9
ANO III Out/Nov/Dez 2019 Out/Nov/DEZ BRASÍLIA - DF EDITORA PALOMITAS EDITORA COLÔNIA INDEPENDENTE ISSN: 2358-3207
ABRACE: MUITO MAIS QUE UM ABRAÇO SOLIDÁRIO
MARIA ANGELA MARINI: UM ATO DE AMOR A QUEM ABRAÇAMOS PROTEÇÃO ANIMAL: A MORADIA DO CORAÇÃO
PORQUE O MUNDO TAMBÉM É REPLETO DE BOAS NOTÍCIAS E PESSOAS EXTRAORDINÁRIAS 1
68$6 &25(6 ( )250$6 6 2 $,1'$ 0$,6 %(/$6 48$1'2 $ ,035(66 2 ¦ '( 48$/,'$'(
3&50
5" "."3&-0 1
$*"/0 ."(&/
? 5 5 5 5
3
| editorial POR UMA INFÂNCIA LIVRE DO CÂNCER Em 33 anos de trabalho incansável, abrangente e aguerrido, a Abrace alcançou tão notável patamar de respeitabilidade e excelência no DF e mesmo no País, que não é possível mencionar a expressão “em defesa da infância contra o câncer” sem que essa entidade de referência não seja lembrada. Fundada para oferecer assistência social a famílias de crianças e adolescentes com câncer e hemopatias, a Abrace contabiliza, nestas três décadas, inúmeras histórias de superação de jovens que enfrentaram, em seus próprios organismos, os mais árduos inimigos, nas batalhas mais difíceis de suas jovens vidas, e saíram vitoriosos, com um exemplo heroico de resilência para todos nós, que ainda não reconhecemos a dádiva inestimável que é a saúde. Em homenagem a todos esses pequenos heróis, meninas e meninos – tanto os que conseguiram voltar combalidos do campo de batalha, quanto aqueles guerreiros mirins que agora estão em outros patamares da existência, já a salvo da desigual luta que enfrentaram em vida –, esta nona edição da Revista Por Um Mundo Melhor dedica todas as suas mais belas palavras para abordar o trabalho dessa entidade, sem a qual muitas dessas crianças e suas famílias não teriam a menor chance. Para nós, é uma honra apresentar o trabalho da Abrace e deixar registrado que a sociedade brasiliense – e brasileira, claro! – é devedora de tão louvável projeto social (e com um detalhe: sem fins lucrativos). Para isso, apresentamos não apenas a matéria de capa sobre a Abrace, mas também uma entrevista com sua atual presidente, Maria Angela Marini Vieira Ferreira. Nesta edição, também abordamos a incrível trajetória da ONG All Hands and Hearts, que começou sua história quando o tsunami da Tailândia no Natal de 2004 mudou
definitivamente o rumo das vidas de seus fundadores. Uma história que conta com o depoimento pessoal e o próprio esforço de uma brasileira voluntária, a Yasmin Almeida, que se uniu à iniciativa, conhecida por reconstruir casas de famílias desabrigadas por catástrofes naturais em todo o mundo. No âmbito da proteção animal, contamos a história de Ubiratan Coelho, um militar aposentado que se dedica a fabricar casinhas para cães de rua abandonados, tudo com dinheiro do próprio bolso. Na seção de cultura, apresentamos o filme “O Maior Presente”, do cineasta espanhol Juan Manuel Cotelo, que mostra a importância do perdão até para a sobrevivência da raça humana no planeta, um tema muito caro para nós, que – não por acaso – foi destaque na segunda edição da nossa revista (https://bit.ly/2mKL4LM), publicada em 2017. Na seção de bem-estar, mostramos os ensinamentos de três pessoas que optaram por um estilo de vida e por escolhas pessoais e profissionais com maior sintonia com o essencial da existência. Um ritmo de vida menos acelerado, em maior interação com a natureza, de modo a levar em consideração as muitas experiências interiores facultadas pelo respeito ao tempo e às descobertas que ele desvela. São indivíduos que optaram pelo Slow Living e deixam belos testemunhos das experiências interiores que essa escolha lhes propiciou. Apreciem esses destaques e muito mais nesta edição, que preparamos com muito carinho para vocês. Esperamos que vocês gostem. Até a próxima edição.
expediente | A revista Por Um Mundo Melhor é uma publicação trimestral da Editora Palomitas e da Colônia Editora Independente e não tem fins lucrativos. Todos os recursos advindos da comercialização de seus anúncios se destinam à sustentabilidade do periódico, à remuneração de seus profissionais e ao apoio a projetos sociais, ambientais e de defesa dos vulneráveis. Editora Palomitas - CNPJ: 19.920.208/0001-57 Fundador e editor-chefe: Paulo Henrique de Castro e Faria / RP MTb: 4136/DF Projeto gráfico, Ilustração e Diagramação: Léo Silva Assistente editorial: Neuza Castro e Silva Foto de capa: Arisson Tavares
Contatos: 55 61 99819 9828 / 99964 7263
Representação comercial, consultoria em produção gráfica: Cleber de Albuquerque | Colônia Editora Independente Eirelli CNPJ: 24.206.387/0001-03 coloniaeditora.com.br Tel.: (61) 99964-7263 Impressão: Gráfica e Editora Qualidade Tiragem: 3.000 exemplares ISSN: 2358-3207 Distribuição gratuita
revistaporummundomelhor.com.br
Revista Por Um Mundo Melhor (@revistapmm)
revistapmm@gmail.com instagram.com/revista.por.um.mundo.melhor.
SUMARIO | 6
MARIA ANGELA MARINI VIEIRA FERREIRA: UM ATO DE AMOR A QUEM ABRAÇAMOS
10
MUITO MAIS QUE UM ABRAÇO SOLIDÁRIO
16
A MORADIA DO CORAÇÃO
18
OS GRITOS DO SILÊNCIO
20
TODAS AS MÃOS E OS CORAÇÕES DO MUNDO
26
VIVER COM QUALIDADE DE VIDA E PRINCÍPIOS ELEVADOS
30
TRIBUTO AOS PROFESSORES
32
O PODER DO PERDÃO
Nós sinalizamos ações POR U
Nós sinalizamos ações POR UM MUNDO MELHOR.
Mostre para o mundo o que Seja um parceiro e apoi
Mostre para o mundo o que você faz também. Seja um parceiro e apoie esse projeto. Nós sinalizamos ações POR UM MUNDO MELHOR. Nós sinalizamos ações POR UM MUNDO MELHOR. Nós sinalizamos ações POR UM MUNDO MELHOR.
faz também. Nós sinalizamos ações POR UM MUNDO MELHOR.Mostre para o mundo o que você A revista Um MundoMELHOR. Melhor é a sinalizamos UM Por MUNDO Mostre para o mundo o quee você fazprojeto. também. ações POR Seja um parceiro apoie Nós esse Mostre para o mundo o que você faz também. única publicação impressa de Brasília Mostre para o mundo o que você faz também. Mostre para o mundo oque que vocêboas faznotícias, também. só veicula além Seja um parceiro e apoie esse projeto. Nós sinalizamos ações UM MUNDO MELHOR. Seja um parceiro eesse apoie esse projeto. Seja um parceiro e apoiePOR projeto. de matérias sobre saúde, educação, Nós sinalizamos ações POR UM MUNDO MELHOR.
Seja um parceiro e apoie esse projeto.
o mundo mos açõesMostre POR UM para MUNDO MELHOR. o
que você faz também. Mostre para o mundo o que você faz também. ra o mundo o que você faz também. Seja um parceiro e apoieSeja esseum projeto. parceiro e apoie esse projeto.
m parceiro e apoie esse projeto.
Acesse o nosso site: www.revistaporummundomelhor.com.br
Acesse o nosso site: www.revistaporummundomelhor.com.br revistaporummundomelhor@gmail.com Acesse o nosso site: www.revistaporummundomelhor.com.br 55 61 99819 9828 - 99964 7263 revistaporummundomelhor@gmail.com revistaporummundomelhor@gmail.com
55 55 61 99819 9828 - 99964 7263
cultura, ações sociais, direitos dos animais e responsabilidade socioambiental. Em reconhecimento a todos os apoiadores e patrocinadores que tornam possível o sonho deste projeto, deixamos nosso mais sincero Acesse o nosso site: www.revistapo agradecimento. revistaporummundomelh Sem vocês, não teríamos chegado até aqui. 55 61 99819 9828 Cada um de vocês, à sua maneira, também contribui Por Um Mundo Melhor.
61 99819 9828 - 99964 Acesse7263 o nosso site: www.revistaporummundomelhor.com.br
Acesse o nosso site: www.revistaporummundomelhor.com.br revistaporummundomelhor@gmail.com Acesse o nosso site: www.revistaporummundomelhor.com.br revistaporummundomelhor@gmail.com site: www.revistaporummundomelhor.com.br 55 61 99819 9828 - 99964 7263
aporummundomelhor@gmail.com 55 61 99819
1 99819 9828 - 99964 7263
revistaporummundomelhor@gmail.com 9828 - 99964 7263
55 61 99819 9828 - 99964 7263
Acesse o nosso site: www.revistaporummundomelhor.com.br Acesse o nosso site: www.revistaporummundomelhor.com.br revistaporummundomelhor@gmail.com revistaporummundomelhor@gmail.com
55 61 99819 9828 - 99964 7263
PERFIL
MARIA ANGELA MARINI VIEIRA FERREIRA:
“UM ATO DE AMOR A QUEM ABRAÇAMOS”
Mãe de uma criança que, em tenra idade, enfrentou a dura luta contra o câncer e venceu, Maria Angela Marini Vieira Ferreira é a atual Presidente da Abrace e Membro da Primeira Diretoria Fundadora da Instituição. Nesta entrevista, ela narra como foram as primeiras lutas da entidade para se afirmar no contexto do tratamento oncológico de jovens na rede pública de saúde nos anos 80 no DF. Além disso, conta algumas das muitas vitórias da entidade em seus 33 anos de assistência de excelência. ARISSON TAVARES
Maria Angela, como era em Brasília o cenário hospitalar no ano de 1986 para uma criança em tratamento contra o câncer? Em 1986, ano de fundação da Abrace, o serviço de tratamento do câncer infantil era realizado no Hospital de Base de Brasília, por médicos pediatras, com especialização em onco-hematologia pediátrica. Por ser o maior hospital público do DF, com várias especialidades e outros serviços, como emergências em geral, a ele recorriam diariamente pacientes de todas as idades, sexo e variadas patologias. Portanto, embora fosse (e ainda é) um hospital de referência do serviço público de saúde em Brasília, ele não tinha “foco” na criança. E o pequeno paciente em tratamento de câncer, que é uma doença grave para uma pessoa com qualquer idade, embora passando por um tratamento de alta complexidade, como o câncer, recebia tra-
6
ARISSON TAVARES
tamento quimioterápico e radioterapia sem o acolhimento necessário a uma criança, para minimizar o perigo de contaminações diante da baixa imunidade. Além disso, nos primeiros anos da existência da Abrace, vivemos um período com recorrente desabastecimento, na rede pública de saúde, dos medicamentos oncológicos, entre outros. Realidade que foi suprida com ajuda da Abrace. Desde então, nenhuma criança ficou sem tratamento por falta de medicamento ou outro motivo.
Como a senhora analisa o crescimento e o reconhecimento do trabalho de assistência da Abrace nos 33 anos de atividades? Recordando-se dos primeiros passos, como a senhora se sente?
Maria Angela e o marido (Roberto Nogueira) também são voluntários e participantes do grupo de pais que fundou a Abrace
“Quem caminha sozinho pode até chegar mais rápido, mas aquele que vai acompanhado, com certeza, vai mais longe”.
7
Eu defino o nascimento da Abrace e o seu permanente trabalho durante esses longos anos de atividade assistencial como sendo um ato de amor aos nossos filhos e a todas as crianças e adolescentes que abraçamos, pois todos são vítimas dessa doença e perdem boa parte das suas infâncias vivendo uma dolorosa experiência de vida na mais tenra idade. A Abrace é a união de todos nós, fundadores ou não fundadores, de todos aqueles que, com solidariedade e amor, ajudam a construir esta obra abençoada. Seja com o trabalho voluntário dedicado pelo corpo de voluntariado da Abrace ou com as generosas doações e parcerias da sociedade civil, de pessoas físicas ou jurídicas ou, ainda, como parte da equipe profissional da Abrace, que realiza com responsabilidade social o trabalho, tendo como objetivo a missão da instituição. Esta é uma obra social coletiva, motivo pelo qual completamos 33 anos com muitas realizações de vários e importantes projetos, que transformaram as vidas das famílias assistidas. O HCB [Hospital da Criança de Brasília José Alencar] é o maior projeto realizado pela Abrace. Esse é um compromisso da Abrace, assumido desde a sua fundação, para as crianças e seus familiares enfrentarem a doença: com o melhor atendimento hospitalar, humanização e segurança, em um ambiente alegre e lúdico, que
ARISSON TAVARES
EDY AMARO
O belo sorriso da princesa Alicia Alves Silva é de quem lutou uma batalha desigual contra o câncer, mas venceu, com a ajuda da Abrace
Hemilly Farias é outra heroína, que exibe a prova de sua alegria. Ela é assistida pela Abrace desde 2017. Tem apenas 14 anos
transforma a dor em uma melhor vivência hospitalar, com qualidade de vida, gerando expectativas de dias felizes, tendo como pilar principal a esperança na cura das doenças. Qual é a mensagem de agradecimento que a entidade deixa a todas as pessoas que contribuíram durante essa jornada de 33 anos da Abrace? Gratidão é um sentimento de reconhecimento, que também traduz emoção e outros sentimentos, como
8
amor, fidelidade, amizade e muitos mais. É, portanto, esse o sentimento que expresso aos que acompanham e ajudam a fazer a história da Abrace, tornando possível o cumprimento da nossa missão. Agradeço a Deus Pai por estar presente todos os dias na construção desta obra. E concluo, citando as sábias palavras da reconhecida escritora e jornalista Clarice Lispector, por significar bem o sentido da trajetória da Abrace: “Quem caminha sozinho pode até chegar mais rápido, mas aquele que vai acompanhado, com certeza, vai mais longe”.
9
MATÉRIA DE CAPA
MUITO MAIS QUE UM ABRAÇO SOLIDÁRIO Com o apoio da comunidade, a Abrace atua há 33 anos como entidade de referência, oferecendo assistência social a famílias de crianças e adolescentes com câncer e hemopatias. E muitos são os jovens que têm suas difíceis histórias de vida transformadas em exemplos de superação ARISSON TAVARES
H
ARISSON TAVARES
emilly Vitória Araújo Farias tinha apenas dois anos de idade quando chegou a Brasília (DF), mas lembra de cada detalhe e das dificuldades que encontrou. Acompanhada da mãe, Fabiana Araújo de Paula, a menina saiu de Boa Vista (RR) para enfrentar o duro tratamento contra o câncer a mais de 2 mil km de distância de casa. A história dela se assemelha às de dezenas de crianças que chegam mensalmente ao DF em busca de recuperação. Por sorte, todas contam com o apoio da Associação Brasileira de Assistência às Famílias de Crianças Portadoras de Câncer e Hemopatias (Abrace). Sem fins lucrativos, a instituição foi criada em 1986 por um grupo de pais de pacientes em tratamento no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF). Eles se uniram para ajudar outras famílias que estavam passando pelas mesmas dificuldades, mas com um agravante: a exclusão social. Três décadas depois de sua fundação, a situação é totalmente diferente. O índice de abandono do tratamento foi de 28% para 0%, já que a Abrace oferece todo o suporte (material, emocional e psicológico) necessário às famílias.
Hemilly Vitória Araújo Farias faz jus ao nome de vencedora, com o auxílio da Abrace
10
Na Casa de Apoio da instituição, as crianças que não moram no DF podem
ARISSON TAVARES
se hospedar com acompanhante e têm acesso a alimentação, transporte para o hospital e até medicamentos, quando não são disponibilizados pela rede pública de saúde. “Aqui, eu me sentia à vontade e brincava muito. As pessoas não me viam como uma pessoa diferente por conta da doença, mas sim como uma criança normal. A gente se sente amado. Se sente presente”, conta Hemilly, que hoje tem 14 anos. Outra conquista da instituição foi o aumento dos índices de cura, que foram de 50% para 70%, chegando a 80% quando os diagnósticos são feitos precocemente. Um dos fatores que contribuíram para essa margem favorável é o grande esforço da Abrace, que também oferece palestras, oficinas de artesanato e passeios para as famílias assistidas. Tudo com o objetivo de garantir a qualidade de vida neste momento tão difícil. “Aprendi muita coisa por aqui. Fiz muitos amigos e grandes amizades. Também vivi momentos marcantes. Quando eu tinha uns 9 anos, fui ao cinema pela primeira vez, em um passeio da Abrace”, revela a menina.
Para quem mora no DF, o apoio ultrapassa o tradicional quando se trata de assistência social. Até mesmo as cestas básicas entregues às famílias são montadas de acordo com a necessidade de cada núcleo familiar e contam com verduras orgânicas, colhidas na horta mantida pela instituição, por meio da parceria com a Fundação Banco do Brasil. A entidade também realiza pequenas reformas nas casas dos pacientes, quando encontra residências em condições precárias que colocam em risco a saúde das pessoas assistidas. Tudo por meio da solidariedade de pessoas e empresas. “A Abrace, para mim, é um ponto de apoio. É como se fosse minha segunda família, porque sei que posso contar com ela sempre”, conta Deyseane da Silva Sousa, mãe da Dayla Camily (10 anos), diagnosticada com tumor de células germinativas (TCGs).
Dayla Camily e Bruno Fonseca exibem seu passado de luta e seu presente como dádiva de saúde ARISSON TAVARES
Amparo além da assistência
Marcela Barroso Souza (de Roraima) e sua filha, Alice (3 anos): a alegria e a esperança como estratégias de tratamento
11
NELSON FLEURY
As atividades lúdicas, como teatrinho, ajudam no tratamento, pois auxiliam na recuperação do estado emocional das crianças
A Abrace ainda promove encontros, passeios e eventos, como é o caso da festa de Natal, realizada todo ano para mais de 900 convidados. Desde o palco até a decoração, tudo é oferecido gratuitamente com o apoio de voluntários e parceiros, garantindo um momento lúdico para quem encara diariamente as dificuldades do tratamento. Dayla é cadeirante, mas aproveita cada atração da festa sem limitações. “Os passeios realizados pela Abrace têm sido de grande importância e ajuda, pois, graças a eles, ela conseguiu superar várias fases difíceis do tratamento”, conta a mãe. Os familiares das crianças em tratamento também têm acesso à assistência odontológica, disponibilizada por dentistas voluntários em um consultório doado pelo grupo de Embaixatrizes Africanas. Além disso, a Abrace oferece capacitação por meio de projetos institucionais e parcerias, como é o caso das bolsas de estudo da Cultura Inglesa, como foi noticiado na 8ª edição da Revista Por Um Mundo Melhor.
Todos os projetos da Abrace têm um objetivo em comum: a qualidade de vida e o acesso às melhores condições de tratamento. Trata-se de um abraço quando tudo parece estar perdido. Um ombro amigo no momento em que mais as crianças e suas famílias necessitam.
Por um atendimento humanizado O cenário hospitalar brasiliense mudou muito desde o nascimento da Abrace. Em 1986, ano de sua fundação, o tratamento contra o câncer infantojuvenil era realizado no HBDF por médicos especializados em onco-hematologia pediátrica; porém, as crianças dividiam os espaços disponíveis com os adultos. Se a doença já é grave em qualquer idade, na infância esses fatores influenciam ainda mais as chances de cura. Para mudar essa realidade, a Abrace mobilizou a comunidade e, por meio de doações e parcerias, construiu o primeiro bloco do Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB), inaugurado em 2011. O hospital integra a rede da Secretaria de Saúde do Distrito Federal e dis-
12
NELSON FLEURY
Evento de Natal oferecido pela Abrace com apoio de parceiros para as crianças e suas famílias
ponibiliza atendimento público pelo Sistema Único de Saúde (SUS), oferecendo atendimento humanizado e de alta qualidade em todas as especialidades pediátricas, além de novos serviços, como diálise, tratamentos oncológicos, cirurgias e procedimentos ambulatoriais sob sedação. A unidade é gerida pelo Instituto do Câncer Infantil e Pediatria Especializada (Icipe), associação sem fins lucrativos, criada por iniciativa da Abrace especialmente para esse fim. A humanização está presente até mesmo na espera do atendimento. Inaugurado em 2017, o Espaço da Família Instituto Ronald McDonald oferece um local confortável à família do paciente do HCB. O ambiente possibilita descanso e acomodação, realização de tarefas lúdicas, terapia ocupacional para os pais, além de recreação para crianças e adolescentes por faixa etária, como jogos, pintura e minicinema. Com essa mudança de cenário, o inesperado acontece: apesar das adversidades, Bruno Fonseca (8 anos) adora ir ao médico. “Não tenho nem palavras para dizer como são o atendimento e o su-
13
porte que eles oferecem. Ele ama brincar no pula-pula do hospital. Com a inauguração do segundo bloco, ficou ainda mais completo”, conta a mãe do menino, Eduarda da Cruz Fonseca.
Reconhecimento Todo esse empenho e compromisso da Abrace tiveram, em 2017, uma recompensa especial: a instituição foi reconhecida como uma das 100 melhores ONGs do Brasil. A premiação é iniciativa do Instituto Doar, publicada pela Revista Época, que avalia condições de transparência e gestão nas organizações. Já em 2018, a entidade também recebeu o selo ONG Transparente, sendo reconhecida na época como uma das 40 ONGs mais transparentes do Brasil. A instituição também já recebeu o Grande-Colar do Mérito do Tribunal de Contas da União (TCU), além de uma premiação e uma homenagem na Cúpula Mundial da Família na sede da ONU, em Genebra (Suíça).
ARISSON TAVARES
Toda ajuda é bem-vinda Há 33 anos, a Abrace se mantém graças à solidariedade das pessoas, por meio de doações ou parcerias. Qualquer pessoa física ou jurídica pode abraçar a causa e fazer toda a diferença para crianças e adolescentes com câncer e hemopatias, seja como voluntário, doador, empresa parceira ou membro da equipe profissional. A Abrace recebe todos os tipos de doação, desde financeira até de roupas, calçados, móveis, eletrodomésticos ou cabelo. Você também pode doar seu tempo e se tornar um voluntário, que é uma das engrenagens da Abrace. Até mesmo o corpo diretor e a própria presidência são formados por voluntários. Eles atuam em eventos, passeios, atendimento odontológico ou psicológico, organização de doações e materiais, atendimento nas lojas Brechic, recreação, artesanato, funções administrativas e contação de histórias no HCB. Tudo para que as crianças e suas famílias continuem apresentando seus muitos exemplos de superação, que a Abrace ajuda a tornar realidade.
Serviço VOCÊ SE INTERESSOU EM AJUDAR? ACESSE O SITE DA ENTIDADE (WWW.ABRACE.COM.BR) OU ENTRE EM CONTATO PELO TELEFONE (61) 3212-6000 E VISTA A CAMISA DA INSTITUIÇÃO NA LUTA CONTRA O CÂNCER INFANTOJUVENIL
O voluntariado é uma das engrenagens que move a instituição
14
#DoarTambémSalva
EXISTEM 300 VIDAS
que precisam de você.
O Gatil Luz Violeta necessita do seu apoio para que os bichinhos do abrigo encontrem um lugar definitivo antes de terem o seu lar fechado. Adotar não é a única opção para ajudar, a contribuição financeira também pode salvar essas vidas.
Contribua através de nossa vaquinha.
Contamos com você.
bit.ly/vakinha-doartambemsalva
TAC-MP/GO: 201900253949
15
PROTEÇÃO ANIMAL
A MORADIA DO CORAÇÃO Militar aposentado, com formação em artesanato, há cinco anos faz casinhas para cachorros de rua e multiplica o gesto, ensinando crianças e adultos
DA REDAÇÃO
E
para o bichano e cuidou da ferida dele. O resultado? O cãozinho se recuperou. Mas algumas pessoas da região, incomodadas com mais um cão de rua ali na vizinhança, resolveram colocar veneno para o cãozinho, que veio a falecer. Apesar da imensa tristeza que sentiu, em vez de se abater com a situação, Ubiratan sentiu ainda mais força para fazer casinhas para todos os cães abandonados que encontrava e, com o tempo, se aperfeiçoou. Desde então, não parou mais de confeccioná-las. E detalhe: tudo com os recursos da própria aposentadoria. Mas, inicialmenPAULO CASTRO
m 2014, o militar aposentado Ubiratan Coelho recebeu uma visita inusitada em sua casa, no Gama: um cachorro de rua, com a pata machucada, possivelmente por atropelamento. Como Ubiratan já tinha outros três cães em casa e não havia mais espaço para nenhum, ele não sabia o que fazer. Mas a situação tocou seu coração e ele sentiu que não poderia deixar aquele cãozinho desamparado, porque poderia até morrer, sem tratamento e cuidados. Como Ubiratan também tinha formação como artesão, lhe ocorreu fazer uma casinha para o cachorro, a fim de abrigá-lo do frio, do relento e do sol. Ao fim do trabalho, colocou também ração e água
Ubiratan ensina crianças a confeccionar uma casinha em uma feira de adoção de cães e gatos na Cidade Ocidental (2019)
16
UBIRATAN COELHO
Seguindo o exemplo, a atitude e a boa vontade de Ubiratan Coelho, jovens do Grupo escoteiro Roberto Simonsen 5° DF participaram também de um mutirão de construção de casinhas para cachorros, como parte de um projeto de ação comunitária em prol dos animais de rua
te, toda aquela bagunça em casa incomodava a sua esposa, Alice Souza. Hoje, ela acredita que ajudar os animais de rua compensa o esforço.
PAULO CASTRO
O tempo passava e Ubiratan começou a receber muitas encomendas, mas viu que não tinha condições de fazer tudo por conta própria. Foi aí que ele delineou o projeto “Amigos dos Animais”, para multiplicar seu conhecimento, ensinando crianças e adultos a também confeccionarem as casinhas, principalmente em feiras de adoção e cães e gatos.
“Atualmente, são mais de 200 mil cães abandonados só em Brasília. Eu penso assim: as pessoas têm o direito de não gostar dos animais, mas não têm o direito de maltratá-los. Por isso, elas devem deixar os bichinhos viverem em paz”. Ubiratan diz que todo o material que ele usa para as casinhas é barato e reciclável. “É só papelão, saco de ração usado, pistola de cola quente, tesoura, estilete e amor no coração. Só isso”, finaliza ele, revelando sua receita de protetor apaixonado pelos animais.
Protetores de animais da campanha “Adote um Amigo”, parceiros de Ubiratan Coelho
Serviço | CONTATO PARA DOAÇÕES DE MATERIAIS PARA CONFECÇÃO DAS CASINHAS: (61) 99106-2131
17
CULTURA
OS GRITOS DO SILÊNCIO A HQ “O Mundo de Aisha”, de Ugo Bertotti, antecipa o horror vivido pelo Iêmen hoje, registrando o sofrimento de suas mulheres, a servidão silenciosa que oprime suas vidas e a perpetuação de um calvário que a cultura patriarcal do país historicamente lhes impõe PAULO CASTRO
e asfixiante, em preto e branco, da vida das mulheres iemenitas, antes que o inferno da guerra civil se abatesse sobre o país em 2015. Em 2011, a fim de acompanhar o marido, em missão para o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Agnes Montanari desembarcou em Sanaa e, pela força de seu ofício, colheu depoimentos e documentou em fotos a vida na capital e em outras cidades, especialmente o cotidiano humilhante das mulheres em um país que detém o maior número de armas em livre circulação pelas ruas (majoritariamente, de grosso calibre): o equivalente a duas AK-47 por habitante, inclusive os recém-nascidos.
O
scar Wilde certa vez afirmou: “Se você não consegue entender meu silêncio, de nada irão adiantar minhas palavras, pois é no meu silêncio que estão todos os meus maiores sentimentos”. Fazendo jus à citação do escritor irlandês, o ilustrador italiano Ugo Bertotti, baseando-se nas fotos e nos depoimentos colhidos pela fotojornalista e documentarista francesa Agnes Montanari, produziu a surpreendente grafic novel “O Mundo de Aisha: A revolução silenciosa das mulheres no Iêmen”, um painel funesto
18
Agnes visitou ruas, comércios, sítios históricos e também hospitais, um deles mantido pelos Médicos Sem Fronteiras. Do seu trabalho documental notável sobressai o eco sem vozes (e com rostos cobertos) das mulheres cativas, em reportagens que Ugo Bertotti bem soube ilustrar, captando suas nuances sombrias. Os depoimentos são tão tocantes, dolorosos e inacreditáveis que, às vezes, parece uma tarefa hercúlea e impossível sintetizar, nas poucas linhas que o espaço da mancha gráfica permite, as histórias de tirania despótica tribal a que estão sujeitas as mulheres iemenitas ouvidas por Agnes. Como o caso de uma adolescente que é “vendida” pelos pais, baleada pelo marido, perde a guarda dos filhos pequenos para o agressor (o pró-
prio cônjuge), fica paralítica e possivelmente morre só porque abriu a janela de casa e olhou para a paisagem sem estar vestindo o niqab (o véu muçulmano). Ou as narrativas de mulheres que são abandonadas pelos maridos entediados e se tornam párias, sem casa, sem a guarda dos filhos e sem ter quem lhes dê refúgio ou mesmo emprego.
UGO BERTOTTI
A dor silenciosa das mulheres, exposta no título da obra, já não é tão silente assim e – hoje – não é exclusividade delas, uma vez que a HQ registra um período anterior ao atual genocídio imposto ao Iêmen pelos EUA e por sua principal parceira comercial (a Arábia Saudita), expondo talvez a maior crise humanitária do planeta. Trata-se de uma obra inestimável, que comprova que a ignorância, a violência e a reificação da vida são extremamente democráticas: não poupam ninguém. E têm o silêncio como um de seus mais aviltantes, nocivos e eficazes aliados. “O MUNDO DE AISHA: A REVOLUÇÃO SILENCIOSA DAS MULHERES NO IÊMEN” TÍTULO ORIGINAL: “IL MONDO DI AISHA” AUTOR: UGO BERTOTTI EDITORA: NEMO PÁGINAS: 144
O ilustrador Ugo Bertotti: reconstituição das reportagens de Agnes Montanari
ANO DE LANÇAMENTO: 2015
19
AÇÃO SOCIAL
TODAS AS MÃOS E OS CORAÇÕES DO MUNDO Eles são mais de 57 mil voluntários, de 144 nacionalidades diferentes, inclusive brasileiros, que atuam no apoio material e emocional a desabrigados, vítimas de catástrofes. Conheça as belas histórias de solidariedade, superação e esperança que os voluntários da ONG humanitária All Hands and Hearts têm para contar
AHAH
PAULO CASTRO (COM INFORMAÇÕES DE YASMIN ALMEIDA)
K
hao Lak, Tailândia. Natal, 2004. A supermodelo tcheca Petra Nemcova passeava na praia com o noivo, um fotógrafo de moda britânico. O mundo parecia sorrir para eles. Jovens, ricos, famosos e bem-sucedidos, eles pareciam ter alcançado na vida tudo o que almejaram. Quando já retornavam ao seu resort, ambos notaram que o mar havia recuado. Instantes depois, todo aquele paraíso nativo era varrido pelo tsunami, que deixaria cerca de 280 mil vítimas. Entre elas, seu noivo. Petra só não integrou essa triste estatística porque, mesmo em estado de choque e com uma grave fratura na pelve, entre outros tantos ferimentos, conseguiu se manter agarrada a uma palmeira, por várias horas, com todas as suas forças.
20
AHAH
AHAH
Algumas horas depois, chegava ao local, como voluntário, o grande empresário americano David Campbell, que pensava em se aposentar, quando se viu comovido pela tragédia na Ásia e sentiu que a vida lhe havia requisitado para algo que, até então, ele nunca antes havia imaginado. No ano seguinte, marcado pela experiência de ajudar a salvar vidas, David fundou a ONG All Hands Volunteers. Já com o corpo recuperado, mas ainda severamente marcada pela dor emocional do que viu e viveu, Petra fundou a iniciativa Happy Hearts Fund. Em 2017, após compartilharem suas experiências em comum, David e Petra se uniram e resolveram fundir as duas organizações. Surgia, assim, a ONG humanitária All Hands and Hearts (AHAH), de apoio imediato a comunidades de todo o mundo afetadas por desastres.
Resposta inteligente A AHAH se tornou rapidamente reconhecida por sua estratégia de resposta inteligente às catástrofes. A ONG se comunica com as lideranças locais das regiões atingidas e com membros da comunidade, que lhe oferecem uma visão geral dos impactos e das necessidades imediatas. Em seguida, seus voluntários entram em ação, reconstruindo escolas, residências e estabelecimentos em geral com materiais mais seguros e resistentes a desastres.
21
AHAH
O Nepal, arrasado por terremoto, contou com auxílio humanitário da AHAH
AHAH
AHAH
O Charity Navigator, órgão que avalia ONGs, classifica a AHAH entre as 10 melhores iniciativas americanas de assistência, em termos de eficiência operacional e financeira.
Na AHAH, voluntários podem aprender habilidades diversas, desde a demolição de residências frágeis após graves inundações, até a construção de salas de aula em áreas rurais atingidas por terremotos, além de aprender como viver em comunidade com pessoas de todo o mundo. Com isso, todos os voluntários ficam imersos em uma comunidade multicultural e multigeracional.
AHAH
Atualmente, a AHAH presta auxílio a nove regiões: nos EUA (Texas, Flórida, Carolina do Norte, Oklahoma, Ilhas Virgens Americanas), no México, no Nepal, em Porto Rico e em Moçambique. A direção da entidade sustenta que “tudo o que requeremos dos voluntários é entusiasmo, dedicação e seu tempo, o quanto eles desejarem. Desde nossa concepção após o terremoto e o tsunami na Indonésia em 2004, sustentamos que todas as pessoas devem
ter a chance de se voluntariar. Por isso, sempre estamos de portas abertas. O ato de retribuir não deve ter limites”.
Momento descontraído da equipe que socorreu o Texas
22
A emergência no Texas
Sua filha, Mia De León, foi diagnosticada em 2016. No dia em que o furacão Harvey atingiu a casa deles, Mia estava segura no hospital, devido a uma febre misteriosa. O hospital decidiu mantê-la por duas semanas após a tempestade, enquanto a família encontrava um lugar estável para ficar. Até hoje, a causa da febre ainda é desconhecida, mas Porfirio a considera uma bênção disfarçada. “Eu só quero agradecer a vocês [voluntários]. Palavras não podem descrever o quanto estamos agradecidos pelo que vocês estão fazendo por nós”, disse Porfirio.
Em 2017, Harvey foi o primeiro grande furacão a atingir os EUA desde o furacão Wilma (2005). Em um período de quatro dias, muitas áreas tiveram um impacto de inundações sem precedentes, o que afetou centenas de milhares de casas, causando o deslocamento de mais de 30 mil pessoas e provocando mais de 17 mil resgates. Quando chegaram ao local, poucos dias depois do ocorrido, voluntários da AHAH montaram duas bases. Uma localizada em Houston e outra em Rockport, que fica a 30min da cidade de Corpus Christi, atingida pelo furacão. Até junho de 2019, 68 casas das duas cidades já haviam sido recuperadas. O programa permanecerá no Texas até agosto de 2020, onde espera assistir e recuperar totalmente moradias de mais de 130 famílias.
IMPACTO MUNDIAL DA ONG ALL HANDS AND HEARTS*
A família De León Quando os voluntários da AHAH começaram a trabalhar na casa da família De León, no Texas, em agosto de 2019, não havia nada ali além de pregos. “A norma era construir a partir dali, mas a minha situação era diferente”, explica Porfirio, pai da família. “Como tenho uma filha de 9 anos com leucemia, tive que demolir a casa toda. Eu não podia arriscar algum tipo de mofo depois que a casa estivesse reconstruída”, afirmou.
•
MAIS DE 1 MILHÃO (1.190.000) DE VIDAS AUXILIADAS
•
106 PROGRAMAS DE DESASTRE
•
18 PAÍSES ENVOLVIDOS NA INICIATIVA
•
256 ESCOLAS RECONSTRUÍDAS
•
109 MIL CRIANÇAS DE VOLTA À ESCOLA
•
A CADA DÓLAR DOADO, US$ 0,96 CENTS SÃO INVESTIDOS DE VOLTA AO PROGRAMA
AHAH
* Dados de abril/2019
Família De León: casa reconstruída pelos voluntários da AHAH
23
AHAH
DEPOIMENTO Uma brasileira entre os voluntários Yasmin Almeida (28 anos, empresária) “Quantas vezes você já se sentiu realmente útil?”. Esse foi o tema de um TEDx com Vitor Belota, que contava sua experiência como voluntário na África. Para muitos, era apenas um vídeo motivador. Para mim, foi um estalo. Trabalhos voluntários e causas sociais sempre me instigaram. Já me envolvi em vários, mas participar de um programa internacional era um sonho. Após o vídeo, resolvi realizá-lo. Descobri o AHAH e me apaixonei pela equipe. Em janeiro de 2019, pude fazer parte dela. Cheguei a Houston (EUA) ansiosa. De cara, me surpreendi com o acolhimento e o carinho. Eu era a única brasileira, o que não foi motivo para me sentir deslocada, pelo contrário. Eram 70 pessoas de várias nacionalidades unidas com o objetivo de resgatar a esperança e a dignidade de famílias desabrigadas. Como não me sentir em casa? A experiência me tirou da zona de conforto. A vida em comunidade, com suas regras e costumes específi-
cos, acomodação compartilhada, pessoas de diferentes nacionalidades, culturas e idades, foi uma grande evolução pessoal. Nunca tinha mexido com construção e demorei a aprender. Tudo era um desafio diário. E era disso que eu mais gostava. Que experiência incrível! Era lindo ver o engajamento e o compromisso de todos. Ninguém se importava em sair no frio da madrugada. O propósito do trabalho era bem maior do que um desconforto momentâneo. Só presenciei alegria. Não existiam reclamações. A conexão com pessoas que vivem para fazer o bem é muito transformadora. O que mais me comoveu foi quando vi o real impacto que tivemos na vida das pessoas. A casa em que mais trabalhei foi a da família De León. Foi emocionante ver o sentimento de gratidão deles. O AHAH mudou minha forma de ver o mundo. Sou eternamente grata pela oportunidade. Acho que devemos sempre fazer algo em prol do próximo, por menor que seja. Pode confiar: é extremamente recompensador.
CONTATOS: SITE: <HTTPS://WWW.ALLHANDSANDHEARTS.ORG/> SITE: <HTTPS://ALLHANDSANDHEARTSALUMNI.ORG/> FACEBOOK: <HTTPS://WWW.FACEBOOK.COM/ALLHANDSANDHEARTS/> INSTAGRAM: <HTTPS://WWW.INSTAGRAM.COM/ALLHANDSANDHEARTS/>
24
A Audiologia Brasília está sempre cuidando da saúde de sua audição com excelência.
Tecnologia de ponta e prossionais capacitados A Audiologia Brasília está sempre inovando na área da audiologia clínica como avaliação audiológica e terapia de processamento auditivo, trazendo até você o que há de mais avançado em tecnologia e prossionais fonoaudiológicos capacitados e diferenciados. A Audiologia Brasília tem como ideal melhorar a qualidade de vida de seus pacientes aprimorando sua audição e sua comunicação com atendimento especíco para bebês, crianças, adolescentes, adultos e idosos. ALGUNS DOS ATENDIMENTOS DISPONÍVEIS avaliação audiológica básica - avaliação audiológica complementar treinamento auditivo formal em cabine - terapia fonoaudiológica. NOVIDADES atendimento psicopedagógico. treinamento auditivo musical em grupo.
Centro Empresarial Brasília
(61) 9 9643 9880
SRTVS 701 - Cj. D - Bl. A - Sl. 809/810 Brasília - DF - CEP 70340-907 audiologiabrasilia@gmail.com Fone - (61) 3225 1027
VISITE NOSSO SITE
25
www.audiologiabrasilia.com.br
BEM-ESTAR
VIVER COM QUALIDADE DE VIDA E PRINCÍPIOS ELEVADOS O movimento Slow Living mostra que viver de forma desacelerada é possível e necessário, faz bem à saúde e permite estar em sintonia com a cadência normal da vida na natureza e com os valores essenciais do ser humano
TWESWE/PIXABAY
PAULO CASTRO
O
compasso caótico do cotidiano humano nas megalópoles da nossa civilização costuma deixar, em seu rastro, sequelas difíceis de serem erradicadas pelas pessoas. São danos físicos, emocionais e mentais que comprometem a saúde e reduzem a qualidade e a expectativa de vida, trazendo infelicidade, depressão, estresse, conflitos e violência. A conclusão é de indivíduos que adotaram um novo modo de estar no mundo, chamado de Slow Living (algo como “viver sem pressa” em português). Mais do que um estilo de vida, Slow Living é uma filosofia que contempla modos distintos de pensar, sentir, trabalhar e viver, mais ali-
26
nhados com valores como simplicidade, despojamento e cooperação, em vez da competição. Com a compreensão e a busca de princípios inspirados em uma vida com sentido, equilíbrio e propósito evolutivo, muitos adeptos dessa filosofia acreditam que o Slow Living pode propiciar a quebra de paradigmas arraigados da nossa civilização, como uma vida embasada na posse de bens materiais e no acúmulo de capital, em prol do consumo consciente, da economia solidária e da vida sustentável.
Paisagem da janela Foi o tipo de vida pelo qual Sarah Nascimento optou. Solteira, sem filhos, jornalis-
ARQUIVO PESSOAL
CITTASLOW
ARQUIVO PESSOAL
ta por formação, acostumada ao caos das redações de jornal, ela resolveu pisar no freio e tem repensado até a própria profissão. “É desafiador [o Slow Living], porque isso passa pela renúncia, não como uma perda, mas como uma conquista”, afirma. Mantendo a analogia do veículo, ela diz que, “se desaceleramos a própria vida, temos mais tempo de reação. Desacelerar é essencial para quem quer mais saúde, uma vida longa, pacífica, porque ela vai reverberar para o lado de fora”, destaca. Sarah garante que “essa desaceleração é uma grande contribuição para o mundo. É uma necessidade urgente. Traz muita impotência querer mudar o caos externo de um mundo inteiro se antes não fizermos isso internamente, em nós”. Em seguida, ela volta à imagem do veículo em movimento. “É como se o planeta fosse um trem-bala. Junto à janela, que paisagem você vê? Toda desfocada. Você não distingue a realidade, nem compreende nada. Agora, se você está em uma velocidade mais lenta, a paisagem fica mais nítida e faz sentido”, explica. Para ela, o Slow Living vem com a proposta não de viver mais lento, mas de viver menos acelerado, no ritmo natural do organismo, “que está todo descompensado para acompanhar o que a mente vem dizendo que deve ser feito”, finaliza.
Tecitura da vida Uma vida desacelerada combina bem com a essência do que o crítico literário Antonio Candido quis demonstrar, ao afirmar, certa vez, que “tempo
27
Sinônimos de Slow Living
ESQ.|Sarah Nascimento: “O Slow Living propicia equilíbrio. Ajuda a reequilibrar um mundo tão ansioso, que é a soma de todas as bilhões de pessoas sofrendo de ansiedade e outras doenças” CENTRO|Carlo Petrini: protesto contra rede de fast foods em Roma. DIR.| Gui Cavalcanti: “É uma busca por um sentido maior para a vida”
• VIDA REGULAR, COM RITMO CONSTANTE • VIDA SEM PREOCUPAÇÕES, MAS COM OCUPAÇÕES • VIDA EQUILIBRADA, SEM INSTABILIDADES • VIDA COOPERATIVA E NÃO COMPETITIVA • VIDA CONECTADA COM A ESSÊNCIA • VIDA PROFUNDA, ATENTA AO PRÓPRIO INTERIOR • VIDA COM PROPÓSITO EVOLUTIVO • VIDA HOLÍSTICA • VIDA AUSPICIOSA E SEM ESTRESSE • VIDA CALMA, MAS SOLIDÁRIA E DISPOSTA A AJUDAR • VIDA CUJO TEMPO É PRECIOSO E DEDICADO A SERVIR • VIDA PLENA • VIDA COM O SENTIDO DA ETERNIDADE • VIDA ESPIRITUALMENTE PRÓSPERA CITTASLOW INTERNATIONAL COORDINATION COMMITTEE
não é dinheiro. Tempo é o tecido da nossa vida”. A professora de Yoga Sumaya Prado tem uma opinião parecida, ao salientar que o Slow Living é como “um chamado interno, que nos convida a cuidar bem de nossa ‘casa’ no sentido mais amplo: corpo, mente, espírito, alinhados e em harmonia com a natureza”. Para Sumaya, o Yoga foi a forma que ela encontrou de vivenciar a filosofia do Slow Living. Iniciativa que ela considera “uma tendência que se manifesta já há alguns anos [com outros nomes] e que, com o passar do tempo, foi reafirmando seus propósitos, com as devidas correções e o necessário refinamento, e que, hoje, se torna mais
ARQUIVO PESSOAL
consciente e madura”. Opção de vida que, segundo ela, “exige autoconhecimento, treino, confiança e entrega, para escolher entre uma vida simples e as fartas opções de conforto com as quais nossa mente se habituou”.
As origens do movimento Quando começou um protesto (1986) contra a inauguração de uma conhecida rede multinacional de fast foods na Piazza di Spagna, em Roma, Carlo Petrini não sabia que estava dando início a um movimento que catalisaria os anseios de vários outros grupos espalhados pelo mundo, simpáticos aos princípios que ele propunha. Foi o início do movimento Slow Food, que, com o tempo, serviu de base para outros segmentos, como nas áreas ambiental, social, filosófica e até de ocupação do espaço urbano, bem representada pela ONG italiana Cittaslow (“cidades lentas”). No Brasil, o movimento Desacelera SP e a Unibes Cultural realizaram, em São Paulo, no ano passado, o Dia Sem Pressa (Slow Day), evento que contou com rodas de debates de personalidades, entre outras atrações. Criado pela professora Michele Prazeres e pelo consultor Eduardo Cordeiro, o movimento Desacelera SP foi o primeiro festival da cultura slow no país. Michele argumenta que “desacelerar é a oportunidade de pensar nas suas urgências e prioridades e de reconstruir a sua relação com o tempo, pensando no que faz sentido para você”. Já Eduardo Cordeiro diz que, “quando você não está com o controle do seu tempo, não adianta nada você ter condições de fazer aquilo que você não tem tempo para fazer”. O escritor e jornalis-
ta escocês Carl Honoré vai além, ao afirmar, em seu livro: “In Praise of Slow” (2004), que o Slow Living “é uma revolução cultural contra a noção de que [aquilo que é] mais rápido é sempre melhor”.
Confiança na voz que vem de dentro Desde que se mudou para Alto Paraíso (GO), há três anos, vindo do Rio, o carioca Guilherme Cavalcanti vem tendo uma “vivência quase intuitiva do Slow Living”. Design gráfico voluntário da associação Cerrado de Pé, uma iniciativa que busca a restauração do bioma, mesclando projeto ecológico, social e de conscientização, Gui explica que o que o levou a Alto Paraíso “foi justamente a busca por um sentido maior para a vida. Quis estar próximo da natureza para aprender a viver no ritmo dela, que é o que eu não vivia quando morava no Rio”. Iniciador do projeto Casa Jubarte, de divulgação da consciência ambiental e social, Gui diz que “a mensagem que eu deixo para as pessoas que querem fugir dessa vida caótica da cidade é que não tenham medo de sair. A vida vai estar sempre jorrando possibilidades. A vida começa a conversar mais com você quando você começa a conversar mais com seu coração”. Por fim, afirma que “as pessoas precisam dar um voto de confiança para essa voz que vem de dentro”.
CONTATOS @SARAHNASCIMENTO.EVOLUCAO WWW.SUMAYAPRADOYOGA.COM SAIBA MAIS WWW.DESACELERASP.COM.BR WWW.FACEBOOK.COM/PORTALR7/VIDEOS/752272951632155
28
29
EDUCAÇÃO
TRIBUTO AOS PROFESSORES A atividade profissional da docência é muito mais do que uma simples formação acadêmica: é, sobretudo, uma formação humanista. É ter o olhar no outro e ver até o que o outro não consegue ver a respeito de si mesmo. É ver suas carências, seus medos, mas também suas aptidões, o caudal do seu mais amplo potencial e todas as suas possibilidades futuras, como um diferencial para a sociedade na qual o indivíduo está inserido DULCINEIA MARQUES
T
Há aqueles ainda que sempre alimentam as vontades dos filhos, criando adolescentes com caprichos. A notícia de um jovem de 22 anos que jogou uma BMW no rio, na Índia, porque não ganhou um jaguar do pai como havia pedido, ilustra bem essa situação. Isso acontece com muita frequência também nas escolas. Não é uma opinião minha, infelizmente. O Brasil encabeça o topo do
ALL HANDS AND HEARTS (AHAH)
enho ouvido muitos comentários que dizem que as crianças de hoje estão desobedientes e sem limites, mas poucos apontam para a influência central na educação: o comportamento dos pais. Há mais de 25 anos trabalhando com educação, nunca me deparei com tantos pais intransigentes, agressivos, extremistas e totalmente descompromissados com o papel de educadores.
Sala de aula improvisada no Nepal, após terremoto que devastou o país (2015)
30
JHON DAL/PIXABAY
ranking de violência contra os professores. De acordo com dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), aproximadamente 12,5% dos profissionais ouvidos relataram sofrer agressões verbais ou intimidações pelo menos uma vez por semana. Quer mais? Basta entrarmos em qualquer site de notícias ou folhearmos uma revista, que há inúmeras reportagens sobre o mesmo tema. Nos últimos congressos de educação de que eu participei, a queixa é a mesma. Professores de escolas de todo o Brasil estão se sentindo acuados (alguns até em pânico) com o comportamento dos filhos e dos pais, que cada vez mais deixam a responsabilidade de educar apenas aos professores, que não estão sendo respeitados e valorizados. Pessoas egoístas, que não sabem receber um “não”. Que reclamam da corrupção no país, mas exigem privilégios em um lugar onde há disciplinas e regras a serem seguidas: a escola. O triste é que esses pais não sabem ou se “esquecem” de que as crianças e os adolescentes têm os chamados neurônios-espelhos, que copiam todas as atitudes, hábitos, vícios e valores dos seus responsáveis, para o bem ou para o mal.
Nesse ponto, é preciso diálogo. Gosto dessa frase: “educar não é cortar as asas, mas orientar o voo”. É exatamente isso o que procuro fazer. Não sou extremista, pois entendo o mundo plural em que vivemos. Prefiro educar mostrando as diferenças, trabalhando o contexto e ensinando como se defender do que é o mal e do que foge dos valores que acreditamos ou professamos.
Outro problema que percebo, e que já virou moda, é o extremismo de alguns pais em relação aos conteúdos escolares, dizendo fazer alusões às ideologias. Mas como não explicarmos aos adolescentes, por exemplo, o que é o feminismo? Isso virou uma categoria de acusação. É claro que não podemos ser unilaterais, mas também não podemos privar os estudantes do conhecimento. Vivemos em um mundo onde o pluralismo de ideias, crenças e valores está imenso e que, diante de tais fatos, devemos respeitar as diferenças. Isso, sim, é preparar o filho para uma visão crítica de mundo e não criá-lo em uma bolha, privando-o das realidades que estão nas músicas, nos filmes, nas literaturas, na internet e em tantos outros meios.
Dulcineia Marques é professora, consultora familiar e consultora do Grupo Galois
Sei que não é uma tarefa fácil. Exige sabedoria, equilíbrio e discernimento. No entanto, precisamos acordar da dormência, olhar antes para dentro de nossas casas, nossas atitudes, e lembrar que somos modelos para a geração que estamos construindo. Só assim podemos colocar em prática o que tanto cobramos do outro: respeito e educação.
FONTE: BLOG “MAIS FAMÍLIA E EDUCAÇÃO”: <HTTP://MAISFAMILIAEEDUCACAO.COM.BR/> LEIA O ARTIGO NA ÍNTEGRA: <HTTP://MAISFAMILIAEEDUCACAO.COM. BR/2019/08/16/TRIBUTO-AOS-PROFESSORES/>
31
CINEMA
O PODER DO PERDÃO O semidocumentário “O Maior Presente” inova ao abordar a força transformadora do perdão tanto para a trajetória daqueles que geraram uma dor incomensurável para outras pessoas quanto para as vidas das próprias vítimas sobreviventes. Um filme de rara sensibilidade, essencial para o mundo de hoje, acostumado à temática da violência e da vingança como errônea justificativa de combate ao mal PAULO CASTRO
C
ena de um faroeste. Os atores estão prontos para gravar o último take do filme. Todavia, subitamente, o diretor resolve mudar o clássico final, em que o “bem” vence, com a vingança e a morte do facínora. O cineasta acredita que a vingança, na verdade, não traz felicidade ou solução alguma nem para a trama fictícia do filme e nem para a vida real. Por isso, resolve
propor um final diferente para a trama, de reconciliação e (por que não?) de perdão. Porém, para convencer o elenco, ele deverá provar que esse final realmente feliz é possível na vida real. Então, ele resolve viajar pelo mundo a cavalo à procura de um desfecho benéfico para guerras e conflitos. Com isso, encontra muitos finais de histórias verdadeiras em que o perdão selou difíceis e traumáticos enredos da vida real.
32
Com um enredo assim, inusitado como o próprio tema que evoca, de sensível abordagem, o filme “O Maior Presente”, do diretor espanhol Juan Manuel Cotelo (que vive também o diretor fictício da trama ficcional), estreou nos cinemas do Brasil no final de setembro. Como semidocumentário (que apresenta a trama inicial fictícia do início para então embasar as entrevistas com pessoas da vida real), o filme apresenta depoimentos de várias pessoas que, apesar de terem sofrido experiências muito dolorosas, conseguiram esquecer o ressentimento e perdoar seus algozes. Histórias como as de sobreviventes de atentados, ex-paramilitares, casais separados e reconciliados. Para isso, Cotelo dedicou quatro anos, recolhendo testemunhos em países como França, Espanha, Irlanda, México, Colômbia e até mesmo em Ruanda, onde há pouco mais de 20 anos um genocídio acabou com cerca de um milhão de vidas. Em entrevista à EWTN Notícias, em novembro de 2018, para falar sobre o filme, Cotelo afirmou que “já estamos saturados, estamos fartos, ao menos eu estou, de ver como a ética que muitas vezes se propôs no cinema é a vingança. Isso, levado à vida real, não funciona”. Ao ser indagado “por que fazer um filme sobre o perdão?”, o diretor respondeu: “porque é verdadeiro, porque é positivo, porque cura, porque é uma esperança fundada nos fatos reais”. Em seguida, declarou acreditar que “já é hora de começar a promover, a sério, os finais felizes em nossa sociedade”. Inovador, tocante e revolucionário em sua proposta simples, mas honesta, o filme “O Maior Presente” aborda um tema que foi enfocado na 2ª edição da revista Por Um Mundo Melhor (https://bit.ly/2mKL4LM) e mostra que é possível o ser humano encerrar o ciclo vicioso de violência que assola o planeta a partir da vivência da essência do perdão. Capa da 2ª edição da revista Por Um Mundo Melhor, com matéria muito elogiada sobre o poder do perdão
FICHA TÉCNICA FILME (NOME ORIGINAL): “EL MAYOR REGALO” DIREÇÃO: JUAN MANUEL COTELO ANO: 2018 GÊNERO: SEMIDOCUMENTÁRIO PAÍS: ESPANHA
33
TRAILER DO FILME: <HTTPS://WWW. ACIDIGITAL.COM/NOTICIAS/O-MAIORPRESENTE-FILME-SOBRE-O-PODER-DOPERDAO-ESTREIA-NO-BRASIL-49911>.
5%
do faturamento será revertido em **calçados para atletas carentes participantes de projetos sociais.
** Calçados para Futebol e Futsal * Campanha válida de 01 de Janeiro à 30 de junho de 2020
wsportsbrasil 34
Tudo na vida precisa de uma estratégia Inclusive a sua empresa.
A agência Gaas Ideias tem foco em soluções estratégicas de comunicação para micro e pequenas empresas e uma equipe que atua desde o planejamento até a execução criativa de campanhas.
Fale com a gente
www.gaasideias.com.br
/agenciagaasideias
35