FB | Matéria Revista On Petrópolis #15

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editorial

#15 Direção Felipe Vasconcellos (felipe@fiobranco.com.br) Financeiro Sabrina Vasconcellos (sa@fiobranco.com.br) Juliana Brandelli (juliana@fiobranco.com.br) coordenação Bárbara Caputo barbara@fiobranco.com.br (24) 98864-8524 Edição Frederico Nogueira (frederico@fiobranco.com.br)

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xplorar a paixão para explorar as paixões. Assim pode ser resumida a carreira de Hugo Carneiro, capa desta edição. Apaixonado por fotografia, descobriu que a dedicação ao hobby poderia se tornar a profissão e que os cliques cheios de emoções e seriam capazes de gravar os detalhes do apaixonados. O talento colocou Hugo entre os 20 melhores fotógrafos de casamento do mundo, de acordo com a Wedding Photography Select. O Hugo e alguns de seus cliques mais incríveis estão a partir da página 35.

Por falar em carreira certa e vocação, outros dois nomes se destacam nas próximas páginas e em toda a cidade de Petrópolis: Célio Barbosa e Francisco Marcos Rohling. Ambos ligados ao exercício do direito, mas de formas diferentes e com importantes contribuições para a sociedade. Um livro escrito por 40 mulheres, os benefícios da prática de tênis, as dúvidas sobre a vacina contra o HPV, as novidades da Praça da Liberdade e outros temas, como moda, gastronomia e música, estão a seguir. Vire a página e aproveite a leitura!

Redação Marianne Wilbert (marianne@fiobranco.com.br) comercial Petrópolis Ingrid Rizzo (ingrid@fiobranco.com.br) (24) 98862-8528 Três Rios Emeline Maia (emeline@fiobranco.com.br) (24) 98843-7944 criação Ed Silva Felipe Vasconcellos Jonas Souza Maicon Pereira Estagiários Tatila Nascimento Rafae Luna colaboração Eduardo Jorge (eduardojorge.com@gmail.com) Fernanda Eloy (fernanda.eloy@hotmail.com.br) Helder Caldeira (helder@heldercaldeira.com.br) Heverton da Matta (heverton@fiobranco.com.br) Hugo Guimarães (hugo@fiobranco.com.br) José Ângelo Costa (angelo@fiobranco.com.br) Nathália Pandeló (nathalia@fiobranco.com.br) Philippe Guédon (phiguedon@gmail.com) Roberto Wagner (rwnogueira@uol.com.br) Foto de capa Hugo Carneiro Fotografia Distribuição Gratuita e dirigida em Petrópolis, Itaipava, Araras, Nogueira, Corrêas, Pedro do Rio e Posse. Também à venda nas bancas.

Índice GENTE 05 Carreira 10 Cultura 12 entrevista 15 Opinião 18 Persone 20 arquitetura & Construção

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BEM-ESTAR 22 esporte 26 Saúde

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FESTAS 32 música 35 Capa

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MODA 39 estilo 42 Cotidiano 44 Tendência

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TURISMO & GASTRONOMIA 45 atrativo 48 Sabores 50 Viagem

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Fiobranco Editora Rua Deputado Altair de Oliveira Lima, 30/04 | Itaipava | Petrópolis - RJ | 25.740-180 Rua Prefeito Walter Francklin, 13/404 | Centro | Três Rios - RJ | 25.803-010 Telefone (24) 2252-8524 E-mail sac@revistaon.com.br Portal www.revistaon.com.br

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GENTE

reViSTa ON

carreira 5 cultura 10 entrevista 12 opinião 15 persone 18 arquitetura & construção 20

O artista das leis POR JOSÉ ÂNgeLO COSTa

FOTOS arqUiVO PeSSOaL

Célio Barbosa é um dos mais influentes e conceituados advogados de Petrópolis. Nascido em 17 de janeiro de 1944, milita no direito há 41 anos e quer continuar firme na profissão que sempre amou. Mas, este homem, culto, poeta, artista, bom caráter e afável nem sempre ficou dentro de um escritório, vestindo terno e estudando processos. Ele também é um talentoso músico e tocou diversas vezes em orquestras e bandas.

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GENTE Carreira

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élio conheceu, com a música, artistas de renome e ganhou prestígio, tanto no Brasil como no exterior. Hoje, não consegue mais conciliar as duas atividades devido à rotina de trabalho. Uma curiosidade é que ambas lhe proporcionaram visitas a vários países, como Japão, Estados Unidos, Portugal, Alemanha, Grécia, Inglaterra, Espanha, Holanda, França, Israel e Egito. Algumas, na companhia do amigo de infância, o advogado e jornalista Fernando Costa. Apesar de conquistas e méritos, o mais importante é a admiração dos colegas, o respeito do meio social e as amizades que fez. Natural de Três Rios, escolheu Petrópolis há 47 anos para viver e trabalhar. Foi na terra de Pedro que fincou raízes profundas e conquistou credibilidade, respeito e o carinho dos amigos. Cresceu em uma família onde a música estava no sangue. Nem bem descobriu a paixão por esta arte, tão logo tratou de ingressar em bandas musicais que faziam apresentações diversas. Não faltaram composições de letras e melodias. Sua preferência é pelo jazz, um ritmo norte-americano, porém, conhece a fundo a tradicional Música Popular Brasileira (MPB). Como trombista de orquestras, esteve em eventos no Japão, inúmeras vezes, e nos Estados Unidos. Fez incursões na América Latina, Europa e Oriente Médio. Atuou ao lado de astros como Lisa Ono, Elis Regina, Sarah Vaughan, Elizeth Cardoso e Leny Andrade e integrou os elencos dos consagrados artistas Walter Wanderley, Waldyr Barros, Sargentelli, Sadau Watanabe e Juarez Araújo. Em Petrópolis, tocou em concertos do pianista Fernando Mora, incluindo Lana Bittencourt, Walter Copacabana e Titto Santos. Sem falar de participações em festivais, inclusive universitários, de TVs, com destaque para a antiga Manchete, da Bloch. Além da música, herdou dos pais, Calixto e Celina Barbosa, a formação moral e religiosa. As lembranças do passado continuam guardadas na memória, mesmo depois de tanto tempo. Da época de infância, recorda-se de uma fase boa, feliz, cheia de amizades e atividades esportivas e artísticas. “Não esqueço dos meus colegas de escola, do ginásio. Não 6

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BACHARELADO Turma de direito da UCP em 1973

EXTERIOR Em uma de suas viagens ao Japão

esqueço dos meus amigos do grupo escolar”, menciona. Em Três, Rios, por nove anos foi funcionário da Companhia Santa Matilde, uma grande firma responsável pela construção de trens. Na empresa, exerceu os cargos de inspetor de produção e auxiliar de projetista. O contato com a atual profissão teve início na sequência da colação de grau pela Faculdade de Direito da Universidade Católica de Petrópolis (UCP), em 1973. Quando obteve o bacharelado, recebeu o convite de um velho amigo e conhecido da juventude, o trirriense Fernando Costa, e juntos montaram um escritório estabelecido até hoje no Centro Histórico da cidade. E lá se vão 41 anos de sociedade. Célio Barbosa afirma que optou pela advocacia por se tratar de uma carreira envolvente. “O direito é o aperfeiçoamento. Você pode, por

CALIXTO E CELINA Pais do advogado Célio Barbosa

exemplo, estudar e se aprimorar. Não digo que ninguém nasça advogado. Tem determinados dons que devemos cultuar. O dom de falar, escrever bem. Isso o advogado tem que fazer”. Fora o direito, acumula premiações e serviços prestados a sociedade. É detentor da Medalha Tiradentes, condecoração conferida pelo Poder Legislativo do Estado do Rio, Medalha do Mérito Jurídico, membro emérito da Academia Petropolitana de Letras Jurídicas e membro efetivo da Academia Brasileira de Poesia, Casa Raul de Leoni. Fora isso, é membro do


mesmo estando tanto tempo afastado de Três rios, Célio Barbosa ainda recorda dos amigos e colegas de escola

NA MÍDIA Com o apresentador de TV Amaury Jr.

Instituto Histórico e Geográfico de Uruguaiana (RS), da Academia de Letras e Artes de Paracambi, da Academia Inter-

nacional de Lutéce, com sede na França, da União Brasileira de Trovadores, Seção Petrópolis, entre outros. No currículo, constam ainda o título de Cidadão Petropolitano e cursos de pós-graduação nas searas do direito. Tudo isso o torna reconhecido e apreciado no meio social. “O Célio é muito inteligente, muito culto, um espírito maravilhoso. Não estou falando isso porque ele é meu sócio ou porque ele é meu amigo. Estou falando porque é uma pessoa maravilhosa mesmo. É uma pessoa que confia plenamente e de uma dedicação total. Se você entrega uma tarefa para ele, você pode esquecer, que é

uma pessoa de plena confiança”, declara Fernando Costa. Segundo comenta, a consideração que existe entre ambos é sublime e está acima de qualquer coisa. Também o descreve como um homem de virtudes e de caráter. Sólidas amizades

O advogado e músico se intitula petropolitano de coração tal como é trirriense de nascimento. São anos de convivência no município da Serra Fluminense. Ao longo deste período, constituiu muitos laços de afetividade. Um exemplo é a jornalista Andréa Lopes Garcia. Ambos se conhecem há dez anos e ela diz ter um amigo como poucos. Detém um caráter ímpar e sempre carrega sábios e carinhosos conselhos. É certeiro em suas colocações, que abrangem larga bagagem cultural. “É uma honra tê-lo como amigo e poder contar com sua fidelidade e desfrutar de sua sapiência”, ressalta. Poeta, jornalista e escritora, Christiane


GENTE Carreira

SOCIEDADE Com o casal Donato e Wanda D’Angelo

COSTA E BARBOSA ADVOGADOS Célio, Fernando Costa e equipe do escritório

ACADÊMICOS NA APL Desembargador Luiz Felipe Francisco, Célio Barbosa e Fernando Costa

AMIZADES Frei Moser, Fernando Costa e Amauri de Lima

Para o sócio e amigo Fernando Costa, Célio é um profissional competente, dedicado e de plena confiança, além de ser um homem com espírito maravilhoso.

INSTITUTO HISTÓRICO Rosângela Ribas e Cinara Jorge ladeadas por Célio Barbosa e Fernando Costa

pensamento desde a infância. “É até hoje recordado por muitos trirrienses o dia 7 de setembro, quando Célio maravilhou a todos com o ‘Toque do Silêncio’ na nossa Praça São Sebastião. Reverberou por todo o desfile escolar a música que ele tão linda e sentidamente interpretou. Todos olhavam, cabeças erguidas, a figura de Célio que com sua postura sempre elegante, naquele dia parecia gigantesca. O silêncio respeitoso e admirado denunciava a emoção coletiva”. Também de Três Rios, a professora Maria Eugênia Gomes Barbosa se recorda de Célio e Fernando. “Falar sobre eles é muito fácil, os conheci muito jovens no Colégio Ruy Barbosa. Acompanhei, como acompanho, como uma ‘mãezona’, orgulhosa e fã destes doutores em suas trajetórias de vidas escolares e profissionais” Literatura

Michelin o qualifica como uma das figuras mais respeitadas e queridas da sociedade. A presidente da Academia Petropolitana de Letras revela um aspecto interessante de quando o encontrou pela primeira vez. O talento musical foi o que mais lhe despertou a atenção. “Por meio do Fernando Costa tive o prazer de compartilhar de saborosas histórias de suas muitas viagens levando a música e o carisma brasileiro mundo afora. Depois, veio a descoberta de seu prazer pela boa mesa e pelos bons vinhos, o que nos tornou mais próximos”. Elizabeth de Souza da Costa e Oliveira, também uma das fundadoras do escritório, o qualifica não somente como um 8

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“nobre colega nas lides do direito”, mas um irmão desde a juventude. “A amizade está cristalizada na certeza de perdurar para além da vida terrena. É uma honra fazer parte de sua banca, quando junto de meu irmão Fernando (Costa), em 1º de abril de 1973, os três fincamos os pilares de nosso escritório. Hoje nosso quadro se completa com a juventude e dedicação da sobrinha Carla e da irmã Ana Luzia. Alegria maior é compartilhar de notável saber e desfrutar de suas inegáveis virtudes morais e intelectuais”, profere. Membro do Instituto Histórico de Petrópolis, Cinara Maria Bastos Jorge Andrade do Nascimento lembra do advogado como personagem que povoa seu

Além de músico, profissional do direito, artista e apreciador de um bom vinho e uma boa cerveja, costuma militar na poesia. Alguns de seus versos estão documentados na revista da Academia Brasileira de Poesia – Casa Raul de Leoni, nº17 de dezembro de 2013. Neste, encontramos “Amor Sem Fim”, “A Paz é a Criança em Nós” e “Saudades”. “Eu não sou de fazer poesia de encomenda. Existem pessoas que têm facilidade de escrever. Tenho que estar muito motivado para escrever coisas que gosto. Então, de vez em quando pego uma razoável. Poesia para mim tem o momento certo”, finaliza Célio Barbosa.


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GENTE CULTURA

VIDAS EM PAlAVRAS POR mariaNNe WiLBerT

FOTOS arqUiVO PeSSSOaL

Umas escrevem na surdina, confidenciando o que sentem somente ao papel, com receio que um dia alguém os leia. Já outras, sonham pela oportunidade de dividir suas palavras para que estas atinjam outras pessoas, e assim se perpetuem. Aquelas que se encaixam no segundo grupo participam da antologia “Escrito por Elas”, a ser lançada pela Editora Aerdna.

Eu escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida”. “Escrever que é o verdadeiro prazer; ser lido é um prazer superficial”. Estas frases foram escritas, respectivamente, por elas: Clarice Lispector e Virginia Woolf, e expressam quase que com exatidão o porquê dessa necessidade de tentar transpor alguns sentimentos e experiências para o papel. Mas se “ser lido é (realmente) um prazer superficial” é o que Ana Paula Ligeiro, Angela Macedo, Bianca Lopes, Carla Coelho, Carmem Elias, Carmen Felicetti, Catarina Maul, Cristina Bernardes, Daura Barbosa, Deise Davila, Doroti Cercato, Elena Canedo, Eugênia Rodrigues da Silva, Evarnize Ravelli, Fernanda Tavares, Gina Teixeira, Ilbelis Almeida, Katia Chalita, Léa Schmidt, 10

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Letícia Fávero, Luka Dias, Maria Inez do Espírito Santo, Maria Luiza Araújo, Marilú Cruzick, Martha Stoffella, Mary Guido Guimarães, Mathilde Cortes, Monica David, Monique Bertoldi, Neyse Lioy, Nicole Collet, Patrícia Portugal, Rita Tré Becker, Rosane Botelho, Thereza Guinle Gentil, Vera Fabiano, Vera Mendoliveira, Vera Taulois, Verônica de Mello e esta que lhes escreve terão a chance de descobrir, com a publicação da antologia “Escrito por elas”, a ser lançada pela Editora Aerdna. A obra reúne crônicas e poesias de autoras, em sua maioria de Petrópolis, como também de São Paulo, Rio de Janeiro, Teresópolis, Juiz de Fora, Itaguaí e Rio das Ostras. “São 40 autoras. A maioria são iniciantes e, entre elas, há uma senhora de 80 anos, dona Eugênia, que está estreando no mundo literário.

Achei o máximo!”, destaca a jornalista Andréa Lopes, coordenadora do livro. Cada texto tem um assunto diferente, já que o tema era livre e cada autora poderia participar com uma crônica e uma poesia. “Recebi exatamente 83 obras. Algumas eram tão boas que já escolhi logo de início. Porém, foi difícil selecionar o restante, afinal eram mulheres escrevendo e colocando um pouco de si, de suas vivências, dava para sentir o carinho em cada palavra. Como critério de seleção, levei em conta a construção da redação e originalidade do assunto. Às que não foram selecionadas, enviei um e-mail e dei pequenos toques no que poderiam melhorar no desenvolvimento dos textos. Pretendo publicar um segundo volume e, quem sabe, com os textos melhorados, elas poderão ser selecionadas”, explica Andréa.


Entre os temas escolhidos, a aposentada Mathilde Cortês, por exemplo, optou por falar sobre a natureza. “Resolvi participar da antologia para ampliar meus horizontes literários e contribuir para divulgar as belezas naturais de Petrópolis, uma região tão rica e exuberante”. Já Ilbelis Esteves, 80 anos, participa da obra com dois textos. “Sempre escrevi poesias desde jovem e com a de nome ‘Renovação’, escrita em 1958, tirei o segundo lugar no concurso da secretaria de Cultura de Teresópolis, onde moro. Também enviei uma crônica, intitulada ‘Divagações’, sobre as mudanças do mundo atual”, recorda Ilbelis. Assuntos como família, relacionamento, cotidiano, maternidade, solidão, amor e aventura também estão presentes. Já a jornalista Letícia Fávero optou por uma crônica que escreveu ainda na adolescência. “Acabei pegando uma crônica bem antiga no meio dos meus escritos, algo de quando eu tinha uns 17, 18 anos. Parecia o texto de outra pessoa! A crônica é curta e bem simples, com um título autoexplicativo: ‘Sobre luas crescentes e amores minguantes’. Sem nomes de personagens, sem caracterizações, sem localização específica no tempo e no espaço, só um pouquinho de romances agridoces inventados ao som de Beatles”, revela. Com a possibilidade de escrever sobre qualquer assunto e, desta vez, com a certeza que o texto será lido por diversas pessoas, é normal que bata um “desespero”, que se mistura à ansiedade e à em-

polgação, sobre que tema abordar. “O tema do meu texto é complexo. Por mais que escrever fosse um sonho de muito tempo, foi doloroso me ver em outro momento da carreira, portanto, escolhi ‘O medo de não ser brilhante’”, comenta a jornalista Carla Coelho. A escritora ainda explica o motivo da decisão de participar da antologia. “Recebi o convite da Andréa e foi uma grande alegria, pois meu oficio é escrever, e publicar um artigo, ou ainda um livro, sempre foi um sonho. Atuei por muitos anos numa editora e tudo relacionado a livros me encanta, desde a elaboração até o cheiro de livro novinho logo que sai da máquina. Participar da antologia também é ingressar em um novo contexto profissional, já que atuo como jornalista, assessora de imprensa, produtora cultural e professora universitária”, conclui. A participação na antologia também é a oportunidade que novas autoras têm de exporem seus trabalhos e adentrarem no mundo literário, que é uma das grandes dificuldades para quem está começando. “Resolvi participar dessa antologia porque a distribuição dos livros constitui a maior dificuldade para os novos escritores. Tenho dois livros publicados (independentes) e participo de 12 antologias nacionais. Para vender meus livros, visitei muitas escolas. É um trabalho árduo. Através de antologias, um autor divulga o outro”, relata a professora Doroti Cercato.

Quanto a mim, caso você esteja se perguntando, depois de revirar tantos textos engavetados, acabei optando pela crônica “Deus a abençoe”, que trata de uma vendedora de balas que sempre observo na rua; e pela poesia “Se existe um Deus”, que discorre sobre um dos meus inesgotáveis questionamentos. O lançamento da antologia “Escrito por elas” ocorre no dia 14 de junho, na Casa de Cláudio de Souza, com a chancela da Academia Petropolitana de Letras. A venda dos livros acontecerá no dia, com as autoras, e, depois, na loja da Editora Vozes, no Centro da cidade.

MATHILDE CORTÊS A aposentada resolveu ter a natureza como tema do texto

LETÍCIA FÁVERO A jornalista escolheu uma crônica escrita ainda na adolescência

CARLA COELHO Escrever e publicar um artigo ou livro sempre foi um sonho da jornalista

ANDRÉA LOPES Foi a responsável por coordenar e escolher os textos que fazem parte do livro

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GENTE ENTREVISTA

“PARA MIM, O AlUNO QUE cOlA É UM ESTElIONATÁRIO, EMITE UM cHEQUE SEM FUNDO” POR JOSÉ ÂNgeLO COSTa

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Formado em direito pela UCP, o professor Francisco Marcos Rohling ganhou em 1º de abril o título de Doutor Honoris Causa pelos 50 anos como docente. Mesmo tendo atuado como advogado, sua paixão sempre foi pela sala de aula, contribuindo para a formação de novos profissionais.

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ilho dos lavradores Marcos Rohling e Maria Oenning Rohling, nasceu em 15 de novembro de 1935, no sul de Santa Catarina. Desde muito cedo, conviveu com a simplicidade do meio rural na fazenda que era de propriedade dos pais. Quando migrou para Petrópolis, na década de 1960, formou-se em direito na quarta turma de bacharéis da Universidade Católica de Petrópolis, entidade onde exerce até hoje a atividade de professor. O convite para morar na cidade da Região Serrana do Rio surgiu por meio de um amigo do pai. Com 14 anos de idade, após desembarcar de um DC-3, um avião bimotor revolucionário nas décadas de 30 e 40, to12

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mou um ônibus na Praça Mauá, no Rio. Quando chegou ao município, encontrou Frei Matias, então responsável pela mudança do jovem, e o primeiro lugar onde ficou foi o Seminário dos Franciscanos. Rohling trabalhou como funcionário público federal dos Correios e cursou doutorado em direito na Universidade da Guanabara, entre 1961 e 1963. Seu primeiro contato com a sala de aula, portanto, como educador, ocorreu em 1964, com apenas 28 anos. A disciplina era “Introdução ao Direito”. Desde então, nunca deixou a atividade, que em 2014 completou 50 anos. Ao longo deste tempo, conseguiu formar diversos profissionais, alguns até vieram a ocupar

cargos importantes na Justiça do Brasil. Foi responsável pela implantação e coordenação do curso de especialização (pós-graduação lato sensu) em Direito Processual Civil da UCP, que por duas décadas contribuiu de modo significativo na qualificação acadêmica e profissional de centenas de advogados e professores de direito. Atualmente, além de educador, é membro da Academia Petropolitana de Letras Jurídicas. É autor de trabalhos jurídicos publicados e proferiu palestras e conferências em inúmeros eventos. Ainda tem no vasto currículo a comenda da Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho, outorgada pelo Tribunal Superior do Trabalho.


01 Por que se interessou pela carreira no direito? Não era nem por uma questão financeira, nem nada. Era tendência. O direito trabalha com o raciocínio, com princípios e lógica. Isto sempre me atraiu muito, as ciências humanas. Não é a área de matemática, de técnica. Sou um pouco avesso e resisto à técnica. É conhecimento teórico-doutrinário. Então, essa é a razão de ter escolhido. 02

E como professor universitário? O que me fez vir à Petrópolis foi um diretor da Editora Vozes, que era amigo da família e perguntou se eu não gostaria de fazer o curso superior aqui, que havia instituído a Faculdade de Direito. Em conversas, ele percebeu qual era a minha linha e disse que tinha como me convidar e me levar. Daí pediu para aguardar um telegrama. Três, quatro dias depois, veio o telegrama e recebi com muita alegria. Imediatamente, juntei minhas tralhas e vim para Petrópolis. Peguei um avião oito e pouco da manhã e cheguei quatro horas da tarde no Rio. Fui para o convento e iniciei imediatamente minha atividade na escola dos Canarinhos, que era mantida pela Editora Vozes. E aí vai um pouco, digamos assim, a minha experiência docente, que começou no primário, no Ensino Médio. 03 Como advogado, o senhor chegou a atuar? Sim, atuei muitos anos. Tive um escritório no Edifício Profissional junto com outro colega. Na época, quem quisesse, vamos dizer, ter um certo conceito, tinha que ter escritório no Edifício Profissional. 04

Era sempre no Edifício Profissional? É, tinha que ser. Eram dois edifícios. Era o Cinda e o Profissional. Nós tivemos escritório lá, na [sala] 401, durante anos. Bom, aí advoguei não por muito tempo, mas veio a questão da universidade e aquilo foi me absorvendo e a advocacia foi ficando de lado até pela minha inclinação mais para esse tipo de atividade docente. 05 Então, gosta mais da sala de aula do que do escritório?

Sim, sem dúvida. Acontece o seguinte: nós criamos o Núcleo de Práticas Jurídicas, em 1969, que era o Centro de Pesquisas Jurídicas e Prática Forense. Eu fui um dos fundadores. Nesse núcleo é que desenvolvi muito minha atividade como advogado. Todos os dias havia audiência. Atendíamos a população carente e junto com alunos. Atendia e você tinha que acompanhar o processo. No fórum, fazia contestação conforme o caso, sempre junto com os alunos. Trabalhávamos em conjunto. Era uma atividade tipo defensoria pública, uma coisa estafante. Tínhamos dezenas de processos semanais novos. Era algo que nos deixava estressado. Chegava no fim de semana morto. Mas aquilo ajudava muito como professor, você vivia aquela prática, uma clientela diversificada, tudo quanto é tipo de processo, ação de alimentos, família, separação, busca e apreensão de menor. Eu dirigi o Núcleo de Práticas Jurídicas durante mais de 20 anos e também passei a ser o advogado da universidade, assessor jurídico. 06 Recentemente, lhe foi concedido o título de Doutor Honoris Causa, ao completar 50 anos como docente. Como avalia a importância deste prêmio? Bom, obviamente, vou fazer aqui uma comparação que dizemos assim: há certas coisas que você não pode pretender, mas também não pode recusar. Isso para mim foi uma grande surpresa, esse título. Jamais pensei nisso. Não resta dúvida. A gente é humano e isso dá uma massagem no ego de cada um. Agora, eu não esperava. Então, isso para mim, constituiu um motivo pessoal de ficar feliz, satisfeito, porque percebemos que o seu trabalho está sendo reconhecido. O que, na verdade, eu não esperava é a repercussão disso e, vamos dizer, o tamanho desta homenagem. Receber o título, nobre título, Doutor Honoris Causa. Quem é que não gosta de ter isto em seu currículo? Claro que sim, mas a repercussão disso é que para mim foi totalmente surpresa. Porque o ministro Aloysio Corrêa da Veiga, que foi meu aluno, já tinha me concedido a comenda da Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho lá em Brasília, veio com a família e me prestigiou aqui. Então, isso foi gratifican-

te, muita honra para mim. Vieram outros, o Marcos Faver, Miguel Pachá, desembargadores inúmeros que foram alunos, gente do Ministério Público, outras autoridades. Inclusive, estaduais e federais. Estou fazendo até um relatório enorme de agradecimento às pessoas que estiveram aqui. Silvio Capanema, desembargador, Hugo Leal, Alexandre de Freitas Câmara. Para você conseguir uma brecha na agenda deste desembargador não é fácil, mas ele, comigo, sempre foi assim. 07 É um incentivo a mais para continuar lecionando? Com certeza. Até quando não se sabe, mas depois de 50 anos de magistério a expectativa do futuro é bem menor do que a retrospectiva do passado. Mas, de qualquer maneira, estamos aí. Graças a Deus, tenho tido saúde e disposição. Não precisei, ao longo dos 50 anos, me afastar, não precisei faltar, não chego atrasado. Eventualmente, estive no exterior, mas a serviço da universidade. Então não estava faltando e sempre tinha alguém para substituir em uma aula e outra. 08 Ao longo destes 50 anos, pode mencionar as transformações ocorridas na profissão? É claro que houve muitas. Quando comecei a fazer direito, não podíamos pensar em inseminação artificial, nunca tínhamos ouvido falar nisso. Então, veja bem, a área do Direito de Família, onde houve maiores mudanças, evidentemente, era muito tradicional, aquela família ainda do início do século, da autoridade do pai em que a mulher, mesmo que fosse maior de idade, tivesse 21 anos, portanto, emancipada e teria a capacidade plena. Mas, se casasse com 25 anos, perdia a capacidade plena. Tornava-se dependente do marido para qualquer ato. Se quisesse dar uma procuração para uma mulher casada teria que ter autorização do esposo. Isso começou a mudar no dia 27 de agosto de 1962, pela lei 4.12, chamada Estatuto da Mulher Casada. Muita mulher casada, hoje ainda, não tem noção das mudanças que essa lei trouxe. Então, no ordenamento jurídico, houve mudanças muito fortes e, obviamente, que isso exige do professor um acompanhamento. Ele tem que estar sempre antenado. revistaon.com.br

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GENTE ENTREVISTA

Todos os dias, leio, estudo, procuro ver o que há de novo na jurisprudência, na doutrina. Sempre sai alguma novidade, algumas até absurdas, mas estão aí, pipocando. Você precisar estar a par disso. 09

A maioria dos brasileiros costuma questionar as falhas e a lentidão da Justiça em nosso país. O que pensa a respeito disso? Tenho uma visão do Poder Judiciário positiva. A gente tem que ser realista. A maioria dos magistrados é de gente capaz, honesta. Claro que há deficiências. Sempre cito que o problema é a generalização. Nas aulas eu digo. Existem alunos que colam? Existem. Para mim, o aluno que cola é um estelionatário, emite um cheque sem fundo. Ele te apresenta uma prova que não traduz um fundo, o conhecimento. Mas, a partir daí eu vou generalizar? Não vou dizer que todo mundo cola. Eu falo por mim. Nunca colei. Essa é uma questão minha, ética. Então, eu posso falar desta aversão à cola até por uma formação, vivência minha. Agora, falando do magistrado, existem juízes desonestos? Existem. Alunos desonestos, professores, jornalistas. O Poder Judiciário. Existe um inchaço de processos, tudo acumulado, lotado. Eu estava vendo uma reportagem, acho que foi na Globo ou na Veja. Juiz com trinta e tantos mil processos lá, tudo empilhado. Como é que ele vai dar conta disso? É impossível dar conta desse recado. Claro que há juiz malandro, preguiçoso, mas a maioria que eu conheço é de gente dedicada, que luta, trabalha, fica estressado de tanto trabalhar. Tenho que olhar pelo lado positivo. Neste ponto sou muito otimista, gosto de ver a coisa pelo lado bom e não pelo lado negativo. 10 Como educador, já lecionou para mais de 5.000 alunos. Destes, lembra-se de alguém que tenha chegado ao mais alto cargo no direito? O ministro Aloysio Corrêa da Veiga, que foi meu aluno durante o curso todo e meu auxiliar no Núcleo de Práticas Jurídicas. Alexandre de Paula Dupeyrat Martins, lá do Valparaiso, foi Ministro da Justiça, também foi meu aluno, e juízes daqui. Por exemplo, de São Pedro da 14

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Aldeia, tem uma mocinha que foi minha aluna e é juíza lá, outra em Volta Redonda, sobrinha do padre Renato, juíza também. E assim por aí afora. 11 Que orientações daria para quem almeja trabalhar como advogado, promotor ou juiz de direito? O que é necessário para ser um bom profissional? Fundamental é conhecer teoria, doutrina. Sem isso, o sujeito fica como um joguete, à mercê de outros. Ele tem que conhecer e dominar a ciência do direito e deve estudar sempre. É como eu digo. Não dou uma aula sem prepará-la. E preparo por dupla razão. Primeiro, porque procuro me atualizar e segundo, é importante eu mesmo me motivar. Tenho que ir para a aula com aquela idéia de que vou comunicar alguma coisa nova, um aspecto novo. Isso me dá gás, motivação. Porque se for lá ficar repetindo aquilo burocraticamente, repassando para o aluno, eu mesmo me torno enfadonho e o aluno percebe quando o professor não tem motivação, que está fazendo aquilo por que não tem outro jeito. O que é importante, lembrando de São Paulo, o apóstolo, são muitos os dons, mas um só é o espírito. Agora, as variáveis são muitas. Um vai ser consultor de empresa, outro vai ser advogado, outro quer ser juiz, outro delegado, outro quer ser professor de direito. São muitas, mas todas tem que estar engajadas nesta mensagem de que o direito é um meio para se chegar ao bem comum, de toda uma sociedade e todos devem trabalhar nesse sentido. O importante é que a gente carregue sempre motivação. Tem que ter ideal e gostar daquilo que você faz. 12 Sente falta da vida simples em Santa Catarina? Gostaria de poder regressar para o Sul? Quem é que não sente saudade da infância, da vida simples, sobretudo de uma vida no interior. Todos nós temos. Agora, hoje é uma realidade que não sei se suportaria porque você acaba com o envolvimento que tem. Dizer que sinto falta, talvez não seja bem a expressão, mas, de vez em quando, vou lá, gosto de estar com a turma. Mas acho que essa vida lá já não me realizaria.


GENTE OPINIÃO

DEIXA PRA lÁ O primeiro beijo no rosto, a vergonha, o segundo beijo na boca fechada, o terceiro de língua, e bingo! Sexo selvagem!

A

POR rOBerTO WagNer

lice e Mateus casaram-se na Igreja Matriz São Sebastião, festa linda que parou a cidade. A simpatia do casal atraiu do pipoqueiro ao prefeito, muito embora só o segundo tenha sido convidado. Mateus, na ocasião contava 29 anos e Alice 27. Frequentavam juntos a melhor academia da cidade e geravam olhares invejosos dos outros usuários. Não consigo neste breve espaço, gentilmente cedido pela On, descrever o biotipo completo dos dois, entretanto, só posso afiançar-lhe que poderiam muito bem ser modelos de qualquer agência do Brasil e exterior. Confissões íntimas: o casal mantinha uma intensa vida amorosa e sexual, o que é próprio de tão tenra idade e de corpos tão belos. Nesta harmonia resolveram viver por um tempo nos EUA, Mateus ganhara uma bolsa de estudos da Universidade de Yale para cursar um doutorado em Economia, e conseguiu levar a esposa consigo. Alguns anos depois voltaram ao país e fixaram residência em Três Rios. Depois de 15 anos de casados as coisas mudaram, vieram os filhos: dois, as dificuldades em educá-los, e as turbulências normais de um casal. Normalmente, o tesão arrefeceu e o relacionamento carinhoso mudou o perfil, passaram-se a se chamar de pai e mãe. Se antes eram ‘tutinha’ e ‘tutuco’, agora o tratamento mudara para ‘pai’ e ‘mãe’. Mateus ficara barrigudo e vivia de camisa do Flamengo e Alice ganhou uns ‘pneuzinhos’, mas continuava um tesão (pelo menos para mim). Não deu outra, brocharam. Alice conheceu Rodrigo na multinacional onde ambos trabalhavam. Foi numa viagem ao exterior pela companhia, se toparam coincidentemente no hall do hotel, a atração física bateu na hora. Bate papo, tomaram uns drinks. O primeiro beijo no rosto, a vergonha; o segundo beijo na boca fechada; o terceiro de língua, e bingo! Sexo selvagem! Alice passou a viver um relacionamento paralelo com Rodrigo. Com Rodrigo, Alice era a gostosa. Calças justas, shorts deliciosos, rasteirinhas, muita sensualidade. Todas as roupas delas eram compradas juntos, ela e Rodrigo. Tinha na casa dele um armário só de roupas para seus encontros. Antes de retornar para casa, ela trocava-as e colocava os vestuários de ‘doninha’ e desse modo chegava em casa. Mateus continuava sua vidinha: cerveja com os amigos,

futebol, jogos do brasileirão no bar Iluminados, camisa do Flamengo suada, e diálogo com Alice sempre marcado pelo “mãe” pra cá, “mãe” pra lá. Quando muito, passeiozinhos no Olga Sola, no calçadão, e uma pipoca na praça São Sebastião. Alice perto dele era “mãe”, e ele era “pai”. Perto de Rodrigo, Alice era a “putinha linda” dele. Amava ser chamada de “putinha” por Rodrigo, se sentia uma fêmea. Quando vestia as roupas do relacionamento clandestino, Alice virava uma mulher vulcão e se acabava nos motéis em Juiz de Fora. Certa feita, Alice resolveu apimentar também a relação com o marido, não aguentava mais ter tesão só com seu amante. Num passeio ao shopping Independência, deixou meio que de soslaio, revelar seu interesse por certas roupas íntimas, calças modernas, shorts curtos, etc. Mateus, desatento, pouco percebia, só queria saber de ficar horas na Centauro. Quando a mulher o chamava para ver uma roupa insinuante, ele dizia: “mãe, isso não é roupa para você!”. Mesmo sem o consentimento de Mateus, Alice comprou um belíssimo baby doll branco (uma delícia!) e à noite, após Mateus deitar-se, colocou-o, entrou debaixo das cobertas, abraçou Mateus pelas costas, mordiscou suas orelhas e disse, “amor, olha o que eu comprei para você!”. Mateus, sonolento, olhou para trás e disse: “o que mãe?”. Alice: “deixa pra lá...”. Roberto Wagner Lima Nogueira é procurador do município de Areal, mestre em Direito Tributário - UCAM-Rio, advogado tributarista e colunista do portal da Revista On. rwnogueira@uol.com.br

OS EScUDOS DOS BÁRBAROS É hora de refletir, deixando de lado por alguns minutos a falácia doentia do pensamento “politicamente correto”.

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POR HeLDer CaLDeira

erta vez, o filósofo e antropólogo francês Claude Lévi-Strauss vaticinou que “chegaríamos à barbárie sem conhecer a civilização”. Profecia sinistra e o caminho trilhado pelo Brasil não está muito longe disso. Na absoluta ausência do Estado na ordenança social e diante da maré montante de má educação e erradicação do bom senso, o que resta são cidadãos em pleno exercício do ódio e gozo de prerrogativas da impunidade. Não há consternação genuína, solidariedade desinteressada ou qualquer choque, sempre necessário à condução de transformações. Há apenas curiosidade com o que há de mais bizarro. Mórbida curiosidade. revistaon.com.br

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GENTE OPINIÃO

Após décadas de um direitismo armado e nebuloso, escondido atrás de fardas e (pré)conceitos esquizoides e dissimulando curvar-se diante de preceitos religiosos, alguns oportunistas de araque - que adoram o sacrossanto status de ídolos - conseguiram emplacar o papinho furado da justiça social a qualquer preço, do pluralismo sem custos, da supremacia daquilo que eles alcunharam como direitos humanos. O Brasil emergiu do descalabro dos porões de um Regime Militar e mergulhou no mar de delírios - e “malfeitos” em nome de uma tal “causa” - do esquerdismo tupiniquim. A autodestruição do país é visível. Em meio século, o povo transitou da genuflexão passiva para o circo de horrores. Afronta a inteligência e, sobretudo, a verossimilhança histórica aquele que assevera ser a barbárie coletiva e gratuita um fenômeno do século 21 causado pela internet, pelas redes sociais, pela suposta democratização e explosão horizontal da informação. Não é. As extraordinárias conquistas tecnológicas, ao potencializar a comunicação, passaram a exibir a altivez do mau-caratismo e da indolência de uma parcela substancial da população brasileira. Em caso recentíssimo, é possível vislumbrar toda dimensão da incivilidade verde-e-amarela. Bastou uma postagem irresponsável nas redes sociais, com o retrato-falado de uma mulher que supostamente estaria sequestrando crianças para sacrificá-las em rituais de magia negra, para uma horda de desgraçados - perdoem a má palavra, mas infelizmente não há outra definição -, fantasiados de pseudojusticeiros e sem nada melhor a fazer da vida, partir pra rua à caça de uma pessoa que alguém disse ser parecida com a imagem postada. A pauladas, pedradas, chutes e pontapés, a turba arrastou, espancou e matou uma mulher inocente. Por obviedade do desprezível caos humano vigente, a selvageria medieval foi adornada por comemorações, gritinhos e muitas “selfies”. É a ascensão do viés maniqueísta da esquerda brasileira mesclado à falsa idolatria religiosa de um povo: o Bem sou eu, o Mal está no outro. A partir daí, dá-se a ignomínia: frotas de ônibus são incendiadas com ou sem pessoas dentro; não compartilhar dos mesmos desejos e orientações sexuais de alguém virou justificativa para tortura e morte em praça pública; a roupa de uma mulher pode ser o mote de seu estupro; se algum míope - dos olhos e do cérebro! - disser que você é a pessoa da foto no alvo da boataria, isso pode significar sua sentença de morte. Não podemos chamar de civilização um povo que, à véspera de sediar uma Copa do Mundo, arremessa vasos sanitários do alto de estádios de futebol para matar torcedores de outro time. Isso não é civilização. É barbárie. É hora de refletir, deixando de lado por alguns minutos a falácia doentia do pensamento “politicamente correto”. Um exercício de neurônios sadios - isso faz um bem danado! - para que se possa projetar algum futuro diferente. Falta de educação, saúde, infraestrutura e bem-estar não podem ser escudos. Pobreza e miséria não podem ser escu16

Revista On Maio & Junho

dos. A grande arma é o império da lei e da justiça e não há sociedade possível antes de sua ascensão total e irrestrita. Só os bárbaros optam pela balbúrdia como escudo. Helder Caldeira é escritor, articulista político, palestrante, conferencista e colunista do portal Revista On. É apresentador do SBT e autor dos livros “A 1ª Presidenta” e “Águas Turvas”. helder@heldercaldeira.com.br

PROcURE NÃO SABER

A polêmica das biografias não autorizadas, que envolve mais que intimidade e eventuais lucros do autor.

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POR eDUarDO JOrge

o início deste mês a Câmara aprovou o projeto de lei que libera a publicação de biografias não autorizadas. A questão ganhou publicidade principalmente depois que o cantor Roberto Carlos, há oito anos, acionou a Justiça para impedir a divulgação de um livro que contava sua vida. Desde então, outros artistas se uniram à causa – alguns chegaram mesmo a criar uma ONG, a “Procure Saber”, para que, tal como o “rei”, uma celebridade não fosse alvo de uma biografia que não tivesse aprovado. Melhor seria que a tal ONG se chamasse “Procure não saber”. A aprovação na Câmara, porém, não garante as biografias não autorizadas. A proposta ainda será votada no Senado e, mais que isso, será julgada no STF, que vai avaliar “se a preservação da intimidade de uma pessoa pública deve ou não se sobrepor ao princípio da liberdade de expressão e de informação”. Biografias, não raro, são o resultado do trabalho de um ou mais jornalistas. E deve envolver, portanto, uma sólida pesquisa. A rigor, no trabalho jornalístico, uma biografia não é (ou deveria ser) “a favor” ou “contra” o biografado: parte do princípio que sua vida é alvo de interesse de uma parcela da sociedade que é, em última análise, o alvo do jornalismo ele próprio. Bem, isso é a situação ideal. Sempre haverá casos em que uma biografia será construída exclusivamente para exaltar ou atacar uma reputação, o que implica em abuso da liberdade de expressão. Ocorre que este abuso já está previsto na lei. Os artigos mais conhecidos sobre a questão, para ficar só em dois, há décadas preveem os crimes de injúria e difamação. Não é necessário “procurar saber” sobre isso. A polêmica, porém, envolve mais que intimidade e eventuais lucros do autor por contar a história de alguém. Duran-


te anos, o projeto recentemente aprovado foi bloqueado por uma inciativa de um congressista da base aliada do governo. O motivo: eventuais biografias de grandes nomes da política nacional. Que, conforme se sabe, não são conhecidos exatamente por construírem suas vidas públicas apenas através de um trabalho desinteressado e práticas indiscutivelmente éticas. Roberto Carlos tentou evitar sua biografia não autorizada porque ela descrevia, com detalhes, o acidente que fez o “rei” perder parte de uma perna. O esforço não foi bem sucedido, uma vez que este trecho específico do livro circulou livremente pela internet, dando bastante visibilidade justamente ao que Roberto queria ocultar. Mas resta a dúvida: e se, ao invés de um cantor, vítima de um triste acidente na infância, a biografia fosse sobre um político, um candidato, que quisesse esconder algum “malfeito” (palavra do dilmês castiço) do passado? Este político, eventualmente candidato, teria o direito de decidir o que a sociedade deve ou não saber sobre eventos da sua conduta pessoal - mostrando um pouco da sua personalidade? “Não teria”, disse a Câmara. “Vamos ver”, diz o STF. É bom lembrar: biografia autorizada (assim como um filme “documental” biográfico autorizado) não é jornalismo - é peça de marketing. E, como tal, um possível instrumento para a mistificação. É jornalista, mestre em ciência política e coordenador do curso de jornalismo da Universidade Estácio de Sá (Campus Petrópolis). eduardojorge.com@gmail.com

SOBERANIA POPUlAR a “gestão participativa” poderia mudar as nossas realidades políticas se ameaçassem funcionar.

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POR PHiLiPPe gUÉDON

stá lá, insculpida - bonito, não? - no artigo 18 da Constituição Federal, como se traduz a “soberania popular”: ela “será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos e, nos termos da Lei, mediante: I - plebiscito; II - referendo; III - iniciativa popular”. Pena que o voto não seja de igual valor para todos, pois os 10% dos eleitores que são filiados a partidos podem participar da seleção dos candidatos, se é que conseguem a façanha no seio de suas respectivas agremiações, quase todas elas fechadinhas à volta de seus núcleos dirigentes. Os outros 90% dos eleitores ficam de fora, são um bocado

menos iguais do que os outros, o que se há de fazer? Pena que, desde 1988, só tenha ocorrido UM plebiscito. E pena, ainda, que desde 1988 o Congresso só nos tenha honrado com UM referendo. Esta soberania limitada, enquanto assistimos os partidos deliberarem em lugar do povo, cada dia com menos ética e menos saber. E mais dinheiro sujo correndo solto. E quanto à iniciativa popular? QUATRO projetos foram aprovados desde 1988, após terem reunido (cada um) os cerca de um milhão e quatrocentos mil “apoiamentos” necessários, quantidade bem acima da exigida para organizar um partido... Deve haver uma lógica na dosimetria, que me passa despercebida. De algum modo, a soberania popular ecoa em nossos municípios graças aos mecanismos da “gestão participativa”, que poderiam mudar as nossas realidades políticas, se ameaçassem funcionar. Mas, qual? O Estatuto das Cidades não pegou, no que se refere à gestão participativa, como acontece com semente que cai em solo estéril. Até a Lei de Responsabilidade Fiscal não conseguiu abrir os olhos das autoridades, apesar do que consta lá escrito. Para minha surpresa, os fiscais da Lei não consideram o tema da participação como de sua seara; desconheço ação de nosso Tribunal de Contas ou do Ministério Público cobrando, por exemplo, as audiências públicas obrigatórias por Lei. O desinteresse dos mandatários deixa claro que não se vêem como representantes do povo e mais como representantes das suas siglas, das quais dependem para a continuidade de suas carreiras políticas. Reparem, por favor, nessa questão das audiências públicas. São convocadas a três por dois, sem publicidade nem pautas prévias, sem divulgação dos textos ou assuntos que lá serão discutidos, realizando-se por vezes à portas fechadas, ou com listas de convidados; os assuntos são expostos verbalmente ou com recurso aos data-shows (sem uma palavrinha em inglês, não se pode pretender à modernidade tecnológica), a distinta plateia é convidada a formular duas ou três perguntas sobre o tema que desconhecia até pouco antes e responde-se qualquer coisa, até porque as atas nunca serão publicadas. Pronto! A Lei foi cumprida... Pois sim, audiência pública não é mera reunião. Convido quem tiver interesse em trazer a gestão participativa do papel para a prática efetiva, a ler os trabalhos da Procuradora Dra. Evanna Soares sobre as audiências públicas. E a ler o Decreto baixado pelo município de Linhares, no Espírito Santo, sobre as mesmas. O Google tem isso de bom, que coloca ao nosso dispor uma quantidade de informações espantosa; só é preciso abrir e ler. E, depois, ir cobrar ação dos que ainda não entenderam que a nossa Constituição está valendo do primeiro ao último artigo, sem direito de escolha do que interessa. Todo o poder continua emanando do povo, mas está mais do que na hora deste fazer valer o nobre princípio. Tomara que eu ainda veja este despertar cívico! Francês naturalizado brasileiro desde 1964. Foi o fundador do PHS, já ocupou diversos cargos no governo e luta pelos direitos da cidade e da população petropolitana. phiguedon@gmail.com revistaon.com.br

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GENTE PERSONE

Kitty d’angelo kittydangelo@yahoo.com.br

Promoter por opção, se envolve em gastronomia pelo prazer em sentir os aromas dos pratos produzidos, principalmente, na Serra.

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Homenagem ao Donato D’Angelo

Quero falar do pai, avô e bisavô Donato D’Angelo (foto 1). Fica para nós a lembrança do sorriso gostoso, dos cabelos brancos, das conversas na mesa de jantar sem hora de acabar, histórias incríveis e uma sabedoria ainda maior, o amor que sempre dedicou a minha mãe... E como amava o que fazia, ser médico! Quantos almoços de domingo teve que sair correndo sem hora de voltar. Que ele descanse em paz e que Deus o abençoe! Te amo, pai. Tá difícil... Essa é apenas uma homenagem para alguém que foi tão importante em nossas vidas! A seguir, transcrevo parte de uma homenagem feita por Osvandré Lech, um grande amigo ortopedista, escrita um dia após o falecimento do Dr. Donato. 18

Revista On Maio & Junho

“Amigos e colegas, escrevo emocionado sobre o falecimento do querido Donato D` Angelo, um gigante em muitos, muitos aspectos. Ingressou na FM de Niterói com a idade de14 anos e considerado ‘o médico mais jovem do Brasil’. Com a encantadora Wanda, viveu uma linda história de amor. Tiveram 6 filhos, que lhes deram 17 netos,12 bisnetos e muito afeto. Nos últimos anos estava recluso em casa convalescendo de maciço AVC. Faleceu na noite passada, no acolhimento do lar, na data em que completava 95 anos. Fica a lembrança daqueles cabelos brancos, do sorriso sempre pronto, do diálogo conciliador, do médico dedicado, do líder da ortopedia brasileira que não pediu nada em troca, do literato, do homem de bem. Donato D´Angelo foi, sim, um gigante em muitos aspectos. Quem o conheceu de perto sabe que a lista de elogios é bem maior. A nossa ortopedia fica órfã e com menos glamour.” Choperia

A Gehren está fazendo o maior sucesso! Bom atendimento, os pratos de primeiríssima, tudo muito bom! Vale à pena marcar com os amigos uma esticadinha no almoço ou no jantar. Eu recomendo! Na foto 2, os sushimans Ricardo e Cadu com um dos proprietários do Gehren Sushi e Choperia, Ronas Reuther. Duetto’s

Passando pelo Museu Imperial? Então entre e vá apreciar um delicioso chá no Duetto`s, local super agradável, atendimento super especial!

Bohemia Chocolatier

A cervejaria tradicional em Petrópolis apresentou sua nova criação em uma noite muito especial. Entre os convidados especiais estavam os atores Juliano Cazarré e Nathalia Dill (foto 3). Prove e aprove! Cristina Leal

Cristina Leal resolveu criar um brechó de alto nível na cidade (foto 4), vale dar uma passadinha, mesmo sem compromisso, só para conhecer e tomar um cafezinho. Você vai gostar! Com charme e simpatia, você vende e compra peças de boa qualidade em excelente estado. Não perca! Duda Fashion

O Salão Duda Fashion (foto 5) em breve vai inaugurar suas novas instalações em um ambiente totalmente pensado e projetado cuidadosamente, com foco na qualidade, no conforto e na comodidade para os clientes e amigos! Um novo layout e uma nova concepção de espaço e beleza, pois beleza é fundamental. Livro

O livro “Escrito por elas” já tem data de lançamento marcada: 14 de junho. E será na Casa de Claudio de Souza (Praça da Liberdade, 247). Organizado pela jornalista Andrea Lopes, conta com participação e várias escritoras, muitas de primeira viagem. Entre as participantes está a jornalista da Revista On Marianne Wilbert. Parabéns e sucesso, meninas!


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GENTE Arquitetura & construção

a arTe e a TÉcNica DE EDIFIcAR POR JOSÉ ÂNgeLO COSTa

FOTOS reViSTa ON

Paisagismo, planejamento urbano, patrimônio histórico, avaliação de impactos no meio ambiente, projeção de prédios, estruturas e interiores. Estas são só algumas das atribuições de um arquiteto. Petrópolis é uma cidade propícia e ideal para esta atividade com a quantidade de construções centenárias que quase sempre necessitam de restauro e são tombadas como patrimônios. Os cursos superiores da área, sempre em crescimento, serão os responsáveis por ampliar e renovar o mercado local.

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uem almeja seguir carreira com a técnica de projetar e edificar ambientes terá agora mais uma opção de curso superior. Petrópolis está prestes a receber a faculdade de arquitetura da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), que será implantada na Casa do Barão do Rio Branco. Mas esta iniciativa não é uma novidade para a cidade, que conta desde 2012 com outras duas opções: a Universidade Estácio de Sá e a Universidade Católica de Petrópolis. Segundo publicação do Diário Oficial do Estado do dia 25 de março de 2014, os contratos de compra do imóvel já teriam sido firmados e o valor da aquisição está orçado em R$ 2,2 milhões. O histórico casarão vai passar por obras de reforma e deve sofrer adaptações a fim de poder abrigar as primeiras turmas da nova graduação. Na avaliação de profissionais que atuam na área, a chegada de mais uma faculdade com ensino superior neste ramo é vista de forma positiva, pois isto poderá aumentar a demanda de mão de obra e valorizar ainda mais os serviços prestados pelos arquitetos. Formada há 30 anos, Cristina Chimelli precisou, como tantos outros, fazer a graduação no Rio de Janeiro. Ao finalizar os estudos e ter o diploma nas mãos, preferiu regressar para a Região Serrana, ao contrário de vários colegas. Desde que começou a trabalhar, garante ter tido dificuldades em conseguir um estagiário. De acordo com a arquiteta, a instalação da UERJ resultará em um ganho para a categoria, assim como o próprio município sairá beneficiado pelo fato de 20

Revista On Maio & Junho

respirar arte e história por todos os cantos. Em 1998, a especialista em interiores foi uma das responsáveis por colocar em prática o Mastercasa. O projeto surgiu, naquele momento, com a proposta de movimentar o segmento local que, até então, enfrentava sérias limitações. Havia uma lacuna no setor ao mesmo tempo em que crescia o interesse das pessoas pela melhoria na organização de espaços ha-

Segundo o professor Douglas Cerqueira, a cidade já deveria contar com uma faculdade de arquitetura quando o Centro Histórico foi tombado

bitacionais e ambientes de trabalho. “Nós resolvemos sacudir esta cidade. Não tinha faculdade, não tinha nada. Então, montamos o Mastercasa para enriquecer o que tem aqui. Nós também somos responsáveis por termos jogado no mercado o nome de um monte de gente novinha que estava começando”, relata. Sua sócia nesta marca, a gaúcha Kity Amaral, menciona o fato de que a profissão exige pessoas formadas e capacitadas, e o pessoal da chamada velha-guarda, como ela e Cristina, possui na bagagem o fator histórico, muito

importante para um arquiteto. Por ser uma cidade antiga, Petrópolis é composta por uma infinidade de prédios históricos que são tombados como patrimônios. A maioria destas construções se encontra em estado avançado de deterioração e necessita de reparos emergenciais. Contudo, este tipo de problema seria facilmente contornado por meio da renovação no mercado. Mais do que isso. Ninguém precisaria deixar seu local de origem para estudar e trabalhar fora. “Eu acho que vai ser muito bom para terminar com esses prédios caindo aos pedaços. Talvez agora não precise contratar pessoal lá de baixo [Rio] para vir fazer uma reforma aqui em cima”, diz. Kity menciona o leque de opções que o ofício proporciona. Além da construção, o profissional pode atuar na projeção de praças públicas, calçadas, gabaritos, iluminação e paisagismo. Natural da Suíça e radicado no Brasil, o arquiteto Daniel Paccaud tem uma visão crítica em relação a alguns aspectos. Um deles diz respeito à vocação profissional e o conhecimento daquilo que se pretende fazer. “Faculdade não resolve nada. Tudo se começa de baixo. Têm muitos cursos técnicos que podem ser considerados”, frisa. Nas palavras dele, não adianta a formação sem o embasamento e a vida prática. Neste caso, o importante é saber estagiar nos lugares onde se possa realmente aprender. Ao vir para Petrópolis, no final da década de 70, constatou a ausência de escolas de arquitetura, o que obrigou muitos a seguirem novos caminhos em consequência disso. Atualmente, empenha-se


CASA DO VISCONDE DE MAUÁ Bem tombado pelo patrimônio e restaurado

apenas na produção de projetos e crê na concentração do mercado maior em Itaipava. Em sua opinião, “a preservação está sendo deixada de lado e o acervo histórico não é valorizado”, critica. Coordenador do curso de arquitetura e urbanismo da UCP, o professor Douglas Cerqueira Gonçalves garante que toda e qualquer cidade, independente do tamanho e da especificidade, necessita de um curso

desta natureza. Afinal, arquitetos e urbanistas são encarregados de estabelecerem o desenvolvimento físico e territorial da área urbanizada. Ele conta que o profissional contribui com a expansão mais equilibrada, ajustada, estética e proporcional, tão como preocupa-se com questões relativas ao meio ambiente e mobilidade. Na opinião do acadêmico, tal importância da aplicação do ensino superior neste ramo teria que ser notada quando ocorreu o processo de tombamento do Centro Histórico. “Já havia uma lacuna, um vácuo. Não sei explicar porque não se iniciou os cursos de arquitetura e urbanismo mais cedo. Petrópolis tem uma história urbana desde Dom Pedro, desde [Júlio Frederico] Koeler”. A exemplo de outras instituições, a UCP possui o chamado Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo, uma proposição que está nos critérios de avaliação do Ministério da Educação. É uma maneira dos alunos atuarem. Possui cinco projetos, sendo que, com a Prefeitura, existe um de arquitetura e engenharia de baixa renda – intervenção em área de risco – em

parceria com a Secretaria de Defesa Civil, regularização fundiária, planejamento urbano, planos gratuitos de habitações, protótipo do Minha Casa Minha Vida, etc. Funciona no endereço da Fundação Dom Cintra. Atualmente, está atendendo a Mitra Diocesana, onde elaborará projetos de restauro de todos os edifícios da entidade católica, incluindo a própria universidade e a Catedral São Pedro de Alcântara. Na Universidade Estácio de Sá, o curso passou a ser aplicado em 2012, embora seja oferecido há 20 anos no Rio. O professor Luis Felipe Spangenberg informa que o perfil dos estudantes é bastante diversificado. São jovens saídos do ensino médio, gente que atua no campo da construção civil e oriundos da Baixada Fluminense, Três Rios e da vizinha Teresópolis. A intenção é criar uma nova geração que consiga debater temas mais embasados, ou seja, tratar as causas de problemas estruturais para a cidade. “A questão urbanística tem que ser pensada, como trânsito e mobilidade. Devemos pensar a arquitetura de forma mais completa”, conclui.

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BEM-ESTAR DiVULgaçÃO

esporte 22 saúde 26

Ponto para o tênis POR NaTHÁLia PaNDeLÓ

esporte é cada vez mais escolhido por quem deseja praticar uma atividade com grande perda calórica e que oferece bom condicionamento físico.

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Revista On Maio & Junho


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e academias ganhou novo fôlego e a cidade passou a contar até com o primeiro resort temático do país completamente voltado para o tênis: o Bomtempo Resort. São quatro quadras, sendo uma coberta, disponíveis para os hóspedes, para quem deseja começar a investir no esporte e também para os profissionais. Duas vezes ao ano, o resort realiza a Clínica de Férias, com atividades e aulas com o ex-tenista e atual comentarista do canal por assinatura SporTV, Dácio Campos.

siderado uma atividade elitista e pouco acessível. “Uma quadra é uma estrutura grande e que é utilizada apenas por dois jogadores ou duas duplas, ou seja, é um investimento considerável para atender um número relativamente pequeno de alunos por partida. Além disso, o Brasil ainda representa uma demanda pequena por material em relação a outros países e não temos fábricas de bolas ou raquetes. Isso faz com que seu preço seja mais elevado, porque esses artigos devem ser importados”, conta a professora da Academia Locatelli, Letícia Fontanella. Apesar disso, são cerca de 110 alunos, de quatro a 80 anos, que mantém os quatro professores e as três quadras - duas de saibro e uma de cimento - ocupadas durante toda a semana. Torneios internos e competições fora da academia ajudam a motivar os alunos, que treinam nas horas vagas para atingir melhores resultados. É o caso do estudante Marcio Marques, que aos 17 anos joga tênis há quatro e desde 2012 compete em torneios - entre eles o da Federação de Tênis do Rio de Janeiro (FTERJ). Desde que se apaixonou pelo esporte por influência do tio, ele passa de oito a 10 horas por semana em quadra, praticando e melhorando o condicionamento físico. “Faço musculação para ganhar força, e o tênis me ajuda a perder gordura e a ter um desempenho físico melhor. O tempo livre que tenho passo na quadra. A cada competição, é um incentivo a mais”, conta.

encontrar o lugar ideal para praticar é apenas uma das tarefas para quem quer jogar Além dessas quadras, a cidade conta ainda com pouco mais de 20 outras, distribuídas entre os clubes Campestre, Petropolitano, Promenade, Itaipava Tênis Clube e a Academia Locatelli. Encontrar o lugar ideal para praticar é apenas uma das tarefas difíceis para quem quer jogar. A outra é comprar o material, relativamente caro se comparado aos esportes mais populares no Brasil, o que faz com que o tênis seja con-

MULHERES NO ESPORTE Elas estão ganhando ainda mais força e agilidade no jogo

DiVULgaçÃO aCaDemia LOCaTeLLi

arqUiVO BOmTemPO reSOrT

ó o som da bola batendo na quadra a cada jogada é ouvido. De lá para cá, os espectadores acompanham com os olhos os movimentos, o saque, a dança dos jogadores em direção aos sets e games. O que poderia parecer uma atividade monótona é hoje um dos esportes mais praticados no mundo e uma paixão em ascensão no Brasil: o tênis. Seja pela concentração que acaba por fisgar quem assiste, seja pela emoção e dedicação por cada ponto, o esporte está conquistando uma nova geração de adeptos. O tênis pode não ser nenhuma novidade - segundo a Confederação Brasileira do esporte, ele existe desde o final do século XII. Em Petrópolis, foi praticado até por Santos Dumont, que jogava nas quadras do antigo Petrópolis Tênis Clube, atual Petropolitano. Mas há pelo menos 13 anos, quando Gustavo Kuerten, o Guga, atingiu o auge de sua carreira e ajudou a popularizar o esporte no país, uma nova onda de aficionados pelo tênis se formou, ao menos em frente à TV. Os canais por assinatura absorveram a demanda e hoje é comum encontrar torneios como Roland Garros, Wimbledon e os abertos da Austrália e dos Estados Unidos sendo transmitidos em alta definição e ao vivo, com narração em português. Curiosamente, foi a TV uma das principais responsáveis por tirar muita gente do sofá. A procura por aulas nos clubes

BEM-ESTAR ESPORTE

BENEFÍCIOS Tênis melhora coordenação motora e tem alta perda calórica revistaon.com.br

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erigma

BEM-ESTAR ESPORTE

arqUiVO BOmTemPO reSOrT

RESORT TEMÁTICO Bomtempo é o primeiro do país voltado para o tênis

DiVULgaçÃO aCaDemia LOCaTeLLi

DiVULgaçÃO

ESPAÇO Vista mostra um dos locais para a prática do tênis em Petrópolis

ESPAÇOS AMPLOS Existem pouco mais de 20 quadras em Petrópolis

PADRÃO Em medidas oficias, quadras têm mais de 23 metros de comprimento

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Revista On Maio & Junho

Segundo o professor Sidney Martins, a musculação é apenas um complemento ao exercício anaeróbico feito no tênis. A cada uma hora de jogo, o tenista corre até cinco

quilômetros e pode perder 800 calorias. Outros benefícios incluem mais resistência e coordenação motora e menos lesões, pressão alta, stress e diabetes. O tênis pode ser utilizado até como ferramenta educativa para ensinar disciplina aos pequenos. “Esse é um esporte em que não só a descarga de endorfinas ajuda a acalmar tanto adultos quanto crianças, como também é uma ótima forma de aprender conceitos como respeito pelo próximo e dedicação para melhorar sempre. Em quadra, não se grita ou usa palavrões, mantendo sempre o espírito esportivo”, analisa Christian Lacerda, que há 35 anos joga tênis e há 25 atua como professor. Christian é uma prova do poder do esporte. Formado em direito, ele optou por se dedicar ao tênis e chegou a jogar


DiVULgaçÃO aCaDemia LOCaTeLLi

DiVULgaçÃO aCaDemia LOCaTeLLi

PARA TODAS AS IDADES Esporte atrai desde crianças a idosos

TREINO ORIENTADO É importante aprender com um professor para evitar lesões

profissionalmente. No entanto, após um acidente de moto que o deixou em coma durante 40 dias e, posteriormente, em uma cadeira de rodas, foi a vontade de voltar para as quadras sua maior motivação para andar novamente. Ele foi

aos poucos retomando os treinos e atualmente está plenamente recuperado e ainda se dedica ao esporte. O único pré-requisito para a atividade é apresentar um atestado médico que comprove a aptidão para o exercício físico, mesmo em casos de problemas nas articulações, por exemplo, em que é possível controlar a força e a amplitude dos movimentos para não forçar os membros. A melhor forma de começar é procurar a orientação de um instrutor, além de um bom espaço para as aulas. «Sem a ajuda de um professor, você se arrisca a ter mais lesões, além de demorar mais para aprender», alerta Christian. Ainda mais numerosos nas quadras, os jogadores estão aos poucos ganhando a companhia das mulheres. “Para cada cinco alunos, temos uma aluna. Mas o tênis feminino está cada vez mais forte, veloz e interessante”, conta Letícia. Ou seja, continua formando novas jogadoras... ou, ao menos, um novo público para o esporte no sofá de casa.

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BEM-ESTAR SAÚDE

O HPV E A VAcINA POR mariaNNe WiLBerT

a cada nova vacina que surge, aparecem também relatos de sintomas e doenças que, supostamente, são causados pela mesma. Com a vacinação contra o HPV não foi diferente. Desta forma, as próximas linhas foram escritas para esclarecer dúvidas quanto à doença e à vacina.

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introdução da vacina contra o papiloma vírus humano (HPV) foi um dos grandes marcos na área da saúde neste ano. Lançada pelo Ministério da Saúde em março, o governo vai investir R$ 1,1 bilhão na compra de 36 milhões de doses da vacina durante cinco anos. A campanha de vacinação está entre as estratégias de prevenção no combate ao câncer de colo de útero, assim como a detecção precoce com a realização do exame Papanicolau (conhecido como preventivo), o uso de preservativo e ações educativas. O vírus é transmitido pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas por meio de relação sexual, podendo também ser transmitido da mãe para filho no momento do parto. O câncer de colo do útero se manifesta normalmente a partir da faixa etária de 25 a 29 anos, aumentando seu risco até atingir o pico 26

Revista On Maio & Junho

na faixa etária de 50 a 60 anos. Em Petrópolis, a campanha municipal de vacinação contra o HPV imunizou 4.718 meninas entre 11 e 13 anos, o equivalente a 70,68% do público-alvo. No município, a doença é a terceira causa de morte por neoplasias, representando cerca de 9% dos óbitos.

a campanha está entre as estratégias de prevenção no combate ao câncer de colo de útero

A mobilização, iniciada no mês de março, durou um mês, mas a vacinação agora é permanente, basta

procurar qualquer unidade de saúde. Para que haja imunização completa é preciso tomar as três doses da vacina. A segunda dose deve ser ministrada seis meses após a primeira aplicação, e a terceira, cinco anos após a primeira. Já a partir de 2015, a vacina será aplicada em meninas entre nove e 11 anos. Uma estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que 290 milhões de mulheres no mundo são portadoras da doença, sendo 32% infectadas pelos tipos 16 e 18. Em relação ao câncer de colo do útero, aproximadamente 270 mil mulheres, no mundo, morrem devido à doença. Muito tem se falado no HPV, porém, ainda há muitas dúvidas quanto à doença e à vacina. Por esta razão, a ginecologista Mércia Loureiro esclarece os principais questionamentos acerca do assunto, na entrevista a seguir:


Há mais de 100 tipos de HPV, a vacina cobre todos? Existem mais de 100 tipos de HPV identificados, dentre estes, cerca de 45 tipos infectam o epitélio genital e o ânus. Os chamados de Baixo Risco (principalmente 6 e 11) são responsáveis pelas verrugas genitais, enquanto os de Alto Risco (16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, 59, 66, 68), estão implicados no câncer genital. Há duas vacinas no mercado contra a infecção pelo HPV: a Gardasil (MSD), que apresenta proteção contra os quatro subtipos 6,11,16 e 18; e a Cervarix, que apresenta proteção contra os subtipos oncogênicos 16 e 18. A vacina é muito eficaz contra os principais tipos oncogênicos, porém não é especifico para todos os subtipos de vírus, daí a necessidade de manutenção do exame periódico para detecção do câncer de colo de útero (o Papanicolaou), mesmo nas mulheres vacinadas. A vacina realmente funciona e é segura? A vacina funciona e é segura dentro do que se propõe. As mulheres vacina-

das não correm risco de adquirirem a infecção pelo HPV através da vacinação. As vacinas são elaboradas por engenharia genética e destituídas de DNA viral. Elas são exclusivamente profiláticas e não apresentam indicação para tratamento de infecções já existentes. A eficácia se dá apenas em meninas sem vida sexual? Recomenda-se que a vacinação ocorra de preferência antes do início da atividade sexual para se evitar o contato com o HPV antes da dose. Não há contraindicação para vacinar mulheres até 55 anos, pois as vacinas são imunogênicas e seguras nas várias faixas etárias. De uma maneira geral, elas são mais eficazes em jovens porque neste momento de vida, a resposta imunológica é maior, ou seja, há uma produção maior de anticorpos. A vacina é contraindicada na gestação.

“De uma maneira geral, elas são mais eficazes em jovens porque neste momento de vida, a resposta imunológica é maior”, Mércia Loureiro

O governo do Japão suspendeu a vacina de HPV, pois há relatos de doenças como a síndrome de Guillain-Barré, falência ovariana, uveítes, além de convulsões e desmaios atribuídas à ela. Qual a relação da vacina contra o HPV com essas doenças? Não há comprovação científica. Em julho de 2013, a OMS emitiu um comunicado reafirmando a importância e a segurança da vacina. Os efeitos colaterais mais comuns são dor de cabeça, náusea, febre branda e reação no local da aplicação. Algumas adolescentes podem desmaiar e, por isso, os fabricantes recomendam que as mulheres fiquem sentadas 15 minutos após a injeção. Não há evidências de que as vacinas contra o HPV causem as reações adversas que

estão sendo polemizadas. Nos ensaios clínicos feitos com oito mil pessoas, não foram registrados casos graves. Em todos os casos graves ou de morte não foi comprovado que a vacina era a causa. São relações temporais, ou seja, coisas que iriam acontecer independentemente da vacina, mas que, por acaso, se manifestaram após a vacinação. Um desses casos de temporalidade chocou o Reino Unido em 2009, quando Natalie Morton, de 14 anos, morreu duas horas depois de tomar a vacina contra HPV em seu colégio, na cidade de Coventry. Após um princípio de revolta entre a população, o Serviço Nacional de Saúde da cidade pediu calma para investigar a causa e comprovou, dias depois, que ela havia morrido em decorrência de um tumor maligno. No Japão, continua sendo feita a vacinação em clínicas privadas, apesar de ter sido suspensa a vacinação pública. É importante reforçar que independente da vacinação contra o vírus HPV, ainda se faz necessária a conscientização ao uso da camisinha, pois estamos falando em DST e temos ainda varias outras a serem lembradas como: sífilis, hepatite, HIV, etc. arqUiVO PeSSSOaL

Afinal, o que é o HPV? Quais os seus sintomas? O HPV é um vírus (PapilomaVírus Humano) epiteliotrófico, ou seja, que infecta o epitélio (pele e mucosas) e tem predileção sobretudo pela região genital (vulva, vagina, colo do útero, ânus e pênis). É um vírus facilmente transmitido e geralmente se espalha imperceptivelmente. Transmitido principalmente por meio de relações sexuais, também foram documentadas transmissões por contato mão-genital e oral-genital. Além disso, pode ser transmitido durante a gestação e através de lesões existentes no canal vaginal e vulva durante o parto para o recém-nascido. Outra forma de apresentação do HPV de alta prevalência são as verrugas genitais, que podem comprometer mulheres e homens, e são chamados de Condilomas Acuminados clássicos anogenitais (conhecidos vulgarmente por Crista de Galo) e a Papilomatose de laringe juvenil. Estes são principalmente causados pelos tipos não oncogênicos 6 e 11.

MÉRCIA LOUREIRO A ginecologista tira as principais dúvidas sobre a vacinação contra o HPV revistaon.com.br

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ARQUITETURA GENGIVAl FOTOS DiVULgaçÃO

A busca da excelência na estética do sorriso

O

sorriso, além de mostrar alegria, é o cartão de visita das pessoas. A aparência do rosto é um fator que tem papel significativo e influencia na aceitação da própria imagem e na autoestima. Porém, nem todo mundo está satisfeito com seu sorriso. Os novos padrões estéticos são postos a prova todos os dias, por isso, a odontologia moderna discute e evolui constantemente para ter ao seu alcance tecnologias e métodos que garantam o padrão de estética elevado. Assim, novas técnicas surgem para auxiliar os cirurgiões-dentistas a alcançar tal exigência estética, uma delas é a busca pela arquitetura gengival perfeita, visando corrigir defeitos gengivais, que resultam em algum tipo de comprometimento estético. Assim como uma bela moldura tem a função de valorizar um quadro, o contorno gengival dá um acabamento ao trabalho realizado. A manutenção da saúde desse tecido é essencial para manter a beleza do sorriso. Situações de excesso ou falta de tecido gengival podem ser corrigidas através de cirurgias minimamente invasivas, o que dá ao paciente um excelente pós-operatório. Normalmente, o paciente já pode trabalhar no dia seguinte à cirurgia, desde que evite esforços físicos.

Um dos defeitos que mais incomodam os pacientes é a retração gengival, que é quando há o deslocamento da gengiva, provocando a exposição da raiz do dente, podendo abalar a estabilidade dentária. A gengiva protege o osso adjacente a ela e é a estrutura bucal que mantém o dente firme à boca. A falta de gengiva pode, também, acarretar na perda do dente. Se, ao sorrir, o paciente apresenta dentes curtos e pequenos, pode tratar-se de excesso de tecido gengival e não propriamente problemas com o tamanho do elemento dentário. Através de exame clínico criterioso e exames radiográficos, pode-se definir o diagnóstico e planejar a cirurgia que irá aumentar a porção aparente do dente (a coroa). Se os dentes estiverem muito longos, com retrações gengivais (deslocamento da gengiva, que promove a exposição da parte da raiz do dente, causando sensibilidade) ou com deficiência de volume no tecido gengival, pode-se planejar uma cirurgia de enxerto gengival, onde é removida uma pequena porção gengival de uma área doadora do próprio paciente, e este tecido é enxertado na área deficiente, promovendo a correção do problema. “A cirurgia plástica periodontal é uma opção para aqueles que não estão satisfeitos com o sorriso e, também, com

o formato e o tamanho de suas gengivas, que influenciam na harmonia da boca. São ações rápidas, sem desconforto e que são feitas dentro do próprio consultório dentário. Pacientes insatisfeitos com o sorriso apresentam grande desconforto, baixa autoestima, insegurança, vergonha ao sorrir e, até mesmo, dificuldade no convívio social. A cirurgia plástica gengival surge como um avanço e tanto para quem convive com este problema”, explica a especialista em Reabilitação Oral, Dr.ª Tatiana Brunelli. Outro fator importante no que diz respeito ao resultado estético da arquitetura gengival é o fenótipo gengival, ou seja, a característica própria da gengiva. Pacientes de pele muito clara tendem a possuir uma gengiva mais delgada e clara, logo, mais sensível a manipulações. Pacientes negros possuem, em sua maioria, uma gengiva mais espessa e densa, com uma pigmentação característica, chamada pigmentação melânica racial. Tais fatores dão identidade ao sorriso de cada paciente e devem ser respeitados pelo dentista. Vale destacar que para realizar essas técnicas é fundamental que o paciente tenha saúde oral. Doenças periodontais, cáries, problemas endodônticos, entre outros, devem ser tratados antes de qualquer cirurgia estética.


Depois rePrODUçÃO

Antes

Dra. Aline Cruz Cirurgiã -dentista e especialista em Ortodontia

Dr. Denis Guidini

EXEMPLO Celebridades como a atriz Glória Pires utilizaram a cirurgia gengival para melhorar a arquitetura do sorriso

Especialista em Prótese Dentária; implantodontia com atuação em Odontologia estética

Dr. Fernando Benini especialista em Ortodontia (Credenciado ao Damon System) e Dor Oro Facial. Pós-graduações na Universidade de michigan e Kentucky (eUa)

Dr. Rodrigo Renato Sutter especialista em Implantodontia; Dentística, Odontologia estética com atuação em reabilitação oral e cirurgia oral menor.

Dra. Tatiana Brunelli

Principais indicações das “plásticas periodontais” Assimetria do contorno gengival

Especialista em Implantodontia; radiologia e imaginologia com atuação em reabilitação oral e odontologia estética.

Alteração da harmonia do sorriso do paciente Exposição da raiz dentária Correção da perda de volume de tecido gengival próximo às áreas onde foram realizadas extrações recentes Melhorar a estética ao redor de implantes

Shopping Pedro II – sala 912/913 Rua do Imperador, 288 – Centro – Petrópolis/RJ Tel: (24) 2231-4690 | 2243-6440




FESTAS CaDU DiaS

música 32 capa 35

Os DJs dos adolescentes POR NaTHÁLia PaNDeLÓ

Eles já viraram referência quando alguém pensa em festas teen, 15 anos e matinês. Mas garantem que a exigência é alta e, por isso, a preparação e atualização devem ser constantes.

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Revista On Maio & Junho


FESTAS música

TÉCNICA Habilidade e escolha das músicas fazem toda a diferença na hora de levantar a pista de dança

giOVaNi garCia

ANIMAÇÃO Comunicação com o público pode ser um diferencial na hora da festa

DiVULgaçÃO

JOÃO BraZ

T

er técnica, carisma e ainda ficar ligado em todas as novidades. Essas tarefas fazem parte do trabalho de todo DJ, mas especialmente daqueles que querem conquistar um público fiel, porém muito exigente: os adolescentes. É a combinação dessas características que faz com que alguns DJs desenvolvam uma identificação mais forte com os “teens” e se tornem referências para festas de 15 anos e matinês. Para esse tipo de evento, o importante é selecionar músicas que geram uma identificação imediata com o público e ajudam a manter a energia em alta na pista de dança. Os estilos favoritos nessas horas são o pop, o funk e o eletrônico, com nomes como Avicii, David Guetta, Florence and the Machine, Daft Punk e Imagine Dragons na ponta da língua da garotada. Embora a preparação para os eventos envolva reuniões com o aniversariante e a família, na hora da festa o que conta é a novidade,

O importante é selecionar músicas que geram uma identificação imediata com o público o que toca nas rádios e na internet, com menos músicas de décadas passadas e mais sucessos das principais paradas. É justamente por estar conectada o tempo todo, no computador e no smartphone, que a nova geração acaba encontrando seus DJs favoritos na internet mesmo. O Facebook continua sendo o principal canal de comunicação com eles e a maior vitrine da rede por meio das páginas oficiais, que sempre trazem imagens, vídeos e conteúdo atualizado para manter o engajamento dos “curtidores”. “Além da identificação com o som do DJ, outro fator importante é o marketing pessoal, a forma visual como apresenta seu trabalho por meio de fotos, divulgação na fan page, etc.”, afirma o DJ Vitor Ventura, que atende todos os tipos de evento, mas já toca em festas voltadas para os adolescentes há 15 anos.

DJ ANTENADO Quem quer conquistar o público tem que estar ligado em todas as novidades

Quem também investe na comunicação digital é o DJ Jimmy. Aos 24 anos, ele atua há quase oito nas pistas de dança e começou justamente na matinê do Clube Petropolitano, trabalhando ao lado de Carlinhos DJ nas domingueiras e festas

abertas com foco nos “teens”. Após três anos de residência nessa matinê e experiência em muitos outros eventos, de corporativos a casamentos, Jimmy já havia se tornado uma referência entre os adolescentes e era procurado para tocar revistaon.com.br

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giOVaNi garCia

JOÃO BraZ

FESTAS música

MATINÊ Público jovem lota as apresentações do DJ Jimmy

VITOR VENTURA DJ é uma das referências entre os adolescentes

em seus aniversários. A identificação aconteceu também pela própria idade do DJ e pela forma como ele conduzia seus sets. Atualmente, Jimmy mantém um site atualizado com galerias de fotos e vídeos dos últimos eventos, além de ter presença constante em sua página no Facebook, no Instagram e no YouTube. Aliás, a comunicação com o público é um dos pontos principais para uma festa animada, seja por meio do microfone, seja selecionando um repertório que agrade aos ouvidos de quem enche a pista. “É muito importante interagir, fazendo com que o público vivencie as músicas. A animação está em todas as idades,

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Revista On Maio & Junho

o desafio é interpretá-las e sempre transmitir alto astral, deixando as pessoas à vontade. Os mais jovens se identificam com o DJ que toca músicas que fazem parte de seu cotidiano, mas que também mostre personalidade. Aquele que ‘faz por fazer’ pode acabar se tornando mais um em meio à multidão”, reflete Jimmy. Além de agradar os adolescentes, é preciso também conquistar os contratantes: os pais ou as produtoras de eventos. Parte importante disso é transmitir confiança e profissionalismo em fatores que vão desde a pontualidade à responsabilidade na seleção das músicas e no momento certo de usá-las.

Esse é o diferencial que empresas como a IE! Eventos buscam. Há oito anos no mercado, desde 2009 a produtora promove festas sociais, entre elas aniversários diversos e os tão aguardados 15 anos. Nesse caso, tornar a festa única e deixá-la com a cara da aniversariante são fatores determinantes para fazer um evento inesquecível, e a música é parte importante disso. “O DJ dita o astral e a animação da festa, por isso ele precisa estar sempre se atualizando e falar a linguagem dos jovens”, explica Lilian Passos, da IE!. Essa comunicação faz toda a diferença, e o público responde enchendo a pista, sempre com muita energia e descontração. “Geralmente pela idade, eles possuem vontade maior de dançar e curtir até a última gota”, analisa Vitor Ventura. Com a combinação de um bom repertório atualizado, técnica e um pouco de carisma, não há pista de dança que fique vazia.


FESTAS CAPA

HUGO cARNEIRO

O admiNiSTradOr da criaTiVidade POR NaTHÁLia PaNDeLÓ

FOTOS HUgO CarNeirO

Fotógrafo se destaca no mercado ao buscar novas abordagens para um dos eventos mais tradicionais, o casamento. Tudo sem abrir mão da emoção.

revistaon.com.br

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FESTAS CAPA

U

ma estrada deserta de Las Vegas, uma caverna em Cancún e a torre Eiffel de Paris. O que poderiam parecer cenários dignos de cinema foram os planos de fundo para noivos que queriam eternizar o dia mais romântico de suas vidas em grande estilo. Com um ensaio fotográfico cada vez mais personalizado entre as tendências nos casamentos, Hugo Carneiro é um dos principais nomes nesse segmento em toda a região e, agora, fotógrafo premiado: Hugo foi premiado e listado entre os 20 melhores fotógrafos de casamento do mundo pelo Wedding Photography Select (WPS). O reconhecimento vem depois de mais de 10 anos dedicados à fotografia. O hobby adquirido com a primeira câmera logo foi levado a sério, e o então estudante de administração passou a se dedicar também a explorar novos ângulos e equipamentos. O objetivo era desenvolver a habilidade téc-

RECONHECIMENTO Foto de Fernanda e Luiz Paulo também foi eleita pelo WPS

Hugo foi listado entre os 20 melhores fotógrafos de casamento do mundo pelo Wedding Photography Select

nica de fotografar, além de buscar a criatividade e um olhar atento com seu assunto favorito naquele momento: as paisagens e a natureza. A paixão virou profissão quando Hugo decidiu estimular e acompanhar um amigo a fotografar um casamento para o qual havia recebido proposta, uma experiência que serviu de aprendizado. Logo o administrador e comerciante, proprietário de uma loja de roupas na Rua 16 de Março, passou a adquirir novos equipamentos para se dedicar à fotografia. Foi há cinco anos que Hugo abriu o próprio estúdio e entrou de vez no mercado de casamentos, seu foco principal desde então. Sem deixar de lado o interesse por belas paisagens, o fotógrafo as incorporou em seu trabalho, o que se tornou um de seus principais diferenciais e uma vasta gama de possibilidades para os tradicionais ensaios de noivos. Tanto 36

Revista On Maio & Junho

PISTA DE DANÇA Noivos Ana Eduarda e Alexandre curtem a festa de casamento

que muitos deles optam por levar o fotógrafo em suas viagens, o que garante fotos inusitadas e experiências inesquecíveis. “Um casal, por exemplo, me levou para acompanhar seu casamento na Grécia. Éramos só nós três e acabei servindo de testemunha para a união”, conta Carneiro, que já acompanhou noivos em locais como Las Vegas e Nova York, nos Estados Unidos, Cancún, no México, França, Dinamarca e Argentina.

Além de registrar a cerimônia e a festa de casamento, ensaios como as e-sessions, feitas antes do grande dia, e o trash the dress, sessão de fotos divertida e descontraída, estão cada vez mais populares entre os noivos. “As pessoas estão percebendo que a fotografia não é um serviço tão caro quanto imaginam. No caso dos ensaios no exterior, é cobrado o valor do ensaio e as despesas de viagem. E, apesar do nome, o trash não destrói o vestido. Ou seja, dentro do investi-


MAKING OF Preparação da noiva Talita em grande estilo

mento de um casamento, a foto ainda representa um percentual muito baixo, mas uma das formas mais importantes de imortalizar esse dia tão importante”, avalia. Tudo isso para garantir um ensaio completamente único e que traga um pouco do estilo do fotógrafo aliado à personalidade do casal. Isso é possível unindo as mais modernas tendências de fotografia de moda, cenas espontâneas, técnicas de iluminação e, claro, conhecendo os noivos. Por esse motivo, após a assinatura do contrato eles respondem um questionário que ajudará a definir o caminho a ser seguido nas fotos. Foi assim com a advogada Paula Machado Braga. Moradora de Três Rios, ela se casou com Saulo Braga em um sítio em Levy Gasparian, mas optou por contratar o fotógrafo petropolitano. Após conhecer o trabalho de Hugo em um casamento para o qual foi convidada, Paula passou a acompanhar seu blog (hugocarneiro.com. br/blog) e página no Facebook (facebook. com/hugocarneirofotografia) e quando chegou a hora de selecionar quem faria as fotos do próprio casamento, ela pesquisou mais de 15 profissionais antes de fazer a escolha. “Sempre priorizei a fotografia entre os demais serviços que iria contratar. Esse era o item mais importante a ser escolhido, por isso pesquisei fotógrafos nas cidades do Rio, Petrópolis, Três Rios, Juiz de Fora, Belo Horizonte e até de Curitiba. Decidi pelo Hugo devido às fotos diferenciadas, além do amor e dedicação pelo que faz, que se reflete nas fotos que realiza e na busca constante pelo melhor e por novas tecnologias para a realização do seu trabalho. Não sou uma pessoa fácil de agradar e surpreender, mas nos ensaios revistaon.com.br

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FESTAS CAPA

PRÊMIO Foto da noiva Maria Carolina está entre as fotos selecionadas pelo WPS

e no casamento, a cada foto que recebia era surpreendida por uma mais linda que a outra! O resultado foi além do que esperava e imaginava”, analisa Paula, que gostou tanto da experiência que fez não apenas o e-session, mas também o bridal, o trash the dress e, claro, a cerimônia do casamento. Fernanda Leal é de Niterói e também conta que buscava um profissional que conseguisse captar a naturalidade dos momentos mais espontâneos de seu casamento com Luiz Paulo Portella na Catedral de São Pedro de Alcântara, em Petrópolis. Um primeiro contato com o fotógrafo fez o casal se identificar com o estilo das fotos e o resultado superou as expectativas com o registro de cada momento mais marcante do dia. Em seguida, a servidora pública optou por fazer também uma sessão de trash the dress em Búzios. Com o conhecimento adquirido, Hugo Carneiro também se destaca nos workshops que ministra por todo o país. São eventos voltados para fotógrafos profissionais com o objetivo de apresentar técnicas de iluminação, um tema em que Hugo é especialista. Fotógrafos do Rio de Janeiro e de Belo Horizonte já puderam participar dos workshops. “Isso mostra o quanto Petrópolis não só é uma referência em casamentos em geral, como tem profissionais de qualidade para estar junto de nomes que são reconhecidos nacional e até internacionalmente. Ou seja, não é necessário ir longe para encontrar bons fotógrafos, cerimonialistas ou buffets, pois o padrão de qualidade da cidade é muito alto”, reflete Carneiro. Mesmo quando privilegiam um olhar 38

Revista On Maio & Junho

NA CAVERNA Mariana e Samuel registraram sua passagem por Cancún

NOVOS ÂNGULOS Noiva Maria Carolina posa no Castelo de Itaipava

diferenciado e criativo e a qualidade técnica, os noivos buscam principalmente um registro da emoção do casamento, desde detalhes na decoração aos olhares mais significativos. É na cerimônia que acontecem alguns dos momentos mais marcantes, mas toda a diversão e descontração da festa também vão parar no álbum. No total, cada

casamento requer quatro horas de preparação e outras seis de trabalho, podendo render até 3.000 fotos, das quais são selecionadas entre 1.000 e 1.500, que são tratadas e entregues ao casal em formato digital. O objetivo é retratar com exatidão aquele dia e atender todos os gostos - dos casais mais românticos aos mais aventureiros.


MODA

estilo 39 cotidiano 42 tendência 44

Moda sem medidas POR mariaNa WiLBerT

FOTOS arqUiVO PeSSOaL

quando o assunto é estar bem vestida, o número estampado na etiqueta é apenas um detalhe. O importante é achar uma roupa que tenha um bom caimento e com a qual você se sinta confortável. Afinal, o tamanho é só um número.

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MODA Estilo

N

os séculos passados, o padrão de beleza feminino valorizava as mulheres mais gordinhas, cujos seios fartos e quadris largos inspiraram diversos pintores, como os renascentistas, que as retratavam roliças e sensuais. Já o contemporâneo Fernando Botero também se destacou no campo das artes ao dar uma forma rotunda à Mona Lisa, de Leonardo da Vinci; além de Meninas, de Diego Velázquez, dentre outras. Com o passar do tempo, as silhuetas robustas foram dando lugar às magérrimas, que passaram a ocupar capas de revistas, outdoors e destaque na mídia, em geral, criando um “novo padrão de beleza” um tanto quanto questionável. Contudo, no ano passado, estilistas como Rick Owens, Maryse Richardson e Eden Miller (da grife Cabiria) surpreenderam o mundo ao levar modelos plus size às passarelas de importantes capitais da moda, como Paris e Nova Iorque, abrindo portas ao público GG. Quem assiste ao programa “Esquadrão da Moda”, provavelmente já cansou de ouvir dos apresentadores Stacy London e Clinton Kelly que “o tamanho não importa, o importante é achar peças que caiam bem em seu corpo” e, segundo especialistas, há alguns truques para valorizar ainda mais estas silhuetas, tais como optar por tons mais escuros, trocar as peças com texturas por outras lisas; evitar listras horizontais; escolher blusas com alças largas e cava bem próxima à axila; optar por tecidos foscos, pois os brilhosos fazem a roupa parecer mais volumosa; preferir saias e calças com pala maior, e, quanto às calças, as mais ajustadas no quadril, com leve abertura a partir do joelho, vestem melhor. “Toda roupa cai bem em nós, mulheres. Não depende do corpo, e sim do corte da roupa. O tamanho ideal é o seu”, afirma Silvia Cordone, proprietária da Tutti Belle, em Itaipava. O principal diferencial da marca, que preza pela mulher bem vestida, é o atendimento personalizado domiciliar de consultoria de imagem. Na Rua Teresa também é possível encontrar diversas opções de lojas plus size, que atraem até pessoas de outros estados, que encontram na cidade, 40

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KALLI FONSECA A variedade e os bons preços de Petrópolis são atrativos para ela

GUARDA-ROUPAS O de Kalli é renovado há dez anos com roupas de lojas da Rua Teresa

“Toda roupa cai bem em nós, mulheres. Não depende do corpo, e sim do corte da roupa. O tamanho ideal é o seu”, Silvia Cordone, empresária

mais variedade e bons preços na hora das compras. É o caso da funcionária pública Kalli Fonseca, que mora em São João Nepomuceno (MG) e frequentemente visita Petrópolis para renovar o guarda-roupa. “Há quase dez anos, conheci lojas plus size na Rua Teresa e, desde então, eu ando muito mais bem vestida, já que antes disso, muita coisa precisava ser feita por costureiras por nunca achar peças do meu tamanho”, lembra. Para Kalli, a maior dificuldade na hora das compras é achar as tendências da moda em um tamanho maior.

“Infelizmente, a moda ainda é para os magros. Mas o mercado plus size vem crescendo muito e eu acredito que, em breve, a moda vai ser realmente democrática. Sou gordinha desde sempre e nos últimos anos a moda vem melhorando muito mesmo, pararam de fazer um único modelo e estão investindo em modelagens que se adaptam às nossas curvas. Contudo, a maior dificuldade ainda está em achar as tendências do mundo fashion em nosso tamanho. Por exemplo, os cardigãs estavam em alta no ano passado e, para as magrinhas, tinha uma


MERCADO A funcionária pública acredita que a moda será realmente democrática em breve

NEY FEK O diretor da marca diz que o diferencial é pensar nos detalhes para o público

“Sou gordinha desde sempre e, nos últimos anos, a moda vem melhorando muito mesmo”, Kalli Fonseca infinidade de tipos, já para nós era bem restrito, mas na coleção deste ano já vejo inovação”, analisa. Quando está em Petrópolis, a funcionária pública gosta de comprar em lojas como Oficina 16, Moniquetti, Fargo, Riluz e Ney Fek. “A Ney Fek trabalha com uma grande variedade de produtos, como sobrelleggings, vestidos, blusas e calças legging, com os tamanhos P, M e G, estes representando do 44 ao 60”, salienta Anthony Coelho Sadkowski, diretor da marca. “Há muitas empresas que entram no mercado plus size apenas ampliando modelos da moda para tama-

nhos especiais. Mas o nosso diferencial não é esse e, sim, criá-la pensando nos mínimos detalhes para este público. Todos os nossos modelos estão antenados nas tendências, sendo pensados e testados para melhor se adequar à moda plus size. Além disso, visamos garantir o melhor conforto e qualidade para nossas clientes”, acrescenta. Independente do seu manequim, os componentes para um look arrasador são: conforto, bom corte e, principalmente, confiança. Pois, com a permissão de parafrasear Fernando Pessoa, “sou do tamanho do que vejo e não do tamanho que visto”. revistaon.com.br

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MODA Cotidiano

UMA QUESTÃO

de imaGem

POR NaTHÁLia PaNDeLÓ

FOTOS arqUiVO PeSSOaL

Consultoria de imagem pessoal é a nova tendência para quem quer não só renovar o guarda-roupas, mas também ganhar autoconfiança e melhorar a aparência, favorecendo os relacionamentos pessoais e profissionais

C

mas também o personal shopper, ou seja, acompanhamento profissional no momento da compra de roupas, sempre dentro do orçamento proposto pelo próprio cliente. Uma série de fatores estão levando cada vez mais pessoas a buscarem esse tipo de orientação. Se artistas e políticos que queriam melhorar sua imagem pública abriram o caminho, atualmente o serviço atende desde profissionais à procura de uma maior projeção, empregos melhores e salários mais altos, até pessoas que passaram por momentos de

grande mudança na vida pessoal - devido a doenças, divórcio ou chegada da maternidade, por exemplo. As mulheres ainda são maioria - ao menos, é o que relatam Taisa Campos, publicitária especialista em varejo de moda, e Lilian Lais, advogada, que lançaram o serviço em Petrópolis após estudarem com alguns dos maiores nomes da consultoria de imagem no país. Elas ainda não tiveram clientes do sexo masculino na cidade, ou seja, as mulheres saíram na frente e já estão colhendo os resultados.

MEU EU, ESPELHO MEU Daniela publicou em seu blog o avanço da experiência

SORRISOS Daniela passou a usar cores que não usava antes e a adotar um visual mais romântico

CHriSTiaNNe BarLeTTa

onhecer o próprio estilo, aprender a usar as roupas e cores que valorizam os melhores atributos e economizar tempo e dinheiro nas compras. Esses são apenas alguns dos benefícios de um serviço que está dando o que falar: a consultoria de imagem pessoal. Já conhecida e usada nos Estados Unidos por personalidades e profissionais que precisam causar uma boa impressão por meio da aparência, a consultoria chegou a Petrópolis trazendo não só uma análise individual que respeita o estilo de cada um,

CONSULTORIA DE IMAGEM Lilian Lais e Taisa Campos são pioneiras no serviço na cidade 42

Revista On Maio & Junho


“Os benefícios da autoestima transpassam o nível emocional e são capazes de interferir até nas respostas fisiológicas”, Taisa Campos

ANTES Victoria Lyrio queria sair do básico...

DEPOIS ... e passou a ousar mais no visual, até no ambiente de trabalho

Victoria Lyrio é diretora em uma empresa de segurança e monitoramento. Após eliminar o excesso de peso adquirido na vida de recém-casada e 20 quilos mais magra, ela não sabia o que usar e por isso procurou a consultoria. “Estava perdida e queria sair do básico e da mesmice”, conta. E foi isso que ela fez. Victoria passou a arriscar mais no guarda-roupas e a usar peças que antes achava até que não combinavam, como short, blazer e salto. Em pouco tempo, as pessoas em sua vida, inclusive as do trabalho, passaram a notar a melhora no visual, o que contribuiu para sua autoconfiança. Já para a professora Daniela Moratori, voltar para o básico foi uma nova experiência. Proprietária de um brechó online e blogueira de moda nas horas vagas, Daniela não achou que precisasse da consultoria, mas ao entrar em contato com o serviço percebeu que tinha muito a aprender. Adepta de cores mais sóbrias, apesar das tatuagens coloridas, ela decidiu apostar na ideia e hoje consegue usar no cotidiano dois itens que não existiam em seu guarda-roupas: calça jeans e salto alto. Outra lição foi descobrir que não são necessárias muitas peças para conseguir montar looks versáteis. “Eu achava que tinha que ter muita roupa, mas percebi que com a mesma peça é possível montar até 20 combinações diferentes.

Passei a gastar menos e a investir em qualidade. Ou seja, menos é mais”, avalia a professora. A consultoria foi registrada em seu blog [meueuespelhomeu. com.br] e, após o processo, Daniela se viu recebendo elogios dos amigos, familiares e colegas de trabalho, que notaram seu estilo mais abrangente, que vai desde o visual “rock” que adotava antes até tons mais leves e românticos. O estudo das cores é apenas uma das fases da consultoria de imagem. O processo tem início com uma análise do perfil físico e dos traços de personalidade da cliente, feita por meio de um questionário e uma entrevista e de medições que vão ajudar a adequar o guarda-roupas à silhueta. Em um segundo momento, são feitos exercícios com imagens, com o objetivo de definir o estilo principal e complementar, respeitando sempre o estilo de vida da pessoa e sua personalidade. Então, tem início a análise cromática, um estudo das cores de pele e do cabelo, o que ajuda a definir a palheta que mais favorece a cliente e, consequentemente, a guiar a compra de roupas, maquiagem e acessórios. Esse momento é um dos mais importantes, pois as cores ajudam a realçar a beleza natural de cada um. “Esse é o elemento que mais chama atenção em uma produção, além de suavizar manchas e olheiras”, informa Taisa.

Na quarta fase, é feita a adequação do vestuário ao estilo e tipo físico da pessoa, além da avaliação das peças do guarda-roupa para a montagem das melhores combinações. Nessa visita à casa do cliente, as consultoras montam um “lookbook”, ou seja, um catálogo de opções para trabalho, lazer, festa, viagem e eventos do cotidiano. Por fim, é feita a assessoria de compras, em que são adquiridos itens básicos levando em conta o orçamento e as lojas indicadas, além de dicas de coloração e corte de cabelo, automaquiagem e definição de armação de óculos ideal para o tipo de rosto. Parece muito, mas todo esse trabalho acontece em cerca de três meses, ou cinco encontros em média, podendo ser estendido de acordo com as necessidades do cliente. Durante a consultoria, já é possível notar os resultados: mais elogios, guarda-roupas mais coerente e coordenável, aparência mais original e consumo consciente, mas também um maior autoconhecimento. “Isso pode representar muito mais do que otimismo em relação à vida. Os benefícios da autoestima transpassam o nível emocional e são capazes de interferir até nas respostas fisiológicas, segundo estudos. Além disso, a imagem é uma poderosa ferramenta de comunicação com o mundo, que é cada vez mais visual. Através de estudos sobre a primeira impressão, foi comprovado que 55% se dá no visual”, diz Taisa. Para isso, o primeiro passo é valorizar o que se tem de melhor, sem abrir mão de um estilo próprio ou da personalidade. Assim, é possível construir uma imagem ainda mais autêntica, positiva e, principalmente, dar mais sorrisos em frente ao espelho. revistaon.com.br

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MODA tendência

PANTONE DE INVERNO 2014

Fernanda Eloy fernanda.eloy@hotmail.com.br Designer de moda e proprietária da marca Fernanda Eloy e do blog de moda www.sushidechocolate.com

FOTOS SHUTTerSTOCK

A escala Pantone é conhecida pelo seu sistema de cores, que é muito utilizado na indústria gráfica, têxtil, tintas e outros materiais. Na moda, utilizamos essa escala sempre como referência. O pensamento dessa temporada é que a cor transcende tempo e lugar, a estação inspira ingenuidade, imaginação e arte.

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Royal Blue

Há tempos o marinho transita entre coleções com facilidade. Desta vez, o Royal Blue rouba a cena com a sua cor intensa. Essa tonalidade elegante chama muita atenção, pois até o momento estamos acostumados com o tradicional azul marinho. 2

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Sangria

Feito vinho diluído, o novo tom de uva deve tingir a cartela de cores da temporada. O Sangria é um vermelho mais aberto com um toque rosado, ao contrário do Aurora Res, que é um vermelho quente, porém esse vermelho rosado promete encher de glamour até as produções mais simples. 6

Aurora Red

É uma variação do mais puro vermelho. Apesar de ser uma tonalidade vibrante, o tom tem um toque de sofisticação e modernidade na hora da produção.

Mauve Mist

Mouve Mist é um tom suave, romântico e elegante e lembra o lilás com pitadas de rosa. 7

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Aluminum

O cinza ganha um toque de sofisticação e recebe o pigmento verde em sua composição. Ele lembra uma mistura entre o prata e o cinza. Com isso, a tonalidade de tom básico torna-se curinga nas produções.

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Cognac

Nada mais é do que um marrom elegante e “cult”. Porém, vale destacar que esse tom foi nomeado em homenagem a cidade de Cognac, na França, conhecida pela produção da bebida derivada do conhaque. É a cor típica do outono e ganha requinte e classe em suas produções.

Misted Yellow

O amarelo dessa estação vem em uma nuance de mostarda com um toque iluminado dando cor às produções. E seu tom quente promete colorir o inverno com sofisticação. 44

Revista On Maio & Junho

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Bright Cobalt

É um azul um pouco mais aberto e intenso e esse tom vibrante, promete ser statement (significa afirmação,

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confirmação) da temporada. Na maioria das vezes já foi chamado de Azul Kleyn e Azul Bic, mas independente do tom ele entrou de vez no closet para deixar sua produção ainda mais charmosa e versátil. 9

Cypress

Nas lojas, o tom de verde, em várias nuanças, vem predominando nas coleções. E agora, se faz presente no inverno 2014 como tendência, porém sua cor vem repaginada. Cypress com um toque sutil e florestal. Esse verde majestoso tem uma presença imponente nas produções. Ele é o verde militar com uma pitada extra de marrom. 10

Radiant Orchid

É uma variação da mistura do fúcsia, roxo e rosa. Conforme a empresa Pantone, o nome tem origem devido em alusão à flor de orquídea. Ela tem como predominância a mistura de cores citadas acima, semelhante ao lilás e lavanda. E carrega um significado interessante: “despertar a imaginação”, que segundo a Pantone é um convite à inovação e criatividade.


TURISMO & GASTRONOMIA atrativo 45 sabores 48 viagem 50

liberdade renovada POR mariaNNe WiLBerT

FOTOS reViSTa ON

Local de lazer dos petropolitanos, a Praça da Liberdade recentemente passou por mais uma reforma, que foi acompanhada e aprovada pelo iphan, preservando aspectos históricos e adaptando-a para pessoas portadoras de deficiência.

revistaon.com.br

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TURISMO & GASTRONOMIA Atrativo

T

rês anos e meio após o anúncio da liberação de recursos para a reforma da Praça da Liberdade, ainda na gestão de Paulo Mustrangi, a revitalização, que estava prevista para começar em março de 2011, só teve início no segundo semestre de 2013. Segundo a Secretaria de Obras, o valor total da reforma foi de R$ 1,9 milhão, incluindo a emenda de R$ 500 mil do deputado federal Hugo Leal (PROS-RJ). A verba faz parte do programa de apoio a projetos de infraestrutura do Ministério do Turismo no Estado do Rio de Janeiro. Os recursos já tinham sido disponibilizados outras vezes, mas precisavam do projeto da prefeitura para a sua liberação. O programa do Ministério do Turismo tem como proposta identificar as necessidades de infraestrutura turística dos municípios e regiões, visando o desenvolvimento socioeconômico e a melhoria da qualidade dos serviços de interesse turístico. Entre as ações desenvolvidas pelo programa estão a construção, ampliação e

PRAÇA DA LIBERDADE Embora seja um elemento urbanístico do século 19, foi tombado apenas em 1980 46

Revista On Maio & Junho

reforma de praças públicas, terminais de turismo social e de lazer e de quiosques de informações turísticas. “A Praça da Liberdade precisava de um tratamento especial, ela é um cartão de visita de Petrópolis e uma significativa área de lazer. É necessário cuidar bem de todo o patrimônio histórico e cultural da cidade. Ele é a grande fonte de atração dos turistas e a sua preservação vai aumentar o mercado turístico, o que resultará na geração de renda e na melhoria da qualidade de vida dos habitantes da cidade”, destaca o deputado. A reinauguração da Praça da Liberdade aconteceu em abril deste ano e a reforma, cujo projeto foi acompanhado pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), preservou características históricas, como o coreto e a ponte de madeira, que foram mantidos até hoje. Com uma área de 21.275 metros quadrados, em 1888 ela foi batizada de Praça da Liberdade porque era ponto de encontro dos escravos livres que ali se reuniam para comprar a liberdade daqueles que

O local é um elemento integrante do Conjunto Urbano-Paisagístico do 1º Distrito de Petrópolis ainda estavam em senzalas. Em 1923, passou a se chamar Praça Rui Barbosa, mas como o nome não “pegou”, o nome de Praça da Liberdade foi retomado. O local é um elemento integrante do Conjunto Urbano-Paisagístico do 1º Distrito de Petrópolis, tombado pelo Iphan. Enquanto elemento urbanístico do Plano Koeler, datado da 2ª metade do século 19, foi tombado apenas em 1980, quando houve a primeira extensão do tombamento supracitado, em âmbito federal. Desde sua implementação até a data de sua proteção legal de cunho cultural, a praça sofreu inúmeras modificações. Desta forma, as características preservadas são aquelas remanescentes até o tombamento, em 1980.


PROJETO O paisagismo original foi feito pelo botânico francês Auguste Glaziou

PARQUE INFANTIL O atrativo para as crianças faz parte do novo cenário da praça

Erika Machado, chefe do escritório técnico II – Região Serrana, superintendência do Iphan-RJ, cita algumas das alterações sofridas pela praça antes de seu tombamento. “Ela era cortada por uma rua, a continuação na Avenida Koeler até a Rua Barão do Amazonas, sendo este trecho de via fechado há décadas, quando foi construído o espelho d’água (chafariz); sua conformação inicial tinha desenho retangular, alterado e, portanto, tendo sua área diminuída quando a rua aberta a transformou em uma rotatória, dando a ela seu atual formato elíptico, desmembrando quatro trechos em ilhas no seu entorno imediato; o coreto foi transferido de local (anteriormente localizado próximo à área do atual palco perto do CIT) e enterrado; a pavimentação ‘original’ era piso de terra batida que, ao longo dos anos, foi sendo modificada; e não existia iluminação por energia elétrica”. O paisagismo foi desenhado pelo botânico francês Auguste Glaziou, em 1886, e quando tombada, as características rema-

CORETO As características históricas foram preservadas durante a revitalização

nescentes de uma de suas reformas mais marcantes foram mantidas até então: o espelho d’água; o desenho dos jardins em estilo romântico, com caminhos e canteiros sinuosos e orgânicos; e ainda existe na ilha de seu entorno imediato - entre a Rua Nelson de Sá Earp e a Avenida Koeler o único exemplar de mobiliário em estilo romântico, que é um banco em cimento armado composto em elementos fitomórficos (imitando troncos de árvores). “Após um ano de estudos entre as várias propostas apresentadas pela Prefeitura, o projeto foi aprovado pelo Iphan em dezembro de 2011, garantindo a preservação do espaço urbano, bem como sua modernização para atender às demandas atuais da população, como acessibilidade, ampliação da iluminação pública e do parque infantil, para atender às crianças com deficiência física”, aponta Erika. Além da nova iluminação, ela tem brinquedos adaptados e nivelamento do piso para facilitar a locomoção das pessoas; nos jardins, agora há azaleias, pingos

de ouro, clorofitos, bromélias e lírios. O palco foi refeito e conta com uma programação permanente. Além disso, o local também passou a contar com rede WiFi. As mudanças agradaram quem frequenta o local. “Passo pela Praça da Liberdade praticamente todos os dias e as melhorias mais importantes foram na infraestrutura da praça, ou seja, os sistemas de drenagem e elétrica, que estavam obsoletos e insuficientes, foram recuperados. É válido lembrar que as chuvas de 2011, que trouxeram danos significativos à cidade, mostraram o quão reduzida a capacidade de escoamento hidráulico da praça estava naquela ocasião, pois a mesma ficou completamente alagada na época. A iluminação também estava muito precária nos últimos anos, tornando o trajeto dos pedestres à noite perigoso. Cabe a nós, como cidadãos, esperarmos que essas modificações durem e que haja manutenção constante”, conclui a engenheira civil Ana Carolina Constâncio. revistaon.com.br

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TURISMO & GASTRONOMIA SABORES

GElEIAS cOM SABOR

peTrOpOliTaNO POR mariaNNe WiLBerT

FOTOS DiVULgaçÃO

Com itens indispensáveis em muitas listas na hora das compras, a marca Mr. Paul of Petropolis trouxe para o Brasil iguarias americanas que até então não eram comercializadas no país. E leva o nome de Petrópolis para todo o Brasil.

N

ascido em Nova Iorque e criado na Inglaterra, Paul Giamis veio para o Brasil na década de 1950, através de uma Companhia de Petróleo que, na ocasião, fazia uma pesquisa de mercado no Sul do Brasil para a implantação de combustíveis em cidades economicamente viáveis. Quando as pesquisas foram concluídas, Paul preferiu permanecer no país, no estado do Paraná, até que uma proposta de trabalho o fez mudar para o Rio de Janeiro. Ele trabalhou em uma companhia de publicidade chamada Salles/Interamericana por um longo período. “Sendo formado em Harvard no curso de economia e belas artes, foi relativamente fácil ficar no Brasil e exercer sua função. Uma curiosidade dessa trajetória pelo Sul do Brasil é que, diariamente, durante seu trabalho, ele iniciava suas pesquisas analisando primariamente a ‘idade e potencial da cidade através do cemitério’, pois as datas inscritas nas lápides forneciam dados importantes quanto à estrutura familiar e econômica

da cidade e, assim, ele iniciava seu histórico”, revela Daniel Barboza, sócio da Mr. Paul of Petropolis. Outra curiosidade sobre Paul é que foi ele quem iniciou o hábito, que ainda era incomum por aqui, de tomar suco de laranja no café da manhã. “No início de sua trajetória no Sul, ele constantemente solicitava suco de laranja no café da manhã. O gerente, as pessoas que trabalhavam no hotel e outros achavam tal pedido inusitado, pois só serviam suco ou algo do gênero no almoço ou jantar. Assim, ele passou a levar para o hotel, diariamente, algumas laranjas para que fosse feito suco pela manhã, sendo que, mais tarde, ele já não precisava comprá-las, pois o hotel passou a lhe oferecer suco de laranja pela manhã”, comenta Daniel. Nessa época, já demonstrava seus dotes culinários através de chás, jantares e guloseimas que costumava dar de presente. Devido à conjuntura político-social, Giamis veio se instalar em Petrópolis, cidade pela qual se apaixonou e não voltou mais para o exterior. Aqui, mudou

Mint jelly foi a primeira geleia de hortelã genuinamente brasileira, pois até aquela época só os ingleses forneciam o produto para as churrascarias brasileiras 48

Revista On Maio & Junho

totalmente de ramo, voltando-se para a gastronomia e passando a fabricar tortas americanas de sabores tradicionais [as famosas american pies], atendendo apenas amigos e indicados pelos amigos. Incentivado por seus amigos, não demorou até que começasse a comercializar suas iguarias, adotando a marca “Mr. Paul of Petropolis” e o slogan “Um presente para a família inteira”. Percorria a cidade e alguns distritos, de porta

PAUL GIAMIS Chegou ao Brasil na década de 50 e seu nome tornou-se marca reconhecida


GELEIAS Com diversos sabores, fazem sucesso dentro e fora do município

em porta, vendendo tortas, patês, picles e queijos, o que contribuiu para tornar a marca conhecida em todo município. Em 1980, Daniel o conheceu e, através de uma parceria, começaram a tornar realidade alguns sonhos criativos relacionados aos produtos americanos no Brasil. “Um grande exemplo foi o bro-

wnie, que até então não havia registro de que se produzia ‘comercialmente’ no Brasil. Nós inicialmente fabricávamos todos os produtos em sua casa e saíamos para vender de sítio em sítio para os veranistas que tinham casas em Petrópolis, depois Teresópolis e região. Era nosso único método de venda, já que em todos os finais de semanas, eles contavam com a nossa presença em suas residências para levar os sabores de Petrópolis. Foi aí que surgiu a marca Mr Paul of Petropolis. Fomos literalmente os primeiros a fabricar tal produto, ninguém, a menos que fosse privilegiado em condições de viajar pelo mundo, o conhecia”, lembra. Paul Giamis faleceu em 2006, deixando um legado de iguarias que são comercializadas não só em Petrópolis, como também em vários municípios do Rio de Janeiro e outros estados. Além dos brownies, também são fabricados outros produtos diferenciados, como chutney de morango, limão, laranja, pera e outros sabores. Outro sucesso da marca é a “mint jelly”, desenvolvido por Daniel na

“O segredo dos nossos produtos é o amor às tradições naquilo que se faz”, ressalta Daniel Barboza década de 1980. “Foi a primeira geleia de hortelã genuinamente brasileira, pois até aquela época só os ingleses forneciam o produto para as churrascarias brasileiras. Ficamos sozinhos no mercado durante uma década, depois outros fabricante de geleias gostaram da ideia e passaram a fazer produtos semelhantes aos nossos, mas o segredo dos nossos produtos é o amor às tradições naquilo que se faz”, ressalta. Além das geleias, brownies e chutneys, a marca ainda conta com outros produtos como picles, nos sabores pepino agridoce e berinjela agridoce, e fruit cakes, que harmonizam com vinho branco, chá verde, vitaminas de frutas, chantilly e mel silvestre Mr. Paul.


TURISMO & GASTRONOMIA viagem

PEDRO SAlGADO

em Barcelona

Barcelona País espanha População 1,59 milhões Área 91 km² Fuso UTC +1

Por do sol no Rambla del Mar

Quando ir

Junho e julho é verão na Europa e, por isso mesmo, é o período mais indicado, mas como é alta temporada tem preços mais altos. Achei agosto ótimo. Como chegar

Do Aeroporto de Barcelona peguei um ônibus que vai direto para a Plaza da Catalunia, que me deixou do lado do albergue. Onde ficar

Em viagem, acho fundamental ficar bem localizado. Ficar próximo da Rambla é uma boa opção. Onde comer

Meio clichê, mas experimentei uma paella e aproveitei os frios locais. O que fazer

Não deixe de apreciar as obra de Gaudí, La Boqueria, Rambla del Mar, Barceloneta. Dica

Você está viajando. Aproveite ao máximo! 50

Revista On Maio & Junho

Entrada da Ig Sagrada Fam reja ília

m Vida noturna e o fundo a , Barceloneta Torre Mapfre

E

m agosto de 2013 resolvi fazer uma Eurotrip que há muito tempo queria fazer. Sempre marcava com um amigo ou outro mas, no final, a viagem não saía, até que resolvi ir sozinho. Depois, descobri que uma amiga estava indo na mesma época e ajustei o roteiro para fazer uma parte com ela. A viagem começou por Berlim (Alemanha), depois fui para St. Petersburgo e Moscou (Rússia) e tudo estava saindo como o planejado, ou seja, perfeito. Em cada cidade eu conseguia curtir de maneira diferente e é impressionante como uma viagem abre a cabeça, mesmo. A Europa é um grande museu a céu aberto, regado de charme e cultura por todos os lados. Eu, é claro, estava tentando curtir ao máximo, entre museus, passeios, novas amizades, pubs e tudo mais que se pode esperar de uma Eurotrip. Até que me deparo com Barcelona. E essa cidade, meu amigo, arrepia! Quando cheguei, a quantidade de novidades por segundo acelerou tanto que dava até para esquecer de todo o resto, como se a vida fosse aquilo lá para sempre. A cidade catalã respira arte, cultura e vida noturna. Você tem o que fazer 24 horas por dia. Assim que cheguei, fui para “La Rambla”, rua central da cidade, onde ficava o albergue que me indicaram. Fiz o check-in e saí para explorar a cidade. Barcelona atende todos os gostos. Para os amantes de artes, as obras do arquiteto Gaudí são impressionantes, além de muito Picasso e Dalí. O Parque Guell, Casa Batlló e Sagrada Família te deixam de boca aberta e, apesar de cobrarem entrada nos dois últimos, vale cada centavo. Para quem é fã do nosso esporte nacional, o Camp Nou tem um museu do F. C. Barcelona, onde tive a oportunidade de assistir a estreia do Neymar no time. Foi bem divertido. Para compras, La Rambla (não deixe de ir em “La Boqueria”), o prédio do Corte Ingles e a ruas em volta podem ser boas opções. A vida noturna se concentra nos bares, também em La Rambla e nas boates da praia de Barceloneta, todas muito boas e com varanda para areia da praia, onde você pode sair e ficar ali reunido com um monte de gente que aproveita o visual para curtir e bater papo. Em uma tarde, aluguei uma bike e rodei os pontos mais legais da cidade. É divertido você perceber como cada rua é única e tudo parece muito descolado. Apesar de ter ido sozinho, fiz muitos amigos lá e sempre fui muito bem acolhido por todos. Se você pensa em viajar para Europa, não deixe Barcelona de fora do roteiro.


Guia gastronômico

as delícias da cidade imperial

A Panetteria é o lugar ideal para um excelente café da manhã ou seu lanche da tarde. A loja é climatizada e especializada em pães especiais e uma interessante linha light, todos de fabricação própria. Possuímos também confeitaria e produtos especiais para o seu lanche residencial.

eDUarDO BriTO

(24) 2222-2681 Estrada União Indústria, 11.870 - nº 3 e 4. Posto BR Alcatraz - Itaipava

A melhor pizza de Itaipava não é feita somente pelos melhores ingredientes. É preciso também conforto, bom atendimento e um ambiente agradável para apreciá-la. O lugar onde você encontra tudo isso é na Interlúdio Pizzaria. São mais de 40 sabores, entre pizzas salgadas e doces, aperitivos, além de vinhos para acompanhar. Venha conferir! (24) 2222-0253 / (24) 2222-0053 Estrada União e Indústria, 9.430. Itaipava - Petrópolis

Um restaurante onde você se sente em casa, reúne amigos e família para compartilhar boas histórias, e claro, pode apreciar a melhor comida caseira de Itaipava em um ambiente agradável e aconchegante. Isso porque o Interlúdio Restaurante oferece há 17 anos, o melhor sabor da região, com qualidade, carinho e respeito. (24) 2222-2592 Estrada Itaipava - Teresópolis, 2.165. Itaipava - Petrópolis



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