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Fátima Só
GESTORA DO FUNDO NB DINÂMICO, GNB GESTÃO DE ATIVOS
O DINAMISMO DO NB DINÂMICO
Fátima Só descreve as decisões de alocação e as oportunidades de investimento que impulsionaram o NB Dinâmico em 2021.
O
NB Dinâmico é a versão mais agressiva dos três fundos perfilados que compõem a oferta da GNB Gestão de Ativos. Com um investimento mínimo de 50% em ações, mas com liberdade para navegar livremente nos restantes 50%, fica à responsabilidade da gestão alocar o dinheiro dos investidores da forma que melhor reflete as perspetivas de mercado. Responsabilidade e não só. Também o mérito. Isto porque foi o fundo multiativos português que melhor retorno obteve em 2021. À FundsPeople, a gestora, Fátima Só, conta o racional que esteve por detrás das decisões que marcaram o NB Dinâmico em 2021 e o levaram ao sucesso.
Antes de mais, a alocação a ações como fonte de rentabilidade. “Desde o seu lançamento em 2019 que o fundo manteve uma posição de 75% do património alocado a uma carteira bastante estável de cerca de 70 ações. Uma carteira muito focada no stock picking e com uma filosofia de capturar os temas e megatendências que sabemos que vão perdurar. São ações de empresas que se vão manter muito tempo em carteira”. A gestora fala de temas como a transição digital e tecnológica, saúde e bem-estar e a transição energética. Segundo indica, a exposição a estes temas acaba por fazer com que o fundo tenha um viés natural para setores como o tecnológico, farmacêutico e de consumo, bem como para os Estados Unidos.
É uma parcela da carteira que a gestora apelida de estável, mas que não é estática. “Ao longo do ano fomos aumentando a componente mais cíclica da carteira, por vezes reforçando posições que já tínhamos em carteira. Os semicondutores, por exemplo, como um dos sub setores mais cíclicos dentro da tecnologia, ou as financeiras, que deverão beneficiar de um contexto em que se perspetiva uma subida de taxas de juro”. Por outro lado, realça também posições em empresas de software, cibersegurança, medicação animal, meios de diagnóstico na saúde, instrumentos cirúrgicos, hotéis, produtos de luxo e empresas norte-americanas de retalho, como fontes de retorno no ano. CAUTELA
A gestora mantém o peso das ações perto dos 80%, embora se mostre cautelosamente otimista. Acredita que assistiremos a um ano com maior volatilidade, com as incertezas que decorrem da pandemia e de novas variantes a continuar a existir.
AS PERSPETIVAS
De olhos no futuro, a gestora mantém o peso das ações perto dos 80%, embora se mostre cautelosamente otimista. “Acredito que vamos assistir a um ano com maior volatilidade. As incertezas que decorrem da pandemia e de novas variantes vão continuar a existir. E é claro que parece complicado, depois de um ano tão positivo para as ações, continuar a ter uma perspetiva positiva. Mas quando olhamos para as empresas e para a economia e recordamos que 2021 foi apenas o primeiro ano de uma recuperação da crise criada pela pandemia, ficamos convictos da nossa perspetiva positiva para a classe de ativos”, diz a gestora.
A restante parcela da carteira do fundo, no entanto, não foi neutra para o sucesso do produto. É aqui que encaixam as obrigações, em menor medida, e a liquidez, que mantém como pólvora seca para aproveitar as oportunidades. E foram várias as oportunidades. “É uma componente mais dinâmica do fundo. Aqui encaixamos exposição a ações de regiões específicas, como os mercados emergentes, ou países específicos, como o Japão, Israel ou Índia. Alocamos também oportunisticamente a outras classes de ativos, como fizemos com as matérias-primas, ou até dividendos de índices, nos quais capturamos o desconto entre os futuros de dividendos e os dividendos que são efetivamente pagos”, explica.
As obrigações, que representam atualmente apenas 5% da carteira estão, segundo Fátima Só, alocadas a dívida governamental e dívida subordinada, “sempre numa lógica dinâmica”. “Com o ambiente de taxas de juro como o atual, em que se perspetiva a redução de planos de estímulo e subidas de taxas de juro, o investimento em obrigações revela-se pouco atrativo. Pontualmente, fará sentido aproveitar algumas oportunidades, mas numa perspetiva de médio e longo prazo não”, termina.