PARAR MAGAZINE 3ª EDIÇÃO . NOVEMBRO 2014
TECNOLOGIA PARA GESTÃO DE FROTAS LEVES
O MAIOR EVENTO SOBRE GESTÃO DE FROTAS LEVES DO BRASIL
II CONFERÊNCIA GLOBAL PARAR
“PRIMEIRA EMPRESA DO BRASIL A UNIR TELEMETRIA, TECNOLOGIA E SUSTENTABILIDADE.”
A MAIOR CONFERÊNCIA SOBRE GESTÃO DE FROTAS LEVES DO PAÍS
e mais PÁG. 10 OS DESAFIOS DO GESTOR DE FROTAS PARA OS PRÓXIMOS 5 ANOS Agende uma visita com um de nossos consultores e saiba mais:
0800 400 8585 | 43 3315 9595 golsat.com.br
PÁG. 08 ACIDENTE DE TRÂNSITO É FALTA DE EDUCAÇÃO PÁG. 16 CONFLITOS NA DESMOBILIZAÇÃO DA FROTA? CONHEÇA AS MELHORES PRÁTICAS
Ricardo Imperatriz, Diretor Executivo – CEO GolSat & PARAR Leader
O momento da profissionalização do setor frotista no Brasil.
Expediente PARAR Magazine é uma publicação oficial do Instituto PARAR direcionada para administradores de frotas leves de pequenas, médias e grandes empresas. Publicação gratuita e veiculada por distribuição direta. Para recebê-la, associe-se em portalparar.com.br Instituto PARAR Av. Tiradentes, 501, Torre 2, sala 204 Edifício Twin Towers CEP 86070-545 Londrina, Paraná JORNALISTA RESPONSÁVEL Pedro Conte imprensa@portalparar.com.br PUBLICIDADE parar@portalparar.com.br VERSÃO EM INGLÊS GARF TRADUÇÕES contato@garftraducoes.com.br DIAGRAMAÇÃO E DESIGN contato@eduardobibiano.com.br IMPRESSÃO Idealiza Gráfica e Editora www.idealizagraf.com.br SUGESTÕES parar@portalparar.com.br
Em uma pesquisa recente com os associados do Portal PARAR, constatamos que a principal dificuldade dos gestores de frota é desenvolver uma atuação mais estratégica para suas atividades. A maioria dos profissionais pesquisados respondeu que, embora detivesse bons conhecimentos operacionais, não conseguia desenvolver suas funções com o planejamento necessário. Isto acontece, segundo eles, por três principais motivos: 1) falta de conhecimento acadêmico, 2) impossibilidade de se concentrar apenas nas atividades da frota, e 3) fornecedores despreparados. Os dois primeiros itens têm paralelos com o que enfrentamos aqui no PARAR. Há pouquíssimo conhecimento acadêmico sendo produzido no país acerca da gestão de frotas leves. E boa parte dos envolvidos no PARAR (tanto a nossa equipe interna quanto nossos apoiadores e palestrantes) ainda têm o movimento como uma atividade secundária. Uma atividade apaixonante, mas suplementar. O cenário é complexo, é verdade. No entanto, assim como acontece com os gestores de frotas com quem nos deparamos este ano, temos conseguido chegar a resultados bastante satisfatórios. Estamos fechando o ano com o maior evento da história do PARAR, a Conferência Global PARAR 2014. Se me perguntassem, há dois ou três anos, se era possível organizar um evento destas proporções para os gestores de frotas brasileiros, eu diria que não. A verdade é que estas ações não eram viáveis há dois ou três anos. Elas foram se tornando possíveis após muito trabalho e dedicação dos envolvidos no PARAR – desde a nossa organização até as empresas e patrocinadores que abraçaram este projeto conosco. O PARAR é um exemplo concreto de que as empresas podem e devem tomar atitudes para melhorar o mundo em que vivemos. A quantidade de ações desenvolvidas em poucos meses (mais de 100 workshops!) demonstra que é possível integrar-se à sociedade sem perder o negócio de vista. Em tempos de sucessão presidencial, vale relembrar: a responsabilidade de gerir o país não está somente nas mãos dos governantes – ela é exercida dentro das empresas, diariamente. Este ano, formalizamos a criação do nosso Conselho Consultivo, uma entidade que reúne especialistas das mais diversas áreas. Isto permitiu tornar nosso projeto ainda mais profissional. O Conselho nos ajuda a entender melhor nossas metas e objetivos e também auxilia na criação de políticas que nos ajudem a trabalhar de maneira organizada com empresas, gestores, condutores e, ainda, com os familiares destes condutores. Se conseguirmos criar uma cultura de segurança no trânsito que permeie as empresas, integre gestores de frotas e que esta mesma cultura ainda se estenda as famílias dos próprios funcionários das empresas associadas ao PARAR, nosso objetivo terá sido alcançado. Boa conferência a todos!
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MAGAZINE
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Ricardo Imperatriz, Diretor Executivo – CEO GolSat & PARAR Leader
O momento da profissionalização do setor frotista no Brasil.
Expediente PARAR Magazine é uma publicação oficial do Instituto PARAR direcionada para administradores de frotas leves de pequenas, médias e grandes empresas. Publicação gratuita e veiculada por distribuição direta. Para recebê-la, associe-se em portalparar.com.br Instituto PARAR Av. Tiradentes, 501, Torre 2, sala 204 Edifício Twin Towers CEP 86070-545 Londrina, Paraná JORNALISTA RESPONSÁVEL Pedro Conte imprensa@portalparar.com.br PUBLICIDADE parar@portalparar.com.br VERSÃO EM INGLÊS GARF TRADUÇÕES contato@garftraducoes.com.br DIAGRAMAÇÃO E DESIGN contato@eduardobibiano.com.br IMPRESSÃO Idealiza Gráfica e Editora www.idealizagraf.com.br SUGESTÕES parar@portalparar.com.br
Em uma pesquisa recente com os associados do Portal PARAR, constatamos que a principal dificuldade dos gestores de frota é desenvolver uma atuação mais estratégica para suas atividades. A maioria dos profissionais pesquisados respondeu que, embora detivesse bons conhecimentos operacionais, não conseguia desenvolver suas funções com o planejamento necessário. Isto acontece, segundo eles, por três principais motivos: 1) falta de conhecimento acadêmico, 2) impossibilidade de se concentrar apenas nas atividades da frota, e 3) fornecedores despreparados. Os dois primeiros itens têm paralelos com o que enfrentamos aqui no PARAR. Há pouquíssimo conhecimento acadêmico sendo produzido no país acerca da gestão de frotas leves. E boa parte dos envolvidos no PARAR (tanto a nossa equipe interna quanto nossos apoiadores e palestrantes) ainda têm o movimento como uma atividade secundária. Uma atividade apaixonante, mas suplementar. O cenário é complexo, é verdade. No entanto, assim como acontece com os gestores de frotas com quem nos deparamos este ano, temos conseguido chegar a resultados bastante satisfatórios. Estamos fechando o ano com o maior evento da história do PARAR, a Conferência Global PARAR 2014. Se me perguntassem, há dois ou três anos, se era possível organizar um evento destas proporções para os gestores de frotas brasileiros, eu diria que não. A verdade é que estas ações não eram viáveis há dois ou três anos. Elas foram se tornando possíveis após muito trabalho e dedicação dos envolvidos no PARAR – desde a nossa organização até as empresas e patrocinadores que abraçaram este projeto conosco. O PARAR é um exemplo concreto de que as empresas podem e devem tomar atitudes para melhorar o mundo em que vivemos. A quantidade de ações desenvolvidas em poucos meses (mais de 100 workshops!) demonstra que é possível integrar-se à sociedade sem perder o negócio de vista. Em tempos de sucessão presidencial, vale relembrar: a responsabilidade de gerir o país não está somente nas mãos dos governantes – ela é exercida dentro das empresas, diariamente. Este ano, formalizamos a criação do nosso Conselho Consultivo, uma entidade que reúne especialistas das mais diversas áreas. Isto permitiu tornar nosso projeto ainda mais profissional. O Conselho nos ajuda a entender melhor nossas metas e objetivos e também auxilia na criação de políticas que nos ajudem a trabalhar de maneira organizada com empresas, gestores, condutores e, ainda, com os familiares destes condutores. Se conseguirmos criar uma cultura de segurança no trânsito que permeie as empresas, integre gestores de frotas e que esta mesma cultura ainda se estenda as famílias dos próprios funcionários das empresas associadas ao PARAR, nosso objetivo terá sido alcançado. Boa conferência a todos!
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O MAIOR EVENTO BRASILEIRO PARA GESTORES DE FROTAS LEVES II Conferência Global PARAR reúne empresas e gestores de todo Brasil, representando uma frota com mais de 500 mil veículos
A
pós uma série de 15 fóruns e mais de 100 Workshops realizados ao longo dos últimos anos, o Instituto PARAR (Pensando Alternativas Responsáveis, Administrando frotas com Resultado) apresenta o maior evento da sua história: a segunda edição da Conferência Global PARAR. O evento acontece nos dias 12 e 13 de novembro na AMCHAM, em São Paulo-SP, e tem como objetivo mostrar aos participantes o que há de mais moderno em gestão de frotas e cultura de segurança ao redor do mundo. “Esta conferência será um marco para o PARAR e também para o mercado brasileiro de gestão de frotas leves”, conta Flavio Tavares, um dos líderes do PARAR. A primeira edição da conferência, em 2013, contou com a presença de duas centenas de gestores, representando uma frota com mais de 100 mil carros, de acordo com a organização. Este ano, superando todas as expectativas pré-evento, a Conferência dobrou de tamanho e o evento confirmou a presença de gestores de frotas de empresas líderes no segmento de alimentos, bebidas, tecnologia, mineração, entre outras. Loraine Santos, também uma das líderes do PARAR, afirma que a conferência é um dos pilares de atuação do movimento, que busca a profissionalização da gestão de frotas leves e a implantação de uma cultura de segurança nas empresas. Ela explica que “o trânsito brasileiro,
hoje, é o terceiro pior do mundo em número de vítimas de acidentes. Queremos demonstrar que as empresas também são responsáveis pela melhoria destes indicadores”. Tavares complementa: “queremos resgatar alguns valores e mostrar que o mercado de hoje não aceita mais os discursos que não se concretizam na prática. As empresas precisam praticar o que dizem que acreditam”. Além das palestras, a II Conferência Global PARAR também apresenta uma feira de expositores, com alguns dos maiores fornecedores do mercado. Grandes nomes estarão expondo nos 20 stands e importantes empresas do setor estão patrocinando e apoiando o evento. O conteúdo das palestras está rico em informações sobre o mercado frotistas e cases de sucesso. Os palestrantes internacionais são destaque na programação, trazendo ao público da Conferência as tendências na gestão de frotas fora do Brasil. Para fechar a programação, a organização premiará os gestores de frotas mais votados e também os principais casos de sucesso apresentados pelas empresas brasileiras. Os vencedores se juntarão aos gestores da OKI Brasil, Pepsico, Cielo e Castrol, que foram premiados em 2013.
Serviço:
II CONFERÊNCIA GLOBAL PARAR portalparar.com.br/conferencia2014/ Data: 12 e 13 de novembro
Nicolas Crescent
Tom Johnson
Fred Madeira
Alejandro Furas
Joe LaRosa
Head of International Sales da ALD Internacional
Fundador do 100 Best Fleets
Diretor Comercial da WEX
Diretor Técnico da Global NCAP
Diretor global na Merck e Presidente da NAFA
Hora: 8h às 18h Local: AMCHAM (SÃO PAULO-SP) Mais informações: parar@portalparar.com.br
(Associação Americana para Gestores de Frotas)
Sobre o PARAR O PARAR é o primeiro Instituto gerador de conteúdo para os gestores de frotas leves que querem otimizar a gestão, fornecendo network e informações atualizadas sobre o mercado. O PARAR promove conferência anual, fóruns em diversas capitais, PGF: Programa para Gestores de Frotas, Cafés Online gratuitos e a PARAR Magazine. Acesse e confira como participar: portalparar.com.br
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O MAIOR EVENTO BRASILEIRO PARA GESTORES DE FROTAS LEVES II Conferência Global PARAR reúne empresas e gestores de todo Brasil, representando uma frota com mais de 500 mil veículos
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pós uma série de 15 fóruns e mais de 100 Workshops realizados ao longo dos últimos anos, o Instituto PARAR (Pensando Alternativas Responsáveis, Administrando frotas com Resultado) apresenta o maior evento da sua história: a segunda edição da Conferência Global PARAR. O evento acontece nos dias 12 e 13 de novembro na AMCHAM, em São Paulo-SP, e tem como objetivo mostrar aos participantes o que há de mais moderno em gestão de frotas e cultura de segurança ao redor do mundo. “Esta conferência será um marco para o PARAR e também para o mercado brasileiro de gestão de frotas leves”, conta Flavio Tavares, um dos líderes do PARAR. A primeira edição da conferência, em 2013, contou com a presença de duas centenas de gestores, representando uma frota com mais de 100 mil carros, de acordo com a organização. Este ano, superando todas as expectativas pré-evento, a Conferência dobrou de tamanho e o evento confirmou a presença de gestores de frotas de empresas líderes no segmento de alimentos, bebidas, tecnologia, mineração, entre outras. Loraine Santos, também uma das líderes do PARAR, afirma que a conferência é um dos pilares de atuação do movimento, que busca a profissionalização da gestão de frotas leves e a implantação de uma cultura de segurança nas empresas. Ela explica que “o trânsito brasileiro,
hoje, é o terceiro pior do mundo em número de vítimas de acidentes. Queremos demonstrar que as empresas também são responsáveis pela melhoria destes indicadores”. Tavares complementa: “queremos resgatar alguns valores e mostrar que o mercado de hoje não aceita mais os discursos que não se concretizam na prática. As empresas precisam praticar o que dizem que acreditam”. Além das palestras, a II Conferência Global PARAR também apresenta uma feira de expositores, com alguns dos maiores fornecedores do mercado. Grandes nomes estarão expondo nos 20 stands e importantes empresas do setor estão patrocinando e apoiando o evento. O conteúdo das palestras está rico em informações sobre o mercado frotistas e cases de sucesso. Os palestrantes internacionais são destaque na programação, trazendo ao público da Conferência as tendências na gestão de frotas fora do Brasil. Para fechar a programação, a organização premiará os gestores de frotas mais votados e também os principais casos de sucesso apresentados pelas empresas brasileiras. Os vencedores se juntarão aos gestores da OKI Brasil, Pepsico, Cielo e Castrol, que foram premiados em 2013.
Serviço:
II CONFERÊNCIA GLOBAL PARAR portalparar.com.br/conferencia2014/ Data: 12 e 13 de novembro
Nicolas Crescent
Tom Johnson
Fred Madeira
Alejandro Furas
Joe LaRosa
Head of International Sales da ALD Internacional
Fundador do 100 Best Fleets
Diretor Comercial da WEX
Diretor Técnico da Global NCAP
Diretor global na Merck e Presidente da NAFA
Hora: 8h às 18h Local: AMCHAM (SÃO PAULO-SP) Mais informações: parar@portalparar.com.br
(Associação Americana para Gestores de Frotas)
Sobre o PARAR O PARAR é o primeiro Instituto gerador de conteúdo para os gestores de frotas leves que querem otimizar a gestão, fornecendo network e informações atualizadas sobre o mercado. O PARAR promove conferência anual, fóruns em diversas capitais, PGF: Programa para Gestores de Frotas, Cafés Online gratuitos e a PARAR Magazine. Acesse e confira como participar: portalparar.com.br
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GESTORES DE FROTAS CONECTADOS PELA AIAFA Conheça a Associação Internacional de Administradores de Frotas de Automóveis, um movimento global que reúne gestores de frotas de diferentes nacionalidades. A Associação Internacional de Administradores de Frotas de Automóveis (AIAFA) foi fundada na Europa e começou suas atividades no Brasil em 2010, quando organizou seu primeiro Congresso AIAFA Brasil de Gestores de Frotas, no Salão do Automóvel. A organização congrega o coletivo de profissionais responsáveis por veículos corporativos e tem a finalidade de potencializar o intercâmbio de conhecimento e a profissionalização da gestão de frotas, assim como acontece com o Instituto PARAR. A cada ano, a AIAFA organiza uma série de eventos e disponibiliza também meios de comunicação próprios, sempre com o objetivo de profissionalizar a gestão de frotas no país. Para conhecer as singularidades da gestão de frotas em cada país, a AIAFA mantém um representante local, um profissional da área que conheça as particularidades de cada mercado. Recentemente, a AIAFA organizou o “Dia da Frota” no autódromo de Interlagos, em São Paulo. O evento segue o modelo realizado em diversos países e consiste em um test-drive de veículos para frotistas dentro do circuito. As montadoras são convidadas a apresentar seus modelos direcionados aos gestores de frotas e os profissionais aproveitam para conhecer e testar uma
ARTIGO ESPECIAL
por Flavio Tavares,
V
Diretor de Marketing & Vendas – GolSat
ocê já parou para pensar que ao longo da vida temos várias referências que nos inspiram? Quando eu era pequeno, diversos personagens me inspiravam, mas quem eu adorava mesmo era o Indiana Jones. Admirava a forma como ele enfrentava os obstáculos e os superava. Assim como ele, eu
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série de opções em um só dia. “A segurança do evento, apesar da chuva, foi levada com muito profissionalismo pelo Centro Pilotagem Roberto Manzini, e não houve nenhum incidente durante os mais de 350 testes realizados. Sem dúvida, o Dia da Frota voltará ao Brasil em 2015, provavelmente em abril”, conta Jaume Verge, Vice-Presidente Executivo da AIAFA.
Ser um bom gestor de frotas requer, principalmente, multidisciplinaridade e flexibilidade.
No dia 30 de outubro (após o fechamento desta edição da Revista PARAR), a associação realiza um congresso em parceria com o Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, que pretende reunir mais de 500 gestores de frotas do país. Este é o quarto Congresso que a AIAFA organiza no Brasil.
A gestão de frotas é uma função que não se ensina nas escolas de negócios, nem está claramente delimitada e definida em manual. Por isso são tão importantes para o crescimento desse profissional: a prática, o intercâmbio de informação com outros gestores e a formação específica, ainda incipiente no Brasil.
Ele tem de saber interagir e depende, em parte, de vários departamentos da empresa (RH, compras, administração e finanças), o que lhe obriga a ter um perfil aberto e interativo.
Essa formação já começa a ser oferecida pelo Programa para Gestores de Frotas (PGF), que o Movimento PARAR deu início. Além disso, o gestor de frotas, para atender seu cliente interno, ou seja, os usuários de veículos corporativos, precisa de habilidades comunicativas (saber ouvir e comunicar com clareza) e até um pouco de psicologia!
O Instituto PARAR apoia as iniciativas da AIAFA, pois acredita que os objetivos das duas organizações estão alinhados. Ambas buscam difundir a cultura de segurança entre os associados e trabalham diretamente ligadas à profissionalização da gestão de frotas.
O veículo de empresa, como acontece com os veículos particulares, desperta emoções e paixões, longe da racionalidade inerente ao entorno corporativo.
Na próxima edição da Revista PARAR, você terá um cobertura completa do que acontecer no Congresso AIAFA Brasil de Gestores de Frotas 2014.
sonhava em ser um desbravador e viver uma vida repleta de aventuras. Depois crescemos e mudamos nossas referências. Vamos amadurecendo e vivemos cercados por múltiplas escolhas. No meio delas, percebemos que a vida não tem tanta aventura como no Indiana Jones, que a realidade é mais dura. Escolhemos o que vamos estudar, com quê vamos trabalhar, com quem vamos nos casar, e, no meio de todas estas decisões, esquecemos de fazer uma pergunta que pode nortear nossas escolhas: “Por que escolhemos o que escolhemos? Por
MAGAZINE
As características do bom gestor de frotas, de acordo com Jaume Verge, Vice-Presidente da AIAFA
Verge explica que o Brasil tem uma diferença bastante significante em relação a outros mercados: “a propriedade dos veículos continua sendo a alternativa preferida, tanto para pequenas e médias empresas, como para grandes corporações”. Em outros países, as empresas, principalmente as médias e grandes, tendem a optar pela terceirização.
que fazemos o que fazemos?” Veja, você é um gestor hoje, talvez lidere algumas pessoas. Você acorda cedo todos os dias e trabalha pelo menos 8 horas por jornada, tempo dedicado para algum propósito específico. Consegue responder por quê faz estas coisas? Os grandes líderes que mudaram o mundo sabiam responder esta pergunta em primeiro lugar. Eles não se apegavam tanto ao “o que”, ou ao “como”. Eles se interessavam de verdade em saber o “porquê”. Martin Luther King, Steve Jobs e Henry Ford (e tantos outros) tinham dentro
de si a certeza dos motivos pelos quais faziam o que faziam. Eles desejavam marcar uma geração, queriam fazer das suas vidas algo que deixasse um legado. Tentaram influenciar a história e conseguiram isso. Luther King tem uma frase célebre, que eu gosto muito. “Se um homem não descobriu algo pelo qual morreria, ele não esta pronto para viver", ele afirmava. Você já descobriu algo que o inspire a mudar um pouco o mundo que está ao seu redor?
Você tem dúvidas? Quero ajudá-lo com algumas razões que podem lhe inspirar a descobrir o porquê você faz o que faz. No Brasil vivemos o seguinte cenário no transito: morrem a cada ano mais pessoas que em muitas guerras. Mais de 500 mil pessoas, somente nos últimos 10 anos, deixaram filhos órfãos e famílias destruídas, vítimas de acidentes de trânsito. Cada pessoa que dirige um carro na sua empresa é mais do que um número – ela é uma pessoa como você, tem uma família e alguém que a
ama esperando seu retorno em segurança no final do dia. Às vezes, vejo empresas que só pensam no lucro e no resultado financeiro, e se esquecem de que existem pessoas que ajudam a atingir estes números. Você tem uma missão que é influenciar sua empresa, ajudar a criar uma cultura de segurança e mostrar que os valores humanos e sociais devem estar alinhados com o resultado. O trânsito brasileiro precisa de líderes que inspirem outras pessoas. Escolha o seu “porquê” e torne-se o Indiana Jones de alguém.
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GESTORES DE FROTAS CONECTADOS PELA AIAFA Conheça a Associação Internacional de Administradores de Frotas de Automóveis, um movimento global que reúne gestores de frotas de diferentes nacionalidades. A Associação Internacional de Administradores de Frotas de Automóveis (AIAFA) foi fundada na Europa e começou suas atividades no Brasil em 2010, quando organizou seu primeiro Congresso AIAFA Brasil de Gestores de Frotas, no Salão do Automóvel. A organização congrega o coletivo de profissionais responsáveis por veículos corporativos e tem a finalidade de potencializar o intercâmbio de conhecimento e a profissionalização da gestão de frotas, assim como acontece com o Instituto PARAR. A cada ano, a AIAFA organiza uma série de eventos e disponibiliza também meios de comunicação próprios, sempre com o objetivo de profissionalizar a gestão de frotas no país. Para conhecer as singularidades da gestão de frotas em cada país, a AIAFA mantém um representante local, um profissional da área que conheça as particularidades de cada mercado. Recentemente, a AIAFA organizou o “Dia da Frota” no autódromo de Interlagos, em São Paulo. O evento segue o modelo realizado em diversos países e consiste em um test-drive de veículos para frotistas dentro do circuito. As montadoras são convidadas a apresentar seus modelos direcionados aos gestores de frotas e os profissionais aproveitam para conhecer e testar uma
ARTIGO ESPECIAL
por Flavio Tavares,
V
Diretor de Marketing & Vendas – GolSat
ocê já parou para pensar que ao longo da vida temos várias referências que nos inspiram? Quando eu era pequeno, diversos personagens me inspiravam, mas quem eu adorava mesmo era o Indiana Jones. Admirava a forma como ele enfrentava os obstáculos e os superava. Assim como ele, eu
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série de opções em um só dia. “A segurança do evento, apesar da chuva, foi levada com muito profissionalismo pelo Centro Pilotagem Roberto Manzini, e não houve nenhum incidente durante os mais de 350 testes realizados. Sem dúvida, o Dia da Frota voltará ao Brasil em 2015, provavelmente em abril”, conta Jaume Verge, Vice-Presidente Executivo da AIAFA.
Ser um bom gestor de frotas requer, principalmente, multidisciplinaridade e flexibilidade.
No dia 30 de outubro (após o fechamento desta edição da Revista PARAR), a associação realiza um congresso em parceria com o Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, que pretende reunir mais de 500 gestores de frotas do país. Este é o quarto Congresso que a AIAFA organiza no Brasil.
A gestão de frotas é uma função que não se ensina nas escolas de negócios, nem está claramente delimitada e definida em manual. Por isso são tão importantes para o crescimento desse profissional: a prática, o intercâmbio de informação com outros gestores e a formação específica, ainda incipiente no Brasil.
Ele tem de saber interagir e depende, em parte, de vários departamentos da empresa (RH, compras, administração e finanças), o que lhe obriga a ter um perfil aberto e interativo.
Essa formação já começa a ser oferecida pelo Programa para Gestores de Frotas (PGF), que o Movimento PARAR deu início. Além disso, o gestor de frotas, para atender seu cliente interno, ou seja, os usuários de veículos corporativos, precisa de habilidades comunicativas (saber ouvir e comunicar com clareza) e até um pouco de psicologia!
O Instituto PARAR apoia as iniciativas da AIAFA, pois acredita que os objetivos das duas organizações estão alinhados. Ambas buscam difundir a cultura de segurança entre os associados e trabalham diretamente ligadas à profissionalização da gestão de frotas.
O veículo de empresa, como acontece com os veículos particulares, desperta emoções e paixões, longe da racionalidade inerente ao entorno corporativo.
Na próxima edição da Revista PARAR, você terá um cobertura completa do que acontecer no Congresso AIAFA Brasil de Gestores de Frotas 2014.
sonhava em ser um desbravador e viver uma vida repleta de aventuras. Depois crescemos e mudamos nossas referências. Vamos amadurecendo e vivemos cercados por múltiplas escolhas. No meio delas, percebemos que a vida não tem tanta aventura como no Indiana Jones, que a realidade é mais dura. Escolhemos o que vamos estudar, com quê vamos trabalhar, com quem vamos nos casar, e, no meio de todas estas decisões, esquecemos de fazer uma pergunta que pode nortear nossas escolhas: “Por que escolhemos o que escolhemos? Por
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As características do bom gestor de frotas, de acordo com Jaume Verge, Vice-Presidente da AIAFA
Verge explica que o Brasil tem uma diferença bastante significante em relação a outros mercados: “a propriedade dos veículos continua sendo a alternativa preferida, tanto para pequenas e médias empresas, como para grandes corporações”. Em outros países, as empresas, principalmente as médias e grandes, tendem a optar pela terceirização.
que fazemos o que fazemos?” Veja, você é um gestor hoje, talvez lidere algumas pessoas. Você acorda cedo todos os dias e trabalha pelo menos 8 horas por jornada, tempo dedicado para algum propósito específico. Consegue responder por quê faz estas coisas? Os grandes líderes que mudaram o mundo sabiam responder esta pergunta em primeiro lugar. Eles não se apegavam tanto ao “o que”, ou ao “como”. Eles se interessavam de verdade em saber o “porquê”. Martin Luther King, Steve Jobs e Henry Ford (e tantos outros) tinham dentro
de si a certeza dos motivos pelos quais faziam o que faziam. Eles desejavam marcar uma geração, queriam fazer das suas vidas algo que deixasse um legado. Tentaram influenciar a história e conseguiram isso. Luther King tem uma frase célebre, que eu gosto muito. “Se um homem não descobriu algo pelo qual morreria, ele não esta pronto para viver", ele afirmava. Você já descobriu algo que o inspire a mudar um pouco o mundo que está ao seu redor?
Você tem dúvidas? Quero ajudá-lo com algumas razões que podem lhe inspirar a descobrir o porquê você faz o que faz. No Brasil vivemos o seguinte cenário no transito: morrem a cada ano mais pessoas que em muitas guerras. Mais de 500 mil pessoas, somente nos últimos 10 anos, deixaram filhos órfãos e famílias destruídas, vítimas de acidentes de trânsito. Cada pessoa que dirige um carro na sua empresa é mais do que um número – ela é uma pessoa como você, tem uma família e alguém que a
ama esperando seu retorno em segurança no final do dia. Às vezes, vejo empresas que só pensam no lucro e no resultado financeiro, e se esquecem de que existem pessoas que ajudam a atingir estes números. Você tem uma missão que é influenciar sua empresa, ajudar a criar uma cultura de segurança e mostrar que os valores humanos e sociais devem estar alinhados com o resultado. O trânsito brasileiro precisa de líderes que inspirem outras pessoas. Escolha o seu “porquê” e torne-se o Indiana Jones de alguém.
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ACIDENTE DE TRÂNSITO É FALTA BRASIL AINDA TEM POUCAS AÇÕES PARA DE EDUCAÇÃO PROMOVER A CULTURA DE SEGURANÇA
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iz-se que a cultura é uma rede de significados que dá sentido ao que nos cerca. Ela é composta pelo conjunto de ideias e metáforas que inventamos para dar sentido ao mundo em que vivemos e ao modo como nos relacionamos com ele. Um japonês, por exemplo, tende a valorizar o idoso e a privilegiar a disciplina, porque a sociedade em que ele vive lhe apresenta estes conceitos diariamente. Da mesma forma, mas em um sentido oposto, os brasileiros costumam celebrar a juventude e a criatividade – valores que são “martelados” em nossas cabeças a cada jornada. Pelos termos acima, é possível ver que a cultura pode ser criada e transformada, pois ela é fruto de uma série de ações desempanhadas pelas pessoas de uma sociedade. Se as ações mudam, a cultura muda. No trânsito, há alguns anos está sendo possível observar uma amostra interessante de como a cultura pode ser recriada. As campanhas pelo uso do cinto de segurança tiveram sucesso em boa parte do país e a necessidade do uso do cinto segue um valor presente até hoje. Por que, então, a cultura de segurança no trânsito ainda não está arraigada na cabeça dos brasileiros? O Senador Cristovam Buarque, no livro “Cultura e Segurança no Trânsito” de J. Pedro Corrêa, indica que “nosso fracasso (...) está no fato de tratarmos o trânsito como questão de
engenharia e não de educação”. Para ele, enquanto o assunto for tratado como um problema técnico, e não social, teremos poucas chances de melhorar os números de acidentes no país.
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VUCFAIR 2014 REÚNE OS PRINCIPAIS PLAYERS DO MERCADO DE VEÍCULOS COMERCIAIS LEVES
O mesmo raciocínio vale para as empresas. Os valores transmitidos diariamente por diretores, gerentes e colegas de trabalho, são os principais fatores que orientam as tomadas de decisão de cada colaborador. As ações de cada trabalhador (e principalmente da diretoria) criam a cultura de cada organização. Se a empresa valoriza o funcionário que, mesmo dirigindo em alta velocidade e recebendo multas, tem um número alto de visitas diárias, este motorista continuará agindo de forma irresponsável. A cultura da empresa passa a ser a cultura dele – e este comportamento de desrespeito aos limites de velocidade deverá piorar com o passar do tempo.
Hércules Ricco, organizador da VUCFair
T
odo mundo sabe que brasileiro é apaixonado por carro. Talvez por isso, o Salão do Automóvel de São Paulo seja um dos maiores e mais concorridos do mundo. Para o gestor de frotas, no entanto, o Salão do Automóvel acaba sendo um passeio pouco profissional, pois os fabricantes não estão preocupados em apresentar, durante o evento, soluções para os frotistas. O discurso do salão do automóvel se aproxima mais do design e da potência do que da redução de custos e das funções práticas.
Portanto, é papel das empresas despertar uma mudança de cultura em seus colaboradores e é também responsabilidade delas a educação de seus empregados. Ricardo Imperatriz, PARAR Leader e CEO da GolSat, explica que o funcionário tem que crescer junto com a empresa. Contudo há casos em que “um funcionário serve para uma fase da empresa, e para outra, não”. Nestes ocasiões, ou ele se transforma (com a ajuda de seus empregadores), ou precisará ser trocado. “É preciso oxigenar”, afirma.
A feira engloba os VUCs, e seus “implementos, pneus, acessórios, autopeças, gestão de frotas e todos os produtos e serviços que envolvem o transporte de carga urbana”, explica Hércules Ricco, organizador do evento. Estima-se que 12 mil pessoas visitarão o evento na edição que acontece em novembro de 2014.
EXEMPLO PERNAMBUCANO
respeito e educação, causa muitos acidentes.
A Itamaracá Transportes, empresa que atua no transporte público de Recife-PE, decidiu fazer a sua parte e educar seus motoristas. A Itamaracá identificou um aumento no número de ciclistas pelas ruas da cidade e percebeu que seus motoristas de ônibus não estavam se relacionando de forma adequada com este novo meio de transporte.
Felipe Arruda, Gerente do Núcleo de excelência Operacional da Itamaracá Transportes, recebendo homenagem no PARAR Salvador, em Setembro de 2014.
SALÃO DE OPORTUNIDADES PARA GESTORES DE FROTAS
Em Recife, assim como em praticamente toda cidade brasileira, é comum que os motoristas de ônibus tirem “finas” (ou “finos”) de outros veículos – ou seja, fazem um movimento de ultrapassagem muito próximo às bicicletas e motociclistas. E a prática, além de falta de
Gestores de frotas leves, então, ficam restritos aos contatos diretos com as montadoras para conhecer as opções disponíveis para sua operação. O mesmo acontece com as locadoras. De olho nesta necessidade, a Nascimento Feiras passou a organizar a VUCFair, o salão dos veículos comerciais leves (ou VUCs – Veículo Urbanos de Carga).
Em busca de uma solução para o tema, a Itamaracá Transportes, com apoio da Associação Metropolitana de Ciclistas do Grande Recife (AMECiclo), desenvolveu um treinamento para seus motoristas que incluiu horas de instrução em salas de aula e também aulas práticas. Seus motoristas de ônibus foram incentivados a subir em uma bicicleta e, em ambiente controlado, receber uma “fina” de um ônibus. Os condutores foram educados a se colocarem no lugar dos ciclistas e, assim, terem empatia por eles. E o treinamento deu tão certo que chegou às outras empresas de ônibus da cidade, por meio de uma
A carência de informação sobre o tema VUC é grande. A quantidade de veículos vendidos, por exemplo, acaba sendo contabilizada entre o segmento de caminhões ou na área comercial das montadoras – o que impede um acompanhamento mais próximo do mercado. Ricco conta que, “de modo geral, a feira gera uns três meses de produção do setor”. Durante o evento, os participantes poderão fazer test drives em uma série de modelos, além de assistir a palestras e seminários sobre direção e gestão de frotas.
Além dos gestores de frotas, os empreendedores em geral também serão contemplados no evento. Segundo os organizadores, talvez o grande tema da feira seja a “oportunidade de negócio”. Existem muitas pessoas que modificam os VUCs para criar restaurantes e pet shops móveis, assim como muitas empresas pedem a modificação de determinados modelos para que eles se adaptem à sua operação. Hercules Ricco explica que existem muitas alternativas no mercado e que “cada modelo tem o seu diferencial: conforto, economia, dirigibilidade”. Basta que o gestor de frotas escolha a opção mais adequada para a sua operação.
VUCFair 2014 / 18-21 de novembro Imigrantes Exhibition & Convention Center – São Paulo-SP www.vucfair.com.br
parceria com o Sindicato das Empresas de Transporte da região. “Este treinamento passou a ser voltado também ao governo do Estado e a todas as empresas que ali atuam. Com isso, treinamos mais de 2 mil motoristas”, conta Felipe Arruda, Gerente do Núcleo de excelência Operacional da Itamaracá Transportes. Por entender que o problema não era exclusivamente técnico – a falta de ciclovias –, mas sim cultural, a Itamaracá Transportes foi homenageada no último fórum PARAR, em Salvador-BA. Arruda esteve presente no evento e recebeu uma menção honrosa dos coordenadores do PARAR. Saiba mais: www.itamaraca.com.br
www.PORTALPARAR.com.br
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ACIDENTE DE TRÂNSITO É FALTA BRASIL AINDA TEM POUCAS AÇÕES PARA DE EDUCAÇÃO PROMOVER A CULTURA DE SEGURANÇA
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iz-se que a cultura é uma rede de significados que dá sentido ao que nos cerca. Ela é composta pelo conjunto de ideias e metáforas que inventamos para dar sentido ao mundo em que vivemos e ao modo como nos relacionamos com ele. Um japonês, por exemplo, tende a valorizar o idoso e a privilegiar a disciplina, porque a sociedade em que ele vive lhe apresenta estes conceitos diariamente. Da mesma forma, mas em um sentido oposto, os brasileiros costumam celebrar a juventude e a criatividade – valores que são “martelados” em nossas cabeças a cada jornada. Pelos termos acima, é possível ver que a cultura pode ser criada e transformada, pois ela é fruto de uma série de ações desempanhadas pelas pessoas de uma sociedade. Se as ações mudam, a cultura muda. No trânsito, há alguns anos está sendo possível observar uma amostra interessante de como a cultura pode ser recriada. As campanhas pelo uso do cinto de segurança tiveram sucesso em boa parte do país e a necessidade do uso do cinto segue um valor presente até hoje. Por que, então, a cultura de segurança no trânsito ainda não está arraigada na cabeça dos brasileiros? O Senador Cristovam Buarque, no livro “Cultura e Segurança no Trânsito” de J. Pedro Corrêa, indica que “nosso fracasso (...) está no fato de tratarmos o trânsito como questão de
engenharia e não de educação”. Para ele, enquanto o assunto for tratado como um problema técnico, e não social, teremos poucas chances de melhorar os números de acidentes no país.
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MAGAZINE
VUCFAIR 2014 REÚNE OS PRINCIPAIS PLAYERS DO MERCADO DE VEÍCULOS COMERCIAIS LEVES
O mesmo raciocínio vale para as empresas. Os valores transmitidos diariamente por diretores, gerentes e colegas de trabalho, são os principais fatores que orientam as tomadas de decisão de cada colaborador. As ações de cada trabalhador (e principalmente da diretoria) criam a cultura de cada organização. Se a empresa valoriza o funcionário que, mesmo dirigindo em alta velocidade e recebendo multas, tem um número alto de visitas diárias, este motorista continuará agindo de forma irresponsável. A cultura da empresa passa a ser a cultura dele – e este comportamento de desrespeito aos limites de velocidade deverá piorar com o passar do tempo.
Hércules Ricco, organizador da VUCFair
T
odo mundo sabe que brasileiro é apaixonado por carro. Talvez por isso, o Salão do Automóvel de São Paulo seja um dos maiores e mais concorridos do mundo. Para o gestor de frotas, no entanto, o Salão do Automóvel acaba sendo um passeio pouco profissional, pois os fabricantes não estão preocupados em apresentar, durante o evento, soluções para os frotistas. O discurso do salão do automóvel se aproxima mais do design e da potência do que da redução de custos e das funções práticas.
Portanto, é papel das empresas despertar uma mudança de cultura em seus colaboradores e é também responsabilidade delas a educação de seus empregados. Ricardo Imperatriz, PARAR Leader e CEO da GolSat, explica que o funcionário tem que crescer junto com a empresa. Contudo há casos em que “um funcionário serve para uma fase da empresa, e para outra, não”. Nestes ocasiões, ou ele se transforma (com a ajuda de seus empregadores), ou precisará ser trocado. “É preciso oxigenar”, afirma.
A feira engloba os VUCs, e seus “implementos, pneus, acessórios, autopeças, gestão de frotas e todos os produtos e serviços que envolvem o transporte de carga urbana”, explica Hércules Ricco, organizador do evento. Estima-se que 12 mil pessoas visitarão o evento na edição que acontece em novembro de 2014.
EXEMPLO PERNAMBUCANO
respeito e educação, causa muitos acidentes.
A Itamaracá Transportes, empresa que atua no transporte público de Recife-PE, decidiu fazer a sua parte e educar seus motoristas. A Itamaracá identificou um aumento no número de ciclistas pelas ruas da cidade e percebeu que seus motoristas de ônibus não estavam se relacionando de forma adequada com este novo meio de transporte.
Felipe Arruda, Gerente do Núcleo de excelência Operacional da Itamaracá Transportes, recebendo homenagem no PARAR Salvador, em Setembro de 2014.
SALÃO DE OPORTUNIDADES PARA GESTORES DE FROTAS
Em Recife, assim como em praticamente toda cidade brasileira, é comum que os motoristas de ônibus tirem “finas” (ou “finos”) de outros veículos – ou seja, fazem um movimento de ultrapassagem muito próximo às bicicletas e motociclistas. E a prática, além de falta de
Gestores de frotas leves, então, ficam restritos aos contatos diretos com as montadoras para conhecer as opções disponíveis para sua operação. O mesmo acontece com as locadoras. De olho nesta necessidade, a Nascimento Feiras passou a organizar a VUCFair, o salão dos veículos comerciais leves (ou VUCs – Veículo Urbanos de Carga).
Em busca de uma solução para o tema, a Itamaracá Transportes, com apoio da Associação Metropolitana de Ciclistas do Grande Recife (AMECiclo), desenvolveu um treinamento para seus motoristas que incluiu horas de instrução em salas de aula e também aulas práticas. Seus motoristas de ônibus foram incentivados a subir em uma bicicleta e, em ambiente controlado, receber uma “fina” de um ônibus. Os condutores foram educados a se colocarem no lugar dos ciclistas e, assim, terem empatia por eles. E o treinamento deu tão certo que chegou às outras empresas de ônibus da cidade, por meio de uma
A carência de informação sobre o tema VUC é grande. A quantidade de veículos vendidos, por exemplo, acaba sendo contabilizada entre o segmento de caminhões ou na área comercial das montadoras – o que impede um acompanhamento mais próximo do mercado. Ricco conta que, “de modo geral, a feira gera uns três meses de produção do setor”. Durante o evento, os participantes poderão fazer test drives em uma série de modelos, além de assistir a palestras e seminários sobre direção e gestão de frotas.
Além dos gestores de frotas, os empreendedores em geral também serão contemplados no evento. Segundo os organizadores, talvez o grande tema da feira seja a “oportunidade de negócio”. Existem muitas pessoas que modificam os VUCs para criar restaurantes e pet shops móveis, assim como muitas empresas pedem a modificação de determinados modelos para que eles se adaptem à sua operação. Hercules Ricco explica que existem muitas alternativas no mercado e que “cada modelo tem o seu diferencial: conforto, economia, dirigibilidade”. Basta que o gestor de frotas escolha a opção mais adequada para a sua operação.
VUCFair 2014 / 18-21 de novembro Imigrantes Exhibition & Convention Center – São Paulo-SP www.vucfair.com.br
parceria com o Sindicato das Empresas de Transporte da região. “Este treinamento passou a ser voltado também ao governo do Estado e a todas as empresas que ali atuam. Com isso, treinamos mais de 2 mil motoristas”, conta Felipe Arruda, Gerente do Núcleo de excelência Operacional da Itamaracá Transportes. Por entender que o problema não era exclusivamente técnico – a falta de ciclovias –, mas sim cultural, a Itamaracá Transportes foi homenageada no último fórum PARAR, em Salvador-BA. Arruda esteve presente no evento e recebeu uma menção honrosa dos coordenadores do PARAR. Saiba mais: www.itamaraca.com.br
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DESAFIOS PARA OS PRÓXIMOS CINCO ANOS NA GESTÃO DE FROTAS
O
cenário brasileiro evoluiu muito nos últimos cinco anos. Uma série de novos fornecedores passou a fazer parte do rol de opções dos frotistas em áreas como locação, telemetria e gestão de combustíveis. No mesmo período, as montadoras passaram a dar muito mais atenção ao mercado de frotas leves corporativas.
Este avanço trouxe as frotas do país para novas fronteiras – empreitadas tecnológicas, ambientais e de mobilidade que devem ocupar a agenda dos profissionais brasileiros. O principal desafio, no entanto, é bastante complexo e envolve a profissionalização do setor. De acordo com Flavio Tavares, Diretor de Marketing e Vendas da GolSat e um dos fundadores do Instituto PARAR, “sem profissionalização não existe futuro promissor. Não adianta a tecnologia evoluir e os carros serem mais modernos, se as pessoas que gerenciam tudo isso não evoluírem na mesma medida” . Para Maria Baldin, da área de Business Development da ALD Automotive, o primeiro passo é “despertar a consciência (...). Se o gestor de frotas já tiver esta consciência, ele saberá que aquele é um item importante. E aí ele começa a criar um plano para chegar lá”. Marcio Silva, profissional com passagens pela Ecofrotas e Ouroverde, explica que o gestor de frotas precisa se tornar uma pessoa estratégica dentro da empresa. “O gestor de frota ainda é muito demandado, ele não é pró-ativo”, conta. Os diretores e gerentes também deverão atuar mais conexos à gestão de frotas nos próximos anos, e participar mais ativamente da formação de seus gestores. Diogo Ilha, Gerente de Produtos da Ouro Verde, lembra que atualmente “temos gestores com um orçamento de 15 milhões em frota, um número astronômico e absurdamente o CEO e os diretores ainda dão este orçamento todo na mão de um profissional que muitas vezes pode estar despreparado”. Um cenário que não pode
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MAGAZINE
continuar desta maneira. Os primeiros passos já foram dados e os envolvidos, pouco a pouco, passam a entender que a administração de frotas trata sobretudo da gestão de pessoas. É “muito mais do que o veículo (...) não é algo mecânico, é uma ciência humana”, afirma Flavio Gueiros, Coordenador de Frotas na Nokia Networks.
PRÓXIMOS PASSOS Cinco anos parece pouco tempo, mas a tecnologia tem evoluido tanto (e tão rapidamente), que é possível que tenhamos boas novidades saindo do papel em um futuro próximo.
Maria Baldin, ALD Automotive, é palestrante oficial da II Conferência Global PARAR
Diogo Ilha, Ouro Verde, é palestrante oficial da II Conferência Global PARAR
DA TECNOLOGIA Avanços tecnológicos também podem ajudar na redução dos alarmantes números de vítimas de trânsito no Brasil, como a introdução dos freios ABS que agora passam a ser obrigatórios no Brasil.
Como exemplo, poderíamos citar a consolidação dos carros elétricos. Eles ainda não são uma realidade no Brasil, mas devem contribuir bastante para melhorar os custos de combustível e as emissões de gases tóxicos nos próximos cinco anos.
Talvez, a principal barreira a ser derrubada nos próximos anos seja a parede que separa o gestor de frotas do restante da empresa. Na opinião de Tavares, os “gestores têm, nestes próximos anos, a grande oportunidade de serem os responsáveis por tornar seu departamento parte integrante de todas as principais discussões dentro da empresa e, além disso, mostrar o valor de se produzir resultados sem esquecer os valores que podem ser gerados através deles”. As organizações onde isto já aconteceu têm conseguido otimizar seus resultados financeiros ao mesmo tempo em que garantem a eficiência da operação e a qualidade de vida de suas equipes.
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DESAFIOS PARA OS PRÓXIMOS CINCO ANOS NA GESTÃO DE FROTAS
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cenário brasileiro evoluiu muito nos últimos cinco anos. Uma série de novos fornecedores passou a fazer parte do rol de opções dos frotistas em áreas como locação, telemetria e gestão de combustíveis. No mesmo período, as montadoras passaram a dar muito mais atenção ao mercado de frotas leves corporativas.
Este avanço trouxe as frotas do país para novas fronteiras – empreitadas tecnológicas, ambientais e de mobilidade que devem ocupar a agenda dos profissionais brasileiros. O principal desafio, no entanto, é bastante complexo e envolve a profissionalização do setor. De acordo com Flavio Tavares, Diretor de Marketing e Vendas da GolSat e um dos fundadores do Instituto PARAR, “sem profissionalização não existe futuro promissor. Não adianta a tecnologia evoluir e os carros serem mais modernos, se as pessoas que gerenciam tudo isso não evoluírem na mesma medida” . Para Maria Baldin, da área de Business Development da ALD Automotive, o primeiro passo é “despertar a consciência (...). Se o gestor de frotas já tiver esta consciência, ele saberá que aquele é um item importante. E aí ele começa a criar um plano para chegar lá”. Marcio Silva, profissional com passagens pela Ecofrotas e Ouroverde, explica que o gestor de frotas precisa se tornar uma pessoa estratégica dentro da empresa. “O gestor de frota ainda é muito demandado, ele não é pró-ativo”, conta. Os diretores e gerentes também deverão atuar mais conexos à gestão de frotas nos próximos anos, e participar mais ativamente da formação de seus gestores. Diogo Ilha, Gerente de Produtos da Ouro Verde, lembra que atualmente “temos gestores com um orçamento de 15 milhões em frota, um número astronômico e absurdamente o CEO e os diretores ainda dão este orçamento todo na mão de um profissional que muitas vezes pode estar despreparado”. Um cenário que não pode
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continuar desta maneira. Os primeiros passos já foram dados e os envolvidos, pouco a pouco, passam a entender que a administração de frotas trata sobretudo da gestão de pessoas. É “muito mais do que o veículo (...) não é algo mecânico, é uma ciência humana”, afirma Flavio Gueiros, Coordenador de Frotas na Nokia Networks.
PRÓXIMOS PASSOS Cinco anos parece pouco tempo, mas a tecnologia tem evoluido tanto (e tão rapidamente), que é possível que tenhamos boas novidades saindo do papel em um futuro próximo.
Maria Baldin, ALD Automotive, é palestrante oficial da II Conferência Global PARAR
Diogo Ilha, Ouro Verde, é palestrante oficial da II Conferência Global PARAR
DA TECNOLOGIA Avanços tecnológicos também podem ajudar na redução dos alarmantes números de vítimas de trânsito no Brasil, como a introdução dos freios ABS que agora passam a ser obrigatórios no Brasil.
Como exemplo, poderíamos citar a consolidação dos carros elétricos. Eles ainda não são uma realidade no Brasil, mas devem contribuir bastante para melhorar os custos de combustível e as emissões de gases tóxicos nos próximos cinco anos.
Talvez, a principal barreira a ser derrubada nos próximos anos seja a parede que separa o gestor de frotas do restante da empresa. Na opinião de Tavares, os “gestores têm, nestes próximos anos, a grande oportunidade de serem os responsáveis por tornar seu departamento parte integrante de todas as principais discussões dentro da empresa e, além disso, mostrar o valor de se produzir resultados sem esquecer os valores que podem ser gerados através deles”. As organizações onde isto já aconteceu têm conseguido otimizar seus resultados financeiros ao mesmo tempo em que garantem a eficiência da operação e a qualidade de vida de suas equipes.
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O DEBATE QUE NÃO ACONTECEU
O
s acidentes de trânsito matam tanto quanto os homicídios no Brasil. Entre 1980 e 2012, segundo dados do Mapa da Violência 20141, o Brasil perdeu 1,2 milhões de pessoas vítimas de homicídios e, no mesmo período, mais de 1 milhão de brasileiros morreram em acidentes de trânsito. Os assassinatos, uma das maiores causas de mortes no país, ocupou um bom espaço nos debates políticos deste ano, e com razão. Enquanto isso, pouco ou nenhum espaço foi dado aos acidentes de trânsito pelos nossos candidatos à presidência - ainda que o trânsito seja, hoje, um dos maiores problemas de saúde do país, e gere custos da ordem de 30 bilhões por ano, segundo dados do IPEA. Você ouviu algum candidato das eleições deste ano falando a respeito dos acidentes de trânsito? Os principais concorrentes ao cargo de presidente da república, em alguns casos, ignoraram o tema completamente. Outros, abordaram-no de maneira superficial. Sem este debate, pouca ou nenhuma proposta foi apresentada para solucionar ou minimizar os danos causados pelo trânsito brasileiro. O programa de governo da Presidente reeleita Dilma Rousseff (PT), por exemplo, não tem nenhuma linha sobre acidentes de trânsito. O mais próximo do tema que o documento chega é apontar a necessidade de mudanças na área de 1
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Acidentes de trânsito não estavam na pauta dos candidatos à presidência
mobilidade urbana. Já o candidato do PSDB, Aécio Neves, tocou no assunto, mas de forma muito ampla. Seu site diz que uma das diretrizes de seu governo, caso ele tivesse sido eleito, seria a “Implantação, em parceria com Estados e Municípios, de programas de prevenção a acidentes de trânsito”. O programa da Marina Silva, do PSB, até abordava o tema com um pouco mais de profundidade (falava sobre os 43 mil mortos/ano no trânsito, e sobre o número de leitos de hospital ocupados por motociclistas), e apontava propostas para a implantação de um Sistema Nacional de Mobilidade Urbana e de um programa federal para educação no trânsito. Foi e é muito pouco. Nenhum dos três principais postulantes deu muita atenção ao tema, nem enxergou nessa política uma forma de melhorar a produtividade do país. A mobilidade entrou em cena para exemplificar as grandes perdas econômicas e sociais com engarrafamentos cada dia maiores, mas os políticos parecem ainda não enxergar a importância econômica, social e humanitária desta epidema de acidentes. Quatrocentos e cinquenta mil brasileiros perderam a vida ou tornaram-se permanentemente inválidos em 2012, por conta de acidentes de trânsito. Será que, entre eles, não estava um futuro presidente do país?
POLÍTICA DE FROTAS COMO FERRAMENTA DE TRANSFORMAÇÃO
A
caminhada para a profissionalização da política de frotas passa pela burocratização de algumas áreas. E este é um problema comum a todas as áreas que buscam a criação de indicadores, metas e objetivos claros. Para gerenciar algo, é preciso estabelecer alguns parâmetros que possam ser entendidos por outros setores da empresa e que possam ser comparados ao longo do tempo. Daí a necessidade de, para tornar a gestão de frotas mais produtiva, estabelecer uma série de políticas comuns a todos os colaboradores da empresa. No caso da gestão de frotas, é a política de frotas que faz este papel de conjunto de regras e orientações que guia a ação dos funcionários da empresa. Ela indica desde as condições nas quais um colaborador pode ou não utilizar o carro da empresa, até as regras para a terceirização de serviços. O documento da política de frotas “tem que ser visto não como mais uma regra, mais uma burocracia... ele tem que ser visto com uma ferramenta de apoio. Um trampolim que nos apoie e nos sustente neste processo de transformação”, explica Maria Baldin, Business Development na ALD Automotive. Baldin trabalha no setor das locadoras há cerca de 10 anos, e não se diz uma entusiasta dos carros. Ela conta que a empresa em que trabalha busca soluções de mobilidade corporativa – e por vezes o
aumento da frota de um determinado cliente não melhorará a sua mobilidade. Nestes casos, a locadora recomenda a adoção de outras soluções. Assim como trabalha em uma locadora sem buscar o aumento das frotas a qualquer custo, a especialista entende que a política de frotas, um documento burocrático, deve ser o mais simples possível – e sempre alinhada às necessidades particulares de cada empresa. Para ela, quando o documento é muito extenso e complexo, não há a adesão dos funcionários. O primeiro passo para a criação de uma boa política de frotas é identificar quem deve estar envolvido neste processo e formar uma equipe de trabalho. É importantíssimo envolver sempre a opinião dos condutores, através de um representante. Afinal eles serão os maiores impactados pelas decisões da política. Por que é necessário uma política de frotas? A resposta varia de acordo com cada empresa, mas é sempre uma combinação de fatores econômicos, necessidades de segurança e de sustentabilidade. Maria Baldin explica que “ninguém tem entre seus objetivos escrever uma política de frotas” e, por isso, é preciso transformar esse processo de elaboração em um importante projeto interno – e sensibilizar a direção da empresa, mostrando a relevância do tema. A política só funciona se tiver suporte de dentro da organização. “O condutor não quer ser controlado (...), o RH quer dar facilidades para o condutor (...), o financeiro quer o menor custo”, conta a especialista. Nesta hora entram em jogo as habilidades políticas e de comunicação do gestor. Após a definição de alguns objetivos comuns, criam-se indicadores de desempenho que possam medir a eficácia da política de frotas no longo prazo. Todo o programa deve ser comunicado periodicamente aos funcionários, através de mensagens de texto, e-mails e material impresso. Este passo ajudará a consolidar a política dentro da empresa e a influenciar o comportamento dos envolvidos. A executiva explica: “se as pessoas não estiverem engajadas na mesma vibração, no mesmo objetivo comum, tudo isso vai cair por terra (...) e se as pessoas estiverem motivadas, já é meio caminho andado”.
Disponível em www.juventude.gov.br/juventudeviva
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O DEBATE QUE NÃO ACONTECEU
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s acidentes de trânsito matam tanto quanto os homicídios no Brasil. Entre 1980 e 2012, segundo dados do Mapa da Violência 20141, o Brasil perdeu 1,2 milhões de pessoas vítimas de homicídios e, no mesmo período, mais de 1 milhão de brasileiros morreram em acidentes de trânsito. Os assassinatos, uma das maiores causas de mortes no país, ocupou um bom espaço nos debates políticos deste ano, e com razão. Enquanto isso, pouco ou nenhum espaço foi dado aos acidentes de trânsito pelos nossos candidatos à presidência - ainda que o trânsito seja, hoje, um dos maiores problemas de saúde do país, e gere custos da ordem de 30 bilhões por ano, segundo dados do IPEA. Você ouviu algum candidato das eleições deste ano falando a respeito dos acidentes de trânsito? Os principais concorrentes ao cargo de presidente da república, em alguns casos, ignoraram o tema completamente. Outros, abordaram-no de maneira superficial. Sem este debate, pouca ou nenhuma proposta foi apresentada para solucionar ou minimizar os danos causados pelo trânsito brasileiro. O programa de governo da Presidente reeleita Dilma Rousseff (PT), por exemplo, não tem nenhuma linha sobre acidentes de trânsito. O mais próximo do tema que o documento chega é apontar a necessidade de mudanças na área de 1
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Acidentes de trânsito não estavam na pauta dos candidatos à presidência
mobilidade urbana. Já o candidato do PSDB, Aécio Neves, tocou no assunto, mas de forma muito ampla. Seu site diz que uma das diretrizes de seu governo, caso ele tivesse sido eleito, seria a “Implantação, em parceria com Estados e Municípios, de programas de prevenção a acidentes de trânsito”. O programa da Marina Silva, do PSB, até abordava o tema com um pouco mais de profundidade (falava sobre os 43 mil mortos/ano no trânsito, e sobre o número de leitos de hospital ocupados por motociclistas), e apontava propostas para a implantação de um Sistema Nacional de Mobilidade Urbana e de um programa federal para educação no trânsito. Foi e é muito pouco. Nenhum dos três principais postulantes deu muita atenção ao tema, nem enxergou nessa política uma forma de melhorar a produtividade do país. A mobilidade entrou em cena para exemplificar as grandes perdas econômicas e sociais com engarrafamentos cada dia maiores, mas os políticos parecem ainda não enxergar a importância econômica, social e humanitária desta epidema de acidentes. Quatrocentos e cinquenta mil brasileiros perderam a vida ou tornaram-se permanentemente inválidos em 2012, por conta de acidentes de trânsito. Será que, entre eles, não estava um futuro presidente do país?
POLÍTICA DE FROTAS COMO FERRAMENTA DE TRANSFORMAÇÃO
A
caminhada para a profissionalização da política de frotas passa pela burocratização de algumas áreas. E este é um problema comum a todas as áreas que buscam a criação de indicadores, metas e objetivos claros. Para gerenciar algo, é preciso estabelecer alguns parâmetros que possam ser entendidos por outros setores da empresa e que possam ser comparados ao longo do tempo. Daí a necessidade de, para tornar a gestão de frotas mais produtiva, estabelecer uma série de políticas comuns a todos os colaboradores da empresa. No caso da gestão de frotas, é a política de frotas que faz este papel de conjunto de regras e orientações que guia a ação dos funcionários da empresa. Ela indica desde as condições nas quais um colaborador pode ou não utilizar o carro da empresa, até as regras para a terceirização de serviços. O documento da política de frotas “tem que ser visto não como mais uma regra, mais uma burocracia... ele tem que ser visto com uma ferramenta de apoio. Um trampolim que nos apoie e nos sustente neste processo de transformação”, explica Maria Baldin, Business Development na ALD Automotive. Baldin trabalha no setor das locadoras há cerca de 10 anos, e não se diz uma entusiasta dos carros. Ela conta que a empresa em que trabalha busca soluções de mobilidade corporativa – e por vezes o
aumento da frota de um determinado cliente não melhorará a sua mobilidade. Nestes casos, a locadora recomenda a adoção de outras soluções. Assim como trabalha em uma locadora sem buscar o aumento das frotas a qualquer custo, a especialista entende que a política de frotas, um documento burocrático, deve ser o mais simples possível – e sempre alinhada às necessidades particulares de cada empresa. Para ela, quando o documento é muito extenso e complexo, não há a adesão dos funcionários. O primeiro passo para a criação de uma boa política de frotas é identificar quem deve estar envolvido neste processo e formar uma equipe de trabalho. É importantíssimo envolver sempre a opinião dos condutores, através de um representante. Afinal eles serão os maiores impactados pelas decisões da política. Por que é necessário uma política de frotas? A resposta varia de acordo com cada empresa, mas é sempre uma combinação de fatores econômicos, necessidades de segurança e de sustentabilidade. Maria Baldin explica que “ninguém tem entre seus objetivos escrever uma política de frotas” e, por isso, é preciso transformar esse processo de elaboração em um importante projeto interno – e sensibilizar a direção da empresa, mostrando a relevância do tema. A política só funciona se tiver suporte de dentro da organização. “O condutor não quer ser controlado (...), o RH quer dar facilidades para o condutor (...), o financeiro quer o menor custo”, conta a especialista. Nesta hora entram em jogo as habilidades políticas e de comunicação do gestor. Após a definição de alguns objetivos comuns, criam-se indicadores de desempenho que possam medir a eficácia da política de frotas no longo prazo. Todo o programa deve ser comunicado periodicamente aos funcionários, através de mensagens de texto, e-mails e material impresso. Este passo ajudará a consolidar a política dentro da empresa e a influenciar o comportamento dos envolvidos. A executiva explica: “se as pessoas não estiverem engajadas na mesma vibração, no mesmo objetivo comum, tudo isso vai cair por terra (...) e se as pessoas estiverem motivadas, já é meio caminho andado”.
Disponível em www.juventude.gov.br/juventudeviva
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APRENDENDO COM QUEM SABE
ESTUDAR AS PRÁTICAS DE PROFISSIONAIS MAIS EXPERIENTES PODE SER UM ÓTIMO CAMINHO PARA MELHORAR A SUA GESTÃO DE FROTAS
A
prender na prática é um cenário que faz parte da vida de todo gestor de frota brasileiro. E esta não é uma proposta necessariamente ruim. Embora a necessidade de conhecimento teórico seja bastante importante, há coisas que somente a rotina pode nos ensinar. O gestor de frotas, no entanto, não precisa passar por todo e qualquer tipo de adversidade antes de se planejar. Prestar atenção em seus colegas de trabalho e aprender com os casos contados por eles pode ser uma alternativa mais prática e eficaz. Nas próximas linhas você terá exemplos de como duas das maiores frotas do país atuam para reduzir acidentes, custos, e gerir a frota de forma mais estratégica.
Prevenir é melhor que remediar Em um recente fórum do PARAR (a edição de 2014 em Belo Horizonte), Flavio Gueiros, Coordenador de Frotas da Nokia Networks, mostrou como reduziu significativamente o gasto com combustível e o número de sinistros e multas através da análise do perfil de seus condutores. Gueiros conta que o primeiro passo foi levantar o número de acidentes e de avarias na frota, além do comportamento dos condutores (excesso de velocidade e freadas bruscas, principalmente). A partir destes dados, eles implantaram uma política de descontos para a redução das avarias e das infrações de trânsito, que trouxe melhorias significativas. No entanto, aos olhos de Flavio Gueiros, a proposta ainda era incompleta. As “avarias nada mais eram do que reflexos das infrações de trânsito”, explicou. Ao
Flavio Gueiros, Nokia
invés de prevenir, o desconto servia como ação corretiva, apenas. A Nokia estudou então o perfil de cada condutor novamente e convidou os principais ofensores para participarem de treinamentos e palestras (presenciais e online), além de uma série de ações complementares como a adesivação de carros e estruturação de um telefone 0800 no modelo “Como Estou Dirigindo”. Os resultados: 47% menos acidentes, 28% menos combustível gasto e 72% menos multas em cerca de um ano de trabalho.
5 PERGUNTAS PARA:
Fred Madeira, da WEX (UNIK)
Vice Presidente e Diretor Comercial de uma empresa com quase 8 milhões de cartões ativos, Fred Madeira, da WEX (UNIK) estará na Conferência Global PARAR 2014 para falar sobre ferramentas inteligentes para a gestão de combustível nas frotas leves. Confira o bate-papo que tivemos com ele antes do evento:
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Trabalho em equipe Jefferson Lima, Gestor de Frota do grupo O Boticário, conta que a empresa tem atingido ótimos resultados com uma gestão compartilhada. Segundo Lima, eles têm um grupo de trabalho interno que integra membros das áreas de gestão de frotas, jurídica, suprimentos e benefícios. “A minha área não decide nada sozinha”, explica. Segundo Lima, o modelo funciona bem porque promove o intercâmbio de conhecimentos entre diferentes áreas. “Com o crescimento da frota, temos tido alguns momentos em que paramos e envolvemos pessoas que nos ajudam a levar a ação para o caminho certo”, detalha. Para O Boticário, a busca por contatos com fornecedores e gestores de outras empresas também desempenha um papel fundamental no aperfeiçoamento da gestão de frotas. Através do benchmarking (comparação de dados internos com os cenários de outras empresas), o Boticário tem progredido a passos largos.
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Em primeiro lugar, você poderia nos dar uma descrição geral sobre a Wex? Quantos veículos e clientes são gerenciados por meio de soluções da Wex? Em quais países vocês estão presentes? A WEX Inc. é um fornecedor líder de soluções de pagamento das empresas. A partir de nossas raízes nos pagamentos com cartão de frota com início em 1983, a WEX ampliou o escopo do negócio em um provedor multi-canal de soluções de pagamento das empresas que representa mais de 7,9 milhões de portadores de cartões e que oferece uma excepcional segurança de pagamento e controle através de uma ampla gama de setores de atividade. Ao direcionar mercados de alto valor, usando produtos inovadores para estimular a mudança na indústria e operando com eficiência sistêmica, mantivemos a nossa posição como líder de mercado na indústria de pagamentos corporativos virtuais. Nossos negócios e subsidiárias têm foco na racionalização e modernização de ambientes de pagamento para dar aos clientes um maior controle sobre seus negócios, resultando em decisões mais inteligentes, menores custos operacionais, maior eficiência e maior satisfação do cliente. As operações da Companhia incluem o WEX Bank, Fleet One, rápid! Paycard, Evolution1, WEX Austrália, WEX New Zealand e WEX Europe, bem como a posição patrimonial majoritária na UNIK SA, Brasil. WEX e suas subsidiárias empregam mais de 1.700 associados.
Eu vejo que a segurança e o comportamento da direção encontram-se entre as suas preocupações. Como as informações podem ajudar as empresas e aos motoristas a satisfazer as suas necessidades de forma segura? Os dados de Nível III não costumam ajudar diretamente na segurança do motorista, já que normalmente é usado mais para reduzir o mau uso e aos motoristas a satisfazer. No entanto, os gestores de frota experientes podem monitorar os dados adquiridos durante o abastecimento para acompanhar o comportamento e tendências dos motoristas, incluindo a eficiência de combustível do veículo. Se um determinado veículo tem uma baixa eficiência de combustível, pode apontar para um motorista que está dirigindo de forma agressiva, criando uma oportunidade para treinar esse motorista a prestar mais atenção às seus hábitos de condução. Para melhorar a segurança do condutor, as unidades de telemática são recomendadas para localização de rastreamento de veículos, bem como velocidades e outros indicadores de condução insegura.
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Quais são as principais tendências para os preços dos combustíveis em 2015? Prever os preços dos combustíveis é uma tarefa difícil na melhor das hipóteses. Nos últimos três anos, o petróleo tem sido negociado acima de US$ 105,00 / barril, mas atualmente (15 de Outubro de 2014) os preços caíram 20%, para cerca de US$ 85,00 / barril. As dinâmicas do mercado mudaram assim que os EUA se tornou menos dependente de importações para suprir suas necessidades energéticas e, simultaneamente, a economia mundial continua a ser suave, reduzindo a demanda. Próximo de uma grande ruptura, vejo que o petróleo será negociado entre US$ 85,00 e US$ 90,00 / barril, resultando em preços de combustível compatível com o que estamos vivenciando hoje através de Q2 de 2015, pelo menos. O preço do petróleo abaixo de 85 dólares fará com que os produtores de petróleo reduzam a produção, dado a que a economia é menos atraente para eles, a este ritmo.
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Jefferson Lima, O Boticário
Quanto, proporcionalmente, as empresas podem economizar em combustível quando vão dos dados de nível I para o nível II? Quanto eles podem economizar quando atingirem o nível III? Os dados de Nível III são reforçados de detalhe da transação que ajuda os gestores de frota a identificar não apenas o "onde" e o "quando" por trás de uma compra, mas também o "quem", "o quê" e "como". É uma ferramenta que pode ajudar frotas andar mais suavemente e de forma rentável ao identificar áreas problemáticas antes de sair do controle. Sem os dados de Nível III, os gestores de frota precisariam auditar manualmente declarações para descobrir potenciais problemas. As empresas que atingirem o nível III de registro de dados podem esperar economizar até 15% em seus orçamentos de combustível. Isto é devido ao fato de que os dados de nível III podem oferecer detalhes além do básico. Por exemplo, detalhes do item de linha de produtos incluídos no Nível III significam que as frotas podem evitar proativamente que os seus motoristas comprem produtos não autorizados como sanduíches e refrigerantes - enquanto ainda lhes permite adquirir combustível e peças. As leituras de quilometragem permitem um verdadeiro custo por galão, e permitirá que a frota monitore o uso de combustível - e evitar compras não autorizadas de combustível além da capacidade do veículo. Isso resulta em economias mensuráveis, o que pode garantir que uma frota está atendendo às expectativas orçamentais - e ajudar a empresa a alcançar economia nos custos. Os dados de Nível III colocam o gestor de frota no assento do motorista e reduz o potencial de fraude ou mau uso. O preço do petróleo abaixo de 85 dólares fará com que os produtores de petróleo reduzam a produção, dado a que a economia é menos atraente para eles, a este ritmo.
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Quais são as principais diferenças entre os países com mercados de frota maduros (como os EUA ou Europa) e regiões como a América Latina? Os mercados Latino-americanos parecem ser mais semelhantes aos mercados Europeus, onde um número limitado de empresas petroleiras fornece a maioria dos postos de abastecimento dentro de cada país. Enquanto a maioria dos postos de combustível Europeus e Norte Americanos utilizam seus equipamentos POS existente para suportar o registro de captura de dados de cartões de combustível, no Brasil, a empresa de cartão de combustível deve fornecer seu próprio equipamento POS para cada posto de combustível participante. Isso resulta em processos inconsistentes enquanto ao registro de dados. Além disso, na Europa e na América a maioria dos lugares é obrigada a aceitar soluções de cartões de combustível de uma empresa petroleira de marca. No Brasil, quase a metade dos locais são locais sem marca, o que significa que não há nem exigências consistentes para o suporte e processamento de cartões de combustível nos vários locais em todo o país.
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APRENDENDO COM QUEM SABE
ESTUDAR AS PRÁTICAS DE PROFISSIONAIS MAIS EXPERIENTES PODE SER UM ÓTIMO CAMINHO PARA MELHORAR A SUA GESTÃO DE FROTAS
A
prender na prática é um cenário que faz parte da vida de todo gestor de frota brasileiro. E esta não é uma proposta necessariamente ruim. Embora a necessidade de conhecimento teórico seja bastante importante, há coisas que somente a rotina pode nos ensinar. O gestor de frotas, no entanto, não precisa passar por todo e qualquer tipo de adversidade antes de se planejar. Prestar atenção em seus colegas de trabalho e aprender com os casos contados por eles pode ser uma alternativa mais prática e eficaz. Nas próximas linhas você terá exemplos de como duas das maiores frotas do país atuam para reduzir acidentes, custos, e gerir a frota de forma mais estratégica.
Prevenir é melhor que remediar Em um recente fórum do PARAR (a edição de 2014 em Belo Horizonte), Flavio Gueiros, Coordenador de Frotas da Nokia Networks, mostrou como reduziu significativamente o gasto com combustível e o número de sinistros e multas através da análise do perfil de seus condutores. Gueiros conta que o primeiro passo foi levantar o número de acidentes e de avarias na frota, além do comportamento dos condutores (excesso de velocidade e freadas bruscas, principalmente). A partir destes dados, eles implantaram uma política de descontos para a redução das avarias e das infrações de trânsito, que trouxe melhorias significativas. No entanto, aos olhos de Flavio Gueiros, a proposta ainda era incompleta. As “avarias nada mais eram do que reflexos das infrações de trânsito”, explicou. Ao
Flavio Gueiros, Nokia
invés de prevenir, o desconto servia como ação corretiva, apenas. A Nokia estudou então o perfil de cada condutor novamente e convidou os principais ofensores para participarem de treinamentos e palestras (presenciais e online), além de uma série de ações complementares como a adesivação de carros e estruturação de um telefone 0800 no modelo “Como Estou Dirigindo”. Os resultados: 47% menos acidentes, 28% menos combustível gasto e 72% menos multas em cerca de um ano de trabalho.
5 PERGUNTAS PARA:
Fred Madeira, da WEX (UNIK)
Vice Presidente e Diretor Comercial de uma empresa com quase 8 milhões de cartões ativos, Fred Madeira, da WEX (UNIK) estará na Conferência Global PARAR 2014 para falar sobre ferramentas inteligentes para a gestão de combustível nas frotas leves. Confira o bate-papo que tivemos com ele antes do evento:
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Trabalho em equipe Jefferson Lima, Gestor de Frota do grupo O Boticário, conta que a empresa tem atingido ótimos resultados com uma gestão compartilhada. Segundo Lima, eles têm um grupo de trabalho interno que integra membros das áreas de gestão de frotas, jurídica, suprimentos e benefícios. “A minha área não decide nada sozinha”, explica. Segundo Lima, o modelo funciona bem porque promove o intercâmbio de conhecimentos entre diferentes áreas. “Com o crescimento da frota, temos tido alguns momentos em que paramos e envolvemos pessoas que nos ajudam a levar a ação para o caminho certo”, detalha. Para O Boticário, a busca por contatos com fornecedores e gestores de outras empresas também desempenha um papel fundamental no aperfeiçoamento da gestão de frotas. Através do benchmarking (comparação de dados internos com os cenários de outras empresas), o Boticário tem progredido a passos largos.
2
Em primeiro lugar, você poderia nos dar uma descrição geral sobre a Wex? Quantos veículos e clientes são gerenciados por meio de soluções da Wex? Em quais países vocês estão presentes? A WEX Inc. é um fornecedor líder de soluções de pagamento das empresas. A partir de nossas raízes nos pagamentos com cartão de frota com início em 1983, a WEX ampliou o escopo do negócio em um provedor multi-canal de soluções de pagamento das empresas que representa mais de 7,9 milhões de portadores de cartões e que oferece uma excepcional segurança de pagamento e controle através de uma ampla gama de setores de atividade. Ao direcionar mercados de alto valor, usando produtos inovadores para estimular a mudança na indústria e operando com eficiência sistêmica, mantivemos a nossa posição como líder de mercado na indústria de pagamentos corporativos virtuais. Nossos negócios e subsidiárias têm foco na racionalização e modernização de ambientes de pagamento para dar aos clientes um maior controle sobre seus negócios, resultando em decisões mais inteligentes, menores custos operacionais, maior eficiência e maior satisfação do cliente. As operações da Companhia incluem o WEX Bank, Fleet One, rápid! Paycard, Evolution1, WEX Austrália, WEX New Zealand e WEX Europe, bem como a posição patrimonial majoritária na UNIK SA, Brasil. WEX e suas subsidiárias empregam mais de 1.700 associados.
Eu vejo que a segurança e o comportamento da direção encontram-se entre as suas preocupações. Como as informações podem ajudar as empresas e aos motoristas a satisfazer as suas necessidades de forma segura? Os dados de Nível III não costumam ajudar diretamente na segurança do motorista, já que normalmente é usado mais para reduzir o mau uso e aos motoristas a satisfazer. No entanto, os gestores de frota experientes podem monitorar os dados adquiridos durante o abastecimento para acompanhar o comportamento e tendências dos motoristas, incluindo a eficiência de combustível do veículo. Se um determinado veículo tem uma baixa eficiência de combustível, pode apontar para um motorista que está dirigindo de forma agressiva, criando uma oportunidade para treinar esse motorista a prestar mais atenção às seus hábitos de condução. Para melhorar a segurança do condutor, as unidades de telemática são recomendadas para localização de rastreamento de veículos, bem como velocidades e outros indicadores de condução insegura.
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Quais são as principais tendências para os preços dos combustíveis em 2015? Prever os preços dos combustíveis é uma tarefa difícil na melhor das hipóteses. Nos últimos três anos, o petróleo tem sido negociado acima de US$ 105,00 / barril, mas atualmente (15 de Outubro de 2014) os preços caíram 20%, para cerca de US$ 85,00 / barril. As dinâmicas do mercado mudaram assim que os EUA se tornou menos dependente de importações para suprir suas necessidades energéticas e, simultaneamente, a economia mundial continua a ser suave, reduzindo a demanda. Próximo de uma grande ruptura, vejo que o petróleo será negociado entre US$ 85,00 e US$ 90,00 / barril, resultando em preços de combustível compatível com o que estamos vivenciando hoje através de Q2 de 2015, pelo menos. O preço do petróleo abaixo de 85 dólares fará com que os produtores de petróleo reduzam a produção, dado a que a economia é menos atraente para eles, a este ritmo.
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Jefferson Lima, O Boticário
Quanto, proporcionalmente, as empresas podem economizar em combustível quando vão dos dados de nível I para o nível II? Quanto eles podem economizar quando atingirem o nível III? Os dados de Nível III são reforçados de detalhe da transação que ajuda os gestores de frota a identificar não apenas o "onde" e o "quando" por trás de uma compra, mas também o "quem", "o quê" e "como". É uma ferramenta que pode ajudar frotas andar mais suavemente e de forma rentável ao identificar áreas problemáticas antes de sair do controle. Sem os dados de Nível III, os gestores de frota precisariam auditar manualmente declarações para descobrir potenciais problemas. As empresas que atingirem o nível III de registro de dados podem esperar economizar até 15% em seus orçamentos de combustível. Isto é devido ao fato de que os dados de nível III podem oferecer detalhes além do básico. Por exemplo, detalhes do item de linha de produtos incluídos no Nível III significam que as frotas podem evitar proativamente que os seus motoristas comprem produtos não autorizados como sanduíches e refrigerantes - enquanto ainda lhes permite adquirir combustível e peças. As leituras de quilometragem permitem um verdadeiro custo por galão, e permitirá que a frota monitore o uso de combustível - e evitar compras não autorizadas de combustível além da capacidade do veículo. Isso resulta em economias mensuráveis, o que pode garantir que uma frota está atendendo às expectativas orçamentais - e ajudar a empresa a alcançar economia nos custos. Os dados de Nível III colocam o gestor de frota no assento do motorista e reduz o potencial de fraude ou mau uso. O preço do petróleo abaixo de 85 dólares fará com que os produtores de petróleo reduzam a produção, dado a que a economia é menos atraente para eles, a este ritmo.
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Quais são as principais diferenças entre os países com mercados de frota maduros (como os EUA ou Europa) e regiões como a América Latina? Os mercados Latino-americanos parecem ser mais semelhantes aos mercados Europeus, onde um número limitado de empresas petroleiras fornece a maioria dos postos de abastecimento dentro de cada país. Enquanto a maioria dos postos de combustível Europeus e Norte Americanos utilizam seus equipamentos POS existente para suportar o registro de captura de dados de cartões de combustível, no Brasil, a empresa de cartão de combustível deve fornecer seu próprio equipamento POS para cada posto de combustível participante. Isso resulta em processos inconsistentes enquanto ao registro de dados. Além disso, na Europa e na América a maioria dos lugares é obrigada a aceitar soluções de cartões de combustível de uma empresa petroleira de marca. No Brasil, quase a metade dos locais são locais sem marca, o que significa que não há nem exigências consistentes para o suporte e processamento de cartões de combustível nos vários locais em todo o país.
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CONFLITOS NA DESMOBILIZAÇÃO INDICAM AS MELHORES PRÁTICAS DE FROTAS ESPECIALISTAS Começo a conversa com Paulo no meio da tarde de uma terça-feira. Estamos os dois em frente ao computador e, enquanto vou fazendo perguntas, ele me guia pelas abas do seu site até um lote com dezenas de veículos disputados por cerca de 250 compradores. Paulo é Paulo Scaff, diretor da Superbid, a maior empresa de liquidação de veículos de frotas corporativas do país. A cada mês, seu site faz a intermediação de cerca de mil carros para empresas como Eucatex, Pfizer, Volkswagen e Atlas. O modelo de negócios atende as mesmas necessidades endereçadas por Roberto Bottura. Sua empresa, a Control Motors, também ajuda uma série de frotistas (grandes ou pequenos) a vender seus carros. Através da Control Motors, cerca de 350 carros mudam de mãos a cada mês. Bottura e Scaff atuam em um dos pontos mais negligenciados da gestão de frotas no país: a desmobilização ou liquidação dos veículos de frotas, quando eles já não são mais interessantes para a empresa. É comum conduzir estudos e negociações detalhadas na hora de adquirir novos veículos. Mas quantos são os gestores que levam em consideração o que fazer com eles ao final de alguns anos?
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A boa venda começa
Funcionário ou mercado?
com uma boa compra
Existem duas fórmulas comuns para se desmobilizar os ativos de uma frota. A primeira é repassar o veículo aos colaboradores, como um benefício. Esta alternativa é interessante para o funcionário porque permite que ele compre um carro abaixo do valor de mercado. E, para a empresa também é vantajoso: afinal, se o empregado pretende comprar o seu meio de transporte ao final de 2 ou 3 anos de uso, ele cuidará dele com muito mais atenção e respeitará os prazo de manutenção e regras de segurança.
Ao escolher os carros de sua frota, o gestor precisa tomar cuidado com o tempo de vida do veículo no mercado e verificar “se o próximo modelo já não está para sair”, explica Roberto Bottura, da Control Motors. Para conseguir um bom preço de venda, o gestor deve:
Contudo, há empresas que preferem não fazer uso desta prática. Da mesma forma, há casos em que os funcionários não se interessam em adquirir o veículo. Nestas situações, a empresa vê-se obrigada a buscar um comprador de fora da organização.
- Desconfiar de baixos preços na hora da compra. O preço mais barato agora pode doer no bolso lá na frente, principalmente em carros que serão vendidos com pouco tempo de uso.
Scaff explica que esta é uma situação complicada para o gestor de frotas, porque vender carros não faz parte de seu dia-a-dia. Por exemplo, “o negócio da Guarani (um de seus clientes do ramo agroindustrial) é moer cana. Eles precisam de um processo limpo para vender os veículos pelo melhor preço”. É aí que entram as empresas de desmobilização. Para Bottura, a chave do processo é a transparência e a governança. “Todo o processo que é levantado para o vendedor é também transparente para o comprador (...) a gente cria o ‘Pedigree’ do veículo”. Como a maioria dos compradores sequer visita o carro fisicamente antes de fechar o negócio, credibilidade é a palavra de ordem.
Retorno sobre o Investimento O retorno depende muito da condição do carro. Tanto Superbid quanto Control Motors afirmam que, em boas condições, os carros são negociados por valores correspondentes a 80-90% tabela FIPE. Carros operacionais urbanos ficam entre 70% e 85% do valor da tabela.
É possível que, em alguns casos, a venda direta ao colaborador traga mais vantagens, assim como as parcerias com as montadoras. E deve-se lembrar, também, que estes serviços de desmobilização custam entre 3 e 5% do valor arrecadado pelo intermediador.
Roberto Bottura, diretor da Control Motors
Sarah Tooze, do portal FleetNews explica que “as frotas não devem se fixar a uma ou outra opção de desmobilização. Possivelmente, a melhor proposta é a combinação de métodos”. A Volkswagen do Brasil, por exemplo, comercializa 60% dos carros de sua frota entre seus funcionários e rede de concessionárias. Os outros 40% são vendidos via leilões online.
- Verificar o consumo médio do modelo. Este fator deixará a operação mais barata e também será levado em consideração por futuros compradores. - Avaliar o custo-benefício de opcionais e de planos de manutenção.
Estima-se que, para cada carro novo vendido no Brasil, entre 2,5 e 3 carros usados sejam comercializados. Ou seja, em 2013, cerca de 9 milhões de carros usados trocaram de mãos no país – um mercado de 180 bilhões de reais.
Artigo especial produzido por Pedro Conte, Coordenador de Conteúdo do PARAR (www.portalparar.com.br).
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CONFLITOS NA DESMOBILIZAÇÃO INDICAM AS MELHORES PRÁTICAS DE FROTAS ESPECIALISTAS Começo a conversa com Paulo no meio da tarde de uma terça-feira. Estamos os dois em frente ao computador e, enquanto vou fazendo perguntas, ele me guia pelas abas do seu site até um lote com dezenas de veículos disputados por cerca de 250 compradores. Paulo é Paulo Scaff, diretor da Superbid, a maior empresa de liquidação de veículos de frotas corporativas do país. A cada mês, seu site faz a intermediação de cerca de mil carros para empresas como Eucatex, Pfizer, Volkswagen e Atlas. O modelo de negócios atende as mesmas necessidades endereçadas por Roberto Bottura. Sua empresa, a Control Motors, também ajuda uma série de frotistas (grandes ou pequenos) a vender seus carros. Através da Control Motors, cerca de 350 carros mudam de mãos a cada mês. Bottura e Scaff atuam em um dos pontos mais negligenciados da gestão de frotas no país: a desmobilização ou liquidação dos veículos de frotas, quando eles já não são mais interessantes para a empresa. É comum conduzir estudos e negociações detalhadas na hora de adquirir novos veículos. Mas quantos são os gestores que levam em consideração o que fazer com eles ao final de alguns anos?
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A boa venda começa
Funcionário ou mercado?
com uma boa compra
Existem duas fórmulas comuns para se desmobilizar os ativos de uma frota. A primeira é repassar o veículo aos colaboradores, como um benefício. Esta alternativa é interessante para o funcionário porque permite que ele compre um carro abaixo do valor de mercado. E, para a empresa também é vantajoso: afinal, se o empregado pretende comprar o seu meio de transporte ao final de 2 ou 3 anos de uso, ele cuidará dele com muito mais atenção e respeitará os prazo de manutenção e regras de segurança.
Ao escolher os carros de sua frota, o gestor precisa tomar cuidado com o tempo de vida do veículo no mercado e verificar “se o próximo modelo já não está para sair”, explica Roberto Bottura, da Control Motors. Para conseguir um bom preço de venda, o gestor deve:
Contudo, há empresas que preferem não fazer uso desta prática. Da mesma forma, há casos em que os funcionários não se interessam em adquirir o veículo. Nestas situações, a empresa vê-se obrigada a buscar um comprador de fora da organização.
- Desconfiar de baixos preços na hora da compra. O preço mais barato agora pode doer no bolso lá na frente, principalmente em carros que serão vendidos com pouco tempo de uso.
Scaff explica que esta é uma situação complicada para o gestor de frotas, porque vender carros não faz parte de seu dia-a-dia. Por exemplo, “o negócio da Guarani (um de seus clientes do ramo agroindustrial) é moer cana. Eles precisam de um processo limpo para vender os veículos pelo melhor preço”. É aí que entram as empresas de desmobilização. Para Bottura, a chave do processo é a transparência e a governança. “Todo o processo que é levantado para o vendedor é também transparente para o comprador (...) a gente cria o ‘Pedigree’ do veículo”. Como a maioria dos compradores sequer visita o carro fisicamente antes de fechar o negócio, credibilidade é a palavra de ordem.
Retorno sobre o Investimento O retorno depende muito da condição do carro. Tanto Superbid quanto Control Motors afirmam que, em boas condições, os carros são negociados por valores correspondentes a 80-90% tabela FIPE. Carros operacionais urbanos ficam entre 70% e 85% do valor da tabela.
É possível que, em alguns casos, a venda direta ao colaborador traga mais vantagens, assim como as parcerias com as montadoras. E deve-se lembrar, também, que estes serviços de desmobilização custam entre 3 e 5% do valor arrecadado pelo intermediador.
Roberto Bottura, diretor da Control Motors
Sarah Tooze, do portal FleetNews explica que “as frotas não devem se fixar a uma ou outra opção de desmobilização. Possivelmente, a melhor proposta é a combinação de métodos”. A Volkswagen do Brasil, por exemplo, comercializa 60% dos carros de sua frota entre seus funcionários e rede de concessionárias. Os outros 40% são vendidos via leilões online.
- Verificar o consumo médio do modelo. Este fator deixará a operação mais barata e também será levado em consideração por futuros compradores. - Avaliar o custo-benefício de opcionais e de planos de manutenção.
Estima-se que, para cada carro novo vendido no Brasil, entre 2,5 e 3 carros usados sejam comercializados. Ou seja, em 2013, cerca de 9 milhões de carros usados trocaram de mãos no país – um mercado de 180 bilhões de reais.
Artigo especial produzido por Pedro Conte, Coordenador de Conteúdo do PARAR (www.portalparar.com.br).
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BRASIL SERÁ POTÊNCIA MUNDIAL
por LUIZ FLÁVIO GOMES
Jurista e diretor-presidente do Instituto Avante Brasil
N
o decurso da Copa do Mundo recebi e conversei muito com alguns amigos estrangeiros. Eles estavam encantados com nosso país, com a hospitalidade, com a culinária, suas belezas naturais, suas cidades pujantes, estádios bonitos etc. Um deles, visivelmente o mais entusiasmado, dizia que o Brasil se converteria, em breve, em uma grande potência mundial, “na ciência e na tecnologia, na educação e na cidadania, no agronegócio e na indústria, na produtividade e na competividade etc.”
Fiquei me perguntando qual seria o milagre que iria transformar nosso país em um paraíso. É certo que não podemos negar as qualidades extraordinárias do Brasil, mas ao mesmo tempo sabemos que estamos mergulhados num caos profundo, sobretudo porque sempre fomos governados por pessoas que sempre pensaram mais nelas que nos interesses gerais. Ponderei aos meus amigos que somos dois brasis (um com a proa voltada para a civilização e outro muito atrasado – Brasildinávia e Brasilquistão). Somos cordiais (agreguei), mas matamos 57 mil pessoas por ano; somos hospitaleiros, mas campeões do mundo em violência contra os professores; matamos 12 mulheres a cada 24 horas, 130 pessoas diariamente em acidentes de trânsito etc. Ao meu interlocutor ainda sublinhei o seguinte: como pode o Brasil vir a ser uma potência mundial respeitada, se ele conta ainda com tanta violência (e a violência é sinal de atraso e de barbárie, não de evolução). Dei-lhe alguns números: em 1980, o Brasil era o quarto país mais violento do mundo, dentre 23 (só temos dados disponíveis de 23 países nesse ano). Em 1995, dentre 80 países, passamos para a sexta posição. Já em 2000, passamos a ser o sétimo mais violento do mundo, num total de 98 países: pouco avanço, devido ao aumento contínuo na taxa de mortes. Em 2010, de acordo com levantamento realizado pelo Instituto Avante Brasil, o Brasil passou a ser o 20º país mais violento, dentre 187 países. Em 2012, nesse grupo, chegou ao 12º lugar. Em 2010, o Brasil foi responsável por 52.260 homicídios, ou uma taxa de 27,3 mortes para cada 100 mil habitantes; em 2012, apresentou um crescimento de 7,8% em números absolutos, registrando 56.337 mortes e uma taxa de 29 para cada grupo de 100 mil habitantes. Com esses números, perguntei, como pode o Brasil se tornar uma potência mundial? Ele me respondeu: “Há muita coisa para se fazer, porém, uma delas será absolutamente imprescindível, porque é a primeira de todas: reconhecer que a cultura do Ocidente está em franca decadência. Essa é a raiz de praticamente todos os problemas dos países ocidentais, que estão ameaçando concretamente o futuro das gerações vindouras; as pessoas estão perdidas e as instituições se encontram falidas. Tudo isso nos impede de viver uma vida plena e satisfatória. Algumas das nossas sociedades estão invertebradas. Outras são, desde a origem, invertebradas, sobretudo do ponto de vista moral e ético”. Lamentavelmente, eu disse, o Brasil se encaixa no segundo grupo: somos um país invertebrado moralmente, desde o descobrimento (em 1500). Essa é a nossa peste invisível, que aqui se espalhou com a postura individualista e extrativista dos conquistadores, que transmitiram esse vírus maligno de geração em geração, corroendo de forma profunda a espinha dorsal que rege as relações humanas e sociais, afetadas até à
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raiz pela nossa forma de pensar, nossas opiniões, nossos juízos e nossos atos, pouco comprometidos com a vida saudável em sociedade. Meu interlocutor concluiu: “O bloqueio ético que invadiu a cultura ocidental nos impede de pensar coletivamente. Cada um busca a satisfação exclusiva dos seus interesses, a realização dos seus desejos (cada um por si e ninguém pelo todo). Essa é uma cultura nitidamente alienante e decrépita, que altera nossa capacidade de raciocinar, assim como nossos sentidos e chega mesmo a destruir nossa própria identidade e nossas ideias, projetando-nos para um niilismo absoluto, onde reina a ausência de regras (anomia) e de autoridade, assim como de crenças coletivas e tradições”. Antes que ele encerrasse seu discurso indaguei: “Vivemos ao sabor dos ventos, sendo indiferente para nós se eles sopram para a esquerda ou para a direita, para frente ou para trás, para o progresso/civilização ou para a barbárie?”. Ele prosseguiu: “Nada mais atinge nossa sensibilidade, ainda que se trate de um ato extremamente cruel e desumano. Somos indiferentes à dor alheia, ao sofrimento dos demais. As sociedades invertebradas estão fulcradas na crença e no pensamento de que só se considera como realização pessoal a que se alcança mediante a satisfação dos desejos mais primários, das pulsões mais primitivas, que passaram a constituir o padrão de referência para valorar as consequências dos nossos atos. O bem absoluto é a satisfação dos nossos interesses, pouco importando o que eles significam para o progresso ou retrocesso da comunidade, da ética e da moral. O bem supremo da vida é a realização do nosso desejo, dos nossos interesses, ainda que alcançados por meios aéticos e imorais, ainda que conquistados por formas tortas e deploráveis, com violação das frouxas e fluidas regras procedimentais. Trocamos a razão objetiva pela razão subjetiva, ou seja, pelo que manda a vontade de cada um, sem considerar que os humanos não vivemos isolados dos outros humanos”.
CONSELHO CONSULTIVO NOMEADOS UNEM FORÇAS EM PROL DA CULTURA DE SEGURANÇA NO TRÂNSITO
U
m dos passos mais importantes da história do PARAR foi dado recentemente. Em uma reunião no último dia 08 de outubro, o instituto formalizou a criação de seu primeiro Conselho Consultivo.
Esta nova entidade irá atuar como guia para as ações e propostas desenvolvidas pelo PARAR em 2014. A quantidade de gestores impactados pelo PARAR é, hoje, muito superior ao que foi previsto no início do projeto. Além disso, embora muitas conquistas tenham acontecido nos últimos dois anos, a falta de profissionalização do setor e também a ausência de uma cultura de segurança no trânsito brasileiro ainda parecem problemas bastante complexos. Por isso, o movimento buscou uma parceria com outros setores da sociedade. A partir de agora, o PARAR conta com uma série de profissionais que são referências em suas áreas (comunicação, segurança, medicina do tráfego, gestão de frotas, custos, tecnologia e direção). “É muito bom ver pessoas tão renomadas unidas em torno de nossa causa. Esse é um passo muito importante para as mudanças que iremos trazer ao país”, conta Flavio Tavares, um dos fundadores do Instituto PARAR. O conselho tem como um de seus primeiros objetivos a integração do PARAR com outros setores da sociedade civil. O tema segurança foi bastante debatido na reunião inicial, assim como a necessidade levar o conteúdo promovido pelos fóruns, workshops e campanhas às famílias dos condutores.
CONHEÇA OS CONSELHEIROS DO ANO DE 2014 Dirceu Rodrigues Alves Júnior Médico, diretor do Departamento de Medicina Ocupacional da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (ABRAMET).
Dorinho Bastos Professor Doutor em Ciências da Comunicação pela USP/SP e um dos mais reconhecidos cartunistas do Brasil.
Flávio Tavares Um dos Fundadores do PARAR e Diretor de Marketing e Vendas na Golsat Tecnologia em Rastreamento.
Koichiro Matsuo Jornalista, Diretor na TextoFinal de Comunicação Integrada. Assessor de imprensa para empresas e eventos como Toyota, Lexus, Motor Show, Fenavem, Transpo, entre outros.
Micael Duarte de Almeida Costa Especialista em Custos, Finanças e T.I., atua na gestão de Frotas da IBM.
Nas palavras de Koichiro Matsuo, porta-voz eleito pelo Conselho Consultivo, “o papel das empresas na educação dos brasileiros não pode ser ignorado. Ao contrário, as empresas como setor organizado da sociedade são um exemplo de transferência de informações e de conhecimento. Nosso trabalho será estudar de que forma montadoras, fornecedores, universidades e outras organizações podem contribuir com a nossa causa”.
Milad Kalume Neto
Com a criação do Conselho Consultivo, o PARAR se estrutura para enfrentar de forma ainda mais organizada os desafios impostos pelo cenário de trânsito do Brasil.
CEO da Golsat Tecnologia em Rastreamento e um dos fundadores do PARAR. MBA pela Fundação Getúlio Vargas.
Gerente de Desenvolvimento de Negócios e Consultoria Jato Dynamics e Consultor da indústria automotiva há mais de 12 anos.
Ricardo Imperatriz
Roberto Manzini Psicólogo, piloto e diretor do Centro Pilotagem Roberto Manzini. Membro do CEDATT (Conselho Estadual para Diminuição de Acidentes de Trânsito e Transporte).
Rogério Nersissian Da esquerda para direita: Cristiane Domingues, PARAR; Luiz Claudio Souza, GolSat; Micael Duarte, IBM; Milad Neto, Jato, Rogério Nersissian, SHELL, Flavio Tavares, GolSat & PARAR; Loraine Santos, GolSat & PARAR; Dr. Dirceu Alves, ABRAMET; Roberto Manzini, Centro Pilotagem; Dorinho Bastos, USP; Ricardo Imperatriz, GolSat & PARAR; Koichiro Matsuo, Texto Final.
Consultor de Saúde, Segurança e Meio Ambiente na Shell Brasil.
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BRASIL SERÁ POTÊNCIA MUNDIAL
por LUIZ FLÁVIO GOMES
Jurista e diretor-presidente do Instituto Avante Brasil
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o decurso da Copa do Mundo recebi e conversei muito com alguns amigos estrangeiros. Eles estavam encantados com nosso país, com a hospitalidade, com a culinária, suas belezas naturais, suas cidades pujantes, estádios bonitos etc. Um deles, visivelmente o mais entusiasmado, dizia que o Brasil se converteria, em breve, em uma grande potência mundial, “na ciência e na tecnologia, na educação e na cidadania, no agronegócio e na indústria, na produtividade e na competividade etc.”
Fiquei me perguntando qual seria o milagre que iria transformar nosso país em um paraíso. É certo que não podemos negar as qualidades extraordinárias do Brasil, mas ao mesmo tempo sabemos que estamos mergulhados num caos profundo, sobretudo porque sempre fomos governados por pessoas que sempre pensaram mais nelas que nos interesses gerais. Ponderei aos meus amigos que somos dois brasis (um com a proa voltada para a civilização e outro muito atrasado – Brasildinávia e Brasilquistão). Somos cordiais (agreguei), mas matamos 57 mil pessoas por ano; somos hospitaleiros, mas campeões do mundo em violência contra os professores; matamos 12 mulheres a cada 24 horas, 130 pessoas diariamente em acidentes de trânsito etc. Ao meu interlocutor ainda sublinhei o seguinte: como pode o Brasil vir a ser uma potência mundial respeitada, se ele conta ainda com tanta violência (e a violência é sinal de atraso e de barbárie, não de evolução). Dei-lhe alguns números: em 1980, o Brasil era o quarto país mais violento do mundo, dentre 23 (só temos dados disponíveis de 23 países nesse ano). Em 1995, dentre 80 países, passamos para a sexta posição. Já em 2000, passamos a ser o sétimo mais violento do mundo, num total de 98 países: pouco avanço, devido ao aumento contínuo na taxa de mortes. Em 2010, de acordo com levantamento realizado pelo Instituto Avante Brasil, o Brasil passou a ser o 20º país mais violento, dentre 187 países. Em 2012, nesse grupo, chegou ao 12º lugar. Em 2010, o Brasil foi responsável por 52.260 homicídios, ou uma taxa de 27,3 mortes para cada 100 mil habitantes; em 2012, apresentou um crescimento de 7,8% em números absolutos, registrando 56.337 mortes e uma taxa de 29 para cada grupo de 100 mil habitantes. Com esses números, perguntei, como pode o Brasil se tornar uma potência mundial? Ele me respondeu: “Há muita coisa para se fazer, porém, uma delas será absolutamente imprescindível, porque é a primeira de todas: reconhecer que a cultura do Ocidente está em franca decadência. Essa é a raiz de praticamente todos os problemas dos países ocidentais, que estão ameaçando concretamente o futuro das gerações vindouras; as pessoas estão perdidas e as instituições se encontram falidas. Tudo isso nos impede de viver uma vida plena e satisfatória. Algumas das nossas sociedades estão invertebradas. Outras são, desde a origem, invertebradas, sobretudo do ponto de vista moral e ético”. Lamentavelmente, eu disse, o Brasil se encaixa no segundo grupo: somos um país invertebrado moralmente, desde o descobrimento (em 1500). Essa é a nossa peste invisível, que aqui se espalhou com a postura individualista e extrativista dos conquistadores, que transmitiram esse vírus maligno de geração em geração, corroendo de forma profunda a espinha dorsal que rege as relações humanas e sociais, afetadas até à
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raiz pela nossa forma de pensar, nossas opiniões, nossos juízos e nossos atos, pouco comprometidos com a vida saudável em sociedade. Meu interlocutor concluiu: “O bloqueio ético que invadiu a cultura ocidental nos impede de pensar coletivamente. Cada um busca a satisfação exclusiva dos seus interesses, a realização dos seus desejos (cada um por si e ninguém pelo todo). Essa é uma cultura nitidamente alienante e decrépita, que altera nossa capacidade de raciocinar, assim como nossos sentidos e chega mesmo a destruir nossa própria identidade e nossas ideias, projetando-nos para um niilismo absoluto, onde reina a ausência de regras (anomia) e de autoridade, assim como de crenças coletivas e tradições”. Antes que ele encerrasse seu discurso indaguei: “Vivemos ao sabor dos ventos, sendo indiferente para nós se eles sopram para a esquerda ou para a direita, para frente ou para trás, para o progresso/civilização ou para a barbárie?”. Ele prosseguiu: “Nada mais atinge nossa sensibilidade, ainda que se trate de um ato extremamente cruel e desumano. Somos indiferentes à dor alheia, ao sofrimento dos demais. As sociedades invertebradas estão fulcradas na crença e no pensamento de que só se considera como realização pessoal a que se alcança mediante a satisfação dos desejos mais primários, das pulsões mais primitivas, que passaram a constituir o padrão de referência para valorar as consequências dos nossos atos. O bem absoluto é a satisfação dos nossos interesses, pouco importando o que eles significam para o progresso ou retrocesso da comunidade, da ética e da moral. O bem supremo da vida é a realização do nosso desejo, dos nossos interesses, ainda que alcançados por meios aéticos e imorais, ainda que conquistados por formas tortas e deploráveis, com violação das frouxas e fluidas regras procedimentais. Trocamos a razão objetiva pela razão subjetiva, ou seja, pelo que manda a vontade de cada um, sem considerar que os humanos não vivemos isolados dos outros humanos”.
CONSELHO CONSULTIVO NOMEADOS UNEM FORÇAS EM PROL DA CULTURA DE SEGURANÇA NO TRÂNSITO
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m dos passos mais importantes da história do PARAR foi dado recentemente. Em uma reunião no último dia 08 de outubro, o instituto formalizou a criação de seu primeiro Conselho Consultivo.
Esta nova entidade irá atuar como guia para as ações e propostas desenvolvidas pelo PARAR em 2014. A quantidade de gestores impactados pelo PARAR é, hoje, muito superior ao que foi previsto no início do projeto. Além disso, embora muitas conquistas tenham acontecido nos últimos dois anos, a falta de profissionalização do setor e também a ausência de uma cultura de segurança no trânsito brasileiro ainda parecem problemas bastante complexos. Por isso, o movimento buscou uma parceria com outros setores da sociedade. A partir de agora, o PARAR conta com uma série de profissionais que são referências em suas áreas (comunicação, segurança, medicina do tráfego, gestão de frotas, custos, tecnologia e direção). “É muito bom ver pessoas tão renomadas unidas em torno de nossa causa. Esse é um passo muito importante para as mudanças que iremos trazer ao país”, conta Flavio Tavares, um dos fundadores do Instituto PARAR. O conselho tem como um de seus primeiros objetivos a integração do PARAR com outros setores da sociedade civil. O tema segurança foi bastante debatido na reunião inicial, assim como a necessidade levar o conteúdo promovido pelos fóruns, workshops e campanhas às famílias dos condutores.
CONHEÇA OS CONSELHEIROS DO ANO DE 2014 Dirceu Rodrigues Alves Júnior Médico, diretor do Departamento de Medicina Ocupacional da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (ABRAMET).
Dorinho Bastos Professor Doutor em Ciências da Comunicação pela USP/SP e um dos mais reconhecidos cartunistas do Brasil.
Flávio Tavares Um dos Fundadores do PARAR e Diretor de Marketing e Vendas na Golsat Tecnologia em Rastreamento.
Koichiro Matsuo Jornalista, Diretor na TextoFinal de Comunicação Integrada. Assessor de imprensa para empresas e eventos como Toyota, Lexus, Motor Show, Fenavem, Transpo, entre outros.
Micael Duarte de Almeida Costa Especialista em Custos, Finanças e T.I., atua na gestão de Frotas da IBM.
Nas palavras de Koichiro Matsuo, porta-voz eleito pelo Conselho Consultivo, “o papel das empresas na educação dos brasileiros não pode ser ignorado. Ao contrário, as empresas como setor organizado da sociedade são um exemplo de transferência de informações e de conhecimento. Nosso trabalho será estudar de que forma montadoras, fornecedores, universidades e outras organizações podem contribuir com a nossa causa”.
Milad Kalume Neto
Com a criação do Conselho Consultivo, o PARAR se estrutura para enfrentar de forma ainda mais organizada os desafios impostos pelo cenário de trânsito do Brasil.
CEO da Golsat Tecnologia em Rastreamento e um dos fundadores do PARAR. MBA pela Fundação Getúlio Vargas.
Gerente de Desenvolvimento de Negócios e Consultoria Jato Dynamics e Consultor da indústria automotiva há mais de 12 anos.
Ricardo Imperatriz
Roberto Manzini Psicólogo, piloto e diretor do Centro Pilotagem Roberto Manzini. Membro do CEDATT (Conselho Estadual para Diminuição de Acidentes de Trânsito e Transporte).
Rogério Nersissian Da esquerda para direita: Cristiane Domingues, PARAR; Luiz Claudio Souza, GolSat; Micael Duarte, IBM; Milad Neto, Jato, Rogério Nersissian, SHELL, Flavio Tavares, GolSat & PARAR; Loraine Santos, GolSat & PARAR; Dr. Dirceu Alves, ABRAMET; Roberto Manzini, Centro Pilotagem; Dorinho Bastos, USP; Ricardo Imperatriz, GolSat & PARAR; Koichiro Matsuo, Texto Final.
Consultor de Saúde, Segurança e Meio Ambiente na Shell Brasil.
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PARAR MAGAZINE 3ª EDIÇÃO . NOVEMBRO 2014
TECNOLOGIA PARA GESTÃO DE FROTAS LEVES
O MAIOR EVENTO SOBRE GESTÃO DE FROTAS LEVES DO BRASIL
II CONFERÊNCIA GLOBAL PARAR
“PRIMEIRA EMPRESA DO BRASIL A UNIR TELEMETRIA, TECNOLOGIA E SUSTENTABILIDADE.”
A MAIOR CONFERÊNCIA SOBRE GESTÃO DE FROTAS LEVES DO PAÍS
e mais PÁG. 10 OS DESAFIOS DO GESTOR DE FROTAS PARA OS PRÓXIMOS 5 ANOS Agende uma visita com um de nossos consultores e saiba mais:
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