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O ADN DO FUNDO DE OBRIGAÇÕESMAIS RENTÁVEL DO ANO

O Montepio Obrigações destacouse dentro da sua categoria, no ano passado. Segundo o diretor de Investimentos da entidade, o produto beneficiou de um ADN com baixo risco de taxa de juro, onde os emitentes financeiros, nomeadamente bancos, são predominantes no universo de ativos alvo do fundo.

OMontepio Obrigações, gerido por Tina Aly, fechou 2023 no papel de fundo de obrigações nacional mais rentável de 2022. Rui Nápoles, o responsável pela equipa de Investimento, explica agora o que beneficiou o produto em relação aos seus pares, num ano tão historicamente negativo para a classe de ativos em geral. Em primeiro lugar, afirma que este resultado tem como principal motivo o ADN do fundo, que apresenta “baixo risco de taxa de juro, mantendo uma reindexação de cupão média inferior a seis meses, e risco de crédito investment grade”.

A filosofia do fundo passa por “proporcionar rendibilidade do investimento no curto prazo, com baixa volatilidade, assente nas taxas de referência de curto prazo e nos prémios de risco de crédito das obrigações investment grade, com um baixo risco de taxa de juro estrutural”, afirma.

Rui Nápoles também acredita que um fundo como o Montepio Obrigações tem determinadas funções numa carteira diversificada como, por exemplo, remunerar aplicações de curto prazo através da exposição aos prémios de risco de crédito investment grade. Outra das funções será reduzir a volatilidade da carteira e diversificar face a outras componentes da carteira ou segmentos de mercado de maior risco, como “as ações, ativos com risco de taxa de juro elevado, dívida high yield ou os mercados emergentes”.

O diretor de Investimentos acredita que algumas decisões ativas ao longo do ano também ajudaram o fundo a chegar ao topo da tabela, destacando nomeadamente a estratégia de ir “aumentando a duração de crédito e do risco de taxa de juro”, capitalizando nas “condições atrativas dos prémios associados a estes riscos”. Segundo diz, o alargamento de spreads de crédito e a subida das taxas de juro tornaram os riscos anteriormente mencionados mais apelativos, tendo, por isso, sido reforçados no fundo a partir de meados de 2022. “Falamos de um objetivo de alongamento da duração de crédito, de aproximadamente um ano, agnóstico em termos de setores, e em função das ofertas de obrigações no mercado”, afirma ainda Rui Nápoles.

Num cenário em que consideram os spreads de crédito atrativos e com evolução favorável, o atual posicionamento, de acordo com o diretor de Investimentos, pretende “melhorar a performance da carteira através da exposição a prémios de risco mais elevados e do aumento do multiplicador dos ganhos resultantes de um eventual estreitamente de spreads”.

Perspetivas Para 2023

Quanto às expetativas para 2023, Rui Nápoles está positivo, não obstante os riscos que se mantêm no horizonte que não devem ser ignorados. Por isso, afirma que a estratégia adotada em meados do ano passado, tenderá a ser mantida nos primeiros meses de 2023, por se enquadrar nas expetativas da equipa gestora para o ano corrente. “Globalmente, acreditamos que 2023 proporcionará ao fundo condições para oferecer um retorno atrativo, para quem procura remunerações com um perfil de baixo risco”, acrescenta.

As perspetivas favoráveis para o segmento de mercado do Montepio Obrigações assentam, segundo Rui Nápoles, num rendimento corrente positivo, ao que se junta a expetativa de impactos favoráveis resultantes quer da tendência de subida das taxas de juro de referência dos mercados monetários, quer da evolução positiva dos spreads de crédito. Por outro lado, acrescentou, “o rendimento corrente positivo proporciona uma maior resiliência do fundo às eventuais evoluções desfavoráveis dos prémios de risco de crédito. Este é um fator relevante para lidar com a imprevisibilidade e volatilidade de mercado, e representa uma evolução positiva que deve ser realçada face aos últimos anos, marcados por baixos prémios de risco de crédito e taxas de juro negativas”, conclui.

CARREIRA

Rui Nápoles iniciou carreira na Montepio Gestão de Activos como gestor de carteiras de rendimento fixo, tendo subsequentemente assumido o cargo de responsável de Investimentos, que exerce atualmente. Trabalha na área financeira desde 1989.

Neste contexto de altíssima incerteza, tanto a nível macroeconómico como de mercado, há poucas coisas que estão claras. Uma delas é que a transição energética vai acontecer, sim ou sim. Segundo Alex Monk, isso gera grandes oportunidades de investimento, sobretudo agora que as valorizações se tornaram mais atrativas. Demonstrou que sabe capturá-las com um fundo de ações all cap que tem mais de três anos de track record, mais de 1.500 milhões de euros de património e que, acima de tudo, se destaca pelos resultados que tem oferecido desde o seu lançamento.

Acaba de comemorar três anos de vida, sobressai pelos seus bons resultados e, com mais de 1.500 milhões de euros em ativos sob gestão, converteu-se num dos fundos de transição energética de referência no mercado europeu. Trata-se do Schroder ISF Global Energy Transition, produto que ofereceu desde o seu lançamento uma rentabilidade líquida de mais de 80% e que, ao dia de hoje, já é um dos maiores fundos de transição energética da indústria financeira. Para Alex Monk, um dos três gestores desta estratégia, o seu êxito cimenta-se em três rasgos idiossincráticos que o tornam único.

O primeiro deles é a fidelidade à temática. “No nosso processo de investimento tentamos ser muito puros. Para entrar em carteira, pelo menos 50% das receitas da empresa têm que provir da transição energética. Dado que se trata de um setor que muda muito, em permanente transformação, é possível que algumas empresas não alcancem esta percentagem, mas atualmente aproximadamente 90% do património do fundo está investido em empresas com mais de metade das suas receitas vinculadas a esta temática”, explica.

O segundo é a maneira como analisam as empresas. “Para nós”, assinala Monk, “o importante não é o que estão a fazer as empresas, mas sim como o estão a fazer. Fazemos uma distinção entre ambos os conceitos. Os processos operacionais das empresas adquirem uma grande relevância”. Deste modo, uma entidade que se dedique a fazer baterias, por exemplo, não seria em si mesma uma clara candidata a entrar na carteira. Dependeria de como o está a fazer, o impacto que provoca e, claro, as perspetivas da empresa. É aí onde entra em força a análise fundamental que realizam no seu processo de investimento.

Segundo explica, tratam de entender o core do negócio da empresa, os produtos e serviços que comercializa, a sua

90% DO PATRIMÓNIO DO FUNDO ESTÁ INVESTIDO EM EMPRESAS COM

MAIS DE 50% DAS SUAS RECEITAS PROCEDENTES DA TRANSIÇÃO ENERGÉTICA

rentabilidade e o seu potencial. Não se trata de apostas nas empresas que estão a crescer com mais força, mas sim parar para analisar os fluxos de caixa livre dos negócios. Para Monk, isto é “um dos rácios mais relevantes no processo de análise. Estudamos em profundidade como os geram e queremos saber o que vão fazer com eles no futuro, ou seja, no que é que os vão investir”.

Extraindo A Informa O

Com o objetivo de compilar a maior quantidade de informação possível e dispor da maior visibilidade, são especialmente ativos na hora de reunir-se com as equipas de direção das empresas nas quais investem e de todas as que fazem parte do seu universo de investimento. “Tanto é assim que mantemos entre quatro e cinco reuniões ao ano com cada entidade. Queremos entendê-las em profundidade e estar ao corrente da sua evolução”, destaca Monk. São encontros importantes nos quais lhes perguntam desde questões relacionadas com o governo corporativo (capital humano, política de incentivos, captação de talento...), até temas mais ligados à evolução da empresa, como por exemplo os progressos que estão a fazer em matéria de sustentabilidade e a sua contribuição para o objetivo de emissões zero, outro dos aspetos aos quais prestam especial atenção na hora de identificar ideias para a carteira.

“Dispomos de ferramentas internas muito precisas para compreender o impacto, seja positivo ou negativo, que está a gerar a empresa e atribuir-lhe uma pontuação em todo o contexto ESG”, assegura o gestor.

O terceiro grande eixo da estratégia do fundo centra-se no preço. “Investimos onde as valorizações são razoáveis. Somos muito disciplinados neste aspeto”, afirma, e assim demonstra o facto do fundo estar habilitado para ter 10% em liquidez, no caso dos gestores o considerarem necessá- rio. Esta liquidez é, segundo detalha, a que lhes permite ter flexibilidade suficiente para não se verem obrigados a investir em caso de ter fluxos líquidos positivos no fundo, e caso não existam oportunidades no mercado. E pelo contrário, para não estarem forçados a desinvestir no caso de terem que se desfazer ou reduzir uma posição em carteira. “Os investidores não nos pagam para gerir liquidez, mas sim para gerir o risco. Isso é o que fazemos”, indica Monk.

A carteira está nas mãos de três gestores muito experientes e a sua experiência diz-lhes que, frequentemente, as melhores oportunidades de investimento a longo prazo surgem em momentos de correção dos mercados. “Se a convicção que temos numa empresa que está em carteira é muito forte e a sua ação cai, é o momento de reforçar exposição ao título. Seguimos esse princípio”.

Hoje as valorizações que os gestores encontram são muito mais interessantes do que há um ano. Alex Monk

O Equil Brio Correto

Habitualmente, a carteira do Schroder ISF Global Energy Transition é composta por 40 a 60 nomes. É o intervalo perfeito para manter o equilíbrio correto. “Queremos assegurar-nos de que não estamos, nem demasiado diversificados, correndo o risco de ficarmos unicamente com o beta do mercado, nem a concentrar excessivamente o risco num baixo número de empresas que disparem a volatilidade”, afirma.

tem-no muito claro: “Se pensas a longo prazo, o mercado oferece atualmente muito boas oportunidades de investimento”. Na sua opinião, os ventos que têm estado a soprar contra as empresas vinculadas à transição energética no mercado, sopram cada vez com menos força.

“Houve momentos nos quais o foco esteve nas subidas de taxas de juro. Outros nas pressões que têm provocado nos lucros as alterações nas cadeias de fornecimento. Agora estão a descontar um cenário de recessão económica. Todos pesaram sobre estas empresas”, reconhece.

Nos últimos tempos têm vindo a cortar o peso na carteira de títulos cíclicos e a elevar a sua ponderação a empresas com um crescimento mais estrutural com o objetivo de reduzir o risco num cenário de contração económica. Mas mais importante é que o temporal está a amainar. “É muito possível que o pior já tenha passado”, conclui.

Entrevista Distribuidor

Mudan A De Rumo

O futuro próximo poderá passar por fundos geridos diretamente pela BlueCrow, procurando canalizar nestas estruturas de investimento a experiência da entidade em segmentos como as ações globais, trade finance ou o imobiliário alternativo.

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