Revista coletiva c406d 2016 1

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Trabalho de Editoração Eletrônica II - Turma 406D - Jornalismo - Faculdades Integradas Hélio Alonso - Botafogo, Rio de Janeiro - 2016.1

Justiceiros

a antidemocracia transvestida de justiça

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Editorial Imagine uma turma de faculdade, daquela que têm vários jovens criativos com gostos, estilos e mentes diferentes entre si. Um ambiente onde o professor estimula os alunos, desafiando-os a criar e para acostumar mais os alunos à realidade profissional, cria um ambiente de redação com editores, prazos e escolhas a serem feitas, todos ficam assustados, porém estimulados. Tudo isso sobre orientação do professor, e de acordo com o que foi ensinado. Adicione a essa mistura, liberdade total de escolher suas editorias, e seus temas de reportagem. Muitas ideias borbulharam, e o resultado final foi a mistura de muita dedicação e uma pitada de agilidade, por conta da verdadeira corrida contra o tempo, antes do fechamento da revista. Uma revista feita com criatividade e determinação, assim é a Coletiva. Nela você vai conhecer muito sobre o que acontece do Rio de Janeiro ao Japão. Além de se conscientizar e saber das novidades da tecnologia, se entreter com a cultura e o esporte. Com assuntos para todos os gostos, a Coletiva é pra você! Boa leitura! Editora-Chefe Beatriz Palmieri Co-Editora Juliane Saraiva

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Expediente Revista Coletiva Desenvolvida, como projeto acadêmico VF, pelos alunos da disciplina Editoração Eletrônica II (C406D) do curso de Comunicação Social (Jornalismo, 4° período) da Facha - Faculdades Integradas Hélio Alonso, Rio de Janeiro/RJ - 1° semestre de 2016. Nesta edição você encontrará matérias interligadas com temas diversos nas áreas de saúde e bem estar, beleza, famosos, ciência e tecnologia, entretenimento, cidade, decoração, turismo, gastronomia, esporte e cultura. A orientação foi dada pelo professor da disciplina, Gilvan Nascimento, que não conta com nenhum apoio ou intenção financeira. As matérias podem não ser originais, bem como as imagens. Aquelas que não foram produzidas pelos alunos terão seus créditos devidamente inseridos. Acima de tudo, vale ressaltar que toda a diagramação, planejamento e produção visual foi feita pelos alunos, com a supervisão do professor da disciplina, e que foram mantidos os erros cometidos pelos mesmos na produção do trabalho.

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Equipe Coletiva

Alice Gravina, Amanda Flor, Ana Carolina Santos, Antonio Agnaldo, Barbara Schneider, Bernardo Hersen, Denise Carvalho, Elisa Pinto, Isadora de Barros, Luan Mello, Matheus Mendonça, Rodrigo Perrotta, Ruan Araújo, Thiago Maciel e Yasmin Pitanga Editoras: Juliane Saraiva e Beatriz Palmieri Professor: Gilvan Nascimento

Sumário Nacional 5 Economia 21 Cidade 32 Internacional 49 Tecnologia 67 Educação 83 Cultura 85

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Saúde e Beleza

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Esporte

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O Afastamento de Eduardo Cunha

Deputado Eduardo Cunha

www.folhavitoria.com.br

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Política Nacional

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O provável afastamento foi determinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki. Matheus Mello - matheusmello@facha.com O ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, determinou o afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do mandato de deputado federal e da presidência da Câmara nesta quinta-feira(5). “Diante dessa imposição constitucional ostensivamente interditiva, não há a menor dúvida de que o investigado não possui condições pessoais mínimas para exercer, neste momento, na sua plenitude, as responsabilidades do cargo de Presidente da Câmara dos Deputados, pois ele não se qualifica para o encargo de substituição da Presidência da República, já que figura na condição de réu”, diz Teori. Relator dos processos da Operação Lava Jato,o ministro concedeu liminar em um pedido de afastamento feito pela Procuradoria-Geral da República, que listou 11 situações de uso do cargo pelo deputado para “constranger, intimidar parlamentares, réus, colaboradores, advogados e agentes públicos com o objetivo de embaraçar e retardar investigações”. Na Lava Jato, o deputado é alvo de outra denúncia, de mais três inquéritos na Corte e de outros três pedidos de inquéritos que ainda aguardam autorização de Teori para serem abertos. As investigações apuram o recebimento de propina da Petrobras e o uso do mandato para supostas práticas criminosas. Parte de um acordo? Alguns observadores políticos consideram que o afastamento de Eduardo Cunha da Presidência da Câmara e do mandato veio muito tarde. Cunha já teria cumprido o seu papel ao comandar o processo de impeachment contra Dilma Rousseff e, neste momento, fugir dos holofotes seria mais conveniente, já que a possibilidade de Michel Temer assumir o governo é cada vez mais palpável. O processo contra Eduardo Cunha esteve engavetado no STF durante meses, e ação contra o deputado no Conselho de Ética é a mais longa da história.

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papodehomem.com.br


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A inelegibilidade de Michel Temer

Vice - Presidente Michel Temer (PMDB) theguardian.com

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Política

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Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo(TRE) decide que Michel Temer é ficha suja e está inelegível por oito anos Matheus Mello - matheusmello@facha.com Condenado pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) por doações de campanha acima do limite legal, o vice-presidente, Michel Temer (PMDB-SP), está inelegível pelos próximos oito anos, contados a partir da última terça-feira, 3. Segundo a Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo (PRE-SP), condenações iguais à do vice podem ser enquadradas na Lei Ficha Limpa, que prevê a inelegibilidade de políticos condenados por órgãos colegiados, como é o caso do TRE-SP. “A Lei da Ficha Limpa estabelece, no seu artigo 1º, I, alínea p, a inelegibilidade de candidatos como consequência da condenação em ação de doação acima do limite proferida por órgão colegiado ou transitada em julgado”, diz nota emitida pela PRE-SP no início da noite desta quarta-feira. A nota é genérica, não cita especificamente o caso de Temer, mas foi feita em resposta a questionamentos sobre as consequências da decisão tomada na véspera pelo TRE-SP. Temer foi condenado na terça por unanimidade no plenário do TRE-SP a pagar multa de R$ 80 mil por ter feito doações acima do limite imposto pela legislação eleitoral na campanha de 2014, na qual o peemdebista concorreu na chapa da então candidata Dilma Rousseff. Segundo a representação ajuizada pelo Ministério Público Eleitoral, Temer doou ao todo R$ 100 mil para dois candidatos do PMDB do Rio Grande do Sul a deputado federal, Alceu Moreira e Darcísio Perondi, que receberam R$ 50 mil, cada um. O valor é 11,9% do rendimento declarado pelo vice em 2013. Naquele ano, Temer declarou ter tido rendimentos de R$ 839.924,46. O peemedebista não poderia, portanto, doar quantia superior a R$ 83.992,44. A lei eleitoral impõe teto de 10% do rendimento declarado pelo doador no ano anterior. A assessoria do vice-presidente afirmou que ele pretende pagar a multa com recursos próprios e que isso, por si só, já o livraria de ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa e extinguiria a inelegibilidade. O argumento, no entanto é questionado pelo advogado e ex-juiz eleitoral Marlón Reis, um dos redatores da Lei da Ficha Limpa, para quem o pagamento da multa não livra o vice-presidente de ficar inelegível por oito anos. Segundo Reis, Temer só terá poderá concorrer em eleições se o TSE revogar a decisão ou se forem transcorridos os oito anos estabelecidos pela lei da Ficha Limpa. “A lei é clara em estabelecer que a inelegibilidade decorre da condenação e nada tem a ver com o pagamento da multa”.

9 cartacapital.com.br


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O impedimento de Dilma Rousseff

Presidente da RepĂşblica (afastada) Dilma

pt.wikipedia.org

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Política Nacional

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O impeachment entre o espírito e a lei Ricardo Lodi - Professor Adjunto de Direito Financeiro da UERJ - Jornal do Brasil 08/05/16 No parecer do relator da Comissão Especial do Impeachment no Senado Federal, Senador Antonio Anastasia, aprovado por 15 x 5 votos, ficaram mais claras as teses jurídicas que fundamentam a caracterização como crime de responsabilidade as imputações atribuídas à Presidente Dilma Rousseff concernentes no atraso de pagamento das subvenções econômicas no âmbito do Plano Safra e na edição de seis decretos de abertura de créditos suplementares. No entanto, tais teses não amparam tais alegações como a seguir será demonstrado. Em relação ao atraso do pagamento das subvenções econômicas devidas pelo Governo Federal ao Banco do Brasil no âmbito do Plano Safra, em 2015, considerado pelos denunciantes como operação de crédito vedada pelo artigo 35 da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), ensejadora do crime de responsabilidade, o relatório sustenta que o conceito de operação de crédito do artigo 29, III, da LRF vai muito além do que há muito se conhece no direito privado, e do que possa ser revelado pelo sentido literal do aludido texto legal, englobando todas situações em que o Governo se torna devedor do banco público. Ao contrário do que ocorre nas chamadas pedaladas fiscais, identificadas inapropriadamente como operação de crédito pelo Tribunal de Contas da União (TCU) emrelação às contas do Governo de 2014, e que não são objeto do processo de impeachment, o inadimplemento de subvenções econômicas no âmbito do Plano Safra sequer constitui adiantamento de recursos que a União deva aos beneficiários de prestações públicas. Neste programa governamental a relação de crédito se dá entre o Banco do Brasil e o agricultor. O Governo paga, de acordo com a Lei nº 8.427/92, uma subvenção econômica relativa à flexibilização dos juros praticada pelos bancos. Ou seja, o BB empresta dinheiro para os agricultores com taxas beneficiadas e o Governo lhe paga a diferença entre a taxa de juros praticada e a taxa de mercado. Ora, do eventual atraso no pagamento da subvenção econômica para o BB não nasce uma operação de crédito, e tampouco há qualquer antecipação de pagamento que a União devesse aos agricultores. O que há é a prática de juros mais baixos do que os praticados pelo mercado financeiro, devendo o Governo uma subvenção ao banco em função dessa diferença. Embora reconheça que tal interpretação não deriva da literalidade do texto, o parecer do relator defende que a aplicação do dispositivo ao caso decorre do espírito da lei, baseado na ideia de responsabilidade fiscal. O que o parecer do Senador Anastasia denomina de espírito da lei, é revelado na interpretação jurídica pelo aspecto teleológico da norma, que nos revela a intenção reguladora do legislador. De acordo com o raciocínio chancelado pela Comissão Especial, não se nega que o inadimplemento das subvenções econômicas está contemplado por qualquer das expressões contidas na referida norma legal, que define operação de crédito como “compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos financeiros”, sendo a ela equiparada pelo §1º do mesmo artigo “o reconhecimento ou a confissão de dívidas pelo ente da Federação.” E nem poderia ser diferente, uma vez que o próprio texto não permitiria, sequer a fórceps, o enquadramento do inadimplemento das subvenções econômicas no aludido dispositivo legal. Contudo, segundo o relator, a caracterização deste como operação de crédito derivaria da cláusula geral, “outras operações assemelhadas” que, segundo a tese de sua excelência, autorizaria, em nome do princípio da responsabilidade fiscal, que fossem atraídas para a disciplina da norma em exame qualquer forma de endividamento, presente ou futura, do Governo com os bancos públicos, decorrentes de quaisquer atos jurídicos sejam eles derivados da vontade, da lei ou decorrentes de atos ilícitos. os direitos devem ser levados a sério, o que, nesse caso, se faz ainda muito mais necessário quando estamos diante da segurança jurídica, da democracia e das garantias constitucionais,

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“O objetivo do nosso modelo econômico não é garantir uma vida digna para o brasileiro” Matheus Mello - matheusmello@facha.com

Crise, escândalos midiáticos e financiamento de campanha engordam o sistema da dívida às custas do povo. Dois meses antes de o governo Dilma Rousseff anunciar oficialmente o corte de 70 bilhões de reais do Orçamento por conta do ajuste fiscal, uma brasileira foi convidada pelo Syriza, partido grego de esquerda que venceu as últimas eleições, para compor o Comitê pela Auditoria da Dívida Grega com outros 30 especialistas internacionais. A brasileira em questão é Maria Lucia Fattorelli, auditora aposentada da Receita Federal. Mas o que o ajuste tem a ver com a recuperação da economia na Grécia? Tudo, diz Fattorelli. “A dívida pública é a espinha dorsal”. Enquanto o Brasil caminha em direção à austeridade, a estudiosa participa da comissão que vai investigar os acordos, esquemas e fraudes na dívida pública que levaram a Grécia, segundo o Syriza, à crise econômica e social. “Existe um ‘sistema da dívida’. É a utilização desse instrumento como veículo para desviar recursos públicos em direção ao sistema financeiro”, complementa Maria Lucia Fattorelli. Segue a entrevista sobre a dívida pública nacional.

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Política Nacional Num histórico da dívida, como começou? - A nossa dívida começou no dia que foi declarada a nossa Independência, 1822. Portugal havia contratado uma dívida junto à Inglaterra para lutar contra a nossa Independência. Como não conseguiram barrar, nos empurraram a dívida. Eu tenho mencionado muito isso porque depois de anos investigando a dívida aqui no Brasil em âmbito federal, nos estados, a dívida no Equador, na Argentina, criei uma expressão que se chama “sistema da dívida”, porque era para diferenciar o que é endividamento público legítimo “Nós vamos fazer uma emissão especial de títulos, e só os cidadãos e empresas brasileiros podem comprar e a remuneração vai ser poupança”. Isso é uma dívida, uma dívida interna super transparente, legítima, porque vamos ter que pagar, mas tem contrapartida. O que a gente critica é essa dívida que não tem contrapartida, que você não sabe quem se beneficiou, onde foi aplicado o dinheiro, quanto custou. Como que a gente chegou

Qual foi a vantagem de ter pago o FMI em 2005? -A vantagem era para o próprio FMI e para o Lula foi uma jogada política, aproveitando desse imaginário popular. Tecnicamente o que foi o pagamento ao FMI? A dívida com o FMI era uma dívida de US$ 15,5 bilhões e custava 4% de juros ao ano. Os empréstimos com o FMI, historicamente, tiveram taxas de juros muito pequenas. Por quê? O maior preço é o condicionamento. Ele nunca entrega o dinheiro, quando surge uma obrigação do país pagar um banco, o

dinheiro vai direto lá, não entra

Uma operação que sabidamente vai dar prejuízo, como fazem? -O prejuízo operacional do Banco Central em 2009 foi de R$ 147,7 bilhões, ninguém fala nisso. Olha bem o escândalo que estão fazendo com o Petrolão, Mensalão e em um ano o prejuízo do Banco Central foi de R$ 147,7 bilhões. Agora, é o que você falou, se está fazendo uma operação que começou a dar prejuízo, no mínimo você para, no mínimo. Esses contratos teriam que ser reavaliados e, em sua

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Que é salvar bancos? -É salvar bancos sempre, defender o sistema financeiro. E você tem que se comprometer com o tal do artigo 4º do estatuto, que é permitir que o FMI monitore a sua economia, ter direito de ter acesso a toda e qualquer informação. E até hoje o Brasil é assim, porque, quando eu falo que não significou nenhum benefício para o Brasil é nenhum mesmo. Um benefício poderia ser ficar livre desse monitoramento, porém o ministro da fazenda á época(A.Palocci) nao exeerceu esse beneficio. com destaque, uma carta que dizia o seguinte: o pagamento ao FMI não significa descumprimento com o exposto no artigo 4º lá do

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Transfobia até quando?

Brasil é o país que mais mata transsexuais do mundo Thiago Maciel thiago_maciel@globo.com

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relatório da violência homofóbica de 2012 realizado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), aponta que a violência sofrida a transexuais foi de 0,49% e a travestis 1,47%, esse número é com bases de denúncias realizadas e de poses do governo Federal. O número é maior segundo os dados hemerográficos do mesmo relatório as travestis são as que mais sofrem com a violência homofóbica, totalizando 51,68% da violência. O relatório da Organização não Governamental (ONG) Transgender Europe demonstra que o Brasil e o pais que mais mata travestis e transexuais do mundo. O relatório da Transgender Europe aponta que entre janeiro de 2008 a dezembro de 2014 foram registradas 689 mortes de pessoas transexuais no Brasil. O que mais chama atenção e que tivemos 10 homicídios contra meno-

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res de idade. Uma menina trans de oito anos de idade, que foi espancada até morte em 18 de fevereiro de 2014, por seu pai, que queria ensina-la a se comportar como um homem, e uma adolescente de 14 anos de idade que depois de receber ameaças de morte, fugiu para a casa da sua avó, na cidade de Angélica, no Estado do Mato Grosso do Sul, onde ela foi encontrada estrangulada em 10 de marco de 2014. O relatório demonstra que 56% das vítimas eram menores de 30 anos. Em junho de 2015 a jovem transexual Laura Vermont de 18 anos, foi espancada, há duas quadras da sua casa. Seus pais encontraram a jovem espancada e seu braço esquerdo tinha uma bala, os policiais negaram a ajudar os pais de Laura a colocar a jovem dentro do carro para ser levada ao hospital, alegaram que ela poderia ter HIV. Laura foi agredida ao voltar para casa de uma balada por cinco jovens,

que fugiram, mais a frente foi novamente agredida por policias e levou um tiro no braço esquerdo. Laura morreu em consequência de traumatismo craniano. Os policias ao fazer o registro da ocorrência não revelaram que eram autores da agressão e do tirou. Com as investigações em andamento, ficou provado que os policias participaram das agressões, eles alegaram que o motivo de ter atirado nela foi que ela resistiu a ordens deles, porém o laudo demonstra que o tiro foi executado de baixo para cima, o que indica a possibilidade de Laura já estar rendida no momento da agressão. Os Policias foram presos no mesmo dia do corrido, mas foram soltos 4 dias após a prisão por uma ordem judicial. Os cinco jovens que agrediram Laura confessaram o crime e respondem o processo em liberdade. Na declaração Universal dos Direitos Humanos diz que ``Todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. ``


A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 também adota o princípio da liberdade e da dignidade humana, e tem como objetivo principal, “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”. Sendo assim, o Estado tem de promover a cidadania e promover o respeito as diferenças e a liberdade individual. O Estado nas três esferas tem como obrigação assegurar e promover políticas públicas que promovem a afirmação dos Direitos Humanos. Porem as políticas públicas destinadas a população GLBT, até o presente momento e bastante ineficiente, visto que travestis e transexuais não conseguem entrar no mercado de trabalho formal, a lei Joao Nery que visa garantir os direitos da mulher travestis e transexual até o presente momento não foi aprovada. A respeito da Lei Joao Nery que constantemente sofre com factoides promovida pela bancada evangélica e líderes religiosos, que usam também as redes sociais e sites religiosos para caluniar os autores da Lei, o depu-

tado Jean Wyllys (PSOL/RJ) e a deputada Erika Kokay (PT/DF). A principal calunia que os fundamentalistas religiosos proferem e que um menor de idade sem autorização dos seus pais ou responsáveis poderá automaticamente realizar a cirurgia de mudança de sexo sem autorização dos pais ou responsáveis e que também sem autorização dos pais ou responsáveis o menor de idade poderá pedir no cartório a mudança do nome ou alteração do gênero nos documentos civis. A lei na verdade diz o oposto, que para esses procedimentos os representantes legais do menor precisam dar entrada num processo para conseguir a mudança de nome e autorização da cirurgia de resignação sexual (mudança de sexo), e mesmo assim o pedido pode ser negado. Se o pedido for negado os representais legais

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do menor podem recorrer e devem procurar a Defensoria Pública para conseguir uma autorização judicial. No Rio de Janeiro a Defensoria Pública detém o Nudiversis (Núcleo de Defesa e Diversidade Sexual e Direitos Homoafetivos), que presta apoio jurídico especializado em defender a população LGBT. O projeto de lei que criminalizava a homofobia (PLC 122/2006) foi arquivado no ano passado. Esse projeto que criminalizava a homofobia sofreu uma forte campanha de políticos conservadores e da bancada evangélica. O Pastor evangélico Silas Malafaia fez uma campanha dura contra a aprovação desse projeto de lei. E como sempre usou do seu poder para divulgar falácias sobre o projeto de lei.

Modelo transexual Viviany Beleboni protesta contra bancada evangélica na Parada Gay de 2016

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“Justiceiros”: A antidemocracia travestida de justiça Fonte: revistaforum.com.br (30/05/16)

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significado da palavra “justiceiro”, no dicionário, está ligado àquele que se empenha na aplicação da justiça, que é severo e rígido no fazer cumprir a lei. Mas, em uma sociedade na qual compete ao Estado a aplicação das leis, o significado da palavra “justiceiro” toma um sentido diferente e passa a ser atributo de quem viola as normas vigentes para fazer, supostamente, “justiça”. As ações de pessoas ou grupos que tentam fazer valeu seu próprio código moral, mesmo à margem da lei, tem ganho repercussão. O caso mais notório foi o do jovem de 15 anos que foi preso nu a um poste, no Rio de Janeiro, por um cadeado

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de bicicleta, ocorrido em 31 de janeiro. Desconfiados de que o adolescente pudesse ser um assaltante, um grupo com cerca de 14 outros jovens o espancaram a pauladas, tirando-lhe, inclusive, uma parte da orelha. Uma artista plástica que passava no local viu o menino preso e denunciou o caso nas redes sociais. Dois suspeitos de terem prendido o garoto ao poste foram detidos pela polícia, mas acabaram sendo liberados depois de pagar fiança. O episódio ganhou grande repercussão na mídia principalmente depois que uma apresentadora de telejornal, Rachel Sheherazade, expressou, ao vivo, sua opinião sobre o caso, apoiando a atitude dos justiceiros. Ao mesmo tempo em que inúmeras pessoas

expressaram indignação diante da declaração da jornalista, outra parcela da sociedade não só concordou com sua opinião como também aprovou esse tipo de atitude dos chamados “justiceiros”. Essa tendência em apoiar esse tipo de ação só é fortalecida à medida que os casos, que não são novos, não cessam. Em meio à repercussão da notícia do jovem acorrentado, o deputado federal Fernando Francischini (Solidariedade – PR) chegou a chamar as pessoas que cometem atos de tortura e linchamento contra supostos criminosos de “gente do bem”. No mês passado, um outro episódio parecido ganhou as manchetes internacionais. Foi divulgado nas redes sociais um vídeo em que um


como “justiça à brasileira”. Na ocasião, novamente, ninguém que participou do linchamento foi preso. Até hoje não existe uma contabilização formal de quantos casos de justiça feita com as próprias mãos aconteceram ao longo da história ou mesmo recentemente, isto por que esses casos, na maior parte das vezes, sequer são registrados e, quando são, ficam arquivados sob diversas outras tipificações. Essa prática, no entanto, ganha e perde visibilidade com o passar do tempo. Não é preciso recorrer a arquivos para saber que a “justiça à brasileira” é algo que está incorporado no seio da sociedade e que, os casos mais recentes, talvez só tenham tido tanta visibilidade por conta da disseminação informações pelas redes sociais.

tribais, e foi trazido a partir de uma cultura punitiva branca, católica e inquisitorial, que, na visão de Eduardo Pazinato, membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, permeia até hoje na mentalidade da maior parte dos brasileiros. “A questão que está de fundo nessas práticas de ‘auto justiça’ está relacionada à cultura de punição, que se dá a partir do emprego da dor, mesmo que essa punição se dê de forma apartada de uma instituição político-organizacional. Temos um problema estrutural. Antes de ser político, é socio-cultural, faz parte

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das representações sociais da própria relação com o outro, pautada pela lógica punitiva, aponta. “Temos um conjunto de concepções sobre segurança que estão amparadas por essa lógica. Encarceramento em massa, assassinatos de criminosos, punições que violam os direitos humanos e justiçamentos são práticas tratadas pela sociedade como legítimas, infelizmente.” Outra vitima dos justiceiros amarrado a um poste. Dessa vez, um doente mental, no Rio de Janeiro. O coordenador geral do Movimento Nacional de Direitos Hurevistaforum.com.br

Mentalidade punitiva: a lógica dos justiceiros O mais antigo episódio do gênero que sem tem notícias no país, de acordo com pesquisa feita e publicada em artigo pelo sociólogo José Martins de Souza, aconteceu em 1585 em Salvador, na Bahia. Na ocasião, Antônio Tamandaré, um índio que liderava um movimento messiânico, foi espancado, estrangulado e teve a língua cortada por inúmeras pessoas, inclusive por outros índios que o seguiam. Para o sociólogo, esse tipo de comportamento é completamente alheio às tradições Menor amarrado em poste no Flamengo

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noticias.uol.com.br

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No Rio de Janeiro, justiceiros tentam resolver problema da violência fazendo justiça com as próprias mãos

própria cultura social punitiva só é ampliada com isso. O sistema de justiça é completamente aquém das necessidades. Não acessa e nem é acessado nos bolsões onde mais ocorre a violência”. Marques aponta ainda que a descrença da população em relação à polícia e ao sistema de justiça é outro fator agravante. “A ausência do Estado somada à falta de entendimento da população de como fazer o controle da segurança, faz a sociedade querer agir por conta própria. Falta uma política educacional, um debate com a população. Não há espaços públicos para debater a contenção da violência. É muito comum ver, no centro das cidades, no metrô, ou seja lá onde for, alguém ser assaltado e a população se revoltar. Isso ocorre

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não pelo ato em si, mas por saberem que não haverá nenhuma punição”, pondera. “A violência fugiu ao controle. As pessoas se sentem acuadas em ver um crime organizado cada vez mais implicado com a polícia. Ainda há, por parte da polícia, um trabalho muito ineficiente no caráter preventivo e investigativo.” Ariadne Natal, socióloga e pesquisadora do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEVUSP), vai além para explicar as origens deste tipo de atitude. “Trata-se da soma de alguns fatores e as justificativas para isso acontecer mudam ao longo dos anos e da situação. Nos anos 80, por exemplo, a principal justificativa em episódios do tipo, era a ausência do Estado. Com o tempo, aparecem mais motivos alegados, estes, por

sua vez, em relação à insuficiência desse Estado em termos de resposta adequada. A polícia prende mas solta, não é capaz de fazer uma investigação adequada. A questão da vingança também é algo que permeia, ao invés de usar o Estado como mediador, faz-se justiça com as próprias mãos, o que é algo completamente ilegal e uma resposta conservadora que passa por cima de tudo aquilo que temos como base numa sociedade, a democracia”. Democracia em risco O último caso noticiado pela imprensa em que houve ação de justiceiros ocorreu em Sorocaba, interior de São Paulo, no mês passado. Um adolescente furtou um frasco de xampu em um pequeno supermercado e, ao perceber, o dono do


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No Rio de Janeiro, fazer justiça com as próprias mãos virou moda

acredita que é preciso dar mais atenção a esse tipo de violência e que uma mudança de postura do Estado é urgente. “Se isso não for coibido, se essas pessoas não forem procuradas para um diálogo e se não reciclar esse diálogo em processos pedagógicos de educação, direitos humanos e cidadania, se não levarmos para o siste-

ma judiciário, ainda que falho, vamos provocar a barbárie. Se isso não for tratado com seriedade vamos chegar a uma sociedade que não tem lei, cada um por si. Será criada uma crise de convivência social muito grande, as pessoas vão voltar a andar armadas e aí, na minha concepção, se instabilizará a pouca paz social que ainda existe. Nos

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grandes bolsões de pobreza isso já acontece e as pessoas vivem com leis próprias”, prevê Marques. Pazinato, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, conta com consequências ainda mais graves. Para ele, a própria democracia está em risco. “Não trato nem como uma crise, por que se crise fosse já teria sido superada. É um problema crônico que temos no Brasil em relação à violência. De alguma forma, é derivado dessa percepção social de que apenas com mais violência, seja por pessoas ou seja pelas instituições públicas, conseguiremos resolver os problemas. Não só não conseguimos como acabamos por acirrar esses problemas”, acredita. “Quanto mais punições, desabrigo das garantias de direitos individuais, mais encarceramentos, mais esse ciclo vicioso se reproduz pela sociedade. É um risco para a democracia. A partir do momento que deslegitimamos o sistema de justiça, acabamos por desconstruir os canais de processamento, de administração dos conflitos e fragilizamos o estado democrático de direito, que é um mecanismo de organização social que deve estar pautado pela garantia dos direitos humanos. Um último aspecto consequente dessa mentalidade punitiva é a reprodução do sentimento de medo e insegurança. Isso abala as relações humanas. As pessoas se relacionam cada vez menos, moram em condomínios fechados. Isso vem justamente ao

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contra os chamados colarinho branco, contra o patrimônio, e não é eficiente em crimes contra a vida. Isso faz a sociedade se afastar do sistema de justiça”. A questão da seletividade do sistema judiciário, para Pazinato, é outro problema crônico que se soma à ineficiência da polícia para investigar e prevenir a criminalidade. Para ele, as pessoas estão descrentes das políticas públicas como um todo. “As pessoas começaram a questionar cada vez mais a baixa qualidade das políticas públicas. Quando restringimos isso à polícia, nós percebemos

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uma baixa qualidade de investigação criminal. De cem pessoas que matam, 8 são identificadas. A condenação é menor ainda, entre 1% e 3%. Apesar de algum esforço, temos um nível bastante diminuto de identificação de responsabilidades”, avalia. “Somado a isso, temos outra questão: o perfil dos encarcerados no Brasil continua sendo o de pobres, negros e jovens. Evidentemente isso se dá por que o filtro de atuação do sistema penal continua focado nessa distinção social. Nós não temos esse grau de indignação social contra os crimes de colarinho branco, mas temos

quando é um simples assalto, principalmente praticado por um jovem negro e pobre. Essa seleção continua sendo fator fundamental de distinção e ao mesmo tempo de embasamento dessa cultura punitiva. Por conta disso, esses jovens acabam sendo os inimigos do direito penal e também os inimigos dessa cultura punitiva”, pontua. E agora, o que fazer? Para combater a mentalidade de punição e violência como forma de estabelecer ordem e ainda prezar pela democ-


delegacias não podem ser apenas repressivas, a própria polícia tem que ter uma outra concepção de atender, de prevenir. Tem que haver espaços que promovam diálogos sobre como construir processos de segurança cidadã, com base na democracia constitucional, o sistema prisional tem que reinserir, e não excluir. E não é só a polícia em si, mas a Justiça como um todo, que tem, em sua concepção, uma origem num programa militar, o Pacto de Washington. O Brasil adotou um modelo de segurança pública em detrimento de um programa de segurança social. A ditadura de 64 mexeu e militarizou as polícias, as escolas, as universidades…”, analisa. “E não podemos esquecer que, para mudar a concepção da Justiça, é primeiro preciso fazer esse debate com a sociedade sobre um novo modelo de segurança. Segurança deve ser compactuada, e não imposta. A segurança cidadã, social, é um processo que tem que se compactuar com o coletivo, não se pode centralizar em uma única ordem, um único secretário. A polícia tem que ser desmilitarizada mas o sistema de justiça como um todo também. Dessa lógica militar da Justiça que vem o alto índice de encarceramento.”, explica Rildo Marques. Marques ainda fez uma comparação para evidenciar como seria um sistema judicial mais presente na sociedade, o que contribuiria para evitar os episódios de justiça por conta própria. “Berlim, por exemplo,

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bloglaurabotelho.blogspot.com

tem 3 milhões de habitantes e 300 varas cíveis. Na cidade mais populosa da América do Sul, São Paulo, com 12 milhões de habitantes, as varas cíveis não passam de 100. A Justiça, além de ausente, é cara e inacessível.” É exatamente por isso que Fórum Brasileiro de Segurança Pública, segundo Pazinato, vem lutando para se criar um debate nacional em torno da reforma do sistema de segurança e justiça no país.

“Precisamos de uma profunda reforma que possa justamente recolocar as questões nos devidos lugares. O acesso da população à Justiça é diferenciado, principalmente o da população mais pobre. Precisamos equalizar isso, por exemplo, fortalecendo a defensoria pública e métodos alternativos de resolução de conflitos. É preciso fazer projetos que lidem com a capacitação de lideranças comunitárias, pautadas na lógica

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Coletiva

Produção de alimentos orgânicos avança na contramão da crise Uma promissora agricultura desafia a crise. No país inteiro, o número de produtores orgânicos quase dobrou nos últimos dois anos.

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Coletiva

O Brasil e o excessivo uso de agrotóxicos Isadora de Barros Em Silva Jardim, um dos municípios mais pobres do estado do Rio, uma fazenda que começou a produzir há apenas quatro anos, a partir do zero, hoje tem 32 empregados. O primeiro passo foi reflorestar a área, que estava devastada. Só depois vieram as plantações: milho, pupunha, maracujá, mandioca. O Circuito Carioca de Feiras Orgânicas já está em mais de 10 bairros do Rio de Janeiro oferecendo alimentação saudável e bem-estar para os moradores. As Feiras Agroecológicas acontecem semanalmente, contam com o apoio das Subprefeituras e têm parceria com Secretaria Especial de Ordem Pública Atualmente, acontecem nas praças dos bairros Glória, Ipanema, Leblon, Peixoto, Barra da Tijuca , Jardim Botânico, Tijuca,

Leopoldina, Arpoador, Flamengo, Botafogo, Laranjeiras, Urca, Freguesia e Ilha do Governador, e os organizadores, visando ampliar o circuito para novos bairros, permanecem em diálogo com outros grupos ligados à agroecologia. ‘’O consumo orgânico é fundamental para que a sociedade resgate o contato com o meio ambiente, porque o alimento cultivado sem agrotóxicos respeita a sazonalidade e o ciclo natural da terra. Entender o ser humano como um participante deste ciclo natural, sem explorar de forma grotesca nem a natureza, nem a mão de obra é um novo olhar que estimula hábitos sustentáveis’’, destaca o feirante Antônio Soares de 38 anos, que também é biólogo e professor.

Segundo ambientalistas, o Brasil é, desde 2008, campeão mundial no uso de agrotóxicos, cabendo a cada brasileiro o consumo médio de 5,2 litros de veneno agrícola por ano, independente da classe social. O modelo de agronégocio instalado aqui exporta, em sua maioria, soja, milho e cana, que ocupam a maior parte da área agricultável e não dão espaço para alimentos básicos. A pulverização de agrotóxicos já atingiu negativamente até populações indígenas, que desenvolveram doenças de pele e má formação fetal. Atualmente, já existem diversas campanhas contra o uso de agrotóxicos, como a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, que tem o objetivo de sensibilizar a população brasileira para os riscos que os agrotóxicos representam, anunciar um novo modelo de produção de alimentos baseado na Agroecologia e vem crescendo com o número de apoios.

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Temer quer cortes em saúde e educação

Presidente interino vai insistir na proposta de desvincular benefícios do mínimo

Luan Toja Fonte: Murilo Rodrigues e Adriana Fernandes, do Estadão em 26/04/2016 Foto: Wikipedia

Brasília - Para escapar de uma alta inevitável de impostos neste primeiro momento, o grupo que apoia o presidente Michel Temer vai insistir na proposta de desvincular benefícios - incluindo os da Previdência - dos reajustes concedidos ao salário mínimo. A aprovação dessa medida, impopular, mas necessária, segundo conselheiros do vice, seria possível graças a uma “onda” receptiva d o

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Congresso às propostas do governo Temer para solucionar a crise brasileira. A ideia é acabar também com as vinculações constitucionais, como gastos obrigatórios com saúde e educação, que engessam o Orçamento federal. A avaliação é de que esse caminho é mais viável do que a elevação de tributos num momento de recessão da economia. Segundo os assessores de Temer, agora é hora de cortar despesas, em vez de aumentar as receitas. A adoção dessas medidas seria uma forma de sinalizar ao mercado que o governo de Temer estaria preocupado em resolver a questão fiscal pela via das despesas. Temer também se compromteria com uma reforma mais estrutrante, dos gastos da Previdência Social.

Interlocutores de Temer reconhecem, porém, que é quase impossível resolver o rombo das contas públicas sem mexer, mais adiante, na carga tributária. O diagnóstico agora é de que a elevação de tributos aumentaria a inadimplência. Segundo técnicos do governo, o quadro fiscal tende a piorar porque o déficit de R$ 96,6 bilhões previstos para este ano conta com recursos que, já se sabe, não se realizarão, como a CPMF e outras receitas extraordinárias. A arrecadação com o fim da isenção da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para eletrônicos está abaixo do esperado. A aposta para melhorar um pouco a situação fiscal continua sendo a arrecadação com repatriação de divisas.


Gesto político O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, ressaltou nesta segunda-feira, 25, a importância dessas receitas. Para ele, o volume poderá ser maior caso Temer assuma pela melhora da confiança dos agentes econômicos. No domingo, Skaf se encontrou com Temer para entregar uma proposta de ajuste fiscal sem a elevação de impostos. Mas ele reconhece que o enxugamento da máquina pública não implica uma economia muito grande, mas cria um gesto político favorável. Para José Roberto Afonso, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV), não há espaço para aumentar a carga tributária. “O Brasil está viciado em tentar resolver o quadro fiscal sempre pelo lado das receitas”, afirmou. Segundo ele, não dá para pensar em aumentar tributos num cenário como o atual, de depressão

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econômica. “Não é uma questão econômica, mas física”, disse. Ex-secretário da Receita no governo de Fernando Henrique Cardoso, Everardo Maciel afirmou que a carga tributária chegou no limite para acompanhar o aumento dos gastos. “As despesas são uma caixa-preta e há espaço para reduzi-las”, disse. Relator do Orçamento de 2016, o deputado Ricardo Barros (PP-PR) tem pronta uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que desindexa todas as despesas do Orçamento e desvincula todas as receitas. Ele apresentou a proposta ao grupo de Temer e crê que há viabilidade política para aprová-la. A PEC vai ao encontro do que defende o documento Uma Ponte para o Futuro, do PMDB. O fim da indexação é uma das pilastras do orçamento defendido pelo partido. Para os economistas ligados à legenda, é “indispensável” que se elimine a indexação de qualquer benefício ao valor do salário mínimo.

Foto:: Valter Campanato

Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.

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Isenção pagaria servidores do estado por mais de cinco anos Luan Toja Fonte: Nelson Lima Neto e Pollyanna Brêtas do Extra em 09/03/2016 Foto: Alexandro Auler / Agência O Globo

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governo do estado, que ontem pediu “compreensão” aos servidores públicos por conta do atraso no pagamento dos salários de fevereiro — que deveriam ser depositados hwoje, mas só serão creditados na próxima sexta-feira —, foi alvo de um relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCERJ), apontando a concessão de diversas isenções fiscais a empresas, entre 2008 e 2013, num valor total estimado de R$ 138,6 bilhões. A informação foi divulgada ontem, pelo blog Na base dos dados, do jornal O Globo. Essa montanha de dinheiro para beneficiar empresários seria suficiente para pagar cinco anos e três meses de vencimentos ao funcionalismo, já incluindo o 13º salário. Esse cálculo tomou por base a folha de pouco mais de R$ 2 bilhões, paga em janeiro, segundo o Caderno de Recursos Humanos da Secretaria estadual de Planejamento. O relatório já foi apresentado aos conselheiros do TCE-RJ, mas ainda não foi votado. No documento, o relator José Gomes Graciosa analisou, com técnicos

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do tribunal, a elevação dos totais de isenções concedidas pelo governo do estado de 2008 a 2013, ano a ano. Empresas de vários segmentos foram favorecidas, como as dos setores automotivo e de petróleo, energia elétrica e bebidas. A questão é que os benefícios fiscais contemplaram até empresários de ramos específicos, de pouco alcance para a população, como o de joias e pedras preciosas. A análise do relatório sobre as isenções estava marcada para ontem, mas Aloysio Neves, um dos conselheiros do TCE-RJ, pediu vista do documento para analisar melhor os números. — O relatório é muito extenso. São 200 páginas — disse Neves: — Não estou antecipando meu voto, mas a análise deve ser mais abrangente, já que se trata de uma política fiscal. Talvez a análise seja no sentido de alertar o governo que é chegada a hora de rever essa política (de concessões de isenções fiscais, comuns naquele período analisado). Mas essa não é a causa da crise estadual — completou. Ainda não há uma data para o relatório será votado. O presidente do TCE-RJ, Jonas Lopes de Carvalho Júnior, afirmou que “só irá se pronunciar após deliberação sobre o caso”.


Coletiva Foto: Kiko

Servidores protestam contra o governador Pezão em frente à Assembléia Legislativa.

Promessa é pagar servidores na sexta-feira A montanha de dinheiro que deixou de entrar nos cofres públicos em seis anos hoje salvaria Pezão, que agora tenta conseguir R$ 1,445 bilhão para pagar os 468.621 ativos, inativos e pensionistas que ainda não receberam seus salários de fevereiro. A Secretaria estadual de Fazenda não especificou quanto falta para fechar a folha, mas trabalha com a promessa de que o pagamento será feito no dia 11. Ontem, ao anunciar o atraso, o governo pediu a “compreensão dos servidores” e voltou a citar os problemas econômicos vividos pelo Rio.

O histórico da crise só piora. Os salários de novembro foram pagos em dezembro, de forma parcelada, a quem recebe mais do que R$ 2 mil. Já segunda parte do 13º foi dividida em cinco prestações, até abril. Para minimizar os atrasos, o calendário de pagamentos foi alterado do segundo para o sétimo dia útil. — Aguardo uma ajuda do governo federal — disse Pezão, ontem, após uma reunião com governadores em Brasília.

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Coletiva Foto: super.abril.com.br

20 mais ricos do Brasil têm tanto

quanto 17 milhões de pessoas da classe média Luan Toja Fonte: Alexandre Versignassi e Felipe Germano em 14/12/2015 Que a desigualdade de renda no Brasil é grande, você já sabe. Mas quão absurda é essa disparidade? Todo ano a revista Forbes lista quem são os bilionários mundiais. Segundo o levantamento, 1826 fazem parte desse clube. E os brasileiros, claro, estão ali no meio. 54 deles para ser mais exato. Se somarmos o patrimônio apnas dos 20 mais bem colocados representantes do Brasil, teremos um montante de US$ 130,6 bilhões, com o dólar a R$3,80,

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esse valor dá R$496,28 bilhões. Meio trilhão de reais. Na prática, isso significa que, com um grupo de pessoas que cabe numa kombi, você encontra, em média, o patrimônio que teriam somados 16,9 milhões de pessoa classe C. A conta tem como base um relatório divulgado pelo governo federal, onde é dito que foram necessários 270 bilhões de reais para construir habitações para 9,2 milhões de pessoas. Como um apartamento é, de longe, o bem mais valioso que a classe média baixa tem, a estimativa é a de que o meio trilhão de reais que o top 20 detém equivalha à “fortuna” somada de 16,9 milhões de brasileiros da mesma classe social daqueles elegíveis para o bolsa família.


Coletiva Foto: arsenalempreendedor.com

Calma que piora: as listas de bilionários não são feitas com base no que o sujeito tem em conta corrente (até porque nem a Forbes nem ninguém tem acesso a isso - a não ser que o endinheirado tenha problemas graves com a Justiça). O que eles fazem é estimar a quantidade de ações que cada um tem das empresas que possui

(um dado público), ou eventualmente somar a quantidade de imóveis que ele tem. Ou seja: se um cara até ganha um salário digno, mas não tem nem imóvel nem aplicações finaceiras significantes, esquece: nem uma quantidade INFINITA desse cara daria um Lemann. Esse cara, aliás, sou eu. E pode ser você.

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Foto: Evandro Teixeira

Coletiva

Salário mínimo na ditadura e hoje Ele é um vetor de enorme importância para a sociedade brasileira. Quando é reduzido, promove degradação distributiva e desigualdade social. mínimo, deixando o seu valor ser corroído pela inflação.No governo de Gaspar Dutra, não foi concedido qualquer reajuste ao salário mínimo, que perdeu 40% do seu valor real. O salário mínimo alcançou um de seus valores reais mais altos exatamente um mês salário mínimo foi instituído por Getúlio Var- antes do golpe de março de 1964. gas em 1940. A cada 1º de maio é comemorado o dia do trabalhador e também o dia do salário Seu valor em fevereiro daquele ano, corrigido monemínimo. Há 74 anos, em discurso na cidade do Rio de tariamente para os dias de hoje, era um pouco supeJaneiro, o presidente anunciou: “...assinamos hoje um rior a mil reais. Desde o início da ditadura até o seu ato de incalculável alcance social e econômico: a lei fim, a tendência foi de perda do poder de compra do que fixa o salário mínimo para todo o país”. salário.

Luan Toja Fonte: João Sicsú da Carta Capital, em 30/04/2014

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Desde a sua criação até o golpe de 1964, três presidentes defenderam o valor real do salário mínimo: Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e João Goulart. Neste período, Eurico Gaspar Dutra, que governou o Brasil de 1946 a 1951, foi o grande adversário do salário

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Durante a ditadura, os ministros da Fazenda mais proeminentes foram: Otávio Gouveia de Bulhões, Antônio Delfim Netto e Mário Henrique Simonsen.No início dos anos 1960, apesar da inflação, João Goulart promoveu reajustes para defender o salário mínimo.


Coletiva

No dia 24 de fevereiro de 1964, dias antes do golpe, o presidente João Goulart deu aumento de 100% para o valor do salário mínimo. No ano de 1963, já havia concedido aumento superior a 56%. Contudo, acreditava que o remédio definitivo seria a derrubada da inflação. No histórico comício de 13 março de 1964 na Central do Brasil, bradou: “Governo nenhum, trabalhadores, povo nenhum, por maior que seja seu esforço, e até mesmo o seu sacrifício, poderá enfrentar o monstro inflacionário que devora os salários, que inquieta o povo assalariado, se não forem efetuadas as reformas de estrutura de base exigidas pelo povo e reclamadas pela Nação.” Com o golpe de 1964 e a implantação da ditadura, um novo modelo econômico foi imposto. O pacto entre os militares e os empresários era pela promoção do crescimento econômico e realização de investimentos públicos e privados.

de custos que representava a folha de pagamento – além de favores concedidos pelos militares a determinados setores econômicos. O arrocho salarial não era uma maldade a mais do regime ditatorial, era sim um vetor importante do modelo econômico de crescimento e investimento. A ditadura durou 21 anos e, neste período, o salário mínimo perdeu, em termos reais, mais de 50% do seu valor.

E assim foi feito. Mas foi um modelo concentrador de renda que dilapidou o salário mínimo. A ideia que justificava esse modelo foi expressa pelo então ministro Delfim Neto que dizia que era necessário, primeiro, fazer o bolo crescer para, depois, distribuí-lo. O ambiente de repressão política e de sindicatos sufocados favoreceu o arrocho salarial, incluindo aí o salário mínimo. E, de fato, o bolo sugerido pelo ministro Delfim cresceu. O setor público fez grandes investimentos à custa da elevação do endividamento externo.

O salário mínimo é um vetor de enorme importância para a sociedade brasileira. Quando é reduzido, promove degradação distributiva e desigualdade social. E o contrário é verdadeiro. Portanto, grande parte das conquistas sociais dos anos 2000 pode e deve ser atribuída à política atual de recuperação e valorização do salário mínimo, que hoje está no patamar do início dos anos 1960. Apesar da boa política de valorização do seu valor, ainda está no meio do caminho de sua recuperação e está longe do patamar da dignidade.

O setor privado também fazia grandes investimentos financiados pela folga financeira devido à redução

Durante a ditadura, a concentração de renda aumentou de forma extremamente significativa. A inflação, que era alta nos tempos de João Goulart, disparou. Além disso, o Brasil vivenciou grandes movimentos migratórios, do norte e do nordeste para São Paulo e Rio de Janeiro e do campo para as cidades. Sem empregos, renda e direito à moradia nas cidades, que representavam sonho e esperança, as favelas surgiram como alternativa e como problema urbano e social.

Foto: nailharga.blogspot.com.br

Existe uma ameaça no ar. A regra atual de reajuste do salário mínimo terminará em 2015. Conselheiros do PSDB e da oposição orientam seus seguidores para pressionar pela quebra da regra porque o salário mínimo estaria alto demais. Estaria retirando competitividade das empresas. Pode-se perceber: o vocabulário é mais moderno. Mas é a velha ideia dos tempos da ditadura: menos salários para haver mais investimentos. Última mensagem: qualquer central sindical somente deveria apoiar um candidato a presidente em 2014 se e quando houvesse o compromisso de manutenção da regra atual que recuperou, nos últimos 10 anos, em mais de 70% o valor real do salário mínimo. O objetivo: manutenção da trajetória de recuperação do salário mínimo. A meta: um salário mínimo digno como vetor de mais justiça e igualdade social.

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Rio

Coletiva

Que cidade é essa?

Transporte!

Habitação!

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Coletiva

Um panorama sobre os desafios dos cariocas às vésperas dos Jogos Olímpicos de 2016

Segurança!

Saúde!

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Coletiva

Transportes Foto Agência Brasil

Bárbara Schneider São 1.255 km² de área bela e caótica, a cidade do Rio de Janeiro entrou em estágio de atenção no mës de abril por conta de um protesto de taxistas contra o mundialmente polêmico aplicativo Uber. Com mais de 125 km de congestionamento, a Prefeitura recomendou à população que usasse os transportes públicos. O problema: as obras para os Jogos Olímpicos ainda não terminaram, transformando a cidade num camin-

ho de rato. De acordo com o prefeito do Rio, Eduardo Paes, as Olimpíadas trarão um legado de mobilidade urbana que mudará a cara da cidade e facilitará a vida do carioca. Movimentando mais de R$ 37 bilhões, cerca de USD 10 bilhões, a verba é destinada a construção de VLTs (Veículos Leves sobre Trilhos), corredores de ônibus expressos (os BRTs) e a duplicação de túneis e vias que conectam as Zonas Sul e Oeste do Rio de Janeiro.

Concorrente do Uber chega ao Brasil Exame.com

A Uber não é a única empresa de tecnologia que oferece transporte individual para cidades Uma das rivais é a Cabify, uma companhia espanhola que desembarca no Brasil neste ano, começando pela cidade de São Paulo, e promete oferecer um serviço de qualidade com preços competitivos, tanto em relação ao Uber, quanto aos táxis. O valor de cada corrida será calculado com base na distância que será percorrida. O preço exato é informado ao cliente pelo aplicativo do Cabify. O tempo do percurso não é relevante na cobrança, somente a distância. O Uber, assim como os táxis, cria seus preços com base nesses dois quesitos, além da tarifa-base.

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Coletiva No entanto, a moradores de locais afastados do Centro e de pontos turísticas sofrem com a escassez de ônibus. O projeto da Secretaria Municipal de Transporte de racionalização das linhas da Zona Sul desagrada boa parte da população e é vista por críticos como uma higiene social de áreas mais nobres da cidade. A malha metroviária também deixa a desejar. Comparada com o metrô de Londres, última cidade a receber os Jogos Olímpicos, é considerada uma piada de mau gosto. A capital inglesa tem 12 linhas, sendo uma circular e a maioria é interligada. No Rio, duas linhas, que não funcionam ininterruptamente, têm que dar conta de transportar aproximadamente 780 mil passageiros todos os dias, segundo dados divulgados pela concessionária que administra o transporte. Nesse caos, o turista, que já comprou suas passagens para o Brasil, em sã consciência, não pensa em caminhar do hotel aos locais de prova. Em Deodoro, na Zona Norte do Rio, que fica a cerca de 35 km da Barra da Tijuca, 11 competições Olímpicas – como basquetebol, hipismo, ciclismo, hóquei sobre grama e rugby etc – e outras quatro Paralímpicas - tiro esportivo, hipismo, esgrima em cadeira de rodas e futebol de 7 – receberão público de diversos países e de estados brasileiros. Para que este volume de gente possa chegar sem perder os pés no caminho, uma via expressa, o BRT, ligará o Parque Olímpico da Barra da Tijuca ao Complexo Esportivo de Deodoro. A expectativa da Secretaria de Transportes é de 70 mil pessoas diariamente utilizando o serviço. A pasta também afirma que o tempo de viagem entre os dois bairros deve ser reduzido em 80%. No final das contas, a esperança vem calçada em chinelos. Com a conclusão da 4ª linha do metrô, que curiosamente não tem uma terceira, passageiros terão mais uma região coberta pelo serviço: a Zona Oeste, que tem belas praias e abraça boa parte dos locais de competição dos Jogos. Tanto turistas como a população de todo o estado ganham com esta obra que, apesar de atrasada, deve ser entregue a tempo das competições.

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Coletiva

Saúde

Bárbara Schneider As obras para os Jogos Olímpicos não param, mas e se o pedreiro fica doente? No Rio de Janeiro, se o operário for encaminhado ao Hospital Universitário Pedro Ernesto, na Zona Norte do Rio, ele provavelmente não conseguirá ser atendido. Em pleno Dia Mundial da Saúde, o diretor do hospital, Edmar José Alves dos Santos, admitiu que a unidade fechará as portas caso os repasses não forem regularizados até junho. Precária e sucateada, a saúde pública está em agonia e prestes a entrar num coma profundo. O estado já reconheceu que deve mais de R$ 1,4 bilhão ao sistema público de saúde. O Pedro Ernesto, um dos hospitais mais conceituados em quimioterapia e transplantes, corre grande risco de interromper o funcionamento por conta do atraso salarial de terceirizados e residentes, que já não recebem há dois meses. O dinheiro do SUS - Sistema Único de Saúde do país - não é repassado às empresas e à unidade. Em dezembro do ano passado, o governador Luiz Fernando Pezão declarou estado de emergência na saúde por 180 dias. As Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), nesta época, não realizaram procedimentos que não tivessem risco de morte, indo contra o propósito do projeto.

Foto Marcelo Freixo

Foto Agência Brasil

O Conselho de Medicina do Rio também protestou por melhorias na saúde pública A mesma crise abraça o Instituto Estadual de Hematologia (HemoRio), órgão captador de bolsas de sangue para mais de 200 unidades publicas do estado. Também sem receber há dois meses, os mais de 150 funcionários terceirizados estão se desdobrando para que o serviço do principal centro de coleta e distribuição de hemoderivados do estado do Rio não seja interrompido. Mais de 33 categorias entraram em greve neste mês. A saúde, que garante a vida do torcedor, do atleta, do turista que contraiu zika, de políticos e dos próprios funcionários públicos é uma destas em luta. O governo do Estado ainda não confirmou se vai conseguir pagar integramente os salários dos servidores. Enquanto isso, os trabalhadores permanecem fazendo de tudo para garantir a vida do cidadão que precisa de ajuda.

Funcionários do HUPE fazem manifestação na Alerj

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Segurança

Coletiva

Bárbara Schneider

Numa cidade cunhada como maravilhosa, o turista que chega ao Rio mal deveria se preocupar com sua segurança. Porém, o país que vende alegria não traz segurança sequer para quem deveria proporcioná-la. No mês de abril, no intervalo de menos de uma semana, três policiais militares foram assassinados no estado do Rio de Janeiro. Vinícius Moreira Eduardo, de 38 anos, foi baleado na cabeça na madrugada de 14 de abril durante um patrulhamento de rotina em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Bastante afastado dos centros comerciais e da praia de Copacabana, atentados contra quem protege os direitos da população assusta não só quem mora no estado do Rio. No dia anterior, em pleno domingo, o soldado Raphael Nogueira Gomes foi encontrado morto dentro do próprio carro no Santo Cristo, Zona Portuária do Rio. Vizinho ao Santo Cristo, o bairro da Saúde e a Praça Mauá estão sendo revitalizadas para receber turistas para os Jogos Olímpicos.

de resistência, são homens negros. Dos 1.275 autos ocorridos entre 2010 e 2013, 75% dos casos envolveram jovens com menos de 29 anos. No entanto, em totalidade, os casos de letalidade violenta, indicador que abrange todo tipo de homicídio, menos o culposo, registraram uma queda de 8,3% em janeiro deste ano no estado do Rio de Janeiro, em comparação com o mesmo mês de 2015, de acordo com o Instituto de Segurança Pública (ISP). O mesmo instituto lançou no início deste ano uma plataforma de consulta interativa sobre esse grupo de crimes e mostra dados georreferenciados, com perfil das vítimas e distribuição temporal sobre o indicador estratégico. O secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, disse à imprensa que esperava receber cerca de nove mil homens da Força Nacional, mas apenas metade será enviada para reforçar a segurança das Olimpíadas. Beltrame, no entanto, diz estar tranquilo, apesar do grande desafio que se aproxima.

Já no sábado, dia 12 de abril, o sargento Marcelo Tostes foi assassinado numa tentativa de assalto em Muriqui, em Mangaratiba, Costa Verde. A região onde o militar foi executado recebe grande volume de turistas por conta da beleza natural da região, repleta de praias intocadas. Os assassinatos dos agentes refletem uma cultura de desigualdade que ainda permite a morte do negro pobre. Morrem os policiais e morrem os jovens de favela. Segundo dados da Anistia Internacional, divulgados no final do ano passado, quatro a cada cinco vítimas de homicídios decorrentes de intervenção policial na cidade do Rio, os autos

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Habitação Bárbara Schneider

Prédio sem gente, gente sem teto. Um dilema que abraça a maioria das grandes metrópoles também atinge o Rio de Janeiro. Em 2015, a cidade abrigava mais de 5.500 moradores de rua, segundo dados da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social. No final dos Jogos Olímpicos, prédios que abrigarão os esportistas ficarão vazios. E os desabrigados continuarão nas ruas. A Vila dos Atletas, na Barra da Tijuca, contará com 3.604 apartamentos, que serão comercializados pela iniciativa privada por até R$ 1 milhão após as Olimpíadas. Com o grande volume de desabrigados e de populares vivendo em situação de risco, o governo se mostra omisso diante à segurança e bem-estar dos mais pobres e não institui cotas para estes. Nas favelas da Zona Sul, como Rocinha e Vidigal, que beiram as praias mais famosas da Cidade Maravilhosa, moradores também caem nas desgraças da especulação imobiliária. A gentrificação, a instalação da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) e a proximidade dos Jogos Olímpicos elevaram o preço do aluguel da região, que chega a custar R$ 2 mil e expulFoto Ag Brasil

Moradora caminha sob os escombros da Vila Autódromo

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sa quem habita há anos aquele local. Com isto, os cariocas tendem a se mudar para locais cada vez mais afastados dos grandes centros, perdendo vínculos com o lugar onde cresceram e tendo que gastar mais dinheiro e tempo com transporte público. Abandonar o lugar onde se passam vidas inteiras, de gerações a gerações, é complicado. Para as mais de 600 famílias da Vila Autódromo, na Zona Oeste, criada há 40 anos por pescadores, a ferida ainda está aberta. As desapropriações na área começaram em 2014 para que subisse a estrutura da Vila Olímpica. Destas famílias, apenas 30 segue resistindo às propostas da Prefeitura. Com diversos relatos de violência policial, a mobilização dos moradores continua a incomodar. Urbanistas se uniram a causa e montaram um projeto, entregue em 2013 ao prefeito Eduardo Paes. Mesmo com diversas mudanças, mantendo os prédios olímpicos, o chefe do executivo não acatou e seguiu a diante com as desapropriações. A Prefeitura gastou mais de R$ 95 milhões com indenizações às famílias removidas da Vila Autódromo, valor este que poderia ser utilizado na urbanização da comunidade. Paes, no entanto, discorda. Já a relatora especial das Nações Unidas pelo Direito à Moradia Adequada, Raquel Rolnik, denunciou violações da lei no processo de remoção. O legado a ser deixado é de êxodo. Já são mais de 70 mil pessoas desalojadas de suas casas desde 2009. No entanto, a Prefeitura afirma que todas essas pessoas foram reassentadas e indenizadas. Em meio ao espetáculo, milhares de cariocas assistirão sentados na calçada de alguma rua afastada de turistas e de qualquer resquício de cidadania aos caríssimos Jogos Olímpicos.


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França e o comprometimento

Isadora de Barros

Mudar alguns hábitos incorporando pequenas atitudes que envolvem consciência ambiental pode ter um grande impacto na preservação do meio ambiente. No entanto, o estímulo vindo do governo às vezes é mais eficaz, como tem acontecido na França. A pressão da sociedade no governo francês deu certo na França, onde a lei do consumidor tenta controlar o elan da indústria e incentivar o consumo sustentável, além de ter colocado em prática projetos significativos em relação aos impactos ambientais. A educação ambiental mostra-se necessária para que o ser humano saiba manter os recursos de forma equilibrada e para a construção de cidadãos conscientes.

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a Mercados orgânicos e sem embalagens Batizado de Biocoop 21, uma homenagem à COP 21 (21ª Conferência de Clima da ONU que acontece neste ano), o supermercado não possui sequer uma bandejinha de isopor ouinsulfilm plástico para embalar os produtos. Tudo lá é vendido a granel. A loja vende cerca de 250 tipos de produtos –entre eles pães, frutas, legumes, massas, arroz, iogurte, manteiga e queijo. Todos orgânicos e fabricados por produtores locais. Já parou para pensar na quantidade de lixo que deixaríamos de produzir (e também no montante de dinheiro que economizaríamos) se toda vez que fossemos ao mercado, comprar um shampoo, detergente ou biscoito, levássemos nossas próprias embalagens?


com os avanços sustentáveis

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aTelhado verde e painel solar em aRodovias que transformaramprédios comerciais -se em usinas solares Quais cidades não passam pelo processo de corte de árvores? Quantas obras chamadas de “revitalização” estão destruindo a fauna e a flora local para dar lugar a empreendimentos? Pensando nisso, Paris, a capital da França, adotou uma medida que pode ser um pequeno grão na mudança que precisamos. Os telhados verdes são fabricados com plantas e ajudam a aumentar a umidade do ar, sendo um belo auxílio em cidades secas e sem verde. Entre suas principais vantagens, destaca-se que os telhados verdes retêm a água das chuvas e filtram partículas suspensas no ar, como fuligem. Todos os prédios comerciais de Paris são obrigados a ter paineis solares. Mais uma pequena medida-exemplo..

E se as rodovias de um país pudessem funcionar como miniusinas solares? Pois a França pretende revestir 1 000 quilômetros de estradas, no interior do país, com painéis fotovoltaicos, ao longo dos próximos cinco anos. O projeto é fruto de uma parceria público-privada entre a empresa de infraestrutura de transporte americana Colas e o Instituto Nacional de Energia Solar da França (INES, na sigla em francês). Uma vez revestidas por estas placas, as rodovias vão captar a energia do sol e convertê-la em eletricidade, que poderá ser usada na iluminação pública, em prédios e lojas. O recurso promete diminuir o impacto ambiental ce é uma fonte de energia sustentável.

equilíbrio em vida

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O quadro retratando Trump com pênis pequeno que rendeu agressão a pintora

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Ruan Carlos Fonte: BBC Brasil Data: 11.05.2016

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llma Gore sabia muito bem que provocaria controvérsia quando, em janeiro, começou a pintar seu novo quadro: um nu do pré-candidato do Partido Republicano à Presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, em que este é retratado com um pênis pequeno. O quadro também tocava em um tema que já tinha sido abordado antes na insólita e singular campanha pela candidatura presidencial do Partido Republicano, desde que um de seus rivais, o senador Marco Rubio, mencionou as “mãos pequenas” do bilionário - em alusão ao mito popular de que há relação entre o tamanho dos membros. Mas Gore não esperava que as reações a sua obra fossem ser tão violentas. O quadro, Make America Great Again, que usa o mesmo slogan de campanha de Trump, foi revelado na página da artista no Facebook, em 9 de fevereiro. A imagem viralizou, mas logo vieram também reações hostis. Gore conta ter recebido ameaças anônimas em e-mails e posts na rede social - e acabou suspendendo sua conta. Soco No final de abril, porém, o perigo saiu do mundo virtual para o

real: a artista conta que seu nome e dados pessoais vazaram na internet e ela passou a ser insultada em público por simpatizantes de Trump. Em 29 de abril, Gore caminhava pelas ruas de seu bairro, em Los Angeles, quando um carro encostou próximo a ela e seus ocupantes começaram a gritar frases se apoio ao pré-candidato republicano. Um deles desceu do veículo e lhe deu um soco próximo ao olho esquerdo, antes de gritar “Trump 2016!”. WashigtonStarNews A polícia ainda não identificou o agressor.

Artista levou soco no olho esquerdo

“Sei que houve muita violência nessa eleição, mas não esperava isso. Foi a situação mais frustrante e ridícula por que já passei”, contou a artista, de 24 anos. “É triste e assustador. Mas faria tudo de novo. E pintarei Trump com com um pênis ainda menor se for necessário”. O pré-candidato não fez nenhuma menção oficial ao quadro ou à agressão sofrida por Gore. Mas

ele se pronunciou sobre uma série de episódios de conflitos entre partidários e opositores durante a campanha. “Quando as pessoas veem o que está passando em seu país, sentem um nojo incrível. Mas há amor também pelo país. É algo bonito sob muitos aspectos. Mas certamente eu não apoio a violência de maneira alguma”, disse ele em um dos discursos de campanha. Make America Great Again está sendo exposto atualmente na galeria Maddox, em Londres. James Nicholls, diretor e curador da galeria, diz que o público saberá ver o humor no trabalho de Gore. “É (um quadro) controverso e interessante”. A artista, no entan- to, conta que o quadro está na capital britânica porque nenhuma galeria americana quis expô-lo, por motivos de segurança. Gore conta ainda ter sido

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Yaylamag

DN


Londres elege 1º prefeito muçulmano de uma capital da União Europeia

Ruan Carlos Fonte: BBC Brasil Data: 06.05.2016 ondres elegeu nessa quinta-feira o primeiro prefeito muçulmano de uma capital de um país da União Europeia. Sadiq Khan, filho de um motorista de ônibus e de uma costureira, ambos paquistaneses que emigraram para o Reino Unido, venceu com sobra a disputa com o principal rival, Zac Goldsmith, do Partido Conservador. De quebra, Khan recupera para o Partido Trabalhista, após oito anos, o controle da principal cidade do Reino Unido - ele substituirá o prefeito conservador Boris Johnson. Com todas as urnas apuradas, Khan recebeu 56,8% dos votos, contra 43,2% de Goldsmith, contando os chamados votos de segunda opção. Pelas leis eleitorais, quando nenhum dos candidatos atinge mais de 50% dos votos, esse dado é contabilizado. Ao assumir o cargo na manhã deste sábado, em cerimônia na catedral de Southwark, Khan disse que buscará representar todas as

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comunidades de Londres. Afirmou ainda que seu principal desejo é que todos os moradores tenham as oportunidades que a cidade lhe deu. Integrante do Parlamento britânico desde 2005 e advogado, Khan, de 45 anos, liderou em uma disputa que em grande medida representa os dilemas sociais britânicos no século 21. De origens humildes, ele enfrentou um adversário que vem da bilionária e aristocrática família britânica Goldsmith. “Nunca sonhei que alguém como eu poderia ser eleito prefeito de Londres. Agradeço a cada londrino que ajudou a tornar possível o impossivel”, disse Khan em seu discurso de agradecimento após o anúncio. “Tenho uma grande ambição para Londres que me guiará a cada dia como prefeito. Quero que todos tenham as oportunidades que esta cidade deu à minha família.”

Humilde Muçulmano praticante, o político foi mais bem-sucedido em cativar mais o eleitorado de Londres - sendo que atualmente mais de 12% de seus 8,5 milhões de habitantes professam a fé islâmica -, e em uma campanha que ganhou contornos polêmicos. No último domingo, quando pesquisas já apontavam uma vantagem de dois dígitos para Khan, Goldsmith publicou um artigo no tabloide Mail on Sunday acusando os trabalhistas de simpatizarem com o terrorismo - um argumento que ficou ainda mais controverso por conta da ilustração do texto, com uma foto do ônibus atingido por um dos ataques suicidas que mataram mais de 50 pessoas em Londres em 2005. A tática, porém, saiu pela culatra e até figuras públicas ligadas aos conservadores, como a ex-presidente do partido Sayeeda Warsi (que também é muçulmana), criticaram o artigo. Mas o premiê conservador David Cameron pôs

The Guardian

Coletiva


the sun

Khan prometeu congelar tarifas de transporte até 2020

Heatstreet

mano britânico que enfrentará os extremistas” e acusou Goldsmith de tentar assustar e dividir o eleitorado. A campanha eleitoral foi também marcada por acusações de antissemitismo contra os trabalhistas, algo que já resultou em suspensões de deputados e vereadores do partido, incluindo o ex-prefeito londrino Ken Livingstone. Com seis irmãos e uma irmã, Khan cresceu em um apartamento de três quartos em Londres reservado a famílias de baixa renda. Mas cursou a universidade e trabalhou como diretor da ONG de direitos civis Liberty antes de se aventurar pela política - elegeu-se pelo distrito de Tooting, no sul de Londres. Como advogado, fez fama em casos de suspeitas de violações de direitos humanos e de racismo pela polícia de Londres. Goldsmith não poderia ter uma história mais diferente: eleito para o Parlamento em 2010, ele estudou apenas em escolas de elite, incluindo Eton, uma das mais caras do mundo e berço acadêmico da aristocracia britânica. Mas Khan precisará governar também para os eleitores conservadores, sendo que parte deles questiona sua experiência e discernimento para ocupar o cargo. E Londres enfrenta problemas como a disparada no custo de vida e uma infraestrutura envelhecida para os padrões

Coletiva

Khan é filho de imigrante paquistanês

Metro UK

Goldsmith provocou controvérsia com artigo de jornal

europeus. O que o trabalhista já parece ter feito é ter se tornado um símbolo do multiculturalismo britânico, justamente no momento em que a Europa perde o sono com a ameaça do radicalismo islâmico em função dos ataques que recentemente atingiram Paris e Bruxelas.

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Coletiva

Vogue

Ruan Carlos Fonte: BBC Brasil Data: 08.05.2016

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onald Trump agora está perto de garantir sua indicação para disputar a corrida presidencial americana pelo Partido Republicano, algo em que poucos

Seis motivos por que o resultado da eleição presidencial dos EUA já é histórico (seja ele qual for)

El Espanol

apostavam há um ano. A disputa entre os democratas ainda está em aberto, mas parece cada vez mais provável que Hillary Clinton seja a candidata, apesar da vitória do senador Bernie Sanders

no Estado de Indiana, na última terça-feira. Com o cenário mais claro, já é possível afirmar que, qualquer que seja o resultado da eleição, ele será histórico. Eis os motivos:

no dia da posse, em 20 de janeiro, quase seis anos a mais que o presidente mais velho, Ronald Reagan. Trump celebrará seus 70º aniversário em 14 de junho, então ele também será o presidente mais velho do país, caso vença. Por sua vez, Hillary

Clinton fará 69 anos duas semanas antes da eleição, e seria a segunda mais velha a tomar posse, posto atualmente de William Henry Harrison, que tornou-se presidente em 1841 - e foi o último a ter nascido em solo britânico.

1) Um presidente mais velho Quando Barack Obama entrou pela primeira vez pela porta da frente da Casa Branca, em janeiro de 2009, ele tinha 47 anos e foi o quinto presidente mais jovem na história do país - Theodore Roosevelt detém o título por ter tomado posse com 42 anos e 322 dias de idade. O próximo presidente será bem mais velho, aconteça o que acontecer. Sanders terá 75 anos

KLTA

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Visir.is History.com araraunaturismo

2) Nova York no centro da disputa Em ambos os cenários, seja Trump x Clinton ou Trump x Sanders, esta será a primeira disputa presidencial entre nova-iorquinos desde 1944, quando o governador de Nova York Thomas E. Dewey concorreu contra Franklin D. Roosevelt. Quem ganhar desta vez será o primeiro político com base nova-iorquina a ocupar o cargo em 71 anos (e, sim, sabemos que Hillary nasceu em Chicago, mas ela foi senadora pelo Estado e vive nele). 3) Gastos com campanha Se Trump ganhar, será o candidato que menos gastou em muitos anos. Os registros da Comissão Eleitoral Federal mostram que ele investiu US$ 49 milhões (R$ 174 milhões) em sua campanha até o fim de março, dos quais US$ 36 milhões tirados do próprio bolso. Nenhum outro candidato desde o democrata Al Gore, com US$ 126 milhões em 2000, gastou tão pouco. Clinton já usou US$ 187 milhões até agora. Claro que Trump pode gastar ainda muito mais, caso obtenha a nomeação republicana, já que ainda será preciso fazer muita campanha até a eleição em novembro. Mas é provável que fique muito aquém dos gastos de Obama em sua reeleição - quase US$ 556 milhões. 4) Experiência na política Uma vitória de Trump poderia ser significativa por outra razão: ninguém se elegeu presidente em mais de 60 anos sem governar um Estado ou passar pelo Congresso. Mesmo assim, o último presidente sem experiência política, Dwight Eisenhower, foi comandante das

Coletiva

Fotos: a política Sarah Palin; o ex-presidente dos EUA Dwight Eisenhower; cidade de Nova York

Forças Aliadas na Segunda Guerra Mundial antes de ser eleito em 1953. Antes dele, Herbert Hoover, presidente entre 1929 e 1933, era engenheiro e se dedicava a causas humanitárias. Nenhum candidato à Presidência era dono de uma rede de cassinos e hotéis. Trump alega que sua experiência com negócios e o fato de não estar intimamente ligado com o mundo da política são uma vantagem. 5) Uma mulher no comando? Os vários anos em que Hillary está na cena política de Washington podem fazer com que um fato seja ignorado: ela será a primeira presidente mulher se for eleita. O mais próximo que já se chegou disso foi em 2008, quando o republicano John McCain escolheu de forma surpreendente a então governadora do Alasca Sarah Palin para ser sua companheira de chapa. E em 1984, quando o democrata Walter Mondale escolheu Geraldine Ferraro, a primeira mulher a concorrer como vice-presidente por um dos dois principais partidos do país. Nenhum dos dois venceu a disputa. 6) Revezamento democrata? Apenas dois democratas sucederam outro democrata como presidente. O mais recente foi James Buchanan, que ocupou o cargo entre 1857 e 1861. Harry Truman e Lyndon Johnson eram vice-presidentes quando se tornaram presidentes após seus antecessores morrerem. Ambos venceram as eleições seguintes. Portanto, uma vitória de Clinton ou Sanders teria um significado ainda maior para seu partido.

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JapanTimes

Ibtimes

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Inimigos na 2ª Guerra, Japão e Rússia até hoje não firmaram tratado de paz: entenda o motivo Ruan Carlos Fonte: BBBC Brasil Data: 08.05.2016

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ais de 70 anos depois da rendição japonesa em 15 de agosto de 1945, Rússia e Japão ainda não firmaram um tratado após o fim da Segunda Guerra Mundial. E o motivo tem nome: Iturup, Kunashir, Shicotán e Jabomai. As quatro ilhas do Pacífico foram tomadas por tropas soviéticas em 1945, e o Japão diz que elas são suas. Essa disputa por uma área, chamada pelos russos de “Curilas do Sul” e pelos japoneses de “Territórios do Norte”, impede a aprox-

imação e a cooperação entre os dois países. Nesta sexta-feira, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, visitou o presidente russo, Vladimir Putin, em sua residência de férias em Sochi, e entre os objetivos do encontro estava fazer avançar um acordo sobre estes territórios. Mas não é uma tarefa fácil. História controversa O arquipélago das Curilas é formado por 56 ilhas que vão desde a ilha japonesa Hokkaido até a russa Sajalín. Desde os séculos 17 e 18, quando foram exploradas pela Rússia czarista, elas mudaram de mãos várias vezes. Em 1855, Rússia e Japão firmaram o Tratado de

Encontro entre o premiê japonês e o presidente russo é um sinal de progresso nas negociações?

Shimoda, que dava aos japonses soberania sobre as quatro ilhas, enquanto Moscou ficava com as outras mais ao norte. No início da Segunda Guerra, 17 mil japoneses viviam nas ilhas. Em 1949, quatro anos depois de cair sob o controle soviético, todos os residentes japoneses haviam sido deportados. Ao firmar o Tratado de Paz de São Francisco, em 1951, com os Aliados, Tóquio renunciou a seus direitos sobre as “ilhas Curilas”. Isso não resolveu nada, porque a União Soviética não assinou este tratado e porque o Japão nunca reconheceu que as quatro ilhas em questão fazem parte do arquipélago.

Japão e Rússia há tempos prometem fechar um acordo, que nunca vem

JapanTimes

EastAsiaIntel

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Milhares de japoneses foram deportados por soviéticos após a guerra

econômico das ilhas, pois são rodeadas por áreas férteis para pesca, e acredita-se que tenham reservas de petróleo e gás em alto mar. O turismo é outra fonte de receita em potencial, por causa dos vulcões na área e sua variedade de aves. Ultimo Segundo

Japoneses impõem devolução das ilhas como condição para tratado

Avanço à vista? No entanto, a conjuntura atual tem elementos que favorecem um avanço. Depois do acidente nuclear e Fukushima, o Japão vem buscando alternativas à energia nuclear e querendo diversificar suas fontes de hidrocarbonetos para reduzir sua dependência do Oriente Médio - e a Rússia é um fornecedor de energia global. Isso também seria atraente para Moscou, que está com as finanças em crise com a queda dos preços do petróleo e pelas sanções impostas pelo Ocidente após a anexação da península da Crimeia, alvo de uma disputa com a Ucrânia, apoi-

ImigraçãoJaponesaNoBrasil

ada pelas potências ocidentais. Como membro do G7, grupo que reune as nações mais industrializadas do mundo, o Japão participou das sanções impostas à Rússia, por isso a visita de Abe favorece Putin, ao diminuir a impressão de que o presidente russo está ilhado politicamente. No mês passado, Putin celebrou o anúncio da visita do premiê japonês e destacou que isso ocorreria apesar da “pressão de seus sócios, especialmente dos Estados Unidos”. Após o encontro entre os dois chefes de Estado, o ministro de Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov, disse que ambos “confirmaram sua disposição de desenvolver um diálogo político intenso”. Ele informou que Abe confirmou que Putin fará uma visita ao Japão e que o presidente russo convidou Abe para participar de um fórum econômico em Vladivostok em setembro. Além disso, Lavrov anunciou que, em junho, começarão as consultas entre os ministérios de Relações Exteriores de ambos os países sobre um possível tratado de paz e, assim, fazer com que Rússia e Japão deixem para trás uma disputa territorial que se arrasta há mais de sete décadas. Ministro russo sinalizou que os dois países voltarão a dialogar sobre o assunto

RússiaInsider

Em 1956, japoneses e soviéticos reetabeleceram suas relações diplomáticas, mas continuaram sem um tratado de paz, por causa do conflito territorial. A Rússia sugeriu devolver as duas ilhas mais ao sul, mas o Japão recusou, porque elas representam só 7% do território em disputa. Obstáculos à paz Um obstáculo ao acordo de paz é o fato do Japão exigir antes a devolução das quatro ilhas, e Moscou se recusa. Após a desintegração da União Soviética, os dois países chegaram a se comprometer com um tratado para o ano 2000, mas nunca cumpriram a promessa. Em 2001, Putin e o então premiê japonês Yoshiro Mori se reuniram na Sibéria e anunciaram o início de uma nova etapa nas relações, mas não conseguiram progressos nesta questão. Há três anos, os dois países voltaram a dizer que trabalhariam nela, mas ainda não fecharam um acordo. E, agora, a relação volta a ter rusgas, após o Japão considerar uma afronta a construção de instalações mais modernas para as tropas alocadas nas ilhas e a visita do primeiro-ministro russo Dmitri Medvedev aos territórios, habitados por cerca de 19 mil russos. Outra dificuldade é o potencial

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Itália aprova lei que legaliza união homossexual Parlamento aprovou lei por 369 votos a 193; presidente comemorou. Direito já existe na maioria dos grandes países da Europa ocidental.

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Ruan Carlos Fonte: G1 De: 11.05.2016 O Parlamento italiano aprovou nesta quarta-feira (11) a lei que legaliza a união civil entre casais homossexuais, um direito que já existe na maioria dos grandes países da Europa ocidental. A lei foi aprovada por 369 votos a favor e 193 contra na Câmara dos Deputados, depois de ter sido aprovada em fevereiro pelo Senado, convertendo-se definitivamente em lei do Estado. A nova lei estabelece um status para os que convivem -- tanto heterossexuais quanto homossexuais -- e cria para os casais homossexuais uma união civil particular classificada de“formação social específica”.

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O texto estabelece ajuda recíproca moral e material, pensão de sobrevivência, visto de residência para o cônjuge estrangeiro e também a possibilidade de adquirir o sobrenome do companheiro. Depois de dois anos de negociações e de semanas de intenso debate no Senado, o governo decidiu submeter a lei ao voto de confiança e evitar qualquer mudança no texto. “Hoje é um dia de festa para muitas pessoas. Sobretudo para aquelas que se sentem finalmente reconhecidas, para todas aquelas que, depois de muitos anos, contam com direitos civis, de verdade civis”, comentou o primeiro-ministro, Matteo Renzi, no Facebook.

“Escrevemos outra página importante para a história da Itália que queremos. Por isso submetemos a lei ao voto de confiança, não era possível adiar novamente após anos de tentativas frustradas”, comentou. O projeto foi impulsionado pelo governo de centro-esquerda liderado por Renzi, que se comprometeu a levar adiante a lei, mesmo com o preço de cortar a medida que permite que o casal gay adote filhos.


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Museu do Louvre vai fechar para retirar obras por risco de inundação Direção teme aumento do nível do Rio Sena. Parte do acervo será levada para andares superiores. Ana Carolina Gomes Fonte: g1.globo.com De: 02/06/2016 O museu do Louvre, em Paris, fechará na sexta-feira (3) para poder retirar “de forma preventiva” as obras conservadas nos depósitos, ameaçadas diante do aumento do nível do Rio Sena, anunciou sua direção nesta quinta-feira. “O objetivo é colocar a salvo as obras conservadas nas zonas inundáveis, deslocando-as aos andares superiores”, disse o Louvre, que está sob “alerta geral de inundação”. O Louvre é o museu mais frequentado do mundo, com cerca de 9 milhões de visitantes por ano.

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Foto: ideiasnamala.com


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Foto: sputniknews.com

Manifestação em Paris contra gigante americana Monsanto 53


Coletiva Ana Carolina Gomes Fonte: http://zh.clicrbs.com.br De 21/05/2016 Cerca de 1,5 mil pessoas manifestaram-se neste sábado em Paris contra a gigante americana da agroquímica Monsanto, para exigir a proibição dos pesticidas e das sementes transgênicas, segundo estimativas da polícia. Outros protestos deste tipo estavam previstos para outras cidades francesas e do mundo, principalmente em Suíça e Canadá.

Segundo o Greenpeace, 1,2 mil pessoas se reuniram em Morges, perto da cidade suíça de Lausanne. Entre os cartazes exibidos na manifestação parisiense, lia-se “Monsanto, empresa criminosa”. “A Monsanto é o retrato das multinacionais depredadoras”, denunciou Benjamin Sourice, porta-voz do coletivo Engraineurs, um dos que organizaram a manifestação na capital francesa. Sob uma discreta vigilância policial, a manifestação aconteceu de

forma pacífica, ao contrários dos protestos violentos que acontecem na França nos últimos dois meses, contra a reforma trabalhista. Os protestos contra a Monsanto acontecem dias depois que a União Europeia adiou sua decisão sobre a renovação da autorização do glifosato, substância ativa usada em herbicidas e cujas consequências sobre a saúde humana são alvo de debate. O herbicida Round Up, produzido pela Monsanto, contém esta substância.

Foto: sputniknews.com

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O “cannabusiness” ganha impulso em Israel Ana Carolina Gomes Fonte: Le monde De 09/05/2016 Visitar a plantação de maconha do grupo farmacêutico israelense BOL Pharma é quase como uma gincana. Você marca um encontro em frente a uma casinha de madeira, no centro de um vilarejo do norte do país. Um carro passa

para pegar o visitante e o leva até um complexo anônimo, com segurança reforçada e nenhum logo da empresa na parede. Arame farpado, fosso e câmeras de segurança protegem a plantação, onde a cada ano são cultivados cerca de 200 mil pés de maconha para fins terapêuticos. Uma aura de proibição e de segredo continua a

cercar essa indústria, em cujo potencial econômico seus atores continuam a acreditar piamente. Em Israel, a maconha continua sendo uma droga ilegal e perigosa. Mas seu uso medicinal, estritamente regulamentado, é autorizado há cerca de uma década. Hoje, 23.500 pessoas que sofrem de câncer, epilepsia, dores crônicas

Funcionário cuida de plantas de maconha próximo à cidade de Safed, no norte de Israel

e certas doenças neurológicas são autorizadas a consumir a erva para aliviar seu desconforto. Esse número deverá aumentar ainda mais, agora que um projeto de reforma prevê liberar todo o sistema até o verão. O ministro da Saúde, o ultraortodoxo Yaakov Litzman, quer que a prescrição de maconha seja facilitada, assim Foto: Baz Ratner/Reuters

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Coletiva

Foto: Ronen Zvulun/Reuters

Funcionário segura pacote de maconha medicional pertencente ao maior fornecedor em Israel, Tikun Olam, em Tel Aviv

como a venda, em uma ampla rede de farmácias credenciadas. “Nosso avanço nos dá uma vantagem considerável: nenhum outro país pode reivindicar uma presença nesse setor há tanto tempo e um conhecimento tão grande dos princípios ativos da cannabis”, comemora Tamir Gedo, presidente da BOL Pharma, um dos oito produtores que receberam aprovação do governo.

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Sua empresa cultiva maconha desde 2008. Na estufa de floração, uma série de plantas prospera com luz natural. O grau de umidade é controlado por computador, assim como os parâmetros bioquímicos de cada flor, única parte da planta própria para comercialização. O resto deve ser destruído. Assim como muitos de seus pares, Gedo pensa grande e longe. Ele explica que Israel, com

seus mais de 8 milhões de habitantes, menor que uma região francesa como a Lorena, “não pode ser nossa perspectiva econômica”. O empresário quer uma presença internacional, e se lançou na construção de 130 hectares em estufas no mundo inteiro, em países cujos nomes por enquanto ele prefere não revelar. Em Israel, é proibido os produtores exportarem suas flores de cannabis.

“Há certos membros do governo que temem que o país seja retratado como um exportador de armas e de drogas”, explica Michael Dor, médico-chefe da Agência Oficial da Cannabis Medicinal. Então os membros do “cannabusiness” estabeleceram outra meta: comercializar seu conhecimento médico, agronômico e tecnológico.


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Explosão em ônibus em Jerusalém deixa ao menos 20 feridos Ana Carolina Gomes Fonte: noticias.uol.com De: 18/04/2016 A explosão de um ônibus em Jerusalém, em Israel, deixou ao menos 20 feridos, informaram meios de comunicação israelenses. Segundo a polícia, uma

bomba foi detonada na parte traseira do veículo. A polícia não fez menção aos supostos autores do ataque, que ocorreu no bairro de Derech Hebron, no sudoeste da cidade. Em um ato público, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que suas forças de segurança encontrarão os autores. “Encontraremos

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Coletiva quem preparou esta bomba. Encontraremos quem a enviou e quem estiver por trás dela. Acertaremos as contas com estes terroristas”, afirmou. Segundo o boletim policial, vários especialistas em explosivos ainda analisam os destroços do ônibus, que ficou completamente queimado, de outro ônibus que passava ao lado e no qual viajavam os feridos, e de um carro estava atrás, para analisar os estragos. O serviço secreto Shabak investiga se a bomba foi deixada no ônibus, que aparentemente estava vazio, para que sua detonação acontecesse quando os passageiros entrassem, ou se, pelo contrário, um dos feridos graves era um terrorista suicida, informou o serviço de notícias “Ynet”. O diretor da Magen David Adom em Jerusalém, Shlomo Petrover, disse em declarações ao “Chanel 10” que um dos feridos está em estado grave e seis sofreram ferimentos moderados. Os demais têm ferimentos considerados leves. A forte explosão foi ouvida em todo o sul de Jerusalém e a Agência Efe pôde constatar uma coluna de fumaça a uma distância de pelo menos dois quilômetros, assim como a passagem de várias ambulâncias.

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Túnel A explosão ocorreu horas após o Exército de Israel ter anunciado a descoberta de um novo túnel de infiltração construído por militantes do Hamas. O túnel começa na Faixa de Gaza e penetra várias centenas de metros em território israelense. “Neutralizamos o túnel no território israelense, tornando-o inútil para a infiltração de terroristas do Hamas”, disse o tenente-coronel Peter Lerner, portavoz dos militares, em uma teleconferência com jornalistas estrangeiros. O Hamas, grupo palestino que controla a Faixa de Gaza, não comentou de imediato sobre a descoberta, que pode aumentar as tensões ao longo de uma fronteira que vem se mantendo pacífica desde o final da guerra de 2014. Lerner disse que o túnel foi o primeiro a ser descoberto em território israelense desde o conflito de quase dois anos atrás. Durante sete semanas de combates, o Hamas usou túneis que levavam a Israel para se infiltrar em quatro ocasiões, matando 12 soldados. (Com agências internacionais)

Foto: uol.com


Foto: uol.com

Coletiva

Equipes de resgate trabalham no local da queda do helicóptero

Queda de helicóptero deixa ao menos 11 mortos na Noruega Ana Carolina Gomes Fonte: noticias.uol.com De: 29/04/2016 Um helicóptero com 13 pessoas a bordo ficou totalmente destruído depois de cair na costa oeste da Noruega, nesta sexta-feira (29), deixou pelo menos 11 mortos, segundo as equipes de resgate no local. As autoridades continuam buscando os outros dois ocupantes do helicóptero, que levava 11 noruegueses, um britânico e um italiano --duas das pessoas eram tripulantes, e os outros viajavam como passageiros. Nenhum sobrevivente foi encontrado até agora. A aeronave voltava da plataforma petrolífera Gullfaks B, operada pela Statoil no mar do Norte, quando sofreu o acidente. “O helicóptero está completamente destruído”, disse

o porta-voz do Centro de Coordenação de Resgate do Sul da Noruega. “Os serviços de resgate estão fazendo tudo o que podem para encontrar pessoas com vida”. “Ainda não encontramos sobreviventes. Continuamos procurando”, disse Morten Kronen, o agente policial que coordena as operações, à agência Reuters. Imagens ao vivo das redes de televisão norueguesas NRK e TV2 mostraram colunas de fumaça emergindo da área, uma extensão de mar com muitas ilhas pequenas. Destroços vermelhos podiam ser vistos no alto de uma formação rochosa. A área, que fica um pouco a oeste de Bergen, a segunda maior cidade da Noruega, tem um tráfego de helicóptero frequente indo e vindo das instalações de exploração de petróleo em alto mar. A primeira-ministra norueguesa, Erna Solberg, disse no Twitter que a notícia do acidente era “horrível”.

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Netflix offline?

Olhar Digital Rafael Venancio 10/05/2016 m setembro do ano passado, Neil Hunt, diretor de produtos da Netflix, disse que os consumidores do serviço de streaming “não têm interesse” por uma opção de download do conteúdo. No entanto, a possibilidade de oferecer filmes ou séries of-

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fline não foi totalmente descartada pela empresa. Em um evento realizado nesta terça-feira, 19, nos Estados Unidos, o presidente da Netflix, Reed Hastings, comentou o assunto. “Nós temos nos focado tanto no ‘clicar e assistir’, na beleza e simplicidade do streaming”, afirmou. “Mas nós deveríamos manter a mente aberta quanto a oferecer

conteúdo offline.” Segundo Hastings, o principal motivo para essa postura é o crescimento da empresa pelo mundo. Nem todos os países onde a Netflix atua ou pretende atuar possuem infraestrutura suficiente para que os usuários consumam conteúdo por streaming em alta resolução e sem travamentos de qualquer

lugar. Nesses casos, a disponibilidade de certos títulos ou trechos para download seria bem-vinda.”Conforme nós nos expandimos ao redor do mundo, para lugares onde vemos uma oferta desigual de redes, isso [conteúdo offline] é algo a respeito do qual devemos manter a mente aberta”, reafirmou o CEO.

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Coletiva

Steve Foto: Tehnot.com

Tecmundo.com Nilton Kleina 15/08/2015 ma das figuras mais admiradas da indústria da tecnologia é, ao mesmo tempo, uma das mais controversas. Steve Jobs cofundou a Apple, foi demitido da própria empresa e voltou para transformá-la em uma referência mundial em vários setores. Apesar de ser creditado como a grande mente por trás de produtos como Mac, iPod, iPhone e iPad, seu temperamento e a forma com que tratava vários dos funcionários — além de não dar o devido crédito para eles em muitas situações – contri-

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buiu para criar uma imagem única para Jobs. Em seus 40 anos de vida, a Apple se transformou em uma marca de culto que definiu vários aspectos da vida moderna, entre eles a relação das pessoas com seus computadores, telefones e a forma de escutar música e hoje é a empresa mais valiosa do mundo, segundo a Forbes. Após conhecer um pouco mais sobre Bill Gates, agora você confere algumas curiosidades sobre a vida e a obra desse ícone da Maçã. A maior parte dos fatos listados foi revelado ao público logo após a morte do executivo, no livro “Steve Jobs”, escrita por Walter Isaacson.


Jobs

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Oito curiosidades sobre Steve Jobs, o controverso criador da Apple 1) Família Jandali

Steve era adotado. Seus pais biológicos eram os universitários Joanne Carole Schieble, descendente de alemães e suíços, e Abdulfattah Jandali, que nasceu na Síria. O pai de Joanne era contra o casamento e o bebê foi colocado para adoção, sendo acolhido pela família Jobs. O casal se reuniu tempos depois e até tiveram uma filha.

2) Sem curso superior

Steve Jobs não se formou na universidade — mas isso não significa que não gostava de aprender e de educação. Ele fez um semestre no Reed College e largou os estudos, pois ficou entediado e não queria gastar o dinheiro dos pais fazendo o que não queria. Porém, continuou por mais um ano e meio no lugar em aulas que despertaram o seu interesse, como caligrafia, aulas de física e até dança.

3) Sem banho

Não foram poucas as pessoas que falaram para o jovem Steve Jobs tomar um banho. O cofundador da Apple não gostava muito da prática e muita gente reclamava de seu mau cheiro. Quando trabalhava na Atari, em 1974, até foi transferido para o turno da noite para que menos gente fosse... “prejudicada”.

4) Malandragem

Um dos primeiros trabalhos em dupla de Jobs e Steve Wozniak foi vender equipamentos chamados de bluebox, que permitiam qualquer pessoa fazer ligações telefônicas de graça. Eles lucraram cerca de 6 mil dólares nesse brinquedo

5) Criando uma identidade

Calça jeans azul e moletom preto de gola rolê é praticamente uma fantasia de Jobs — e essa roupa tem uma história inte-

ressante. Nos anos 1980, ele conheceu o designer japonês Issey Miyake, que desenhou uniformes para fábricas da Sony. Jobs sugeriu o mesmo para a Apple, mas a ideia foi completamente rejeitada. Em seguida, o executivo pediu pra Miyake fazer uma roupa só para ele que fosse uma espécie de marca registrada ou identidade. Jobs tinha mais de 100 unidades do mesmo agasalho.

6) Religião

Quando criança, Jobs ia à igreja luterana com os pais todos os domingos até ver uma foto na revista LIFE mostrando crianças passando fome na Africa: nesse momento, ele passou a ter reflexões e não admitiu que um Deus permitisse esse tipo de sofrimento. Mais tarde, praticou o budismo durante vários anos, chegando a passar um tempo em peregrinação na Índia em uma espécie de jornada pessoal. Ele nunca deixou a medita-

ção zen de lado e, ao biógrafo, disse que talvez houvesse 50% de chances de existir um deus.

7) De ouvidos

A lista a seguir contém alguns dos músicos favoritos de Jobs e que não faltavam em seu iPod. Alicia Keys, Aretha Franklin, Beatles, Black Eyed Peas, Bob Dylan, Buddy Holly, The Doors, Janis Joplin, John Mayer , Talking, Elton Jonh.

8) Último suspiro

Nada de produtos comerciais: o último projeto de Steve Jobs foi o iate Venus, que ele encomendou com a ajuda do renomado designer francês Philippe Starck. Com 80 metros de comprimento e um custo de mais de US$ 300 milhões, o veículo ficou pronto um ano após a sua morte e hoje pertence à família de Steve. Ele é flagrado volta e meia próximo a alguma ilha paradisíaca.

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A TV do futuro Foto: Cloudfont.com

O YouTube estรก cada vez mais prรณximo de se tornar a nova TV 64


Olhar Digital Renato Santino 06/05/206 YouTube é a TV da atual geração de crianças e adolescentes não é nenhum exagero. A tendência tem sido observada no mundo inteiro, e parece irreversível. A TV convencional vai perder espaço para as mídias online com o passar dos anos, justamente pela liberdade oferecida aos consumidores de conteúdo, em contrapartida com a grade restritiva das emissoras de TV. Assim, soa um pouco estranha a ideia de que o YouTube, que é a TV da nova geração, teria planos de lançar em 2017 o “Unplugged”, um serviço por assinatura que permitiria o acesso a vários canais de televisão, só que pela internet. É uma situação estranha: ao mesmo tempo em que o YouTube (e serviços similares) destroem um mercado, o grupo também tenta abraçá-lo.No entanto, faz todo o sentido do mundo quando você pensa um pouco melhor. A estratégia já tinha ficado clara no ano passado, quando o YouTube obteve no ano passado os direitos de transmissão de um campeonato de futebol, a Copa do Rei da Espanha. O YouTube não quer ser a TV dos mais jovens; ele quer ser a TV dos jovens e dos velhos, e para isso está disposto a enfrentar impérios, e que tem a infraestrutura para transmitir programação em tempo real para milhares ou milhões de pessoas ao mesmo tempo, sem perda de qualidade.

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Gabriel Medina testa prancha da Samsung Foto: Gazeta Esportiva

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E, de fato, se há alguma coisa que precisa ser mudada atualmente são os serviços de TV por assinatura. Não é só no Brasil que os serviços oferecidos por operadoras são ruins. O padrão se repete no mundo todo, com ofertas de pacotes caros, repletos de canais desnecessários, às quais o cliente tem que se submeter para ter acesso aos melhores canais. Se o YouTube conseguir romper esse modelo de negócios ultrapassado e desagradável, certamente terá muita adesão. Se o serviço ainda contar com a vantagem de armazenar o conteúdo para poder ser assistido on-demand, as vantagens seriam ainda maiores. Quando o YouTube começou a falar em transmissão esportiva, nossa ressalva para que uma possível transformação em TV YouTube ocorresse seria a de que seria necessário mais conteúdo para completar a metamorfose. Canais de televisão oferecem este conteúdo aos montes. Seriados? Novelas? Telejornais? Programas de auditório? Reality shows? Tudo estará no YouTube. Isso, claro, sem perder a audiência do publico jovem, que ainda nasceu e cresceu com a Galinha Pintadinha, e se acostumou a seguir e venerar os YouTubers desde pequenos, produzindo o conteúdo grátis que preenche o site desde os primórdios do seu nascimento. Esse público não precisa da TV convencional, e vai continuar leal enquanto seus ídolos permanecerem na plataforma.

Olhar Digital Jefferson Gonçalves 10/05/2016 m Maresias, litoral de São Paulo, o surfista brasileiro campão mundial Gabriel Medina fez um teste inédito no protótipo de prancha tecnológica da Samsung. A prancha foi feita por Johnny Cabianca, que já desenvolveu outros equipamentos para Medina. Através do modelo criado, o surfista consegue acompanhar mensagens do técnico e fãs de qualquer lugar do mundo em tempo real. Chamada de Samsung Galaxy Surfboard, a prancha tem um Galaxy S7 instalado, que permite o recebimento das mensagens através de hashtags pré-definidas e as exibe em uma tela. O equipamento mostra também condições do mar, como direção do vento e altura e frequência das ondas. De acordo com Medina, o apoio próximo da torcida através das mensagens traz mais motivação. Além disso, ele ganha tempo conferindo as recomendações do técnico diretamente na prancha, sem precisar sair da água em alguns casos, por exemplo.

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Foto: Cuartoescuro.com

Foto: l.yimg.com

Olhar Digital Jefferson Gonçalves 09/05/2016 pesar de ter uma proposta inovadora não só para os usuários como para os motoristas, a Uber está permitindo algumas estratégias típicas de taxistas brasileiros. De acordo com a agência Estadão Conteúdo, profissionais de São Paulo e do Rio de Janeiro cadastrados no app estão criando minifrotas e sublocando os veículos a outras pessoas, fixando metas e cobrando lucros. O serviço de transporte alternativo permite que um motorista cadastre quantos carros quiser em seu perfil. Além disso, como não há qualquer relação trabalhista, a empresa não controla o vínculo entre proprietários de veículos e

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Motoristas da Uber estão criando frotas terceirizadas

quem os aluga. Os donos dos carros cobram em média entre R$ 500 e R$ 700 por semana pelo aluguel. De acordo com o jornal Estadão, alguns proprietários fazem testes de uma semana com o interessado, com o objetivo de verificar se ele é rentável. Na maior parte dos casos, multas, combustível e problemas no carro ficam por conta do “terceirizado”. “Não estipulo metas, mas eles têm conta para pagar e precisam tirar pelo menos R$ 3 mil por mês para conseguir algum lucro. Se antes trabalhavam dez horas, depois que a tarifa caiu [redução de 15% no ano passado] passaram a trabalhar 14 horas porque precisam, por necessidade”, conta um motorista da Uber de 56 anos, dono de uma minifrota com três carros e três condutores na cidade de São Paulo.


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Tesla venderá Model 3 no Brasil Modelo elétrico, que será o de entrada da marca, será revelado nesta sexta. Expectativa é que ele custe, nos Estados Unidos, por volta de US$ 30 mil. Globo.com Redação G1 S. Paulo 01/04/2016 ntes mesmo do lançamento do Model 3, o diretor-executivo da Tesla, Elon Musk, confirmou que o modelo será vendido no Brasil. A novidade foi apresentada no início da madrugada desta sexta-feira (1º), ou noite de quinta, nos Estados Unidos. Porém, não há maiores informações sobre como os modelos podem ser encomendados, já que

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não há lojas da Tesla no Brasil e sequer estimativas de preços em terras tupiniquins. A confirmação foi feita pela página do Twitter de Musk que citou, além do Brasil, países como Nova Zelândia, África do Sul, Índia e Irlanda. Este é o maior passo nos 13 anos de história da Tesla, já que o Model 3 é o primeiro modelo “popular” da marca. É o terceiro carro desenvolvido pela empresa norte-americana que, ao menos em termos de marketing, tem feito frente a grandes montadoras. Foto: tctechcrunch

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Facebook censura conteúdo político Foto: ibtimes.com

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Olhar Digital Renato Santino 09/05/2016 Facebook recebeu uma acusação séria, partindo de várias fontes que trabalharam na rede social: a empresa estaria trabalhando para suprimir conteúdo com determinado viés político nos Estados Unidos, mais especificamente do espectro conservador. Para quem não sabe, o Facebook possui uma ferramenta de Trending Topics (chamados de Itens Populares no Brasil), que destaca os assuntos que estão em alta na rede social. Esta ferramenta recebe uma curadoria humana e, portanto, não é automatizada nem totalmente neutra. Segundo a acusação do site Gizmodo, vários jornalistas que realizaram a função afirmam ter interferido nesta ferramenta com orientações políticas. O jornalista que falou com o Gizmodo afirma que a equipe propositalmente impediu notícias sobre a conferência conservadora CPAC, sobre os políticos Mitt Romney e Rand Paul (ambos do Partido Republicano, identificado com os interesses conservadores) e outros temas similares de aparecerem nesta seção do site, mesmo que as informações estivessem organicamente se espalhando pelos usuários da rede social. Que fique claro: a acusação não fala do que aparece no feed de notícias, que é determinado por um algoritmo misterioso e teoricamente imparcial. A informação se restringe ao que é destacado na área de Trending Topics apenas. De acordo com a publicação, estas pessoas, jornalistas que trabalharam como terceirizados para o Facebook, afirmaram receber instruções para “injetar” artificialmente algumas notícias do módulo de Itens Populares, mesmo que não fossem populares o bastante para isso. Além disso, eles também foram orientados a não incluir notícias sobre o próprio Facebook neste espaço.

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As sutilezas do período de adaptação na educação infantil naescola

Denise Emanule Fonte: colegioofelia.com.br De: 14/04/2015 Entendemos que a adaptação das crianças pequenas em nossa escola deve ser feita gradualmente, com a presença dos pais em tempo integral durante a primeira semana. O processo precisa ser lento e gradual, respeitando o tempo de cada criança, de cada família, de cada pai, de cada mãe.

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Neste período a relação composta na tríade família–escola–criança é muito fundamental. É preciso que os pais estejam seguros em deixar seus filhos na escola, que as crianças possam sentir essa segurança vinda de seus pais e do professor que irá recebê-los, assim como, que a escola seja um ambiente acolhedor e encantador. “Nesta vida, pode-se aprender três coisas de uma criança:
estar sempre alegre, nunca ficar inativo
e chorar com força por tudo o que se quer. Plugados

Não nascemos prontos, estamos o tempo todo nos deparando com situações novas e desafiadoras, angustiantes e que, por isso, podem gerar inseguranças. Desse modo, sair do seio familiar e conhecer o novo

a escola) encontrar outros adultos (o professor-referência) em que possa confiar, reconhecer outros espaços e se reconhecer enquanto parte de um grupo, constitui o que chamamos de período de adaptaçã.

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A representação das artes na Educação Infantil degracaeuvou

Denise Emanuele Fonte: colegioweb.com.br De 23/08/2013

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arte é considerada uma forma de linguagem, de expressão, de comunicação indispensável na educação infantil seja na escola ou em casa. É de grande importância o contato da criança no mundo das artes. A aquisição do conhecimento, o enriquecimento cultural, o desenvolvimento de sua personalidade como meio transformador e criativo, são alguns pontos positivos. A arte é representada por meio da dança, da literatura, da arquitetura, da escultura, da música, como forma de naescola

A arte está em todo lugar e podemos observá-la a todo o momento. Você sabia que podemos ler algo não-escrito?

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A criança também interpreta e observa o mundo em sua volta. Ela deve interagir e ser estimulada ao belo, admirando as obras de artes, apreciando uma boa música ou lendo um bom livro. Assim como os artistas fazem a leitura do mundo de forma criativa, decorativa, ilustrativa, com humor, com requinte, lógica, técnica e muito talento. As crianças são verdadeiros artistas e são capazes de surpreender. Cabe aos pais e educadores a missão de estimular todo esse talento para que possam ser na vida adulta agentes transformadores de cultura e educação. Até algum tempo atrás, o educador de artes não era visto com muita importância.

Em 1971, a arte é incluída na grade escolar como atividade educativa e não disciplina, de acordo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. A lei nº 9394/96, art.26 § 2º é revogada pela lei nº 12.287/10 cqrcengage

O ensino da arte, especialmente em suas expressões regionais, constituirá componente curricular obrigatório nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento.


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A importancia dos jogos no aprendizado

Adrenaline

Denise Emanuele por: Marlene Aparecida Viana Abreu Fonte: zemoleza.com.br De : 07/05/2010 A opção por esse tema se dá devido a observação de que a atividade lúdica como fonte de aprendizagem ainda não é prática efetiva no cotidiano escolar. Propõe-se, então, um aperfeiçoamento da prática docente, através da criação de momentos que oportunizem a criança o exercício do seu direito.

O direito de brincar, contribuindo assim, para uma série de fatores importantes para o seu desenvolvimento físico, emocional, cognitivo, lingüístico e social. O uso de brinquedo/ jogo educativo com fins pedagógicos remete-nos para a relevância desse instrumento para situações de ensino-aprendizagem e de desenvolvimento infantil. Se considerarmos que a criança pré-escolar aprende de modo intuitivo, adquire noções espontâneas e interativos,

Nesta perspectiva percebese que o jogo desenvolve a afetividade, as representações mentais, a manipulação dos objetos, o desempenho das ações físicas e a interação com os outros; por isso, o jogo contempla várias formas de representação da criança, contribuindo para a sua aprendizagem e desenvolvimento. Jogos e brincadeiras na Educação Infantil são aliados à aprendizagem e foi o que me determinou na escolha deste tema.

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Música na escola JuicySantos

Denise Emanuele Por: Luis Ricardo Queiroz Fonte: artenaescola.org.br De Maio de 2014 diversidade de práticas significativas para o ensino de música na escola é tão ampla quanto as músicas do mundo. Tal aspecto faz com que os professores que trabalham com a educação musical escolar disponham de uma multiplicidade de conteúdos e de possibilidades metodológicas para desenvolvimento de sua ação pedagógica.

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Todavia, é fundamental que, para lidar com esse “mundo” de músicas, de caminhos metodológicos e de alternativas educativas em geral, o professor esteja aberto à descoberta musical, imerso na pesquisa de universos da música, atento à diversidade de sujeitos e de práticas musicais que compõem a cultura escolar, motivado à criação de novos caminhos musico-pedagógicos e comprometidos com a formação musical vinculada à formação humana dos

escolar e a realidade cultural que permeia tal universo de formação. É mister que, na contemporaneidade, o professor de música seja um mediador de diálogos, um facilitador de descobertas culturais, um motivador de aprendizagem e um agente de transformação social. om base neste cenário, apresento neste texto reflexões acerca do ensino musical na escola, dando ênfase à importância desse fenômeno cultural para a formação humana e analisando


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Senado aprova dança, artes visuais e teatro no currículo do ensino básico Conteúdos devem ser inseridos na disciplina de artes, que só previa música 3bp1

Denise Emanuele Fonte: g1.globo.com De 07/04/2016 O Senado aprovou nesta quinta-feira (7) projeto que prevê a inclusão obrigatória de conteúdos na disciplina de artes do ensino básico brasileiro. Temas de dança, artes visuais e teatro deverão ser incorporados ao currículo da disciplina. Antes a lei só previsa música. As regras propostas pelo projeto valem tanto para escolas públicas esconderijosapeca

Esse período, segundo o texto, servirá para que os sistemas promovam a adequada formação de profissionais em número suficiente para atuar na educação básica. A educação básica é o primeiro nível do ensino escolar no Brasil. Compreende três etapas: a educação infantil (para crianças com até cinco anos), o ensino fundamental (para alunos de seis a 14 anos) e o ensino médio (para alunos de 15 a 17 anos). “Esse é um projeto que, a meu

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Bullying na Escola

Denise Emanuele Fonte: www.infoescola.com Foto: Unieducar o Brasil, a palavra “Bullying” é utilizada principalmente em relação aos atos agressivos entre alunos e/ou grupos de alunos nas escolas. Até pouco tempo, o que hoje reconhecemos como Bullying, era visto como fatos isolados, “briguinhas de criança”, e normalmente família e escola não tomavam atitude nenhuma a respeito. Atualmente o Bullying é reconhecido como problema crônico nas escolas, e com conseqüências sérias, tanto para vítimas, quanto para agressores. As formas de agressão entre alunos são as mais diversas, como empurrões, pontapés, insultos, espalhar histórias humilhantes, mentiras para implicar a vítima a situações vexatórias, inventar apelidos que ferem a dignidade, captar e difundir imagens (inclusive pela internet), ameaças (enviar mensagens, por exemplo), e a exclusão. Entre os meninos, os ataques mais comuns são as físicas. Ainda que não efetivada a agressão, os agressores costumam ameaçar, meter medo em suas vítimas. Os casos de agressão, que acontecem por um período maior devem ser encaminhadas ao psicológico.

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A ESCOLA COMO ESPAÇO DE INCLUSÃO DIGITAL Facetas da inclusão digital caracterizando-se em sua maioria em uma pesquisa de campo Denise Emanuele Fonte: monografias.brasilescola.uol.com.br Foto: speechbudd

Cada vez mais se busca a necessidade da inclusão digital dos cidadãos nesse modo de vida. Ao acontecer o uso destes recursos tecnológicos, eles devem ser apropriados de meios onde a tecnologia da informação e comunicação (TIC) se direcione para fazer valer a inclusão dos indivíduos neste ciberespaço. Deste modo, a escola se apresenta como ambiente capaz de fazer imergir tais tecnologias a serviço de uma metodologia de ensino a favor da interação dos alunos nesta sociedade da informação anulando, assim, as diferenças sociais não pertinentes a este processo. Ao se utilizar diferentes mídias, que colaboram para a apropriação de um ambiente de comunicação, o computador e seus inúmeros recursos destacam-se como ferramenta de acesso apoiado por diferentes programas sociais do governo federal. Baseado nestes preceitos, o presente trabalho tem como

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o tema de inclusão digital no ambiente escolar como uma ação educacional que envolve o professor, ao capacitar-se para apropriação e ideal uso de recursos tecnológicos, e o aluno como sujeito no espaço

de interação e comunicação de novas formas de colaboração, interatividade, conhecimento e cidadania. Para idealizar a fundamentação teórica deste trabalho, utilizou-se como instrumento para coleta de dados um questionário a alunos do 3º ano do ensino médio de uma escola pública do município de Lagoa Vermelha, a professores de diferentes disciplinas da mesma escola e de professores da área de informática na

a real situação em que a escola está inserida ao se deparar com propostas de utilização de recursos tecnológicos, sua infraestrutura e acessibilidade, valorizando a pesquisa com a enriquecida Em um breve relato, neste trabalho houve um apontamento sobre os programas que o governo federal executa e apoia a favor da inclusão digital dos cidadãos. Diante disso, as escolas aos poucos tem se adaptado às iniciativas que lhe são apresentadas. Dentro de um patamar de informação e comunicação, o ambiente escolar começa a abrir caminhos para a tecnologia acontecer neste processo. Diante disso, pretende-se abordar mais profundamente o tema relacionado através de um relato de pesquisa de campo, onde se procurou explorar, conhecer e entender como se dá o processo de inclusão digital e a realidade escolar que os alunos estão


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Educação ambiental pode ser disciplina obrigatória no ensino básico Iara Guimarães Altafin

Educação ambiental pode passar a ser uma disciplina obrigatória para alunos de todas as séries dos níveis fundamental e médio, caso a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB — Lei 9.394/1996) seja modificada. É o previsto no PLS 221/2015, de autoria do senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB). O projeto foi acolhido nesta terça-feira (29) na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) e segue para votação na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE). Atualmente, as escolas são orientadas a abordar princípios de educação ambiental de forma integrada a outros componentes curriculares, como explica o autor do projeto, senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), na justificação da matéria. O parlamentar, no

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entanto, considera essa estratégia insuficiente para que os estudantes tenham formação sobre as diferentes dimensões da sustentabilidade e sobre práticas como reciclagem e reúso de água. O relator na CMA, senador Valdir Raupp (PMDB-RO), apontou avanços na sociedade em termos de atitudes em favor da preservação ambiental e de conscientização da população, enfatizando, no entanto, que os esforços devem continuar. — Através das escolas, dos meios de comunicação, das mídias e redes sociais, vamos chegar a 100% de consciência ambiental — declarou. Na discussão da matéria, a senadora Lídice da Mata (PSB-BA) observou que especialistas em Educação desaconselham a incorporação de novas matérias aos currículos escolares, frente ao grande número de disciplinas obrigatórias.


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A ideia de questões ambientais serem tratadas em outros conteúdos, de maneira transversal, não diminui e sim amplia a preocupação com o meio ambiente, na medida em que se forma na criança e no jovem a ideia de analisar a proteção ambiental em diversas áreas do estudo escolar — disse Lídice. O senador João Capiberibe (PSB-AP) compartilha da opinião e considera que a discussão sobre a inclusão de educação ambiental como disciplina obrigatória, como prevê o PLS

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Presente e passado na Concha Acústica do Teatro Castro Alves, em Salvador

Yasmin Pitanga Fonte:agenciabrasil.ebc Em 13/05/2016

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show de reencontro com a formação original do grupo Novos Baianos encerrou o festival Eu Sou a Concha, que celebrou a reabertura do espaço. Canções que fizeram parte dos dez anos de trajetória do grupo (entre 1969 e 1979) levaram o público a reações variadas, como em Dê Um Rolê, terceira canção do show, quando as pessoas cantaram junto com os músicos, aos gritos e aplausos. Durante a apresentação, o poeta e compositor Luiz Galvão também participou da interação com o público, quando declamou um de seus poemas, em parceria com Moraes Moreira, chamado Amar-te. Ele é autor ainda de Acabou Chorare e Preta Pretinha. Também no repertório de Novos Baianos, músicas clássicas que resistiram ao fim da banda e ao tempo em que ficaram afastados. A Menina Dança, Samba da Minha Terra, Acabou Chorare, Preta Pretinha, Mistério do Planeta se somaram a músicas cantadas em homenagem a João Gilberto, cantor baiano precursor da Bossa Nova, a quem Baby Consuelo – vocalista dos Novos Baianos – definiu, no palco,

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de mentor espiritual do álbum Acabou Chorare, lançado pelo grupo, na década de 70, e considerado o melhor álbum brasileiro de todos os tempos, pela crítica musical. Na homenagem, Baby cantou Desafinado e Moraes Moreira apresentou Chega de Saudade, pedindo ao público Foto: Elói Corrêa que cantasse junto. Assim, Moreira deixou a segunda parte da música para que a plateia cantasse com a banda, parte considerada emocionante, no show. Em alguns momentos, houve manifestações do público contra o presidente interino da República, Michel Temer, com gritos, faixas e cartazes com a expressão “Fora, Temer”. O aposentado Flávio Carvalho, de 65 anos, também esteve no show e se disse realizado com a oportunidade de ver o grupo, depois de tantos anos. “Foi emocionante, curti muito quando eles estavam na ativa. Vê-los cantando, de novo, me fez relembrar a juventude, foi muito bom”, disse o baiano, sorridente e declarando a satisfação de ter assistido à apresentação.


Jout Jout, o novo sucesso da web Yasmin Pitanga Fonte: estadao.com.br Em 30/05/2016 Seu canal, o JoutJout Prazer, conta com quase 750 mil inscritos e mais de 80 milhões de visualizações. Ela ganhou popularidade na internet ao abordar temas que são tratados como tabus, como uso de coletor menstrual ou comportamento. Nascida em Niterói, no Rio de Janeiro, Jout Jout tem 25 anos. Depois de desistir do curso de Letras, ela acabou optando por estudar Jornalismo. Após se formar, ela não se encontrou na profissão e decidiu usar o YouTube, site de compartilhamento de vídeos do Google, para desabafar sobre acontecimentos cotidianos. Foto: Carolina Vianna

Coletiva Jout Jout vai lançar seu primeiro livro em maio

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lançamento do livro de Jout Jout foi anunciado na noite da última terça-feira, 23, durante evento realizado da Companhia das Letras. A youtuber, que estava presente para falar sobre seu livro, afirmou que ela mesma escreveu o livro — ao contrário do que outras personalidades da web fazem, como o youtuber PC Siqueira, que deverá lançar um livro também pela Companhia das LeFoto: CIA das Letras tras. “Estava fazendo um livro infantil e a editora sempre falava que estava ótimo. Mas não estava”, comentou a youtuber. “Resolvi fazer, então, um livro sobre crises.” O livro vai reunir uma série de textos reflexivos, em que Jout Jout debate angústias de sua vida e assuntos cotidianos, como família, relacionamentos, insegurança, trabalho e até mesmo sobre o que fazer com sushis que sobram no prato. O livro de Jout Jout deverá ter 200 páginas e terá uma tiragem de cerca de 20 mil exemplares.

Foto: Fabio Guimarães

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Porangareté: o selo que vai inovar a música brasileira

Yasmin Pitanga Fonte: centrodeartes.uff.br em 16/05/2016

Chico Chico, Júlia Vargas e Rodrigo García novamente no Teatro UFF Foto: Oscar dos Anjos Foto: Oscar dos Anjos

Júlia Vargas, Chico Chico e Rodrigo García.

A Alguns artistas do selo Porangareté.

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selo Porangareté recentemente movimentou a cena musical brasileira lançando no mercado vários artistas, como: Chico Chico, Júlia Vargas, Rodrigo García, João Mantuano Trio, Marcos Mesmo, Carlos Posada(Posada e o Clã), Pietá, Daíra Saboia, Duda Brack, Ivo Vargas, Claos Mózi e outros. Com a agenda quase sempre cheia, cada artista se apresenta individualmente, mas quase sempre se reunindo para shows juntos. O Beco das Garrafas, Mike’s Haus e Bar Semente são alguns dos lugares que sempre tem alguém da turma se apresentando.

tríade ganhou projeção ao lotar seguidamente as noites de quinta-feira no tradicional Beco das Garrafas, e se tornou um xodó do público carioca. Há toda regionalidade, com pitadas de Clube da Esquina e temperos africanos da Júlia, assim como estão presentes a poesia visceral e a intensidade musical do Chico. Alguns mestres como Luiz Melodia, Cátia de França, Luhli e Milton Nascimento são sempre lembrados no setlist e novos compositores são apresentados; é o caso do Claos Mózi, Marcos Mesmo e João Mantuano. Chico Chico em 2015 lançou seu primeiro disco, com músicas autorais, junto com 2x0 Vargem Alta. Júlia Vargas possui a banda Júlia e os Barnabés, e também canta no Giras Gerais com Ivo Vargas e Claos Mózi, outros artistas do selo Porangareté. Teatro da UFF Rua Miguel de Frias, 9, Icaraí – Niterói/RJ Ingressos: R$ 40 R$ 20 (meia)

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20h Classificação etária: 10 anos Informações: 3674-7512


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Unirio e Cesgranrio estreiam musical ‘O Mambembe’ Espetáculo, dirigido por Rubens Lima Junior, promete repetir o sucesso de ‘The Book of Mormon’ e ‘O Jovem Frankenstein’ Yasmin Pitanga Fonte: cultural.cesgranrio.org.br Em 13/05/2016 A peça universitária ‘O Mambembe’ estreia hoje, 28 de abril, na Sala Paschoal Carlos Magno, o Palcão da Unirio. As apresentações serão gratuitas e acontecerão de quinta a segunda, sempre às 21h, com exceção do domingo, que será às 20h. O espetáculo faz parte do projeto de pesquisa em teatro musicado, do professor Rubens Lima Junior, que já produziu o sucesso ‘The Book of Mormon’, peça com o maior público no Rio de Janeiro em 2014, com 55 mil espectadores, e filas quilométricas. Além do apoio da própria universidade, o projeto conta com o patrocínio da Fundação Cesgranrio. A trama de “O Mambembe” é centrada em Laudelina, a mocinha da história, vivida por Roberta Monção e Giulianna Farias, que revezam no pa-

Foto: Bianca Oliveira

pel principal. O grande objetivo da personagem é ser atriz e ela se envolve com um grupo teatral mambembe, que faz paródias de melodramas e critica as relações sociais. O texto é de Artur Azevedo e José Piza e na peça foi adaptado por Alexandre Amorim – com canções de sua autoria em parceria com o diretor musical Guilherme Menezes e o produtor musical Gabriel Gravina. Quem assina a Direção de Arte e Cenografia é a Cris de Lamare, as coreografias são do Gabriel Demartine, a Direção de Produção do Marcus Brandão e a iluminação do premiado Paulo César Medeiros.

Teatro Paschoal Carlos Magno Palcão da UniRio Av Pasteur 436, Fundos, Urca, Rio de Janeiro – RJ Telefone: (21) 2542-2205

Estreia: 28 de abril de 2016 Horários: Quinta a sábado às 21h / Domingo às 20h / Segunda às 21h Entrada Gratuita

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F LIST

Feira Literária de Santa Teresa Foto: bafafa.com.br

Nos dias 14 e 15 de maio, a Festa Literária de Santa Teresa (Flist) movimentará o Centro Cultural Municipal Parque das Ruínas e o Centro Cultural Municipal Laurinda Santos Lobo, com vasta programação e atividades gratuitas.

Yasmin Pitanga Fonte: visit.rio Em 13/05/2016

O centro das atenções da Flist é a literatura, tendo como homenageados desta edição o sambista, compositor e estudioso das artes africanas Nei Lopes, e o ilustrador e escritor André Neves. Já o ensaísta, romancista e dramaturgo Ariano Suassuna, membro da Academia Brasileira de Letras e autor de títulos como O Auto da Compadecida, receberá um tributo à altura de sua obra. O vasto programa inclui ainda teatro,

Endereço: R. Murtinho Nobre, 169 – Santa Teresa Rio de Janeiro – RJ

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dança, música, artes plásticas e atividades circenses, com forte apelo para as crianças e jovens. Para chegar ao bairro, aposte no agradável passeio de bonde, que liga o terminal do Largo da Carioca até a estação do Largo dos Guimarães, em Santa Teresa. O bonde opera das 11h às 16h, de segunda a sábado, e é grátis.

Horário de Funcionamento: Sábado e Domingo, de 10h às 18h

Website: ceat.org.br/flist


32ª BIENAL DE SÃO PAULO ANUNCIA LISTA COMPLETA DE ARTISTAS E COLETIVOS

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A cinco meses de sua inauguração, a 32ª Bienal de São Paulo – Incerteza Viva anuncia a lista completa de 81 participantes, entre artistas e coletivos. Yasmin Pitanga Fonte: bienal.org.br em 30/05/2016 Com curadoria de Jochen Volz, Gabi Ngcobo (África do Sul), Júlia Rebouças (Brasil), Lars Bang Larsen (Dinamarca) e Sofía Olascoaga (México), a mostra acontece de 10 de setembro a 11 de dezembro de 2016 no Pavilhão Ciccillo Matarazzo e enfoca noções de “incerteza” e “entropia” a fim de refletir sobre as condições atuais da vida e as possibilidades oferecidas pela arte contemporânea para abrigar e habitar incertezas. Como resultado de um processo de pesquisa iniciado em março de 2015, a lista final apresenta uma seleção de participantes de 33 países marcada pela forte presença de artistas nascidos após 1970; de mulheres – são mais da metade dos artistas convidados – e de projetos comissionados, produzidos para o contexto da exposição. Segundo o curador Jochen Volz, os artistas da 32ª Bienal trazem estratégias e especulações sobre como viver com a incerteza. “Estamos buscando compreender diversidades, olhar para o desconhecido e interrogar aquilo que tomamos como conhecido. Entendemos os diferentes saberes do nosso mundo como complementares e não como excludentes”. Muitas das obras atualmente em desenvolvimento envolvem residências artísticas na cidade de São Paulo e viagens de pesquisa pelo Brasil. Para citar alguns exemplos, Carla Filipe, em parceria com o Instituto de Botânica de São Paulo, desenvolve uma horta com plantas alimentícias, espontâneas e em extinção; Iza Tarasewicz investiga a presença do ritmo musi-

Foto: Equipe Deolhoemguaira

cal polonês Mazurka no Brasil; Dalton Paula visitou três cidades envolvidas na economia do tabaco e Pilar Quinteros partiu para a Serra do Roncador, no Mato Grosso, a fim de seguir os rastros de Percy Fawcett (1867-1925), explorador desaparecido nos anos 1920. “A proximidade da curadoria com a equipe da Fundação Bienal, bem como a ampliação das parceri“Estamos buscando compreender diversidades, olhar para o desconhecido e interrogar aquilo que tomamos como conhecido. Entendemos os diferentes saberes do nosso mundo como complementares e não como excludentes”. Jochen Volz

as da instituição, fazem da 32a Bienal uma edição especialmente fértil”, sugere o presidente da fundação, Luís Terepins. “Até o momento, contamos com o engajamento de 48 parceiros, entre empresas, entidades governamentais e instituições culturais. Além disso, o relacionamento da Fundação Bienal com organizações internacionais de fomento à cultura também se intensifica. Vamos chegar à abertura da mostra com um número de apoios consideravelmente maior em relação às últimas edições da Bienal, um ativo da fundação que vem somar-se ao trabalho curatorial”. A parceria com organizações do Chile, de Gana e do Peru, por exemplo, ajudou a viabilizar a realização, nos últimos meses, dos Dias de Estudo em Santiago (Chile), Acra (Gana) e Lamas (Peru), com grande impacto no desdobramento da proposta curatorial. A quarta jornada será realizada em Cuiabá, no Mato Grosso, entre 19 e 22 de maio. Concatenando os vários Dias de Estudo, um seminário internacional acontece em São Paulo nos dias 10 e 11 de junho no auditório da Fundação Bienal.

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O canto, a performance e a poética de Júlia Vargas

Yasmin Pitanga Fonte: facebook.com/ revistaniteroicultural em 30/05/2016

Foto: Layana Losse

Ela nasceu embalada pela música. Cantora, bailarina e percussionista, nossa entrevistada de hoje conquista, aos poucos, espaço e reconhecimento dentro da nova cena artística carioca. Dançou ballet no Teatro Municipal, na Escola de Dança Contemporânea Deborah Colker e já cantou com grandes nomes da música popular brasileira, tais como: Ivan Lins e Milton Nascimento. Júlia, você nasceu numa família de músicos, ou seja, respira música desde cedo. Mas em que momento ela entrou na sua vida como objetivo de carreira profissional? Comecei fazendo umas participações no show do meu irmão Ivo Vargas, eu tinha uns 14 anos, com uns 15 anos participei do show da banda de pife de Niterói na abertura do show do Geraldo Azevedo e com uns 18 anos fiz parte da cia “Mulungo” do

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Oswaldo Montenegro, entrei depois no Giras Gerais e logo mais, com uns 22 anos, conheci o Rodrigo Garcia que botou fé pra fazer o meu trabalho, foi nesse momento que a carreira criou corpo. Quais são suas maiores influências musicais fora da família? Muito do que meus pais e irmãos escutavam e também que meus amigos me apresentaram. O Clube Mineiro da Esquina, Milton, Mutantes, Rita Lee, Caetano, Elis, Gil, Gal, Bethânia, Ivan Lins,Tom Ze, Jards Macale, Chico Cesar, Luiz Melodia, Ney Matogrosso, Elsa Soares, Luhli e Lucina, Catia de França, Mirian Makeba, Cesaria Évora, Itamar Assumpção, Ze Ramalho, Di Melo, Ave Sangria, Lenine, Novos Baianos, Baby do Brasil, Moraes, Mestre Ambrósio, Siba, Nó Cego, Pife Muderno, A Cor do Som, Dona Onete...


Quais as maiores dificuldades de se lançar no grande mercado fonográfico? Falta de espaço às vezes para esse tipo de música que fazemos, algo consistente e cheio de verdade. A mídia e as grandes gravadoras estão mais focadas nos trabalhos de acesso fácil, que a pessoa assimile com facilidade, ondas que trafegam mais pela superfície e não tanto pelas profundezas, que é o que a gente propõe, musicas que atravessem... Se a ideia não é fazer sentir e refletir as vezes, significa que nosso caminho é outro mesmo. Quem você destaca dentro da cena musical atual, que ainda não foi descoberto pelo grande público? Giras Gerais, Pietá, Posada e O Clã, Daíra Saboia, Ivo Vargas, Claos Mozi, Juliana Linhares, Amanda Chaves, Chico Chico, Duda Brack, Paulo Beto, 13.7, Marechal, João Mantuano, Marcos Mesmo, Natasha Llerena, Larissa luz, Pirarucu Psicodélico... Uns mais conhecidos: Jussara Marçal, Mayra An-

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drade, Liniker. Que artista renomado você gostaria de dividir o microfone? Vários desses que citei como influência musical! Eu tenho Luhli e Cátia como madrinhas e tive uma estrada musical muito linda com o mestre Milton e com Ivan Lins, mas tenho vontade de dividir o palco com vários outros mestres como: Ney Matogrosso, Chico César, Luis melodia, jards Macale, Gil, Lenine, Baby do Brasil, dona onete, Elsa, Rita lee, Bethânia. Conte-nos quais seus próximos planos para a carreira? Um novo disco, novo show, novo repertório, nova cara, nova sonoridade, novo tudo! Que a gente explore outros lados nossos! E tendo o disco nas mãos, uma turnê pelo Brasil seria bacana também.

Foto: Layana Losse

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Jonathan Faganello

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O novo doutor em Musica

Milton Nascimento receberá homenagem na Berklee University, em Boston, uma das mais respeitadas do mundo

Rodrigo Perrotta Fonte: diariodepernambuco.com.br De 04/05/2016 Milton Nascimento receberá, neste sábado (7), o título de doutor honoris causa em música da Berklee University, em Boston, nos Estados Unidos. Além do cantor e compositor, também receberão a distinção a atriz Rita Moreno, o CEO da gravadora Universal, Lucian Grange, e os cantores Ronald and Ernie Isley, do grupo Isley Brothers. A entrega será feita durante cerimônia de formatura da escola, uma das mais respeitadas do mundo. No comunicado publicado na página oficial da entidade, Nascimento é citado como “dos mais importantes e influentes cantores-compositores brasileiros,

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uma estrela internacional por mais de 40 anos” e reconhecido pelo “falsete etéreo e alcance vocal”. Ano passado, os agraciados com o título de doutor honoris causa em música pela Berklee foram Julio Iglesias, Dee Dee Bridgewater, Harvey Mudson e Doug Morris. Entre os contemplados também estão Duke Ellington (o primeiro, em 1971), Aretha Franklin, Dizzy Gillespie, Quincy Jones, Annie Lennox, Steven Tyler, Paco de Lucia e Plácido Domingo. Milton Nascimento soma mais de trinta álbuns no currículo. Ao longo da carreira, firmou parcerias com nomes como Maria Bethânia, Gal Costa, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Simone, Elis Regina e Paul Simon. Entre os prêmios que conquistou, o Grammy Latino de melhor álbum de pop contemporâneo brasileiro.


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The Weeknd vira “o cara” da musica e sucessos chegam ao Brasil

Rodrigo Perrotta Fonte: g1.globo.com De 04/11/2015 Acostumado ao primeiro lugar da “Billboard”, acariciado por Taylor Swift e já captado em frequências brasileiras, The Weeknd é “o cara” da música em 2015. O canadense de família etíope parecia um nome a ser cultuado pelo público alternativo após lançamentos independentes em 2011. Porém, aos 25, virou fenômeno, onipresente do quarto de Katy Perry a playlists nacionais. A viciante “Can’t Feel My Face”

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Adriana M. Barraza

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Antimarketing Abel Makkonen Tesfaye não gostava de aparecer. As primeiras músicas que jogou no YouTube nem mostravam quem ele era. Blogs e revistas passaram a falar do nome artístico The Weeknd, mas ele recusava entrevistas. Só falava por Twitter. Com isso, crescia a curiosidade sobre ele. Virou rápido um nome cultuado. Hoje, The Weenkd confessou: tinha medo falar porque não tinha terminado o colégio e não se achava articulado. Quando percebeu que o mistério era uma arma, continuou assim. R&B renovado The Weeknd é um dos artistas que dá frescor ao estilo que parecia perdido nos anos 90. O som mela-cueca ganha roupagem moderna. O R&B alternativo está em alta. Frank Ocean, aclamado no Grammy, FKA Twigs, que conquistou críticos e o ator Robert Pattinson, e Solange Knowles, irmã mais nova de Beynocé, estão na onda. Até Nick Jonas, ex-Jonas Brothers, quer surfar nessa, e se diz influenciado por The Weeknd. Tons de cinza “Earned It” adiantou o sucesso do disco “Beauty Behind the Madness” (2015) ao entrar, no começo do ano, na trilha do filme “Cinquenta Tons de Cinza”. O estilo sensual e sombrio de The Weeknd caiu como uma luva em uma das trilhas mais tocadas dos últimos tempos. Não é a única música do canadense que poderia entrar em um filme deste tipo. Katy Perry diz que “Often” é sua canção preferida para fazer sexo. Toque sueco Uma das razões para a transformação instantânea de The Weeknd de queridinho indie a fenômeno mundial tem nome e sobrenome: Max Martin. O produtor sueco pariu “Baby One More Time”, de Britney Spears, “I Kissed a Girl”, de Katy Perry, e um caminhão de sucessos. The Weeknd diz que relutou em se render ao produtor, mas agora elogia. O maior resultado foi a irresistível “I Can’t Feel My Face”, com vocal à Michael Jackson. Com Max, a música sobre cocaína – drogas são tema recorrente dele – ficou viciante.

frequenta a lista das dez mais tocadas no Spotify e mais baixadas no iTunes por fãs daqui. Também já começa a ser ouvida em rádios populares brasileiras. No meio de sertanejos e Anitta, ficou em 68º na última semana. Nos EUA, a música já saiu do topo das paradas. No lugar dela entrou “The Hills”, outro sucesso do artista. Quem é The Weeknd? Como ele chegou aqui? Veja 5 explicações:

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Parcerias The Weeknd virou o homem mais procurado da música pop. Seu estilo peculiar – tanto musical quanto visual, com o característico cabelo com dreads amarrados, que chamou atenção e ganhou afagos de Taylor Swift em uma festa do Grammy – é acompanhamento valioso. Já dividiu sucessos com Ariana Grande (“Love me Harder”), Sia (“Elastic Heart”) e Disclosure (“Nocturnall”). Para o seu disco, cantou junto com Ed Sheeran (“Dark Times”) e Lana Del Rey (“Prisioner”).


“precisamos encontrar estimulos, até porque em toda a minha trajetoria, sempre teve uma busca pela excelencia”, Afirma Lenine Rodrigo Perrotta Fonte: divirta-se.uai.com..br De 17/03/2014 As músicas de Lenine conquistaram gerações. Afinal, são 30 anos de carreira. Não há quem não saiba cantarolar pelo menos uma das canções que reinaram em alguma época, como “Paciência”, “Hoje eu quero sair só”, “A ponte”, “É o que me interessa”, “Jack Soul Brasileiro”, entre tantas outras. No palco, o cantor mostra uma humilde grandiosidade, oposição que combina na tentativa de definir quem é esse cronista musical que transcende os anos. “Com o tempo, precisamos encontrar estímulos, até porque em toda a minha trajetória, sempre teve uma busca pela excelência, ousar, levar além. Isso é uma coisa que me move”, afirma o músico. Confira abaixo a entrevista com um dos cantores mais reconhecidos no cenário musical brasileiro: Como você vê a influência da sua educação na infância no homem que é hoje?

Minha formação foi fundamental. Pode parecer uma dicotomia, mas não é. Papai era ateu franciscano. Ele chegou ao comunismo pelo viés cristão. E mamãe era católica, mas meio macumbeira. Em casa sempre vivi essa liber-

dade de horizontes muito grande, e o bacana é o convívio com a curiosidade. Meus pais propiciaram esse estímulo de buscar o conhecimento, de se informar, não se limitar ao achar que já conhece, todo tempo que vivi com eles, e mesmo agora, porque ainda são vivos. Isso foi fundamental para o ser humano que eu sou, mais do que o artista. Voce e um cronista musical. O que tem lhe inquietado ultimamente?

Muita coisa. Tenho muito tema para fazer música. Se fosse só isso que motivasse, só o lado que me perturba da sociedade, dava para fazer álbum triplo de três em três meses. Mas eu faço outro tipo de crônica, mais emocional, passional. O que dói marca e é o que faz a gente evoluir. Prefiro acreditar que a gente evolui também na alegria, no riso, na contemplação. Tem alguma recordação saudosa de alguma época da carreira?

Depois de 30 anos, a gente fica com um baú de memórias maravilhoso. E rodei tanto por todo esse planeta. O baú está cheio de lembranças, fotos, filmes, emoções, conquistas e prêmios. E prêmio é bom quando a gente

ganha, porque podemos dividir com quem participou do projeto. Quais foram Suas referências No inicio da carreira?

Meus Beatles são um misto de The Police e Led Zeppelin. Foi isso que me motivou. Queria fazer aquele som, rock’ n’ roll. Então, comecei a compor. Tinha os festivais da época. Era época também de pré-universidade. Bifurcou essa história de uma maneira bem visceral. Saí de Recife porque me senti obrigado até para ampliar o que queria fazer, que era música. Por que o estado de pernambuco se sobressai tanto na cultura brasileira?

Prefiro acreditar que isso seja um sintoma que revela a alma pernambucana. Pode ser o lance de sempre ter tido essa vocação para cidade portuária, de convívio com muitas coisas. Tudo que chegava da Europa era por Recife, o primeiro porto. Isso, de alguma maneira, nos fez conviver com a diversidade, faz parte da nossa formação.O fato de não termos sido capital do Brasil de alguma maneira represou toda essa amplitude de manifestação. Porque, realmente, Pernambuco, para a dimensão que tem, é muito amplo, é muito

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Anderson Stevens

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diverso nas expressões populares. Acho também que o nome revela. Pernambuco é um nome cheio de letra e nenhuma se repete. Qual crítica não desceu de jeito nenhum? Por quê?

Nunca dei muita bola não. No início me perguntei: é possível que eu esteja a ponto de estar tão errado? Ponderei e cheguei à conclusão de que não poderia estar errado. Porque era íntegro, honesto, bacana, tinha um nicho, que eu levava além, e que por isso era sig-

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nificativo me atirar na música. Fui cabeça dura para insistir naquilo. Não foi fácil.O processo foi segmentar, foi tijolo a tijolo, uma permanência por excelência no fazer, muita dedicação. Passei como compositor a transitar em vários nichos de outros intérpretes. Como o interesse pela música surgiu?

Para ser bem honesto, a música foi a minha redentora. Quando jovem, era muito feio, cara cheia de espinha, me achava a

coisa mais estranha do mundo. Eu tinha a incapacidade muito grande de lidar com o ser humano e de dividir. Era meio excluído de tudo, acredito que todo adolescente passa um pouco por isso. Lá em casa, todo mundo tocava um pouco. Descobri que, com o instrumento, eu enfrentava qualquer um, chegava na festinha e arrasava. Tinha uma facilidade de absorver e transportar aquilo que ouvia para o que eu tocava. Foi redentor.


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o que voce precisa saber sobre o novo album de Beyonce?

Beyoncé provou mais uma vez que conhece muito do mercado da música pop. Apostou em um novo álbum-visual, Lemonade, lançado no último sábado. O disco tem 12 faixas, todas compostas e co-produzidas por ela, e um média-metragem que intercala vídeos para cada canção com versos da poetisa Warsan Shire. O álbum deve estrear em primeiro lugar no TOP Billboard 200 se a previsão de cerca de 450 mil cópias vendidas em sua estreia se confirme. Será a

sexta vez que ela conseguirá o feito, já que seus outros cinco álbuns de estreia também tiveram o mesmo desempenho em sua semana de lançamento. Lemonade é uma clara ode ao empoderamento e perseverança das mulheres negras e uma declaração contra o racismo. O sexto álbum de estúdio da artista de 34 anos tem uma série de colaborações de outros astros: “Don’t Hurt Yourself” tem coautoria de integrantes do Led Zeppelin, também estão presentes o aclamado rapper Kendrick Lamar, o guitarrista Jack White e a sensação The Weeknd.

Com várias referências a personagens e fatos históricos, Beyoncé parte de uma história privada para falar sobre um contexto maior, em um álbum claramente político que demarca sua posição como uma artista negra. Entenda quais são as ancoragens de Lemonade: “Limonada” e escravidão

O título do álbum é uma referência ao hábito de os escravos americanos tomarem limonada acreditando que ela embranqueceria suas peles. Ela ainda cita isso, quando repete em uma parte do disco uma receita que aprendeu com sua avó: “Pegue meio litro de água, acrescente 220 gramas de açúcar, o suco de oito limões e raspas de um limão. Passe a água para um recipiente e depois para outro, várias vezes. Coe por um pano de prato limpo. Avó. Alquimista. Você teceu ouro a partir desta vida dura. Criou beleza a partir das coisas deixadas para trás. Encontrou a cura onde ela não vivia. Descobriu o antídoto em sua própria cozinha. Quebrou o feitiço com suas próprias mãos. Você passou essas instruções à sua filha, que as transmitiu à filha dela”. Feminismo, padrões de beleza e independência da mulher

Jack O’Keeffe

Rodrigo Perrotta Fonte: zh.clicrbs.com.br De 27/04/2014

Em duas músicas, há clara referências à beleza do cabelo afro. Na letra de “Sorry”, Beyoncé

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menciona Becky do cabelo bom (É melhor ele ligar pra Becky do cabelo bom). Na cultura americana, Becky refere-se ao arquétipo da mulher branca de classe média. A preferência por manter o cabelo afro também é referida em “Formation”. Já “6 Inch” fala sobre as conquistas profissionais e financeiras das mulheres. O título da faixa faz alusão ao salto alto, usado com símbolo de riqueza e poder. A cantora ainda convidou mulheres negras influentes para participar dos vídeos, como Serena Williams, Zendaya, Amandla Stenberg, Winnie Harlow e Quvenzhané Wallis. Malcolm X

Em “Don’t Hurt Yourself”, Beyoncé cita uma frase do líder revolucionário negro Malcolm X, assassinado em 1965 aos 39 anos. “A mulher mais desrespeitada da América é a mulher negra. A pessoa mais desprotegida da América é a mulher negra”, canta ela para, em seguida, utilizar trechos de discurso do militante, como “Uma vez motivado, ninguém mais é capaz de mudar tão completamente quanto alguém que esteve no fundo do poço”. A cantora já havia feito alusão a Malcolm X no Super Bowl, em fevereiro. Direitos Civis, violência policial e negritude

Em “Freedom” e “Formation”, que encerram o álbum, Beyoncé adentra fortemente nas questões raciais contemporâneas e refere-se a violência policial contra negros. “Freedom” fala sobre negritude na América traz mães de jovens ne-

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gros assassinados pela polícia e aparecem segurando fotos de seus filhos. “Liberdade, liberdade, onde você está? Porque eu também pre-

ciso de liberdade” e “Vou continuar a correr, porque uma vencedora não desiste dela mesma” são frases que ela canta.


Clarisse Castro

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a nova sede do Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro Rodrigo Perrotta Fonte: glamurama.uol.com.br De 22/09/2015 Os 50 anos do MIS (Museu da Imagem e do Som) do Rio, vai contar com um presente e tanto. Além da sede na Praça XV e na Lapa, o museu vai ganhar no final do primeiro semestre de 2016 sua terceira – e gigante – sede. O novo local fica na praia de Copacabana, conta com sete andares e 9,8 mil metros quadrados de área. Seu percurso narrativo foi construído com base na ideia da rua como local de entretenimento e como símbolo da criação popular. O objetivo é conduzir o visitante para um passeio pelo acervo da instituição, pela cidade e pelo tempo. No térreo, o Baixo Atlântica vai contar com uma banca virtual de jornal com notícias que se relacionam com o conteúdo do museu, além de uma livraria e um bar. No primeiro nível de exposições, chamado de “Espírito Carioca”, três características daqueles que vivem no Rio: o humor, a rebeldia e o espírito festivo,

com uma mostra sobre o Carnaval. A música, considerada por muitos o ícone da criação artística do Rio, ganha um andar inteiro, o Doce Balanço, assim como a TV brasileira. Em É Sal, É Sol, É Sul, o público vai passear em pleno Rio de Janeiro. A descoberta do mar, com a avenida Central e os túneis, e o desmonte do Monte do Castelo, que gera o Aterro, são algumas das bases da expografia desse trecho do museu. Uma experiência visual inédita, Rio no Cinema exibirá a cidade como personagem e como cenário de filmes de ficção brasileiros e estrangeiros. O terraço do prédio funcionará como um mirante que à noite se transformará em cinema a céu aberto, com um restaurante panorâmico anexo. No subsolo do prédio haverá uma boate, além de um cine-teatro-auditório com 280 lugares. Na boate, dois programas expográficos vão se alternar para surpreender o visitante: na pista de dança, a história da música ao vivo na noite carioca será projetada nas mesas; em seguida, as mesas serão alçadas ao teto, passando a ficar suspensas, e o espaço se tornará um grande baile, exibindo a genealogia da cultura black no Rio.

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Coletor menstrual: o novo melhor amigo da mulher

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Substituto para quem busca uma alternativa aos tradicionais absorventes, o coletor menstrual vem conquistando adeptas que nĂŁo cansam de enumerar as vantagens do copinho de silicone.

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Amanda Flor revistadonna.clicrbs.com.br em 29/4/2015

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á pensou em não precisar comprar absorventes durante anos? Pode parecer um sonho, mas é o que promete o coletor menstrual, um copo feito de plástico totalmente maleável que é dobrado e inserido na entrada da vagina. O objeto que, à primeira vista pode parecer grande, adapta-se bem ao corpo. Foi inventado pela norte-americana Leona W. Chalmers, na década de 1930, e apesar de não ser novidade, apenas recentemente o objeto ganhou adesão entre as brasileiras. Antes de mais nada, é preciso entender o que exatamente é o coletor. Confeccionado em silicone medicinal flexível, ele funciona como um copo, literalmente, que é colocado dentro da vagina para aparar o sangue da menstruação. Em ciclos de até 12 horas, a mulher retira, esvazia, lava e pode inserir novamente. A higiene é o ponto chave para quem faz uso do objeto. Após o ciclo, ele deve ser lavado em água fervente e guardado na embalagem apropriada. As redes sociais são responsáveis pela divulgação dos coletores. No Facebook há um grupo chamado Coletores Brasil,

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que conta com mais de 16 mil pessoas, onde são trocadas dicas e informa. Embora visto com bons olhos pelas usuárias, o coletor ainda divide a opinião de ginecologistas – que, em muitos casos, pouco conhecem o método. Segundo alguns profissionais, o copinho ainda não conquistou adeptas o suficiente para que se sintam à vontade para recomendar sem restrições – e outros só tinham visto o “tal coletor” pela internet. — Ainda temos poucos dados, quase nada de experiência clínica e nenhum estudo que eu conheça. Mas posso dizer que mal não tem a oferecer — explica Maria Celeste Wender, professora de Ginecologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O principal argumento de quem se mostra contrário é que o sangue que fica parado dentro da vagina poderia gerar a proliferação de bactérias – argumento rebatido pela ginecologista: — O sangue fica parado, mas teoricamente não retorna para o lugar de origem, que é o útero, onde não há bactérias. Quando o fluxo passa do colo e vai até a vagina pode haver algum contato com mucosas.

O risco é semelhante ao que se poderia ter com o absorvente interno, que pode causar o chamado choque tóxico, mas é algo extremamente raro. — Leigamente, os dois métodos [coletor e absorvente interno] se assemelham. O risco passa a existir quando a mulher fica mais de 24 horas com o mesmo absorvente — complementa Jaqueline Blender, ginecologista e sexóloga.

Onde comprar: http://www.meluna.com.br (a partir de R$75,00) http://www.inciclo.com.br/loja/ (a partir de R$79,00) https://loja.fleurity.com.br (a partir de R$89,90) http://www.kevosai.com.br (a partir de R$179,90)


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jubadeleoa.com.br

Ficou com vontade de experimentar? Enumeramos cinco 1. Se adapta ao seu corpo Produzido em silicone flexível, hipoalergênico e antibacteriano, o copinho pode ser vendido em até quatro tamanhos diferentes. A maioria das empresas, entretanto, oferece duas opções: uma para mulheres com mais de 30 anos, ou que já têm filhos, e outra para mulheres mais jovens e que nunca passaram por um parto. Ele se adapta fácil ao seu corpo, mas é preciso ter certeza de que o coletor está devidamente encaixado. 2. Na maioria dos casos, não há contra-indicações Como é produzido com material hipoalergênico, é difícil que ele possa trazer problemas a sua pele. Há quem não aconselhe para mulheres que nunca tiveram relações sexuais, pois pode romper o hímen. Também não é recomendado usar nos primeiros dias após o parto. 3. É econômico Se levarmos em conta que a mulher gasta cerca de R$ 100 por ano com absorventes interno e externos, a troca pelo copinho, que custa a partir de R$ 70 reais, já se justifica. E se incluirmos na conta que, higienizado de forma correta, o coletor pode durar entre cinco e dez anos, a economia se multiplica. 4. É sustentável Considerando que uma mulher menstrua, normalmente, dos 12 até os 50 anos, o cálculo estimado é de 10 mil absorventes durante toda a vida. A versão externa demora 100 anos para se degradar na natureza, e o interno cerca de um ano. O mesmo coletor pode ser utilizado durante todo o ciclo por, no mínimo, cinco anos. Se bem higienizado, a vida útil do produto pode até dobrar. A recomendação dos fabricantes é que o copinho seja lavado com água e sabão neutro a cada troca – que deve ser feita de 8 em 8 horas, ou menos se o seu fluxo for mais intenso. No final do ciclo, deve ser lavado com água fervente e guardado para o próximo mês. 5. É higiênico O absorvente externo pode causar um cheiro forte e desagradável. Com o coletor, ele quase não existe, já que o sangue não entra em contato com o oxigênio – o que faz com que as bactérias que causam o odor se proliferem..

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pixababy.com

Os benefícios do

chá verde

Amanda Flor O chá verde é conhecido por ser um grande aliado quando o assunto é emagrecimento, mas esse é apenas um de seus benefícios. Feito a partir da infusão da planta Camellia sinensis, a mesma que gera os chás preto e branco, é chamado de verde porque as folhas da erva sofrem pouca oxidação durante o processamento. Muito popular na China e no Japão, passou a ser consumido com maior frequência no Ocidente graças às suas características antioxidantes. Pesquisadores acreditam, ainda,que o hábito de beber chá em vez de café é um dos fatores responsáveis pelo menor índice de infarto nesses países. E como se não bastasse, comprovou-se também que as substâncias presentes no chá verde ajudam a prevenir cáries, têm ação antiinflamatória e antigripal, ativam o sistema imunológico e regeneram a pele. Os princípios curativos e regeneradores da planta enriquecem os cosméticos que prometem recuperar o viço da pele e dos cabelos.

Emagrecimento Alguns estudos preliminares apontam que umas das catequinas (tipo de flavonoide) mais presentes no chá verde, a epigalocatequina galato (EGCG), estimula diversas enzimas que controlam o metabolismo das gorduras. Isso faz com que elas sejam mais bem usadas pelo nosso organismo, não ficando apenas paradas no tecido adiposo. Além de promover o emagrecimento, ele proporciona uma melhor composição adiposa no organismo, o que reduz as chances de diversas doenças aparecem. As catequinas também são apontadas como responsáveis pela sensação de saciedade, já que interagem com os receptores da leptina, hormônio relacionado à essa sensação. Anti-envelhecimento O chá verde atua como um escudo e impede que os raios UV danifiquem a pele. O chá tem uma capacidade de absorção dos radicais de oxigênio elevado que, basicamente, combate os radicais livres, proporcionando proteção contra os raios nocivos do sol. Protege os Pulmões O chá verde protege você contra o cancro de pulmão, reduzindo o dano celular provocado pelo fumo do cigarro.Um estudo realizado pela Universidade do Arizona, descobriu que ele reduz o dano celular em cerca de 25%. Estimulante Este efeito é devido à cafeína e taninos presentes no mesmo, que apesar de seus efeitos adversos sobre a saúde a longo prazo, são muito bons como estimulantes, desde que sejam consumidos moderadamente.

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Coletiva Adstringência Ao provocar a contração dos músculos e tecidos tonifica os músculos e pele, ajudando a controlar a oleosidade e surgimento de acne. Também pode ser usado como enxaguatório bucal e tônico capilar. Anti-cancerígeno Além do envelhecimento, os radicais livres também são responsáveis por causar certos tipos de cancro. O chá verde neutraliza esses radicais livres, previne a formação de agentes cancerígenos e reduz as probabilidades de contrair cancro.

saudedica.com.br

Saúde Cardíaca e Arterial Alguns componentes do chá verde impedem o sangue de ficar mais espesso, reduzindo assim as probabilidades de esclerose arterial, trombose, doenças cardíacas e acidentes vasculares cerebrais. Anti Diabético Se não for tomado com o açúcar, a natureza alcalina do chá verde ajuda a reduzir o nível de glicose no sangue. Além disso, os seus constituintes garantem uma boa saúde e um melhor funcionamento do pâncreas e melhor secreção de insulina, resultando assim numa melhor decomposição e absorção de açúcar. Diminui o stress: Contém um composto especial chamada tanino, que é conhecido por estimular as ondas cerebrais alfa, acalmar o corpo, e promover a consciência relaxada.

Quando beber chá verde: O chá verde deve ser bebido fora das refeições porque reduz a absorção de diversos nutrientes, como o ferro e cálcio. Quem não gostar do sabor amargo característico do chá verde pode adicionar folhas de hortelã ou bater o chá no liquidificador com frutas, como maçã ou morango. Para ter todos os benefícios do chá verde, basta tomar 3 a 4 xícaras de chá verde por dia. Essa quantidade não deve ser ultrapassada, pois tomar grande quantidade de chá verde faz mal e pode causar insônia, aumentar a pressão e até provocar gastrite.

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mundodastribos. com

Mito ou verdade?

Descubra se dormir com o cabelo molhado realmente faz mal aos fios e Ă saĂşde 102


Coletiva Amanda Flor revistamarieclaire.globo.com em 10/11/2015 Algumas coisas são ditas tantas vezes que passam a ser consideradas verdades universais. Uma delas é que se você dormir de cabelo molhado vai danificar seus fios, segundo seu hairstylist, ou até mesmo pegar um resfriado. Mas será que isso é realmente verdade? Sobre o estragar o cabelo... O site “Byrdie” conversou John Ruggiero, hairstylist de famosas, e ele afirma que dormir com os fios úmidos não é uma boa ideia. Quando dormimos com os cabelos molhados, os fios ficam mais sujeitos a quebrar, pois cabelo o molhado é mais frágil. Mas isso não significa que as raízes vão apodrecer. Outra questão é que dormir com os cabelos molhados facilita a proliferação de fungos, resultando no agravamento da caspa, por exemplo. “Ele vai secar bagunçado e ficar indisciplinado e com nós quando você acordar, causando mais trabalho de manhã.” Mas se mesmo assim você

insistir em dormir com o cabelo molhado, o hairstylist sugere ter algumas precauções. “Diria para as minhas clientes pentear os fios com um leave-in ou um spray para desembaraçar, fazer uma trança solta e prender o cabelo em um coque alto”, diz. “Dessa forma, quando acordar o cabelo não estará embaraçado e ainda terá ondas.” Sobre ficar resfriada... A ideia de que você irá ficar resfriada se dormir com o cabelo molhado parte da ideia de que você irá ficar doente se estiver fisicamente fria. Mas qualquer cientista diria que o resfriado comum é um vírus, o que significa que não tem nada a ver com temperatura supostamente. Uma série de estudos tem examinado se a temperatura afeta a probalidade do seu corpo de ficar doente e os resultados tem sido inconclusivos. No entanto, um estudo ligou os dois fatos, segundo a “BBC”. Um pesquisador chamado Ron Eccles pediu que metade

de um grupo de voluntários sentasse e colocasse os pés em uma banheiro com água gelada (o equivalente a estar com o cabelo molhado); a outra metade se sentou com os pés em uma banheira vazia e usando meias e sapatos. Nos primeiros dias não houve diferença. 4 a 5 dias depois o dobro de pessoas do primeiro grupo disse ter apresentados sintomas de resfriado. Então, o que isso siginifica exatamente? Uma teoria é que quando seu corpo fica frio, os vasos sanguíneos do nariz e da garganta se contraem, o que permite que alguns vírus lutem contra os glóbulos brancos. Mas as pessoas apenas disseram que estavam com sintomas de resfriado e não foram examinadas para determinar se realmente estavam com o vírus. Então, a ligação entre a temperatura fria do corpo e ficar doente não é comprovada. Na dúvida, seque o cabelo antes de dormir ou só arrisque deitar cabelo molhado se tiver certeza que será numa cama quente e corfortável.

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Plantas Alimentícias não co instrumentos para o com JULIANA CARREIRO

Existem cerca de 10 mil espécies de PANCs no Brasil

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onvencionais são grandes mbate da fome no Brasil O que são PANCs? São plantas silvestres, selvagens, que nascem espontaneamente em todo o planeta e não precisam de cuidados, por isso garantem uma biodiversidade muito grande em todas as regiões. Essas plantas guardam propriedades nutricionais importantes, mas elas são mais conhecidas como ervas daninhas, como o mato que “atrapalham” as grandes plantações. Nós temos no mundo todo por volta de 25 mil espécies de plantas comestíveis, o Brasil tem de 15 a 20% dessa biodiversidade, o que representa de 8 a 10 mil espécies. Mas, pelo hábito alimentar globalizado, nem 300 espécies estão sendo consumidas. Há algumas décadas elas eram muito mais utilizadas pelos brasileiros, como os índios, por exemplo, que são os que mais as utilizam até hoje. Como a agricultura convencional é voltada para aqueles alimentos que têm mais procura, elas são deixadas de lado.

As PANCs combinam com as discussões sobre o preço dos produtos naturais, sobre a oferta de alimentos no futuro, sobre os benefícios dos orgânicos, o combate a fome e até sobre a utilização dos alimentos como promotores de saúde.

Por que preferir estes alimentos? O fato destas plantas serem utilizadas como “protetoras” das plantações fez com que elas adquirissem uma grande resistência aos predadores e, com isso, elas ganham um teor proteico e fitoquímicos maior do que as hortaliças mais protegidas, de forma natural ou artificial. Os fitoquímicos têm a importante missão de combater os processos inflamatórios do nosso organismo. A ora pro nobis tem o teor proteico maior do que o do feijão, é muito rica em ferro e vitamina A e pode ser plantada em qualquer lugar. Se deixarmos uma muda delas no quintal ou varanda, logo ela florescerá e irá formar uma cerca viva. As pessoas acham lindo, mas nem imaginam que é comestível. É uma boa forma de substituir a carne, para os vegetarianos e para quem não tem condições de pagar por ela, com a alta nos preços, por exemplo. 100 gramas de folha de vinagreira correspondem a 60% da nossa necessidade diária de ferro e ela também cresce com muita facilidade. A flor de hibisco, que é muto consumida em forma de chá, tem inúmeras propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes. As sementes do caruru podem ser adicionadas à preparações doces ou salgadas e são muito ricas em fitoquímicos, que ajudam até a regular a pressão arterial.

api.ning

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Coletiva

RUGBY

História : O rugby surgiu na década de 1830, quando uma criança da Rugby School, na Inglaterra, pegou uma bola de futebol com as mãos e saiu correndo com ela. A versão Olímpica, com sete jogadores em cada equipe, foi criada por dois açougueiros de Melrose, na Escócia – por isso, o troféu da Copa do Mundo é chamado Melrose Cup . A versão para 15 jogadores estreou em

Paris 1900, esteve em Londres 1908, Antuérpia 1920 e Paris 1924. O formato com sete atletas só será introduzido em 2016.

O jogo : O rugby sevens é um esporte de muita ação e velocidade, em que a combinação entre o talento individual e a jogada coletiva propicia aos espectadores lances espetaculares. Em uma variação do

formato mais tradicional do rugby, duas equipes de sete atletas avançam pelo campo na tentativa de marcar pontos, passando uma bola de mão em mão, sempre para trás. A partida é dividida em dois tempos de sete minutos . O objetivo é fazer um número maior de pontos do que o adversário. Com elementos parecidos ao futebol americano, o time de rugby marca pontos quando consegue um

“try” (5 pontos – quando um jogador apoia a bola com uma das mãos na área de pontuação do time adversário), uma conversão (2 pontos – chute para a bola passar entre os postes após o “try”), um “drop goal” (3 pontos – chute durante a partida para a bola passar entre os postes), ou uma cobrança de penalidade (3 pontos – após uma falta, o time pode tentar um chute para a bola passar entre os postes). Foto: Confederacao de Rugby

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Coletiva Foto: Confederacao de Rugby

Rop-Kick - ação de

lançar a bola e chutá-la após o quique. Pode ser utilizada para começar ou recomeçar uma partida ou para executar conversões e penalidades

Knock-on - Infração

cometida por um atleta que permite que a bola seja projetada para frente

Scrum Ação de repo-

sição da bola em jogo, em que três jogadores de cada equipe se posicionam juntos e ten-

tam ganhar a posse da bola empurrando seus adversários para trás Seleção Brasileira: A International Rugby Board (iRB) e o Comitê Olímpico Internacional já garantiram a participação brasileira tanto no feminino, quanto no masculino. A modalidade está em crescimento no npo nosso país e a expectativa é grande. Nos últimos anos, a seleção

tem participado cada vez de torneios internacionais, conquistando cada vez mais espaço.

Curiosidades: A Copa do Mundo de Rugby é o terceiro maior evento esportivo do planeta, atrás apenas da Copa do Mundo de futebol e das próprias Olimpíadas. No Brasil, apesar de ser praticado na maioria dos estados, conta com apelo popular ainda menor que o do golfe.

De acordo com o último censo divulgado pela Associação Brasileira de Rugby, a modalidade soma 4.763 praticantes, contra quase 25 mil do golfe. Os trunfos do esporte são os custos de equipamento e acessórios – mais baixos que os de um golfista –, a disponibilidade de espaço – um campo de futebol já serve como base de treinamento – e a alta popularidade do esporte pelo mundo. Um esporte forte!

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Nado Nado SincronizaSincronizado Foto: Zequinha Santos

O que é : O Nado Sincronizado, também conhecido como Natação Sincronizada, é um esporte que mistura elementos da natação, dança e ginástica. Ele consiste na execução, dentro de uma piscina, de uma rotina de movimentos ao ritmo da música. Esta modalidade esportiva pode ser disputada individualmente, em casal ou equipe.

Habilidades envolvidas : O nado sincronizado envolve o uso de várias habilidades por parte do atleta como, por exemplo, força física, arte, precisão, flexibilidade, controle de respiração dentro da água e graciosidade.

apareceu somente em 1933, durante o primeiro mundial, que ocorreu em Chicago.

História :

No início, era um esporte praticado na maioria por homens. Porém, já na década de 1920 ele começou a se popularizar entre as mulheres, que atualmente, são a maioria na pratica do esporte.

O Nado sincronizado era conhecido no começo do século XX como Ballet Aquático. A primeira competição ocorreu em Berlim, no ano de 1891. O nome nado sincronizado

O Nado sincronizado se espalhou pelo mundo através das apresentações do nadador australiano Annette Kellerman, que fez apresentação em Nova Iorque em 1907.

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Competição e regras básicas : A competição ocorre em duas partes: exercícios técnicos e exercícios livres. Os juízes avaliam a desempenho dos atletas, pontuando com notas de, no máximo, 10 pontos. Os juízes levam em consideração a qualidade técnica, graça, delicadeza, sincronia dos movimentos com a música, criação artística dos movimentos. Os nadadores perdem pontos nas seguintes situações: quando tocam o fundo da piscina, descansam na borda e olhar sem sorriso ou graça.

Curiosidades : - Os nadadores podem ouvir a música mesmo embaixo da água, pois as piscinas possuem alto-falantes especiais que são instalados nas paredes internas da piscina. - Os nadadores de nado sincronizado devem manter os olhos abertos embaixo da água.


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ESGRIMA Esgrima O que é : A esgrima é um esporte de combate em que os competidores (esgrimistas) utilizam armas brancas (florete, sabre e espada) para atacar e defender.

Regras (pontos, armas e equipamentos) - Uma luta de esgrima tem a duração de três assaltos, sendo que cada um tem a duração de três minutos. Na esgrima são utilizadas três armas brancas: florete, espada e sabre. A espada e o florete, que medem 1,10 m, podem ser usados no combate somente para atingir o adversário com a parte da ponta. O esgrimista ganha pontos, quando toca a região do tronco do adversário com o florete. A espada pode ser usada para atingir qualquer parte do corpo do adversário. Já o sabre (com até 1,05 metro) pode ser usado para atingir, com a ponta

ou lâmina, a região da cintura ou acima. Cada vez que um esgrimista toca o colete do adversário é marcado o ponto eletronicamente, através de sensores. Ganha o combate, o esgrimista que somar mais pontos. Os esgrimistas usam roupas especiais para o combate, com o propósito de evitar ferimentos. Máscara metálica, luvas e colete protetor são equipamentos obrigatórios para os homens. Além destes equipamentos, as

mulheres usam também protetores para os seios.

Competições de Esgrima : - A competição mais importante da esgrima ocorre durante as Olimpíadas. Esta modalidade esportiva, tanto para homens quanto para mulheres, fez parte das Olimpíadas 2012 de Londres.

Curiosidades: - Atualmente, as grandes potências mundiais

da esgrima são: Itália, Coreia do Sul, Rússia e China. A Itália conquistou 7 medalhas no esporte nas Olimpíadas de Londres 2012. Foram 3 de ouro, 2 de prata e 2 de bronze. - A esgrima esteve presente em todas as edições dos Jogos Olímpicos da Era Moderna. - Flecha é um termo usado na esgrima para fazer referência a um ataque veloz, cujo adversário é pego de surpresa. Foto: Satiro Sodre

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REMO O uso do barco a remo acompanha a história humana desde que o homem desenvolveu esse método de locomoção sobre as águas. No Brasil, o Remo é um esporte que ficou bastante famoso e ganhou muitos adeptos no início do século XX, quando os rios ainda eram limpos. As primeiras competições de remo ocorreram na Inglaterra, no século XIX, quando também alguns clubes se organizaram em função dessa prática. Mas o remo só ganhou popularidade quando conquistou o cenário universitário: alunos das universidades de Cambridge e Oxford, a partir de 1829, disputam anualmente uma regata no Rio Tâmisa. Com as regatas ganhando adeptos, modificaram-se também as embarcações: inicialmente eram grandes e pesadas, mas foram ganhando

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formas mais hidrodinâmicas e materiais mais leves, como a fibra de carbono.

▪ Quatro sem timoneiro: Mede 13,4 metros e tem massa de 50 quilos;

Atualmente, são oito os tipos de barcos. Os barcos “Skiff” apresentam parlamenta dupla – são dois remos por remador –, já os outros são com parlamenta simples:

▪ Quatro com timoneiro: Mede 13,7 metros e tem massa de 51 quilos;

▪ Single Skiff (para um remador): Mede 8,2 metros e tem massa de 14 quilos; ▪ Double Skiff (para dois remadores): Mede 10,4 metros tem massa de 27 quilos; ▪ Four Skiff (para quatro remadores): Mede 13,4 metros e tem massa de 52 quilos; ▪ Dois sem timoneiro: Mede 10,4 metros e tem massa de 27 quilos; ▪ Dois com timoneiro: Mede 10,4 metros e tem massa de 32 quilos

▪ Oito com timoneiro: Mede 19,9 metros e tem massa de 96 quilos. Em caso de barcos com mais de um remador, cada atleta tem uma função específica e, portanto, uma denominação para essa função: • Meia Nau: Remadores do meio do barco; • Timoneiro: Aquele que comanda a embarcação; • Voga: Impõe ritmo à remada; • Proa: responsável pelo equilíbrio do barco; Sota-Proa: Atleta mais próximo do Proa


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VELA O iatismo, também chamado de vela, é uma modalidade esportiva que envolve barcos, sendo esses movidos apenas por propulsão à vela. Pode ser praticado tanto por homens quantos mulheres. O ambiente adequado deve ser aberto e extenso, sendo o mar um dos meios mais apropriados e usados. As competições são classificadas de acordo com o número de tripulantes no barco, com a mastreação e com o número de velas usadas.

Federação Internacional de Iatismo. Mareações As mareações são movimentos executados durante o iatismo. Alguns dos mais comuns são: ▪ Bolina cerrada: É o ato de andar o mais perto possivel do vento com as velas do barco caçadas por completo. ▪ Bolina: É o ato de andar perto do vento,

mas não tanto quanto na bolina cerrada, com as velas caçadas, também não tanto quanto da forma anterior. ▪ Largo: É quando o vento entra na lateral do barco com as velas caçadas pela metade. ▪ Largo aberto: É o ato de navegar mais afastado do vento, com as velas mais folgadas. O iatismo é um evento de popularidade con-

siderável em todo o mundo. Alguns eventos de portes maiores disputados são: • America’s Cup • Rolex Ilhabela Sailing Week • Transpacific • Volvo Ocean Race A vela nos jogos olímpicos • Classe 470 • classe 49er • Classe Elliott 6m • Classe Finn • Classe Laser • Classe Star Foto: Eugenio Souza

Cada “partida” desse esporte é chamado regata. Ao final de cada regata são acumulados pontosde acordo com a posição de chegada do barco. A equipe considerada vencedora é aquela que, ao final de uma série de regatas, conseguir acumular o menor número de pontos. A entidade em âmbito internacional responsável pela manutenção e fiscalização das questões relacionadas a esse esporte é a ISAF,

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Pentatlo Moderno

Regras do pentatlo moderno Em primeiro plano, devemos destacar que toda a disputa ocorre em um dia único. Os participantes, por sua vez, vão recebendo pontos conforme o desempenho notado em cada um dos esportes. No final da última prova, o que reunir a maior quantia de pontos (oriundos de todas as provas: tiro, natação, esgrima, corrida e hipismo) é considerado o grande vencedor. A prova que decide realmente o vencedor é sempre a de corrida. Isso acontece pelo fato de

Foto: Eugenio Souza

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que todos os pontos acumulados nas outras disputas se transformam em tempo, e no caso, o que ganha a corrida se torna o campeão do dia. Regras do pentatlo moderno – tiro

Esgrima É na segunda fase de prova que as coisas começam realmente a ficar sérias: agora, todos os atletas podem se enfrentar. As disputas de esgrima são realizadas por meio de um instrumento: a espada. E cada uma das lutas tem a duração de apenas um toque: o que o fizer primeiro é o verdadeiro vencedor do confronto. Caso

haja o empate, ou seja, nenhum jogador venha a tocar o outro em até um minuto, os dois são considerados perdedores. Para conse-

guir os 1000 pontos, ele precisa ganhar cerca de 70% de todas as lutas. Em uma competição com 32 atletas, por exemplo, o indivíduo deveria vencer 22 partidas para conseguir todos os pontos da prova.

Natação Contra o tempo, os atletas devem percorrer 200 metros. E quem ganha não é necessariamente o indivíduo que chega primeiro, mas sim, o que realiza a prova total em menos tempo. Geralmente, os homens conseguem os 1000 pontos quando realizam a prova em 2 minu-

tos e 30 segundos, e as mulheres, em 2min40.

Hipismo Partimos já para a quarta modalidade no que diz respeito às regras do pentatlo moderno. No hipismo,

o participante deve cavalgar em um cavalo totalmente desconhecido em um trajeto que varia entre 350 e 450 metros. São 12 diferentes obstáculos e no total 15 esforços, lembrando que a altura máxima é de 1,20 m para cada um deles, além de ser um duplo e um triplo.

Corrida É agora que tudo realmente entre em jogo: a corrida é a parte final da prova, em que os atletas devem percorrer 3 quilômetros em qualquer tipo de ambiente. Agora, a pontua-

ção final do pentatlo é transformada em tempo, e os indivíduos com mais pontos são aqueles que dão início à prova primeiro. Ganha a competição total quem cruzar a linha de chegada primeiro.


Polo Aquático O que é o Polo Aquático : O Polo Aquático é praticado em piscinas que devem ter entre 20m m e 30m de comprimento, entre 10m e 20m de largura e, no mínimo, 2 metros de profundidade. Em cada extremidade da piscina é colocado um gol (meta) de 3m de largura e 90cm de altura. As equipes são formadas por sete jogadores de linha (que atuam na partida) e seis suplentes (reservas). Os gorros ou tocas são usados para diferenciar cada equipe. A bola de Polo Aquático deve ter entre 400 e 450 gramas de peso. O diâmetro deve ficar entre 68 e 71 centímetros.

- Cada partida é dividida em quatro tempos de sete minutos cada. Quando há empate em partidas eliminatórias, há prorrogação e, se continuar empatada, ocorre a disputa por pênaltis (cinco cobranças para cada lado); - São consideradas faltas: segurar a bola com as duas mãos ao mesmo tempo, manter a bola sob a água, pegar impulso no fundo da piscina e empurrar o adversário; - Cada equipe possui 30 segundos de ataque.

Potências do Polo Aquático na atualidade : Em 2011, a Liga Mundial foi vencida pela equipe da Sérvia (masculino) e Estados Unidos (feminino). Já o Campeonato Mundial disputado em Xangai, também em 2011, foi vencido pela Itália (masculino) e Grécia (feminino). Já nas Olimpíadas de Londres (2012), a medalha de ouro na categoria masculina ficou com seleção da Croácia, a de prata com a Itália e a de bronze com a da Sérvia.

Coletiva

você sabia? - O Polo Aquático foi o primeiro esporte coletivo (praticado em equipes) a ser disputado em Olimpíadas. A estreia do esporte ocorreu nas Olimpíadas de Paris, no ano de 1900. Foto: Satiro Sodré

Regras : - O objetivo do jogo é marcar gols. A equipe que marcar um número maior de gols vence a partida; - A bola não pode ser segurada com as duas mãos ao mesmo tempo (com exceção do goleiro). A bola deve ser conduzida por uma das mãos ou pelos braços;

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