Revista Informe C406M - Facha - 2019 2

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FAC

H A

Revista

Trabalho acadêmico válido com AV2 - Editoração Eletrônica II - C406M - 2019.2 - Facha Méier, Rio de Janeiro.

Projeto de lei: exame de câncer com resultado em até 30 dias

Brechós tem sido uma alternativa para o consumo consciente

Japão fornecerá equipamentos para NASA na construção de estação lunar

Emicida celebra o amor e a construção de pontes em seu novo álbum

Eleições municipais 2020:

saiba quem deve fazer biometria O objetivo é cadastrar todo o eleitorado até as eleições de 2022 Informe - 2019 - 1


2 - 2019 - Informe


EDITORIAL Quando nos deparamos com esse desafio proposto pelo professor Gilvan Nascimento, o medo de não conseguimos administrar essa responsabilidade nos atingiu, porém, a vontade de agir e desenvolver essa revista nos manteve seguindo. Após diversas dificuldades, podemos dizer com muito orgulho que conseguimos. Trabalho acadêmico, válido como parte da AV2, produzido pelos alunos da disciplina Editoração Eletrônica II - C406M. Orientados pelo professor da disciplina, os alunos puderam desenvolver habilidades adquiridas ao longo do semestre na elaboração da revista impressa e digital. O conteúdo textual e imagético contidos nesse trabalho, incluindo os que não foram de autoria dos alunos, receberam os devidos créditos.

EXPEDIENTE IES: Faculdades Integradas Hélio Alonso Endereço: Rua Lucídio Lago, 345 - Méier, Rio de Janeiro/RJ Curso: Comunicação Social Habilitação: Jornalismo Coordenação do curso: Ivana Gouveia Disciplina: Editoração Eletrônica II - C406M Semestre/ano: 2o semestre de 2019 Professor: Gilvan Nascimento Alunos que participaram do projeto: Ana Luiza Lima Gomes, Ana Paula Barbosa Martins, Andressa Fernandes Gomes Guerra, Felipe Barbosa De Souza, Felipe LoureiroDaCruzCoratini,LoianeBragaLemos,MariaCarolinaFernandes, Maria Clara Torres Nogueira Guimarães da Silva Mariana Benedito Alves, Matheus de Carvalho Mattos, Matheus de Carvalho Veloso dos Santos, Nayara Delunardo França, Rafaela Alves de Souza, Rafaela Lohana de Souza Clementino, Samara Pinheiro de Oliveira, Sérgio Junior dos Santos Leã, Thamily de Freitas Santos, Thiago Cortes Rangel, Thiago D’Amaral Rodrigues, Thierry Silva do Nascimento Editoras: Ana Paula Barbosa Martins e Mariana Benedito Alves Todos os possíveis erros cometidos, de diagramação, planejamento e programação visual, de redação e outros, foram mantidos como forma de avaliação. Informe - 2019 - 3


SUMÁRIO NACIONAL 06 PETRÓLEO “EXTRA-PESADO” QUE FOI DERRAMADO É O PIOR DE TODOS

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ENADE 2018 APRESENTA SUPERIORIDADE DA REDE PÚBLICA EM RELAÇÃO ÀS FACULDADES PRIVADAS

POLÍTICA 15 BOLSONARO DIZ QUE PODE SAIR DO PSL SE PARTIDO NÃO ADOTAR TRANSPARÊNCIA

19 ELEIÇÕES MUNICIPAIS 2020: SAIBA QUEM DEVE FAZER BIOMETRIA

ECONOMIA 24 DESEMPREGO CAI NOS EUA E BATE RECORDE DE 1969

26 BALANÇA COMERCIAL BRASILEIRA

TECNOLOGIA 38 JAPÃO FORNECERÁ

EQUIPAMENTOS PARA NASA NA CONSTRUÇÃO DA ESTAÇÃO LUNAR GATEWAY

43ALYSSA CARSON, JOVEM

ASTRONAUTA É MAIOR APOSTA PARA INTEGRAR PRIMEIRA MISSÃO A MARTE

INTERNACIONAL 48CHANEL MILLER QUER QUE O MUNDO SAIBA SEU NOME 53ALEMÃES ORIENTAIS BURLARAM O REGIME ANTES DA QUEDA DO MURO DE BERLIM

SAÚDE 58 OUTUBRO ROSA: LIÇÕES DE

MULHERES QUE VENCERAM O CÂNCER DE MAMA

63 PROJETO DE LEI: EXAME

PARA DIAGNÓSTICO DE CÂNCER COM RESULTADO EM ATÉ 30 DIAS

4 - 2019 - Informe


ENTRETENIMENTO 68 VINGADORES: ULTIMATO DETA-

LHES QUE PASSARAM DESPERCEBIDOS ATÉ PELOS FÃS

73SÉRIE ESPANHOLA ELITE VOLTA

COM NOVIDADES NA SEGUNDA TEMPORADA

76

EMICIDA CELEBRA O AMOR E A CONSTRUÇÃO DE PONTES EM SEU NOVO ÁLBUM

MODA 84FOREVER 21: LOJA DE FAST

FASHION ENTRA EM DECLÍNIO NO MERCADO DA MODA

87PORQUÊOSBRECHÓSTEMSIDO UMA ALTERNATIVA PARA O CONSUMO CONSCIENTE

90 SÃO PAULO FASHION WEEK DESTACA REPRESENTATIVIDADE E ANCESTRALIDADE

Créditos: g1.globo.com

TURISMO 92 BELO HORIZONTE RECEBE

TÍTULO DE CIDADE CRIATIVA DA

96

GASTRONOMIA, PELA UNESCO MINISTÉRIO DO TURISMO DESTINA R$ 15 MILHÕES PARA OBRAS ESTRUTURANTES EM ANGRA DOS REIS

ESPORTE 101TALLESMAGNO,OMÁGICODA

SELEÇÃO SUB-17

105 JADE BARBOSA SE LESIONA E TIME DO BRASIL FICA FORA DA OLIMPÍADA DE 2020

Informe - 2019 - 5 Créditos: cbf.com.br/


g1.globo.com

Petróleo “extra-pesado” que foi derramado é o pior de todos 6 - 2019 - Informe


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Pesquisadores explicam como o petróleo se comporta em contato com a água do mar e como é possível determinar seu país de origem Felipe Barbosa e Matheus Mattos Fonte: g1.globo.com em 25/10/2019 A origem das manchas de óleo que atingem os nove estados do Nordeste continua um mistério, mas pesquisadores estão estudando e analisando o material encontrado nas praias. Exames laboratoriais mostram que a substância é petróleo cru de nacionalidade venezuelana, mas ainda não há informações sobre como ela veio parar na costa brasileira. Segundo um estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a origem do vazamento pode estar em um ponto a 700 km do litoral de Alagoas e Sergipe. As hipóteses mais prováveis estão relacionadas a vazamentos provocados ou acidentais em embarcações que navegam por águas internacionais. A reportagem conversou com geólogos, engenheiros e químicos para entender como são feitas as análises de petróleo cru e quais as principais características dessa substância. Para eles, o óleo que atinge o Nordeste, do tipo extra-pesado, é o mais prejudicial ao meio ambiente. “Ele tem mais frações tóxicas do que um óleo leve, cujos componentes seriam vaporizados mais facilmente”, diz Gonçalves, da FEI. “Enquanto ele está no mar você ainda pode retirá-lo com uma separação do tipo líquido-líquido. Mas, depois que ele entra em contato com a areia, a remoção torna-se muito mais difícil.” 8 - 2019 - Informe

O que é petróleo cru e quais são suas principais características? O petróleo é uma mistura de hidrocarbonetos e impurezas como enxofre e metais pesados. Ele é gerado ao longo do tempo a partir da decomposição de algas e plânctons em rochas sedimentares submetidas a altas temperaturas em grandes profundidades. O petróleo cru, substância que foi encontrada nas praias do Nordeste, é o óleo bruto, produzido diretamente no reservatório geológico e posteriormente escoado para uma refinaria. Ele precisa ser processado para dar origem a subprodutos comerciais como gasolina, querosene, óleo diesel e lubrificantes. Como é possível descobrir a nacionalidade de uma amostra de petróleo? Cada amostra de petróleo possui sua própria composição físico-química. Essas características dependem das condições do local onde ele foi originado. Quando um novo ponto de exploração é criado, o óleo obtido naquele local precisa ser cadastrado. No Brasil, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) é responsável por catalogar, em sua biblioteca, todos os produtos da exploração e produção de petróleo e gás natural nas bacias sedimentares brasileiras. “Cada óleo tem como se fosse um DNA, uma impressão digital que marca suas características”, explica Ronaldo Gonçalves, professor de engenharia química no Centro Universitário FEI e especialista em análise de petróleo. Em linhas gerais a qualificação dos diferentes tipos de petróleo se dá com base em seis critérios: • Marcadores biológicos;

• Composição química; • Acidez; • Densidade; • Volatilidade; • Estabilidade. A partir de uma análise laboratorial é possível verificar as características da amostra em relação a esses seis critérios e comparar o produto às amostras já catalogadas. “Eu pego um perfil de composição registrado e eu comparo a amostra com essa biblioteca e vejo com qual óleo registrado ela está mais próximo. Pode ser 90% ou 95% de compatibilidade, por exemplo”, diz Gonçalves. A densidade dos líquidos derivados do petróleo é uma das características mais importantes para identificar e diferenciar uma amostra de óleo. Ela compõe uma fração essencial de sua “impressão digital”. Essa densidade é medida em escala de grau API (American Petroleum Institute, na sigla em inglês) e considera a densidade relativa do líquido em relação à água. O óleo extra-pesado, classificação atribuída à substância encontrada na costa brasileira, é aquele com °API maior que 19. Como o petróleo cru se comporta no mar? A reação do material ao entrar em contato com a água salgada do oceano varia de acordo com as características do óleo. O petróleo cru que apareceu na costa brasileira é denso e pesado, o que faz com que ele se comporte de maneira diferente da que ocorre na maioria dos vazamentos, segundo os pesquisadores. “Grande parte dos vazamentos de petróleo em mar são de óleo leve, que formam uma fina camada translúcida e iridescente que se


espalha na superfície dos oceanos, uma vez que este tipo de óleo é menos denso que a água”, explica Clarissa Lovato Melo, geóloga e coordenadora de pesquisa do Instituto do Petróleo e dos Recursos Naturais (IPR) da PUC-RS. “Entretanto, óleos extra-pesados formam plumas de contaminação mais densas que a água e que, portanto, submergem logo após o vazamento, não sendo aparentes superficialmente”, diz Clarissa. O óleo cru localizado nas praias brasileiras, de nacionalidade venezuelana, parece ser do tipo extra-pesado, explica Melo. Por ser mais denso que a água do mar, o óleo que atingiu o Brasil parece ficar mais “leve” ao longo do tempo, conforme vai absorvendo a água salgada que o cerca e se aproximando da costa. Já os óleos mais leves que a água do mar poderiam ficar mais densos após o vazamento, absorvendo a água do mar. Por que os satélites não conseguem localizar manchas de óleo significativas em alto mar? O monitoramento de imagens de satélite feito pelo Ibama não encontrou indícios da substância na superfície marinha. O resultado da análise reforça a teoria de que o óleo que atinge as praias brasileiras não veio boiando pelo oceano, mas submerso. Segundo os especialistas, isso ocorre porque se trata de um óleo denso que não se concentra na superfície, mas viaja em profundidade, de acordo com os movimentos das correntes marítimas. Essa característica está relacionada à densidade do óleo, que é do tipo extra-pesado, típico de locais como Venezuela e Canadá. Por ser mais denso que a água, ele fica

submerso até chegar próximo à costa, onde forma manchas escuras e assume características similares ao piche. Esse tipo de óleo é considerado mais prejudicial ao meio ambiente porque sua decomposição é mais lenta. “Ele tem mais frações tóxicas do que um óleo leve, cujos componentes seriam vaporizados mais facilmente”, diz Gonçalves, da FEI. “Enquanto ele está no mar você ainda pode retirá-lo com uma separação do tipo líquido-líquido. Depois que ele entra em contato com a areia, a remoção torna-se muito mais difícil.” Além disso, esse tipo de óleo é caracterizado por maior poder de adesão. Ele tende a ser pouco absorvido ao entrar em contato com outros materiais, mas fica grudado com mais facilidade. Para esta reportagem foram ouvidos, ainda, os geólogos José Antônio Cupertino e Rosália Barili da Cunha e o químico Tiago de Abreu Siqueira, do IPR, e os professores de engenharia de petróleo Patrícia Matai e Ricardo Cabral de Azevedo da Poli-USP.

13 Cidades foram atingidas pelo óleo Felipe Barbosa e Matheus Mattos Fonte: g1.globo.com em 24/10/2019 Subiu para 13 o número de cidades alagoanas atingidas pelas manchas de óleo que atingem o Nordeste. Porto de Pedras entrou na lista do Instituto Brasileiro de Meio ambiente atualizada na noite do dia 23/10/19. Confira os municípios de Alagoas afetados (atualizado pelo Ibama em 23/10/2019): 1.

Feliz Deserto

2. Maceió 3. Piaçabuçu 4. Coruripe 5. Paripueira 6. Roteiro 7.

Barra de Santo Antônio

8.

Marechal Deodoro

9.

Passo de Camaragibe

10. Japaratinga 11.

Barra de São Miguel

12. Maragogi 13.

Porto de Pedras

uol.com

Informe - 2019 - 9


Ministro da saúde descarta situação crítica e acusa voluntários Felipe Barbosa e Matheus Mattos Fonte: g1.globo.com em 24/10/2019 O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta disse nesta quinta-feira (24) que pessoas intoxicadas durante o trabalho de limpeza do óleo em praias do Nordeste usaram produtos tóxicos para limpar o petróleo cru que grudou na pele. “A gente tem visto as pessoas procurarem unidades de saúde, mas eles informam que retiraram aquele óleo que gruda com benzina, com gasolina, com querosene, colocaram substâncias ainda mais abrasivas, mais tóxicas do que a própria substância” - Luiz Henrique Mandetta, ministro da Saúde Apesar de o ministro ter relacionado a falta de conhecimento dos voluntários sobre como lidar com o petróleo e ter negado a necessidade alerta, a Marinha do Brasil citou o próprio Ministério da Saúde para alertar para os riscos do contato com o óleo que já atinge 233 localidades no Nordeste. A orientação é para que a população não manipule a substância e que evite até mesmo o contato com a água do mar e a areia de locais afetados. Perguntado sobre a atuação do ministério frente ao problema, o ministro da Saúde afirma que a situação não é crítica. Ele comparou o desastre do derramamento de óleo com a tragédia de Mariana, e afirmou que o rompimento da barragem foi uma situação “muito mais complexa”. Questionado se seria necessá10 - 2019 - Informe

g1.globo.com

Pescador tenta retirar óleo de praia no litoral da Bahia

rio isolar as praias afetadas, Luiz Henrique Mandetta descartou a necessidade. “Não, porque a toxicidade é insignificante, é mínima. Na composição, o que seria (mais tóxico) é o benzeno, mas é mínimo”. Durante evento em Brasília nesta quinta-feira (24), Mandetta destacou o uso de substâncias abrasivas para a retirada do óleo e disse que pessoas na “ânsia de ajudar” manipulam o óleo sem equipamentos de proteção. “Aí é claro que a pessoa vai ter irritação na pele, ela vai ter coceira, alergia. Pode ter inalação, porque o contato (é) intensivo, se embrenhar com aquilo dali, então a gente não recomenda que isso seja feito assim”, disse o ministro. Para Mandetta, as pessoas devem evitar o uso de produtos tóxicos na limpeza da pele em caso de contato. “A gente orienta que seja feita a limpeza apenas com óleo de cozinha, que não é tóxico. Porque a gente vê pessoas tirando o óleo da pele com gasolina e outras substâncias ainda mais abrasivas. Quando entrar em contato, (o ide-

al é) retirar com óleo e sabão, fricção mecânica e usar óleo de cozinha”, disse o ministro da Saúde. Casos de intoxicação Pelo menos 17 voluntários que entraram em contato com o óleo foram admitidos em um hospital no Litoral Sul de Pernambuco com sintomas como enjoo, vômito e erupções na pele. Para especialistas ouvidos pelo G1, até o contato com a água do mar nas regiões afetadas é desaconselhado e perigoso porque luvas e botas não protegem todo o corpo e é inevitável o contato da água contaminada com a pele. Nesta quarta-feira (23) o Conselho Regional de Química de Pernambuco alertou que o contato com as manchas de óleo, mesmo indireto, traz riscos à saúde e pode até mesmo causar câncer. Nesta quinta-feira (24), a Agência Pernambucana de Meio Ambiente (CPRH) começou a coletar a água do mar em praias atingidas. As amostras serão analisadas pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).


Mourão garante que investigação chegará até o responsável

oglobo.com

Felipe Barbosa e Matheus Mattos Fonte: g1.globo.com em 25/10/2019 O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou em entrevista ao programa GloboNews Política que o governo encontrará o responsável pelo óleo que atingiu mais de 200 pontos no litoral nordestino. Segundo o vice-presidente, a Interpol ajuda a investigar o caso. “Nós temos um trabalho de paciência, de cruzamento de dados. Mas nós vamos chegar lá, nós vamos chegar ao responsável”, declarou o vice-presidente. Na última segunda-feira, Mourão comandou a reunião que definiu o envio de 5 mil militares do Exército ao Nordeste para as operações de remoção do óleo que atinge as praias da região. À GloboNews, o vice-presidente Segundo o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, análises de laboratório indicam que o óleo encontrado nas praias é semelhante ao óleo extraído na Venezuela. Confira a entrevista: R: O governo demorou na reação em relação ao óleo no Nordeste? Mourão: O que eu posso te dizer? Esse é um acidente atípico, porque o normal de acidentes dessa natureza é que haja um alerta, que haja, digamos assim, a localização do ponto inicial. Então, por exemplo, uma plataforma que vaza petróleo, um navio que vaza petróleo, ele indica que houve aquele vazamento, e as autoridades se

preparam para a contenção. Nesse caso, não. Nesse caso não houve nenhum tipo de alerta. E, de uma hora para outra, essas placas de óleo pesado, que se deslocam por baixo d’água, começaram a chegar nas nossas praias. Então, eram incidentes isolados. Primeiro, chegou no Rio Grande do Norte. Depois, chegou na Paraíba, Pernambuco. Daqui a pouco avançou para o nosso litoral Norte. Então, quando começou a ter um número maior de incidentes, se acendeu efetivamente a luz vermelha, e a partir daí foi acionado o Plano Nacional de Contingência. R: Esse plano de contingência, há críticas de que ele tenha demorado a ser acionado. Houve demora no acionamento desse plano? Mourão: Não. É exatamente como eu te respondi na pergunta anterior. Ele foi acionado a partir do momento em que nós verificamos que era um incidente que transcendia um mero estado e muito pelo contrário, ele começou a abranger várias praias do litoral nordestino. Então, a partir desse momento, de acordo com o plano, o Ministério do Meio Ambiente é a autoridade nacional, e por ser incidente de mar, a coordenação passa para a Marinha do Brasil. R: A questão é: como vai punir, se

não se sabe quem é o culpado? O que o governo brasileiro pode fazer em relação a isso? Por exemplo, já se descobriu que o óleo tem origem na Venezuela. O governo da Venezuela pode ajudar a localizar quem teria criado essa catástrofe para o Brasil, esse desastre ambiental? Mourão: Sempre é possível um contato com o governo venezuelano. Mas você sabe que se vive uma situação complicada em relação ao governo da Venezuela. Vamos lembrar o seguinte, a Venezuela entrega petróleo dela para Cuba e para alguns países da América Central. Então, nem ela sabe ou poderia dizer se o petróleo efetivamente saiu de lá. Então, a Marinha, que está responsável pela área, está fazendo um cruzamento de dados com informações de satélites, com apoio de outros países que têm tecnologia mais avançada, o uso da Interpol, as autoridades marítimas internacionais e verificando todos os navios que passaram pela área do saliente nordestino durante o período que nós julgamos onde pode ter havido o derramamento. E, em consequência, nós temos um trabalho de paciência, de cruzamento de dados. Mas nós vamos chegar lá, nós vamos chegar ao responsável. Informe - 2019 - 11


Enade 2018 apresenta superioridade da rede pública em relação às faculdades privadas Exame avaliou 460 mil estudantes de bacharelado em ciências sociais e humanas e de tecnologia de gestão e negócio, apoio escolar, hospitalidade e lazer, produção cultural e design

Felipe Barbosa e Matheus Mattos Fonte: g1.globo.com em 04/10/2019 Na edição de 2018 do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), só 3,3% dos cursos de faculdades privadas conseguiram atingir o conceito máximo. Segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) na manhã desta sexta-feira (4), de 7.276 cursos de instituições particulares, só 240 ficaram com o conceito 5. Já entre as instituições públicas, essa taxa sobe para 20,3%. O cálculo considera as instituições particulares com ou sem fins lucrativos, que somam 7.259 cursos, e inclui 17 cursos de instituições especiais (que são estaduais ou municipais, mas não são gratuitas, e contaram com 807 estudantes no exame). Já o grupo de instituições públicas inclui 1.244 cursos de universidades e institutos gratuitos das redes federal, estaduais e municipais. Considerando todos os 8.520 cursos, menos de 6% deles tiveram conceito 5, percentual semelhante ao registrado nos cursos avaliados em 2017. Segundo o Inep, outros 301 cursos ficaram sem conceito no Enade 2018. Entenda o Enade 2018: • O Enade é o exame aplicado pelo governo federal aos estudantes “concluintes”, ou seja, que 12 - 2019 - Informe

estão no último ano da graduação. Cada curso é avaliado a cada três anos; • No Enade 2018, fizeram as provas mais de 460 mil estudantes de 8.821 cursos de 1.791 instituições – fazer a prova e preencher o questionário socioeconômico é condição para os estudantes se formarem; • O exame tem 40 questões no total, sendo que 25% são sobre a formação geral e 75% sobre o componente específico de cada formação. A nota final do participante varia de 0 a 100; • Os cursos avaliados foram os de bacharelado das áreas de ciências sociais aplicadas, ciências humanas e áreas afins, e os de tecnologia de gestão e negócio, apoio escolar, hospitalidade e lazer, produção cultural e design; • Do total de 463.242 participantes do Enade 2018, 127.385 eram estudantes de direito e 99.616 estudavam administração; • O Conceito Enade é um dos indicadores de qualidade da educação superior, e é calculado para cada curso a partir da média ponderada da nota de cada concluinte, considerando peso maior para a prova de conhecimento específico. As instituições particulares têm a maior participação no ensino superior em número de matrículas e cursos. No Enade 2018, 84,8% dos participantes estavam matriculados em uma faculdade privada ou especial, e quase metade deles eram estudantes de direito ou

administração. Considerando os 392.243 participantes do Enade que estudavam em faculdades privadas ou especiais, só 37.461 (ou 9,5% do total) conseguiram tirar nota acima de 60 na edição de 2018 do Enade. Já entre os 69.299 estudantes de universidades públicas (federais, estaduais ou municipais) que fizeram a prova, 16.138, ou 23,3% do total, tiraram nota a partir de 61. Sabotagem O ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou nesta sexta que os resultados podem estar relacionados ao perfil dos alunos das universidades – vestibulares em instituições públicas tendem a ser mais concorridos – e a uma possível “sabotagem” dos estudantes. Para Weintraub, graduandos que acertam só 10% das questões não deveriam se formar. “Não deveria ter o diploma. (...) Eu acho que quem faz 0 a 20% foi sabotar”, afirmou o ministro. Ele lembrou que hoje só há punição para quem não faz a prova, que acaba sofrendo atraso na colação. “A gente tem uma série de sugestões, tudo vai passar pelo Congresso”, afirmou. O presidente do Inep, Alexandre Ribeiro Lopes, disse que o governo pretende mudar o edital para poder divulgar o nome dos alunos que tiveram os melhores resultados, como forma de incentivo para que os estudantes se empenhem durante o exame. Em nota encaminhada ao G1 na tarde desta sexta-feira (4), a Asso-


g1.globo.com

Mais de 50% dos cursos de instituições públicas conseguiram conceito 4 ou 5 no Enade 2018

ciação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes) afirmou que dois aspectos estão por trás da discrepância dos resultados: o perfil dos estudantes e a metodologia do Enade. Segundo Celso Niskier, diretor-presidente da Abmes, os universitários matriculados nas instituições privadas são “em sua maioria oriundos das escolas públicas, que notoriamente apresentam um rendimento inferior ao aluno oriundo das escolas particulares”. Ele também defendeu “um novo modelo de Enade, que considere as diferenças regionais e econômicas entre alunos, e que dê incentivo para que eles façam a prova com dedicação”. Secretariado e jornalismo tiveram maior média

Considerando a nota média geral de cada carreira, que varia de 0 a 100, o curso de tecnologia de secretariado executivo teve a pontuação mais alta (53,2%), seguido do curso de bacharelado em jornalismo (51,2%). Já os cursos de administração, ciências contábeis e ciências econômicas ficaram com as notas médias mais baixas: 38,4%, 37,1% e 36,7%, respectivamente. Qualidade EAD x presencial Os dados divulgados pelo Inep nesta sexta-feira mostram que os cursos na modalidade de ensino a distância tiveram desempenho semelhante, em termos relativos, aos cursos presenciais no Enade 2018. Embora o número total de cursos seja bem menor (563 cursos a distância contra 7.957 pre-

senciais), a porcentagem de distribuição na escala de conceitos foi quase a mesma. No caso do conceito máximo, porém, os cursos EAD tiveram ligeira vantagem: 6% dos cursos a distância avaliados tiveram conceito 5, contra 5,8% dos cursos presenciais. “Uma das coisas que chamou atenção é que não houve uma diferença significativa do resultado entre pessoas que fizeram curso a distância e as pessoas que fizeram presencial. Mostrando que essa preocupação com a queda de qualidade com o ensino a distância para as áreas do conhecimento que foram avaliadas a gente não percebe uma diferença significativa”, afirmou o ministro da Educação, Abraham Weintraub. Informe - 2019 - 13


Gilmar Mendes diz que quem defende volta da ditadura sofre de ‘amnésia, esquecimento’ Ministro do STF participou de abertura de congresso sobre direito constitucional

Nayara Delunardo e Loiane Lemos Fonte: Mariana Oliveira e Rita Yoshimine, TV Globo 22/10/2019 O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes afirmou nesta terça-feira (22), durante abertura de Congresso em Brasília, que quem defende a volta da ditadura militar no Brasil sofre de “amnésia, esquecimento”. Durante o discurso no 22º Congresso Internacional de Direito Constitucional – Sistemas de Governo & Crise da Democracia, Mendes lembrou que a Constituição de 1988 trouxe o mais longo período de normalidade institucional para o país. Segundo ele, isso deve ser preservado. “Quando vamos em manifestações e escutamos alguém dizendo que tem saudades da ditadura, 14 - 2019 - Informe

saudade dos militares, fico a pensar que as pessoas passam por período de amnésia, de esquecimento”, declarou. Para o ministro, “não podemos colocar nada no lugar da democracia”. Gilmar Mendes afirmou que, ao contrário do que afirmam os “saudosos” da ditadura militar, naquele período (1964 a 1985) havia corrupção. “Alguns dizem: ‘Saudades dos tempos dos militares porque não havia corrupção’. Não havia liberdade de imprensa, isso é que não havia. Corrupção havia. Quando vejo jovens saudosos da ditadura militar penso no evangelho: ‘Pai, eles não sabem o que fazem’” disse. O ministro aposentado do Supremo Sepúlveda Pertence também discursou na abertura do evento e apontou “riscos de retrocessos políticos no Brasil” com o au-

mento da polarização política e o incentivo à intolerância. “Dentre os valores, o menos violento e mais essencial para a convivência democrática, é a tolerância, sem a qual a democracia perece. Situação de tolerância existe quando um tolera o outro. Todo homem tem direito de exigir respeito dos semelhantes e está obrigado a respeitar os demais”, declarou. Durante o evento, foi realizada uma homenagem ao ex-deputado federal e advogado Sigmaringa Seixas, que morreu no ano passado. Sepúlveda Pertence lembrou que o ex-presidente Luiz Inácio da Silva convidou Seixas duas vezes para ser ministro do STF, mas ele recusou “por não se sentir à altura do cargo”. Familiares do ex-deputado participaram da homenagem.


Bolsonaro diz que pode sair do PSL nas próximas semanas se partido não adotar transparência

Nayara Delunardo e Loiane Lemos Fonte: Eduardo Simões e Lisandra Paraguassu, uol.com 24/10/2019 O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira, durante visita à China, que pode decidir deixar seu partido, o PSL, caso a legenda não adote a transparência como prática, e alfinetou a ala da sigla que se alinhou ao presidente do partido, deputado Luciano Bivar (PE). “O que nós pretendemos é que a palavra mágica ‘transparência’ seja colocada em prática no PSL. Caso contrário, se não for possível, daqui a algumas semanas, eu

tomarei uma outra decisão”, disse o presidente, que mais uma vez não descartou a possibilidade de deixar a legenda, à qual se filiou para disputar a Presidência no ano passado.

e que hoje tem a segunda maior bancada da Câmara dos Deputados— terá à disposição na eleição municipal do ano que vem, da ordem de 200 milhões de reais.

“É igual um problema de casal, a gente tenta reconciliar. Se a falta cometida por um dos dois não for tão grave assim, continua o casamento. Caso contrário, eles vão continuar com o charme Luciano Bivar”, cutucou Bolsonaro.

Bolsonaro afirmou que boa parte da bancada parlamentar do PSL foi eleita graças a ele e questionou a ala da legenda que, depois de se beneficiar de seu apoio no pleito do ano passado, agora, de acordo com o presidente, “mudou de lado”.

O presidente tem travado uma guerra interna no PSL com Bivar que tem como motivo velado o controle sobre o fundo eleitoral que a legenda —um partido nanico até a eleição do ano passado

“Tem gente que esteve comigo 100% no ano passado e agora quase 50% resolveu mudar de lado. Queria saber qual o charme, qual o perfume que o outro lado está usando”, disse Bolsonaro. Informe - 2019 - 15


Corte no orçamento da Funai pode inviabilizar ações de proteção a índios Nayara Delunardo e Loiane Lemos Fonte: globo.com 24/10/2019 O orçamento de 2020 não prevê recursos para o atendimento a direitos indígenas como demarcação de terras, organização social e proteção cultural. A informação consta de um estudo elaborado pelos servidores da Fundação Nacional do Índio (Funai). Esses servidores fazem parte da organização Indigenistas Associados (INA). Segundo eles, além de o orçamento não prever recursos para o atendimento a direitos indígenas, uma parte da verba da Funai será repassada a programas do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, apesar de a fundação estar vinculada ao Ministério da Justiça. O blog procurou a Funai e aguardava resposta até a publicação deste texto. De acordo com a previsão do Projeto de Lei Orçamentária Anual de 2020, houve corte de 40% no aporte destinado às áreas “finalísticas” da Funai, como é o caso do programa Proteção e Promoção dos Direitos dos Povos Indígenas, vinculado à Justiça. Esta será a primeira vez que isso acontece desde que começaram os Planos Plurianuais (PPAs). De acordo com a organização INA, os R$ 78 milhões destinados neste ano já eram considerados insuficientes pela categoria, e esse valor cairá para R$ 46 milhões em 2020 no âmbito do PLOA. O recurso, diz o estudo, será des16 - 2019 - Informe

tinado a um novo programa, chamado Proteção à vida, fortalecimento da família, promoção e defesa dos direitos humanos para todos, vinculado ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Os valores estão relacionados ao orçamento dessas áreas consideradas “finalísticas” da Funai, ou seja, sem contar a parte do orçamento destinada à área administrativa e ao pagamentos de servidores, por exemplo. Na avaliação da associação, a partir de 2020 a política indigenista deixará de contar com programas específicos e sofrerá crítico corte orçamentário, se levadas em conta as propostas do governo para o PPA e para o PLOA. Em nota técnica divulgada nesta quinta-feira (24), os servidores da Funai também criticaram o fato de o governo federal ter decidido destinar recursos para um programa vinculado ao MDH, e não ao Minsitério da Justiça. Segundo esse grupo de servidores, o orçamento mistura recursos destinados a toda a sociedade com o necessário para a proteção dos cerca de 305 povos indígenas do Brasil. Entenda a diferença no orçamento De acordo com a INA, houve cortes significativos na comparação entre a lei orçamentária de 2019 e o projeto de 2020. Somente na ação referente à demarcação e proteção das terras indígenas, por exemplo, houve corte de 37%. Para 2019 foram destina-

dos R$ 34,12 milhões; para 2020, a previsão é liberar R$ 21,55 milhões. As ações de Gestão Ambiental e Etnodesenvolvimento; Promoção dos Direitos dos Povos Indígenas de Recente Contato; Direitos Sociais e Culturais e à Cidadania e Preservação Cultural dos Povos Indígenas passarão a se chamar Proteção e Promoção dos Direitos dos Povos Indígenas em 2020. A previsão é que o corte nessa área chegue a 44,6%, saindo de R$ 44,13 milhões para R$ 24,43 milhões. “Não se vislumbra como seria possível manter todo o espectro de atuação da Funai com redução orçamentária tão expressiva”, dizem os servidores. Fernando Vianna, coordenador de política indigenista da Indígenas Associados (INA) e servidor da Funai, disse ao blog que na opinião dele o governo federal “insiste” em colocar a Funai sob “guarda chuva genérico” do MDH. “Com essa proposta de Plano Plurianual e de orçamento para o ano que vem, o Poder Executivo mostra que não tem nenhum compromisso em fazer o que as leis preveem como política indigenista de Estado. É chocante constatar isso, vendo a insistência em colocar a Funai sob o guarda chuva genérico do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos e o drástico corte no seu orçamento”, declarou. “Direitos duramente conquistados não se retiram assim, sem maiores consequências. Vejo os formuladores do governo fazerem uma


aposta deliberada no conflito com os sujeitos desses direitos, os povos indígenas. E considero essa aposta infeliz e perigosa”, acrescentou. Orçamento anual De acordo com o portal da transparência do governo federal, em 2015, o valor destinado no orçamento

para a Funai foi de R$ 639,33 milhões, dos quais foram executados R$ 475,34 milhões – o equivalente a 0,02% dos gastos públicos naquele ano. De 2016 para 2018, esses valores aumentaram gradativamente: R$ 502,19 milhões (2016), R$548,66 milhões (2017) e R$596,97 milhões

(2018), todos representando 0,02% dos gastos públicos. Em 2019 houve, até 30 de setembro, o maior aporte dos últimos quatro anos, com R$613,37 milhões, dos quais já foram executados R$318 milhões, mantendo o percentual de 0,02% dos gastos públicos. Informe - 2019 - 17


Salles acusa Greenpeace de ser responsável por óleo no Nordeste Ministro compartilha foto de navio da ONG e diz que embarcação navegava ‘em frente ao litoral brasileiro bem na época do derramamento de óleo venezuelano’

Nayara Delunardo e Loiane Lemos Fonte: Giovanna Romano, VEJA 24/10/2019 O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, insinuou nesta quinta-feira, 24, que o Greenpeace pode ser um dos responsáveis pelo vazamento de óleo no Nordeste brasileiro. “Tem umas coincidências na vida né”, ironizou o ministro, publicando uma imagem de um navio da ONG em alto-mar. Segundo ele, a embarcação estava navegando “em frente ao litoral brasileiro bem na época do derramamento de óleo venezuelano”. 18 - 2019 - Informe

A embarcação chegou na região dos Corais da Amazônia no começo de setembro deste ano com o objetivo de “expor as ameaças que as petrolíferas fazem ao local”. Em nota, eles afirmam que queriam impedir a exploração de petróleo na área. A imagem publicada por Salles é de fato de um navio do Greenpeace apelidado Esperanza, mas foi tirada em 2017 durante uma missão no litoral da Espanha — não no litoral brasileiro. Salles vem trocando farpas com o Greenpeace pelas redes sociais há quase uma semana. O ministro usou um vídeo editado, com um trecho original suprimido, para sugerir que a ONG não tem par-

ticipado dos mutirões de limpeza. “O ministro mente e espalha falácias sobre a atuação de ONGs, como vimos nas queimadas na Amazônia, como forma de desviar a atenção da sua própria inação e incompetência”, respondeu o grupo. Pelas redes sociais, a ONG tenta manter um diálogo com o ministro, que a ignora. Segundo o Greenpeace, Salles bloqueou os ativistas no Twitter. O próprio ministro reiterou a ideia de estar fechado para diálogos com o grupo, compartilhando uma entrevista na qual ele afirma que não recebe “terrorista”, referindo-se explicitamente à organização.


Eleições municipais 2020: saiba quem deve fazer biometria Cadastramento biométrico ainda não é obrigatório na cidade de São Paulo para o próximo pleito; veja mais informações sobre onde ele é exigido Em quais cidades do Estado de São Paulo a biometria será obrigatória? Em 2019, eleitores de 479 municípios devem realizar o cadastro biométrico obrigatoriamente.

Nayara Delunardo e Loiane Lemos Fonte: Carla Menezes, especial para O Estado Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que 73% dos eleitores brasileiros já realizaram o cadastramento biométrico. O processo, que começou em 2008, consiste em registrar as digitais, atualizar os dados, cadastrar a assinatura e tirar uma foto do eleitor. O objetivo é evitar possíveis fraudes. Ainda não fez a biometria? Sabe onde será obrigatória nas eleições municipais de 2020? O Estadão tira as principais dúvidas: O cadastramento biométrico é obrigatório na cidade de São Paulo? Não. Já é possível realizar o cadastro, mas ainda não existe um prazo para o início da obrigatoriedade do registro. De acordo com o TRE-SP, a data deve ser estipulada em um futuro próximo, pois a meta do Tribunal Superior Eleitoral é cadastrar a biometria de todo o eleitorado nacional até 2022. Apesar de ainda não ser obrigatório, segundo o TRE-SP, dos 8.946.329 de eleitores da capital, 53,89% já realizaram o cadastramento da biometria.

Qual é o prazo final para fazer a biometria obrigatória? Cada cidade tem uma data diferente. Você pode consultar o prazo no seu município clicando aqui. Quem não fez a biometria eleitoral obrigatória pode votar nas eleições 2020? Não. Se a sua cidade estiver na lista onde o cadastramento biométrico é obrigatório em 2019 e você não realizar o registro até a data-limite, seu título será cancelado e você não poderá votar nas eleições de 2020. Não moro em uma capital, como posso saber se a biometria é obrigatória na minha cidade? Os sites dos Tribunais Regionais Eleitorais de cada Estado disponibilizam listas das cidades onde os eleitores estão sendo convocados obrigatoriamente. Como agendar o cadastramento da biometria? Na maioria das cidades do Estado de São Paulo, o agendamento só pode ser feito pelo site do TRE. Posso agendar o cadastramento biométrico de outra forma? Em algumas cidades paulistas é possível realizar o agendamento para atendimento em unidades do Poupatempo. São Paulo, Guarulhos,

Osasco e São Bernardo do Campo são alguns desses municípios. Quais os documentos necessários para realizar o cadastramento da biometria? Antes de separá-los, é necessário saber que os documentos precisam conter o nome atual do eleitor. Caso você não tenha, deve levar um documento complementar em que conste o seu nome completo atualizado. No dia e horário marcados, você deve comparecer ao posto de atendimento com os seguintes documentos: Comprovante de endereço (contas de telefone fixo, celular, água e luz são aceitas desde que contenham o nome do eleitor, o endereço, e tenha sido emitida nos últimos três meses). Documento de identificação (qualquer um dos listados abaixo): RG original; Carteira de Trabalho e Previdência Social; Carteira profissional emitida por órgão criado por lei federal (OAB, CRM, CREA, etc); Certidão de nascimento; Certidão de casamento. Também é possível utilizar o passaporte como documento de identificação, desde que o modelo contenha a filiação (nome dos pais) do cidadão. A Carteira Nacional de Habilitação (CNH) não é aceita por não conter informações sobre nacionalidade e naturalidade. Comprovante de quitação do serviço militar (para homens de 18 a 45 anos que utilizem seu primeiro título de eleitor) Título de eleitor (e comprovantes de votação, caso os tenha). Informe - 2019 - 19


Defesa de Lula pede para desmarcar julgamento que pode anular sentença no processo do sítio de Atibaia Advogados alegam que desembargador escolheu parte do recurso para ser analisada, e solicita que todo o recurso protocolado seja julgado

Nayara Delunardo e Loiane Lemos Fonte: G1 RS, Globo.com 24/10/2019 A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou com pedido, nesta quinta-feira (24), para que a data definida para julgamento do recurso que pode 20 - 2019 - Informe

anular a condenação de Lula seja desmarcada. O ex-presidente recebeu condenação de 12 anos e 11 meses em primeira instância, pelo caso do sítio de Atibaia, sua segunda condenação na Operação Lava Jato. Segundo o pedido, assinado por quatro advogados de Lula, o relator da Operação na segunda

instância, desembargador federal João Pedro Gebran Neto, escolheu somente um dos capítulos do recurso solicitado pela defesa, e há outros capítulos que possibilitam a nulidade total do processo. O pedido deve ser analisado pela 8ª Turma da Corte, sem data prevista. Gebran marcou, na quarta-feira


(23), o julgamento que analisará se a condenação de Lula deverá ser anulada em função da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a ordem da apresentação das alegações durante o processo. O Supremo definiu que réus delatados devem apresentar as alegações finais depois dos réus delatores. Dessa forma, processos em que essa situação possa ter ocorrido – como os que tramitaram contra Lula na Operação Lava Jato – podem vir a ser anulados. Fatiamento recursal Por isso, a defesa do ex-presidente pede que a data seja suspensa até que o recurso seja julgado em sua totalidade. “O art. 610 e seguintes, do Código de Processo Penal, ao tratar do processamento da apelação criminal, não prevê o fatiamento recursal estabelecido pelo Relator. Tampouco o Regimento Interno deste Tribunal autoriza essa situação”, explica o recurso. Alega também que está pendente o julgamento de embargos de declaração sobre o pedido de inclusão das mensagens obtidas pela Operação Spoofing, atribuídas ao então juiz da Lava Jato Sérgio Moro e membros da força-tarefa da Lava Jato no Ministério Público Federal. Atualmente, Moro é ministro da Justiça. E, por fim, que houve quebra da ordem cronológica dos processos do Tribunal, uma vez que, quando a apelação foi protocolada, havia 3.871 recursos semelhan-

tes aguardando julgamento, dos quais 1.941 na 8ª Turma. Críticas ao pedido do MPF Na manhã de quarta, a defesa de Lula criticou pedido do Ministério Público Federal para anular a condenação de Lula. Os advogados entendem que há uma “tentativa de manipular a verdade nos processos envolvendo o ex-presidente” e que espera a anulação completa do processo. O parecer foi protocolado pelo MPF após o TRF-4 marcar o julgamento do dia 30. Em nota, o advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, disse que nas razões de apelação apresentadas ao TRF-4 em junho, a defesa pediu a declaração da nulidade total do processo relativo ao sítio de Atibaia, assim como os demais processos que foram conduzidos pelo ex-juiz Sergio Moro. Primeira condenação A sentença do sítio de Atibaia é a segunda condenação de Lula na Lava Jato. O ex-presidente cumpre pena na Polícia Federal de Curitiba por corrupção e lavagem de dinheiro no caso triplex do Guarujá (SP), desde abril do ano passado. Em abril deste ano, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve condenação e reduziu pena para 8 anos e 10 meses, em decisão unânime. Antes disso, o recurso em segunda instância havia sido negado no TRF-4, que aumentou a pena da primeira instância, de 9 anos e 6

meses, para 12 anos e 1 mês. A prisão do ex-presidente ocorreu após o esgotamento dos recursos no TRF-4. O andamento do processo tramitou durante cinco meses na segunda instância, até a decisão. Denúncia do sítio de Atibaia De acordo com o Ministério Público Federal, Lula recebeu propina do Grupo Schain, de José Carlos Bumlai, e das empreiteiras OAS a Odebrecht por meio da reforma e decoração no sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), que o ex-presidente frequentava com a família. Outras 12 pessoas foram denunciadas no processo. A acusação trata do pagamento de propina de pelo menos R$ 128 milhões pela Odebrecht e de outros R$ 27 milhões por parte da OAS. Para os procuradores, parte desse dinheiro foi usada para adequar o sítio às necessidades de Lula. Segundo a denúncia, as melhorias na propriedade totalizaram R$ 1,02 milhão. O MPF afirma que a Odebrecht e a OAS custearam R$ 850 mil em reformas na propriedade. Já Bumlai fez o repasse de propina ao ex-presidente no valor de R$ 150 mil, ainda conforme o MPF. Segundo o MPF, Lula ajudou as empreiteiras ao manter nos cargos os ex-executivos da Petrobras Renato Duque, Paulo Roberto Costa, Jorge Zelada, Nestor Cerveró e Pedro Barusco, que comandaram boa parte dos esquemas fraudulentos entre empreiteiras e a estatal, descobertos pela Lava Jato. Informe - 2019 - 21


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Catar regride economicamente em reta final para Copa do Mundo chuteirafc.cartacapital.com.br

Matheus Carvalho e Thierry Silva Fonte: exame.abril.com.br Em 01/10/2019 Agora que os aluguéis estão em queda e grande parte das construções dos estádios estão sendo finalizadas, a economia de US$ 192 bilhões começa a encolher. O PIB, excluindo a extração de petróleo e gás, encolheu pela primeira vez desde que os dados começaram a ser coletados em 2012, com uma queda de 1,1% na taxa anual no segundo trimestre, de acordo com a Autoridade de Planejamento e Estatística do Catar. Os setores de construção, manu-

fatura, atacado e varejo mostraram retração, segundo números divulgados nessa terça-feira (1). No geral, a economia do maior exportador mundial de gás natural liquefeito (GNL) encolheu 1,4% em relação ao ano anterior. A economia do Catar experimentou anos de expansão, impulsionada por US$ 200 bilhões em obras de infraestrutura para se preparar para o evento esportivo mais assistido do mundo. Juntamente com outras iniciativas para reduzir a dependência do petróleo e gás, o rápido ritmo do setor de construção e os altos preços dos imóveis mantiveram os moto-

res em exercício. Porém dois dos oito estádios para a Copa do Mundo já foram construídos, e o restante deve ser concluído até o fim de 2020. O novo sistema de metrô do Catar também já está funcionando depois da inauguração de parte da primeira linha no início do ano. A expansão projetada das instalações de GNL do país é um ponto positivo para a economia do Catar, uma vez que o aumento da capacidade pode gerar US$ 40 bilhões em receita adicional de exportações para a Copa do Mundo. A diminuição contínua de turistas e negócios com países vizinhos. Informe - 2019 - 23


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Desemprego cai nos EUA e bate recorde de 1969

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Matheus Carvalho e Thierry Silva Fonte: exame.abril.com.br Em 04/10/2019 Os Estados Unidos criaram 136 mil empregos em setembro, segundo dados com ajustes sazonais publicados hoje (4) pelo Departamento do Trabalho. O resultado veio abaixo da mediana da previsão de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, de geração de 150 mil vagas .O resultado veio abaixo da mediana da previsão de analistas consultados pelo Projeções Broadcast. A taxa de desemprego caiu de 3,7% em agosto para 3,5% em setembro, atingindo o menor percentual desde dezembro de 1969. *A projeção do mercado era de manutenção da taxa em 3,7%. O número combinado de criação de postos de trabalho de julho e agosto foi revisado para cima, em 45 mil postos. No entanto, o relatório mensal de empregos do Departamento do Trabalho mostrou que o crescimento mensal dos salários permaneceu inalterado e a criação de novos postos na indústria diminuiu pela primeira vez em seis meses, com o setor de varejo continuando a perder empregos. O relatório veio na esteira de uma série de dados econômicos fracos, incluindo queda na atividade industrial para a mínima de mais de uma década em setembro e uma forte desaceleração no crescimento do setor de serviços, para os níveis mais fracos desde 2016. Mercado de Trabalho Com sinais de que a guerra comercial prolongada do governo Trump contra a China está contaminando a economia em geral, a força contínua do mercado de 26 - 2019 - Informe

trabalho é uma defesa importante contra uma crise econômica. O salário médio por hora dos trabalhadores caiu 0,04% em setembro comparado a agosto, representando agora US$ 28,09 por hora. Na comparação anual, o aumento foi de 2,9%. As previsões eram de ganho mensal de 0,20% e de acréscimo anual de 3,2%. O setor privado criou 114 mil vagas em setembro, contra 122 mil criadas em agosto. A manufatura perdeu 2 mil postos no mês passado, o primeiro declínio desde março, depois de contratar 2 mil trabalhadores em agosto. O setor público abriu 22 mil empregos em setembro, após 46 mil vagas em agosto. O número de novas vagas em agosto foi provavelmente limitada por fatores sazonais relacionados à saída de jovens de seus empregos de verão para retornarem à escola. Economistas consultados pela Reuters previam a criação de 145 mil vagas nos EUA em setembro. Taxa de Juros Independente da criação de vagas de trabalho permanecer moderada, economistas esperam que o Federal Reserve corte a taxa de juros ao menos mais uma vez este ano dadas as incertezas da política comercial. Os ganhos de emprego de setembro ficaram abaixo da média mensal de 161 mil este ano. No entanto, ainda acima dos cerca de 100 mil postos necessários a cada mês para acompanhar o crescimento da população em idade ativa. A fatia da população dos EUA que participa da força de trabalho ficou inalterada em setembro se medida pelo mês anterior, em 63,2%.

Balança comercial brasileira Matheus Carvalho e Thierry Silva Fonte: exame.abril.com.br, em 01/10/19 A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 2,2 bilhões em setembro, de acordo com os dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério da Economia. As expectativas dos analistas consultados pelo Projeções Broadcast iam de US$ 2 bilhões a US$ 4,1 bilhões, com mediana em US$ 3,2 bilhões. O valor é 55,7% menor do que o registrado em setembro do ano passado e é o menor registrado para meses de setembro desde 2014. Transações No mês passado, as exportações somaram US$ 18,7 bilhões, uma queda de 11,6% ante setenbro de 2018. Já as importações chegaram a US$ 16,4 bilhões, uma alta de 5,7% na mesma comparação. De janeiro a setembro, o superávit comercial soma US$ 33,7 bilhões, saldo 19% menor do que o registrado no mesmo período do ano passado. Na quinta semana de setembro, que teve apenas um dia (30), o saldo comercial foi de um superávit de US$ 91 milhões. No mês, houve uma queda nas vendas de produtos semimanufaturados (-32,1%) e básicos (-14,5%), enquanto os manufaturados subiram (4,4%). Entre os semimanufaturados, houve queda principalmente nas exportações de ferro/aço (-59,3%), madeira serrada ou fendida (-44,9%) e açúcar em bruto (-36,8%). Nos básicos, caíram as vendas de petróleo em bruto (-37,7%), café em grãos (-25,7%) e farelo de soja (-20,5%). Pelo lado das importações, houve alta nas compras de bens de capital (95,1%), com importação de plataforma de petróleo. Por outro lado, caíram os desembarques de bens de consumo (-8,5%), combustíveis e lubrificantes (-6,7%) e bens intermediários (-3 9%). O Ministério da Economia piorou as projeções para a balança comercial do ano. Na penúltima estimativa, feita em julho, o órgão esperava que o saldo seria de US$ 56,7 bilhões ao fim do ano, mas o valor tombou para US$ 41,8 bilhões na última projeção.


exame.abril.com.br

BNDES NEGATIVADO! Matheus Carvalho e Thierry Silva Fonte: exame.abril.com.br Em 30/09/2019 As perdas passadas ou potenciais do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com operações envolvendo o grupo Odebrecht, que está em recuperação judicial, totalizam 14,6 bilhões de reais, em valores convertidos, segundo comunicado do banco de fomento em seu site nesta segunda-feira. Desse total, 3,7 bilhões de reais (ou 900 milhões de dólares convertidos pelo câmbio de 25/9/2019) estão relacionados a perdas da União em créditos no financiamento à exportação, uma vez que o Fundo Garantidor de Exportações (FGE) indeniza o

BNDES por todos os inadimplementos promovidos por países importadores. Dos 10,9 bilhões de reais restantes, 8,7 bilhões de reais, consideram perda potencial (máxima), atualizada até maio, corresponde ao valor de exposição total do BNDES em créditos perante as empresas em recuperação judicial do grupo Odebrecht. Com a venda pelo Sistema BNDES de ações da Atvos, em valores atualizados, a perda efetiva é de 800 milhões de reais. Com a OTP, na qual o banco ainda detém participação, a perda potencial das ações ainda em carteira é de 1,4 bilhão de reais. Para a União, o custo em operações de crédito com a Odebrecht somou, em valor atualizado, 646,7

milhões no período entre 2003 e 2018. Tal valor resulta da diferença do juro cobrado do grupo pelo BNDES e a taxa básica Selic no momento dos desembolsos. Em meados do mês passado, ao divulgar dados sobre o modelo de financiamento do Sistema BNDES à exportação de serviços de empresas brasileiras entre 1998 e junho de 2019, o BNDES informou que o grupo respondeu por 76% do total de desembolsos no período que atuaram juntos – no período entre 2003 e 2018. As modalidades de apoio ao grupo foram oferta de crédito, financiamento especifico à exportação e aquisição de participações acionárias. O BNDES desembolsou à Odebrecht 32,9 bilhões dólares. Informe - 2019 - 27


Brasil assina acordo com Argentina para livre comércio de automóveis Matheus Carvalho e Thierry Silva Fonte: exame.abril.com.br Em 04/10/2019 Brasil e Argentina assinaram nesta quinta-feira (3), em Montevidéu, o acordo comercial para o setor automotivo. O tratado prevê o livre comércio de bens automotivos, a partir de 1º de julho de 2029, sem quaisquer condicionalidades. Até que se atinja o livre comércio em definitivo, o pacto prevê aumentos graduais, com efeitos imediatos, dos volumes intercambiados sem a cobrança de tarifas. A negociação foi concluída no dia 6 de setembro, no Rio de Janeiro, pelos Ministros da Economia do Brasil, Paulo Guedes, e da Produção e Trabalho da Argentina, Dante Sica e agora firmado pelos diplomatas dos dois países. Os acordos anteriores entre Brasil e Argentina para o setor automotivo vinham sendo renovados periodicamente. O novo texto, no entanto, tem validade indeterminada. Os produtos automotivos correspondem à metade do comércio de bens entre os dois países. Em 2018, as exportações brasileiras desse setor para a Argentina chegaram a US$ 7,5 bilhões. Em nota conjunta, os Ministérios da Economia e das Relações Exteriores informaram que o acordo traz segurança jurídica e previsibilidade de investimentos para importante parcela da indústria nacional. Segundo as duas pastas, o tratado também facilitará a adequação do setor automotivo à união aduaneira do Mercosul, onde os demais produtos circulam sem tarifas e são exportados para fora do bloco com tarifas externas comuns. O novo acordo também reduz o percentual de peças locais exigidos dos carros que serão vendidos pelos dois países, o chamado índice de nacionalização ou conteúdo regional. O ministro da Economia, Paulo Guedes, destacou que estados brasileiros que quiserem atrair uma fábrica internacional e usarem incentivos fiscais para isso perderão os benefícios do novo acordo.

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Pobreza na Argentina cresce e atinge 15 milhões de pessoas Matheus Carvalho e Thierry Silva Fonte: brasil.elpais.com Em 01/10/2019 A pobreza chega a níveis devastadores na Argentina. 35,4% da população, 8,1 pontos a mais do que há um ano, e 25,4% dos lares não podem pagar uma alimentação básica. São mais de 15 milhões de pessoas. O dado, publicado na segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatíst_ica, se refere ao primeiro semestre do ano, de modo que não inclui a desvalorização de 12 de agosto e o aumento subsequente da inflação a 60% anual. Isso significa que a situação, agora, deve ser ainda pior. O cálculo é que até o final do ano a pobreza afetará 37% da população. O novo índice de pobreza é, talvez, a pior notícia recebida por Mauricio Macri em seus quatro anos como presidente. Pior do que o recurso ao FMI, o “default” parcial, a recessão e o fracasso da luta contra a inflação. Chegou ao cargo pedindo aos argentinos que o julgassem pelo sucesso ou fracasso na luta contra a pobreza, e os números não admitem discussão. Herdou de Cristina Kirchner uma pobreza de 29%, de acordo com estimativas da Universidade Católica (o kirchnerismo interrompeu as medições oficiais) e a deixará em mais de 35% ao próximo presidente, que provavelmente não será ele, e sim o peronista Alberto Fernández. Os técnicos calculam que no final do ano, quando o novo mandato começar, o número estará por volta de 37%. “Ainda que esse número doa, é

preciso olhá-lo de frente, como fizemos todos os anos”, disse Macri sobre o dado da pobreza. Pediu “consenso” para combater o empobrecimento da população e frisou que sua política sempre foi de medir a pobreza, “não escondê-la”, em referência à presidenta anterior. Os dados do Instituto Nacional de Estatística também revelam que 7,7% dos argentinos são indigentes, e que 50% dos menores de idade, um em cada dois, vivem na pobreza. Os alimentos básicos encareceram, entre junho de 2018 e junho de 2019, 58,3%, enquanto os salários e aposentadorias foram reajustados somente em 35%. Essa defasagem explica que um número crescente de pessoas não possa pagar a comida. Também incidem o maior desemprego, a transformação de empregos regulares em informais e a deterioração dos benefícios sociais. Além de “olhar de frente” para o aumento da pobreza, Mauricio Macri precisa “olhar de frente” para as eleições, em 27 de outubro, nas quais, se as tendências mostradas pelas primárias de 11 de agosto se confirmarem, se arrisca a sofrer uma ampla derrota. O presidente enviou, através de sua conta no Twitter, uma mensagem aos argentinos em que anunciava que iria “mudar o que fosse preciso mudar” para aliviar a situação do país. “Sei que está irritado, com raiva”, escreveu. Depois afirmou que disse a verdade à população, que combateu o tráfico de drogas e que melhorou a infraestrutura, e prometeu que o futuro da economia será “melhor”.


exame.abril.com.br

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Matheus Carvalho e Thierry Silva Fonte: exame.abril.com.br Em 29/09/2019 A Business Roundtable causou alvoroço no mês passado ao declarar que o objetivo de uma empresa não é apenas gerar retorno aos acionistas – o lema oficial da organização desde 1997 -, mas também cuidar de todos os interessados. As 300 palavras do comunicado alimentaram especulações sobre como o mundo corporativo dos EUA pode mudar. Aparentemente, não muito, quando conversamos com os próprios executivos. A Bloomberg News entrou em contato com os 181 CEOs que assinaram a declaração. Cerca de duas dúzias responderam, com respostas idênticas: Nossas empresas já são administradas com clientes, funcionários, fornecedores e comunidades em mente. E com os acionistas, é claro. Caso contrário, teríamos falido há muito tempo. Muitos até disseram que operam dessa maneira há anos ou até décadas, em outras palavras, muito antes da desilusão com a economia global ter ajudado a transformar a política de Washington a Londres. E as empresas rejeitaram a noção de que obter um retorno justo para os acionistas acaba prejudicando outras partes. Desigualdade Os críticos, no entanto, apontam para uma desigualdade crescente, remuneração de executivos exagerada e esforços insuficientes para combater a mudança climática, como evidência de que, embora algumas empresas apresentem um desempenho melhor do que outras, os números gerais não sus30 - 2019 - Informe

rothbardbrasil.com

As semelhanças do novo e velho capitalismo

tentam os argumentos dos CEOs. Vários CEOs reconheceram que muitos americanos não colheram os benefícios da expansão econômica dos últimos anos, e que o discurso político os fez pensar mais sobre o que pode ser feito para ajudar a população. Mas alguns, incluindo Jamie Dimon, presidente do JPMorgan Chase, argumentam que as empresas por si só não podem resolver

todos os problemas da sociedade e não devem ser responsabilizadas por suas deficiências. “Acho que as empresas podem fazer mais”, disse Dimon. “Mas não acho que sozinhas possam fazer isso.” Machismo nas empresas Em entrevistas, os executivos – todos eram homens – falaram sobre uma série de programas e inicia-


tivas implementados para pagar melhor os funcionários, reduzir a pegada ambiental das empresas e apoiar as comunidades. “A maioria dos CEOs corporativos sente que servimos melhor a cada parte interessada, servindo a todos”, disse Tom Linebarger, presidente da fabricante de motores diesel Cummins e membro do conselho da Roundtable. Lawrence Kurzius, da McCormi-

ck & Co., fabricante de temperos, falou sobre os esforços da empresa para ajudar pequenos agricultores em países em desenvolvimento. “As melhores empresas, francamente, não são aquelas que tentam ganhar até o último dólar para o acionista”, disse. Douglas Peterson, da S&P Global, listou as iniciativas de redução de uso de papel de sua empresa, compensações de carbono e trei-

namento em ciência de dados para funcionários. Nem todo mundo compartilha a opinião desses executivos. O secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, disse em conferência do New York Times este mês que não teria assumido tal compromisso, porque se as empresas focarem apenas no objetivo em vez do lucro, “você não terá uma comunidade empresarial muito vibrante”. E Steve Schwarzman, da Blackstone – um dos poucos membros da Business Roundtable que não assinou a declaração -, disse que, embora as empresas devam considerar as partes interessadas, o foco em todas elas igualmente tornaria difícil para ele, como CEO, saber o que deveria fazer. Mas Mark Sutton, CEO da International Paper, disse que o trabalho de sua empresa de preservar florestas e reduzir emissões não está afetando o retorno dos investidores. Até os mais céticos reconheceram que a declaração da Business Roundtable, de qualquer forma, foi um passo na direção certa. Mas alguns afirmam que as iniciativas de responsabilidade corporativa – embora importantes e bem-intencionadas – não mudam fundamentalmente a busca por retornos das ações que ainda ditam amplamente as prioridades corporativas. Somente a profundidade da crise em que se encontra o capitalismo poderia levar um membro da ortodoxia neoliberal, artífice de um plano econômico que aprofundou a subordinação e decadência do país alentando o parasitismo financeiro, a alertar aos seus colegas de classe que talvez estejam indo longe demais. Informe - 2019 - 31


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diariodoscampos.com.br

IndĂşstria brasileira pode deixar ranking das dez maiores do mundo Informe - 2019 - 33


Matheus Carvalho e Thierry Silva Fonte: exame.abril.com.br Em 04/10/2019 A produção industrial no mundo cresceu 10% desde 2014, em contrapartida, a atividade nas fábricas brasileiras caiu 15% no mesmo período e não recuperou o patamar em que estava antes da recessão. Caso não haja recuperação, de acordo com economistas, o Brasil pode não permanecer entre os dez maiores países industriais do mundo. Acima dos efeitos negativos da recessão no Brasil, de 2015 a 2016, sobre confiança e emprego, os diversos choques que a atividade industrial sofreu no país e os problemas estruturais que o setor enfrenta explicam a disparidade do desempenho local frente a países vizinhos, dizem especialistas. Esses fatores devem levar a indústria, que representa cerca de 11% no Produto Interno Bruto (PIB), a uma nova retração este ano; após registrar crescimento em 2017 e 2018, influenciada por conta da desaceleração global. O pico de participação da indústria no PIB ocorreu em 1976, com 22,3% (a preços constantes de 2010). De acordo com a economista Laura Karpuska, da BlueLine Asset - responsável por sistematizar os dados sobre produção industrial no mundo, nos países emergentes, excluindo a China - a atividade das fábricas cresceu 8% desde 2014, já na América Latina o desempenho foi de queda de 4%. O destaque negativo entre os maiores países da região foi o Brasil. Dentre os motivos que ajudam a explicar o desempenho mais fraco do Brasil em relação aos países vizinhos, Karpuska cita primeiro os diferentes choques que vêm tendo 34 - 2019 - Informe

impacto na economia do país. A queda nas exportações para a Argentina, que afeta os manufaturados, pode ter tirado até 0,7 ponto percentual do PIB em 2017 e 2018 e até 0,5 p.p. em 2019. Outros eventos que tiveram influência foram a tragédia do rompimento da barreira da Vale, em Brumadinho (MG) e a greve dos caminhoneiros em maio do ano passado. “À exceção da Argentina e dos problemas gravíssimos da Venezuela a crise industrial do Brasil foi uma das mais profundas da América Latina, e a recuperação tem sido das mais frustrantes possíveis também”, reforça o economista Rafael Cagnin, do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI). Vem da entidade o alerta de que o Brasil, que ocupa a 9ª posição entre os maiores países industriais, pode deixar, em breve, de aparecer entre os dez primeiros desse ranking. O baixo desempenho da indústria, na avaliação de Cagnin, reflete tanto a pouca demanda quanto problemas estruturais de competitividade e produtividade, como a complexa estrutura tributária, o baixo investimento e o parque produtivo obsoleto. O economista reforça que é cada vez maior o risco de a indústria fechar 2019 com queda na produção. “Se a situação em que a indústria brasileira está não é uma depressão, eu não sei mais o que poderia ser”, afirma o economista e ex-presidente do Banco Central, Affonso Celso Pastore. “A indústria nacional e a do resto do mundo seguem a mesma trajetória até 2012. Em 2013, a do Brasil começou a fraquejar e nunca mais se recuperou, enquanto a produção mundial continua crescendo e, hoje, está 40 pontos porcentuais na frente.”

Pastore avalia que foram cometidos uma série de erros em anos recentes, que criaram uma espécie de armadilha para o setor, como a recriação da indústria naval, que não se sustentou. “Além disso, diversos empresários foram atrás de proteção, de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e esqueceram de investir para aumentar a competitividade das empresas.” O professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e especialista em economia industrial, David Kupfer, avalia que não há uma solução de curto prazo para reverter o quadro atual, classificado como “anemia industrial”. “Há uma questão estrutural, de falta de competitividade, e conjuntural, de falta de dinamismo na economia, que impede a indústria de crescer.” Ele completa que seria possível tentar estratégias, envolvendo empresas e política econômica, para que a indústria recuperasse mais dinamismo em um horizonte de médio a longo prazo, com resultados demorando no mínimo cinco anos para aparecer. “O que se pode pensar é em uma reformulação da política econômica atual que abra algum espaço para investimentos.” Para Kupfer, políticas usadas por governos anteriores, como o fomento aos chamados campeões nacionais e a desoneração da folha de pagamento de diferentes setores produtivos, não serviram para fortalecer a indústria, mas para tentar melhorar o ambiente macroeconômico. “Ainda assim, esses instrumentos não devem ser demonizados, apenas não foram bem utilizados à época.


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Credito: afp.com

Zoológico de Paris exibe organismo unicelular primitivo ‘imortal’ que pode alcançar até 10 metros Não é animal, planta, nem mesmo fungo, mas um organismo primitivo que apareceu há 500 milhões de anos, antes do reino animal 36 - 2019 - Informe


Rafaela Lohana e Thamily Freitas Informetecfacha192m@gmail.com Fonte: G1.globo.com 17/10/2019

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anos 1990 aos mixomicetos, um grupo de protistas. Como é unicelular, ao iniciar seu ciclo é microscópico e, portanto, difícil de detectar em seu ambiente, à sombra em florestas temperadas ou em locais subterrâneos.

le não tem boca, estômago ou cérebro, mas se alimenta, se locomove e tem capacidade mnemônica. Trata-se do Blob, um Resistente ao micro-ondas curioso organismo unicelular que Tem vários núcleos, que podem se pela primeira vez será apresenta- multiplicar ou dividir à vontade. do ao público no zoológico de Pa- “Blobs de todos os tamanhos poris, anunciou a instituição. dem ser criados, nenhum limite é Os novos astros do zoológico conhecido”, explicou à AFP a etólocalizado no Bosque de Vin- loga Audrey Dussutour, do Centro cennes, que fascinam por terem Nacional de Pesquisa Científica 720 aparelhos sexuais e serem da França e especialista neste proquase imortais, foram instala- tista. Esse organismo pode atindos no vivário, onde o público gir até 10 metros em laboratório, poderá vê-los. “Nossa missão também é mostrar os mistérios da natureza”, disse Bruno David, presidente do Museu Nacional de História Natural de Paris e do Parque Zoológico. Instalado ao abrigo da luz, o Physarum polycephalum é uma massa esponjosa, amarela e viscosa, também conhecida como Blob, em alusão ao filme de Crédito: g1.glo bo.com 1958 com Steve McQueen, sobre uma criatura pegajosa extraterrestre que devora tudo em seu onde pode ser subdividido por caminho. corte, uma vez que os fragmentos Não é animal, planta, nem mesmo cicatrizam. Nas câmaras de cultufungo, mas um organismo primiti- ra do zoológico, os especialistas vo, que apareceu há 500 milhões criam novos espécimes diariade anos, antes do reino animal. mente, a partir da mesma amostra, “Não sabemos muito bem onde para poder apresentar o maior núcolocá-lo no repertório do reino mero possível ao público. de seres vivos”, explicou Bruno Marlène Itan, uma “blobicultora” David. recente, irriga e alimenta todos os Durante um tempo foi considera- dias os “bebês”. “Sempre mudam. do um fungo, antes de unir-se nos Você não sabe o que vai encontrar

quando chegar!”, assegura. Esse organismo realmente não para de surpreender. Pode morrer de várias maneiras, mas também entrar em estado dormente, secando a si mesmo. “Nesse estado, é quase imortal. Você pode até mesmo colocá-lo no micro-ondas por vários minutos!”, de acordo com Dussutour. Uma vez que é umidificado, pode começar de novo, iniciando seu ciclo do zero, acrescenta a pesquisadora, que possui um laboratório de amostras com mais de 70 anos. Outra curiosidade é que graças à corrente que circula em sua rede venosa, o Blob se move entre um e quatro centímetros por hora. Como observá-lo através de um copo não é muito espetacular, o zoológico concebeu uma museologia interativa para vê-lo em ação através de vídeos de imagens aceleradas. Capaz de memorizar Seu sistema vascular complexo apaixona também os físicos. Alguns até tentam se inspirar para aplicá-lo nas redes elétricas. Apesar da ausência de um sistema nervoso, ele é capaz de memorizar. O zoológico mostra uma experiência que mostra como pouco a pouco ele aprende a ignorar o sal (que a priori causa repulsa a ele) colocado no caminho em direção a sua comida. Com seus 720 sexos diferentes, possui uma reprodução sexual semelhante à do fungo. “Como surgiu antes, foram os fungos e os animais que se inspiraram em seus hábitos”, segundo Dussutour. Ele é inofensivo, afirmam. Informe - 2019 - 37


Japão fornecerá equipamentos para NASA na construção da estação lunar Gateway Rafaela Lohana Thamily Freitas Informetecfacha192m@ gmail.com Fonte: tecmundo.com.br 23/10/2019

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esmo não financiando a construção da estação lunar Gateway, o Japão fornecerá equipamentos para a base em órbita da Lua que abrigará alojamentos, laboratórios e estações de ancoragem e acoplamento de naves de exploração tanto do satélite como de Marte. A notícia foi dada Crédito: zhihu.com

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pelo Comitê de Política Espacial do Japão, ao anunciar que o país embarcou no programa de exploração lunar Artemis, da NASA. Por conta dos custos, o Japão contribuirá somente com tecnologia na construção do posto avançado na forma de sistemas de suporte à vida e computadores, entre outros equipamentos, além de ceder o HTV-X, seu transportador de carga de última geração, para enviar suprimentos ao Gateway a partir de 2025.

A estação orbital deve começar a ser construída pela NASA em 2022. O Japão tem a oferecer, além de equipamentos, sua experiência com o laboratório espacial Kibo e a nave espacial de carga não tripulada Kounotori. Além do Japão, já se juntaram ao Artemis, o Canadá e a Austrália; a Agência Espacial Europeia (ESA) deve fazê-lo em breve. O que é o Programa Artemis? A longo prazo, o Programa Artemis quer

estabelecer a presença humana sustentável na Lua a partir de 2024 e, para isso, a NASA conta com o envolvimento não apenas do governo como também de empresas espaciais norte-americanas e parceiros internacionais. A agência espacial americana criaria as bases para que empresas privadas se estabeleçam na Lua e eventualmente, enviem e deem suporte à vida humana em Marte. O projeto, ao custo inicial de US$ 22 bilhões. prevê o uso de cargueiros de empresas privadas


Pesquisadores do Google reivindicam marco histórico na computação quântica Problema que levaria milhares de anos para ser resolvido em um computador “clássico” foi solucionado em segundos Rafaela Lohana Thamily Freitas Informetecfacha192m@gmail.com Fonte: g1.globo.com 23/10/2019

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esquisadores do Google afirmaram ter atingido um feito histórico para a computação quântica, definido como a “supremacia quântica”. Segundo eles, o Sycamore, chip de computação quântica da empresa, conseguiu solucionar em 200 segundos um problema que levaria milhares de anos para ser resolvido por computadores tradicionais. A tarefa escolhida pelo Google era checar os resultados de um gerador quântico de números randômicos — uma tarefa que tem poucas aplicações práticas. De acordo com o Google, este é um “momento de possibilidade” e pode ser comparado com a construção do primeiro foguete que deixou a gravidade da Terra e foi para o espaço. “A computação quântica nos dá a chance de alcançar diversas aplicações práticas e melhorar o mundo de maneiras que a computação clássica não permitiria sozinha”, diz Sundar Pichai, presidente do Google. A partir deste marco, será possível

projetar baterias mais eficientes, além de produzir fertilizantes utilizando menos energia e medicamentos mais eficazes. Empresas gigantes da tecnologia, como Intel, Microsoft, IBM e Alibaba têm investido pesado nessa tecnologia. A China também está de olho no potencial da computação quântica: o país é o segundo que mais dá entrada em patentes sobre o tema e já investiu US$ 400 milhões em um laboratório nacional de pesquisas quânticas. O governo de Donald Trump, nos EUA, prometeu investir US$ 1,2 bilhão em pesquisas sobre física quântica, o que inclui computadores.

A IBM questionou pelo seu blog oficial o feito do Google, afirmando que o cálculo realizado pode ser feito com “grande fidelidade” por um super-computador binário em dois dias e meio. “Já que o conceito original do termo ‘supremacia quântica’, proposto em 2012 por John Preskill, era de descrever o ponto em que computadores quânticos podem fazer coisas que os computadores clássicos não podem, essa categoria ainda não foi atingida”, disseram pesquisadores da IBM, no texto assinado em conjunto. As afirmações da IBM ainda não foram checadas por outros cientistas.

A diferença de um computador quântico para um clássico, cujo funcionamento é binário, é que o quântico consegue calcular uma quantidade maior de informações, que podem ser processadas e armazenadas ao mesmo tempo. Enquanto em uma máquina clássica (como os nossos desktops domésticos e smartphones) o processo acontece em bits, representados pelos códigos 0 ou 1, em uma quântica o processo é feito por qubits, que têm propriedades quânticas, combinando 0 e 1 ao mesmo tempo.

O qubit O computador quântico, na realidade, é apenas o pequeno chip de um computador enorme. A grande estrutura ao redor do pequeno chip serve para garantir condições muito específicas de funcionamento, como ausência de ruído e de oscilação elétrica, além de temperaturas tão baixas que beiram zero Kelvin, o zero absoluto, ou -273 °C. O nosso computador tradicional funciona através de bits, que salvam e escrevem informação em Informe - 2019 - 39


Qubits, chip quântico

Uma dessas propriedades se chama superposição. Ao invés de escolher entre 0 ou 1, o computador quântico consegue usar a superposição para realizar uma combinação matemática entre 0 e 1, algo difícil de entender intuitivamente. Isso permite que o computador pegue alguns atalhos e realize cálculos mais rápidos. Outra característica é o entrelaçamento, também um fenômeno da mecânica quântica, que permite a um qubit exercer efeito instantâneo nos outros qubits do sistema, o que acelera ainda mais os cálculos. Diferença do computador tradicional Um algoritmo quântico teria que realizar 10 mil operações para encontrar um nome em uma lista telefônica com 100 milhões de nomes. Em comparação, o típico computador binário teria que fa40 - 2019 - Informe

zer 50 milhões de operações, na média. Por essas peculiaridades, espera-se que o computador quântico seja uma revolução em diversas indústrias. O Q System One da IBM, empresa que compete com o Google na corrida pelos super-computadores, tem capacidade de processamento de 20 qubits. O Sycamore, que o Google afirma ter atingido a supremarica quântica, tem 54 qubits. Especialistas afirmam que serão necessárias centenas de qubits para começarmos a ver uma revolução acontecer. Mas a tecnologia também desperta preocupações: o aumento na capacidade de processamento pode ameaçar, por exemplo, toda a criptografia que temos hoje para proteger bancos, transações financeiras e outras informações, já que seria mais fácil resolver os cálculos complexos que garantem a segurança atual. Quatro indústrias em que o computador quântico será revolucionário: Indústria química Destrinchar as complexidades moleculares e interações química tornará possível descobrir novos medicamentos e materiais. Logística Encontrar o caminho ideal em cadeias de distribuição global fará o delivery de produtos ser muito mais eficiente. Mercado financeiro Encontrar um modelo de cálculo de risco permitirá diminuir os ris-

cos de investimentos para fundos Inteligência artificial Tornar mais eficientes processos da inteligência artificial, como o machine learning, fará as máquinas mais inteligentes. s2.glbimg.com

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sequências binárias de 0 ou 1. Já o computador quântico usa qubits (se fala “quilbit”) — os bits quânticos. Os qubits são bastante delicados e só conseguem funcionar em temperaturas muito baixas, que é quando alcançam propriedades da mecânica quântica, daí o nome do computador.


Google anuncia Pixel 4, seu novo smartphone Nova versão do celular do Google tem sensores de movimento, câmera melhorada com inteligência artificial e assistente de voz mais potente Rafaela Lohana Thamily Freitas Informetecfacha192m@gmail.com Fonte: g1.globo.com 15/10/2019

O

Google anunciou no dia 15 de outubro o Pixel 4, nova versão do celular topo de linha fabricado pela empresa. O lançamento aconteceu dufscl01.fonpit.de rante o evento “Made by Google”, principal evento de produtos da empresa. Pixel 4 O aparelho, que não é vendido no Brasil, figura entre os modelos mais potentes que rodam o sistema Android. Por ser fabricado pelo Google, o Pixel conta com uma versão “pura” do Android e recebe atualização por mais tempo do que aparelhos de outras fabricantes. Os aparelhos chegam em dois tamanhos: o Pixel com 4, com tela OLED de 5,7 polegadas, e o Pixel 4 XL, com tela OLED de 6,3 polegadas. As telas são de 3200x1800 com frequência de 90Hz. As baterias têm 2.800 mAh, na versão menor, e 3.700 mAh na maior. Famoso pelas câmeras, os novos

Pixel contam com uma câmera frontal de 8MP. Na parte de trás, os aparelhos têm duas câmeras, uma grande angular (12MB) e uma tele-objetiva (16MB). O aparelho tem um sistema de inteligência artificial que faz balanço de cores nas fotos e desfoque com precisão nos retratos. Entre as novidades da nova ver-

são, está um sensor de movimento que detecta quando o dono do telefone se aproxima e permite algumas interações baseadas em gestos. Por exemplo, é possível silenciar uma ligação ou pular uma música que está tocando apenas passando a mão sobre o aparelho. Esse sensor detecta aproximação e consegue diminuir até o som do alarme matinal conforme a mão

do usuário se aproxima para desligar. Outra função nova é o aplicativo de gravação. Com uso de inteligência artificial, o app não só grava, mas transcreve o que está sendo gravado em tempo real, sem a necessidade de refazer transcrições. É possível também usar essa função para fazer buscas, por palavras e termos, em gravações. O novo Pixel também conta com sistema de reconhecimento facial, além de um sensor de reconhecimento biométrico por digital. Para evitar a presença do “notch” no topo do aparelho, que existia no Pixel 3, o Google adotou um design com a presença de uma borda no topo, eliminando o notch. O assistente de voz do Google também ganha uma versão otimizada pelo aparelho. Ambos os aparelhos contam com processador Snapdragon 855, fabricado pela Qualcomm, e têm 6GB de memória RAM. Os Pixel 4 começa a ser vendido por US$ 799 e o Pixel 4 XL por US$ 899 — dependendo do armazenamento interno o preço sobe. Informe - 2019 - 41


techcrunch.com

Serviço de games na nuvem do Google, chega a 14 países em novembro Pacote para ter acesso ao streaming ainda não está disponível no Brasil

Rafaela Lohana e Thamily Freitas Informetecfacha192m@gmail.com Fonte: g1.globo.com 06/06/2019

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Google anunciou que o Stadia, seu serviço de games na nuvem, será lançado nos Estados Unidos, Canadá e em outros 12 países europeus em novembro. O anúncio feito no dia 6 de outubro revela que “há novidades” para 2020 e nos anos seguintes, mas não especifica quando o streaming chegará ao Brasil. O pacote contém um controle de edição limitada, um Chromecast Ultra, o jogo Destiny 2 e três me42 - 2019 - Informe

ses no Stadia Pro para quem comprar e para um amigo. Segundo o Google, alguns jogos serão grátis para assinantes, enquanto outros serão vendidos a preços similares aos do varejo. Títulos de lançamento já conhecidos incluem Assassin’s Creed Odyssey, Mortal Kombat 11, Final Fantasy XV e NBA2K. Neste primeiro momento, os países da Europa que vão ter acesso ao serviço do Google são: Bélgica, Finlândia, Dinamarca, França, Alemanha, Irlanda, Itália, Holanda, Noruega, Espanha, Suécia e Reino Unido. É possível comprar controles adi-

cionais em três modelos: Wassabi, Just Black e Clear White pelo preço de US$ 89, equivalente a R$ 346. A assinatura do Stadia Pro, que custa US$ 9,99 por mês, incluirá jogos gratuitos e com desconto, segundo o Google. O produto ainda não está à venda. Quem quiser ter acesso ao serviço precisa pagar pelo “Founders Edition”, que custa US$ 129, equivalente a R$ 500. A Stadia Base, plataforma gratuita separada, que será lançada em 2020, transmitirá com qualidade de vídeo de até 1080p em comparação com o 4K do Stadia Pro.


Alyssa Carson, jovem astronauta é maior aposta para integrar primeira missão a Marte Rafaela Lohana Thamily Freitas Informetecfacha192m@gmail.com Fonte: revistamarieclaire.globo.com 28/09/2019

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lyssa Carson fala de Marte como qualquer outro falaria de uma viagem para praia. Aos 18 anos, a jovem americana é uma das mais jovens da história a ter treinamento e certificação para fazer experiências espaciais e se prepara para realizar o seu maior sonho: ser um dos primeiros seres humanos a pisar no Planeta Vermelho. A jovem participou como palestrante do Innovation Lab, no Brasil, evento da

plataforma de conhecimento Experience Club. Falou sobre planejamento a longo prazo e sobre seu interesse pelo espaço. Qual é a parte mais difícil de se preparar para uma viagem interplanetária como a missão para Marte? Alyssa Carsson: Acho que tudo começa pela construção de um currículo forte, com uma boa graduação em STEM (sigla em inglês que é um acrônimo para ciência, tecnologia, engenharia e matemática) e muita experiência prévia. Hoje sou treinada pelo projeto PoSSUM, que estuda a as camadas mais superiores da atmosfera e faz pesquisa astronáutica. A competição é forte. Para um programa na Nasa, são 18 mil inscritos e apenas 12 vagas. Espero passar no exame físico, que leva em consideração todos os danos que uma viagem espacial pode causar no seu corpo.

No momento, a agência precisa de mais pessoal com experiência militar. A aposta é que conforme a missão vá progredindo, a prioridade acabe sendo treinar cientistas que possam viajar para Marte para coletar dados e estudar o meio-ambiente, avaliando a possibilidade de colonização. Ser mulher e jovem tem sido uma barreira para a carreira? AC: Acho que o mundo está mudando e ainda bem, nunca sofri com nenhum preconceito por ser mulher. Na Advanced Space Academy, meus colegas tinham 30, 40 anos e eu sentia que não era levada a sério pela minha idade, mas isso nunca me abalou. Me inspiro muito em Sandra Magnus que como eu, decidiu que queria ser astronauta quando menina. Hoje ela já está em sua terceira experiência no espaço. Existem muitas críticas sobre o fato de estarmos pensando em colonizar outros planetas enquanto não cuidamos do nosso próprio. Você faz parte de uma geração que luta muito pelo meio-ambiente e para tentar reverter os danos que já causamos por aqui. Como vê essa questão? AC: Eu entendo que pode parecer irônico. Mas Marte não é apenas uma fuga dos problemas que causamos por aqui. O Sol, por exemplo, não estará aqui para sempre. Um dia ele vai explodir, e quando isso acontecer, nós todos iremos com ele. Ir para Marte faz parte desse pensamento a ultralongo prazo sobre a sobrevivência da humanidade, de explorar outras possibilidades de manutenção da espécie em outros lugares do universo.

media.defense.gov

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Semana Nacional de Ciência e Tecnologia em Brasília Evento ocorreu em outubro, no Parque da Cidade. Visitantes puderam conhecer iniciativas científicas brasileiras mctic.gov.br

Rafaela Lohana e Thamily Freitas Informetecfacha192m@gmail.com Fonte: g1.globo.com 17/10/2019

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omeçou no dia 21 de outubro a 16ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNTC). O evento, que ocorre em mais de 1,5 mil municípios em todo o país, terá atividades no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, em Brasília. Até o dia 27 de outubro, o espaço se tornou a Avenida da Ciência – Mundo MCTIC. A exposição reuniu todas as entidades vinculadas ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações em um espaço interativo, com o objetivo de mostrar a ciência que é feita no Brasil. Com mais de 180 expositores e 21 mil metros quadrados de área, os visitantes puderam se aproximar do que é feito no dia-a-dia da ciência, por meio de reprodução de 44 - 2019 - Informe

experimentos, equipamentos das Forças Armadas, estúdios de rádio e TV, entre outras atrações. Foram oferecidas ainda oficinas de construção de foguetes e de robótica. Para participar, os visitantes precisaram levar duas garrafas PET vazias de 2L e de 500 ml, respectivamente. Atividades pelo Brasil O tema escolhido para esta edição da SNCT 2019 foi “Bioeconomia: diversidade e riqueza para o desenvolvimento sustentável”. O evento contou com milhares de

atividades por todo o país, com o objetivo de popularizar a ciência e motivar crianças e jovens para a prática científica. O objetivo é debater o potencial para o uso sustentável da biodiversidade brasileira, além de divulgar o trabalho de pesquisadores e instituições ligadas ao tema. A escolha do tema se baseou na busca pelo desenvolvimento sustentável do Brasil e pela Agenda 2030, estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) para o progresso sustentável, ecológico e inovador a nível global.


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Morador do Alemão faz impressora 3D com sucata, ganha prêmios e sonha com polos tecnológicos nas periferias Conheça a história de Lucas Lima e sua ‘Maria’, apelido de sua criação

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Rafaela Lohana Thamily Freitas Informetecfacha192m@gmail.com Fonte:g1.globo.com 24/10/2019

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ucas Lima tem 24 anos, é engenheiro mecânico e sonha grande. Ele quer transformar as favelas cariocas em verdadeiras “wakandas” – como a nação negra, rica e ultratecnológica do filme “Pantera Negra”. Os primeiros passos rumo a esse sonho já foram dados. E foram passos largos: do lixo a uma impressora 3D, e do alto de sua casa no Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio, ao reconhecimento em premiações de peso. “Eu quero ver jovens periféricos, que a sociedade não dá nada por eles e os tratam como uma simples estatística, serem desenvolvedores de tecnologia.” Conhecedor da realidade vivida em uma favela carioca, Lucas diz ter certeza que cultura e educação são indispensáveis para a formação de um cidadão, mas que para o desenvolvimento do indivíduo no mundo capitalista é necessário atrelar a tecnologia a estes dois pilares. “Se eu ofereço tecnologia aos jovens de uma comunidade aumento as chances de fazerem eles crescerem igualmente aos jovens da Zona Sul que têm acesso a tudo”, aponta. O meio que Lucas encontrou para estimular o desenvolvimento tecnológico dos jovens foi criar uma impressora 3D. Sem dinheiro, foi revirar lixo atrás de sucata eletrônica e, em dois meses, criou seu primeiro protótipo. “Quando eu tive o primeiro conta46 - 2019 - Informe

to com uma impressora 3D, fiquei maravilhado. Só que custava R$ 15 mil, e na minha realidade eu não tinha como pagar. Então, eu fui aos ferros-velhos em volta do Complexo do Alemão, do Morro do Adeus, e dali eu consegui pegar os motores e algumas peças. Depois de dois meses, eu consegui fazer a primeira impressora, que é uma ‘graber’.” “Graber” é um modelo aberto, simples e eficiente que faz impressão 3D com diversos polímeros. Mas Lucas queria uma ainda melhor. Passou mais dois meses estudando muita programação e vasculhando mais lixos, até chegar a um modelo que imprime só com um tipo de polímero e que tem potencial para produção em larga escala. Ele o batizou de “Maria”, em homenagem à mãe.

ção. E se eu dou uma impressora 3D a um jovem da comunidade, ele pode fazer tudo o que quiser.” Agora Lucas trabalha no aprimoramento da Maria para que ela esteja apta para ser comercializada. “Para botar uma máquina dessas no mercado, eu quero que ela esteja perfeita. Quero gerar um produto acessível a todos, mas que tenha qualidade.” “Eu quero que a Maria seja não apenas um produto, mas uma ferramenta de transformação. Eu quero que o jovem periférico que não tem condições de comprar uma impressora top de linha possa comprar a Maria e começar seus passos no mercado de tecnologia”, reitera. “Acho que até o final desse ano já tem as primeiras Marias nas ruas”, adianta.

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Retorno para a comunidade

“A Maria é um modelo que eu imagino, no futuro, estar em todos os colégios públicos do Rio de Janeiro. A Maria é o meu xodó, pelo que dedico mais tempo.” Lucas conta que, desde criança, gostava de criar objetos diversos. Desmontava brinquedos para, a partir deles, construir novos. Mais tarde, começou a modelar, com massa, personagens de seus desenhos prediletos. Quando conheceu uma impressora 3D, ficou maravilhado com o potencial. “O que me motivou a ter uma máquina dessas é poder criar o que eu quiser. É como se ela fosse o limite máximo da minha imagina-

A Maria foi construída como projeto de conclusão do curso de Engenharia Mecânica. Lucas contou com uma bolsa de iniciação científica do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) e diz querer devolver à sociedade o conhecimento que adquiriu. “Eu tive uma lição de vida com o meu projeto. Ele não foi somente fabricar uma impressora. Eu vi que a tecnologia está aí para todos, só não está muito bem distribuída. E eu vi que é possível devolver à minha comunidade tudo o que eu aprendi.” Formado, com a Maria e outras duas impressoras prontas, Lucas foi em busca de emprego. Bateu na porta do Liceu de Artes e Ofícios e, mais que uma vaga como professor de robótica, ganhou um


Do laboratório criado na casa onde vive, no Complexo do Alemão, Lucas passou a ocupar um espaço no Centro do Rio para desenvolver - e ensinar como fazer - suas impressoras 3D feitas com lixo eletrônico

espaço para instalar sua empresa, a Infil, dedicada a impressões em três dimensões. Duas motivações o inclinaram a dar aulas. O professor de história Agnaldo Cabral, que faz questão de citar nominalmente – “que me inspirou a crescer” – e o retorno que teve ao palestrar em uma escola pública de São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio. “Eu vi cerca de 100 jovens praticamente sem perspectiva de futuro ali. Quando mostrei a eles três bonequinhos que eu mesmo imprimi, eles ficaram maravilhados e me perguntando: ‘Tio, eu também consigo fazer?’. E eu disse :’sim, vocês podem porque eu também pude’”, relembra. Para o futuro próximo, Lucas planeja aumentar o laboratório

instalado no alto de sua casa, no Complexo do Alemão. Ele dispõe de 72 metros quadrados e muita determinação. Quer fazer deste espaço um centro de qualificação dos jovens da comunidade ensinando programação, robótica, impressão 3D, corte a laser “e tudo o que eu aprendi até hoje”. E ele deixa claro que o Alemão será celeiro dessa empreitada, que pretende espalhar pelas favelas cariocas. “Eu vejo, daqui 5 ou 6 anos, as comunidades do Rio virando praticamente Wakandas, tendo jovens negros fazendo aplicativos impressoras 3D, criando máquinas. É isso o que eu quero para minha empresa. Não é apenas fazer um produto. O que eu quero é transformação.”.

Prêmios No último dia 7 de outubro, Lucas recebeu primeiro reconhecimento público de seu projeto. Ele foi o grande vencedor do programa Shell Iniciativa Jovem, no qual concorreu com outros 55 empreendimentos. Lucas conquistou o prêmio principal, de R$ 8 mil, além do Prêmio Popular, que é definido por votação do público presente no evento – um prêmio extra de R$ 2,5 mil. Os recursos devem ser investidos no crescimento da Infill e em ações de educação tecnológica. Passados 13 dias, mais um reconhecimento em dinheiro. “Fui uma das 15 startups selecionadas do programa start da Ambev, ganhando R$ 50 mil para utilizar. Informe - 2019 - 47


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Chanel Miler quer que o mundo saiba seu nome

Jovem, vítima de estupro, abandona pseudônimo usado para proteger seu anonimato no tribunal e lança livro para contar sua história e ajudar outras pessoas com o mesmo problema Thiago D’Amaral e Felipe Loureiro Fonte: g1.globo.com O escândalo de uma jovem estuprada por um estudante no campus da Universidade Stanford, na Califórnia, gerou comoção no mundo todo. Em uma noite de janeiro de 2015, ela foi encontrada inconsciente e parcialmente despida, perto de uma lixeira. O autor do ataque, Brock Turner, então aluno da instituição, foi condenado a seis meses de prisão por abusar sexualmente de uma mulher inconsciente. Mas só cumpriu metade da pena e foi colocado em liberdade condicional. O juiz Aaron Persky, que mais tarde foi afastado do cargo, citou o “bom caráter” de Turner que era uma das estrelas da equipe de natação da universidade e o fato de ele ter bebido para justificar a sentença. O caso ganhou grande repercussão depois que um depoimento lido pela vítima no tribunal, endereçado ao agressor, viralizou nas redes sociais. Na época, ela era conhecida como Emily Doe para proteger seu anonimato. Há apenas seis meses, Chanel Miller decidiu revelar sua identidade. Hoje, aos 27 anos, ela é autora do livro Know My Name (“Saibam meu nome”, em tradução livre), lançado recentemente nos EUA e no Reino Unido. Na obra, Chanel narra o trauma que passou desde acordar sem saber o que havia acontecido até descobrir os detalhes do ataque pela imprensa e se ver diante de um tribunal. Formada em literatura, ela também é uma artista talentosa, que sonha ilustrar livros infantis. Também estudou cerâmica e HQs, e atua em comédias de stand-up. 48 - 2019 - Informe

Adora cachorros. E se descreve como tímida. É metade chinesa — seu nome chinês é Zhang Xiao Xia (e Xia tem som de “chá”, a primeira sílaba de Chanel). Sorri com facilidade, é atenciosa e engraçada. É filha, irmã e namorada de alguém. Poderia ser alguém que você conhece. Aviso: esta história contém trechos que leitores podem achar perturbadores. As memórias de Chanel estão repletas de raiva da provação que passou. Mas por que escrever a respeito, quando isso significa reviver sua dor, ao ler documentos do julgamento e transcrições de depoimentos de testemunhas?


Ela diz que se sentiu na obrigação de lançar uma luz sobre a escuridão que muitas mulheres jovens precisam atravessar. “Houve dias em que realmente não conseguia imaginar um único caminho a seguir”, diz Chanel, que mora em San Francisco, sua cidade natal, nos EUA. “Era terrível. Eu não desenhava nada, não escrevia nada. Tudo o que eu queria fazer era dormir para não precisar ficar consciente.

Não é assim que se vive.” “Penso em outras jovens que precisam passar por isso e desistem, desmoronam, se afastam das coisas que amam. E eu só consigo pensar ‘como nós deixamos isso anteacontecer?’” Sua voz é articulada e clara, mas vibra com emoção e fúria silenciosa diante da injustiça que aflige outras mulheres ao redor do mundo — que sabem bem o que é ser “Emily Doe”. “Essas mulheres jovens e talen-

tosas, empolgadas com o futuro, têm tantas coisas para dar e oferecer. E algo assim acontece”, diz Chanel. “Elas voltam para casa, carregam e engolem a vergonha, e isso as corrói de dentro para fora.” “E elas pensam que ‘tudo vai melhorar se eu ficar enfurnada no meu quarto’, ‘talvez as coisas melhorem se eu não falar nada’. ‘Talvez eu não mereça ser amada ou acariciada gentilmente’”, afirma. Informe - 2019 - 49


Impunidade Muitas mulheres se manifestaram após ler o depoimento de Chanel, que viralizou nas redes sociais, encorajadas a contar suas próprias histórias — em alguns casos, pela primeira vez. A Rainn — rede nacional de assistência a vítimas de estupro, abuso e incesto, a maior organização contra a violência sexual nos EUA — estima que uma em cada seis mulheres americanas são vítimas de tentativas ou estupro consumado. A cada 92 segundos, uma americana é agredida sexualmente. A cada mil casos de abuso sexual, 995 agressores ficam impunes. Imagine por quantas mulheres você passa todos os dias. Pense em uma a cada seis. “Nós sempre nos perguntamos, por que ela não se manifestou? Por que não denunciou?”, diz Chanel. “Porque não há um sistema para que ela denuncie. Por que ela deveria confiar em nós para cuidarmos dela caso decida se manifestar? Precisamos fazer mais para ajudar as vítimas depois que isso acontece.” Quando Turner foi condenado, o crime não foi descrito como estupro — mas a lei na Califórnia mudou desde então, como resultado do caso de Chanel. Atualmente, há uma pena mínima obrigatória de três anos de prisão por penetrar sexualmente uma pessoa inconsciente ou embriagada, explica Alaleh Kianerci, advogado de Chanel. Outro ato legislativo foi redigido para expandir a definição de estupro, incluindo qualquer tipo de penetração — “O trauma vivido pelas vítimas não pode ser medido pelo que foi colocado exatamente 50 - 2019 - Informe

dentro delas sem consentimento”, argumentou Chanel, em defesa do projeto de lei. Após a divulgação da sentença de Turner, ela diz que se sentiu tão arrasada e chocada que, quando seu advogado pediu permissão para divulgar seu depoimento lido no tribunal, ela apenas falou: “Claro, se você acha que pode ser útil.” Chanel achou que o texto acabaria restrito a um fórum de comunidade ou site de jornal local- nunca poderia imaginar o impacto que teria.

“Não há um sistema para que ela denuncie. Por que ela deveria confiar em nós para cuidarmos dela caso decida se manifestar? Precisamos fazer mais para ajudar as vítimas depois que isso acontece” Quando o depoimento se tornou público, divulgado originalmente na íntegra pelo site BuzzFeed, teve 11 milhões de visualizações em quatro dias e Chanel recebeu centenas de cartas e presentes do mundo todo. Ela afirma que leu cada uma das cartas: “Me ensinaram a ser mais gentil comigo mesma, me mostraram quem eu era para elas”. “Aprendi a me ver através delas”, acrescenta. Ela recebeu, inclusive, uma carta da Casa Branca Joe Biden, então

vice-presidente dos EUA, escreveu: “Você deu a elas a força de que precisam para lutar. Portanto, acredito que você salvará vidas.” Como ainda estava sob anonimato, era comum que amigos encaminhassem o depoimento para ela, sem saber que ela havia escrito. A terapeuta de Chanel sabia que ela havia sido abusada sexualmente, mas não sabia que ela era Emily Doe, e chegou a perguntar: “Você leu o depoimento da vítima de Stanford?” Responsabilidade de denunciar Os tribunais ouvem casos como o de Chanel o tempo todo - mudam apenas os nomes, endereços e detalhes. Então, o que faz sua história e dor ecoarem tanto? “Talvez por não me esquivar das partes mais sombrias”, diz Chanel. “Acho que é quase um alívio quando alguém reconhece sua escuridão, porque você sente que é uma coisa feia e suja que precisa esconder.” “Se você mostrar, as pessoas vão se assustar e recuar. Eu consegui comunicar todos esses sentimentos complexos, me abri sobre eles, e não os deixei de lado, tampouco senti vergonha por tê-los vivenciado”. Após ter passado pelo processo na Justiça, Chanel sentiu que tinha a responsabilidade de denunciar, de mostrar aos outros como é. “Sei que, no meu caso, eu tinha muitas vantagens (entre aspas)”, diz. “Fiz meu exame de corpo de delito. Tive a assistência de policiais e enfermeiras. Um advogado foi designado, um promotor, todas as coisas que deveria ter.” “E ainda achei terrivelmente difícil, nocivo emocionalmente passar


por isso. Pensava: ‘Se para quem está bem assessorado é assim, como outras pessoas conseguem sobreviver a esse processo?’.” “Senti que tinha o dever de escrever sobre como é estar dentro das paredes sem janelas de um tribunal, como é o panorama interno, como é sentar naquela bancada e ser atacada por um interrogatório sem sentido.” Para escrever o livro, ela também teve acesso a documentos do tribunal e milhares de páginas de transcrições de sessões em que ela não estava presente. Embora tenha sido elucidativo, também foi profundamente doloroso saber o que não apenas a corte — mas sua família e amigos tinham ouvido e presenciado. “Foi extremamente difícil. Adiei por um longo tempo. Finalmente, pensei bem, precisava saber.” “Li sobre Brock e a defesa falando, passo a passo, sobre tirar minha calcinha, colocar os dedos lá dentro...”, ela faz uma pausa, antes de acrescentar: “Foi tão gráfico e sufocante, ler sobre mim mesma sendo despida novamente.” “E imaginar tudo isso aconte-

cendo em um tribunal, onde todo mundo está apenas ouvindo e ninguém faz nada. Não conseguia suportar.” Inicialmente, Chanel ficou com raiva e deprimida, até que se deu conta do que tinha em mãos. “(Houve) esse momento maravilhoso em que pensei: ‘Todas essas vozes nessas transcrições estão literalmente nas minhas mãos, posso pegá-las e colocá-las no papel.

“Me fez questionar o que estamos fazendo no sistema de justiça criminal, porque se ele não está sequer aprendendo, então qual é o sentido?” Mas possuo todas elas. Preciso escolher as palavras que eu quero e reuni-las como quiser’”. “Há um poder enorme em ser capaz de criar a narrativa novamente”, acrescenta. A decisão de se revelar O livro Know My Name narra todo o trauma que Chanel viveu. “Escrever é como eu processo o mundo”, diz ela.

A jovem, que começou a escrever o livro em 2017, só decidiu revelar seu nome há seis meses. Ela diz que o fardo do anonimato se tornou pesado demais para ela 90% das pessoas que ela conhecia não estavam cientes da sua outra identidade. “No começo, isso era muito importante para minha autopreservação, todo o processo e privacidade”, diz ela. “Mas com o tempo, você se sente realmente diminuída. E acho que é importante poder viver nossa verdade plena.” Ela esperava que o dia em que revelaria sua identidade, no início deste mês, fosse “turbulento”. Mas, no fim das contas, foi um momento de profunda calma e resistência. “Acabou sendo o dia mais tranquilo que tive nos últimos quatro anos e meio”, diz Chanel. “De repente, percebi que virei uma página.” Ela não acredita que Turner — que negou todas as acusações — reconheça o que fez. “Na hora da sentença, ele leu 10 frases de desculpas”, diz ela. “Pareceu genérico para mim.” “E realmente me fez questionar o

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que estamos fazendo no sistema de justiça criminal, porque se ele não está sequer aprendendo, então qual é o sentido? Se ele tivesse se transformado, acho que eu teria sido mais complacente com a sentença.” “Estou realmente interessada em crescimento pessoal, e constatar o fato de que ele se esquivou para tão longe disso, e nunca foi forçado a fazer nenhum tipo de autorreflexão ou analisar a maneira como me afetou, isso me magoa muito.” A resposta da universidade Aplaudimos a coragem de Chanel Miller em contar sua história publicamente, e lamentamos profundamente que ela tenha sido agredida sexualmente no campus de Stanford. Como universidade, continuamos e fortalecemos nossos esforços para prevenir e responder efetivamente à violência sexual, com o objetivo final de erradicá-la de nossa comunidade. O local mais próximo para um exame SART [sigla em inglês para “exame de resposta à agressão sexual”] é no Valley Medical Center, em San Jose. Há muito tempo concordamos com a necessidade de um local mais próximo e nos comprometemos a fornecer espaço no Stanford Hospital para os exames SART. O Condado de Santa Clara, que administra o programa SART, está trabalhando para treinar enfermeiros suficientes para fazer parte da equipe. Aprendizado e compreensão Muitas das críticas ao juiz Aaron Persky se concentraram na sentença relativamente branda dada a Turner — desencadeando um debate nacional sobre se homens 52 - 2019 - Informe

brancos de origem abastada receberiam tratamento diferenciado pelo sistema judiciário dos EUA. “Há jovens negros cumprindo penas muito mais longas por crimes não violentos como posse de maconha. É ridículo”, diz Chanel. Turner foi banido da universidade e agora vive com os pais em Ohio. Ele tentou anular sua condenação no ano passado, mas seu recurso foi rejeitado. E seu nome permanece no registro de criminosos sexuais. Perguntada se gostaria que Turner e a família lessem o livro, ela diz:

“Acho que a resposta que estou recebendo faz parecer que as pessoas estão realmente dispostas agora a lutar pelo que é certo. E isso é extremamente encorajador.” “Se eles decidirem ler e realmente escutarem (o que tenho a dizer), sempre vou encorajar. Sempre incentivei o aprendizado e a compreensão mais profunda.” “Mas também reconheço que o que eles fazem está fora do meu controle, que só posso me concentrar na minha própria trajetória e como desejo seguir em frente. Principalmente, quero que o livro exista como um companheiro.” “Penso nele como algo que você pode carregar com você e passar por momentos difíceis, algo que

você pode segurar fisicamente ou ler na cama tarde da noite, quando se sente sozinho. Sempre pensava no que eu precisaria ter ouvido quando estava passando por isso.” No coração de Chanel, há um lugar cativo para os dois estudantes suecos — Peter Jonsson e Carl-Fredrik Arndt — que passavam de bicicleta pelo local no momento do ataque e interromperam a agressão. Chanel fez o desenho de duas bicicletas e dormiu com ele em cima da cama após o ataque, uma espécie de talismã para lembrá-la de que havia esperança lá fora. “Sempre gosto de dizer: ‘Sejam como os suecos’. Saiam em defesa dos vulneráveis, façam sua parte, ajudem uns aos outros e enfrentem as partes mais sombrias ao lado das vítimas.” “Acho que a resposta que estou recebendo faz parecer que as pessoas estão realmente dispostas agora a lutar pelo que é certo. E isso é extremamente encorajador.” Agora que o livro foi lançado, Chanel pretende decidir seus próximos passos — com a esperança e a crença de que o bem vai sempre superar o mal. “Na mesma noite em que fui agredida, também fui salva”, reflete. Perguntada sobre o que planeja fazer agora, Chanel afirma: “Quero escrever livros para crianças, para seus cérebros frescos e corações grandes, que ainda não aprenderam a ser sombrios, sérios e monótonos. Meus últimos anos foram turbulentos, mas tenho muita esperança. Sinto que minha vida está sempre começando.”


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AlemĂŁes orientais burlaram o regime, antes da queda do Muro de Berlim

Moradores da Alemanha Oriental encontraram brechas no regime comunista antes da derrubada do muro, em 1989

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Thiago D’Amaral e Felipe Loureiro Fonte: g1.globo.com Nas semanas que antecederam a queda do muro de Berlim, em 9 de novembro de 1989, a cortina de ferro que separava os países comunistas do resto da Europa se tornou surpreendentemente porosa. O processo de liberalização na Hungria levou à abertura da fronteira com a Áustria. Os alemães orientais, que cada vez mais rejeitavam o regime em que viviam, correram para alcançar essa brecha. Muitos conseguiram. Esta é a frase inacabada mais famosa da história alemã. Na noite de 30 de setembro de 1989, o ministro das Relações Exteriores da República Federal da Alemanha (RFA), Hans-Dietrich Genscher, estava na embaixada de seu país em Praga, capital da Tchecoslováquia. “Meus queridos compatriotas, vim informar que seu pedido foi hoje ...” Cerca de 5.000 alemães orientais Crédito:g1.globo.com

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que haviam fugido de seu país, a RDA comunista, acampavam nas condições mais precárias possíveis, no jardim da embaixada. A única esperança deles era chegar ao Ocidente e não serem mandados de volta a seu país.

“Meus queridos compatriotas, vim informar que seu pedido foi hoje ...” Hans-Dietrich Genscher discursava na varanda da Embaixada. Apesar dos holofotes instalados, dificilmente se pode ver o perfil do ministro que declarou: “Meus queridos compatriotas, vim informar que seu pedido foi hoje ...” O final da frase era inaudível. Os gritos de alegria ecoaram, os refugiados da Alemanha Oriental choravam. Segundo testemunhas dessa cena histórica, as mulheres desmaiaram. Trens especiais levaram então os refugiados para o Ocidente, através da RDA.

Era Gorbachev Este episódio histórico é apenas o mais conhecido de uma grande onda de emigração durante o verão de 1989. O regime da Alemanha Oriental rejeitava então qualquer reforma, apesar da chegada, quatro anos antes, de Mikhail Gorbachev no poder em Moscou, um fato que liberalizou o regime na antiga URSS. Os movimentos de oposição estavam ganhando força na RDA. Mais e mais alemães orientais se candidatavam para deixar seu país. Quem escolhia atravessar o muro deveria, no entanto, temer as mesmas consequências terríveis que durante as horas mais sombrias da guerra fria. Em fevereiro de 1989, um jovem de 20 anos foi morto enquanto tentava atravessar a fronteira entre os dois lados de Berlim. Diante dos protestos internacionais, a RDA decide que, no futuro, os guardas de fronteira não atirarão mais em fugitivos. Diante dessa situação, os alemães orientais correram para a brecha aberta pelo novo governo refor-


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mista húngaro. A partir de maio, a Cortina de Ferro que separa o país da Áustria desaparece em diferentes lugares. Em julho e agosto, 50.000 alemães orientais deixam seu país e chegam à Hungria. No final de agosto, as autoridades de Budapeste se reúnem com o chanceler Helmut Kohl e o chan-

celer Hans-Dietrich Genscher em bons termos. Os comunistas reformistas anunciam sua intenção de abrir sua fronteira com a Áustria. Miklos Nemeth, o primeiro-ministro húngaro, falaria mais tarde sobre as lágrimas nos olhos de Helmut Kohl. Em 10 de setembro, a fronteira austro-húngara é

aberta. Nesse processo, o regime da antiga Tchecoslováquia, tão irreformável quanto em Berlim Oriental, fechou sua fronteira com a Hungria, que se tornou inacessível para os alemães orientais que procuravam refúgio, por exemplo, na embaixada alemã em Praga. Informe - 2019 - 55


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Outubro Rosa: lições de mulheres que venceram o câncer de mama Com foco na prevenção, elas divulgam sua experiência até em aviões, destacam a importância dos hábitos saudáveis e exames periódicos e reafirmam: o diagnóstico precoce é essencial Andressa Guerra e Rafaela Alves Fonte: em.com Data: 16/10/2019 Durante todo o mês de outubro, a técnica de segurança do trabalho Jussara Fátima da Silva, de 48 anos, recebe aplausos a cada voo de partida do Aeroporto Internacional de Confins em que entra para prestar testemunho de vida. Momentos antes da finalização do embarque e das aeronaves decolarem, ela conta como superou o câncer de mama e a importância de as mulheres estarem atentas ao diagnóstico precoce. Compartilha com os passageiros que, em dezembro de 2011, recebeu o diagnóstico da doença, o que mudou sua vida. Como descobriu a enfermidade logo no início, dedicou-se de maneira esperançosa ao tratamento, que incluiu cirurgia na mama, sessões de quimio e radioterapia. Ao todo foram oito meses de tratamento intensivo, mas sem que ela tivesse dúvida sobre a cura por um só dia. “O médico desenhou para mim, mostrou as fa58 - 2019 - Informe

ses da doença e me disse que eu tinha 95% de chances de cura”. O percentual se deve ao fato de a doença ter sido diagnosticada em tempo recorde. Logo que completou 40 anos, Jussara fez a mamografia. Na época, foi identificado um nódulo de gordura, o qual os médicos consideraram por bem investigar. “O nódulo do tumor estava atrás e era imperceptível ao toque clínico”, recorda-se. Em Minas Gerais, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), a estimativa para 2019 é do registro de 5.360 novos casos, sendo 1.060 em Belo Horizonte. Dados do Instituto de Oncologia mostram que mais de 35% das mulheres descobrem o câncer de mama em estágio localmente avançado ou metastático, quando o tumor já se espalhou para outros órgãos. No Brasil, a estimativa de casos registrados no ano passado é de quase 60 mil. Por saber que o diagnóstico precoce foi fundamental para que se curasse da doença, Jussara resolveu se engajar em campanhas para alertar outras mulheres so-

bre a importância dos exames periódicos. Coordenadora de segurança do trabalho no hangar de manutenção da Azul na Pampulha, ela foi convidada, em outubro de 2013, para integrar as campanhas empreendidas pela empresa no Outubro Rosa e faz parte do grupo Vitoriosas. O grupo, inicialmente, tinha três funcionárias que superaram o câncer de mama. Atualmente, elas são oito. Como Jussara, muitas que venceram a doença se dedicam à conscientização de outras mulheres, como é o caso da jornalista Kátia Soares, de 44, que criou o projeto Viver Bem até os 100 para mostrar como hábitos saudáveis podem ajudar a prevenir a doença e, no caso das mulheres em tratamento, contribuir para a cura. “A experiência com dois episódios de tratamento contra o câncer de mama me fortaleceu e me fez ver a vida de um jeito bem mais colorido que antes”, diz. O primeiro diagnóstico foi aos 36 anos, em 2011. Na época ela fez o tratamento completo, mas não precisou retirar a mama.


sintetufu.org

No segundo episódio, em 2017, a recidiva foi mais branda, apesar de ela ter de ter feito a mastectomia, com a retirada da mama esquerda – que, posteriormente, foi reconstruída. “Quando eu fiquei doente, perguntei aos médicos o que eu, como paciente, poderia fazer por mim além dos tratamentos sugeridos. Perguntei a cinco médicos. Nenhum me deu resposta. Diziam: ‘Toque sua vida, algo meio

mórbido, uma resposta pronta’”. Foi quando ela teve contato com o livro Anticâncer (2008), de David Servan-Schreiber. “O autor fez um compilado com dicas de estilo de vida anticâncer: alimentação saudável, atividade física e controle do estresse, com comprovação científica”. A partir de 2011, Kátia passou a pesquisar sobre aspectos que poderiam ser modificados para ter

uma vida mais saudável. Mas não ficou com essa informação só para si, começou a dividi-la com outras mulheres. “Passei a pesquisar, por exemplo, sobre alimentos que poderiam multiplicar aquelas células cancerígenas e o que poderia barrar esse crescimento, além da quimioterapia e radioterapia. Comecei a entender, tirar algumas coisas da minha vida e incrementar outras”.

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TRATAMENTO TRATAMENTO O tratamento inclui cirurgia para a retirada do nódulo. Em alguns casos, é necessário realizar a mastectomia total. Podem ser necessárias sessões de quimioterapia e radioterapia. “O tratamento depende do momento do diagnóstico. Na fase subclínica, o tumor ainda não é palpável, mas pode ser detectado na mamografia. Nessa fase, são grandes as chances de a mulher fazer somente a cirurgia”, informa Leandro. A quimioterapia pode ter como efeito colateral a queda de cabelos. “Por que cai o cabelo? A célula do cabelo cresce rápido, assim como a células cancerígenas. A quimio impede o crescimento tanto das células doentes quanto das sadias”, diz o médico. No entanto, ele alerta que há tratamentos mais modernos, que não resultam em queda de cabelo. “Temos uma touca que recria o couro cabeludo. Ela resfria o couro cabeludo a 17 graus, o que leva à redução do fluxo sanguíneo na região. Sendo assim, chega à área menos quimioterápico também, o que reduz de forma significativa a queda de cabelo”, informa. A recomendação da Sociedade Brasileira Oncologia e Mastologia é a realização da mamografia todo ano a partir dos 40 anos de idade. “Também é importante fazer o autoexame. É como se a mulher se conhecesse melhor”, aconselha o médico. O melhor momento para fazer o exame é uma semana depois da menstruação. “Se algo diferente aparecer é sinal de alerta”.

Outubro Rosa

Desde 1990, o mês de outubro é dedicado aos cuidados femininos para prevenção de uma das doenças que mais mata mulheres. São inúmeras campanhas para alertar sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama. A Oncomed promove o Casa Delas, no Shopping Boulevard, de 22 a 26 de outubro. No espaço, serão realizados workshops, palestras, oficinas, área para descanso, meditação e beleza dedicado a todas as mulheres, em tratamento do câncer ou não. Programação e inscrições gratuitas pelo site casadelas.com.br A Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), lançou campanha nacional para colocar em pauta o acesso ao tratamento personalizado. O tema deste ano é #MeTrateDireito. Além disso, foram estabelecidas parcerias para dar visibilidade à causa. A Adidas criou camiseta rosa, exclusiva dos times São Paulo e Flamengo. Parte do valor obtido com as vendas será revertido para a Femama. O lançamento oficial das camisetas e da campanha Outubro Rosa Femama 2019 foi feito no fim de setembro, no Maracanã.

doado à Femana. No dia 29, às 11h, na sala de cinema do Shopping Cidade, será proferida uma palestra aberta ao público com o tema “Prevenção e a Importância do Diagnóstico Precoce”, que terá abordagem esclarecedora e acessível. A entrada é franca, com ingressos disponíveis desde ontem para retirada na plataforma do Sympla. A cor rosa ilumina a fachada de quatro prédios na Praça da Liberdade, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte como parte das ações preventivas contra o câncer de mama. Os edifícios do Espaço do Conhecimento da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), os museus das Minas e do Metal, o Memorial Minas Gerais Vale e o Centro Cultural Banco do Brasil aderiram ontem à campanha. As atividades serão realizadas no shopping Boulevard, saude.abril.com

Parte do valor da venda de kits de escova para cabelos, escova de dentes feminina, vassoura e esponja será revertida à Femama pela Condor. Além disso, a marca realizará a ação Like do Bem, que associa curtidas no Facebook a um valor adicional a ser revertido à Federação. Quanto mais likes a ação receber, maior será o valor

60 - 2019 - Informe Mulher realizando o auto exame


O MELHOR É PREVINIR! O que é » O câncer de mama é uma doença causada pela multiplicação desordenada de células da mama, formando um tumor. Tipos » Há vários tipos de câncer de mama. Por isso, a doença pode evoluir de diferentes formas. Alguns tipos têm desenvolvimento rápido, enquanto outros crescem mais lentamente. Esses comportamentos distintos se devem às características próprias de cada tumor. Prevalência » O câncer de mama é o tipo da doença mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, depois do de pele não melanoma, correspondendo a cerca de 25% dos casos novos a cada ano. No Brasil, esse percentual é de 29%. Causas » O câncer de mama não tem somente uma causa. A idade é um dos mais importantes fatores de risco para a doença. Aproximadamente quatro em cada cinco casos ocorrem após os 50 anos. Entre os outros fatores estão a obesidade e sobrepeso após a menopausa;

sedentarismo e inatividade física; consumo de bebidas alcoólicas; primeira menstruação antes de 12 anos; não ter tido filhos; primeira gravidez após os 30 anos; menopausa após os 55 anos; uso de contraceptivos hormonais (estrogênio-progesterona); reposição hormonal pós-menopausa; história familiar de câncer de ovário; casos de câncer de mama na família e alteração genética, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2. Prevenção » Cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis como: praticar atividade física; alimentar-se de forma saudável; manter o peso corporal adequado; evitar o consumo de bebidas alcoólicas; amamentar; e evitar uso de hormônios sintéticos, como anticoncepcionais e terapias de reposição hormonal. Detecção precoce » O câncer de mama pode ser detectado em fases iniciais, em grande parte dos casos, aumentando a possibilidade de tratamentos menos agressivos e com taxas de sucesso satisfatórias. Todas as mulheres devem fazer o autoexame. Além disso, O Ministério da Saúde recomenda que a mamografia de rastreamento – re-

alizada quando não há sinais nem sintomas suspeitos – seja ofertada para mulheres entre 50 e 69 anos, a cada dois anos. A mamografia diagnóstica, para investigar lesões suspeitas da mama, pode ser solicitada em qualquer idade, a critério médico. O SUS oferece exame de mamografia para todas as idades, conforme indicação médica. Sintomas » Nódulo (caroço), fixo e geralmente indolor: é a principal manifestação da doença, estando presente em cerca de 90% dos casos quando o câncer é percebido pela própria mulher » Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja » Alterações no bico do peito (mamilo) » Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço » Saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos expressaounica.blogspot.com

Conheça o câncer de mama e saiba o que fazer para preveni-lo ou detectá-lo precocemente

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Ministério da Saúde libera R$ 206 milhões para municípios ampliarem vacinação contra sarampo Portaria publicada no dia 16 de Outubro no Diário Oficial formaliza incentivo financeiro para ações que ampliem a cobertura da vacina tríplice viral Andressa Guerra e Rafaela Alves Fonte: g1.globo.com Data: 16/10/2019

Prefeitura de Ipatinga/Divulgação

O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira (16) a liberação de R$ 206 milhões para a vacinação contra o sarampo e outras doenças em 3.131 municípios do país onde há maior necessidade. A medida está no contexto da Campanha de Vacinação contra o Sarampo, realizada entre 7 de outubro e 30 de novembro de 2019. “O objetivo é ampliar a cobertura vacinal, o controle de surtos e a interrupção da transmissão do sarampo, e outras doenças possíveis de imunização, em todo o país”, informou o ministério da

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Saúde em nota. A vacina tríplice viral também protege contra rubéola e caxumba, mas a cobertura vacinal deste ano é a mais baixa dos últimos cinco anos. A esta altura do ano, deveria estar próxima da meta de 95%. Os recursos são do Fundo Nacional de Saúde (FNS) e serão enviados aos fundos de saúde dos municípios e do Distrito Federal, “em caráter excepcional”, conforme portaria publicada no Diário Oficial. Segundo o texto, o ministério: “estabelece incentivo financeiro para implementação e fortalecimento das ações de ampliação da cobertura vacinal da tríplice viral e de prevenção, controle do surto

e interrupção da cadeia de transmissão do sarampo e outros agravos imunopreveníveis, no âmbito da Vigilância em Saúde e Atenção Primária à Saúde.” Condições e objetivos O valor destinado a cada cidade será de R$ 1,00 por habitante, conforme o Censo do IBGE de 2016. Porém, só metade da verba separada para cada município será enviada de imediato. Outros 25% serão enviados somente após os municípios atingirem a cobertura vacinal de 90% a 94,9% do público-alvo. E outros 50% para os que superarem a meta de cobertura de 95%.


saude.al.gov.br

Medica realizando exame de mamografia no SUS, em Alagoas

Projeto de lei: exame para diagnóstico de câncer com resultado em até 30 dias Projeto de senado ainda segue para sanção presidencial Rafaela Alves e Andressa Guerra Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br 16/10/2019 O texto estabelece esse limite para a realização dos exames necessários nos casos em que tumores cancerígenos sejam a principal hipótese do médico. O prazo somente será aplicado quando houver solicitação fundamentada do médico responsável. O Senado aprovou nesta quarta-feira (16). O dispositivo altera a lei atual, que estabelece o início do tratamento pelo SUS em no máximo 60 dias a partir do diagnóstico do câncer (Lei 12.732/12). O relator da matéria na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), senador

Nelsinho Trad (PSD-MS), ressaltou que o tempo de identificação da doença impacta no tratamento e na sobrevida do paciente. “Casos mais avançados, mesmo que submetidos ao melhor e mais caro tratamento disponível, têm chance muito menor de cura ou de longa sobrevida, quando comparados aos casos detectados e tratados ainda no início. Em resumo, o momento da detecção do câncer impacta decisivamente a sua letalidade, ou seja, o percentual de pessoas acometidas que vêm a falecer por causa da doença”, disse Trad. O senador citou que estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), durante o ano de 2018,

indicam que ocorreram 300.140 novos casos de neoplasia maligna entre os homens e 282.450 entre as mulheres. Os últimos dados de mortalidade por câncer disponíveis são que 107.470 homens morreram por ano pela doença e 90.228 mulheres. Segundo Trad, são números realmente expressivos, que geram preocupação nas autoridades sanitárias. “Sabe-se que o mais importante gargalo para a confirmação do diagnóstico de câncer está na realização dos exames complementares necessários, em especial dos exames anatomopatológicos, sem os quais não é possível dar início aos regimes terapêuticos estabelecidos”, disse o parlamentar. Informe - 2019 - 63


valinhos.sp.gov.br

Saúde dos idosos é tema em destaque em fórum nos EUA Os mecanismos celulares ligados ao surgimento das doenças crônicas são o desafio dos estudiosos Rafaela Alves e Andressa Guerra Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br 16/10/2019 Eventos dedicados ao envelhecimento têm recebido cada vez mais espaço na agenda mundial. No meio deste século, haverá mais de 2 bilhões de idosos no planeta. Entre os dias 28 e 30 de outubro, cerca de 120 palestrantes se reuniram em Washington, 64 - 2019 - Informe

capital norte-americana, num fórum intitulado “O futuro da saúde”. A questão da longevidade está presente em todo o programa. O peso de doenças como as demências, que hoje atingem 50 milhões de pessoas, mas que alcançarão 82 milhões em 2030, é um dos temas de destaque. Para diminuir os custos com a enfermidade, será preciso garantir oportunidades a todos

para manter o cérebro saudável – o que é sinônimo de diminuir a desigualdade. A desigualdade compromete a longevidade mesmo em matérias básicas como a alimentação. Nos Estados Unidos, quase 45% das crianças que vivem na pobreza estão obesas ou com sobrepeso, enquanto esse percentual cai para 22% entre aquelas com melhores condições socio-


econômicas. Como atender ao desafio de prover comida de qualidade, que desempenha um papel fundamental na manutenção da saúde? O mesmo se aplica para moradias que estejam preparadas para receber idosos com limitações. Um dos convidados é o médico e pesquisador Nir Barzilai, do Albert Einstein College of Medicine, que se dedica a estudar centenários e como seus genes os protegem contra problemas cardiovasculares, diabetes e Alzheimer. Ele costuma dizer que “o pior cenário é a longevidade com um longo período de

doença. Temos que conseguir viver mais com menos anos de doença”. Uma de suas palestras disponíveis on-line trata justamente do tópico e tem o bem-humorado título de “How to die young at a very old age”, cuja tradução, “Como morrer jovem numa idade avançada”, mostra que saúde e velhice podem ser compatíveis. Nos dias 4 e 5 de novembro, o Third Geroscience Summit ocorrerá em Bethesda (Maryland) sob a coordenação do Departamento Nacional de Saúde (National Institutes of He-

alth) dos EUA. A gerociência investiga os mecanismos celulares e genéticos ligados ao envelhecimento e ao surgimento das doenças crônicas. Embora na mesma linha do outro evento, este será aberto ao público e transmitido. A batalha contra os desafios relacionados à velhice vem acontecendo em nível molecular. Para os pesquisadores, entender o que faz com que alguns indivíduos envelheçam com uma proteção maior contra enfermidades poderá ser a chave para mudar o destino da humanidade.

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Vingadores: Ultimato detalhes que passaram despercebidos até pelos fãs Maria Carolina e Samara Pinheiro Fonte: observatóriocinema.com 01/10/2019

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Vingadores – Ultimato é um filme longo, com 3 horas de duração. Por mais apaixonado que alguns fãs sejam, é muito difícil pegar todos os detalhes e referências do filme assistindo apenas uma vez.. Confira a seguir alguns desses detalhes :

– Cheeseburgers Durante o funeral de Tony Stark em Vingadores: Ultimato, Happy Hogan fala com Morgan Stark, a filha do herói sobre o amor de seu falecido pai por cheeseburgers. Essa é uma referência ao primeiro filme do Homem de Ferro, em que Tony Stark fica ansioso para comer um cheeseburger após sair da prisão. Parece que o gosto por sanduíches é genético na família Stark. Essa é uma referência ao primeiro filme do Homem de Ferro, em que Tony Stark fica ansioso para comer um cheeseburger após sair da prisão. Parece que o gosto por sanduíches é genético na família Stark.

– O Playstation de Korg Quando Rocket Raccoon e Hulk vão atrás de Thor em Asgard, eles encontram o Deus do Trovão morando com Miek e Korg. Porém, um detalhe que pode ter passado despercebido é que Korg está jogando Fortnite em um Playstation 4 lá no fundo. Parece que os Asgardianos gostam de videogame.

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– O traje do Capitão América

– Eu perdi o garoto observatóriocinema.com

referência direta à morte de Peter Parker no filme anterior. A morte do Homem-Aranha foi a que mais afetou Tony Stark no fim das contas.

A cena em que Tony Stark finalmente reencontra Steve Rogers em Vingadores: Ultimato tem um diálogo com um detalhe tocante. Tony diz para Steve que ele “Perdeu o garoto”, o que é uma

Era esperado que o Capitão América voltasse a usar seu traje com escamas em Vingadores: Ultimato. Porém, isso só acontece depois que os Vingadores conseguem uma nova Manopla do Infinito, mostrando Steve Rogers com seu novo traje.


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do Capitão América tomar o Super Soro. observatóriocinema.com

– Nate Barton A cena de abertura de Vingadores: Ultimato mostra o Gavião Arqueiro vivendo pacificamente com sua família antes da morte deles durante a Dizimação. Um detalhe interessante é que ele nomeou um de seus filhos como Nate Barton, em homenagem à Viúva Negra. Isso mostra a força da relação deles e torna o sacrifício da heróina para que ele obtenha a jóia da alma ainda mais trágico. observatóriocinema.com

– Harley Keener Durante o funeral de Tony Stark em Vingadores: Ultimato, a presença de um adolescente aparentemente desconhecido pode ter passado despercebida na cena. Esse adolescente na verdade é Harley Keener, o garoto que abrigou Tony Stark temporariamente em Homem de Ferro 3.

- Edwin Jarvis Durante a viagem de Tony e Steve para os anos 70 em Vingadores: Ultimato, um detalhe interessante sobre um personagem secundário foi inserido. O mordomo do pai de Tony Stark, Edwin Jarvis é o mesmo personagem (e ator) que apareceu na série de TV da Agente Carter, o que mostra o cuidado que a Marvel tem em conectar seus universos. observatóriocinema.com

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– Rocket Raccoon protegendo o Groot

– “Você está levando toda a burrice com você” Ao final de Vingadores: Ultimato, quando Steve Rogers está se despedindo de Sam Wilson e Bucky para viajar no tempo e devolver as Jóias do Infinito, um diálogo em específico fez uma referência ao primeiro filme do Capitão América. Rogers diz para Bucky não fazer nada estúpido enquanto ele estiver fora e o amigo responde: “Como eu vou? Se você vai levar toda a burrice com você?” Esse diálogo acaba sendo muito parecido com o que os personagens tem antes

– A participação de Joe Russo O diretor Joe Russo gosta de aparecer como um personagem em seus filmes e dessa vez não foi diferente. Em uma breve cena de Vingadores: Ultimato ele aparece fazendo o papel de um homem que participa de um grupo de apoio para quem perdeu pessoas queridas durante a Dizimação de Thanos.

Depois de perder seus amigos em Vingadores: Guerra Infinita, Rocket Raccoon parece estar obstinado a não deixar isso acontecer mais. Durante a batalha contra Thanos, em uma breve cena podemos ver Rocket protegendo o pequeno Groot, o que mostra a evolução clara do personagem em um pequeno detalhe. observatóriocinema.com

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imagensfilmes.com.br

“Um Dia de Chuva em Nova York”, novo filme de Woody Allen, tem estreia antecipada no Brasil

Maria Carolina e Samara Pinheiro Fonte: papelpop.com 21/10/2019 A notícia foi divulgada por meio de um trailer da produção. O vídeo resume bem a história, Ele mostra Timothée Chalamet e Elle Fanning interpretando um casal de namorados que decidem passar um final de semana em Nova York. 70 - 2019 - Informe

O enredo toma rumos inesperados quando a jovem tem a oportunidade de entrevistar um famoso diretor e acaba deixando o companheiro de lado. É neste cenário que aparece a personagem de Selena Gomez para fazer companhia para o protagonista durante a viagem. Para quem não sabe, esse é o mais recente filme escrito e dirigido por Woody Allen. A obra demorou para ser lançada

porque a filha do cineasta afirmou que ele abusou sexualmente dela. A questão é que essas declarações ressurgiram na ascensão do movimento #MeToo em Hollywood, fazendo com que a Amazon desistisse de distribuir o projeto do diretor no ano de 2017.Atualmente, Allen está trabalhando em sua próxima obra, intitulada “Rifkin’s Festival”, que foi filmada durante o verão na Espanha.


Como vai ser a nova versão da série Lizzie McGuire Hilary Duff retornará como versão adulta da personagem que viveu na adolescência Maria Carolina e Samara Pinheiro Fonte:omelete.com.br 25/08/2019 Uma das surpresas anunciadas durante o painel do serviço de streaming Disney+ durante a D23 Expo foi a continuação de Lizzie McGuire. Hilary Duff subiu ao palco do evento para falar sobre o seu retorno como a personagem na vida adulta: "Ela tem mais dinheiro para sapatos e está vivendo a vida dos sonhos, com o namorado e o emprego que sempre quis". A pequena Lizzie animada, marca da série original exi-

bida entre 2003 e 2004, também estará de volta para ilustrar os dramas internos da personagem. Apesar da sua versão de carne e osso ter crescido, ela permanecerá com 13 anos. Em entrevista ao TV Line, Duff falou mais sobre a trama da série. “Ela tem o seu emprego dos sonhos como aprendiz de um grande designer de interiores, tem um apartamentinho fofo no Brooklyn e um noivo lindo que é chefe de cozinha em um restaurante no SoHo”. Porém, as coisas logo deixarão de ser perfeitas, promete a atriz. A série vai começar com a comemoração do aniversário de 30 anos Lizze, que ao final

do primeiro episódio receberá uma notícia bombástica. O noivo de Lizzie McGuire não parece ser Gordo (Adam Lamberg), o amigo da protagonista transformado em par romântico no filme de 2003. Questionada se Gordo ainda estava na sua vida, Duff fez mistério: “Não posso falar, mas temos muitas surpresas guardadas. Os sonhos de todos serão preenchidos na jornada dessa série”. Recentemente Hilary postou uma foto no set de gravaçōes com parte do elenco e animou os fãs da série. A continuação de Lizzie McGuire ainda não tem data para chegar ao Disney+.

glamour.com

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Homem-Aranha | Sony e Marvel fazem acordo e herói volta ao Universo Cinematográfco da Marvel (MCU) Maria Carolina e Samara Pinheiro Fonte:omelete.com.br Após várias idas e vindas, Sony e Marvel chegaram a um acordo e o Homem-Aranha está de volta ao MCU. Com isso, as duas empresas produzirão o terceiro filme do herói, que chega aos cinemas em

cotinuar trabalhando com ele", diz Kevin Feige em comunicado oficial. "O Homem-Aranha é um ícone poderoso e um herói cuja história atravessa todas as gerações e públicos ao redor do mundo. Ele também é o único herói com o superpoder de cruzar universos cinematográficos, então, enquanto a Sony continua desenvolvendo

participação nos lucros de produtos relacionados ao Homem-Aranha. A Marvel então negociou uma porcentagem maior, mas a Sony, percebendo o potencial financeiro do herói, optou por retomar o controle criativo do Teioso, tirando Kevin Feige da produção dos longas e o personagem do MCU. Entenda melhor o acordo

16 de julho de 2021. Como parte do acordo, o personagem de Tom Holland também poderá aparecer em novos filmes do MCU. A produção será de Kevin Feige, pela Marvel, e de Amy Pascal, com a Pascal Pictures (via Variety). "Estou empolgado que a jornada do Homem-Aranha continuará no MCU. Eu e todos do Marvel Studios estamos empolgados em

seu universo do Homem-Aranha, você nunca sabe o que o futuro reserva", completou o executivo, indicando que Holland pode aparecer em outros filmes da Sony, como a sequência de Venom. O desentendimento entre a Marvel Studios e a Sony Pictures aconteceu durante o mês de agosto, quando veio a tona que a dona do MCU estava descontente com sua

aqui. Agora, segundo o Deadline, a Disney vai cofinanciar 25% do terceiro filme e terá um retorno também de 25%. Enquanto isso, a Sony continua com os planos de montar seu próprio universo cinematográfico baseado no Homem-Aranha, principalmente após o sucesso inesperado de Venom, que fez US$ 856 milhões nas bilheterias mundiais.

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Série espanhola Elite volta com novidades na segunda temporada Segundo ano repete todos os códigos narrativos de sua primeira temporada, mas ainda consegue entreter Maria Carolina e Samara Pinheiro Fonte:omelete.com.br Elite é uma série sobre adolescentes. Todos eles tem 16 anos e estão no ensino médio, mas a cada temporada os atores parecem menos adolescentes e as tramas mais provocativas. Eles estão lá, com seus uniformes que lembram Rebelde e Glee. Mas, as histórias que são contadas nos corredores da abastada escola onde estudam são tomadas de intensidade e extremo. Ainda que feita por jovens, Elite não luta contra a correnteza e abraça a exploração da miséria humana presente em quase todos os títulos seriados mais bem sucedidos do mercado. Ninguém é feliz por ali. De fato, não há quase nenhum desdobramento otimista de nenhum enredo e mesmo que seja positivo não ter personagens maniqueístas, o desfile de autodestruição atrapalha um pouco nosso envolvimento com eles. É difícil torcer por alguém. observatóriocinema.com

Séries como The O.C. e até o recente remake de Dinastia já mostraram como a vida dos ricos pode ser maldita. Mas, a dos jovens de Elite é tomada de tragédia. Após um primeiro ano que acompanhava o mistério da morte de Marina (María Pedraza), a série voltou para a segunda temporada com a missão de explorar os desdobramentos dessa revelação. Os personagens acham que Nano (Jaime Lorente) tem algo a ver com o crime, mas nós sabemos que Polo (Álvaro Rico) e Carla (Ester Expósito) têm muito mais a esconder. Logo Samuel (Itzan Escamilla) começa sua própria investigação e o desaparecimento de um dos estudantes toma o lugar do quebra-cabeças que precisa ser montado. A fórmula estabelecida pela primeira temporada mantém o ritmo acelerado da narrativa, que está novamente cheia de escândalos, mentiras e troca-troca de parceiros. Elite não tem uma premissa original, mas ela é muito competente na forma como percorre os episódios, sempre bem dirigidos, com atores corretos, motivações concretas para as decisões que são tomadas e com uma ótima trilha de sonora, recorrendo às irresistíveis “montagens de final de episódio”, que mostram todos os personagens em meio ao intenso pesar que os persegue, ao som de uma canção pop cheia de viradas dramáticas. O penúltimo episódio

da temporada, por exemplo, tem um dos melhores encerramentos, tomado de tensões e viradas, todas envoltas num tratamento estético e musical que ao mesmo tempo honra e desafia o gênero. O melhor dessa segunda temporada está, sem dúvida nenhuma, na trajetória de Omar (Omar Ayuso), que se move cada vez mais contra o tradicionalismo do pai muçulmano e que também enfrenta as hesitações do namorado Ander (Arón Piper). Quando uma festa de Halloween invoca entre eles uma discussão sobre heteronormatividade, a série alcança um tópico que vai fora da curva, que enriquece com novas possibilidades a história entre eles; e que também não é exatamente única na TV. Elite não se preocupa muito em se engajar nos problemas comuns de um Ensino Médio e não disfarça sua amoralidade ao manter o álcool e as drogas como presença marcante em quase todos os acontecimentos. É uma questão de percepção, mais que de educação. Elite já está renovada para a terceira temporada. É bastante provável que como com todas as séries adolescentes do mercado ela traia a si mesma com apelos desesperados pela atenção do público. Mas, assim como também acontece com as séries do gênero, ela pode resistir por mais muitos e muitos anos.

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Jogo de 'Harry Potter' inspirado em 'Pokémon GO' foi lançado em junho 'Harry Potter: Wizards Unite' chegou primeiro aos Estados Unidos e ao Reino Unido Maria Carolina e Samara Pinheiro Fonte:oglobo.com 19/06/2019 A empresa Niantic lançou o jogo "Harry Potter: Wizards Unite" na sexta-feira 19/06/2019. A novidade é inspirada em outro sucesso da mesma companhia, o "Pokémon GO". A informação do lançamento foi divulgada na conta oficial do próprio jogo nas redes sociais. De acordo com o jornal britânico "Mirror", o Reino Unido e os Estados Unidos foram os primeiros lugares a receber o jogo, que esteve disponível em outros países

logo em seguida. Ainda de acordo com o "Mirror", o jogador poderá ter o papel de um "Auror" (que são bruxos treinados para enfrentar feiticeiros do mal), de um "Magizoologista" (melhor em combater bestas mágicas) ou de um Professor (que é melhor em usar o profundo conhecimento mágico para debilitar inimigos). O novo jogo é baseado na saga da escritora J.K Rowling e nos filmes da Warnes Bros. Os jogadores poderão entrar no mundo mágico de Hogwarts, assim como no sucesso "Pokémon GO". Os jogadores irão encarar diferen-

tes aventuras, aprender feitiços e descobrir artefatos misteriosos, enquanto exploram os bairros e cidades do jogo, segundo o jornal britânico. Eles também poderão encontrar bestas lendárias e personagens icônicos do mundo dos bruxos. O "Mirror" também informa que os jogadores poderão acessar áreas, equivalentes aos ginásios de "Pokémon GO", onde podem encontrar outros usuários e saírem juntos para encarar os inimigos. Mas, diferente do jogo de "Pokémon", todos os jogadores estarão do mesmo lado.

Estreia da 16 ª temporada de grey’s anatomy vai mexer com a vida de personagens Maria Carolina e Samara Pinheiro Fonte:observatóriocinema.com 12/09/2019 A emissora ABC divulgou na quinta-feira 12/09 a sinopse oficial do episódio de estreia da 16ª temporada de Grey’s Anatomy, que será exibido nos EUA no final do mês. O episódio recebeu o título de “Nothing Left to Cling To” (Nada ao que se Apegar), e promete reviravoltas chocantes. “Meredith, Richard e Alex devem lidar com as consequências depois que Bailey os demitiu do Gray Sloan Memorial Hospital por uma

fraude no seguro. Depois de desaparecer na neblina, Jackson ajuda um homem em uma situação perigosa e seu relacionamento com Maggie chega a uma nova encru-

zilhada. Enquanto isso, Tom recebe novas responsabilidades no hospital que deixam os médicos em choque”, diz a sinopse oficial.

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Emicida celebra o amor e a construção de pontes em “AmarElo”, seu brilhante novo álbum Maria Carolina e Samara Pinheiro Fonte: papelpop.com 31/10/2019 O amor é uma força capaz de ligar instantaneamente os seres-humanos e Emicida sabe bem disso. Com o mundo se esfacelando dia trás dia, mostrando-se no mínimo caótico, o rapper paulista teve a ideia de compor seu novo álbum, o poderoso “AmarElo”, como se escrevesse cartas. É sob esta perspectiva que ele se propõe (e convida o ouvinte, de igual maneira) a enxergar a grandeza da humanidade. O lançamento chegou às plataformas digitais na noite do dia 31 de outubro. São heranças, muitas referências e uma série de singularidades que só sua forma brilhante de rimar poderia imprimir. Há no projeto featurings emocionantes como O som, por sua vez, não deixa a desejar. Além de homenagear o sambista Wilson Naves, morto em 2017, Emicida constrói em “Principia”, primeira faixa do disco, uma narrativa que vai sendo conduzida pela batida do agogô, instrumento característico do Candomblé. Esta foi uma alternativa pras referências do Gospel que quis usar, mas que chegou a definir como “americanizadas demais”. É tudo muito bem arquitetado. Há camadas e onde a fúria de seus beats não se faz presente, paira a serenidade – tão poderosa quanto. Um ótimo exemplo disso é “A Ordem Natural das Coisas”, sua co76 - 2019 - Informe

G1.globo.com

laboração com MC Tha. É sobre sobreviver, sobre vencer os dilemas da vida. Sentir-se enorme. Contando histórias, narra o cidadão que pega o ônibus todos os dias, encontra uma promoção de fraldas na drogaria e por isso se sente feliz. Pra coroar esse baú de cartas, como mencionamos no início, Emicida nos entrega momentos nada menos que idílicos a partir da participação de nomes como Fernanda Montenegro (que recita versos em “Ismália”, seu featuring com Larissa Luz). Essa excursão em busca do amor – e de dar sentido às coisas – se encerra com “Libre”, parceria com o duo franco-cubano Ibeyi.

Se justaposta à capa, em que aparecem três crianças indígenas, potenciais vítimas de um movimento genocida, “AmarElo” se mostra nada mais do que um grito de resistência. Numa demonstração da importância que o músico construiu, o show de lançamento do disco, duas sessões no dia 27 de novembro, será um raríssimo show de rap no palco do Theatro Municipal de São Paulo (ingressos de R$ 10 a R$ 50, a partir de 8/11). “AmarElo” está disponível e m todas as plataformas digitais e vem trazendo muitos comentários e relatos positivos nas redes sociais por parte dos ouvintes.


ENTREVISTA

Pablo Bispo

“Meu maior desafio como artista é continuar dando voz para as pessoas” Compositor compartilha sobre os obstáculos até se tornar referência na atual música pop brasileira e sua missão de levar representatividade para o público Maria Carolina e Samara Pinheiro Samarapoliveira16@gmail.com 14/06/2019

folha.uol.com.br

abramus.org.br

Como começou sua história com a música? Quando decidiu trabalhar profissionalmente nessa indústria? É engraçado porque cai na música de paraquedas. Faz só três anos que comecei nessa indústria, antes disso trabalhava no mercado financeiro e fui gerente de bancos como Itaú e Santander. Mas o legal é que chegou um momento da minha vida onde pude usar todo

medium.com

P

ablo Bispo carioca natural de Bangu, com apenas 31 anos idade coleciona sucessos em sua carreira musical. Ele é um dos principais nomes por trás dos hits que movimentaram as rádios do país nos últimos anos como “Pesadão” da cantora Iza e “Sua Cara” interpretada por Anitta e Pabllo Vittar. Durante a entrevista o produtor revela um pouco de sua transição para a indústria fonográfica e o diferencial em trabalhar com artistas autênticos, enfatizando a importância em transmitir a sua verdade através da música.

esse conhecimento na música, algo que amava fazer. Não enxergava mais sentindo trabalhar dentro de um banco, por isso resolvi arriscar tudo e acabei pedindo demissão. Fui para os doutores da alegria onde trabalhei como palhaço durante um tempo, lá passei a aprender muito sobre empatia. Era um momento complicado na minha vida, mas tinha muita certeza de que realmente queria trabalhar com música e fazer o que eu amava. Escrevi uma canção chamada “Cravo e canela”, dedicada para minha mãe que naquele momento estava com câncer, e essa foi a primeira que a Anitta ouviu por meio de um amigo que estava trabalhando com ela e quis gravar.

Sentiu alguma pressão social ou familiar com essa transição de sair de um emprego formal e tentar algo novo? Foi um tempo complicado porque ninguém da minha família vem da arte. A vida sempre foi dura, por isso para os meus pais foi mais difícil de compreender, principalmente por essa cultura do país que não investe muito em arte, educação e cultura. O que foi importante para mim foi ter trabalhado em banco então consegui entender novos nichos que poderia criar no mercado. Por exemplo, a galera da arte sempre diz: “ah vou compor uma música em um dia que tiver com inspiração”, eu preferia

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pegar um papel em branco e planejar para quem eu faria a música. Não faço canções para Pabllo, Anitta ou Iza faço para as pessoas eles são só os intermediadores. Mas foi um processo muito complicado na minha vida pessoal e financeira, apesar disso estava ali acreditando. “Cravo e canela” demorou um ano para sair e quando a música saiu eu estava divorciado, por isso foi um processo importante para mim e todos que estavam junto comigo.Teve pressão de todos os lados, Só que nesse mesmo disco da Anitta eu já tinha pensado em outra música com o Jhama, meu parceiro de composição quando comecei, era “Essa mina é louca” e ela até gravou com ele. A partir disso tudo realmente começou porque essa foi a minha primeira música que deu certo, graças a Deus consegui acertar de primeira.

Atualmente o cenário da música pop no Brasil vem crescendo e seu trabalho faz parte do repertório dos principais artistas desse gênero. Se vê como um dos responsáveis pela ascensão da música pop no País? Reconhece sua importância nesse processo? O cenário pop do Brasil realmente vem crescendo de uma forma incrível! Reconheço a parte que eu possa estar ajudando e isso é muito importante para mim, para quem estou trabalhando e para quem está ouvindo isso. Amo o que eu faço por dar voz para as pessoas e eu tenho um prazer imenso de ter começado do zero com alguns artistas que acreditei desde do início como a Pabllo. Quando a ouvi pela primeira vez 78 - 2019 - Informe

já quis trabalhar junto, nossa primeira música se chama “K.O”. Foi legal porque não possuo as mesmas experiências da maioria dos artistas que já trabalhei ou voz a de fala deles, posso ser no máximo empático a luta e estar perto. Fico feliz em trabalhar com artistas como Pabllo, Iza e Gloria, por isso vou buscar entender o que eles passaram e como é importante estar entre primeiros do Brasil.

“NÃO FAÇO CANÇÕES PARA A PABLLO, ANITTA OU IZA, FAÇO PARA AS PESSOAS, ELES SÃO SÓ OS INTERMEDIADORES" Existe alguma diferença em compor para Anitta e Pabllo Vittar? Enxerga alguma rivalidade entre seus públicos? Já escrevi para a Pabllo, Anitta e vários artistas, tem diferença de compor para todo mundo. Componho já produzindo junto com Ruxxell e Serginho [produtores musicais] que nos conhecemos para trabalhar com a Iza. Na época poucas pessoas a conheciam porque ninguém estava conseguindo entender aquela artista, no Brasil a galera antiga e mais velha não tinha empatia para entender, mandavam uma composição direto para o artista gravar. Já a gente procura fazer algo único, então é sempre diferente fazer uma coisa para cada um, por mais que sejam amigos ninguém é igual ao seu colega. Nós não escrevemos em aberto, fazemos junto com o ar-

tista para sair a cara dele, e isso que é importante. Por exemplo, a Iza não ficaria famosa com “K.O” porque a Pabllo se fosse uma música seria “K.O”, e a mesma nunca ficaria famosa com “Pesadão” porque “Pesadão” é Iza. Isso é o que me dar mais prazer, conseguir extrair quem é você e colocar isso em música, fazer sua verdade aparecer. Hoje a música pop brasileira tem muita verdade, não vejo muito isso no sertanejo ou funk, cada artista é muito autêntico se você não for não se sobressai.

Qual das suas composições trouxe maior visibilidade para seu trabalho? E qual delas é a sua favorita? Favorita é muito complicado, realmente não tem! Existem várias que eu amo por diversos motivos. Sou muito grato por “Essa mina é louca” porque foi a primeira que me colocou onde eu estou, tem “Cravo e canela” que fiz para a minha mãe, “K.O” nós conseguimos colocar nos primeiros lugares uma artista Drag em um país que mais mata homossexuais e LGBT no mundo. “Sua Cara” também é muito importante! Concorri ao um Grammy latino de melhor música urbana da América latina com ela, e colocar uma Drag, uma suburbana e um dos melhores produtores do mundo junto [se referindo ao norte-americano Diplo] foi muito importante. “Pesadão” também é uma música que me toca, umas das mais tocadas nas rádios em 10 anos e “Dona de Mim” não tenho o que falar! Todas elas tem uma importância para mim e tudo é feito com muito amor. que a gente representa. cantando. No Brasil há uns 4 anos


atrás não tinha artistas muito diferentes, atualmente nós vemos novos artistas com muita verdade. Mesmo que tenha o maior hit do mundo se não tiver verdade não vai rolar, a Mc Loma por exemplo, tinha verdade na fala dela porém quando não tem um produtor que consiga extrair isso, fica complicado.

Como foi ter seu trabalho indicado ao Grammy Latino? É muito louco, fico muito feliz! Às vezes que eu e meus amigos fomos indicados foi por um trabalho com uma Drag e o primeiro trabalho de uma artista negra muito forte que fala sobre de onde ela veio, sobre a força da mulher e a força da gente que vem de áreas periféricas e não possui voz. Então concorrer ao Grammy latino junto com meus amigos e representando essas pessoas é uma coisa muito emocionante para mim. Não que eu não ficasse emocionado em concorrer com um sertanejo mas não teria tanta verdade como concorrer com os meus amigos e representando o que a gente representa.

Você consome música pop? Quais são suas maiores referências musicais? Consumo muita música pop, consumo muita música em geral. Quando estou em casa escuto músicas clássicas ou hip-hop com jazz para oxigenar minha mente e ter outras coisas. Mas eu gosto do pop, me sinto à vontade porque ele é receptivo a outros estilos musicais, nele da para fazer canções com essência de reggae, rock ou rap. Isso é muito

revigorante e nunca deixa a gente no comum, como no sertanejo que o gênero é mais importante que o artista, quando você ouve não sabe quem está cantando. No Brasil há uns 4 anos atrás não tinha artistas muito diferentes, atualmente nós vemos novos artistas com muita verdade. Mesmo que tenha o maior hit do mundo se não tiver verdade não vai rolar, a Mc Loma por exemplo, tinha verdade na fala dela porém quando não tem um produtor que consiga extrair isso, fica complicado.

“HOJE A MÚSICA POP BRASILEIRA TEM MUITA VERDADE, NÃO VEJO MUITO ISSO NO SERTANEJO OU FUNK’’ Qual é o seu maior desafio como artista? Meu maior desafio como artista é continuar dando voz para as pessoas e para mais públicos com artistas verdadeiros que representem o que as pessoas querem ouvir. E eu amo esse desafio, é o que move a gente a fazer isso.

Com a atual tensão política no Brasil muitos cantores estão demonstrando seu posicionamento. O que acha dessa atitude? Vê a música como uma forma de se manifestar politicamente? Atualmente vemos como reflexo do governo do Brasil e de outros países, uma onda de preconceito muito grande mas também uma

onda de união muito grande. Com certeza a manifestação política é importante! Acho que nem todo cantor precisa mostrar sua posição mas dependendo do artista é necessário, porque a política influência no trabalho que a pessoa está fazendo e na sua representatividade. Nos últimos meses recebemos muita coisa negativa e ameaças, por isso acredito na importância de se posicionar com a nossa arte e acolher as pessoas. A música “Coisa Boa” da Gloria Groove é muito política, nós tínhamos feito ela e mudamos algumas partes da letra no dia seguinte do Bolsonaro ser eleito para ter esse efeito, tem uma música da Iza chamada “Linha de Frente” que também abordar esse tema. Lutar pelos nossos direitos é o que nos move.

Pode compartilhar ou falar um pouco sobre algum projeto futuro? Sim! Estou fechando o novo disco do Pabllo Vittar, acho que não é novidade... Em vez de ser um disco como fizemos nos últimos dois anos vamos separar em 2 EPs com número iguais de faixas.Tem muita coisa da Gloria Groove e provavelmente vai acabar saindo álbum e novidades da Iza também. Mas o que está mais me movendo hoje é o “Inbraza”, nosso selo [Pablo, Ruxell e Sérgio Santos] para investir em novos artistas no Brasil. Fomos estudando lugares e procurando artistas que achamos que falta no país, já conseguimos novos talentos com a gente. E esse é o nosso desafio para os próximos três anos paralelo com outras coisas, vai dar super certo!

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Estilista curitibano lança coleção de vestidos sustentáveis para noivas Edson Eddel resolveu criar a coleção para incentivar seu público a aceitar esse tipo de material

Rafaela Alves de Souza e Mariana Benedito Fonte: ricmais.com.br 13/10/2019 O estilista curitibano Edson Eddel inovou na hora de criar seus vestidos de noiva. Em sintonia com a preocupação ambiental e com o planeta que vamos deixar para as próximas gerações, ele elaborou uma coleção de modelos sustentáveis. “Eu resolvi fazer a coleção sustentável de luxo para incentivar a aceitação do público porque quando você faz o desfile é um sucesso, mas quando descobrem que é material sustentável ninguém quer. Só respeitam na frente das câmeras e eu quero mudar isso”, conta. Vestidos de noivas sustentáveis são modernos e ousados. Confeccionados a partir de três tipos diferentes plásticos: transparente, preto e verde, as criações resultaram em modelos leves, clássicos e ousados. Para finalizar

os vestidos, Eddel optou por tecidos mais finos e pedrarias. Os resultados são vestidos únicos, mas o estilista afirma que não é qualquer mulher que possui personalidade para usar modelos tão diferentes dos convencionais. “A mulher pra usar um vestido desse, a mulher tem que ter personalidade. Hoje em dia você vai em um casamento e as noivas, madrinhas e convidadas estão todas uniformizadas de renda. Chique é ser única, por isso, resolvi fazer essa nova coleção”, finaliza Eddel. Modelos sustentáveis desde os anos 90 O estilista pontua que não é a primeira vez que investe no sustentável e lembra que em 2010, vestiu Danielli Stival, eleita Miss Curitiba, Miss Paraná e terceira colocada no Miss Brasil daquele ano. “Na época, optei por lacre de latinha e preto”, conta.

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Colorimetria pessoal encoraja o uso de novas cores A técnica tem tirado pessoas do comodismo de usar apenas cores básicas Rafaela Alves e Mariana Benedito rafaeladesouzs@gmail.com e mariana_benedito00@hotmail.com A coloração pessoal traz novas possibilidades de cores à se usar, por ser uma técnica que permite o conhecimento das cores que mais harmonizam com cada pessoa. Em uma entrevista para o site iLovee, a youtuber Thays Lessa comenta sua experiência com a técnica: “Há algum tem82 - 2019 - Informe

po, fiz um teste de colorimetria para descobrir minha paleta de cores e, para minha surpresa, não tinha preto. Isso fez com que eu abrisse minha mente para outras possibilidades e, hoje, uso cores, mas sempre dentro do meu estilo.” Anteriormente, Thays disse que por conta da profissão usava muito preto e só se imaginava bem com essa cor. A consultora de imagem Deborah Martini, disse em uma entrevista para o site

Modait que uma das partes preferidas no trabalho que faz é o feedback recebido das alunas, dizendo como ela coloriu a vida delas e de como se sentem mais felizes durante o dia-a-dia. Deborah diz que começar a usar cores no dia a dia é uma questão de costume. “Sair da nossa zona de conforto e testar coisas novas. Um batom colorido ou uma echarpe. É uma questão de treinar o olhar. A gente só consegue ousar e usar quando já


estamos acostumados.” Além de trabalhar como Personal Stylist, Deborah ministra cursos para pessoas que desejam aprender mais sobre Imagem Pessoal. O método da análise sazonal expandida traz 12 resultados possíveis de paletas de cores. As paletas têm como referência as estações do ano: primavera, verão, outono e inverno. Elas são dividas, por exemplo, em Primavera Pura, Primavera Clara, Verão Puro, Outono

Profundo, Inverno Claro e etc. A técnica, que vem sendo aprimorada, chegou no mundo da moda com a estilista Suzanne Caygill – quem criou as paletas de cores pelo método sazonal. A partir dessa análise, a pessoa conhece aspectos de sua coloração pessoal, como a profundidade (tons claros ou escuros), a temperatura (quente, fria ou neutra) e o acabamento (em peles brilhantes ou opacas). Para descobrir sua coloração pessoal é possí-

vel contratar consultoras especializadas como a Deborah Martini, mas também há a possibilidade de encontrar através de técnicas feitas em casa. Algumas delas são experimentar roupas de diferentes tons e verificar a que melhor combina com seu rosto, ou identificar se sua pele fica mais bronzeada ou avermelhada quando exposta ao sol –caso fique mais bronzeada, a temperatura é quente; caso fique mais avermelhada, é fria.

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Unidade da loja Forever 21 na Times Square, em Nova York

Forever 21: loja de fast fashion entra em declínio no mercado da moda As novas geracoes agora rejeitam roupas descartaveis Rafaela Alves e Mariana Benedito Fonte: brasil.elpais.com, 01/10/2019 Há anos, as roupas da Forever 21 vinham sendo o uniforme habitual dos espectadores de qualquer festival de música. A marca de fast fashion –com vestidos por 20 euros (menos de cem reais) ou tops cropped por 5 euros (pouco mais de 20 reais)– competia com a sueca H&M ou a espanhola Inditex. Mas agora, segundo a The Wall Street Journal, a Forever 21 entrou com pedido de recuperação judicial e o motivo pode servir como um alerta para a indústria da moda de baixo custo: os jovens não estão mais interessados em um modelo de consumo tão pouco sustentável. A Forever 21 declarou que recorreu à lei 84 - 2019 - Informe

de falências nos Estados Unidos após vários meses de especulações. Como consequência, a marca que tem 800 lojas em todo o mundo e mais de 500 nos Estados Unidos, fechará 350 delas. Embora continue operando no México e outros países da América Latina, a empresa quer se concentrar principalmente no mercado dos EUA. Com o pedido de recuperação judicial, a Forever 21 mantém o controle e a posse de seus ativos durante sua reorganização. O declínio, como apontado em um extenso artigo no The New York Times, tem a ver com a mudança na maneira de consumir de seus clientes regulares –mulheres jovens– que não compram tanto fisicamente. A Forever 21 não foi rápida o suficiente diante da chegada de gigantes de compras on-line como a ASOS,


perdendo ao se concentrar mais na abertura de lojas físicas em grandes espaços nos Estados Unidos. Mas a razão mais marcante não tem muito a ver com a forma de consumo, mas com a mudança de mentalidade: de acordo com analistas, a marca não soube se antecipar e se adaptar à crescente preocupação dos jovens em levar uma vida mais sustentável. Os consumidores mais jovens tendem a se sentir mais atraídos por marcas que carregam a sustentabilidade como bandeira, segundo o artigo do New York Times. Comprar peças de segunda mão ou alugar o que querem usar são também tendências em alta entre muitos consumidores. O caso da Forever 21 é o melhor exemplo de um negócio que parecia inesgotável e que não conseguiu identificar os interesses do próprio público, mas não é o único: a H&M também anunciou o fechamento de 180 lojas, depois de acumular 4,3

bilhões de dólares (cerca de 18 bilhões de reais) em estoque sem vender em 2018. Em um artigo da Forbes intitulado Como as Mudanças nas Tendências do Consumo Podem Afetar os Líderes da Moda Rápida, o especialista em varejo Sanford Stein não prevê um futuro agradável para as empresas que dominam o mercado da moda há anos: “Não é nenhum segredo que a moda rápida foi responsável por um nível catastrófico de poluição ambiental. O trio de uso de matérias-primas, poluição da água e emissões de gases de efeito estufa é apenas uma parte da história. O comportamento circular de comprar, usar e jogar fora não tem impacto somente nos aterros sanitários, sendo um importante contribuinte de carbono, mas também pode não ser o pior: a moda rápida desempenhou um papel muito sombrio ao contribuir para o tráfico de trabalho forçado”, disse o especialista.

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Porquê os brechós têm sido uma alternativa para o consumo consciente Rafaela Alves de Souza e Mariana Benedito Fonte: Uol.com.br/Universa 11/01/2019 Eusemfronteiras.com As constantes mudanças do mundo da moda e o resgate de tendências são alguns dos motivos que fazem do brechó um empreendimento atrativo para lojistas e consumidores. Além disso, esse tipo de estabelecimento pode atrair um público diversificado, entre jovens, adultos e idosos, atendendo a todas as classes sociais, com interesses que variam desde a procura por marcas famosas até a economia na aquisição de produtos. Trata-se de uma loja de artigos usados, principalmente roupas, calçados e artigos como bolsas, bijuterias e até mesmo objetos de arte. São populares na Europa e nos Estados Unidos, mas já estão conquistando o seu mercado no Brasil, uma vez que o cliente tem acesso a artigos únicos e a preços acessíveis. Hoje, mais do que nunca, eles são a principal fonte para poucos que buscam consumir produtos de forma mais consciente, além de conseguir peças exclusivas, algo que não ocorre em lojas fast fashion – que estão espalhadas pelo Brasil e vendem em larga escala.

De olho nos impactos Por fazer parte de uma mudança de comportamento, a preocupação com os impactos sociais e ambientais do consumo, especialmente na moda, ainda não está na cabeça da maior parte das pessoas. Diminuir a quantidade de compras, no entanto, é essencial para reduzir os danos. De acordo com relatório de 2017 da Fundação Ellen MacArthur, a produção de roupas quase dobrou nos últimos 15 anos e a demanda continua crescendo. Menos de 1% de todo o material é reciclado e dá origem a novas peças, o que contribui para o aumento da poluição. De acordo com a fundação, são gastos 93 bilhões de metros cúbicos de água por ano na produção de têxteis e a indústria da moda gera 1,2 bilhão de toneladas de emissões de gases que causam efeito estufa anualmente. Moda consciente, mas com calma Hoje, como estão mais modernos, alguns apresentam apenas peças de grife por um preço mais em conta, e se tornaram os prioridade para compra de muitas pessoas. Mas é preciso ir com calma. Como é possível encontrar peças baratas, também é necessário cuidado para não exagerar e acabar comprando roupas que você não vai usar. A pergunta que deve ser feita tanto para quem frequenta brechós, como para quem compra no varejo é: “Realmente eu necessito desta peça?”

Famosas também aderem aos brechós Não existe mais aquele velho pensamento que brechó é somente para quem não tem condição de comprar. Há muitas famosas indo a esses locais, ou que são completamente apaixonadas por eles. Um exemplo são as atrizes Maria Flor, Thaila Ayala, Fernanda Lima, Preta Gil e Julia Roberts, que adoram garimpar peças em brechós. Seja aqui no Brasil, ou em outros países é possível encontrar bons brechós que ofertam peças clássicas – ou não – e com um preço acessível. Um próprio estilo Estar na moda vai depender muito do estilo de cada um. O mundo fashion muda a cada seis meses e acompanhar este estilo não é para todos. Nem por isso, quer dizer que você não está na moda, já que a moda é você quem faz. Optando por brechós, a compreensão ocorre aos poucos entre como funciona os seus interesses, o que você gosta de usar, o que fica bem no seu corpo. O mais legal de tudo é ver este ciclo ocorrendo. Seja pela conscientização ou por outro motivo, os brechós serão sempre um bom investimento. Não tenha dúvida e se renda a esse hábito que não deve sair da moda tão cedo.

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Como as roupas podem mostrar sua personalidade Rafaela Alves de Souza e Mariana Benedito Fonte: jornalismojunior.com.br 17/12/2018 Moda pode parecer um bicho de sete cabeças para várias pessoas. Mas é incrível o fato de que, por meio da vestimenta, pode ser sintetizado muitas coisas. Através das roupas é possível ver e ler muito de uma pessoa. Segundo Ciro Marcondes Filho, teórico da comunicação, “a roupa é uma linguagem, um sistema de signos. Pela roupa, eu leio o outro: seu estilo, sua visão de mundo, sua sensualidade, sem a roupa, o corpo torna-se apenas corpo-carne, não mais corpo-signos.” São as típicas cenas de filme em que a personagem nerd veste uma roupa sensual pra mostrar algo para o menino mais bonito da escola e ele acaba se afastando, porque não gosta do que ela quis passar, mas sim da Blogmulherao.com.br

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sua verdadeira essência. Todo o figurino é muito representativo, nos filmes, novelas, séries. A roupa fala muito do personagem. Isso pode ser percebido por meio dessas produções visuais e aplicar na vida pessoal. É o que diz a consultora de imagem e psicóloga, Priscila Citera: “Tem a ver com a imagem que aquela pessoa quer passar. Se você quer parecer forte, precisa usar elementos que transmitem força. Se quer parecer meiga, precisa usar elementos que demonstram delicadeza. Encontrar característica da personagem que podem ser transmitidos através da forma que ela se veste, porque o vestir é uma simbologia”. Moda como expressão ou exclusão? Outrossim, dentro desse mesmo assunto, é relevante citar duas pesquisas diferentes, mas que sintetizam muita coisa analisada nesse texto: Primeiro, existe uma análise que diz que não é à toa que o super-homem entra na cabine como Clark Kent, vestindo terno e de óculos e troca de roupa, tornando-se o super-homem. A roupa pode mudar a forma como você se enxerga e como você se comporta. O corte de cabelo, maquiagem, acessórios e qualquer outro tipo de atividade física já mostra um amor por si mesmo e isso implica na imagem, na personalidade. Usar esses elementos ajuda a construir a mensagem de quem você é.

Dentre outros exemplos, a artista Frida Kahlo pode ser uma boa referência, e Priscila concorda: “A Frida Kahlo era uma mulher muito forte, mas ao mesmo tempo muito sofrida. Muito fragilizada, fisicamente e emocionalmente, mas possuía uma força pra se levantar e lutar pelo que ela acreditava. O estilo dela mostrava muito de sua personalidade. Era uma forma criativa de se vestir, diferente. Era uma artista muito feminina, mas muito castrada, oprimida sexualmente, fisicamente. Foi traída, perdeu o filho… muitas coisas maltrataram ela, então ela se vestia para se expressar tanto a forma como ela via o mundo, como ela sentia o mundo. Tem coisas que mostram se ela estava em uma fase boa ou numa fase ruim, doente, ou com a autoestima mais baixa. Como artista, eu acredito que tinha mais sensibilidade pra colocar pra fora como ela se sentia e sua personalidade. Uma mulher que a gente pode se basear para projetar como alguém que projeta na roupa como ela era e como ela se sentia.” Um dos problemas é essa falsa necessidade que as pessoas encontram em parecer com as outras. Se espelhar em alguém não tem problemas. Torna-se um problema quando você perde sua autonomia para estar parecido com alguém que não tem nada a ver com você e está na mídia, representando e vestindo algo que talvez não represente ele próprio – mas a publicidade e seu trabalho o levam a


usar as melhores marcas a fim de ter uma imagem positiva, já que grifes representam um status muito forte na sociedade moderna. Se representar por meio das roupas não quer dizer simplesmente que você precisa uma marca X. Claro, se você tiver a possibilidade de comprar algo pela sua qualidade e durabilidade, estará fazendo um bem também ao meio ambiente e à indústria da moda. A ideia é misturar marcas, preços, estilos: o importante é vestir o que sintetize o seu estilo, a sua personalidade e que as pessoas possam ver a sua essência por meio de suas vestimentas. A consultoria de estilo é especial por isso, já que trabalha o seu melhor e aumenta sua autoestima. Por que não amar a si mesmo?

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São Paulo Fashion Week destaca representatividade e ancestralidade Abit.org.br

Rafaela Alves de Souza e Mariana Benedito Fonte: meioemensagem.com.br 24/04/2019 Vestimos para parecer igual ou diferente? É uma pergunta que pode render uma discussão infinita. A partir de um questionário generalizado, é possível ver diferentes perspectivas e não uma só resposta. Pelo contrário: existe uma profundidade muito gigante. Claro que existem estilos muito característicos e, apesar disso, não podemos delimitar a pessoa a um rótulo, uma vez que, dentro de um grupo, pode haver muitos sujeitos com roupas parecidas e até mesmo com personalidades próximas, mas isso não se reflete diretamente na essência, porque cada ser é único. As duas estreias do São Paulo Fashion Week (SPFW) N48 foram repletas de representatividade e ancestralidade. Angela Brito e Isaac Silva são dois estilistas negros com diferentes linguagens estéticas, mas que têm em comum os elementos de raiz africana. Além deles, o evento recebeu uma apresentação do projeto Free Free, com modelos de variados tons de pele, corpos, origens e idades. O idealizador da SPFW diz que diversidade, sustentabilidade, questões de gênero e processos inovadores já estão na pauta do evento há alguns anos e que esses temas têm extremo valor e importância para sua história. “Vivemos um mundo disruptivo, em todos os cenários, e isso traz à tona novos comportamentos, formas de criar e distribuir. Nesse novo ambiente, marcas que já nascem com causas e propósitos ganham o interesse de todos”, afirma Paulo. Camila Coutinho, influenciadora digital e dona do blog de moda Garotas Estúpidas, que participa da SPFW há dez anos, concorda com Paulo. “Acredito que cada vez mais o evento vem mostrar o que tem de novo, além da moda, no comportamento”, pontua. Segundo ela, o ciclo de tendências mudou com vozes mais horizontais. 90 - 2019 - Informe


A blogueira confessa que é importante que as novas marcas se apoiem mais em conceitos e valores do que em produtos e tendências. “Tudo é copiável, menos o valor da marca, então é natural que as marcas hoje nasçam com isso, porque os consumidores estão cada vez mais expressando sua opinião sobre as coisas”, reforça Camila. Patrocinadores Pelo segundo ano, o evento contará com o Projeto Estufa, que promove diálogos e reflexões em torno da criatividade, inovação e empreendedorismo. É apresentado por Santander, Sebrae e Instituto Nacional de Moda e Design. Porém, este ano, além de o projeto apresentar os desfiles de abertura nos dias das marcas Aluf, Victor Hugo Mattos, MiPinta, Lucas Leão, Korshi e Led nos dias 25, 26 e 27, a plataforma também lança uma websérie de cinco episódios com entrevistas que abordarão os temas pluralidade, consciência, criatividade, inovação e futuro. Os episódios podem ser assistidos nas redes sociais do Santander e SPFW, além dos telões da Arca, durante o evento. Revistaofficiel.com

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Belo Horizonte recebe título de Cidade Criativa da Gastronomia, pela Unesco Outras nove cidades em vários países também receberam o título pela gastronomia

Por: Maria Clara e Sergio Leao Fonte: g1.globo.com, (Editado) 30/10/2019 Conhecida nacionalmente como a capital dos bares e da boa comida, Belo Horizonte ganhou, nesta quarta-feira (30), o título de Cidade Criativa da Gastronomia pela Unesco. Ao todo, 66 cidades em todo o mundo, que investem na cultura e criatividade como aceleradoras do desenvolvimento sustentável, passaram a fazer parte da Rede das Cidades Criativas. Além de gastronomia, a rede da Unesco contempla outras categoria, como literatura, música, filme e design. No Brasil, apenas Belo Horizonte e Fortaleza receberam o título em 2019. A capital cearense, no entanto, foi pela categoria design. Com as duas cidades, o país soma dez títulos da Unesco. Belém, Florianópolis, Belo Horizonte e Paraty são Cidades Criativas da Gastronomia. Brasília, Curitiba e Fortaleza são Cidades Criativas do Design. João Pessoa é Cidade Criativa do Artesanato e Arte Folclórica. Salvador é cidade criativa da música . Santos é cidade criativa do Cinema.

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Números da gastronomia em BH Segundo o Ministério do Turismo, o setor responde por quase 40% dos empregos gerados na capital. São mais de 21 mil pessoas empregadas nessa área formalmente. O setor movimenta R$ 4,5 bilhões por ano. Ainda de acordo com o Ministério do Turismo, a gastronomia de BH tem aprovação de 98% dos turistas estrangeiros. A comida é o item mais bem avaliado na cidade.

Fonte:soubh.com

O edital para candidatura foi publicado em abril. Em maio, a prefeitura promoveu oficinas de trabalho, para construção colaborativa do dossiê, com participação de chefs de cozinha e especialistas. Para se preparar, Belo Horizonte recebeu assessoria especializada oferecida pela Secretaria Especial de Cultura, integrante do Ministério da Cidadania. O documento foi entregue em junho para a Unesco Brasil. Outras cidades em todo o mundo receberam o título de Cidade Criativa da Gastronomia neste ano. Conheça as outras cidades: •Afyonkarahisar (Turquia) •Arequipa (Peru) •Bendigo (Australia) •Bergamo (Itália) •Hyderabad (Índia) •Mérida (México) •Overstrand Hermanus (África do Sul) •Portoviejo (Equador) •Yangzhou (China)


Cidade japonesa cria guia de etiqueta para turistas Cartilha de Quioto traz recomendações como veto a cigarro e autorização prévia antes de selfies com gueixas

Por: Maria Clara e Sérgio Leão (Editado) Fonte: G1.globo.com, 03/06/2019 A cidade japonesa de Quioto está distribuindo cartilhas, guloseimas e lanternas de papel para tentar ensinar aos turistas como se comportar no bairro histórico de Gion. Clientes e lojistas reclamaram da superlotação e do comportamento inadequado de visitantes nos últimos anos, apesar das tentativas anteriores de incentivar boas maneiras. O conselho local de Gion decidiu atacar a situação com cortesia. Os estudantes da Escola de Design da Universidade Feminina de Quioto foram incumbidos de criar uma cartilha didática e atraente em japonês, chinês e inglês a ser colocada em sacolas com guloseimas. Grupos de policiais, estudantes e maiko - aprendizes de gueixas - foram formados para entregar o material aos visitantes. As mensagens vão desde pedidos comuns para não se sentar ou fumar na rua, até demandas mais específicas, como a necessidade de pedir autorização antes de tirar selfies com as famosas gueixas de Gion, além de nunca as tocar sem consentimento. Há diversas outras recomendações, como deixar sanitários limpos, não furar filas, não cancelar reservas em restaurantes sem antecedência e jogar o lixo em lixeiras. O Departamento de Turismo de Quioto publica orientações para visitantes sobre como se comportar desde 2017, com base na palavra local “akimahen” que significa “é proibido”, ilustrado com gráficos alegres e promovido com um vídeo em sites populares de classificação de visitantes.

Maiko (Aprendiz de Gueixa) - Fonte: pinterest.cl

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Apaixonados por viagem

Conheça a historia de um casal que viajou de carro e conheceu 497 cidades do Rio Grande do Sul em oito anos Por: Maria Clara e Sergio Leao Fonte: g1.globo.com, (Editado) 19/10/2019 O casal Marcos e Kátia Hoffmann conhecia muitas cidades do estado, que visitavam nos fins de semana de folga há oito anos. Nos últimos dois, porém, eles se aposentaram e decidiram intensificar a jornada desbravando todos os 497 municípios do Rio Grande do Sul. “O legal mesmo é a viagem. Quando tu chegas no destino, acabou a viagem. O trajeto é mais importante”, comenta Marcos Hoffmann. “É o contrário do que a maioria das pessoas gostam. Nós curtimos a estrada, parar para conhecer cachoeiras, tomar café. O bom é estar na estrada. “Me emocionei muito no pico Montenegro, ponto mais alto do Rio Grande do Sul. Ficar ali relaxando, vendo a imensidão da natureza”, descreve Kátia Hoffmann “A gente convida sempre as pessoas a explorar mais, sair de casa e buscar esses cantinhos do Rio grande que parecem que não vale a pena ir, mas que valem sim. Cada cantinho tem sua peculiaridade. E está esperando que alguém chegue, olhe e curta um pouquinho também”, diz Kátia Hoffmann.

Igreja matriz em Relvado, Vale do taquari (Rio Grande do Sul) Fonte: viajandocommarcosh.com

“Coisas históricas, coisas naturais, pessoas que moram há 100 anos no mesmo lugar contando histórias. Vale a pena conhecer, vale a pena se aventurar!”

Mas percorrer o Rio Grande do Sul exige coragem, eles apontam. Mais de 50 cidades não têm acesso asfaltado. É preciso encarar o chão batido. “É complicado comer pó na estrada. Tem uma hora que fechamos os vidros, mas é um horror. E o pessoal corre muito nessas estradas de chão”, comenta Kátia. Achar lugar para dormir e comer nas cidades menores também e um desafio. “Eu sempre tenho meu kit necessidade. Muito líquido e um lanchinho extra, porque não se sabe quando vamos encontrar um lugar aberto”, diz Kátia. A aventura terminou em 10 de outubro, quando eles conheceram Giruá. Todas as fotos estão em um blog. Marcos, na maioria delas, está atrás da câmera. Ele prefere as lembranças. 94 - 2019 - Informe

Os Dinossauros de Cândido Godoi Fonte: viajandocommarcosh.com


17% das mulheres latinas tEm medo de viajar sozinhas Estudo mostra também que 38% das mulheres latinas nunca se aventuraram numa viagem em sua própria companhia Por: Maria Clara e Sergio Leao (Editado) Fonte: g1.globo.com, 21/08/2019 Medo e insegurança. É o que sentem 17% das mulheres latino-americanas quando o assunto é viajarem sozinhas. Pesquisa revelada pela Booking.com mostrou ainda que 16% das mulheres nunca nem pensaram na possibilidade, enquanto 55% justificam que preferiam a companhia de outra pessoa durante seus roteiros. O estudo mostra também que 38% das mulheres latinas nunca se aventuraram numa viagem em sua própria companhia. O resultado é fruto de uma pesquisa feita em março de 2019 com quatro mil pessoas do Brasil, México, Colômbia e Argentina – sendo mil por país, com homens e mulheres de 18 a 60 anos que já realizaram pelo menos duas viagens internacionais.

Por outro lado, 62% das mulheres latino-americanas afirmam que já fizeram pelo menos uma viagem em sua própria companhia para outro país. Na liderança do motivo está a liberdade para fazer o que quiser (35%). Em seguida, elas citam a falta de companhia (22%), oportunidades de conexão interior (18%) e conhecer gente/ fazer novos amigos (12%). Os destinos fora da América Latina são os preferidos das brasileiras (32%) e mexicanas (28%) que viajam por conta própria, enquanto argentinas (36%) e colombianas (35%) viajam mais para países da América Latina. Dentro do continente, Argentina (62%), Chile (54%) e Uruguai (41%) são os países preferidos das mulheres brasileiras que viajam sozinhas.

Guia para as que viajam sozinhas A empresa agregadora de passagens aéreas e hospedagens lançou, junto da pesquisa, um guia desenvolvido em parceria com a Think Olga, uma ONG feminista criada em 2013 com o objetivo de empoderar mulheres por meio da informação. O material está disponível no site Mulheres pelo Mundo. No guia, de dicas de segurança relacionadas à violência, passando por como aproveitar ao máximo experiências, até maneiras de como proceder ao conhecer novas pessoas durante a viagem.

A pesquisa também questionou, desta vez aos homens, quais as percepções que eles têm das mulheres que viajam por conta própria. Para eles, 65% são independentes, 54% aventureiras, 51% seguras de si e 40% corajosas. Em meio aos viajantes brasileiros, os números sobem para 71%, 52%, 53% e 49%, respectivamente.

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Ministério do Turismo destina R$ 15 milhões para obras estruturantes em Angra dos Reis Obras são parte da primeira etapa para transformar o local em polo turístico do

Brasil e referência para o mundo

Por: Maria Clara e Sérgio Leão (Editado) Fonte: turismo.gov.br, 21/10/2019 A tão sonhada recuperação turística de Angra dos Reis, cidade da região sul do estado do Rio de Janeiro, vai começar a sair do papel. Para isso, o Ministério do Turismo vai investir, inicialmente, cerca de R$ 15 milhões para intervenções estratégicas que vão beneficiar turistas, comerciantes e moradores. A expectativa é de que as obras desta primeira etapa comecem já no início de 2020. Os recursos serão utilizados para a adequação e junção do Cais dos Pescadores e do Cais de Santa Luzia, na iluminação de monumentos históricos e nas construções do Píer da Costeirinha, do centro de convenções, do mirante da praia das Gordas, do polo cultural da Vila Histórica de Mambucaba e do centro de informações turísticas. As intervenções foram definidas após indicação da Fundação de Turismo de Angras dos Reis. Outras melhorias estão programadas para uma nova etapa do projeto. Destaque para obras na BR 101, no trecho de acesso ao 96 - 2019 - Informe

município; a construção de um complexo turístico na Marina do São Bento; reativação de trem de passageiros; usina de dessalinização de água; criação de estações de tratamento de esgoto; ampliação da pista do aeroporto; e a construção de um novo terminal de passageiros. A escolha das obras ocorreu após força-tarefa coordenada pelo Ministério do Turismo, que contou com a participação de integrantes do Governo do Estado do Rio de Janeiro e da prefeitura de Angra dos Reis, em agosto deste ano. O grupo de trabalho detectou gargalos que têm travado o desenvolvimento do turismo na região. Além disso, a iniciativa faz parte do projeto do presidente Jair Bolsonaro de tornar o local um dos maiores polos turísticos do Brasil e também referência para o mundo, atraindo recursos para o país e preservando a fauna e a flora. O plano de ação está numa matriz organizada em ações de infraestrutura, turismo, meio ambiente, segurança, política urbana, tecnologia e inovação. A ideia é envolver todas as áreas do governo federal que tenham ligação com

os projetos a serem desenvolvidos no curto, médio e longo prazo. De acordo com a última Pesquisa de Demanda Turística Internacional no Brasil, realizada pelo Ministério do Turismo, Angra dos Reis ficou entre as cinco cidades brasileiras que mais receberam turistas estrangeiros para o lazer. O local só ficou atrás do Rio de Janeiro (RJ), Florianópolis (SC) e Foz do Iguaçu (PR). O estudo também trouxe que nove em cada 10 turistas, quando visitaram o município, tinham como motivo de viagem o lazer, permaneceram em média cinco dias e gastaram cerca de US$ 66. A iniciativa representa um marco na valorização e preservação dos patrimônios naturais e culturais do país. A Pasta também busca e incentiva o uso consciente e sustentável das áreas de preservação ambiental para atividades turísticas, inclusive promovendo a disseminação de boas práticas e o manejo adequado dos recursos naturais, alinhados com a inclusão social e a geração de emprego e renda nessas áreas.


Ecoturismo é a preferência de visitantes estrangeiros no Norte do Brasil

Dados do Ministério do Turismo também mostram que cerca de 95% dos visitantes internacionais aprovam a hospitalidade local Por: Maria Clara Torres e Sérgio Leão (Editado) Fonte: turismo.gov.br, 10/09/19 Natureza, ecoturismo e aventura. Essas são as principais motivações dos turistas estrangeiros que visitaram o Norte do Brasil em 2018, de acordo com o estudo da Demanda Turística Internacional, encomendada pelo Ministério do Turismo à Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). No caso do Amazonas, 67,2% dos entrevistados declararam interesse em conhecer a fauna e a flora, mesma razão de 45,3% dos viajantes que foram ao Pará. Outro item que se destaca entre os turistas estrangeiros é a hospitalidade do povo nortista. Nada menos que 96,5% dos que estiveram no Amazonas aprovaram a receptividade local. Já 94,6% dos que visitaram o Pará avaliaram como positiva tal característica. Os serviços de Guia Turístico também foram destaque, aprovados por 92,1% dos que foram ao Amazonas e por 77,9% dos que percorreram o Pará. O ministro do Turismo, Marcelo

Álvaro Antônio, ressalta que a natureza exuberante é apenas um dos atrativos da região Norte, que tem um potencial enorme para atrair visitantes de todo o mundo. “É uma experiência única poder desfrutar das belezas da selva amazônica. Além disso, a região oferece uma gastronomia incrível, acompanhada da cultura com sotaque e ingredientes indígenas”, afirmou. A gastronomia também foi um dos “campeões de audiência” para os estrangeiros que passaram pelos estados do Norte incluídos na pesquisa do MTur. Do total de turistas estrangeiros no Amazonas em 2018, 97,4% aprovaram a comida típica. No Pará, a avaliação positiva foi ainda maior: 98.3%. Os Estados Unidos lideram entre os países que mais enviaram visitantes ao Norte, seguidos de Argentina e França. Mais de 92,6% dos turistas estrangeiros que estiveram na região manifestaram intenção de retornar, sendo que mais de 52,4% deles já haviam estado no país anteriormente.

DADOS NACIONAIS

A pesquisa, realizada ao longo de 2018 com 39 mil turistas de outras nacionalidades, revelou que a experiência turística no Brasil superou ou atendeu plenamente a expectativa de 87,7% dos entrevistados, e 95,4% pretendem voltar ao país. No ano passado, o Brasil registrou 6.621.376 chegadas internacionais, um crescimento de 0,5% em relação a 2017 (6.588.770). O número de visitantes provenientes das quatro nações então beneficiadas com a adoção do visto eletrônico - Austrália, Canadá, Estados Unidos e Japão - cresceu 15,73%. Os canadenses foram os que mais aproveitaram a vantagem, com um salto de 45,3%, seguidos dos australianos (24,7%), norte-americanos (13,3%) e japoneses (5,5%). Desde 17 de junho de 2019, cidadãos desses países estão isentos da exigência do documento.

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Estado do Ceará deve receber 156 mil turistas estrangeiros até novembro O número representa 12% a mais de visitantes se comparado ao mesmo período do ano passado.

Tatajuba Camocim - Fonte: viajanteprofissional

Por: Maria Clara Torres e Sérgio Leão (Editado) Fonte: G1.globo.com. 05/09/2019 O Ceará deve receber 156,4 mil turistas estrangeiros até novembro, segundo a Secretaria do Turismo do Ceará (Setur). O número representa 12% a mais de visitantes se comparado ao mesmo período do ano passado, quando 139,6 mil estrangeiros estiveram no estado. “Desde que os novos voos tiveram início, estamos numa crescente muito boa no número de estrangeiros vindo para o nosso estado. Já temos mais três novos voos previstos, dois para este ano e um para 2020, vindos de Madri. Estamos também em negociação com novas companhias e por isso nossa expectativa é que esse aumento permaneça, trazendo mais renda para o Ceará”, disse o titular da Setur, Arialdo Pinho. No primeiro semestre deste ano, cresceu 99% o número de turistas vindos de outros países para o território cearense. O que fez do Ceará o estado com maior aumento na quantidade de passageiros estrangeiros. Pernambuco e Bahia aparecem em segundo lugar e terceiro lugares, com 118,9 mil e 115 mil visitantes no primeiro semestre, respectivamente. No cenário nacional, o estado cearense fica atrás apenas de São Paulo, com 3,8 milhões de passageiros e crescimento de 4%; e do Rio de Janeiro, com 1,1 milhão de passageiros, com queda de 1,3%, segundo números da Agência Nacional da Aviação Civil (Anac).

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Dicas de como lucrar online e viajando

O modelo de trabalho com horário flexível e que não requer a presença física em um ambiente específico

Por: Maria Clara Torres e Sérgio Leão (Editado) Fonte:oimparcial.com.br, 04/12/2019

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arece desafiador, mas o modelo de trabalho com horário flexível e que não requer a presença física em um ambiente específico possibilita que profissionais de diversas áreas possam conciliar lazer e trabalho estando em qualquer lugar. Além das habilidades, laptop e acesso à internet, confira algumas dicas para conseguir um trabalho online e viver como um nômade digital.

Tradução e Moderação de conteúdo

Existem diversos sites que são terceirizados do Google e contratam mão de obra remota para trabalhar online, cerca de 10 a 20 horas semanais, como freelancer. É o caso da Lionbridge e da Appen. Essas plataformas anunciam jobs de tradução, interpretação, moderação de conteúdo, testes, entre outros. Para se candidatar, basta ter um curso superior, enviar o seu currículo e uma carta de apresentação em inglês, além de comprovar seu diploma de inglês. Para se destacar na seleção, as plataformas consideram principalmente os candidatos com perfil analítico, organização e fluência em inglês.

Aula de idioma online

Que tal ser pago para ajudar pessoas a aprenderem novas línguas? A qualquer hora, em qualquer lugar do mundo, você pode ter dezenas de alunos e você define o seu preço e calendário. Perfeito, não? Existem plataformas como o Italki que permitem essa flexibilidade para você ter uma renda vinda de clientes de vários países sem sair do lugar. Você só precisa de um computador, fone de ouvido e boa conexão com a internet.

Promova suas skills

Tour gastronômico, aula de dança, walking tour, sessão fotográfica são algumas atividades que você pode divulgar em sites de experiências e realizar em qualquer lugar do mundo, com poucas horas semanais ou diárias. O Airbnb, por exemplo, oferece dentro da plataforma o serviço de experiências para divulgar para outros viajantes. Além da divulgação, o site oferece feedbacks, painel de análises, seguro e cuida de todos os pagamentos. É uma oportunidade de você mostrar o que sabe e ama fazer, além de monetizar com isso!

Outra opção é a Fiverr, focada em freelancers e no trabalho 100% online. Ela abrange serviços de marketing digital, redação, design, animação, ilustração, programação, entre outros. Se você sabe fazer gestão de redes sociais ou criação de identidade visual por exemplo, é uma ótima oportunidade para atrair novos clientes. Basta criar um anúncio na categoria desejada, descrever o serviço, colocar o seu preço e prazo de entrega e pronto. Informe - 2019 - 99


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Talles Magno

O mágico da Seleção Sub-17 100 - 2019 - Informe


Titular no profissional do Vasco da Gama, Talles ganhou o apelido de “Mágico” pelo trato carinhoso que dá à bola Ana Luiza Lima e Thiago Cortes Fonte: cbf.com.br 23/10/2019

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Com o Vasco vencendo o jogo por 1 a 0, Talles Magno recebeu a bola na ponta esquerda contra o Fortaleza. Diante das arquibancadas do Estádio de São Januário, o jovem de 17 anos surpreendeu a torcida cruzmaltina. Com uma lambreta, driblou o adversário, causou sua expulsão e encaminhou o triunfo do Vasco. O lance foi apenas um exemplo da capacidade de Talles, que ganhou o apelido de “Mágico” dos torcedores do clube. Habilidoso e confiante, o atacante é um dos jogadores da Seleção Sub-17 que já figura entre os profissionais do seu clube. E agora quer usar essa experiência para ajudar o Brasil no Mundial. Conheça Talles Magno Nome: Talles Magno Bacelar Martins Nascimento: 26/06/2002 Cidade natal: Rio de Janeiro (RJ) Clube: Vasco da Gama Seleção Brasileira Sub-17: 10 jogos (3 gols) Um herói Meu pai e minha mãe Um ídolo Ronaldo e Romário Uma frase “Deus está trabalhando” Um sonho Dar uma estrutura familiar boa para minha família Uma saudade Minha avó, Margarida

Série ou filme? Filme Então, um filme... Um Sonho Impossível Cantar ou dançar? Dançar Um estilo musical Louvor Um cantor André Willian A música que não sai da sua playlist Não pare - Midian Lima Se não fosse jogador, seria... Estudaria para ser veterinário, eu gosto de bicho

O que gosta de fazer na concentração? Dormir e jogar no celular

Um jogo inesquecível Vasco x São Paulo, pelo Brasileirão deste ano. Fiz o meu primeiro gol como profissional.

Um livro Bíblia

O que as pessoas não sabem sobre você? Eu como muito Informe - 2019 - 101


JÁ NASCERAM CAMPEÃS

Seleção feminina de futebol de areia conquista bronze na primeira partipação em Mundial dibradoras.blogosfera.uol.com.br

Ana Luiza Lima e Thiago Cortes Fonte: dibradoras.blogosfera.uol.com.br 16/10/2019 Após 30 anos de existência do time masculino, a seleção feminina de futebol de areia finalmente foi montada pela primeira vez. Diante da possibilidade de disputar o ANOC World Beach Games – ou Jogos Mundiais de Praia – as mulheres conquistaram o direito de vestir um uniforme oficial e representar o Brasil na competição com a chancela da Confederação de Beach Soccer do Brasil (CBSB). E em seu primeiro torneio oficial, elas não decepcionaram. Nesta quarta-feira (16), em Doha, no Catar, o time brasileiro de futebol de areia venceu a Rússia – equipe tradicional na modalidade, bicampeãs europeias e com uma das ligas mais fortes do mundo – por 4×3 e subiu ao pódio de maneira inédita. Natalie, Lelê Lopes, Jasna, Dani Barboza, Bárbara Colodetti, Noele, Adriele, Lelê Villar, Lorena e Nayara são as pioneiras que cravaram seu nome na história do beach soccer feminino do Brasil e que, sem dúvidas, abrirão portas para uma legião 102 - 2019 - Informe

de garotas e mulheres que desejam ser como elas. A competição Sem nunca terem jogado juntas, as atletas embarcaram com muita alegria para o Catar. Lelê Villar – indicada entre as três melhores do mundo em 2017 – custava a acreditar que, finalmente, tinha chegado o momento de vestir a tão sonhada camisa brasileira. “Às vezes é até difícil de acreditar. Fico olhando as meninas aqui com o uniforme do Brasil e penso: caramba, está acontecendo. E com muito orgulho, o Brasil estreou contra Cabo Verde e venceu por 7×2. Na sequência, enfrentou o México em um jogo equilibrado onde foi preciso muita garra para virar o placar. A seleção brasileira perdia por 4×1 mas conseguiu empatar a partida em 4×4, contando com a importante participação da goleira Lelê Lopes que defendeu um pênalti quando o placar estava 4×3 para as mexicanas. O resultado foi decidido nas penalidades e o Brasil venceu por 4×3 com a goleira Natalie fazendo duas defesas. E assim, a equipe brasileira se classificou para a semifinal. Na disputa pelo primeiro lugar do grupo, as brasileiras foram derrotadas pelas espanholas por 6×3 e partiram para a semifinal contra a Inglaterra. As adversárias


tem uma equipe forte e competitiva, mas o Brasil começou muito bem no jogo. Abriu vantagem de 4×2 para as inglesas, mas sofreu a virada no 3º período, por 6×5, após muitos erros de marcação. A seleção brasileira ainda teve a oportunidade de empatar nos 10 segundos finais do jogo, em cobrança de pênalti, mas a goleira inglesa defendeu a cobrança. Restava brigar pelo bronze enfrentando o país que é uma potência na modalidade: a Rússia. A defensora brasileira Barbara Colodetti recentemente fez história ao ser a primeira estrangeira a atuar no campeonato russo – um dos mais fortes do mundo – e ser campeã. Mesmo diante de uma

seleção entrosada e favorita, o Brasil brigou com unhas e dentes por essa conquista histórica e ela veio. O Brasil saiu atrás no placar no primeiro período, mas marcou 4 gols no tempo seguinte, com Adriele, Lorena e dois de Dani Barboza – que aos 37 anos esbanja vigor e habilidade. A conquista do bronze brasileiro nas areias de Doha representa uma luta das mulheres que, enfim, foi reconhecida. Mesmo sem uma seleção para defender, se um campeonato local consolidado para disputar, elas jamais desistiram daquilo que mais amavam. Vitória do Brasil, mas acima de tudo, vitória histórica das resistentes mulheres da praia!

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Com Carlos Sainz, McLaren comemora primeiro pódio na Fórmula 1 desde março de 2014 Depois de 2072 dias, uma das mais vitoriosas equipes da Fórmula 1 volta a ter um troféu; espanhol herdou terceiro lugar após punição de Lewis Hamilton e ainda escapou de penalidade globoesporte.globo.com

Ana Luiza Lima e Thiago Cortes Fonte: globoesporte.globo.com 17/11/2019 Só quase duas horas após Grande Prêmio do Brasil, a segunda equipe mais vitoriosa da Fórmula 1 conseguiu soltar o grito da garganta e comemorar o terceiro lugar de Carlos Sainz Jr. Primeiro, houve a celebração pela punição de cinco segundos a Lewis Hamilton. Depois, o silêncio quando foi divulgado que Sainz também poderia ser punido, por supostamente usar o sistema de asa móvel sob bandeira amarela, o que é irregular. Mas o espanhol escapou da penalidade, e a equipe foi toda ao pódio. Afinal, desde o GP da Austrália de 2014, a McLaren não tinha um piloto entre os três primeiros colocados. - É muito especial estar numa equipe com fome e com vontade de ir adiante. Essa equipe merece, e estamos aqui para ajudar nessa recuperação. O ano começou com dificuldades mas conseguimos evoluir e foi espetacular este terceiro lugar largando de último após os problemas de ontem. Subir ao pódio 104 - 2019 - Informe

na terra de Ayrton Senna é especial, seguramente disse Sainz. Sainz se tornou o primeiro espanhol desde Fernando Alonso no GP da Hungria de 2014 (segundo lugar) a figurar entre os três primeiros numa corrida de Fórmula 1. Ironicamente, Carlos chegou à McLaren justamente após substituir Alonso, que deixou a F1 no fim de 2018: - Tem sido uma temporada muito especial para mim. Dei um salto qualitativo como piloto, e isso me permitiu estar nesse pódio. Estou muito contente com a minha corrida, a administração dos pneus me permitiu conseguir esse resultado. Filho do bicampeão mundial de rali Carlos Sainz, o piloto da McLaren comemorou muito o resultado com a família por telefone. - Foi incrível! Estamos todos muito contentes, agradeço a todos que me apoiaram até aqui e acreditaram em mim, mesmo nos momentos difíceis e nos bons momentos, parecia que esse pódio nunca ia chegar. Segui acreditando! - finalizou Sainz, que está empatado na sexta posição do campeonato com Pierre Gasly, segundo em Interlagos.


Jade Barbosa se lesiona e time de Ginástica do Brasil fica fora da Olimpíada É a primeira vez desde 2000 que o país fica de fora da disputa por equipes da modalidade

Ana Luiza Lima e Thiago Cortes Fonte: veja.abril.com.br 05/10/2019 A seleção brasileira feminina de ginástica artística está fora da disputa por equipes dos Jogos Olímpicos pela primeira vez desde a edição de Sydney-2000. Neste sábado, o time formado por Thaís Fidélis, Flavia Saraiva, Lorrane Oliveira, Letícia Costa e Jade Barbosa não teve um bom desempenho no Mundial e ficou na 14ª posição – são 12 as classificadas para Tóquio-2020. Na competição realizada em Stuttgart, apenas Flavinha conseguiu vagas nas finais do individual geral (e obteve um lugar para o Brasil na disputa por aparelhos da Olimpíada) do solo e da trave. “Eu treinei 12 anos da minha vida e não vou desperdiçar. Todas estarão torcendo por mim e vou lutar até o final”, avisou a ginasta, em entrevista ao SporTV. As atletas sabiam que não seria fácil, mas a vaga era possível. Só que a seleção perdeu meses atrás sua principal ginasta, Rebeca Andrade. Depois, teve a lesão de Carolyne Pedro e no momento da competição Jade se machucou, desfalcando ainda mais o time. “Na hora que aterrisei na chegada do salto, já senti meu joelho. Já fiz muito pelo Brasil e agora foi um dia que não aconteceu. Tive de ser madura para identificar que não dava para continuar”, disse Jade. Bastante emocionada, ela lamentou a ausência da vaga nos Jogos de Tóquio, mas pediu cabeça erguida para suas companheiras. “A gente não esperava isso. Temos uma equipe incrível, madura, mas não conseguimos vir com ela para cá na Alemanha por causa das lesões. Demos o máximo, tenho orgulho da equipe, e tenho certeza de que as próximas vagas vamos agarrar com toda força”, continuou. A seleção brasileiro marcou 157,596 pontos, abaixo da Espanha, que fez 159,021 e ficou com a última vaga olímpica. Nos Jogos Pan-Americanos de Lima, o Brasil ficou com o bronze ao fazer 158,550 (e lá no Peru também não teve Jade, machucada). “Todo mundo trabalhou muito duro, mas não foi um ano fácil. Todas lutaram até o último segundo. Como a

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gente é uma equipe, não vamos desistir. Não é nossa última Olimpíada e 2024 está aí”, explicou Flavinha. Se de um lado havia tristeza para o Brasil, do outro era muita festa dos norte-americanos. Simone Biles confirmou seu favoritismo, liderou o individual geral e levou o time dos Estados Unidos à primeira posição. Além disso, ela conseguiu completar dois movimentos inéditos e eles serão homologados com seu nome no Código de Pontuação da ginástica artística. Neste domingo será a vez de a equipe masculina do País tentar sua vaga olímpica no Mundial de Ginástica Artística. Arthur Zanetti, Arthur Nory, Caio Souza, Francisco Barretto e Lucas Bittencourt vão tentar carimbar o passaporte do Brasil para os Jogos de Tóquio. Informe - 2019 - 105


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O que você precisa saber antes de jogar Star Wars Jedi: Fallen Order O game foi lançado em 15 de novembro para Windows, PlayStation 4 e Xbox One Ana Luiza Lima e Thiago Cortes Fonte: espn.com.br 10/11/2019 Todos estávamos esperando um videogame de Star Wars que fosse single-player e cheio de história há algum tempo, e Jedi: Fallen Order é exatamente isso. Um de nossos produtores de vídeo, Jarrett Hobbs, que jogou 33 títulos de Star Wars diversas vezes, e por isso é um expert qualificado, teve esse primeiro pensamento ao jogar Fallen Order: “Essa é definitivamente a experiência single-player mais significante desde Force Unleashed 1, lançado uma década atrás”. Há novos personagens apresentados a você, in106 - 2019 - Informe

cluindo o principal que você controla: Cal Kestis (interpretado por Cameron Monaghan), um outro Jedi que sobreviveu de alguma forma depois de todos os mocinhos e mocinhas terem sido exterminados em “A Vingança dos Sith” (um filme 5 estrelas em toda a série, aliás, não me julgue). O jogo se passa cinco anos depois, um tempo sombrio para os Jedi, que tentam se reunir e reconstruir. Fallen Order te prende bem cedo. Estou disposto a deixar de lado o que considerei como pequenas dificuldades e inconveniências na fluidez dos controles de movimento, porque a história é imediatamente envolvente e interessante. O jogo não é um completo mundo aberto; é mais como God of War do que Breath of the Wild. E tudo bem, porque ainda há muito o que fazer. E enquanto você joga,


é possível imaginar todos os action figures e Funko Pops que você vai comprar no próximo evento de Star Wars. As mecânicas não são nota 10. Escalar fica meio estranho de vez em quando e você precisa se acostumar aos movimentos de luta do sabre de luz (mas fala sério, lutar com sabre de luz é incrível pra todo mundo), mas, no geral, depois de horas de jogo, Fallen Order é divertido e teria uma boa nota não importa qual franquia ele faria parte. O jogo tem uma vibe bem Dark Souls; se você ama esse tipo de jogo, vai gostar muito deste. Uma coisa que surpreendeu desde o início do jogo foi a música. A trilha sonora é muito próxima à de Star Wars, e embora o tema icônico não seja tocado no começo, ainda há sons de fundo que te fazem entrar no clima e ficar ansioso para a jornada. Star Wars: Jedi Fallen Order também se beneficia das expectativas baixas para videogames dos fãs de Star Wars. Por mais que os filme sejam icônicos — uma das maiores franquias do cinema de todos os tempos —, a mesma reverência não é dada aos videogames. Há títulos sólidos (como o Star Wars Battlefront 2 de 2005, que foi bem recebido), alguns piores (como o Star Wars Battlefront 2 de 2017, que teve um lançamento complicado e sua parcela de controvérsias), e muitos outros que são descritos como apenas “bons”. Mas esse é o desafio com Star Wars. “Bom” não é bom o suficiente. A Electronic Arts está na metade de seu contrato de licenciamento de 10 anos da franquia, e Jedi: Fallen Order pode ser considerado o melhor jogo da série com base em sua atenção a detalhes, cenário e profundidade. O jogo tem uma competição difícil no mundo dos videogames nesta semana: Death Stranding, criado pelo renomado produtor Hideo Kojima, foi lançado na última sexta-feira. Norman Reedus (The Walking Dead) é a estrela do jogo, que foi aclamado por sua atenção aos detalhes e sua jogabilidade e história diferentes (até então, a pior descrição que o jogo recebeu foi de “o jogo de entregas mais bonito já feito). O altamente antecipado Pokémon: Sword and Shield foi lançado no mesmo dia que Fallen Order, nesta sexta-feira (15). Esse é um embate entre duas fanbases apaixonadas. E não podemos esquecer de Jumanji: The Video Game (OK, eu nem sabia que ele existia até olhar a lista de lançamentos para 15

de novembro). Então, afinal, vale a pena investir nesse jogo? Esse nota 7 diz que sim. Dicas e truques para começar sua Jornada Jedi • Jogue com um controle. A diferença é imensa. Joguei por cinco horas com teclado e mouse, e realmente perdi algo na experiência. O jogo foi 100% feito para ser aproveitado com direcionais analógicos. Se vai jogar no computador, é muito fácil de parear um controle de Xbox ou PS4. • Pratique o tempo de ataques e tiros. Principalmente na cena de abertura, quando Stormtroopers atiram em você de todos os lados, aprender a bloquear e desviar os tiros para que voltem ao inimigo é essencial. Não esqueça que Cal consegue bloquear de todos os ângulos, então mesmo que estiver bem de frente para o inimigo e estiver bloqueando, você não tomará dano em muitos ataques (tiros de laser, por exemplo). • Você consegue um sabre de luz bem cedo, e as mecânicas de combate são bem explicadas, então você sente que está pronto para a batalha quando é “liberado” para o mundo que te espera. • Corra! Parece algo bobo de se falar, mas você tem a habilidade de correr. Especialmente quando estiver andando por um caminho longo, vá mais rápido! Aperte o botão para baixo do direcional do seu controle ou segure o SHIFT no teclado para acelerar até seu destino como uma espaçonave (sacou?). • Se você já tem experiência como jogos como esse há um tempo, use sua intuição. Você pode reconhecer quebra-cabeças ou mecânicas que parecem familiar. O pulo de parede é um exemplo perfeito: você verá uma textura diferente em uma certa parede pela primeira vez e pensar consigo mesmo: “acho que posso escalar isso”, mas ainda não pode porque não liberou a habilidade. Confie em seus instintos. Há liberdade o suficiente pra você explorar e descobrir. Informe - 2019 - 107


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