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Mike Gitlin
NÚMERO 46 SETEMBRO E OUTUBRO 2022 .
ENTREVISTAS MICHAEL KRAUTZBERGER, BLACKROCK PEDRO FERNANDES, HEED CAPITAL NEGÓCIO PORTUGAL- MERCADO TITÃ EM FUNDOS DE INVESTIMENTO ESTRANGEIROS ESTRATÉGIAS OS FUNDOS PORTUGUESES MAIS RENTÁVEIS NA ÚLTIMA DÉCADA
ESTILO VOLTA AO MUNDO EM 10 ANOS 10 ANOS DE FESTA FUNDSPEOPLE
ANOS
UMA DÉCADA DE TRANSFORMAÇÃO
27/09/2022 12:21
Na opinião de Mike Gitlin, o rendimento fixo tem quatro papéis a desempenhar numa carteira: diversificação das ações, gerar rendimentos, proteger face à inflação e preservar capital. Quatro alavancas que a classe de ativos não tem conseguido ativar nos últimos meses. Mas apesar de nos termos sentado com ele poucos dias antes das históricas subidas de taxas de juro na Europa e EUA, a mensagem que envia ao mercado é positiva. Depois do período mais duro para as obrigações em 40 anos, sobreviveu ao seu período de redenção. Agora chegou o momento de construir as carteiras de obrigações para os próximos cinco anos. É o que estão a fazer no Capital Group High Income Opportunities (LUX). PARTNER
NER T PAR
RESPONSÁVEL DE NEGÓCIO DE OBRIGAÇÕES
ENTREVISTAS MICHAEL KRAUTZBERGER, BLACKROCK PEDRO FERNANDES, HEED CAPITAL NEGÓCIO PORTUGAL- MERCADO TITÃ EM FUNDOS DE INVESTIMENTO ESTRANGEIROS ESTRATÉGIAS OS FUNDOS PORTUGUESES MAIS RENTÁVEIS NA ÚLTIMA DÉCADA
ESTILO VOLTA AO MUNDO EM 10 ANOS 10 ANOS DE FESTA FUNDSPEOPLE
NÚMERO 46 SETEMBRO E OUTUBRO 2022 .
ANOS
UMA DÉCADA DE TRANSFORMAÇÃO
27/09/2022 12:21
O
investidor de obrigações encontra-se hoje num cenário muito distinto face ao de há seis meses. A primeira metade de 2022 foi um período difícil, como reconhece Mike Gitlin. Ter qualquer mínimo de duração na carteira tem sido doloroso. Mas o responsável de Negócio de Obrigações do Capital Group não duvida da mensagem que quer lançar aos clientes. “Estamos num momento muito mais atrativo para a classe de ativos”.
São simplesmente contas. Há 12 meses as obrigações high yield tinham uma yield de 4%. Hoje essa mesma estratégia entrega 9%. Em obrigações corporativas investment grade, cerca de 4,5%-5%. Em dívida de mercados emergentes, cerca de 10%. Com os bancos centrais a subirem as taxas de juro e os spreads de crédito a aumentarem gerou-se um ponto de partida mais atrativo. É algo que Gitlin quer deixar muito claro. “No que temos que pensar agora é em que ponto se encontram as rentabilidades das obrigações atualmente e, com isso, onde estarão as oportunidades dentro de cinco anos”, insiste.
Não é que o especialista esteja a tentar prever o solo da correção ou que 2023 vá ser um ano fantástico. Vai mais longe. “Mas se se tem um horizonte a cinco anos e olhamos para o histórico de todos os índices de obrigações, observa-se que quando a yield inicial foi tão alta como a atual, a rentabilidade composta num prazo tão longo geralmente é positiva”, afirma. Embora os spreads possam continuar a alargar, considera que estes níveis oferecem um rendimento suficiente para proteger o capital. Um colchão.
Gitlin não está alheio da dificuldade dos investidores de olhar mais além das significativas perdas que têm acumulado as obrigações. Na sua opinião, a correção é resultado de uma combinação de três fatores: o ponto de partida das yields, o ritmo a que subiram as yields e a magnitude desses movimentos.
Apesar disso, defende a necessidade de colocar a liquidez a trabalhar. “Especialmente com a inflação aos níveis MAIS OPORTUNIDADES NA PRÓXIMA DÉCADA
Para Mark Gitlin, a última década foi de “políticas monetárias experimentais”, com “os participantes de mercado a acostumaram-se a taxas artificialmente baixas resultantes da política monetária”. Agora, explica, “veremos taxas de juro acima de zero, que encontrarão os seus novos níveis neutrais, e spreads de crédito que refletem riscos apropriados no mercado, e não uma put option de um banco central”. Na próxima década, por seu lado, acredita que os investidores vão beneficiar de rendimentos mais elevados e de mais oportunidades nos mercados de rendimento fixo.
a que está. Cada dia que não se está a investir em estratégias de maior income está a perder-se poder de compra”, ressalta. É um discurso muito distinto face aquele que tinha dado em janeiro, reconhece. “Agora os mercados de obrigações já consideram no preço uma política monetária mais restritiva. As obrigações corporativas, inclusive, estão a começar a descontar uma recessão”, afirma.
É uma postura suportada por uma visão macroeconómica relativamente construtiva. No cenário base que gere a gestora não descartam uma recessão no curto prazo, mas de caráter mais técnico, pouco profunda. Nesse caso, opina Gitlin, é pouco provável que as obrigações governamentais continuem a corrigir. Na verdade, é precisamente o movimento que se começava a refletir no preço quando nos sentámos com ele em meados de julho, com o bund alemão a viver um pequeno rally.
ATERRAGEM COMPLICADA
O especialista é muito consciente da incerteza que rodeia os mercados. “A maioria dos bancos centrais estão a tentar aterrar um avião em condições meteorológicas nefastas”, reconhece. Mas, de novo, propõe ao investidor olhar para a outra face da moeda. O ponto de partida das yields em obrigações, historicamente, tem sido um bom indicador adiantado dos retornos futuros. A estes níveis, o sinal que estão a enviar convida a que se seja oportunista. “O verdadeiro risco atualmente é não aproveitar as obrigações a estes níveis”, sentencia.
Assim, as carteiras de obrigações da Capital Group estão a mover-se. No início do ano a gestora estava posicionada com uma subponderação em duração e crédito e sobreponderados a obrigações ligadas à inflação e dólar norte-americano. Agora, conta Gitlin, estão a voltar a acrescentar duração e crédito, já que ambos ganharam atratividade.
“A análise própria é realmente o núcleo do nosso processo de investimento e é fundamental para navegar na atual volatilidade do mercado”, afirma Gitlin. Através de uma seleção de títulos bottom-up, o fundo Capital Group
High Income Opportunities (LUX) identifica oportunidades, tanto em mercados high yield como nos emergentes, duas áreas que têm sido capazes de proporcionar yields reais num contexto de elevada inflação sustentada. “A combinação única de ambas as classes de ativos que o fundo faz tem ajudado a proporcionar aos investidores um retorno mais diversificado ao longo dos seus 23 anos de trajetória”, explica Gitlin. “O fundo também adotou recentemente a categorização do artigo 8 sob o Regulamento de Divulgação de Finanças Sustentáveis (SFDR) da EU, que sabemos que é importante para os nossos clientes na Península Ibérica e noutros sítios da Europa”.
Para Gitlin, as obrigações têm quatro papéis a desempenhar numa carteira: diversificação das ações, gerar rendimentos, proteger face à inflação e preservar o capital. Na sua opinião, depois do período mais duro para as obrigações em 40 anos, a classe de ativos sobreviveu ao seu período de redenção. Agora, insiste, chegou a hora de construir as carteiras para os próximos cinco anos.