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Você não está sozinho: casos e relatos

VOCÊ NÃO ESTÁ SOZINHO: FATOS E RELATOS

OS FATOS E RELATOS AQUI REGISTRADOS FORAM PESQUISADOS NA INTERNET OU COPIADOS DE DEPOIMENTOS APRESENTADOS POR PROFISSIONAIS ASSEDIADOS. PARA PRESEREVAR A IDENTIDADE DAS PESSOAS ,SEUS NOMES FORAM REGISTRADOS APENAS COM SUAS INICIAIS.

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1. Desqualificar por meio de palavras, gestos ou atitudes, a autoestima, a segurança ou a imagem.

Em resposta a supostas denúncias feitas por uma professora contra o diretor de determinada escola, este a envia e-mails pouco educados, acusando-a e desqualificando-a. O diretor coloca falta injustificada para os professores que questionam sua postura e métodos autoritários dentro da escola. A diretora de um CEBM, coloca no mural da escola um gráfico apresentando o fluxo de faltas dos professores sem expor os motivos das ausências.

RELATO DE UMA FUNCIONÁRIA DA CEDAE

“Já no meu primeiro mês de trabalho, participei de uma assembleia geral dos funcionários da Empresa que trabalhava. Criei coragem, pedi o microfone, critiquei o governo estadual, a falta de apoio ao nosso serviço e os dez anos sem reajuste salarial. Desde então, comecei a ser vista como “a subversiva” e a perseguição contra mim começou. Todos os meus pedidos à presidência da empresa foram negados, enquanto pedidos idênticos feitos por outros funcionários eram aceitos e, por vezes, até incentivados (de licença sem vencimento, de licença para estudo, de apoio de serviços de RH, etc.). Até minha licença médica gerada por toda a perseguição sofrida, foi questionada” (ER).

“Consegui uma vaga em outra escola, porém ela condicionou minha liberação. Ela continuou me infernizando, mas bem menos, e algumas pessoas diziam que era porque eu sou gay”

2. Desprezar em função de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, posição social, preferência ou orientação política, sexual ou filosófica.

DE UM PROFESSOR

“Sofri muito, a diretora vivia fazendo registros contra mim, coisas que poderíamos resolver internamente, mas ela fazia na frente de qualquer um. No final do ano eu não estava aguentando mais, já tinha chorado na sala da direção, pedido pra me mandar embora. Consegui uma vaga em outra escola, porém ela condicionou minha liberação. Ela continuou me infernizando, mas bem menos, e algumas pessoas diziam que era porque eu sou gay”. V.O.`

Merendeiras negras vítimas de assédio moral por parte do diretor da escola, além das humilhações em determinadas ocasiões chamadas de “pretas da senzala”, a distribuição de tarefas também demonstrava práticas preconceituosas. As merendeiras brancas faziam serviços considerados mais qualificados como ir a bancos ou delegacias de ensino. Às negras cabia, entre outros serviços, a lavagem do pátio e salas de aula. Professor W é ameaçado de transferência da escola por se posicionar contra a TKCSA Um professor da escola municipal na Vila União foi afastado pela secretaria de educação e está sofrendo um processo administrativo por ter abordado entre outros temas a homofobia no desfile de 7 de setembro. O professor VP desfilou de saia, enquanto alunos utilizaram adereços coloridos e camisetas com mensagens como: “paz”, “homofobia não” e “respeito” (Jornal Correio Popular).

3. Passar atividades incompatíveis com sua formação acadêmica ou técnica que dependa de treinamento ou de condições físicas ou de trabalho.

DEPOIMENTO DE UMA PROFESSORA READAPTADA

“... Nunca tive pretensão de fazer trabalho burocrático. Sem falar que o problema na coluna me deixa muito limitada quanto a fazer esforços físicos, isso passa a impressão para os gestores da escola de que não quero trabalhar. Pegava dois ônibus para ir trabalhar, machucando a coluna no trajeto, para chegar lá e ouvir que eu não servia para nada. Às vezes, eu sinto que o Estado quer me enterrar viva.”.

Na falta de especialista em informática, funcionário é obrigado a exercer função de analista de sistema e programador de computador. Isso ocasionou um desvio de função de forma a receber um vencimento menor do que o referente à função exercida, além das ameaças constantes levando-a a um desgaste psicológico. MC

DEPOIMENTO DE UMA PROFESSORA

Neguei-me a fazer o trabalho de secretário escolar, digitando notas para um boletim on-line, porque o meu trabalho é de professora. O registro escolar que me cabe fazer é do preenchimento do diário de classe, durante o período de aula. Fui removida da escola em função do relatório feito pela direção. LM

4. Isolar ou incentivar o afastamento da pessoa de um círculo de amizade.

Diretor isola grupo de professores militantes, colocando-os à disposição da Secretaria de Educação ao alegar que eles não comungam com a filosofia da escola. Esse grupo foi perseguido sistematicamente sofrendo com horários mal arranjados, impedidos de pegar GLP e forjando denúncias aos pais. CEBB

DEPOIMENTO DE UMA PROFESSORA

Depois de descobrirem minha atuação política e de militância em movimentos sociais e de apoio a trabalhadores, comecei a ser perseguido. A diretoria da escola passou a falar mal de mim em todos os momentos com os professores, durante os recreios dentro da nossa própria sala e em reuniões pedagógicas. Falavam que eu “tinha costas quentes” porque tinha políticos como conhecidos meus. Isso porque estes conhecidos eram de partidos de oposição à esquerda. Convencia a alguns que não me conhecia, que “eu estava junto dos porcos” e que por isso, era um deles (CEMA).

5. Falar mal expondo a pessoa ao ridículo.

DEPOIMENTO DE UM PROFESSOR

“Alocado em uma nova turma, que foi preparada pela diretora para uma amiga, começou a perseguição comigo. Todo dia ela me colocava na sala dela como se fosse aluno, a escola inteira passava e via o que acontecia. Ela me pressionava e deixava velado que ia me colocar a disposição da secretaria”.

DEPOIMENTO DE UMA PROFESSORA

Os meus alunos tiveram a iniciativa de boicotar o SAERJ, a ideia partiu deles. Eles escreveram: QUER SAIR DO ÚLTIMO LUGAR? ENTÃO, VALORIZE O PROFESSOR! SOS EDUCAÇÃO e entregaram a prova em branco. Eu apoiei a ideia, apenas isso. Agora a diretora me intimidou dizendo que marcou uma reuniao com os pais para me justificar porque eu havia iniciado este movimento

Professor R é caluniado por se posicionar contra o fechamento de turmas. “A pergunta era uma só: professor é verdade que o senhor foi expulso da escola por assediar alunxs? Professora DMA é submetida à situação vexatória quando a direção lhe comunica que devido a reclamações sobre seu trabalho deveria se explicar aos pais. No entanto somente dois pais compareceram à reunião.

“Todo dia ela me colocava na sala dela como se fosse aluno, a escola inteira passava e via o que acontecia. Ela me pressionava e deixava velado que ia me colocar a disposição da secretaria”.

6. Duvidar da capacidade e competência

“No serviço público há muitos cargos de comissão, onde os salários são um pouco maiores por causa da “responsabilidade da função”. Às vezes a pessoa tem medo de perder o cargo para alguém que se mostra mais efetivo, competente, e passa a perseguir o subordinado. Ontem uma professora chorou ao relatar que superiores a deixavam sem atribuições por conta disso.”.

RELATO DE UM PROFESSOR

A diretora vem fazendo ameaças a todos os docentes que lá trabalham. As ameaças são no sentido de mandar o educador de volta ou “devolvê-lo” à coodenadoria sob alegação de que o mesmo não se enquadra no “perfil” da escola. Essas ameaças veladas foram feitas diretamente a mim. Não posso sair dessa escola. Meu pai, velho preso político anistiado, completou 81. Cuido dele. Está com mal de Parkinson. Ajudem-me!

RELATO DE UM PROFESSOR

“Não vou esperar a morte chegar, vou sair do magistério”.

Pressão para aprovar aluno e interferência no seu trabalho levou CR ao infarto.

Segundo o sindicato dos médicos, as reclamações de Paes sobre um suposto mau atendimento recebido por seu filho por uma médica na emergência do Hospital Municipal Lourenço Jorge, na noite de domingo (13), geraram um quadro de “trauma emocional” na profissional que realizou o atendimento

7. Desprezar o trabalho realizado

RELATO DE UMA PROFESSORA

“A orientadora ameaçava e fazia a gente de escrava. Dava a ordem na sexta e queria o serviço na segunda. Culpava a gente até dos alunos não irem à aula! Era humilhada demais! Tive depressão, crise de nervos. Ficava insegura. Tinha um livro de registros que elas usavam para por medo na gente. Era o livro preto. Só passei a ser respeitada quando decidi também no tal livro escrever”.

RELATO DE UMA PETROLEIRA

“Sou funcionária concursada da Transpetro SA. Estou sendo vítima de assédio moral devido minha atuação na CIPA e nas greves. Recebi uma suspensão de 5 dias na semana passada.”

RELATO DE UMA FUNCIONÁRIA DA SAÚDE

“Eu era também contratada por uma O.S. e era gerente de uma unidade de saúde considerada de excelência pela localização, pelos bons profissionais e referência para população. Depois de 6 meses de gerência e com bons resultados, eu fui chamada pela O.S. para comparecer ao RH e fui informada que não seria mais gerente por questões pessoais e não técnicas. Nunca me falaram o que havia acontecido, mas me colocaram numa outra unidade como enfermeira. Diminuíram meu salário e me colocaram em uma das unidades mais difíceis em outra localidade”. (ACS)

Professor MC é impedido de colocar de colocar na ata do Conselho de Classe sua posição com relação à falta de condições de trabalho. M Grupo de professores é colocado à disposição da SME pela diretora Geral alegando que não possuem “perfil”! Para atuar em suas respectivas funções. CAV /porteiro-LCCL/ disciplinário-VSL/porteiro-VAS/disciplinária- MGAR/ secretária.

“A orientadora ameaçava e fazia a gente de escrava. Dava a ordem na sexta e queria o serviço na segunda. Culpava a gente até dos alunos não irem à aula! Era humilhada demais! Tive depressão, crise denervos. Ficava insegura. Tinha um livro de registros que elas usavam para por medo na gente. Era o livro preto. Só passei a ser respeitada quando decidi também no tal livro escrever”

8- Ameaça/coação

Professores obrigados a permanecerem na escola em horário de planejamento sem condições de trabalho e são ameaçados pela diretora de serem transferidos da escola caso não cumpra o que ela determina. Professora C é ameaçada de perder o emprego pelo médico perito Dr G que se recusa em receber o laudo médico e lhe conceder licença.

RELATO DE UM PROFISSIONAL DE SAÚDE

“Diante de um eminente risco de extinção de nossa Fundação, por conta de um projeto de Lei do Poder Executivo, fomos convidados a participar de uma reportagem de apelo ao veto do projeto. Em instantes, recebemos uma ligação da Assessoria de Imprensa do Órgão nos proibindo de mencionar qualquer assunto relacionado ao PL e fomos ameaçados de advertência” (FP)

RELATO DE UMA PROFISSIONAL DE SAÚDE

“Quando soubemos que nossa Fundação corria o risco de ser extinta, procuramos diversos parlamentares para pedir apoio pra vetar o projeto. Entre estas idas e vindas à Assembleia legislativa, numa das vezes que retornamos ao trabalho, fomos chamados pela Presidência com o seguinte recado: “não levem celulares”. Ao chegarmos à sala, ouvimos: “Vocês receberão uma advertência”. Além de saírem do trabalho sem comunicação/ autorização prévia, ainda procuraram parlamentares de oposição. O que vão pensar de nós?” Isso porque estávamos lutando pela permanência da Fundação” (FP)

RELATO DE UMA PROFISSIONAL

Em 2010, recebemos um e-mail corporativo para o e-mail dos nossos locais de trabalho, nos “convocando” (ou seja, não era convite. Fomos obrigados) para comparecer a um comício de um candidato a deputado estadual que era secretário da pasta que comandava a empresa pública na ocasião. A intenção era encher o comício de funcionários coagidos para aplaudirem o então candidato, que usou a máquina e o dinheiro público para isso. O caso foi parar como reportagem de um jornal e gerou multa aos chefes que seguiram a ordem do candidato e exigiram que seus subordinados comparecessem com os carros oficiais ao evento. Os funcionários foram coagidos e o então candidato nada sofreu do TRE (ER).

9- Outras condutas comuns de assediadores

Atribuir erros imaginários ao trabalhador; Exigir, sem necessidade, trabalhos urgentes; muitas vezes desprezando-os logo a seguir; Sobrecarga de tarefas; Ignorar a presença do trabalhador, ou não cumprimentá-lo ou, ainda, não lhe dirigir a palavra na frente dos outros, deliberadamente; Revista vexatória; Restrição ao uso de sanitários.

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