Revista Gayachess Nº5 (2019)

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O estranho caso do campeão mundial Alexander Alexandrovich Alekhine O futuro campeão de xadrez Alexander Alekhine (em russo: Александр Александрович Алехин), nasceu 31 de Outubro ou 1 de Novembro de 1892, em Moscovo, na Rússia e faleceu a 24 de Março de 1946 no Estoril, Portugal. Ao longo da sua curta existência foi um jogador de xadrez franco-russo de grande nível, conhecido pelo seu estilo marcadamente atacante e campeão mundial de xadrez durante 17 anos. O jogador nasceu no seio de uma família abastada, o pai era proprietário de terras e enquanto que a mãe era filha de um rico industrial (foi a progenitora que ensinou a Alexander e ao seu irmão a jogar xadrez, em 1903). O primeiro feito relevante de Alekhine no mundo de xadrez foi em 1909, quando com apenas dezassete anos, venceu o torneio russo de xadrez para amadores, disputado em São Petersburgo, com um resultado de doze vitórias, dois empates e duas derrotas. A vitória valeu a A. Alekhine o título de mestre nacional. Após a Revolução Russa, em 1919, foi dado como suspeito de espionagem e preso em Odessa. Ao ser libertado mudou-se para França em 1921, onde, quatro anos depois, adquiriu a cidadania e entrou na faculdade de Direito da Sorbonne. Em 1927 arrebatou ao cubano Capablanca o título de campeão do mundo de xadrez. No entanto, no ano de 1935 perdeu o título para Max Euwe, uma derrota que foi atribuída ao consumo abusivo de álcool por parte do jogador russo. Após abandonar o vício do álcool, conseguiu brilhantemente reconquistar o título e mostrar mais uma vez que era o melhor do mundo frente a Euwe em 1937, com uma vantagem confortável.

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Durante a Segunda Guerra Mundial, Alekhine jogou em diversos torneios na Alemanha e nos territórios ocupados por esta Nação. Em 1941 apareceram artigos antisemitas intitulados Aryan and Jewish Chess, assinados com o seu nome no Pariser Zeitung. (apesar de investigações intensas, não se conseguiu comprovar se os artigos foram mesmo escritos por Alekhine). Após a Segunda Guerra Mundial, suspeito de simpatias pró-nazis e conotado como anti-semita, foi considerado persona non grata pelos organizadores de torneios. O notável mestre de xadrez Alexander Alekhine veio a falecer num hotel do Estoril em Portugal, enquanto se preparava para um match para defender o seu título de campeão do mundo contra Botvinnik. Pensa-se que a sua morte, um assunto muito controverso e ainda debatido, se deva ou a um ataque cardíaco, ou a ter sufocado enquanto se alimentava. A este propósito, alguns investigadores mais recentes apontam a hipótese de Alekhine ter sido espião (possivelmente alemão) durante a 2ª Guerra Mundial e ter sido vítima de homicídio (notar que Lisboa era então uma importante praça giratória da espionagem mundial). Ao certo, ARTIGOS

é que este estranho enigma, ainda continua hoje, passadas tantas décadas a despertar o interesse dos investigadores de mistérios policiais nunca resolvidos. Actualmente, existe no Estoril uma avenida com o nome de Alekhine, quanto a nós amplamente merecida pois mais que o Homem em si independentemente do que foi ou poderia ter deixado de ser, é a Obra que ele deixou, neste caso uma notável táctica defensiva e ofensiva que tantas vitórias lhe proporcionou na prática desta apaixonante modalidade. A Defesa Alekhine é uma defesa de xadrez que se produz após os lances 1.e4, Cf6; e deve-se ao famoso xadrezista russo Alexander Alekhine. A sua ideia básica é provocar o avanço prematuro dos peões brancos. Uma continuação típica seria 2.e5,Cd5;3. c4,Cb6;4.d4, com avanço prematuro dos peões, debilitando-os para mais tarde serem alvos das peças negras. Vejamos o exemplo mais típico da sequência correspondente à Defesa Alenkine:


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