Revista InForme - C406M - Facha - 2020/1

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Trabalho acadêmico válido como AV2 - Editoração Eletrônica II - C406M - 2020.1 - Facha Méier, RJ.

Coronavírus: EUA alcança 100 mil mortos

Liderança errática de Trump é a principal causa da crise

Morte de Geroge Floyd comove EUA pg. 9

Economia em colapso pg. 18

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Morre Aldir Blanc, vítima da covid -19 pg 37. 1


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SUMÁRIO

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INTERNACIONAL

Morte de George Floyd comeve a América

Vídeo mostra policiais brancos estrangulando a vítima

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ECONOMIA

Economia está começanco a colapsar

País já sente os efeitos economicos do novo coronavírus

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SAÚDE

EUA contabiliza 100 mil mortos pela covid

Liderança de presidente e governadores é questionada

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CULTURA

Suspira e seu legado no cinema de terror

Dario Argeto e a construção da nova estetica do terror 4

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MÚSICA

Discos para ouvir durante a quarentena

Matita Perê marca a parceria de Jobim com Ogerman

TECNOLOGIA

Fungo é econtrado em rede social

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Museu de Copenhagen faz descoberta através do twitter

MODA

Sneakers ícone da moda e das quadras

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Stan Smith e Air Jordan, clássicos que não envelhecem

GASTRONOMIA

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Setor de delivery cresce durante pandemia Crise da covid-19 aquece atividades entrega e embalagem Trabalho acadêmico válido como AV2 da turma C406M de Editoração Eletrônica da FACHA - 2020/1

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EXPEDIENTE EXPEDIENTE: Revista InForme Trabalho Acadêmico válido como AV2. FACHA - Faculdades Integradas Hélio Alonso. Campus: Botafogo. Disciplina: Editoração Eletrônica II. Curso: Comunicação Social - Jornalismo. Turma: C406D - 1º Semestre de 2020. Prof.: Gilvan Nascimento. Revista impressa desenvolvida como trabalho acadêmico válido como verificação final, idealizada para os alunos de jornalismo e Publicidade e Propaganda da Facha - Faculdades Integradas Hélio Alonso. As matérias podem não ser originais, bem como as imagens. As que não foram produzidas pelos alunos, deverão ter seus créditos devidamente inseridos. Vale ressaltar que os alunos da turma foram responsáveis por toda a diagramação, planejamento e programação visual com a orientação do professor da disciplina e que foram mantidos os erros cometidos pelos mesmos na produção como forma de avaliação. Alunos que participaram deste projeto: EDITOR: AUGUSTO CESAR RODRIGUES VIEIRA EQUIPE: CLAUDIO GABRIEL JACKSON DA SILVA MOREIRA FELIPE DA SILVA ALEVATO GABRIELA ARAUJO DA SILVA GABRIELLA CALIXTO GROSSI DE OLIVEIRA IGOR SOUZA RODRIGUES LUCAS DA SILVA FERNANDES MATHEUS HENRIQUE GOMES DOS SANTOS VICTOR HUGO BRITTO DE OLIVEIRA ROSEIRA

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EDITORIAL A liberdade é uma luta constante

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os últimos anos todos nós, profissionais e estudantes de jornalismo assistimos o acirramento de empecilhos e manobras, legais e ilegais, ao exercício de nossa profissão. Desde tentativas de restrições a Lei de Acesso a Informação, passando pela construção de complexos sistemas de disseminação de notícias falsas, até, finalmente, ataques diretos a profissionais de imprensa, não são poucos os exemplos de agressões a jornalistas. Diante desses ataques a uma imprensa livre, pilar de qualquer democracia, se faz urgente que revistemos nossa própria história, construída coletivamente por va-

lorosos esforços de homens e mulheres que se recusaram a permanecer calados em face das ameaças de silenciamento perpetradas por déspotas e ditadores. Seja contra o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), órgão oficial do Estado Novo encarregado pela censura na ditadura varguista ou após a promulgação do Ato Institucional número cinco em 1968, pelo presidente Costa e Silva, que instaurou a censura contra imprensa e outros veículos de comunicação, muitos foram heróis e heroínas que lutaram por uma impressa livre da interferência de governos autoritários. É in memorian desses que luta-

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ram no passado pela liberdade de imprensa, pedra fundamental da democracia que nós, futuro jornalistas, em um trabalho coletivo, sob a supervisão do professor Gilvan Nascimento, apresentamos a revista Informe. A Informe, apesar de ser apenas um trabalho acadêmico nasce em um momento conturbado da nossa frágil democracia, quando o espectro do autoritarismo ronda o país disposto obter poderes ilimitados. E contra esse espectro que nos erguemos dispostos a defender a nossa liberdade contra qualquer tipo de censura, pois aliberdade é uma luta constante.

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INTERNACIONAL

Morte de George Floyd em Minnesota, nos Estados Unidos, causou uma onda de manifestações

Fonte:www.harpersbazaar.com

“Eu não consigo respirar” Frase que tanto George Floyd, quanto Eric Garner falaram antes de morrer

Gabriela Araujo Fonte:www.bbc.com Em:27/05/20 No dia 25 de Maio, segunda - feira, o homem, identificado como George Floyd, de 40 anos, reclama e diz repetidamente: “Não consigo respirar”. Pouco depois, ele parece não se mexer, antes de ser colocado em uma maca e transferido para uma ambulância. O episódio lembra o que aconteceu com Eric

Garner, um negro que morreu ao ser preso em 2014 em Nova York. Garner repetiu “Não consigo respirar” 11 vezes. O FBI juntou-se à investigação dos eventos, informou o Departamento de Polícia de Minneapolis (MPD, na sigla em inglês) em comunicado na terça-feira. Além disso, o prefeito de Minneapolis, Jacob Frey, disse no Twitter na segunda-feira que “quatro policiais do MPD envolvidos na morte de George Floyd foram demitidos”.

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Fonte:www.nujournal.com

Em Minneapolis, muitos imóveis foram queimados como forma de protesto

O que aconteceu? A polícia local disse em comunicado que Floyd morreu “após um incidente médico durante uma interação policial”.A polícia estava respondendo a uma chamada dizendo que um homem tentava usar dinheiro falso em uma loja de conveniência. Dois policiais localizaram o suspeito em um veículo. Segundo eles, ele “parecia estar intoxicado”. Eles ordenaram que saísse do veículo, mas o homem resistiu, segundo a versão da polícia. “Os policiais conseguiram algemar o suspeito e notaram que ele parecia estar sofrendo de problemas médicos”, acrescentou o comunicado. No vídeo de 10 minutos filmado por uma testemunha, um policial mantém Floyd no chão, que,

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a certa altura, diz: “Não me mate”.Testemunhas pedem ao policial que retire o joelho do pescoço do homem, observando que ele não estava se mexendo. Alguns dizem que “seu nariz está sangrando”, enquanto outro pede: “Saia do pescoço dele”. A polícia disse que nenhuma arma foi usada durante o episódio e que as imagens das câmeras foram enviadas para o Departamento de Execução Penal de Minnesota, que também iniciou uma investigação. Em declarações à imprensa norte-americana na terça-feira, 26 de Maio, a chefe da polícia de Minneapolis, Medaria Arradondo, disse que a política de uso da força “para colocar alguém sob controle” será revisada. O FBI não comentou o caso.

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‘Não consigo respirar’ A frase “não consigo respirar”, repetida por Eric Garner em 2014 antes de morrer, tornou-se um grito de guerra para ativistas que protestam contra brutalidade policial contra negros. Garner, um negro desarmado, disse a frase 11 vezes após ser detido pela polícia por suspeita de vender ilegalmente cigarros soltos. Foram as palavras finais do homem de 43 anos, depois que um policial aplicou uma chave de estrangulamento nele. Um médico legista da cidade apontou que o estrangulamento contribuiu para a morte de Garner. O policial envolvido na prisão mortal de

Garner foi demitido mais de cinco anos depois, em agosto de 2019. Em entrevista coletiva na terça-feira, o prefeito descreveu o incidente como “completa e absolutamente desastroso”. “Acredito no que vi e o que vi está errado em todos os níveis”, disse Frey. “Ser negro nos EUA não deveria ser uma sentença de morte.” A senadora do Minnesota Amy Klobuchar, que foi pré-candidata presidencial democrata nas primárias, divulgou um comunicado pedindo uma “investigação externa completa e abrangente”. “Justiça deve ser feita por esse homem e sua família, justiça por nossa comunidade, justiça por nosso país”, afirmou.

Fonte:www.usatoday.com

“Justiça para George Floyd” Manifestantes em frente a casa branca

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Bélgica: Patrulhas militares nas ruas vão terminar O bairro judaico na cidade belga de Antuérpia é considerado uma área de alto risco para ataques terroristas por parte de extremistas islâmicos Fonte:www.usatoday.com

Patrulha perto do escritório do primeiro ministro em Bruxelas

Gabriela Araujo Fonte:www.euronews.com Em:29/05/20 Associações da comunidade estão preocupadas com a decisão do governo belga de acabar com as patrulhas de soldados nas ruas, que começaram em 2015. “As patrulhas feitas pelos soldados poderão não evitar um ataque terrorista, mas têm um efeito dissuasor. Se os terroristas souberem que deixará de haver esse patrulhamento, vão achar que podem fazer o que quiserem. A patrulha tem um impacto muito importante a nível psicológico”, disse Hans Kno12

op, porta-voz da Organização Fórum Judaico, em entrevista à euronews. Um terrorista inspirado no autodenominado Estado Islâmico matou quatro pessoas no museu judaico de Bruxelas, a capital belga, em maio de 2014. O governo só decidiu enviar soldados para as ruas depois do ataque ao jornal francês “Charlie Hebdo”, em janeiro de 2015, em Paris, e dos serviços secretos belgas terem desmantelado uma célula na cidade de Verviers. Um ataque terrorista acabaria por se concretizar, no metro e no aeroporto de Bruxelas, em março de 2016.

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Operação custou 200 milhões de euros Chegaram a estar três mil soldados nas ruas, mas atualmente só 200 levavam a cabo a patrulha em locais mais sensíveis. Ao fim de cinco anos, a operação custou mais 200 milhões de euros. Deverá terminar a 31 de agosto e o governo pretende manter, apenas, uma patrulha permanente nas instalações de energia nuclear. “A liderança das Forças Armadas belgas não ficou satisfeita, na altura, porque diziam que não era o tipo de missão adequada para o exército,

mas sim para a polícia”, explicou Thomas Renard, especialista em Terrorismo no Instituto Egmont, em entrevista. “Em segundo lugar, também alegavam que esta missão afetava a capacidade de treino para as missões ligadas a conflitos armados, já que os soldados tinham de se dividir por diversas frentes”, acrescentou o especialista. A “Operação Guardião Vigilante” vai chegar ao fim, cabendo à polícia fazer o patrulhamento das zonas sensíveis, sobretudo onde existem comunidades judaicas, que continuam a recear pela sua segurança. Fonte:www.voanews.com

Soldado belga de guarda no Museu Judaico, no centro de Bruxelas

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‘É a principal ameaça’: situação de pandemia no Brasil gera temor em vizinhos na América do Sul

Paraguai

Com mais de 11 mil mortes por coronavírus, o Brasil virou motivo de grande preocupação e temor nos países vizinhos

Gabriela Araujo Fonte:www.bbc.com Em:12/05/20 Assim que registrou os primeiros casos da doença, no início de março, o governo do presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, simpatizante de Bolsonaro, fechou as fronteiras com o Brasil. Militares paraguaios foram enviados para a região fronteiriça para impedir a entrada de automóveis e ônibus de excursões de compradores brasileiros no lado paraguaio. Além de arame farpado, foram construídas valas para impedir o trânsito do Brasil para seu vizinho, em Pedro Juan Caballero, um dos pontos fronteiriços. Na Ciudad del Este, um dos principais elos na fronteira entre os dois países, o vice14

-ministro de Atenção Integral à Saúde e Bem-Estar Social, Juan Carlos Portillo Romero, disse que a questão sanitária passou a ser a prioridade neste momento de pandemia. “Os dois governos, do Paraguai e do Brasil, têm muita afinidade, mas a nossa preocupação agora é com a saúde dos paraguaios. O Brasil é uma preocupação pelo número de casos, mas estamos tomando todas as medidas preventivas”, disse o vice-ministro. Segundo ele, foi intensificado, na semana passada, o controle para a entrada de paraguaios que chegam do Brasil à terra natal. “Além da quarentena, estamos fazendo testes para o coronavírus quando eles chegam e quando concluem o isolamento antes de viajarem para suas

casas aqui no Paraguai. No nosso país, os casos da doença são importados, vieram de vários lugares, mas principalmente do Brasil”, disse. Oficialmente, o Paraguai, de cerca de 7 milhões de habitantes, registrou, na segunda-feira, um dos mais baixos índices da covid-19 na região, com 724 casos confirmados e dez mortes. “Com a quarentena, ganhamos tempo para preparar o sistema de saúde e fizemos dois hospitais de emergência, com 200 leitos, mas os hospitais estão vazios”, afirmou. A apreensão com a situação no Brasil, o maior e mais populoso da América Latina, que faz fronteira com dez países, tem movimentado as altas esferas da política regional, além de ser citada, com frequência e em tom crítico, em programas de televisão nas nações vizinhas. Na sexta-feira (8), o presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez, disse que não tem previsão para a reabertura das fronteiras e afirmou que o Brasil é “a principal ameaça” na luta contra a pandemia. “Com o que o Brasil está vivendo, não passa por nossa cabeça a reabertura das fronteiras, já que talvez seja um dos lugares (o Brasil) onde há maior circulação da covid-19 e isso é uma grande ameaça para nosso país”, disse Abdo Benítez.

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Argentina Na Argentina, as fronteiras com o Brasil e outros países continuam quase totalmente fechadas e, além disso, quase todos os voos permanecem suspensos. A cidade de Paso de los Libres, na província de Corrientes, ao lado do território brasileiro, é o único ponto habilitado para o trânsito entre os dois países. Foi o primeiro lugar argentino a implementar a exigência do uso de máscaras e onde é realizado controle médico “rigoroso”. Os que passam por ali, segundo o jornal La Nación, de Buenos Aires, são obrigados a seguir direto e sem paradas ao seu local de destino — onde terá de cumprir quarentena. Em março, a prefeitura de Paso de los Libres determinou que os argentinos que tinham viajado para o Brasil e voltavam para a Argentina evitassem passar pela cidade, buscando caminhos alternativos para seguir a viagem. “O trânsito foi fechado para cerca de seis mil argentinos que voltavam do Brasil”, informou a imprensa local, na ocasião,

atribuindo o fato ao âmbito da pandemia. O presidente argentino, Alberto Fernández, disse que o Brasil é um mau exemplo no combate à covid-19. Inimigo político de Bolsonaro, ele trocou farpas com seu colega brasileiro até pouco antes da pandemia; ambos jamais conversaram, segundo informação oficial. “Os que (deram prioridade à atividade econômica) acabaram juntando mortos em caminhões frigoríficos e enterrando (corpos) em fossas comuns”, disse Fernández recentemente à rádio Con Vos. . Fernández disse ainda, durante entrevista coletiva na sexta-feira (8), que preferiria que uma fábrica estivesse vazia porque seus trabalhadores estão em quarentena do que saber que a ausência teria ocorrido por eles terem adoecido ou morrido (pelo novo coronavírus). O ministro das Relações Exteriores da Argentina, Felipe Solá, seguiu a mesma linha, dizendo que o Brasil “escolheu manter a economia em marcha e assumiu um risco

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enorme. Nós optamos por não colocar a vida dos argentinos em risco”. A postura argentina levou o embaixador do Brasil em Buenos Aires, Sergio Danese, a escrever um artigo no La Nación, em abril, dizendo que os argentinos estavam sendo induzidos “a um medo extra nesta temporada global de medos: de que o Brasil supostamente ‘não faz nada’ em relação ao vírus Sars-CoV-2... e que representaria uma ameaça sanitária para a Argentina”. Para ele, este é um erro já que o país, escreveu, vem adotando medidas contra o novo coronavírus e era cedo para dizer que algum país já controlou o avanço da doença. Na segunda-feira (11/05), a Argentina, que tem cerca de 40 milhões de habitantes, registrava 6.021 casos da doença e 305 mortes. Quase diariamente, emissoras de televisão locais, como a América TV, comparam os dados da Argentina e do Brasil, mostrando que a doença disparou no território brasileiro. O Brasil, disseram, “sem liderança clara neste combate e sem uma linha uniforme” contra a doença. A preocupação com o incremento de casos da Covid-19 no Brasil inclui outros países que fazem fronteira com o território brasileiro, como Uruguai, Bolívia, Peru e Colômbia. Peru e Colômbia compartilham o rio Amazonas com o Brasil e estão atentos ao que vem ocorrendo em Manaus, onde a quantidade de mortes e a falta de leitos, de insumos e até de locais para sepultamentos têm sido uma das principais notícias na América do Sul. 15


Uruguai guai, Álvaro Delgado, informou que o governo uruguaio

Bolívia

Na semana passada, o secretário da Presidência do Uru-

A Bolívia fechou, em março, suas fronteiras terrestres e fluviais e suspendeu voos. A quarentena, iniciada há quase dois meses, seguirá até o dia 17 de maio nas grandes centros urbanos do país, como Santa Cruz de la Sierra, perto da fronteira com o Brasil e com maior número de casos de covid-19 no país. “Aqui, apesar dos fortes vínculos entre San16

ta Cruz e o lado brasileiro, a maior preocupação é com os contágios no nosso próprio país e não do território brasileiro. As fronteiras foram fechadas e só passam casos de emergência ou do comércio, e com muito controle”, contou o jornalista Ronald Fessy, pelo telefone. Em outro ponto da fronteira entre os dois países, em Guaya-

está “preocupado” com a situação de algumas localidades na fronteira, principalmente do lado brasileiro. Ele disse que o presidente, Lacalle Pou, orientou todos os ministros a aumentarem a presença de suas equipes na região fronteiriça. Em algumas destas localidades, brasileiros e uruguaios compartilham trabalhos comuns, além das mesmas ruas, avenidas e até praças, como informou a agência de notícias EFE. País com pouco mais de três milhões de habitantes, o Uruguai contava, na segunda-feira, com 707 casos de coronavírus e 19 mortes.

ramerin, no departamento de Beni, com Guayará-Mirim, em Rondônia, a quarentena foi intensificada nas últimas horas com o registro dos primeiros casos da doença. Mas, ali também, segundo jornalistas do portal La Palabra del Beni, a preocupação é mais “interna” do que com os casos que poderiam chegar do Brasil. De La Paz, o analista boliviano Javier Gómez, do Centro de Estudos para o Desenvolvimento Trabalhista e Agrário (Cedla, na sigla em espanhol), disse que a “preocupação” é com a extensa fronteira da Bolívia com o Brasil, o que torna o controle na fronteira complicado. “A situação no Brasil nos leva a pensar que talvez tenhamos mais casos da covid-19 do que os registrados e, principalmente, nas populações que moram ao lado do Brasil”, disse Gómez. A Bolívia registra 2437 casos de coronavírus e 114 mortes.

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Peru O médico Omar Montes, do centro de saúde de Bella Vista de Callarú, no Departamento de Loreto, na Amazônia peruana, disse à imprensa local que estima que os primeiros casos foram importados de Tabatinga, no Brasil, ou de Leticia, na Colômbia, na fronteira, onde moradores fizeram compras.

Colômbia

No Peru, a Organização Regional de Povos Indígenas do Oriente (Orpio) destacou num comunicado, na semana passada, a vulnerabilidade dos povos indígenas da região de fronteira com o Brasil e a Colômbia. E comunicou que cinco indígenas ticuna faleceram por covid-19.

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Líderes indígenas peruanos disseram, porém, que os casos na região amazônica ocorreram depois que muitos viajaram para outros pontos do país para retirar benefícios do governo central nesta pandemia e voltaram para as comunidades com o coronavírus. País com cerca de 32 milhões de habitantes, o Peru sofreu nos últimos dias uma escalada no número de coronavírus, com mais de 68 mil casos confirmados e 1961 mortes. O incremento estaria ligado, entre outros motivos, dificuldades do cumprimento da quarentena, iniciada há quase dois meses, já que mais de 60% dos peruanos são trabalhadores informais e “se não trabalham não comem”, disse, pelo telefone, o professor de economia Carlos Aquino, da Universidade San Marcos, de Lima. Na Colômbia, a preocupação com o aumento de casos de coronavírus no Brasil reside, principalmente, na Amazônia colombiana, onde está Leticia. Na sexta-feira, a Organização Nacional Indígena da Colômbia (Onic) informou que 55 indígenas de diferentes povos indígenas tiveram resultado positivo para coronavírus. E que seis morreram nos últimos dias. De acordo com a organização, a situação passou a ser preocupante com o aumento de casos nos países vizinhos (Peru, Brasil, Equador e Venezuela). Com cerca de 49 milhões de habitantes, a Colômbia tinha, na segunda-feira, 11 mil casos confirmados e 463 mortes. 17


ECONOMIA

Economia está começando a colapsar, afirma Paulo Guedes Ministro acredita que medidas emergenciais não vão se sustentar a médio prazo Matheus Henrique Fonte: economia.uol.com.br Em 07/05/20

A

economia brasileira já sente os efeitos do novo coronavírus e está começando a colapsar. A avaliação foi feita hoje pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em encontro no Supremo Tribunal Federal que reuniu o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), o presidente do STF, Dias Toffoli, empresários e outros ministros. Na reunião, Bolsonaro voltou a criticar governadores e prefeitos. Segundo ele, “alguns estados foram um pouco longe nas medidas restritivas”. “As consequências estão batendo à porta de todos. Autônomos perderam ou tiveram a renda reduzida. Quem tem carteira assinada, está batendo na casa de 10 milhões de desempregados. Este número tende a crescer. Por isso, esse grupo de empresários nos trouxe essa preocupação”, disse o presidente. “Quando o Paulo Guedes fala de Venezuela, ele não fala do regime, fala da economia. Chegou a um ponto lá que fica difícil recuperar. Nós, chefe de executivo, de poderes... Sei que o Toffoli toma medidas que ele de um lado e de outro vai sofrer críticas, e mesmo assim ele tem a coragem de decidir. Assim

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é comigo no Executivo. A coragem que temos de enfrentar é que pode evitar que o país mergulhe numa crise que dificilmente sairá dela.”. Em sua explanação, Guedes argumentou que as medidas emergenciais adotadas durante a pandemia podem não se sustentar a médio prazo. “Nós conseguimos, através de várias medidas, preservar vidas, mas também preservar empregos. Enquanto lá fora temos notícias que os EUA demitiram, preservamos mais de cinco milhões de empregos. Lançamos o programa de auxílio emergencial para preservar os sinais vitais da economia. Ainda está funcionando por essa proteção”, disse o ministro.

“A informação que nós tivemos é que, embora tenhamos lançado dois ou três meses de proteção, talvez os sinais vitais não sustentem por tanto tempo. Talvez vamos ter um colapso antes. Quando a indústria nos passou esse quadro, estamos sempre em contato, sempre disseram que conseguiram preservar os sinais vitais. Mas agora nos disseram que está difícil. A economia está começando a colapsar. Não queremos virar a Venezuela e nem a Argentina”, acrescentou.

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Foto: economia.uol.com.br

Paulo Guedes, Ministro da Economia do Brasil

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Brasil caminha para maior crise econômica de sua história Foto: Exame.com

Queda do PIB e desvalorização do real devem expulsar o país do top 10 das economias mundiais

Bovespa opera em crise na pandemia

Matheus Henrique Fonte: economia.uol.com.br Em 19/05/20 Combinação de instabilidade política com catástrofe sanitária ameaça ser explosiva para uma economia já cambaleante. Números e projeções apontam que esta não será apenas uma recessão, mas a maior que o país já viveu. O clima de “agora vai” em relação à economia brasileira que se viu no começo do ano, especialmente por parte do mercado, se esvaiu no ritmo da subida da curva de mortos pela covid-19. Se antes da pandemia já havia quem olhasse cético para a recuperação da economia do país, que em 2019 avançou 1,1%, agora já não há dúvidas de que o Brasil vai afundar em 2020 e, possivelmente, também em 2021. Esta não será, no entanto, só mais uma cri20

se. Para economistas entrevistados ppela DW Brasil, pode ser a pior que o país já viveu. Isso porque ela surge em um momento no qual tentava-se retomar o crescimento, ou seja, com uma economia ainda cambaleante e meio à instabilidade política. Além disso, não será possível contar com o setor externo, também severamente afetado pela pandemia. A soma da perspectiva econômica ruim e da instabilidade política fez a consultoria Gavekal Research comparar o Brasil a um prédio em chamas no seu relatório para investidores da última semana. “Neste momento, é melhor deixar o Brasil para os especialistas, malucos, oportunistas de longo prazo e aqueles sem outras opções”, diz o texto assinado pelo economista Armando Castelar. O Fundo Monetário Internacional (FMI) esti-

ma uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 5,3%, enquanto a mais recente previsão do governo é de recuo de 4,7%. Quaisquer desses números já representam a pior retração desde 1901, quando começou o levantamento mais confiável do indicador. Até hoje, o maior declínio foi de 4,35%, em 1990. ”Com base nos nossos indicadores de confiança, sentimento e ciclo, esta realmente está sendo uma crise atípica e mais intensa que qualquer outra que tenhamos observado”, afirma a economista do Ibre-FGV Viviane Seda. Em uma projeção da Genial Investimentos, a queda do PIB se mostra bastante sensível ao número de dias em que a economia ficará parada. No cenário mais otimista, com 50 dias de isolamento social, o recuo seria de 3,3%. No mais pessimista, de 70 dias, a cifra vai para 8,6%.

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Mas não é só do PIB que se espera um recorde. A taxa de desemprego pode chegar a 18,7% no país - ante os atuais 12,2% - ao final deste ano, na estimativa da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Seria a maior desde os anos 1980, quando começou a pesquisa, segundo a coordenadora do boletim macroeconômico do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre-FGV), Silvia Mattos. Isso porque no passado, diz a economista, apesar de o Brasil ter vivido uma série de crises, a inflação corroía tanto os salários que acabava não sendo tão custoso manter empregos. O cenário é diferente hoje. Esses quase 19% representariam 19,6 milhões de brasileiros sem trabalho algum ao final deste ano - sem contar os que sequer entram na estatística porque simplesmente desistem de procurar uma vaga. Quando se olha apenas para as

vagas com carteira assinada, a estimativa do governo federal, divulgada na sexta-feira (15/05), pelo jornal O Globo, é de perda de 3 milhões de postos de trabalho. Seria a maior destruição de vagas formais já registrada no país, superior ao que se viu nos três anos da última crise, entre 2015 e 2017. “Tem uma característica diferente desta vez, o setor de serviços, que é mais prejudicado, e foi isso que sustentou um pouco a recuperação frágil da nossa economia”, explica Mattos. O choque no setor, que precisou praticamente parar por conta das políticas de quarentena para combater o novo coronavírus, impacta muito porque os serviços respondem por dois terços do PIB e dos empregos do país. A FGV espera uma retração de 4,4% nos serviços, e de 7,4% na indústria. A construção civil, segmento da indústria que amar-

gou quedas por cinco anos seguidos e só no ano passado voltou a crescer, deve recuar 11,4%. Isso também é dramático para o mercado de trabalho, já que o setor é um dos mais intensivos em mão de obra no contexto brasileiro. A agropecuária é o único setor com previsão de alta, de 2,9%. A coordenadora do departamento de Economia do Insper, Juliana Inhasz, alerta ainda para a perspectiva de agravamento da desigualdade: “Deve haver uma piora da distribuição de renda, porque quem é mais afetado é a população da periferia, que normalmente está alocada em trabalhos mais vulneráveis e está perdendo o emprego com mais facilidade neste momento”, explica. “E outras variáveis vem junto, como a piora de diferença salarial entre gêneros, porque o momento começa a desfavorecer inúmeras reivindicações”. Foto: veja.abril.com

Paulo Guedes, Ministro da Economia do Brasil (à esquerda), e Jair Bolsonaro, presidente da República (à dir.) Trabalho acadêmico válido como AV2 da turma C406M de Editoração Eletrônica da FACHA - 2020/1

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Bolsonaro afirma que lockdown é o “caminho do fracasso” para economia brasileira Para o presidente, o Brasil “está quebrando” e que, se isso ocorrer, a economia não se recupera, “como alguns dizem” Em mais uma série de críticas às medidas de isolamento social adotadas por governadores e prefeitos no enfrentamento ao novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que “o Brasil está quebrando” e que, se isso ocorrer, a economia não se recupera, “como alguns dizem”. Segundo ele, o lockdown é o caminho do fracasso, que levaria à decadência “O Brasil está se tornando um país de pobres. O que eu falava lá atrás, que era esculachado, estão vendo a realidade agora aí. Pra onde está indo o Brasil? Vai chegar um ponto que o caos vai se fazer presente aqui. Essa história de lockdown, ‘vamos fechar tudo’, não é esse o caminho. Esse é o caminho do fracasso, quebrar o Brasil. Governador, prefeito, que porventura entrou nessa onda lá atrás, faça como eu já fiz algumas vezes na minha vida, se desculpa e faça a coisa certa”, declarou Bolsonaro, na saída do Palácio da Alvorada. O presidente destacou ainda que os cerca de 38 milhões de trabalhadores informais “já perderam quase tudo” e que os celetistas também estão perdendo. E apontou a possibilidade de a crise impedir o pagamento do funcionalismo público, criticando quem acha que poderá ter aumento em 2020 ou 2021. “Vai faltar dinheiro para pagar servidor público. Ainda tem servidor, alguns, achan-

do que quer ter possibilidade de ter aumento nesse ano ou no ano que vem. Não tem cabimento. Não tem dinheiro.” Bolsonaro complementou comparando a situação do Brasil no futuro à de países da África sub-saariana e lamentou o número de mortes em decorrência da covid-19: “O Brasil está quebrando. E depois de quebrar, não é como alguns dizem, ‘ah, a economia recupera’. Não recupera. Vamos ser fadados a viver em um país de miseráveis, como tem alguns países da África sub-saariana. Nós temos que ter coragem de enfrentar o vírus. Está morrendo gente? Tá. Lamento? Lamento, lamento. Mas vai morrer muito, muito, mas muito mais se a economia continuar sendo destroçada por essas medidas.” “A gente vê o pessoal mais pobre em São Paulo continua, naquela periferia, no Rio também tenho imagens, continua todo mundo se movimentando. É só na classe média alta q u e

está tendo esse problema grave do comércio. Tem que reabrir. Nós vamos morrer de fome. A fome mata. A fome mata. Então é o apelo que eu faço a governadores: revejam essa política. Eu tô pronto para conversar. Vamos preservar vidas? Vamos. Mas dessa forma o preço lá na frente serão centenas de milhares de vidas que vamos perder, por causa essas medidas absurdas de fechar tudo”, complementou o presidente. Questionado sobre o que explica o Brasil ter mais de 13 mil mortes confirmadas pelo novo coronavírus e a Argentina, país vizinho, ter registrado 329 óbitos, Bolsonaro argument o u que

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“é só você fazer a conta por milhão de habitantes”. Mas interrompeu seu raciocínio subitamente e pediu para falar da Suécia, que não adotou quarentena, mas já registrou 3.529 mortes. “A Suécia não fechou. Pronto. A Suécia não fechou. Você tá defendendo... com toda certeza já entrou para a ideologia, você pegou um país que está caminhando para o socialismo, que é a Argentina. Outra pergunta aí”, comentou. Ao fim da entrevista, o presidente foi questionado sobre as críticas do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, à política externa do Brasil, feitas em entrevista à CNN Internacional na quarta-feira. Inicialmente, ele chamou o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, mas depois interrompeu e deu as costas. “Ô, ô, Mandetta... esquece Mandetta”, finalizou.

Sete frases de Bolsonaro durante a pandemia

- 9 de março, sem mortes: “O poder destruidor do coronavírus está superdimensionado. Acredito que o Brasil, não é que vai dar certo, já deu certo.” - 17 de março, uma morte: “Vírus trouxe histeria. Alguns governadores estão tomando medidas que vão prejudicar e muito a nossa economia.” - 24 de março, 46 mortes: “Pelo meu histórico de atleta, caso fosse contaminado, não me preocuparia.”

- 29 de março, 136 mortes: “O vírus está aí. Vamos ter que enfrentá-lo como homem, É a vida. Todos nós iremos morrer um dia.” 12 de abril, 1.223 mortes: “Parece que está começando a ir embora essa questão do vírus, mas está chegando e batendo forte a questão do desemprego.” - 20 de abril, 2.575 mortes: “Eu não sou coveiro, tá?” - 28 de abril, 5.017 mortes: “E daí? Quer que eu faça o quê?”

Lamento.

Foto: theintercept.com

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SAÚDE

Os 100.000 mortos dos Estados Unidos: assim fracassou o país mais poderoso do mundo

A liderança errática de Trump, os alertas ignorados durante meses e a falta de recursos levaram ao limite uma apagada potência americana, que já ultrapassaram a simbólica cifra dos seis dígitos oglobo.globo.com

Número de mortos por Coronavírus choca o mundo, porém, presidente segue indo contra indicações da OMS

Gabriella Calixto Fonte: elpais.com Em: 28/05/20 Uma das imagens mais eloquentes desta crise foi gerada num sábado do fim de março pelo prefeito de Nova York, Bill de Blasio, quando foi à sede da ONU recolher um lote de 250.000 máscaras doadas pelo organismo, porque a todo-poderosa cidade dos arranha-céus, símbolo de riqueza no país mais rico do mundo, não tinha o suficiente nem máscaras, nem respiradores, nem leitos hospitalares para a onda de doentes de covid-19 que se avizinhava. O chamado paciente zero dos Estados Unidos se apresentou em 21 de janeiro num hospital de Seattle com um pouco de febre. A primeira morte, de uma mulher de 60 anos na Califórnia, ocorreu em 6 de fevereiro. A partir daí, um amontoado de

erros, alertas ignorados e novas e velhas carências levaram ao desastre sem que uma das comunidades científicas mais robustas do planeta tivesse conseguido evitar. Os Estados Unidos acabaram de alcançar 100.000 mortos por coronavírus (eram 100.442 na manhã desta quinta-feira, segundo a contagem da Universidade Johns Hopkins), longe dos 60.000 que a Administração calculou em seus prognósticos mais otimistas, ou dos 58.000 caídos na Guerra do Vietnã, um trauma gravado no imaginário coletivo norte-americano como vara para medir as tragédias. Quase 1,7 milhão de pessoas já deram resultado positivo em exames de diagnóstico. Em um país com 330 milhões de habitantes, a taxa de mortalidade nacional é muito inferior à da Espanha, por exemplo, mas territórios muito castigados, como Nova

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York, distorcem a fotografia. A pandemia ressaltou a disparidade racial e social do país, atacando com mais dureza os pobres e as minorias, e reflete o fechamento dos Estados Unidos ao mundo. Donald Trump comparou este desafio à Segunda Guerra Mundial, mas os Estados Unidos saíram daquele conflito fortalecidos como um líder global e guardião mundial das liberdades. Desta vez, enquanto acelera na corrida planetária pela vacina, não conseguiu ir muito além de ajudar a si mesmo. Alerta desde o primeiro dia A Administração Trump foi informada desde que chegou à Casa Branca que uma pandemia desta gravidade era uma ameaça muito real. Não só não preparou a resposta como também reduziu os recursos humanos e materiais que já estavam mobilizados para enfrentá-la. 25


Em 13 de janeiro de 2017, sete dias antes da posse do republicano como presidente, a equipe de Barack Obama, que estava de saída, informa à equipe entrante, no exercício habitual de transição, sobre o risco de que a gripe aviária H9N2 se transforme na “pior pandemia de gripe desde 1918”. São explicados os possíveis desafios, como a escassez de respiradores e a necessidade “primordial” de uma resposta nacional coordenada. Em abril de 2018, ao se tornar assessor de Segurança Nacional, John Bolton demite Timothy Ziemer, encarregado de liderar a reação da Casa Branca a uma eventual pandemia. Não é substituído, e sua equipe fica espalhada. Essa abrupta demissão significa que não há mais um alto funcionário encarregado exclusivamente da segurança sanitária geral. Em 9 de fevereiro de 2018, o presidente sanciona uma lei que corta 1,35 bilhão de dólares (7,22 bilhões de reais, pelo câmbio atual) das verbas dos Centros para o Controle e Prevenção de Doenças (CDC) durante 10 anos. Em setembro de 2018, o Departamento de Saúde e Serviços Humanos desvia 266 milhões de dólares de financiamento dos CDC para o programa de detenção de crianças imigrantes. O primeiro caso da covid-19 emerge na província chinesa de Hubei em 17 de novembro de 2019. No final daquele mês, as agências de inteligência norte-americanas, que vinham advertindo durante pelo menos três anos sobre a “grande ameaça” de uma pandemia, alertam para uma doença “cataclísmica” e “fora de controle”. Em janeiro, o chefe da Agência de Alimentos e Medicamentos (FDA), Stephen Hahn, pergunta ao Departamento de Saúde se 26

pode começar a contatar as empresas sobre o abastecimento de equipamento de proteção pessoal. Dizem-lhe que não. Respondem, segundo o The Wall Street Journal, que isso poderia alarmar a indústria e passar a impressão de que o Governo estava despreparado. Em 18 de janeiro, o secretário (ministro) da Saúde, Alex Azar, tenta pela primeira vez abordar a pandemia com Trump. Eles mantêm uma conversa telefônica, mas o presidente quer falar sobre cigarros eletrônicos (os EUA acabavam de proibir os aromatizados), e não sobre o coronavírus. No mesmo dia, Rick Bright, diretor da Autoridade de Pesquisa e Desenvolvimento Biomédico Avançado, hoje afastado por Trump, pede a criação de um grupo coordenado de resposta ao coronavírus. Ouve como resposta que isso não era urgente. Em 30 de janeiro a OMS declara que o surto do coronavírus é uma emergência de saúde pública internacional. Três dias mais tarde, Trump proíbe indivíduos procedentes da China de entrarem nos EUA. Pouco mais de um mês depois, em 11 de março, as viagens da Europa. Nesse dia a OMS declara que a covid-19 é uma pandemia global. Os CDC se recusam a utilizar os exames de diagnóstico da OMS, preferindo fabricar um próprio, que afinal se mostraria defeituoso, o que causa um grave atraso na capacidade inicial de testar pacientes. Em meados de fevereiro, a equipe de saúde pública tem claro que é preciso fechar colégios e negócios em pontos quentes da epidemia e que o Governo deveria recomendar a distância física e o teletrabalho. Mas levam três semanas para convencer o presidente das terríveis consequências de

não agir rapidamente. Em 13 de março, Trump finalmente declara a emergência nacional. O Trump mais estrambótico e isolado O eleitor médio de Donald Trump já desdramatizou o jeito bufão do seu presidente, um conceito que engloba desde insultos públicos contra outros líderes mundiais até fotomontagens em redes sociais ou brigas constantes com jornalistas. Claro que não gostam, dizem, seria melhor que não tuitasse, mas, por baixo de toda essa pirotecnia, ressaltam, há simplesmente um republicano que está reduzindo impostos, nomeando juízes conservadores para a Suprema Corte e coibindo a imigração irregular. Quando o histriônico Trump, um magnata que virou showman televisivo, venceu as eleições, proliferaram análises e debates sobre se o sistema norte-americano, com suas instituições e órgãos públicos, faria o necessário contrapeso às extravagâncias do novo inquilino da Casa Branca. Que efeitos reais tem que o presidente use uma imagem com acenos à série Game of Thrones para ameaçar o Irã com sanções? Quanto importa que chame de “fraco” e “falso” o primeiro-ministro do Canadá no Twitter? Que defina suas entrevistas coletivas como shows de rock? Quais são os riscos reais da bizarrice? A pergunta foi definitivamente respondida em 23 de abril, quando, em meio à pior pandemia em um século, com mais de 23.000 norte-americanos mortos, o presidente sugeriu perante os jornalistas o uso de injeções de água sanitária para matar o vírus. “Vejo o desinfetante, que nocauteia o vírus em um minuto. Há alguma maneira de podermos fazer algo

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assim mediante uma injeção? Porque você vê que ele entra nos pulmões e causa um estrago tremendo nos pulmões, então seria interessante experimentar”, afirmou. Dois dias depois, alegou que estava sendo sarcástico. As autoridades de emergências do Estado de Maryland tiveram que lançar um alerta aos cidadãos para não beberem desinfetante. Tinham recebido mais de 100 chamados perguntando sobre seu possível consumo como tratamento. Trump se instalou na negação durante semanas, minimizou a gravidade da covid-19, chegou a dizer que desapareceria como “um milagre” (27 de fevereiro) e a equiparou à gripe comum (9 de março). Depois, entrou em combustão. Ao longo de dois meses, deu informações errôneas sobre vacinas e tratamentos e contradisse publicamente todos os seus especialistas

e suas próprias recomendações oficiais, como quando estimulou o país a retomar sua atividade, no domingo de Páscoa, quando atiçou as manifestações mais agressivas contra o confinamento e quando afirmou que não pretendia usar máscara. Intensificou seus ataques à imprensa e aos democratas. Na semana passada, em um dos episódios mais estrambóticos da crise, revelou que estava tomando preventivamente hidroxicloroquina, um medicamento contra a malária desaconselhado por seu próprio Governo fora de ensaios clínicos e ambientes hospitalares, por todos os riscos que acarreta. E Trump o estava tomando sem estar doente, pois até agora sempre teve resultados negativos nos exames a que se submeteu. Dias depois, a OMS suspendeu os ensaios clínicos de hidroxicloroquina, “por precaução”.

No momento mais grave enfrentado por um presidente dos Estados Unidos em várias gerações, Trump saturou-se de si mesmo. Durante semanas, ignorou os técnicos e se trancou em seu círculo de confiança, onde seu genro, Jared Kushner, ocupa uma posição principal. A crise não serviu para moderá-lo nem para que retificasse sua posição isolacionista, com sua rejeição visceral aos organismos multilaterais. Pelo contrário, suspendeu o financiamento da Organização Mundial da Saúde, acusando-a de agir sob os ditames da China, respondeu à má gestão de Pequim agitando teorias sem base sobre a origem do vírus e criticou a falta de previsão da Europa. Agora, enfatiza a proximidade de uma vacina. Também o gigante asiático faz isso. É nesta corrida pela vacina que Washington poderia recuperar o terreno internacional perdido. prensalatina.com.br

Americanos, assim como em quase todas as nacionalidades, circulam nas ruas de máscara Trabalho acadêmico válido como AV2 da turma C406M de Editoração Eletrônica da FACHA - 2020/1

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O desastre de Nova York “Não aprovarei uma ordem de ficar em casa, isso assusta as pessoas (...). O medo, o pânico é um problema maior que o vírus.” O governador de Nova York, Andrew Cuomo, recusou com esta contundência as medidas de confinamento em declarações ao podcast diário do The New York Times, em 18 de março, quando os Estados Unidos completavam seu quinto dia sob a declaração de emergência, os vetos aos viajantes da Europa já duravam mais de uma semana e os primeiros territórios afetados pelo surto, como a Califórnia, tinham ordenado o fechamento de atividades não essenciais. Àquela altura, o Estado de Nova York já era o epicentro da pandemia no país. Hoje, supera a Espanha em número de mortos, apesar de ter menos de metade da população do país europeu. No relato da pandemia na maior potência mundial, Nova York exige um capítulo à parte, não só pelo volume das suas cifras ―concentra uma em cada três mortes de todo o país―, mas também porque sintetiza como poucos os pecados de muitas nações: o hábito de subestimar riscos, as consequências de um sistema público dizimado, as lutas políticas intestinas e a posterior dispersão de culpas por todo lado. Que o democrata Cuomo tenha vivido nesta crise o máximo histórico de sua popularidade mostra como uma boa comunicação e a comparação com um líder nacional como Donald Trump podem embelezar uma gestão com falhas retumbantes. A negativa de Cuomo em decretar o confinamento obrigatório serviu também para que um velho inimigo político dele, o também democrata Bill de Blasio, prefeito de Nova York, ficasse bem na 28

fita, pois estava havia vários dias defendendo medidas desse tipo. Em 17 de março, os seis condados da baía de San Francisco já tinham declarado uma quarentena obrigatória, e no dia 19 a medida se tornou extensiva a toda a Califórnia. No dia 22, Cuomo fechou Nova York também. O vírus tinha dado sinais de vida primeiro na Costa Oeste, mas em Nova York os casos começaram a duplicar a cada dois ou três dias, e hoje tem 10 vezes mais mortos. Não há um cálculo sobre os prejuízos que teriam sido evitados com a decretação do confinamento uma semana antes. A cidade de Nova York também foi prejudicada pela maior densidade populacional e por um estilo de vida que favorece os contágios, com milhões de pessoas abarrotando o transporte público e se esbarrando em pequenos comércios de bairro. A covid-19 tinha começado a chegar à cidade durante os meses de janeiro e fevereiro, procedente de viajantes vindos da Europa, principalmente, como concordam as autoridades e relatórios científicos publicados em abril. Os hospitais dos bairros mais pobres da cidade de Nova York, de longe os mais atingidos pelo golpe da pandemia, tiveram dificuldades em obter respiradores e equipamentos necessários depois que receberam, em 19 de março, a notícia de que perderiam recursos públicos. Um painel promovido por Cuomo tinha decidido cortar 400 milhões de dólares (2,14 bilhões de reais) do Medicaid (a cobertura sanitária dos desfavorecidos) e, apesar dos apelos contrários dos legisladores, o governador seguiu em frente, alegando que em contrapartida contaria com a ajuda do resgate global aprovado pelo Congresso dos EUA.

Em 25 de março, aprovou uma portaria especialmente polêmica, pela qual milhares de pacientes em recuperação da covid-19 foram transferidos para asilos de idosos, os mesmos lugares que ele mesmo tinha definido como “terreno fértil para o vírus”. Uma contagem da Associated Press indica que pelo menos 4.500 doentes foram enviados a esses centros, onde ocorreram 5.800 mortes, mais que em qualquer outro Estado. O governador reverteu a ordem em 11 de maio. A errática política de Trump e o déficit de equipamentos no âmbito nacional também marcaram a crise de Nova York. Há alguns dias, entretanto, quando Cuomo foi questionado por sua própria desatenção nos primeiros compassos da pandemia, culpou meio mundo, incluindo a imprensa: “Os governadores não nos dedicamos às pandemias globais, mas há toda uma comunidade médica nacional e internacional que sim”, disse, para continuar: “Onde estavam todos os especialistas? Onde estavam o The New York Times, o The Wall Street Journal?”. A guerra dos governadores A pandemia expôs, como poucas crises antes dela, a natureza federal dos Estados Unidos. Trump permitiu aos governadores dos Estados que recuperassem uma musculatura executiva que vinha se atrofiando nas últimas décadas de acúmulo de poderes presidenciais. Assim, os Estados se tornaram um inesperado contrapeso ao Executivo federal e, como dizia Cuomo, os governadores foram obrigados a enfrentar uma devastadora crise global que nunca teriam imaginado que entraria em suas competências. A falta de uma estratégia federal

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coordenada e eficaz deu lugar a batalhas abertas nos Estados para conseguir material médico, entrando, cada um por sua conta, em um enlouquecido mercado global. “Percebi que teríamos que montar, em nosso centro operacional de emergências estaduais, um escritório de compras que competiria com o mundo”, disse a democrata Gretschen Whitmer, governadora de Michigan, depois de uma videoconferência com outros governadores em que a Casa Branca lhes informou que deveriam procurar material médico por sua conta. “É uma loucura”, disse o mandatário do Estado de Washington, o democrata Jay Inslee. “É como estar na Segunda Guerra Mundial e que o Governo federal não fabrique as botas.” Competiram entre eles e também com a própria Administração federal. O governador de Maryland, o republicano Larry Hogan, chegou a dizer que tinha milhares de

exames de diagnóstico guardados “em um local não revelado”, em parte porque não queria que fossem confiscados pelo Governo Trump. Em plena campanha eleitoral, afloraram as críticas de que a Administração federal favorecia Estados em mãos republicanas. E esta batalha travada por cada Estado, sem protocolos ou diretrizes federais bem marcados, levou a diferentes avaliações sobre a gravidade da situação, deficiências na contagem de casos e até medidas de fechamento de fronteiras internas, com episódios de agressividade dos moradores de um Estado contra visitantes de outros. Na desescalada também é cada um por si, ignorando em muitos casos as diretrizes publicadas no âmbito federal, embora os Estados tenham forjado alianças para decidir a melhor maneira de reabrir suas economias e construído sistemas para estudar como responder a novas ondas da Covid e a futu-

ras pandemias. Tudo sob as pressões de um presidente com pressa em reabrir o país. Com eleições em novembro, urge reativar uma economia que constituía seu principal argumento para a reeleição. E estimular a volta à normalidade falando no Twitter é fácil, quando são os governadores que deverão responder pelas decisões que venham a tomar. Trump já disse que sua autoridade como presidente “é total”, mas na hora da verdade deixou aos governadores o peso da responsabilidade. São eles os que impõem as restrições e as suspendem. E, nas pesquisas, suas reações à pandemia são mais bem avaliadas que a do presidente. A atitude de Trump, disse a porta-voz da Casa Branca, Kayleigh McEnany, demonstra seu compromisso com o federalismo. Outros acreditam que seja uma estratégia para evitar a responsabilidade. catacralivre.com.br

Pontos vermelhos no mapa mostram o número de infectados pelo Coronavírus nos Estados Unidos e países próximos

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bbc.com

Germaine e Kamilly, na época com sete anos; mãe e filha ficaram internadas no hospital

‘Eu e minha filha de 17 anos fomos internadas com Covid-19. Sou hipertensa e sobrevivi. Ela era saudável, mas morreu’ Germaine dos Santos, de 43 anos, foi internada junto com a filha, Kamilly Ribeiro, em março; jovem passou cerca de 20 dias internada e não resistiu. Gabriella Calixto Fonte: g1.globo.com Em: 28/05/20 Os dias em uma área de isolamento em um hospital público de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, foram os últimos momentos da dona de casa Germaine Herculano dos Santos, de 43 anos, ao lado da filha Kamilly Ribeiro, de 17 anos. Mãe e filha foram internadas em um posto de saúde em Xerém, distrito de Duque de Caxias, em 23 de março, após apresentarem quadro suspeito de Covid-19. Na 30

unidade de saúde, permaneceram isoladas juntas. Dois dias depois foram encaminhadas para o Hospital Moacyr do Carmo, na mesma cidade. Germaine, que faz parte do grupo de risco por ser hipertensa, se recuperou dias depois e recebeu alta. Kamilly, que não tinha nenhuma doença pré-existente e não se enquadrava entre os pacientes de risco, apresentou complicações graves e não resistiu. “A minha filha era totalmente saudável, nunca ficava doente. Desde o princípio, sempre achava que ela fosse se recuperar. Nunca pensei

que ela seria vítima desse vírus”, diz Germaine à BBC News Brasil. Kamilly fez parte de um grupo pequeno em meio à pandemia do novo coronavírus: o de jovens saudáveis com complicações graves em decorrência da Covid-19. Estudos apontam que os pacientes sem comorbidades e com menos de 50 anos correspondem a menos de 1% das pessoas em estado grave em decorrência do Sars-Cov-2, nome oficial do novo coronavírus. Quanto mais jovem, menos chances de apresentar complicações. “Os médicos ficaram surpresos com o caso da minha filha. Não

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sabiam mais o que fazer, porque ela não tinha nenhum problema de saúde antes. Infelizmente, é algo difícil de entender”, declara Germaine. Os casos mais graves comumente acometem pessoas idosas ou com doenças pré-existentes, como hipertensão, diabetes, cardiopatias, entre outras. Histórias como a de Kamilly, segundo estudos ainda incipientes, podem ser explicadas por particularidades genéticas que influenciam o modo como o coronavírus afeta o organismo do paciente. “O nosso sistema imunológico é o responsável por definir se vamos responder bem ou não ao Sars-Cov-2. Geralmente, esse sistema está afetado em pessoas com comorbidades ou idosas, por isso estão nos grupos de risco. Mas em alguns casos raros, o sistema imunológico tem uma falha pontual crítica mesmo sem comorbidades conhecidas e, por isso, a pessoa acaba desenvolvendo um

quadro grave ou até morrendo em decorrência do coronavírus”, diz o médico infectologista Alexandre Naime, chefe de Infectologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Botucatu (SP). Os sintomas iniciais No início de março, Germaine acompanhava diariamente o pai, de 71 anos, em um hospital público da Baixada Fluminense. O idoso havia sofrido um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e estava internado. “A minha mãe também é idosa e meu irmão não mora no Rio de Janeiro. Então, eu era a única pessoa que poderia acompanhá-lo”, diz a dona de casa. Kamilly ficava em casa para cuidar do irmão mais novo, de três anos. A jovem também passava parte dos dias se dedicando aos estudos e sonhava em cursar Medicina. Por volta do fim da segunda semana de março, Germaine começou a apresentar problemas de saúde. “Tive arrepios pelo corpo, treme-

deira, calafrios e febre”, diz. Ela foi a uma unidade de saúde da região, passou por exames e foi diagnosticada com pneumonia. “Disseram que não era coronavírus e sequer fizeram testes. Como ainda era algo novo, eu não tinha muita informação sobre o assunto e fui para casa”, detalha. O primeiro caso do novo coronavírus em Duque de Caxias foi confirmado em 23 de março. Hoje, o município tem o segundo maior número de mortos no Rio de Janeiro, atrás apenas da capital. Até o momento, são mais de 185 óbitos por Covid-19 na cidade. Enquanto tomava os medicamentos para a suposta pneumonia, Germaine ficou de repouso em casa. Kamilly ajudava a mãe o dia inteiro. A adolescente reclamava de dores nas costas, mas não demonstrava preocupação com o problema. “Depois, ela começou a tossir e teve muita febre. Com o passar dos dias, a situação foi piorando. Demos medicamentos veja.abril.com.br

Tentativas para localizar a cura do Coronavírus são realizadas todos os dias, no mundo todo

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para gripe para ela, mas nada melhorava”, relata a dona de casa. Em 23 de março, Kamilly foi a um posto de saúde junto com o pai, o barbeiro José Antônio dos Santos. Na unidade, passou por raio-X, que mostrou que o pulmão dela estava comprometido e tinha aspecto semelhante ao de pacientes com a Covid-19. Os médicos logo pediram que a jovem fosse isolada e permanecesse no hospital. Germaine, que estava em casa, foi ao hospital para levar roupas para a filha e a equipe médica também a examinou — o marido dela e o filho caçula não apresentaram sintomas. “Quando viram meu pulmão, notaram que estava comprometido com o dela. Nós duas fomos colocadas em um quarto em isolamento”, relata. A dona de casa critica o atendimento que recebeu nos primeiros dias. “Parecia que tinham medo de ficar perto da gente, mesmo com os equipamentos de proteção. Nós chamávamos e ninguém nos atendia. Deveriam ter mais empatia.” Posteriormente, mãe e filha foram levadas para o Hospital Moacyr do Carmo, onde permaneceram isoladas. As duas receberam o mesmo tratamento, que incluiu cloroquina. Eleitora de Jair Bolsonaro, Germaine afirma não ter opinião formada sobre a decisão do presidente em determinar que o Ministério da Saúde oriente o uso da cloroquina em pacientes com a Covid-19. “Não sou médica, nem pesquisadora, então não posso dizer. Quem precisa definir isso são os cientistas. Apesar de ter votado no Bolsonaro, há muitas coisas que ele diz e eu não concordo”, declara. “Mas não gosto quando dizem que minha filha morreu mesmo usan32

do cloroquina. Eu também usei e sobrevivi. Não dá para falar que foi o medicamento que me salvou, nem que a prejudicou. Penso que devemos seguir o que dizem os estudiosos da área”, diz Germaine. Recentemente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) suspendeu os estudos com a cloroquina em pacientes com a Covid-19, após diversas pesquisas apontarem riscos no uso do medicamento. Apesar disso, o Ministério da Saúde informou que continuará recomendando o remédio, ao menos por enquanto. O agravamento dos jovens saudáveis Enquanto Germaine apresentava melhora, Kamilly piorava. “Ela tinha muita falta de ar. Me desesperei quando a minha filha começou a vomitar sangue. Eu chamava por ela, mas ela não respondia. Comecei a bater no vidro do quarto para chamar os médicos”, relata a mãe. A adolescente foi levada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde foi intubada. “Vi a minha filha pela última vez quando a levaram para a UTI. Não imaginava que aquele seria o nosso último momento”, diz. Os médicos que acompanharam a adolescente não esperavam que ela fosse ter um quadro tão grave, segundo Germaine. “Frequentemente, me perguntavam se ela tinha alguma comorbidade e eu sempre respondia que não. Fizeram vários exames de sangue nela e nenhum apontou qualquer doença pré-existente”, relata. A dona de casa conta que os profissionais que acompanharam a adolescente não souberam explicar os motivos que levaram Kamilly a apresentar quadro extremamente grave da Covid-19. Os estudos iniciais apontam que

as mortes de jovens saudáveis por Covid-19 podem estar relacionadas, principalmente, à predisposição genética. “Pode haver casos de pessoas com susceptibilidade genética a infecções pontuais. Todos nascemos com um código genético, o DNA, que traz um roteiro de respostas a diferentes estímulos, tanto bons quanto ruins na vida. Isso define se o organismo da pessoa vai ou não ter uma resposta a determinados patógenos”, explica o infectologista Alexandre Naime. O médico pontua que há casos de jovens saudáveis que morrem por influenza ou outras enfermidades que raramente afetam os mais novos. “Tudo depende da sequência genética da pessoa. Nisso está codificado quais respostas ela terá em termos de anticorpos e ação celular quando for exposta a diversos patógenos. São códigos que nascem com a pessoa e são chamados de memória imunológica.” Pesquisadores estudam quais outros pontos, além da predisposição genética, podem fazer com que o Sars-Cov-2 afete gravemente alguns jovens saudáveis. Tais estudos são importantes também para ajudar na descoberta de novos tratamentos para a Covid-19. Sem despedidas Apesar de ser hipertensa, Germaine teve uma boa recuperação e recebeu alta hospitalar sete dias após ser internada. Isolada em casa, ela passava os dias preocupada com a filha. Nos primeiros dias intubada, Kamilly apresentou melhora e respondeu bem aos medicamentos. Em seus últimos dias, porém, a adolescente piorou. Em 14 de abril, após 20 dias internada, Kamilly não resistiu. Na certidão de óbito da jovem consta que ela teve

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Equipes médicas cuidam de pacientes com roupas de total isolamento; doença é facilmente transmissível

choque séptico, pneumonia e infecção por Covid-19 — o exame da jovem, feito logo após a internação, ficou pronto enquanto ela estava intubada. “Quando me contaram que ela morreu, eu comecei a chorar e a gritar desesperada. A minha filha só tinha 17 anos. Como pode, né? Ela era saudável. Eu achava que eu, hipertensa, tinha mais chances de morrer que ela. Eu senti um vazio muito grande. A morte dela me trouxe uma sensação de impotência diante da vida. A gente não tem controle de nada”, desabafa Germaine. Dias antes, a dona de casa teve de lidar com outra perda: a morte do pai, em 2 de abril, em decorrência do AVC que sofrera no início do ano. A dona de casa não participou da cerimônia de despedida do pai,

assim como também não conseguiu se despedir da filha. Ela ainda apresentava sintomas da Covid-19 e foi orientada a permanecer isolada em casa. Evangélica, Germaine revela que se apegou à religião para lidar com a saudade constante da filha. “Cheguei a questionar Deus, mas agora acredito que a morte da Kamilly foi uma vontade dele. Ele queria a minha filha por perto. Ela sempre foi muito religiosa e era muito querida na igreja. Acredito que agora ela está ao lado dele e em um lugar melhor”, declara. Recuperada da covid-19, a dona de casa tenta retomar a vida. “Às vezes ainda tenho uma crise de choro. Nós estamos sofrendo muito. Precisamos seguir em frente, mas está sendo muito difícil. A morte dela foi uma tristeza

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enorme. A gente tinha esperança de que ela voltaria para casa”, diz. Resumo desta quinta-feira (28/05): - Mundo tem mais de 5,8 milhões de casos e mais de 358 mil mortes; - Brasil tem 438.238 casos e 26.417 mortes, segundo Ministério da Saúde; - ONU pede alívio da dívida de países em desenvolvimento ou de renda média; - Coreia do Sul volta a impor restrições após aumento no número de casos; - Desigualdade eleva letalidade da covid-19 em favelas, revela estudo - Europa ultrapassa 175 mil mortos São Paulo tem recorde de novos casos de covid-19 33


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CULTURA Créditos: The Movie Db

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Entre mortes e cores: o legado de Suspiria no cinema de horror Cláudio Gabriel Claudiogj5@gmail.com

Créditos: IMDB

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O ano de 1977 é um dos mais marcantes na história do cinema. Dentre os motivos estão a estreia da saga Star Wars, o início da carreira de David Lynch, com Eraserhead, além do ano de lançamento de Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, um dos filmes mais aclamados de Woody Allen. Entretanto, o cinema italiano trazia nesse mesmo 77 uma nova produção do já renomado diretor e roteirista Dario Argento. Se tratava de Suspiria, obra que mudaria o gênero dentro da sétima arte, estabelecendo padrões famosos muito tempo depois. A história é extremamente simples. A americana Suzy (interpretada por Jessica Harper) vai estudar em uma das melhores academias de balé do mundo, localizada em Freiburg, na Alemanha. Logo ao chegar no local, ela se depara com uma das estudantes fugindo assustada e sendo encontrada morta no dia seguinte. A partir daí, Suzy começa a presenciar diversos acontecimentos e uma atmosfera macabra dentro da região. Com isso, Argento transforma algo até bem direto, em uma narrativa quase de conto de fadas às avessas. “O cinema de Argento se baseia muito em uma questão de clima e de atmosferas de tensão, princi-

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palmente, do pesadelo. Esse clima vai percorrer toda a filmografia de Argento, especialmente a partir de Suspiria”, comenta Rodrigo Carreiro, professor de Cinema da UFPE e pesquisador de cinema de horror. “É de domínio público a informação de que Argento queria fazer o filme todo em uma construção visual baseada na palheta de cores de Branca de Neve, o clássico de Walt Disney”. Dentro desse clima, o cineasta criou um uso bem peculiar para sua palheta de cores e trilha sonora. Em relação a primeira, o uso se deve ao fato de grande parte das cores do filme serem fortes, gritantes para serem perceptíveis

horror da década de 60, mas com uma preocupação muito mais espetacular, eu diria extravagante, em certa medida”, continua Carreiro. “Existem três elementos fundamentais para a construção de climas de pesadelo. A primeira é o uso de sussurros ao longo de toda a trilha sonora, tendo uma pontuação da ideia de bruxas através da presença de sussurros. Em segundo lugar é a presença de trilha sonora, que foram compostas, inclusive, antes do filme, pelo Goblin. E, em terceiro lugar, a gente tem um elemento igualmente fundamental, eu diria, que vem a ser as melodias infantis, emulando algumas vezes a caixinha sonora de

tes gigantescas e sangrentas, um assassino, mistura entre um lado fabuloso e realista. Essa combinação trouxe uma enorme influência dentro do gênero dali para frente, principalmente nos Estados Unidos. O Slasher nasceu como um subgênero bastante influenciado pelos europeus. Os segmentos com assassinos, mortes chocantes e a trilha sonora marcante de produções como Halloween, Sexta-Feira 13, Acampamento Sinistro e A Hora do Pesadelo são influências diretas aos trabalhos dos anos anteriores. “Eu diria que, na verdade, os filmes de Slasher que vão começar a surgir ali no meio da década de

música”. O longa faz parte da trilogia das Três Mães, só com obras do cineasta, em que se completariam todas em um mesmo universo. Além de Suspiria, A Mansão do Inferno, de 1980, e O Retorno da Maldição: A Mãe das Lágrimas, de 2007, completam a trinca. O Giallo e sua influência O filme faz parte do movimento cinematográfico de terror italiano, intitulado Giallo. Além de Argento, nomes como Mario Bava e Lucio Fulci também fazem parte. A ideia era sempre a mesma: mor-

70 nos Estados Unidos, depois espalhando pelo mundo na década de 80, devem muito ao cinema de Dario Argento, especialmente o Suspiria. É um daqueles filmes que deu partida desse novo momento da história do horror, em que as mortes com um conteúdo cada vez mais violento e gráfico, mas ao mesmo tempo ressoando através de uma chave de pesadelo, de sonho, de um clima onírico. São elementos que vão ser muito importantes para o cinema de terror da década de 70 e 80”, completa Carreiro.

Créditos: The Movie Db

pelo público, principalmente o azul e o vermelho. Todas são tão estouradas, a ponto de até alterarem em como a imagem está sendo passada. Já a segunda é devido ao experimentalismo provocado pelo italiano em boa parte de sua carreira. A banda Goblin, na qual o mesmo participava, possuía uma influência clara no psicodélico e no progressivo, misturando sempre as guitarras com elementos eletrônicos e de um medo constante. “Ele vai retomar algumas convenções sonoras que existiam no

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Como Vikings firmou os nórdicos na cultura pop Programa apresentou nova abordagem ao povo histórico e inspirou The Last Kingdom e Assassin’s Creed: Valhalla Cláudio Gabriel Fonte: www.omelete.com.br 06/05/20 Paralelamente ao cinema e TV, uma nova geração de consoles se aproxima no mundo dos games. Após alguns títulos de PlayStation 5 e Xbox Series X terem sido revelados, o primeiro grande jogo a ser mostrado para as novas plataformas é um Assassin’s Creed inédi38

to. A saga da Ubisoft é conhecida como um playground histórico, podendo se adequar a qualquer período e ambientação, do Egito antigo até à revolução industrial. Para inaugurar a próxima geração, o estúdio francês escolheu as grandes embarcações nórdicas como cenário para Assassin’s Creed: Valhalla. Em algum lugar do mundo, os executivos do History

Channel e Michael Hirst, o criador de Vikings, deram um sorriso pela missão cumprida.Mas qual a relação entre o game e o seriado? Simples: Vikings é o grande responsável pela popularização deste período histórico na cultura pop. Não que antes da série não existia curiosidade do público. Os guerreiros sempre estiveram presente no audiovisual. A abordagem, po-

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Créditos: History

rém, era bastante diferente, com histórias focadas nas impressionantes habilidades de batalha, ou então na vasta mitologia nórdica, com nomes como Thor, Odin, Loki e outros que eram amplamente conhecidos - seja por suas “versões reais” ou as da Marvel Comics. Existia sim presença viking no entretenimento, mas não tão ampla quanto a do programa. Enquanto Bernard Cornwell já fazia isso nos livros, não havia representação viking igual nas telas até 2013. O verdadeiro triunfo de Vikings é firmar o interesse pelo realismo nórdico, mesmo nem sempre sendo 100% fiel aos fatos. As primeiras temporadas, focadas em Ragnar Lothbrok (Travis Fimmel), sua família e a cidade de Kattegat, trouxeram um tom intimista ao povo histórico que não era encontrado em um lugar nenhum. Sem nunca se tornar discursiva ou documental, a série explicou de forma didática ao público quem eram os grandes heróis nórdicos, como funcionava o seu dia a dia e sociedade. Ter essa visão humana

para desmistificar as lendas dos guerreiros sanguinários torna os vários feitos dos nórdicos ainda mais imp or tantes, já que foram conquistados por fazendeiros e artesãos. Essa abordagem inspirou muitas outras obras, dos filmes à séries, como The Last Kingdom (por sua vez baseado nas Crônicas Saxonicas, de Cornwell) . Mas seu apelo é muito mais visível em Assassin’s Creed: Valhalla. Segundo a Ubisoft, o game acompanhará as invasões aos reinos ingleses, mas será focado no desenvolvimento de um assentamento nórdico, em que o jogador controlará sua expansão. Não só este é o período retratado em Vikings, como também é uma forma de traduzir em mecânicas o arco narrativo do seriado. Enquanto o personagem jogável, que pode ser homem ou mulher, deve ser moldado pela figura de Ragnar e Lagertha (Katheryn Winnick), não será tão surpreendente se eles forem citados ou derem as caras no jogo. Assassin’s Creed é um bom termômetro para

Trabalho acadêmico válido como AV2 da turma C406M de Editoração Eletrônica da FACHA - 2020/1 Créditos: AdoroCinema

tendências históricas do entretenimento. A Ubisoft é rápida em olhar para o restante do audiovisual e aplicar na franquia. Quando Peaky Blinders (2013) começou a estourar, por exemplo, o estúdio rapidamente traduziu as gangues britânicas para Syndicate (2015), ambientado em Londres de 1868. O caso de Vikings é um pouco mais fascinante pela origem relativamente humilde do sucesso. Ao invés de ter o apoio ou legado de uma grande emissora, o seriado foi a primeira produção de ficção do History Channel, e soube trabalhar suas limitações de orçamento em um estilo que hoje define como os vikings são vistos na cultura pop. Prestes a chegar ao fim na sua sexta temporada, e com um derivado já encaminhado na Netflix, Vikings e sua equipe podem descansar tranquilos sabendo que conseguiram deixar sua marca na era de ouro da televisão. 39


Créditos: Veja

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Morre Aldir Blanc por coronavírus Autor de ‘O Bêbado e a Equilibrista’, artista de 73 anos escreveu algumas das canções mais famosas da música brasileira Cláudio Gabriel Fonte: www1.folha.uol.com.br Em 04/05/20 Aldir Blanc não saía de casa. Agora que ninguém deve mesmo sair, por causa do novo coronavírus, ele foi obrigado a sair, por culpa do vírus. Não voltou mais. A Covid-19 levou na madrugada desta segunda-feira (4), no Rio de Janeiro, um dos mais importantes letristas da música brasileira. Blanc tinha 73 anos e estava internado desde 15 de abril na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Universitário Pedro Ernesto, onde um exame confirmou a infecção pelo coronavírus. Antes, dera entrada no dia 10 no Hospital Municipal Miguel Couto com infecção urinária e pneumonia. Foram 24 dias de luta. Sua resistência impressionou médicos do Pedro Ernesto. “Ele não quer ir embora”, foi uma das frases que disseram durante o tratamento. Em mais de cinco décadas de atividade, Blanc construiu uma obra marcada pela capacidade de fundir os contrários –humor e fossa, devaneio e realidade, lirismo e grossura, a aldeia e o mundo. Para ele, a vida não comporta reciclagem de lixo. Tudo se mistura. Dava o mesmo valor à palavra mais bonita e ao palavrão mais chulo. Assim criou mais de 600 letras. Dor e alegria já estavam embaralhadas na infância de Aldir Blanc Mendes. Ele nasceu em 2 de setembro de

1946, no bairro do Estácio, berço do samba urbano carioca. Sua mãe nunca se recuperou totalmente de uma depressão pós-parto. Seu pai, que se tornaria um grande amigo, era pouco afetuoso. O filho único foi ser feliz com os avós em Vila Isabel, bairro de um seus ídolos, Noel Rosa —e, triste coincidência, do hospital onde morreu. Recordou os tempos de criança no emotivo livro “Vila Isabel – Inventário da infância”, de 1996. Na região conheceu (e reinventou) os personagens de suas crônicas, reunidas em volumes como “Rua dos Artistas e Arredores”, de 1978, e “Porta de Tinturaria”, de 1981. Mas foi a música que tornou seu nome conhecido nacionalmente. Em meados dos anos 1960, enquanto praticava letras e poemas, atuava como baterista em conjuntos semiprofissionais. Chegou a ser contratado para tocar num programa infantil da TV Globo. As primeiras letras a chamar a atenção apareceram em festivais do final da década. O sucesso veio com “Amigo É pra Essas Coisas”, parceria com Silvio da Silva Jr. que ficou em segundo lugar no Festival Universitário de 1970. Foi o período em que ele integrou o MAU, o Movimento Artístico Universitário, ao lado de Ivan Lins, Gonzaguinha e outros. No ano seguinte, um rapaz chamado Pedro Lourenço se impressionou em Ouro Preto, em Minas Gerais, com um estudante de en-

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genharia tocando violão. Disse a ele, João Bosco, mineiro de Ponte Nova, que tinha um amigo no Rio de Janeiro capaz de pôr palavras naquelas melodias.

Créditos: Grátis Png

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Nascia um dos encontros mais importantes da música brasileira. A leva inicial de composições se deu por carta. Um exemplo: “Agnus Sei”, lançada em 1972 num disco compacto do jornal O Pasquim — no lado A, estava a então inédita “Águas de Março”, interpretada por seu autor, Tom Jobim. Naquele ano, com Bosco de passagem pelo Rio, mostraram algumas músicas para Elis Regina. Ela escolheu “Bala com Bala” para o disco que estava realizando e reservou outras para o trabalho seguinte. Passou a receber em primeira mão as novidades da dupla. Gravou 20 delas, além de duas de Blanc com outros parceiros —o irmão de fé Maurício Tapajós e a amiga Sueli Costa. No Natal de 1977, inspirado na morte de Charlie Chaplin naquele dia, Bosco fez uma melodia citando “Smile”, composição do cineasta. Blanc achou que valeria associar a figura de Carlitos Créditos: Folha de São Paulo

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a outros deslocados na história, como os exilados pela ditadura militar. O movimento pela anistia ganhou um hino. Elis gravou em 1978, Bosco, em 1979. O verso inicial, “caía a tarde feito um viaduto”, evocava o desabamento do elevado Paulo de Frontin, no Rio, em 20 de novembro de 1971. Os dois amigos inseparáveis começaram a se separar em 1982. Foi gradual e, de acordo com eles, sem brigas. As melodias de um e as letras do outro passaram a não se encaixar. Talvez por influência de terceiros, mágoas surgiram. O reencontro (imprevisto) aconteceu só em 2002, numa gravação de “O Bêbado e a Equilibrista” por Blanc para o songbook de Bosco. Desde então voltaram a se falar por telefone diariamente, além de compor às vezes, sem a urgência dos anos de juventude. O letrista engatou outras parcerias. Duas foram as mais produ-

tivas –com Guinga, violonista e compositor originalíssimo, explorador de vários gêneros, melodista de “Catavento e Girassol”; e com Moacyr Luz, artista mais identificado com o samba, mas com quem Blanc criou a romântica “Coração do Agreste”, tema da novela “Tieta”, da TV Globo, na voz de Fafá de Belém, e um dos maiores sucessos de sua carreira. Quando se casou com a professora Mari Lucia, ela já tinha duas filhas, Tatiana e Patrícia. Viraram suas também. Das quatro vieram cinco netos e um bisneto.Nos dias anteriores à internação, falava sempre da Covid-19, com medo de que alguém amado fosse atingido. Não demonstrava preocupação consigo mesmo. Tudo aconteceu muito rápido. Numa quinta-feira estava bem, na sexta foi levado de ambulância para o hospital. Deixa, além da família, um sentimento de orfandade em incontáveis amigos e admiradores.

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cdn.emtempo.com.br

MÚSICA

Discos para descobrir em casa: ‘Matita Perê’, Tom Jobim, 1973 Álbum lançado em 1973 por Antônio Carlos Jobim, Matita Perê é o quinto dos sete discos gravados em parceria com maestro alemão Claus Ogerman

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jornalspnorte.com.br

Tom Jobim em gravação do aclamado álbum Matita Perê no estúdio da Columbia Records em Nova York

Victor Hugo Britto Fonte: g1.globo.com Data: 23/05/2020

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niciada no tardio primeiro álbum de Tom, Antonio Carlos Jobim – The composer of Desafinado plays (1963), a conexão entre os maestros se estendeu até o álbum duplo Terra Brasilis I e II (1980). Em Matita Perê, álbum gravado por Jobim em janeiro de 1973 em Nova York (EUA), no estúdio da companhia fonográfica norte-americana Columbia Records, a colaboração de Dori Caymmi na arquitetura da música-título resultou especialmente relevante. É que o álbum Matita Perê começou a ser gravado por Jobim em 1972 no Brasil, na cidade natal do Rio de Janeiro (RJ), com arranjos de Dori e de Tom, para ser lançado pela gravadora Philips. No meio do processo de gravação, insatisfeito com a qualidade

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técnica dos registros das músicas, Jobim decidiu dar forma ao disco nos Estados Unidos por conta própria. Foi quando Claus Ogerman entrou em cena, criando em Nova York (EUA) os arranjos do álbum, sem inutilizar o trabalho de Dori na orquestração da música-título Matita Perê, parceria bissexta de Jobim com o poeta e compositor Paulo César Pinheiro, autor da letra. Embora tenha sido lançado pela gravadora Philips, como programado desde o início, o álbum Matita Perê acabou se tornando a primeira empreitada independente de Jobim no mercado fonográfico, o que justificou a autonomia do artista para recomeçar a gravação praticamente do zero em produção que, ao fim, ficou orçada em cerca de 30 mil dólares. Composta em 1972 com influência da obra sertaneja do escritor Guimarães Rosa (1908 – 1967) e batizada com o nome do pássaro

das matas brasileiras que emite canto de duas notas, a música Matita Perê reiterou o amor de Jobim pela natureza, tendo integrado a trilha sonora do filme Sagarana – O duelo (1973) com o arranjo original de Dori, diferente da gravação desse disco formatado nos EUA com músicos norte-americanos na orquestra e com o toque da percussão de Airto Moreira. Assim como a composição que lhe deu nome, o álbum Matita Perê mostrou Jobim mais distanciado da estética minimalista da Bossa Nova e mais perto das intrincadas orquestrações sinfônicas do universo da música erudita, embora ainda pisando no terreno da música popular. Matita Perê, a música, ganhou a forma de suíte no disco. Emblemático samba apresentado por Jobim em 1972, no lado A do Disco de bolso do jornal O Pasquim que apresentou João Bosco no lado B, Águas de março abriu o álbum

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Matita Perê, sendo oficialmente incorporado à discografia do compositor. Então começando a se exercitar como cantor, em ação que desde então seria mais frequente, Jobim deu voz no disco à então inédita canção Ana Luiza, cujos versos líricos ratificaram a habilidade do compositor como letrista. Contudo, Matita Perê foi álbum pontuado por temas instrumentais que, arranjado com flautas e madeiras, evidenciaram a refinada assinatura orquestral de Claus Ogerman. Apresentada como tema instrumental de curta-metragem de 1971, a composição Tempo do mar foi recriada por Jobim no disco Matita Perê. Na mesma linha instrumental, Tom apresentou The Mantiqueira range, tema do filho compositor, Paulo Jobim, então ainda sem a letra de Ronaldo Bastos. Na sinfonia do álbum Matita Perê, os temas instrumentais Rancho das nuvens e Nuvens douradas – música para o qual Jobim chegou a pedir a Caetano Veloso uma letra iniciada, mas não concluída, pelo compositor baiano – sinalizaram

as ambições eruditas de Jobim na construção de cancioneiro que ganhara projeção ao longo da década de 1950 e que tinha sido uma das trilhas fundamentais da revolução feita por João Gilberto (1931 – 2019) em 1958 com a criação da bossa nova, em movimento que deu projeção mundial ao compositor nos anos 1960 quando a bossa ganhou os Estados Unidos. Cabe lembrar que as incursões de Jobim pelo universo da música erudita atingiriam pico de beleza em Saudade do Brasil, tema do álbum seguinte de Antonio Brasileiro, Urubu (1976), disco também orquestrado por Claus Ogerman. Na sinfonia de Matita Perê, a beleza veio acompanhada da acusação de que a já mencionada composição Nuvens douradas poderia ser plágio inconsciente da música Prece (Vadico e Marino Pinto, 1956) – dissabor que levou o compositor a deixar o tema instrumental restrito ao disco. Embora contenha o lapidar samba Águas de março e algumas canções cantadas, caso de Chora, coração (1971), o álbum Matita Perê resultou em um dos títulos mais rebus-

cados da discografia de Jobim. Um disco de fruição difícil para ouvidos habituados às belezas mais simples (e por isso mesmo até mais geniais) de sambas como Garota de Ipanema (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1962) e Wave (1967). A música do álbum Matita Perê foi literalmente coisa de cinema! Com quase dez minutos, a suíte Crônica da casa assassinada – composta pelos temas instrumentais Trem para Codisburgo, O jardim abandonado, Milagre e Palhaços, além da já mencionada canção Chora, coração – tinha sido composta para a trilha sonora do filme A casa assassinada (1971) e foi reapresentada por Jobim no álbum Matita Perê com a orquestração então inédita de Claus Ogerman. A suíte foi amostra de que Antonio Carlos Jobim preferiu arriscar a soberania conquistada nos anos 1950 e 1960 para manter o cancioneiro em contínua evolução em movimento que somente seria encerrado em dezembro de 1994 com a precoce saída de cena deste compositor magistral, imortalizado como o principal arquiteto da modernidade atemporal da música brasileira. ebc.com.br

Tom Jobim e Vinicius de Moraes juntos em uma das parcerias mais frutíferas da música popula brasileira Trabalho acadêmico válido como AV2 da turma C406M de Editoração Eletrônica da FACHA - 2020/1

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rollingstone.com

05/12/1932 09/05/2020

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Little Richard, o músico que libertou o rock dos tabus Influência para os Beatles e Bowie, Richard inspirou uma geração de músicos trilhando um caminho único no rock n’ roll Trabalho acadêmico válido como AV2 da turma C406M de Editoração Eletrônica da FACHA - 2020/1

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smushcdn.com

Victor Hugo Britto Fonte: brasil.elpais.com 23/05/2020

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Dono de uma personalidade única Little Richard deixou sua marca no Rock, abrindo caminho para artistas como David Bowie e Rolling Stones

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rock n’roll, quando se manifestou em meados da década de cinquenta, trazia promessas de libertação. No entanto, Little Richard, que morreu neste sábado aos 87 anos, já tinha sido libertado quando os holofotes se voltaram para ele. Nascido em Macon, no Estado da Geórgia (EUA), em 1932, cresceu em uma família numerosa com fortes crenças religiosas. Exuberante demais para um meio tão pacato, foi expulso de casa quando ainda era adolescente. E não voltou até completar vinte anos, depois do assassinato do pai, quando teve de contribuir com o orçamento familiar, mesmo que fosse lavando pratos na rodoviária de Macon (por outro lado, um bom lugar para paquerar, reconheceu). Naqueles dias, um homossexual podia se integrar sem problemas ao submundo dos “medicine shows” (espetáculos em que charlatães vendiam “remédios milagrosos”) e das casas noturnas mais libertinas do chamado chitlin’ circuit. Gravou discos avulsos para a RCA e a Peacock quando ainda não tinha um estilo definido: para conseguir essa diferenciação foram essenciais os ensinamentos de Esquerita, um selvagem do piano vindo da Carolina do Sul, que também dominava as artes da maquiagem, dos penteados e da indumentária de fantasia. Richard Wayne Penniman tinha uma banda própria eficaz, os Upsetters, mas o selo californiano Specialty exigiu que gravasse em Nova Orleans. Lá, no agora mítico estúdio de Cossimo Matassa, sob a direção de Bumps Blackwell, com instrumentistas que trabalhavam

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regularmente para Fats Domino, aconteceu uma espécie de fusão nuclear: Tutti Frutti (1956), com seu delirante grito de “A-wop-bop-a-loo-bop-a-wop-bam-boom”, que mais tarde daria título a um livro memorável de Nik Cohn. Tutti Frutti foi ofuscada, como era habitual então, pela versão asseptizada de um cantor branco, Pat Boone. Mas entre 1956 e 1957 Little Richard estava incandescente: a cada poucas semanas lançava singles irresistíveis, frequentemente reforçados por lados B Slippin’ and Slidin, Ready Teddy que também alcançaram enorme popularidade. Seus shows eram terremotos e algo disso se nota em Sabes o que Quero, um filme disparatado que misturava Jane Mansfield com algumas das figuras do emergente rock n’roll. Sem explicitá-lo, pregava a possibilidade de ser sexualmente diferente. Do outro lado do Atlântico, um futuro camaleão, David Bowie, entendeu imediatamente a mensagem. Tudo mudou de rumo em 1957, em uma turnê pela Austrália, quando durante um voo noturno achou que tinha visto uma luz celestial segundo seus companheiros, poderia ser o combustível do próprio avião ou inclusive do Sputnik soviético algo que interpretou como uma mensagem divina que o instava a se arrepender dos pecados e voltar à música de igreja. A verdade é que a gravadora continuou lançando avassaladoras canções profanas, como Good Golly Miss Golly e Oh My Soul. Somente em 1959, depois de se formar pregador batista em uma escola no Alabama e de se casar com Ernestine Harvin, começou a gravar gospel. Sem muita sorte, apesar de ter produtores como Jerry Wexler e Quincy Jones. Os Beatles o salvaram da irrele-

vância. Idolatrado especialmente por Paul McCartney, os ingleses interpretaram temas dele (ou que haviam descoberto em sua voz, caso de Kansas City). Pouco a pouco Little Richard entendeu que podia ganhar a vida no nascente circuito da nostalgia, onde só precisava recriar seus sucessos e exagerar seus maneirismos. Não tolerava concorrentes: desistiu dos serviços guitarrísticos de um ainda desconhecido Jimi Hendrix por sua espetacularidade cênica. Anos depois, tampouco teria conexão com Prince, que era visualmente seu descendente. Mas Little Richard acreditava ser capaz de fazer música do momento, especialmente soul. Embora não tenham ocupado o topo das paradas se sucesso, durante os anos sessenta e início dos setenta, já instalado em Los Angeles, fez grandes canções com Don & Dewey, Johnny Guitar Watson, H. B. Barnum, Don Covay e o mais perigoso de todos Larry Williams. Como contaria em sua fantasiosa biografia, Quasar of Rock, é quase um milagre que Richard e Williams tenham evitado sérios aborrecimentos com policiais, traficantes e amantes despeitados. Houve recaídas nas drogas e em sua muito flexível religião, até que

em meados dos anos oitenta estabeleceu-se em Hollywood. Conseguiu fazer pontas em filmes de sucesso e se transformou em algo como o pastor favorito das celebridades, especializado em unir casais em matrimônio, com ambientação de rock n’roll. Podia entender melhor as extravagâncias dos milionários californianos do que os jogos do glam rock a partir da identidade sexual. De fato, durante temporadas detestou seu papel de ídolo gay: “Fazia isso para que os brancos aceitassem que era capaz de comover suas namoradas”. Diante da indiferença do mercado, abandonou a gravação de discos, mas não os shows. Pude vê-lo em ação em um festival realizado em Gijón (Espanha) em 2005, quando esgotou a paciência dos organizadores ao exigir as chaves de uma igreja onde pudesse rezar em solidão. Para ir do camarim até o palco pediu um carro de luxo que chacoalhava por um terreno montanhoso, sem estradas. É verdade que, uma vez que encarou o público, parecia entrar em combustão. Como seus espectadores, que sentiram seus corpos renascerem. Esse era o verdadeiro prodígio do reverendo Penniman. nme.com

Ao lado de Fats Domino e Chuck Barry, Richard é considerado por muitos como um dos arquitetos do Rock

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Tributo a Freddie Mercury show histórico ajuda a levantar fundos para coronavírus Em 20 de abril de 1992, diversos artistas se uniram em um show beneficente e icônico em homenagem ao vocalista do Queen Victor Hugo Britto fonte: rollingstone.uol.com.br 23/05/2020

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ueen anunciou que o Freddie Mercury Tribute Concert, realizado em Londres em 1992, seria transmitido nesta sexta, 15, no canal do YouTube da banda - e o objetivo da iniciativa é arrecadar dinheiro para a Organização Mundial de Saúde (OMS) contra a pandemia do novo coronavírus. A apresentação ficará disponível no canal de YouTube do Queen por 48 horas, e os motivos para o show ser considerado icônico são vários. Além de contar com uma série de grandes artistas, a homenagem beneficente foi

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emocionante. O icônico Tributo a Freddie Mercury foi realizado em 20 de abril de 1992, meses após a morte do cantor após complicações da AIDS - e o objetivo da apresentação foi alertar a população sobre a doença. Realizado em Londres, o show contou com 72 mil espectadores e foi transmitido ao vivo para a televisão. Todo os lucros da apresentação foram destinados para a criação do Mercury Phoenix Trust, uma organização de caridade contra a Aids. A homenagem também contou com diversas bandas influenciadas pelo Queen, além dos três integrantes restantes do grupo. A primeira parte incluiu Me-

tallica, Extreme, Def Leppard com a colaboração de Brian May em “Now I’m Here” e Guns N’ Roses. Além disso, Elizabeth Taylor fez um discurso de prevenção à Aids e diversos videoclipes de Mercury foram mostrados. A segunda metade do show contou com os três membros restantes do Queen - John Deacon (baixo), Brian May (guitarra) e Roger Taylor (bateria) - e uma longa lista de artistas convidados, como Elton John, Tony Iommi (Black Sabbath) e David Bowie, , James Hetfield (Metallica), George Michael, Seal, Paul Young, Annie Lennox, Robert Plant (Led Zeppelin), PhilCollen (Def Leppard), Axl Rose e Slash (Guns N’ Roses), Liza Minnelli e outros.

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TECNOLOGIA depoisdosquinze.com

Fungo é encontrado no tiwtter Museu de História Natural de Copenhague realiza descoberta graças a rede social Igor Rodrigues Fonte: veja.com.br Data20/06/2020

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ão só de briga, thread sobre artista e meme vive o Twitter, é possível também aplicar a ciência e usar a tecnologia em prol do progresso. A bióloga Ana Sofia Reboleira, associada ao Museu de História Natural de Copenhague, na Dinamarga, se deparou com uma foto de um diplópode (classe de animais à qual pertence o piolho-de-cobra_ com algumas man-

chas que chamaram sua atenção. A imagem havia sido publicada no dia 15 de maio por um conhecido no Twitter, que afirmou ter encontrado o animal nos Estados Unidos. Ao analisar a foto, Ana Sofia conta que concluiu entender que as manchas do diplópode eram causadas por um fungo parasitário. No entanto, o fungo nunca havia sido encontrado nos Estados Unidos. A bióloga então, com ajuda de um colega, recorreu à coleção do museu dinamarquês em busca de

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exemplares parecidos com o da imagem que ela vira no Twitter. Com o resultado, eles encontraram diversos espécimes parecidos com o da foto, os quais nunca haviam sido documentados ainda, ou seja, eram uma nova espécie. O fungo pertence à ordem dos Laboulbeniales, seres diminutos e parasitas, conhecidos por atacarem insetos diplópodes. Em homenagem à rede social, que impulsionou sua descoberta, a nova espécie foi batizada de Troglomyces twitteri. 53


Voo para o futuro NASA faz história e realiza a primeira missão espacial em parceria com iniciativa privada

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https://mistobrasilia.com

Igor Rodrigues Fonte: www.folha.uol.com.br Data: 20/06/2020

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Nasa, em parceria público-privada com a empresa do bilionário Elon Musk SpaceX, fez história no dia 30 de maio. Acompanhada de gritos e aplausos, as empresas decolaram o foguete Falcon 9, que deixou o solo americano pontualmente às 16h22 (horário de Brasília). A tripulação contou com os astronautas Bob Behnken e Doug Hurley, em direção à Estação Espacial Internacional. O lançamento foi um marco histórico para os americanos: pela primeira vez desde 2011 a Nasa realiza uma missão espacial tripulada saindo dos Estados Unidos. É também a primeira vez que uma empresa privada lança astronautas em órbita - até então, apenas as espaçonaves governamentais chegavam a tais alturas. Como se já não fosse comemoração suficiente, foi um voo simbólico: o foguete saiu da mesma plataforma de lançamento do Centro Espacial Kenne-

dy, na Florida, que içou a tripulação da Apollo 11 à Lua. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, esteve presente no evento, que aconteceu no Centro Espacial Kennedy, na Flórida, para acompanhar de perto o lançamento, ao lado do vice-presidente Mike Pence. “É incrível, o poder, a tecnologia”, disse ele. “Foi uma vista bonita”. Trump também disse que o lançamento é só o começo, sinalizando que eventualmente haveria voos para Marte no futuro. Em razão da pandemia do novo coronavírus, estava no local do lançamento apenas uma comitiva privada, respeitando as medidas de prevenção adotadas pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Porém, o momento foi acompanhado por centenas de milhares de pessoas por transmissões online, que começaram quatro horas antes do lançamento, acompanhando cada detalhe da operação, desde a chegada dos astronautas até o fechamento da porta do foguete, atualizando o público a

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todo momento sobre as condições climáticas do local. O foguete foi lançado três dias após uma tentativa frustrada: o lançamento inicialmente estava previsto para o dia 27, numa quarta-feira, mas houve um adiamento em razão do mau tempo na Flórida. Desta vez, as condições climáticas colaboraram. Jim Bridenstine, diretor da Nasa, disse que a principal prioridade da agência espacial dos EUA é retomar o lançamento de astronautas americanos em foguetes fabricados no país, a partir do solo americano. “Estou respirando aliviado, mas só vou comemorar até que Bob e Doug estejam em casa em segurança”, disse Bridenstine após o lançamento. Para Elon Musk, que também é dono da montadora de carros elétricos Tesla, o lançamento representa um marco para o uso de foguetes reutilizáveis, que têm potencial para deixar as viagens espaciais mais baratas e frequentes. O lançamento do Falcon 9 é mais um passo de Musk rumo ao seu sonho de lucrar com viagens interestelares e colonizar Marte.

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Trancas eletrônicas pormetem unir a tecnologia de ponta com a segurança 56

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pxhere.com

Salvação dos esquecidos, inovação já pode ser encontrada em vários modelos Trabalho acadêmico válido como AV2 da turma C406M de Editoração Eletrônica da FACHA - 2020/1

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conteudo.imguol.com.br

Trancas eletrônicas é o mais novo passo da industria tech rumo a smart house Igor Rodrigues fonte: Uol.com.br Data: 20/06/2020 Você é uma pessoa esquecida? Caso a resposta para essa pergunta seja “sim”, é bem provável que já tenha perdido as suas chaves de casa - ou, no mínimo, deixado elas em algum lugar que você não lembrava depois. Parece que foi em um universo muito distante que o mundo se chocava com as tecnologias do filme “De volta para o Futuro”, mas: e se a chave em questão estivesse em você? Hoje já existem fechaduras eletrônicas que abrem com senha, por meio de aplicativos de celular ou, ainda, com autenticação biométrica. É uma garantia que você não ficará trancado para fora de casa - a não ser, claro, que você esqueça a senha. De uma maneira simples, esses equipamentos funcionam como uma fechadura comum: dependendo do modelo, há uma lin58

gueta que avança em direção ao batente, sendo operada pela maçaneta, e uma tranca. Enquanto nas versões comuns essa tranca é movida ao girar o miolo da fechadura com uma chave, na versão eletrônica ele é ativado automaticamente pelo mecanismo da fechadura após a autenticação. Além de ajudar a evitar que você não entre na sua casa, esse tipo de fechadura oferece mais segurança em relação aos mecanismos comuns, já que não há um miolo de chave que permita a utilização de uma chave micha ou uma gazua para a sua abertura. Aqui, é importante salientar que há diferenças cruciais entre as fechaduras eletrônicas dos quartos de hotéis e a versão residencial do aparato. Começando pela versão hoteleira: ela é controlada por meio de uma central, ou seja, quando você vai fazer o check-in em um hotel, a pessoa responsável pelo atendimento “grava” o cartão que você usará para entrar no seu quarto.

O que ocorre no lobby do hotel enquanto você espera é, basicamente, fazer com que o cartão e a fechadura “conversem” entre si. O cartão pode utilizar tarja magnética ou ser um dispositivo RFID (Radio-Frequency Identification), feito de PVC e com um chip e uma pequena antena, similar aos cartões usados em transporte público. E na sua casa? As fechaduras residenciais, por sua vez, não dependem de uma central de controle. Na realidade, elas têm um funcionamento autônomo, o que significa que não há a necessidade da existência de controladores externos para que seja feita a autenticação de senhas, cartões ou dados biométricos. O método de autenticação também varia dependendo do modelo. Há fechaduras que funcionam mediante senha, outras usam os cartões RFID (que já falamos acima) e, por fim, há as que utilizam dados biométricos - o mais comum, neste caso, é o uso de impressão digital.

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Em modelos mais premium, é possível até mesmo usar uma “autenticação de dois fatores”, com o uso de senha e biometria, ou senha e cartão, por exemplo. Para instalação, há geralmente duas formas: no caso das chamadas fechaduras sobrepostas, nas quais o trinco de fechamento fica exposto do lado de dentro da porta, há apenas a necessidade de fazer um furo redondo na porta. Esse modelo permite manter, por exemplo, uma maçaneta de abertura convencional e é mais simples de ser instalado. Já no caso dos modelos de embutir, todo o mecanismo fica no interior da porta, de maneira similar a uma fechadura convencional. Consequentemente, a instalação é mais complexa e, em geral, demanda uma mão-de-obra especializada. Há ainda as fechaduras eletromagnéticas, que você provavelmente já viu em entradas de prédios,

por exemplo. Como o nome deixa claro, elas necessitam de uma ligação com a rede elétrica e utilizam eletroímãs para ficarem travadas. Isso ocorre ao usar a eletricidade para criar um forte campo magnético entre as placas instaladas na porta e no batente, mantendo essas duas peças unidas. E se a energia acabar, me desespero? Não precisa! Todo o sistema é pensado para a casa funcionar no modo offline também. No caso das fechaduras residenciais, a alimentação normalmente é feita por pilhas ou baterias. O que acontece, então, se a carga delas acabar? Geralmente as fechaduras mostram um aviso quando a carga das baterias está terminando, dando tempo de sobra para que elas sejam trocadas. Se, ainda assim, elas acabarem e você estiver do lado de fora da casa, há métodos alternativos para energizar a peça o su-

ficiente para destravá-la por meio do método de autenticação usado normalmente - alguns modelos permitem ligar uma bateria externa para fazer isso. Já no caso das fechaduras eletromagnéticas, um corte na alimentação de energia elétrica significa que elas ficarão destravadas uma brecha que poderia ser utilizada, por exemplo, em tentativas de “arrombamento”. Neste caso, a instalação pode prever fontes alternativas de energia, como no breaks, para que elas se mantenham fechadas em situações de falta de eletricidade, por exemplo. Gostou das dicas? Está ‘’escrolando” o site da sua loja preferida neste momento pensando: preciso muito de um hightech deste A-GO-RA! Há seus pontos positivos e negativos, pensem bem se encaixa na realidade das pessoas que moram na casa (ou se for sozinho, se encaixa na sua própria realidade). imagem: www.aecweb.com.br

Inovação promete aponsentar o antiquado molho de chaves Trabalho acadêmico válido como AV2 da turma C406M de Editoração Eletrônica da FACHA - 2020/1

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www.tecmundo.com.br

Tecnologia e vigilância: entenda como celulares são capazes de contrar seus passos Inteligência artificial é capaz de calcular o número de passos dado por alguém de acordo com o balanço do corpo Igor Rodrigues fonte: Uol.com.br Data:20/03/2020

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ão importa se você usa apenas o seu celular ou é um geek antenado e adepto de pulseiras ou relógios inteligentes: todos esses gadgets, mesmo os que não têm uma pegada “fitness”, são capazes de contar os seus passos. Como eles fazem isso? Você se pergunta. Parece algo complexo, mas, na verdade, eles usam um pequeno dispositivo interno e uma dose de inteligência artificial. 60

explicamos como. Enquanto os primeiros pedômetros usavam um sistema analógico com uma bola ou um pêndulo, nos aparelhos modernos o segredo está na mesma peça usada para determinar se a imagem do seu celular aparecerá na vertical ou na horizontal: o acelerômetro, essa é a peça chave. Ele é um dispositivo capaz, como o nome diz, de medir a aceleração, que nada mais é do que a taxa de mudança de velocidade de um objeto. Geralmente os celulares modernos são equipados com um dispositivo do tipo, capaz de detectar movi-

mentações em três eixos. Sozinhos, os acelerômetros não seriam capazes de detectar passos. Ele detectaria o início do movimento, de caminhada, mas nada mais poderia fazer se a pessoa mantivesse uma velocidade constante. Mas quando caminhamos, balançamos o corpo em um ritmo relativamente constante e esse balançar é captado pelo acelerômetro. O “pulo do gato”, portanto, é usar um algoritmo que interprete esse ritmo de balanço do corpo como cada passo. E é justamente isso que um contador de passos faz.

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MODA

SNEACKER: ÌCONES DENTRO E FORA DAS QUADRAS ESPORTIVAS Trabalho acadêmico válido como AV2 da turma C406M de Editoração Eletrônica da FACHA - 2020/1

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buylopez.com

Tenis Stan mith verde da adidas

Lucas Fernandes Fonte: Exclusivo.com.br/ Data: 23/05/2020 Adidas Stan Smith - legião de fãs

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ranco e verde. Com simplicidade aplicada em sua paleta de cores e na concepção do design, nascia o Stan Smith, o tênis mais marcante da adidas e um dos mais importantes calçados do segmento. Rappers, punks, DJs, designers, atores hollywoodianos, pais, mães, avós e netos. Ao longo dos seus 53 anos de história, os Smiths conquistaram todos os públicos, e hoje é muito difícil olhar para eles e não lembrar alguma história em que estiveram presentes. A fórmula é simples: cabedal liso em couro de grão integral, as fa64

mosas “três listras perfuradas” e o solado tonal de borracha foram suficientes para fazer deste cano baixo um objeto de desejo. “O Stan Smith nasceu nas quadras de tênis e já viveu altos e baixos, mas nunca perdeu sua importância. As linhas são simples mas, ao mesmo tempo, sofisticadas, e a execução mais clássica – em couro liso branco, com detalhes verdes – é daquelas que vai bem com tudo”, detalha Nunes. Desde o momento em que o primeiro par de Adidas Stan Smith foi exposto em uma vitrine, 40 milhões de caixas com o modelo foram vendidas em todo o mundo e, recentemente, com sua nova inserção no mercado após uma pausa de um ano, o modelo vendeu em 12 meses mais do que entre o período de 2010 a 2013.

Sempre que questionado sobre o sucesso do modelo, Stan Smith, tenista profissional que deu nome ao tênis, diz que o design simples e as cores básicas são os grandes responsáveis pelo sucesso do calçado através dos tempos. Originalmente nomeado de Halliet, em homenagem ao tenista francês Robert Halliet, o modelo nasceu em 1963, destinado aos esportistas das raquetes. Somente em 1978, quando rebatizado, recebeu o nome de Stan Smith, que atingiu o primeiro lugar no ranking mundial de tênis em 1972. A partir de 1978, variação nas cores foram oferecidas. De lá para cá, combinações inusitadas, estampas e materiais diferenciados, como camurça e malha, entraram em cena, acompanhando as tendências da moda.

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Nike Air Jordan - Inspirado no gênio do basquete

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esde que foi inventado, em 1891, o basquet nunca tinha visto um gênio como Michael Jeffrey Jordan, o maestro do Chicago Bulls, onipresente em toda a quadra, capaz de parar por intermináveis segundos no ar antes de encestar a bola. Foi esta habilidade, sobrenatural segundo seus adversários, que há mais de 30 anos levou o marqueteiro de Jordan, David Falk, a bater às portas da Nike, em Oregon, propondo a criação do Air Jordan, que viria a ser uma espécie de “Cadillac” dos tênis esportivos. O “J”, como é chamado, não é apenas um par de tênis. Aos pés do seu criador, tornou-se um divisor

de águas: ajudou a levar o basquete às multidões, elevou a autoestima de milhões de negros norteamericanos que não teriam outra ferramenta de mobilidade social, e gerou uma revolução no marketing esportivo, que culminou com o slogan, conhecido no mundo todo: “Just Do It”. Desde que entre dois pares de tênis de basquete vendidos nos Estados Unidos, um é “Air”, a consultoria SportsOneSource calcula que Jordan ainda seja o responsável por US$ 2,7 bilhões dos quase US$ 27,7 bilhões que a Nike gera anualmente, a partir da empresa de Beaverton, no Estado de Oregon, que até os anos 1980 era uma obscura fábrica nascida no porta-malas de uma van. O sobrenome do atleta batiza uma divisão de produtos na companhia que vende calçados e roupa inspi-

rados no basquete. “O Air Jordan 1 é considerado, por muitos, o mais importante calçado da cultura dos tênis”, afirma Ricardo Nunes, editor e fundador do site especializado em tênis SneakersBR. Ele revela que o modelo foi banido das quadras da NBA, na época do seu lançamento, e virou uma febre tão grande entre os fãs de Michael Jordan que Nike e a rede FootLocer tiveram de entrar em acordo, lançando novas cores somente aos sábados. “Isso para que a molecada não perdesse aula para fazer fila nas lojas, à espera do tênis”, comenta, acrescentando que o Nike Air Jordan 1 não virou um calçado tão inspiracional para o nascimento de modelos ‘genéricos’. “Mas, nem por isso, ele deixa de se conectar com adeptos da moda mais iniciados nas culturas esportiva e de rua”, completa Nunes. cdn.shopify.com

Tenis Nike air jordan um dos mais famosos da empresa

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2020 é a morte do streetwear e o renascer da roupa usada 66

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Mulher usando look rasgado e usado, umas das tendencias do ano de 2020

Na crónica ‘Sem Preço’ desta semana, a jornalista Catarina Nunes escreve sobre a tendência que está a acabar com o streetwear Trabalho acadêmico válido como AV2 da turma C406M de Editoração Eletrônica da FACHA - 2020/1

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wikimedia.org

Virgil Abloh criador da OFF White

Lucas Fernandes Fonte: Exclusivo.com.br/ Data: 23/05/2020

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uando a maior força do streetwear de luxo na década passada, Virgil Abloh, declara que este é um mercado que vai acabar nos anos 2020, fica-se com a sensação de que algo se está a passar sem que estejamos 68

a dar por isso. A ‘bomba’ lançada em entrevista à revista Dazed, em dezembro, não é uma forma de o fundador da Off-White (e diretor artístico de moda masculina da Louis Vuitton) ter protagonismo nem um reflexo da fase de exaustão física que atravessa em 2019. É impossível não ficar surpreendida quando o ‘rei’ do streetwear declara a extinção da sua própria

área de negócio, na qual é o responsável pela inclusão de novas referências no luxo. Principalmente quando os blusões insuflados, os casacos com capuz e os ténis estão por todo o lado, nas ruas, nos feeds das redes sociais e nas semanas de moda. Aparentemente, o movimento ‘pós-streetwear’ (que eleva o estilo descontraído do dia-a-dia a norma das marcas de luxo tradicionais) parece que ainda não tem os dias contados. Mas Virgil Abloh vaticina que não há capacidade para continuar a vender muito mais ténis, casacos com capuz e t-shirts com logotipos e que há a necessidade de uma nova abordagem de finalidade do streewear. O território das ruas é altamente explorado na década passada não só pela Off-White, Supreme e Vetements, como pela esmagadora maioria das marcas de luxo, em particular a Gucci, a Balenciaga e a Dior, além da Louis Vuitton, onde Virgil Abloh é diretor artístico de moda masculina. O que é que se passa então para que o visionário, que antevê (e impulsiona) a mudança de paradigma no consumo de moda de luxo, observando o comportamento e opções dos jovens? Além do streetwear se ter transformado em ‘mais do mesmo’, os millennials e a Geração Z estão obcecados com a sustentabilidade e com nostalgia do passado, face à incerteza do presente e do futuro. Neste contexto, é inevitável olhar para a roupa em segunda, trazendo uma abordagem renovada ao conceito de vintage. A previsão de Virgil Abloh não é só uma expectativa. A venda de roupa e de acessórios usados está mais florescente do que nunca e multiplicam-se as plataformas di

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gitais que intermediam este tipo de transação. De acordo com os dados da Global Data, o mercado de roupa em segunda mão já vale 24 mil milhões de dólares (€21,5 mil milhões) e até 2023 deverá chegar aos 51 mil milhões (€45,7 mil milhões). Até 2028, será 50% maior do que o mercado do pronto-a-vestir e atualmente já lidera o top 3 das categorias que mais crescem em termos de consumo, à frente da assinatura e do aluguer de roupa. O vestuário de luxo em segunda mão, vintage, pré-amado ou pouco usado é um nicho dentro dos têxteis reaproveitados e está a ganhar dimensão com as gerações mais jovens. O grupo entre os 18 e os 37 anos está a optar por roupa em segunda mão duas vezes e meia mais rapidamente do que outros grupos etários (os mais resistentes são os acima dos 45 anos). Os mais jovens de todos, a Geração Z, são os mais abertos (46%), à frente dos Millennials (37%), da Geração X (18%) e dos Baby-Boomers. Entre aqueles que compram marcas de luxo, 26% prefere comprar roupas usadas de marcas como Gucci, Chanel ou Prada em vez de modelos novos. Os dados da Global Data, que sustentam o vaticínio de Virgil Abloh, refletem também a explosão de lojas e plataformas digitais com vestuário e acessórios de luxo, que já tiveram vidas anteriores. O The RealReal, o maior e a referência na Internet em matéria de compra e venda de luxo usado, revela que 32% dos seus utilizadores está a optar por este segmento em detrimento da compra de roupa nova. As questões de sustentabilidade é o motivo referido por 80% dos utilizadores desta plataforma, de

acordo com um estudo do The RealReal. Em termos de marcas, as mais procuradas neste site são a Gucci e a Louis Vuitton, talvez por serem marcas de luxo tradicionais mas que se adaptaram ao novo perfil de consumidores. Entre as que fazem igualmente sucesso no The RealReal encontram-se a Off-White, a Supreme e a Balenciaga, por serem consideradas bons investimentos. As duas primeiras explodem na década de 2010 no território do streetwear, que está no ‘mindset’ dos millennials. A Balenciaga, criada em 1937, ganha uma legião de jovens fãs ao redefinir a sua história associada à alta-costura, com o lançamento dos ‘triple-s’, modelo de ténis com três solas, que é o ícone dos ‘ugly sneakers’ (ou ‘daddy sneakers’). Afinal, Virgil Abloh pode não estar a decretar totalmente a morte do streetwear, tendo em conta que as marcas de luxo mais procuradas em segunda mão no The RealReal são aquelas que estão neste universo. O que isto pode significar é que os ciclos da moda estão tão acelerados que coleções com menos de dez anos já superam o apelo dos clássicos vintage de luxo. A razão pode ser o olhar das novas gerações para as épocas mais recentes (como confirma a atual corrida à roupa dos anos 1990), como o facto de serem peças mais apelativas (e financeiramente mais acessíveis) do que os clássicos. Neste domínio, os leilões de roupa, joias e acessórios usados há várias décadas que enchem as medidas daqueles que procuram a estética do passado, artigos raros ou que nunca saem de moda. A Sotheby’s e a Christie’s têm sido as mais ativas neste segmento e apre-

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sentam a leilão lotes cada vez mais alargados, o que significa que há mais pessoas disponíveis para se desfazerem (e ganharem dinheiro) com as preciosidades que têm no armário. Há menos apego aos bens materiais e mais desejo de reciclar o guarda-roupa. De tal forma, que a leiloeira Bonhams arranca a nova década com a criação de um departamento dedicado a roupa, acessórios e malas. O primeiro leilão está marcado para abril e inclui lotes de pré-usados da Chanel, Dior, Louis Vuitton e Prada. Com as peças do ‘arquivo morto’ a regressarem e o streetwear a transformar-se em vintage, na entrevista à Dazzed fica-se sem saber se Virgil Abloh vai explorar estes universos. Mas está mais do que provada a apetência deste designer para apanhar primeiro as tendências que andam no ar e redefinir o que é moda de luxo. É com esta sensibilidade que, no início, se depara com o desfasamento entre o mundo real e o da moda de luxo. Nos desfiles das marcas tradicionais, observa a audiência vestida com t-shirt, saia e ténis, opções que não estão refletidas nas passarelas. A este filho de emigrantes do Gana, que cresce no Illinois, nos Estados Unidos, já ninguém lhe tira o estatuto de redefinidor de referências, seja no design de moda como de impossíveis. Para este ano anuncia a abertura em Miami de uma mega-store Off-White, uma coleção cápsula Louis Vuitton X NIGO e o projeto ‘Small Problems’, que está no segredo dos deuses. Em 2019 fica o processo de exaustão física, mas sua mente, essa, continua a pensar no que vem a para os proximos anos. 69


cartacapital.com.br

Modelo negra posando para capa de uma revista

Racismo na indúnstria da moda? O estilista Isaac Silva conta sua trajetória em um mercado com pouca representatividade Lucas Fernandes Fonte: Exclusivo.com.br/ Data: 23/05/2020

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omos um País de 210 milhões de habitantes. A maior parte (54%) é formada por negros. Se levarmos esses números para a moda, veremos que são poucos os estilistas que não se classificam como brancos. Essa porcentagem diminui quando analisamos o número de estilistas negros a desfilar em uma semana de moda, a ter sua própria marca ou a trabalhar em empresas consagradas do segmento em cargos de criação. Isso nos faz questionar a real oportunidade dada a esses profissionais 70

na moda e os motivos que barram as eventuais trajetórias de sucesso. Para entender melhor sobre essa realidade, conversamos com dois estilistas negros brasileiros de diferentes gerações. Isaac Silva, 30 anos, nasceu e foi criado no interior da Bahia, no município de Barreiras. Integrante do calendário oficial da moda brasileira, a São Paulo Fashion Week, tem sua loja própria em São Paulo e comercializa suas criações no mercado online. Isaac tem consciência que ocupa um lugar privilegiado no mundo da moda. Sua vocação apareceu cedo, quando ele nem tinha 10 anos, ao ver a costureira amiga da mãe realizar a má-

gica de criar uma roupa por meio de alguns tecidos. “Pensava que, se estudasse e me esforçasse, teria um trabalho na moda, mas não foi assim. Quando enxerguei que o mercado era racista e não iria me absorver por ser negro, fui estudar e buscar referências para ver como era possível mudar aquilo.” A jovem estilista não desistiu. Estudou e encontrou nomes como o de Ann Lowe (1898-1981), uma das primeiras estilistas negras a entrar para a história da alta-costura americana. Ela criou o vestido de noiva da primeira-dama americana Jacqueline Kennedy para seu casamento com John F. Kennedy em 12 de setembro de 1953.

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GASTRONOMIA

O que esperar do setor de delivery de comida em meio ao coronavírus? Sistema de entregas cresce significativamente em meio a pandemia do novo Covid-19 Felipe Alevato Fonte: scuadra.com.br Data: 20/05/2019 É confuso prever o que vai acontecer em meio a tantas notícias sobre a pandemia que está assustando o mundo. Enquanto muitos setores já estão sendo prejudicados, outros terão acentuado aumento de demanda. Mas como ficará o setor de delivery de comida em

meio ao coronavírus? A Scuadra Embalagens vem acompanhando muito de perto esta questão, e com propriedade pode afirmar que os restaurantes terão uma explosão no número de pedidos para delivery. Quer saber o que o setor de restaurantes e food delivery estão esperando? Continue a leitura e entenda que é muito importante estar preparado para atender o cliente de delivery quando ele

mais precisa. O delivery mundo afora: Enquanto o coronavírus se espalha, alguns setores já experimentam quedas em seus negócios. Setores como de entretenimento, como teatros, cinemas e shows, já sofrem com o surto da doença. Inúmeros eventos foram cancelados ou adiados. Por outro lado, o setor de delivery de comida já sente aumento na demanda, o que é perfeitamente coerente com a situação. Muitos consumidores estão sendo estimulados a ficarem em casa, trabalhando remotamente para as empresas. Os pedidos em plataformas similares ao iFood, aumentaram nas últimas semanas, à medida que mais pessoas se fecham para o mundo exterior. Delivery nos EU: Nos Estados Unidos, recentemente, a Amazon notificou os clientes de que as entregas do Prime Now levariam mais tempo do que o normal por causa da crescente demanda. Com a impossibilidade em atender o cliente no salão,

scuadra.com.br

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muitas redes de restaurantes estão alavancando suas capacidades de fornecimento para suprir as necessidades básicas de alimentos de seus clientes, oferecendo mantimentos. Redes como Panera Bread, Mc Donald’s e o Subway estão nesta lista de restaurantes que estão se adaptando à pandemia e tentando diminuir a ida dos americanos aos supermercados. Além disso, a rede de churrascaria brasileira Fogo de Chão oferece cortes de carne premium para os hóspedes cozinharem em casa. Na quarta-feira, o McDonald’s Corp., com sede em Chicago, disse que seus restaurantes na Austrália também começarão a vender ingredientes de menu como mantimentos. Mais de 100 restaurantes Subway no sul da Califórnia estão se transformando em mercearias

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improvisadas, vendendo ingredientes de restaurantes, como alface ensacada e sopas congeladas, para consumidores que procuram uma maneira rápida e segura de obter mantimentos sem entrar no supermercado. “A primeira rodada de alimentos de conveniência disponíveis no McDonald’s inclui creme de leite e leite desnatado, muffins ingleses e pães gourmet. Esperamos estender a gama de ofertas básicas de conveniência para incluir ovos e outros produtos nas próximas semanas ”, afirmou a rede. Como tudo relacionado ao Covid-19, as atualizações não param. Com o fechamento dos bares e restaurantes em muitos estados, mais do que nunca, o delivery e o take-out estão sendo a alternativa. Assim, bares e restaurantes poderão atender clientes

de entrega, evitando fecharem as portas de vez. Delivery na China: A Meituan é uma das maiores empresas de entrega de comida da China, com 5,9 milhões de varejistas parceiros, incluindo redes globais como McDonald’s e Pizza Hut, e 700.000 entregadores ativos diariamente. A Meituan, disse ao Business Insider que está recebendo quatro vezes o número de pedidos que recebeu durante o mesmo período do ano passado. E embora a entrega de alimentos na China seja geralmente usada por pessoas que comem sozinhas, a empresa observou um grande aumento nos pedidos destinados a mais de uma pessoa. Outro ponto interessante é que em virtude da pandemia de coronavírus, a China adotou o serviço de entrega sem contato. Desta forma, a comida é deixada em um ponto específico de um prédio, por exemplo, sem que o entregador tenha contado com o cliente. Com isto, entregador e cliente evitam o contato diminuindo possíveis contaminações. Agora, com a situação um pouco mais controlada na China, os chineses aos pouquinhos, retornam a suas atividades. Isso não quer dizer que a população está fora de perigo, tampouco que hábitos adquiridos recentemente, como o delivery, não estejam em alta. Coronavírus e o delivery no Brasil Por aqui a expectativa de crescimento do delivery de comida é muito grande. Na verdade, o que vemos é que bares, restaurantes e padarias se sentem despreparados para a demanda que está por vir. Segundo nosso CEO, Luiz Silveira, “os proprietários de restaurantes estão enlouquecidos, pois tiveram explosão no Delivery.” A reação destes restaurateurs é ge-

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nuína e os pedidos on-line podem ser uma questão de necessidade, não de conveniência. Por parte dos restaurantes, o delivery é uma necessidade para cobrir a perdas relativas a diversos cancelamentos de eventos. Para os clientes, o delivery será a opção para evitar sair de casa. De um jeito ou de outro, o que resta a fazer é deixar o seu negócio preparado para o aumento da demanda delivery. Isso vai garantir o atendimento ao cliente bem como compensar a queda das vendas dos estabelecimentos físicos. Para muitos food services, a previsão é de que as vendas do delivery superem as vendas do salão. Com o aumento dos casos se multiplicando a cada dia, os clientes deixarão de comer fora. E o seu restaurante deve estar preparado para atendê-los, entregando a melhor experiência. Embalagens para delivery – estoque: É provável que os clientes que usualmente frequentam o restaurante, passem a fazer pedidos de delivery. Isso não causa grandes alterações na utilização de ingredientes ou vendas dos pratos. Por outro lado, gera um aumento significativo na demanda por embalagens para delivery de comida. Como item indispensável para oferecer sua comida no delivery, as embalagens precisam estar presentes no estoque em quantidades adequadas. Uma situação muito comum é restaurantes despreparados precisarem encerrar o serviço de delivery por falta de embalagem suficiente. É certo que deixar de atender o cliente é a última coisa que o seu restaurante precisa. Além de você perder a venda, o seu cliente vai consumir comida da concorrência. Em tempos de redução de clientes presenciais à

mesa física, perder clientes de delivery não é nada bom para o seu negócio. Hoje, quem saiu à frente da concorrência e se estruturou para oferecer um serviço de delivery adequado, vai garantir a entrada de receitas e atendimento ao público, mesmo à distância. Aliás, restaurantes que já possuem experiência com o delivery, podem ganhar ainda mais clientes, oferecendo a entrega gratuitamente. Manter a calma O que parece tão simples, como manter a calma, está difícil de ser praticado. Para o público em geral, a necessidade de alguns itens básicos está causando correria, como no caso de álcool gel e máscaras descartáveis. Para os restaurantes, a falta de alguns itens também está tirando o sono de seus proprietários. Estamos falando das embalagens para o delivery para comida. A situação que estamos enfrentando com o coronavírus está sacudindo ainda mais o setor de delivery. O tema já é grande tendência, como mostra a matéria da revista Veja da edição de 18 de março de 2020, que trata da “Revolução no Apetite Digital”. Com esta reportagem, fica evidente a importância do delivery para o setor de food service. Para completar o quadro, os gestores de restaurantes estão sentindo na própria pele a necessidade de dar atenção ao delivery, com a pandemia do COVID-19. O que fazer: No geral, as ações imediatas que o gestor de food service deve tomar são aquelas relativas à segurança de seus funcionários e clientes. Medidas de higiene preventivas podem fazer os clientes se sentirem mais seguros e frequentar o estabelecimento: • aumentar a frequência de higienização dos ambientes, equi-

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pamentos, mesas e utensílios; • disponibilizar diversos pontos adicionais de álcool gel nos restaurantes, inclusive na entrada principal da loja; • orientar adequadamente a equipe em manter os clientes com espaço adequando entre eles. Para os restaurantes que já estão no delivery, a saída é intensificar os esforços para otimizar as operações. Outro ponto importante é dedicar tempo projetando itens de menu que podem ser entregues com mais facilidade. E por fim, redobrar na limpeza, garantindo segurança para o cliente. Recomendações da Scuadra Não é mais o dia a dia. A Scuadra vem tomando decisões a cada hora, tendo como escopo solucionar o problema de nossos clientes. A demanda por embalagens personalizadas para delivery tomou proporções excepcionais. Com isto, a Scuadra está se reinventando a cada instante para atender nossos clientes e apresentar, a cada situação, a melhor solução em embalagem. Entendemos perfeitamente a urgência do setor de food service e a dor que estão enfrentando. Preservar seus negócios, empregos e ainda assim, atender e servir seus clientes com segurança, é o desejo de todos. A Scuadra está operando 24 horas, 07 dias por semana e, ainda assim, as vendas para novos clientes estão, temporariamente, suspensas. Contudo, não mediremos esforços em lutar a favor dos interesses de nossos clientes. Juntos, a Scuadra Embalagens, nossos parceiros e clientes estaremos juntos para enfrentar, com muito trabalho, esta crise que ameaça a sobrevivência de todos nós. 73


Os bares e restaurantes que não resistiram à crise do coronavírus Abrasel prevê o fechamento de mais de 1600 estabelecimentos até o final de junho Felipe Alevato Fonte: veja.abril.com.br Data: 20/05/2020 Na esteira da crise causada pela pandemia do novo coronavírus, um dos setores mais impactados é

o de bares e restaurantes. Mesmo com a retomada gradual das atividades econômicas em algumas cidades, estes estabelecimentos seguirão fechados em um primeiro momento podendo operar, apenas, com serviços de retirada

e delivery. A restrição ao funcionamento, em alguns casos, leva ao fechamento definitivo do negócio. Segundo dados da Associação Nacional de Bares e Restaurantes (Abrasel), cerca de 20% do setor (aproximadamente 50 mil estabe-

diariosgastronomicos.com.br

Sanduíche de borboleta de porco do restaurante cateto

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lecimentos) faliu no estado de São Paulo. O órgão estima que, se não houver nenhuma medida de amparo aos negócios desse segmento, durante o mês de junho fecharão, em média, 1.650 estabelecimentos por dia, o que pode afetar cerca de 10 mil trabalhadores e 3.300 empresários do setor. Em São Paulo, estabelecimentos tradicionais fecharam as portas nos últimos meses. Em abril, o La Frontera e o Pasv, também da região central, encerraram as suas atividades. Nas redes sociais, o bar Cateto, na região de Pinheiros, zona oeste paulistana, anunciou, há duas semanas, que “diante de uma pandemia mundial que ninguém estaria pronto para prever ou se preparar, nós, como tantos outros pequenos

negócios, não resistimos”. Anúncio semelhante foi feito pelo bar Capivara, na Barra Funda, também na zona oeste. “Informamos que o Capivara Bar, como se conhece, não existe mais”, diz uma publicação da quarta-feira 27 no Instagram. No Rio de Janeiro, segundo levantamento do Sindicato de Bares e Restaurantes do estado (SindRio), encerraram as suas atividades o Bar Leo, duas unidades do Ráscal (CasaShopping e Rio-Sul), o Laguiole Lab, Puro, Aconhego Carioca (Leblon), a cervejaria Yeasteria, o restaurante Zuka e o Espirito Santa. Em nota, a Companhia Tradicional de Comércio, que administra o bar Astor, em Ipanema, e duas unidades da Bráz Zomato.com

Entrada do restaurante Ráscal em botafogo

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Pizzaria, no Jardim Botânico e na Barra da Tijuca, afirmou que os estabelecimentos de Ipanema e da Barra da Tijuca interromperam as suas atividades. De acordo com a companhia, 22 funcionários foram demitidos da unidade da Barra da Tijuca e outros 44 foram desligados do bar Astor. O Malta Beef Club, especializado em carnes nobres, anunciou a suspensão das atividades das unidades, no Jardim Botânico e no Leblon, em uma rede social. “Lamentamos profundamente o avanço da crise mundial provocada pela Covid-19. Nossa única arma no momento é tentar conter a propagação do vírus permanecendo em casa, conforme recomendações das autoridades”, diz o restaurante. O estabelecimento voltará a atender via delivery a partir do dia 5 de junho. O chef Claude Troisgros anunciou, ainda em março, em uma rede social, que quatro de seus restaurantes interromperam o atendimento ao público: Le Blond, CT Boucherie Leblon, CT Brasserie, CT Boucherie Rio Design Barra. Destes, os dois primeiros ainda funcionam através de delivery, enquanto Chez Claude e Olympe deverão iniciar as atividades neste setor em breve. “Nosso desejo é que este momento seja breve e passageiro, e que possamos voltar às nossas rotinas de forma segura o mais rápido possível”, diz o chef em seu perfil no Instagram. O restaurante Lasai, do chef Rafa Costa e Silva, também foi fechado em razão do coronavírus. “Devido à gravidade do momento e com o intuito de evitar ainda mais a propagação do coronavírus, decidimos fechar o restaurante por tempo indeterminado. O momento é de zelar pela saúde de todos os nossos amigos, clientes e colaboradores”, disse em um vídeo. 75


Coronavírus: turbine seu prato com cursos online de gastronomia O isolamento social pode ser uma boa oportunidade para sair do básico na cozinha e aprender novas habilidades Felipe Alevato Fonte: metropoles.com Data: 20/05/2020 Quem pode ficar em casa durante o período de isolamento social, recomendado dada a pandemia do coronavírus, pode estar enfrentando um probleminha: tempo de sobra. Entre uma maratona de seriado e uma sessão de alongamento na sala, ainda sobram horas no dia a se aproveitar. Pela internet, pipocam cursos gratuitos para

quem quer desenvolver uma habilidade. Quem gosta de cozinhar e quer aprender um ou outro truque novo pode encontrar diversas opções online. “No curso presencial, eu posso literalmente pegar a mão do aluno e fazer com ele. Essa experiência não é possível no online, mas também ninguém quer ficar sentado por quatro horas na frente do computador, que é o tempo da minha aula presencial. A gente passa mais objetividade pela

Senac.com.br

Alunos do curso de gastronomia do Senac

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tela, o vídeo é mais rápido. Para aprender coisas como o ponto da carne, por exemplo, eu sugiro ter itens importantes como balança e termômetro, utensílios que vão te fazer evoluir enquanto cozinheiro, mesmo que caseiro”, indica o chef Paulo Tarso, que ministra cursos online em sua escola de cozinha. O mais importante, ele garante, é que o aluno continue praticando as receitas em casa, até mesmo depois que a crise passar. “Se contarmos com a receita escrita, acho que dá para passar qualquer conteúdo de gastronomia por video-aula. Mas depois disso, a pessoa tem que praticar, reproduzir os preparos”, adverte. Conheça algumas plataformas online de cursos de gastronomia: Curseria A plataforma tem diversos conteúdos pagos – desde noções básicas de defesa pessoal até mesmo técnicas para falar em público. De gastronomia, o site oferece seis cursos diferentes, cada um com um especialista na área. O chef Jun Sakamoto ensina a fazer sushi, enquanto Henrique Fogaça vai ensinar o básico para cozinhar com técnica e segurança. O chef Felipe Bron-

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tnsul.com

Henrique Fogaça, professor na plataforma Curseria

ze explora a criatividade possível na cozinha contemporânea. Os fãs da apresentadora Bela Gil podem aprender com ela dicas para manter uma alimentação saudável – conhecimento essencial para tempos de quarentena. Quem tem churrasqueira em casa pode pegar algumas aulas com o chef Rogério deBetti, que propõe a busca pelo grelhado perfeito. Por fim, Dani Noce ensina o básico da confeitaria na plataforma. As aulas variam de acordo com cada professor, e têm quatro e 17 horas de duração. Os cursos custam entre R$390 a R$790. Educa: O site conta com 16 cursos relacionados a gastronomia, todos eles voltados para a formação profissional de trabalhadores como cozinheiros, confeiteiros, cervejeiros, padeiros, baristas e bartenders. Com cargas horárias variando de 30 a 60 horas, é preci-

so completar algumas provas para conseguir o certificado de conclusão. Os cursos são considerados livres, ou seja, não contam como educação formal. São, no entanto, boas possibilidades para enriquecer o currículo de quem trabalha na área – ou uma boa formação para quem quer aprender a se virar na cozinha como um verdadeiro profissional. LearnCafe: A plataforma online conta com nada menos que 162 cursos gratuitos na área de gastronomia. As aulas vão desde receitas simples, como o preparo de molhos de tomate ou bechamel, passando por técnicas básicas de cozinha, como tutoriais que ensianam a descascar abacaxis e maçãs e truques com a cebola, até mesmo receitas mais complicadas, como as adaptações para a dieta vegana. O benefício dos cursos é pago, mas é possível usufruir de um mês de

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teste antes de assinar a plataforma. Caso o aluno precise de um certificado de conclusão do curso, será necessário pagar um valor à parte. Senac: A instituição conta com mais de 40 cursos livres na área da gastronomia – todos à distância. As inscrições estão abertas para aulas diversas, que vão desde práticas de aproveitamento integral dos alimentos até lições complexas como decoração de bolos. A plataforma ainda oferece aulas de gastronomias específicas, como a brasileira, italiana e japonesa, além de ensinar receitas para dietas como a vegetariana e a dietética. Com cargas horárias que variam de 20 a 240 horas-aula, boa parte dos cursos custa R$ 86,42, mas os valores podem chegar até R$ 504: este é o preço do curso de garçom, que pode ser dividido em até 10 vezes. 77


Receita saudável para passar a pandemia Penne integral com tomate cereja e espinafre

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comsaborperfeito.com

Felipe Alevato Fonet: comsaborperfeito.com fonte: 20/05/2020

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Páscoa acabou, muito chocolate, muita comida e agora temos que voltar ao nosso ritmo normal ou até maneirar um pouco. Ai começamos a pensar em comida saudáveis, em regime, em perder peso, e com isso nem sempre vem a imagem da alimentos muito saborosos ou com a cara bonita e apetitosa. Mas consegui esta receita de Penne Integral que pode te surpreender com o sabor, com a cara gostosa e como é saudável. Um receita vegetariana mas que pode agradar a todos! ingredientes: 1 lata de tomate pelado em lata 1 pacote de macarrão penne integral Meio maço de espinafre fresco com as folhas inteiras

20 tomates cereja picados ao meio 4 dentes de alho picados 1/4 xícara de queijo parmesão 1/3 xícara de salsa fresca 1/2 colher de chá de sal 1 colher de sopa de azeite de oliva Modo de Preparo: Ferva macarrão conforme as instruções da embalagem. Enquanto a massa está fervendo preparar os legumes. Em uma frigideira grande antiaderente , em fogo médio, aqueça o azeite. Adicione o alho e cozinhe por 1 minuto apenas. Adicione os tomates cereja cortados e sal e refogue por mais um minuto. Adicione o molho de tomate pelado, picando grosseiramente seus pedaços até ficar com caldo e pedaços bem pequenos, mexendo por mais um minuto. Desligue a fogo e adicione o espinafre fresco. Adicione o macarrão cozido, salsa fresca e queijo parmesão e misture os ingredientes completamente. Sirva ainda quente com um pouco de queijo extra.

dopaoaocaviar.com.br

Penne integral, combinação perfeita para aqueles que gostam de leveza e sabor

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