Projeto VII - Requalificação urbana

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PROJETO ARQUITETÔNICO VII GABRIELA HALL BANKI UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO PROF. ALCIMIR JOSE DE PARIS 2016


Este trabalho se trata de uma abordagem conceitual acerca da requalificação da área do Terminal Cidade de Florianópolis, do Forte Santa Bárbara e arredores imediatos. Esse caderno apresenta um resumo do processo de desenvolvimento do trabalho, assim como as principais diretrizes utilizadas e imagens do resultado final alcançado. O resultado é em nível de estudo preliminar e busca materializar preceitos para o local. Inicialmente, foi feito um estudo dos possíveis atores da área, tanto os pré-existentes devido às atuais dinâmicas do centro da cidade e também os atores que se desejava atrair para o projeto.

ATORES 1.CONSUMIDORES – Grupo de consumidores de produtos, roupas, artesanato, arte e cultura. O centro possui sua essência e sua vitalidade baseadas na troca, na compra, no consumo, na interação entre pessoas. É isso que o torna rico e tão cheio de potencialidades por excelência. Esse é o público mais dinâmico, diverso e provavelmente mais importante para a área. Ele vem de todos os lugares, em todas as idades. Os consumidores buscam algo novo, algo dinâmico. Não são consumidores apenas de produtos comerciais, mas de experiências. Por mais que essa descrição pareça vaga e abrangente, o conceito de um público que se reúne em espaços para compartilhar é o eixo dessa proposta. 2.JOVENS ESTUDANTES – Alunos de cursinho como o COC, Energia, Tendência, Colégio Instituto, entre outros localizados nos arredores, principalmente nas proximidades da praça XV. Esse público é um usuário em potencial por já estar nas proximidades da área em busca de espaços de confraternização, estudos e trabalhos em grupo, descanso e alimentação. A maioria deles se encaixa em uma rotina de aulas padronizadas e maçantes, muito presos em suas carteiras dentro de sala. Esses jovens anseiam por espaços de liberdade, onde possam se expressar e principalmente distrair a cabeça dos estudos. Seus breves horários de intervalo, geram grupos grandes reunidos para um momento de descontração. Deve-se também considerar as diversas turmas de aulas noturnas como possíveis usuários de bares e lanchonetes no período da noite. 3.TURISTAS – Esse público atualmente frequenta pouco o centro da cidade. Em geral, eles estão concentrados nas localidades de praias e outras belezas naturais. Entretanto, os turistas são um público muito relevante em Florianópolis, o qual busca muito mais do que apenas as praias. Como se tem exemplo em outras cidades do Brasil e do mundo, os centros geralmente são a efervescência da vida turística, sendo espaços múltiplos, diversos, interessantes, cheios de arte, cultura, lazer e oportunidades de conhecer pessoas. Deve-se ressaltar que os turistas trazem vida às atividades que ocorrem nos espaços públicos da cidade e à economia. Importante considerar também que turistas não são apenas aqueles que vêm de outras cidades, mas famílias e grupos de amigos moradores locais que hoje não tem esse tipo de experiência no centro de Florianópolis. 4.FUNCIONÁRIOS DO CENTRO – Esse é talvez um dos maiores contingentes de pessoas que frequentam o centro diariamente hoje. É um uxo com horários definidos e que geralmente possuem apenas o horário de almoço para sair ao ar livre, se distrair, alimentar-se com rapidez, descansar e confraternizar com colegas. Importante dar uma atenção especial aos funcionários dos prédios administrativos, os quais tem quase que uma passagem obrigatória pela área, tornando mais fácil atraí-los para usufruir do local. 5.IDOSOS – Esse é um público menos numeroso, mas de extrema importância. Muitos deles já se reúnem na praça XV e em algumas outras ruas do centro para jogarem cartas, conversarem e ouvirem música. É um público que carrega consigo a identidade do centro de Florianópolis, do uso da rua e da reunião informal de amigos.

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MAPA ÁREA DE INTERVENÇÃO Vale destacar que ao longo do processo foram surgindo outros públicos de interesse, ampliando essa primeira análise. Além disso, a proposta não busca atender a cada um desses públicos com um local ou uso específico e isolado, mas sim com espaços múltiplos, que permitam diversas apropriações e compartilhamento do local por mais de uma atividade. A partir da definição das características do público de interesse, partiu-se por buscar um eixo conceitual que trouxesse uma unidade à proposta, através de ações e intenções de projeto.

eixo central de atividades de arte, cultura e lazer, Decidiu-se por criar um

pois considera-se que esses são os pilares da dinamicidade dos grandes centros. Buscou-se o e s p a ç o d e e x p e r i m e n t a r, experienciar, descobrir.


PRINCÍPIOS DE PROJETO

ESTUDOS INCIAIS

Desenvolver um caminho central principal conectado por atividades de ensino, arte,

cultura e lazer Utilizar atividades satélites para a conexão desses espaços, tais como esportes e alimentação Promover uma continuidade da zona comercial do centro. Um dos principais problemas dessa área hoje é que ela se encontra desconectada das atividades do restante do bairro. Busca-se desenvolver um acesso comercial convidativo, o qual seja uma extensão desse comércio tão rico do centro. Essa área abre as portas para o projeto e conecta o mesmo com a lógica de funcionamento dos arredores Criar diversas vivências e percursos, incentivando a descoberta. Através de espaços dinâmicos, com áreas escavadas e elevadas, construir variadas perspectivas e núcleos diversos. Percursos irregulares, onde o foco do olhar se fecha e em seguida se abre para um monumento ou elemento de relevância Destacar o Forte Santa Bárbara e torná-lo parte essencial da paisagem do parque. Fazer com que as pessoas se vejam forçadas a olhar para ele, a descobri-lo, emoldurando-o na paisagem e integrando-o com outras edificações. Retomar também o seu contato com a água, para que ele não pareça tão isolado de seu contexto como é hoje Utilizar elementos que se transformam, se repetem, mudam de dimensão ou permitem mais de uma forma de apropriação. Criar atividades efêmeras, instalações de arte temporárias, fazendo com que cada visita ao local tenha uma pitada de descoberta Utilizar os diversos sentidos através de cheiros (ores, alimentos), texturas (Madeira, concreto, metal, vegetação) e sons (barulho de água, canto, música) Requalificar o espaço do Miramar, retomando a essência de atividades que esse local representa, sendo um espaço aberto e amplo voltado para apresentações, música, teatro e aulas de dança ao ar livre

DESCOBERTA

CONFRATERNIZAÇÃO

CINEMA

COMÉRCIO

ESCULTURA

POESIA

Os primeiros croquis foram feitos a fim de tentar estruturar os espaços, compreender os uxos existentes e propor novas dinâmicas de deslocamento. As linhas mais orgânicas foram a escolha inicial, mas a resposta de traçado parecia aleatória e não estava concisa com os preceitos. Já aparece timidamente o conceito de inclusão da água tanto nas proximidades do Forte, quanto permeando o projeto. Entretanto, nesse estudo inicial, a água não possui dinamicidade, sendo apenas um elemento estático de composição do espaço, não tendo tanta força. Nota-se também o aparecimento do eixo central bem demarcado e do eixo comercial como uma expansão das edificações existentes. Nessa primeira proposta ainda não há a previsão de nenhuma edificação no local, sendo o uso apenas de parque.

DANÇA PINTURA

ARTE, CULTURA E LAZER TEATRO

LEITURA ESPORTE

CONTEMPLAÇÃO

ALIMENTAÇÃO

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MÚSICA Após uma reexão mais aprofundada acerca das diretrizes, das ações desejadas e do local, percebeu-se que ele só se estruturaria de forma plena a partir de edificações marcantes. Essas edificações foram pensadas para possuírem diferentes níveis e terem tanto espaços mais privativos quanto áreas cobertas totalmente públicas. Acredita-se que essa área necessita de usos permanentes construídos e espaços para atividades mais complexas além de estar ao ar livre e contemplação. Para que ela se integre de fato ao centro, deve assemelhar-se a ele em alguns aspectos, o que inclui as massas edificadas. Esse segundo esquema já mostra linhas mais marcantes de percursos, construções e manchas de vegetação e água.


ESTUDOS INCIAIS

Esse croqui é complementar ao anterior, sendo uma evolução do mesmo. Essa foi uma tentativa de reduzir a quantidade de caminhos que levavam para fora do terreno, tentando integrar os percursos internamente. Alé disso, buscou-se integrar as edificações com os espaços com água e também permeá-las com os principais percursos do projeto.

Até essa etapa do trabalho, as ambiências ainda não estava bem estruturadas e as edificações eram elementos isolados, ao invés de comporem para construir uma unidade. Além disso, a rigidez dos percursos principais estava criando uma segregação do espaço e uma dificuldade de constituição de grandes praças de convivência. Com isso, decidiu-se reestruturar as edificações a fim de compor pátios e áreas dinâmicas, com pequenos e grandes núcleos de atividades, gerando espaços que pudessem ser explorados e descobertos. O croqui acima representa esse conceito.

Esse croqui é um detalhe da proposta anterior. Ele reforça a intenção de criar linhas expressivas e marcantes, fazendo com que a edificação fosse parte do caminho, ao mesmo tempo que o compusesse e delimitasse. Os rasgos de vegetação e a diferenciação de cores e texturas também são representados nesse desenho.

Esse último esquema geral de implantação representa a solução final de projeto. Optou-se por trazer dinamicidade através de ângulos variados, mesclando as edificações com os diferentes tipos de pavimentação. Buscou-se uma linguagem que tivesse uma unidade, mas ao mesmo tempo representasse um espaço em constante transformação, permitindo uma variedade de percursos, enquadramentos e visuais. Possui espaços amplos e espaços mais estreitos ao longo de um mesmo caminho mutável. A água agora é um elemento forte de composição, permeando o espaço, conformando. A ideia é que ela corra pelo espaço e faça parte dele o tempo todo. Que não seja algo estático, mas dinâmico. A água parte do Forte, mas também se expande, como se escoasse para além do terreno.

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ESPACIALIZAÇÃO DE DIRETRIZES Algumas diretrizes espaciais de projeto estiveram presentes desde os primeiros estudos e aparecem na proposta final. As principais delas estão representadas pelos croquis a seguir.

Edificações fazendo parte do percurso do parque; continuidade do mobiliário interno e externo; galerias de exposição de arte; espaços enterrados; volumes mais privativos elevados.

abertura das lojas para o parque; mobiliário de estar integrado à vegetação; bares e restaurantes que se expandem para a área externa; uso de paredes cegas para a projeção de filmes.

Diversidade de níveis nas coberturas das edificações; comércio com teto verde acessível para pedestres; interação visual com edifícios existentes; calçadão entre comércio e prédios existentes; uso de paredes verdes.

Áreas escavadas; dinamicidade de pistas de skate; arquibancadas de contemplação; arte em murais e paredes; integração entre diferentes níveis do terreno.

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ESQUEMA GERAL

EIXO ACESSO BAIRRO PEDREIRA

PRINCIPAL ACESSO CENTRO

ZONA COMERCIAL CONVIDATIVA COMÉRCIO O PÁTIO PARA ALIMENTAÇÃ FOOD TRUCKS COMÉRCIO

EIXO CONEXÃO PALCO COBERTO SUBSTITUINDO O MONUMENTO AO MIRAMAR

PÁTIO CENTRAL

ACESSO ÁREA ADMINISTRATIVA

GALERIA DE ARTE HOSTEL

SKATE

FORTE SANTA BÁRBARA

AL

R NT

O EIX

FEIRAS DE ARTESANATO MÓVEIS

PRINCIPAL ACESSO TICEN

CE

CONTEMPLAÇÃO

BIBLIOTECA COWORKING ÁREA DE DESCANSO PIQUENIQUE JOGOS

ACESSO ÔNIBUS

PONTO DE ÔNIBUS COBERTO

EDIFÍCIO DE APOIO AO TURISTA EQUIPAMENTOS AUXILIARES COMO BANHEIROS E VESTIÁRIOS

O projeto foi estruturado a partir de um eixo central dinâmico, o qual conecta as principais atividades artísticas e culturais da proposta. Inicia-se com o acesso de onde vêm o maior uxo de pessoas do TICEN, abrindo o terreno com uma cobertura ampla e um palco aberto no local onde se situa atualmente o museu ao Miramar. Ao lado há uma área coberta que possibilita a instalação de barracas de feiras itinerantes de artesanato (atividade já comum no centro da cidade). O térreo do edifício pretende ser uma área mais aberta de estudos coletivos e confraternização, enquanto seu pavimento superior destina-se a salas de coworking, biblioteca e áreas de estudo mais privativas e isoladas. Dando continuidade ao percurso, chega-se à galeria de arte no térreo, a qual se destina - tanto em seu fachada externa quanto em seu interior - à exposição de pinturas e grafites. Na área externa há também espaço para esculturas, sendo um passeio bem amplo. No pavimento superior desse mesmo prédio, localiza-se um hostel. O caminho central termina no Forte Santa Bárbara e o enquadra na paisagem, dando destaque ao mesmo.

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IMAGENS Essa perspectiva geral mostra a organização do projeto. Apresenta os diversos níveis, a diversidade de ângulos e percursos e a conexão uida entre os edifícios e os espaços abertos. O eixo central e o eixo comercial próximo às edificações existentes são marcados com um piso vermelho de destaque. Há a forte utilização da madeira nos mobiliários, em algumas coberturas e edificações. A textura mais quente do piso avermelhado e da madeira contrastam com o concreto em diferentes tons utilizados no restante da proposta. Conforme citado anteriormente, a água aparece constante nos ambientes, partindo en maior quantidade do Forte e se expandindo pelos percursos. A ideia é que a presença da água seja uma forma compositiva e que também represente a transformação, por ora estar em um amplo espelho d’água, ora estar uindo ao lado de um caminho, ora estar cruzando percursos ou delimitando espaços ou reforçando desníveis através de quedas de água. A vegetação foi utilizada principalmente nos tetos verdes - sendo caminháveis o teto do edifício comercia e o da galeria - e em núcleos de estar. Árvores coloridas foram utilizadas para demarcar o pátio central e também o acesso das pessoas que vem do TICEN (uxo mais numeroso de pessoas e esquina de maior destaque da proposta).

Essa perspectiva mostra o edifício da biblioteca, a área de skate e o acesso das pessoas que chegam pelo TICEN. O uso da vegetação reforça esse acesso. Essa área verde é destinada principalmente a reuniões de grandes grupos, piqueniques e principalmente ao uso por idosos para jogarem cartas ou xadrez. Esse espaço foi destinado a esse público por estar em local de destaque, onde se pode observar um constante uxo de pessoas, trazendo dinamicidade e novidade, além de estar próximo ao palco aberto, possibilitando às pessoas se reunirem e também ouvirem uma música ou assistirem a uma apresentação. O mobiliário proposto foi de amplas mesas bem sombreadas.

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IMAGENS

O acesso das pessoas que chegam a partir da praça XV e de outras localidades das principais ruas do centro é amplo e se divide em quatro eixos. O primeiro é o caminho comercial, mais próximo das edificações existentes. Esse caminho é contínuo ao longo de todo o parque e busca possibilitar uma visão ampla da extensão do local, além de permitir a visualização das diversas atividades que o ocorrem mais ao fundo. O segundo eixo é um caminho verde que se eleva, tornando-se a cobertura do prédio comercial, mesclando a edificação com o terreno de forma natural. Seguindo esse percurso, o visitante tem um contato maior com a vegetação, sendo direcionado a uma visão a um nível superior da parte central do parque. O terceiro eixo é um caminho de água, o qual direciona para a área de skate e se perde de vista por dentro dos percursos do projeto. Esse eixo reforça a presença constante da água e também instiga a descoberta, por mostrar apenas parte de seu percurso. E o quarto eixo é o caminho central cultural e artístico da proposta. Esse caminho inicia com um amplo palco para diversas expressões artísticas, com bancos de variados tamanhos e alturas nas proximidades. Os pilares da cobertura são inclinados e dinâmicos - assim como de todas as outras edificações existentes - trazendo movimento e criando uma unidade com o restante do projeto. Em seguida tem-se o pátio coberto com espaço para feirinhas e o edifício de estudos e reuniões de grupo. Passando por dentro desse edifício, o terreno desce e transforma-se em uma escadaria coberta pelo segundo pavimento. A área é uma mescla entre vegetação, piso vermelho e bancos, sendo um espaço mais intimista de descanso.

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Prosseguindo o percurso por essa escadaria, o visitante chega em um caminho amplo, o qual dá acesso às rampas de skate. Essas rampas são escavadas em diversos níveis e conectam o nível da rua com esse percurso inferior. A dinamicidade das rampas cria um novo espaço de atividades nessa área. Utiliza-se a madeira como um elemento de aconchego, mas também como elemento compositivo de transformação. Por ora ela configura um banco, depois um painel na parede, um ripado e também um guarda corpo. A água também é um elemento mutante. O eixo de água que era visível do acesso descrito anteriormente agora se transforma em quedas em níveis que percorrem esse caminho. São utilizadas pinturas na parede abaixo da passarela de acesso, as quais se expandem para a área de skate, dando uma sensação de continuidade entre esses espaços. Essa arte nas paredes é também uma extensão e um prelúdio da galeria que vem a seguir pelo caminho. Seguindo em frente, o visitante chega em um pátio muito mais amplo, conformado através do edifício da galeria e por escadarias, os quais abrem o olhar para o Forte, no final do caminho. Essa área de descanso e reunião de pessoas possui um palco descoberto em seu centro, o qual pode ser espaço de apresentações ou apenas de estar. O Forte se torna cenário dessas atividades ao ar livre, compondo com o ambiente ao seu redor. A água, que até então seguia um caminho próximo à lateral do caminho, se expande na chegada ao forte, escorrendo em diversos nível numa ampla área.

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IMAGENS

A galeria de arte é conformada por amplos rasgos envidraçados os quais permitem uma conexão visual com as pinturas expostas no ambiente interno. Essa galeria possui acesso por um nível intermediário, sendo esse volume uma conexão entre os dois níveis do projeto. O andar superior é destinado a um uso mais privativo de hostel, sendo seu acesso através do bloco mais escuro que conecta os dois andares. Seus pilares também são dinâmicos e irregulares e seu volume constitui um amplo pátio coberto entre duas escadarias. Esse pátio serve principalmente de extensão às atividades de alimentação - bares, confeitarias, lanchonetes e restaurantes - do edifício ao lado. A intenção é que as pessoas aproveitem seu momento de alimentação para confraternizarem do lado externo, sentando-se nas arquibancadas ou nas mesas existentes. O mobiliário aqui também é dinâmico, como um banco que se transforma em painel, o qual conecta o desnível no terreno e se transforma em banco com mesas no outro patamar e também em ripas em cima da água.

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O acesso da galeria é amplo e há uma integração dela com o espaço aberto através da continuidade do mobiliário para dentro do ambiente. Destaque para a mesa que se transforma em um painel na parede e depois em guarda corpo. Esse guarda orpo aqui remete à identidade visual dos pilares das edificações e também a dinamicidade de linhas do projeto de maneira geral. O interior da galeria é dividido em dois níveis, dando possibilidade para pinturas nas próprias paredes do prédio que ocupem o espaço de pé direito duplo. O volume do hostel, quando visto a partir da rampa do Forte Santa Bárbara é um elemento suspenso, que toca levemente o solo e o prédio térreo. Esse edifício busca essa leveza, sendo desconexo e privativo em relação ao espaço público, mas ao mesmo tempo forte conformador da área. Os turistas e visitantes foram localizados nessa posição de destaque, com uma vista privilegiada do Forte e do parque como um todo, sem perder em privacidade.

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O acesso através de ônibus ganhou uma importância especial nesse projeto. Atualmente o ponto de ônibus que existe no local é pouco utilizado e nem possui uma cobertura ou bancos de espera. Acredita-se que com essa proposta, um contingente muito maior de pessoas se utilizaria do transporte publico para chegar nesse parque. Com isso, criou-se uma cobertura ampla com bancos para ser um elemento marcante de boas vindas ao terreno. Junto a ele situa-se também um equipamento com banheiros, vestiários e possivelmente uma cafeteria para lanches rápidos. Esse volume se conecta com um imponente eixo, o qual liga com o edifício comercial. Esse percurso força o visitante a passar pelo interior do prédio de lojas, conectando-o com o uxo de pessoas do parque. Além disso, esse eixo chega no acesso principal das pessoas que chegam no centro, sendo uma importante conexão tanto entre as pessoas que chegam de ônibus e querem ir para a praça XV, a Felipe Schimidt e arredores, quanto o uxo contrário. Esse movimento já ocorre atualmente e seria reforçado pela presença do parque. Além disso, esse eixo direto convidaria as pessoas a fazerem esse caminho por dentro do parque, conhecendo-o. Desse acesso de transporte público também é possível acessar uma área verde de descanso a qual possui um interessante enquadramento do Forte em meio à água e vegetação, trazendo o foco do olhar a ele para as pessoas que recém chegaram no espaço.

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A área de skate tornou-se um ambiente de maior destaque no projeto. Inicialmente ele foi considerado como uma atividade satélite, de menor relevância do que as outras. Entretanto, percebeu-se o seu potencial de dinamicidade, de reunião de pessoas e de construção de uma área com vitalidade, atraindo muito jovens em diversos horários do dia. As pistas foram feitas escavadas, em diversos níveis, conectando o nível da rua com o interior. Esse espaço é uma área de transição entre o comércio, o pátio central e a escadaria abaixo da biblioteca. Ele permite ao visitante, devido aos seus diversos níveis, uma experiência diferenciada do espaço. Utilizou-se a mesma linguagem de bancos e guarda corpos de outras partes do projeto, dando unidade.

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O pátio central também é um elemento estruturador do projeto. Ele se forma a partir da expansão do eixo comercial e se desenvolve em uma área de estar, convívio e alimentação. Ele possui conexão com todos os edifícios do projeto e é uma das principais portas de entrada do mesmo. Ele está marcado com árvores de cores diferenciadas para dar maior destaque à área. As pessoas que chegam no parque por esse pátio são geralmente aquelas vindas dos edifícios e ruas vizinhas do bairro da Pedreira. Apesar de não possuir muita vegetação no piso, o local está imerso no verde devido às paredes e tetos vegetados de seus arredores. A água aqui é utilizada como meio de delimitar o espaço de bancos e mesas e também de conduzir o olhar para o Forte ao fundo. Foi deixado um espaço amplo para o posicionamento de Food trucks. Nesse projeto, de uma maneira geral, buscou-se conformar os edifícios - principalmente os elevados - para as atividades permanentes, enquanto os espaços que os conectam abrigam atividades itinerantes. Procura-se assim que o parque esteja em constante transformação e que seja capaz de proporcionar sempre uma nova experiência ao visitante, trazendo a vitalidade que essa área tanto carece.

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