FB | Revista On Petrópolis #02

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#2 Direção e Produção Geral Felipe Vasconcellos felipe@revistaon.com.br Produção Sabrina Vasconcellos Heverton da Mata Edição Rafael Moraes rafael@revistaon.com.br Redação Priscila Okada Frederico Nogueira Comercial Igor Pachá igorpacha@fiobranco.com.br (24) 8864-8524 Criação Felipe Vasconcellos Robson Silva

Editorial

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guardamos ansiosamente por esse reencontro com você, leitor On! Ano novo, novas tendências e novos sonhos. A segunda edição da Revista On chega repleta de encontros. Começando pela matéria de capa, apresentamos a história de duas arquitetas que, com tantas coincidências em suas vidas, ficaria impossível que o encontro não acontecesse. Elas são responsáveis por um dos mais conceituados eventos de arquitetura da região. Nas próximas páginas, sem precisar sair de casa ou largar sua revista, você encontrará os principais pontos turísticos de Petrópolis, com a ajuda de quem entende do assunto. Além disso, você pode conhecer a história de pessoas que encontram o prazer em ajudar a quem

precisa. Outro tipo de prazer que vamos revelar está nos sex shops. Brinquedos para apimentar os relacionamentos são cada vez mais procurados. Com o período dos vestibulares, os jovens contam onde encontram a resposta para a tão temida pergunta: “o que vou ser quando crescer?”. Enquanto isso, apresentamos a rotina de idosos que encontraram abrigo em instituições com a missão de assumir o papel da família de quem não tem. Para todas as idades e para todos os públicos, a On #2 mostra, ainda, os embalos das noites petropolitanas, a moda para o 2012 recém-chegado, os artigos dos melhores colunistas da região... E quando você acabar de ler, já estaremos preparando a próxima edição e, mais uma vez, aguardando nosso reencontro.

Tecnologia Vagner Lima Colaboração Aline Rickly José Ângelo Kitty D’Angelo Estagiário Neílson Júnior Distribuição Petrópolis, Itaipava, Nogueira, Corrêas, Pedro do Rio e Posse Produção Gráfica WalPrint Tiragem 5.000 Foto de capa Ezio Philot Fiobranco Editora Rua Prefeito Walter Francklin, 13/404 Centro | Três Rios - RJ 25.803-010 Sugestão de pauta redacao@revistaon.com.br Trabalhe conosco rh@revistaon.com.br 6

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Ops! Erramos Na última edição, a coluna do Roberto Wagner foi publicada sem o último parágrafo. Para conter a curiosidade de todos, o trecho a seguir finaliza a história iniciada na revista anterior: “Eles continuaram a viagem e chegaram a Clínica Dignitas no topo dos Alpes Suíço. Foram recebidos por uma dedicada equipe médica, fizeram exames, assinaram documentos de praxe e os médicos disseram que estavam à disposição do casal para quando quisessem. Juan e Estela pediram para que antes assistissem juntos a um show do grupo irlandês U2. Vontade feita, o casal de mãos dadas se submeteu ao procedimento de eutanásia perpetrado pelos zelosos médicos.

Contavam-se mais de sete dias e Lucien ainda não havia ido a Zurique buscar as cinzas dos pais. Sua exposição em Londres foi muito elogiada pela crítica.” No texto de Eduardo de Oliveira também foi ocultado o trecho a seguir: “O fato de o site eventualmente servir a iniciativas efetivamente importantes, não muda o fato de ele ser, para a grande maioria dos 31 milhões de usuários brasileiros, apenas um grande brinquedo virtual. Veio o Orkut, o Facebook, outros sites sociais e sabe Deus o que virá – cenário que, aparentemente, sugere uma nova pergunta: em que modismo virtual nós vamos nos divertir agora?”

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Índice

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Opinião

16

Lazer

18

Moda

20

Educação

26

Turismo

29

Segurança

32

Cotidiano

38

Inspiração

44

Carreira

47

Saúde

50

Papo de colecionador

53

Eu sei fazer

56

Diário de bordo

57

Aconteceu

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Guia


OPINIÃO

Compro, logo existo

Nelson Rodrigues dizia que “o dinheiro compra até o amor verdadeiro”

Roberto Wagner rwnogueira@uol.com.br

Roberto Wagner Lima Nogueira é procurador do município de Areal, mestre em Direito Tributário - UCAM-Rio, professor de Direito Tributário da UCP – Petrópolis – e colunista do Três Rios Online.

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telvina é uma bela mulher, moderna, despojada, arrojada, destemida, nada detém Etelvina. Cursou psicologia na Estácio e como era de se esperar, não deu certo, preferiu a função de gestora da logística de sua casa. Casada com um empresário que ficou rico no ramo imobiliário, Etelvina nem de longe lembra aquela adolescente que viveu grandes dificuldades financeiras. Seu marido, como todo rico, é um sovina no trato com o dinheiro e Etelvina, inteligente que só ela, bem sabe driblar a sovinice do esposo. Sua tática é a seguinte: na frente dele ela é uma sovina também, discute cada centavo pago na mesa de um jantar no restaurante, questiona pedreiros e pintores na reforma do apartamento, não contrata sequer arquiteto para suas obras, Etelvina é a “arquiteta”, o que o marido adora. Na troca dos carros da família, Etelvina está sempre à frente apurando preços aqui e acolá, fazendo aquela média com o marido. Etelvina, em frente ao marido, é uma mulher comedida, sequer compra alguns pertences para ela. Em passeios o marido fala-lhe: - amor, leva uma coisinha para você. Etelvina de pronto responde: - estou precisando de nada não. O marido adora. Porém, pelas costas Etelvina se transforma em outra mulher. Seu lema é comprar, comprar, comprar e comprar, não sabe nem o que, só sabe que quer comprar. Armani, Louis Vuitton, Tommy Hilfiger, Versace, Carolina Herrera, Dolce & Gabbana, Pucci e Cavalli, todas estas marcas fazem parte da vida de Etelvina e de seus filhos. Etelvina compra, logo existe. O marido, como sói acontecer com os homens, nada percebe, afinal, Etelvina sabe como comprar

e o melhor, despistar as aquisições em excesso. Quando sai com os filhos, quase é preciso dois carros para trazer as compras, pois Etelvina não mede esforços para agradar seus filhos e sua volúpia pelo consumo. Até mesmo o marido anda etiquetado de cabo a rabo, só não tem a noção de quanto isto o custa, não tem ou não quer ter, fato que escapa ao conhecimento deste que vos fala. Etelvina vive com habilidade esta sua vida dupla, ao lado do marido uma defensora dos interesses financeiros da família, uma guerreira em favor do aumento do patrimônio; longe dele, uma perdulária contumaz entregue ao gasto desenfreado das etiquetas do mundo atual. Seu paraíso: os shoppings centers, preferencialmente, ao lado de suas filhas mulheres que também herdaram da mãe, o gosto pelas compras de alto valor. Etelvina, o marido e os filhos formam uma família feliz. Nelson Rodrigues dizia que “o dinheiro compra até mesmo, amor verdadeiro”. Meu caro leitor, não posso sequer fazer ilações sobre a veracidade do amor de Etelvina por seu esposo, o dinheiro como poderoso paliativo de nossas dores existenciais, às vezes, mascaram nossos sintomas, de maneira que como não sou psicanalista, nunca pude sindicar os sentimentos mais profundos de Etelvina. Superficialidades lá, superficialidades cá. Num dia desses, Etelvina foi ao shopping Iguatemi fazer compras, e após amealhar embrulhos e sacolas a vendedora a indagou: - Senhora qual será a forma de pagamento? Etelvina respondeu: - Cartão. Dois cartões, aliás, um que meu marido vê, e outro que ele não vê. Etelvina, além de tudo tinha o fino sentido de humor, afinal, a vida sem um sorriso não vale a pena. Sorrio, logo existo!


Petrópolis e as músicas inconvenientes nos ônibus O aspecto legal da indignação de “Gil Brother Away”

Oneir Vitor Guedes oneirvitor@hotmail.com

Oneir Vitor Guedes formou-se em direito pela Universidade Federal de Juiz de Fora e, atualmente, atua como advogado e consultor jurídico nas áreas cível e criminal, além de ser colunista do Três Rios Online.

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desbocado humorista Gil Brother, também conhecido como “Away de Petrópolis”, fez fama na MTV e atualmente é comentarista de um badalado canal da internet. Recentemente ele postou um vídeo intitulado “funk alto nos ônibus” e, com seu jeito politicamente incorreto, proferiu duras críticas àqueles que usam os celulares para tocar músicas impertinentes nos transportes coletivos. O vídeo teve quase um milhão de acessos e serviu de base para muitas outras manifestações indignadas de internautas de todo país. Por alguma razão, as pessoas mais desrespeitosas parecem ter escolhido o ônibus como local favorito para mostrarem ao mundo suas questionáveis preferências musicais. Em Petrópolis não é diferente. Mesmo com placas fixadas no interior dos coletivos informando que a utilização de aparelhos sonoros é proibida, ainda assim essa anarquia musical se tornou uma cena cotidiana. Tanto que em junho de 2011, uma petropolitana resolveu recorrer ao judiciário após discutir com um passageiro que se recusava a abaixar a música que tocava em seu celular. Infelizmente não existe uma lei federal específica sobre o assunto, mas esta conduta já é vedada por leis municipais em várias partes do país. A primeira cidade a tentar coibir esta prática foi São Paulo, quando, em 1965, entrou em vigor a lei nº 6.681, que proíbe o uso de qualquer aparelho sonoro no interior de transportes coletivos. Em Petrópolis, desde 2005 há uma regra parecida no artigo 16 do código de posturas municipal. Contudo, todos os municípios que aprovaram leis semelhantes não tiveram êxito em coibir esta conduta porque, em geral, os regulamentos municipais não são suficiente para garantir alguma forma de punição aos infratores. Com isso,

passageiros desprovidos de educação e trato social continuam a acabrunhar a todos com suas músicas inoportunas. O que pouca gente sabe é que o ato de ouvir música alta no celular durante uma viagem de ônibus pode caracterizar também uma contravenção penal, permitindo até mesmo que o motorista e os passageiros incomodados possam requisitar a força policial contra o infrator. Isto porque o artigo 42, inciso III, da lei de contravenções penais dispõe que “perturbar o trabalho ou o sossego alheios abusando de instrumentos sonoros ou sinais acústicos” é uma infração penal punida com 15 dias ou até três meses de prisão simples ou multa. Desse modo, se a música tocada no coletivo perturbar o trabalho do motorista e do cobrador, ou a tranquilidade dos demais passageiros, aquele que a toca está cometendo um delito previsto em lei e pode vir a ser punido por isso. E não é só! O artigo 61 da lei de contravenções penais prevê pena de multa para quem importunar aos outros de modo ofensivo ao pudor. Dessa forma, aqueles que costumam ouvir músicas com letras obscenas e de baixo calão (os famigerados “proibidões”), podem ser reprimidos com base neste dispositivo. Indo mais além, um delegado de polícia paraense chamado Valdir Freire defende que, em certas situações, esta conduta pode ser enquadrada no artigo 54 da lei dos crimes ambientais por caracterizar verdadeira poluição sonora. O mais curioso de toda esta história é que esta situação poderia ser resolvida de uma forma bem simples. Bastaria que essas pessoas tivessem um mínimo de civilidade e fizessem uso de um equipamento elaborado em 1958 pelo americano John Koss, o inventor do bom e velho fone de ouvido.

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OPINIÃO

Chuvas de mentira

Diante de um ano iníquo em obras e ações de prevenção e da iminência das novas chuvas de verão, as três instâncias de governo já têm uma estratégia pronta para enfrentar a tragédia nas áreas de risco.

Helder Caldeira helder@heldercaldeira.com.br

Helder Caldeira é escritor, articulista político, palestrante, conferencista, colunista do Três Rios Online e autor do livro “A 1ª Presidenta”, primeira obra publicada no Brasil sobre a trajetória política de Dilma Rousseff.

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o dia 13 de janeiro de 2011, a então recém-empossada presidente Dilma Rousseff ficou chocada ao sobrevoar a Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro e conferir a dimensão da tragédia provocada pelas fortes chuvas. Foi uma catástrofe. Naquele mesmo dia, em entrevista coletiva ao lado do governador Sérgio Cabral Filho, ela anunciou uma série de medidas a curto, médio e longo prazos. Até o momento, 95% do que foi prometido como ação imediata não foi cumprido, seja por conta da burocracia dos governos federal e estadual, seja pela corrupção avassaladora na administração dos municípios afetados. Na entrevista, Dilma foi muito clara, objetiva e direta: “O que aconteceu na região Serrana é um problema do governo federal de fazer uma política de saneamento e de habitação; é um problema do governo estadual de fazer a mesma política e de somar esforços conosco; e é um problema dos municípios de ordenar devidamente a ocupação do solo urbano. (...) Ninguém pode evitar a chuva, mas o que não está certo é que a gente diminua os efeitos dessa chuva. Essa é a nossa missão. (sic)” Como quase nada foi feito nos últimos 12 meses, é bem possível que o Palácio do Planalto tenha repensado os termos da culpabilidade e passado a acreditar que o problema é de São Pedro ou do superaquecimento global. Diante de um ano iníquo em obras e ações de prevenção e da iminência das novas chuvas de verão, as três instâncias de governo já tem uma estratégia pronta para enfrentar a tragédia nas áreas de

risco: fingir que não é com eles e dizer que nada podem fazer. O primeiro ato já foi encenado. No último dia 15 de dezembro, o governo escalou o então ministro da Ciência e Tecnologia e futuro ministro da Educação, Aloizio Mercadante (PT-SP), para ir ao Senado Federal e dar a seguinte declaração: “Morrerão pessoas neste verão. E nos próximos. Nós não temos um sistema capaz de impedir vítimas. O Brasil precisa entender que o clima mudou. Nós vamos ter inundações, vamos ter deslizamentos e vamos ter mortes. (...) Nós não queremos criar nenhum tipo de ilusão. Não temos como impedir especialmente deslizamentos. Não temos tradição, não temos mobilidade, não temos estrutura pra fazer isso. Então, nós estamos buscando criar essa consciência (sic).” Consciência?! O que temos fatidicamente são governos corruptos e que usam, de forma criminosa, o dinheiro do contribuinte brasileiro. São governantes incompetentes, sem qualquer compromisso com seu povo. As vítimas da tragédia nas cidades serranas estão entregues à própria sorte e até parece que, se não fosse o ministro Mercadante, ninguém saberia que muitos mais morrerão em meio à lama e tempestades. Aliás, conforme reza a cartilha da dona Dilma ao renomear a corrupção em simples malfeitos, o próprio ministro rebatizou a catástrofe como simples “extremo climático”. É mais fácil, simplista, diminui as responsabilidades do governo. É bem provável que, nessa toada, daqui algum tempo tenhamos apenas vítimas-fantasmas e chuvas de mentira.


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OPINIÃO

Menos politicamente, mais correto Nas desabridas manifestações de fervor “pela sociedade”, é comum assistir uma aceitação acrítica de qualquer fala aparentemente progressista, mesmo quando ela não o é.

Eduardo Jorge eduardojorge.com@gmail.com

É coordenador do curso de jornalismo da Universidade Estácio de Sá (Campus Petrópolis). Jornalista, mestre em ciência política

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elo que se vê na mídia, nas salas de aula ou num prosaico bate-papo na rua, o que não falta no mundo é gente bem intencionada. Parece bem fácil encontrar um número incontável de pessoas que trabalham pela defesa do meio ambiente, pelos direitos das crianças, dos idosos... Gente que combate o preconceito em qualquer nível. Ou a violência. Ou a injustiça. E ainda há os que se preocupam com a saúde, por uma vida saudável. Gente que fala em paz e igualdade... Parece haver por aí inúmeras legiões de bons samaritanos, com discursos elevados sobre questões fundamentais para as sociedades. Quando os ouvimos, o difícil parece ser encontrar alguém que se oponha a eles. Afinal, quem, em sã consciência, é capaz de defender abertamente a miséria ou a corrupção? Estamos, portanto, todos de acordo. Certo? Talvez não. Porque há idealistas, sinceros; e “idealistas”, simplesmente picaretas. Diferenciá-los apenas pelo que falam é bem difícil. Todos os discursos citam “inclusão”, “consciência social”, “cidadania”, “dignidade da pessoa humana” e outras expressões politicamente corretas. Parte deles, porém, é movida por interesses escusos ou pura demagogia. Não é o caso, porém, de falar sobre aquele movimento social organizado, aquele político ou aquela ONG. Menos ainda discutir boas intenções. E nem falar sobre quem enuncia estes discursos, bem ou mal intencionados. O questionamento, aqui, tem a ver com as intenções - e como elas são percebidas. Nas desabridas manifestações de fervor “pela sociedade”, é comum assistir uma aceitação acrítica de qualquer fala aparentemente progressista, mesmo quando ela não o é. Basta que seja politicamente correta. Mesmo que pesquisas superficiais ou

simplesmente os fatos desmintam as “denúncias” sobre um suposto “problema” social, o normal é que ninguém discuta: fala-se que um número N de brasileiros é vítima disto ou daquilo e simplesmente acreditamos. Diz-se que a causa de um determinado problema social tem origem no fator Y, e logo odiamos Y. Afirma-se que nossa sociedade sofre com um problema determinado e isto torna-se imediatamente uma verdade. Fala-se que Fulano é ou foi um defensor de causas sociais e passamos a amar Fulano. Não pensamos. Não queremos saber de onde vieram os dados de uma “denúncia”. Ou de quem fez. Ou como foi feita a pesquisa (quando existe uma) que chegou a resultados “alarmantes”. Rejeitamos a frieza dos números para abraçar o idealismo aparentemente bem intencionado de todos os discursos politicamente corretos. É uma reação natural. Afinal, no preto-branco maniqueísta do politicamente correto, queremos estar ao lado dos “bons” – sem nos darmos conta de que há “bons” apenas na aparência. Mesmo que seu discurso seja distorcido, exagerado, mal intencionado, criado por motivações politiqueiras, pelo interesse em verba pública, fruto de uma propaganda enganosa, sustentado por dados não constatados ou simplesmente mentirosos. Ao contrário do velho adágio, no mundo do politicamente correto, quem fala mais alto (e, portanto, mais se destaca na mídia) parece sempre ter razão. Nestes casos específicos, não vemos ou não queremos ver discursos que são apenas “politicamente” (no mau sentido da palavra) e nunca “corretos”. A história mostra que esse não é um bom caminho: há bastante tempo, as multidões que aplaudem tiranos não se constituem de outra forma.


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OPINIÃO

Dano material presumido A possibilidade de comprovação do dano material através da presunção relativa

David Elmôr david@elmorecorreaadv.com.br

David Elmôr é Advogado Criminalista, originário de uma das mais respeitáveis bancas de direito do Brasil (SAHIONE Advogados), Sócio Sênior do ELMÔR & CORRÊA Advogados

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m 2003, quando ainda militava nos quadros do Sahione Advogados, me deparei com um caso que versava sobre o “extravio definitivo de uma bagagem não registrada, causado por uma companhia aérea”. Logo, pairava uma dúvida: Se para indenização do dano material (perda dos bens) é necessário a sua estrita comprovação; como poderíamos valorar o conteúdo de uma bagagem não registrada? Para melhor entendimento desta questão, é importante ressaltar que, diferentemente do dano moral (não patrimonial, presumido, íntimo a personalidade e dispensa a prova do prejuízo), o dano material (patrimonial, economicamente avaliável) não pode ser presumido, exigindo-se assim, a comprovação do prejuízo suportado, para que seja realizada a reparação. Portanto, em casos análogos ao trazido à baila, o dano moral (dor, frustração, constrangimento, etc.) é incontestável, porque decorre do próprio fato (presume-se), e o dano material é indubitável, porque deriva da perda definitiva da bagagem (comprova-se). Contudo, imperativo se faz quantificar o prejuízo do conteúdo da mala, ou seja, de algo que não se pode pormenorizar (não comprovado), mas que se sabe que existe, daí a presunção relativa. Atualmente, é possível encontrar na jurisprudência uma grande quantidade de julgados acerca desta matéria, sendo que, a maioria propõe que, para se mensurar o dano material, é necessário que o julgador faça uma estimativa (razoabilidade e proporcionalidade), e, de acordo com o seu livre convencimento, arbitre um valor indenizatório, observando a condição social e econômica do envolvido (o que uma pessoa de tal padrão aquisitivo teria consigo em sua bagagem). A “regra de arbitramento por estimativa” nos parece evasiva para se encontrar o valor do dano material relativamente presumido, pois, sua aplicação pode gerar uma violação ao princípio da igualdade.

O CDC (Código de Defesa do Consumidor) é a lei específica e exclusiva para esta matéria, assim, nesta seara, nenhuma outra lei poderá se sobrepor ou subsistir. Logo, é por isso que o Poder Judiciário afasta os argumentos das companhias aéreas, quando realizam suas defesas com esteio em outras legislações que lhes são mais favoráveis (Convenções de Varsóvia e Montreal, Código Brasileiro de Aeronáutica, etc.). No entanto, o CDC não trás instrumentos que possibilitem a valoração do prejuízo nestes casos. Desta forma, outra legislação pode coexistir com o CDC, especialmente, nos pontos em que não haja incompatibilidade, em respeito a uma regra de hermenêutica denominada “diálogo das fontes”. A Convenção de Varsóvia possui uma tabela denominada “responsabilidade tarifada” (ex. a empresa paga ‘x’ dólares por kg de bagagem; ou, ‘y’ dólares por pessoa), com a intenção de limitar a obrigação das companhias aéreas em casos de indenização por perda de bagagem, inclusive, no que diz respeito às bagagens registradas (conteúdo comprovado e quantificado), o que é impedido pelo CDC. Todavia, no que diz respeito às bagagens não registradas, extraviadas em definitivo, resta indispensável à aplicação subsidiária da Convenção de Varsóvia ao CDC, com a finalidade de se empregar parâmetros (responsabilidade tarifada) à valoração do dano material presumido (quantificação do conteúdo não comprovado). Por derradeiro, insta salientar, que quando desenvolvi esta tese, aqui singelamente abordada, a tratava como “dano material tácito”. Recentemente, a matéria foi alvo de debate em um seminário de direito do consumidor, ocasião em que o ministro Paulo de Tarso Sanseverino, do Superior Tribunal de Justiça, sugeriu-me a denominação “dano material presumido”, que, como pode ser observado, foi acatada de imediato.


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THIAGO LISBOA

LAZER

No embalo da noite POR ALINE RICKLY

Bares, restaurantes e boates reúnem jovens em Itaipava. Saiba o que adolescentes e adultos procuram quando resolvem sair à noite. O que eles mais curtem e o que destacam como deficiência no que é oferecido pelo distrito mais agitado de Petrópolis.

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rabalho, escola, faculdade, responsabilidades, assuntos que ficam por conta do dia a dia, desgastam os ânimos, causam estresses físicos e psicológicos. Para sair da rotina, nada melhor que uma noite com boa música e gente bonita. Para os jovens que procuram algo diferente, as opções são tentadoras. Itaipava é um polo de entretenimento em Petrópolis que concentra 60 bares e restaurantes, além de quatro boates. Esses estabelecimentos investem na programação diversificada a fim de atrair o público. A expectativa, de acordo com a gerente executiva do Petrópolis Convention &Visitors Bureau, Márcia de Paula, é que o número de bares e restaurantes aumen16

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te na região. “Petrópolis é o quinto maior polo de gastronomia do estado e em Itaipava a procura por esses segmentos está se tornando cada vez maior”, disse. A garotada sai à procura de diversão e de confraternização. O objetivo quase sempre é o mesmo: rir com os amigos, conversar, dançar e degustar um bom vinho ou bons drinks. Marcelus Fassano, 40, é proprietário de uma casa noturna badalada na região. Ele afirma que é o conjunto de ações que encanta o público. A boate atrai mais de 1.700 pessoas por fim de semana numa faixa etária entre 18 a 35 anos. “A gente se reinventa, reciclando e trazendo coisas novas. Em oito anos fizemos oito obras, para tentar melhorar. Não estamos pa-

“Petrópolis é o quinto maior polo de gastronomia do estado e em Itaipava a procura por esses segmentos está se tornando cada vez maior”, gerente executiva do Petrópolis Convention & Visitors Bureau, Márcia de Paula.

rados no tempo”, comentou. Para Marcelus, os petropolitanos estão criando o hábito de sair mais, mas a casa também recebe muita gente de fora.


“A gente se reinventa, reciclando e trazendo coisas novas. Em oito anos fizemos oito obras, para tentar melhorar. Não estamos parados no tempo”, proprietário de uma casa noturna em Itaipava, Marcelus Fassano.

“Nos feriados, 50% a 60% da clientela vem de outras cidades”. Para quem só quer sair com os amigos, comer uma pizza é uma ótima opção. Itaipava reúne algumas pizzarias, mas apenas uma funciona com rodízio. Segundo o gerente, Bruno Reis, 28, o preço fechado é o atrativo para os jovens. Na pizzaria, o consumidor paga pelo rodízio e tem a liberdade de beber refrigerantes, água, sucos e chá sem custo adicional. “Nosso maior movimento é de quinta a domingo, mas funcionamos todos os dias. Nos finais de semana mais de 450 jovens passam por aqui”. O preço acessível faz com que o lugar seja bastante procurado. “Reunimos todas as classes sociais”, ressalta Bruno. O forte da casa são os adolescentes de 12 a 19 anos, o que não descarta a grande presença de pessoas de outras idades. Luiz Gustavo Mariano de Souza, 22, procura um lugar para ouvir música sem muita badalação para que possa bater

ARQUIVO PESSOAL

JOÃO RASTA O artista plástico inovou a ideia de bar em Itaipava

DIVULGAÇÃO

DIVULGAÇÃO

BARZINHO Música e boa bebida tornam o clima agradável para aproveitar a noite

papo com os colegas. Já o estudante de jornalismo, Pedro Mello, 24, mora no Rio, mas tem residência em Araras e gosta de frequentar casa de vinhos e barzinhos. “Não acho que falta nada em relação ao entretenimento em Itaipava. Os lugares que costumo ir me atendem perfeitamente”, declarou. Letícia Abreu, 22, é petropolitana, mas mora na capital fluminense. Quando vai para o 3º distrito, não encontra muita opção para sair à noite. “Na capital sempre acontecem festas que atendem a todos os gostos e estilos e acredito que é isso que falta em Itaipava. Quando subo, busco algo mais tranquilo, como barzinhos com música ao vivo”, observou. E quando se fala em música ao vivo os bares dão um show de apresentação. As proprietárias de um restaurante, Maria Inês de Castro e Claúdia Monteiro, destacam que o que chama os jovens é a música. “Investimos em bandas de rock, forró, sertanejo e assim conquistamos um público que chega a mil pessoas por fim de semana”, enfatiza Maria Inês. O local atrai homens e mulheres entre 20 a 50 anos de idade. A boa música e a bebida a preços acessíveis são os destaques da casa noturna. Marcelo Florêncio é dono de um restaurante renomado em Itaipava. Ele acredita que a boa comida e um ambiente agradável fazem com que o lugar seja procurado. “Os dias de maior movimento, com certeza, são sexta, sábado e domingo. Mas na quinta temos música ao vivo, geralmente com Jazz, Bossa Nova e MPB que estimulam a vinda dos clientes”, esclarece.

RODÍZIO Os clientes consomem a bebida sem pagar mais

Kenny Pavelka, 23, é baladeiro de plantão e explica que no 3º distrito tem muitos lugares bons. “Para quem só quer fazer uma social com os amigos, tem casas de vinhos e bares que possibilitam sentar e passar a noite com uma boa conversa. Além disso, têm as boates. Algumas com programações diferentes, outras só tocam música eletrônica. Tem também as que investem mais no funk. Só sinto falta é de uma boa choperia com bastante espaço”, diz. Alguns empreendedores resolveram inovar na programação. O artista plástico João Fernandes de Oliveira Pinto, 46, é um deles. Oriundo de Búzios, resolveu montar um negócio diferenciado na região. Seu bar atende uma faixa etária variada. Também conhecido como João Rasta, trabalha sozinho, escolhe o repertório das canções, recita poesia no meio da noite e distribui amendoim e pipoca gratuitamente. “Música clássica, brasileira e rock são as preferidas. Meus fregueses são os que gostam desses estilos e de um bom lugar para beber”, afirmou. Seja para badalar, aproveitar um jantar a dois ou até mesmo desfrutar da companhia dos amigos, o que não falta é opção para curtir a noite em um dos pontos mais movimentados da serra fluminense. Petrópolis

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MODA

Tendência petropolitana no verão 2012 POR ALINE RICKLY

FOTOS REVISTA ON

Branco é a cor da estação. Azul é a cor da moda

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temperatura subiu e as lojas apostam nos modelos de roupas da estação. Estilo leve e despojado, cores fortes em contraste com os tons pastel e muitas rendas irão marcar o verão 2012 na cidade. No dia 21 de dezembro, começou a estação mais quente do ano. Porém, antes mesmo do verão se apresentar oficialmente, chegaram às vitrines petropolitanas as principais apostas de looks que estão esquentando a temporada. Nesta época do ano, as ruas são tomadas por cores fortes e estampas coloridas que divertem as combinações e deixam um tom de alegria no ar. Segundo a estilista Bruna Pinheiro, as 18

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“A sensação é o estilo ‘color block’, que são as misturas de cores vibrantes numa mesma produção”, estilista Bruna Pinheiro

cores em destaque neste período são: turquesa, amarelo, rosa pink, laranja e azul. “A sensação é o estilo ‘color block’, que são as misturas de cores vibrantes numa mesma produção”, diz. Roupas florais remetendo ao tropicalismo brasileiro também estão em alta. Tanto o “liberty” (as flores miúdas) que

dão um aspecto de romantismo, quanto as flores maiores, prometem sucesso na estação. E para quem achou que o xadrez sairia das vitrines, a estilista garante que está presente no modo color block. Para uma boa produção, nada melhor que abusar dos acessórios. Investir em pulseiras de várias cores, trançadas, de linhas e de couro. O tom pastel é o ponto alto das peças que complementam o visual. A curiosidade são as penas para usar no cabelo, principalmente em tons turquesa e coral. Nos pés, as rasteirinhas e sapatilhas continuam na moda. A novidade com relação aos calçados fica por conta da volta do mocassim e das espadrilles (salto de corda).


Para o verão 2012, a Rua Teresa investe no tema “Houve uma vez verão”. Vários estilos voltam à moda, como a onda hippie, que surgiu no fim dos anos 60, com o lema “paz e amor” e a inspiração em festivais de música, também detectada como influenciadora no modo de se vestir. Denise Fiorini é proprietária de uma loja e conta sobre o que a sua marca apresenta no verão. “Entre os destaques está a volta da pantalona, saias longas e roupas em laise”, comenta. Mas as vitrines vão mais a fundo e

CORDA Acessórios deste material estão presentes na estação

MODA PETROPOLITANA 2012 Sapatos Mocassim estão de volta neste verão

resgatam também os coletes de couro, os maxi vestidos, macaquinhos, decotes bordados, golas divertidas, crochê e bordado inglês. O minimalismo também é uma tendência para a estação, linhas secas e alongadas, tecidos fluidos e formas ajustadas ao corpo permitem a mistura entre cores neutras e vibrantes assim como os vestidos midi e as blusas retas. De fato o que está mesmo fazendo sucesso nas ruas são as rendas coloridas. Elas prometem arrasar durante todo o verão em diversas formas como coletes, blusas, calças “cropped”, em detalhes de manga, aplicação em peças ou simplesmente para usar como sobreposição a um modelo. “E ainda aparecem em shorts, saias e vestidos fazendo a brincadeira da transparência”, comenta a estilista Bruna.

Moda é destaque na economia petropolitana O Polo de Moda de Petrópolis é composto, atualmente, por 800 indústrias formais que, juntas, produzem 100 milhões de peças por ano e representam 14% do PIB petropolitano. São mais de 40 mil empregos diretos e indiretos em toda a cadeia produtiva, da fabricação até a comercialização de roupas e acessórios. Como forma de divulgar a marca conjunta e ampliar sua visibilidade, o Polo de Petrópolis sempre participa de todas as bolsas de negócio integradas ao Fashion Rio. É a chance de fechar vendas diretas e ampliar a rede de contatos.

Petrópolis

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EDUCAÇÃO

O segundo tempo na escola POR JOSÉ ÂNGELO COSTA

FOTOS REVISTA ON

Saiba o que mudou na vida dos alunos das escolas públicas de Petrópolis, após a implantação do programa

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riado em 2007 pelo Governo Federal, o programa Mais Educação surgiu com a proposta de aumentar o tempo de permanência dos alunos do ensino fundamental dentro das escolas públicas do país, por meio de atividades extracurriculares que possibilitem melhorar a qualidade dos estudantes no cenário educacional. Em Petrópolis, essa proposta foi implantada em 2010, quando foram investidos R$ 2,5 milhões, recurso do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Atualmente, pelo menos 64 colégios da rede municipal estão integrados ao projeto que vem demonstrando aos jovens uma visão diferenciada do ambiente escolar. A Escola Municipal Stefan Zweig, localizada na Rua Sergipe, no bairro Qui-

“Sinto que ela dominou o espaço de popularidade e nós tiramos isso pela própria vida. Quem não sabe trabalhar em conjunto não tem condições de prosseguir. Há uma preocupação em ser boa aluna, mas a timidez incomodava”, técnica em contabilidade, Josiane de Jesus Amaral 20

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tandinha aderiu ao sistema. Para a diretora da instituição, Eliane Sandra de Souza Martins Fontes, os benefícios são visíveis, pois as crianças demonstram mais interesse e respeito pelo ambiente de ensino e querem cada vez mais permanecer no colégio. Por ser a responsável pela administração do local, Eliane tem uma visão ampla de comportamento dos estudantes e por isso, é mais fácil identificar o que realmente mudou na vida de cada um deles. “Notamos vantagens na disciplina, nas regras e nos limites dos alunos e, aqueles que por ventura eram agitados, estão mais voltados para o programa agora”, afirma. O colégio recebeu ainda o “Segundo Tempo”, que funciona em conjunto com o Mais Educação. Ele serve para incentivar a prática do esporte e do lazer. Nele, são realizadas aulas gratuitas de futebol, futsal, handebol, tênis de mesa, judô, karatê, ginástica, capoeira. O objetivo é ocupar a criançada com atividades lúdicas afastando-as das ruas e do chamado risco social. Os pais também revelam o que de fato mudou no dia a dia dos filhos. “É bom para a minha filha porque ela passa o tempo todo na escola. Só consigo vê-la de manhã e à noite”, comenta Dalva Tavares Faustino. De acordo com a empregada doméstica, a menina, de 13 anos, participa de um grupo formado através das oficinas de dança e atualmente está se dedicando mais ao aprendizado, além de se desinibir. “A timidez acabou, porém, faz muita bagunça. E gostei da iniciativa e ela curte também”.

A técnica em contabilidade Josiane de Jesus Amaral e o marido, perceberam as dificuldades da filha em se relacionar com os outros. “Minha filha fez terapia e saiu logo em seguida. Depois, ela ficou muito comprometida e interessada no projeto.

DIRETORA Eliane Sandra de Souza diz já notar os benefícios proporcionados pelo programa aos alunos da escola

Está mais firme para fazer as coisas”, relata a mãe. A dedicação com as aulas de dança fez com que a garota se integrasse ao grupo, tornando-a mais aceitável entre os amiginhos de classe. “Sinto que ela dominou o espaço de popularidade e nós tiramos isso pela própria vida. Quem não sabe trabalhar em conjunto não tem condições de prosseguir. Há uma preocupação em ser boa aluna, mas a timidez incomodava”, conta. Para Josiane, a principal vantagem é que a filha alcançou a felicidade obtendo


ATIVIDADES Alunos da Escola Stefan Zweig participam da aula de dança oferecida pelo Mais Educação

um crescimento pessoal e entendendo que a escola é um local agradável e atraente. “Acredito que esteja mais independente e estuda por conta própria, sem precisar de nossa ajuda. Achávamos que o rendimento iria cair, mas no caso dela, sempre foi estudiosa e isso agora diversificou”, diz, acrescentando que o colégio em si não é apenas uma troca de conteúdos e sim um espaço que descobre talentos e amplia o perfil pedagógico. “Ela está feliz dentro do programa e isso interfere na disposição de aprender. Por fim, está captando, entendendo mais as coisas”, salienta a contadora.

APRENDIZADO Uma das atividades do programa é a aula de promoção da saúde, que também foi escolhida pelo colégio

Coordenação do programa

Na avaliação da coordenadora do Mais Educação na cidade, Fernanda Planz, os últimos relatórios enviados pelos monitores apontam para uma significativa melhora no desempenho das

crianças. Principalmente, pela integração e valorização do ensino. “São jovens que estariam na rua ou em casa sem assistência de um adulto”, argumenta. Outro benefício é que as atividades realizadas no tempo ocioso trarão mais tranquilidade para as famílias. “Além de proporcionar o desenvolvimento educacional, contribui ainda para o bem estar do aluno que está em segurança e com alimentação de qualidade”, explica. De acordo com Fernanda, não é apenas no espaço escolar que as ações são realizadas, pois os estudantes podem desfrutar de outras áreas comunitárias como clubes, igrejas, associações de moradores e até mesmo teatros, além de praças e museus da cidade. “Pode-se fazer, por exemplo, uma aula passeio. Tem judô e futebol. Tudo isso, traz uma visão mais ampla de educação”, acredita Planz. Ainda de acordo com ela, atualmente 11 mil alunos são beneficiados com o programa no município. “Isso representa a oportunidade dos meninos atuarem nos cursos em que a família não poderiam pagar por fora”, acrescenta.

COORDENADORA Fernanda Planz acredita que o programa está sendo bem aceito nas escolas da rede municipal

o programa necessita de mais tempo para se adaptar nas instituições de ensino fundamental. Só assim, segundo ela, poderá se fazer uma análise mais precisa sobre as reais condições de estudo. “Vem uma

Especialista

Formada pela UCP (Universidade Católica de Petrópolis), a pedagoga Simone Malheiros acredita que o Mais Educação possa melhorar a qualidade de vida dos estudantes no que diz respeito à socialização e o comportamento. Entretanto, ainda é muito cedo para diagnosticar se há vantagens quanto ao conhecimento das matérias lecionadas. “O primeiro passo já foi dado, mas as ocorrências neste setor são muito lentas. Ainda não colhemos frutos com o aprendizado em matemática, por exemplo. Tem que se trabalhar mais esta questão com os alunos”. Além disso, a especialista aponta outras dificuldades do projeto. “O que dificulta mais são as condições das oficinas pedagógicas porque elas esbarram no problema em se trabalhar com jovens de idades distintas. O detalhe é o profissional saber lidar com essas diferenças”, explica. A pedagoga enfatiza que apesar de alguns adolescentes terem apresentado uma melhora na forma de se comportar,

“O primeiro passo já foi dado, mas as coisas neste setor são muito lentas. Ainda não colhemos frutos com o aprendizado em matemática, por exemplo. Tem que se trabalhar mais esta questão com os alunos”, pedagoga, Simone Malheiros

verba de pagamento para os funcionários, mas o valor é muito pequeno e isso acaba prejudicando o trabalho, pois estas pessoas acabam se desinteressando por ele. Algumas escolas estão com o Mais Educação há um ano. No começo elas não tinham espaço físico. Tudo isso atrapalhou um pouco, porém, tivemos uma evolução. Acho que, em longo prazo, vamos ter resultados melhores”. Petrópolis

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EDUCAÇÃO

O que você vai ser quando

crescer? POR ALINE RICKLY

FOTOS ARQUIVO PESSOAL

Esta é a pergunta que assusta milhares de jovens no pré-vestibular. Muitos ainda não escolheram a profissão e sofrem a pressão de todos os lados na hora de optar pela atividade que vai exercer por toda a vida. Escolher uma profissão é um tema bastante complexo, pois envolve muitos valores e, frequentemente, gera diversos conflitos. Afinal, deve proporcionar prazer, dinheiro ou status na sociedade?

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ovens entre 17 e 18 anos. Esta é a faixa etária que os alunos geralmente concluem o ensino médio e partem para decidir o que serão quando crescerem. Meninos e meninas na correria do vestibular, um ano de muita pressão, muitos estudos e concentração. Alguns não passam de primeira e têm que tentar de novo, e de novo, até conseguir. Será que esta é a hora certa para decidir a profissão que vai exercer para sempre? De acordo com o MEC (Ministério da Educação), só em 2011, foram mais de 6 milhões de inscrições no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Para a psicóloga Letícia Rinaldi, 38, a primeira medida a ser tomada deve ser a orientação vocacional e, depois disso, a escolha do curso. Já para o psicólogo 22

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De acordo com o MEC, o Enem de 2011 registrou mais de 6 milhões de inscrições Alex Ramos, 30, esta é uma fase em que os jovens não possuem certeza absoluta do curso para o qual se inscreverá. “Muitas pessoas sequer conhecem a fundo as áreas para as quais são aprovadas, portanto, é bastante frequente que os calouros universitários migrem para outros cursos”, explica ele. Alex acrescenta que dificilmente existirá uma forma milagrosa para saber qual é a melhor profissão e a mais perfeita para

cada indivíduo. “O sucesso profissional não é o resultado de uma equação de matemática, mas algo muito mais complexo e sujeito a infindáveis interferências. O melhor que o vestibulando pode fazer é escolher um curso que tenha afinidade com suas habilidades pessoais. Por exemplo, se tem mais facilidade para lidar com a lógica dos números ou com a subjetividade da filosofia e avaliar os seus interesses, se gosta de atividades ao ar livre, de trabalhar sozinho ou em grupo. Há pessoas que se sentem inseguras em relação à qual profissão se dedicar e, para isso, pode ser útil participar das sessões de orientação com especialistas da área, na qual existem diversas formas de orientar e, em geral, contribuem para que o estudante perceba melhor e consiga fazer uma


O psicólogo Alex Ramos acredita que muitas pessoas nem conhecem as áreas para as quais são aprovadas no vestibular escolha consciente”, conclui o psicólogo. A estudante petropolitana Thaís Mello Borges, 19, concluiu o ensino médio em 2011 e se baseou nas matérias que melhor se destacava na escola, quando resolveu selecionar a área de direito. “Para ter certeza na escolha do curso, pesquisei sobre a carreira, remuneração e o estilo de vida. Acho que é muito importante ter uma rotina agradável e trabalhar naquilo que realmente gosto”, disse. Thaís estudou em um colégio preparatório para o vestibular com carga horária integral, com intervalo de duas horas para o almoço. “Quando chegava em casa, aproveitava para descansar”, conta. A aluna afirma sofrer pressão dela mesma quando o assunto é passar para uma boa faculdade. “Meu pai sempre me mostrou o caminho para ter sucesso na vida, incluindo o modo correto de estudar, com dedicação, foco e persistência, mas ele nunca me obrigou a nada. Eu demorei um pouco a seguir este rumo, mas agora levo a sério. A pressão que me coloco é devido à concorrência para entrar em uma universidade públi-

VESTIBULANDO A não ser em vésperas de provas, Caio não deixa de sair para estudar

TURMA Caio com os colegas da escola que também prestaram vestibular

ca”, garante. Para conquistar um sonho é necessário abrir mão de algumas coisas. Thaís explica que deixava de sair para estudar. “Festas, barzinhos e sociais com os amigos têm todo fim de semana, portanto, não é sacrifício passar este tempo estudando para o vestibular, pelo contrário, eu estudo com prazer”, revela. Em relação ao namoro, a jovem destaca que é possível conciliar, mas que deve existir compreensão da necessidade de estudar. “Estudo não é traição, você apenas está cuidando do futuro que deseja viver”, enfatiza. Caio Reis Mattos, 17, diz que não deixa de sair, exceto em vésperas de provas e simulados, mas acredita que é necessário saber dosar as coisas. Ele pretende cursar engenharia de petróleo e só chegou a essa conclusão depois de constatar as oportunidades de inserção no mercado de trabalho, além da remuneração. “Durante o ano de 2011 defini um número mínimo de horas de estudo por dia, que foi de três horas. A partir daí tentei manter as matérias em dia, reforçando o que foi dado na aula pela manhã e dando atenção especial ao que eu julgava ser importante”, contou. O jovem também sonha em passar para uma universidade pública. A UFF (Universidade Federal Fluminense) e a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) são as favoritas. O aluno diz que não sofre pressão dos pais, a não ser a cobrança normal em relação a boas notas, bons desempenhos e esforço. Para se sentir mais preparado, Caio fez curso de inglês, aulas

JOVEM Thaís Borges consegue conciliar o namoro com os estudos

extras de humanidades, como história, geografia e filosofia e também de redação. O professor de português e literatura do ensino médio, Leandro Magrani, 28, dá aulas em escolas de Três Rios e Petrópolis. Leandro explica que o vestibular é uma etapa decisória na vida de muitos que se sujeitam a passar por ele. “Decisória porque pode fazer com que o indivíduo mude sua vida em todos os sentidos, principalmente na parte profissional. É dever do professor ter cautela ao trabalhar com seus alunos para que estes separem a responsabilidade nos estudos das possíveis frustrações. É o corpo docente que aponta os caminhos para os alunos e também indica algumas adversidades, uma delas, a reprovação no vestibular, assim como os incentiva a serem determinados, que Petrópolis

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EDUCAÇÃO

tenham compromisso com os estudos. No entanto, também é fundamental que o professor mostre ao aluno que é indispensável ser paciente e reconhecer que os erros são apenas vírgulas e não pontos finais”, esclarece. Seguindo ainda a posição de Leandro, as últimas décadas tornaram a vida midiática e imediatista, o que dificulta, pois, a reflexão nos dias atuais tornou-se uma situação supérflua e isso impõe ainda mais desafios ao profissional que ensina. Mas é necessário a adequação aos meios. “Tendo a tecnologia como suporte, o professor pode fazer com que os alunos se interessem ainda mais pelos estudos. Cativar os estudantes nunca foi uma missão fácil e, por isso, é preciso determinação para conseguir alcançar este objetivo”, complementa. A pedagoga, Cristiane Manzini, 37, concorda com Leandro e adverte sobre a necessidade do aluno possuir interesse nos estudos. “É importante que ele veja esta atitude como parte de sua vida. Em função do excesso de informações, facilmente encontrado na internet, jornal, TV ou revista, a escola precisa despertar, nos jovens da atualidade, o desejo de aprender. Isto não se inicia no ensino médio, mas nas séries iniciais. O professor pode e deve incentivar os alunos a pesquisarem assuntos do dia a dia, do seu interesse e mostrar, de forma lúdica, a importância disso”, adverte. Yuri Soares, 17, também terminou o ANA CLARA SILVEIRA

PROFESSOR Leandro Magrani com os alunos petropolitanos

ESTUDANTE Julia Silveira completou o ensino médio em 2011 e pretende cursar biomedicina 24

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ensino médio em 2011 e está prestando vestibular para o curso de ciência da computação. “Não foi uma escolha fácil, desde o início de 2011, venho considerando outras opções como física e engenharia, mas com o tempo decidi por ciência da computação”. Yuri prestou vestibular para UFF, UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora), além das que aderem ao Enem, como a UFRJ. “O mais conveniente seria estudar em Juiz de Fora, por ser uma cidade próxima”, destacou. O jovem não sofre pressão dos pais. “Muitas vezes a pressão vem de nós mesmos. As incertezas, angústias e renúncias da vida de um vestibulando são alguns fatores que nos gera cobrança”. Júlia do Carmo Silveira, 17, escolheu a área de biomedicina e partiu do princípio de que gosta das matérias relacionadas ao curso. “Estudo, em média, duas horas por dia, além das aulas no colégio. Para a Universidade de Petrópolis já passei em primeiro lugar, mas ainda estou tentando a UFF, a UNIRIO (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro) e UFRJ; com preferência pela última”. A jovem afirma não sofrer pressão dos pais em relação aos estudos. A mãe, Silvia Vilela do Carmo Silveira, 45, se considera fora dos padrões por não cobrar dos filhos que se dediquem na escola. “A Julia foi muito empenhada, se dedicou, se esforçou ao longo do ano e não só no período que antecedia às provas. Eu cheguei ao ponto de pedir até que ela parasse de estudar um pouco para descansar. O importante é que ela alcançou bons

Segundo o professor Leandro Magrani, é o corpo docente que indica os caminhos para os alunos e, também, algumas adversidades, dentre elas, a reprovação no vestibular resultados no Enem e já foi aprovada para uma faculdade”, disse. Luciana Manzini é formada em psicopedagogia diferencial pela Puc-Rio. Ela acredita que os alunos devem intercalar os estudos com atividades que tragam prazer. “É importante ver que o vestibular é apenas um caminho para a escolha profissional e, caso o aluno não passe na primeira vez, ele poderá refazer num outro momento”. Luciana explica que a maturidade é essencial e auxilia na escolha da profissão e que o papel dos pais é fundamental neste período em que o aluno está prestando vestibular. “Os pais devem dar todo o apoio que o filho necessitar. É preciso respeitá-lo quanto à escolha que fez e não deixar que ele fique somente ligado à prova. É necessário tirar o foco do estudo em alguns momentos, para que ele busque outras atividades também. O estudante deve passar pelo momento do vestibular como mais uma etapa e não parar a vida, porque está se dedicando somente ao vestibular”, alerta.


Petr贸polis

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TURISMO

DIOGO CHAZAN

História para fugir do

verão

POR ALINE RICKLY

Sol, termômetros próximos dos 40 ºC. Esse é o clima da estação mais quente do ano. Para os que preferem algo mais ameno e sem o tumulto dos grandes centros, podem encontrar, na Cidade Imperial, o oásis perfeito para amenizar o calor neste início de ano.

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etrópolis é conhecida pelo clima agradável e por atrativos históricos e turísticos, além de ser um local que aproxima os visitantes da natureza com trilhas ecológicas, cachoeiras e caminhadas. A cidade pacata proporciona tranquilidade e é uma boa opção para se abrigar do calor e da agitação dos grandes centros. De acordo com o diretor de turismo de Petrópolis, Aníbal Duarte, 70% dos visitantes vêm do Rio de Janeiro, mas também há uma boa parte de Minas Gerais. “Se o tempo está chuvoso, as pessoas preferem optar pela serra, embora esta seja uma questão pessoal”, disse. Aníbal revelou que, na cidade, existem 38 atrativos, entre o centro histórico e os circuitos eco rurais. Segundo dados da FCTP (Fundação de Cultura e Turismo de Petrópolis), ao longo do ano de 2010, o Museu Imperial bateu recorde de visitação ao registrar pouco mais de 301 mil turistas, seguido da Casa 26

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de Santos Dumont com 129 mil, do Palácio de Cristal, com 76 mil e da Casa do Colono, com 31 mil. Aníbal citou, ainda, como opção para os turistas, a Catedral São Pedro de Alcântara que, agora, possibilita visitação à torre, além do Parnaso (Parque Nacional Serra dos Órgãos). “Outros pontos que indico são o Palácio Rio Negro, também conhecido como Palácio dos Presidentes, o Hotel Quitandinha, a Casa de Claúdio de Souza, o novato Museu de Cera, a Casa da Ipiranga também conhecida como Casa dos Sete Erros e o Theatro dom Pedro”, recomendou. Para a turismóloga Rachel Wider, 21, não há como não se entregar ao charme do Museu Imperial e se emocionar com a história que o envolve. “Suas origens remetem à passagem do imperador d. Pedro I pela Serra a caminho de Minas Gerais. Cativado com a paisagem e o clima, resolveu comprar a então Fazenda do Córrego Seco, com a pretensão de

Setenta por cento dos visitantes vêm do Rio de Janeiro e uma boa parte de Minas Gerais, revelou o diretor de turismo, Aníbal Duarte. construir um palácio de verão, porém não conseguiu concretizar seu sonho. Anos mais tarde, d. Pedro II resolveu dar início à construção de um palacete neoclássico, que serviu como residência durante o período da estação mais quente do ano. Sua decoração está preservada, com pisos em pedras nobres, candelabros e mobília, o que dá a impressão de estar visitando realmente o lar de d. Pedro II”, enfatiza. E por falar em história, Rachel também


ALEXANDRE PEIXOTO

CATEDRAL Agora é possível visitar a torre da Catedral

Carmem Miranda, Walt Disney, Getúlio Vargas e Evita Péron” conta Rachel. Rachel também fala sobre o Palácio Rio Negro, situado na av. Koeler, utilizado por muitos presidentes da república, trazendo, no seu interior, a história pós-monarquia. “Não podemos esquecer o mais novo atrativo turístico da cidade, o Museu de Cera, onde as pessoas podem conferir estátuas incrivelmente reais, que trazem personagens desde d. Pedro II até Einstein, além de personagens de filmes, como Batman”, ressaltou. Em março, será inaugurado o complexo turístico Bohemia, que disponibilizará

Para Elisângela Silveira, esta é uma boa época para fugir do calor do Rio e aproveitar para conhecer um pouco mais da cidade

ALEXANDRE PEIXOTO

cita a Casa de Santos Dumont. “Encantadora, como diz o nome, ‘A encantada’ foi construída em 1918, no estilo de um chalé, com detalhes curiosos, frutos das invenções de Santos Dumont. Ela possui três andares e um terraço. No primeiro andar fica um porão que era usado como oficina. No segundo, uma sala de jantar com biblioteca e estúdio e, por último, o quarto e o banheiro. Uma das curiosidades é o chuveiro de água quente, único do Brasil na época, aquecido à álcool, feito com um balde perfurado e dividido ao meio, que os visitantes podem conferir e aproveitar para aprender um pouco mais sobre o pai da aviação”. “Os turistas também não podem deixar de visitar a Catedral de São Pedro de Alcântara, cuja construção demorou mais de 37 anos para ser finalizada. Outro ponto é o Palácio de Cristal, encomendado pelo conde d’Eu para presentear à princesa Isabel onde realizaram exposições de flores e pássaros. Já a Casa do Colono traz outro aspecto da história da cidade, enfatizando a colonização alemã. Sem falar no Palácio Quitandinha, que abrigou o maior cassino da América Latina. Construído em 1944 em estilo normando-francês, é dividido em seis andares, com 440 apartamentos e 13 grandes salões com até dez metros de altura. Tem como destaque a cúpula do Salão Mauá, segunda maior do mundo, com 30m de altura e 50m de diâmetro. Um detalhe curioso é que em sua construção foi usada uma grande quantidade da areia de Copacabana. O Quitandinha já hospedou grandes nomes como

MUSEU IMPERIAL Ponto mais visitado pelos turistas em Petrópolis

restaurantes, proporcionará ao turista o acompanhamento da fabricação da cerveja e, ainda, contará com um espaço destinado a show room, o que proporcionará interatividade com os visitantes. “Acredito que esta iniciativa vai alavancar ainda mais o turismo da cidade”, destaca Aníbal. A professora carioca Elisângela Silveira, 36, não é adepta ao inverno petropolitano, mas sempre aproveita o verão para conhecer coisas novas e se hospedar na cidade. Para janeiro, ela tem planos de conhecer o Palácio de Cristal e o Hotel Quitandinha. “Esta é uma boa época para fugir do calor do Rio e aproveitar para apreciar um pouco mais a cidade que eu adoro. Já conheço o Museu Imperial, a Praça 14 Bis, a Casa de Santos Dumont e o Relógio das Flores”, contabiliza. Para este ano, a expectativa de turistas para o Museu Imperial é grande, conforme explica a assessoria de imprensa. Segundo ela, o mês de janeiro é um dos Petrópolis

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PONTO TURÍSTICO O Palácio de cristal foi um presente do Conde d’Eu para a Princesa Isabel

melhores em visitação por estar em um período de férias escolares. A assessora Rosane Freitas destaca as exposições permanentes nas salas do Palácio Imperial como os principais atrativos. “O carro chefe é a coroa imperial de d. Pedro II. As novidades para 2012 são a Casa de Claúdio de Souza e o novo bistrô do Museu”. Para a técnica em assuntos educacionais no Museu Imperial, Carolina Knibel, atuar em uma instituição deste porte representa uma grande oportunidade de aprendizagem. “Por tratar-se de um atrativo de tamanha relevância cultural, consolidado ao longo de décadas, de trabalho criterioso desenvolvido pela sua equipe, o museu oferece a possibilidade de atuação em áreas diversificadas, permitindo ao profissioREVISTA ON

Em 2011, a cidade registrou baixa de turistas após as chuvas de janeiro, de acordo com dados da FCTP

DIRETOR DE TURISMO Aníbal Duarte está confiante quanto às expectativas de visitação no verão 28

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nal, a aquisição de conhecimento e experiência em sua área de formação”, salientou. Tatiana Rocha, 24, é formada em turismo e fala de um ponto positivo para quem visita a cidade. “Os pontos turísticos estão muito próximos e isso possibilita que o trajeto seja feito a pé. Para compras, não há como não visitar a Rua Teresa. A cidade também conta com um grande número de restaurantes em Itaipava, onde o turista encontra diferentes opções, como cozinha espanhola, mexicana, brasileira, portuguesa, alemã, entre outras”, indica. A enfermeira Juliana Pacheco mora em Betim, Minas Gerais. Ela pretende conhecer o Museu de Cera. “Vou aproveitar alguma folga no trabalho para ir a Petrópolis ver como ficou. Tem alguns lugares que ainda não conheço. Tenho vontade de levar minha filha de dois anos para andar de charrete, porque eu fazia muito isso na idade dela”, comenta. A jornalista Maria Lucia Fernandes mora no Rio de Janeiro mas, sempre que pode, visita Petrópolis. “Eu fui criada indo no verão para a serra. Na minha época, quase não tinha ar refrigerado, então as pessoas do Rio subiam para pegar

o ar fresco na cidade, point onde a juventude se encontrava. Atualmente, vou muito porque tenho família na região e meus filhos também adoram”, conta. Para quem quer curtir as áreas mais verdes, longe da civilização, a Cidade Imperial também disponibiliza quatro circuitos eco rurais: Brejal, Taquaril, Vale do Bonfim e o Araras/Videiras. Nestes locais, é possível notar a produção agrícola, fazendas e cachoeiras. “Os circuitos estão passando por um período de reestruturação, mas estão abertos a visitações”, assegura Aníbal. Em 2011, a cidade registrou baixa de turistas após as chuvas de janeiro. De acordo com dados da FCTP, em fevereiro a queda foi de 19,67%. “No período, houve um apagão econômico que deixou as ruas do centro vazias e a Rua Teresa às moscas. Levou um tempo até conseguirmos desfazer as impressões das pessoas e mostrar que, aqui, a tragédia foi localizada em um lugar específico - Vale do Cuiabá - e o restante da cidade não sofreu os impactos. Começamos a recuperar os percentuais depois do meio do ano. Em noARQUIVO PESSOAL

ALEXANDRE PEIXOTO

TURISMO

TURISMÓLOGA Rachel Wider visitou o Museu de Cera e tirou foto ao lado de Gilberto Gil

vembro, registramos 81% de ocupação no centro e 56% nos distritos”, comemorou. O presidente do Petrópolis Convention & Visitors Bureau, Bruno Wanderley, considera a cidade agradável no verão. “Sempre foi uma cidade de veraneio. É um lugar fantástico, com um clima especial, onde o visitante pode conhecer o Centro Histórico com os prédios deixados pelo Império, a Rua Teresa, importante polo de moda e ainda os atrativos ecológicos, como os banhos de cachoeira”, finalizou.


O perigo

SEGURANÇA

mora ao lado POR PRISCILA OKADA

FOTOS REVISTA ON

Já parou para pensar que um simples ato do seu dia a dia pode se transformar em um grande pesadelo? A todo momento acontece algum acidente doméstico, aliás, nesse exato momento eles devem estar acontecendo em algum lugar do Brasil. Todo cuidado é pouco nos afazeres de casa e, por isso, profissionais dão as dicas de como evitar esses percalços.

Petrópolis

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SEGURANÇA

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á quem pense ser uma bobagem pensar ou ficar imaginando que atos rotineiros possam ocasionar grandes acidentes dentro de uma casa. Mas a real situação é mais grave do que se pode imaginar e a mídia divulgar. Nesse exato momento em que você está lendo essa matéria, o gás de cozinha de sua casa pode estar vazando, um fio desencapado pode dar início a um incêndio. Tantas coisas podem ocorrer numa residência, que é difícil enumerá-las. O ferroviário aposentado, Jair Anastácio Gomes, 86, sabe bem sobre o que estamos falando, e relembra um fato ocorrido com ele em 2005, quando preparava o café da manhã e sofrera um acidente motivado por uma cafeteira elétrica. “Depois de abastecer a cafeteira com água e pó de café, conectei o plugue na

fiquei meio tonto em vias de perder os sentidos”, lembra Gomes. Prevendo que em pouco tempo perderia a fala, tentou contato com seus filhos por telefone e embarcou no primeiro ônibus de Paraíba do Sul, onde se encontrava, com destino a Três Rios a procura de socorro médico. “Já em observação médica, aconteceu o que era previsto, entrei em choque, não sentia e nem via mais nada. Por conta do edema, minha glote fechou e os médicos tentaram introduzir uma sonda pela minha boca, sem sucesso”, relata o sofrimento e conta como foi o desfecho. “Tive que ser transferido para o hospital e, ainda no pronto-socorro, fui submetido a uma traqueostomia (procedimento cirúrgico no pescoço que estabelece um orifício artificial na traqueia, abaixo da laringe, para emergências que comprometam a respiração), no qual voltei a

LEMBRANÇAS Jair lembra e simula o acidente em que quase perdeu a vida

tomada, poucos segundos após, observei que a água não estava circulando, parecendo que estava entupido, então desconectei o cabo da energia elétrica e soprei no tubo, daí, com o choque térmico, houve um retorno imediato de água fervente, que penetrou através de minha boca até a traqueia. A dor foi quase insuportável, 30

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respirar”, finaliza Gomes, que hoje escreve e compartilha sua experiência com outras pessoas. De acordo com informações do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial), no Brasil não existem estatísticas sobre acidentes domésticos, porém, acredita-se

Por conta de um acidente com uma cafeteira elétrica, Jair teve sua glote fechada e foi submetido a uma traqueostomia que os índices sejam bem altos, especialmente envolvendo crianças e idosos. Um levantamento do Ministério da Saúde revela que os acidentes domésticos são as principais causas de morte de pessoas com até 14 anos. “Todos os ambientes residenciais apresentam riscos de acidentes, sendo a cozinha e o banheiro verdadeiros campos minados”, diz o cabo do Corpo de Bombeiros e técnico de enfermagem Marcelo Eugênio de Almeida. Concordando com os índices, Almeida fala sobre os acidentes mais comuns envolvendo crianças. “Obstrução de vias aéreas por ingestão de pequenos objetos como bolas de gude, moedas e balas. Crises convulsivas são muito comuns. Crianças mexendo em panelas, água quente, óleo, fogo também são”, ressalta. O bombeiro acredita que muitos destes acidentes acontecem porque as crianças estão desempenhando as tarefas que deveriam ser feitas pelos adultos. É válido destacar os acidentes que envolvem velas acesas dentro de casa e os vazamentos de gás de cozinha. Luciana Silva, mãe de três crianças, vivenciou, recentemente com o seu filho caçula, Lucas, um acidente ocasionado por uma vela. “Em um dia de chuva, acabou a luz e acendi velas por toda a casa. No dia não aconteceu nada, mas no dia seguinte, na primeira oportunidade, meu filho resolveu brincar de acender vela. O resultado dessa história vocês podem imaginar. Se a casa não pegou fogo, alguém se queimou e, nesse caso, ele ficou ferido. Queimou os dedinhos e chorou por longos dias. Ainda bem que a queimadura foi superficial”, compartilhou. A fisioterapeuta Roberta Padilha, conta como evitou que esses acidentes ocorressem dentro de sua casa com


os filhos, Eduardo, de 3, e Felipe, de 1 ano. “Desde que o Eduardo começou a engatinhar, providenciei protetores plásticos para todas as tomadas lá de casa e quando começou a andar, coloquei protetores de silicone em todas as quinas das mesas. Achei importante, também, instalar uma grade de ferro na porta da cozinha (uma portinha presa por pressão que pode ser encontrada em sites comerciais) para evitar que ele entrasse na cozinha e se acidentasse, por exemplo, ao esbarrar no forno, ou mesmo mexer em panelas quentes”, aconselhou. Ainda de acordo com Padilha, outra questão deve ser levada em conta: a hora do banho. “Desde que tirei as crianças da banheira e passei a dar banho no banheiro, em pé, por volta da idade de 1 ano e meio, tenho sempre o cuidado de deixá-los de chinelinho para não escorregarem dentro

ESCORREGÃO O simples fato de lavar o quintal pode provocar ferimentos como os de Camila Santos

do box”, completa e finaliza lembrando de uma história ocorrida com uma amiga de seu filho. Ela quebrou o braço ao escorregar dentro de um box enquanto tomava banho. Luxações, arranhados e hematomas causados por tombos são muito comuns e o ortopedista Bruno de Araújo, explica a diferença dos dois tipos de gravi-

dade que os envolve. A primeira são as de baixa energia, que segundo Araújo são casos mais frequentes, como quedas de pequenas alturas, escorregões em pisos molhados, ferimentos cortantes causados por faca de cozinha e, principalmente, pequenas queimaduras. Os já considerados de alta periculosidade, de acordo com ele, são os de queda de grandes alturas, como cair de uma laje e rolamentos de escadas. Nessas situações, existe a possibilidade de ocorrer fraturas múltiplas e lesões graves na coluna. A estudante Camila Santos, 23, conta como foi o tombo, que a deixou com hematomas durante várias semanas, em um dia de limpeza doméstica. “Eu lavava a varanda de minha casa, quando, sem perceber, desci apressada uma das rampas de acesso à residência. Eu não tinha tirado todo o sabão e ao passar levei um grande escorregão que me deixou arranhões e hematomas por todo o corpo’’, lembra. O ortopedista faz um alerta aos idosos, que são os que mais sofrem com acidentes do lar. “Geralmente os idosos, por restrições da própria senilidade e dificuldade visual, sofrem quedas com frequência e, mesmo sendo traumas de baixa energia, podem resultar em fraturas dos punhos e do quadril”, fala e explica que nesta faixa etária, existe uma condição que é a osteoporose, doença responsável por ossos mais frágeis e suscetíveis a fraturas. Encerrando, ele dá algumas dicas que podem ser úteis no dia a dia para cuidar dos idosos. “Evite mesas de centro, tapetes, móveis amontoados ou qualquer tipo de obstrução no deslocamento dos idosos. A instalação de corrimão nas escadas e banheiros e o aumento da iluminação do ambiente podem contribuir muito para a segurança deles. Tais medidas podem evitar acidentes que, em muitos casos, necessitem até mesmo de um tratamento cirúrgico. Em casos de emergência, o bombeiro Marcelo orienta que a melhor solução é evitar a automedicação e pedir ajuda a um profissional. “Ligar para pedir socorro a uma ambulância ou corpo de bombeiros é o mais adequado

SALVANDO VIDAS Para o bombeiro Marcelo Eugênio de Almeida, falta sensibilidade dos pais no cuidado com as crianças

sempre”, completa. Além dessa orientação, Almeida fala sobre os trotes que são passados diariamente e que comprometem os serviços prestados. “Use o telefone com responsabilidade, pois uma informação bem passada e com calma faz com que quem estiver do outro lado da linha possa entender o que está acontecendo para melhor orientar ou mandar o socorro especializado. Lembre-se que trote é crime e quem o fizer estará sujeito às medidas legais e devidas punições.

Evitar mesas de centro, tapetes, móveis amontoados ou qualquer tipo de obstrução no deslocamento dos idosos, são dicas do ortopedista Bruno de Araújo

Além disso, um telefone ocupado por trote pode impossibilitar o socorro de quem realmente está precisando. Pode ser um parente seu’’, finaliza. Petrópolis

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Idosos em Longa

Permanência POR RAFAEL MORAES

FOTOS ARQUIVO LAR SÃO JOÃO DE DEUS

Eles são mais de 83 mil. Dispensados pelas famílias, moram nas, ainda não bem definidas, instituições de Longa Permanência para Idosos. As mudanças axiais das famílias brasileiras reacendem as discussões e preocupações sobre essas entidades, as quais assumem o papel familiar para quem está na terceira idade e não tem como morar com parentes.

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SHUTTERSTOCK

COTIDIANO


COTIDIANO

ENCONTRO A visita do Colégio Barreiro Moura foi um choque de gerações, importante para as crianças e os idosos

REVISTA ON

Meu coração, não sei por que, bate feliz quando te vê e os meus olhos ficam sorrindo...”. A música “Carinhoso”, de Pixinguinha e Braguinha, sucesso em 1937, é a preferida de Genir dos Santos, 80, residente do Asilo São Vicente de Paulo, em Três Rios. No meio da entrevista, pausa para ela, que faz parte de um grupo de pessoas que vivem em casas de repouso estudadas pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), cantar em um tom saudoso a canção predileta. A pesquisa sobre as ILPIs (Instituições de Longa Permanência para Idosos) foi divulgada no dia 24 de maio de 2011 e faz um panorama das organizações para idosos no Brasil. Genir mora no asilo desde 2006. Com boa memória, gravou até a hora em que mudou-se para a instituição. “Vim para cá no dia 17 de outubro de 2006, às 16h”, conta ela, que não vê a filha há quase quatro anos. A primogênita, Meri Natália, casou-se e mudou para São Paulo. Sozinha, foi levada por uma prima ao asilo. Esse é um dos inúmeros casos Brasil afora. “Teve uma filha que deixou a mãe aqui e demorou cinco anos para voltar. Quando chegou, fazia um mês que a genitora havia morrido. Eu disse a ela: ‘a única coisa que eu posso fazer é lhe dar uma cópia da certidão de óbito’. Ela caiu em lágrimas. Agora vai amargar esse remorso”, conta a presidente do asilo São Vicente de Paulo, Eliane Alves Esteves. Em Itaipava, distrito de Petrópolis, fica

INTERNA Genir dos Santos, 80, mora no asilo trirriense desde 2006

o Lar São João de Deus. O diretor, Frei Roni Ribeiro, explicou que a maioria dos idosos chega lá por meio da família. “Mas temos casos variados, desde a procura pelo próprio idoso, até encaminhamento do Ministério Público e do Conselho do Idoso”, explica ao garantir que grande parte recebe visita regular de parentes. A legislação brasileira estabelece que a família seja a principal responsável pelo cuidado do idoso. Contudo, a pesquisa do Ipea aponta vários fatores concomitantes a levar essas pessoas a passarem o resto

da vida em ILPI. Com a independência da mulher, que vem se instruindo e inserindo no mercado de trabalho, houve uma mudança de valores e o que antes ficava a seu cargo no ambiente familiar, foi terceirizado. Para esses parentes mais independentes, com laços não tão ajustados como antes, a transferência de responsabilidade tem um custo benefício mais atraente para a família. Assim, instituições e voluntários fazem de tudo para transformar os asilos em lares. A fisioterapeuta chefe do Lar São João de Deus, Silvia Teixeira, foi contratada pela instituição em 2007. Para ela, o trabalho não se resume em exercer a atividade profissional, mas levar o que mais se pode dar sem a necessidade de reposição: o amor. “A fisioterapia trabalha com o toque e muitas vezes esse idoso não está acostumado a ser tocado. Nesse momento, temos que conquistar a sua confiança e, nesse processo de conquista, o hóspede relata as suas histórias, em que aprendemos e nos emocionamos.” Aos 69 anos, Geraldina Maria é pensionista, mas ainda trabalha, só que agora, como voluntária no São Vicente de Paulo. “Eu aprendi muito, porque eu só vinha aqui uma vez ou outra, mas quando eu passei a vir com frequência e ficar o dia todo, percebi que eles dependem muito de alguém e são muitos solitários.” Ela também está em uma estatística: a dos voluntários, que amparam e ajudam a carregar as instituições filantrópicas e públicas pelo Brasil. De acordo com o comunicado do Ipea, em 40 anos, a fecundidade das mulheres brasileiras reduziu-se a quase um terço, atingindo o nível de reposição, ou seja, o nascimento e a mortalidade alcançam valores quase iguais a longo prazo. Nessas últimas décadas, a taxa de fecundidade passou de aproximadamente seis filhos por mulher para 1,8. O documento mostra projeções populacionais recentes que apontam para uma taxa de crescimento populacional de 0,7% ao ano para a década 2010-2020 e negativa entre 20302040. Além desses dados, a revelação do aumento na expectativa de vida das pessoas mais velhas vai contribuir para que instituições brasileiras públicas ou privadas invistam mais para a demanda iminente. Petrópolis

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COTIDIANO

PREPARAÇÃO As máscaras do carnaval foram produzidas pelos internos

Para a coordenadora de População e Cidadania da Diretoria de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, Ana Amélia Camarano, “dado o esperado aumento da demanda por cuidados pelo envelhecimento da população muito idosa e a redução da capacidade da família de cuidar dos seus membros dependentes, as instituições de longa permanência vão ter que assumir um papel importante no cuidado com os idosos frágeis”. De acordo com o Instituto, existem no Brasil 3.548 instituições. Nelas, moram 83.870 idosos, ou seja, 0,5% da população na terceira idade. As entidades estão localizadas em 28,8% dos municípios brasileiros. No entanto, nas instituições pesquisadas, foram identificados 109.447 leitos, dos quais 91,6% estão ocupados. O asilo trirriense visitado pela Revista On possui 40 leitos, dos quais 37 estão habitados. Lá vivem 21 homens e 16 mulheres. Três Rios tem duas instituições para idosos mantidas por entidades religiosas. Uma pela Sociedade São Vicente de Paulo e outra pelo Instituto Metodista. No último, a Revista On tentou entrar em contato com o diretor Marcos Mesquita, mas não o encontrou, mesmo tendo 34

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deixado recado e feito várias tentativas telefônicas. No entanto, as duas casas refletem a realidade brasileira no levantamento, apesar das novas instituições identificadas serem de grande maioria privadas com fins lucrativos. Esse crescimento começou a ficar mais expressivo nos anos 1980. Entre 2000 e 2009, 57,8% das novas entidades tinham essa natureza jurídica. Apenas 6,6% das instituições brasileiras são públicas ou mistas. Isto se converte em 218 organizações, número bem menor que o total das vicentinas, aproximadamente 700. Nas entidades filantrópicas, as dificuldades são inúmeras. Para Frei Roni, do asilo de Itaipava, o maior arrocho do Lar São João de Deus é manter uma assistência de qualidade com a mensalidade que recebe dos hóspedes, uma vez que muitos não pagam o valor que é gasto para mantê-los. “A maioria das pessoas que atendemos é de classe baixa, outras ainda não tem família e a casa arca com todas as despesas. Por isso, temos que realizar muitas campanhas de arrecadação de fundos para completar e ajudar a pagar todas as contas no final do mês”, revela. Como políticas públicas alternativas para ajudar a sociedade nessa nova reali-

dade, Camarano ressalta a necessidade de o cuidado com idosos frágeis passar do domínio exclusivo da esfera familiar e ser dividido com o Estado e o mercado privado. No entanto, ela defende que não se deve retirar da família toda a responsabilidade de zelo com o idoso, mas dividi-la com as outras esferas sociais. Outra medida, também sugerida pela coordenadora do Ipea, seria o Estado ajudar a família a cuidar do idoso dependente, o que pode ser feito por meio de benefícios monetários, grupos de apoio, licenças/descanso, inclusão dos cuidadores no sistema de seguridade social, entre outras. A despesa dessas instituições são elevadas e a verba dos idosos nem sempre as cobrem, já que maior parcela dos recursos destina-se ao pagamento dos funcionários. Tal rubrica responde por 52,5% do total dos gastos das ILPIs brasileiras. A instituição trirriense gasta, por mês, R$ 40 mil, destes, R$ 25 mil são para a folha de pagamento. Analisando os dados da pesquisa nacional, os medicamentos são responsáveis por uma parcela relativamente baixa, cerca de 5%. Isso é explicado, em parte, pelo fato de muitas vezes os gastos ficarem a cargo dos familiares ou advirem de doações em espécie. Os outros 18,8% referem-se a despesas com aluguel, pequenos consertos, combustível, manutenção da casa e/ou aquisição de material de escritório. Em média, cada instituição gasta R$ 717,91 por residente. A pesquisa também revela que o gasto mínimo per capita é de R$ 92,62, observado em uma instituição em Alagoas, e o máximo é de R$ 9.230,77, declarado por uma casa em São Paulo.

FOLIA 2011 O carnaval foi animado no lar de Itaipava


COTIDIANO

“Em média, cada instituição gasta R$ 717,91 por residente.”

INTERAÇÃO O grupo de jovens paroquial visita o asilo com frequencia

A vida nas ILPIs

Deixando de lado os números, voluntários se apegam às pessoas que lá vivem. Foi durante a entrevista com a presidente do São Vicente de Paulo que as lágrimas dela demonstraram a peculiaridade do carinho estendido a cada morador. “Eles são muito carentes. Eles sentem muito ciúme de mim. Querem atenção. Se eu for visitar um, tenho que ir pelo menos em todos do mesmo andar”, explica Eliane, quando lembrou-se de Maria de Lurdes Soares, 66, idosa que morreu em julho de 2010. “Essa marcou muito. Ela era muito amiga nossa. Quando chegou ao asilo, ela tinha sido agredida”, desabafa. Apesar do carinho demonstrado em Três Rios, é preciso salientar o outro lado. A vida fora da família entristece e pode diminuir o tempo dos velhinhos. Jamil Nadur, 76, está no São Vicente há cinco anos. Solteiro, diz nunca ter tido sorte com namoradas. Foi o sobrinho que o trouxe para a instituição. Ele, que trabalhava arrastando couro em matadouros da cidade,

revela em um tom triste a saudade da família. “Eu não tenho mãe nem pai, perdi um irmão, fiquei sozinho no mundo.” A professora da UFF (Universidade Federal Fluminense) Dra. Vilma Duarte Camara, especialista em neurologia e geriatria, explica que a institucionalização não é a melhor opção para qualquer idade, principalmente para o idoso. “Se não for boa e a família deixá-lo abandonado, é evidente que o tempo de vida do paciente vai diminuir por solidão”, assegura. Ela também orienta pessoas que têm familiares em asilos. “É preciso verificar o cuidado com o idoso, observar as condições de higiene pessoal, se está ocorrendo desidratação, se ele tem sinais de maus tratos e de violência.” Apesar dos alertas da Dra. Vilma parecerem distantes, o asilo São Vicente de Paulo já foi investigado, quando a ex-presidente, Joana Dark Lopes, foi acusada de desvio de dinheiro. De acordo com Eliane, atual responsável, quando assumiu a instituição, a dívida passava de R$ 80 mil. Hoje, a entidade, que tem entre os 31

funcionários médicos e fisioterapeutas, ainda deve, mas mantém uma qualidade de vida para os hóspedes, os quais têm uma rotina cronometrada de alimentação, higienização e atividades. Às 7h45 eles acordam e tomam café, depois vão para o banho e sol. Às 11h, comem uma fruta; 11h30, almoçam. “Alguns dormem depois do almoço. À tarde, algumas cuidadoras fazem uma atividade recreativa com eles”, explica Eliane. Às 17h, jantam; às 20h, lancham, uns vão dormir e outros ficam assistindo TV, atitudes que se repetem todos os dias. Apesar da ajuda do governo e de parceiros, essas instituições ainda são carentes, não só de dinheiro, mas de voluntários prontos a oferecer um pouco de atenção. História é o que não falta. “Temos carência de pessoas para ficar com eles. Temos alguns cursinhos de artesanatos, pinturas, mas alguns não fazem”, diz a presidente vicentina. Otimista com a situação, Frei Roni acredita que “aos poucos a sociedade vai se conscientizando da importância de olharmos com mais carinho para nossos idosos. O Brasil entrou no processo de envelhecimento muito rápido e a sociedade e o governo demoraram muito para perceber isso”. Dentro dessa percepção, a pesquisa do Ipea, mais do que mostrar o funcionamento, serviu para alertar sobre a necessidade de investimento para que, no futuro, tenhamos um local seguro antes de chegar “a hora”.

Incremento médio anual de instituições por ano de início da atividade e regime jurídico - Brasil, 2007 - 2009 Total

Total de Instituições

1940 e 1959

Pública + Mista 0,6

Filantrópica 19,0

Privada 0,2

19,7

393

1960 e 1979

1,0

24,7

1,7

27,3

546

1980 e 1989

3,0

31,4

8,8

46,1

461

1990 e 1999

6,6

40,1

22,0

68,7

687

2000 e 2009

4,5

27,2

57,8

90,0

810

Total

2,6

26,8

11,0

40,3

3.187

Fontes: Pesquisa Ipea / SEDH/MDS e CNPq. Petrópolis

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Petr贸polis

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Do croqui

à edificação

POR FREDERICO NOGUEIRA

FOTOS ARQUIVO PESSOAL

Entre coincidências e diferenças, um encontro aconteceu. Não apenas entre duas criaturas, mas duas criadoras. Juntas, conseguiram colocar Petrópolis e seus profissionais no cenário nacional da arquitetura. Se, separadas, elas têm histórias e carreiras brilhantes. Juntas... não seria diferente.

Petrópolis

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Q

uando duas pessoas precisam se encontrar, isso certamente acontecerá. A prova está nas duas inspirações desta edição. Um projeto supremo e inexplicável de arquitetura fez com que dois caminhos com pontos semelhantes se cruzassem. São filhas de médicos. Suas mães foram vítimas fatais de hepatite, com diferença de um ano entre o falecimento de uma para a outra. Seus nomes são Cristina e Ana Cristina e apenas a geografia as separava: uma estava em Petrópolis, a Cidade Imperial, e a outra em Petrópolis, um bairro de Porto Alegre. Elas precisavam se encontrar. E isso aconteceu. Cabelos loiros e olhos claros. Ana Cristina nasceu no Rio Grande do Sul e deixa isso claro nas primeiras palavras. “Como perfeita gaúcha, sou gremista”. Talvez não seja reconhecida por esse nome, mas, para não haver dúvidas, estamos falando da arquiteta Kity Amaral. Aos 54 anos, ela relembra a infância no sul do país. “Já dancei em grupo folclórico e cantei em coral. Na minha família eram três filhas, minha mãe e apenas meu pai de homem. Coitado, só via calcinhas no varal”, brinca. Uma das irmãs é química e farmacêutica e a outra, já falecida, se formou em Letras. Se na casa dessa Cristina ninguém seguiu a profissão do

pai, na da outra foi muito diferente. Maria Cristina Cardão Chimelli está com 52 anos e tem vários médicos na família. “Daria para abrir uma policlínica só com os especialistas que temos”, se diverte. Seu pai, Jorge, é de Três Rios e, a mãe, Aurora, de Afonso Arinos. Ele exerceu a medicina em algumas cidades da região,

Cristina escolheu a arquitetura por ter um olhar crítico. Kity fez a opção porque a profissão permite trabalhar em projetos sempre diferentes

como Petrópolis. Foi neste período que Cristina nasceu e, da infância, se recorda da rotina dos finais de semana. “Todo domingo o almoço era com os Chimelli e, à tarde, visitávamos os Cardão. Durante as férias, passava um mês em uma das duas casas. Tenho recordações da roça, nas fazendas e da parte urbana, em Três Rios”. Dos cinco irmãos, quatro são médicos. “Não houve pressão para eu seguir a profissão. Sempre soube que não queria fazer medicina. Tinha um olhar mais crítico,

observava alguns detalhes e, por isso, vi que minha aptidão era para a arquitetura”, diz. Seu único irmão que não se habituou ao estetoscópio nem ao bisturi está em Recife, onde atua como engenheiro. O olhar crítico de Cristina é confirmado por Lídia Maria Cardão Chimelli que, pelo sobrenome, já denuncia o parentesco. “Lembro que minha mãe, falecida há 15 anos, confiava no gosto da minha irmã para a decoração de nossa casa, para a escolha dos móveis e dos arranjos de flores. Ela sempre desenhou muito bem, sempre teve uma visão de espaço impressionante e sempre apresentou o dom de imaginar as coisas prontas”, conta a dermatologista. Já Kity escolheu a profissão por outros motivos. “A pessoa nasce ou não para a profissão. Meus testes vocacionais sempre deram resultados relacionados a desenhos e projetos. Sou uma pessoa ligada na tomada e a arquitetura me dá o que eu queria: nunca fazer coisas iguais. Os clientes nunca são iguais, então as criações também não serão”. Na formatura, em 1982, em Porto Alegre, ela destaca que sua turma já mostrava a diferença dos profissionais ali surgidos: foram os únicos a não fazerem o uso da toga. Pouco tempo após o término da faculdade, a arquiteta deixou o sul com uma aliança no anelar esquerdo. “Ele é carioca e chegou lá para visitar uns amigos. Nos conhecemos e casamos em um ano. Estamos juntos há 26 anos. Fui para São Paulo porque ele, com o trabalho de exportador, precisava ir. Consegui emprego em uma empresa de engenharia e cheguei a ser gerente do departamento de arquitetura”.

COMPANHEIRISMO A foto feita em 2000 registra um dos primeiros anos da dupla criativa

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CASAMENTO Juntos há 27 anos, o marido, Alexandre, mostra admiração pelos trabalhos de Kity

Pouco tempo depois, Alexandre, o marido, precisou ir para Búzios. “Eu quase enlouqueci em Búzios. Olha o meu temperamento! Mas continuei fazendo obras para restaurantes, reformas e a minha casa”, conta sobre a última parada antes de subir a serra. Enquanto isso, Cristina Chimelli continuava em Petrópolis. “Até durante a faculdade eu não saí daqui. Diariamente ia e voltava, já que estudei no Rio, que é perto. Alguns petropolitanos até consideram que a cidade é um bairro da capital”. Quando terminou o curso, em 1983, dois caminhos poderiam ser escolhidos: ser funcionária de uma empresa ou abrir a própria. Cristina escolheu a segunda opção. “Trouxe uma colega da faculdade e iniciamos um projeto para suprir uma lacuna que existia na cidade. Era um escritório com cara de loja. Existiam grandes e famosos arquitetos aqui, mas não voltados para o interior dos imóveis. Trouxemos materiais e acabamentos diferenciados que já eram conhecidos nas capitais, o que ajudou, até mesmo, aos outros profissionais”. Chimelli conta que se tornou especialista em arquitetura para interiores por acaso. “Como a cidade é tombada, temos pouquíssimos edifícios. Entre os anos 80 e 90 os raros prédios que temos foram construídos. Como optei por ficar no Centro Histórico e cuidar da parte

urbana, minhas maiores experiências são em reforma. Busco preservar partes dos imóveis na hora de reformar casarões, por exemplo. Com a bagagem que adquiri nos trabalhos, essa acabou sendo minha especialização. Há pouco tempo comecei, também, a construir”. Em 1991 nasceu Joanna, a filha de Kity. “Sempre disse que não teria filhos ou apenas um. Já plantei uma árvore, comecei a escrever um livro e só faltava ter o filho”, diz. No ano seguinte a família Amaral trocou o litoral pela serra. “Viemos passar um final de semana aqui e gostei. É a cara de Porto Alegre, tem pessoas como as de lá e é frio. Meu marido pensou em ir para o Rio, mas como odeio calor, nos mudamos para Petrópolis”. Chegando na cidade, em abril, ficou até dezembro buscando um escritório para se instalar e não obteve êxito. “Foi, então, que bati na porta de um jornal oferecendo meus serviços. Passei a escrever sobre arquitetura, tive um caderno sobre o assunto e, foi nesse período que passei a conhecer os profissionais da cidade”, relembra. Ao mesmo tempo, abriu uma loja de peixes e frutos do mar e deu aulas de decoração em uma sala alugada.

O encontro das arquitetas aconteceu em um evento de mesas de Natal pessoas de vários segmentos da sociedade contribuíram. “Juntamos o meu acervo, a experiência de outra amiga e a divulgação que a Kity proporcionou e formamos uma trinca de várias mesas de Natal”, conta Cristina. O trabalho teve uma aceitação tão grande que, em outubro do ano seguinte, a dupla inaugurou um dos mais bem sucedidos eventos de arquitetura da Serra, como fala Amaral. “Ainda foi pouco esse evento das mesas. Falava com a Cristina que faltava alguma coisa. Foi, então, que iniciamos o outro projeto. Não tenho o currículo que a Cristina tem, nem o sobrenome, mas com o tempo, principalmente devido ao evento, passei a ser conhecida”. Ela conta, ain-

O encontro

Após encerrar a parceria com a amiga da faculdade, Cristina Chimelli montou outro negócio e, certo dia, surgiu um convite para participar de um evento. “Um grupo de amigas montou uma casa que tinha a obrigação de ter pessoas ligadas a segmentos diferentes. Cada cômodo tinha um representante, como, por exemplo, da medicina, da gastronomia e eu estava como arquiteta”. Um evento tão diferente chamou a atenção da imprensa local. Para fazer a cobertura para o jornal, foi designada ela, Kity Amaral. “Foi uma conversa que não tinha hora para acabar. Ela entrevistou as pessoas e retornou para continuarmos a conversa. Não vou falar aquilo que você está pensando, que foi amor à primeira vista, mas tivemos uma sintonia legal”, brinca Cristina. Kity passou a divulgar os trabalhos de Cristina na mídia. Um deles foi a exposição de mesas de Natal, em 1997, onde

CRISTINA E O PAI Jorge Chimelli fazia questão de levar os filhos nos finais de semana para as casas dos avós Petrópolis

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da, que hoje tem mais amigos em Petrópolis que em Porto Alegre, onde volta todos os anos para reencontrar a família. Os resultados do projeto com a assinatura da dupla, elas revelam. “Nós colocamos Petrópolis no circuito das mostras de arquitetura com a marca que criamos”, diz Cristina. “Muitos profissionais daqui são conhecidos porque passaram por ele. Abrimos concorrência para nós mesmos. Passamos a participar de livros de arquitetos renomados no Rio de Janeiro, São Paulo e levamos os outros juntos”, completa Kity. A relação entre cliente e arquiteto também foi transformada. “O consumidor viu que o profissional é uma pessoa de carne e osso, que ele pode conversar e trocar ideias.

Para as arquitetas, o mercado está prostituído

Quebramos essa barreira”, afirma Cristina. “Resolvemos mexer em uma cidade pacata. Agora, as pessoas têm um pouco de medo quando chegamos aos lugares, somos muito críticas”, diz Chimelli, logo interrompida por Kity, que faz questão de completar o pensamento. “Quando

COM OS IRMÃOS E O PAI Cristina não seguiu a medicina, escolha da maior parte da família 42

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FAMÍLIA Uma vez por ano, Kity vai ao Sul visitar a família

eu chego o medo é maior ainda. Ela é completamente educada e eu sou tida como mal educada, grossa e falo tudo o que tenho que falar. Dizem que somos a única dupla que deu certo, sendo completamente diferentes”. Hoje, a duas dividem um escritório no centro da cidade e continuam com seus trabalhos individuais. “Deve ser a terceira vez que entro aqui [no escritório]. Fico mais tempo nas casas dos clientes, ouvindo suas ideias”, diz Kity. O evento cresceu, ganhou novos participantes, maior público, aconteceu mais de 20 ve-

zes, saiu de Petrópolis e já teve edições em Búzios, Niterói, Nova Friburgo, Rio de Janeiro e Juiz de Fora, que será a próxima cidade a receber a mostra. “Aqui em Petrópolis queremos voltar, mas em um lugar inusitado que ainda não posso contar”, faz suspense Cristina. Sobre a atual situação do mercado, Cristina vê um problema. “Com a globalização, não só a arquitetura, mas todas as profissões ficaram muito vulneráveis. Qualquer pessoa se intitula arquiteto ou, por exemplo, chef de cozinha, porque comprou uma revista que ensina algumas coisas. Estamos na geração que todos se acham o que não são”. Kity completa o pensamento da amiga e vai direto ao ponto. “O mercado está prostituído mesmo, essa é a palavra. Algumas pessoas só buscam um profissional qualificado quando um problema causado por esses outros surge”. A cada dois anos, a dupla viaja para uma feira especializada em Milão. “Diante do mercado atual, precisamos ir atrás e buscar diferenciais, novidades para oferecer. É sempre interessante viajar e conhecer o inédito para aplicar na profissão”, conta Chimelli. “O cliente sempre tem razão”. A frase foi usada pelas duas arquitetas para definir os projetos que realizam. “Todas as pessoas são diferentes. Há cliente que conta ter visto a casa de um amigo e gostaria que a sua fosse semelhante. Mas a casa desse amigo tem uma garagem com vagas para cinco carros e esse cliente tem


lha. Durante o período do evento delas, ela se ocupa mais e, ainda assim, sobra tempo para nossa convivência”. Se a família Amaral só tem elogios para a Cristina que a pertence, a Cardão Chimelli não fica atrás com a Cristina deles. “Como irmã, posso dizer que ela é companheira, generosa, uma tia muito presente para as minhas filhas. Por ser a filha caçula, sempre me inspirei nela, que é mais velha. Ela é uma pessoa que não mede esforços para estar presente na família. Lembro-me dela cuidando do meu pai com muito carinho”, emociona-se Lídia. Para falar dos trabalhos, o irmão Jorge Marcos mostra orgulho. “Ela adora a profissão e

JUVENTUDE Do sul, além de amizades, Kity guarda a paixão pelo Grêmio

apenas uma moto. Temos que conversar e adequar a situação. Se for um imóvel comercial, nunca poderá ser igual a outro, logo tiro essa ideia”, explica Kity. “Tenho que obedecer a história dele e conduzir para que o trabalho seja bem feito. Preciso adequar alguns gostos do cliente para que a casa tenha a cara dele, afinal, será a pessoa que conviverá naquele local”, diz Cristina. Em casa

Dentro da residência de cada uma, elas comandam a decoração. “A minha é toda do jeito que quero. Algumas vezes, quando meu marido e minha filha chegam e notam que mudei alguma coisa, logo falam. Mas nem se arriscam a opinar muito, sabem que não têm embasamento para discutir comigo”, brinca Kity. “Na minha, adoro aproveitar e reciclar, todos os

INTERNACIONAL Em Milão, Itália, Cristina fica por dentro das novidades do mundo da arquitetura

móveis têm um porquê”, conta Cristina. “A única coisa que reclamo muito é não ter tempo para aproveitar a casa”, diz ela. Divorciada, Cristina conta que quer aproveitar a liberdade que buscou. “Volto a dizer, só falta tempo. Preciso, ainda, adequar meus horários, ser um pouco mais disciplinada”. Kity afirma que o “futuro é hoje. Quero continuar com meus trabalhos e com meus clientes, que me procuram mesmo sabendo que não sou uma pessoa amável, nem doce. Minha filha brinca, às vezes, que não me contrataria como arquiteta”. Mesmo assim, a filha, Joanna, de 20 anos, se emociona ao falar da mãe. “Eu a admiro demais por ser trabalhadora e determinada. Ela é um exemplo na minha vida e, certamente, o que quero ser quando crescer. Ela construiu seu nome e sua carreira sozinha, através de muito trabalho e dedicação. Mesmo com todas as obrigações, ela ainda consegue arrumar tempo para mim e para o meu pai. Temos uma relação muito próxima, tudo que ela faz é por mim e o que eu faço é por ela, para enchê-la de orgulho, porque eu adoro vê-la feliz”, conta a estudante de comunicação. O marido, que teve um importante papel para que o encontro das duas arquitetas acontecesse, ao sair do Sul, também mostra a admiração pela esposa. “A Kity é extremamente ativa, ligada o tempo inteiro. Ela trabalha das 8h às 20h. É participativa e, além do trabalho, consegue tempo para cuidar da casa e da nossa fi-

NEGÓCIOS Antes de se dedicar totalmente à arquitetura em Petrópolis, Kity teve um comércio de peixes

é conceituada no que faz. Minha família prestigia o trabalho e, sempre que podemos, acompanhamos suas exposições.” Kity e Cristina: embora seja visível a diferença nas personalidades, a parceria não passou por momentos difíceis. “Discutimos feio não mais que três vezes. A Cristina se controla muito bem. Sei onde ela vai chegar, ela sabe onde eu quero ir. Caminhamos paralelamente, nunca de mãos dadas. Algumas vezes ela está mais à frente, em outras eu estou. Mas sempre chegamos juntas”, diz Amaral. Cristina ouve tango e Pink Floyd. Kity aprendeu a dançar tango ainda no sul e não consegue ouvir música enquanto dirige. O encontro precisava acontecer. Como letra e melodia, os projetos se encaixam para fazer bem aos olhos alheios. Criadoras, empresárias, semelhantes e diferentes. Criaturas, mulheres, reconhecidas e respeitadas. Ana e Maria. Os nomes são simples, mas os gostos, inspiradores. Petrópolis

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O salto de um jovem empreendedor POR ALINE RICKLY

FOTOS ARQUIVO PESSOAL

Ricardo Chermont sempre acreditou que seria um grande jogador de futebol, porém a vida o guiou para outros caminhos e, hoje, seu sucesso está na área da publicidade.

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egundo estatísticas do Sebrae, um terço dos empreendedores do Brasil tem menos de 30 anos. Só em Petrópolis, 590 jovens são empresários individuais, ou seja, 30 % das empresas da cidade são comandadas por eles. Ricardo Ferreira Chermont se enquadra neste perfil, pois, aos 27 anos, lidera uma agência de publicidade que é, atualmente, uma das mais reconhecidas da Região Serrana em termos de comunicação. Com uma vida de sucesso, muitos ganhos e algumas perdas marcaram a trajetória de Ricardo. Nascido em 1984, no Rio de Janeiro, ainda criança se mudou para Petrópolis. Aos seis anos já almejava a carreira no futebol e, por mais de dez anos, correu atrás do objetivo e realizou seus sonhos. Mesmo se sentindo realizado no esporte, chegou a um ponto em que, amadurecido, precisou escolher entre as duas paixões da sua vida, o futebol ou a propaganda. Por diversos motivos, largou o gramado. Hoje seus maiores gols são marcados na agência de publicidade que montou há dois anos. “Tudo começou por volta de 2003, quando eu e uns amigos criamos um jornal para o público jovem, chamado “Jornal Badalação”, aqui em Petrópolis. Eu era o idealizador, principal investidor e acabava mexendo com a parte de vendas de anúncios para bancar o produto. Já sabia usar al44

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guns programas e, na maioria das vezes, eu mesmo fazia as criações. Foi quando decidi arriscar e entrar para a faculdade de publicidade e propaganda”, contou. A vida profissional do jovem começou aos 16 anos, quando ainda corria atrás da bola. “Sempre quis ser jogador, nunca me imaginei sendo outra coisa. Joguei em times do Rio, como Botafogo, Fluminense e Flamengo, meu time de coração. Quando tinha 17 anos, meu pai assinou meu primeiro contrato. Ele estava internado e fez a assinatura no hospital. Sem dúvidas foi a maior herança que ele deixou. Posteriormente, com a perda do meu pai e após operar o joelho, me afastei do futebol e passei um ano fora dos campos”, lembra. Em 2010, um ano após fundar a agência, o jovem jogou o último campeonato pelo Kaiserburg, um time petropolitano. “Teve uma hora que tive que decidir entre uma profissão e outra, foi quando percebi que a minha vida seria mais vantajosa se seguisse com a agência. Acredito que foi a escolha certa. Estou muito feliz com o rendimento dos negócios”, salientou. Antes de abrir sua própria empresa, Chermont já havia estagiado na faculdade e em algumas agências do Rio. Ocupou cargos como diretor de contas, quando atendeu clientes como o colégio e curso PH, a Ortobom e o Senac Rio. Depois, migrou de trabalho e passou a ser supervisor de no-

Como empresário, o jovem reuniu todas as experiências em um só lugar: sua própria agência vos negócios. Ainda no Rio, foi diretor de atendimento e planejamento, trabalhando, por exemplo, com a Michelin América Latina, Petrobrás e Dale Carnegie. Depois de passar por todas as áreas e conhecer o mercado a fundo, Ricardo juntou suas experiências, visando, principalmente, a comunicação integrada. “Tentei reunir tudo o que aprendi para chegar a melhor forma para trabalhar. A coisa que mais gosto nesta profissão é não ter rotina. Cada dia é diferente do outro. Busquei, na minha empresa, um método de trabalho diferente, pois meus funcionários possuem uma grande liberdade. Tentei fazer com que eles se sintam em casa. No espaço físico há vídeo game, mesa de botão, frigobar com bebida liberada, puff para descanso. É uma forma de incentivar a criatividade e os resultados aparecerem”, garante. Para detalhar um pouco mais o trabalho na agência, o empresário conta como funciona o dia a dia. “Quando lançamos uma campanha, as funções são delegadas para


CARREIRA

as diferentes áreas. Os gestores de marca cuidam, diariamente, do cliente e dos prazos; a criação transforma nossas ideias em realidade; a produção negocia com fornecedores os melhores materiais e preços; e a mídia traça as estratégias de divulgação nos veículos de comunicação”, explica. Como presidente executivo, o jovem afirma que faz um pouco de tudo. “Como formação, sou atendimento e planejamento, mas administro minha agência por completo: departamento financeiro, RH, administrativo, compras e admito que, às vezes, sirvo até cafezinho”, brinca. Atualmente, o futebol ficou para as horas de lazer, porque ele se dedica 100% à publicidade, trabalhando, em média, 14 horas por dia, com folgas apenas nos finais de semana. “Recebo cerca de 150 e-mails diariamente, fico 24 horas online e meu telefone não para. Tenho de cinco a oito reuniões por semana. Geralmente sou o primeiro a chegar e o último a sair, mas amo o que faço e corro atrás de resultados para meus clientes”. Através da metodologia de comunicação

TRABALHO Ricardo ao lado dos seus colaboradores, Fábio e Rafael

EQUIPE Os colaboradores são fundamentais na criação de peças publicitárias

Ricardo sempre quis ser jogador e nunca tinha se imaginado em outra profissão integrada, a agência conquistou diversos clientes pelo país, como a Pernod Ricard, que envolve a Absolut Vodka, Ballantine’s, Chivas, Mumm, Perrier Jouet e Orloff Vodka. Atende, ainda, a oito unidades da Universidade Estácio de Sá, Bragil Segurança, Speed Racer Kart, Adonai TV, Xodó de Minas e, agora, a Ki Fera e CNA Petrópolis. O ano de 2011 foi muito importante na vida do jovem empreendedor, já que a empresa cresceu mais de 300% e, também, foi quando ele se tornou um dos diretores do GAP-RJ - Grupo de Atendimento e Planejamento do Rio de Janeiro. “Este convite veio através da Kátia Viola, uma das diretoras do GAP. Acho que ela me escolheu por saber da minha paixão pelo departamento de atendimento e planejamento. Esse desafio eu aceitei de imediato, sou o único representante fora da capital. É algo indescritível”, conta. Quando abriu a agência, encontrou algumas dificuldades ao lidar com os empresários da cidade. “Tive que enfrentar a falta de consciência do empresário petropolitano sobre a importância do investimento em comunicação para uma marca. Por ser uma cidade pequena, muita gente acreditava que só o que realmente funcio-

PUBLICITÁRIO Em 2011 Ricardo foi eleito um dos diretores do GAP-RJ

nava era a propaganda boca a boca. Hoje, somos impactados por mais de 3.000 mensagens publicitárias por dia e, se não trabalharmos a nossa comunicação de forma integrada, não conseguiremos uma posição de destaque na mente do consumidor. Também há a falta de mão de obra especializada. Contratar em Petrópolis é muito difícil. Não há nenhuma especialização no ramo em termos de cursos, palestras, workshops. Outra dificuldade foi a falta de preparo dos veículos de comunicação local, tanto na parte de inserção quanto na de comercial”, relata. Já no início deste ano, a empresa abrirá uma filial no Rio de Janeiro e a pretensão do publicitário é, além de torná-la uma das maiores agências da Região Serrana, estar entre as 50 maiores do Estado do Rio de Janeiro em 2013. “Estou trilhando meu caminho e tentando conquistar meu espaço. Estarei profissionalmente realizado quando minha agência tiver em posição de destaque no mercado”, diz o jovem, que tem como maiores inspiradores Washington Olivetto, Nizan Guanaes e Paulo Giovanni. Para encerrar, ele volta ao passado e rememora o maior incentivo para ter conquistado seu espaço. “Sem dúvida alguma, a perda do meu pai foi o ponto chave para eu dar uma virada na vida. Foi assim que tentei colocar em prática os ensinamentos que ele deixou. Ele é e sempre será meu ídolo. O que sou hoje devo a ele, à minha mãe, que sempre acreditou em mim, e à minha esposa, que me apoia em todas as decisões e é minha grande consultora. Quando você tem uma estrutura familiar sólida, as coisas fluem melhor e, graças a Deus, eu tenho”, finaliza. Petrópolis

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Sexualidade artificial

POR ALINE RICKLY

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Nada melhor do que surpreender o parceiro e sair da rotina. O stress do dia a dia pode deixar o prazer em segundo plano, por isso, a ajuda de alguns “brinquedinhos” garante “um gás” a mais no relacionamento. Mergulhe neste mundo da imaginação onde tudo é possível e conheça, de perto, as novidades que os sex shops disponibilizam. Petrópolis

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SAÚDE

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izem que entre quatro paredes, vale tudo. Essa máxima popular parece um clichê, mas é a receita ideal para apimentar a relação. Entre os remédios certos para evitar o arrefecimento na hora H, estão óleos, géis, roupas íntimas comestíveis e até preservativos com sabores exóticos. Tudo para alimentar fantasias e contribuir para uma vida sexual mais prazerosa. Os mais empolgados se devaneiam em roupas menos comuns. Até aí nenhum problema, entretanto, produtos de uso interno e de maior contato com a pele podem causar alergia e, por isso, são necessários cuidados básicos para não estragar o que era para ser um incrível momento a dois. A jornalista Renata Muros Rubim, 46, decidiu abrir uma loja de lingerie em Petrópolis. Ela conta como foi que os artigos de sex shop começaram a chegar a seu estabelecimento. “Foi sugestão na época de uma sócia que eu tinha, quando ia adquirir os produtos morria de vergonha, mas com o tempo percebi que era uma coisa legal. Hoje em dia vou até com o meu marido comprar”, diz. Renata, atualmente lida com mais naturalidade, ela vende todos os tipos de objetos de uma forma bem discreta, pois, aparentemente, para quem olha de fora, é uma loja normal de lingerie. “Eu não queria que meu negócio tivesse a cara de um sex shop, acredito que as pessoas gostam de discrição. É muito interessante lidar com essa parte, a maioria que vem aqui é por indicação”, esclarece Renata. De acordo com a jornalista, os clientes são variados, de todas as idades, alguns homens, embora as mulheres comprem mais. “Eu percebo muitas vezes que os

ARTIGOS É possível encontrar diversos tipos de produtos para todos os gostos 48

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A jovem Fernanda da Silva teve problemas com o uso de bolinhas explosivas e, após usá-las, precisou consultar um ginecologista. Alergia, ardência e pele irritada foram os principais sintomas após o uso do produto

FANTASIAS A jovem Cecília Correa acredita que os artigos de sex shop servem para inovar

namorados puxam as companheiras para entrar e elas ficam com vergonha. Os casais mais novos preferem as coisas mais simples, enquanto os mais velhos optam pelos produtos mais sofisticados”, afirma. Para a estudante petropolitana Cecília Côrrea, 22, é uma experiência válida. A jovem confessa que já usou as famosas bolinhas explosivas e óleos. Segundo ela, o resultado foi bom, porém depois teve problemas na hora de urinar. “Acredito que é muito legal principalmente para casais que estão há muito tempo juntos. É uma forma de inovar e sair da rotina”, acredita. A estudante ainda acrescenta que embora no momento tenha sido legal, depois ela ficou assustada com os efeitos. “Dois dias depois de usar as bolinhas a minha urina ainda estava saindo azul, me assustei na hora, mas depois passou”, conta. Fernanda da Silva, 27, passou por uma situação parecida com o mesmo produto, mas o caso foi mais sério. No dia seguinte, a jovem começou a sentir coceiras, ardência e a pele ficou irritada. Imediatamente procurou um médico para tratar. “O líquido da bolinha ficou saindo aos poucos e causou transtorno. Quando procurei o especialista ele me receitou uma ducha vaginal que limpou os restos do artigo que ficaram lá dentro. Também tive que usar um creme por 12 dias e só depois disso que melhorou. Isto eu não uso mais,

porque fui alertada de que tenho a flora muito sensível”, relatou. Segundo Françoise Padula, titulada em ginecologia e obstetrícia pela Febrasgo e especialista em sexualidade humana pela USP, os objetos devem ser usados com os devidos cuidados de higiene. “O ideal é evitar os produtos de dispersão vaginal, pois, podem agredir a microflora vulvar, tais como óvulos ou géis de odor”, assinala. A especialista ressalta que estes artigos podem causar uma alergia ou até mesmo uma infecção por cândida, um fungo que causa coceira e irritação além de corrimento na mulher. A dica é a seguinte: “quando usar este tipo de produto, teste antes em pequenas doses para verificar assim o risco de sintomas alérgicos. Mas de qualquer forma, não é recomendado o uso intravaginal de produtos líquidos com

VENDEDORAS Raquel e Alessandra levam o trabalho na esportiva e indicam os produtos aos clientes


PRODUTOS Em Três Rios, a loja disponibiliza óleos, bolinhas explosivas, algemas, entre outros

Françoise Padula é especialista em sexualidade humana pela USP e indica o uso dos artigos em pequenas doses para verificar a possibilidade de reação alérgica muitos corantes ou perfumes, pois estes acarretam no desequilíbrio do ambiente vaginal e podem vir a proliferar bactérias e fungos”, alerta Françoise. A profissional afirma que a busca por produtos de sex shop é comum nos dias de hoje e que funcionam para criar, no casal, uma nova motivação visto que esquenta os namoros e traz novidades aos relacionamentos mais estáveis. “Não há necessidade de ter vergonha ao procurar uma loja com estas características, mesmo que seja só por curiosidade. Vemos algumas mulheres que ainda possuem restrição, mas para solucionar este problema existem estabelecimentos voltados apenas para o público feminino, o que facilita o acesso às mais tímidas”, acredita. Em Três Rios, as vendedoras de um sex shop se divertem enquanto explicam sobre os produtos mais procurados. Alessandra dos Santos Andrade, 31, trabalha no ramo há um ano e Raquel Siqueira, 30, há oito meses. “Vendemos muito géis com sabores. Os que esquentam saem muito. Anestésico, redutor de canal, próteses, anéis, algemas, fantasias

e camisinhas de vários tipos e tamanhos também são muito procurados”, explica Raquel. Elas dizem ainda que muitas pessoas demonstram timidez. “Tem gente que passa na frente da loja umas quatro, cinco vezes até entrar, mas existem as mais desinibidas também”, confessa Alessandra. As vendedoras asseguram que os clientes sempre voltam satisfeitos e que é raro ter reclamação. Um único episódio, conta Raquel, foi uma cliente que o parceiro usou o produto incorretamente e teve que se apressar para retirá-lo. Não são só as mulheres que gostam de diferenciar as relações. O jovem de Paraíba do Sul, G.L.S., 27, diz que gosta muito quando as parceiras querem inovar no sexo. “Acho que na cama tudo é válido e o que vier para aquecer a hora H é sempre melhor. Já tive namoradas que usavam fantasias, calcinhas comestíveis e gostei muito”, revela. A trirriense que também não quis se identificar T.C.S.O, 24, confessou a sua maior compra: calcinhas e sutiãs. Entretanto, confidenciou já ter comprado bolinhas explosivas e um par de algemas de pelúcia rosa para dar de presente a uma amiga que ia casar. “Esta é uma maneira de tornar a “brincadeira” ainda mais divertida”, destaca. Segundo a assessoria de imprensa da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), não há regulamentação específica para produtos de sex shop. A agência só regulamenta produtos que tenham alguma finalidade para uso em saúde, como preservativos e géis lubrificantes. Já os óleos em geral, são registrados como cosméticos e só devem ser usados como hidratante e para refrescar. A assessoria deixou claro que estes tipos de óleos com registro da Anvisa, não podem ter indicação de uso para fins sexuais. Cada indivíduo deve tomar os cuidados necessários, mas é claro, sem deixar o prazer de lado, como explica Françoise. “Os casais devem procurar alimentar o desejo sexual de sua maneira. O que sabemos é que não existem regras ou certezas quanto à eficácia da busca destas lojas para isso. É importante que ambos estejam de acordo e tenham resultados positivos com esta medida adotada.

Mas, caso não seja esta a forma de buscar o prazer ou ter a resposta esperada, é indicado a procura de outras formas de melhorar ou estimular a libido do casal”, receita a especialista.

Petrópolis

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SHUTTERSTOCK

PAPO DE COLECIONADOR

Paixão sobre rodas POR JOSÉ ÂNGELO COSTA

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Mais do que uma atividade lúdica ou cultural, a arte de colecionar carros antigos é uma forma de reviver o passado e compreender o desenvolvimento e a história da raça humana a cada década. Neste contexto, tudo é levado em conta, desde as peças utilizadas na montagem até a fabricação dos próprios modelos. Acima de tudo, esta prática de reunir automóveis clássicos requer uma condição: gosto pessoal.

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esde menino, o geólogo e empresário Marcus Aguiar Gorini demonstrou interesse em modelos diferentes de veículos automotores, o que futuramente o tornaria um autêntico colecionador. Mas por que tanta paixão por algo que, para muitos, é visto apenas ou simplesmente como um meio de se locomover? “Por um gosto pessoal. Desde criancinha, pela observação dos carros, uma maneira diferente de olhar para eles não só como um elemento que te transporta de um lado para o outro. O que representava durante um passeio. A liberdade que fornece às pessoas”. Na sua avaliação, reunir marcas diversas de automóveis é uma forma de recordar a história e a cultura mundial ao longo dos tempos. A princípio, essa atividade lúdica seria 50

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transformada em um museu, com a proposta de atrair a atenção de jovens oriundos de escolas públicas para visitar o local, ou seja, demonstrar por meio de vídeos e palestras, sua importância contextual para as crianças. Entretanto, não havia como manter um investimento desta natureza. A iniciativa também teve como fundamento o simbolismo de umas das maiores invenções da humanidade no processo de desenvolvimento. “Nunca se viu antes uma liberdade tão extraordinária quanto o advento do automóvel. O homem, que antes era restrito geograficamente, com raríssimas exceções como essencialmente então a carruagem, passou a se locomover em grandes distâncias. Mudou completamente a civilização”, comenta. Segundo descreve o colecionador, o acesso

Para Marcus Aguiar Gorini, a ideia de colecionar automóveis antigos surgiu graças a um gosto pessoal pelo que eles representam no contexto histórico e cultural da humanidade à informação na sociedade atual, por exemplo, foi realizado por experiências pessoais através do carro seguindo para diversos lugares do planeta. O automóvel estabelece, a partir das décadas, todo um desenvolvimento tecno-


COLECIONADOR Marcus Aguiar Gorini diz que, desde criança, tem admiração por modelos de carros, especialmente os norte-americanos

lógico marcado essencialmente nas facetas das personalidades e diferentes fases da evolução humana, principalmente o pós-guerra. “Acho que é por isso que os museus existem, na tentativa de despertar nas gerações que não conviveram com isso, um túnel do tempo no sentido de que elas admirem as coisas do passado”, acredita. Esta, portanto, seria a capacidade de penetrar nos momentos remotos e compreender o que o indivíduo é em relação ao que tem. Com base neste pensamento, Gorini associou em termos, o entusiasmo por carros. “Eu gosto disso. Vejo uma mecânica correspondente às formas e também ao status da sociedade na época. Então, isso tudo é inebriante. Você entende um pouco mais como somos”. E como não poderia ser diferente, todos os modelos que fazem parte da coleção ficam em um espaço reservado na casa do geólogo, em Itaipava. Todos com peças originais do ano de fabricação. Entre as marcas clássicas, na maioria americanas, encontramos o famoso e imponente Cadillac 1952 conversível, além de Mercedes-Benz 230S 1968, Mustang conversível 1966, Hudson V8 1936, Mercedes-Benz caminhonete TD 300 1985, dentre outros. A maioria marcou a juventude do colecio-

nador que revelou um episódio marcante em sua vida. Em certa ocasião, o pai dele, um advogado, defendeu a causa de um homem que havia vendido um Cadillac para outra pessoa que não pagou. Após reverter a situação, o próprio prontificou-se de buscar o veículo em outra cidade e ao voltar, saiu para um passeio com a família. “Eu senti um prazer tão grande dentro de mim. Pensei que um dia teria um carro desses. Hoje eu tenho um realmente”. Segundo Marcus, colecionar é uma satisfação em observar, ou seja, ter a presença daquilo a qualquer instante pelo simples prazer de ficar admirando e não necessariamente para dirigir de Petrópolis até São Paulo, por exemplo. Por isso, ele reserva todos os finais de semana, após um longo e cansativo período de trabalho no Rio de Janeiro, para contemplar suas raridades que atualmente são em número bem menor, se comparado com antes. Muitos ainda requerem reforma ou restauração, o que torna nada prática e econômica a manutenção.

ELEGÂNCIA Tanto por fora como por dentro, os automóveis clássicos apresentam um charme inconfundível

Curiosidade

Durante a entrevista, Gorini confessou que reunir tantos automóveis dentro do próprio espaço residencial é uma tarefa complicada, pois caso não houvesse um consenso da esposa, dificilmente

DESIGN Os detalhes vermelhos acompanham a cor do carro

PRESERVAÇÃO Segundo o colecionador, a maioria dos carros está com as peças originais de fábrica Petrópolis

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PAPO DE COLECIONADOR

ções. Já comigo, a situação é outra. Cultuo o automóvel e o que ele representa”. Motocicletas

RARIDADE Nesta Indian Chief 1947, aparece o logotipo do índio, um símbolo de sua fabricação e que dificilmente se encontra em bom estado em outros locais

conseguiria colocar essa ideia em prática. “A mulher tem um pensamento diferente do homem em relação a carros. Mais diferente ainda quando são antigos. Em exposições, você discute com o cara sobre tudo, peças e uma porção de coisas que para quem está de fora e não gosta, deve ser a pior conversa do mundo.

TAMBÉM EM DUAS RODAS Além dos carros, o geólogo coleciona motocicletas antigas como esta DKW 52

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Quando as mulheres vão com os maridos, dizem ficar com eles na feira, mas na primeira parada não aguentam”, comenta. A esposa sempre demonstrou respeito, mas por si só, não teria uma coleção de veículos antigos. “Carro para ela, é para ir de um ponto a outro. Preencher as suas necessidades. Não tem outras aspira-

Gorini não restringiu sua coleção aos automóveis de época, pois além deles, reúne motocicletas de tipos e anos variados, todavia, em menor quantidade. “Elas são significativas. Tenho uma lá em casa, por exemplo, da década de 60 com um motor tão fantasticamente bem constituído que não ficou obsoleto. O cara comprava uma dessas e tinha transporte a vida inteira. Durava, mesmo chamuscada e amassada”, elucida o especialista em geologia. Na sua avaliação, as motos atuais não durariam tanto quanto uma BMW. Algumas das que possui na garagem, raramente poderiam ser encontradas em bom estado de conservação em qualquer parte do Brasil. Estilos como uma DKW 1928, Indian Chief 1947 e BMW R60 1969 foram obtidas e fizeram sucesso em décadas anteriores nos Estados Unidos. Marcus Gorini tem pelas motocicletas, o mesmo sentido apreciativo que demonstrou por carros antigos e não abre mão de aproveitar os dias de folga para venerá-las.


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EU SEI FAZER

Profissão solidariedade POR JOSÉ ÂNGELO COSTA

FOTOS REVISTA ON

Conheça o trabalho humanitário feito por um trirriense que diz não ter medo de enfrentar a morte e que faz de tudo para salvar a vida das pessoas em situações de risco.

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ascido em Três Rios e formado em administração, Luis Fernando dos Santos, de 50 anos, sempre se preocupou com as causas sociais e o bem-estar dos outros. Há mais de oito meses, foi convidado pelo presidente da Cruz Vermelha do Estado do Rio e o interventor da entidade na cidade de Petrópolis. Após deixar o cargo, no final do ano passado, decidiu organizar um grupo com a meta de prestar assistência humanitária a sociedade. A partir desta ideia, surgiu, no dia 15 de novembro de 2011, a equipe denominada “Força Tarefa”, reunindo socorristas que ajudaram as vítimas da tragédia causada pelas fortes chuvas na região serrana. O projeto reúne colaboradores, voluntários, ex-integrantes da instituição criada por Henry Dunat no século 18, e possui bases também na Posse, São José do Vale do Rio Preto e Areal. O empenho na concepção de uma ONG (Organizações não governamentais) sem fins lucrativos e de auxílio à popula-

Luis Fernando dos Santos afirma que o grupo “Força Tarefa” também auxilia o Corpo de Bombeiros em ocorrências com menor teor de gravidade ção não foi uma das mais fáceis tarefas, mas fez com que mais de 38 pessoas fossem beneficiadas logo no primeiro mês de atividade. “Apoiamos como força auxiliar o Corpo de Bombeiros. A pessoa liga para o 193 e quando o acidente é de menor gravidade ou mal subido, eles se comunicam conosco e damos um apoio. Com isso, libera a UTI deles”, ilustra. Ao contrário do que muitos pensam, não há concorrência com as instituições que tradicionalmente prestam serviços de saúde às suas respectivas comunidades. Todo o trabalho é rea-

lizado através da junção de vários grupos, objetivando assistir quem carece. O diretor do grupo afirma que a ajuda de custo é feita exclusivamente pelo setor empresarial das regiões de atuação. “Toda a ajuda nossa é particular. Nós não temos apoio de nenhum órgão público”, garante. Apesar do pouco tempo de existência, a entidade, coordenada por Luis Fernando, já colheu resultados, mas ainda assim necessita de mais investimentos para a realização das atividades. Durante a entrevista, ele revelou que em muitos casos teve que gastar do próprio bolso na tentativa de conseguir materiais e recursos. A maioria das ambulâncias usadas no dia a dia, por exemplo, foram adquiridas em ferro-velhos e, logo em seguida, reformadas e reequipadas. Outro detalhe é que os integrantes do “Força Tarefa” também precisam ser remunerados, sem falar em condução e alimentação, pois ficam 24 horas de plantão. “Nós temos a locomoção, os custos com os carros, almoço e lanche”, reforça. Petrópolis

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EU SEI FAZER

Projetos

Uma das iniciativas do grupo criado por Luis Fernando dos Santos é o pacote de projetos sociais destinados às comunidades. Entre eles, está o “Primeira Alimentação”, com a distribuição de um kit composto por café com leite, chocolate, café e biscoitos, para as pessoas em filas de ônibus ou mesmo que estejam passando na rua, entre quatro e seis horas da manhã. O segundo e talvez mais interessante de todos, é o “Atravesse a rua e pague pedágio com um sorriso”. Neste caso, a ideia é fazer com que o pedestre agradeça a cordialidade do motorista em deixar passá-lo sorrindo para o mesmo. Já para os desempregados, é oferecido o “De volta à carteira assinada”. “São pessoas que estão sem profissão e carteira assinada e nós fazemos o teste vocacional. Depois, ocorre um treinamento para aquilo que este exame indicou. Assim que [o candidato] estiver apto, eu busco parceria com empresas para a contratação”, explica. A equipe

Encabeçado por socorristas que prestaram assistência às famílias vítimas da catástrofe provocada pelas chuvas no

EMPENHO Luis Fernando dos Santos criou o grupo “Força Tarefa” após deixar a intervenção na Cruz Vermelha de Petrópolis 54

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AMBULÂNCIAS Todas as viaturas adquiridas pelo grupo são equipadas com macas e outros ítens utilizados na prestação de socorro em casos de acidentes

início de 2011, o “Força Tarefa” é composto atualmente por 12 pessoas que ajudam nos trabalhos humanitários. Entre elas está a auxiliar de consultório dentário Marcília Aparecida Souza. Sempre quando há ações voluntárias envolvendo a saúde bucal, ela colabora no sentindo de orientar um determinado paciente a passar o flúor e manter a higiene da boca. “Desde a tragédia, eu comecei a ajudar levando água e alimentos para os desa-

Para o voluntário Venâncio Novaes de Oliveira, o trabalho de ajuda humanitária só tem tido resultado, graças à união da equipe brigados”. Para Marcília, o diferencial da equipe é que os membros que a compõe são unidos em prol das causas sociais e o efeito deste processo pode ser sentido na pele. “Aqui não temos desunião e, portanto, somos um conjunto. As pessoas ficam muito gratas, quando amparadas por nós. Tratam-nos com carinho”, revela. Venâncio Novaes de Oliveira é portador de uma doença chamada miopia crônica e não enxergava direito. Através da ajuda oferecida por Luis Fernando, conseguiu melhorar e hoje é um dos voluntários do projeto, atuando como uma espécie de observador. Ele constata as necessidades de determinado indivíduo ou comunidade e repassa os dados ao ex-interventor da Cruz Vermelha. “Eu tenho acompanhado tudo de perto, mais como um conselheiro. Faço as avaliações, passo as informações e a relação de tudo; quantas famílias precisam ser atendidas pelo projeto”, confirma. Na avaliação de Venâncio, a tendência é de que a equipe


JÉSSICA FIGUEIREDO GUIMARÃES Para a voluntária, nunca houve registro de uma equipe que pudesse ajudar as pessoas da forma como faz o “Força Tarefa”

VOLUNTÁRIOS Venâncio Novaes de Oliveira recebeu ajuda antes de entrar para a equipe de ação humanitária

possa, cada vez mais, galgar frutos devido ao comprometimento de cada cooperador. “O trabalho está sendo desenvolvido com mais facilidade por causa da nossa união. Temos desempenhado bastante os projetos e cada um tem vontade de ajudar a população. A ideia está dando certo e creio que em 2012 possamos mostrar ainda mais a realidade”, acredita. A jovem Jéssica Figueiredo Guimarães é outra voluntária que acompanha a equipe desde o início e esteve prestando socorro às vítimas do temporal, em janeiro de 2011. Ela diz sentir-se satisfeita em poder ajudar ao próximo. “Nunca tivemos um grupo como esse e as pessoas ficam gratificadas por isso. A nossa expectativa é de que possamos crescer e agregar mais colaboradores”, acrescenta.

Quem acredita

INVESTIDORES A ONG recebe o apoio de padrinhos e empresários que apostam e acreditam no trabalho social prestado por Luis Fernando dos Santos

Hoje, Luis Fernando tem ao seu lado padrinhos, empresários e representantes de instituições religiosas que contribuem no sentido de tornar as ações dele mais simples e viáveis. O comerciante Bruno Ludovico Tavares é uma dessas pessoas que apostaram na iniciativa. Administrador de uma loja de roupas na rua 16 de Março, no Centro de Petrópolis, foi responsável pela doação de 30 blusões de resgate destinados a todos os voluntários do “Força Tarefa”. “Depois da chuva, o Luis se apresentou aqui na loja. Explicou a situação e passou a comprar roupas com a gente. Daí, trazendo-nos para dentro do que havia ocorrido, foi assim que começou”, comenta. O gerente do estabelecimento comercial, que já fazia doações para as pessoas carentes, logo identificou a seriedade no serviço realizado pelo ex-interventor e, sempre que pode, disponibiliza algum material para o grupo. “Na medida do possível, nós ajudamos sempre que eles precisam. Quando tiveram eventos na Cruz Vermelha, fomos até eles e já conhecíamos a história do Luis. O que é mais importante no grupo é que ele chega aos lugares aonde os bombeiros não vão. Tenta, de toda a forma, amparar a sociedade”, finaliza Bruno Tavares. Depois de um 2011 de desastres e conflitos pelo mundo afora, saber que existem profissionais solidários, torna bem mais fácil planejar um novo ano. Petrópolis

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Diário de bordo com

Pedro Seixas e Adriana Ruella

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resente de aniversários, sim! Esta viagem foi o presente de aniversário pelos meus 60 anos, os 40 da minha esposa Adriana e principalmente para comemorar os 10 anos de nossa única filha, Maria. O objetivo era ver a neve, tocar, brincar, pintar e bordar sem ter pressa. Foi assim que começou nosso passeio em família. Destino: San Carlos de Bariloche, Patagônia Argentina. Roteiro traçado por nós, sem os serviços de agências de turismo. Malas prontas, seguindo as dicas dos amigos esquiadores, com roupas de esqui, botas, luvas, filtros solares, etc... A ansiedade da nossa filha Maria, aumentada por ser sua primeira viagem de avião, já era impagável. Mãozinhas suadas, olhos colados na janela, perguntando a cada minuto: onde está a neve papai? Desembarcamos no aeroporto San Carlos de Bariloche às 14h, horário local. E para nossa surpresa, chegamos junto com os primeiros flocos de neve. A Cordilheira dos Andes, coberta pela neve branca, brilhava sob um céu azul. Optamos por uma pousada no centro de Bariloche, assim teríamos mais possibilidades de passeios e caminhadas. Com arquitetura típica, na qual a grande maioria das construções é feita de madeira e pedra, largas avenidas arborizadas, a cidade por si já é um bom motivo para ser visitada. O lago Nahuel Huapi de águas de degelo azulado, cercado pelas montanhas nevadas, pode ser visto dos principais pontos da cidade. A recepção foi calorosa, os argentinos locais adoram os brasileiros, inclusive a cidade foi apelidada de Brasiloche, dada ao grande número de turistas brasileiros que passam por lá todos os anos. 56

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Contratamos o táxi do Elvis que, por dez dias, ficou encarregado de nos levar as pistas de esqui, pela manhã e nos buscar no fim da tarde. Primeiro destino a 20 quilômetros da cidade, Cerro Catedral, cujo nome se deve aos seus cumes que parecem um templo medieval. Ele é o mais conhecido e frequentado por esquiadores de todo o mundo. São 1.030 metros de altura e parece juntar o céu e a terra. Além das pistas e esportes de inverno no Centro do Cerro Catedral, encontramos vários restaurantes, shopping, campo de polo e hotéis. Estávamos maravilhados com a beleza do lugar e mais ainda com a felicidade de nossa filha que se jogava na neve fofa como se fosse uma nativa. Entre uma aula de esqui e outra, um chocolate quente era bem vindo. Seguindo o nosso roteiro, passamos os primeiros dias curtindo as maravilhas do Cerro Catedral e no quarto dia optamos por outra montanha, o Complexo Piedras Blancas que é uma grande opção para quem quer um lugar mais calmo e fácil para esquiar. Cercado por um bosque de pinheiros centenários, as pistas permeiam as árvores, com suas enormes copas, deixando o sol entrar, formando um contraste cinematográfico. O bosque ainda conta com restaurantes, equipe de treinamento, aluguel de equipamento e vista para o lago. Maria, que já dominava os esquis, descia por entre as enormes árvores curtindo o passeio. Nosso último passeio foi pelas águas do lago Nahuel Huapi no tradicional Ca-

tamarã Modesta Victória que nos levou para a Ilha Victória, onde conhecemos o Bosque dos Arrayanes. O silêncio só é perturbado pelo vento nas gigantescas sequoias e pequenos animais. Imperdível pela beleza, onde contemplamos as montanhas, refletidas no lago, sentados em uma cabana de madeira do século 18, em plena floresta. Nossa viagem foi maravilhosa em todos os aspectos, pela recepção atenciosa dos argentinos, a infraestrutura da cidade e arredores, uma opção perfeita para o turismo. Nosso presente de aniversário foi perfeito, inesquecível. Faça como Pedro Seixas e Adriana Ruella, e conte suas viagens pelo mundo afora. Para participar envie um e-mail: diariodebordo@ revistaon.com.br. Ah! Não se esqueça de mandar as fotos com as legendas, assim poderá compartilhar sua experiência conosco.


ACONTECEU

“Sapore D’Itália” no 11º Petrópolis Gourmet POR ALINE RICKLY

FOTOS ARIANE NASCIMENTO

Em 2011, o PCVB (Petrópolis Convention & Visitors Bureau) promoveu o 11º Petrópolis Gourmet. A cidade conhecida por ser o quinto melhor polo gastronômico do país, é perfeita para realizar um evento deste porte. Nesta edição, a Itália foi homenageada através do tema: “Sapore D’Itália”. Várias outras atividades aconteceram paralelamente, como o 1º concurso de Pizzaiolos de Petrópolis (amador e profissional), o Clic! Petrópolis e concursos de restaurantes. O evento aconteceu de 03 a 27 de novembro e atraiu cerca de 10 mil pessoas.

A abertura aconteceu no Salão de Batalhas, do Museu Imperial, onde estiveram presentes autoridades, profissionais da área de gastronomia, imprensa e representantes do trade [comércio] turístico. A solenidade reuniu cerca de 350 pessoas. Márcia de Paula, diretora executiva do PCVB, garantiu que as mudanças foram muitas se comparadas à edição anterior. Para o organizador do gourmet, Flávio Câmara, é um somatório que vem a cada ano fortalecer a cidade como destino gastronômico e de turismo. “A gastronomia está muito presente no dia a dia. A gente tem que comer bem, dormir bem e viver”, disse. No total, 24 restaurantes participaram desta edição e cada um teve como tarefa desenvolver uma refeição completa inspirada na culinária italiana, com entrada, prato principal e sobremesa referente a

Vinte e quatro restaurantes participaram da edição que homenageou a Itália uma região da Itália. Ao todo, foram vendidos 900 pratos em todos os restaurantes. O chef Sebanias Peixoto, 28, foi fundo na pesquisa para criar um menu italiano para o restaurante onde trabalha e inspirou-se na província de Marche. “Procurei uma coisa nova, elaborei uma entrada com tomates assados e recheados com risoto de açafrão. O prato principal foi cordeiro e paleta assada com o molho de seu próprio cozimento e arroz cremoso de cardocello, a sobremesa foi o maior desafio e acabei por escolher o figo em compota com

mousse de ricota adocicada”, explicou Sebanias. Durante todo o mês de novembro aconteceram 60 oficinas gastronômicas com mais de 2.000 inscritos, 15 oficinas do Senac Rio com 450 inscrições e o tradicional gourmet nas comunidades que reuniu 18 oficinas para crianças e adultos e contou com 450 participantes. Além disso, houve o 1º concurso de pizzaiolos com 20 inscritos e que deu a Sudário da Silva, 59, de São Paulo, o primeiro lugar e uma viagem para a Itália com estágio no Mionho Le 5 Stagioni. “Soube do concurso através de um representante da Gi Metal, que sabia da minha intenção em fazer curso de aprimoramento profissional, na Itália. Estive em Petrópolis em dois finais de semana para a segunda eliminatória e para a final. Foi gratificante participar deste evento, não só pela premiação, mas Petrópolis

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ACONTECEU

pelo convívio e respeito com colegas de profissão”, contou Sudário que trabalha no ramo de gastronomia há 25 anos. Marco Vinicius Barbatti, 49, é comerciante e também participou do concurso de pizzaiolos na categoria amador, onde conquistou a primeira colocação. “A participação foi bem agradável, tendo em vista que é um ramo de atividades totalmente diferente do meu. Esta foi a primeira vez que estive presente em um concurso desses e pretendo participar nas próximas edições. “Acredito que este seja um evento essencial para Petrópolis, já que nossa cidade conta com turismo histórico, compras e gastronomia”, disse. Marco afirmou que a maior dificuldade do concurso foi concorrer com profissionais da área, mas que ficou satisfeito com a iniciativa da organização do evento que criou a final para amadores e profissionais. Já o vencedor do terceiro concurso cultural gastronômico, o designer gráfico, André Leonardo de Mattos, 43, se diz amante da culinária tradicional italiana e considerou a participação no concurso uma experiência incrível, já que nunca tinha concorrido em nenhuma competição nesta área. “O melhor momento foi completar a tarefa da final, na qual criei um prato com os ingredientes oferecidos e consegui atingir as expectativas do concurso, mas sem sombra de dúvida, com tudo isso, o anúncio de ter sido o vencedor”, destacou André. Quanto ao concurso de restaurantes, o vencedor foi o Bistrô da Valéria, que também conquistou o prêmio de melhor chef

CHEF Sebanias junto com o proprietário do restaurante onde trabalha, Marcelo Florêncio 58

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SOLENIDADE Autoridades e organizadores na abertura do Petrópolis Gourmet

O encerramento desta edição aconteceu no Palácio de Cristal da cidade. O proprietário George Court contou que quando surgiu a oportunidade de participar do 11º Petrópolis Gourmet, percebeu que o restaurante poderia se beneficiar da visibilidade que o evento proporciona. “A região que escolhemos foi entre Abruzo e Lazio, pesquisamos e consultamos amigos italianos e que moram lá e descobrimos um prato típico e rústico, que combinou bem com nosso bistrô. A receita chamada Bucatini A’ll Amatriciana, contou com toicinho não defumado, espaguete e bastante queijo pecotino. Quando veio a notícia de que ganhamos o concurso, comemoramos muito, pois, ainda somos novos no mercado, com apenas dois anos de existência. Mesmo depois do fim do evento, mantemos o prato típico e muitos clientes de vários lugares da cidade vêm para provar e felizmente o sucesso continua”, falou George. O encerramento desta 11ª edição aconteceu no Palácio de Cristal, com mais de 200 pessoas, realização do Fashion View, desfile de moda expondo a coleção de verão e homenageando a cidade de Milão –

capital mundial da moda -, com a presença de oito empresas da região; e premiação dos vencedores dos concursos. De acordo com Marcelo Fiorini, presidente do Sicomércio (Sindicato do Comércio Varejista de Petrópolis), a moda deve ser incluída em assuntos como hotelaria, turismo e gastronomia, pois todos estão interligados. Para o presidente do Petrópolis Convention & Visitors Bureau, Bruno Wanderley, este evento foi o melhor de todos. “Em 2011 foi excelente, mas nós podemos e vamos fazer melhor em 2012”, afirmou. Bruno garante que através do Petrópolis Gourmet há um aquecimento da economia geral da cidade, além de ser uma forma de divulgar o município.

MÚSICA A abertura do evento contou com um público de mais de 350 pessoas no Museu Imperial


Uma das novidades de 2011 no Petrópolis Gourmet foi o Clic! Petrópolis, voltado para fotógrafos profissionais e amadores. Entre as atrações, houve caminhadas fotográficas, com o percurso do Imperador D. Pedro II, grande amante da fotografia, saindo do Museu Imperial. Os visitantes também puderam conhecer um acervo fotográfico inédito nos bastidores do Museu. A convergência entre os dois eventos aconteceu na exposição de fotografia dos 24 chefs participantes do Petrópolis Gourmet. Segundo o presidente da Sopef (Sociedade Petropolitana de Fotografia) e organizador do Clic!, Claúdio Partes, 40, a ideia surgiu a partir da comemoração dos 50 anos da sociedade, somado a relação histórica de Petrópolis com a fotografia e união com o PCVB. “Foi um primeiro e importante passo na realização de um evento de maior porte, em relação à fotografia na cidade, o que é um grande desafio. Acredito que dentro

MICHAEL LENNERTZ

Clic! Petrópolis

ENCERRAMENTO Mais de 200 pessoas participaram da solenidade no Palácio de Cristal

dos objetivos pretendidos ele atendeu às expectativas, ficando agora o exercício de pensar no futuro e ajustá-lo, corrigindo falhas e erros para que ele possa se tornar melhor a cada ano, atendendo fotógrafos e público local, bem como turistas”, ressaltou. No total, foram 50 fotógrafos partici-

pantes de Petrópolis e do Rio de Janeiro. Um dos expositores foi o petropolitano Michael Lennertz, 32. “Acredito que este evento possa se tornar um dos maiores do Rio, ficando atrás somente do ‘Paraty em foco’ e do ‘Foto-Rio’”, menciona. Michael participou do Clic! com a exposição entitulada: “Solidão ou não”.

Petrópolis

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ACONTECEU

Festa vip marca a reinauguração do Grande Hotel Petrópolis POR JOSÉ ÂNGELO COSTA

FOTOS REVISTA ON

Fechado por 41 anos, o edifício reabriu as portas em dezembro de 2011. O objetivo é reforçar o setor hoteleiro da cidade através do turismo de negócios

U

ma festa para 400 pessoas marcou a reabertura do Grande Hotel Petrópolis. O evento aconteceu no dia 15 de dezembro de 2011, a exatos 81 anos e um dia após a primeira inauguração em 1930. Durante a cerimônia, a fachada do prédio localizado na rua do Imperador, foi totalmente iluminada. Também estava prevista a realização de um show pirotécnico, mas este teve que ser vetado devido à proibição de fogos de artifício no Centro Histórico. Depois de passar por reformas durante cinco anos, traz de volta ao setor turístico o glamour do primeiro prédio da cidade a possuir um elevador e que entre as décadas de 40 e 50, disputou a preferência dos clientes com outros concorrentes. Tombado pelo patrimônio histórico, o imóvel conta com 67 apartamentos modernos, distribuídos em cinco andares e nas categorias Superior, Luxo e Super Luxo. As acomodações são equipadas 60

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LUXO O hall de entrada do Grande Hotel Petrópolis é um símbolo de beleza e modernidade

com televisores de LCD, serviço de TV a cabo, internet banda larga, ar condicionado quente e frio, microondas e cofres eletrônicos. Na cobertura, encontra-se a suíte especial que dispõe de um amplo e privativo ambiente. As portas e janelas dos quartos possuem isolamento acústico para evitar que os hóspedes sejam inco-

modados pelo barulho da principal via da cidade e, assim, tenham mais conforto e tranquilidade durante a estadia. Dispõem de aposentos totalmente adaptados aos portadores de necessidades especiais, além de sauna e academia. Um detalhe curioso do novo Grande Hotel é o contraste entre a modernidade e a história, pois de todos os lustres instalados no hall de entrada, três são originais de sua fase inicial nos anos 30, assim como os ladrilhos dispostos ao longo dos andares. A fachada do edifício foi restaurada e preservou as características dos tempos antigos, de quando era uma das principais atrações do município. Até mesmo os recepcionistas vestem trajes que rememoram a fase áurea do local. Na entrevista coletiva concedida à imprensa dias antes da reinauguração, a gerente geral Marta Cerqueira, afirmou que a proposta do empreendimento é incentivar o turismo de negócios com atendimento segmentado de acordo com


ambientais. “O hotel possui sistema de captação de chuva, reciclagem de lixo interno e luz solar”, explica. Gastronomia

REABERTURA Durante a cerimônia de reinauguração, toda a fachada do edifício recebeu iluminação especial

o período do ano. “Temos um foco para os eventos corporativos. A nossa ideia é trazer as pessoas de volta a Petrópolis e tirar o estigma do turista só ir para a Rua Teresa”, acredita. Pensando nesta iniciativa, Marta revela o Business Center, um espaço privativo com salas confortáveis, flexibilidade para diversos tipos de montagens e recursos tecnológicos. O espaço pode funcionar como escritório particular temporário ou para reuniões. Disponibiliza workstations, computadores com internet, secretárias, intérpretes e central de comunicação com serviços de correio, fotocópia e fax. Já o auditório, tem capacidade para receber até 70 pessoas. Baseando-se em todos estes investimentos, foram gerados cerca de 40 empregos diretos, mas a expectativa é de que este número aumente para 60 posteriormente, contou a gerente. Ainda de acordo com Marta, os pacotes de hospedagem são ligados sempre a alguma atração turística de Petrópolis. Os preços das diárias variam entre R$ 280 e R$ 1.000. Pensando ainda na co-

modidade dos clientes, foi firmado um convênio com a rua Paulo Barbosa para o estacionamento dos veículos levados por manobristas contratados pela direção do hotel. A baia existente em frente ao prédio é usada para a passagem de hóspedes, cargas e descargas rápidas. “Nosso objetivo, além da área comercial, é reforçar o turismo hoteleiro. Por isso, temos planos com passeios pela cidade”, diz a subgerente Bianca Ghidini. Segundo ela, outra preocupação é quanto as condições

IMPRENSA Café da manhã oferecido aos jornalistas durante a apresentação das instalações do Grande Hotel

Coordenado por Pedro Gallo, o setor gastronômico é um dos principais atrativos oferecidos pelo Grande Hotel. A princípio, o serviço está disponível apenas para os hóspedes, entretanto, o público em geral poderá ter acesso através de reservas. “Teremos, desde o café da manhã até o almoço e café colonial. Posteriormente, virá um happy hour e por último o jantar”, revela. Segundo Gallo, o conceito está centrando em garantir total excelência no atendimento aos turistas a partir de um variado cardápio no restaurante comandado pela chef Mariella Gallo. A gastronomia ganha ainda mais força devido a diversidade de clientes, pois antes mesmo da inauguração oficial, muitos já procuravam o hotel para fazer as reservas, em maioria, estrangeiros vindos de países como Estados Unidos, Austrália e Portugal. Um dia após a sua reabertura, o hotel já estava recebendo hóspedes que, para o réveillon, garantiram 25% da ocupação. Além disso, vagas foram reservadas para o período do carnaval. História

Construído em 1930 por Francisco de Carolis, o Grande Hotel surgiu pensando no clima ameno e na importância histórica e turística de Petrópolis que hoje em dia é habitada por mais de 297 mil pessoas. O edifício sediou importantes acontecimentos e foi palco para a realização de grandes festas promovidas pela alta sociedade. Também hospedou personalidades que marcaram a trajetória política e cultural do país como o ex-presidente Getúlio Vargas e o narrador esportivo Ary Barroso. Com seus salões requintados e instalações modernas, causou frisson e mudou a paisagem da então avenida XV de Novembro, atual rua do Imperador. Poucos sabem, mas houve uma ocasião em que o prédio abrigou um cassino, isso por volta das décadas de 40 e 50. Todavia, foi desativado logo em seguida e permaneceu assim por 41 anos. Petrópolis

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GUIA

Cinema

Música

AS CANÇÕES (Eduardo Coutinho – 2011)

TOKAIA Formada em 1989, a Tokaia é composta por Ricardo Oliveira (vocal e guitarra), Ussiles “Urso” Nascimento (bateria e voz), Mariano San Roman (baixo e voz), Rogério “Chapolim” Vieira (trompete) e Arthur Milk (trombone). Conhecida em Petrópolis e região, a banda já alçou vôos mais distantes, tendo apresentações fora do país, como durante a turnê em

Portugal em 1997. O repertório mistura estilos e épocas. São músicas do pop/rock nacional e internacional, dos anos 60 até os dias atuais. Além do trabalho já conhecido, lançaram, em 2007, um CD de canções autorais. As críticas, sempre positivas, compararam o som à banda como Jamiroquai e Maroon 5. Para ouvir, acesse: www.tokaia.com.br

DVD DVD SAMBÔ

CHITÃOZINHO E XORORÓ - SINFÔNICO

Não é apenas uma roda de amigos tocando samba. Eles vão além e criam versões para clássicos do rock, como de Janis Joplin, James Brown e Led Zeppelin. (R$ 24,90)

Com o maestro João Carlos Martins e a Orquestra Bachiana Filarmônica, Chitãozinho e Xororó apresentam seus sucessos com arranjos únicos, emocionantes e inesquecíveis. (R$ 29,90)

Eduardo Coutinho volta às telonas com uma das coisas que melhor sabe fazer: colocar pessoas comuns e suas histórias como as grandes atrações da obra. Após ouvir moradores em “Edifício Master” e histórias reais contadas ou encenadas em “Jogo de cena”, o documentarista lança “As canções”. Quem não tem uma música que lembra o pai, a mãe, o primeiro amor ou uma viagem? A pergunta “alguma música já marcou sua vida?” serviu como convocação para que pessoas contassem suas histórias diante da câmera. No filme, são mostrados 18 depoimentos escolhidos. Um jovem que canta uma música para o pai, já morto, como pedido de desculpa; um homem que chora ao cantar para a mãe de 85 anos; outro que canta ao recordar a história de amor. As músicas servem como forma de ver a própria vida e recordar cada momento. Como esperado, as músicas de Roberto Carlos foram as mais recordadas. Enquanto o filme acontece, o “maestro” Eduardo Coutinho, aos 78 anos, rege a plateia que esbarra em emoções semelhantes. Qual é a música que marcou sua vida?

Livros DE PEITO ABERTO Relatos e fotos de mulheres que tiveram ou têm câncer de mama. A jornalista Vera Golik e o fotógrafo Hugo Lenzi retratam a descoberta, o apoio e a superação das vencedoras. (Alaude, R$ 55,00)

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MAS SERÁ O BENEDITO? De onde vieram as expressões e ditos populares que conhecemos? Por que dizemos “afogar o ganso”? Mario Prata tem as respostas. Verdadeiras ou não, vale a pena ler. (Planeta do Brasil, R$ 29,90)

OS INDECENTES:

CRÔNICAS SOBRE AMOR E SEXO Os canalhas têm alguma função? E os homossexuais escondidos? O que acontece com uma mulher que trai? Reflexões relacionadas à sexualidade em 100 crônicas de Stella Florence. (Rocco, R$ 28,00)

AS ESGANADAS Uma mulher gorda é assassinada. Jô Soares revela o criminoso no início da obra. O restante do livro traz as confusões dos investigadores para chegar ao assassino. (Companhia das Letras, R$ 29,90)


Petr贸polis

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