Revista PARAR Fleet Review - 9ª edição

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9ª EDIÇÃO NOVEMBRO 2016






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10 O SONHO QUE GANHOU ASAS

Uma homenagem à Ozires Silva.

14 O FUTURO DO AMANHÃ

Por Flavio Tavares, diretor de marketing e vendas da GolSat e PARAR Leader.

16 5 PARADAS. 5 CIDADES. 5 TEMAS DIFERENTES

PARAR On The Road chega à última parada de 2016 com números impressionantes.

40 MARCHA ZERO

Campanha inédita mobiliza condutores por um trânsito mais seguro e menos dependente do veículo individual.

tips & cases ————

26 DONO DO SEU TEMPO

Descubra como planejar suas atividades para otimizar a rotina de trabalho e aumentar a produtividade.

32 PAIXÃO, ENGAJAMENTO E ENTREGA

Confira dicas de um dos CEOs mais admirados do Brasil para quem quer crescer no trabalho.

50 SEGURANÇA E SUSTENTABILIDADE

Festo vem somando resultados positivos na gestão de frotas após implantação da telemetria.

54 DR. CARLOS RESPONDE

Por Carlos Tudisco, especialista em direito corporativo e gestão de frotas.

82 GESTORES CONECTADOS

TOP FIVE dos assuntos mais debatidos pelos gestores de frota.

58 DO MANCHE PARA O VOLANTE

Gol Linhas Aéreas e Instituto PARAR fazem parceria em busca da conscientização sobre cuidados no trânsito.

70 PARAR CEO - AUDI EXPERIENCE

Executivos tiveram dia de atividades práticas de direção defensiva, evasiva e esportiva na pista de provas da Pirelli.

73 MARKETING DE CONTEÚDO

Por que contar histórias será mais importante do que nunca em 2017?

80 TAKES

Confira os melhores momentos dos PARAR On The Road de Belo Horizonte (MG) e Fortaleza (CE).

84 GESTOR COM HUMOR

Por Dorinho Bastos, cartunista e professor de comunicação da USP

interview

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42 LIÇÕES DO ESPAÇO

Astronauta Marcos Pontes compartilha algumas das experiências vividas em operações de alto risco.

66 EXPERIÊNCIA X JUVENTUDE

Ambiente de trabalho colaborativo incentiva diferentes gerações a crescerem juntas.

76 ESCOLA DE TALENTOS

Edição 9 | Novembro de 2016

Depois de encontro com o Papa, Roney Marczak voltou ao Brasil para transformar a vida de jovens talentos através da música.

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12 CARROS DO FUTURO

EXPEDIENTE >

Uma das principais inovações da indústria automobilística promete redefinir a mobilidade no mundo.

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18 UM NOVO MUNDO, UMA NOVA EDUCAÇÃO

Como a revolução da informação está impulsionando o surgimento de um inovador modelo educacional, capaz de privilegiar a diversidade ao invés da repetição.

MATÉRIA DE CAPA

34 MOBILIDADE OLÍMPICA

As cabeças por trás da frota e do plano de mobilidade do maior evento do mundo.

52 CAÇADORES DE BONS EXEMPLOS

O casal que caiu na estrada em busca dos heróis invisíveis do Brasil.

56 CARRO: SIM OU NÃO?

Para provocar a reflexão, convidamos dois especialistas com escolhas opostas.

62 SOBRE A INDÚSTRIA DA MULTA E AS CAMPANHAS POLÍTICAS SEM PROPÓSITO

Por Pedro Conte, coordenador de conteúdo do Instituto PARAR.

64 CUSTOS PARA ALÉM DA PRIMEIRA CAMADA

Plataforma SUIV oferece comparativo de preços das principais peças e também de planos de revisões.

74 VEM MAIS PEDÁGIO POR AÍ?

Cobrança automática e pedagiamento urbano ficarão cada vez mais comuns com o passar dos anos.

78 BIKESHARING

No Brasil, sistemas de compartilhamento de bicicletas cresceram 400% nos últimos quatro anos.

72 ACIDENTES COM DANOS A TERCEIROS

Um dos maiores riscos para a empresa deve estar no radar de atenção dos gestores de frota.

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A PARAR Fleet Review é uma publicação do Instituto PARAR direcionada para administradores de frotas leves de pequenas, médias e grandes empresas. Publicação gratuita e veiculada por distribuição direta. Para recebê-la, associe-se em www.institutoparar.com.br Conselheiros Antonio Carlos Machado Junior, Dirceu Rodrigues Alves, Dorinho Bastos, Flavio Tavares, Gustavo Benegas, José Mauro Braz de Lima, Micael Duarte Costa, Milad Kalume Neto, Ricardo Imperatriz, Ricardo Makoto, Roberto Manzini e Rogério Nersissian. Coordenadora Executiva Renata Sahd Coordenadora de Comunicação Larissa Fernandes Coordenador de Criação Atos Plens Coordenador de Conteúdo Pedro Conte Jornalista Responsável Karina Constancio imprensa@institutoparar.com.br Colaboração: Loraine Santos www.s2marketing.com.br. Revisão Alessandra Angelo www.primaverarevisaodetextos.com Publicidade publicidade@institutoparar.com.br (43) 3315-9500 Projeto Gráfico e Diagramação Brand & Brand Comunicação www.brand.ppg.br Impressão e acabamento Idealiza www.idealizagraf.com.br nnn A Revista PARAR Fleet Review é uma publicação da empresa idealizadora do Instituto PARAR

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26 "TEMOS QUE PENSAR E FAZER DIFERENTE" 44 TRIPULAÇÃO EXPERIENTE João Andrade, diretor geral da Localiza Gestão de Frotas, A história do voo de quatro gestores de frota que compartilha suas experiências à frente da gestão da maior empresa de aluguel de frotas da América Latina.

32 O CÉU É O LIMITE

Após acidente que o deixou paraplégico, o tetracampeão mundial de paracanoagem, Fernando Fernandes, encontrou um novo caminho através do esporte.

estão concorrendo ao Prêmio PARAR, na categoria Gestor de Frota 2016.

48 REENCONTRO COM O BRASIL

www.institutoparar.com.br ------Idealizadora

Depois de participar do início da operação da Arval no Brasil, Nuno Silva retorna ao país, agora como presidente da companhia. www.golsat.com.br

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editorial

——— POR RICARDO IMPERATRIZ CEO GOLSAT | PARAR LEADER

Faça o seu voo mais alto É

natural que quando estamos chegando ao final de uma jornada, começamos a refletir sobre o que passamos nesse caminho, o que poderíamos ter feito diferente ou mesmo o que deixamos de fazer. O que não fizemos é talvez o nosso maior arrependimento. Uma enfermeira resolveu compartilhar os arrependimentos mais comuns de seus pacientes em estado terminal e todos eles se arrependiam de algo que não fizeram.

Mas eu não estou falando aqui do final da vida. Pelo contrário, estou falando da sua vida e dos novos 365 dias que estão por vir. Já parou para pensar que até agora você sobreviveu a todos os seus piores dias? Todos aqueles dias em que os sonhos viraram decepções, que a vontade de transformar se tornou medo e que a coragem foi roubada pela inércia. Você sobreviveu a todos eles. 100%. Você sobreviveu, mas será que só isso basta? Não podemos passar uma vida inteira apenas sobrevivendo. Temos que viver a vida com a intensidade que ela merece e utilizar o nosso potencial para fazer algo significativo para a humanidade. Todos nós podemos ser agentes transformadores, mas para isso precisamos descobrir nossas paixões e talentos. Precisamos entender o nosso papel dentro desse mundo e como podemos ser instrumentos de mudança dentro do nosso trabalho, círculo de amigos e família. No Conferência Global do ano passado, falamos muito sobre automobilismo e as lições que poderíamos levar das pistas para as estradas. Tivemos a oportunidade de aprender com grandes nomes do Fórmula-1, como o bicampeão mundial Emerson Fittipaldi e o piloto Luciano Burti. Eles nos mostraram que nada tem mais valor do que a vida e que nós

devemos somar todos os nossos esforços para preservá-la. Depois do acidente que, infelizmente, matou Ayrton Senna, a Fórmula-1 se reinventou e aumentou a segurança em todas as frentes. Resultado: durante 20 anos, não foi registrada uma morte sequer nas pistas. Ayrton Senna é um ícone que deixou um legado com suas vitórias e história de vida, mas que também foi combustível de uma transformação após sua morte. Tem uma frase dele que eu gosto muito e ela resume a mensagem que eu quero deixar para você: “Com a força da sua mente, com seu instinto e também com a sua experiência, você pode voar mais alto”. “Voos mais altos” é o tema da Conferência Global deste ano e ele não poderia ser mais pertinente para o que eu e o Instituto PARAR desejamos para você em 2017. Faça da sua vida uma viagem transformadora. Aprenda, mas também compartilhe conhecimento. Realize, mas também escute o que o outro tem a dizer. Seja ousado, mas não esqueça dos valores que são importantes para você. Vá e não deixe o medo de voar impedir que você conheça o céu.

> RICARDO IMPERATRIZ

Todos nós podemos ser agentes transformadores, mas para isso precisamos descobrir nossas paixões e talentos. Precisamos entender o nosso papel dentro desse mundo.

Em 2017, faça o seu voo mais alto! Edição 9 | Novembro de 2016


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POR KARINA CONSTANCIO

O SONHO QUE GANHOU ASAS

S Edição 9 | Novembro de 2016

onhar. Parece que esse é um requisito primordial da vida. A gente nasce, cresce, envelhece e os nossos sonhos nos acompanham. Pode ser que eles mudem muito durante esse caminho, isso é verdade, mas eles nunca nos deixam sozinhos. Talvez uma das maiores tragédias da vida é deixar um sonho morrer. O sonho diz muito sobre quem a gente é e, mais ainda, de quem a gente quer ser. Há aqueles que sonham com sucesso e reconhecimento. Há outros que sonham com a realização profissional. Há também aqueles que sonham em construir uma família. E aqueles que sonham com a felicidade. Não importa qual seja o seu sonho, ele diz muito sobre você. Todos nascemos como grandes sonhadores, já parou para pensar em todos os sonhos que você tinha quando era criança? A resposta àquela recorrente pergunta da infância: O que você quer ser quando crescer? Parece que, ao longo da vida, nós somos pressionados a fazer com que nossos sonhos se adequem a determinados padrões ou estilos de vida mais possíveis. Parece que à medida que a realidade vai batendo à nossa porta, os nossos sonhos são empurrados para debaixo da cama. Somos, sem perceber, direcionados a sonhar pequeno. Sonhar fácil. Sonhar possível. Dois meninos de Bauru, cidade do interior de São Paulo, passavam horas no banco da Avenida Rodrigues Alves conversando sobre o quanto gostariam de fabricar aviões. Os dois não vinham de famílias abastadas, mas eram ricos de alma, coração e ideais. Essa poderia ser a história de mais um sonho despretensioso de criança que acabou adormecido com o curso da vida. Mas não é. Naquele primeiro "escritório", os dois iam traçando seu plano de voo. Queriam voar e não entendiam porque um país como o

Fotografia: Reprodução | Internet


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Uma vida sem sonho é uma vida sem combustível UMA HOMENAGEM A OZIRES SILVA, ENGENHEIRO AERONÁUTICO BRASILEIRO E FUNDADOR DA EMBRAER

em 1962. E foi de um projeto que liderou depois Brasil não fabricava seus próprios aviões. O primeiro passo definido de formado que surgiu o que viria ser a primeira por eles era aprender a controlar a máquina pelo qual eram apaiconcretização do segundo objetivo compartilhado xonados. O segundo era construí-la. E, para isso, foi preciso muita pelos amigos. A criação e a construção do Bandeidedicação. Os dois procuravam se manter informados sobre tudo rante, o primeiro avião genuinamente brasileiro. Os o que acontecia com a aviação ao redor do mundo. Na época, eles que presenciaram o voo tranquilo e pouso perfeito do já eram assíduos frequentadores do aeroclube da cidade e devoBandeirante não podiam imaginar as turbulências pasravam todos os livros e revistas que encontravam por lá. Foi ensadas por seu criador e nem o que esse primeiro voo iria tre essas pesquisas que um deles viu o anúncio de um curso de ocasionar. O projeto deu origem a um ícone brasileiro engenharia aeronáutica oferecido pelo Instituto de Tecnologia da indústria de alta tecnologia e à quarta maior indústria da Califórnia, nos Estados Unidos. Parecia que ali tinham enaeronáutica do mundo. Eu estou falando da Embraer e de contrado a chance de colocar os sonhos em prática. O preço seu fundador Ozires Silva. Eu estou falando de sonho. Foi do curso, porém, não os deixou seguir por esse caminho. Foi através do sonho desses dois meninos, Ozires e Zico, que a na escola militar, mais especificamente na Escola da Aeroaviação brasileira é referência no mundo. Um sonho que panáutica, que puderam dar o primeiro passo concreto na recia impossível e até alto demais. Realizar esse sonho não foi direção do futuro. Em dezembro de 1951, receberam o difácil, mas como o próprio Ozires diz, não basta sonhar grande, ploma de aviador militar. nós temos que sonhar enorme e acreditar sempre. A primeira etapa do plano de voo estava concluída. Os Não foi fácil concluir esse plano de voo, algumas turbulências dois amigos sonhadores e apaixonados por aviões esforam encontradas no meio do caminho, mas ele não deixou se tavam aptos a desbravar o céu com aquelas máquinas desviar da rota. Continuou firme, trabalhou muito, superou as que tanto admiravam. Por ironia do destino, foi dentro dificuldades, alçou voo. Contar sobre a decolagem de Ozires é de uma dessas máquinas que um deles se despediu da também falar do seu amigo Zico. Os dois dividiram a pilotagem de vida. Mas não do sonho. O sonho permaneceu vivo um mesmo sonho e quando Ozires precisou seguir sozinho, Zico, no amigo, que passou a lutar e acreditar pelos dois. lá do céu, parecia resolver muitas diversidades para que o plano Que não desistiu do sonho que compartilhavam e desse certo. Uma vida sem sonho é uma vida sem combustível e essa buscou forças para continuar o plano de voo que história nos mostra que realizar um sonho pode ser difícil, pode dehaviam traçado juntos na Avenida Rodrigues Almorar mais do que o previsto, pode testar nossa resiliência de todas ves. Foi com essa determinação que ele concluiu as formas, mas uma coisa é certa: vale a pena. ∎ os estudos como engenheiro aeronáutico no ITA

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POR KARINA CONSTANCIO

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CARROS DO FUTURO Uma das principais inovações da indústria automobilística promete redefinir a mobilidade no mundo

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ucesso dos anos 80, a trilogia De Volta para o Futuro, dirigida por Robert Zemeckis, fez algumas previsões sobre como o mundo estaria daqui a algumas décadas. No segundo filme da trilogia, lançado em 1989, o futuro era o dia 21 de outubro de 2015. Já estamos um ano à frente desse "futuro" e se os carros voadores encontrados por Marty McFly e Doc Brown ainda não são uma realidade, os personagens ficariam impressionados com uma tecnologia que promete redefinir a mobilidade no mundo. Os carros autônomos, capazes de dispensar o motorista, são uma realidade mais próxima do que muitos imaginam. A transição já está começando e algumas iniciativas estão surgindo para aproximar os consumidores dessa inovação. A nuTonomy, especializada em veículos autônomos e robótica, saiu à frente e lançou em agosto deste ano o primeiro serviço de táxi autônomo do mundo. Após a fase de testes para usuários convidados, agora, a empresa permite que qualquer pessoa que tenha o aplicativo possa solicitar um carro sem motorista. A expectativa da nuTonomy é ter 100 carros autônomos operando comercialmente em Cingapura até 2018.

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Já o Uber colocou seus primeiros carros autônomos em circulação, ainda em fase de testes, na cidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos. Nas duas iniciativas, porém, os veículos ainda não circulam sozinhos. Por questões de segurança, é obrigatória a presença de um motorista de segurança e de um engenheiro, acompanhando o trajeto. Essas são apenas as primeiras iniciativas que já estão à disposição do consumidor. O CEO da Lyft, serviço de compartilhamento de carros concorrente do Uber, John Zimmer, faz uma previsão enfática. Ele aposta que até 2021 a frota de carros autônomos nos Estados Unidos responderá pela maioria das viagens no país e que em breve não existirá mais o conceito de carro próprio. Mas será que estamos preparados para essa evolução? Uma recente pesquisa feita pela Cisco System, nos Estados Unidos, revelou que 60% dos entrevistados usariam um carro autônomo e quase 32% não continuariam dirigindo seu veículo pessoal se um carro autônomo estivesse disponível. Essa transição teria efeitos impactantes no país. Segundo a PricewaterhouseCoopers, o número de veículos na estrada seria reduzido em 99%, com a frota caindo de 245 mi-

Os carros autônomos, capazes de dispensar o motorista, são uma realidade mais próxima do que muitos imaginam.

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lhões para apenas 2,4 milhões de veículos. Além disso, uma estimativa, divulgada em artigo da Harvard Business Review, revelou que o uso dos carros autônomos poderia salvar até 1,5 milhões de vidas apenas nos Estados Unidos e aproximadamente 50 milhões de vidas em todo o mundo nos próximos 50 anos. Como a maioria dos carros autônomos tende a ser elétricos, 508 milhões de litros de gasolina também deixariam de ser usados todo ano. Mesmo com previsões positivas para a mobilidade e o meio ambiente, algumas questões legais e de segurança ainda precisam ser discutidas, por exemplo, e se o carro autônomo atropelar alguém, de quem é a culpa? O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou um pacote de regras, com 15 exigências, para os testes de veículos autônomos. No artigo em que explica melhor essas diretrizes, ele afirmou que o governo está determinado em ajudar o setor privado a fazer essa tecnologia corretamente desde o início, mas que terá autoridade para tirar da rua o carro autônomo que não for seguro.

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MONTADORAS — De olho na inovação, as grandes montadoras estão trabalhando intensivamente para aprimorar a tecnologia. A Ford pretende produzir carros sem volante e pedais em 2021, mesmo ano em que a BMW prevê ter carros completamente autônomos. Renault e Nissan firmaram parceria com a Microsoft para o desenvolvimento de ferramentas para carros autônomos e a ideia é colocar a tecnologia nas ruas até 2020. Além disso, Toyota e GM também têm planos e parcerias para o desenvolvimento de veículos autônomos e, para a Volvo, a tecnologia é essencial para os seus planos de reduzir para zero o número de vítimas com seus veículos até 2020. No carro autônomo o motorista passa a ser mais um passageiro do veículo, podendo aproveitar seu trajeto para trabalhar, relaxar, ler um livro, sem se preocupar com o trânsito ou com a estrada. A inovação deve demorar um pouco mais para chegar no Brasil, mas tendo em vista o avanço exponencial da tecnologia, andar em um veículo autônomo é uma realidade cada vez mais próxima. Alguma dúvida de que o futuro chegou?

O Uber colocou seus primeiros carros autônomos em circulação, ainda em fase de testes, na cidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos.

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POR FLAVIO TAVARES

O FUTURO DO AMANHÃ

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marketing tem se reinventado a cada dia, e hoje mais do que nunca, vivemos no tempo onde não há como prever o amanhã. Há 20 anos era fácil predizer o que aconteceria nos próximos 10 anos, hoje, não conseguimos antecipar o que vai acontecer nos próximos meses. Todos os dias somos bombardeados com um volume muito grande de informações. O conteúdo aprendido em quatro anos de faculdade é o mesmo absorvido com um mês conectados ao que acontece no mundo. O que tinha valor antes, hoje, não tem mais. O que antes era um diferencial, hoje, nos torna profissionais comuns. Há alguns anos, ouvimos psicólogos e especialistas da área de RH dizerem que o que realmente conta no mundo corporativo é a atitude, ou seja, a energia e a disposição para fazer as coisas acontecerem. Com base nesta afirmação, nasceu uma geração de profissionais que mergulharam de cabeça nas atividades da empresa, buscando com seu empenho e atitude provarem seu valor. Se no "futuro de ontem" a atitude é o mais relevante, o que podemos esperar do "futuro do amanhã"? A atitude ainda será o que mais importa? Seremos profissionais felizes trabalhando mais de 12 horas por dia para provar nosso valor?

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Vamos voltar um pouco ao "futuro de ontem" e analisar pela ótica de como o marketing e a publicidade vêm evoluindo para encontrarmos algumas respostas. Até 15 anos atrás, o conceito do marketing era todo focado na publicidade, onde o objetivo principal era "gerar necessidades". O grande desafio era fazer com que as pessoas tivessem desejos, para então convencê-las de que o produto oferecido era o melhor para satisfazê-los. Se eu tinha um Fiat 147, eu deveria desejar um Monza... E assim foi se estabelecendo a lei do consumo e da insatisfação. Para conseguir tal façanha as agências de propaganda tinham o domínio de todas as ferramentas, pois a informação gerada no mundo estava concentrada nos três grandes meios de comunicação: TV, Rádio e Jornal. Então, bastava a agência decidir junto ao seu cliente o que e como queriam que seu produto fosse consumido. Foram se criando padrões e se estabelecendo conexões entre a vontade das empresas e o desejo gerado nos consumidores. Há quase 10 anos vivemos a era do digital. De repente, as agências começaram a perder o domínio sobre a informação. Passou a não ser mais possível controlar o que gostariam que fosse absorvido por seus clientes. Entramos na era da liberdade de expressão, onde cada um pode se tornar protagonista na história de empresas e marcas espalhadas pelo


Flavio Tavares, Diretor de marketing e vendas da GolSat e PARAR Leader

mundo. Temos, na era digital, vários formadores de opinião produzindo conceitos sobre diversos temas, produtos e serviços. Hoje, existem vídeos no YouTube com mais visualizações que uma propaganda exibida no intervalo do horário nobre. Existem blogueiros com mais seguidores que as audiências de alguns canais de TV. Todo esse movimento causou um grande corre-corre no mercado, e as agências começaram a rapidamente estruturar suas áreas digitais, buscando profissionais para organizar seus departamentos de mídias sociais e de comunicação digital. Porém, demorou para perceberem que o que realmente as pessoas queriam ver, era o conteúdo que lhes interessavam, e não o que as agências e empresas estavam dispostas a divulgar. Ninguém mais se sente confortável com o marketing invasivo, as pessoas querem se relacionar com marcas que ofereçam conteúdos que as interessem, e que tenha alguma relevância. Neste sentido, o marketing e a propaganda estão vivendo a era da "geração de conteúdo". As empresas geram conteúdo que interessam para seus consumidores e assim conseguem se relacionar. Hoje, não é a agência que diz o que as pessoas devem ver, elas selecionam o que querem ler, ouvir ou assistir. Se você quer se relacionar com alguém, precisa gerar conteúdo relevante para essa pessoa. Pois bem, tudo isso resume o nosso presente, com foco claro na geração de conteúdo. Mas permita-me falar um pouco sobre o "futuro do amanhã". Tudo evolui cada vez mais rápido, e precisamos nos ajustar para acompanharmos essa evolução. Será que gerar conteúdo será o bastante? Temos uma enorme quantidade de informações sobre diversos temas à nossa disposição todos os dias. Mas era isso que esperávamos? A atitude não foi suficiente... Como será que acompanhar todo esse conteúdo gerado no mundo vai ser? Vou comprar mais produtos de empresas que se preocupam em simplesmente me ensinar algo? Vamos entrar na era de descobrirmos o porquê das coisas, na era da humanização das relações, onde as empresas terão que cuidar bem dos seus colaboradores, e pensar nos seus clientes não apenas como consumidores, mas em suas almas. Precisaremos cada vez mais conhecer seus anseios e o legado que eles pretendem deixar no mundo. No futuro do amanhã, não haverá espaço para empresas que não compreendam que somente o resultado não será mais significativo, o mercado abrirá espaço para empresas que gerem valores que inspirem seus colabora-

Vamos entrar na era de descobrirmos o porquê das coisas, na era da humanização das relações

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dores a se envolverem em causas e a fazerem dessas a causa dos seus clientes. As empresas do amanhã serão admiradas pelo papel marcante que imprimem no mundo! Hoje existem milhões de empreendedores criando seus projetos com base nas mudanças que esperam gerar no mundo. O case da Toms Shoes serve como inspiração: “Em uma visita a Argentina no ano de 2006, o americano Blake Mycoske conheceu crianças em comunidades carentes e percebeu que a maioria delas não calçava sapatos. Disposto a mudar esta realidade, Mycoske decidiu criar a Toms Shoes, uma empresa de calçados que funciona a partir do conceito "One for one" (um para um), onde para cada sapato vendido outro é doado. A Toms já alcançou a marca de 1 milhão de sapatos distribuídos em 23 países e conseguiu envolver todos os seus stakeholders em sua causa.” Na era do pós-digital, o segredo está em abrir mão do online e voltar o foco para o off-line. Os profissionais do futuro precisam se desconectar um pouco, e buscar encontrar seu verdadeiro papel na sociedade e no mundo. O objetivo do marketing de hoje é ajudar as empresas a descobrirem suas causas, seus propósitos. Não haverá espaço para negócios que não tenham como foco impactar e mudar a vida das pessoas e da sociedade. Neste sentido, as agências de propaganda terão um novo papel, o de ajudar seus clientes a serem admirados e respeitados pelas causas pelos quais eles lutam. O futuro do amanhã é você fazer da sua vida uma fonte de inspiração para as pessoas ao seu redor. Precisamos nos tornar profissionais mais humanos, mais sensíveis e mais gentis. O futuro começa daqui um minuto, você está pronto?

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THE

5 PARADAS. 5 CIDADES. 5 TEMAS DIFERENTES PARAR On The Road chega à última parada de 2016 com números impressionantes.

Foram:

46 36 50 Palestras

Horas de conteúdo

2.400 700 Minutos de streaming

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Convidados especiais

Pessoas reunidas presencialmente

Fortaleza - CE Belo Horizonte - MG Rio de Janeiro - RJ Curitiba - PR Porto Alegre - RS

4 MIL

Gestores conectados na transmissão online

Fotografia: Nononono


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Cenário:

Mapear e Diagnosticar Conceito:

Política de Frotas Critério:

KPIs e Indicadores Capacitação:

Análise e Treinamento Cultura:

Cultura de Segurança Que geraram:

2.587 469 53 Likes no Facebook

Compartilhamentos nas redes sociais

Novos vídeos no Youtube

E mobilizaram: • 42 gestores a integrar o CFM PARAR Team • 335 novos profissionais a ter o primeiro contato com o PARAR • 292 novos engajamentos na causa


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POR KARINA CONSTANCIO

Um novo mundo, uma nova educação Como a revolução da informação está impulsionando o surgimento de um inovador modelo educacional, capaz de privilegiar a diversidade ao invés da repetição

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uponho que antes de você começar a ler essa matéria, você deve ter dado uma olhada rápida na revista, lido um texto ou outro meio por cima. E que, em algum momento, algo lhe chamou a atenção para que você parasse logo por aqui. Vamos supor que você tenha levado cerca de 1 minuto nessa rápida pesquisa antes de escolher gastar um pouco mais de tempo nesta reportagem. Apenas nesse primeiro minuto, 31,25 milhões de mensagens foram enviadas e 2,77 milhões de vídeos foram assistidos no Facebook. Neste mesmo minuto, ainda foram publicados 347.222 tweets, ocorreram 1,73 milhões de novas curtidas no Instagram e foram compartilhados 284.722 snaps no aplicativo Snapchat. Estudos apontam que o volume de dados criado nos últimos dois anos é maior do que a quantidade produzida em toda a história da humanidade. E isso só foi possível por causa de uma revolução que transformou a forma como a informação é produzida e compartilhada. A revolução digital é também a revolução do conhecimento e é esse novo mundo, onde a mudança é cada vez mais rápida e comum, que está impulsionando o surgimento de uma nova educação, capaz de privilegiar a diversidade ao invés da repetição. "Com as rápidas transformações nos meios e nos modos de produção, resultado da revolução tecnológica e científica, estamos entrando em uma nova era da humanidade. Neste quadro, a educação não apenas tem que se adaptar às novas necessidades como, principalmente, tem que assumir um papel de ponta nesse processo", revelou em artigo Carlos Seabra, consultor e coordenador de projetos de tecnologia educacional. Outro dado interessante e que revela uma das principais consequências dessa avalanche de informações é que menos de 0,5% de todos os dados existentes no mundo são analisados. Ou seja, o mundo está tão acelerado que grande parte das informações não estão sendo processadas, analisadas e muito menos transformadas em conhecimento e aprendizado. E isso nos leva à outra ponta da educação. Como ensinar em um cenário onde o que aprendemos há quatro ou cinco anos já parece ultrapassado? Certamente, o modelo educacional tradicional terá que se adaptar à realidade desse novo mundo. Aquele sistema pensado no século XIX para atender às necessidades que surgiram com a Revolução Industrial, e que quase não mudou nada nos últimos 150 anos, deve acompanhar as profundas mudanças que aconteceram na economia e na natureza do trabalho.

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PARAR Edu Não muito faz sentido você ou seus filhos buscarem aprendizado e conhecimento através de um método concebido antes do seu avô nascer. O quanto o mundo já mudou e evoluiu desde então e por que parece que a educação no Brasil não acompanhou essa transformação? Caroline Bücker, mestre em educação e cofundadora do Coletivo Thinkers POA, participou neste ano do SXSW, o maior congresso de inovação do mundo, em Austin, no Texas, e ficou impressionada com o que viu nas discussões sobre educação. “O formato é totalmente participativo. Nós vemos que eles estão formando as pessoas para se tornarem ótimas em resolução de problemas, ou seja, estão estimulando-as a aprender e a absorver o mundo com o intuito de resolver esses problemas e, o mais importante, a trabalhar isso de forma colaborativa e criativa”. De acordo com ela, enquanto ainda estamos tentando fazer essa transição no Brasil, lá nos Estados Unidos a discussão é de como ampliar isso de uma forma muito forte e cada vez mais rápida. “Eu vejo que aqui no Brasil as pessoas ainda têm dúvida se essa mudança vai realmente acontecer ou se vamos acabar voltando para a educação tradicional”, afirma. Mesmo assim, ela pondera que estão sendo realizadas algumas tentativas e que também é possível verificar alguns avanços, principalmente, em relação à procura pela educação. Nunca tivemos tantos jovens nas universidades e as taxas de analfabetismo diminuem a cada ano. Isso, segundo Caroline, é porque as pessoas entenderam que precisam aprender e, como consequência, há uma procura cada vez maior por educação em todos os canais. “A educação formal cresceu muito, mas também foi acompanhada por um crescimento da educação online e de diversos cursos de curta ou média duração”, destaca.

Tratar a educação como estilo de vida é tornar a vida mais autoral

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Com cinco turmas concluídas e uma em andamento, o Programa para Gestores de Frota (PGF), do Instituto PARAR, já formou mais de 200 profissionais interessados em aperfeiçoar conhecimentos na gestão de frota. Márcio Fabrício Palharim, gerente de manutenção da frota da Copel Distribuição, é um dos alunos formados na turma do primeiro semestre de 2016 e obteve um resultado excelente na avaliação final, alcançando a nota máxima de 10 pontos.

A dedicação durante todo o curso ajudou em sua rotina e, de acordo com ele, proporcionou conhecimento suficiente para que ele pudesse argumentar, defender pontos de vista e até mesmo auxiliar os colegas da área. "Além da sensação de dever cumprido, vejo que todo o esforço valeu a pena: o êxito trouxe conhecimento, maior assertividade nas tomadas de decisões e, principalmente, a certeza de que estou contribuindo para a melhoria de um processo em constante progressão, dentro e fora de nossa empresa", comentou Palharim.

Fotografia: Reprodução | Internet


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EDUCAÇÃO COMO ESTILO DE VIDA Esse foi o primeiro curso feito por Palharim voltado especificamente para essa atividade. "O PGF foi uma experiência enriquecedora. Embora bastante estratégica, a gestão da frota exige determinados conhecimentos que só a experiência acaba trazendo, pois como discutimos no próprio programa, nosso mercado infelizmente é bastante carente de cultura e conhecimento na disseminação destes processos. E é aí que entrou o PGF: a participação no programa expandiu meus horizontes, mudou minha maneira de encarar e repensar a gestão da frota e permitiu a aplicação prática de diversos conceitos abordados no curso", ressaltou.

Em 2017, o PARAR dará sequência a seus projetos de educação, adicionando novas propostas de formação e informação. Confira as novidades para 2017: PGF - PROGRAMA PARA FORMAÇÃO DE GESTORES DE FROTAS O que vem por aí > nova turma com módulo sobre gestão de mobilidade corporativa e certificação internacional compartilhada. Aulas de fevereiro a novembro de 2017. PFC – PROGRAMA PARA FORMAÇÃO DE CONDUTORES O que vem por aí > aulas ao vivo, dicas gravadas pelos maiores especialistas do país e muita interação para a formação de condutores. Início das aulas previsto para segundo semestre de 2017.

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A constatação do reitor da Universidade de Harvard de que a educação deve ser um estilo de vida vai ao encontro da proposta da nova educação de formar pessoas capazes de atingir seus objetivos pessoais, mas também de oferecer uma contribuição para que a sociedade atinja seus objetivos comuns. Infelizmente, ainda vemos que a educação no Brasil é tratada como um fim. As pessoas ainda querem se formar para ter um diploma, construir uma carreira ou ser bem-sucedido. Quando, na verdade, a busca pelo aprendizado deveria ser algo constante, com o objetivo de alcançar o desenvolvimento primeiro como ser humano. É o aprender por aprender. “Parece que não fomos autorizados a questionar as coisas e a nos empoderar para fazer as coisas. Eu assisti a uma palestra, recentemente, do Edson Matsuo, diretor criativo da Melissa, e ele tocou em um ponto muito importante de que as coisas são pouco divididas em arte e ofício", conta Caroline. Nós focamos, segundo ela, muito no ofício, naquilo que tem que ser feito, e esquecemos de desenvolver a arte, que é a filosofia e o questionamento. "Temos que passar a refletir sobre o que é que nós viemos fazer aqui: acumular bens materiais ou aprender e se desenvolver? É esse o ponto-chave que muda o restante”, ressalta Caroline. Tratar a educação como estilo de vida é tornar a vida mais autoral. É transformar através do conhecimento e da busca constante pelo aprender. No caso das empresas, é possível fazer um paralelo com a cultura da inovação. “Para inovar, nós precisamos de um ecossistema favorável, mas ficamos esperando que ele venha por decreto. Como se tivesse que mudar todo o congresso nacional para a gente poder mudar. E, na verdade, é o inverso”, comenta Caroline. A roda da mudança deve girar de dentro para fora. Por isso, alternativas para a educação formal são tão importantes. Elas incentivam a criação de pequenos grupos de discussão, pessoas que começam a ser estimuladas e educadas a pensar de forma disruptiva, que passam a entender melhor seu papel dentro desse mundo e a se empoderar através da educação. São esse pequenos grupos que podem começar a influenciar o todo maior. Uma micromudança que tem tudo para ter proporções macro.

EXPERIENCE LEARNING No ano passado, a Perestroika, uma das principais escolas criativas do Brasil, compartilhou, em uma plataforma aberta para pesquisa e download, tudo o que aprendeu sobre educação e aprendizagem nos últimos anos. A iniciativa disruptiva foi chamada de Experience Learning e disponibiliza um material completo e detalhado com os principais ensinamentos que fazem da

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A experiência de educação terá que ser muito mais autêntica, participativa, aberta e criativa. Perestroika uma escola fora de padrão, mas que conquista cada vez mais alunos sedentos por aprender de uma forma diferente e com referências nada óbvias. Segundo Felipe Anghinoni, cofundador da Perestroika, essa é uma metodologia original de aprendizagem baseada na experiência e sua publicação de forma aberta e irrestrita é um marco histórico. “A educação precisa se transformar e se tornar mais contemporânea. E o que nós vemos é que essa mudança já está acontecendo e cada vez mais rápido. Com esse material, nós esperamos contribuir com a revolução que está transformando os sistemas educacionais de todo o mundo”, ressaltou. E não é só a metodologia de ensino que vai mudar, as pessoas terão que se adaptar e vão precisar aprender a aprender. É o que prevê o jornalista e fundador da Academia Draft, Adriano Silva. “A experiência de educação terá que ser muito mais autêntica, participativa, aberta e criativa. As pessoas também tenderão a estudar a vida toda, carpindo seus expertises ao sabor de seus interesses - o que é ótimo”, disse. Braço de educação do Projeto Draft, a maior plataforma editorial brasileira destinada a cobrir a expansão da Nova Economia no país, a Academia Draft reúne in-

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teressados em se aprofundar em temas relacionados à inovação, empreendedorismo e trabalho com propósito para aulas presenciais e pela internet. Aliás, a modalidade de aulas online, com transmissão via streaming ou gravada, é uma das fortes tendências dessa nova educação. Na Descola, escola desconstruída que tem como proposta trazer conhecimento de um jeito prático e diferente, além do acesso às aulas, que são gravadas e editadas anteriormente, os alunos participam de uma jornada de aprendizagem. “Eles têm um ciclo de aprendizagem que passa por conteúdos teóricos, ferramentas, exercícios e uma parte prática onde ele vai fazer reflexões de como aplicar o que foi aprendido na sua vida ou trabalho”, revelou André Tanesi, sócio da Descola. O principal objetivo é incentivar os alunos a explorar temas e aprender coisas novas. “Nós queremos direcionar nossos alunos para que eles continuem aprendendo”, disse Tanesi. Essa talvez seja a moeda do novo mundo. “Eu acredito que vamos chegar a um ponto onde a vida vai ser medida por quanto a gente conseguiu aprender ou ajudar os outros a aprenderem”, afirmou Caroline Bücker, mestre em educação e cofundadora do Coletivo Thinkers POA.



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TEMOS QUE PENSAR E FAZER DIFERENTE João Andrade, diretor geral da Localiza Gestão de Frotas, compartilha suas experiências à frente da gestão da maior empresa de aluguel de frotas da América Latina

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Gosto de encontrar e ajudar a desenvolver talentos

ormado em Administração, João Andrade, atual Diretor Geral da Localiza Gestão de Frotas, começou a empreender ainda bem jovem. Com apenas 21 anos, se tornou empresário de uma rede de fast-food e, depois de alguns desafios no setor, resolveu, em 1998, ir estudar no exterior. O destino escolhido foi Austin, no Texas, onde cursou um MBA na McCombs School of Business. Após dois anos, com a conclusão do curso, Andrade voltou ao Brasil para trabalhar com consultoria estraté`gica e, em 2004, surgiu a oportunidade de se juntar ao time da Localiza, já na área de gestão de frotas. Antes de assumir como diretor geral, ele teve a chance de conhecer setores diferentes da companhia. “Comecei como diretor de vendas e depois passei a diretor de operações”, contou. Para Andrade, essas duas passagens foram fundamentais para que ele construísse sua gestão à frente da Localiza Gestão de Frotas. “Na área de vendas, tive contato direto com os clientes e pude conhecê-los de perto. Já em operações, eu vi o outro lado da moeda e consegui entender processos que não compreendia quando estava na linha de frente. Essa trajetória foi muito importante como soma de experiências”, ressaltou. Com 12 anos de liderança na companhia, o executivo comenta que aprendeu muito e, hoje, tenta passar um pouco dessas lições para sua equipe. “Minha forma de liderar é deixar as pessoas criarem, deixar elas acertarem e errarem e, com isso, fazer com que elas se desenvolvam. Gosto de encontrar e ajudar a desenvolver talentos”, explicou. Outro ponto primordial em sua gestão é o incentivo ao trabalho em equipe e à inovação.

“Não podemos ficar presos ao passado. Temos que pensar e fazer diferente”. Esse ensinamento é ainda mais importante em um setor como a da gestão de frota que vem evoluindo constantemente. “E não é só o setor que tem se desenvolvido, o papel do gestor de frotas também. Ele está deixando de ter um papel apenas operacional e passando a contribuir com a estratégia da empresa”. De acordo com Andrade, a Localiza entra nesse processo para ajudar o gestor a gerenciar indicadores e maximizar resultados. “Quando o gestor opta pelo nosso serviço, ele deixa de carregar um ativo que não é seu core business. Nós conseguimos fazer o que o cliente fazia de maneira mais eficiente e com um custo menor”. Portanto, segundo o executivo, o gestor tem economia e consegue otimizar a sua gestão. A companhia atua com uma venda consultiva, fazendo o acompanhamento de toda a operação. “Por exemplo, fazemos uma correlação de multas e acidentes e propomos medidas para melhorar esses indicadores, como cursos e treinamentos de direção defensiva. Além disso, costumamos comparar os dados com os indicadores de outros clientes que temos na base para que o gestor visualize se ele está abaixo ou acima da média”, explicou. Responsável pela maior empresa de aluguel e gestão de frotas da América Latina, com mais de 30 mil veículos, a Localiza Gestão de Frotas enxerga o setor com ótimas oportunidades de crescimento. A expectativa para os próximos anos é uma evolução do negócio com aumento de valor agregado para os clientes. Andrade acredita que “já estamos vivendo o futuro na Localiza, um momento de transformação digital”.

Não é só o setor que tem se desenvolvido, o gestor de frotas também

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DONO DO SEU

TEMPO

Descubra como planejar suas atividades para otimizar a rotina de trabalho e aumentar a produtividade Christian Barbosa

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tingir metas. Cumprir prazos. Entregar resultados. Ser produtivo. Essas são apenas algumas das exigências do mercado e todas elas dependem de uma coisa em comum: tempo. Mas por que muitas vezes parece que estamos sendo engolidos por ele? Como disse Leonardo Da Vinci, “o tempo dura bastante para aqueles que sabem aproveitá-lo”. Administrar o tempo e organizar sua rotina de trabalho são pontos primordiais para quem quer evitar o estresse e o acúmulo de tarefas. Para o especialista em administração de tempo e produtividade, Christian Barbosa, quando aprendemos a gerenciar o tempo, conseguimos nos planejar melhor. “O foco passa a ser a redução de atividades urgentes (priorizando-as para que sejam eliminadas rapidamente), o aumento das tarefas importantes (que ajudam a reduzir as urgências e mantém você equilibrado) e a eliminação das circunstanciais (aprendendo a dizer não ou simplesmente excluí-las da sua rotina)”, explicou. Quem já está colocando isso em prática é o gestor de frota da IBM e conselheiro do Instituto PARAR, Micael Duarte. “Qualquer projeto que eu me envolvo, qualquer resposta que eu tenho que dar a alguém ou qualquer ação que eu tenha que tomar, seja profissional ou pessoal, eu procuro sempre fazer da maneira mais completa possível. Tento ver todos os pontos de falha, todos os itens que podem gerar retrabalho, todas as outras perguntas que podem ser geradas com base nas primeiras respostas que eu dei, enfim, eu procuro mapear e ‘responder’ antecipadamente tudo sobre aquele assunto que possa vir a demandar mais do meu tempo”, revelou. O ensinamento veio de seu pai, que, durante sua infância, sempre o orientou a não entrar em brigas e discussões, mas que, se por algum motivo isso acontecesse, ele teria que bater primeiro e com força o suficiente para o Micael Duarte, gestor da IBM. "adversário" não se levantar e vir atrás dele. “Em resumo, ele quis dizer que era para eu resolver a situação de uma vez por todas, com o intuito de não ficar naquela situação por muito tempo ou por mais tempo do que o necessário”. E é essa lição que o gestor coloca em prática na hora de organizar sua rotina de trabalho. Administrar o tempo é planejar as atividades, traçar metas, prioridades e prazos. “Há pessoas que parecem ter medo da palavra ‘planejar’, pois acham que planejamento é uma tarefa muito complicada e não sabem como realizá-la. Costumo aconselhar as pessoas a experimentarem uma nova forma de gestão, adequada à própria maneira de agir e de se organizar, e depois ver os resultados que terão em suas vidas”. Para te ajudar a começar essa mudança, Christian Barbosa elencou sete passos para que você se torne dono do seu tempo.

Qualquer projeto que eu me envolvo, qualquer resposta que eu tenho que dar a alguém ou qualquer ação que eu tenha que tomar, eu procuro sempre fazer da maneira mais completa possível

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ª COLOQUE VOCÊ

NA AGENDA

Crie compromissos e tarefas relacionados a papéis e relacionamentos importantes da sua vida. Crie o papel EU S.A. e planeje ações que possam satisfazer o seu eu, coisas que você gosta, que vão fazer você se sentir bem e mais energizado. Comece se perguntando o que eu quero fazer de importante para mim? Bloqueie um horário na sua agenda e faça uma reunião com você. Leve esse você S.A. para passear, ou assistir aquele filme, ouvir aquela música ou apenas escutar o que ele quer dizer de importante.

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ª LIMITE SEU HORÁRIO

DE TRABALHO

Quando realmente queremos ou precisamos fazer algo sempre conseguimos sair no horário não é verdade? Assuma o compromisso de ser produtivo e eficaz nas horas de trabalho normais, para isso seja focado e organizado. Comece compreendendo que equilíbrio entre pessoal e profissional está relacionado a viver seu tempo com sabedoria. Se ficar tempo demais em uma determinada área da vida, outras áreas ficarão deficientes. Limite inclusive Whatsapp, Facebook, entre outros. Autodisciplina é fundamental para viver bem o tempo.

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ª ESCREVA SUA

MISSÃO DE VIDA

Quem tem um propósito na vida caminha com passos mais firmes, decididos e não perde tempo. A vida e o nosso tempo só começam a ter sentido quando temos uma direção a seguir. Quais são os seus sonhos? Não quer começar a vivê-los? Sempre há tempo de começar, ou de recomeçar. Escrever dá forma aos nossos sonhos e permite que reflitamos sobre o que verdadeiramente é importante em nossa vida.

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ª ESCREVA SUAS

PRINCIPAIS METAS

Estabeleça metas claras tanto pessoais quanto profissionais, isso ajuda a ter atividades mais pertinentes e ações mais focadas nos resultados. Indivíduos que possuem metas são mais produtivos e diminuem as circunstâncias indesejáveis. Mantenha suas metas escritas em algum lugar onde possa lê-las, de preferência todos os dias. E não basta apenas escrevê-las e lê-las, crie ações para atingi-las e coloque em sua agenda.

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ACHE UM HOBBY

Encontrar algo que gostamos muito de fazer nos dá mais disposição e energia para enfrentar o dia a dia. E se conseguir transforme seu hobby em sua profissão, ou sua profissão em seu hobby. É como o filósofo chinês Confúcio dizia: “Escolha um trabalho que você ama e nunca mais irá trabalhar na vida”. Se você ainda não escolheu um trabalho de amor ou que ame, comece escolhendo um hobby.

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PRIMEIRO VOCÊ, DEPOIS OS OUTROS

Quando você começa a realizar suas prioridades, alcançar suas metas e viver seu tempo focado no importante, é incrível como sua disposição e energia aumentam. A verdade é que só conseguimos ajudar os outros de fato quando ajudamos primeiro a nós mesmos. Por isso, para ter mais tempo, comece fazendo coisas que você gosta, que trazem resultado. Assim terá mais tempo para viver os relacionamentos importantes em sua vida. E sua alegria e produtividades servirão de exemplo aos outros.

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EQUILIBRE SEUS QUATRO CORPOS

Algumas filosofias ensinam que temos quatro corpos. O corpo físico, o mental, o emocional e o espiritual. O que você tem feito para contemplar cada um desses aspectos do ser? Estabeleça um equilíbrio entre esses 4 corpos. Faça atividades que trarão saúde e bem-estar relacionados a cada corpo. Dedique tempo para exercícios físicos, estar com pessoas amadas, estudar, rezar, meditar. Pense em cada corpo e em coisas que eles precisam que sejam feitas para eles. Agende e cumpra, eles vão te recompensar com muita energia e disposição.

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Qual a vantagem de ter a terceirização de frota Avis personalizada para o seu negócio? Além da economia e agilidade, veja outros benefícios que uma frota de veículos completamente adaptada para o seu negócio pode trazer para você. Atendimento global. A confiança e garantia que só a maior rede de aluguel de veículos do mundo pode oferecer. Proteções pensadas para o seu negócio. Gestão dedicada a administrar sua frota. O conforto de uma rede de lojas por todo o Brasil.

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O CÉU É O LIMITE

Após acidente que o deixou paraplégico, o tetracampeão mundial de paracanoagem, Fernando Fernandes, encontrou um novo caminho através do esporte

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ernando Fernandes fala da vida com a certeza de que ela é um presente que precisa ser aproveitado ao máximo. Sua história confirma isso. Nascido em São Paulo, Fernando era apaixonado por futebol e desde pequeno fazia seus planos querendo ser o melhor naquilo que estivesse fazendo. Passou por diversas categorias de base até que se profissionalizou como jogador aos 17 anos. A carreira de modelo surgiu em paralelo e foi ganhando espaço na sua vida, fazendo com que os treinos ficassem para segundo plano. Aos 19 anos, foi para Califórnia aprender inglês e, em seguida, recebeu o convite de uma agência de modelos para se mudar para Nova York. Foi no seu retorno ao Brasil que ele foi chamado, por um olheiro, para participar da segunda edição do Big Brother Brasil, reality show produzido pela Rede Globo. Com a participação, Fernando ganhou visibilidade na mídia e foi convidado para diversos eventos e campanhas publicitárias. Estudou teatro, chegou a protagonizar três peças, mas não conseguiu abandonar o esporte. Nesse mesmo período, cursava Educação Física e começou a praticar boxe, chegando a ser campeão carioca iniciante amador. Mas era a carreira de modelo que trazia o seu conforto financeiro. Em 2009, foi convidado a estrelar uma campanha mundial da Dolce & Gabanna ao lado de top models famosas, como Naomi Campbell e Claudia Schiffer. Sua carreira tinha chegado ao auge, com diversos convites de agências internacionais. Passou uma temporada em Atenas, na Grécia, voltou para o Brasil, mas o regresso à Europa já estava programado para mais uma temporada de trabalho. No dia 4 de julho do mesmo ano, esses planos foram interrompidos. Ao voltar de uma partida de futebol, Fernando cochilou ao volante e seu carro colidiu com uma árvore. O forte impacto lesionou sua medula e o fez perder os movimentos da perna, deixando-o paraplégico. "Percebi que não estava sentindo minhas pernas e aquela sensação me causou desespero, porém

uma força enorme, que não sei de onde veio, me tranquilizou e comecei a viver dia após dia". O primeiro momento de questionamento foi substituído por uma paixão impressionante pela vida. Fernando viu o acontecimento como uma segunda chance e a agarrou com muita determinação. No mesmo ano, apenas cinco meses depois, participou da corrida São Silvestre, em São Paulo, e foi durante o tratamento que ele teve o primeiro contato com a canoagem. Ao entrar em um caiaque adaptado, teve a certeza de que tinha encontrado um novo caminho através do esporte. "O caiaque teve um poder mágico na minha vida, ele acabou sendo a ferramenta com o que eu me redescobri e me reencontrei no mundo", disse. Desde aquele primeiro contato, Fernando não parou mais. É seis vezes campeão brasileiro, três vezes campeão sul-americano, três vezes campeão pan-americano e quatro vezes campeão mundial de paracanoagem. Sua história de superação serve de exemplo para todos, dentro ou fora do esporte, e Fernando faz questão de disseminar essa mensagem através de projetos e palestras. "O esporte mudou o meu mundo, mas eu vi que enquanto eu mudava o meu mundo eu também estava mudando o mundo de muita gente. Foi nesse momento que eu entendi a responsabilidade que eu tinha de mudança na vida das pessoas. Isso me tornou mais feliz", revelou. Um capítulo muito importante dessa história aconteceu em 2013, no Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência e da Virada Esportiva da Cidade de São Paulo. A inauguração do Instituto Fernando Fernandes Life, onde o atleta inspira outras pessoas a também superarem seus próprios limites através do esporte. "O projeto recebe todo mundo, pessoas com deficiência e sem deficiência. O intuito é fazer com que, através do esporte, a gente consiga reconquistar a autoestima das pessoas, devolver essa sensação de capacidade e mostrar que elas podem ser quem elas quiserem", explicou. Fernando revela que o seu plano A é, e sempre vai ser, voltar a andar, mas enquanto isso não acontece ele segue ultrapassando as dificuldades sem medo e utilizando a maior ferramenta que Deus lhe deu: o esporte. Não resta dúvidas de que, para Fernando, o céu é o limite.

O caiaque teve um poder mágico na minha vida

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Fotografia: Ale Socci


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Um dos CEOs mais admirados do Brasil, Eduardo Gouveia assumiu a presidência da Alelo em 2013 e desde então vem pautando a sua gestão em valores consistentes e na preocupação em criar um ambiente que valoriza o funcionário

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PAIXÃO, ENGAJAMENTO E ENTREGA Confira dicas de um dos CEOs mais admirados do Brasil para quem quer crescer no trabalho

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mais facilmente desempenhos medianos. Já, em época de crise, como a que o Brasil está passando no momento, as companhias têm uma preocupação maior com seus resultados, então, elas vão priorizar o melhor funcionário.

CONSELHO DE CEO Com ampla experiência em liderança e um dos CEOs mais admirados do Brasil, Eduardo Gouveia assumiu a presidência da Alelo em 2013 e desde então vem pautando a sua gestão em valores consistentes e na preocupação em criar um ambiente que valoriza o funcionário. À frente de uma das melhores empresas para se trabalhar no país, segundo ranking da revista Você S/A, ele ressaltou que o profissional de hoje deve ter paixão por servir e entregar resultados consistentes. “Tenho procurado pessoas para trabalhar comigo que entreguem resultados robustos, mas o mais importante é a forma como se entrega isso. Admiro quem trata as pessoas de forma igual e com muito respeito. Eu, por exemplo, tenho alguns hábitos muito simples que gosto muito e pratico naturalmente: trato todos sempre pelo nome, cumprimento e falo olhando nos olhos. Busco dar atenção a todos de forma genuína. Sou uma pessoa que gosta de conversar e interagir”, afirmou. Ele acredita que os profissionais precisam se identificar com a cultura da empresa, pois um funcionário engajado e feliz no trabalho, certamente alcançará melhores resultados.

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rescer dentro da empresa em que atua está entre os desejos da maioria dos profissionais do mercado. Ou, pelo menos, deveria estar. O primeiro requisito para conseguir tal objetivo é querer crescer e isso envolve ter empenho e vontade incansável de aprender. O jornalista Adriano Silva dedicou, recentemente, sua coluna na rádio CBN para refletir sobre o papel da ansiedade nesse processo. Para ele, não tem como crescer na carreira sem ser ansioso. “Se você quiser permanecer feliz e tranquilo, você não vai crescer. Isso significa que você está na zona de conforto e irá permanecer nela no tempo que for possível”, disse. O problema de ficar na zona de conforto, segundo Silva, é que o profissional corre o risco de ficar ultrapassado. Por isso, a ansiedade pode ser um importante motivador do desenvolvimento ao incentivar a busca por conhecimento e novas oportunidades. Por outro lado, os profissionais também precisam estar atentos para o que as empresas buscam e quais as expectativas delas em relação aos funcionários. Uma pesquisa feita em vários países, com 3.894 líderes, revelou que as companhias querem funcionários com conteúdo, que não se desesperem sob pressão, que tenham uma boa relação com os colegas e que exerçam a liderança mesmo sem ocupar o cargo de líder. Em entrevista ao Jornal Hoje, o diretor de soluções e talentos do Linkedin, Milton Beck, destacou que, em época de bonança, as empresas toleram

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Para Gouveia, existem três dicas primordiais para o profissional que quer crescer: 1 Seja genuíno e transparente 2 Sempre exponha sua opinião, cuidando a forma como fala, mas nunca falte com a verdade 3 Tente praticar o despojamento e a humildade O grande desafio das empresas, de acordo com Gouveia, é, além de trazer resultados, manter uma cultura que seja perene e sustentável em que todos os funcionários, mesmo que diferentes, acreditem e se identifiquem com a empresa. “As empresas que não tiverem uma cultura fortalecida poderão ter funcionários pouco engajados e alto índice de rotatividade de pessoal”. Na Alelo, a máxima é de que quem vive bem, trabalha melhor.

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Mobilidade Olímpica As cabeças por trás da frota e do plano de mobilidade do maior evento do mundo

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fizermos um balanço deste ano, os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 foram, certamente, alguns dos momentos mais significativos. Reconhecido internacionalmente como um sucesso, os Jogos mostraram um Brasil que fez bonito dentro e fora da competição. Pudemos conhecer histórias inspiradoras, participar de momentos de superação e vimos reacender no coração do brasileiro a paixão pelo esporte e pelo país. Em 28 dias, foram 834 provas disputadas por 14,5 mil atletas de mais de 200 nacionalidades diferentes. Ao final da competição, eles conseguiram 487 recordes olímpicos e 237 recordes mundiais. Além disso, o Rio de Janeiro recebeu 1 milhão de turistas e investiu mais de 40 bilhões de reais em projetos e obras de infraestrutura. Um megaevento. E para que um megaevento como esse aconteça é necessária uma organização do mesmo porte. Com a intensa quantidade de atividades e trajetos, você já parou para pensar como deve ter sido gerenciar a frota dessa operação? Eram 4.200 veículos, 4.000 motoristas entre voluntários e terceirizados, e uma equipe de 300 pessoas para coordenar os serviços. O gestor escolhido para ficar à frente da operação foi Sergio Molina, que, além de 10 anos de experiência no mercado automobilístico, também já havia participado da operação de transporte dos Jogos Pan-americanos e Parapan-americanos Rio 2007.

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“Mesmo com minhas experiências anteriores nada chegou perto do porte da operação Olímpica, tanto nas etapas de planejamento quanto na operação em si. É uma experiência de vida, que leva todos os envolvidos a superar limites físicos e mentais. Para nossa equipe, o desafio foi duro, mas ver que contribuímos para o sucesso dos Jogos foi muito recompensador”, destacou Molina. Ele explica que a operação Olímpica é muito particular e exigiu muito da equipe pela quantidade e qualidade dos serviços. “Levando em consideração que toda a estrutura de recursos é temporária e muito ajustada, é preciso muita persistência em manter o planejamento das operações e, ao mesmo tempo, oferecer respostas rápidas para os ajustes e correções necessárias”. Por causa da complexidade da operação, o sistema de rastreamento precisou ser ajustado de acordo com algumas necessidades desenhadas previamente. “Para um dos serviços oferecidos, era preciso de informações de posicionamento atualizadas a cada 30 segundos. Além disso, o sistema nos mostrava por meio de uma interface especial quantos veículos existiam no perímetro de cada instalação e comparava com a quantidade estimada pelo nosso modelo matemático, nos ajudando a suprir cada instalação com serviços de transporte”, comentou.

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Já o sistema de navegação foi construído para fazer com que os motoristas e seus veículos seguissem rotas predefinidas e não aquelas calculadas pelos sistemas comuns. “O desafio desse sistema foi suportar milhares de rotas predefinidas e ter a capacidade de atualizá-las conforme as mudanças na malha viária ou nos destinos dos serviços”, ressaltou o gestor. Os 4.200 veículos foram fornecidos pela Nissan, montadora oficial dos Jogos. A frota era composta por sedans, crossovers, compactos, pick-ups, vans de carga, vans de passageiros e vans com adaptação para transportar cadeirantes. As vans adaptadas totalizaram 115 unidades, o que, segundo Sergio Molina, possivelmente foi uma das maiores frotas nacionais de vans desse tipo. De acordo com Marcio Silva, Gerente do Projeto de Frota e Mobilidade dos Jogos Rio 2016, foram dois anos de estruturação para uma média de 5 meses de operação, sendo os dois meses durante o período dos jogos os mais críticos. “Gerir a disponibilidade de frota e serviços de mobilidade, considerando todos os aspectos (desenho da solução, busca por fornecedores e operação em si), para o maior evento esportivo do mundo foi um grande desafio, mas também uma excelente oportunidade de aprendizado”, destacou.

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Ele também esteve envolvido na operação do revezamento da tocha olímpica, que, segundo Silva, foi um grande projeto por si só. Em 95 dias, a tocha passou por 329 cidades do Brasil e percorreu cerca de 20 mil km terrestres e mais de 10 mil milhas aéreas. “Todos os dias, tínhamos um evento. O primeiro dia de revezamento, em Brasília, também foi a primeira vez que o Nissan Kicks foi apresentado oficialmente para o público, antes do seu lançamento em agosto”, contou. Do ponto de vista de operação estratégica da frota, Silva explica que eles trabalharam com veículos zero km e planejaram uma única revisão preventiva (após 10 mil km). “Com isso, conseguimos tornar os veículos 100% disponíveis o tempo todo. De maneira geral, não tivemos nenhuma surpresa e tudo funcionou conforme planejado. Fizemos uma parada para revisão em Campo Grande (MS), aproveitando o intervalo da rota terrestre (entre Teresina e Campo Grande), e no final, já no Rio de Janeiro, fizemos a revisão de 20 mil km”, revelou.

ADAPTAÇÕES DE TRAJETOS Se gerenciar a operação Olímpica foi um desafio, ser um gestor de frota durante esse período também exigiu algumas adaptações para aqueles profissionais

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com frota circulando no Rio de Janeiro. A cidade passou por alterações no trânsito para a realização dos Jogos. Ao todo, foram 342 km de interdições ao tráfego por dia e um total de 260 km de faixas olímpicas espalhadas pela cidade (vias com tráfego exclusivo da família olímpica). Com essas alterações, Fernando Paz, gestor de frota da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), optou por elaborar um manual explicativo sobre o uso e restrições das faixas olímpicas para distribuir para os motoristas. “Nós reunimos os condutores e passamos para eles as melhores rotas para fugir dessas zonas de competições, assim evitamos grandes impactos em nossas operações. Além disso, solicitei que nossa Assessoria de Comunicação disseminasse o manual em nossos meios de comunicação para que ele chegasse a todos os colaboradores”, explicou. Fernando conta que nos primeiros dias sentiu certa falta de informação e que isso acabou gerando alguns pontos de congestionamento acima do comum. “Porém, depois a Prefeitura fez alterações e melhorou os deslocamentos. No final, o esquema funcionou bem, tendo em vista as interdições, restrições e quantidades de pessoas na cidade”, destacou.

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Legado de mobilidade Foram muitos os investimentos para transformar o Rio de Janeiro em uma cidade olímpica, mas será que esses investimentos vão deixar um legado para os cariocas? Especialistas garantem que em relação à mobilidade, a resposta é sim. Para Luis Antonio Lindau, diretor da WRI Brasil Cidades Sustentáveis, o Rio de Janeiro conseguiu melhorar muito o deslocamento entre algumas áreas da cidade ao ampliar a rede de transporte público.

“A extensão da rede de transporte de alto desempenho entregue foi de 156 km, mais do que o dobro dos 76 km acordados inicialmente com o Comitê Olímpico Internacional (COI). O VLT não era uma promessa e a expansão do metrô, que tinha previsão de 4 km, foi de 16 km. Se a próxima administração do Rio assegurar o financiamento do BRT TransBrasil e se a qualidade dos serviços ofertados ao público da Olimpíada, incluindo a integração física, operacional e tarifária, for transferida aos cariocas com sucesso, a cidade terá um sistema de transporte de padrão internacional”, destacou.

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A previsão da atual administração é de que o percentual de viagens por transporte de alto desempenho suba de 18% para 63%. Um dos grandes destaques de mobilidade, o BRT, transportou 20 milhões de pessoas durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Incluir esse modal, inclusive, foi decisivo para que o Rio de Janeiro fosse escolhido como cidade sede. “O foco da estratégia de transportes mudou do metrô para o ônibus. Nas duas oportunidades anteriores de candidaturas para sediar os Jogos, o Rio havia proposto acomodar a mobilidade olímpica através de grandes expansões metroviárias, algo que foi considerado inviável pelo COI, frente aos elevados custos de implantação que precisariam se somar àqueles da implantação da infraestrutura dos Jogos”, explicou Lindau.

De acordo com ele, os sistemas BRT, quando bem executados, podem atender volumes elevados de passageiros a um custo e tempo de implementação bem menores do que modos ferroviários urbanos. E já existem evidências do impacto positivo do BRT na cidade. Segundo pesquisa do ITDP Brasil, nove de cada 10 entrevistados disseram que o custo de viagem caiu ou permaneceu o mesmo com o BRT em comparação com outros meios de transporte e dois terços disseram ter uma impressão favorável do sistema de ônibus interconectado. O levantamento também mostrou que para usuários frequentes o tempo de viagem caiu cerca de 35%. É o que confirma Fernando Paz, gestor de frota da CNC. “Antes, eu demorava uma média de duas horas no deslocamento de minha casa ao trabalho e, hoje, não levo mais do que uma hora e quinze minutos”, revelou.

Apesar dos avanços, alguns aspectos ainda precisam ser melhorados. “Além da conclusão do TransBrasil, o Rio ainda tem desafios pendentes, como a integração física, tarifária e operacional entre todos os modos de transporte, incluindo tanto os motorizados como a bicicleta e o acesso dos pedestres”, observou o diretor da WRI Cidades Sustentáveis. Mesmo assim, o balanço final é positivo. As Olimpíadas, segundo Lindau, desafiaram a cidade a implantar uma rede de transporte de massa capaz de moldar o seu desenvolvimento urbano futuro, propiciando que a cidade se torne mais compacta, conectada e coordenada.

“Quando isso acontecer, além do benefício para a população, o Rio se tornará uma importante referência para o transporte sustentável, inspirando outras cidades da América Latina. Ao apresentar uma rede de transporte coletivo integrada, o Rio mostrou que é possível transformar a forma como as pessoas se deslocam, sem que elas dependam exclusivamente do carro”, destacou. Esse será um dos grandes legados olímpicos.


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Experiências Log Wickbold

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POR KARINA CONSTANCIO

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MARCHA ZERO

Campanha inédita mobiliza condutores por um trânsito mais seguro e menos dependente do veículo individual

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urante a Semana Nacional do Trânsito, o Instituto PARAR lançou a Marcha Zero, uma campanha inédita com o intuito de mobilizar condutores a refletirem sobre seu papel na construção de um trânsito mais seguro. Além de discussões diárias e online sobre segurança viária e mobilidade urbana, a iniciativa realizou uma tarde de palestras presenciais em Londrina/PR, no Dia Mundial Sem Carro, com a presença especial do ex-piloto de Fórmula-1 e comentarista de automobilismo da Rede Globo, Luciano Burti. "A ideia foi criar uma rede de discussão, com ações voltadas para todos os condutores. Fizemos uma transmissão ao vivo por dia para provocar reflexões sobre cultura de segurança, comportamento do condutor, modais alternativos de transporte e compartilhamento", explicou um dos fundadores do Instituto PARAR, Flavio Tavares. O mote Marcha Zero é um convite para as pessoas se mobilizarem a atingir meta zero: zero acidentes, zero emissões, zero excesso de velocidade, zero celular no volante, zero bebida e direção. "Mais de 40 mil pessoas morrem todos os anos no trânsito brasileiro e mais de 500 mil ficam inválidas permanentemente. Se nada mudar, em 2018, as chances de morrer no trânsito brasileiro vão superar o perigo de ter sido um soldado americano lutando no Vietnã. Nós precisamos falar sobre esse cenário e

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repensar nossa atitude no trânsito", destacou Tavares. O ano de estreia da campanha foi um sucesso, com mais de 30 citações na imprensa, mais de 1.900 demonstrações de apoio nas redes sociais e 47 mil pessoas impactadas. Para o ano que vem, o PARAR pretende ampliar ainda mais as ações da campanha para disseminar a causa da segurança e da mobilidade.

COM A PALAVRA, O PILOTO Durante o dia em Londrina, Luciano Burti visitou o Colégio Interativa para conversar com os alunos sobre a consciência no trânsito. Além de responder perguntas feitas pelas crianças, Burti contou um pouco sobre sua trajetória na F-1, sobre o acidente que sofreu em 2001 e alertou os alunos sobre a importância da educação no trânsito. "As crianças são a esperança futura do nosso trânsito e ainda têm um poder importante de influência sobre os pais. Espero que elas possam levar o que conversamos para a casa e para vida", comentou Burti. O aluno João Fraga Spisla, do 6º ano, é uma dessas crianças e revela que já costuma ficar atento às atitudes de seus pais no trânsito. "Às vezes meu pai está usando o celular e eu peço para ele parar o carro. É preciso ter muito cuidado quando se está dirigindo", comentou.


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Luiza Gusmão, do 9º ano, também participou do bate-papo e garante que vai ser uma motorista consciente. "O Luciano deixou bem claro que tem uma diferença muito grande entre a corrida e o trânsito, principalmente em relação à segurança. A minha turma era a mais velha, mas tinha muitas crianças pequenas escutando ele falar e tenho certeza que elas vão guardar esses ensinamentos. O que mais me marcou foi quando ele contou sobre o acidente e explicou que só sobreviveu porque estava usando todos os itens de segurança", destacou. Na parte da tarde, foi a vez de Luciano Burti palestrar para os adultos. Para ele, não basta o condutor ter consciência do que é certo ou errado, o que mais importa é a atitude atrás do volante. "Infelizmente essa consciência não existe como deveria aqui no Brasil e o alto número de mortes e acidentes no trânsito é reflexo disso. Falta o compromisso e a responsabilidade de cada motorista", alertou. Ele lembra que o trânsito não é individual e sim coletivo, então, quando você se coloca em risco, você está colocando você e os outros que estão ao seu redor em risco. "Está na hora da gente se conscientizar pela segurança. Não dá para esperar que o outro faça, a responsabilidade é nossa", acrescentou.

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POR KARINA CONSTANCIO

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Lições do es ASTRONAUTA MARCOS PONTES COMPARTILHA ALGUMAS DAS EXPERIÊNCIAS VIVIDAS EM OPERAÇÕES DE ALTO RISCO

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ormado em engenharia aeronáutica no ITA, Marcos Pontes fez carreira militar na Força Aérea Brasileira e foi o primeiro astronauta brasileiro a ir ao espaço, depois de ter sido escolhido, em 1998, pela NASA para integrar a missão. Fazendo um paralelo com suas experiências em operações de alto risco e as situações vividas nas organizações, ele é referência quando se fala em segurança operacional. Em entrevista exclusiva para a PARAR Fleet Review, o astronauta explicou a importância de se gerenciar riscos em uma operação como a gestão de frotas. PARAR: VOCÊ TRABALHA COM SEGURANÇA OPERACIONAL, NA PREVENÇÃO E INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES, HÁ MAIS DE 25 ANOS. ESSE É UM TEMA MUITO IMPORTANTE PARA O GESTOR DE FROTA. NA SUA OPINIÃO, COMO DEVEMOS GERENCIAR RISCOS EM UMA OPERAÇÃO QUE LIDA DIRETAMENTE COM VIDAS? MARCOS PONTES (MP) — Sempre levar em conta a participação humana como um elemento do sistema. Considerar “erro humano” é uma saída muito confortável, mas não eficiente. É necessário entender como o processo de tomada de decisão durante a operação é feito em todo o alcance de condições de operação normal e de emergência. O ser humano não quer, geralmente, cometer erros. Se o faz, é importante verificar se a interface com a máquina está adequada e corrigir as falhas de projeto e procedimentos. Para tanto, o treinamento constante também é essencial. Esses fatores devem ser incluídos no equacionamento dos riscos e métodos de mitigação.

Marcos Pontes

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PARAR: QUAL A IMPORTÂNCIA DE UMA CULTURA DE SEGURANÇA NESSE PROCESSO? � MP — A cultura de segurança garante que os procedimentos serão seguidos e entendidos em qualquer condição de operação, por todos os níveis de comando e execução.

Fotografia: Divulgação


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paço PARAR: COMO AS EMPRESAS FROTISTAS DEVEM AGIR PARA AUMENTAR A SEGURANÇA OPERACIONAL? � MP — Existem algumas condições que são essenciais para a segurança operacional em qualquer tipo de operação de risco, entre elas: constantemente observar e melhorar a comunicação entre todos os níveis da operação, especialmente entre os operadores e a gerência; desenvolver e manter a cultura de segurança em todos os níveis da operação; nunca usar para punição ou investigação criminal os dados coletados dos operadores sobre necessárias melhorias no sistema; investir em treinamento e no sistema de segurança um percentual constante da operação; incluir gerentes e executivos nos treinamentos de segurança; e promover integração social entre os setores da operação.

O QUE PODEMOS APRENDER COM O ESPAÇO? Lição 1 Treinamento nunca é demais. Lição 2 Considere possíveis condições de operação abaixo do usual com relação à sua saúde. Lição 3 Sempre, sempre, leia o procedimento. Não confie na memória. Lição 4 Treinamento ajuda a controlar as emoções em situações críticas, aumentando a eficiência de operação. Lição 5 Trabalho em equipe salva-vidas. Não há espaço para ego.

PARAR: PODE NOS CONTAR ALGUMA EXPERIÊNCIA VIVIDA POR VOCÊ E QUE TENHA TRAZIDO ENSINAMENTOS SOBRE O ASSUNTO? � MP — Já passei por muitas situações críticas de operação aérea e espacial. Contudo, é importante lembrar que a qualidade da gerência tem peso enorme na segurança. Já aconteceu comigo, por exemplo, um caso no qual eu reportei uma falha de projeto no Estande de Tiro em Saicã e o comandante da época contestou meu relatório dizendo que estava errado. Eu mantive o relatório, mesmo sob risco de punição. Duas semanas depois tivemos um incidente em um lançamento de bomba real no estande que comprovou meus cálculos e causou uma mudança nos procedimentos de segurança das operações aéreas no local.

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GESTOR EM FOCO

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Por: Loraine Santos

TRIPULAÇÃO EXPERIENTE Nesta edição da revista PARAR Fleet Review, nós trazemos a história do voo de quatro gestores de frota que estão concorrendo ao Prêmio PARAR, na categoria Gestor de Frota 2016. DADOS DO PASSAPORTE

Nome Completo: Aline Gellacic Cargo/Função: Coordenadora de Serviços e Vendas Empresa: Apsen Farmacêutica S/A Nº de veículos: 600 Há quanto tempo atua com frota: 8 anos Formação profissional: Administração de Empresas Pós-Graduação em Inteligência Competitiva

EMBARQUE CONFIRMADO Como começou sua história como gestor de frotas? Em meados de 2005 passei a integrar uma equipe de regularização de sinistros de companhias seguradoras, posteriormente migrei para a área de gestão de multas e documentação de clientes frotistas, o que me fez desenvolver uma visão sistêmica do gerenciamento do sistema de transporte das organizações. A experiência adquirida me deu a oportunidade de atuar diretamente com a gestão de frotas de grandes companhias, incialmente na condição de prestadora de serviços e, posteriormente, na condição de gestora interna de frota, o que me possibilita hoje aliar o gerenciamento dos custos, o engajamento dos condutores e inserção da gestão de frotas no planejamento estratégico da organização que atuo.

TURBULÊNCIA Quais são as principais dificuldades que você encontrou ao longo da sua jornada? A discriminação, pelo fato de ser mulher, é uma das principais dificuldades que encontro na minha jornada, já que a liderança feminina ainda é inexpressiva, principalmente no segmento em que atuo. Além disso, encontro dificuldade na contratação de fornecedores de modo a dar agilidade aos serviços contratados.

PLANO DE VOO

POUSO SEGURO

Como é para você planejar o dia a dia e cuidar de condutores que atuam em um trânsito que está entre os cinco piores do mundo? É extremamente desafiador, pois a rotina é árdua e os processos são volumosos, mas, ao longo do tempo, desenvolvemos a política de frota e um detalhado manual operacional que estabelece todos os procedimentos aplicáveis à frota, de modo que o trabalho fica padronizado e ágil. Com essa importante ferramenta o cuidado com o condutor é priorizado.

O que te inspira a ser um gestor de frotas cada dia melhor? Os condutores engajados para fazer o trânsito cada dia mais seguro, bem como ver o trabalho da gestão de frotas refletidos nos resultados financeiros da organização, à medida que as despesas com frota são reduzidas proporcionalmente.

DECOLAGEM AUTORIZADA Qual a influência que o Instituto PARAR exerceu na sua profissionalização como gestor de frotas?

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O Instituto PARAR é fundamental para a minha formação, já que proporciona acesso a conteúdo específico da área de gestão de frotas, tanto por meio do fornecimento de textos, vídeos, cursos e afins, assim como a realização de eventos para troca de experiência entre os profissionais da área.

VIAGEM DOS SONHOS Para você, como seria o mundo ideal do gestor de frotas? Fornecedores altamente qualificados em prestação de serviços, relevância da área para o negócio, de modo a ser vista como uma área que agrega ao objetivo da empresa e que mitiga riscos e custos.


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DADOS DO PASSAPORTE

Nome Completo: Harlen Braga Cargo/Função: Gestor de Frota Empresa: Emive Segurança Eletrônica Nº de veículos: +250 Há quanto tempo atua com frota: 12 anos Formação profissional: Graduação em Logística

EMBARQUE CONFIRMADO Como começou sua história como gestor de frotas? Começou no ramo de transportes, onde iniciei como ajudante de carga e descarga evoluindo dentro da empresa e passando a ter mais contato com frota pesada. Ao mudar de empresa, iniciei em outra do ramo de transporte, como auxiliar de expedição, e então apareceu uma oportunidade de trabalhar no almoxarifado de peças da frota pesada, daí fui adquirindo conhecimento, chegando a Supervisor de Manutenção de Frota. Logo apareceu uma oportunidade como Gerente de Logística onde era responsável por frota pesada no ramo de transporte e inclusive fretes, e finalmente Gestor de Frota na Emive.

PLANO DE VOO Como é para você planejar o dia a dia e cuidar de condutores que atuam em um trânsito que está entre os cinco piores do mundo? Acredito que hoje a maior barreira é a mudança de cultura, conseguir fazer com que os colaboradores, assim como na sociedade, tenham a noção de que ele está em um ambiente que mata como guerras e doenças como o câncer. A questão é mais cultural, eles acreditam que ao praticar ‘jeitinhos’ estão ganhando vantagem e não correndo risco de morte.

DECOLAGEM AUTORIZADA Qual a influência que o Instituto PARAR exerceu na sua profissionalização como gestor de frotas? Com o PARAR, eu passei a convergir cada vez mais para a segurança, perceber que salvar vidas deveria ser meu propósito. Passei a perceber que quando salvo vidas, evito acidentes, multas, avarias, afastamentos, turnover, desgaste da nossa marca, enfim, fazemos o bem. Outro fator que não posso deixar de mencionar foi o PGF! Minha graduação faltou alguns pontos técnicos de frota que tive que aprender na raça e o PGF me trouxe esses aprendizados técnicos apurados como TCO, KPIs, Política de Frotas, etc. Hoje tenho KPIs em tempo real motivados pelo PARAR e o PGF. Redução de um pico de 22 sinistros em um mês para

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uma média de 2,5, buscando sempre o zero acidente. Desvios de rotas e ociosidade quase zero. Redução de quase 30% de frota e colaboradores ociosos. Enfim, a parceria com o PARAR é um sucesso!

TURBULÊNCIA Quais são as principais dificuldades que você encontrou ao longo da sua jornada? Mudança de paradigmas. Achar que o que era bom há alguns anos continua e continuará sendo o caminho. A pior coisa é você saber o caminho do sucesso e não poder segui-lo. É o faça o que eu mando! Um dos motivos de sucesso do nosso trabalho na Emive foi que eu tive total apoio da minha Diretoria, o canal de comunicação sempre foi direto e de rápidas decisões. Estou com quase quatro anos de Emive e quando comecei entrei literalmente no olho do furacão! E a confiança da nossa diretoria que me fez manter o foco e buscar a vitória.

POUSO SEGURO O que te inspira a ser um gestor de frotas cada dia melhor? Minha esposa e família maravilhosa, minha equipe sensacional, meus amigos, meus colegas e companheiros, enfim, a possibilidade de salvar vidas, contribuir para minha empresa crescer e garantir longevidade e ajudar as pessoas a realizarem seus sonhos. Autorrealização e sucesso profissional. Se tivesse que resumir seriam esses os motivos.

VIAGEM DOS SONHOS Para você, como seria o mundo ideal do gestor de frotas? Um mundo onde o respeito pelo próximo e a vida fosse o lema de todos, o respeito às leis de trânsito, o respeito à empresa que te dá o emprego e te ajuda a realizar seus sonhos, a paixão pelo que faz. Acredito que com isso acidentes seriam fatalidades, quebras de veículos e avarias seriam raras e os desvios de conduta e rota não existiriam. Acredito que inclusive o mundo seria melhor.

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DADOS DO PASSAPORTE

Nome Completo: Mariana Sonobe Costa Cargo/Função: Coordenadora de Operações Comerciais Empresa: Syngenta Proteção de Cultivos Ltda. Nº de veículos: 900 Há quanto tempo atua com frota: 4 anos Formação profissional: Administração de Empresas

GESTOR EM FOCO

EMBARQUE CONFIRMADO Como começou sua história como gestor de frotas? A primeira vez que tive contato com o tema foi em junho/2011, como analista. Esse foi (e ainda é) meu primeiro emprego formal. Foi a gestão de frota que trouxe essa oportunidade para minha vida profissional, então tenho um carinho muito especial pela área. Eu não sabia muita coisa sobre o tema, mas tinha certeza que tinha muito trabalho pela frente. Na época estávamos em período de implementação de um processo de gestão de frota mais robusto. Depois disso, passei por algumas outras áreas dentro da empresa, e voltei para liderar a equipe de gestão de frota em agosto/2014. Desde então venho trabalhando para profissionalizar a área, trazer o conceito de segurança para a frota com a implementação da telemetria e o Projeto Frota+VIDA, e fazer com que os stakeholders (principalmente internos) entendam a complexidade e importância que tem a gestão de frota.

PLANO DE VOO Como é para você planejar o dia a dia e cuidar de condutores que atuam em um trânsito que está entre os cinco piores do mundo? O dia a dia de uma equipe de gestão de frota é um tanto turbulento e cheio de imprevistos. Não é fácil lidar com mais de 800 pessoas que estão espalhadas por todo o Brasil, vários fornecedores diferentes e ainda criar iniciativas que conscientizem as pessoas sobre a forma de conduzir no trânsito. Por isso, a primeira coisa que precisa acontecer é todos os processos base de uma gestão de frota estarem “rodando” conforme previsto, para ter tempo de planejar ações que impactem de fato os usuários não só da frota, como também o restante dos funcionários da Syngenta. A ideia é que esses stakeholders passem a mensagem para amigos e familiares, e assim criar uma rede de influência positiva. E isso só foi possível a partir da implementação de comunicações sobre desvios de conduta – como multas por utilizar celular ou por ultrapassagens proibidas – e da telemetria, através do Projeto Frota+VIDA.

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O PARAR foi uma das maiores fontes de informação e conhecimento para que conseguíssemos passar uma mensagem impactante para a empresa e usuários sobre o Projeto Frota+VIDA. Foi principalmente a partir da Conferência Global de 2015 que a discussão sobre a importância de criar uma cultura de segurança para a frota ficou intensa. Além disso, concluí o PGF no meio do ano, o que tem me ajudado a ter discussões mais embasadas, estruturar melhor alguns processos internos e trabalhar em um processo de melhoria contínua junto com fornecedores.

TURBULÊNCIA Quais são as principais dificuldades que você encontrou ao longo da sua jornada? A maior dificuldade foi a falta de valorização do tema gestão de frota, por não fazer parte do core business da Syngenta e ser um tema que remeta a atividades operacionais. Porém, nos últimos anos conseguimos mudar bastante essa visão, trazendo para a agenda projetos que beneficiam a empresa financeira, cultural e socialmente.

POUSO SEGURO O que te inspira a ser um gestor de frotas cada dia melhor? A forte rede de influência para mudança do comportamento das pessoas no trânsito que estamos criando dentro da empresa faz com que eu me sinta parte de uma entrega que vai além da esfera Syngenta. O reconhecimento das pessoas que foram impactadas pelas ações até então implementadas e a mudança que eu mesma tive no meu comportamento no trânsito, fazem com que eu sinta que minha contribuição vai para a sociedade como um todo.

VIAGEM DOS SONHOS Para você, como seria o mundo ideal do gestor de frotas? O mundo ideal seria um mundo onde as empresas que prestam serviço na área de gestão de frota fossem mais profissionalizadas, além da inclusão do tema na agenda de discussões da Diretoria, não só como um custo a ser reduzido, mas um investimento importante que contribui para a entrega dos resultados.


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DADOS DO PASSAPORTE

Nome Completo: André Luis Miranda Leitão Cargo/Função: Gerente de Segurança Patrimonial e Frotas Empresa: Aché Laboratórios Farmaceuticos S/A Nº de veículos: 2.500 Há quanto tempo atua com frota: 21 anos Formação profissional: Administração de Empresas

EMBARQUE CONFIRMADO Como começou sua história como gestor de frotas? Em 1995 ingressei numa locadora de veículos na área operacional, ligada ao atendimento de clientes, e após dois anos recebi a proposta para supervisionar uma unidade na cidade de São Paulo. Nessa fase adquiri bastante experiência em manutenção veicular, logística de frota e desmobilização. Em 2009 recebi uma proposta para fazer a gestão de frota de um laboratório, e passei nesse momento para o outro lado da mesa, o que me favoreceu muito nessa gestão. Obtive ganho operacional, e redução expressiva de despesas com a frota da Cia. Com o passar do tempo, o mercado começou a apresentar ferramentas de controle, que além de aumentar a produtividade da frota, começamos também a fazer a gestão dos condutores, que hoje é nosso principal foco de atenção e zelo na Cia.

PLANO DE VOO Como é para você planejar o dia a dia e cuidar de condutores que atuam em um trânsito que está entre os cinco piores do mundo? Cada dia é uma batalha a se vencer. Além das rotinas diárias do departamento, temos a missão de garantir que esse colaborador saia de casa para trabalhar e retorne ileso, com seus objetivos ao máximo atingidos.

O PARAR vem para contribuir com conhecimento, dados e argumentações para alguns momentos que temos que enfrentar quebra de paradigmas e implementar uma cultura consciente e segura para condução veicular.

TURBULÊNCIA Quais são as principais dificuldades que você encontrou ao longo da sua jornada? A principal é a resistência em relação à mudança cultural e comportamental para implementação de procedimentos na frota.

POUSO SEGURO O que te inspira a ser um gestor de frotas cada dia melhor? A satisfação de uma apresentação de indicadores da área num comitê da Cia, demonstrando uma evolução significativa de performance de condutores, queda de sinistralidade e ganho operacional. Resultado de um trabalho de pesquisa, mudança de hábitos e persistência frente a obstáculos no nosso dia a dia.

VIAGEM DOS SONHOS Para você, como seria o mundo ideal do gestor de frotas? Gerir uma frota produtiva, com zero de sinistralidade e satisfação do cliente interno, que vê no gestor de frotas, alguém que não está só preocupado com o veículo, e sim com o bem-estar do condutor nas suas atividades.

DECOLAGEM AUTORIZADA Qual a influência que o Instituto PARAR exerceu na sua profissionalização como gestor de frotas?

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REENCONTRO COM O BRASIL Depois de participar do início da operação da Arval no Brasil, Nuno Silva retorna ao país, agora como presidente da companhia

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om uma carreira sólida e de ampla experiência internacional, o executivo português Nuno Silva assume a presidência da Arval Brasil com grande expectativa de crescimento no mercado nacional. Formado em Engenharia Industrial e acumulando passagens em indústrias, desde a área mecânica até a área de distribuição, entrou no mundo do automóvel através da Mercedes, em 1998. "Eu era pós-vendas da maior concessionária da Mercedes em Portugal. Fiquei lá por três anos e, em 2001, comecei na Arval, em Portugal, como gerente de manutenção e assistência", afirma.

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Em 2005, já como diretor de operações, Nuno veio ao Brasil, junto com o presidente da companhia, Roberto Fonseca, para dar início à operação no país. "Eu tinha a mesma atuação que em Portugal, porém aqui eu tinha o desafio de começar uma nova entidade em um país de dimensões continentais como o Brasil", explica. Ele foi peça fundamental para esse processo de implantação no país, mas, em 2008, recebeu o convite da Arval para ir para Dublin, na Irlanda, comandar a operação da Greenval, companhia de seguros que atende, exclusivamente, os carros da Arval na Europa. Na época, eram cerca de 700 mil veículos, mas, atualmente, o número chega perto de 1 milhão.

Já, em 2011, dentro do grupo BNP Paribas, Nuno tornou-se diretor de operações da Leasing Solutions UK e, em 2015, foi para a Arval Reino Unido como diretor de operações. "A Arval Reino Unido é um dos quatro principais mercados da companhia, com 150 mil carros. Lá, o segmento frotista é muito maduro e desenvolvido". destacou. A experiência durou um ano, até o executivo ser convidado a voltar ao Brasil, mas dessa vez para assumir a liderança da operação, como presidente da companhia. "Estou muito feliz em voltar. O Grupo tem grandes expectativas para o Brasil e para a América Latina. O Brasil, em especial, por ser o maior país é bastante relevante para o mer-


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Eu tinha a mesma atuação que em Portugal, porém aqui eu tinha o desafio de começar uma nova entidade em um país de dimensões continentais como o Brasil

cado. Nós acreditamos que o futuro está nessa região e o nosso objetivo é continuar a crescer, mas sem perder nossa identidade". À frente da operação desde maio, Nuno vê um potencial de crescimento muito grande no Brasil. "O mercado brasileiro é de cerca de 4 milhões de carros corporativos, mas nós e nossos concorrentes só estamos tocando cerca de 250 mil carros", revela. Para ele, a principal diferença em administrar a Arval no Brasil e na Europa é o comportamento das empresas. “Na Europa, a venda é mais fácil, você não precisa convencer ninguém sobre a importância de contratar o seu serviço. Já, no Brasil, há uma grande porcentagem de em-

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presas que ainda possui frota própria e, por isso, nós precisamos mostrar para esses profissionais como nós podemos ajudá-lo em sua gestão", revela o executivo. Em relação aos concorrentes, ele ressalta que o Brasil ainda é um mercado imaturo. Na Europa, há uma clara distinção do que é Rent a Car, que seria um serviço de curta duração, e uma área mais especializada, que oferece um serviço de longa duração. "Ou seja, são duas áreas completamente diferentes". De acordo com Nuno, no Brasil, essa distinção ainda é confusa. "Mas isso também é natural do mercado, todo mercado, de qualquer região, passa por diversas fases. Isso já aconteceu na Europa", afirma. Atu-

almente, a Arval tem atuação em 28 países. Na América do Sul, além do Brasil, as operações estão no Chile e Peru. Agora, com a volta ao Brasil, a expectativa é trazer um pouco de sua experiência no mercado internacional. "Eu tive a sorte de ser exposto a muitas realidades. Trabalhei no Reino Unido, que é um mercado muito avançado em gestão de frotas e tecnologia, e eu gostaria de trazer um pouco disso para o Brasil". Com uma frota total de 20 mil veículos no Brasil, a expectativa da multinacional francesa é crescer 10% em 2017, tanto em faturamento quanto em veículos gerenciados.

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POR KARINA CONSTANCIO

SEGURANÇA E SUSTENTABILIDADE Festo vem somando resultados positivos na gestão de frotas após implantação da telemetria

qualidade de vida dos colaboradores está entre as prioridades da Festo, empresa alemã de automação industrial e treinamentos que está no Brasil há 48 anos. O que poderia ser apenas um valor da companhia, se tornou uma missão e, mais do que isso, transformou-se em atitude. Através do programa Bem-Viver, a empresa visa equilibrar a vida dos colaboradores com ações sociais, recreativas, informativas e de aprendizado. Dentro dessa cultura de bem-estar, a segurança e o meio ambiente não poderiam ser ignorados e, portanto, a área da gestão de frotas deve ser olhada com cuidado. Com 155 veículos e mais de 200 condutores, a companhia começou a desenvolver um trabalho de alto nível para reduzir multas, sinistros, custos e emissão de CO2, bem como melhorar os indicadores da frota. De acordo com Roberta Dobriev Leite, coordenadora de Serviços Compartilhados e Bem-Estar e responsável pelo setor, os resultados positivos aumentaram após a implantação

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da telemetria. O principal objetivo, segundo ela, é realizar uma gestão eficiente de todos os processos que envolvem a frota, minimizando custos e aumentando a segurança dos colaboradores. “A equipe de frota da Festo consegue, hoje, ser mais ágil e assertiva, pois nossos processos deixaram de ser manuais e estão centralizados em uma única ferramenta”, explicou. Quando o assunto é segurança, a telemetria também está ajudando a empresa a conhecer o comportamento do condutor. “Passamos a monitorar a forma de dirigibilidade de cada colaborador e efetuamos análises de todos os incidentes, multas e sinistros para que sejam tomadas as melhores ações para cada caso. Além disso, devido à telemetria, criamos uma nova política de segurança, com regras claras e possíveis de medição”, ressaltou. Nessa política de segurança, foi feito um trabalho minucioso, que consegue englobar desde o processo de integração de um novo colaborador, e portanto seu primeiro contato com o documento, até o processo de compra do veículo ao final do seu ciclo de utilização, que prevê um desconto de até 40% da tabela FIPE para o colaborador que alcançar os objetivos preestabelecidos na política. Para monitorar o


Roberta Dobriev Leite, coordenadora de Serviços Compartilhados e BemEstar da Festo, empresa alemã de automação industrial e treinamentos que está no Brasil há 48 anos.

Veja mais algumas das regras e atividades elaboradas pela Festo para garantir a segurança dos colaboradores e deixar sua contribuição para o meio ambiente 1 Condutores são orientados a utilizar o combustível mais sustentável (Etanol). 2 O colaborador que tiver a CNH em portaria ou atingir a pontuação máxima permitida por lei, terá o veículo recolhido, independente do cargo. comportamento do condutor, foi criada uma pontuação por incidentes medidos pela telemetria, sinistros ocorridos e multas. Através disso, eles alimentam um ranking que revela os melhores e os piores condutores e essas informações geram ações diferenciadas para cada um dos grupos, pois não se pode tratar todos da mesma forma. Aliás, os próprios condutores recebem atualizações sobre infrações e incidentes registrados via telemetria semanalmente. Em paralelo, eles efetuam uma análise de risco da frota. “Acompanhamos os três indicadores (incidentes, sinistros e multas) com reuniões de gestão e de diretoria para apresentar os riscos ao negócio e as ações efetuadas”, revelou Roberta. A telemetria permitiu, portanto, uma gestão mais inteligente e rápida da frota, com a integração das plataformas de combustível, manutenção, multa, sinistro e utilização, dentro de um mesmo sistema e vem trazendo resultados positivos para a companhia. Entre esses resultados está a redução de 20% em gastos com combustível; a redução de 15% com custos de manutenção; a diminuição de 15% dos sinistros em relação ao ano anterior; e a diminuição dos incidentes medidos pela telemetria após a realização de ações focadas.

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3 Todas as infrações de trânsito são de responsabilidade do colaborador, não sendo permitida a indicação de terceiros e nem a utilização da NIC. 4 Campanhas, palestras e treinamentos são realizados para informar o colaborador sobre os riscos diários na condução de um veículo. 5 Multas por utilização de celular, embriaguez ou sinistro, ao qual seja comprovada imprudência por parte do condutor, não são aceitas e o colaborador fica sujeito a medidas punitivas. 6 Política de frota é atualizada anualmente e aprovada por todas as diretorias (Recursos Humanos, Financeira, T.I , Industrial e Comercial e Jurídica), usando como base as ocorrências do ano anterior, pois todos fazem parte do processo contínuo de segurança.

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POR KARINA CONSTANCIO

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CAÇADORES DE BONS EXEMPLOS

O casal que caiu na estrada em busca dos heróis invisíveis do Brasil

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ocê largaria tudo por um propósito? Por um chamado que te impulsiona a ir ao mundo, conhecer pessoas e coletar boas histórias? Foi isso que fizeram Iara e Eduardo Xavier, um casal de administradores de empresa que estava inconformado com o rumo de suas vidas e com o mundo que se apresentava aos seus olhos. Cansados de só escutar notícias ruins, eles resolveram vender o apartamento que moravam e saíram pelo Brasil em busca de pessoas que estão fazendo a diferença. “Não é possível que a gente está aqui no mundo apenas para namorar, casar, constituir uma linda família ou então trabalhar, ganhar dinheiro, construir um lindo patrimônio, morrer e deixar uma herança para os nossos filhos. Esse era um questionamento que a gente tinha. Será que não estamos aqui para viver em comunidade, fazer o bem e ajudar o outro?”, questionou Iara. Em quase 6

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anos de estrada, os dois já rodaram mais de 225 mil km, o equivalente a mais de 5 voltas e meia na circunferência da Terra, e encontraram mais de 1.500 bons exemplos em 600 cidades de todos os estados brasileiros. Eles saem sem roteiro, quem indica a próxima parada, ou melhor, a próxima história que vão vivenciar de perto, são os próprios moradores da região. O casal chega na cidade e aborda as pessoas com uma pergunta simples: quem é um bom exemplo para você? “Nós saímos à procura dos heróis invisíveis do Brasil, pessoas que estão construindo um país melhor e que às vezes não são valorizadas como deveriam”, destacou Iara. E é dessa forma espontânea que eles estão conhecendo histórias inspiradoras e verdadeiras lições de vida. A primeira delas, e que deu mais significado ao propósito do casal, foi a de Tião Rocha, um educador que ensina na simplicidade e que mudou a vida de milhares de pessoas através da

Fotografia: Danilo Verpa | Folha Imagem


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Tião Rocha: o primeiro herói invísivel encontrado por Iara e Eduardo.

educação. “Ele criou a pedagogia da roda, a pedagogia do sabão, a pedagogia do brinquedo e mais de 1.700 tecnologias sociais em uma comunidade extremamente pobre. O trabalho do Tião é emocionante e é incrível ver o quanto ele conseguiu fazer a transformação na vida dessas pessoas”, contou Eduardo. Tião Rocha é o idealizador do Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento de Belo Horizonte (MG) e reconhecido internacionalmente por seu projeto de transformação social e desenvolvimento sustentável. Conhecer essas histórias é, segundo eles, o combustível da jornada. “Quando estamos com algum tipo de problema, pensando em desistir, a gente encontra essas pessoas e as dúvidas desaparecem. É muito motivador ver o lado luminoso do ser humano. Não existe nenhum santo aqui, todos nós temos o bem o mal dentro do coração, só que algumas pessoas decidiram seguir o caminho do bem. É uma honra viver e conviver com pessoas que pararam de olhar para o próprio umbigo e estão pensando no coletivo”, revelou Iara. Amar o próximo que está próximo. Essa é uma das características em comum de todos os bons exemplos. Os grandes transformadores surgem de diversas realidades, desde as mais simples, como aquele que com um salário mínimo por mês atende 68 crianças em casa, até de uma das maiores heranças do mundo, onde o herdeiro decidiu disseminar o viver orgânico nas escolas públicas de São Paulo. “Todos, apesar de realidades opostas, têm a mesma fé incondicional no outro, no ser humano”, revelou Iara. Algumas dessas histórias estão em um livro, disponível nas principais livrarias do país, e todos os projetos encontrados estão catalogados no site www.cacadoresdebonsexemplos.com.br. Cada livro vendido é doado a uma escola ou biblioteca pública do Brasil. Inspire-se nesses heróis, compartilhe o bem e faça você também a diferença!

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DR. CARLOS RESPONDE

Tinha um buraco no meio do caminho... quem paga a a conta?

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uem deve se responsabilizar – e arcar com os prejuízos – quando ocorre um acidente por falta de sinalização, buracos e outras irregularidades na pista decorrentes de omissão do Estado? Um estudo da Organização Mundial da Saúde revela que aproximadamente 90% dos acidentes de trânsito ocorrem em razão direta do fator humano e que apenas 6% são causados por condições inadequadas das vias ou da sinalização. Um olhar mais superficial pode nos induzir a crer que esse número seja “aceitável”, mas, se observarmos com um pouco mais de atenção e levarmos em conta também os milhares de episódios que sequer entram nas estatísticas dos acidentes – tais como: pneus danificados, quebra de suspensão, etc. – chegaremos à inegável conclusão de que estamos diante de um cenário muito grave. Aliás, basta um exercício simples de lógica para percebermos isso. Vamos lá: se no Brasil atualmente mais de 40 mil pessoas perdem suas vidas e outras 500 mil ficam inválidas todos os anos (números do DPVAT), uma conta simples revelará que morrem aproximadamente 2.400 pessoas e outras 30 mil ficam inválidas a cada ano em razão direta dessas anormalidades nas vias públicas (6% das ocorrências). Se somarmos a isso os milhares de casos nos quais acontecem apenas danos materiais, chegaremos inevitavelmente à casa das centenas de milhares de ocorrências.

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De posse dessas informações, voltamos à pergunta que encabeça esse artigo: quem paga os danos cíveis desse tipo de acontecimento? Deve o Estado arcar com esses custos? Para esclarecer essa dúvida temos que adentrar um pouco ao campo da “responsabilidade civil do Estado”, questão que passa por algumas discussões de direito relativamente complexas. Vamos abordar esse tema de forma bastante sucinta, apenas para saciar o interesse daqueles que desejam se aprofundar um pouco sobre os elementos técnicos do tema, porém, se as particularidades jurídicas não forem o seu foco, fique à vontade para pular o próximo parágrafo e ir diretamente para a resposta no parágrafo seguinte. Via de regra, conforme estabelece o art. 37, parágrafo 6º da Constituição Federal, o Estado responde objetivamente por atos de seus agentes, ou seja, por atos ou ações que venham a causar danos a terceiros. Importante salientar que, “responder objetivamente” significa que, nessas hipóteses, o dever de indenizar não depende da prova de culpa do Estado, basta que se comprove o ato e o dano resultante. Esse conceito insere-se dentro da chamada “Teoria do Risco Administrativo”. Por outro lado, quando não ocorreu um ato, mas sim uma “omissão” do Estado – e, vale dizer, defeitos na pista ou


Dr. Carlos Tudisco: especialista em

direito corporativo e gestão de frotas.

na sinalização classificam-se como omissões, ou seja, uma negligência na prestação dos serviços –, muda-se um pouco o cenário. Se fôssemos nos basear apenas no texto do parágrafo 2º do art. 1º do Código de Trânsito Brasileiro, concluiríamos que a responsabilidade dos órgãos públicos também seria objetiva (independente de culpa), porém, a jurisprudência dominante acabou se consolidando no sentido de considerar que, nesses casos, opera-se a apuração de responsabilidade na forma subjetiva, isto é, o dever de indenizar dependerá da prova de existência de culpa do Estado pelo acidente, em razão da negligência. Tecnicamente, tal questão ainda se subdivide em Omissão Genérica e Omissão Específica, cada qual com suas variáveis, entretanto esse nível de detalhamento revela-se dispensável no âmbito da nossa discussão. Então, voltando à resposta para a dúvida inicial, sintetizando a questão, com base no entendimento da atual jurisprudência, no caso de imperfeições na pista ou falhas na sinalização, consolidou-se a posição de que existe sim o dever de indenizar do Estado, em razão de ter havido uma inércia na prestação do serviço público, portanto, devendo este arcar com todos os prejuízos decorrentes do acidente, sejam eles materiais ou morais, porém na forma subjetiva. Na prática, em razão dessa responsabilidade ser considerada subjetiva, para que se obtenha sucesso nos tribunais

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nesse tipo de ação, deve a vítima tomar alguns cuidados: é imprescindível que seja constituída uma prova consistente de que o incidente ocorreu em razão direta da falha na pista ou da sinalização. Essa é a chamada prova do “nexo de causalidade”, que é a relação direta entre a anormalidade e a ocorrência do acidente/dano. E como se faz isso? Imediatamente após o acidente deve-se coletar o maior número possível de evidências: fotos do veículo no local, fotos das avarias, fotos das falhas na pista (buraco, falta de acostamento, sinalização), nome e telefone de eventuais testemunhas, etc.. Tudo, para constituir a prova de que, realmente, o acidente se deu em razão do fato que está sendo alegado. A prova será uma incumbência de quem alega os fatos. Além disso, é muito importante que sejam feitos pelo menos três orçamentos dos danos materiais em oficinas idôneas (com a assinatura do responsável), bem como sejam juntados ao processo todos os demais comprovantes das despesas relativas aos prejuízos sofridos (danos materiais, despesas médicas, medicamentos, lucros cessantes, etc.). Com um advogado competente e todos esses elementos em mãos, a probabilidade de vitória nos tribunais é bastante grande. Infelizmente, esse tipo de ação costuma demorar um tempo muito longo até o momento do devido ressarcimento dos danos materiais e morais, embora, com o atual processo de informatização da justiça, já seja possível vislumbrar melhoras na redução dessa espera. Vale dizer também que nesse período serão acrescidos aos valores em discussão juros de 1% ao mês, mais correção monetária, fato que acaba compensando em parte, ao menos financeiramente, a demora. Portanto, se você foi vítima da estatística dos 6%, não abra mão do seu direito de buscar o justo ressarcimento, pois, além de ser um ato de cidadania, esse tipo de ação judicial tem um efeito pedagógico sobre os entes públicos, forçando-os a dar melhor atenção às péssimas condições em que se encontram grande parte das nossas vias públicas. Agindo assim, indiretamente, você também estará contribuindo para evitar que outras pessoas passem por tais situações que, como vimos, muitas vezes podem ser fatais.

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sim não? CARRO

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brasileiro é um apaixonado por carro. Será? É certo que, para muitos, o carro não é apenas um meio de transporte. Ele é uma conquista, um status, um bem especial e resultado de muitos anos de trabalho. Mas, ao mesmo tempo, estamos vendo crescer um grupo de pessoas que já não vê o carro como um item de desejo primordial. Pelo contrário, que abandonaram o veículo e estão explorando novas formas de deslocamento. Para provocar a reflexão sobre o assunto, a reportagem convidou dois especialistas. Um deles é piloto, referência no Brasil em segurança automotiva e apaixonado por carro. O outro é empreendedor, dono de uma construtora que está reinventando a mobilidade da cidade de São Paulo e abandonou o carro há mais de 10 anos. Os dois elencaram 5 argumentos que justificam suas escolhas. E você, está de qual lado?

POR | CESAR URNHANI, APRESENTADOR DO AUTO ESPORTE E DO PROGRAMA CBN MOTOR

POR | ALEXANDRE CEO DA VITACON

1 - Abandonar totalmente um carro é abrir mão de um modal que, em certas necessidades ou urgências, será o mais eficiente.

1 - Abandonar o carro muda a sua relação com a cidade. Você passa a interagir com ela de uma nova forma e a aproveitar melhor o que ela pode te oferecer.

2 - Os veículos modernos estão muito eficientes quanto ao consumo e mais amigáveis com o meio ambiente.

2 - Sustentabilidade. Pesquisas mostram que trocar o transporte individual pelo transporte coletivo reduz a emissão de CO2 em quase 90%.

3 - A cadeia produtiva depende desse setor para gerar empregos e rodar a economia. 4 - Em países onde o transporte público ainda é precário, o veículo próprio é a alternativa mais eficiente para muitos em função das suas necessidades diárias. 5 - Existem aplicações em que o veículo próprio é um luxo e desperdício, mas para muitos é a melhor alternativa.

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LAFER FRANKEL,

3 - Contribuição com a mobilidade da cidade ao utilizar alternativas para o descolamento, como pedalar, pegar ônibus ou metrô e até mesmo caminhar. 4 - Mais saúde e menos estresse. 5 - Viver sem carro significa menos engarrafamentos e menos tempo perdido no trânsito.

Fotografia: Divulgação


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POR LORAINE SANTOS

DO MANCHE PARA O VOLANTE Gol Linhas Aéreas e Instituto PARAR fazem parceria em busca da conscientização sobre cuidados no trânsito Edição 9 | Novembro de 2016


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egurança, educação e mobilidade. Esses são os valores que fazem parte da jornada do Instituto PARAR, desde que os primeiros eventos foram realizados, em novembro de 2012. Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), o trânsito brasileiro está entre os 5 piores do mundo e, de acordo com a Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), 93% dos acidentes são causados por erro ou negligência humana. “Infraestrutura nas vias e carros mais seguros por parte das montadoras são questões que precisam evoluir. Porém, a transformação do trânsito brasileiro depende sobretudo de educação. Precisamos formar condutores e gestores de frotas para que a profissionalização contribua para um trânsito mais justo”, afirma Ricardo Imperatriz, CEO da GolSat e um dos fundadores do Instituto PARAR. Cerca de 10% da frota que ocupa as ruas e estradas do país estão licenciados para corporações. Isso significa que 5 milhões de veículos estão sob responsabilidade de empresas e gestores que estão à frente de departamentos de frotas. “Esse profissional é, também, um gestor de vidas. Por isso, o pilar “mobilidade” foi adicionado às discussões do PARAR em 2016. Acreditamos que os novos modais são modelos essenciais para um novo mundo. Repensar a forma de se locomover é uma forma de diminuir os acidentes de trânsito, de reduzir o tempo atrás do volante e de ser mais sustentável”, explica Imperatriz.

AVIAÇÃO > Dirigir um carro é um ato relativamente simples quando comparado a pilotar um avião, mas a probabilidade de você de morrer em um avião é muito menor do que em seu próprio carro. “Nenhuma outra forma de transporte é tão minuciosa, investigada e monitorada quanto a aviação”, conta Estevão Dall'Agnol, copiloto especialista em Safety. De acordo com a Aviation Safety Network (ASN), a taxa de risco por voo é de 1 acidente fatal a cada 4.857.000 de decolagens. Com base nesse histórico de segurança, a probabilidade indica que pode demorar até 13 mil anos antes de você sucumbir a um acidente fatal. Mas nem sempre foi assim. Os primórdios da aviação civil eram consideravelmente mais perigosos e muitos voos terminaram em desastre. Para transformar essa realidade, as companhias aéreas desenvolveram técnicas de análises de voos, capazes de prevenir acidentes e incidentes. “As viagens de sucesso também são monitoradas e estudadas pela viação aérea. Um acidente é causado por um conjunto de fatores que não deu certo. Porém, esses fatores podem estar presentes em um voo de sucesso e, isolados, não causarem nenhum dano. Por isso, mesmo os voos de sucesso são analisados com o objetivo de eliminar qualquer condição latente para que algo grave aconteça”, explica Dall'Agnol. AVIAÇÃO X GESTÃO DE FROTAS > “Nós entendemos que o avião e o carro são meios de transporte muito diferentes, submetidos a um contexto divergente. Porém, estudamos a fundo as companhias aéreas e afirmamos com toda certeza: os gestores de

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Segundo a ONU, morrem diariamente cerca de 130 pessoas vítimas de acidente no trânsito no Brasil. É como se caísse um avião comercial todos os dias.

frotas e as empresas têm muito para aprender com o modelo de gestão de segurança da aviação”, explica Imperatriz. Esse esforço resultou no book que está anexado nesta edição da PARAR Fleet Review, um livro de consulta sobre o assunto, que ainda não havia sido abordado no Brasil e no mundo. O material ensina técnicas usadas na aviação e oferece sugestões de aplicação na realidade das empresas frotistas. A intenção é que os profissionais que atuam com frotas corporativas aprimorem as argumentações diante reuniões e decisões importantes, reescrevam suas políticas de frota e, especialmente, adotem programas de segurança na organização. Para a GOL, a parceria com o Instituto veio para conscientizar seus passageiros e funcionários sobre a importância e os perigos do trânsito. “Para GOL, não importa apenas o passageiro embarcar e desembarcar de um avião com segurança. Para nós, a viagem começa quando o passageiro sai de sua casa e chega ao destino final com segurança”, diz Claudio Neves Borges, diretor de relações institucionais da companhia aérea.

REPERCUSSÃO > A aproximação da realidade da gestão de frotas com a aviação civil vai ser destaque também na IV Conferência Global PARAR, o evento mais relevante para gestores de frotas leves e mobilidade da América Latina. “A partir da temática “Voos mais altos”, esperamos que a Conferência seja inspiradora e transforme a gestão de frotas das empresas em uma operação segura e eficiente”, conclui Imperatriz.

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CONTROLADORES DE VOO x GESTORES DE FROTAS

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les têm a função de manter um impressionante enxame de aeronaves no ar e dentro dos parâmetros de segurança. Você precisa administrar centenas de veículos e condutores no ambiente hostil do nosso trânsito brasileiro. Os aviões têm de respeitar rotas, distâncias mínimas em voo, prioridades na aterrissagem e decolagem. Os seus veículos precisam circular em perfeito estado de manutenção e seus condutores têm o dever de praticar uma direção excelente em péssimas vias e sob uma estatística de que 93% dos acidentes acontecem por erro ou negligência humana. Os controladores

precisam operar diante um universo tridimensional e em constante movimento. Você, gestor de frotas, precisa apresentar resultado de produtividade e segurança gerenciando um departamento que provavelmente está entre os mais onerosos da empresa. Por esses motivos e muitos outros, listamos algumas características que consideramos curiosas e convergentes entre sua profissão e a de um controlador de voo. Queremos, com isso, aproximá-lo ainda mais da realidade da aviação, para que os conceitos de excelência e segurança praticados por ela sejam o espelho da sua gestão.

Equilíbrio emocional

Espírito de liderança

Controlador de tráfego aéreo tem que ter um equilíbrio emocional considerável, para aguentar situações de pressão, saber administrar e continuar raciocinando de forma correta. O mesmo acontece com o gestor de frotas, que precisa gerenciar condutores e veículos submetidos a um dos piores trânsitos do mundo.

O controlador de tráfego diz ao piloto o que ele tem que fazer. São orientações que os pilotos precisam obedecer à risca para garantir a segurança e o sucesso da viagem. Por isso, assim como os gestores de frotas, que influenciam diretamente no comportamento dos condutores no trânsito, é imprescindível um espírito de liderança acima da média.

Lidar com a pressão A responsabilidade de um controlador de voo é imensa e, por esse motivo, a pressão é inerente à profissão. Gestores de frotas são responsáveis por levar seus condutores em segurança ao final de um dia de trabalho, além de lidar com a produtividade e o custo da atividade.

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Visão espacial

No caso do controlador de voo, eles necessitam literalmente de uma visão espacial, para que tenham condições seguras de controlar as aeronaves com ou sem radares. Para o gestor de frotas, a visão 360 graus de toda operação é imprescindível para tomar as decisões mais econômicas e produtivas, garantindo a segurança de todos os seus condutores.


Somos especialistas em gestão e terceirização de frotas leves e sabemos exatamente o que seu negócio precisa. www.aldautomotive.com.br Edição 9 | Novembro de 2016

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SOBRE A INDÚSTRIA DA MULTA E AS CAMPANHAS POLÍTICAS SEM PROPÓSITO

Por Pedro Conte, coordenador de conteúdo do Instituto PARAR

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os últimos anos, assistimos a uma polarização cada vez maior entre eleitores de diferentes forças políticas. Muito em função das acusações e condenações relacionadas aos governos do PT, mas também em função da agressividade utilizada pelos dois lados nas últimas eleições para presidente, os ânimos nas ruas e nas redes sociais foram ficando cada vez mais exaltados. Podemos argumentar que esse cenário aumentou a participação política dos brasileiros, ou que contribuiu para nos mostrar “a política como ela é”. Contudo, há um efeito colateral desse novo ambiente que em nada pode contribuir para a sociedade: o debate da indústria de multas. Da forma como as conversas se encaminham, cria-se a impressão de que existe uma máquina pública direcionada a aumentar o número de infrações para arrecadar dinheiro para as prefeituras. Afinal, existe uma indústria do poder público interessada em se financiar com base no meu e no seu dinheiro? A resposta é sim e não – mas veremos que os argumentos do “não” superam de longe os que criticam a tão falada indústria de multas.

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PARA ONDE VAI O QUE É PRODUZIDO PELA INDÚSTRIA DA MULTA? Já que o objetivo é falar de uma possível máquina de gerar dinheiro, o primeiro fator a se levar em conta é: para onde vai o dinheiro arrecadado com a aplicação de multas? De acordo com o artigo 320 do Código de Trânsito Brasileiro, “a cobrança das multas de trânsito será aplicada, exclusivamente, em sinalização, engenharia de tráfego, de campo, policiamento, fiscalização e educação de trânsito”, além de 5% do total arrecadado ser destinado a um fundo nacional destinado à segurança e educação no trânsito. Portanto, o destino está correto: o que se arrecada com as multas é direcionado à melhoria do trânsito. Ou seja, os infratores contribuem para a melhora da sociedade como um todo. O que


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tipo de autuação, enquanto outros infratores ultrapassaram a marca de 1,5 mil multas no período. Nesse cenário, se o problema estivesse relacionado à ganância do estado, bastaria que esses 5% deixassem de conduzir e passassem por programas de reciclagem para que a indústria da multa tivesse as suas receitas reduzidas instantaneamente à metade. Melhor do que isso, um aumento da fiscalização (aliado à uma diminuição no prazo para julgar os processos de multas de trânsito) faria com que essas pessoas fossem retiradas de circulação mais rapidamente. Na sua casa ou na sua empresa, as multas são distribuídas uniformemente ou há infratores que costumam repetir o mau comportamento? Novamente, o caminho aponta para mais multas, e não menos. Dois dos mais eficientes programas de trânsito da história do nosso país (a favor do uso do cinto de segurança e a lei seca) aconteceram em contextos de aumento da fiscalização.

O PERFIL DAS MULTAS DADAS

acontece na realidade, no entanto, é que parte das prefeituras utiliza essa verba com pouca transparência – e acaba destinando o que é arrecadado com as multas para outros fins. Assim, vale a pena cobrar mais transparência dos governos, mas não investir contra o número de multas. O caminho para melhorar o trânsito passa por aumentar a fiscalização.

O PERFIL DOS INFRATORES Outro ponto importante para se debater a indústria da multa é o de trazer o perfil dos infratores para o debate. De acordo com dados da Secretaria Municipal de Transportes de São Paulo, menos de 5% dos condutores foram os responsáveis por mais da metade das multas aplicadas durante o ano. No mesmo período, 71% da frota não recebeu nenhum

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Esse é um argumento que vai em direção aos que criticam a indústria das multas. A maior parte das multas registradas nas grandes cidades está relacionada ao excesso de velocidade, rodízio ou desrespeito ao sinal vermelho. Por quê? Porque essas são as infrações possíveis de serem registradas através de radares automáticos. Uma pesquisa do site Flatout indicou que, no ano passado, apenas seis multas foram registradas na cidade de São Paulo para carros que circulavam com os faróis apagados durante a noite. Essa é uma infração importantíssima, pois coloca a vida de pedestre e motociclistas em risco. O problema aqui é que esse tipo de fiscalização depende de um agente de trânsito para acontecer. Se a sua cidade aumentou apenas a fiscalização do radar, vale cobrar esse investimento do poder público. Mais agentes, mais recursos humanos são um imperativo para melhorar o trânsito. Que tal aplicar aqui o dinheiro arrecadado com os radares, senhores prefeitos?

MENOS POLÍTICA, MAIS BOA VONTADE A questão do trânsito brasileiro é importante demais para ser debatida de forma politizada. Segundo o IPEA, o custo social dos acidentes de trânsito em São Paulo, só em 2015, consumiu mais de 9 bilhões de reais – o equivalente ao PIB de uma cidade como Aracaju-SE, por exemplo. Façamos um favor para nossa sociedade: quanto maior a fiscalização e o número de multas, mais vidas serão salvas e mais próximos estaremos de eliminar as 40 mil vítimas fatais e os 500 mil inválidos que o nosso trânsito produz anualmente. Em um cenário como esse, propor a supressão da fiscalização ou a flexibilização das regras atuais é uma irresponsabilidade que cabe apenas aos cidadãos e políticos que colocam seus interesses individuais acima do bem comum de nossas cidades.

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POR PEDRO CONTE

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CUSTOS PARA ALÉM DA PRIMEIRA CAMADA Plataforma SUIV oferece comparativo de preços dos principais grupos de peças e também de planos de revisões

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ara as famílias que têm apenas um ou dois carros na garagem, o custo de manutenção do carro influencia no orçamento, mas não chega a ser um fator determinante na hora de escolher um carro novo. Já para o gestor de frotas, a evolução dos preços de peças para manutenção ou mesmo dos custos com planos de revisão podem ser o divisor entre uma boa compra é uma alternativa que vai sair caro mais adiante. Pensando nisso, conforme as montadoras divulgam suas listas periódicas de preços, o sistema do SUIV – Sistema Unificado de Informações Veiculares, alimenta um sistema que possibilita comparativos entre uma série de modelos de carros. A pedido do PARAR, a equipe do SUIV avaliou os custos das principais peças de manutenção e dos planos de revisão de sete dos mais populares modelos utilizados pelas frotas brasileiras. Os modelos avaliados foram: Gol VI 5p 2014, Palio Attractive 1.0 Evoflex 2014, Fiesta Hatch 1.0 ou 1.5 Flex 2014, Fox/Crossfox 2014, Fiat Strada 2014, Siena 1.4 2014 e Onix 1.4 MPFI 2014.

60 MIL QUILÔMETROS DE REVISÃO Dentre os modelos avaliados, houve um aumento médio de 36% no valor total de revisões até 60 mil km. Dentre esses veículos, o que teve maior aumento foi o Fox, com acréscimo de 41% no valor gasto com revisões no período. A média por revisão no período está em 609,14. Neste quesito, o Gol supera os outros modelos com folga, com média de 355,53 por revisão. O Gol também foi o segundo com menor aumento dos valores entre 2014 e 2016 (15%). Para esses fins, o Onix leva vantagem com um acréscimo de apenas 12% nos valores de revisão entre 2014 e 2016.

VARIAÇÕES GRUPO DE PEÇAS O estudo também levou em consideração grupos de peças relacionadas ao motor (10 itens), freio (8 itens), elétrica (7 itens), acessórios (4 itens) e peças mais substituídas (8 itens), uma cesta básica de peças por grupo. Os resultados mostram que na ava-

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PLANO DE REVISÃO ATÉ 60 MIL KM

2014

2016

REVISÕES NO PERÍODO

MÉDIA POR REVISÃO

Gol

1.849,70

2.133,15

6

R$ 355,53

Strada

1.788,00

2.521,38

6

R$ 420,23

Fiesta

2.188,00

3.216,00

6

R$ 536,00

Palio

2.188,00

3.216,00

6

R$ 536,00

Siena

2.188,00

3.216,00

6

R$ 536,00

Onix

2.992,00

3.344,00

6

R$ 557,33

Fox

2.964,00

4.264,00

7

R$ 609,14

liação do grupo de peças, o Gol também se destaca com os menores valores totais nas categorias “Acessórios” e “Peças substituídas com maior incidência”. Há que se destacar, no entanto, que esses valores podem variar bastante dentro do grupo. Um modelo pode ter ótimos preços para peças do grupo de freio, por exemplo, mas estar mal colocado nas opções de peças para motores. Confira a tabela abaixo para uma análise mais detalhada:

GRUPO DE PEÇAS

GOL

FIESTA

PALIO

FOX

STRADA

SIENA

ONIX

Motor

341,63

376,21

346,43

R$ 313,70

483,73

484,58

261,65

Freio

1.328,70

1.678,61

1.242,79

1.657,99

1.428,50

1.152,30

1.933,63

Elétrica

27,36

105,77

28,17

R$ 15,36

28,17

28,17

49,41

Acessórios

56,09

142,00

143,58

R$ 55,32

81,10

81,10

145,86

3.023,85

3.289,56

4.470,04

3.861,87

Peças substituídas c/ maior incidência

3.907,26 R$ 536,00 3.764,59

*leva em consideração apenas as peças que tinham valores estabelecidos para os dois grupos.

Com base apenas nesses critérios, a compra mais adequada seria o Gol, em razão dos preços das peças e das revisões previstas. No entanto, um bom gestor de frotas sabe que essa é apenas a ponta do iceberg e que diversos outros fatores precisam ser levados em conta. Entre os mais importantes estão a segurança do carro, que pode ser medida através dos rankings da LATIN NCAP, o preço de compra do carro, o consumo de combustível e outras características que podem interferir no conforto dos motoristas e na produtividade da sua frota. QUER FAZER SEU PRÓPRIO LEVANTAMENTO? O SUIV oferece como cortesia para os leitores da PARAR Fleet Review um test drive em seu sistema. Basta visitar o site suiv.com.br e solicitar uma senha de acesso!

Fotografia: Reprodução | Internet

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POR KARINA CONSTANCIO

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EXPERIÊNCIA X JUVENTUDE Ambiente de trabalho colaborativo incentiva diferentes gerações a crescerem juntas Edição 9 | Novembro de 2016


institutoparar.com.br

E

m entrevista exclusiva, o mentor, escritor e consultor de carreira, Sidnei Oliveira, um dos grandes experts em Conflitos de Gerações, conta como jovens e veteranos podem conviver em um ambiente de respeito e troca de experiências, que incentiva a autonomia e a passagem de conhecimento. PARAR: TEMOS ATUALMENTE CINCO GERAÇÕES CONVIVENDO NO MERCADO E VEMOS QUE AS DIFERENÇAS QUE PODERIAM SER COMPLEMENTOS ACABAM SE TORNANDO CONFLITOS. COMO JOVENS E VETERANOS DEVEM LIDAR COM ISSO? SIDNEI OLIVEIRA (SO) — A palavra de ordem é respeito. Os mais veteranos têm que respeitar a velocidade, as experiências e o conhecimento das gerações mais jovens, enquanto que as gerações mais jovens também têm que respeitar a velocidade, o tipo de experiência e conhecimento que as gerações mais veteranas têm. Temos que pensar em um cenário de respeito entre as gerações, priorizando o valor que cada uma pode oferecer. PARAR: COMO AS EMPRESAS PODEM CRIAR UM AMBIENTE DE TRABALHO QUE INCENTIVE A TROCA DE EXPERIÊNCIAS ENTRE AS GERAÇÕES? � SO — Não há uma fórmula mágica, mas estamos experimentando duas alternativas que podem ser bastante acessíveis para as empresas. A primeira é a mudança da forma de gestão. Saindo de uma gestão hierarquizada, pautada em processos, e entrando em uma gestão mais colaborativa, onde as pessoas dão a sua melhor contribuição, independentemente de cargo, função ou tempo de empresa. Um ambiente colaborativo facilita a fluidez da experiência dos mais veteranos para os mais jovens e acelera o veterano na busca de uma performance mais rápida e eficiente. A segunda alternativa é o exercício da mentoria por parte dos mais veteranos. Então, ao invés ser o grande executor e realizador, o veterano adota uma postura de mentor. De uma maneira que ele exerça uma espécie de supervisão, não hierárquica, não como um chefe, mas sim de procedimentos e processos, permitindo aos jovens executar desafios e atuando somente se a execução do desafio levar a um resultado muito negativo.

falo do conhecimento de processos, que estão em normas e manuais, mas sim do conhecimento que a pessoa faz sem perceber, que ela foi adquirindo com o tempo no exercício da atividade. Quando trabalhamos o conceito de mentoria, a empresa tem que pensar em quais profissionais estão à frente desses conhecimentos para que esses profissionais sejam mentores de outros profissionais que possam sucedêlos em determinada circunstância. A matriz da mentoria não é o profissional pelo profissional, mas o conhecimento que a empresa quer manter dentro da companhia. PARAR: VOLTANDO PARA A NOVA GERAÇÃO, PARECE QUE OS MAIS JOVENS TÊM MUITA DIFICULDADE EM LIDAR COM FRACASSOS E CHEGAM AO MERCADO DE TRABALHO COM CERTA IMATURIDADE. VOCÊ TAMBÉM ENXERGA DESSA FORMA? � SO — Eu vejo exatamente desse jeito. Há uma certa imaturidade dos mais jovens e em algumas circunstâncias essa imaturidade é bem profunda. Eu leio essa imaturidade como falta de autonomia. Ou seja, o jovem não sabe lidar com suas próprias escolhas e, em consequência, não sabe lidar com frustrações. De alguma maneira, nós construímos uma forma de educação, nos últimos 20 ou 30 anos, diferente do que a gente tinha no passado. É uma educação mais protetora e focada apenas no positivo, que tenta de alguma forma desconsiderar o peso que o negativo tem na formação das pessoas. Eu costumo usar a palavra cicatriz. As pessoas tentam evitar de todas as formas qualquer tipo de cicatriz e esquecem que muitas vezes é a própria cicatriz que forma o caráter da pessoa. O jovem que não foi tão exposto a consequências, acaba não sabendo lidar com a frustração, pois, a gente só aprende com a frustração quando a gente se frustra.

PARAR: ENTÃO, O MENTOR ATUARIA COMO UM ORIENTADOR E OS MAIS JOVENS, POR CONSEQUÊNCIA, GANHARIAM MAIS AUTONOMIA NOS PROCESSOS? � SO — Eu não diria orientador, mas sim supervisor, só que com um conceito diferente de chefe. O mentor acompanharia a execução do trabalho, dando liberdade e estimulando a autonomia. Mais do que orientando como a tarefa deve ser feita, é uma supervisão que visa o crescimento e o desenvolvimento do mentorado.

PARAR: TAMBÉM É COMUM VERMOS JOVENS ESTABELECEREM OBJETIVOS A TÃO CURTO PRAZO QUE ACABAM SE FRUSTRANDO NO MEIO DO CAMINHO. ESSA QUESTÃO DO FRACASSO, DA QUEBRA DE EXPECTATIVA, TAMBÉM TEM RELAÇÃO COM A ANSIEDADE DESSA NOVA GERAÇÃO? � SO — A ansiedade já é uma característica do jovem, independentemente da geração. O que acontece é que, justamente, por não querer lidar com as frustrações, o jovem acelera os aspectos de ansiedade, que na minha opinião, é quase que uma manifestação do não saber lidar com a frustração.

PARAR: QUANDO VOCÊ FALA EM MENTORIA, VOCÊ FALA DA GESTÃO DE CONHECIMENTO? � SO — As empresas têm uma série de profissionais que executam suas tarefas de uma maneira muito talentosa e esse conhecimento, normalmente, fica com o profissional. Se por algum motivo a empresa perde esse profissional é como se ela também tivesse perdendo esse conhecimento. E eu não

PARAR: COMO PAIS E GESTORES PODEM AJUDAR NISSO? � SO — Sou um pouco radical nessa hora. Eu acho que não tem que ajudar, tem que deixar o jovem se frustrar. Ele tem que passar por isso e lidar com a frustração da sua forma, pois só assim vai conseguir aprender com a situação. A melhor ajuda é, na verdade, parar de ajudar. Eu não desejo que o jovem se dê mal, mas que ele aprenda com suas escolhas.

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POR KARINA CONSTANCIO

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CONSELHOS

A PEDIDO DA REPORTAGEM, SIDNEI OLIVEIRA DEIXOU TRÊS CONSELHOS PARA OS VETERANOS E TRÊS CONSELHOS PARA OS MAIS JOVENS. CONFIRA:

PARA OS VETERANOS 1 Não se acomode. Busque estar sempre atualizado e explore tudo o que é novo. 2 Não abra mão daquilo que acredita. Sua experiência tem muito valor. 3 Se esforce para aprender com os mais jovens.

PARA OS JOVENS 1 Nunca despreze o conhecimento do veterano. 2 Tenha autonomia. Não dependa de outras pessoas para fazer suas escolhas. 3 Não fuja das cicatrizes. Elas doem, mas ensinam.

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PARAR CEO | AUDI EXPERIENCE

Executivos tiveram dia de atividades práticas de direção defensiva, evasiva e esportiva na pista de provas da Pirelli

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o mês de junho, o Instituto PARAR reuniu 30 CEOs de grandes empresas do Brasil para participar de uma experiência única na pista de provas da Pirelli, com exercícios de direção defensiva, evasiva e esportiva. Os executivos puderam ver na prática a diferença que é dirigir carros com tecnologias avançadas de segurança, participar de atividades de segurança pessoal e ainda pilotar os mais recentes lançamentos da Audi. Os exercícios foram comandados por Cesar Urnhani, piloto e apresentador do Auto Esporte (Rede Globo), Diógenes Lucca, fundador do GATE - Grupo de Ações Táticas Especiais, professor da USP e comentarista oficial de segurança da Rede Globo, e Roberto Costa, especialista em gerenciamento de segurança e crises, com 30 anos de experiência em segurança pública e privada. O evento foi uma excelente oportunidade de network entre líderes e decisores de empresas e ainda levantou questões importantes sobre a segurança dos veículos utilizados nas frotas corporativas. Confira alguns depoimentos:

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"O evento reuniu líderes preocupados com a segurança e com seus colaboradores. Eles puderam ver, na prática, o que dá para fazer, com tecnologia e usando as técnicas corretas, para termos menos acidente de trânsito" - Cesar Urnhani (Auto Esporte)

"O PARAR está de parabéns pelo evento" - Jeferson D'Addario (Grupo Daryus)

"Foi um dia de ver muita coisa, ouvir muita coisa e sentir muita coisa. Os executivos saíram preparados para lidar com as tecnologias embarcadas nos carros e também com relação à violência urbana" - Diógenes Lucca (The First)

"Foi uma experiência absurdamente incrível" - André Marim (Fleety)

"Neste evento, o PARAR conseguiu traduzir segurança na prática" - Roberto Niemeyer (Alelo)

"O PARAR conseguiu sensibilizar o alto escalão das empresas para um problema que está batendo à porta deles. Esse é o primeiro passo" - José Ramalho (Observatório Nacional de Segurança Viária)

"A organização estava impecável e os exercícios foram surpreendentes" - Marcelo Sebastião (Itaú)

"Todas as empresas deveriam olhar para a questão da segurança. Foi uma honra participar desse evento junto com o PARAR" - Alexandre Gaeta (Audi)


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ACIDENTES COM DANOS A TERCEIROS

Um dos maiores riscos para a empresa deve estar no radar de atenção dos gestores de frota

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pesquisas mostram que 93% dos acidentes de trânsito são causados por negligência humana. Isso mesmo: não foi culpa da sinalização, não foi culpa da falta de infraestrutura da via, não foi um problema mecânico. Esses outros acontecimentos representam menos de 10% das causas de acidentes no trânsito brasileiro. Se você é responsável pela gestão de frota da empresa em que trabalha, não se atentar a isso pode trazer problemas graves para a companhia e para as pessoas impactadas pelo seu serviço. O que isso quer dizer? Os colaboradores que circulam pelas ruas e estradas do país para prestar serviços à sua empresa não estão apenas cumprindo metas ou garantindo que o trabalho seja executado da melhor forma possível. Eles estão representando e ajudando a formar a imagem da companhia perante milhares de outros motoristas. Além de ser uma das áreas que mais gera custo para a empresa, a frota envolve um alto risco jurídico, principalmente quando se fala em acidentes com danos a terceiros. Por isso, elaborar um bom plano de ações que promova a cultura de segurança, com treinamentos de direção defensiva e atividades sobre educação no trânsito, assim como contratar um seguro para a sua frota, são escolhas fundamentais. De acordo com Marcelo Sebastião, diretor do Itaú Auto Frota, um dos maiores riscos de uma empresa é com relação a acidentes que envolvam terceiros, não só pelo prejuízo financeiro, mas por sua imagem e reputação. “Na prática, é a marca da empresa a causadora do acidente e, por isso, recai sobre ela a responsabilidade pelos danos, sejam eles materiais, corporais ou morais”, revela. Ele informa que, ao contratar um seguro, é importante que este

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contemple as garantias de RCF (Seguro de Responsabilidade Civil Facultativa), que cobrem as despesas com danos materiais e corporais a terceiros, e se atentem aos limites de contratação. “Sempre que houver um sinistro é importante que a seguradora seja avisada imediatamente. Neste momento o cliente já é orientado sobre os procedimentos quanto ao seu atendimento e do terceiro”, aconselha Sebastião. Esse é um dos pontos positivos de se ter um seguro, pois os serviços vão além da simples troca financeira existente na relação risco e prêmio cobrado. Um seguro eficiente sempre conta com uma boa estrutura de atendimento, com rede de prestadores de assistência 24h, corretores e oficinas. “O seguro contribui para a redução do custo das empresas, pois possibilita um melhor planejamento financeiro, e propicia, através da escala e capilaridade de atendimento, maior agilidade e economia para o cliente. Além disso uma gama de relatórios gerenciais podem ser fornecidos ao cliente a fim de melhor orientá-lo sobre o comportamento de risco de sua frota”, destaca o executivo. Ainda é possível fazer um seguro personalizado, que leva em consideração a relação entre a atividade da empresa e o veículo segurado. “Podemos montar uma apólice de seguro com combinações de coberturas especialmente desenhadas para cada cliente de acordo com suas necessidades e disponibilidade financeira”, revela Sebastião. Além disso, o Itaú Auto Frota também atua com foco na prevenção de acidentes. Através de uma parceria com o Instituto PARAR, tem apoiado uma série de programas de treinamento para o gestor de frotas, bem como ações que promovam uma cultura de segurança dentro das companhias. Eles estarão, inclusive, na IV Conferência Global PARAR (9 e 10 de novembro) como um dos destaques da Feira de Negócios.

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Marcelo Sebastião, diretor do Itaú Auto Frota: um dos maiores riscos de uma empresa é com relação a acidentes que envolvam terceiros, não só pelo prejuízo financeiro, mas por sua imagem e reputação.

—O GESTOR QUER SABER

PERGUNTA DO GESTOR: Geralmente, existem duas coberturas essenciais para terceiros que são os danos materiais e danos corporais. Certa vez, me ofereceram uma cobertura de danos corporais e materiais compartilhada, ou seja, 50 mil reais para cada, totalizando, 100 mil reais, com a justificativa de casos em que o prejuízo do terceiro superasse a cobertura da apólice. Assim, as coberturas migrariam entre as particularidades de danos. É seguro contratar dessa forma? MARCELO SEBASTIÃO: Nosso produto trata da contratação das garantias separadas, sen-

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do uma destinada a cobrir danos materiais, e outra, destinada a cobrir danos corporais. Em suma, o importante é contratar uma verba/ valor de garantia que seja relevante, uma vez que prejuízos dessa natureza superam facilmente valores acima de 100 mil reais, especialmente quando se trata de dano corporal. Preserve a saúde financeira da sua empresa e não deixe de pedir ao seu corretor de seguros as variadas opções de valores em garantia para tomar a melhor decisão. E vale lembrar que a diferença em prêmio não é proporcional ao aumento da garantia, portanto, é importante viabilizar valores relevantes.

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POR PEDRO CONTE

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VEM MAIS PEDÁGIO POR AÍ? Cobrança automática e pedagiamento urbano ficarão cada vez mais comuns com o passar dos anos

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magine um sistema que utiliza câmeras de vídeo para identificar a placa dos carros, contabiliza o pedágio sem uma barreira ou cancela, e envia a cobrança diretamente para o endereço do dono do veículo. Essa estrutura possibilitaria a cobrança de pedágios sem que os veículos precisassem parar e também sem o uso de um dispositivo que automatizasse a cancela (como no caso dos pedágios pré-pagos ou pós-pagos, por exemplo). Pois esse sistema já está em funcionamento em diversos lugares do mundo, como a ponte que divide os estados de New Jersey e Pennsylvania, nos Estados Unidos, por exemplo. O interessante é que esse sistema permite melhoras em duas frentes: na redução do número de acidentes nos pedágios, decorrentes da falta de atenção na hora de reduzir a velocidade, e na cobrança mais adequada pelo uso das rodovias. Segundo levantamento feito recentemente pela ARTESP Agência de Transporte do Estado de São Paulo, a cancela não levantou corretamente em 2,4% das passagens por pedágio, em 2015. O número é baixo, mas é representativo no cenário de trânsito brasileiro e acaba por contribuir no número total de acidentes. Importante destacar que, ainda que a cancela não funciona adequadamente, a responsabilidade de evitar o aci-

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dente não é do pedágio, mas sim do motorista que vem atrás seguindo as regras de trânsito e a sinalização. No contexto da adequação da cobrança, o modelo sem cancelas individualiza ainda mais a cobrança pelo uso das vias. E isso pode influenciar a vida dos motoristas nas estradas e, principalmente, a utilização dos pedágios urbanos – uma novidade que deve desembarcar no Brasil nos próximos anos. “Além de administrar a escassa oferta viária, o pedágio urbano também se justifica como forma de um motorista compensar o transtorno, na forma de atraso, causado por ele sobre os demais motoristas”, explicou Marcos Paulo Schlickmann no portal Caos Planejado. Ainda assim, o especialista adverte que essa solução tem sido adotada em países cuja malha de transporte público oferece uma alternativa de qualidade. “Sou favorável ao pedágio urbano, mas acho que é ainda cedo para adotá-lo nas cidades brasileiras”, conclui. Os custos decorrentes do deslocamento de veículos são intrínsecos à atividade de gestão de frotas. E os pedágios têm crescido de importância à medida em que novos trechos são cedidos à iniciativa privada. No futuro, mesmo quem lida com frotas essencialmente urbanas terá que lidar com essa questão.

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POR LORAINE SANTOS

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MARKETING DE CONTEÚDO

Por que contar histórias será mais importante do que nunca em 2017?

I

Se antes as listas frias de e-mails eram ndependentemente do ramo de atuação, as empresas estão lubombardeadas com propagandas diretando bravamente para enfrentar as mudanças exigidas pelo tas, agora os e-mails só são enviados para mercado na forma de se comunicar com clientes e prospecções. quem permitiu ser abordado, de forma A adoção de tecnologias interativas e os hábitos de consumo segmentada e oferecendo conteúdo de têm alterado como as pessoas acessam informações e como elas valor, que seja útil para quem está lendo. optam por determinadas marcas em detrimento de outras. Diante A relevância das informações publidesse cenário, surge o "marketing de conteúdo”. Esse termo é relacadas pelas corporações também contivamente novo no mundo dos negócios, mas já tem feito parte da tribui para geração de valor da marca. estratégia de diversas empresas. Em palavras simples, é quando uma Alguns exemplos já são percebidos, organização foca na criação e na distribuição de conteúdo valioso, como o caso da empresa de calçados relevante e consistente para atrair e reter seu público. O resultado TOMS. Em uma viagem à Argentina, o disso é que o cliente passa a acreditar nos valores que a empresa americano Blake Mycoskie ficou coacredita, e a compra vira uma consequmovido ao ver que muitas crianças caência lógica. “A grande verdade é que rentes brincavam descalças nas ruas o consumidor já está cansado de ver da periferia porque a família delas não produtos empurrados, de ser forçado a tinha dinheiro sequer para comprar um comprar, de sensacionalismo, de se senCOMECE AGORA A GERAR par de alpargatas. Ele, então, criou uma tir usado e importante apenas se comVALOR PARA SUA MARCA POR empresa cujo modelo de negócios era pra algo daquele lugar. É por isso que o MEIO DE CONTEÚDO relativamente simples: a cada calçado marketing de conteúdo tem se mostrado O Instituto PARAR é o maior gerador vendido, outro seria doado a alguma de conteúdo para gestores de frotas uma ótima estratégia, pois ele não preleves do Brasil. Por isso, em 2017 criança carente ao redor do mundo. A tende empurrar produtos e vender na vamos lançar o PARAR CONTENT, uma partir desse valor, ele criou uma cadeia hora para quem não está pronto para plataforma de geração de conteúdo de conteúdo, contando história e transcomprar”, conta Flavia Gamonar, profespremium exclusiva para players do mitindo conhecimento para o público. sora doutoranda em Mídia e Tecnologia, setor. Quer saber mais? Saia na frente e posicione-se como um expert no Hoje, a TOMS fatura milhões de reais toe especialista em marketing de conteúsegmento que atua. Entre em contato dos os anos, e possui verdadeiros admido. Segundo Gamonar, existe uma jorcom a equipe do Instituto PARAR pelo radores da marca, que não se importam nada antes que o consumidor efetive de e-mail conteudo@institutoparar.com.br em pagar caro por alpargatas. O grande fato a compra, e que nem toda audiência desafio está em pensar com a cabeça do está pronta. “O cliente pode precisar de cliente, tentar entender o que ele busca quando quer viver uma mais argumentos, de ser educado, de ver experiência com determinado produto. Neste sentido, é preciso aquela empresa como referência antes usar da criatividade, da colaboração de equipe, dos insights e de de apostar nela”, explica. Por esse motivo, muita análise para compreender como pensa o cliente e que tipo as empresas estão apostando em narratide conteúdo vai entregar valor a ele. “Falar de produto ou de venvas mais humanas, aproximando o clienda explicitamente, sem segmentação ou na hora errada, está deite e gerando valor à marca. Um exemplo xando de acontecer. Trata-se de uma nova forma de apresentar as pode ser notado na reação negativa das soluções da empresa, por meio de um jornalismo que as apresenta pessoas diante de um e-mail promociode uma forma mais útil e humana”, conclui Gamonar. nal, ou um whatsapp sem aviso prévio.

EI, PLAYERS DO MERCADO DE FROTAS:

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POR KARINA CONSTANCIO

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Escola de talentos

DEPOIS DE ENCONTRO COM O PAPA, RONEY MARCZAK VOLTOU AO BRASIL PARA TRANSFORMAR A VIDA DE JOVENS TALENTOS ATRAVÉS DA MÚSICA Edição 9 | Novembro de 2016

“Minha vida se resume a muito estudo, trabalho e oração” É assim que o músico Roney Marczak define sua trajetória. Quem vê o trabalho que ele realiza desde 2001 com a Escola Sol Maior, descobrindo e desenvolvendo talentos para música, talvez não consiga imaginar a história que impulsionou a criação do projeto. O primeiro contato de Roney Marczak com o violino começou cedo, com apenas 6 anos, ele teve suas primeiras aulas, mas foi somente aos 13 que ele decidiu que queria levar isso a sério. Já no seu primeiro concurso, aos 14 anos, recebeu, além do prêmio, a oportunidade de ir para Europa para aprimorar os estudos. Em sua passagem pela Suíça, Itália, Alemanha, Áus-

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Quando eu cheguei em Roma, vi o Papa João Paulo II de longe e fiquei pensando o quanto gostaria de dedicar uma música a ele. tria e França, teve contato com os maiores mestres da música. Antes mesmo de voltar da viagem, Roney foi contemplado com uma bolsa para estudar no Conservatório de Paris, mas, acatando um pedido dos pais, optou por voltar ao Brasil. Com uma condição: iria morar em São Paulo. Lá, além de dar sequência nos estudos do ensino regular, continuou encantando a todos com sua música. Tocou em várias orquestras, fez apresentações no Teatro Municipal e participou de 11 concursos. Foi um desses concursos, aliás, que lhe rendeu uma viagem ao Japão e, consequentemente, a oportunidade de levar sua mãe e seu irmão para a Europa. “Eu tinha 17 anos e tive a chance de conhecer instituições de ensino que foram essenciais para minha formação”, contou. E foi nessa viagem que um acontecimento marcou sua trajetória de forma significativa. “Quando eu cheguei em Roma, vi o Papa João Paulo II de longe e fiquei pensando o quanto gostaria de dedicar uma música a ele”. Sabendo que o Papa estaria dando um benção na Sala São Pedro para milhares de fiéis, achou que ali seria sua chance. “Eu simplesmente queria entregar esse presente para ele. Então, fui lá e antes que ele começasse a dar a benção ao continente sul-americano, me levantei, peguei meu violino e comecei a tocar a música ‘Jesus, alegria dos homens’”, revelou. Na mesma hora, o Papa deixou de falar e Roney conseguiu tocar a música até o fim. “Tinha provavelmente umas 8 mil pessoas lá. Não tinha nenhum microfone comigo, mas a acústica era tão boa que ele ouviu”. Após a apresentação, ele foi detido pela guarda suíça e ficou em torno de 2 horas em uma sala até que foi surpreendido pela entrada do Papa João Paulo II. “Ele disse que gostou muito e que estava muito agradecido pelo presente. Também revelou que ele não podia falar isso em público, mas que tinha adorado a minha atitude e que, por isso, fez questão de ouvir até o fim”, comentou. O Papa se despediu falando que eles iriam se ver mais uma vez. E foi o que aconteceu. Alguns anos depois, Roney estava na Alemanha, quando recebeu um convite do Vaticano para tocar na missa solene de um encontro que reunia todas as entidades católicas do mundo. A missa, feita em latim, foi acompanhada pela música de Roney por 4 horas, tempo que durou a celebração. “Após a missa, nós pudemos conversar um pouco e ele me deu alguns conselhos importantes que,

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basicamente, mudaram todo o planejamento da minha vida”, ressaltou. Roney largou tudo na Europa e voltou para o Brasil para se dedicar a um trabalho social. Fundou a Escola Sol Maior, que, há 15 anos, acolhe e desenvolve talentos. “Não é uma escola regular de música, mas uma plataforma para quem tem talento e não tem oportunidade”, explicou. Nesses anos de intensa dedicação, mais de 8 mil alunos foram beneficiados. No início, Roney investia no projeto o dinheiro que conseguia trabalhando com a agricultura, mas alguns problemas pessoais fizeram com que ele tivesse que buscar outras formas para levar o projeto adiante. E não poderia ter encontrado saída mais cheia de significado. Hoje, o projeto tem a música como principal financiador. Junto com alguns professores da Escola, criou o Quarteto Descobertas, que financia o projeto através da venda de CDs e shows. “Nós já realizamos mais de 400 shows no exterior, gravamos 13 CDs e fizemos 12 turnês internacionais”. Em paralelo, também surgiu o Grupo Sol Maior, formado, como o próprio Roney diz, por histórias de superação. “A música não trabalha só a mente da pessoa, ela trabalha o coração, a alma e o espírito. A música é uma magia quase inexplicável. Através dela, as pessoas percebem que podem ser muito mais do que poderiam imaginar. Na hora que os alunos pegam o instrumento musical, eles se tornam iguais, não importa o caminho que cada um trilhou para chegar até aqui. Eles se tornam estrelas”, destacou. Seu propósito, hoje, é garantir que a Escola Sol Maior continue realizando seu trabalho e mudando a vida de jovens talentos através da música. “Eu já fui milionário, hoje não sou mais, mas me julgo muito mais feliz fazendo o que eu faço. Eu ajudo muita gente, mas o que as pessoas não sabem é que eu sou muito mais ajudado. Esses jovens têm um potencial enorme de transformação do mundo através do que eles são e não daquilo que eles têm. Tenho certeza que o mundo pode mudar, mas nós temos que começar mudando o mundo à nossa volta”, revelou.

Mais informações sobre o projeto estão no site:

www.projetosolmaior.com

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Bikesharing

No Brasil, sistemas de compartilhamento de bicicletas cresceram 400% nos últimos quatro anos

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ocê sabia que as cidades tentam compartilhar bicicletas há 50 anos? A primeira ideia de bicicletas públicas surgiu em 1965, em Amsterdã, quando o vereador Luud Schimmelpennink propôs que a cidade adquirisse 20 mil bikes, todas pintadas de branco, e as deixasse espalhadas pela região central. O pedido foi negado. A segunda onda surgiu 25 anos depois em Cambridge, na Inglaterra, quando a cidade criou as “bibliotecas de bicicletas”, onde usuário apresentava uma carteirinha e deixava um depósito em dinheiro para pegar a bike emprestada. As tímidas iniciativas feitas até então só deslancharam mesmo neste século. Após Paris ganhar 271 quilômetros de ciclovias, nasceu, em 2007, o Vélib, considerado o protótipo para o modelo de aluguel de bicicletas adotado no mundo todo. O projeto, que começou com 7,5 mil bikes e 750 estações, dobrou de tamanho já no primeiro ano, e hoje soma mais de 20 mil bikes e 1,8 mil estações. Atualmente, existem ao menos mil cidades com sistemas de compartilhamento de bicicletas em operação, segundo pesquisa da Bike Sharing World, e a maioria deles se encontram na Europa, Ásia e América do Norte. Ainda de acordo com o levantamento, enquanto no mundo a quantidade de bicicletas disponíveis em sistemas de bikesharing aumentou 35% (de 946.000 para 1.270.000) de 2014 para 2015, no Brasil, houve um crescimento de 400% nos últimos quatro anos. Os sistemas de compartilhamento estão tomando as ruas, condomínios e estabelecimentos comerciais do país. Só em São Paulo são cerca de 2 mil viagens realizadas por dia. "O uso das bicicletas cresceu expo-

nencialmente nos últimos anos e o mercado brasileiro é muito promissor. Há ainda muitas cidades de médio e grande porte sem sistema e os poderes públicos estão notando a importância do incentivo do uso deste modal", comentou Tomás Martins, diretor administrativo da Compartibike, empresa especializada em soluções inovadoras de mobilidade urbana. O objetivo do bikesharing vai ainda além de aumentar o acesso das pessoas à bicicleta ou oferecer um aluguel barato das "magrelas". Os serviços de compartilhamento de bike espalhados pelo Brasil e pelo Mundo querem integrar o pedal ao sistema de transporte das cidades. Por isso, a importância de se implantar estações próximas às estações de metrô, por exemplo, ou em locais onde há grande movimento de pessoas. "A implementação de um sistema de bikesharing ajuda a criar conscien-

Sistemas de bikesharing querem integrar o pedal ao sistema de transporte das cidades

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tização e mudança de práticas no transporte de uma cidade e, junto com outras políticas e projetos, permite aos cidadãos trocarem o carro pela bicicleta e optarem pela intermodalide, aliando o pedal a algum outro meio de transporte público, por exemplo", destacou Martins.

CASES A Compartibike nasceu há 5 anos, a partir do desejo de seus fundadores de criar uma empresa que pudesse oferecer soluções sustentáveis de mobilidade urbana para as cidades brasileiras. Desde o primeiro projeto implantado na Cidade Universitária da USP, a empresa vem somando cases nas principais cidades brasileiras, como o Ecobike, em Indaiatuba (SP), com 200 bicicletas em 4 estações, e o Rivibike, na Riviera de São Lourenço (Bertioga-SP), com 7 estações e 45 bicicletas. Além disso, a Compartibike implementou um sistema de gerenciamento de estacionamentos de bicicletas para a empresa SuperVia, no Rio de Janeiro, para ser utilizado em 6 bicicletários, totalizando uma oferta de mais de 4 mil vagas para bicicletas. Em 2015, conquistou o Itaú como principal cliente e a parceria rendeu inúmeros projetos como bicicletários em São Paulo e Salvador, projeto nacional infantil de educação no trânsito (Escolinha Bike) e reestruturação da mobilidade urbana do arquipélago de Fernando de Noronha com doação de bicicletas e bicicletários para os moradores, turistas e instituições da ilha. Neste mesmo ano, a empresa venceu duas importantes licitações e implantou em 2016 dois sistemas de compartilhamento de bicicletas em Sorocaba (SP) e Uberlândia (MG). Além disso, entrou no mercado de bicicletas compartilhadas com sistemas privados, como no condomínio corporativo Rochaverá e no condomínio residencial Jardim das Perdizes, ambos em São Paulo e exclusivos para os colaboradores e moradores dos locais, respectivamente.

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TA K E S

PARAR ON THE ROAD

Belo Horizonte

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Fotografia: Elieth Santiago


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Em 2016, o PARAR movimentou as principais capitais do Brasil com a chegada do PARAR On The Road. Confira os melhores momentos do evento realizado em Belo Horizonte (MG) e Fortaleza (CE).

Fortaleza

Edição 9 | Novembro de 2016

Fotografia: Plaza Films

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TOP FIVE

dos assuntos mais debatidos pelos gestores de frota Trezentos gestores de frota de todo o Brasil estão trocando informações, experiências e pesquisas em um grupo no Telegram, criado exclusivamente para fomentar o debate sobre os desafios encontrados no dia a dia da atividade. A cada edição, trazemos uma lista com os 5 temas que geram mais dúvidas, comentários e discussões no grupo. Confira os destaques dessa edição:

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WAZE POKEMON GO E SEGURANÇA NO TRÂNSITO OLIMPÍADAS E O TRÂNSITO NO RIO DE JANEIRO CONFERÊNCIA GLOBAL PARAR PRÁTICAS DE FORNECEDORES

CONHEÇA QUEM SÃO OS GESTORES MAIS PARTICIPATIVOS:

CREMILDO BARBOSA

DARLENE AMARAL

CONSTANCIA VIEGAS

LAURA SCHUCH

CRISTIANE PALUDETO

MORGANIA CRISNA DIAS

LUAN GONÇALES

DANIEL LIMA FARIAS

QUER PARTICIPAR DO GRUPO DOS GESTORES DE FROTA?

MICHAEL XAVIER

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REGINE VENTURI

MILENA BARROSO

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GESTOR COM HUMOR

Edição 9 | Novembro de 2016

Por Dorinho Bastos, cartunista, professor de comunicação da USP e conselheiro do PARAR


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ESPORTIVIDADE CONECTADA O sedã premium mais vendido do mundo ficou ainda mais sofisticado, com design e conforto impressionantes. Ficou mais esportivo, com Motor TwinPower Turbo Flex de 184 cv, Tração Traseira, Câmbio Automático de 8 marchas, Driving Experience Control com Eco Pro, Regeneração de Frenagem, Auto Start Stop e Faróis em LED. E também ficou mais conectado com o BMW ConnectedDrive, que tem chamada de Emergência Inteligente. Tudo para você se concentrar apenas no Puro Prazer de Dirigir.

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Na cidade somos todos pedestres. Edição 9 | Novembro de 2016

Fotografia: Nononono


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