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3.1 Introdução: como garantir que a escola induza a aprendizagem
Este capítulo analisa os resultados do sistema educacional brasileiro para avaliar até que ponto os jovens do País desenvolvem as habilidades e conhecimentos necessários para progredir aos níveis mais elevados de formação e ter sucesso na vida e no trabalho. Esta análise baseia-se em evidências do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), da OCDE, sobre o conhecimento e as habilidades dos jovens brasileiros de 15 anos, comparando-os com jovens de todo o mundo e mostrando as mudanças ocorridas ao longo do tempo. Essas evidências são acrescidas de fontes nacionais, que fornecem indicações detalhadas sobre o desempenho dos alunos e das escolas em todo o País. O capítulo também examina as implicações dos resultados de aprendizagem e do nível de formação dos alunos para sua empregabilidade e ganhos posteriores.
Estar inserido no sistema educacional nem sempre leva a uma aprendizagem real
Garantir que todos estejam inseridos no sistema educacional – tema do capítulo anterior – é apenas metade da batalha. Os alunos também precisam se beneficiar dessa experiência, adquirindo conhecimentos e habilidades valorizadas tanto no mercado de trabalho como em outros aspectos da vida. No entanto, de acordo com um relatório recente do Banco Mundial, frequentar a escola, muitas vezes, não se traduz em aprendizagem. Este relatório revela que muitos países emergentes – inclusive o Brasil – estão enfrentando um desafio: apesar do aumento do atendimento escolar, muitos jovens não adquirem as habilidades básicas em letramento matemático e alfabetização. Além disso, como parte desse padrão, os resultados de aprendizagem tendem a ser altamente desiguais, sendo que os alunos de origens socioeconômicas mais vulneráveis têm maior probabilidade de abandonar a escola sem adquirir habilidades básicas. Em um contexto de grandes variações no acesso e na qualidade, frequentar a escola aumenta as desigualdades de aprendizagem em vez de reduzi-las e, portanto, também amplia as lacunas socioeconômicas (Banco Mundial, 2018[1]). Isso prejudica tanto a vida dos indivíduos como os esforços governamentais para reduzir a pobreza e estimular o crescimento (Hanushek e Woessmann, 2015[2]).
Embora o Brasil tenha realizado bons avanços na universalização do acesso à Educação nas últimas décadas (conforme analisado no Capítulo 2), a economia enfraquecida combinada à crise da Covid-19 impõe um grande desafio no próximo passo necessário, que é garantir o acesso à Educação de qualidade para todos os alunos. Obter êxito nesse esforço dependerá de muitos fatores, inclusive a destinação de recursos financeiros e materiais para escolas e famí-