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Nota biográfica Luís Guerreiro: A memória e o amor ao livro
Homem da Cultura, foi e sempre será um dos bibliófilos mais respeitados do Algarve, dentro e fora da esfera académica. Considerado dos poucos com tão abrangente conhecimento da História local e regional, fundou o Centro de Estudos Algarvios, um dos maiores acervos bibliográficos particulares sobre o Algarve. É também seu legado o projecto da Hemeroteca Digital do Algarve (HDA), plataforma que aloja todos os periódicos publicados na região. A HDA integrou o primeiro Orçamento Participativo de Portugal, em 2017. O FLIQ - Festival Literário Internacional de Querença foi outro dos seus grandes sonhos, tornado realidade numa altura em que já se encontrava doente. O evento celebra a cultura sem restrições nem fronteiras, geográficas ou mentais e, todos os anos, leva centenas de pessoas até à sua aldeia natal. Luís Guerreiro começou por frequentar a escola nos Corcitos, a três quilómetros de casa, e cresceu a ouvir o pai e o tio a contar estórias à lareira. Licenciou-se em Engenharia Civil pelo Instituto Superior Técnico (1981-1986), tendo integrado a equipa do Município de Loulé, recém-licenciado e de regresso ao Algarve. Do sector de Saneamento Básico passou ao Gabinete de Turismo e Desenvolvimento Rural, altura em que foi nomeado adjunto do então presidente Joaquim Vairinhos. No exercício das funções coordenou, por delegação do presidente, vasta actividade no domínio da Cultura. Foi ainda Chefe do Gabinete de Apoio ao Presidente (1997/99), Coordenador do Gabinete de Imprensa (1994 a 2002), Chefe de Divisão de Turismo, Desenvolvimento e Animação (1999/2004), Chefe de Divisão de Cultura (2004/2013) e Coordenador do Gabinete de Eventos, Comunicação e Imagem (2013 a 2017). Paralelamente, dinamizou e participou em diversas actividades em associações socioculturais. Integrou a Comissão Instaladora da Fundação António Aleixo, foi cooperador e presidente da Assembleia Geral da CEUPA – Cooperativa de Ensino Universitário do Algarve, membro da direcção do Círculo Teixeira Gomes e Coordenador Técnico da Candidatura de Sagres a Património da Humanidade. Foi igualmente director, responsável editorial e colaborador assíduo do jornal A Voz de Loulé.
Percorreu de forma sagaz os corredores de bibliotecas e arquivos. Fundou uma livraria e apresentou livros. Participou em inúmeras palestras e tertúlias, deu formação, comissariou exposições.
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Participou em diversos encontros e congressos e publicou inúmeros trabalhos, com destaque para Bibliografia do Concelho de Loulé (em co-autoria com João Sabóia), Loulé no ano da Revolução (XX Aniversário do 25 de Abril) ou Duarte Pacheco – O Edificador.
Em 2017, teve honras de abertura da iniciativa do jornal Público, Historiadores Amadores, que distinguiu investigadores reconhecidos pela Academia. A sua memória será sempre presente e o agradecimento eterno pelo precioso, profundo e inquestionável contributo de Luís Guerreiro à Fundação Manuel Viegas Guerreiro, a Querença, ao Algarve e à Cultura.