Guarulhos Centro das Indústrias do Estado de São Paulo - Guarulhos • Arujá • Santa Isabel • Mairiporã
Ano 1 - Edição 4
A mulher forte que faz a
indústria
EMPREENDEDORISMO Empreender e inovar vocações brasileiras.
ARTIGO
Mentoring:
uma estatégia de valorização das mulheres nas empresas.
PONTO DE VISTA
As mulheres e a relação de trabalho no novo Milênio.
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GRUPO
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desde
1990
PALAVRA DO DIRETOR
R eflexão Elogiar o quão forte são as mulheres deste século? Quão são importantes as mudanças da sociedade em sua forma de ver a mulher? Seja quando ela esta no ceio da família, quando está na empresa ou na sociedade de forma geral. Isto é fácil, elas conquistaram isto. Mas, quero levá-los a refletir comigo. Há estudos, pesquisas e análises sobre este tema. Institutos, governo, médicos e especialistas estudam, debatem e a sociedade avalia com ponderações. E todo este emaranhado acaba gerando algumas polêmicas, dúvidas e reflexões. A mudança já está aí, muito já aconteceu, e há questões acontecendo. Entender as vantagens e desvantagens é extremamente difícil e por isso reflito, fico me perguntando, como elas conseguem conciliar o trabalho profissional, de “dona de casa” e de mãe? Como dar conta disto tudo? Claro que o casal estando no mercado gera estabilidade financeira, facilidades materiais. Mas e as que não são materiais? As que dependem da presença. Será que realmente a frase que “não importa a quantidade de tempo, o que mais vale é a qualidade” é a frase correta? Muitos dirão que sim, mas e para quem esta nossa frase gerou mudanças, este lado também dirá que é a frase correta? Minha esposa ficou 15 anos fora do mercado, voltou parcialmente, mas vejo a satisfação no rosto do meu filho mais novo, as risadas quando ela esta com ele por longo tempo. Qualidade ou quantidade? Ou ambos? A mulher no trabalho é bom para a indústria, bom para o mercado, bom para o lar, filhos, marido, enfim, mas como podemos avaliar quanto é bom? Tantas são as incógnitas, tantas são as dúvidas. O quanto isto afetará o amanhã na sociedade?
Deixo aqui estas considerações para a devida reflexão que merece. Na minha visão a mulher deve sim ir para o mercado e ocupar este espaço, mas, por favor, que estas mulheres saibam diferenciar o trabalho ou a profissão com o de ser mãe, ser esposa ou dona do lar, porque quero que sejam sempre (mesmo trabalhando) as nossas rainhas e as flores de nossos lares.
Parabéns mulheres
Alguns até podem não ter reconhecido, ter demonstrado e dado todo o valor a esta força e clima que as mulheres deixam enquanto estão à frente da casa, da família e do cuidado com os filhos, mas elas o tem e é um valor enorme. Atualmente os novos espaços dominados por elas já estão preenchidos, elas mostraram a força e a capacidade, mas será que algum outro espaço ficou vazio? Maurício Carlos Colin, Diretor do CIESP Guarulhos.
Revista CIESP GUARULHOS 3
ÍNDICE Guarulhos
EDIÇÃO 4 16
Centro das Indústrias do Estado de São Paulo
Diretoria CIESP
Guarulhos - CAPA
Defender a Indústria é defender o Brasil Rua Uruaçu, 100 Jd. Pinhal - Guarulhos/SP CEP: 07120-055 Fone / Fax: 11 – 2440-9622 www.ciespguarulhos.org.br ciesp@ciespguarulhos.org.br
A mulher forte que faz a indústria Diretor Titular
Maurício Carlos Colin
Vice – Diretores
Conselheiros Suplentes
Antonio Roberto Marchiori
Marcelo Divetta Santucci Daniele Pestelli Edson Ferreira Loredana Piovesan Glasser Guilherme Bernardi Fernando Andres Larumbe Álvarez Willy Lehmann Andersen Virgílio Antonio da Silva Rodrigues Carlos Roberto de Campos
Diretor Adjunto Sergio Matos Valdir Cerqueira
Diretor Titular licenciado Luis Carlos Teodoro
Conselheiros Titulares
05 - Empreendedorismo
Helmuth Frederico Finke Eduardo José Lopes Antonio Carlos Koch Jairo Megumi Uemura Cláudio Mariz Balbino João Carlos Possenti Renata Maggion José Roberto Lapetina Rosmari Guellery Wilson Arambul Vanderley Nunes Bastos Jackson de Souza Silvia Marinari Molina Annibale Tropi Somma Oswaldo Rezende Filho Nilson Cruz Junior
08 - Artigo 12 - Entrevista 33 - Ponto de Vista
As Mulheres e a Relação de Trabalho no Novo Milênio 4 Revista CIESP GUARULHOS
A revista CIESP Guarulhos é produzida pela Mídia Kitcom Comunição.
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Conselho Editorial
Maurício Carlos Colin Antonio Roberto Marchiori Antonio Martinho Risso Alessandra Santana Fabiana Anjos Blanco
Departamento de Comunicação do CIESP Guarulhos
Antonio Martinho Risso
MÍDIA KITCOM COMUNICAÇÃO
Mais de 250 anos atrás a mulher enfrentou o preconceito, discriminação e maus tratos ao entrar na indústria. Hoje, tanto tempo depois, ela continua não fugindo à luta e mostrando que sua força de trabalho é necessária para o crescimento de uma nação, tanto quanto, a do homem, e principalmente, para o fortalecimento de uma sociedade justa e igualitária.
Diretor: Ariovaldo Florian ariovaldo@midiakitcom.com.br Departamento de Arte / Diagramação: Ari Junior / Demetrios Felipe arte@midiakitcom.com.br Jornalista: Fabiana Anjos Blanco - MTB - 37282 jornalismo@midiakitcom.com.br Fotografia: Divulgação / Assessoria de Imprensa. Tiragem: 7 mil exemplares Impressão: HR Gráfica Departamento Comercial: Rodrigo Campos 11-3368.1752 / 94171-2800 rodrigo@midiakitcom.com.br
EMPREENDEDORISMO
EMPREENDER E INOVAR, VOCAÇÕES BRASILEIRAS O Relatório Global de Empreendedorismo 2013, realizado pela empresa especializada em venda directa Amway, mostra que mais de 70% dos convidados a participar do levantamento afirmaram ter uma visão positiva a respeito do empreendedorismo. Há que se ressaltar que o levantamento revelou que atitudes empreendedoras continuam sendo bem vistas no mundo globalizado.
O lado negativo da pesquisa é que 70% dos entrevistados revelaram que o maior receio entre eles é o fracasso do novo negócio. No Brasil, onde temos um povo empreendedor e com espírito realizador, e por isso chegamos ao posto de 7ª economia do mundo, é grande o desejo de ser dono e conduzir o próprio negócio. Revista CIESP GUARULHOS 5
EMPREENDEDORISMO
Esse comportamento está presente em todas as classes sociais e faixas etárias. Somos um dos países com o maior percentual de mulheres empreendedoras no mundo. Temos leis que estimulam o empreendedorismo, como a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa e a Lei do Microempreendedor Individual.
E esta é uma iniciativa que não deve partir apenas das esferas de governos. É preciso uma cruzada de todos os setores da sociedade, de maneira que mantenha o Brasil não apenas com esta vocação para empreender, mas que mude os rumos da Nação, também, na vocação por inovação que deve ser encarada como uma prioridade estratégica. Em nossas entidades, por exemplo, há o que podemos chamar de escolas para formação de lideranças empresariais e de entidades do futuro. Refiro-me ao Núcleo e ao Comitê de Jovens Empreendedores (o NJE do Ciesp e o CJE da Fiesp), formados por empresários jovens das mais diversas atividades da indústria.
Por vocação, o NJE e o CJE identificam e desenvolvem novas lideranças institucionais e empresariais, aprimorando suas qualidades de gestão com foco na maior competitividade e desenvolvimento do empreendedorismo nos diversos setores da economia. Junto desse trabalho de estimulo ao empreendedorismo não abrimos mão de que o tema inovação seja presente entre empreendedores, que todos se informam cada vez melhor sobre a importância da inovação, e que há muitos esforços nessa direção, mas falta o principal: o investimento com estratégia. Há uma grande distância entre a geração da ideia e a concretização da ideia. Temos aí um dos gargalos que comprometem o futuro do Brasil.
As informações sobre produtos, negócios e marcas são cada vez mais acessíveis e compartilhadas. E o mais recente relatório do Global Entrepreneurship Monitor (GEM), com dados de 2013, coloca o Brasil como uma das nações com maior taxa de empreendedores em estágio inicial entre os países do Brics e do G20, ou seja, 17,3% do total de empreendedores. Esses são sinais do potencial brasileiro na área dos negócios, na pratica de empreender. Mas, é importante deixar bem claro que o País precisa avançar muito mais nas políticas de apoio, infraestrutura e capital formal. 6 Revista CIESP GUARULHOS
Os investimentos em desenvolvimento e pesquisa em nosso País, entre 2000 e 2010, tiveram um crescimento residual, de 1,02% para 1,16% do PIB. É muito pouco para um País que quer ter produtos para competir em mercados globais avançados. Estamos investindo em inovação menos da metade, e em alguns casos até mesmo um terço, de países como Alemanha, Coréia do Sul, Japão e França. É preciso mudar esse quadro com investimentos focados e substanciosos, para que dentro de alguns anos nossas empresas possam disputar e liderar mercados de tecnologias avançadas.
EMPREENDEDORISMO
No Senai-SP mantemos unidades de nanotecnologia iguais às que só existem na Alemanha e, com o apoio da Fiesp, do Ciesp, da Agência USP de Inovação e do Sebrae-SP, estamos capacitando centenas de pequenas empresas paulistas em gestão da inovação. O Senai paulista ministra ensino técnico e tecnológico que é modelo e referência para o Brasil. São cursos modernos, que se destacam pelo foco nas demandas da indústria e nas vocações das regiões onde estão instaladas as unidades. Nossa instituição promove anualmente a feira “Inova Senai”, na qual professores e alunos demonstram a sua capacidade de criar e desenvolver raciocínio lógico por meio de inovações.
A Fiesp é interlocutora permanente da indústria junto aos Governos Federal, Estaduais e Municipais (neste último caso, por intermédio das diretoriais regionais do Ciesp) e procuramos tirar o melhor proveito disso. Mantemos contatos frequentes com: - Ministérios, - Secretarias, - Diretorias e Departamentos, - Institutos de Pesquisas, - Universidades aos quais encaminhamos nossas reivindicações, sempre no sentido de que a prioridade é retomar a competitividade do Brasil, garantir nossa vocação para empreender e inovar e oferecer vida e renda melhores para todos os brasileiros.
O Senai paulista, é sem dúvida, um dos maiores estímulos ao empreendedor que busca por inovação na sua empresa
Paulo Skaf, Presidente do CIESP e FIESP.
Revista CIESP GUARULHOS 7
ARTIGO
Mentoring: uma estratégia de valorização das mulheres nas empresas
Uma palavra cada vez mais utilizada no mundo corporativo, o mentoring agora vem sendo aplicado como estratégia de fortalecimento da liderança feminina nas empresas. Para quem não está familiarizado com a expressão, trata-se de uma ferramenta de desenvolvimento pessoal e profissional, realizada com a ajuda de um mentor ou mentora, para compartilhamento de conhecimento. Como o próprio nome diz, ele atua como alicerce do profissional e será uma espécie de referência no qual o profissional poderá se espelhar e visualizar seu crescimento dentro da empresa. Muitas vezes, esse processo acontece de forma natural, quando profissionais elegem outros para conversar de tempos em tempos, ou antes, de tomar decisões importantes, porque valorizam sua opinião como uma contribuição para sua carreira.
8 Revista CIESP GUARULHOS
A FERRAMENTA DE MENTORING ESTÁ SENDO USADA COM O INTUITO DE MELHORAR O DESENVOLVIMENTO DOS COLABORADORES E, CONSEQUENTEMENTE, ALCANÇAR MELHORES RESULTADOS.
ARTIGO
Com a maior necessidade de alinhamento da estratégia das empresas, os programas de mentoring que eram, inicialmente, aplicados apenas em casos de sucessão, como aposentadoria ou desligamento de colaboradores, talentos em potencial e momentos em que há necessidade de acelerar a adaptação da cultura corporativa, passaram a fazer parte da rotina delas. A mentoria também é indicada em casos em que há necessidade de transpor e assegurar, dentro da organização, conhecimentos de qualquer natureza. Notamos que, nos últimos anos, as mulheres estão cada vez mais buscando aumentar o seu espaço nas empresas. Neste cenário, o mentoring, que já vinha conquistando a simpatia entre executivos, surgiu como uma forma de consolidar a liderança feminina corporativa e, de três anos para cá, vem ganhando lugar de destaque na carreira delas. Também vem sendo usado como uma forma de ampliar o olhar sobre o trabalho das mulheres e como alavanca para o crescimento de sua trajetória profissional.
No caso dessas profissionais, as mentoras tornam-se um espelho de liderança e um pilar para que elas possam vencer as barreiras do ambiente corporativo altamente competitivo onde, geralmente, os homens contam com maiores e melhores oportunidades de crescimento. Para as executivas ou líderes, esse processo pode ser o melhor caminho para aprimorar tanto a vida profissional quanto pessoal, uma vez que ambas acabam se interligando naturalmente, e uma ótima fonte de troca de experiências e de superação de desafios, evitando assim que muitos erros voltam a se repetir. O apoio de um mentor ou uma mentora é mais do que uma forma de aprimoramento dos negócios. Neste caso, funciona como estímulo profissional já que as mentoriadas veem neles e nelas o sucesso que desejam para si.
10 Revista CIESP GUARULHOS
CONTAR COM O APOIO DE ALGUÉM QUE JÁ VIVENCIOU MAIS DO QUE VOCÊ É FUNDAMENTAL PARA O SUCESSO DE QUALQUER CARREIRA, PRINCIPALMENTE, PARA AS MULHERES QUE ESTÃO NO MEIO DA CORRIDA, MAS QUE AINDA TEM MUITO DESAFIOS A ENFRENTAR. SABEMOS QUE É UM TRABALHO DE MÉDIO A LONGO PRAZO, MAS QUE VAI TRAZER RESULTADOS DURADOUROS E PERMANENTES ATÉ O FIM DA CARREIRA
Patrícia Molino, Sócia da KPMG da área de People & Change
CURSOS DO CIESP GUARULHOS
ENTREVISTA
A MULHER GUERREIRA DA
W ZANONI NO INÍCIO DE SUAS ATIVIDADES A EMPRESA W ZANONI FABRICAVA BICOS DE BICICLETA, HOJE É PIONEIRA NA FABRICAÇÃO DE ROLAMENTOS PARA A COLUNA DE DIREÇÃO, LINHA AUTOMOTIVA LEVE E PESADA, SISTEMAS ELÉTRICOS, CÂMBIO, SUSPENSÃO, CARROCERIA, EMBREAGEM, KITS AUTOMOTIVOS COM UM PORTFÓLIO DE MAIS DE 700 PRODUTOS.
12 Revista CIESP GUARULHOS
Olga Zanoni, Direta e proprietária da empresa W Zanoni.
Este ano a empresa completa 65 anos, graças a ousadia de Lazara de Brito Zanoni. Dona Lazara, que trabalhou na Indústria Têxtil Gasparian, depois montou sua própria fábrica de lenços e para dar uma boa condição de trabalho ao filho Washington, fundou a W Zanoni. Há alguns anos a empresa está sob a direção de sua filha Olga Zanoni, que recém completou 91 anos. Dona Olga mora em Santana de Parnaíba e percorre por dia o total de 140 km para trabalhar em Guarulhos. Você levanta com aquele espirito de luta e de fazer as coisas andarem, confessou Dona Olga, que acredita que o Brasil precisa de luz nova, porque é uma utopia ser empresário nesse País.
ENTREVISTA
Como aconteceu a fundação da W Zanoni? Através de minha mãe que tinha uma fábrica de lenços bordados. Isso durou uns quatro anos, porque quando meu irmão voltou do exército, por ser o único homem, minha mãe disse que não o permitiria trabalhar como empregado. Nesse momento ela vendeu a máquina de costura e comprou o primeiro torno e prensinha. Esse foi o inicio da W Zanoni, em 11 de abril de 1949, na Rua Marques Abrantes, nº 372, no bairro Belém em São Paulo. E sua mãe tinha apoio? Apoio não existia, a mulher era uma submissa. Só com a Lei de 1962 é que a mulher pode começar a fazer algo em seu próprio nome. Antes disso tinha que ter o aval do marido para realizar qualquer coisa. Minha mãe quebrou barreiras fabricando aqueles lencinhos. E quando vocês vieram para Guarulhos? Crescemos aos poucos e mudamos para a Rua Vidal, que era também um galpão pequeno. Desse espaço as coisas começaram a melhorar porque fazíamos coluna e direção para automóveis. Nessa ocasião era muito grande a procura pelo produto nacional. Tivemos um ápice de vendas e boas condições financeiras, inclusive de construir esse prédio aqui em Guarulhos, para onde mudamos em 15 de julho de 1972.
“VOCÊ LEVANTA COM AQUELE ESPIRITO DE LUTA E DE FAZER AS COISAS ANDAREM”
Revista CIESP GUARULHOS 13 ANUNCIO GIRO_EWENTO_FEVEREIRO_2.indd 1
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ENTREVISTA
COM O FALECIMENTO DE DONA LAZARA EM 1998. OLGA ZANONI DIVIDE O GERENCIAMENTO DA EMPRESA COM SEUS TRÊS FILHOS E SOBRINHOS.
Dona Olga e seu irmão Washington
Como a senhora entrou na empresa? Entrei como secretária do meu irmão, em 1973. Minha mãe insistiu demais dizendo que ele ficava sozinho, que iria se casar e teria outros herdeiros. Em que momento? No exato momento em que eu já era secretária, tive que aprender a parte financeira, trabalhista e o gerenciamento geral da empresa. Com o passar dos anos fomos progredindo e também estacionando em função do mercado. Enquanto seu irmão ainda era vivo vocês já dividiam o gerenciamento da empresa? Sim, dividíamos. Eu comecei a delegar poderes a terceiros porque estou com 91 anos, não é nenhuma brincadeira, muda-se a forma de dirigir e gerenciar. O governo não tem muita habilidade para fazer as coisas. Muitas leis que a todo o momento estão se modificando e não conseguimos nos atualizar em relação a elas. Sou responsável pelos funcionários, e a parte de gerenciamento ficou para Cláudio, Marcos e Sônia. 14 Revista CIESP GUARULHOS
O início foi difícil? Muito difícil, porque é um mercado totalmente masculino. Tínhamos qualidade e a medida que o mercado foi nos conhecendo nossas vendas aumentaram. Participamos também de várias feiras do segmento onde aumentamos nosso relacionamento e crescendo no mercado. E como está a W Zanoni hoje? O nosso mercado é de reposição. Mas desde 2009 veio essa carga na indústria de transformação em função da importação direta com a China e muitos de nossos clientes estão comprando direto dos chineses por preços muito menores em relação aos impostos que temos que cumprir. Infelizmente essa é uma grande verdade. E como é a relação com os funcionários? Temos 80 funcionários, e são tão antigos que estão se aposentando pela empresa. Como é um ramo de autopeças num mercado de fundição nós mesmos produzimos nossas próprias máquinas para fazermos os produtos.
Dona Olga e Sonia Zanoni
COM MUITA VITALIDADE E EXPERIÊNCIA EMPRESARIAL DONA OLGA FALOU DO INÍCIO DA W ZANONI, DAS DIFICULDADES DA INDÚSTRIA NACIONAL E DA MULHER DO CHÃO DE FÁBRICA.
ENTREVISTA
Então eles aprendem aqui mesmos? Sim, meu filho é engenheiro, projeta esses equipamentos e os funcionários acompanham esse processo. O engenheiro de produção é meu sobrinho, e a minha filha cuida da parte comercial. Sendo gerente mulher de uma empresa automotiva a senhora sofreu preconceito? Eu nunca fui tímida. Sou guerreira por nascimento. Então não acredito que eu tenha encontrado barreiras. Primeiro porque o produto falava por si, por isso no início tivemos muito sucesso, que hoje já não é igual porque a concorrência é muito grande, e o mercado compra preço e não mais qualidade. Qual e o pais mais competitivo? A China, sinceramente, acho que não demora muito para tomar conta do mundo. Com a alta do dólar parece que deu uma estacionada nas importações. Mas o próprio governo perdeu até as rédeas com a quantidade de produtos chineses que tem aqui. Os nossos produtos não tem como comparar com os produtos chineses. Sendo uma industrial a senhora acredita que os preconceitos ou mesmo as dificuldades que enfrenta é diferente das dificuldades ou preconceitos da mulher que está no chão de fábrica? Eu não vejo a mulher que trabalha no chão de fábrica diferente da mulher empresária. Para mim mãos são coisas divinas, então se eu não depender das mãos de quem faz os produtos eu não sou empresária. Eu dou um valor muito grande para toda essa mão de obra feminina que tenho na empresa. Temos mulher na prensa, na montagem, no almoxarifado e nos instrumentos.
Primeira prensa.
O que a senhora esperaria do governo em relação à indústria nacional? Nós estamos esperançosos, mas no fundo estou desanimada porque é um País de imposto e burocrático, quando você lança um produto novo você mesmo tem que classificar e tem muitas outras medidas para cumprir e nessa demora a China acaba lançando o produto antes de você. Como é ser empresário no Brasil? Ser empresário nesse País é uma utopia. Vejo grandes empresários que estão que nem eu não tenho vontade de investir, não sabe se o investimento terá resultado, essa política de incerteza e fora essa corrupção deslavada. Com isso você perde esperança. Você acaba de lançar o produto e já tem 10 ou 20 que fazem o mesmo por um preço menor, então é desesperançoso. E o futuro da indústria nacional? Se não houver uma intenção do governo de que o Brasil saia desse impasse, embolado do jeito que está com leis tão controversas, e tantas medidas provisórias, realmente acho muito difícil as pequenas empresas continuarem.
Recibo da primeria compra.
Tem alguma preocupação em relação a empresa? Tenho muita preocupação com esta empresa, porque é um imposto muito grande, os salários são altos. A condição social da classe trabalhadora melhorou muito, e isso é ótimo. Eu tenho esperança que meus netos possam ter outras esperanças que não sejam as minhas www.wzanoni.com.br
Revista CIESP GUARULHOS 15
CAPA
MAIS DE 250 ANOS ATRÁS A MULHER ENFRENTOU O PRECONCEITO, DISCRIMINAÇÃO E MAUS TRATOS AO ENTRAR NA INDÚSTRIA. HOJE, TANTO TEMPO DEPOIS, ELA CONTINUA NÃO FUGINDO À LUTA E MOSTRANDO QUE SUA FORÇA DE TRABALHO É NECESSÁRIA PARA O CRESCIMENTO DE UMA NAÇÃO, TANTO QUANTO, A DO HOMEM, E PRINCIPALMENTE, PARA O FORTALECIMENTO DE UMA SOCIEDADE JUSTA E IGUALITÁRIA.
A MULHER FORTE QUE FAZ A INDÚSTRIA 16 Revista CIESP GUARULHOS
CAPA
Na Revolução Industrial, ocorrida primeiro na Inglaterra, na segunda metade do século XVIII, a mulher se inseriu na indústria. Como mão de obra barata e recebendo até 60% menos que os homens, a mulher passou a cumprir jornadas de até 18 horas de trabalho em condições insalubres e sofrendo humilhações e agressões físicas. A partir daí em momentos de ampliação da produção se utilizava do trabalho feminino junto com o do masculino, e nas épocas de crise se substituía o trabalho masculino pelo feminino. Por conta disso o processo da Revolução Industrial foi permeado pela luta entre homens e mulheres trabalhadoras. Os homens acusavam-nas de roubarem seus trabalhos. Por isso os historiadores dizem que a questão do gênero era um ponto de impasse na consciência de classe do trabalhador. Ao ser inserida no setor fabril começou para a mulher a dupla jornada de trabalho: o cuidado familiar, doméstico e o ganho remunerado. Dupla jornada que se estende até hoje. Por isso já no século XIX surge a luta das mulheres por melhores condições de trabalho, direitos trabalhistas, igualdade de trabalho entre os gêneros, direito de voto, além da reivindicação por escolas, creches e direito da maternidade. Nesse período ganhou força a alegação da diferença biológica entre os gêneros, o que servia como justificativa para a desigualdade entre homens e mulheres, que eram tidas como menos capazes. Nesse momento, na sociedade capitalista, a mulher passou a pertencer ao homem, que era seu marido e senhor. Durante a Segunda Guerra Mundial, com a Europa podendo ser rendida pelas forças alemãs, e com os homens na linha
de frente, a Inglaterra, outros países da Europa e os EUA, tiveram as mulheres assumindo os postos de trabalho de seus maridos nas fábricas, passando a operarem máquinas. Por isso no auge da guerra foram as mulheres que construíram tanques, armas e aviões. A luta organizada pelas mulheres, em defesa de seus direitos e contra as opressões sofridas, teve início no século XX, o que ficou conhecido como feminismo. Movimento discriminado por homens, que viam essas mulheres como mal amadas, tanto por mulheres que aceitavam sua posição de submissas na sociedade imposta naquela época. O movimento feminista nada mais é do que uma luta pela democracia, através da igualdade entre os gêneros, e que deveria culminar para a igualdade entre todos os homens, acabando as desigualdades de classe. Revista CIESP GUARULHOS 17
CAPA
A MULHER NA INDÚSTRIA NO BRASIL Nancy Cardoso Pereira, teóloga e filósofa.
No Brasil os estudos registram a entrada da mulher na indústria na segunda metade do século XVIII, quando os teares familiares passaram a assumir um papel de “pequena indústria”. Segundo Nancy, este processo vai articular o trabalho na agricultura com a produção de algodão e o trabalho manual/artesanal liderado por mulheres. Interferindo nos planos da Coroa, os teares foram proibidos e banidos, de 1785 a 1808 com a chegada de Dom João VI, e os trabalhadores/trabalhadoras poderiam ser punidos se continuassem essa atividade “subversiva”. “Esta guerra de teares era em especial contra as mulheres e seus processos de trabalho. O modo de vida camponês tem como característica a pluriatividade da base familiar, e as tarefas têxteis eram de vital importância e projetavam técnicas de trabalho e conhecimento das fibras que estavam culturalmente associadas às mulheres camponesas (livres/escravas)”, explicou Nancy.
No início do século XX havia cerca de 50 indústrias têxteis no Brasil, e nessa época era o setor mais importante da delicada economia nacional. As mulheres eram, no começo do século XIX e no começo do século XX, a maioria na classe operária têxtil (chegando a 90%, segundo os dados do documento Recenseamento Gerais do Brasil no século XIX - 1872 e 1890). Nesse sentido, as mulheres estiveram como protagonistas no momento de organização da classe operária no Brasil e sofreram estas contradições e violências das formatações do trabalho e o trânsito do trabalho no modo de vida camponês/doméstico para o mundo da fábrica e suas explorações, mesmo sendo maioria na indústria têxtil, as representações de associações e sindicatos era, desde o início, composto pelas lideranças masculinas.
O Dia Internacional da Mulher está baseado nestes acontecimentos e seus relatos, como a morte das trabalhadoras no dia 8 de março de 1857, quando operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade de Nova York, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária para dez horas, equiparação de salários com os homens e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.
Foto tirado do site: http://arquivisticaufes.blogspot.com.br
18 Revista CIESP GUARULHOS
A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Morreram carbonizadas 129 tecelãs, num ato totalmente desumano. Em 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).
CAPA
A pesquisadora relembra e comenta um ocorrido que ilustra bem essa questão, quando em 1963, Che Guevara se dirigiu a uma assembleia de trabalhadores em Cuba em uma indústria têxtil chamada Ariguanabo.
“Che reconhece um problema no processo revolucionário: aquela indústria tem quatro mil trabalhadores/trabalhadoras, sendo maioria mulheres. Foram eleitos 197 representante desta fábrica para a assembleia partidária: só cinco mulheres! Che reconheceu que a revolução ainda não havia cumprido seu papel e que “o passado continua pesando sobre nós”, relembrou Nancy. Nessa ocasião junto às trabalhadoras têxteis de Ariguanabo que o Che disse uma de suas famosas frases: “O proletariado não tem sexo!. Este slogan reúne e distribui estas relações históricas de poder desigual que persistem no âmbito da classe trabalhadora”, concluiu a pesquisadora.
fabricação de tecidos e roupas que antes eram produzidos artesanalmente.
A Revolução Industrial teve início no século XVIII, na Inglaterra, com a mecanização dos sistemas de produção e a substituição do trabalho artesanal pelo assalariado. Em poucas décadas se espalhou para a Europa Ocidental e os Estados Unidos. A Revolução tornou os métodos de produção aos mais eficientes. Os produtos passaram a ser produzidos mais rapidamente, barateando o preço e estimulando o consumo. Por outro lado, aumentou também o número de desempregados, as máquinas foram substituindo, aos poucos, a mão de obra humana. A poluição ambiental, o aumento da poluição sonora, o êxodo rural e o crescimento desordenado das cidades também foram consequências nocivas para a sociedade.
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CAPA
AS MUDANÇAS NA INDÚSTRIA PARA AS MULHERES SEGUNDO AS INDUSTRIAIS Rosmari Ghellery, diretora da Fibrasil.
Para a industrial Rosmari Ghellery, diretora da Fibrasil, nestes últimos 25 anos houve muitas mudanças para as mulheres no setor industrial, “as oportunidades de acesso a cursos técnicos e superiores cresceram em larga escala, houve melhora na economia brasileira gerando uma maior necessidade de mão de obra, o que foi suprido em parte pela participação da mulher no mercado de trabalho”. Martha Chistina Bosso, diretora Adm e Financeira da Alboss.
Já para Martha Christina Bosso, diretora administrativa e financeira da Alboss, esse período contribuiu com o aumento do número de postos de trabalhos e lideranças femininas na indústria. “Mais mulheres ingressaram em atividades tipicamente masculinas é importante destacar a atuação das mulheres no mercado de trabalho, homenagear, incentivar, mas sem segregá-las a condição diferenciada por ser ‘’mulher’’. Hoje temos uma representante da nação mulher, mas quantas outras não temos conhecimento exercem funções árduas de determinação e garra diária. Por mais que o mundo tenha se globalizado, existem alguns conceitos que ainda estão arraigados ao nosso dia a dia, e a mulher continua tendo uma demanda a mais que os homens; o 3º turno no lar. O gerenciamento feminino agrega valores diferenciados em todos os setores, e muito à indústria. 20 Revista CIESP GUARULHOS
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A Preseg Assessoria é uma empresa especializada na prestação de serviços em Segurança e Medicina do Trabalho, tendo como objetivo principal à realização de serviços com qualidade, competência e eficiência nos diversos ramos de atividades.
CAPA
AS INDÚSTRIAIS E AS INDUSTRIÁRIAS HOJE AS MULHERES NÃO SÃO VISTAS SÓ NA INDÚSTRIA TÊXTIL, MAS TAMBÉM EM DIVERSOS OUTROS SETORES INDUSTRIAIS, AINDA EM MENOR ESCALA, MAS CONQUISTANDO ESPAÇOS QUE ANTES SÓ OS HOMENS OCUPAVAM. AGORA ELAS SÃO FERRAMENTEIRAS, MECÂNICAS DE USINAGEM, ELETRICISTAS DE MANUTENÇÃO, INSTALADORAS HIDRÁULICAS, DENTRE VÁRIAS OUTRAS FUNÇÕES QUE A INDÚSTRIA REQUER. E ELAS SÃO TAMBÉM AS GERENTES DE NOSSA INDÚSTRIA NACIONAL.
DIFICULDADES E PRECONCEITO Fátima El Hajj Teodoro, diretora da Maxiusl.
Fátima El Hajj Teodoro, diretora da Maxius, é cirurgiã dentista, e começou a trabalhar na empresa como auxiliar administrativa, mas com o tempo já estava desenvolvendo planilhas e técnicas para melhorar controle e rastreabilidade na área fiscal, financeira e produtiva, “não sofri preconceito, mas desconfiança sim, por parte dos outros funcionários e, em alguns casos do próprio diretor, já que não era minha área de atuação”. PARA EVITAR SITUAÇÕES PRECONCEITUOSAS MARTHA BOSSO PREFERIU EM MUITOS MOMENTOS SER RACIONAL, AO INVÉS DE EMOCIONAL, "SEMPRE QUE SENTIA UMA REAÇÃO PRECONCEITUOSA ME COLOCAVA NA POSTURA DE UMA PROFISSIONAL, INDEPENDENTE DE SER MULHER".
O TRABALHO DA MULHER NO CHÃO DE FÁBRICA
A VALORIZAÇÃO DA MULHER NA INDÚSTRIA
Rosmari vê a mulher com características interessantes para execução de qualquer trabalho fabril, "a mulher é mais caprichosa, atenta e prima pela qualidade do que faz". Existem funções que historicamente foram executadas por homens e esta mudança cultural ocorre de forma vagarosa. A mulher no chão de fábrica é uma realidade tão importante quanto a mão de obra masculina.
Entre as três industriais é consenso a importância da valorização da mulher na indústria. "Precisamos humanizar nossas relações, não fazemos o dia a dia apenas de máquinas. A mulher pode contribuir como mediadora em muitas situações, inserir criatividade, senso de organização e uma boa dose de noções de economia", explicou Martha.
22 Revista CIESP GUARULHOS
CAPA
O TRABALHO FEMININO NA INDÚSTRIA DAQUI A 20 ANOS Rosmari acredita que a mulher terá uma participação mais efetiva em todas as áreas profissionais, "com o avanço da tecnologia industrial, muitos setores que ainda não utilizam a mão de obra feminina o farão, se não por opção, por real necessidade". Para Fátima a valorização do desempenho da mulher na indústria está cada vez mais em ascensão, portanto crê que homens e mulheres terão no “mínimo” uma igualdade na indústria, tanto em ocupação de postos de trabalhos, quanto no valor dos salários, "que hoje, em muitos casos, ainda são desiguais".
Para a coordenadora do NMI, Rosmari Guellery, esse trabalho no núcleo é realizado por mulheres que escrevem suas histórias, e que vivem as dificuldades normais do dia a dia. "Acreditamos que é necessário garra e talento para a realização de qualquer objetivo. Mas entendemos que a maior inclusão da mulher no mercado de trabalho depende também de um melhor preparo educacional, da compreensão de que antes de pertencermos a um gênero, somos indivíduos e que no mercado de trabalho somos antes de mais nada, reconhecidos por nossas competências".
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Martha supõe que em breve a indústria terá mais e melhores profissionais, e que com certeza, a seu tempo, trarão contribuições de grande valia para o setor.
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AS MENINAS DA INDÚSTRIA Fátima Maia está no SENAI desde 1989. Ela ingressou no SENAI "Conde José Vicente de Azevedo", que fica no bairro Ipiranga, em São Paulo. Está unidade é forte nos cursos voltados para a área automobilística. Fátima Maia, coordenadora pedagógica do SENAI.
Fátima foi instrutora de treinamento em segurança do trabalho, gestão de qualidade e gestão de pessoas, além de participar do programa de movimentação de produtos e cargas perigosas, como instrutora de direção defensiva. “Nesse período 99% dos alunos do SENAI eram homens. Sempre tive muita colaboração e respeito por parte deles. Devo isso a forma como eu me colocava e ao meu objetivo de transmitir informação e conhecimento”, explicou Fátima. Há dez anos Fátima é coordenadora pedagógica do SENAI de Guarulhos, e segundo ela a unidade de Guarulhos já está há 12 anos adaptada para receber mulheres em seus cursos. “Hoje nós temos de 15% a 20% de mulheres nos cursos de nossa escola”, disse a coordenadora. Fátima nota que a procura das mulheres pelos cursos do SENAI tem a influência da família. Geralmente algum parente já fez SENAI, e sabendo como é a oportunidade de trabalho na indústria acabam influenciando essas futuras alunas. As alunas demonstram responsabilidade, compromisso com o trabalho e facilidade em trabalhar em equipe. “Por isso, hoje, elas têm sido bem aceitas pelas indústrias. Mas no início existia uma certa resistência”, explicou Fátima. E isso também é comprovado dentro da instituição durante a entrega do Prêmio Roberto Mange, criado para incentivar os alunos do SENAI-SP a superar as adversidades, motivar a busca pelo conhecimento, dedicação e respeito, que é entregue aos melhores alunos do SENAI. E na unidade de Guarulhos quem geralmente recebe são as mulheres. "Temos aqui a ex-aluna, Viviane Valverde, que já recebeu esse prêmio e hoje é docente na área de ferramentaria", disse a coordenadora. 24 Revista CIESP GUARULHOS
CAPA Para saber por que alunas do SENAI escolheram a indústria, o que esperam desse segmento e como lidam com o preconceito conversamos com quatro alunas da unidade de Guarulhos: Caroline Pandolfe, 17 anos e Débora Marques de Oliveira, 17 anos, ambas cursam mecânica de usinagem; Izabel da Penha Gomes, 17 anos, aluna de ferramentaria; Mariana Thomaz Rodrigues, 16 anos, cursa eletricista de manutenção. Apesar de ainda estarem cursando o SENAI todas já estão empregadas na indústria. No geral as meninas pensam o trabalho industrial como um bom embasamento para a formação profissional que vão auxiliá-las em outras carreiras profissionais. Para Mariana essa formação será só a base, "quando se trabalha lado a lado com as pessoas você percebe o que elas precisam e no momento em que se sobe para um cargo maior você já sabe da necessidade que tem lá de baixo e entende melhor como pode auxiliar nisso".
Caroline, Debora, Izabel e Mariana.
O CRESCIMENTO PROFISSIONAL QUE ALMEJAM NA INDÚSTRIA Adquirir conhecimento na indústria para cursar uma faculdade ainda a ser escolhida é objetivo de Débora. Para Caroline seu crescimento seria alcançar a liderança em uma empresa. Izabel espera ser uma ferramenteira formada e conseguir entrar em empresas muito gran-
des, "não sonho em ter uma ferramentaria própria, mas sonho em poder contribuir com ferramentas muito importantes ao longo da minha vida". Mariana quer evoluir, mesmo que seja pouco a pouco, para poder cursar mecatrônica ou mesmo alcançar a direção de alguma empresa.
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PRECONCEITO NA PROFISSÃO Izabel enfatizou que por parte da instituição de ensino não existe preconceito, porque a escola está bem adaptada às mulheres, "parece que é um espaço só para homens, mas não, você é muito bem aceita. Agora pelas pessoas que trabalham com você talvez surja um preconceito pelo fato de você ser mulher, sensível ou de não aguentar certas coisas, principalmente físico". Para ela a profissão permite mostrar também o intelectual, mas mesmo assim essas diferenças podem ser um peso por conta, ainda, da diferen-
ça de remuneração entre homem e mulher, "você pode até não estar sendo tão bem remunerada quanto os outros, mas só o esforço e ver o seu trabalho acontecendo é gratificante". Para Caroline o preconceito só é sentido nos comentários pejorativos dos colegas. Mariana disse que nunca sentiu nenhum preconceito, só percebeu surpresa por parte de uns colegas de trabalho, quando trabalhou em uma empresa de sistemas, "eles ficaram pasmos que eu, uma garota de 16 anos, fazia o mesmo trabalho de homens de 26 anos".
Caroline e Débora, cursam mecânica de usinagem.
COMO PROFISSIONAIS MULHERES PODEM CONTRIBUIR COM A INDÚSTRIA Izabel e Mariana também acreditam na sensibilidade e no trabalho minucioso da mulher como contribuição. "Às vezes alguns homens fazem um serviço que não percebem que precisa de certo tato, então eles acabam tendo que adquirir essa sensibilidade dentro da indústria", explicou Izabel.
"Quando se trabalha na parte de sistemas é preciso ser minucioso, porque não se pode deixar que nada de mais aconteça para não prejudicar o cliente ou a máquina", disse Mariana. Para as jovens industriárias conhecimento e trabalho bem feito é uma contribuição.
AS MULHERES DOS CURSOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL O professor Ivo Rocha da Silva está há 35 anos no SENAI é o responsável pelos cursos da construção civil da unidade de Guarulhos, onde são ministrados oito cursos: instalador de drywall, leitura e interpretação de projetos da construção civil, assentamento de pedreiro, revestidor, instalação hidráulica, eletricista residencial, pintor de obras e carpinteiro de estrutura de telhado. 26 Revista CIESP GUARULHOS
Izabel, aluna de ferramentaria.
Mariana , cursa eletricista de manutenção.
Segundo o professor no momento os cursos têm 20% de participação feminina. "Elas chegam aqui querendo fazer alguma coisa, outras estão cansadas de contratarem péssimos profissionais para trabalharem em suas casas. Mas independente disso, muitas delas saem daqui e vão trabalhar na área", explicou Ivo. Professor Ivo Rocha da Silva com as alunas: Sandra Andrade e Maria Aparecida de Sobral.
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Ivo confessou que incentiva muito as alunas, inclusive a fazerem outros cursos nessa área, e citou dois casos positivos de ex-alunas: uma que trabalhava na área administrativa e depois acabou montando sua própria empresa de pinturas, revestimentos e outros trabalhos de construção civil. O outro caso foi de uma aluna de 25 anos, mãe de cinco filhos que fez todos os cursos do
Maria Aparecida de Sobral.
Maria Aparecida de Sobral, tem 42 anos, é auxiliar de enfermagem e está participando do curso de assentamento de pedreiro. Maria disse que sempre gostou de construção, mas a sociedade impunha que a mulher não podia exercer esse tipo de trabalho, "então te jogavam para outras profissões, mas isso mudou bastante". Maria, que pretende migrar para a construção civil quando finalizar seu curso, diz que o preconceito que percebe nessa área é o fato dos homens não admitirem que as mulheres também trabalham bem na construção civil. "Mas espero que outras mulheres reprimidas possam se espelhar na gente, tenham a chance de começar mais novas e ir mais fundo, para alcançar um lugar mais elevado", explicou a aluna. 28 Revista CIESP GUARULHOS
SENAI. Ela foi contrata por uma grande construtora para ser montadora hidráulica, e pelo eficiente serviço, acabou se tornando supervisora. Para o professor essa visão da empregabilidade da mulher na indústria da construção civil está mudando. "A mulher é mais caprichosa e detalhista, por isso hoje ter uma mulher nessa área é muito importante", explicou.
Sandra Andrade.
Sandra Andrade, de 52 anos, é enfermeira e já finalizou os cursos de pedreiro revestidor e elétrica, e no momento está cursando instalação hidráulica e pintura de obras. Apesar de ainda trabalhar como enfermeira, Sandra espera poder cursar arquitetura. "Sempre quis saber como faz, como se chega naquilo, mas é um mundo totalmente masculino. E a mulher muitas vezes não é bem vista quando faz, não tem aquela coisa 'ela é capaz', 'ela pode fazer bem melhor', e ser uma profissional como outro qualquer dentro da área", explicou a enfermeira.
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Em relação ao preconceito na área Sandra diz que existe tabus do homem em relação a mulher, e da mulher em relação a própria mulher. "Do homem em relação à mulher porque acha que ela não tem capacidade para fazer aquilo. E da mulher para mulher é aquela questão: porque você vai fazer isso? Isso é trabalho de homem". Como contribuição para a área Sandra espera poder divulgar esse trabalho do SENAI, assim como sua visão pessoal, e também como profissional divulgar para as mulheres outra área de trabalho. "Quero mostrar que não é só o homem que faz que a gente também seja capaz de fazer. Podemos não ter a força braçal, mas somos inteligentes tanto quanto para termos as ideias", finalizou Sandra.
Foto ilustrativa.
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AS MULHERES DO CHÃO DE FÁBRICA Na indústria Daicast, a líder do setor administrativo/ RH, Renata Kelly dos Santos, explicou que hoje na empresa, além da área administrativa, existem 11 mulheres no setor da qualidade. "Aqui a qualidade do produto é nossa marca registrada, por isso temos mulheres nesse setor. Elas são mais detalhistas e olham as peças com mais atenção. Esse foi o requisito para a contratação da mão de obra feminina. Essa é uma evolução fantástica e a implantação desse trabalho está sendo um sucesso", disse Renata. Rosa Maria Aparecida dos Santos, de 43 anos, trabalha há seis anos na indústria e quase dois anos na Daicast. Luciana Rodrigues está há nove meses na Daicast, seu primeiro trabalho na indústria, ambas no setor de qualidade. Elas escolheram a indústria em função do bom salário e da oportunidade de crescimento profissional. Sobre se sentir valorizada pela indústria, Rosa disse que: "trabalhamos com homens, e o espaço é mais deles do que nosso. Então temos que trabalhar para que possamos crescer aqui dentro". Para Luciana existe uma barreira com as mulheres, "não sei se é por medo, mas vamos derrubar essa barreira, estudando, mostrando que podemos ser até melhores". 30 Revista CIESP GUARULHOS
Rosa, Antônia, Daiane e Luciana.
Segundo Rosa e Luciana não existe um diferencial em seus trabalhos, porque todo serviço que um homem faz, elas também podem executar. Em relação ao preconceito elas dizem que já sofreram. "Quando a gente trabalha com homem ele não quer que a gente invada muito o espaço deles, então você tem um limite. Mas eu quero crescer e conquistar meu espaço, por isso encaro de forma normal", explicou Rosa. Mas as industriárias admitem que hoje o setor em que trabalham está muito mais harmonioso. "Acho que eles não estavam acostumados a trabalharem com mulheres, mas hoje tem cumplicidade no setor porque trabalhamos em equipe", admitiu Rosa.
Foto ilustrativa.
Para o futuro Luciana acredita que as mulheres vão superar todas as barreiras dentro da indústria a chegaram bem longe.
CAPA A MÚSICA "TRÊS APITOS", DE NOEL ROSA, COMPOSTA EM 1933, MOSTRA EM SUA LETRA A SOCIEDADE INDUSTRIAL VIGENTE NAQUELA ÉPOCA, RETRATANDO PRINCIPALMENTE A MULHER NA INDÚSTRIA TÊXTIL, AINDA SUBORDINADA A UM GERENTE IMPERTINENTE, E A UM RITMO DE TRABALHO EXTENUANTE. QUANDO O APITO DA FÁBRICA DE TECIDOS VEM FERIR OS MEUS OUVIDOS EU ME LEMBRO DE VOCÊ MAS VOCÊ ANDA SEM DÚVIDA BEM ZANGADA OU ESTÁ INTERESSADA EM FINGIR QUE NÃO ME VÊ VOCÊ QUE ATENDE AO APITO DE UMA CHAMINÉ DE BARRO PORQUE NÃO ATENDE AO GRITO TÃO AFLITO
DA BUZINA DO MEU CARRO VOCÊ NO INVERNO SEM MEIAS VAI PRO TRABALHO NÃO FAZ FÉ NO AGASALHO NEM NO FRIO VOCÊ CRÊ MAS VOCÊ É MESMO ARTIGO QUE NÃO SE IMITA QUANDO A FÁBRICA APITA FAZ RECLAME DE VOCÊ NOS MEUS OLHOS VOCÊ LÊ QUE EU SOFRO CRUELMENTE
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PONTO DE VISTA
As Mulheres e a Relação de Trabalho no Novo Milênio “Nós mulheres” sempre figuramos na sociedade como uma “sombra” dos nossos esposos, a sociedade fora construída com a mulher sofrendo privações de direitos fundamentais, sendo consideradas incapazes perante a sociedade. Nós mulheres trabalhávamos por jornadas exaustivas, sob condições prejudiciais à saúde e estávamos sujeitas aos mais diversos tipos de abuso em troca de seu emprego, não possuíamos nenhuma proteção legal quando estávamos gestantes e nunca tivemos acesso a cargos de destaques, pois éramos sempre consideradas aprendizes. O tempo passou e a sociedade evoluiu e com isso se viu necessário a criação de uma legislação exclusiva para regulamentar a relação de trabalho, entre empregador e empregado. Neste contexto nós Mulheres, viemos desempenhar um papel fundamental no surgimento da referida legislação, tendo em vista que foi diante da exploração dos nossos serviços que o Estado sensibilizou-se e viu a necessidade de intervir. Tanto é que as primeiras leis trabalhistas que surgiram referem-se exclusivamente sobre os direitos do trabalho das mulheres.
O que podemos chamar de primeiro passo na criação da norma de proteção ao trabalho da mulher foi a criação do projeto do código de trabalho, em 1912, que apresentava, dentre outras coisas, uma legislação específica do trabalho da mulher, tais como a sua liberdade para obtenção de emprego, independentemente de autorização do marido, jornada diária limitada a 8 horas, licença de 15 a 25 dias antes do parto e até 25 dias após e percepção de 1/3 do salário no primeiro período e metade do segundo. A primeira Constituição a tratar sobre o tema dos direitos do trabalho da mulher foi a que foi promulgada em 1932. Em seu artigo 121, ela proibiu a discriminação das mulheres quanto aos salários, além de estabelecer outras garantias, tais como a proibição do trabalho da mulher em locais insalubres, o direito ao gozo de repouso antes e após o parto sem prejuízo do salário e do emprego e alguns serviços que deveriam ser disponibilizados em amparo à maternidade, tais como a instituição da previdência em favor da mesma. Revista CIESP GUARULHOS 33
PONTO DE VISTA
A Constituição de 1934 regulamentou a jornada diária de 8 horas, o salário maternidade e a licença maternidade, dentre outros direitos. A Constituição de 1946 trouxe de novidade, além dos direitos já existentes dos trabalhadores do Brasil, a assistência aos desempregados, garantia do direito de greve e participação obrigatória e direta no lucro das empresas. A Constituição de 1967 instituiu a proibição de critérios de admissão diferentes por motivo de sexo, cor ou estado civil, além de assegurar aposentadoria à mulher aos 30 anos e com salário integral. A Constituição de 1988 assegurou o direito à licença gestante de 120 dias, sem prejuízo do emprego ou salário, proibição de diferenças de salários, estabelecimento de critérios de admissão e exercício de função em função do gênero e igualdade de direitos e obrigações entre homens e mulheres. Entretanto, a realidade ainda nos mostra uma desigualdade sem limites, que pode ser vivenciada na impossibilidade de crescimento profissional, nos critérios injustos de seleção, nas diferenças imotivadas de salário, nos assédios, etc.
Em 1943, tivemos outro avanço na edição de normas protetivas à mulher, que foi a promulgação da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), consolidando todas as matérias relativas ao trabalho, dentre elas o da mulher. A Lei 11.770, de 09 de setembro de 2008, instituiu a possibilidade da duração da licença maternidade por mais 60 dias, que também será garantida, na mesma proporção, à empregada que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança.
Atualmente, há uma busca incessante pela igualdade entre os gêneros. Igualdade esta, que se baseia na busca do tratamento diferenciado apenas naquelas situações em que as diferenças biológicas e de tratamento exigirem, e não nas discriminações arbitrárias que todos sabem que ainda existe no mundo do trabalho atual.
DE CERTO QUE ALGUMAS DIFERENÇAS BIOLÓGICAS HÃO DE SEMPRE EXISTIR, ENTRETANTO, AS MULHERES DE SUCESSO DE HOJE SÃO UM SÍMBOLO DE VITÓRIA E PERSEVERANÇA CONTRA A DISCRIMINAÇÃO E O PRECONCEITO
É notável o crescimento representativo do número de mulheres inseridas no mercado de trabalho atual, inclusive com a conquista de cargos de chefias ou até outros cargos até então inimagináveis, sob o ponto de vista de um contexto histórico, de que pudessem ser confiados às mulheres, temos como exemplo a eleição de uma mulher para Presidente da Nação, fato este inédito em nosso País. A história demonstra-nos que o universo do trabalho feminino sempre foi marcado por lutas e conquistas, alternadas com comportamentos de submissão e resistência, os direitos trabalhistas das mulheres foram resultado de muita opressão e lutas Mas essa luta também representa a esperança na mudança de paradigmas, onde a sociedade não vai mais ser dominada em função do gênero.
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