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1973-1979: Terror e crepúsculo da ditadura

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Carlos Danielli, discursando pelo PCdoB no Congresso do Partido do Trabalho da Albânia em 1971 e morto na torturas em fins de 1972; no DOI-Codi-SP, interrogado pelo coronel Ustra sobre a Guerrilha, responde: “É disto que querem saber? Pois é comigo mesmo. mas não vou falar”

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Lincoln Oest, dirigente comunista preso em 20 de dezembro de 1972 e torturtado até a morte

Luís Guilhardini , em 1971 e depois de trucidado pela ditadura (1973) em foto do IML/RJ

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Durante todo o período de severa repressão da ditadura militar o jornal A Classe Operária saiu entre mensal e bimestralmente, como Órgão Central do Partido Comunista do Brasil, levando os documentos partidários, suas notas e opiniões políticas da conjuntura nacional e internacional. Seus textos, muitas vezes, eram ditados nos programas da Rádio Tirana, copiados em diversos locais do país, mimeografados e distribuídos clandestinamente pelos militantes comunistas

Armando Frutuoso, operário da Light e dirigente comunista, morre na tortura em 1975, no Rio

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Honestino Guimarães, ex-presidente da UNE e militante da APML, sequestrado pela repressão e desaparecido desde agosto de 1973

José Carlos Ruy, do lado direito da foto, atua no jornal Movimento

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Haroldo Lima

Rogério Lustosa

Renato Rabelo

Pericles Souza Aldo Arantes

João Batista F. Drummond

Rui Frazão

INCORPORAÇÃO DA AP

Última resolução da direção nacional da APML (Ação Popular Marxista-Leninista) chama suas bases a entrarem para o PCdoB; uma parte delas já o fizera e a outra o faz nos meses seguintes; no total, mais de quatro quintos da militância da AP incorporam-se ao Partido; nas fotos da época, os retratos de alguns de seus principais quadros

Manifesto com as três bandeiras. Março de 1975

Rui Frazão com o filho Henrique e a esposa Felícia; dirigente da AP, ele acaba de ingressar no PCdoB quando é preso (1974) na feira de Petrolina (PE) e desaparece

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Jornalista Vladimir Herzog (esq.) e o metalúrgico Fiel Filho (acima), do PCB, assassinados pelo 2º Exército do general Ednardo d’Ávila Melo; na versão oficial, se suicidaram.

A casa térrea, nº 767 da Rua Pio XI, bairro da Lapa, São Paulo, onde o Comitê Central se reúne, e sua porta da frente depois da invasão policial-militar da manhã de 16 de dezembro de 1976 Jover Teles, veterano dirigente do Partido, passa a colaborar com a ditadura e conduz a repressão até a casa onde houve a Chacina da Lapa João Batista Franco Drummond, 34 anos, preso e torturado até a morte no DOI-Codi

A CHACINA DA LAPA

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As vítimas fatais da Chacina: acima, Ângelo Arroyo, 48 anos; à direita, Pedro Pomar, 63 anos, ambos trucidados na invasão da casa; a ação repressiva “planta” as armas que aparecem na foto abaixo

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Homenagem do PCP(R) aos dirigentes do PCdoB assassinados na Chacina da Lapa

O dramaturgo Augusto Boal (ao microfone) fala para sete mil pessoas no comício internacionalista no Pavilhão dos Desportos em Lisboa (21/01/1977) contra a Chacina

Abaixo, Arruda Câmara no ato de encerramento do 3º Congresso do PC-R, Campo Pequeno, Lisboa, 1979; ao lado, pintura mural em Lisboa anuncia fala do PCdoB no evento; Portugal se solidariza com a luta antiditatorial no Brasil

Cartaz português convida para o comício de solidariedade no Porto; ao lado, colagem de cartazes convoca o comício em Lisboa

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33 Julgamento dos presos na Chacina na Auditoria Militar de São Paulo (1977): a partir da esquerda, Maria Trindade, Elza Monnerat, Haroldo Lima, Wladimir Pomar, Aldo Arantes e Joaquim Celso de Lima; ao final, o STM condena todos, com base na Lei de Segurança Nacional; ao lado, Luiz Eduardo Greenhalgh, 28 anos, advogado dos presos; denuncia as torturas sofridas e, dois anos depois, preside o CBA (Comitê Brasileiro pela Anistia)

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Cartaz de entidades estudantis de Portugal presta solidariedade a Aldo Arantes e aos presos na Chacina da Lapa

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O ex-presidente da UNE ( 1966-1967) José Luis Moreira Guedes (assinalado pela seta branca) com Enver Hodja na Albânia

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O líder comunista albanês Enver Hodja, abraçando João Amazonas

38 Renato Rabelo (de bigode), Arruda Câmara (com flores na mão) e Dynéas Aguiar (paletó claro) e dirigentes albaneses

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Enver (ao centro) e sua esposa Nexhmije Hodja (segunda à direita com a bolsa) com brasileiros exilados; entre eles, a artista plástica Tereza Costa Rego, Luis Guedes (último à esquerda) e Olívia Rangel (segunda à esquerda)

Diógenes Arruda ministra aula sobre a história do PC do Brasil a militantes comunistas brasileiros e portugueses em Tirana. Outro professor desse curso foi João Amazonas, que tratou da situação brasileira e a Guerrilha do Araguaia. Na foto aparecem: Tereza Costa Rego (companheira de Arruda), Loreta Valadares, Olívia Rangel, Bernardo Joffily, Maria Ester Cristelli entre outros

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40 Loreta Valadares denuncia a ditadura pela Rádio Suécia; abaixo, Loreta e seu marido, Carlos Valadares, no documento sueco que lhes concede asilo (1975)

Presídio do Barro Branco (SP), 1974. Marcados estão os militantes do PCdoB Ozéas Duarte, Antônio Barbosa, César Teles e José Genoíno

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Rabelo no exílio

Rogério Lustosa (sentado no chão) e companheiros de cárcere no presidio Paulo Sarasate, Fortaleza

A 7ª Conferência do PCdoB reúne-se fora do país, na Albânia, em duas partes entre 1978 e 1979, por razões de segurança. Ao lado, sessão de abertura com uma saudação de Ramiz Alia, representando o Partido do Trabalho da Albânia.

Delegados da segunda fase fazem um minuto de silêncio pelos que tombaram durante a ditadura militar. Do lado esquerdo, Sérgio Miranda, Dynéas Aguiar, do outro lado, Arruda, Nelson Levy e Edson Silva (de bigode)

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Desenho em anotação de participante da Conferência

Plenário da segunda parte da Conferência: na foto vemos à esquerda Bernardo Joffily, Etelvino Oliveira; à direita Diógenes Arruda, Jô Moraes, Ronald Rocha, Nelson Levy e Célia Maria Medeiros da Rocha Paes

Momento de desconcentração dos delegados da segunda fase da 7ª Conferência. Na foto aparecem Bernardo Joffilly, Ronald Rocha, Jô Moraes, Célia Rocha Paes, José Reinaldo de Carvalho e Maria Conceição Tupinamba dos Santos. Na parede está escrito: “Viva o comitê central do PTA (Partido do Trabalho da Albânia ) sob a liderança do camarada Enver Hodja”

Comunistas brasileiros participantes da 7ª conferência entre estudantes albaneses. Na foto aparecem Dynéas Aguiar, José Reinaldo de Carvalho, Bernardo Joffily, Ronald Rocha, Jô Moraes

Delegação brasileira em evento no interior da Albânia. Na foto aparece da direita para a esquerda Dynéas Aguiar, Ana Rocha, Carmem Acevey (Flaca) e Edison Silva

52 51 Delegados da 1ª fase da 7ª Conferência do PCdoB, realizada em 1978 na Albânia. Na foto aparecem João Amazonas, Rogério Lustosa, Edson Silva, Diógenes Arruda, Nelson Levy, Dynéas Aguiar, Carlos Eduardo Ferreira de Carvalho, Sérgio Miranda, Manoel Geraldo Cação (Quincas), Leda Ribeiro de Barros, Maria Dolores Bahia e Celeste Dantas

A Classe, em edição mimeografada, orienta “cada organismo e cada comunista” a aplicarem a linha da 7ª Conferência Anotação de Jô Moraes, ao lado, na Conferência; paraibana, atuando clandestinamente em Minas, ela será presidente nacional da UBM, vereadora, deputada estadual e federal, sempre pelo PCdoB

Vésperas da Anistia: Isaura Lemos, futura deputada estadual (PCdoB-GO), amamenta Elenira Tatiana, futura vereadora (PCdoBGoiana); Isaura e seu marido Euler Ivo militam na clandestinidade, na floresta acreana; ao lado outro casal clandestino, Eneida e Neco Panzera, no sertão baiano (1972) com os filhos Jorge (esq.), Mauro e Maurício; em 2013 Jorge, após presidir a UJS, é eleito para o Comitê Central do Partido

O Partido não absolutiza o trabalho clandestino nem o campo; abaixo, Benedito Cintra em 1976, na sua primeira campanha, para vereador, na legenda do MDB; apoiado nas bases comunistas da Freguesia do Ó e Brasilândia, Cintra chegará à Câmara Municipal e mais tarde à Assembleia Legislativa, já pelo PCdoB

NO CAMPO E NA CIDADE

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RECONSTRUÇÃO DA UNE

Maio de 1979: no Centro de Convenções da Bahia, superlotado, o 31º Congresso da UNE reconstrói na luta a entidade máxima dos universitários; o PCdoB elege para presidir a UNE o baiano Ruy César Costa e Silva (assinalado na foto abaixo); ao seu lado está José Genoíno, ex-diretor da UNE então no PCdoB

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Retomada simbólica da sede da UNE e Ubes na Praia do Flamengo, Rio de Janeiro, 1979

13 de abril de 1978: a fábrica Scania, São Bernardo, SP, é a pioneira numa inédita onda de greves Panfleto do movimento paulistano contra a carestia, recolhido pelo Dops

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Aurélio Peres e Irma Passoni em Campanha em 1978. Aurélio era operário metalúrgico da zona sul da cidade de São Paulo e foi o primeiro deputado eleito pelo PCdoB desde a reorganização em 1962. Na foto acima, Aurélio discursa em atividade da campanha contra a carestia na Praça da Sé, São Paulo, em agosto de 1978

Maria Saraiva, militante do Movimento Contra a Carestia, em campanha de Aurélio Peres para deputado federal em 1978

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Antônio Almeida Soares, o Tom, e Ana Martins. Casal teve atuação combativa e marcante nas periferias paulistanas

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Já eleito único operário no Congresso Nacional, Aurélio acompanha o cortejo fúnebre de Santo Dias da Silva, operário morto pela PM na greve metalúrgica de outubro de 1979; ao seu lado, a viúva Ana Dias, ativista do Movimento contra a Carestia

Cartaz com foto de Santo Dias convida para protesto durante julgamento do PM que o assassinou

CAMPANHA DA ANISTIA

Luta pela anistia mobilizou amplos setores, primeira ação com caráter de massas contra a ditadura militar

Abril de 1979: Alanir Cardoso sai da prisão na Ilha de Itamaracá, após quase cinco anos de cárcere, e imediatamente participa (abaixo) de evento do CBA em Pernambuco

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Atividade pró-Anistia em Maceió reúne Sérgio Barroso, Eduardo Bomfim, Renan Calheiros e Ênio Lins (de óculos, discursando)

Manifestação de 20 mil na Cinelândia, Rio, exige Anistia ampla, geral e irrestrita, bandeira de toda a campanha; o governo do general Figueiredo admite a Anistia, como parte de sua política de “abertura”, mas deseja-a parcial, restrita e “recíproca”, beneficiando também os torturadores e assassinos do aparato repressivo O senador Teotônio Vilela (MDB-AL) visita todos os presos políticos do país, como presidente da CPI que discute a Anistia, e apresenta substitutivo ao projeto oficial; o Menestrel das Alagoas é um oposicionista tardio mas mostra imbatível firmeza e coragem, tornando-se grande amigo do PCdoB

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