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ARTES SUMÁRIO Unidade 1 – ESTUDO DA ARTE 1.1. Conceitos ............................................................................................................................................ 04 1.2. Arte no ENEM (Histórico, Movimentos, Vanguardas...) ...................................................................... 05

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UNIDADE 1 ESTUDO DA ARTE Imagem: Jaume Plensa, Canadรก

Fonte: https://i.pinimg.com/236x/a9/7b/1b/a97b1b2136a7c9f666e4c46a9f33ab01--jaumeplensa-wire- sculptures.jpg (acessado em 14.12.2017)

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1.1. Conceitos Importantes Para uma compreensão do estudo da arte., é necessário que se entendam alguns conceitos importantes e de relevância.

OBJETO DE ESTUDO O objeto de estudo da Arte é a linguagem artística como produtora de sentidos. Por linguagem artística compreendemos os modos de representação caracterizados especialmente pela dimensão estética e que requerem um tipo de interação de natureza sensível. Ao compreender os códigos culturais, o sujeito é capaz de desconstruí-los e reconstruir significados, produzindo e atribuindo novos sentidos aos produtos artísticos.

CONCEPÇÃO DE ARTE A arte é linguagem que pressupõe experiências sensíveis. Lida com identidades culturais e revela modos de ser e pensar. Os objetos da arte são polissêmicos, isto é, podem ter múltiplos significados, reverberando de modo diferente dependendo do contexto da criação artística e do sujeito que lê. A arte é histórica e, por isso, se modifica ao longo do tempo. Do mesmo modo, o gosto também é histórico e se altera conforme os grupos sociais se transformam.  ISTO É ARTE? O questionamento “isto é arte?” se instala nesse cenário, no acontecimento histórico. A questão surge do estranhamento. A partir do momento, em que a sociedade se deparou com o estranho ou, com o insólito, num espaço institucionalizado enquanto espaço artístico, a pergunta: “Isto é arte?”, não deixa de ressoar. A artista plástica libanesa Nada Sehnaoui encontrou uma impactante maneira de chamar a atenção para o horror e barbárie da guerra. Ela reuniu 600 vasos sanitários, bem no centro de Beirute, simulando um cemitério militar. A provocativa instalação da artista libanesa faz parte de uma exposição que marca os dez anos da guerra civil no país.

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Em pleno modernismo, onde, a ordem e a organização eram o projeto da modernidade, surgem artistas que desorganizam nosso modo de ver com suas cores berrantes, suas formas distorcidas seus movimentos corporais abruptos, seus sons não mais linearizados. Mas, a sociedade se acostumou a isso, assim como, se acostumou com a desorganização do pós-guerra. No entanto, a história não é conformada. As marcas de sua

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[Artes] inconformidade estão nas obras de arte, na língua, na organização social, enfim, em todas as instâncias da vida humana. “A arte é histórica, histórica e social”. Foi esse mesmo movimento: da história, do homem e da sociedade que fez com que passássemos a nomear “objeto de arte”, aquilo que antes chamávamos de “obra de arte”. Pois, enquanto fruidores já não nos cabia mais apenas o papel de contempladores do belo. E, aceitamos o belo, apenas como mais uma das categorias estéticas assim como, o grotesco, o sublime, o trágico, o risível... Perguntamo-nos se “isto é arte?”, quando nos sentimos interrogados pela produção artística. Tão antiga quanto à própria civilização humana é a pergunta e a necessidade da arte. A necessidade de compreender o mundo que nos cerca, a necessidade de marcar nossa posição na história e na sociedade.

1.2. Arte e ENEM “Em primeiro lugar, é preciso entender os contextos histórico, político, econômico e social para depois analisar a obra e buscar referências visuais a esses contextos ou a inserção de elementos que os justifiquem”.  O QUE MAIS CAI NO ENEM As obras de arte estão presentes em diferentes disciplinas do Enem. Isso acontece porque essa é uma prova interdisciplinar e que vai procurar associar a arte com contextos históricos, incentivando a interpretação da imagem e até mesmo situá-la no contexto geográfico, no tempo e no espaço.

ARTE NA PRÉ-HISTÓRIA Na pré-história, a arte possuía entre suas características gerais: - Arte para ser USADA e não CONTEMPLADA - Arte tem papel RELIGIOSO / MAGIA - Arte produzida para a tribo que conhece o seu significado. PERÍODO PALEOLÍTICO (30 000 a 18 000 a.C.) - Esculturas e pequenas estatuetas de Vênus (fertilidade). Ausência da figura masculina. - Pinturas rupestres = mãos em negativo / animais = caça. - Homem caçador-coletor / Nômade - Instrumentos de marfim, ossos, madeira e pedra: machado, arco e flecha, lançador de dardos, anzol e linha.

PERÍODO NEOLÍTICO (18 000 a 5 000 a.C.) - Pinturas rupestres com representações humanas estilizadas; - “Arquitetura” de monumentos megalíticos = pedra = primeiros arquitetos; - Desenvolveu a técnica de tecer panos, de fabricar cerâmicas e construiu as primeiras moradias.

No período paleolítico surgem esculturas de marfim, de osso e de pedra, com predomínio das figuras femininas, como a Vênus de Willendorf que foi encontrada na Áustria. Elas tinham formas volumosas e arredondadas, simbolizando a fertilidade da mulher.

Imagem: Vênus de Willendorf Fonte: https://www.infoescola.com/wpcontent/uploads/2012/12/venus.jpg (acessado em 12.12.2017)

Imagem: Arte Rupestre Fonte: https://knightstemplarinternational.com/wpcontent/uploads/2017/01/amer8-7-640x379.jpg (acessado em 12.12.2017)

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[Artes] No período Neolítico, ou “Idade da Pedra Polida”, surgem as primeiras construções de moradias, como as palafitas. Eles também construíram os monumentos megalíticos, que são formações rochosas, alguns são solitários blocos verticais conhecidos como menires (em Celta significa “pedras compridas”). Outros, formados em grupos dispostos em círculos, semicírculos ou longas fileiras que se estendem por quilômetros.

Imagem: Stonehenge, Inglaterra. Fonte: http://cdn.history.com/sites/2/2015/04/hith-stonehenge-superhengeiStock_000012937253Large-E.jpeg (acessado em 12.12.2017)

Leitura complementar: BARROCO NO BRASIL  CARACTERÍSTICAS GERAIS: • Desenvolve-se durante o século XVIII até início do séc. XIX • Arte ligada à Igreja Católica • Arte marcada pela ornamentação: Talha dourada, motivos florais, arabescos dourados, anjos e atlantes. • Nas igrejas, as linhas curvas no frontão. • No Brasil, nas regiões mais ricas por causa da cana e do ouro, as manifestações são mais ricas. • Arquitetura: Taipa de pilão O Barroco, uma das formas de expressão artísticas mais visíveis, chega à América Latina, especialmente ao Brasil, com os missionários jesuítas, que trazem o novo estilo como instrumento de doutrinação cristã. E o enriquecimento provocado pela mineração e a forte religiosidade dos povos das minas, favoreceram o desenvolvimento das artes em Minas Gerais.  Alejadinho (1730- 1814) - Antônio Francisco da Costa Lisboa, foi escultor e arquiteto. Filho de Manoel Francisco Lisboa, afamado arquiteto, e Izabel, pobre escrava africana. Sua carreira teve influência do pai. Aos 47 anos teve uma doença que não se tem exata certeza, mas tinha grandes indícios que fosse a lepra, tal doença o impediu de andar e atrofiou seus dedos. Para trabalhar, um escravo o ajudava, colocava ferramentas em suas mãos. Suas obras desviam-se do estilo barroco português, apresentam inspiração religiosa, com influência bizantina e gótica. Os doze profetas, Santuário Matosinhos, MG.

Igreja de São Francisco Salvador – BA

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AS MUDANÇAS SOCIAIS E CULTURAIS DO FINAL DO SÉC. XIX E INÍCIO DO SÉC. XX 1. Perda do otimismo — desde o Iluminismo, no século XVIII, confiava-se nos valores da razão e no progresso. 2. Começa a vigorar um relativismo em que a cultura ocidental já não é mais tida como superior. 3. Surgimento da cultura de massas, produto dos meios de comunicação social e da progressiva disponibilidade de tempo livre. Buscando uma nova sensibilidade artística em formas de expressão mais modernas e adequadas aos novos tempos. Por causa das profundas crises, mudaram as ideias e a sociedade e desenvolveram-se muitas correntes artísticas. Já não se podia falar de uma época, um movimento ou uma tendência que orientasse toda a produção artística, mas sim de uma multiplicidade de estilos. 2.1. RENOVAÇÃO ARTÍSTICA E CULTURAL NO FINAL DO SÉCULO XIX

Assim nascia o debate sobre a criação artística e o mercado de arte de colecionadores.

As revoluções burguesas triunfaram em grande parte do mundo ocidental, e impuseram-se sistemas de governo mais democráticos, transformações decisivas na percepção do mundo e nas relações humanas.

2.2. O NASCIMENTO DA ARTE MODERNA Em Paris, em 1874, um grupo de pintores independentes — entre eles, Claude Monet, Pierre-Auguste Renoir, Alfred Sisley, Edgar Degas, Paul Cézanne, Camille Pissarro e Berthe Morisot — organizou uma exposição no estúdio do fotógrafo Félix Nadar.

A Revolução Industrial, iniciada em meados do século XVIII na Inglaterra, causou profundas transformações no modo de vida; afetou a economia, ao mesmo tempo em que ocorria um intenso crescimento demográfico. Os meios de transporte e de comunicação (trem, barco a vapor, telégrafo) aperfeiçoaram-se de maneira assombrosa. Neste cenário, a multiplicação de notícias e imagens surgiu com o fortalecimento da imprensa e a invenção da fotografia.

Devido a uma crítica à tela de Claude Monet (abaixo), “Impressão: sol nascente”, escrita por Louis Leroy e publicada na revista Le Charivari, esses pintores passaram a ser chamados impressionistas.

Imagem: Pierre-Auguste Renoir. Baile no Moulin de la Galette, 1876. Óleo sobre tela, Museu d'Orsay, Paris, França.

 IMPRESSIONISMO

A tecnologia emergente trouxe importantes reflexões acerca da produção artística desse período; os impressionistas fizeram sua primeira exposição e Paris tornou-se o centro das artes.

O Impressionismo não foi um movimento homogêneo. Passaram a retratar a vida das ruas e dos lugares de lazer — bares, cafés, cabarés, cancan e cinema —, tanto na capital quanto no interior. Os artistas pintavam os jardins de suas

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[Artes] casas e os caminhos e paisagens dos arredores delas. Estilo: o que mais importa é a forma, com pinceladas rápidas e aparentes e a mistura ótica que faz com que percebamos uma terceira cor quando justapomos duas cores sem chegar a misturá-las. Procuravam captar o aspecto fugaz da natureza, a aparência das formas que a cor revela.

Art Noveau.

NASCE O CINEMA EM PARIS O cinema nasceu no final do século XIX, precisamente em 28 de dezembro de 1895, em Paris, quando o primeiro filme foi projetado para pouco mais de 30 pessoas com a ajuda de um aparelho chamado cinematógrafo, aparato inventado e patenteado pelos irmãos Auguste (1862-1954) e Louis (1864-1948) Lumière, em 13 de fevereiro de 1895.

Mulher com sombrinha, de Claude Monet.

O cinematógrafo foi o resultado de anos de pesquisa sobre o movimento, seu registro e sua reprodução.  VERTENTES PÓS-IMPRESSIONISTAS I. Seurat A obra Georges Seurat é uma corrente da pintura denominada Divisionismo ou Pontilhismo, que pretendeu fazer do Impressionismo uma ferramenta de representação científica, fundamentada na análise do modo como as cores são percebidas pelo olho humano.

O passeio, Pierre-Auguste Renoir.

 ART NOUVEAU Entre o final do século XIX e início do XX surgiu na Europa e nos Estados Unidos o estilo chamado Art Nouveau (“arte nova”, em francês). Foi um período de curta duração, mas que abriu caminho para o design moderno. A arte devia ser um modo de vida, um estilo que se expressava nas artes aplicadas, como a arquitetura, e nas artes decorativas, incluindo mobiliário, joalheria, têxteis, objetos de decoração e de iluminação etc.

The Eiffel Tower, Georges Seurat.

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[Artes] II. Neoimpressionismo

II. Fauves

Paul Cézanne desenvolveu uma obra preocupando-se menos em transmitir a percepção da natureza ao ar livre e aprofundando-se nas questões que constituem a forma.

Fauvismo tem origem na palavra fauve (“selvagem”, em francês), e esses artistas eram assim chamados pela agressividade das cores que empregavam em suas obras, não era homogêneo e não tinha um programa definido, a não ser opor-se ao decorativismo do Art Nouveau e à inconsistência formal do Simbolismo.

A cesta de maçãs, Cézanne.

RUMO AO SÉCULO XX: DESDOBRAMENTOS E INOVAÇÕES NAS ARTES

A música, Henri Matisse.

 SIMBOLISMO Simbolismo pretendia sugerir ideias por meio de formas e cores, fazer do objeto artístico uma plataforma para ideias imateriais, emoções e espiritualidade. Gustav Klimt e representa sua iconografia (imagem) pessoal: flores, folhas, arabescos, círculos, plissados.

Em Paris grupos de artistas reagiam ao Impressionismo, propondo um uso radical das cores. Conhecer a autonomia da cor e a sua revolução era o que os Nabis anunciam e os Fauves realizam. I. Nabis A partir de 1900, um grupo de pintores seguiu os conselhos de Gauguin para que se radicalizasse no tom das cores de todas as coisas. Os pigmentos usados na tela eram os mais puros possíveis. A cor foi convertida em espécie de revelação mística. Nabis, que, em hebraico, quer dizer “profetas”.

Retrato de Adele Bloch-Bauer, Gustav Klimt.

Pintora, gravadora, ilustradora e professora brasileira, Beatriz Milhazes utiliza símbolos e imagens muito próprias. Os desenhos repetem-se num certo ritmo e composição criados pela artista.

Mulher Tahiti com frutas, Gauguin.

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[Artes] Pablo Picasso, Wassily Kandinsky, Piet Mondrian, Marcel Duchamp, Salvador Dalí e Joan Miró, hoje considerados artistas “clássicos” que figuram em qualquer livro de história da arte, mas participaram de movimentos que romperam com a maneira habitual de enxergar a produção artística. Suas obras revolucionaram o pensamento estético de sua época e continuam a ressoar até o século XXI.

PALAVRAS IMPORTANTES! - Vanguarda: (do francês avant-garde = significa “estar à frente”). Artística ou politicamente, os grupos ou correntes que apresentam uma proposta e/ou uma prática inovadoras.

Superfície e superfície, Beatriz Milhazes.

A MODERNIZAÇÃO DA ESCULTURA

- Moderno: designa tudo o que se opõe a clássico ou tradicional. O pensamento moderno valoriza o indivíduo, a consciência, a subjetividade e a atitude crítica.

Toda a escultura do fim do século XIX devido à influência de Auguste Rodin, por um gosto pelas superfícies moldáveis, em que o mármore ou o bronze adquirem um aspecto orgânico, como se estivessem a ponto de transformar-se com o impulso vital que os artistas conseguem sugerir na matéria. Em geral são monumentos comemorativos, as esculturas de cemitérios, a decoração arquitetônica, os bustos e as estatuetas de caráter ornamental e as peças destinadas a exposições públicas.

- Modernismo: movimento que defende a renovação do pensamento, o progresso e a negação do que é tradicional.  CUBISMO Movimento marcado pela arte figurativa geometrizada, pelas representações da figura no espaço em diferentes posições, ângulos e sobreposições, valorização das formas, falsa perspectiva, influência da poesia concreta. Temas: natureza-morta, retrato, paisagem. Pintores: Pablo Picasso (Espanha), Georges Braque, Fernand Léger, Robert Delaunay (França), Tarsila do Amaral, Candido Portinari, Milton Dacosta (Brasil).

O Pensador, Rodin.

SÉCULO XX: INÍCIO DAS VANGUARDAS No começo do século XX, a criação artística passou por uma ruptura radical e mudou o rumo da arte ocidental. Os diversos movimentos que se sucederam, desde os primeiros anos do século até 1940.

Guernica, Pablo Picasso.

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[Artes]  FUTURISMO Possui como principais características a rejeição aos padrões do passado, exaltação da vida moderna, arte dinâmica, imagem veloz da modernidade.

Santa Maria do Egito entre os pecadores, Nolde.

O Cavaleiro Vermelho, Carlo Carrà.

A boba, Anita Malfatti.

Carro, Giacomo Balla.

 EXPRESSIONISMO Essa vanguarda expressa manifestações do mundo interior, representação da angústia e do sofrimento humanos, expressão dos horrores da guerra, imagens distorcidas/caricatas. Van Gogh como precursor deste movimento, foi pósimpressionista.

Persistência da memória, Iberê Camargo.

 DADAÍSMO Essa é a mais radical das vanguardas, tinha desejo de escandalizar, chocar, anarquia de valores e de propostas estéticas, deboche, agressividade. A fonte, Duchamp. O grito, Edvard Munch.

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[Artes]  SURREALISMO

novo nacionalismo busca adaptar, de forma inovadora, escala, ritmos e até mesmo harmonias e melodias da música popular aos parâmetros das novas técnicas de composição rock de Elvis Presley.

Nessa vanguarda há a valorização do sonho, do inconsciente e da fantasia; sofre influência da psicanálise; representação do ilógico, do devaneio, da loucura, por associações inusitadas.

 NEOPLASTICISMO Piet Mondrian (1872-1944) foi um dos fundadores de um grupo de artistas, arquitetos e designers holandês conhecido como Neoplasticismo. Essa corrente artística influenciou não só o desenvolvimento das belasartes, mas também levavam seus princípios às artes aplicadas, como mobiliário, interiores, têxteis, grafismo e a arquitetura.

Valores pessoais, René Magritte.

Pintores: Piet Mondrian (Holanda), Vassily Kandinsky, Kazimir Malevitch (Rússia), Jackson Pollock (Estados Unidos), Alfredo Volpi, Samson Flexor, Antonio Bandeira, Flavio Shiró, Tomie Ohtake, Manabu Mabe (Brasil). Observe a influência da pintura de Mondrian sobre os demais objetos.

Interior Holandês I, Miró.

Piet Mondrian, Composição II. Sonho provocado pelo voo de uma abelha, Dalí.

Yves Saint Laurent-Vestido. 1965.

TENDÊNCIAS ABSTRATAS: BASES DA ARQUITETURA MODERNA Valorização das formas e das cores, representação através de manchas e formas geométricas. Na arquitetura, diferentes lugares da Europa produziram experiências que determinaram o surgimento do “estilo internacional”. Na música, o

Gerrit Thomas Rietveld, Cadeira vermelha e azul.

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[Artes]  CONCRETISMO

evento causou uma enorme polêmica à sociedade da época, e atravessou o século XX, nos impressionando até os dias de hoje.

Surgiu na Europa no início do século XX, veio do movimento abstracionista moderno, sua característica fundamental a abstração da arte através da incorporação de formas geométricas ao visual; elaboração artística em busca da forma precisa; ênfase na racionalidade, no raciocínio e na ciência e abstrair-se de todo envolvimento com o lirismo e o sentimentalismo artístico.

- Tarsila do Amaral (1886 - 1973): nasceu em São Paulo e foi uma das principais figuras do Movimento Modernista Brasileiro, mas não participou da Semana de Arte Moderna de 1922 pois estava na Europa estudando. Fez parte do Grupo dos Cinco, do qual faziam parte, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti del Pichia, Anita Malfatti.

Geraldo de Barros, Poesia concreta.

 O MODERNISMO NO BRASIL O movimento denominado Modernismo iniciou em 11 de fevereiro de 1922, com o evento chamado ― Semana da Arte Moderna. Mas muitos consideram o inicio do movimento a partir do ano de 1920, pois as características modernistas já haviam sido incorporadas aos escritores pré-modernistas.

Abaporu, 1928.

A Semana de Arte Moderna foi um evento ocorrido no Teatro Municipal de São Paulo, o qual contou com inúmeros eventos, como apresentação de conferências, leitura de poemas, dança e música e vários grandes nomes da arte brasileira, tais como Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti Del Picchia, Manuel Bandeira, Di Cavalcanti, Graça Aranha, Guilherme de Almeida e muitos outros. A arte exposta nesse

Oswald de Andrade, Operários, 1933.

Tarsila criou o movimento ‘Pau-Brasil‘ e ‘Antropofagia‘, movimento que clamava por uma estética de cunho Nacionalista nas tendências que os brasileiros incorporavam dos movimentos artísticos vindos da Europa. Sua obra foi marcada por cores vivas e alegres, técnica do cubismo, abordagem de temas sociais, do cotidiano e paisagens do Brasil.

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[Artes] brasileiro alcançou mais projeção internacional do que Portinari.

- Di Cavalcanti (1897 - 1976): nasceu no Rio de janeiro foi pintor, ilustrador e caricaturista, desenhista de joias, tapetes e painéis. A Semana de Arte Moderna de 1922′ foi ideia sua. Seus temas favoritos foram os temas nacionais e populares, como favelas, operários, soldados, marinheiros, figuras de belas negras e festas populares. Sua arte tem uma abordagem sensual e tropical.

A obra "Café", pintada em 1935.

Serenata.

Retirantes.

Mulheres, flores e arara.

- Cândido Portinari (1903 - 1962): era filho de imigrantes Italianos, nasceu em São Paulo na fazenda de café Santa Rosa. Aos 15 anos viajou para São Paulo para estudar no Liceu de Artes e Ofícios onde se matriculou na Escola Nacional de Belas Artes para estudar desenho e pintura. Daí em diante foi uma trajetória de sucesso, prêmios e viagens ao estrangeiro. Cândido Portinari pintou cerca de cinco mil obras, de pequenos esboços a gigantescos murais. Nenhum pintor

Tiradentes.

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[Artes] - Ismael Nery (1900 - 1934): Pintor, desenhista, poeta. A fase surrealista de sua obra, a princípio, foi por influência de Chagall. Após a década de 1960 sua obra passa a ser valorizada.

Sereia.

Autorretrato.

Bandeirinhas.

- Aldemir Martins (1922 - 2006): Pintor, gravador, desenhista, ilustrador. O artista emprega um repertório formal constantemente retomado: aves, sobretudo os galos; cangaceiros, inspirados nas figuras de cerâmica popular; gatos, realizados com linhas sinuosas; e ainda flores e frutas. Nas pinturas emprega cores intensas e contrastantes.

Desejo de amor.

- Alfredo Volpi (1896 - 1988): foi artista plástico ítalo-brasileiro. É considerado um dos principais artistas da Segunda Geração da Arte Moderna Brasileira. Explorou as formas e composição de cores com grande impacto visual. Nos anos 50 enveredou para o campo do abstracionismo geométrico. Foi neste período que começou a retratar bandeirinhas de festas juninas.

Vaso verde com flores.

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ESCULTURA - BRUNO GIORGI (1905 - 1993): Esculturas com movimento, ritmo, linhas curvas e vazios.

Gato Azul.

- DJANIRA (1914-1979) e suas características: - Temas da vida carioca e atividades rurais - Figuras em movimento e contorno bem definido - A partir de 1950 cores mais claras ARTISTAS PRIMITIVOS - Gosto pelo genuinamente nacional - Tradição popular com intenção poética - Geralmente autodidatas que criam a própria técnica MESTRE VITALINO (1909-1963) - Esculturas de barro até 1950 coloridas e em grupos - Pessoas e fatos da vida sertaneja

Vendedores.

- HEITOR DOS PRAZERES (1898-1966): características: - Figuras humanas em movimento (dançando/ andando); - Rosto de perfil; - Deixa de lado questão social.

Lapa.

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[Artes] para o consumo, como garrafas de Coca-Cola, as latas de sopa Campbell, automóveis, crucifixos e dinheiro.

INFLUÊNCIA DA ARTE CONTEMPORÂNEA I. DADAÍSMO: (Dada do francês= cavalo de pau). Em 1913, o artista francês Marcel Duchamp inventou o termo ready-made (já pronto) para nomear os objetos que ele escolhia e designava como obra de arte. Duchamp dá um passo à frente de seu tempo, construindo alguns alicerces para o movimento de arte que surgiria a partir deste: a Arte Contemporânea. O dadaísmo propunha uma atuação interdisciplinar como a única maneira possível de se renovar a linguagem criativa, incorporando, inclusive, elementos cenográficos e teatrais nos “espetáculos” dadaístas, nas apresentações e performances dos artistas. Como movimento artístico moderno, o dadaísmo foi uma exceção, por estar dezenas de anos à frente do seu tempo.

- Roy Lichtenstein (1923-1997). Seu interesse pelas histórias em quadrinhos como tema artístico começou provavelmente com uma pintura do camundongo Mickey, que realizou em 1960 para os filhos. Em seus quadros a óleo e tinta acrílica, ampliou as características das histórias em quadrinhos e dos anúncios comerciais, e reproduziu a mão, com fidelidade, os procedimentos gráficos das HQ.

II. POP ART: surgiu na Inglaterra em meados dos anos 50, mas foi nos Estados Unidos, no começo dos anos 60 que ele se popularizou, tendo como assunto os objetos de consumo da sociedade. Objetos das indústrias de consumo (vestuário, alimentação, eletrodomésticos, automotivos, etc.) e também dos produtos culturais: cinema, história em quadrinhos, informação, ou seja, a vida urbana, trazendo para dentro das galerias de arte o comum, o “brega”, o popular (daí o nome POP, que em inglês significa também refrigerante).

III. OP ART: surgida na década de 50, procurava acentuar certos efeitos ópticos de natureza instável através de movimentos aparentes, imagens ambíguas e ilusões espaciais. Produz um jogo de efeitos entre cores, tons ou formas o que causa a sensação de movimento.

PRINCIPAIS ARTISTAS - Andy Warhol (1927-1987). Foi a figura mais conhecida e mais controvertida do Pop Art. Warhol mostrou sua concepção da produção mecânica da imagem em substituição ao trabalho manual numa série de retratos de ídolos da música popular e do cinema, como Elvis Presley e Marilyn Monroe. Warhol entendia as personalidades públicas como figuras impessoais e vazias, apesar da ascensão social e da celebridade. Da mesma forma, e usando, sobretudo a técnica de serigrafia, destacou a impessoalidade do objeto produzido em massa Bridget Riley.

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ARTE CONTEMPORÂNEA

I. MINIMALISMO: os artistas procuravam imediatismo, criando obras que ganharam notoriedade por sua simplicidade de apresentação com formas mínimas que deram corpo ao movimento minimalista na década de 60. Sua produção artística constituía telas monocromáticas e esculturas formadas por objetos pré-fabricados, como caixas de metal e até mesmo tijolos. Nele os objetos assumem posições sequenciais. Na visão pessimista de GARDNER (1996, p. 97), esse tipo de arte viria a ser o prenúncio do “fim da História da Arte”, tudo já havia sido feito.

É a arte do nosso tempo. Marcada pela quebra de padrões, pela liberdade total de criar, representar e propor situações e também pela pesquisa e uso das novas tecnologias (vídeo, holografia, som, computador, etc.).

A arte contemporânea se aproxima da vida, nela, tudo pode ser incorporado, o expectador é provocado e convidado às mais variadas reflexões sobre a arte e sobre a vida. Beleza, feiura, ironia, política, percepções, sensações, sucata, lixo, e até o próprio corpo, tudo pode ser material artístico.

Dan Flavin.

II. ARTE CONCEITUAL: Movimento artístico que aboliu a pintura em sua tipologia de composição, adotando o termo objeto como designação de alguns tipos de trabalho e considerando a ideia, o conceito, por trás da confecção de uma obra artística.

CONCEITOS QUE SE TRANSFORMAM NA ARTE DA CONTEMPORANEIDADE - Público: o espectador deixa de ser um contemplador passivo do estético, para se tornar um agente participante, um leitor ativo de mensagens. Muitas vezes a obra só se realiza na sua presença e com a sua participação. Sensibilizar o espectador é, então, menos importante do que fazê-lo refletir.

- Arte Processo: que parte do preceito de concepção da obra como ideia. - Arte Ambiental: que é exposta ao ar livre, aproveitando o ambiente externo, das ruas e a natureza.

- Artista: além de ser um criador, passa a ser um propositor de ideias e/ou experiências. - Originalidade e autoria: a apropriação objetos do cotidiano questiona o conceito originalidade. A terceirização de etapas construção da obra questiona o conceito autoria.

- Arte Performática: que deriva dos Happenings (déc. 60), sugerindo um tipo de arte onde o artista utiliza o corpo como uma expressão cênica.

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- Instalações: como formas de representação em montagens utilizando objetos retirados de seu contexto usual para outro, que ressurge com uma nova significação partindo de uma ideia do artista.

- Relações entre as obras e o tempo: as obras efêmeras são criadas, fazendo-nos pensar sobre o conceito de obra-prima, que “dura para sempre”. Obras que se consomem no tempo, como as performances, permanecem apenas nos registros (fotografias, vídeos, etc.).

As instalações proporcionam ao fruidor, a possibilidade de poder entrar na obra, fazer parte dela.

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[Artes] A disposição de elementos no espaço tem a intenção de criar uma relação com o espectador. É uma obra de arte que só "existe" na hora da exposição, é montada na hora, e após isto é desmontada, ficam os registros fotograficos ou fílmicos. Uma das possibilidades da instalação é provocar sensações: frio, calor, odores, som ou coisas que simplesmente chamem a atenção do público ao redor. V. PERFORMANCE: é, uma forma de arte que pode combinar elementos do teatro, da música, da dança e das artes visuais. Situa-se no limite entre o teatro e as artes plásticas, onde o artista funciona como uma escultura viva, “interpretando” sua mensagem.

Instalação de Joseph Kosuth, chamada One and Three Chairs, 1965. O artista expõe uma fotografia de uma cadeira, uma definição de dicionário e a própria cadeira.

III. FOTORREALISMO: Proporcionando um revival do Realismo, o Fotorrealismo, também conhecido como Hiper-realismo, mostra uma forma de retratar a realidade em uma fidelidade fotográfica. O que difere é que além dos artistas utilizarem aparelhos tecnológicos como projeção de slides e o airbrush (pistola) a arte fotorrealista, além da realidade, também exprime em suas obras simbologias e expressividade, utilizando a técnica clássica de perspectiva e desenho e a preocupação minuciosa com detalhes, cores, formas e textura.

Performance Libertar, Tate Britain.

VI. BODIES IN URBAN SPACE: foi criado pelo austríaco Willi Dorner, onde um grupo de dançarinos e acrobatas usando roupas coloridas se contorcem para formar esculturas humanas e ficando por até 1 hora nas posições. Criando uma nova perspectiva no ambiente urbano.

Ron Mueck.

IV. INSTALAÇÃO: Uma instalação (krafts) é uma manifestação artística onde a obra é composta de elementos organizados em um ambiente, se popularizou na década de 70.

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[Artes] VII. VÍDEOARTE: Linguagem artística que faz uso das imagens eletrônicas. No Brasil, o início da década de 70, em plena ditadura, quando a ficção estava em alta na TV e a videoarte surge como uma linguagem de contracultura, desmascarando uma realidade sufocante. Larry Carlson é um artista visionário de multimídia. Usa uma variedade de formas, incluindo web arte, vídeo-arte, arte digital, animação, arte sonora, fotografia, pintura e colagem.

construída, como um muro, uma parede, uma coluna...

XI. LAND ART: é o tipo de arte em que se fazem intervenções na natureza, utilizando os próprios recursos dela como folhas, galhos, pedras e areia.

VIII. ARTE ELETRÔNICA: A perspectiva de criar mundos e realidades virtuais vem fascinando e desafiando muitos artistas por insinuar um imenso universo a ser desvendado. O computador é, portanto, mais uma ferramenta no estúdio de um artista.

Spiral Jetty - Robert SMITHSON.

Crhisto.

XII. ARTE URBANA: Manifestações artísticas desenvolvidas no espaço público. Expressão artística mediante o uso de diversas técnicas alternativas como moldes, pôsteres, adesivos, murais e grafite entre as mais importantes também tem o movimento hip hop.

IX. FLASH MOB: São grupos que organizam mobilizações de um grande numero de pessoas, com caráter lúdico ou de protesto. As pessoas que participam costumam combinar suas ações anteriormente pela internet ou por telefones celulares.

COMPARATIVO ENTRE ARTES MODERNA Revolução de sensações e formas. Autonomia da obra de arte separando-a da vida real. Nega o passado.

Espectador crítico.

X. INTERVENÇÃO: Nome que se dá a um trabalho de arte que modifica a aparência de uma estrutura já

Limita-se há algumas linguagens.

[20]

CONTEMPORÂNEA Revolução no campo das ideias. Contextualiza a obra, aproximando-a da vida e do seu contexto social. O passado esta disponível para qualquer uso que o artista queira lhe dar. Espectador é intimado a participar, a pensar, fazer parte do processo de criação. Cria muitas e novas linguagens e meios expressivos.


ARTES [Artes]

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AOKI, Virginia. Conexões com a arte. 1. ed., São Paulo: Moderna, 2013. BARBOSA, Ana Mae. Inquietação e mudanças no ensino da arte. São Paulo: Cortez, 2002. PROENÇA, Graça. Historia da Arte - Editora Ática 2001. FARTHING, Stephen. Tudo sobre arte. Tradução de Paulo Polzonoff Jr. et al. Rio de Janeiro: Sextante, 2011. GOMBRICH, Ernst Hans. A história da arte. Rio de Janeiro: LTC, 2000. HERNANDEZ, Fernando. Catadores da Cultura Visual - proposta para uma nova narrativa educacional. Porto Alegre: Mediação, 2007. Cultura visual, mudança educativa e projeto de trabalho. Porto Alegre: ArtMed, 2000. http://portaldoprofessor.mec.gov.br/aulas.html?id=65153

* Material elaborado pela professora Maria Goreti Cortes Mendonça, Bacharel em Desenho e Plástica pela Universidade Federal de Santa Maria (1988). Especialista em Alfabetização: Ênfase em Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental pelo Centro Universitário Franciscano (2005). Mestre em Educação e Artes pela Universidade Federal de Santa Maria (2009). Professora de Artes Visuais do Ensino Fundamental e Médio da rede particular/Santa Maria/RS. Membro pesquisador do GEPAEC - Grupo de estudos e pesquisas em arte, educação e cultura.

[21]


[Artes]

EXERCÍCIOS: ENEM + vestibulares UNIDADE 1. ESTUDO DA ARTE 1. (ENEM) Que aspecto histórico da escravidão no Brasil do sec. XIX pode ser identificado a partir da analise do vestuário do casal retratado acima? a) O uso de trajes simples indica a rápida incorporação dos ex-escravos ao mundo do trabalho urbano. b) A presença de acessórios como chapéu e sombrinha aponta para a manutenção de elementos culturais de origem africana. c) O uso de sapatos e um importante elemento de diferenciação social entre negros libertos ou em melhores condições na ordem escravocrata. d) A utilização do paletó e do vestido demonstra a tentativa de assimilação de um estilo europeu como forma de distinção em relação aos brasileiros. e) A adoção de roupas próprias para o trabalho

Foto de Militao, São Paulo, 1879. ALENCASTRO, L. F. (org). História da vida privada no Brasil.

2. (ENEM)

Os amigos são um dos principais indicadores de bem-estar na vida social das pessoas. Da mesma forma que em outras áreas, a internet também inovou as maneiras de vivenciar a amizade. Da leitura do infográfico, depreendem-se dois tipos de amizade virtual, a simetria e a assimetria, ambas com seus prós e contras. Enquanto a primeira se baseia na relação de reciprocidade, a segunda: a) reduz o número de amigos virtuais, ao limitar o acesso à rede. b) parte do anonimato obrigatório para se confundir. c) reforça a configuração de laços mais profundos de amizade.

[22]


[Artes] d) facilita a interação entre pessoas em virtude de interesses comuns. e) tem a responsabilidade de promover a proximidade física. um artista contemporâneo. Neste caso, a obra apresenta características 3. (ENEM) a) funcionais e de sofisticação decorativa. b) futuristas e do abstrato geométrico. c) construtivistas e de estruturas modulares. d) abstracionistas e de releitura do objeto. e) figurativas e de representação do cotidiano. 5. (ENEM) TEXTO I

Utilizadas desde a Antiguidade, as colunas, elementos verticais de sustentação, foram sofrendo modificações e incorporando novos materiais com ampliação de possibilidades. Ainda que as clássicas colunas gregas sejam retomadas, notáveis inovações são percebidas, por exemplo, nas obras de Oscar Niemeyer, arquiteto brasileiro nascido no Rio de Janeiro em 1907. No desenho de Niemeyer, das colunas do Palácio da Alvorada, observa-se a) a presença de um capitel muito simples, reforçando a sustentação. b) o traçado simples de amplas linhas curvas opostas, resultando em formas marcantes. c) a disposição simétrica das curvas, conferindo saliência e distorção à base. d) a oposição de curvas em concreto, configurando certo peso e rebuscamento. e) o excesso de linhas curvas, levando a um exagero na ornamentação.

Toca do Salitre – Piauí

TEXTO II

Arte Urbana. Foto: Diego Singh

O grafite contemporâneo, considerado em alguns momentos como uma arte marginal, tem sido comparado às pinturas murais de várias épocas e às escritas pré-históricas. Observando as imagens apresentadas, é possível reconhecer elementos comuns entre os tipos de pinturas, tais como: a) a preferencia por tintas naturais, em razão de seu feito estético. b) a inovação na técnica de pintura, rompendo com modelos estabelecidos. c) o registro do pensamento e das crenças das sociedades em várias épocas. d) a repetição dos temas e a restrição de uso pelas classes dominantes. e) o uso exclusivista da arte para atender aos interesses da elite.

4. (ENEM)

LEINER, N Tronco com cadeira, 1964

Nessa estranha dignidade e nesse abandono, o objeto foi exaltado de maneira ilimitada e ganhou um significado que se pode considerar magico. Dai sua “vida inquietante e absurda”. Tornou-se ídolo e, ao mesmo tempo, objeto de zombaria. Sua realidade intrínseca foi anulada.

6. (ENEM)

JAFFÉ, A. O simbolismo nas artes plásticas. In: JUNG, C.G. (org.). O homem e os seus símbolos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008.

A relação observada entre a imagem e o texto apresentados permite o entendimento da intenção de

[23]


[Artes] a) ridicularizar a forma física do possível cliente do produto anunciado, aconselhando-o a uma busca de mudanças estéticas. b) enfatizar a tendência da sociedade contemporânea de buscar hábitos alimentares saudáveis, reforçando tal postura. c) criticar o consumo excessivo de produtos industrializados por parte da população, propondo a redução desse consumo. d) associar o vocábulo “açúcar” a imagem do corpo fora de forma, sugerindo a substituição desse produto pelo adoçante. e) relacionar a imagem do saco de açúcar a um corpo humano que não desenvolve atividades físicas, incentivando a prática esportiva. 8. (ENEM)

PICASSO, P. Guernica, Espanha, 1937.

O pintor espanhol Pablo Picasso (1881-1973), um dos mais valorizados no mundo artístico, tanto em termos financeiros quanto históricos, criou a obra Guernica em protesto ao ataque aéreo à pequena cidade basca de mesmo nome. A obra, feita para integrar o Salão Internacional de Artes Plásticas de Paris, percorreu toda a Europa, chegando aos EUA e instalando-se no MoMA, de onde sairia apenas em 1981. Essa obra cubista apresenta elementos plásticos identificados pelo a) painel ideográfico, monocromático, que enfoca várias dimensões de um evento, renunciando à perspectiva geométrica, colocando-se em plano frontal ao espectador. b) horror da guerra de forma fotográfica, com o uso da perspectiva clássica, envolvendo o espectador nesse exemplo brutal de crueldade do ser humano. c) uso das formas geométricas no mesmo plano, sem emoção e expressão, despreocupado com o volume, a perspectiva e a sensação escultórica. . d) esfacelamento dos objetos abordados na mesma narrativa, minimizando a dor humana a serviço da objetividade, observada pelo uso do claro-escuro. e) uso de vários ícones que representam personagens fragmentados bidimensionalmente, de forma fotográfica livre de sentimentalismo.

Picasso, P. Les Demoiselles d’Avignon. Nova York, 1907.

O quadro Les Demoiselles d’Avignon (1907), de Pablo Picasso, representa o rompimento com a estética clássica e a revolução da arte no início do século XX. Essa nova tendência se caracteriza pela a) pintura de modelos em planos irregulares. b) mulher como temática central da obra. c) cena representada por vários modelos. d) oposição entre tons claros e escuros. e) nudez explorada como objeto de arte.

7. (ENEM)

9. (ENEM)

Disponível em: http://www.ccsp.com.br. Acesso em: 27 jul. 2010 (adaptado).

Charge anônima. BURKE, P. A fabricação do rei. Rio de Janeiro: Zahar, 1994.

O texto é uma propaganda de um adoçante que tem o seguinte mote (assunto): “Mude sua embalagem”. A estratégia que o autor utiliza para o convencimento do leitor baseia-se no emprego de recursos expressivos, verbais e não verbais, com vistas a:

Na França, o rei Luís XIV teve sua imagem fabricada por um conjunto de estratégias que visavam sedimentar uma determinada noção de soberania. Neste sentido, a charge apresentada demonstra:

[24]


[Artes] a) A humanidade do rei, pois retrata um homem comum, sem os adornos próprios à vestimenta real. b) a unidade entre o público e o privado, pois a figura do rei com a vestimenta real representa o público e sem a vestimenta real, o privado. c) o vínculo entre monarquia e povo, pois leva ao conhecimento do público a figura de um rei despretensioso e distante do poder político. d) o gosto estético refinado do rei, pois evidencia a elegância dos trajes reais em relação aos de outros membros da corte. e) a importância da vestimenta para a constituição simbólica do rei, pois o corpo político adornado esconde os defeitos do corpo pessoal.

Capa do LP Os Mutantes, 1968.

A capa do LP Os Mutantes, de 1968, ilustra o movimento da contracultura ( movimento de contestação de caráter social e cultural da década de 60) . O desafio à tradição nessa criação musical é caracterizado por a) letras e melodias com características amargas e depressivas. b) arranjos baseados em ritmos e melodias nordestinos. c) sonoridades experimentais e confluência de elementos populares e eruditos. d) temas que refletem situações domésticas ligadas à tradição popular. e) ritmos contidos e reservados em oposição aos modelos estrangeiros.

10. (ENEM)

12. (ENEM) BARDI, P. M. Em torno da escultura no Brasil. São Paulo: Banco Sudameris Brasil, 1989.

Com contornos assimétricos, riqueza de detalhes nas vestes e nas feições, a escultura barroca no Brasil tem forte influência do rococó europeu e está representada aqui por um dos profetas do pátio do Santuário do Bom Jesus de Matosinho, em Congonhas (MG), esculpido em pedrasabão por Aleijadinho. Profundamente religiosa, sua obra revela: a) liberdade, representando a vida de mineiros à procura da salvação. b) credibilidade, atendendo a encomendas dos nobres de Minas Gerais. c) simplicidade, demonstrando compromisso com a contemplação do divino. d) personalidade, modelando uma imagem sacra com feições populares. e) singularidade, esculpindo personalidades do reinado nas obras divinas.

Cartaz afixado nas bibliotecas centrais e setoriais da Universidade Federal de Goiás (UFG), 2011.

Considerando-se a finalidade comunicativa comum do gênero e o contexto específico do Sistema de Biblioteca da UFG, esse cartaz tem função predominantemente: a) socializadora, contribuindo para a popularização da arte. b) sedutora, considerando a leitura como uma obra de arte. c) estética, propiciando uma apreciação despretensiosa da obra. d) educativa, orientando o comportamento de usuários de um serviço. e) contemplativa, evidenciando a importância de artistas internacionais.

13. (ENEM)

11. (ENEM)

[25]


[Artes] LXXVIII (Camões, 1525-1580) Leda serenidade deleitosa, Que representa em terra um paraíso; Entre rubis e perlas doce riso; Debaixo de ouro e neve cor-de-rosa; Presença moderada e graciosa, Onde ensinando estão despejo e siso Que se pode por arte e por aviso, Como por natureza, ser formosa; Fala de quem a morte e a vida pende, Rara, suave; enfim, Senhora, vossa; Repouso nela alegre e comedido: Estas as armas são com que me rende E me cativa Amor; mas não que possa Despojar-me da glória de rendido.

e) retratar como a questão é enfrentada em vários países do mundo. 15. (ENEM) O que a internet esconde de você. Sites de busca manipulam resultados. Redes sociais decidem quem vai ser seu amigo – e descartam as pessoas sem avisar. E, para cada site que você pode acessar, há 400 outros invisíveis, Prepare-se para conhecer o lado oculto da internet. GRAVATÁ, A. Superinteressante. São Paulo, ed. 297. nov 2011 (adaptado)

SANZIO, R. (1483-1520) A mulher com o unicórnio. Roma, Galleria Borghese.

Analisando-se as informações verbais e a imagem associada a uma cabeça humana, compreende-se que a venda: a) a representa a amplitude de informações que compõem a internet, às quais temos acesso em redes sociais e sites de busca. b) faz uma denúncia quanto às informações que são omitidas dos usuários da rede, sendo empregada no sentido conotativo. c) diz respeito a um buraco negro digital, onde estão escondidas as informações buscadas pelo usuário nos sites que acessa. d) está associada a um conjunto de restrições sociais presentes na vida daqueles que estão sempre conectados à internet. e) remete às bases de dados da web, protegidas por senhas ou assinaturas e às quais o navegador não tem acesso.

CAMÕES, L. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2008.

A pintura e o poema, embora sendo produtos de duas linguagens artísticas diferentes, participaram do mesmo contexto social e cultural de produção pelo fato de ambos a) apresentarem um retrato realista, evidenciado pelo unicórnio presente na pintura e pelos adjetivos usados no poema. b) valorizarem o excesso de enfeites na apresentação pessoal e na variação de atitudes da mulher, evidenciadas pelos adjetivos do poema. c) apresentarem um retrato ideal de mulher marcado pela sobriedade e o equilíbrio, evidenciados pela postura, expressão e vestimenta da moça e os adjetivos usados no poema. d) desprezarem o conceito medieval da idealização da mulher como base da produção artística, evidenciado pelos adjetivos usados no poema. e) apresentarem um retrato ideal de mulher marcado pela emotividade e o conflito interior, evidenciados pela expressão da moça e pelos adjetivos do poema.

16. (ENEM)

14. (ENEM)

NAZARETH, P. Mercado de Artes / Mercado de Bananas. Miami Art Basel, EUA, 2011. KUCZYNSKIEGO, P. Ilustração, 2008.

A contemporaneidade identificada na performance/ instalação do artista mineiro Paulo Nazareth reside principalmente na forma como ele a) resgata conhecidas referências do modernismo mineiro. b) utiliza técnicas e suportes tradicionais na construção das formas.

O artista gráfico polonês Pawla Kuczynskiego nasceu em 1976 e recebeu diversos prêmios por suas ilustrações. Nessa obra, ao abordar o trabalho infantil, Kuczynskiego usa sua arte para: a) difundir a origem de marcantes diferenças sociais. b) estabelecer uma postura proativa da sociedade. c) provocar a reflexão sobre essa realidade. d) propor alternativas para solucionar esse problema.

[26]


[Artes] c) articula questões de identidade, território e códigos de linguagens. d) imita o papel das celebridades no mundo contemporâneo. e) camufla o aspecto plástico e a composição visual de sua montagem.

a) a carta de Pero Vaz de Caminha representa uma das primeiras manifestações artísticas dos portugueses em terras brasileiras e preocupa-se apenas com a estética literária. b) a tela de Portinari retrata indígenas nus com corpos pintados, cuja grande significação é a afirmação da arte acadêmica brasileira e a contestação de uma linguagem moderna. c) a carta, como testemunho histórico-político, mostra o olhar do colonizador sobre a gente da terra, e a pintura destaca, em primeiro plano, a inquietação dos nativos. d) as duas produções, embora usem linguagens diferentes: verbal e não verbal –, cumprem a mesma função social e artística. e) a pintura e a carta de Caminha são manifestações de grupos étnicos diferentes, produzidas em um mesmo momento histórico, retratando a colonização.

17. (ENEM)

O cartum faz uma crítica social. A figura destacada está em oposição às outras e representa a a) a opressão das minorias sociais. b) carência de recursos tecnológicos. c) falta de liberdade de expressão. d) defesa da qualificação profissional. e) reação ao controle do pensamento coletivo.

19. (ENEM) Própria dos festejos juninos, a quadrilha nasceu como dança aristocrática, oriunda dos salões franceses, depois difundida por toda a Europa. No Brasil, foi introduzida como dança de salão e, por sua vez, apropriada e adaptada pelo gosto popular. Para sua ocorrência, é importante a presença de um mestre “marcante” ou “marcador”, pois é quem determina as figurações diversas que os dançadores desenvolvem.

18. (ENEM) TEXTO I Andaram na praia, quando saímos, oito ou dez deles; e daí a pouco começaram a vir mais. E parece-me que viriam, este dia, à praia, quatrocentos ou quatrocentos e cinquenta. Alguns deles traziam arcos e flechas, que todos trocaram por carapuças ou por qualquer coisa que lhes davam. […] Andavam todos tão bemdispostos, tão bem feitos e galantes com suas tinturas que muito agradavam.

Observa-se a constância das seguintes marcações: “Tour”, “En avant”, “Chez des dames”, “Chez des chevaliê”, “Cestinha de flor”, “Balancê”, “Caminho da roça”, “Olha a chuva”, “Garranchê”, “Passeio”, “Coroa de flores”, “Coroa de espinhos” etc. No Rio de Janeiro, em contexto urbano, apresenta transformações: surgem novas figurações, o francês aportuguesado inexiste, o uso de gravações substitui a música ao vivo, além do aspecto de competição, que sustenta os festivais de quadrilha, promovidos por órgãos de turismo.

CASTRO, S. A carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre: L&PM, 1996 (fragmento).

TEXTO II

CASCUDO, L. C. Dicionário do folclore brasileiro. Rio de Janeiro: Melhoramentos, 1976.

PORTINARI, C. O descobrimento do Brasil. 1956. Óleo sobre tela, 199 x 169 cm

As diversas formas de dança são demonstrações da diversidade cultural do nosso país. Entre elas, a quadrilha é considerada uma dança folclórica por: a) possuir como característica principal os atributos divinos e religiosos e, por isso, identificar uma nação ou região. b) abordar as tradições e costumes de determinados povos ou regiões distintas de uma mesma nação. c) apresentar cunho artístico e técnicas apuradas, sendo, também, considerada dança-espetáculo. d) necessitar de vestuário específico para a sua prática, o qual define seu país de origem. e) acontecer em salões e festas e ser influenciada por diversos gêneros musicais.

Pertencentes ao patrimônio cultural brasileiro, a carta de Pero Vaz de Caminha e a obra de Portinari retratam a chegada dos portugueses ao Brasil. Da leitura dos textos, constata-se que

20. (ENEM)

[27]


[Artes] Entre os bens que compõem o patrimônio nacional, o que pertence à mesma categoria citada no texto está representado em:

a)

Mosteiro de São Bento (RJ)

b)

Tiradentes esquartejado (1893), de

A charge, datada de 1910, ao retratar a implantação da rede telefônica no Brasil, indica que esta: a) permitiria aos índios se apropriarem da telefonia móvel. b) ampliaria o contato entre a diversidade de povos indígenas. c) faria a comunicação sem ruídos entre grupos sociais distintos. d) restringiria a sua área de atendimento aos estados do norte do país. e) possibilitaria a integração das diferentes regiões do território nacional.

Pedro Américo

21. (ENEM)

c)

Ofício

das

paneleiras

de

arquitetônico

e

Goiabeiras (ES)

NEVES, E. Engraxate.

d)

Conjunto urbanístico da cidade de Ouro Preto (MG)

Considerando-se a dinâmica entre tecnologia e organização do trabalho, a representação contida no cartum é caracterizada pelo pessimismo em relação à a) ideia de progresso. b) concentração do capital. c) noção de sustentabilidade. d) organização dos sindicatos. e) obsolescência dos equipamentos.

e)

22. (ENEM) Queijo de Minas vira patrimônio cultural brasileiro. O modo artesanal da fabricação do queijo em Minas Gerais foi registrado nesta quinta-feira (15) como patrimônio cultural imaterial brasileiro pelo Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O veredicto foi dado em reunião do conselho realizada no Museu de Artes e Ofícios, em Belo Horizonte. O presidente do Iphan e do conselho ressaltou que a técnica de fabricação artesanal do queijo está “inserida na cultura do que é ser mineiro”. (Folha de S. Paulo,

paisagístico da Ilha do Campeche (SC)

23. (ENEM)

15 maio 2008).

[28]

Sítio arqueológico e


[Artes] d) uma referência temporal, “sempre”, referindo-se à permanência de tragédias retratadas tanto em Guernica quanto na charge. e) uma expressão polissêmica, “quadro dramático “remetendo-se tanto à obra pictórica quanto ao contexto do trânsito brasileiro”. 25. (ENEM)

Disponível em: www.portaldapropaganda.com.br. Acesso em: 28 jul. 2013.

Essa propaganda defende a transformação social e a diminuição da violência por meio da palavra. Isso se evidencia pela a) predominância de tons claros na composição da peça publicitária. b) associação entre uma arma de fogo e um megafone. c) grafia com iniciam a maiúscula da palavra “voz” no slogan. d) imagem de uma mão segurando um megafone. e) representação grafia da propagação do som.

CLARK, L. Bicho de bolso. Placas de metal, 1966.

O objeto escultórico produzido por Lygia Clark, representante do Neoconcretismo, exemplifica o inicio de uma vertente importante na arte contemporânea, que amplia as funções da arte. Tendo como referência a obra Bicho de bolso, identifica-se esta vertente pelo(a) a) participação efetiva do espectador na obra, o que determina a proximidade entre arte e vida. b) percepção do uso de objetos cotidianos para a confecção da obra de arte, aproximando arte e realidade. c) reconhecimento do uso de técnicas artesanais na arte, o que determina a consolidação de valores culturais. d) reflexão sobre a capacitação artística de imagens com meios óticos, revelando o desenvolvimento de uma linguagem própria. e) entendimento sobre o uso de métodos de produção em série para a confecção da obra de arte, o que atualiza as linguagens artísticas.

24. (ENEM) Na criação do texto, o chargista Iotti usa criativamente um intertexto: os traços reconstroem uma cena de Guernica, painel de Pablo Picasso que retrata os horrores e a destruição provocados pelo bombardeio a uma pequena cidade da Espanha. Na charge, publicada no período de carnaval, recebe destaque a figura do carro, elemento introduzido por Iotti no intertexto. Além desta figura, a linguagem verbal contribui para estabelecer um diálogo entre a obra de Picasso e a charge, ao explorar

26. (ENEM) Por onde houve colonização portuguesa, a música popular se desenvolveu basicamente com o mesmo instrumental. Podemos ver cavaquinho e violão atuarem juntos aqui, em Cabo Verde, em Jacarta, na Indonésia, ou em Goa. O caráter nostálgico, sentimental, é outro ponto comum da música das colônias portuguesas em todo o mundo. O kronjong, a música típica de Jacarta, é uma espécie de lundu mais lento, tocado comumente com flauta, cavaquinho e violão. Em Goa não é muito diferente. De acordo com o texto de Henrique Cazes, grande parte da música popular desenvolvida nos países colonizados por Portugal compartilha um instrumental, destacando-se o cavaquinho e o violão. No Brasil, são exemplos de música popular que empregam esses mesmos instrumentos: a) Maracatu e ciranda. b) Carimbó e baião.

a) uma referência ao contexto, “trânsito no feriadão”, esclarecendo-se o referente tanto do texto de Iotti quanto da obra de Picasso. b) uma referência ao tempo presente, com o emprego da forma verbal “é”, evidenciando-se a atualidade do tema abordado tanto pelo pintor espanhol quanto pelo chargista brasileiro. c) um termo pejorativo, “trânsito”, reforçando-se a imagem negativa de mundo caótico presente tanto em Guernica quanto na charge.

[29]


[Artes] c) Choro e samba. e) Xote e frevo.

d) Chula e siriri.

28. (ENEM) Os meios de comunicação podem contribuir para a resolução de problemas sociais, entre os quais o da violência sexual infantil. Nesse sentido, a propaganda usa a metáfora do pesadelo para:

27. (ENEM) O Brasil é sertanejo Que tipo de música simboliza o Brasil? Eis uma questão discutida há muito tempo, que desperta opiniões extremadas. Há fundamentalistas que desejam impor ao público um tipo de som nascido das raízes socioculturais do país. O samba. Outros, igualmente nacionalistas, desprezam tudo aquilo que não tem estilo. Sonham com o império da MPB de Chico Buarque e Caetano Veloso. Um terceiro grupo, formado por gente mais jovem, escuta e cultiva apenas a música internacional, em todas as vertentes. E mais ou menos ignora o resto.

a) informar crianças vítimas de abuso sexual sobre os perigos dessa prática, contribuindo para erradicá-la. b) denunciar ocorrências de abuso sexual contra meninas, com o objetivo de colocar criminosos na cadeia. c) dar a devida dimensão do que é o abuso sexual para uma criança, enfatizando a importância da denúncia. d) destacar que a violência sexual infantil predomina durante a noite, o que requer maior cuidado dos responsáveis nesse período. e) chamar a atenção para o fato de o abuso infantil ocorrer durante o sono, sendo confundido por algumas crianças com um pesadelo.

A realidade dos hábitos musicais do brasileiro agora está claro, nada tem a ver com esses estereótipos. O gênero que encanta mais da metade do país é o sertanejo, seguido de longe pela MPB e pelo pagode. Outros gêneros em ascensão, sobretudo entre as classes C, D e E, são o funk e o religioso, em especial o gospel. Rock e música eletrônica são músicas de minoria. É o que demonstra uma pesquisa pioneira feita entre agosto de 2012 e agosto de 2013 pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope). A pesquisa Tribos musicais – o comportamento dos ouvintes de rádio sob uma nova ótica faz um retrato do ouvinte brasileiro e traz algumas novidades. Para quem pensava que a MPB e o samba ainda resistiam como baluartes da nacionalidade, uma má notícia: os dois gêneros foram superados em popularidade. O Brasil moderno não tem mais o perfil sonoro dos anos 1970, que muitos gostariam que se eternizasse. A cara musical do país agora é outra. GIRON, L. A. Época, n. 805, out.

29. (ENEM) Opportunity é o nome de um veículo explorador que aterrissou em Marte com a missão de enviar informações à Terra. A charge apresenta uma crítica ao (à) a) gasto exagerado com o envio de robôs a outros planetas. b) exploração indiscriminada de outros

2013 (fragmento).

O texto objetiva convencer o leitor de que a configuração da preferência musical dos brasileiros não é mais a mesma da dos anos 1970. A estratégia de argumentação para comprovar essa posição baseia-se no (a) a) apresentação dos resultados de uma pesquisa que retrata o quadro atual da preferência popular relativa à música brasileira. b) caracterização das opiniões relativas a determinados gêneros, considerados os mais representativos da brasilidade, como meros estereótipos. c) uso de estrangeirismos, como rock, funk e gospel, para compor um estilo próximo ao leitor, em sintonia com o ataque aos nacionalistas. d) ironia com relação ao apego a opiniões superadas, tomadas como expressão de conservadorismo e anacronismo, com o uso das designações “império” e “baluarte”. e) contraposição a impressões fundadas em elitismo e preconceito, com a alusão a artistas de renome para melhor demonstrar a consolidação da mudança do gosto musical popular.

planetas. c) circulação digital excessiva de autorretratos. d) vulgarização das descobertas espaciais. e) mecanização das atividades humanas. 30. (ENEM) A hibridez caracteriza a cultura das pessoas que mantem suas conexões com a terra dos antepassados e ao mesmo tempo se relacionam com a cultura do local em que vivem. Eles não almejam retornar a sua pátria ou recuperar qualquer identidade étnica ʻpuraʼ; mesmo assim, preservam traços de outras culturas e tradições históricas, resistindo à assimilação.” (CASHMORE, E. Dicionário de relações étnicas e raciais. São Paulo: Selo Negro, 2000. Adaptado)

Contrapondo o fenômeno da “hibridez” a ideia de “pureza” cultural, observa-se que o primeiro se manifesta quando:

[30]


[Artes] a) criações originais deixam de existir entre grupos de artistas, os quais passam a copiar a essência das obras uns dos outros. b) civilizações se fecham a ponto de retomarem os seus próprios modelos culturais do passado, ate então abando nados. c) populações demonstram menosprezo por seu patrimônio artístico, apropriando-se de produtos culturais estrangeiros. d) elementos culturais autênticos são descaracterizados e reintroduzidos, de forma revalorizada, em seus locais de origem. e) o intercâmbio entre diferentes povos e campos de produção cultural passa a gerar novos produtos e manifestações.

A canção Yaô foi composta na década de 1930 por Pixinguinha, em parceria com Gastão Viana, que escreveu a letra. O texto mistura o português com o iorubá, língua usada por africanos escravizados trazidos para o Brasil. Ao fazer uso do iorubá nessa composição, o autor a) promove uma crítica bem-humorada às religiões afro-brasileiras, destacando diversos orixás, b) ressalta uma mostra da marca da cultura africana, que se mantém viva na produção musical brasileira. c) evidencia a superioridade da cultura africana e seu caráter de resistência à dominação do branco. d) deixa à mostra a separação racial e cultural que caracteriza a constituição do povo brasileiro. e) expressa os rituais africanos com maior autenticidade, respeitando as referências originais.

31. (ENEM) O Surrealismo configurou-se como uma das vanguardas artísticas europeias do início do século XX. René Magritte, pintor belga, apresenta elementos dessa vanguarda em suas produções.

33. (ENEM) Ao se apossarem do novo território, os europeus ignoraram um universo de antiga sabedoria, povoado por homens e bens unidos por um sistema integrado. A recusa em se inteirar dos valores culturais dos primeiros habitantes levou-os a uma descrição simplista desses grupos e à sua sucessiva destruição. Na verdade, não existe uma distinção entre a nossa arte e aquela produzida por povos tecnicamente menos desenvolvidos. As duas manifestações devem ser encaradas como expressões diferentes dos modos de sentir e pensar das várias sociedades, mas também como equivalentes, por resultarem de impulsos humanos comuns. (SCATAMACHIA, M. C. M. In: AGUILAR, N. (Org.). Mostra

MAGRITTE, R. A reprodução proibida. Óleo sobre tela, 81,3 x 65 cm.

Um traço do Surrealismo presente nessa pintura é o (a) a) justaposição de elementos díspares, observada na imagem do homem no espelho. b) crítica ao passadismo, exposta na dupla imagem do homem olhando sempre para frente. c) construção de perspectiva, apresentada na sobreposição de planos visuais. d) processo de automatismo, indicado na repetição da imagem do homem. e) procedimento de colagem, identificado no reflexo do livro no espelho.

do redescobrimento: arqueologia. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo – Associação Brasil 500 anos artes visuais, 2000).

De acordo com o texto, inexiste distinção entre as artes produzidas pelos colonizadores e pelos colonizados, pois ambas compartilham o (a) a) suporte artístico. b) nível tecnológico. c) base antropológica. d) concepção estética. e) referencial temático.

32. (ENEM) Yaô Aqui có no terreiro Pelú adié Faz inveja pra gente Que não tem mulher No jacutá de preto velho Há uma festa de yaô Ôi tem nêga de Ogum De Oxalá, de Iemanjá Mucama de Oxossi é caçador Ora viva Nanã Nanã Buruku Yô Yôo Yô Yôoo No terreiro de preto velho iaiá Vamos saravá (a quem meu pai?) Xangô! Viana, G. Agô,

34. (ENEM) As formas plásticas nas produções africanas conduziram artistas modernos do início do século XX, como Pablo Picasso, a algumas proposições artísticas denominadas vanguardas. Máscara senufo, Mati. Madeira e fibra vegetal. Acervo do MAE/USP.

A máscara remete à a) preservação da proporção. b) idealização do movimento. c) estruturação assimétrica. d) sintetização das formas. e) valorização estética.

35. (ENEM) Na exposição “A Artista Está Presente”, no MoMA, em Nova Iorque, a performer Marina Abramovic fez uma retrospectiva de sua carreira. No meio desta, protagonizou uma performance marcante.

(Pixinguinha 100 anos. Som Livre, 1997).

[31]


[Artes]

Em 2010, de 14 de março a 31 de maio, seis dias por semana, num total de 736 horas, ela repetia a mesma postura. Sentada numa sala, recebia os visitantes, um a um, e trocava com cada um deles um longo olhar sem palavras. Ao redor, o público assistia a essas cenas recorrentes.

Essa propaganda foi criada para uma campanha de conscientização sobre a violência contra a mulher. As palavras que compõem a imagem indicam que a a) violência contra a mulher está aumentando. b) agressão à mulher acontece de forma física e verbal. c) violência contra a mulher é praticada por homens. d) agressão à mulher é um fenômeno mundial. e) violência contra a mulher ocorre no ambiente doméstico.

ZANIN, L. Marina Abramovic, ou a força do olhar. Disponível em: http://blogs.estadao.com.br. Acesso em: 4 nov. 2013.

O texto apresenta uma obra da artista Marina Abramovic, cuja performance se alinha a tendências contemporâneas e se caracteriza pela a) inovação de uma proposta de arte relacional que adentra um museu. b) abordagem educacional estabelecida na relação da artista com o público. c) redistribuição do espaço do museu, que integra diversas linguagens artísticas. d) negociação colaborativa de sentidos entre a artista e a pessoa com quem interage. e) aproximação entre artista e público, o que rompe com a elitização dessa forma de arte.

38. (ENEM) TEXTO I SEVERINI, G. A hieroglífica dinâmica do Bal Tabarin. Óleo sobre tela, 161,6 x 156,2 cm. Museu de Arte Moderna, Nova Iorque, 1912. Disponível em: www.moma.org. Acesso em: 18 maio 2013.

36. (ENEM)

TEXTO II A existência dos homens criadores modernos é muito mais condensada e mais complicada do que a das pessoas dos séculos precedentes. A coisa representada, por imagem, fica menos fixa, o objeto em si mesmo se expõe menos do que antes. Uma paisagem rasgada por um automóvel, ou por um trem, perde em valor descritivo, mas ganha em valor sintético. O homem moderno registra cem vezes mais impressões do que o artista do século XVIII.

BANSKY. Disponível em: www.weburbanist.com. Acesso em: 2 ago. 2012.

LEGÉR, F. Funções da pintura. São Paulo: Nobel, 1989.

A vanguarda europeia, evidenciada pela obra e pelo texto, expressa os ideais e a estética do a) Cubismo, que questionava o uso da perspectiva por meio da fragmentação geométrica. b) Expressionismo alemão, que criticava a arte acadêmica, usando a deformação das figuras. c) Dadaísmo, que rejeitava a instituição artística, propondo a antiarte. d) Futurismo, que propunha uma nova estética, baseada nos valores da vida moderna. e) Neoplasticismo, que buscava o equilíbrio plástico, com utilização da direção horizontal e vertical.

Bansky é um grafiteiro famoso. Na obra em um muro da cidade de Claremont, Califórnia, em 2007, ele fez uso de um trocadilho com a palavra “change”, o que caracteriza seu grafite como um protesto contra a a) escolha da mendicância como forma de vida. b) condição de vida das pessoas em miséria. c) falta de solidariedade dos mais favorecidos. d) marginalização das pessoas desabrigadas. e) incapacidade de os mendigos mudarem de vida.

39. (ENEM) O Google Art é uma ferramenta on-line que permite a visitação virtual dos mais importantes museus do mundo e a visualização de suas obras de

37. (ENEM)

[32]


[Artes] arte. Por meio da tecnologia ‘Street View’ e de um veículo exclusivamente desenvolvido para o projeto, fotografou-se em 360 graus o interior de lugares como o MoMA, de Nova York, o Museu Van Gogh, em Amsterdã, e a ‘National Gallery’, de Londres. O resultado é que se pode andar pelas galerias assim como se passeia pelas ruas com o Street View. Além disso, cada museu escolheu uma única obra de arte de seu acervo para ser fotografada com câmeras de altíssima resolução, ou gigapixel. As imagens contêm cerca de sete bilhões de pixels, o que significa que é mais de mil vezes mais detalhada do que uma foto de câmera digital comum. Além disso, todas as obras vêm acompanhadas de metadados de proveniência, tais como títulos originais, artistas, datas de criação, dimensões e a quais coleções já pertenceram. Os usuários também podem criar suas próprias coleções e compartilhá-las pela web.

c) encobrir o passado, abrindo caminho para novas formas plásticas, pela releitura. d) fazer conviver campos de expressão diferentes e integrar novos significados. e) abolir o trabalho manual do artista na confecção das imagens recontextualizadas. 41. (ENEM) O hip hop tem uma filosofia própria, com valores construídos pela condição das experiências vividas nas periferias de muitas cidades. Colocando-se como um contraponto à miséria, às drogas, ao crime e à violência, o hip hop busca interpretar a realidade social. Seu objetivo é justamente encontrar saídas e fornecer uma alternativa à população excluída. SOUZA, J.; FIALHO, V. M.; ARALDI, J. Hip hop: da rua para a escola. Porto Alegre: Sulina, 2008.

As autoras abordam no texto um movimento cultural que também tem características reconhecidas a) nos traços e formas que representam personagens de olhos desproporcionalmente maiores e expressivos, conhecidos como mangá. b) nas formas de se vestir e de cortar os cabelos com objetivos contestadores à ordem social, próprios do movimento punk. c) nas frases e dizeres de qualquer espécie, rabiscados sobre fachadas de edifícios, que marcam a pichação. d) nos movimentos leves e sincronizados com os pés que deslocam o dançarino, denominado moonwalk. e) nas declamações rápidas e ritmadas de um texto, com alturas aproximadas, características do rap.

Disponível em: http://oglobo.globo.com. Acesso em: 3 out. 2013 (adaptado).

As tecnologias da computação possibilitam um novo olhar sobre as obras de arte. A prática permite que usuários a) guiem virtualmente um veículo especial através dos melhores museus do mundo. b) reproduzam as novas obras de arte expostas em museus espalhados pelo mundo. c) criem novas obras de arte em 360 graus, consultem seus metadados e os compartilhem na internet. d) visitem o interior e as obras de arte de todos os museus do mundo em 3D e em altíssima resolução. e) visualizem algumas obras de arte em altíssima resolução e, simultaneamente, obtenham informações sobre suas origens e composição.

40. (ENEM) ROTELLA, M. Marilyn, 1962. Disponível em: www.nyu.edu. Acesso em: 30 maio 2016.

42. (ENEM) CASTRO, A. Sem título. Escultura em aço, Minas Gerais, 1990. Disponível em: www.institutoamilcardecastro.com.br. Acesso em: 2 ago. 2013.

A escultura do artista construtivista Amílcar de Castro é representativa da arte contemporânea brasileira e tem o traço estrutural marcado por elementos como a) o corte e a dobra. b) a força e a visualidade. c) o adereço e a expressão. d) o rompimento e a inércia. e) a decomposição e a articulação

A técnica da décollage, utilizada pelo artista Mimmo Rotella em sua obra Marilyn, é um procedimento artístico representativo da década de 1960 por a) visar a conservação das representações e dos registros visuais. b) Basear-se na reciclagem de material gráfico, contribuindo para a sustentabilidade.

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[Artes] 43. (ENEM) TEXTO I

d) recrutar libertos para seu corpo eclesiástico. e) atender a demanda popular por padroeiros locais. 45. (ENEM)

Disponível em: http://portal.iphan.gov.br. Acesso em: 6 abr. 2016.

TEXTO II A eleição dos novos bens, ou melhor, de novas formas de se conhecer a condição do patrimônio cultural nacional, também permite que diferentes grupos sociais, utilizando as leis do Estado e o apoio de especialistas, revejam as imagens e alegorias do seu passado, do que querem guardar e definir como próprio e identitário. O texto chama a atenção para a importância da proteção de bens que, como aquele apresentado na imagem, se identificam como: a) Artefatos sagrados. b) Heranças materiais. c) Objetos arqueológicos. d) Peças comercializáveis. e) Conhecimentos tradicionais. 44. ENEM TEXTO I Imagem de São Benedito. Disponível em: http://acervo.bndigital.bn.br. Acesso em: 6 jan. 2016 (adaptado).

TOZZI, C. Colcha de retalhos. Mosaico figurativo. Estação do Metrô Sé www.arteforadomuseu.com.br. Acesso em: 8 mar. 2013.

Colcha de retalhos representa a essência do mural e convida o público a a) apreciar a estética do cotidiano. b) interagir com os elementos da composição. c) refletir sobre elementos do inconsciente do artista. d) reconhecer a estética clássica das formas. e) contemplar a obra por meio da movimentação física. 46. (ENEM)

TEXTO II Os santos tornaram-se grandes aliados da Igreja para atrair novos devotos, pois eram obedientes a Deus e ao poder clerical. Contando e estimulando o conhecimento sobre a vida dos santos, a Igreja transmitia aos fiéis os ensinamentos que julgava corretos e que deviam ser imitados por escravos que, em geral, traziam outras crenças de suas terras de origem, muito diferentes das que preconizava a fé católica. Posteriormente ressignificados no interior de certas irmandades e no contato com outra matriz religiosa, o ícone e a prática mencionada no texto estiveram desde o século XVII relacionados a um esforço da Igreja Católica para a) reduzir o poder das confrarias. b) cristianizar a população afro-brasileira. c) espoliar recursos materiais dos cativos.

A origem da obra de arte (2002) é uma instalação seminal na obra de Marilá Dardot. Apresentada originalmente em sua primeira exposição individual, no Museu de Arte da Pampulha, em Belo Horizonte, a obra constitui um convite para a interação do espectador, instigado a compor palavras e sentenças e a distribuí-las pelo campo. Cada letra tem o feitio de

[34]


[Artes] um vaso de cerâmica (ou será o contrário?) e, à disposição do espectador, encontram-se utensílios de plantio, terra e sementes. Para abrigar a obra e servir de ponto de partida para a criação dos textos, foi construído um pequeno galpão, evocando uma estufa ou um ateliê de jardinagem. As 1 500 letras-vaso foram produzidas pela cerâmica que funciona no Instituto Inhotim, em Minas Gerais, num processo que durou vários meses e contou com a participação de dezenas de mulheres das comunidades do entorno. Plantar palavras, semear ideias é o que nos propõe o trabalho. No contexto de Inhotim, onde natureza e arte dialogam de maneira privilegiada, esta proposição se torna, de certa maneira, mais perto da possibilidade.

c) a obra integra-se ao espaço artístico e botânico. d) as letras-vaso são utilizadas para o plantio de mudas. e) as mulheres da comunidade participam na confecção das peças. 47. (ENEM)

Disponível em: www.inhotim.org.br. Acesso em: 22 maio 2013 (adaptado).

A função da obra de arte como possibilidade de experimentação e de construção pode ser constatada Espetáculo Romeu e Julieta, Grupo Galpão. no trabalho de Marilá Dardot porque a) o projeto artístico acontece ao ar livre. b) o observador da obra atua como seu criador. A principal razão pela qual se infere que o espetáculo retratado na fotografia é uma manifestação do teatro de rua é o fato de a) dispensar o edifício teatral para a sua realização. b) utilizar figurinos com adereços cômicos. c) empregar elementos circenses na atuação. d) excluir o uso de cenário na ambientação. e) negar o uso de iluminação artificial.

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[Artes] 48. ENEM TEXTO I

BACON, F. Três estudos para um autorretrato. Óleo sobre tela, 37,5 x 31,8 cm (cada), 1974. Disponível em: www.metmuseum.org. Acesso em: 30 maio 2016.

TEXTO II Tenho um rosto lacerado por rugas secas e profundas, sulcos na pele. Não é um rosto desfeito, como acontece com pessoas de traços delicados, o contorno é o mesmo mas a matéria foi destruída. Tenho um rosto destruído. DURAS, M. O amante. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.

Na imagem e no texto do romance de Marguerite Duras, os dois autorretratos apontam para o modo de representação da subjetividade moderna. Na pintura e na literatura modernas, o rosto humano deforma-se, destrói-se ou fragmentase em razão a) da adesão à estética do grotesco, herdada do romantismo europeu, que trouxe novas possibilidades de representação. b) das catástrofes que assolaram o século XX e da descoberta de uma realidade psíquica pela psicanálise. c) da opção em demonstrarem oposição aos limites estéticos da revolução permanente trazida pela arte moderna. d) do posicionamento do artista do século XX contra a negação do passado, que se torna prática dominante na sociedade burguesa. e) da intenção de garantir uma forma de criar obras de arte independentes da matéria presente em sua história pessoal.

GABARITO UNIDADE 1 - ARTES 1. C 8. A 15. B 22. C 29. C 36. B 43. E

2. D 9. E 16. C 23. B 30. E 37. B 44. B

3. B 10. D 17. E 24. E 31. A 38. D 45. A

4. D 11. C 18. C 25. A 32. B 39. E 46. B

[36]

5. C 12. D 19. B 26. C 33. C 40. D 47. A

6. A 13. C 20. E 27. A 34. D 41. E 48. B

7. D 14. C 21. A 28. C 35. D 42. A


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