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2.7 Conclusão
Nas últimas duas décadas, o Brasil conquistou avanços significativos para garantir que todas as crianças fossem atendidas pelo sistema educacional. Embora a lacuna entre o País e a OCDE tenha diminuído, o Brasil ainda está longe de atingir os níveis de atendimento da OCDE. Para sustentar esse crescimento, três desafios devem ser enfrentados:
Em primeiro lugar, uma grande proporção de jovens não conclui os estudos ou não os conclui dentro do tempo esperado. Isso é o resultado de uma série de fatores, incluindo a reprovação e currículos pouco atrativos. Alguns alunos também abandonam os estudos para procurar emprego ou assumir responsabilidades em casa. A pandemia da Covid-19 pode ter alimentado ainda mais essa tendência, especialmente entre os socioeconomicamente mais vulneráveis. Taxas de conclusão mais altas podem ajudar a elevar o nível da qualificação e das competências da força de trabalho brasileira e apoiar as metas de desenvolvimento do País. Além disso, garantir a conclusão no tempo correto pode ajudar a reduzir as ineficiências econômicas;
Em segundo lugar, os indivíduos de origem social mais vulnerável ainda enfrentam barreiras importantes tanto no acesso à Educação, especialmente em níveis mais elevados, como obstáculos que impedem seu sucesso quando ingressam nos cursos. Assim, os níveis de desempenho e permanência variam significativamente na população brasileira. Embora a situação socioeconômica e as diferenças regionais sejam fatores importantes em todos os sistemas educacionais, seus impactos são mais fortes no Brasil do que em muitos países comparáveis. As disparidades tornam-se particularmente proeminentes no Ensino Médio e no Ensino Superior, embora tenham origem nos primeiros anos. Solucionar essa questão não é apenas um imperativo moral, mas também pode contribuir para a elevação da qualidade de vida no Brasil;
Em terceiro lugar, a gama limitada de itinerários educacionais no Ensino Médio e a escassez de cursos pós-secundários nos níveis CINE 4 e 5 podem desmotivar os alunos a permanecer ou progredir na Educação, em especial aqueles com necessidades mais específicas ou com menor orientação acadêmica. A recente reforma do Ensino Médio (ver Capítulo 1) pode não apenas
ajudar a resolver essa questão, mas também visa garantir que os indivíduos ingressem no mercado de trabalho com um conjunto mais amplo de habilidades práticas e profissionais para atender às necessidades do mercado e da economia. As reformas também visam apoiar o desenvolvimento de uma gama de habilidades do século XXI, que são de grande valor para esses indivíduos e para a sociedade brasileira.