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2.1 Contextualização histórica - Mundial
2.1 Contextualização – Mundial
A história da violência contra as mulheres permanece vaga, parte porque muitos casos são subnotificados e, parte porque ainda são aceitos, submetidos a normas sociais, estigmas e a sensibilidade do assunto. Reconhece-se que, mesmo hoje, a falta de dados é um empecilho para formar uma imagem clara da violência contra as mulheres. (DAHLBERG et al., 2002). Grande parte da violência foi aceita, tolerada e até legalmente sancionada, estando intimamente relacionada com a visão histórica das mulheres como propriedade e um papel de subserviência de gênero, as explicações sobre patriarcado e de um sistema mundial de desigualdades existem e são perpetuadas. (ZIMMERMAN E WATTS, 2002).
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De acordo com Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, Estudo a fundo sobre todas as formas de violência contra mulher, 2006, não existe uma região do mundo, nenhum país ou cultura em que a liberdade das mulheres da violência tenha sido assegurada. Várias formas de violência são mais prevalentes em algumas regiões do mundo, muitas vezes em países em desenvolvimento.
A violência relacionada ao dote é associada à Índia, Bangladesh, Sri Lanka e Nepal; o ataque com ácido também está associado a estes países, bem como no sudoeste asiático; crimes de honra estão associados ao Oriente Médio e ao Sul da Ásia; mutilação genital feminina é encontrada principalmente na África, em menor medida no Oriente Médio e Ásia; rapto de noivas são encontrados em partes da África Subsaariana e Oceania. Certas partes do mundo não estão mais associadas a uma forma específica de violência, mas esta era comum até recentemente, assim como os crimes de honra no Mediterrâneo e sul da Europa. (ZIMMERMAN E WATTS, 2002).
A invocação da cultura para explicar formas específicas de violência contra mulher não pode legitimá-las, existem debates sobre como as tradições, costumes locais e expectativas sociais, bem como várias interpretações religiosas, interagem com práticas abusivas. Tais justificativas são questionáveis, uma vez que são defendidas por líderes políticos ou autoridades tradicionais e, não pelas partes afetadas. (ONU, 2006).
Na década de 1870, os tribunais dos Estados Unidos deixaram de reconhecer o princípio de direito comum de que um marido tinha o direito de castigar fisicamente uma esposa errante. (CALVERT, 1974). No Reino Unido, o direito de um marido infligir um castigo corporal em sua esposa foi removido em 1891. (ENCYCLOPAEDIA BRITANNICA ELEVENTH EDITION, 1911).
Nos séculos XX e XXI e, principalmente desde a década de 1990, houve uma maior atividade para pesquisar, conscientizar e defender a prevenção de todos os tipos de violência contra as mulheres. Tendo sido enquadrada como uma questão de saúde e violação dos direitos humanos. Entretanto, um estudo em 2002 estimou que pelo menos uma a cada cinco mulheres no mundo tinha passado por algum tipo de violência em algum momento da vida. Algumas características foram apontadas pelo estudo, por exemplo, os atos de violência geralmente não são episódios únicos, é perpetrada por alguém que a mulher conhece, sendo a violência contra a mulher um problema grave e