesso a determinados tecidos, joias e às facilidades de crédito, tornaram o mundo da moda elegante, alcançável. “O luxo sempre esteve presente na história e, de modo geral, serviu como artifício de diferenciação e exibição de poder. Atualmente significa viver confortável. É sinônimo de desfrutar a vida com qualidade”, destaca o professor de história da moda Nelson Ricardo Ferreira da Costa. Ainda sobre a definição da palavra, ele afirma: “Já foi o raro, a arte, o ouro, as joias, mas isso ficou impraticável ou é mal visto como tentativa de exibição vazia. Talvez o requinte esteja exatamente nas pequenas possibilidades de escapar da multidão e ousar conhecer diferentes maneiras de experimentar cada momento”, acredita. Já para a estilista Roberta Calazans, o termo está aliado ao conforto e à qualidade. “É uma vaidade que as mulheres podem comprar nos dias atuais”, ressalta. Roberta explica que antigamente o luxo fazia parte do dia a dia e as pessoas nem sabiam. “A matéria-prima era de qualidade. Era normal, por exemplo, andar com blusas
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“Talvez o requinte esteja exatamente nas pequenas possibilidades de se escapar da multidão e ousar conhecer diferentes maneiras de experimentar cada momento”, professor de história da moda, Nelson da Costa
de seda”. Para estar bem arrumada, a estilista comenta que não é difícil. “Basta um vestido preto e um salto alto. É elegante e faz bem para a autoestima”, comenta. Outra sugestão é a legging com camiseta preta e belas joias. “Parece simples, mas é sofisticado”, argumenta. Porém, não é apenas o estilo, os tecidos e os acessórios que fazem um look luxuoso. Roberta dá exemplos como a consultora de moda Glória Kalil, que não ostenta tanto no visual, mas está sempre bem vestida. “Sofisticação é muito de atitude. Não é só a roupa. Vem acompanhada de tradição, comportamento e cultura”, diz. Outros adjetivos caracterizam esta nova era, como explica a designer de sapatos Sabrina Sabrá. Segundo ela, esta é a época da ousadia e do charme, quando as mulheres estão evidenciadas. “Elas são modernas, liberais, independentes e seguras”, diz. Sabrina acredita que o esplendor está ligado ao brilho, à prata e ao dourado. “O que percebo é que o público feminino busca o diferencial e o exclusivo é um charme para quem compra”, comenta.
HISTÓRIA DA MODA Para Nelson, luxo é desfrutar a vida com qualidade
Para o estilista trirriense Eraldo Silva, a mulher pode, sim, ser elegante no dia a dia, mas com uma ressalva: sem excessos. “Não sou a favor de exageros. Na realidade, acho que uma peça escolhida com bom gosto já é luxuosa”, acredita. O estilista associa o luxo à ascensão financeira do mercado brasileiro o que, de acordo com sua opinião, leva os consumidores a buscarem esses itens. “A mídia exerce um papel fundamental na divulga-
ção desses produtos, enquanto faz alusão à chamada nova era do luxo”, garante. Júlia Barros Oliveira é bancária há sete meses. A jovem conta que, quando começou a trabalhar no banco, se vestia de forma básica, mas a adaptação ao ambiente fez com que ela sentisse a necessidade de usar roupas sociais. “É uma maneira de passar segurança, responsabilidade e seriedade. A imagem representa muito”, acredita. Compromissos à parte, as ocasiões especiais merecem ainda mais glamour. A petropolitana Maria Letícia Frias Martins resolveu caprichar no visual para sua festa de formatura em medicina. “Acabei escolhendo o modelo em cima da hora, quando todos já tinham visto. Sorte que procurei em um lugar onde só havia vestidos de festas, o que tornou a escolha mais fácil. Eu queria que fosse elegante e, ao mesmo tempo, sensual. A cor eu não sabia. Por fim, consegui um look rosa lindo”, declara. Para finalizar, Eraldo destaca que o acesso ao luxo segue paralelamente com os adventos da globalização. “Ela tornou esses itens mais acessíveis. Atualmente, há uma farta oferta deles. Isso não significa que esses produtos sejam caros. Na verdade, temos lojas de departamento e marcas populares que possuem artigos assinados por estilistas famosos”, explica. Com todas essas dicas é possível concluir que Lipovetsky tem mesmo razão ao dizer que vivemos a era hipermoderna do luxo.
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BANCÁRIA Julia começou a usar roupa social para se adaptar ao ambiente de trabalho
CHIQUE E SENSUAL Dois conceitos básicos que influenciaram a escolha do vestido da Maria Leticia
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DESIGN E DECORAÇÃO
NO CLIMA DO
FIM DE ANO POR ALINE RICKLY
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As festas natalinas e de Réveillon se aproximam e, junto com elas, o espírito do fim de ano toma conta das ruas e das casas. São piscas-piscas de led, Papais Noéis, árvores de Natal e bonecos de neve que compõem a magia de um momento especial para a maioria das famílias. Nesta matéria, decoradoras e apaixonadas por este momento dão dicas criativas de decoração.
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os últimos dois meses do ano, o ar que se respira nas ruas é voltado para as festas de fim de ano. Por todos os lados, Papais Noéis, sinos, botas, árvores de Natal, taças customizadas, anjos, presépios, enfim, uma variedade de objetos garante essa sensação natalina e de virada do ano. Mas como é um período em que os gastos vão às alturas, há quem prefira economizar e usar a criatividade para produzir seus próprios enfeites. Nesta busca, encontramos especialistas que dão dicas de como caprichar na decoração sem gastar muito. Maria Alice Salles Machado tem uma iniciativa inusitada. Há anos decidiu que montaria sua árvore de Natal no estilo que ela denomina como “colcha de retalhos”. Assim, organiza um chá, convida os amigos e cada um leva um objeto. “A árvore faz parte do meu passado e cada
Maria Alice Machado organiza um chá, quando cada amigo leva um objeto para acrescentar em sua árvore de Natal pessoa que viaja traz um artigo para eu colocar, já que existe a tradição de que ela sempre deve ter um objeto novo. Tenho peças há mais de 33 anos. No final das contas, ela fica linda e eu emocionada”, confessa. Mas não é só a árvore que ela enfeita, mas toda a casa. “Esse trabalho às vezes leva um dia inteiro ou até um fim de semana. Mas é uma festa, um verdadeiro acontecimento. Ilumino a parte externa e a cada ano inventamos algo novo”, relata.
A decoradora Rita Mendes afirma que é comum as pessoas desejarem uma casa bonita e arrumada nesta época. Segundo ela, esse ano a tendência são cores azuis e neon, como laranja e rosa. Outra novidade citada por ela é a meia árvore de Natal, que fica em cima de um aparador e dispensa uma quantidade grande de enfeites, já que só possui a parte da frente. “Outra dica para a árvore ficar charmosa é misturar as bolas azuis com os laços prateados”, comenta. Além disso, ela alerta para as toalhas de mesa natalinas fáceis de serem encontradas. Para dar um toque a mais, Rita sugere usar o glitter em volta das figuras que se destacam. “Existem várias maneiras de usar a imaginação com galhos, fitas, flores e bolas. Você transforma uma árvore simples em uma muito mais bonita”. Ainda de acordo com a decoradora, revistaon.com.br
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DESIGN E DECORAÇÃO
Para a decoradora Rita Mendes, a novidade este ano é a meia árvore de Natal outros objetos importantes para o período são as guirlandas, objetos simples e práticos de serem feitos. “Basta ter um aro e enrolar um festão nele. Para fechar, é só usar um laço que pode ser feito com um tecido que tiver em casa”. Ela também indica almofadas em tons de xadrez com as cores vermelho e verde. “Fim de ano lembra brilho, cores vibrantes. A tendência atual está versátil, alegre e descontraída. Você pode criar ou usar o que já tem, dando asas à imaginação”, destaca. A artesã Claudia Martins concorda com Rita, principalmente na facilidade para produzir as guirlandas. Claudia é gestora de um programa social de reciclagem de tecido e utiliza os retalhos para compor objetos. Ela ensina a fazer uma guirlanda de corações a partir dos tecidos. “É preciso recortar cinco ou seis corações de dez centímetros de altura, colocar algodão dentro de cada um deles, costurar e, no final, ligar um a um através de laços”, explica. Clau72
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INDISPENSÁVEL No Natal da Maria Alice também não pode faltar o Presépio
dia também dá dicas para montar uma pequena árvore para enfeitar mesas e cabeceiras. “Através de um cone de linha usado e pequenos retalhos recortados em forma de quadrados é possível montar uma árvore bem criativa. Para REVISTA ON
COLCHA DE RETALHOS A cada ano Maria Alice recebe mais enfeites para a sua árvore
TENDÊNCIA A meia árvore é uma opção para economizar enfeites
isso, é só dobrar os quadrados em forma de triângulos e colocar um a um com cola quente no cone, o resultado é surpreendente”, assinala. A trirriense Maria Helena de Assis gosta de muitas luzes, enfeites e se declara apaixonada por Papais Noéis. “O Natal representa o nascimento de Jesus, então arrumo as coisas como se fosse uma festa para ele”, diz. Depois do dia 20 de novembro, ela começa a arrumar a casa com anjos, bolas de isopor encapadas com retalhos natalinos e os demais enfeites. “Todo ano compro um Papai Noel diferente. Tenho mania de comprar revistas de Natal. Decoro até o banheiro e o lugar onde o cachorro fica para ele também passar uma noite alegre. A árvore é toda vermelha. Na porta tem uma guirlanda e um casal de Papai Noel”, conta a aposentada. A época indicada para começar a decoração é, conforme explica a arquiteta Andréa Parreira, no próprio mês de dezembro. “Existem muitas maneiras de criar um clima de fim de ano como colocar vasos com plantas específicas da ocasião como o bico de papagaio; usar essências de Natal e, nas mesas, enfeites especiais para a data”, diz. O mais importante, porém, segundo a arquiteta é criar uma atmosfera de aconchego na qual a família queira se reunir.
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O BRILHO ESPECIAL DE
SILVIA ESTIMA POR RAFAEL MORAES
FOTOS ARQUIVO PESSOAL
Elegância, simpatia e determinação são as principais características notadas na mulher que se destaca no ramo de joias em Três Rios. Da sala de aula, mergulhou de cabeça no mundo dos negócios e agora prepara, para o futuro, a expansão de sua marca. Por trás da aparência séria, há uma jovem que sorri para tudo e para todos sem se abalar com problemas cotidianos nas duas lojas que administra.
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la sempre foi apaixonada pelas salas de aula. Desde criança, seu sonho era comandar turmas de alunos em colégios e escolas. No entanto, o destino lhe pregou uma peça e reservou um caminho cercado pela beleza das pedras e metais. Proprietária de uma joalheria em Três Rios, gerencia duas lojas que qualquer mulher sonharia ter. Com visão empreendedora, afirma que não existe só para vender, mas para ouvir e elevar a autoestima de seus clientes. Mineira, Silvia foi criada em Belo Horizonte, época nostálgica já que ainda guarda na memória as brincadeiras e partidas de futebol na rua onde morava. “Eu era moleca mesmo. Morava no bairro Santa Tereza. Os vizinhos frequentavam as casas uns dos outros. Ficavam na porta de casa à noite. Meu tio morava ao lado e minha avó nos fundos, então a família ficava bem perto”, revela ela que escolheu o Vasco como time de coração, paixão compartilhada com o marido, Antonio José Praça Pires Estima. Sobre a personalidade, garante a mãe, Nilma de Sousa Tavares, que a filha é mais parecida com ela. “Encaro tudo pela frente. Dou jeito de resolver tudo. Quando tinha a idade dela, gostava muito de me enfeitar, me vestir bem 78
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e andar na moda”, comenta a mãe sobre a elegância da herdeira. Ainda sobre a formação da filha, a genitora acredita que todos os ensinamentos morais foram absorvidos de forma pragmática. “Tudo o que ensinamos ela mostra e segue à risca, moralmente e profissionalmente”, garante. Para o pai, o advogado Walter Roberto Tavares, ela é firme, decidida, trabalhadora, honesta e competente. “Não é só por ser um pai coruja”, justifica. Mas os elogios não param por aí, afinal Silvia é a caçula das três filhas. “Acho que ela tem um coração de ouro. O que mais admiro é isso, ajuda todo mundo que precisa dela. È uma filha maravilhosa”, aponta a mãe que ainda elenca: “é muito bondosa, responsável, honestíssima, muito trabalhadora e lutadora”. O complemento vem do pai: “além de ser uma esposa dedicada e uma mãe muito boa, partiu para o empreendedorismo e se dá muito bem. Tirar isso dela seria o mesmo que amarrar suas mãos e pés. Ela aceita todos os desafios”, confessa. Em meio a tantas histórias, falar das irmãs pareceu afastá-la um pouco da maldosa saudade. “Elas não vêm muito aqui. A vida não deixa [lamenta]. Nosso relacionamento sempre foi bom. Minha família é muito unida. É tudo em
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IRMÃS Silvia é a caçula da família
minha vida. São nossas raízes. Mesmo longe, conservamos a união. Podendo, estamos sempre juntas”, explica. Apesar do empreendedorismo estar ligado intrinsecamente à Silvia Estima, é preciso voltar no passado para rememorar o sonho de criança em comandar salas de aulas, profissão que era brincadeira predileta. “Nunca imaginei que eu fosse me tornar empresária. Isso não passava pela minha cabeça. Também fiquei surpresa. Se soubesse, teria feito administração. Fiz magistério porque eu queria mesmo. Lecionei durante quatro anos. Eu adorava”, conta Silvia ao discordar da mãe que jura ter sido a responsável pela formação da filha. “Eu quem coloquei na cabeça dela de ser professora”, defende Nilma.
INFÂNCIA O sonho de Silvia, quando criança, era ser professora
A formação aconteceu no Rio de Janeiro, assim como os quatro anos de experiência na área. No entanto, o casamento (1988), as responsabilidades com a família e o nascimento do filho Lucas Estima afastaram Silvia ainda mais do quadro negro. Ela é casada com o empresário industrial Antonio Estima, responsável pela fábrica de joias herdada do pai dele e incentivador do empreendimento da esposa. Casados há 24 anos, conheceu Silvia ainda no Rio de Janeiro. “Morávamos na mesma rua. Ela residia no mesmo prédio de um amigo de faculdade e ele nos apresentou. Começamos a namorar no carnaval e depois de cinco anos nos casamos”, conta ele que ainda a define como uma pessoa determinada, dedicada, solidária e com uma grande capacidade de lide-
rança, além de ser muito amorosa. O segundo homem de sua vida é o filho que, aos 20 anos, também nutre uma grande admiração pela mãe e compartilha os mesmos elogios do pai. “Admiro o foco e a perseverança que ela tem nos seus objetivos”, diz ele ao apontar sem exageros as cobranças da mãe. “Sempre cobra dedicação em tudo que eu estou fazendo, como os estudos, por exemplo, mas nunca mais do que o necessário”, ameniza. Em casa, segundo ele, é como toda mãe: “gosta de tudo arrumado e se preocupa bastante com a família”. Atualmente, Lucas cursa administração como forma de dar continuidade e contribuir com as lojas. “Além de ser um curso que eu acho bastante interessante”, complementa. Com a progenitora, diz ter aprendido o valor da honestidade. “Sempre me ensinou que podemos conseguir tudo o que queremos sem prejudicar ou passar por cima de ninguém. Dinheiro nenhum compensa se não tivermos sossego na vida”, filosofa. Três Rios
DEBUTANTE Nesta foto, a jovem dança com o pai na festa de 15 anos 80
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NOSTALGIA Ainda há uma saudade da casa em Belo Horizonte
A mudança para a cidade dos três rios se deu aos poucos. Por motivos de segurança, a família optou viver no interior. “Meu sogro já morava aqui e foi por causa da fábrica também. Durante algum tempo a transferimos para Paraíba do Sul, mas depois voltou para a capital. Viemos em busca de sossego. Uma questão de logística mesmo”, re-
FAMÍLIA A empresária é referência para o marido Antonio e o filho Lucas
lata o ocorrido em 1993. Além da busca pela tranquilidade, característica de cidades menores, a empresária não imaginava o que estava por vir. Foi uma inquietude que culminou no início dos negócios. “Quando viemos para cá [Três Rios], fiquei sem saber o que fazer e não queria lecionar. Como a família já tinha a fábrica, tive a ideia de comercializar aqui e propus essa ideia a uma amiga. Compramos todo o material, montamos um pequeno mostruário e trabalhamos um ano para pagar o investimento”, relembra. A primeira colaboradora, convidada pela empreendedora, se transformou em uma grande amiga. Célia Maria Calvetto Tepedino é professora aposentada e acompanhou Silvia Estima por anos. “Fui convidada a participar, pois, como sou
MULHERES Silvia no meio com a irmã Heloise à esquerda, a mãe Nilma no centro e a irmã Cláudia à direita
Silvia é casada com o empresário industrial Antonio Estima nascida e criada em Três Rios, tenho muitos contatos, o que seria um canal para as pessoas conhecerem nossos produtos”, relata Célia. Atualmente ela não trabalha mais, no entanto, tem por Silvia um carinho especial. “Tenho admiração por ela ser uma pessoa batalhadora, por lutar por suas ideias e realizá-las”, completa. Findada a primeira parceria, Silvia não desistiu do trabalho e continuou com seus clientes, acompanhada por Célia. Ainda como “sacoleira”, se é assim que pode ser chamada, a labuta era diária e de porta em porta. “A rotina era entrar em contato com possíveis clientes e agendar uma visita, quando apresentávamos as nossas peças e lançamentos porque, assim como na moda, as joias também seguem tendências”, explica Célia complementada por Silvia. “Carregava mala para cima e para baixo. Tinha porteiro que falava: ‘Dona Silvia você é a que mais entra e sai nesse prédio’. Pegávamos a agenda que tínhamos e ligávamos a partir da letra A”, rememora o período que durou quatro anos. A empresária se preocupa com seus clientes e afirma que atendimento de qualidade é prioridade. “Sempre tive cuidado
PAIS Inspirações para a empresária, o pai Walter Roberto e a mãe Nilma lhe ensinaram os valores morais
com a apresentação dos produtos e com a necessidade do meu cliente. Assim, tinha ocasiões que eu só prestava assistência e novas vendas só eram efetivadas em outras oportunidades”, comenta sobre a manutenção em joias que realizava, serviço que ainda presta em suas duas lojas, considerado um diferencial na cidade. Atender era mais que obter lucro, uma característica desta mulher que sempre esteve a frente de seu tempo. “Acho que o mundo e os negócios são feitos de relacionamento e quem não estabelecer esses contatos, não consegue sobreviver no mercado”. “Valia a pena essas relações de confiança entre o cliente e nós”, complementa Célia. “Não imaginei que fosse dar tão certo. Acredito que devemos doar um pouco de nós para outras revistaon.com.br
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Silvia Estima
pessoas. Não estou aqui só para vender”, explica Estima ao demonstrar como vislumbra sua cultura organizacional. A parceria entre as duas companheiras findou quando a primeira colaboradora mudou o foco . “Eu já estava pensando em me aposentar pela segunda vez e, assim, decidi que estava na hora de parar”, diz Célia sobre o processo que aconteceu aos poucos. Nesta ocasião, Estima já contava com dez colaboradoras. Desta época, a única vendedora externa que ainda está na empresa é Edna Dutra. Silvia Estima Joias
“Eu sou muito chata”, disse em meio aos risos. Desde a decoração e escolha de mercadorias, todos os detalhes das lojas são pensados por ela. Atualmente, conta com suporte de um consultor, uma profissional especializada em vitrines e dez colaboradores internos. “Fiz a primeira vitrine da Silvia atendendo a um pedido de não fazer nada previsível e é com este conceito que continuo trabalhando”, declara Fátima Miranda. “O que sou hoje como empresária, devo a todos que colaboram comigo e àqueles que já fizeram parte da equipe”, pondera. 82
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“Não estou aqui só para vender”,
PASSADO O mostruário que usava quando ainda vendia joias de porta em porta é preservado com carinho
MARCA Desde o surgimento da ideia, sempre houve uma preocupação com a marca
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VASCAÍNA Ela compartilha o mesmo apreço que o marido. Esta foto marca a visita ao São Januário
Entre as vendedoras da loja, Fabiana de Paula Martins é a mais antiga e está há seis anos na empresa. Ciente do produto que vende, explica que “trabalhamos muito com o sentimento dos clientes, já que normalmente vendemos peças que marcam as suas histórias em determinado momento. Com isso, me sinto muito valorizada profissionalmente, sem contar que trabalho em um local bonito e agradável”. Sobre Silvia, não economiza elogios ao lembrar-se da sinceridade, companheirismo e a presença que tem na vida dos colaboradores. “Ela é uma excelente gestora, se preocupa com a empresa como se estivesse cuidando de sua família”, conta. Ao abrir a primeira loja, em 2005, iniciou uma nova parceria com Alice Cristina de Souza e Souza Corrêa que já vendia produtos de prata. “Achei justo convidá-la para ser minha sócia. Tinha uma qualidade de atendimento impressionante”, explica Silvia. A sociedade só foi encerrada com a morte de Alice. As duas lojas que possui, uma no shopping Olga Sola e outro no Américo Silva, carregam o nome da proprietária. Uma escolha difícil que só foi aceita depois de muitos argumentos do consultor em talentos humanos, José Carlos. Foi em sua consultoria que ele a convenceu. No entanto, em um tom
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NEGÓCIO Antonio foi um dos primeiros a acreditar no potencial de Silvia
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humilde, desconversou este fato. “Sinto-me feliz com esta colocação, porém o mérito não é meu e sim desta empreendedora nata. Silvia Estima é uma alavanca à autovalorização humana”, avalia. “Eu não queria colocar meu nome na empresa de jeito nenhum. Ele foi nosso primeiro consultor e dizia: ‘seu nome é muito forte’”, conta. Com o nome conhecido em Três Rios e os pés no chão, está nos planos da empresa expandir para terras além dos limites trirrienses. “Acho que temos que trabalhar bem o mercado. Não adianta nada abrir mais uma loja em outra cidade, por exemplo, se a marca não for trabalhada primeiro”, conta a estratégia. REVISTA ON
EQUIPE Para Silvia, a relação com os colaboradores deve ser de parceria
DECISÕES Em uma gestão participativa, os colaboradores sempre opinam
zadas, novidades para agradar os clientes de Três Rios e região. “Pelo menos quatro vezes por ano visitamos esses eventos para verificar as tendências do mercado”, revela Estima. Com base nesta seleção, oferece produtos acessíveis. “Esse filtro me permite uma grande variedade de joias com preços atraentes”, explica. O próximo passo é o cuidado com exposição das peças, momento que entram em cena a iluminação, as vitrines, os expositores (mostruários) e os catálogos que, atualmente, são acessórios complementares a toda estratégia da empresa.
Para garantir a qualidade que agrega à marca, o treinamento da equipe é feito constantemente. “Temos um consultor especializado em joalheria que nos fornece todo conhecimento necessário”, garante. Para manter a equipe atualizada, cursos sobre conhecimento de produto, técnicas de venda, treinamento especializado para gerência, vitrine e organizacional são aplicados periodicamente. Mais que investir na equipe, Silvia também se preocupa com a escolha dos produtos comercializados em suas lojas. Assim, além das joias que a fábrica da família produz, busca em feiras especialiDIVULGAÇÃO
Sucesso
LOJA O ambiente agradável e o conforto servem para atender melhor seus clientes, garante Silvia
Apesar de toda plenitude, a mulher que é referência para quem a cerca, garante que ainda conserva a essência herdada dos genitores. “Sou o que sou, primeiro, pela família que eu tive. Meus pais quem passaram os valores. Nossa essência não muda”, assegura. Acessível, uma qualidade que ela mesma a atribui, sabe escutar seus colaboradores. “Eu escolho os produtos, mas quem vai me dar o feedback são eles, então porque não ouvi-los”, explica ela sustentada pelo marido: “como empresária, não age só com o coração. A razão fala alto, mas nem por isso deixa de ser cuidadosa e carinhosa com sua equipe”, avalia Antonio. Assim, segue a professora ensinando seus colaboradores e aprendendo com as oportunidades da vida. revistaon.com.br
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EU SEI FAZER
NEGRA ARTE POR RAFAEL MORAES
FOTOS REVISTA ON
As principais ferramentas são papel e carvão. O resultado: imagens incríveis, cuja perfeição é refletida nos detalhes das roupas, traços e expressões de pessoas retratadas nos desenhos do gaspariense Jair Moisés de Barros. É nos espaços que frequenta que deixa suas obras penduradas. Em sua casa, no distrito de Mont Serrat, em Comendador Levy Gasparian, ele guarda, além de seus trabalhos, lembranças da infância e da avó materna, já falecida.
E
le é técnico em contabilidade e formado em direito. Trabalha no mesmo escritório contábil há 23 anos, onde dedica grande parte de seu tempo. Em casa, usa o desenho apenas como hobby e garante não vender suas obras. Fã dos cantores Zé Ramalho e Luiz Gonzaga, foi impossível construir esse texto sem ouvir o ritmo nordestino. A paixão é tanta pelo rei do baião, que no quarto onde produz suas obras, há um quadro do “Lua”, apelido do ídolo do nordeste. Assim, como Zé Ramalho, Moisés
“Às vezes começo um desenho às 21h e, quando vejo, já são 2h da madrugada”, Jair Moisés
não foi criado pelo pai e tem pela avó materna, Rita Ferreira, um carinho especial. “Eu tinha que trabalhar para sustentar eles”, diz a mãe Maria José do Nascimen-
to Barros que ainda tem mais três filhos. Sobre os desenhos, tem orgulho, mas não lembra quando, de fato, o filho começou. “Recordo que era pequeno, não criança, mas bem jovem”, diz a mãe. “Eu devia ter 11 anos”, afirma Moisés. O talento, diz ter nascido com ele ao garantir não ter feito cursos, sugestão que havia sido dada pelas professoras do ginásio (atual ensino fundamental). “Disseram que eu tinha que colocar ele em uma aula, mas não tinha dinheiro”, explica Maria José que fez questão de contar que o filho já desenhou as irmãs e os sobrinhos. revistaon.com.br
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EU SEI FAZER
“Os desenhos são maravilhosos, perfeitos. Pena que ele ainda não fez um para mim [dos meus filhos], mas a culpa é minha [risos] que ainda não trouxe as fotos”, avalia e cobra a tesoureira Rosângela de Souza de Carvalho Cândido, com quem trabalha há 20 anos. Ao avaliar o amigo, a primeira qualidade apontada por ela é a mesma que qualquer pessoa pode perceber em segundos de conversa: elétrico. Sobre sua personalidade, garante, como quem o conhece muito bem, que os atributos em evidência são sua honestidade e determinação. Detalhista é mais uma característica apontada por Rosângela, o que, segundo ela, é um dos pontos que mais chama atenção aos observadores de suas obras. Católico praticante, ele vai à igreja todos os dias. Obras religiosas desenhadas por ele são disputadas. “Ele pintou uma imagem do Sagrado Coração de Maria que foi muito disputada. Já recusei R$ 300”,
diz a mãe Maria José, que recebeu a obra de presente de aniversário. Como nunca estudou, não acredita ter técnicas para reproduzir imagens. “Vou olhando o modelo, a foto e desenhando. Viro o papel de cabeça para baixo até encontrar a melhor posição, o melhor ângulo”, revela o método utilizado. Ele não quis confessar, mas não seria difícil atribuir o tempo de experiência à facilidade garantida por ele. “Não tem nada difícil nesse tipo de desenho, o que ocorre é que o carvão é muito sensível e borra durante a feitura do desenho. Com isso, requer mais cuidado”, destaca. O primeiro desenho não existe mais, mas lembra que foi a imagem de d. Pedro II que rendeu a boa nota no trabalho de história no colégio. “O conteúdo nem estava tão bom, mas a professora avaliou a capa também”, rememora. O que mais gosta de fazer não é desenhar. Pelo menos foi a resposta, quando indagado. “É preciso estar inspirado. Gosto de estudar para a prova da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e ver um bom filme”, enumera. Outra paixão é a igreja de Nossa Senhora do Mont Serrat, onde é membro do conselho pastoral. “Gosto muito de ajudar nas ativi-
dades. Vou todos os dias à igreja. Sou apaixonado pelo meu Deus”, glorifica. O maior desenho avaliado por ele não poderia ser outro senão a imagem de Nossa Senhora que presenteou a mãe. O trabalho mais estranho que ele não aceitou foi
FOME O desenhista fez uma paródia ao sofrimento causado pela fome
LOUIS ARMSTRONG O intérprete da famosa música What a wonderful world não faltou na coleção
PASTOR Entre os desenhos, figuras religiosas estão sempre presentes
“Os desenhos são maravilhosos, perfeitos”, Rosângela Cândido
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ORGULHOSA Maria José fez questão de ser fotografada, com o filho, ao lado do presente pendurado na parede
MÃE Jair Moisés posa ao lado da mãe Maria José
AVÓ Rita Ferreira foi responsável pela criação de Moisés enquanto a mãe dele trabalhava
AUTO RETRATO O advogado desenhou o próprio rosto que está pendurado na parede do seu quarto
a proposta de fazer um nu artístico. “Uma colega de faculdade me pediu e eu não tive coragem de fazer”, confessa. Para finalizar um desenho, costuma demorar até duas semanas. Lápis 6b, bastões de carvão, algodão, cotonetes e o próprio dedo são os instrumentos para
a concretização que não se resume à pessoas, já que também gosta de retratar casas antigas e fazendas. A inspiração, o objeto ou pessoa a ser representada, determinam o tempo de conclusão. “Às vezes começo um desenho às 21h e, quando vejo, já são
2h da madrugada e nem me dei conta”, calcula. Se desligar-se do que está em volta faz parte do processo de produção de todo artista, Jair Moisés, com certeza, está incluso neste grupo de pessoas que nascem com a destreza de impressionar quem os cercam.
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SAÚDE
Normal ou cesárea, eis a questão! Nesta edição vamos falar de tópicos sobre as diferenças entre o parto normal e a cesariana Leonardo Muniz leonardo.sauer@hotmail.com
Médico Coordenador de Reconstrução de seios do Departamento de Cirurgia Plástica do Hospital Federal de Ipanema/RJ e Cirurgião Plástico do Centro de Tratamento de Queimados - Hospital Pedro II/RJ
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A
tualmente a cesariana é uma cirurgia segura por causa da evolução das técnicas, procedimentos de assepsia/antissepsia, métodos modernos de anestesia associados ao desenvolvimento de antibióticos e terapia de transfusão de hemoderivados. Essa evolução fez com que a morbidade e mortalidade materna e neonatal, associada a essa modalidade de parto, diminuísse ao longo dos anos. Com isso, a cesariana tornou-se amplamente difundida, especialmente porque é um procedimento realizado sob anestesia, ou seja, indolor. É importante frisar que a cesariana é indicada em casos de placenta prévia (quando a placenta obstrui a entrada do canal do parto), desproporção entre o tamanho do feto e a pelve da parturiente, descolamento prematuro de placenta, entre outras situações. Nestes casos, a remoção rápida pode assegurar a vida da mãe e do filho. Outra vantagem da cesárea é a possibilidade de programar a data do nascimento da criança, uma vez observada as condições de maturidade fetal. Apesar das vantagens do parto cesárea, esta intervenção causa um trauma direto no útero (pois é preciso incisar a parede uterina para remover o feto) e na parede abdominal (para acessar a cavidade abdominal onde está o útero), levando a um tempo maior de recuperação no pós-operatório, quando comparado com o parto transvaginal. Como se trata de uma cirurgia, há riscos inerentes a qualquer intervenção cirúrgica (como infecção, complicações anestésicas), apesar de serem pequenos quando comparados às taxas no passado. Nos bebês que nascem do parto via cesariana, existe um aumento na incidência de desconforto respiratório e uma demora no processo de vinculação materna. Embora seja um processo fisiológico, o parto normal não um é processo totalmente inócuo. Algumas vezes pode haver a necessidade de episiotomia, que é um corte realizado
no períneo para facilitar a saída do bebê e evitar lacerações e roturas do assoalho pélvico. Outro motivo de receio de algumas mulheres, são as dores que acompanham o trabalho de parto, que cursa com períodos de contrações uterinas. Elas são mais intensas e frequentes à medida que se aproxima o momento do nascimento. No parto normal, o tempo decorrido entre o início das contrações até o nascimento do neonato pode durar horas, o que desencoraja a escolha de algumas grávidas. Vale lembrar que, uma vez iniciada a tentativa de realizar o transvaginal, há situações quando deve ser interrompido e convertido para cesariana, especialmente em casos de sofrimento fetal, portanto, conforme recomenda o Conselho Federal de Medicina, a presença de um médico obstetra é importante mesmo no parto normal. O parto normal ou natural, como alguns autores preferem denominar, é o processo fisiológico de nascimento. A anatomia e fisiologia feminina está adaptada para esse nascimento, por isso as mães possuem uma recuperação mais rápida e menos dolorosa. Essa menor morbidade faz com que o início da lactação seja favorecida. Com isso, há uma vinculação materna com o filho mais precoce. As atividades maternas são iniciadas mais rápido quando comparadas a mães submetidas à cesariana. Além desses benefícios para a parturiente, os bebês que nascem de parto normal têm menor taxa de intercorrências respiratórias, pois a passagem pelo canal do parto comprime o tórax e faz ele eliminar líquido amniótico dos seus pulmões. A escolha do tipo do parto deve ser individualizado para cada caso. O bom senso, o preparo pré-natal, a avaliação pré-parto, uma estrutura hospitalar adequada para o parto com equipe multidisciplinar, o esclarecimento, a cooperação da mãe e da família são fatores essenciais para assegurar a segurança do nascimento e minimizar riscos de complicações.
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SAÚDE
TRIRRIENSES
CONTRA O PESO POR ALINE RICKLY
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De acordo com o Ministério da Saúde, quase metade da população brasileira está acima do peso. O sobrepeso ou a obesidade podem provocar doenças físicas e psicológicas que afetam diretamente a rotina dos indivíduos. Para superar esta condição, a força de vontade, aliada ao auxílio de profissionais competentes, é fundamental.
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excesso de peso vem acompanhado de fatores que prejudicam a saúde e a mente dos indivíduos. Atitudes simples do dia a dia, como amarrar um tênis ou subir escadas, se tornam impraticáveis . Segundo um estudo do governo, realizado em 2011, 52,6% dos homens e 44,7% da população feminina brasileira estão acima do peso. Se comparado com um levantamento realizado em 2006, o número dos brasileiros do sexo masculino com sobrepeso aumentou 5,4% enquanto elas, 6,2%. A economista Gisleine Fabiane Pizani, 33 anos, enfrenta uma constante luta contra a balança. Aos 28 anos identificou o aumento da pressão arterial e, a partir dessa constatação, percebeu que precisava emagrecer. “Naquele dia eu pensei que se continuasse obesa não passaria dos 30 anos. Vi, neste momento, que as dietas que fazia e meu esforço não iriam dar em nada se eu não tivesse objetivo e determinação”. Na ocasião, a economista optou pela cirurgia de redução do estômago. “Eu sabia que iria me sacrificar, por um tempo, de tudo o que eu amava como comer pizza, brigadeiro, tomar refrigerante e usufruir de todas as guloseimas calóricas”, destacou. Gigi, como é conhecida, confessa não ter se arrependido, mesmo depois de ter engordado cinco quilos para chegar aos 140 e poder operar. Atualmente, garante ter outra vida. revistaon.com.br
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“Hoje, com meus 70 quilos, tenho uma vida saudável, faço coisas que na época a gordura não permitia”, comemora. Ao decidir pela cirurgia, o apoio do pai, Jorge Alberto Pizani, foi essencial. “Dei o apoio moral e acompanhei no dia da operação. Antes a Gigi chorava à toa e era deprimida. Agora é outra pessoa, mais alegre, animada e com saúde”, conta o pai. Para a nutricionista Nathalia Pinho, a pessoa obesa toma consciência de que precisa emagrecer quando as atividades rotineiras passam a ser realizadas com dificuldade. Como exemplo, cita o fato de trocar de roupas e andar pequenos trechos a pé. Além desses empecilhos, existem também os fatores que implicam diretamente no bem estar. “A obesidade compromete tanto o estado físico quanto psicológico, pois pode causar depressão. Na parte física, está associada ao câncer, a hipertensão, diabetes, artrose, osteoporose e apneia do sono, entre outros”, explica. A nutricionista conta ainda que o princípio básico no combate à obesidade está relacionado a uma dieta que forneça menos calorias que o paciente gasta diariamente. “Com essa iniciativa haverá, consequentemente, uma perda de peso. Além disso, é importante organizar a alimentação com horários corretos e incentivar escolhas saudáveis de forma adequada à rotina do obeso”, enfatiza. Já a endocrinologista da SBEM (So-
ciedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), Leila Araújo, acredita que, além da dieta equilibrada, é necessária a prática de exercícios físicos entre três e cinco horas semanais. “Dormir de sete a oito horas por dia, evitar bebidas alcoólicas e não comer sem fome também contribuem para combater e prevenir a obesidade”, complementa. O veterinário Leonardo Ribas, 24, optou recentemente pela prática de exercícios físicos diários. Ele conta que sempre fazia dieta, emagrecia, mas depois engordava tudo de novo. Com esse novo método, diz ter começado a perceber os resultados. “Eu pesava 134 quilos e atualmente estou com 118. Não foi só a academia que influenciou na perda de peso. O fato de comer mais frutas, me alimentar a cada três horas, ou seja, de ter feito uma reeducação alimentar, ajudou”, comenta. O jovem afirma que pensou mais na estética, embora as questões de saúde também tenham influenciado bastante. “Hoje me sinto mais disposto. Até para dormir melhorou porque antes eu tinha insônia. A autoestima está mais elevada. Emagrecer influenciou em tudo e para melhor. Tinha roupa que não vestia desde os 15 anos e agora já uso de novo. Quando começamos a ver resultado, anima ainda mais”, confessa. De acordo com a doutora em psicologia Suely Sales Guimarães, a obesidade afeta a rotina individual de diferentes
O AUGE Quando detectou a pressão alta, Gisleine se convenceu que precisava emagrecer
ALEGRIA E BOM HUMOR Com 70 quilos a menos, ela se sente mais feliz e com a autoestima elevada
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SAÚDE
QUALIDADE DE VIDA Com as dificuldades do dia a dia, o jovem resolveu se entregar aos exercícios
formas, conforme o grau, o nível de comprometimento da saúde e as características pessoais de cada indivíduo. “As relações sociais e a autoestima podem ser severamente comprometidas, devido ao preconceito existente e os padrões inadequados de beleza adotados pela sociedade moderna”. A especialista explica que pessoas obesas são frequentemente vítimas de discriminação, abuso moral, humilhação, rejeição e que esses problemas trazem importantes perdas na qualidade de vida como a adoção de comportamento recluso, depressão e dietas absurdamente restritivas que comprometem a saúde e resultam em mais ganho de peso. Rafael Custódio de Oliveira, 23, enfrentou alguns problemas na rotina quando chegou a pesar 120 quilos. Na época, era jogador de vôlei e destaca que o peso atrapalhava, pois não tinha agilidade e acabava ficando no banco. “Quando resolvi emagrecer não foi por estética, mas para melhorar meu desenvolvimento no esporte. Eu não tinha condicionamento físico”. Para perder os quilos indesejados, a determinação foi indispensável. “Eu tinha colocado na cabeça que ia emagrecer e comecei a evitar comidas gordurosas”, contou. Outra dificuldade apontada por ele era na hora de comprar
ANTES Rafael chegou a pesar 120 quilos
DEPOIS Com força de vontade, o jovem decidiu parar de comer alimentos que engordam
roupa. “Eu vestia tamanho GG e extra G. Quando perdi os 34 quilos, cheguei a entrar na loja e pedir tamanho P”, afirmou. Após emagrecer, Rafael destaca que sua vida mudou completamente. “Cheguei a ser o titular do time. Depois tive que pa-
rar com o vôlei e comecei a frequentar a academia”, conta. Entre as principais causas da obesidade, Leila ressalta que existe uma base genética e a questão ambiental, como estilo de vida, sedentarismo, alimenta-
ção errada e uso de medicamentos que aumentam o apetite. Sobre os benefícios de emagrecer, Nathalia destaca o aumento do condicionamento físico com consequente diminuição do cansaço, dores das articulações e do risco de desenvolver doenças cardíacas. A psicóloga Suely chama atenção para não atribuir todas as frustrações da vida à gordura. “Às vezes não é o que acontece. A obesidade pode limitar muito, mas não é responsável por tudo de inadequado ou indesejável que ocorre”, explica. Para ter certeza que está na hora de fazer uma dieta, basta calcular o IMC (Índice de Massa Corporal). “O índice é calculado a partir do peso dividido pela altura ao quadrado. O resultado de 24,9 até 30 é considerado sobrepeso, de 30 para cima é obeso. O normal é entre 18,5 e 24,9”, alerta Nathalia. Se você também vive na luta contra o peso, procure os profissionais especializados e corra atrás da qualidade de vida, com garra e determinação, assim como a Gigi, o Leonardo e o Rafael.
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SORRIR
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eja devido à idade avançada, aliada a problemas de saúde, ou por acidentes que podem acontecer, estamos suscetíveis a apresentar problemas dentários, chegando ao ponto de precisar retirar alguns ou todos os dentes para evitar danos maiores. O que, a princípio, pode incomodar e afetar até mesmo a autoestima, abalando o lado psicológico, tem uma solução mais simples e eficaz que você pode imaginar. São os implantes. Eles são pinos de titânio posicionados cirurgicamente no osso maxilar ou mandibular, abaixo da gengiva. Assim, substituem e cumprem a função das raízes
dos dentes. Após a estabilização destes, são confeccionados os dentes sobre eles, que levam de volta o sorriso perdido, de forma totalmente natural. Especialista em implantodontia, José Eustáquio de Oliveira explica como eles funcionam. “Os usados hoje são do tipo ‘osseointegráveis’, que uma vez inseridos no osso, estabelecem conexões firmes, possibilitando um suporte estável para os dentes artificiais. O período da osseointegração [integração ao osso] leva, em média, de quatro a seis meses”. Diferente das próteses fixas convencionais, para a colocação de implantes não é necessário preparar ou desgastar
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Já diz a máxima popular: “sorrir sempre, desistir jamais”. Porém, sabemos que muitos motivos fazem o sorriso deixar o rosto. Se for estético, já temos a solução! Pode ser que você já tenha ouvido sobre implantes, mas, para não restar dúvidas, um especialista detalha este método que, com certeza, fará bem ao corpo e ao bem-estar.
um dente natural que esteja próximo à área de ausência dentária para apoiar os novos dentes. Mas os benefícios não param por aí, complementa José Eustáquio. “Eles possibilitam reabilitar total ou parcialmente as perdas dentárias, reestabelecendo as funções mastigatórias e estéticas da maneira mais próxima possível aos dentes naturais. As próteses parciais e totais montadas sobre implantes conferem ao paciente mais segurança em todas as funções bucais do que pontes ou dentaduras”, afirma sobre o fato de permanecerem firmes em suas posições, o que é um grande benefício durante a alimentação ou a fala e, ainda,
CONSULTÓRIO Um ambiente bem equipado contribui para tratamentos mais eficientes
TRATAMENTO A duração varia de acordo com cada caso
ESPECIALISTA José Eustáquio alerta para os cuidados necessários na manutenção da prótese
OSSEOINTEGRAÇÃO Os pinos estabelecem conexões firmes com os ossos para suportar os novos dentes
elimina possíveis situações desconfortáveis em público. Geralmente, todo paciente pode receber um implante e, para isso, basta ter gengivas saudáveis e ossos adequados para sustentá-lo. Para a avaliação de todas as possibilidades de sucesso no tratamento, o profissional realiza alguns exames, como radiográficos e tomográficos. A contraindicação é rara, mas pode acontecer. O tempo de duração do
tratamento é variável, como explica o especialista. “Há casos em que é feita a instalação do implante e logo após é colocada a prótese, chamada de imediata. Mas há casos com necessidade de cirurgias de enxerto antes e só depois a colocação dos implantes. O período da osseointegração pode durar vários meses”. Eles não têm prazo de validade, podendo durar muitos anos. “Depende dos materiais empregados na cirurgia e na
prótese, do planejamento do caso e, também, do compromisso do paciente com a manutenção das estruturas saudáveis, o que inclui higiene bucal meticulosa e visitas regulares ao dentista”, completa José Eustáquio. E o melhor: o retorno do sorriso pode custar menos do que se pode imaginar. Muitas vezes, ao optar por um tratamento convencional com próteses fixas, há necessidade de realizar, também, o tratamento de canal, que encarece o procedimento. “Neste caso, o tratamento com implantes ficaria até mais barato. Mas como cada tratamento é individualizado, precisamos de uma boa avaliação e de um bom planejamento para se estabelecer o melhor custo-benefício para o caso. Para alguns, por exemplo, optar por uma prótese total removível (overdenture) ao invés da prótese total fixa (protocolo) resulta em uma reabilitação satisfatória com um custo mais acessível”, comenta o especialista. Ele afirma que as possibilidades de tratamento são inúmeras. Por isso, chegou a hora de mudar e colocar novamente o sorriso no rosto. Agende uma avaliação.
Dr. José Eustáquio de Oliveira Especialista em implantodontia Avenida XV de Novembro, 402, sala 105/107 – Centro – Três Rios/RJ CEP: 25.804-000
Telefone: (24) 2252-3805 E-mail: jeustaquio3rios@hotmail.com
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SEXO SEM APOSENTADORIA POR FREDERICO NOGUEIRA
Se falar de sexo ainda é um tabu, o que dizer do sexo na terceira idade? Moças e rapazes, uma notícia bombástica: seres humanos envelhecem! E a expectativa de vida aumenta com o passar dos anos. Logo, tudo o que você faz hoje, ganha um tempo a mais para continuar sendo feito. Jogar futebol, acessar a internet, estudar e... ter relações sexuais. Mais que prazer, o sexo na terceira idade faz bem à saúde.
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assunto interessa a todas as idades. Os jovens podem diminuir um possível receio de envelhecer ou apresentar estas páginas aos pais e avós. Já quem passou dos 65 anos, vai se animar. Senhores, a hora é de relembrar os pensamentos explosivos da adolescência; Senhoras, nada de encarar a Dorotéia, personagem de “Gabriela”. O assunto é sexo. Sexo na terceira idade. Em rodas de conversas adolescentes, dizem ser impossível imaginar que os pais ainda mantenham relações sexuais. Com isso, torna-se natural supor que a vida sexual tenha prazo de validade. “É comum esse conceito porque não imaginamos que pessoas de mais idade tenham desejo, o que é um grande engano. Para que não acabe, é importante dar valor à relação sexual, saber que é só dar um pouco de atenção para si próprio e seu prazer que a vontade volta”. Quem explica é Tatiana Presser, psicóloga e “sexpert”, que assina uma coluna semanal no jornal Extra e ministra palestras e workshops. Segundo ela, muitas de suas alunas na terceira idade são menos conservadoras que as mais novas. “Elas me
procuram porque desejam ter uma vida sexual mais prazerosa. Parece que em um determinado momento da vida da mulher ela passa a dar menos valor ao que os outros pensam e passam a sair em busca do próprio desejo”. Tatiana conta que a vida sexual nesta fase pode ser a melhor do casal. “Neste momento das suas vidas, muitas das preocupações com filhos, casa e finanças já foram resolvidas e o casal não tem tantas distrações”. Porém, a tendência do corpo é enfraquecer com o passar dos anos, caso os devidos cuidados não sejam tomados. “Dizer que os idosos têm um comprometimento da função sexual é um fato verdadeiro, porque há alterações hormonais tanto nos homens como nas mulheres”, esclarece o geriatra Hélcio Serpa de Figueiredo Júnior. O especialista explica que as zonas erógenas diminuem, já que as superfícies da pele que recebem os estímulos têm redução na sensibilidade e, com isso, a atividade sexual fica restrita aos órgãos sexuais. “Porém, se entendermos a sexualidade somente como o ato sexual, vamos interpretar erroneamente que o indivíduo idoso não poderá ter mais re-
lações. É um tabu que precisa ser esclarecido para a população, embora muitos já tenham entendido. Não precisam ter relações sexuais cinco ou três vezes por semana para continuarem ativos, mas uma, quando surgir vontade e for satisfatória”. O aposentado L.S.O, de 70 anos, resume em poucas palavras a situação relatada por Hélcio. “Eu sei que não sou mais um jovem para ter relações a qualquer dia e qualquer hora naturalmente. Mas ainda acontecem e espero que continuem acontecendo quando a vontade aparecer [risos]. A dona lá em casa ainda não começou a reclamar”, brinca. Sua compreensão da passagem do tempo não acontece com todos, como relata o especialista. “Fomos criados em uma cultura que acredita apenas em orgasmo e penetração para se ter relações sexuais, mas precisamos entender que é possível ter prazer com outras coisas, como afeto, carinho, amor, atenção. Homens, em geral, acreditam nisso porque têm no órgão genital sua ‘potência’ de masculinidade. Quando começa a declinar, acha que não podem mais. O que estava comprometido fisiologicamente pelo declínio hormonal, começa a ficar pior porque abala o lado psicológico também”. O declínio hormonal feminino acontece na menopausa, enquanto os homens passam pela andropausa. A vida sexual após estas fases é abalada, mas a continuidade dela é permitida e discutida de forma mais ampla há poucas décadas. “Nas mulheres, essa transformação aconteceu primeiro. Com a terapia de reposição hormonal, as que reclamavam de fogacho, ressecamento vaginal e dor nas relações, tiveram estes problemas solucionados. Os homens ficaram para trás por um período, já que os medicamentos que melhoram sua função sexual surgiram há menos tempo. Agora há equivalência, embora para os homens estes medicamentos e tratamentos surtam efeitos imediatos e melhorem a relação, enquanto as mulheres melhoram toda a sexualidade”. Tatiana Presser acrescenta que tem observado a procura crescente nos atendimentos a mulheres que passaram ou estão passando pela menopausa com maridos que descobriram estes medicamentos.
É importante continuar com a prevenção a doenças sexualmente transmissíveis, elas não escolhem idade “Isso muitas vezes deixa a mulher numa situação complicada, porque ela que está com a libido comprometida faz um grande contraponto com o homem que quer voltar à vitalidade sexual”. Casos como este também surgem no consultório de Hélcio Serpa. “E é necessário ter cuidado, porque se apenas indicar o medicamento para o homem e a esposa não quiser mais ter relações sexuais, que pode acontecer, podemos desestruturar um casal, uma família, já que ele pode pensar em manter relações fora do casamento”. Por isso, a solução para este novo momento envolve muita conversa, paciência e respeito. No entanto, se trabalhado corretamente, é uma ótima forma de voltar a viver a felicidade sexual. “Está mais que comprovado que sexo faz bem à saúde, é um poderoso analgésico, alivia sintomas de stress, depressão e até ajuda na insônia. Uma vida sexual prazerosa e saudável tem até o poder de estender sua vida”, enumera a sexóloga. Vale lembrar que, embora a idade avance, os riscos de contrair doenças sexualmente transmissíveis continuam os mesmos e, por isso, é necessária a continuação do uso de métodos preventivos. “A grande maioria acha que não pode mais acontecer nesta fase”, revela o médico que deixa, ainda, uma dica valiosa. “A medicina geriátrica não é para quem já está ‘velho’, ela é uma prevenção aos problemas que podem surgir com o envelhecimento. O ideal é que todos procurem um especialista a partir dos 40 anos para que, desde então, seja possível pensar em uma alteração sexual antes que ela aconteça. Não há medicamentos ou terapias antienvelhecimentos, você vai envelhecer, porém, com informações necessárias para ter uma qualidade de vida melhor”. Afinal, há prazer na terceira idade longe do baralho e do tricô. revistaon.com.br
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PARTOHUMANIZADO POR ALINE RICKLY
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Mulheres do mundo inteiro passam por experiências singulares na hora de dar à luz aos seus bebês. Atualmente, existem campanhas do Ministério da Saúde que incentivam a humanização do parto. Se feito de forma adequada, o procedimento normal é, segundo especialistas, o mais benéfico para a saúde da mulher e da criança.
assistência para a mãe (que pode optar pela analgesia – tipo de anestesia aplicada na hora do parto) e a criança. Os números assustam porque, como explica a coordenadora técnica da Saúde da Mulher do Ministério da Saúde, Esther Vilela, o parto normal no Brasil é visto como um momento de sofrimento para
as mulheres, mas não deve ser assim. “O nosso modelo é tido como uma ocasião de dor”, afirma. Esther destaca que a cesariana surge como alternativa, mas não é. O que o governo defende é o parto humanizado. “É uma experiência da mulher usando a tecnologia. A mãe se sente mais protagonista e fortalecida neste caso”, diz.
“O parto normal no Brasil é visto como um momento de sofrimento para as mulheres”, coordenadora técnica da Saúde da Mulher do Ministério da Saúde, Esther Vilela
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m novembro de 2011, o Ministério da Saúde divulgou que no ano anterior o Brasil registrou mais cesarianas que partos normais. Em 2009, foram 50% de cesáreas. Já em 2010 a taxa subiu para 52%. O recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) é que esses números fiquem em torno dos 15%. Ainda de acordo com o Ministério, esses dados são mais alarmantes na rede privada, que registra 82% de cesáreas por ano. A humanização do parto foi ainda mais disseminada quando a top model Gisele Bündchen disse, em entrevista ao programa de televisão “Fantástico”, que teria seu primeiro filho em casa, dentro de uma banheira. Segundo ela, o parto foi normal e sem anestesia. Embora este seja um exemplo, o mais recomendado por especialistas é que aconteça nos hospitais, com o acompanhamento de um médico capacitado para oferecer toda a
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“A sensação de olhar o rostinho do seu bebê acaba com qualquer dor que você tenha sentido”, Vanessa Santos
Danúbia foi operada por um médico de plantão no hospital em Três Rios. Sobre a cirurgia, ela garante não ter reclamações. “Foi um tratamento profissional e de alta qualidade”. A recuperação também foi rápida, no dia seguinte ela conta que já pôde tomar banho sozinha. Em contrapartida, a arealense Vanessa Souza Santos, 30, tem dois filhos, sendo que o primeiro nasceu de parto normal. “Quando cheguei ao hospital, a Julia já estava nascendo, então não teve como optar pela cesárea. Senti dores muito fortes, mas depois parece que nada aconteceu”, comentou. Já o segundo bebê foi programado. Vanessa queria a data certa, o horário marcado e “não queria de forma alguma sentir contrações”. A jovem explica a diferença entre uma e outra: “No normal, a recuperação foi rápida. Na cesárea foi em torno de duas semanas”. Se tivesse outro filho, ela diz que decidiria na hora. “Esta decisão é momentânea, depende de como você se sente. Mas, não importa 116 Novembro | Dezembro
FALTA DE ESTRUTURA Olímpio considera que no Brasil o parto é desumanizado
como foi, a sensação de olhar o rostinho do seu bebê acaba com qualquer dor que você tenha sentido”, assinala. A experiência de Vanessa no normal, com dor intensa, não faz parte do que se chama de parto humanizado, como explica o vice-presidente da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), Olímpio Moraes. “No Brasil, esses partos não têm ocorrido devido à falta de estrutura. Acaba que se transforma em um parto desumanizado”, diz. Para ser humanizado, Olímpio destaca alguns procedimentos, como massagem e técnicas de relaxamento, além dos que já foram citados pela Esther. “É necessário dar conforto à mulher. Esta é uma experiência que pode ser gratificante ou vire motivo de trauma, podendo causar sequelas até na vida sexual desta mãe. Tudo vai depender de como ela é assistida e respeitada, o que faz com que tenha uma lembrança boa ou ruim desse momento”, enfatiza. Já a cesárea é vista como uma epidemia por Olímpio. “É um problema sério. As mulheres têm medo de todas as circunstâncias imprevisíveis que podem ocorrer num parto normal”, cita. Outro fator mencionado pelo médico é quanto à remuneração que os médicos recebem, o que torna impraticável ficar de plantão mais de oito horas até
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Para garantir a segurança da gestante, Esther esclarece que algumas medidas são necessárias e evitam a dor intensa, como “o direito a um acompanhante, a escolha do local, não deixar a mulher em jejum, permitir que ela escolha a posição [porque a deitada nem sempre é a mais adequada], não fazer a lavagem intestinal, não romper a bolsa, não fazer a raspagem dos pelos, não colocar soro e não induzir que ela faça força além da natural”. Danúbia Mendes de Oliveira, 19 anos, tem um filho de dois anos e optou pelo parto normal. “Foi uma maravilha, não tomei anestesia, a dor que senti foi razoável e dava para controlar. Já fui para o hospital com três centímetros de dilatação. Às 22h20 me aplicaram soro e às 23h10 já estava no quarto”, diz.
ROBERTO BELÔNIA
SAÚDE
ATUAÇÃO Para Esther, a mulher se sente mais protagonista no parto humanizado
DOIS LADOS Vanessa teve dois filhos. Julia nasceu de parto normal e Raul de cesárea
MÃE E FILHOS Luciana diz não ter sentido dor no parto e agora curte seus bebês
GÊMEOS O casal nasceu por cesariana bem e saudáveis
a paciente ter o bebê (espaço de tempo comum neste tipo de parto). Em alguns casos, a cesárea é necessária. Como aconteceu com Luciana Theodoro Pereira, 26, que há cinco meses teve gêmeos. “Não tive escolha por serem dois bebês e não tenho motivos para reclamar. Com a anestesia não senti nada, nem o corte. O médico foi dizendo
tudo o que acontecia. Felizmente meus filhos nasceram bem e saudáveis. A recuperação também foi tranquila, só doía se eu me esforçasse”, conta. Paulo José Klingenfuss é ginecologista obstetra e considera o parto humanizado mais confortável, carinhoso e o que a mãe recebe mais assistência. “É uma ocasião que a mulher tem prazer em
ter o bebê. Com a analgesia e os outros procedimentos, você tira a dor do parto”, comenta. Entre os benefícios, Paulo destaca o monitoramento do feto antes e durante o nascimento, cirurgia saudável e o menor risco para a mãe e o filho. Porém, o ginecologista alerta para o fato de que no SUS (Sistema Único de Saúde), esse momento pode ser doloroso e sem anestesia por falta de estrutura. Sobre o aumento de cesáreas, ele afirma que vários fatores contribuem. “A mulher gosta de trabalhar até os últimos dias da gravidez e é natural que queira se organizar. Ela também tem medo da dor. E existem, também, médicos que forçam a cesariana devido à baixa remuneração, que chega a R$ 200 por paciente, o que torna inviável o parto normal”, argumenta. Além de precisar escolher o nome da criança, a escolha pelo método do nascimento também deve ser feita. Quanto ao nome, pode pedir sugestões aos amigos e à família, mas sobre o nascimento, com todos os prós e contras conhecidos, a decisão fica a cargo das gestantes.
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SAÚDE
COMUNICAÇÃO
GESTUAL FOTOS REVISTA ON
SHUTTERSTOCK
POR RAFAEL MORAES
“Oi galera! Eu sou o Tom. Só queria dizer que sou surdo, mas muito feliz” [pesquise “A lição de felicidade do Tom!” no Youtube]. O apelo é do pequeno Antônio Pedro, 5 anos, um jovem trirriense que nasceu com uma grande perda auditiva e só consegue escutar com ajuda de aparelhos. Ele é exemplo para quem sofre com esse tipo de deficiência.
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ais de 15 milhões de brasileiros têm problemas de audição, segundo dados da OMS (Organização Mundial de Saúde). Em números, apenas 40% dos afetados reconhecem a doença. De acordo com o censo 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em Três Rios, mais de 4.600 pessoas têm problemas auditivos. Em Paraíba do Sul são 1.999. Areal tem 482 e Comendador Levy Gasparian, 420. No estado, 4,83% dos fluminenses sofrem algum tipo de perda auditiva. A ideia do vídeo que Antônio Pedro Borsato Nunes, 6 anos, produziu partiu dele, contou a mãe Rafaela Borsato. Segundo ela, foi a forma que encontrou para mostrar como enfrentar essa deficiência. Com bom humor e sorriso no rosto, ele fala naturalmente sobre o problema. Tom, como é chamado pela mãe, é um surdo oralizado, ou seja, tem uma grande perda auditiva, mas consegue se comunicar bem, com ajuda de aparelhos. O otorrinolaringologista Rafael Padilha do Carmo explica que existem três tipos de perda auditiva: a condutiva (qualquer problema no ouvido externo ou médio que impeça que o som seja conduzido de forma adequada), senso124 Novembro | Dezembro
De acordo com o IBGE, mais de 4.600 trirrienses têm problema de audição rioneural (resulta da falta ou dano de células sensoriais - células ciliadas - na cóclea) e mista (uma combinação das perdas auditivas sensorioneural e condutiva). No caso do Antônio, elucida que o termo surdez, na verdade, não deveria ser aplicado, pois esta palavra está ligada à situações em que nada se ouve. “A hipótese de uma perda parcial é possível resolver através dos AASIs (Aparelhos de Amplificação Sonora Individual, os famosos aparelhos de ouvido), explica. É fato que os avanços tecnológicos têm proporcionado melhor integração de pessoas como Tom à sociedade, no entanto, até chegar à escolha certa do tratamento, o caminho pode ser delongado e doloroso para a família. “Descobrimos quando ele tinha cinco anos. No nosso caso, o que nos chamou a atenção inicialmente foi a altura excessiva do volume da TV, a falta de resposta quando o chamávamos de longe ou estávamos de
ANTÔNIO PEDRO Ele gravou um vídeo para dar forças a quem é surdo como ele
costas para ele”, conta Rafaela. Este é um dos primeiros pontos a serem observados, como explica Padilha. “A cada 10 mil crianças nascidas, 20 têm problemas de audição. A surdez é mais facilmente detectada somente a partir dos dois ou três anos idade, quando nota-se, com mais facilidade, algumas dificuldades e alterações de comportamento”, aponta. Por isso, ele ressalta a importância da lei 12.303/10, que garante o teste da orelhi-
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nha em todos os hospitais e maternidades, públicos ou privados. Este exame pode diagnosticar precocemente as perdas auditivas congênitas. A pedagoga Cristiane Auad Martins Pinto descobriu cedo que a filha, Lívia Auad Martins Pinto, 11, era surda. “Após a alta hospitalar e, já em casa, pude constatar, como uma mãe sempre muito observadora, que ela era um bebê super calmo, não se assustava e nem acordava com barulhos”, lembra. “Não encontrávamos ninguém que pudesse nos mostrar um caminho”, conta a mãe de Lívia. A partir de então, procuraram uma fonoaudióloga experiente para iniciar a estimulação da fala e, posteriormente, em 2004, o INES (Instituto Nacional de Educação para Surdos), em Laranjeiras, no Rio de Janeiro. Lívia tinha três anos na época. “Lá conseguimos saber, com a ajuda da fono Cristina Simoneck, que realmente a Lívia apresentava uma perda auditiva, através dos exames iniciais”, lamenta a mãe ao contar que, em exames mais apurados, diagnosticaram, até então, uma perda neurossenssorial severa e profunda nos ouvidos. Em ambos os casos, o diagnóstico preciso determina uma série de preocupações com os jovens, mas abre espaço para questionamentos. “Medo, insegurança, tristeza, decepção, foram os meus primeiros sentimentos. Por mais que eu tivesse quase certeza, não queria acreditar. Como mãe, meu desejo era de que tudo aquilo não tivesse passado de um engano, mas diante dos fatos não tinha outro jeito senão encarar os problemas”, diz Cristiane. Rafaela Borsato garante
LÍVIA A caçula da pedagoga Cristiane nasceu surda e hoje está com 11 anos
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MÃE Rafaela Borsato diz ter ficado anestesiada quando descobriu a surdez do filho
OTORRINOLARINGOLOGISTA Rafael Padilha explica que existem três tipos de surdez
que ficou anestesiada e “queria chorar, gritar, culpar alguém. A notícia foi dolorosa e todos sofremos. Ainda buscamos mais cinco opiniões diferentes que, na verdade, foram todas iguais! A indicação era proteger o Tom com aparelhinhos auditivos. Mais uma vez, veio o medo. Tudo que eu conseguia pensar era como seria o futuro do meu filho e o medo do preconceito me apavorava”. Esse comportamento não é bom, mas, segundo a psicóloga Neidiceia Soares da Costa Silva, os pais apreciam sempre conceber filhos perfeitos e criam expectativas de tê-los e de viver dentro de um padrão
familiar com filhos consideravelmente “normais”. “Daí, quando surge uma situação que os levam a enfrentar os parâmetros da desigualdade ou da diferença, certamente seus sentimentos geram tendências voltadas para o sofrimento, dando origem, assim, a pensamentos de negação em relação à situação frustrante. O que se observa, normalmente, é que as famílias reagem de forma parecida ao receberem o diagnóstico”, avalia. Outro ponto a ser debatido são as políticas públicas para incluir pessoas como Tom e Lívia ao convívio social. A presidente da CBS (Confederação Brasileira dos Surdos), Alvanir da Costa Melo Lima, ficou surda por conta de remédios quando tinha meses de vida. À frente da instituição que propõe e busca ações que venham favorecer os surdos, ela é categórica ao afirmar que as políticas públicas são “muito ruins, aliás, são poucas as ações do poder público para os deficientes auditivos”, assegura. Nas salas de aula, tanto Antônio Pedro quanto Lívia têm ajuda de aparelhos tecnológicos que facilitam o aprendizado. O governo do estado também oferece intérprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais) para escolas, quando necessário. A pedagoga Eliane de Oliveira dos Santos convive com jovens com essa dificuldade em salas de aula. “Minha primeira experiência com alunos deficientes auditivos foi como coordenadora pedagógica de uma escola do município do Rio, na época o foco de meu trabalho era apoio e orientação pedagógica aos professores, não trabalhava diretamente com os alunos”, garante. Atualmente ela é professora no Colégio Estadual Roberto Coelho Pedroso, no bairro Cantagalo, e comanda uma turma do 5º ano do ensino fundamental, onde uma aluna de 15 anos é surda. “Minha maior dificuldade realmente é a comunicação pessoal”, avalia sua falta de conhecimento em Libras. Independente da deficiência auditiva, Antônio Pedro, Lívia e milhares de crianças do país têm a força e o auxílio das famílias, o que as torna mais forte para o convívio social. Nestas relações entre pais e filhos, os gestos são ainda mais valiosos. revistaon.com.br
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ATENDIMENTO DE LUXO FOTOS ARQUIVO PESSOAL
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oi durante a segunda fase da Revolução Industrial, em 1860, que Christopher Sholes inventou um tipo de máquina de escrever. Sua filha, Lilian Sholes, testou tal invento, tornando-se a primeira mulher a escrever em uma máquina em público. O que isso tem a ver? Tudo, pois Lilian Sholes nasceu em 30 de setembro. Por ocasião do centenário de seu nascimento, as empresas fabricantes de máquinas de escrever fizeram diversas comemorações. Entre elas, concursos para escolher a melhor datilógrafa. Tais concursos alcançaram sucesso, passando a repetir-se anualmente, a cada 30 de setembro. Como muitas secretárias participavam, o dia passou a ser conhecido como o “Dia das Secretárias”, segundo a Fenassec (Federação Nacional das Secretárias e Secretários). Visto a importância desta data, a Clínica Santa Isabel criou uma promoção para presentear essas mulheres que auxiliam os profissionais da saúde. “Foi uma forma de lembrar dessas pessoas importantes. São nossas parceiras do dia a dia”, disse o sócio gerente Manoel Vasconcellos.
“Essa valorização do profissional é muito válida”, secretária Juliane de Lima Guimarães, ganhadora da promoção
COMEMORAÇÃO O noivo Bruno Inocêncio Medeiros é o acompanhante do jantar
A promoção começou no mês de setembro e terminou no dia 30 de outubro com o sorteio. “Participaram 50 secretárias de consultórios médicos e clínicas”, revelou o administrador Juscelino Martins. Vencedora da promoção, a economista Juliane de Lima Guimarães trabalha na Unimed Três Rios. “Recebi um brinde da Santa Isabel com um cartão solicitando o cadastro no site”, conta ela sobre como soube da promoção ao confessar que nunca foi sorteada em situações como esta, o que explica a reação: “Muito bacana, mas na hora não acreditei”. Juliane ganhou um jantar no restaurante Oriental Taiyo. Ela, que já usou os serviços da Santa Isabel por diversas vezes, apoiou a ação da Clínica. “Achei muito legal. Essa valorização do profissional é muito importante como incentivo para melhorar sempre”, avalia. Além desta ação, a Clínica Santa Isabel distribuiu kits para as secretárias da área de saúde de Três Rios. Os presentes continham um cartão, um porta-recados e bombons personalizados para adoçar o dia das profissionais. revistaon.com.br
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PAPO DE COLECIONADOR
CAÇADOR DE MEDALHAS POR RAFAEL MORAES
FOTOS REVISTA ON
Ele é um colecionador diferente. Se não pelo tipo de objeto que junta, pela forma que os conquista, passada a passada. Reginaldo Câmara, 44 anos, mora no bairro Santa Rosa em Três Rios e é, em alguns momentos, atleta, noutros, colecionador. Literalmente uma pessoa que corre atrás dos seus sonhos, contabiliza, em casa, 62 troféus e 71 medalhas.
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ascido no bairro Caixa D’água, o sonho de infância era ser jogador de futebol. Esporte que o levou à coleção. Parece estranho, mas fácil de entender. Pai de três filhos, foi incentivado pela esposa e por um amigo a começar a praticar o atletismo que, por consequência, lhe rendeu o grande número de medalhas de seu acervo. Atualmente, o vendedor de uma distribuidora de bebidas usa o tempo de folga para treinar, forma de buscar novos itens para sua coleção. “Sempre gostei de bola. Já joguei bastante. Era muito bom. Na minha época existia o ponta direita e eu jogava com a camisa sete porque tinha velocidade. Como passei a me dedicar ao atletismo, tive que parar”, explica ele ao contar, orgulhoso, que em jogos do fim de semana, chegava a jogar em três times diferentes. “Hoje eu bato uma ‘pelada’ com os amigos da firma. Não tenho mais essa pegada, porque se eu me machucar, adeus minhas corridas”. Antes de conquistar títulos, essa
PRIMEIRO LUGAR O troféu de 1999 se destaca em meio às medalhas
MANDALA Este é formado por quatro medalhas, disputadas em eventos diferentes
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PAPO DE COLECIONADOR
maturidade e aumentar a coleção, o caminho foi longo. Tudo começou em 1998. Reginaldo estava no portão à espera do jogo de futebol, quando o amigo Jessé Corrêa passou e o convidou para uma corrida no centro da cidade. Duvidando do peso que estava, o atual atleta recusou o convite. “Quando eu cheguei no campo, já tinham dividido os times”, lembra. Desanimado, voltou para casa e, incentivado pela mulher, fez a inscrição para a competição que era gratuita. “Achei que fosse só uma brincadeira”, disse Ana Paula Silva Câmara com quem é casado. Sobre as conquistas posteriores do marido, respondeu meio aos sorrisos tímidos: “orgulhosa. Cada vez que ele vai e traz
uma medalha, para nós é uma felicidade”. Na corrida responsável pela primeira medalha, participou com roupa e tênis indevidos. “O percurso era de 13 km e eu procurei ficar junto do meu colega que era experiente, mas chegou em determinado ponto do percurso que percebi o distanciamento dele e daí acompanhei. No meio do caminho, ouvi alguém gritar que o meu amigo Jessé era o 25º. Foi então que percebi que eu era o 26º e ganharia a medalha. Ele me incentivou muito”, conta Reginaldo que, atualmente, é inspiração e incentivo para o filho Watson Silva Câmara, 14. “É algo maravilhoso. Pretendo seguir em frente com o atletismo”, revela o filho que sempre acompanha o pai nas competições. Entre 2002 e 2007, disse orgulhoso, que conquistava todas as disputas da cidade e região. Em grandes eventos, disputou, em 2004, na elite da Meia Maratona do Rio. Entretanto, o melhor tempo foi em 2003, na São Silvestre (57min29s). Apesar de já ter conquistado o primeiro lugar por diversas ve-
zes, garante: “Com a primeira medalha fiquei mais emocionado do que quando fiquei em primeiro lugar. Eu sabia que depois daquela, se eu desse sequência no que estava fazendo, viriam várias alegrias. Todas que tenho hoje são graças a primeira que ganhei”, afirma. Parte da coleção fica exposta na estante da sala que abriga os troféus. As medalhas têm um local especial em um quadro com tampa de vidro, tudo para
TROFÉU Entre os 62, este é o considerado mais belo
PRIMOGÊNITA Ela é a queridinha do atleta colecionador
GERAÇÕES Pai e filho já participaram, juntos, da Corrida das Estações
FAMÍLIA Da esq. para dir. Watson, Reginaldo, João Gabryel, Ana Paula e Regiana , a filha mais velha
ARQUIVO PESSOAL
Reginaldo já correu no pelotão de elite da Meia Maratona do Rio
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QUADRO O acervo tem um local especial em uma caixa de madeira pendurada no corredor da casa
deixar na memória as conquistas e para surpreender quem ainda não conhece o potencial de Reginaldo Câmara. “As pessoas perguntam onde comprei. Eu sempre digo: ‘sou atleta há 15 anos’. O mais surpreendente são aquelas que
ORGULHO As conquistas tem lugar reservado na sala
sabem que eu corro, mas não têm noção da quantidade que tenho”, explica. Os números já falam por si, mas para este caçador de medalhas ainda é pouco. Ele arca com todos os custos de treino, transporte, inscrição e alimentação, mas
desistir é uma palavra que não existe em seu vocabulário. “O atletismo é um esporte que não traz retorno financeiro para patrocinadores”, diz sem se importar com o custo para conquistar mais pódios e medalhas para sua coleção.
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ESPORTE
ATIVIDADE
LIVRE POR PRISCILA OKADA
FOTOS ARQUIVO PMTR
ei, futsal, Andar de bicicleta, correr, jogar vôl ia aberta. malhar e alongar em uma academ esportivas Essas são as opções de práticas ir na área que os trirrienses podem usufru Lavinas. de esportes da Avenida Alberto
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e acordo com uma pesquisa sobre o hábito de práticas esportivas do brasileiro, realizada em 2011 pela empresa Sport+Markt, maior corporação internacional em pesquisas esportivas, o esporte ainda é pouco praticado pelos cidadãos. O estudo ouviu 46.308 pessoas de 130 cidades e chegou à preocupante conclusão sobre a saúde dos brasileiros. No país, seis em cada dez pessoas a partir de 16 anos são sedentárias. Entre os homens, 51% não praticam atividades esportivas, enquanto 72% das mulheres são sedentárias. Em Três Rios, ainda não foi realizada uma pesquisa mais aprofundada sobre a vida esportiva da população, mas, desde a reinauguração da praça de esportes, 132 Novembro | Dezembro
no dia 2 de setembro de 2011, é notável a quantidade de pessoas que passaram a exercer a prática no local. De acordo com o secretário municipal de Esporte e Lazer, José Roberto Padilha, não há uma estatística, mas existe um número de grupos cadastrados através dos projetos da cidade. Entre eles, Padilha cita a participação da terceira idade, que incluem o Planeta Vida, Caer e Grupo dos 13. “Para a utilização da academia, são 400 idosos cadastrados. Nas segundas-feiras passam mais de 900 pessoas para se cadastrarem para o futebol, vôlei e futevôlei” aponta e diz que, por enquanto, somente a área de skate não tem dados com a quantidade de frequentadores. A empresária Roseli Couto, 40, passou a frequentar a avenida para cami-
A empresária Roseli Couto passou a frequentar a Beira Rio para caminhar
nhar. Para ela, que não encontrava tempo para ir à academia, a área de lazer foi a solução dos problemas. “Por ter meu tempo muito corrido, não achava companhia para malhar nos horários que eu podia. Quando foi construída a ciclovia e o novo espaço de esportes, passei a caminhar sempre que encontro tempo. O melhor de tudo, é que antes eu pagava academia e não malhava e, agora, com
CAMPO DE FUTSAL Por semana, mais de 900 pessoas se cadastram para usar a quadra
De acordo com a educadora física Camila Pereira, a hidratação é um fator muito importante durante a prática de esportes
CICLOVIA Diariamente, centenas de pessoas caminham e andam de bicicleta pela avenida
esse novo espaço, eu faço atividades quando posso”, compartilha. A educadora física Camila Pereira dá dicas para os que já praticam atividades físicas e para os que pretendem começar. Primeiramente, ela orienta que os idosos saiam mais de casa, movimentem-se com qualquer exercício físico que melhore sua qualidade de vida. “Não quer dizer que esse idoso vai virar um atleta de maratona, mas sua articulação vai melhorar, vai conseguir fazer movimentos que a idade impossibilita, como um simples agachar para amarrar um tênis”, orienta. Pereira fala, também, sobre a importância do alongamento nas atividades de exposição ao ar livre. “Muitas pessoas malham sem fazer e isso pode causar lesões e provocar dores nas costas e nas pernas. Ele aquece a musculatura e, com isso, a oxigenação do corpo se dá
mais rapidamente”, afirma. A hidratação é um fator muito importante mencionado por ela. “Algumas pessoas se hidratam somente após as atividades e isso é um erro. Não vão deixar de queimar mais ou menos gordura. A hidratação é fundamental antes, durante e depois”, explica. Camila também orienta sobre o tipo de roupa que deve ser usado para malhar. “Usem tênis confortáveis e roupas largas, nada de ficar
PARQUE INFANTIL Enquanto os pais praticam exercícios, os filhos podem brincar no parquinho
ACADEMIA Profissionais se revezam para orientar a população
apertado, já que é para ser um momento prazeroso”, finaliza. O estudante Igor Santos, 25, sempre que pode jogar futebol com os seus amigos, marca uma partida na nova quadra da área de lazer. Para ele, é fundamental que haja espaços com infraestrutura para fomentar e incentivar práticas esportivas. “Em um mesmo espaço, pessoas que gostam de diferentes modalidades praticam várias atividades, isso é muito bom para a população’’, declara. Que tal sair do sedentarismo e cuidar da saúde? Com tantos atrativos, é difícil ficar em casa. Chame os velhos amigos para uma partida de vôlei ou futebol. Arrume a bicicleta que deixou de lado. Caminhe, corra, desfrute da natureza e do ar puro. revistaon.com.br
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UM ANO DE IMPORTANTES
REALIZAÇÕES NO SAAETRI FOTOS DIVULGAÇÃO
Vislumbrando o crescimento acelerado de Três Rios, a autarquia investiu em vários bairros da cidade com ampliação do sistema de tratamento e abastecimento de água, bem como a manutenção e coleta do esgotamento sanitário.
U
ma das cidades que mais cresce no interior do Estado do Rio de Janeiro, Três Rios apresenta números surpreendentes nas instalações de novas empresas gerando, consequentemente o aquecimento da economia. O setor imobiliário tem sido um dos mais favorecidos, as construções de condomínios residências e outras formas de moradia surgem por toda cidade, galpões e instalações comerciais se ampliam, exigindo
uma resposta rápida dos serviços de infraestrutura municipal. O ano de 2012 registra importantes realizações do Saaetri (Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Três Rios), novas aquisições e projetos foram executados objetivando a melhoria da qualidade de vida da população trirriense, bem como a sustentabilidade do processo de desenvolvimento econômico. Em junho de 2012, foram inauguradas as obras de implantação do projeto
de eficiência energética com investimentos de aproximadamente R$ 4,3 milhões. Esta pode ser considerada a maior obra realizada pela autarquia desde a sua fundação. A substituição dos conjuntos Moto-bomba na Estação de Captação de Água Bruta no bairro Cantagalo e nas elevatórias dos Bairros Purys, CTB, Morada do Sol e Ponto Azul; substituição dos painéis de comando, além da construção do reservatório no bairro Cantagalo, com
Reforma total da estação de tratamento no bairro Cantagalo
maioria 24 horas por dia, sete dias da semana, 365 dias do ano, em regime de plantão, enfrentando os mais diversos desafios, como ocorrido após o rompimento da tubulação na linha de abastecimento que passa pela Rua Nelson Viana que leva água para as comunidades do Purys, Monte Castelo, Santa Terezinha, Boa União, Cidade Nova, Jardim Glória, Cantagalo e Portão Vermelho. Foi um serviço extremamente minucioso, executado durante toda a madrugada que contou com o apoio do Corpo de Bombeiros, pois oferecia riscos de incêndio e explosão devido à proximidade
com os tanques de combustível de um posto de gasolina. No Dia Mundial da Água o Saaetri inovou ao levar os alunos das escolas públicas municipais e estaduais, bem como das escolas particulares à sede da autarquia, local onde foi instalada uma mini-estação de tratamento, com o objetivo de mostrar aos estudantes como funciona o processo de purificação da água. Além da explicação de um profissional, cada aluno levou para casa material explicativo sobre o sistema. O projeto visou conscientizar crianças no processo de utilização de um dos
FLÁVIO DUARTE
capacidade para 3,5 milhões de litros de água potável são alguns dos investimentos. O aumento do volume de água tratada e a redução significativa no consumo de energia elétrica permitem, além da redução do consumo, e consequentemente maior economia, maior eficiência no abastecimento. A economia de energia foi de aproximadamente 2.000 MWh/ano, equivalente ao consumo médio de 800 residências. O reajuste de R$ 100 para R$ 250 no vale refeição para todos os funcionários, foi uma das formas de valorizar e reconhecer a equipe que trabalha, em sua
O diretor do Saaetri , Josimar Salles, agradece e destaca a importância do prefeito Vinicius Farah em todas as realizações
Novo reservatório com capacidade para 3,5 milhões de litros de água potável
Visita de crianças à sede da autarquia no Dia Mundial da Água
Substituição e prolongamento na rede de abastecimento de água no bairro Pilões
Construção dos reservatórios de Moura Brasil, Pilões e CTB
Manilhamento de córrego na Estrada do Passatempo, bairro Cantagalo
maiores bens da humanidade: a água. No dia do trabalhador, a direção da autarquia fez a entrega de uma motocicleta zero Km para o funcionário Jorci Madeiro, que realiza suas atividades de madrugada para atender aos chamados de urgência, quando detecta e corrige os vazamentos, realizando manobras e restabelecendo o abastecimento de água no menor prazo possível. Após a implantação do projeto de eficiência energética, foi a vez dos bairros de Moura Brasil, Pilões e CTB serem beneficiados. Principalmente os moradores de Moura Brasil que conviviam com problemas constantes de abastecimento de água. A construção de uma nova estação de captação, às margens do Rio Piabanha, com a instalação de dois novos conjuntos moto-bomba, um em funcionamento e outro de reserva. Também foi instalado um painel de comando com inversor de frequência e nova linha de recalque, uma rede que leva água da captação à estação de tratamento. No bairro Pilões, a população foi beneficiada com a implantação de um reservatório metálico com capacidade de 50 mil litros de água potável, além da recuperação do reservatório existente que tem a capacidade de 108 mil litros. Esses investimentos atendem os moradores das partes mais altas e, por isso, também foi substituídos o conjunto moto-bomba (por um de maior vazão), painel e com-
ponentes elétricos obsoletos, por novos, com eficiência energética, gerando economia e garantia de um abastecimento contínuo. A população do Morro do CTB também ganhou um novo reservatório com capacidade de 100 mil litros de água potável. As obras estão em andamento. Em parceria com a secretaria de Obras, o Saaetri, realizou a operação tapa-buraco. A autarquia contratou um caminhão que processa o asfalto ecológico, ou seja, funciona como uma usina
Conscientização para o uso adequado da água na campanha “Amigo da Água”
Contratação de empresa especializada para desobstrução e limpeza dos bueiros
e utiliza como matéria prima raspa de pneus descartados na mistura da massa. Desassoreamento de trecho de canal natural, desobstrução de escoamento pluvial e de esgotamento sanitário, como medida preventiva pelo período de chuvas faz parte dos serviços prestados pela autarquia, em parceria com a secretaria de Serviços Públicos. Outra conquista que merece destaque é o início do funcionamento da primeira estação de tratamento de esgoto do município de Três Rios, localizada no Km 21, com duas bombas submersíveis para recalque de esgoto bruto, com capacidade de 10 m³/h, parceria entre Furnas Centrais Elétricas e Saaetri. Relacionamos abaixo alguns dos principais serviços executados durante este primeiro ano de gestão. • Recapeamento do córrego do bairro Santa Rosa, colocação de 26 manilhas em 20m de extensão; • Substituição de 200m de tubos de borracha preta por tubos de PVC de DN 32mm na Rua Cariri; • Expansão de 210m de rede de esgoto com tubos de DN 150mm para a estrada Barros Franco, no bairro Caixa D’Água; • Substituição de 30m de rede de manilhas por tubos de esgoto de DN 150mm no prolongamento da rua Anísio Azevedo com a rua Betel;
Realização da operação Tapa-buracos em parceria com a secretaria de Obras do município
• Prolongamento de 300m de rede de água e esgoto na rua Ataliba Gomes Assunção, Morro dos Caetanos; • Prolongamento de 320m de rede de água entre a avenida Prefeito Samir Nasser e a estrada Cariri; • Troca de 120m de rede de esgoto de manilhas por tubos de DN 150mm na rua XV de novembro no centro, próximo ao viaduto; • Troca de 60m de manilhas por tubos na rua Walcreuse Meirelles, Alto Purys; • Substituição de 250m na rede de abastecimento de água de DN 125mm por 150mm no bairro Piões;
• Contratação de um caminhão vac all combinado para a desobstrução dos bueiros do município. A finalidade é a prevenção para as chuvas; • O beco Ayrton Senna recebeu 50 m de manilhamento; • Manilhamento do córrego Nossa Senhora Aparecida; • Manilhamento do córrego da Estrada do Passatempo; • Prolongamento de 100m na rede de água da rua Boa Vista, bairro dos Pilões; • Prolongamento de 200m de rede de esgoto na estrada da Barrinha, Habitat;
• Expansão de 80m de rede de esgoto de DN 150mm na Rua Teixeira do Rosário, ao lado do Clube da Terceira Idade;
• Prolongamento de 200m de rede de água e esgoto na rua Amazonas em Santa Terezinha;
• Expansão de 250m rede de esgoto e água na rua Ataliba Gomes Assunção, no Morro do Ataulfo;
• Substituição da rede de abastecimento de água do bairro Pilões;
Substituição de 60m de tubulação de esgoto na travessa Hemengarda Malta, no centro da cidade; •
• Expansão de 120m de rede de água na rua Luiz Alberto de Carvalho, nos Pilões; • Substituição de 250m de rede de esgoto de manilhas por tubos de DN 150mm na rua Projetada Morar Bem, bairro de Moura Brasil;
Como principais desafios para o futuro, a direção da autarquia destacou a necessidade da implantação de novas fontes para abastecimento de água, inclusive com a construção de uma nova estação de tratamento, bem como ampliação e substituição planejada das tubulações de água e esgoto, além da construção de novas estações de tratamento de esgoto. Estas ações serão fruto de estudos e avaliações que estarão compondo o Plano Municipal de Saneamento Básico.
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JOVENS LUTADORES POR ALINE RICKLY
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Atletas trirrienses se destacam em competições por todo o país
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tualmente, os esportes praticados no tatame estão em alta. A mídia destaca em novelas e transmite campeonatos como o UFC, que incentivam crianças, adolescentes e adultos a se encantarem e escolherem esse caminho. Em Três Rios, jovens conquistam medalhas tanto no judô quanto no jiu-jitsu. Bruno da Silva Santos Ramos,
11, Brenda Martins da Silva, 12, e Alexandre Guajará, 16, são alguns dos campeões trirrienses. O ponto comum entre eles é a paixão pelo esporte. Bruno, o mais jovem, se dedica ao judô desde os sete anos, quando começou a treinar. Mas, de acordo com a mãe, Andreia da Silva Santos Ramos, o interesse surgiu quando ele tinha quatro anos. “Lembro que estávamos
passando pela praça e o Bruno viu o atual treinador, Hedywald Vianna, dando aula e ficou apaixonado. No mesmo dia disse que queria entrar para o judô, mas por motivos adversos resolvi esperar ele completar sete anos”. Dono de 46 medalhas das quais 43 são de ouro e três de prata, o sonho do menino vai além: “Eu adoro o judô. Meu grande sonho é entrar para a seleção brasileira”, afirma. revistaon.com.br
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O início da Brenda foi um pouco diferente. Aos oito anos ela procurou Hedywald por incentivo do pai que também era lutador de judô. A mãe, Crisane da Silva Martins, 32, conta que a filha assistiu um treino, gostou e se identificou. “A Brenda sempre foi muito ‘moleque’. Ela gosta de jogar futebol com os meninos e bolinha de gude”, revela. A menina possui títulos como o de campeã carioca de judô e campeã inter-regional. No ano passado, ficou em 8º lugar no Campeonato Brasileiro em Belém do Pará. A mãe deixa escapar que, com 44 medalhas - 36 de ouro, quatro de prata e quatro de bronze -, a jovem fica insatisfeita quando não sobe no primeiro lugar do pódio. “Ela gosta de ganhar sempre e ouro”, menciona. Hedywald Vianna, 58, é o responsável pelo preparo físico e treinamento do Bruno e da Brenda. O professor começou a carreira no judô aos sete anos e não parou mais. Ele é pentacampeão carioca, bicampeão brasileiro, já conquistou o terceiro lugar no Sul-Americano e foi campeão do Quarto Centenário do Rio de Janeiro. Atualmente, filiado à Federação de Judô do Estado, busca levar seus pequenos lutadores a grandes vitórias. “Na hora que os meninos estão disputando, fico ali perto para dar apoio, instrução na hora da pausa, mas não tem
jeito, tem momentos que o coração fala mais alto e acabo me exaltando. Sem dúvida alguma, a sensação de subir ao pódio é singular, não há dinheiro que pague”, completa. Quanto ao modismo em que se encontram as lutas de tatame, o professor entende que essa divulgação é muito importante e benéfica. “É uma forma de atrair mais gente para o esporte. Neste tempo todo de judô, nunca vi a mídia se voltar tanto para esta modalidade como faz agora”, comenta. Não é só no judô que os atletas de
PREMIAÇÕES Aos 11 anos Brenda já conquistou 30 medalhas, sendo 22 de ouro
APOIO A mãe está sempre ao lado do filho para apoiá-lo no esporte que escolheu
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COMPETIDORES Bruno e Brenda disputam pela categoria sub-13
TREINADOR Bruno ao lado do Hedywald e Brenda na academia
Quanto ao modismo em que se encontram as lutas de tatame, o professor Hedywald entende como benéfica a divulgação da mídia Três Rios se destacam. No Jiu-Jitsu também marcam presença, como é o caso do Alexandre Guajará. A busca por este esporte surgiu em 2007, quando começou os treinos. “Ele se identificou no instante em que disputou o primeiro campeonato amador. Depois disso, passou para as disputas oficiais. Já no primeiro ano foi vice-campeão brasileiro”, relata a mãe, Anna Carolina Guajará. Entre as maiores vantagens na vida pessoal desde que iniciou os treinos estão o aumento da concentração, disciplina e autoconfiança. O inspirador da arte marcial e de Alexandre é Hélio Gracie. “Ele aperfeiçoou e transformou a luta nisso que lutamos hoje. É a técnica que vence a força. Com certeza ele é o ‘pai do jiu-jitsu’”, enfatiza Alexandre, cujo objetivo é ser campeão mundial. Entre as premiações estão a Copa Samurai de Jiu-Jitsu, a Copa Pit Bull, o primeiro Open de Barra do Piraí, a Copa Budo, o American Gold Cup, a
ARTE O jiu-jitsu oferece técnicas para que fraco vença forte
TREINO Para Leonardo e Alexandre, Hélio Gracie é um ícone do jiu-jitsu
chegar nos lugares onde acontecem as lutas não é fácil. “Tem competição todo mês, mas não dá para ir em todas. Temos que escolher as oficiais apenas. É gasto com taxa de inscrição, transporte, alimentação e fica pesado. Em cada disputa, desembolsamos, mais ou menos R$250”, diz Anna. Crisane e Andreia passam pelo mesmo problema. “Às vezes a Brenda vai sozinha porque ela tem dois patrocinadores que pagam a taxa, pois o transporte é por conta da Federação, mas eu tenho que tirar o dinheiro do meu bolso
e às vezes não tenho”, informa a mãe. Andreia destaca o fato de que o apoio financeiro é necessário. “Os campeonatos acontecem longe daqui, precisamos de verba para acompanhar nossos filhos”, ressalta. Para o treinador Hedywald, a maior dificuldade é o transporte. “São pelo menos 26 competições por ano do calendário do estado, todas distantes, fica complicado bancar isso tudo”, concorda. Os princípios
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MEDALHAS Apesar das diversas conquistas, o objetivo do Alexandre é alcançar o Mundial
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segunda Copa Carlson Gracie, além do Campeonato Brasileiro, no qual conquistou o terceiro lugar em 2012. Para tantas conquistas é necessário pegar pesado no ritmo de treinamento. Alexandre vai para a academia todos os dias da semana e treina, em média, quatro horas por dia. Além disso, faz kickboxing, pilates e musculação para manter o condicionamento físico. De acordo com o treinador, Leonardo Reis, tricampeão brasileiro e vice-campeão mundial, a preparação do jovem se divide em física, técnica e prática, quando ele aprende as táticas do jogo. “A técnica difundida pelo Hélio Gracie no Brasil visa a confiança de ganhar do mais forte. Para um lutador, algumas atitudes são indispensáveis. Vida regrada, dormir cedo e ser uma pessoa reservada, contribuem para um bom resultado. O Alexandre está se preparando bem. Ele, com certeza, tem futuro”, garante Leonardo. Bruno treina judô uma hora por dia, de segunda a sábado, exceto sexta. Para quem pensa que a dedicação é só no esporte, se surpreende com o histórico escolar do menino. “Ele está no quarto ano e é o destaque da sala”, conta a mãe. Embora esses jovens possuam tamanha importância para o município,
CONQUISTAS O treinamento pesado é o responsável por tantos prêmios
O jiu-jitsu é uma arte marcial que utiliza alavancas e pressões para derrubar, dominar e submeter o oponente, sem usar golpes traumáticos. É um esporte que usa a força própria do competidor e, quando possível, do adversário. “Esta é uma técnica que permite o mais fraco ganhar do mais forte”, explica Leonardo. O esporte era a arte de combate corpo a corpo, que com o fim dos samurais na era Meiji, ficou marginalizado. Tempos depois, a técnica foi trazida para o Brasil por Hélio Gracie que inovou o jiu-jitsu aprimorando a parte de solo. O Judô foi criado em 1882 por Jigoro Kano. Os objetivos visam fortalecer o físico, a mente e o espírito de forma integrada, além de desenvolver técnicas de defesa pessoal. No final do século 19 foi considerado desporto oficial no Japão e a polícia do país começou a introduzi-lo nos treinos. A técnica utiliza a força e o equilíbrio do oponente, contra ele. revistaon.com.br
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ESPORTE
AMARRADOS NO TÊNIS POR FREDERICO NOGUEIRA
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Silêncio e muita concentração. Uma bola pequena e raquetes. Roger Federer, Rafael Nadal e Novak Djokovic são alguns dos grandes nomes do esporte atualmente. O tênis, que ganhou projeção no país com Gustavo Kuerten, o Guga, também tem praticantes trirrienses. Inspirados por ele, cada vez mais crianças e jovens descobrem o prazer da modalidade e seus benefícios dentro e fora das quadras.
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alvez você não saiba, mas o maior ídolo do tênis brasileiro, Gustavo Kuerten, começou no esporte aos seis anos de idade. Enquanto a criança está no processo de descobertas do mundo “fora de casa” e no desenvolvimento de sua personalidade e seus gostos, algumas conhecem várias atividades físicas e a elas se dedicam pelos anos seguintes. Guga anunciou sua aposentadoria em 2008, mas deixou um legado na modalidade que inspirou novos amantes. Em Três Rios não foi diferente, tanto para adultos quanto para crianças. O professor de educação física Márcio Fernandes de Oliveira conta que o núme-
Antes de comprar o material necessário à prática de tênis, é importante buscar o auxílio de um profissional ro de praticantes na cidade nunca foi tão grande como agora. Ele começou a ensinar em meados da década de 90, no Sesi. “O início foi difícil, diziam que não teria alunos, não haveria procura, e assim foi durante dois ou três anos até que surgiu o Guga e deu uma projeção enorme ao es-
porte”. Ele garante que hoje há, no mínimo, 300 praticantes de tênis no município e, entre seus alunos, metade é formada por crianças e jovens. “Muitos são aqueles que não gostam de futebol ou outro esporte de contato e encontram o prazer no tênis. Não chegam para competir, mas praticam como atividade física”. Tiago Vasconcelos, também professor de educação física, vê o tênis como um esporte com muitos benefícios para as crianças. “É uma atividade lúdica e um esporte que envolve a coordenação motora, o sistema cardiorrespiratório, a concentração e, por ser individual, contribui com a disciplina, além de todo o lado psirevistaon.com.br
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cológico, pois não adianta pegar a raquete e bater na bola, o tênis faz a garotada pensar”, avalia. Márcio garante que os pais sempre têm depoimentos sobre a mudança no comportamento dos filhos em casa e na escola, após ingressarem no esporte. É o caso de Nathália Pigozzo Senra, que já percebe em Pedro, dez anos, algumas transformações. “Ele sempre gostou de praticar esportes e participa de vários na escola. Mas, com o tênis, é diferente. No futebol, por exemplo, ele precisava dividir a bola, já neste, ele treina a concentração e a responsabilidade. Vencer ou perder depende apenas dele. Para mim, é mais que um esporte, é uma filosofia”, diz. Andri de Pádua, que sempre quis que a filha praticasse um esporte, viu Izabella, 11, encontrar prazer no tênis. “Não é minha intenção que ela seja uma profissional, uma atleta de alto rendimento. O importante é fazer uma atividade voltada para a saúde”, conta. Ele sempre a acompanha nas aulas e observa sua evolução. “Quando começou, quase não acertava as bolas, pensei até que desistiria, mas, pelo contrário, ela está dedicada e evolui naturalmente. Já a vejo se preocupando com peso e postura. É o esporte cumprindo seu papel”, afirma. Por falar em saúde, foi este o principal motivo do ingresso de Matheus Abreu Lima Alexandre no esporte. “Quando meus pais descobriram que
DESTAQUE Matheus iniciou no tênis para cuidar da saúde e chegou ao ranking estadual ainda na infância 144 Novembro | Dezembro
NOVOS ADEPTOS As crianças e jovens já formam uma parcela considerável entre os praticantes da cidade
“O tênis faz a garotada pensar. Não adianta apenas rebater uma bola, Tiago Vasconcelos
eu tinha diabetes, com seis anos, me colocaram para praticar uma atividade física. Fui para o futsal mas, como sempre passava em frente à quadra de tênis, este me chamou mais atenção e troquei”, lembra o jovem, hoje com 17 anos. Ele foi um dos primeiros destaques infantis na modalidade no município, como revela Márcio. “O Matheus despontou com sete ou oito anos. Com um mês de aulas já se destacava e, mais tarde, em um ranking com mais de 300 crianças, chegou a ser o sexto do Estado do Rio de Janeiro, mas, por problemas pessoais, precisou interromper a carreira”. Três anos depois, ele voltou e nunca mais parou, porém, sem participar de competições pela federação.
PROFESSOR Márcio acompanha a evolução dos alunos nas quadras e ressalta a importância da supervisão profissional
Atualmente divide o tempo dos estudos para o vestibular com a atividade e, com toda a experiência adquirida, garante ter levado os aprendizados para fora da quadra. “Você fica mais calmo, aprende a lidar mais com os erros. No jogo, é só você e mais ninguém”. Com tantos depoimentos positivos, certamente uma vontade de praticar ou indicar o tênis a alguém pode surgir, mas controle-se e não cometa um erro comum. “Constantemente chegam alu-
CUIDADOS As raquetes devem ser indicadas por um profissional após avaliação do aluno
IZABELLA E ANDRI O pai queria que a filha praticasse um esporte e ela gostou do tênis
nos, trazidos pelos pais, já na primeira aula com roupas e material para praticar a atividade. Não se dão conta de que para cada um, há um modelo específico de raquete, por exemplo. Então, é necessário fazer uma avaliação antes”, informa o professor. Ele comenta, ainda, que o estudo do controle motor e da adaptação da criança no ambiente da aula são fundamentais. “Embora individual, o tênis ajuda muito na socialização já que as aulas são em grupo”. Como em todo esporte, os riscos de
lesões existem. Segundo Márcio, as articulações são as partes do corpo que mais sofrem. Tiago lembra, ainda, de uma lesão característica da modalidade. “É a chamada Tênis Elbow, uma epicondilite lateral, que é uma dor no cotovelo. Ela é resultado do uso de equipamentos errados ou movimentos incorretos, por isso é sempre importante ter um profissional por perto”. Atualmente, o município conta com poucas quadras para a prática do tênis e um número crescente de praticantes.
Se todos resolvessem jogar ao mesmo tempo, seria impossível. “Para o público em geral, temos as quadras do Sesi e da Ilha di Capri apenas. Se tem procura, é necessário ampliar a oferta de locais. Outro ponto importante é que o esporte não pode ser elitizado. Hoje não é tanto como alguns anos atrás, os equipamentos ficaram bem mais baratos, porém ainda não são todos que podem comprar”, ressalta Márcio, que afirma ter, entre seus sonhos, a massificação do esporte. “Pode haver muitos talentos escondidos que não se revelam por falta de oportunidade. Mas, para isso, é necessário apoio para custear projetos assim”. Tiago já observa o nascimento desta vontade. Ele é professor em um projeto social, oferecido pela prefeitura gratuitamente, que acontece na Ilha di Capri com aulas para jovens. “Começou há dois anos e é voltado para os alunos da Escola Municipal Modesta Sola. É muito legal observar crianças que nunca tiveram qualquer contato com o esporte se destacando e se envolvendo com ele”, finaliza. Guga, quando anunciou sua aposentadoria, afirmou que parava naquele momento por não conseguir mais jogar e não por abandonar o esporte ou por vontade própria. Além disso, o atleta pediu desculpas aos milhões de fãs brasileiros. Não precisava, mas, se preciso fosse, projetos e praticantes como estes, poderiam ser entendidos como “desculpas aceitas”.
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PRAZER Para eles, o esporte não é visto como obrigação e, por isso, não trocam as aulas por outra atividade
PROJETO SOCIAL Tiago Vasconcelos com os alunos do Ilha Tênis Clube, que permite o acesso ao esporte gratuitamente
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GASTRONOMIA
VINHO PARA ALIVIAR
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CALOR
POR LETICIA KNIBEL
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Uma estatística divulgada pelo Instituto de Economia Agrícola revela que os brasileiros estão consumindo mais vinhos. As pesquisas mostram que nos próximos anos o consumo pode chegar até nove litros por pessoa a cada 12 meses.
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uem disse que vinho só é bom no inverno? O sommelier Estevão Domingos dos Santos explica que eles também são consumidos no verão. Para ele, os mais procurados são os brancos, rosés e os espumantes, o que inclui os champagnes. “Recentemente houve um grande aumento na compra dos rosés de todos os tipos. Virou moda entre homens e mulheres por ser mais fresco e, também, por ser degustado gelado. Ele tem um pouco do paladar do vinho tinto, mas não tem a mesma complexidade por ser mais leve”, afirma. Para o tabelião Newton Toledo Filho, beber com os amigos é um dos prazeres da vida. “O vinho é uma bebida que contém charme, história, ritual de degustação e íntima relação com os acompanhamentos”, revela. Toledo conta que aprendeu a consumir vinhos há 15 anos e, com o tempo, passou a ficar mais exigente e a comprar produtos mais sofisticados, não necessariamente caros. “Esta é uma bebida democrática e cada um deve descobrir por si o que melhor atende o seu gosto. É importante verificar a origem e qualidade para poder 146 Novembro | Dezembro
De acordo com o sommelier Estevão Domingos, os vinhos mais consumidos no verão são os chilenos, os argentinos e os portugueses avaliar todas as vantagens que o vinho tem”, destaca. Estevão conta que alguns dos vinhos mais consumidos no verão são os chilenos, os argentinos e, mais recentemente, os portugueses e acrescenta que o perfil do público também está se expandindo. “Antes, a maioria dos consumidores pertencia à classe A. Atualmente, encontramos pessoas das classes B e C que estão muito interessadas e procuram entender melhor sobre o assunto”, diz. O comerciante Edmir dos Santos Rabello Júnior conta que há muita procura por vinhos brancos e frisantes (que possuem gás carbônico em sua composição, porém em menor quantidade). Apesar da diversidade, os franceses e champagnes também são campeões de venda na esta-
ção mais quente do ano. “Mesmo sendo muito consumido durante o verão, ainda prefiro degustar vinhos tintos, como, por exemplo, o Malbec, independente da estação”, revela Edmir. Em relação aos vinhos nacionais, o comerciante destaca que atualmente aumentou o número de vendas, principalmente das marcas Miolo e Casa Valduga. Para a professora Thais Freitas, algumas uvas deixam o paladar do vinho mais ácido, mais forte. “Prefiro quando o vinho compõe o sabor junto ao prato que está acompanhando. O sabor do vinho já é marcante e não pode ser totalmente predominante. Prefiro o cabernet sauvignon ou merlot”, revela seu gosto. Sobre o champagne, o sommelier Domingos ressalta que só pode ser considerado assim o vinho espumante produzido na região com este mesmo nome, na França. “Dentro deste local de fabricação, alguns critérios rígidos devem ser seguidos para que a bebida possa ser chamada desta forma”, explica. Para completar o prazer de tomar um vinho, nada melhor que um bom acompanhamento. Newton destaca alguns pratos que são consumidos junto
Para o empresário Afonso Henrique de Percia Simas, os brasileiros estão aprendendo a apreciar os vinhos, mesmo durante o verão DIFERENCIAL Vinhos brancos e espumantes em temperaturas mais baixas são indicados no verão
PRODUTOS As garrafas dos espumantes chamam a atenção pela beleza
com os rótulos brancos ou espumantes: canapés, peixes, frutos do mar, aves, queijos e saladas. “Para cada um existe um tipo de prato que mais combina. Normalmente vem informado no rótulo do produto”. Para Estevão, um dos pratos mais pedidos por seus clientes é o risoto de camarão com vinho branco. Afonso Henrique de Percia Simas é empresário e possui uma tradicional
casa de vinhos em Itaipava. Ele destaca que os brasileiros estão aprendendo a apreciar o vinho, inclusive o tinto. Para atrair mais clientes durante esta época de calor, a casa costuma oferecer pequenas degustações. “Às vezes, algumas vinícolas também fazem uma apresentação dos produtos. A ideia é difundir o consumo entre o público”, conta. Thaís destaca que no verão costu-
ma consumir mais carnes brancas, que são mais leves, por isso prefere beber vinho branco. Ela ainda explica que os espumantes servidos com canapés e torradinhas também são uma boa pedida. “Possibilitam um acompanhamento mais rápido e fresco”, diz. O sommelier Domingos afirma que, geralmente, o diferencial está na temperatura na qual a bebida é servida. “Tecnicamente, a pessoa toma o vinho entre oito e seis graus centígrados e os espumantes de seis a quatro. Só que o brasileiro prefere tomá-los mais frios e essa temperatura não é adequada para eles”, conclui ao revelar a preferência brasileira de dois a três graus.
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15.09 Caer Três Rios The Fevers FOTOS ROGÉRIO CERQUEIRA
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Caer Três Rios
Festival Gastronômico FOTOS ROGÉRIO CERQUEIRA
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di Capri 11.10 Ilha Três Rios
Baile dos Professores FOTOS ROGÉRIO CERQUEIRA
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14.10 Independência Três Rios Pixote FOTOS ALINE LEME
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E. C. 20.10 Riachuelo ParaĂba do Sul
Pique Novo FOTOS LUANA MOURA
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do Ritmo 28.10 Bambas Três Rios
Domingo Vip FOTOS ROGÉRIO CERQUEIRA
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VIAGEM CHECK-IN
CORRENDO
AO SOM DO TANGO FOTOS ARQUIVO PESSOAL
Ter a oportunidade de conhecer a cidade de Buenos Aires na Argentina já é um presente, imagine realizar esse momento praticando esporte, ou seja, correndo entre 15 mil corredores de todas as partes do mundo. Essa foi a prazerosa e enriquecedora sensação de quem correu a meia maratona realizada no dia 9 de setembro. Eu estive por lá e relatarei para vocês, leitores da Revista On, mais uma boa experiência que as corridas me propiciaram e que merece estar na agenda dos esportistas e amantes das viagens.
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essa última experiência viajante que tive, descobri o prazer de aliar o esporte às viagens. Vi o quão fantástico foi juntar o apelo das corridas de rua às mil e uma histórias que uma experiência fora de casa pode nos propiciar. Assim, parti para correr minha primeira meia maratona, que, por acaso, ainda seria fora das fronteiras brasileiras. O cenário escolhido foi a cidade de Buenos Aires na Argentina. A prática do running se encontra em um momento ímpar em nível mundial. Corredores de todas as partes do planeta treinam com diferentes objetivos, para diferentes distâncias, mas com o mesmo foco, a manutenção da boa saúde. Atualmente sou adepto da atividade, atesto os muitos benefícios que ela traz e, como pretendo praticá-la por muito tempo, decidi naquele momento casar duas paixões: o esporte e as viagens. Apesar de praticar corridas de rua com certa frequência no Brasil e estar acostumado a
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correr entre 15 mil pessoas, fiquei impressionado com a quantidade de corredores, com idades e propósitos distintos e de tantas nacionalidades. A prova nos contemplou com um verdadeiro city tour histórico pelas ruas de Buenos Aires. Durante os 21 quilômetros percorridos, cruzamos importantes monumentos da cidade como o Obelisco, Casa Rosada, Teatro Colón, Plaza de Mayo, entre outros. Corremos sob uma manhã gélida que marcava 10°C e com um tímido sol que deu as caras na metade da prova. Em outras palavras, condições perfeitas para uma prova bem desempenhada. Com essa soma de boas condições climáticas e um circuito praticamente todo plano, tive um desempenho bem acima dos praticados nos treinos, pude completar a prova em 1h52min. O evento, inaugurado dois dias antes da prova, no centro de distribuição de kits, tinha uma super estrutura com stands de fornecedores de material esportivo, suplementação e medicina aliada ao esporte. Diria eu que para o
turismo da cidade, o evento perdurou por uma semana. As ruas da cidade estavam cheias de praticantes do esporte. Onde se via uma roda de pessoas, o assunto era a prova do próximo domingo, mesmo que discutido em diferentes idiomas. Eu, que já estava aproveitando o apelo da viagem pra visitar o Izelson e a Dri, um casal de grandes amigos, pude ainda conhecer novas pessoas e fazer bons contatos para próximos circuitos. Inclusive saí de lá com planos bem traçados e definidos para realizar um próximo sonho esportivo, a meia maratona da Walt Disney World, que acontecerá em janeiro nos EUA. Essa experiência só me fez reforçar a importância do esporte em nosso cotidiano, uma viagem que, sem dúvida, seria divina, se tornou mais. Recomendo aos leitores da Revista On que, primeiramente, conheçam essa cidade tão rica culturalmente e, ainda se puderem, praticando o estilo de vida das corridas e se juntando a esse bando de loucos por saúde. See you soon!
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População 14 milhões Línguas Espanhol Moeda Peso Argentino Temperatura Média Anual 18ºC
Quando ir
Em setembro, quando acontece a meia maratona de Buenos Aires e corredores de todas as partes do mundo tomam a cidade Como chegar
Pela companhia Gol (www.voegol. com.br) no voo Rio de Janeiro x Buenos Aires. A passagem fica em torno de R$ 850 ida e volta Onde ficar
Claridge Hotel (www.claridge.com.ar), localizado no coração da cidade. Diárias em quarto duplo a partir de R$ 200
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O que fazer
Assistir a um espetáculo de tango nas ruas do bairro de Caminito, fazer um tour de barco pelas águas do Rio Tigre e se esbaldar com as carnes e vinhos argentinos Antes de viajar
Turistas brasileiros não necessitam de visto para entrar na Argentina e podem ficar por até 90 dias. Para os que não possuem passaporte, é possível entrar na Argentina com a carteira de identidade brasileira.
OD REPR
Área 203 Km²
IAKM
Região Rio da Prata / Argentina
Onde comer
Restaurante El Encanto (Bonpland 1690, Palermo), especializado em churrasco argentino. É o lugar perfeito para deliciar uma típica Parrilla portenha e como segunda opção, cito o famoso e tradicional Café Tortoni, clássico café com literatura e apresentação de tango à noite. Recomendo um café da tarde com croissants recheados de doce de leite e um cappuccino pra acompanhar
O GU UÇÃ
Buenos Aires
.COM ZERO
VIAGEM CHECK-IN
COMEMORAÇÃO NATURAL FOTOS DIVULGAÇÃO
Já pensou em ter um lugar ideal para realizar a festa de fim de ano de sua empresa? O Hotel Fazenda Vó Nina tem o espaço ideal para você produzir seu evento. O ambiente é super agradável, agraciado com a beleza da natureza.
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urante o dia ou à noite, o Hotel Fazenda Vó Nina está de portas abertas para fazer parte da realização de sua festa. A tranquilidade fornece todos os elementos necessários para que nada desvie a atenção do seu evento. O espaço está preparado para receber toda sua estrutura. Localizado próximo à divisa do estado do Rio de Janeiro com Minas Gerais, o lugar é estratégico para facilitar o acesso dos visitantes, uma característica boa para você. Além de paz, silêncio, tranquilidade e uma boa vibração, o Hotel Fazenda Vó Nina também abre espaço para os amantes de baladas produzirem seus eventos e curtirem suas noites cerdados pela natureza.
DISTRAÇÃO Nos dias quentes a piscina é a melhor opção
DECK MIRANTE O espaço oferece ambientes diferentes para os frequentadores
Seja para aniversários, casamentos, comemorações empresariais, religiosas ou reunião de família, o local está preparado para atendê-lo. “Procuramos abrir espaço para esses eventos em função de uma demanda que começou a questionar sobre o aluguel do espaço para festas”, explica a gerente Catharina Sartori. “É um lugar amplo e muito bonito. Temos um salão grande, onde cabem, em média, 300 pessoas”, garante. A estrada que leva ao hotel é asfaltada e de fácil acesso. Desde 2004, o hotel proporciona aos clientes momentos únicos. Para quem deseja aproveitar ainda mais o ambiente, a estrutura é composta por 23 suítes, todas com frigobar e TV, além de restaurante,
quatro piscinas, área de jogos, deck mirante, praça do fogo (para os dias mais frios), vestiário com chuveiros, campo de futebol, sala de TV, lago para pesca e uma bela ilha com 78 mil metros de extensão, sem contar as diversas atividades oferecidas como charrete e animais como pôneis, vacas, carneiros e cabras, que são ótimos como distração para adultos e crianças. O local também é ideal para quem quer fugir da agitação dos grandes centros, do barulho e da vida corrida. Outra vantagem é a proximidade com cidades como Três Rios (a 20min), Petrópolis (a 50min) e Juiz de Fora (a 30min). Seja para uma festa ou um fim de semana bem relaxante, o Hotel Fazenda Vó Nina é a opção ideal.
Hotel Fazenda Vó Nina Estrada RJ 151, km 07 Afonso Arinos – Levy Gasparian/RJ (24) 2254-1638 / 9822-3338 (21) 8013-0451 www.hotelfazendavonina.com .com/hotelfazendavonina
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VIAGEM CARTテグ POSTAL
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IMPOSSÍVEL NÃO
SE APAIXONAR! RAPOSO POR DIEGO
DIEGORAPO
SO.COM
coaria por mais três. Para um de Fiquei por três dias e fic ro te Klarisa que fica dent mer, indico o restauran além da comida incrível você pátio na cidade velha, como teto e, para aproveitar a janta com as estrelas beach club EastWest, lá você praia, indico o famoso uiçadeiras e se proteger do sol, pode relaxar nas espreg ovnik? que é bem forte. me encantou em Dubr Mas sabe o que mais de tirar o fôlego, isso porque, ar Um pôr-do-sol e um lu s praias europeias, a costa da da ria aio or disto diferente da m ra o Ocidente. E o melh Croácia está virada pa bom até setembro! tudo, é que tem tempo
DIEGO RAPOSO
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la do Adriático, faonhecida como a péro montanha-mar, pela mosa pela combinação ra que água mineral) água cristalina (mais clara aqueles que estão e destino descolado paeuropeus, Dubrovnik lneários cansados dos típicos baalquer um. encanta e surpreende qupático e totalmente adaptado ao O povo é muito sim gura e mínima. Fica praticar se turista. A cidade é supe uralha que é a principal atração m a um de preocupe mente dentro que fazer, mas não se do local. Não há muito e, pois fica difícil diante de um em dar atenção à cidad bocado de ilhas para descobrir. mar maravilhoso com um
CONTATO@
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VIAGEM DIÁRIO DE BORDO
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Chichen It
México Capital Cidade do México Área 1.972.550 km² População 113,7 milhões Moeda Peso Mexicano Fuso horário GMT-6
Quando ir
Muitos aconselham a viajar entre abril e agosto, pelo clima ser agradável e por estar fora da temporada de tempestades e furacões. Lembrando que em março acontece o famoso “Spring Break” portanto, se não procura por muita festa e bebida, descarte este mês. Como chegar
Não há voos diretos entre Brasil e Cancun. Agências de viagem oferecem diferentes pacotes, com voos pela Lan Airlines, fazendo conexão em Lima - Peru; Voos pela Copa Airlines, com conexão na Cidade do Panamá e voos pela Aeroméxico, com conexão na Cidade do México. Antes de viajar
Para entrar no México você precisará do visto (podendo utilizar o visto americano, caso já o possua). A boa notícia é que brasileiros podem tirar o ‘visto eletrônico’. A autorização é dada na hora, através do site do INM (Instituto Nacional de Migración) e permite que você fique até 30 dias no país. Onde ficar
Escolher um hotel em Cancun é a tarefa mais difícil para esta viagem, pois a zona hoteleira oferece boas opções. Fiquei no Riu Palace Las Americas e recomendo. Mas vale a pena pesquisar e ver qual deles mais lhe agrada.
Cenot e
Ik-Kil
Natália Lioncio em Cancun
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em dúvidas, não é a toa que Cancun é um dos destinos turísticos mais visitados do mundo. A cidade mexicana sempre foi minha primeira opção de viagem. Até que eu e minha prima, Andressa, decidimos ir pra lá, mesmo que só as duas. E assim foi. Depois de muito pesquisar, escolhemos o hotel e fechamos um pacote. Pouco tempo depois, lá fomos nós! Chegando em Cancun, a primeira coisa que me chamou a atenção foi o calor. Parecia que estávamos entrando em uma sauna. Com um calor bem diferente do daqui, mas muito agradável. Já no hotel, pensamos: “acertamos em cheio!”. Belíssimo, com uma ótima comida (com restaurantes japonês, italiano e brasileiro), funcionários muito atenciosos, quarto espaçoso com minibar e, o melhor de tudo, ficava muito próximo aos bares e baladas, aproximadamente uns cinco minutos. Nosso primeiro passeio foi o Jungle Tour (saindo de lancha pela lagoa, até chegar ao mar, para fazer o mergulho). Cada lancha com duas pessoas e muita risada pelo percurso, principalmente se for sua primeira vez pilotando [risos]. Nos dias seguintes ainda fizemos mais quatro passeios: ao parque Xel-Há, Cenote Ik-Kil, Chichen Itza e Isla Mujeres. Todos com comida e bebida inclusos no valor da entrada, que variava de 60 a 170 dólares. Recomendo todos eles! Isla Mujeres foi um dos melhores, com o inesquecível nado com os golfinhos e o paradisíaco parque Garrafon. revistaon.com.br
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VIAGEM DIÁRIO DE BORDO
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Onde comer
A grande maioria dos hotéis oferece o sistema All Inclusive, que inclui comida e todos os tipos de bebida, a qualquer hora do dia. Mas caso opte por um hotel sem este sistema, ou queira conhecer os restaurantes da cidade, os mais conhecidos são: Bubba Gump, Outback Steakhouse, Carlos’n Charlie’s e o Lorenzillo’s. Sendo este último, onde você escolhe diretamente do viveiro a lagosta que quer comer. O que fazer
Passeios: Jungle Tour, Isla Mujeres, Chichen-Itza, Cenote Ik Kil e parque Xel-Há. Baladas: Coco Bongo, The City, Señor Frogs, Cabana Beach, Mandala, Daddy’o e muitas outras.
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os golfi nhos
À noite, o leque de opções para festas é enorme, fica até difícil decidir. São todas Open Bar, com entradas variando de 45 a 70 dólares, dependendo do dia. Minha preferida foi a The City (a maior balada da América Latina), com “uns” quatro andares e capacidade para mais de 5.000 pessoas. Simplesmente incrível! Mas as outras também são sensacionais. A Coco Bongo, com seus animados shows e performances; o Señor Frogs, com seu clima diferente, copos enormes e o tobogã que passa por dentro da pista e cai na lagoa; Daddy’o com sua pista de dança giratória, etc. Em todas elas, o clima é de total descontração e não se vê nenhuma briga. Fazer amizade por lá é muito fácil. Além de mexicanos, conhecemos pessoas dos EUA, Canadá, Inglaterra, Argentina, Portugal e até algumas do Brasil. E para quem gosta de fazer compras, os preços de Cancun são ótimos. Com lojas de todas as marcas mais conhecidas, nos principais shoppings: Kukulcan Plaza, Plaza Las Americas e La Isla. Enfim, é uma viagem que todos deveriam fazer! Posso garantir que este paraíso é inesquecível e que, com certeza, marca a vida de todos que passam por lá.
Parque Garrafo n
Daddy’O
Coco B ong
o
The City
Rua da
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SABORES
Cordeiro de Natal
O
Natal está chegando e com ele todos os preparativos para a noite em que as pessoas se harmonizam, se confraternizam e se preparam para os presentes e a ceia. Mas quando chega esta época, surge a pergunta: “o que fazer?”. Tentando fugir dos pratos tradicionalíssimos, resolvemos dar uma dica bem diferente, criativa e saborosa: cordeiro de Natal. Essa receita tem uma história bem interessante. Mario Fonseca, dono de um antiquário reconhecido do Rio de Janeiro, adora cozinhar. Mora confortavelmente na Gávea e tem, em sua sala de estar, a cozinha mais equipada que já vimos; um sonho para qualquer cozinheiro! Uma vez ao mês, realiza um almoço para poucos amigos, evento que tem hora para começar e nunca termina antes da madrugada. Foi em um desses almoços que um amigo apresentou uma paleta de cordeiro assada inesquecível e facílima de fazer. A receita nos foi ensinada por um frequentador destes almoços, o restaurateur Eduardo Bellizzi. Para a ceia de Natal será um prato especial, que comporta muitos acompanhamentos. Nossa sugestão: farofa de frutas secas.
INGREDIENTES
1 perna de cordeiro limpa 65 dentes de alho descascados 100 gramas de alicci (enchovas em conserva) 2 litros de caldo de carne
MODO DE FAZER
Fure a carne com faca pontiaguda e coloque um dente de alho inteiro, ao lado. Em outro furo, coloque um pedacinho do alicci. Faça isso com 25 dentes de alho até terminar o alicci. Coloque a peça de carne em uma assadeira, cubra com papel alumínio e leve ao forno pré-aquecido médio por meia hora. À parte, faça um caldo de carne e coloque os 40 alhos inteiros e descascados para cozinhar. Reserve os alhos cozidos. Vá molhando o assado com esse caldo para amolecer a carne e deixá-la úmida. Asse por mais meia hora molhando sempre. Com o restante do alho cozido, amasse e faça um purê para acompanhar a carne. revistaon.com.br
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SABORES
Farofa de frutas secas INGREDIENTES
200g de manteiga 1 maçã vermelha fatiada 250g de abacaxi em cubos 1colher de açúcar mascavo 1 colher de chá de cada: canela, gengibre, E cominho em pó, páprica picante curry 2 dentes de alho picado 2 colheres de cebola picada 10 damascos em cubos 6 ameixas sem caroços em cubos 4 peras secas em cubos 6 figos secos em cubos 60 g de uvas passas pretas 1 banana em rodelas 60 g de amêndoas descascadas 60 g de pinoles Pimenta verde em grão 50 ml de cachaça envelhecida 130 g de pão de forma ralado Sal Coentro picado
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MODO DE FAZER
Derreta a manteiga e junte as maçãs e o abacaxi. Deixe cozinhar e coloque o açúcar mascavo. Deixe caramelizar e junte as especiarias, o alho e a cebola. Coloque todas as frutas secas e seque bem. Coloque a banana e flambe com cachaça. Retire do fogo, junte o pão de forma e misture bem. Coloque as amêndoas, pinoles, pimenta verde e coentro. Tempere. Os enfeites poderão ser de acordo com a época natalina, figos secos, damascos, castanhas, frutas ou o que preferir.
JCLICK
Tente! É facílimo e delicioso, além de inusitado! Bernadete Mattos Consultora graduada em gastronomia bemattos1@gmail.com Luiz Cesar Apresentador do programa Papo Gourmet, no Canal 5 luizcesarcl@uol.com.br
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SABORES
Sorte para o
Réveillon
Pérolas de açúcar a Beatriz Davies (Torta de nozes, uva passa branca e suspiro) FOTOS BARÃO
INGREDIENTES
125g de farinha 1 pitada de sal 1 colher de chá de fermento em pó 4 ovos 140g de açúcar 1 colher de chá de essência de nozes
60g de manteiga sem sal derretida e resfriada 100g de uva passa branca 100g de nozes picadas 2 latas de doce de leite 4 sacos de suspiros
MODO DE PREPARO
Unte uma forma redonda com manteiga e farinha de trigo. Pré-aqueça o forno a 180 graus. Peneire junto, a farinha de trigo, o sal e o fermento para torná-los bem leve. Bata os ovos com o açúcar até obter um creme esbranquiçado e espesso. Junte a essência de nozes e, em seguida, a farinha de trigo peneirando um terço de cada vez sobre a mistura. Com a última adição, acrescente a manteiga derretida já resfriada. Despeje a massa na forma e leve ao forno pré-aquecido por 40 minutos ou até que um espeto ou palito inserido no centro do bolo saia limpo. Deixe o bolo esfriar na forma por cinco minutos. Desenforme e deixe esfriar totalmente. Corte o bolo em três camadas e recheie com doce de leite, uva passa e nozes. Cubra o bolo com doce de leite e decore com suspiros.
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Barão Chef do restaurante Barão Gastronomia & Eventos, indicado e recomendado pelo Guia Quatro Rodas 2012 contato@baraogastronomia.com.br 168 Novembro | Dezembro
FOTO NUNO
ara muitas pessoas o Réveillon tem uma simbologia maior que o Natal, pois é a passagem para uma nova fase e, assim, a ceia tem que ajudar a trazer sorte, fartura, sucesso e prosperidade para o próximo ano. É por isso que os pratos típicos das festas de Réveillon são feitos com ingredientes que atraem boas energias, como a lentilha (a tradição manda consumir no Réveillon, dizem que dá sorte. A verdade é que a lentilha é um alimento que cresce quando cozido e, assim, faria a pessoa crescer também), a romã (dizem que atrai dinheiro. Mas para isso “acontecer”, você terá que partir a fruta em sete pedaços antes de comer e depois guardar as sementes em sua carteira), a uva (sinônimo de fartura. Se você guardar as sementes, também simboliza dinheiro), o arroz (servido na ceia de Réveillon, simboliza a fertilidade) e as nozes (recomendado para garantir fartura) e não podem faltar na mesa de Réveillon, nem que seja só na decoração. Só ficam de fora as aves, porque ciscam para trás, o que explica a preferência pela carne de porco, pois o porco fuça para frente, simbolizando, para os supersticiosos, prosperidade, progresso e sucesso na vida. Aproveite a dica do Barão para ter uma ceia deliciosa e com muita sorte.
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GUIA
Música
Cinema
Faroeste Caboclo (René Sampaio – 2013)
JOÃO LUIS E JAUCINEY João Luis começou na música em 1992 como vocalista da “Banda Toda Era”. Com o grupo, se apresentou em diversos eventos na região. Jauciney tornou-se conhecido em apresentações na extinta casa noturna Palhoça, em Paraíba do Sul. Foi tecladista dos grupos “Arte e Sedução” e “Lobos Solitários”.
Em 2002, os dois se conheceram e formaram a dupla que, hoje, faz apresentações em festas em várias cidades da região, inclusive na tradicional festa de Matosinhos. A dupla agita as noites com a guitarra inconfundível de João Luis e os acordes do teclado de Jauciney.
Para ouvir as músicas: www.joaoluisejauciney.com.br
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A vida de João de Santo Cristo está prestes a ser vista nas telonas. Faroeste Caboclo é a adaptação cinematográfica da música famosa de Renato Russo. O longa conta a história do baiano João de Santo Cristo, que parte em busca de uma vida melhor em Brasília e se apaixona por Maria Lúcia. O filme estava previsto para estrear em 2012, porém, após a produção ser interrompida por falta de orçamento, o lançamento foi adiado e deve ser finalizado apenas em 2013. Até lá, outro longa promete agradar os fãs da Legião Urbana. “Somos tão Jovens”, com Thiago Mendonça no papel de Renato, chega aos cinemas no começo do ano.
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