LIPA
Trabalho acadêmico da turma C301x Editoração Eletrônica da Facha - Período 2022.1
DUA
Cantora britanica retorna ao Brasil com sua nova turnê para o festival.
COPA DO MUNDO: Relembre grandes feitos passados no maior evento futebolístico do mundo.
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COM PANDEMIA, COMERCIO ELETRÔNICO TEM SALTO “O avanço do comércio eletrônico em meio à pandemia foi puxado pelas categorias que já possuem maior atuação nas vendas pela internet”.
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EXPEDIENTE EDITORIAL
FACHA - Faculdades Integradas Hélio Alonso.
Alunos que participaram deste projeto:
Campus: Botafogo.
“EDITORES”: Josué Picanço de Lucena e Samuel Nahas Motta.
Caro leitor,
Disciplina: Editoração Eletrônica.
Temos a satisfação e o prazer de apresentar a revista InForme, produção realizada pelos alunos universitários da Faculdade Integradas Hélio Alonso (FACHA), com os conhecimentos adquiridos na disciplina Editoração Gráfica, ministrado pelo Professor Gilvan Nascimento, turma C301X, no período 2022.1.
Curso: Comunicação Social - Jornalismo e Publicidade e Propaganda.
O objetivo com o trabalho acadêmico é colocar em prática o entendimento obtido no semestre, reunindo notícias e assuntos da atualidade. A turma foi organizada em duplas, sendo divididas em editorias com o foco em desenvolver uma matéria profunda sobre a temática escolhida, quais são: Moda, Literatura, Política, Saúde, Cultura, Meio Ambiente, Tecnologia e Esportes, dessa forma, conduzindo o leitor em uma leitura leve e coerente. Portanto, em nome de toda a turma agradecemos ao professor por passar o seu conhecimento, pela paciência e a cada aluno por se empenhar na criação de sua editoração.
Turma: C301X - 1º Semestre de 2022. Prof.: Gilvan Nascimento. Revista impressa desenvolvida como trabalho acadêmico válido como verificação final, idealizada para os alunos de jornalismo e Publicidade e Propaganda da Facha - Faculdades Integradas Hélio Alonso. As matérias podem não ser originais, bem como as imagens. O conteúdo (textual e imagético) que não foi produzido pelos alunos, deverá ter seu crédito devidamente inserido. Vale ressaltar que os alunos da turma foram responsáveis por toda a diagramação, planejamento e programação visual com a orientação do professor da disciplina e que foram mantidos os erros cometidos pelos mesmos na produção como forma de avaliação.
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Equipe: anna beatriz da costa brea brito, beatriz hoffmann campos mussi, breno carvalho braga, bruno santos lourenço, cecilia de souza cruz, felipe souza sant’anna, fernando lopes albernaz casemiro, giovanna crespo fant, giovanna pezzuto, helena miranda guimarães, hellen faustino gomes de carvalho, joão moraes ernandez, joao pedro ribeiro de lima, josé armando alves martins, julia melo marini, juliana carneiro araujo, laura motta pacheco, lorena de oliveira santos, luana gripp sampaio de oliveira, lucas campos de souza, lucas figueiredo de oliveira, lucas pita penna de souza, luiz marcelo araujo santana, matheus da motta van de sande rodrigues, nicholas rodrigues dos santos neves, patrick feitosa tavares da silva, paulo eduardo machado vieira de araujo, pedro cunha velloso brito, rafaella torres milesi, rayssa silva machado, rodrigo de assis francesconi da silva, sabrina mendes de oliveira, tayná teixeira celidônio, thaís gouvea de menezes, wellerson ribeiro esperança mega e yago vicente de oliveira santos
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Sumário 4
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MODA 07 LITERATURA 17 HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA 25 POLÍTICA 35 SOCIEDADE 43 SAÚDE 53 CULTURA 63 CULTURA POP 71 CINEMA 79 FESTIVAIS DE MÚSICA 87 MEIO AMBIENTE 97 TECNOLOGIA 107 E-COMMERCE 116 ESPORTE BASQUETE 125 SURF 133 AUTOMOBILISMO 141 FUTEBOL INTERNACIONAL 149 FUTEBOL CARIOCA 157 COPA DO MUNDO 166
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As Estratégias do Marketing de moda em 2021 Relacionamento direto com o consumidor, cocriação com comunidade locais e pop-ups foram algumas das estratégias de sucesso deste ano. Fonte: www.vogue.
Moda e Comunicação
Fernando Casemiro e Giovanna Pezzuto Fonte: vogue.globo.com Em, 19/05/2022 19 Após um inesperado ano de 2020, que obrigou a indústria da moda a repensar suas estratégias de marketing, este ano, as marcas enfrentaram novos desafios. Entre eles, a segmentação digital menos eficiente vinculada às novas medidas de privacidade do Google e da Apple, e preços crescentes de publicidade digital no Facebook, Snapchat, Pinterest e outras plataformas sociais. “A Meta é tipo o outdoor de rodovias da Internet que ainda é o
mais usado pelas marcas”, diz Lore Oxford, chefe global de insights culturais da We Are Social. No entanto, o que ficou claro é que a era dominada por Meta, que impulsionou milhares de novas marcas, está se transformando. Os profissionais de marketing devem pensar mais amplamente sobre onde gastar seus orçamentos digitais e, a partir segundo grandes momentos publicitários deste ano, alguns estão começando a confiar menos na segmentação digital de consumidores e estão ficando ainda mais criativos em um mundo pós-cookie. Ao mesmo tempo, novas oportunidades surgiram à medida que as restrições à pandemia diminuíram em muitos países
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e os gastos dos clientes se recuperaram. Dados da WARC, uma empresa de inteligência de marketing, que pesquisou mais de 1.350 profissionais de marketing globais em 2021, mostram que os gastos na indústria de marketing global tiveram um aumento meteórico de 23,8% (US$ 771 bilhões) este ano e deve chegar a US$ 1 trilhão até 2025. As plataformas digitais devem liderar esse crescimento, com 66% dos profissionais de publicidade planejando aumentar os gastos com o TikTok no próximo ano, enquanto o YouTube (61%), Instagram (60%) e Google (57%) também deverão se beneficiar de gastos maiores em 2022. 7
Criando relacionamentos com o consumidor No Summit do Vogue Business e Google, em novembro passado, o chefe da indústria de moda e luxo do Google, Corey Moran, recomendou que as marcas pensassem em canais de publicidade que constroem relacionamentos diretos com o consumidor e um envolvimento mais profundo com o público. Este ano, os principais varejistas de roupas, incluindo Nike, Levi’s e Uniqlo, priorizaram as lojas locais e o envolvimento da comunidade. A Bottega Veneta investiu em iniciativas locais apoiadas por comunidades vizinhas, incluindo um espaço pop-up no bairro de Shoreditch, em Londres, onde encomendou a artistas a criação de peças inspiradas na estética da marca. Além disso, uma instalação lúdica em um labirinto em Seul, ofereceu aos locais a oportunidade de um encontro interativo único com a grife. Canais de marketing tradicionais, de lojas físicas de varejo a publicidade fora de casa, também ganharam nova relevância ao centralizar recursos digitais como
realidade aumentada e realidade virtual. As novas pop-ups globais da Burberry - abertas ao mesmo tempo em que a nova bolsa Olympia chegou às prateleiras-, foram inauguradas na Harrods e em outras lojas com uma experiência de realidade aumentada dando vida à estátua grega de Elpis em uma dimensão digital no estilo Pokémon Go. Em outro lugar, a Balenciaga usou outdoors 3D para apresentar sua parceria com o videogame online Fortnite, com personagens gigantes pairando sobre as calçadas de Londres, Nova York, Tóquio e Seul. O próximo passo é oferecer experiências mais personalizadas - embora isso exija um verdadeiro entendimento do cliente. “As marcas costumam confundir informação com intimidade”, avisa Marcus Collins, chefe de estratégia da agência de publicidade global Wieden + Kennedy. Além da pegada online de uma pessoa, a grife deve “entender suas escolhas culturais, a linguagem que usa e o que é significativo para ela, o que determinará como ela aparecerá no mundo”. As marcas de luxo postaram
Novas maneiras de avaliação da moda digital
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menos no Instagram durante a pandemia até agora, de acordo com o Vogue Business Index, que mediu a atividade de feed público do Instagram (excluindo IG Stories, Reels, IGTV e IG Ads) de outubro de 2020 a março de 2021. As marcas postaram uma média de 12% menos, em comparação com o mesmo período do ano anterior ao olhar para o mesmo período de tempo para o Facebook, havia em média 4% menos postagens. Algumas marcas optaram por sair totalmente do Instagram. Para reduzir sua dependência da publicidade em massa, a Bottega Veneta apagou todo o conteúdo de plataformas, incluindo Instagram, Facebook, Twitter e Weibo. Em novembro passado, a marca de beleza Lush saiu de quatro grandes plataformas sociais (Facebook, Instagram, TikTok e Snapchat) como parte de sua Política Global de Mídia Anti-Social. A fadiga de alimentar o feed é um problema: 75% dos entrevistados pela Outdoor Advertising Association of America e The Harris Poll disseram que estavam prestando menos atenção aos anúncios online devido ao esgotamento do Fonte: www.google.
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Fonte: www.uol.
Escalando para chegar no topo do marketing de moda
dispositivo digital neste ano. Até 45% dos jovens admitem que suas postagens nas redes sociais não são um retrato preciso de sua verdadeira identidade, enquanto 4 em cada 10 dos entrevistados afirmam que se sentem constantemente julgados, descobriu a agência jovem Zak, que conversou com mil pessoas com idade entre 16 e 24 anos. “Em vez de ter estratégias de plataforma, as marcas precisam pensar sobre com quem querem se envolver e como vão chegar ‘à essa festa’, onde as pessoas se conectam com base em seus interesses, paixões e valores”, diz Oxford, do We Are Social. Co-criação de comunidade e marca À medida que as marcas buscam atuar como formadoras de opinião, as colaborações criativas estão se tornando ainda mais fortes. A coleção de inverno 2021 da Gucci, por exemplo, apresentou uma referência surpresa à Balenciaga. Em setembro, a casa italiana fez parceria com 13 jovens de-
signers em uma nova plataforma, WGSN cunhou esses indivíduos a Gucci Vault, enquanto Fendi e como “genuinfluencers”.) Versace colaboraram em uma co- “Em uma nova era de expectativa do consumidor por valores comleção pré-primavera de 2022. partilhados, as marcas de luxo não A evolução da creative economy Alguns criadores estão evoluindo vendem mais apenas produtos: para se tornarem B2C e, em vez de elas são vistas como plataformas estarem vinculados a uma marca com voz e ponto de vista, tenpor meio de uma postagem patro- dência que continuará em 2022”, cinada ou colocação de produto, acredita Gamble. eles têm a oportunidade de vender diretamente a seus clientes, diz David Tiltman, vice-presidente de Fonte: www.prada. conteúdo da WARC. “Para marcas que trabalham com criadores, há um foco maior do que nunca no ROI”, observa Lindsey Gamble, estrategista de marketing. “Elas estão se afastando das métricas de vaidade e estão olhando para os números que impulsionam os resultados financeiros, como conversões e cliques.” E embora os influenciadores tenham sido convencionalmente usados para promover a última tendência, alguns estão sendo encarregaBolsa Prada dos pelas marcas de divulgar informações e incutir confiança na sociedade. (O birô de tendências
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Shein: os motivos do sucesso da marca de moda chinesa que bombou na pandemia Fonte: www.google.com.br
A popularidade dos produtos da empresa disparou nos últimos dois anos, e suas vendas já chegam a dezenas de bilhões de reais por ano. Entenda o que está por trás desse sucesso todo. O império da Shein
Fernando Casemiro e Giovanna Pezzuto Fonte: g1.globo.com Em, 19/05/2022 19 É uma cena comum no YouTube, no TikTok e no Instagram: uma adolescente despeja um monte de roupas da Shein em sua cama e experimenta cada peça para exibi-la aos seus seguidores. A popularidade da marca chinesa de fast fashion explodiu durante a pandemia. Mas, se você tiver mais de 30 anos, provavelmente nunca ouviu falar dela. De olho em compradores preocupados com as tendências (e 10
custos), a gigante opera exclusivamente pela internet e adiciona surpreendentes 6 mil novos itens a seu catálogo diariamente. Mas também é alvo de críticas sobre seu impacto ambiental, falta de transparência e acusações de que copia pequenos designers, o que a Shein nega. Explicamos a seguir os motivos por trás do enorme sucesso da empresa. 1. É uma marca barata, R$ 58 é o preço médio de seus produtos Os pouco conhecidos fundadores da Sheinside começaram sua sociedade em 2008, liderados pelo empresário Chris Xu, que traba-
lhava com marketing digital e vendia vestidos de noiva pela internet. Com um nome abreviado, Shein (pronuncia-se She-in), a empresa assumiu sua forma atual cinco anos depois. Embora seja sediada na China, a empresa visa principalmente clientes nos Estados Unidos, Europa e Austrália com seus tops, biquínis e vestidos a preços baixos - R$ 58 em média. Hoje, é um dos maiores nomes do fast fashion, enviando produtos para 220 países. A crise da Covid-19 deu à empresa um impulso nas vendas, diz Richard Lim, presidente da consultoria independente Retail Economics.
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foto: shein
Variedade de produtos Shein
“Os lockdowns significavam que muitos consumidores passavam mais tempo navegando online, e isso ajudou a ampliar sua presença e a alcançar um público mais amplo com mais rapidez.” Embora a empresa não divulgue informações financeiras, o provedor de dados CB Insights estima que as vendas da Shein chegaram a 63,5 bilhões de yuans (R$ 54,4 bilhões) em 2020. Mas os preços dos produtos da Shein também levantaram questões sobre sua pegada ambiental, como muitos de suas rivais. É um grande desafio, com a indústria da moda sendo responsável por até 8% das emissões globais de carbono, de acordo com um estudo da Organização das Nações Unidas. Roberta Lee, uma estilista de moda sustentável, destaca que Shein e outras marcas de fast fashion costumam usar tecidos de poliéster, que dependem “da extração de petróleo e carvão” para serem fabricados e não se biodegradam como os materiais
naturais. A marca chinesa insiste que seu método de produção de roupas em pequenos lotes é mais eficiente. Um porta-voz disse que seu modelo de negócios “equilibra os desejos e necessidades dos consumidores e o processo de estoque”. A empresa também diz que deseja usar mais tecidos reciclados e que emprega uma tecnologia de impressão de elementos gráficos e estampas que é menos poluente do que a tradicional. 2. Muita variedade - 600 mil produtos à venda A qualquer momento, a Shein tem até 600 mil produtos à venda. Ela conta com milhares de fornecedores terceirizados, bem como cerca de 200 fabricantes contratadas, perto de sua sede em Guangzhou. No que o autor e especialista em tecnologia chinesa Matthew Brennan definiu como “varejo em tempo real”, empresas menores ao longo de sua cadeia de suprimentos são alimentadas com
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informações de tendências ou do desempenho de certos produtos. Com base nesses dados, eles produzem um lote de 50 a 100 itens de um estilo. Se for bem? A Shein pede mais. Se não for, é descontinuado. A Shein pode criar um novo item em cerca de 25 dias. Para muitos varejistas, pode levar meses. A companhia acelerou o modelo “testar e repetir”, que ficou famoso com empresas como a H&M e a dona da Zara, Inditex. Apenas 6% catálogo estoque de Shein permanece à venda por mais de 90 dias, segundo apurou a BBC. A empresa envia pedidos para seus clientes diretamente, principalmente a partir de um depósito de 1,5 milhão de m² nos arredores de Guangzhou. Mas suas entregas costumam levar pelo menos uma semana para chegar em mercados como Estados Unidos e Reino Unido, em comparação com concorrentes que oferecem entrega no dia seguinte à compra. 11
fonte: res.cloudinary.com
3. É muito popular nas redes sociais - 250 milhões de seguidores Usando um exército de influenciadores, de estudantes “embaixadores” a estrelas de reality shows, a Shein acumulou mais de 250 milhões de seguidores em seus canais de mídia social. A presença online de Shein tem impulsionado seu sucesso “à medida que aumenta o conhecimento da marca e o envolvimento” com os consumidores, diz Emily Salter, analista de varejo da GlobalData. Direcionar publicidade e patrocinar influenciadores no Instagram e TikTok ajudou a torná-la relevante entre os compradores mais jovens. A empresa também realiza shows ao vivo em suas plataformas para promover seus produtos. “Isso é menos usado por marcas ocidentais, mas tem um enorme potencial para impulsionar as vendas, como evidenciado na China”, diz Salter. No entanto, o uso de dados de clientes gerou preocupações no Reino Unido. A Shein foi recentemente acuda no Reino Unido de incentivar clientes a for
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necer dados pessoais em troca de descontos e outras recompensas. O presidente do Comitê de Relações Exteriores britânico, Tom Tugendhat, disse: “Milhões de pessoas estão cedendo seus dados pessoais em troca de roupas baratas. Quando o preço é muito bom, você tem que se perguntar quem está realmente pagando e como”. 4. Uma equipe de criação enorme - 200 designers Criar uma gama colossal de produtos e estilos com rapidez exige que a Shein empregue 200 designers, entre os mais de 7 mil funcionários. Mas a marca foi acusada de violação de direitos autorais e enfrenta processos judiciais de empresas como a fabricante dasbotas Dr. Martens, embora negue qualquer irregularidade. Um executivo sênior da Shein disse à BBC que ela também tem uma equipe que analisa novos projetos de seus fornecedores antes de chegarem ao site, para tentar filtrar quaisquer problemas de violação de direitos, e afirmou que a
empresa leva esse assunto a sério. Embora a marca tenha pago mais de US$ 1 milhão (R$ 5,5 milhões) para designers independentes até agora, ainda é alvo de acusações de plágio de empresas menores. Algumas afirmam que a Shein supostamente copiou suas criações e vendeu itens semelhantes a um custo menor. A Shein realizou recentemente uma competição para jovens designers com um prêmio de US$ 100 mil (R$ 550 mil) em uma tentativa de melhorar sua imagem. Além disso, uma investigação recente da BBC News revelou que anúncios de emprego para trabalhadores nas fábricas e armazéns da Shein em sites de recrutamento chineses diziam que pessoas de certas origens étnicas, incluindo uigures, não devem se inscrever. A Shein disse que não financia ou aprova os anúncios e que está comprometida em “manter altos padrões de trabalho”. Um porta-voz de Shein afirmou à BBC que ela tem “uma política de tolerância zero para trabalho forçado e infantil e discriminação”.
Anitta e coleção nova da Shein
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Como a pandemia fomentou a Transformação Digital na Moda
Setor, composto em sua maioria por microempresários, precisou evoluir rapidamente sua presença online para não viver uma derrocada. Gestão ainda é feita sem profissionais especializados fonte: zanotti.com.br
Inovação digital no mundo da moda
Fernando Casemiro e Giovanna Pezzuto Fonte: vogue.globo.com Em, 19/05/2022 19 O anúncio de uma pandemia escancarou diversas lacunas no mercado mundial. Uma delas foi a da falta de presença digital das empresas de vestuário – que são, em sua maioria, compostas por pequenos e médios empresários. Para não terem que fechar as portas e amargar um prejuízo incalculável ao setor, diversos gestores buscaram se atualizar e entrar no ambiente online. A transformação digital na indústria da Moda tardou, mas chegou trazendo grandes lições ao empresariado. O pequeno varejo, como um todo,
sempre esteve muito distante da internet, principalmente o de roupas. Quase 90% dos pequenos empreendimentos não possuíam presença digital, segundo dados recentes levantados pelo IEMI – Inteligência de Mercado. O fechamento das lojas apenas antecipou a necessidade destes varejistas em atualizar-se. De acordo com o Sebrae, o varejo brasileiro é dominado pelos pequenos estabelecimentos: empresas de pequeno porte somam um total de 13 milhões, que empregam 21,5 milhões de pessoas e um total de salário de mais de R$ 611 bilhões anuais. Em função do menor capital, esses negócios estão muito vulneráveis neste momento. A orientação do Sebrae foi de não
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haver demissões e investirem nas redes sociais para tentar manter, pelo menos, o mínimo de vendas enquanto a situação econômica não melhora. “As PMEs não possuem um colchão robusto financeiro, porque muitas estão com problemas de gestão financeira grave. Esse é um empreendedor muito focado em curto prazo e sem a alfabetização digital. Para ele, vendendo o que vendia na loja física era suficiente, mas o isolamento social mostrou que apenas isso não era mais suficiente”, conta Verônica Couto, Analista de Competitividade do Sebrae, em entrevista ao Mundo do Marketing. Canais de venda A quarentena intermitente e a in 13
certeza de abertura de comércio atrapalharam esses pequenos lojistas, mas os motivou a correr atrás de inovações. Hoje, o empreendedor que não possuía contato com digital passou a ter e estar presente nas redes sociais ou ainda criou site próprio. Há ainda os que se inseriram em marketplace (inclusive os próprios do setor de moda) ou pelo Instagram fazendo venda direta. Investir na rede de Mark Zuckeberg vem sendo a orientação do Sebrae, por ser mais simples, envolver menos negociações e contratos e recursos financeiros para esse lojista se inserir no mundo online. Isso porque ele mesmo pode gerir suas redes e alocar pessoas da força de venda para fazer uma gestão de aproximação da carteira de clientes usando Whatsapp ou Instagram. “A maior parte do segmento de moda já está inserido nas redes sociais e utilizando venda direta, eles são MEI, pessoas que fazem compras em atacado e fazem venda direta. Já era algo importante e se tornou mais ainda e se tornará cada vez mais fundamental para existência do negócio. Isso expande as capacidades do empreendedor. Temos relatos de empreendedores que começaram a exportar agora na pandemia porque ganhou visibilidade por meio do Instagram”, conta a analista. O portal Sebrae obteve mais atendimento em maio do que o ano anterior inteiro, assim como recordes nas inscrições de cursos online. “Foi um momento em que as PMEs pararam e repensaram como estavam lidando com o negócio. Eles precisaram viver isso para reorganizar os investimentos. A gestão financeira e de pessoas é onde vimos mais necessidade, não só na categoria de moda, mas 14
em todas as outras. É um empresariado muito assoberbado. Ele faz tudo, cuida de tudo e não tem tempo de cuidar de detalhes importantes”, afirma. O interesse dos empreendedores em buscar a transformação digital fez com que o setor evoluísse 50 anos em cinco dias, segundo Verônica. Dentre as ações que o Sebrae vem fazendo para auxiliar o PME estão uma aproximação com as plataformas Privalia e e Dafiti, que cederam espaço para que o microempreendedor venda seus produtos e ganhe mais visibilidade. Além disso, são levadas pautas ao governo como a liberação de crédito. “Não tivemos sensibilização por parte dos bancos, que não deram esse acesso, infelizmente”, afirma. Transformação Digital A indústria da Moda até 2019 era uma. Em 2020 surgiu uma nova a partir do comportamento do empresariado, que precisou mudar toda sua visão do negócio. Ele agia como uma aposta e não como um investimento. “O digital não era algo relevante e esse gestor sequer tirava um tempo para se profissionalizar nisso, porque o varejo físico dava garantias. Somado a isso surge que esse empreendedor faz tudo: a compra, a gestão de pessoas, a administração, a logística, às vezes é quem vende, então ele não tempo. Não era falta de querer, mas postergou até que uma situação como esta obriga a agir senão as contas não são pagas”, pontua Verônica. O maior desafio, no entanto, é fazer a gestão em digital e ter conhecimento das ferramentas corretas, porque geralmente é o dono ou alguém da equipe que cuida da presença na internet, poucos terceirizam com um profissional porque envolve um custo que ele
não está preparado. Muitos não possuem conhecimento nenhum no online, a alfabetização é importante e é um dos pontos que o Sebrae atua. Caso a intenção seja vender exclusivamente na web e existir uma estratégia forte, a contratação de uma pessoa especializada é recomendada. Para a maioria, um impulsionamento de R$ 20,00 traz o resultado desejado. “Para o PME vender nas redes sociais basta ele pagar um pouco que já ganha uma visibilidade boa para ele. Ele pode vender 50% a menos que na loja, que já estará movimentando o caixa. Porém esse impulsionamento precisa ser feito com cautela, depois que o orgânico tiver construído, um perfil com informação relevante”, avalia a analista do Sebrae. As mudanças no setor estão apenas no início e impactarão diversos nichos dentro da Moda, porém com os investimentos no digital, esse impacto deverá ser menor. “O atendimento continua sendo importante, mas ele hoje precisa que seja excelente nos canais online para que o cliente continue voltando a comprar. Minha dica é que os empreendedores não caiam na pandemia do medo e sim na da oportunidade, porque tudo isso passará e o que foi feito até aqui fará a diferença”, conclui Verônica.
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Projeto espalha livros por praças de Dracena e populariza acesso a clássicos da literatura Entre os títulos disponíveis, estão os romances ‘Dom Casmurro’ e
‘Memórias Póstumas de Brás Cubas’, ambos de Machado de Assis
g1.globo.com
Beatriz Mussi e Luana Gripp Fonte: g1.globo.com Em: 27/05/2022 A Biblioteca Municipal de Dracena (SP) inicia, nesta sexta-feira (13), o projeto “Olha, um livro!” no Parque Infantil do Bosque, no Jardim Brasilândia. A ação tem o objetivo de distribuir 25 livros dos gêneros de literaturas brasileira, estrangeira e infantil em bancos e mesas da praça, para que a população possa levar os exemplares para casa e fazer a leitura. Entre os títulos disponíveis, estão os romances “A Cabana”, de William P. Young, “Água para Elefantes”, de Sara Gruen, “O Medo Mais Profundo”, de Harlan Coben, “A Hora da Estrela”, de Clarice Lispector, “Rapunzel”, dos Irmãos Grimm, “João e o Pé de Feijão”, de Benjamin Tabart, e os clássicos “Dom Casmurro” e “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, ambos de Machado de Assis. Sem a necessidade de devolvê-los, os leitores interessados poderão ficar com os livros, que estarão embrulhados com a identificação da Biblioteca Municipal e cada
Livro no banco no Parque Infantil do Bosque
embalagem irá informar qual é o gênero do exemplar. De acordo com a bibliotecária Lauriele Martins Lopes, o objetivo é levar o projeto para todas as praças e distritos da cidade, aumentando o acesso da população à cultura. “Com o projeto, conseguimos incentivar a leitura por vários pontos da cidade, não somente em um espaço fechado. Assim, a população acaba adquirindo o hábito de leitura e conhecendo os serviços ofe-
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recidos pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, por meio da biblioteca”, salientou Lauriele. Segundo Lopes, o projeto foi inspirado no trabalho desenvolvido pela Biblioteca Central de Hortolândia (SP).
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Autora de romance lésbico juvenil diz: ‘A falta de representatividade me cansou’ Elayne Baeta, autora de romance juvenil lésbico, mostra suas duas publicações e fala sobre representatividade na literatura
Beatriz Mussi e Luana Gripp Fonte: uol.com.br e queer. ig.com.br Em: 07/04/2022 Desestimulada por sempre encontrar casais hetero cis nos romances, Elayne Baeta resolveu escrever sua própria história. “O Amor Não É Óbvio” (Galera Record), primeiro romance lésbico juvenil a integrar a lista de mais vendidos da revista Veja, chegou primeiro nas plataformas digitais antes de ganhar espaço em uma grande editora. “Me sentia frustrada demais por não achar livros sobre mim, então fiz esse romance lésbico clichê. Mas não imaginava que me tornaria escritora depois disso”, contou Elayne em entrevista à Universa. Segundo a autora, durante o seu período de descoberta de orientação sexual, faltou conseguir achar um livro que narrasse histórias sobre ela, por isso fez a escolha de ajudar adolescentes a ter o que ela não tinha: referências. “Eu adorava ler, mas só tinham histórias de casais héteros. Eu fui parando de ler por causa disso. Até 18
tentava, na minha cabeça, trocar a sexualidade dos personagens, mas a falta de representatividade me cansou. Comecei a escrever por isso. Talvez fosse tarde demais para mim, mas não era para muitas meninas”, diz Elayne. Como o sucesso de vendas do livro, ficou claro que ela está dialogando com muita gente além do público jovem. E pela experiência da Elayne com o público é bem isso que acontece: para o bem e para o mal. Enquanto há pais que proíbem a leitura, rasgam e jogam fora o livro, outros a agradecem por existir um caminho para que consigam entender melhor os filhos. “De mães, avós a leitoras com a idade da minha mãe me mandam mensagem. Algumas me agradecem por ajudá-las a abrir a cabeça. Na sessão de autógrafos que fiz na Bienal do Livro do Rio de Janeiro a fila era bem diversa. Tinham meninos gays, mãe de leitora, pai de leitora. Claro que também recebo muitas histórias tristes, de pais que proibiram ou rasgaram o livro”, conta. Muitos pais alegam não querer que os filhos tenham a sexualida-
de afetada pela história - um dos grandes absurdos da homofobia. O clichê que faltava Quantos beijos lésbicos você já viu em livros de romance? Se pesquisar, consegue encontrar livros digitais com protagonistas gays, mas até eles priorizam os homens. E, quando se encontra, a pegada é mais erótica do que romântica. Entre os livros impressos em grandes editoras é quase impossível de localizar algo sobre o tema. “Não temos conteúdos com essa vibe de colégio como em ‘O Amor não é Óbvio’. Livros com homens gays já conquistaram mais espaço, mas falta muito para as outras siglas. Espero que mais livros lésbicos surjam e que a gente consiga alcançar mais espaço na literatura atual. Não conheço nenhum além do meu. Eu pretendo publicar muitos livros sobre o assunto. Minha meta é que estejamos em todos os gêneros literários. Quero ver lésbicas na fantasia, por exemplo”, diz Elayne. E foi essa ausência nas livrarias que a fez escolher escrever uma história água com a açúcar e clichê: é para ser fofinho como vários livros com persona-
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gens cis que encontramos por aí. Além disso, a autora tinha como foco conseguir dialogar com o público que mais precisa se sentir acolhido em um momento de descoberta, as adolescentes. “Só conseguia pensar que se eu tivesse encontrado esse refúgio quando jovem, meu processo de descoberta teria sido diferente e eu não teria me sentido tão sozinha nesse momento que é muito solitário. Todos precisamos de apoio e representatividade. A nossa trajetória, traumas, inseguranças e até a coragem interna se definem a partir disto. Por isso, minha história fala de uma personagem jovem, saindo do armário e passando por situações semelhantes a algumas que eu vivenciei”, diz Elayne Apesar do sucesso, essa não é a única obra da autora. Ela também está lançando “Oxe, baby”, um livro de poemas. “Ele já pré existia. Eu fiz uma seleção do que eu já tinha escrito para a publicação. Foi para a editora depois, mas na minha vida de escritora veio antes do romance”, conta. A autora revela que a falta de representatividade em produtos culturais no geral, podem contribuir para que pessoas LGBTQIA+ demorem para entender quem realmente são. O processo de aceitação, desse modo, é postergado, visto que crianças e jovens não possuem nenhum tipo de referência. “Não havia onde me refugiar, nem em quem me inspirar. Sempre que eu perguntava se existia algum romance lésbico jovem nas livrarias para eu ler, a resposta era não. Isso fez com que eu perdesse o interesse aos poucos pela leitura de alguns gêneros, como o romance. Apenas pela exaustão de ter que imaginar, de ter que fingir, de ter que esperar que algum livro daqueles ti-
Elayne Baeta mostrando seus livros.
vesse a audácia de ser sobre mim. Sobre garotas como eu”, revela. Foi nos livros que Elayne encontrou uma forma de desabafar e contar sobre quem ela era. A autora pontua que escreve desde a infância, e mais tarde, como não lia nenhum romance lésbico, decidiu escrever o próprio. “Sempre mantive caderninhos de poemas guardados e ideias mirabolantes de livros. Escrevi algumas coisas que nunca terminei no Orkut e, quando me descobri, a falta de representatividade me levou a voltar a escrever na internet. Dessa vez, pela plataforma do Wattpad. Dessa vez, sem medo. Dessa vez, sobre meninas que gostam de meninas”, afirma. Para ela, livros com temática LGBTQIA+ são extremamente necessários, ainda mais para a nova geração de leitores. “A gran-
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de maioria das pessoas se descobrem muito cedo. E nessa fase de descoberta é crucial ter onde encontrar abrigo, representatividade, refúgio, modelos a seguir, informação e companhia. Livros conseguem transmitir tudo isso. Alguns livros guardamos dentro do armário, talvez lá dentro também esteja alguém precisando muito deles. Isso muda absolutamente toda a experiência de auto-aceitação e de descoberta”, pontua.
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Jovem escritora de Araraquara leva 1ª obra publicada à Bienal Internacional do Livro: ‘coração acelerado’ Cintia Alves, de 19 anos, descobriu a paixão por escrever aos 9. Segundo ela, as palavras da mãe serviram de motivação para não desistir do sonho. g1.globo.com
Beatriz Mussi e Luana Gripp Fonte: g1.globo.com e liberal.com.br Em: 23/04/2022 21 de julho de 2021. Sem vacilar, a barbarense Cintia Alves responde com precisão a data em que realizou o sonho de lançar seu primeiro livro, “Herdeiros”. Com apenas 19 anos, a jovem estará na Bienal Internacional do Livro de São Paulo com sua obra de estreia. Em suas próprias palavras, participar do maior evento do mercado editorial do país vai além do que havia ousado imaginar. “É simplesmente tudo para mim, nunca imaginei que chegaria até aqui. Tinha o sonho de publicar um livro, segurar ele nas mãos, e realizei. A Bienal é além de um sonho, reúne escritores renomados, nacionais e internacionais, grandes editoras. Nunca imaginei que eu, uma menina de 19 anos começando a vida, estaria lá. Parece que a ficha ainda não caiu”, disse à reportagem. A escritora de Araraquara (SP) Cintia Alves vai levar seu primeiro livro publicado à Bie20
Cintia e sua mãe
nal Internacional do Livro em julho na capital paulista. “Coração acelerado, contando os dias para eu estar no estande tirando fotos, sorrindo”, disse a jovem escritora de 19 anos. A obra “Herdeiros”, da editora Uiclap, tem 304 páginas e conta a história do império de um advogado e a luta de seus filhos pelo poder e pela herança. A trama se passa em Ribeirão Preto (SP) e se desenrola entre segredos e vinganças. O livro foi publicado no dia 21 de julho do ano passado. Segundo Cintia, o convite para a Bienal partiu de um dos presi-
dentes do Grupo Associado de Escritores Brasileiros (Gaeb). A notícia deixou a família orgulhosa e ansiosa para a estreia da caçula. “Para mim, foi uma surpresa muito grande. Fiquei feliz demais”, disse Salvador Alves, pai da escritora. Paixão por livros O sonho da jovem escritora começou na infância em Santa Bárbara D’Oeste. Ela estudava no Colégio Dom Pedro II de Americana quando teve o primeiro contato com a leitura por meio do livro “Natal Superlegal”, emprestado pela biblioteca.
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Com 9 anos, Cíntia adorava contar histórias de romance e fantasias para a mãe, Cleonice Alves, que escutava tudo com bastante atenção. O encanto da menina pela literatura só aumentou, a ponto de ela ter certeza do que queria para o futuro: ser escritora. A mãe dizia: “filha, você pode ser o que você quiser”. As palavras que serviram para motivar a menina. “Todas as vezes que eu pensava em desistir, vinha aquela voz na minha mente e consolava o meu coração, para eu tentar lutar nem que fosse a última vez”, disse a jovem. Ainda aos 9 anos, ela escreveu algumas histórias, sendo que uma delas no formato de um livreto, feito com pedaços de folha de sulfite. “Ele chamava ‘O cãozinho sem dono’. Meu primeiro leitor foi o meu pai, ele me ajudou bastante. Meu irmão, minha mãe, foi muito importante”, contou a escritora. Depois disso, vieram mais histórias, roteiros, personagens e cenas. Tudo era registrado no lap-
top, na escrivaninha do quarto, onde ela passava horas digitando. A mãe disse que ficou feliz em saber que as palavras dela fizeram a filha a escrever o livro “Herdeiros”. “Sempre acreditei e dei apoio: filha, você vai conseguir. Escreva sempre, escreva. Nunca deixe de escrever. Pelas minhas palavras ela conseguiu esse livro.” “Meus próximos sonhos são publicar mais livros e virar uma escritora internacional”, disse Cintia, que vai apresentar o primeiro livro publicado no dia 3 de junho na Bienal, exposição que reúne as principais editoras e livrarias do país. “Herdeiros” é um drama familiar que retrata a vida de quatro personagens. Bonifácio é um advogado que possui um império, pai de Henrique e Heitor. Rosa é a governanta que trabalha há muito tempo com eles e é considerada da família. O advogado sempre quis herdeiros para comandar seus negócios, mas seus planos mudaram diante de uma traição. A trama
tem verdades secretas que prometem fazer o leitor repensar seus conceitos. Cintia contou que sempre escreveu histórias românticas e que chegou a publicar um ebook com contos, mas após uma segunda leitura não se identificou com a obra e a tirou de circulação. A jovem então quase desistiu do sonho de publicar um livro, mas quis fazer uma última tentativa, enveredando pelo drama familiar. “Com esse livro, saí da minha zona de conforto, e a inspiração apenas surgiu. Escrevi sobre uma família totalmente controversa, sem união, sem amor. Muito diferente da minha família, que é unida e sempre me ajudou em tudo”, contou a estudante.
liberal.com.br
Cintia Alves segurando seu livro de estreia
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‘Booktok’: onda de vídeos sobre livros no TikTok impulsionam obras de suspense e fantasia Jovens e adolescentes falam de livros em vídeos descontraídos. Vendas de literatura infantojuvenil subiram 42% neste ano com ‘Mentirosos’, ‘Vermelho, branco e sangue azul’ e mais.
Beatriz Mussi e Luana Gripp Fonte: g1.globo.com Em: 26/07/2021 Se os booktubers eram os novos críticos literários de 2018, os booktokers mandam em 2021. Vídeos longos para o YouTube se transformaram em curtas de 30 segundos para o TikTok. A maioria dos booktokers é de jovens e adolescentes. Eles fazem resumos divertidos e criativos das obras, encenam personagens e pequenas análises. Também existem as listas temáticas, receitas inspiradas em livros famosos e, claro, memes e “trends”. A nova onda colocou quatro obras infantojuvenis antigas entre as mais vendidas do Brasil. “Mentirosos” (2014), de E. Lockhart “Um de nós está mentindo” (2017), de Karen McManus “Corte de espinhos e rosas” (2018), de Sarah J. Maas “Vermelho, branco e sangue azul” (2019), de Casey McQuiston Essas obras ajudaram a puxar 22
g1.globo.com
Livros que ficaram famosos por causa do TikTok
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Myreia Liduario é booktoker e tem perfil dedicado à literatura de fantasia.
uma alta de 42% nas vendas de obras para crianças e adolescentes no Brasil neste ano. Além destes, outros que ganharam destaque no aplicativo também conquistaram boas posições nas listas de editoras, livrarias e comércio eletrônico ao longo do ano: O box “O povo do ar” (2018), de Holly Black; “Teto para dois” (2019), de Beth O’Leary; e “Os sete maridos de Evelyn Hugo” (2019), de Taylor Jenkins Reid. Choro, romance e beleza Estes livros se encaixam em pelo menos uma dessas características abaixo, sagradas para ganhar o coração e a estante dos leitores: São obras de fantasia, suspense ou young adult; Têm personagens LGBTQIA+ ou pertencentes a minorias; Têm “plot twists chocantes”, as viradas de roteiro; Ser visualmente bonito, com capas e lombadas coloridas de preferência.
A booktoker e analista de projetos especiais do PublishNews Maju Alves estuda o fenômeno desde 2020 e diz que o segredo do sucesso é uma mistura de formato e coração. “São livros que causam emoções diversas nos leitores. Livros que fazem chorar, por exemplo, são enormes lá! (Como é o caso de ‘Mentirosos’ e ‘Os sete maridos de Evelyn Hugo’). Romances e fantasia também são muito populares entre os leitores, ainda mais se tiver representatividade.” A representatividade não está só nos livros com personagens LGBTQIA+. Tiktokers, seja usuários ou produtores de conteúdo, têm procurado conhecer autores iniciantes e independentes. Uma parte deles também dedica espaço a autores nacionais. “Os booktokers estão bem empenhados em indicar nacionais e livros com diversidade. Muitos
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autores estão no TikTok e acaba que criamos um carinho por eles. Também queremos elevar a literatura jovem nacional que não é muito valorizada. E sobre representatividade, [faz sucesso] porque as pessoas querem se enxergar naquilo que estão lendo”, explica Myreia Liduario, com 22 mil seguidores e um perfil dedicado à literatura de fantasia. Neste gênero, se destacam as sagas protagonizadas por mulheres “que lutam e salvam o mundo”. A cara da geração Z. Com isso, escritores precisaram se tornar tiktokers. É o caso do potiguar Pedro Rhuas, vencedor do prêmio Flipop de 2020 com seu livro de estreia, “Enquanto eu não te encontro”. Para promover o lançamento oficial da sua comédia romântica gay, ele criou um perfil que divulga não só sua obra, mas faz muito do que os booktokers fazem: listas, recomendações, artes para fãs e dicas de escrita. O fenômeno da literatura young adult está ligado à faixa etária dos usuários da rede. “O TikTok não dá informação sobre a faixa etária de quem está consumindo conteúdo na plataforma, mas é possível ver, pelas interações com os seguidores, que tem um público novo, a partir de 12/14 anos. Já os criados de conteúdo são um pouco mais velhos, a maioria entre 18 a 25 anos”, diz Maju. Grande parte do público dos booktokers co 23
meçou a ler recentemente, diz Myreia. Por isso, vídeos de unboxing e indicações de novos livros são o que mais bomba. Aos negócios O aumento das vendas já mostra seu impacto no mercado. O 6º Painel de Varejo do livro, feito pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros e a empresa Nielsen, mostrou que, neste ano, foram vendidos mais de 5 milhões de
livros infantojuvenis/educacionais no primeiro semestre - um aumento de 42% em relação ao mesmo período do ano passado. É claro que há outros fatores, como a presença das crianças em casa. O fenômeno é global. Nos Estados Unidos, desde 2020, livros com as mesmas características chegaram às listas de best sellers: o romance LGBTQIA+ young adult “Os dois morrem no final” g1.globo.com
Livros que viralizaram no TikTok sendo vendidos na livraria
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(2017), de Adam Silvera; o romance épico homoafetivo sobre a Guerra de Tróia “A canção de Aquiles” (2011), de Madeline Miler; além de todos estes que também fazem sucesso no Brasil. Editoras e livrarias norte-americanas já estão tirando proveito desta onda. A tradicional livraria Barnes and Noble tem espaços nas lojas físicas e virtuais dedicadas ao TikTok. Além disso, as editoras têm parcerias sólidas com os nomes mais famosos da rede. No Brasil, a propaganda ainda depende muito de “publis”, quando editora ou autor pagam por vídeos dedicados ao seu catálogo. Maju Alves tem mais de 25 mil seguidores e cobra cerca de R $150 por vídeo. O valor depende do alcance e do formato da ação. Também existem as parcerias fixas com editoras. Com elas, os tiktokers não ganham dinheiro, mas recebem livros novos todo mês. Muitos booktokers estão na rede unicamente pelo amor à leitura e consideram a rotina de criação de conteúdo um hobbie, mas muitos outros querem realmente trabalhar com isso, se profissionalizar como influenciadores. Entregam conteúdos maravilhosos, geram resultados em vendas para as marcas, mas quase não recebem propostas de parceria. Enquanto isso, influenciadores de outros nichos, independentemente da quantidade de seguidores, estão constantemente sendo abordados por marcas.
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A Evolução da Fotografia: entenda como surgiram os estilos que você conhece A nova era das fotografias que estão evolucionando a história Tayná Teixeira e Laura Motta Fonte: www.blog.emania.com Em: 27/05/2022
por Daguerre, que criou o “daguerreotipia” que diminuía todo esse tempo de horas para minutos apenas. Daguerre patenteou o seu projeto e depois disso foi cada vez mais utilizado. Como surgiu a imagem colorida Até o momento acima, as imagens eram todas em preto e branco ainda, mas com os estudos de muitas pessoas, houve a primeira imagem colorida.
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Até chegar ao nível de fotografia que você vê hoje e pode desfrutar, houve diversas alterações ao longo do tempo. Várias tecnologias nasceram e mudanças ocorreram, impactando diretamente nas fotografias e forma com que as pessoas veem o mundo hoje. Para que você seja um fotógrafo bem-sucedido, é necessário que entenda como surgiram as tecnologias utilizadas antigamente e suas evoluções que resultam nos recursos fotográficos que você pode utilizar hoje. Para que essa evolução acontecesse, foi necessário a participação de diversos artistas visuais e cientistas, alguns reconhecidos e outros não. Conheça melhor essa história da fotografia!
Depois disso, em 1973, teve como imprimir a imagem de algo em um local, mas pouco tempo depois a imagem não permanecia. Após vários outros experimentos, de diversas outras pessoas que contribuíram para o crescimento da área fotográfica, surgiu então a primeira fotografia permanente registrada e guardada que foi em 1826, tirada por Joseph Niépce. Esse tipo de foto precisava ficar exposta a, pelo menos, 8 horas em luz solar para ser revelada. Isso foi desenvolvido pouco tempo depois
Um pouco da história da fotografia Você sabia que a primeira fotografia tirada foi em 1793? Um cientista italiano fez um experimento no ano de 1724, onde constatou que se a prata do grupo dos halogêneos fosse convertida em metálica, poderia trazer imagem mais escura ao Sol.
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Fotografia Digital Através de diversos estudos, se pode comprovar as evoluções tecnológicas que afetaram, positivamente, a fotografia. No século XX, com a digitalização, houve um avanço fotográfico enorme. Hoje, por exemplo, não se lê uma matéria sem fotografia seja por um artigo em um site (inclusive essa que você está lendo), até mesmo em uma matéria jornalística ou esportiva, por exemplo. A digitalização da fotografia foi um avanço que trouxe grandes benefícios para o mundo fotográfico. Imagine você, ter que tirar um números limitados de fotos, demorar um tempo para revelar e só poder rever as suas fotos se as carregar impressas com você? Pois é, hoje não se imagina mais o mundo sem as Selfies e as demais fotos que as pessoas tiram até mesmo para guardar. Toda essa praticidade foi graças ao desenvolvimento digital na fotografia.
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O surgimento da Fotografia para o mercado A Kodak foi a primeira empresa a fazer o que é chamado hoje de Marketing, onde apresentou a fotografia como uma novidade para o público. As pessoas não precisariam mais de um fotógrafo para tirar um retrato, ou, de um pintor para retratar um quadro da família para colocar nas paredes da casa – como era antigamente. George Eastman criou os rolos substituíveis (os famosos “filmes”) e a Kodak aproveitou para promover a introdução da sua câmera fotográfica da época (chamada de “caixão”) assim vendendo todo o conjunto e a visão para o público.
Lente da câmera com zoom e hiperfoco
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Fotografia Panorâmica Após a fotografia em preto e branco e colorida, foi criado um recurso importante chamado de Fotografia Panorâmica. Esse recurso permite que você comece a tirar a foto a partir de um ponto e arraste por toda a paisagem chegando até 360º de rotação, assim conseguindo capturar toda a imagem ao redor. Você que já utilizou esse estilo, deve ter percebido que é muito útil, porque em algumas ocasiões o enquadramento normal do celular ou câmera não captura toda a paisagem desejada. Selfies e recursos digitais na Fotografia Hoje existem diversas atualizações nesse mundo da fotografia, uma delas é a Selfie que é vista, em maioria, nas redes sociais.
Depois de toda a popularização da câmera fotográfica, houve a modernização dos celulares – que possuem cada vez mais funções fotográficas do que seus recursos iniciais como ligações – e criação de câmeras frontais com boas qualidades para cada pessoa poder utilizar o seu próprio celular para registrar suas imagens e compartilhar com amigos. Além das redes sociais, existem diversas outras formas de guardar as fotografias. Quem diria que, um dia, as pessoas não precisariam mais de álbuns fotográficos e não precisariam mais gastar dinheiro com revelações! www.utraspalavras.net
Evolução da Fotografia Apesar de toda a evolução da fotografia e todo o tempo que levou para conseguir chegar a essa digitalização, nenhuma experiência foi perdida e nenhum tempo também. A evolução permitiu com que outras formas fotográficas fossem conhecidas e muitas delas você ainda utiliza hoje, como a fotografia em preto e branco, por exemplo. Uma curiosidade da fotografia é que ela só tem 177 anos de existência e graças a todos os envolvidos nos estudos da fotografia, se pode ver as coisas de formas diferentes hoje. Conheça ou lembre de alguns recursos da evolução fotográfica que você ainda utiliza hoje como recurso fotográfico, já utilizou ou deve utilizar para enriquecer as suas fotos.
Câmera fotográfica
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Fotografia: A mulher negra nos dois lados das lentes Em entrevista, Larissa Ísis conta como se tornou uma das referências na criação de imagens de negras e negros no Brasil contemporâneo. Por: Tayná Teixeira e Laura Motta Em 2015, Larissa Ísis lançou uma série de fotografias que depois se transformaram no #ProjetoCansei. As fotos, que a autora descreve como “muito simples”, retratam mulheres negras com uma lousa onde está escrita uma frase sintetizando o seu cansaço. “Cansei de ouvir ‘mas você não é negra’”, “Cansei de ser invisível”, “Cansei de duvidarem da
Em: 27/05/2022 minha inteligência” e assim por diante. Inesperadamente, as imagens viralizaram, com mais de 10 mil compartilhamentos cada, projetando também a fotógrafa que, até então, resistia em se declarar como uma profissional. Ao contar os detalhes desta e outras histórias de sua trajetória como fotógrafa, artista e mulher negra, Larissa relata como sur-
Fonte: www.outraspalavras.net giu o desejo de ampliar o espaço de pessoas negras no campo das imagens, retratando-as de modo a situá-las plenamente num lugar de beleza, contrapondo-se aos modelos restritivos que vigem na iconografia contemporânea no Brasil. E como ela própria se tornou uma referência na criação/produção da iconografia de negras e negros no Brasil. www.utraspalavras.net
A fotógrafa Larissa Ísis
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Larissa Ísis é a primeira de uma série de profissionais/artistas que serão entrevistadas no projeto REVELA, concebido e coordenado por Marcela juntamente com o fotógrafo e professor André Spinola e Castro. O projeto é uma realização da Aymberê Produções Artísticas, em parceria com Outras Palavras. Na entrevista exclusiva que concedeu à educadora e escritora Marcela Tiboni, Larissa conta
que o estalo desse projeto surgiu quando de sua primeira viagem a Nova York, nos EUA. Lá, ela diz que encontrou uma presença muito maior do negro em todos os espaços: em revistas, publicidades, nos programas de TV, nas ruas. Considerando que o percentual da população negra nos EUA é consideravelmente menor do que no Brasil, onde negras e negros são maioria, essa im-
pressão foi ainda mais chocante. “Quando eu voltei, eu resolvi que precisava criar as minhas referências. Então eu comecei a fazer foto só de gente preta. Mas foi muito isso: eu ter ido para lá (Nova York), eu percebi o quanto aqui a gente não tem essa representatividade”, conta a fotógrafa. Assista à entrevista de Larissa Ísis a Marcela Tiboni, na íntegra:
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Fotografia de Larissa Laís
Dia Do Orgulho Crespo: Durante muito tempo, os negros sofreram com o preconceito e a marginalização, embora hoje em dia haja mais consciência do problema, existe uma coisa chamada de “preconceito velado” que é quando uma pessoa preta sofre racismo de forma velada. Uma dessas manifestações de preconceito é quando, por exemplo, as pessoas têm que ouvir “piadinhas” sobre seu cabelo ou então, tem que escutar que seu cabelo crespo é “cabelo ruim”. Foi pensando nisso que surgiu o dia do orgulho crespo, um dia para celebrar a conquista do povo negro em relação aos seus direitos fundamentais e muito mais que isso. Dia de mostrar que não há vergonha nenhuma em ter cabelos crespos e que o cabelo crespo, na verdade, é lindo!
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Saiba mais sobre o projeto:
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As vozes da mulher na fotografia A história da fotografia tem mais de um século, a fotografia moderna, como chamamos a fotografia que conhecemos hoje, tem seu marco no século XIX. E como praticamente quase todas as profissões do mundo, excluiu a participação de mulheres por décadas. Nomes como Daguerre, Talbot, Niepce, todos eles masculinos, são conhecidos como os precursores desta técnica e linguagem. Mas o silenciamento das vozes femininas não significa que não havia interesse e disposição para se trabalhar com a fotografia, significa apenas que os nomes de mulheres foram excluídos da história da fotografia escrita nos livros. Mas as mulheres estiveram presentes, e construíram a história lado a lado com os homens. Nomes como Constance Talbot, criadora do papel fotossensível, em 1838, Ann Cook, primeira fotógrafa de paisagem, em 1839, Antonieta DeCorrevont, primeira fotógrafa profissional com estúdio, em 1843 são provas de que elas estiveram presentes nas investigações e no pioneirismo. No auge do uso do daguerreótipo – o primeiro processo fotográfico de uso comercial – entre 1841 a 1855, havia 1.750 estúdios com essa tecnologia na cidade de Londres. Dentre eles, 22 eram operados por mulheres. Pode parecer pouco, mas imagine o que significava uma mulher trabalhando em um estúdio de fotografia em meados do século XIX? Mas esta exclusão feminina na história não é nenhuma novidade. 30
A fotógrafa Larissa Ísis
Que outras profissões são ainda hoje dominadas por homens? Quais as profissões em que as mulheres já conseguiram criar igualdade de gênero? E quando mulheres conseguiram igualdade de espaço, conseguiram também equiparação salarial? Estas são algumas perguntas que nos colocam no cerne da discussão sobre gênero, história, raça, exclusão e invisibilidade. Os últimos 50 anos têm sido de muitas mudanças e transformações na história mundial da fotografia, mulheres como Eve Arnold, Annie Leibovitz, Cindy Sherman, Rosangela Renno, Larissa Isis, Nan Goldin têm consigo alçar espaços fundamentais para as mulheres no terreno fotográfico. Conquistando espaços de igualdade em espaços de jornais,
Fotografia da Larissa Ísis
revistas, paredes e coleções de museus e Bienais. Para além do gênero é importante ainda discutir raça. Se a mulher teve dificuldades para adentrar um espaço tão exclusivo dos homens, as mulheres negras tiveram dificuldades inúmeras vezes maior para adentrar este mesmo espaço. Mulheres lésbicas ou transexuais também tiveram suas vozes silenciadas por ainda mais tempo, e travaram uma luta incansável para serem escutadas.
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‘Desrespeitaram meu trabalho, mas continuo fotografando mulheres negras” Larissa Isis, em depoimento a Anahi Martinho Colaboração para Universa Por: Tayná Teixeira e Laura Motta Fonte:www.uol.com.br Em: 27/05/2022 “Meu nome é Larissa Isis, tenho 34 anos, moro em São José dos Campos. Sou formada em nutrição, mas desde pequena me interesso por fotografia. Meu pai fez um curso de fotografia e tirou várias fotos analógicas da gente, então desde pequena já tive esse interesse. Quando me formei em nutrição, comecei a trabalhar fotografando alimentos. Em 2015, fiz uma viagem para Nova York que mudou tudo. Lá, o negro estava em todo lugar. Aqui, a gente não tinha referência nenhuma de pessoas negras na mídia, na televisão, nas revistas. Parecia que aqui tinha uma porcentagem obrigatória de pessoas negras que tinham que aparecer na TV, nas novelas. Lá, o negro estava em todas as propagandas e outdoors Eu pensei: ‘Vou voltar para o Brasil e começar a fotografar só gente preta’. Voltei e comecei a chamar amigas minhas, pessoas negras, para fotografar a beleza delas e criar minhas próprias referências. Comecei a fotografar o cotidiano, a beleza natural e simples das pessoas, nada muito enfeitado Na época, essas fotos chamaram atenção. Eram poucas fotógrafas negras fazendo isso. Posso arriscar dizer que fui uma das pioneiras
www.uol.com.br
Fotografia da Larissa Ísis
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Hoje, sinto que consegui atingir o objetivo com esse projeto, que era meter o dedo na ferida. Muitas pessoas entenderam perfeitamente o que eu estava querendo dizer com aquele projeto. Mas mexeu bastante com as pessoas envolvidas. Já fiz três exposições com esse projeto aqui na minha cidade. Com base nele, começaram a me chamar para outros trabalhos. Fiz um trabalho, por exemplo, para o Consulado Britânico, que eram fotos segurando placas também, sobre a diversidade. Abriu muitas portas para eu poder falar sobre esse assunto, sobre este cansaço que a gente sente, sobre esse racismo que as pessoas não acreditam que existe. Muita gente ficou falando que era mimimi. Foi muito pesado tudo isso. Até hoje existe uma página com essa publicação maldosa e muitos comentários. Ainda assim, faria de novo. Mesmo correndo um risco desse tamanho, eu faria de novo. As pessoas precisam aprender. E, de certa forma, algumas aprenderam. Apesar de o projeto ser de 2015, seis anos depois ainda surgem memes racistas, um foi feito agora, em 2021. Infelizmente, ainda se fazem necessários projetos como esse para conscientização e empatia Teve muita gente que chegou até mim e falou: ‘Nossa, Larissa, eu não sabia que se chamar uma pessoa de morena, ela pode achar ruim’. Então, deu para ensinar também. Eu tinha a ideia de fazer uma segunda parte desse projeto com homens negros, mas não senti que esse momento chegou ainda. Não vai ser igual, segurando as placas, mas algo lembrando esse tema do cansaço também.Hoje 32
tenho total liberdade de viver só de fotografia. Em novembro de 2020, eu finalmente deixei meu trabalho CLT como nutricionista para focar somente em fotografia. Hoje tenho total liberdade de viver só de fotografia. Em novembro de 2020, eu finalmente deixei meu trabalho CLT como nutricionista para focar somente em fotografia. Hoje tenho alguns projetos em mente, todos com essa função social, com ativismo. Continuo fotografando e levando mundo afora a beleza negra. Tem empresas que trazem pessoas negras, mas não retintas. Trazem aquelas que são um pouco mais aceitáveis para o padrão da sociedade. E há também discrepância salarial entre os modelos negros e brancos nesse mercado de trabalho. Temos conhecimento de gente branca que faz esse mesmo trabalho e as negras ganham menos. Precisa melhorar muito ainda. O que me motiva é esse racismo que nos desce goela abaixo todos os dias. Muitas pessoas ainda acreditam que ele não existe. A única coisa que eu posso dizer é que vou continuar fazendo esse trabalho e tentando reverter isso até o resto da minha vida. Mostrando a beleza da mulher negra e fazendo outras mulheres negras acreditarem nisso.
Com relação à representatividade de negros na mídia, sinto que melhorou muito desde quando eu comecei, mas ainda tem o que melhorar. Tem empresas que acordaram para isso, outras ainda não. Fotografia da Larissa Ísis
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Anvisa suspende testes de agrotóxicos nos alimentos há mais de dois anos Desde o início do governo de Jair Bolsonaro, só houve divulgação de alimentos coletados até 2018; programa monitora pesticidas em produtos vendidos em supermercados e feiras revistapesquisa.
Trator pulveriza defensívo agrícola em plantação de trigo no Rio Grande do Sul
Por Breno Braga e Matheus Motta Fonte: APublica/Reporter Brasil 10/05/2022 Desde 2020, os brasileiros não sabem quanto de resíduos de agrotóxicos há em maçãs, laranjas, tomates, pimentões e outros alimentos que são vendidos em feiras e supermercados pelo país. Isso porque o principal programa de monitoramento do Governo Federal não divulgou o resultado de coletas feitas desde o início do governo de Jair Bolsonaro (PL). A última publicação foi justamente em 2019, a partir de amostras coletadas em 2017 e 2018. Criado em 2001, o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA) teve sete relatórios publicados. “Na
medida em que o próprio governo avalia e autoriza agrotóxicos, que são substâncias que comportam perigo à saúde humana, o monitoramento se torna obrigatório. [O programa] é o que permite saber o que está acontecendo depois que libera determinado agrotóxico, o que está sendo contaminado e em qual proporção”, afirma Luiz Cláudio Meirelles, pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz que também foi um dos fundadores do PARA quando era gerente de toxicologia na Anvisa. Em agosto de 2020, a Anvisa informou que as coletas seriam suspensas temporariamente devido à pandemia de Covid-19. Não foram divulgados os resultados das coletas feitas no ciclo do segundo semestre de 2018 e 2019, e des-
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de 2020 não houve novas coletas para avaliar as frutas e verduras consumidas pela população. Por meio da assessoria de imprensa, o órgão respondeu que o relatório com os dados de 2018 e 2019 está previsto para ser divulgado no segundo semestre deste ano. Em relação às novas coletas, a assessoria respondeu que “estão dando andamento às atividades preparatórias para execução das coletas e análises de amostras a partir do segundo semestre de 2022”. O resultado da última edição foi avaliado pela Agência Pública e Repórter Brasil e constatou que laranja, pimentão e goiaba foram os principais alimentos com agrotóxicos acima do limite. A cada dez pimentões, oito tinham agrotóxicos proibidos ou acima do permitido, já 42% das amostras de 35
goiabas, 39% das cenouras e 35% dos tomates testados estavam em desconformidade. Foram 14 frutas e legumes analisados na última edição do Programa e as amostras foram recolhidas entre agosto de 2017 e junho de 2018 – ou seja, antes do início do governo de Jair Bolsonaro, que lidera o recorde histórico de liberação de agrotóxicos. Alimentos com agrotóxicos proibidos ou acima do limite no relatório divulgado em 2019 Nos últimos anos, o Brasil teve uma média anual de aprovação de 500 novos produtos, como mostra relatório da organização Amigos da Terra, de autoria das pesquisadoras Larissa Mies Bombardi e Audrey Changoe. “Ao mesmo tempo em que o governo pede que a Anvisa acelere o registro de novos agrotóxicos, não mantém
programas como o PARA”, avalia Fran Paula, integrante da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) e engenheira agrônoma. Segundo ela, a função da Agência de garantir a saúde da população brasileira estaria sendo deturpada para atuar a serviço de indústrias químicas. “O Programa é um exemplo desse ataque e tentativa de mudar o foco de atuação da própria Agência”, afirma. A atuação da Anvisa em relação aos agrotóxicos está na mira do PL 6.299, apelidado “Pacote do Veneno”. O projeto que tramita no Senado prevê concentrar no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) a responsabilidade pela aprovação de novos produtos, retirando o poder da Anvisa e do Ibama. Atualmente, para que um novo agrotóxico possa ser registrado no país, precisa ser aprovado pelos três órgãos. Luiz Cláudio
Meirelles analisa que a aprovação do PL 6.299 significaria o fim do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos da Anvisa. “Se tirar a competência da Saúde [para registro de agrotóxicos], dificilmente a Agência vai ficar priorizando o Programa”, diz. Meirelles avalia que houve piora na área que trata de questões vinculadas aos agrotóxicos. Brasil não tem outros programas regulares de impactos de agrotóxicos, critica pesquisador O primeiro relatório do PARA divulgado pela Anvisa continha informações sobre a quantidade de agrotóxico em alimentos entre 2001 e 2007, e informava que o programa seria implementado gradualmente, por razões de infraestrutura (como escassez de laboratórios públicos que fazem as análises) e articulação com as Wolfgang Kaehler/Getty
Pulverizaçao aérea de agrotóxicos é largamente utililizada no território brasileiro
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citrusbr.com
Monocultura de laranja no municipio de Araraquara tem uso intensivo de agrotóxicos
vigilâncias públicas estaduais. Os três relatórios seguintes foram anuais (2008, 2009 e 2010). Depois, passou a condensar anos de forma irregular, com relatórios monitorando amostras de 2011 e 2012, e na sequência de 2013 a 2015. Para a integrante da ANA, Fran Paula, a oscilação dos períodos divulgados já demonstrava uma desestruturação do programa. “Transmitia a sensação que está tudo bem, que não precisa mais monitorar os alimentos”, avalia. Em resposta à reportagem, a assessoria da Anvisa informou que “a decisão sobre o período a ser divulgado depende prioritariamente da obtenção e consolidação de todos os resultados das amostras analisadas, além de se considerar o contexto da execução do
Programa”. O ex-gerente da Anvisa lembra que, mesmo quando realizado, o programa já seria insuficiente, porque monitora apenas alimentos in natura. “[O governo] teria que monitorar alimentos processados, de origem animal, além da água, para ter uma ideia melhor de como estão os níveis de contaminação por agrotóxicos no país, que é campeão em uso de venenos”, afirma. Tais monitoramentos não são feitos ou divulgados de forma sistemática pelo governo brasileiro, mas há iniciativas que investigam e divulgam as situações. Um exemplo é o Mapa da Água, publicado pela Agência Pública e Repórter Brasil, que revela dados públicos para mostrar que há agrotóxico na água que sai das torneiras em várias cidades do
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país. Outro exemplo é a pesquisa realizada pelo Idec que encontrou pesticidas em 60% de alimentos ultraprocessados, como bisnaguinha, bolachas e bebidas lácteas. Além do PARA, executado pela Anvisa, o Mapa também monitora resíduos de agrotóxicos em alimentos. “Há uma grande diferença, porque o PARA [Programa da Anvisa] é o único que faz análise de resíduos de agrotóxicos no alimento que vai para mesa da população, na gôndola do supermercado. O programa do Mapa faz as coletas na área de produção”, avalia Fran Paula. “Entre o local de produção e o consumo tem um caminho muito grande. Uma laranja produzida no Rio Grande do Sul pode demorar cinco ou seis dias até chegar no Mato Grosso, por exemplo, e teria inclusive maior 37
aplicação de produto químico. Então é preciso considerar que há diferença entre os programas e sua finalidade”, diz. Anvisa mudou tom da divulgação sobre agrotóxicos em alimentos no último relatório Mudanças significativas já foram alvo de críticas na última pesquisa realizada pela Anvisa, divulgada em 2019. O relatório teve tom otimista, informando que “alimentos vegetais são seguros”. Pela primeira vez, a Anvisa avaliou o potencial de risco crônico (a longo prazo) para a saúde, além do risco agudo (a curto prazo). Para isso, foram usados dados sobre quanto os brasileiros consomem em média de cada alimento e o peso dos consumidores a partir de 10 anos de idade, ou seja, ignorando o risco para crianças de zero a 10 anos. “Não foram identificadas situações de potencial risco à saúde dos consumidores”, informa o documento em relação aos riscos crônicos. O relatório identificou risco agudo em apenas 0,89% das amostras, ou seja, 41 amostras de frutas e legumes. Destas, 27 eram laranjas. O documento não colocou de forma clara informações que foram destaque na divulgação de relatórios anteriores. O relatório não dava destaque, por exemplo, para a informação de que, a cada 14 laranjas vendidas nos mercados, uma tinha agrotóxico suficiente para causar intoxicação imediata. Cinco laranjas analisadas apresentaram mais de cinco vezes o limite de segurança de exposição, todas para o agrotóxico carbofurano, um inseticida proibido no Brasil desde 2017 por causar malefícios ao sistema nervoso, como a morte de neurônios. Análise independente deste mesmo relatório conduzida pelo Gru38
po de Trabalho de Agrotóxicos da Fiocruz aponta que em 34% das amostras foram identificadas misturas de agrotóxicos, variando de dois a 21 tipos diferentes de ingredientes ativos. “Quando mudou a metodologia, que colocou a dose de referência aguda como parâmetro, acabou! É claro que não vai ter uma quantidade de resíduo de agrotóxico que provoque este
efeito agudo em alguém — apenas em casos muito raros. Mas não é isso o que importa em uma avaliação toxicológica de resíduo, porque em sã consciência ninguém quer comer uma alface com 15 diferentes tipos de agrotóxicos”, finaliza Meirelles.
apublica.org
Fiscal da Anvisa faz inspeção do PARA www.reporterbrasil.org.br
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A disputa da comunicação digital entre Lula e Bolsonaro em 2022 Presidente subverteu a lógica do marketing político usando um tom bélico e debochado, além de muita desinformação. Ex-presidente tenta mudar rumos da pré-campanha por mais espaço nas redes Ricardo Stuckert e Marcos Corrêa/Divulgação
Os presidenciáveis Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL)
Breno Braga e Matheus Motta Fonte: nexojornal.com.br 20/05/2022 “Pediram para eu dar uma rejuvenescida nas redes”, dizia uma mensagem de 22 de abril do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhada de uma foto em que ele está sorrindo, usando óculos escuros modelo juliet. O post teve forte engajamento (no Twitter, quase 170 mil curtidas) e sinalizou uma tentativa de mudança nos rumos da comunicação digital da pré-campanha presidencial do petista. Até então focada em estratégias mais tradicionais, a pré-campanha de Lula busca a menos de seis meses das eleições ganhar espa-
ço nas redes sociais, um ambiente em que Jair Bolsonaro, presidente e pré-candidato à reeleição, é eficaz. A estratégia bolsonarista foi importante para que ele chegasse ao Planalto em 2018, quando não tinha estrutura partidária nem tempo relevante de propaganda de TV. A exemplo de outros líderes da extrema direita mundial, Bolsonaro subverteu a lógica da comunicação política, com o investimento na linguagem de memes, no deboche e também na desinformação. Lula e Bolsonaro são favoritos na corrida presidencial de 2022, cujo primeiro turno está marcado para 2 de outubro. O ex-presidente lidera as pesquisas, seguido do atual presidente, que registrou uma
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diminuição da distância em relação ao petista nos levantamentos de intenção de voto durante o mês de abril. Veja abaixo como é a presença de Bolsonaro, pré-candidato à reeleição pelo PL, nas redes digitais comandadas por seu filho Carlos Bolsonaro, vereador do Rio de Janeiro pelo Republicanos. Facebook: 14 milhões de seguidores Twitter: 7,7 milhões de seguidores Instagram: 19,7 milhões de seguidores Telegram: 1,3 milhão de inscritos TikTok: 1,4 milhão de seguidores Kwai: 65,8 mil seguidores Esses são apenas os canais oficiais de Bolsonaro, que conta com uma 39
Fonte: Uol.com.br
Declaração do presidente durante evento de entrega do Prêmio Marechal Rondon de Comunicações
ampla rede de apoiadores que reproduzem sua estratégia, com suspeitas de uso da máquina pública a partir da atuação do chamado “gabinete do ódio” e de milícias digitais. Já Lula tem bem menos seguidores do que o adversário. Veja abaixo como é a presença do petista nas redes sociais. Facebook: 4,8 milhões de seguidores Twitter: 3,3 milhões de seguidores Instagram: 4,8 milhões de seguidores Telegram: 64,5 mil inscritos TikTok: Sem perfil oficial verificado Kwai: Sem perfil oficial Lula promete investir nas plataformas de vídeos curtos, como TikTok e Kwai. Mas sua pré-campanha ainda passa por uma reformulação de comunicação, após um mês de abril em que suas declarações causaram controvérsia. Lava Jato também são temas 40
comuns nas redes de Lula. As mensagens principais dos favoritos Apesar dos movimentos recentes como a foto com óculos juliet que viralizou, a pré-campanha de Lula enfrenta problemas. Na quinta-feira (27), o ex-ministro Franklin Martins, que estava no comando da comunicação, deixou o comitê, dias depois da saída do marqueteiro Augusto Fonseca, que havia sido contratado no começo de 2022. Segundo o jornal Valor Econômico, o marketeiro será substituído por Sidônio Palmeira, e a cúpula do PT discute um nome para substituir Franklin Martins na coordenação. As trocas ocorrem num momento de críticas à estratégia petista. A comunicação digital de Lula é considerada lenta e esteticamente tradicional, daí a ideia de rejuvenescer a imagem do ex-presidente. As mensagens centrais da pré-
-campanha, até aqui, passam pela retomada da memória de um país que era melhor sob o governo Lula (2003-2010). O resultado favorável nos processos judiciais da No começo de abril, aliados viram com preocupação falas de Lula com ataques à classe média e incentivos para que a população cobrasse direitos na porta da casa dos deputados. Mais para o final do mês, depois de ter anunciado que iria tentar se reinventar nas redes, o petista defendeu piadas com nordestinos num encontro com influenciadores digitais. Nascido em Pernambuco, ele criticou o politicamente correto, como faz Bolsonaro, e disse que o mundo “está chato”. Já Bolsonaro mantém o uso de teorias da conspiração contra as urnas eletrônicas, a linguagem de memes, os ataques a instituições como o Supremo e o Tribunal Superior Eleitoral, e a repetição de temas e mensagens que reforçam uma retórica antissistema, mesmo
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sendo Bolsonaro o detentor do mais importante cargo político do país. O tom da pré-campanha bolsonarista pode ser exemplificado num tuíte de 13 de abril. Um usuário da rede perguntou: “Presidente, o senhor pode me responder por que todos os assuntos espinhosos e polêmicos do seu mandato você põe sigilo de 100 anos? Existe algo para esconder? ” Bolsonaro escreveu numa frase curta acompanhada de um joinha: “Em 100 anos saberá”. Duas análises sobre a comunicação dos favoritos O Nexo conversou com duas especialistas que se dedicam à comunicação e marketing político para analisar as estratégias bolsonaristas, petistas e da terceira via. São elas: Érica Anita Baptista, doutora em ciência política pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) Luciana Panke, professora do programa de pós-graduação em comunicação da UFPR (Universidade Federal do Paraná) e líder do CEL (Grupo de Pesquisa Comunicação Eleitoral) Como avalia a comunicação de Bolsonaro nos meios digitais? Érica Batista: Bolsonaro é um candidato permanente desde 2018 e mantém uma estratégia de comunicação muito armada e belicosa. Foca no ataque, e me refiro também aos filhos dele, que contribuem para essa comunicação. É uma comunicação muito atenta ao que acontece aos seus adversários, e que age rápido. Ele nunca desarma a sua comunicação, com mensagens diretas. Sempre está preparado para revidar e pegar uma falha do adver-
sário. Isso ajuda na sua presença digital, que é enorme, e que tem um grande investimento. Esse tom agressivo pode agradar à sua base fiel, a quem ele sempre se direciona, mas pode incomodar outras pessoas. Gostando dele ou não, é uma comunicação bem-feita. Luciana Panke: Os meios digitais foram e continuam sendo um de seus principais instrumentos de divulgação e engajamento. A abrangência das redes de Bolsonaro tem a ver, especialmente no Whatsapp e Telegram, com o uso de robôs para circular respostas, informações e cards. Então, nem sempre essa comunicação é orgânica. O apelo emocional é um ponto muito forte na comunicação de Bolsonaro, porque ele vai na raiz de alguns valores que ainda estão fortes em parte da população, como a meritocracia, a luta contra corrupção. Ele também potencializa uma figura masculina de poder a partir do vocabulário nas redes, em que usa até expressões de baixo calão para mostrar autoridade. Esse comportamento impacta parte do eleitorado, que vai se identificar. Mas ao mesmo tempo, esse também é o ponto fraco. Porque acaba fugindo do protocolo básico de uma liderança pública. A impressão que dá é que, desde 2018, ele continua em campanha eleitoral. Os argumentos continuam muito parecidos: o ataque contra supostos inimigos, criação de cortinas de fumaça para desviar a atenção pública, debate agressivo com opositores no meio digital. Criar crises institucionais, como a com o Supremo em relação ao Telegram, dá a impressão desse uso de robôs para envio de memes e notícias falsas para os seguidores.
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A base desse governo é o conflito, e ele se apropria disso nas redes digitais. Há ainda uma confusão sobre a liberdade de expressão com discurso de ódio. Bolsonaro quer se mostrar como um líder amado e a voz do povo, mas essa voz do povo é agressiva e sem proposições. Ter seguidores e likes não significa ter votos, isso precisa ficar bem claro. Como avalia a comunicação do Lula nos meios digitais? Érica Batista: O que é importante na comunicação do Lula de forma geral é ele nunca ter deixado de ser uma figura presente no debate público. Durante a pandemia de covid-19, por exemplo, ele participou de lives e procurou se adaptar ao que tivemos de mudança na comunicação digital. A comunicação dele é coerente com sua figura. Se ele seguisse pela mesma linha do Bolsonaro, ficaria forçado e distante do que é o Lula. Para Bolsonaro, quando ele fala coisas que escapam do bom-senso, muitas vezes elas são associadas a uma autenticidade, a uma liberdade de falar algumas coisas, algo que se tornou uma característica dele. É um lugar que o permite ultrapassar limites, e ser uma fábrica de memes a seu favor. Coisa que Lula não é. Ele não é uma figura debochada, não faz parte de sua imagem pública. Uma das estratégias mais interessantes na comunicação de Lula nos últimos tempos foi a sua participação no podcast PodPah. Na conversa ele conseguiu mostrar vários Lulas e ter uma interação interessante com dois apresentadores muito jovens, em um espaço que fala com um público amplo. Apesar de a presença digital de Bolsonaro ser maior, o alcance de Lula nas redes é forte. E é natural 41
que Bolsonaro tenha uma visibilidade maior nas redes, afinal ele é incumbente. Pelo fato de Lula não ser o incumbente desde 2010, a presença dele, ainda assim, é grande. A presença digital forte não é necessariamente estar em todas as redes. Talvez Lula não estar no TikTok ainda não tenha sido entendido como um bom momento pela comunicação da campanha dele. Porque cada plataforma tem sua característica, e você precisa estar preparado para lidar com ela antes de estar nela. Luciana Panke: Lula segue uma lógica já adotada em outras campanhas, especialmente a de 2002, que é a figura do estadista. Ele não tem um perfil de ataque em suas contas. O perfil é mais na diplomacia, na salvação do país, além de externar situações como dos seus processos e da Lava Jato, que
ele responde com os resultados dos processos judiciais. O discurso continua num tom mais conciliador e de resgate das instituições no país. E isso vem da época que ele era sindicalista: ele tem a pauta da democracia, da valorização das instituições e da inclusão social desde os anos 1980, antes da criação do PT. Um acerto que se observa nas redes dele e que provavelmente deve continuar é essa linguagem mais alegre adotada recentemente. É algo positivo. Como avalia a comunicação dos outros candidatos que tentam ficar competitivos? Há alguém que se destaca? Quem e por quê? Érica Batista: De todos os que estão pleiteando esse lugar, quem mais chama atenção é Ciro Gomes [pré-candidato do PDT]. Mas lula.com.br/verdadenarede
esse lugar vem mais da história dele, por ele não ser um estreante na política. Ele vem galgando espaço nessa alternativa política e investindo na sua comunicação de campanha com várias tentativas de adaptação de imagem. Um exemplo são os vídeos inspirados em Casimiro [influenciador digital], reagindo a entrevistas de adversários. Ele também mostrou uma postura de rebeldia com a polarização, com o lançamento recente de um vídeo mostrando indignação com os problemas do país. Em um tom de convencer de que a melhor pessoa para ocupar esse lugar de “nem Lula nem Bolsonaro” é ele. Luciana Panke: Ciro Gomes é hoje o melhor colocado nas pesquisas [à exceção dos favoritos Lula e Bolsonaro]. E ele segue um discurso agressivo e de ataque nas redes. É um argumento próximo ao de Bolsonaro, com a tentativa de se diferenciar de Lula. A participação dele em eventos e suas opiniões sobre assuntos que estão acontecendo no país também mostram que ele está no jogo. Entre as outras opções, a comunicação ainda é muito tímida e não assumida como candidatos de fato. Simone Tebet [pré-candidata do MDB] entra com um nome viável. Ela é a representante feminina na campanha e, se potencializar a comunicação digital dela, pode surpreender. Não para agora, mas como projeto futuro de uma nova liderança feminina no país. Os posts dela são mais propositivos, e não de ataque, como é o caso de Ciro.
Campanha do ex-presidente contra as notícias falsas na internet
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rioonwatch.
Falando sobre racismo
Como essa prática foi estruturada no Brasil? Cecilia Cruz, Thais Gouvea Fonte: politize.com.br 06/04/2021 Falar sobre racismo geralmente gera bastante debate em rodas de conversa, sala de aula, ambiente de trabalho e por aí vai. Algumas pessoas acreditam que esse preconceito permanece na sociedade, outras defendem a sua inexistência. O fato é que sim, ele existe e se mostra cada vez mais presente em nossa sociedade. Contudo, vamos focar especificamente sobre o racismo no Brasil. Afinal, como ele surgiu e como se mantém? Qual a lei que tipifica o crime de racismo? Racismo: definição O termo racismo não possui uma definição concreta e predominante, contudo, algumas instituições o definem e, quase sempre, os conceitos convergem. Segundo o dicionário Michaelis, racismo é: • “Teoria ou crença que estabelece uma hierarquia entre as raças (etnias). • Doutrina que fundamenta o direito de uma raça, vista como pura e superior, de dominar outras. • Preconceito exagerado contra pessoas pertencentes a uma raça (etnia) diferente, geralmente considerada inferior.
Ilustração de Raquel Batista mostra práticas racistas.
• Atitude hostil em relação a certas categorias de indivíduos. Já a Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, tratado internacional de direitos humanos adotado pela Assembleia das Nações Unidas, define discriminação racial como: “toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto ou resultado anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício em um mesmo plano (em igualdade de condição) de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública”. Mito da democracia racial A teoria da democracia racial, embora antiga, foi apresentada formalmente ao Brasil pelo sociólogo Gilberto Freyre, em seu livro Casa-Grande & Senzala. A obra busca compreender o surgimento da formação familiar, bem como as características que definem o povo brasileiro. Assim, com a te-
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oria sistematizada pelo autor, o mito acaba por ser reforçado. Tanto que, escravizados de outros países, ao terem conhecimento sobre essa possível democracia, tinham vontade de fugir para o Brasil. A ideia de que negros, brancos, indígenas e tantas outras raças e etnias vivem em paz e possuem direitos iguais no Brasil começou com a obra, porém, com o passar dos anos, ela acabou sendo negada. Um marco para a desmistificação da teoria democracia racial foi a própria Constituição de 1988, que tipifica racismo como crime, isto é, confirma a existência do racismo e a realidade desigual entre pessoas brancas e negras. Caso não existisse racismo, como a legislação brasileira iria criar medidas para combatê-lo (seria contraditório combater algo que não existe)? Racismo reverso existe? Novamente, o racismo é caracterizado pela opressão de uma etnia com mais “poder” sobre a outra. Quando se fala de racismo reverso, parte-se da ideia de que o grupo desfavorecido está oprimindo seu opressor. Um grupo étnico que sofreu mais de 300 anos 43
Como é ser negro no Brasil? Se o racismo é um sistema de opressão, é necessário existir um oprimido e um opressor, caracterizando uma relação de poder. Neste caso, seria uma determinada etnia se considerar superior à outra. Por isso que, quando nos deparamos com o termo “racismo”, a primeira coisa que vem à mente é o tipo de racismo cometido contra a população negra. No Brasil, o racismo ocorre baseado no fenótipo. Ser negro no Brasil é diferente de ser negro nos Estados Unidos, por exemplo. No Brasil, por mais que uma pessoa possua fisionomia característica da população negra, como lábios mais carnudos, nariz mais achatado, cabelo crespo/cacheado e afins, se a cor de pele for branca, ela é considerada branca pelo senso comum. Mesmo que um de seus progenitores seja negro. Colorismo O termo colorismo foi criado em 1982, pela escritora Alice Walker, e acredita, basicamente, que quanto mais pigmentada a pele de uma pessoa, mais racismo ela irá sofrer. Usando aqui a classificação do IBGE, em que pretos e pardos se enquadram como negros, uma pessoa que se enquadra como parda irá sofrer menos racismo do que uma pessoa considerada preta. Veja bem, o racismo atinge 44
todo o grupo étnico negro, porém, de formas diferentes. No imaginário social, pardos nem sempre são considerados negros. Até as próprias pessoas possuem dificuldade de se encaixar socialmente em algum grupo étnico. Um dos motivos para este fato é que o Brasil é um país com grande miscigenação. Miscigenação essa que foi imposta – fruto de estupros -, desde o período da escravidão, além de ter sido medida política no início do século XX. No final do século XIX, a população negra que havia acabado de sair do período de escravidão estava sem amparo social, muitos deles nas ruas. A elite começou a se preocupar sobre o que seria do país, afinal, a imagem do negro na sociedade não era das melhores. Decidiram, então, abrir as portas do país para imigrantes europeus, na maioria italianos e alemães, na tentativa de embranquecer o país. Nisso, surge a teoria do embranquecimento. João Batista de Lacerda foi um dos principais defensores da tese. Médico e cientista brasileiro, Batista levou ao Congresso Universal das Raças (1911) o artigo Sur les métis au Brésil (Sobre os mestiços do Brasil, em português). O
documento defendia, basicamente, a miscigenação como algo positivo, em vista da sobreposição de traços da raça branca sobre a negra e a indígena. Além disso, também defendia que, em virtude do grande fluxo migratório europeu e às condições precárias que a população negra vivia, em aproximadamente um século, seria extinto todo e qualquer traço negro no Brasil. O que agora sabemos que não é verdade. Movimento negro Assim como todo movimento social, o movimento negro possui suas pautas e as defende. Ele surgiu, primeiramente, no período de escravidão e, hoje em dia, ainda com os reflexos deste período, busca, acima de tudo, políticas públicas para que a população negra tenha equidade em todos os sentidos. Além disso, visa a obter medidas de fiscalização e a efetiva aplicação das leis contra racismo e injúria racial. Somente com a união, e não com a segregação dos povos, é possível lutar para a conquista de direitos. Vamos nos lembrar de que o racismo, além de uma prática desnecessária e que fere os direitos humanos, é crime. pt.org.br
de escravidão, fazendo parte de um dos últimos países do globo a abolir a escravatura – fato que tem apenas 130 anos -, certamente não teria a mesma força que seu opressor. Além de que existe o conceito de escravidão moderna – relações de trabalho em que pessoas são forçadas a exercer uma atividade contra a sua vontade mediante formas de intimidação.
Manifestação do movimento negro. Trabalho acadêmico da turma C301x Editoração Eletrônica da Facha - Período 2022.1
pt.org.br
Manifestação feminista.
‘O fundamental não é aumentar a pena, mas preservar a vida da mulher’, diz Maria da Penha A lei que leva seu nome completou quinze anos Cecilia Cruz, Thais Gouvea Fonte: oglobo.globo.com 03/08/2021 Aos 76 anos, Maria da Penha Fernandes é um ícone da luta das mulheres brasileiras por uma vida livre de violência. A farmacêutica cearense foi vítima de dupla tentativa de feminicídio, em 1983, quando ficou paraplégica. O agressor era seu marido. Sua luta por justiça resultou na condenação do Estado brasileiro por omissão e tolerância à violência contra a mulher pela Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (CIDH/OEA), em 2001, e na criação da lei de proteção à mulher que leva seu nome. Em vigor desde 7 de agosto de
2006, a Lei Maria da Penha foi desenhada a partir de um amplo debate e com intensa participação social, especialmente do movimento de mulheres, e adotou uma perspectiva feminista, destacando que garantir a segurança das mulheres significa reconhecer e respeitar seus direitos civis, sociais, culturais e econômicos. No entanto, mesmo depois de 15 anos em vigor, a implementação da lei, considerada uma das melhores do mundo, ainda deixa a desejar, especialmente em seus aspectos educativos e preventivos. Em entrevista ao GLOBO, Maria da Penha, que dedica sua vida ao combate à violência doméstica, critica o desinvestimento do go-
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verno federal na área, diz ser “esdrúxula” a ideia de armar mulheres para protegê-las e enfatiza a importância de se discutir o tema da violência de gênero nas escolas: — É necessário investir em educação. Só a educação é capaz de desconstruir essa cultura machista, que é a origem da violência contra a mulher. CELINA: A senhora sofreu violência quando uma sequência de assassinatos de mulheres por seus companheiros tomou conta do noticiário. A imprensa e a opinião pública, no entanto, por muito tempo relativizaram esses crimes, tomando o lado dos agressores. Como se sentiu naquela época? 45
MARIA DA PENHA FERNANDES: Eu sofria uma violência psicológica muito grande e minhas filhas sofriam violências físicas, porque ele [o companheiro] não tinha paciência de lidar com criança. Eu comecei a me sentir muito incomodada com aquela situação, mas não existia esse termo “violência doméstica”. Quando acontecia alguma coisa, quando uma mulher era morta, a pergunta que surgia era “o que será que ela fez para merecer isso?”. No meu caso, o início da história foi um assalto. Ele simulou um assalto. Quando a polícia descobriu que o assalto não aconteceu foi que começou a minha grande luta por justiça, que demorou 19 anos e seis meses para ter uma resposta. Nesse período, ele foi submetido a dois julgamentos. No primeiro foi condenado, mas saiu do fórum em liberdade e isso me revoltou muito e resultou na criação de um livro, chamado “Sobrevivi... posso contar”, em que eu descrevo as contradições dele, minha história de vida com ele. Esse livro, que eu considero a carta de alforria das mulheres brasileiras, chegou até a OEA pela ação de duas ONGs brasileiras, o Cladem e o Cejil, que denunciaram junto comigo a tolerância do Estado brasileiro em relação aos casos de violência contra a mulher. Foi só a partir do meu exemplo que comecei a prestar mais atenção e tomei conhecimento do movimento de mulheres, especialmente do Sudeste, que estavam dando muita visibilidade aos casos que aconteciam na região. Quando o movimento chegou na minha cidade, eu passei a participar das caminhadas, dos encontros. Isso tudo depois da separação. Depois da tentativa de assassinato, eu voltei para a casa dos meus pais 46
Maria da Penha foi vítima de violência doméstica.
com as minhas três filhas. Saí de casa com um documento chamado “separação de corpos”, para que a minha saída não representasse abandono do lar.
inoperante e machista comigo. Mas a dimensão que o meu livro ganhou foi muito maior e muito mais importante do que eu podia imaginar.
C: Quando a senhora decidiu contar sua história e lutar por justiça, imaginou que se tornaria esse símbolo?
C: Vamos completar 15 anos de vigência da lei que leva o seu nome. Como avalia esse período? O quanto avançamos e o quanto ainda falta avançar para combater a violência doméstica no Brasil?
M: Não, nunca. Só imaginava que ficaria registrada a inoperância do poder judiciário, porque ele foi
M: A lei que leva o meu nome,
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brasil.
C: A senhora vê a Lei Maria da Penha como um marco para mudar a forma como a sociedade brasileira olha para a violência contra a mulher? M: Foi um marco. A criação da lei ajudou muito as pessoas a entenderem a violência contra a mulher, inclusive a imprensa, que muitas vezes não noticiava devidamente os fatos, via apenas o lado do agressor. Hoje não tem mais a pergunta que eu ouvi muitas vezes: “o que foi que a senhora fez para merecer esse tiro?” Era uma pergunta muito dolorosa e machista, e eu cheguei a comentar isso com as pessoas que me faziam esse tipo de pergunta. Para um dos repórteres que me perguntou isso, eu disse: “olha, se você está pensando que eu traí o meu marido, esse não foi o fato. Mas quantas mulheres matam seus maridos porque são traídas? Não existe isso. E a dor da traição é a mesma. A pergunta que você fez é uma pergunta machista.” Falei na lata. Ele disse que não era ele perguntando, mas o público que queria saber. E eu disse então que estava respondendo para que ele repassasse ao público.
uma homenagem simbólica que me foi dada, é considerada pela ONU uma das três melhores do mundo no enfrentamento à violência contra a mulher. A lei tipifica as formas de violência, dá oportunidade a mulher de ser atendida por políticas públicas essenciais para ela se conscientizar sobre os seus direitos e saber que caminho seguir para sair daquela situação, traz medidas de proteção. É uma lei completa e muito importante, mas muito ainda precisa ser feito,
principalmente em relação à educação. É necessário que as pessoas sejam conscientizadas no nível fundamental, médio e universitário sobre os direitos das mulheres. É muito importante que isso seja implementado na educação, porque as crianças que convivem com a violência doméstica aprendem a ser violentas em casa. Elas observam esse comportamento em casa e reproduzem nas suas relações na adolescência e vida adulta.
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C: A Lei Maria da Penha foi concebida sob a premissa de igualdade de gênero, prezando pelo processo educacional necessário para combater a violência. Como vê a atuação de governantes que empreendem um discurso contrário a discussões sobre gênero nas escolas? É possível combater a violência contra a mulher sem lutar pela igualdade de gênero? M: Não é possível. Existe um projeto-piloto no qual os homens que estão presos passam por um curso para identificar o porquê da 47
sua agressividade. A maioria deles diz que aprendeu na infância, que viu seu pai bater na sua mãe, seu avô bater na sua avó. Isso era considerado normal e eles acabam levando isso para a vida adulta. Esse discurso contra a discussão nas escolas não pode existir mais. Precisa haver um investimento em educação porque só a educação destrói a cultura do machismo. C: O que é preciso ensinar na escola? M: Eu tenho uma experiência pessoal que acho que dá essa dimensão. Os filhos das militantes feministas da minha época aprenderam a respeitar os direitos humanos. Eles são hoje bons maridos e boas esposas. Minha esperança é que a educação faça isso para a sociedade de uma maneira geral, que ensine a importância de se respeitar os direitos humanos das mulheres. C: Em março, a partir de uma investigação feita por CELINA, a plataforma de gênero e diversidade do GLOBO, descobrimos que o gasto com ações de combate à violência contra a mulher em 2020 foi o menor da década. Como vê a atuação do atual governo, em especial do Ministério da Mulher, neste sentido? M: Eu lamento, o investimento diminuiu. Era para ter uma Casa da Mulher Brasileira em cada estado, mas infelizmente, isso não aconteceu. Temos poucas funcionando. E sei que algumas já estão começando a falhar no seu atendimento. Aqui no Ceará uma será aberta, mas grande parte do investimento é estadual. Por que não investir para construir uma Casa da Mulher Brasileira em cada estado? Isso facilitaria a vida da 48
mulher ao colocar em um só local todas as políticas públicas que vão atendê-la nessa situação. Além disso, é necessário que todos os municípios, por menores que sejam, tenham um centro de referência de atendimento à mulher. Assim como tem o Conselho Tutelar, só que no caso da mulher, dentro da unidade de saúde, porque é o local para onde ela corre primeiro para tratar dos seus ferimentos, do corpo ou da alma. Ali ela vai ser atendida por profissionais especializados, passa pelo atendimento psicológico, jurídico e social. C: Para muitas mulheres, romper a relação não significa estar em segurança. Muitos feminicídios acontecem justamente quando a mulher tenta romper o ciclo de violência. Como protegê-las neste momento mais crítico? M: Se o agressor foi preso, é porque a mulher corria risco de vida. Se ele vai ser solto, essa mulher tem que ser informada e protegida. Ela precisa sair de sua casa e ir para um abrigo, que a lei determina que exista. Se esse juiz não faz isso, a vítima corre perigo. A gente já viu isso acontecer, e a mulher foi assassinada no momento em que esse agressor saiu da cadeia. A gente precisa que os órgãos de classe analisem o comportamento do seu corpo de juízes e os capacite periodicamente para que mulheres que têm medidas protetivas não sejam mortas. C: A pandemia fez a violência contra a mulher aumentar, mas dificultou a realização das denúncias. Como avalia as ações empreendidas pelos governos e pela sociedade civil para lidar com este problema?
M: A sociedade e algumas pessoas que fazem parte de órgãos públicos criaram estratégias para que a mulher pudesse pedir ajuda nesse período. Mas eu penso que o governo federal deveria ter liberado mais casas-abrigo, para que essas mulheres pudessem sair de casa com segurança e serem abrigadas. Isso poderia ter diminuído o número de feminicídios. C: Uma lei recente tipificou a violência psicológica, que já estava prevista na Lei Maria da Penha. A maior parte dos projetos que tramitam no Congresso visam alterar a lei nos seus aspectos punitivos. Como a senhora vê essas propostas? M: Todas essas mudanças têm focado em criar tipos de pena ou aumentar o tempo na prisão. Mas o fundamental é a lei que já existe ser aplicada. O fundamental não é a gente saber daqui a dez anos que o autor vai ser preso porque cometeu aquele tipo de crime, porque o poder judiciário é muito moroso. O fundamental é preservar a vida da mulher. C: O que a senhora espera para os próximos 15 anos de vigência da lei? M: Eu sou muito comprometida com a lei que leva o meu nome. Não meço esforços para estar presente na mídia, nos movimentos sociais, e tenho reforçado a importância da educação para que a gente consiga desconstruir o machismo, que é a origem dessa violência. Se não focarmos na educação, ainda vamos nos horrorizar com muitos crimes. Então eu espero mais investimento em educação.
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Exercício da cidadania
jornalbomdia.
Entenda os seus direitos e deveres na sociedade brasileira
Cidadania é discutida no ENEM.
Cecilia Cruz, Thais Gouvea Fonte: politize.com.br 05/05/2022 A invisibilidade e registro civil, tema da redação do Enem 2021, levantou o debate social sobre a importância da emissão da certidão de nascimento e da cidadania. O que você sabe sobre o exercício da cidadania? Ao pensarmos em cidadania, relacionamos o seu conceito ao fato de sermos reconhecidos cidadãos perante o Estado brasileiro. Mas, você sabia que o conceito de cidadania também é sobre direitos e deveres do cidadão? Neste artigo, a explicamos o que é e como se dá o exercício da cidadania.
O que é cidadania? O termo cidadania, de origem etimológica no latim, refere-se ao pertencimento de um indivíduo a um país que lhe designa direitos e obrigações, sob a tutela de uma Constituição. Ao contrário dos direitos humanos, que tendem à universalidade dos direitos do ser humano na sua dignidade, a cidadania possui um caráter próprio e é classificada em dois termos: formal e substantiva. A cidadania formal é sobre nacionalidade, o pertencimento a um lugar reconhecido por um Estado-Nação através da documentação oficial, por exemplo, uma pessoa portadora da cidadania brasileira. Já a cidadania substantiva contempla o ramo das ciências sociais, a ciência política e a socio-
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logia, o termo possui um sentido mais amplo sendo definido como a posse de direitos civis, políticos e sociais perante toda a sociedade. A cidadania substancial existe quando a pessoa recebe o que lhe é de direito e faz o que lhe é dever, contudo, vale ressaltar uma norma universal fundamental para a construção dos estados democráticos no qual afirma-se que nenhum direito é absoluto. A ideia de cidadania parte do individual para o coletivo, pois o indivíduo compreende que seus atos, sendo bons ou ruins, têm impacto na sociedade. Ainda podemos classificar os direitos do cidadão, de acordo com o sociólogo britânico T.H. Marshall em “Cidadania e classe social”, 1950, em três tipos: civil,
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Registro Civil e exercício da cidadania Juridicamente, o cidadão é o indivíduo contemplado por direitos e deveres civis e políticos de um Estado, amparado pelo registro civil, o qual é considerado um bem jurídico fundamental para a garantia e o pleno exercício da cidadania. O indivíduo que não possui a documentação oficial adquirida a partir do registro civil, sendo a certidão de nascimento um documento básico e primário, não é considerado cidadão brasileiro perante o Estado. Por isso, não gozam plenamente dos direitos fundamentais garantidos pela Constituição Federal, tampouco poderão reivindicar amparo do Estado, no que se refere a programas de assistência financeira destinados a pessoas em situação de vulnerabilidade social. Cidadania no Brasil A Constituição Federal de 1988, popularmente conhecida como “Constituição Cidadã”, tem como um dos seus fundamentos a cidadania, que pode ser compreendida como condição em que os brasi50
agenciabrasil.ebc.
político e social. 1. Civil: direitos inerentes à liberdade individual, de expressão e de pensamento, direito de propriedade, de conclusão de contratos e direito à justiça amparados pelo meio jurídico. 2. Político: direito de participação no exercício do poder político, sendo eleito ou eleitor, no conjunto das instituições de autoridade pública. 3. Social: conjunto de direitos relacionados ao bem-estar econômico e social de um indivíduo, desde a vida até a segurança, educação, saúde e outros, garantidos pela Constituição.
2,5 milhões de brasileiros não possuem registro civil.
leiros exercerão os seus deveres para com o Estado e sociedade, bem como, na luta pela efetivação de seus direitos que devem ser garantidos pelo Estado e sociedade. Em contexto brasileiro, a cidadania atingiu conquistas inimagináveis após o fim do regime militar em 1985, com a conquista de direitos civis antes oprimidos pelo Estado. Ainda assim, a cidadania ainda é um conceito distante de muitos brasileiros, pois a conquista dos direitos políticos, sociais e civis não contempla a todos, uma vez que cerca de 2,5 milhões de in-
divíduos não são reconhecidos como brasileiros por não possuírem o registro nacional de pessoa física, segundo dados do IBGE em 2019. Os direitos fundamentais para a existência do indivíduo em sociedade garantidos através da cidadania, não oculta a realidade de milhões de pessoas em situação de miséria, altos índices de desemprego, taxa significativa de analfabetos e semianalfabetos que não conseguem acessar a educação básica por não portarem a documentação oficial.
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Flexitarianismo: alimentação saudável e sustentabilidade
www.google.
Preocupados com saúde e sustentabilidade, flexitarianos reduzem consumo de carne e exploram novas lógicas e mercados no Brasil
O aumento de flexitarianos está ligado a busca de uma alimentação mais saudável.
Giovanna Fant e Julia Marini Fonte: gamarevista.uol.com.br Em: 27/05/2022 Em 2020, o mundo produziu 337,2 milhões de toneladas de carne de frangos, porcos, bovinos e ovinos. Fora do prato, isso se traduziu também em perigo para a biodiversidade (86% das espécies ameaçadas sofrem com a pressão por terras agrícolas) e 15% das emissões anuais de gases de efeito estufa (se fossem um país, os bovinos seriam o terceiro maior emissor), além dos constantes questionamentos éticos e sanitários. Paralelamente, prevê-se um aumento na demanda global por proteínas nos próximos anos – e a impossibilidade da Terra sustentá-
-la nos termos atuais. De olho na crise climática e nas doenças relacionadas à má nutrição (que incluem desnutrição e obesidade), especialistas apontam com urgência para as dietas flexitarianas como saída, com uma alimentação à base de plantas e quantias menores de alimentos de origem animal. Atraídos principalmente pelo fator de saúde, os flexitarianos são cada vez mais numerosos, inclusive no Brasil. Em uma pesquisa de 2020 com 2 mil pessoas de todas as regiões e das classes A, B e C, 50% afirmaram ter reduzido o consumo de carne no ano anterior, um aumento de 21% em relação à outra pesquisa de 2018. Ambas foram encomendadas pelo Good Food Institute Brasil (GFI), que promo-
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ve as chamadas proteínas alternativas: alimentos à base de plantas que imitam produtos animais (plant-based, no jargão), carne cultivada à base de células e fermentação (insetos, outra proteína alternativa, não estão no horizonte do GFI). Entusiastas das novidades biotecnológicas vêem um futuro com produção sustentável e eficiente, menor risco de doenças e proteínas para 10 bilhões de humanos em 2050. A solução passa por reduzir muito o consumo de carne tradicional e desenvolver proteínas alternativas a ponto de torná-las o padrão, iguais em sabor, textura e preço – por uma fração dos recursos naturais e sem sofrimento animal.
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Rótulos alimentares e a influência no processo de compra Cabe ao consumidor se informar a fim de escolher o que de fato lhe faz bem. Comer deve ser, também, um ato de resistência Giovanna Fant e Julia Marini Fonte: gamarevista.uol.com.br Em: 27/05/2022 Quem determina o que chega aos nossos pratos diariamente? Será que nossas escolhas refletem exclusivamente preferências individuais, ou são sorrateiramente balizadas por interesses da indústria de alimentos? Diante de uma crescente conscientização dos consumidores sobre os riscos da dieta baseada em ultra processados e, por outro lado, dos benefícios de saúde e sabor atrelados ao cultivo sustentável e produções artesanais, é no mínimo curioso que tenha surgido na Europa uma proposta de rotulagem de alimentos que beneficiaria os industrializados. Pela proposta, ficam prejudicados os produtos que, além de pilares da dieta de alguns países, são elaborados seguindo processos centenários e, portanto, com menor grau de processamento. Idealizado na França, o Nutri-Score (apelidado de “semáforo dos alimentos”) é um selo de rotulagem nutricional com uma escala de cores que vai do verde ao 54
vermelho, atrelada a notas de “A” a “E”, a ser adicionado à parte anterior da embalagem de todos os produtos. O critério para a nota considera o “conteúdo benéfico” como fibras, legumes, verduras, frutas em comparação aos elementos “danosos”, como açúcar, sal e gorduras. E quem calcula tudo isso é um algoritmo. Tal cálculo, porém, deixa de lado características como o grau de manipulação (em outras palavras, se é ou não ultra processado), a presença de elementos nutricionais como vitaminas e sais minerais e o tamanho de uma porção padrão.
— A Coca-Cola Zero tem nota B, enquanto o azeite de oliva, pilar da dieta mediterrânea e fonte de gorduras de boa qualidade, nota C — Justamente por isso, alguns resultados chamam a atenção: a Coca-Cola Zero tem nota B, enquanto o azeite de oliva, pilar fundamental da dieta mediterrânea e fonte
principal de gorduras de boa qualidade, nota C. Têm igualmente nota C um saco de batatinhas fritas – facilmente devorado por inteiro – e um vidro de geleia de frutas sem açúcar – será que muita gente come geleia às colheradas até terminar o pote? Os defensores de tal método, contudo, argumentam que o Nutri-Score não deve ser utilizado para se fazer comparações abstratas, mas fundamentar uma escolha entre produtos de uma categoria específica. Quando alguém quiser comprar algo para beber, então, terá diante de si: água (nota A), refrigerantes sem açúcar (nota B) e bebidas açucaradas sem fruta (nota E). Grandes multinacionais produtoras de alimentos industrializados e parte da comunidade científica são a favor do sistema, que já foi adotado na França, na Bélgica, na Alemanha, em Luxemburgo, nos Países Baixos, na Espanha e na Suíça. A Itália tem sido um foco de resistência no continente. Ali, poucos assuntos são mais sérios que comida. Orgulhosos de uma gastronomia admirada no mundo todo, os
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A verificação do rótulo antes de adquirir um produto é fundamental.
italianos também defendem – com o respaldo de grande parte da comunidade científica – que a dieta mediterrânea, patrimônio cultural da humanidade pela Unesco desde 2010, é uma das chaves para uma vida saudável e longeva. De acordo com o Nutri-Score, porém, alguns dos produtos gastronômicos italianos mais representativos, celebrados e consumidos inclusive no Brasil, como o azeite de oliva, o Parmigiano Reggiano e o Prosciutto di Parma deveriam ser evitados. Os principais críticos (que na Itália vão de partidos de todo o espectro político a produtores e cientistas) defendem que, por não trazer dados sobre quantidades diárias recomendadas e, logo, não levar em consideração uma dieta global, o selo não seria capaz de
educar o consumidor a fazer escolhas conscientes. Modelos que destacam porções-padrão e quantidades sugeridas, porém, têm sido substituídos em todo o mundo por rotulagens mais simples e diretas, como na América Latina. Chile, Peru e Uruguai adotaram um selo octogonal preto com escrita branca indicando “alto nível de açúcares”, “alto nível de gorduras saturadas”, “alto nível de sódio” e “alto nível de calorias”. Rotulagem neutra? Rotulagem política Na mesma linha, no Brasil, a Anvisa aprovou, em outubro de 2020, uma nova regra determinando que na parte frontal das embalagens haja uma lupa identificando o alto teor de açúcares adicionados, gor-
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duras saturadas e sódio. A proposta de adicionar selos (pretos, triangulares) com alertas semelhantes aos dos outros países foi, porém, rejeitada. Para além de debates de cunho nutricional, sistemas de rotulagem não são neutros e influenciam sensivelmente as escolhas do consumidor – e a venda de determinados produtos – porque enfatizam certas informações. Quais? Depende do resultado de um processo político que sofre forte influência dos por sua manutenção. www.google.
Rótulo de alimento
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Cardápios criativos e alimentação natural A banqueteira Neka Menna Barreto é conhecida por sua criatividade e por um cardápio pautado por ingredientes naturais. Conheça suas lições para uma alimentação mais saudável www.google.
Giovanna Fant e Julia Marini Fonte: gamarevista.uol.com.br Em: 27/05/2022 Neka Menna Barreto cresceu em uma família tradicional gaúcha. Na segunda-feira, o cardápio era costela; na terça, carne de cordeiro; na quarta, carne de vaca; na quinta, peixe; na sexta, frango; no sábado, churrasco; e no domingo – enfim — macarrão. “Mudava o cardápio, mas sempre tinha um animal, assado, refogado, no almoço e jantar”, lembra Neka, 58 anos, que esperava pela hora da salada. “Eu não tinha vontade de comer. Meu desejo era por alimentos mais coloridos. O mundo vegetal sempre me chamou mais atenção.” Anos depois, na faculdade de nutrição, ainda no Rio Grande do Sul, suas colegas não acreditavam que era possível viver sem carne. Ela retrucava: mas como é que uma civilização inteira na Índia viveu sem? “Me achavam um extraterrestre.” Em São Paulo, para onde se mudou no fim da década 1980, ela se tornou uma banqueteira requisitada, conhecida por sua criatividade e por um cardápio pautado por ingredientes naturais (mas carne entra, se for o gosto do freguês), e que serve de brunches a even56
Criatividade toma conta da alimentação natural.
tos corporativos para milhares de pessoas. Termos tão em voga na alimentação como plant based e farm to table fazem parte do seu vocabulário alimentar muito antes de se tornarem tendências. “Sou quase 100% plant based. Na minha casa é só verduras, legumes, cereais e grãos”, diz. “Mas acabo abrindo algumas portas e janelas, porque prefiro ser amiga de quem come bife. Não quero exclusão social por conta de alimentação.” Neka sabe de cor sua longa lista de produtores, o nome das cooperativas, dos sítios, das cidades, dos agricultores, o que cada um produz, de soja ao tofu. Também viaja, da Índia ao cerrado brasileiro, para descobrir novos ingredientes.
E gosta de montar seus cardápios como se fossem paisagens, pelas cores, com a ajuda de desenhos. A seguir, ela fala desse universo particular, mas hoje tão universal: Plant based “Trabalho em São Paulo há 32 anos. Quando comecei, a minha salada de grãos era totalmente desprezada nas festas, mas eu continuava oferecendo. Hoje, ela é a primeira a ser consumida. Por conta da pandemia, resolvi fazer as Nekitas, que são [pacotes semanais] de marmitas orgânicas, 95% plant based, biodinâmicas. Faço também Nekitas com carne, a pedido de muitos clientes. A cada semana, o número de Nekitas vegetarianas sobe um pouqui-
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“Quanto mais paisagens tu comeres, quanto mais diversidade tu tiveres no teu prato, mais força” Paisagens “Primeiro, vou às compras e vejo o que os meus pequenos produtores têm. ‘Vou fazer umas bolinhas de batata doce roxa e botar o amor perfeito por cima, vai ficar amarelo e roxo.’ E começo a montar, como se fosse uma aquarela. Tu precisa gostar de fazer isso, tu precisa ter inspiração. Não é uma coisa que posso terceirizar. Fico na cozinha por 12, 14 horas quando faço as Nekitas. Para quem não faz, é bom botar na mão de alguém que goste de fazer, porque vai comer com mais biodiversidade. Quanto mais paisagens tu comeres, quanto mais diversidade tu tiveres no teu prato, mais força.” Produtores “Os agricultores são os verdadeiros artistas. Imagina um cara que acorda às quatro e meia da manhã, no frio, para colher as verduras. Imagina que tu sabe de onde veio cada verdura que tem no teu prato. É muito lindo isso. Trabalho com 40 famílias que produzem orgânicos em São Paulo e alguns produtores de gêneros não perecíveis em São Paulo, no Paraná e no Rio Grande do Sul. É um trabalho hercúleo, tu faz a programação, mas tem geada e o brócolis não rola. E daí tem que mudar o cardápio,
e tudo bem, faz parte. Escrevo o novo cardápio que vai na sacola: ‘Olha, o brócolis não apareceu e o tomate também não rolou’.” Menos carne “Em 1968, na época em que os Beatles eram vegetarianos, isso era mais surpreendente. Desde que moro em São Paulo, nunca se falou tanto em comer menos carne, até na minha cozinha. A carne faz muito parte da alimentação de pessoas com quem trabalho. Mas elas enxergam que existe um propriedade no vegetal. Mais de 80% do antibióticos que são fabricados no mundo são para os animais de criadouro. Então, tu imagina o que que a gente come junto com a carne. O que é um bife? Um pedaço de corpo. Que animal é esse? O que comeu? Como viveu? De onde ele veio?” Paladar “Paladar é uma coisa a ser conquistada, tu incentiva ele, te relaciona com outros sabores, dá mais amplitude para ele. Cada lugar que visitei, conheci uma especiaria e fui incluindo no meu alfabeto. É como aprender uma língua, quanto mais se conhece, mais ela vai ficando ampla. Acho que a gente vai mais longe conhecendo outros idiomas.”
zer bem. A gente é o que comeu ontem. Quando tu acorda, aperta teu intestino e vê se dói. Se tu jantar muito tarde, coma muito leve, porque é muito importante, além de dormir, tu sonhares. E quando tu está com estômago muito cheio, seu sono é interrompido por tanta digestão. Então, durma com certa vontade de comer, é bom acordar zerado, com vontade de tomar um café da manhã. Todos os dias coma uma coisa crua, seja qual for a tua alimentação. Crie vínculos com a tua refeição: quando tu comer sozinho, arrume a mesa, coloque uma velinha, deixa o celular de lado, faça jejum dele.” Futuro “Os nossos bisnetos vão dizer: ‘Nossa, é verdade que vocês comiam 7 quilos de veneno por ano?’. Sou uma pessoa otimista, acho que a vida vai melhorar nesse sentido. Como defende a [organização sem fins lucrativos] Comida do Amanhã, o que comemos muda o mundo.
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nho. Quando começamos, há dois meses, entregávamos 14 delas e 50 convencionais [com carne]. Na semana passada, os pedidos das Nekitas orgânicas já foram 40, e as normais se estabilizaram. Fico muito feliz, acho que existe um desejo de comer melhor.”
“Paladar é uma coisa a ser conquistada, tu incentiva ele, te relaciona com outros sabores, dá mais amplitude para ele” Conselhos “Acho importante a gente gostar daquilo que come. Tu não pode comer só porque faz bem, tem que comer porque tem uma relação com aquele alimento. Mas não te mima tanto, quando tu não gosta, pensa que isso pode te fa-
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Frutas diversas
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Agrotóxicos: proteja-se de fertilizantes e pesticidas utilizados nos alimentos A tendência no mundo é produzir cada vez mais alimentos menos dependentes de agrotóxicos, mas o Brasil segue na contramão. Gama aponta caminhos para tentar se proteger dessa realidade Giovanna Fant e Julia Marini Fonte: gamarevista.uol.com.br Em: 27/05 Enquanto as maiores economias do mundo se empenham em reduzir o uso de fertilizantes e pesticidas químicos em prol da saúde da população e do ambiente, nosso país vai na direção oposta. Em 2017, o Brasil consumia 20% do agrotóxico comercializado no mundo, de acordo com o Atlas Geográfico do Uso de Agrotóxicos no Brasil e Conexões com a União Europeia, organizado por Larissa Bombardi, da Faculdade de Geografia da Universidade de São Paulo, a partir de dados oficiais. De lá para cá, esse mercado se expandiu. Nos últimos três anos, foram liberados 1500 agrotóxicos por aqui, uma média de 500 liberações por ano, quase cinco vezes mais do que nos anos anteriores, constatou a avaliação técnica realizada pela engenheira química Sonia Corina Hess, professora da Universidade Federal de Santa Catarina. Os 552 agrotóxicos registrados entre 01 de janeiro e 31 de dezembro de 2021 incluíram 129 ingredientes ativos, dos quais 52 (40,3%) foram banidos ou não 58
têm registro na União Europeia. “O Brasil ‘abriu a porteira’ para agrotóxicos perigosos”, afirma o engenheiro agrônomo Luiz Cláudio Meirelles, do Grupo de Trabalho Agrotóxicos e Saúde da Fiocruz. Muitos dos aprovados são à base de glifosato, um dos herbicidas mais empregados nas lavouras nacionais, que foi classificado em 2019 pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) como provável carcinógeno para humanos. “O país está trabalhando na contramão da saúde pública”, diz o engenheiro.
“O Brasil ‘abriu a porteira’ para agrotóxicos perigosos” Um projeto de lei que tramitava no Congresso Nacional desde 2002 visando flexibilizar as normas de adoção de agrotóxicos foi aprovado pela Câmara em regime de urgência na noite de 9 de fevereiro e aguarda votação no Senado. O PL nº 6299/2002 retira atribuições de órgãos regulatórios como Anvisa, do Ministério da Saúde, e Ibama, do Ministério do Meio Ambiente, concentrando o poder de decisão sobre a adoção dos agrotóxicos no
Ministério da Agricultura, Pesca e Abastecimento, e enfraquece estados e municípios nas ações de vigilância e comunicação dos resultados desse monitoramento. Defendido por deputados da bancada ruralista e representantes do agronegócio, foi batizado de Pacote do Veneno e condenado por instituições de pesquisa, sociedades científicas, órgãos técnicos das áreas de saúde e ambiente e iniciativas da sociedade civil, como a plataforma #ChegaDeAgrotóxicos, que recolheu mais de 1.700.000 assinaturas. A Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO) e a Associação Brasileira de Agroecologia (ABA-Agroecologia) decidiram atualizar o Dossiê Contra o Pacote do Veneno e em Defesa da Vida, lançado originariamente em 2018, para oferecer subsídios contrários à aprovação da PL. O Grupo de Trabalho Agrotóxicos e Saúde da Fiocruz divulgou um comunicado sobre o impacto nocivo do pacote na saúde pública e os “graves retrocessos que irá impor à sociedade”. Diz o texto: “O PL não permitirá a aprovação de produtos mais modernos e de menor toxicidade. Ao contrário, o Brasil será muito mais permissivo
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Verduras contaminadas por agrotóxicos em plantação
para o registro de agentes mais tóxicos e obsoletos, tornando-se mercado preferencial. Quem sai perdendo “Os mais vulneráveis são os pequenos agricultores, com baixa escolaridade e renda, pouco suporte técnico e treinamento para manipular substâncias perigosas e falta de equipamentos de proteção individual”, esclarece o pesquisador Rafael Buralli, mestre e doutor em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo. Moradores vizinhos às grandes plantações também estão mais expostos, sobretudo porque no Brasil ainda se adota a pulverização aérea. Mas não só. O Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC) concluiu que toda a popu-
lação está suscetível à exposições múltiplas a agrotóxicos por meio do consumo de alimentos e água contaminada. “Os mais vulneráveis são os pequenos agricultores, com baixa escolaridade e renda, pouco suporte técnico e treinamento para manipular substâncias perigosas e falta de equipamentos de proteção individual”, esclarece o pesquisador Rafael Buralli, mestre e doutor em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo. Moradores vizinhos às grandes plantações também estão mais expostos, sobretudo porque no Brasil ainda se adota a pulverização aérea. Mas não só. O Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC) concluiu que toda a população está suscetível à exposições
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múltiplas a agrotóxicos por meio do consumo de alimentos e água contaminada. Fora isso, 19 dos pesticidas monitorados estão proibidos na União Europeia. O levantamento é traçado a partir dos resultados de testes feitos por empresas ou órgãos de abastecimento e enviados ao Siságua do Ministério da Saúde. Segundo Buralli, as doses de resíduos de agrotóxicos permitidas na água da torneira são bem mais altas no Brasil do que na União Europeia. Além disso, nossas normas consideram apenas um ingrediente ativo, não o efeito da interação entre diferentes compostos, como preveem os europeus.
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Dieta funcional: alimentação saudável e a deturpação do marketing
Entenda o que são os alimentos funcionais e por que algumas pessoas os priorizam na dieta www.google.
Retrato tirado no momento da refeição
Se a sua timeline inclui atletas amadores, influenciadores fitness ou aquele amigo que não deixa passar uma dieta da moda, provavelmente a hashtag #comidafuncional já apareceu no seu feed. Embora o conceito não seja exatamente novo — remonta lá aos anos 1980 —, o apreço de muita gente por uma rotina mais saudável durante a quarentena ajudou a popularizar esse léxico entre os adeptos de dietas e afins. 60
Já em julho do ano passado, uma pesquisa do Instituto Qualibest em parceria com a empresa de consultoria Galunion indicava que a tendência a manter uma alimentação baseada em “comida saudável e dietas funcionais”, mesmo depois da pandemia, era a mais alta entre os entrevistados: 74% deles acreditam que o hábito veio para ficar. O estudo vai ao encontro de outro, realizado pelo conglomerado Archer Daniels Midland, que identificou o apelo a “nutrir o corpo e a mente” com alimentos naturalmente providos de ingredientes funcionais e bons para a saúde
como a principal onda mundial de alimentação para 2021. No Brasil, a mania já tinha chegado pouco antes: produtos funcionais e com benefícios à saúde física, cardiovascular e gastrointestinal estavam entre os mais valorizados pelos consumidores segundo o relatório Brasil Food. Trends 2020. www.google.
Giovanna Fant e Julia Marini Fonte: gamarevista.uol.com.br Em: 27/05
Prato de refeição saudável
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PARQUE DE IDEIAS:
social bauru.com
PROGRAMAÇÃO CULTURAL GRATUITA ATÉ O FIM DO ANO
Projeto Parque de Ideias será lançado nesta terça-feira e vai trazer nomes como Zélia Duncan, Luiz Antônio Simas e Mart’nália
Anna Beatriz e Hellen Faustino @parque_de_ideias 03/06/2022 Projeto Parque de Ideias será lançado nesta terça-feira e vai trazer nomes como Zélia Duncan, Luiz Antônio Simas e Mart’nália Com shows, palestras, rodas de
conversa e oficinas literárias, as Bibliotecas Parque do Centro, Manguinhos e Rocinha terão mais programas culturais e educativos com acesso gratuito para a população. As ações serão desenvolvidas através do projeto Parque de Ideias, que conta com patrocínio da Secretaria de Estado de Cultura
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e Economia Criativa, via Lei Estadual de Incentivo à Cultura. O pontapé das atividades acontece nesta terça-feira (10), com a peça teatral “Abjeto-Sujeito: Clarice Lispector por Denise Stoklos”, às 17h, na Biblioteca Parque Estadual
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UM POUQUINHO SOBRE OS LANÇAMENTOS – Centro (BPE). “Temos hoje as Bibliotecas Parque reabertas, já cumprindo um importante papel social na vida das pessoas da região onde estão instaladas. Agora, com o Parque de Ideias, teremos esta atuação ampliada, com garantia do crescimento da cadeia produtiva, artística e da economia fluminense. Ter as nossas bibliotecas como palco para este projeto é um marco de aproximação entre os equipamentos públicos e a população”, destaca a Secretária de Estado de Cultura e Economia Criativa Rio de Janeiro, Danielle Barros. A programação de maio conta com diversas atrações confirmadas, entre elas: conversa literária com Elisa Lucinda (Centro), show de Zélia Duncan (Centro), aula inaugural com Luiz Antônio Simas (Rocinha e Manguinhos) e rodas de samba com Mosquito (Rocinha e Manguinhos). Em junho, a agenda do Parque de Ideias vai proporcionarencontros, shows e palestras com Mart’nália, Rico Dalasam, Fabrício Carpinejar e Jéssica Ellen.“Acreditamos que a oferta de uma programação gratuita e de qualidade nas bibliotecas vai ajudar a atrair a população para os equipamentos culturais e consolidar a vocação desses espaços como ambientes de encontro, conhecimento, pesquisa e formação”, explica Marcio Debellian, idealizador e produtor do Parque de Ideias. O projeto também vai trabalhar com o segmento educativo, promovendo oficinas, cursos livres e
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programas de formação cultural-profissional nas três bibliotecas. O público poderá contar com opções para técnico de som, criação de quadrinhos, escritas performáticas, introdução ao desenvolvimento de jogos, empreendedorismo e carreira musical. Para participar dos cursos e oficinas, o público deve realizar inscrição pelo instagram, no @Em relação aos shows, as atividades também são gratuitas, abertas ao público e sujeitas à lotação, de acordo com a capacidade de realização de cada local. É recomendado que a pessoa interessada chegue, pelo menos, uma hora antes de começar o evento.
O projeto também vai trabalhar com o segmento educativo, promovendo oficinas, cursos livres e programas de formação cultural-profissional nas três bibliotecas. O público poderá contar com opções para técnico de som, criação de quadrinhos, escritas performáticas, introdução ao desenvolvimento de jogos, empreendedorismo e carreira musical. Para participar dos cursos e oficinas, o público deve realizar inscrição pelo instagram, no @ parque_de_ideias. Em relação aos shows, as atividades também são gratuitas, abertas ao público e sujeitas à lotação, de acordo com a capacidade de realização de cada
Peça com Denise Stoklos tem texto de Clarice Lispector e canções de Elis Regina / Foto: reprodução
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PROGRAMAÇÕES DO PARQUE local. É recomendado que a pessoa interessada chegue, pelo menos, uma hora antes de começar o evento. Programaçoes de maio Biblioteca Parque Estadual – Centro (BPE) 10 e 11/05, às 17h – Peça teatral “Abjeto-Sujeito: Clarice Lispector por Denise Stoklos” 17/05 – Início da oficina “Introdução ao Desenvolvimento de Jogos”, com coordenação de Bruno Feijó, parceria da PUC-Rio e curadoria pedagógica de Júlio Diniz. 24/05, às 17h – Bate-papo Ilustre Leitor com Elisa Lucinda e mediação de Marcio Debellian: conversa informal sobre dez livros fundamentais na vida do entrevistado e que não podem faltar no acervo da biblioteca. 26/05, às 17h – Zélia Duncan sobe ao palco do Teatro Alcione Araújo, na BPE, acompanhada de Webster Santos para um show especial celebrando o lançamento do seu primeiro livro, “Benditas as coisas que não sei”.Biblioteca Parque da Rocinha (BPR) 15/05, às 14h – Roda de conversa com Luiz Antonio Simas, histo-
riador, professor e escritor, sobre o samba e a cultura urbana. 15/05, às 16h – Roda de Samba com Mosquito, expoente entre os novos artistas do samba carioca. Tem como influência Zeca Pagodinho, Candeia, João Nogueira, Cartola, entre outros nomes. 28/05, às 14h – Oficina “Corpo Bandeira”, com Maxwell Alexandre: a oficina tem como proposta fazer uma grande bandeira de papel pardo, com silhuetas de corpos pintados. Biblioteca Parque de Manguinhos (BPM) 14/05, às 14h – Roda de conversa com Luiz Antonio Simas, historiador, professor e escritor, sobre o samba e a cultura urbana. 14/05, às 16h – Roda de Samba com Mosquito, expoente entre os novos artistas do samba carioca. Tem como influência Zeca Pagodinha, Candeia, João Nogueira, Cartola, entre outros nomes. 16/05 – Oficina “Como viver de música”, com Kamilla Fialho: o curso é voltado para artistas e empresários que querem iniciar uma
carreira sólida e organizada. Foi criado por Kamilla Fialho, empresária pioneira em adaptar artistas originários no Funk para a cultura Pop.
Serviço BPE Endereço: Avenida Presidente vargas, 1261 – Centro BPR Endereço: Estrada da Gávea, 454 – Rocinha BPM Endereço: Avenida Dom Hélder Câmara, 1184 – Benfica
Fotografo: Leonardo Ferraz
Biblioteca Parque Estadual vai receber programação extensa ao longo do ano/
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Theatro de Portas Abertas Edição de maio celebra o Bode Ioiô com atividades gratuitas no Theatro José de Alencar preprojetozcpracadaestacao
A tão esperanda festa junina voltará apos pandemia em 2022
Anna Beatriz Brea e Hellen Faustino www.secult.ce.gov.br 03/06/2022 O Theatro José de Alencar, equipamento da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult CE), gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), realiza, no dia 17 de maio, a quarta edição de 2022 do seu tradicional projeto “Theatro de Portas 66
Abertas”, que celebra a cada mês o aniversário de fundação do TJA (17 de junho de 1910). Para esta edição, a figura do Bode Ioiô também será contemplada por ocasião do projeto “Ioiô Itinerante”. A programação tem início pelas Visitas Guiadas gratuitas com a equipe de guias culturais do TJA nos seguintes horários: 9h, 10h, 11h, 14h e 15h. Na ocasião, os presentes terão a oportunidade de conhecer de perto as histórias e
curiosidades dos diversos espaços do equipamento. Para tal, o agendamento é feito pelos fones (85) 3101-2583 / 3101-2586. No horário das 16h, a Visita Guiada será especial, sendo o passeio conduzido por Weber Porfírio. Mestre em História Social (PPGH-UFC), Weber é ainda membro do Grupo Sociedade de Estudos do Brasil Oitocentista (SEBO-UFC) e do Grupo de Estudo e Pesquisa em Patrimônio e Memória (GE-
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Atingindo o objetivo de valorização cultural regional preprojetozcpracadaestacao
O evento entrou para o calendário de festas de Belo Horizonte, ampliando o lazer cultural e atraindo turistas de várias regiões. O público pode desfrutar da culinária típica, além das apresentações juninas e shows relacionados com o tema
PPM-UFC). Atualmente, é membro do Núcleo de Comunicação do Museu do Ceará. Na sequência, às 17h, o ator e diretor Evan Teixeira irá apresentar “O Bode Quer”, performance que integra a programação do projeto “Ioiô Itinerante”, que marca o centenário da eleição a vereador do Bode Ioiô e o aniversário de 90 anos do Museu do Ceará. Num trajeto que vai da calçada do TJA à Sala Izaíra Silvino (Foyer), Evan teatro e música, para reviver as peripécias memoráveis protagonizadas por essa figura icônica e que até hoje pairam no imaginário do cearense: o lendá-
rio Ioiô!Embalado pelo universo do patrimônio cultural e imaterial Bode Ioiô, Evan Teixeira estará acompanhado pelos músicos Rami Freitas (percussão) e Plínio Câmara (violão), e irá destacar alguns fatos da trajetória desse personagem, como quando foi eleito vereador com expressiva votação pelo povo fortalezense, ato emblemático que completa 100 anos agora no ano de 2022. Nessa apresentação, teremos ainda a participação especial da poeta e atriz Sara Síntique, com uma declamação, e da musicista Elli Martins, no piano. Lembramos que a visitação ao
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Bode Ioiô segue até o dia 20 de maio no mesmo horário das Visitas Guiadas: às 9h, 10h, 11h, 14h, 15h e 16h (de terça a sexta); às 14h, 15h e 16h (sábados e domingos). A Sala Izaíra Silvino, porém, é um espaço de acessibilidade reduzida: em se tratando de uma edificação tombada, as intervenções necessárias para solucionar questões de acessibilidade do nosso espaço físico ainda são limitadas. Por conta disso, o acesso à exposição dá-se apenas pela escada helicoidal (em espiral). Na tradicional “Hora do Angelus”, às 18h, a convidada do mês é 67
preprojetozcpracadaestacao
Coral do Canto da Apá e Coral da SEFAZ. Agora, em 2022, reabre as apresentações públicas e a Agenda de shows. A programação de maio do “Theatro de Portas Abertas” encerra, às 19h, com a comédia “Conjunto Ceará Show”. Com as presenças de Batuta, Denis Lacerda, Mateus Franklin e Moisés Loureiro, “Conjunto Ceará Show” é um espetáculo sobre o espetáculo, dividido em quatro etapas: as três primeiras se dedicam a falar sobre o processo e é só na última que o espetáculo é, de fato, apresentado. É um Ceará dentro do outro.
ampliando o lazer cultural e atraindo turistas de várias regiões. O público pode desfrutar da culinária típica, além das apresentações juninas e shows relacionados com o tema
Aparecida Silvino, que virá acompanhada do CAIS – Coral dos Amigos de Izaíra Silvino. Cantora, compositora, regente de corais, arranjadora, preparadora vocal, pianista cearense, ganhadora de inúmeros festivais, Apá – como é carinhosamente conhecida – tem cinco trabalhos gravados, sendo o mais recente “Sinal de Cais”. 68
Com o show homônimo, viajou o Brasil. Em novembro de 2016, Aparecida abriu o Centro Cultural Canto da Apá, no Centro, onde desenvolve planos de aulas de canto individuais e canto coral. Durante o isolamento social (2020-2021), Apá fez lives no Instagram e outras plataformas de mídia, além dos vídeos desenvolvidos com o
Sinopse: “Todos conhecem a Rua Augusta e a Avenida Paulista, em São Paulo; a Times Square, em Nova York; a ponte Rio-Niterói, no Rio de Janeiro; mas poucos falam sobre a Avenida H do Conjunto Ceará. Esse espetáculo vem pra corrigir essa dívida histórica, ou pelo menos tentar”. Imperdível, né! A retirada de ingressos antecipada encontra-se no site Sympla (https://bit.ly/3wdLLwI). Protocolos Em respeito aos atuais protocolos, é obrigatória a apresentação do comprovante com o esquema vacinal completo contra a Covid-19 (mínimo de duas doses para pessoas com 12 anos ou mais), acompanhado de RG ou outro documento oficial com foto.
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ESTADO REALIZA TOBAMENTO DO RETIRO DOS ARTISTAS
Casa centenária de abrigo para famosos passa a fazer parte de bens patrimoniais e culturais
Fundada em 13 de agosto de 1918, a Casa dos Artistas, conhecida como Retiro dos Artistas, tornou-se um bem tombado pelo estado. A determinação foi publicada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) nesta quinta-feira (12), em Diário Oficial. A propriedade centenária fica localizada no bairro Pechincha, Zona Oeste do Rio de Janeiro. De acordo com a diretora do Inepac, Ana Cristina Carvalho, o ato do tombamento é de vital importância para a preservação e manutenção da memória fluminense. “O Retiro dos Artistas é um dos elementos que constituem a identidade e história da classe proletária artística no Rio de Janeiro. Nossa equipe tem trabalhado com o objetivo de reafirmar os papéis de proteção e de fiscalização conferidos legalmente ao Instituto”, ressalta Ana Cristina. Atualmen-
te, o espaço atende 50 residentes. Para a administradora do Retiro dos Artistas, Cida Cabral, o ato do tombamento vai auxiliar no desenvolvimento de projetos que possam ampliar as atividades no local. “A gente já vinha nessa luta há algum tempo, sempre esbarrando em algumas dificuldades. Esta notícia não poderia ser melhor. É
muito importante pois agora temos garantias para revitalizar o Casarão e podemos dar sequência, com mais tranquilidade, ao processo de melhorias do nosso espaço”, conta Cida. O tombamento contempla o teatro e as casas presentes dentro da propriedade, não permitindo que futuras construções ultrapassem a altura de dois pavimentos ou oito metros.
Fotografo : Reprodução Retiro dos Artistas
Anna Beatriz e Hellen Faustino retirodosartistas.org.br@gmail. com 03/06/2022
Entrada dos retiros dos artistas, antigo casa dos artistas
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A HISTORIA Fotografo : Reprodução Retiro dos Artista
Atualmente, o espaço atende 50 residentes. Para a administradora do Retiro dos Artistas, Cida Cabral, o ato do tombamento vai auxiliar no desenvolvimento de projetos que possam ampliar as atividades no local.
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Retiro dos Artistas – História Oficialmente fundada em 13 de agosto de 1918, no teatro Trianon, por 68 profissionais, o grupo se reuniu pela primeira vez, para eleger a sua diretoria, em 19 de agosto de 1918, com a presença de 133 artistas, no velho Cine Teatro Pathé. A data oficial da fundação passou a ser no dia 24 de agosto, em homenagem ao ator João Caetano, que morreu nesta data, quando também comemora-se o Dia do Artista. Com o passar do tempo, a Casa passou a realizar apenas trabalhos assistenciais e transformou-se no Retiro dos Artistas. A nova instituição focou o investimento na qualidade do atendimento, oferecendo aulas de yoga, fisioterapia, tratamentos odontológicos, salão de beleza, hidroginástica, teatro, dança, cinema, desenvolvimento de trabalhos cognitivos e psicólogos. Quem quiser doar roupas, móveis ou outros itens, a direção do Retiro dos Artistas realiza a retirada na residência da pessoa ou empresa. Doações em dinheiro também podem ser realizadas através do site da instituição. Recordando Em janeiro de 2020, a SECECRJ realizou uma grande ação no Retiro dos Artistas, com a doação de cerca de 100 livros e 50 filmes. A iniciativa teve como objetivo garantir o fomento à cultura para quem sempre proporcionou entretenimento durante toda a vida.
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Jhonny Depp e Amber Heard entenda o polemico caso dos atores e suas revivoltas https://www.adorocinema.com
Jhonny contra Amber no tribunal
Por Jose Armando e Sabrina Mendes adorocinema.com 30 de abril de 2022 Nos últimos dias, Johnny Depp e Amber Heard protagonizaram algumas das principais manchetes em jornais ao redor do mundo. Isso porque o ex-casal começou uma batalha judicial milionária após Heard entrar com um processo de restrição contra o ator, alegando que passou por violência doméstica, em 2016. Desde então, a história dos dois vem ganhando detalhes cada vez mais polêmicos, o que resultou em Depp perdendo vários papéis, incluindo o do vilão Gellert Grindelwald na franquia Animais Fantásticos. Se você já se perdeu com tantas reviravoltas no processo judicial, entenda o polêmico caso entre Jo-
hnny Depp e Amber Heard. Separação de Johnny Depp e Amber Heard ganhará documentário no Discovery+ Johnny Depp X Amber Heard Os astros se casaram em 2015 e apenas um ano e três meses após a cerimônia, Amber deu entrada no processo de divórcio. Junto do pedido, a atriz solicitou uma ordem de restrição contra Depp, alegando que o ator a agredia devido ao uso exagerado de álcool e drogas. Na época, fotos de Amber com hematomas no rosto foram à público. Em 2017, após testemunhar sobre os doze episódios de agressão, Amber provou a veracidade da história no tribunal. “Aceito que ela foi vítima de agressões múltiplas e sustentadas pelo Sr. Depp e eles [episódios de agressão] devem ter sido aterrorizantes”, disse o juiz Andrew Nicol ao anunciar a sentença.
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Com o fim do processo, Heard afirma que doou os US$ 7 milhões para um hospital infantil de Los Angeles. “Estamos todos satisfeitos em deixar esse capítulo desagradável na vida de Depp e de sua família para trás”, comunicou a advogada de Johnny Depp, Laura Wasser. Já em dezembro de 2018, Amber publicou um artigo no jornal Washington Post chamado “Eu me manifestei contra a violência sexual — e enfrentei a ira de nossa cultura. Isso tem que mudar”. No texto, a atriz conta suas experiências de agressão doméstica e assédio sexual — sem citar o nome de Depp. Dois meses após a publicação do artigo, o interprete de Jack Sparrow decidiu abrir um processo de US$ 50 milhões contra Heard, alegando que foi difamado no artigo do Washington Post. Pouco depois, o The Sun, conhecido tabloide inglês, publicou uma manchete que chamava Depp de “espancador de esposas”. O ator processou o jornal por difamação, mas perdeu o caso, tendo que admitir que era viciado em drogas, além de ter conversas com Paul Bettany, o Visão da Marvel, divulgadas. Nas mensagens, Depp se imaginava estuprando e matando a então esposa. Ele também admitiu ter dado uma cabeçada “sem querer” em Amber. “Vamos afogá-la antes de queimá-la!!! Vou foder o cadáver queimado dela depois, para ter certeza de que ela está morta”, di zia a mensagem. 71
Novo processo Com a finalização do processo contra o The Sun, os dois agora enfrentam outra batalha judicial, em que Depp acusa Amber por danos morais. Desta vez, alguns famosos devem testemunhar em
ambos os lados, incluindo James Franco e Elon Musk — que supostamente viram os hematomas no rosto da atriz após as agressões — e Paul Bettany deve explicar as conversas que teve com Johnny Depp. Detalhes polêmicos vieram à
tona com o processo mais recente, como a gravação de Amber confessando que bateu em Johnny, um vídeo do ator em um ‘episódio violento’ na casa do casal e a acusação de que Heard teria defecado na cama que dividiam.
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Personagens famosos do Jhonny depper
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Anitta: A Musa Internacional Brasileira
2021: o ano em que Anitta alcançou seu triunfo internacional Por Jose Armando e Sabrina uol.com.br 08 de abril de 2022 A cantora Anitta viveu um 2021 mágico. Ao longo deste ano, ela estendeu seu currículo e realizou um sonho antigo: se tornar um sucesso internacional. Inspirado na cultura do Rio de Janeiro, a musa extrapolou as fronteiras e deu início ao seu sucesso nos Estados Unidos com seu hit ‘Girl From Rio’, lançado em maio. uol.com.br
single “Girl From Rio”
Em inglês, a música contém a batida da famosa canção Garota de Ipanema de Tom Jobim e é uma exaltação às verdadeiras mulheres brasileiras, principalmente as cariocas. Além do estouro no Brasil, o single foi parar nas rádios estadunidenses e levou Anitta a premiações americanas. Em setembro, por exemplo, a musa marcou presença no Video Music Awards, o VMA, uma das maiores premiações do mundo. Lá, ela apresentou “Girl From
Rio” no intervalo da transmissão televisiva como parte de uma ação de marketing. Um dia antes, Anitta ainda esteve no maior baile de moda do mundo: o Met Gala. Ela brilhou no tapete vermelho com um look luxuoso e recebeu muitos aplausos dos brasileiros que acompanharam o evento. Em dezembro, um novo lacre: ela foi à premiação da revista Variety e foi ao badalado festival “Jingle Ball” em Los Angeles. Na premiação da Variety, inclusive, Anitta foi envolvida em uma polêmica fora de hora. É que ela se fotografou ao lado das famosas Tinashe, Normani e Chloe Bailey. Porém, essa primeira deu uma calibrada no Photoshop e removeu a cantora brasileira da foto. O fato foi percebido pelos seguidores e a artista gringa levou uma chuva de críticas em português. Apesar do sucesso internacional, Anitta mantém seus pés firmes e fortes no Brasil. O álbum “Girl From Rio” está previsto para 2022, prometendo impulsionar a cantora ainda mais. Em mais uma ação estratégi-
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ca para promover Girl from Rio, Anitta revelou na tarde de hoje, 23 de abril, nas redes sociais da artista carioca, a capa do single que lançará na próxima sexta-feira, 30 de abril, exatamente daqui a uma semana. Girl from Rio é a música que dá nome ao ainda inédito quinto álbum da cantora e compositora. A capa do single Girl from Rio estampa imagem de Anitta feita em novembro na filmagem do clipe da música, no Piscinão de Ramos, área de lazer do subúrbio da cidade do Rio de Janeiro (RJ). A música em si foi gravada com produção musical assinada pela dupla Stargarte, também creditada pela autoria da composição ao lado da própria Anitta e das compositoras Gale e Raye. Formatada em estúdio com elementos de pop e trap, Girl from Rio embute sample do samba Garota de Ipanema (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1962), standard planetário associado à Bossa Nova e uma das músicas que identificam o Brasil no mapa-múndi musical. uol.com.br
Anitta no clipe “girl from Rio”
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Anitta a musa do pop brasileira
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Em Primeiro Lugar no Spotify
Anitta atinge 1º lugar no Spotify Global com hit “Envolver”
Por Jose Armando e Sabrina Mendes uol.com.br 08 de abril de 2022 Anitta segue fazendo história. A cantora atingiu a incrível marca de 1º lugar do Spotify Global, com o hit ‘Envolver‘. Ou seja, a música da artista brasileira é a mais escutada em todo o mundo na plataforma. Ouça o hit aqui. A canção superou ‘Heat Waves’, da banda britância Glass Animals, que estava na primeira posição até quinta-feira. Porém, foi ultrapassada nesta sexta-feira pelo hit de Anitta. Na última sexta-feira (18), Anitta estava na 9ª colocação, e uma semana após atinge o topo. Uma série de influencers brasileiros fizeram campanha para que a cantora chegasse ao 1º lugar. Enquanto isso, a música Heat Waves, da banda Glass Animals, continua no primeiro lugar pela sexta semana seguida no ranking que inclui os Estados Unidos. O músico argentino Paulo Londra também é destaque na lista ao ocupar a oitava posição com a música Plan A no ranking global incluindo Estados Unidos, e na segunda posição no ranking global excluindo os EUA. Os dois rankings começaram a ser computados pela Billboard em 2020 e passaram a levar em consideração, além das vendas de discos, também os streamings em mais de 200 territórios ao redor do mundo.
O feito da cantora ocorre uma semana após ela ter atingido o primeiro lugar do ranking global do Spotify. A música, lançada em 11 de novembro de 2021 estourou só agora, após viralizar no TikTok com a coreografia “El Paso de Anitta”. A boa notícia é um belo presente de aniversário para a cantora, que completou 29 anos há cinco dias, em 30 de março. No sábado, 2, ela celebrou a data com uma megafesta em Las Vegas. A diversão foi tanta que ela perdeu a festa do Grammy por estar de ressaca, mas conseguiu comparecer na festa pós-cerimônia onde cantou o sucesso “Envolver”. uol.com.br
clipe Envolver
Outros titulos da cantora Ritmo perfeito, seu segundo álbum de estúdio, foi lançado em 4 de junho de 2014. No mesmo dia foi Ritmo perfeito, seu segundo álbum de estúdio, foi lan-
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çado em 4 de junho de 2014. No mesmo dia foi lançado o primeiro álbum ao vivo, Meu Lugar, que estreou em primeiro lugar no iTunes Brasil, permanecendo no topo por uma semana. • Em 2015, lançou seu terceiro álbum, intitulado Bang!, que foi certificado com disco de platina e gerou quatro singles. • Em 2013, Anitta foi a cantora que se manteve por mais tempo no topo do iTunes Brasil, sendo eleita a “Artista do Ano” pela empresa. • A artista também foi eleita pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) como a “Revelação do Ano” na música. • Em 2015, ela ganhou o prêmio MTV EMA Worldwide Act Latin America, sendo a primeira artista brasileira a vencer a premiação. • Em 2020, lançou a canção “Me Gusta” com a cantora norte-americana Cardi B e Mike Towers, primeiro single de seu quinto álbum de estúdio, Versions of Me (2022). • Em março de 2022, Anitta tornou-se a primeira mulher latina-americana a ocupar o 1º lugar no ranking global da plataforma digital de música Spotify. • Em 19 novembro, é lançado o terceiro single, “Downtown”, uma parceria com o cantor colombiano J Balvin, focada no reggaeton.[108] A faixa foi divulgada em um outdoor na Times Square, em Nova Iorque, a mais frequentada avenida do mundo.
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O tapa de Will smith em Chris Rock
Will Smith é banido do Oscar por 10 anos após tapa em Chris Rock Por Jose Armando e Sabrina Mendes omelete.com.br 08 de abril de 2022 Na sua nota oficial, a Academia apontou que o Oscar 2022 “deveria ter sido uma celebração dos muitos indivíduos em nossa comunidade que fizeram um trabalho incrível durante o ano”, mas que este objetivo foi “ofuscado pelo comportamento inaceitável e ofensivo do Sr. Smith no palco”.
“Durante a transmissão, nós não conseguimos lidar com a situação de forma adequada. Por isso, pedimos desculpas. Esta foi uma oportunidade para dar um exemplo para os nossos convidados, espectadores e para a família acadêmica ao redor do mundo, e nós não fizemos isso. Estávamos despreparados para algo que não tinha precedentes”, escreveram ainda os diretores. O texto ainda expressa gratidão a Chris Rock por “manter
a compostura sob circunstânaicas extraordinárias”, e aos outros apresentadores, indicados e vencedores por “sua estabilidade e graça durante a transmissão”. “Esta ação que tomamos em resposta ao comportamento de Will Smith é um passo adiante no objetivo maior de proteger a segurança de nossos artistas e convidados, restaurando a confiança na Academia. Também esperamos poder começar um tempo de cura e restauração para todos os envolvi-
omelete.com.br
Will Smith agredindo Chris Rock
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dos e impactados”, completaram.
omelete.com.br
Respondendo à notícia, Smith liberou uma declaração breve em que diz “aceitar e respeitar” a decisão da Academia. Trevor Noah abre o Grammy 2022 com piada sobre tapa de Will Smith no Oscar Michael Bay diz que há coisas mais importantes do que o tapa no Oscar O americano, que venceu o Oscar de melhor ator por King Richard: Criando Campeãs e foi indicado outras duas vezes ao prêmio, já havia se adiantado às punições da Academia - no último dia 1º de abril, ele enviou uma carta à instituição pedindo pela revogação de sua filiação. No entanto, artistas que não são membros da Academia ainda podem ser indicados e premiados no Oscar. Com a decisão do conselho, Smith não poderá comparecer à cerimônia na próxima década, mesmo que seu nome apareça novamente na lista de indicações. Segundo fontes do Deadline, a instituição chegou a considerar uma multa em dinheiro ou mesmo um processo judicial contra Smith por “prejudicar a reputação de marca do Oscar”. O que não foi considerado em nenhum momento, enquanto isso, foi a revogação da estatueta de melhor ator concedida a ele. Relembre o caso do tapa Durante o Oscar 2022, Chris Rock improvisou uma piada sobre o visual de Jada Pinkett Smith, atriz e esposa de Will Smith. Ela convive com a doença autoimune alopecia, que causa queda de cabelo, e optou por raspar os cabelos. O comediante a chamou de “G.I. Jane
Will recebendo o prêmio de melhor ator
2”, em uma referência a Até o Limite da Honra, filme de 1997 em que Demi Moore aparece careca. Smith então subiu no palco e deu um tapa na cara do humorista. Ao voltar ao seu lugar, ele gritou “tire o nome da minha esposa da porra da sua boca”. Oscar 2022 | Chris Rock não prestará queixas contra Will Smith após tapa Fast and Loose | Netflix coloca projeto de filme com Will Smith na geladeira No dia após a cerimônia, a Academiase pronunciou sobre o tapa: “A Academia não tolera violência de qualquer forma. [...] Temos o prazer de celebrar nossos vencedores do 94º Oscar, que merecem este momento de reconhecimento de seus colegas e amantes do cinema em todo o mundo”, dizia o comunicado
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De acordo com a Variety, os representantes de Smith conversaram com ele durante o intervalo da premiação. A Academia revelou que pediu que o ator se retirasse da cerimônia, mas ele se recusou. Mel Gibson interrompe entrevista após pergunta sobreWill Smith; veja Em seu discurso ao vencer Melhor Ator, Smith falou sobre Richard Williams, que ele interpreta em King Richard, e disse que ouviu, no intervalo, um conselho de Denzel Washington. Apesar de longo, o discurso do astro não foi interrompido pelos músicos da cerimônia, algo que foge dos padrões do Oscar. Ele ainda pediu desculpas à Academia pelo episódio da agressão.
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Pronuciamento de Will Smith após ser banido Ator comenta sobre o caso de agressão durante a cerimonia do oscar
Por Jose Armando e Sabrina Mendes exame.com.br 08 de abril de 2022
Após ser banido por 10 anos pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, organização responsável pelo Oscar, o ator Will Smith se pronunciou sobre a punição sofrida pelo tapa qie ele deu no comediante Chris Rock durante a cerimonia de premiação.
dos e impactados”, finalizou. Em nota enviada a veículos de imprensa dos Estados Unidos, o ganhador do Oscar de Melhor Ator em 2022 afirmou: “Eu aceito e respeito a decisão da Academia”.
Antes do anúncio da decisão, Smith já havia renunciado como membro da Academia.
exame.com
O conselho de diretores baniu o ator por 10 anos de todos os eventos ou programas da Academia, pessoalmente ou virtualmente, incluindo o Oscar. A proibição não esclarece se Will Smith poderá ser indicado a prêmios durante o período da punição. A decisão desta sexta-feira não tira do ator a estatueta que ele ganhou em 2022. Em carta divulgada sobre a decisão, o presidente da Academia, David Rubin. disse que o comportamento de Will Smith ofuscou a premiação e foi “inaceitável” e “prejudicial”. Esta ação que estamos tomando hoje em resposta ao comportamento de Will Smith é um passo em direção a um objetivo maior de proteger a segurança de nossos artistas e convidados e restaurar a confiança na Academia. Também esperamos que isso possa iniciar um tempo de cura e restauração para todos os envolvi78
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will na série “Um maluco no pedaço”
“A Filha Perdida”: com estética encantadora, obra provoca reflexão importante sobre a maternidade Longa dirigido pela estreante Maggie Gyllenhaal faz o espectador pensar sobre as cobranças sofridas por mulheres mais velhas – principalmente depois que são mães Hélène Louvart
Olivia Colman interpreta Leda, personagem inspirada no romance da italiana Elena Ferrante
Por Lorena Oliveira e Patrick Tavares Fonte: cinemaemcena.com.br Em: 20/05/2022 Uma mulher de meia-idade viajando desacompanhada não está apenas só; é uma pessoa solitária. Sem um homem ao seu lado ou crianças correndo à sua volta, ela obviamente vive uma existência sem propósito e deve sentir uma
infelicidade colossal. Portanto, é claro que ela receberá com satisfação – talvez até gratidão – a abordagem de estranhos. Ao menos, esta é a visão que muitos projetarão sobre ela como resultado de uma cultura condicionada a enxergar a mulher não como ser independente, mas como base de uma família. Aliás, trata-se de uma percepção tão enraizada que, mesmo reconhecendo este equívoco, durante boa parte do
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primeiro ato de A Filha Perdida nos pegamos enxergando a protagonista como uma pessoa entristecida por seu isolamento em vez de constatar o óbvio: que ela parecia perfeitamente à vontade em suas férias. E esta não é a única vez no filme em que convenções sociais sexistas acabam por provocar julgamentos incorretos a respeito da professora universitária Leda (Olivia Colman), que aluga um 79
apartamento num vilarejo grego para descansar - e trabalhar - durante seu período de folga. Satisfeita com sua escolha (sua exclamação contida de alegria ao ver o imóvel é reveladora), a mulher passa os dias na praia enquanto estuda e aproveita o silêncio – até que este é destruído pela chegada de uma família de tamanho considerável que trata o ambiente como propriedade privada, usando-o para festejar um aniversário em meio a gritos, brigas e brincadeiras. No entanto, apesar da irritação a atenção da protagonista é atraída pela jovem Nina (Dakota Johnson) e a filha pequena desta, que pouco depois provoca um susto em todos ao desaparecer, sendo encontrada por Leda e devolvida à família aliviada. A calma dura pouco, porém, já que a garotinha entra em crise ao perceber que agora foi sua boneca favorita que sumiu. O que ninguém ali sabe? Que foi a heroína do dia, a inofensiva professora, que pegou o brinquedo. Roteirizado pela diretora Maggie Gyllenhaal (estreante em ambas as funções) a partir do livro de Elena Ferrante, A Filha Perdida é um estudo de personagem e também de expectativas oriundas de convenções sociais e culturais – em especial, sobre o conceito de “maternidade”. Porque para entender (ou tentar) os motivos de Leda para roubar a boneca, é fundamental compreender sua história, que é revelada aos poucos através de flashbacks que a trazem na juventude (e vivida por Jessie Buckley) tentando conciliar seus estudos com o papel de mãe de duas crianças pequenas que exigem sua atenção constante. Sentindo-se frustrada por ter que lidar praticamente sozinha com as filhas, já que o marido 80
(Jack Farthing) – também acadêmico – parece achar que sua própria carreira tem precedência sobre a da esposa, a jovem Leda acaba por se envolver com um colega (Peter Sarsgaard) e toma a decisão de deixar a família para se dedicar às suas pesquisas. Analise sua própria reação ao ler esta informação. A maior probabilidade é a de que você tenha julgado severamente a protagonista, o que é compreensível: a m(p)aternidade é um dever que, acidental ou intencional, assumimos sem consultar nossos filhos e que, assim, nos torna responsáveis por estes. Contudo, na maior parte das vezes, este julgamento se torna mais implacável quando é a mãe que se afasta (ou dá preferência à carreira); o nível de cobrança habitualmente dirigi-
do aos homens é bem menor – e basta que o pai cuide da criança por algumas horas, dê banhos ou brinque ocasionalmente para que seja considerado “participativo”. Já a mãe não deve apenas participar; ela deve ser – e espera-se que toda a sua identidade passe a ser moldada pela maternidade. Não à toa, embora A Filha Perdida traga vários exemplos de pais que abandonaram suas famílias, é Leda quem acabará sendo mais cobrada e julgada por suas ações – inclusive, em parte, por si mesma. É revelador, por exemplo, como Callie (Dagmara Dominczyk), embora ainda grávida do primeiro filho, se choca ao ouvir a outra dizer que se esqueceu de detalhes da infância de suas filhas ou que não fica ansiosa ao se afastar des-
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tas por alguns dias – e, do mesmo modo, é impossível deixar de perceber a ironia na postura do professor Hardy (Sarsgaard), que não vê problemas em transar com uma mulher casada, mas imediatamente a olha quase com asco por afirmar que não gosta de conversar com as filhas pelo telefone, como se esta afirmação fosse uma ameaça maior ao bem-estar das crianças do que o relacionamento entre os dois adultos. Em outras palavras: não basta que ela trate as filhas com carinho; como mulher, ela é obrigada a amar todos os aspectos da maternidade. Talvez por isto a personagem de Dakota Johnson (uma atriz cada vez melhor) lance um olhar tão intrigado sobre Leda quando conversam pela primeira vez: sentindo-se exaurida pela própria
filha, ela enxerga a sinceridade da outra (“Filhos são uma responsabilidade sufocante”) com surpresa e mesmo admiração, vendo ali alguém capaz de compreender o que está vivendo e, como consequência, permitindo que ela talvez não precise se sentir culpada pelo que está sentindo. Aliás, a confiança de Gyllenhaal no trio principal de atrizes se torna patente pela frequência com que constrói cenas inteiras em planos fechados que dependem da expressividade das intérpretes – e a instabilidade frequente da câmera, que sugere fortes tempestades sob a superfície plácida das personagens, demonstra também o talento da diretora de fotografia Hélène Louvart. Mas as duas performances centrais pertencem, sem dúvida alYannis Drakoulidis
A boneca roubada por Leda é um dos elementos reveladores do caráter e da história da protagonista
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guma, a Olivia Colman e Jessie Buckley, que vivem as duas “versões” de Leda com um equilíbrio impecável entre frustração, remorso e convicção. Se Buckley evoca com brilhantismo o esgotamento de uma jovem mãe que ama as filhas, mas não quer se deixar definir por estas, Colman consegue a proeza de conferir calor humano e carisma a uma figura que nas mãos de uma atriz menos hábil poderia ser vista apenas como egoísta, fria e antipática. É evidente, por exemplo, como Leda tem amor e fascínio pelas filhas, discutindo aspectos das personalidades destas ao mesmo tempo com carinho e com a objetividade de alguém que realiza uma autópsia – e poucos momentos foram tão tocantes no cinema em 2021 quanto aquele em que, ao responder o que achou do período que esteve longe das filhas, a mulher responde “Foi maravilhoso” entre lágrimas e com um misto de nostalgia, alívio e (talvez) culpa. O que nos traz à pergunta central: por que Leda rouba a boneca? Há, claro, tanto aspectos psicológicos quanto simbólicos neste ato (e a emoção não se manifesta com frequência através de signos?) e que têm raiz no flashback que traz a protagonista presenteando a filha pequena com uma boneca que a acompanhou na infância apenas para ver a criança vandalizando o brinquedo – o que a leva a atirá-lo pela janela, destruindo-o. O que estabelece uma ligação evidente com a boneca que rouba no presente e que, idêntica à original, Leda passa boa parte da narrativa tentando consertar. Seria este esforço uma forma de reconstruir o que teria destruído em sua relação com as filhas? Ou – pensando em como 81
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posição e nossa percepção sobre as personagens e seus dilemas. O desejo por uma maior representatividade de minorias históricas não deveria ser apenas uma questão de justiça, mas de curiosidade intelectual, moral e emocional por parte de qualquer um que acredite que a Arte pode e deve fazer mais do que apenas refletir o lugar-comum ou o ponto de vista tradicional que está presente na maioria das obras produzidas desde sempre. Como dizia Roger Ebert, o Cinema (a Arte de modo geral) é uma “máquina de gerar empatia” – e, assim, qual é a graça em vermos sempre as mesmas perspectivas retratadas na tela? Esta capacidade da Arte de nos
fazer enxergar o mundo através do olhar do Outro é o que a torna tão poderosa. E é também o que a leva a ser tão temida por governos autoritários que apostam na intolerância como forma de se manterem vivos.
Yannis Drakou-
meninas são condicionadas desde cedo ao papel de mães através de suas bonecas – o ato de tirar o brinquedo da garotinha é uma atitude de empoderamento, de tentar impedir que a menina seja “treinada” a se definir pela maternidade que deverá (ênfase no “deverá”) exercer no futuro? Ou, ainda, seria a boneca original, do passado, uma promessa de maternidade ideal – bonecas não dão trabalho como crianças de verdade – e que se esfacelou diante da experiência real, o que tornaria o esforço de reconstruí-la um modo de resgatar a aspiração maternal inicial, pré-realidade? Ou somos nós quem mais uma vez estamos projetando percepções sexistas sobre a protagonista e tentando enxergar em sua postura um remorso e uma culpa que não estão lá? Pois o fato é que Leda não procura suavizar suas ações, admitindo inclusive que voltou para casa não por se preocupar com as filhas, mas por sentir saudade destas (uma ação, portanto, baseada em egoísmo) – e, assim, por que nós, como espectadores, insistimos em vê-la se penitenciando por decisões sobre as quais ela mesma não vê necessidade de se condenar? O “instinto materno” – uma construção conveniente para os homens e, portanto, também sexista – não é uma obrigação feminina; ser mãe não deveria ser visto como parte fundamental da experiência de qualquer mulher e que provocaria incompletude ao ser negligenciada. Um filme como A Filha Perdida é, em suma, um argumento poderoso em prol da diversidade entre realizadores: vimos, ao longo do filme, nossos prejulgamentos serem testados e contestados, forçando-nos a questionar nossa
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filmes que você não pode perder no Festival de Cannes
O evento começou no dia 17 de maio e preparamos uma lista com os melhores filmes que serão exibidos Mandy
“Elvis”, de Baz Luhrmann, recebeu 12 minutos de aplausos em sua primeira exibição em Cannes
Por Lorena Oliveira e Patrick Tavares Fonte: globo.com/glamour Em: 25/05/2022 Após ser cancelado por conta da pandemia em 2020 e ter uma versão reduzida e fora de época em 2021, o prestigioso Festival de Cannes volta a todo vapor ao seu formato original este ano — com estreias de grandes filmes como “Elvis”, estrelado por Austin Butler e Tom Hanks, e “Armaggedon Time”, com Oscar Isaac e Cate Blanchett.
Com uma programação intensa durante doze dias a partir de 17 de maio, o festival é composto por dezenas de filmes produzidos ao redor do mundo e conta com alguns dos maiores nomes do cinema global desfilando pelo famoso tapete vermelho na Riviera Francesa. É em Cannes que alguns dos filmes mais badalados da temporada são apresentados ao público pela primeira vez; e, como nós sabemos que é difícil acompanhar tudo que rola durante o evento, separamos uma lista de 8 títulos
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para você ficar de olho: Crimes of the Future Dirigido por David Cronenberg, um dos maiores nomes do cinema de gênero, “Crimes of the Future” é cotado como o título mais controverso deste festival, com rumores de que membros da indústria tiveram ataques de pânico ao assistir ao filme durante testes de audiência. Estrelado por Kristen Stewart e Viggo Mortensen, o filme explora um futuro próximo onde humanos precisam se adaptar a um mundo cada vez mais sintético. Aftersun Paul Mescal, que alcançou o estrelato após o sucesso da série Pessoas Normais, chega a Cannes com dois filmes este ano. O primeiro, Aftersun, promete mostrar ao público um lado mais maduro do ator, que interpreta o pai de uma menina de 11 anos neste filme que explora relações familiares através de memórias de uma nostálgica viagem de férias nos anos 90. 83
God’s Creatures Segundo filme em Cannes estrelado pelo irlandês Paul Mescal, o filme co-dirigido por Saela Davis e Anna Rose Holmer é um tenso drama sobre uma mãe que, após mentir durante uma investigação criminal para salvar o filho, precisa lidar com as complicadas consequências da sua escolha.
período de dez anos, esse drama fantástico dirigido pelo australiano George Miller e protagonizado por Idris Elba e Tilda Swinton conta a história de uma solitária pesquisadora que, durante uma de suas viagens, encontra uma entidade mítica que a promete três desejos.
Julieta, o filme foca na ascensão de Elvis Presley através da turbulenta relação entre o cantor e seu empresário.
Elvis A cinebiografia do “Rei do Rock’n’Roll” estrelada por Austin Butler é um dos mais antecipados títulos da edição de 2022 do Festival de Cannes. Dirigido pelo extravagante australiano Baz Luhrmann, responsável por filmes como Moulin Rouge e Romeu e Michael Putland
Armageddon Time Com um elenco de peso que inclui Robert de Niro, Oscar Isaac e Anne Hathaway, Armageddon Time é um drama semiautobiográfico dirigido pelo queridinho de Cannes, James Gray. Na história, uma típica família americana precisa navegar amizades, conflitos e tensões políticas durante o turbulento período dos anos 80 nos Estados Unidos.
Decision to Leave Um dos mais prolíficos cineastas sul-coreanos, Park Chan-Wook chega a Cannes dois anos após seu último filme com um mistério sobre um detetive que complica a investigação de um assassinato ao se apaixonar pela viúva da vítima — e principal suspeita do crime. Moonage Daydream Primeiro documentário autorizado sobre a história de David Bowie, Moonage Daydream é uma crônica sobre a vida e a arte do icônico artista britânico, contada através de raras imagens de arquivo nunca antes vistas pelo público e obtidas pelo diretor Brett Morgen em 2017, quando o cineasta recebeu acesso total ao arquivo da família de Bowie um ano após a morte do cantor. Three Thousand Years of Longing Desenvolvido durante um longo 84
David Bowie, ícone pop, é tema do documentário “Moonage Daydream”, de Brett Morgen Trabalho acadêmico da turma C301x Editoração Eletrônica da Facha - Período 2022.1
H B O
House of the Dragon Tudo sobre o spin-off de Game of Thrones Por Lorena Oliveira e Patrick Tavares Fonte: omelete.com.br Em: 25/05/2022 Após um final polêmico que desagradou muitos fãs, ficou a dúvida sobre qual seria o legado de Game of Thrones. Sem novos livros de George R. R. Martin para basear as últimas temporadas, os roteiristas tiveram que apostar na criação e acabaram com um desfecho pouco aprofundado em relação aos eventos anteriores da história. Mas a história de Daenerys Targaryen ficou no passado — ou melhor, no futuro. A HBO está produzindo a primeira temporada de House of the Dragon, um spin-off que vai resgatar o passado de Westeros antes dos eventos da série original. A trama vai focar na família Targaryen, com base no livro Fogo e Sangue, de Martin. Na obra, vemos a história da família criadora de dragões desde a conquista dos Sete Reinos, cerca de 300 anos antes dos eventos de Game
of Thrones. Confira mais detalhes da trama: O que House of the Dragon contará? A HBO parece tentar evitar dar muitos detalhes sobre a trama e divulgou uma sinopse relativamente vaga. O texto diz apenas que “baseado em Fogo & Sangue, de George R.R. Martin, a série, que se passa 200 anos antes dos eventos de “Game of Thrones”, conta a história da Casa Targaryen”. Há expectativas, no entanto, que a primeira temporada revisite os conflitos entre Aegon e Rhaenyra pelo controle do trono de ferro. Em sua jornada pela dominação dos Sete Reinos, os irmãos travaram uma verdadeira guerra civil, que durou cerca de três anos e ficou conhecida como a Dança dos Dragões. George R. R. Martin está na produção? Boa notícia para os fãs! Martin é cocriador da série, ao lado de Martin e Ryan Condal. A série
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também terá retornos muito positivos como o de Miguel Sapochnik, que dirigiu episódios icônicos de “Game of Thrones”, como a “Batalha dos Bastardos”. Ele será produtor executivo, showrunner e diretor de alguns dos episódios. E para quem curtiu a trilha sonora da série original, o compositor Ramin Djawadi também retorna para criar a trilha da nova série. Quem não volta são D.B Weiss e David Benioff. Os showrunners de “Game of Thrones”, não estão envolvidos com a série nem em nenhum outro prequel. Os dois assinaram um contrato com a Netflix e também estiveram envolvidos em negociações para um projeto de “Star Wars”, que foi engavetado. House of the Dragon terá quantos episódios? Até o momento, temos 10 episódios confirmados para a primeira temporada. Por enquanto não foram divulgados títulos nem a duração de cada capítulo, mas espera-se que cada um tenha cerca 85
de uma hora. E segundo Martin, a primeira temporada tem tudo para ser épica: “Eu vi um corte do primeiro episódio, e amei”, escreveu Martin em seu blog. “É sombrio, é poderoso, é visceral... bem do jeito que eu gosto das minhas fantasias épicas”. Quantas temporadas estão confirmadas? Oficialmente só a primeira foi confirmada, mas Casey Bloys, o
chefe da HBO, já adiantou em entrevista ao The Hollywood Reporter que a história dos Targaryens não pode ser contada em apenas uma temporada. “Normalmente, a nossa política é exibir os episódios e dar um tempo antes de decidir [pela renovação ou cancelamento]”, frisou Bloys. Quando estreia “House of the Dragon”? A série tem data de estreia confir-
mada para 21 de agosto, na HBO e HBO Max. A primeira temporada encerrou as filmagens em fevereiro deste ano. Quem está no elenco? Paddy Considine, Olivia Cooke, Emma D’Arcy, Matt Smith, Rhys Ifans, Eve Best, Sonoya Mizuno, Steve Toussaint e Fabien Frankel são alguns dos nomes já confirmados no elenco de House of the Dragon. HBO Max
Steve Toussaint interpretará “A Serpente Marinha”, aventureiro náutico mais famoso na história de Westeros. Ele pertence à Casa Velaryon, uma das mais ricas e poderosas do universo de Game of Thrones
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Anitta: brasileira faz sua estreia no Coachella e é comparada a Beyoncé Levando as cores do Brasil para os Estados Unidos, a cantora foi um dos assuntos mais comentados nas redes sociais após sua apresentação no primeiro dia do festival na Califórnia Rafaella Milesi e Rodrigo Assis CNN Em 27/5/22 Anitta se apresentou nessa sexta-feira (15) no maior festival de música pop do mundo, o Coachella, na Califórnia, e tomou conta da Internet. Com as cores da bandeira do Brasil, a cantora levou o cenário das favelas do Rio de Janeiro para os Estados Unidos e sua apresentação foi até comparada à icônica Beyoncé, em 2018. A hashtag #Anichella (Anitta + Coachella) entrou para os Trends Topics do Twitter com alguns fãs comparando ao termo “Beychella”, quando Beyoncé se apresentou como a primeira mulher negra headliner do festival e por ter unido o grupo Destiny’s Child, do qual fazia parte e que se separou em 2005. O radialista Zane Lowe tuitou: “Anitta veio para ganhar. Isso já é surreal.” Outra usuária tuitou: Anitta no Coachella é a melhor performance que eu já vi em muito tempo. Um dos tweets mais populares diz: “Acabei de assistir Anitta no Coachella e preciso dizer que essa é a melhor coisa que eu vi desde o Beychella. Parece que eu fui transportado para o Brasil.” Os fãs brasileiros também acompanharam, e aclamaram a cantora.
Foto: Getty Images
Anichella A cantora abriu seu show com a introdução de “Mais que Nada”, de Jorge Ben Jor e emendou com o hit “Onda Diferente”, parceria de Anitta com o rapper Snoop Dogg e Ludmilla. A brasileira acabou de apresentar ao mundo seu álbum “Versions Of Me”, lançado em 12 de abril e que conta com o sucesso “Envolver”, primeira música brasileira a alcançar o top 1 no Spotify. Além do rapper, a cantora Saweetie subiu ao palco para cantar “Faking Love” e o DJ Diplo participou de alguns medley de funk. Vestida com as cores do Brasil, Anitta cantou e dançou “Na Sua Cara”, música lançada em 2017 que conta com a participação de Major Lazer e Pabllo Vittar. A brasileira ainda fez um cover de “Garota de Ipanema”, de Tom
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Jobim, e emendou seu hit “Girl From Rio”, que conta com a mesma melodia. A cantora apresentou ainda o hit “Boys Don’t Cry”, de seu novo álbum, e o sucesso “Vai Malandra”, de 2017 colocou todo mundo para dançar. Após a apresentação, Anitta foi ao Twitter explicar a escolha das cores (verde e amarelo) no seu figurino e no cenário do show.
Foto: Getty Images
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Lolla 2022 teve público total de 302 mil pessoas nos três dias; veja o que deu certo e o que deu errado Grandes encontros no palco e brasileiros que entram para o 1º time do pop então entre os acertos. Exageros de playback, emo sofrido e palco eletrônico com artistas pop ‘invisíveis’ foram falhas. Rafaella Milesi e Rodrigo Assis G1 27/5/22 O Lollapalooza 2022, que aconteceu após duas edições canceladas por conta da pandemia, teve grandes shows e encontros celebrados por fãs que encheram o Autódromo de Interlagos, em São Paulo. Segundo a organização, foram 302 mil ingressos comprados nos três dias: • 100.980 pessoas na sexta (25); • 103 mil no sábado (26); • 98.255 no domingo (27). Mas o Lolla do reencontro foi marcado por uma despedida: na sexta-feira (25), dois dias antes do show dos Foo Fighters que encerraria a edição do festival, o baterista Taylor Hawkins morreu na Colômbia. As homenagens ao músico marcaram o festival. Também foi um Lolla de protestos contra Bolsonaro. Eles aconteceram na plateia e em vários shows na sexta e no sábado. A decisão do TSE de vetar manifestações teve efeito contrário e o domingo teve ainda mais coros contra o presidente. O que deu certo? • Grandes shows e encontros: o principal foi de Anitta e Miley Cyrus. No melhor show de 88
Foto por: Wesley Allen
headliner de 2022, entrou a brasileira que acabou de chegar ao 1º lugar global: timing perfeito. Houve mais surpresas: Alessia Cara e Jão, Fresno e Lulu Santos, Gloria Groove e Priscilla Alcântara e “mini festivais” de funk e de rap. • Brasileiros subindo de nível: este Lolla carimbou a passagem de alguns artistas para o 1º time do pop brasileiro. Eles já tinham bons números na internet. Agora a multidão na plateia escancarou o sucesso de Jão, Marina Sena, Djonga, Matuê e Gloria Groove. • Público disposto: era um clima paz e amor de quem finalmente conseguiu curtir um festival. Shows de Pabllo Vittar, Doja Cat e Martin Garrix pareciam celebrações. O traje foi caprichado. • Emo renovado: o revival
do emo anunciado para este ano foi um pouco “a volta dos que não foram”. A Fresno fez um show renovado, mas lembrou: “A gente sempre esteve vivo”. Dá para incluir os gringos Alexisonfire e A Day To Remember no pacote. • Show final: Claro que nada substituiria os Foo Fighters. Mas o show improvisado foi relevante e amarrou os dois temas do festival: homenagens a Taylor e manifestações. O Planet Hemp fez a ponte ideal rock-rap: entre o time de Emicida e o do Ego Kill Talent com versões de Foo Fighters. O que deu errado? • Chuva... de novo? O festival anterior foi interrompido por chuva e raios. Nesse ano aconteceu na sexta e no domingo. Rashid deu o mesmo azar nas duas edições. A medida de segurança é correta, claro. Mas é de se pensar
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Foto: Tabata Benedicto / Estadão
se essa época chuvosa de março é a melhor para o Lolla. Durante a chuva da sexta-feira, uma torre estrutural de ferro de um estande caiu e atingiu uma pessoa da plateia, que ficou ferida e foi atendida por médicos no local. • Playback exagerado: É difícil ver qualquer grande show sem playback hoje. Mas tem gente
exagerando. Pabllo Vittar mandou bem, mas tem cacife para investir em banda e backing vocals. O caso mais estranho foi do Jxdn, que ficou ouvindo seu principal refrão tocar. • Novo emo sofrido: por falar em Jxdn, a nova geração emo precisa aprender com seus mentores. Os veteranos mandaram bem.
Mas ele e seu colega Machine Gun Kelly, novos nomes do estilo, precisam melhorar seus shows. • Pop no palco eletrônico: O Lolla colocou os shows pop de Gloria Groove, Ashnikko e um encontro de funk que tinha Kevin O Chris no espaço eletrônico do festival. O palco é baixo e sem telão filmando os músicos. Resultado: muita gente foi ver, mas pouca gente enxergou.
Foto por Flashbang
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Mais de R$ 60 milhões: Rock The Mountain movimenta economia de Petrópolis Festival em meio à natureza e com pegada sustentável conta com atrações como Teresa Cristina, Gal Costa, Silva, Criolo, Alceu Valença e Marina Sena Rafaella Milesi e Rodrigo Assis Veja 27/5/22 Mais de R$ 60 milhões: Rock The Mountain movimenta economia de Petrópolis Festival em meio à natureza e com pegada sustentável conta com atrações como Teresa Cristina, Gal Costa, Silva, Criolo, Alceu Valença e Marina Sena Com shows de grandes nomes da música popular brasileira, o festival Rock the Mountain aportou neste último fim de semana no
Parque de Exposições de Itaipava, em Petrópolis, na Região Serrana. O evento, realizado dois meses após as chuvas que devastaram a região, tem gerado a movimentação de mais de R$60 milhões na cidade, além de 800 vagas de trabalho. Segundo o realizador do evento, Ricardo Brautigam, o objetivo do festival é deixar um legado positivo permanente para o parque e a região. “Não queremos fazer um festival, movimentar a economia e o turismo, mas sair deixando problemas para a cidade. Tentamos fazer o máximo por Petrópolis, a
começar pelo espaço que recebe o festival, que teve suas quadras e banheiros reformados. Estamos trabalhando para que ele seja um equipamento público sustentável, implantando energia solar em breve”, diz Brautigam. A estreia da edição de 2022, no sábado (16), contou com shows de Caetano Veloso, Djavan, Mc Tha,
Foto por tribuna de Petrópolis
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Majur, Matheus Carrilho e outros expoentes da MPB, que retornam ao palco no próximo sábado (23). Já no domingo (17), Teresa Cristina, Marina Lima, Gal Costa, Silva, Criolo, BaianaSystem, Alceu Valença, Marina Sena, Djonga e Marcos Valle foram os nomes em destaque que agitaram o público com suas apresentações. Todas os artistas retornam no domingo de encerramento, dia 24, que tam-
bém terá alguns blocos de Carnaval, como o Amigos da Onça, para finalizar o evento em clima de folia. Nos dois dias, os artistas locais também ganharam espaço em um palco montado no Coreto, um dos símbolos da cidade. Além dos shows, as experiências do festival incluem prática de yoga, bungee jump, balão, roda-gigante e tirolesa. Ainda há ingressos disponíveis on-line para o segundo fim de semana. Inspirado em festivais internacionais da Islândia, Suécia, Dinamarca, entre outros países, o Rock the Mountain tem o contato com a natureza como um dos pilares do evento, assim como o apelo sustentável. “Investimos na compra de créditos de carbono para anular toda a emissão de gases poluentes do evento. Trabalhamos também
para fazer um festival aterro zero: mais de 90% dos resíduos vai para reciclagem junto às cooperativas locais, que são nossas parceiras”, destaca Ricardo Brautigam. Com uma pegada ecológica, o festival também apostou em um espaço gastronômico totalmente vegetariano, com hambúrgueres e cachorro-quente somente na versão à base de plantas. “Seria um pouco hipócrita levantarmos a bandeira da sustentabilidade sabendo o que acontece na indústria pecuária, um dos maiores vilões do meio ambiente. Algumas pessoas dizem que cortar a proteína animal do evento é radical. Respondo que se ficarmos um ou dois dias sem comer carne, juntos, somos capazes de gerar um impacto positivo muito grande”, afirma o realizador do evento.
Foto por tribuna de Petrópolis
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Rock In Rio 2022 terá maior palco da sua história, de aço 100% reciclado Em parceria inédita com a siderúrgica Gerdau, festival promete palco principal mais emblemático desde 1985. Rafaella e Rodrigo Forbes 27/5/22 Depois de ser adiado por um ano pela pandemia, o Rock In Rio estará de volta em 2022 com um grande investimento: o palco Mundo, o principal do evento e que receberá grandes artistas internacionais como Guns N’Roses, Coldplay e Justin Bieber neste ano, terá a maior estrutura desde a primeira edição do festival, em 1985. Para a nova versão do palco, com
104 metros de comprimento e 30 metros de altura, serão usadas 200 toneladas de aço 100% reciclado – número equivalente à fabricação de 200 carros. Em termos práticos, a construção terá as mesmas dimensões que um prédio de 10 andares e a largura de duas piscinas olímpicas. Com foco na sustentabilidade, a estrutura será desenvolvida pela Gerdau, uma das maiores empresas siderúrgicas do Brasil. Em uma parceria inédita entre as duas companhias, o palco terá “um nível de engenharia avançado”, se-
gundo o CEO da Gerdau, Gustavo Werneck. Levando cerca de três meses para ficar pronto, ele terá mais de 300 spots de luz, com intuito de criar uma iluminação cênica e efeitos visuais. A promessa dos organizadores é de que se trata do maior e mais emblemático palco da história do festival. Pôr o aço ser um material bastante reciclável, os organizadores do Rock In Rio não descartam a possibilidade de ele ser reutilizado outras vezes ou até mesmo virar outras estruturas no futuro – como casas, edifícios e carros, segun-
Foto: Divulgação / Rock in Rio
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Foto: Rock in Rio
do a Gerdau. “Criamos seis ou sete palcos na história do festival. Nem sempre fazemos um novo, justamente pela sustentabilidade”, diz Luis Justo, CEO do Rock In Rio. “É bonito porque esse será um palco cheio de história. O aço usado na construção pode ter vindo de guitarras, outros instrumentos musicais ou até itens que antes pertenciam aos fãs do festival. ” Sustentabilidade em evidência Além do clima de reencontro e com expectativa de engajamento semelhante ao da primeira edição do Rock In Rio, organizadores do
festival querem colocar cada vez o foco em soluções sustentáveis. Carbono neutro desde 2006 – o que não será diferente nesta edição, segundo Justo -, o festival criou um plano de seis metas para até 2030. Entre os objetivos, estão o zero desperdício alimentar e de resíduos em aterros, por exemplo. “O Rock in Rio assume um compromisso com a sociedade: o de sermos agentes ativos na construção de um mundo melhor. Queremos provocar a transformação de mentalidades e de comportamen-
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tos em toda a cadeia produtiva, também servindo de exemplo e inspiração para o público”, afirma Roberta Medina, vice-presidente executiva do Rock in Rio. Além do palco reciclável, outra atitude sustentável da edição de 2022 foi substituir as pulseiras físicas de entrada por ingressos virtuais. “É uma decisão pensando não só na praticidade, mas também no meio ambiente”, comenta Justo.
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Pabllo Vittar faz história no Coachella como a primeira drag queen a se apresentar em festival Artista esteve entre destaques brasileiros nos palcos do maior festival de música pop do mundo. Rafaella Milesi e Rodrigo Assis G1 27/5/22
Pabllo Vittar foi às lágrimas e esteve entre os assuntos mais comentados do Twitter durante a madrugada de domingo (17) ao celebrar sua estreia nos palcos do Coachella. A artista foi a primeira drag queen a se apresentar no festival, um dos maiores dos Estados Unidos e principal em música pop no mundo. “Muito obrigada Coachella por
me fazer a primeira drag queen a performar no festival. Esta noite vamos fazer história”, agradeceu a cantora em sua primeira apresentação no evento, que voltou a ser realizado após dois anos de cancelamentos por conta da pandemia. • Qual a importância de se apresentar no festival? Destaque inédito no Coachella O Brasil nunca teve tanto destaque no Coachella, principal festival de música pop do mundo, como em 2022. A prova disso está no cartaz do evento. Anitta e Pabllo Vittar cantam no festival nos EUA. As atrações
principais, no topo da lista, são Harry Styles, The Weeknd e Billie Eilish. Anitta se apresenta nas sextas (dia 14 e 21) e Pabllo está escalada para os sábados (16 e 22). Antes das cantoras, o maior destaque que o pop brasileiro havia tido em um cartaz de Coachella era uma sexta linha no pôster. Isso aconteceu três vezes: com o trio paranaense Bonde do Rolê, o grupo paulistano Cansei de Ser Sexy e o cantor-ator Seu Jorge.
Foto: Valerie Macon / AFP
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IAT encontrou áreas de desmatamento que somam 336 hectares no Paraná A ação envolveu 17 municípios, durante sete dias. O órgão ambiental do Estado divulgou os resultados
tribunapr.uol.
Lucas Pita Fonte: tribunapr.uol.com.br Em: 28/05/2022 Durante força-tarefa de fiscalização no Centro-Sul e Sudoeste do Estado, o Instituto Água e Terra (IAT) identificou áreas de desmatamento e descumprimento de embargo que somam 336 hectares. A ação envolveu 17 municípios, durante sete dias. O órgão ambiental do Estado divulgou os resultados nesta quinta-feira (26). A força-tarefa aconteceu em razão do descumprimento de áreas embargadas, ou seja, desrespeito a autuações anteriores, e também para verificar alertas emitidos pelo MapBiomas, plataforma que auxilia o IAT na identificação de irregularidades. De acordo com o gerente de Monitoramento e Fiscalização do Instituto, Álvaro Cezar de Góes, foram lavrados 42 Autos de Infração Ambientais (AIA), com emissão de multas que ultrapassam R$ 2,33 milhões. “O IAT realiza forças-tarefas constantes para verificar
Área atingida por desmatamento no Paraná
alertas de crimes ambientais emitidos pelo MapBiomas e também denúncias da população. Nosso objetivo é garantir a conservação do Estado”, disse. Houve, ainda, apreensão de duas motosserras, 152 toras de araucárias, 35 metros quadrados de tábuas e vigas, além de outros 53 metros cúbicos de toras de araucária e 10 metros cúbicos de toras de
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cedro-rosa. As fiscalizações aconteceram em Chopinzinho, Clevelândia, Coronel Domingos Soares, Dois Vizinhos, Foz do Jordão, Francisco Beltrão, Itapejara do Oeste, Mangueirinha, Laranjeiras do Sul, Nova Esperança do Sudoeste, Mariópolis, Nova Laranjeiras, Palmas, Pato Branco, Reserva do Iguaçu, São João e Quedas do Iguaçu. 97
Desmatamento dispara na Mata Atlântica brasileira, diz ONG Desmatamento da Mata Atlântica tem crescimento acentuado nos ultimos anos e causa alerta Lucas Pita Fonte: economia.uol.com.br Em: 28/05/2022 O desmatamento da Mata Atlântica do Brasil aumentou 66% em 2021 com relação ao ano anterior, informou nesta quarta-feira (25) uma ONG, que alertou que este bioma costeiro enfrenta um alto risco. Entre novembro de 2020 e outubro de 2021, a floresta tropical atlântica perdeu 21.642 hectares, uma área equivalente a mais de 20 mil campos de futebol, segundo um estudo realizado desde 1989 pela Fundação SOS Mata Atlântica com imagens de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Isso representa um aumento de 66% em comparação com o período de referência anterior (novembro de 2019 - outubro de 2020) e a emissão de 10,3 milhões de toneladas de CO2 equivalente na atmosfera, de acordo com a ONG. É também um avanço de 90% em relação ao desmatamento registrado entre 2017 e 2018, 11.399 hectares, o menor valor da série histórica. Sob o governo do presidente Jair Bolsonaro, que pressionou para abrir as terras protegidas ao agronegócio e à mineração, o desmatamento anual médio na Amazônia brasileira subiu mais de 75% com 98
relação à década anterior, segundo dados oficiais. A Mata Atlântica se estende por mais de 100 mil km² ao longo da costa oceânica e mantém apenas 12% de sua vegetação original, devido ao processo de urbanização, de acordo com a SOS Mata Atlântica. A agropecuária, a agricultura e a especulação imobiliária em torno das grandes cidades podem ser apontadas como causas do desmatamento, segundo Guedes Pinto. Além disso, é “um desastre não só para o Brasil como para o mundo, pois importantes referências internacionais apontam a Mata
Atlântica como um dos biomas que precisam ser restaurados com mais urgência para atingirmos a meta de redução de 1,5°C de aquecimento global estabelecida no Acordo de Paris”, acrescentou. O aumento foi registrado em 15 dos 17 estados em que o bioma está presente, revertendo trajetórias de “alguns anos” em estados como São Paulo e Rio de Janeiro, “que estavam perto de acabar com o desmatamento”. O aumento foi registrado em 15 dos 17 estados em que o bioma está presente, revertendo trajetórias de “alguns anos” em estados como São Paulo e Rio de Janeiro.
Local de queimadas em região desmatada na Floresta Amazônica
amazoniareal.
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Brasil foi responsável por 40% do desmatamento mundial em 2021 Brasil foi responsável por 40% do desmatamento mundial em 2021 Relatório de ONG internacional mostra que o país perdeu 1,5 milhão de hectares de florestas primárias. nexojornal.
Lucas Pita Fonte: nexojornal.com.br Em: 28/05/2022 O Brasil foi responsável por 40% do desmatamento global em 2021, segundo dados da ONG Global Forest Watch divulgados nesta quinta-feira (28). O país perdeu cerca de 1,5 milhão de hectares (15.000 km²) das chamadas florestas primárias, aquelas que se encontram em seu estado natural. A maior perda foi região norte. O número é menor do que o registrado em 2020, mas maior do que os registros de 2019 e 2018. “A taxa de perda de florestas primárias no Brasil tem sido persistentemente alta nos últimos anos. A perda relacionada a incêndios flutuou dependendo do nível de incêndios florestais fora de controle, mais recentemente com um pico em 2020 na Amazônia e no Pantanal”, diz o relatório. A ONG alerta para os perigos do avanço do desmatamento desenfreado. “A perda de floresta primária no Brasil é especialmente preocupante, dada a nova evidência de que a floresta Amazônica está perdendo resistência e pode
Área da Floresta Amazônica desmatada em Rondônia
estar mais perto de um ponto de inflexão do que se pensava anteriormente, onde as interações entre desmatamento, mudanças climáticas e incêndios levam à transformação irreversível de grandes áreas da Amazônia para uma savana”, completa o estudo. Em segundo lugar no ranking do desmatamento, veio a República do Congo, na África; seguida da Bolívia, que faz fronteira com o Brasil. Alguns desses danos — mais calor, mais tempestades, mais queimadas em florestas — desde já podem ser observados e mostram consequências sociais significati-
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vas. Outros ainda estão no campo da previsão de cientistas, que se apoiam em diferentes cenários atmosféricos para calculá-los. Ao interferir na dinâmica do clima, a emissão de gases de efeito estufa altera a dinâmica de outros elementos, como as massas de ar e as águas. Além disso, interfere nas condições para manutenção da vida na Terra. Mudanças que alteram o regime de chuvas podem provocar aumento de eventos como enchentes e períodos de seca, por exemplo. Nesse caso, a vegetação também é afetada, pois depende de chuvas para se manter.
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Ação do MPF cobra ações para impedir invasões e desmatamento na Terra Indígena Trincheira-Bacajá, no PA Processo cita que área do povo Xikrin Mebengokrê se tornou uma das mais desmatadas da Amazônia nos últimos 3 anos. Lucas Pita Fonte: g1.globo.com Em: 28/05/2022 O Ministério Público Federal (MPF) informou nesta segunda-feira (30) que acionou a Justiça Federal em Redenção, no sudeste do Pará, processando o governo federal, a Fundação Nacional do Índio (Funai) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) para que sejam obrigados a realizar fiscalizações emergenciais e imediatas na Terra Indígena Trincheira-Bacajá, do povo Xikrin Mebengokrê. Segundo o órgão, as ações devem conter invasões e desmatamento que tornaram a área, nos últimos três anos, uma das mais desmatadas da Amazônia. A procuradoria aponta que, em 2020, a TI Trincheira-Bacajá alcançou o quarto lugar no ranking das áreas indígenas mais desmatadas na região, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Os próprios Xikrin denunciaram a situação à Funai, ao Ibama e ao MPF, segundo o órgão. Eles avisaram que os invasores estariam se aproximando de aldeias, “o que pode levar a um conflito a qual100
socioambiental.
Visão de propriedade indígena tomada pelo desmatamento
quer momento”. Em nota, o órgão disse que “pressionou a Funai e o Ibama diversas vezes para que fossem tomadas providências, sem resultado, o que caracteriza a omissão das duas instituições que deveriam proteger os povos indígenas e o meio ambiente”. Em ação protocolada na Justiça, o MPF pontua que, ao criar o Conselho Nacional da Amazônia Legal e concentrar atividades na vice-presidência da República, o governo federal “retirou o controle das fiscalizações ambientais do
órgão com maior expertise técnica, que é o Ministério do Meio Ambiente”. O g1 solicitou nota do Ministério da Justiça e Segurança Pública, responsável pela coordenação de ações federais de fiscalização e combate a crimes ambientais; a Funai, responsável pelas áreas indígenas; e ao Ibama, responsável pelas fiscalizações ambientais, mas ainda não havia obtido resposta até a publicação da reportagem. ‘Fiscalização com falhas’ A ação cita que, para o MPF, “é
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fato notório que o poder executivo federal se omite deliberada e ilegalmente no seu dever de proteção territorial das terras indígenas”. “Por essa razão, urge que o poder judiciário faça cumprir a lei e determine à União que empregue todas as forças e órgãos de segurança (...), das esferas estadual e municipal, para coibir as invasões e explorações ilícitas na Terra Indígena Trincheira-Bacajá”. Pedidos à Justiça O documento do MPF pede que a Justiça Federal ordem urgente para obrigar o Ibama a deflagrar fiscalizações emergenciais, devendo inutilizar qualquer máquina, equipamentos e bases de apoio aos invasores. A liminar pode obrigar também a União a empregar todas as forças civis e militares e órgãos de
segurança, federais ou estaduais, com apoio de aeronaves, servidores, e o que mais for necessário, para coibir as invasões na área indígena. O MPF também pediu que a União seja obrigada a instaurar inquéritos policiais ou dar andamento prioritário aos que já existem sobre crimes de invasão, exploração e usurpação ilegal no interior da área, no âmbito da Polícia Federal e do Ministério da Justiça. Segundo a procuradoria, o objetivo é que as investigações sejam concluídas no prazo máximo de seis meses.
g1.globo.
Infográfico do desmatamento
E ainda, solicita que a Funai deve ser obrigada a elaborar relatório técnico detalhado mapeando a expansão das invasões e desmatamentos ocasionados dentro da TI, compartilhando resultados com o MPF e com a PF.
lam 89% do desflorestamento verificado em todo o Brasil.
Minas Gerais lidera desmatamento da Mata Atlântica no país Estado ocupa o topo do ranking com 9.209 hectares de bioma perdidos últimos 3 anos.
Um relatório feito pela ONG SOS Mata Atlântica em parceria com o INPE, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, revela o avanço no desmatamento da Mata Atlântica em Minas Gerais. O estudo, divulgado nessa terça-feira (24), analisou todo o país, mas o estado mineiro ocupa o topo do ranking negativo, com 9. 209 hectares do bioma perdidos. Em um ano, segundo o relatório, o desmatamento da Mata Atlântica cresceu 66% em todo o território nacional. Minas Gerais é seguido por Bahia, Paraná, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.Estes cinco estados acumuTrabalho acadêmico da turma C301x Editoração Eletrônica da Facha - Período 2022.1
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Desmatamento na Mata Atlântica cresce 66%, com alta anual em 15 Estados
Números acentuados preocupam e orgãos responsáveis não veem cenário otimista Lucas Pita Fonte: midiamax.uol.com.br Em: 28/05/2022 Cresceu a destruição da Mata Atlântica. Entre 2020 e o ano passado, foram desmatados 21.642 hectares do bioma, o equivalente a mais de 20 mil campos de futebol. A alta foi de 66% em relação ao período entre 2019 e 2020, conforme dados da Fundação SOS Mata Atlântica em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia. Houve alta do desmatamento em 15 dos 17 Estados que compõem o bioma, de acordo com o Atlas da Mata Atlântica, levantamento realizado desde 1989. Cinco dos Estados acumularam 89% do desflorestamento verificado: Minas (9.209 hectares), Bahia (4 968 ha), Paraná (3.299 ha), Mato Grosso do Sul (1.008 ha) e Santa Catarina (750 ha). “Fazia muito tempo que não observamos aumento relativo tão alto, havia certa estabilidade”, afirma Luis Fernando Guedes Pinto, diretor de conhecimento da SOS Mata Atlântica. “Isso nos acende um alerta enorme.” Na comparação com o período 2017-2018, quando foi registrada a menor taxa de desmate da série histórica, a elevação agora é de 90%. De acordo com Guedes, alguns fa102
tores têm afetado o bioma, como a derrubada da mata para a criação de pastagens e de mais espaço para culturas agrícolas. Também pesa a pressão da expansão urbana das grandes cidades e no litoral. “Em Estados como Minas e Bahia, a dinâmica é derrubar para criar novas áreas de plantio e pasto, diferentemente de Paraná e Santa Catarina, onde a pressão é a de culturas agrícolas já estabelecidas que aos poucos vão ‘comendo’ as bordas do que sobrou da mata.” De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 72% da população brasileira - 145 milhões de pessoas vivem em áreas que se inserem na Mata Atlântica. As maiores cidades do País, como Rio, São Paulo, Salvador, Belo Horizonte e Curitiba são alguns dos exemplos. O estudo aponta ainda crescimento nos Estados que se aproximavam do fim definitivo do desmate, como São Paulo. Alagoas, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte tiveram desflorestamento menor que 50 hectares, mas por serem constantemente cobertos por nuvens, o que restringe a observação via satélite, não se pode afirmar que têm desmate zero. O Atlas destaca que, apesar de não ter o propósito de investigar a legalidade dos desmatamentos detectados, a vegetação nativa do bioma é
protegida pela Lei da Mata Atlântica. “Deveríamos falar em restauração, mas em 2022 estamos falando sobre o aumento do desmatamento”, critica Guedes. Critérios O Estadão procurou os cinco Estados que puxaram a alta: Minas, Bahia e Mato Grosso do Sul não responderam até 20h. Paraná e Santa Catarina afirmam que não tiveram acesso aos dados do estudo. O governo catarinense, por exemplo, disse que não era possível saber se todo o desmate computado era ilegal. São Paulo destaca ainda que não teve acesso ao relatório e ressalta ter uma das menores taxas de desmate do País. Ainda segundo o Estado, metade dos hectares apontados com supressão de vegetação nativa na última edição do Atlas estava licenciado pela agência ambiental com todas as compensações previstas em lei, além dos “incêndios e deslizamentos naturais como causas da perda de vegetação”. Falhas permitem cadastro rural em área indígena Após dez anos em vigor, a lei que criou o Código Florestal no País ainda patina em um de seus mecanismos mais básicos: o Cadastro Ambiental Rural (CAR). A sobreposição dos registros com Terras Indígenas é um dos resultados da
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jovempan.
Trecho onde o desmatamento vem se alastrando dentro a Mata Atlântica
falta de coordenação entre Estados e governo federal, diz relatório inédito da Climate Policy Initiative (CPI) e PUC-RJ. Autodeclaratório, o cadastro permite que proprietários tenham, por exemplo, acesso a financiamento mesmo antes de retificarem informações erradas no sistema. O CAR é um registro público eletrônico, incorporado pela lei que criou o Código, que auxilia Estados e municípios na gestão ambiental e econômica de propriedades rurais. Ao reunir informações de posse e ambientais, permite monitorar e combate ao desmate. É a partir do cadastro que imóveis rurais passam a se adequar e ser fiscalizados quanto ao cumprimento de obrigações previstas pela lei, como manter Áreas de Preservação Permanente (APP) e de Reserva Legal. A ferramenta também cria incentivos para
que produtores rurais aproveitem áreas já abertas, sem necessidade de mais desmates. Há no País mais de 29 milhões de hectares registrados no CAR em sobreposição a áreas protegidas. Dados do Serviço Florestal Brasileiro mostram que são 6.775 cadastros sobrepostos a TIs já homologadas, e estimam de 8 mil a 10 mil cadastros sobrepostos às que ainda aguardam homologação. “Os Estados vêm avançando, mas há um gargalo adicional que se forma na etapa da análise das declarações”, afirma Joana Chivari, diretora associada de Direito e Governança do Clima da CPI. O estudo identificou que só o Pará tem estratégia específica para identificar sobreposições em TIs e fazer cancelamentos ou a suspensão dos cadastros enquanto não forem retificados. A maioria dos Estados
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não regulamenta a sobreposição, alguns copiam ou remetem à lei federal. São Paulo, Mato Grosso e Maranhão têm lei específica para isso. A pesquisa faz recomendações aos governos federal e locais. Entre elas, que os Estados regulamentem, “de imediato, o cancelamento e/ou suspensão de inscrições sobrepostas a TIs, independentemente de regulamentação específica pelo poder público federal” e que União e Estados contem “com a participação ativa dos povos indígenas ao regulamentar o procedimento de cancelamento dos cadastros em TIs.” “Já perdemos tempo demais, é emergencial a implementação”, diz Roberta. Procurados, os Ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura não responderam até 20h30. 103
97% dos alertas de desmatamento no Brasil emitidos desde 2019 não foram fiscalizados, aponta levantamento Nova plataforma do MapBiomas filtra e organiza as informações e autorizações sobre desmatamento g1.globo.
Lucas Pita Fonte: g1.globo.com Em: 28/05/2022 Mais de 97% dos alertas de desmatamento emitidos desde 2019 não foram fiscalizados pelos órgãos responsáveis do Brasil. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (3) e são resultado de um levantamento feito pelo MapBiomas, plataforma de informações ambientais e territoriais do país, em parceria com o Instituto Centro de Vida, organização da sociedade civil, e o Brasil.IO., repositório de dados públicos. O cruzamento dos dados foi nomeando como “Monitor de Fiscalização do Desmatamento” e este é o primeiro levantamento divulgado sobre a situação no país. Segundo o Monitor, até março de 2022, no caso do governo federal, apenas 2,17% dos alertas de desmatamento tiveram algum tipo de fiscalização. A área com ação de fiscalização representa 13,1% do total desmatado desde 2019. O órgão responsável é o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que recentemente ganhou o apoio do Exército em algumas ações — alvo de críticas 104
Operação realizada pela PRF em conjunto com o IBAMA
de ambientalistas e especialistas (leia mais abaixo). Apenas em abril, na Amazônia, foram 423 km² de área com alertas de desmatamento, de acordo com o Deter, sistema do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O número é menor do que o registrado em 2021, quando a área bateu o recorde da série histórica: 579 km². De qualquer forma, ambos os anos apresentaram valores acima da média registrada para o mês de abril (2015 a 2020), que estava 342 km². Os especialistas entrevistados pelo g1 apontam uma série de fatores - alguns recentes, mais agudos no governo de Jair Bolsonaro, e outros mais crônicos, historica-
mente recorrentes no Brasil. Já um dos fatores crônicos é a falta de profissionais do Ibama para autuação na Amazônia. Ex-presidente do Ibama e especialista sênior em políticas públicas do Observatório do Clima, Suely Araújo diz que a falta de fiscais em campo é um problema antigo, impulsionado pela pandemia e pelo aumento no pedido de aposentadorias. Em uma petição inicial feita em 2019 pela Rede Sustentabilidade, o partido acusa o governo federal de omissão no combate ao desmatamento da Amazônia e pede que seja implementado um conjunto de ações para de fato enfrentar o problema.
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Poluição mata. Cada filtro de cigarro no chão polui 500 litros de água do mar.
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Instagram vai começar testes com NFT; confira como funcionará. Plataforma começará os testes na próxima semana. www.freepik.com.br
Aplicativo utilizado por jovens e adultos passará a utilizar os tokens não fungíveis.
Rayssa Machado Wellerson Mega www.uol.com.br einvestidor.estadao.com.br 03/06/2022
associado à sua propriedade única. Quem adquire um NFT se torna proprietário do arquivo.
O chefe do Instagram, Adam Mosseri, garantiu que os NFTs (ativos digitais com registro de autenticidade) vão entrar de vez na rede social. A empresa iniciará testes nesta semana com um pequeno grupo de usuário, que conseguirão postar conteúdos NFT nos stories, feed ou enviar por mensagens.
De acordo com Mosseri, não será cobrada nenhuma taxa extra associada à postagem ou ao item colecionável na rede social. O objetivo é começar como algo menor, especialmente para a plataforma compreender como está sendo a receptividade e o uso disso.
Ganhando destaque desde 2020, esses ativos digitais são oficialmente chamados de tokens não fungíveis. Eles podem ser desde uma imagem, um gif, até mesmo alguma palavra online. O seu valor está
Como vai funcionar no Instagram?
Os detalhes de cada um dos NFTs serão exibidos na rede social quase da mesma maneira ocorre no formato das lojas, aparecendo o produto, o nome do criador e, no caso, seu proprietário. No vídeo em que detalha a novidade, o chefe da rede social
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ainda destaca que a empresa quer aprender e colocar ainda mais tecnologias disponíveis, contudo, como é uma plataforma centralizada, é preciso ter uma certa calma para lidar com as adições. O coro foi completado pelo presidente-executivo da Meta, Mark Zuckerberg. Além do Instagram, ele também confirmou que a empresa já vem testando uma funcionalidade similar no Facebook. O lançamento das duas aconteceria em breve. “Estamos começando a criar NFTs não apenas em nosso metaverso e no Reality Labs [local de pesquisa da Meta para criação de novas funcionalidades], mas também em nossa família de aplicativos. ” Disse Mark Zuckerberg. O CEO e criador do Facebook ainda afirmou que os NFTs tridimensionais também estão em foco, sendo estudados. Isso seria em conjunto com o Spark AR, site de realidade aumentada e filtros para o Instagram. A Meta ainda não deu uma data para quando o serviço será lançado oficialmente. De acordo com o site de notícias especializado em bitcoins CoinDesk, as blockchains (tecnologia de armazenamen 107
to e processamento de dados) selecionadas para realizar transações dos NFTs são: Ethereum (ETH), Polygon (MATIC), Solana (SOL) e Flow (FLOW).
consumidormoderno.
NFT é aceito em outras redes sociais? Ainda há um processo em curso para uso dos NFTs nas redes sociais, porém o Twitter foi a primeira grande plataforma a aderir, em janeiro deste ano. Eles podem ser utilizados como fotos de perfil em forma de um hexágono e são pagas para publicação — diferente do que está sendo desenvolvido pela Meta, inicialmente. O recurso foi liberado especialmente para usuários do serviço Blue da rede. Apesar disso, o Twitter liberou o download dos tokens para utilização em outros dispositivos. A possibilidade de baixar é um tema de extenso debate, já que estamos falando de dispositivos que foram comprados e existem apenas no mundo digital.
NFT: O que é e como investir? NFTs tornam objetos digitais únicos e chamam a atenção por gerar negociações milionárias de obras de arte. Os tokens não fungíveis (NFTs) estão mudando a maneira como pensamos a arte. No caminho contrário da reprodutibilidade técnica, a tecnologia de blockchain, a mesma usada em criptomoedas, possibilitou estabelecer a escassez de objetos digi-
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Alguns exemplares da coleção “Bored Ape Yatch Club (BAYC). tais no mundo real, gerando artigos verdadeiramente únicos apreciados por colecionadores.
O que é NFT? Um NFT é um ativo digital que representa objetos do mundo real, como arte, música, itens de games e vídeos, negociados ‘on-line’, frequentemente em moedas digitais. O termo vem chamando a atenção por movimentações milionárias. Neymar pagou R$ 6 milhões por um NFT da coleção Bored Ape Yacht Club, comprada por outros famosos como Justin Bieber e Jimmy Fallon.
Ativo fungível e não fungível: qual é a diferença? O NFT é um ativo não fungível, ou seja, único, diferente do ativo fungível, que pode ser substituído por outro ‘item’ da mesma espécie sem perda ou ganho para quem detém a propriedade. Uma nota de R$ 200, por exemplo, pode ser substituída por outra de igual valor, sem prejuízos. Já a arte é um exemplo de ativo não fungível, pois seu preço é altamente subjetivo. Embora existam desde 2014, os NFTs estão ganhando notoriedade agora. Em 2021, o mercado de
NFT cresceu mais de 41.000% em relação ao ano anterior. O volume de negócios no setor saiu de US$ 106 milhões em 2020 para US$ 44,2 bilhões no ano passado.
Quais são as diferenças entre criptomoeda e arte não digital? “A diferença, quando comparamos o NFT com uma obra de arte não digital, é que muitas dessas obras podem ser cópias, e não exemplares únicos”, afirma Mauricio Frizzarin, CEO da Qyon Tecnologia. A autenticidade e a unicidade do token não fungível é garantida na criação dentro da blockchain da ethereum, uma base de dados que registra a titularidade e a singularidade da obra. O histórico de transações e os metadados do NFT são publicamente verificáveis, portanto comprovar a propriedade é simples. Depois que uma transação é confirmada, é quase impossível manipular esses dados para “roubar” a propriedade. A unicidade é também o que diferencia o NFT do bitcoin e de outras moedas digitais. “Uma criptomoeda pode ser trocada por outra exatamente igual, o
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Alfabetização de dados será a habilidade mais procurada até 2030 no mercado de trabalho. 85% dos executivos acreditam que a alfabetização de dados se tornará tão vital no futuro quanto é hoje a capacidade de usar um computador. www.segs.
A nova tendência dos próximos anos será tão importante quanto “mexer no computador”.
Rayssa Machado Wellerson Mega www.mundodomarketing.com.br 03/06/2022 Os líderes empresariais e funcionários preveem que a alfabetização de dados – definida como a capacidade de ler, trabalhar, analisar e se comunicar com dados – será a habilidade mais procurada até 2030. Ao todo, 85% dos executivos acreditam que se tornará tão vital no futuro quanto é hoje a capacidade de usar um computador, segundo uma nova pesquisa da Qlik, empresa de soluções de análise de dados. Isso reflete a maior valorização dos dados na empresa. Funcionários pesquisados globalmente
relatam que o uso de dados e sua importância para a tomada de decisões dobraram no ano passado, enquanto 89% dos executivos esperam que todos os integrantes da equipe possam explicar como os dados influenciaram suas decisões. Pouco mais de um em cada cinco funcionários acredita que seu empregador os está preparando para um ambiente de trabalho mais automatizado e orientado a dados (21%). Isso ocorre apesar da maioria dos líderes de negócios prever uma reviravolta nas práticas de trabalho devido à rápida adoção da inteligência artificial (IA). O relatório mostrou também que
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35% dos funcionários pesquisados relatam que mudaram de emprego nos últimos 12 meses porque seu empregador não estava oferecendo oportunidades suficientes de capacitação e treinamento. Ou seja, há uma necessidade evidente de aprimorar as equipes para apoiar a transição de ambiente de trabalho que já está em andamento. Estas descobertas mostram como o rápido crescimento no uso de dados está ampliando as aspirações das empresas por seu potencial e, por consequência, transformando as práticas de trabalho. Práticas de trabalho mais inteligentes e automatizadas. A demanda por habilidades em lidar com dados reflete a mudança significativa no ambiente de trabalho devido ao surgimento da Inteligência Artificial (IA). Os líderes empresariais que participaram do estudo acreditam que as práticas de trabalho dos funcionários se tornarão mais colaborativas com ferramentas inteligentes, ajudando-os a tomar melhores decisões (84%) e serem mais produtivos (83%). Para aproveitar seu potencial, 40% dos C-Level entrevistados preveem que sua organização contratará um “Chief Automation Officer” nos próximos três anos, subindo para mais de 99% na pró109
cada. No entanto, o investimento não pode parar nas contratações executivas: quem está na linha de frente precisa de apoio durante essa transição. E 58% dos funcionários pesquisados acreditam que a alfabetização de dados os ajudará a permanecerem relevantes em suas funções com o crescente uso da IA. Valor da alfabetização de dados no mercado de talentos. A mudança para um ambiente de trabalho mais automatizado e orientado a dados cria uma grande oportunidade para aqueles com habilidades em lidar com os dados. Todos os líderes empresariais pesquisados relataram que ofereceriam um salário mais alto para candidatos que pudessem demonstrar essa capacidade. Em média, eles estariam dispostos a oferecer um aumento salarial de 26% a quem demonstrasse esse conjunto de habilidades. Apesar de serem consideradas críticas para o sucesso das empresas – hoje e no futuro – apenas 11% dos funcionários pesquisados se sentem totalmente confortáveis com o seu nível de alfabetização de dados. Ainda assim, a crença mais comum entre os líderes empresariais é a de que é responsabilidade do indivíduo, acima de seu empregador ou instituições educacionais, preparar-se com as habilidades para o futuro ambiente de trabalho. As organizações estão aumentando seu treinamento em alfabetização principalmente para aqueles que trabalham em funções específicas relacionadas a 110
dados (58%), como analistas e cientistas de dados. Apenas um em cada 10 oferece esse treinamento para profissionais de RH, finanças e marketing (12%, 11% e 10%, respectivamente), apesar de mais de dois terços dos funcionários que trabalham nessas funções afirmarem que a alfabetização de dados já é necessária para cumprir suas funções atuais (70%, 74% e 67%, respectivamente). Mais de três quartos (78%) dos funcionários estão investindo seu próprio tempo e dinheiro (64%) para preencher a lacuna de habilidades profissionais necessárias para as organizações do futuro – com esses colaboradores gastando uma média de quase sete horas por mês. Alguns desistem, com 35% dos funcionários relatando ter deixado o emprego nos últimos 12 meses devido ao empregador não oferecer oportunidades suficientes de capacitação e treinamento. O relatório Data Literacy: The Upskilling Evolution (Alfabetização de Dados: A Evolução da Requalificação) foi desenvolvi-
do pela Qlik em parceria com The Future Labs e combina descobertas de entrevistas com especialistas e pesquisas com mais de 1,2 mil executivos globais C-Level e 6 mil funcionários. Futuro do profissional de Marketing. Quer saber o que os principais líderes e executivos do Brasil esperam do profissional de Marketing? Faça parte do grupo de profissionais de Marketing que lideram o mercado! A Imersão Mundo do Marketing reunirá uma completa troca de experiências como você nunca viu! Será nos dias 2 a 6 de maio, 9 e 10 de maio. Ao vivo e online: das 19h às 22h. Não perca a troca de experiências ao longo de 21 horas de conteúdo com uma Seleção do Marketing. Agora são 14 dos melhores profissionais do mercado. Obtenha os conhecimentos necessários para dar o próximo passo na sua carreira e faça parte do grupo de profissionais de Marketing que lideram o mercado. www.lindushealth.
Empresas afirmam estarem treinando colaboradores que trabalham em áreas designadas a dados.
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Avell lança notebooks profissionais com chips Intel de 12ª geração Linha HYB introduz o conceito de notebook híbrido para atender às demandas de usuários que usam notebooks para diversas finalidades; configurações oferecem alto desempenho www.gamehall.com.br
Nova linha de Notebooks Avell Hyb.
Rayssa Machado Wellerson Mega www.techtudo.com.br 03/06/2022 A Avell apresentou, nesta quinta-feira (26), sua nova linha de notebooks profissionais, a HYB. Os modelos vêm equipados com processadores Intel Core de 12ª geração e as mais recentes placas de vídeo Nvidia — até o modelo GeForce RTX 3080 Ti. Com isso, a fabricante promete atender usuários que precisam de alta performance e usam o notebook para múltiplas finalidades, seja para jogar ou para rodar softwares pesados, como os de fotografia, renderização e animação 3D. Os preços dos modelos, que já estão
disponíveis para compra no site da Avell, começam em R$5.999,00 e podem chegar a R$29.999,00. A linha HYB tem cinco modelos: A55, A57, A70, A72 e C65. Todos têm design slim, peso leve e teclado RGB retroiluminado, o que permite trabalhar ou jogar em ambientes com pouca iluminação sem comprometer a visibilidade das teclas. Vale destacar ainda a conexão Thunderbolt 4, presente em alguns dos produtos. Na ocasião, a Avell também lançou o notebook gamer Storm Two. É possível personalizar todos os laptops no site oficial da marca. Especificações robustas O modelo de entrada A55 apre-
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senta, em sua versão mais básica (Essential), especificações como tela full HD de 15,6 polegadas com taxa de atualização de 144 Hz, chip Intel Core i5 12500H, placa de vídeo GeForce GTX 1650 e 8 GB de RAM. Se optar pela versão Pro, o usuário terá um notebook com 32 GB de RAM e 1 TB de armazenamento em SSD — contra 250 GB da modalidade mais simples. Outro modelo de entrada é o A57, que se diferencia por ser equipado com processador Intel Core i7 12700H. A opção intermediária da linha é o A70. Considerado carro-chefe da HYB, o modelo chega com chip Intel Core i7 12700H e duas opções de placas de vídeo dedicadas: RTX 3050 de 4 GB ou RTX 3060 de 6 GB. O notebook conta ainda com tela full HD de 15,6 polegadas com taxa de atualização de 144 Hz. Em relação a memória e armazenamento, as opções Essential e Pro oferecem 8 GB e 32 GB de RAM, e 250 GB e 3 TB (distribuídos em dois slots), respectivamente. O preço mínimo do laptop é de R$ 7.999,00. O modelo A72, por sua vez, está no patamar premium da linha. Mais robustas, suas especificações incluem placa de vídeo GeForce RTX 3070 Ti de 8 GB e processador Intel Core i7 12700H. Neste modelo, a taxa de atualização da tela full HD de 15,6 polegadas é de 240 Hz. O notebook conta ainda com porta Thunderbolt 4, que possibilita uma transferência muito mais rápida de dados. Já o armazenamento varia entre 500 GB e 2 TB; a memória RAM, entre 16 e 32 GB. A ficha técnica reflete no preço do laptop, que começa em R$ 14.299,00. 111
Chromecast do x Cloud: Microsoft lançará dispositivo para jogos em nuvem De acordo com as fontes do site, o aparelho funciona em entradas HDMI e executa o Game Pass para que seja possível aproveitar jogos na nuvem. Rayssa Machado Wellerson Mega www.tecmundo.com.br 03/06/2022 Os rumores em relação ao projeto Keystone da Microsoft praticamente acabaram. O codinome faz, na verdade, referência a um dispositivo que levará o Xbox Cloud Gaming para aparelhos mais simples, como se fosse um Chromecast do xCloud. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (26) pelo Windows Central. A partir do produto, seria possível conectá-lo em uma televisão mais antiga para rodar os games em cloud, por exemplo. O Windows Central informa também que recursos adicionais do dispositivo estão sendo testados e que ele não deve chegar ao mercado tão cedo. Um porta-voz da Microsoft confirmou que o projeto Keystone – cujo codinome foi revelado por um analista de tecnologia em março deste ano – será mesmo uma espécie de Chromecast do xCloud. “Nossa visão para o Xbox Cloud Gaming é inabalável, nosso objetivo é permitir que as pessoas joguem os jogos que quiserem, nos dispositivos que quiserem, em qualquer lugar que quiserem. Conforme anunciado no ano passado, estamos trabalhando em um dispositivo de streaming de jogos, codinome Keystone, que pode ser 112
conectado a qualquer TV ou monitor sem a necessidade de um console”, pontuou o representante da gigante de tecnologia.
se tornar realidade e o próximo “console” Xbox pode ser uma espécie de Chromecast, um TV Stick que você pluga na entrada HDMI de qualquer www.buscapé.com.br
Aparelho modelo do Chromecast que pode ser desenvolvido para jogos em nuvem.
Desde que os serviços de streaming de games surgiram, já era especulado que as próximas gerações de consoles seriam totalmente em nuvem, você só precisaria de uma televisão e um controle para jogar. Hoje, isso pode estar mais próximo de se tornar realidade. Há um tempo atrás, Phil Spencer, chefe da divisão Xbox, revelou os planos da Microsoft de levar o streaming de games (o Xcloud) diretamente para as televisões. Aparente, isso está mais próximo de
televisão e já pode aproveitar tudo que o serviço pode oferecer. A princípio, pode parecer estranho que esse seja o futuro dos consoles, você ter todo o potencial do poderoso hardware da nova geração em um simples TV Stick, smartphone ou qualquer dispositivo com tela que esteja conectado a uma rede wi-fi. Mas esse é o futuro de um mundo cada vez mais conectado. A próxima guerra de consoles não será sobre consoles, mas sobre servidores.
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WhatsApp: editar mensagens já enviadas pode se tornar realidade; entenda Aplicativo de mensagens disponível para celulares Android e iPhone (iOS) está desenvolvendo uma série de recursos para melhorar a experiência de usuários; confira www.eficazmarketing.com.br
Aplicativo Whatsapp testará o recurso de edição de mensagens em sua nova atualização.
Rayssa Machado Wellerson Mega www.techtudo.com.br 03/06/2022 O WhatsApp deve contar com um recurso de edição de mensagens em breve. Depois do anúncio da possível chegada de ferramentas como filtro de conversas e manutenção de mensagens temporárias à versão beta do Whatsapp para Android, iPhone (iOS) e Desktop, agora é a vez da alteração de mensagens de texto. A novidade foi compartilhada na última terça-feira (31) pelo site especializado WABetaInfo, que informou que o recurso está
em fase de desenvolvimento atualmente. A seguir, veja tudo sobre o botão de editar texto do WhatsApp que pode ser liberado. Se incluída na versão oficial do WhatsApp, o recurso de editar mensagens já enviadas será muito útil para quem desejar consertar trechos com erro de digitação, ou para quem precisar refazer textos que foram mandados por engano. Com a implementação, é possível que as mensagens não sejam mais apagadas com tanta frequência por quem faz uso dessa funcionalidade. De acordo com o portal que divulgou a notícia em pri-
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meira mão, não deve existir um “histórico de edições” para poder visualizar todas as alterações que foram feitas numa mesma mensagem - mas isso pode mudar até o lançamento do recurso. Por outro lado, existe a possibilidade de ter um “tempo determinado” para poder realizar modificações no texto enviado, que ainda é desconhecido. Embora a função esteja em fase de desenvolvimento no beta do aplicativo de mensagens, ainda não foi confirmada uma data específica para que ela fique disponível para celulares Android e iPhone (iOS), ou mesmo em computadores. Vale ressaltar que a ferramenta pode nem sequer ser lançada, já que se trata apenas de um teste. Contudo, ao que parece, a possibilidade de alterar textos no WhatsApp já havia sido anunciada no Twitter do WABetaInfo há cerca de 5 anos atrás, mas foi descartada pela equipe do app. Segundo rumores, o projeto foi descontinuado por apresentar um funcionamento muito desordenado, o que poderia deixar o uso do recurso confuso e, ao invés de facilitar, piorar a experiência de usuários do mensageiro da Meta. 113
Samsung pode parar a produção de telas LCD em 2022 Queda nos preços de fabricantes concorrentes teria antecipado planos da empresa. Telas LCD deixariam de ser fabricadas e dariam mais espaço a displays OLED e QLED. www.noticiasaominuto.com.br
Tela LCD Samsung que deixará de ser produzida em 2022.
Rayssa Machado Wellerson Mega www.techtudo.com.br 03/06/2022 A gigante sul-coreana Samsung pode deixar de fabricar telas LCD e passar a produzir apenas displays OLED e Quantum Dot (QLED), apontam rumores. Segundo informações da imprensa local, a mudança acontecerá em junho de 2022 e foi motivada por prejuízos causados pela queda nos preços das telas LCD produzidas por fabricantes de China e Taiwan. A Samsung ainda não se pronunciou sobre o assunto. De acordo com o jornal The Korea Times, caso confirmada a informação, a subsidiária Samsung Display encerrará a produção de telas LCD seis meses antes do previsto. A princípio, a decisão de mu114
dar o foco dos negócios para painéis OLED aconteceria no final de 2020. Porém, por conta da pandemia de Covid-19, a demanda por eletrônicos com LCD disparou e a decisão acabou adiada para o fim de 2022. Com isso, a expectativa é que a Samsung passe a usar displays LCD fabricados por empresas chinesas e taiwanesas em seus produtos mais
baratos, enquanto gadgets premium usarão apenas telas OLED ou QLED (que usa uma versão mais avançada dos painéis LCD). A empresa tem parceria com a chinesa BOE Technology Group e com a taiwanesa AU Optronics. Atualmente, além dos displays citados acima, a empresa sul-coreana também conta com painéis de microLED, que conta com milhares de pontos de LED para fazer a retro iluminação, melhorando a definição dos tons mais escuros. A vantagem dessa tecnologia é que ela é tem qualidade semelhante ao das telas OLED (que atualmente é a melhor tecnologia para displays), porém sofre menos riscos de causar burn-in, as temidas manchas que ficam marcadas na tela com o tempo de uso. www.itigic.com
Diferenças entre telas OLED e QLED (LED). Qual delas é a melhor?
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COMO AS FINTECHS USAM INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL PARA TRANSFORMAR O MERCADO Empresas introduzem inovações no mercado financeiro por meio do uso intenso de tecnologias Helena M. Guimarães Paulo Eduardo Machado Fonte: ecommercebrasil.com.br Em: 24/05/2022
Aumenta o uso intenso de tecnologias no mercado financeiro
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Fintech, de acordo com a definição do Banco Central do Brasil, é uma empresa que introduz inovações no mercado financeiro por meio do uso intenso de tecnologias. Literalmente, o termo representa a junção do ramo financeiro (fin) com a tecnologia (tech). Esse é um campo bastante promissor, cujo valor de mercado global deve chegar aos US$ 305 bilhões em 2025, segundo a GlobeNewswire. E o Brasil ocupa um lugar de destaque nesse panorama, sendo o maior ecossistema de fintechs da América Latina, como indica o ranking da empresa alemã Mambu. Isso porque a adesão dos brasi-
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A IA vem revolucionando o mercado do e-commerce
leiros tem sido cada vez maior. No caso dos bancos digitais, por exemplo, o Bank of America aponta que já existem 8% de usuários exclusivos desse serviço no país. Em 2019, o número era de apenas 3%. Mas o sucesso desse mercado talvez seja mais bem definido pela forma como as fintechs usam a inteligência artificial (AI) como diferencial para atrair o público. Quer saber mais a respeito? Então acompanhe a explicação.
Por dentro do ecossistema das fintechs O crescimento dessas empresas no Brasil está ligado a uma série de fatores. O primeiro deles é a crescente demanda dos brasileiros por serviços digitais, considerando que temos mais de 165 milhões de pessoas no país conectadas à Internet, segundo o relatório Digital Brazil: 2022. Outro motivo é a especialização. A Distrito revela que existem 1.289 fintechs no Brasil, atuando em pelo menos 14 categorias diferentes: meios de pagamento, crédito, investimentos, criptomoedas, back office, serviços digitais, risco e compliance, finanças pessoais, tecnologia, fidelização, dívidas, financiamento coletivo, câmbio e cartões. Ou seja, elas são capazes de oferecer soluções muito mais específicas e customizadas para diferentes perfis. Nesse sentido, ainda temos a questão do engessamento das instituições financeiras tradicionais. A burocracia é uma das razões por que 16,3 milhões de brasileiros sequer possuem conta bancária, conforme revela o Instituto Locomotiva. Sobretudo, a forma como as fintechs usam a inteligência artificial é uma das principais razões para a expansão desse mercado. O uso da IA não só aumenta a eficiência e a rentabilidade das empresas do setor financeiro, como traz mais agilidade aos usuários. Casos de uso da inteligência artificial nas fintechs Para deixar claro, a inteligência artificial refere-se à capacidade de processamento de um grande volume de informações, podendo caber à máquina o papel de interpretá-las e definir um curso de ação conforme sua programação.
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As fintechs usam a IA para atrair o público
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Dentro dela, ainda temos machine learning, ou aprendizagem de máquina, que permite à IA adaptar-se diante de novas informações. Vejamos então alguns casos em que esses dois conceitos são aplicados no ecossistema das fintechs. Automação do atendimento O diferencial das fintechs começa no atendimento ao cliente. Por meio de plataformas proprietárias
ou aplicativos populares como o WhatsApp, as empresas com DNA tecnológico oferecem uma comunicação mais ágil e intuitiva. Análise de documentos Os bancos digitais mostraram como pode ser fácil abrir uma conta pela Internet, sem necessidade de o cliente visitar uma agência física. No entanto, por trás dessa aparente simplicidade, as fintechs
empregam diversas soluções em inteligência artificial para garantir a segurança das operações em muito menos tempo do que uma instituição tradicional levaria. Gestão de riscos e segurança Falando em segurança, uma função importante da inteligência virtual nas fintechs é o cruzamento de diferentes dados para gerir o risco individual de cada consu-
“O diferencial das fintechs começa no atendimento ao cliente. Por meio de plataformas proprietárias ou aplicativos populares como o WhatsApp, as empresas com DNA tecnológico oferecem uma comunicação mais ágil e intuitiva.” conteudos.xpi.
Empresas com DNA tecnológico oferecem comunicação ágil e intuitiva
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você sabe realmente o que é fintech?
A própria palavra fintech já entrega sua essência: é a junção das palavras financial (financeiro) e technology (tecnologia) As fintechs são frutos da 4ª Revolução Industrial que marca nossa vida atualmente. No setor produtivo, fábricas inteligentes já começam a produzir itens customizados em larga escala, sem a necessidade de estoques. No mercado financeiro, essa revolução também vem mudando conceitos antigos e transformando o setor. Muita gente já usa os serviços dessas empresas, mas sem saber essencialmente o que significa fintech. As fintechs são empresas que redesenham a área de serviços financeiros com processos inteiramente baseados em tecnologia. Mas esses serviços inovadores não se resumem a bancos digitais. Apesar de estarem sob um mesmo nome, essas empresas podem oferecer produtos e serviços diferentes entre si. Veja algumas possíveis áreas de atuação que uma fintech pode ter:
Fintechs de pagamento As fintechs de pagamento surgem para facilitar nossa vida quando o assunto é compra e venda. Podem oferecer novidades em cartões de crédito ou máquinas de cartão, por exemplo. Nessa categoria, entra o Nubank, que surgiu como uma empresa de cartão de crédito sem taxas e anuidade, além de cobrar juros rotativos abaixo da média de mercado.
midor. Em questão de segundos, uma seguradora pode calcular o valor mais adequado de uma apólice enquanto reduz os riscos para si, por exemplo. Além disso, a partir da aprendizagem de máquina, é possível que o sistema evolua com base no comportamento do consumidor, oferecendo soluções mais personalizadas ou detectando ações fora do padrão que possam configurar uma ameaça às finanças dele.
sempre foi um obstáculo para o consumidor, impedindo o acesso à compra de bens necessários. Porém, a IA permite que as empresas calculem melhor o risco de cada cliente, com redução de erros na hora de aceitar ou negar um crédito. Desse modo, o e-commerce também ganha com a IA das fintechs de pagamento. No caso do BNPL, graças à maior precisão na análise de crédito, algumas empresas do segmento conseguem absorver o risco de inadimplência e prejuízo no comércio eletrônico, garantindo o pagamento do lojista. Isso sem valor na rapidez: a avaliação pode ocorrer em questão de minutos.
Análise de crédito A agilidade obtida com a inteligência virtual também é usada pelas fintechs de pagamento, como no segmento de crediário digital, ou BNPL. A análise de crédito
Fintechs de crédito ou empréstimo Já pensou aproximar quem precisa de dinheiro e quem pode emprestar cobrando juros menores? Bem, é essa a ideia das fintechs de crédito ou empréstimo. Elas possuem estrutura enxuta e realizam análise de crédito a partir de soluções tecnológicas para melhorar a dinâmica dos serviços financeiros.
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Fintechs de Bitcoins Com a febre dos Bitcoins mundo afora, surgiram fintechs para facilitar as transações dos investidores por aqui. Empresas como a Mercado Bitcoin cresceram muito em pouco tempo, aproveitando o interesse pela novidade digital. Fintechs de controle financeiro Para quem precisa manter as finanças em ordem, vieram as fintechs de controle financeiro. A Organizze, por exemplo, auxilia no controle de despesas pelo celular, permitindo a criação de categorias de gastos e definição de metas.
Outra vantagem da análise de crédito por inteligência artificial é a possibilidade de criar serviços mais flexíveis para o consumidor. Por exemplo, com o boleto ou Pix parcelado, é possível parcelar as compras em até 24 vezes sem necessidade de cartão de crédito. Isso é capaz de reduzir drasticamente o abandono de carrinho no e-commerce. Esses são alguns exemplos de por que as fintechs estão substituindo processos engessados e lentos, com o uso da IA no centro dessa transformação. Agora sua empresa precisa acompanhar essa mudança.
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investnews.
O setor de vendas on-line registrou um salto recorde em 2020
COM PANDEMIA, COMÉRCIO ELETRÔNICO TEM SALTO E DOBRA EM PARTICIPAÇÃO NO VAREJO BRASILEIRO Vendas cresceram 68% no ano passado e peso do e-commerce no faturamento total do varejo passou para um patamar acima de 10% Helena M. Guimarães Paulo Eduardo Machado Fonte: g1.globo.com Em: 26/02/2021 O setor de vendas on-line registrou um salto recorde em 2020, refletindo o aumento na demanda por conta da pandemia de coronavírus e também o maior número de empresas que decidiram entrar no comércio eletrônico. Segundo levantamento da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), em parceria com a Neotrust, o crescimento nas vendas foi de 68% na comparação com 2019, elevando a parti-
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cipação do e-commerce no faturamento total do varejo, que passou de 5% no final de 2019 para um patamar acima de 10% em alguns meses do ano passado. A associação estima que 20,2 milhões de consumidores realizaram pela primeira vez uma compra pela internet em 2020 e que 150 mil lojas passaram a vender também por meio das plataformas digitais. Foram mais de 301 milhões de compras pela internet, com um valor médio de R$ 419, segundo o balanço. “No auge da quarentena, com as pessoas tentando praticar o isolamento social, a gente chegou a ter o registro de uma nova
loja virtual a cada minuto”, afirma Rodrigo Bandeira, vice-presidente da ABComm. “O setor enfrentou números nunca vistos antes, um crescimento repentino, não planejado e não esperado”, acrescentou. O salto do comércio eletrônico em 2020 foi o maior já visto no país, mas não há estatísticas oficiais atualizadas sobre o avanço da participação desse canal nas vendas totais do comércio. Com base na última Pesquisa Anual de Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e em dados da Receita Federal, a Confederação Nacional
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do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) calcula que a participação das vendas pela internet no varejo brasileiro era de 3,8% em 2018 e atingiu pelo menos 6% em 2020. Segundo a CNC, dados da Receita sobre notas fiscais eletrônicas mostram que o faturamento real do e-commerce, descontada a inflação, avançou 37% ante 2019, totalizando um valor recorde de R$ 224,7 bilhões no ano passado. “A gente percebe que há um processo de ganho de relevância das vendas online no total das vendas do varejo. O e-commerce passou a ser uma estratégia vital, em alguns casos até mesmo em termos de sobrevivência do estabelecimento”, afirma Fabio Bentes, economista-chefe da CNC, destacando que os valores movimentados são ainda mais vultosos se considerados também o B2B (empresa para empresa) e o C2C (cliente para cliente). Junto com o auxílio emergencial, o avanço do comércio eletrônico foi o que garantiu o varejo brasileiro fechar 2020 no azul, com alta
de 1,2%, segundo dados do IBGE, em um ano em que a economia teve contração estimada em mais de 4%. Balanços das grandes empresas do setores e relatórios de mercado também confirmam o desempenho impressionante do comércio eletrônico em 2020, na contramão da economia. O Magazine Luiza, por exemplo, reportou um crescimento de 148% nas vendas digitais da companhia no 3º trimestre, na comparação com o mesmo período de 2019. O salto fez o canal responder por dois terços das vendas totais (66%), um avanço de 18 pontos percentuais. Outras grandes empresas do setor também anunciaram investimentos vultosos nos últimos meses. A Dafiti inaugurou neste mês em Extrema (MG) seu maior centro de distribuição na América Latina. Com um investimento de mais de R$ 300 milhões, a unidade tem capacidade para a separação de até 5 mil produtos por hora mediante o uso de robôs. Já o Mercado Livre, que se tornou escoladeecommer-
O cargo de auxiliar de logística foi a posição com maior crescimento Trabalho acadêmico da turma C301x Editoração Eletrônica da Facha - Período 2022.1
“A gente percebe que há um processo de ganho de relevância das vendas online no total das vendas do varejo. O e-commerce passou a ser uma estratégia vital, em alguns casos até mesmo em termos de sobrevivência do estabelecimento” no ano passado a maior empresa da América Latina em valor de mercado, anunciou a abertura de cinco novos centros logísticos no Brasil até o fim de 2021, dobrando a capacidade logística no país. Setor é destaque também na criação de vagas Com o “boom” das vendas on-line, as ocupações ligadas à expansão do comércio eletrônico também foram destaques na criação de vagas formais na pandemia. Segundo a CNC, o cargo de auxiliar de logística foi a posição com maior crescimento no saldo de postos de trabalho com carteira assinada no país em 2020, com alta de 28,1%. Ao todo, foram quase 20 mil vagas (19.276). A abertura de novas vagas também foi expressiva para estoquistas (alta de 19,1%, com acréscimo de 12.304 vagas) e para embaladores de produtos (crescimento de 12,7%, com 23.677 vagas) – taxas bem acima da variação média de 0,4% registrada no país, que fechou 2020 no saldo de 142 mil novos postos formais de trabalho. 121
A pandemia também acelerou o processo de digitalização de muitas empresas. Segundo a última pesquisa feita pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) sobre o impacto da Covid, 70% dos micro e pequenos negócios passaram a utilizar a internet para potencializar suas vendas, com 23% deles optando por criar um site próprio para vendas on-line. De acordo com a CNC, os segmentos em que o e-commerce re-
presentou em 2020 a maior fatia nas vendas totais foram informática, livraria e papelaria e móveis e eletrodomésticos. O avanço do comércio eletrônico em meio à pandemia foi puxado pelas categorias que já possuem maior atuação nas vendas pela internet como telefonia, eletrônicos e eletrodomésticos, mas foi observada também uma maior penetração de segmentos como brinquedos, esporte e lazer, e pets. Segundo a ABComm, a maior ne-
cessidade de comprar online por conta das medidas de restrição e de distanciamento social contribuiu na mudança de hábitos de consumo dos brasileiros. “Num primeiro momento, houve um aumento exponencial nos setores mais relevantes para o consumo imediato. Mas, com a continuidade das restrições de acesso ao comércio tradicional, esse avanço acabou alcançando inclusive outras categorias como games e brinquedos, esporte e la-
“O avanço do comércio eletrônico em meio à pandemia foi puxado pelas categorias que já possuem maior atuação nas vendas pela internet como telefonia, eletrônicos e eletrodomésticos, mas foi observada também uma maior penetração de segmentos como brinquedos, esporte e lazer, e pets.” zer, informática e mesa e banho”, explica Bandeira. No Reino Unido e Coréia do Sul, participação é de mais de 20% Relatório divulgado no começo de fevereiro pela XP Investimentos avaliou que a penetração de e-commerce passou de 6% em 2019 para 9% em 2020. Os analistas destacam, no entanto que essa taxa ainda é pequena quando comparada com os números de outros países, “sendo a China a lí122
der, com uma penetração de 35%, seguida pelo Reino Unido e Coréia do Sul com 22%”. A XP vê espaço para continuidade de um ritmo forte de crescimento do setor e projeta um crescimento de 32% as vendas on-line em 2021. “Apesar do forte desempenho em 2020, acreditamos que parte da mudança para o online é estrutural, enquanto esperamos que 2021 ainda reflita as restrições da Covid-19, principalmente no pri-
meiro semestre, e, portanto, continue a motivar compras on-line”, avaliaram os analistas da XP, alertando ainda que há o risco de que parte dos gastos feitos no ano passado no comércio eletrônico sejam direcionados nos próximos meses para categorias que foram negligenciadas em 2020, como turismo, entretenimento e vestuário. A consultoria Ebit/Nielsen projeta um crescimento de 26% no faturamento do comércio eletrônico em 2021. Já a ABComm estima um
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avanço de 18% neste ano, destacando as incertezas em torno do controle da pandemia e avanço da vacinação. “Sem um cenário controlado de saúde pública, que infelizmente no Brasil está um pouco longe de acontecer, e sem um cenário econômico de pelo menos uma perspectiva de estabilidade, não dá para se pensar em manutenção e administração de números elevados de consumo, seja online ou físico”, afirma Rodrigo Bandeira. Barreiras e desafios Para continuar avançando em ritmo acelerado, o comércio eletrônico precisa também aumentar os investimentos em logística, transparência e qualidade serviço e de atendimento, para ampliar tanto o número de consumidores como de frequência de compras pela internet.
“É necessário capacitação, planejamento e organização para que você mantenha o e-commerce como um canal satisfatório e com qualidade de entrega”, reconhece o porta-voz da ABComm. Outro desafio é ampliar a relevância de setores que ainda engatinham no comércio eletrônico. O de supermercados e alimentos, por exemplo, que possui o maior peso no faturamento do varejo, ainda enfrenta barreiras relacionadas a hábitos de consumo e dificuldades logísticas para a distribuição de produtos perecíveis. “A barreira se chama logística. Imagina por exemplo a quantidade de centros de distribuição para uma logística de distribuição de hortaliças poder funcionar com qualidade”, afirma Bentes. Outra categoria que ainda enfrenta obstáculos para conseguir uma maior penetração é o vestuário.
“O setor de moda tem uma oportunidade incrível no comércio eletrônico, mas precisa buscar uma padronização em relação às suas medidas e tamanhos, porque isso gera um retrabalho, muitas trocas e devoluções”, diz o dirigente da ABComm. É praticamente consenso, porém, que ainda há muito espaço para o crescimento do e-commerce e que as perspectivas seguem promissoras para o setor. A tendência “A tendência é que o processo de ganho de representatividade continue. O consumidor mais jovem, que vai entrando ano a ano no mercado, consome tudo pelo celular, não é nem mais pelo computador. Então, a chance de um crescimento de dois dígitos é bem provável que aconteça de novo em 2021”, afirma o economista da CNC. neilpatel.com
O salto do comércio eletrônico foi o maior já visto no país
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Nikola Jokic vence prêmio de jogador mais valioso da NBA pelo segundo ano consecutivo A NBA elege desde a temporada de 1955-56, o jogador mais valioso da temporada (MVP - Most Valuable Player). Bradford
Lucas Oliveira e Luiz Marcelo Fonte: Ge Em: 11/05/2022 O vencedor recebe o troféu Maurice Podoloff, em homenagem ao primeiro comissário da NBA, que presidiu a liga entre 1946 e 1963. A votação é iniciada logo após o fim da temporada regular, ou seja, não considera os playoffs para eleger o mais valioso da temporada. Até a temporada de 1979-80, a votação era realizada entre os próprios jogadores da liga, mas desde então, o prêmio é dado por jornalistas credenciados tanto nos Estados Unidos quanto no Canadá. Stephen Curry foi o primeiro jogador a vencer de forma unânime. Hakeem Olajuwon da Nigéria, Duncan das Ilhas Virgens Americanas, Nash do Canadá, Dirk Nowitzki da Alemanha, Giannis Antetokounmpo da Grécia e Nikola Jokić da Sérvia são os únicos jogadores internacionais a vencer o prêmio. O pivô Nikola Jokic, do Denver Nuggets, é o MVP da NBA pela segunda temporada consecutiva. O anúncio foi feito pela liga na noite desta quarta (11). O sérvio recebeu 65 votos para o primeiro lugar dos 100 possíveis. Participaram da eleição jornalist especializados e comentaristas dos Estados 126
Fonte: Dustin
Fonte: Dustin Bradford Fonte: Dustin Bradford Fonte: Dustin Bradford
Jokic é o 14º jogador na história da NBA a ganhar o MVP mais de uma
vez
Unidos e do Canadá. O astro superou os finalistas Joel Embiid, do Philadelphia 76ers, que terminou em segundo lugar, e Giannis Antetokounmpo, do Milwaukee Bucks, que ficou em terceiro. Devin Booker, Luka Doncic, e Jayson Tatum também foram bastante lembrados. Confira o resultado integral da votação abaixo. Aos 27 anos, o jogador teve as melhores médias de sua carreira de sete temporadas na NBA em pontos (27,1), rebotes (13,8), roubos (1,5) e tocos (0,9). As 7,9 assistências foram a segunda melhor marca, só atrás da última tempo-
rada. Jokic liderou os Nuggets ao sexto lugar da Conferência Oeste na temporada regular. O time acabou eliminado na primeira fase dos playoffs pelo Golden State Warriors por quatro jogos a um. Primeiro pivô a alcançar o prêmio desde Shaquille O'Neal, em 2000, o sérvio superou o cestinha da temporada regular, Joel Embiid, e um dos mais premiados jogadores da atualidade, Giannis Antetokounmpo, que foi MVP das últimas finais. É o quarto ano consecutivo que um jogador de fora dos Estados Unidos leva o prêmio individual mais importante da NBA. Antes mesmo de anunciarem
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oficialmente o vencedor da corrida para MVP da NBA, Joel Embiid já deu declarações sobre o prêmio. Sem esconder sua decepção, o pivô do Philadelphia 76ers se perguntou o que mais deveria fazer para finalmente levar o título, visto que é o segundo ano seguido em que ele bate na trave. Segundo apurações da ESPN americana, o sérvio Nikola Jokic, do Denver Nuggets, conseguiu defender sua coroa e venceu a corrida de MVP pela segunda vez consecutiva. Na temporada passada, Jokic e Embiid também disputaram diretamente pelo prêmio. Joel Embiid declarou que já sabia há semanas que o pivô do Denver levaria o título de jogador mais valioso da liga norte-americana. Mesmo insatisfeito, o defensor do 76ers parabenizou Jokic.“Primeiramente, quero dar parabéns a Nikola [Jokic]. Ele mereceu o prêmio, pois fez uma temporada sensacional. Havia muitos candidatos e, por isso, não
existia a escolha certa ou errada. Poderia ter sido Giannis Antetokounmpo ou até mesmo Devin Booker, por exemplo. Então, acho que critérios mudam para atender narrativas”, disse Embiid. O jogador de Philadelphia também fez um apelo e criticou os responsáveis pela votação do prêmio, que inclui membros da grande mídia americana. “Eu lembro de um podcast em que um repórter disse algo como ‘f***-se Jalen Green’. Soou, certamente, que tinha alguma rixa pessoal com o jogador. Se você permite que essa pessoa vote, não será justo. E se esse atleta estivesse na briga por um prêmio ou para ser All-Star? Eu não acho que seja justo, pois não acho que seja certo algo assim”, afirmou Embiid. Ainda indignado, Joel Embiid alegou que não comenta mais sobre o prêmio e diz não saber mais o que fazer para vencer a corrida. “Então essa é realmente a única coisa que vou dizer sobre esses dito: USA TODAY Sports
prêmios. Eu não sou louco. São dois anos seguidos que me coloco nessa posição. Na última temporada, por exemplo, fiz campanha para vencer. Realmente já não sei o que mais preciso fazer para conquistar esse prêmio antes de aposentar-me”, finalizou o pivô.
Crédito: USA TODAY SportsCré-
Nikola Jokic e Joel Embiid em disputa de partida pela NBA
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NBA: Miami Heat e Boston Celtics duelam em final do Leste sem favorito As duas franquias mais bem-sucedidas da Conferência Leste da NBA nas últimas duas décadas voltam a se encontrar na decisão de 2022, a partir desta terça-feira, em um confronto sem favorito claro. O Miami Heat tem a vantagem do mando de quadra, por conta do primeiro lugar na temporada regular. O Boston Celtics vem embalado depois de varrer o Brooklyn Nets, de Kevin Durant e Kyrie Irving, e derrubar os atuais campeões, o Milwaukee Bucks, em sete jogos. Jayson Tatum, Jaylen Brown e companhia tiveram o ataque e a defesa mais eficientes da liga nos três últimos meses da campanha, em pontos por posse de bola. Marcus Smart foi eleito o melhor defensor da NBA. Al Horford voltou a brilhar nos playoffs. O novato técnico Ime Udoka conta com um naipe poderoso de ferramentas entre os reservas dos Celtics, e encontrou o ajuste ideal na rotação a partir da virada do ano. A cultura estabelecida pelo ex-comandante Brad Stevens, hoje presidente de operações de basquete, foi refinada. Encanta pela versatilidade dos jogadores e capacidade de adaptação ao estilo dos adversários. Vai rivalizar contra outro modelo bem consolidado. O Heat é conhecido por depurar talentos - muitos deles não-draftados - e fazê-los trabalhar para o time. Jimmy Butler, Bam Adebayo e Tyler Herro, melhor sexto homem do ano, são remanescentes de uma final perdida para os Lakers em 2020. Revanche do duelo na bolha de Orlando Miami inicia sua oitava final do Leste nas últimas 18 tempora128
USA TODAY
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Tatum, do Celtics, e Butler, do Miami Heat, se enfrentam nas finais da Conferência Leste da NBA
das, ao passo que Boston chega à sétima em 15 anos. Os times se encontraram há duas temporadas, na bolha de Orlando, com vitória do Heat por 4 a 2 e vaga numa final que terminou em frustração. A base do elenco é a mesma, à exclusão de Goran Dragic e Jae Crowder. Do outro lado, Kemba Walker e Gordon Hayward tomaram outros rumos. Em 2020-2021, ambos os times caíram na primeira rodada dos playoffs.
nharam duas e perderam uma. O primeiro encontro aconteceu em 4 de novembro de 2021, em Miami, e terminou 95 a 78 para Boston. No dia 31 de janeiro, um atropelamento de 122 a 92 em casa. Miami devolveu parcialmente no dia 30 de março, também em Boston, com um 106 a 98 fundamental para a classificação final. O Heat terminou em primeiro do Leste com duas vitórias de vantagem sobre o rival, segundo colocado.
"Esta é uma série de reminiscências. Se ambas as equipes estão realmente no topo de seus jogos, nenhuma vai marcar 130 pontos. Ambas dependem da defesa sólida e de múltiplos esforços, e de ser disciplinadas a esquemas. Portanto, serão muitas jogadas e coisas nas margens. É o que se espera. Realmente, fomos os dois melhores times do Leste na maior parte da temporada e é apropriado que estejamos nas finais da conferência”, Erik Spoelstra, técnico do Miami Heat, nesta segunda-feira. Na atual campanha, os Celtics ga-
Na primeira rodada da pós-temporada, eliminou o Atlanta Hawks por 4 a 1. Na sequência, encarou o perigoso Philadelphia 76ers sem Joel Embiid nos dois primeiros jogos. Todos os duelos foram vencidos pelos mandantes até um jogo 6 abaixo da crítica dos Sixers. Em especial, de James Harden, que só tentou dois arremessos e não fez um ponto sequer no segundo tempo. Ele não cobrou nenhum lance livre em 43 minutos de quadra. Responsabilidade nas mãos Jimmy Butler tem média de 28,7 pontos nos playoffs de 2022, um
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acréscimo de 5,8 pontos sobre sua pós-temporada mais artilheira anteriormente. Chamar a responsabilidade para si tem sido a marca do veterano de 32 anos e 11 campanhas na NBA. Ele é o maior pilar do quinto ataque mais eficiente dos playoffs, em pontos por posse de bola. Miami tem ainda a segunda melhor defesa. Boston é o oitavo melhor ataque e a terceira melhor defesa. Por outro lado, o Heat vai precisar de mais do que os 13,8 pontos por jogo de Tyler Herro, ou os 14,6 de Bam Adebayo. Contratado para completar o arsenal ofensivo, especialmente nos momentos decisivos da temporada, o armador Kyle Lowry perdeu seis dos últimos oito jogos com lesão na coxa e já está vetado para o jogo 1. Do lado dos Celtics, o pivô Robert Williams e o armador Marcus Smart são dúvidas para a abertura. Responsabilidade nas mãos Jimmy Butler tem média de 28,7 pontos nos playoffs de 2022, um acréscimo de 5,8 pontos sobre sua pós-temporada mais artilheira anteriormente. Chamar a responsabilidade para si tem sido a marca do veterano de 32 anos e 11 campanhas na NBA. Ele é o maior pilar do quinto ataque mais eficiente
dos playoffs, em pontos por posse de bola. Miami tem ainda a segunda melhor defesa. Boston é o oitavo melhor ataque e a terceira melhor defesa. Por outro lado, o Heat vai precisar de mais do que os 13,8 pontos por jogo de Tyler Herro, ou os 14,6 de Bam Adebayo. Contratado para completar o arsenal ofensivo, especialmente nos momentos decisivos da temporada, o armador Kyle Lowry perdeu seis dos últimos oito jogos com lesão na coxa e já está vetado para o jogo 1. Do lado dos Celtics, o pivô Robert Williams e o armador Marcus Smart são dúvidas para a abertura. “Jogamos contra eles duas vezes no início, mais uma vez recentemente. Conhecemos muito bem. Diria que são mais tradicionais no que estão fazendo dos dois lados (defesa e ataque) do que um time como Milwaukee, com um jogador como Antetokounmpo. [E os Nets] com Durant, de alguma maneira. Miami é um time muito bem treinado, não vão perder para si mesmos”, Ime Udoka, técnico do Boston Celtics, nesta segunda-feira (16). Boston, no entanto, dispõe de armas numerosas no banco, como Grant Williams, Derrick White e
Daniel Theis, que podem ocupar os minutos, se necessário. De toda forma, o peso da decisão estará nos ombros de Jayson Tatum e Jaylen Brown, grandes ameaças no garrafão ou na linha de três pontos. Os Celtics fizeram 53 cestas de fora a mais do que Milwaukee na série de sete jogos, um recorde histórico na NBA. Prova de que, no ataque e na defesa, o perímetro tem sido território verde.
Agenda: Jogo 1 (17/05) - Heat x Celtics Jogo 2 (19/05) - Heat x Celtics Jogo 3 (21/05) - Celtics x Heat Jogo 4 (23/05) - Celtics x Heat Jogo 5 (25/05) - Heat x Celtics Jogo 6 (27/05) - Celtics x Heat Jogo 7 (29/05) - Heat x Celtics
The Game
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Ime Udoka e Eric Spolstra medem força na final final do Leste.
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Golden State aposta no coletivo diante de Dallas Mavericks na final do Oeste
NBA: Warriors e Mavericks iniciam final do Oeste com duelo de estilos As memórias da dinastia estão vivas na Baía de San Francisco, casa do Golden State Warriors. Mas, para voltar a disputar o troféu Larry O’Brien depois de três anos, Stephen Curry, Klay Thompson e Draymond Green terão pela frente um talento geracional em Luka Doncic, e um Dallas Mavericks em ascensão em termos defensivos e de confiança. A final da Conferência Oeste começa nesta quarta-feira (18), na Califórnia, às 22h, com transmissão do sportv2. Os Mavs acabam de eliminar o Phoenix Suns, melhor time da NBA na temporada regular, num atropelo no jogo 7 fora de casa. Na primeira rodada dos playoffs, passaram pelo Utah Jazz em seis duelos. Foi a primeira vez em 11 anos que a franquia venceu uma série de pós-temporada. Apesar do jogo centrado em Luka Doncic, o time foi capaz de vencer duas vezes nos três duelos em que o astro foi desfalque, por lesão na 130
panturrilha. É a primeira final de conferência do prodígio esloveno, de 23 anos, em sua terceira experiência nos playoffs. Ele tem médias de 31,5 pontos, 10,1 rebotes e 6,6 assistências em 10 duelos disputados. Mas, ao contrário das últimas campanhas, Doncic não está sozinho. Dallas apostou e ganhou com o talento de Jalen Brunson no time titular. Ele se tornou o fiel escudeiro e a segunda referência ofensiva. A chegada do técnico Jason Kidd gerou desconfiança inicial, por seus quatro anos frágeis à frente do Milwaukee Bucks, mas a evolução do time em termos defensivos foi evidente. No meio da campanha, os Mavs ainda trocaram Kristaps Porzingis por Spencer Dinwiddie, mais um armador capaz de criar para os companheiros e também finalizar. A quantidade de jogadores versáteis, capazes de defender múltiplas posições e atirar do perímetro, é farta. “O que é crucial no crescimento e desenvolvimento de Dallas
é a continuidade que eles têm no elenco. Esses caras se conhecem muito bem. Tantos times adicionando novos jogadores e você olha para Dallas, Finney-Smith, Kleber, Luka [Doncic], Brunson, isso realmente importa. Quando um técnico novo chega e encontra um grupo que já estava junto - foi o mesmo comigo aqui - é muito mais simples de implementar mudanças”, disse Steve Kerr, técnico dos Warriors, nesta terça-feira. Do outro lado, a sequência de cinco finais e três títulos, entre 2015 e 2019, foi interrompida por duas temporadas marcadas por lesões dos seus astros. Desta vez, apesar dos percalços físicos ao longo do ano, o trio dos Warriors pode atuar junto nos 11 jogos dos playoffs. A máquina azeitada que encantou a NBA, de movimentação incessante com e sem a bola, grande quantidade de assistências e bolas de três, e versatilidade defensiva, está de volta. Os tricampeões ainda lapidaram o talento de Jordan Poole, o “terceiro Splash Brother”, que aprovei-
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tou as oportunidades e aumentou o poder de fogo na ausência dos companheiros veteranos. Outra evolução clara foi de Andrew Wiggins. Ele é peça central no sistema defensivo, o segundo mais eficiente da temporada regular, mas seu crescimento ofensivo o levou ao All-Star Game pela primeira vez em 2022. “[A pressão sobre Dallas] continua leve. E deve ser leve. Os Warriors são um time realmente bom. Nós vimos o que eles fizeram nesta temporada. E então, com Steph e Klay e Draymond. Eles já viram de tudo. E eles estão em uma missão para tentar ganhar um campeonato”, disse Jason Kidd nesta terça, admitindo favoritismo dos adversários na série. Os Mavericks ganharam três dos quatro duelos entre os times na temporada regular, mas Draymond Green não esteve presente em três deles. Golden State terá a vantagem do mando de quadra por ter ficado em terceiro na Conferência Oeste, ao passo que Dallas terminou em quarto. Os Warriors eliminaram o Denver Nuggets, do MVP, Nikola Jokic, em cinco jogos. Em seguida, passaram pelos Grizzlies em seis duelos.
AGENDA Jogo 1 (18/05): Warriors x Mavs, Jogo 2 (20/05): Warriors x Mavs, Jogo 3 (22/05): Mavs x Warriors, Jogo 4 (24/05): Mavs x Warriors, Jogo 5 (26/05): Warriors x Mavs, Jogo 6 (28/05): Mavs x Warriors, Jogo 7 (30/05): Warriors x Mavs,
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Medina se empolga para retornar à WSL em G-Land: “Amarradão” Tricampeão mundial afirma estar bem física e mentalmente após período cuidando da saúde mental, mas evita pressão por resultado na Indonésia: “Sem me estressar” Por Redação do ge — São Paulo 04/05/2022 10h20 Ao fim da etapa de Margaret Rivers com a vitória de Jack Robinson, a Liga Mundial de Surfe (WSL) começa a voltar as atenções para a próxima parada do Circuito Mundial: G-Land. A disputa na Indonésia a partir do dia 28 de maio vai marcar o retorno de Gabriel Medina. Depois de um período longe das competições para cuidar da saúde mental, o tricampeão mundial afirmou estar empolgado para voltar à WSL. - Estou com saudades do Tour e de todo mundo. Estou amarradão por estar voltando, mais ainda por ser na etapa de G-Land. Eu já fui lá uma vez e é uma esquerda insana, com altos tubos, do jeito que eu gosto. É legal ver o Filipinho (Filipe Toledo) na liderança, e estou muito empolgado para reencontrar todos lá em G-Land - disse Medina, em entrevista à WSL. Apesar do longo tempo fora das competições, o paulista de 28 anos mostrou que está surfando em alto nível. Compartilhou imagens de treinamentos pegando tubos e acertando grandes aéreos em Maresias, onde mora, no litoral nor-
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te de São Paulo. Medina, porém, evita a pressão por resultados. - Eu tenho surfado bastante, me sinto muito bem fisicamente, mentalmente e agora quero recuperar o ritmo de competição. Mas, sem me estressar com resultados ou rankings - disse o surfista. Como não disputou as cinco primeiras etapas, Gabriel não teria pontos suficientes para passar pelo corte de meio de temporada, onde só os 22 melhores surfistas do Mundial competem. O tricampeão mundial vai, no entanto, competir as próximas etapas como um con-
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vidado da WSL. Medina garantiu vaga nas disputas restantes de 2022, e na temporada de 2023, ao receber a vaga de “lesionado” da organização da liga.
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Após BBB, Scooby se emociona com Medina: ‘Quando tive meu maior problema de saúde mental, não parei e quase morri’ Pedro Scooby falou sobre a volta de Gabriel Medina ao Circuito Mundial de Surfe 24 Abr, 2022 - ESPN O surfista Pedro Scooby, ex-participante do programa Big Brother Brasil, da TV Globo, se emocionou ao saber da luta de Gabriel Medina contra a depressão. Em entrevista ao Esporte Espetacular, neste domingo, Medina explicou que ficou alguns meses 134
afastado do Circuito Mundial de surfe para tratar da saúde mental e perdeu cinco etapas da competição. Scooby concordou com a atitude do compatriota e lembrou que sofreu o pior acidente da carreira na época em que enfrentava problemas mentais. Em 2019, ele caiu de uma onda
gigante em Nazaré, em Portugal, e ficou submerso durante alguns minutos. Após ser resgatado por um jet-ski, ele vomitou e precisou usar um balão de oxigênio por 30 minutos para não morrer. “Por isso acho que ele (Gabriel Medina) fez a escolha certa. A gente faz, os dois surfam, categorias, estilos diferentes. Quando
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tive meu maior problema de saúde mental, eu não parei e quase morri. Foi um acidente que tive que sair carregado da água, o maior da minha vida”, disse ao “Esporte Espetacular”. Medina voltará a competir em G-Land, na Indonésia, que tem início previsto para 28 de maio. “Ele, sendo tricampeão mundial, um dos maiores fenômenos do surfe, um dos maiores atletas do Brasil, tem esse direito de cuidar da saúde mental. Quero muito ligar, conversar com ele, saber que está melhor. Vou estar torcendo. Ele merece essa volta por cima. O Brasil e o mundo merecem. Que esteja com o coração e saúde mental 100%”, disse Scooby.
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Kelly Slater faz 50 anos: veja os momentos marcantes da carreira do surfista Maior campeão mundial da história do surfe, americano completa 50 anos de volta ao topo do pódio
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Por Redação do ge — São Paulo 11/02/2022 00h01 Foi uma das maiores vitórias da minha vida.” Kelly Slater exalta a taça da etapa de Pipeline do Mundial de Surfe, afinal voltou ao topo do pódio nem uma semana antes de completar 50 anos de idade. Nesta sexta-feira, o dono de 11 títulos mundiais festeja mais um ano de vida, e o ge recorda momentos marcantes de uma traje136
tória de mais de 30 anos na elite do surfe, conquistas e histórias tão impressionantes quanto o triunfo no Havaí do último sábado. Kelly Slater já teve cabelo Conhecido pelo visual careca, o americano ainda tinha cabelo quando entrou na elite do surfe, aos 18 anos. A mudança no estilo só veio no meio dos anos 90, quando ele já começava a colecionar títulos. O garoto que cres-
ceu no mar da Flórida não brilhou nos primeiros anos no Mundial de Surfe. “Superboy” Slater veio ao Brasil no caminho do 1º título mundial Em 1992, Kelly despontou como astro do surfe. Era chamado de “Superboy”. Foi a primeira vez que ele pegou ondas no Brasil. Ele não venceu o Alternativa Surf, mas conquistou outras duas etapas e o seu primeiro título mundial naquele ano. Aos 20 anos se tornava
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o mais jovem campeão mundial da história do surfe. Perfect 20 e cerveja! Conseguir uma nota 10 no surfe é difícil, agora ter duas ondas perfeitas em uma só bateria é para um grupo seleto. E o primeiro surfista a conquistar o “Perfect 20” foi Kelly Slater na final da etapa de Teahupo’o, em 2005. Ele celebrou o feito inédito bebendo uma cerveja no meio de uma onda! A vitória no Taiti abriu o caminho para o sétimo título mundial depois de um hiato de seis anos. Só nota 10! Kelly repetiu o feito de ter duas notas 10 em uma só bateria em 2013, nas quartas de final da etapa de Fiji. Recorde de notas 10 Em 2016, Kelly conseguiu quatro notas 10 em uma só etapa, em Teahupo’o, sendo três dessas on-
das só no último dia do evento. Ele venceu a etapa do Taiti com direito ao seu terceiro “Perfect 20” da carreira. Foi a última vitória do americano antes do título no Havaí da semana passada. A 56ª vitória O título do último sábado em Pipeline aumentou o recorde de vitórias de Kelly Slater em etapas do Mundial de Surfe. Ele soma agora 56 taças na carreira e é o mais velho surfista da história a vencer um evento da elite. A última nota 10 Pipeline foi também o palco da última nota 10 conquistada por Kelly Slater. Um tubaço para Backdoor, onda clássica do americano. 11º título Kelly é disparado o maior campeão mundial da história - desde
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a era da ASP, vários surfistas estão em segundo lugar com três títulos, incluindo Gabriel Medina. Conquistou seu 11º título em 2011 com uma etapa de antecedência. Mesmo sem ir à fina, festejou em São Francisco e bebeu champanhe na taça de campeão. O dono da praia Kelly Slater já foi o anfitrião de etapas do Mundial de Surfe. Depois de conquistar 11 títulos mundiais, ele investiu na construção de uma piscina de ondas que já recebeu a elite da modalidade em três anos. E só deu Brasil no masculino! Gabriel Medina venceu em 2018 e 2019, e Filipe Toledo no ano passado. O americano, porém, faz bonito em casa e ainda convida celebridades para se aventurarem, como o apresentador Luciano Huck. Surfe com animais
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Não foram raras as vezes que Slater dividiu o mar com alguns animais. Ele já relatou um encontro com um tubarão branco durante um free surf. Já registrou a companhia de golfinhos em treino. Em competição, já dividiu uma onda com uma tartaruga. Astro do cinema e música O sucesso no mar fez aflorar o lado pop de Kelly Slater. Ele toca violão e ukulele. Foi convidado para tocar com Jack Johnson e Pearl Jam. Chegou a ter uma banda chamada “The Surfers”. E o americano também brilhou no cinema. Participou de dezenas de filmes e
seriados de TV, como “Baywatch”. Ele ainda foi protagonista do videogame “Kelly Slater’s Pro Surfer”. Golfe com Obama Kelly também se aventurou em outros esportes. Aprendeu jiu-jitsu depois de ter praticado kickboxing e caratê. Jogou golfe com Barack Obama, ex-presidente dos Estados Unidos. Cirurgia no pé de 2017 Durante um treino para a etapa de Jeffreys Bay de 2017, Kelly sofreu uma lesão grave no pé direito. Foi retirado da praia de am-
bulância. Ele precisou passar por uma cirurgia para corrigir fraturas em dois dedos. Polêmicas fora da água Ídolo incontestável no surfe, Kelly Slater expressou opiniões polêmicas em sua carreira. Apesar de defender causas ambientais como as do rinocerontes, ele fez um post em 2017 pedindo o abate de tubarões na Ilha Reunião. Mais recentemente vem se posicionando contra a vacina e pode perder pelo menos quatro etapas do Mundial de Surfe deste ano caso não se imunize contra a covid-19.
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Ítalo Ferreira é campeão olímpico no surfe e dá 1º ouro ao Brasil em Tóquio Brasileiro venceu o japonês Kanoa Igarashi na primeira final da modalidade nas Olimpíadas 27/07/2021 às 04:31 - CNN Ítalo Ferreira é o primeiro campeão olímpico da história do surfe. O brasileiro alcançou o feito na madrugada desta terça-feira e levou a medalha de ouro ao superar o japonês Kanoa Igarashi na final da modalidade nas Olimpíadas de 2020, realizada na praia de Tsurigasaki, por 15,14 a 6,60, concluindo uma participação praticamente perfeita na disputa. Na bateria decisiva, deu um show de manobras, mesmo após ter sua prancha quebrada logo no começo da bateria. A conquista faz Ítalo se consolidar como um dos grandes nomes da história do surfe na atualidade. Afinal, além de ser o primeiro medalhista olímpico de ouro da modalidade, também é o último campeão mundial, em conquista assegurada em 2019 – em função da pandemia do coronavírus, o campeonato não foi realizado no ano passado. Gabriel Medina, outro brasileiro candidato ao pódio, ficou sem medalha depois de perder para Igarashi na semifinal e para o australiano Owen Wright na disputa pelo bronze.
‘Entrei sem pressão’, diz Ítalo “Eu vim com uma frase para o Japão: diz amém que o ouro vem. Eu treinei muito nos últimos meses, mas só tenho que agradecer a Deus por tudo isso, realizou o meu sonho e me deu a oportunidade de fazer o que amo. Meu intuito é ajudar as pessoas e a minha família. Entrei sem pressão na água e consegui o que queria”, disse Ítalo Ferreira, após a conquista, à TV Globo. “Queria que a minha avó estivesse viva para ver isso. Sou muito feliz pelo que me tornei, pelo que fiz pelos meus pais. Sempre pedi para que esse sonho fosse realizado e ele aconteceu. Almejei bastante e sonhei. A frase que falei está ao lado da minha cama. Todos os dias eu orei às 3h da manhã, pedindo a Deus que realizasse meu sonho”, acrescentou emocionado. A medalha de Ítalo é a quinta do Brasil nesta edição das Olimpíadas, se juntando às pratas de Kelvin Hoefler e Rayssa Leal no skate e aos bronzes de Daniel Cargnin no judô e de Fernando Scheffer na natação. A final com prancha quebrada A bateria decisiva começou com um problema inesperado para Íta-
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lo, que viu a sua prancha se quebrar na sua primeira onda na final. Mas nem esse contratempo parece ter atrapalhado o brasileiro. Ele, afinal, logo conseguiu uma nota 7, emplacando uma série de manobras e batendo forte no topo da onda. Na sequência, ainda obteve um 5,5, abrindo uma boa vantagem. E ela ainda seria ampliada. Em uma ótima ação, entrou de backside e atacou o topo da onda. Isso rendeu a ele a nota 7,77. Deixou, assim, Ítalo em vantagem de 14,77 a 5,56, ficando muito próximo de ser campeão olímpico. E o brasileiro não parou de melhorar. Ele entrou de backside em outra onda, bateu forte no topo da onda e trocou de nota, por um 7,37. Assim, foi campeão com a vitória na bateria por 15,14 a 6,60, derrotando o algoz de Gabriel Medina nas semifinais. A campanha de Ítalo Ferreira Em sua trajetória nas Olimpíadas, Ítalo triunfou na primeira fase em uma bateria com três outros três surfistas, obtendo 13,67 pontos de 20 possíveis, conseguindo o melhor somatório entre todos os participantes dessa etapa. E isso se repetiria nas oitavas de final, 139
quando passou pelo neozelandês Billy Stairmand, e nas quartas, contra o japonês Hiroto Ohhara. Nessa fase, inclusive, conseguiu a melhor onda do campeonato – 9,67. Já nas semifinais, venceu o australiano Owen Wright. Em 2021, Ítalo ganhou uma das seis etapas do Circuito Mundial de Surfe, em que ocupa o segundo lugar no ranking. Agora, então, ampliou a sua trajetória vitoriosa no esporte como campeão olímpico, uma caminhada iniciada de modo improvisado, surfando na tampa de isopor que o seu pai usava para conservar o pescado em Baía Formosa, no Rio Grande do Norte. www.sombreirosurf.com
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CB Twister 250
Honda CB Twister250 2022: preço, detalhes, versões, motor
Twister 250cc 2022 preto/laranja
Twister 250cc 2022 vermelha
Nome: Pedro Cunha Yago Vicente Fonte: Honda CB Twister 2022: preço, detalhes, versões, motor (noticiasautomotivas.com.br) Em: 02/06/2022
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Em sua releitura, a Honda CB Twister 2022 chega ao mercado como a naked urbana mais popular do Brasil, embora ela divida também o posto com sua arquirrival Yamaha Fazer FZ25 ABS, que lhe impõe uma forte concorrência. Famosa 250 da Honda, a CB 250 Twister marcou o retorno da marca para um modelo consagrado no início dos anos 2000, sendo ainda hoje o passo seguinte de quem desejar sair da Honda CG 160 Titan, subindo o degrau nas motos. Não tão ousada quanto sua concorrente, a Twister foca no conforto e num desempenho mais honesto, mas com um visual menos agressivo e pouco esportivo até em comparação com a rival. Sucessora da Honda CB 300, ela é líder de vendas. Com 40.926 unidades vendidas entre janeiro e dezembro de 2021, a Twister mantém a vantagem sobre a Fazer 250, que tem 31.623 exemplares emplacados no mesmo período, não tendo em sua categoria, outra concorrente tão próxima. A Dafra RTR 200 tem a mesma potência da Fazer 250, mas seu torque é muito menor, passando longe também da CB 250 Twister. Por potência e torque, a KTM 200 Duke se equipava à Twister, porém, 141 ela
deixou de ser comercializada no Brasil. Oferecida em duas versões, com freios CBS ou ABS, a CB 250 custa R$ 17.360 na opção com freios combinados e R$ 18.170 com sistema antitravamento de freios ABS. Dessa forma, a moto se torna mais acessível aos consumidores. Com cores chamativas, a Honda CB Twister 2022 tem cor branca e azul disponível para a versão CBS, sendo a branca com detalhes em vermelho e azul com detalhes em branco. Nesse caso, a ABS tem ainda cinza-fosco e vermelho, sendo esta custando R$ 18.470. Ou seja, R$ 300 a mais. Inspirada no estilo da Titan e vice-versa, a Twister é bem conservadora em estilo geral. Ainda assim, tem alguns detalhes que a tornam mais moderna, como aletas laterais avançadas e para-lama traseiro prolongado. Ostentando farol simples, a moto tem ainda um tanque volumoso, assim como aletas enormes nas laterais do reservatório de combustível. Já o banco é bem ergonômico e com dois níveis, enquanto a rabeta é curta e projeta o para-lama traseiro. O escape preto bem um protetor fluido, enquanto o suporte de liga leve dos pedais do passageiros se destaca no visual. Sem ousadia no para-lama dianteiro, a CB 250 Twister 2022 tem ainda belas rodas de liga leve aro 17 polegadas. Essas rodas podem são pintadas de preto ou vermelho na versão ABS em cinza-fosco. Na vermelha, as rodas seguem a mesma tonalidade. Na CBS, a tonalidade do vermelho muda na branca, enquanto a azul 142 vem com aros pretos.
Com corpo volumoso, a CB Twister 2022 pesa 137 kg e vem com um forte motor monocilíndrico de 4 tempos com refrigeração a ar, ostentando injeção eletrônica flex PGM-FI e câmbio de seis marchas, uma vantagem sobre a antiga CB 300. Tendo até 22,6 cavalos e 2,28 kgfm, ela é um pouco menos potente que a Honda XRE 300, que continuou a herança da CB 300, a Twister tem um bom desempenho, mesmo com emprego em rodovia, sendo mais adequada que a CG 160, nesse caso. Oferecendo boa ciclística, a CB 250 tem um bom torque em baixa e garante consumo interessante, tanto urbano quanto rodoviário. Confortável no dia a dia, a Twister tem agilidade extra para fugir de situações ruins no trânsito e na estrada. Sua suspensão mono shock na traseira e por garfo na dianteira, absorve bem as irregularidades do pavimento, ampliando também o conforto. Os freios com ABS são mais eficientes e o painel digital blackout é bem completo. Tendo partida elétrica, a CB
Twister 2022 traz ainda tampa do tanque esportiva, tem ainda discos de freio ventilados nas duas rodas, bem como motor com pintura prateada e rodas coloridas, que se mesclam em faixas decorativas expressivas. Seu tanque de 16,5 litros garante boa autonomia e os espelhos retrovisores possuem boa área de visibilidade traseira. Na CB Twister, o condutor terá ainda uma boa resposta do conjunto em condições adversas, sendo uma moto exemplar. A Honda CB Twister 2022 tem como novidades, grafismos atualizados, com o nome Twister presente na rabeta e a cilindrada de 250 (cm³) no tanque, além das novas combinações de cores, como Azul Perolizado e Branco, bem como Vermelho e Cinza-Fosco, estas na ABS. Na CB Twister CBS, há pintura branca e azul perolizado, enquanto a ABS vem com cinza-fosco e vermelho, com as rodas personalizadas em cada pintura. Por fim, a última novidade é a oferta de freios ABS ou CBS, numa configuração rara no mercado, dado que as motos
Twistwer painel 250cc Trabalho acadêmico da turma C301x Editoração Eletrônica da Facha - Período 2022.1
Twister 250cc preta carenada
Twister 250cc azul
Twister 250cc vermelha Trabalho acadêmico da turma C301x Editoração Eletrônica da Facha - Período 2022.1
até 300 cm³ são obrigadas a ter freios CBS no mínimo ou podem dispor de ABS, como na maioria das motos da Yamaha. Essas novidades se somam ao bom motor de 250 cilindradas e até 22,6 cavalos, tendo ainda um câmbio de seis marchas bem escalonado e uma posição de pilotar mais confortável que a Yamaha Fazer 250. O painel blackout fecha o pacote. Ele é bem completo com conta-giros gráfico e velocímetro digital, além de nível de combustível e computador de bordo, além de luzes-espia e hodômetros. Honda CB Twister 2022 – detalhes A Honda CB Twister 2022 tem um visual naked esporte, mas não verdadeiramente esportiva como a Fazer FZ25, por exemplo, tendo farol simples diamante como da CG 160, tendo carenagem preta e na cor da moto, com piscas integrados. Além disso, traz ainda cluster digital acoplado ao corpo superior, onde o display digital conta com velocímetro, conta-giros, nível de combustível, relógio e hodômetros, além de luzes-espia para piscas, farol alto e combustível na reserva. Há também luz de alerta de problemas no motor, assim como de neutro do câmbio. O guidão tubular cromado tem comandos de faróis, piscas, buzina, corta-corrente, partida elétrica, manoplas e manetes. Na frente, o para-lama tem dois níveis e perfil aerodinâmico, além de suspensão com garfo telescópico e bengalas convencionais. O disco de freio ventilado tem 276 mm de diâmetro e a pinça tem duplo pistão. Pode ser CBS ou ABS. O tanque de 16,5 litros é alto 143
e conta com aletas laterais extensas, com vincos acentuados e dois níveis, integrando-se às molduras laterais imitando carbono, sobre motor e tampas laterais. Estas se conectam à rabeta pelas laterais. Na traseira, as alças do garupa são de liga leve e possuem design aerodinâmico, tendo ainda lanterna triangular com lente branca em LED, bem como piscas brancos em LED no para-lama estendido, que sustenta ainda placa e sua iluminação. O propulsor possuem acabamento metalizado, assim como o suporte de liga leve dos pedais do passageiro e do protetor de escape, sendo este último em preto fosco. A suspensão traseira é por balança Pro Shock com para-lama curto junto à roda. A balança monoamortecida
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Twister 250cc motor
tem ainda disco de freio ventilado de 220 mm com pinça de pistão único e coroa da corrente com protetor. O sistema de freios pode ser CBS ou ABS, tendo as rodas de liga leve cores variadas de acordo com a pintura. Na Honda CB Twister 2022, os pneus são 110/70 R17 na frente e 140/70 R17 atrás, ambos tubeless. O banco da moto é duplo e possui dois níveis, enquanto os retrovisores possuem espelhos circulares reguláveis. Honda CB Twister 2022 – versões Honda CB 250 Twister CBS Honda CB 250 Twister ABS Honda CB Twister 2022 – equipamentos Honda CB 250 Twister CBS – guidão cromado, retrovisores circulares, farol simples, piscas e lanternas claros, carenagens
aerodinâmicas, rodas de liga leve aro 17 polegadas, pneus 110/70 R17 na frente e 140/70 R17 atrás, suspensão monoamortecida, discos de freio nas duas rodas, banco duplo, tanque de 16,5 litros, motor de 250 cilindradas, câmbio de seis marchas, injeção eletrônica, partida elétrica, protetor de escape, suporte para pedais do garupa, alças traseiras de alumínio, freios com CBS, entre outros. Honda CB 250 Twister ABS – itens acima, mais freios com ABS. Honda CB Twister 2022 – preços Twister preço Honda CB 250 Twister CBS Branca – R$ 17.360 Honda CB 250 Twister CBS Azul Perolizado – R$ 17.360 Honda CB 250 Twister ABS Cinza-Fosco – R$ 18.170
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Honda CB 250 Twister ABS Vermelha – R$ 18.470 Honda CB Twister 2022 – motor A Honda CB Twister 2022 tem motor monocilíndrico de quatro tempos e refrigeração a ar, dotado de comando de válvulas OHC no cabeçote, onde emprega quatro válvulas. Tem 249,5 cm³ e taxa de compressão de 9,6:1, sendo sustentado por coxins no quadro do tipo Diamond, com acabamento prateado, tendo dutos de refrigeração do óleo. Dotado de injeção eletrônica PGM-FI, o propulsor da CB 250 vem com comando acio-
nado por corrente, além de diâmetro x curso do pistão de 71,0 mm x 63,0 mm. Construído em liga leve, ele tem câmbio cíclico mecânico integrado. Nele, seis relações de marchas e embreagem multidisco em banho de óleo. Com esse conjunto, o motor da Honda CB Twister 2021 entrega 22,4 cavalos na gasolina e 22,6 cavalos no etanol, ambos a 7.500 rpm. Já os torque são de 2,24 kgfm no derivado de petróleo e 2,28 kgfm no combustível vegetal, obtidos a 6.000 rpm. O motor tem como característica, bom torque em baixas rotações,
garantindo bom desempenho e consumo. Ele não é derivado do antigo motor da CB 300, que recebeu atualização para ser empregado na Honda XRE 300, mais potente que a Honda CB Twister 2022. Estes compartilham elementos básicos com motor da antiga CBX 250 Twister. Honda CB Twister 2022 – desempenho Honda CB 250 Twister – velocidade máxima – 150 km/h Honda CB Twister 2022 – consumo Honda CB 250 Twister – consumo médio – 35 km/l Honda CB Twister 2022 –
Fazer 250cc vermelha
Fazer 250cc azul
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Fazer 250cc frente
Fazer 250cc carenada
Fazer 250cc combo 146
concorrentes Yamaha Fazer FZ25 ABS Foto Bem mais agressiva que a Honda CB Twister 2022, a Yamaha Fazer FZ25 ABS é um salto acima. Com visual bem esportivo e agressivo, a naked tem como novidade na linha 2022, um farol de LED tipo canhão e luzes diurnas em LED. Além disso, a FZ25 2022 piscas claros e lanterna de lente transparente, bem como belas rodas de liga leve aro 17 polegadas e freios ABS de série. Com aletas laterais aerodinâmicas, ela tem também dois bancos, mas o tanque tem 14 litros. Ela chama atenção também pelo acabamento prateado nas laterais, que se conectam com o escape curto e estiloso. O disco de freio dianteiro tem 282 mm e o traseiro 220 mm. Também tem suspensão traseira monoamortecida. Mais pesada, com 149 kg, tem motor com até 21,5 cavalos, sendo menos potente que da Honda CB Twister 2022. O torque também é menor: 2,10 kgfm. O cabeçote tem duas válvulas. Já o painel da Fazer 250 é análogo-digital com display escuro. Além disso, a Yamaha FZ25 ABS traz um câmbio de cinco marchas somente, ficando assim em desvantagem para a moto da Honda. Ainda assim, tem um visual mais agradável e ciclística mais agressiva. Contudo, custa R$ 20.390. A nova Yamaha Fazer 250 2022 promete ser completa, mantendo a tradição das motos 2022 da Yamaha. No entanto, ainda não é possível ter acesso às informações gerais da nova geração, mas, para te deixar porEletrônica dentro dos -detalhes, Trabalho acadêmico da turma C301x Editoração da Facha Período 2022.1
confira abaixo a ficha técnica rantia e revisão completa da Fazer 250: A Honda CB Twister 2022 tem A Yamaha Fazer 250 é um mo- garantia de três anos e seu delo consagrado na categoria plano de manutenção envolhá 16 anos. Foi a primeira com ve três revisões obrigatórias, injeção eletrônica, freio a disco porém, com oferta de traseiro, ABS de série e agora óleo de motor da Honda para vem com mais inovações no sete trocas após a garantia, modelo 2022. dando assim uma boa cobertuA FZ25, como também é ra de pós-venda. conhecida, ganha novas caNa rede Honda, a CB Twister renagens plásticas aplicadas ao tanque e um conjunto de farol redesenhado com projetor de LED. Além da estética mais moderna e agressiva, na prática o canhão ilumina um facho mais largo na pista à frente. Nesse mesmo conjunto da nova dianteira foi instalada a luz de condução diurna DRL também de LED. A lanterna traseira continua de LED com lente cristal. Outra atualização do modelo 2022 foi o reposicionamento do lampejador de farol alto, para facilitar o acesso do dedo. O painel LCD foi mantido com as indicações de consumos médio e instantâneo, quilometragem percorrida na reserva, dois hodômetros parciais e relógio. Esses dados são Twister 250cc antiga branca rotacionados na parte inferior direita do display, que mantém sempre visíveis em destaque a velocidade, rotações do motor no conta-giros e nível de combustível no tanque. O motor continua com a tecnologia Blueflex, que pode receber gasolina e etanol, e é a referência da categoria em baixo consumo e durabilidade. Tem radiador de óleo para ajudar na refrigeração, pistão de alumínio forjado, que é mais leve e resistente, e o cilindro revestido de cerâmica diminui o atrito e prolonga a vida útil twister 250cc antiga amarela do conjunto. Honda CB Twister 2022 – gaTrabalho acadêmico da turma C301x Editoração Eletrônica da Facha - Período 2022.1
passa pela troca de óleo do motor, ajuste da tensão da corrente da relação, calibração dos pneus, check da injeção com leitura da ECU, verificação da parte eletro-eletrônica, verificação da hidráulica e cabos, etc. Também são feitas troca de elementos de filtro de ar, vela, corrente, coroa, pinhão, pas
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tilhas de freio, discos de freio, fluido de freio, fluido de suspensão, bateria, lâmpadas e pneus. Há lavagem e higienização dos comandos. Nas concessionárias da Honda Motos, o cliente pode comprar ainda acessórios, como bauletos, suportes de aço ou liga leve, protetores de motor e laterais, botas, casacos, capas de chuva, capacetes, viseiras, entre outros itens de uso pessoal. A rede Honda tem um padrão de atendimento muito bom, com serviços padronizados, lojas amplas, elevadores automáticos para manutenção das motos, técnicos altamente treinados, comunicação remota com os centros de distribuição e até pistas de treinamento para aulas de segurança. Honda CB Twister 2022 – ficha técnica Motor 250 Número de cilindros 1 em linha Cilindrada em cm3 249,5 Válvulas 4 Taxa de compressão 9,6:1 Injeção eletrônica Indireta Potência máxima 22,4/22,6 cv a 7.500 rpm (gasolina/etanol) Torque máximo 2,24/2,28 kgfm a 6.000 rpm (gasolina/ etanol) Transmissão Tipo 6 marchas Tipo Corrente e pinhão Tipo Elétrica Tipo Disco dianteiro 276 mm e disco traseiro com 220 mm Dianteira Garfo telescópico Traseira Balança monoamortecida Rodas Liga leve aro 17 polegadas Pneus 110/70 R17 na frente e 140/70 R17 atrás Comprimento (mm) 2.065 148
Largura (mm) 0.753 Altura (mm) 1.072 Entre eixos (mm) 1.386 Bagageiro (L) ND Tanque de combustível (L) 16,5 Carga (Kg) ND Peso em ordem de marcha (Kg) 137 Coeficiente aerodinâmico (cx) ND Honda CB Twister – primeira geração Em abril de 2001, a Honda CB Twister surgia na forma da CBX 250F, que é considerada a primeira geração do modelo atual, levando-se em conta que a CB 300 é um produto diferente. Inclusive a Honda reforça isso ao não ter adotado o nome Twister, associado diretamente ao motor de 250 cilindradas. Era uma motocicleta bem limpa visualmente e com o estilo naked em dia com sua época. Sucessora da Honda CBX 200 Strada, a Twister tinha uma ciclística mais baixa e curta que do modelo atual, dominada por um farol circular e um painel analógico com conta-giros e velocímetro. Seu tanque de 16,5 litros era enorme para a época e lhe conferia uma boa autonomia. Nas extremidades, ele tinha
aletas aerodinâmicas que concentravam o volume de ar no radiador de óleo. O banco largo e envolvente tinha espaço suficiente para duas pessoas. Oferecida também na Argentina e México, a Twister tinha ainda carenagens laterais de cor cinza e um suporte metálico. Nele iam presos os suportes das pedaleiras do passageiro. A rabeta era volumosa com suas carenagens laterais. Diferente do atual motor, podemos dizer que o propulsor da primeira Honda CB Twister era mais moderno conceitualmente. Ele tinha duplo comando de válvulas no cabeçote, com quatro válvulas – duas de admissão e duas de escape – por cilindro e refrigeração a ar e óleo. Volumoso, esse motor da Honda CB Twister tinha 249 cm³ e taxa de compressão de 9,3:1. Movido apenas por gasolina, não tinha injeção eletrônica flex, aliás, algo que nem existia na época. Assim, com carburador, a Twister era o que a Honda tinha de mais moderna no segmento street. Ele entregava 24 cavalos a 8.000 rpm e 2,48 kgfm a 6.000
Twister 250cc antiga preta Trabalho acadêmico da turma C301x Editoração Eletrônica da Facha - Período 2022.1
Da falência à final: Rangers ressurge em 10 anos e decide Liga Europa contra Eintracht Frankfurt Clube escocês precisou recomeçar da última divisão em 2012, e hoje disputa uma final continental europeia após ter vencido o campeonato nacional na temporada anterior Action Images via Reuters/Jason
Torcedores do Rangers comemoram título do Campeonato Escocês
Bruno Santos Lourenço Fonte: ge.globo.br Data: 20/05/2022 No início da temporada 2012/2013, apenas seis jogadores se reapresentaram nos treinos do elenco principal do Rangers. O tradicional clube da Escócia iniciava ali uma nova era. Afundado em dívidas, precisou decretar falência em fevereiro de 2012 e
recomeçar na quarta divisão local. Dez anos depois, o Rangers está de volta. Nesta quarta-feira, vai disputar a final da Liga Europa contra o Eintracht Frankfurt, em Sevilla. O ge acompanha a partida em Tempo Real a partir das 16h (de Brasília) Confira a tabela da Liga Europa Leia mais notícias do futebol internacional Esta será a chance de o Rangers
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conquistar seu segundo título europeu na história. Antes, faturou a extinta Recopa há exatos 50 anos, na temporada 1971/1972. Desta vez, porém, um eventual sucesso vai transcender a questão esportiva. Trajetória do Rangers até a decisão da Liga Europa de 2021/22 Finanças ainda longe do ideal Mesmo de volta ao protagonismo, o Rangers ainda não vive si 149
Sky Sports
Steve Gerrard sendo apresentado ao Rangers
tuação financeira confortável. Em seu último balanço, divulgado em novembro de 2021, o clube revelou que teve um prejuízo de 24 milhões de libras na última temporada. Além disso, o clube vai precisar tomar um empréstimo de 7,5 milhões de libras até o fim da temporada para cumprir todas as suas obrigações financeiras. - Ainda há muito trabalho a ser feito enquanto nós melhoramos nosso modelo de negócios. Um modelo que precisa ser condizente com este clube, mas sustentá-
vel, para proporcionar fundações sólidas enquanto completamos nosso programa de recuperação e construímos um caminho para um crescimento sustentável - escreveu a diretoria no balanço financeiro. O título da Liga Europa representa praticamente o valor necessário pelo Rangers para completar o ano: 7,8 milhões de libras. Além disso, o troféu vale automaticamente uma vaga como cabeça de chave na fase de grupos da próxima Liga dos Campeões. Seria Foto: Reuters
Torcida protestou com uma faixa em alusão ao Twitter
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um ganho financeiro considerável para um clube que há pouco tempo tinha expectativas bem menores. - Há quatro anos estávamos pensando apenas em nos classificar para a fase de grupos (da Liga Europa). Há cinco anos estávamos perdendo para o Progrès Niederkorn (pequeno time de Luxemburgo). Eu voltei ao Rangers em 2018. Uma final europeia em 2022? Se você for honesto consigo mesmo, você pensaria que não haveria chance - disse o goleiro Alan McGregor, um dos jogadores mais experientes do Rangers, em entrevista ao jornal “The Guardian”. A linha do tempo do Rangers: 2012: falência declarada e recomeço na quarta divisão da Escócia; 2013: subida para a terceira divisão; 2014: subida para a segunda divisão com uma campanha de 33
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Foto: Getty Images
Lundstram comemora gol da classificação do Rangers à final da Liga Europa
vitórias em 36 jogos; 2016: subida para a primeira divisão; 2018: Steven Gerrard assume como técnico; 2021: com Gerrard no comando, o Rangers volta a ser campeão escocês, de forma invicta. Eintracht Frankfurt no caminho Para dar um passo gigantesco rumo à saúde financeira, o Rangers terá pela frente um adversário bem credenciado. Ao longo de sua campanha, o Eintracht Frankfurt ficou marcado não apenas pelo que fez em campo, como a eliminação do Barcelona nas quartas de final, mas também pelo que seus torcedores aprontaram pela Europa. Na vitória por 3 a 1 sobre o Barcelona em pleno Camp Nou, ocorreu uma invasão germânica. A estimativa é de que cerca de 30 mil torcedores do Eintracht tenham
assistido ao triunfo, o que gerou, inclusive, uma crise institucional no clube catalão. Na fase seguinte, diante do West Ham, a ideia era promover outra invasão. O clube inglês, precavido, reforçou a segura e limitou os torcedores no estádio em Londres a apenas 3 mil, embora houvesse muito mais nas ruas da capital britânica. Mas de pouco valeu: o Eintracht Frankfurt avançou à final, com direito a comemoração em casa com seus torcedores. Para a final em Sevilha, a expectativa é de nova invasão, tanto de torcedores do Eintracht Frankfurt quanto do Rangers. De acordo com a polícia local, são esperados 100 mil torcedores do Rangers e 50 mil do Eintracht. A capacidade do estádio Ramón Sánchez Pizjuán, palco da final, é de 42,5 mil pessoas. A princípio, a Uefa distribuiu apenas 9,5 mil ingressos para cada um dos clubes, com o restante indo para patroci-
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nadores e convidados. Diante do grande número de torcedores, porém, há a expectativa de que mais ingressos sejam disponibilizados para as torcidas. Foto: Stuart Wallace
Gerrard com a taça de campeão
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St.Pauli: O clube que bota medo em nazista O Clube do rock? Dos Piratas? Dos Antifascistas? O St. Pauli coleciona apelidos e histórias durante seus 111 anos de história, e mostram que um clube de futebol é mais que só jogadores e uma bola.
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Bandeira da torcida do St. Pauli
Bruno Santos Lourenço Fonte: Folhaum.com Data: 27/05/2022
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Fundado em 15/05/1910, o Sankt Pauli tem sua sede em Hamburgo, cidade portuária importante na Alemanha. E também terra de outra equipe tradicionalíssima do futebol alemão, o Hamburg SV, equipe campeã da Europa e rival dos piratas. Clássico entre St. Pauli e Hamburgo, um dos mais tradicionais do país Esportivamente, o St.Pauli pode não ser a equipe mais brilhante do futebol alemão com resultados pouco empolgantes, constantes idas à segunda divisão e investimentos baixos que fazem o clube flertar com divisões inferiores no 152
Jogadores do St. Pauli comemorando o gol da vitória em cima de seu rival Hamburgo
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país. Entretanto, o que faz desse time grande não são suas conquistas dentro de campo, e sim seu impacto social fora. A grandeza do St.Pauli O St.Pauli pode ser considerado uma das equipes mais engajadas com causas sociais no mundo, tanto por parte da torcida que apresenta ideias e da diretoria que as abraça. A equipe foi uma das, se não a primeira a ter um presidente assumidamente homossexual, Corny Littmann que comandou o time entre 2002 e 2010 e conseguiu levar a equipe à Bundesliga proporcionando uma das melhores eras da história do clube. Esse legado social deixado pelo presidente fez com que a torcida continuasse a se engajar por causas mesmo após sua saída. A equipe adota o arco-íris, símbolo da comunidade LGBTQ+ em sua braçadeira de capitão, além de ter camisetas com o símbolo. Em entrevista recente, o atual diretor de futebol do clube Bernd Von Geldern conta: “Nosso clube se caracteriza por defender valores humanistas. Lutamos contra racismo, fascismo e qualquer tipo de discriminação. Desenvolvemos camisetas com os dizeres ‘no place for homophobia, facism, sexism, racism’. Esse é o núcleo de nossa postura”. O clube também constantemente promove ações e movimentos contra discriminação no estádio, sua torcida que em sua maioria se autoproclama antifascista sempre se manifesta contra o racismo, machismo e fascismo dentro e fora de campo. Inclusive tendo registro de brigas de seus hooligans contra grupos neonazistas em jogos que eles são visitantes. Corredores do estádio do St. Pauli
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O lar dos piratas Enquanto mandante o St.Pauli possui uma das atmosferas mais interessantes do futebol europeu. A construção do clube na história foi em um bairro da classe operária, nas docas, que com o tempo foi se tornando epicentro da vida noturna em Hamburgo, inclusive com o bairro sendo palco do primeiro show internacional da história dos Beatles, em 1960. Entre casas de show, boates, artistas de rua e tudo mais que você puder imaginar o Millerntor-Stadion nascia, o estádio possui capacidade para pouco mais de 20 mil pessoas, toca ‘Hells Bells’ do AC/DC em toda partida e é considerado ‘lar dos piratas’, mas qual a origem do apelido? |Piratas? A origem da caveira do Sankt Pauli Em 1980, DocMabuse, cantor de uma banda punk local teria rouba-
Foto: picture-alliance/dpa/P. Szysa
nascia um símbolo, hoje a caveira é o maior símbolo da torcida do Sankt Pauli, todo jogo várias bandeiras com a imagem são encontradas na arquibancada. O clube há alguns anos atrás desembolsou mais de 1 milhão de euros para poder ter os direitos autorais do desenho da caveira e ossos. Essas bandeiras inclusive são trocadas com algumas equipes da Europa, em destaque pro Celtic, da Escócia, clube de imigrantes católicos que fazem contraste ao protestantismo do rival Rangers
Bandeira de escanteio
do uma bandeira de caveira com ossos cruzados de uma barraca enquanto estava bêbado indo à caminho do estádio para mais um jogo, entrou com a bandeira e ali
Os impactos sociais do clube Os movimentos sociais notáveis do St.Pauli e sua torcida são vários, mas eles apresentam verdadeiro impacto para a sociedade? Getty Images
Torcida do St. Pauli, da Alemanha, em dia de protesto em favor do movimento LGBTQ+
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Torcedor mascarado dos “Piratas”
E tanto! Em 2005 a torcida organizou um projeto chamado “Viva com água de Sankt Pauli”, tendo como objetivo melhorar o abastecimento de água nos países em desenvolvimento, a ideia veio após um incidente em Cuba. Hoje por conta da ação mais de 150 creches na capital Havana possuem dispensadores de água potável.
O clube recentemente também aprovou uma ideia de começar a produzir e vender o próprio mel no estádio. Mel? Isso mesmo. O clube quer conscientizar a população sobre a importância das abelhas para o meio ambiente, as crianças poderão participar das colheitas de mel com a supervisão de uma apicultora, além de ser
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possível acompanhar o progresso pela internet. O St.Pauli é a prova que um clube tem que ser mais que só um time de futebol, as importâncias sociais dessas instituições são gigantes, princípios de igualdade, respeito e bondade devem ser criados e seguidos sempre, o futebol não é terra sem lei. 155
Imagem: Confidentials
Mensagem pintada no muro do clube: “Não é lugar para homofobia, fasismo, sexismo ou racismo”
“Não se trata só de apoiar onze jogadores correndo atrás da bola, a gente aqui é torcedor e pensador político. O que está acontecendo ao seu redor no mundo também importa. Não se trata também de só seguir slogans estúpidos contra o fascismo, o racismo, a homofobia. Tem que saber o que é 156
isso. Quando vamos a este bar, por exemplo, antes ou depois dos jogos, discutimos a equipe, mas discutimos questões fundamentais também da atualidade, como a questão dos refugiados, que é o drama que vive a Europa hoje. Aqui em Sankt Pauli somos a favor da vinda dos refugiados, aju-
damos, damos abrigo, participamos de campanhas. Na maioria do país a coisa não é assim. Você tem que entender o contexto disso para se estar aqui” diz Sven, torcedor do clube.
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“Vamos voltar para o Flamengo?”: declarações de Jesus de que não foi procurado pegam mal no clube Bruno Spindel e Marcos Braz tentaram retorno do treinador em reunião realizada em 21 de dezembro, dois dias antes de jogo com o Porto Felipe Souza e Nicholas Rodrigues ge.globo 05/05/22 As declarações de Jorge Jesus a respeito de Flamengo e Paulo Sousa reveladas nesta quinta-feira pelo UOL tiveram péssima repercussão no Ninho do Urubu. O comando do futebol não engoliu o fato de ele ter tratado o encontro em sua residência em Cascais, em Portugal, no dia 21 de dezembro, como “obrigação social”. - A conversa foi superficial e em momento algum me fizeram um convite ou, ao menos, me perguntaram se eu queria voltar. E aquele era um momento difícil, pois, se eu pedisse demissão do Benfica, teria que pagar uma multa de 10 milhões de euros. Por isso, tinha sugerido que só viajassem para Portugal em final de janeiro, quando a situação seria mais fácil para negociar. Mas quiseram ir em dezembro e a sensação que tenho é que, quando me visitaram, já tinham tomado a decisão de contratar o Paulo Sousa. Foram apenas cumprir uma obrigação social comigo - disse Jorge Jesus ao blog do jornalista Renato Maurício Prado. Flamengo sugere retorno em
Foto: Getty Images
Ex-técnico do Fla, Jesus é pivô de polêmica no Ninho do Urubu
jantar na casa de JJ Pois o Flamengo não encarou o jantar na casa de Jorge Jesus dessa maneira. Juntos em Lisboa desde 18 de dezembro, Braz e Spindel sempre viram JJ como a primeira opção e priorizaram uma conversa com o ídolo rubro-negro. Depois de três tentativas malsucedidas, conseguiram o esperado encontro no dia 21. Àquela altura, já haviam conversado com Paulo Sousa e outros treinadores, mas deixaram claro a
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Paulo de que, pela história construída entre 2019 e 2020, Jesus seguia como o objetivo central. Tal posicionamento não incomodou o atual técnico do Flamengo. Em jantar no qual a esposa de Jorge Jesus também esteve presente, Braz e Spindel perguntaram ao treinador: “E aí, vamos voltar para o Flamengo agora?”. Tiveram como resposta que o momento era complicado para o Benfica, com dois clássicos decisivos com o Porto previstos para 157
os nove dias seguintes. Mesmo assim, começaram a conversar e questionaram o que seria suficiente para reatarem o casamento iniciado em 2019. Exigências de Jesus Segundo o ge apurou, Jorge disse que gostaria de receber em euro. Tal exigência não foi empecilho, até porque esta já era a moeda adotada no último contrato celebrado com os cariocas. O segundo pedido foi um salário duas vezes maior ao que ganhava no Benfica. A dupla rubro-negra respondeu que não teria como atender, principalmente devido ao câmbio da época, quando o euro estava avaliado em R$ 6. Jesus pediu aos dirigentes do Flamengo que voltassem em janeiro, e a resposta foi negativa, já que tinham como prioridade a presença do novo treinador na reapresentação do elenco, prevista para 9 de janeiro. Diante de tal panorama, JJ disse a eles que se acertassem com o Benfica para depois retomarem o contato com ele. Spindel e Braz deixaram o jantar sem uma posição mais clara para executarem a negociação. Declaração de João de Deus e nota oficial geram discórdia Na manhã seguinte ao jantar, o auxiliar de Jorge Jesus, João de Deus, concedeu entrevista coletiva. JJ não pôde participar porque estava suspenso. E as palavras de João surpreenderam Braz e Spindel. Tanto em relação aos objetivos do técnico quanto sobre uma suposta autorização do Benfica que, segundo o ge apurou, não aconteceu. - Estou aqui porque o nosso treinador foi punido (Jorge Jesus cumpria suspensão), senão ele teria todo o gosto em responder. 158
Em relação às notícias, tenho falado muito com o Mister e especificamente hoje mais ainda. Ontem houve um encontro (dele) com os amigos do Flamengo, devidamente autorizado pelo Benfica e com o conhecimento de Rui Costa. O Mister disse que não pode e nem quer neste momento abandonar o Benfica. Há um contrato para cumprir, quer cumprir e quer ganhar títulos no Benfica. Foi isso que nos fez vir para a Portugal novamente. Nota oficial publicada pelo Benfica em conjunto com Jorge Jesus no mesmo dia 22 de dezembro e com tom muito semelhante ao adotado por João de Deus desanimaram ainda mais o Flamengo no projeto pela volta do treinador. Confira abaixo: “O Sport Lisboa e Benfica e o seu treinador Jorge Jesus refutam cabalmente a existência de qualquer acordo com o Flamengo para a libertação da sua equipa técnica mediante entendimento entre os clubes. Jorge Jesus tem contrato com o Sport Lisboa e Benfica e está focado nos objetivos desportivos do Clube, sendo manifestamente falso e descabido que tenha demonstrado qualquer vontade de regressar ao Brasil nesta altura. O Sport Lisboa e Benfica lamenta que, na véspera de uma partida decisiva para a sua continuidade na Taça de Portugal, um órgão de informação com a chancela CNN se predisponha a disseminar informações falsas e já desmentidas em direto pelo próprio representante do Flamengo. Jorge Jesus, ao contrário do que foi divulgado pela CNN Portugal, não deseja voltar ao Brasil, mas sim voltar a ser campeão pelo Sport Lisboa e Benfica”.
“Vem, vamos embora que esperar não é saber” Os posicionamentos de Benfica e João de Deus fizeram o Flamengo mudar o foco e tiraram de JJ o status de “menina dos olhos”. Convencidos de que Paulo Sousa pintara como ótima opção, Braz e Spindel foram ao Estádio do Dragão assistir à derrota do time de JJ por 3 a 0 para o Porto. O acerto viria às 23h50 do dia 25 de dezembro, nas últimas horas do Natal passado. Marcos Braz fez postagem enigmática com a foto do cantor e compositor Geraldo Vandré. A referência era à música “Para não dizer que não falei das flores” e especificamente aos versos “Vem, vamos embora que esperar não é saber. Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. Renovação espinhosa em 2020 Hoje decepcionados com as declarações de Jorge Jesus, os dirigentes do Flamengo já haviam encontrado dificuldades para concluir outra negociação, a da renovação contratual em junho de 2020. Na ocasião, o Mister fez diversas exigências que acabaram por ser atendidas. Os pedidos, porém, ligaram um alerta na Gávea, já que todos indicavam inclinação a uma saída a qualquer momento. Jesus pediu adiantamento de um valor com a condição de que não teria de devolvê-lo em caso de deixar o clube repentinamente. Solicitou também que não fosse cobrada a multa rescisória em caso de acerto com um clube português. Tais movimentações colocaram uma pulga atrás da orelha do comando rubro-negro. Renovação selada, e Rodolfo Landim reuniu o elenco do Flamengo no auditório do CT, onde
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Foto: Getty Images
Flamengo e Jorge Jesus, apesar dos laços que unem Brasil e Portugal, nunca mais falaram a mesma língua
Jorge Jesus disse aos jogadores que havia ficado para buscar o Mundial de Clubes juntamente com eles. E, na presença do presidente, figura crucial para o acerto, garantiu que cumpriria o contrato. Landim, após reunião com o português e o comando do futebol, decidiu levar JJ à presença dos jogadores para que ele se comprometesse com os comandados de que ficaria no clube até o fim do contrato. No dia 5 de junho de 2020, JJ falou à FLA TV sobre a renovação e explicou a opção pela permanência. - Eu neste momento, felizmen-
te, posso escolher o que quiser para a minha carreira esportiva. Foi o que fiz ano passado e exatamente neste ano, continuar no Flamengo. Porque não pus à frente minha carreira financeira. Os meus contratos que eu tinha em Portugal não há comparações possíveis. Eu escolhi carreira esportiva. - No primeiro ano, eu sabia o que ia acontecer porque sabia da qualidade do meu trabalho e dos jogadores do Flamengo. Agora, conheço melhor a estrutura, a paixão que os torcedores têm por mim. Se estou num lugar que me faz feliz, esse foi o fator número 1 da minha escolha. Você anda à
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procura de felicidade esportiva, e ela só acontece com resultados disse Jesus ao renovar. No dia 17 do mês seguinte, porém, o Benfica o convenceu a voltar para Portugal, e o Flamengo teve de replanejar sua temporada. Primeiro apostou em Domènec Torrent, trabalho que não deu certo, e depois investiu em Rogério Ceni, que conquistou o Brasileiro, a Supercopa do Brasil e um estadual. Daí em diante, Flamengo e Jorge Jesus, apesar dos laços e idioma que unem Brasil e Portugal, nunca mais falaram a mesma língua.
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Entenda como o Fluminense pretende pagar até R$ 217 milhões em dívidas nos próximos dez anos Clube dirigido por Mário Bittencourt apresentou à Justiça um plano de pagamento para credores trabalhistas e cíveis, por meio do Regime Centralizado de Execuções, mecanismo recém-criado Felipe Souza e Nicholas Rodrigues Ge.globo 20/05/22 O Fluminense apresentou à Justiça um plano de pagamento para dívidas cíveis e trabalhistas, de acordo com as regras do Regime Centralizado de Execuções (RCE). O ge teve acesso ao documento de 26 páginas, datado de 21 de janeiro de 2022, e explica em detalhes o que ele expõe. Por
enquanto, o clube teve o direito ao RCE concedido pelo Judiciário, apesar de não ter a intenção de migrar seu futebol para uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Esse mecanismo foi criado recentemente pelo Congresso, por meio da lei que rege a SAF, para estimular a adesão à empresa. Apesar disso, associações civis têm sido autorizadas a usá-lo. No primeiro momento, ao ter o acesso reconhecido, o Fluminense teve suspensos todos os bloqueios de
verbas decorrentes de seu alto endividamento. Foi dado um prazo para que a diretoria, encabeçada por Mário Bittencourt, apresentasse um plano de pagamento aos credores. Este é o ponto em que o clube acaba de chegar. No documento, a associação insere até R$ 217 milhões em dívidas, com um total de 268 credores diferentes. Esse valor deverá ser parcelado por um período de seis a dez anos, com possibilidade de descontos. Entenda ponto a ponto. Foto: Divul-
Mário Bittencourt, presidente do Fluminense em reunião.
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O que é? O Regime Centralizado de Execuções é um mecanismo que permite renegociar, de maneira unificada, dívidas trabalhistas (funcionários, atletas, técnicos) e cíveis (empréstimos, fornecedores, demais contratos).Credores farão uma “fila” para receber seus créditos. Enquanto o clube de futebol, o devedor, fará pagamentos de quantias fixas para pagar esses credores – neste ponto, com diferença relevante em relação aos acordos de Botafogo e Vasco. À medida que o tempo passa, a fila diminui. Existe certa similaridade com o Ato Trabalhista, por causa da ordem de pagamento aos credores. Porém, o Regime Centralizado de Execuções abrange uma quantidade maior de dívidas, pois também inclui as cíveis. Também há semelhança com a recuperação judicial, pois, nesse processo de renegociação, credores poderão conceder descontos para receber o dinheiro antecipadamente. No entanto, essa ferramenta não leva à falência. É uma “versão” mais branda, segundo advogados consultados. Qual é o prazo para o pagamento? O devedor terá seis anos para cumprir o acordo feito com os credores. Esse prazo poderá ser esticado em mais quatro anos, desde que, ao fim do sexto ano, o devedor tenha pagado pelo menos 60% da dívida. Quais são os valores a renegociar? No total, a associação tricolor tentará negociar até R$ 217 milhões em dívidas. O valor exato ainda não é conhecido, pois existem dois tipos de obrigações que podem ser incluídas nesse acordo, que são: Dívidas em execução ou consideradas como “perda prová-
vel” e dívidas que o Fluminense ainda discute judicialmente. A diretoria tricolor afirma, no documento, que a possibilidade de incluir dívidas "controversas" não quer dizer que o clube as reconheça como devidas. Essas são demandas feitas por credores ao Fluminense que, na avaliação Tipo de crédito
jurídica da associação, ainda podem ter decisões favoráveis ao clube. Na prática, significa que as dívidas listadas no primeiro item certamente farão parte da renegociação, enquanto as do segundo podem, ou não, ser incluídas no regime para renegociação. Os Valores delas são os seguintes:
Quantidade de credores
Em execução 69 Controversos 199 TOTAL 268
Qual é a forma de pagamento? Em vez de dedicar 20% de suas receitas mensais correntes para o pagamento do RCE, como fizeram Botafogo e Vasco, o Fluminense pagará R$ 24 milhões por ano. A quantia será dividida em parcelas mensais de R$ 1,5 milhão (R$ 18 milhões por ano) e pagamento anual de 6 milhões. Em relação ao repasse anual, o clube pretende
Valor total R$ 87.291.471,91 R$ 130.123.324,19 R$ 217.414.796,10
dedicar 80% desses R$ 6 milhões para credores de natureza trabalhista, enquanto os 20% restantes ficariam com credores de natureza cível. Esses percentuais podem ser alterados à medida que novas dívidas sejam incluídas. Qual é a ordem de pagamento? A ordem sugerida pelo Fluminense é a seguinte:
Dívidas trabalhistas Remanescentes do Ato Trabalhista de 2011
Lista da Coordenadoria de Apoio à Execução
Em execução consolidada
Data de início da execução
Em execução provisória Demais credores
Data de ajuizamento da execução Data de início da execução
A considerar também: Ordem de preferência Em execução consolidada ou controvertida Demais credores
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Dívidas cíveis Critério de anterioridade Data de ajuizamento da execução Data de início da execução
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Existe a possibilidade de acelerar determinados pagamentos, mediante descontos concedidos por credores. O plano de pagamento prevê a aceleração dos créditos de até R$ 200 mil, com liquidação imediata, desde que o credor aceite dar um desconto de 30% sobre o valor devido total. Nesse caso, de pagamento imediato com desconto, o Fluminense pretende fazer os repasses com base em suas receitas extraordinárias – como transferências de atletas, que não compõem as receitas Campeonato
2022
Estadual
Final
Final
Brasileirão
6º
5º
Copa do Brasil Libertadores Sul-Americana Por fim, em transferências de atletas, a previsão é arrecadar: R$ 90 milhões em 2022, R$ 95 milhões em 2023, R$ 92 milhões em 2024 e R$ 94 milhões em 2025. O que acontece se o clube não pagar? Assim como em todos os acordos fechados via Regime Centralizado de Execuções, caso o Fluminense tenha seu plano de pagamento aprovado pela Justiça, mas não cumpra com o pagamento das parcelas previstas, o clube perderá os benefícios da renegociação e voltará a sofrer execuções.
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correntes. De maneira geral, desta vez incluindo todas as dívidas, também existe a possibilidade de pagamento adiantado àqueles credores que derem descontos maiores que 30%. O dinheiro da venda de um jogador, por exemplo, seria usado para quitar imediatamente a dívida cujo credor der o maior percentual. Ele receberia antes, e o clube se livraria do problemas. Quais são os riscos para o clube? O Fluminense precisará aumentar suas receitas para que tenha
Quartas
2023
Quartas
Fase de Grupos Fase de Grupos Oitavas
Oitavas
dinheiro suficiente. A diretoria de Bittencourt incluiu no documento projeções financeiras e esportivas, nesse sentido, para demonstrar à Justiça que possui condições de arcar com as promessas que faz agora. As entradas (considerando o fluxo de caixa) precisarão ser: R$ 312 milhões em 2022 (abril a dezembro), R$ 375 milhões em 2023, R$ 393 milhões em 2024 e R$ 95 milhões em 2025 (janeiro a março). Para alcançar essas receitas, o clube precisará da seguinte performance: 2024
2025
Final
Final
4º
7º
Semifinal
Quartas
Fase de Grupos
Quartas
Oitavas
Oitavas
Foto: Google Chrome
Reunião no Fluminense
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Após turbulência, VPs têm solicitações atendidas e abafam crise no Vasco na negociação com a 777 Reivindicações de grupo de seis vice-presidentes são acatadas, e documento consolidado com sugestões será anexado aos contratos em andamento. E&Y é contratada Felipe Souza e Nicholas Rodrigues ge.globo 02/06/22 Após um início de semana turbulento, com questionamentos aliados de Jorge Salgado em relação ao processo de negociação da SAF, algumas reivindicações dos vice-presidentes foram atendidas. Depois de uma série de encontros com a KPMG, um documento consolidado com todas sugestões será incluído nos contratos em andamento com a 777 Partners. Além disso, a E&Y foi contratada para ajudar na condução do processo de carve-out – segregação entre a SAF e o clube associativo. O acerto com a empresa já era cogitado, mas ganhou força após as solicitações dos VPs. A forma como Jorge Salgado conduziu o processo após as reivindicações agradou os dirigentes e abafou o princípio de crise interna. Na segunda, incomodados com a falta de informações sobre as negociações em suas respectivas áreas, seis vice-presidentes se reuniram com o Salgado e com o vice-geral Carlos Osório e questionaram uma maior participação no processo. Diante das reivindicações, Jorge Salgado entrou em contato com
a KPMG, que disponibilizou uma sócia para esclarecer dúvidas e ouvir sugestões dos VPs. As reuniões ocorreram entre terça e quarta, na sede do clube, no Centro do Rio de Janeiro. As sugestões foram consolidadas em um documento, que será anexado aos contratos. Outra reivindicação atendida foi a contratação da E&Y. A empresa passa a fazer parte oficialmente do processo de caver-out e já iniciou a agendar reuniões com os envolvidos. Um trecho do documento preparado pelos VPs alegava que era “espantoso que as negociações não levassem em consideração o resultado da consultoria da E&Y, contratada por quase R$ 200 mil, com o objetivo de propor ideias de caver-out”. Na prática, há uma preocupação para que o documento final seja melhor elaborado, na forma que fique claro o que caberá à SAF e ao clube associativo e qual será os direitos dos sócios. Há também uma apreensão para que haja garantias de que o clube conseguirá se sustentar sem boa parte das receitas do futebol. O vazamento do documento elaborado pelo VPs gerou um mal-estar interno entre todas as partes, mas a situação, aparentemente, foi contornada com a maior parte das reivindicações dos vice-presiden-
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tes sendo atendida. O documento foi assinado por Fábio Nogueira (VP de Patrimônio), Marcel Kaskus (VP de Esportes Olímpicos e Paralímpicos e membro do Comitê Consultivo do Futebol), Vítor Roma (VP de Marketing), Maurício Corrêa (VPde Relações Públicas), Horácio Júnior (VP de Responsabilidade Social e História), Rafael Cobo (VP Médico), além do conselheiro Luís Aragão. Todos aliados de Jorge Salgado. Após um início de semana turbulento, com questionamentos aliados de Jorge Salgado em relação ao processo de negociação da SAF, algumas reivindicações dos vice-presidentes foram atendidas. Depois de uma série de encontros com a KPMG, um documento consolidado com todas sugestões será incluído nos contratos em andamento com a 777 Partners. Além disso, a E&Y foi contratada para ajudar na condução do processo de carve-out – segregação entre a SAF e o clube associativo. O acerto com a empresa já era cogitado, mas ganhou força após as solicitações dos VPs. A forma como Jorge Salgado conduziu o processo após as reivindicações agradou os dirigentes e abafou o princípio de crise interna. Na segunda, incomodados 163
Foto: João Pedro Isidro/
com a falta de informações sobre as negociações em suas respectivas áreas, seis vice-presidentes se reuniram com o Salgado e com o vice-geral Carlos Osório e questionaram uma maior participação no processo. Diante das reivindicações, Jorge Salgado entrou em contato com a KPMG, que disponibilizou uma sócia para esclarecer dúvidas e ouvir sugestões dos VPs. As reuniões ocorreram entre terça e quarta, na sede do clube, no Centro do Rio de Janeiro. As sugestões foram consolidadas em um documento, que será anexado aos contratos. Outra reivindicação atendida foi a contratação da E&Y. A empresa passa a fazer parte oficialmente do processo de caver-out e já iniciou a agendar reuniões com os envolvidos. Um trecho do documento preparado pelos VPs alegava que era “espantoso que as negociações não levassem em consideração o resultado da consultoria da E&Y, contratada por quase R$ 200 mil, com o objetivo de propor ideias de caver-out”. Na prática, há uma preocupação para que o documento final seja melhor elaborado, na forma que fique claro o que caberá à SAF e ao clube associativo e qual será os direitos dos sócios. Há também uma apreensão para que haja garantias de que o clube conseguirá se sustentar sem boa parte das receitas do futebol. O vazamento do documento elaborado pelo VPs gerou um mal-estar interno entre todas as partes, mas a situação, aparentemente, foi contornada com a maior parte das reivindicações dos vice-presidentes sendo atendida. O documento foi assinado por Fábio Nogueira (VP de Patrimônio), Marcel Kaskus (VP de Es164
Vasco dá início à contratação de estudos para o projeto da SAF
portes Olímpicos e Paralímpicos e membro do Comitê Consultivo do Futebol), Vítor Roma (VP de Marketing), Maurício Corrêa (VPde Relações Públicas), Horácio Júnior (VP de Responsabilidade Social e História), Rafael Cobo (VP Médico), além do conselheiro Luís Aragão. Todos aliados de Jorge Salgado. Após um início de semana turbulento, com questionamentos aliados de Jorge Salgado em relação ao processo de negociação da SAF, algumas reivindicações dos vice-presidentes foram atendidas.
Depois de uma série de encontros com a KPMG, um documento consolidado com todas sugestões será incluído nos contratos em andamento com a 777 Partners. Além disso, a E&Y foi contratada para ajudar na condução do processo de carve-out – segregação entre a SAF e o clube associativo. O acerto com a empresa já era cogitado, mas ganhou força após as solicitações dos VPs. A forma como Jorge Salgado conduziu o processo após as reivincações.
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EDUARDO GALEANO E AS GRANDES SELEÇÕES QUE PERDERAM UMA COPA. Autor Uruguaio é dono da obra liiterária mais lúdica sobre o futebol e suas subjetividades. E em ano de copa. É o autor perfeito para entender o que uma Copa pode envolver. trivela.com.br
Seleção brasileira 1950: Maracanazo foto Nome: Juliana Araujo e Lucas Souza Fonte:20191088@aluno.facha. edu.com.br Em:27/05/2022 GALEANO, Eduardo. “Futebol ao sol e à sombra” Seguindo a série sobre história das copas do Mundo. Depois de falarmos sobre os grandes jogadores que não venceram mundiais, vamos falar sobre os grandes times que não conseguiram vencer uma Copa. Para isso, temos dois casos que são fundamentais para entendermos os mundiais. Os maiores protagonistas que nunca venceram são os holandeses. Com 3 vices e muitos craques históricos ao longo das edições, os holandeses não conseguiram vencer a Copa nem quando eram amplamente favoritos. Por isso essa lista vai falar sobre a Holanda que poderia ter vencido tranquilamente em 1974, em 1978 contra a Argentina já não contava com o 166
astro Johann Cruyff, mas em 2010 chegou muito perto de bater a poderosa Espanha de Xavi e Iniesta. Mas também vale trazer para essa lista a Hungria de 1954 e o Brasil de 1982 e 1950. E como na reportagem anterior, veremos esses momentos sob a óptica apurada de Eduardo Galeano, escritor uruguaio dono de obras fundamentais para entender a América latina. Brasil 1950:“Nascia a televisão em cores. Os computadores faziam mil somas por segundo, Marilyn Monroe surgia em Hollywood. Um filme de Buñuel, Los olvidados. Arrasava em Cannes. O automóvel de Fangio triunfava na França. Bertrand Russel ganhou o Nobel. Neruda publicava seu canto geral e apareciam as primeiras edições de A vida breve, de Onetti, e de O labirinto da solidão, de Octávio Paz. Albizu Campos, que tinha lutado muito pela independência de Porto Rico, foi condenado nos Estados Unidos a
79 anos de prisão. Um delator entregou Salvatore Giuliano, o lendário bandido do sul da Itália, que caía crivado de balas pela polícia. Na China, o governo de Mao dava seus primeiros passos, proibindo a poligamia e a venda de crianças. As tropas norte-americanas entraram a sangue e fogo na península da Coreia, envoltas na bandeira das Nações Unidas, enquanto os jogadores de futebol aterrissaram no Rio de Janeiro para disputar a quarta Copa Jules Rimet, depois do longo parêntese dos anos da guerra mundial. Sete países americanos e seis nações europeias recém ressurgidas dos escombros, participaram do torneio brasileiro de 50. A FIFA proibiu que a Alemanha jogasse. Pela primeira vez, a Inglaterra comparece ao campeonato mundial. Até então, os ingleses não tinham acreditado que tais escaramuças fossem dignas de seus desvelos.A equipe inglesa caiu derrotada pelos Estados Uni-
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dos, creia-se ou não, e o gol da vitória norte americana não foi obra do general George Washington, mas de um centroavante haitiano e negro chamado Larry Gaetjens. O Brasil e o Uruguai disputavam a final no Maracanã. O dono da casa estreava o maior estádio do mundo. O Brasil era uma barbada. A final era uma festa. Os jogadores brasileiros, que vinham esmagando todos os seus rivais de goleada em goleada, receberam, na véspera, relógios de ouro gravados no dorso: Aos campeões do mundo. As primeiras páginas dos jornais já estavam impressas, já estava armado o imenso cortejo de carnaval que ia encabeçar os festejos, já tinham vendido meio milhão de camisetas com grandes letreiros que comemoravam a vitória inevitável. Quando o brasileiro Friaça converteu o primeiro gol, um estrondo de duzentos mil gritos e muitos foguetes sacudiu o monumental estádio. Mas depois Schiaffino cravou o gol do empate e um tiro cruzado de Ghiggia deu o campeonato ao Uruguai, que acabou ganhando por 2 a 1. Quando houve o gol de Ghiggia, explodiu o silêncio no Maracanã, o mais estrepitoso silêncio da história do futebol, e Ary Barroso, o músico autor de Aquarela do Brasil, que estava transmitindo a partida para todo o país, decidiu abandonar para sempre o ofício de locutor de futebol. Depois do apito final, os comentaristas brasileiros definiram a derrota como a pior tragédia da história do futebol. Jules Rimet perambulava pelo campo, perdido, abraçado ao troféu que levava seu nome: - Fiquei sozinho, com a taça em meus braços e sem saber o que fazer. Acabei por descobrir o capitão uruguaio, Obdulio Varela, e
a entreguei quase às escondidas. Apertei-lhe a mão sem dizer nem uma palavra. No bolso, Rimet levava o discurso que tinha feito em homenagem ao campeão brasileiro. O Uruguai tinha se imposto limpamente: a seleção uruguaia cometeu onze faltas, e a brasileira 21. O terceiro lugar foi para a Suécia. O quarto, para a Espanha. O brasileiro Ademir encabeçou o quadro de artilheiros, com nove gols, seguido pelo uruguaio Schiaffino, com seis, e o espanhol Zarra, com cinco. Hungria 1954: Gelsomina e Zampano brotavam da mão mágica de Fellini e sem nenhuma pressa faziam palhaçadas por La Strada, enquanto Fangio a mil por hora se consagrava campeão mundial de automobilismo pela segunda vez. Jonas Salk preparava a vacina contra Poliomielite. No Pacífico, explodiu a primeira bomba de hidrogênio. No Vietnã, o general Giap nocauteou o exército francês na fulminante batalha de Dien Bien Phu. Na Argélia, outra colônia francesa, começava a guerra da independência. O general Stroessner era eleito presidente do Paraguai, em uma dura
competição contra nenhum candidato. No Brasil, estreitava-se o cerco dos militares e empresários, armas e dinheiro, contra o presidente Getúlio Vargas, que pouco depois estouraria o próprio coração com um tiro. Aviões norte-americanos bombardearam Guatemala, com a bênção da OEA, e um exército fabricado no norte invadia, lutava e vencia. Enquanto na suíça se cantavam os hinos de dezesseis países, inaugurando o quinto Campeonato Mundial de Futebol, na Guatemala os vencedores cantavam o hino dos Estados Unidos, celebrando a queda do presidente Arbenz, cuja ideologia marxista-leninista estava fora de qualquer dúvida, pois havia se metido com as terras da United Fruit. No Mundial de 54, participaram onze equipes europeias, três americanas, Turquia e Coreia do Sul. O Brasil estreou a camisa amarela com gola verde, uma vez que a camisa anterior, branca, tinha dado azar no Maracanã. Mas a cor canarinho não teve efeito imediato: O Brasil foi derrotado pela Hungria numa partida violenta, e não pôde chegar nem às semifinais. A delegação brasileira denunciou à FIFA o árbitro inglês, imortaisdofutebol.com
Time da Hungria 1954
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que tinha atuado “a serviço do comunismo internacional”, contra a civilização ocidental e cristã. A Hungria era a grande favorita daquela Copa. Fazia quatro anos que a demolidora equipe de Puskas, Kocsis e Hidegkuti estava invicta, e pouco antes do Mundial tinha goleado a Inglaterra por 7 a 1. Mas aquele acabou sendo um campeonato extenuante. Após o duro confronto com os brasileiros, os húngaros exauriram suas energias contra os uruguaios. A Hungria e o Uruguai jogaram à morte, sem tréguas, e se esgotaram mutuamente até que dois gols de Kocsis definiram a partida na prorrogação. A final foi contra a Alemanha. A Hungria já havia dado uma surra nos alemães, 8 a 3, no começo do Mundial, e Puskas não tinha jogado. Na final, Puskas reapareceu, jogando a duras penas com uma perna só, à frente de uma equipe brilhante, mas esgotada. A Hungria, que estava ganhando por 2 a 0, acabou perdendo por 3 a 2 e a Alemanha conquistou seu primeiro título mundial. A Áustria chegou em terceiro lugar, e o Uruguai, em quarto. O húngaro Kocsis foi o goleador a Copa, com onze gols, seguido pelo alemão Morlock, com oito, e o austríaco Pabsti, com seis. Dos onze gols de Kocsis, o maior golaço foi feito contra o Brasil. Kocsis se lançou como um avião, voou um bom tempo no ar e cabeceou no ângulo. Holanda 1974:“O presidente Nixon estava contra as cordas, joelhos bambos, apanhando sem parar por causa do escândalo de espionagem no edifício Watergate, enquanto uma sonda espacial viajava para Júpiter, e em Washington era declarado inocente o tenente do exército que tinha assassinado cem civis no Vietnã, pois afinal de contas tinham sido só cem, e civis, e vie168
tnamitas. Morriam os romancistas Miguel Ángel Asturias e Pär Lagerkvist e o pintor David Alfaro Siqueiros. Agonizava o general Perón, que tinha marcado com fogo a história argentina. Morria Duke Ellington, rei do jazz. A filha do rei da imprensa, Patrícia Hearst, apaixonava-se por seus sequestradores, denunciava que seu pai era um porco burguês, e desandava a assaltar bancos. Fontes bem informadas de Miami anunciavam a queda iminente de Fidel Castro, que ia despencar em questão de horas. Na Grécia, caia a ditadura, e caía a ditadura em Portugal, onde no ritmo da canção Grândola, Vila Morena, se desencadeou a Revolução dos Cravos. A ditadura de Augusto Pinochet se firmava no Chile, e na Espanha Francisco Franco era internado no hospital Francisco Franco, doente do poder e dos anos. Num plebiscito histórico, os italianos votaram pelo divórcio, que lhes pareceu preferível à adaga, ao veneno e aos demais métodos que a tradição recomendava para resolver as disputas conjugais. Numa votação não menos histórica, os dirigentes do futebol mundial elegem João Havelange, presidente da FIFA, e enquanto Havelange desaloja na Suíça o respeitado Stanley Rous, na Alemanha começava o décimo Campeonato Mundial de Futebol. Estreava-se nova taça. Era mais feita que a Jules Rimet, mas cobiçada por nove seleções europeias, cinco americanas e também a Austrália e o Zaire. A União Soviética tinha ficado de fora nas eliminatórias. Durante as partidas de classificação para o Mundial, os soviéticos tinham se negado a jogar no Estádio Nacional do Chile, que pouco antes tinha sido campo de concentração e pátio de fuzilamentos. Então a seleção chilena
disputou neste estádio, a partida mais patética da história do futebol: jogou contra ninguém, e no arco vazio meteu vários gols que foram ovacionados pelo público. Depois, no mundial, o Chile não ganhou nenhuma partida. Surpresa: os jogadores holandeses viajaram para a Alemanha acompanhados por suas esposas, noivas ou amigas, e com elas se concentraram. Era a primeira vez que semelhante coisa acontecia. E mais surpresa: os holandeses tinham pés alados e chegaram invictos à final, com quatorze gols e só um contra, feito por um deles por puro azar. O mundial de 74 girou em torno da Laranja mecânica, invenção fulminante de Cruyff, Neeskens, Rensenbrink, Krol e outros incansáveis jogadores impelidos pelo técnico Rinus Michels. No começo da última partida, Cruyff tocou flâmulas com Beckenbauer. E ocorreu a terceira surpresa: o Kaiser e os seus estragaram a festa holandesa. Maier, que segurava tudo, Müller, que metia tudo, e Breitner, que resolvia tudo, ocuparam-se em lançar os baldes de água fria sobre a equipe favorita, e contra todos os prognósticos os alemães ganharam por 2 a 1. Repetia-se assim a história de 54 na Suíça, quando a Alemanha venceu a invencível Hungria. Atrás da Alemanha Federal e da Holanda, ficou a Polônia. Em quarto lugar, o Brasil, que não pôde ser o que tinha sido Um jogador polonês, Lato, foi o artilheiro da Copa com sete tentos, seguidos por outro polonês, Szarmach, e pelo holandês Neeskens, ambos com cinco.” Brasil 1982:“Mefisto, de István Szabó, uma obra prima sobre a arte e a traição, ganhava o Oscar de Hollywood, enquanto na Alemanha se apagava cedo a vida de Fassbinder, um
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criador de cinema de tormento e talento. Romy Schneider se suicidava, Sofia Loren era presa por sonegar impostos. Na Polônia era preso Lech Walesa, o chefe dos sindicatos operários. Garcia Marquez recebia o Novel em nome dos poetas, mendigos, músicos, profetas, guerreiros e malandros da América Latina. Matança do exército numa aldeia de El Salvador: mais de setecentos componentes caíram fuzilados, metade eram crianças. Na Guatemala, o general Ríos Montt tomava de assalto o poder, para multiplicar a carnificina dos índios: proclamava que Deus lhe havia confiado o comando do país e anunciava que o Espírito Santo ia dirigir seus serviços de inteligência. O Egito recuperava a península do Sinai, ocupada por Israel desde a guerra dos seus dias. O primeiro coração artificial batia no peito de alguém. Fontes bem informadas de Miami anunciavam a queda iminente de Fidel Castro, que ia despencar em questão de horas. Na Itália, o Papa sobrevivia a seu segundo atentado. Na Espanha, eram condenados a trinta anos os oficiais que tinham
organizado o ataque à Câmara dos Deputados, e Felipe González iniciava sua fulminante corrida para a presidência do Governo, enquanto se inaugurou em Barcelona o décimo segundo Campeonato Mundial de Futebol. Participaram 24 países, oito a mais que no anterior, mas a América não saiu beneficiada com a nova distribuição. Houve catorze equipes europeias, seis americanas e duas africanas, além do Kuwait e da Nova Zelândia. Na primeira rodada, a equipe argentina, campeã mundial, foi derrotada pelo Barcelona. Poucas horas depois, muito longe dali, nas ilhas Malvinas, os militares argentinos foram vencidos em sua guerra contra a Inglaterra. Os atrozes generais, que em vários anos de ditadura tinham ganhado a guerra contra seus próprios compatriotas, renderam-se mansamente aos militares ingleses. A televisão transmitiu a imagem: o oficial da Marinha Alfredo Astiz, violador de todos os direitos humanos, abaixava a cabeça e assinava o documento de humilhação. Durante os dias seguintes, a televisão mostrou imagens da
Copa de 82: a túnica ao vento do xeque Fahid Al-Ahmad Al Sabah, que invadiu o campo para protestar contra um gol da França contra o Kuwait; o gol do inglês Bryan Robson a meio minuto do início do jogo, o mais rápido da história dos mundiais; a indiferença do goleiro alemão Schumacher, depois de fazer o dianteiro francês Battiston desmaiar com uma joelhada (Antes de ser goleiro, Schumacher tinha sido ferreiro). A Europa ganhou os primeiros lugares do campeonato, embora o Brasil exibisse o melhor futebol nos pés de Zico, Falcão e Sócrates. A seleção brasileira não teve nto e às oportunas investidas de Paolo Rossi. Na final contra a Alemanha, a Itália venceu por 3 a 1. A Polônia, guiada pela boa música de Boniek, ficou em terceiro lugar. O quarto foi para a França, que merecia mais pela eficácia europeia e a alegria africana de seu memorável meio de campo. O italiano Rossi encabeçou a lista dos artilheiros, com seis gols, seguido pelo alemão Rummenigge que meteu cinco e foi prodígio em lampejos. forum.politz.com.br
Laranja mecanica
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OS MELHORES JOGADORES QUE NÀO GANHARAM A E acredite o azar foi da Copa do Mundo
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O primeiro craque temperamental do futebol brasileiro 2022 é ano de copa. Possivelmente será a última Copa de Cristiano Ronaldo e Lionel Messi, dois dos maiores jogadores de todos os tempos. Que marcaram uma era no futebol e dividiram os títulos de melhor do mundo em uma escala nunca vista anteriormente. Ambos têm algo em comum, não conseguiram vencer uma Copa do Mundo por suas seleções. Tal diagnóstico será confirmado este ano para um deles ou para os dois. Essa não é uma exclusividade dos dois gênios. Muitos craques protagonistas de seus tempos não venceram copas do mundo e provaram que o futebol pode ser algo muito maior e complexo do que meros números. O futebol é lúdico como qualquer outro esporte não consegue ser. E o autor que melhor soube traduzir toda essa história foi Eduardo Galeano, uruguaio e apaixonado por futebol. O autor reuniu uma série de crônicas sobre o esporte mais artístico da 170
terra no seu livro “Futebol ao sol e à sombra” no qual retrata momentos do futebol com toda a subjetividade que tais momentos conseguem proporcionar. Por isso juntamos aqui os 5 principais jogadores que não venceram uma Copa do Mundo, mas que foram tão geniais a ponto de merecer uma crônica de Eduardo Galeano: Heleno de Freitas: Mais do que não ganhar uma copa do mundo por seu país. Há uma categoria ainda mais cruel e que talvez mereça uma matéria a mais. Os grandes craques que sequer puderam disputar uma Copa do Mundo. Heleno de Freitas foi, ao lado de Zizinho e Ademir Menezes, o melhor jogador dos anos 40 no futebol brasileiro. No seu auge as copas estavam suspensas devido ao conflito da segunda guerra mundial. E quando teria a oportunidade de jogar uma Copa do Mundo em seu país, o temperamento difícil de Heleno, conhecido como Gilda devido ao seu humor dado a chiliques homéricos,
falou mais alto e a briga com o treinador Flávio Costa tirou suas possibilidades de disputar o mundial que viria a ser perdido pelo Brasil. Obviamente Heleno não passou despercebido ao tato de Eduardo Galeano que sobre o ídolo Botafoguense escreveu: “Foi em 1947, Botafogo versus Flamengo, no Rio de Janeiro. Heleno de Freitas, atacante do Botafogo, fez um gol de peito. Heleno estava de costas para o arco. A bola chegou lá de cima. Ele parou-a com o peito e se voltou sem deixá-la cair. Com o corpo arqueado e a bola no peito, enfrentou a situação. Entre o gol e ele, uma multidão. Na área do Flamengo havia mais gente que em todo o Brasil. Se a bola caísse no chão, estava perdido. E então Heleno pôs-se a caminhar, sempre curvado para trás, e com a bola no peito, atravessou tranquilamente as linhas inimigas. Ninguém podia tirá-la sem fazer falta, e estavam na zona de perigo. Quando
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chegou às portas do gol, Heleno endireitou o corpo. A bola deslizou até seus pés. E ele arrematou. Heleno de Freitas tinha pinta de cigano, cara de Rodolfo Valentino e humor de cão raivoso. Nas canchas, resplandecia. Uma noite, perdeu todo o seu dinheiro no cassino. Outra noite, perdeu não se sabe onde toda a vontade de viver. E na última noite morreu, delirando, num hospício.” Johann Cruyff: O grande maestro de uma das seleções mais importantes da história das copas também foi foco de uma crônica de Eduardo Galeano..Como não poderia deixar de ser, Cruyff ganhou boas menções no livro do autor Uruguaio. Sua importância para a revolução tática do futebol é inegável. É como se o Cruyff fosse o João Gilberto e o futebol fosse a Bossa Nova e a Música Popular Brasileira.Infelizmente não venceu nenhuma Copa. A derrota para a Alemanha Ocidental por 2 a 1 em 1974 foi crucial para a história dos mundiais. “A seleção holandesa era chamada de laranja mecânica, mas nada tinha de mecânico aquela obra de imaginação que desconcertou todo mundo com suas mudanças incessantes. Como A máquina do River, também caluniada pelo nome, aquele fogo laranja ia e vinha, impelido por um vento sábio que o trazia e o levava: todos atacavam e todos defendiam, espalhando-se e unindo-se vertiginosamente em leque, e o adversário perdia as pistas diante de uma equipe onde cada um era onze. Um jornalista brasileiro chamou-a de desorganização organizada. A Holanda tinha música, e o que regia a melodia de tantos sons simultâneos, evitando a bagunça e o desafino, era Johann Cruyff. Maestro da orquestra e músico, Cruyff trabalhava mais
do que todos. Aquele magrinho elétrico tinha entrado para o Ajax quando era menino: enquanto sua mãe servia na cantina do clube, ele recolhia as bolas que iam para fora, limpava as chuteiras dos jogadores, colocava as bandeirinhas nos cantos dos campos e fazia tudo o que lhe pedissem e nada do que lhe mandassem. Queria jogar e não deixavam, por seu físico demasiado frágil e seu caráter demasiado forte. Quando deixaram entrar, ele ficou. E ainda garoto estreou na seleção holandesa, jogou estupendamente, marcou um gol e com um murro fez o árbitro desmaiar. Depois continuou sendo
esquentado, trabalhador e talentoso. Durante duas décadas ganhou 22 campeonatos na Holanda e na Espanha. Parou aos 37 anos, quando acabava de fazer seu último gol, nos braços da multidão que o acompanhou do estádio até sua casa”.
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O maestro do carrosel holandes
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Zico em campo em 1982 Zico: Maior ídolo e maior artilheiro do Flamengo. Zico para os rubro negros foi algo próximo de um Deus. Para toda a geração de craques seguintes, foi a maior referência. Mas para a seleção brasileira, apesar dos inúmeros gols e momentos inesquecíveis, passou para a história como símbolo de 3 copas do mundo perdidas. Em 1986 foi o que perdeu o pênalti que foi determinante para a eliminação. E ninguém alivia o fato dele estar com uma contusão seríssima no joelho e estar frio no momento do pênalti. O craque do time é quem bate o pênalti e que não perca jamais. Mas Zico perdeu, fracassou em 3 Copas do Mundo, não venceu sequer uma Copa América. O maior craque brasileiro que não venceu Copas foi o inspirador de crônica do Eduardo Galeano já em seu fim 172
de carreira jogando no Japão. “Foi em 1993. Em Tóquio, o Kashima disputava a Copa do Imperador contra o Todoku Sendai. O brasileiro Zico, astro do Kashima, fez o gol da vitória, que foi o mais lindo dos gols da sua vida. A bola chegou, cruzada ao centro, pela direita. Zico, que estava na meia-lua da área, entrou com tudo. No embalo, ultrapassou-a: quando percebeu que a bola tinha ficado para trás, deu uma cambalhota no ar e em pleno voo, com a cara para o chão, chutou-a de calcanhar. Foi uma bicicleta, mas ao contrário. Contem-me como foi esse gol - pediam os cegos.” Ferenc Puskas (Hungria) Antes de Cruyff e da Holanda, a Hungria de Puskas também protagonizou uma revolução no futebol. E assim como Cruyff, Puskas foi um nome que desafiou a pala-
vra fracasso em Mundiais. É o vice-campeão que é mais conhecido que todos os campeões alemães de 1954. Seus títulos por clubes dignificam sua carreira, mas sua Hungria ficou apenas com o vice-campeonato provando que o futebol tem algo perdido no campo do drama. Uma das maiores injustiças. Puskas não poderia ficar de fora da nossa lista. “Foi em 1961. O Real Madrid enfrenta, em seu campo, o Atlético de Madri. Assim que começou a partida, Ferenc Puskas fez um gol bis, como Zizinho tinha feito no Mundial de 50. O atacante húngaro do Real Madrid cobrou uma falta na beira da área, e a bola entrou. Aí, o juiz se aproximou de Puskas, que festejava com braços para o alto: Sinto muito - desculpou-se - Mas
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eu ainda não tinha apitado. E Puskas voltou a chutar. Chutou de esquerda, como antes, e a bola fez exatamente o mesmo percurso: passou feito um tiro de canhão sobre as mesmas cabeças dos mesmos jogadores da barreira e entrou, como o gol anulado, pelo ângulo esquerdo da meta do Madinabytia, que saltou da mesma forma anterior e não conseguiu, do mesmo jeito que antes, nem encostar nela.” Puskas: o homem que virou sinonimo de gols bonitos..
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https://www.revistaprosaversoearte.com/ Essa revista, é uma hmenagem decicada a obra de Eduado Galeano.
Eduardo Galeano, autor do livro - Futebol ao sol e a sombra
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A FOME 176
NÃO É FAKE!
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