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Klaus Kaldemorgen
Passaram 10 anos desde que a DWS decidiu criar um fundo para Klaus Kaldemorgen. A intenção da entidade alemã era então construir um veículo no qual aquele que foi o diretor de investimentos da entidade alemã pudesse implementar livremente a sua filosofia e estratégia, vertendo no produto toda a experiência que este reputado profissional dos investimentos tinha vindo a acumular durante toda a sua trajetória na indústria. O resultado foi o nascimento de uma das estratégias de multiativos que mais êxito comercial têm tido na Europa na última década. PARTNER
NER T PAR
GESTOR DO DWS CONCEPT KALDEMORGEN
UM GESTOR COM GRANDE REPUTAÇÃO
Klaus Kaldemorgen é um dos gestores mais reputados na indústria. Primeiro forjou a sua carreira como diretor de investimentos da DWS e, nos últimos 10 anos como gestor de um fundo que nasceu com 10 milhões de euros de ativos e hoje supera os 12.500. “O produto foi uma história de êxito”, afirma.
O
conceito que Klaus Kaldemorgen tinha em mente quando em 2011 a DWS criou um fundo para ele, estava muito claro. O que queria era gerir um produto com o qual oferecesse rentabilidade aos seus clientes, mas limitando as flutuações. O seu objetivo era conseguir uma volatilidade de um só dígito combinada com uma queda máxima de 10% ao ano, investindo em todas as classes de ativos. Os anos passaram-se e, fazendo um balanço, Kaldemorgen pode dizer que esse objetivo está mais do que cumprido. “O fundo deu uma rentabilidade anualizada líquida nestes anos de 5%, com uma volatilidade de 6%. São números muito aceitáveis para um investimento de risco controlado”, analisa.
Prova da confiança que os investidores mantêm depositada na sua equipa, é o facto de o fundo ter passado dos 10 milhões de euros que geria em 2011 para os 12.500 atuais. É o nível mais elevado, nunca alcançado pelo produto. E não é apenas isso. Existem dados que denotam, por um lado, o apego do participante pelo produto e, por outro lado, a boa gestão realizada. Atualmente apresente Rating FundsPeople 2022, embora durante três anos consecutivos tenha sobressaído com Rating FundsPeople+.
A liberdade de que dispõe Kaldemorgen para gerir a estratégia é absoluta. É algo que se traduziu numa gestão muito flexível, que aplica sobre um amplo leque de classes de ativos (ações, obrigações, divisas e matérias primas, principalmente ouro). Segundo o gestor, essa flexibilidade é hoje mais importante do que nunca.
“O contexto de mercado atual é extremamente difícil. A bolsa americana subiu cerca de 36% em euros, mas em dólares apenas ganhou cerca de 26% devido à apreciação do dólar. Excluindo o retorno dos seis maiores títulos da bolsa norte-americana, que representam 25% do S&P 500, a rentabilidade do mercado americano caiu até aos 18%, em linha com o europeu. Isto significa que, para alguém que quer diversificar, o cenário tornou-se muito complicado”. Isto já para não falar da situação em que se encontra o mercado de obrigações.
“As obrigações não são um ativo disponível para a geração de rentabilidade. Hoje em dia servem para estabilizar a carteira e reduzir o risco”. Isto fez com que a estrutura da parte de rendimento fixo do fundo tenha mudado radicalmente nos últimos tempos. “A dívida corporativa já não joga um papel importante na carteira. Apenas representa 3%. E vendemos todas as nossas posições em obrigações emergentes”, revela.
No entanto, a mudança mais significativa percebe-se na duração. “Esta é negativa, algo que se explica pelas nossas posições curtas sobre a dívida do Tesouro dos EUA”. Este posicionamento justifica-o na sua visão sobre as taxas de juro. “2022 será um ano em que teremos que gerir aumentos das taxas por parte dos bancos centrais. Algo que já é seguro no caso da Fed, mas também espero que no final do ano o BCE comece a seguir os passos dos Estados Unidos”.
A RENTABILIDADE NAS AÇÕES
Esta expetativa fê-lo não só ser pessimista sobre a evolução das obrigações, mas também provocou uma outra mudança no posicionamento do fundo. “Antes tinha cerca de 10% da carteira em dólares. Agora essa percentagem é de 30%. Dado o spread que se abrirá entre os EUA e a Europa na política monetária, a minha expetativa é de que vamos assistir à estabilização ou valorização do dólar”.
Kaldemorgen está convencido de que, para este novo ano, serão as ações que levarão a rentabilidade ao fundo. Contudo: nas bolsas ninguém deverá esperar retornos tão elevados como os que vimos no ano passado.
“Não digo que o mercado de ações vá gerar rentabilidades negativas, mas provavelmente a subida ver-se-á travada pelo efeito que provocarão as subidas das taxas que aplicarão os bancos centrais para conter a inflação. Não imagino um super rally nas ações neste cenário”, reconhece. Neste contexto, a sua expetativa é de que o que denomina de empresas aborrecidas, entre as quais estão empresas
de saúde, financeiras, utilities, real estate e infraestruturas, ofereçam retornos na ordem de um dígito.
Quanto ao ouro, um ativo que estrategicamente tem feito parte da sua carteira, Kaldemorgen considera que o seu papel mudou. “Dado o seu comportamento em 2021, já não deve ser visto como uma cobertuta contra a inflação, mas sim como um ativo para se proteger de riscos geopolíticos. Por esse motivo, para o futuro, o seu peso na carteira mantém-se sem mudanças. O importante em todo o momento é manter controlado o risco”, sublinha. Ao fim e ao cabo, segundo Kaldemorgen, isso é o que o cliente mais gosta na sua filosofia, esse enfoque de retorno total que permite participar nas ações, mas mantendo em linha a volatilidade.
Esse interesse é o que levou a DWS a ampliar a sua gama de fundos multiativos oferecendo soluções para diferentes perfis de risco: desde o DWS Invest Conservative Opportunities (orientado para a segurança), até ao DWS Invest Multi Opportunities (equilibrado), passando pelo DWS ESG Dynamic Opportunities (mais arriscado). Atualmente, a equipa gere um património de 20.000 milhões. “É um grande êxito”, conclui.