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O RETORNO OBRIGAÇÕES

Após um ano de quedas recorde, a opinião dos especialistas é quase unânime: estamos perante uma oportunidade histórica para investir em obrigações. Do lado cauteloso também há acordo: ainda há demasiada incerteza e se se começar a investir já, o curto prazo pode ser acidentado. É preciso ser-se seletivo.

Jeremy Cunningham, diretor de Investimentos em Obrigações da Capital Group, contextualiza: “2022 não foi apenas um mau ano para as obrigações do Tesouro dos EUA, foi também o pior desde 1970”. O mercado de obrigações enfrentou três fatores negativos. “O primeiro é o drástico aumento das yields. Em segundo lugar, isto aconteceu num período muito curto de apenas dois meses. Por último, começamos este período de volatilidade com yields muito baixas a nível histórico”.

Esta combinação levou as yields to maturity das obrigações do Tesouro dos EUA a atingir rapidamente o que para Raymond Sagayam, diretor de Investimentos de Obrigações na Pictet AM, são níveis razoáveis. Na sua opinião, “aumentaram o suficiente para que os investidores pudessem sofrer quedas adicionais significativas dos preços das obrigações e ainda assim obter um retorno positivo real”. Os investidores em obrigações voltam a ver-se compensados pelo risco, o que para o gestor é “uma mudança extraordinária”.

Chegados a este ponto, a atenção está no equilíbrio entre a inflação e a atividade económica e nos seus efeitos sobre as decisões dos bancos centrais.

Soberanos E Cr Dito

Para Paul Brain, responsável de Obrigações da Newton (BNY Mellon IM), é necessário não esquecer que “os bancos centrais vão continuar a subir as taxas de juro, que a inflação continua muito mais elevada do que as yields das obrigações

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