FB | Revista On Três Rios #06

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Índice 10

Opinião

Roberto Wagner: A vida é feita de escolhas Oneir Vitor Guedes: Achado não é roubado? Helder Caldeira: Pela-sacos David Elmôr: Bandidos de Toga

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Turismo

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Meio ambiente

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Negócio

Embarque no passado nos trilhos do futuro: a volta da Maria Fumaça promete incentivar o turismo em Paraíba do Sul Verdes atitudes, lixo zero: trirrienses criam ações para poluir menos Consumo virtual: comprar pela internet é mais confortável e às vezes mais barato, mas nem sempre sinônimo de segurança. É preciso saber se portar diante de alguns imprevistos Simplicidade é a alma da empresa: um agricultor arealense ganha a vida cultivando flores

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Os alicerces do mercado de trabalho: as profissões que fazem parte do nosso dia a dia e que estão cada vez mais escassas

Empreendedorismo

Criatividade metalizada: a história de um argentino quem começou montando máquinas de eletroerosão e hoje é empresário em Paraíba do Sul

Comportamento

Rompendo a trajetória: conheça histórias de jovens que se tornaram mães antes da hora Até que o divórcio os separe: o matrimônio ainda é um bom negócio? Estudos mostram que as pessoas estão casando menos

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Lazer

A gente não quer só comida: você sabe quanto custa um programa cultural em Três Rios? A Revista On fez um levantamento das principais opções

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80 Capa

Zé Roberto Inspiração

A trajetória do atleta que jogou na seleção brasileira sub-20, lançou quatro livros e tem como amigos Zico e o Rivellino.


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Segurança

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Cotidiano

O olhar atento dos vigilantes: profissionais que protegem clientes e funcionários em agências bancárias

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Delta triplo do mundo: Três Rios completa 73 MARCELLA MONNERAT anos em 2011 e guarda fatos interessantes em sua história

O dom

Eu sei fazer

O ritmo da rua: com 40 troféus no currículo e destaque nos principais concursos nacionais, o grupo Nós da Rua de Três Rios divulga o hip hop noEstilista país trirriense trilha sucesso no mundo da moda e POR PRISCILA OKADA

como Daniella Sarahyba e Caroline Trentini.

90

Praça de esportes é a nova área de lazer em Três Rios: novos atrativos atraem à população O brado retumbante do 7 de setembro: desfiles cívicos atraíram multidões às ruas

de vestir125 128 já acumula no currículo, confecção para o Fashion Rio Modainspirada na bailarina clássica Ana Botafogo e criações de vestir: a em estilista trirriense que brilha 74 Onodom 130 divulgadas revistas e jornais por celebridades mercado nacional da moda

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Aconteceu

O sabor trirriense: o primeiro Festival Gastronômico recebeu turistas e visitantes

½ Palavra

As curiosidades que circularam pela mídia

Diário de bordo

A trirriense Mônica Conde respira ares turcos

Guia

Livros

Saúde

Medicina In Natura: dos remédios plantados em casa, a preocupação é com a dosagem Negligência preconceituosa: os homens presos a tabus fogem do exame que pode salvá-los do câncer de próstata As marcas da acne: distúrbios hormonais podem prejudicar o convívio social

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Papo de Colecionador

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Esporte

O aroma escocês na cidade das águas: José Maurício Cola viajou por diversos países e de todos, trouxe algumas lembranças - várias garrafas de uísque Sexo frágil? Que nada!: as mulheres que superam o preconceito e se destacam no esporte Arte suave e sem idade: o esporte que leva atletas trirrienses ao pódio

| 7 Orevistaon.com.br aroma escocês


#6

Editorial

O

ano está indo embora. Para que ele vá satisfeito, estamos entregando a edição #6 da Revista On, cuja capa traz o ícone do futebol trirriense. Zé Roberto Padilha, jogou no Flamengo, Fluminense e na seleção sub-20 do Brasil. Amigo do Zico e Rivelino, ele luta para conservar suas conquistas no disputado mundo do futebol. No entanto, foi nos bastidores desta reportagem que tivemos a certeza de sua paixão pelo esporte. A empolgação do ex-pontaesquerda na sessão de fotos no campo do Entrerriense F.C., demonstrou sua vitalidade diante da bola.

Direção e Produção Geral Felipe Vasconcellos felipe@revistaon.com.br Produção Diego Paiva Sabrina Vasconcellos Heverton da Mata Edição Rafael Moraes rafael@revistaon.com.br

Assim como o atleta trirriense vê em seu passado um tempo glorioso em campo, mostraremos a solução do século passado para salvar o turismo de Paraíba do Sul. A esperança é a volta da Maria Fumaça com toda força e algazarra para movimentar a cidade. Além desse esforço dos empresários sul-paraibanos, a matéria “Verdes atitudes, lixo zero”, traz ação de trirrienses que, ao mudar seus hábitos, ajudam a preservação do meio ambiente. Nesta mesma reportagem encontramos um homem que consegue preservar, sozinho, 460 milhões de litros de água potável por dia.

Estagiários Priscila Okada Frederico Nogueira Comercial Diego Paiva comercial@revistaon.com.br (24) 8843-7944 Criação Felipe Vasconcellos Robson Silva Tecnologia Vagner Lima

Além dos profissionais mais escassos, outro texto vai destacar a produção de flores em Areal, responsável pelo sustento de um empresário e seus funcionários. Os perigos e a comodidade das compras pela internet tem em comum com as demais, a mesma editoria. Ainda nesta edição, você vai conhecer as jovens que se tornaram mães antes do tempo e agora tentam retomar a rotina. Nesta última edição de 2011, contamos com a visão, análise e avaliação da principal peça neste processo de produção da revista; o leitor, agora mais On do que nunca. Para quem nos acompanha desde a primeira capa ou para quem está nos conhecendo agora, desejamos uma boa leitura!

Colaboração Aline Rickly Ana Paula Caneda Paula Araújo Distribuição Três Rios, Paraíba do Sul, Com. Levy Gasparian, Sapucaia e Areal Produção Gráfica WalPrint Tiragem 3.000 Foto de capa Rodrigo Vieira - Stúdio Click

Fiobranco Editora Rua Prefeito Walter Francklin, 13/404 Centro | Três Rios - RJ 25.803-010 Sugestão de pauta redacao@revistaon.com.br Trabelhe conosco rh@revistaon.com.br

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Ops! Erramos Na matéria sobre a ginasta trirriense (p. 111), cujo título é “A pequena gigante Bia”, o nome da cidade dos jogos Olímpicos de 2016 está errado. Onde se lê em Londres, leia-se no Rio.

Sobre a banda 1º de Maio, título: “101 anos e um desafio” (p. 48), a informação de que a apelação teria sido julgada a favor do até então presidente Alceir Alcântara, está equivocada. O correto é que este recurso seria usado como base para uma alegação da defesa, por se tratar de um caso semelhante.


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OPINIÃO

A vida é feita de escolhas Ao longo da vida Juan e Estela acumularam também grandioso patrimônio em obras de artes

Roberto Wagner roberto@revistaon.com.br

Roberto Wagner Lima Nogueira é procurador do município de Areal, mestre em Direito Tributário - UCAM-Rio, professor de Direito Tributário da UCP – Petrópolis – e colunista do Três Rios Online.

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J

uan nasceu de uma família com comércio exitoso na cidade de Petrópolis. Estela, também petropolitana, é filha de uma família com escritório de contabilidade. Ele cursou engenharia civil na UCP (Universidade Católica de Petrópolis) e ela fez arquitetura no Fundão (UFRJ). Conheceram-se e casaram. Um casal ambicioso, assim poderia defini-lo. Juan fez MBA nos EUA e Estela doutorado na Inglaterra. O mundo era pequeno para o sucesso do casal. Com a vida farta em recursos, compraram apartamento na Barra de Tijuca, casa de campo em Três Rios e ainda confortável propriedade em Búzios. Só após muitos anos, Estela conseguiu que Juan a permitisse engravidar. Nasceu Lucien. Passeavam com o filho no Jeep Grand Cherokee, um dos carros da família. O jovem vivia cercado de grandes espaços: apartamento enorme, casa de campo enorme, casa de praia enorme e carro de passeio enorme. O menino foi, desde sempre, um adolescente quieto, comedido, isolado em seu computador e também um jovem silencioso. Lucien cursou Belas artes no Fundão (UFRJ) e não demorou muito expor seu talento mundo afora. Ao longo da vida, Juan e Estela acumularam também grandioso patrimônio em obras de artes. Possuíam quadros, telas, esculturas de todos os grandes artistas do mundo contemporâneo: Picasso, Matisse, Rodin etc. Já Lucien, ao contrário, era pós-moderno e um admirador da Apple, de Steve Jobs, de quem tinha todos os produtos, sempre os comprando, quando lançados nos EUA. Tudo seguia normal até que um dia, em um exame de rotina, Juan, 59, descobriu que estava com uma doença incurável. Não passou dois meses até que, como uma avalanche, Estela, 57, também descobriu que estava com um tumor maligno no cérebro. Foram aos EUA em busca de tratamento, mas os médicos foram taxativos: − vocês não têm mais

de seis meses de vida. Com medicamentos poderemos tentar atenuar o sofrimento. Unido o casal tomou uma deliberação. Iriam para Suíça praticar, ambos, a eutanásia (suicídio assistido) em uma Clínica de Zurique. Foi-lhes indicada a Clínica Dignitas, a melhor da Suíça na prática da eutanásia, que é permitida no país. Pediram a Lucien que viesse de Paris, onde morava, para contar-lhe a decisão. Ele ouviu pai e mãe e nada opôs à decisão. Passados alguns dias, o casal marcou a data para viagem e o dia da eutanásia, comunicando ambas ao filho, além de manifestarem o desejo de que fossem cremados. Lucien concordou com tudo, porém informou aos pais que estava com uma exposição artística em uma importante Galeria de Londres, de maneira que não poderia ir à Suíça na data, no entanto, se comprometia em levar às cinzas para Três Rios, como era o desejo dos pais. Juan e Estela chegaram a Zurique, um motorista os esperava no aeroporto. Quando o veículo passava numa cidadezinha pequena, aos pés dos Alpes, viram uma encantadora igrejinha com um pomposo Cristo crucificado em sua fachada. Assim, de ímpeto, mandaram o motorista parar o veículo. Desceram e perguntaram a um senhor que estava na porta da igreja: - como podemos fazer para entrar? O simpático senhor respondeu: -ela está fechada há muitos anos, ninguém mais a frequentava, dizem que será transformada em uma biblioteca pública.


Achado não é roubado? A proposta de um olhar sobre a desculpa típica dos trapaceiros

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celular se tornou um dos objetos de maior importância no dia a dia do homem moderno, porém, a maioria das pessoas que conheço já perdeu seu aparelho mais de uma vez (provavelmente porque eles estão ficando menores a cada dia). Sempre que isso acontece, nos sentimos apavorados com a perda de inúmeros contatos pessoais e profissionais, mas, por alguns dias, nutrimos uma tênue esperança de que uma boa alma o encontre e faça a gentileza de devolvê-lo. Entretanto, sabemos que este tipo de comportamento altruísta está cada vez mais raro em nossa sociedade. Na maioria das vezes, quem encontra um celular na rua nem mesmo cogita devolvê-lo ao seu dono e simplesmente troca o chip do aparelho e passa a tratá-lo com se fosse seu e, para piorar, o faz sem o menor peso na consciência, pois se sente justificado pelo aforismo popular segundo o qual “achado não é roubado”. Esta concepção está arraigada em nosso país de forma que a população como um todo acredita que aquele que encontra um objeto perdido não está obrigado a devolvê-lo. Acostumou-se a ver com naturalidade a prática do “jeitinho brasileiro”, comportamento daqueles que buscam agir da forma a lhes garantir maior proveito, sem se importar com os aspectos éticos de seus atos. Porém, o que a maioria das pessoas desconhece é esta conduta, além de imoral, é ilegal. O código civil, em seu artigo 1.233, é claro ao determinar que a pessoa que encontra um objeto perdido (como no exemplo do celular) deve, sempre, entregá-lo a quem perdeu. E não é só. A lei determina que quem recolher coisa perdida deverá ainda esforçar-se para localizar o verdadeiro dono e, caso não consiga, terá o dever de entregar o objeto a uma autoridade policial ou judiciária competente. Contudo, convém ressaltar que, se por um

lado essa lei impõe o dever de devolver, por outro, o art. 1.234 garante o direito a ganhar uma recompensa, que será de pelo menos 5% do valor do que foi entregue. Quando assistimos em um telejornal sobre a devolução de objetos perdidos, temos impressão que a honestidade se tornou tão escassa que quando alguém simplesmente cumpre a lei, acaba se tornado manchete em todo país. A verdade é que a maioria de nossos compatriotas apenas cumpre as regras que podem ensejar algum tipo de punição em caso de descumprimento. Mas engana-se aquele que acha que não pode ser punido por se apropriar de que algo que encontrou. O código penal brasileiro, em seu artigo 169, prevê um crime chamado “apropriação de coisa achada”, que se configura quando alguém encontra uma coisa perdida e a toma para si, deixando de restituí-la ao dono. A pena prevista para crime em questão é de um mês a um ano de detenção. O código penal esclarece ainda que se não for possível descobrir o proprietário da coisa, aquele que a encontrar deverá entregá-la à autoridade competente em até quinze dias, pois, do contrário, também estará cometendo este delito. Dessa forma, peço a você que lance um novo olhar sobre o “achado não é roubado”. Essa imoral conduta é contrária a lei e, mesmo não sendo propriamente um “roubo”, configura verdadeiro crime e, como tal, merece seu repúdio e aversão. Além disso, não devemos esquecer que as pequenas atitudes que tomamos, quando ninguém está vendo, são aquelas que verdadeiramente refletem o nosso caráter. Não troque sua consciência limpa por migalhas. Ainda que muitos digam o contrário, saiba que não há nada melhor que satisfação pessoal de ser honesto. Isso não se aprende nas leis. Aprende-se de berço.

Oneir Vitor Guedes oneir@revistaon.com.br

Oneir Vitor Guedes formou-se em direito pela Universidade Federal de Juiz de Fora e, atualmente, atua como advogado e consultor jurídico nas áreas cível e criminal, além de ser colunista do Três Rios Online.

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OPINIÃO

Pela-sacos

Helder Caldeira helder@revistaon.com.br

Helder Caldeira é escritor, articulista político, palestrante, conferencista, colunista do Três Rios Online e autor do livro “A 1ª Presidenta”, primeira obra publicada no Brasil sobre a trajetória política de Dilma Rousseff.

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stamos chegando ao fim de 2011. O comércio já está ganhando os contornos natalinos, na expectativa de que o visível desenvolvimento da economia brasileira seja revertido em aumento substancial de vendas em todos os setores, ainda que o dragão da inflação esteja a cuspir fogo da caverna neoliberal onde ele estava adormecido. Diz a regra capitalista que, se a economia vai bem, todo o resto se ajeita. É verdade. Os românticos gostam da falácia de que nem tudo é dinheiro, mas tergiversam ou protestam sempre que impelidos a viver sem ele. Lamento informar, mas ninguém vive só de amor; ou só de fé; ou só de sonhos. Perdoem o pragmatismo, mas o mundo real não pede licença: ele passa por cima, atropela. Nesse sentido, urge que sejamos menos alienados, pasmados e lenientes nesse país. Essa boa realidade brasileira, em relação aos países desenvolvidos que estão vivendo uma crise gravíssima, é um painel de curto prazo. Não há investimentos em educação, saúde, infraestrutura. Não há um projeto claro de futuro, do que pretendemos ser em termos de nação. Aliás, nos últimos dois anos, só estamos vendo grandes projetos circulando em torno da realização da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016. Mesmo assim, essas ações ainda são capengas e, como é uma praxe no cenário político nacional, sua execução ficará, propositalmente, para os 48 minutos do segundo tempo, dificultando qualquer controle ou fiscalização dos bilhões de reais aportados. E quem paga por isso? Cada um de nós! Para se ter uma ideia, o governo federal acabou de refazer as contas do Orçamento da União para

2012 e ampliou em quase R$ 30 bilhões a previsão de arrecadação bruta. O que isso significa em termos reais? Quer dizer que no ano que vem os impostos e contribuições vão atingir a marca estratosférica de 25% do Produto Interno Bruto (PIB). Ou seja, ¼ de todas as riquezas que Brasil produzir vai parar direto nas mãos do governo. Isso é uma vergonha! Porque, no final das contas, não estamos vendo esse dinheiro ser revertido em prol da melhor qualidade de vida e futuro do povo brasileiro. O que estamos vendo crescer é a corrupção, os desvios de dinheiro público, a politicagem deslavada, a falta de vergonha na cara. Enquanto isso, o imortal José Sarney, presidente do Senado Federal e ex-presidente do Brasil, encerra 2011 dando um murro na cara do cidadão brasileiro com uma declaração emblemática para nossa situação política mazelar. Com a maior cara-de-pau, ele defendeu todos os privilégios e regalias que o dinheiro do povo banca para os congressistas. Segundo ele, essa é uma forma de “homenagear a democracia”. Por sua vez, a presidente Dilma Rousseff decidiu abolir o termo “corrupção”, que agora passou a ser chamado de “malfeito”. Uma tentativa de minimizar o efeito da palavra e suas consequências perversas. Infantilizou. Lembro-me da minha avó. Quando eu era criança e fazia algo errado, um “malfeito”, ela me chamava de “pela-saco”. Dilma também deveria adotar essa expressão. “Ah! Sarney, seu ‘pela-saco’!” – já imaginou?! Por fim, ao tempo em que desejo um Feliz Natal a todos os leitores e leitoras da Revista On, deixo meus votos que tenhamos um 2012 próspero em realizações e conquistas e com menos “pela-sacos” a sugar nosso bolso, nosso trabalho e nosso suor!


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OPINIÃO

“Bandidos de Toga” Comentário às declarações da ministra Eliana Calmon, do Superior Tribunal de Justiça.

David Elmôr david@revistaon.com.br

David Elmôr é advogado criminalista, originário de uma das mais respeitáveis bancas de direito do Brasil (SAHIONE Advogados), Sócio Sênior do ELMÔR & CORRÊA Advogados, Diretor Jurídico da Associação dos Aposentados e Pensionistas – AAPPS e Consultor Político.

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ecentemente, a corregedora Nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, causou grande polêmica ao asseverar que existem “bandidos de toga infiltrados no Poder Ju-

diciário”. A assertiva manifestada pela ministra do STJ (Supremo Tribunal de Justiça) teve o condão de estampar sua indignação com a investida da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros), que através de uma ADI - Ação Direta de Inconstitucionalidade, proposta perante o STF (Supremo Tribunal Federal), pleiteia suprimir a resolução n.º 135/2011 (dispõe sobre a uniformização de normas relativas ao procedimento administrativo disciplinar aplicável aos magistrados, acerca do rito e das penalidades, e dá outras providências) publicada pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça), isto, com a finalidade de limitar a competência – atuação - deste órgão, impedindo-o de investigar e punir juízes acusados de corrupção e ineficiência, note-se, antes que as corregedorias dos Tribunais de Justiça dos Estados façam este trabalho de apuração e julgamento. Certamente, as declarações emergidas pela corregedora fundamentam-se, sobretudo, na resistência que os juízes mais conservadores manifestam em face do controle externo (investigativo e punitivo) executado pelo CNJ, o que, de fato, revela o irrefutável corporativismo existente na magistratura brasileira, mormente no âmbito do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Ocorre que, tais alegações causaram uma sonora insatisfação na classe dos magistrados, provocando, inclusive, a manifesta oposição do presidente do Supremo Tribunal Federal, e também presidente do CNJ, Ministro Cézar Peluso: “em quarenta anos de magistratura, nunca havia lido uma coisa tão grave”. Com a devida vênia e respeito, sem adentrar as questões acerca da constitucionalidade da resolução n.º 135/2011, tendo em vista que a referida matéria será oportunamente desdobrada e decidida pelo STF, ou seja, apenas no intento de descortinar as explanações da ministra Eliana Calmon, cabe salientar, que a respectiva corregedora jamais tentou desmoralizar o Poder Judiciário, que é, incontestavelmente, o menos corrupto de todos os poderes. Todavia, é inegável que também é o menos investigado. Nesta

ponderação, ao nosso sentir, a ministra não se apresenta como perseguidora de juízes por sua atuação rigorosa em processos disciplinares, haja vista que, no exercício de suas atribuições no CNJ, apenas faz valer as regras e sanções que, na maioria das vezes, não são aplicadas pelas corregedorias dos Tribunais Estaduais, devido à costumeira prática corporativista que vigora na classe. Os magistrados não devem tomar como ofensa as declarações da corregedora, pois, como cediço, infelizmente a corrupção alcança todos os níveis e setores da sociedade, não estando tal classe imune a este problema, sendo bem verdade, que os juízes que cometem ilegalidades representam uma ínfima minoria neste universo, ademais, a apuração dos desvios cometidos enaltece a própria magistratura nacional, vale dizer, fundamental a garantia da ordem pública e a consolidação do estado democrático de direito. Por oportuno, impende notar, que deste mal, o “micro-sistema” do Centro-Sul Fluminense não padece, tendo em vista o comprometimento e a lisura sempre presente no atuar de nossos magistrados, valendo citar alguns nomes: Ronald Pietre, Luiz Fernando Ferreira de Souza Filho, Luiz Olímpio Mangabeira Cardoso, Eduardo Buzzinari Ribeiro de Sá, Elen de Freitas Barbosa, Mara Grumbach, entre outros. As manifestações de repúdio às práticas espúrias e incertas sempre serão válidas no seio das mais diversas classes profissionais, principalmente, naquelas que, mais do que nunca, estão sujeitas a apreciação subjetiva da população (ex. advogados, servidores públicos, policiais, políticos, entre outros). No entanto, cabe a cada qual, como profissional e membro da sociedade, se manter incólume e ilibado, a fim de manter imaculada, também, a sua entidade classista ou qualquer que seja o órgão que atue. A idoneidade deve derivar da própria obrigação de cada indivíduo, resultante de um juízo extraído do plexo entre os chamados “direitos e deveres”, e não, desta ou daquela instituição pública ou privada, ou pessoa, que possua poder de polícia para fiscalizar e punir os homens de acordo com seu comportamento em sociedade, ou mesmo, em razão de suas atribuições e responsabilidades profissionais. Em suma, honestidade não é virtude, é obrigação!


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PUBLIEDITORIAL

Dale Carnegie: treine-se para conquistar objetivos Um método para quem quer melhorar na vida pessoal e profissional está disponível em Três Rios. Conheça e transforme-se.

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trabalhados. Quem participou do treinamento, foi Deise Grossi de Lima, empresária com uma franquia de curso de idiomas. Liderando uma equipe de 23 profissionais, ela tinha dificuldade em lidar com pessoas DIVULGAÇÃO

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ale Carnegie é um autor reconhecido mundialmente, isso você já deve saber. Suas obras, como o livro “Como fazer amigos e influenciar pessoas”, são best-sellers e ajudam à quem lê. Há 50 anos está no Brasil a empresa fundada por ele e que, atualmente, é a líder mundial em treinamentos empresariais. Se essas informações já são boas, a melhor vem agora: Três Rios já conta com um dos treinamentos oferecidos pela empresa. O Dale Carnegie Course, treinamento de relações humanas que acontece na cidade, é destinado a todo tipo de pessoa que quer, ou tem vontade, de atingir um objetivo ou resolver uma questão pessoal ou profissional relacionada a pessoas. Eduardo Amarante, Ombudsman daLiderato, empresa autorizada, explica que “as pessoas buscam o Dale em uma situação onde querem estabelecer a diferença em relação aos seus concorrentes, também buscam por necessidade de desenvolvimento, busca de resultados, para sair do vermelho, para enfrentar o mercado de forma diferenciada, para desenvolvimento pessoal ou profissional, entre outros motivos”. Dificuldades com o público, resolução de conflitos no trabalho ou em casa, apresentação diante de câmeras e microfones e motivação de equipes, são alguns dos outros pontos

RESULTADO Deise Grossi de Lima já sente as diferenças após o treinemanto

tão diferentes uma das outras. “Como vários outros empresários, tenho grande dificuldade em delegar, e no curso descobri, através das ferramentas, que a chave do sucesso é a delegação”, explica. A franquia brasileira do Dale Carnegie, segundo Amarante, é uma das 25 mais rentáveis no mundo. Os motivos, ele conta: “Os métodos de ensino são baseados na prática, entregamos a teoria e imediatamente colocamos em prática. Esse método tem gerado resultados para empresas, profissionais liberais, estudantes e donas de casa no país inteiro”. Devido ao ensino baseado na prática, Deise, que já participou de vários treinamentos, diz que o do Dale se destaca e já sente a diferença nos negócios e na vida pessoal. “Nunca tive a oportunidade de melhorar tanto como pessoa como estou tendo agora. Esse curso está deixando marcas profundamente positivas em mim. A cada treinamento com o professor Celso Moutinho, posso ver minha melhora e a daqueles que tiveram a grande oportunidade de transformação de si mesmos. O resultado aparece de forma natural, com a utilização das ferramentas que o treinamento nos oferece”. Se você tem dificuldade em lidar com pessoas e/ou busca atingir objetivos profissionais, se descubra com o Dale Carnegie Course. O treinamento em Três Rios acontece na sede da OAB.


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TURISMO

Embarque no passado nos trilhos do futuro POR ANA PAULA CANEDA FOTOS REVISTA ON

“Café com pão, café com pão. Virgem Maria que foi isso maquinista? Agora sim. Café com pão. Agora sim. Voa fumaça. Corre, cerca. Ai seu foguista. Botafogo. Na fornalha. Que eu preciso. Muita força. Muita força. Muita força”. O trecho é do poema “Trem de Ferro” do brasileiro Manuel Bandeira e faz menção ao transporte mais usado no final do século XIX e início do XX. Infelizmente, na atualidade, os trens só carregam carga. No entanto, no começo desse novo milênio, a maria deve voltar a fazer fumaça para levar passageiros a passeios turísticos em Paraíba do Sul.

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ara muitas cidades do interior, a força para a economia vem da exploração do turismo. Isso ocorre quando há um atrativo, que na maioria das vezes, é o que garante o café com pão de parte da população, ligados a essa atividade direta ou indiretamente. Em Paraíba do Sul, empresários, representantes do poder público e comerciários concordam em um ponto: o retorno da maria fumaça é um atrativo em potencial para movimentar o setor turístico na região.

Um dia de sol e poucos clientes nos estabelecimentos, em pleno final de semana. “O meu restaurante tinha apenas três mesas ocupadas.”, declarou o empresário Talis Lelis. Ele ressalta que foi isso o que o motivou a buscar novidades para o município. “Com esta situação percebi que a cidade precisava também de um chamariz, que não se resumisse a música ao vivo”, enfatiza. “Passei pela estação na volta para casa e vi a locomotiva parada no tempo”, enfatiza. O entusiasta pesquisou alguns dados e com isso montou um

projeto encaminhando à prefeitura, que avaliou de forma positiva. “A ideia era terceirizar os serviços, assim não sobrecarregava o poder público”, complementa. Talis criou uma agência de turismo para concorrer ao processo de licitação, publicada no Jornal Paraíba do Sul em julho de 2010, com direcionamento para várias empresas do ramo. “Como nenhum outro empresário se candidatou, foi concedido um contrato de prestação de serviços durante cinco anos, com direito a revistaon.com.br

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ARQUIVO FUNDAÇÃO DE CULTURA

TURISMO

AUGE A estação no auge do movimento

renovação”, declara. O Edital previa a exploração dos serviços turísticos no trecho compreendido entre o município sul-paraibano e o distrito de Cavarú, conforme consta na lei municipal 2.736 de 27de abril de 2010. O empresário não está sozinho. Para o trecho, de 14 quilômetros, foram encaminhados ofícios para a prefeitura solicitando a revitalização do local. A produção de material publicitário dos atrativos turísticos, capacitação de mão de obra e sinalização turística serão custeadas pelo governo do Estado. “A minha função é oferecer pacotes para atender os turistas e lincar a viagem da maria fumaça com outros atrativos do município”, declara Tales. “O foco é movimentar todo o setor. Levar o visitante a todas as atrações da cidade”, complementa. Para o secretário de Cultura, Adriano Silva, a intenção do projeto é alavancar o turismo do município. “Estamos trabalhando para melhorar a impressão que o turista terá da cidade. Hoje há um interesse maior e uma maneira de pensar diferente da própria população”, acredita. O foco do trabalho é, além de agregar toda a cidade, evitar que erros aconteçam com o visitante. “Uma pessoa viaja para um determinado lugar. Tudo acontece dentro do roteiro esperado. Na volta o pneu do carro fura perto de casa. Quando este turista for indagado sobre a viagem, a primeira coisa que ele vai lembrar é jus20

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tamente do pneu”, justifica o secretário. Para fugir de incidentes que possam desagradar o excursionista, a parceria com o Sebrae Nacional ofereceu aos 20 empresários do entorno da Estrada Real, cursos de capacitação e preparo. “É necessário reformular o pensamento das pessoas e tomar cuidado para que este turista seja bem tratado e saia satisfeito da cidade”, ressalta Adriano. Ainda sem uma data estabelecida para voltar, a máquina modelo Baldwin de 1910, vem com força total visando resgatar a história do município que cresceu também em torno da linha férrea. Na licitação concedida ao empresário, consta um prazo de seis meses, para colocar o projeto em prática. “Foram encaminhados ofícios para a prefeitura justificando o atraso. A máquina é antiga e precisa estar em perfeito estado para voltar a funcionar”, explica o secretário de governo e de comunicação social de Paraíba do Sul, Antônio José Alves Gomes. “O movimento caiu em média 40%, depois que a maria fumaça parou de funcionar, há seis anos”, enfatizou o presidente da AETUR-PS (Associação dos Empreendedores de Turismo de Paraíba do Sul) e dono de um hotel fazenda da região, Antônio Mockdece Neto. “A associação possui 27 associados. Todos esperam que a reativação das atividades na Estrada Real sirva como um atrativo para os turistas. Até hoje alguns hóspe-

des perguntam sobre o passeio”, enfatiza o presidente. Com o projeto, algumas expectativas foram criadas pelos comerciantes. “Com

ATRATIVO O empresário Talis Lelis acredita que o trem seráum grande atrativo para a cidade

“O foco é movimentar todo o setor. Levar o visitante a todas as atrações da cidade”, empresário Talis Lelis


“A minha loja é um ponto de referência e não de venda. O lucro é com clientes fixos, que já conhecem o meu trabalho. Temos expectativas e queremos que o projeto aconteça”, artesã Devanilda Laranja

COMÉRCIO A artesã Dedeka espera que a loja na Estação receba mais turistas com o retorno da Maria Fumaça

a máquina nos trilhos, havia movimento nos hotéis, via-se ônibus de excursão e pessoas dispostas a conhecer a cidade. Hoje ficou tudo estagnado”, declara Reinilda de Castro Rampini, 69. A família da comerciante é produtora de bebidas, há duas gerações. “A nossa renda vem dos produtos do sítio. Com a volta da maria fumaça, esperamos um movimento maior na loja”, acrescenta. O mesmo acontece com o estabelecimento de Devanilda Laranja, 48, conhecida como “Dedeka”. “A minha loja é um ponto de referência e não de venda. O lucro é com clientes fixos, que já conhecem o meu trabalho. Temos expectativas e queremos que o projeto aconteça”, enfatiza a artesã que há oito anos tem a loja na estação e também ministra aulas de bordado pelo CRAS (Centro de Referência e Assistência Social). O taxista Elísio Pereira Pires, 59, há 30 anos exerce o ofício e trabalha no ponto da estação. “Durante o fim de semana o movimento era melhor com a máquina funcionando. Esperamos que melhore”, acredita. Já Cilandy de Assis Teixeira, 56, taxista há três anos, não acompanhou diretamente as atividades na estação. “Quando a máquina funcionava, eu via o movimento de uma empresa em que trabalhava”, acrescenta.

Morador há 30 anos na cidade e vizinho da estação, o aposentado Valdevino Vieira Santana, no auge dos seus “60 e poucos anos”, brinca, sem revelar a idade. “Acompanhei algumas chegadas e partidas da maria fumaça. O movimento hoje está estagnado”, comenta Valdevino que, durante dez anos, foi dono de uma loja de roupas e calçados na cidade. Encontros e desencontros na estação

Construída no século XVII pela coroa Portuguesa, a Estrada Real escoava as riquezas de Minas Gerais para o litoral do Rio de Janeiro, de onde saíam os navios para o império. Principal transporte da época, o trem trouxe progresso para toda a região. Paralelamente, foi construída, pelo engenheiro Paulo de Frontin, uma

VISIONÁRIOS Talis e Adriano acreditam que o trem vai impulsionar o turismo na cidade

linha auxiliar, a maria fumaça, inaugurada no século XIX. Ela fazia o transporte de passageiros e de pequenas cargas e, na época, cortava o subúrbio do Rio de Janeiro. A Estação Ferroviária de Paraíba do Sul foi inaugurada em 1898 pelo Imperador D. Pedro II, passando por uma reforma em 1913, quando foi construída uma nova plataforma junto à avenida Ayrton Senna. Hoje abriga o centro cultural Maria de Lourdes Tavares Soares e dispõe no prédio de museu ferroviário, museu iconográfico, galeria cultural, memorial dos prefeitos, cinema popular e as lojas de artesanato. A presidente da Fundação Cultural, Lígia Vaz, presenciou grandes momentos do trem na cidade. “O transporte trouxe informação, as notícias chegavam à cidade junto com as máquinas”, explica Vaz. Ela acrescenta que os fatos se ligam a uma história romancista. “As pessoas que escolhem um passeio de trem, consequentemente, possuem uma identificação com a história”, enfatiza. A retomada do passeio segundo Lígia “é um resgate ao saudosismo da história do Brasil. A cidade que não tem um perfil industrial, tem que buscar um atrativo. Paraíba do Sul já viu a possibilidade de um desenvolvimento turístico”, acredita a historiadora. No percurso, a maria fumaça atravessa a ponte giratória e, em seguida, a atração é a Ponte Preta, também construída pelo engenheiro Paulo de Frontin em fevereiro de 1892 e inaugurada em março de 1898. Passando pelos bairros Jatobá e Bela Vista, os passageiros desfrutam de uma das mais belas paisagens a Cachoeira Agronômica. A próxima parada é a estação Ferroviária de Werneck, obra entregue em 1898 por Paulo de Frontin. Por um caminho de paisagens rurais a maria fumaça segue para última parada, a estação de Cavarú. No vilarejo o visitante encontra a Igreja Imaculado Coração de Maria e um armazém com características coloniais. Entre as curvas sinuosas, a fumaça anuncia a chegada da máquina que um dia trouxe progresso e deixa o cheirinho da torcida, para que ela volte a frutificar a velha cidade das águas. revistaon.com.br

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líder mundial em fotodepilação

Fotodepilação: alternativa eficaz e indolor na guerra contra os pelos

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uem não gostaria de se livrar dos pelos de uma vez por todas e o melhor, sem dor? Seja com cera, lâmina, cremes depilatórios ou laser, até hoje a depilação parecia uma tortura para muitas mulheres. Mas esse sofrimento faz parte do passado, pois chegou ao mercado uma nova tecnologia chamada fotodepilação, que não dói e é eficaz e duradoura. Recente no Brasil, a fotodepilação é a sensação do momento. O sistema é prático, pois se trata de um equipamento que emite ondas de luz que são absorvidas pela melanina dos pelos e transformadas em calor. Esse calor danifica as células responsáveis pelo crescimento dos pelos e acaba irreversivelmente com eles. O tratamento dura em média oito sessões, mas o número pode variar de acordo com alguns fatores como a predisposição genética do cliente, fatores hormonais, idade, sexo, cor da pele, e etc... As sessões são rápidas e variam de 22

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acordo com a extensão da área a ser tratada, um buço, por exemplo, pode ser tratado em menos de dez minutos. Alguns resultados são percebidos desde a primeira aplicação, como retardo do crescimento do pelo, conversão dos pelos mais grossos para mais finos e até mesmo a perda efetiva do pelo. As sessões são realizadas a cada 30 dias e esse intervalo aumenta de acordo com o tratamento, uma vez que o pelo demora mais para crescer e vai ficando cada vez mais fino. “É importante ressaltar que o pelo não cai na hora, mas fica com aparência de chamuscado e tende a cair naturalmente de uma a três semanas após a sessão”, esclarece Daniele Caetano, fisioterapeuta dermatofuncional, responsável pelo treinamento das unidades do Rio de Janeiro da rede Não+Pêlo, líder mundial em fotodepilação com mais de 1.200 unidades em 13 países. Durante o tratamento, não se deve usar nenhum outro método depilatório a


PUBLIEDITORIAL

não ser a lâmina, se necessário, ou máquina de aparar pelos. É importante ressaltar que a fotodepilação, assim como a depilação a laser, não é um método definitivo, mas de longo prazo. Até porque não existe nenhum método que elimine a existência de pelos de forma definitiva, porque ele é uma defesa do organismo e, uma vez eliminado, o próprio organismo trabalhará para sua produção. Com a novidade, além das mulheres, muitos homens estão aderindo à fotodepi-

lação. Hoje, cerca de 40% dos clientes da rede Não+Pêlo é do público masculino. Além de cada vez mais vaidoso, o homem moderno vem buscando a praticidade e procedimentos indolores. Vale lembrar que há algumas restrições à fotodepilação como a qualquer outro procedimento estético. Uma delas é para pessoas de pele negra por causa da alta concentração de melanina. Para as grávidas, lactantes, pessoas com diabetes ou outras doenças o tratamento também é restrito.

Rede Não+Pêlo

Vantagens da fotodepilação

A marca Não+Pêlo, de origem espanhola, é líder mundial de fotodepilação, surgiu na Espanha em 2007 e pouco mais de um ano no país já possui mais de 270 espalhados por todos os estados brasileiros. No mundo, são mais de 1.200 unidades presentes em 13 países. A chave para o sucesso da empresa reside na democratização do serviço de fotodepilação, tornando-o acessível a qualquer pessoa que busque um método com qualidade, eficaz e indolor para a eliminação de pelos indesejados. Com preço único de R$ 60 por área e sessão, o método e o equipamento são os mais modernos do mercado para a eliminação de pelos, além de ser compatível com quase todos os tipos de pele e pelo. Os equipamentos da Não+Pêlo contam com um moderno sistema de refrigeração sub-zero intenso, que possui efeito similar ao de uma anestesia local, o que garante um processo indolor.

Em relação aos métodos convencionais de depilação, como a cera, a lâmina e o laser, a luz pulsada intensa é a mais acessível, prática e ainda clareia a pele manchada e elimina os problemas da foliculite (infecção bacteriana causada pela raspagem dos pelos). Efeito similar ao de uma anestesia local, o que garante um processo indolor.

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MEIO AMBIENTE

Verdes atitudes,

lixo zero

POR RAFAEL MORAES FOTOS REVISTA ON

Rios sujos, ruas imundas e muitos detritos. De quem é a culpa? Os responsáveis ainda não foram incriminados. Em cima de argumentos, o poder público coloca a culpa na sociedade que por sua vez aponta o dedo para quem está no comando da cidade. Entretanto, somente os números sobre a produção diária de lixo no país, cerca de 195 mil toneladas, ilustram a necessidade iminente de uma solução.

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MEIO AMBIENTE

E

m sentido micro, atitudes pequenas como a do coletor de óleo de cozinha em prédios trirrienses, conseguem contribuir para minimizar esses danos. No prédio Spazio Dela Vita, a síndica Rosângela Vale de Miranda, com o apoio dos moradores, implantou algumas ações para ajudar na preservação do meio ambiente. “Nós começamos a selecionar e tinha uma pessoa que fazia essa coleta. Alguns moradores já faziam essa separação em casa por conta própria. Em comum acordo, nós começamos a reciclar o lixo”, conta. Diante desta atitude, Rosângela afirma que recebeu o apoio de todos os moradores. “Todo mundo gostou”, revela a opinião das 50 famílias. A fisioterapeuta Ana Maria Pessoa de Souza é uma dos inquilinos que apoiaram a causa. “Eu reciclo lixo há dez anos. Lá em casa eu já separava, mas como não havia reciclagem, eu colocava tudo em um lixo só e os porteiros que levavam. Antes, tinha uma idosa que buscava, mas deixava acumular muito e complicava para mim”, relembra. De acordo com o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2010, estudo produzido pela Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais), a produção de resíduos sólidos no país aumentou 6,8% entre 2009 e 2010. A pesquisa aponta que a geração de lixo por habitante passou de 359 para 378 toneladas por ano, ou seja, cada indivíduo dispensa um quilo de resíduos por dia. Desde sua fundação, em 1976, a associação colabora efetivamente com os setores público e privado, promovendo a permanente troca de informações que visam, entre outros objetivos, fornecer subsídios para a tomada de decisões no setor. Para a socióloga especialista da Wiego (Women in Informal Employment Globalizing and Organizing) Sônia Dias, essa situação contemporânea fomenta uma reavaliação deste modelo de desenvolvimento, repensando a cidade e os estereótipos. Uma forma de resignificar os conceitos para, assim, desprezar o consu-

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THIAGO VILA VERDE Para o secretário de Meio Ambiente, a principal dificuldade é a falta de conscientização

mismo predatório. “É preciso aprofundar a associação do lixo à cidadania e trazer à cena pública o significado contemporâneo do conceito de reciclagem, enquanto mais do que uma ação transformadora de um objeto usado em algo novo mas, fundamentalmente, enquanto expressão da consciência socioambiental, que possibilita geração de trabalho e renda e o exercício da cidadania de setores em vulnerabilidade social, tais como os catadores de recicláveis e os carroceiros do entulho e a noção de corresponsabilidade, cada um fazendo a sua parte para diminuir a produção de lixo e reaproveitá-lo ao máximo”, argumenta. Maria Elisabete Barros dos Santos é síndica do residencial Olga Sola, no centro da cidade. Segundo ela, o condomínio não obrigou os moradores a separarem o lixo. “Pedimos. A grande maioria faz”, revela. Ela explica que a seleção só é feita nos apartamentos, pois não há recipientes específicos, já que tudo se mistura no caminhão. Eunice Gomes mora no prédio há

Para a socióloga Sônia Dias, falta responsabilidade do gestor público em promover a educação ambiental e em criar mecanismos concretos para que o cidadão possa destinar o lixo corretamente nove anos e apoia a iniciativa da seleção dos resíduos. Antiga adepta à reciclagem, se mostra desacreditada quanto ao destino do lixo. “Eu reciclo em casa, levo lá embaixo onde fica o latão do lixo, só que não sei mais o destino quando sai daqui”, desconfia. Para a socióloga Sônia Dias, o que importa mesmo é a atitude individual. “Sou da opinião de que toda ação é válida. Outra ação importante é que o cidadão pressione a gestão pública local para implantação da


Lei 12.305

Sancionada em agosto de 2010, a lei institui a PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos). Ela trata dos princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos às responsabilidades dos geradores, do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis. Assim, deixa claro que todos são responsáveis pelo lixo, ou seja, estão sujeitas à observância desta norma as pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, responsáveis, direta ou indiretamente, pela geração de resíduos sólidos. Ela também determina o desenvolvimento de ações relacionadas à gestão integrada ou ao gerenciamento dos sólidos. “Falta responsabilidade do gestor público em promover a educação ambiental e em criar mecanismos concretos para que o cidadão possa destinar o lixo corretamente e participar da coleta seletiva. E falta civismo, ação cidadã de cada munícipe fazendo a sua parte”, explica Sônia ao lembrar-se da aprovação da política sobre essa corresponsabilidade. Três Rios não tem coleta seletiva, no entanto, o secretário de Meio Ambiente e Agricultura, Thiago Vila Verde, disse que esse serviço está em processo de licitação, mas acredita oferecê-lo à população ainda neste mês de novembro. Pensando nesta responsabilidade, o secretário também ressaltou os projetos para o atual lixão da cidade. “Hoje ainda não temos o aterro sanitário funcionando. A obra vai começar em janeiro de 2012. Vai ser no mesmo lugar do lixão. Acredito que o terreno já foi desapropriado, uma área de 126 mil m²”, conta. Ainda de acordo com ele, o projeto vai acompanhar os padrões da ABNT. “Pretendemos adotar aqui em Três Rios, um modelo que a secretaria estadual de meio ambiente entende como o melhor - o

aterro social, - onde agrega uma empresa de triagem e co leta seletiva que agrega os catadores”, defende. Na verdade, esta novidade também está prevista na PNRS. Nestas discussões, se inclui como um importante agente ambiental, os catadores de recicláveis e garis. A imagem deles perante a sociedade é a outra vertente abordada sobre a questão da reciclagem no Brasil. Sônia defende essa necessidade de “repensarmos nosso consumo por um lado e por outro, a forma como os indivíduos e a sociedade se relacionam com aqueles que trabalham diretamente com o lixo”. Diante da pretensão do governo municipal em aproveitar essa mão de obra, além de gerar renda para estes profissionais, a socióloga faz uma análise conceitual sobre a consciência das tarefas que desempenham e não somente pelo dinheiro que o lixo gera enquanto fonte de renda. “À medida que os catadores se organizam em cooperativas, associações e em movimentos, cada vez mais, tomam consciência do importante papel de agente ambiental por eles desempenhado. Capacitação, continuidade das políticas públicas nacionais que têm sido implantadas nos últimos anos, contribuirá para isso”, argumenta. Pilhas e óleo

Retornando às ações nos prédios trirrienses, Wilza Cléa da Silva Coutinho também mora em um condomínio. Lá são mais de 40 apartamentos e, segundo ela, não há nenhuma ação sobre a coleta seletiva do lixo, entretanto, ainda assim, ela cumpre seu papel nesta luta pelo meio ambiente. “Não jogo óleo fora, reservo

Cleucy Ferreira Duarte colhe óleo há dez anos. Sozinho consegue preservar 460 milhões de litros de água

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coleta seletiva na cidade e que cobre também para que este sistema gere trabalho e renda para os catadores locais”, orienta.

CONTAMINAÇÃO Apenas um litro de óleo polui um milhão de litros de água

em um recipiente plástico, mas sinceramente, não sei o que eles fazem”, diz desconfiada. No Olga Sola, onde Maria Elisabete é a síndica, criaram uma forma de recolher as pilhas, baterias e o óleo. Como é um complexo, cujo shopping está ligado fisicamente aos apartamentos, há um depósito no pátio com um cartaz indicando o que deve ser depositado ali, mas adivinha? “Tem gente que joga lixo também. Lá nos fazemos a coleta das pilhas e baterias e mandamos para a secretaria de Meio Ambiente”, conta indignada. Cleucy Ferreira Duarte colhe óleo há dez anos. Sozinho consegue preservar 460 milhões de litros de água potável por dia, se considerar que apenas um litro de óleo contamina um milhão de litros de água, de acordo com o site biodieselbr. com. Ferreira, como é mais conhecido, é representante de uma empresa que rece-

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GETÚLIO JUNIOR Segundo o arquiteto, existem muitas opções no que concerne a utilização de energias alternativas, reuso de águas e reciclagens

“Fala-se de sustentabilidade até na política e na economia, mas sustentabilidade é a integração do desenvolvimento aliado a preservação do meio ambiente para garantir o futuro de nossos filhos e netos”, arquiteto Getúlio Junior

be esse material. Dependendo da condição em que chega, esse material pode ser transformado em produto para matar pragas em lavouras, sabão pastoso, graxa e até uma substância líquida usada na pavimentação. “Recolho em Petrópolis, Três Rios, Areal, Posse, Além Paraíba, Santo Antônio de Pádua, Bom Jesus, Itaperuna, Campos, Italva, Rio de Janeiro”, conta ele que chega a reunir 14 mil litros por mês. “Preocupo-me muito com o meio ambiente e essa foi a opção para eu ganhar di-

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ARQUIVO PESSOAL

MEIO AMBIENTE

RECICLAGEM DE ENTULHO Em Petrópolis, a construção de uma usina terá a missão de minimizar um dos problemas crônicos da cidade: o acúmulo de entulhos oriundos da construção civil

nheiro”, justifica. Além dos efeitos danosos à natureza, Ferreira alerta para os prejuízos causados em condomínios e residências, quando este material é dispensado na rede de esgoto. “Se jogar esse óleo na rede de esgoto vai entupir tudo”, explica. Construção civil x natureza

E quanto aos novos empreendimentos? Aqueles que ainda e stão nas fundações, concreto bruto ou apenas nos projetos. Será que estão pensando em preservação? De acordo com o arquiteto Getúlio Junior, existe na construção muitas opções de materiais e tecnologias no que concerne ao uso de energias alternativas, uso e reuso de águas e reciclagens. “Fala-se de sustentabilidade até na política e na economia, mas sustentabilidade é a integração do desenvolvimento aliado a preservação do meio ambiente para garantir o futuro de nossos filhos e netos. Em Três Rios e Paraíba do Sul, objetivamente, as construtoras, incorporadoras e empreendedores, pouco fazem para alcançar esta meta global e nacional: a de sermos um país e um planeta sustentável”, conta ele

que diz ter projetado o primeiro prédio sustentável na cidade sul-paraibana. Em Três Rios criou outro empreendimento que será construído em uma ilha. Waldir dos Santos Júnior é engenheiro civil e sócio-diretor de uma construtora. Segundo ele, sua empresa já esta implantando, em novos empreendimentos, além do tratamento de esgoto, obrigatório em âmbito municipal, o descarte de óleo de cozinha para reciclagem. Para amenizar ainda mais o impacto da construção na cidade, esta em fase de estudo a viabilidade para projetos de aproveitamento de água de chuva, energia solar e análises mais aprofundadas no projeto arquitetônico para melhor aproveitamento da insolação e ventilação. “A preocupação ambiental não se apresenta como fator determinante no momento da aquisição de imóveis, porém, quando se investe nesse campo, cria-se um diferencial rente ao mercado”, explica o empresário. Esta afirmação reforça ainda mais o que a especialista Sônia Dias demonstra como principal dificuldade quando o assunto em pauta é a preservação da natureza. Para ela, falta “consciência individual e pública. Cabe a cada um e à sociedade


em geral mudar os padrões. Mas o cidadão também tem sua parcela de responsabilidade”, completa. Investimento Público

O secretário Thiago Vila Verde também defende este ponto de vista. “A questão principal é a de conscientização. A secretaria tem 15 anos e agora que estamos tratando seriamente a questão da educação ambiental nas escolas com projetos e palestras”, explica. Segundo ele, em sua gestão realizou três semanas do meio ambiente, quando integrou a secretaria de Educação com a gincana ecológica. “Nesta semana, tivemos um fluxo de 1.000 pessoas por dia no parque municipal. No dia da árvore, dia 21 de setembro, com a participação das escolas, plantamos 500 árvores no morro do Sesi”, contabiliza. Ele argumenta ainda que a falta de recurso em outras gestões, seria uma das principais dificuldades para a realização de políticas públicas nesta área. “Hoje dispomos de recursos. O orçamento dessa secretaria era de R$ 50 mil por ano e

agora é de R$ 1 milhão”, revela. Apesar da justificativa, a especialista da Wiego, Sônia Dias, deixou claro: “os tomadores de decisão política tem sua parcela de responsabilidade ao não encarar o problema de frente e propor medidas de redução do consumo, medidas para a efetiva reciclagem”. Em Petrópolis, a construção de uma usina de reciclagem de entulho terá a missão de minimizar um dos problemas crônicos da cidade: o acúmulo de entulhos oriundos da construção civil. Os restos costumam ficar espalhados por todos os cantos da cidade, conhecida pelo forte turismo e pelas belezas naturais. A usina de reciclagem de resíduos sólidos deverá ser construída no aterro sanitário de Pedro do Rio. A Comdep (Companhia de Desenvolvimento de Petrópolis), responsável pela coleta de lixo, foi escolhida para administrar o empreendimento. Que seja pelo poder público ou pela ação individual de cada cidadão, várias propostas têm brotado em favor do meio ambiente. Com isso, espera-se que a conscientização seja a equação correta, repassada um a um, para que enfim, o resultado seja igual ao lixo zero.

PORCENTAGEM DE MUNICÍPIOS EM REGIÕES BRASILEIRAS QUE POSSUEM INICIATIVAS DE COLETA SELETIVA

NORTE

NORDESTE

CENTRO OESTE

SUDESTE

SUL

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NEGÓCIO

Consumo

virtual POR ANA PAULA CANEDA FOTOS REVISTA ON

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oupas, acessórios, eletrodomésticos, produtos de informática, telefonia, viagens, estadias em spas de luxo e até serviços de bistrô, já imaginou adquirir tudo isso com apenas um clique? Hoje o internauta tem à disposição uma imensidão de produtos, seja em lojas online ou nos revolucionários sites de compra coletiva. Febre na internet, o fenômeno se espalhou pela rede. De acordo com o site ‘Bolsa de Ofertas’, na última contagem oficial, realizada em dezembro de 2010, eram 1.025. O portal se baseia no indicador Alexa, que consiste na medição do número de internautas que visitaram um determinado site. O ranking exibe uma lista dos sites ordenados por tráfego e registra a posição do mesmo em uma relação de 196 milhões de portais do mundo. Ele também indica a colocação que a página está dentre as milhares espalhadas pelo Brasil. A partir da ferramenta Alexa Toolbar, consegue-se uma avalia32

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No princípio dos tempos, para se obter um produto era necessário dar outro em troca. Depois, veio a era do sal. Do tempero para os dobrões de ouro, das notas impressas para os cartões de crédito e das feiras ao ar livre para a comodidade do lar. Sem sair de casa, o consumidor tem acesso a uma infinidade de mercadorias, sem falar nas ofertas, com preços competitivos em qualquer shopping ou loja de varejo.

“O comércio eletrônico, no formato de internet dos sites, teve um crescimento significativo nos últimos 10 anos. Saiu praticamente do zero e hoje é comum realizar transações pela internet”, social business da IBM (International Business Machines), Flávio Mendes

ção com base nas análises de tráfego dos usuários. O mesmo site aponta que em março de 2010 havia apenas um site do segmento no ar, o pioneiro no Brasil. O fundador morava nos Estados Unidos até 2009, quando resolveu voltar e investir em algum empreendimento. Ele viu, no segmento das compras coletivas, que o Brasil teria um grande potencial. “Todo

PIONEIRO O gerente de parceria de marketing Leandro Castro durante o Seminário em Três Rios


AMPLIANDO NEGÓCIOS Os empresários Takayuri e Sayuri acreditam nas vantagens da compra coletiva

“O lucro não é com a venda do cupom e sim com a publicidade. Depois do anúncio tive um aumento de 25% na clientela. As pessoas compram as ofertas, experimentam o produto e viram clientes cativos”, empresário Takayuki Katayose.

negócio tem seu risco. Não foram feitas pesquisas para avaliar o impacto ou se teria retorno. Foi um salto do empreendedor, com um risco calculado”, declara o gerente de parceria de marketing Leandro Castro. “Quando se fala em negócios com a internet, um dia significa anos luz se comparado a outros negócios. Ter sido o pioneiro foi o grande impulsionador do sucesso do site. Aliado a isso, está a nossa preocupação com a qualidade em todos os aspectos: portal, usuários e parceiros”, complementa Castro. A empresa em que ele trabalha, começou com cinco funcionários e hoje

conta com 800 colaboradores espalhados pelas 70 cidades cobertas pelo site e países da América Latina como Argentina e México. Ela também possui mais de 13 milhões de usuários cadastrados, que economizaram, pelo site, mais de R$ 700 milhões em mais de 15 mil ofertas. Neste período, mais de oito milhões de cupons vendidos, ou seja, novos clientes de diversos segmentos. Um fator importante para a divulgação dos sites de compras coletivas foram os portais de relacionamento. “O comércio eletrônico, no formato de internet dos sites, teve um crescimento significativo nos últimos dez anos. Saiu praticamente do zero e hoje é comum realizar transações pela web. O que estamos assistindo agora é uma convergência entre o comércio eletrônico e as redes sociais. O conceito na prática é: quando o consumidor compra um produto, existe uma tendência maior dos seus amigos comprarem a mesma mercadoria. A rede social potencializa isso”, enfatiza o social business da IBM (International Business Machines), Flávio Mendes. Em setembro deste ano, foi realizado o Seminário de Comércio Eletrônico, promovido pelo Sebrae em Três Rios. “O mercado está se expandindo e as grandes marcas têm um retorno publicitário positivo”, acredita o gerente regional do Sebrae Jorge Pinho. Na região, a Revista On conversou com representantes de dois sites, um de Petrópolis e o outro de Juiz de Fora, que veiculam ofertas de Três Rios. “A cidade é próxima a Juiz de Fora, temos contatos comerciais e de amizade, com isso, recebemos a proposta de levar o nosso conceito”, explica o diretor comercial Raoni Silvestre. “O município não possui nenhum serviço semelhante em atividade hoje e o público trirriense é fiel e está sempre voltando ao site para conferir as promoções e também compartilhando com os amigos”, acrescenta Raoni. “Quando decidimos abranger Três Rios nas ofertas, verificamos que não havia um player de compra coletiva na cidade, assim trabalhamos com publicidades e fomos atrás de cadastros para viabilizar as ofertas”, explica o sócio diretor de um site deste ramo em Petróporevistaon.com.br

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NEGÓCIO

“Desconfiar sempre das vantagens exageradas que os sites oferecem e, quando possível, consultar um advogado para maiores esclarecimentos”, advogado empresarial, cível, trabalhista e pós-graduado em direito do consumidor Sidonio Nunes.

DIREITO DOS CONSUMIDORES De acordo com o coordenador Eduardo Gato, o Procon em Três Rios, recebe poucas reclamações sobre o comércio

lis, Álvaro Riz de Barros. “Hoje o desafio ainda é imputar a cultura da compra coletiva nas pessoas e manter o foco dos empresários na divulgação da sua marca e serviços na rede”, acredita Álvaro. O Sebrae tem uma plataforma para orientar o empresário que deseja investir

no segmento. “É uma ferramenta a mais para a divulgação, tanto do produto ou serviço, quanto da marca. Hoje em dia, as pessoas montam as lojas virtuais, mas elas não têm estrutura. Antes de você começar qualquer empreendimento é necessário estabelecer um plano de ne-

“Verifiquei muitas vezes a veracidade do portal, se tivesse alguma reclamação não realizaria nem o cadastro”, consumidora Valesca Conde Otero de Oliveira.

PESQUISA NA REDE Valesca Conde Otero de Oliveira busca referências antes de efetuar a compra 34

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gócio”, deixa a dica a gestora de comércio eletrônico do Sebrae Rio de Janeiro e analista da unidade de Acesso a Mercados e Serviços Financeiros, Raquel Abrantes. “Se há falhas com o cliente, ele não vai comprar mais no site e vai perder a confiança”, acrescenta. O atendimento online é mais frio. “O cliente não tem o contato com o calor humano, com isso o site tem que ser

atrativo”, enfatiza Raquel. “Os portais tendem a disseminar a cultura local. Os consumidores podem descobrir serviços e produtos, através das ofertas que, até então, não sabiam que eram oferecidos na cidade”, completa Abrante. Três Rios ainda não tem um portal nascido no município, mas possui um número significativo de empresários que anunciam seus serviços e produtos. O casal de empresários Takayuki Katayose e Sayuri Haga tem um restaurante na cidade. Há quatro meses anunciam em um site da região. “O lucro não é com a venda do cupom e sim com a publicidade. Depois do anúncio, tive um aumento de 25% na clientela. As pessoas compram as ofertas, experimentam o produto e viram clientes cativos”, enfatiza Takayuki. “O comprador deve ficar atento à validade do cupom”, alerta Sayuri. Ainda assim, percebe-se que os consumidores estão cada vez mais atentos e mostram ter cuidado para evitar futuras dores de cabeça. O bioquímico Diogo Vieira Tinoco, 29, fez, há um ano, sua primeira compra em um site de compra coletiva. “Recebi a indicação de amigos e já tinha visto comerciais de alguns [sites] nas redes sociais. Fiz o cadastro e sempre que vejo uma oferta interessante, realizo a compra”, confessa. “Procuro observar sempre a aceitação do site, se é conhecido ou não, se há reclamações dos clientes antes de efetuar a compra”, deixa a dica o bioquímico. A dona de casa Valesca Conde Otero de Oliveira, 28, casou-se em maio deste ano e adquiriu um álbum de fotografias através da internet. “A compra foi tranquila. Procurei um site que era conheci-


SEMINÁRIO O palestrante Flávio Mendes, a consultora do Sebrae-Rio Raquel Abrantes e o gerente regional do Sebrae Jorge Pinho em Três Rios

do, com anúncios tanto nas redes sociais, quanto na tv. O produto chegou antes do prazo estabelecido pelo anunciante”, declara. “Verifiquei muitas vezes a veracidade do portal, se tivesse alguma reclamação não realizaria nem o cadastro”, enfatiza. Dicas para o consumo

Não é pelo fato de ser feito por em uma rede de dados minimamente calculados e exatos como a internet, que o consumidor não corre risco de sofrer com as consequências de erros durante uma transação no comércio eletrônico. Para o advogado Sidonio Nunes, “os direitos dos consumidores nos casos de sites de compras coletivas são parecidos com os dos consumidores que adquirem seus produtos ou serviços em estabelecimentos físicos. Em caso de arrependimento, no prazo de sete dias, poderão efetuar a devolução do produto e ainda ter a devolução integralmente do valor pago com as devidas correções monetárias, de acordo com o Código de Defesa do Consumidor (CDC) - lei nº 8.078/90”, esclarece. “No Procon de Três Rios, as reclamações inerentes a compras coletivas são inexpressivas e não atingem nem 1% das demandas abertas em 2011”, declara o coordenador do Procon de Três Rios, Eduardo Gato. Para a instituição, esse

comércio, na forma de compra coletiva, compõe-se de três partes, isto é, o consumidor, que é quem acessa o espaço eletrônico e adquire produtos ou serviços; o fornecedor primário ou mediato, quem possui os produtos ou presta os serviços; e, por fim, o fornecedor intermediário ou imediato, o portal. “Cada um possui uma responsabilidade diante de qualquer eventualidade”, enfatiza o coordenador e ressalta algumas dicas conforme orientação do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor). Entre elas estão: verificar se a empresa é confiável; certificar telefone, endereço e e-mail da empresa, CNPJ; cópias das páginas de compra; se vale a pena o desconto, levando em conta o frete e todo tempo dispensado; se a página é segura; ler o regulamento da promoção; falar com os amigos que compraram nessa empresa para buscar referência. Sidonio ainda complementa que é preciso “desconfiar sempre, das vantagens exageradas que os sites oferecem e, sempre que possível, consultar um advogado para maiores esclarecimentos”. Ainda de acordo com ele, em caso de pendências na relação de consumo, que não forem resolvidas amigavelmente, o consumidor deve procurar o Procon ou entrar com uma ação no juizado especial ou justiça comum em face do site e do fornecedor direto do produto, tudo conforme consta no artigo 25 do Código de Defesa do Consumidor. revistaon.com.br

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NEGÓCIO

Simplicidade

é a alma do negócio POR ALINE RICKLY FOTOS REVISTA ON

Uma história de carinho e dedicação leva um produtor de flores ao faturamento de R$ 30 mil por ano.

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ilmar Coelho, 32, nasceu em meio à plantação de chuveirinho - nome dado a flor chamada “Paepalanthus sp”. Seus pais moravam no Bonfim, em Corrêas, distrito de Petrópolis, onde produziam esse tipo de planta. Aos 12 anos, se interessou pela atividade que o pai exercia e começou a ajudá-lo no cultivo. Nessa época já morava no Brejal, na Posse. Atualmente, ele se dedica a fabricação de crisântemo em um sítio em Areal. Na região em que o agricultor vive, existem 40 estufas cuidadas por ele, pela esposa e mais três funcionários. Nesta atividade, o segredo para o negócio dar certo parece ser a simplicidade e o cuidado. Gilmar trata as suas plantas como se fossem suas filhas; com muito amor e afeição. “Quando mudei, o chuveirinho não se adaptou ao clima, então tive que trocar pelo crisântemo. As condições agora são outras, tive que modernizar e acompanhar o mercado. É um trabalho que tem que gostar e entender”, explica. Nas estufas, há crisântemos de todas as cores: brancos, verdes, amarelos, vermelhos, laranjas. A produção chega a ultrapassar 2.000 pacotes de plantas por mês, o que dá um total de 24 mil por ano. As flores duram em média 15 dias e são usadas inclusive para casamentos. “A cor que 36

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CASA No sítio em Areal, Gilmar e mais três funcionários cuidam de 40 estufas

“Quando mudei, o chuveirinho não se adaptou ao clima, então tive que trocar pelo crisântemo. As condições agora são outras, tive que modernizar e acompanhar o mercado. É um trabalho que tem que gostar e entender”, Agricultor, Gilmar Coelho

mais sai é a branca pois, combina com todas as outras e ajuda a compor as combinações nos vasos. Mas o lilás é o tom da moda”, acrescenta o produtor. Para manter os locais de isolamento, é necessária uma série de precauções. Entre elas o zelo com os plásticos que devem ser trocados a cada dois anos. Além disso, as flores são regadas de dois em dois dias e são plantadas dentro de telas para facilitar a colheita. O fato de estarem dentro das estufas contribui para controlar o excesso de chuva que pode prejudicar a plantação. Um dos problemas são as pragas que surgem, como as formigas por exemplo. Para isto, é preciso fazer a aplicação de inseticidas constantemente. “Flor é um artigo de luxo, têm que estar bonitas sempre”, assinala. Entre as dificuldades destacadas pelo produtor, está a falta de mão de obra. Segundo Gilmar, as pessoas não querem trabalhar na lavoura mais. Quem concorda com essa afirmação é o secretário de serviços públicos, transporte e agricultura de Areal, Wanderley Cordeiro Gatto, 57. Ele diz que para este tipo de serviço as pessoas precisam ter um padrão de vida mais completo e acessível, do contrário elas preferem ir para a cidade onde vêem retorno do esforço. “Antes não havia conhecimento de nada, mas nos dias de hoje


PLANTAÇÃO As flores cultivadas em estufas, é possível maior controle de luz solar e água da chuva

ninguém quer mais acordar cedo, ter que trabalhar todos os dias, feriados, com sol e chuva e, ainda assim, no final do mês não ter resultados satisfatórios”, justifica. Contudo, o secretário ainda comentou a importância desse cultivo para o município. “Areal não tem a tradição de flores, esta família veio de fora para plantar aqui. Esta é uma maneira de tornar a cidade conhecida já que a maior parte da venda se concentra no Rio de Janeiro, em São Cristóvão. A prefeitura auxilia mantendo as estradas vicinais em bom estado. Na área da agricultura começamos a nos desenvolver agora”, defende. Gilmar explica que fatura cerca de R$ 30 mil reais líquidos anualmente. “No momento eu não trocaria esta profissão por outra, sempre trabalhei com as flores, mas só o destino, pode dizer o dia de amanhã”, argumenta. A Flor de Ouro

Chrysanthemum também chamado de crisântemo é um gênero botânico pertencente à família “Asteraceae”. É uma flor de cultivo milenar nos países asiáticos. Em grego significa "flor de ouro". Pela semelhança com o sol nascente, se tornou um símbolo do Japão, inclusive o trono do imperador, conhecido como o "Trono do Crisântemo". Havia a lenda de

FLORES PARA A VENDA Há crisântemos de todas as cores

que uma única pétala da planta, colocada no fundo de uma taça de vinho, traria vida longa e saudável. Existem mais de 100 espécies e mais de 800 variedades comercializadas no mundo. Seu porte é herbáceo e geralmente de um metro. Sua propagação se dá por estacas em estufas e sementes. Uma de suas características é o florescimento no ano inteiro. Precisa de muita luz e ao mesmo tempo não suporta sol direto. Prefere o clima quente e úmido. Ela é cultivada há mais de 2.500 anos na China e é considerada uma das plantas nobres chinesas junto ao bambu, a ameixeira e a orquídea. Já foi o distintivo oficial do exército e exclusividade da nobreza. revistaon.com.br

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NEGÓCIO

Os alicerces do mercado de trabalho POR ANA PAULA CANEDA FOTOS REVISTA ON

Quem não gosta de acordar de manhã com cheiro de pão fresquinho? Ter uma casa confortável, segura, com estruturas sólidas e com acabamento impecável? Assistir televisão, tomar um bom banho quente após um dia cansativo de trabalho? Os profissionais qualificados e responsáveis por estas regalias, que se tornaram necessidades básicas, estão cada vez mais escassos no mercado de trabalho. A demanda é maior que a oferta de mão de obra. Se o cenário continuar assim, estes serviços serão considerados artigos de luxo.

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ns estão presentes nos pequenos e grandes projetos arquitetônicos. Outros saem nas ruas com o cheiro dos produtos na porta das casas, ou elaboram doces e tortas tão saborosas quanto bonitas. Eles: os pedreiros, carpinteiros, pintores, serventes, possuem mais de um ofício e também são conhecidos como “faz tudo”. Padeiros estão espalhados pelas padarias e confeitarias do país e são os grandes responsáveis pelo pão de cada dia. Falando assim parece não ser difícil encontrá-los, mas eles, assim como outros profissionais de base, estão cada vez mais em falta no mercado de trabalho. De fato ocorreu uma mudança no perfil da sociedade capitalista. O sociólogo, formado em Ciências Sociais pela UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora), com especialização em Planejamento e Gestão Pública, José Adilson do Amaral, atribui esta transformação ao aumento do número de profissionais legalizados. “Não há dúvidas de que o país como um todo experimentou um desenvolvimento econômico expressivo, com o crescimento do emprego formal (carteira assinada) e da renda salarial”, enfatiza. A pesquisa realizada pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mostra que subiu de 37,9% para 44,2% o número de trabalhadores formalizados no período de 2001 a 2009. Em Três Rios não seria diferente. Desde 2003, com a implantação de grandes indústrias na cidade, foram gerados 7.000 empregos formalizados e o setor da construção civil sente a falta de mão de obra qualificada. “Hoje no país as pessoas conseguem concluir o ensino médio, partem para um curso técnico ou superior e buscam qualidade de vida. Com isso, o profissional almeja um emprego que esteja de acordo com a sua qualificação”, declarou o secretário de Indústria, Comércio e Trabalho, Júlio César Rezende de Freitas. Após duas décadas estagnado, o município registra um crescimento econômico significativo. “Muitos não pensavam em se especializar porque não tinham expectativas no mercado da cidade”, acredita.

DESENVOLVIMENTO O secretário Júlio César avalia o crescimento da cidade.

secretário de Indústria, Comércio e Trabalho Júlio César Rezende de Freitas

odo de funcionamento as áreas que ficam mais tempo em aberto são as de gerenciamento, encarregados e pedreiros. Em média são oferecidas 150 oportunidades por mês. Destas, 90% são ocupadas. Pintor há 45 anos, José da Silva, 62, conhecido como “Moreno”, afirma que a profissão está mais valorizada nos últimos anos. “O dia de trabalho é melhor remunerado. Existem pessoas dispostas a pintar parede, mas, qualificadas, são

Com a oferta de emprego em alta, foi criada a Coordenadoria de Trabalho e Emprego que funciona com o Sine (Sistema Nacional de Emprego). “A nossa função é captar o profissional e colocar no mercado. É realizado um recrutamento dos candidatos. Através de um programa completo de busca, ele é localizado a partir do perfil estabelecido pela empresa”, explica a coordenadora, Nilce Vaz. De acordo com ela, “até o momento, 12 mil pessoas foram cadastrados no sistema de vagas do município”. A coordenadoria faz a ponte entre o empregado e o empregador. “Foi inaugurada em 2000, mas só foi informatizada a partir de 2009, com isso fica difícil contabilizar o total de vagas abertas na cidade”, explica Vaz. Durante este perí-

VAGAS A coordenadora Nilce faz a primeira seleção antes de enviar o candidato a empresa

“Alertar as pessoas para buscar uma qualificação e apresentá-las para as oportunidades. Este não é um problema e sim um desafio”,

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NEGÓCIO

APRENDIZ O jovem Warley fez um curso básico para padeiro e observa Nilson no trabalho

“Não há dúvidas de que o país, como um todo, experimentou um desenvolvimento econômico expressivo, com o crescimento do emprego formal (carteira assinada) e da renda salarial”, sociólogo José Adilson do Amaral

poucas”, revela ele que participa de cursos oferecidos pelas grandes marcas de tintas do país. O pintor acredita que o grande responsável pelo crescimento de ofertas na sua área “foi a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) nos materiais de construção”. Ele ainda dá a dica: “tem que se atualizar sempre”. Para o carpinteiro Almerindo Nunes Corrêa, 58, no ofício há 40 anos, o mais difícil é encontrar ajudantes com vontade aprender. “Sempre tive interesse e rodei o país com construtoras”, revela. “Fica parado quem quer”, acrescenta o carpinteiro, que também fez cursos, dentre eles o de desenho civil. Ele afirma que os ganhos com o trabalho autônomo não difere do formalizado. 40

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PRODUTO FINAL O padeiro Nilson exibe orgulhoso o resultado do seu trabalho

Luis Fernando da Silva, 38, é pedreiro e desde os 11 anos trabalha na construção. “Comecei como servente e observava os encarregados trabalhando. Não fico parado, tem sempre um conserto rápido para fazer”, declara Luis. “Quando comecei ganhávamos em média R$ 30 por dia. Agora a diária chega a R$ 70, dependendo do serviço”. Tanto para trabalhos autônomos quanto formalizados é difícil encontrar mão de obra. “Além de enquadrar o colaborador no perfil da empresa, o treinamento visa qualificar os candidatos que estão disponíveis para atuar no setor”, declara Gustavo Oliveira Lelis, há sete anos como gerente administrativo de uma usina do segmento da construção civil. O mesmo grupo em que trabalha, possui mais 20 filiais espalhadas pela região sudeste. Na prestação de serviços uma equipe com no mínimo quatro funcionários participam do processo. Antônio Martiniano Pedro, 30, está há dois anos na empresa, nunca trabalhou no segmento antes. “Hoje em dia temos que aprender tudo”, enfatiza o operador. Felipe Melo Pereira, 25, desde os 17 anos atua como servente, e há quatro anos está na firma. “Não precisa ser pedreiro, mas ter uma noção do ofício ajuda no treinamento”,

CARTEIRA ASSINADA Felipe e Antônio trabalham na mesma empresa, ambos são formalizados

AUTÔNOMO Luis Fernando trabalha por conta própria há 17 anos

enfatiza Gustavo. Silvia Ribeiro Sabino é dona de uma padaria no centro de Três Rios. Assim que pegou o ponto, em seis meses estava com a equipe formada e de portas abertas. “Foi tranquilo, mas tive dificuldades para achar pessoas qualificadas. Estamos funcionando há oito meses. A equipe de atendimento mudou algumas vezes, mas o padeiro eu não substituo”, comenta


a empresária referindo-se a Nilson dos Santos Oliveira, 33, há 22 anos no ofício. “Aprendi a profissão com o meu pai. Ajudava na confecção dos pães já com 11 anos”, declara Oliveira que trabalha no comércio com mais quatro ajudantes, entre eles, Warley Souza Pratis, 22. “Comecei com 18 anos e sempre observei o Nilson trabalhando”, declara o jovem que fez um curso básico de padeiro em uma das escolas técnicas da cidade.

ninho oferece especialização para: Serralheiro/Soldador; Eletricista Avançado; Bombeiro Hidráulico; Pintor/Pedreiro; Informática; Gestão de Vendas; Gestão Administrativa (Secretariado, Departa-

Cursos e oportunidades

Há dez anos não havia faculdade em Três Rios. Hoje, além das universidades, a cidade conta também com escolas técnicas e projetos, como o “ProJovem”, que disponibiliza o profissional de uma forma rápida no mercado de trabalho. O Senai, Senac e a Faetec também contribuem. “Alertar as pessoas para buscar uma qualificação e apresentá-las para as oportunidades. Este não é um problema e sim um desafio”, enfatiza o secretário Júlio César. A escola técnica Hermelindo Rosma-

ESPECIALIZAÇÃO O pintor José da Silva mostra o material que recebe nos cursos

mento de Pessoal e Contabilidade Básica); Gestão Ambiental no trabalho; Almoxarife e Educação Ambiental (para as professoras da rede municipal). Os cursos de Ecoturismo e Agronegócio são ministrados no distrito de Bemposta. O cadastro é feito na sede da escola no bairro Ponte das Garças. Os interessados devem apresentar comprovante de residência, escolaridade, cópia do CPF, identidade e duas fotos 3x4. Para se candidatar às vagas disponíveis em Três Rios basta acessar o site da prefeitura e clicar em “cadastre seu currículo ou empresa aqui”, em destaque na página. “Colaboramos com as empresas que não têm profissionais para o recrutamento (Recursos Humanos). Só anunciamos a vaga quando não temos o candidato no banco de dados”, declara Nilce que além de coordenadora, realiza a maioria dos processos seletivos na prefeitura. Para ela, além da escassez, outra dificuldade é conciliar os currículos com o perfil solicitado pelos empregadores.

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EMPREENDEDORISMO

Criatividade

metalizada POR FREDERICO NOGUEIRA FOTOS REVISTA ON

Ao conversar com Eduardo, duas características são facilmente percebidas: o sotaque, pois não nasceu no Brasil; sabe usar a criatividade que tem a favor da engenharia mecânica, uma de suas grandes paixões. Agora você vai conhecer a trajetória de um menino que gostava de desmontar os carros do pai na Argentina e que, ao crescer, escolheu Paraíba do Sul para montar sua vida.

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EMPREENDEDORISMO

N

ão imagine um tango só porque leu acima, que a matéria é sobre um argentino. Exercite a criatividade se quiser uma trilha sonora para sua leitura. Eduardo Enrique Garassino, hoje com 62 anos, nasceu na cidade de Rosário, na Argentina, a cerca de 350 km de Buenos Aires. Filho de Dante Mário e Lídia Garassino, ele sempre gostou de máquinas. Parte da paixão nasceu em casa, como herança do pai já falecido, que trabalhou em fábrica de armas e de geladeiras. “Sempre gostei de mecânica, de mexer em carros, desmontar o que meu pai comprava”, diz. Com 14 anos já trabalhava. “Comecei a mexer com máquinas japonesas de eletroerosão, por isso me chamavam para trabalhar com elas. Trabalhei muito para joalherias, já que meu tio tinha uma e conhecia algumas pessoas que precisavam do serviço”, relembra. Fez curso técnico e superior em engenharia mecânica e, neste período, montou o primeiro negócio. Era uma metalúrgica que produzia ferramentas para diversas empresas. “Quando começou a inflação alta, fiz uma ferramenta para uma empresa que montava tratores e semeadores e, quando recebi o dinheiro, não consegui pagar nem o material, vi que não tinha futuro assim”, diz Eduardo. Foi quando ele não teve dúvida: vendeu a empresa e as máquinas e saiu do país, rumo aos Estados Unidos, onde tinha amigos que o esperava. Antes de chegar lá, uma parada rápida em São Paulo. Bem, ao menos essa era a ideia. O ano era 1975. Junto com um amigo da faculdade, Eduardo sai da Argentina e para um tempo em São Paulo, mas, com viagens constantes para o Rio de Janeiro, compra de carro e gastos com lugar para morar, o dinheiro acabou e foi preciso recomeçar a trabalhar. O amigo tinha experiência como ferramenteiro e logo arrumou emprego em uma empresa de telecomunicações fundada por alemães. Enquanto isso, Garassino conheceu um armênio, proprietário de uma empresa que fabricava medalhas e broches para roupas das forças armadas, que estava com um problema. Havia comprado uma máquina japonesa de eletroerosão, mas esta ainda estava dentro da caixa por não 44

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EMPREENDEDOR Para Eduardo, o sucesso é fruto do respeito

ter quem a colocasse em funcionamento. “Eu já tinha experiência com essa máquina, havia trabalhado com ela na joalheria. Combinamos um valor para montar a máquina e ensinar alguém a operá-la. E assim foi feito.”, explica Eduardo, que foi “ganhando um dinheirinho”. O armênio conhecia outro empresário

PAIXÃO A mecânica sempre esteve presente em sua vida

“Sempre gostei de mecânica, de mexer em carros, desmontar o que meu pai comprava”, Eduardo Enrique Garassino

que estava com problemas de máquina. “A máquina era alemã e estava dando problemas. Então, ele me chamou para dar uma geral no equipamento”. Em meados de 1979, o amigo argentino foi convidado a trabalhar em uma metalúrgica em Paraíba do Sul. Quando chegou, estavam precisando também de um chefe de produção. Quem ocuparia o cargo? “Eu estava muito revoltado. Morava no Flamengo, tinha comprado um carro novo, com um toca fitas também novo. Estacionei na frente do prédio e, na hora que voltei, o carro estava todo arrebentado e sem o rádio. Meu amigo me chamou e eu fui”, lembra. Já morando na cidade, construiu rapidamente a família. Em 1980, se casa


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Para Maurício Stelmann, a principal lição aprendida com o pai, foi a de que é preciso

FAMÍLIA Da esq. para dir. Maurício com a namorada Carolina, a mãe

presa, os princípios de vida que carrega. “É preciso saber conviver em sociedade e tudo o que der de bom para os outros, volta para você”. Da relação com os colaboradores, a melhor possível. “Os que começaram a empresa comigo ainda fazem parte dela. Já ajudei um funcionário a abrir a própria empresa. Se você não tiver pessoas satisfeitas trabalhando, não funciona. A maioria dos que chegam para trabalhar não tem muita experiênARQUIVO PESSOAL

com Jussara Stelmann. No mesmo ano nasceu a primeira filha, Raquel, hoje arquiteta e, dois anos depois, Maurício, que também se formou em engenharia. “Não tinha televisão na época, né[risos]. Era só o sítio que comprei e mais nada”, brinca. Após 10 anos na Argo, foi sócio por três anos da Fuchs, também no ramo da metalurgia. Em 1993, com a sociedade desfeita e as máquinas ficando para ele, começa uma nova metalúrgica na garagem de casa, contando com o apoio de três funcionários e da esposa. O primeiro projeto da empresa é mostrado com entusiasmo. “Antigamente não existia impressora jato de tinta, eram todas matriciais. E os papéis para a impressão eram um problema, ficavam todos embolados, caíam no chão. Fiz um suporte para estas impressoras, para os papéis ficarem organizados. Levava no Rio de Janeiro na segunda-feira pela manhã o que produzíamos por uma semana e, até o começo da tarde, já estavam todos vendidos”, explica. A empresa cresceu e, hoje, está dividida em três linhas de produção: uma de corte e conformação, outra de produtos de acessibilidade e, a mais recente, de puxadores. A divisão aconteceu quando o filho se formou e começou a fazer parte da direção da empresa. “Ele está me surpreendendo como gestor”, diz. Maurício explica que quando pequeno, o pai insistia para que ele acordasse cedo e fosse para a fábrica. “Hoje vejo o quanto foi importante. Dessa forma ele me ensinou que é preciso conhecer a fábrica como um todo e, se possível, dominar todos os processos, mesmo que não trabalhe efetivamente. Ensinou que é preciso muita disciplina e dedicação para alcançar um objetivo. E ele me ensinou isso sem precisar falar, apenas com seus gestos”, ressalta. Da personalidade de Eduardo na em-

EXEMPLO Para Eduardo, Maurício está surpreendendo como gestor

cia, então nós ensinamos, damos curso”, acredita. Uma das maiores dificuldades foi com o plano Collor. “Mas o importante é conquistar credibilidade. Com ela, as portas estão sempre abertas. Foram poucos que sobreviveram àquela época”, enfatiza. Para o futuro, ele faz planos. “Ampliar a empresa no local, não dá mais. Mas quem sabe criar outra empresa em outro lugar? Já tenho ideia do que produzir, mas, agora, não posso tomar as decisões sozinho, então estou conversando com o Maurício sobre isso”, diz Garassino. Sobre sucesso, ele é objetivo. “Sucesso é ter respeito e nós já conseguimos. Hoje temos 30 funcionários, não quero ter 300. Sinceramente, crescer muito tira o sossego e isso não quero”. Na Argentina, ele volta quase todos os anos para ver a mãe, de 87 anos, e outros familiares. Na próxima visita, Eduardo levará um novo “título” para contar: o de avô. No momento que você lê esta matéria, Raquel, a filha, já pode ter proporcionado isto ao pai, pois o nascimento da criança estava previsto para novembro. Lembra do tango? Pois bem. Pode não aparentar, mas além de gostar de Rolling Stones e Eric Clapton, o tricolor Eduardo Enrique Garassino curte o reggae de Jimmy Cliff. Isso é criatividade! revistaon.com.br

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COMPORTAMENTO

Rompendo a

trajetória

A gravidez na adolescência tem sido motivo de grande preocupação para a sociedade ao longo dos anos. Isso porque traz sérias consequências tanto para o adolescente como para seus pais. O desejo da maioria das famílias para as suas proles é de que sigam em suas vidas, o caminho até então definido como o ideal para a maioria dos cidadãos, ou seja, formação escolar, trabalho, autonomia financeira e constituição de família. A gravidez e a maternidade na adolescência rompem com essa trajetória tida como natural e emergem socialmente como problema e risco a serem evitados. 46

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POR PRISCILA OKADA


“Muita gente se afastou de mim pensando que tinha o dever de me ajudar, porque eu estava grávida”,

Priscila Lourenço, 16, mãe aos 15 anos, lembra-se de como era sua rotina antes de ganhar Júlia, 1. “Eu ia para a escola de manhã, chegava em casa, almoçava e dormia um pouco. Depois ia pra rua conversar com as minhas amigas. Só voltava para casa mais tarde”, lembra. Com a nova rotina, as responsabilidades aumentaram e junto, os deveres de mãe e esposa. “Continuo estudando, mas agora tenho hora marcada com a minha filha e o meu marido”. Em relação a preconceitos, a jovem disse não ter sofrido. “Nem na escola eu sofri. Algumas meninas também estavam na mesma condição que eu”, revela. Diferentemente da estatística do IBGE (Instituto brasileiro de Geografia e Estatística), que aponta a maioria das adolescentes grávidas como de origem pobre, as jovens Priscila e Rayane, fazem parte de uma minoria da população de classe média, mães antes dos 20 anos. Concordando com os dados do instituto, o médico obstetra Marcos André Cortez, 43, diz que a maioria dos atendimentos realizados em

Rayane Silva

afastou de mim pensando que tinha o dever de me ajudar, porque eu estava grávida”, se recorda. Em muitos casos, como o de Silva, o pré-julgamento acontece antes mesmo de o fato acontecer. Isto é lembrado por ela ao dizer que ouviu pessoas falarem que não se espantariam em vê-la grávida, pois o mesmo havia acontecido com sua mãe. “Infelizmente, as pessoas adoram julgar uma as outras. Eu nem dei ouvidos ao que falaram”, relembra. A jovem desabafou e disse sentir falta de sua rotina anterior à gravidez. “Hoje tenho que abrir mão de sair, de comprar roupas, tudo em prol do meu filho Miguel. Agora tenho que focar nele’’, argumentou. Ela que cursava o 1° ano do ensino médio, teve que parar os estudos para cuidar do filho.

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A

adolescência é uma fase bastante conturbada na maioria das vezes, em razão das descobertas, das ideias opostas às dos pais e irmãos, formação da identidade, fase na qual as conversas envolvem namoro, brincadeiras e tabus. É uma fase do desenvolvimento humano que está entre a infância e a fase adulta. Muitas alterações são percebidas na fisiologia do organismo, nos pensamentos e nas atitudes desses jovens. Rayane Silva, 17, foi mãe aos 16 anos e sabe bem como esse período em sua vida antecipou sua formação. Assim como milhares de jovens, ela teve que enfrentar, desde cedo, os olhares e o preconceito das pessoas de seu convívio. “Muita gente se

RAYANE SILVA Grávida aos 16 anos, ela sofreu preconceitos familiares revistaon.com.br

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“É fundamental ter uma relação entre médico e paciente com diálogos esclarecedores. Não se pode ver a gravidez como uma doença. Ela precisa relaxar e curtir esse momento que é único, se divertir’’, obstetra Marcos André Cortez.

seu consultório, acontece com meninas de perfil socioeconômico e cultural baixo. “Há muita informação sim, mas infelizmente, são desencontradas, aquelas de boca a boca, prejudiciais a essa absorção de conhecimento”, explica. Mas uma notícia é boa. Segundo o médico, várias adolescentes e mulheres, pacientes do consultório dele, cogitam uma gravidez mais tardia. Para a psicóloga Mônica Leitão da Cunha, especialista em orientação familiar, a gravidez precoce pode estar relacionada com diferentes fatores, desde estrutura familiar, formação psicológica e até autoestima baixa. Por isso, o apoio da família é tão importante, uma vez que é a base para proporcionar compreensão, diálogo, segurança, afeto e auxílio para os adolescentes e a criança gerada. Com o apoio da família, aborto e dificuldades de amamentação têm seus riscos diminuídos. Alterações psicológicas na gestação envolvem diferentes mudanças no organismo da jovem grávida e, depressão e variações de humor, podem piorar ou melhorar. Outra situação importante é lembrada por Cortez. “É fundamental ter uma relação entre médico e paciente. Troca de diálogos esclarecedores, pois não se pode ver gravidez como uma doença. A gestante precisa relaxar e curtir esse momento único. Olhar para a barriga, tirar fotos, estar em um ambiente familiar e deixar a preocupação na mão do médico’’, orienta. Casos de meninas que escondem a gravidez ainda são comuns, disse o médico. Para entender esses casos ele explica que é preciso saber “como essa menina é criada, sua orientação educacional, a realidade 48

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de orientação na escola, aspecto familiar, ou seja, se o ambiente que vive favorece essas situações’’. O obstetra orienta que a família procure um psicólogo para nortear a jovem durante todo esse processo de mudanças, onde ela abrirá mão de si para cuidar de outra pessoa. “As atenções que antes eram dela, agora passam a ser do bebê. Por isso é importante ter apoio psicológico, para que não haja rejeição”, completa. A psicóloga Maria Elisabeth Pessôa relata que é difícil a procura por tratamento psicoterápico, seja pela adolescente grávida ou pelos familiares. Conforme revela Pessôa, apesar de ocorrer com muita frequência uma desestruturação familiar, tanto física quanto emocional, todos os envolvidos ficam imersos em conflitos ante a situação de uma gravidez “indesejada”. “Quando há essa procura por acompanhamento médico, os encaminhamentos são feitos apenas para profissionais da área de saúde e assistência social. É sim, de grande importância que seja realizado um trabalho que forneça suporte emocional aos familiares do bebê que está por vir, e principalmente, à mãe adolescente”, afirma. O tratamento com essa paciente começa esclarecendo pequenas dúvidas como: o que fazer? Como contar aos pais? O que vai acontecer comigo? De acordo com a psicóloga, são inúmeros os sentimentos que envolvem a descoberta de uma gravidez, variando entre sentimentos de alegria, ansiedade, medo, abandono e depressão. “O tratamento psicoterápico envolve encarar a gravidez sem preconceitos, lidar com os medos do desconhecido, dar apoio e oferecer segurança”, diz. Para ela, o acompanhamento psicológico deve envolver todos os familiares porque dependerá da forma de como irão lidar com a nova situação; do afeto, do amor e do apoio que irão disponibilizar, pois o que agrava todo o quadro emocional é a rejeição, conflitos no relacionamento, punição e culpa, que podem levar à fuga do ambiente familiar e tentativas de aborto. O apoio da família foi fundamental para Rayane obter uma gestação tranquila. “Graças a Deus tive o apoio da minha família. Gravidez mexe com tudo, principalmente nessa idade. Por morar perto da minha mãe e minha avó, costumo passar o dia com elas. Além de ter o apoio do meu namorado que mora comigo”, compartilha.

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COMPORTAMENTO

MÃE AOS 15 ANOS Priscila Lourenço mudou completamente sua rotina para cuidar da filha Júlia

Priscila também se lembrou do apoio caseiro. “Claro que no início teve uma surpresa, ficaram abalados por causa da minha idade, mas depois me apoiaram. Tínhamos acabado de perder dois parentes próximos e a gravidez amenizou esse sofrimento”, recorda-se. Eni Lourenço, 48, mãe de Priscila, concorda que nessa hora, a família é fundamental para que a adolescente se sinta bem, envolvida e amada. “Aconteceu cedo. E como mãe, queria que tudo fosse ao seu devido tempo, mas encaramos. O amor de mãe fala mais alto e é isso que conta’’, desabafa. Como avó, agora ela passa bons momentos bajulando sua netinha, mas frisa que é importante à orientação dos pais em todos os momentos. Riscos da gravidez precoce

De acordo com o obstetra Marcos André Cortez, o pré-natal realizado em adolescentes é normal, no entanto, a preocupação acontece nos extremos, quando a mulher é nova demais entre os 13 e 14 anos e após os 30 anos. O problema da gestação apontado por ele acontece no processo de adaptação. Essa gestante vai sofrer mudanças no corpo em uma fase na qual o organismo não se adapta tão bem quanto uma expectativa em relação a outras gestações. Segundo Cortez, é preciso um bom


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de profissionais qualificados. “Não temos aqui em Três Rios uma UTI neonatal para gravidez de alto risco e temos que transferi-la para fora da cidade.” De acordo com Marcos André, os médicos da cidade trabalham com obstetrícia preventiva, já prevendo o que possa vir acontecer com a paciente. “O risco de prematuridade da própria idade pode ser determinante para que essa gestação seja complicada. Ainda assim, nem toda jovem pode apresentar esse quadro’’, finaliza. Prevenção

ORIENTAÇÃO A psicologa Elisabeth Pessôa fala sobre a importância do acompanhamento profissional durante a gestação

médico ao lado da paciente, pois ela irá passar por mudanças psíquicas orgânicas e mudanças metabólicas. Pode surgir o diabetes, pressão alta, eclampsia, deficiências enzimáticas, pré-eclâmpsia, na fase mais precoce é mais comum, precisa

De acordo com o secretario de Saúde de Três Rios, Luiz Alberto Barbosa,

o processo de prevenção na cidade ocorre através do trabalho de educação em saúde, uma parceria com escolas e empresas, cujo tema prioriza a gravidez na adolescência, planejamento familiar e prevenção do câncer de colo do útero e mama. “Além disso, fazemos sala de espera em todos os dias de consulta no centro de Saúde da Mulher. A cada dia orientamos as pacientes com um tema diferente. Isso também ocorre nas Unidades de Saúde da Família. Buscamos, cada vez mais, melhorar os nossos indicadores que acabam refletindo na qualidade da saúde dos municípios trirrienses através de ações, não só de assistência, como de educação em saúde”, acredita.

Quadro Índice de gravidez na adolescência em Três Rios 2010 e 2011 Ano

Totel de Gestantes

Gestantes menores de 20 anos

2010

753

154

2011

545

179

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COMPORTAMENTO

Até que o divórcio

os separe POR PAULA ARAÚJO E RAFAEL MORAES

Os brasileiros têm se casado menos, porém também estão se divorciado menos. É o que aponta o IBGE. A maioria dos casais termina a relação depois de mais de 20 anos de convivência. A Revista On foi atrás de respostas que possam esclarecer se o matrimônio ainda é um bom negócio.

Eu vos declaro marido e mulher.” Há quem sonhe em ouvir essa frase um dia, e também há quem fuja dela. Assim como existem aqueles que têm planos de passar o resto da vida juntos, outra parcela tem rompido esses laços, ao passo que alguns nem ao menos pretendem um dia subir ao altar. Dentre os fatores, pode-se apontar o atual papel da mulher na sociedade e a busca por estabilidade financeira. Segundo as estatísticas do Registro Civil levantadas pelo IBGE, entre 2008 e 2009, houve uma redução de 2,3% do número de matrimônios realizados no Brasil. Em 2008, foram 959.901 casamentos e, em 2009, 935.116. Pela primeira vez desde 2002, o Instituto constatou que caiu a taxa de nupcialidade, medida a cada 1.000 habitantes, passando de 6,7% em 2008, para 6,5% em 2009. Também ocorreu alteração da taxa de divórcio entre um ano e outro, reduzindo de 1,5% para 1,4%. Os dados nacionais refletem na realidade trirriense, mesmo que timidamente. Em 2008, o município contabilizou 376 casamentos. Em 2009, foram 373. Na Igreja Matriz de São Sebastião foram realizados 45 matrimônios em 2009 e 46 em 2010, crescimento pouco significati-

vo. Até julho de 2011, a entidade contava com 25 enlaces oficializados. Em Petrópolis foram registradas 1.323 uniões civis em 2010. Entretanto, as separações judiciais concedidas em primeira instância, isto é, aquelas feitas em juízo, aumentaram de 46 para 86 ações. Os divórcios facultados

“O que se percebe em geral, pelo menos entre jovens solteiros, é uma tendência de o casal optar por morar junto sem legalizar a união”, vice-coordenadora do curso de psicologia da UFJF, Eldelvais Keller

também em primeira instância cresceram de 105 para 126 casos no período. Na cidade petropolitana, só em 2010, foram 222. As separações chegaram a 161. Na opinião do tabelião Leonardo Monçores Vieira, os números são curiosos, uma vez que a lei 11.441, de 4 de janeiro de 2007,

permite que os divórcios e as separações consensuais sejam feitos por escritura pública, ou seja, em cartório. “Ao que tudo indica, as pessoas ainda têm preferência por se separar ou se divorciar no Fórum, o que é mais caro e mais lento”, afirmou. De fato, em Três Rios, as dissoluções em cartório foram um tanto inexpressivas entre os dois anos em questão. Em 2008, a cidade registrou seis separações do tipo e sete divórcios. No ano seguinte, o resultado foi ainda menor: duas separações por escritura pública e seis divórcios. Na cidade serrana o número da primeira, em 2010, foi 20 vezes maior nos casos das separações por escrituras publicas; 22. Os divórcios somaram 107 casos. Mas, afinal, qual a diferença entre separação e divórcio? Monçores explica que o primeiro é um estágio para o segundo. “A separação põe fim à fidelidade, ao fato de morar juntos e ao regime de bens. Já o divórcio termina com a relação, com o vínculo conjugal.” O tabelião acredita que o cenário traçado em Três Rios tem a ver com questões comportamentais, com a emancipação feminina e com alterações de papéis sociais. Para a doutora em psicologia clínica e vice-coordenadora do curso de psicologia da Universidade Federal de Juiz de Fora, Edelvais Keller, “o revistaon.com.br

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COMPORTAMENTO ARQUIVO PESSOAL

décadas de casamento e entre cônjuges acima dos 20 anos. No país, foram 20.130 rompimentos do gênero em 2009, sendo a maior parte, 5.877, composta por pessoas com idade entre 45 e 49 anos. No mesmo ano, o órgão registrou 97.694 separações judiciais em primeira instância sem recurso; deste total, 18.188 são homens entre 30 e 34 anos e 18.697 são mulheres de 25 a 29 anos. Em termos legais, casamento e união estável são praticamente idênticos. Em ambos, o casal tem quase os mesmos direitos, como os sucessórios e os previdenciários. O que difere uma ação da outra são os aspectos sociológicos e filosóficos. Conforme o Estatuto da Família, a união estável constitui estado civil de convivente, independentemente de registro, e deve ser declarado em todos os atos da vida civil. É configurada na convivência pública, contínua, duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família. O mesmo documento define o casamento como ato civil e que produz efeitos a partir do momento em que os nubentes manifestam a vontade de estabelecer o vínculo conjugal e a autoridade os declara casados. E foi neste último quadro que a vendedora Débora Ferreira Thiago Vieira, 27, e o balconista Luciano de Andrade Vieira, 26, se encaixaram em 23 de maio de 2009, após seis anos e nove meses de namoro. Os dois se conheceram na igreja em que frequentam, mas se falavam superficialmente, até que um amigo em comum fez com que se aproximassem um do outro.

RECÉM CASADOS Rodrigo e Ellen completaram um ano de namoro em 4 de setembro

“Meu ex-marido me ameaçava, me chantageava. Não me arrependo de ter saído [do relacionamento] sem nada, pois queria me livrar dele”, dona de casa, Ana Lúcia Egypto Floriano Peixoto

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que se percebe em geral, pelo menos entre jovens solteiros, é uma tendência de o casal optar por morar junto sem legalizar a união e esse fato contribui para que as pessoas venham a se separar com mais facilidade quando o relacionamento não dá certo”. Ana Lúcia Egypto Floriano Peixoto, 54, sentiu na pele essa nova realidade. Aos 18 anos ela se casou com comunhão de bens. Mesmo sendo muito nova para assumir o compromisso, ela disse que se sentia preparada. “Os tempos eram outros. Éramos criadas para nos casar, constituir família. Além disso, sempre fui muito madura e consciente e estava muito apaixonada”, conta ela. Vinte e três anos depois, a união acabou em uma única audiência. Ana Lúcia abriu mão de todos os bens e ganhou a guarda dos três filhos. “O juiz entendeu que eu sofri muito. Meu ex-marido me ameaçava, me chantageava. Não me arrependo de ter saído sem nada, pois queria me livrar dele e de tudo que era relacionado a ele”, revelou. Para dar a volta por cima, a dona de casa retomou a vida sozinha e, aos 41 anos, começou a trabalhar. “Mas valeu a pena”, completa. Hoje, Ana tem uma união estável com um homem 23 anos mais novo. Os dois estão juntos há 11 anos. Ainda assim, ela não vê o casamento como um bom negócio. “Tudo para mim não passa de satisfação social, nem moral é mais. Para que tanta formalidade? Morar junto é mais simples”, opina. Ainda conforme o IBGE, a maioria das separações ocorre depois de mais de duas

ANA LÚCIA E EDNEI Juntos há 11 anos, ainda assim, ela acredita que casar não vale a pena 52

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Segundo Débora, foi Luciano quem começou a investir na relação. “Eu não queria namorar, tinha medo de perder os amigos, pois a rotina muda com o namoro, mas, de repente, ele apareceu na minha casa e pediu ao meu pai para me namorar. Foi uma surpresa. Todos na família comemoraram, foi até engraçado”, recorda. Em dezembro de 2008, o casal iniciou os preparativos do matrimônio. Eles ficaram noivos no mesmo dia em que Débora recebeu a confirmação de que havia concluído o curso de marketing, que, inclusive, coincidiu com a data de seu aniversário e do nascimento de seu sobrinho, 3 de dezembro. O petropolitano Francisco Bianchi namora Jordana, de Belo Horizonte, há


vendedora, Débora Ferreira Thiago Vieira

5 anos. Em abril de 2010 resolveram se casar. Para ele, a queda no número de casamentos está ligado a tendência atual de se simplificar essas relações. “Muitas pessoas só passam a morar juntas. Não criam laços matrimoniais perante a Igreja. Às vezes nem mesmo perante a sociedade”, avalia ele que aposta na cumplicidade, confiança, tolerância, bom senso e amor para manter o relacionamento duradouro. Rodrigo Oliveira, 35, e Ellen Tardelli, 30, completaram um ano de namoro em 4 de setembro e se casaram em 29 de outubro, contudo, esta decisão tão importante foi tomada em janeiro, nove meses antes. “Pouco tempo, mas já estávamos certos que um era a pessoa certa do outro”, afirma Ellen. Analisando esta propensão apontada pelo IBGE, a jovem reafirma o resultado da pesquisa. “As pessoas estão cada vez mais independentes, principalmente as mulheres, e essa tendência realmente vai dificultando as uniões hoje em dia. Por

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“A vida de casado muda muito, é preciso aprender a lidar com as diferenças de personalidade, com coisas que nem sempre gostamos e, claro, amar profundamente”,

outro lado, também vemos que as ideias sobre família e relacionamento sério também estão distorcidas, pois hoje tudo é muito fácil: sexo, casar, separar”. No entanto, acredita que, ainda assim, é impossível viver sozinho. “Em alguma fase da vida, as pessoas sentem falta de companhia verdadeira, aquela que estará junto para todas as horas e não somente para os momentos bons e para a curtição. Quero acreditar que o matrimônio não será uma instituição falida”, aspira. Se existe uma receita para um relacionamento saudável, talvez ela esteja em “O que as esposas não devem fazer / o que os maridos não devem fazer - um manual clássico de boas maneiras para um casamento feliz”, escrito em 1913 por Blanche Ebbutte republicado recentemente. O objetivo do material é dar dicas aos casais de como se comportar de maneira harmoniosa, trazendo uma vasta lista de comportamentos, hábitos e atitudes que devem ser evitados quando se vive a dois. Quase um século depois, as orientações permanecem atemporais, dentre as quais podemos citar os elogios mútuos, o fato de que o marido não deve se iludir pensando que sua esposa não pode se interessar por outro homem e não flertar com outras mulheres. Para Débora, uma união duradoura é baseada em três pilares: amizade, companheirismo e boa convivência. “A vida de casado muda muito, é preciso aprender a lidar com as diferenças de personalidade, com coisas que nem sempre gostamos e,

NOIVOS O petropolitano Francisco Bianchi namora Jordana, de Belo Horizonte, há 5 anos. Em abril de 2010 decidiram se casar

claro, amar profundamente”, diz ela que acredita ser um bom negócio oficializar o enlace, desde que se esteja preparado. Segundo a doutora Keller, essa preparação não significa apenas estabilidade econômica e financeira, mas sim segurança no relacionamento ou uma necessidade, como o nascimento de um filho. “Para mim, casar vale a pena. As pessoas que vivem sozinhas estão mais suscetíveis ao adoecimento e a uma morte prematura. As pesquisas demonstram que pessoas casadas ou com parceiros estáveis têm mais longevidade, mais qualidade de vida, correm menos risco de adoecer e estão mais protegidas da depressão”, esclarece.

Casamentos realizados no Brasil em 2009: 935.116 Região Sudeste

Foi a que teve maior número de registros: 446.140

Rio de Janeiro

O Estado teve 72.588 casamentos contabilizados

São Paulo

Foi o Estado que mais oficializou matrimônios: 246.792

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SHUTTERSTOCK

LAZER

QUANTO CUSTA?

A gente não quer só comida! POR FREDERICO NOGUEIRA

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“A gente quer comida, diversão e arte”. Com estes versos, o grupo Titãs fez um protesto. Excluindo a culinária e o protesto da canção, ficamos com a diversão e a arte. Mas, onde, e por quanto, encontramos programas culturais em Três Rios?

Em 2006, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), apresentou o resultado de uma pesquisa que mostrou como os brasileiros gastam dinheiro. Os gastos com cultura apareceram em quarto lugar da lista, atrás de moradia, alimentação e transporte. Para a pesquisa, os serviços culturais não ficaram apenas em cinema, teatro, TV e outros como estes. Foram considerados, também, gastos com telefonia, gastos com eletrodomésticos destinados à diversão e realização de festas. Se esta segunda lista de itens ficasse de fora, os gastos com cultura cairiam para sexto lugar. No documento “Cultura em Números”, do ministério da Cultura, segunda

“Financeiramente falando, consumir cultura aqui é muito barato”, Leandro Marcelino

edição publicada em 2010, vários dados foram levantados. Entre eles, o que mostra as práticas culturais na capital do Rio de Janeiro. No topo, 48% dos que responderam à pesquisa do Ibope (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística) praticam “ouvir música” e, na base, apenas 2,3% frequentam shows/concertos musicais em locais pagos. E em Três

Rios? Quais as opções e qual o custo dos programas culturais? Antes, é importante saber o que é esse tipo de cultura. Quem explica, é o secretário municipal de Cultura e Turismo, Marcos Pinho. “Em um conceito mais abstrato, cultura é a promoção da reflexão de um povo sobre seu modo de ser, viver e fazer”. Cidade próxima, Juiz de Fora regularmente recebe artistas de renome nacional, enquanto Três Rios, atualmente, tem apenas períodos com estes grandes nomes conhecidos através da mídia. Marcos tem a resposta que cabe a essa questão. “O cachê de artistas de 30 anos atrás, era bem diferente do de hoje, talvez 20% do revistaon.com.br

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LAZER

“Cultura é a promoção da reflexão de um povo sobre seu modo de ser, viver e fazer”, secretário de Cultura e Turismo, Marcos Pinho

PÚBLICO Marcos Pinho destaca a importância da formação de plateia que está acontecendo

que seja agora. Os meios de comunicação eram restritos, eles eram conhecidos, mas, para isso, precisava visitar os lugares. Hoje, esses nomes se concentram em locais que têm população e infraestrutura que garantam retorno financeiro. No Rio, há casas de shows como 5.000 lugares, com ingresso há R$ 30; em Três Rios, em um espaço com 360 lugares, o ingresso para uma apresentação de um artista com cachê de R$ 30 mil, acabaria ficando por volta de R$ 150, o que seria praticamente inviável”, exemplifica. Leandro Marcelino, 23, gosta tanto de cultura que faz parte do novo grupo de produtores do gênero. “Tirando algumas datas específicas, como o final de ano no teatro e os novos festivais, a cidade tem pouca oferta de produtos culturais, mas, financeiramente falando, consumir cultura aqui é muito barato”, diz ele. Antônio Carlos Cipriano, presidente do teatro Celso Peçanha, confirma a movimentação no final do ano. “As atividades teatrais começam com o Fetatri (Festival Estudantil de Teatro Amador Trirriense) e seguem com as apresentações de dança, e do espetáculo que encerra o curso de teatro, promovidos pelo Gatvc (Grupo de Amadores Teatrais Viriato Correia)”. Normalmente, as produções realizadas pelo grupo seguem um padrão de preço, R$10. Quando o espetáculo é de fora, o valor do ingresso é estipulado pelos responsáveis da produção. 56

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Em 2011, dois eventos de grande porte, colocaram milhares de pessoas no campo do Entrerriense para assistir shows de artistas como Cláudia Leitte e a dupla Jorge e Mateus. O poder público também encheu o Parque de Exposições com os shows gratuitos da Expo Fest. As duas situações mostram que público na cidade existe. Os festivais de teatro, dança e música, em suas primeiras edições, organizados pela secretaria municipal, também buscam o público que se perdeu com o passar dos anos. E, mais uma vez, lá estava ele. Só na abertura do Multifestival de Teatro, que contou com a participação do grupo Galpão, mais de 3.000 pessoas estiveram presentes. “Quando você começa a trazer bons nomes e dar acesso às pessoas, que antes nem conheciam, elas passam a gostar e, depois, se houver novamente a oportunidade de assistir de modo pago, a pessoa pagará”, explica Marcos Pinho. Os festivais continuam no próximo ano de maneira gratuita e formando plateia. O secretário faz uma “compara-

ESTAÇÕES Leandro Marcelino sente falta de programação em certas épocas do ano

ção gelada” para mostrar o momento que a cultura passa no município. “É preciso que se tome gosto pela cultura. Ninguém quer pagar por um sorvete de graviola por não conhecer a fruta. À medida que experimenta e gosta, ele passa a comprar. Ele passa a ir ao teatro, pagar pela cultura”. Sem contar com eventos especiais, o final de semana é o momento em que mais acontecem eventos culturais na cidade, para todos os públicos. Boate com programação diferenciada a cada data, clubes com programação para terceira idade e, outros, como funk, além de escolas de samba que abrem suas quadras a preços populares e têm atraído grande público. Dos restaurantes e bares da cidade, muitos funcionam também à noite e seguem com o atendimento à madrugada. A média de uma refeição para duas pessoas varia entre R$ 35 a R$ 70, de acordo com o cardápio. Um prato como a picanha com arroz, farofa, vinagrete e batata frita para duas pessoas custa, média R$ 55, em um restaurante próximo à avenida Beira-Rio. Além disso, conta com área para jogos e música ao vivo. Mas há, também, quem queira apenas fazer um lanche e não faltam locais onde facilmente são encontrados hamburgueres. Para ir ao cinema, os ingressos mais caros são no final de semana, por R$ 12, e os mais baratos às terças-feiras, por R$ 4. Para um futuro próximo, o secretário não acredita que casas de shows de grande porte sejam construídas pela iniciativa privada, mas vê a chegada, em breve, de pequenas instalações. “A iniciativa privada trabalhará com espaços menores e eventos para menor público, correndo, assim, menos riscos”. Se por algum tempo, dois bailes foram as maiores atrações culturais da cidade e só eles eram capazes de lotar um clube, hoje está diferente e, ao que tudo indica, a oferta de programas culturais tendem aumentar. Diversão e arte chegaram para ficar no município. Cabe, agora, se alimentar delas. Afinal, parafraseando George Shaw, “os espelhos são usados para ver o rosto; a arte, para ver todo o ser”. Não perca a oportunidade de se ver.


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PROTEÇÃO GRATUITA

O olhar atento dos vigilantes POR FREDERICO NOGUEIRA FOTOS REVISTA ON

Talvez semana passada, ontem ou depois de amanhã. O fato é que um dia na vida você precisou ou vai necessitar ir ao banco, ficar na fila, esperar, esperar e... esperar. Se resolver ir mais cedo, ainda tem que aguardar a agência abrir. Se chegar poucos minutos após o expediente, sua chance será adiada para o dia seguinte. E ainda tem que passar pelo terror dos bancos: a porta giratória. Já imaginou ir às agências todos os dias e ficar lá dentro oito horas em pé? Agora você vai conhecer profissionais que diariamente fazem isso e já podem ter sido o alvo do seu olhar de fúria. Eles são os vigilantes. 58

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DIVULGAÇÃO

SEGURANÇA


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SEGURANÇA

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om nome e sobrenome de campeão, Anderson Silva dos Anjos começou a carreira aos 17 anos, fazendo segurança em clubes. Com 21, passou a fazer segurança de um empresário trirriense e, em 1996, fez um curso de vigilante. “A pessoa, desde o momento em que faz o curso, se torna um profissional”, explica Anderson, hoje com 37 anos. Após fazer segurança em posto de pedágio e outras agências bancárias, está há seis meses no atual serviço. Ronaldo Silva Rufino, 44, é vigilante há 12 anos e presta serviço em outra agência no município. “Eu fui fazer uma entrevista de emprego e, pela entrevista, acharam que seria possível me aproveitar na área da segurança. Na época, fiquei em portaria de empresa. Depois fiz um curso de vigilante e entrei direto em agência bancária”, disse ele, que trabalha, normalmente, 40 horas por semana. Após ver os colegas fazendo o curso enquanto trabalhava como auxiliar de produção em uma indústria de alimentação, Samir de Souza Silva, hoje com 41 anos, resolveu tentar. “Comecei em 1994 e estou até hoje. Trabalhei em pedágio, em hidrelétrica e estou há três anos no banco”, diz ele. O curso em questão é obrigatório para o exercício da função, garantido na lei 7.102/83, que dispõe sobre a seguran-

EXPERIÊNCIA Anderson fez o curso de vigilante em 1996 60

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RECLAMAÇÕES Samir já ouviu o que não devia devido à porta giratória

“O candidato deve ser maior de 21 anos, sem limite máximo de idade, e não é uma profissão exclusivamente masculina”, Jorge Tavares de Almeida.

ça para estabelecimentos financeiros. O serviço é sempre terceirizado e, segundo Anderson, “a empresa tem contrato de um a cinco anos e, depois desse tempo, é feita uma nova concorrência, podendo ser renovado ou não”. O gerente nacional de recursos humanos de uma empresa de segurança que presta serviço em uma agência em Três Rios, Jorge Tavares de Almeida, explica como é feita a seleção para o cargo de vigilante. “Nós definimos o perfil do cliente, a descrição do cargo e partimos para o recrutamento de pessoas que se encaixam naquela vaga. Depois disso, eles passam por avaliação psicológica, entrevista operacional, que é um ponto muito importante, avaliação médica e de histórico profissional”, diz ele, que cita mais algumas características dos que buscam o emprego: “O candidato deve ser maior de 21 anos, sem limite máximo de idade,

e não é uma profissão exclusivamente masculina, muitas mulheres também estão interessadas nessa área”. O profissional tem a função de cuidar do patrimônio, mas acumula, ainda, o papel de oferecer proteção para as pessoas que estão no local e cuidar da própria segurança. “Primeiro tenho que defender a minha vida, se não protegê-la, como vou proteger os outros? Não tem como reagir se chegar seis caras armados. Eles não vão atirar se a gente não fizer besteira”, explica Ronaldo. “Da porta pra dentro, tudo é com o vigilante”, completa Anderson Silva sobre o poder deles dentro das agências, já que, até mesmo policiais, quando entram portando armas no banco, precisam pedir autorização e mostrar identificação. Perito em artes marciais, defesa pessoal e ações táticas, Enoque Freitas explica como deve ser o processo de formação do profissional. “Não basta dar instrução sobre armamento e como usá-lo, já que esta será usada somente em último caso. Na segurança e na defesa, a prevenção é muito mais eficaz que a ação. Se você tiver uma boa noção de identificar o suspeito, você estará sempre um passo à frente dele. O bom segurança não é aquele que põe a mão na arma, e sim aquele que age tão rápido com a mente que nem precisa dela, a não ser em último caso”, conta ele, completando que o profissional deve estar em bom estado de saúde física, psicológica e tecnicamente preparado. “Suspeitou, você tem que conferir, mesmo que não seja o que você estava pensando”, diz Ronaldo Rufino sobre a atenção que sempre deve ter durante o trabalho. Samir completa a ideia. “São muitos fatores, detalhes que às vezes passam despercebidos, mas pelos nossos olhos não podem passar”, descreve ele, citando que, se uma pessoa está no caixa sacando dinheiro e, ao sair, outra que estava na fila vai atrás, pode ser sinal de perigo. Porta giratória e celular

Se você, ao entrar numa agência, ficar preso na porta giratória, com certeza olhará para eles. Segundo Ronaldo,


“Na segurança e na defesa, a prevenção é muito mais eficaz que a ação”, Enoque Freitas.

“têm pessoas que chegam ali e já querem brigar, xingar. Tem quem fale ‘eu tenho cara de assaltante?’, e eu não sei, assaltante não tem cara”. Para ele, aquele é o motivo de maior estresse de qualquer vigilante. Esse foi o motivo pelo qual três pessoas abandonaram o emprego na agência em que trabalha. “Segurança de m**** !!!” e “você vai morrer segurança!!” são algumas das frases que Samir de Souza já ouviu. “Se você passar com o celular, não vai apitar a porta. Muita gente já chega e coloca o celular na caixinha, achando que ele é o problema, mas normalmente não é. O que trava a porta é sombrinha, grande quantidade de chave, de moedas. A massa de metal que é permitida passar, é um valor abaixo da que uma arma possui”, explica ele, ressaltando que de uma agência para outra essa tolerância pode ser diferente. Criada para evitar a comunicação entre assaltantes que praticam a famosa “saidinha de banco”, a lei estadual que proíbe o uso do celular no interior de agências bancárias ainda tem divergências. Na agência de Samir existem avisos nas paredes sobre a proibição, mas os vigilantes ainda deixam as pessoas usarem. Na de Anderson, eles pedem “educadamente que desliguem os aparelhos ou atendam do lado de fora”. Já Ronaldo, em outra agência, diz não ter orientação sobre como agir quanto à lei, mas que os avisos estão lá e, sempre que pode, pede que as pessoas os observem. O valor da profissão

Você já deve ter visto uma greve dos bancários por melhores salários, mas eles não são os únicos que lutam pelo valor do trabalho. Samir, que também trabalha como segurança em um shopping da cidade, explica: “Quando comecei como vigilante, nós ganhávamos entre quatro e cinco salários mínimos,

INÍCIO Ronaldo começou na área de segurança na portaria de uma empresa

hoje estamos com um e meio”. Anderson Silva também tem outro emprego: “O vigilante pode ter a carteira assinada até três vezes. No outro emprego faço apoio patrimonial”. Já Ronaldo faz hora extra no próprio banco, quando necessário, para aumentar o rendimento. A classe luta, atualmente, pela aprovação dos projetos de leis que tratam do adicional de risco de vida/periculosidade, que, acredite ou não, eles ainda não conseguiram totalmente. “Eu trabalho de colete e não corro risco?”, indaga Ronaldo. Dos 30% do adicional, eles conseguem receber 8%. Samir é pai e sempre diz para os filhos estudarem para conseguirem uma profissão melhor. “O trabalho é muito bom, mas, infelizmente, o ofício não tem valor”, diz o experiente vigilante que termina citando as características que deve ter quem, mesmo assim, se interessa pela área: “Tem que ter educação, paciência, visão e ser muito observador”. Depois disso, com certeza você vai olhar de forma diferente para eles, quando for pagar a fatura do seu cartão ou trocar um cheque. Se a porta trava, a culpa não é deles. A partir de agora, observe aquela pessoa que está parada logo na entrada, usando roupa mais escura, armado e com cara séria. Observe que o vigilante está ali para sua proteção. revistaon.com.br

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COTIDIANO

73 ANOS DE TRÊS RIOS

Delta triplo do mundo POR PRISCILA OKADA

“Glória excelsa do Sul-Fluminense,... Ó, Três Rios, Cidade-labor! Trabalhar é teu lema, que vence,... E proclama teu grande valor!”. Ao completar seu septuagésimo terceiro aniversário, o município pode festejar conquistas históricas ao longo dos anos e orgulhar-se de seu crescimento.

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PMTR

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squina do Brasil é a única cidade do mundo localizada em um delta triplo dos rios, estratégica no ponto de vista ferroviário e rodoviário. Descrita de diversas maneiras por quem passa, Três Rios tem bons motivos para festejar mais um ano de história. A referência mais remota sobre a cidade, data do início do século 19, quando o fazendeiro e político Antônio Barroso Pereira (primeiro barão e visconde de Entre-Rios) obteve por requerimento, de 16 de setembro de 1817, as terras de sesmaria no sertão entre os rios Paraíba e Paraibuna. É no teor da concessão da referida sesmaria, registrada pela coroa portuguesa, que se identifica a origem do primeiro nome do município, Entre-Rios. Dentro do seu patrimônio territorial, Pereira fundou cinco fazendas: a fazenda Cantagalo, a mais importante e as fazendas Piracema, Rua Direita, Boa União e Cachoeira, todas dependentes da primeira. Em 23 de junho de 1861 foi inaugurada a rodovia União e Indústria (que ligava Petrópolis a Juiz de Fora) e que passava pelas terras da fazenda Cantagalo. Essa rodovia

OBRAS Vista aérea do viaduto que está sendo contruído e será inaugurado em 2012

contou com grande colaboração do fazendeiro Antônio Barroso Pereira e, por esse motivo, o Imperador Pedro II condecorou-lhe, em 1852, com o título de Barão de Entre-Rios. Ainda em sua homenagem, à estação rodoviária local foi dado o nome de Estação de Entre-Rios. Com o batismo da estação, não tardou que o pequeno povoado, formado às margens da rodovia,

passasse a ser conhecido como Entre-Rios. Em 1867 os trilhos da Estrada de Ferro D. Pedro II chegaram à região e, tal como a rodovia, essa ferrovia recebeu o importante apoio do Barão que, falecido em 1862, transmitiu a fazenda Cantagalo para sua filha Mariana Claudina Pereira de Carvalho, feita Condessa do Rio Novo em 1880. Viúva e sem filhos, a Condessa, falecida


ARQUIVO EZILMA TEIXEIRA

efetivar um relativo progresso para o local, já reconhecido como importante entroncamento rodoferroviário. Curiosidades

Segundo a historiadora Ezilma Maria Teixeira, nascida em Três Rios, alguns momentos históricos da cidade ligada ao país merecem destaque como: As terras da Fazenda Cantagalo, serviram de passagem da Estrada União e Indústria (primeira es-

em 05 de junho de 1882, em Londres, onde se encontrava em tratamento de saúde, deixou a fazenda Cantagalo para a obra assistencial que planejara em Paraíba do Sul, a Casa de Caridade, com a recomendação de que “as terras próximas à estação de Entre-Rios”, poderiam ser privilegiadas para os

HEBERT KLUMB

TRÊS RIOS Vista aérea do centro da cidade no final da década de 30

que ali quisessem residir. Tratava com essa recomendação de garantir recursos perpétuos àquela futura casa de assistência social. Somada à movimentação que já se fazia sentir pela rodovia e pela ferrovia, a oportunidade do aforamento de terras veio

RODOVIA Estação da Estrada União e Indústria

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NICOMEDES DIÉ

COTIDIANO

DESENHO Primeiro traçado de Entre-Rios em 1886

trada pavimentada do país), inaugurada no dia 23 de junho de 1861. “Aqui foi instalada uma das 12 estações de embarque e desembarque, carga e descarga dessa grande rodovia – mais precisamente a chamada 6ª estação de muda, que obteve grande destaque no país”, conta. Outro momento de grande destaque mundial mencionado por Teixeira, foi em 1882 , quando a Condessa do Rio Novo por meio de testamento, deixou livres seus escravos, antecipando-se seis anos à lei Áurea, que aboliu a escravidão brasileira. Com o nome oficial de Planta Cadastral Topográfica da Colônia Cantagalo, esse traçado dava vida a dez vias (que perfaziam um total de 368 lotes) e projetava duas praças. Ele nomeava seis caminhos e o restante deixava sobrescrita “rua projetada”, que mais tarde receberam outros título. As seis ruas batizadas na planta original:

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De acordo com a historiadora, as primeiras famílias pertencentes ao município foram as dos escravos da Fazenda Cantagalo e, por decorrência, os descendentes desses cativos alforriados continuaram residindo no município. Secundariamente, os empregos gerados pela construção e pelo complexo da estrada União e Indústria, a partir de 1858 e o decorrente desenvolvimento do povoado – que, sobremaneira veio aumentar a sua população – atraiu as primeiras famílias, das quais podemos nominar as Vogel, Schimitz, Kopke, Torno, Villela de Carvalho, Toledo Ribas, Lopes e Álvares. Emancipação

O próprio desenvolvimento do povoado de Entre-Rios, propiciado com a movimentação das suas estradas viárias, a ro-

Denominação de 1886

Denominação atual

Rua da Condessa Rua Campos Elysios Rua Maria Pereira Nunes Rua Barão Ribeiro de Sá Rua Dr. Jordão Rua Martinho de Campos

Av. Condessa do Rio Novo Av. Quinze de Novembro Rua Dr. Walmir Peçanha Rua Presidente Vargas Rua Dr. Oswaldo Cruz Rua Sete de Setembro

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doviária União e Indústria (1861) e a ferroviária D. Pedro II (1867), foi bastante determinante para que em 1890 a prefeitura de Paraíba do Sul o elevasse à categoria distrital, transformando-o, então no 2º distrito. Com os beneficiamentos oferecidos por essa nova categoria político-administrativa (estabelecimento de cartório, de subdelegacia, etc.) o agora distrito de Entre-Rios continuou a sua marcha de progresso. Apresentava uma movimentada vida comercial, uma promissora realidade industrial, órgãos de imprensa, realce da sua vida cultural e educacional, uma rede assistencial de saúde pública e privada, uma forte e destacada representação política junto ao legislativo sul-paraibano, entre outros notáveis avanços de sua infraestrutura. Impedindo esse progresso, o governo sul-paraibano pouco investia em seu 2º distrito: as ruas não eram pavimentadas, não havia serviço de abastecimento d’água e outros mínimos atendimentos públicos necessários à vida distrital entrerriense. Essa situação incomodativa não demorou a fazer nascer, já na década de 20, um desejo de desligamento de Paraíba do Sul. Esse ideal separatista demorou aproximadamente uns 15 anos para ser realizado, uma vez que autoridades sul-paraibanas de altos status políticos e econômicos junto ao governo fluminense sempre conseguiam abortar as iniciativas para a autonomia de Entre-Rios. Em 14 de dezembro de 1938, pelo decreto 634, o distrito de Entre-Rios conseguiu a sua emancipação político-administrativa e o novo município foi instalado a 1º de janeiro de 1939. Todavia, o município, nascido com a toponímia de Entre-Rios, viu-se no início dos anos 40 obrigado, por órgãos federais, a mudar a sua denominação pela repetição do nome existente em outros municípios brasileiros. A partir de 31 de dezembro de 1943, pelo decreto-lei 1056, o município de Entre-Rios passou a chamar-se Três Rios, em uma clara conotação aos três mais importantes rios que cortavam o seu território: os rios Paraíba do Sul, Piabanha e Paraibuna. O ex-ferroviário Jorge Costa, 73, busca de suas lembranças, como era Três Rios há 50 anos e se emociona em rela-


RAFAEL CERQUEIRA

ARRANHA-CÉUS Três Rios ganhou vários prédios ao longo dos 73 anos de existência

tar como aconteciam as viagens de trem. “Era muita gente viajando, ao todo eram oito vagões transportando pessoas, trabalhei 16 anos na maria fumaça. Queria muito que as viagens ferroviárias voltassem, espero ainda poder presenciar esse momento”, torce. Alcy Silva Leal, 82, lembra-se de quando Três Rios ainda não tinha asfalto. “Era muita terra, não tinha prédios. Hoje eu olho para a cidade e me orgulho em vê-la como cresceu. Antes tínhamos que sair daqui para fazer muitas coisas, agora temos a comodidade de ter tudo aqui”, lembra. Três Rios no século 21

Nos últimos dez anos, a cidade conseguiu feitos surpreendentes, dando adeus à estagnação econômica e atraindo novamente grandes indústrias para o município. A cidade virou um canteiro de obras. Casas tradicionais cederam espaço a tijolos, vigas, máquinas e trabalhadores, reflexo da expansão industrial pela qual o município tem passado. Somente em 2010, foram abertas 270 novas empresas nos ramos de prestação de serviço, comércio e indústria.

Outro fator determinante para o aquecimento imobiliário no município são os cursos superiores oferecidos na cidade, principalmente pela UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro), que colabora com a vinda de estudantes de diversos estados e localidades do país. Entre faculdades públicas e privadas, com ensino presencial ou não, há mais de 30 cursos. Em 2011, já foram anunciados quase R$ 500 milhões em investimentos industriais, com destaque para a chinesa China Northern Railway com R$ 200 milhões para a fabricação de trens para o governo do estado do Rio de Janeiro, a Nestlé com R$ 163 milhões para produzir bebidas lácteas e outros, de menor volume, como a Neobus e a expansão da LataPack Ball. O prefeito Vinicius Farah apontou alguns motivos para comemorar. “Vivemos numa cidade onde prosperidade e segurança andam juntas, o que nos proporciona a qualidade de vida que todos nós vivenciamos e nos deixa cheios de orgulho de sermos trirrienses. Estamos vivendo um momento de desenvolvimento real em todos os setores, atraindo investimentos e proporcionando avanços socioeconômicos e culturais extraordinários. Nestes 73 anos de história, esta, certamente, será nossa melhor contribuição’’, finaliza. revistaon.com.br

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Esculturê: novidade no combate a celulite e a flacidez

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elulite e flacidez fazem com que muitas mulheres evitem roupas de banho e o uso de roupas justas e afeta a autoimagem positiva, causando muitos transtornos. Conheça o Esculturê, o novo método da clínica Priscila Estética que vai fazer diferença no verão.

Que diferença traz o método Esculturê? A diferença é a otimização dos resultados, pelo bom dignostico da “celulite”. Existem vários tipos e classificações de ¨celulite¨ e a maioria deles está associada à flacidez, pois seu efeito disforme é devido à desorganização e espessamento das fibras de colágeno que ocorre por causa da má circulação linfática local, dando duas alterações, as quais chamamos de fibrose e nódulos. As fibras de colágeno engrossam e se desorganizam. Os nódulos não são possíveis de serem drenados pela drenagem manual, já que a mesma teve seu tamanho alterado e não cabe nos capilares linfáticos. Nossa técnica se adequa a cada caso e grau de celulite. A principal vantagem do método Esculturê é que ele consegue reorganizar as fibras quando o grau é mais ameno e, em graus de celulite mais avançados, é

possível desnaturar as fibras e fazer um novo colágeno, onde se trata, simultaneamente, a flacidez de pele. Já os nódulos, são dissolvidos atráves da lipotripsia Por isso, no Esculturê os resultados são mais expressantes. Existe algum hábito diário que pode piorar o quadro? O que piora é o famoso efeito sanfona, massagens vigorosas e a exposição ao sol, pois nossa pele pode ser comparada a um tecido viscoelástico: se você estica demais um tecido elástico além de seu limiar, ele sede. Nossa pele também sede aos “esticas e puxas”, causando, assim, a indesejada flacidez. Já a celulite, é fato: pessoas que ingerem pouca água e não fazem exercícios, têm grau de celulite mais elevado. O Esculturê é demorado? Quando começam a aparecer os resultados? O tempo é muito personalizado, por isso varia de 2 a 6 meses. A frequência também varia de duas vezes na semana a sessões quinzenais. A melhora já inicia na primeira sessão, porém os resultados mais nítidos são observados na quarta sessão, onde é realizado um diagnóstico

Celulite

fotográfico para acompanhamento dos resultados. Quanto à durabilidade do Esculturê, o que se pode dizer? A durabilidade da flacidez de pele é maior se tratando de novas fibras colágenas, já a celulite, por ser uma alteração circulatória de origem hormonal, faremos um controle do quadro com sessões de manutenção de acordo com cada cliente.O ideal é estarmos o ano todo de bem com nossa aparência. Por isso, aconselho aos nossos clientes que façam sessões de controle para manter os resultados alcançados. É possível garantir que o Esculturê trará resultados? Sim, nós da Priscila Estética há 15 anos sempre garantimos o resultado proposto por escrito através de um contrato de cooperação em qualquer tratamento. O resultado só é menor do que o proposto quando o cliente descumpre sua parte no tratamento, mas, mesmo assim, há resultado. Esta é a segurança que damos aos nossos clientes: a certeza total que ninguém conclui um tratamento nosso sem obter nenhum resultado.

Flacidez

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PUBLIEDITORIAL

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REVISTA ON

EU SEI FAZER

POR ANA PAULA CANEDA

Conhecido também como dança de rua, o hip hop, surgiu na década de 60 nos Estados Unidos como uma manifestação juvenil nos bairros negros e latinos de Nova Iorque. Devido a nomes como Lionel Ritchie, Malcom McLaren e Michel Jackson, o movimento se espalhou, chegando ao Brasil na década de 80. Hoje o estilo das ruas é representado por jovens de Três Rios, que levaram o seu talento para os principais concursos de dança do país. Eles fazem parte da companhia de dança “Nós da Rua”.

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orpos esculturais, paixão pela dança pulsando pelas veias e suor, resultado da força de vontade e sacrifício, escorrendo pela testa. Visual estiloso, com detalhes que facilmente caracterizam as tribos da rua, mas com a postura clássica de bailarinos profissionais. Os cabelos ajudam a compor o look e finalizar a coreografia acompanhando o movimento do corpo. Sete anos de história, várias formações. O estilo de dança vai além do hip hop, agregando o jazz e o contemporâneo. Da reunião de amantes da dança para a criação da 70

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coreografia "Dark Angels", que venceu o concurso “Arte de Dançar Spinelli” no Rio de Janeiro em 2004, surgiu a companhia, que hoje têm no currículo 40 troféus e inúmeros destaques nos principais concursos nacionais. Entre as conquistas do “Nós da Rua” estão o Festival Internacional de Cabo Frio, Arte de Dançar Spinelli, Festival de Dança de Juiz de Fora, Hip Hop Rio, Festival de Dança de Joinville, Internacional de Hip Hop de Curitiba, Festival de dança de Nova Iguaçu -Tereza Petsold, Festival de dança de Rio das Ostras entre outros.

“Fomos bem classificados em todos esses festivais e mais que isso, por onde passamos o reconhecimento do público em relação ao nosso trabalho é incrível”, declara o professor de danças urbanas, coreógrafo da companhia e integrante desde a formação inicial Rafael Santos, 25, o “Rafa”. Para quem pensa que depois da primeira conquista foi um mar de rosas, está muito equivocado. “Participar de festivais e concursos pelo país requer tempo e dedicação aos ensaios, e ainda recursos”, justifica o coreógrafo. “Recebemos pouca ajuda. Tudo que conquistamos até hoje foi com


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EU SEI FAZER

“Recebemos pouca ajuda. Tudo que conquistamos até hoje foi com investimento próprio e lógico com o apoio do “paitrocínio” e mãetrocínio”, coreógrafo Rafa Santos

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rina e estudante de administração na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Larissa Santos Tavares, 18. “Ganhar o Tv Xuxa, com certeza abriu a mente das pessoas que passaram a enxergar o grupo com mais seriedade”, completa a bailarina e estudante de Gestão Ambiental na UFRRJ Gabrielle Maciel Nonato de Souza, 18. “Depois da nossa vitória muita coisa mudou. Veio o reconhecimento. Mostramos que fazemos por amor a dança, com seriedade, e não apenas por distração”, desabafa Rafa. “O concurso trouxe, sim, reconhecimento, as pessoas passaram a se interessar mais pelo grupo, mas continuamos na luta de sempre”, acrescenta Léo. O grupo recebeu novas propostas e convites. “É muito bom para o nosso futuro na dança, o que de fato não será nada fácil”, acredita o coreógrafo. A companhia, pelo segundo ano consecutivo, está também no programa Se ela Dança, Eu Danço do “SBT”. “Pretendemos continuar mostrando nosso trabalho para todo Brasil, o que não é fácil divulgar somente nos festivais e concursos que participamos, diferente das participações em programas em canais abertos”, explica Rafa. Bailarina profissional desde 1984 e diretora do Conselho Brasileiro de Dança e Juíza Classista que representa os profissionais de dança do Rio de Janeiro, Tereza Petsold, realiza anualmente há 18 anos, um

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BASTIDORES Eliminatória “Se Ela Dança Eu Danço” no SBT

O QUE É SER HUMANO Primeiro lugar no Festival de Nova Iguaçu - Tereza Petsold 2011

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investimento próprio e lógico com o apoio do ‘paitrocínio’ e ‘mãetrocínio’”, brinca. O grupo já perdeu a conta de quantas vezes ensaiaram em uma das principais praças da cidade por falta de espaço. “Não temos um lugar nosso [sonho do grupo]. Já alugamos imóveis, ensaiamos na casa dos integrantes, lugares que tivemos de abandonar com o tempo”, lembra Rafael. Atualmente, a companhia ensaia em uma sala alugada em um clube da cidade. “Só temos condições de manter o aluguel por dois dias da semana, sábado à tarde e domingo de manhã. O ideal seria realizar uma rotina diária de ensaios, aulas de dança para aprimorar cada vez mais o que estamos apresentando”, esclarece. Tímidos com as palavras, extravasam suas emoções através da dança. O grupo é jovem, mas com responsabilidade dos grandes. A média de idade é de 23 anos. Eles já levaram o nome da cidade para quase todos os cantos do país. “Gostaríamos de participar de todos os eventos de dança, mas infelizmente não temos condições financeiras, por isso temos que selecionar”, justifica o vendedor e professor de danças urbanas Leonardo de Souza Martins, 21, conhecido como “Léo Souza”. Todos têm rotina dupla. “Infelizmente ainda não podemos viver exclusivamente da dança” lamenta a bailarina Geise Vieira Dias Schmitz, 21, há cinco anos do grupo. Este ano o NDR ganhou o concurso do programa Tv Xuxa da “Rede Globo”. O grupo fez uma primeira tentativa em 2010, mas foi eliminado na semifinal. Segundo eles, a dança ou qualquer expressão artística ainda é vista com preconceito. “Hoje não está tão forte assim, mas ainda encontramos barreiras, receios de poucos que consideram a dança como um hobby e não como uma profissão”, exemplifica a baila-

ALGO ENTRE NÓS Trio livre, 1º lugar Festival de Nova Iguaçu - Tereza Petsold 2011


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“Vocês não estão mais a nível de competição, precisam ser patrocinados e levar espetáculos para todo o Brasil”, diretora do conselho Brasileiro de Dança, Tereza Petsold

TEREZA PETSOLD Em 2009 a bailarina já acreditava no potencial do Grupo Nós da Rua

festival de dança em Nova Iguaçu. O grupo Nós da Rua estreou na competição em 2009, quando conquistou o primeiro lugar em vários estilos e premiações como a de melhor bailarino, coreografia e maior nota. Na ocasião receberam uma crítica positiva da anfitriã do festival: "Vocês não estão mais em nível de competição, vocês preccisam ser patrocinados e levar espetáculos para todos o Brasil". A Revista On entrou

em contato com a bailarina e professora Tereza Petsold que, por telefone, revelou: “é uma alegria muito grande ver o grupo se destacando em festivais e concursos no segmento. É gratificante acompanhar o crescimento profissional, e ver o esforço do ‘Nós da Rua’ para viver da dança, e isso hoje é muito difícil”, enfatiza Tereza. A Companhia está crescendo. “Estamos desenvolvendo novos estilos que não estavam presentes no corpo de todos os bailarinos. O resultado de um futuro glorioso. De fato, será consequência de toda nossa luta e esforço” acredita Rafa.

Dos 14 integrantes atuais seis já possuem registro profissional de bailarino, reconhecido pelo sindicato do Rio de Janeiro. “São duas etapas para conseguir o registro que consiste em uma prova teórica e outra prática”, explica o bailarino e estudante de Filosofia da UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora), Paulo Vinicius de Oliveira Natal, 20. A bailarina profissional Juliana Brandão, desde 2003, faz trabalhos com a dança no exterior, e tem no currículo cursos em Miami e na Austrália. Ela está no NDR desde 2009 e, mesmo de longe, acompanha todos os passos da companhia. “Fico feliz com as conquistas do grupo. Somos uma família, estamos sempre torcendo um pelo outro, e mesmo longe faço parte de tudo que fazem”, enfatiza Juliana que anualmente passa uma temporada no Brasil, de preferência nos ensaios. “Acredito que o artista sempre foi pré-julgado, sou sortuda, pois recebo o apoio da minha família e sinto orgulho em dizer que tudo o que eu tenho hoje conquistei com a dança”, finaliza a jovem.

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MODA

MARCELLA MONNERAT

O dom

de vestir

POR PRISCILA OKADA

Estilista trirriense trilha sucesso no mundo da moda e já acumula no currículo, confecção para o Fashion Rio inspirada na bailarina clássica Ana Botafogo e criações divulgadas em revistas e jornais por celebridades como Daniella Sarahyba e Caroline Trentini.

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“Tive minhas peças publicadas nos grandes jornais e revistas do país como Caras Moda, Jornal do Brasil, Jornal Extra e no O Globo. As modelos Daniella Sarahyba e Caroline Trentini vestiram minhas criações para estampar a matérias de divulgação do evento”, estilista Marcella Monnerat.

teresse da dançarina pela popularização do balé clássico e peculiaridades do início de sua carreira quando se apresentava em lugares que não tinham palco e seu figurino e sapatilhas ficavam sujos de terra. A partir desses detalhes, Monnerat contou que desenvolveu a cartela de cores de sua coleção, em tons "empoeirados" dos beges ao marrom. E para conseguir as cores desejadas de todos os tecidos, diversos tipos de tule, seda e algodão foram feitos tingimentos em chás. Com a finalização das confecções, os resultados foram positivos e as roupas foram selecionadas para 76

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om 27 anos, a jovem estilista de Três Rios, Marcella Monnerat já acumula grandes feitos e experiência no mundo da moda. Formada pela Universidade Veiga de Almeida IZA/UVA no Rio de Janeiro, teve seu primeiro desafio ainda na faculdade, no trabalho final de conclusão do curso, onde foi desafiada a participar de duas fases de testes. Na primeira, foi proposta a criação de uma coleção e na segunda, a confecção de três looks do mesmo projeto, além da tradicional monografia. Então, o tema da formatura daquele ano, 2004, era o Rio de Janeiro, cujo cada aluno deveria escolher seu subtema. “O meu foi sobre a bailarina Ana Botafogo e sua vontade de popularizar o balé clássico”, disse Marcella. Para desenvolver o conceito da coleção, a estilista entrevistou a bailarina clássica e leu sua biografia “Ana Botafogo na magia do palco”, onde encontrou a história do in-

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MODA

DESTAQUE NACIONAL O desfile com os modelos de Marcella, ganhou destaque nas principais revistas nacionais

o desfile de formatura. A confirmação da qualidade de seu trabalho veio através do primeiro prêmio conquistado, quando sua coleção foi premiada no desfile de formatura. De acordo com Monnerat, o dom pela produção de moda, deu-se por inspiração de sua avó, que costurava para fora e vivia contando histórias de filmes e figurinos. “Durante todo o curso, trabalhei na área de produção de moda, fazendo editoriais para revistas, jornais e campanhas publicitárias. Era a área na qual eu pretendia continuar trabalhando quando me formasse”, lembra a estilista. Que viu toda essa trajetória sendo mudada aos poucos com a repercussão de suas criações. Logo após alguns dias do desfile de formatura, a estilista lembra que recebeu a ligação de Eloysa Simão, na época organizadora do Fashion Rio, com o convite para participar do desfile de novos talentos Rio Moda Hype, em janeiro de 2005, que acontecia dentro do Fashion Rio. Esse evento, que foi criado em 2004 para aquecer a indústria da moda a partir das ideias "efervescentes" dos novos talentos, proporciona a seleção, através de um júri com profissionais da área, coleções feitas por designers iniciantes de todo o país e, como premiação, oferece a eles a oportunidade de apresentar suas criações

INSPIRAÇÃO A modelo veste um modelito inspirado no balé clássico

em desfiles paralelos ao Fashion Rio. Os selecionados também recebem assessoria empresarial e suporte para consolidar suas marcas no mercado. A partir deste convite, Marcella lembra que teve pouco tempo para produzir toda a coleção, aproximadamente um mês. “E como eram peças bastante delicadas, com muitos detalhes, bordados, beneficiamentos nos tecidos foi uma loucura todo o processo’’, afirma. De acordo com ela, não era


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FASHION RIO Na esquerda Marcella Monnerat e Ana Botafogo à direita

esperado em tão pouco tempo receber um convite de tamanha importância e de tanta responsabilidade. “Eu não tinha uma estrutura e uma equipe previamente montada.

Criamos em casa um mini ateliê e trabalhamos muito, eu, minha mãe, minha sogra e todas as pessoas maravilhosas que nos ajudaram na confecção da peças”, lembra

emocionada. Ao ser questionada sobre o que esse evento agregou em sua carreira, a jovem estilista enfatiza que um evento como o Fashion Rio, segundo maior de moda do país, tendo enorme alcance e visibilidade nacional e internacional, foi um grande impulsionador de sua carreira. “Tive minhas peças publicadas nos grandes jornais e revistas do país como Caras Moda, Jornal do Brasil, Jornal Extra e no O Globo. As modelos Daniella Sarahyba e Caroline Trentini vestiram minhas criações para estampar a matérias de divulgação do evento”, orgulha-se em lembrar. Monnerat conta que após o desfile do Fashion Rio, ganhou seis meses para expor suas criações na Babilônia Feira Hype (Feira carioca que reúne marcas alternativas e jovens estilistas no Rio de Janeiro). “Tudo isso foi uma ótima vitrine para o meu trabalho. Após os seis meses na feira, passei a vender minhas peças para lojas e ateliês no Rio de Janeiro’’, finalizou.

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Zé Roberto

Padilha a formiguinha atômica POR RAFAEL MORAES FOTOS REVISTA ON

O talento, a paixão pelo futebol e a ajuda da família foram os ingredientes perfeitos para o sucesso na carreira do atleta. As amizades e lembranças de José Roberto Lopes Padilha são guardadas à sete chaves e em quatro livros, escritos por ele, sobre as experiências, dentro e fora de campo. No caminho, driblou as dificuldades e conquistou o apreço de Zico e Rivellino. revistaon.com.br

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AMIGOS Padilha imita o famoso bigode de Rivellino durante uma partida

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grandes como Flamengo e Fluminense e chegou a defender a seleção brasileira Sub-20. Foi treinador e já escreveu quatro livros sobre o que mais gosta: o futebol. Apesar de algumas decepções, mantem em casa, um memorial com todas as suas recordações. Zé começou sua carreira nos times de base do Fluminense. Foi se destacando até

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a infância na rua XV de novembro no centro de Três Rios, Zé Roberto só tem boas lembranças. “Tivemos uma infância muito bacana no prédio Entre-Rios”, relembra. Ele é o segundo dos cinco filhos de José Roberto de Arruda Padilha e Janet Lopes Padilha. Três homens e duas mulheres. No currículo, estrelou em times

a equipe profissional, quando foi campeão estadual em 1971, 1973 e 1975. Ganhou a Taça Guanabara ainda pelo tricolor em 1971 e 1975. Foram anos de glórias, decepções e dores. Em 16 anos como jogador, Padilha ficou afastado dos gramados por cinco anos, nove meses e sete dias. Três cirurgias no joelho, duas fraturas no tornozelo, dentes e dedos quebrados foram alguns empecilhos que atrapalharam seu rendimento como atleta, cuja carreira findou em 1985 aos 34 anos. “Meus maiores inimigos foram as contusões”, acredita. Em 1988, Rivelino e Zico estiveram em Três Rios para o jogo de despedida. “‘Figurassa’, é uma pessoa maravilhosa, tenho um carinho muito grande”, revelou Roberto Rivellino, colega de equi-

“Foi muito importante para minha carreira, ele nos servia dentro de campo. Era nossa formiguinha atômica”, disse Rivellino FLUMINENSE Da direita para a esquerda Zé Roberto está ao lado de Rivellino 82

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Treze contusões e uma carreira fragmentada

“Três cirurgias no joelho, duas fraturas no tornozelo, dentes e dedos quebrados foram alguns empecilhos que atrapalharam seu rendimento como atleta, cuja carreira findou em 1985 aos 34 anos.” revistaon.com.br

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“Acho que o futebol é 50% do ar que ele precisa para viver. Os outros 50% estão divididos entre a família, o trabalho, o Bloco da Barão, o PT e os amigos”, esposa Rossana Fonseca Padilha

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FLUMINENSE Foto oficial em 1971, quando a equipe ganhou o campeonato Carioca

“Era um jogador de muita movimentação dentro do campo e de um ótimo posicionamento, principalmente, na cobertura dos companheiros”, revela Zico

pe no tricolor entre 75 e 77. Zé Roberto guarda até hoje uma foto em que imitava o amigo. “Era um cadarço. Ele usou essa foto quando escreveu um livro. Eu tenho um exemplar”, conta Rivellino sobre a imagem em que Padilha o imita ao colocar um cadarço no lugar do bigode, marca registrada do craque. Apesar da foto, as lembranças de Riva não param por aí. As qualidades do companheiro de Três Rios também vieram à tona na rápida entrevista concedida por telefone. “Ele é uma pessoa fantástica e honesta”, afirma. “Foi muito importante para minha carreira, ele nos servia dentro de campo. Era nossa formiguinha atômica”, brinca ao lembrar o apelido de Padilha. Os tempos de glória no Fluminense levaram, o então jovem trirriense, para a seleção Sub-20 de 1971, quando disputou o primeiro Torneio de Cannes, na França. A 84

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HOMENAGEM A foto emoldurada é orgulho de Zé Padilha

equipe considerada pré-olímpica venceu a competição. Nos jogos Olímpicos do ano seguinte, o atleta não foi convocado, uma decepção que marcou sua carreira. Ele que diz ter aprendido usar a reserva como munição, quando tivesse a oportunidade de entrar em campo, chegou a pensar em desistir aos 19 anos por conta deste episódio. “Foi muito marcante”, revela.

Da decepção, Padilha resolveu estudar e começou a lutar por melhores condições de trabalho para os jogadores. Ele defendia, nos bastidores, o que as arquibancadas lotadas dos estádios não tinham noção. Aqui no Brasil, além do estadual e da taça Guanabara pelo Fluminense, jogou ao lado de Zico no Flamengo e foi vice-campeão Carioca. Do companheiro camisa 10 no time rubro-negro, ganhou a sincera amizade. Foram dois ou três anos de convivência com Arthur Coimbra. Zico, não soube precisar o tempo exato, mas garantiu que sempre mantiveram o contato. O ídolo do Flamengo ainda lembra a forma que Padilha jogava. “Era um jogador de muita movimentação dentro do campo e de um ótimo posicionamento, principalmente, na cobertura dos companheiros. Tinha um excelente passe e procurava sempre a melhor opção de ataque”, define. No início da entrevista, um primeiro pedido: “Envie, por favor, um grande abraço pra ele (Zé Roberto) e toda a família”. Na sala onde Zé exerce o cargo de secretário de Esporte e Lazer em Três Rios, a foto emoldurada do craque (Zico) com o livro “Crônicas de um jogador”, escrito por Padilha em 2008, demonstra o carinho, a amizade e o respeito que o jogador trirriense tem pelo galinho rubro-negro. “Fico orgulhoso e feliz de poder ter representado algo na vida dele. Quanto ao livro,


MEMORIAL O armário ficou pequeno com tantas recordações

regularidade que gostaria. Em função da vida atribulada e sempre corrida, procura compensar os momentos que tem com muita atenção e mimos”, puxa a orelha do pai a filha advogada. Ele sabe e reconhece a falha: “Preciso ser mais avô, estou devendo.” Da filha fisioterapeuta, vem o apreço por seu idealismo. “Acho que ele sempre lutou pelo que acreditava ser certo, sem se deixar corromper jamais”, explica e define a imagem que tem do pai, não como atleta – “mesmo quando penso no Zé Roberto jogador, não o vejo em campo, mas nos vestiários, brigando pelos direitos dos outros”, descreve com base em histórias contadas a ela por terceiros. “É assim que o vejo e me orgulho”, declara em um tom afável. Casado há 27 anos com Rossana Oliveira da Fonseca Padilha, foi possível sentir, pelas respostas dela, o quanto é

amado pela mãe de seus outros dois filhos, o advogado Bruno Fonseca Padilha e o professor Guilherme Fonseca Padilha. “É difícil falar qual é a sua principal qualidade, porque ele é uma pessoa que eu amo, é especial, leal e iluminado”, enumera. Parafraseando a sogra Janet Lopes Padilha, “‘é um santo’, coisa de mãe!”, diz. No entanto, o que conta para ela nessa parceira de longa data, é a honestidade dele. Ainda assim, Rossana é consciente de que o esporte está entranhado em cada poro do corpo do marido. “Acho que o futebol é 50% do ar que ele precisa para viver. Os outros 50% estão divididos entre a família, o trabalho, o Bloco da Barão, o PT e os amigos. Essas são as coisas essenciais na sua vida”, resume. Os dois filhos não seguiram a carreira do pai, defensor da formação acadêmica. “Minha vida era 80% de bola e 20% de estudo”, relembra Padilha. O filho caçula

tive oportunidade de dizer a ele como essas colunas deveriam ser vistas pela nossa classe e que o futebol não vale só pelo que acontece dentro de campo, mas principalmente por tudo que gira em torno dele”, declarou o ídolo flamenguista. De volta a carreira de Padilha, o trirriense ainda foi bicampeão Pernambucano pelo Santa Cruz em 1978 e 79. Pelo país, Zé Roberto ainda jogou no Itabuna da Bahia, Marília de São Paulo, Americano e Goytacazes de Campos. A vida como jogador profissional foi encerrada no Bonsucesso no Rio de Janeiro. A família

Dois casamentos, quatro filhos e dois netos. Se o apego pelos companheiros dentro do campo permaneceu por longos anos, quem dirá da esposa e dos herdeiros. Do primeiro matrimônio foram duas filhas: a advogada, Roberta Corrêa Padilha, mãe de Eduardo e Felipe; e a fisioterapeuta Priscila Corrêa Padilha. “Ele esteve sempre presente em todos os momentos da minha vida, bons ou ruins. Ele é o tipo de pai que gosta de atenção, gosta de beijo e abraço todos os dias, seja para saudar ou para despedir”, revela Roberta sobre a relação depois do divórcio. “É amoroso com os netos, embora os visite com menos

SELEÇÃO SUB-20 A camisa oficial da época é uma das relíquias

“Ele é o tipo de pai que gosta de atenção, gosta de beijo e abraço todos os dias, seja para saudar ou para despedir”, conta a filha Roberta Padilha

reforça o desejo do ex-jogador. “O incentivo sempre foi para o estudo, a qualificação, para que seguíssemos uma profissão que nos desse estabilidade, uma aposentadoria, algo que inexiste no futebol”, conta Guilherme. Para Bruno, seu sucesso como advogado é fruto da dedicação dos pais. “Tudo conquistado na minha carreira profissional se deve ao grande esforço dele e da minha mãe, Rossana”, garante. revistaon.com.br

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A EQUIPE Da esq. para dir., Junior Brasília, Tadeu, Luisinho, Zico e Zé Roberto.

Sobre o genitor, os dois homens da família não pouparam elogios. “Difícil escolher uma (risos). Sei que todos os filhos devem falar isso de seus pais, mas no meu caso não estou mentindo. Como tenho que escolher, acho que vou ficar com a integridade”, disse Bruno. Guilherme lembrou o talento do pai como escritor. “Admiro 86

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portivo 2010, promovido pela ACERJ (Associação de Cronistas Esportivos do Rio de Janeiro) e ABI (Associação Brasileira de Imprensa).

O escritor

O técnico

Terminada a carreira no futebol, sem dinheiro, sem ajuda de aposentadoria e indignado com o descaso com ex-jogadores, saiu de campo o atleta ponta-esquerda para a entrada de um escritor com punhos de ferro para questionar e mostrar os bastidores tenebrosos a beira do gramado. Assim, Zé Padilha publicou seu primeiro título em 1986: “Futebol, a dor de uma paixão”. Mais que um desabafo, o livro serviu, por muito tempo, como único sustento da família. “Durante dois anos me ajudou muito”, revela. Para conseguir divulgar seu produto, o ex-jogador viajava pelo país. Quatorze anos depois, lançou o segundo título: “O futebol a beira de um gramado de nervos”. Neste livro, Padilha conta a experiência como treinador. O prazer em escrever sobre o que mais gosta, só instigou, ainda mais, a nova paixão pelas palavras. Assim, surgiu em 2008 o livro “Crônicas de um jogador” e em outubro de 2011, finalizou e lançou sua quarta obra, cujo título “Crônicas de um ex-jogador”, deixa claro o assunto interno. A obra, publicada pela editora KBR, recebeu medalha de bronze do I Prêmio João Saldanha de Jornalismo Es-

Ao deixar o campo em 85, José Roberto viu uma nova oportunidade de não se desligar do futebol. Desta vez, a beira do gramado, começou a comandar as equipes. Dois anos depois de encerrar a carreira, assumiu o time infantil do Fluminense. Na ocasião foi campeão Carioca em 87. Com a equipe juvenil, conquistou o mesmo título um pouco mais tarde, em 1989. Em Rondônia foi campeão Estadual pelo Ariquemes Futebol Clube, em 1993. Pelo Entrerriense Futebol Clube venceu a DIVULGAÇÃO

FLAMENGO No clube rubro-negro foi vicecampeão da taça Guanabara

muito sua sensibilidade e incrível intimidade com as palavras que presenteiam seus leitores com novas perspectivas sobre os fatos do cotidiano”, revela.

LANÇAMENTO O novo livro (Crônicas de um exjogador) vai ter versão eBook


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tiu o tempero das salas de aula. Padilha se inscreveu no vestibular e cursou jornalismo em uma faculdade particular em Três Rios. O curso serviu para melhorar sua relação com as palavras. “Não fiz o curso pensando em diploma”, explica. O jornalista José Roberto Lopes Padilha se formou em 2010. Agora pretende retomar os estudos na faculdade de direto, trancada na época em que andava com a bola no pé. O político

SELEÇÃO SUB-20 Foto oficial da seleção pré-Olímpica

divisão intermediária em 1994. Entretanto, ao completar dez anos como técnico, finalizou seus trabalhos como “professor” da equipe trirriense na primeira divisão do campeonato Carioca. Jornalismo

Do sabor dos livros que escreveu, sen-

Atual secretário de Esporte e Lazer trirriense, a política se injetou nas veias de Padilha muito antes de assumir esse cargo em janeiro de 2009. Depois de ter sido o primeiro coordenador de esporte da cidade em 1987, ainda no governo Samir Nasser, ele se aventurou como candidato a prefeito em 88 e 92; perdeu as duas eleições. Como aspirante a vereador também foram duas tentativas fracassadas em 96 e 2000. Agora, como cargo de confiança da atual administração, se diz realizado, já que tem conseguido transformar Três Rios na cida-

de do esporte, tema de sua campanha nas décadas de 80 e 90. “Tudo que eu queria realizar, caso fosse eleito naquela época, estou fazendo agora”, argumenta. Por falar em realização, o memorial recém-inaugurado na própria residência, guarda todas as lembranças dos tempos áureos como jogador. “Eu fui nômade, vivia de aluguel. Agora consegui comprar uma casa e decidi reunir todo material. Tenho que cuidar da minha história. Agora posso mostrar para meus filhos e netos, tudo o que fiz”, justifica o espaço que guarda a camisa oficial da seleção Sub20 de 71, quando o brasão ainda era CBD (Confederação Brasileira de Desportos), agora CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Em sua trajetória, como em uma partida de futebol, foram feitas várias substituições, saiu de campo o jogador, para entrar o técnico que, por sua vez deu lugar ao escritor, ao pai, ao jornalista, avô e agora, aos 59 anos, ao político José Roberto Lopes Padilha, a formiguinha atômica trirriense.

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início é sempre difícil e a Pifer é prova disso. Nascida em 2001, a empresa completou dez anos em 31 de agosto de 2011. Nesta caminhada, principiada pelo empresário Otávio Henrique Ilha Campos, a empresa cresceu e ganhou o mercado antes pequeno e oscilante. Junto ao desenvolvimento do país a empresa alçou voos mais altos e está

DEZ ANOS O bolo personalizado, relembra a história da empresa

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entre as 200 pequenas e médias empresas que mais cresceram no Brasil. Tudo começou com um incentivo da Alstom, que necessitava de uma segunda empresa fornecedora de interiores para trens de passageiros. “Nós recebemos dois pedidos de compra, um referente aos interiores dos carros do Metrô de São Paulo e outro para os carros do Metrô de Fortaleza. A pessoa que assinou estes pedidos foi Marcos Fernandes, à época gerente de suprimentos da Alstom. Ele não pôde comparecer a festa, mas não podemos deixar de citá-lo”, lembrou o presidente da Pifer, Otávio Campos durante o discurso na festa em comemoração à década de existência da empresa. Com aproximadamente 60 funcionários, o desenvolvimento e atendimento a outros pedidos a equipe chegou a 220 colaboradores e atualmente possui 133 no quadro de empregados. Segundo o diretor indus-

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Pifer: dez anos de desafios e conquistas

INSTALAÇÕES A foto aérea registra os 5.772 m² da área onde fica a empresa


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PUBLIEDITORIAL

trial, Otávio Cotta Campos alguns serviços foram terceirizados, por isso houve uma redução de parceiros. “Hoje investimos fortemente em pessoas, com a implantação do plano de saúde para o funcionário e todos os seus dependentes, na capacitação através de incentivos para ensino superior e curso de inglês, palestras mensais sobre saúde e semanais relacionadas a assuntos diversos para maior enriquecimento cultural da equipe”, revela. A empresa teve um forte crescimento, tanto que foi selecionada em 2010 pela re-

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HOMENAGEM A placa simboliza o reconhecimento dos filhos ao pai, Otávio Campos

RECONHECIMENTO Os funcionários mais antigos foram lembrados na festa de dez anos da empresa

“A Pifer foi considerada a 31º empresa, entre as 200 que mais cresceram no país” vista “PME Exame”, entre as 200 pequenas e médias empresas que mais cresceram no país. A 35º posição ano passado foi baseada na receita líquida de R$ 6,6 milhões, que teve uma expansão de 171,4% em três anos. Para obter esse status, melhorou o processo de fabricação, investiu em treinamento de pessoas e conquistou grandes clientes, como a coreana Hyundai-Rotem, a espanhola Caf, a alemã Siemens e o consórcio MTTRENS. “Temos hoje um mercado interno aquecido e somos líderes deste mercado. Estamos mais fortes e consolidados e vamos expandir internacionalmente através de parcerias com empresas de outros países, especialmente Alemanha e Espanha”, reforça o presidente Otávio Campos. “Nossa caminhada nesta década não foi fácil. Em 2010 tivemos um forte crescimento e que está se mantendo em 2011”, relatou a diretora administrativa Ana Carolina Campos ao divulgar a nova disposição da Pifer dentre as 200 empresas que mais cresceram no Brasil em 2011. A empresa avançou quatro posições e passou de 35º para 31º. O resultado foi divulgado na revista “PME Exame” de setembro. Dentre os novos objetivos está a concorrência para produzir os bancos de estádios brasileiros para a Copa de 2014 e a suplementação do orçamento para US$ 100 milhões. Serão novos objetivos e novos desafios para se comemorar na próxima década.

www.pifer.com.br revistaon.com.br

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SAÚDE

Medicina In Natura POR PRISCILA OKADA

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“Vó, tô com dor no estômago... Espera meu netinho, vou fazer um chá de boldo”. Esta frase, em algum momento, já fez parte de sua vida ou de alguém próximo a você. Baseados nessas receitas caseiras, especialistas mostram os prós e contras dessa medicina alternativa.

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REPRODUÇÃO

dona de casa Ilza Guimarães, 87, moradora do bairro Palmital em Três Rios, cultiva diversos tipos de espécies vegetais há mais de trinta anos. Seu semblante, aparentemente cansado, logo desaparece quando ela começa a mostrar a horta construída nos fundos de casa. Quem chega, dificilmente acredita no tamanho dos dois terrenos reservados apenas para o plantio de medicamentos naturais. Para Ilza, conhecida como Nicinha, o cuidado ao longo dos anos é simples e de caráter afetuoso. “Minha sogra, dona

LEGADO Virtuosa de Oliveira, sogra de Ilza, ela foi responsável por ensinar as receitas.

Virtuosa de Oliveira, falecida há alguns anos, viveu até os 113 anos e desde o dia que a conheci, aprendi os benefícios das ervas para a saúde. Ela se foi e deixou seu legado comigo. Cultivo até hoje seus ensinamentos e passo a diante para o meu filho, quem me ajuda nos manejos do dia a dia”. Entre uma conversa e outra, alguém a chamava no portão para pedir alguma erva. Na primeira vez, uma vizinha queria erva-cidreira. Logo em seguida, outra conhecida pediu boldo-da-terra, pois estava sentindo dores no estômago e precisava fazer um chá. Nicinha disse que esses pedidos são constantes, como se sua casa fosse uma farmácia natural. “A maioria das pessoas

HORTA Ilza Guimarães ao lado do pé de poejo

que chegam até mim, são amigas que me conhecem há muitos anos ou indicações delas. Faço por amor, gosto de ajudar”, destacou. Quando abordada sobre a eficácia desses remédios caseiros e sobre o que os médicos dizem quando é consultada, ela confessa: “A primeira coisa que os especialistas me dizem é que os remédios prescritos por eles, são mais eficazes do que os meus, produzidos em casa. Mesmo assim, eu continuo tomando pois, antigamente, remédios eram caros e a única alternativa eram os caseiros”, argumenta. Durante essa pergunta, a vizinha Maria Aparecida Fernandes Caiafa, 62, defendeu esse tipo de tratamento: “Cuidei dos meus filhos com receitas naturais e nunca aconteceu nada com eles. Antigamente era raro não fazer isso”, garante. Atualmente, Ilza só não conseguiu desfazer-se do remédio para pressão alta. “Os demais probleminhas, resolvo com as minhas plantas mesmo. Na idade em que cheguei, tem dado certo”, finalizou. A visão dos especialistas

Assim como Ilza e Maria Aparecida, milhares de pessoas no mundo utilizam de conhecimentos antigos para tratar da saúde e desconhecem os perigos que o uso inadequado de cada espécie pode causar ao organismo. A farmacêutica e professora da UFRJ (Univer-

sidade Federal do Rio de Janeiro) Ana Cláudia de Macêdo Vieira, faz um alerta para quem cultiva espécies naturais e tem planos de investir nesta alternativa. “A produção caseira de medicamentos pode estar associada a problemas com dosagem. Nesse caso, a quantidade de material vegetal utilizado para a produção de um xarope ou uma pomada pode ser insuficiente ou inadequada para a obtenção dos princípios ativos”, explica. Para a professora, outro problema frequente é a substituição ou falsificação da planta a ser utilizada por dificuldades na identificação de diversas espécies. “Entre tantos problemas, ainda devem ser destacadas as condições de higiene no processamento, métodos de armazenamento e conservação dos produtos obtidos. É importante lembrar que remédios caseiros, chás e infusões não são fitoterápicos (aquele alcançado de plantas medicinais, quando se utiliza exclusivamente derivados de droga vegetal, tais como: suco, cera, exsudato, óleo, extrato ou tintura)”, completa. De acordo com a farmacêutica, qualquer planta de uso na medicina popular, pode causar efeitos adversos, dependendo da sensibilidade do usuário às substâncias presentes no vegetal, mas que, de modo geral, plantas como erva-cidreira (Lippia alba), melissa (Melissa officinalis), hortelã (Mentha arvensis), erva doce (Pimpinella anisum), funcho ( Foeniculum vulgare), chapéu de couro (Echinodorus macrophyllus) e capim limão (Cymbopogon citratus), têm boa aceitação, baixos revistaon.com.br

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SAÚDE

“O ser humano sempre está em busca da cura e da felicidade. Todas as vezes que alguma esperança lhe é oferecida, ele abraça a ideia para tentar melhorar ou acabar com seu sofrimento”, médico e escritor de ações alternativas, Márcio Vieira Muniz AMIGAS Da esq. para dir. Maria Aparecida Fernades, Ilza e Maria da Penha Toscane, usuárias das receitas caseiras

registros de toxicidade e podem ser consumidos de uma maneira geral. Sobre os benefícios dessas ervas, Ana afirma que muitas espécies vegetais são fontes importantes de princípios ativos e tem largo emprego na indústria de medicamentos. “Mesmo para uso popular, algumas espécies podem ser usadas com grandes benefícios à saúde”, complementa. Sobre alguns mitos vinculados ao tema, Ana esclarece um bastante frequente. “É o fato de que todas as plantas devem ser usadas frescas e precisam ser fervidas para que se obtenha bons resultados. Muitas plantas são submetidas a processos de secagem adequados e conservam muito bem seus princípios ativos”, argumenta. Ainda de acordo com a farmacêutica, a fervura pode degradar ou mesmo dissipar compostos sensíveis a temperaturas elevadas. Com isso, há perdas significativas na atividade biológica do extrato obtido. O médico hematologista que escre-

BABOSA Serve para queimaduras e queda de cabelo 92

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veu livretos sobre suas experiências na Amazônia e Minas Gerais com ações alternativas, Márcio Vieira Muniz, revelou que muitas pessoas são atendidas em seu consultório por fazer o uso incorreto de medicamentos caseiros. “O exagero nas doses pode fazer a pessoa piorar ou até apresentar outros problemas”, explica. Ele ainda cita exemplos de chás de cogumelo e misturas mal feitas como os mais recorrentes. Segundo Muniz, um dos fatores determinantes para que as pessoas procurem meios diferentes para a cura de

doenças está relacionado ao coração e não a razão. “O ser humano sempre está em busca da cura e da felicidade. Todas as vezes que alguma esperança lhe é oferecida, ele abraça a ideia para tentar melhorar ou acabar com seu sofrimento”, conclui. O médico finaliza com o pedido de cautela às pessoas que consomem receitas naturais. “Todo cuidado deve ser tomado e a utilização desses produtos precisa ser orientada por profissionais sérios e experientes. Caso contrário, o resultado pode ser nenhum ou desastroso”.

Ervas e plantas

Indicações

Couve com talo Arruda Manjericão Boldo Guapo Poejo Hortelã Babosa Saião Alecrim

Dor de estômago Usada para compressa em vista inflamada Falta de ar e dor no peito Para estômago Gripe Tosse de neném Gripe Queimadura, combate a queda de cabelo Antimicrobiana, hipotensor, antiinflamatório Falta de ar, usado para inalação, serve para espantar pernilongo Gripe e usado como tempero Problemas digestivos e distúrbios reumatismais Calmante Dor de barriga, anti-espasmódico e expectorante Má digestão, vômitos, afecções bucais Dor de cabeça e dor no corpo Descongestionante nasal, náuseas, vômitos.

Hortelã Pimenta Louro Capim Cidreira Funcho(erva-doce) Alfavaca Novalgina Vick


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Negligência preconceituosa POR ANA PAULA CANEDA FOTOS REVISTA ON

O homem, desde criança, é criado para ser forte, representar e ser o alicerce da família. Não pode sentir dor, expressar as suas emoções, chorar então, nem se fala! Acredita que é um ser imbatível e responsável pelas dores do mundo. Em pleno século 21 ainda existem pessoas que carregam este fardo, considerado por especialistas como responsabilidade cultural. A consequência disso é pré-conceitos estabelecidos por uma sociedade machista, que vitimam homens por todo país, através de doenças como o câncer de próstata, facilmente detectado se não fosse o medo e o receio.

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grande mal do século é o preconceito e a falta de instrução. De acordo com o Inca (Instituto Nacional do Câncer), em 2008, o câncer de próstata vitimou 11.955 homens em todo o país e a expectativa é de que, até o fim de 2011, sejam registrados 52.350 casos da doença. Há uma diferença significativa dos casos registrados para o número de óbitos, mas se for feita uma comparação com as chances de cura de um diagnóstico em fase inicial da doença, o número de mortes ainda é alto. De acordo com o urologista José Enéas Zandomênico, quando descoberto no início, a cura é praticamente garantida. “Há 98% de chance de cura de um tumor maligno quando diagnosticado precocemente. E, na maioria dos casos, o paciente não precisa de tratamento mais agressivo, como a quimioterapia”, esclarece o médico. A próstata compõe o aparelho reprodutor masculino. É uma glândula localizada abaixo da bexiga e produz parte do líquido seminal que serve de transporte para os espermatozoides durante a ejaculação. Quando há uma anomalia, não é possível uma avaliação superficial precisa. A glândula cresce internamente, é o que especialistas definem como HPB (Hiperplasia Benigna da Próstata). “Consiste no crescimento benigno da glândula prostática, que pode comprimir a ureta levando a sintomas decorrentes da obstrução ao fluxo de urina”, explica o médico. A patologia não pode ser prevenida, mas os sintomas, se controlados, minimizam o desconforto. “O câncer de próstata pode ter manifestações clínicas semelhantes as da HPB. A neoplasia da próstata é o tumor maligno e atinge com mais frequência grande parcela da população masculina 94

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após os 50 anos”, garante Zandomênico. O método mais indicado para prevenção e detecção de ambas as patologias é o temido exame do toque retal. “Não leva 10 segundos e só assim os especialistas conseguem avaliar se há alguma alteração, pelo fato da próstata ser macia. Se encontrar dureza, pode ser um tumor ou até mesmo uma calcificação causada por outras patologias, como uma infecção urinária, por exemplo”, esclarece o médico e acrescenta que outro aliado é o PSA (Antígeno Prostático-Específico), indicado para homens a partir dos 40 anos, exame de sangue no qual são avaliados os níveis de uma substância relacionada a alterações presentes na próstata. É preconizado pela Sociedade Brasileira de Urologia que todo homem deve fazer exame a partir dos 45 anos. “Nem todo mundo corre o risco de ter a doença.

TRATAMENTO Para o médico José Enéas, o paciente tem 98% de chance de cura, quando a doença é descoberta no início

Geralmente, homens que têm no histórico familiar casos da patologia, possuem maior risco de desenvolver câncer de próstata”, revela. “Em determinada idade, o crescimento da próstata é normal, mas deve-se avaliar os motivos para este crescimento. O principal método é o exame de toque. Se houver alguma anormalidade o paciente é encaminhado para fazer uma biópsia que vai determinar se há a presença de um tumor benigno ou maligno”, finaliza. Comerciante há 30 anos, Salvador Cardoso, 67, retirou, em junho deste ano, um tumor maligno da próstata. “Desde os 50 anos faço o PSA. O último exame que fiz constatou uma alteração que levou ao exame de toque. O médico não encontrou nada anormal, refiz o PSA que deu o mesmo resultado. Com isso, fiz uma biópsia que constatou a presença de um tumor maligno do tamanho da cabeça de um alfinete”, relata o comerciante. “O que me salvou foi a descoberta precoce da doença. Fiz a cirurgia e em 30 dias já tinha retomado a minha rotina. Ainda levei três meses para operar e em quatro meses o tumor, considerado agressivo, já havia tomado 40% da próstata”, acrescenta Salvador. Um exame realizado após a cirurgia constatou que não haveria a necessidade de realizar quimioterapia. “O maior medo dos homens é o toque, que é uma coisa tão insignificante. O homem não precisa ter vergonha disso, você está cuidando da sua saúde”, deixa a dica Cardoso. “O apoio da minha família foi essencial. Foi difícil


no começo, fiquei assustado, mas com a ajuda das minhas filhas e da minha esposa, tive força para encarar a doença”, declara emocionado Salvador. O urologista José Enéas afirma que hoje, a busca dos homens pela prevenção é grande, mas ainda assim, encontra alguns pacientes resistentes. “Converso muito com eles, tiro todas as dúvidas do exame e alguns preferem ir para casa pensar”, enfatiza. Para o psicólogo Iuri Guilherme Paulini Lopes da Costa, “os homens têm dificuldades para aceitar a doença e, principalmente, os métodos preventivos. A sociedade ainda é machista. Temos que considerar valores como crença, cultura, religião e fatores como não aceitar a derrota, ser criado para não chorar, não poder usar rosa, entre outros tabus. Com isso, muitos apresentam depressão, ansiedade, medo e fracasso quando se deparam com a doença”, explica. O homem, mesmo em pleno século 21, ainda é criado para ser forte, “chefe da casa”, como menciona o psicólogo. “Não há diferença de cor, classe social. Todos encontram dificuldades para expor seus

“O maior medo dos homens é o toque, que é uma coisa tão insignificante. O homem não precisa ter vergonha disso, você está cuidando da sua saúde”, comerciante Salvador Cardoso

sentimentos. Quando o assunto sexualidade não é colocado de forma ponderada pelo homem, a barreira para buscar a prevenção é maior”, acrescenta Iuri. Até chegar à aceitação, o ser humano passa por quatro estágios que são: negação, raiva, barganha, depressão e por fim, a aceitação. “Cada fase dura um tempo que varia de acordo com cada paciente. Com isso, ele está perdendo um tempo precioso no tratamento”, acrescenta. O homem que passa por um trabalho clínico com profissionais da psicologia durante a doença, tem uma maior desenvoltura com relação a in-

timidade sexual, maior integração com as mulheres e aceita melhor as fantasias. Ele não se vê mais como máquina, como super-herói e sim como ser humano”, finaliza. Dicas importantes

O urologista é o especialista indicado para avaliar se estes sintomas são decorrentes da HPB ou de outras alterações do trato urinário inferior. Para o médico José Enéas é importante enfatizar que: - Todos os homens a partir dos 50 anos devem consultar o urologista e realizar exames preventivos uma vez por ano para a identificação precoce do câncer de próstata. - Os que têm antecedentes familiares de câncer de próstata, devem realizar os exames preventivos uma vez por ano, a partir dos 40 anos. - A presença de HPB não significa que o paciente desenvolverá um câncer de próstata. - Não se deve confundir HPB (que é uma doença benigna) com câncer de próstata (que é uma doença maligna).

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PUBLIEDITORIAL

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DIVULGAÇÃO

tualmente, as pessoas são cobradas mais e mais a cada dia nas empresas. Estas cobranças ocorrem, naturalmente, em grande parte, devido à busca de melhores resultados, qualidade final dos produtos, serviços e alto valor agregado aos negócios. A PRO-GENTH, empresa de assessoria, consultoria, treinamento e desenvolvimento empresarial, há mais de oito anos, oferece soluções e orientações empresariais em todos os níveis às organizações, em benefício da geração de diferenciais competitivos, consistência de resultados, melhoria de performance e liderança de mercado. A experiência do administrador, diretor e consultor José Carlos Coelho, pós-graduado em gestão estratégica pela FGV e da CEO, psicóloga organizacional, pós-graduada em gestão de Rh pela FGV e especialista em orientação executiva, recrutamento e seleção profissional,

GESTÃO VENCEDORA Equipe Pro-Genth e Rede Amigão Saraiva na entrega do prêmio em São Paulo 96

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Josy Pinheiro, garante a qualidade dos serviços prestados pela Pro-Genth. Mais de 200 empresas de diversos segmentos, que por ela foram ou são orientadas, conhecem os benefícios. A Rede Amigão Saraiva, com 11 postos de atendimento e vendas no estado do rio e administração central entre as cidades de Paraíba do Sul e Três Rios, é um dos principais clientes da Pro-Genth, há mais de sete anos. A Rede Amigão foi eleita como uma das 150 Melhores Empresas para “Você Trabalhar no Brasil”, pelo Guia Você S/A – EXAME de 2009 e novamente contemplada, em sua gestão de RH, na premiação de 2011. “Nada ocorre por acaso, tudo é fruto de estratégia, com envolvimento de pessoas e muito trabalho”, segundo José Carlos. O gestor apontou algumas ações implantadas na empresa que contribuíram para esse alcance. Destaca entre elas, a criação e disseminação de uma cultura organizacional voltada à valorização humana, capacitação continua das lideranças, treinamento e desenvolvimento em todos os níveis, além da manutenção de um ambiente favorável à geração de felicidade e relação de confiança entre colaboradores e clientes. De acordo com a pesquisa do Guia Exame, 80,8% dos funcionários da Rede Amigão Saraiva aprovam, acreditam e se identificam com a empresa. “Este resultado demonstra a confiança da equipe em seu líder e o compromisso deste, com o

DIVULGAÇÃO

Gestão de RH da Pro-Genth apoia a Rede Amigão na conquista de prêmio nacional

PRO-GENTH José Carlos Coelho e Josy Pinheiro

sucesso dos colaboradores sob sua liderança. Em nosso ponto de vista, somente a maturidade do líder gera bons resultados e perpetuação dos negócios”, diz Coelho sobre a importância desse percentual para a empresa. Para o diretor da empresa de RH, participar do projeto de pesquisa do Guia Você SA – Exame e conquistar um mérito deste, considerado o mais importante prêmio empresarial do país, é um sinalizador importantíssimo para a região. “Representa que estamos no caminho certo e que temos empresas com o perfil da sua gestão de pessoas atualizada na busca da excelência dos processos que valorizam o seu maior patrimônio: as pessoas”, afirma. A Pro-Genth está localizada à rua Isaltino Silveira, 768 – Cantagalo Três Rios, antigo condomínio da Santa Matilde. A empresa pode ser acessada através do site www.progenth.com.br.


Agora vocĂŞ sabe onde encontrar

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SAÚDE

As marcas da acne POR ANA PAULA CANEDA

Manchas, pele sensível, reclusão social e até depressão. Estes sintomas podem aparecer na adolescência e chegar à vida adulta de forma reduzida ou de acordo com o caso e grau, na mesma intensidade. Especialistas discutem os variados casos de acne por todas as faixas etárias e garantem: a principal sequela está na vida social.

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AJUDA PROFISSIONAL Mariana Santos Lima conseguiu resultados positivos com o tratamento dermatológico

“Nada como uma pele sem acne. Hoje quase não aparecem. Tenho cuidados básicos, pela manhã lavo meu rosto com um sabonete específico, uso protetor solar e cosméticos apropriados”, funcionária pública Mariana Santos Lima

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istos, cravos, comedões, espinhas, pústulas, lesões, inflamações, limpeza de pele, antibiótico, peeling, máscaras faciais e cosméticos. Quem na vida nunca ouviu uma dessas palavras? Intrigante é saber que grande parte das pessoas associam essas expressões à adolescência. No entanto, a acne pode surgir na vida adulta e causar estragos na saúde física e mental. Tratada pelos profissionais de estética e por dermatologistas como uma doença social, a acne, vulgarmente conhecida como espinha, estará presente na vida de todo adolescente. “Nada mais é, inicialmente, que uma patologia hormonal. Na adolescência, os hormônios estão em maior número e atingem as glândulas sebáceas, causando o aparecimento de cravos e espinhas no rosto, costas e na região do tórax”, explica a dermatologista e especialista em medicina estética, Maria das Graças Moreira da Costa. Até então, a inflamação parece ser um problema de fácil resolução, mas não é tão simples assim. O cinegrafista Guilherme José Grades Teixeira, 23, sofreu com elas da infância até a adolescência. “Eu estava no colégio, no início foi superficial. Com o tempo passou para inflamações internas que duram até hoje”, enfatiza. O jovem buscou a ajuda nos cosméticos, receitas caseiras e a indicação de alguns produtos por farmacêuticos. “Usei pomadas sabonetes esfoliantes, alguns produtos, mas nunca fui a um dermatologista. Fiz compressas caseiras, depois passei a usar pomadas anti-acne”, confessa. Na época contou com a ajuda dos pais. “Percebi que tinha mais espinhas que o normal e passei a dar atenção a esse fato. Instruía a fazer limpezas pela manhã e a noite e sempre conversava com ele”, enfatiza a funcionária pública Arary Grades Teixeira, 42. “Nunca tive problema de autoestima, apesar de a acne acabar com a beleza da minha pele”, declara Guilherme. Com a funcionária pública Mariana Santos Lima, 24, foi um pouco diferente. “As espinhas apareceram no início da adolescência, com 12 anos. Começaram no estágio leve e foram se agravando aos poucos”, comenta a jovem. “Meu rosto

APOIO FAMILIAR Guilherme ao lado dos pais, sempre recebeu conselhos para cuidar da pele revistaon.com.br

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SAÚDE

MARCAS NO SOCIAL Para a psicóloga Aline Araújo Barbosa a tendência do paciente com acne é se excluir do convívio em sociedade

“O jovem quer evitar ao máximo ser julgado por outros, quer ser aceito na sociedade, ele deseja estar bem”, psicóloga Aline Araújo Barbosa

ficava avermelhado, com muitos cravos também. As espinhas eram internas, formava um caroço. E nas costas também havia bastante”, conta. Mariana, além de procurar dermatologistas na cidade, fez uso das receitas caseiras. “Procurava qualquer forma pra solucionar este problema, até que em um evento de família em São Paulo, conheci uma dermatologista que me indicou, depois de fazer alguns exames, um medicamento, especialmente para casos graves de acne. Passou também um sabonete para passar pela manhã e a noite. Este tratamento durou mais ou menos um ano. Somente a partir disso que a inflamação foi curada”, relata. A jovem ainda afirmou que nunca teve problema com autoestima. “Olhar no espelho e ver espinhas horrorosas deixa qualquer um mal. O que me in100

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comodava é que elas apareciam sempre quando tinha uma festa para ir”, brinca. “Nada como uma pele sem acne. Hoje quase não aparecem. Tenho cuidados básicos, pela manhã lavo meu rosto com um sabonete específico, uso protetor solar e cosméticos apropriados”, deixa a dica Mariana. Em graus diferentes, que variam desde a formação de simples cravos, elas podem chegar à formar cistos, inflamações profundas na pele que deixam marcas. Nestes casos podem ocasionar até febre no paciente e ainda o uso regular de antibiótico, por isso a indicação de um acompanhamento médico. “Existem tipos diferentes de acne. Atinge mulheres já na fase adulta, as causadas pelo uso de cosméticos que deixam a pele oleosa e, em algumas pessoas, por medicamentos a base de corticóide”, enfatiza a dermatologista. Outra dica é com o uso de cosméticos importados, “eles foram feitos para climas mais frios, diferentes do nosso”, alerta. A espinha também é considerada por especialistas como uma doença social. “Aparece com mais frequência na fase em que há a criação de identidade (adolescência)”, esclarece a dermatologista. “Ouvi relatos de mães afirmando que o filho não queria ir à escola, ficavam reclusos em casa e sempre usavam o cabelo caído no rosto”, acrescenta Maria das Graças enfatizando que a inflamação, em certos casos, impede o convívio

TRATAMENTO A dermatologista Maria das Graças explica que a acne é considerada uma doença social

“A doença tem um prazo de validade, quando o fator hormonal é organizado ela vai embora, só que ela pode deixar cicatrizes. O nosso trabalho é evitar que essas marcas apareçam”, esteticista Aline Moreira da Costa

social. A preocupação com a aparência é cultuada desde cedo nas pessoas. “O jovem quer evitar ao máximo ser julgado por outros, quer ser aceito na sociedade, ele quer estar bem”, esclarece a psicóloga Aline Araújo Barbosa. O adolescente que apresenta uma baixa autoestima e também timidez, se não for trabalhada na infância a tendência é se isolar. “Com a presença da acne, ele se acha feio, diferente e com isso se reclui ainda mais”, acrescenta. Outro agravante é o bullyng. “Tem sempre pessoas que para esconder os defeitos deles apontam os dos outros e as vítimas sofrem muito”, indaga Barbosa. “Noventa por cento dos problemas dermatológicos são provocados pelo sistema emocional, assim como o aumento no aparecimento da acne”, justifica Aline. Ela também acrescenta que o pior mo-


mento para o jovem é quando ele troca a roupa e tem que ir para a rua e se expor na sociedade, principalmente na escola. “Assim, ele vai ficar mais ansioso e pode atrapalhar no tratamento”, exemplifica a psicóloga. A profissional esclarece que o fundamental é a orientação familiar. “Se ele encontrar pessoas dispostas a ouví-lo, pode adotar uma postura diferente com relação ao seu problema. Não é só levar no médico e sim acompanhar pra ver se ele esta fazendo o tratamento e está satisfeito”, finaliza. Além dos fatores hormonais, existem várias hipóteses sobre as causas da acne. Muitos a cerca dos alimentos. “De todos os inúmeros estudos realizados, nenhum comprovou com clareza a relação do surgimento de espinhas com determinados tipos de alimentos, como o chocolate”, esclarece Maria das Graças. “Pesquisas recentes relacionam o leite e seus derivados como um dos responsáveis pelo surgimento delas, mas a maioria dos casos indica que a pessoa já era propensa a ter a doença”, explica. Hoje o tratamento é realizado já com a prevenção das manchas. Antes o paciente com acne ficava marcado. Agora existem métodos para amenizar as cicatrizes decorrentes das lesões das espinhas. “Indicamos os procedimentos estéticos para evitar o aparecimento de cicatrizes, pois são mais difíceis de ser removidas”, orienta a dermatologista. Há casos e organismos diferentes, cada paciente reage de uma forma aos medicamentos. “No caso de uma acne cística, por exemplo, se ele não responde ao tratamento convencional, com antibióticos, partimos para um método mais agressivo, que é o uso de um medicamento controlado a base de isotretinoína, no qual se for menor de 21 anos, é necessária a autorização dos responsáveis por escrito”, esclarece Maria das Graças. Para a esteticista Aline Moreira da Costa, os melhores resultados são garantidos quando os procedimentos são feitos de forma interdisciplinar. “O tratamento hoje é casado. Trabalho com o dermatologista. Ele está habilitado a medicar e avaliar qual o método para cada caso. A minha função é cuidar da pele, ampliar os resultados dos medicamentos

com o foco na qualidade de vida do paciente”, declara. Os mitos aparecem também no tratamento. “Houve pessoas que fizeram o uso de receitas caseiras, como água do arroz, mel com açúcar como esfoliante entre outros. Isso não é eficaz, não combate de forma precisa a acne”, esclarece a esteticista. Quanto ao uso de cosméticos, o paciente deve enquadrar o produto ao tipo de pele. “Até o uso dos cosméticos deve ser orientado por um profissional. Em muitos casos a pessoa não sabe qual o seu tipo de pele e o grau que a doença se apresenta”, indica. Marcas na pele

O sonho de ter uma pele lisa e sedosa deixa qualquer pessoa ansiosa. Não é do dia para a noite que o tratamento contra a acne mostra resultado e as respostas aos métodos, variam do organismo de cada um. “A doença tem um prazo de validade, quando o fator hormonal é organizado ela vai embora, só que ela pode deixar cicatrizes. O nosso trabalho é evitar que essas marcas apareçam”, esclarece Aline. A limpeza de pele era bastante utilizada. “É um procedimento doloroso, mas hoje existem métodos que não fazem o paciente sofrer tanto e têm um resultado excelente como o peeling de cristal, que confere um arremate final. Além de secar e esfoliar, a pele vai ficar mais vistosa e mais fina”, explica a esteticista. O peeling é usado para variados fins, que variam desde a melhora na textura, regularizando a oleosidade da pele, até a melhoria na aparência de rugas finas, acentuadas e nas cicatrizes. No procedimento, ocorre uma escamação das camadas da epiderme, onde células mortas são eliminadas, criando assim uma nova camada livre de manchas, acne ou imperfeições. Para ter um resultado satisfatório é necessário que o paciente siga todas as orientações médicas. “Não adianta ter todo um trabalho estético e dermatológico se a pessoa não segue à risca o tratamento. Tem que usar o filtro solar e seguir as prescrições médicas em casa também”, puxa orelha a esteticista. revistaon.com.br

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PAPO DE COLECIONADOR

O aroma escocês

na

cidade das águas

POR RAFAEL MORAES FOTOS REVISTA ON

Ele é ex-funcionário da Varig, já esteve em quase todo território brasileiro, mas é das viagens internacionais que trouxe grande parte de seu “tesouro”. A coleção de uísque já teve 270 garrafas, mas o amor pelo produto foi a principal causa pela redução dos exemplares. Aos 68 anos, José Maurício Cola se tornou chef de cozinha em seu bistrô no Centro de Paraíba do Sul. 102

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PAPO DE COLECIONADOR

A

h! Escócia. De suas paisagens verdes de montanhas austeras surge o berço das boas garrafas de uísque produzidas no mundo. Os milhares de quilômetros de distância entre Paraíba do Sul e o país que faz parte do Reino Unido, se aproximam dentro do sítio São Judas Tadeu, no Inema, bairro da cidade considerada rainha das águas minerais. Lá, a grama verde e o silêncio funesto faz o link perfeito. “Foi uma aventura muito grande montar essa coleção”, acredita Maurício ao relembrar as viagens internacionais, quando trazia os exemplares. A coletânea, iniciada em 1970 surgiu pela apreciação da bebida. “Eu já consumia há muitos anos. Degustar e saber se é verdadeira ou não, é fantástico”, diz encantado. Ele já viajou por quase todo Brasil e conhece os Estados Unidos, Portugal, Espanha, Itália e França. Da América Latina, só não conhece o Equador. Em cada

CUTTY SARK A garrafa em comemoração aos 50 anos da Rainha Vitoria, é raro e o exemplar, o mais caro da coleção 104

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JOHNNIE WALKER Eles ocupam grande parte das prateleiras

“Foi uma aventura muito grande montar essa coleção”, José Maurício Cola

passeio adquiria uma nova garrafa para a valiosa coleção. “Nunca economizei para isso”, garante. Com tantas viagens para o exterior já dá para imaginar o pré-requisito: “Todos são importados”. Os exemplares de garrafas de porcelana são os mais caros. Os preços não foram revelados, mas algumas chegam a custar mais de R$ 1.000. José Maurício parou de viajar em 1999 e, desde então, deixou de adquirir novos exemplares da bebida. Assim, a coleção admirada por ele, começou a perder quantidade pelo consumo do próprio colecionador. Cola é amante dos sabores, seja no uísque, nas tequilas, nos licores ou nos pratos que ele mesmo prepara em seu bistrô. Tudo passa por sua minuciosa avaliação. “A bebida falsa tem muita química na composição”, explica. Segundo ele o teste para detectar o verdadeiro é simples. “Quando você coloca na mão e deixa secar, é possível sentir o cheiro do malte”, garante. No restaurante prepara os pratos, todos com ingredientes de qualidade, escolhidos a dedo. Com uma adega com mais de 50 tipos de vinho, usa seu co-

nhecimento para ajudar os clientes na escolha da bebida. É um sommelier para os frequentadores de seu empreendimento. A primeira garrafa ninguém esquece. “Não sei se está na coleção ou já tomei”, diz ele desmentindo o ditado. Na verdade, o nome ele lembra, só não consegue precisar se o primeiro exemplar de 1970, uma Red Label da Johnnie Walker, resistiu ao tempo. Orgulhoso, faz questão de mostrar uma garrafa de quatro litros e meio. É de para deixar qualquer apreciador do produto com água na boca.

COLEÇÃO Separadas por destilaria, elas ocuparam a parede da sala


JOSÉ MAURÍCIO Em suas mãos, o exemplar sobre a Copa do Mundo em 1986

Na parede da sala do sítio, onde vive com a mulher Marli Carvalho Cola, as garrafas guardam, além do líquido precioso, o apreço do colecionador. O Vintage 1997 da Balblair, considerada uma das mais antigas destilarias da Escócia, foi o último exemplar agregado a coleção. O prazer de beber

Ele bebe todos os dias uma dose, mas garante que nunca se viciou. Durante a semana, apenas na segunda-feira não prova

a bebida, pois o restaurante não funciona. Em seu ritual, após um dia cansativo no bistrô, para Maurício, é um deleite encerrar o expediente, às vezes estendido até às 3h, com um bom uísque. O encontro com os amigos, o banho de piscina ou um churrasco de comemoração, a coleção também serve para agradar os visitantes. “Bebem o que eu tenho aberto. Alguns tomam rum, outros vinho, conhaque”, demonstra o vasto cardápio. Amante de uma boa bebida e além dos vinhos à venda no bistrô, Cola mantem em casa quatro barris de cachaça. “Comprei de Montes Claros”, confessa. Os licores também não faltam. “Da minha plantação eu faço de acerola, jabuticaba e pitanga”, revela. Deste tipo de bebida, os sabores mais exóticos são: anis, popularmente chamada de erva-doce e uísque. Das garrafas compradas, algumas ultrapassam R$ 1.000. Conservação

Seja oito, doze, dezoito ou cinquenta anos. Cada um com sua peculiaridade, todos agradam o paladar do chef de cozinha. A garrafa do Cutty Sark em comemoração aos 50 anos da Rainha Vitoria, é raro e o exemplar, o mais caro da coletânea. Em uma embalagem elegante, ela se destaca dentre as demais. Mesmo assim, os exemplares de red label, black label, blue label, Jack Daniel’s e Ballantine’s

RED LABEL A garrafa de quatro litros e meio deixa qualquer pessoa de água na boca

não ficam atrás e fortalecem a coleção em anos de armazenamento e embalagens curiosas. A história do uísque

De acordo com o site cladowhisky. com.br, a produção de uísque na Escócia provém de tradições introduzidas por São Patrício da Irlanda no século IV a.C., e a destilação era feita por indígenas nas terras altas. O site ainda explica que foram achados documentos sobre a destilação na Escócia que remontam ao século XV, nos Royal Exchequer Rolls (registro do Tesouro Público) que datam de 1494 e descreve a venda de 500 kg de malte para um Frade de nome John Corr para produzir a bebida. Ainda mais longe, o site da ABCW (Associação Brasileira dos Colecionadores de Whisky) revela que a primeira destilação aconteceu na Índia no ano 800 a.C., no entanto, faz a ressalva de que não há confirmação desta informação. revistaon.com.br

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ESPORTE

Sexo frágil?

Que nada! POR ANA PAULA CANEDA FOTOS REVISTA ON

Tricô, crochê, ponto cruz, receitas de família, costura, brincar de boneca. Essas eram atividades presentes na vida de qualquer mulher, independente da idade. A maioria era tida como um hobby. Hoje em pleno século 21 ainda há quem pense que elas deveriam voltar no tempo, quando são vistas dentro de um quimono, calçando uma chuteira ou dominando perfeitamente uma bola, seja em campo ou em uma quadra. Mas essa percepção está mudando, graças à jogadora Marta, à judoca Edinanci Silva e muitas outras que estão ganhando o respeito dentro de esportes, até então considerados masculinos.

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las não dispensam o batom e estão sempre perfumadas. A vaidade caminha junto com a dedicação, independente do esporte. Seja por competição ou simplesmente com o intuito de manter a forma, o fato é que estão ganhando espaço nas academias, ringues, quadras e o principal, respeito por profissionais da área. Na Grécia Antiga as mulheres não podiam assistir e muito menos participar das competições. Por influência da Igreja Católica, na Idade Média, as práticas continuaram proibidas para o “sexo frágil”. No Renascimento, elas começaram em poucas modalidades e liberadas para assistir aos jogos na Era Moderna. Até então, a atividade física era somente com um intuito: prepará-las para gerarem filhos saudáveis. Somente nos jogos Olímpicos realizado em Paris na França, em 1900, 11 mulheres participaram da primeira competição da Era Moderna. Aos 17 anos Maria Emma Hulga Lenk, tornou106

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DISCÍPULAS O professor André Tadeu posa para a foto com algumas de suas alunas

“Hoje tenho uma turma com 28 mulheres no jiu-jitsu. Não há um estilo de luta que não tenha a presença delas”, professor André Tadeu Ferreira

-se a primeira mulher brasileira a integrar uma delegação olímpica nos Jogos de Los Angeles em 1932. Mesmo com os feitos realizados no início do século 20, as práticas ainda eram seletivas. “Às mulheres sugeria-se práticas corporais que requeriam flexibilidade, agilidade, leveza e suavidade nos seus gestos; requisitos necessários para manter a sua feminilidade e fortalecer o seu corpo para a maternidade. Por outro lado, indicavam-se aos homens, as atividades que solicitavam força, velocidade, resistência e potencialização muscular; aspectos desejados para destacar a sua masculinidade referendada na agressividade e na coragem demonstradas na prática esportiva”, descreve a Doutora em Ciências do Movimento Humano pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul Angelita Alice Jaeger na publicação “Gênero, Mulheres e Esporte”. Hoje o cenário está mudando. Os esportes se adaptaram à presença delas que são responsáveis por grande parte do mo-


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ESPORTE

vimento nos ringues e quadras no país. Há 14 anos, uma academia em Três Rios oferece aulas de boxe, jiu-jitsu, muay thai, taekwondo, kung fú, submission (luta livre) e o popular MMA (Mixed Martial Arts). O professor de luta André Tadeu Ferreira observa o crescimento no volume de mulheres que procuram as artes marciais. “Hoje tenho uma turma com 28 mulheres no jiu-jitsu e não há um estilo de luta que não tenha a presença delas”, enfatiza o lutador. O grupo foi formado em maio deste ano e começou apenas com três mulheres. “Não só na luta como em qualquer esporte, tanto o homem quanto a mulher, tem que ter e impor o respeito. Alguns homens ainda não conseguem digerir que a namorada pratica o esporte. O jiu-jitsu é uma luta de contato, com isso, estabelecemos um horário só para elas”, esclarece André. Estilos como o boxe e o muay thay são mais aeróbicos. “A luta é completa. Na musculação os movimentos são repetitivos e nas artes marciais o número de exercícios é variado. Com isso tem-se o ganho físico e a pessoa está sempre aprendendo uma coisa nova”, explica o professor. Tadeu acredita que este seja um dos motivos pela grande procura do público feminino. “A cobrança não é a mesma que um competidor, mas ela vai aprender a lutar”, revela. A fisioterapeuta Jennifer Machado Silva, 26, procurou a luta livre com o foco na defesa pessoal. “Observei uma melhora na minha qualidade de vida. Ganhei condicionamento físico, o que favoreceu o meu desempenho no trabalho, sem falar que a

MENINAS EM CAMPO Há três anos o técnico comanda a equipe feminina 108

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POSE DE ATLETA Cíntia Bento Francisco joga há dois anos no projeto

“Eu venho religiosamente e quando falto, sinto que o corpo está pedindo alguma coisa”, fisioterapeuta Jennifer Machado Silva

prática alivia o estresse do dia a dia”, declara. “Eu venho religiosamente e quando falto, sinto que o corpo está pedindo alguma coisa”, enfatiza. As pessoas manifestam diferentes tipos de reações quando a fisioterapeuta fala sobre a luta. “A primeira coisa que questionam é se eu pretendo lutar. A outra é o estilo do treino, que é misto. Na luta livre há o contato, nunca tive problema. Há um respeito muito grande”, esclarece. O professor de educação física Luciano Lima, coordena um projeto na cidade no qual é o técnico no futebol e preparador físico e auxiliar técnico no futsal. O Suderj em forma (Rio 2016) começou com o pedido de uma mãe, para que o profissional formasse uma equipe composta apenas por meninas. Hoje, depois de três anos, conta com 30 alunas de 13 a 25 anos. O apoio vem do Entrerriense Futebol Clube e do Social Olímpico Ferroviário que emprestam o local para os treinos, respectivamente no campo e na quadra. O material para o jogo, transporte e lanche é um convênio com a prefeitura. “A família hoje interage mais com a jovem que quer praticar um determinado tipo de esporte. Os pais acompanham o treino e incentivam a prática esportiva”, garante o treinador. As jovens buscam o futebol tanto como atividade física quanto para seguir carreira profissional. Este é caso da atacante Estephany Pinto da Silva, 14. Em julho, ela fez um teste para as categorias de base do Clube Atlético Mineiro em Belo Horizonte. “Fui bem tratada, mas preciso pegar mais experiência e treinar mais, ainda sou

MENINAS NA QUADRA Luciano cuida do preparo físico das jogadoras, a técnica é a mesma para


“Fui bem tratada, mas preciso pegar mais experiência e treinar mais, ainda sou muito nova”, atacante Estephany Pinto da Silva

muito nova”, declara. Cabelo preso, porém arrumado. Por mais que estejam com uniforme de treino, sempre predomina um detalhe, um assessório, nem que seja um simples cadarço rosa na chuteira. “Na minha sala no colégio, só eu jogo. Gosto do esporte e ele ainda ajuda a manter a forma”, aponta a goleira Maria Fagundes, 16. “Os meninos na escola são os primeiros a chamar para completar o time”, enfatiza a zagueira Carolina Silva de Freitas, 17. “O preconceito às vezes vem mais das outras meninas, do que dos meninos. As que se acham mais femininas, não querem suar, vão quebrar a unha”, argumenta Luciano. O grupo participou de poucos tor-

DEFESA PESSOAL O professor Carlos Eduardo Novelino ensina alguns golpes para Jennifer durante o treino

neios, um deles foi o JAI (Jogos Abertos do Interior) em 2010. A equipe do futsal não ganhou a competição, ficaram em terceiro lugar, mas conseguiram um feito inédito ao vencer a equipe tetracampeã de Duque de Caxias por 5 a 1. “A experiência vem com a participação em campeonatos. Não há muitas compe-

tições para equipes femininas”, lamenta Luciano. Enquanto isso, as meninas jogavam no campo contra a equipe masculina do Entrerriense e a lateral direito Tamires Carla dos Santos Dias, 20, efetuava um drible, conhecido no esporte como “chapéu”, em um dos adversários.

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Arte suave e sem idade POR FREDERICO NOGUEIRA FOTOS REVISTA ON

No dia 27 de agosto, grande parte do país parou para assistir a uma competição esportiva. Inicialmente, se tratando do Brasil, pode parecer surreal dizer que não foi uma partida de futebol. E não foi! Conheça uma modalidade esportiva, com campeões trirrienses, que contribui para um dos eventos esportivos que mais cresce atualmente. Curioso? Então vamos ao primeiro round...

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ARQUIVO PESSOAL JUNIOR BORSATO

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EQUIPE Na academia onde treina, Junior com o mestre De La Riva e Rogério Minotouro

EXTERIOR No NAGA, disputado em New Jersey, recebeu uma espada

quistou a faixa-preta. “Ele é o cara que derrotou um Gracie”, diz Junior, citando as vitórias sobre Royce, Rolker e Royler Gracie. Ele é o mestre de Minotauro. Atualmente, além de participar de competições, Junior ensina o esporte para pessoas de todas as idades. “Com 15 anos eu fui campeão brasileiro pela primeira vez e, quando chegou minha época de fazer vestibular, optei por educação física porque queria conhecer os limites do meu corpo. Depois que fiz a faculdade, mudei meus conceitos, minha forma de ensinar, forma de agir. Antes eu acreditava que somente ter a faixa-preta era suficiente para ensinar, mas isso quer dizer apenas que a pessoa sabe lutar, e hoje, com a graduação, tenho mais base para um ensinamento completo”, explica. Das vantagens que o esporte traz, Junior cita algumas. “A resistência cardiorrespiratória, flexibilidade, força e a parte psicológica são trabalhadas nessa

“Essa é a arte mais eficiente de todas”, Junior Borsato, 30 anos

modalidade, que é muito completa”, diz o atleta. Ele ainda explica que, quando a pessoa pratica apenas buscando melhor qualidade de vida, não há riscos para o corpo, mas quando você quer participar de competições como atleta de alto rendimento, o risco existe como em qualquer outro esporte. O início na modalidade é indicado a partir dos quatro anos de idade. “Quando criança, o trabalho é mais voltado para a coordenação motora. Os princípios da ARQUIVO PESSOAL JUNIOR BORSATO

ARQUIVO PESSOAL JUNIOR BORSATO

lguns dos competidores da citada disputa, foram Luiz Cane, Rodrigo Minotauro e Anderson Silva. Foi o UFC 134 (sigla de Ultimate Fighting Championship), evento do MMA (sigla em inglês para Artes Marciais Mistas). Quando surgiu, não existiam muitas regras e o objetivo era colocar lutadores de qualquer estilo de artes marciais para se enfrentarem na busca pelo melhor lutador do mundo. Na primeira competição, o brasileiro Royce Gracie foi o campeão. Hoje, com regras definidas, uma marca que vale cerca de US$ 2 bilhões e brasileiros entre os vencedores, o evento ganha fãs ao redor do mundo. Seguidores, estes, que se dividem em duas categorias: os que gostam de assistir e os que sonham entrar no octógono. Lyoto Machida, Rodrigo Minotauro, Rogério Minotouro e Anderson Silva têm um ponto em comum, além de competirem no evento: são faixa-preta em jiu-jitsu. “Essa é a arte mais eficiente de todas. Se o cara for lutador só dela e disputar o MMA, tem grandes chances de vencer, mas, se for lutador de qualquer outra arte, é impossível”. Quem diz isso é Junior Borsato, de 30 anos. Juninho, como é conhecido, está no esporte desde os sete anos. Começou em Petrópolis e, aos oito, conquistou o primeiro dos muitos títulos que viriam. Já foi cinco vezes campeão do estado do Rio de Janeiro, bicampeão brasileiro e três vezes conquistou o bronze na mesma competição. Acha que acabou? Do exterior, trouxe o título do NAGA (North American Grappling Association), principal competição de grappling (jiu-jitsu sem kimono), realizada em New Jersey, o de campeão do estado de Massachusetts, onde morou por um período e a quinta colocação no mundial de 2009, na Califórnia. Para ele, a visibilidade do jiu-jitsu aumentou muito após o crescimento do MMA. Faixa-preta segundo Dan (grau), ele está há 12 anos na equipe De La Riva. Aqui, cabe explicar quem é o mestre que dá nome à academia. Ricardo de La Riva começou a treinar jiu-jitsu aos 15 anos, em 1980. Tendo como mestre Carlson Gracie, membro da família que iniciou o esporte no país, seis anos depois con-

GERAÇÕES Junior com o sobrinho Antônio Pedro, de 5 anos


CAMPEÕES Junior Borsato e Leonardo Reis com algumas de suas conquistas

ARQUIVO PESSOAL JUNIOR BORSATO

luta são colocados aos poucos. Não adianta pedir para uma criança fazer uma chave de braço”, explica. Depois dessa idade não há limite para começar. Exemplo disso é Leonardo Reis, que começou a treinar com 28 anos. De Santos, litoral paulista, Leonardo, hoje com 40 anos, casado e pai de um casal de filhos, sempre gostou de surfar, mas com a mudança para Três Rios e a falta do mar, encontrou o novo esporte. “Conheci o Junior e fui ver o jiu-jitsu. Mexeu comigo, vi os golpes mirabolantes. Comecei a gostar, competir, treinar mais e veio a vontade de ser professor. Minha praia agora é o tatame e minha prancha é o quimono”. Até chegar à faixa-preta, foram 10 anos. Diferente de Junior, que levou 17 anos. A diferença de tempo tem uma explicação. “Quando começa a treinar já adulto, a sequência de faixas entre a branca e a preta é menor. Quando se inicia na infância, precisa passar pelas categorias de base, passar por outras faixas”, explica Junior. A dupla Juninho e Léo é vitoriosa. Juntos, possuem sete medalhas do campeonato Brasileiro e Leonardo tem duas do Mundial na categoria em que participa. As conquistas servem, também, como inspiração para as novas gerações das famílias. A filha de Leonardo, de 14 anos, deverá participar da primeira competição no próximo ano. Junior ainda não tem filhos, mas o sobrinho, de cinco anos, mos-

COMPETIÇÃO Juninho: “para vencer, tem que estar sempre atento”

“Minha praia agora é o tatame e minha prancha é o quimono” Leonardo Reis, 40 anos

tra o interesse pelo esporte. “Quando nasceu, ele nem foi enrolado na manta, nós enrolamos no quimono”, brinca. Para vencer, Borsato dá dicas: “Na luta, tem que estar sempre atento, estudar o adversário, saber as técnicas que ele usa e criar as suas. Tem que estar preparado para atacar e defender. Em algumas situações, o atleta estará em dificuldade, mas tem que ter calma para pensar em como sair daquele momento”. Se você piscou na vitória de Anderson Silva sobre Vitor Belfort, umas das mais comentadas lutas do ano no UFC, saiba que no jiu-jitsu isso também pode acontecer. Leonardo terminou uma luta entre dois e três minutos. No Mundial de 2009, Junior finalizou o adversário em 10 segundos. Já em uma derrota, o menor tempo que teve uma luta finalizada foi de 3 minutos. “A derrota é um aprendizado muito maior que a vitória. Quando você vence, os erros passam despercebidos, mas com a derrota, você vê o que errou, estuda, melhora”, ensina. Sendo um esporte tão completo, é difícil acreditar que ele ainda não faça parte dos Jogos Olímpicos. De La Riva, em entrevista ao site Três Rios Online, comentou o que ainda deixa o esporte de fora do

evento. “Ainda falta se organizar um pouco mais. Têm golpes iguais com nomes diferentes no mundo e precisa, ainda, de um número mínimo de confederações”, explicou o mestre. “Se fizesse parte, os brasileiros ficariam com as medalhas de ouro, prata e bronze. Acredito que a modalidade do jiu-jitsu sem quimono entrará nas Olimpíadas em pouco tempo e os brasileiros também dominarão”, diz Junior. No MMA, o atleta consegue viver, financeiramente com as lutas, ao contrário do jiu-jitsu, onde o dinheiro é conseguido de outras formas, como fazendo seminários pelo mundo. Será possível, um dia, ver Junior e Leonardo no octógono? Borsato, atualmente, tem como objetivo o jiu-jitsu de quimono apenas, mas não descarta a possibilidade de, no futuro, mudar. Já Léo não tem planos de participar deste tipo de competição. “Acho maneiro lutar de quimono mesmo, não nasci pra tomar soco na cara”, garante. Dentro ou fora do octógono, o importante é saber que Três Rios conta com campeões em mais este esporte. Vale lembrar que estes vencedores já preparam outros. Leonardo e Junior, por exemplo, têm 80 alunos e, alguns deles, já participam de competições e conquistaram títulos. Faz bem para a saúde e forma campeões. Esse é o jiu-jitsu. Se ainda não se identificou com nenhum esporte, talvez seja essa a sua praia, como é a do Leonardo. Se você busca um esporte para o filho, talvez ele cresça campeão como Junior. Como o round está terminando, um golpe e... leitura finalizada! revistaon.com.br

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ACONTECEU

SAÚDE A praça oferece uma academia ao ar livre

Praça de esportes é a nova área de lazer em Três Rios POR PRISCILA OKADA FOTOS REVISTA ON

No dia 2 de setembro Três Rios ganhou um estímulo para práticas esportivas e de lazer com a modernização da praça de esportes e de revitalização da avenida Alberto Lavinas.

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rçada em R$ 10 milhões, o espaço inclui um deck de madeira, construído para não prejudicar o rio Paraíba do Sul, parque infantil com área gramada, banheiros públicos, academia ao ar livre com equipamentos em aço, bicicletários espalhados em diversos pontos, estacionamento, pista profissional de skate, passarela para pedestres e quiosques para a Polícia Militar, Guarda Municipal, Secretária de Saúde e alimentação. Também foi construída uma nova ciclovia em toda sua extensão, propor116

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cionando um estímulo para a prática do ciclismo no município. Além disso, todo o paisagismo local foi transformado com novos jardins, palmeiras imperiais e plantio de grama em torno das árvores. Na inauguração do espaço, estiveram presentes o governador, Sérgio Cabral e o vice e secretário de Obras, Luiz Fernando Pezão. Na ocasião, Cabral elogiou as obras e destacou a eficiência de políticas eficazes, como a de segurança, por exemplo. O chefe do executivo estadual afirmou que o sistema de monitoramento com câmeras implantado em Três Rios

vem servindo de modelo para diversas cidades do Brasil, inclusive para o Rio de Janeiro. Ele lembrou ainda dos avanços acumulados pelo governo do estado nesses últimos anos e ressaltou os avanços na economia fluminense. “Três Rios é uma cidade em franco desenvolvimento(...). Ganhou um nível de crescimento econômico e de bem-estar social muito alto e de intervenções urbanísticas, como essa de hoje, que acabamos de inaugurar. Há ainda o viaduto que estamos construindo e que será um marco na mobilidade deste município”,


FOTO DIVULGAÇÃO

CRIANÇAS Parque para crianças oferece segurança e estrutura

VISTA GERAL A avenida ganhou ciclovia em toda sua extensão

INAUGURAÇÃO Governador Sérgio Cabral e o prefeito de Três Rios, Vinícius Farah

ressaltou Cabral. Para o prefeito Farah, a população recebeu uma das principais opções de lazer da cidade e uma avenida importante para a circulação de veículos totalmente revitalizada. No primeiro final de semana após a inauguração da praça, foi notável a presença da população prestigiando o novo espaço. Foi possível ver famílias inteiras levando seus filhos e netos ao local, que já é considerado um dos principais pontos de lazer do município.

Atos de vandalismo também assombraram a nova área que, em menos de 48 horas, foi alvo de furto na pista de skate, batizada com o nome do músico Chorão, vocalista do Charlie Brown Jr. O centro de Controle de Câmeras da cidade em uma ação conjunta com a Guarda Municipal e Polícia Militar perseguiram e prenderam os autores do furto em flagrante. Os dois homens foram autuados por terem roubado a placa de inauguração da pista de skate e por depredarem quatro placas de sinalização da ciclovia. revistaon.com.br

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ACONTECEU

INDEPENDÊNCIA OU MORTE

O brado retumbante do 7 de setembro

POR FREDERICO NOGUEIRA FOTOS REVISTA ON

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ssim como as margens plácidas do riacho Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heróico, segundo o Hino Nacional, a região ouviu, no dia 7 de setembro, os sons das bandas e fanfarras nas comemorações ao dia da Independência da república.

TRÊS RIOS Mais de 20 escolas participaram das comemorações 118

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Em Três Rios, os desfiles tiveram início no distrito de Bemposta, no dia 3, com participação de escolas locais. No dia seguinte foi a vez do bairro Vila Isabel. Nove escolas, além das bandas marciais da COMMUTR (Corporação Musical Municipal de Três Rios) e da Guarda Municipal, passaram pela rua Professor Moreira.

“Essa emoção retrata a quebra de preconceitos. A fanfarra é composta por deficientes e nós acreditamos neles, todos tem potencial”, presidente da Apae Élder Ázara


No dia da Independência os desfiles aconteceram no centro da cidade, na Praça São Sebastião. A abertura foi feita pela Banda 1º de Maio e, em seguida, pelo Coral Municipal. A Apae foi a primeira a desfilar. O presidente da entidade, Élder Ázara, assim como o público que começava a chegar ao local, se emocionou. “Isso retrata a quebra de preconceitos. A fanfarra é composta por deficientes e nós acreditamos neles, todos tem potencial”, argumenta. Quem estava pronto para iniciar o desfile, queria mostrar ao público o que eles talvez nem saibam que existia. Antônio Marcos levou integrantes de um projeto social de Santa Terezinha. “Estamos atendendo 100 pessoas atualmente em ofici-

TODAS AS IDADES Crianças participaram e surpreenderam o público

nas culturais, esportivas e de artesanato”, contou. Enquanto isso, quem estava ali assistindo, não queria sair. “Não cheguei na primeira escola, mas quero ficar até o final, está tudo bonito”, disse Nelzira Souza, enquanto outra escola passava. Presente durante todo o desfile, que foi até 16h, o prefeito Vinícius Farah disse que “esse evento mostra a força da educação no município”. No município de Sapucaia as comemorações aconteceram nos dias 8 e 9. Primeiro no distrito de Anta, com desfile

“A participação em si é o que faz com que exista mais envolvimento em todo o processo de transformação social”,secretário de Educação, Marcus Medeiros realizado pelo Centro de Educação Municipal Antense, o CEMA, e no dia seguinte, no centro da cidade. Além da participação das escolas, o desfile contou com fanfarras de Areal, Santana do Deserto e Além Paraíba. O prefeito Anderson Zanon disse que incentivará a criação de uma fanfarra municipal e que a data é importante para o engrandecimento do patriotismo dos cidadãos. Levy Gasparian comemorou no dia 8, na Praça Joaquim José Ferreira. Além dos desfiles de escolas e instituições, o município teve uma novidade: a apresentação oficial e diplomação da Guarda Municipal, criada em abril. Na ocasião o prefeito Cláudio Mannarino parabenizou o comandante da Guarda, Rogério Tenente Cabral. Paraíba do Sul comemorou a data no dia oficial da festa na avenida Marechal Castelo Branco, em frente ao Jardim Velho. As escolas mostraram suas fanfarras e projetos à população que esteve presente. Ainda passaram pela avenida o Corpo de Bombeiros de Três Rios e a 2ª Cia. da Polícia Militar. Em todas estas cidades, as festividades foram organizadas pelas secretarias de educação. Para o secretário Marcus Medeiros, de Três Rios, “a participação em si é o que faz com que exista mais envolvimento em todo o processo de transformação social. A visão deve ser a de que não fazemos nada sozinho, mas juntos conseguimos”. Para algumas pessoas, o dia sete de setembro foi apenas um feriado no meio da semana. Para outros filhos deste solo, foi o dia de homenagens à mãe gentil, pátria amada, Brasil. revistaon.com.br

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DIVULGAÇÃO PMTR

ACONTECEU

JANTAR A abertura do festival foi realizada no Caer

I FESTIVAL GASTRONÔMICO

O sabor trirriense POR PRISCILA OKADA FOTOS REVISTA ON

Os meses de setembro e outubro ficaram mais palatáveis com a primeira amostra de culinária da cidade.

T

rês Rios abriu suas cozinhas para receber moradores, turistas e visitantes no 1º Festival Gastronômico, entre os dias 22 de setembro e 09 de outubro no Caer (Clube Atlético Entre Rios). O evento, promovido pela secretaria municipal de Cultura e Turismo, secretaria estadual de Turismo, Sebrae, Sicomércio, Senac e Polo Gastronômico, teve como principal objetivo investir na cultura e na identidade local visando a criação de um destino turístico para a cidade. 120

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A festividade foi dividida em duas etapas: estação Três Rios Sabores e Circuito Gastronômico. Na primeira, o público conferiu os pratos elaborados pelos 27 estabelecimentos participantes, entre restaurantes, bares, quiosques e bufês, mostra de artesanato local, música e oficinas gastronômicas. As orientações foram direcionadas aos empreendedores do setor, bem como ao público em geral, interessado em conhecer novas técnicas de manuseio, preparo de alimentos e gastronomia como fonte

“Temos um potencial forte para o turismo de negócios que precisa da gastronomia para sua sustentação”, secretário de Cultura e Turismo, Marcos Pinho.


COLETIVA DE IMPRENSA Da esquerda para a direita, secretário de Cultura, Marcos Pinho e chef Márcio Moreira

de renda e negócio. Sob o comando do chef Márcio Moreira, do projeto Nossa Panela Brasil e consultor do programa Mais Você, da “TV Globo”, os cursos contaram com a presença de profissionais especializados no preparo de pratos. A defumação de alimentos estava entre as opções. O circuito Gastronômico completou a

DIVULGAÇÃO PMTR

programação. Nele, o público saboreou os pratos nos próprios restaurantes. Satisfeito com a grande procura pelas oficinas culinárias e demais eventos da programação, o secretário de Cultura e Turismo do município, Marcos Pinho destacou a importância da vertente turística. “Temos um potencial forte para o turismo de negócios que precisa da gastronomia para sua sustentação”, afirmou. De acordo com os participantes do polo, o resultado do festival foi positivo, pois a população teve participação ativa. O proprietário de uma das lanchonetes participantes, Américo Gomes, disse que superou suas expectativas: “Os produtos que oferecemos para degustação no festival foram muito bem recebidos e nossas vendas na lanchonete aumentaram”, frisou. As oficinas gastronômicas também atraíram o público jovem, como foi o caso dos alunos do Colégio Municipal Walter Franklin que participaram de uma oficina com dicas sobre o preparo de sucos aproveitando as vitaminas dos

ARTESANATO A mesa foi enfeitada pelas artesãs trirrienses

alimentos. O aluno da terceira série do ensino fundamental, Lucas Ribeiro disse ter aproveitado muito as dicas da oficina: “Adorei a aula. As novidades que os chefs explicaram, foram muito interessantes. Eu não sabia, por exemplo, que dava pra utilizar o refrigerante junto com suco”, finalizou o estudante.

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PUBLIEDITORIAL

Você sabe o que é GNV?

E

conomia, alto rendimento e preservação do meio ambiente, esse é o sonho de qualquer motorista. Já pensou em deixar seu carro desse jeito. A GNV Rios convertedora é credenciada pelo Inmetro e trabalha com os melhores produtos para deixar seu carro de bem com a natureza e ainda poupando o dinheiro da gasolina. Utilizado como matéria-prima nas indústrias siderúrgica, química, petroquímica e de fertilizantes, o Gás Natural fornece calor, gera eletricidade e força motriz, com a vantagem de ser menos poluente que outros combustíveis, como os derivados de petróleo e o carvão. Na área de transportes, tem a capacidade de substituir o óleo diesel, a gasolina e o álcool. Ele é uma mistura de gases extremamente leves, com aproximadamente 90% de metano. É encontrado na natureza associado ao petróleo, existindo também em poços. É considerado um combustível alternativo, mas não renovável. Para usar este combustível no carro é preciso fazer uma adaptação da gasolina ou álcool para o gás. Apensar de as vantagens serem evidentes, alguns motoristas ainda tem dúvidas sobre a eficácia deste produto, que pode contribuir com a diminuição da poluição do planeta. Dúvida se é seguro, se deixa o carro

mais lento entre outras foram sanados por Romildo Moreira administrador da GNV Rios confira:

equipamentos de qualidade desdeque seja feita uma perfeita instalação. 4 – O IPVA realmente é reduzido?

1 - A conversão é segura?

GNV Rios – Sim. Pois o GN (Gás Natual) é mais leve que o ar. Em caso de vazamento ele facilmente se propaga e é necessário aproximadamente 600 °C para que haja combustão, diferente dos outros combustíveis (álcool e gasolina) que necessitamde menos de 100 °C.

GNV Rios - Sim. O imposto vai de 4% para 1%, ou seja, um carro de R$ 24 mil que pagava R$ 960 de IPVA, com o gás passaria a pagar R$ 240, uma economia de 75%. Além disso, a autonomia do veículo chega a 30% se comparado à gasolina. 5 – A instalação é cara?

2 – Estraga o motor?

GNV Rios – Não. O GN não possui partículas sólidas. Diferente dos combustíveis originais (álcool de gasolina), é limpo e puro, por isso não pode ser adulterado. Recomendamos utilizar equipamentos de qualidade eadequados para cada veículo. 3- É verdade que o carro perde potência com o gás?

GNV Rios – Muito pouco, entre 3% e 10%, mas é necessário atender as necessidades de cada veículo, adaptando

GNV Rios – Não. O custo varia entre R$ 1.400 e R$ 5.050. Mas vale ressaltar: nossas peças são de qualidade e nossas instalações atendem aos padrões exigidos. Por isso vai a dica: para garantir seu serviço, analise se a oficina é credenciada pelo Inmetro, olhe as instalações, se os funcionários do estabelecimento tem conhecimento sobre o assunto e se os próprios equipamentos são homologados pelo Inmetro. Nós garantimos nosso serviço, tanto que nossa garantia é de dois anos. Pense nisso! Rua da Maçonaria, 474 - Centro - Três Rios - RJ - Tel.: (24) 2251-1078

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1 - Manômetro de pressão: Fica junto ao redutor. Ele manda o sinal para a chave comutadora / 2 - Válvula de abastecimento: Receptor da mangueira do posto de combustível / 3- Emulador de Bicos: Desliga os bicos para liberar o GNV / 4 - Redutores de Pressão: Responsáveis por diminuir a pressão que está no cilindro para entrar no motor / 5 - Válvula cilindro: Fecha o gás direto no cilindro / 6 - Gerenciador com motor de passo: Faz o controle de abertura do gás. Ele é responsável por deixar o carro mais rápido / 7 - Chave comutadora: Indica o volume de gás no cilindro e transfere para modo que usa gasolina / 8 - Variador de Avanço: Avança o ponto do carro / 9 - Válvula externa: Fica junto com o abastecimento de gasolina, evita a abertura do capú / 10 - Minuterias para instalação: Peças auxiliares para a instalação do GNV.

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PALAVRA Assuntos curiosos despertam a nossa atenção a todo momento, seja na ciência, na saúde, no cotidiano ou na política. Confira alguns temas que rodaram o mundo e merecem o nosso destaque.

Por que sentimos Cócegas? Cientistas exploram o poder de cura da energia das mãos. O biólogo Ricardo Monezi, mestre em fisiopatologia experimental pela Faculdade de Medicina da USP e pesquisador da unidade de Medicina Comportamental da Unifesp, estudou a fundo a técnica de imposição de mãos conhecida como reiki. “Os dados preliminares apontam que a prática gera mudanças fisiológicas e psicológicas, como a diminuição da depressão, da ansiedade e da tensão muscular, além do aumento do bem-estar e da qualidade de vida.”, conta o médico, que agora estuda o efeito do reiki em idosos.

Cientistas da Universidade de Cambridge, na Grã-Bretanha, resolveram o mistério de como as pulgas saltam tão longe e tão rápido. Estudos anteriores já haviam revelado que a energia necessária para catapultar uma pulga a uma distância 200 vezes maior do que o comprimento do seu corpo tinha sua origem em uma estrutura elástica, semelhante a uma mola, presente no organismo do inseto. FONTE: WWW.VOCESABIA.NET

FONTE: WWW.MDEMULHER.ABRIL.COM.BR

Choques elétricos podem fazer você aprender mais rápido Pesquisadores descobriram que pequenas correntes no cérebro promovem a aquisição de habilidades motoras em menor tempo. A técnica usada deve acelerar a recuperação de pessoas que sofreram um AVC (Acidente Vascular Cerebral). Ao aplicar o mesmo método em adultos saudáveis, foi possível constatar que eles adquiriram novas habilidades motoras em um menor tempo. Para comprovar tal hipótese, a equipe de cientistas desenvolveu um experimento no qual alguns voluntários memorizavam uma sequência de teclas para tocar uma música em um piano. FONTE: WWW.MDEMULHER.ABRIL.COM.BR

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Levy Gasparian vive bom

momento de expansão econômica Município espera fechar 2011 com a geração de 800 empregos

ASSESSORIA PMLG

C

FUTURAS INSTALAÇÕES DO GRUPO MIL

ASSESSORIA PMLG

omendador Levy Gasparian vive um momento sui generis em sua história, com investimentos nos mais diversos setores, o que fez nascer uma nova perspectiva de futuro e progresso para seus moradores, que antes, só viam o nome do município destacado na mídia pela ocorrência de fatos nefastos. O progresso chegou para ficar e além das obras realizadas em parceria com os governos estadual e federal, o município vê impulsionada sua economia através da instalação de inúmeras empresas, dos mais diversos ramos, que chegaram impulsionadas primeiramente pelos 2% do ICMS - uma conquista da atual administração municipal, que aliada à logística,

FUTURAS INSTALAÇÕES MEGA COLCHÕES 126

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torna Levy Gasparian atraente aos empreendedores. Só em 2011, segundo dados da secretaria municipal de Indústria e Comércio, mais de 500 empregos foram gerados no município, com carteira assinada. Destes, 63 no parque industrial Heitor Zanatta, localizado às margens da estrada União e Indústria, no km 134, próximo a BR 040, onde oito empresas estão em funcionamento. O ramo de alimentos foi o que mais contratou em 2011, um total de 141. Destaque também para o setor de confecção, que gerou 122 empregos formais. Ainda para este ano, a expectativa é registrar mais trezentas oportunidades e outros 350 para 2012, conforme tabela ao lado.


PUBLIEDITORIAL

RELAÇÃO DAS EMPRESAS X GERAÇÃO DE EMPREGOS EM 2011 EM LEVY GASPARIAN Empresas

Nº de empregos gerados em 2011

Wastec Indústria e Comércio Ltda

25

FM Alimentação e Serviços Ltda

12

Com. Ltda

20

Alps Serviços de Escritório Ltda

06

Cartonagem Bom Pastor

35

Beltecnologia Ind. e Com. de Produtos Alimentícios

03

KRK Alimentos

36

Três Rios Têxtil

60

Casa Cardão Ltda

27

Indústria e Distribuidora de Alimentos

13

Doces Carmem

04

Translevy

04

Francisco e Martins Serviço de Cromagem e Polimento

02

Maxi Pack Com. Serviço Ltda

05

JMC

30

Brasil Fashion

30

Oliplastic Indústria e Comércio de Plástico

05

Bras Têxtil

02

Mega Colchões

05

Bramil

28

Cobel

68

JRX

37

Centro de Formação de Condutores Auto Escola Levy

02

Restaurante da Silva

01

Serviço Único Levy Gasparian

01

Puffs e Cia

01

LC Presentes

02

Eco Brasi

48

Nº de empregos a serem gerados em 2011

200 100

150 150

MRM – Metalúrgica Rio Minas Ltda KIT-PÉ Indústria

12

MMC Alumínio Ltda

12

SBA Peças Acabadas de Alumínio Ltda

10

AG-REMY Stretch Film do Brasil Ltda

20

TOTAL

512

Nº de empregos a serem gerados em 2012

304

350 revistaon.com.br

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DIÁRIO DE BORDO

Diário de bordo com

Mônica Conde

É

um ano que eu jamais esquecerei. Eu posso dizer que, foi o pior ano de minha vida. Sem a menor vontade de ir à esquina, num estalo eu fui parar na Turquia. Sempre amei viajar. Fosse para descansar, para me alegrar, para estar com a natureza, para espairecer. Um verdadeiro hobby. Mas percorrer 5.000 km, que no desenho do mapa transparecia uma forma circular do continente, devo declarar que isso ficará marcado para o resto de minha vida. A Turquia é um país rico em história, de belíssimos cenários e uma cultura única. Foi uma das melhores viagens que eu já fiz. Chegando ao país eu percebi que me encontrava no mais ocidentalizado, dentre todos os países que formam o mundo islâmico. Em sua porta de entrada, Istambul (antiga Bizâncio e Constantinopla), a única cidade do mundo construída entre dois continentes: Ásia e Europa. Senti-me numa especial atmosfera. Deparando com a zona histórica, em Istambul, eu percorri com meus olhos e vi a beleza, a dimensão, a obra arquitetônica e a silhueta de uma mesquita. Aos meus ouvidos soou uma voz, uma canção, que parecia um lamento. O som saía de uma minarete, da belíssima Mesquita Azul, era à hora de mais um encontro e de oração dos homens. O país me confirmou sua representação no berço da civilização, quando cheguei à mítica cidade de Tróia e vi uma réplica do cavalo. Em Éfeso, ci-

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dade antiga dedicada à Deusa Artemisa, a biblioteca de Celso e o Templo de Adriano. Também a casa da Virgem Maria, onde se acreditam que a mãe de Jesus tenha vivido os seus últimos anos de vida. Outra visão belíssima foi quando me deparei com Pamukkale, que traduzido significa “Castelo de Algodão”. É uma obra da natureza constituída por várias nascentes de águas quentes e calcárias, que, com seus sedimentos, formaram piscinas em uma altura inacreditável. Não posso deixar de citar a visita ao Aspendos, onde há um teatro que está em excelente estado de conservação e de uma acústica impressionante. Outro momento incrível foi o passeio pelas lindas águas do Mediterrâneo, na Baía de Kekova. O barco possuía um vidro em seu fundo onde eu me arrepiei ao ver a cidade romana submersa de Simena. E para completar o dia, nada como um mergulho naquela água cristalina e decretar o melhor almoço de todo o passeio. Foi peixe assado com salada, porque a maioria das vezes tudo levava muita pimenta. Arghhh!!!! Não me aventurei em andar de balão na Capadócia, um dos passeios mais procurados. Mas em compensação procurei o SPA In Capadócia e tomei um banho turco. É super relaxante depois de “milhas e milhas distantes”. Um destino imperdível.

Faça como Mônica Conde e conte suas viagens pelo mundo afora. Para participar envie um e-mail: diariodebordo@revistaon.com.br. Ah! Não se esqueça de mandar as fotos com as legendas, assim poderá compartilhar sua experiência conosco.


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GUIA LIVROS

Aproveite as nossas dicas de leitura. Você tem dois meses até a próxima Revista On.

Steve Jobs - A Biografia Autor: Walter Isaacson Editora: Companhia das Letras Categoria: Literatura Estrangeira / Biografias e Memórias Valor: R$ 39,90

Rock in Rio Autor: Luiz Felipe Carneiro Editora: Globo Categoria: Música Valor: R$ 29,90

O Livro dos Livros Autor: Dennis Trevor Editora: Sextante Categoria: Religiões Valor: 29,90

Infinito: Os Imortais Autor: Alyson Noel Editora: Intrínseca Categoria: Romance Preço: R$ 22,90

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O livro, baseado em mais de quarenta entrevistas com Jobs ao longo de dois anos e entrevistas com mais de cem familiares, amigos, colegas, adversários e concorrentes, narra a vida atribulada do empresário extremamente inventivo e de personalidade forte e polêmica, cuja paixão pela perfeição e energia indomável, revolucionou seis grandes indústrias: a computação pessoal, o cinema de animação, a música, a telefonia celular, a computação em tablet e a edição digital. Numa época em que as sociedades de todo o mundo tentam construir uma economia da era digital, Jobs se destacava como o símbolo máximo da criatividade e da imaginação aplicada à prática.

A história da edição inaugural de 1985, juntamente com a das subsequentes realizadas no Brasil, em 1991 e 2001, é o objeto de estudo investigado com lupa por Luiz Felipe Carneiro em Rock in Rio – A história do maior festival de música do mundo. O autor pesquisou mais de 2.000 artigos e entrevistou os principais organizadores do festival (incluindo Roberto Medina, o “pai” do evento), além de dezenas de artistas e jornalistas, em busca dos mais marcantes e inusitados episódios de cada edição.

Depois da invasão dos babilônios, o povo de Israel começou a criar um livro que reunia sua história, suas lendas, canções e profecias, de modo que sua cultura não se perdesse. Então um líder surgiu, aquele que muitos acreditavam ser a realização das profecias descritas no Antigo Testamento. Jesus de Nazaré se tornou importante para seus seguidores e várias pessoas escreveram sobre sua vida, seus ensinamentos e seus milagres.

Após derrotarem seus inimigos mais temidos, Ever e Damen começam uma nova jornada para que ele se livre do veneno em seu corpo. Se encontrarem o antídoto, finalmente serão capazes de viver a paixão pela qual anseiam há séculos. A busca, porém, leva-os a um terreno desconhecido e pavoroso - as profundezas de Summerland. Lá, eles descobrirão a origem obscura e inimaginável de seu relacionamento e serão obrigados a encarar uma dolorosa verdade: o destino tem motivos para mantê-los separados. Agora, o futuro irá depender de uma única decisão, que poderá pôr em risco tudo o que eles têm. Inclusive a eternidade.


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