Chevrolet Onix e Novo Fiat Uno disputam a preferência dos clientes que procuram o primeiro carro ou que necessitam de um veículo para uso urbano.
COMPACTOS
PÁG. 40
MERCADO DE REPOSIÇÃO
n o106
|
ANO IX
|
JULHO DE 2015
|
R$ 6 ,00
|
www.balcaoautomotivo.com.br
Realizado no dia 16 de junho, no auditório do Sincopeças-SP, fórum sobre o tema reuniu varejistas, reparadores, representantes da indústria, distribuição e profissionais do segmento.
|
PÁG. 6
INADIMPLÊNCIA PODE PREJUDICAR CRESCIMENTO DO SETOR DE AUTOPEÇAS A alta da inadimplência do consumidor final em 2015 é atribuída à conjuntura econômica do País, marcada pelo aumento da inflação, do desemprego e da taxa de juros. Com isso, varejistas e oficinas têm buscado formas de garantir o recebimento, com mais critério nos cadastros e outros meios de pagamentos. PÁG. 10
Qualidade e inovação
Pesados & Comerciais
No Brasil desde 1958, a Schaeffler tem apresentado ao setor soluções para motores, transmissão e chassi, componentes para a indústria pesada, agrícola, entre outras.
Chevrolet S10 High Country passa a ser a versão topo de linha da picape média. Ela ganhou conteúdo e não houve mudanças mecânicas ou na arquitetura.
PÁG. 20
PÁG. 36
Respeito à cadeia Há quase 50 anos no mercado de reposição, Pedro Molina se considera um profissional atuante que luta pela união do setor.
PÁG. 32
3
editOrial
JulHO de 2015 / ediçãO 106
Setor em alerta ANO IX - Nº 106 - JULHO DE 2015 www.balcaoautomotivo.com.br Editor executivo Bernardo Henrique Tupinambá Editor-chefe Silvio Rocha (editor@pranaeditora.com.br) Editor de veículos Edison Ragassi (ragassi@pranaeditora.com.br) Redação Simone Kühl (simone@pranaeditora.com.br) Colaboradores Arthur Henrique S. Tupinambá / Fauzi Timaco Jorge / Ingo Hoffmann / Karin Fuchs Departamento de Arte (criacao@pranaeditora.com.br) Supervisor de Arte - Fabio Ladeira Assistente de Arte - Juan Castellanos Fotografia Eduardo Portella Amorim / Estúdio Prána Departamento Comercial (comercial@balcaoautomotivo.com.br) Diretor Comercial Edio Ferreira Nelson (edio@pranaeditora.com.br) Executivo de Contas Richard Fabro Faria (richard@pranaeditora.com.br) Marketing / Distribuição Letícia Kido (marketing@pranaeditora.com.br) Internet (webmaster@pranaeditora.com.br) Supervisor de Desenvolvimento Aryel Tupinambá (aryel@pranaeditora.com.br) Financeiro Analista Financeira Tatiane Nunes Garcia (tatiane@pranaeditora.com.br) Assistente Administrativa: Stéphany Lisboa (administrativo@pranaeditora.com.br) Atendimento ao leitor Telefone: 11 5084-1090 (atendimento@pranaeditora.com.br) Impressão Coan Gráfica Jornalista Responsável Silvio Rocha – MTB: 30.375
Tiragem: 20 mil exemplares
Por: Silvio Rocha | Fotos: Divulgação
D
iferentemente do que aconteceu em 2011 e 2012 em que a inadimplência do consumidor aumentou por conta do endividamento, neste ano a alta é atribuída à atual conjuntura econômica do País, marcada pelo aumento da inflação, taxa de juros e desemprego. Segundo análise da Serasa Experian, através dos dados computados até o mês de abril, a inadimplência está mais acentuada nos setores de telecomunicação (39,5%) e no varejo (38,2%). Com base nestas informações, trazemos como reportagem de capa o que os varejistas e as oficinas estão fazendo para trabalhar melhor sua gestão financeira e garantir o recebimento dos clientes. Este mês, nosso economista aborda as falhas do setor e a “doença holandesa”, mostrando como isso afeta a economia brasileira. E também: orientações para o profissional se destacar diante de um mercado de trabalho em recessão. Com investimentos em soluções em produtos e serviços, a Schaeffler revela suas ações, perspectivas e planejamento para este ano, destacando as características que fazem a empresa ser referência em qualidade e inovação. Realizado no dia 16 de junho na sede do SincopeçasSP, empresários e entidades representativas do setor
debatem os rumos do aftermarket para os próximos cinco anos com base no estudo feito pela Roland Berger no Fórum sobre cenário do mercado brasileiro da reposição automotiva. Outro importante evento foi a celebração dos 20 anos de atividades do IQA, Instituto criado para incentivar a qualidade automotiva na indústria nacional. Comemoração ocorreu no Centro de Convenções Milenium, na capital paulista, na noite do dia 2 de julho. Nesta edição também, em continuidade à seção Pérolas da Reposição, a história de Pedro Molina, diretor da Car Central, há quase 50 anos no mercado de reposição, que enfatiza a importância de lutar pela união do setor. Como lançamento, temos o Focus hatch linha 2016, da Ford, apresentado em Fortaleza (CE). E em comparativo os compactos que disputam a preferência dos clientes que procuram o primeiro carro, ou aqueles que necessitam de um veículo para uso urbano: Chevrolet Onix e Novo Fiat Uno. Em Balcão dos Pesados, trazemos a Chevrolet S10 High Country, da General Motors, que passa a contar com mais acessórios. E o anúncio da Mercedes-Benz sobre a expansão da SelecTrucks, que terá em breve uma loja em Minas Gerais. Até mais!
O Editor
Os anúncios aqui publicados são de responsabilidade exclusiva dos anunciantes, inclusive com relação a preço e qualidade. As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. Balcão Automotivo é uma publicação mensal da Prána Editora & Marketing Ltda. com distribuição nacional dirigida aos profissionais automotivos e tem o objetivo de trazer referências ao mercado, para melhor conhecimento de seus profissionais e representantes.
DESTAQUES DA EDIÇÃO PÁG. 04
PÁG. 42
DOENÇA HOLANDESA
CARREIRA
em um mercado de trabalho em recessão, consultora apresenta dicas importantes para se sobressair nos processos seletivos.
especialista explica o conceito da doença e os fatores que geram as falhas de mercado, e as influências no equilíbrio da economia.
PÁG. 44
PÁG. 43
ANIVERSÁRIO
Contato: 11 5084-1090 (contato@pranaeditora.com.br) Prána Editora & Marketing Ltda Jornal Balcão Automotivo Rua Engenheiro Jorge Oliva, 111 - CEP 04362-060 Vila Mascote - São Paulo - SP
iQa comemora 20 anos de atividades no setor, onde nasceu com o propósito de contribuir para o avanço dos padrões da qualidade.
FOCUS 2016
nesta geração, além das mudanças no design, os engenheiros melhoraram a dirigibilidade do carro e a direção elétrica recebeu nova calibração.
4
JulHO de 2015 / ediçãO 106
ecOnOmia e GestãO
Falhas de mercado e a “doença holandesa” Por: Fauzi Timaco Jorge* | Foto: Divulgação
O
“Sr. Mercado”, contrariamente ao que é apregoado por alguns neoliberais, não é capaz de resolver sozinho alguns dos seus principais dilemas. Fatores exógenos que, por sua natureza, fogem ao controle do gestor de negócios, são originados da inter-relação dos agentes econômicos voltados para o seu próprio umbigo, ou seja, pouco preocupados com as consequências derivadas de seus atos no curto e médio prazos. Para estes agentes, interessa de perto o entesouramento, ou seja, a apropriação imediata de lucros derivados de operações oportunistas, sem qualquer regulação pelas autoridades constituídas. Quando estas ações passam a ser analisadas de perto, constatam-se o que se convencionou chamar de “falhas de mercado”. Daí decorre o conceito de “externalidades negativas”, que implica na consequência nefasta para o conjunto da atividade econômica ou da própria sociedade, diretamente derivada da existência desta falha de mercado. Neste caso, os mercados estão alocando recursos de forma ineficiente. Um exemplo de externalidade negativa que é muito utilizado em economia é o caso da produção de alumínio. Estas fábricas de alumínio emitem poluição, na razão direta da produção de alumínio: quanto maior a produção, maior será a quantidade de resíduos lançados na atmosfera. Esta fumaça cria um risco para a saúde de quem respira esse ar. Isso é uma “externalidade negativa”: a poluição daí derivada, que afeta o bem-estar da população. É quando o governo é chamado a intervir, adotando meios para regular esta atividade econômica. No caso desta poluição derivada da produção de alumínio, pode-se adotar, por exemplo, uma taxação sobre o “direito de poluir” ou, ainda, obrigando o agente poluidor a neutralizar a emissão de carbono e outros poluentes por meio de reflorestamento, dado o poder de sequestro de carbono que possuem determinadas árvores, dando origem à madeira, que nada mais é do que carbono sequestrado. Aliás, vai aqui outra consideração sobre este processo de reflorestamento. As árvores têm uma capacidade de sequestro de carbono que é reduzida ao longo de sua existência. Por isso a necessidade de reflorestamento: para manter ativa esta possibilidade de aumento do sequestro de carbono ao longo da vida útil da árvore que dará lugar a outra árvore replantada. Logo, desmatar e reflorestar, quando são efetuadas conjuntamente de forma ordenada, constituem “externalidade positiva”. A “doença holandesa”, em que pese ser um problema antigo, relacionado ao desenvolvimento e subdesenvolvimento, passou a ser considerada pelos estudiosos na década de 1980. Antes disso, nos anos 1960, notou-se que os Países Baixos, graças à descoberta e exportação de gás natural, passaram por um processo de apreciação da taxa de câmbio – era trocada uma menor quantidade de moeda nacional, o florim, para cada unidade de moeda estrangeira –, o que acabou por constituir uma real ameaça à indústria manufatureira do país. Em suas análises, acadêmicos como Corden e Neary e, mais recentemente, Sachs e Warner, imaginaram uma economia com três setores: um deles responsável pelos recursos naturais florescentes, outro relacionado ao setor manufatureiro atrasado e um terceiro setor de bens não comercializáveis (nontradables goods), como é o caso de utilidades essenciais como energia elétrica, água, saneamento e certos tipos de serviços. Este choque de riqueza no setor de recursos naturais acaba criando “um excesso de demanda no setor de bens não comercializáveis, implicando uma mudança nos preços relativos”, conforme nos dão conta Bresser-Pereira, Marconi e Oreiro, no Capítulo 5 de sua “Structuralist Development Macroeconomics”. Para estes autores, “a doença holandesa é a crônica sobreapreciação da taxa de câmbio de um país, causada pela exploração de recursos abundantes e baratos, cuja produção e exportação são compatíveis com uma taxa de câmbio claramente mais apreciada que a taxa de câmbio que tornam competitivas internacionalmente as demais empresas de bens comercializáveis que usam a tecnologia mais moderna existente no mundo”. A doença holandesa é, portanto, uma falha de mercado que gera externalidades negativas. Implica diretamente a existência de uma diferença entre a taxa de câmbio que equilibra intertemporalmente a conta corrente do país e a taxa de câmbio que permite a existência de setores econômicos eficientes de bens e serviços comercializáveis além daqueles beneficiados por rendas que os autores denominam “ricardianas”, numa referência a David Ricardo, que classificou as commodities [mercadorias] como tendo seu preço de mercado definido pelo produtor marginal menos eficiente que é admitido no mercado.
Em outras palavras, “enquanto, no modelo de Ricardo, as rendas ricardianas beneficiam somente os proprietários das terras mais produtivas, no caso da doença holandesa, se elas não forem neutralizadas, beneficiarão, no curto prazo, todos consumidores do país, porque eles compram bens comercializáveis mais baratos do que os que prevaleceriam se a taxa de câmbio estivesse no equilíbrio”. O problema está no médio prazo, porque tais rendas inviabilizam a industrialização ou, mais amplamente, a transferência de mão de obra para setores com valor adicionado per capita. Como é que tudo isso afeta a economia brasileira? Teríamos aqui, em nossa economia ora cambaleante, uma evidência prática da doença holandesa? De que maneira se processou a neutralização dos efeitos maléficos desta anomalia nas relações de troca internacionais? A resposta à primeira pergunta é fácil de ser constatada: somos uma economia agrárioexportadora, baseada em commodities como o minério de ferro, carne bovina, soja e outros grãos e seus derivados. Até mesmo a euforia com a descoberta do petróleo no pré-sal deve ser considerada nesta exploração de recursos naturais. Quanto à segunda pergunta, a valorização do real, a moeda nacional, é uma evidência empírica que tem levado indústrias nacionais a abandonarem sua produção local e simplesmente adquirirem produtos acabados ou semi-industrializados no exterior, num processo agudo e persistente de substituição de produção local e, consequentemente, desindustrialização. A neutralização dos efeitos maléficos da doença holandesa, objeto da terceira indagação ali em cima, passa pela adoção de taxas múltiplas de câmbio, implementação de altas tarifas de importação e, ainda, adoção de subsídios à exportação de manufaturados, como ocorreu nos anos 1970 no Brasil. Como dizem os autores a que nos referimos neste artigo,“neutralizar a doença holandesa significa deslocar a taxa de câmbio do equilíbrio corrente para o (equilíbrio) industrial; significa, portanto, passar de uma situação de equilíbrio em conta corrente (se estiverem zeradas as entradas líquidas de capital) para uma de superávit em conta corrente”. Com isso o país passará a uma posição de investidor e credor internacional. Sabemos que cada uma das medidas aqui elencadas tem contraindicações, repercutindo em outros campos da competitividade, tanto no mercado doméstico como no mercado externo. O que não se pode deixar de fazer, no entanto, é um “dar de ombros”, na expectativa de que o Sr. Mercado fará tudo o que tem que ser feito para recolocar o país no caminho da industrialização sustentável. Isso não acontecerá sem escreve regularmente nesta um processo rigoroso de regulação e *Economista, coluna e pode ser acessado pelo e-mail administração do câmbio, este preço fauzi@balcaoautomotivo.com.br vital nas transações internacionais.
6
fórum
JulHO de 2015 / ediçãO 106
Fórum debate o cenário do aftermarket Empresários e entidades representativas do setor analisam estudo feito pela Roland Berger Por: Simone Kühl | Fotos: Bruno Santos
R
ealizado no dia 16 de junho, o Fórum sobre o cenário do mercado brasileiro da reposição automotiva reuniu mais de 120 varejistas, reparadores, representantes da indústria, da distribuição e profissionais do setor; no auditório do Sincopeças-SP, na Avenida Paulista, em São Paulo. O evento, também promovido pelo Sindirepa-SP, foi apresentado pelo presidente do Sincopeças-SP, Francisco Wagner de La Tôrre, que exibiu os principais resultados do estudo desenvolvido pelo Instituto Roland Berger sobre o aftermarket automotivo, onde foi destacada a análise com foco na reparação e reposição varejista, com temas que abordaram tendências, desafios, perfil e evolução da frota, cenário do setor e orientações estratégicas sobre os próximos cinco anos. Este estudo faz parte dos fóruns de posicionamento estratégico do Sincopeças-SP, que objetivam apontar direções e dar instrumentos e ferramentas para o empresário tomar posições estratégicas com visão de longo prazo. “Nesse sentido, os dados da Roland Berger, que por si só já são muito importantes, passam a ter maior relevância, justamente pelo delicado momento que o País está atravessando, devido às dificuldades econômicas e políticas”, analisa de La Tôrre. Agenda de fóruns Conforme explica de La Tôrre, o Sincopeças-SP já vem realizando há um tempo dois tipos de fóruns, aqueles que fazem parte de um planejamento estratégico da entidade, com visão de longo prazo, cujo maior objetivo é antecipar tendências e direcionamentos do setor, e os fóruns que tratam de questões pontuais. “Os debates com conteúdos estratégicos tornamse importantes para os empresários, principalmente os pequenos varejistas, porque normalmente eles não
Francisco Wagner de La Tôrre em apresentação dos principais resultados do estudo feito pela Roland Berger
possuem acesso a informações qualificadas, na mesma quantidade e facilidade com que o Sincopeças tem. Além disso, passamos esses materiais sob o crivo de especialistas, a fim de interpretá-los”, conta. Desta forma, os fóruns transmitem aos empresários dados qualificados e privilegiados. “Promovemos ainda os fóruns que tratam de questões atuais, como algum movimento, ação pública, ou imperativo legal como uma nova lei ou decreto, que obriguem o setor a adoção de posicionamentos e novas condutas, como o Fórum sobre a Lei do Desmanche, Fórum sobre a Lei de Defesa do Consumidor, Fórum sobre o SPED Fiscal. Nesses eventos convidamos especialistas nesses assuntos específicos e passamos para o lojista orientações e conteúdos didáticos, cujo objetivo é orientá-lo em sua tomada de decisão para essas questões”. O próximo fórum da entidade, que será feito em outubro, irá apresentar para o varejista e reparador as perspectivas e possibilidades de financiamento para os investimentos de longo prazo do seu negócio, novos modelos de governança e de gestão, para que ele possa utilizar esses conhecimentos como ferramenta na sua tomada de decisão estratégica.
Principais resultados Entre os desafios debatidos, de La Tôrre destaca o acirramento da concorrência, com a chegada de novos players, capacitados e competentes; e as oportunidades que se apresentam diante das tendências macroeconômicas específicas para o setor da reposição. Outro ponto a ser priorizado é o subsídio que é preciso oferecer para o varejista e para o reparador se prepararem para a eventualidade de ter de reposicionar seu negócio. “E provavelmente ele terá que reposicioná-lo, porque o modelo tradicional ao qual ele está habituado até este momento vai se tornar bastante dificultoso para que ele dê continuidade ao seu trabalho nos próximos cinco anos. As novas configurações do mercado, inclusive, exigirão novos modelos de negócio”, alerta. Em relação ao momento econômico, agravado pelo cenário político, o presidente do Sincopeças ressalta que o estudo da Roland Berger apenas confirma tudo o que está acontecendo agora. “As primeiras expectativas com relação às projeções macroeconômicas desse estudo foram feitas no começo do ano. Agora, passado o primeiro semestre, estão sendo confirmadas”, completa.
Lojistas falam sobre o Fórum o evento “Este último Fórum não foi apenas um encontro formal de empresários, foi um encontro que expôs muitos detalhes e ricas informações sobre o nosso ramo, com índices e ponderações muito pertinentes”, salienta Alexandre Alexandre Kohara, Kohara, gerente Comercial da da Braskape Autopeças Braskape Autopeças. Para Ricardo Carnevale, diretor Comercial da Josecar Distribuidora de Autopeças, é sempre bom participar de fóruns promovidos pelas entidades representativas do setor, ainda mais este que teve como foco o estudo realizado pela Roland Berger que apresentou informações importantes sobre as tendências do
mercado e o futuro da reposição. “Posso afirmar que o evento superou minhas expectativas, foi extremamente profissional e bem exposto pelo presidente do Sincopeças, que abordou os rumos do mercado, idade média da frota, crescimento de SUVs no Brasil, entre outros temas. Saí muito contente e com dados que nos darão novos direcionamentos para os negócios, o que nos motiva ainda mais a participar de outros Fóruns”. Emerson Martins, gerente da Auto Peças Molina, também concorda e aponta a importância de estar presente e poder ter acesso a pesquisas como esta. “O cenário do nosso segmento é bem complexo e difícil de entender e esta análise foi muito relevante nesse sentido. Vivemos mais de reação do que ação, e quando temos uma visão mais ampla podemos ser mais proativos e desenvolvermos melhores estratégias e planejamentos. Fazemos
questão de acompanhar e prestigiar os eventos do Sincopeças e os demais fóruns da reposição”. Com 40 anos de Sincopeças, Álvaro Pereira, diretor da Importadora Alvamar Auto Peças, reforça sua satisfação por iniciativas como esta, de realizar Ricardo Carnevale, da Josecar debates que permitem que os Distribuidora de Autopeças empresários do varejo possam ter uma clara noção do que esperar do futuro. “No fórum recebemos uma projeção de que em 2020 os veículos entre seis e 10 anos serão os responsáveis pela maior parte da demanda e a maior alta será constatada nas peças elétricas e
8
fórum téria de capa
eletrônicas. Esse dado, por exemplo, é fundamental para que o varejista direcione o seu negócio”, complementa o diretor. Estudo X Crise De acordo com Kohara, os pontos abordados no estudo refletem exatamente com a situação econômica que o País está atravessando, devido ao alto endividamento. “Vamos passar por um momento crítico, acredito que até o primeiro semestre de 2016, pois a dívida do brasileiro não acaba no fim do ano”, avalia. “Muitos consumidores estão com suas finanças atrapalhadas e ainda vão demorar a colocar a ‘casa em dia’”. Sobre o cenário econômico, o diretor Comercial da Josecar aponta que o setor automotivo está sendo privilegiado em relação aos demais segmentos, pois quando a venda de veículos diminui aumenta o fluxo nas oficinas de clientes que optam pela manutenção. “Creio que diretamente nosso setor não sofreu tanto, no entanto indiretamente sim, pois percebemos que os consumidores tendem a reduzir ao máximo seus gastos e acabam por não comprar todas as peças necessárias para a revisão”. No entendimento de Martins é preciso encarar este período de forma positiva, Álvaro Pereira, da Importadora pois abre oportunidades para Alvamar Auto Peças o aftermarket. “Nosso ramo
não foi tão afetado de fato, podemos perceber que os números vêm crescendo timidamente em relação aos demais segmentos de mercado. Em específico no nosso caso, que vendemos apenas peças mecânicas, as vendas não foram tão impactadas ainda, pois o consumidor precisa do produto. Contudo, nosso intuito agora é trabalhar com um estoque mais enxuto e procurar reduzir nos aspectos possíveis para atravessar por essa época de maneira mais tranquila”. Já o diretor da Importadora Alvamar observa que essa fase exige dos profissionais uma gestão altamente profissionalizada. “Passei por situações semelhantes e tenho certeza que informação e orientação sempre ajudam nas tomadas de decisões, principalmente sobre assuntos que fazem parte do nosso dia a dia”. Diante disto, ele ressalta que os resultados apresentados projetam as principais tendências, desafios e perspectivas para os próximos cinco anos. “Justamente os direcionamentos que precisamos para levar nossa empresa adiante e superar esse momento de crise, que é mais um daqueles que acabam servindo para corrigir rumos; e vamos superá-lo, como superamos tantos outros”, acredita. Conhecimento adquirido Kohara enfatiza que o estudo foi muito bem coletado, direcionado e pontual. “Em várias ocasiões foram unânimes os comentários dos participantes sobre os dados e as respostas dos apresentantes. Exibiram vários pontos que motivam os empresários a pensar e repensarem sobre o seu negócio. Tomar
JUlHO de 2015 / edição 106
decisões com informações tão ricas nos deixam mais confiantes e confortáveis”, reflete. Um tema que marcou para Carnevale foi o cenário e as transformações da cadeia. “Hoje o distribuidor e o grande varejista estão ocupando o mesmo espaço e buscando o mesmo cliente, que Emerson Martins, é o aplicador, além do fato das da Auto Peças Molina concessionárias e montadoras entrarem cada vez mais no nosso mercado. E no Fórum foi mostrado como agirmos em virtude dessa realidade, que é com um trabalho junto aos nossos clientes, investimentos em profissionalização, além de nos apontarem as ações certas e erradas nas autopeças”. Neste sentido, o empresário destaca que é possível fazer um planejamento do futuro e continuar com as iniciativas da Josecar, que são o fortalecimento do setor com a abertura de novas lojas e o aumento no volume de compras para poder concorrer com os distribuidores. Álvaro Pereira também frisa a qualidade e quantidade de referências que trouxeram clareza de previsões para os próximos cinco anos. “O estudo demonstrou que as oportunidades existem e os empresários precisam estar atentos, pois há muitos desafios, até mesmo ficar de olho no gerenciamento de estoque, pois as perdas com peças obsoletas pesam muito no bolso. Quero parabenizar o Sincopeças-SP pela iniciativa”, finaliza.
10
capa
JulHO de 2015 / ediçãO 106
SETOR PRECAVIDO Com a alta da inadimplência do consumidor final, varejistas e oficinas têm buscado formas de garantir o recebimento, com mais critério nos cadastros e outros meios de pagamentos Por: Karin Fuchs | Fotos: Divulgação
D
iferentemente dos anos de 2011 e 2012 em que a inadimplência do consumidor aumentou por conta do endividamento, neste ano, a alta é atribuída à conjuntura econômica do País, marcada pelo aumento da inflação, da taxa de juros e aumento do desemprego. “Combinação que impulsiona a inadimplência para cima, mesmo que as pessoas não estejam tão endividadas”, comenta Luiz Rabi, economista da Serasa Experian. No acúmulo do ano, até maio, a inadimplência do consumidor cresceu 15% comparativamente ao ano passado. “É uma taxa alta, acima de 10% já é um sinal de alerta, e a tendência é continuar crescendo neste ritmo ou até mais”, prevê Rabi, atribuindo a queda de renda o motivo principal para o consumidor não conseguir pagar as contas. “E quando a inflação acelera, neste ano deve ficar acima de 9%, isso também pesa no bolso do consumidor que fica com menos dinheiro para pagar as contas que já tinha contratado”, acrescenta. Segundo ele, o cenário é preocupante. “A última vez que vimos o crescimento da inadimplência neste patamar, chegando a 20%, foi em 2011/2012. Depois, foram dois anos de queda na inadimplência (2013 e 2014) e a partir de outubro do ano passado começou a aumentar, mas não no patamar atual. O pior momento
Luiz Rabi, economista da Serasa Experian
é este que estamos vivendo, esta virada para o terceiro trimestre, mas acreditamos que a partir de agosto ou setembro pare de piorar, o que é uma boa notícia, e no próximo ano comece a melhorar aos poucos”, diz Rabi. Na análise dos macrossetores feita pela Serasa Experian, a inadimplência do consumidor está mais acentuada nos setores de telecomunicações e no varejo, respectivamente, 39,5% e 38,2% computados até o mês de abril, e mais que o dobro da inadimplência nos setores não bancários, 16,7% no mesmo período. “Cada setor é impactado de maneira diferente, conforme a necessidade do consumidor, privilegiando as contas de consumo, como energia elétrica e, no limite, ele não paga ninguém”, afirma Rabi. Para Ana Vecchi, diretora da consultoria Vecchi Ancona – Inteligência Estratégica, essa onda de pessimismo, de falta de credibilidade, e uma série de circunstâncias que vem acontecendo no País ficam mais fortes exatamente pelo pessimismo. “Há uma questão que é misturar a economia com a política e uma atitude mais positiva é: existe a inadimplência e como vou lidar com ela; como evitá-la e como negociar. Se tem inadimplência e todo mundo está preocupado com ela, os bancos e as empresas estão dispostos a negociarem”, explica.
de consultas do CPF ou CNPJ do cliente, e negociar taxas com o gerente do banco. “Pois quanto mais movimento ele tiver na loja com pagamentos com cartões de crédito e débito, além de garantir o recebimento, o varejista consegue negociar melhores taxas com o banco. Se receber em cheque, fazer a análise e, se tiver problemas,
Lição de casa Nas palavras de Ana Vecchi, para não se tornar inadimplente o empresário tem que trabalhar a sua gestão financeira e não focar apenas na venda de preço ou promoção. “Em um ano de crise, o varejista tende a ficar com medo de não vender e aceita algumas situações, como por exemplo, passa a aceitar cheque, parcela mais ou dá um desconto maior do que aquele que assegura a sua margem de lucro. Tem varejista que vende preço ou promoção sem cobrir os seus custos. Ele pode até não ter inadimplência, mas não tem margem de lucro ou não ganha para pagar as contas e ele mesmo se torna o inadimplente”, alerta. A dica é fazer o planejamento financeiro. “Tanto da sua margem de lucro como quais promoções pode fazer. Se vender sempre barato, dificilmente ele conseguirá voltar a um preço que lhe dê uma boa margem de lucro. E para evitar a inadimplência, analisar o perfil de clientes. Eles devem ser tratados de formas diferentes, mas nenhum deles pode ser maltratado”, afirma. Outra dica de Ana Vecchi é ter um sistema de análise,
Ana Vecchi, diretora da consultoria Vecchi Ancona – Inteligência Estratégica
negociar com o cliente outra forma de pagamento, pois cliente inadimplente afeta toda a cadeia”. Segundo ela, “se toda a cadeia raciocinar que estamos vivendo um momento econômico muito complicado globalmente, se o cliente pessoa física ou pessoa jurídica afeta a cadeia, de que forma a indústria pode colaborar também para que o consumidor possa comprar e também pagar. Se todo mundo fizer a sua parte, cada um ganhar um pouco menos, nós temos condições de reconstruir esta economia e todo mundo voltar a ganhar”, analisa Ana Vecchi. A boa notícia, ainda de acordo com ela, diz respeito ao endividamento por conta do aumento do consumo de bens duráveis com a ascensão das classes C e D. “Há quatro ou cinco anos houve um aquecimento no consumo, essa população adquiriu bens e parcelou em até 36 vezes, e essa conta já acabou, pois não são bens que se trocam todos os anos”, conclui.
12
capa
Jaicar, localizada em Goiânia (GO)
Ao redor do varejo Em todo o País, tanto o varejo de autopeças como as oficinas estão mais atentos para evitarem a inadimplência do consumidor. Mas o problema nem sempre fica do lado de fora das suas portas. “Em relação ao ano passado, houve um aumento de cerca de 30% na inadimplência”, pontua Carlos Ernane Batista de Araújo, gerente financeiro da Jaicar, localizada em Goiânia (GO). Conforme suas palavras, “nós tentamos ter o máximo
JUlHO de 2015 / edição 106
de precaução, mas sem deixar de fazer novos cadastros para recebimento de cheques. Porém, automaticamente, tem diminuído bastante esta forma de pagamento e hoje não representa mais do 12% do total das nossas vendas”, comenta. Araújo conta que a maior parte da inadimplência vem das oficinas. “Mesmo que elas se responsabilizem pelos cheques dos seus clientes, às vezes precisamos ajudá-las e aguardar um pouco mais para receber. Também há outro tipo de inadimplência, da oficina ser vendida, o novo dono não fazer a alteração cadastral e continuar comprando na loja em nome da oficina. No início pode não haver problemas, mas sim quando o limite é maior”, revela. Para se precaverem, a Jaicar está mais rígida com os cadastros e com o cliente quando há problemas. “Se há um título vencido conosco no dia anterior, no dia seguinte ele não consegue comprar. Enrijecemos um pouco mais para dificultar e com isso acabamos por discipliná-lo a andar mais em dia conosco. Pois se tiver devendo e quiser comprar a peça, não conseguirá. Também diminuímos a margem para as vendas não caírem. Estamos fazendo este malabarismo”, finaliza. Na Auto Peças Tibá, em Belo Horizonte (MG), Henrique Hermano mostra um cenário similar. “A tendência de inadimplência foi de aumento, mas como vimos que o mercado está mais retraído, naturalmente, ficamos mais atentos. Só recebemos cheques de clientes cadastrados e de clientes de oficinas mediante consulta”, especifica. E mesmo que as oficinas se responsabilizem pelos cheques dos clientes, pode haver problemas. “A inadimplência maior na loja é com as oficinas e menos com recebimentos via boleto, pois além de fazermos uma consulta bem refinada, essa forma de pagamento é pequena, a maioria é com cartão de débito ou crédito”, comenta. João Gomes, da Careca Autopeças, em São Paulo (SP), diz que “hoje se houver qualquer dúvida quanto à venda, nós não vamos adiante. Preferimos deixar de vender a ter uma perda maior adiante. Não aceitamos cheques na loja e das oficinas desde que elas se responsabilizem, assim, não temos uma
JUlHO de 2015 / edição 106
Auto Peças Tibá, de Belo Horizonte (MG)
inadimplência grande de cheques, mas temos. E das que temos objeções, se quiserem, mandamos a máquina do cartão para elas. Estamos bem restrito neste ponto”, afirma. Independentemente do cenário atual, Emerson Coelho Parente, da Parente Autopeças, em Porto Nacional (TO), conta que inadimplência sempre foi um problema. “A nossa cidade é pequena, com uma população de cerca de 50 mil habitantes que chega a quase 80 mil (oscilante), porém nem 3% das oficinas pagam em dia e, para evitar, não vendemos para elas. O nosso foco é o cliente final”, revela. Outra prática na loja é evitar recebimentos em cheques e com boleto bancário. “E mesmo assim temos uma inadimplência altíssima, que chegou a mais de 33% em junho. Nós temos optado por trabalhar cada vez mais com cartões e temos buscado uma operação melhor com as operadoras (taxas). Viajo muito para outras cidades e faço questão de entrar nas lojas de autopeças. Em muitas cidades maiores já não existe mais boleto, somente cartão”, comenta o empresário que não é favorável à ampliação de prazos de pagamento.
João Gomes, da Careca Autopeças, de São Paulo (SP)
14
capa
JUlHO de 2015 / edição 106
JUlHO de 2015 / edição 106
é um grande risco para ele, como também para o varejo que trabalha desta forma”, analisa.
Marcelo Gian Antonio, da Autopeças Gian, de São Paulo (SP)
“Recentemente, uma distribuidora grande fez uma pesquisa questionando se deveria haver maior flexibilidade de prazo junto aos distribuidores, eu disse que não, pois quem vende muito não precisa comprar a prazo e se precisa é porque está vendendo mal. Acho que a solução não é aumentar o prazo do distribuidor, o que
Rigor nas vendas Marcelo Gian Antonio, da Autopeças Gian, em São Paulo (SP), analisa que o atual cenário do País, com juros altos e crédito escasso, aumento de preços e do desemprego aliado ao consumo em queda, afetou todos os segmentos. “Inclusive o nosso, mas pouco para nós em virtude da nossa política de vendas X crédito bem firme. Nós definimos um limite de crédito para cada cliente em cima de uma análise criteriosa cadastral”, especifica. Ainda de acordo com ele, “nós aceitamos cheques apenas de oficinas cadastradas, portanto não temos problemas com consumidor, e temos elaborado promoções a fim de alavancar as vendas”, informa. Com uma taxa de inadimplência zerada, Júlio Laska, da Auto Acessórios Bangu, localizada no Rio de Janeiro (RJ), atribui o motivo à não aceitação de cheques. “Desde 1998, eu não aceito mais cheques e também acabamos com a venda faturada para particulares e para mecânicos. Hoje, 50% das nossas vendas são com cartões, 49% à vista e 1% boleto. Assim não temos problema com inadimplência”, sintetiza. “Para nós, aumentou bastante a inadimplência e estamos segurando com um crediário mais rigoroso e evitando o cheque”, conta Eleandro Braga Meireles, da Meireles Autopeças, com unidades nas cidades de Palmitinho, Tapejara e Frederico Westphalen, no Rio Grande do Sul. Em relação aos cheques, ele diz que “recebemos na loja apenas das oficinas e de empresas sólidas com mais de cinco anos de conta aberta. Porém, está
Autopeças Zagonel, de Lajeado (RS)
Meireles Autopeças, do estado do Rio Grande do Sul
acontecendo bastante de o mecânico repassar cheques dos clientes e, mesmo ficando responsáveis por eles, a gente ter que reparcelar para ajudá-lo”. Também com critério, José Farinha Marçal, da Marçal Autopeças, em Recife (PE), explica que a aceitação do cheque é rigorosa. “Este meio de pagamento está em desuso, mas recebemos de forma criteriosa. É preciso se precaver muito”, alerta. Com o mercado parado, ele conta que o resultado maior na loja é com as seguradoras. “Antes, trabalhávamos apenas com acessórios e hoje também fazemos serviços de para-brisas, faróis e vidros. O que está nos salvando são as seguradoras que nos pagam em dia”, finaliza. Na Autopeças Zagonel, em Lajeado (RS), Irino Zagonel conta que recebimento em cheque é restrito ao limite de R$ 500,00 e com análise de crédito. “Nós temos uma inadimplência atualmente de cerca de 6% e, para nos precavermos, estamos negociando, prolongando o prazo de pagamento. A inadimplência vem tanto do consumidor final como da oficina que garante o cheque do seu cliente. E, em hipótese nenhuma, recebemos
16
capa
Alberto Martinucci Jr., da MotorFast, de São Paulo (SP)
cheques de terceiros”, enfatiza. O cenário nas oficinas Na MotorFast, em São Paulo (SP), o empresário Alberto Martinucci Jr., diz que não há problemas com inadimplência na oficina. “Aceitamos cheques somente de clientes antigos e adotamos um comportamento para incentivar pagamento com cartões. É mais oneroso (taxas), mas é garantia de recebimento. Ante o meu
JUlHO de 2015 / edição 106
faturamento, a inadimplência não chega a 1%”, especifica. Para os clientes novos, que toda semana chegam à oficina, o incentivo é o mesmo: pagamento com cartão. “Mas se ele quiser pagar com cheque, já questiono se há restrição, pois às vezes parcelamos em três ou quatro vezes e eu não consigo negociar o cheque no banco como recebível”, informa. Em Tarumã (SC), a oficina de Airton Gomes dos Santos, que tem o nome da cidade, também não enfrenta problemas com inadimplência. “Como aqui é uma cidade do interior e todo mundo se conhece, eu não tenho problema de inadimplência, pois só trabalho com clientes conhecidos que eu confio. E mesmo que haja a gente conversa e negocia prazo”, explica. O mesmo se dá na Mecânica Luiza, da Vila da Penha, no Rio de Janeiro (RJ). “Os nossos clientes são cooperativas de taxis e seguradoras escolhidas a dedo, o que me permite liquidez de recebimento e inadimplência zero”, comenta Marcos Botelho, que, em menor escala, também atende o cliente final. “E que paga no cartão ou à vista. Nós temos uma tranquilidade e transparência neste processo de serviço de forma muito simples”, complementa. Com mais de 95% dos recebimentos via cartão de crédito, na oficina O Forte, em Recife (PE), Alexandre Portela Soares também diz que inadimplência não é
JUlHO de 2015 / edição 106
Mecânica Luiza, da Vila da Penha, do Rio de Janeiro (RJ)
algo que lhe preocupa. “Só aceitamos cheques de clientes antigos e amigos. Para os demais, somente cartões de crédito ou débito e dinheiro”, especifica. “Com a crise, aumentou a inadimplência e voltaram vários cheques. Para evitá-la, trabalho com o sistema de cheque garantido, somente com comprovação de crédito, independentemente do cliente. Somos um centro automotivo e temos também o balcão. O nosso cliente é o consumidor final”, diz Erasmo Vieira Melo, da Morato
18
capa
Alyson Nogueira, da Menno Centro Automotivo, de Goiânia (GO)
Autopeças, em Recanto das Emas (DF). Na Menno Centro Automotivo, em Goiânia (GO), Alyson Nogueira revela que estão tendo muitos problemas com clientes PJ. “Eles estão com restrição de crédito, tanto que fazemos o orçamento do serviço e na hora de análise do cadastro ele não é aprovado. Também está acontecendo de o cliente não vir retirar o carro.
JUlHO de 2015 / edição 106
Neste momento estamos com três parados na oficina, acredito que seja por conta do cliente não ter como pagar. Para evitar tudo isso, nós temos tomado muito cuidado”, afirma. A fim de evitar a inadimplência, na Peghasus Powered Motors, em São Paulo (SP), Silvio Ricardo Candido conta que mudaram a forma de recebimento. “Hoje, o cliente dá 50% de sinal e o restante em até duas vezes no cartão. Porém, o consumidor está muito endividado e nem sempre ele tem o sinal ou o cartão não passa. Além do serviço na oficina estar menor, complica mais quando há esta situação, pois deixamos de fazer o reparo”, explica. Ele adianta que também adotou novas parcerias. “Antes, o banco Schahin financiava o serviço e mudamos a bandeira. Desde abril deste ano, estamos usando o NexxPago, meio pelo qual o cliente paga em até quatro vezes e nós recebemos no dia seguinte, inclusive, quem paga a taxa é o próprio cliente”, especifica. Segundo ele, “anteriormente, nós financiávamos o nosso cliente, somos o final da cadeia. A fábrica dá prazo para o distribuidor, este dá prazo para a autopeças que, antes, nos davam um prazo de 150 dias e hoje está em 90 dias. E como você financia o cliente desta forma? O seu fluxo de caixa vai embora”, analisa, defendendo que deveria haver no setor um banco que pulverizasse desde a fábrica até o reparador. “Falta uma compreensão do setor para que todos pudessem fazer uma coisa diferente. Na oficina, 11,98%
JUlHO de 2015 / edição 106
Silvio Ricardo Candido, da Peghasus Powered Motors, de São Paulo (SP)
é o imposto de prestação de serviço na nota fiscal mais a taxa da máquina do cartão, 3,7%. Ou seja, é o reparador quem está pagando a conta no final. Um dos projetos do Sindirepa-SP, que eu estou encabeçando, é levar a maquininha do NexxPago para todos os associados. O projeto é muito bom”, finaliza.
20
JulHO de 2015 / ediçãO 106
indústria
Schaeffler: qualidade e inovação Com investimento sempre em soluções para produtos e serviços, empresa oferece o que há de melhor no mercado Por: Silvio Rocha | Fotos: Divulgação
N
o Brasil desde 1958, a Schaeffler tem apresentado ao setor soluções para motores, transmissão e chassi, componentes para a indústria pesada, agrícola, ferroviária, de produtos de consumo e para o segmento aeroespacial. Sempre prezando pela qualidade e originalidade, a empresa acredita na conscientização de toda a cadeia de distribuição, por isso investe constantemente no lançamento de suas linhas, na capacitação dos reparadores e na assistência técnica. Tendências e ações De acordo com Rubens Campos, vice-presidente Sênior Aftermarket Automotivo - América do Sul, como empresa global a Schaeffler está em contato direto com a engenharia da matriz na Alemanha, bem como com outras plantas da empresa pelo mundo, o que permite saber e entender os diferentes mercados e tendências que estão surgindo. “Desta forma, conjuntamente desenvolvemos novos projetos que vão ao encontro das necessidades e expectativas de nossos clientes. Em nosso aftermarket automotivo, trabalhamos muito próximo aos reparadores e rede de distribuição, o que nos permite ter um contato direto e constante, e assim entender exatamente o que eles precisam e oferecer os melhores produtos e serviços”, explica. Neste sentido, Campos enfatiza a importância de proporcionar capacitação técnica. “Não basta oferecermos produtos da mais alta qualidade de um original de fábrica, é preciso dar assistência e capacitar esses profissionais para que nossos produtos tenham alto desempenho e assim satisfaçam ao cliente final”, emenda. Por isso, a Schaeffler elabora e distribui manuais técnicos e catálogos às oficinas mecânicas, lojas e distribuidores, com dicas sobre a aplicação, fornecendo todo o suporte necessário para a instalação correta e utilização dos produtos e atendimento por e-mail ou telefone. Além disto, também realiza treinamentos para as equipes comerciais e de reparadores. “Nossa assistência técnica organiza visitas à fábrica, desenvolve cursos e ministra palestras”, comenta. Cenário econômico Para Campos, o ano de 2015 começou com uma expectativa de que o PIB viria negativo com chance de o País entrar em recessão. “O próprio ministro da Fazenda, Joaquim Levy, havia afirmado no início do ano que o Brasil poderia enfrentar um trimestre de contração na economia. Agora, chegamos a julho e um relatório do
Planta da fábrica da Schaeffler em Sorocaba (SP)
IBGE divulgado no dia 29 de junho confirma as previsões negativas para os três primeiros meses de 2015”. O vicepresidente ressalta que o PIB caiu 1,6% na comparação com o primeiro trimestre de 2014. “Para todo o ano de 2015, a previsão mais recente dos economistas é de uma queda de 1,24% no PIB. Se confirmado, será o Rubens Campos, vice-presidente Sênior pior resultado em Aftermarket Automotivo - América do Sul 25 anos, quando foi registrada uma queda de 4,35%. No que diz respeito ao setor automotivo, após o pior primeiro trimestre desde 2007, a Anfavea, reviu sua projeção para 2015 e de 3,27 milhões de unidades planejadas, agora espera-se alcançar até o final do ano a marca dos 2,83 milhões de
veículos”, observa. Diante desse cenário, a Schaeffler, assim como outras empresas de diversos setores, mesmo com dificuldades para alcançar os números planejados para o ano, mantém sua essência de inovação e qualidade em todos os seus produtos e caminha para um crescimento em relação a 2014. “Continuamos otimistas como sempre e não nos afastamos jamais de nossa política de alta qualidade”, completa. A empresa entende esse período como uma oportunidade para se aprender mais. “São nestes momentos de crise econômica que somos desafiados a ser criativos para continuarmos trilhando nosso caminho. Por isso, continuamos focados na satisfação de nossos clientes, oferecendo produtos da mais alta qualidade, original de fábrica, além de toda a assistência técnica, para que nossos produtos possam ter alto desempenho”. Campos conta que a Schaeffler trabalha com planejamento prévio, analisa os principais índices e tendências de mercados para apresentar e atender os parceiros de modo a maximizar sua participação e preferência pelos clientes.
22
indústria
Planejamento e perspectivas Sobre suas projeções para o fechamento de 2015, o vice-presidente revela que a empresa está sempre em busca de atualização, focada no desenvolvimento de novas estratégias. “Acreditamos muito no potencial desse setor, por isso investimos continuamente em nosso aftermarket, para assim oferecer uma ampla variedade de produtos e serviços de qualidade a todos os nossos clientes e aumentarmos a nossa participação no mercado”, pontua. A Schaeffler continuará, por meio de suas marcas LuK, INA, FAG e Ruville, a realizar lançamento de produtos, atualização de seus catálogos, treinamentos técnicos e comerciais para toda a cadeia de autopeças, inclusive de forma remota, com o e-Learning. Nessa linha de novidades para o mercado, Campos lembra o lançamento da Ruville no ano passado, marca esta premium, com qualidade OE, laboratórios próprios e cooperação das autoridades técnicas alemãs de inspeção, como TÜV e Germanisch Lloyd, além da Universidade Técnica de Aachen. “O que a diferencia dos demais concorrentes é a contínua expansão de portfólio, os 25 mil artigos e o desenvolvimento de produto”, frisa. Neste sentido, o vice-presidente afirma que a
JUlHO de 2015 / edição 106
Schaeffler continuará a investir no desenvolvimento de novas tecnologias, bem como a aumentar seu portfólio, de forma a atender os clientes com qualidade original de fábrica. “Sabemos das exigências de nossos clientes, o que motiva toda a nossa equipe a se esforçar constantemente na busca de novos produtos e tecnologias para sempre atender bem o mercado”, conclui. Presença global Com sede na Alemanha, a empresa conta com cerca de 82 mil colaboradores e um faturamento que atingiu mais de 12,1 bilhões de euros em 2014. A Schaeffler está presente em mais de 170 localidades no mundo todo, sendo uma das líderes mundiais em componentes automotivos, industriais e aeroespaciais. Fornece produtos para todas as principais montadoras de veículos do mundo, bem como para todas
as grandes empresas dos setores de papel e celulose, sucroalcoleira, mineração, entre muitas outras. Além da preocupação com a qualidade de seus produtos e serviços, a Schaeffler defende a preservação do meio ambiente, bem como apoia ações voltadas à comunidade, como o Projeto Formare, cujo objetivo é inserir jovens de baixa renda no mercado de trabalho.
BalcãO autOmOtiVO / JulHO de 2015 / ediçãO 106
Disponível gratuitamente para celulares com sistemas iOS e Android, o novo app envia notificações a cada atualização da empresa nas redes sociais. A novidade abrange o canal do Youtube, a página do Facebook, Instagram e Twitter, além de ter informações como direcionamento para o site e catálogo eletrônico. A empresa disponibiliza também um número de Whatsapp para atendimento através do (11) 95559-7775 onde já possui mais de 500 reparadores cadastrados, além do 0800 704 7277 e sim@mte-thomson.com.br.
AMPRI adere ao Programa Amiga da Oficina
A AMPRI inicia parceria com o Programa Amiga da Oficina, criado pelo Sindicado da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de São Paulo (Sindirepa- SP). A parceria tem como meta intensificar o relacionamento com o reparador através do novo canal, efetuando palestras regionais junto aos sindicatos de cada cidade, buscando assim focar o grupo de reparadores associados, além dos trabalhos de divulgação de lançamentos de produtos.
CURTAS
Os produtos chegam para complementar o portfólio da indústria, atendendo às especificações técnicas das montadoras de veículos. Para Volkswagen, o lançamento é o elemento filtrante de ar C 29 015 (indicado para os modelos FOX 1.0 12V Flex e up! 1.0 12V Total Flex). Para Chevrolet, as novidades são o elemento filtrante do ar C 24 028 (para Cobalt 1.4 8V Flex; 1.8 8V Flex; Sonic 1.6 16V Flex e Spin 1.8 8V Econoflex) e C 24 034 (para Ônix 1.0 8V e 1.4 8V EconoFlex e Prisma 1.0 8V e 1.4 8V EconoFlex). Para Ford, os lançamentos são o elemento filtrante do óleo HU 7002 z e o elemento filtrante do ar C 22 024 (para Ranger 2.2 e 3.2 (12-). Para a GM, o lançamento é o elemento filtrante do ar C 16 010/1 (para modelos da Nova S10 2.8 16VCTDI - DuramaxMWMDiesel (04/12-); 2.4 8V Flex (02/12-) / Trail Blazer 2.8 16VCTDI – DuramaxMWMDiesel (04/12-).
FOTOS: DIVULGAÇÃO
MTE-Thomson lança aplicativo Oficina do Saber
MANN-FILTER lança filtros do ar e do óleo para linha leve
Desempenho global do setor automotivo A JATO Dynamics do Brasil divulga dados de veículos vendidos mundialmente até maio de 2015. A China já apresenta sinais de desaquecimento com apenas 1,6% de crescimento em maio de 2015 se comparado ao mesmo período de 2014. Os EUA ocuparam o 2º lugar com alta nas vendas de 1,5% ante maio do ano anterior. Os dados chineses incluem apenas veículos de passeio. Para o restante dos países os números englobam carros e comerciais leves. Em meio à crise econômica, o Brasil caiu mais uma posição no ranking mensal e agora está na 7ª colocação e com retração de 26,2%, se compararmos o mesmo mês de 2014, a segunda maior queda do ranking no quadro abaixo, ficando atrás somente da Rússia, que apresentou queda de 38% no mês de referência influenciada pela desvalorização da moeda russa.
Rede PitStop lança o programa Negócios em Rede
Através de parcerias com fabricantes de produtos automotivos, a PitStop proporcionará benefícios comerciais especiais aos seus associados, como melhores prazos de pagamento, descontos, promoções, entre outros. “Nosso objetivo com o Negócios em Rede é ajudar os membros PitStop a aumentar o seu diferencial competitivo, gerando novas oportunidades de negócio. Com o programa, eles poderão adquirir de forma diferenciada produtos que não sejam comercializados pela Distribuidora Automotiva S.A – principal apoiadora da Rede”, explica Paulo Fabiano, diretor-adjunto da Rede PitStop. Atualmente com mais de 1.000 pontos de venda, entre lojas de autopeças, retíficas de motores e oficinas mecânicas, a Rede PitStop oferece mais de 27 benefícios e programas exclusivos, baseados em cinco pilares: informação, formação, tecnologia, comercial/marketing e financeiro.
Entidades divulgam resultados de junho e do primeiro semestre O levantamento feito pela Anfavea aponta produção de 184 mil autoveículos no sexto mês do ano, que comparada com as 210,4 mil unidades fabricadas em maio significa queda de 12,5%. Na análise com junho do ano passado, quando 215,9 mil unidades foram produzidas, a retração foi de 14,8%. Com estes resultados, a indústria encerrou o primeiro semestre com recuo de 18,5% ante o mesmo período de 2014: foram 1,27 milhão de autoveículos produzidos este ano contra 1,56 milhão no ano anterior. E de acordo com a Fenabrave o setor da distribuição de veículos no geral apresentou no mês de junho retração de 1,25% em relação a maio (329.650 unidades em junho, contra 333.821 no mês anterior). Na comparação entre os meses de junho 2015 e o mesmo mês de 2014, o setor teve queda de 14,45%. No acumulado do ano, houve queda de 17,62% para todos os setores somados. No primeiro semestre de 2015, foram emplacadas 2.053.111 unidades, contra 2.492.247 no mesmo período de 2014.
26
Nissan lança GPS TomTom como acessório original A Nissan está lançando duas opções de navegadores por GPS da marca holandesa TomTom dentro da sua linha de acessórios originais. Encontrados nas concessionárias da marca em todo o país, os aparelhos Start 55 e GO 60 têm preços sugeridos de R$ 399 e R$ 1.049, respectivamente. Para o cliente, a grande vantagem de adquirir os acessórios originais Nissan é a possibilidade de incluir o valor dos acessórios (até 10% do valor do veículo) no financiamento por meio do CrediNISSAN (RCI).
BorgWarner entra em acordo para adquirir a Remy International Sob os termos do acordo, a BorgWarner vai adquirir cada uma das ações em circulação da Remy por 29,50 dólares em dinheiro, o que implica um valor de aproximadamente US$ 1,2 bilhão. A transação deverá incrementar os lucros no primeiro ano. A conclusão da transação está sujeita a determinados termos e condições habituais, incluindo a aprovação dos acionistas da Remy e autorizações reguladoras antitruste e outras nos Estados Unidos e no exterior. A transação deverá ser concluída no quarto trimestre de 2015.
Vela de ignição desgastada pode gerar falhas no motor Com a chegada das férias de julho, quando aumenta o movimento nas estradas, o consultor de Assistência Técnica da NGK, Hiromori Mori, destaca a importância da revisão e, se necessária, a troca por componentes novos. Segundo o especialista, velas de ignição com desgaste excessivo ou com funcionamento irregular podem causar falhas no propulsor, além de dificuldades na partida do automóvel, aumento do consumo de combustível e dos níveis de emissões de poluentes. Para mais informações, a empresa disponibiliza o email duvidas@ngkntk.com.br e o Serviço de Atendimento ao Consumidor, pelo telefone 0800 197 112.
Delphi conclui a venda da divisão Thermal A Delphi Automotive PLC anuncia a conclusão da venda de seu negócio de sistemas térmicos para a MAHLE Behr GmbH & Co. KG e algumas de suas afiliadas. Os termos da venda são consistentes com os anunciados em 19 de fevereiro de 2015. Naquela época, a Delphi e a MAHLE também assinaram uma carta de intenção separadamente para a venda da Delphi em Xangai, a Delphi Automotive Air-Conditioning System Co., Ltd.; esta transação deve se fechada em 2016.
28
BalcãO autOmOtiVO / JulHO de 2015 / ediçãO 106
Fras-le anuncia mudanças na estrutura financeira e de RI Dentro da política de permanente adequação na sua estrutura organizacional, a Fras-le informou ao mercado a nomeação de Ricardo Reimer (foto) para a diretoria Administrativa e Financeira da empresa, a partir de 1º de julho. Ele substitui Vanderlei Novello, que deixa de exercer suas atividades na empresa para dedicar-se a novos projetos profissionais. Reimer é profissional qualificado com formação em Engenharias Mecânica e de Produção e MBA em Administração de Empresas, tendo larga experiência no exterior, com destaque para sua atuação na empresa Schaeffler.
SK Automotive lança projeto de comunicação para balconistas
Preocupada com a formação de profissionais para o setor, a empresa lança o Balconista S/A, primeiro projeto de comunicação e relacionamento dirigido exclusivamente aos balconistas de autopeças do Brasil. O projeto, que vai contar com uma revista bimestral de 20 mil exemplares, um portal de notícias e uma página no Facebook, pretende colaborar com a formação desses vendedores por meio da publicação de notícias, infográficos e vídeos que abordem questões que não se limitam ao universo automotivo. Além do conteúdo de mercado, o Balconista S/A vai abordar as principais tendências para o futuro, discutir finanças e temas importantes do noticiário.
Gerson Prado, diretor Comercial da SK Automotive
REPARAÇÃO DE VEÍCULOS: UM NEGÓCIO PROMISSOR Sindirepa-SP e Sebrae-SP lançam cartilha para oficinas mecânicas Por: Simone Kühl | Foto: Divulgação
Com o objetivo de orientar empresários sobre as melhores formas de montar e manter uma oficina, o Sindirepa – SP lança, em parceria com o SebraeSP, a Cartilha “Reparação de veículos: um negócio promissor”, que oferece um guia com informações sobre legislação, instalações, gestão e ainda um estudo sobre o mercado da reparação automotiva. O lançamento do material aconteceu no dia 24 de junho, na sede do Sebrae-SP, com as presenças de: Antonio Fiola (presidente do Sindirepa Nacional e Sindirepa-SP); Luiz Sergio Alvarenga (Relações Institucionais e Governamentais do Sindirepa Nacional); Paulo Eduardo Arruda (gerente de Atendimento Setorial), José Paulo Albanez (coordenador do projeto/consultor – Sebrae-SP) e Maria Augusta Pimentel Miglino (Acesso à Inovação e Tecnologia/Consultora – Sebrae-SP), além de demais profissionais das entidades e empresários de oficinas mecânicas.
Magneti Marelli Cofap Aftermarket apresenta o câmbio automatizado no mercado de reposição
Empresa anuncia o início da distribuição dos conjuntos completos – ou robôs - do câmbio Free Choice®, tecnologia aplicada em veículos Fiat Dualogic e VW i-Motion (exceto o VW up!), com os códigos comerciais FCF00201FIT e FCV00201VWS, respectivamente. Alguns dos componentes vitais do câmbio automatizado desenvolvido e fabricado pela sistemista já estavam disponíveis para a reposição, como sensores, válvulas solenoides, bombas hidráulicas e reservatórios, e continuarão a ser vendidos separadamente para reparos Câmbio Fiat específicos, mas, com esse lançamento, a Magneti Marelli Cofap Autopeças torna possível a substituição integral do Free Choice® também em oficinas mecânicas, por um custo significativamente mais atraente para os proprietários dos veículos equipados com a tecnologia. O produto não se aplica a veículos originalmente equipados com câmbio manual.
Schaeffler anuncia mudanças em sua estrutura de Marketing e Comunicação Corporativa A Schaeffler comunica que desde o dia 15 de junho Renata Campos (foto) é a nova chefe de Marketing e Comunicação Corporativa da América do Sul, sendo responsável por todas as atividades desta área, reportando-se diretamente ao presidente e vice-presidente da América do Sul. Além desta mudança, a área de Marketing e Comunicação também teve movimentações nas coordenações: Tatiana do Amaral agora é responsável pelo Marketing e Comunicação do Aftermarket Automotivo, Jairo Molina (Ex-Comunicação Interna) assume a Unidade de Negócio Industrial e Pâmela Siqueira se mantém na coordenação do OEM Automotivo.
TRANSAÇÕES MOVIMENTAM AFTERMARKET O Grupo Comolatti, com forte atuação no mercado brasileiro de reposição automotiva, anuncia a assinatura de acordo para a compra da totalidade das ações da Pellegrino Distribuidora de Autopeças. Com a aquisição, o Grupo fortalece o seu posicionamento destacado no mercado nacional de aftermarket automotivo e reafirma o compromisso de continuar a investir no potencial de crescimento do Brasil. No momento, o contrato está em aprovação com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE). Outra importante negociação foi o acordo assinado para a compra da Affinia Automotiva do Brasil pela Autopartners Participações SA., o valor da operação não foi revelado. O atual presidente da companhia, Jorge Schertel, permanece no cargo. Esta transação também depende de análise e aprovação do CADE.
CURTAS SKF lança aplicativo para combater falsificação Desenvolvido para sistemas operacionais Android e iOS, o aplicativo (SKF Authenticate) está disponível para download gratuito na AppStore, da Apple, e no Google Play. Se o cliente estiver com dúvidas sobre a autenticidade da embalagem, ou deseja informar, de maneira anônima, sobre uma peça falsificada, o aplicativo o ajuda a utilizar a câmera do próprio celular para registrar uma foto do produto (embalagem ou peça). A imagem é então enviada para a SKF e avaliada pela própria empresa.
TMD/Cobreq oferece ao mercado de motos pastilhas de freio A TMD Friction do Brasil colocou no mercado de reposição 7 tipos de pastilhas de freio, dianteiras e traseiras, abrangendo 134 aplicações para motos das marcas Aprilia, BMW, Ducati, Husqvarna, KTM, MV Augusta, Suzuki, Yamaha, Honda, Kawasaki e Gas Gas. As pastilhas dianteiras são para motos Aprilia, BMW, Ducati, Husqvarna, KTM, MV Augusta, Suzuki, Yamaha e Honda em diversos anos de fabricação. Já o lançamento das pastilhas traseiras, também para motos com vários anos de fabricação, chega para modelos BMW, Kawasaki, Yamaha, Suzuki e Gas Gas.
DPK apresenta catálogo eletrônico que vem para ser referência no mercado automotivo Com um completo e moderno Sistema de Busca, foi lançado aos clientes DPK um novo catálogo eletrônico, o “KDaPEÇA”! O material chega com diferenciais para melhorar e agilizar o trabalho dos clientes. Segundo Armando Diniz, diretor de Negócios da DPK, a ferramenta surgiu após um ano de pesquisas e estudos de mercado. “Nós conversamos com clientes de todo o Brasil, que nos passaram suas necessidades. Após a compilação destes apontamentos, ajustados ao que há de mais moderno e prático na área tecnológica, nasceu o KDaPEÇA”.
30
sindicatO
JulHO de 2015 / ediçãO 106
Notícias do Sincopeças-SP Fisco não pode autuar apenas com informações do cartão de crédito Legislação permite que autoridades e agentes fiscais tributários somente examinem documentos quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso Em 2006, o coordenador de Administração Tributária do Estado de São Paulo baixou a Portaria CAT-87, conhecida como “Operação Cartão Vermelho”, obrigando as empresas administradoras de cartões de crédito ou débito a entregar à Secretaria da Fazenda informações dos contribuintes do ICMS, relativas a operações realizadas no mês anterior pelos estabelecimentos localizados no Estado de São Paulo. A partir dessas informações e do cruzamento de dados da própria Secretaria, o Fisco Paulista defendeu uma importante ferramenta para o planejamento e desenvolvimento dos trabalhos de fiscalização estadual, argumentando que a legitimidade do uso das informações fornecidas por administradoras de cartões seria garantida pela Lei nº 12.294/2006, tendo em vista que a relação entre as operadoras de cartões e os contribuintes do ICMS teria natureza mercantil e não financeira. Com base nas informações prestadas, o Fisco Paulista comparou os valores informados pelo contribuinte e o demonstrativo recebido das operadoras e, em caso de divergência, promoveu a autuação do contribuinte, podendo ser este processado inclusive na esfera criminal. Foram lavrados numerosos Autos de Infração e, caso o contribuinte fosse optante do Simples e autuado, procedeu-se sua exclusão imediata do programa. As defesas administrativas apresentadas pelos contribuintes foram indeferidas no Tribunal de Impostos e Taxas, mas o Tribunal de Justiça de São Paulo tem proferido decisões favoráveis entendendo que: (i) o sigilo bancário somente pode ser afastado desde que implementadas as exigências do artigo 6º da Lei Complementar Federal 105/2001 e (ii) a inexistência de processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso ilegal à conduta administrativa. Ou seja, o artigo supramencionado permite que autoridades e agentes fiscais tributários da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios somente examinem documentos quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente. O Plenário do Supremo Tribunal Federal, nos autos do Recurso Extraordinário nº 601314 RG/SP, reconheceu a existência de repercussão geral sobre a matéria atinente à suposta constitucionalidade da Lei Complementar 105/2001. O referido recurso aguarda julgamento, mas é importante ressaltar que existe grande possibilidade do julgamento ser favorável aos contribuintes. Nesse sentido, é importante ressaltar que o Fisco Paulista rapidamente passou a requerer a autorização judicial via procedimento próprio, informando serem tais documentos essenciais para a apuração da diferença entre o valor declarado e o valor efetivamente recebido pelos contribuintes, o que, de forma suplementar, promove o saneamento do processo fiscal. Ainda assim, no caso de exclusão do contribuinte do Simples Nacional única e exclusivamente em razão da “Operação Cartão Vermelho”, recomendamos o ajuizamento da medida judicial cabível para combater essa ilegalidade. A presente publicação possui caráter exclusivamente informativo, não contém qualquer opinião, recomendação ou aconselhamento legal a respeito dos temas aqui abordados. Assessoria Jurídica Sincopeças-SP - Dr. Paulo Ribeiro, escritório Paulo Ribeiro Advogados Associados Trabalho aos domingos e feriados está autorizado por Lei Empresa deve cumprir os requisitos previstos em Norma Coletiva e as legislações locais de cada Município para resguardar seu direito contra qualquer tipo de irregularidade A movimentação de vendas na atividade do Comércio Varejista é diária, mas aumenta consideravelmente aos domingos e feriados. O lucro gerado nesses dias é de extrema importância para o Comércio nos tempos atuais, por isso é fundamental que a empresa siga algumas definições para o resguardo de seus direitos legais. A legislação que define o labor aos domingos e feriados está disposta na Lei nº 10.101/2000, em seus artigos 6º e 6ºA, onde temos as seguintes disposições: “Art. 6º Fica autorizado o trabalho aos domingos nas atividades do comércio em geral, observada a legislação municipal, nos termos do art. 30, inciso I, da Constituição”. “Art. 6ºA É permitido o trabalho em feriados nas atividades do comércio em geral, desde que autorizado em convenção coletiva de trabalho e observada a legislação
municipal, nos termos do art. 30, inciso I, da Constituição”. O artigo 30, inciso I da Constituição Federal, a qual se refere à norma acima trata da competência do Município em legislar sobre os assuntos de interesse local, devendo assim, ser respeitada a legislação específica de cada Município. Em relação à negociação coletiva, o SINCOPEÇAS possui em suas Convenções Coletivas as informações necessárias para as empresas que desejam exercer o labor nos referidos dias, entretanto, há de se observar e diferenciar os direitos inerentes ao labor aos domingos e aos feriados previstos nas Convenções, conforme disposto a seguir: Fica autorizado o labor aos DOMINGOS nas seguintes modalidades e obedecidas, dentre outras, as seguintes regras: • Concordância expressa do empregado; • Concessão, nos domingos trabalhados, de vale transporte de ida e volta, sem nenhum ônus ou desconto para o empregado; • Jornada de 8 (oito) horas, remuneradas como dia normal de trabalho; • Remuneração da hora extra com 60% (sessenta por cento) quando a jornada exceder a 8 (oito) horas diárias; • Adoção do sistema 2×1 (dois por um), ou seja, a cada dois domingos trabalhados segue-se outro, necessariamente, de descanso, fazendo jus o empregado que cumprir tal jornada a mais de 3 (três) dias de folga, • No sistema 2×1 os dias a mais de folgas serão proporcionais aos meses trabalhados, conforme estabelecido na cláusula 39. No tocante ao trabalho em dias definidos como FERIADOS, na cidade de São Paulo, devem ser atendidas as seguintes regras: • A empresa deverá possuir o CERTIFICADO emitido pela entidade patronal de sua categoria (SINCOPEÇAS) e chancelado pela Prefeitura, que autorizará o funcionamento do estabelecimento comercial nos dias pretendidos. • Manifestação de vontade por escrito, por parte do empregado, assistido o menor por seu representante legal, em instrumento individual ou plurimo, do qual conste: a. Os feriados a serem trabalhados; b. A discriminação da jornada a ser desenvolvida em cada feriado; c. O dia e o mês em que serão gozadas as folgas compensatórias, estas correspondendo, sempre a numero igual ao dos feriados trabalhados, d. As folgas compensatórias devidas em razão do trabalho em feriados serão gozadas em até 60 (sessenta) dias, contados a partir do primeiro dia do mês subsequente ao trabalhado sob pena de dobra. • Pagamento em dobro das horas efetivamente trabalhadas no feriado, sem prejuízo do DSR. • Não inclusão das horas trabalhadas aos feriados no sistema banco de horas. Ou seja, o trabalho aos domingos e feriados está autorizado por Lei, devendo-se cumprir os requisitos previstos em Norma Coletiva e observadas as legislações locais de cada Município. Dessa maneira, o Comércio realiza suas atividades em dias de grande movimentação e resguarda seu direito contra qualquer tipo de irregularidade atinente à legislação específica do tema. Mudanças na legislação sobre embargos à execução fiscal trazem avanços Parecer da Assessoria Jurídica do Sincopeças-SP vê avanços na proposta de alteração na legislação de embargos à execução fiscal, na medida em que ampliará a possibilidade de defesa, independentemente de oferta de garantia a saldar a execução Está em trâmite, perante o Congresso Nacional, o PL nº 5080/2009, que altera a Lei 6.830/80 e que dispõe sobre a apresentação dos embargos à execução fiscal, e que recebeu adendo PL nº 1575/15, da senadora Prof. Dorinha Seabra Rezende, alterando algumas normas importantes e as quais merecem destaque. Atualmente, sob a sistemática da Lei 6.830/80, nomeadamente em seu artigo 16, informa que para apresentar defesa pelo executado, denominada“embargos à execução”, o devedor deve apresentar algum tipo de garantia, seja ela em dinheiro, bens móveis ou imóveis, carta fiança ou qualquer outro meio idôneo que lastreie a possibilidade de discussão de suas razões. Desse modo, para que o devedor (executado) possa exercer suas razões de defesa deve, necessariamente, apresentar bens ou sofrer constrição (penhora) de qualquer bem de sua titularidade que seja suficiente para o pagamento da dívida. Pelo projeto da Senadora, o executado poderá se opor à execução por meio de embargos, independentemente de qualquer garantia, ou seja, sem sofrer qualquer tipo de constrição (penhora), ampliando seu acesso à ampla defesa e ao contraditório.
Ainda, pelo projeto da Senadora Dorinha, poderá ser atribuído pelo Juiz o efeito suspensivo ao processo de execução, mediante relevantes razões, e que possam causar ao executado grave dano de difícil reparação ou incerta reparação, e desde que a execução já esteja garantida por penhora, depósito ou caução. Nessa situação de suspensão (efeito suspensivo) é necessário que haja garantia para que o processo de execução judicial não avance, até que sejam conhecidas e julgadas as razões do executado, como ocorre na legislação atual. De toda a sorte, trata-se de um avanço, na medida em que ampliará a possibilidade de defesa, independentemente de oferta de garantia a saldar a execução. Não se diga que há possibilidade de promover defesa sem garantia pela apresentação de exceção de préexecutividade, pois essa só pode abranger temas de ordem material, ou seja, aqueles que prescindem de produção de provas, o que restringe muito a envergadura da defesa. Quem paga vale-refeição em dinheiro deve se cadastrar no PAT Empresas que fazem pagamento em dinheiro de vale refeição devem se cadastrar no PAT para que essa verba não configure caráter salarial Alertamos às empresas que efetuam pagamento em espécie de vale alimentação ao empregado cuja jornada de trabalho exceda a 6 (seis) horas diárias, a cadastraremse no PAT (Programa de Alimentação ao Trabalhador), sob pena de ter essa verba a denominação de caráter salarial e, portanto, fazer parte da integração do salário do empregado. Vejamos: Súmula 241 do TST: Salário-utilidade. Alimentação. O vale para refeição, fornecido por força do contrato de trabalho, tem caráter salarial, integrando a remuneração do empregado, para todos os efeitos legais. Orientação Jurisprudencial da SBDI-I do TST N° 133: Ajuda alimentação. PAT. Lei n° 6.321/1976. Não integração do salário. A ajuda alimentação fornecida por empresa participante do PAT, instituído pela Lei n° 6.321/1976, não tem caráter salarial. Portanto não integra o salário para nenhum efeito legal. O Programa de Alimentação do Trabalhador - PAT foi instituído pela Lei nº 6.321, de 14 de abril de 1976 e regulamentado pelo Decreto nº 5, de 14 de janeiro de 1991, que priorizam o atendimento aos trabalhadores de baixa renda, isto é, aqueles que ganham até cinco salários mínimos mensais. Este Programa, estruturado na parceria entre Governo, empresa e trabalhador, tem como unidade gestora a Secretaria de Inspeção do Trabalho / Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho. O PAT tem por objetivo melhorar as condições nutricionais dos trabalhadores, com repercussões positivas para a qualidade de vida, a redução de acidentes de trabalho e o aumento da produtividade. Para Trabalhador - Melhoria de suas condições nutricionais e de qualidade de vida; - Aumento de sua capacidade física; - Aumento de resistência à fadiga; - Aumento de resistência a doenças, - Redução de riscos de acidentes de trabalho. Para Empresas - Aumento de produtividade; - Maior integração entre trabalhador e empresa; - Redução do absenteísmo (atrasos e faltas); - Redução da rotatividade; - Isenção de encargos sociais sobre o valor da alimentação fornecida, - Incentivo fiscal (dedução de até quatro por cento no imposto de renda devido). Para o Governo - Redução de despesas e investimentos na área da saúde; - Crescimento da atividade econômica, - Bem-estar social. Para se cadastrar no PAT, basta acessar o link abaixo e obter todas as informações necessárias para efetuar o cadastro da empresa. http://portal.mte.gov.br/pat/como-se-cadastrar-no-pat.htm Veja a íntegra dessas notícias no Portal da Autopeça (www.portaldaautopeca.com.br)
32
pérOlas da repOsiçãO
JulHO de 2015 / ediçãO 106
POR UM SETOR MAIS UNIDO Há quase 50 anos no mercado de reposição, Pedro Molina conta a sua história como um profissional atuante que luta pelo respeito à cadeia Por: Karin Fuchs | Fotos: Divulgação
A
Novas dependências da Car Central. No detalhe, a antiga Matriz
história de Pedro Molina no segmento de autopeças começou “por acaso”, como ele próprio diz. Diretor da Car Central e defensor da união do setor, causa que ele abraçou durante os seus dois mandatos à frente da Andap (Associação Nacional dos Distribuidores de Autopeças), entre 1999 e 2003, a sua experiência na área contábil e fiscal o levou ao mercado de reposição. “Em 1969, meu cunhado e um amigo atuavam em uma empresa de autopeças que não ia muito bem. Eles tinham uma carteira de clientes e decidiram fazer uma operação por conta própria. Como eram vendedores, eles me chamaram para organizá-la e eu aceitei. Assim, nasceu a Roles, como uma pequena distribuidora, e eu, efetivamente, participei do negócio a partir de 1972”, recorda-se Molina, que é sócio da empresa. Ele conta que naquela época, apesar da frota pequena, havia demanda e falta de peças. “Ao mesmo tempo em que o mercado era favorável, havia menos competidores, mas faltavam muitas peças. Nós nos especializamos em rolamento que, antigamente, era um produto mais raro, mais técnico, e isso nos ajudou muito a sermos diferenciados dos generalistas”, afirma. Diferenciação que se dá até os dias atuais. “Nós sempre buscamos trabalhar de uma maneira diferenciada, com um portfólio menor de marcas. Focamos em algumas partes do veículo, até porque hoje existe uma quantidade enorme de marcas e modelos, o que dificulta logisticamente para atender todas as filiais”, revela. Ao longo dos anos, a empresa cresceu e superou desafios, principalmente com os mirabolantes planos econômicos antes do Plano Real. “Foram épocas boas e ruins para a indústria automobilística e atravessamos todos estes momentos de crises e de alta inflação. O setor de reposição é bem beneficiado. Nos momentos ruins não é tão ruim e, quando o movimento é bom, é muito bom para o aftermarket”, avalia. Atualmente, a Car Central conta com 16 filiais no País, gera mais de 800 empregos diretos e tem um portfólio que abrange cerca de 10 mil itens, principalmente focado em suspensão, motor, transmissão e freios. “Começou como Roles e hoje é Car Central, mãe da Roles (segmento leve) e da RPR (segmento duas rodas), que não são mais duas empresas, mas duas marcas”, especifica Molina.
vendas para as oficinas. “Principalmente quando começaram a surgir os centros automotivos, modelo que não existia há 30 anos, o que conturbou bastante o mercado. Também surgiram as redes de compras, redes de autopeças como a Âncora e, agora, a Autozone, uma rede multinacional. O segmento é muito dinâmico, então, o que conversamos hoje pode ser que daqui a dois anos seja totalmente diferente”, explica. Outra mudança que Molina comenta refere-se à regionalização por parte dos distribuidores. “Antigamente, grande parte estava em São Paulo e, em um processo para ficarem mais próximos aos seus clientes, passaram a abrir filiais, o que se intensificou com a substituição tributária e conturbou bastante a distribuição, pois além do estoque físico, tem o estoque de imposto e as margens não remuneram todo o investimento. E, cada vez mais, o varejo usa o nosso estoque, até porque ele não tem espaço físico”, afirma. Realidade que em suas palavras se traduz em readequação. “Não há como fugir desta realidade. Todos precisam se readequar e as empresas menores têm um grau de dificuldade maior. O que temos visto é um processo de consolidação, o que é natural em todos os setores, como aconteceu com as farmácias, por exemplo. E há os grupos que formam redes, mas são empresas individuais, como a Âncora e grupos de compras. Isso acirra a competitividade dos distribuidores e acirra as margens”, analisa. Segundo ele, são mudanças que fazem com que a distribuição não consiga ter um bom resultado como no passado. “Por isso, é preciso ter uma empresa muito bem administrada e muito enxuta para conseguir sobreviver e remunerar o capital do acionista”, pontua.
Visão do setor À frente da Andap, como vice-presidente e presidente, Molina conta que um dos motes foi tentar reorganizar o setor por mais união. “O que melhorou um pouco, quando trouxemos os fabricantes para fazerem parte do grupo para tentarmos realmente melhorar o sistema da distribuição. Antigamente, havia respeito maior na cadeia. Mas o mundo mudou e o que funcionava no passado não funcionará para sempre”, enfatiza. Uma das mudanças apontadas por Molina foi quando começaram a proliferar as fábricas de autopeças no País, a venda direta para lojistas e, por parte dos distribuidores,
Desordem na cadeia Questionado sobre o futuro do mercado de reposição, Molina conta que mais mudanças estão por vir. “A começar que as fábricas começaram a mudar de alguns anos para cá. Além Pedro Molina, diretor da Car Central
34
pérolas da reposição
JUlHO de 2015 / edição 106
de fabricarem, também passaram a embalar e usar as suas marcas. Isso mexeu com o segmento como um todo. Antigamente, cada fábrica tinha o seu produto e vendia para o distribuidor. A partir do momento que começou a embalar, criou uma competitividade com outra fábrica que produzia e a importação também facilitou muito isso”, informa. Como resultado, diz ele: “hoje tem fábricas que não sei se interpreto como fornecedor ou como concorrente. É muito complicado. Se tornou moda diversas fábricas, por terem uma marca muito forte, apelaram por aumentar o portfólio de produtos. Isso criou um desarranjo na cadeia”, enfatiza. Consequentemente, Molina avalia que para se Convenção de Vendas com a presença de fornecedores no final de 2014
Filial Campo Grande (MS)
manterem competitivos os distribuidores passaram a buscar alternativas. “Como nós, por exemplo, que temos na marca própria Autho Mix uma saída para termos um pouco mais de rentabilidade. Trabalhamos nelas para crescermos. Respeitamos os fabricantes, mas não
temos compromisso com os que embalam. Crescemos devagar, ainda não partimos para os itens de maior giro até porque a gente não tem estrutura bem formada para poder dar suporte e garantia, então temos que crescer devagar”, comenta. Para finalizar, Molina fala sobre a aquisição da totalidade das ações da distribuidora Pellegrino, pertencente à Affinia, por parte do Grupo Comolatti, e da compra da Affinia pela Autopartners Participações, ambas aquisições em fase de aprovação pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). “O que é um fato novo, uma mudança de cultura no setor e talvez um pouco de reposicionamento do segmento de distribuição com uma marca forte por trás. Vejo isso como positivo para o mercado”, conclui.
CAPA
Mercedes-Benz vai expandir SelecTrucks Voltada a modelos usados e seminovos, a unidade de negócios comercializou 680 veículos em 18 meses de atividades e anuncia nova loja em Minas Gerais
36
Mais acessórios Chevrolet S10 High Country passa a ser a versão topo de linha da picape média. Ela ganhou conteúdo e não houve mudanças mecânicas ou na arquitetura Por: Edison Ragassi | Fotos: Divulgação
Por: Edison Ragassi | Fotos: Divulgação
I
naugurada em setembro de 2013, a loja da SelecTrucks está localizada em Mauá, Região Metropolitana de São Paulo. Pertencente ao Grupo Daimler é especializada na comercialização de caminhões usados e seminovos, semelhante a outras que a empresa mantém no mundo. O investimento neste tipo de negócio aconteceu porque a empresa detectou crescimento neste segmento. “Nos últimos anos, os negócios de caminhões usados cresceu de forma consistente no Brasil. Em sintonia com este movimento do mercado, a SelecTrucks oferece excelentes oportunidades para o cliente trocar o seu veículo por um zero km ou por um mais novo. Como nossa marca se destaca, cada vez mais pela oferta de soluções completas, também no segmento de seminovos queremos ser referência. Entre nossos diferenciais de mercado incluem-se a garantia de procedência e a exclusiva garantia de até 12 meses, conforme a classificação do veículo”, avalia Roberto Leoncini, vice-presidente de Vendas, Marketing e Pós-Venda de Caminhões e Ônibus da Mercedes-Benz do Brasil. Para facilitar a consulta, os modelos disponíveis são divulgados no website, o cliente pode tanto utilizar seu caminhão seminovo na compra de um Mercedes-Benz zero km, quanto adquirir outro seminovo. As operações de financiamento têm suporte do Banco Mercedes-Benz e de outras entidades parceiras. Nos 18 meses de atividades, 680 caminhões novos foram vendidos tendo como parte de pagamento o caminhão usado. Agora, a companhia vai ampliar a rede Selec Trucks, a nova loja será inaugurada em Minas Gerais, além disso, terá postos avançados em outros concessionários.
N
o Campo de Provas da Cruz Alta, Indaiatuba (SP), a General Motors mostrou para a imprensa especializada a Chevrolet S10 High Country. Ela ganhou faróis em cromo escurecido com projetor, aplique no parachoque dianteiro, estribos laterais, rodas aro 18 com superfície usinada, frisos cromados na base dos vidros das portas, um Santo Antônio mais robusto, especialmente projetado para integrar à caçamba e capota marítima diferenciada. Ainda tem lanternas em LED, maçaneta da tampa traseira cromada e rack de teto com barras longitudinais e transversais. No interior, os bancos utilizam forração premium em dois tons (marrom Brownstone e preto Jet Black), costura pespontada e descansa braço traseiro. O assento do motorista conta com regulagem elétrica de altura, distância e inclinação do encosto. Ar-condicionado digital, computador de bordo, volante multifuncional, sensor de estacionamento, controle de velocidade de cruzeiro (cruise control) e sistema multimídia Chevrolet MyLink com GPS, DVD e câmera de ré integrados completam as relação de itens oferecidos. A S10 High Country tem preço sugerido de R$ 163.800, só é comercializada com cabine dupla, motor 2.8 Turbodiesel, transmissão automática de 6 marchas, tração 4X4, por seletor eletrônico. A potência é de 200 cavalos a 3.600 rpm e o torque de 51,0 kgfm a 2.000 rpm. Como não houve alterações mecânicas na arquitetura, compartilha as principais peças de reposição com as opções LT e LTZ de mesma motorização. Ainda como integrante da linha 2016, a GM incluiu no catálogo as opções: Freeride, Advantage e Chassi Cab. A última é voltada para o trabalho, o comprador pode escolher o tipo de implemento a ser instalado como baú, carroceria, guindaste, entre outros. A empresa não firmou parceria com fabricantes de implementos. A motorização pode ser 2.4 FlexPower de 147 cv ou 2.8 Turbodiesel de 200 cv. A capacidade de carga é de 1.343 kg. Só foi revelado o preço da Freeride, com cabine dupla, motor 2.5 flex de 206 cv a 6.000/ 27,3 kgfm a 4.400 rpm de torque e transmissão manual de 6 marchas, o preço sugerido é de R$ 95.340.
JulHO de 2015 / ediçãO 106
37
fiQue de OlHO
Nakata lança novos itens para caminhões Mercedes-Benz A fabricante de autopeças com portfólio de componentes para suspensão, transmissão, freios e motor, lança novos itens na linha de suspensão e direção para caminhões Accelo, da Mercedes-Benz. Agora, o portfólio da empresa conta com a barra lateral, com código N 5246, que atende os modelos Accelo 1016C e o Accelo 815 (de 2012 a 2015), e os terminais de direção, esquerdo, com código N 5249, e direito, N 5248, que também se aplicam aos mesmos modelos de caminhões. Também atende ambos veículos, a barra de ligação, com código N 5247. MWM prevê 30% de crescimento nas exportações para 2015 A MWM Motores, fabricante independente de motores diesel líder no Mercosul, planeja expandir em 30% suas exportações em relação a 2014. Foram mais de 650.000 motores exportados em seis décadas de presença no Brasil, onde 80% dos motores exportados foram destinados ao segmento automotivo e 20% para uso industrial, em mais de 30 mercados diferentes. Para o presidente da MWM Motores, José Eduardo Luzzi, a expansão nas exportações em 2015 demonstra a importância de se manter o foco em qualidade e fornecer motores confiáveis e customizados para os mais diversos mercados. Cummins South America anuncia seu novo diretor de Supply Chain A partir de 1º de agosto, Armando Rodriguez Borda assume o cargo de diretor de Supply Chain da Cummins South America. Ele se reportará diretamente ao presidente da companhia no continente, Luis Afonso Pasquotto, e também em consonância com a vice-presidente global de Supply Chain e Manufatura, Lisa Yoder. Atualmente, Rodriguez Borda lidera a área de logística da unidade de geradores baseado em Minneapolis, no estado de Minessota, nos Estados Unidos. Rodriguez Borda é formado em Engenharia Industrial pelo Monterrey Technical Institute, no México, e tem MBA pela Universidade de Indiana.
FOTOS: DIVULGAÇÃO
FIQUE DE OLHO Fras-le apresenta lonas para freio que contemplam mais de 90 modelos de caminhões A Fras-le disponibilizou ao mercado referências em lonas para freio destinadas à linha pesada. São mais de 90 aplicações para caminhões das marcas Ford, Mercedes-Benz, Scania e Volkswagen. Estas referências são aplicadas nos freios dianteiros e traseiros destes modelos. Para mais informações sobre os produtos Fras-le que estão disponíveis nos mercados, nacional e internacional, consulte catálogo eletrônico no site: www.fras-le.com Veículos da linha pesada contam com novos filtros da MANN-FILTER Para complementar o portfólio da indústria no segmento de linha pesada e atendendo às especificações técnicas das montadoras, a MANN-FILTER lança modelos de elementos filtrantes no mercado para Scania, Sinotruck e Volkswagen.“A MANN+HUMMEL indica a todos os motoristas que sempre fiquem atentos ao manual do veículo, onde estão contidas muitas informações que auxiliam o motorista a prolongar a vida útil do automóvel”, explica o consultor técnico, André Gonçalves.
JOST Brasil comemora 20 anos “Nossas conexões transportam o mundo”. É com este conceito que a JOST, joint-venture entre a Randon S/A Implementos e Participações e a alemã JOST-Werke, comemora seus 20 anos de atuação no Brasil, a serem completados em agosto. A marca procura estar sempre à frente das demandas do mercado, inovando e desenvolvendo produtos que agregam tecnologia voltada à segurança, facilidade de operação, economia e preocupação ambiental. Em 2015, o destaque é o novo Engate Esférico e operações automatizadas de acoplamento e desacoplamento do caminhão com o semirreboque, os sensores de acoplamento.
38
prÊmiO
JulHO de 2015 / ediçãO 106
A escolha do cliente Reparadores destacam fatores que caracterizam a principal loja para a sua oficina Por: Simone Kühl | Fotos: Divulgação
N
as últimas edições abordamos os critérios de escolha do consumidor na hora da preferência pela autopeça com base nos quesitos do Prêmio Loja em Destaque, que contempla os melhores varejos da capital paulista, ABCD, Osasco e Guarulhos, que são: atendimento, garantia, estoque, entrega e, para encerrar essa sequência, a principal loja para sua oficina. Para falar sobre este último tema, nada melhor do que ouvir os responsáveis por elegerem as melhores lojas, os reparadores, que apontaram quais pontos são mais valorizados e quais atitudes fazem a diferença no momento de decisão. Comunicação Para Roberto Montibeller, proprietário do Centro Automotivo High Tech, uma atitude que melhoraria os processos na autopeça em relação à praticidade é o contato mais próximo com o cliente, como o uso do Whatsapp Roberto Montibeller, do Centro para comunicados, como: Automotivo High Tech informação sobre cursos e palestras, envio de fotos, divulgação de notícias, de forma que proporcione um canal aberto para conversar e entender as dificuldades do cliente perante a loja. “Com estas ações, somado ao fato de visitas constantes, o cliente sempre priorizará a autopeça”, afirma Roberto. Em relação aos fatores que fazem com que o reparador deixe de comprar, ele lista a demora no atendimento, no orçamento e na entrega das peças. Parceria Já para Eduardo Neves, reparador técnico da Nipo Brasileiro, o relacionamento de parceria é bom para todos quando o ganho é mútuo. “Por um lado temos o mecânico, que precisa de uma entrega ágil, de um grande portfólio a ser Eduardo Neves, oferecido, suporte e garantia; da Nipo Brasileiro e do outro lado a autopeça, que com essas atitudes acabam conseguindo fidelizar o cliente”, analisa. Outra boa maneira de conquistar o consumidor são os investimentos em palestras e promoções para vendas em atacado. Em contrapartida, ele destaca
que o preço abusivo, falta de produtos de primeira linha e também a demora na entrega são exemplos de motivos que influenciam na hora de optar por outra autopeça. Mesmo objetivo Magali Rodrigues, gerente Administrativa da AutoChekup, concorda e frisa que a parceria da loja com fabricantes, treinamentos e o bom relacionamento com os clientes são exemplos para garantir essa conquista. “Para que eu possa atender o meu cliente mais rápido possível, necessito de parcerias com a mesma visão. Isso inclui preço e qualidade”. E ainda destaca que, para uma autopeça ganhar o cliente, além de todos os motivos que norteiam a decisão, ela poderia elaborar um programa de fidelização através de descontos ou brindes, de maneira a mostrar interesse e respeito pelo cliente. Feedback e Transparência Para Edson Roberto de Ávila, proprietário da Mingau Automobilística, um fator que diferencia a loja é o retorno que ela busca do cliente. “Por exemplo, quando deixamos de comprar por um período em determinada autopeça, seja qual for o motivo, ela não vem nos procurar e perguntar o que houve, por mais que falemos sobre o que está estremecendo o relacionamento, acabamos por nos cansar e procuramos outra parceira, mas deixo claro que não são todas assim, existem lojas que nos atendem muito bem, mas falta preço, ou prazo, enfim, Edson Roberto de Ávila, sempre falta alguma coisa”, da Mingau Automobilística admite. Outro aspecto que prejudica o relacionamento, informado pelo empresário, é que em algumas empresas o proprietário da autopeça é um comerciante e não se importa muito com a questão ética, ele quer vender o produto falando que é de boa procedência mesmo não sendo. Outro problema é a falta de orientação na hora da venda do balcão para o cliente
final, que tende a optar sempre pelo produto mais barato e consequentemente com qualidade inferior. Fidelização Diante destes pontos, Antonio Fiola, presidente do Sindirepa-SP e Sindirepa Nacional, enfatiza que o reparador precisa de Antonio Fiola, presidente do Sindirepa-SP e Sindirepa Nacional agilidade e parceria do lojista. “Ele precisa da peça de forma rápida, a entrega precisa ser feita no menor tempo possível, pois precisa aplicá-la para entregar o carro ao cliente. Ele é um cliente diferenciado que compra em grande quantidade de itens, por isso, precisa de um atendimento criterioso e de condições diferenciadas de pagamento. Também é importante ter preço diferenciado em relação ao balcão para que se torne competitivo”, analisa. Vale destacar que o reparador é quem decide a marca da peça que será utilizada, portanto, Fiola ressalta a importância também do trabalho do fabricante com o reparador, de forma a permitir que ele fique sempre atualizado com as novidades e tenha acesso às informações para aplicação do produto. Fatores que fazem a diferença Entre os principais motivos que pesam na hora da escolha da autopeça pelos entrevistados estão: • • • • • • • • • •
Qualidade e marca do produto; Atendimento; Disponibilidade de peças; Agilidade na entrega; Suporte e garantia; Amizade e presteza do parceiro; Condições de pagamento; Preços diferenciados entre o cliente final e o reparador; Localização da loja, Valorização do reparador como profissional.
40
cOmparatiVO
JulHO de 2015 / ediçãO 106
Os compactos em destaque Chevrolet Onix e Novo Fiat Uno disputam a preferência dos clientes que procuram o primeiro carro ou que necessitam de um veículo para uso urbano
Por: Edison Ragassi | Fotos: Estúdio Prána
E
m 2012 a General Motors passou a comercializar Chevrolet Onix. O carro chegou para ser o modelo de entrada na marca. O consumidor aprovou, tanto que ele entrou na relação dos mais vendidos da linha Chevrolet e também do mercado nacional. Entre os compactos mais vendidos nacionalmente está o Novo Uno, da Fiat. A trajetória do modelo começou em 1983 e foi evoluindo. Em 2010, a fabricante de Betim (MG) mudou totalmente o carro, ele passou a ser fabricado em uma nova arquitetura e, em 2014, recebeu um facelift, porém as alterações privilegiaram o interior e equipamentos. O Chevrolet Onix tem na frente uma grande grade, dividida na parte superior por uma barra e o símbolo da marca ao centro. Os faróis são grandes, embutidos nos paralamas. O para-choque dianteiro utiliza suporte embutido na cor escura para reforçar o visual esportivo. As laterais usam vincos acima das maçanetas que cortam o carro de ponta a ponta. Vincos ascendentes aparecem nas partes inferiores das portas. Na traseira a tampa do porta-malas tem vinco no centro, o símbolo Chevrolet abaixo, as lanternas integram as laterais como uma só peça e o para-choque é robusto. No Fiat Novo Uno, os faróis são retangulares com as pontas arredondadas que invadem os para-lamas. A grade tem três aberturas no lado esquerdo e o para-choque completa o conjunto como se fosse uma só peça. Na lateral, as caixas de rodas saltam para fora, os vincos aparecem na linha das maçanetas. A traseira tem as lanternas retas nas colunas laterais e vidro reto na tampa do porta-malas. No interior do Onix, o painel mostra a velocidade com números digitais, assim como as informações de hodômetro e marcador de combustível, o conta-giros é analógico. Dentro do Uno, o painel tem velocímetro analógico
Sistema multimídia
A Chevrolet comercializa atualmente o sistema MyLink e já anunciou a segunda geração do equipamento. Com o Novo Uno a Fiat incluiu o sistema Easy 4 U fornecido pela Mopar
e digital, o segundo integra as informações oferecidas pelo computador de bordo, e o conta-giros e marcador de combustível são mecânicos. No Onix a Chevrolet estreou uma nova família de motores o SPE/4 (Smart Performance Economy 4 cylinders), a qual integra a nova categoria de propulsores 100% desenvolvida pela GM do Brasil. Ele funciona por meio de
um sistema de injeção sequencial com ignição independente por cilindro. São quatro no total, cada qual alimentado por uma bobina individual. A versão 1.0L entrega potência de 80 cv (E)/ 78 cv (G), ambas a 6.400 rpm. O torque máximo é de 9,8kgfm (E)/9,5kgfm (G) a 5.200 rpm. E o câmbio é manual de cinco velocidades. O motor 1.0L da Fiat é o Fire Evo, ele oferece potência de 73 cv (G) / 75 cv (E) a 6.250 rpm e torque de 9,5 kgfm (G) / 9,9 kgfm (E) a 3.850 rpm, ele está acoplado ao câmbio de 5 marchas. Os dois modelos têm a suspensão dianteira independente do tipo McPherson, na suspensão traseira, os hatches utilizam travessa deformável. Os freios dos dois modelos são a disco na dianteira e tambor na traseira e a direção com assistência hidráulica. A carroceria do Onix tem o comprimento de 3.930 mm, 1.964 mm de largura, com entre-eixos de 2.528 mm e a capacidade volumétrica do porta-malas é de 280 litros. O Uno mede 3.811 mm de comprimento, com largura de 1.636 mm, para uma distância entre eixos 2.376 mm e o portamalas tem capacidade para 280 litros. Todas as opções do Chevrolet Onix são oferecidas com carroceria de quatro portas. A de entrada, LS, é equipada com: ar-condicionado, air bag duplo frontal, freios ABS com EBD, desembaçador e limpador do vidro traseiro, rodas de aço aro 14” com calotas integrais, banco do motorista com ajuste de altura, direção hidráulica, coluna de direção com ajuste de altura, ao preço de R$ 38.290. A LT custa R$ 41.840, tem a mais o sistema de luz leve-me e siga-me, trava elétrica da tampa de combustível e nas portas, vidro elétrico nas portas dianteiras com acionamento por um toque, anti esmagamento, fechamento e abertura automática pela chave.
JulHO de 2015 / ediçãO 106
41
MATÉRIA DE CAPA cOmparatiVO
Filtro de combustível
Motor
Amortecedor e freio dianteiro
Em ambos os carros o elemento filtrante do combustível é convencional, está localizado próximo ao tanque, no Uno, ele tem uma capa protetora
Filtro de ar
Os amortecedores do Onix e do Uno são telescópicos, os discos do Chevrolet têm diâmetro de 240 x 20, enquanto que os do Fiat são de 240 mm
Filtro de óleo
No Onix o filtro do ar está colocado ao lado do propulsor, já no Uno ele está na parte frontal e integra a carenagem de proteção do motor
Ao acrescentar antena e Chevrolet MyLink o custo vai a R$ 43.300. A Fiat oferece o Uno com carroceria de duas e quatro portas, com acabamento Vivace o preço é R$ 28.770/ R$30.970. Entre os itens de série traz, airbag duplo, ABS com EBD, rodas de aço estampado 5.0 x 13”, pneus 165/70 R13. Ao adicionar o ar-condicionado e para-brisa degradê o custo é de R$ 31.770/ R$ 33.970. Com acabamento Attractive, só quatro portas, o preço começa em R$36.800, ele vem com: ar-condicionado, desembaçador do vidro traseiro, para-brisas degradê, computador de bordo A/B (distância, consumo médio,
O propulsor Chevrolet é da família SPE/4, a versão 1.0L tem potência de 80 cv (E) e torque de 9,8kgfm (E). A Fiat utiliza o motor Fire Evo com 75 cv (E) de potência e 9,9 kgfm (E) de torque
consumo instantâneo, autonomia, velocidade média e tempo de percurso), direção hidráulica, faróis de neblina, airbag duplo (motorista e passageiro), ABS O elemento filtrante do óleo dos dois compactos é do tipo convencional, com EBD, limpador e lavador do vidro traseiro, rodas não há obstáculos para acessar de aço estampado 5.5 x 14”, pneus 175/65 R14, travas elétricas, automática nas portas a 20 km/h, vidros externos elétricos com função Tilt Down, luzes indicadoras elétricos dianteiros com one touch e antiesmagamento. Para de direção integradas, revestimento externo nas colunas incluir o sistema de som, a fabricante oferece o Kit Evolution das portas, este Kit custa R$ 1.663,00. Também é necessário 2 composto por: maçanetas e retrovisores na cor do veículo incluir o Kit Control com alarme antifurto, chave canivete rádio Connect integrado ao painel com RDS, entrada USB/ com telecomando para abertura e fechamento das portas, AUX, viva-voz Bluetooth e função Audio Streaming (inclui vidros elétricos traseiros com one touch e antiesmagamento, volante com comandos do rádio e telefone), retrovisores ele custa R$ 1.094,00. Assim o total vai a R$39.557.
Custos de peças e serviços Chevrolet Onix LT 1.0L Peças serviços Amortecedor dianteiro:........................................................................R$ 966, 00- par ............................ R$ 200,00 Amortecedor traseiro: ...........................................................................R$ 516,00- par. ............................. R$ 160,00 Disco de freio dianteiro:........................................................................R$ 576,00- par............................. R$ 100,00 Jogo de pastilhas dianteiras: .............................................................R$ 191,00 ...........................................R$ 60,00 Lonas de freios traseiras: ......................................................................R$ 393,00- jogo ............................R$ 200,00 Óleo/ litro: .....................................................................................................R$ 47,00 .................................................................. Filtro de óleo: ..............................................................................................R$ 19,84 .................................................................. Filtro de ar:....................................................................................................R$ 71,65 .................................................................. Filtro de combustível: ............................................................................R$ 33,99 .................................................................. Filtro anti-pólen:........................................................................................R$ 60,90............................................. R$ 120,00 Velas:................................................................................................................R$ 60,36- jogo ....................................................
Uno Attractive 1.0L 2015 Peças serviços Amortecedor dianteiro: .............................R$ 669,50- par .............................................................................. R$ 433,55 Amortecedor traseiro: .................................R$ 397,74- par............................................................................... R$ 224,00 Disco de freio dianteiro:..............................R$ 388,70- par............................................................................... R$ 269,00 Jogo de pastilhas dianteiras: ...................R$ 172,14 ........................................................................................ R$ 149,50 Lonas de freios traseiras: ............................R$ 171,59- jogo............................................................................ R$ 209,00 Óleo/ litro: ...........................................................R$ 38,00 ........................................................................................... R$ 60,00 Filtro de óleo: ...................................................R$ 18,23 ........................................................................................... R$ 45,00 Filtro de ar:..........................................................R$ 30,40 ........................................................................................... R$ 59,00 Filtro de combustível: ..................................R$ 15,06 ........................................................................................... R$ 75,00 Filtro anti-pólen: .............................................R$ 70,50 ........................................................................................... R$ 75,00 *Vela:......................................................................R$ 57,16- jogo .............................................................................. R$ 75,00
Colaboraram: Fiat Chrysler Automobiles (FCA), General Motors do Brasil, Concessionária Fiat Itavema- Itaim e Grupo Carrera
42
de BalcãO para BalcãO
JulHO de 2015 / ediçãO 106
Seja um profissional de destaque! Professora dá dicas de como se sobressair diante de um mercado de trabalho em recessão Por: Simone Kühl | Foto: Divulgação
N
Simone Bonfim Jaime, professora no Instituto de Pós-Graduação e Graduação (IPOG)
ão é novidade para ninguém que estamos atravessando um período difícil na economia, o que tem influenciado diversos setores e causado reduções nos quadros de colaboradores de diversas empresas, o que, segundo a professora de “Seleção de Talentos por Competência”, no MBA Gestão de Pessoas por Competências, Indicadores e Resultados do Instituto de Pós-Graduação e Graduação (IPOG), Simone Bonfim Jaime, tem aumentado o número de envio de currículos para empresas de consultoria. No entanto, não basta apenas esperar a vaga aparecer, é preciso correr atrás e se destacar nos processos seletivos. “Em primeiro lugar, os profissionais devem estar atentos às ferramentas disponíveis para anúncios de vagas. Muitas pessoas esperam a vaga cair do céu, e isso, obviamente, não acontece. Hoje, utilizamos muito as redes sociais para divulgação de vagas, e as fechamos em um prazo médio de uma semana, portanto, não demore a entrar em contato. Convidado para entrevista, o profissional deve acessar o site da empresa e fazer o máximo de buscas, inclusive informais, sobre a organização e sua cultura. Assim, ele verá a melhor forma de se apresentar e se suas expectativas estão de acordo”, orienta. Simone também comenta que conseguir um emprego é muito mais difícil para as pessoas que não se capacitam, que não investem em conhecimento ou não possuem boas características comportamentais, como proatividade, disponibilidade, resiliência, boa comunicação, etc. “Mesmo neste momento de crise econômica, há vagas, mas como temos menor oferta, é necessário obter destaque em um processo para alcançar o objetivo”, alerta.
Entrevista de emprego Um fator fundamental na hora da entrevista é comprovar as competências listadas no currículo, o profissional deve dar exemplos reais de algo que ele tenha vivenciado, como exemplo a professora cita prêmios por reconhecimento de trabalho, neste sentido ele deve explicar em que contexto e empresa isso aconteceu e o que foi feito para atingir determinado objetivo e quais resultados foram obtidos. Além disto, na hora da conversa deve demonstrar em atitudes e palavras as qualidades que o qualificam para a função desejada. “Por exemplo, para assumir um cargo na área de vendas, a pessoa precisa ter o famoso ‘brilho nos olhos’ pela área comercial, além de comprovar as competências de comunicação, proatividade, relacionamento interpessoal, conhecimento do mercado, ética, foco em resultados e no cliente, negociação, etc.”.
Entenda e escolha a vaga adequada ao seu perfil Um ponto a ser analisado na hora da procura e escolha da vaga é o conhecimento sobre a cultura e valores da empresa. “É importante verificar se a empresa compartilha dos mesmos valores, pois alguns funcionários são desligados ou nem mesmo contratados se tiverem pensamentos diferentes da empresa, em geral. Algumas empresas são mais rígidas em relação a certos hábitos, outras, mais flexíveis. Além destes, há vários outros aspectos a serem considerados, como tempo para promoções, forma de vestir, etc.”, informa. Em relação à importância do conhecimento técnico e aos aspectos comportamentais, a professora analisa que quanto mais operacional é a vaga, mais relevância tem o conhecimento técnico. No entanto, na medida em que as funções vão crescendo, hierarquicamente, o conhecimento técnico não é dispensado, mas a competência comportamental assume maior valor. “Por exemplo, algumas das empresas que presto consultoria demitem pessoas que dão resultados financeiros por estas não terem uma postura adequada, de bom relacionamento interpessoal”, conta. A professora ainda ressalta que hoje as empresas não procuram somente “a pessoa certa”, e sim “a pessoa certa para a empresa certa”. “Por isso, é importante pesquisar sobre a cultura da empresa para identificar se você compartilha dos mesmos valores, antes de aceitar um convite para participar de uma seleção”, completa.
2. Dê atenção à sua vestimenta e vá vestido de forma adequada à cultura da empresa Já vi candidatos serem reprovados por não se vestirem de forma adequada, para mais ou para menos. Usar decotes, saias curtas, salto em vagas para indústria (onde sapato baixo e fechado é o mais indicado) e terno em empresas de cultura mais simples, o que pode passar a imagem de que o candidato não se adequará à cultura da empresa, por ser “mauricinho”. Claro que isso depende de vários fatores! O terno será bem-vindo em vagas para Gestão e escritórios de advocacia, por exemplo, não para empresas como o Google.
Dicas Para ajudar o profissional, a professora lista cinco principais conselhos que devem ser seguidos: 1. O seu currículo deve ser personalizado para cada vaga, incluindo no campo “Objetivo” qual a sua vaga de interesse Neste campo normalmente as pessoas escrevem um texto como: “Atuar nesta conceituada empresa de modo a oferecer resultados...” Não é isso! Objetivo é, por exemplo: Gestão Administrativa ou Auxiliar Contábil.
3. Não passe despercebido Você precisa se destacar, de alguma forma, para ser lembrado. Alguns candidatos ficam em silêncio e se limitam a responder somente o que lhes é perguntado. Se você tem algo positivo a seu respeito, não perca a oportunidade de dizer. A hora da entrevista é o momento certo para conquistar o entrevistador. 4. Dê exemplos de indicadores de resultados alcançados e contribuições relevantes, para mostrar seu diferencial Fale dos resultados alcançados em números, de preferência. Isso dá uma visão concreta do seu potencial. Exemplo: Após assumir a função, reduzi em 20% a rotatividade da empresa, os índices de satisfação dos clientes subiram 40% no trimestre ou mesmo, ou “quando saí, recebi uma homenagem da equipe” etc. 5. Fique atento à imagem que possui na internet Mais de 80% dos recrutadores consultam as redes sociais para buscar mais informações sobre os candidatos. E, acreditem, muitos são reprovados neste momento! Pessoas que postam fotos com bebidas alcoólicas, falando mal das empresas que atuam ou “eu odeio a segunda-feira” não passam uma boa imagem.
JulHO de 2015 / ediçãO 106
43
lançamentO MATÉRIA DE CAPA
Focus em linha com o mundo O visual do hatch médio, da Ford, passa a ser igual ao do comercializado na Europa e Estados Unidos, a engenharia também trabalhou na direção elétrica e suspensão Por: Edison Ragassi | Fotos: Divulgação
A
imprensa especializada brasileira e argentina conheceu, em Fortaleza (CE), dia 24/06, o Focus hatch linha 2016. O visual dianteiro do carro foi todo modificado pelos designers, ele passa a ter as linhas semelhantes às do novo Fusion. A traseira ganhou novos detalhes no para-choque, tampa do porta-malas e lanternas. A opção de entrada SE vem de série com, rodas de liga leve de 17”, sistema AdvanceTrac, freio a disco nas quatro rodas com ABS e EBD, sistema de conectividade SYNC com tela colorida de 4,2”, AppLink e Assistência de Emergência. Tem também, faróis de neblina, acendimento automático dos faróis, espelho retrovisor eletrocrômico, sensor de chuva, chave programável MyKey e ar-condicionado. É equipada com o motor 1.6L Sigma Flex TiVCT, entrega potência de 135 cv (E)/131 cv (G) e torque de 16,7 kgfm a 5.250 rpm (E)/ 16,2 kgfm a 3.000 rpm (G), a transmissão é manual de 5 velocidades. O preço sugerido é de R$ 69.900. Com mais R$ 2.000, o comprador tem a versão SE Plus 1.6, que acrescenta: rodas de liga leve 17” exclusivas, airbags laterais, bancos revestidos em couro, sensor de estacionamento traseiro, controle de velocidade de cruzeiro, limitador de velocidade e ar-condicionado automático digital de dupla zona. Há também o propulsor mais forte, o 2.0L Duratec Direct Flex TiVCT, a injeção de combustível é direta na câmara de combustão. A potência é de 178 cv (E)/ 175 cv (G) a 6.500 rpm e o torque de 22,5 kgfm (E)/ 21,5 kgfm (G) a 4.500 rpm. Disponível só com transmissão automática de dupla embreagem, o preço inicial da versão SE Plus é de R$ 78.900. Já a opção Titanium sai por R$ 86.900. E a Titanium Plus 2.0 AT traz assistente de frenagem autônomo (na velocidade de 30 km/h, freia o carro quando um obstáculo entra na frente), faróis bixenon adaptativos, sistema de estacionamento automático de segunda geração, espelhos com rebatimento elétrico, banco do motorista com ajuste elétrico e teto solar elétrico, custa R$ 95.900. Nesta geração, além das mudanças no design, os engenheiros melhoraram a dirigibilidade do carro, a direção elétrica recebeu nova calibração. A curva de assistência ficou mais refinada. O hatch utiliza suspensões independentes nas quatro rodas. A dianteira é do tipo McPherson, e ganhou nova geometria, os elementos foram redesenhados e de maior espessura. Mudaram também as buchas, o composto de borracha ficou mais rígido. Ainda assim, compartilha peças como amortecedores, molas, discos e pastilhas com a geração anterior.
44
cOmemOraçãO
JulHO de 2015 / ediçãO 106
20 anos de qualidade Em 2015, o IQA – Instituto da Qualidade Automotiva – completa duas décadas de excelentes serviços prestados Por: Silvio Rocha | Fotos: Divulgação
I
naugurado em 1995, o IQA teve sua história iniciada em um período de profundas transformações no mercado automobilístico nacional, provocadas pela abertura às importações. Naquela época, a indústria somava esforços para a adequação dos veículos nacionais a novos patamares de qualidade que permitissem a competição com os importados. Com os carros comparados a carroças na voz do então presidente Fernando Collor, as montadoras reagiram com pesado investimento em tecnologia de qualidade, ao mesmo tempo em que o Brasil instaurava o Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade (PBQP), em apoio à modernização da indústria por meio de metas relacionadas à produtividade e à qualidade de vida. Nesse cenário, o IQA foi criado pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) e pelo Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores), que identificaram a necessidade da criação de um organismo neutro com expertise para certificação de produtos e serviços do setor automotivo. Segundo Mario Guitti, superintendente do IQA, “a criação do Instituto tinha a expectativa de ter o controle da qualidade da cadeia automotiva, teve esse espírito na sua criação, mas o tempo foi passando, as necessidades se apresentando e fomos abrindo o leque do assunto qualidade”, conta. O movimento recebeu a adesão de outras entidades e o apoio de Dorothea Werneck, então ministra da Indústria e Comércio, e culminou com a constituição do IQA como entidade de direito Mario Guitti, superintendente do IQA privado, de atuação nacional e sem fins lucrativos, decidida em assembleia na sede do Sindipeças, em São Paulo. Para a presidência foi indicado Paulo Roberto Lozano, representante da Anfavea. Ingo Pelikan, presidente do IQA, lembra que “naquele período em que o Collor disse que fazíamos carroças em nosso País, desse comentário feito pelo então presidente da República, a ministra Dorothea Werneck e o setor decidiram fazer no mercado automotivo algo relevante para desfazer essa imagem”. Um grupo de profissionais voluntários liderados por Antonio Maciel, atual presidente do Grupo Caoa e ex-presidente da Ford na América do Sul, foi responsável pela estruturação do IQA, desde seus estatutos até o modelo de negócio que a entidade viria a adotar. Competência técnica, liberdade para competir no mercado e operação sem fins lucrativos, além de independência financeira de qualquer entidade, foram os principais requisitos estabelecidos para o Instituto. Contando 20 anos de avanços, o IQA tem hoje importante papel no apoio a uma nova revolução da qualidade, alavancada pelo programa Inovar-Auto. “Os resultados são muito positivos, mas precisamos avançar ainda mais na disseminação da qualidade nas empresas, cujos esforços hoje estão pautados pela busca da excelência”, analisa Pelikan. Além da diretoria executiva, o IQA possui os conselhos diretor e fiscal. No total, 32 dirigentes estão Ingo Pelikan, presidente do IQA
Ingo Pelikan abre a cerimônia em que a ex-ministra Dorothea Werneck (acima) recebe homenagem. Na foto abaixo, entidades que compõem o IQA ganham placas comemorativas
46
comemoração
Dorothea Werneck na solenidade de inauguração do IQA em 1995 Laboratório do IQA localizado em Sorocaba (SP)
à frente da entidade, representantes de organizações como Anfavea, Sindipeças, Sindirepa, ABCQ, Abiplast, Abividro, AEA, Cetesb, Denatran, Fenabrave, IPT e SETEC/ MCTI. Certificação na cadeia É sabido que o número de empresas certificadas na cadeia de distribuição de autopeças é discrepante se compararmos lojas de autopeças com oficinas mecânicas. Segundo Mario Guitti, essa diferença tem algumas razões de acontecer. “Eu vejo como um pouco de tudo, é cultural, está amarrado a custo, etc. Você tem um aculturamento da qualidade ligado ao início da cadeia, mas depois da venda do veículo isso passa a ser voluntário. Antes de investir, o empresário se pergunta quantos clientes a mais eu vou ter com a certificação”, lamenta.
JUlHO de 2015 / edição 106
Já Ingo Pelikan diz que a certificação é feita em conjunto com o setor a que se destina para que sejam levadas em conta as peculiaridades de cada área. “Em primeiro lugar, a gente usa a norma ISO 9000 como padrão. Em segundo, a questão não é compulsória e a meu ver falta boa vontade. Aliás, em nosso próximo fórum, vamos ter uma painel que, entre outros assuntos, vai focar isso. Mas temos a expectativa que o próprio setor irá aderir à medida que o consumidor passar a exigir”. Para Mario, esse número poderia ser maior se no mercado houvesse a obrigatoriedade da Inspeção Técnica Veicular. “Seria excelente para todo o setor, desde que feita com critérios, iria conferir todos os itens do automóvel, como ver se os pneus estão bons, suspensão, se não existe vazamento de óleo, etc. Na cidade de São Paulo, tínhamos a Inspeção Ambiental, que de uma hora para outra foi cancelada. Acho que ajudaria a fomentar o segmento e movimentar a economia”, conclui. Festa de aniversário O IQA celebrou seus 20 anos em evento realizado em São Paulo (SP), no dia 2 de julho. Além da economista Dorothea Werneck, ex-ministra de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a solenidade contou com a presença de toda a liderança da indústria, aftermarket e associações de classe. Entre eles, Luiz Moan, presidente da Anfavea, Paulo Butori, presidente do Sindipeças, e Frank Sowade, presidente da SAE BRASIL. Ingo Pelikan, Antônio Carlos Bento, presidente do conselho diretor, e demais dirigentes do IQA foram os anfitriões da noite. Ingo Pelikan destacou a atuação do Instituto ao longo dos últimos 20 anos. Disse aos presentes que o IQA tem desempenhado de forma positiva o papel que lhe foi designado. Há duas décadas, o Instituto se dedica à elevação dos padrões de excelência na indústria automotiva, por meio da qualificação e da certificação de produtos, processos, sistemas, serviços e pessoas. “Portanto, o IQA chega aos seus 20 anos de atuação reconhecido pelo setor e pela sociedade como órgão sustentável de qualidade na cadeia automotiva”, avaliou Pelikan.