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SAÚDE
from Revista InForme - C301H - 2022/1 - FACHA - Faculdades Integradas Hélio Alonso, Rio de Janeiro/RJ.
O que está por trás de nova epidemia de dengue no Brasil
Foco na pandemia de covid-19 é um dos fatores por trás de descontrole nos casos de dengue
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O mosquito transmissor permanece infectado por 6 a 8 semanas, duração de seu ciclo de vida
Maria Clara Oliveira e Lucas Campos Fonte: bbc.com Em:10/05/2022
Do início de janeiro a 23 de abril deste ano, o Brasil contabilizou 542.038 casos prováveis de dengue e 160 mortes pela doença. O volume de casos nesses poucos meses do ano chegou perto do total de casos prováveis de dengue registrados no país em 2021, 544.460. Os números, disponíveis no último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, revelam um aumento de 113,7% nas infecções por esse vírus, transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti, em relação ao mesmo período de 2021. Em alguns locais do país, a situação é pior: no Centro-Oeste, o crescimento em comparação com o ano passado foi de 253,8%. Até o momento, a região registrou 920 casos por 100 mil habitantes — em segundo lugar aparece o Sul, com 427 casos por 100 mil. Entre as cinco cidades mais atingidas, as duas primeiras estão no Centro-Oeste: Goiânia (31 mil casos) e Brasília (29,9 mil). Completam a lista Palmas (9 mil), no Tocantins; São José do Rio Preto (7,4 mil) e Votuporanga (6,8 mil), ambas em São Paulo. “O que se observa neste ano é uma atividade expressiva da dengue em algumas partes do país, em particular no eixo que vai do Tocantins até Santa Catarina, passando pelo Centro-Oeste e pela porção oeste de São Paulo”, interpreta a bióloga e epidemiologista Cláudia Codeço, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz).
Os ingredientes de uma epidemia
“Tivemos um clima especialmente favorável à dengue neste ano, com chuvas intensas e prolongadas”, lembra Codeço. Para o Aedes aegypti, as chuvas são sinônimo de água parada, local onde os ovos do mosquito eclodem e as larvas se desenvolvem até alcançarem a fase adulta. “Geralmente, quando chega o mês de dezembro e começamos a notar uma grande concentração do Aedes, já dá para prever que março e
A tendência é uma redução mais acentuada no número de casos a partir de junho”, estipula Falcão. “Mesmo assim, os cuidados de prevenção contra dengue devem acontecer durante todo o ano”, ressalta a infectologista.
Para reforçar o combate ao mosquito Aedes aegypti, a Prefeitura passará fumacê pelas ruas da cidade
abril vão ser ruins, com muitos casos de dengue”, observa o infectologista Celso Granato, diretor do Fleury Medicina e Saúde. Mas, na virada de 2021 para 2022, as projeções foram atrapalhadas por outras duas crises de saúde. Nessa mesma época, o Brasil enfrentou uma epidemia de influenza H3N2, que causou um aumento importante de casos de gripe, e o espalhamento da variante ômicron do coronavírus, por trás de recordes nos números de infecção. “Os sistemas de vigilância da dengue foram muito prejudicados, já que nesses dois últimos anos havia um foco quase absoluto na pandemia de covid-19”, acrescenta o médico, que também é professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Cidades com incidência mais alta de dengue no momento estão espalhadas por Centro-Oeste, partes de São Paulo, Paraná e Santa Catarina Ainda em relação à pandemia, o menor número de infecções em 2021 também tem a ver com os períodos de maior isolamento social, que diminuíram a locomoção das pessoas pelas cidades. “Tudo isso dificulta o controle de vetores que transmitem a doença”, explica a especialista, que coordena o InfoDengue, uma iniciativa da FioCruz e da Fundação Getúlio Vargas (FGV) para o monitoramento das doenças relacionadas ao Aedes. “Também é importante observar o espalhamento da doença para o Sul do país, onde ela era pouco ativa ou quase inexistente. Essa expansão pode estar relacionada às mudanças climáticas e à própria adaptação do mosquito”, complementa a epidemiologista. A tendência, de acordo com o que aconteceu nas temporadas anteriores, é que os casos de dengue continuem a subir no país pelo menos até o meio de maio. A partir daí, com a chegada de temperaturas mais baixas nas regiões Sul, Sudeste e parte do Centro-Oeste, os registros devem voltar a cair. “Os números da dengue costumam ser mais elevados durante verão, por causa da alta temperatura e da quantidade de chuvas, mas o período de ascensão da doença começa em outubro e vai até maio.
A resposta das autoridades
Fumacê com inseticidas é uma das únicas opções para controle do mosquito transmissor da dengue
A BBC News Brasil entrou em contato com as Secretarias Estaduais de Saúde de Goiás, Distrito Federal, Tocantins e São Paulo, locais com as cidades mais atingidas até o momento. A secretaria do Distrito Federal afirmou que promove sempre ações de combate ao Aedes em todas as regiões administrativas. “Semanalmente é realizada uma análise da incidência de casos por região e também das cidades em que há maior presença do mosquito. Após essa análise, as regiões que apresentam maior aumento passam a receber uma intensificação das ações, inclusive com o uso do UBV Pesado [fumacê], que é apenas uma das estratégias utilizadas no combate ao mosquito.” Já os representantes de Goiás admitem que “o avanço dos casos colocam o Estado em situação de alerta para a possibilidade de uma epidemia por dengue”. “A Secretaria Estadual de Saúde vincula o aumento expressivo da infestação do Aedes aegypti e da quantidade de casos das doenças causadas pelo vetor à intensidade das chuvas e à baixa adesão da população em limpar os seus domicílios.” A secretaria de São Paulo destacou que o número de casos no Estado está mais baixo (ou ligeiramente parecido) em 2022 na comparação com 2021, apesar da situação ruim de algumas cidades neste ano.
Quais os sintomas da dengue e como diferenciá-la da variante omicron da covid-19
Febre, dores de cabeca e corporais, cansaco e mal-estar. Nos últimos dois anos, esses sintomas tem sido logo associados com a suspeita de ter contraido covid-19
Maria Clara Oliveira e Lucas Campos Fonte:bbc.com Em:17/05/2022 A passagem do verão com a chegada da época de chuvas no Brasil leva todos os anos a uma explosão de casos de uma doença com esses mesmos sintomas: a dengue. Sem falar na epidemia de gripe que tem atingido diversas cidades brasileiras. Diante dessa aparente confusão com os sintomas, que têm levado muita gente a ter dúvidas sobre que tipo de doença contraiu, há tantas semelhanças assim entre dengue e as variantes da covid? Ou sintomas, prevenção, tratamento e frequência de casos são bastante diferentes? Em resumo, mesmo que ambas sejam causadas por vírus, são doenças com diferenças claras em grande parte dos sintomas, na forma de transmissão e em como devemos lidar com elas nos próximos meses e anos. Mas as estatísticas de ambas as doenças são graves e preocupantes hoje no Brasil. De outro, numa escala de grandeza muito maior, o espalhamento da variante ômicron do coronavírus tem levado a sucessivos recordes de infecções ao redor do Brasil. Isso se reflete também em internações hospitalares. Sintomas: podem ser parecidos à primeira vista, mas são bem diferentes. A começar pelo sintoma da febre alta, sintoma clássico que aparece abruptamente como primeiro sintoma no começo da infecção por dengue. No caso da covid-19, esse sinal não necessariamente é o primeiro e em muitos casos pode nem aparecer. Os sintomas respiratórios, bastante comuns na covid-19, são raros “na dengue, que não costuma causar sintomas respiratórios como coriza (nariz escorrendo), obstrução nasal (nariz entupido) ou tosse”, explica a médica infectologista Melissa Falcão, consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia. Aliás, no contexto atual, com diversas epidemias ao mesmo tempo no país, a especialista ressalta que no caso de sintomas respiratórios os profissionais de saúde responsáveis pelo paciente “devem fazer sempre o diagnóstico diferencial entre o covid-19 e a gripe causada pelo vírus da Influenza A H3N2, o que só pode ser feito com segurança através de exames laboratoriais específicos”.
Profissionais de saúde e autoridades têm reforçado a importância de se identificar essas doenças o mais rápido possível, o que pode reduzir o número de internações e mortes. Pensando nisso, um grupo de pesquisadores franceses elaborou um modelo matemático para ajudar médicos a diferenciar a covid-19 da dengue e de outras doenças febris com mais agilidade e precisão.Entenda os principais sintomas de cada uma delas.
1. Dengue
Esta é uma infecção viral transmitida principalmente por meio da picada de um mosquito fêmea infectado por um flavivírus, geralmente o Aedes aegypti (também responsável pela transmissão do vírus chikungunya, febre amarela e Zika). Há quatro sorotipos (DENV-1, DENV-2, DENV-3, DENV-4), cada um com interações diferentes com os anticorpos humanos. Ou seja, as pessoas têm quatro possibilidades de serem infectadas. A doença costuma durar de quatro a dez dias, mas o impacto da doença pode durar semanas. Pode ser não grave (com ou sem sinais de alarme) ou grave, e o diagnóstico pode ser feito por exame clínico e confirmado por exame de sangue.
2. Covid-19
Em todas as variáveis, a infecção pelo coronavírus Sars-CoV-2 pode se dar sem ou com sintomas, que vêm alterando bastante a depender da variante ligada à infecção. A covid-19, doença causada por esse vírus, pode se apresentar em três formas: leve, moderada ou grave. O diagnóstico pode ser feito por exame clínico e por testes de laboratório em amostras colhidas no nariz, principalmente. Os sintomas mais comuns (quando se fala da “versão” do vírus logo no início da pandemia, em 2020) eram tosse seca, febre, cansaço e perda de olfato e de paladar. A Organização Mundial
aguaslindasdegoias.go.gov.br
da Saúde (OMS) listava também sintomas menos comuns (dor de cabeça, garganta, diarreia, olhos vermelhos e irritados, e erupções na pele) e sintomas graves (falta de ar, perda de mobilidade e fala, dor no peito e confusão mental). Tratamentos contra dengue e covid-19. Segundo o Ministério da Saúde brasileiro e a Organização Mundial da Saúde, o tratamento para a dengue não é específico para o vírus em si, mas para os sintomas. Ainda assim, quanto antes se diagnostica e se trata esses efeitos, menos a doença consegue progredir, reduzindo a taxa de mortalidade da dengue grave para menos de 1%. Em geral, no caso da dengue clássica (não grave e sem sinais de alerta), os profissionais de saúde recomendam repouso, hidratação e acompanhamento médico. A depender do surgimento de novos sintomas, as pessoas devem procurar logo unidades de saúde. Os remédios disponíveis também são voltados para os sintomas, como febre e dor. Mas a automedicação é muito perigosa, e alguns remédios (principalmente anti-inflamatórios não esteroides, como ibuprofeno) podem afinar o sangue, elevar o risco de sangramento e agravar muito o estado de saúde do paciente. Recomenda-se sempre procurar orientação de profissionais de saúde especializados. No caso da covid-19, os cientistas descobriram ao longo da pandemia diversas formas de melhorar o tratamento dos pacientes infectados com a doença. Há atualmente abordagens tanto para os sintomas quanto para as consequências e o próprio vírus. Mais especificamente, medica-
prefonline-savein.cdn.jelastic.net mentos anti-inflamatórios que podem ser usados para conter reações exageradas e potencialmente letais do nosso sistema imune enquanto ele combate o coronavírus, drogas antivirais que dificultam a replicação do coronavírus dentro do corpo e terapias de anticorpos que imitam nosso próprio sistema imunológico para atacar o vírus. Novamente se recomenda que os pacientes não se automediquem e busquem orientação de profissionais de saúde em caso de sintomas. Nem todas essas medicações estão disponíveis no Brasil.
Covid vai se tornar uma endemia como a dengue?
A dengue é uma das diversas doenças consideradas endêmicas no Brasil. Esse termo significa a “presença constante e/ou prevalência habitual de uma doença ou agente infeccioso em uma população de uma área geográfica”, segundo definição do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. Por isso, todos os anos ouvimos os alertas para evitar a transmissão da dengue ao “não deixe água parada” e nos acostumamos a conviver com o vírus. Nos anos 1950, o Brasil chegou a ser considerado livre do Aedes aegypti pela OMS (naquela época a preocupação era com a febre amarela transmitida pelo mosquito), mas ao longo do tempo o inseto migrou para o território brasileiro de outras regiões do continente americano e atualmente não se considera mais a possibilidade de erradicação dele. “A dengue faz parte das chamadas doenças negligenciadas, que acometem países pobres, não havendo interesse dos países desenvolvidos em investir nestas doenças”, explica Falcão, consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia.
Também estão nessa categoria, que são ignoradas também pela indústria farmacêutica em suas pesquisas, a doença de Chagas, a leishmaniose, a hanseníase, a malária, a esquistossomose e a tuberculose, por exemplo. A existência de um vírus endêmico não deve ser confundida com a de uma epidemia ou pandemia, que é o caso atualmente da covid-19. Pandemia é uma epidemia (aumento de casos em uma determinada região que atinge um pico e depois diminui) que ocorre ao redor do mundo quase ao mesmo tempo. Mas o avanço da vacinação contra a doença e a proporção menor de pacientes graves (em relação ao total de infectados) têm alimentado a seguinte questão: a covid-19 se tornará mais uma doença endêmica? Primeiro, um diretor da OMS para o continente europeu, Hans Kluge, recomenda bastante cautela nesse debate. “Fala-se muito em endemia, mas endemia significa que é possível prever o que vai acontecer. Esse vírus nos surpreendeu mais de uma vez, então temos que ter muito cuidado.” A líder técnica da covid-19 da OMS, Maria Van Kerkhove, admitiu que “o vírus está a caminho de se tornar endêmico”, mas lembrou que ainda estamos no meio dessa pandemia”, com diversos países (principalmente os mais pobres) sem acesso a vacina contra covid-19 ou com uma parcela significativa da população que não quis se vacinar e atualmente representa grande parte das pessoas que são internadas e morrem. Além disso, como explicado no início da reportagem, a doença ainda tem lotado hospitais no Brasil e matado centenas de pessoas por dia (foram 487 registradas apenas em 25/01), mesmo com 70% da população vacinada. Nos EUA, onde 63% das pessoas estão imunizadas, a média diária de mortes chega a 2.200 pessoas no fim de janeiro de 2022. Muitos dos infectados estão doentes pela segunda ou terceira vez. Segundo um estudo com milhares de voluntários na Inglaterra, por exemplo, quase 7 em cada 10 pessoas que contraíram a variante ômicron já tinham sido infectadas por outra variante do coronavírus. Mas somente novos estudos poderão confirmar esse patamar e detalhar quantas delas ficaram gravemente doentes sendo vacinadas ou não. Por outro lado, com a grande maioria da população completamente vacinada, o que reduz enormemente os riscos de morte, os países começam a se preparar para o fim da pandemia (isso se não surgirem mutações que driblem completamente o imunizante, mas especialistas afirmam que essa possibilidade é muito baixa). A Espanha, por exemplo, anunciou que passaria a tratar a covid como uma gripe, que costuma causar epidemias no inverno (entre outros motivos porque as pessoas acabam se aglomerando mais em lugares fechados). E o ministro da Educação do Reino Unido, Nadhim Zahawi, disse esperar que seu país “seja uma das primeiras grandes economias que mostre ao mundo como fazer a transição de uma pandemia para uma endemia”. “Em breve estaremos em uma situação em que o vírus estará circulando, cuidaremos das pessoas em risco, mas aceitaremos que qualquer outra pessoa o pegue”, disse a virologista Elisabetta Groppelli, da Universidade de St. George de Londres, em entrevista recente à BBC.
campolimpopaulista.sp.gov.br
O que você pode fazer
Além das políticas públicas, os especialistas chamam a atenção para as responsabilidades individuais no combate à dengue.
Aqui entram aquelas recomendações clássicas de evitar qualquer reservatório de água parada sem proteção em casa. O mosquito pode usar como criadouros grandes espaços, como caixas d’água e piscinas abertas, até pequenos objetos, como tampas de garrafa e vasos de planta.Vale fazer uma faxina no quintal e na varanda, com especial atenção para depósitos, calhas e objetos que ficam ao relento e podem acumular água da chuva. Instalar telas em portas e janelas ou usar repelentes na pele são atitudes que também podem ajudar. Por fim, é importante ficar atento aos sintomas da dengue, como febre, cansaço, vermelhidão em partes do corpo, coceira e dores na cabeça, nos músculos, nas articulações ou atrás dos olhos. Após o diagnóstico da doença, a recomendação é fazer repouso, caprichar na hidratação e, se necessário, usar remédios que aliviam alguns desses incômodos. “Todos precisam conhecer os sinais de que a doença pode estar evoluindo para as formas mais graves. ”, lista Granato.
Sarampo: conheça os riscos, sintomas e tratamento da doença
Casos relatados em todo o mundo aumentaram 79% nos primeiros dois meses de 2022, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS)
Maria Clara Oliveira e Lucas Campos Fonte: cnnbrasil.com.br Em:22/05/2022 O sarampo é uma doença infecciosa causada por um vírus, que pode ser fatal. A transmissão acontece a partir do contato com pessoas contaminadas, a partir da tosse, fala, espirro ou respiração. A vacinação é a única forma de prevenção contra a doença. Os casos de sarampo relatados em todo o mundo aumentaram 79% nos primeiros dois meses de 2022, em comparação com o mesmo período de 2021. Mais de 17 mil casos de sarampo foram relatados em todo o mundo em janeiro e fevereiro de 2022, em comparação com 9.665 registrados durante os dois primeiros meses de 2021. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância(Unicef) alertaram nesta semana que os países podem estar diante de condições propícias para o surgimento de surtos graves da doença que pode ser prevenida pela vacinação. Por ser uma doença altamente contagiosa, os casos tendem a aparecer rapidamente quando os níveis de vacinação diminuem. O sarampo é uma doença infecciosa causada por um vírus, que pode ser fatal. A transmissão acontece a partir do contato com pessoas contaminadas, a partir da tosse, fala, espirro ou respiração. A vacinação é a única forma de prevenção contra a doença. Na edição desta sexta-feira (29) do quadro Correspondente Médico, do Novo Dia, o neurocirurgião Fernando Gomes explicou os principais riscos e sintomas do sarampo.Os principais sinais da doença são: febre acompanhada de tosse, irritação nos olhos, nariz
escorrendo ou entupido e mal-estar intenso (veja a lista completa no quadro).
Vacinação
O sarampo é uma doença prevenível por vacina. A formulação do imunizante deve ser indicada por profissional da saúde, de acordo com a idade ou situação epidemiológica. Os tipos de vacinas incluem a dupla viral, que protege dos vírus do sarampo e da rubéola, tríplice viral, que inclui caxumba, e tetra viral, que acrescenta catapora (varicela) à formulação. “A melhor forma da gente combater essa doença é através da vacina. Há uma falsa sensação de segurança, de que se eu não vejo casos a doença não existe, mas não é bem assim. É importante que todo mundo tenha essa vacina para evitar que tenha complicações e que o sarampo se manifeste e se espalhe por toda a população”, diz Gomes. A infecção pelo vírus do pode deixar sequelas por toda a vida. De acordo com o Ministério da Saúde, algumas das complicações em crianças são: Pneumonia: cerca de 1 em cada 20 crianças pode desenvolver pneumonia, causa mais comum de morte por sarampo em crianças pequenas Infecções de ouvido: ocorrem em cerca de 1 em 10 crianças e pode provocar perda auditiva permanente
Inflamação do cérebro (ence-
falite): 1 em cada 1.000 crianças podem desenvolver essa complicação e 10% destas podem morrer Morte: 1 a 3 a cada 1.000 crianças podem morrer em decorrência de complicações A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) considera protegido quem recebeu duas doses da vacina tríplice viral, com intervalo mínimo de um mês, a partir dos 12 meses de idade. De acordo com a SBIm, em situação de risco para o sarampo, como surtos ou exposição domiciliar, a primeira dose pode ser aplicada a partir dos 6 meses de idade. No entanto, ela não conta para o esquema de rotina, sendo necessárias duas doses a partir dos 12 meses, com intervalo mínimo de 1 mês.
uol.com.br/vivabem
Casos de sarampo aumentam em 79% no mundo em 2022, diz OMS
Os casos de sarampo relatados em todo o mundo aumentaram 79% nos primeiros dois meses de 2022, em comparação com o mesmo período de 2021.
Mais de 17 mil casos de sarampo foram relatados em todo o mundo em janeiro e fevereiro de 2022, em comparação com 9.665 registrados durante os dois primeiros meses de 2021. Por ser uma doença altamente contagiosa, os casos tendem a aparecer rapidamente quando os níveis de vacinação diminuem. A OMS avalia que o índice representa um sinal preocupante para o aumento do risco de disseminação também de outras doenças evitáveis por vacina. De acordo com a entidade, interrupções nas campanhas de vacinação e no funcionamento de serviços de saúde relacionadas à pandemia, crescentes desigualdades no acesso a vacinas e o desvio de recursos da imunização de rotina estão deixando muitas crianças sem proteção contra o sarampo e outras doenças. “O risco de grandes surtos aumentou à medida que as comunidades relaxam as práticas de distanciamento social e outras medidas preventivas para a Covid-19 implementadas durante o auge da pandemia”, diz o comunicado. O deslocamento de pessoas devido a conflitos e crises, inclusive na Ucrânia, Etiópia, Somália e Afeganistão, interrupções na imunização de rotina e serviços de vacinação da Covid-19, falta de água potável e saneamento e superlotação também são fatores apontados pela OMS como riscos de aumento dos surtos das doenças.